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Gerência
Pr. Samuel Cássio Ferreira - Gerente Executivo
Pr. Abner de Cássio Ferreira - Gerente Geral
Sobre a revista


Revista de Escola Bíblica Dominical
1º Trimestre de 2020
Ano 30 - Nº 114
Publicação Trimestral
ISSN 2448-184X

TEMA DESTA REVISTA:
A família natural segundo os valores e
princípios cristãos
Instituição idealizada por Deus para a perpetuação de
relacionamentos harmoniosos e uma Igreja sadia
Palavra do Comentarista

Neste trimestre o tema central será a FAMÍLIA. Em um tempo repleto de
desafios, ataques e tentativas de desconstruir os conceitos cristãos
sobre a família, cremos que a presente revista será essencial para uma
necessária reflexão e resgate das verdades bíblicas acerca desta
instituição divina, considerada a célula mater da sociedade. Assim, serão
treze lições que buscam abranger os diversos aspectos envolvidos no
contexto de família, desde a criação divina, passando pelos propósitos
de Deus, a relevância dos relacionamentos conjugais e entre pais e
filhos, a questão financeira, algumas das ameaças à estabilidade da
família, a importância da comunicação, a imprescindível bênção de ter
Jesus Cristo como Senhor da família e o conhecimento e aplicação dos
princípios bíblicos no dia a dia do lar. Que o Espírito Santo nos continue
nos conduzindo e nunca falte as bênçãos de Deus em cada família, para
a glória de Deus.

SOBRE O AUTOR

Bispo Abner Ferreira


Presidente da CONEMAD/RJ (Convenção Estadual dos Ministros
Evangélicos das Assembleias de Deus - Ministério de Madureira no
Estado do Rio de Janeiro); Presidente da Catedral Histórica das
Assembléias de Deus do Ministério de Madureira; 3º Vice-presidente da
CONAMAD; Advogado; Bacharel em Teologia; Escritor; Articulista e
Conferencista.
Sumário
Sobre o Direito de Cópia
Dados de Contato
Sobre a revista
Palavra do Comentarista

LIÇÃO 1
Família: um projeto elaborado por Deus
INTRODUÇÃO
1. A origem do matrimônio
2. A família à luz da criação
3. Um modelo estabelecido no princípio
CONCLUSÃO
DICA DE CONTEÚDO AUXILIAR

LIÇÃO 2
Família: princípios e valores
INTRODUÇÃO
1. Casa alicerçada na rocha
2. Princípios divinos para o matrimônio
3. Agregando valores ao matrimônio
CONCLUSÃO
DICA DE CONTEÚDO AUXILIAR

LIÇÃO 3
A comunicação no ambiente familiar
INTRODUÇÃO
1. A relevância da comunicação
2. A Bíblia e a comunicação
3. Buscando aperfeiçoar a comunicação
CONCLUSÃO
DICA DE CONTEÚDO AUXILIAR

LIÇÃO 4
Orientações bíblicas sobre a intimidade do casal
INTRODUÇÃO
1. Matrimônio e vida sexual
2. Dois numa só carne
3. Princípios para uma intimidade sadia
CONCLUSÃO

LIÇÃO 5
Enfrentando as tensões no casamento
INTRODUÇÃO
1. A realidade das tensões
2. De onde surgem os conflitos?
3. Vencendo conflitos
CONCLUSÃO

LIÇÃO 6
A necessidade de um planejamento financeiro
INTRODUÇÃO
1. Planejamento, um princípio bíblico
2. Administrando com sabedoria
3. A presença de Deus no planejamento
CONCLUSÃO
DICA DE CONTEÚDO AUXILIAR

LIÇÃO 7
A ameaça aos valores cristãos na família
INTRODUÇÃO
1. O mau uso dos meios de comunicação
2. Leis e desafios do presente século
3. Recuperando valores perdidos
CONCLUSÃO
DICA DE CONTEÚDO AUXILIAR

LIÇÃO 8
O desafio da criação dos filhos
INTRODUÇÃO
1. Filhos: herança do Senhor
2. Relacionamento entre pais e filhos
3. Pais conscientes da responsabilidade
CONCLUSÃO
DICA DE CONTEÚDO AUXILIAR

LIÇÃO 9
O poder de Jesus para transformar a família
INTRODUÇÃO
1. Água transformada em vinho
2. A fé coopera com as obras
3. Lições para minha família
CONCLUSÃO

LIÇÃO 10
A família e a Igreja
INTRODUÇÃO
1. A relação família e Igreja
2. A Igreja em cooperação com a família
3. Famílias comprometidas
CONCLUSÃO
DICA DE CONTEÚDO AUXILIAR

LIÇÃO 11
Aperfeiçoando o relacionamento conjugal
INTRODUÇÃO
1. A importância do aperfeiçoamento
2. Atentos à dinâmica familiar
3. Atitudes para o aperfeiçoamento
CONCLUSÃO

LIÇÃO 12
As bênçãos de Deus para a família
INTRODUÇÃO
1. A família e a bênção divina
2. Algumas bênçãos de Deus às famílias
3. Atitudes para desfrutar das bênçãos
CONCLUSÃO
DICA DE CONTEÚDO AUXILIAR

LIÇÃO 13
Relacionamentos do cristão: Deus e família
INTRODUÇÃO
1. Diferentes níveis de relacionamento
2. O cristão e sua família
3. Nosso relacionamento com Deus
CONCLUSÃO
LIÇÃO 1
Família: um projeto elaborado por
Deus

5 JAN / 2020


TEXTO ÁUREO
“E disse o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei
uma adjutora que esteja como diante dele.” Gênesis 2.18

VERDADE APLICADA
A família é uma instituição divina, como parte do projeto da criação e
estabelecida antes do pecado da humanidade.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Ensinar acerca do propósito do matrimônio.
Mostrar a importância da família à luz da criação.
Apresentar o modelo de Deus para o casal.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
GÊNESIS 2
21. Então o Senhor Deus fez cair um sono pesado sobre Adão, e este
adormeceu; e tomou uma das suas costelas e cerrou a carne em seu
lugar.
22. E da costela que o Senhor Deus tomou do homem formou uma
mulher; e trouxe-a a Adão.
23. E disse Adão: Esta é agora osso dos meus ossos e carne da minha
carne; esta será chamada varoa, porquanto do varão foi tomada.
24. Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua
mulher, e serão ambos uma carne.
25. E ambos estavam nus, o homem e a sua mulher, e não se
envergonhavam.

LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA / Gn 1.27-28
O modelo bíblico para a família
TERÇA / Gn 12.1-3
A bênção de Deus para todas as famílias
QUARTA / Dt 6.6-9
O dever de cuidar da família
QUINTA / Pv 6.20
A família deve ser guiada pela Palavra de Deus
SEXTA / Ef 2.19
A família é resultado do plano de Deus
SÁBADO / Ef 5.32
Família e o relacionamento entre Cristo e Igreja

HINOS SUGERIDOS
56, 154, 396

MOTIVOS DE ORAÇÃO
Ore para que o Senhor fortaleça as famílias ao redor do mundo.

ESBOÇO DA LIÇÃO
Introdução
1. A origem do matrimônio
2. A família à luz da criação
3. Um modelo estabelecido no princípio
Conclusão

INTRODUÇÃO
Iniciaremos esta série de lições sobre família pontuando aspectos
revelados nas Escrituras Sagradas sobre sua origem divina, instituída
com propósitos e padrão bem definidos.

PONTO DE PARTIDA
Deus é o idealizador da família.

1. A origem do matrimônio
A primeira instituição criada por Deus foi a família. A Bíblia nos ensina
que o primeiro matrimônio aconteceu no jardim do Éden, com o primeiro
casal formado por um “homem e uma mulher”: Adão e Eva [Gn 2.18].

1.1. O primeiro casal. O relato bíblico nos assegura que a família tem
origem no jardim do Éden através da união entre Adão e Eva. Quando
Deus disse: “Não é bom que o homem esteja só” [Gn 2.18], Ele estava
claramente demonstrando que homem e mulher foram criados para
formar uma família, e para reproduzirem-se conforme Sua imagem e
semelhança [Gn 1.27-28]. Assim, o plano de Deus é organizar os seres
humanos como famílias e, finalmente, unir toda a criação em uma
grande família, a família de Deus [Ef 2.19].
Subsídio do Professor: Luciano Subirá escreveu sobre o fato de
Deus pensar em termos de família: “O Senhor não trata apenas com
indivíduos, mas também com famílias. É claro que a salvação é
individual, e a fé e a escolha (com as suas consequências) também é
(...) Contudo, quando falamos a respeito de propósito (não de
responsabilidades), percebemos que a Bíblia apresenta um Deus que
pensa em termos de famílias, e não apenas de indivíduos”. O referido
autor apresenta várias referências bíblicas que apontam para o interesse
de Deus em abençoar todos da família e todas as famílias, como, entre
outras: Gênesis 12.1-3; 6.17-18; 19.12-17.

1.2. A família e sua influência na sociedade. Segundo a Declaração
Universal dos Direitos Humanos, a família é o elemento natural,
universal, e fundamental da sociedade. A deterioração da sociedade
acontece por causa da deterioração da família. É nosso dever cuidar da
família [Dt 6.6-9]. A Igreja precisa estar atenta para a tendência mundana
de desvalorizar a influência da família na sociedade. Afinal, é na família
que tudo começa. O primeiro meio social que o ser tem conhecimento é
a família. Independente de sua formação é na família que o ser humano
começa a amar, se importar com o próximo, seguir regras, receber as
primeiras noções de certo e errado, que influenciarão seu
comportamento na sociedade. Portanto, é a base da vida social [Pv
22.6].
Subsídio do Professor: O mundo, a pátria e a igreja são o resultado
da estruturação da família. A sociedade é reflexo daquilo que
aprendemos dentro de casa. É por esta razão que o casamento é a mais
íntima de todas as relações humanas. Quando esta relação é boa e se
desenvolve sob os princípios divinos, ela fornece uma das maiores
satisfações da vida. Devemos ter em mente que a igreja é uma família
composta por famílias. Portanto, o estado das famílias tem influência na
igreja local.

1.3. Uma definição de família. O dicionário define a família como uma
instituição, parentesco, organização e sociedade, mas não se refere à
sua origem. A sociedade vê a família como uma instituição humana, na
qual cada membro tem direitos. Contudo, como visto no tópico 1.1, a
família é resultado do plano de Deus, O qual revelou propósitos,
orientações e atribuições para a mesma nas Escrituras Sagradas [Gn
1.27-28; 2.18-25; Ef 5.22-33; 6.1-4].
Subsídio do Professor: O Pastor Eliezer Lira escreveu: “Família é o
sistema social básico, instituído no Éden por Deus, para a constituição
da sociedade e prossecução da raça humana”. Larry Christenson
comentou: “Os filósofos neoplatônicos encaravam o casamento com
uma dureza sombria, como sendo contrário à natureza espiritual do
homem. No tempo de Jesus, os essênios, membros da seita religiosa
mais rigorosa de então, viam o casamento como um empecilho na
preparação do indivíduo para o reino de Deus. A família cristã, porém, é
formada para ser a imagem exata do futuro reino de Deus, quando a
vontade divina será feita na terra assim como é no céu. Não é apenas
uma escola preparatória para o céu; é uma amostra do que será o reino
de Deus”.

EU ENSINEI QUE:
A família é resultado do plano de Deus de unir toda a criação em uma
grande família, a família de Deus.

2. A família à luz da criação
Deus criou a família com propósitos e a fundamentou com princípios
para que sempre fosse forte e dirigida por Ele. A relevância da família é
atestada, também, ao ser usada para ilustrar o relacionamento entre
Cristo e a Igreja [Ef 5.32].

2.1. O desenho original para a família. Tanto o homem quanto a
mulher foram criados à imagem de Deus, ou seja, ambos foram criados
para se relacionarem com o Criador e para representá-lo aqui na Terra
[Gn 1.27]. No final do sexto dia da criação, Deus viu tudo o que havia
feito e declarou que era “muito bom” [Gn 1.31]. O capítulo 2 do livro de
Gênesis detalha como se deu a criação do homem e da mulher. O
Senhor Deus observou que estava faltando uma companheira para o
homem e agiu para suprir. O Senhor então criou a mulher a partir do
homem e a apresentou, dando instruções de como deveriam viver
unidos [Gn 2.18-25].
Subsídio do Professor: A expressão “adjutora” também pode ser
entendida como “alguém que o ajude” (NTLH) ou “auxiliadora” (ERA) ou
“companhia adequada” (Bíblia Judaica Completa). Eva foi criada para
ficar ao lado de Adão, para ser seu auxílio e sua ajuda. O propósito
inicial era tanto de suprir a necessidade humana de companhia, quanto
de dar continuidade a raça humana através dessa união por Ele
produzida [Gn 1.27-28; 2.18, 20-22].

2.2. Unir para multiplicar. Deus não criou a mulher como companheira
apenas para preencher o lado solitário de Adão. Existe muito mais nessa
união. Adão tinha a responsabilidade de cuidar do jardim e protegê-lo,
isso ele realizava sozinho [Gn 2.15]. Mas o propósito de Deus ia além.
Ele os uniu em matrimônio para que juntos pudessem dar frutos e se
multiplicassem sobre a terra [Gn 1.27-28].
Subsídio do Professor: Como escreveu o Pr. Vanderli Lima: “a
multiplicação é um propósito divino para a família, claramente definido
(...) Quando Deus deu aos seres humanos a capacidade de gerar filhos,
tornou-os participantes da Sua criação. A família é o ambiente adequado
para a geração e a formação da personalidade dos filhos que vierem a
nascer”. De acordo com a Bíblia King James: “O ser humano começa
sua peregrinação sobre a terra com essa bênção divina: “Frutificai-vos!”,
ou seja, “Vicejai”: multiplicar em número e com qualidade de vida, em
paz e harmonia por toda a terra e quiçá pelo Universo [v.26; 2.15; Sl 8.6-
8]. A humanidade não deveria opor-se a Deus, mas resgatar seu amor
primitivo pelo Pai, como mordomos bons e fiéis de toda a criação do
Senhor”.

2.3. Deus fez tudo sob medida. Desde a formação do homem como ser
vivente, até sua união com a primeira mulher, o texto bíblico indica que o
homem não pensou, não executou, e nem tampouco se esforçou para
que o Senhor Deus lhe providenciasse uma companhia. Tudo aconteceu
por vontade e propósito divino [Gn 1.27]. Deus é o idealizador da família.
Isso significa claramente que Deus a fez com propósitos definidos para
esse mundo [Ml 2.15]. Por esse motivo, ela deve ser administrada a
partir da revelação da Palavra de Deus, nunca através de concepções
humanas [Pv 6.20; 23.24; 1Tm 5.8].
Subsídio do Professor: John Stott, escrevendo sobre o casamento,
enfatizou que, por ser uma “ordenança da criação”, antes da entrada do
pecado na humanidade, o casamento deve ser percebido como uma
dádiva de Deus para os seres humanos. O escritor ainda registrou: “O
mais próximo que a Bíblia chega de uma definição de casamento é a
passagem de Gênesis 2.24, a qual o próprio Jesus citaria mais tarde,
referindo a ela como uma palavra de Deus, quando perguntaram a ele
sobre os motivos permissíveis para o divórcio [Mt 19.4-5].

EU ENSINEI QUE:
O desenho original para a família é relacionar-se com seu Criador e
representá-lo aqui na Terra. Assim, Deus fez tudo sob medida, unindo e
multiplicando, pois Ele é o idealizador da família.

3. Um modelo estabelecido no princípio
Já aprendemos que o Senhor idealizou a família e a estabeleceu com
propósitos que vão além de uma simples união. Agora veremos como é
a matriz do casamento no projeto original, que começa com a união
entre um homem e uma mulher.

3.1. Deus fez homem e mulher. Deus foi o idealizador, o juiz de paz e o
administrador da primeira “cerimônia” de casamento. No projeto original,
Deus não uniu dois homens do mesmo sexo, nem tampouco duas
mulheres. De acordo com o projeto original, Deus desejava que eles se
reproduzissem e pessoas do mesmo sexo não se reproduzem [Gn 1.27-
28]. Deus foi tão perfeito que o milagre da reprodução só pode acontecer
por intermédio de um homem e uma mulher. Deus os fez iguais em
essência, mas diferentes no corpo, para que em união se
complementassem. Até seus órgãos genitais foram idealizados para
esse fim. O modelo bíblico para o casamento sempre será um homem e
uma mulher, o que passar disso é invenção humana e maligna [1Tm 4.1-
3].
Subsídio do Professor: O Pr. Vanderli Lima escreveu quanto à
verdade bíblica de que o casamento é heterossexual: “Somente duas
pessoas de sexos diferentes – macho e fêmea – podem contrair
matrimônio. Observe que o Senhor, ao instituir o casamento, diz homem
e mulher [Gn 2.24 – ERA]. É impossível que as partes que se unem no
casamento sejam complementares, se não forem de sexos diferentes. O
Criador fez a mulher distinta do homem, para que ambos, juntos,
pudessem realizar o que Ele determinou”.

3.2. Casamento monogâmico. Outro aspecto da matriz do casamento
apresentada no livro de Gênesis é o monogâmico, ou seja, um homem
se une com uma só mulher. Tal característica aponta que o projeto divino
é que o casamento não fosse desfeito. A revista Superinteressante, de
dezembro de 2008, publicou interessante matéria sob o tema: Se não
existisse a monogamia? Entre outras consequências, a matéria destaca:
aumento da violência e desigualdade extrema. O texto encerra: “Líderes
proibiram a poligamia quando precisaram que seus súditos
combatessem um inimigo em vez de lutarem entre si, escreveu o
neurocientista Steven Pinker, da Universidade Harvard. Não é à toa que,
orgias à parte, Grécia e Roma defendiam a monogamia. Sem ela, talvez
não tivéssemos chegado até aqui”.
Subsídio do Professor: No livro Vida Cotidiana nos Tempos Bíblicos
encontramos sobre o casamento originalmente planejado por Deus:
“Este relacionamento foi desfigurado pela queda da humanidade no
pecado. A história de Israel fala das mudanças que afetaram o
casamento porque os israelitas preferiram aceitar as práticas
degradantes de seus vizinhos ímpios (...) Embora Deus tenha ordenado
o casamento como uma relação sagrada entre um homem e uma
mulher, logo ele foi corrompido quando alguns homens tomaram duas
esposas [cf. Gn 4.19](...) O livro dos Provérbios nunca menciona a
poligamia, muito embora toque em muitos aspectos da cultura hebraica.
Os profetas sempre usavam o casamento monogâmico para descrever o
relacionamento do Senhor com Israel”.

3.3. Uma união submissa a Deus. A terceira característica da matriz da
união conjugal é a submissão a Deus, visando um contínuo
relacionamento. Encontramos este aspecto em Gênesis 2.16-17. O
restante do relato bíblico revela que a mulher também foi informada
acerca da ordenança divina. É preciso resgatar a consciência de que
sendo a família instituída por Deus, deve a Ele sua origem, lealdade e
adoração. O ambiente familiar também deve ser cúltico. Para tanto, faz-
se necessário o cultivo da leitura bíblica, oração e louvor em família.
Subsídio do Professor: Ciro Eustáquio e Iara D’Arc escreveram: “O
grau de importância que se dá ao relacionamento com Deus através da
prática de Sua Palavra determinará o grau de sucesso do casamento,
assim como das demais áreas da vida. A vida espiritual é o invólucro que
deve cobrir todas as outras partes da existência humana. Fomos feitos
para ‘espelharmos’ e espalharmos a glória de Deus. Toda a felicidade do
homem concentra-se no fato de viver por Deus e para Deus [At 17.28;
1Co 10.31; Sl 128.1; Rm 11.36]”.

EU ENSINEI QUE:
Os aspectos do modelo bíblico para o casamento são: a união entre um
homem e uma mulher; a monogamia (um homem se une com uma só
mulher); e a submissão a Deus.

CONCLUSÃO
Deus criou o matrimônio para que fosse indissolúvel e tudo o que
precisamos para uma vida matrimonial bem-sucedida está registrado na
Escritura. Deus não somente criou a instituição família, mas também
estabeleceu princípios para que seus alicerces não ruíssem diante das
tempestades [Mt 7.26-27].

DICA DE CONTEÚDO AUXILIAR
EBOOK: Casamento e família. Valdir Alves de Oliveira. Editora Betel,
2019.
LIÇÃO 2
Família: princípios e valores

12 JAN / 2020



TEXTO ÁUREO
“Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que edificam; se
o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela.” Salmos 127.1

VERDADE APLICADA
O primeiro ato divino após criar a família foi abençoá-la. Além disso, Ele
também estabeleceu princípios e valores para protegê-la e fortalecê-la.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Ensinar acerca dos fundamentos que edificam a família.
Apresentar os princípios divinos para o matrimônio.
Mostrar os valores que devem ser agregados ao matrimônio.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
LUCAS 14
28. Pois qual de vós, querendo edificar uma torre, não se assenta
primeiro a fazer as contas dos gastos, para ver se tem com que a
acabar?
29. Para que não aconteça que, depois de haver posto os alicerces, e
não a podendo acabar, todos os que a virem comecem a escarnecer
dele,
30. Dizendo: Este homem começou a edificar e não pôde acabar.
31. Ou qual é o rei que, indo à guerra a pelejar contra outro rei, não se
assenta primeiro a tomar conselho sobre se com dez mil pode sair ao
encontro do que vem contra ele com vinte mil?

LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA / Sl 127.1
Uma casa edificada pelo Senhor
TERÇA / Mt 7.24-25
O fundamento de toda família saudável é Cristo
QUARTA / Mt 19.6
O casamento é uma união permanente
QUINTA / Lc 14.28-30
É necessário planejamento para edificar uma casa
SEXTA / Rm 12.1-2
A mentalidade e a permanência do casamento
SÁBADO / 1Co 13.2-3
O amor solidifica o relacionamento

HINOS SUGERIDOS
150, 193, 198

MOTIVOS DE ORAÇÃO
Ore por um avivamento nas famílias, através do exercício da Palavra de
Deus.

ESBOÇO DA LIÇÃO
Introdução
1. Casa alicerçada na rocha
2. Princípios divinos para o matrimônio
3. Agregando valores ao matrimônio
Conclusão

INTRODUÇÃO
Em um tempo de tanta pluralidade e desconstruções, é fundamental
permanecermos nos princípios e valores expostos na Palavra de Deus,
que devem nortear a construção e preservação da família, por ser
instituição divina.

PONTO DE PARTIDA
O fundamento de toda família saudável é Cristo.

1. Casa alicerçada na rocha
Toda construção começa no alicerce e continua pela estrutura, logo virá
o teto e por último o acabamento. Para construir um matrimônio forte,
devemos pensar e trabalhar nestas coisas a partir da Palavra de Deus
[Mt 7.24].

1.1. Uma casa se edifica na rocha. A rocha é uma base estável para a
construção de uma casa. A parábola dos dois alicerces enfatiza duas
atitudes: prudência e insensatez [Mt 7.24-27]. Faz-nos lembrar da
relevância de sermos cuidadosos e sábios ao iniciarmos a formação de
uma família. Nenhum construtor começará a obra pelo teto, sempre a
iniciará pelo alicerce. Aqui Jesus está alertando que não basta saber
quem Ele é e o que diz. É preciso colocar em prática e viver de acordo.
Assim, o lar estará preparado para futuras tempestades, mas sempre
seguro [Mt 7.25].
Subsídio do Professor: Somente a casa cujos alicerces são firmes
pode suportar os embates da tormenta. E somente a vida cujo
fundamento é firme pode suportar as provas. Estar alicerçado em Deus é
não somente ser ouvinte, mas praticante [Tg 1.22]. Por ser de origem
divina, a firmeza do casamento está em os cônjuges atentarem para os
princípios estabelecidos pelo Criador. Enquanto o casamento
permanecer nesse âmbito, nada poderá destruí-lo [Mt 7.25].

1.2. Uma casa edificada na areia. A areia é considerada um
fundamento instável. A areia lembra uma vida carnal, sem princípios
divinos, onde imperam apenas os desejos, os pensamentos e a vontade
da carne [Gl 6.8]. O resultado de uma vida sem princípios é a ruína.
Jesus chamou de insensatos aqueles que apenas ouviam, mas não
praticavam Seus ensinamentos. Não disse apenas que a casa caiu, mas
que foi grande a sua queda [Mt 7.27]. O fundamento de toda família
saudável é Cristo.
Subsídio do Professor: A sociedade atual vive um dos momentos
mais críticos da história no que concerne ao casamento. As famílias
estão se formando precocemente, sem estrutura, sem perspectiva, sem
responsabilidades e, principalmente, sem alicerces espirituais [Lc 6.49].
Quando o modelo original é ignorado, o resultado é esse que
enfrentamos em nossos dias, onde cada vez mais as famílias se
desintegram. Os bons costumes, os valores e princípios bíblicos estão
sendo desprezados por muitos na construção da família [Sl 11.3].

1.3. Uma casa edificada pelo Senhor. Uma reconstrução é muito mais
difícil que uma construção. Por essa razão, o Senhor Jesus Cristo nos
instrui a fazer os cálculos daquilo que iremos construir, para que, pondo
os alicerces, não deixemos a obra inacabada e sejamos escarnecidos. O
Senhor deve ser o edificador de nossas casas para que não trabalhemos
em vão [Sl 127.1]. As muitas dificuldades vivenciadas por algumas
famílias são resultado de atitudes tomadas no passado sem procurar
saber a vontade do Senhor. Uma casa não se edifica apenas com boa
vontade, é necessário planejamento [Lc 14.28-30].
Subsídio do Professor: A boa administração do convívio familiar não
é obra somente nossa, pois Deus é parte integrante do relacionamento
[Mc 10.9]. Não podemos estabelecer a família ignorando o Criador,
porque acabaremos frustrados. Sem a bênção divina, nos esforçaremos
em vão [Jo 15.4-5]. Nosso Criador deseja abençoar a família. Quando é
Ele quem edifica e guia a família, experimentamos a verdadeira
felicidade que Ele nos presenteia por amor.

