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CCT
Pisos reajustados acima de 13% foi a grande conquista.
2010
2011
FORMAÇÃO E
VALORIZAÇÃO DOS
ALORIZAÇÃO
PROFESSORES
DEPENDE DE REGIME
DE COLABORAÇÃO
O regime de colaboração entre municípios, estados e o gover-
no federal foi apontado como questão central para a formação e
valorização dos profissionais do magistério, no debate sobre o
tema que ocorreu no dia 30 de março deste ano, durante a Confe-
rência Nacional de Educação (Conae), no Centro de Convenções
Ulysses Guimarães, em Brasília.
Planos de carreira distintos em estados e municípios, salários
diferenciados e diversas maneiras de contratação de profissionais,
foram assinalados pela representante do Conselho Nacional de
AS NA CONAE
dela, um regime de colaboração fortalecido entre os entes e a
POR ESPECIALIST
ESPECIALISTAS consequente criação do Sistema Nacional Articulado de Educa-
ção seriam fundamentais para superar a fragmentação dos siste-
O atual sistema nacional de avaliação da edu- porque aquilo aconteceu, é querer demais de um mas educacionais.
cação foi criticado por especialistas, gestores e índice. Um termômetro mede a febre, mas não Maria Izabel defendeu a adoção de medidas nacionais capa-
participantes durante a realização da CONAE aponta qual é a causa”, comparou. Na opinião de zes de diminuir desigualdades regionais, como, na sua opinião, a
2010 , que aconteceu em Brasília, de 28 de mar- Fernandes, o sistema nacional de avaliação “avan- contratação de professores por concurso público, a eleição direta
ço a 1°de abril. Durante um colóquio sobre o tema, çou muito” ao definir metas e universalizar al- de reitores das universidades e a criação de critérios nacionais de
o professor da Universidade Estadual de Campi- guns exames que antes só eram feitos por formação e valorização de professores. “A lei do piso foi aprova-
da e determina a estruturação de carreiras, mas os planos de esta-
nas (Unicamp), Luiz Carlos Freitas, condenou o amostragem. Para Freitas, o atual governo avan-
dos e municípios são totalmente distintos”, constatou. – Maria
uso dos resultados dessas avaliações que criam çou pouco nas políticas educacionais em relação
Izabel acredita que a Lei 11.738, de 16 de julho de 2008, que ins-
rankings de escolas e políticas de pagamento de ao anterior. Ele defendeu um modelo de avalia-
tituiu o piso nacional para os profissionais do magistério, é exem-
bônus para professores que estão nos estabeleci- ção que possa medir o valor agregado. Isso signi-
plo de iniciativa nacional que valoriza o profissional. “O piso deve
mentos com melhor desempenho. fica avaliar o conhecimento do aluno no início e ser bandeira de todos para evitar medidas locais de desvaloriza-
Na opinião de Freitas, as avaliações em larga no fim de cada etapa para aferir o quanto ele apren- ção da carreira e do salário”, disse.
escala como a Prova Brasil, o Exame Nacional deu. “Devemos tomar por base como o aluno che- Para a representante da Confederação Nacional dos Trabalha-
do Ensino Médio e o próprio Índice de Desenvol- gou e não só avaliar como ele saiu”, afirmou. A dores da Educação (CNTE), Juçara Maria Dutra Vieira, o piso é
vimento da Educação Básica - Ideb - acabam representante do Conselho Nacional de Educa- constitucional. “Por causa da ação de inconstitucionalidade pro-
“apontando um canhão para a escola”. Segundo ção, Maria Izabel Azevedo Noronha, “defende posta por cinco estados, muitos entes se aproveitaram para não
ele, as avaliações não levam em conta o contexto uma avaliação que não seja só para o professor, pagar o piso, mas isso já foi declarado constitucional pelo STF”,
social em que ela está inserida e a condição eco- mas também para o gestor, porque, hoje, o que disse. A Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) 4.167, a que
nômica de seus alunos e da escola, fatores que ocorre, é que se a educação vai bem é por causa Juçara se referiu, questiona alguns aspectos da lei do piso, como a
influenciam diretamente no desempenho. O pro- da boa gestão, mas, se vai mal, é culpa do profes- destinação de um terço da jornada de trabalho dos professores
fessor defendeu que: “Há razões e razões para sor”. De acordo com ela, a avaliação deve permi- voltada ao planejamento de aulas fora da escola. A Adin foi
impetrada pelos governadores de Santa Catarina, Rio Grande do
que as coisas não funcionem na escola e é só nas tir a revisão da política pedagógica da escola e a
Sul, Paraná, Mato Grosso do Sul e Ceará.
planilhas que elas são assim claras e transparen- reformulação de propostas de governo.
