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Dentro da perspectiva da Gestão Democrática, o Regimento Escolar é o documento

administrativo e normativo de uma unidade escolar que fundamentado na proposta pedagógica, o


PPP estabelece a organização e o funcionamento da escola e regulamenta as relações entre os
participantes do processo educativo. Fundamentado pelas esferas Federal e Estadual ( Leis,
Decretos,Resoluções,Deliberações,Instruções e Pareceres.) Para que o Regimento Escolar, PPP
possa se constituir um instrumento de melhoria para a qualidade da escola, ele precisa ser
construído coletivamente, coerente e integrado , com o envolvimento da comunidade escolar -
corpo técnico-administrativo, docentes, alunos, pais e comunidade - num processo dinâmico e
articulado de forma democrática, com responsabilidade e compromisso. De acordo com a UNESCO
(2004,p.304) o Regimento Escolar “estabelece a organização e o funcionamento da escola e
regulamenta as relações entre os participantes do processo educativo”.
É um documento que vai além do interior da escola, pois o gestor têm que ter a colaboração de
pessoas com competências em determinadas áreas técnicas,para uma melhor articulação e consenso
da comunidade.O gestor é o principal liderança da escola, pois é ele quem mobiliza a comunidade
para o funcionamento do regimento escolar,cuidando da sua socialização,aplicação e re-
elaboração,quando necessária.O Regimento deve ser um documento claro,de fácil entendimento e
que traduza as construções e os avanços produzidos pela direção/equipe pedagógica/equipe
administrativa e equipe de apoio.Valendo- nos de algumas reflexões,considero importante reiterar a
relevância de estabelecermos as possíveis relações entre as orientações externas advindas de
instâncias maiores (Federal,Estadual e Municipal) e as práticas na escola, respeitando as
peculiaridades locais.Concebida nesta relação,a escola pública demanda,no exercício de seu papel
na construção da democracia social e política,novas relações internas e externas,uma vez que
articular –se com o plano macro e micro de sua realidade significa pensar a escola em sua totalidade
e em sua materialidade.
A Gestão Democrática da escola é um dos princípios constitucionais do ensino público,
segundo o Art.206 da Constituição Federal de 1988 e a L.D.B..9394/96 ,no inciso VII do
Art.3º,confirmou esse princípio e repassou aos sistemas de ensino a definição de gestão democrática
em dois princípios básicos: a participação dos profissionais da educação na elaboração do PPP e a
participação das comunidades escolares locais em Conselho Escolar, APMF etc.Um dos grandes
desafios da gestão democrática é garantir o acesso e a permanência dos aluno, com sucesso,bem
como a qualidade dos serviços prestados por ela, portanto, a importância e a necessidade do
compromisso dos organismos escolares, dando suporte ao desenvolvimento do PPP e , a autonomia
da escola.Significa afirmar que a escola pública é espaço de participação , e gerir a escola,
democraticamente e coletivamente significa pensar a escola em sua autonomia.Nesse sentido, a
autonomia da escola implica necessariamente ,na sua dependência com o sistema de
ensino,Marcando sua relação macro,enquanto que no plano micro implica nas formas de
definição,organização,realização,avaliação das atividades realizadas no interior da escola.Passa a
ser uma autonomia de definição de objetivos,de processos , de formas e de avaliações do processo.
Desse modo, a gestão democrática na escola pública valoriza a participação de seus segmentos
constitutivos, entendo que o funcionamento da escola, exige uma relação ao mesmo tempo objetiva,
pela definição das ações, e subjetiva, pelas quais os sujeitos,através de percepções,conferem tomada
de decisões.
Sabe-se, porém, que a melhoria da qualidade do ensino nas escolas vem sendo discutida, e
que a reflexão acerca de gestão escolar relativa ao processo educativo e ao papel orientador do
gestor perpassa por reconhece-lo como grande articulador da gestão democrática,auxiliando,nessa
tarefa,pelos apoios pedagógicos.O gestor escolar deve visar o sucesso de sua escola,além de,
exercer sua liderança administrativa e pedagógica,visando a valorização e desenvolvimento de
todos da escola. É necessário um trabalho de ampla mobilização e conscientização por parte da
comunidade escolar. O gestor deve visar a boa convivência, pois gera confiança,fortalece o
equilíbrio do grupo,a coerência entre o modo de pensar diferenciado e o agir,fortalecendo também o
diálogo,da tolerância e do saber conviver com as diferenças.Enquanto líder deve saber como agem e
se comportam as pessoas,como lidar com os grupos e obter resultados ,estimular sua equipe para
que desenvolvam atitudes desejáveis,como incentivo, entusiasmo, respeito,realização,empenho e
colaboração.Não é possível pensar na participação da comunidade sem garantir os mecanismos de
integração e envolvimento que possibilitem de fato, que o poder de decisão e ação na escola seja
compartilhado e a prática de gestão democrática experimentada por todos.
A Proteção á Criança e ao Adolescente assegura os direitos de todas as crianças e
adolescentes, sem discriminação de qualquer tipo, que são considerados pessoas em condição
peculiar de desenvolvimento Juntamente com o Conselho Escolar são setores de extrema
importância e responsabilidade na escola, pois, só têm a contribuir para a construção da escola
como espaço de tomadas de decisões coletivas. Ainda que a denúncia seja o principal instrumento
do gestor á rede de proteção, acredito que a prevenção é ainda o principal caminho,devendo ser
iniciada na escola, com ações de assistência ao educando,integração-família- escola-comunidade.A
prevenção é iniciada pelo conhecimento,portanto, é importante conscientizar os alunos sobre todos
os tipos de transgressão e para o fato de que, o anonimato e a menoridade não os isentarão de
punições previstos em lei.Também não podemos deixar de oportunizar capacitações para os
educadores para que possam inseri-lo da melhor maneira possível em seus projetos e em suas
aulas.Com isso,podemos estabelecer mecanismos democráticos,possibilitando a escola em espaço
público de direitos ,deveres,promover condições de igualdade.
Concluindo, a gestão democrática colegiada na tentativa de recuperar sua função, impõe a
condição de uma prática pedagógica progressista, pois ao democratizar as relações que se
desenvolvem no interior da escola,exige que a comunidade escolar participe da análise,discussão,
avaliação da proposta pedagógica,regimento, para a concretização de um novo princípio de
organização e gestão escolar democrática,concretizando o maior objetivo da escola pública: a
transformação do homem em sujeitos reflexivos, críticos, capazes de transformar a sociedade.
1 INTRODUÇÃO

