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ARTIGOS DE REVISAO

Homocisteína: Um fator de risco


vascular*
Homocysteine: A vascular disease disease Risk Factor*
Paulo Moacyr Triches Dias(1), Agda Mezzomo(2), Carolina Peteffi (2), Daniela Renata Pezzi(2).
Rev. Cient. AMECS
2001, 10, 1 - 53 - 58

SINOPSE
A doença vascular, em todas suas apresentações, constitui uma causa significativa de morbidade e
mortalidade em ambos os sexos, sendo de distribuição universal. Atualmente, é fundamental o investimento
em métodos de prevenção primária da doença aterosclerótica, visto que a maioria dos fatores de risco são
passíveis de profilaxia.
Além dos fatores de risco para doença vascular amplamente estudados, emerge uma causa independente
que tem sido cada vez mais pesquisada: a homocisteína.
A hiper-homocisteínemia atua na gênese da doença cardiovascular através de vários processos
relacionados ao mecanismo da coagulação, à lesão endotelial direta e à interação com lipoproteínas e
substâncias vasodilatadoras e vasoconstritoras.
A reversão dos altos níveis séricos de homocisteína atua beneficamente e com o intuito de prevenir as
inúmeras alterações decorrentes de sua existência. Tem-se enfatizado o uso de ácido fólico, vitamina B6 e
vitamina B12 para esse propósito. As dosagens recomendadas, no entanto, ainda são tema de discussão.
UNITERMOS: homocisteína; doença vascular; fator de risco; aterosclerose; prevenção.
SYNOPSIS
The vascular disease, in all it’s representations, contitutes a significative cause of morbity and mortality
all around the world. Nowadays it is essential to invest in prophylatic methods of atherosclerotic disease,
since the majority of risk factors can be prevented.
Besides the widely studied risk factors of vascular disease, a new, independent factor, which has been
researched extensively, has emerged: the homocysteine.
The hyperhomocysteinemia acts at the geneses of cardiovascular disease through processes related to
coagulation mechanism, directaly endotelial lesion and interaction with lipoproteins and vasodilatador and
vasoconstrictors substances.
The decrease of high basal homocysteine levels is conected with beneficial effects, preventing the
atherosclerotic cardiac disease. The use of folic acid, vitamins B6 and B12 have also been emphasized.
However, the recommended dosage is still a matter under discussion.
KEY WORDS: homocysteine; vascular disease; risk factor; atherosclerosis; prevention.
(1) Médico Cardiologista , Professor da Disciplina de cardiologia da Faculdade de Endereço para separatas e correspondências:
Medicina Universidade de Caxias do Sul Agda Mezzomo
(2) Acadêmicos do curso de graduação em Medicina da Universidade de Caxias do Sul Rua La Salle, 973 / 201
* Trabalho realizado na disciplina de Cardiologia da Faculdade de Medicina da 95020-100 - Caxias do Sul - RS
Universidade de Caxias do Sul e-mail: agdamezzomo@aol.com

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HOMOCISTEÍNA: UM FATOR DE RISCO VASCULAR