EU ENSINEI QUE:
Estar alicerçado em Deus é não somente ser ouvinte, mas praticante.
Por isso, os valores e princípios bíblicos não podem ser desprezados na
construção da família.

2. Princípios divinos para o matrimônio
Princípios são regras que orientam a ação de um ser humano em todas
as áreas da vida. Deus criou o matrimônio com propósitos, e, para
alcançá-los, estabeleceu princípios para que as famílias ao serem
formadas se orientassem por eles. Desses princípios iremos destacar
três.

2.1. O princípio do novo relacionamento. Ao compreender que aquela
companheira dada por Deus era carne de sua carne e osso dos seus
ossos, Adão revela o princípio mais importante do matrimônio: o “deixar”
[Gn 2.23-24]. A expressão: “Portanto, deixará”, enfatiza a importância de
que um casal se separe de seu núcleo familiar primário para dar início a
um novo lar e uma nova família. O termo “deixar” não se refere a romper
os laços familiares. Refere-se a uma mudança necessária para assumir
a responsabilidade de construir e edificar uma nova família a partir de
suas próprias experiências [Lc 6.48]. A ordem divina tem um propósito
poderoso: desligar o casal da influência e das interferências [Ef 5.31].
Subsídio do Professor: John Stott escreveu sobre a substituição de
um relacionamento humano (pais e filhos) por outro (marido e esposa):
“(...) ambos são complexos e contêm vários elementos envolvidos. Eles
são físicos – em um, há a concepção, o nascimento e a criação, no
outro, o relacionamento sexual -, emocionais – envolvem crescimento,
tanto no processo de sair da dependência da infância quanto na
maturidade necessária para a parceria – e sociais – enquanto as
crianças herdam uma unidade familiar já existente, no casamento, o
casal cria uma nova”.

2.2. O princípio da unidade. O princípio da unidade se deriva do verbo
“unir”, que significa: juntar dois elementos que estavam separados, mas
que agora permanecerão unidos por um vínculo não somente físico, mas
essencialmente espiritual [Ef 5.31]. Como comentou o pastor e escritor
Timothy Keller, a expressão “apegar-se-á”, conforme podemos ler em
Gênesis 2.24, “expressa a força do verbo hebraico. É um termo hebraico
que significa, literalmente, ser colado a algo”. Portanto, não se trata de
uma união superficial ou que possa ser desfeita sem prejuízos.
Descuidar nesse quesito é abrir a porta para grandes problemas [Mt
19.6].
Subsídio do Professor: Luciano Subirá escreveu sobre a relevância
da participação do Senhor no casamento a partir do texto bíblico –
Eclesiastes 4.9-12: “A presença de Deus é a terceira dobra e deve ser
cultivada na vida do casal. Adão e Eva não ficaram sozinhos no Éden;
Deus estava diariamente com eles e, da mesma forma como idealizou
ser com o primeiro casal, Ele quer participar do nosso casamento
também! Vemos esta questão do envolvimento de Deus na união
matrimonial sob três diferentes perspectivas: 1) Como parte do
compromisso do casal; 2) Como fonte de intervenção na vida do casal; e
3) Como modelo e referência para o casal”.

2.3. O princípio da permanência. O Senhor Deus criou o casamento
para ser uma união permanente [Mt 19.6]. Infelizmente, o pecado causou
muitos estragos na vida das pessoas e estas, ao unirem-se em
matrimônio, levam consigo conceitos totalmente avessos acerca dele.
Conceitos errôneos e avessos às Sagradas Escrituras irão minar e
acabar com a relação [1Co 15.33]. A mentalidade das pessoas é
determinante para que o casamento permaneça [Rm 12.1-2]. A atitude
de ambos ajudará a formar a mentalidade de permanência no
matrimônio. Deus deseja que os cônjuges aprendam a aceitar-se e a
trabalhar, com respeito, as suas diferenças e discordâncias.
Subsídio do Professor: O Pr. Eliezer Lira escreveu: “Jesus é enfático
ao dizer que o divórcio foi permitido (e não instituído) por Moisés devido
à dureza do coração dos homens e de sua obstinação. O divórcio
tornou-se uma das maiores manifestações da condição pecaminosa do
homem. Assim, faz-se necessário reconhecer os primeiros sinais deste
sintoma fatal. Quando se permite que a vontade humana prevaleça
sobre a de Deus, a semente da obstinação floresce e gera rebelião
espiritual, que leva ao endurecimento do coração, provocando morte
espiritual e conjugal”.

EU ENSINEI QUE:
Deus criou o casamento para ser uma união permanente. Ele deseja que
os cônjuges, longe das influências e das interferências, aprendam a
aceitar-se e a trabalhar, com respeito, as suas diferenças e
discordâncias.

3. Agregando valores ao matrimônio
Para que o matrimônio tenha a forma de uma união abençoada por
Deus, é necessário que ele seja acrescido de valores. Um matrimônio
sem valores é um matrimônio fraco e propenso a deteriorar-se, porque
não tem forma [Sl 127; 128; Ef 5.22, 25, 28].

3.1. O temor a Deus. O temor a Deus significa “reverência, respeito ou
honra, tratando-se de um profundo e reverente sentimento de
responsabilidade perante Deus ou Cristo”. Indica a plena consciência de
quem é Deus e de quem somos nós. Portanto, se somos discípulos de
Jesus Cristo, esta consciência abrange, também, o contexto matrimonial
e toda a família. Desse modo, o temor a Deus deve ser acompanhado da
procura em conhecer a Sua vontade e da prática da mesma. É bastante
significativa a mensagem do Salmo 128, pois o primeiro aspecto
destacado no Salmo é “teme ao Senhor”, depois vem trabalho, casa,
mulher e filhos. Bem-aventurado aquele que busca construir uma família
sendo temente a Deus, como fruto de saber que o Senhor instituiu a
família, revelando Seus propósitos e princípios que devem nortear o
relacionamento familiar.
Subsídio do Professor: Leslie C. Allen comentou sobre o Salmo 128:
“O segredo da bênção, destaca o salmista (v. 1, 4), é uma vida dedicada
a Deus em obediência reverente à sua vontade moral. O que é essa
bênção? As respostas simples desenvolvidas nos versículos 2-3 têm
pouca afinidade com os sonhos mirabolantes do homem materialista
moderno. É o contentamento e a alegria como o fruto do trabalho
honesto (contraste com Lv 26.15-16; Is 65.21-22). É a satisfação
doméstica da mulher e da família. A videira e a oliveira não representam
somente a fertilidade, aqui sexual. Mas implicitamente atribuem a sua
origem a Deus como seus presentes (cf. Dt 8.7-10)”.

3.2. O amor e o respeito mútuo. O amor como valor é a inspiração total
de cada ato para o bem da pessoa amada. É uma forte inclinação
emocional para uma pessoa. É a força mais poderosa que podemos ter
para nos impelir a desejar e fazer o bem para a pessoa amada [Rm
13.10; 1Jo 4.16]. Em relação ao casal, esse valor deve ser cultivado e
protegido com muito cuidado. Por amor, marido e mulher compreendem
que são responsáveis pela felicidade um do outro, e entendem que
devem fazer todo o possível para produzir a felicidade que o parceiro
deseja e espera. O amor é a argamassa que solidifica o relacionamento
[1Co 13.2-3]. O descuido do ato de cultivá-lo tem se tornado um dos
maiores inimigos do matrimônio [Ef 5.28].
Subsídio do Professor: Leonora Ciribelli escreveu sobre o amor no
casamento: “Quando não há distinção entre amor e paixão no
relacionamento conjugal, surgem sentimentos distorcidos (...) A boa
notícia é que o casal pode desfrutar do amor do começo ao fim (...) Estar
seguro desta verdade antes mesmo de se casar é um privilégio. Veja o
que Paulo, no capítulo 13 de sua primeira carta aos Coríntios, afirma: o
amor jamais acaba. Então, por que muitos casais afirmam que o amor
entre eles acabou? A resposta é simples: o que acabou não foi o amor,
mas a decisão de amar”.

3.3. O exercício do perdão. O casal se sairá muito bem aprendendo a
perdoar. Todos os problemas podem ser superados com a ajuda de
Deus e a disposição para perdoar. O casal que não aprende a perdoar
se expõe a que o ressentimento e rancor destruam toda a beleza que
eles pensavam em viver como casal e em comprometer-se [Ef 4.32; Cl
3.13]. É importante destacar aqui algumas considerações sobre o perdão
mencionadas em um artigo da revista “Construindo a Espiritualidade
Cristã”: 1) O perdão é uma questão de obediência; 2) O perdão é uma
forma de ver o ofensor como instrumento de Deus em sua vida; 3) O
perdão é uma decisão de não “desenterrar” mais as ofensas.
Subsídio do Professor: Ciro e Iara Lima escreveram sobre a
importância do perdão no casamento: “Existem quatro expressões
fundamentais no relacionamento conjugal. Escritores famosos na área
de família ressaltam a importância de tais expressões. São elas: ‘Eu
errei’, ‘Por favor, me perdoe’, ‘Eu te perdoo’ e ‘Eu te amo’. (...) Perdoar é
uma atitude de coração através da qual absolvemos, liberamos o nosso
próximo de uma falta, ofensa ou dívida. Estar absolvido significa não ter
sobre si nenhum peso de culpa, condenação ou acusação. Isto leva a
pessoa a ser reintegrada no relacionamento, experimentando a alegria
do estágio anterior à transgressão”.

EU ENSINEI QUE:
Para que o matrimônio tenha a forma de uma união abençoada por
Deus, é necessário que ele seja acrescido de valores, como o temor a
Deus, o amor e o respeito mútuo e o exercício do perdão.

CONCLUSÃO
Segundo Jaime Kemp, Deus idealizou a família para proporcionar ao
homem e à mulher amor incondicional, suprir as necessidades físicas e
emocionais de cada um de seus membros, suavizar a solidão e fornecer
refúgio certo e seguro contra os turbulentos ataques do mundo.

DICA DE CONTEÚDO AUXILIAR
LIVRO/EBOOK: Vou casar, e agora? Lucimar Figueiredo. Editora
Betel, 2018.
LIÇÃO 3
A comunicação no ambiente familiar

19 JAN / 2020


TEXTO ÁUREO
“A morte e a vida estão no poder da língua; e aquele que a ama comerá
do seu fruto.” Provérbios 18.21

VERDADE APLICADA
A comunicação é um dos aspectos fundamentais na construção e
manutenção do ambiente harmonioso na família.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Ensinar acerca da relevância da comunicação
Mostrar que a Bíblia é um verdadeiro manual de comunicação.
Observar algumas atitudes que podem aperfeiçoar a comunicação.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
EFÉSIOS 4
26. Irai-vos e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira.
27. Não deis lugar ao diabo.
29. Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for
boa para promover a edificação, para que dê graça aos que a ouvem.
30. E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais selados
para o dia da redenção.
31. Toda amargura, e ira, e cólera, e gritaria, e blasfêmia, e toda malícia
sejam tiradas de entre vós.
32. Antes, sede uns para com os outros benignos, misericordiosos,
perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em
Cristo.

LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA / Pv 10.11
O justo e sua forma de falar
TERÇA / Pv 15.1
A comunicação através das expressões corporais
QUARTA / Pv 18.21
O poder das palavras no relacionamento familiar
QUINTA / 1Co 13.4-7
Mantendo e aperfeiçoando a harmonia da família
SEXTA / Ef 5.15-16
Fortalecendo os relacionamentos familiares
SÁBADO / Cl 3.21
O valor do diálogo no relacionamento familiar

HINOS SUGERIDOS
16, 243, 432

MOTIVOS DE ORAÇÃO
Ore pelo fortalecimento dos relacionamentos familiares no Brasil.

ESBOÇO DA LIÇÃO
Introdução
1. A relevância da comunicação
2. A Bíblia e a comunicação
3. Buscando aperfeiçoar a comunicação
Conclusão

INTRODUÇÃO
Um dos fatores que mais influencia o ambiente familiar é a comunicação.
Por isso, a Palavra de Deus está repleta de orientações e alertas sobre o
uso desta relevante capacidade do ser humano concedida pelo Criador.

PONTO DE PARTIDA
O ser humano foi feito para interagir, se comunicar.

1. A relevância da comunicação
Em todos os nossos relacionamentos a comunicação é um aspecto
fundamental, seja para contribuir na harmonia e bem-estar ou produzir
conflitos, desentendimentos e um ambiente de discórdias. Tal
constatação também está presente no ambiente familiar. Assim, é de
importância capital que a comunicação seja alvo de consideração por
todos os membros da família cristã.

1.1. O que significa comunicação? Uma sincera reflexão sobre
qualquer tema passa, necessariamente, por compreendermos bem o seu
significado. Quando o tema é “comunicação”, é muito importante
atentarmos para isso, pois a tendência é reduzirmos o significado a
simplesmente falar, gesticular ou escrever. Porém, ao verificarmos os
vários conceitos sobre a expressão “comunicação”, se percebe que se
trata de um exercício mais complexo: “Ato ou efeito de emitir, transmitir e
receber mensagens”; “capacidade de trocar ou discutir ideias, de
dialogar, de conversar, com vista ao bom entendimento entre pessoas”.
Não apenas falar, mas conversar, ouvir, entender. Que nós, como
discípulos de Cristo, sejamos bons comunicadores também no ambiente
familiar [Ef 4.29].
Subsídio do Professor: No site www.portaleducacao.com.br há um
interessante artigo sobre A Importância da Comunicação: “Os elementos
da comunicação são: 1) Emissor - É quem gera o processo e quem toma
a iniciativa; 2) Receptor - É quem recebe a mensagem. Ele deve receber
e compreender (...); 3) Mensagem - É o pensamento ou a ideia que o
emissor pretende passar para o receptor; 4) Meio - É o canal por meio
do qual o emissor transmite a sua mensagem ao receptor; 5) Reação - É
o último processo da comunicação. Toda comunicação deve ter esse
elemento como um dos seus objetivos para completar todo o processo
(...)”.

1.2. Deus, Criador e Comunicador. A Bíblia revela que o Senhor Deus
não apenas criou o ser humano, mas o abençoou com a capacidade da
comunicação e Ele próprio tomou a iniciativa de se comunicar com Suas
criaturas [Gn 1.28; 2.16; 3.8-9], instruindo, ordenando e chamando.
Mesmo após o pecado, Deus continuou a se comunicar com a
humanidade, utilizando-se de diferentes meios para transmitir Suas
mensagens [Êx 34.1; Hb 1.1]. Relevante para o contexto familiar é o fato
de o texto bíblico associar a decisão divina de providenciar a mulher
para o homem com a necessidade da comunicação: “Não é bom que o
homem esteja só” [Gn 2.18]. O ser humano foi feito para interagir, se
comunicar.
Subsídio do Professor: H. L. Ellison comentou sobre Gênesis 2.18:
“O ser humano, por ter sido feito à imagem de Deus – que é uma
Trindade -, é por natureza um ser social. Assim, a solidão não é boa
para ele; o v.18 faz menção dos dois sexos de forma igual! Visto que o
propósito criativo de Deus significou desde o início os dois sexos,
masculino e feminino (1.27), a primeira cura para a solidão foi a criação
da mulher para ser parceira do homem; o hebraico implica o encaixe em
uma unidade, em que cada um ajuda o outro da mesma forma”.

1.3. Famílias conscientes da importância da comunicação.
Considerando as diferenças presentes entre os membros de um grupo
familiar, ou seja: um é mais racional e lógico; outro é mais movido pela
emoção; outros têm idades e interesses diferentes; cada um com
características próprias. Tais diferenças tornam o ambiente propício para
constantes conflitos e desentendimentos. Assim, é muito importante que
a família tenha plena consciência da importância da comunicação e
procure se esforçar no exercício da mesma na constante busca por um
ambiente onde haja acordo, harmonia e segurança [Am 3.3; Mt 12.25].
Subsídio do Professor: Apesar de haver distintas características em
cada elemento que se une em matrimônio, torna-se necessário que haja
no coração de ambos uma disposição em se completarem e viverem
uma vida saudável. Thais Alves, consultora em comunicação, afirmou: “A
comunicação familiar é a mais delicada das comunicações. É onde as
verdades, os medos e os amores aparecem”. Psicólogos e terapeutas de
casais afirmam que a principal queixa entre os casais é a dificuldade na
comunicação.

EU ENSINEI QUE:
Deus nos abençoou com a capacidade da comunicar-se. Consciente da
importância da comunicação, a família precisar procurar se esforçar na
busca por um ambiente onde haja acordo, harmonia e segurança.

2. A Bíblia e a comunicação
A Bíblia é um verdadeiro manual de comunicação. Este tópico se propõe
a apresentar alguns dos princípios que são perfeitamente aplicáveis no
relacionamento familiar e que, se observados e praticados, muito
contribuirão para uma constante melhoria neste processo tão relevante
para o bem-estar da família.

2.1. Atentar para o momento mais adequado. Em todos os grupos
sociais que participamos, inclusive familiar, é relevante atentarmos para
o momento mais adequado para expressarmos uma opinião,
comentarmos sobre determinado assunto ou levantarmos um
questionamento. O pregador afirmou: “...tempo de estar calado e tempo
de falar” [Ec 3.7]. A palavra dita no tempo apropriado tem grande valor,
sendo comparada a algo bom e a uma joia finamente trabalhada [Pv
15.23; 25.11]. Assim, é importante pensar, refletir, orar e buscar a
direção do Espírito Santo acerca do momento mais adequado para tratar
dos diversos assuntos que fazem parte do dia a dia da família.
Subsídio do Professor: O Pr. Jaime Kemp escreveu: “Tanto o marido
quanto a esposa devem saber escolher a melhor hora, circunstância e
lugar para conversar sobre seus desentendimentos. Se estiverem
cansados, depois de um longo dia de trabalho ou então em meio a uma
tarefa importante ou um divertimento, não é muito inteligente lançar uma
dificuldade que necessite ser resolvida, a não ser que seja uma
emergência. Portanto, é muito importante haver calma, concentração e
boa vontade quando se deseja solucionar uma tensão”.

2.2. Atentar para a importância do ouvir. O apóstolo Tiago exortou:
“seja pronto para ouvir” [Tg 1.19]. No processo da comunicação familiar
é muito importante colocarmos em prática esta exortação bíblica, não
apenas entre o casal, mas, também, entre pais e filhos. Tal atitude, que
não deve ser confundida com dar, concordar ou fazer tudo o que eles
pedem ou falam, muito contribui para que os filhos se sintam valorizados
e plenamente participantes do grupo familiar, além de ajudar a formar
neles o hábito de ouvir. Certo autor escreveu: “Ouvir é muito mais do que
esperar a vez de retrucar, de escutar palavras. Significa receber e
compreender a mensagem verbalizada”. É sábio ouvir antes de
responder [Pv 18.13].
Subsídio do Professor: Renato e Cristiane Cardoso escreveram:
“Geralmente, associa-se a comunicação com o ato de falar, mas
comunicação envolve mais do que isso. É possível que duas pessoas
estejam falando durante um bom tempo uma com a outra sem que
estejam de fato se comunicando. Comunicação implica atenção, sugere
que deve haver do outro lado não apenas um ser que fala, mas também
que sabe ouvir. Preste atenção neste provérbio – Pv 29.20”.

2.3. Atentar para as palavras usadas. O cristão precisa lembrar que,
também dentro de casa, as palavras que pronuncia devem corresponder
ao fato de ser uma nova criatura em Cristo Jesus [Ef 4.25, 29, 31; Cl 3.8;
4.6]. A arte da comunicação é um contínuo aprendizado. É preciso
atentar para o fato de que palavras podem ferir e destruir um
relacionamento familiar [Pv 18.21]. Mais uma vez vemos a importância
de pensar, orar e pedir o auxílio do Espírito Santo. Portanto, se o diálogo
é fundamental no relacionamento familiar, as palavras que usamos no
diálogo não são de menor importância. Tal atenção também precisa ser
considerada na comunicação entre pais e filhos [Cl 3.21].
Subsídio do Professor: Luciano Subirá escreveu: “Nossas palavras
têm o poder de curar e de ferir. Mas não podemos usá-las de qualquer
forma. O justo e o ímpio se distinguem em muitas coisas e, de acordo
com a Palavra de Deus, não é só no seu caráter e atitudes, mas também
na forma de falar [Pv 10.11]. Da boca do justo jorra vida; ou seja,
palavras que vivificam, que comunicam vida espiritual (e mesmo
emocional)”.

EU ENSINEI QUE:
A Bíblia é um verdadeiro manual de comunicação; seus princípios são
perfeitamente aplicáveis no relacionamento familiar e contribuem para
uma constante melhoria do bem-estar da família.

3. Buscando aperfeiçoar a comunicação
Tendo visto os três princípios bíblicos aplicáveis na comunicação, é
importante que a família procure observar algumas atitudes na constante
busca por aperfeiçoar este processo tão complexo e relevante na vida
diária de um lar.

3.1. Falar a verdade com amor. É fundamental que o amor também
esteja envolvido no processo de comunicação, pois fará a diferença nas
palavras usadas e na maneira de falar. Pois, não basta falar a verdade
ou expressar uma discordância, é preciso que o amor esteja presente,
influenciando tal manifestação [Ef 4.15]. O casal, principalmente, precisa
ter em mente que ao tratar de um assunto ou discordar das atitudes dos
filhos, o que se pretende não é “ganhar” uma discussão ou “vencer“ um
debate, mas buscar manter e aperfeiçoar a harmonia da família e ajudar
os filhos nas diversas fases da vida [1Co 13.4-7].
Subsídio do Professor: A comunicação familiar deve ser conduzida
procurando sempre melhorar o relacionamento. Num texto distribuído
pelo Grupo de Integração da Família Cristã (GIFC), encontramos sobre a
comunicação amorosa: “O amor é um dos principais ingredientes da
comunicação. No entanto, esse amor não pode ser teórico; atos
concretos expressam o amor entre os familiares: carinho, afeto, abraços
e beijos; tempo, atenção, interesse, convivência, diálogo, doação etc.,
são exemplos vivos que testificam a comunicação amorosa”.

3.2. Não apenas palavras na comunicação. Faz a diferença na
comunicação verbal não apenas as palavras usadas, mas, também, a
tonalidade da voz e a expressão corporal que acompanha o processo,
seja quando estiver falando ou ouvindo. As expressões faciais, o olhar,
os gestos, a postura têm grande impacto na comunicação. Quando um
membro da família está ouvindo o outro, tais expressões corporais
também são importantes. Afinal, ouvir não é sinônimo de passividade,
mas concentração e doação. A Bíblia diz que a “resposta delicada
acalma” [Pv 15.1 – NTLH].
Subsídio do Professor: O Pr. Cláudio Duarte escreveu: “(...) o corpo
também comunica: por meio dos gestos, do olhar e até do silêncio. É
possível dar atenção ao outro ou desdenhar dele pela maneira como
alguém usa o seu corpo. Um gesto apenas consegue revelar a alma de
uma pessoa. É extremamente desconfortável e grosseiro conversar com
alguém olhando para os lados ou cumprimentar uma pessoa sem olhar
em seus olhos (...)”.

3.3. É preciso investir tempo. Os desafios do presente século também
envolvem o processo de comunicação dentro de uma casa. Se os
membros da família não têm consciência da importância da
comunicação (vide o tópico 1.3) são capazes de não se comunicarem
entre si ao longo de um dia ou mais. Portanto, o princípio da prioridade
também deve ser usado quando o assunto é investir tempo na
comunicação na família. Tal atitude reflete prudência e sabedoria para
viver nos dias maus, além de contribuir para fortalecer e aperfeiçoar os
relacionamentos familiares [Ef 5.15-16].
Subsídio do Professor: Arlindo Mendes escreveu sobre a
comunicação como o ‘braço da alavanca que remove obstáculos’: “Para
que a comunicação seja eficaz é necessário observarmos três aspectos:
a) Eliminar a soberba – consciência de que cada membro da família
precisa do outro; b) Doar tempo – a conversação desfaz a tensão, desde
que frequentemente usada.; c) Estabelecer prioridades”.

EU ENSINEI QUE:
Aperfeiçoar a comunicação no ambiente familiar é falar a verdade com
amor, é saber que a tonalidade da voz e a expressão corporal
acompanham o processo de interação e entender que é preciso investir
tempo.

CONCLUSÃO
A comunicação no ambiente familiar não possui uma única fórmula, pois
cada família é uma realidade. Contudo, a família cristã, com a graça de
Deus e a ação do Espírito Santo, deve demonstrar vontade, interesse,
esforço e amor no exercício de tão importante aspecto para uma família
saudável.

