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São Paulo
2010
Para Pedro e Gabriel.
Agradecimentos
Introdução...............................................................10
Parte 1- Os Arquivos...............................................17
Parte 2- Os Livros...................................................34
Conclusão................................................................84
Referências Bibliográficas.......................................90
casaruibarbosa.gov.br/dados/DOC/relatorios/
FCRB_Relatorio_de_Gestao_2000.pdf
casaruibarbosa.gov.br/dados/DOC/relatorios/
FCRB_Relatorio_de_Gestao_2009.pdf
APÊNDICE B
LL: Acho que a única coisa que daria pra fazer é separar essa
questão das publicações técnicas, dos instrumentos de pesquisa,
das temáticas, né. Você concorda com essa separação?
aquilo pode ser um sucesso, pode trazer um retorno pra editora e pode
interessar a editora só por isso, além do valor histórico que isso possa
ter. Agora a preservação desse tipo de material que é muito custosa,
envolve uma metodologia muito específica, equipamentos caros, um
corpo técnico muito bem treinado, por conseqüência bastante caro, é
mais difícil de você convencer o financiador, porque é uma coisa sempre
a médio, longo prazo. Você captar 200 mil reais pra uma exposição, pra
uma publicação, é uma coisa, você captar 200 mil por ano pra fazer
a manutenção de um grande arquivo, de um grande acervo, é outra
coisa. Então acho que essas coisas têm sempre que caminhar juntas, pra
essa extroversão editorial, em forma de publicação, facilitar a captação
de recursos pra manutenção permanente do arquivo. É por isso que
invariavelmente esses arquivos acabam caindo na mão do Estado,
porque na iniciativa privada quando você tem uma pessoa que quer
manter a instituição ela perdura, mas quando essa pessoa não tiver mais
interesse ou não tiver mais lá, quem que vai garantir os 100 mil reais
por ano pra fazer aquela coisa se manter em pé. Aí acaba indo tudo pro
Estado. A gente tem inúmeros casos de fundações que falem e o acervo
vai pro Estado e o Estado também não quer mais isso, porque vira
uma coisa muito onerosa também. Eu acho que é um problema muito
constante e o recorte editorial, como a publicação é feita a partir do
arquivo, isso pode ajudar muito nessa situação de trazer visibilidade.
De certa forma... aí acho que é um trabalho específico, como você
exterioriza essa realidade. Você pode publicar inúmeras coisas sobre
o arquivo do titular, falar das cartas... e não falar nada a respeito do
arquivo. Então eu acho que essa realidade tem que tá sempre presente,
porque a sociedade tem que tá ciente que esse trabalho é muito custoso
e muito importante, (...) então quanto mais essas publicações puderem
enfatizar isso daí, trazer atenção pra essa questão, melhor.
LL: E tem um outro lado, né, um limite para não ficar uma
coisa panfletária. Acho que é um cuidado que tem que ser tomado
para que não fique uma coisa para a visibilidade. É que nem você
falou, eu acho que tem que ser um serviço e daí o serviço é que
traz a visibilidade. Você faz um aglomerado temático que fomente a
pesquisa e daí isso vai ser relevante.
GM: Eu acho fundamental. Acho até uma pena que isso não seja
entendido como uma necessidade. Geralmente a política editorial é
uma coisa improvisada nas instituições. Na própria Pinacoteca. Aqui se
produz 40 exposições por ano, dessas 40 se produz o catálogo de umas
20, tirando as outras publicações que não tem a ver com exposição.
Tem uma produção grande, mas a gente não tem um setor que pense
isso devidamente. Seria ótimo pra Pinacoteca, porque as coisas acabam
saindo, primeiro que você não tem um padrão, né. E tem coisas
específicas no fazer editorial. A produção de uma publicação ela pode
ser muito complexa, ainda mais quando tá ligada a um evento. E eu
acho que a gente perde não tendo isso, essa especialidade. A tendência
é sempre tercerizar hoje, mas eu não sei até que ponto. As instituições
tem foco e víeis muito específicos, né. Então você pega uma grande
produtora de publicação e ele atende você como ele atende o banco...
e talvez, talvez não, eu tenho quase certeza que o tipo de publicação
que se produz num museu público com acervo representativo de tal
período, ela vai caminhar pruma especificidade em termos de forma
também, não só do texto, mas visualmente, plasticamente... então acho
que é muito interessante ter isso.
