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Todos os direitos reservados.

Todas as citações bíblicas são da


Bíblia na Nova Versão Internacional,
a não ser quando indicada outra versão.

Produção ANDAPEF
Associação Nacional de Defesa e Apoio aos Pais na Educação dos Filhos

Autores
(em ordem alfabética)
Ageu Magalhães • Amauri Costa • Antônio Cabrera • Davi Charles
Gomes • Diego Venâncio • Everson Pereira • Guilherme Reggiani •
Hélder Cardin • Jessé Meninel • Josué Meninel • Robson do Boa Morte
andro• Wilson
Sandro Silva • Valter Reggiani Silva •Porte
ValterJúnior
Reggiani • Wilson Porte
Junior

Organização e edição
Cecilia J. D. Reggiani

Revisão
Inez A. Borges

Capa e diagramação
André de Souza Borovina Peixoto
APRESENTAÇÃO

O Devocional A Igreja no Lar foi preparado para auxiliar as famílias


no processo de retorno ao cumprimento de suas responsabilidades
espirituais como formadoras da próxima geração de discípulos de Cristo.

Diante da análise do contexto global no qual vivemos, é imperativo


compreender que o enfraquecimento da família, da igreja e de toda a
sociedade é resultado direto da desobediência dos pais em relação ao
mandamento de Deus para que eduquem seus filhos no caminho em
que devem andar.

Como parte do cumprimento da missão de oferecer ajuda aos pais que


desejam voltar a assumir as rédeas espirituais de seu lar, a ANDAPEF
publicou, no mês de agosto de 2019, a primeira tradução em língua
Portuguesa do sermão de Matthew Henry intitulado A Igreja no Lar.

O livro tem despertado pais, principalmente os homens, para a


necessidade de investir tempo de qualidade na realização do culto
doméstico diário. Isso é maravilhoso. Desejamos que o livro continue
sendo lido e divulgado entre famílias e igrejas por todo o território
nacional e, quem sabe, até mesmo em outros países lusófonos.

Continuando a buscar formas de inspirar os pais, decidimos pedir ajuda


a diversos pastores para que se juntassem à ANDAPEF produzindo
reflexões para devocionais diárias.
3
No livro A Igreja no Lar, Matthew Henry desafia os pais a transformarem
suas casas em igrejas, ou seja, em lugares nos quais Cristo não somente
habita, mas reina e é adorado e servido diariamente. O alvo é que os
pais assumam seu papel como sacerdotes de sua família e ofereçam
consciente, responsável e formalmente ao Senhor de sua casa o sacrifício
diário (de preferência duas vezes por dia) ao qual Ele tem direito.

O Devocional que agora apresentamos foi inspirado nesse desafio e tem


o objetivo de auxiliar os pais que o aceitarem. O material foi escrito por
vários pastores reconhecidos no Brasil, pastores estes que são também
pais e sacerdotes, cada um em sua própria casa.

Cada tema bordado consta de leitura bíblica, reflexão, uma pergunta


do catecismo e oração para dois momentos diários: pela manhã e à
noite. É, portanto, material para 30 dias de estudos, caso seja utilizado
da forma como sugerido por Henry. Esta prescrição é válida ainda
hoje, após 315 anos de publicação do The church in the house, embora
sejamos forçados a reconhecer que vivemos tempos bem mais difíceis
quando se trata de reunir a família.

Ao ler o Devocional, emocionei-me inúmeras vezes, chegando a parar


a leitura e prostrar-me diante do Senhor, pedindo perdão por não ter
tido o zelo necessário com o culto doméstico no devido tempo, quando
tinha minha filha ainda pequena.

Mas, fui consolada e fortalecida por reflexões, perguntas e respostas do


catecismo ou algumas orações dos quais são exemplos os trechos abaixo:

Pergunta 1 do Catecismo de Heidelberg (1563)


– Qual é o seu único consolo na vida e na morte?
R: Que não pertenço a mim mesmo, mas pertenço de corpo e
alma, tanto na vida quanto na morte, ao meu fiel Salvador
Jesus Cristo.

4
Ajuda-nos, oh Pai, a conduzir a próxima geração a Ti.
(Oração, Dia 13 - noite).

O Sol da Justiça passa a brilhar em nossas casas quando a


janela do arrependimento se abre para novos começos, não
importando se o clamor nasce dos lábios juvenis ou do grito
de anciãos. Deus vê o coração (1 Sm 16.7). (Meditação -
Dia 20, manhã)

Lemos a história de José, Moisés, Josué e de qualquer outra


personagem bíblica e finalizamos assim: “você precisa ser
como José, você precisa ser como Moisés, você precisa fazer o
que Josué fez, etc”. Com isso, sem que percebamos, estamos
impedindo as crianças de irem a Cristo, pois mostramos a
elas os seus pecados, mas que a solução está na mudança
de comportamento e não na necessidade de um Salvador.
Grande perigo. (Meditação - Dia 26, manhã)

Pergunta 157 do Catecismo Maior de Westminster


(1648) – Como a Palavra de Deus deve ser lida?
R: As Santas Escrituras devem ser lidas com alto e reverente
respeito; com a firme persuasão de serem elas a própria
Palavra de Deus e de que somente ele pode habilitar-nos
a entendê-las; com o desejo de conhecer a vontade de Deus
nelas reveladas, crer nela e obedecer a ela; com diligência
e atenção ao seu conteúdo e propósito; com meditação,
aplicação, abnegação e oração.

Entrego, portanto, este material, na esperança de que Deus, por sua


misericórdia e graça, permita que a família e a igreja sejam edificadas
com esta leitura.

Inez Augusto Borges


Presidente da ANDAPEF
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SUMÁRIO
ÉDEN COMO JARDIM, LAR E TEMPLO
Dia 1 – Hélder Cardin
O SILÊNCIO DE ADÃO
Dia 2 – Amauri Costa
QUALQUER CULTO NÃO SERVE
Dia 3 – Valter Reggiani
O CULTO DOMÉSTICO COMO CULTO CONTÍNUO
Dia 4 – Everson Pereira
A ALIANÇA DE DEUS COM A FAMÍLIA
Dia 5 – Antônio Cabrera
CAM E A DESONRA AOS PAIS
Dia 6 – Ageu Magalhães
A TORRE DE BABEL E A PERVERSÃO DO CULTO
Dia 7 – Josué Meninel
VIDA DE TENDA E ALTAR
Dia 8 – Amauri Costa
LARES DIVIDIDOS PELA INFIDELIDADE
Dia 9 – Everson Pereira
A PROVA DE DEUS
Dia 10 – Sandro Silva
A ARMADILHA DA PREFERÊNCIA
Dia 11 – Davi Charles Gomes
JOSÉ E DANIEL, JOVENS E FIEIS
Dia 12 – Guilherme Reggiani
GERANDO FILHOS PARA DEUS
Dia 13 – Josué Meninel
ENTREGANDO OS FILHOS A DEUS
Dia 14 – Jessé Meninel
EU E MINHA CASA SERVIREMOS A DEUS
Dia 15 – Antônio Cabrera
DEUS FALA COM AS CRIANÇAS
Dia 16 – Hélder Cardin
8
ADORAÇÃO SEM DISCIPLINA NÃO É BOA SEMEADURA
Dia 17 – Diego Venâncio
SALOMÃO E O CULTO DOMÉSTICO
Dia 18 – Jessé Meninel
PERVERSÃO DA LIDERANÇA
Dia 19 – Robson do Boa Morte
O PODER DO EVANGELHO PARA TRANSFORMAR
HISTÓRIAS FAMILIARES
Dia 20 – Everson Pereira
A CORAGEM DE UMA FAMÍLIA QUE TEME AO SENHOR
Dia 21 – Davi Charles Gomes
O AMOR SACRIFICIAL DO MARIDO
DIA 22 – Wilson Porte Jr.
A INCREDULIDADE HUMANA E A FIDELIDADE DE DEUS
DIA 24 – Robson do Boa Morte
JOSÉ E A ADOÇÃO DE JESUS
DIA 25 – Guilherme Reggiani
A CENTRALIDADE DE CRISTO NO CULTO DOMÉSTICO
DIA 26 – Valter Reggiani
PAI NOSSO, A ORAÇÃO DA FAMÍLIA
DIA 27 – Sandro Silva
A PRIORIDADE DO CULTO PÚBLICO
DIA 28 – Ageu Magalhães
A EDUCAÇÃO MULTIGERACIONAL NO CULTO
DOMÉSTICO
DIA 29 – Diego Venâncio
A BELEZA DA IGREJA
DIA 30 – Guilherme Reggiani

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Dia 1

ÉDEN COMO
JARDIM, LAR E TEMPLO

Hélder Cardin

Manhã
Leitura bíblica: Gênesis 1.26-28

Adão e Eva foram criados à imagem e semelhança de Deus. Isto significa


que eles traziam em si características ou atributos que são peculiares a
Deus, os quais ele não compartilhou com nenhum outro ser criado, como
animais, aves, plantas, rios ou rochas. São estas características que fazem
dos seres humanos pessoas, não simplesmente coisas. Ser criado à imagem
e semelhança de Deus não significa que Adão e Eva eram divinos, mas que
eles tinham uma personalidade, assim como Deus é uma pessoa. São seres
com capacidade de ação, decisão e criação, além de serem seres espirituais,
o que lhes permitiria um relacionamento com Deus.

Aqueles primeiros seres humanos foram criados para glorificar a Deus,


assim como para demonstrarem essa glória no cuidado da criação e
também de sua total dependência para com Deus. Assim como Adão
e Eva, nós também fomos criados para glorificar a Deus, como Paulo
nos diz em 1 Coríntios 10.31. Viver para a glória de Deus significa
basicamente viver em conformidade com o caráter e propósitos de
Deus, evidenciando tanto quem ele é quanto o que ele fez por nós
em Jesus Cristo. Glorificar é adorar a Deus, servindo com toda nossa
dedicação por meio dos nossos dons, trabalho, estudos, família e tudo
mais que ele nos dá como recursos e oportunidades para demonstração
da bondade e graça com que ele tem cuidado das nossas vidas.
11
Quanto à ordem da multiplicação, esta não visava simplesmente o
aumento da população no mundo, embora isso fosse muito importante
naquele momento. A sequência de Gênesis, como em 18.19, demonstra
que o propósito de Deus para a paternidade/maternidade visava o
ensino dos mandamentos e estatutos de Deus aos filhos. Ou seja, que
a nova geração se tornasse adoradora do Senhor bem como praticante
de seus mandamentos.

Pergunta 9 do Breve Catecismo de Westminster (1647) –


O que é a obra da criação?
R: A obra da criação é aquela pela qual Deus fez todas as coisas do nada,
pela palavra do seu poder, no espaço de seis dias, e tudo muito bem.

Oração:
Deus, obrigado por tua criação, bem como pela preciosidade da criação
dos seres humanos. Que o Senhor nos ajude a viver para tua glória,
demonstrando tua sabedoria e santidade na maneira como vivemos de
conformidade com a obra de Cristo em nosso favor.

12
Dia 1

ÉDEN COMO
JARDIM, LAR E TEMPLO

Hélder Cardin

Noite
Leitura bíblica: Gênesis 2.7-9 e Gênesis 2.15-17

Na narrativa de Gênesis 1 e 2, vemos Deus criando o Jardim do Éden.


Um lugar extremamente belo e oportunamente criado para ser o local
onde Adão e Eva cumpririam o mandato de Deus para o cuidado da
criação bem como o local para o estabelecimento de seu lar. Vemos,
no final de Gênesis 2, a união que Deus promoveu entre o homem
e a mulher, fazendo deles um casal. Estamos falando do primeiro
casamento da história. Ao longo de toda a Bíblia, Deus trabalhanda
predominantemente em e por meio de famílias, através das quais ele
cumpre seus propósitos e manifesta sua sabedoria. Em Efésios 3.15,
Paulo diz que Deus é aquele de quem toda família, no céu e na terra,
toma para si o nome. Ou seja, Deus é tanto o fundamento quanto o
referencial de toda família. Nenhuma família é bem sucedida à parte
de um relacionamento íntimo e obediente para com Deus. Vemos
com isso que Gênesis não é simplesmente o início de todas as coisas,
como elas cronologicamente começaram. Gênesis é, também, o padrão
estabelecido por Deus para o relacionamento de obediência e submissão
que seus filhos deveriam ter com ele.

Por meio da ordem de que Adão e Eva não poderiam comer do fruto
da árvore do conhecimento do bem e do mal, Deus estabeleceu seu
mandamento aos seus filhos, um mandamento que não visava o mal
13
de Adão. Pelo contrário, visava a demonstração da autoridade que
Deus tinha sobre Adão, bem como estabelecer a certeza de que apenas
em Deus Adão e Eva encontrariam aquilo que necessitavam para suas
vidas. A desobediência a esta ordem divina traria morte a eles, como
infelizmente vemos acontecendo na sequência de Gênesis 3, com seus
devidos reflexos por toda a Escritura. Em uma perspectiva bíblica,
obediência nada mais é do que submeter-se pronta e integralmente
àquilo que Deus estabeleceu em sua Palavra. Pela obediência,
demonstramos submissão bem como temor a Deus, que é exatamente o
que ele deseja de seus filhos. Como Jesus nos diz em João 14.21, aquele
que ama Deus guarda os seus mandamentos.

Pergunta 10 do Breve Catecismo de Westminster (1647)


– Como Deus criou o homem?
R: Deus criou o homem, macho e fêmea, conforme a sua própria
imagem, em conhecimento, retidão e santidade, com domínio sobre
as criaturas.

Oração:
Querido Deus, agradecemos pela criação do casamento e da família,
bem como pela maneira bondosa com que o Senhor tem abençoado
nossa família. Nos ajude a ser obedientes ao Senhor, amando ao Senhor
e guardando seus mandamentos.

14
Dia 2

O SILÊNCIO DE ADÃO

Amauri Costa

Manhã
Leitura bíblica: Gênesis 3

Em nosso texto de hoje, o versículo 6 nos diz que Eva, ao ver que o fruto era
bom para alcançar seus objetivos, comeu e deu ao seu marido e ele também
comeu. Gostaria aqui de chamar a atenção para a passividade de Adão.
Eva assume o protagonismo da história e Adão não reage corretamente
ao que está acontecendo. Na minha perspectiva, ouve uma “queda antes
da queda” de Adão, que foi sua omissão. Antes de desobedecer, Adão foi
omisso, passivo onde devia ser ativo. A responsabilidade de liderança era
dele, e tal posto o coloca na responsabilidade de proteger e instruir Eva,
mas ele não o fez. Quando um líder deixa o liderado fazer o que quer,
ele não está sendo bonzinho, está sendo negligente. É fácil para o líder
deixar o liderado seguir seus instintos e assumir a direção, e quando tudo
dá errado ele simplesmente o culpa. Foi o que Adão fez: Deus desce ao
jardim no fim daquele dia e lá estava o homem, escondido no meio das
plantas. O Criador o chama e cobra dele a responsabilidade pelo ocorrido,
mas Adão se explica transferindo a culpa: “a mulher que tu me deste...”.
Ainda hoje, muitos homens vivem se escondendo e se omitem do papel
de líderes de suas casas. A cena da queda se reproduz cotidianamente.
Mas Deus, em Cristo, o segundo e perfeito Adão, nos resgatou da queda
para sermos o que Ele nos criou para ser. Assim como chamou Adão,
o Senhor nos chama de volta ao nosso posto de líderes e sacerdotes de
nossas casas. Saiamos dos esconderijos e nos apresentemos ao Eterno!
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Pergunta 14 do Breve Catecismo de Westminster (1647)
– O que é pecado?
R: Pecado é qualquer falta de conformidade com a lei de Deus, ou
qualquer transgressão dessa lei.

Oração:
Senhor, reconhecemos que muitas vezes temos falhado no cumprimento
de nossos papéis e funções em nosso lar, mas pedimos teu perdão e forças
para mudar. Damos graças por tua palavra, que nos direciona e corrige.
Abençoe nossa casa com ordem e direção, nos ajude a ler tua palavra,
entender os erros de nossos ancestrais, aprender com eles e viver uma
vida reta e santa em tua presença. Ajuda-nos a não negligenciar nossos
deveres e cumprir todos os teus mandamentos, pois sabemos que por
eles teremos vida. Em nome de Jesus, Amém!

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Dia 2

LIDANDO
COM AS CONSEQUÊNCIAS

Amauri Costa

Noite
Leitura bíblica: Gênesis 3.14-19

A omissão de Adão trouxe consequências trágicas para a sua família.


O princípio da autoridade foi violado: Adão o quebrou quando não
seguiu a liderança de Deus sobre ele. Na verdade, era muito mais
que liderança, era senhorio. Mas ele não entendeu isso e achou que
a ordem de Deus podia ser negociada, ou que havia enganos nela.
Ele não pensou que a vontade do Soberano Senhor era boa perfeita e
agradável, então a relativizou. Eva quebrou o princípio da autoridade
de seu marido: ela era auxiliadora, mas agiu como governadora. Ela
decidiu sozinha desobedecer ao mandamento que seu marido havia
recebido de Deus e transmitido a ela. Ela simplesmente não pergunta
a seu marido, ela decide e faz. A liderança dele não era confiável e nem
importante, o que importava era seu desejo de ter mais. Eva violou o
princípio da autoridade do marido sobre a esposa. Na sequência, Caim
violou o princípio da autoridade dos pais sobre os filhos. Ele decide
por si e de si matar seu irmão mais novo, e assim o faz. Claro que se
pedisse permissão não receberia, assim como Eva a Adão e este a Deus.
Logo, todos eles decidem desobedecer, e tudo começa com Adão, que
foi omisso em seu papel de líder e sacerdote de sua casa. É por esta razão
que, quando Deus desce ao Éden, chama por Adão, não por Eva. Deus
delegou o governo da casa a Adão e ele falhou em cumprir seu papel.

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Ele se esconde de sua tarefa de liderar e proteger sua esposa e agora foge
daquele a quem tem de prestar contas. Então, Deus mata um animal
e das peles faz roupas para encobrir a vergonha dos humanos, já nos
sinalizando que pela morte de alguém inocente seríamos resgatados de
nossa queda. É nesse cenário de tragédia que nos é sinalizada a esperança
de redenção, a semente do Evangelho.

Pergunta 27 do Catecismo Maior de Westminster (1648) – Qual é a


miséria que a queda trouxe sobre o gênero humano?
R: A queda trouxe sobre o gênero humano a perda da comunhão com
Deus e o seu desagrado e maldição; de modo que somos, por natureza,
filhos da ira, escravos de Satanás e justamente expostos a todas as
punições, neste mundo e no vindouro.

Oração:
Senhor, assim como Davi, no Salmo 51, reconheceu ter pecado contra
ti, nós também reconhecemos que muitos dos nossos sofrimentos
são consequência de nossas negligências. Mas pedimos teu perdão e
restauração por meio de Jesus. Ajuda-nos a mudar nossa casa, a ordena-
la segundo tuas prescrições, pois cremos em tua palavra e amamos tua
lei. Usa-nos para ajudar as casas ao nosso redor, em nome do Senhor
Jesus, amém!

18
Dia 3

QUALQUER
CULTO NÃO SERVE

Valter Reggiani

Manhã
Leitura bíblica: Gênesis 4.1-11

Com a leitura da história de Caim e Abel, vemos como o pecado


atingiu em cheio toda a descendência de Adão, ao ponto de que já na
geração seguinte, o irmão mais velho tenha matado o mais novo. Essa
história também nos ensina que, apesar de nossos pecados, podemos
alcançar justiça diante de Deus, ao ponto dele se alegrar de nós e de
nossas ofertas. Que esperança maravilhosa, pois, se somos identificados
com Caim por sermos pecadores, podemos também nos identificar
com Abel e com sua oferta, através do sacrifício perfeito de Jesus Cristo
por nós. Caim matou seu irmão mais novo por um motivo banal, por
inveja. E qual foi a origem dessa inveja? Ambos ofereceram uma oferta
ao Senhor: Caim do fruto da terra e Abel das primícias do seu rebanho
e da gordura deste. Entretanto, Deus agradou-se de Abel e de sua oferta
e de Caim e de sua oferta não se agradou. O mais velho desgostou tanto
deste fato que matou o seu irmão, recebendo do Senhor o castigo.

Mas por que Deus se agradou de Abel e não de Caim? Teria sido somente
porque Abel ofertou das primícias de seu rebanho e da gordura deste
e Caim ter ofertado do fruto do campo? A resposta a esta pergunta
está principalmente na forma como as ofertas foram feitas e não no
conteúdo delas, já que o Senhor não se desgostou de Caim e de sua
oferta pelo fato deste ter trazido do fruto do campo, pois, em Êxodo
19
23.19, Deus ordena que “as primícias dos frutos da tua terra trarás à
Casa do SENHOR, teu Deus.” Se o Senhor não se agradasse de ofertas
que envolvesse os frutos do campo, não teria dado esta ordem.