DICA DE CONTEÚDO AUXILIAR
LIVRO: O poder da palavra dos pais. Elizabeth Pimentel. Editora
Betel, 2018.
LIÇÃO 4
Orientações bíblicas sobre a
intimidade do casal

26 JAN / 2020


TEXTO ÁUREO
“Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula; porém
aos que se dão à prostituição e aos adúlteros Deus os julgará.” Hebreus
13.4

VERDADE APLICADA
É fundamental que os cônjuges cultivem uma intimidade baseada no
amor, respeito e cuidado mútuo, de acordo com a Palavra de Deus.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Ensinar que Deus criou o sexo para o bem-estar do casal no
casamento.
Mostrar os cuidados que os cônjuges devem ter para que a vida
sexual seja plena e efetiva entre eles.
Apresentar três princípios básicos para uma intimidade sadia e feliz.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
PROVÉRBIOS 5
15. Bebe a água da tua cisterna e das correntes do teu poço.
16. Derramar-se-iam por fora as tuas fontes, e pelas ruas, os ribeiros de
águas?
17. Sejam para ti só, e não para os estranhos contigo.
18. Seja bendito o teu manancial, e alegra-te com a mulher da tua
mocidade.
19. Como cerva amorosa e gazela graciosa, saciem-te os seus seios em
todo o tempo; e pelo seu amor sê atraído perpetuamente.

LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA / Gn 1.28
A Bíblia e a intimidade sexual
TERÇA / Gn 2.24
O casamento e a vida sexual
QUARTA / 1Co 7.5
O perigo da abstinência sexual no casamento
QUINTA / 1Co 7.33-34
Cultivando uma boa comunicação
SEXTA / 1Pe 3.7
Convivendo com entendimento
SÁBADO / Tg 5.16
Enfrentando a raiz dos problemas

HINOS SUGERIDOS
121, 154, 200

MOTIVOS DE ORAÇÃO
Ore para que os casais cristãos saibam como ter um casamento
saudável baseado na Bíblia.

ESBOÇO DA LIÇÃO
Introdução
1. Matrimônio e vida sexual
2. Dois numa só carne
3. Princípios para uma intimidade sadia
Conclusão

INTRODUÇÃO
Em um tempo de tantas distorções dos valores cristãos e invasão de
muitos lares pela pornografia e a indústria da imoralidade, é fundamental
o resgate das orientações bíblicas acerca da intimidade conjugal.

PONTO DE PARTIDA
O sexo foi criado por Deus.

1. Matrimônio e vida sexual
Tudo o que Deus criou tem um propósito, inclusive o sexo. Desse modo,
é preciso compreender não somente o que o sexo representa para o
casal, mas, principalmente, os propósitos e princípios pelos quais Deus o
criou. Sexo exige responsabilidade e entendimento [Pv 7.1-5].

1.1. Deus criou a sexualidade. O sexo foi criado por Deus. Desse
modo, o sexo não deve ser visto como algo pecaminoso, sujo ou
proibido. Ele é prazeroso, mexe com os sentimentos, as emoções e os
desejos mais profundos de uma pessoa [1Co 7.3]. O grande problema é
que isso pode acontecer tanto de maneira positiva, quanto negativa [Rm
1.23-28; Hb 13.4]. Por esse motivo, é importante compreender que
apenas o fato de duas pessoas se amarem não torna legítimo seu direito
de ter relações sexuais, visto que essa atividade constitui a mais íntima
expressão do amor conjugal, e somente através do matrimônio poderá
alcançar sua plena realização.
Subsídio do Professor: José Humberto de Oliveira escreveu sobre a
sexualidade: “Ao afirmarmos que Deus criou a sexualidade, estamos
enfatizando ‘Deus’ e não o sexo, porque os meios de comunicação já
propagam e deturpam esta bênção divina de forma sedutora e
dominadora. Todavia, ‘na perspectiva cristã, o corpo e a alma são
sagrados. A sexualidade está inscrita tanto no corpo como na alma.
Portanto, jamais deveria ser vista e vivida de outra forma que não fosse
sagrada’ (Amauri Cardoso). E somente aqueles que estão em Cristo
podem compreender e viver a plenitude da sexualidade”.

1.2. O casamento e a vida sexual. “...apegar-se-á à sua mulher, e
serão ambos uma carne” [Gn 2.24]. Este texto, que indica a união
sexual, é o clímax de um processo que teve início em Deus, que viu não
ser bom o homem estar só. A seguir providenciou uma companheira e
levou-a a Adão. Adão a recebeu de Deus. O relato bíblico deste
processo constitui-se em um verdadeiro manual de casamento: tudo
deve começar em Deus; Deus está atento à todas as necessidades do
ser humano; Deus provê também o cônjuge; é precioso “deixar” [Gn
2.24] para se unir (“apegar-se-á”) – indica algo consciente, não movido
pela “paixão” ou por “instinto”; e, então, vem a união sexual.
Infelizmente, muitos não atentam para os princípios bíblicos acerca do
casamento e da sexualidade.
Subsídio do Professor: Carlos Grzybowski escreveu: “A sexualidade
humana é uma expressão da intensidade relacional, em que o outro é
tão significativo para mim que eu me permito gerar com ele uma unidade
funcional, a qual tem um caráter transcendente e nos conecta de forma
misteriosa. Essa unidade funcional é denominada de casamento e
constitui-se de três elementos fundamentais: maturidade (deixar pai e
mãe), compromisso (unir-se com o cônjuge) e união sexual (tornar-se
uma só carne) [Gn 2.24]”.

1.3. O ato sexual. Tendo visto nos tópicos anteriores que Deus criou a
sexualidade e promoveu a união de homem e mulher, é importante
conhecermos o que a Bíblia diz sobre a intimidade sexual: 1) É
considerada “sem mácula” quando dentro do matrimônio [Hb 13.4]; 2)
Trata-se de um dos deveres dos cônjuges, um para com o outro [1Co
7.3]; 3) Não deve ser usada para manipulação ou chantagem de um para
com o outro [1Co 7.4-5]; 4) A abstinência do ato sexual no casamento
deve ser uma exceção e somente com mútuo consentimento [1Co 7.5];
5) Tratar a esposa, também no aspecto sexual, com respeito, dignidade,
cuidado, honra e sabedoria [1Pe 3.7]. Estes são apenas alguns textos
que tratam do tema.
Subsídio do Professor: Tim e Beverly LaHaye escreveram: “O ato
conjugal é essa bela relação íntima de que partilham marido e mulher, na
seclusão de seu amor – e ela é sagrada. Prova disso é o fato de que
Deus tenha apresentado esta experiência sagrada em seu primeiro
mandamento para o homem [Gn 1.28]. Esse encargo foi dado ao homem
antes de o pecado entrar no mundo (...)”. Evidentemente, como deixa
transparecer o texto bíblico – 1Co 7.3-5 – a função do ato sexual não se
limita a procriação, mas, também, para prazer mútuo [Pv 5.18-19].

EU ENSINEI QUE:
Tudo o que Deus criou tem um propósito, inclusive o sexo. Por essa
razão, é fundamental compreender que o sexo exige responsabilidade e
entendimento.

2. Dois numa só carne
O descuido quanto ao cultivo da intimidade entre os cônjuges tem
facilitado o pecado da infidelidade conjugal em muitos lares. Deus
instituiu o matrimônio para ser tanto permanente quanto saudável. Por
esse motivo, é importante que os cônjuges saibam como completar-se
nesse quesito [1Co 7.3, 5].

2.1. Homem e mulher: iguais e diferentes. É muito importante que o
esposo e a esposa tenham sempre em mente que ambos foram criados
e amados por Deus, bem como são “coerdeiros” da mesma graça [1Pe
3.7], feitos para amar e serem amados. Porém, a maneira como
exteriorizam e lidam com esta necessidade é diferente. Tal consciência
nos ajuda a encarar a tendência ao egoísmo - “eu quero é ser feliz”. Mas
as pessoas se casam para ser felizes ou porque são felizes e querem
fazer feliz a quem amam? Assim, havendo amor [1Co 13.5], há atenção
com o outro, interesse em conhecer mais o outro, superação das
diferenças, melhorando a qualidade da intimidade do casal.
Subsídio do Professor: Luciano Subirá escreveu sobre a relação
sexual: “Os homens e as mulheres funcionam de forma diferente. A
prontidão do homem para o ato sexual, salvo exceções, é praticamente
instantânea, mas com a mulher as coisas funcionam de modo diferente”.
O que ocorre é que alguns cônjuges não atentam para a realidade das
diferenças também neste aspecto, o que faz com que diminua a
qualidade da intimidade sexual do casal. Vários textos bíblicos apontam
para ações que muito contribuem na fase preliminar do ato sexual:
Cantares 1.2; 2.6; 5.16; 7.9. Vemos a importância do falar, perfume,
ambiente, carinho, abraço, beijo etc.

2.2. Enfrentar a raiz dos problemas. Vários fatores contribuem para
uma intimidade do casal com baixa qualidade: o ativismo em excesso
(não proporcionando tempo para investir em relacionamento com o
cônjuge); não estabelecer prioridades na rotina do lar (inclusive quando
do nascimento dos filhos – o casal precisa estar atento para não deixar
de investir no relacionamento conjugal); a não valorização do outro (com
palavras e gestos); problemas de saúde, entre outros. Assim, se faz
necessário que tanto o esposo como a esposa estejam sempre atentos
quanto ao relacionamento conjugal considerando o que a Bíblia expõe e
para contribuir na formação de outras gerações.
Subsídio do Professor: Roberto Márcio Gomes escreveu sobre
intimidade entre os cônjuges: “(...) a intimidade de conhecer vai além do
ato sexual, ela envolve a compreensão dos pensamentos, sentimentos,
desejos, sonhos e experiências compartilhadas com o outro. Cultivar a
intimidade requer esforço, pois exige honestidade, transparência e
afetividade, além de admitir as próprias limitações, fraquezas e defeitos,
fazendo esforço de mudar o que desagrada a Deus, em primeiro lugar, e
depois ao outro [Tg 5.16]”.

2.3. Respeitar-se mutuamente. Mesmo casados, o homem e a mulher
não devem esquecer que pertencem, acima de tudo, a Deus, sendo,
portanto, constituídos para Seu serviço. Por isso, imprimiu em cada um
de nós a Sua imagem e semelhança. De acordo com a revista Nossa Fé,
da Editora Cultura Cristã: “O uso do corpo deve ser respeitoso, de modo
que nem esposo, nem esposa, o usem indevidamente, sem objetivar a
glória de Deus [1Co 6.18-20; 7.4]. Infelizmente, diante de tanta
perversão sexual, muitos cristãos adotaram algumas formas grotescas
de sexo, que desvirtuam o propósito de Deus para nosso corpo. Para
que um casal cristão não ceda à tentação de imitar o que a pornografia
vende, é preciso que haja respeito entre os cônjuges. Antes de ser meio
de prazer para um casal, o corpo é oferta a Deus [Rm 6.13, 19; 12.1]”.
Subsídio do Professor: O Dr. Douglas E. Rosenau escreveu: “O sexo
é uma força muito poderosa, e a pornografia, com frequência, anda
passo a passo com as compulsões sexuais. O relacionamento sexual é
verdadeiramente prejudicado no mundo viciado em sexo. O cônjuge
perde a importância e a pessoa é mais guiada pela necessidade de se
satisfazer que de se unir de forma descontraída e amorosa ao seu
cônjuge. (...) Superar e recuperar-se (...) envolve todo um processo que
evolui paulatinamente. Isso também é verdadeiro com respeito à vida
cristã em geral, pois você permite que Deus continuamente resplandeça
a luz da divina verdade em sua vida, auxiliando-o a modificar as áreas
imaturas”.

EU ENSINEI QUE:
Para que um casal cristão não ceda à tentação do pecado da
infidelidade conjugal, é preciso que haja respeito entre os cônjuges,
cultivo da intimidade conjugal e entendimento de que o corpo é oferta a
Deus.

3. Princípios para uma intimidade sadia
Casais que não se comunicam perdem a oportunidade de descobrir as
chaves que conduzem à felicidade. Saber como agradar e aquilo que dá
prazer e alegria torna o relacionamento mais especial.

3.1. Um amor cuidadoso e protetor. Escrevendo acerca do amor,
Paulo diz que podemos fazer tudo na vida, mas sem amor tudo fica sem
sentido [1Co 13.1-3]. O amor conjugal possui muitos adjetivos, entre eles
está o cuidado, o carinho, a atenção e o serviço. O amor é a soma de
várias atitudes combinadas durante o curso do dia a dia da convivência.
Quando falta um desses ingredientes, ele começa a ficar deficiente e
pode ser minado [Ct 2.15]. Devemos entender que, de acordo com a
Bíblia, o amor é fruto do Espírito [Gl 5.22]. Esse amor é fortalecido por
uma vida regrada pela Palavra e guiada pelo Espírito Santo.
Subsídio do Professor: Luciano Subirá sobre a importância de focar
no interesse do outro: “Precisamos aprender a servir nosso cônjuge! É
uma clara ordenança bíblica e, como toda ordem divina, é para o nosso
próprio bem [Fp 2.4-8]. Gary Chapman, um extraordinário estudioso e
observador do comportamento conjugal, afirmou (via Twitter): ‘Se me
pedissem para dar uma chave que abre um casamento feliz, esta seria a
atitude de serviço mútuo. Praticar o serviço.’”.

3.2. Conviver com entendimento. O apóstolo Pedro nos chama
atenção quando instrui os maridos a conviver com suas esposas com
“entendimento” e “honrando-as” porque elas são “vasos mais fracos”
[1Pe 3.7]. Tanto o homem quanto a mulher têm seus dias de reclusão.
Existem dias que a mulher não quer sexo, quer apenas se sentir
protegida, quer carinho, quer apenas estar ao lado do marido. Às vezes
o homem também deseja estar só, quer estar com os amigos, quer
assistir algum esporte. Um casal maduro sabe respeitar os espaços um
do outro, as diferenças entre si, os limites que não se deve ultrapassar, e
a vontade e a opinião um do outro [Lc 6.31].
Subsídio do Professor: Leonora Ciribelli escreveu sobre a relevância
de um relacionamento interdependente diante da realidade das
diferenças do casal: “No relacionamento interdependente preza-se pela
relação, sem perder de vista o valor individual de cada um. A proposta é
a convivência de duas liberdades, que encontram juntas a capacidade
de desfrutar do que há de melhor na outra pessoa, pois há abertura para
o diferente.”.

3.3. Cultivar uma boa comunicação. O casal deve estar aberto para
conversar sobre todas as coisas, até mesmo seus desejos mais secretos
e seus pontos de vista. Devem falar sobre as coisas que aborrecem e as
que trazem felicidade. As coisas simples também devem ser conhecidas,
como: cor predileta, comida que mais aprecia, lugar que mais gosta de
passear etc. Muitas brigas de casais poderiam ser evitadas se os
cônjuges se conhecessem mais [1Co 7.33-34].
Subsídio do Professor: Jasiel Botelho e Marcos Kopeska escreveram
sobre a comunicação afetiva: “A comunicação que vai além de palavras
e tange o coração é a antessala da relação sexual. A comunicação do
coração leva o casal a fazer amor e não apenas sexo”.

EU ENSINEI QUE:
Os princípios para uma intimidade conjugal sadia envolvem: um amor
cuidadoso e protetor, conviver com entendimento e cultivar uma boa
comunicação.

CONCLUSÃO
Ao mencionar a importância da intimidade na vida conjugal, é relevante
pensarmos além do ato sexual. Envolve cuidado mútuo, serviço, respeito
e um permanente cultivo por parte de ambos os cônjuges, com a
imprescindível orientação bíblica e a ajuda do Espírito Santo.
LIÇÃO 5
Enfrentando as tensões no
casamento

2 FEV / 2020


TEXTO ÁUREO
“Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto,
tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é
de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai.”
Filipenses 4.8

VERDADE APLICADA
É muito importante que os cônjuges tenham a consciência de que saber
lidar com os conflitos no casamento é fundamental para se construir um
relacionamento sólido.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Falar acerca das descobertas da vida a dois e como contornar os
conflitos com sabedoria.
Ensinar de onde surgem os conflitos e identificá-los como
oportunidades de mudanças.
Mostrar quais ferramentas são poderosas para o sucesso familiar.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
ECLESIASTES 4
9. Melhor é serem dois do que um, porque têm melhor paga do seu
trabalho.
10. Porque, se um cair, o outro levanta o seu companheiro; mas ai do
que estiver só; pois, caindo, não haverá
11. Também se dois dormirem juntos, eles se aquentarão; mas um só
como se aquentará?
12. E, se alguém quiser prevalecer contra um, os dois lhe resistirão; e o
cordão de três dobras não se quebra tão depressa.

LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA / Gn 3.7
As tensões têm sua origem no próprio ser humano
TERÇA / Gn 3.8-9, 21
A ação divina em socorrer e restaurar as famílias
QUARTA / Mt 5.9
Agente pacificador nos conflitos familiares
QUINTA / Mt 15.19
A necessidade de sondar o nosso coração
SEXTA / Tt 2.4
O amor deve nortear a vida do casal
SÁBADO / Tg 4.1-4
Gerando uma transformação verdadeira

HINOS SUGERIDOS
18, 186, 459

MOTIVOS DE ORAÇÃO
Ore para que mulheres vítimas de violência reencontrem a autoestima
em Cristo.

ESBOÇO DA LIÇÃO
Introdução
1. A realidade das tensões
2. De onde surgem os conflitos?
3. Vencendo conflitos
Conclusão

INTRODUÇÃO
De acordo com Jaime Kemp: “Não existe casamento perfeito. É preciso
reconhecer que relacionamentos profundos não surgem por acaso; eles
são frutos do aprendizado de se viver juntos e de colocar em prática os
princípios bíblicos [Tg 1.23-24]”.

PONTO DE PARTIDA
Não existe casamento perfeito.

1. A realidade das tensões
Já vimos na lição passada que o casal precisa lidar com as diferenças.
Na presente lição, o foco é a realidade dos conflitos familiares, os quais
podem surgir a partir das diferenças, como, também, das imperfeições e
limitações de cada membro da família ou, ainda, das dificuldades do dia
a dia da vida neste mundo. A grande questão não é tanto as tensões,
mas como enfrentar e resolver tais tensões.

1.1. As primeiras dificuldades familiares. O dicionário indica que
“tensão”, figuradamente, expressa o sentido de “estado que ameaça
romper-se”. Desde o início da humanidade, com a entrada do pecado,
convive-se com estados de tensão em todos os níveis de
relacionamento. Independente do ambiente, a realidade das tensões tem
sua origem no próprio ser humano, como revelado em Gênesis 3.7 – em
pleno jardim do Éden, o primeiro casal experimentou desconforto,
embaraço, vergonha, medo e dificuldade em lidar com sua “nova
consciência do bem e do mal”, a partir de sua decisão em desobedecer a
Deus. Contudo, o Senhor Deus não está indiferente, mas interessado em
continuar agindo para socorrer e restaurar as famílias [Gn 3.8-9, 21].
Subsídio do Professor: Gary R. Collins escreveu sobre os problemas
conjugais: “O conflito no lar é quase universal. (...) Em Gênesis 2.24,
lemos que no casamento ‘deixa o homem pai e mãe, e se une à sua
mulher, tornando-se os dois uma só carne’. Três verbos neste versículo
– deixar, unir-se e tornar-se um – indicam três propósitos do casamento.
Os problemas no casamento surgem porque o marido e a mulher
desviaram-se de alguma forma dos padrões bíblicos descritos e
detalhados nas Escrituras”.

1.2. Tudo começa depois do sim. Segundo Estevão Souto, não existe
um casal que nunca tenha enfrentado conflitos em sua jornada conjugal.
O grande problema não é ter embates, pois todos os casais,
invariavelmente, enfrentam situações conflituosas. No dia a dia, saber
lidar com eles de forma sábia é o que determina o sucesso ou o fracasso
do relacionamento [Pv 24.3-4]. Afinal, trata-se de duas pessoas oriundas
de ambientes diversos, com personalidades diferentes e cada uma com
sua “bagagem hereditária”, que envolve vários aspectos da formação
humana - físico, emocional, espiritual e educacional; e que, a partir do
casamento, passam a vivenciar a mais íntima das relações humanas.
Subsídio do Professor: Em artigo publicado no site GotQuestions,
lemos: “O casamento não deve ser infeliz, e não será, se entendermos o
que Deus pretende que seja e seguirmos as Suas instruções. Um
casamento bíblico e piedoso oferece uma vida inteira de oportunidades
para duas pessoas abençoarem umas às outras e à sua família em
nome de Jesus Cristo. Nosso Senhor abençoou o casamento de Seus
amigos em Caná com Sua presença e ação [Jo 2.1-5], e ainda continua
interessado em abençoar as famílias de hoje.”

1.3. Sinais que antecedem o sim. O Dr. Jaime Kemp, conselheiro
familiar e conjugal, afirma: “Ainda que os investimentos durante o
casamento sejam necessários e fundamentais, não há dúvidas de que
um bom casamento se constrói durante o período que o antecede, o
tempo de amizade, namoro e noivado”. Portanto, a preparação para
assumir o compromisso matrimonial deve anteceder a preparação para o
casamento – cerimônia, festa, lua de mel, lista de convidados etc. Deve
anteceder o namoro. As igrejas locais muito podem contribuir,
procurando conscientizar as famílias quanto ao seu papel em preparar
os filhos também para a vida conjugal, através do exemplo e do ensino.
Subsídio do Professor: Leonora Ciribelli escreveu sobre a
importância do “antes de casar-se”: “De fato, muitas cerimônias são
belíssimas, e mesmo surpreendentes. Contudo, muitas são apenas um
cenário para se recordar, que permanece nas fotos, pois, após o término
da cerimônia, é como se o casal já tivesse feito tudo o que deveria. Todo
trabalho a ser realizado a partir dali não conta com a mesma força de
vontade dos cônjuges. Por que isto acontece? Por terem uma visão
limitada do que é o casamento, por não se prepararem para casar-se e
por não aprenderem, antes de tomar a decisão, que casamento é
investimento para a vida toda”.

EU ENSINEI QUE:
No dia a dia, saber lidar com os conflitos familiares de forma sábia é o
que determina o sucesso ou o fracasso do relacionamento.

2. De onde surgem os conflitos?
Nenhum médico pode conter o avanço de uma doença sem antes
diagnosticá-la. Assim também, jamais poderemos resolver um conflito,
se não soubermos de onde ele se origina. Entender a origem dos
conflitos é essencial para gerar uma transformação verdadeira [Tg 4.1-
4].

2.1. Identificar a raiz dos problemas. Para Estevão Souto, quando
estamos envolvidos em um conflito, nossa tendência é sempre focar no
que o outro fez de errado e no que ele deve fazer para corrigir aquilo.
Porém, a Palavra de Deus nos instrui a sondar o nosso coração [Tg 4.1-
4; Mt 15.19]. Para praticar este “exercício” de sondar o próprio coração,
precisamos da luz da Palavra de Deus, da ajuda do Espírito Santo e
separar momentos de reflexão sobre a situação que estamos
vivenciando, pois tais providências muito nos auxiliarão a vencermos a
tendência de sermos precipitados no diagnóstico ou reducionistas na
resolução dos conflitos.
Subsídio do Professor: Em seu livro “Como superar os conflitos no
casamento”, Estevão Souto afirma: “Raríssimamente somos
completamente inocentes quando se trata de nossos conflitos. Por isso,
devemos examinar a nós mesmos em primeiro lugar. Este autoexame
não é para desenvolver um plano para “vencer” o conflito, mas, sim, para
confessarmos e resolvermos primeiro o problema interno. No geral,
nossa tendência é atacar o outro e focar nas suas falhas. Contudo, é
preciso lembrar do ensino de Jesus Cristo [Mt 7.3, 5]”.

2.2. Conflitos são oportunidades de crescimento. Nossa maior
missão nesse mundo é glorificar a Deus com nossas vidas. Quando
visamos isto, compreendemos que os conflitos são oportunidades para
colocarmos em prática vários princípios bíblicos. Se devemos amar o
nosso próximo como a nós mesmos, ainda que ele nos desaponte e nos
maltrate, o que não fazer com nossos cônjuges? [Lc 6.27-28]. Um
casamento feliz não é aquele isento de brigas e decepções, mas aquele
que as pessoas aprenderam a vivenciá-lo e enfrentar os conflitos
decorrentes com maturidade e bom senso na presença do Senhor [1Pe
5.7; Fp 2.5].
Subsídio do Professor: Ciro e Iara Lima de Paula escreveram sobre
os conflitos no lar: “O conflito deve ser tratado nas suas bases para que
conserve o seu aspecto saudável no relacionamento, que é abrir o
caminho em direção à maturidade. Caso contrário, ele se converterá em
crise, ganhando dimensões tais que fujam ao controle do casal. É
preocupante quando um casal diz que nunca experimentou divergências,
ou seja, conflitos no relacionamento, pois isto sugere uma relação
superficial”.

2.3. O egoísmo causa problemas. “O egoísta sempre causa
problemas...” [Pv 28.25a - NTLH]. O discípulo de Cristo não deve ser
dominado pelo egoísmo, pois gera contendas e é característica de quem
anda na carne [1Co 3.3]. O casal cristão deve andar no Espírito [Gl 5.16,
25]. Afinal, o amor “não busca os seus interesses” [1Co 13.5]. Portanto,
cada cônjuge precisa sempre trazer à memória os princípios bíblicos que
devem nortear o dia a dia no lar, pois evitarão ou auxiliarão na resolução
dos conflitos [Mt 6.12; Ef 4.32].
Subsídio do Professor: O Pr. Valdir Alves de Oliveira escreveu sobre
a importância do casal se esforçar para ter harmonia: “O que mantém o
casamento não é a capacidade de satisfazer todos os desejos do
cônjuge. É a capacidade de realizar tudo que está ao alcance. É a
capacidade de diagnosticar as prioridades buscando solução. É a
capacidade de mostrar que nem tudo é possível. É a capacidade de se
fazer entender diante do sim e do não”.