O representante da União Nacional dos Dirigentes Municipais
tes”. O ex-presidente do Instituto Nacional de Para a representante da CNTE, Juçara Vieira,
de Educação na Conae, José Adinan Ortolan, disse que a entidade
Estudos e Pesquisas Educacionais – Inep –, o professor tem medo da avaliação porque, em
apóia a lei do piso como está. “O planejamento de aula melhora-
Reynaldo Fernandes, também participou do de- geral, ela é punitiva. “Mas isso precisa ser revis- ria sobremaneira a qualidade em sala, mas isso significaria a
bate e defendeu os atuais mecanismos de avalia- to para que a avaliação ajude a melhorar o de- contratação de mais professores. Para isso, precisamos rediscutir
ção que, segundo ele, podem ser aprimorados. “O sempenho de alunos, professores e gestores”. o regime de colaboração”.
Ideb aponta um resultado, mas ele não pode dizer (Fonte: Agência Brasil)
EXPEDIENTE
CORREIO SINDICAL - publicação do Movimento Sindical dos Trabalhadores da Educação de Santa Catarina - Rua Vereador Batista Pereira, 574, Balneário - Estreito, CEP 88075-600,
Florianópolis/SC - CP 12117 - Fones (48) 3244-5911 e 3248-1268.
Conselho Editorial: Antônio Bittencourt Filho (FETEESC), Carlos M. da Silva Bernardo (SINPROESC), José Argente Filho (STEERSESC), Antônio B. Neto (SINPRO-Fpolis), Élvio J. Kretzer (SAAE-
GFpolis), Sônia M. G. Carnevalli (SAAERS), Ademir Maçaneiro (SINPABRE). Secretário de Divulgação: José Luiz Soares; Textos: Tabira Estevão; Jornalista responsável: Rogério Junkes (DRT-
SC 775); Tiragem: 10 mil exemplares. Obs.: Os artigos assinados, publicados neste jornal, são de inteira responsabilidade de seus autores.
ABRIL 2010 CORREIO SINDICAL/especial 3
PUBLICAÇÃO
DESTACA O
TRABALHO
DE
FUNCIONÁRIOS
DAS ESCOLAS
Merendeira, técnico
administrativo, tesoureiro,
assistente de limpeza, nem
só de alunos e professores é
feita a escola. O papel
pedagógico desses
profissionais da educação é
tema da quinta edição da
revista Retratos da Escola,
lançada no último dia 29
de março em Brasília,
durante a Conferência
Nacional da Educação
(CONAE). Antonio Bittencourt Filho é Professor, Advogado e Coordenador da FETEESC. Delegado Nato na CONAE
A publicação, produzida
pela Confederação
Nacional dos Trabalhadores
em Educação (CNTE), traz
FETEESC presente na CONAE 2010
temas como o papel dos O Presidente da FETEESC, Federa- refletiram os anseios da sociedade. cia às ações da iniciativa privada no se-
funcionários da escola na ção de Trabalhadores em Estabeleci- CS - Com a futura lei de diretrizes tor educação. Fica claro que este setor
construção da identidade da mentos de Ensino de Santa Catarina e e bases da educação, dá para debelar privado detém a quase hegemonia da
instituição. “Muitos ainda diretor de políticas educacionais da o analfabetismo que muitos países educação superior no Brasil, haja vista
são tratados como não-
União Geral dos Trabalhadores Nacio- como nossos vizinhos Argentinos e os dados do INEP (órgão vinculado ao
nal - UGT -, Prof. Antônio Bintecourt Uruguaios já conseguiram? MEC):
docentes, ou seja, a negação
Filho, esteve presente na CONAE 2010, Bittencourt - É possível, sim, desde - Quanto ao número:
de uma função vem antes
Conferência Nacional de Educação, que o projeto construído pela sociedade IES públicas: 10,9%
da afirmação de suas
como representante Catarinense dos Tra- seja encarado como projeto de estado, IES privadas: 78,4%
próprias finalidades”, balhadores das Escolas Privadas, e, jun- ou seja que não haja problemas de con- - Quanto as matrículas:
explicou Roberto Leão, tamente com mais de 3 mil pessoas, en- tinuidade na execução do planejamen- IES públicas: 24,8%
presidente da CNTE. tre delegados e observadores, montaram to. IES privadas: 74,6%
“Eles são indivíduos o esboço de um sistema nacional arti- CS - Quais os fundamentos apro- Estes indicativos mostram que se não
invisíveis nos estudos, mas culado de educação. O novo PNE vai vados pela CONAE para composição houver na nova lei dispositivos que inclu-
não no cotidiano dos vigorar entre 2011 e 2020. É ele que tra- do PNE – 2011/2020? am este universo de IES privadas no com-
estudantes”, afirmou o ça as metas e as prioridades para a edu- Bittencourt - Para o novo PNE, a promisso com a educação de qualidade, o
editor da revista, Luiz cação brasileira neste período. O atual CONAE construiu conceitos, diretrizes plano com certeza não dará certo.
