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ARTIGO ARTICLE 835

Projeto Diagnóstico da Farmácia Hospitalar


no Brasil: uma proposta de hierarquização
dos serviços

The Hospital Pharmacy Survey in Brazil:


a proposal for hierarchical organization of
hospital pharmaceutical services

Ana Márcia Messeder 1


Claudia Garcia Serpa Osorio-de-Castro 2
Luiz Antonio Bastos Camacho 2

Abstract Introdução

1 Secretaria de Ciência,
This paper discusses the development of a meth- A avaliação é uma prática habitual do homem,
Tecnologia e Insumos
Estratégicos, Ministério da odological approach to classify hospital phar- inerente ao processo de aprendizagem 1. No sen-
Saúde, Brasília, Brasil. macies according to their performance, mea- tido mais amplo, avaliar insere a idéia de atribuir
2 Escola Nacional de Saúde
sured by structure and process indicators. The valor a algo, sem compromisso com o fundamen-
Pública Sergio Arouca,
Fundação Oswaldo Cruz, method considers the influence exerted on per- to do juízo ou com método específico 2. No sen-
Rio de Janeiro, Brasil. formance by the level of care in the hospital and tido estrito de avaliar serviços ou programas, isto
the interdependence among pharmaceutical ac- é, avaliar intervenções sociais, podemos defini-la
Correspondência
A. M. Messeder tivities. Algorithms for assessing performance of como os “procedimentos que, apoiados no uso do
Coordenação Geral de hospital pharmacies were constructed for each método científico, servem para identificar, obter e
Planejamento, Articulação
level of care. Different weights were used for core proporcionar a informação pertinente e julgar o
e Gestão de Programas,
Departamento de Assistência activities in the pharmacy and other specific ac- mérito e o valor de algo de maneira justificável”
Farmacêutica e Insumos tivities, according to the level of care in the hos- (Aguilar & Ander-Egg, 1994, apud Uchimura &
Estratégicos, Secretaria
de Ciência, Tecnologia
pital where the respective service was provided. Bosi 2; p. 1562), o que costuma se chamar de ava-
e Insumos Estratégicos, This methodology allowed classifying hospital liação sistemática.
Ministério da Saúde. pharmacies from best to worst, based on per- Uma prática avaliativa ainda amplamente di-
Esplanada dos Ministérios,
Bloco G, sala 830, Brasília,
formance. Independently of level of care in the fundida e que apresenta caráter eminentemente
DF 70058-900, Brasil. hospital, no hospital pharmacies were classified técnico é a avaliação normativa. A lógica con-
ana.messeder@saude.gov.br as high-performance, and more than 50% were ceitual, a ênfase em relações de causa-efeito, a
classified as low-performance. objetividade quantitativa e a replicabilidade são
as principais vantagens desse tipo de avaliação.
Evaluation; Health Services Evaluation; Hospi- No entanto, para que se possa obter conclusões
tal Pharmacy Service mais consistentes sobre a qualidade dos serviços,
questões relacionadas com o contexto dos mes-
mos devem também ser consideradas 3.
O projeto Diagnóstico da Farmácia Hospita-
lar no Brasil foi um estudo de âmbito nacional,
desenvolvido para suprir a carência de informa-
ções sobre a situação dos serviços de farmácia
hospitalar. Na sua primeira fase, já realizada,
constituiu-se como uma avaliação normativa de

