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Foto: Reprodução/MPPA
O procurador ainda nega que haja qualquer dívida histórica. “Eu não
acho que nós tenhamos dívida nenhuma com quilombolas. Nenhum de
nós aqui tem navio negreiro. Nenhum de nós aqui, se você for ver sua
família há 200 anos atrás (sic), tenho certeza que nenhum de nós trouxe
um navio cheio de pessoas da África para ser escravizadas aqui”,
afirmou.
Após a revelação das gravações, Albuquerque disse que a fala foi tirada
de contexto e que quem divulgou a gravação “optou por, de maneira
sub reptícia, tentar macular o bom nome de uma pessoa preocupada em
contribuir com a disseminação do conhecimento de maneira imparcial”.
Com informações do G1
Indígenas brasileiros denunciam
violações ao Parlamento Europeu
Eles afirmam que os europeus devem contribuir com medidas para conter a
violência na Amazônia
Redação
Brasil de Fato | São Paulo (SP)
“Cada importação que é feita para a Europa, é o nosso sangue que vem”
Ele também fala sobre as denúncias que estão sendo feitas durante a
jornada: “Estamos aqui para dizer que a cada importação que é feita para a
Europa, é o nosso sangue que vem. É hora de dizer basta! Medidas precisam
ser tomadas e a responsabilidade é de todos, dos parlamentos, da sociedade
civil, do consumidor e dos próprios empresários”.
Até ontem, a delegação participou de audiências em Bruxelas, na
Bélgica, foram realizados encontros com o vice-presidente da Comissão
Europeia, Franciscus Timmermans, e com diretor de Assuntos Internacionais
de Agricultura e Desenvolvimento Rural da União Europeia, John Clarke.
A delegação também se reuniu com representantes do Serviço Europeu para
a Ação Externa e chefia da Divisão dos Direitos Humanos e Divisão América
Latina da ONU e da Comissão Internacional de Cooperação e
Desenvolvimento.
O líder indígena Dinamam Tuxá destaca a necessidade do apoio do
Parlamento Europeu para que o acordo comercial com o Mercosul não seja
ratificado.
"Esse acordo irá insuflar ainda mais os conflitos das terras indígenas. O
agronegócio irá se apropriar da necessidade de ampliação da sua área de
produção e, consequentemente, acirrar os conflitos dentro das áreas
indígenas e gerar mais desmatamento”, diz.
Ele indagou os parlamentares sobre o papel do continente nos crimes
cometidos contra indígenas no Brasil. “Estamos aqui para perguntar ao
Parlamento Europeu se eles realmente vão financiar mais esse processo
genocida que o Estado brasileiro está promovendo, pois esse acordo irá
promover ainda mais violência contra nós, povos indígenas. Vamos fornecer
essas informações para que eles possam, de forma coerente, decidir se estão
do lado da vida ou da morte”.
Segundo Nara, os europeus podem contribuir com medidas para conter
a violência na Amazônia: "A União Europeia precisa rever o acordo. São
necessárias leis específicas que garantam que todos os produtos importados
por eles respeitam os modos tradicionais dos povos que são afetados. É
importante aumentar a rastreabilidade desses produtos, de onde ele realmente
vem. Além disso, o Brasil é signatário da Convenção 169 da OIT”.
Então, o direito à consulta livre, prévia e informada é também um dos
principais pontos que precisa ser respeitado porque toda a madeira e a soja
que a Europa importa vem de territórios de conflito”, alerta.
Morte do índio Galdino, em Brasília, completa 21
anos hoje
Indígena foi queimado vivo em 20 de abril de 1997, por cinco jovens do
Plano Piloto; ele visitava Brasília pela segunda vez
O cacique da tribo Pataxó Hã-hã-Hãe Galdino Jesus dos Santos foi morto em uma parada de ônibus
em 21 de abril de 1997(foto: Sérgio Amaral/CB/D.A Press)
O quinteto, que morava no Plano Piloto, era formado por Antônio Novely Vilanova, na
época com 19 anos, Max Rogério Alves, 19, Tomás Oliveira de Almeida, 19, Eron Chaves
Oliveira, 18 e G.A.J., 17, estava munido com álcool e fósforos. Eles utilizaram o material
para queimar vivo o indígena, que visitava Brasília pela segunda vez.
Galdino havia chegado na capital ainda naquele sábado, juntamente com outros oito
índios da tribo oriunda do Sul da Bahia. Após comemorarem a data com protestos, o
cacique deixou a festa por volta de 0h e se direcionou até a pensão onde estava hospedado,
a 200 metros do ponto de ônibus onde ocorreu a tragédia. Perdido, chegou ao local às 3h,
contudo, não pôde entrar. "A dona da pensão o barrou na e disse que já passavam das 21h
— hora em que as portas normalmente se fecham", relatou um primo do cacique
ao Correio, à época.
O índio descansou por duas horas, até que a barbárie ocorreu. Após a o ato violento, os
amigos fugiram no veículo, mas foram seguidos por uma testemunha que passava pelo
local e anotou a placa. Enquanto isso, Galdino recebia ajuda de outras pessoas, que
tentavam apagar as chamas com água e com um extintor de incêndio.
Pessoas próximas ao túmulo do índio pataxó Galdino Jesus dos Santos, na aldeia Pataxó, na
Bahia(foto: Ronaldo de Oliveira/CB/D.A Press)
O cacique foi transportado debilitado e, após laudo médico, constatou-se que ele teve
95% do corpo consumido por queimaduras de 2º e 3º grau. Depois de um dia de luta, o
índio não resistiu e morreu no Hospital Regional da Asa Norte (Hran). Na segunda-feira
seguinte, 22 de abril de 1997, Galdino faleceu por insuficiência renal, provocada pela
desidratação de seu corpo. O mau funcionamento dos rins afetou os demais órgãos.
Memória viva
Para o cacique Junior Xukuru, gestor da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil
(Apib), articulador do Conselho Indígena do Distrito Federal e conselheiro do Conselho
Nacional de Cultura Indígena do Brasil, o povo indígena ainda sofre com a lembrança de
Galdino. "Nos revoltamos com a história do nosso irmão até hoje, pois vemos que a
justiça não é para todos. Enxergamos isso quando sabemos que os bandidos que fizeram
isso com o nosso irmão estão soltos. Mas esse ocorrido não matou a nossa história, fez
parte dela e fez nascer a memória do Galdino, que permanecerá", salientou.