GM: Então, mas eu acho que aí tem a ver com aquilo que a
gente tava discutindo antes, que arquivos importantes, grandes centros
de pesquisa, não têm esse setor que pensa essas coisas, então as coisas
não têm padrão nenhum. Então você consegue publicar o catálogo do
arquivo da Pinacoteca, conseguiu uma grana da... não é uma política
institucional, depende de um projeto, aí sai uma grana da Fapesp, aí
eu faço isso com um profissional, com essa equipe que tá aqui e tal. Aí
depois, pra fazer uma outra publicação, é um outro projeto, é difícil
você ter uma política editorial entrelaçando essas coisas. Por isso que
as coisas são tão fora de padrão, editorialmente não tem consistência,
porque são coisas que não deveriam ser tão pontuais, mas acabam
sendo, então não tão interelacionadas como essa coisa de uma série de
publicações da instituição. Porque se tivesse um padrão, uma marca,
se você reconhecesse aquela publicação, por exemplo, essa aqui é uma
publicação do Arquivo Nacional. Se você for ver o que o Arquivo
Nacional produz ele produz bastante coisa, mas o material publicado,
é complicado, é tudo super simples, umas cartilhas, às vezes não tem
padrão, as vezes se repete, uma coisa que se você precisa fazer uma re-
edição você repete com aquele formato, com aquele padrão da década
de 1970, 1980, fica uma coisa até anacrônica visualmente que não tem
tanto atrativo pro público leitor, pro usuário. Fica complicado isso,
mas tem a ver com a coisa do recurso, também. Eu digo até que é a
coisa do segredo Tostines. Você não sabe da onde vem o problema. Se o
problema existe porque não existe essa perspectiva editorial e você não
produz uma identidade editorial pra instituição ou se é culpa da pré-
produção. Uma coisa tá ligada à outra.
Apêndices • 110
o interesse, eu fui fisgado de forma mais forte, né, no começo foi uma
apresentação, digamos assim, eu fui apresentado ao arquivo, fiz umas
leituras, mas a entrada mesmo no mundo profissional foi com esse
trabalho de 2004 que perdurou até 2008. E aí, logo na seqüência, em
2005, eu já vim trabalhar na Pinacoteca, no final de 2005, na organização
do Centro de Documentação e Memória que, na verdade, surgiu a
partir da organização do arquivo histórico do museu, não era o acervo
do Centro de Documentação e Memória, era o arquivo permanente da
Pinacoteca. Mas como tem essa questão que é até uma coisa interessante
de se falar, que a própria professora Ana Maria ressalta com muito
importância, é que o arquivo não tem sex appeal. Trabalhar em museu
é chique, né, tem obra de arte e tal, até a biblioteca tem mais atrativo
nesse sentido do que o arquivo, né. Então tem até uma tendência pra
você não chamar o arquivo de arquivo, porque o arquivo é um termo
pejorativo, aquela coisa velha que ninguém usa, o arquivo morto, então
você tá começando algo novo que você quer que tenha importância
então pra que você vai chamar de arquivo? Então aqui virou o Centro
de Documentação e Memória. Hoje de fato a gente se aproxima de ser
um Centro de Documentação mesmo porque tem outros conjuntos
arquivísticos e não-arquivísticos girando em torno de um tema que é o
tema das artes visuais em São Paulo, então de fato a gente é um Centro
de Documentação hoje, mas antes de fato era só o arquivo do museu. E
aí participei do meu primeiro congresso, apresentei trabalho em 2004,
mas aí eu ainda não tava aqui, tava no Memorial Resende Barbosa que
é esse Centro de Documentação que a gente organizou pra guardar
o arquivo do fundador da empresa. Aí eu acabei entrando na área,
fui me interessando por essas coisas. Entrei aqui em 2005 pra cuidar
da alimentação do banco de dados, pra participar da alimentação,
tinha um outro consultor que desenhou a ferramenta, estipulou os
procedimentos e ia ter alguém pra participar da alimentação, aí acho
que surgiu interesse por essa coisa da ferramenta informatizada que
depois acabou me levando pro tema do... tanto do trabalho de final de
curso da especialização do IEB que eu fiz em 2007, quanto do mestrado
que eu defendi agora esse ano. Sempre passando pela coisa do banco de
dados, da ferramenta informatizada como a solução pra gestão desses
grandes conjuntos de documentos arquivísticos.