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estrutura e processo, utilizando-se da abordagem mado por aqueles que possuíssem mais de 20
de análise de sistemas de Donabedian, baseada leitos 6. O ponto de corte foi escolhido a partir de
no tripé estrutura-processo-resultados 4. um consenso de especialistas, que considerou
No desenvolvimento da primeira fase do pro- que hospitais com vinte ou menos leitos teriam
jeto, algumas questões importantes não foram menor probabilidade de apresentar um serviço
finalizadas, o que impediu a hierarquização dire- de farmácia hospitalar 5.
ta dos serviços segundo desempenho ao final da A seguir, os hospitais foram divididos em es-
análise. Para o desenvolvimento da segunda fase tratos segundo os critérios de natureza jurídica
do projeto, que incluirá um estudo de casos dos (público, privado, filantrópico e universitário) e
resultados, faz-se necessário hierarquizar os ser- complexidade (com e sem UTI). O tamanho de
viços participantes segundo estrutura e processo, amostra, calculado para estimativas conservado-
de modo a selecionar as unidades de diferentes ras de proporções (0,50), com precisão de 0,06 e
níveis de desempenho, complementando-se a nível de confiança de 95%, foi de 250 hospitais. O
estratégia original de avaliação. número de hospitais em cada estrato foi selecio-
As questões de maior destaque são a influên- nado aleatoriamente, mantendo a proporcionali-
cia da complexidade hospitalar sobre complexi- dade de cada estrato no universo de hospitais 7.
dade da farmácia hospitalar e as inter-relações Criou-se um modelo lógico para as atividades
entre as atividades desenvolvidas pelo serviço de de farmácia hospitalar (Tabela 1), e, com base
farmácia hospitalar 3. nesse modelo, foram definidos, por consenso de
Estima-se que o nível de complexidade dos especialistas, 62 indicadores distribuídos con-
serviços ofertados pelo hospital influencie a na- forme os componentes estabelecidos no mode-
tureza e a complexidade das atividades realizadas lo – gerenciamento, seleção de medicamentos,
pelo serviço de farmácia hospitalar. Na primeira logística (programação, aquisição e armazena-
fase do projeto, entretanto, o critério, simplifi- mento), distribuição, informação, seguimento
cado, usado para complexidade hospitalar foi a farmacoterapêutico, farmacotécnica, ensino e
presença de leitos de unidade de terapia inten- pesquisa 5.
siva (UTI), o que se demonstrou insuficiente e O instrumento de coleta utilizado foi um
inadequado 3. questionário composto por duas partes princi-
Estima-se que a interdependência das ativi- pais: a primeira, de caracterização geral do hos-
dades também influencie diretamente o desem- pital, a ser respondida pelo diretor clínico ou seu
penho do serviço. A realização inadequada de representante, e a segunda, correspondente à
uma atividade pode influenciar negativamente farmácia hospitalar, a ser respondida pelo res-
a realização de outras atividades. Por outro la- ponsável pelo setor. Após a realização do pré-tes-
do, a realização, mesmo que adequada, de uma te, o questionário final contemplou 224 pergun-
atividade desnecessária para o grau de comple- tas, abordando aspectos de estrutura e processo
xidade do contexto hospitalar em que o serviço dos serviços 5.
está inserido pode dificultar o desenvolvimento O processo de análise se baseou no mode-
adequado das atividades essenciais. Na primeira lo lógico supracitado. Todas as variáveis foram
fase do projeto, essa perspectiva não foi conside- tabuladas, tendo os respectivos indicadores si-
rada, tendo os indicadores descritores das ativi- do calculados. Durante o processo de análise,
dades sido analisados de modo independente, identificou-se a necessidade de elaborar novos
na maioria das vezes 3. indicadores, desdobramentos dos originais, para
O objetivo do presente trabalho é desenvolver esclarecer questões que não se encontravam cla-
método de análise do desempenho dos serviços ramente representadas. Uma planilha expandida
de farmácia hospitalar, considerando o nível de de 82 indicadores foi gerada 5.
complexidade do hospital em que está inserido No presente trabalho, os 250 hospitais ana-
e a interdependência das atividades, com vistas lisados foram reclassificados com relação ao
à hierarquização dos serviços em termos dos ele- critério de complexidade. Para tanto, utilizou-se
mentos de estrutura e processo. aquele estabelecido pela Portaria Técnica nº. 569,
da Secretaria de Assistência à Saúde do Ministério
da Saúde, de 19 de agosto de 2002, que atualizou
Metodologia a tabela de níveis de hierarquia dos serviços de
saúde do Cadastro Nacional de Estabelecimen-
O estudo utiliza-se da amostra representativa de tos de Saúde (CNES) 8. Os hospitais foram classi-
hospitais do Diagnóstico da Farmácia Hospitalar ficados nos níveis que representam serviços que
no Brasil 5. Do banco de 6.449 hospitais brasilei- realizam procedimentos hospitalares (5 ao 8),
ros, cadastrados pelo Ministério da Saúde, em por meio de consulta ao CNES 9. A amostra assim
1998, foi constituído o universo de estudo, for- classificada foi investigada quanto à manuten-

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PROPOSTA DE HIERARQUIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE FARMÁCIA HOSPITALAR 837

Tabela 1

Modelo lógico para as atividades de farmácia hospitalar.

Componente
Gerencia- Seleção Logística Informação Distribuição Seguimento Farmaco- Ensino e
mento de medi- de medica farmacote- técnica pesquisa
camentos mentos rapêutico