EU ENSINEI QUE:
Entender a origem dos conflitos familiares é essencial para que as
pessoas possam enfrentá-los com maturidade e bom senso na presença
do Senhor.

3. Vencendo conflitos
O enfrentamento vitorioso dos conflitos familiares começa pelo
reconhecimento da realidade dos mesmos, pois, enquanto não se
percebe ou a decisão for negá-los, como uma fuga, não é possível
enfrentá-los. Após reconhecer, é preciso agir com reflexão, oração e
perseverança, tendo em vista que, conforme estudado nas lições
anteriores, há um propósito divino na constituição da família, então não
podemos considerá-la como algo sem importância ou descartável.

3.1. Problemas devem ser confrontados. A primeira coisa que
devemos ter em mente, no que diz respeito aos conflitos da vida
cotidiana, é que eles sempre irão existir, nunca estaremos livres deles.
Assim, encará-los é a melhor solução. Em vez de confrontar a si
mesmos e brigar por suas diferenças, o casal sábio procura ser um
agente pacificador no enfrentamento dos conflitos familiares [Mt 5.9].
Casais não são inimigos, não lutam entre si. A luta do casal deverá
sempre se voltar contra a natureza pecaminosa, o sistema mundano
contrário a Deus e os seres espirituais da maldade [Ef 6.10-12].
Subsídio do Professor: Ciro e Iara Lima de Paula comentaram que,
além dos conflitos causados por questões abordadas nos outros tópicos,
“não podemos deixar de considerar ainda as situações conflituosas que
são geradas pela mente do mundo e pelo inimigo de nossas almas.
Vivemos em tempos difíceis em que ideias contrárias à família são
divulgadas de várias maneiras. É preciso buscar conhecimento da
Palavra e renovação da mente para manter a paz dentro do lar [1Ts 5.21;
Rm 12.2]”.

3.2. A unidade e o diálogo como prevenção. A unidade da família
sempre dependerá do relacionamento que é mantido pelos cônjuges. O
casamento se torna uma bênção quando um dos cônjuges toma a
iniciativa de colocar o Senhor em primeiro lugar em todas as suas
atitudes. O amor deve nortear a vida do casal [Tt 2.4; Cl 3.19; 1Ts 3.12].
O casal que anda unido resiste com maior facilidade e mais firmeza aos
momentos difíceis da vida [Ec 4.9-10]. A falta de comunicação
desencadeia sérios problemas para a vida familiar. Existem assuntos
que não podem ser deixados para depois.
Subsídio do Professor: A ausência de diálogo gera contendas e
contribui significativamente para que o relacionamento esmoreça. A
questão também não é somente ouvir, é tomar atitudes corretas,
evitando que o estresse se acumule. Apesar de vivermos em tempos
repletos de ocupações, cônjuges precisam priorizar tempo para
conversar. Sem isso, os assuntos se acumulam e ficam mal resolvidos e,
aos poucos, o relacionamento entra num círculo vicioso e negativo.

3.3. Perseverar sem nunca desistir. Casamentos estão sendo
dissolvidos por coisas simples (o que demonstra a urgência do povo de
Deus resgatar o entendimento bíblico acerca do casamento – exposto
nas lições 1 e 2), que poderiam não acontecer se agíssemos com mais
sobriedade, disciplina e responsabilidade. O cristão é chamado para agir
diferente, também no casamento, pois é preciso ser perseverante [Mc
10.9]. Desistir apenas comprova que não nos esforçamos o suficiente
para fazer dar certo. Não é possível ter um casamento perfeito, mas é
possível ser saudável, restaurado e fortalecido. Para tanto, é
fundamental que, com a ajuda do Espírito Santo, procuremos aplicar em
nosso lar os diversos princípios expostos na Bíblia [Rm 13.8].
Subsídio do Professor: Renato e Cristina Cardoso escreveram: “A
preservação da família depende do trabalho em equipe. O casal precisa
estar atento a esse detalhe. Temos de construir nossas fortalezas para
impedir que as gotas que vêm de fora – como mentiras, ciúmes, dúvidas
(...) – causem infiltrações em nosso relacionamento conjugal e familiar
(...)”.

EU ENSINEI QUE:
Para vencer os conflitos familiares, é preciso confrontar os problemas,
ter a unidade e o diálogo como prevenção, e perseverar sem nunca
desistir.

CONCLUSÃO
As tensões fazem parte do casamento. Ao discernirmos esta realidade,
busquemos no Senhor sabedoria e habilidade no enfrentamento dos
conflitos, pois, assim, resultarão em crescimento e maturidade do casal.
LIÇÃO 6
A necessidade de um planejamento
financeiro

9 FEV / 2020


TEXTO ÁUREO
“Pois qual de vós, querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro
a fazer as contas dos gastos, para ver se tem com que a acabar?”
Lucas 14.28

VERDADE APLICADA
O planejamento financeiro é imprescindível para a administração das
finanças no lar.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Mostrar a importância do planejamento familiar.
Apresentar como manter as finanças sob controle.
Ensinar como administrar com sabedoria a mordomia familiar.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
ECLESIASTES 5
19. E quanto ao homem, a quem Deus deu riquezas e fazenda e lhe deu
poder para delas comer, e tomar a sua porção, e gozar do seu trabalho,
isto é dom de Deus.
LUCAS 14
28. Pois qual de vós, querendo edificar uma torre, não se assenta
primeiro a fazer as contas dos gastos, para ver se tem com que a
acabar?
29. Para que não aconteça que, depois de haver posto os alicerces, e
não a podendo acabar, todos os que a virem comecem a escarnecer
dele,
30. Dizendo: Este homem começou a edificar e não pôde acabar.

LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA / Pv 21.5, 20
A Palavra de Deus diz que é sábio economizar
TERÇA / Pv 22.26-27
A Palavra de Deus recomenda prudência
QUARTA / Ec 6.7
A Palavra de Deus condena a ambição e a cobiça
QUINTA / Lc 14.28, 31
A Palavra de Deus aconselha evitar a precipitação
SEXTA / 1Tm 6.10
A Palavra de Deus adverte sobre o amor ao dinheiro
SÁBADO / Hb 13.5
A Palavra de Deus e o perigo do materialismo

HINOS SUGERIDOS
151, 370, 578

MOTIVOS DE ORAÇÃO
Ore a Deus pela manifestação da Sua fidelidade e provisão na vida dos
casais.

ESBOÇO DA LIÇÃO
Introdução
1. Planejamento, um princípio bíblico
2. Administrando com sabedoria
3. A presença de Deus no planejamento
Conclusão

INTRODUÇÃO
É fundamental que a família entenda e aplique o princípio da mordomia
cristã no uso do dinheiro e dos bens, pois tal atitude evitará muitos
desgastes e resultará em melhor proveito para o bem-estar de todos no
lar.

PONTO DE PARTIDA
O planejamento financeiro é essencial para a administração das finanças
no lar.

1. Planejamento, um princípio bíblico
Um dos aspectos mais relevantes na vida familiar é o que envolve as
finanças, requerendo atenção e equilíbrio no trato com as mesmas. Para
tanto, é fundamental que o planejamento faça parte das ações que
envolvem este aspecto. É importante sabermos que a Bíblia também
trata deste tema que envolve a família.

1.1. Evitar a precipitação. No dicionário encontramos várias ideias
sobre “precipitação” ou “precipitado”, que são bastante adequadas para
serem consideradas quando o assunto é economia doméstica: “pressa
irrefletida; imprudente”. Infelizmente, não são poucos casais que iniciam
a vida conjugal de maneira precipitada e irrefletida, pois se deixam ser
dominados pelas emoções e desejos. Interessante notarmos que o
Senhor Jesus usou por duas vezes a expressão “se assenta primeiro”
nas parábolas sobre discipulado [Lc 14.28, 31]. Tal princípio também
pode ser aplicado quando o assunto é casamento e economia
doméstica, considerando que faz parte da vida do discípulo de Cristo.
Aprendemos, assim, a importância de refletirmos e não sermos
apressados na administração financeira do lar.
Subsídio do Professor: Lia Temple Ciribelli, terapeuta familiar,
escreveu sobre finanças no casamento: “Diferentes estudos sobre vida
conjugal apontam que as discordâncias financeiras estão dentre os
fatores primeiros para o divórcio. Se você fizer uma rápida busca na
internet ou pensar em casais que conhece que separaram, verá que o
dinheiro quase sempre aparece como motivos de brigas conjugais, seja
pela falta, pelo excesso ou simplesmente por desacordo na
administração (...)”.

1.2. É preciso cuidado com as dívidas. É evidente que a realização do
casamento e a lua de mel são momentos marcantes na vida de um
casal. É natural que o casal deseje organizar uma festa especial e uma
viagem para após a cerimônia. Porém, o ideal é que tudo seja planejado
com antecedência, inclusive o aspecto financeiro. A Bíblia recomenda
prudência para não contrair dívidas acima da capacidade financeira [Pv
22.26-27]. Para tanto, o casal precisa agir com planejamento, análise,
sinceridade e transparência. Os jovens casais têm sido tremendamente
influenciados e pressionados pela força do consumismo e pelo
marketing. É preciso prudência e domínio próprio.
Subsídio do Professor: Erika Strassburger, em artigo no site
família.com.br, aborda a questão financeira na preparação do casamento
apresentando algumas sugestões, entre outras: “1) Definir o padrão de
vida que terão inicialmente; 2) Definir o papel de ambos nas finanças da
família; 3) Organizar as finanças; 4) Investir no futuro; 5) Evitar despesas
e dívidas desnecessárias”. Ou seja, é possível administrar com equilíbrio
as finanças do lar, porém, é fundamental que o casal esteja consciente
da importância do diálogo e do planejamento.

1.3. A relevância do local de moradia. Evidentemente que nem todo
casal consegue iniciar a vida conjugal em um imóvel próprio. Contudo,
não significa que este aspecto não necessite de diálogo e planejamento
para uma definição. Há um princípio bíblico que deve ser considerado
também neste aspecto: “...deixará...e apegar-se-á” [Gn 2.24].
Dependendo de como é a relação com os pais ou os futuros sogros, é
muito difícil o início da vida conjugal quando o casal decide morar com
os pais ou muito próximo. Pois prejudicará a adaptação e o
amadurecimento do casal, além da possibilidade de provocar conflitos
que podem afetar a relação conjugal. Às vezes, o mais prudente é adiar
o casamento até que o casal esteja com uma estrutura financeira mais
adequada à realidade de uma vida conjugal.
Subsídio do Professor: Às vezes começamos errado por falta de
instrução, de conhecimento da verdade, ou porque queremos agir
apenas com nossos impulsos. A Palavra de Deus é sempre nossa
bússola. Ela tanto nos previne quanto nos orienta nas questões da vida.
Um pouco de sensibilidade e veremos como as famílias que se
formaram sem planejamento lutam para sobreviver e estar de pé em
nossa sociedade. É uma luta constante, que poderia ter sido evitada se
houvesse planejamento [Lc 14.28-30].

EU ENSINEI QUE:
É fundamental que o planejamento faça parte das ações que envolvem
as finanças, um dos aspectos mais relevantes na vida familiar.

2. Administrando com sabedoria
As necessidades e os desejos de aquisição em conjunto com os vários
imprevistos normalmente excedem os recursos financeiros da família.
Assim, é muito importante buscar no Senhor sabedoria para administrar
os recursos disponíveis.

2.1. Arrecadar mais do que gasta. Quem não gostaria de ter sempre
dinheiro? Todos nós. Para que isso aconteça, é necessário apenas pôr
em prática o mais básico princípio de administração financeira: gastar
menos do que se arrecada. Pondo em prática tal princípio e seguindo-o
mês a mês, além de sempre ter dinheiro, a cada mês se terá menos
surpresas nessa área [Pv 6.5]. Segundo Jorge Mashah: “Um orçamento
é uma excelente ferramenta para administrar bem os gastos, de acordo
com os rendimentos disponíveis. Nele devem ser anotados todos os
ganhos, para saber, de fato, quanto se tem para gastar. Em seguida,
pode-se planejar e controlar todos os gastos, de modo que seja possível
verificar para onde está indo o dinheiro” [Pv 6.6-8].
Subsídio do Professor: Na Revista da Escola Bíblica de Obreiros e
Membros (EBOM) da AD Madureira há uma recomendação: “Todas as
despesas da família devem estar restritas às suas rendas; assim, cada
despesa com aluguel, alimento, roupas, livros e outros gastos deve ser
colocada dentro de um percentual correspondente ao salário, não
devendo exceder os limites deste”. É preciso atentar para o texto bíblico:
1Timóteo 6.6-8.

2.2. Controlar nossos impulsos. De acordo com Jorge Mashah,
precisamos frear o “impulso consumista”. Mesmo que haja dinheiro
disponível, não significa que ele precisa ser gasto. Por mais dinheiro que
uma pessoa receba, sempre haverá onde gastar, pois a tendência
humana é ter sempre mais. As coisas que compramos nos satisfazem
por algum tempo, depois queremos mudar, inovar, porque somos
seduzidos por desejos consumistas [1Ts 5.21-22]. Por isso, precisamos
nos conscientizar e aprender a controlar esse “impulso”, caso contrário,
gastar mais do que ganhamos será frequente e os problemas financeiros
estarão presentes no dia a dia [1Tm 6.9-10].
Subsídio do Professor: O Pr. Eliezer de Lira e Silva escreveu sobre
os perigos da cobiça e do consumo inconsciente: “A cobiça de Acã
trouxe-lhe completa destruição [Js 7.1-26]. Até mesmo Israel foi
prejudicado, pois perdeu uma importante batalha. A cobiça, ou seja, o
desejo descontrolado de adquirir bens materiais tem levado alguns
crentes a serem incluídos no rol dos serviços de proteção ao crédito.
Atraídos pelo desejo de consumir insaciavelmente, compram e depois
não podem pagar, perdendo toda a credibilidade e, ainda, recebendo a
fama de mau pagador. A Palavra de Deus condena a ambição e a
cobiça, pois elas são perigosas e fatais [Ec 6.7; Pv 27.20]. O crente não
deve permitir que nada o domine. Aliás, o domínio próprio também é
fruto do Espírito Santo [Gl 5.22]”.

2.3. A importância da reserva. A Bíblia diz que é sábio economizar [Pv
21.5, 20]. Todos nós enfrentaremos períodos de escassez e
circunstâncias adversas. Por isso, é bom estarmos sempre preparados.
Os especialistas financeiros aconselham as pessoas a guardar algum
dinheiro, ter uma poupança. Aqueles que se exercitam nessa disciplina
alcançam êxito [Pv 6.6-8]. Essa é uma atitude sábia de proteção para
evitar problemas financeiros.
Subsídio do Professor: Pr. John D. Barnett escreveu: “Muitas
pessoas chegam à idade de 65 anos e têm poucos recursos para viver
na velhice. É bom economizar – ter uma poupança (sugestão de 10%)
para ser usada em emergência, educação, aposentadoria. Muitos casais
jovens cedem à tentação de gastar em excesso. E quando incorrem em
despesas inesperadas, têm de tomar emprestado. Isso frequentemente
os precipita rumo ao endividamento de longo prazo – imite a formiga:
separe uma reserva no verão para estar preparado para o inverno”.

EU ENSINEI QUE:
Para administrar com sabedoria os recursos financeiros da família, é
muito importante arrecadar mais do que se gasta, controlar os impulsos
consumistas e ter consciência da necessidade de uma reserva
financeira.

3. A presença de Deus no planejamento
O Senhor é o dono de tudo, inclusive de nossas vidas [Sl 24.1].
Reconhecê-lo como Senhor e pedir Seu auxílio e orientação são sempre
as mais sábias das escolhas que fazemos.

3.1. Reconhecer Deus como Senhor de tudo. Uma família submissa
ao Senhor Jesus faz a diferença em todas as áreas do lar. O Senhor
alertou o povo de Israel sobre a tendência de esquecer que Ele é quem
dá força para trabalhar e todas as riquezas do mundo Lhe pertencem [Dt
8.10-11, 14, 17-18; 1Cr 29.11-14]. Grande parte de nossas vidas
passamos trabalhando pelo dinheiro, tomando decisões em como gastá-
lo e viabilizando uma forma de economizá-lo ou investi-lo. Busquemos a
direção do Senhor em todo o tempo.
Subsídio do Professor: No comentário da Bíblia King James sobre
Mateus 6.24, vemos que “Mamom” é uma palavra aramaica “para
personificar um dos mais poderosos deuses pagãos de todos os tempos:
o Dinheiro. (...) o Senhor adverte para a impossibilidade de se servir com
lealdade a Deus e ao mesmo tempo amar o deus Dinheiro. Isso não quer
dizer que Jesus seja contra os ricos e prósperos, mas, sim, que o amor
ao dinheiro é a raiz de todos os males [1Tm 6.10].”.

3.2. Administrar com sabedoria a nossa mordomia familiar. O rei
Davi, ao ofertar, disse: “...tudo vem de ti...” [1Cr 29.14]. Está conosco
para que cuidemos bem e depois prestemos conta diante do Senhor.
Para o Pr. Elinaldo Renovato, o cristão deve administrar bem seus
recursos, a fim de não pecar contra Deus e não expor a sua família ao
vexame moral e privações. Quando Salomão se tornou rei, ele fez uma
oração pedindo a Deus sabedoria para administrar o reino. Ele conhecia
o poder do relacionamento com Deus. O sucesso de todo homem ou
mulher de Deus estará sempre associado à sua comunhão com Deus
[Gn 39.2].
Subsídio do Professor: A Professora Odila Braga de Oliveira
escreveu: “Todo crente, como bom mordomo, deve aplicar os talentos
que Deus lhe deu ganhando dinheiro, mas com o joelho em terra, em
oração, e com o coração na obra do Senhor. Uma coisa absolutamente
necessária é que esse dinheiro seja ganho com um trabalho honesto. O
nosso emprego, o nosso negócio, o nosso ganho, não podem ir contra
as normas da vida cristã. Não pagar dívidas, aproveitar-se do próximo,
explorar o semelhante, ser irresponsável no trabalho, não pagar imposto,
lesar o fisco, são atitudes condenáveis”.

3.3. Honrar a Deus também com as finanças. Adorar a Deus também
envolve as finanças e os bens da família [Pv 3.9]. Portanto, na
elaboração do planejamento financeiro familiar, o primeiro item deve ser
o dízimo e na distribuição ao longo do mês é necessário que as ofertas
sejam consideradas [2Co 9.7-11]. A prática familiar em participar dos
dízimos, ofertas, campanha do quilo e ajuda aos mais necessitados é
uma verdadeira fortaleza contra o consumismo desenfreado e a
tendência do esquecimento das orientações bíblicas, além de ser
didático, pois contribui na formação de um caráter generoso e altruísta
nos filhos.
Subsídio do Professor: Dentre as muitas exortações encontradas em
Hebreus 13, uma se refere ao perigo do materialismo: “Sejam vossos
costumes sem avareza, contentando-vos com o que tendes...” [v.5].
Avareza se refere ao amor ao dinheiro [1Tm 6.10], que é a raiz de todos
os males. Este tipo de amor ocorre quando o dinheiro se torna uma
finalidade em si mesma. As famílias da igreja precisam meditar
constantemente nestes textos, pois o escritor sagrado acrescenta que o
Senhor Deus não abandonará, nem desamparará aqueles que nEle
confiam, mas será um presente e atuante Ajudador [Hb 13.6]. Sim, Deus
cuida das famílias que O honram de maneira completa.

EU ENSINEI QUE:
Para que possamos administrar com sabedoria o nosso lar, precisamos
reconhecer Deus como Senhor de tudo e honrá-Lo também com as
nossas finanças.

CONCLUSÃO
Que o Espírito Santo nos conduza também no planejamento e
administração das finanças e dos bens que Deus tem permitido que
estejam conosco. Que cada cristão se lembre que é possível desfrutar
de um ambiente saudável no lar, mesmo não tendo abundância de
riquezas [Pv 15.16; 17.1].

DICA DE CONTEÚDO AUXILIAR
LIVRO/EBOOK: Mensagens para uma vida bem-sucedida Vol. I.
Bispo Abner Ferreira. Editora Betel, 2018.
LIÇÃO 7
A ameaça aos valores cristãos na
família

16 FEV / 2020


TEXTO ÁUREO
“Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a
concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do
mundo.” 1João 2.16

VERDADE APLICADA
A família cristã não deve ser passiva diante das muitas mudanças, mas
permanecer alicerçada na Palavra de Deus, enfrentando a astúcia do
inimigo.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Explicar que o mau uso dos meios de comunicação prejudica a família
cristã.
Apresentar as leis e os diversos desafios do presente século.
Mostrar a importância dos valores cristãos e como agir para recuperá-
los.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
1TIMÓTEO 4
1. Mas o Espírito expressamente diz que, nos últimos tempos,
apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a
doutrinas de demônios,
2. Pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizada a
sua própria consciência,
3. Proibindo o casamento e ordenando a abstinência dos manjares que
Deus criou para os fiéis e para os que conhecem a verdade, a fim de
usarem deles com ações de graças;
4. Porque toda criatura de Deus é boa, e não há nada que rejeitar, sendo
recebido com ações de graças,
5. Porque, pela palavra de Deus e pela oração, é santificada.

LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA / Êx 20.13
O aborto e a ordenança divina
TERÇA / Mc 10.5
O problema espiritual do divórcio
QUARTA / At 1.1
O método de ensino de Jesus
QUINTA / 1Co 10.31
O uso das redes sociais para a glória de Deus
SEXTA / 2Co 6.14
A Bíblia e o jugo desigual
SÁBADO / 1Jo 2.16
O perigo da pornografia e da imoralidade

HINOS SUGERIDOS
75, 266, 432

MOTIVOS DE ORAÇÃO
Ore por capacitação e criatividade para os produtores de programas
cristãos de rádio, TV e Internet.

ESBOÇO DA LIÇÃO
Introdução
1. O mau uso dos meios de comunicação
2. Leis e desafios do presente século
3. Recuperando valores perdidos
Conclusão

INTRODUÇÃO
O desenvolvimento tecnológico, as novas leis e a pós-modernidade têm
provocado mudanças na sociedade moderna, que precisam ser vistas e
tratadas com cuidado, porque podem causar rupturas nos valores e
princípios da família [Is 5.20].

PONTO DE PARTIDA
O mau uso dos meios de comunicação prejudica a família cristã.

1. O mau uso dos meios de comunicação
A família cristã deve estar precavida contra os assédios produzidos pela
mídia, pois neles está contido todo tipo de carnalidade. O mau uso dos
recursos tecnológicos pode ser um veneno mortal para os cristãos que
não estão alicerçados na Palavra de Deus [1Ts 5.21].

1.1. As redes sociais. Parece que a tendência é a redução da
comunicação verbal entre os membros da família, porque geralmente
estão ocupados com seus celulares, como que hipnotizados [1Co 6.12].
É incrível como crianças com até menos de dez anos já possuem celular,
já têm Facebook, Instagram, Twitter, WhatsApp, canais no YouTube etc.
As redes sociais podem ser uma bênção para todos nós se soubermos
usá-la, sempre filtrando o que é bom daquilo que é ruim [Mt 6.22]. Mas,
infelizmente, não é assim. Muitos jovens e adolescentes de nosso tempo
se tornaram reféns da pornografia e da imoralidade [1Jo 2.16].
Subsídio do Professor: A família não pode ficar apática ou indiferente
à realidade das redes sociais. Assim, é importante procurar entender
como usá-las para benefício da sociedade e para a glória de Deus [1Co
10.31]. Quantos pais acompanham sistematicamente seus filhos nas
redes sociais? O professor Ricardo Marques, em palestra sobre a
relação entre as tecnologias e comportamento humano, disse em 2016:
“60% das crianças brasileiras têm perfil em redes sociais (...) 9 anos é a
média de idade que uma criança entra na internet (...)”. É um perigo
deixar os filhos terem acesso indiscriminado ao conteúdo das redes
sociais sem um acompanhamento.

1.2. A televisão. Não é pecado ter uma TV. Pecado é permitir que
programações ilícitas, pecaminosas e avessas à verdade de Deus e Sua
santidade tenham livre acesso em nossos lares, como se fossem coisas
comuns. Com o progresso da TV a cabo e da tecnologia de satélite, todo
esse kit de pecado pode ser levado para as casas. Os roteiros das
novelas parecem fazer apologia ao adultério e à fornicação. Apresentam
o amor entre dois homens ou duas mulheres como algo extremamente
normal. Isso sem contar a violência, a licenciosidade, a leviandade e, até
mesmo, mensagens subliminares para os mais diversos fins [Gl 5.16;
1Pe 4.2].
Subsídio do Professor: O Pr. Elinaldo Renovato escreveu sobre
como usar o televisor no lar cristão: “Os pais podem ajudar sua família a
não ser escrava da TV secular, de maneira sábia e eficaz, adotando
algumas das providências sugeridas a seguir: 1) Procurar controlar o uso
do aparelho de televisão; 2) Determinar o horário em que os filhos
podem assistir TV; 3) Procurar ocupar o tempo da família com atividades
interessantes; 4) Fazer o culto doméstico todos os dias; 5) Dedicar mais
tempo para dar atenção aos filhos”.