INTRODUÇÃO no metabolismo da metionina e homocisteína. O ácido


fólico e a cianocobalamina (vitamina B12) regulam
Os fatores de risco para doença arterial
coronariana mais conhecidos como tabagismo, as vias metabólicas catalisadas pelas enzimas
diabetes melito, dislipidemia, hipertensão arterial, metilenotetraidrofolato redutase (MTHFR) e
obesidade, sedentarismo, estresse, aumento do metionina sintetase, respectivamente, enquanto a
fibrinogênio e história familiar positiva não piridoxina (vitamina B6) é um cofator para a
cistationina-b-sintetase (CBS). Vários estudos têm
conseguem explicar todos os casos, incentivando a
mostrado uma relação inversa entre as concentrações
busca de outros fatores, dentre os quais se destaca a
hiper-homocisteinemia(1) . sangüíneas de homocisteína e os níveis plasmáticos
Há quase trinta anos, Kilmer McCully de ácido fólico, vitamina B6 e vitamina B12(4).
observou a relação entre o aumento sérico de CAUSAS DE ALTERAÇÃO
homocisteína e o desenvolvimento de lesões O aumento do nível sérico de homocisteína
vasculares em uma criança que apresentava um raro pode ser atribuído a diversos fatores, dentre os quais
defeito na via metabólica da vitamina B12. As lesões destacam-se:
diferiam das alterações ateroscleróticas usuais, visto 1. Fatores hereditários: Elevações severas dos
que continham muito pouco lípides e eram rodeadas níveis séricos de homocisteína usualmente são
por uma proliferação intensa do tecido conectivo resultado da deficiência homozigótica da CBS.
perivascular(2). Esse foi apenas o primeiro passo para Pacientes homozigotos para deficiência de CBS
uma série de estudos buscando associação entre a desenvolvem a clássica síndrome de homocistinúria,
hiper-homocisteinemia e várias patologias. incluindo doença vascular prematura e trombose,
Atualmente, estão cada vez mais evidentes retardo mental e anormalidades esqueléticas(2) .
as relações entre o aumento do nível sérico de A deficiência das enzimas da via de remetilação
homocisteína e a aterosclerose(3). também podem resultar em hiper-homocisteinemia.
HOMOCISTEÍNA Pacientes com deficiência homozigótica da MTHFR
não apresentam atividade enzimática, vindo a
A homocisteína é um aminoácido sulfurado,
desenvolver aumento sérico de homocisteína e
rapidamente oxidado no plasma a dissulfito
homocisteína e cisteína-homocisteína. síndrome clínica, consistindo de disfunção
neurológica, retardo psicomotor, epilepsia e
METABOLISMO neuropatia periférica. Deficiência homozigótica dessa
Apesar da ingesta dietética total de proteína enzima ocorre na população numa taxa de 1/10 da
e metionina não se relacionar significativamente com deficiência de CBS(2).
a homocisteína sangüínea, uma única dose oral de 2. Idade: Os níveis de homocisteína aumentam
metionina (100mg/kg) pode elevar os níveis de com a idade, independentemente do sexo. Isso é
homocisteína e, conforme será descrito a seguir, isso secundário à queda dos níveis dos cofatores
tem sido usado como um teste diagnóstico para vitamínicos, resultando na redução da atividade
detectar defeitos no metabolismo dessa substância. enzimática na via metabólica ou à coexistência de
Tendo em vista que mudanças significativas têm sido doença renal(1).
observadas no período pós-prandial, é de hábito se 3. Sexo: O sexo masculino possui níveis mais
obterem medidas em estado de jejum (níveis normais altos de homocisteína, mas a concentração em
entre 5 e 15mmol/l). Hiper-homocisteinemia mulheres tende a aumentar após a menopausa. Esses
moderada, intermediária e severa se referem a efeitos poderiam ser explicados pela ação dos
concentrações entre 16 e 30, 31 e 100 e acima de hormônios sexuais no metabolismo dessa substância
100mmol/l, respectivamente(1). e pelos maiores valores de creatinina e massa
Muitas vitaminas funcionam como cofatores muscular encontrados no homem(1).