Objetivo da • Prover a • Definir me- • Suprir a de- • Disponibilizar • Disponibilizar • Assegurar o • Adequar • Formar
implantação estrutura orga- dicamentos manda de informação os medicamen- uso racional de princípios recursos
nizacional e para suprir as medicamentos, objetiva e tos e produtos medicamentos ativos e/ou humanos
infra-estrutura necessidades armazená-los apropriada farmacêuticos, e maximizar medicamentos para a farmá-
que viabilizem do hospital de forma sobre medi- em condições efetividade e disponíveis no cia hospitalar
as ações da segundo adequada às camentos adequadas eficiência de mercado para a • Produzir
unidade de critérios de unidades ou e seu uso com a tratamentos administração informação
farmácia farmacoterapia aos serviços racional aos finalidade farmacológicos ao paciente e conheci-
baseados em do hospital pacientes, terapêutica e/ou uso intra- mento que
evidências e profissionais hospitalar subsidiem o
uso racional de saúde aprimora-
e gestores mento das
hospitalares práticas
vigentes
Produto •Organogramas • Relação de • Disponibili- • Atendimento • Distribuição • Monitorização • Individuali- • Programa
institucionais medicamentos dade contínua de informações do medica- terapêutica zação de doses de ensino
• POPs • Protocolos de medicamen- solicitadas mento prescrito, do paciente • Fracionamen- e educação
• Recursos terapêuticos tos e correlatos • Guia para o paciente • Elaboração to de sólidos continuada
humanos de qualidade terapêutico certo, em condi- de perfil farma- e líquidos orais • Produção
adequados em ções adequadas coterapêutico • Preparações científica
número e de uso e no • Monitorização estéreis
qualidade momento certo de RAM (misturas IV,
• Planos de NPT, QT)
curto, médio e e não estéreis
longo prazo
Efeito • Resultados • Adesão dos • Suprimento • Pacientes, • Racionalização • Uso racional • Provisão • Formação
de qualidade prescritores à das necessida- profissionais da prescrição de medica- adequada de de estudantes
adequados às relação de des de medica- de saúde e • Redução de mentos produtos de em nível de
necessidades • Aquisição de mentos e corre- gestores erros de • Racionalização qualidade às graduação e
do paciente e medicamentos latos de acordo informados medicação da prescrição necessidades pós-gradu-
da instituição de acordo com com a missão e • Redução de individuais ação
• Cumprimento a relação de objetivos (perfil erros de dos pacientes
do plano de medicamentos de atendimento) medicação e do hospital
objetivos e • Racionalização do hospital
metas da prescrição

POPs: Procedimentos operacionais padrão; RAM: Reações adversas medicamentosas.

ção de sua representatividade, verificando-se a Foram calculadas as proporções de serviços


existência de categorias não representadas. de farmácia hospitalar quanto ao cumprimento
A seguir, realizou-se uma caracterização da aos indicadores de avaliação da estrutura e pro-
amostra dos hospitais e seus serviços de farmácia cesso; à existência dos componentes do modelo
hospitalar. Para tal, determinou-se a freqüência lógico nos serviços, de modo a justificar a apli-
de hospitais por localização geográfica (Unidade cação do módulo de avaliação; e à realização de
Federativa e região) e por nível hierárquico de cada atividade básica que deve existir em uma
complexidade, de acordo com o CNES. farmácia hospitalar (gerenciamento, seleção de

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medicamentos, logística, informação e distribui- recebeu pesos variando de 29 a 32, dependen-