1.3. A dependência da Internet. De acordo com Sandra Kiefer, em
matéria do jornal Estado de Minas: “O Brasil já conta com 22 milhões
dos chamados nativos digitais, nascidos e criados a partir da década
1980, na era dos games e da internet”. A série de reportagens do jornal
sobre o problema revela que muitas crianças e adolescentes nunca
estiveram tão desconectados do mundo. Parecem hipnotizados por seus
aparelhos móveis, perdendo a vontade de estudar, de brincar ao ar livre
e até de conversar entre si e com os familiares, sem intermediação das
telas.
Subsídio do Professor: Além dos distúrbios provocados pelo vício da
Internet, a pornografia, pedofilia e o envolvimento com pessoas
desconhecidas são assuntos que rodeiam o dia a dia de nossos jovens e
adolescentes. O namoro via Internet e até o tráfico de drogas são um
perigo iminente para os nossos jovens. Se não formos rigorosos no
controle destes veículos, consentiremos que eles influenciem os lares e
causem danos irreparáveis aos nossos [Dt 7.26; Sl 101.2-4].

EU ENSINEI QUE:
O mau uso dos recursos tecnológicos pode ser um veneno mortal para
os cristãos que não estão alicerçados na Palavra de Deus.

2. Leis e desafios do presente século
Sem o temor a Deus, os homens estabelecem leis que defendem
inteiramente seus interesses pecaminosos. Entre as mais novas leis que
já vigoram em muitos países, estão: a legalização do aborto, a
legalização da prostituição e o casamento de pessoas do mesmo sexo
[Sl 11.3; Jr 3.30; 6.15].

2.1. O aborto. A pressão da cultura contrária aos princípios bíblicos
rodeia a Igreja, como no caso do aborto. Porém, é preciso que todo
cristão tenha em mente que a questão do aborto envolve as doutrinas
bíblicas sobre Deus e a humanidade [At 17.24-28]. Cremos que a vida
de um ser humano começa no momento da concepção ou fecundação
[Sl 139]. O próprio Jesus, ao assumir a forma humana, se identificou
com o ambiente do ventre materno. Assim, o aborto é o
“quebrantamento da sacralidade da vida”, pois a ordenança divina é “não
matarás” [Êx 20.13; Mt 5.21]. O Didaquê, obra preparada provavelmente
entre 70-100 d.C., visando instruir os cristãos acerca de vários assuntos,
em seu segundo mandamento, condena o aborto e o infanticídio.
Subsídio do Professor: O Pr. Douglas Baptista escreveu: “Na
legislação brasileira atual, o aborto é permitido nos casos de risco de
morte à mulher e estupro (Art. 128, CP). Também é permitido a prática
do aborto nos casos de anencefalia, conforme decisão do Supremo
Tribunal Federal – ADPF n. 54. Nos demais casos o aborto ainda é crime
(Art. 124, CP). Contudo, em novembro de 2016, a 1ª Turma do Supremo
Tribunal Federal (STF) – em julgamento de uma ação movida pelo
Ministério Público envolvendo pessoas de Duque de Caxias (RJ) com a
prática do crime de aborto consentido pela mãe - considerou que aborto
até os três meses não é crime, abrindo um precedente para a
descriminalização, apesar da decisão ter efeito exclusivamente para o
caso de Duque de Caxias”.

2.2. O grande número de divórcios. Os sistemas jurídicos de quase
todos os países ocidentais já não apoiam o matrimônio. Atualmente, o
divórcio é concedido de maneira rápida e fácil. Deus criou o casamento
para ser uma união permanente [Mt 19.6]. Infelizmente, a
incompatibilidade, a ausência de diálogo, a falta de unidade de
propósitos e a infidelidade conjugal se alastraram no seio familiar e o
divórcio se tornou uma tragédia comum até mesmo nos lares cristãos.
Segundo o Pr. Eliezer de Lira e Silva: “O divórcio também pode ser visto
como um problema espiritual que está relacionado às consequências da
natureza carnal, do pecado e do endurecimento dos corações” [Mc 10.5].
Subsídio do Professor: O Pr. Cláudio Duarte escreveu: “A
naturalidade com que é tratada a separação faz com que muitos casais
não busquem solução para superar suas crises conjugais. Esse cenário,
aliado à negação dos princípios bíblicos e à superficialidade dos
relacionamentos, é o resultado de uma geração que está perdendo o
temor a Deus e o zelo por Sua Palavra”. John Stott aponta que o
aumento do número de divórcios “é o declínio da fé cristã no Ocidente,
juntamente com a perda de compromisso com a visão cristã de
santidade e permanência do casamento e o crescente ataque de
conceitos não cristãos a temas como sexo, casamento e família”.

2.3. Aliança entre a luz e as trevas. A Bíblia é muito clara quando fala
acerca do jugo desigual [2Co 6.14]. O ciclo de amizades cristãs deve ser
diferente, os locais e diversões cristãs também. É claro que estamos no
mundo, mas isso não nos dá o direito de ser como o mundo [1Jo 2.15].
Muito contribui no período que antecede o namoro e o casamento que o
cristão invista em oração, diálogo e observação, além de evitar
envolvimento com uma pessoa não convertida [Sl 119.63]. Não há
garantia de que a pessoa não nascida de novo, após se casar com um
cristão, se tornará uma discípula de Cristo. A experiência tem
demonstrado isso. Infelizmente, por vezes, o que ocorre é o esfriamento
espiritual daquele que professa a fé em Cristo.
Subsídio do Professor: Leonora Ciribelli escreveu: “Muitos optam por
se casar sem se darem conta do quanto a escolha do cônjuge é mais do
que a de um companheiro. Para se casar é preciso ter propósito, saber
por que Deus pensou o casamento. Infelizmente, muitos, por medo da
solidão, ou pensando que o casamento será o remédio para a felicidade,
negociam este princípio inegociável: ter alguém que esteja disposto a
glorificar a Deus e a refletir a sua imagem. Casar-se com alguém que
busca viver como Jesus não o isentará de passar por perdas, dores,
problemas, mas fará toda a diferença”.

EU ENSINEI QUE:
A falta de temor a Deus faz com que os homens estabeleçam leis que
defendam seus interesses pecaminosos. A legalização do aborto, o
grande número de divórcios e a aliança entre a luz e as trevas, por
exemplo, são alguns dos desafios do presente século.

3. Recuperando valores perdidos
Lucas registra a história de uma mulher que possuía dez dracmas e
perdeu uma delas “dentro de casa” [Lc 15.8]. Essa parábola, no contexto
da presente lição, nos faz lembrar da importância dos valores e nos
estimula a procurar com diligência.

3.1. A família e os valores cristãos. Mesmo que a sociedade tenha
mudado, a Palavra de Deus não mudou e seus valores estabelecidos
para o matrimônio continuam os mesmos. Eles são inegociáveis e
mantê-los significa prevenção e sobrevivência para a família [1Tm 4.1-3].
Os valores são princípios que nos ajudam a construir e a melhorar nossa
qualidade de vida. A Bíblia fala de coisas perdidas dentro de casa [Lc
15.8]. Caso não sejam recuperadas, outros valores podem se apoderar
de nossas famílias, causando grandes prejuízos [Sl 11.3].
Subsídio do Professor: Gilmar Vieira Chaves escreveu: “Na família
apreende-se os primeiros valores, enquanto a criança está crescendo e
se desenvolvendo, principalmente nos anos mais tenros. Os pais, com
mais intensidade, e os irmãos mais velhos, de modo secundário,
exercerão esta influência no aprendizado e fixação dos valores na
criança”.

3.2. Buscando e mantendo os valores cristãos. A parábola da dracma
perdida também nos traz à mente a responsabilidade do compromisso
com o que nos foi entregue, de coisas que não podemos abrir mão [Lc
15.8-9]. Precisamos ser diligentes para manter nossa casa iluminada
pela Palavra de Deus e ação do Espírito Santo, pois o mundanismo tem
entrado nos lares através das novelas, da Internet e das redes sociais.
Subsídio do Professor: Jaime Kemp, escrevendo sobre diversos
desafios que ameaçam a estabilidade e integridade da família no século
XXI, concluiu: “Diante de um quadro como esse, pode-se antever que o
futuro que se vislumbra para a família não é muito promissor. Cabe aqui
um alerta: jamais devemos nos esquecer de cultivar o amor, a
afetividade, a cumplicidade, a intimidade, o diálogo e, principalmente, a
comunhão com Deus dentro de nossa casa.”.

3.3. Responsabilidade dos pais na transmissão dos valores. Nas
mãos de pais responsáveis, crianças são educadas para serem cidadãos
responsáveis. Quando os pais definem padrões de moralidade e são
modelos vivos desses padrões, os filhos crescem tendo diante de si não
apenas conceitos, mas referenciais de vida [Pv 1.8]. Quando os pais os
cobrem de atenção, carinho e de disciplina, eles crescem equilibrados e
emocionalmente saudáveis.
Subsídio do Professor: O Pr. Cláudio Duarte escreveu: “Aquilo que
um pai e uma mãe fazem tem mais impacto sobre os filhos do que
qualquer palavra que lhes digam. É fundamental, portanto, que as ações
dos pais sempre estejam alinhadas com suas palavras. Lucas, por
exemplo, destacou que Jesus ensinava, mas também fazia [At 1.1]. (...)
O método de ensino mais utilizado pelos judeus era o treinamento
prático.”.

EU ENSINEI QUE:
A parábola da dracma perdida nos faz lembrar da importância dos
valores cristãos e nos estimula a procurá-los com diligência; também nos
traz à mente a responsabilidade do compromisso com o que nos foi
entregue, de coisas que não podemos abrir mão.

CONCLUSÃO
O inimigo deseja destruir a sociedade. Para tanto, ele tem atacado
ferozmente a base da sociedade: a família! Como cristãos, precisamos
permanecer firmados na Palavra de Deus, vigiando, orando e buscando
a indispensável ajuda do Espírito Santo no enfrentamento dos diversos
desafios atuais.

DICA DE CONTEÚDO AUXILIAR
LIVRO: Ensino religioso. Antonio Carlos Junior. Editora Betel, 2019.
LIÇÃO 8
O desafio da criação dos filhos

23 FEV / 2020


TEXTO ÁUREO
“Instrui o menino no caminho em que deve andar, e, até quando
envelhecer, não se desviará dele.” Provérbios 22.6

VERDADE APLICADA
O primeiro meio social que a criança tem conhecimento é a família. Que
os lares cristãos sejam ambientes saudáveis para as crianças.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Mostrar que os pais devem preparar seus filhos para o futuro.
Explicar acerca do respeito, dos limites, e da honra que os pais devem
ensinar a seus filhos.
Ensinar que os pais devem estar conscientes da sua
responsabilidade.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
DEUTERONÔMIO 11
18. Ponde, pois, estas minhas palavras no vosso coração e na vossa
alma, e atai-as por sinal na vossa mão, para que estejam por testeiras
entre os vossos olhos,
19. E ensinai-as a vossos filhos, falando delas assentado em tua casa, e
andando pelo caminho, e deitando-te, e levantando-te;
20. E escreve-as nos umbrais de tua casa e nas tuas portas,
21. Para que se multipliquem os vossos dias e os dias de vossos filhos
na terra que o Senhor jurou a vossos pais dar-lhes, como os dias dos
céus sobre a terra.

LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA / Êx 20.12
O padrão divino para os filhos
TERÇA / Dt 6.7
A missão de educar os filhos de maneira integral
QUARTA / Pv 23.13
Impor limites e a saúde emocional das crianças
QUINTA / Ef 6.1
Os filhos devem obedecer aos pais
SEXTA / Ef 6.4
Os pais não devem provocar os filhos
SÁBADO / Hb 12.7-8
A disciplina é uma prova de amor

HINOS SUGERIDOS
141, 306, 505

MOTIVOS DE ORAÇÃO
Ore pelas crianças que crescem sem a presença de um dos pais.

ESBOÇO DA LIÇÃO
Introdução
1. Filhos: herança do Senhor
2. Relacionamento entre pais e filhos
3. Pais conscientes da responsabilidade
Conclusão

INTRODUÇÃO
A criação e educação dos filhos é uma responsabilidade muito grande.
Porém, devemos crer que, para toda missão que nos é dada pelo
Senhor, Ele tem uma maneira de nos orientar e nos conduzir ao êxito [Sl
127.3-4].

PONTO DE PARTIDA
Criar e educar filhos é uma responsabilidade muito grande.

1. Filhos: herança do Senhor
Deus estabeleceu como prévio requisito aos pais que guardassem os
Seus mandamentos para que ensinassem aos seus filhos a Palavra de
Deus [Dt 11.18-19]. Educar é um dever dos pais e o lar tem por
obrigação ser a primeira escola de uma criança [Dt 6.6-9].

1.1. Filhos são dádivas divinas. Aos pais, o Senhor confiou uma
missão difícil, mas totalmente gratificante. Filhos são herança do Senhor,
e pais responsáveis e tementes a Deus lidam com eles conscientes da
mordomia que lhes foi dada pelo Senhor [Sl 127.3]. Crianças vêm ao
mundo, indefesas, inocentes e puras. O lar que as abriga deverá lhes
proporcionar carinho, atenção, cuidados e ensinamento correto. Ser pai
é muito mais que um título ou gerar um filho. Pai é uma função, é aquele
que desde o nascimento até a formação se dedica e ensina o caminho
[Pv 22.6].
Subsídio do Professor: Ciro e Iara Lima de Paula escreveram: “Deus
é nosso modelo. Ele se apresenta como Pai muitas vezes, para ilustrar
Seu cuidado, Sua provisão, Seu desejo de nos dar o melhor. Devemos,
então, buscar na Sua Palavra o conhecimento, o entendimento e a
sabedoria para que seja desenvolvida e aperfeiçoada em nós a
capacidade de sermos pais. (...) As crianças completam a família, como
foi ordenado por Deus. Um dos maiores privilégios que Deus dá ao
homem é o de gerar filhos à sua semelhança”.

1.2. Filhos são flechas nas mãos dos pais. Leslie C. Allen
comentando sobre o Salmo 127 enfatiza que seu contexto é de uma
comunidade que vivenciava constantes perigos causados por doenças,
guerras e subnutrição. Assim, feliz era a família que possuía muitos
filhos, nascidos não muito tarde após o início de sua formação.
Contextualizando para os nossos dias, a mensagem deste Salmo nos
transmite a ideia de que no propósito divino os filhos são verdadeiros
presentes de Deus, que devem ser cuidados, preparados e alvo de
investimento (não apenas financeiramente, mas de amor, tempo e
atenção), pois, assim, contribuirão para que a família seja um ambiente
de conforto, segurança, bem-estar e responsabilidades.
Subsídio do Professor: Muitos pais querem obrigar os filhos a seguir
onde eles fracassaram, mas isso não é bom. Devemos ter em mente que
nem todos os filhos serão iguais aos pais, porque cada um deles tem
sua própria personalidade. Cada um deve seguir o seu próprio caminho.
Nossa missão é prepará-los e incentivá-los, apoiá-los e cobrar deles
responsabilidades. Agindo assim, a disciplina deverá conduzi-los a não
repetirem os mesmos erros. Não podemos irritá-los, mas corrigi-los em
amor [Ef 6.4; Cl 3.21].

1.3. Filhos: a continuidade da história. Ao longo da história bíblica é
nítida a importância e ênfase das atitudes dos pais em transmitir aos
filhos os feitos e mandamentos do Senhor para que estes o fizessem,
também, com as futuras gerações, dando, assim, continuidade na
formação de famílias comprometidas com o Senhor e Seu propósito de
ter um povo nesta terra que viva em comunhão com Ele e O glorifique
[Gn 18.19; Sl 78.3-7]. Que nestes dias de tantas distrações e atividades,
os pais que são discípulos do Senhor não se esqueçam de iniciar o
cumprimento da missão de fazer discípulos, em casa, com os seus
filhos, para que se cumpra nas famílias da Igreja o texto de Isaías 54.13.
Subsídio do Professor: O Pr. Luiz Prates citou Provérbios 31.1 ao
escrever sobre a influência familiar: “A influência dos pais é determinante
sobre a conduta de uma família. Observe o que o provérbio diz: “a
profecia que lhe ensinou sua mãe”. Pais sábios deixam um bom legado
para seus filhos, deixam uma fé forte e genuína, pois têm bastante
cuidado com a herança que o Senhor lhes confiou. (...) Que sejamos
referenciais para suas vidas, dando-lhes não somente o conhecimento
da Palavra, mas a prática da mesma em ações e palavras, dentro e fora
de casa”.

EU ENSINEI QUE:
Educar é um dever dos pais e o lar tem por obrigação ser a primeira
escola de uma criança.

2. Relacionamento entre pais e filhos
Quando os filhos crescem, se casam e constroem novas famílias,
levarão consigo aquilo que viveram em seus lares. Aos pais cabe
ensinar-lhes o caminho do respeito, dos limites e da honra [Pv 22.6].

2.1. Pais devem impor limites aos filhos. Vivemos uma época difícil,
onde em muitos lares os pais não têm mais domínio sobre seus filhos,
porque desde cedo não foram disciplinados e não tiveram regras a
seguir. Os filhos precisam de normas e os pais devem estabelecer
limites e corrigir com justiça, porém evitando serem movidos por ira ou
raiva. Ao contrário do que muitos pensam, impor limites é fundamental
para a saúde emocional das crianças [Pv 23.13]. Muitos pais trocam
presença por presente, porém isso é um equívoco. Agradar
continuamente também não irá prepará-los para a realidade e as
adversidades da vida. A disciplina também é uma prova de amor [Hb
12.7-8, 11].
Subsídio do Professor: Jaime Kemp escreveu sobre – Corrija seu
filho enquanto há tempo: “A Bíblia diz que quem não castiga o filho não o
ama [Pv 13.24]. Muitos pais e mães pensam que deixar a criança fazer
tudo o que bem entende é uma prova de seu amor por elas, mas não é.
Quando os pais disciplinam seus filhos, demonstram que os amam e
querem o melhor para eles. E essa disciplina deve começar cedo. O
resultado pode não aparecer imediatamente, mas, com os anos, os
frutos serão colhidos. Disciplinar é um ato de fé que exige esforço,
coragem, fidelidade e amor (...)”.

2.2. Os filhos devem respeitar os pais. Nosso maior exemplo de filho é
Jesus Cristo. Ele nos ensinou como um filho se relaciona com um pai,
como respeita seu legado e como deve honrá-lo [Ef 6.2-3]. Os filhos
precisam ser ensinados a se relacionar com seus pais e respeitá-los. No
site Universidade da Família há um artigo sobre algumas razões pelas
quais os filhos param de respeitar os pais: “Antes de mais nada, analise
seu comportamento perante seus filhos. (...) Algumas razões: 1) Os pais
deixam de prestar atenção em seus filhos e não percebem o
comportamento desrespeitoso; 2) Os pais se acostumam com o
comportamento de seus filhos; 3) Os pais não têm certeza de como
modificar tal comportamento; 4) O comportamento não se adapta às
suas expectativas de como as crianças devem agir”. [Pv 4.1-6].
Subsídio do Professor: O Pr. Estevam Ângelo de Souza escreveu
sobre o padrão divino para os filhos: “Honrar aos pais é mandamento de
Deus [Êx 20.12]. Este preceito divino é reforçado pelo Senhor Jesus em
Mateus 15.3-9 e Marcos 7.6-13. Jesus insistiu no ensino de que honrar a
Deus implica em honrar também os pais, e que aquele que assim não
procede, tampouco honra a Deus. (...) Como honrar aos pais? 1)
Procurando agradá-los; 2) Demonstrando confiança neles; 3) Ajudando-
os nas necessidades; 4) Comportando-se dignamente”.

2.3. Filhos obedientes aos pais no Senhor. Em Efésios 6.1, o apóstolo
enfatiza que filhos devem obedecer aos pais pois é o certo e em
Colossenses 3.20 é “agradável ao Senhor” ou “Deus gosta disso”
[NTLH]. Assim, é muito importante que o lar cristão seja um ambiente no
qual os filhos cresçam aprendendo a obedecer aos pais e por quê
devem obedecer, pois tal aprendizado contribuirá para que sejam
discípulos de Cristo, bem como saibam lidar com os diversos contextos
da vida em sociedade. Ralph P. Martin comentou: “A obediência filial dos
filhos é, portanto, parte integrante da resposta que os crentes de todas
as idades e posições fazem à vontade de Deus, que é ‘boa, agradável e
perfeita’ [Rm 12.2]”.
Subsídio do Professor: O teólogo Valmir Nascimento escreveu sobre
educação dos filhos na pós-modernidade, enfatizando a importância de
retornarmos aos princípios bíblicos: “1) Princípio da responsabilidade
(um dos males que assola a família hodierna é a tentativa dos pais em
“terceirizar” a educação dos filhos); 2) Princípio da autoridade (O mundo
vive hoje uma notória crise de autoridade – 2Tm 3.2); 3) Princípio do
estabelecimento de limites (estabelecer limites para os filhos, é
necessário e saudável); 4) Princípio da influência (aparentemente, eles
são mais influenciados pelos amigos e pela mídia (internet, cinema,
televisão, astros etc.), do que por seus próprios pais – Pv 1.8); 5)
Princípio da formação espiritual (os pais cristãos são responsáveis por
fazer de seus filhos verdadeiros discípulos de Cristo – Js 24.15)”

EU ENSINEI QUE:
Para que o relacionamento entre pais e filhos seja bem-sucedido, os pais
devem impor limites aos filhos e os filhos devem respeitar e ser
obedientes aos pais no Senhor..

3. Pais conscientes da responsabilidade
É preciso resgatar o ensino bíblico da responsabilidade dos pais na
educação dos filhos. Para tanto, é mister que busquem a sabedoria que
vem do Senhor e procurem agir com ensino, influência, esforço, atenção
e oração.

3.1. Pais são inspiradores. O termo “inspirar” transmite algumas ideias
bastante pertinentes quanto à relação pais e filhos: fazer sentir; incutir;
entusiasmar; influenciar. Os pais devem inspirar seus filhos não apenas
visando o aspecto acadêmico e profissional, mas, também, procurar
prepará-los para lidar com os momentos difíceis da vida nesta terra.
Certamente que tal ação exige que os pais estejam bem conscientes da
missão de educar os filhos de maneira integral. O texto bíblico transmite
essa ideia de “educação integral” ou continuada: “assentado...
andando... deitando... levantando...” [Dt 6.7]. Portanto, vai além “dos
aspectos da racionalidade ou cognição”. É no diálogo, lazer,
brincadeiras, culto doméstico, passeios, refeições em família que os pais
vão inspirando seus filhos para a vida e fazendo-os discípulos do
Senhor.
Subsídio do Professor: A psicologia e a pedagogia afirmam que as
estruturas cognitivas de uma criança se consolidam por volta dos sete
anos. Nossos filhos precisam de uma orientação paciente, instruções
cuidadosas. Disciplina consistente e limites claros e definidos [Pv 22.15;
Cl 3.21]. Todas essas coisas são vitais para gerar na criança um
sentimento de segurança e proteção. Assim elas crescerão saudáveis e
serão preparadas para a realidade da vida, que nem sempre é tranquila
e de sucesso.

3.2. Pais planejam ter momentos com seus filhos. É saudável que os
filhos tenham lembranças de momentos agradáveis com os pais,
vivenciados nas várias faixas etárias que passaram. Cabe aos pais
dedicar tempo, mas tempo com qualidade, não o que resta, quando já
estão cansados e impacientes [Ec 3.1]. A sensação é de que a vida está
cada vez mais “corrida”. Quanto tempo os pais dedicam aos filhos? Não
se trata aqui do tempo de trabalho para sustentar os filhos. E nem
apenas “tempo com os filhos”, pois às vezes está com os filhos, porém
pensando e ocupado com outras coisas. Portanto, a questão é “tempo
de qualidade” com os filhos.
Subsídio do Professor: Pais devem ser presentes, devem construir
um relacionamento amigável já desde a infância. A psicóloga Fabíola
Luciano relacionou alguns benefícios para os filhos que desfrutam de
tempo de qualidade com os pais: “melhora a relação com os pais;
tornam-se mais seguros e confiantes; melhora a autoestima; melhora a
disciplina”, entre outros.

3.3. Pais transmitem exemplo e segurança. Uma pessoa que foi
fortemente influenciada pelo bom exemplo e ensino na família é Timóteo
[2Tm 1.5]. Geralmente, filhos agem por impulso, não calculam as
consequências dos atos, por isso precisam sempre de proteção.
Proteção é um fator real na vida paterna. Até mesmo depois dos filhos
se casarem, os pais continuam orando pelos filhos e procurando ajudá-
los de alguma forma.
Subsídio do Professor: Ciro e Iara Lima de Paula escrevendo sobre
a criação de filhos citaram Andrew Murray (pastor e autor de Os Filhos
para Cristo): “1) Instruir é mais do que ensinar (ensino lida com o saber,
a instrução influencia); 2) Prevenção é melhor que cura [Pv 20.11;
19.18]; 3) Hábitos devem preceder princípios (hábitos nas crianças
preparam o caminho para a obediência por princípios); 4) Exemplo é
melhor que preceito (quando vivemos o que ensinamos, somos aptos
para ensinar outros a viverem); 5) O amor que atrai é maior do que a lei
que exige [Cl 3.14]”.

EU ENSINEI QUE:
Pais conscientes da sua responsabilidade na educação dos seus filhos
são inspiradores, transmitem exemplo e segurança e dedicam tempo de
qualidade para os filhos.

CONCLUSÃO
A missão desafiadora de criar filhos requer dos pais atitudes que
contribuam para o crescimento e desenvolvimento dos filhos diante do
Senhor e da sociedade. Que o Espírito Santo e a Palavra de Deus
continuem capacitando a família cristã na formação de uma geração que
sirva ao Senhor.

