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Geografia Política – Avaliação – Junho/2015

Período: Noturno

Rafael de Lima Moraes – número USP: 7241259

Questão 1) Com base no documentário "Los últimos segundos del Eje" e


nas leituras realizadas, responda:

Questão 1A): Na sua opinião, para Haustofer, qual o conceito mais


importante - panregionen ou lebenshaum?

Como o documentário habilmente mostra, o militar e estudioso de


geografia política Karl Haushofer (1869-1946) teve grande influência durante o
Terceiro Reich (1933-1945). Em seu trabalho, conceitos atribuídos ao
pensamento de Friederich Ratzel e Harford McKinder tiveram grande
importância, principalmente no que diz respeito ao que viria a ser intitulado
lebensraum e panregionen. Da parte de Mckinder, tem-se que a formação de
regiões verdadeiramente vastas, continentais (panregionen), que dessem
acesso às condições necessárias aos Estados (exemplificando: recursos
naturais) diminuiria a necessidade da guerra, uma vez que os países guerreiam
com o objetivo de obter seu espaço vital. Já sobre espaço vital refletiu o Ratzel,
com sua linha de raciocínio que preconizava que cada Estado deveria buscar e
obter um território, espaço, que pudesse ser o necessário para promover seu
desenvolvimento, através do acesso a recursos naturais, população, etc
(lebensraum).

Karl Haushofer trabalha com as duas ideias acima descritas. Porém, o


que mais marca seu caráter como estrategista é a constituição de uma panregião
eurasiática – Alemanha, Rússia e Japão deveriam se unir contra Inglaterra e
EUA. Haushofer foi deveras impactado pelas punições imputadas à Alemanha
ao fim da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e com o Tratado de Versalhes
(1919). Também, acreditava que o direito da Alemanha de perseguir a conquista
do espaço vital deveria ser recuperado, e suas ideias influenciaram a atitude
política e militar de Adolf Hitler. Outra questão embutida no lebensraum nazista
era a junção entre povo e terra: a “raça” ariana era tida como superior, e como a
população ariana no Leste Europeu era numerosa, então a Alemanha tinha o
direito àquelas terras. A essa tentativa de reunificação do povo ariano sob um
único governo e território chama-se pangermanismo.

A ideia principal de Haushofer era que a Eurásia forneceria todos os


recursos necessários à Alemanha e demandados por ela. Frente aos alemães,
os ingleses e estadunidenses seriam coibidos em seus potenciais de ação. Para
sua frustração, Hitler interrompeu a aliança com a União Soviética a realizar uma
incursão no país, em 1941, o que definitivamente foi determinante para o
desfecho da Segunda Guerra Mundial e derrota do Eixo Roma-Berlim-Tóquio.

Questão 1B): Você não considera superestimado o papel do ocultismo em


sua influência na geopolítica?

Karl Haushofer, como apresentado no documentário Los Secretos del Eje, foi
enviado ao Japão, onde descobriu e afeiçoou-se das sociedades secretas
japonesas, das quais a principal era Os Dragões Negros. Essas sociedades,
ultranacionalistas, esforçavam-se para levar o Estado à sua busca pelo
expansionismo, o que, por esta razão, faziam-nas ser toleradas e, em certo grau,
até mesmo incentivadas. Nelas, também se encontrava a concepção de que o
povo japonês era superior. Haushofer, mais tarde, ao defender a aliança entre
Japão e Alemanha, afirma que os japoneses são “os arianos do Ocidente”.

Na Alemanha, Haushofer procurou fortalecer sociedades semelhantes –


ultranacionalistas e eugenistas1 – cujas características são em grande parte
congruentes com as da essência do nazismo. A principal sociedade secreta
alemã era a Tule, em que o ocultismo mostra-se presente. A presença do

1
Eugenia: conjunto dos métodos que visam melhorar o patrimônio genético de grupos
humanos; teoria que preconiza a sua aplicação.
ocultismo era forte tanto na Alemanha quanto no Japão, devido à existência de
rituais, espiritismo, símbolos como a Suástica ou os Dragões.

Porém, apenas o ocultismo não seria o suficiente para enraizar o nazismo como
algo legítimo no ideário alemão: muito mais importante eram as questões
geopolítica, política e econômica. A opinião pública pode ter sido conquistada,
em parte, através de um apelo inconsciente do ocultismo, mas a memória da
derrota da primeira guerra, o ressentimento vindo do Tratado de Versalhes, a
crise econômica de inflações galopantes e a instabilidade do sistema político
foram mais importantes para deixar o povo suscetível a apoiar a ideologia do
nazismo. Portanto, o ocultismo não teve uma influência assaz pertinente.

Questão 1C): Por que seria "infame" a ação dos kamikazes?

A ação dos kamikazes é infame à medida que faz os cidadãos que se o tornam
acreditarem que estão morrendo por algo nobre, baseado em grande parte nas
tradições ocultistas, sendo que na verdade o ocultismo é apenas um instrumento
de manipulação dos Estados que buscam a melhor forma de concretizar seus
objetivos geopolíticos.

Ainda, a utilização de kamikazes no fim da guerra é desumana, visto que


sacrifica soldados em uma guerra já perdida, do ponto de vista das potências do
Eixo. Um exemplo foram os ataques por parte dos alemães em 1945, na tentativa
de sabotar a aeronáutica britânica e estadunidense, sem sucesso.

Questão 4): Por que, na sua opinião, a geografia política francesa não foi
capaz de produzir nenhuma teoria geopolítica consistente? Teria sido por
razões ideológicas?

A geografia política francesa, equipara a importância do espaço ao elemento


humano enquanto fator geográfico. É uma escola de pensamento que deriva da
tradição iluminista universalista, e que relaciona princípios como a racionalidade,
a liberdade e pressupostos humanistas, como a crença no poder de atuação do
homem, a formulações estruturadoras das ciências. O centro da teoria deixa de
ser os Estados, mas passa a ser a humanidade em suas diferentes escalas, e
como isso moldou a nossa distribuição no espaço e a relação que guardamos
com ele. A teoria defende que o indivíduo deve ser entendido mais como sujeito
de iniciativa do que resultado das influências exteriores. Assim, ideias da
geopolítica alemã que não podem ser ignoradas para explicar a ação dos
Estados, já que a posição e o espaço que ocupam no globo são essenciais e
indissociáveis de seu desempenho político, não encontram respaldo nas
formulações francesas. Tal fato se deve em muito aos efeitos nefastos que a
Segunda Guerra Mundial provocou, e que contribuíram, em grande parte, para
o descarte da geopolítica alemã, classificada como teoria militar. Em
contraposição, a teoria trouxe um olhar mais aproximado das relações humanas
que se desenvolvem no território, sendo reconhecida por seu nível de precisão
e detalhamento. Um exemplo emblemático dessa postura é a atenção dada à
relação do camponês com o solo, fundada sobretudo na ideia de subsistência,
já que a terra provê a alimentação do homem do campo. Contudo, ao abdicar da
especificidade e da relevância dos Estados e suas características espaciais em
nome de uma teoria supostamente pacífica, a geografia política francesa perde
seu poder explicativo para se resumir a um exercício de observação social com
aspectos normativos. A noção de ideologia na teoria está presente na aparente
celebração da civilização humana, independente das condições e limitações a
que está submetida pelo seu entorno. Ao reduzir o aspecto geográfico à condição
para mera existência, o pensamento francês não é consistente enquanto
contribuição geográfica.

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