ção de medicamentos) 10,11. Essa última propor- do do rearranjo de componentes realizados. Já
ção foi calculada com base na execução desses o indicador “farmácia hospitalar que utiliza cur-
serviços em bloco. va ABC para programação, dentre aquelas que
Após a descrição da amostra, passou-se à possuem uma relação de produtos para compra”,
construção dos algoritmos para pontuação, de também do componente “Logística, Programa-
acordo com o nível de complexidade hospitalar. ção”, não foi considerado obrigatório para os
O primeiro requisito foi a presença justificada hospitais do nível 5.
de componentes do modelo lógico, dado o nível As atividades incompatíveis com o nível de
de complexidade proposto. Foram considerados complexidade do hospital constituíram “indica-
obrigatórios os componentes básicos que devem dores indesejáveis”. Para o componente “Farma-
existir em todos os serviços, independente do cotécnica” nos hospitais do nível 6, por exemplo,
nível de complexidade. Os componentes consi- a preparação de nutrição parenteral e a prepa-
derados foram: ração de quimioterápicos eram indicadores in-
desejáveis.
• Nível 5 (hospitais de baixa complexidade): Para calcular a pontuação dos hospitais, o
componentes básicos; cumprimento de cada indicador obrigatório
foi contabilizado com um ponto. Os indicado-
• Nível 6 (hospitais de média complexidade sem res não obrigatórios foram contabilizados como
serviço de apoio diagnóstico-terapêutico ambu- “ponto de bonificação” somente quando todos
latorial de alta complexidade): além dos compo- os indicadores obrigatórios estavam presentes.
nentes básicos, os componentes farmacotécnica A presença de indicadores indesejáveis anula a
e seguimento farmacoterapêutico; pontuação do componente.
Adicionalmente, arbitrou-se que caso o
• Nível 7 (hospitais de média complexidade com hospital apresentasse dado componente não
serviço de apoio diagnóstico-terapêutico ambu- obrigatório em seu nível hierárquico deveria
latorial de alta complexidade): considerou-se os apresentar, necessariamente, determinados in-
mesmos componentes do nível 6, com o acrésci- dicadores daquele componente de modo a fazer
mo de outros indicadores não considerados no jus a “ponto de bonificação”. Por exemplo, para
nível anterior; hospitais do nível 5, todo o componente “Far-
macotécnica” era considerado não obrigatório,
• Nível 8 (hospitais de alta complexidade): to- mas uma vez que o hospital tivesse o serviço e
dos os componentes. “realizasse a preparação de misturas intraveno-
sas” era obrigatório que também tivesse “per-
Na planilha original, os indicadores foram or- centagem média de adequação das condições
ganizados em seqüência coerente com o modelo de preparação de misturas intravenosas na far-
lógico 5 [a lista completa dos indicadores pode mácia hospitalar”.
ser disponibilizada mediante solicitação aos au- Um caso específico foi o do componente
tores]. Após a determinação dos componentes “Distribuição”, no qual os indicadores represen-
a serem incluídos, fez-se uma análise de todos tam diferentes sistemas de distribuição: coletivo,
os indicadores propostos. Alguns indicadores misto, por prescrição individualizada e por dose
foram retirados da análise por apresentarem unitária. Somente um deles pode ser apresenta-
redundância ou inconsistência, por exemplo, do por cada serviço. Nesse caso, optou-se por es-
“porcentagem de hospitais que possuem cadas- calonar a pontuação conferida de acordo com a
tro de fornecedores”, “porcentagem de farmácias complexidade de cada sistema. O sistema coleti-
hospitalares que possuem sistema de controle de vo teve pontuação igual a 1; o sistema misto teve
estoque automatizado”, “porcentagem de farmá- pontuação igual a 1,25; o sistema de distribuição
cias hospitalares que estão ligadas diretamente à de medicamentos por prescrição individualizada
área clínica ou à direção geral” etc. teve pontuação igual a 1,5; e o sistema de dose
A seguir, determinaram-se quais dos indica- unitária teve pontuação igual a 1,5. Para o nível 5,
dores propostos para cada componente repre- considerou-se que o sistema coletivo seria acei-
sentavam características obrigatórias, não obri- tável, e os demais seriam bonificáveis. Para o ní-
gatórias e indesejáveis, dentro de cada nível hie- vel 6, a presença do sistema coletivo foi conside-
rárquico. Por exemplo, para o Nível 5 (hospitais rada indesejável; o sistema misto foi considerado
de baixa complexidade), no componente “Logís- o mínimo; e os outros, bonificáveis. Para o nível
tica, Programação”, o indicador “farmácia hospi- 7, considerou-se o sistema coletivo indesejado,
talar com programação para abastecimento de aceitáveis os sistemas misto ou por prescrição in-
medicamentos selecionados” era obrigatório e dividualizada (sendo o segundo preferível ao pri-

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PROPOSTA DE HIERARQUIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE FARMÁCIA HOSPITALAR 839