Então, se não foi no conteúdo das ofertas, no que a forma com que
Abel ofertou o diferenciou da forma com que Caim ofertou? A resposta
encontraremos no livro de Hebreus, capítulo 11, que, no versículo
4, diz: “Pela fé Abel ofereceu a Deus mais excelente sacrifício do que
Caim, pelo qual obteve testemunho de ser justo...”. Deus se agradou
de Abel e de sua oferta porque ele era justo e esta justiça ele obteve pela
fé, pois a fé é o único meio pelo qual podemos nos achegar a Deus e
agradá-lo.

Pergunta 32 do Catecismo Puritano (1855) - O que é justificação?


R: A justificação é o ato da livre graça de Deus, em que Ele perdoa
todos os nossos pecados, e nos aceita como justos em sua vista, só pela
justiça de Cristo imputada a nós, que é recebido unicamente pela fé.

Oração:
Senhor, nos conceda uma fé genuína e sincera em ti e em tuas promessas,
de tal forma que o Senhor possa se agradar de nós e nos conceder a
tua justiça, para o louvor da tua glória. Em nome de Jesus, amém.
(Salmos 103.3 “Ele é quem perdoa todas as tuas iniquidades; quem sara
todas as tuas enfermidades”).

20
Dia 3

SÓ A SINCERIDADE
NÃO BASTA

Valter Reggiani

Noite
Vimos anteriormente que Deus se agradou de Abel e de sua oferta porque
ele era justo e esta justiça ele obteve pela fé, pois a fé é o único meio
pelo qual podemos nos achegar a Deus e agradá-lo. Qualquer coisa que
oferecermos ao Senhor, inclusive nosso culto, só agradará ao Senhor se
for pela fé. Esta abrange dois aspectos que também estão explicitados
em Hebreus 11.1: nossa certeza do passado e nossa convicção do
futuro; certeza de que Deus é a suprema realidade invisível, o criador
e o sustentador de todas as coisas, e a convicção de que ele irá cumprir
toda a sua palavra com suas maravilhosas promessas.

Quando vamos presentear uma pessoa que amamos, procuramos algo


que seja do agrado dessa pessoa e não aquilo que nos agrada. Muitas
vezes, porém, negligenciamos esse princípio quando vamos oferecer
nosso culto a Deus e, erroneamente, pensamos que o que agrada a
Deus é a sinceridade, independente de onde esteja essa sinceridade.
Claramente Deus se agrada da sinceridade e não da hipocrisia, mas é de
uma fé sincera que ele se agrada, como Paulo lembra em 1 Timóteo 1.5.
Se buscarmos conhecer ao Senhor através daquilo que ele revela de si
mesmo na sua palavra, poderemos oferecer um culto ao Senhor com a
mesma fé sincera que Abel ofertou, e consequentemente também Deus
se agradará de nós e de nossa oferta e seremos justos diante dele, sendo
testemunho para outros.

21
Pergunta 45 do Catecismo Puritano (1855) - O que se exige no
segundo mandamento?
R: O segundo mandamento exige receber, observar e manter puros e
completos toda a adoração religiosa e ordenanças como Deus mostrou
em sua Palavra.

Oração:
Senhor, abra meus olhos e a minha mente para que eu possa conhecer a
tua vontade através da tua Palavra e possa cultuar-te da maneira como
o Senhor deseja. Amém. (Salmos 119.171 “Profiram louvor os meus
lábios, pois me ensinas os teus decretos”).

22
Dia 4

O CULTO DOMÉSTICO
COMO CULTO CONTÍNUO

Everson Pereira

Manhã
Leitura bíblica: Gênesis 5.24

Homens e mulheres geralmente passam suas vidas procurando satisfação


em algum relacionamento, emprego, posição, etc. “O coração é mais
enganoso que qualquer outra coisa e sua doença é incurável. Quem
é capaz de compreendê-lo?” (Jr 17.9). Para conhecer nosso coração,
portanto, é necessário confrontá-lo com o que Deus diz sobre nós e
para nós. Enoque andava com Deus. A sentença é cortante e, ao mesmo
tempo, perturbadora às mentes sossegadas ao culto religioso e infértil.
Quando Enoque era pequeno, ele andou, quando tornou-se jovem,
ele continuou andando, e assim foi até que Deus o recolheu para Si.
De uma linhagem familiar que já naquela época experimentava o
crescimento da apostasia, Enoque permaneceu caminhando com Deus.
Sua devoção, compromisso e práticas estavam ligadas ao propósito
maior de sua existência: uma fé resoluta em Deus! Ele se alegrou ao
ouvir a história da criação; renegou os convites à depravação e entregou-
se ao contato regenerador e afável do Criador. Ele decidiu andar por
toda a sua vida com Deus. Em família, precisamos gerar e nutrir uma
cultura de proximidade com o Senhor. Pais e mães, filhos e filhas, em
um poderoso entrelaçar de experiências com Deus, complementando a
jornada um do outro. Nesta perspectiva, os discursos e proclamações
em família são estruturas inquebráveis e restauradoras. Não basta apenas
o louvor entoado ou a voz que proclama fé: as mãos que fazem e os pés
23
que apontam a direção verdadeiramente trazem vida para a família.
Andemos Nele! “Portanto, assim como vocês receberam a Cristo Jesus,
o Senhor, continuem a viver nele” (Cl 2.6).

Pergunta 36 do Breve Catecismo de Westminster (1647) – Quais são


os benefícios que nesta vida acompanham a justificação, a adoção e
a santificação, ou delas procedem?
R: Os benefícios que nesta vida acompanham a justificação, a adoção
e a santificação, ou delas procedem, são: a certeza do amor de Deus, a
paz de consciência, a alegria no Espírito Santo, o aumento da graça e a
perseverança nela até o fim.

Oração:
Senhor, ensina-me a guardar meu coração em santidade, e ajuda-me a
ouvir Tua voz com simplicidade e poder. Minha família decide andar
ao Teu lado todos os dias.

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Dia 4

O CULTO DOMÉSTICO
COMO CULTO CONTÍNUO

Everson Pereira

Noite
Leitura bíblica: Gênesis 5.23

Qual seria a grande vantagem de uma vida longeva e cheia de nuances?


Conhecer lugares, pessoas e desfrutar de muitas experiências pode ser
uma boa aposta. Um caminhar de 365 anos pode revelar muitas coisas.
De uma família com tradição de vida longa, Enoque gerou Matusalém,
cujos dias na terra quase alcançaram mil anos! Viver sem compreender
o projeto de Deus para nós pode ser uma flecha sem ponta guardada em
um canto escuro da casa. “Assim diz o Senhor, o seu redentor, o Santo
de Israel: ‘Eu sou o Senhor, o seu Deus, que lhe ensina o que é melhor
para você, que o dirige no caminho em que você deve ir’” (Is 48.17).
Quando compreendemos essa verdade máxima, um novo fôlego de vida
e sentimento de plenitude tomam todos os cantos da casa. Passamos
a experimentar em família a alegria de cada novo amanhecer. Todos
os minutos, todas as horas e séculos vividos para ELE! Em casa, em
meio às inquietações do dia a dia, nos momentos de luto e da falta de
recursos: “Melhor é um dia nos teus átrios do que mil noutro lugar…”
(Sl 84.10). Enoque andou muito com Deus, muito mesmo. O selo
da sua existência era a presença do Criador ao seu lado, como grandes
amigos fazem em uma caminhada alegre e cheia de vida. Nossos filhos
e filhas anseiam por vida longa, com muitas aventuras e descobertas.
Apresentemos a eles, portanto, com a mesma paixão contida nos olhos
juvenis, o único caminho que pode levá-los a este lugar de plenitude:
25
Jesus Cristo! “Tu me farás conhecer a vereda da vida, a alegria plena da
tua presença, eterno prazer à tua direita.” (Sl 16.11).

Pergunta 1 do Catecismo de Heidelberg (1563) – Qual é o seu


único consolo na vida e na morte?
R: Que não pertenço a mim mesmo, mas pertenço de corpo e alma,
tanto na vida quanto na morte, ao meu fiel Salvador Jesus Cristo.
Ele pagou completamente todos os meus pecados com o seu sangue
precioso e libertou-me de todo o domínio do diabo. Ele também me
guarda de tal maneira que sem a vontade do meu Pai celeste nem um
fio de cabelo pode cair da minha cabeça; na verdade, todas as coisas
cooperam para a minha salvação. Por isso, pelo seu Espírito Santo,
ele também me assegura a vida eterna e faz-me disposto e pronto de
coração para viver para ele de agora em diante.

Oração: Pai, agradeço pela minha família e por todos os dias vividos ao
teu lado. Guarda o meu coração em paz, para que eu posso contemplar
a beleza de te servir com alegria.

26
Dia 5

A ALIANÇA DE DEUS
COM A FAMÍLIA

Antônio Cabrera

Manhã
Leitura bíblica: Gênesis 8.20

A família é o lugar onde aprendemos a dar os primeiros passos rumo à


obediência, pois a vida cristã é uma existência de obediência. A Bíblia já
nos ensinava no Velho Testamento que “o filho sábio acolhe a instrução
do pai” (Pv 13.1).

Isto ganha notável importância quando sabemos que a família é um


barômetro que indica não somente o que está acontecendo no mundo,
mas o que este mundo será amanhã. Não tenha dúvida, a grandeza
de nosso Brasil reside nas famílias de seu povo. Para tanto, convido
você a lutar pelas nossas famílias. Faça disto a sua batalha diária, como
Neemias (4.14) já ensinava, pelejando “por seus irmãos, por seus filhos
e por suas filhas, por suas mulheres e por suas casas”.

Pergunta 63 do Breve Catecismo de Westminster (1647) - Qual é o


quinto mandamento?
R: O quinto mandamento é: “Honrarás o teu pai e a tua mãe, para teres
uma longa vida sobre a terra que o Senhor teu Deus te há de dar”.

27
Oração
Senhor, nosso Deus, peço que incline o teu ouvido e ouça a minha
súplica pela família brasileira. Que o Senhor acampe os teus anjos ao
redor de cada família, dando proteção e guarda de todo o mal. No amor
de Cristo. Amém.

28
Dia 5

A ALIANÇA DE DEUS
COM A FAMÍLIA

Antônio Cabrera

Noite
Leitura bíblica: Gênesis 8.20

A família é onde forjamos nossas relações mais duradouras e firmamos


os laços das amizades mais profundas. A família é lugar de lealdade, pois
quem não é leal aos de casa, não pode ser fiel aos de fora. Estes motivos
já demonstram a razão de tantos ataques contra a família brasileira. E
ela é atacada não apenas pelo que ela representa, mas também pelo
que ela produz. Existe um ciclo natural para a vida humana, pois os
seres humanos entram no mundo como recém-nascidos totalmente
necessitados e totalmente dependentes.

Ao longo do caminho, haverá indubitavelmente períodos de provação


e tribulação, quando as pessoas precisarão da ajuda de outras pessoas.
Tradicionalmente, a família tem sido uma instituição social central para
enfrentar as tempestades da vida. Mães e pais cuidam das crianças no
início da vida e, em seguida, as crianças cuidam de seus pais idosos no
crepúsculo.

A vida familiar deve incluir carregar os fardos uns dos outros e ajudar
os necessitados.

Assim, a família é a instituição primária encarregada do cuidado


multigeracional.
29
Já sabemos que somos da “família de Deus” (Ef 2.19), mas é preciso
também aprender que a família é um lugar de salvação. Jamais se
esqueça disto.

Pergunta 104 do Catecismo de Heidelberg (1563) – O que Deus


exige no quinto mandamento?
R: Que devo prestar toda honra, amor e fidelidade ao meu pai, à minha
mãe e a todos aqueles que têm autoridade sobre mim; que eu devo
submeter-me à boa instrução e disciplina deles com a devida obediência;
e também pacientemente suportar os seus defeitos e as suas fraquezas,
porque Deus se agrada em nos governar pelas mãos deles.

Oração:
Senhor Jesus, meu Salvador, te peço que esteja olhando para a nossa
família e nos ajude a compreender o seu papel em nossa sociedade.
Quero pedir pelos meus pais, meus filhos e filhas, pelos meus
parentes; que todos possam ser uma família acolhedora e solidária nos
momentos de dificuldades. Seja conosco, nos oriente e nos anime nos
relacionamentos familiares. Te peço e agradeço em nome de Jesus.

30
Dia 6

CAM E A DESONRA
AOS PAIS

Ageu Magalhães

Manhã
Leitura bíblica: Êxodo 20.12

Nos dias de hoje, muitos pais são desonrados por seus filhos. Alguns
desonram os pais ao desobedecerem suas ordens, não sendo bons alunos,
não fazendo as tarefas de casa. Outros desonram os pais ao andarem com
más companhias, indo escondidos a lugares que os pais não permitem
e até consumindo substâncias que os pais desaprovam, como cigarro,
bebidas e drogas. Há também filhos mais velhos que desonram os pais
não cuidando deles na velhice, não os visitando ou largando-os em algum
asilo. Cam foi um destes filhos que não soube honrar o pai. Certo dia
(conforme lemos em Gênesis 9), Noé tomou muito vinho e ficou bêbado.
Tirou suas roupas e ficou em sua tenda. Cam, ao invés de tratar o pai com
respeito, fez alguma coisa que o desrespeitou. Seus irmãos, Sem e Jafé,
tiveram um comportamento respeitoso: pegaram uma capa, colocaram-na
sobre os próprios ombros e, andando de costas, sem olhar para o corpo
do pai, cobriram a sua nudez de forma respeitosa. Sem e Jafé, mesmo sem
conhecer os 10 mandamentos, porque eles foram escritos muito tempo
depois, sabiam que os pais devem ser respeitados. Cam desonrou seu pai. O
quinto mandamento diz “Honra teu pai e tua mãe, para que se prolonguem
os teus dias na terra que o SENHOR, teu Deus, te dá” (Ex 20.12). Todos
nós que somos filhos devemos ter um comportamento que traga honra aos
nossos pais. Não apenas obedecendo-os, mas tendo uma vida tão correta
que os pais se sintam honrados com o nosso comportamento.
31
Pergunta 126 do Catecismo Maior de Westminster (1648) – Qual é
o alcance geral do quinto mandamento?
R: O alcance geral do quinto mandamento é o cumprimento dos
deveres que mutuamente temos uns para com os outros em nossos
vários relacionamentos como inferiores, superiores ou iguais.

Oração:
Deus bendito, reconhecemos que tu és o nosso Pai Celeste e que tu nos
abençoaste com pais aqui na terra. Todavia, temos pecado muitas vezes
contra os nossos pais, não os honrando como eles devem ser honrados.
Assim, confessamos nossos pecados diante do Senhor. Confessamos as
vezes em que não os obedecemos e não os honramos com nossas palavras
e ações. Perdoa estes nossos pecados. Louvamos ao Senhor e te damos
graças pela vida de nossos pais. Louvamos-te também por aqueles pais
que já não estão entre nós. Pedimos ao Senhor que abençoe a todas as
mães e pais do mundo para que sejam aproximados do nosso Redentor
Jesus Cristo e, assim, andem nos teus caminhos. Pedimos que abençoe
também os filhos, para que obedeçam a tua Palavra, obedecendo e
honrando seus pais. Em nome de Jesus é que nós oramos. Amém.

32
Dia 6

CAM E A DESONRA
AOS PAIS

Ageu Magalhães

Noite
Leitura bíblica: Efésios 6.2

Hoje de manhã nós vimos que Cam, filho de Noé, desonrou seu pai.
No mesmo texto de Gênesis nós podemos observar as consequências do
pecado de Cam. Quando Noé acordou da sua embriaguez, soube que
Cam havia feito algo para desrespeitá-lo enquanto ele estava bêbado e
nu. Noé, então, pronunciou uma maldição sobre Canaã, filho de Cam.
Isso foi feito porque a maldição sempre tinha a ver com os descendentes.
Assim, Canaã e todos os seus filhos e netos estariam embaixo do castigo
de serem servos dos irmãos de Cam. Tempos depois, isso tornou-se
realidade, quando os povos de Canaã foram derrotados para que o
povo de Deus entrasse e possuísse a terra prometida (Js 17.13). Note
que Cam desonrou seu pai e isso trouxe consequências. Hoje, quando
desonramos nossos pais, também trazemos consequências ruins para a
nossa vida. Muitos jovens e adolescentes que estão escravizados pelas
drogas ou por outros vícios estão assim porque não ouviram as instruções
e os conselhos de seus pais. O apóstolo Paulo, escrevendo aos efésios,
disse: “’Honra teu pai e tua mãe’, este é o primeiro mandamento com
promessa” (Ef 6.2). A promessa deste mandamento era a longevidade,
uma vida longa (Ex 20.12). Isso é verdade. Aqueles que obedecem e
ouvem os conselhos de seus pais vivem mais tempo. São preservados
pelo Senhor. Obedeça aos seus pais, honre-os ouvindo os seus conselhos
e você terá a bênção de Deus sobre a sua vida.
33
Pergunta 65 do Breve Catecismo de Westminster (1647) – O que o
quinto mandamento proíbe?
R: O quinto mandamento proíbe fazer alguma coisa contra a honra e o
dever que pertencem a cada um em suas diferentes condições e relações,
bem como a negligência disso.

Oração:
Deus bendito, reconhecemos que tu és um Pai bondoso que faz
misericórdia até mil gerações daqueles que amam e guardam os teus
mandamentos. Agradecemos-te pelos pais que o Senhor nos deu e
confessamos a nossa rebeldia e desobediência contra eles. Pedimos
perdão por estes pecados. Louvamos-te porque o Senhor é o doador da
vida e promete nos dar a longevidade se cumprirmos teu mandamento.
Pedimos ao Senhor que abençoe os filhos rebeldes, os desobedientes,
aqueles que estão nos vícios, de modo que possam encontrar Jesus
Cristo, teu Filho e nosso amado Redentor. Abençoa também os pais
que sofrem porque seus filhos estão em maus caminhos. Em nome de
Jesus, teu Filho amado, oramos. Amém.

34
Dia 7

A TORRE DE BABEL
E A PERVERSÃO DO CULTO

Josué Meninel

Manhã
Leitura bíblica: Gênesis 11.4

O homem é um adorador nato. A natureza humana exige que algo ou


alguém ocupe a posição de deus para ser venerado. Ainda que alguém
rejeite abertamente o único e soberano Deus Criador, cultivará em
seu íntimo algum outro deus. É em torno dessa necessidade de adorar
que os homens se organizam em ajuntamentos religiosos. Cada qual
procura se unir a outro que cultue um deus em comum. Foi assim em
Babel: homens se uniram em uma cidade; se organizaram para erigir um
monumento religioso; e, por fim, instituíram os deuses que deveriam
ser celebrados. Tentaram criar uma instituição religiosa humanista, e se
esqueceram do Senhor Deus de Abel, de Enoque e de Noé!

Isso acontece até hoje! Ainda que não estejam edificando cidades, cada
um tem dito ao seu futuro cônjuge: “vinde, edifiquemos para nós uma
família”. Unidos e organizados com o mesmo propósito, homem e
mulher se dedicam a edificar um lar que lhes sirva de templo, para o
culto de si mesmos. E isso tem ocorrido entre nós, cristãos. Infelizmente,
muitos de nós têm entrado no matrimônio com o objetivo de adorar
um deus em comum: o EU. Tornamo-nos uma só carne para fazer de
nossos lares um centro de adoração idólatra. Deixamos nosso Senhor
de lado para erigir os postes ídolos de nossas próprias vontades, das
riquezas, dos prazeres, da vaidade, do conforto, do entretenimento, etc.
35
Pervertemos o propósito de Deus para a família cristã, e até nossos
filhos são gerados conforme nossos intentos egocêntricos. Examinemo-
nos e arrependamo-nos diante do Senhor, nosso Deus. Confessemos
esse terrível pecado. E, à semelhança do Rei Ezequias (2Cr 29-31),
restauremos o culto e a adoração ao Senhor em nosso lar. Que o nome
do Senhor Deus seja glorificado em nossa família!

Pergunta 1 do Breve Catecismo de Westminster (1647) – Qual é o


fim principal do homem?
R: O fim principal do homem é glorificar a Deus e gozá-lo para sempre.

Oração:
Pai Santo, Senhor de misericórdias sem fim, a ti confessamos os nossos
pecados de idolatria. Reconhecemos que, em muitos aspectos de nossa
vida familiar, temos buscado servir a nós mesmos! Ajude-nos a restaurar
o verdadeiro culto e adoração em nosso lar. Que nossa família exista
para o teu serviço e para o louvor e a glória de teu senhorio, amém.

