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Os judeus nas Histórias de Tácito: origem e ritos judaicos sob uma ótica
romana

Jônatas Ferreira de Lima1

Resumo

Os judeus ficaram conhecidos como o “povo do livro”. Eis um atributo de fato para um grupo
social que fundamentou sua moral e sua ética sob vastas coletâneas de escrituras como a
Torah e o Talmud. Agora imaginemos os judeus como um povo que não nos deixou seus
escritos, ou mesmo, como uma sociedade cuja estrutura comunitária não existe mais –
costumes, ritos, etc. Este trabalho buscará analisar a visão do outro sobre os judeus, mais
especificamente, a visão do historiador latino Tácito (55-120 E.C.) que dedicou esse rico
relato, porém breve, acerca dos judeus, seus ritos e sua origem. Essas informações nos
chegam através de sua famosa obra Histórias, no quinto livro, entre os capítulos II e V. O
objetivo deste trabalho é contribuir para as discussões acerca das leituras sobre o “outro” no
mundo antigo, neste caso, do romano para com o judaico.

TÁCITO E SUAS HISTÓRIAS

Certamente Cornélio Tácito (55-120 E.C.) foi e ainda é um dos autores latinos
mais conhecidos da historiografia romana. Dentre suas obras, Histórias
(Historiarum), produzida entre 104 e 109 E.C., é a que nos interessa neste
momento. Esse trabalho de Tácito em seus primeiros quatro livros, dos cinco atuais
que conhecemos, pois, provavelmente, teríamos entre oito ou dez livros divididos de
acordo com os três períodos básicos do governo dos príncipes flavianos (68-96
E.C.)2, narra a guerra civil entre quatro imperadores (68-69 E.C.).
Os príncipes flavianos, originados da família de Vespasiano, foram os
primeiros a subverter uma ordem de sucessões que se formou a partir da coroação
de Augusto como o primeiro imperador de Roma (27 A.E.C.). Até 68 E.C., os
imperadores eram membros da casa imperial, seja por linhagem, conspirações ou
por adoção política. No entanto, e Tácito é o principal autor romano que nos passa
essa leitura, após a morte de Nero, quatro generais de província (e cada com seu

1
Graduando em História Bacharelado pela UFRN. Graduado em História Licenciatura pela mesma
(2013). Este artigo é fruto de minha pesquisa concluída, sob a orientação da professora Drª Márcia
Severina Vasques, cujo resultado tornou-se minha Monografia. Este trabalho resume as discussões
do nosso capítulo III.
2
MARQUES, 2009, p. 76-90.
2

próprio apoio provinciano) entraram em conflito militar pelo poder da cidade mais
famosa do mundo antigo. Primeiro foi Galba – com apoio das legiões na Hispânia –,
depois Oto – e suas legiões na Lusitânia –, em seguida Vitélio – com seu exército
estacionado na Germânia Inferior e suportes na Gália e Britânia – e por fim,
Vespasiano – e suas legiões em Alexandria, Síria e Judeia. Todo este conflito, que
durou quase um ano (68-69 E.C.) é minuciosamente relatado por Tácito em Histórias
até o Livro IV.
Essa foi a principal guerra civil do território romano pós-República, no século I
E.C. e dela, abstraímos a ideia taciteana de que no Império, os governantes
poderiam sair de dentro das províncias, não necessariamente somente da casa
imperial Júlio-Claudiana, como foi até 68 E.C.3 Como vimos, Tácito escreveu essa
obra no início do século II, durante o governo do imperador Trajano, com quem teve
uma relação pouco amistosa. Tácito perdeu cargos importantes no Império durante a
gestão de Trajano e nesse período de “afastamento” escreveu Histórias e Anais
(Annales), esta sendo sua última obra conhecida. Claramente, em Histórias, Tácito
nos mostrou seu período áureo. Foi nos tempos de servidor da casa dos príncipes
flavianos. Subentendemos isso da seguinte fala do autor no primeiro capítulo do
Livro I de Histórias: “Minha carreira começou sob Vespasiano, progrediu sob Tito e
avançou ainda mais sob Domiciano; isto não nego”.4 Nesse tempo de quase 30 anos
de domínio flaviano, Tácito casou-se com a filha do general Agrícola, governador da
Britânia na época, foi tribuno, questor, pretor, governador da Gália Belga e cônsul.
O destaque dado por Tácito à dinastia flaviana em Histórias, a admiração
política por seu sogro Agrícola em Vida de Agrícola (De Vita Agricolae) de 98 E.C.,
podem ter sido fatores dos desentendimentos com Trajano, que governou até 117
E.C. Portanto, podemos entender que, certo “desgosto” com seu presente, levou o
autor à produção dessas obras, principalmente Histórias e Anais.5
Em suma, devemos lembrar que Histórias, foi uma obra que destacou as
eventualidades da guerra civil de 68-69 E.C. (do Livro I ao IV), o triunfo dos príncipes
flavianos a partir de 70 E.C., até sua decadência, com o governo de Domiciano (em
96 E.C.) – isso, do Livro V em diante. Logo, pela densidade dos quatro primeiros

