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DESENVOLVIMENTO
ORGANIZACIONAL
PARA CONCURSOS
MÓDULO 1
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DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL PARA CONCURSOS
| Módulo 1 – Profa. Giovanna Carranza
OS: 0021/11/17-Gil
CONCURSO:
MUDANÇA E DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL French e Bell citados por Chiavenato ( 2003,pág. 450)
definem DO como esforço de longo prazo, apoiado pela
O medo do desconhecido é inerente ao ser humano,
alta direção, no sentido de melhorar os processos de
podendo ser associado como perda ou oportunidade. Em
resolução de problemas.
uma organização a capacidade de adaptar-se as
inovações está diretamente relacionada à sua Os modelos de D. O. veem a organização como um
produtividade e competitividade no mercado. Na década sistema social que interage entre si, e que para ocorrer
de sessenta um grupo de cientistas sociais dedicou-se a mudança não basta mexer na estrutura é necessário
estudar a possibilidade de se implantar programas de considerar quatro variáveis básicas: ambiente,
mudança de forma planejada que reduzissem seus organização, grupo e individuo e exploram a
impactos e reflexos negativos na organização. Deste interdependência dessas variáveis para alcançar
estudo resultou a Teoria do DO –Desenvolvimento objetivos.
Organizacional.
A origem do DO - Desenvolvimento Organizacional é
A velocidade com que ocorrem as mudanças na era atual, atribuído, segundo Chiavenato (2003, pág. 440 e 441))
exige das organizações maturidade suficiente para reagir entre outros fatores, a necessidade em se estabelecer
e adaptar-se a essas mudanças. Neste contexto, surgem um programa coerente de mudança que abrangesse toda
indagações do tipo: a organização; aos estudos sobre motivação que
apontaram que os objetivos individuais nem sempre se
- Como lidar com um processo de mudança
conjugam com o da organização, muitas vezes causando
organizacional?
no individuo alienação e distancia dos objetivos
- Quais os estudos científicos que podem contribuir organizacionais e a pluralidade de mudanças, como
para a compreensão dos aspectos comportamentais transformações rápidas e inesperadas.
inerentes ao processo de mudança?
Conforme Araújo (2000) trabalhar o processo de
- Existe algum estudo que comprove a possibilidade de mudança organizacional é uma alteração significativa que
se implantar um processo de mudança planejada, que deve atingir os componentes comportamental estrutural
minimize os impactos causados na produtividade e tecnológico, afirma que na implantação de um
organizacional relacionados ao comportamento programa que tem por objetivo mudança organizacional,
humano? são essenciais: suporte da alta administração; consciência
sobre o impacto do processo de mudança; não
De acordo com Handy ( 1992) as empresas de hoje,
necessitam se transformar de forma consciente em expectativa por resultados plenos e imediatos;
empresas de aprendizagem, locais onde a mudança seja congruência entre os objetivos da mudança e os valores
uma oportunidade, onde as pessoas possam crescer à da empresa e controle dos resultados.
medida que trabalham. Essa transformação citada pelo Segundo Marras (2000, pág.300) o desenvolvimento
autor, tem relação com a capacidade da organização organizacional de uma empresa deve estar sustentado na
permanecer competitiva em suas diversas fases no análise dos seguintes fatores:
mercado em que atua, assim como diante das exigências
1- Interação de interesses ( individuais/organizacionais)
que lhe são impostas, tanto pelas forças endógenas
(internas da organização), quanto pelas forças exógenas 2- Saúde organizacional ( no sentido macro)
(externas da organização).
3- Momento organizacional
Na década de sessenta um grupo de cientistas sociais nos
4- A análise e o gerenciamento das mudanças.
Estados Unidos, realizou pesquisas que resultaram na
definição de procedimentos para implantação de um Para Chiavenato (2003) a grande invenção do final do
processo de mudança nas organizações. Este estudo foi século XXI foi a inovação , que passou a modificar a vida
conceituado de D.O – Desenvolvimento Organizacional, da sociedade, das organizações, do homem e da sua
tendo como pressuposto básico que toda mudança visão de mundo e que D.O veio como resposta às
dentro das empresas, seja de natureza pública ou mudanças e a inovação, tendo como tarefa básica mudar
privada, deve ocorrer de forma planejada. a cultura e o clima da organização.