36
Dia 7

A TORRE DE BABEL
E A PERVERSÃO DO CULTO

Josué Meninel

Noite
Leitura bíblica: Gênesis 11.4

Toda casa é um templo. Todo lar é um centro de adoração. Cada família


constitui-se em uma pequena igreja. É primeiramente no contexto
familiar que somos convocados a glorificar ao Senhor nosso Deus em
tudo que fazemos (1 Co 10.31). O matrimônio é o início de um grande
ministério. O homem e a mulher que se casam conscientes do senhorio
de Cristo sobre eles sabem que suas vidas já não mais lhes pertencem
(2 Co 5.15). Eles foram comprados por grande preço (1 Pe 1.18-19
e 1Co 6.19-20). Como casal, tudo o que possuem — e tudo o que
conquistarão — lhes foi confiado em mordomia. Eles são mordomos
dos bens do Senhor Jesus e dos filhos que Ele lhes deu para investirem
no avanço do Seu reino. Como uma só carne, eles possuem o ministério
da reconciliação: são embaixadores em nome de Cristo (2 Co 5.18-
20) e se utilizarão de todos os recursos que lhes foram confiados para
proclamar a palavra da reconciliação. Quão importante é que tomemos
as mãos de nosso cônjuge e digamos: “vinde, edifiquemos para o Senhor
uma família”. Façamos de nosso lar um altar, cujo louvor e adoração
cheguem até o trono da graça de nosso Deus. Glorifiquemos o Senhor
nosso Deus e celebremos o Seu santo nome. Façamos dos filhos, que
nos serão confiados pelo Senhor, flechas (Sl 127.3-5) a serem lançadas
por todo o mundo na proclamação do Evangelho. Que os homens de
Babel nos ensinem a ter grande determinação e entusiasmo, mas para
37
instaurar a verdadeira adoração em nossa família. Estejamos dispostos
a reformar o culto ao nosso Deus em nosso lar. Sob a dependência do
Santo Espírito, derrubemos os altares idólatras de nossa casa e façamos
dela uma pequena igreja, totalmente consagrada ao Senhor.

Item 29 da Segunda Confissão Helvética (1566) - Do celibato,


casamento e administração dos negócios domésticos. Subitem 4:
Aliás, é muito certo que as obras praticadas pelos pais com verdadeira
fé, mediante os deveres domésticos e administração de sua casa, são, aos
olhos de Deus, santas e verdadeiramente boas obras. Não são menos
agradáveis a Deus do que as orações, os jejuns e as obras de beneficência.
Pois, assim ensinou o apóstolo em suas epístolas, especialmente nas
dirigidas a Timóteo e a Tito. E com o mesmo apóstolo incluímos entre
os ensinos de demônios a doutrina dos que proíbem o casamento e
abertamente o criticam ou indiretamente o desacreditam, como se não
fosse santo e puro.

Oração:
Senhor, nosso Deus, quão magnífica responsabilidade temos em nossas
mãos! Mas como somos fracos e incapazes. Pelo teu Santo Espírito,
ajuda-nos a assumir esse precioso ministério, de modo que instauremos
a verdadeira adoração somente a ti em nossos lares. Que nossa casa seja
uma igreja, com turnos de adoração diária, para a sua Glória. Amém.

38
Dia 8

VIDA DE TENDA
E ALTAR

Amauri Costa

Manhã
Leitura bíblica: Gênesis 12.1-10

No versículo oito, lemos que o peregrino Abraão se estabeleceu por um


período ao oriente de Betel, e ali armou a sua tenda. O texto também
nos diz que neste mesmo local ele edificou um altar e invocou a Deus.
Que valiosas lições o nosso patriarca nos traz. Em primeiro lugar, ele
nos ensina que onde está a casa, lá também deve estar o altar. Não
podemos morar longe do altar, e este não pode ficar longe de nossa casa.
Para Abraão, a tenda era de vital importância para sobrevivência ao
frio e calor do clima. O altar, por sua vez, era vital para a sobrevivência
da própria tenda, pois sem ele sua casa não era casa, e seu lar não se
sustentaria. De fato, conforme lemos em Gênesis 13.18, onde quer que
Abraão edificasse sua tenda, lá também erigia um altar ao Senhor. Em
segundo lugar, podemos destacar que, apesar de toda sua prosperidade
e riqueza, Abrão jamais habitou em uma casa de pedras ou tijolos, ele
sempre habitou em tendas. A razão disso está em Hebreus 11.10; a
Bíblia nos diz que ele sempre se viu como peregrino na terra e esperava
uma casa que não fosse construída por mãos humanas. Abraão estava
como sacerdote de seu lar direcionando-o para Deus. Da mesma forma,
precisamos conduzir nossas casas para a eternidade e não meramente
para a temporalidade. A atitude de Abraão foi significativa de tal forma
que Gênesis 26.25 nos mostra Isaque, seu filho, chegando a Berseba e
tão logo erguendo também um altar, para só depois edificar sua tenda;
39
ou seja, aprendeu com o seu pai que, para peregrinos como nós, que
anseiam pela pátria celestial, a vida não se sustenta sem o Altar da
Adoração em nossos lares.

Pergunta 34 do Catecismo Maior de Westminster (1648) –


Como o pacto da graça era administrado no Antigo Testamento?
R: No Antigo Testamento, o pacto da graça era administrado por
promessas, profecias, sacrifícios, pela circuncisão, pela Páscoa e por
outros símbolos e ordenanças, todos os quais tipificavam o Cristo que
havia de vir e eram naquele tempo suficientes para edificar os eleitos
na fé do Messias prometido, por quem tiveram, nesse tempo, a plena
remissão do pecado e a salvação eterna.

Oração:
Senhor, somos gratos pelo lar que nos deste. Sabemos que para que ele
seja lugar de felicidade, paz e harmonia, depende totalmente da tua
presença. Sabedores disso, erguemos a ti um altar em nosso lar. Que
nossa casa seja sempre um lugar de oração, de adoração e louvores ao
teu santo nome. Em nome de Jesus, Amém!

40
Dia 8

RESTAURAÇÃO DO
ALTAR E DA TENDA

Amauri Costa

Noite
Leitura bíblica: Gênesis 12.10-17

O altar conduziu Abraão a uma vida de tenda, pois daí em diante ele
se tornou peregrino. Mas podemos ver também que a vida de tenda
logo o conduziu novamente ao altar. O altar nos mostra que nada mais
é nosso, pois tudo foi deixado ali. Diante do altar, o patriarca entendeu
que tudo é de Deus e para Deus, e por isso estava até mesmo disposto
a oferecer o próprio filho para cumprir a vontade do Senhor em sua
vida. Apenas Deus pode ocupar o nosso coração, nada mais. Ele é o
centro da vida de um sacerdote do altar e líder da tenda. Deus exige que
tudo que temos em nossa tenda seja colocado no altar, mas precisamos
entender que o problema não é com as posses e sim em como está nossa
consagração. Abraão teve seus fracassos. Em sua história, houve um
abandono do altar e da tenda; o texto de hoje diz que, por contingências
da vida, ele desceu ao Egito e se tornou cidadão daquele lugar. As
consequências logo vieram: Abraão, que tinha a promessa de ser bênção
para as nações, levou pragas e maldições para o povo do Egito. Por sua
omissão da verdade, levaram Sara para ser uma das esposas de Faraó e
Deus feriu os egípcios com doenças. Mas houve uma restauração na
vida do patriarca. Gênesis 13.3-4 conta que ele partiu em suas viagens
do sul até Betel, para o lugar onde sua tenda havia estado no começo,
entre Betel e Ai; até o lugar do primeiro altar que havia feito, e lá Abrão
invocou o nome do Senhor. A restauração é uma questão de retornar
41
ao altar e à tenda. Muitos de nós também têm vacilado. É como se
descêssemos ao Egito, e por isso agora surgissem novas demandas, novas
esperanças, novos interesses e aspirações, nova agendas e pautas que se
insurgem contra as de Deus. Assim como Abrão, somos nós, quando
outras agendas nos roubam a agenda do altar, quando outras funções
e tarefas nos roubam da tarefa de sacerdotes em nossos lares: em lugar
de trazer bênçãos trazemos “pragas”. A solução é voltar para o altar e
a tenda. Que Ele seja gracioso conosco e nos faça ver a importância da
consagração para que vivamos uma vida de tenda e altar!

Pergunta 35 do Breve Catecismo de Westminster (1647) – O que é


santificação?
R: Santificação é a obra da livre graça de Deus, pela qual somos renovados
em todo o nosso ser, segundo a imagem de Deus, e habilitados a morrer
cada vez mais para o pecado e a viver para a retidão.

Oração:
Reconhecemos, Senhor, que muitas vezes nos apegamos às coisas deste
mundo de forma exagerada e por elas nos afastamos do altar. Mas,
como os filhos de Coré, no Salmo 84, reconhecemos que o teu altar é
o melhor lugar para estar. Perdão por nossas negligências. Restaura-nos
conforme tua graça para uma vida de tenda e altar, para que sejamos
bênçãos para as famílias à nossa volta e jamais sejamos maldição em
suas vidas. Por Jesus, nosso Senhor, amém!

42
Dia 9

LARES DIVIDIDOS
PELA INFIDELIDADE

Everson Pereira

Manhã
Leitura bíblica: Gênesis 16.2

Em tempos de crises de fé e incertezas, o coração do homem tende a


revolver-se e buscar soluções mais “óbvias” e imediatas. Na narrativa da
dor de Sara, identificamos uma alma aflita pelo medo de não poder gerar
filhos e tomada pela ansiedade em produzir um resultado para atenuar
sua desilusão familiar. O lar dividido nasce, quase que invariavelmente,
de uma ação individualista e solitária. Quando a aliança dentro da
família é quebrada, todos sofrem, e a dor se alastra como erva daninha,
contaminando sonhos, relacionamentos e propósitos. A realização do
sonho de um lar restaurado, de filhos obedientes, de prosperidade
em todas as áreas passa pela obediência ao chamado de Deus. Ele,
o Senhor, evoca para si mesmo o direito de governar e estabelecer
em cada lar o tempo e modo de fazer tudo. Afinal, todas as criações
são muito boas. Nossas avaliações e precipitações no fazer, como
no próprio exemplo de Sara, geram transtornos e crises, às vezes de
consequências incontornáveis dentro da família. O que fazer? Entregar
nossos caminhos e confiar (Sl 37.5). O remédio para a infidelidade
familiar e a cura das feridas nos relacionamentos passa pela Cruz e pelo
reconhecimento de que Jesus veio para curar os enfermos (Mt 9.12)
e restaurar todas as situações e históricos (2 Co 5.17). Na Cruz, todo
pecado é lançado e o perdão de Deus traz refrigério para a alma aflita e
desiludida. Para Sara, o seu desejo legítimo e nobre de ter uma família
43
prevaleceu sobre a promessa que Deus havia feito, lançando a semente
da infidelidade dentro de casa, inclusive com a aceitação incondicional
de seu marido. Nossas famílias precisam de cura! O lar aliançado nas
promessas de Deus é uma blindagem para tempos incertos e um freio
para o coração impetuoso e egoísta.

Pergunta 108 do Catecismo de Heidelberg (1563) – O que o sétimo


mandamento nos ensina?
R: Que toda impureza é amaldiçoada por Deus; e que, portanto,
devemos detestá-la do fundo nosso coração, e viver de modo puro e
disciplinado, sejamos casados ou solteiros.

Oração:
Senhor, eu reconheço que não compreendo os teus desígnios para
minha família e muitas vezes entristeço-me e duvido do teu amor.
Peço-te perdão, e clamo por misericórdia e restauração de minha fé.

44
Dia 9

LARES DIVIDIDOS
PELA INFIDELIDADE

Everson Pereira

Noite
Leitura bíblica: Gênesis 16.5

Desajustes no relacionamento conjugal ocorrem por semeaduras que


os próprios casais realizam. A disfuncionalidade na família é fruto de
desacordo e de ausência de comunicação ente marido e mulher, cuja
raiz mais profunda nasce do dizer não aos preceitos divinos. Quando
Sara despeja sua revolta sobre Abrão, na verdade, seu coração levanta-se
contra a própria desventura de uma ação precipitada avalizada pelos dois.
Sentindo-se desprezada, Sara se vê pequena, humilhada e desconfigurada!
Seus planos, anteriormente perfeitos e matematicamente calculados,
tornaram-se em sequidão de estio (Sl 32.4). Agora, resta tão somente
acusar o esposo e confessar o erro cometido por ambos. Eles próprios
abandonaram os planos de Deus e cavaram para si mesmos cisternas
rotas (Jr 2.13). A transferência da responsabilidade almejada por Sara
(“caia sobre você”) é uma declaração desesperada de que a humilhação
vivenciada em seu dia a dia não terá um final feliz. Abrão, por sua vez,
esquiva-se de decidir e dá total liberdade à Sara para proceder conforme
melhor lhe convier... “a tua serva está em tuas mãos” (Gn 16.6). Quando
os casais não reconhecem a autoria de suas próprias semeaduras, a
família inteira sofre em um ambiente de acusação, omissão e profundo
descaminho. Deus, em sua misericórdia e bondade, continua apontando
para um lugar de segurança e abundância dentro de casa: o caminhar
em unidade, assumindo responsabilidades. “Porventura andarão dois
45
juntos, se não estiverem de acordo?” (Am 3.3). Assumir o compromisso
mútuo de viver em acordo é uma declaração de saúde espiritual e uma
revelação de maturidade para toda a família.

Pergunta 109 do Catecismo de Heidelberg (1563) – Mas Deus,


nesse mandamento, proíbe somente o adultério e outros pecados
vergonhosos?
R: Como nosso corpo e nossa alma são o templo do Espírito Santo,
Deus quer que os conservemos puros e santos; portanto, ele proíbe
todos os atos, gestos, palavras, pensamentos e desejos impuros, e tudo
o que possa atrair o homem para esses pecados.

Oração:
Senhor Deus, confesso minha negligência ao não considerar a
importância de promover a unidade nos relacionamentos familiares.
Recebo do Senhor fé e sabedoria para aceitar diferenças, assumir
responsabilidades e gerar em minha casa um ambiente de paz.

46
Dia 10

A PROVA DE DEUS

Sandro Silva

Manhã

É do nosso conhecimento que tudo em nós foi afetado pela queda.


Precisamos entender nosso estado de queda, e então iniciarmos o
nosso entendimento do relacionamento de Deus com o homem. Por
exemplo, tentamos fazer com que o nosso casamento seja perfeito,
mas não é possível, pois somos pecadores e constantemente erramos
e pecamos. A nossa natureza caída e a nossa necessidade de redenção
são evidenciadas diariamente. A história de Abraão nos mostra isso
claramente. Ele se casou com uma mulher que amava, mas ao longo
da sua caminhada, ele pecou contra sua esposa, resultado do estado de
queda. Apesar de ser um homem que já conhecia a Deus, vemos que
em sua caminhada ele tropeça várias vezes. Ele é chamado a esperar o
cumprimento da promessa de Deus para a vida dele e de Sara. Mas
em algum momento “desiste” de esperar e resolve ter um filho com
a escrava de sua esposa. Abraão agiu exatamente como nós, quando
achamos que Deus está demorando ou não vai cumprir o que Ele
prometeu em Sua Palavra. Resolvemos fazer tudo conforme a nossa
vontade. Não temos paciência em esperar a hora, o tempo do Deus
que é soberano e conhece todas as coisas, e que nos diz em sua Palavra
“que sabe o que é melhor para nós”. Não podemos viver com atitudes
de que estamos sempre certos e Deus está errado. De que sabemos de
tudo e Deus não sabe de nada. Devemos reconhecer o nosso estado
47
caído, a nossa pequenez, e devemos reconhecer a grandeza, o poder e
a soberania de Deus.

Deus fez promessa a Abraão, mas ele não aguentou esperar.

Pergunta 149 do Catecismo Maior de Westminster (1648) – Será


alguém capaz de guardar perfeitamente os mandamentos de Deus?
R: Nenhum homem, por si mesmo, ou por qualquer graça que receba
nesta vida, é capaz de guardar perfeitamente os mandamentos de Deus,
mas diariamente os viola por pensamentos, palavras e obras.

48
Dia 10

A PROVA DE DEUS

Sandro Silva

Noite

“Depois dessas coisas, pôs Deus Abraão à prova e lhe disse: Abraão! Este
lhes respondeu: Eis-me aqui! Acrescentou Deus: Toma teu filho, teu único
filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá; oferece-o ali em
holocausto, sobre um dos montes, que eu te mostrarei.”
Gênesis 22. 1-2

Deus coloca Abraão a prova. Provavelmente, quando Deus chamou


Abraão, ele ficou feliz, na expectativa de palavras de confirmação,
que tudo ficaria melhor do que já estava. Imagine a cabeça de Abraão
quando Deus termina de falar tudo o que Ele tinha a dizer. “Como
assim? As coisas não deveriam ficar melhores?” A prova de Deus para
Abraão era para verificar se ele iria obedecer ou não. O objetivo de
Deus era fortalecer a fé de Abraão, prepara-lo para os próximos passos
que Deus tinha para ele.

A nossa vida está diante de um Deus que cumpre suas promessas. A


nossa obediência não deve se basear no que vemos ou sentimos, mas na
fidelidade de Deus a Ele mesmo.

49
Pergunta 26 do Catecismo de Heidelberg (1563) – Em que você crê
quando diz: “Creio em Deus Pai, Todo-poderoso, Criador do céu
e da terra”?
R: Creio que o eterno Pai de nosso Senhor Jesus Cristo (que criou
do nada o céu, a terra e tudo o que neles há, e ainda os sustenta e
governa por seu eterno conselho e providência), é, por causa do seu
Filho, Cristo, meu Deus e meu Pai, em quem eu confio totalmente, de
modo que não tenho dúvida de que ele vai me prover com tudo o que é
necessário para a alma e o corpo; e mais, que ele transformará em bem
todo mal que me enviar neste vale de lágrimas, pois ele tem poder para
fazer isso, por ser Deus todo-poderoso, e disposição, por ser um Pai fiel.

50
Dia 11

A ARMADILHA
DA PREFERÊNCIA

Davi Charles Gomes

Manhã
Leitura bíblica: Gênesis 27.6-13, 29.30, 37.3

Chocolate ou morango? Campo ou litoral? Futebol ou basquete?


Escolhas e preferências são parte da experiência de todos nós. Aliás,
não só preferências pessoais, mas até mesmo tratamentos preferenciais
não nos são coisa alheia: quem é que há de reclamar as prioridades
concedidas por idade, limitação ou condição física nas diversas filas?
Quando o assunto é o trato pessoal de semelhantes, entretanto, o
favoritismo ou a discriminação são problemáticos. Isso é declarado de
forma clara na epístola de Tiago (Tiago 2.1) e Deus fala sobre si mesmo
da seguinte maneira: “O Senhor, vosso Deus, é o Deus dos deuses e
o Senhor dos senhores, o Deus grande, poderoso e temível, que não
faz acepção de pessoas” (Deuteronômio 10.17 - ACF). Vejamos três
histórias bíblicas interconectadas, mas distintas. Na primeira, vemos
a predileção de Jacó por Raquel, a irmã mais nova de Lia, com quem
Jacó acabara se casando por uma armadilha de seu sogro, Labão. Na
segunda, a história do jovem Jacó, que havia sido astuciosamente e
ardilosamente favorecido por sua mãe, Rebeca, em prejuízo de seu irmão
Esaú. Na terceira, o próprio Jacó manifesta sua predileção por José, em
detrimento de todos os seus outros filhos. Nas três histórias é possível
identificar os pontos nos quais a predileção ou o favorecimento entre
semelhantes gera sequelas de dor. As irmãs Lia e Raquel são retratadas
como nutrindo ressentimentos, ciúmes e dissabores, suportando uma
51
convivência conturbada e competitiva. O favoritismo de Rebeca lançou
Jacó na estrada, como fugitivo e cheio de temor de seu irmão. Os
irmãos de José experimentaram tal ressentimento que decidiram vendê-
lo como escravo. Em todos esses casos, Deus conduziu as circunstâncias
para seus abençoados fins, mas a realidade é que, do ponto de vista
humano, o favoritismo discriminatório sempre se mostrou como uma
armadilha pecaminosa e ofensiva a Deus.

Pergunta 83 do Breve Catecismo de Westminster (1647) - São


igualmente odiosas todas as transgressões da lei?
R: Alguns pecados em si mesmos, e em razão de circunstâncias
agravantes, são mais odiosos à vista de Deus do que outros.

52
Dia 11

A ARMADILHA
DA PREFERÊNCIA

Davi Charles Gomes

Noite
Leitura bíblica: Tiago 2.9

A história de Jacó é muitas vezes relembrada nas Escrituras Sagradas.


De fato, ele é designado ao lado dos patriarcas Abraão e Isaque
(Deuteronômio 1.8, 9.5, 30.20 e Mateus 8.11). Com efeito,
descobrimos que Jacó é uma figura inspiradora, um dos pais do povo
escolhido e, nesse afã, as Escrituras nos estimulam a buscar o “Deus de
Jacó”: “São assim aqueles que o buscam, que buscam a tua face, ó Deus
de Jacó” (Salmos 24.6).

Ao mesmo tempo, Jacó personifica a fragilidade dos seres humanos em


sua condição pós-queda. Após a entrada do pecado, a criação “geme e
suporta angústias” (Romanos 8.22) e Jacó sinaliza como essas aflições
recaem sobre nós. Em busca de superação, ele foi astuto o suficiente
para convencer seu irmão, Esaú, a vender o direito de primogenitura
por um prato de comida (Gênesis 25.31). Depois, em conluio com sua
mãe, Rebeca, que o favorecia em prejuízo de seu irmão, aproveitou-se
furtivamente da cegueira de seu pai, Isaque. Por fim, usou o mesmo
critério de favorecimento com Raquel e com José, em detrimento de
Lia e dos demais filhos.