3
TÁCITO, Histórias, I, 4.
4
MARQUES, 2007, p. 116, tradução da autora. Em latim cf.: dignitatem nostram a Vespasiano
inchoatam, a Tito auctam, a Domitiano longius provectam non abnuerim (TÁCITO, Histórias, I, 1, In:
GODLEY, 1890).
5
MARQUES, 2007, p. 115.
3

livros, percebemos como a guerra civil foi importante para Tácito legitimar a vitória
de Vespasiano, de quem tanto admirava junto com seu filho Tito. O mesmo não
pode dizer de Domiciano, o mais “fraco” dos três, segundo o mesmo.6
E quanto aos judeus? Como foram aparecer nessa obra taciteana? Qual o
seu objetivo em mencionar os judeus e suas coisas na obra Histórias?

O QUINTO LIVRO E OS JUDEUS

Entender a presença dos judeus nos relatos de Histórias, que encontramos


especificamente no início do seu quinto livro, faz parte deste trabalho. Tácito ficou
conhecido como um dos historiadores latinos que dedicou espaço em seus escritos
para falar de povos que foram submetidos ao poder administrativo do Império.
Podemos destacar os germanos no norte do território europeu (na sua obra
Germânia), os bretões (na Vida de Agrícola) e os egípcios (em Histórias Livro IV
entre os capítulos 80-86). Vamos nos ater aos judeus.
O curioso relato sobre os judeus aparece inserido na sua pretensão maior em
mostrar o triunfo de Tito em submeter os provincianos da Judeia, que estavam em
conflito declarado a Roma desde 66 E.C. Tácito dedica, à essa conquista romana,
os 13 primeiros capítulos do Livro V. No entanto, isso seria muito mais uma
conquista dos flavianos, legitimando sua ascensão ao poder de Roma, do que uma
vitória do sistema que estava em colapso.7 A vitória de Vespasiano trouxe a
tradicional “paz” ao sistema imperial.8 Em meio à narrativa dessa importante
conquista romana, uma vez que as legiões estacionadas no norte da Judeia,
sofreram uma humilhante derrota diante dos revoltados sicários e zelotes em Beit-
Horon, e isso não acontecia desde as primeiras investidas romanas na Germânia no
início do século I E.C., está o relato acerca da origem, dos ritos, dos costumes, da
geografia e da política dos judeus.

Os judeus na “retórica da alteridade”

6
TÁCITO, Histórias, IV, 80-86.
7
TÁCITO, Histórias, V, 11.
8
TÁCITO, Histórias, IV, 53-54.
4

Para entendermos o ponto de vista romano, ou melhor, de alguém que se


utiliza de referências greco-latinas sobre um povo com outras origens étnicas, como
os babilônicos, egípcios, persas e sírios, precisamos lidar com o que François
Hartog chamou de “retórica da alteridade”. Essa retórica pode ser aplicada aos
textos de autores gregos que teceram informações a respeito do “não grego”.
Podemos dizer que, muitos autores romanos que se debruçavam em etnografias,
seguiam modelos bem semelhantes de relato.
O modelo de análise dessa retórica sobre o outro é bem simples. Esse
modelo está dividido em duas óticas de observação: pela “diferença” e pela
“inversão”.
Esclarecendo o primeiro modelo, Hartog menciona que, “dizer o outro é
enunciá-lo como diferente – é enunciar que há dois termos, a e b, e que a não é b”.9
Em Tácito, que segue modelos de etnografia romana (baseado em modelos gregos),
embasamos esse primeiro conceito de Hartog em passagens como esta: “Entre eles
[judeus] todas as coisas profanas são sagradas para nós e, ao contrário, consideram
lícito tudo aquilo que é ilegal para nós”.10 Ou seja, os judeus (b) são como os
contrários (diferentes) dos romanos (a) – quiçá dos gregos.
Continua Hartog: “a diferença não se torna interessante senão a partir do
momento em que a e b entram num mesmo sistema”.11 Nesta perspectiva, os
romanos inseriram os judeus, os gregos, os egípcios, os sírios (por exemplo), em um
sistema padrão, que admite vários costumes para uma mesma legislação. No
entanto, uma vez inseridos os judeus no sistema romano, ocorre o que Hartog
chama de “inversão”, isto é, quando “não há mais a e b, mas simplesmente a e o
inverso de a”.12 Em Tácito, identificamos os inversos do que o mesmo chama de
“costumes”: “Moisés, para assegurar o futuro do povo, lhes deu seus novos ritos
contrários àqueles dos outros mortais”.13 Dessa forma, incrementa Hartog: “Quando

