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Extensão Rural e desenvolvimento sustentável

O tempo é de renovação, de novas expectativas, de retomada de


investimentos em Extensão Rural no Brasil. Houve um desmonte ao longo dos
anos 90, e os estados tiveram de encontrar saídas para manter a estrutura de
atendimento, principalmente em regiões de deficiências acentuadas. A
resistência colhe frutos hoje, com uma fatia maior de verbas no orçamento
federal destinada ao setor e o aumento no quadro de extensionistas em quase
50% nos últimos anos no serviço público.

O momento tem ainda maior significado porque os profissionais da


área consolidam uma transformação na forma de pensar e agir nas
comunidades rurais do País. Ao lado de agricultores familiares, mesmo em
locais distantes, onde o acesso é barreira para a chegada dos serviços, os
extensionistas contribuem para transformações culturais, sociais e econômicas,
atuando como efetivos agentes do desenvolvimento sustentável.
A Associação Brasileira das Entidades Estaduais de Assistência
Técnica e Extensão Rural (ASBRAER) se fortaleceu em tempos de crise,
mobilizou, levantou discussões, organizou o setor e cresce nesta fase de
retomada. Junto com seus parceiros – destacando o MDA, o Congresso
Nacional e as organizações dos agricultores – lança a Frente Parlamentar pela
Extensão Rural Pública e a Academia Brasileira da Extensão Rural, novos
instrumentos para fortalecer o trabalho dos extensionistas na reflexão teórica,
na lida e na prática transformadora que vêm assegurando uma vida melhor
para milhões de agricultores familiares brasileiros.

A Extensão Rural de um novo tempo

Falar de Extensão Rural é falar de educação. E falar de educação é


abordar um aspecto importante da humanidade: a transformação. A Extensão
Rural é uma educação não formal, onde educador e educando, a partir do
saber de cada um, constroem novos saberes. Um processo feito pelo
agricultor, que ao longo da história se apropria de conhecimentos, e pelo
extensionista rural, que na academia e na ciência se prepara. Juntos, ambos
conseguem construir novas realidades.

A sala de aula é o campo, as plantações, o ambiente onde estão as


criações – nos brejos, planaltos, lavrados, lagos, rios e riachos. O extensionista
rural é um agente de desenvolvimento que vai aos mais longínquos grotões e
recantos do País. Trabalha com os ribeirinhos, com as famílias de pequenos
agricultores, com os pescadores artesanais, na agricultura urbana, com
famílias excluídas, na periferia das grandes metrópoles, nas vilas e pequenas
cidades. Também capta dados e informações importantes da realidade de cada
comunidade, município, região e estado.

Há décadas, a Extensão Rural vem desempenhando papel destacado


no desenvolvimento da agricultura brasileira. Em cada momento, adequando-
se à realidade, ora na chegada de novas tecnologias, na conquista do cerrado,
ora no repensar do modelo de desenvolvimento que o País precisava e precisa
para ter uma produção sustentável do ponto de vista ambiental, viável
economicamente e socialmente justa.

No passado, o sucateamento

Em todos os ciclos ou fases da agricultura brasileira, o momento mais


crítico da Extensão Rural foi o ano de 1990, quando o governo federal, numa
atitude irresponsável, extinguiu a instituição que coordenava o serviço brasileiro
de Assistência Técnica e Extensão Rural, a Embrater. Com isto, cada estado
teve de assumir seu serviço de Assistência Técnica e Extensão Rural. O
impacto foi realmente de desmonte, uma vez que o governo federal chegou a
participar com mais de 60% do orçamento para manter este serviço, além da
fazer a coordenação de estratégias metodológicas de formação de
extensionistas e de implementação de políticas públicas.

Nas regiões Norte e Nordeste, o serviço praticamente acabou em


vários estados, mesmo o Nordeste tendo o maior número de agricultores
familiares do País, e enfrentando problemas como a seca. Em alguns estados
do Sudeste e Sul houve a divisão entre os municípios do custo ou dos
investimentos nos serviço de ATER, são os casos de Minas Gerais, Rio Grande
do Sul, e Paraná, que com a parceria conseguiram manter uma estrutura
melhor.

Extensionista são agentes de desenvolvimento

O extensionista rural deste novo tempo tem um perfil diferenciado.