meiro), e o sistema de dose unitária, bonificável. 13,6% (34), no nível 8; e 3,2% (8), sem dado de
Para o nível 8, consideram-se indesejáveis os sis- nível hierárquico.
temas coletivos e mistos, e aceitáveis os sistemas Há um maior número de hospitais dentro dos
de distribuição por prescrição individualizada e dois níveis mais baixos de complexidade hospi-
por dose unitária (sendo o segundo preferível ao talar, representando, tanto no universo quanto
primeiro). na amostra, mais de 70% das unidades hospita-
O Diagnóstico da Farmácia Hospitalar no lares brasileiras. O nível de complexidade mais
Brasil determinou pesos fixos aos componen- representativo é o nível 6, no qual estão os hos-
tes 5 por considerar que alguns componentes são pitais de média complexidade sem serviço de
mais importantes para o desempenho do serviço apoio diagnóstico e terapêutico ambulatorial de
do que outros, partindo do pressuposto de que alta complexidade.
todos estariam presentes na grade de análise. Os O recorte usado para a seleção ou para es-
pesos foram determinados com base na literatu- tratificação da amostra não utilizou o critério de
ra e na avaliação dos especialistas, baseando-se regionalidade. No entanto, é possível fazer algu-
na influência que o componente teria na realiza- mas considerações com relação ao perfil de dis-
ção de uma adequada assistência farmacêutica tribuição territorial. A freqüência dos hospitais
hospitalar. por unidade federativa, de acordo com o nível
Alternativamente, no modelo proposto, os hierárquico, apresentou a distribuição demons-
pesos foram rearranjados de acordo com a pre- trada na Tabela 2. Quando se agrupa por região,
sença ou ausência de determinado componente, verifica-se que 33,6% dos hospitais estão locali-
guardando as mesmas proporções iniciais. Nos zados no Sudeste; 28,4%, no Nordeste; 18%, no
casos em que componentes não obrigatórios em Sul; 14%, no Centro-Oeste; e 6%, no Norte. Por
dado nível de complexidade eram realizados pe- nível de complexidade, na Região Sudeste, estão
los serviços, a entrada de um componente impli- 52,9% dos hospitais do nível 8 e 41,9% dos hospi-
cava em novo rearranjo dos pesos. tais de nível 7. Os hospitais de nível 6 apresentam
Os algoritmos assim construídos, aplicados a uma distribuição entre as regiões comparável
cada nível de complexidade, permitiram diferen- com a distribuição geral dos hospitais, 30,6% no
ciar os hospitais pelo seu desempenho frente aos Sudeste; 29,4% no Nordeste; 20% no Sul; 13,1%
indicadores propostos. no Centro-Oeste e 6,9% no Norte. Dos hospitais
A pontuação final de cada hospital no interior de baixa complexidade (nível 5), 47,1% estão lo-
de um dado nível hierárquico foi obtida pelo so- calizados na Região Nordeste.
matório da pontuação dos indicadores pondera- Percebe-se que há uma distribuição desigual
do por componente, o que permitiu hierarquizar entre a rede hospitalar brasileira, na qual a Re-
os hospitais de acordo com o desempenho frente gião Sudeste apresenta a maior concentração
ao modelo lógico proposto. A pontuação obtida hospitalar e a maior concentração de hospitais
foi comparada com a pontuação ideal (máxima de maior complexidade do país, além de também
para o nível de complexidade considerado), dado apresentar proporção razoavelmente mais equi-
o algoritmo proposto, sendo o resultado expresso librada de todos os níveis de complexidade. A
na forma de percentual de aproximação. O per- Região Nordeste também apresenta uma grande
centual de aproximação também foi analisado concentração de hospitais. Desses, entretanto,
sob três categorias: baixa pontuação 0 a 33,3%; 77,5% são hospitais de menor complexidade (ní-
média pontuação 33,4 a 66,6% e alta pontuação veis 5 e 6). As regiões Nordeste, Norte e Centro-
66,7 a 100%. Oeste podem ser exemplo de regiões que apre-
sentam menor número de hospitais de maior
complexidade. Essas desigualdades geradas pela
Resultados e discussão dificuldade de oferta de serviços podem levar à
migração de pacientes em busca de serviços mais
A distribuição proporcional dos hospitais cons- complexos. Isso leva ao enfraquecimento das re-
tantes do cadastro do CNES por níveis hierárqui- des instaladas em outras regiões e à sobrecarga
cos foi semelhante à da amostra de 250 hospi- dos serviços da Região Sudeste.
tais, indicando representatividade da amostra. O algoritmo proporcionou a estruturação de
Segundo a classificação do CNES, a distribuição uma nova planilha de 62 indicadores. São esses
dos hospitais cadastrados resultou em 11,5% dos os indicadores que permitiram a identificação,
hospitais no nível hierárquico 5; 58,7% no nível 6; no interior dos estratos, do elenco dos hospi-
12,7% no nível 7; 16,2% no nível 8; e 1% sem dado tais com melhores e piores serviços de farmácia
de nível hierárquico. Na amostra em estudo, 6,8% hospitalar. A eliminação de diversos indicado-
(17) dos hospitais estavam no nível hierárquico res no momento da elaboração do algoritmo
5; 64% (160), no nível 6; 12,4% (31), no nível 7; foi fruto de crítica quanto à sua redundância e

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Tabela 2 O cálculo da proporção de cumprimento dos