DICA DE CONTEÚDO AUXILIAR
LIVRO/EBOOK: Crianças, eu invisto e amo o que faço. Claudia
Guimarães. Editora Betel, 2019.
LIÇÃO 9
O poder de Jesus para transformar a
família

1 MAR / 2020


TEXTO ÁUREO
“Jesus principiou assim os seus sinais em Caná da Galiléia e manifestou
a sua glória, e os seus discípulos creram nele.” João 2.11

VERDADE APLICADA
A presença de Jesus em nossas vidas traz segurança. Além de revelar
Sua glória e propósito para nossas famílias, Ele pode transformar o que
for preciso.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Explicar que devemos convidar Cristo a participar das nossas vidas.
Mostrar o que acontece quando agirmos em unidade, fé e confiança.
Ressaltar que a presença de Jesus em nosso lar é o segredo da
transformação.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
JOÃO 2
2. E foi também convidado Jesus e os seus discípulos para as bodas.
3. E, faltando o vinho, a mãe de Jesus lhe disse: Não têm vinho.
7. Disse-lhes Jesus: Enchei de água essas talhas. E encheram-nas até
em cima.
8. E disse-lhes: Tirai agora e levai ao mestre-sala. E levaram.
9. E, logo que o mestre-sala provou a água feita vinho (não sabendo de
onde viera, se bem que o sabiam os serventes que tinham tirado a
água), chamou o mestre-sala ao esposo,
10. E disse-lhe: Todo homem põe primeiro o vinho bom e, quando já têm
bebido bem, então o inferior; mas tu guardaste até agora o bom vinho.

LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA / Gn 1.2-3
O poder criador de Deus
TERÇA / Jo 2.11
A presença de Jesus faz toda a diferença
QUARTA / Jo 16.33
A realidade da vida nesta terra
QUINTA / Rm 8.28
O poder da renovação
SEXTA / Rm 12.1-2
Uma mudança na forma de pensar
SÁBADO / Hb 13.8
Jesus, ontem e hoje, é o mesmo e será para sempre

HINOS SUGERIDOS
244, 254, 493

MOTIVOS DE ORAÇÃO
Ore a Deus para que Ele lhe dê forças para superar obstáculos e um
coração obediente.

ESBOÇO DA LIÇÃO
Introdução
1. Água transformada em vinho
2. A fé coopera com as obras
3. Lições para minha família
Conclusão

INTRODUÇÃO
Nos tempos de Jesus, os casamentos judaicos duravam uma semana.
Deixar o vinho acabar em plena celebração era motivo de escárnio e
socialmente uma situação embaraçosa. Feliz o casamento que conta
com a presença de Jesus.

PONTO DE PARTIDA
Jesus sempre sabe transformar as situações complicadas de nossas
vidas.

1. Água transformada em vinho
Este relato lança luz sobre a personalidade de Jesus, e três coisas
iremos destacar a respeito deste fato maravilhoso que Jesus realizou:
quando, onde e por que o milagre aconteceu [Jo 2.1-2].

1.1. Quando o milagre aconteceu? O milagre aconteceu em um
casamento. Não era comum na Palestina um casal de recém-casados
sair em viagem de lua-de-mel; eles ficavam em sua casa; e, durante uma
semana, mantinham abertas as portas da casa. A festa era um momento
muito importante da cerimônia matrimonial. Grande quantidade de
comida e bebida era consumida. Assim, a família tinha o dever de
providenciar um banquete de acordo com o nível do padrão socialmente
exigido, como comentado na Bíblia de Estudo Arqueológica. Portanto,
acabar o vinho sem a festa ter terminado, era motivo de aflição,
desconforto e vergonha. Esse milagre é importante porque se estende
além do simples ato de suprir uma necessidade humana e de salvar uma
família de uma situação vexatória. Ele mostra como Cristo pode revelar
Sua glória quando é convidado a participar das atividades de nossas
relações [Jo 2.11].
Subsídio do Professor: Interessante refletirmos sobre o fato de que
“Jesus principiou assim os seus sinais (...) e manifestou a sua glória” [Jo
2.11] em uma festa de casamento, o qual o Criador planejou como início
de uma família. Várias lições podemos extrair, uma delas é buscar ter a
presença do Senhor Jesus no início de um evento tão impactante e
transformador na vida de uma pessoa: o casamento! Iniciar a formação
de uma família com a presença de Jesus, como Senhor, faz a diferença.
Não significa ausência de dificuldades, mas confiança, segurança e
esperança. Afinal, o Senhor Jesus está presente!

1.2. Onde o milagre aconteceu? Jesus era apenas um convidado, mas
Sua presença ali fez toda a diferença. Convidar Jesus para nossas
casas é estar seguro de que o fim das coisas sempre será
surpreendente e glorioso [Ec 7.8; Jo 2.11]. O milagre ocorreu em uma
aldeia a oeste do mar da Galiléia, próxima de Nazaré, em uma região
humilde. A atitude de Jesus em Caná da Galiléia demonstra o que Ele
pensa de um lar. A primeira grande vitória de um casal está em convidar
Jesus para participar de suas bodas. Jesus é o elemento principal da
felicidade em nossos lares. Nesse casamento Ele fez a diferença, como
fará em qualquer outro que esteja presente.
Subsídio do Professor: Muito significativo o fato de Jesus ter
principiado os seus sinais e manifestado a Sua glória em Caná da
Galiléia, não na capital ou em uma outra famosa cidade. Trata-se de
uma aldeia mencionada apenas no evangelho de João. Apesar de sua
localização exata ser desconhecida (há apenas indicações dos
estudiosos, mas não consenso), lá estava Jesus e em um casamento,
pois tinha sido convidado [Jo 2.2]. Que nossa casa, esteja localizada
onde estiver, seja abençoada também com a presença de Jesus.

1.3. Por que o milagre aconteceu? Segundo o Pr. Renan Di Melo,
Jesus manifestou Seu poder para evitar a tristeza e a humilhação de
uma família. Atuou movido pela simpatia, pela bondade e pela
compreensão para com as pessoas que ali estavam. Em Jesus vemos
Deus como um Ser relacional. Sua atitude demonstra que Ele era uma
pessoa simples, que se alegrava em compartilhar Sua presença em
lugares humildes [Jo 1.14]. O Senhor de toda vida, o Rei da glória, fez
uso de Seu poder para salvar um casal da humilhação e da vergonha
[Mc 10.27; Jo 2.11].
Subsídio do Professor: Larry Christenson escreveu sobre a
importância de a família cultivar a presença de Jesus: “Deus se
conformou aos níveis humanos ao mandar seu Filho à terra para se
tornar um ser humano – Jesus, o homem. Seu objetivo, porém, não era
uma acomodação de caráter permanente. Antes, foi apenas o meio de
que se serviu para que nós pudéssemos ser transformados e iniciados
nessa comunhão com ele, em seu nível próprio – o do Espírito”.

EU ENSINEI QUE:
A primeira grande vitória de um casal está em convidar Jesus para
participar do seu casamento.

2. A fé coopera com as obras
O relato do milagre em Caná nos oferece lições bem aplicáveis a nós,
como: falar com Jesus sobre as dificuldades, fazer o que podemos
segundo as orientações do Senhor e confiar que Ele é poderoso para
transformar situações humanamente impossíveis.

2.1.Fazei tudo quanto Ele vos disser. Para se alcançar grandes
vitórias da parte de Deus, é preciso agir com humildade, fé e obediência.
Encontramos neste relato a recomendação de Maria aos serventes:
“Fazei tudo quanto ele vos disser” [Jo 2.5]. Esta recomendação é
perfeitamente aplicável a todas as famílias de hoje. Feliz é o lar que
procura viver segundo as diretrizes da Palavra de Deus e que mesmo
nos momentos de aflição não se afasta das diretrizes divinas. Foi um
milagre discreto. Somente algumas pessoas sabiam o que estava
ocorrendo. Coisas extraordinárias podem acontecer em nossos lares
quando agirmos em unidade, fé e confiança em nosso Senhor [Tg 2.22,
26].
Subsídio do Professor: Luciano Subirá escreveu sobre a crença de
que a Bíblia é a Palavra de Deus e a vida familiar: “(...) quero viver o
plano de Deus para minha casa e família. Portanto, reconheço na Bíblia
a palavra final, o modelo único e excelente para se viver a vida familiar.
E as Escrituras, além de nos revelarem o padrão divino para a família,
também nos orientam a instruir outros a viverem corretamente a vida
familiar [Tt 2.3-5]. Portanto, a responsabilidade de um cristão é, além, de
viver o modelo bíblico da família, ensinar outros a também viverem o
padrão divino para a vida familiar”.

2.2. Crer acima das circunstâncias. O poder criador de Deus é tão
grandioso que foge à nossa percepção. Quando tudo era caótico, Ele
com apenas uma palavra colocou tudo em ordem [Gn 1.2-3]. Teria Ele
mudado? Claro que não [Hb 13.8]. E o que mudou? Talvez tenha sido
nossa forma de vê-Lo. A informação de Maria foi: “Não têm vinho”. As
palavras de Maria nos remetem a situações nas quais as pessoas
avaliam como se fossem definitivas. Notemos que a questão não era que
tinha “pouco vinho”, mas “não tem vinho”. Tinha acabado. Quantas
vezes famílias vivenciam momentos que parecem não ter mais jeito.
Contudo, aprendemos que podemos falar com Jesus, Nele confiar e
continuar a obedecê-Lo, mesmo que pareça que não há mais o que
fazer [Jo 11.40].
Subsídio do Professor: Na Revista da Escola Bíblica de Obreiros e
Membros (EBOM), da AD Madureira, encontramos: “Para tornar a água
em vinho, Ele mexeu na essência da água, em sua fórmula. Deus não
que fazer milagres em nossos casamentos, Ele quer fazer em nós,
mudar nossa essência. Se mudarmos nossa forma de pensar, mudamos
nossa maneira de viver [Rm 12.1-2], e, naturalmente, todos os nossos
relacionamentos serão alcançados e abençoados”.

2.3. A fé não nos dispensa de agirmos. Encerrando este tópico,
contextualizando e aplicando o relato bíblico do casamento em Caná,
podemos refletir sobre a importância de agirmos visando uma contínua
avaliação sobre o “estoque” do vinho (alegria, carinho, entusiasmo,
respeito, atenção) no casamento e a necessária ação preventiva para
que não acabe. Portanto, a primeira providência talvez seja desfazer a
ilusão de que o estoque em um casamento é inesgotável. A partir desta
consciência, vem, então, a avaliação e as ações, como por exemplo: o
casal orar juntos sobre o matrimônio; cultivar um diálogo aberto para
identificar possíveis mágoas e feridas, visando tratá-las com perdão e
esclarecimentos; manter o hábito de elogios mútuos e palavras
carinhosas; além de muitas outras atitudes.
Subsídio do Professor: O Pr. Valdir Alves de Oliveira escreveu sobre
a dinâmica do amor: “(...) o amor no matrimônio precisa ser cultivado dia
após dia. Muitos são os casais que deixam de manter bons hábitos,
portanto, aconselhe os alunos a agradecer por uma comida que foi
preparada com muito carinho e amor; dar um beijo antes de sair para o
trabalho; outro beijo na hora de voltar do trabalho; realizar as refeições
juntos; dialogar sobre as necessidades de cada um; escrever uma carta;
declamar uma poesia; comprar bombons, flores; surpreender o outro,
colocando uma roupa especial, mesmo que seja um dia comum; dormir
de banho tomado, perfumado; organizar um jantar à luz de velas, etc.”.

EU ENSINEI QUE:
Para se alcançar grandes vitórias da parte de Deus, é preciso seguir as
orientações do Senhor e confiar que Ele é poderoso para transformar
situações humanamente impossíveis.

3. Lições para minha família
Há vários exemplos na Bíblia de situações difíceis envolvendo famílias.
Precisamos conhecer os relatos bíblicos, identificar os princípios e
aplicar a Palavra de Deus em nossos dias.

3.1. A realidade da vida nesta terra. Pensemos nos preparativos das
famílias envolvidas no casamento de Caná da Galileia, no investimento
feito e na expectativa do grande momento. Contudo, antes do término da
festa, o “vinho” acabou. Nem sempre as coisas acontecem exatamente
como planejamos. Quantas surpresas desagradáveis e inesperadas! É
preciso enfrentar também esses momentos de forma diferente de como
o mundo vivencia, pois, afinal, somos discípulos de Cristo [Jo 16.33].
Infelizmente, não são poucos que se dizem cristãos agindo de forma
precipitada e sem considerar os princípios bíblicos quando se defrontam
com problemas familiares.
Subsídio do Professor: Mattew Henry comentou sobre João 2.1-11:
“Enquanto estamos neste mundo, às vezes nos encontramos em apertos
mesmo quando acreditamos estar em abundância. Havia uma
necessidade naquela festa de casamento. (...) Os problemas chegam e
muitas vezes não sabemos o que devemos fazer. O retardo da
misericórdia não é uma resposta negativa às orações. (...) O caminho do
dever é o caminho à misericórdia, e não deve fazer objeções aos
métodos de Cristo”.

3.2. O poder da renovação. O cristão crê que pode aprender e crescer
no enfrentamento dos mesmos segundo as orientações bíblicas, no lugar
de desanimar e achar que está tudo perdido [Rm 8.28; 10.13]. O vinho
produzido por Jesus era comprovadamente melhor que o primeiro e
causou admiração ao mestre-sala. Jesus sempre terá uma fase melhor
para nossas vidas, não importa o que já vivemos. Devemos sempre
estar com nossos odres preparados, porque Ele tem “um vinho” que
ainda não provamos.
Subsídio do Professor: “Todo homem põe primeiro o vinho bom (...);
mas tu guardaste até agora o bom vinho” [Jo 2.10; Ec 7.8]. Em Jesus o
“novo” se manifesta. Sem Ele não há saída, nem projetos futuros. Com
apenas uma palavra, Ele pode mudar toda e qualquer situação [Mt 8.8].
A rapidez com que a água foi transformada em vinho comprova como
Jesus pode transformar rápida e satisfatoriamente um lar.

3.3. Estejamos atentos aos propósitos de Deus. Os propósitos de
Deus vão além do benefício imediato ou do momento que está sendo
vivenciado. Interessante notarmos João 2.11: “...manifestou a sua glória,
e os seus discípulos creram nele”. Como já visto nas primeiras lições da
presente revista, família é parte do grande e perfeito plano de Deus, não
a sua totalidade. O propósito do milagre em Caná estava além de prover
vinho: glória e fé! Que o agir de Deus em nossa família, Seu socorro e
Sua providência em nosso lar contribuam para que estejamos firmados
no Senhor e no Seu propósito para cada membro da família.
Subsídio do Professor: A família é uma instituição divina planejada
para ser uma bênção de apoio, comunhão, crescimento e
desenvolvimento enquanto estamos nesta terra. Que as famílias da
Igreja não se curvem diante da pressão mundana de desconstrução dos
valores familiares e dos ataques do maligno para destruir esta instituição
divina. Não confiando nos recursos humanos, mas na presença e ação
de Jesus Cristo, como em Caná da Galileia.

EU ENSINEI QUE:
Nem sempre as coisas acontecem exatamente como planejamos. É
preciso enfrentar os momentos desagradáveis e inesperados de forma
diferente de como o mundo vivencia, pois, afinal, somos discípulos de
Cristo.

CONCLUSÃO
Como reacender a chama do amor em nossos relacionamentos? O
ponto principal é nunca deixar Jesus fora deles, pois não importa o que
estiver acontecendo, Jesus sempre sabe transformar as situações mais
complicadas de nossas vidas e dar-lhes novo sentido e alegria [Jo
10.10].
LIÇÃO 10
A família e a Igreja

8 MAR / 2020


TEXTO ÁUREO
“Assim que já não sois estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos
dos santos e da família de Deus.” Efésios 2.19

VERDADE APLICADA
A família e a Igreja são instituições divinas, estabelecidas de acordo com
o plano divino e para a glória de Deus.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Enfatizar que a família e a Igreja são plano de Deus para a
humanidade.
Mostrar que os ataques do inimigo revelam a importância da relação
família e Igreja.
Apresentar o propósito de Deus para a família cristã e para a igreja
local.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
ATOS 2
42. E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no
partir do pão, e nas orações.
43. E em toda alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam
pelos apóstolos.
44. E todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum.
45. E vendiam suas propriedades e fazendas e repartiam com todos,
segundo cada um havia de mister.
46. E, perseverando unânimes todos os dias no templo e partindo o pão
em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração,
47. Louvando a Deus e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias
acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar.

LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA / Gn 1.28
A família é projeto de Deus
TERÇA / Gn 12.3
Deus e Seu plano redentor para todas as famílias
QUARTA / Sl 122.1
Famílias cristãs são promotoras da igreja local
QUINTA / Rm 16.5
A família é uma extensão da Igreja
SEXTA / Cl 4.15
A família e a Igreja no Novo Testamento
SÁBADO / 2Tm 4.2-4
A Igreja e sua luta pela “bandeira” da família

HINOS SUGERIDOS
175, 250, 304

MOTIVOS DE ORAÇÃO
Ore por sabedoria aos pais. Que eles sejam instruídos e instruam para a
Verdade.

ESBOÇO DA LIÇÃO
Introdução
1. A relação família e Igreja
2. A Igreja em cooperação com a família
3. Famílias comprometidas
Conclusão

INTRODUÇÃO
Nesta lição, refletiremos sobre a íntima relação entre família e Igreja,
considerando que ambas são criação de Deus e fazem parte do plano
divino de redenção da humanidade. Portanto, ambas têm sido alvo dos
ataques do inimigo.

PONTO DE PARTIDA
A família e a Igreja são plano de Deus para a humanidade.

1. A relação família e Igreja
É muito importante que a família esteja envolvida nas atividades de uma
igreja local, assim como a igreja procurar desenvolver programações que
contribuam para que todos os membros da família sejam contemplados
em suas variadas demandas e diante dos desafios que se apresentam.

1.1. Família e Igreja. Plano de Deus. A Bíblia enfatiza que a existência
tanto da família como da Igreja na terra é resultado do plano de Deus
para a humanidade [Gn 1.28; 2.24; Mt 16.18]. Tanto que, mesmo após a
entrada do pecado na história humana, Deus continuou contando com a
família para levar adiante o Seu plano redentor [Gn 12.3]. Constata-se
isso quando do dilúvio, pela história dos patriarcas, as leis divinas em
relação à família, a vinda de Jesus dentro de um contexto de família, a
efetiva participação dos lares no início da Igreja e as orientações
específicas nos livros do Novo Testamento sobre a família. A família é
usada para ilustrar a relação de Deus com o Seu povo [Ef 2.19; 5.32].
Subsídio do Professor: O Pr. Sérgio da Costa comentou sobre o
texto de Efésios 2.19: “A expressão, retirada da vida familiar, sugere uma
relação mais próxima. Agora, os gentios são ‘família de Deus’, membros
plenos da Sua família, na mesma base que os filhos naturais de Abraão
entraram na família de Deus pela mesma fé preciosa. Assim, judeus e
gentios, pessoas de quaisquer raças, cores ou posições, estão juntos na
família de Deus, na mesma família. O tratamento ‘irmãos’ talvez seja o
termo mais comum no Novo Testamento para identificar os que estão em
Cristo Jesus”.

1.2. Igreja como defensora da família. São muitos os desafios para
manter uma família dentro dos preceitos bíblicos. À medida que vai se
aproximando o fim, os ataques vão se intensificando [1Tm 4.1-3; 2Tm
3.1-6]. Portanto, é preciso que a Igreja esteja atenta e continue
levantando a “bandeira” da família e prosseguindo na necessária
instrução de seus membros quanto aos preceitos divinos em relação aos
muitos aspectos que envolvem a família, para que os mesmos não
sejam confundidos, influenciados e atraídos pela cultura mundana de
desconstrução dos valores cristãos [2Tm 4.2-4].
Subsídio do Professor: O Pr. Cláudio Duarte comentou sobre a clara
e veemente perseguição ideológica aos valores judaico-cristãos,
procurando desconstruir a família tradicional: “A Igreja deve aceitar e
silenciar-se diante disso? Obviamente, não! Nesses últimos dias, a Igreja
de Cristo não pode se calar. É preciso marcar posição; é imperativo
pregar a tempo e fora de tempo [2Tm 4.2], pois ela (a Igreja) é a coluna
e firmeza da verdade [1Tm 3.15]”.

1.3. A família como promotora da Igreja. A família exerce forte
influência na formação do pensamento das futuras gerações quanto à
importância da igreja local. Já foi visto em lições passadas, que “família
é onde tudo começa”. Qual tem sido o conceito de Igreja que nossos
filhos têm recebido no lar? E, mais importante ainda: Qual tem sido a
percepção das crianças quanto à relevância que os pais atribuem à
igreja local para o bem-estar da família? Em dias tão agitados e repleto
de distrações, é fundamental que as famílias cristãs sejam agentes
promotoras da igreja local perante as futuras gerações [Sl 122.1; 84].
Subsídio do Professor: Entender a relação entre a Igreja e a família
é vital para visualizarmos o alcance de nossa responsabilidade em
fortalecê-la. Portanto, é muito importante que haja uma parceria entre
Igreja e Família no cumprimento da missão de fazer discípulos, a
começar pelas crianças das famílias da Igreja. O Ministério da Educação
e Cultura criou o Dia Nacional da Família na Escola, buscando
sensibilizar os pais sobre a importância de se envolverem na educação
dos filhos. Façamos de cada domingo o Dia Nacional da Família na
EBD.

EU ENSINEI QUE:
A família e a Igreja são plano de Deus para a humanidade. Portanto, a
Igreja deve ser defensora da família e a família promotora da Igreja.

2. A Igreja em cooperação com a família
O inimigo vem tentando desestruturar a família e a Igreja por meio de
perseguições, heresias, divisões, apostasia e conflitos. Esses terríveis
ataques nos revelam a importância da relação família e Igreja.

2.1. Família e Igreja em Corinto. Não é possível separar a família cristã
da Igreja. Há os que pensam que o que ocorre dentro da família não
afeta a Igreja. Vide a primeira epístola de Paulo aos Coríntios,
principalmente nos capítulos 5 e 7, nos quais o apóstolo trata de
assuntos relacionados ao contexto de família que, porém, precisavam
ser tratados e alvo de orientações para toda a igreja que estava em
Corinto. Interessante que em um capítulo trata de relacionamento
pecaminoso e no outro de assuntos levantados pelos coríntios. Ambas
as instituições devem estar envolvidas no cuidado mútuo, conforme o
plano divino.
Subsídio do Professor: O exemplo da relação Igreja e Família em
Corinto nos ajuda a sermos despertados para a influência que uma tem
sobre a outra. Muitos outros exemplos poderiam ser citados, como:
Ananias e Safira; Priscila e Áquila. O Pr. Eliezer Lira escreveu sobre a
igreja do lar: “Em termos humanos e terrenos, a igreja depende do lar,
assim como o lar é dependente da igreja. Uma igreja não pode ser forte,
viva e santa com famílias fracas na fé, amortecidas espiritualmente e
sem santificação, por adotar o modo de viver do mundo”.

2.2. Cada família uma igreja. A família é tanto uma extensão da Igreja,
quanto a Igreja é uma extensão da família. Elas se fundem [Rm 16.5;
1Co 16.19; 1Tm 3.15]. Ao mesmo tempo em que a família compõe a
Igreja, a Igreja trata da família em seus mais diversos problemas e
desafios. Quando uma família está sarada, a Igreja também está. Se
uma família progride, a Igreja segue junto. Aquilo que falha no lar, a
Igreja se une para pelejar. Hoje em dia temos muitos testemunhos de
divórcios que foram cancelados, de filhos libertos das drogas, do
homossexualismo, de abusos na infância.
Subsídio do Professor: Evidentemente que “cada família uma igreja”
não significa que a família está dispensada de se reunir com outras
famílias no templo (no caso do contexto da Igreja no Brasil) e ser
pastoreada e instruída. Mas, sim, da importância de que cada família
deve procurar, no lar, vivenciar as instruções bíblicas para a vida cristã
pessoal e familiar e ser, assim, uma testemunha viva para a sociedade
acerca do plano divino de redenção, chamando outros para que se
convertam a Cristo e passem a fazer parte da Igreja, a grande família de
Deus [Ef 2.19].

2.3. A Igreja Primitiva e a família. Os relatos no Novo Testamento
revelam a forte interação que existia entre a família e a Igreja, de tal
modo que não era simples perceber onde uma começava e a outra
terminava [Rm 16.5; 1Co 16.19; Cl 4.15; Fm 2]. Consequentemente,
ambas as instituições eram ativas agências de evangelização,
proporcionando grande crescimento em todo o Império Romano [At
2.47]. Tal característica se deu pelo fato de no início da Igreja não haver
templos exclusivos para uso das comunidades cristãs existentes nas
muitas regiões e, assim, se reuniam nas casas. O ambiente familiar era
tão marcante que a expressão homilética (um ramo da teologia prática
que trata da preparação e entrega de sermões) vem do termo grego
“homília”, ou seja, “conversar”; “ensino em tom familiar”, que, na era
cristã, passou a designar a pregação cristã, feita nos lares em forma de
conversação.
Subsídio do Professor: O Pr. Geziel Gomes escreveu que a Igreja é
uma das provisões de Deus para as famílias, para que as mesmas
vivenciem os excelentes e positivos propósitos divinos: “Temos que ser
muitíssimos gratos a Deus pela existência da Igreja e pelo que ela
representa no contexto desta vida que presentemente levamos,
ladeados por dificuldades de toda ordem (...). A Igreja é uma família
ampliada. A Igreja é a multiplicação das famílias de uma determinada
localidade. (...) A Igreja deve ajudar as famílias. A Igreja deve amar as
famílias. A Igreja deve cuidar das famílias”.