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4. Função Renal: Existe uma boa correlação 26 homens, 2-3 meses após infarto agudo do
entre os níveis séricos de homocisteína e creatinina. miocárdio e observaram uma elevação significante
Pacientes com insuficiência renal crônica ou em nos níveis de homocisteína em relação aos controles.
diálise possuem concentrações de homocisteína sérica Por outro lado, utilizando-se de metodologia similar,
duas a quatro vezes maiores que os valores normais. investigadores suecos não puderam observar
Acredita-se que esses valores resultam de distúrbios diferenças(2).
no metabolismo e não de dificuldades na excreção A maior parte dos relatos publicados descrevem
de homocisteína(1). níveis elevados de homocisteína em pacientes com
5. Outras Doenças: Psoríase, neoplasias doença coronariana. Em vários desses estudos, a
malígnas, leucemia linfoblástica aguda alteram a hiper-homocisteinemia foi considerada como fator de
homocisteinemia(1). risco independente, mesmo dentro dos níveis
6. Medicamentos: A concentração de considerados normais(2).
homocisteína pode ser aumentada por drogas que A gravidade da aterosclerose e trombose em
afetam o metabolismo do folato ou da vitamina B12, pacientes com doenças em membros inferiores
incluindo metotrexate, fenitoína, carbamazepina e também têm sido associadas à hiper-
óxido nitroso. A azaribina aumenta a concentração homocisteinemia. Segundo den Heijer e
de homocisteína por inibição da vitamina B6. A colaboradores(9), a hiper-homocisteinemia aumenta
combinação de colestipol e niacina e o uso de duas a três vezes o risco de trombose venosa. Franken
diuréticos também podem levar a hiper- e colaboradores(10) descreveram que, em pacientes
homocisteinemia. Menores concentrações de com doença aterosclerótica prematura, é
homocisteína podem ser vistas em pacientes freqüentemente encontrado hiper-homocisteinemia,
utilizando contraceptivos orais contendo estrogênio que pode ser reduzida ao normal em virtualmente
e naqueles tomando penicilamina(5). todos os casos com tratamento com vitamina B6,
ácido fólico e betaína. Fermo e colaboradores(11)
DOENÇAS VASCULARES concluíram que a hiper-homnocisteinemia moderada
Atenção crescente tem sido dada à hiper- pode ter significância patogênica na doença oclusiva
homocisteinemia como um fator etiológico- arterial e venosa, podendo ser incluída em distúrbios
metabólico para a doença vascular prematura e hereditários.
trombose. Wilcken e Wilcken(6) foram os primeiros A hiper-homocisteinemia pode também estar
investigadores que compararam níveis de envolvida em outras patologias que levam a doenças
homocisteína em pacientes com doença vascular vasculares, parecendo estar associada com doença
aterosclerótica com controles. Homens abaixo de 50 macrovascular em pacientes com diabetes não-
anos de idade, com doença coronária documentada insulino dependentes. Também parece ser fator de
por angiografia, tinham níveis de homocisteína- risco independente para doença vascular em pacientes
cisteína após carga oral de metionina maiores do que urêmicos e nos tratados com hemodiálise, também
indivíduos com artérias coronárias normais. estando presente em pacientes receptores de
Num estudo Murphy-Chutorian e transplante renal(2,12,13).
colaboradores(7) estudaram 138 homens com idade Os efeitos tóxicos diretos da homocisteína nas
entre 31 e 65 anos que foram ao seu centro para células endoteliais têm sido substanciados por vários
cateterização cardíaca. A homocisteinemia após carga investigadores, estando presente em pacientes jovens
de metionina foi definida como fator de risco para com doença arterial periférica oclusiva e hiper-
doença coronária, independentemente de idade, fumo, homocisteinemia(2,12,13).
hipertensão, diabetes melito e colesterol sérico. Uma relação muito pouco entendida entre os
Olszewski e Szostak(8) mediram os níveis totais de metabolismos do colesterol e da homocisteína podem
homocisteína usando o método da hidrólise ácida, em representar uma explicação adicional para a

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aterosclerose induzida pela homocisteína. Boushey A HPLC é a metodologia de referência em