serviços de farmácia hospitalar aos indicadores
Freqüência dos hospitais por Unidade Federativa, de acordo com o nível hierárquico.
criados para a avaliação de estrutura e processo
evidenciou um valor baixo de cumprimento da
Unidade Federativa Geral Nível hierárquico maior parte dos indicadores, incluindo aqueles
5 6 7 8 Sem dado de atividades básicas da farmácia hospitalar. Ao
se considerar todos os indicadores, seria espera-
Acre 1 0 1 0 0 0 do um cumprimento melhor por parte dos hos-
Amazonas 2 0 2 0 0 0 pitais de maior complexidade. Todavia, indepen-
Amapá 1 0 0 1 0 0 dentemente do grau de complexidade dos hospi-
Pará 5 0 4 0 1 0 tais, ocorreu o descumprimento da maioria dos
Rondônia 4 0 3 1 0 0 indicadores, o que pode caracterizar um sinal
Roraima 0 0 0 0 0 0 de mau desempenho dos serviços. O descum-
Tocantins 2 0 1 1 0 0 primento das atividades, principalmente das es-
Região Norte 15 0 11 3 1 0 senciais, pode estar reduzindo sua efetividade,
Alagoas 6 1 3 0 1 1 acarretando erros com potencial de risco para a
Bahia 17 0 14 1 2 0 saúde dos pacientes. Vale ressaltar, no entanto,
Ceará 13 0 9 3 1 0 que as considerações feitas caracterizam tão so-
Maranhão 13 5 4 1 1 2 mente a presença das atividades referentes aos
Paraíba 3 0 2 0 1 0 componentes em análise.
Pernambuco 8 0 6 0 1 1 Essa mostrou que a distribuição de medica-
Piauí 8 2 6 0 0 0 mentos esteve presente em 249 dos 250 hospi-
Rio Grande do Norte 3 0 3 0 0 0 tais analisados. Essa é uma das funções básicas
Sergipe 0 0 0 0 0 0 a serem desempenhadas, e não há registro da
Região Nordeste 71 8 47 5 7 4 ocorrência de um serviço de farmácia hospitalar
Distrito Federal 0 0 0 0 0 0 que não distribua medicamentos aos pacientes
Goiás 24 4 15 3 1 1 10,11,12. O hospital onde não havia distribuição
Mato Grosso 9 0 4 2 2 1 está desativado e fora da classificação do CNES,
Mato Grosso do Sul 2 0 2 0 0 0 não fazendo parte da presente análise.
Região Centro-Oeste 35 4 21 5 3 2 O gerenciamento foi o segundo componente
Espírito Santo 8 1 5 0 1 1 mais presente, concentrando-se em hospitais
Minas Gerais 28 2 20 3 3 0 de maior complexidade: 91,2% dos hospitais de
Rio de Janeiro 18 0 7 3 8 0 nível 8 e 96,8% dos de nível 7; 64,7% dos hospi-
São Paulo 30 0 17 7 6 0 tais de nível 5; e 76,3% dos de nível 6. Isso signi-
Região Sudeste 84 3 49 13 18 1 fica que existe uma parcela de hospitais que não
Paraná 21 0 17 0 3 1 apresenta formalização da atividade gerencial,
Rio Grande do Sul 15 1 11 1 2 0 o que pode acarretar problemas organizacio-
Santa Catarina 9 1 4 4 0 0 nais que comprometem o rendimento do ser-
Região Sul 45 2 32 5 5 1 viço 10,11,12.
Total 250 17 160 31 34 8 A logística e a seleção foram os componentes
que se seguiram, sendo tanto maior a sua pre-
sença quanto maior o grau de complexidade do
serviço. Quando a logística é decomposta em três
das suas etapas, a aquisição, a programação e o
armazenamento, percebe-se maior presença do
à sua capacidade explicativa frente aos demais. armazenamento, seguido pela aquisição e, em
Os indicadores resultantes foram então apli- último, a programação. Estima-se que o descom-
cados à distribuição do projeto Diagnóstico da passo na realização dessas atividades enfraqueça
Farmácia Hospitalar no Brasil. Estima-se que a o desenvolvimento do componente. A seleção de
utilização dessa planilha de 62 indicadores, di- medicamentos tem como produto o elenco de
ferente da planilha original, possa proporcionar medicamentos fornecido pelo hospital e as dire-
uma classificação mais adequada do que aquela trizes e estratégias que garantam sua adoção. Se
anteriormente proposta. O desenvolvimento do não há seleção, não há como determinar o que
algoritmo partiu ainda do pressuposto de que deve ser programado e comprado. Falhas da lo-
haveria uma interdependência entre atividades, gística e da seleção podem acarretar desperdícios
ultrapassando a mera presença/ausência dos de recursos humanos e financeiros, dificultan-
componentes para determinação de melhores e do ou impedindo o adequado fornecimento dos
piores desempenhos. medicamentos.

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PROPOSTA DE HIERARQUIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE FARMÁCIA HOSPITALAR 841

A informação, a farmacotécnica, o seguimen- Para o nível 8, a pontuação ideal foi de 884,3,