Diversos movimentos sociais, populares, sindicais entre outros possibilitaram a democratização


da sociedade e da escola pública. A partir de então, “[...] a escola pública passou a ser questionada
no seu fazer pedagógico e na sua forma de organização [...]” (SILVA, 2005, p. 84-85).
A transformação de uma instituição escolar para se tornar um dos agentes de mudança social e
se constituir num espaço democrático, não é tarefa fácil e nem rápida, embora seja muito necessária.
Um instrumento que pode ajudar nesse processo de orientação das práticas cotidianas de modo a
sustentar a ação da escola em busca de melhorias é o Projeto Político Pedagógico (PPP).
Por considerar o PPP relevante para o bom funcionamento da escola, optou-se em fazer uma
pesquisa, que se constitui em um estudo reflexivo de caráter bibliográfico sobre questões
relacionadas a este projeto, bem como apurar se o mesmo está sendo viabilizado ou se é apenas um
documento que fica guardado em um arquivo da escola, isto é, para verificar se aplicação do PPP se
constitui em uma utopia ou uma realidade.

2 PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO (PPP)

Com a evolução da sociedade, muitas concepções foram mudadas, como é o caso da gestão
escolar, que até então apresentava como base, o comando e o controle de forma individualista, onde
a função do gestor era eminentemente administrativa, desvinculada da participação dos diversos
segmentos da escola e da comunidade. Na atualidade o enfoque recai sobre a gestão democrática,
que tem “[...] o compromisso com a educação das classes populares, rompe com a separação entre a
teoria e a prática, eliminando o individualismo e incentivando a socialização do poder da escola”
(GONÇALVES, s/d.).
Portanto, a gestão democrática pressupõe um trabalho coletivo, compartilhado onde todos os
envolvidos (tanto direta como indiretamente) do processo escolar devem participar das decisões
referentes à organização e funcionamento da escola, no caso devem participar da construção e
aplicabilidade do PPP.
O termo projeto tem origem no latim projectu, que, por sua vez, é particípio passado do verbo
projicere, que significa “lançar para diante” (VEIGA, 2004, p. 12). A Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional – Lei 9394/96 (LDB), estabelece em seu artigo 12º, inciso I, que: “os
estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensino, terão a
incumbência de: I - elaborar e executar sua proposta pedagógica [...] (BRASIL,1996, p. 6).
Segundo Vasconcellos (2002), PPP é a sistematização,

