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Índios Yanomami denunciam risco de massacre

em reserva no AM e RR e exigem saída de


garimpeiros
Em carta aberta, lideranças indígenas relatam impactos do garimpo
ilegal na reserva que tem cerca de 27 mil índios. No início do mês,
garimpeiros fecharam rodovia por quatro dias contra operação que
desmontou focos de mineração na área.
Por Emily Costa, G1 RR — Boa Vista
27/11/2019 12h19 Atualizado há 8 horas

No encontro, índios se posicionaram para escrever a expressão "Fora garimpo"


— Foto: Victor Moryama/ISA/Divulgação

Lideranças da Terra Indígena Yanomami, localizada nos estados de Roraima e


Amazonas, divulgaram uma carta aberta em que voltam a denunciar a presença
de garimpeiros ilegais na região e alertam para risco de um massacre na reserva.
O texto, que é assinado por lideranças das etnias Yanomami e Yekuana, foi
elaborado durante uma reunião que ocorreu na reserva, na região do Demini,
em Roraima, na semana passada. Ele foi lido pela deputada federal Joênia
Wapichana (Rede-RR) durante audiência pública na Câmara dos Deputados na
terça (26).
No início deste mês, uma manifestação de garimpeiros deixou a BR-174,
principal rodovia de Roraima, fechada por quatro dias. O ato foi em protesto
contra a operação que desmontou focos de garimpo ilegal na região e para
cobrar a regularização da mineração em áreas indígenas, projeto em fase de
estudo pelo governo federal, mas rechaçado pelos índios.
"Os garimpeiros estão envenenando as pessoas e contaminando nossos rios,
nossos peixes, nossos alimentos e espantando nossa caça. Sabemos que o
mercúrio usado no garimpo está contaminando nosso povo", diz um dos trechos
da carta. "Essa é a mensagem de todos os Yanomami e Ye’kwana juntos para
todo o planeta".
No documento, as 116 lideranças que participaram da reunião e elaboraram a
carta cobram que o governo retire os garimpeiros que estão na região e impeça
a entrada de novos, citando tensão e casos de violência que ocorrem na área em
razão da presença de invasores.
"Trazem todo tipo de bebidas, drogas e doenças. Eles têm muitas armas e são
violentos também entre eles. Eles matam uns aos outros e enterram os corpos
na beira dos rios ou jogam nos rios", relataram os indígenas relembrando
também mortes em conflitos por causa do garimpo, como massacre de Haximu
que na década de 90 deixou 12 índios mortos na região. "Nossos avós e tios
morreram por causa dos garimpeiros. Nós não queremos repetir essa história de
massacre".
A carta, que é endereçado ao Executivo e Legislativo Federal, também diz que
os índios "decidem de forma coletiva, escutando vários pensamentos de
homens, mulheres, xamãs, jovens, lideranças tradicionais, todos reunidos. E
isso deve ser respeitado pelo governo brasileiro".
"As nossas riquezas são os nossos conhecimentos tradicionais, a nossa saúde,
nossos rios limpos e nossas crianças crescendo felizes. Os garimpeiros estão
destruindo a nossa riqueza", escreveram, afirmando que "o governo tem o dever
de acabar com isso e trabalhar para cuidar da saúde dos povos Yanomami e
Ye’kwana e proteger a terra-floresta".
Procurado pelo G1 para comentar as denúncias feitas pelas lideranças
indígenas, um representante do movimento de garimpeiros em Roraima disse
que "há ONGs e grupos estrangeiros que estão por trás dos indígenas, os
manipulando conforme seus próprios interesses".
"Existem muitas distorções e a gente sabe que a população indígena não só do
nosso estado, mas de todo o país é tratada como massa de manobra", disse
Clayton Alves. "Se a gente for ver a fundo situação dos indígenas em Roraima
e no Brasil vai ver o quanto é precária e quanto foi usada por governos
passados".

A estimativa da Funai é que há entre 7 e 10 mil garimpeiros operando


ilegalmente na Terra Indígena. Já a Hutukara Associação Yanomami fala em
25 mil garimpeiros na área.
Um estudo feito em 2016 pela Fiocruz apontou que mais de 90% dos
indígenas que vivem em uma comunidade do Rio Uraricoera, uma das regiões
mais afetadas pelo garimpo ilegal na reserva yanomami, tem alto índice de
contaminação por mercúrio. O metal, que é altamente tóxico, é usado para
separar o ouro dos demais sedimentos e acaba lançado em rios, igarapés e na
atmosfera.
Procurador culpa índios que “não gostavam de
trabalhar” por “problema da escravidão no Brasil”
Durante palestra a alunos de Direito em Belém, o procurador
Ricardo Albuquerque negou qualquer dívida histórica e
responsabilizou indígenas pela escravização de pessoas vindas da
África
Por Redação

Foto: Reprodução/MPPA

Durante uma palestra dada a estudantes de Direito em Belém (PA), o


procurador Ricardo Albuquerque, do Ministério Público do Pará
(MPPA), declarou que não há nenhuma herança da escravidão no Brasil
e culpabilizou os indígenas pela escravização de pessoas advindas do
continente africano. Um áudio com a declaração foi divulgado nesta
terça-feira (26).