to farmacoterapêutico e o ensino e pesquisa fo- e os serviços de farmácia hospitalar estudados
ram componentes pouco presentes nos hospitais apresentaram pontuações entre 544,5 e 105. O
avaliados, sendo que sua freqüência aumenta melhor serviço alcançou 61,6% da pontuação
proporcionalmente à complexidade. A infor- ideal; e o pior serviço, 11,9%. O melhor serviço
mação é uma das atividades básicas da farmá- analisado foi o de um hospital universitário com
cia hospitalar; sua baixa presença nos hospitais UTI do Rio Grande do Sul, e o pior foi o de um
demonstra que os serviços estão omissos, pelo hospital privado sem UTI do Paraná. A distribui-
menos formalmente, quanto à garantia do uso ção dos percentuais de aproximação das pontua-
seguro e racional dos medicamentos. As outras ções idéias, por nível hierárquico, é apresentada
atividades são consideradas secundárias 11,12; sua na Figura 1.
presença não é obrigatória em todos os serviços, Para todos os níveis de complexidade, a ade-
devendo depender da complexidade. quação máxima alcançada não ultrapassou 2/3
Outra análise determinou a proporção de da pontuação total. Utilizando como ponto as
hospitais que realizavam todas as atividades categorias de alta, média e baixa pontuação,
básicas, por nível hierárquico. No nível hierár- pode-se dizer que nenhum serviço de farmácia
quico 5, nenhum serviço de farmácia hospita- hospitalar alcançou o patamar de “bom”. Mais
lar apresentou todos os componentes básicos; alarmante é constatar que, no nível 5, 70,6% dos
no nível hierárquico 6, apenas 1,3% (2/160) dos serviços de farmácia hospitalar estariam na cate-
serviços apresentaram todos eles; no nível hie- goria insuficiente; no nível 6, 71,9% dos serviços;
rárquico 7, 9,7% (3/31); e no nível 8, 5,9% (2/34). no nível 7, 61,3% dos serviços; e, no nível 8, 55%
O fato de grande parte dos serviços não desem- deles, indicando insuficiência dos serviços de
penhar o conjunto das atividades básicas sina- farmácia hospitalar, em todos os níveis de com-
liza a inadequação do serviço, uma vez que esse plexidade. O significado sanitário é de que esses
conjunto é fundamental para a consecução da serviços podem vir a causar mais risco do que
assistência farmacêutica aos pacientes hospi- benefício à população usuária.
talizados. Ainda, nos níveis de complexidade 8, 7 e 6,
Após a descrição da amostra, foram aplica- os serviços analisados como melhores são os de
dos os algoritmos desenvolvidos para cada nível hospitais públicos, filantrópicos ou universitá-
hierárquico aos serviços de farmácia hospitalar rios. Os piores serviços são, em sua maioria, os
daquele nível, de modo a obter a pontuação dos de hospitais privados. No nível 5, de menor com-
serviços. Pontuações ideais foram primeiramen- plexidade, tanto os melhores quanto os piores
te calculadas. Para o nível 5, essa foi de 470 pon- serviços eram privados. Esse achado pode indi-
tos; os serviços de farmácia hospitalar estudados car uma maior inadequação dos serviços priva-
apresentaram pontuações entre 223,5 e 51, tendo dos aos padrões mínimos de qualidade para o
o melhor serviço alcançado 47,6% da pontuação desempenho de uma assistência farmacêutica
ideal; e o pior serviço, 10,9%. O melhor serviço hospitalar correta e segura. Os serviços de cará-
analisado foi o de um hospital filantrópico sem ter público, não só hospitais do serviço público
UTI de Santa Catarina, e o pior serviço analisa- nas três esferas governamentais, como também
do foi o de um hospital privado sem UTI do Rio os hospitais filantrópicos e universitários, apre-
Grande do Sul. sentariam maior adequação na qualidade do
Para o nível 6, a pontuação ideal foi de 624,9, serviço.
e os serviços de farmácia hospitalar estudados A idéia de que a hierarquização proposta po-
pontuaram entre 401,5 e 41,5; o melhor serviço de ser capaz de diferenciar os melhores e os pio-
alcançou 64,3% da pontuação ideal; e o pior ser- res serviços é corroborada pela análise de casos
viço, 6,6%. A melhor farmácia hospitalar anali- específicos da amostra. Quando, por exemplo,
sada foi a de um hospital privado sem UTI de analisam-se os dois hospitais considerados co-
Minas Gerais, e o pior serviço analisado foi o de mo os melhores do nível hierárquico 8 em con-
um hospital filantrópico sem UTI de Mato Gros- traponto aos dois hospitais que apresentaram os
so do Sul. piores desempenhos naquele nível, percebe-se,
Para o nível 7, a pontuação ideal foi de 830,8, nesses serviços, a ausência completa de vários
e os serviços de farmácia hospitalar estudados componentes que deveriam ser realizados. Ob-
apresentaram-se entre 462,5 e 72,5 pontos. O me- serva-se também a presença de atividades reali-
lhor serviço alcançou 55,7% da pontuação ideal; zadas da forma mais incipiente possível, quando
e o pior serviço, 8,7%. Um hospital público sem se esperaria maior especialização. Por exemplo,
UTI de Minas Gerais foi o melhor serviço anali- no que tange ao sistema de distribuição, os pio-
sado, e o pior foi o de um hospital privado sem res desempenhos ocorreram em hospitais com
UTI do Ceará. sistema coletivo. Ao mesmo tempo, os hospitais

