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INTRODUÇÃO
O MICROSCÓPIO OPERATÓRIO
A ampliação da imagem proporcionada pelo microscópio operatório supera em muito a das lupas de
magnificação. Além disso, quanto maior a capacidade de magnificação das lupas, mais pesadas e
desconfortáveis ao uso elas se tornam. Aliada ao poder de ampliação, a iluminação constitui uma das
mais importantes características do microscópio operatório. A fonte geradora da luz do microscópio
gera uma iluminação definida como coaxial. Essa característica elimina a formação de sombras e
possibilita a iluminação das porções mais profundas do canal radicular. A fonte de luz pode ser do
tipo halógena ou xenon. Uma iluminação amarelada não proporciona documentações de qualidade,
sendo a luz branca a mais recomendada. Cabos de fibra óptica conectam as fontes de luz ao
microscópio, e um reostato controla a intensidade da iluminação.
Como todo instrumento de trabalho, o aprendizado de seu manuseio demanda tempo e treinamento.
Evidentemente, até que o clínico se habitue a essa forma diferente de trabalhar, a execução dos
procedimentos poderá vir a ser mais lenta. Entretanto, no intervalo de três a seis meses, a
capacidade e qualidade de trabalho com o microscópio se efetiva, e o cansaço e o estresse são
minimizados em função da nova postura de trabalho exigida pelo microscópio.
É bem verdade que o início da utilização do microscópio operatório requer certa dose de persistência
e treinamento. Assim, para que esse começo não venha a ser frustrante, certas orientações são
recomendáveis, de forma que, gradativamente, seja aumentada a comodidade e proficiência em seu
uso. São elas:
(1) No laboratório se faz o treinamento de manuseio dos braços articulados, o ajuste da binocular na
distância interpupilar, o ajuste do foco pelo manuseio do ajuste da lente objetiva, o acerto da distância
focal e melhor adaptação à intensa iluminação coaxial. Este treinamento poderá ser realizado com
dentes extraídos;
(3) Casos mais complexos, especialmente os cirúrgicos, devem ser realizados quando o operador
tiver maior desenvoltura no uso do microscópio;
(4) Deve-se empenhar para que, com o passar do tempo, se estabeleça o hábito de utilizar o
microscópio durante a execução de quaisquer procedimentos clínicos.
Outras dificuldades adicionais também podem ser minimizadas na seqüência da abertura de acesso
coronário, como a identificação de canais extras localizados no assoalho da câmara pulpar de
molares ou em canais achatados que tendem a duplicação (Figura 3). O microscópio facilita a leitura
visual de istmos e reentrâncias, localizados principalmente nos terços cervical e médio dos canais
radiculares tornando possível a remoção mecânica do substrato orgânico remanescente contido
nestas variações anatômicas dos canais radiculares (Figura 4).
Dentre as condições adversas, a que obteve maior impacto nos resultados clínicos foi nos
retratamentos endodônticos. A dificuldade na remoção completa de restos de cimento e material
obturador que permanecem aderidos nas reentrâncias dos canais radiculares induz ao insucesso do
retratamento endodôntico. Uma maior precisão na visualização e identificação deste material
remanescente, ainda não removido pelo solvente ou pelos instrumentos endodônticos, torna-se
possível pelo acesso visual proporcionado pelo microscópio operatório (Figura 4).
A comunicação visual é a mais fácil e amplamente compreendida pelos pacientes, de modo que, pelo
monitor de vídeo, pode-se mostrar a presença de cáries, falhas em restaurações, fraturas, presença
de placa e de cálculo nas superfícies dentárias (Figura 10).
No momento em que se ensina, educa e orienta os pacientes, por intermédio dos recursos do
microscópio clínico odontológico, outro aspecto, não menos importante, se faz presente: o marketing.
Os pacientes assistem a uma demonstração clara da aplicação de uma tecnologia atual e que
propicia resultados.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com J West (2006), “nos Estados Unidos e Canadá, desde 1997, os cursos de pós-
graduação em Endodontia vem capacitando seus alunos ao uso proficiente do microscópio
operatório. Segundo estimativa da indústria do setor, 76% dos endodontistas americanos possuem
microscópios em suas clínicas particulares. Por outro lado, o percentual de clínicos gerais que
utilizam o microscópio é estimado em apenas 1%. A Faculdade de Odontologia da Universidade de
Washington, em Seatle, foi a primeira dos Estados Unidos e no mundo a proporcionar o ensino da
microscopia clínica aos alunos do curso de graduação, com a previsão de que esses dentistas façam
parte da 1ª geração de graduandos capacitados para exercer a clínica odontológica com microscopia
operatória”.
Outras importantes escolas no Brasil aderiram ao ensino de microscopia operatória em seus cursos
de especialização. Em breve, a microscopia clínica será parte obrigatória das grades curriculares dos
cursos de Odontologia pois o microscópio clínico representa uma alavanca extraordinária ao avanço
da Endodontia. Nesse sentido, os dizeres de West (2006) se fazem apropriados: ...”o uso do
microscópio não transformará um bom dentista em um dentista brilhante, mas fará com que ambos se
tornem melhores, pois poderão enxergar melhor”.
A B
Figura 1. Procedimentos clínicos sendo realizados com auxílio de microscópio, podendo-se observar a posição ergonômica
dos operadores determinada pela forma de trabalho ditada pelo microscópio operatório.
A B
Figura 2. Desobstruções de calcificações (A) e visualização de desgastes de acesso aos canais radiculares (B).
A B C
Figura 3. Localização de canais extras em primeiros molares superiores (Cortesia: Dr. Patrick Baltieri [B,C]).
A B
Figura 4.
A B
C D
Figura 6. Aspecto radiográfico de incisivos centrais superiores com rizogênese incompleta evidenciando lesão periapical
decorrente de traumatismo (A); radiografia evidenciando o fechamento dos ápices radiculares após utilização de medicação
intracanal (B), fotografia clínica obtida com o auxílio do microscópio operatório revelando a barreira apical formada (Cortesia:
Dr. Alexandre Augusto Zaia).
A B
Figura 7. Instrumento endodôntico fraturado no interior do canal radicular, visualizado em diferentes magnificações (A, B).
A B
Figura 8 . Fotografias clínicas em magnificações distintas (A,B), em que foi possível identificar a presença de trinca dirigindo-
se da região proximal distal de molar superior ao assoalho da câmara pulpar (Cortesia: Dr. Patrick Baltieri).
Figura 9.: Visualização do interior do canal radicular durante
o processo de desgaste de pino de fibra de vidro (Cortesia:
Dr. Patrick Baltieri).
A B
Figura 10. Procedimento endodôntico não-cirúrgico visualizado em monitor (A); aparelho de video cassete acoplado ao
monitor (B) para registro e arquivamento dos procedimentos executados, que, posteriormente podem ser utilizados com
finalidades diversas dentre as quais destacam-se o ensino, a orientação de pacientes e o marketing.