9
HARTOG, 1999, p. 229.
10
TÁCITO, Histórias, V, 4, tradução nossa. Em latim cf.: Profana illic omnia quae apud nos sacra,
rursum concessa apud illos quae nobis incesta.
11
HARTOG, 1999, p. 229.
12
HARTOG, ibid, p. 230.
13
TÁCITO, Histórias, V, 4, tradução nossa. Em latim cf.: Moyses, quo sibi in posterum gentem
firmaret, novos ritus contrariosque ceteris mortalibus indidit. Lembramos que, existem algumas
diferenças entre os costumes (tradições) e as Leis judaicas. Por exemplo, a festa da Páscoa não
seria um costume judaico, mas uma Lei, isto é, parte da Constituição do povo judeu, de caráter
obrigatório (segundo as fontes hebraicas – Bereshit, Shemot, Vayikrah, Bamidbar e Devarim, isto é, o
Pentateuco). Já a festa de Hanukah, que encena a vitória dos macabeus sobre os gregos, tornou-se
tradição, pois foi estabelecida após a determinação das Leis (no calendário judaico, em 1313 A.E.C.),
5

se trata dos costumes, a diferença transforma-se em inversão. Além disso, o


enunciado tem pretensões de universalidade: a inversão mede-se com relação ao
resto do gênero humano”.14
Assim, como Hartog nos mostra, devemos entender que, ao escrever “dos
outros mortais” ou “dos outros homens”, Tácito se insere na inversão, pois esses
“homens” estão significando “nós os romanos”. Logo, boa parte da retórica taciteana
inserida, principalmente, entre seus capítulos 2 e 5 do Livro V – espaço dedicado
pelo autor para a narrativa das origens e ritos judaicos, cuja atenção daremos em
breve neste artigo –, pode ser vista de acordo com esse segundo modelo de Hartog.

As origens do povo judeu

Entre os mais religiosos cristãos de nosso país, o questionar/duvidar das


informações literais presentes na Bíblia acerca da história de Israel está “quase” fora
de questão. Esse “quase” ainda é originado das teologias ensinadas por cada linha
de pensamento desses cristianismos no Brasil, e não são poucas. Significa dizer
que, cada vertente, possui algumas interpretações diferentes das outras, mas
poucas realmente questionam, nesse sentido problematizador, o texto literal. Na
verdade, essa função cabe mais aos historiadores do que aos teólogos e muito
menos aos fieis dessas vertentes. No entanto, admitir que existam textos paralelos
em importância, na interpretação do texto literal hebraico, já era uma prática de
grupos de judeus há mais de 2000 anos. Dos questionamentos realizados ao longo
de séculos de estudo do texto literal, surgiram coletâneas como o Talmud bavli, os
Midrashim e até mesmo o Zohar.
E em que, todo esse comentário, se relaciona com o Livro V de Tácito?
Devemos lembrar que, mesmos os historiadores, quando optam por estudar a
história de Israel, tem por base as informações hebraicas e judaicas. Mas, e se
levarmos em hipótese tardia, a não existência de documentos escritos deixados
pelos israelitas? Se dependêssemos apenas da Arqueologia para estudar os
hebreus, talvez jamais os encontrássemos, pois este nome (ivrit), ainda não foi
claramente “desenterrado”. No geral, saberíamos pouquíssimo sobre os ditos

sendo de caráter opcional. As tradições judaicas foram sendo inventadas e reinventadas ao longo de
muitos séculos, contudo, a Lei (Torá), permanece com seus mesmos preceitos (mitzvot), alguns ainda
em vigor e outros em “estado de pausa” – não cabe esse aprofundamento neste trabalho.
14
HARTOG, 1999, p. 230.
6