[...] nunca definitiva, de um processo de Planejamento Participativo, que se aperfeiçoa e se


concretiza na caminhada, que define claramente o tipo de ação educativa que se quer
realizar. É um importante caminho para a construção da identidade da instituição. É um
instrumento teórico-metodológico para a intervenção e mudança da realidade. É um
elemento de organização e integração da atividade prática da instituição neste processo de
transformação (idem, ibid., p. 169).

Assim, entende-se que o PPP é um processo de mudança contínuo, que vai sendo construído ao
longo da caminhada de cada escola, com a participação de toda comunidade escolar. Em um PPP
são estabelecidos princípios, diretrizes e propostas de ação com vistas a revigorar, sistematicamente,
as atividades a serem desenvolvidas pela escola.
A Lei 9.394/96 estabelece em seu art. 14 que:
Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na
educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios:
I - participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da
escola; II - participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou
equivalentes (BRASIL, 1996, p. 6).

Interpreta-se, portanto, que na citada Lei, a gestão democrática deve ser vinculada à
participação dos membros da comunidade escolar. A estes, cabe a tarefa de opinar a respeito de
questões administrativas e pedagógicas, porém, a efetivação destas só ocorrerá mediante a
aprovação da maioria dos professores, funcionários, alunos, pais e outros que constituem a
comunidade escolar (MONLEVADE, 2005, p. 35).
Nesse sentido, é imprescindível que as ações sejam planejadas, de forma coletiva,
contemplando as metodologias mais adequadas para a construção de um projeto político de
qualidade, que se caracteriza por:

Nascer da própria realidade, tendo como suporte a explicitação das causas dos problemas e
das situações nas quais tais problemas aparecem; ser exeqüível prever as condições
necessárias ao desenvolvimento e à avaliação; ser uma ação articulada de todos os
envolvidos com a realidade da escola e ser construído continuamente, pois como produto, é
também processo (VEIGA, 2001, p. 11).

Em suma, construir o PPP significa elaborar maneiras possíveis de enfrentar o desafio da


transformação global da escola, tanto na dimensão pedagógica, administrativa, como na sua
dimensão política.

2.1 Elaboração e Estrutura de um PPP

Para que as metas e objetivos do PPP sejam alcançados, projetos precisam ser desenvolvidos.
Porém, há que se considerar que não há uma única forma de se construir um projeto, devido às
singularidades de cada unidade escolar. É fato notório que o PPP deve ser construído com o
envolvimento de toda a comunidade escolar, que apresenta como em qualquer grupo, funções e
níveis hierárquicos diferenciados (mas igualmente importantes), bem como interesses individuais,
fazendo-se necessário uma negociação dos interesses apresentados objetivando uma meta maior.
Portanto, na construção do PPP, cada segmento escolar poderá contribuir desde a sua
concepção do projeto até a avaliação e o replanejamento.
A título de exemplificação pode-se citar um estudo de forma resumida:

[...] o diretor de escola e seu vice devem ser capazes de seduzir os demais segmentos para a
melhoria da qualidade do trabalho desenvolvido na escola. [...] Ao participar ativamente da
construção do PPP, os docentes ficam comprometidos com o mesmo. O direito à
participação dos alunos deve ser garantido, como prevê o Estatuto da Criança e do
Adolescente. ouvindo-lhes em todos os assuntos que lhe dizem respeito. A participação dos
pais e dos alunos pode dar-se na programação de atividades, na coordenação de eventos
intra e extra-curriculares e no estudo da realidade. Eles devem vincular-se, principalmente
aos diversos colegiados existentes na escola, consolidando a prática participativa (DINIZ,
2008).