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Para Raymundo (1982) DO, surge com a idéia de intervir estrutura, as normas e manuais de procedimentos, já a
na organização, em busca de uma melhoria no parte não visível deste iceberg é o que deve merecer
rendimento do trabalho grupal associado com a atenção mais detalhada , pois nela podem estar ocultos
perspectiva de uma elevação do nível de qualidade de os componentes informais que direcionam e influenciam
vida nesse ambiente. DO se encaixa na organização que o comportamento do grupo.
apresenta um cenário carente de mudanças, incapaz de
O clima de grupo, por sua vez, conforme Moscovici
se auto diagnosticar e formular um programa de
(2003).tem uma relação circular com os componentes do
renovação, abre suas portas para um agente de
funcionamento e da cultura grupal, influenciando-se e
mudanças, que atue como um “facilitador” dessas
sendo por eles influenciados constantemente. Como
mudanças necessárias e que essa figura é a do consultor.
afirma Chiavenato ( 2003), a organização é um sistema
Kotter, citado por Chiavenato (2003) relata que são com características próprias típicas da sua cultura e clima
necessárias oito etapas para a implantação do programa organizacional, precisando ter capacidade inovadora
específico de DO, que resumidamente podem ser assim como: adaptabilidade; senso de identidade; perspectiva
definidas: exata do meio ambiente e integração entre seus
1 – Decisão da alta direção em utilizar DO e a escolha de participantes.
consultor externo para coordenar o processo;
Como afirma Nadler (1993) num processo de mudança o
2 – Diagnostico inicial onde a direção da organização estado de espírito, atitudes e valores básicos da
reúne-se com o consultor externo para definir o organização, estão em jogo. Se esses aspectos menos
programa ou modelo de DO adequado; concretos não forem explorados, o progresso desejado
pode não ser alcançado.
3 – Levantamento de dados ;
Para Souza (1978) a análise do conjunto da cultura e do
4 – Retroação de dados e confrontação;
clima organizacional fornecem indícios que podem
5 – Planejamento de ação e solução dos problemas; discernir sobre quais as técnicas e abordagens adequadas
a serem aplicadas de acordo com o momento em que
6 – Desenvolvimento de equipes;
vive a organização. Kotter (1997) alerta que as atitudes
7 – Desenvolvimento intergrupal; de resistência às mudanças podem estar localizadas de
8 – Avaliação e acompanhamento. forma individual, mas que isto é, muitas vezes mais
provável de se encontrar nos grupos, ou seja as
Entretanto, Castilho (1999) alerta que não basta falar de resistências podem estar localizadas em departamentos
mudança, é preciso levar o grupo que compõe a ou grupos de pessoas que temem perder status ou
organização a estruturar seu caminho, de modo a se ter poder.
uma visão compartilhada e articulada, para que isto se
reverta em um ambiente em que as pessoas sintam que As atitudes a que se refere Kotter, podem ser analisadas
estão fazendo as mudanças acontecerem. através do conhecimento dos estudos realizados por
Schutz, citado por Moscovici (2003) e Castilho (1999)
DO tem como tarefa básica mudar a cultura e o clima da podendo ser aplicado nas organizações. Os estudos de
organização. O clima da organização é um conjunto de Shultz consideram que o grupo passa por três fases:
valores e atitudes que refletem o relacionamento e o inclusão, controle e afeição Este estudo pode contribuir
comportamento das pessoas em determinado grupo. Já a para facilitar a aplicação de um programa de DO.
cultura organizacional de uma organização está
relacionada a sua historicidade, baseada nas crenças As três fases podem ser assim identificadas:
formadas no convívio diário, na aceitação dos padrões de 1-) Fase de Inclusão: Nesta fase, cada membro procura
resoluções de conflitos e problemas, nas normas e seu lugar, através de tentativas para encontrar e
padrões de comportamentos aceitos pelo grupo. estabelecer os limites de sua participação, o quanto
Segundo Moscovici (2003) para compor a cultura e o vai dar de si, o quanto espera receber, como se
clima de uma organização as pessoas que compõem o mostrará ou que papel desempenhará
grupo trazem seus valores, sua filosofia e orientação de primordialmente, para o alcance dos objetivos
vida e que a interação permite conhecimento mútuo e propostos;
identificação de alguns pontos comuns que servirão de 2-) Fase de Controle: Encontrando o seu lugar, cada
base para a elaboração de normas coletivas, tácitas e membro passa a interessar-se pelos procedimentos
explicitas, na interação do grupo. que levam às decisões, ou seja pela distribuição do
A cultura do grupo pode ser associada a um iceberg, poder no grupo e controle das atividades. É uma
onde a parte visível pode ser identificada como as fase de jogo de forças, competição por liderança,
normas formais da organização, como o desenho da discussões sobre metas e métodos, atuação no
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grupo e formulação de normas de conduta dentro controle da musculatura ( controle dos movimentos
do grupo. Cada um busca atingir um lugar corporais).
satisfatório às suas necessidades de controle,
Kurt Lewin, na mesma obra, afirma que o
influência e responsabilidade. Esta pode ser uma
desenvolvimento do processo pode ser evidenciado, por
fase de grandes conflitos, momentos de tensão,
qualquer mudança para melhor, por menor que seja,
divergência de valores, medo de perda de status.
