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SOBRE TREINOS QUE NÃO “CONVERSAM” ENTRE SI

Rossman Cavalcante

Não, você não leu errado, esse texto NÃO irá discorrer sobre praticantes que
conversam nos treinos. Quando me refiro aos treinos que não “conversam” (assim mesmo
entre aspas) entre si, a ideia é escrever sobre modalidades de exercícios físicos que
poderiam ser complementares e, muitas vezes, são concorrentes.

Praticar duas ou mais atividades físicas é uma situação relativamente comum em


academias e clubes, principalmente quando envolve a combinação de uma atividade
esportiva como futebol, vôlei ou tênis, com outra atividade mais voltada para aptidão física
como: musculação, Pilates ou treinos funcionais em grupo. Quem adota essa ideia crê que
os resultados serão melhores, mas isso somente irá acontecer se a distribuição dos
estímulos respeitar alguns princípios fisiológicos.

Imagine um atleta recreacional de corrida de rua que treina três vezes por semana
e que tem por objetivo principal, participar de uma prova de 5 km. Esse atleta foi
orientado pelo treinador a incluir treinamento de força para desenvolver uma estrutura
muscular adequada tanto para suportar a sobrecarga repetitiva dos treinos de corrida,
quanto para melhorar seu desempenho. Sugestão aceita, o corredor procura uma
academia, explica para o profissional que o atendeu sobre suas necessidades, realiza uma
avaliação física e inicia seus exercícios de força na sala de musculação.

Até aqui parece tudo em ordem, mas se o profissional que prescreve o treino de
força não souber as demandas neuromusculares da modalidade corrida, nem quais os
diferentes tipos de treino e como eles afetam os mesmos músculos que serão treinados na
musculação? As consequências podem variar, desde uma redução no rendimento nos
treinos de corrida, em função de estresse excessivo nos músculos dos membros inferiores,
até uma lesão por excesso de uso ou desrespeito ao devido tempo de recuperação entre os
estímulos.

A solução não depende exclusivamente do praticante e sim de, pelo menos, um dos
profissionais responsáveis pelas modalidades em questão. Uma coleta de informação mais
detalhada sobre o que o praticante faz na outra modalidade de exercício ou uma simples
troca de mensagens entre os dois profissionais envolvidos resolveriam o problema,
entretanto, eventualmente, uma “barreira” chamada vaidade pessoal impede essa
comunicação e o que seria a melhor solução. O que resta para o praticante é um
acumulado de estímulos concorrentes que o afastam ainda mais de seus objetivos, quando
não o levam à lesão.

Você, praticante de mais de uma modalidade de atividade física e principal


interessado nos resultados de suas escolhas, explique tudo que você está realizando em
termos de exercício, incluindo: frequência semanal, duração, intensidade, como você se
sente ao final do seu treino e quais as suas prioridades. Caso não se sinta seguro sobre
essas informações, solicite que os treinadores entrem em contato um com o outro,
justamente para que os treinos “conversem” entre si e você possa extrair o melhor de cada
modalidade.

Profissionais do exercício precisam aceitar que as soluções compartilhadas


representam um caminho sem volta. Não há mais espaço para isolamento e vaidade
pessoal quando a dor do cliente é multifatorial.

Bons treinos!
Rossman Cavalcante

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