Assim, é deveras importante a criação de espaços para compartilhar as diversas formas de


pensamento, interesses e para obter ciência dos objetivos, metas e características que compõem o
PPP. A partir de então, necessita-se estruturá-lo de forma que a comunidade envolvida possa ter
acesso ao mesmo.
A proposta pedagógica de uma escola precisa ser consolidada num texto, para circulação e
análise permanente da sua execução dentro da unidade escolar, bem como para encaminhamento ao
órgão central da gestão municipal.
A estrutura básica de um PPP comporta três grandes elementos:

1) Marco referencial. Trabalha com a dimensão da finalidade: Como a sociedade se


apresenta? Que aspectos precisam ser transformados? O que se espera da escola pública
hoje? Que cidadão queremos formar? [...] 2) Diagnóstico. Trabalha a dimensão da
realidade: Que características (sociais, econômicas, culturais) têm a comunidade, a escola e
a clientela a que a escola atende? Como se apresenta à realidade da escola hoje? Que
características tem a gestão da escola? Como se dá a participação da comunidade na gestão
da escola? Que formas de organização escolar são adotadas? [...] Deve identificar
necessidades de mudanças, ou seja, responder: o que nos falta para ser o que desejamos? 3)
Programação. É a dimensão do projeto, da mediação, do desejo coletivamente construído:
a definição do que vai ser feito e dos meios para a superação dos problemas detectados, em
busca da qualidade da educação oferecida pela escola. É a proposta de ação. [...] Quanto à
periodicidade, a programação ou projeto pode ter abrangência anual, bianual ou outra
definida pelo grupo (VASCONCELLOS, 2002, p. 176).

Um roteiro de projeto “pedagógico curricular” pode contemplar nove grandes itens:

1) contextualização e caracterização da escola; 2) concepção de educação e de práticas


escolares; 3) diagnóstico da situação atual; 4) objetivos gerais; 5) estrutura de organização e
gestão; 6) proposta curricular; 7) proposta de formação continuada de professores; 8)
proposta de trabalho com pais, comunidade e outras escolas de uma mesma área geográfica;
e 9) formas de avaliação do projeto (LIBÂNEO, 2004, p. 164-165).

Como se pode observar, o roteiro proposto por Libâneo (2004) inclui um tópico referente
formação continuada de professores e outro atinente ao trabalho com pais, comunidades e escolas
próximas. Sabe-se que o PPP resulta da construção coletiva de todos os envolvidos com a educação
escolar, por isso, ele nunca deve estar pronto, mas sempre em construção. Nesse contexto, é
importante a realização contínua de diagnósticos para a sua operacionalização.

2.3 Operacionalização do PPP

O processo de operacionalização de um PPP envolve tanto condições para a sua construção


como para a sua execução, acompanhamento, avaliação e reconstrução.
O Grupo experimental Nova Era (s/d) cita como algumas dessas condições:
- delimitação e organização do tempo para a discussão, elaboração e acompanhamento do
projeto. É importante a definição de um horário para participação em reuniões e realização
de tarefas específicas que se façam necessárias;
- estabelecimento de possibilidades e de limitações do trabalho da escola e definição de
prioridades. É preciso que sejam identificados, com clareza, os problemas enfrentados, bem
como suas possíveis soluções;
- acompanhamento da execução da proposta pedagógica. O PPP deve ser sustentado por um
acompanhamento contínuo e sistemático da equipe gestora e da coordenação pedagógica;
Devido à complexidade da organização escolar, a finalidade que se busca não é simples de ser
conseguida, necessitando da contribuição de vários profissionais especializados. Portanto, a
organização da Escola é competência de todos, isto é, daqueles que estão dentro e dos que estão fora
da sala de aula.
Como outra prioridade, tem-se a avaliação do PPP, que:
[...] Tem como pressuposto a gestão escolar democrática e participativa e articula seus
compromissos em torno à construção do projeto pedagógico da escola. Neste sentido, parte
de uma concepção de educação aceita pelo coletivo e que deve unir as ações deste na
escola. Inclui não só a comunidade interna da escola, mas envolve relações com a família e
com a comunidade externa mais ampla. A escola não pode pensar a si mesma
desconhecendo suas relações com seu entorno (FREITAS et al., 2004, p. 68-69).