“reinados” de Israel e seus “famosos” nomes: David, Shlomo e Hizkiyahu. Povos


claramente mais “materiais”, como egípcios e mesopotâmicos, não dividiriam suas
atenções na historiografia com o pequeno povo do território israelita, pois este não
foi tão diverso em cultura material se comparado com ambos os povos mencionados
há pouco.
Com Tácito conheceríamos os judeus, assim como em Heródoto conhecemos
os citas um “povo” com um teor arqueológico menor do que egípcios e babilônicos.15
Mas não os israelitas. Também não entenderíamos se os judeus eram hebreus,
egípcios, etíopes ou sírios. Vamos buscar entender as origens dos judeus nas
narrativas de Tácito.
Como havíamos mencionado, a narrativa encontra-se entre os capítulos 2 e 5
do quinto livro de Histórias. Existe a necessidade narrativa, por parte de Tácito, em
relatar as origens de Jerusalém que estava prestes a ser subjugada pelas legiões
romanas de Tito. O autor quebra a sequência narrativa da conquista, para inserir
esse outro tema: o das origens. A primeira dúvida de Tácito sobre as origens dos
judeus é com relação a esse nome: Iudaeos. A solução encontrada por ele foi dizer
que, os judeus são descendentes dos ideos (Idaeos), que habitavam nas
proximidades do Monte Ida, e foram, refugiados da Ilha de Creta, para a Líbia, logo
após a derrota de Saturno para Júpiter. O nome Iudaeos, para ele, foi uma
barbarização judaica do nome Idaeos.16 Ao longo da narrativa, Tácito deixa a
entender sua preferência por esta hipótese. Esse capítulo 2, é basicamente
dedicado a narrativa dessas suposições – quiçá incluindo a do mesmo, como
dissemos. As outras três mencionadas possuem uma forte ligação com o Egito
mitológico. O nome Iudaeos pode ter sido oriundo de dois chefes: Hierosolymo e
Iuda, que lideraram povos de origem etíope que foram oprimidos nos tempos do rei
Cepheo.17 Tudo isso ocorreu durante o reinado de Ísis no Egito. Na terceira
especulação, Tácito informa que os assírios no Egito criaram cidades hebreias nas
fronteiras com a Síria.18 A terceira hipótese de Tácito foi vista por ele como ilustre,
pois era de origem homérica. Homero escreveu sobre os sólimos, devotos do deus
15
Neste caso, também não estamos levando em consideração os vastos trabalhos de Flávio Josefo,
mesmo este autor, tendo sido o historiador oficial da província da Judeia na época dos flavianos –
segundo o próprio.
16
Essa “barbarização” é dita quando um povo não greco-latino, como os judeus, modificam termos
gregos e latinos ao seu próprio idioma.
17
Na mitologia helena, Cefeu foi pai de Andrômeda. Contudo, essa Etiópia mitológica tem ligações
com a região da Fenícia.
18
Essa seria a região de Canaã, dominada pelos egípcios.
7