EU ENSINEI QUE:
Os terríveis ataques do inimigo nos revelam a importância da relação
família e Igreja, pois, desde os tempos da Igreja Primitiva, não é possível
separar a família cristã da Igreja. Assim, de acordo com o plano divino,
ambas as instituições devem ter cuidado mútuo.

3. Famílias comprometidas
Facilmente, nestes dias tão agitados e sobrecarregados de atividades,
as famílias cristãs, caso não estejam atentas, se distanciam das
atividades da igreja local. Contudo, tal atitude pode contribuir para o
esfriamento espiritual de seus membros e, assim, a família cristã deixará
de cumprir um dos propósitos de Deus: ser um instrumento de formação
cristã para todas as gerações.

3.1. Famílias comprometidas com a Palavra de Deus. Quando o povo
de Israel voltou do cativeiro babilônico, no tempo de Neemias, procurou
envolver toda a família no grande encontro para ouvir e aprender a
Palavra de Deus [Ne 8.1-3; 10.28-29]. Ou seja, perceberam que não
bastava a reconstrução do Templo e dos muros da cidade, era preciso
também que buscassem renovar o compromisso com a Palavra de
Deus. Cornélio se esforçou para que toda a sua casa (além de parentes
e amigos) ouvisse a exposição da Palavra de Deus [At 10.2, 24; 11.14].
Hoje, no Brasil, desfrutamos de abundantes oportunidades
proporcionadas por Deus para que as famílias sejam alimentadas e
fortalecidas pela Palavra de Deus: liberdade de culto, EBD, Culto de
Ensino, templos bem estruturados (bancos, som, iluminação).
Subsídio do Professor: O Pr. Luiz Fernando dos Santos escreveu
sobre a importância de conduzirmos nossa família para uma espécie de
“Recall” espiritual, diante das novas concepções familiares: “Voltemos
todos ao “Manual” do fabricante, que é a Bíblia, submetamos as nossas
famílias aos ajustes necessários, às trocas indispensáveis de peças e
acessórios incompatíveis com o projeto original e tenhamos uma viagem
segura rumo à Casa do Pai que nos espera com a família maior, de
todos os santos e santas de Deus, nossos amados irmãos. Lute por sua
família, invista nela, não permita que ela “involua” para um ponto onde
só temos o que perder e nada para lucrar”.

3.2. Famílias comprometidas com as atividades da igreja.
Considerando a variedade de ideologias, valores e conceitos contrários
aos princípios bíblicos que os membros da família cristã se defrontam
nas redes sociais, nos ambientes escolar e profissional, fazendo com
que muitas das vezes se achem como “um peixe fora d´água”
(principalmente na fase da adolescência e juventude), é muito importante
que a família cristã valorize uma intensa interação nas variadas
atividades de uma igreja local, pois muito contribuirá para fortalecer,
solidificar e ajudar cada membro no enfrentamento dos muitos desafios
[Hb 10.25].
Subsídio do Professor: Pr. Agnaldo Faissal J. Carvalho escreveu:
“Quando a família sente prazer em estar na igreja, Deus usa a igreja
para fazer da família um lugar agradável. É ali, através de suas
programações e palestras, que aprendemos o valor do perdão, da
cooperação, do compromisso e da amizade entre os membros da
família. É ali que nos relacionamos com outras famílias de maneira
saudável. É ali que somos desafiados como indivíduos e como família a
fazer de nossa casa uma bênção para outros lares. Que sejam nossas
as palavras do salmista – Sl 84.10; 122.1”.

3.3. Famílias comprometidas com o testemunho. É um dever da
família cristã buscar com zelo, sabedoria e vigilância ser uma
testemunha de Cristo perante os vizinhos, parentes e amigos [Mt 5.13-
16] – sendo sal e luz. Tal comprometimento envolve o relacionamento
interno entre os membros da família, bem como a postura diante das
diversas situações que surgem no dia a dia: participação em eventos
sociais; lidando com situações de conflitos; sons produzidos dentro do
lar (músicas, conversas, discussões); entre outras.
Subsídio do Professor: Larry Christenson escreveu sobre a família
ser uma testemunha de Jesus: “Uma testemunha é uma pessoa que
viveu certa experiência. Uma família que experimenta uma vivência
diária com Jesus é testemunha dele. (...) Hoje, Jesus está procurando
famílias que possam se tornar suas testemunhas. (...) A sociedade atual
está confusa, cambaleante sob a violência de golpes que se sucedem,
vibrados contra a sua estrutura básica. Simples palavras não adiantam
mais (...)”.

EU ENSINEI QUE:
Famílias comprometidas cumprem um dos propósitos de Deus: ser um
instrumento de formação cristã para todas as gerações.

CONCLUSÃO
Que as famílias cristãs e cada igreja local sejam despertadas pela
poderosa ação do Espírito Santo e da Palavra de Deus para a
necessidade de estreitarem a interação entre si, visando a edificação, o
fortalecimento, o enfrentamento dos desafios e o cumprimento da
missão entregue por Jesus para a glória de Deus.

DICA DE CONTEÚDO AUXILIAR
EBOOK: Igreja. Sergio Costa. Editora Betel, 2019.
LIÇÃO 11
Aperfeiçoando o relacionamento
conjugal

15 MAR / 2020


TEXTO ÁUREO
“As muitas águas não poderiam apagar este amor nem os rios afogá-lo;
ainda que alguém desse toda a fazenda de sua casa por este amor,
certamente a desprezariam.” Cantares 8.7

VERDADE APLICADA
A Palavra de Deus nos ensina que o contínuo aperfeiçoamento conjugal
contribui para o bem-estar de toda a família, a edificação da igreja e a
glória de Deus.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Ensinar sobre a importância do aperfeiçoamento conjugal.
Refletir sobre a necessidade de estarmos atentos à dinâmica familiar.
Mostrar algumas atitudes relevantes para o aperfeiçoamento conjugal.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
EFÉSIOS 4
2. Com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-
vos uns aos outros em amor,
3. Procurando guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz.
FILIPENSES 2
2. Completai o meu gozo, para que sintais o mesmo, tendo o mesmo
amor, o mesmo ânimo, sentindo uma mes ma coisa.
3. Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada
um considere os outros superiores a si mesmo.
4. Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual
também para o que é dos outros.

LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA / Pv 22.3
A importância da constante vigilância e avaliação
TERÇA / Pv 24.3
A busca pela sabedoria no ambiente familiar
QUARTA / Ec 10.1
Cuidando dos detalhes cotidianos no relacionamento
QUINTA / Ct 8.7
Mantendo a chama do amor conjugal acesa
SEXTA / Rm 12.1-2
A Palavra de Deus é o referencial da família cristã
SÁBADO / 2Co 9.6
Princípio da semeadura no relacionamento conjugal

HINOS SUGERIDOS
592, 618, 619

MOTIVOS DE ORAÇÃO
Ore pela vida de um casal, pela provisão e proteção de Deus.

ESBOÇO DA LIÇÃO
Introdução
1. A importância do aperfeiçoamento
2. Atentos à dinâmica familiar
3. Atitudes para o aperfeiçoamento
Conclusão

INTRODUÇÃO
Esta lição propõe uma reflexão sobre a importância e necessidade de
buscar o aperfeiçoamento conjugal, além de propor algumas atitudes
indispensáveis para a melhoria do casamento e o bem-estar de toda a
família.

PONTO DE PARTIDA
O aperfeiçoamento conjugal contribui para o bem-estar de toda a família.

1. A importância do aperfeiçoamento
É importante que o casal invista tempo para refletir sobre a relação
matrimonial. “Pensar sobre” é o primeiro passo na busca do
aperfeiçoamento e na identificação de possíveis desgastes e atitudes
necessárias.

1.1. Casais conscientes da necessidade de aperfeiçoamento.
Aperfeiçoar não é no sentido de tornar perfeito. Não existe casamento
perfeito, pois as pessoas não são totalmente isentas de erros, falhas ou
limitações. Contudo, o fato de não existir casamento perfeito não
significa que não possa melhorar. Assim, o uso do termo
“aperfeiçoamento” aplicado ao relacionamento conjugal tem o sentido de
melhorar, aprimorar, apurar (“livrar de impureza”). Trata-se de um
processo necessário e contínuo no casamento. A base para o casal
cristão buscar e se esforçar por melhorar o relacionamento matrimonial
é, primeiramente, o exposto na lição 1, ou seja, casamento é instituição
divina.
Subsídio do Professor: O casamento necessita de uma permanente
avaliação e vigilância. Evidentemente que para que existam tais atitudes
é imprescindível que o casal tenha plena consciência de que há
necessidade. Larry Christenson comparou o casamento com o navio
Titanic, que afundou em 1912: “O orgulho humano declarou que o Titanic
era inabalável, nunca poderia ser afundado, mas se esqueceu das
poderosas forças destrutivas que se encontravam submersas nas águas
do Atlântico Norte. (...) Os que fecham os olhos e ouvidos para o que
está acontecendo ao casamento e à família em nossos dias serão como
os navios que se achavam próximos da rota do Titanic; ao captarem
seus pedidos de socorro, simplesmente não acreditaram neles (...)”.

1.2. Desgastes no relacionamento conjugal. São várias as situações
que podem contribuir para o desgaste no relacionamento conjugal. É
importante o casal esforçar-se para identificar tais situações e estar
atento, procurando perceber se já está ocorrendo algum desgaste. Uma
das definições do termo desgaste é “gastar-se ou destruir-se pouco a
pouco”. Portanto, não se trata de algo que aparece de um dia para o
outro. O desgaste é resultado de vários acontecimentos que vão como
que “minando” o relacionamento. Por isso a importância da constante
vigilância e avaliação [Pv 22.3].
Subsídio do Professor: O psicólogo clínico cristão Marcelo Quirino
escreveu: “Às vezes o casal tem a sensação de que falar e ler sobre
relacionar-se em família é fácil, mas praticar é difícil. Para isso, tomem
atitudes preventivas. Orem a Deus juntos pedindo sabedoria em tempos
de bonança para saberem discutir com objetividade e lealdade em
tempos de crise. Em tempos de calmaria eduquem-se com o Espírito
para saber como agir em horas conturbadas. Traga também os filhos
para a responsabilidade da conversa em família (...)”.

1.3. A importância do constante cuidado. Dois textos bíblicos nos
ajudam na reflexão sobre este tópico – 1Co 7.3-5; 2Co 9.6. Um exorta o
casal a “não se negar um ao outro” [NTLH] e o outro texto, apesar do
apóstolo ter usado para falar sobre oferta, porém o princípio é aplicável
também ao relacionamento conjugal: semear. Assim, ambos os textos
transmitem valiosas ideias a serem aplicadas no importante processo de
aperfeiçoamento do relacionamento conjugal. O marido e a mulher
precisam estar atentos às necessidades do outro e “semear” com boas e
abundantes sementes o relacionamento: respeito, carinho, atenção,
diálogo, admiração, entre tantas outras “sementes”.
Subsídio do Professor: O Pr. Jeremias Pereira escreveu: “Quando
um casal resolve parar para conversar sobre o seu relacionamento,
muitos chamam de ‘discutir a relação’. Isso pode ser visto por alguns
como ‘eles estão em crise, precisam discutir a relação’. Mas não encare
essa frase como algo negativo. Muitas vezes, quando um casal investe
em discutir a relação, eles não estão à beira do divórcio ou da
separação, podem estar justamente evitando, fugindo e combatendo
esse mal”.

EU ENSINEI QUE:
Casais conscientes da necessidade de aperfeiçoamento “pensam sobre”
o assunto e identificam possíveis desgastes e atitudes necessárias.

2. Atentos à dinâmica familiar
O contínuo aperfeiçoamento conjugal passa pela reflexão do casal sobre
a dinâmica familiar. A família é um sistema vivo, onde seus membros
agem, reagem e influenciam-se mutuamente. Por isso é preciso uma
permanente reflexão sobre a relação familiar interpessoal e disposição
para realizar os ajustes necessários.

2.1. Assumindo diferentes papéis na família. Às vezes, o casal não se
atenta para o fato de que no processo de formação de uma família é
importante discernir os vários papéis que um e outro vão assumindo.
Identifiquemos estes papéis com responsabilidades, comportamentos e
relações interpessoais, como, por exemplo, de um homem: filho,
namorado, esposo e pai. Evidentemente que, se o homem deve
continuar sendo um “namorado” após o casamento, que seja somente
em alguns aspectos, pois, após o casamento, ele precisa assumir o
papel de esposo, que é mais amplo. Assim como, após a chegada de
filhos, ele precisa continuar exercendo os papéis já citados, porém,
assumir um novo: ser pai. Tal descrição se aplica, também, à mulher. A
falta de discernimento pode contribuir para o desgaste do
relacionamento conjugal.
Subsídio do Professor: Conforme a família aumenta, os vínculos
familiares vão se ampliando e, consequentemente, papéis variados são
assumidos pelo casal, deixando os relacionamentos mais complexos,
exigindo dos cônjuges compreensão, diálogo, paciência e flexibilidade,
pois, principalmente com a chegada dos filhos, é natural que os hábitos
e a rotina do casal sejam alterados. Havendo, assim, necessidade de
ajustes e atenção, considerando que, assim como os filhos chegaram,
também é natural que um dia estarão saindo de casa para formar outra
família, porém o casal permanecerá junto e exercendo o mesmo papel
desde quando se uniram em matrimônio: marido e mulher.

2.2. Cuidando dos detalhes cotidianos. Uma das definições do termo
“detalhe” é minúcia, coisa muito pequena ou insignificante. No dia a dia
do casal, às vezes tão repleto de diferentes assuntos, providências e
ocupações, aquilo que o casal considera pequeno vai sendo “deixado de
lado” ou adiado para ser tratado em outro momento ou até mesmo
desconsiderado como algo que não merece atenção. Porém, na vida
conjugal, é possível que, dependendo das “minúcias”, tais detalhes vão
aos poucos deteriorando o relacionamento, pois nem sempre o que um
dos cônjuges considera insignificante, o outro tem a mesma opinião [Ct
2.15; Ec 10.1].
Subsídio do Professor: A professora Mara Lilia escreveu sobre
Cantares 2.15: “Não são somente as raposas grandes que devastam
uma vinha. Estas são até mais fáceis de capturar ou de impedir a
entrada. Porém, as pequenas, que nem sempre percebemos ou não
julgamos tão perigosas, estas, sim, podem causar um mal irreparável.
(...) quando um casal chega ao ponto de pensar em divórcio, muitos
problemas já fazem parte de sua vida, alguns talvez até pequenos, tão
pequenos que possivelmente nunca tenham sido identificados (...)”.

2.3. Buscando a sabedoria que vem do alto. Diante da complexidade
da dinâmica familiar, da importância do relacionamento conjugal, e pelo
fato de sermos discípulos de Cristo, precisamos, humilde, incessante e
reverentemente, buscar a “sabedoria de vem do alto” [Tg 1.13-18]. A
Bíblia diz que “com a sabedoria se edifica a casa” [Pv 24.3]. Então,
podemos crer que a sabedoria que vem do alto nos capacita a sermos
agentes cooperadores de Deus neste contínuo e necessário processo de
aperfeiçoamento conjugal.
Subsídio do Professor: Charles R. Swindoll, comentando sobre
Provérbios 24.3, enfatizou que a sabedoria é um ingrediente
indispensável na edificação do lar: “O verbo hebraico hakam, “ser sábio”,
e seus derivados, são os verbos mais usados para indicar inteligência.
Este tipo de sabedoria se refere à percepção com discernimento. A
palavra hebraica original enfatiza a exatidão, bem como a capacidade de
perceber o que está abaixo da superfície. A sabedoria se recusa a
simplesmente deslizar pela superfície e ignorar o que está no fundo.”.
Assim, no lar, o casal precisa deste tipo de sabedoria.

EU ENSINEI QUE:
A família é um sistema vivo, onde seus membros agem, reagem e
influenciam-se mutuamente. Assim, é preciso um permanente cuidado
dos detalhes cotidianos e busca da sabedoria que vem do alto.

3. Atitudes para o aperfeiçoamento
Vejamos mais algumas atitudes que o casal pode adotar, com a
imprescindível bênção de Deus, sabendo que refletirá positivamente em
todos os membros da família, além de ser muito útil na formação e
preparação dos filhos para o futuro deles.

3.1. Caminhe a “segunda milha”. O referencial maior da família cristã
não é a cultura, a sociedade, a “moda” ou as redes sociais, mas a
Palavra de Deus [Rm 12.1-2]. Caminhar a “segunda milha” está dentro
do ensino do Senhor Jesus [Mt 5.41]. Cristo estava ensinando sobre
atitudes que Seus discípulos deveriam adotar que contrariam a natureza
humana pecaminosa e a cultura do “pagar com a mesma moeda” ou,
ainda, se não retalia, passa a ignorar o outro, tratando-o com desprezo.
O relacionamento conjugal está repleto de oportunidades para “caminhar
a segunda milha”, ou seja, ir mais além, fazer mais, exceder em amor,
graça e misericórdia.
Subsídio do Professor: William Barclay comentou sobre Mateus
5.41: “Em outras palavras, Jesus afirma: “Não pensem todo o tempo na
liberdade de fazer o que querem fazer; pensem sempre em suas
obrigações, e no privilégio que têm de poder servir a outros. Quando
recebem uma tarefa, embora seja pouco razoável e não de seu agrado,
não a assumam como um dever odioso que deve ser rechaçado; façam
como se fosse um serviço que deve oferecer-se alegremente. (...) pode-
se servir com o mínimo de eficiência possível; ou se pode obedecer com
um sorriso nos lábios, com cortesia e amabilidade (...)”.

3.2. Planejar atividades fora da rotina. Diante de um cotidiano agitado,
uma possibilidade é o casal planejar ter um dia da semana reservado
para atividades que priorizem o fortalecimento e renovação do
relacionamento. Ter tempo para o cônjuge traz diversos benefícios para
a família. Isso pode começar com a escolha de um bom filme para
assistir juntos; um jantar com os amigos e um bom bate-papo; tentar
visitar lugares que costumavam ir enquanto namoravam; caminhar
juntos. Muito contribuirá para manter a chama do amor conjugal acesa
[Ct 8.7].
Subsídio do Professor: Renato Cardoso escreveu: “A rotina pode ser
um veneno para o casamento. Ela se instala quando os cônjuges se
acomodam e, como se entrassem no modo piloto automático, passam o
tempo todo fazendo as mesmas coisas. Cada ser humano carrega em si
um mundo a ser explorado, e estar na companhia de quem você ama
pode trazer uma novidade a cada dia. Para que isso aconteça, porém, é
preciso planejamento (...)”.

3.3. Raízes e alicerces no amor. O apóstolo Paulo ora para que os
cristãos em Éfeso estivessem “arraigados e fundados em amor” [Ef
3.17]. Duas figuras são usadas: raízes e fundamento, lembrando planta
e edifício. São duas imagens perfeitamente aplicáveis ao relacionamento
conjugal. Nos versículos anteriores o apóstolo menciona a força do
poder do Espírito e a habitação de Cristo como condição para amar. O
casal não pode abrir mão da oração, apresentando a Deus a
necessidade e dependência da ação divina para que o relacionamento
conjugal seja como uma planta viçosa e um edifício estável.
Subsídio do Professor: John Stott comentou sobre Efésios 3.14-17:
“Se tivéssemos a oportunidade de perguntar a Paulo por que orava para
que Cristo controlasse e fortalecesse seus leitores, creio que ele
responderia que desejava que eles se fortalecessem para amar. (...)
Para expressar quão profundamente Paulo anseia que o amor deles
seja, junta duas metáforas (uma botânica, outra arquitetônica), ambas
enfatizando a profundidade em contraste com a superficialidade (...)”.

EU ENSINEI QUE:
Caminhar a “segunda milha”, planejar atividades fora da rotina e ter
raízes e alicerces no amor são algumas atitudes que o casal pode
adotar, pois refletem positivamente em todos os membros da família.

CONCLUSÃO
Em dias tão desafiadores como os que estamos vivendo, que o Espírito
Santo esclareça, guie e capacite os casais na permanente busca pelo
aperfeiçoamento do relacionamento conjugal, para o bem-estar da
família, a formação das futuras gerações, a edificação da igreja e a glória
de Deus.
LIÇÃO 12
As bênçãos de Deus para a família

22 MAR / 2020


TEXTO ÁUREO
“E eles disseram: Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e a tua
casa.” Atos 16.31

VERDADE APLICADA
Deus planejou, instituiu, abençoou e instruiu a família, além de usá-la em
Seu plano redentor à humanidade.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Explicar a relação entre a família e a bênção divina.
Apresentar algumas bênçãos de Deus às famílias.
Mostrar atitudes para as famílias desfrutarem das bênçãos.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
GÊNESIS 12
1. Ora, o Senhor disse a Abrão: Sai-te da tua terra, e da tua parentela, e
da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei.
2. E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu
nome, e tu serás uma bênção.
3. E abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te
amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra.
ATOS 3
25. Vós sois os filhos dos profetas e do concerto que Deus fez com
nossos pais, dizendo a Abraão: Na tua descendência serão benditas
todas as famílias da terra.

LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA / Gn 12.3
A chamada de Abraão inclui abençoar todas as famílias
TERÇA / Dt 6.6-7
Os mandamentos para as próximas gerações
QUARTA / Sl 127
A bênção e as futuras gerações
QUINTA / Mt 1.16
Jesus e a família
SEXTA / Fp 4.8-9
Ocupando a mente com o que edifica
SÁBADO / Hb 13.5-6
O contentamento é um antídoto contra a avareza

HINOS SUGERIDOS
244, 254, 493

MOTIVOS DE ORAÇÃO
Ore para que a família cumpra seu papel, pondo em prática a mensagem
do Evangelho.

ESBOÇO DA LIÇÃO
Introdução
1. A família e a bênção divina
2. Algumas bênçãos de Deus às famílias
3. Atitudes para desfrutar das bênçãos
Conclusão

INTRODUÇÃO
Nesta lição, veremos a família como agência de Deus, algumas bênçãos
e a importância de as famílias terem atitudes que contribuam para que o
lar seja um lugar de bênçãos para seus membros e alcance toda a
sociedade.

PONTO DE PARTIDA
A família é uma agência de Deus na terra.

1. A família e a bênção divina
Desde o princípio, o Senhor Deus revelou O Seu propósito para a família
e agiu para abençoá-la. E, mesmo após o pecado, o Criador não desistiu
de continuar usando a família para levar adiante o Seu plano redentor.

1.1. A família é uma agência divina. É muito importante atentarmos
para o fato de que, após o pecado, Deus não desistiu de Seu plano, mas
continuou abençoando e usando a família. Ela é uma agência divina na
terra. No dilúvio Deus preservou a família [Gn 7.1]. A chamada de
Abraão inclui abençoar todas as famílias [Gn 12.3]. A formação da nação
de Israel foi por intermédio de uma família [Êx 1.1]. A vinda de Jesus à
terra em forma humana e Seu tempo de preparação para o exercício de
Seu ministério passaram pela família [Mt 1.16; Lc 2.48, 51-52]. O plano
divino visando a transmissão dos mandamentos e das instruções para as
sucessivas gerações inclui as famílias [Gn 18.19; Dt 6.6-7].
Subsídio do Professor: No passado, a primeira escola de um filho
era seu lar, lá era o primeiro lugar onde se aprendia os princípios divinos,
e esses princípios se estendiam para as futuras gerações. Essa foi a
ordenança divina [Dt 6.3-9]. Assim, no plano divino, cada família deve
ser um agente multiplicador sobre a origem da mesma, os propósitos
divinos e o plano redentor de Deus para a humanidade. Contudo, o que
está ocorrendo é uma investida para desconstruir o conceito original de
família. As famílias cristãs precisam estar alertas e continuar na missão
de serem agências de Deus nesta terra.

1.2. Ensinando o caminho da bênção. As famílias cristãs,
principalmente no Brasil, onde há abundância de igrejas locais e
recursos tecnológicos, junto com o corre-corre diário, tendem a arrefecer
quanto à missão de ensinar as futuras gerações os caminhos do Senhor.
Talvez acreditando que a Escola Bíblica Dominical e os muitos livros e
Bíblias disponíveis são capazes de substituir a ação direta da família.
Contudo, é preciso que cada família cristã resgate sua vocação de ser
agência divina na terra para ensinar o caminho da bênção [Êx 12.26-27;
Js 4.21-22]. Como descrito nos textos bíblicos aqui indicados, que os
filhos das famílias cristãs recebam no lar os primeiros ensinos e
esclarecimentos.
Subsídio do Professor: Em “Vida Cotidiana nos Tempos Bíblicos”
encontramos: “A principal preocupação dos pais judeus era que os filhos
viessem a conhecer o Deus vivo. Em hebraico, o verbo ‘conhecer’
significa ‘estar intimamente envolvido com uma pessoa’; a Bíblia afirmou
que a reverência ou “o temor do Senhor é o princípio da sabedoria, e o
conhecimento do Santo é prudência” [Pv 9.10]. Os pais piedosos
ajudavam os filhos a desenvolver este tipo de conhecimento de Deus.
Desde tenra infância os jovens aprendiam a história de Israel”.