Dourado. Para Dourado, os plano termina neste ano. Atualmente, a e estratégias, as quais, juntas, consoli- CS - E quanto ao trabalhador da
funcionários são área tem responsabilidades divididas dam um sistema de educação nacional- educação?
protagonistas da educação, entre estados, municípios e União. Pelo mente articulado entre os governos fe- Bittencourt - O projeto prevê a
na medida em que muitas
novo modelo, as três esferas passariam deral, estaduais e municipais, de tal sor- institucionalização dos planos de carrei-
a trabalhar integradas. Presente ao even- te que todos os poderes passam a falar ra para todo o magistério. Fala também
vezes são mais acessíveis e
to, também esteve o Prof. e Presidente a mesma língua. da dignidade da profissão e da sua im-
próximos aos alunos e
do Sinpabre, Ademir Maçaneiro. O Prof. CS - E onde ficam os vários seg- portância social, defendi que nenhum
professores. A publicação
Bitencourt conversou com CS sobre a mentos da sociedade civil, incluindo projeto, nenhum plano poderá ter êxito
traz indicadores e análises Conferência que aconteceu de 28 de ai as instituições de ensino privado? se o executor destas ações - o professor
sobre o assunto e também a março a 1º de abril deste ano. Bittencourt - As deliberações da - não estiver bem preparado, em conti-
avaliação de resultados de CS - As deliberações da CONAE CONAE, uma vez consubstanciadas em nuo aperfeiçoamento e atualização, se
enquête, realizada junto a atenderam as expectativas da socie- lei, definem competências, criam obri- não estiverem satisfeitas suas necessi-
entidades sindicais. Mais dade como um todo? gações e abrem espaços para todos os dades básicas, se não houver o vislum-
informações na página da Bittencourt - De modo geral, sim. setores da sociedade acompanharem o bre de que sua profissão é uma carreira
CNTE na internet. Até porque as propostas discutidas e desenvolvimento do processo educaci- e de que nela pode apostar seu futuro.
(Assessoria de votadas constavam de temáticas oriun- onal. Especialmente, com referência às O próprio Lula, em sua fala durante
Comunicação Social - das das conferências municipais, regio- instituições superiores de ensino priva- a plenária final reconheceu que neste
CONAE 2010) nais e estaduais. Por este caminho é de do, entendo que as deliberações da país o professor, apesar da importância
se crer que as deliberações de plenária CONAE não deram a devida importân- do seu trabalho, é mal remunerado.
4 CORREIO SINDICAL/especial ABRIL 2010
O ANDAMENTO DA
Após várias rodadas de negocia-
ções, os trabalhadores identificaram
este, como o momento para encerrar
as negociações e celebrar o acordo com
o sindicato patronal. Em novembro de
2009 a FETEESC encaminhou propos-
ta unificada dos sindicatos filiados ao
sindicato patronal com o objetivo de
iniciar as tratativas negociais para a
CCT 2010/11. No início de 2010, co- Prof. Antônio Bittencourt Carlos Magno da Silva Élvio Kretzer (SAAE- Sônia Carneva
meçaram de fato as negociações com Filho: “O entendimento do Bernardo – Presidente do GFpolis): “Há muito o que se do SAAE-RS:
argumentações, planilhas, pesquisas e grupo é que se os líderes SINPROESC: conquistar, mas o trabalhador mais importan
muita paciência. Os patrões sempre sindicais não chegarem a um Após exaustivas rodadas de não se vê a vontade para campanha foi a
consenso com capacidade Negociação, conseguimos reivindicar, em razão da trabalhadores
reclamando da inadimplência de paga-
para negociar, não deveriam fechar a CCT para o ano de pressão dos patrões.” causas comuns
mento dos alunos, dos altos impostos
estar à frente do movimento”. 2010. Ficou o sentimento que categorias.”