Precisa entender não só de tecnologia, mas de mercado, de negócios e de
gente, de pessoas. Ele se transformou em agente de desenvolvimento. Hoje,
utiliza metodologias participativas, atua como facilitador e provocador de
transformações, onde as famílias rurais constroem o futuro por meio de
projetos e programas geridos pelas próprias comunidades. Nesta nova
realidade a Extensão Rural começou a aliar-se mais às organizações dos
agricultores, que passaram a defendê-la, e os governos passaram a ter uma
imagem muito melhor a seu respeito. Assim, o governo federal, que em 2002
participava com aproximadamente 2% do orçamento da Extensão Rural do
País, hoje já chega aos 8%. Para quem contribuía com 60%, ainda é muito
pouco, mas foi um grande avanço. O restante do orçamento anual nas 27
unidades da Federação, que está na casa de R$ 1,6 bilhão, é bancado pelos
estados em sua maioria e conta com uma pequena parcela dos municípios.

Uma enorme rede de profissionais

Ocorreu uma revolução silenciosa nas entidades estaduais de


Assistência Técnica e Extensão Rural nos últimos cinco anos. O número de
extensionistas rurais aumentou de 10,5 mil para 14,5 mil, mais de 20 estados
realizaram concurso público, houve investimento em tecnologia da informação,
com novos e modernos equipamentos para atender mais rápido e com maior
eficiência e eficácia os agricultores. Em 4.500 municípios do Brasil há
escritórios de Extensão Rural, formando a maior rede de profissionais que
atuam na construção e implementação de políticas públicas no País. Eles estão
consolidando o importante papel de reduzir desigualdades entre pessoas e
regiões, impactando diretamente o desenvolvimento dos municípios. A
agricultura familiar produz 60% dos alimentos no Brasil, justamente porque os
extensionistas elaboram os projetos para o agricultor preparar o solo, plantar,
fazer o financiamento, cuidar das lavouras, colher e vender os produtos com
qualidade para os consumidores.

Alianças e conquistas

É preciso destacar a forte aliança estratégica entre governo federal,


governos estaduais e organizações dos agricultores, resultando na elaboração
da Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (PNATER), na
estruturação do Departamento de Assistência Técnica e Extensão Rural
(DATER), do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), além da Lei da
Agricultura Familiar e do apoio dado pelo governo federal à ASBRAER, sem
esquecer de um reforço fundamental: do aumento dos recursos do PRONAF de
R$ 2,3 milhões para R$ 12 bilhões.

Pensar diferente e agir pela qualidade de vida

Com as transformações ocorridas no mundo nas últimas décadas, com


consumidores mais conscientes, população preocupada com as questões
ambientais, entre outras, a Extensão Rural precisou, até para sobreviver,
desenvolver uma nova visão do seu papel. Seus profissionais que, até meados
da década de 90, tinham uma atuação mais para aumento de produção e
produtividade, tiveram que começar a trabalhar para aumentar a qualidade dos
produtos, pela segurança alimentar, pela qualidade de vida.

O foco da ação extensionista passou a ser as famílias, as pessoas e


produtos das cadeias produtivas, como o arroz, feijão, milho e carne, os meios
para gerar ocupação, renda e desenvolvimento. A organização social das
famílias em associações e cooperativas, para aumentar o poder de barganha
na compra de insumos, no processamento e agregação de valor à matéria-
prima e venda dos produtos, são pontos que possibilitam e exigem uma forte
atuação do setor.

O compromisso e empenho ao desenvolver o trabalho junto às


comunidades rurais do País, estejam onde estiverem, é o que garante hoje a
construção de políticas públicas para a transformação das condições sociais no
Brasil.

Resultados beneficiam toda a sociedade

A Extensão Rural de um novo tempo está fundamentada, com uma


visão voltada para resultados que atingem diretamente a sociedade, utilizando
na gestão destas instituições metodologias e ferramentas modernas, até então
mais comuns na iniciativa privada, tais como o planejamento estratégico e o
gerenciamento de projetos, fortalecendo a cultura do planejamento.

Um planejamento estratégico construído pelos profissionais da


Extensão, agricultores e suas organizações, que evidencia em sua formulação
a missão dessas organizações: o desenvolvimento sustentável. O foco de toda
ação passa a ser a pessoa, incrementando políticas públicas como a
segurança alimentar, incentivando e promovendo a utilização de metodologias
participativas, formatando a comunicação como ferramenta de gestão,
promovendo a qualidade de vida.

O movimento de reconstrução e revitalização da Extensão Rural vem


acontecendo em todos os estados do Brasil, numa parceria liderada pelo MDA
e pela ASBRAER, com os governos estaduais e as organizações dos
agricultores.

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