Assim, a avaliação deve ser uma tarefa coletiva, sendo que os resultados devem ser utilizados
para a formulação de novas propostas.
Com base nas teorizações descritas entende-se que é perfeitamente viável a construção de um
PPP, porém não se pode afirmar que iniciativas de melhoria geral da qualidade do ensino redundem
em apropriação equânime por parte de todas as escolas, mesmo quando a gestão propõe um trabalho
coletivo.

4 PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO: UTOPIA OU REALIDADE?

O objetivo a que se propõe o PPP é muito bom, pois visa a qualidade do processo educativo, no
entanto se questiona: é apenas uma tarefa burocrática instituída pelas autoridades educacionais, que
como tantas, acaba sendo arquivada ou é possível a sua efetivação como instrumento democrático?
É relevante salientar que, para o PPP se efetivar com êxito, aspectos fundamentais como as
dificuldades em organizar uma escola, a importância de uma gestão verdadeiramente democrática, a
formação dos professores devem ser considerados.

4.1 O Papel dos Gestores

A gestão democrática no Brasil, segundo Rezende (1995) está no período de sua adolescência,
período este em que as crises, revoltas e insatisfações são a ordem do dia, aliada a falta de
experiência.
No caso das escolas, muitos gestores são oriundos de outros regimes que não o democrático e,
sendo assim encontram dificuldades em trabalhar com o novo na dimensão temporal propriamente
dita.
A dificuldade dos gestores em se deparar com uma nova proposta, pode ocasionar que em
algumas escolas o PPP não se concretize na prática, visto que:

[...] a gestão democrática exige o cultivo da cultura da participação, do trabalho coletivo, da


ação colegiada, da realização pelo bem comum. Enfim, é preciso possibilitar momentos de
experimentação da democracia na escola para se tornar uma prática efetiva, consolidada e
possível de ser efetivamente vivenciada (PEREIRA; OLIVEIRA, 2006, p. 5).

Devido a esta problemática entende-se que a prática da democracia participativa não vem sendo
respeitada, o que é lamentável, pois a experiência do trabalho coletivo favorece o exercício da
cidadania, a partilha de conhecimentos e talentos, levando os profissionais à consciência de grupo e
a construção de autonomia emocional, profissional e intelectual.
Assim, os resultados pedagógicos e educacionais podem ser atingidos e superados em virtude
da participação efetiva de todos e da constante formação daqueles que estão envolvidos com o
processo educacional.
4.2 Formação dos Profissionais da Escola

A formação dos profissionais da escola é apontada como precária e insuficiente. Em muitas


escolas ocorre, efetivamente, a incapacidade dos professores em transmitir conhecimento. No
contexto atual:

[...] os profissionais da educação são desafiados constantemente pelo desconhecido, e a


renovação de suas práticas educacionais torna-se uma questão de sobrevivência da escola.
Porém esta renovação é complexa, primeiro porque perpassa todos os aspectos da prática
pedagógica; segundo, porque exige abertura dos envolvidos no processo com a vontade
política de mudar; e terceiro, porque os meios para concretizar as aspirações devem estar
em consonância com o contexto histórico concreto (QUINTAS, 2009).

Há que se concordar com Suchodolski (1979), quando afirma:

[...] o conhecimento da ciência pedagógica é imprescindível, não porque esta contenha


diretrizes concretas válidas para hoje e para amanhã; mas porque permite realizar uma
autêntica análise crítica da cultura pedagógica, o que facilita ao professor debruçar-se sobre
as dificuldades concretas que encontra em seu trabalho, bem como superá-las de maneira
criadora (idem, ibid., p. 477).

Entendendo a ciência pedagógica como não-exclusiva de pedagogos, é possível afirmar que é


tarefa da equipe pedagógica envolver essa ciência num trabalho coletivo. Os conhecimentos
pedagógicos têm sido desenvolvidos explícitos, intencional e sistematicamente nos cursos de
Pedagogia. Tanto a presença, como os conhecimentos destes, são necessários para a Escola, seja em
tarefas administrativas, no auxílio dos professores no processo ensino/aprendizagem etc.
Portanto, através de uma formação adequada, os docentes podem adquirir a capacidade de
dominar o conteúdo e também de serem capazes de repassá-lo (CAMPOS, 2009). Para a
concretização dessa formação se faz necessário garantir a escolaridade e a valorização da mesma de
forma democrática.
Há de se lembrar que a formação do professor não se estrutura somente a partir de cursos,
palestras, mas também do aprimoramento dos conhecimentos “pelo” e “no” exercício de suas
práticas cotidianas na escola.