e das constantes renovações necessá- poderíamos ter avançado
rias para o ambiente escolar. Por outro mais, principalmente no que
lado, os trabalhadores reclamando dos se refere ao índice de reajuste
custos de atualização do profissional, que é de 5% ( INPC +
dos salários, dos assédios que vêm so- GANHO REAL), no entanto
frendo. Entretanto, em cada rodada de dados do DIEESE, como
negociação, o respeito mútuo se fez também, a conjuntura
nacional apontam para uma
presente e as arestas foram se aparan-
vitória do movimento sindical
do. No fim de fevereiro para garantir a
dos professores em Santa
data-base, os sindicatos: SINPROESC, Catarina. Antônio B. Neto:
Professores do Estado de Santa Podemos ressaltar os pontos “Considerando as
Catarina; SAAERS, Auxiliares de positivos desta Campanha particularidades das Joel Alexandre
Argente Filho: “Essa Salarial, como a manutenção Trabalhador d
Lages e região; SINPRO-Fpolis, Pro- negociações deste ano,
negociação, mesmo não sendo de importantes cláusulas “É para mim u
fessores de Florianópolis; SAAE- firmamos uma convenção que
a que pretendíamos, sociais para a vida totalmente nov
Gfpolis, Auxiliares da Grande resguarda todos os direitos dos
apresentou muitas profissional do professor(a): primeira vez qu
Florianópolis; SINPABRE, Professo- professores, recompõe as
conquistas...” Triênio, Bolsas de Estudos, e a negociações co
res e Auxiliares de Blumenau e região; perdas salariais e conquista
implementação do Piso um ganho real. Temos que que obtivemos
STEERSESC, Professores e Auxilia- pese a conjunt
Regional de Salários. avançar, porém isto só será
res de Criciúma e região e SINTEB,
possível com a participação
professores e auxiliares de Brusque, dos professores e
juntamente com a FETEESC, professoras”.
impetraram Dissídio Coletivo para ga-
rantirem a data base ainda com as ne-
gociações em curso. O entendimento
do grupo é que se os líderes sindicais
não chegarem a um consenso com ca-
pacidade para negociar, não deveriam
estar à frente do movimento. “É o mí- Dr. João: “Em razão das
nimo que devemos fazer quando nos incertezas na apreciação pelo
propomos a representar uma classe. Ser Judiciário do Dissídio
responsável assumindo os riscos e Coletivo, segundo a EC nº 45,
a solução das negociações, Moacir Pedro Rubini – Osmar Altair A
acertos da negociação”, afirma o pro-
pelo caminho da conciliação, Secretário Geral da Presidente do
fessor Bittencourt. Para ele, “a cada “Foi um grand
produziu resultados positivos, FETEESC: “Saí mais do que
ano que passa, aumentam as dificul- convencido que avanços Soares – Secretário de a categoria dos
tanto na manutenção e
dades em negociar com o Sinepe. As- significativos só acontecem Divulgação da FETEESC: administração
melhoria daquilo já
sim, urge a adoção de estratégias conquistado nas cláusulas quando há unidade na luta, “Diante da atual conjuntura é representa uma
mobilizadoras das categorias represen- sociais, como também em como nos têm mostrado a o melhor que a Federação e conquista, frut
tadas para pressionarem as escolas, cri- conseguir um reajuste salarial história.” os sindicatos filiados puderam trabalho, via F
ando condições mais favoráveis para acima do INPC.” fazer”.
época das futuras negociações”.
ABRIL 2010 CORREIO SINDICAL/especial 5
AS NEGOCIAÇÕES
VANTAGENS X DESVANTAGENS
Um rol de solicitações elaborado durante todo o ano de 2009 pelos sindica-
tos filiados e FETEESC foi entregue ao sindicato patronal para as negociações.