No final da vida, Jacó denota que aprendeu lições valiosas. Num último
suspiro, ele relata seus conflitos e dissabores ao Faraó do Egito, de
53
modo poético e desvelado: “Os dias dos anos das minhas peregrinações
são cento e trinta anos; poucos e maus foram os dias dos anos da minha
vida e não chegaram aos dias dos anos da vida de meus pais, nos dias das
suas peregrinações” (Gênesis 47.9 - ACF). Portanto, suas experiências
corroboram o restante das Escrituras: somos abençoados por Deus e
inseridos na aliança de seu povo, mas precisamos descortinar e combater
as inclinações do coração, ficando longe das emboscadas do pecado.

Pergunta 36 do Catecismo de Heidelberg (1563) – Que importância


tem para você o fato de Cristo ter sido concebido e nascido sem
pecado?
R: Que ele é nosso mediador, e com sua pureza e perfeita santidade
cobre diante de Deus o meu pecado, no qual eu fui concebido e nasci.

54
Dia 12

JOSÉ E DANIEL,
JOVENS E FIEIS

Guilherme Reggiani

Manhã
Leitura bíblica: Daniel 2.23

Embora separados por aproximadamente mil anos, José e Daniel


possuem histórias com muitas coisas em comum. Nesta manhã, meu
objetivo é meditar com você em duas dessas semelhanças: o fato de
que ambos foram separados e levados cativos ainda jovens para nações
pagãs e de como se mantiveram fiéis ao Senhor Deus. José estava
aproximadamente com 17 anos quando foi vendido como escravo
pelos seus irmãos, enquanto Daniel tinha perto dos 16 quando foi
levado cativo para a Babilônia. Lembre-se agora de todos os percalços
que esses jovens passaram em terra estranha e na firmeza espiritual com
que viveram, sempre perseverando na fé, na piedade, na oração e na
verdade.

Em nossos dias, infelizmente, o que constatamos é o oposto disso:


grande parte das pessoas criadas em ambiente cristão, ao atingirem
a juventude, abandonam a fé e a comunhão. O motivo não é difícil
de perceber: muitas igrejas e famílias têm olhado para crianças,
adolescentes e jovens como pessoas que não precisam aprender doutrinas
e pensam que a melhor forma para mantê-los na igreja é por meio do
“entretenimento cristão”, com os famosos acampadentros, noites da
pipoca e louvorzão gospel, mas geralmente, com pouco ou nenhum
ensino sólido das Escrituras. Assim, quando entra nas universidades,
55
grande parte desses jovens abandona o caminho do Senhor, pois lá
veem a fé ser bombardeada de todos os lados e em todos os sentidos. A
igreja que sempre os tratou como débeis e os pais que não aplicaram o
bom discipulado cristão, agora choram ao verem seus filhos incapazes
de resistir à primeira tempestade contra eles, pois não haviam firmado
a fé na Rocha.

A fidelidade dos jovens José e Daniel deve nos fazer repensar como
estamos entregando nossos jovens para o mundo. Estariam eles
preparados para enfrentar as tentações do Egito ou as perseguições da
Babilônia de modo digno?

Pergunta 122 do Catecismo de Heidelberg (1563) - Qual é a


primeira petição da oração [que Jesus nos ensinou]?
R: “Santificado seja o teu nome”. Quer dizer: Faze, primeiro, com que te
conheçamos em verdade e te santifiquemos, honremos e glorifiquemos
em todas as tuas obras, em que brilham tua onipotência, sabedoria,
bondade, justiça, misericórdia e verdade. Faze, também, com que
dirijamos toda a nossa vida -nossos pensamentos, palavras e obras- de
tal maneira que teu nome não seja blasfemado por nossa causa, mas
honrado e glorificado.

Oração: Como pode o jovem manter pura a sua conduta? Vivendo


de acordo com a tua palavra. (...) Dá-me entendimento, para que eu
guarde a tua lei e a ela obedeça de todo o coração. Dirige-me pelo
caminho dos teus mandamentos, pois nele encontro satisfação.
(Salmos 119:9, 34,35)

56
Dia 12

CUSTE O QUE
CUSTAR

Guilherme Reggiani

Noite
Leitura bíblica: Gênesis 39.9

Nos tempos bíblicos e também durante toda a história da igreja, não


são raros os casos de pessoas que viveram suas vidas em ambientes e
períodos hostis a uma vida de santidade. Nas histórias de José e Daniel
essa também foi a realidade. No Egito e na Babilônia, experimentaram
terríveis desafios e provas da fé no Senhor Deus. O que vemos no
testemunho desses dois homens são diversos momentos de crise em que
optar por não pecar poderia custar-lhes um preço alto. Porém, neles
também enxergamos algo maior: uma plena confiança na soberania e no
plano de Deus e uma decisão firme de viver de forma a honrá-lo.

Lembre-se de que eles estavam longe de casa, longe dos pais e longe
do povo de Deus. Negar ao Senhor em meio a estranhos poderia ser
uma coisa convidativa a se fazer, tendo em vista que provavelmente
“ninguém ficaria sabendo”. Porém, como verdadeiros peregrinos em
terra estranha, José e Daniel seguiram a Deus antes de todas as coisas.
Seja na prisão ou na cova dos leões, negar ao Senhor nunca foi uma
opção para eles, que sempre escolheram confiar e obedecer a Deus,
independente do resultado final.

Olhando para nossa vida, talvez percebamos como muitas vezes


cedemos ao pecado por calcular que o preço de fazer o que Deus
57
requer de nós pode ser muito caro a se pagar. Uma demissão, um
rompimento de amizade ou o abandono de um familiar são casos
comuns e corriqueiros. Entretanto, nesses momentos devemos dizer:
“como, pois, faria eu tamanha maldade, e pecaria contra meu Deus?”.
Existem muitos que justificam seus pecados com aquela famosa frase de
“eu não tinha outra opção”. Lembre-se: José tinha opção: o pecado ou
a prisão - ele escolheu a prisão; Daniel tinha opção: o pecado ou a cova
dos leões - ele escolheu a cova; os mártires tinham opção: o pecado ou
a morte - eles preferiram a morte.

Do que você tem medo? De prisões, de leões, da morte ou de pecar


contra o Senhor? (Mt 10.28).

Pergunta 153 do Catecismo Maior de Westminster (1648) - Que


exige Deus de nós para que possamos escapar à sua ira e maldição,
em que incorremos pela transgressão da lei?
R: Para escaparmos à ira e maldição de Deus, em que incorremos
pela transgressão da lei, ele exige de nós o arrependimento para com
Deus, a fé em nosso Senhor Jesus Cristo e o uso diligente de todos os
meios exteriores pelos quais Cristo nos comunica os benefícios de sua
mediação.

Oração:
Cria em mim um coração puro, ó Deus, e renova dentro de mim um
espírito estável. Não me expulses da tua presença, nem tires de mim o
teu Santo Espírito. Devolve-me a alegria da tua salvação e sustenta-me
com um espírito pronto a obedecer. (Sl 51.10-12)

58
Dia 13

GERANDO FILHOS
PARA DEUS

Josué Meninel

Manhã
Leitura bíblica: 1 Samuel 1.28

Nossos filhos não são nossos, eles são herança do Senhor (Sl 127.3-5).
Que herdeiro há que negue o desfrute da herança paterna? É grande
o privilégio de ter uma herança a receber. Mas como herdeiros de um
Pai Vivo, temos grandes responsabilidades no cuidado dessa herança.
Longe de ser uma herança a se esbanjar (Lc 15.11-14), é um bem a ser
investido.

Eis o motivo da santa atitude de Ana: por um filho, ela derramou sua
alma perante o Senhor (v. 15). Ela desejava ardentemente receber do
Senhor a sua herança. Mas e quanto a nós? Temos ansiado por isso?
Muitos cristãos têm se recusado a cumprir o santo propósito de Deus
no matrimônio por egoísmo! Esses têm abraçado as ideias mundanas e
se negado às bênçãos da paternidade e da maternidade.

Por outro lado, muitos dos que receberam essa bendita herança têm
seguido por um desses dois caminhos: 1 - Negligenciam a mordomia
de seus filhos, deixando-os entregues a si mesmos. Tais crianças
passam a ser educadas no mundanismo através de parentes, creches,
escolas, televisão, celular, internet, etc. 2 - Negligenciam a mordomia
de seus filhos, superprotegendo-os e fazendo dos pequenos os seus
ídolos particulares. Essas crianças são tratadas como pequenos deuses;
59
são treinadas no egoísmo e no egocentrismo, vivendo em completa
insatisfação.

Quando o ministério da mordomia não é compreendido, não fazemos


como Ana: “o trago como devolvido ao Senhor”. Nossos filhos nos
foram entregues para que os conduzamos ao trono da graça do nosso
Deus. Evangelizá-los é a nossa mais nobre tarefa. Vê-los ao serviço de
Cristo Jesus e dos irmãos, o nosso maior prazer.

Item 29 da Segunda Confissão Helvética (1566) - Do celibato,


casamento e administração dos negócios domésticos.
Subitem 3: Devem os filhos ser criados pelos pais, no temor do Senhor;
e devem os pais prover o sustento dos seus filhos, lembrando-se do
que disse o apóstolo: “Ora, se alguém não tem cuidado dos seus e
especialmente dos de sua própria casa, tem negado a fé, e é pior do
que o descrente” (I Tm 5.8). Mas, devem principalmente ensinar a seus
filhos para terem uma carreira ou profissões honestas com que possam
manter-se a si mesmos. Devem conservá-los afastados da ociosidade, e
em tudo inculcar neles a verdadeira fé em Deus, a fim de que, pela falta
de confiança ou demasiada segurança ou pela feia avareza venham a
tornar-se dissolutos, e a fracassar na vida.

Oração:
Senhor Deus Todo-Poderoso, somos muito gratos a ti pelos ensinamentos
contidos em tua Santa Palavra. Não permita que sejamos tragados pelos
conceitos mundanos de família. Mas leva-nos a conformar o nosso lar
segundo os santos padrões bíblicos de paternidade, maternidade e
filiação, de modo a refletir a tua glória nesse mundo vil. Amém!

60
Dia 13

GERANDO FILHOS
PARA DEUS

Josué Meninel

Noite
Leitura bíblica: Êxodo 2.9

Filhos são bênçãos. Maravilha do Senhor é a casa repleta deles. Não foi
à toa que Jacó afirmou, referindo-se à sua prole: “Os filhos com que
Deus agraciou a teu servo” (Gn 33.5). Os filhos são resultado da graça
de Deus na vida da família cristã. Eles também são meios da graça
divina para o nosso crescimento espiritual. Por meio deles, aprendemos
a recorrer ao Senhor em oração, pranto, intercessão, alegria e gratidão.
Sim, há gratificante alegria em tê-los conosco.

É impressionante como o Senhor age com seus herdeiros. Ao irmos


até o nosso Deus para recebermos orientação sobre o proceder cristão
com nossos filhos, ouvimos o seu santo alerta de que somos apenas
mordomos de nossas amadas heranças. Então, Ele nos ordena que
cuidemos bem de suas propriedades. Por fim, ao nos dispormos a
seguir suas santas orientações quanto à educação de nossos pequenos
infantes, Ele nos concede toda assistência para isso, prometendo-nos
uma gratificação.

Foi isso que aconteceu com Joquebede. Ela foi incumbida de criar o
próprio filho sob a promessa de um salário. Quanto a nós, recebemos
de nosso glorioso Pai, que vive eternamente, maravilhosas heranças:
nossos filhos. Ao recebê-las, Ele mesmo nos instruiu: “criai-os na
61
disciplina e na admoestação do Senhor” (Ef 6.4). Em seguida, nos
é concedido, em Cristo Jesus, tudo quanto necessitamos para que
cuidemos e administremos bem essa herança: a criação de nossos
filhos. E ainda mais, após cumprirmos simplesmente o que nos foi
ordenado (Lc 17.10), seremos grandemente beneficiados (Pv 23.24).
Quão maravilhoso será vermos nossos filhos rendidos ante o senhorio
de Cristo; servindo ao Senhor e aos irmãos; buscando a glória de Deus
em suas vidas! Haveria melhor salário do que esse?

Pergunta 120 do Catecismo de Heidelberg (1563) – Por que


Cristo ordenou que nos dirigíssemos a Deus como “Pai nosso”?
R: Para que, imediatamente no início da nossa oração, ele pudesse
despertar em nós uma reverência e uma confiança, como uma criança
tem para com seu pai, para com Deus, que é a base da nossa oração,
ou seja, que Deus tornou-se nosso Pai em Cristo, e assim como nossos
pais não nos recusam bens materiais, ele não nos recusará o que lhe
pedirmos com verdadeira fé.

Oração:
Pai Santo e Eterno, rico em graça e amor, a nós, vermes desprezíveis
em pecado e miséria, tu salvaste entregando teu Filho Unigênito! Quão
gratos somos a ti, por tão grande Salvação e bendito comissionamento.
Ajuda-nos, oh Pai, a conduzir a próxima geração a ti, de maneira que tu
sejas glorificado e nós, agraciados no cumprimento desse santo dever.
Amem!

62
Dia 14

ENTREGANDO OS
FILHOS A DEUS

Jessé Meninel

Manhã
Leitura bíblica: Êxodo 2.3

Assim como Noé que, por fé, salvou sua família e o planeta, Joquebede
também, mesmo contra todas as probabilidades, trabalhou e se
esmerou em fazer uma pequena arca, de maneira a salvar seu filho e
posteriormente todo povo eleito de Deus por meio dele.

Ela não permitiu que Moisés fosse oferecido a um dos deuses egípcios,
o rio Nilo, segundo o plano do maligno Faraó de atacar diretamente aos
israelitas em sua fonte, a saber, a destruição das famílias hebreias, matando
seus futuros homens. Crendo na promessa de Deus, feita a seu ancestral
Abraão, Joquebede pegou seu filho e o entregou aos cuidados do Senhor
que, por sua vez, o devolveu para ser, em casa, discipulado e formado para
guiar a nação, aprendendo a ser conduzido por Deus no lar, por seus pais.

Olhando para a situação da igreja atual, escravizada por ideologias e


conceitos mundanos, percebemos que, como Joquebede, devemos
crer nas promessas das Sagradas Escrituras e entregar nossos filhos ao
Senhor, na arca da Graça, nos esmeros de uma educação que os protege
de serem devorados pelo deus desse século. Devemos discipula-los e
formá-los no lar com cultos familiares cheios de temor e reverência
para, assim, futuramente, serem úteis na condução da igreja, guiando-a
a Cristo, o Supremo Libertador.
63
Pergunta 32 do Catecismo de Heidelberg (1563) – Por que você é
chamado de cristão?
R: Porque pela fé eu sou membro de Cristo e, portanto, participante
da sua unção, de modo que posso confessar o seu nome, e apresentar
a mim mesmo como um sacrifício vivo de gratidão a ele; e, também,
com a consciência livre e sincera posso lutar contra o pecado e Satanás
nesta vida e, mais tarde, reinar com Cristo eternamente, sobre todas as
criaturas.

Oração:
Pai eterno, que nosso Senhor Jesus, o Supremo Libertador da sua Igreja,
a traga de volta aos seus caminhos pelo retorno à importância da família
e sua solidificação nele, por meio de cultos regulares e vividos nos lares
cristãos. Amém!

64
Dia 14

ENTREGANDO OS
FILHOS A DEUS

Jessé Meninel

Noite
Leitura bíblica: 1 Samuel 1.22

Nesse momento, a situação do povo de Deus era de apostasia. Os líderes


estavam corrompidos e o culto ao Senhor desvirtuado. Ana percebeu que
entregar o filho ao Senhor não começava no ato de levá-lo ao templo,
mas, muito antes, começava em casa. Logo, ela não desprezou os dias
de pequenos começos (Zc 4.10) e labutou, urgente e alegremente (por
ficar com seu filho nesse período tão importante de sua vida, mesmo
que curto), preparando-o para que, depois de solidificado na fé, numa
criação em família cheia de instruções bíblicas, ele pudesse influenciar
e liderar o povo de Deus, para conduzi-lo a retornar aos caminhos do
Senhor e encomendá-lo ao rei que mais tarde haveria de ungir.

Como pais cristãos, atinados para a situação da igreja atual, devemos


labutar por cultivar o mesmo temor em nossos filhos, sem menosprezar
dias de pequenos começos. Façamos isso, com cultos familiares
Cristocêntricos, reverentes e ricos da Palavra de Deus, com senso de
urgência, mas cheios de alegria pelo privilégio de tê-los conosco nessa fase
tão importante de formação de caráter (mesmo que por “pouco tempo”),
com o intuito de solidificá-los na verdade, com caráter e propósito
moldados pela santa Bíblia, para serem entregues futuramente à igreja de
maneira a influenciá-la a retornar aos caminhos do Senhor e prepará-la
para a vinda do Senhor Jesus, o Rei dos Reis e Senhor dos Senhores.
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Pergunta 55 do Catecismo de Heidelberg (1563) – O que você
entende por “a comunhão dos santos”?
R: Primeiro, que todos os crentes, como membros de Cristo são, em
comum, participantes dele e de todas as suas riquezas e dons; e, em
segundo lugar, que todos devem saber que é obrigação de cada um, de
modo pronto e com alegria, empregar esses dons para o progresso e a
salvação dos outros membros.

Oração:
Pai eterno, mova o coração dos pais a não menosprezarem a tarefa
tão importante para a igreja do Senhor Jesus e que, felizes, façam seus
cultos familiares, anunciando sempre a esperança da volta do nosso
Senhor. Amém!

66
Dia 15

EU E MINHA CASA
SERVIREMOS A DEUS

Antônio Cabrera

Manhã
Leitura bíblica: Josué 24.15

A família é um lugar de aprendizado. Ela é, sem qualquer dúvida, a


primeira, a mais importante e a melhor escola do mundo. É por isto
que Deus ordena a instrução permanente dos pais juntos aos filhos,
esclarecendo que “todas estas palavras que hoje lhe ordeno estejam
em seu coração. Ensine-as com persistência a seus filhos. Converse
sobre elas quando estiver sentado em casa, quando estiver andando
pelo caminho, quando se deitar e quando se levantar” (Dt 6.6-7). Um
trabalho do Ministério Público de São Paulo comprova esta valiosa
lição bíblica, pois dois em cada três jovens infratores vêm de famílias
que não tem um pai dentro de casa. Esta é a nobre missão dos pais:
instruir os filhos de que o Senhor é “o nosso refúgio, sempre, de geração
em geração” (Sl 90.1).

Pergunta 27 do Catecismo de Heidelberg (1563) - O que você quer


dizer com providência de Deus?
R: É a força toda poderosa e presente com que Deus, como se fosse
por suas mãos, sustenta e governa o céu, a terra e todas as criaturas, de
modo que as ervas e as plantas, a chuva e a seca, os anos frutíferos e os
estéreis, o alimento e a bebida, a saúde e a doença, a riqueza e a pobreza,
e todas as coisas não nos vêm por acaso, mas de sua mão paternal.

67
Oração:
Pai nosso que estais nos céus, queremos agradecer inicialmente
pela família que tu nos deste. Queremos também pedir que tu nos
fortaleças e capacites para sermos instrutores fieis de nossos filhos e
filhas. Abençoa-os ricamente; que eles possam ser testemunhas da tua
misericórdia através da instrução da tua Palavra.

68
Dia 15

EU E MINHA CASA
SERVIREMOS A DEUS

Antônio Cabrera

Noite
Leitura bíblica: Josué 24.15

Infelizmente, nos dias de hoje, a Psicologia e a Sociologia têm substituído


as Escrituras no que diz respeito à família. Este afastamento da Bíblia
acaba levando ao esquecimento de que Deus trata com gerações, e isto
impacta como vemos a família. O que preciso saber é que para ter uma
vida genuinamente cristã, devo começar em casa. Este é o ambiente das
primeiras lutas, a fundamental arena onde deveremos alcançar o êxito.
Para tanto, temos a obrigação de sustentar a nossa família e aprendemos
uma dura lição contra o abandono da mesma. O texto de 1 Timóteo
5.8 é claro advertindo que “se alguém não cuida de seus parentes, e
especialmente dos de sua própria família, negou a fé e é pior que um
descrente”. Para que você e a sua casa possam realmente servir ao Senhor,
você deve edificar a sua família sobre a rocha (Mt 7.24-25). Edifique a
sua casa sobre o fundamento de Cristo e os ventos da adversidade não
vergarão a sua família.

Pergunta 28 do Catecismo de Heidelberg (1563) – De que nos serve


saber que Deus criou todas as coisas e que ele ainda as sustenta pela
sua providência?
R: Para que tenhamos paciência na adversidade, e sejamos agradecidos
na prosperidade; e que, em tudo quanto nos acontecer no futuro,
coloquemos a nossa firme confiança no nosso fiel Deus e Pai de que
69
nada pode nos separar do amor dele, visto que todas as criaturas estão
na sua mão, de tal modo que, sem a vontade dele elas não conseguem
sequer se mover.

Oração:
Santo e eterno Deus, eu e a minha casa queremos te servir. Capacita-
nos para que possamos te servir de todo o nosso coração e toda nossa
força. Perdoa os nossos pecados, apaga as nossas transgressões e edifica-
nos como família que vive na tua dependência. É assim que oramos, te
servindo e te agradecendo pelas bênçãos de cada dia.