da guerra Ares. Segundo Tácito, foi deste nome que os judeus fundaram
Hierosolyma (Jerusalém, em grego) sua principal cidade.
A próxima proposição, que já se insere no capítulo 3, foi a mais acordada
pelos autores, nos informa Tácito. Todo o capítulo 3 é dedicado a narrativa dessa
hipótese. Em suma, os judeus eram egípcios leprosos, odiados pelos deuses. O
faraó Bocchorim (da XXIV Dinastia, século VIII A.E.C.), consultou o oráculo de Âmon
e foi aconselhado a expulsar esses impuros do Egito. Essas pessoas foram
capturadas e deixadas no deserto. Dentre eles, um homem que se autointitulou
“líder celestial”, chamado Moisés, instigou-os a parar de se lamentarem. Durante a
viagem errante no deserto, Moisés os ensinou a não adorar/confiar em deuses e
nem homens, mas acreditar em si mesmos. Com a sede, muitos passaram a morrer.
Moisés observou uma manada de asnos que pastava, foi até o local e feriu com uma
vara um gramado e de lá brotaram veios de água. Com as forças revigoradas,
marcharam por seis dias, afugentado os habitantes das terras. No sétimo dia, se
estabeleceram na Judeia, fundando sua capital e seu Templo.
Esses dois capítulos são utilizados por Tácito para inserir as suposições das
origens do povo da Judeia e de seu nome: judeus. Como pudemos observar, elas
nada se parecem com as famosas narrativas bíblicas. Diante de duas fontes
contrárias sobre um mesmo assunto, até mesmo um fiel religioso, que vive uma vida
comum, saberia argumentar contra as informações de Tácito. Mas a questão não é
essa. As fontes do autor são claramente gregas. Mesmo Flávio Josefo, o historiador
oficial da Judeia, aparenta não ter sido referência para Tácito. Aparentemente, as
produções de autores egípcios (de Alexandria) e gregos que conseguiam cidadania
romana, eram mais respeitadas do que outros de origem oriental, como Josefo. Até
mesmo os deuses e cultos de mistério que vinham do oriente e da África para Roma,
eram mal vistos por muitos patrícios, mas nem tanto pelos outros homens-livres e
escravos.
Podemos desvendar, a princípio, alguns mecanismos e referências que
Tácito, como historiador que estudou, na juventude, obras e métodos gregos de
narrativa, possa ter utilizado na construção de suas informações. A primeira delas é
o sincretismo de culturas, e neste caso, uma interpretatio da mitologia.19 Podemos
supor que Tácito tenha pretendido buscar em seu próprio conhecimento de

19
Os latinos e os gregos relacionavam, por exemplo, a deusa egípcia Ísis com suas deidades
femininas maiores: Deméter, Héra e Juno.
8

mitologia, as origens dos judeus. Isso já era uma prática dos helenos, desde o
século V A.E.C. com Heródoto, por exemplo.20 Seria uma tentativa de adequar b em
a, como diria Hartog na ótica da “inversão”. A outra observação que podemos fazer
é quanto as suas prováveis referências. Como dissemos Josefo não foi uma delas.
Muito provavelmente suas referências foram provenientes de autores que escreviam
em grego, de origem egípcia como Maneton (século III A.E.C.) e Queremon (século I
E.C.). Ambos escreveram uma “história do Egito” (Aegyptiaca). Lembremos que,
autores de escrita grega, já haviam produzido desde o século III A.E.C., informações
sobre a origem conturbada dos judeus, sendo os principais: Maneton, Diodoro
Sículo, Lisímaco, Apolônio Mólon, Ápion, Queremon, Demócrito e isso justifica a fala
de Tácito ao narrar no início do capítulo 3: “A maioria dos autores concorda que, no
Egito, havendo uma praga que desfigurava os corpos, o rei Bocehoris consultou o
oráculo de Âmon para pedir-lhe uma solução, e lhe foi ordenado purificar o reino e
transferir para outra terra, esses homens odiados pelos deuses.”21 Através de Flávio
Josefo em sua obra Contra Apionem, conhecemos os escritos de muitos desses
autores helenizados que produziram informações sobre o povo da Judeia. Para o
capítulo 3, por exemplo, a principal referência de Tácito pode ter sido Lisímaco.22
Nos próximos dois capítulos (4 e 5), teremos a narrativa dos ritos e costumes
judaicos.

Os ritos e costumes judaicos

O autor romano inicia sua narrativa com uma polêmica que já discutimos um
pouco em laudas passadas: a “retórica da alteridade”. Como já observamos, é neste
momento que Tácito nos informa da contrariedade dos ritos e costumes judaicos,
diante dos “outros homens”. Argumentando sua narrativa, o autor nos mostra
exemplos de ritos: adoram uma cabeça dourada de asno no Templo, pois foi o
animal sagrado que os ajudou a matar a sede no deserto; sacrificam carneiros para
zombar do deus Âmon; sacrificam bois para caçoar da adoração egípcia ao deus
Ápis; vejamos alguns costumes: não comem carne de porco, pois este animal