“Esse problema da escravidão aqui no Brasil foi porque o índio não


gosta de trabalhar, até hoje. O índio preferia morrer do que cavar mina,
do que plantar pros portugueses. O índio preferia morrer. Foi por causa
disso que eles foram buscar pessoas nas tribos na África, para vir
substituir a mão de obra do índio. Isso tem que ficar claro, ora!”, diz
Albuquerque em trecho do áudio divulgado.
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O procurador ainda nega que haja qualquer dívida histórica. “Eu não
acho que nós tenhamos dívida nenhuma com quilombolas. Nenhum de
nós aqui tem navio negreiro. Nenhum de nós aqui, se você for ver sua
família há 200 anos atrás (sic), tenho certeza que nenhum de nós trouxe
um navio cheio de pessoas da África para ser escravizadas aqui”,
afirmou.

Após a revelação das gravações, Albuquerque disse que a fala foi tirada
de contexto e que quem divulgou a gravação “optou por, de maneira
sub reptícia, tentar macular o bom nome de uma pessoa preocupada em
contribuir com a disseminação do conhecimento de maneira imparcial”.

Com informações do G1
Indígenas brasileiros denunciam
violações ao Parlamento Europeu
Eles afirmam que os europeus devem contribuir com medidas para conter a
violência na Amazônia

Redação
Brasil de Fato | São Paulo (SP)

5 de Novembro de 2019 às 16:29

Sonia Guajajara participa da jornada Sangue Indígena: Nenhuma Gota a


Mais / Mídia Ninja
Após o assassinato de Paulino Guajajara, lideranças estão na Europa
para pressionar União Europeia contra a ratificação do acordo UE-Mercosul.
Eles exigem medidas para proteção dos povos indígenas.
A delegação conta com líderes indígenas de cinco regiões do Brasil. O
grupo denuncia graves violações aos direitos dos povos indígenas a órgãos
da União Europeia e das Nações Unidas.
A jornada Sangue Indígena: Nenhuma Gota a Mais é realizada pela
Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), em parceria com
organizações da sociedade civil, e visitará 12 países europeus.
Hoje (5), o grupo chegou a Lisboa, Portugal, onde será lançado um
Manifesto em defesa da Amazônia e dos povos indígenas. Entre os
envolvidos na atividade estão Sônia Guajajara, coordenadora executiva da
Apib e a atriz Lucélia Santos.
A visita é realizada após a intensificação de ataques aos povos
indígenas na última semana. O guardião indígena Paulo Paulino Guajajara
foi assassinado em uma emboscada feita por cinco madeireiros. O crime foi
cometido na Terra Indígena Araribóia (MA) na última sexta-feira (10).
Na madrugada do dia 3, a base de proteção da Funai no Vale do Javari, no
Amazonas, foi novamente atacada a tiros por caçadores e pescadores ilegais.
A liderança indígena Nara Baré, coordenadora da Coordenação dos Povos
Indígenas da Amazônia (COIAB) denuncia os ataques ao seu povo.

“Cada importação que é feita para a Europa, é o nosso sangue que vem”
Ele também fala sobre as denúncias que estão sendo feitas durante a
jornada: “Estamos aqui para dizer que a cada importação que é feita para a
Europa, é o nosso sangue que vem. É hora de dizer basta! Medidas precisam
ser tomadas e a responsabilidade é de todos, dos parlamentos, da sociedade
civil, do consumidor e dos próprios empresários”.
Até ontem, a delegação participou de audiências em Bruxelas, na
Bélgica, foram realizados encontros com o vice-presidente da Comissão
Europeia, Franciscus Timmermans, e com diretor de Assuntos Internacionais
de Agricultura e Desenvolvimento Rural da União Europeia, John Clarke.
A delegação também se reuniu com representantes do Serviço Europeu para
a Ação Externa e chefia da Divisão dos Direitos Humanos e Divisão América
Latina da ONU e da Comissão Internacional de Cooperação e
Desenvolvimento.
O líder indígena Dinamam Tuxá destaca a necessidade do apoio do
Parlamento Europeu para que o acordo comercial com o Mercosul não seja
ratificado.
"Esse acordo irá insuflar ainda mais os conflitos das terras indígenas. O
agronegócio irá se apropriar da necessidade de ampliação da sua área de
produção e, consequentemente, acirrar os conflitos dentro das áreas
indígenas e gerar mais desmatamento”, diz.
Ele indagou os parlamentares sobre o papel do continente nos crimes
cometidos contra indígenas no Brasil. “Estamos aqui para perguntar ao
Parlamento Europeu se eles realmente vão financiar mais esse processo
genocida que o Estado brasileiro está promovendo, pois esse acordo irá
promover ainda mais violência contra nós, povos indígenas. Vamos fornecer
essas informações para que eles possam, de forma coerente, decidir se estão
do lado da vida ou da morte”.
Segundo Nara, os europeus podem contribuir com medidas para conter
a violência na Amazônia: "A União Europeia precisa rever o acordo. São
necessárias leis específicas que garantam que todos os produtos importados
por eles respeitam os modos tradicionais dos povos que são afetados. É
importante aumentar a rastreabilidade desses produtos, de onde ele realmente
vem. Além disso, o Brasil é signatário da Convenção 169 da OIT”.
Então, o direito à consulta livre, prévia e informada é também um dos
principais pontos que precisa ser respeitado porque toda a madeira e a soja
que a Europa importa vem de territórios de conflito”, alerta.
Morte do índio Galdino, em Brasília, completa 21
anos hoje
Indígena foi queimado vivo em 20 de abril de 1997, por cinco jovens do
Plano Piloto; ele visitava Brasília pela segunda vez