70
Dia 16

DEUS FALA
COM AS CRIANÇAS

Hélder Cardin

Manhã
Leitura bíblica: 1 Samuel 1.19-28

No início do livro de 1 Samuel, vemos que Ana não podia ter filhos.
Ela era estéril, o que a deixava profundamente triste e amargurada,
ainda que confiasse que Deus poderia mudar esta situação. No entanto,
por causa daquilo que Deus desejava realizar no povo de Israel naquele
período da história, o Senhor concede um filho a Ana e seu marido,
Elcana, o qual veio a se chamar Samuel. Dada a dificuldade de Ana
para ter esse filho, ela decide consagra-lo ao Senhor. Isto significava
deixa-lo sob os cuidados do sacerdote que servia no templo para que,
juntamente com este sacerdote, Samuel servisse na Casa do Senhor.
Consagração é a separação de algo ou alguém para o uso exclusivo de
Deus. Desde Gênesis, percebemos que Deus trabalha especificamente
por intermédio de pessoas dedicadas e consagrados a ele. São pessoas
que entendem a centralidade do Criador, buscando uma vida separada
do mundo, do pecado, ou de qualquer outra coisa que atrapalhe sua
intimidade com Deus e obediência aos seus mandamentos. Ao longo
de toda a Bíblia, santidade é o que Deus deseja de seus filhos. Trata-se
da separação dessas pessoas de qualquer coisa que não contribua para o
cumprimento dos planos de Deus na e por meio da vida de seus filhos.

Na consagração de Samuel, vemos que, embora os filhos tenham nascido


de seus pais, eles na verdade pertencem ao Senhor. Salmo 127 diz que os
71
filhos são herança do Senhor. São presentes que Deus confiou aos pais
para que cuidem desses filhos, como se pertencessem primeiramente
a Deus, apresentando-os constantemente ao Senhor, ensinando-lhes
a Palavra, bem como testemunhando uma vida temente ao Criador.
Deus dá aos pais o privilégio e responsabilidade de educarem seus filhos
nos caminhos do Senhor de tal forma que estes vivam dedicadamente a
Deus, como vemos em Deuteronômio 6 e Salmo 78.

Pergunta 31 do Catecismo de Heidelberg (1563) – O nome Cristo


significa “ungido”. Por que Jesus tem esse nome?
R: Porque ele foi ordenado por Deus Pai e ungido com o Espírito Santo
para ser o nosso supremo profeta e mestre, que nos revelou plenamente
o secreto conselho e a vontade de Deus para a nossa salvação; e para
ser o nosso sumo sacerdote, que, pelo único sacrifício do seu corpo,
nos redimiu, e, continuamente, intercede por nós junto ao Pai, como
também para ser o nosso eterno rei, que nos governa pela sua Palavra e
pelo seu Espírito e nos defende e nos preserva na (alegria da) salvação
que ele conquistou para nós.

Oração:
Deus, te louvamos por tua sabedoria e bondade ao conceder filhos para
os pais. Pedimos sabedoria na educação e consagração destes filhos ao
Senhor, para que vivam uma vida agradável a ti. Também pedimos
para que o Senhor ajude os casais que não podem ter filhos, para que
encontrem a satisfação deles no Senhor, assim como sejam eles próprios
consagrados ao Senhor.

72
Dia 16

DEUS FALA
COM SAMUEL

Hélder Cardin

Noite
Leitura bíblica: 1 Samuel 3.1-14

Como filho de Deus e consagrado ao serviço do Senhor no templo,


Deus vem ao encontro de Samuel em uma noite para transmitir-
lhe uma mensagem. Em um primeiro momento, dada a própria
inexperiência de Samuel, pois este ainda era muito jovem, ele não
reconhece a voz de Deus, pois pensava tratar-se de Eli. No entanto,
entendendo Eli que era Deus quem desejava falar com o garoto, dá
orientações ao jovem para que respondesse prontamente à voz de Deus.
Esta prontidão demonstraria a disposição de Samuel em se submeter às
ordens de Deus, o que ele requer de absolutamente todos seus filhos,
independente de suas idades. Assim como Deus falou com Samuel,
Deus fala com seus filhos, ainda que estes sejam muito jovens. Deus
fala com essas pessoas não por causa da idade que têm, mas porque
já possuem um relacionamento pessoal com Cristo Jesus, como seu
Senhor e Salvador.

O próprio Senhor Jesus demonstrou a acessibilidade que as crianças


tinham a ele, quando em certa ocasião seus discípulos tentaram impedir
que algumas delas se aproximassem do Mestre. No entanto, foram
repreendidos por Jesus para que eles deixassem vir até ele os pequeninos
(Mt 19.13-15). Como vemos em Mateus 18, eram pequeninos que já
criam nele. No Antigo Testamento, pela escassez da Palavra de Deus
73
como livro escrito, Deus falava por meio de sonhos, visões ou outros
métodos diferentes. Diferentemente daquele momento, hoje Deus fala
com seus filhos por meio da sua Palavra, a Bíblia, que é a revelação do
seu caráter e dos seus feitos a favor do seu povo. Conforme 2 Timóteo
3.16-17, é por meio das Escrituras Sagradas que Deus trabalha na vida
de seus filhos, ensinando-os e transformando-os conforme o caráter de
Jesus. Segundo o próprio Jesus, esta Palavra é a própria verdade de Deus
(Jo 17.17).

Pergunta 155 do Catecismo Maior de Westminster (1648) – Como


a Palavra se torna eficaz para a salvação?
R: O Espírito de Deus torna a leitura, e especialmente a pregação
da Palavra, um meio eficaz para iluminar, convencer e humilhar os
pecadores; para lhes tirar toda a confiança em si mesmos e os atrair
a Cristo; para os conformar à sua imagem e os sujeitar à sua vontade;
para os fortalecer contra as tentações e corrupções; para os edificar na
graça e estabelecer o coração deles em santidade e conforto mediante a
fé para a salvação.

Oração:
Deus, te agradecemos, pois o Senhor é um Deus próximo, que fala
com teus filhos. Nosso desejo é que o Senhor nos dê sensibilidade à
tua Palavra, nos livrando da desobediência e da tentação de querermos
viver conforme nossa própria vontade.

74
Dia 17

ADORAÇÃO SEM
DISCIPLINA NÃO É
BOA SEMEADURA

Diego Venâncio

Manhã
Salmo para meditação: 119.57-64

Alguns reis do reino de Judá foram retos diante de Deus, pois buscaram
ao Senhor, acabaram com a idolatria e levaram o povo a adorar ao
único Deus verdadeiro. Porém, nenhum destes bons monarcas são
comparados a Davi, que se tornou um grande marco na história do
povo hebreu como grande rei, administrador e, principalmente,
homem com o coração reto diante de Deus. No entanto, toda essa
devoção não redundou em ensino para sua casa. É possível que um
grande homem de Deus adore ao Senhor, dedique sua vida a Ele e
seja indisciplinado com a sua própria casa. Um grande exemplo do
que acabo de afirmar é encontrado 2 Samuel 13. Ali, encontramos
um filho de Davi, chamado Amnon, que demonstra desconhecimento
a respeito da lei do Senhor. Ele se apaixona e deseja sua meia irmã
Tamar, o que a lei de Deus proíbe. Por desobedecer à lei do Senhor,
Amnon acaba sendo morto por seu outro meio irmão Absalão, que quis
vingar sua irmã Tamar. A crise familiar é intensa, a adoração e devoção
ao Senhor Deus não foi ensinada. O homem que disse “Desvenda os
meus olhos para que eu possa contemplar as maravilhas de tua lei”
(Sl 119.18) não ensinou aos filhos a se deleitarem nas maravilhas que
só se encontra em Deus.

75
Pergunta 129 do Catecismo Maior de Westminster (1648) – O que
é exigido dos superiores1 para com os seus inferiores?
R: É exigido dos superiores, de acordo com o poder que recebem de Deus
e a relação em que se acham colocados, que amem aos seus inferiores,
que orem por eles e os abençoem; que os instruam, aconselhem e
admoestem, aprovando, animando e recompensando os que fazem o
bem, e reprovando, repreendendo e castigando os que fazem o mal;
que os protejam e forneçam-lhes tudo o que é necessário para a alma
e para o corpo; e que, por um procedimento grave, prudente, santo
e exemplar, glorifiquem a Deus, honrem-se a si mesmos, e assim
preservem a autoridade com que Deus os investiu.

1 O Catecismo Maior de Westminster entende, conforme as perguntas 124 a 126,


que “no quinto mandamento, as palavras ‘pai’ e ‘mãe’ abrangem não somente os pais
naturais, mas também todos os superiores em idade e dons, e especialmente todos
aqueles que, por ordenação de Deus, estão colocados sobre nós em autoridade, quer
na família, na igreja ou no Estado”.
76
Dia 17

ADORAÇÃO SEM
DISCIPLINA NÃO É
BOA SEMEADURA

Diego Venâncio

Noite
Salmo para meditação: 3

O que esperamos de uma relação entre pai e filho? Obviamente uma


relação de amor e respeito mútuo. Mas somente alguém que teme a
Deus pode ter este conceito como óbvio. Em Deus reside toda a
perfeição do amor. É Deus quem ordena no quinto mandamento que
devemos honrar os pais e ainda nos dá uma promessa; de que nossos
dias aqui seriam prolongados. Porém, não foi isso que aconteceu com
Absalão. Mais uma vez, o homem segundo o coração de Deus, Davi,
apesar de sua retidão para com o Senhor, não cuidou bem de sua casa
e teve um grande conflito com Absalão chegando a níveis impensáveis
de perseguições, batalhas e traições. Não, não vemos dentre as histórias
de Absalão que ele busca ao Senhor e cuida para fazer somente aquilo
que Deus deseja. Pelo contrário, o vemos obstinado em fazer o mal e
prejudicar seu pai em muitas coisas. Durante um conflito, a morte de
Absalão foi inevitável. Ele ficou preso, pendurado pelos cabelos num
carvalho, e ali foi morto. Davi lamentou amargamente a perda do filho.
Em Provérbios 17.21 lemos: “O filho estulto é tristeza para o pai, e o
pai do insensato não se alegra”. De fato, Davi não ensinou bem seu
filho Absalão e, ao final, só lhe restou o lamento e choro.

77
Pergunta 130 do Catecismo Maior de Westminster (1648) – Quais
são os pecados dos superiores?
R: Os pecados dos superiores são, além da negligência dos deveres
que lhe são exigidos, a ambição desordenada, a busca desordenada da
própria glória, do próprio repouso, do próprio proveito e do próprio
prazer; mandar fazer coisas ilícitas ou fora do poder dos inferiores;
aconselhá-los, encorajá-los ou favorece-los naquilo que é mau;
dissuadi-los, desanimá-los ou reprová-los naquilo que é bom; corrigi-
los indevidamente; expô-los descuidadamente ao dano, à tentação e
ao perigo; provoca-los à ira; ou de qualquer modo desonrando-se a
si mesmos, ou diminuindo a sua autoridade por um comportamento
injusto, indiscreto, rigoroso ou negligente.

78
Dia 18

SALOMÃO E O
CULTO DOMÉSTICO

Jessé Meninel

Manhã
Leitura bíblica: 1 Reis 11.4

O homem que sobrepujou a todos em sabedoria e ciência em todas


as áreas, não somente relativas às questões naturais, mas, também,
e principalmente, em assuntos espirituais, sim, Salomão: foi ele o
responsável pela terrível perversão de seu lar e, consequentemente,
de todo povo de Deus. Por não aprender a dominar seus impulsos e
desejos carnais, ele passou a buscar satisfação e alegria em tudo o que
não era Deus. Com efeito, o fermento da idolatria em sua casa levedou
toda a massa do povo hebreu, que se encheu de deuses estrangeiros para
também satisfazer seus impulsos.

Será que não estamos formando famílias com a mente cheia e corações
vazios, tornando-nos responsáveis pela edificação de uma igreja tal qual
aquela de Laudiceia, que julgava ter muito, mas que na verdade não
tinha nada?

Que tenhamos como modelo Aquele que é maior que Salomão, que
nos advertiu quanto ao perigo do fermento dos fariseus e ensinou, não
só com palavras, a cultivarmos uma vida de piedade prática, seguindo o
exemplo de sua prática. Que, além do ensino das doutrinas bíblicas nos
cultos familiares, tenhamos um estilo de vida a evidenciar todo nosso
prazer e satisfação no Senhor Jesus. Assim, ao invés de levedar a igreja
79
com idolatria, teremos famílias que salguem a igreja, preservando-a de
desvios dos caminhos puros e fiéis do SENHOR.

Pergunta 95 do Catecismo de Heidelberg (1563) – O que é idolatria?


R: Idolatria é inventar ou ter alguma coisa em que se deposite confiança,
em lugar ou ao lado do único e verdadeiro Deus que se revelou na sua
Palavra.

Oração:
Pai de misericórdia, em nome do Senhor Jesus, clamo para que enchas
nossos corações de satisfação e gozo em servi-lo e que isso, junto com
o conhecimento bíblico em cultos familiares, seja um preservador da
pureza nas tuas pequenas e grandes igrejas. Amém!

80
Dia 18

SALOMÃO E O
CULTO DOMÉSTICO

Jessé Meninel

Noite
Leitura bíblica: 1 Reis 11.1

O grande declínio espiritual do povo de Deus, após o seu ápice de glória


na inauguração do templo, se deu pela decadência moral e espiritual
da família do rei Salomão. O templo estava estabelecido e totalmente
organizado, mas o líder que deveria ser o guardião da fidelidade e pureza
do culto a Deus se misturou com famílias ímpias, pondo-se em jugo
desigual de tal forma que levou não somente sua família à idolatria,
mas, por influência, também todo o povo aos terríveis e abomináveis
costumes pagãos. Hoje em dia, os meios de comunicação têm sido uma
das principais maneiras de colocar as famílias cristãs em jugo desigual,
pois, por meio deles, cosmovisões, desejos e hábitos ímpios adentram
os lares santos e corrompem a pureza da fidelidade ao Senhor.

Diferentemente de Salomão, depois de adentrarmos uma igreja bíblica,


cristocêntrica e organizada, como guardiões da pureza da família e
da igreja, devemos fazer uso responsável dos meios de comunicação
de maneira a sermos como o salmista que não permitia pôr coisas
injustas diante dos seus olhos (Sl 101.3) e que jamais se assentava com
ímpios (Sl 26.4-5). Assim, preservaremos nossa família a salvo do jugo
desigual, mantendo também a igreja maior, por influência, a salvo da
contaminação dos costumes e idolatrias dos pagãos (2 Co 6.14-18).

81
Pergunta 106 do Catecismo Maior de Westminster (1648) – O que
nos é ensinado especialmente pelas palavras “diante de mim”, no
primeiro mandamento?
R: As palavras “diante de mim”, no primeiro mandamento, nos ensinam
que Deus, que tudo vê, observa especialmente e se ofende muito com
o pecado de se ter qualquer outro deus, de modo que elas servem de
argumento para nos dissuadir desse pecado e de agravá-lo com uma
provocação muito ousada; assim como para nos persuadir a fazer, como
diante dos olhos de Deus, tudo o que fizermos no seu serviço.

Oração:
Pai de Luz, mantenha os líderes das famílias cristãs alertas contra esse
mal tão atual e sutil, para que a igreja do Senhor Jesus esteja pura e fiel
a fim de iluminar esse mundo e não para ser tragada pelas trevas. Oro
em nome de Jesus. Amém!

82
Dia 19

PERVERSÃO
DA LIDERANÇA

Robson do Boa Morte

Manhã
Leitura bíblica: 1 Reis 11.26-40

Uma preciosa lição aprendida na Bíblia, desde nossa infância, é que o


poder pertence a Deus. Fonte do poder, Ele o aplica para a realização
de sua vontade soberana e para a sua glória.

Na sua soberania e vontade perfeitas, o Senhor concede a humanos,


em variadas situações da vida, algum poder para ser usado conforme
os propósitos divinos. Algumas pessoas recebem, por exemplo,
autoridade sobre outras, como ocorre com os que governam as nações.
Em Romanos 13.1, lemos que “não há autoridade que não venha de
Deus” ou que não tenha nele sua origem. Quem recebe uma tarefa que
envolva poder também leva consigo a obrigação de realizar a vontade
daquele que delegou tal capacidade de agir. É o inseparável binômio
dos direitos e deveres!

O Senhor acabara de destituir o rei Salomão, que pecou ao cultuar


Astarote, a deusa dos sidônios. Deus, então, escolheu Jeroboão para
reinar, a quem ele concedeu poder. No ato, Deus declarou ao novo
monarca que o abençoaria e faria prosperar o seu reinado e a sua casa,
desde que ele - como rei escolhido - guardasse as leis e mandamentos
(1 Reis 11.37-38). Mas, coroado, Jeroboão se esqueceu daquele que
é o Dono do Poder e viu como sua a autoridade do cargo que lhe
83
fora confiada. O poder corrompe! Como disse Lord Acton, “o poder
absoluto corrompe absolutamente”. Aconteceu com Jeroboão: ouviu
o seu coração, ignorando a instrução do Senhor. Assim, afastou a
adoração a Deus de Jerusalém, edificando altar em Siquém. Preocupado
politicamente com Roboão, rei de Judá, fez dois bezerros de ouro,
edificou santuários nos altos e constituiu sacerdotes fora dos filhos
de Levi, além de outros pecados. Uma avalanche de atos desastrados
pelas mãos de um rei ungido por Deus. Quantas vezes nossa cegueira e
imprudência deturpam o bem que Deus nos faz?

Pergunta 108 do Catecismo Maior de Westminster (1648) – Quais


são os deveres exigidos no segundo mandamento?
R: Os deveres exigidos no segundo mandamento são: receber, observar
e guardar, puros e inalterados, todo o culto e todas as ordenanças
religiosas que Deus instituiu na sua Palavra, especialmente a oração
e as ações de graças em nome de Cristo; a leitura, a prédica e o ouvir
da Palavra; a administração e a recepção dos sacramentos; o governo
e a disciplina da igreja; o seu ministério e a sua manutenção; o jejum
religioso; jurar em nome de Deus e fazer os votos a ele; bem como
desaprovar, abominar e opor-se a todo culto falso, e, segundo a posição
e a vocação de um, a eliminação de tal culto e de todos os símbolos de
idolatria.

Oração:
Ó, Senhor Deus, tu és o Todo-Poderoso, por isto te adoramos! Somos-
te gratos por estarmos em teu Reino. Ajuda-nos a realizar a tua vontade,
pelo uso correto de qualquer poder que confiares às nossas mãos. Por
Jesus, Senhor e Salvador, amém.

84
Dia 19

APARÊNCIA DE
PIEDADE COMO
ESTRATÉGIA DE PODER

Robson do Boa Morte

Noite
Leitura bíblica: I Reis 12.25-33

Jeroboão chegou ao poder quando seu antecessor, o notável rei Salomão,


pecou contra Deus e caiu em idolatria. Este acontecimento foi uma
vívida lição de como um rei não deveria se comportar. Mas o novo rei
não parece ter apreendido com os erros de Salomão, porque foi pelo
mesmo caminho de afastamento de Deus. Quem olhava para Jeroboão
via nele um rei com a pompa e as circunstâncias da vida, em seu palácio
e frota. Mas ele era alguém a quem o Senhor Deus concedera poder
para que liderasse o povo e os negócios do país com a inteligência e
destreza de um verdadeiro monarca. Infelizmente, este rei desprezou
o fato de ter sido escolhido por Deus para reinar e coroado para o
exercício das funções reais. Acima de tudo, Jeroboão não valorizou o
poder e autoridade pertencentes a Deus, que foram postos nele, rei
temporal, apenas para que conduzisse tudo em fidelidade ao Senhor dos
senhores. Sempre que um filho de Deus olha para si mesmo mas deixa
de ver sua própria insignificância diante da plena majestade do Senhor,
tal pessoa se encontra em um imenso perigo, à beira de um abismo.
Assim estava Jeroboão que, então, deu um passo adiante! Pensou que
poderia ser um rei segundo o seu próprio e enganoso coração, o que
o levou ao desastroso caminho da idolatria e inimizade com Deus. Na
prática, o grande fato de ter sido ungido rei foi totalmente desvirtuado,
sendo pervertida a liderança para a qual Jeroboão tinha sido escolhido.
85
É grande loucura o não reconhecimento e o menosprezo do que Deus
faz por nós, nossa família e durante a nossa vida!

Pergunta 110 do Catecismo Maior de Westminster (1648) – Quais


sãos as razões anexas ao segundo mandamento para lhe dar maior
força?
R: As razões anexas ao segundo mandamento, para lhe dar maior força,
contidas nestas palavras: “Porque eu sou o Senhor, teu Deus, Deus
zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta
geração daqueles que me aborrecem e faço misericórdia até mil gerações
daqueles que me amam e guardam os meus mandamentos”, são, além da
soberania de Deus sobre nós, e o seu direito de propriedade sobre nós,
o seu fervoroso zelo pelo culto a si mesmo, a sua indignação vingadora
contra todo falso culto, considerando-o uma prostituição espiritual,
tendo os violadores desse mandamento como odiando-o e ameaçando
puni-los por várias gerações, e tendo por amigos os que guardam os
seus mandamentos, prometendo-lhes a misericórdia até mil gerações.