detonada por uma força interna ou externa à pessoa, ou
Essas situações tendem a reduzir quando os
seja, a passagem de uma situação A para outra situação
membros do grupo começam a compreender, de
B, e que para ocorrer mudança comportamental nas
fato e de direito, seu papel e sua responsabilidade
pessoas deve-se considerar três fases:
para o alcance dos objetivos que justificam a
existência deste grupo. Se nesta fase o grupo não 1- descongelamento : momento de desequilíbrio,
chegar a um equilíbrio de valores pode evoluir para dúvidas e incertezas diante do novo, da introdução
a entropia, ou seja, para o desgaste e até sua de novas ideias;
extinção. 2- Incorporação: aceitação de novas ideias e conceitos,
3-) Fase de Afeição : Uma vez estabelecido, mudança de percepção, exteriorização da aceitação
razoavelmente as normas de controle, os de novas ideias através de atitudes;
participantes começam a expressar e buscar 3- Congelamento: nesta fase o equilíbrio é
integrações emocionais. Cada um procura conhecer reestabelecido, as novas atitudes prevalecem às
as possibilidades de intercâmbio emocional, atitudes anteriores. Durante esta fase as novas
comprometimento com resultados produtivos e atitudes devem ser constantemente exercitadas,
eficazes. para que atitudes anteriores não venham a se
Essas três fases, nem sempre são nitidamente distintas, manifestar novamente.
pois os membros do grupo não estão necessariamente no De acordo com Chiavenato (1999) algumas técnicas são
mesmo estágio. Cada um tem seu ritmo próprio em um
utilizadas para promover o DO. As principais delas são:
processo de integração, cabendo ao consultor/facilitador
e aos demais membros do grupo o cuidado em promover treinamento interpessoal – consiste em reunir grupos
condições satisfatórias para que todos sintam-se de treinamento que são orientados por um líder
valorizados e importantes em seu papel como integrante treinado para aumentar a sua sensibilidade quanto às
deste grupo. suas habilidades e dificuldades de relacionamento
interpessoal, o que resulta em maior criatividade,
Chanlat (1996, p.125-126) comenta que certamente não
menor hostilidade e maior flexibilidade;
se pode transformar tudo de uma só vez e sem algum
embaraço. Mudar para muitos pode significar novas análise transacional – técnica utilizada para o
oportunidades, assim como para outros pode significar o autodiagostico das relações interpessoais e tem como
medo do desconhecido. Magalhães, (1997) descreve os objetivo reduzir os hábitos destrutivos de
vários estados que se pode refletir através do comunicação;
comportamento em um processo de mudança: desenvolvimento de equipes – técnica de alteração
insatisfação; inquietação; curiosidade; aprendizagem; comportamental, onde várias pessoas de vários níveis
inovação; atuação; renovação. Ainda para Magalhães, na da organização se reúnem sob a orientação de um
mesma obra, as características básicas para pessoas líder e criticam-se mutuamente para encontrar um
aptas a lidar com mudanças são: positiva: focada; flexível, ponto de equilíbrio e melhorar os relacionamentos;
organizada, proativa.
O processo de mudança comportamental aplicado em consultoria de procedimentos – técnica em que cada
DO, segue os estudos de Kurt Lewin, psicólogo social, equipe é coordenada por um consultor, que busca
citado por Chiavenato (1998) onde refere que este tornar a equipe mais sensível aos processos internos
processo ocorre em um campo dinâmico de forças que de estabelecer metas e objetivos, de participação, de
atua em vários sentidos, e que para acontecer mudança, sentimentos, de liderança, de tomada de decisões,
passamos por quatro tipos de aprendizagem: confiança e criatividade;
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São Paulo. Editora Nova Cultural, 1997. _________________________________________________
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pela mudança. Florianópolis: Edição Work. Educação _________________________________________________
Empresarial, 2002. _________________________________________________
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MOSCOVICI, Fela. Desenvolvimento interpessoal: _________________________________________________
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treinamento em grupo. Rio de Janeiro: Editora José
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Olympio, 2003.
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MOTTA, Paulo Roberto. Transformação Organizacional: a _________________________________________________
teoria e a prática de inovar. Rio de Janeiro: Editora _________________________________________________
Qualitymark, 2002. _________________________________________________
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NADLER, David. Arquitetura organizacional: a chave para _________________________________________________
a mudança organizacional. Rio de Janeiro: Editora _________________________________________________
Elsevier,1993. _________________________________________________
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RAYMUNDO, Paulo Roberto. O Que é Administração. São
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Paulo: Editora Brasiliense, 1992.
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RIBEIRO, Jorge Puciano. O ciclo do contato. São Paulo: _________________________________________________
Editora Summus Editorial Ltda, 1997. _________________________________________________
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SOUZA, Edela Lanzer P. Clima e cultura _________________________________________________
organizacional:como se manifestam e como se manejam. _________________________________________________
São Paulo: Editora Edgard Blucher, 1978. _________________________________________________
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TOMEI, Patrícia Amélia. Recursos humanos e
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subjetividade. Petrópoles: Editora Vozes. 1996
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