1.3. A bênção e as futuras gerações. Bem-aventuradas são as famílias
que não se restringem somente em prover o necessário para suprir as
demandas básicas e imediatas de seus membros. Mas procuram
também discernir sobre o necessário para preparar as futuras gerações
da família. Tal discernimento passa por crermos que o Senhor Deus que
criou a família também está plenamente interessado em abençoá-la,
suprir suas necessidades e usá-la em Seus propósitos [Sl 127; 145.4].
Um exemplo de casal que, mesmo tendo restrições, pois não tinha filhos
e eram avançados em idade, porém procurava fazer a vontade de Deus
e servi-Lo é Zacarias e Isabel [Lc 1.6-8]. O Senhor Deus lhe deu um filho
que seria profeta e influenciaria muitas outras gerações [Lc 1.14-17].
Subsídio do Professor: Aprendemos com a história de Zacarias e
Isabel que as circunstâncias contrárias e as dificuldades em lidar com
algumas situações não devem impedir um casal ou uma família de servir
ao Senhor e andar em Seus caminhos. Quando Isabel concebeu, ela
disse que o Senhor atentou e estava agindo em seu favor para destruir o
seu “opróbrio entre os homens” [Lc 1.25], ou seja, ela se sentia
desprezada e humilhada por não ter filhos, mas não deixava de viver
uma vida justa “perante Deus, andando sem repreensão em todos os
mandamentos e preceitos do Senhor” [Lc 1.6].

EU ENSINEI QUE:
A família cristã precisa resgatar sua vocação de ser agência divina na
terra para ensinar o caminho da bênção, inclusive para as futuras
gerações.

2. Algumas bênçãos de Deus às famílias
São várias as bênçãos que o Senhor Deus é poderoso para conceder às
famílias. Ele é abençoador desde o princípio. É importante as famílias
conhecerem as bênçãos e buscá-las com fé e interesse, nestes dias tão
áridos e difíceis para as famílias.

2.1. Sabedoria, inteligência e conhecimento. Muito oportuno em dias
de tanto materialismo refletirmos em Provérbios 24.3-4. O texto bíblico
ressalta a relevância da sabedoria, inteligência e do conhecimento na
edificação do lar e no suprimento de tudo que é necessário para a
manutenção e habitabilidade de uma casa. É comum quando se pensa
em constituir uma família o enfoque ser a questão financeira (evidente
que é importante – vide a lição 6), porém esta referência bíblica nos faz
lembrar que, mesmo tendo recursos financeiros, é fundamental
sabedoria, discernimento e habilidade para administrar os recursos,
sejam poucos ou muitos. Deus abençoa com sabedoria àqueles que
pedem [Tg 1.5; 3.17].
Subsídio do Professor: O Pr. Hernandes Dias Lopes comentou sobre
edificar a casa com sabedoria: “A maior necessidade da nossa família
não é de coisas; é de Deus. Não é de luxo; é da graça de Deus. Não é
de presentes; é da presença de Deus. Quando edificamos nossa casa
com sabedoria, temos rica provisão. Nossos celeiros se tornam cheios e
nossas câmaras, repletas de bens deleitáveis. Que bens são esses?
Não apenas bens materiais, mas, sobretudo, bens que o dinheiro não
pode comprar, como (...) o fruto do Espírito. Como você está edificando
sua casa?”.

2.2. Presença e participação de Deus. Destacamos no Salmo 127 o
Senhor Deus agindo no contexto familiar para edificar, guardar e prover.
Este tópico enfatiza a primeira parte do verso 1: o Senhor edifica. Uma
das lições que pode ser extraída é a presença e participação de Deus
desde o início da formação da família e no constante e necessário
desenvolvimento. Quantos lares têm iniciado sem a orientação e
participação do Senhor?! E quantas pessoas buscam somente as
bênçãos de Deus para que prosperem naquilo que já decidiram e
escolheram, sem procurar saber se era da vontade de Deus?! Porém, o
Senhor edificar indica Deus estar presente, dirigir e participar de todo o
processo da família [Pv 16.1-3].
Subsídio do Professor: Derek Kidner comentou sobre o Salmo 127:
“Um dos aspectos mais impressionantes desta poesia curta é que
seleciona três das nossas preocupações mais universais – a construção,
a segurança, a criação de um lar – e nos leva a perguntar o que tudo isto
significa, e a quem os devemos. (...) As duas atividades humanas do v. 1
são amostras de uma área grande da vida: seus empreendimentos e
seus conflitos, o trabalho de produzir e o de conservar. Para cada um
deles, este versículo vê apenas duas possibilidades: ou será feitura do
Senhor ou será sem razão de ser; não há terceira opção”.

2.3. Segurança da família. A questão da segurança tem sido bem
presente nas conversas, notícias e nas mentes. Trata-se de um tema
que não está restrito ao aspecto de assaltos e roubos que envolvem
bens materiais e a vida física. Cada vez mais é preciso tratar da
segurança na área emocional, no uso dos recursos tecnológicos, na
questão espiritual, na formação e desenvolvimento dos filhos. É
renovador nos voltarmos para o Salmo 127 e sabermos que o Senhor
Deus, além de edificar, guarda! A reflexão sobre a bênção da segurança
nos remete a Êxodo 12.23: “(...) o Senhor passará aquela porta e não
deixará ao destruidor entrar em vossas casas, para vos ferir”.
Subsídio do Professor: O Pr. Estevam Ângelo de Souza escreveu
sobre a proteção do lar: “Na formação e proteção do lar o homem tem o
dever de empenhar-se com dedicação, com vigilância e com o máximo
de habilidade, como se dele tudo dependesse, mas, acima de tudo, deve
confiar em Deus. O lar não pode ser protegido com as armas do orgulho,
da vaidade, da violência ou outras armas carnais [2Co 10.4]. As
limitações humanas servem para conduzir-nos a uma atitude de
humildade: “nossa suficiência vem de Deus” [2Co 3.5]”.

EU ENSINEI QUE:
Sabedoria, inteligência e conhecimento, presença e participação de
Deus e segurança da família são algumas das várias bênçãos que o
Senhor Deus é poderoso para conceder às famílias.

3. Atitudes para desfrutar das bênçãos
Além de conhecermos o interesse e poder de Deus em abençoar, são
necessárias algumas atitudes que as famílias cristãs devem desenvolver
e perseverar.

3.1. Família: um lugar onde há temor a Deus. Que as famílias cristãs
sejam formadas por vidas que temem a Deus [Sl 128.1], pois resultará
em obediência à Palavra de Deus e sabedoria para viver o dia a dia
familiar com suas variadas atividades e no enfrentamento dos muitos
desafios [Pv 1.7]. Quando há temor a Deus, há constante vigilância,
perseverante oração e permanente interesse em viver de acordo com os
princípios bíblicos. A Bíblia também relata as bênçãos que acompanham
a mulher que teme a Deus – Provérbios 31.10-31.
Subsídio do Professor: O temor a Deus influencia todos os aspectos
de uma família. A começar pelo namoro e preparação para o casamento.
Refletirá na maneira como o marido e a mulher se relacionam e
administram o lar. Conduzirá os pais na educação dos filhos. Derek
Kidner escreveu: “Os ingredientes da verdadeira felicidade não se
acham inacessíveis. Aqui, resumem-se como sendo a reverência (o
relacionamento certo com Deus) e a obediência (os hábitos aprendidos
dEle)”.

3.2. Família: um lugar onde há trabalho e contentamento. É muito
importante que a família cristã procure cultivar tanto o trabalho como o
contentamento. Ambos são importantes no ambiente familiar. Enquanto
um dignifica e proporciona os recursos para suprir as necessidades da
família, contribuir com a igreja local e ajudar os mais necessitados, o
outro é um antídoto contra a avareza, preocupação e ocupação
excessiva com as finanças e os bens materiais [1Tm 6.6-10; Hb 13.5-6].
Subsídio do Professor: Lendo o texto de 1 Timóteo 6.6-10 vemos a
importância de as famílias cristãs procurarem cultivar um ambiente de
contentamento nos lares, ou seja, como diz J.N.D. Kelly, “um espírito que
aceita com gratidão os dons que Deus outorgou, e fica satisfeito”. Tal
atitude é reforçada pela convicção de que as coisas que as pessoas
cobiçam não têm permanência eterna, pois são restritas à vida nesta
terra. Em um contexto tão contrário, é preciso um exercício permanente
na busca do equilíbrio em um lar: nem preguiça, nem avareza; nem
passividade, nem ativismo; nem comodismo, nem excessiva
preocupação. Que o Espírito Santo conduza as famílias cristãs neste
exercício.

3.3. Família: um lugar de adoração a Deus. A primeira ação de
adoração registrada na Bíblia ocorreu num contexto de família [Gn 4.3-
4]. O salmista escreveu sobre a atitude de transmitir à “geração futura os
louvores do Senhor” [Sl 78.4]. Evidente que a adoração a Deus não se
restringe aos cânticos. Contudo, é fundamental quando o lar é um
ambiente repleto de cânticos de louvor a Deus, pois contribui na
formação cristã dos filhos, para que os corações sejam abençoados com
alegria e as mentes sejam ocupadas com o que edifica [Fp 4.8-9].
Subsídio do Professor: O Pr. N. Lawrence Olson escreveu: “Alguém
já disse: ‘A família que ora junta, permanece junta’. A participação no
Culto Doméstico contribui para a harmonia do lar, mediante a fé comum,
que fortalece a todos e aviva a esperança. A adoração no lar une a
família. Josué afirma isto ao dizer: ‘Eu e a minha casa serviremos ao
Senhor’ [Js 24.15]. Cornélio é bem um exemplo aos pais, quando dele
está escrito que ‘era piedoso e temente a Deus com toda a sua casa... e
de contínuo orava a Deus’ [At 10.2]”.

EU ENSINEI QUE:
A família é um lugar onde há temor a Deus, um lugar onde há trabalho e
contentamento e um lugar de adoração a Deus.

CONCLUSÃO
Que cada família cristã esteja consciente do interesse e poder de Deus
em abençoá-la, usá-la em Seus planos para abençoar outras famílias e
da importância em cultivar atitudes que muito contribuirão para desfrutar
das variadas bênçãos de Deus, como indicado no Salmo 128.

DICA DE CONTEÚDO AUXILIAR
LIVRO/EBOOK: Mensagens para uma vida bem-sucedida Vol. II.
Bispo Abner Ferreira. Editora Betel, 2019.
LIÇÃO 13
Relacionamentos do cristão: Deus e
família

29 MAR / 2020


TEXTO ÁUREO
“Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim; e
quem ama o filho ou a filha mais do que a mim não é digno de mim.”
Mateus 10.37

VERDADE APLICADA
É importante que o discípulo de Cristo saiba discernir os diferentes
relacionamentos, priorizando o relacionamento com Deus.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Explicar os níveis de relacionamento de Jesus.
Mostrar alguns aspectos da vida cristã em sua relação com a família.
Enfatizar a relevância do relacionamento com Deus.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
LUCAS 2
51. E desceu com eles, e foi para Nazaré, e era-lhes sujeito. E sua mãe
guardava no seu coração todas estas coisas.
LUCAS 12
52. Porque, daqui em diante, estarão cinco divididos em uma casa: três
contra dois, e dois contra três.
53. O pai estará dividido contra o filho, e o filho, contra o pai; a mãe,
contra a filha, e a filha, contra a mãe; a sogra, contra sua nora, e a nora,
contra sua sogra.
LUCAS 14
26. Se alguém vier a mim, e não aborrecer a seu pai, e mãe, e mulher, e
filhos, e irmãos, e irmãs, e ainda também a sua própria vida, não pode
ser meu discípulo.

LEITURAS COMPLEMENTARES
SEGUNDA / Lc 2.51
A sujeição de Jesus aos seus pais terrenos
TERÇA / Jo 7.1-9
A incredulidade dos familiares de Jesus
QUARTA / Jo 19.25-27
Jesus, um verdadeiro exemplo para os filhos
QUINTA / 1Co 7.2-5
Casamento, uma instituição divina
SEXTA / Ef 5.18-33
Jesus é o referencial na vida do cristão
SÁBADO / 1Tm 3.5
O cristão e o viver coerente dentro de casa

HINOS SUGERIDOS
244, 254, 293

MOTIVOS DE ORAÇÃO
Ore pelos casais. Que o amor de Cristo pela Igreja seja um exemplo
para eles.

ESBOÇO DA LIÇÃO
Introdução
1. Diferentes níveis de relacionamento
2. O cristão e sua família
3. Nosso relacionamento com Deus
Conclusão

INTRODUÇÃO
Encerrando este trimestre, a presente lição propõe uma importante
reflexão sobre a necessidade do discípulo de Cristo discernir sobre dois
relevantes relacionamentos: com Deus e com a família.

PONTO DE PARTIDA
Deus deve ser prioridade em nossos relacionamentos.

1. Diferentes níveis de relacionamento
Jesus, durante Seu ministério terreno, vivenciou diferentes níveis de
relacionamento. Deixando exemplo e instruções aos Seus discípulos
sobre tão relevante aspecto da natureza humana nesta terra: o aspecto
relacional.

1.1. Jesus e Sua família terrena. De acordo com o plano divino de
salvação, o Filho de Deus “se fez carne e habitou entre nós” [Jo 1.14].
Tal acontecimento se deu dentro de um contexto familiar, que incluía
uma mulher (Maria), cujo útero abrigou Jesus, um homem (José),
esposo de Maria, que atuou como pai após o nascimento de Jesus [Mt
13.55; Lc 4.22], bem como irmãos, que nasceram de Maria e José.
Portanto, Jesus experimentou, também, em Sua passagem na terra na
“forma de homem” [Fp 2.8], o relacionamento familiar. Assim, Jesus é o
nosso maior exemplo também neste nível de relacionamento.
Subsídio do Professor: Não há muitos registros detalhados nos
evangelhos sobre a vida cotidiana de Jesus antes de iniciar o Seu
ministério. Contudo, ao recorrermos a livros que discorrem sobre a
infância, adolescência e educação no contexto familiar dos judeus nos
tempos de Jesus e relacionarmos com textos bíblicos, podemos afirmar
que nosso Salvador passou por várias fases em Seu crescimento e
desenvolvimento como outros de Seu tempo, como mencionado em Vida
Cotidiana nos Tempos Bíblicos e na Bíblia de Estudo Arqueológica: a
educação incluía instrução religiosa e treinamento em habilidades
práticas necessárias nas atividades diárias. Ele foi identificado como
carpinteiro e filho de carpinteiro [Mt 13.55; Mc 6.3]. Também participou,
como muitas outras crianças, da viagem a Jerusalém, que tinha como
principal propósito a questão religiosa [Lc 2.41-42].

1.2. Relacionamento de Jesus com Maria e José. É preciso enfatizar o
cuidado e a dedicação de Maria e José com Jesus: circuncisão;
apresentação ao Senhor no templo; ida para o Egito e retorno; formação
em uma profissão, instrução religiosa, entre outros. Um verdadeiro
exemplo para os pais de hoje. Outro destaque é a sujeição de Jesus aos
seus pais [Lc 2.51], enquanto não tinha chegado o tempo de iniciar o
Seu ministério. Um verdadeiro exemplo para os filhos. Mesmo na cruz,
sofrendo terríveis dores, Jesus não ignorou Sua mãe, mas providenciou
para que fosse amparada [Jo 19.25-27]. Evidente que, após o início do
Seu ministério, a prioridade de Jesus passou a ser o cumprimento do
plano divino de salvação, o que nem sempre foi compreendido por Sua
família [Mc 3.21, 31-35; Jo 7.1-9].
Subsídio do Professor: David J. Ellis, comentando sobre João 2.4,
diz que a melhor tradução seria: ‘Que temos nós em comum, mulher?’ –
por tratar-se de uma expressão idiomática, tanto no grego clássico
quanto no hebraico, significando ‘Deixe que eu siga o meu próprio
curso”. Bíblia Missionária de Estudo: “Jesus está mostrando que tanto o
relacionamento com a sua mãe quanto a sua ação messiânica devem
ser vistos à lua de sua crucificação e ressurreição (...)”.

1.3. Relacionamento de Jesus com Seus discípulos. O fato de
pessoas terem sido filhos de Maria e José não implicou,
automaticamente, que tinham um relacionamento harmonioso com Jesus
como o Filho de Deus, mesmo tendo convivido tão de perto [Jo 7.5].
Porém, quando pessoas ouviam a Palavra de Jesus, obedeciam e criam
nEle como o Messias prometido, sendo assim Seus discípulos, eram
considerados por Ele como Sua família [Lc 8.19-21]. Deus também usa o
aspecto estreito e íntimo do relacionamento familiar como ilustração do
Seu plano de reunir um povo identificado como “família de Deus” [Ef
2.19].
Subsídio do Professor: Comentário de William Barclay sobre Lucas
8.19-21: “Nesta passagem há uma grande verdade prática. Pode
acontecer que um homem se encontre muito mais perto de gente com a
qual não está relacionado que de sua própria parentela. A relação mais
profunda da vida não é simplesmente uma relação de sangue; é também
da mente e do coração. Quando as pessoas têm fins, princípios,
interesses, metas comuns na vida, seu vínculo é verdadeiro e real (...)”.

EU ENSINEI QUE:
Os diferentes níveis de relacionamento do Senhor Jesus, durante Seu
ministério terreno, são exemplo e estão repletos de instruções para os
Seus discípulos.

2. O cristão e sua família
Importante que o relacionamento do cristão com a família seja
considerado levando em conta a realidade que vivenciamos – nem
sempre tão harmoniosa como o plano original e o que se deseja – e as
orientações contidas na Palavra de Deus.

2.1. A importância da coerência. O termo “coerência” indica coesão,
harmonia. O cristão é chamado a um viver coerente – conduta em
harmonia com os princípios bíblicos, nos quais cremos e anunciamos [Tg
2.14; Mt 23.3]. O próprio Cristo censurou os escribas e fariseus pela falta
de coerência. A Bíblia alerta sobre a relevância de “governar a própria
casa”; “exercer piedade para com a sua própria família”; e que aquele
que não cuida da própria família “negou a fé” [1Tm 3.5; 5.4, 8], entre
muitas outras instruções. É preciso refletir sobre o nosso viver dentro de
casa.
Subsídio do Professor: J. N. D. Kelly comentou sobre 1Timóteo 5.8:
“O homem que deixa de observar este dever elementar realmente, por
mais eloquente que seja sua profissão do cristianismo, tem negado a fé
(isto é, para todos os fins práticos, não no sentido formal da apostasia:
cf. Tt 1.6) e é pior do que o descrente. Presumivelmente, isto é porque
até mesmo pagãos, que não conhecem os Mandamentos nem a lei de
Cristo, reconhecem e estimam as obrigações dos filhos para com os
pais”.

2.2. Quando a família não se converte. Nem sempre a realidade
consiste em todos os membros de uma família servindo ao Senhor. O
cristão também é chamado a perseverar na fé em Cristo e no
testemunho perante seus familiares por intermédio de sua conduta
dentro do lar e no convívio nas diversas ocasiões. Há textos bíblicos que
indicam esta possibilidade: 1Coríntios 7.12-14; 1Pedro 3.1. Lembremo-
nos do exposto no tópico 1.2 acerca da experiência de Jesus enquanto
na terra. Ele não desanimou e continuou vivendo segundo o plano de
Deus. Mais tarde, segundo a tradição, pelo menos dois de seus irmãos
passaram a segui-Lo: Tiago e Judas [Gl 1.19; Jd 1], os quais se
tornaram influentes na Igreja Primitiva.
Subsídio do Professor: No site Portas Abertas -
www.portasabertas.org.br – há um artigo sobre a perseguição hoje: “A
cada ano, a perseguição aos cristãos se intensifica no âmbito global. O
número de cristãos com medo de ir à igreja ou que já não têm uma igreja
aonde ir tem aumentado, bem como daqueles que têm de escolher entre
permanecer fiel a Deus ou manter seus filhos seguros. Ou das vítimas
da violência extrema que perdem familiares, casa, bens e liberdade por
compartilhar a mesma crença de muitos aqui no Brasil: a fé em Jesus
Cristo”. A graça de Deus sempre será maior para sustentar os que nEle
confiam e decidem nEle permanecer.

2.3. Casamento: instituição divina para a vida na terra. O próprio
Senhor Jesus afirmou que na futura vida ressurreta (ou “mundo
vindouro”) não haverá casamento [Lc 20.27-40]. O casamento deve ser,
também, um instrumento que contribua na vida de santificação dos
discípulos de Cristo neste mundo [1Co 7.2-5]. É importante, também,
lembrarmos que nem todo discípulo de Cristo irá se casar. Há os que
permanecerão solteiros [Mt 19.10-12; 1Co 7.8-9, 32-34]. Portanto, o fato
de uma pessoa permanecer solteira não é um problema em si mesmo,
assim como casar-se não significa que, automaticamente, os casados
estão isentos de tentações e dificuldades. O relacionamento com Deus é
que faz a diferença para todos, nesta terra e no “mundo vindouro”.
Subsídio do Professor: Gary Chapman escreveu: “Estou convencido
de que o casamento não é mais honroso do que o celibato. Felizes são
aqueles que, casados ou solteiros, descobriram que a felicidade não se
encontra na união de um casal, mas em um relacionamento verdadeiro
com Deus”. Fomos chamados por Deus e por Ele somos amados, quer
casados ou solteiros [1Co 7.7, 20].

EU ENSINEI QUE:
O relacionamento do cristão com a sua família precisa levar em conta a
realidade diária e estar debaixo das orientações contidas na Palavra de
Deus.

3. Nosso relacionamento com Deus
É importante estabelecermos prioridades em nossos relacionamentos,
tendo como referencial a Palavra de Deus e a direção e capacitação do
Espírito Santo para vivenciarmos diferentes circunstâncias.

3.1. O amor a Deus. “Qual é o primeiro de todos os mandamentos?” foi
a pergunta de um escriba para Jesus [Mc 12.28]. Ou seja,
“principalmente”; “importância”; “primeiro de todos”. É imprescindível ter
sempre em mente a resposta de Jesus: “Ouve...Deus, é o único
Senhor...Amarás, pois, ao Senhor teu, Deus, ...Amarás o teu próximo
como a ti mesmo” [Mc 12.29-31]. Jesus citou o segundo, mesmo não
fazendo parte da pergunta. Há uma íntima relação entre o amor a Deus
e o amor ao próximo.
Subsídio do Professor: Jaime Kemp escreveu: “O modo como nos
relacionamos em nosso lar ajuda a promover ou prejudicar o Reino de
Deus aqui na terra. Por isso, é preciso que a família tenha uma
crescente compreensão do significado da ordem de Jesus em Mateus
22.37-39 (...) As pessoas serão atraídas a Cristo ao verem famílias
cristãs vivendo amorosa e harmoniosamente e sendo tementes a Deus”.

3.2. Discípulo de Cristo: dissensão e aborrecer. Parece contraditório,
após lermos e estudarmos sobre a relevância da família, nos
depararmos com dois textos do evangelho de Lucas onde encontramos
duas expressões fortes: dissensão [Lc 12.49-53] e aborrecer [Lc 14.26],
dentro de um contexto familiar e conectados ao resultado do
relacionamento com o Senhor Jesus. São termos que indicam
“desunião” (de opinião e conduta) e “amar menos” (como indicado em
Mateus 10.37). Ou seja, “nenhum laço terreno deve diminuir nossa
lealdade a Cristo”. Porém o Senhor, que exige dedicação completa a Ele,
promete contínuo sustento, cuidado e proteção [Sl 27.10; Hb 13.5-6].
Subsídio do Professor: Laurence E. Porter escreveu: “O discipulado
exige sacrifícios. Parentes e a própria vida precisam ceder a Ele o
primeiro lugar no coração do discípulo (...) Não é que um homem precisa
detestar os seus familiares, mas que eles devem tomar o segundo lugar,
depois do Senhor, no seu coração”.

3.3. Expresso no referencial adotado. Jesus é o referencial na vida do
cristão, como indicado em Efésios 5.18-33. Interessante notarmos o
resultado de uma vida “cheia do Espírito”: comunicação, culto e conduta.
Temos a tendência de isolar os versículos 22-33, porém também estão
expressando como é a vida de uma pessoa comprometida em um
relacionamento com Deus, assim como Efésios 6.1-9. Nestes textos há
expressões e ideias bem significativas para uma contínua consideração
por parte do discípulo de Cristo: sujeição; amor; entrega, cuidado;
sustento; respeito; sacrifício; obediência; honra; instrução.
Subsídio do Professor: O escritor Russell Shedd comentou sobre o
texto de Efésios, acima citado, intitulando-o de ‘O Discipulado de Cristo
no Lar’ e, então, enfatiza a palavra ‘sujeitai-vos’, pois tem “implicações
que surgem até o fim da epístola. (...) Envolve-nos na vida do outro,
como aquele que impulsiona e sustenta o colega. A ideia de submissão
contém essa ideia de apoiar, de impulsionar, de dar ânimo; devemos
compreender como isso é básico e fundamental na atitude do cristão
quanto à sua vocação”.

EU ENSINEI QUE:
É preciso estabelecer prioridades em nossos relacionamentos, tendo
sempre como referencial o nosso Senhor Jesus Cristo e a Palavra de
Deus.

CONCLUSÃO
Que o Espírito Santo nos ajude a priorizarmos o relacionamento com
Deus e refletirmos isto em nossos relacionamentos familiares por
intermédio de nossa conduta, testemunho e constante busca em
promovermos um ambiente saudável e harmonioso, para a glória de
Deus!

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