Oração:
Ó, Senhor, rei das nações! Bendizemos o teu nome pelos grandes feitos
que tens realizado em nossas vidas, em especial a nossa salvação por
meio da cruz de teu Filho! Pedimos a tua benção sobre todos os que
ocupam cargos de governo ao redor do mundo. Abençoe os pais, como
líderes de seus lares, e aos filhos, que tanto carecem de direção sábia.
Em nome de Jesus, nosso Rei, amém.

86
Dia 20

O PODER DO
EVANGELHO PARA
TRANSFORMAR HISTÓRIAS
FAMILIARES

Everson Pereira

Manhã
Leitura bíblica: 2 Reis 22.19

O que se esperar de um garoto imberbe de oito anos? Quais


características deveria possuir um infante para governar, mesmo sendo
muito novo? Josias, ainda menino, assume a responsabilidade de corrigir
rotas e reestruturar os caminhos destruídos pelo seu pai e avô, ambos
afrontadores declarados de Deus. É inimaginável supor que a força de
alguém demasiado fraco e sem maturidade suficiente pudesse trazer
despertamento para uma família, muito menos para todo um reino.
Josias, ainda menino, mas já com o coração completamente consagrado
a Deus, lança os fundamentos para o seu governo. O tipo de material
de que são feitos esses alicerces são humilhação e arrependimento. Os
dois componentes básicos são conhecidos por Deus. Ele é compassivo e
longânime em irar-se (Sl 103.8). Na reconstrução da família de Josias,
que poderia ser a nossa, não se pode perder tempo com distrações
intelectuais, encantamentos religiosos ou frieza espiritual. Tudo isso
existia e contaminava a família de Josias e toda a tribo de Judá. O
menino, que tornou-se homem em reconstruções, não sucumbe à
tentação do comodismo ou ao fatalismo paralisante. Ele se coloca de
pé, reconhece os erros, avalia as consequências e a gravidade do pecado
e decididamente confia em Deus para promover mudanças profundas.
Antes de começar, no entanto, ele se humilha, rasga suas vestes e recebe
um SIM de Deus. O Sol da Justiça passa a brilhar em nossas casas
87
quando a janela do arrependimento se abre para novos começos, não
importando se o clamor nasce dos lábios juvenis ou do grito de anciãos.
Deus vê o coração (1 Sm 16.7).

Pergunta 87 do Breve Catecismo de Westminster (1647) – O que é


arrependimento para a vida?
R: Arrependimento para a vida é uma graça salvadora, pela qual o
pecador, ao ter verdadeira consciência do seu pecado e percepção da
misericórdia de Deus em Cristo, se enche de tristeza e de horror pelos
seus pecados, abandona-os e volta-se para Deus, inteiramente resolvido
a prestar-lhe nova obediência.

Oração:
Pai, corro para os teus braços, e confesso que preciso reconstruir
relacionamentos familiares, renunciar às crenças que me afastam do
Senhor e me impedem de receber teu perdão. Humilho-me diante de
ti, e pela fé, sou agraciado pelo teu amor regenerador. Estou preparando
meu coração para viver um novo tempo em minha casa.

88
Dia 20

O PODER DO
EVANGELHO PARA
TRANSFORMAR HISTÓRIAS
FAMILIARES

Everson Pereira

Noite
Leitura bíblica: 2 Reis 23.2

Qual grande motivo poderia reunir toda a família nos dias atuais?
Em meio aos avanços tecnológicos e ao estilo de vida acelerado, parar
pode soar estranho. Como gerar unidade dentro de estilos diferentes,
visões antagônicas e gerações aparentemente tão distantes? Josias, ainda
jovem, apregoa uma reunião solene para algo ainda mais respeitoso. A
pauta da reunião era uma só: ler o Livro da Aliança. Em sua jornada
de restauração social, ética e espiritual não poderia haver outro código
de conduta mais apropriado para trazer alegria ao povo. Josias reúne
os mais velhos, ajunta os meninos e as meninas; chama os homens de
negócios e os trabalhadores; não se esquece dos sacerdotes e profetas e
abre a Lei de Deus. Os fundamentos da palavra de Deus restauraram
Judá e transformaram famílias. Os segredos de Deus precisam ser
redescobertos em nossos dias. Como Josias, pais e mães são chamados
a convocarem uma reunião solene, que pode ser em volta do fogão de
lenha ou no sofá de casa, para juntos alegrarem-se na penetrante e atual
Lei de Deus. Este tempo de restauração precisa do despertamento dos
líderes em suas famílias. Homens e mulheres dispostos a sacrificarem
suas vidas para cumprirem um propósito nobre de restauração,
empunhando uma espada que sempre deve ser manejada, ainda que
alguns a tenham por esquecida ou enferrujada.

89
Pergunta 89 do Breve Catecismo de Westminster (1647) – Como a
Palavra se torna eficaz para a salvação?
R: O Espírito de Deus torna a leitura e, especialmente, a pregação da
Palavra, meios eficazes para convencer e converter os pecadores, bem
como para os edificar em santidade e consolo, por meio da fé para
salvação.

Oração:
Senhor, Tua palavra é vida para minha família. Ajuda-me a não
negligenciar os momentos de encontro e aprendizado em torno das
sagradas e eternas Escrituras. Comprometo-me a ser um restaurador em
minha casa. Somente os teus princípios podem trazer paz, esperança e
alegria para minha vida e meus familiares.

90
Dia 21

A CORAGEM DE
UMA FAMÍLIA QUE
TEME AO SENHOR

Davi Charles Gomes

Manhã
Leitura bíblica: 2 Crônicas 22

Tradição, lutas de poder e uma família disputando entre si um


importante trono. Essa não é mais uma dessas sagas de época feita
para televisão. Antes, é o relato oferecido em 2 Crônicas 22 sobre
Jeosabeate, Joiada e Atalia, e suas disputas pelo trono de Jerusalém;
o enredo sobre o momento em que houve a vacância do trono de
Jerusalém com a morte de seu rei. Diante da conveniência, Atalia
usurpa o trono, ordenando a morte de toda a descendência real da
casa de Judá. Em meio à carnificina, uma mulher de extrema coragem,
Jeosabeate, esposa do sacerdote Joiada, subtrai um dos meninos que
haveria de ser assassinado e o esconde. Esta família passa a proteger
e cuidar da criança, cujo nome é Joás. No tempo oportuno, Deus
executa o seu juízo sobre Atalia. Joaida, provido de coragem, reúne
um exército fiel a Deus, vinga a maldade de Atalia e o menino Joás se
torna rei de Jerusalém. Indubitavelmente, precisamos de coragem para
enfrentar as pessoas más e as ameaças de morte. Contudo, é necessário
ainda mais empenho para temer a Deus e coragem elevada para fazer
a sua vontade. Afinal, o mestre Jesus eloquentemente asseverou: “Não
tenham medo dos que matam o corpo, mas não podem matar a alma.
Antes, tenham medo daquele que pode destruir tanto a alma como o
corpo no inferno” (Mt 10.28). Portanto, cabe à família cristã temer
a Deus ao invés dos homens. Esta atitude de fidelidade converte-se
91
em uma forma singular de adoração e serviço ao Senhor. Sobretudo, o
temor a Deus é, paradoxalmente, um nobre ato de coragem.

Pergunta 105 do Catecismo de Heidelberg (1563) – O que Deus


exige no sexto mandamento?
R: Que eu não devo desonrar, odiar, ferir ou matar o meu próximo,
seja eu pessoalmente, ou por meio de outros, mas que devo abandonar
todo desejo de vingança; e também que eu não fira a mim mesmo,
e nem deliberadamente me exponha a qualquer perigo. Para isso, as
autoridades dispõem de armas para evitar homicídios.

92
Dia 21

A CORAGEM DE
UMA FAMÍLIA QUE
TEME AO SENHOR

Davi Charles Gomes

Noite
Leitura bíblica: 2 Crônicas 24:4-14

As nódoas das lutas de poder mancham grande parte da experiência


de todas as narrativas humanas. Até mesmo os discípulos de Cristo
entraram numa discussão “sobre qual deles parecia ser o maior”
(Lc 22.24). Não bastasse isso, Tiago e João fizeram uma solicitação
particular a Jesus Cristo, registrada por Marcos: “Permite que, na
tua glória, nos assentemos um à tua direita e o outro à tua esquerda”
(Mc 10.37). O poder, afinal, é sedutor!

Deste modo, na gana por supremacia, Atalia foi muito além dos
discípulos de Cristo, ensejando a morte cruel de todos que estavam
em sua trajetória. A ambição desta mulher, mãe do falecido rei Acazias,
foi controlada por uma ação providencial do verdadeiro e único
soberano Senhor Deus, como governante supremo que tudo vê, sabe
e conduz. Sendo assim, a família de Jeosabeate e o sacerdote Joiada
foram instrumentos em suas mãos para vindicar a ruína daqueles que
cairiam nas impiedosas garras de Altalia. O indefeso Joás foi acolhido
pela família dos destemidos Jeosabeate e Joiada que, verdadeiramente,
desafiaram a perversidade de Atalia. Ademais, a coragem desta família,
que sinceramente desejava fazer a vontade de Deus, foi coroada quando
Joás assumiu o trono e restaurou a Casa do Senhor, um momento de
grande louvor conforme o texto bíblico. Todavia, Joiada veio a falecer
93
e o coração de Joás se inclinou para o mal (2 Cr 24.17-18). O Senhor
enviou profetas para exortá-lo, mas ele não deu ouvidos à Palavra de
Deus. Enfim, Joás morreu e foi sepultado com desonras. Portanto, as
ameaças sedutoras do poder podem enredar nossos filhos. Famílias
fortes, corajosas e tementes a Deus não podem se descuidar da instrução
na Palavra, para que, assim, seus filhos não venham a se desviar do reto
caminho, dando ouvidos aos encantos do poder.

Pergunta 106 do Catecismo de Heidelberg (1563) – Esse


mandamento trata somente de assassinato?
R: Ao proibir o assassinato, Deus nos ensina que ele detesta as causas
dele, ou seja, a inveja, o ódio, a ira e o desejo de vingança, e que ele
considera tudo isso como homicídio.

94
Dia 22

O AMOR
SACRIFICIAL
DO MARIDO

Wilson Porte Jr

Manhã
Leitura bíblica: Oséias 2.16

Conhecer a história de Oséias e sua esposa traz um aperto ao coração


de qualquer homem. Mesmo o mais temente ao Senhor não gostaria
jamais de passar pelo que o profeta passou. Oséias foi chamado para
ser uma ilustração do quanto Deus era traído e humilhado por sua
“esposa”, a nação de Israel. O tempo todo, as ilustrações apresentam
alguém que ama profundamente, porém que não é correspondido.
Além disso, ele é constantemente traído por sua esposa.

Mesmo após usar Oséias como ilustração do que aconteceria com Israel,
devido à sua traição, e mesmo depois do profeta ter experimentado todo
tipo de humilhação e traição que, certamente, feriram seu coração, o
Senhor anuncia que trataria seu povo com misericórdia.

A misericórdia do Senhor é a prova de seu amor sacrificial e


incondicional por sua esposa. Diante de um pacto estabelecido,
somente um inconsequente volta atrás. Embora tenha sido traído por
sua “esposa”, Deus – por causa de sua própria natureza – jamais poderia
devolver com a mesma moeda.

Antes, decidiu amá-la, perdoá-la e estabelecer a restauração. Seu amor


a constrangeria e ela voltaria a chama-lo de “Meu Marido”. Se Deus
95
assim tratou aquela a quem ele chamou de sua esposa, não é de modo
diferente que ele espera que nós, maridos, amemos a nossa. A prova
deste amor é o sacrifício, o perdão e a fé de que, em Deus, tudo sempre
pode ser restaurado.

Pergunta 108 do Catecismo de Heidelberg (1563) – O que o sétimo


mandamento nos ensina?
R: Que toda impureza é amaldiçoada por Deus; e que, portanto,
devemos detestá-la do fundo do nosso coração, e viver de modo puro e
disciplinado, sejamos casados ou solteiros.

Oração: Salmo 119.129 - Senhor, tua palavra diz que os teus


testemunhos são maravilhosos. Observar tua lei traz alegria e desafios
ao meu coração. Eu confesso minha absoluta falta de condições de ser
como tu és. Mas te dou graças, pois tua Palavra diz que o Senhor é a
minha força. Assim, te peço que me torne um imitador do Senhor e do
teu amor. Que meu coração possa sempre amar minha esposa como o
teu ama o teu povo. Amém.

96
Dia 22

ARREPENDIMENTO
RESTAURADOR

Wilson Porte Jr

Noite
Leitura bíblica: Oséias 6.4

O arrependimento é um dom de Deus. No entanto, nosso coração pode


fingi-lo também. É comum que diante de uma discussão ou de uma
traição, ouçamos um pedido de perdão. Em um primeiro momento,
não acreditamos na sinceridade de quem nos fala. Nosso coração tem
dificuldade em acreditar no arrependimento, pois sabe por experiência
própria que, quando nós mesmos estamos pedindo perdão, nem
sempre somos verdadeiros. Assim, criamos barreiras para a restauração
de nosso lar. Quando penso em Oséias, penso em um homem que
constantemente buscou sua esposa e procurou perdoá-la e trata-la com
amor. Imagino que ela deve ter lhe dito sobre o amor dela por ele, que
nenhum homem faria por ela o que Oséias fazia constantemente.

Usando a vida do profeta como uma ilustração, Deus mostra à sua


esposa o quanto o amor dela era fugaz, o quanto o arrependimento que
mostrava não era sincero e, por isso, sempre voltava aos mesmos erros.
Nós também somos assim. No entanto, aprendemos com Deus e sua
Palavra que precisamos buscar diariamente o arrependimento que vem
de Deus, o arrependimento que não nos faz voltar ao mesmo erro de
sempre na manhã seguinte. Devemos pedir que o arrependimento em
nosso coração e no coração de nossa esposa seja conforme a tristeza que
vem de Deus. Isso será restaurador e transformador para nossos lares.
97
Pergunta 109 do Catecismo de Heidelberg (1563) – Mas Deus,
nesse mandamento, proíbe somente o adultério e outros pecados
vergonhosos?
R: Como o nosso corpo e a nossa alma são o templo do Espírito Santo,
Deus quer que os conservemos puros e santos; portanto, ele proíbe
todos os atos, gestos, palavras, pensamentos e desejos impuros, e tudo
o que possa atrair o homem para esses pecados.

Oração:
Salmo 51.10 - Senhor, tua Palavra diz que o Senhor é poderoso para
criar em mim e em minha esposa um coração puro, que teu braço é
poderoso para renovar nosso espírito. Eu confesso que muitas vezes
o meu arrependimento não é verdadeiro e que tenho dificuldade até
mesmo em acreditar em quem me pede perdão. Por isso, peço que em
meu casamento sempre exista o arrependimento que vem do alto. Que
o Senhor nos conceda esta graça a fim vivamos para a tua glória e para
a nossa alegria. Amém.

98
Dia 23

O AMOR
SACRIFICIAL
DO PAI

Wilson Porte Jr

Manhã
Leitura bíblica: Oséias 11.4

O amor de Deus por seus filhos é algo inimaginável. A forma como ele
descreve esse amor e cuidado sobre os filhos de Oséias nos surpreende.
Longe de nós tentarmos compreendermos toda a complexidade do
pecado na nação de Israel, mas quero lhe chamar a atenção para a forma
como Deus decide se revelar aos seus filhos, forma como Oséias também
deveria amar os seus, mesmo sendo fruto de um relacionamento tão
complicado.

No capítulo 11, o Senhor revela que o amor que tem por seus filhos
é um amor sacrificial. Dessa forma, este amor não é um amor que
espera, passivo, e aguarda sempre do outro uma atitude para que possa
também demonstrar amor. O amor de Deus é ativo, é proativo, ele
atrai para si, ele toma nos braços e sempre vem incondicionalmente em
nossa direção.

Por que é que Deus revela este amor por nós em sua Santa Palavra?
Creio que, uma das razões, é para que saibamos com que imensidão
somos amados. Por outro lado, creio que Deus assim se apresenta a fim
de que saibamos como Ele espera que nos amemos uns aos outros. De
um modo especial, este texto deve chamar a atenção de todos os pais.
Se Deus usou um pai, Oséias, para por meio dele demonstrar seu amor
99
sacrificial por seus filhos, creio que ele espera isso de você e de mim,
como pais, com nossos filhos também.

Pergunta 33 do Breve Catecismo de Westminster (1647) – O que é


justificação?
R: Justificação é um ato da livre graça de Deus, no qual ele perdoa
todos os nossos pecados e nos aceita como justos diante dele, somente
por causa da justiça de Cristo a nós imputada, e recebida só pela fé.

Oração:
Salmo 128.1 - Senhor, tua palavra diz que bem-aventurado é aquele
que teme o Senhor e anda nos seus caminhos. Eu confesso que sem ti
não posso viver, muito menos amar. Mas te dou graças porque contigo
aprendo o amor e a sabedoria. Ajude-me a amar como o Senhor me
ama, a cuidar e educar como sou educado por ti. Que meus filhos
aprendam a te amar vendo o meu amor por ti, e que eles amem os teus
caminhos até o último de seus dias. Amém.

100
Dia 23

AMOR QUE
NÃO ABANDONA

Wilson Porte Jr.

Noite
Leitura bíblica: Oséias 11.8

O abandono talvez seja um dos maiores medos de uma criança. As que


já foram abandonadas, ou por alguma razão perderam seus pais, sofrem
de uma dor impossível de ser compreendida por alguém que nunca
viveu a rejeição. Rejeições se dão por diversas razões. É do coração
humano rejeitar aquilo que não lhe agrada. Somos assim porque Deus
é assim. Deus rejeita o pecado porque o odeia, porque ofende sua santa
natureza. Nós, feitos à imagem e semelhança de Deus, somos muitas
vezes tentados a rejeitar também. Rejeitamos porque fomos traídos,
porque não fomos obedecidos, ou simplesmente porque cansamos.
Mas o que é que Bíblia mostra para nós? O livro de Oséias também nos
apresenta um Deus que, mesmo após ver seus filhos o rejeitando, lhes
questiona sobre o que eles acham que Ele lhes faria. O que se esperaria
de um pai que é rejeitado e desobedecido por seus filhos? O que se
esperaria de Oséias diante de seus filhos?

O que vemos no verso oito é um Deus e Pai que nunca nos abandona,
que nunca nos trai, que nunca nos entrega à rua e à miséria. Com
este Deus, aprendemos nós também o que o Senhor espera de nós,
de nossas atitudes, de nosso coração, de nosso amor por nossos filhos
rebeldes. Deus espera que O imitemos, por mais que nossos corações de
pais traídos e rejeitados nos leve para outra direção. Deus nos honrará.
101
Pergunta 35 do Breve Catecismo de Westminster (1647) – O que é
santificação?
R: Santificação é a obra da livre graça de Deus, pela qual somos
renovados em todo nosso ser, segundo a imagem de Deus, e habilitados
a morrer cada vez mais para o pecado e a viver para a retidão.

Oração:
Salmo 125.1-2 - Senhor, tua palavra diz que os que confiam no Senhor
estarão seguros para sempre. Eu reconheço minha fraqueza e limitação,
até mesmo para amar. Te dou graças porque o Senhor me ama apesar
de minhas falhas. Que meu amor por meus filhos seja como o teu por
mim, e que a tua proteção seja sobre eles como é sobre todos os que
te buscam. Que debaixo de tua proteção eles venham a conhecer o teu
imenso amor. Amém.

102
Dia 24

A INCREDULIDADE
HUMANA E A
FIDELIDADE DE DEUS

Robson do Boa Morte

Manhã
Leitura bíblica: Lucas 1.66

Poucas alegrias, por sua intensidade, podem ser comparadas à de


ser pai ou ser mãe. O momento em que sabemos da paternidade ou
maternidade em nossa vida é sem igual! A Palavra de Deus traduz o
valor dessa dádiva bendita ao declarar, no Salmo 127.3: “Os filhos são
herança do Senhor, uma recompensa que ele dá”. Há muitos séculos,
um casal de vida exemplar e muito piedosa diante de Deus, já tendo
a idade avançada, não tinha filhos. O homem ainda pedia ao Senhor
Deus que sua mulher pudesse dar à luz um descendente. Certo dia,
enquanto realizava seu ofício de sacerdote, Zacarias foi visitado por
um anjo. Cheio de medo, ouviu a notícia que vinha sendo o objeto
de suas contínuas orações: um bebê estava a caminho de seu lar! E o
anjo não economizou boas-novas: “tua mulher te dará um filho; em ti
haverá prazer e alegria; muitos se regozijarão com o nascimento; ele será
grande diante do Senhor (...) e converterá muitos dos filhos de Israel ao
Senhor, seu Deus (...)”. Qual a reação de Zacarias? Duvidou, alegando
serem ele e sua esposa já muito idosos. O anjo Gabriel salientou que
falava da parte de Deus. E notificou aquele pai de que ele ficaria mudo
até o dia em que aquele anúncio se cumprisse! A incredulidade é
mostrada na Bíblia e muito a vemos fora dela. Nem todas as pessoas
têm fé e os filhos de Deus têm o dever de desenvolver a sua salvação,
com temor e tremor (Fp 2.12), buscando o aumento de sua fé. Nosso
103
Deus é imutável e sempre cumpre as suas promessas, assim, completado
o tempo, Isabel, teve o seu filho. Ao oitavo dia, outros quiseram pôr no
rebento o nome de Zacarias, ao que Isabel, a mãe retruca: será João!
Perguntado, Zacarias dá sua opinião numa tabuinha: seu nome será
João. Por estar isto conforme o anjo dissera, logo Zacarias recobrou a
voz, já louvando ao Senhor! Deus cumpriu sua promessa, mas a tarefa
dada àqueles pais tinha outra etapa. Como na parábola dos talentos, a
herança recebida deveria ser cuidada. Esta é a missão da família.