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Figura 1

Distribuição dos percentuais de aproximação das pontuações ideais por nível hierárquico.

a) Nível 5 b) Nível 6

c) Nível 7 b) Nível 8

de melhor desempenho apresentaram maior ta-se, também, o fato de que a validade de conte-
adequação dos componentes realizados, uma údo dos indicadores de estrutura e processo utili-
maior coordenação entre as atividades desen- zados foi estabelecida por painel de especialistas.
volvidas e a presença de atributos pertinentes Assim, os dados apresentados fornecem um in-
ao nível de complexidade hospitalar em que se dicativo de validade de conteúdo da abordagem
inserem. Análises semelhantes realizadas nos empregada para hierarquização dos hospitais.
outros níveis de complexidade apresentaram re- A validade de constructo, isto é, a relação en-
sultados concordantes com os expressos acima. tre os conceitos teóricos e sua operacionalização,
Esta parece ser uma indicação de que o método é sugerida pela coerência entre as observações
desenvolvido foi capaz de discriminar serviços sobre estrutura e processo das farmácias hospi-
de farmácia hospitalar quanto à estrutura e ao talares analisadas e o que se conhece dos hospi-
processo. tais onde estão inseridas. Entretanto, essa supos-
Os resultados da hierarquização utilizando ta validade depende da avaliação complementar
a abordagem proposta demonstraram uma boa de resultados ainda a ser desenvolvida.
capacidade de diferenciação dos serviços. A va- A validade de critério, capacidade do instru-
lidade de conteúdo dessa abordagem, ou seja, a mento em medir atributos de acordo com um
aparente coerência entre o que se quer medir e o critério externo, também será verificada na ava-
instrumento de medida, pode ser defendida com liação de resultados. O grau de aprofundamento
base nessa capacidade de diferenciação. Ressal- da análise possível no estudo de caso proposto

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PROPOSTA DE HIERARQUIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE FARMÁCIA HOSPITALAR 843

e os elementos de resultado a serem agregados diferenciar os serviços e, assim, determinar os


poderão gerar o referencial externo para validar melhores e piores dentre eles.
os indicadores. Essa verificação de validade, no O desenvolvimento dessa abordagem re-
entanto, pode ser comprometida pelo pequeno dundou na produção de algoritmo por nível
número de unidades de análise, próprio dos es- hierárquico e de nova planilha de 62 indica-
tudos de casos. dores. A aplicação direta do método produziu
a hierarquização dos hospitais integrantes do
estudo Diagnóstico da Farmácia Hospitalar no
Conclusões Brasil, permitindo determinar os hospitais a se-
rem estudados na segunda fase do projeto. Os
A abordagem desenvolvida para hierarquizar os indicadores propostos e os algoritmos criados
hospitais com base no desempenho dos serviços apresentam validade de conteúdo e podem ser
de farmácia hospitalar, determinado por indi- aplicados em outros contextos. Acredita-se que
cadores de estrutura e processo, considerando essa proposta possa contribuir para aplicações
questões da complexidade hospitalar e da inter- futuras de métodos de avaliação de farmácia
dependência de atividades, mostrou-se capaz de hospitalar.

Resumo Colaboradores

O presente trabalho tem como objetivo desenvolver A. M. Messeder realizou a busca bibliográfica, coleta e
uma abordagem capaz de hierarquizar hospitais de análise de dados, discussão e redação do artigo. C. G.
acordo com o desempenho dos seus serviços de far- S. Osorio-de-Castro contribuiu com a coleta e análise
mácia hospitalar frente a indicadores de estrutura e de dados, revisão dos resultados, discussão e revisão do
processo. A abordagem empregada considera questões texto final. L. A. B. Camacho contribuiu com a análise
a respeito da influência do contexto hospitalar sobre de dados, revisão dos resultados, discussão e revisão
o desempenho dos serviços e a interdependência das do texto final.
atividades. Foram construídos algoritmos de ativida-
des para diferentes níveis de complexidade hospitalar,
considerando pontuações diferenciais de acordo com
a necessidade de realização da atividade pelo serviço
no nível de complexidade em que o hospital se inse-
re. Foram atribuídos pesos diferenciados para compo-
nentes, no intuito de indicar que alguns componentes
influenciam mais o desempenho do serviço. A aplica-
ção da abordagem aos serviços de farmácia hospita-
lar analisados permitiu determinar os hospitais que
apresentam melhor e pior desempenho dos serviços.
Utilizando-se categorias de desempenho bom, regular
e insuficiente, nenhum dos serviços de farmácia hos-
pitalar, independentemente do nível de complexidade
hospitalar, integra a categoria de bom, e mais de 50%
dos serviços integram a categoria de insuficiente.

Avaliação; Avaliação de Serviços de Saúde; Serviços de


Farmácia Hospitalar

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