A Presidenta do SAAE-RS, Sônia Maria Carnevalli, destaca que “nessa Cam-
panha tivemos pontos positivos. A questão do Piso Salarial foi um avanço, po-
rém , não avançamos em importantes cláusulas sociais.
pouco envolvimento da ca- condições de trabalho dos pro- da hora-atividade, que vai atualmente não se consegue negociação tem que ser ganha-
tegoria na campanha salari- fissionais da educação, são fun- além da sala de aula, como mobilizar efetivamente o traba- ganha, ou seja, os dois lados
al. Objetivamente, as empre- damentais. Muitas vezes a enti- correção de provas, estágios, lhador para a campanha salari- têm que sair um pouco satisfei-
sas têm ganho dinheiro, po- dade sindical faz um tremendo atividades de extensão, reuni- al, como mencionamos, esta tos e um pouco insatisfeitos. Se
dendo, portanto melhorar sa- esforço para obter 1,5% de gan- ões e outros, devam comple- correlação fica muito desfavo- um lado apenas, gostar do re-
lários. No entanto, a tendên- ho real, o que pode ser conside- mentarmente serem remune- rável para os trabalhadores. O sultado, é um péssimo sinal.
cia dos trabalhadores pare- rado um belo aumento. Mas, rados? patrão tem consciência que, nos Você concorda que o
ce ser a de procurar resolver num salário de R$ 1.000,00 isso Certamente. Muitos profis- locais de trabalho, os trabalha- INPC, que é um índice ofici-
os seus problemas de forma significa um ganho de apenas sionais precisam realizar um dores mal sabem o que está al, e do qual somos obrigados
individual, numa relação di- R$ 15,00, pouca diferença faz trabalho prévio à execução do acontecendo (muitas vezes não a nos pautar por força da lei,
reta com as empresas. Este na vida do trabalhador. E o pro- serviço em si, mas, possivel- fazem questão nenhuma de sa- reflete a necessidade dos Tra-
fenômeno dificulta uma luta fissional pode estar trabalhan- mente, nenhum profissional ne- ber). Em função disso, a melhor balhadores enquanto referên-
mais coletiva. do em ambiente com excesso de cessite fazer mais isso do que o equipe de negociação, com a cia para as negociações com
b) O desemprego ainda exis- calor, sofrendo assédio moral, professor. Para dar uma hora de melhor argumentação do mun- o patro-nato?
tente no setor (é verdade que sem móveis adequados, etc. aula de qualidade o professor do, não consegue grandes avan- Temos outros índices que
decrescente nos últimos Portanto, salário é fundamental, precisa, no mínimo, de duas ços. Apesar da argumentação medem o preço no varejo, a
anos) também é fator impor- mas tem que pensar também em em mesa ter um valor relativo, exemplo do INPC-IBGE, e mai-
tante porque faz o trabalha- condições de trabalho. Neste o fundamental é a correlação de oria deles converge para os re-
dor se recolher, com medo. contexto de inflação baixa, às forças existente em cada mo- sultados do INPC. O DIEESE,
Há quem pense que quanto vezes, se livrar de um chefe au- mento histórico. Em algumas inclusive, tem o ICV-DIEESE,
pior a situação econômica é toritário é mais importante do mesas de negociação aqui no cujos números se aproximam do
mais fácil mobilizar. A ex- que aumentar o salário em R$ estado a comissão dos trabalha- índice do IBGE.
periência me diz que este é 15,00. dores está tão enfraquecida que O que significa assegurar o
um conceito errado: é justa- Com índices tão baixos de os patrões chegam a se compor- piso regional de salários, recen-
mente nas horas em que a reajustes você acha possível tar com grande sarcasmo e fal- temente aprovado em Santa
economia cresce, como ago- que os trabalhadores da edu- ta de respeito. Catarina, luta que contou com
ra, que fica mais fácil mobi- cação possam sobreviver? Você acha que a época da a participação da Feteesc e dos
lizar o trabalhador para a Sem dúvida. Nos últimos campanha salarial é o mo- Sindicatos Filiados, nas nego-
luta coletiva. anos os trabalhadores vêm ob- mento adequado para que os ciações dos Trabalhadores?