arquivo? Como ele tem isso que a gente chama de ciclo vital, então ele
tem uma parte que tá ligada à função administrativa que foi o que gerou
o documento, então não tem nada a ver com cultura, nada a ver com
história... então esse documento existe pra representar uma atividade,
pra provar alguma coisa, tem um papel, uma função administrativa
dentro da instituição que o gerou. Então ele vai ter essa coisa do valor
histórico atribuído, mas isso vai ser depois, quando ele perder esse uso
administrativo. Então o que acontece, tem vários países do mundo,
tem várias escolas que separam, até são profissionais diferentes que
lidam com essas duas questões. Nos Estados Unidos, é assim: você tem
os records que são os documentos que a gente chama de correntes, de
intermediários aqui, que são ligados à coisa administrativa que tem um
profissional formado pra cuidar disso e você tem os archives que são os
arquivos que é o que a gente tem aqui como arquivo permanente. Então
essas duas fases tão divididas até... é lógico que elas tem procedimentos
diferentes, mas nesse caso, nos Estados Unidos, é até comum você ter
profissionais absolutamente diferentes tratando dessas duas etapas do
ciclo de vida do arquivo. Então, eu tendo a entender a coisa como ela
mais integrada, então eu acho que não dá pra você abrir mão do que
acontece na fase administrativa pra entender o arquivo histórico e até
pra definir, né, aliás até a ferramenta de avaliação dos arquivos que
define os trânsitos de um arquivo pro outro, de uma fase pra outra,
ela tem que ser feita com essa visão de perspectiva geral. É difícil você
separar de forma estanque, não aqui eu só cuido do corrente, mas se
você não tem uma ideia do que ele vai ser, pra onde você vai depois,
então você tem uma coisa muito complicada, principalmente a coisa
da conservação envolvida. Então tem uma resistência muito grande
em relação a isso de se enxergar essas coisas separadas. Então o termo
gestão, por exemplo, que eu uso muito no mestrado, não é recorrente
pra todas as pessoas que tratam do assunto, mas que lidam com o
arquivo histórico permanente, aliás tem vários dicionários que tratam
do termo gestão e só utilizam ele para o arquivo corrente, então você
só faz gestão no arquivo corrente. E a gestão não envolve preservação,
justamente ela tá ligada à essa primeira fase, então tem muita gente
que caminha por aí, eu não concordo com essa visão, pra mim a gente
tem que falar de gestão do processo como um todo, que pensa tudo,
desde o protocolo da formatação dos documentos até sua guarda final
de cunho permanente. Então, lógico que é uma coisa complicada,
aqui a nossa própria experiência de Centro de Documentação também
partiu de um arquivo que era permanente então supostamente já devia
ter sido avaliado e sofrido os descartes dos documentos que não eram
de guarda permanente, mas não é bem assim, você pega os conjuntos
que na verdade nunca foram tratados, quase nunca alguém fez uma
tabela de temporalidade, obedeceu a uma lógica para descarte ou para
Apêndices • 114
GM: Eu acho que tem muita gente que quer chamar atenção
com essa coisa do fim da história, do fim do livro, mas a coisa é
muito mais complexa, tanto é que se provou que a indústria editorial
até cresceu em termos de produção nos últimos dez anos. Pro livro,
tem muitas questões envolvidas. É muito simplista você achar que é
só uma questão de produção e circulação. Tem o fetiche pelo livro...
quem compra livro não vai deixar de comprar pra baixar o negócio.
Eu coleciono livro, pra mim não faz nenhum sentido substituir o livro
papel pelo digital. Eu posso até ser um cara retrógrado, mas eu não sei
se é isso, as livrarias tão aí pra provar isso. A Livraria Cultura há dez
anos atrás tinha uma loja, hoje tem oito. O Brasil, você pode falar o
que quiser, é um país subdesenvolvido, mas cresceu o consumo, é o
negócio do fetiche, o mercado do livro, mas é o livro, né. Eu acho que
a coisa da publicação digital tem que ser pensada criticamente. Se você
me falar para publicar em papel uma ferramenta de acesso ao arquivo,
talvez eu ache que o formato digital seja melhor, pela facilidade de
circulação e pela facilidade de você dinamizar ele, se você conseguiu
completar a discrição de uma série, você atualiza. Quando você vai
ter dinheiro pra fazer outra publicação? Nesse sentido, a publicação
em papel é limitada, e o digital traz essa outra possibilidade. Agora,
pras coisas acabadas, no caso de uma tese, eu acho que a publicação
em papel ainda é a melhor forma inclusive de garantir a permanência
desse troço, então não é só uma questão de dar acesso à informação, é
de fazer com que ela perdure. (...)