e colaboradores(14) sumarizaram um grande número que se colhe sangue com o paciente em jejum de,
de evidências convincentes, associando níveis pelo menos, quatro horas. Coletam-se 4ml de plasma
elevados de homocisteína e de doença vascular e, com EDTA e, após centrifugação, pelo menos 2ml
baseados nos dados da literatura, concluíram que o de plasma serão congelados e analisados por essa
aumento de 5mmol/l nos níveis de homocisteína total técnica(1).
conferia o mesmo aumento de risco para doença Os níveis de homocisteína, após o teste de
vascular que um aumento de 20mg/dl nos níveis de sobrecarga de metionina, podem determinar os
colesterol total(2). pacientes de alto risco que apresentam níveis basais
normais de homocisteína com hiper-homocisteinemia
PATOGÊNESE NA apenas pós-sobrecarga. O teste mede a homocisteína
ATEROSCLEROSE antes e após a ingesta de 100mg de metionina
Os mecanismos fisiopatológicos envolvendo a (dissolvida em suco de laranja) por kg de peso. Apesar
homocisteína e doenças vasculares estão relacionados de múltiplas estratégias de coleta de amostras terem
a vários processos: sido descritas, o teste de duas horas tem sido validado
 lipoperoxidação do LDL colesterol com extensivamente e parece mais prático que a
formação de peróxido de hidrogênio; amostragem de sangue mais tardia. Pela falta de
 lesão das células endoteliais da parede arterial evidências dos benefícios de uma resposta reduzida,
com estímulo da resposta de macrófagos e aceleração o valor clínico desse teste permanece incerto, ficando
da aterosclerose; o mesmo reservado para fins experimentais(3,4,15).
 inibição da síntese de heparan sulfato e trombo
modulina fundamentais para a atividade PREVENÇÃO E TRATAMENTO
anticoagulante; Com base na aparente relação entre a
 diminuição da atividade tecidual do homocisteína plasmática, o risco de doença
plasminogênio reduzindo a atividade antitrombótica cardiovascular e a influência do ácido fólico na
do endotélio; homocisteinemia, Boushey et al.(14) sugeriram que um
 diminuição da síntese de células endoteliais aumento de 350mg/dia na ingesta de ácido fólico para
pelo estímulo à proliferação das células musculares homens e 280mg/dia para mulheres poderiam
lisas da parede arterial; prevenir 30.500 e 19.000 mortes por doença vascular
 inibição da antitrombina III e da atividade anualmente em homens e mulheres, respectivamente.
anticoagulante da proteína C; Estudos demonstram que a suplementação
 estímulo da expressão do fator V, fator tissular com ácido fólico em doses entre 0,2 e 15mg/dia
e tromboxanos; podem diminuir os níveis plasmáticos de
 inibição da liberação de óxido nítrico como homocisteína sem toxicidade aparente. Com base na
fator de relaxamento da parede vascular(3,15,16) . metanálise de 12 ensaios clínicos estimou-se que uma
redução de 25% na concentração de homocisteína
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL pode ser conseguida com uma suplementação de 0,5
A dosagem de homocisteína é restrita aos a 5,7mg de ácido fólico por dia e que uma queda
trabalhos de pesquisa. No Brasil, há dificuldade na adicional de 7% tem sido observada após a adição de
preparação dos laboratórios e o custo é muito elevado. vitamina B12 entre 0,02 a 1mg/dia. Entretanto, na
Vários métodos podem ser usados para a ausência de estudos prospectivos e ensaios
avaliação da concentração sérica de homocisteína, controlados com placebo, os benefícios clínicos de
incluindo cromatografia gasosa, enzima imunoensaio, tais informações ainda são desconhecidos(4,15).
fluorescência polarizada e cromatografia líquida de Uma publicação recente do Food and Nutriton
alta performance (HPLC)(3). Board of the Academie of Sciences Institute of