c) Mas em boa parte a culpa é tendo ganhos reais de salários dirigentes sindicais mobili- É a luta sindical mais impor-
nossa, ou seja, dos que mili- (ainda que modestos) e o setor zem os trabalhadores, trans- tante que já vi em Santa
tam no movimento sindical. vem gerando muitos empregos, “Penso que a mitindo a eles a necessidade Catarina nestes meus 21 anos de
Falta comunicação, falta às fazendo cair a taxa de desem- da articulação da luta políti- DIEESE. Mostrou maturidade,
negociação
vezes um esforço extra de prego entre a categoria. Em ter- ca, econômica e ideológica, perseverança e disciplina do
aproximação com o traba- mos relativos, a situação hoje é coletiva deve envolvendo-os no processo de movimento sindical
lhador. Falta, muitas vezes, muito melhor do que na década presidir as negociação? catarinense. Todos que se
mesmo suar mais a camisa; de 1990. É verdade que, em ter- relações entre A negociação coletiva é o filé engajaram nessa luta estão de
d) Por último, contextualizo a mos reais, os salários são prati- capital e trabalho. mignon da atuação sindical. parabéns, porque ela beneficia
questão: não é só o ensino camente os mesmos da década É uma relação que Nada é mais importante para os trabalhadores como um todo,
privado que paga baixos sa- passada, porém as expectativas uma entidade sindical do que a especialmente os que estão na
não pode se pautar
lários. É que os salários no são muito melhores. O Brasil campanha salarial e, dentro dela, base da pirâmide salarial. A Lei
Brasil são muito baixos e o deve registrar uma das maiores pela doação e nem o processo de negociação das dos pisos veio em muito boa
setor de ensino está dentro taxas de crescimento do mun- pela coerção.” condições de trabalho. A campa- hora. A economia brasileira está
deste contexto. do neste ano e tem tudo para nha salarial é o momento de se em franco crescimento, deven-
As negociações entre a continuar crescendo nos próxi- horas de preparação. Além dis- aproximar da categoria, esclare- do expandir 6% neste ano. Isso
Feteesc e os Sindicatos mos anos. Além disso, o inves- so, têm as correções de provas, cer dúvidas, informar, fazer cam- é fundamental, pois se a Lei ti-
filiados com o Sinepe foram timento vem crescendo acima extensão, e outras atividades panha de filiação. É o vínculo vesse sido aprovada um ano
concluídas com cláusulas que da elevação do consumo e a re- meio que tomam o tempo do efetivo com a categoria que pode antes, em plena recessão, talvez
obrigam as escolas a pagarem tomada da indústria, setor mais profissional. É justo que esse garantir o tônus do trabalho sin- ela não pegasse. O momento,
triênios, a concederem bolsas afetado pela crise na totalidade tempo seja remunerado, pelo dical e campanha salarial é um como vimos, é de recuperação
de estudos, ganho real e rea- do ano passado tem sido bastan- menos em parte, através da momento privilegiado para do nível de atividade econômi-
juste salarial, além de estabi- te vigorosa. No primeiro hora-atividade. avançar nesse aspecto. ca, as projeções são de um cres-
lidades nos dois últimos anos bimestre do ano foram criados Como construir entendi- Você entende que é impor- cimento do PIB para 2010, de
de carreira e no recesso esco- 390.844 postos de trabalho, o mentos com o setor patronal tante a negociação coletiva 6%, número que certamente
lar, irredutibilidade de salári- maior aumento da série históri- com vistas à reposição salari- na relação capital trabalho? superará a média de crescimen-
os e regulação do ensino a dis- ca do CAGED para os meses de al e ganhos reais neste cená- Penso que a negociação co- to das economias dos países ri-
tancia, entre outras. No seu janeiro e fevereiro. Nos últimos rio econômico de franca ex- letiva deve presidir as relações cos. Ao mesmo tempo, o empre-
entendimento o que está fal- 12 meses foram criados pansão, com inflação baixa, entre capital e trabalho. É uma go está bombando e já se fala