20
ELIADE, 1992, p. 6.
21
TÁCITO, Histórias, V, 3, tradução nossa. Em latim cf.: Plurimi auctores consentiunt orta per
Aegyptum tabe quae corpora foedaret, regem Bocchorim adito Hammonis oraculo remedium
petentem purgare regnum et id genus hominum ut invisum deis alias in terras avehere iussum.
22
Cf.: JOSEFO, Contra Apião, I, 12, p. 1458-59.
9

carrega a lepra em sua carne; fazem jejuns constantes para não se esquecerem da
fome no deserto; comem pão sem fermento para provar que tiveram suas colheitas
roubadas; estabeleceram o sétimo dia de descanso, seja por causa do dia em que
descansaram da jornada no deserto, seja em honra a Saturno e ao povo ideo, seja
devido a questões astrológicas ligadas ao número sete. No geral, Tácito narra,
nesse capítulo 4, os ritos/costumes que foram justificados pela sua “antiguidade”
(antiquitate defenduntur). Eis ai uma ligeira ideia de que os romanos eram
“piedosos”, ou seja, que respeitavam os cultos ancestrais. Mas o próprio Tácito não
perdoa os próximos ritos/costumes, narrados no capítulo 5.
Nas palavra de Tácito: “[...] os outros costumes, dominados pelo mal, são
sinistros e sujos.”23 Vamos então a esses costumes ditos “horrendos” por Tácito: O
mais criticado pelo autor, certamente, foi a falta de respeito que os judeus, que
viviam fora da Judeia, tinham para com seus “ritos ancestrais”. Mas o pior de todos
era ver que os sacerdotes do Templo, recebiam tributos de pessoas como essas e,
pior ainda, era ver como o Templo enriquecia às custas dessas ações abomináveis!
Outro comportamento questionado por Tácito, era o isolamento voluntário dos
judeus diante dos outros homens: não comiam com os outros, não dormiam com os
outros, ajudavam apenas a si mesmos e se casavam apenas com judias. Dessa
forma, “[alimentavam] um ódio hostil contra todos os outros homens.”24 Mas não
seriam somente essas coisas: faziam circuncisão para se distinguirem dos outros;
procuravam ter muitos filhos, não matando nenhum além da conta25; acreditavam na
eternidade da alma daqueles que sofriam por seus costumes.
Antes de continuarmos, vamos buscar esclarecer as informações acima.
Tanto a respeito da cabeça de asno, dos sacrifícios de bois e carneiros (com
aquelas justificativas), quanto a própria ideia da hostilidade dos judeus aos não
judeus, são opiniões retiradas das referências que Tácito pode ter utilizado, tais
como: Lisímaco, Apolônio Mólon, Ápion, Diodoro Sículo, dentre outros. Podemos

23
TÁCITO, Histórias, V, 5, tradução nossa. Em latim cf.: [...] cetera instituta, sinistra foeda, pravitate
valuere.
24
Idem, tradução nossa. Em latim cf.: sed adversus omnis alios hostile odium.
25
Nos casos de Grécia e Roma, havia um tipo de controle de natalidade chamado “exposição” de
crianças. Isso significava dizer que, algum casal que por uma série de motivos, não desejasse mais
filhos, essa criança indesejada, ao nascer, seria “exposta”, isto é, deixada para morrer em algum
lugar da cidade. Geralmente isso ocorria com meninas. Essa decisão era tomada pelo pai, sem o
consentimento da esposa (esta era considerada passiva na decisão). Muitas dessas crianças
“expostas” eram recolhidas por pessoas que buscavam por novos escravos, sendo esta, por exemplo,
uma das maneiras de se tornar seruus (escravo) no mundo romano.
10

perceber que, já havia uma discussão geral que se cobrava dos judeus o porquê da
abstinência da carne de porco. A associação da carne de porco a doenças como a
lepra vem de longe. Por sua vez, três termos são fundamentais para
compreendermos a estrutura conceitual da crítica taciteana (e das suas fontes
gregas), aos costumes/ritos judaicos. Precisamos atentar para os termos: religio,
superstitio e atheos.
A filosofia que mais se espalhou entre os romanos certamente foi o
estoicismo. Tácito não se define como estoico, mas em obras suas como Anais, o
autor deixa-se admirar por comportamentos de filósofos estoicos como Sêneca, tutor
de Nero, e Thrasea Paetus, membro do senado na era neroniana.26 A importância
de remetermos aos estoicos, está nas suas prováveis referências para falar dos
judeus. Se Tácito não se definia como estoico, boa parte dos autores helenizados,
que citamos acima, eram professores declarados. Informados dessa possibilidade,
podemos entender os três termos citados, uma vez que são característicos da
filosofia e leitura estoica – e também epicurista –, das culturas ditas “bárbaras” pelos
mesmos.
Os três termos estão intrinsecamente relacionados. Não podemos
compreender o posicionamento estoico/epicurista a respeito dos ritos/costumes não
greco-romanos, observando os mencionados termos de forma isolada. Vamos
explaná-los com brevidade: o termo de origem grega, atheos, deve ser entendido na
narrativa taciteana, como nos explica Epícuro (século IV A.E.C.):