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Medicine tem recomendado um limite superior de ácido fólico de 80 para 100mg/dia em mulheres em
1mg de ácido fólico por dia com base na possibilidade idade fértil e de 70 para 120mg/dia em indivíduos
de que doses maiores podem mascarar os sinais de acima de 50 anos. Ainda precisa ser determinado se
deficiência de vitamina B12. Essa mesma instituição esse nível de fortificação irá baixar a homocisteína
recomenda diariamente doses de ácido fólico, em pacientes com doença arterial coronariana.
vitamina B6 e vitamina B12 de 400mg, 1,7mg e Entretanto, como descrito os produtos com cereais
2,4mg, respectivamente(4,15). têm demonstrado, recentemente, diminuir a
Como uma proporção significativa da homocisteína em pacientes com doença arterial
população não ingere as recomendações diárias de coronariana quando os mesmos são enriquecidos com
folato, é recomendado um aumento na ingesta dessas 4 a 5 vezes os níveis recomendados pelo U.S.
vitaminas. Entre as principais fontes destacam-se: F.D.A(4,15).
 folato: cereais prontos fortificados, vegetais de Outras vitaminas também podem influenciar
folhas verdes, frutas e legumes; nos níveis plasmáticos de homocisteína. A ingesta
 vitamina B6: cereais prontos fortificados, frutas diária de 0,6mg de riboflavina (vitamina B2), uma
não cítricas, carnes de aves e gado, certos vegetais vitamina que pode funcionar como um cofator da
(feijão, aspargo, repolho e alcachofra); MTHFR , resulta em modestas reduções na
 vitamina B12: cereais prontos fortificados, carne homocisteína (0,475mmol/l), e doses farmacológicas
de gado, aves e peixes(4,17). de ácido nicotínico (3.000mg/dia) podem causar
As modificações dietéticas propostas acima elevações significativas(4).
poderiam resultar em níveis elevados de vitaminas e, Atualmente, tem se estudado novos agentes que
talvez, diminuir os níveis de homocisteína. Entretanto, talvez reduzam a homocisteína, dentre os quais
como 10 a 30% das pessoas mais velhas podem destacam-se: betaína, colina, contraceptivos orais, N-
absorver mal a vitamina B12 de fontes alimentares, é acetilcisteína e penicilamina. Como os efeitos do uso
recomendável para aqueles acima de 50 anos que dessas drogas na morbidade e mortalidade vascular
obtenham a sua recomendação diária consumindo, ainda não foram avaliados, seu emprego nos pacientes
principalmente, alimentos fortificados em B12 ou com altos níveis de homocisteína ainda pemanece
suplementos vitamínicos contendo essa vitamina. especulativo(5).
Além disso, com base nas relativas diferenças de
biodisponibilidade, os guias de recomendação diária DISCUSSÃO
para adultos equivalem 100mg de ácido fólico em A homocisteína guarda correlação
alimentos não fortificados, a 60mg em alimentos significativa na gênese da doença vascular
fortificados e a 50mg em suplementos. Os usuários aterosclerótica. Atualmente sabe-se que, mesmo
de suplementos multivitamínicos, em estudos aumentos leves a moderados da homocisteína, devem
observacionais, têm níveis mais baixos de ser vistos como fator de risco independente para a
homocisteína e maiores concentraçãoes de ácido doença, tendo um importante valor preditivo na morte
fólico e vitaminas B6 e B12(4). por coronariopatias.
Uma abordagem complementar tem sido Destacam-se como causas do aumento sérico
instituída desde janeiro de 1998: o U.S. Food and da homoscisteína: fatores hereditários, fatores
Drug Administration (FDA) emitiu normas nutricionais por deficiência na ingesta ou absorção
requerendo que todos os grãos de cereais fossem de ácido fólico, vitamina B6 e B12, sexo masculino
fortificados com ácido fólico em uma concentração e o avançar da idade. Outras patologias também são
de 140mg/100g de grãos, a fim de se prevenir espinha citadas, além de algumas drogas, como fenitoína,
bífida ou outros defeitos no tubo neural ao metotrexate, carbamazepina, entre outras, que elevam
nascimento. Tem sido estimado que esse grau de a concentração dessa substância no sangue.
enriquecimento aumentaria a ingesta dietética de Os defeitos aterogênicos da homocisteína são

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HOMOCISTEÍNA: UM FATOR DE RISCO VASCULAR

relacionados com a citotoxicidade direta, disfunção com dieta, ou na suplementação de doses de ácido
endotelial, inibição do óxido nítrico, oxidação de fólico, vitamina B6 e vitamina B12. Atualmente
lipoproteína, aumento da adesividade plaquetária e vários estudos estão em andamento, com vistas à
ativação de fatores de coagulação. verificação da redução do risco cardiovascula. Com
O diagnóstico consiste na dosagem isolada da essas medidas, pretende-se buscar uma maior
homocisteína, ainda não realizada de rotina, consistência na participação da homocisteína no
reservando-se o teste de sobrecarga com metionina, processo vascular degenerativo aterosclerótico e,
para os casos limítrofes ou duvidosos, elevando principalmente, um manejo adequado, ou seja, a
significativamente a sensibilidade do exame. profilaxia e tratamento das pessoas com
A prevenção e o tratamento da hiperhomocisteinemia.
hiperhomocisteinemia consiste na ingestão adequada

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