tando? 1.478.523 postos de trabalho, mas cujo viés sempre é a ale- relação que não pode se pautar em apagão de mão-de-obra no
Destaco dois aspectos: me- número que projeta um recorde gação patronal de que as des- pela doação (onde uma parte futuro. Neste contexto de cres-
lhorar os níveis salariais e as de geração de empregos formais pesas minimizam os lucros. cede à outra, sem esperar nada cimento e com os novos pisos
condições de trabalho. A nego- para 2010. Se este processo de Isso é verdade? em troca) e nem pela coerção se disseminando de forma mui-
ciação na data-base não é ape- crescimento se mantiver nos Claro que não é verdade. O (onde uma parte impõe sua von- to rápida nas negociações cole-
nas salarial, a mesma envolve próximos anos, gerando o que Brasil está vivendo um momen- tade à outra). É fundamental tivas (de forma até surpreenden-
as cláusulas econômicas, soci- se chama de crescimento sus- to como poucos em sua história que a negociação predomine na te), a expansão da massa salari-
ais, sindicais, etc. Mas os salá- tentado, os salários dos profis- econômica. Mas a negociação relação, nem que, vez por ou- al adicional decorrente dos pi-
rios são fundamentais porque sionais da educação necessari- coletiva não é apenas uma ques- tra, durante certo tempo a coer- sos estaduais, só irá contribuir
eles determinam uma grande amente terão que melhorar. tão de condições econômicas ção seja o dominante (por para a melhoria de vida dos tra-
parte da qualidade de vida do Você como economista, favoráveis e sim de correlação exemplo, durante um processo balhadores e para o crescimen-
trabalhador. Por outro lado, as concorda que a remuneração de forças entre as partes. Como grevista). Acho ainda mais: a to da economia catarinense.
ABRIL 2010 CORREIO SINDICAL/especial 7
Confederação Nacional dos Trabalhadores em
Estabelecimentos de Educação e Cultura – CNTEEC
promove a II ENTEC – Encontro Nacional dos
Trabalhadores em Educação e Cultura.
O Congresso irá discutir os caminhos a seguir pelos
trabalhadores(as) da Educação e da Cultura, face o modelo ProgramAÇÃO
neoliberal adotado pelo nosso país, o qual restringe o Dia: 12/05/2010
trabalho destes profissionais e sufoca seus anseios. Local: Cine Teatro Tiradentes
14h00 às 18h00: Credenciamento das Delegações
Delegados representantes do movimento sindical de todo o 18h00 às 18h30: Recepção das Autoridades
18h30 às 19h30: Cerimonial de Abertura (Mesa de Autoridades)
país irão apresentar propostas e debater estratégias de 19h30 às 21h00: Palestra Inaugural
Educação e Cultura como Agentes de
ação com o objetivo de criar melhores condições de Transformação da Sociedade.
Expositora: Senadora Marisa Serrano, vice-
trabalho e salário. presidente da Comissão de Educação, Cultura e
Esporte do Senado. Também é membro titular da
Comissão de Meio Ambiente, Defesa do
Consumidor e Fiscalização e Controle, e da
Comissão de Agricultura e Reforma Agrária.
21h00 às 23h00: Jantar - Salão Belo Horizonte
Dia: 13/05/2010
Local: Cine Teatro Tiradentes
08h30 às 09h00: 1ª Plenária: Abertura dos Trabalhos -
Miguel Abrão Neto - Pres. CNTEEC
Discussão e Deliberação sobre o Regimento
Interno do II ENTEC e
eleição do Coordenador do Evento.
09h00 às 10h30: Painel 1: A Importância Sócio-Econômica e
Educativa da Cultura e do Entretenimento.
Especialista: João Malheiro, doutor em Educação
pela UFRJ, especialista em Ética e diretor do
Centro Cultural e Universitário do Botafogo.
Moderador: João Carlos Nunes Mota -Presidente
SENALBA/SC
Presidente da Mesa: Norton Ribeiro Hummel -
Presidente da FITEDCA-GOMTMS
Relator: Juvenal Pedro Cim - Presidente FITEDCA/PR
10h30 às 11h00: Intervalo para Café
11h00 às 13h00: 2ª Plenária: Debates
13h00 às 15h00: Almoço - Salão Belo Horizonte
15h00 às 16h30: Painel 2:
Plano Nacional de Educação 2011/2020:
O que Muda na Educação Brasileira.
Especialista: Prof. Antonio Freitas: Professor da
EBAPE/FGV, Diretor da FGV e Conselheiro do
Conselho Nacional de Educação.