(Conversa sobre publicação universitária digital e auto-
publicação, não transcrita pois não se trata do foco desta entrevista).
LL: Mas você acha que muda muito ser uma instituição
pública ou privada?
GM: Acho que são duas coisas muito similares, tem tipologias
próximas, mas uma coisa que vai fazer diferença é que a grande produção
do titular literato vai ser de caráter textual e no caso do artista não. Aí
temos coisas complicadas, tanto de um lado quanto de outro, no sentido
de confundir o que é documento de arquivo, o que é documento final.
Aqui tem uma tendência muito grande, no arquivo de artista, de você as
vezes ter uma atribuição de sentido, considerar obra de arte aquilo que não
é obra de arte, aquelas coisas do valor, tanto cultural, quanto do mercado, a
obra de arte tem um status diferenciado em relação ao trabalho de arquivo,
então essa diferenciação é complicada aqui no arquivo de artista. (...) Que
é uma coisa que eu acho que acontece menos nos arquivos de literatos,
apesar de ter essa relação do texto original de um grande romance antes da
publicação, ela vai ser considerado obra ou ele vai continuar no arquivo,
acho que ele acaba ficando no arquivo porque não iria pruma biblioteca,
só se fosse uma biblioteca especializada. Acho que essas questões vão variar
de acordo com a atividade do titular e com a forma como ele tá inserido
na sociedade. (...) As formas de extroversão acho que variam também.
Não que você não possa fazer extroversão com o arquivo do literato,
exposição é uma forma muito pungente de extroverter conteúdo, é muito
participativa, dinâmica, agora aqui (no CEDOC) é mais óbvio, então
sempre que houver uma exposição do artista que envolva sua obra, você
pode fazer uso do arquivo, é mais natural que isso aconteça no arquivo de
artista do que no arquivo do literato.
APÊNDICE C
aqui pra Casa Rui tem 12 anos, eu comecei aos 18 e vim até agora.
Então pra mim foi fundamental essa experiência na Filologia. Isso de
saber qual livro pra reproduzir, qual a reprodução correta, isso de saber
fazer cotejamento, que é uma coisa que quase nenhum editor faz e por
outro lado esse estudo de arquivo, eu ficava vendo muita emenda, e
eu acabei aprendendo a fazer emenda porque eu ficava olhando o que
tinha sido escrito e alterado, daí eu falava isso melhorou mesmo ou
aqui parecia correto e ele consertou pra isso e aí era gramática... Esse
estudo de original me serviu muito pro editor que faz um trabalho
interventivo no texto, um trabalho de preparação... E como a Língua
Geral publicou muitos autores jovens, esse trabalho de intervenção era
fundamental, era tudo autor publicando o primeiro livro, o segundo
livro, com uma série de problemas, então havia esse trabalho de
edição com muitas sugestões de emenda, sempre tentando destacar o
máximo possível o próprio estilo do autor, porque autor jovem tem
muito disso, quando você pega obra deles tem certos problemas que
são problemas justamente porque eles não destacam aquilo que é mais
característico deles. Na verdade ele já tem uma característica, mas ele
deixa de aproveitar essa característica com mais intensidade porque ele
ainda não se percebeu de todo, porque não teve recepção crítica ainda.
Isso faz muita diferença. Porque um autor de cinqüenta anos que já
publicou cinco, seis livros, ele já tem experiência de receber crítica
quase todo ano, já tem dissertação de mestrado, tese de doutorado
sobre ele, o jovem autor só tem o amigo pra fazer comentário, então ele
termina mesmo tendo menos consciência do processo de escritura e das
características fundamentais da obra dele.
EC: Totalmente.
LL: Mas acho que hoje com essa questão do livro digital
existe a possibilidade de você fazer um marketing mais voltado pra
nicho que dá chance de você fazer umas coisas que não se faziam.
LL: E o que você acha dos livros daqui? Você acha que é
vantajoso pra instituição em termos de visibilidade, pra extroverter
o trabalho que é feito aqui?
APÊNDICE D
parece estranho, então a gente vai no jornal da época pra ver se era
aquilo mesmo, a gente vai usar anais da câmara, os anais do senado...