Pergunta 21 do Catecismo de Heidelberg (1563) – O que é a


verdadeira fé?
R: A verdadeira fé é não só um certo conhecimento, pelo qual eu tenho
como certo tudo o que Deus nos revelou na sua Palavra, mas também a
plena confiança, que o Espírito Santo opera por meio do evangelho no
meu coração, de que, não só a outros, mas também a mim a remissão
dos pecados, a justiça eterna e a salvação são dadas gratuitamente por
Deus, somente pela graça, só pelos méritos de Cristo.

Oração:
Pai celeste, nós adoramos a ti e louvamos o teu nome porque tens
sido o Deus de nossos pais e de nossos filhos! Na infalibilidade de tuas
promessas, ancoramos a felicidade de nossos familiares, rogando que
abençoes a tantos que não têm gozado desta bênção. Oramos no nome
de teu Filho, amém.

104
Dia 24

A INCREDULIDADE
HUMANA E A
FIDELIDADE DE DEUS

Robson do Boa Morte

Noite
Leitura bíblica: Lucas 1.66

Ser pai e mãe vai muito além do privilégio biológico de trazer nossos
filhos à existência! E essa condição, o ter filhos – levando em conta todo
o quadro de responsabilidades que isso acarreta –, tomou sobre si ainda
mais peso e relevância nos últimos tempos.

Cremos que a quebra dos padrões morais e de conduta que antes


balizaram a educação dos filhos pelos pais é uma enferma realidade que,
de modo claro, tem dado seus frutos na sociedade atual, notadamente
neste mundo ocidental. O contínuo desprezo pelos princípios e
valores que serviram à educação das crianças para uma formação para
a integridade, hoje, traz um leque de malefícios sobre os nossos filhos,
quando entregues à educação contemporânea, cujo foco é a autonomia
da criança. Esta prática – claramente oposta à segura orientação da
Palavra de Deus: “Ensina a criança no caminho em que deve andar
e, ainda quando for velho, não se desviará dele” (Pv 22.6 - ARA) –
tem sido implantada, projetando danos irreversíveis às crianças de hoje
e adultos num futuro próximo. No episódio do nascimento de João
Batista – cuja chegada evidenciou a infalibilidade do que Deus diz,
mesmo diante do ceticismo dos que ouvem isso – houve grande temor
diante do que se viu naquela família. E uma expectativa foi gerada em
muitos corações: “(...) o que virá a ser, pois, esse menino?” Ainda hoje,
105
essa não é uma preocupação estranha aos corações de pais conscientes
do seu papel na família. Sabemos que sobre nossos ombros está o dever
intransferível de educá-los no temor do Senhor, preparando-os para a
vida. Não há motivo para desesperança se temos nos guiado conforme
a instrução divina. Graças a Deus, dentro do Pacto da Aliança, nossos
filhos estão sob a bênção do Senhor, cabendo-nos educá-los, deles
cuidando como tesouro divino confiado às nossas mãos.

Pergunta 86 do Breve Catecismo de Westminster (1647) – O que é


fé em Jesus Cristo?
R: Fé em Jesus Cristo é uma graça salvadora, pela qual o recebemos
e confiamos só nele para a salvação, como ele nos é oferecido no
Evangelho.

Oração:
Pai de Amor, nós louvamos a ti. Perdoe-nos naquilo que falhamos na
educação dos filhos que nos deste. Abençoe os nossos lares, cuida dos
filhos pródigos que estão longe de seus lares e abra o coração de seus
pais, em amor. Em nome de Jesus, amém.

106
Dia 25

JOSÉ, O ADOTANTE

Guilherme Reggiani

Manhã
Leitura bíblica: Mateus 1.16 e Lucas 3.23

Você já parou para pensar na importância de José para a história de


Jesus? Ele não foi somente um homem que, por acaso, era esposo da
mãe do nosso Senhor. Não! José foi legítimo pai de Jesus, e era essencial
que fosse assim. Perceba que a genealogia retratada por Mateus enfatiza
exatamente o fato de Jesus ser descendente de José. Veja que muito
embora José não tenha gerado Jesus, ele, como pai adotivo, é essencial
para que diversas profecias se cumprissem quanto à origem do nosso
Senhor.

Lembrar de José como pai adotivo nos faz admirarmos este homem,
que teve sua vida completamente tumultuada por um filho “que não
era seu”. José precisou enfrentar os preconceitos de se casar com uma
noiva virgem e mãe; ter que fugir e mudar de cidade por conta do bebê
que carregavam, além de ser zombado até o fim de sua vida, como o
pobre carpinteiro, cujo filho afirmava ter descido do céu (João 6.42).
José, pai de Jesus, deve nos fazer lembrar do nosso próprio pai adotivo,
que também enfrentou todos os seus inimigos por amor ao seus filhos
adotivos.

Pergunta 74 do Catecismo de Heidelberg (1563) - O que é adoção?


R: Adoção é um ato da livre graça de Deus, em seu único Filho Jesus
107
Cristo e por amor dEle, pelo qual todos os que são justificados são
recebidos no número dos filhos de Deus, trazem o seu nome, recebem o
Espírito do Filho, estão sob o seu cuidado e dispensações paternais, são
admitidos a todas as liberdades e privilégios dos filhos de Deus, feitos
herdeiros de todas as promessas e coerdeiros com Cristo na glória.

108
Dia 25

JESUS, O ADOTADO

Guilherme Reggiani

Noite
Leitura bíblica: João 1.45

Não confunda as coisas: Jesus não foi gerado de José; Jesus não tinha o
sangue de José. Mas ainda assim, Jesus era legítimo filho de José. Não
somente pelos relatos das genealogias que mostram a descendência legal
de Jesus por meio de José, mas também o reconhecimento público e
social de que ele era o filho do carpinteiro (Lc 13.55).

A imagem do Jesus adotado, embora não tão enfatizada na literatura


e nos púlpitos cristãos, é uma bela e importante mensagem do nosso
Redentor: Ele, tendo tudo, se tornou filho adotivo de um pobre
carpinteiro, para que nós, não tendo nada, fôssemos tornados filhos
adotivos do Rei dos Reis e Senhor dos Senhores (Gl 4.5).

Nós também não temos o sangue do nosso Pai adotivo. Aliás, por
natureza, somos filhos da ira (Ef 2.3), isto é, do próprio Satanás. Pela
graça de Deus, porém, a filiação não se dá somente pelo sangue ou pela
natureza, mas também pelo ato gracioso do pai que recebe e sentencia
a adoção de alguém que não nasceu filho. Que grande maravilha é
lembrarmos que o nosso irmão, Jesus, também foi filho adotivo nesta
terra e que, por meio dele, hoje podemos também ir ao nosso pai adotivo
e clamar “Aba, Pai”, com a plena confiança de que ele nos receberá, não
como “filhos do inimigo”, mas como seus legítimos filhinhos.
109
Confissão de Fé de Westminster (1647) - Capítulo XII, Seção 1 –
Da adoção:
A todos que são justificados, Deus é servido, em seu único Filho
Jesus Cristo e somente por ele, fazer participantes da graça da adoção.
Pela graça eles são recebidos no número dos filhos de Deus, gozam
de liberdade e privilégios; têm sobre si o nome de Deus e recebem
o Espírito de adoção, têm acesso com confiança ao trono da graça
e são habilitados a clamar: Aba, Pai. São tratados com comiseração,
protegidos, providos e por ele corrigidos, como por um pai; nunca,
porém, abandonados, mas selados para o dia da redenção, e herdam as
promessas, como herdeiros da eterna salvação.

110
Dia 26

A CENTRALIDADE
DE CRISTO NO
CULTO DOMÉSTICO

Valter Reggiani

Manhã
Leitura bíblica: Lucas 18.15,16

Cristo deve ser o centro de nosso culto doméstico, e nossa vida doméstica
deve ser um culto. Cristo deve ser o centro de nossa vida doméstica.
Quando reservamos um tempo de qualidade para, em família, prestarmos
um culto de louvor ao Senhor, nunca podemos nos esquecer de que Cristo
deve ser o centro de nosso culto, pois ele é o Emanuel, o Deus Encarnado,
o único meio pelo qual nos aproximamos do Pai. Não há culto a Deus
sem Cristo. As crianças, assim como nós, precisam ser levadas a Cristo
para chegarem ao Pai, mas muitas vezes elas são impedidas de irem a
Cristo, pois há negligência no ensino, há erro no ensino, além do próprio
coração da criança que já nasce contaminado pelo pecado.

A vida moderna, o entretenimento, o isolamento das pessoas e tantas


outras coisas podem levar ao relapso no ensino às crianças, impedindo-
as de serem levadas a Cristo. Mas corremos outro perigo, pois podemos
nos preocupar com a tarefa do culto, com a agenda, em cumprirmos
uma formalidade para desencargo de consciência e, mesmo assim,
impedirmos as crianças de irem a Cristo. Isso pode acontecer no culto
na igreja, nas aulas da escola dominical e também no culto doméstico.
Mas como? Lemos um texto das Escrituras, geralmente uma história
para que as crianças fiquem mais atentas e, na hora da aplicação, ao
invés de levá-las a Cristo as levamos à religiosidade ou à moralidade.
111
Lemos a história de José, Moisés, Josué e de qualquer outra personagem
bíblica e finalizamos assim: “você precisa ser como José, você precisa ser
como Moisés, você precisa fazer o que Josué fez, etc”. Com isso, sem
que percebamos, estamos impedindo as crianças de irem a Cristo, pois
mostramos a elas os seus pecados, mas que a solução está na mudança
de comportamento e não na necessidade de um Salvador. Grande
perigo. Grande risco. Em todos os momentos, precisamos lembrar
que nossos filhos precisam nascer de novo e não simplesmente serem
aperfeiçoados.

Pergunta 69 do Catecismo Puritano (1855) - O que é fé em Jesus


Cristo?
R: Fé em Jesus Cristo é a graça de Deus, pela qual recebemos e
descansamos só nEle para a salvação, como Ele anunciou no Evangelho.

Oração: “Com tremendos feitos nos respondes em tua justiça, ó Deus,


Salvador nosso, esperança de todos os confins da terra e dos mares
longínquos;” Salmos 65.5

112
Dia 26

A CENTRALIDADE
DE CRISTO NO
CULTO DOMÉSTICO

Valter Reggiani

Noite
Leitura bíblica: Efésios 1.10

Por que o nosso culto precisa ser centralizado em Cristo? Para


respondermos a essa pergunta, há necessidade de respondermos outra:
quem é Cristo? E para respondermos a essa questão, vamos recorrer a
Mateus 1.23: “Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele
será chamado pelo nome de Emanuel (que quer dizer: Deus conosco)”.

Cristo é o Deus encarnado, é o Deus que se fez homem e habitou entre


nós. A própria Palavra de Deus diz que ele é o centro de todas as coisas.
“Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois,
a glória eternamente. Amém!” Romanos 11.36.

Ele é o nosso redentor, aquele que entregou a sua vida por nós e venceu
a morte para que, através da sua ressurreição, nós tivéssemos a esperança
da ressurreição também. Deus, o Pai, só pode ser adorado através do
Filho, pois Deus, o Pai, é espírito e jamais ninguém viu ao Pai.

Vemos no nosso dia a dia que as pessoas não se importam quando


falamos a respeito de Deus, mas se incomodam quando falamos a
respeito de Cristo, justamente porque Cristo é o caminho para nos
achegarmos ao Pai, pois foi enviado para buscar aqueles que foram
entregues pelo Pai ao Filho.
113
Nosso louvor deve ser centralizado no Filho, pois ele é o nosso
Redentor. “Por isso, quem crê no Filho tem a vida eterna; o que,
todavia, se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre
ele permanece a ira de Deus” João 3.36.

Pergunta 20 do Catecismo Puritano (1855) - Quem é o Redentor


dos eleitos de Deus?
R: O único Redentor dos eleitos de Deus é o Senhor Jesus Cristo que
sendo o Filho eterno de Deus, se tornou homem, sendo e continuando
a ser Deus e Homem, com duas naturezas distintas e uma pessoa para
sempre.

Oração:
“As palavras dos meus lábios e o meditar do meu coração sejam
agradáveis na tua presença, SENHOR, rocha minha e redentor meu!”
Salmos 19.14. Senhor, que possamos manter sempre a nossa adoração
no seu Filho amado, para que possamos ser conduzidos à sua Glória,
através dele. Amém.

114
Dia 27

PAI NOSSO

Sandro Silva

Manhã
Leitura bíblica: Mateus 6.5-10

Jesus ensina seus discípulos a orar (e provavelmente a multidão que


o acompanhava também o ouviu) em seguida aos ensinamentos
do Sermão do Monte, quando a preocupação de Jesus era que seus
discípulos não agissem como os fariseus. Alguns o estavam seguindo
por causa dos milagres que Ele realizara, outros, indagando se Ele era
realmente o Messias que esperavam. A maneira de orar (evitando a
hipocrisia e as vãs repetições) e pelo que orar (Reino de Deus e nós
mesmos) são abordados na estrutura da oração que Jesus ensina seus
discípulos. Esta manhã vamos pensar sobre o primeiro bloco da oração.
Jesus nos mostra a quem devemos nos dirigimos em oração:
“Pai”: Deus Pai, todo poderoso, soberano, amoroso, justo, etc.
Sabendo para quem estamos dirigindo nossa oração, a nossa confiança
será naquele que nos adotou, nos salvou e nos justificou. Nos sentimos
encorajados a entregar nas mãos dele os nossos pedidos.
“Nosso”: Também nos mostra que fazemos parte de uma grande
família, pois nos é dito “Pai nosso”.
“Que estás nos céus”: E logo nos mostra a sua distinção dos pais
humanos, Ele é Pai Celeste. Os pais humanos são falhos, limitados,
erram na educação dos filhos. Mas o Pai que está nos céus é infalível,
amoroso, todo poderoso, distinto dos pais terrenos. A figura do pai nos
é mostrada para ilustrar o que Deus é.
115
“Santificando seja o teu nome”: Jesus nos ensina primeiro a orar pelo
Reino de Deus, nos instruindo ao alvo primário das nossas vidas, que
é a glória de Deus. É muito importante percebermos que Deus nos
instrui a primeiro pensar nele, depois a pensar no seu Reino, e por
último em nós.

O cuidado de Jesus ao modelar essa estrutura é que não sejamos egoístas.


Existem tantos motivos para orarmos, mas normalmente só lembramos
de orar por nós e por tudo o que queremos para nós. O importante é
que eu viva para que o Senhor seja glorificado em tudo aquilo que fizer.

“Venha o teu reino”: Aqui percebemos que a preocupação de Jesus


é com a expansão do Seu Reino. Ele quer que nós oremos pela obra
missionária. Que a sua obra seja completa, que seu nome seja conhecido
em todos os lugares do mundo. Um bom momento para você fazer
como Isaías: “Eis-me aqui, envia-me a mim”. Mas não esqueça que a
última frase do primeiro bloco da oração é “faça-se a tua vontade”. Toda
oração, em primeiro lugar, submete-se voluntariamente aos planos, aos
propósitos e à glória de Deus. Que privilégio podermos falar com o
Nosso Pai e cooperarmos com o cumprimento da sua vontade aqui e
em todos os lugares do mundo.

Pergunta 116 do Catecismo de Heidelberg (1563) – Por que a


oração é necessária aos cristãos?
R: Porque a oração é a parte principal da gratidão que Deus requer de
nós; e, também, Deus quer conceder sua graça e seu Espírito Santo
somente aos que continuamente lhe pedem e agradecem de todo o
coração.

116
Dia 27

PAI NOSSO

Sandro Silva

Noite
Leitura bíblica: Mateus 6.11-13

Vimos a primeira parte da oração pela manhã. Agora, veremos a


segunda parte da oração.
“O pão nosso de cada dia dá-nos hoje”: Deus nos promete aquilo que
é necessário para o nosso sustento. Ele nos ensina a pedir o alimento
mais básico, e, se for de sua vontade, Ele dará algo além do básico.
Mas, em todos os momentos, Deus trabalha em nós para querermos
tudo conforme a sua vontade. Diante disso, Ele sempre nos mostra que
podemos pedir suprimento pelas nossas necessidades básicas; isso está
em sua promessa. Se Ele lhe der uma mesa farta, com coisas que você
não havia pedido, isso se chama graça. Lembre-se que no dia que não
estiver com fartura na sua mesa, mas tiver só o básico, não é porque
Deus não te ama. Outro ponto importante e que devemos nos atentar,
é que Ele nos ensina a orar pedindo o pão todos os dias. Ele não diz
que nos dará em um só dia aquilo que precisamos o mês todo, mas que
devemos orar todos os dias pedindo pelo pão, nos ensinando a viver um
dia de cada vez. Ele pode dar o que quiser no dia de hoje, mas nos ensina
em todos os momentos que devemos confiar nele e a depender dele.

117
“Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado aos
nossos devedores”:
Aqui temos mais uma petição que não mais se refere ao alimento, mas
ao perdão de dívida. Apesar de sabermos que constantemente a palavra
dívida está ligada à área financeira, aqui, de forma figurada, ela se refere
ao “pecado” de modo que, neste contexto, as dívidas são espirituais.
Os pecadores são devedores a Deus pela violação de suas leis. Esse
pedido é o cerne da oração; o que Jesus enfatizou com palavras seguiu-
se imediatamente à oração. Isso nos mostra que a partir do momento
em que pecamos, nos tornamos devedores de Deus, pois ofendemos a
honra e entristecemos o nosso Criador, que é Santo. Assim, merecemos
o castigo, a disciplina de Deus por pecarmos contra Ele. Mas, sabemos
que não podemos pagar pelos nossos pecados. Precisamos nos arrepender
do pecado que cometemos contra Deus e pedirmos perdão a Ele. Nosso
pedido é que Deus tenha misericórdia de nós, pois sempre dependemos
dele para nos dar o pão, mas também dependemos dele para nos dar o
perdão. Deus está disposto a perdoar a cada um que tenha uma atitude
de humildade e quebrantamento diante dele. Uma coisa importante
que não prestamos a devida atenção é que Deus coloca uma condição
para nos perdoar. Ele nos faz olhar para dentro dos nossos corações para
pensarmos nas pessoas que tem nos feito algum mal, para saber se nós
temos perdoado da mesma maneira que queremos o perdão de Deus.
Ou seja, se queremos o perdão de Deus, devemos exercer o mesmo
perdão para com aqueles que nos ofenderam ou nos fizeram mal. Se
prestarmos atenção nos versículos finais, vamos entender aquilo que
acabamos de ler (leia Mt 6. 14-15). Aqui podemos entender claramente
que nosso perdão será concedido do mesmo modo que concedemos

118
perdão aqueles que nos ofendem. Isso nos mostra um ponto doutrinário
muito importante que somente aqueles que foram transformados pelo
Espírito Santo, ou seja, somente aqueles que são filhos do Pai que
está no céu e nasceram de novo podem perdoar verdadeiramente. Isso
mostra claramente que somos filhos dele e que nele e por meio dele
fomos regenerados. O perdão é uma expressão clara da obra redentiva
divina. Agora, se você guarda mágoa ou qualquer sentimento ruim de
pessoas que lhe fizeram mal, significa que você não nasceu de novo e
não entendeu de fato o perdão de Jesus na cruz pelos seus pecados.
“Não nos deixes cair em tentação; mas livra-nos do mal [pois teu é
o reino, o poder e a glória para sempre, Amém]!”:
Deus não tenta as pessoas, mas permite provações que as deixarão
expostas aos ataques de Satanás, como no caso de Jó e Pedro. Essa
petição reflete o desejo do crente de evitar totalmente os perigos do
pecado. Deus sabe quais são as necessidades de uma pessoa antes
mesmo de ela pedir e promete que ninguém será submetido a uma
prova além do que possa suportar. Ele também proverá um livramento
– muitas vezes pela perseverança. Mas, ainda sim, a atitude correta do
crente é a expressa nessa petição. Somos tentados diariamente, por
isso Deus nos ensina a pedirmos a proteção dele. Sejamos claros nas
tentações que sofremos, devemos escancarar as nossas áreas fracas, pois
só Deus pode nos proteger. E Deus termina mostrando que Ele é o Rei
Todo-Poderoso, o único que é capaz de fazer todas as coisas e o único
merecedor de toda honra e toda a glória. Amém!