SP Sarah Peres - Especial para o Correio


postado em 20/04/2018 20:40 / atualizado em 20/04/2018 20:45

O cacique da tribo Pataxó Hã-hã-Hãe Galdino Jesus dos Santos foi morto em uma parada de ônibus
em 21 de abril de 1997(foto: Sérgio Amaral/CB/D.A Press)

A madrugada posterior à comemoração pelo Dia do Índio, em 19 de abril de 1997,


chocou todo o Brasil. Por volta das 5h30 de domingo, à época, 20 de abril, cinco amigos
deixavam o Centro Comercial Gilberto Salomão com um carro Monza preto, após uma
noitada. Na parada de ônibus da 703 Sul, estacionaram o veículo para "brincar". No local,
dormia o cacique da tribo Pataxó Hã-hã-Hãe Galdino Jesus dos Santos, 44 anos.
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O quinteto, que morava no Plano Piloto, era formado por Antônio Novely Vilanova, na
época com 19 anos, Max Rogério Alves, 19, Tomás Oliveira de Almeida, 19, Eron Chaves
Oliveira, 18 e G.A.J., 17, estava munido com álcool e fósforos. Eles utilizaram o material
para queimar vivo o indígena, que visitava Brasília pela segunda vez.

Galdino havia chegado na capital ainda naquele sábado, juntamente com outros oito
índios da tribo oriunda do Sul da Bahia. Após comemorarem a data com protestos, o
cacique deixou a festa por volta de 0h e se direcionou até a pensão onde estava hospedado,
a 200 metros do ponto de ônibus onde ocorreu a tragédia. Perdido, chegou ao local às 3h,
contudo, não pôde entrar. "A dona da pensão o barrou na e disse que já passavam das 21h
— hora em que as portas normalmente se fecham", relatou um primo do cacique
ao Correio, à época.

O índio descansou por duas horas, até que a barbárie ocorreu. Após a o ato violento, os
amigos fugiram no veículo, mas foram seguidos por uma testemunha que passava pelo
local e anotou a placa. Enquanto isso, Galdino recebia ajuda de outras pessoas, que
tentavam apagar as chamas com água e com um extintor de incêndio.
Pessoas próximas ao túmulo do índio pataxó Galdino Jesus dos Santos, na aldeia Pataxó, na
Bahia(foto: Ronaldo de Oliveira/CB/D.A Press)

O cacique foi transportado debilitado e, após laudo médico, constatou-se que ele teve
95% do corpo consumido por queimaduras de 2º e 3º grau. Depois de um dia de luta, o
índio não resistiu e morreu no Hospital Regional da Asa Norte (Hran). Na segunda-feira
seguinte, 22 de abril de 1997, Galdino faleceu por insuficiência renal, provocada pela
desidratação de seu corpo. O mau funcionamento dos rins afetou os demais órgãos.

O sepultamento de Galdino ocorreu na cidade baiana de Pau-Brasil. No peito, o cacique


carregou uma cruz vermelha, com a qual foi enterrado. Mesmo na hora do adeus, amigos
da tribo não deixaram a revolta de lado. "Eles nos chamam de selvagens, mas são uns
verdadeiros animais (sic), relatou ao Correio o cacique Wilson Pataxó, naquele ano de
1997.

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Memória viva
Para o cacique Junior Xukuru, gestor da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil
(Apib), articulador do Conselho Indígena do Distrito Federal e conselheiro do Conselho
Nacional de Cultura Indígena do Brasil, o povo indígena ainda sofre com a lembrança de
Galdino. "Nos revoltamos com a história do nosso irmão até hoje, pois vemos que a
justiça não é para todos. Enxergamos isso quando sabemos que os bandidos que fizeram
isso com o nosso irmão estão soltos. Mas esse ocorrido não matou a nossa história, fez
parte dela e fez nascer a memória do Galdino, que permanecerá", salientou.

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