é uma coisa muito trabalhosa e a gente sofreu, como todos os órgãos
públicos, um esvaziamento de pessoal. Os pesquisadores antigos
que começaram com esse projeto tão se aposentando, aí não houve
imediata renovação, só viemos a ter concurso em 2002 aí entraram três
pesquisadores no Setor Ruiano pra trabalhar com as obras completas,
foi aí que a gente conseguiu acelerar pra preencher uma lacuna porque
durante algum tempo ficou muito caído, muito sem pessoal. Afora isso,
as Edições Casa de Rui Barbosa publicam coisas referentes ao acervo
e pesquisas produzidas aqui. Então nós temos, no tocante ao AMLB,
uma série inventário de arquivo que já tá, se não me engano, no número
nove, em que a gente publica para os estudiosos da área um inventário
dos acervos que tem aqui. O primeiro foi o do Dr. Thiers Martins
Moreira que foi o primeiro diretor do Centro de Pesquisa, o criador
do Centro de Pesquisa, e ele deixou o arquivo pessoal dele aqui, então
foi o primeiro inventário publicado. Depois fizemos Clarice Lispector,
fizemos Manuel Bandeira e tal e o primeiro que foi mais trabalhoso, o
primeiro dos grandes, foi o do Drummond, que já teve uma segunda
edição porque entre a primeira e a segunda edição do inventário houve
mais doações, os netos deixaram mais coisas aqui, então a gente fez
uma versão atualizada do inventário do arquivo do Drummond. Essas
publicações são muito importantes pros pesquisadores porque nós
publicamos o inventário de como é dividido o arquivo, cartas pessoais,
documentos pessoais, originais... então o pesquisador, digamos, uma
pessoa de fora do Rio que está pesquisando a obra do Pedro Nava,
de posse desse, como a gente dá um resumo de cada documento, o
pesquisador já vem sabendo o que vai interessar a ele. A gente fez uma
distribuição muito ampla nas bibliotecas das faculdades de Letras,
bibliotecas públicas das principais cidades, porque é um livro de
trabalho, não é um livro de leitura, é um livro de trabalho. E assim,
dentre outras coisas, a gente publica... nós temos o Prêmio Casa de Rui
Barbosa que todo ano é feito o concurso de monografia sobre temas
pesquisados aqui, quer dizer, pessoas que utilizaram os acervos da Casa,
isso é uma forma da gente estimular a pesquisa dos acervos porque
trabalhar aqui é consideravelmente mais simples do que trabalhar em
qualquer outra instituição de pesquisa ou de acervo no Brasil. Por
exemplo, na Biblioteca Nacional você tem uma série de regras, de
limitações, aqui o acesso ao material é bem mais simples. Já foi até
mais simples do que é hoje, mas infelizmente houve problemas como
em outras instituições de roubo, de danificação do material, então
hoje há muito mais regras, mas ainda é muito simples. Pra estimular
a produção de trabalhos relacionados aos acervos daqui, a gente faz
esse concurso de monografia que aceita indistintamente monografias
Apêndices • 136
liga pra livros, é o tempo todo esses eventos!”, já havia esse conflito,
quando a gente passou para o Centro de Pesquisa, aí eu reivindiquei
ao Mário Machado “a gente precisa ter um setor de editoração”, aí não
tinha a função gratificada pro chefe, “vamos pedir em Brasília”, mas
não tem, aquelas coisas que o governo Fernando Henrique foi muito
contido pra dinheiro mas mesmo assim nós começamos o setor, tinha
uma chefe que era da área administrativa que eu chamei e disse assim
“você aceita ser chefe da editoração?”, ela não entendia nada de livros,
inclusive ela era uma pessoa que até falava errado, mas ela era uma boa
administradora e eu precisava aquilo com prazos, com cronogramas
e ela foi espetacular e sem BAS, ela não tinha gratificação, mas ela
aceitou esse desafio. Quando foi criado o BAS ela ficou com o BAS até
se aposentar.
RV: Acho que sim. Porque na verdade, a Casa tem duas grandes
áreas finalísticas: pesquisa e documentação, então as duas deveriam
estar igualmente contempladas nas publicações. E se não é assim, é
porque a área de documentação não tem produzido o suficiente,
quer dizer, nós temos três livros do arquivo, um Guia do Arquivo,
uma [Tabela] de Temporalidade e o Thesaurus que é bem antigo, tem
um que é “Repensando a arquivística contemporânea”, que é da série
papéis avulsos... mas a área de documentação aqui é conhecidíssima...
APÊNDICE E
APÊNDICE F