4.3 Envolvimento das pessoas

Outra dificuldade a ser comentada refere-se ao envolvimento das pessoas. Há que se reconhecer
que a Humanidade durante séculos e séculos em sua história, se acostumou a formas de vida
individualistas, portanto, se reconhece que o trabalho coletivo não é tarefa simples e a cooperação -
inerente ao coletivo- é fundamental para que o trabalho da Escola se realize de acordo com os
objetivos propostos.
Para o ser humano o compartilhar, o cooperar é dificultado por questões de ordem pessoal,
como: uma ideologia fortemente arraigada, a obtenção do sucesso pessoal a qualquer preço, a falta
do espírito de luta, a timidez etc. Nesse sentido, se pode entender que o grande desafio Educacional
é organizar uma escola que ao mesmo tempo seja de qualidade e democrática.
A escola faz parte de um sistema político que possui um histórico de intervencionismo ao longo
de décadas, bem como a do assistencialismo que tem mantido o cidadão como “cliente” do Estado e
o controle sobre a sociedade e a educação escolar, portanto, a escola não existe isoladamente. Nesse
contexto, se faz necessário a diminuição da ingerência do Estado sobre os rumos da educação
brasileira, dando autonomia - ainda que relativa – para uma gestão democrática na escola pública.
Segundo Gadotti (2000), os problemas que podem surgir na implementação de processos de
gestão democrática, se deve:
- à nossa pouca experiência democrática;
- à mentalidade que atribui aos técnicos (e apenas a esses) a capacidade de governar e considera
que o povo é incapaz de exercer poder;
- à própria estrutura verticalizada de nossos sistemas educacionais;
- ao autoritarismo que, historicamente, tem impregnado nosso ethos educacional ao tipo de
liderança que tradicionalmente domina a atividade política no campo educacional.
Para enfrentar essas dificuldades, Gadotti (2000) orienta que é necessário o envolvimento das
pessoas – comunidade interna e externa à escola; participação e cooperação das várias esferas do
governo; autonomia, responsabilidade e criatividade como processo e como produto do projeto etc.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Para a construção e aplicação do PPP se faz necessário uma gestão democrática que propicie a
participação da equipe educacional, pais e alunos com o intuito de se propor ações concretas para a
melhoria da qualidade de ensino.
No decorrer da pesquisa, pode-se constatar que o processo de construção do projeto não tem
sido feito e assumido na sua totalidade, devido a vários fatores, como: a dificuldade dos gestores em
achar o caminho de sua autonomia e trabalhar com a nova proposta, pois muitos gestores são
oriundos de outros regimes que não o democrático; a falta de renovação das práticas educacionais
dos profissionais da educação, que possibilitaria a realização de uma análise crítica sobre as
dificuldades encontradas em seu trabalho, bem como a busca de alternativas para superá-las, a
questões de ordem pessoal, onde o sentido de cooperação é dificultado; à própria estrutura
verticalizada de nossos sistemas educacionais etc.
Assim, acredita-se que o PPP possa ser identificado, meramente, como mais um dos muitos
atos normativos que a escola tem que fazer cumprir para efeitos de sua regulamentação e
credenciamento junto à própria administração do sistema de ensino e ao seu órgão normativo. O que
é lamentável, visto que é portador de muitas possibilidades e, deve se constituir na referência
norteadora de todos os âmbitos da ação educativa da escola.
Portanto, infelizmente, o PPP, ainda, pode ser considerado uma utopia, pois “ele precisa de um
tempo razoável de reflexão-ação, para se ter um mínimo necessário à consolidação de sua proposta”
(VEIGA, 2001, p. 33).
Mas acredita-se que a curto prazo, pode vir a se tornar uma realidade, se a comunidade escolar
se conscientizar de que a mudança não é apenas necessária, mas essencial para que ela possa
responder às necessidades do presente contexto educacional.

REFERÊNCIAS

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