Os deuses de fato existem e é evidente o conhecimento que temos


deles; já a imagem que deles fazem a maioria das pessoas, essa não
existe: as pessoas não costumam preservar a noção que têm dos
deuses. Ímpio não é quem rejeita os deuses que a maioria crê, mas
sim quem atribui aos deuses os falsos juízos dessa maioria. Com
efeito, os juízos do povo a respeito dos deuses não se baseiam em
noções inatas, mas em opiniões falsas. Daí a crença de que eles
causam os maiores malefícios aos maus e os maiores benefícios aos
bons. Imanados pelas suas próprias virtudes, eles só aceitam a
convivência com os seus semelhantes e consideram estranho tudo
que seja diferente deles (EPÍCURO, Carta sobre a felicidade, 2002).

O termo grego atheos, que pode ser traduzido por “ímpio”, era pertinente a
relação humana com os deuses (na visão dos helenos). Mas esta seria diferente da

26
GUARINELLO, 1996, p. 55-56.
11

que se tem nos dias de hoje.27 Portanto, foi nessa ótica de Epícuro, bem mais aceita
para o nosso contexto de estudo (Grécia e Roma), que os judeus foram acusados de
ateus e, por consequência, de possuírem leis supersticiosas, como estamos
percebendo. Por sua vez, o termo superstitio, aparece no âmbito das seguintes
críticas dessas filosofias: pessoas que temem demais seus deuses; que lidam com
feitiçaria e magia; que se chocam constantemente com a visão estoica/epicurista de
mundo; que praticam atos ditos sem lógica – como se abster de certas coisas (lícitas
para os romanos) sem uma explicação convincente; individualismo excessivo;
fanatismo pelo próprio costume; que erram suas práticas para com os deuses – e
quando acertam é religio, logo, este termo aparece, quando se respeitam os
costumes e ritos ancestrais (religiosus).28 No geral, o conceito de superstitio, foi bem
mais divulgado pelos autores dessas filosofias, do que qualquer outra categoria de
escritores/oradores.29
Com a popularidade desses conceitos, por exemplo, na era de Domiciano, os
próprios estoicos, junto com os astrólogos, ambos foram considerados “filosofias”
ilícitas ao Império, sendo banidas de Roma e posteriormente da Itália (foi um período
de “intolerância” às superstições – que incluíam com frequência judeus e cristãos).
Lembramos que, a pax deorum, buscava evitar conflitos entre os devotos das mais
variadas divindades que existiam nos territórios do Império. Essas poucas
superstições, geralmente, também estavam incluídas nesse “acordo dos deuses”.30
Logo, podemos pressupor que tal “perseguição” aos estoicos no final do século I
E.C., possa ter sido derivada de uma ordem pessoal do imperador, pois, no século
II, os estoicos retornam a Roma, sendo o próprio imperador Marco Aurélio (161-180
E.C.) um filósofo estoico.
Vamos retomar a narrativa de Tácito, do capítulo 5, sobre os costumes
judaicos, tendo internalizado as discussões conceituais realizadas acima. O autor
romano segue sua descrição, mencionando também sobre os costumes funerários
judaicos, que, em sua leitura, são os mesmos dos egípcios. Dentre essas
semelhanças, está a preferência pelo sepultamento, ao invés da cremação, bem
27
Ateu, em nossos dias, designa não acreditar, primeiramente, no deus dos cristãos (e nos credos da
religião em si) – um herege; depois subentende aquele que não pratica nenhuma religião, sendo mais
“devoto” das Ciências; por último, aqueles que não respeitam a prática religiosa de seu próximo –
pseudo-críticos de livros sagrados.
28
MATA, 2010, p. 126.
29
VEYNE, 2009, pp. 168; 190-92.
30
Dentre essas poucas superstições destacamos: as africanas (de Ísis e Serápis, no Egito), orientais
(judaísmo, mitraísmo e cristianismo, por exemplo) e célticas (“druidismo”).
12

