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NA UNIVERSIDADE DE ZURIQUE
(19 de setembro de 1946)
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Atlântica. Se isto é o seu desejo, têm apenas que o dizer, e certamente que os meios
podem ser encontrados, a máquina estruturada, para tal realizar em plena fruição.
Mas devo fazer um aviso. O tempo pode ser escasso. Actualmente há um
tempo para respirar fundo. Os canhões pararam de disparar. A luta parou; mas os
perigos não pararam. Se formarmos os Estados Unidos da Europa, ou com qualquer
outro nome ou forma que seja, temos que começar já.
Nestes dias de hoje vivemos, estranha e precariamente, sob o escudo e
protecção da bomba atómica. A bomba atómica está ainda nas mãos de um Estado e
nação que nós sabemos não a usar, excepto pela causa do direito e da liberdade. Mas
pode acontecer que, dentro de poucos anos, este terrível agente de destruição esteja
disperso e a catástrofe sequente ao seu uso, por várias nações rivais, levará não só ao
fim de tudo aquilo a que nós chamamos civilização como, possivelmente, à
desintegração do próprio globo.
Devo, agora, repetir as propostas que estão perante vós. O nosso constante
objectivo deve ser a construção e o fortalecimento da Organização das Nações
Unidas. Sob e dentro desse conceito mundial, devemos recriar a família europeia
numa estrutura regional chamada, por exemplo, Estados Unidos da Europa. O
primeiro passo será a formação de um Conselho da Europa. Se, numa fase inicial,
nem todos os Estados da Europa quiserem ou poderem juntar-se à União, devemos,
contudo, proceder à junção e combinação daqueles que o querem e daqueles que o
podem fazer. A salvação das pessoas comuns, de todas as raças e de todas as terras, da
guerra e da servidão deve ser estabelecida em bases sólidas e preservada pela
disposição de todos os homens e mulheres de antes morrerem do que submeterem-se à
tirania. Neste urgente trabalho a França e a Alemanha devem assumir, conjuntamente,
o comando. A Grã-Bretanha, a Comunidade Britânica de Nações, a poderosa
América, e, confio eu, a Rússia Soviética — para que, então, de facto, tudo possa
estar bem — devem ser os amigos e os patrocinadores da nova Europa e devem
defender o seu direito à vida e à luz. Por isso eu vos digo: Deixem a Europa erguer-
se!».1