Pergunta 185 do Catecismo Maior de Westminster (1648) – Como


devemos orar?
R: Devemos orar com solene apreensão da majestade de Deus e

119
profunda convicção da nossa própria indignidade, necessidade e
dos nossos pecados; com o coração penitente, grato e franco; com
entendimento, fé, sinceridade, fervor, amor e perseverança, esperando
nele com humilde submissão à sua vontade.

120
Dia 28

A PRIORIDADE DO
CULTO PÚBLICO

Ageu Magalhães

Manhã
Leitura bíblica: Lucas 2.41

No período bíblico, Israel contava com três grandes festas que


aconteciam uma vez ao ano: Páscoa, Pentecostes e Tabernáculos. Todo
judeu piedoso era obrigado a viajar até Jerusalém para participar destas
festas. As mulheres não eram obrigadas, mas Lucas registra que Maria
ia todos os anos juntamente com José à festa. Maria era uma mulher
piedosa e, por isso, participava desta edificante celebração juntamente
com seu marido e seu filho Jesus. Como um casal piedoso, além destas
festas, eles seguiam o mandamento de trabalhar seis dias e guardar o
sétimo para descanso e devoção ao Senhor. Podemos imaginar José,
Maria e o menino Jesus indo à sinagoga todos os sábados, como era o
costume dos judeus. Na sinagoga, à semelhança do que acontece em
nossas igrejas, havia uma liturgia simples composta de leituras bíblicas,
cânticos, orações, leitura e exposição da Palavra por um mestre, e a
bênção no final do culto. Foi dentro desta esfera de adoração semanal
que Jesus cresceu. Toda a semana eles iam adorar ao Senhor na sinagoga
e, algumas vezes, iam a Jerusalém para as festas religiosas. Quando
ficou adulto, Jesus manteve o costume de ir semanalmente à sinagoga
(Lc 4.16). A família de Jesus priorizava o culto público. Nós também
devemos dar total importância a isso. Todo o domingo deve ser gasto
com exercícios de adoração, devoção e descanso. Devemos descansar do
nosso trabalho e ir aos cultos e à Escola Bíblica Dominical. O domingo
121
não é nosso. Ele é o dia do Senhor e deve ser gasto em exercícios de
piedade. Quando nos dedicamos neste sentido, recebemos as bênçãos
do Senhor.

Pergunta 58 do Breve Catecismo de Westminster (1647) - Que exige


o quarto mandamento?
R: O quarto mandamento exige que consagremos a Deus os tempos
determinados em sua Palavra, particularmente um dia inteiro em cada
sete, para ser um dia de santo descanso a ele dedicado.

Oração:
Deus bendito, reconhecemos que tu és o nosso descanso. Só em
ti encontramos paz. Todavia, por vezes não guardamos os teus
mandamentos e negligenciamos nossos deveres. Assim, confessamos
nosso pecado. Perdoa-nos as vezes em que deixamos de ir à igreja
para ficarmos dormindo ou para irmos a outro compromisso que
poderia ter sido marcado em outro dia da semana. Perdoa-nos
quando nos interessamos tanto por um filme, uma série, um jogo,
mas demonstramos pouco interesse em ir a tua casa ouvir da tua
Palavra. Louvamos-te porque o Senhor instituiu a igreja, prescreveu os
elementos que formam o culto e estabeleceu homens para serem usados
por ti na pregação da palavra. Te louvamos também porque o Senhor
distribui dons e talentos que são usados na igreja nas áreas da música,
do ensino, da misericórdia e do governo da igreja. Pedimos ao Senhor
que abençoe os líderes da Igreja para que eles nunca desanimem e os
guarde para que nunca saiam dos teus retos caminhos. Em Cristo Jesus,
Senhor nosso, é que oramos. Amém.

122
Dia 28

A PRIORIDADE DO
CULTO PÚBLICO

Ageu Magalhães

Noite
Leitura bíblica: Hebreus 10.25

Hoje, pela manhã, nós vimos que a família de Jesus ia todos os anos
a Jerusalém, para a festa da Páscoa. Vimos também que, como família
piedosa, eles iam toda semana adorar a Deus na sinagoga. Jesus cresceu
neste ambiente de adoração e aprendizado das Escrituras. Naquela
ocasião em que seus pais foram para a Páscoa em Jerusalém, eles
retornaram para a casa e, no meio da viagem, perceberam que Jesus
não estava com eles. Isso aconteceu porque, naquela época, as pessoas
viajavam a pé e em grupos: os homens iam juntos conversando entre
si, as mulheres também e, as crianças, iam juntas correndo, pulando e
brincando. Quando eles pararam para dormir foi que perceberam que
Jesus não estava com as outras crianças. Retornaram para Jerusalém e
encontram Jesus, com seus 12 anos de idade, no templo, assentado no
meio dos doutores da lei, ouvindo-os e interrogando-os. Todos os que
estavam ali, ouvindo a conversa, estavam admirados da inteligência e
das respostas que Jesus estava dando aos doutores. Jesus estava se saindo
tão bem não porque ele era Deus encarnado, mas porque foi criado por
José e Maria nos caminhos do Senhor, indo à sinagoga toda semana e
aprendendo da Palavra de Deus em casa, como todo garoto de Israel.
Nós também podemos nos preparar para falar da Palavra de Deus com
inteligência. Basta nos prepararmos para isso. Se nós lermos a Bíblia
todos os dias e formos à igreja todos os domingos, prestando atenção
123
no que é ensinado e guardando tudo no coração, estaremos preparados
para falar aos outros da mensagem do nosso Deus. Como escreveu
Paulo, nós não devemos deixar de ir à igreja, como é o costume de
alguns crentes, mas devemos motivar uns aos outros a ficarmos firmes
na casa de Deus, tanto mais quanto percebemos que a volta de Cristo
se aproxima.

Pergunta 103 do Catecismo de Heidelberg (1563) - O que Deus


ordena no quarto mandamento?
R: Primeiro: o ministério do Evangelho e as escolas cristãs devem
ser mantidos, e eu devo reunir-me fielmente com o povo de Deus,
especialmente no dia de descanso, para conhecer a Palavra de Deus, para
participar dos sacramentos, para invocar publicamente ao Senhor Deus
e para praticar a caridade cristã para com os necessitados. Segundo: eu
devo, todos os dias da minha vida, desistir das más obras, deixando o
Senhor operar em mim, por seu Espírito. Assim começo nesta vida o
descanso eterno.

Oração:
Deus bendito, tu és nosso descanso eterno. Fizeste-nos para ti e o nosso
coração não acha descanso enquanto não descansa em ti. Pedimos
perdão pelas vezes em que não demonstramos interesse nas tuas coisas,
deixando de ler a Bíblia e deixando de ir à igreja. Perdoa, Senhor, a nossa
preguiça e negligência. Louvamos-te porque tu és um Pai que alimenta
teus filhos diariamente, pela leitura da tua Palavra, e semanalmente,
pela pregação das Escrituras na igreja. Pedimos a ti que nos ajude a
crescermos no conhecimento do Senhor e que a tua lei habite sempre
em nossos corações. Abençoa aqueles que estão desanimados, frios
e afastados do Senhor. Toca nos seus corações para que voltem ao
primeiro amor e retornem à tua casa. Em Jesus Cristo, nosso Senhor, é
que oramos. Amém.

124
Dia 29

A EDUCAÇÃO
MULTIGERACIONAL
NO CULTO DOMÉSTICO

Diego Venâncio

Manhã
Leitura bíblica: 2 Timóteo 1.5

Paulo, no versículo que lemos, demonstra seu desejo de ver Timóteo


para que ele se alegre, pois se recorda de sua fé sem fingimento. Porém,
outra observação é feita pelo apóstolo e devemos ter atenção a ela. Paulo
diz que este tipo de fé encontrada em Timóteo é a mesma encontrada
em sua avó Lóide e em sua mãe Eunice. Por que esta observação é
importante? Para nós que temos filhos é fundamental. A fé de Timóteo
tem origem em sua criação, isso lhe foi ensinado. As Escrituras nos
ensinam a conduzir a criança pelo caminho correto (Pv 22.6 e Dt 6.6-
9). Os pais são um meio da manifestação da graça na vida dos filhos.
Nossos filhos nasceram em um lar onde a aliança do Senhor Deus está
presente. Em 1 Co 7.14, Paulo argumenta que a esposa crente santifica
o marido incrédulo. Da mesma forma, os filhos que nascem deste
relacionamento misto são santificados por causa da aliança existente
entre Deus e a esposa. Deus nos dá filhos e eles estão debaixo desta
aliança. Quanto privilégio tem esta criança por conviver em um lar
em que vê e vive o Evangelho através de cultos domésticos realizados
pelos pais. A observação de Paulo nos prova que este tipo de ensino tem
resultado. Os pais são os primeiros mestres do Evangelho aos filhos.

125
Pergunta 157 do Catecismo Maior de Westminster (1648) – Como
a Palavra de Deus deve ser lida?
R: As Santas Escrituras devem ser lidas com alto e reverente respeito;
com a firme persuasão de serem elas a própria Palavra de Deus e de
que somente ele pode habilitar-nos a entendê-las; com o desejo de
conhecer a vontade de Deus nelas reveladas, crer nela e obedecer a ela;
com diligência e atenção ao seu conteúdo e propósito; com meditação,
aplicação, abnegação e oração.

Salmo para meditação: Salmo 33

126
Dia 29

A EDUCAÇÃO
MULTIGERACIONAL
NO CULTO DOMÉSTICO

Diego Venâncio

Noite
Leitura bíblica: 2 Timóteo 1.5

“Amarás, pois, o Senhor teu Deus, de todo o teu coração, de toda


tua alma e de toda a tua força” (Dt 6.5). Deus escolheu um povo, fez
com ele aliança e agora deseja ser amado. Eunice e Lóide participavam
desta aliança e, por amarem a Deus, não se furtaram a ensinar o jovem
Timóteo neste caminho. Mas como demonstramos o nosso amor a
Deus? Em Deuteronômio 6 (v.6-9) lemos como podemos fazer isso
de maneira prática. Primeiramente, a Palavra de Deus deve penetrar
o coração dos pais (v.6). Depois desta obra realizada, naturalmente
devemos inculcar essas verdades em nossos filhos a todo instante, em
todos os lugares, a qualquer hora. E este é o ensino mais importante das
nossas vidas: Deus é o Criador de todas as coisas. Nós traímos a Deus
em desobediência e a consequência disso é que estamos em rebelião,
como inimigos de Deus. Deus não pode aceitar pecadores; proveu,
portanto, a solução para este mal. Enviou Jesus Cristo, Deus que se fez
homem, viveu de maneira perfeita, se entregou e morreu pelos nossos
pecados, punindo em sua própria carne o pecado que pesava contra
nós. Precisamos crer que em Cristo temos a reconciliação com Deus.
Com esta fé, uma nova vida nos é dada. Uma vida plena em Cristo,
nosso Salvador.

127
Pergunta 160 do Catecismo Maior de Westminter (1648) – O que é
exigido dos que ouvem a Palavra pregada?
R: É exigido dos que ouvem a Palavra pregada que atendam a ela com
diligência, preparação e oração; que comparem com as Escrituras
aquilo que ouvem; que recebam a verdade com fé, amor, mansidão
e prontidão de espírito, como a Palavra de Deus; que meditem nela
e conversem a seu respeito uns com os outros; que a escondam no
coração e produzam na própria vida os frutos dela.

Salmo para meditação: Salmo 147

128
Dia 30

A FAMÍLIA DE LÍDIA
E A COOPERAÇÃO COM
O EVANGELHO

Guilherme Reggiani

Manhã
Leitura bíblica: Filipenses 1.3-5

Ao escrever à igreja dos Filipenses, Paulo declara que eles haviam sido
“cooperadores do Evangelho desde o primeiro dia”. Embora, em uma
leitura rápida, isso possa passar despercebido, Paulo está declarando
uma grande verdade: a cooperação dos crentes de Filipos com o
ministério de Paulo literalmente desde o primeiro dia. Em Atos, no
capítulo 16, a partir do versículo 12, vemos o Apóstolo chegando a
Filipos e, no sábado, saindo a anunciar o Evangelho às mulheres na
beira do rio. Neste momento, encontramos o belo relato de que “uma
das que ouviam era uma mulher temente a Deus chamada Lídia,
vendedora de tecido de púrpura, da cidade de Tiatira. O Senhor
abriu seu coração para atender à mensagem de Paulo” (Atos 16.14).
Sem demora, Lídia, juntamente com sua família, é batizada e passa a
cooperar com o Evangelho ao insistir que os missionários fossem todos
hospedados em sua casa. Como é belo ver uma família alcançada pela
mensagem do Evangelho! Lídia ouve e crê na obra de Jesus, é batizada
com todos os seus, e passa imediatamente a servir o Reino de Deus
com aquilo que pode oferecer. Desta casa nasce, pouco tempo depois,
a igreja dos Filipenses. Anos depois, o fundador e missionário desta
igreja, Paulo, está preso e, mais uma vez, a igreja de Filipenses está
junto com ele. Eles não têm muito a oferecer em questão material, mas
o amor e a cooperação pelo Evangelho é o que os torna tão importantes
129
para o Apóstolo em um momento de tanta dificuldade, ao ponto de
escrever: “os tenho em meu coração, pois, quer nas correntes que me
prendem quer defendendo e confirmando o Evangelho, todos vocês
participam comigo da graça de Deus” (Fp 1.7). Perceba o quanto
Deus fez pelo avanço do Evangelho a partir de uma pequena família,
na cidade de Tiatira, que creu no Senhor e passou a servi-lo integral
e imediatamente. Da mesma forma, Deus também pode usar a sua
família para cooperar pelo avanço do Evangelho no mundo hoje. Creia
no Senhor Jesus Cristo, você e sua casa, e passe a servi-lo agora mesmo
com o que tiver em mãos!

Catecismo Maior de Westminster – Pergunta 35 – Como é o pacto


da graça administrado no Novo Testamento?
R: No Novo Testamento, quando Cristo, a substância, foi manifestado,
o mesmo pacto da graça foi e continua a ser administrado na pregação
da Palavra, na celebração dos sacramentos do Batismo e da Ceia
do Senhor; e assim a graça e a salvação são manifestadas em maior
plenitude, evidência e eficácia a todas as nações.

Oração:
Deus Pai, eu creio em ti, mas peço que me ajude em minha falta de
fé. Faça isso também com a minha família e nos faça verdadeiros
cooperadores teus pelo avanço do Evangelho do nosso Senhor Jesus
Cristo, para que eu possa dizer como Josué, “eu e a minha casa
serviremos ao Senhor”. Amém.

130
Dia 30

A BELEZA DA IGREJA

Guilherme Reggiani

Noite
Leitura bíblica: 1 Coríntios 16.19

“A igreja sou eu!”. Essa tem sido a frase repetida pelo novo movimento
evangélico conhecido como “os desigrejados”. É verdade que há casos
excepcionais em que a pessoa não pode se juntar a uma igreja sadia,
mas o meu desejo aqui é combater o movimento que anuncia que você
não precisa de uma igreja para congregar. Um dos textos usados pelos
desigrejados é o de 1 Coríntios 16.19. Ao se lembrarem da igreja que
se reunia na casa de Áquila e Priscila, logo tentam defender que ali
havia uma “família desigrejada”, que faziam seus cultos em casa e que
não precisavam de nenhuma “igreja”. Porém, o texto é claro em dizer
que ali era sim uma igreja que se reunia naquele lar. Cabe lembrar
também que, desde os tempos primitivos, a Igreja sempre foi entendida
como a reunião contínua de crentes, no primeiro dia da semana, em
que há pregação da Palavra e a correta celebração dos sacramentos ou
ordenanças do Batismo e da Ceia do Senhor (At 2.40-47). Aqueles que
tentam defender que ninguém precisa de igreja se esquecem de que a
forma como Deus escolheu se relacionar com seu povo foi por meio da
Igreja. Lembre-se que o Senhor Jesus morreu pela IGREJA (Ef 5.25),
santifica a IGREJA (Ef 5.26), e se casará com a IGREJA (Ap 19.7). Ele
também determinou que os seus discípulos devem se amar por meio
da IGREJA (1 Jo 3.16), serem disciplinados por meio da IGREJA (Cl
3.13), serem ensinados por meio da IGREJA (Cl 3.16), consolados
131
por meio da IGREJA (1 Ts 4.18). E, por fim, a Bíblia ainda condena
aqueles que abandonam a IGREJA (Hb 10.25). Ninguém poder amar
a cabeça (Cristo) se não ama o corpo (Igreja). Ou, ninguém pode amar
a Cristo se não ama a sua noiva, isto é, a Igreja. Por isso, cuidado com
aqueles que dizem que “ninguém precisa da igreja”, mas lembre-se que
é o próprio Jesus quem edificou a igreja e que é por meio dela que o
Inferno não prevalecerá (Mt 16.18). Assim, renove sua confiança no
plano de Deus de usar a Igreja para sua santificação. Caso você esteja
desigrejado, procure uma igreja bíblica e junte-se a ela o quanto antes.
Deus abençoará você e sua família de modo sobrenatural, por meio da
comunhão dos irmãos.

Catecismo de Heidelberg – Pergunta 54 – O que você crê sobre “a


santa igreja universal de Cristo”?
R: Creio que o Filho de Deus reúne, protege e conserva, dentre todo
o gênero humano, sua comunidade eleita para a vida eterna. Isto Ele
fez por seu Espírito e sua Palavra, na unidade da verdadeira fé, desde o
princípio do mundo até o fim. Creio que sou membro vivo dessa igreja,
agora e para sempre.

Oração:
Senhor Deus, obrigado pela Igreja! “Quão bom e quão suave é que
os irmãos vivam em união” (Sl 133.1). Pai, jamais permita que eu me
afaste de sua Santa Igreja e não permita também que a minha igreja se
afaste de ti e de tua Palavra, mas abençoa todos aqueles que se reúnem
em sinceridade e verdade diante do teu Nome, espalhados por toda a
face da terra. Que cada crente no mundo encontre uma igreja verdadeira
para se reunir e adorar o seu nome em comunhão com o povo de Deus.

132
ANDAPEF

A Associação Nacional de Defesa e Apoio aos Pais na Educação dos


Filhos busca unir forças com as famílias brasileiras em defesa dos valores
cristãos em todas as áreas da vida. Conheça nossos ministérios, projetos
e eventos em www.andapef.org

133
AUTORES

Ageu Magalhães é Pastor da Igreja Presbiteriana de Vila Guarani,


em São Paulo, Diretor do Seminário Teológico Presbiteriano Rev.
José Manoel da Conceição (JMC) e atual Presidente do Sínodo de
Piratininga, da Igreja Presbiteriana do Brasil.

Amauri Costa é Pastor da Igreja Presbiteriana da Penha e escritor.

Antônio Cabrera é Presbítero da Igreja Presbiteriana de São José


do Rio Preto e Professor da Escola Dominical. É diretor da Sociedade
Bíblica do Brasil e Capelão Nacional dos Gideões Internacionais do
Brasil.

Davi Charles Gomes é Pastor da Igreja Presbiteriana Paulistana


e Chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie (São Paulo/SP).

Diego Venâncio é casado com a Laryssa, pai do Miguel e


em breve da Heloísa, membro da Igreja Batista Reformada de
São Paulo e Bacharel em Teologia pelo Seminário Martin Bucer.

Everson Pereira é casado, pai de três filhas, Advogado e Pastor-


Sênior da Igreja Batista Conectar em Criciúma, Santa Catarina.

Guilherme Reggiani é casado com Cecilia e membro


da Igreja Batista Reformada de São Paulo. É Advogado e atua
como Diretor Financeiro e Assessor Jurídico na ANDAPEF.

Hélder Cardin, doutorando em ministério (Reformed Theological


Seminary - EUA), é casado com Juliana e pai de dois rapazes. É Reitor do
Seminário Bíblico Palavra da Vida e Pastor na Igreja Batista Nova Aliança.

134
Jessé Meninel é marido da Andrea Maria, pai da Clara e do Jorge e
Pastor da Igreja Batista Reformada de Francisco Morato, em São Paulo.

Josué Meninel é casado com Thamires, pai de três


meninas e primeiro Pastor da Igreja Batista Reformada de
Francisco Morato. É formado em Letras e Pós-Graduado em
Psicopedagogia. Escreve com sua esposa sobre a prática da
educação domiciliar no blog Minha Família para a Glória de Deus.

Robson do Boa Morteé Ministro da Igreja


Presbiteriana do Brasil desde 1990, é Advogado e Professor.
Casado com Suely há 26 anos, é pai de Giovanna e Gabriela.

Sandro Silva é pecador redimido, apaixonado pela expansão do


Reino de Deus, casado com Clarissa, pai da Rafaela, Micaela e João.

Valter Reggiani é casado há 35 anos com Lenice, pai do Gustavo


e do Guilherme, avô da Sophia e da Rafaela. É Pastor da Igreja Batista
Reformada de São Paulo e Advogado.

Wilson Porte Junior é casado com Rosana e pai de Natan e Ana.


É Escritor, Professor de Teologia e Ministro de confissão religiosa há 11
anos na Igreja Batista Liberdade, em Araraquara, interior de São Paulo.

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