como o tratamento aos corpos e às concepções acerca do mundo inferior, são os


mesmos. Com essa argumentação, Tácito prolonga, na historiografia latina, a ideia
de autores anteriores que defendiam a tese que apresenta os judeus como sendo de
origem egípcia. Mas nem tudo é mesmice. Tácito deixa claro, certas diferenças
cruciais entre egípcios e judeus: estes não adoram nem adotam imagens como
ídolos em todas as suas cidades, nem prestam honras (por meio de estátuas ou
bustos) aos césares. O deus dos judeus era adorado através da mente, sendo
irrepresentável por materiais terrenos. O culto festivo dos sacerdotes judeus era
sórdido e absurdo, mesmo utilizando flautas e tambores e sendo ligeiramente
semelhante aos bacanais (Líber Pater), uma vez que, esses sacerdotes se
adornavam com coroas de hera e na conquista de Tito, foram encontradas videiras
douradas no interior do Templo em Jerusalém.
Em suma, foram estes os principais elementos que constituíram a narrativa
taciteana sobre os ritos/costumes judaicos há mais de 1900 anos. Além desses,
Tácito ainda nos presenteia com um comentário sobre os prosélitos judeus de sua
época: “Quem se converte aos seus costumes, se comporta da mesma maneira e,
antes de tudo, [os judeus] os ensinam a desprezar os deuses, a renegar a pátria, e a
não terem nenhuma consideração nem aos filhos, nem aos pais, nem aos irmãos”.31

CONCLUSÃO

Após toda essa breve análise, podemos concluir que, parte do olhar de
Tácito, para com os judeus, ocorre, como menciona Hartog, pelo “princípio da
inversão”, no qual o narrador descreve o outro inserido em seu próprio sistema (a e
o inverso de a). Esse princípio pode ser exemplificado quando o autor romano
escreve: “contrário aos de todos os outros homens”, significando, “contrário a nós
romanos”. É um tipo de retórica que “esconde” a origem da comparação. Além disso,
notamos um pouco da influência estoica (devido as suas prováveis referências) no
modo como o autor busca apresentar os costumes judaicos, isto é, utilizando termos
como: superstição32 e absurdo33, uma vez que, os defensores do estoicismo,

31
TÁCITO, Histórias, V, 5, tradução nossa. Em latim cf.: Transgressi in morem eorum idem usurpant,
nec quicquam prius imbuuntur quam contemnere deos, exuere patriam, parentes liberos fratres vilia
habere.
32
“[...] endurecidos à superstição e adversos à religião [...]” (TÁCITO, Histórias, V, 13, tradução
nossa). Em latim cf.: [...] gens superstitioni obnoxia, religionibus adversa [...].
13

analisavam frequentemente o comportamento das pessoas diante das mais variadas


situações, tais como: diante dos deuses, da morte, das dificuldades (exemplos).
Chegamos à conclusão de que, em sua narrativa, Tácito não está declarando uma
particular hostilidade e uma declarada aversão ao mundo judaico, uma vez que esse
modelo de escrita apresentada por ele foi bastante comum, no momento em que
gregos e latinos pretendiam fazer etnografia de outros povos – e esses povos eram
geralmente vistos como bárbaros e não civilizados.34 Entendemos também o motivo
de Tácito ter dedicado uma parte de sua escrita para falar dos judeus e suas coisas.
Isso se deu no momento em que o autor romano pretendia mencionar, de acordo
com sua narrativa em Histórias, sobre o general Tito, o filho de Vespasiano, de
quem o autor construiu uma boa imagem na historiografia romana.
Portanto, através deste trabalho, mostramos uma viável hipótese de como as
informações sobre os judeus chegariam até nós, por meio da leitura grega e romana,
levando em consideração a não existência de todos esses livros e documentos
hebraicos e judaicos (e da própria não existência de judeus e quiçá cristãos e
muçulmanos, nos tempos atuais), cristalizados na mentalidade do homem religioso e
da sociedade contemporânea em geral.

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33
“[...] Iudaeorum mos absurdus sordidusque” (TÁCITO, Histórias, V, 5).
34
Por exemplo, esse “aparente” repúdio, também ocorria com os egípcios: “os egípcios vivem num
clima outro (héteros), às margens de um rio diferente (állos) de todos os outros rios, e ‘adotaram
também, em quase todas as coisas, modos e costumes que são o inverso (émpalin) dos de todos os
outros homens’” (HESÍODO apud HARTOG, 1999, p. 230). Hesíodo foi um grego que viveu por volta
do século VII A.E.C.. Cf.: HESÍODO. Os trabalhos e os dias, 225-237. Esse “todos os outros
homens”, subentende, “dos gregos”, no modelo da “inversão” de Hartog.
14

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