Moderador: Sérgio Gonçalves Lima - Presidente da
FETEPAR
Presidente da Mesa: Ledja Austrilino Silva - Diretora
de Assuntos da Educação da CNTEEC
Relatora: Fátima Aparecida Marins Silva -
Presidente do SAAE - Bauru e Região
16h30 às 17h00: Intervalo para Café
17h00 às 19h00: 3ª Plenária: Debates
19h00 às 20h00: Livre
20h00 às 21h30: Jantar
21h30 às 24h00: Atividade Cultural
Dia: 14/05/2010
Local: Cine Teatro Tiradentes
08h30 às 10h00: 4ª Plenária: Relato das bases, conforme pré-
inscrição das delegações.
10h00 às 10h30: Café
10h00 às 12h00: Encaminhamentos e Recomendações.
12h00 às 12h30: Encerramento do II ENTEC.
13h00 às 14h30: Almoço - Salão Belo Horizonte
CERTIFICAÇÃO: IPET
8 CORREIO SINDICAL/especial ABRIL 2010
UM INSTITUTO
PARA O
TRABALHADOR
Ser referência na proposição pessoas que trabalham na cons- no desenvolvimento de políticas moção de direitos estabeleci- qualificação Profissional, tam-
e execução de políticas públi- trução de uma sociedade mais públicas voltadas ao desenvol- dos, construção de novos direi- bém através de cursos e trei-
cas voltadas ao desenvolvimen- justa e humana, com distribui- vimento econômico e social tos e assessoria jurídica gratuita namentos e Escola Superior de
to de ações sindicais, educacio- ção das riquezas produzidas sustentado do país, benefician- de interesse suplementar, pro- Ensino, Pesquisa e Extensão,
nais, econômicas e socais sus- pelo trabalho e com igualdade do camadas de baixa renda nas moção da ética, paz, cidadania, nas áresa das Ciências Sociais
tentadas, que beneficiem as ca- de oportunidades para todos. áreas de trabalhão e emprego, direitos humanos, democracia aplicadas e Ciências Políticas,
madas de baixa renda em fran- Desta forma, abranje as quali- qualificação profissional e so- e de outros valores universais, com cursos superiores de tec-
co combate à s desigualdades, ficações sócio políticas, técni- cial, defesa dos direitos do ci- desenvolvimento de estudos e nologia em gestão pública e
discriminações e preconceitos, co profissional e de formação dadão, proteção da criança e pesquisas nas áreas da educa- sequenciais.
é a missão institucional deste de lideranças sindicais. Seu di- adolescente, educação de jo- ção, economia, sociologia., po- Através da Lei Municipal,
Instituto, criado para qualificar ferencial está assegurado, tan- vens e adultos, promoção da lítica e tecnologia, visando a a n° 5888, de 15 de agosto de
os Trabalhadores, IPET, Insti- to pelo conhecimento de cau- assistência social, segundo as elaboração de subsídios para 2001, possui declaração de uti-
tuto de Pesquisas e Estudos dos sa, das pessoas que fazem edu- diretrizes da Lei Orgânica da uma política estratégica dos sin- lidade pública, cuja publicação
Trabalhadores. cação, quanto pelo seu caráter Assistência Social, promoção dicatos no desenvolvimento de no diário oficial está sob o nú-
Criado como escola sindi- reconhecidamente de utilidade da cultura, defesa e conserva- suas atividades. mero 16.729, na página 26.
cal , o IPET é mantido pela or- pública, sem fins lucrativos. ção do patrimônio histórico e Sua atuação se dá através de Conheça o Instituto de Pes-
ganização sindical dos Traba- O IPET tem por objetivos a artístico, além da segurança ali- Escola Sindical, com a realiza- quisas e Estudos dos Trabalha-
lhadores na área da educação. prestação de serviços, assesso- mentar, do meio ambiente, pro- ção de cursos, palestras, semi- dores, IPET, entidade que pro-
Suas atribuições são as de pla- ramento técnico, sindical, admi- moção do voluntariado expe- nários e outros, além de orga- move uma nova visão social de
nejar e executar cursos com nistrativo e jurídico aos traba- rimentação de novos modelos nizar ou dar suporte logístico a formação, qualificação e re-
diretrizes voltadas à inserção lhadores e às suas entidades so- de sistemas alternativos de pro- essas atividades; Escola de qualificação profissional.
do educando no conjunto das ciais, bem como, a participação dução, comercio e crédito, pro- Formação, Qualificação e Re- (Prof. Lúcio Darelli)