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Eusébio Sofrônio Jerônimo nasceu na cidade de Estridão (em latim: Strido Dalmatiae),

na província romana da Dalmácia por volta de 347[5], mas só foi batizado entre 360 e 366
quando viajou para Roma com seu amigo Bonoso - que pode ou não ser o mesmo Bonoso
que Jerônimo identifica como sendo seu companheiro quando foi viver como eremita numa
ilha no Adriático - para continuar seus estudos sobre retórica e filosofia. Lá, Jerônimo
estudou gramática latina e um pouco de grego[6] com o gramático Élio Donato, embora não
tenha adquirido a proficiência na língua grega que, anos depois, alegaria ter obtido como
estudante[7]. Jerônimo, tendo nascido em uma região do Império com forte presença
romana desde 165 a.C., quando da derrota do último rei da Ilíria, Gêncio, e já
completamente latinizada no século IV d.C.[8], teria falado latim como língua materna.
Ainda como estudante em Roma, Jerônimo se envolveu no comportamento errático dos
colegas mais despreocupados, o que lhe provocava depois terríveis ataques de
arrependimento. Para apaziguar a consciência, visitava aos domingos as sepulturas
dos mártires e dos apóstolos nas catacumbas, uma experiência que lhe lembrava dos
terrores do inferno:

“ ”
Frequentemente me encontrava entrando naquelas profundas criptas
escavadas na terra, com suas paredes de ambos os lados preenchidas
com os corpos dos mortos, onde tudo era tão escuro que parecia quase
como se as palavras do salmista tivessem se realizado: «Desçam vivos
ao Cheol» (Salmos 55:15). Aqui e ali, a luz, não vinda de janelas, mas
descendo através das valas, aliviava o horror da escuridão. Mas
novamente, tão logo você se via caminhando cuidadosamente adiante, a
noite escura se fechava a sua volta e vinha-me à mente o verso de Virgílio:
"Horror ubique animos, simul ipsa silentia terrent"
— Jerônimo, Commentarius in Ezzechielem[9][10].
Jerônimo utilizou de uma passagem de Virgílio — "Por todos os lados o horror se
espalhava; o profundo silêncio inspirava o terror na minh'alma"[11] — para descrever o
horror do inferno. No início de sua carreira, ele utilizava termos de autores clássicos para
descrever conceitos cristãos (como "Cheol", um termo para o inferno) , um indicativo de
sua educação clássica. Embora inicialmente cético em relação ao cristianismo, no fim
acabou se convertendo[12]. Depois de muitos anos na capital imperial, Jerônimo viajou com
Bonoso para a Gália e se assentou em Augusta dos Tréveros (moderna Tréveris,
na Alemanha), onde é possível que tenha primeiro se dedicado aos seus estudos
teológicos e, depois, a copiar para seu amigo Tirânio Rufino o comentário de Hilário sobre
os "Salmos" e o tratado "De Synodis". Depois disso, Jerônimo viveu vários meses (pelo
menos) ou, possivelmente, anos, com Rufino em Aquileia, onde fez muitos amigos
cristãos.
Alguns deles o acompanharam quando ele partiu, por volta de 373, numa viagem através
da Trácia e da Ásia Menor até o norte da Síria. Em Antioquia, onde ficou por mais tempo,
dois de seus companheiros morreram e ele próprio ficou seriamente doente mais de uma
vez. Durante uma destas enfermidades (perto do inverno de 373-374), Jerônimo teve
uma visão que levou-a a abandonar seus estudos seculares para dedicar-se
completamente a Deus. Ele parece ter trocado uma grande quantidade de tempo que
dispendia no estudo dos clássicos para estudar a Bíblia, dirigido por Apolinário de
Laodiceia, que na época ensinava em Antioquia e ainda não dava sinais de sua futura
condenação por heresia (vide apolinarismo).
Tomando por um súbito desejo de viver em penitência asceta, Jerônimo passou um tempo
no deserto de Cálcis, para o sudoeste de Antioquia, uma região conhecida como "Tebaida
Síria", onde moravam numerosos eremitas. Durante este período, ele parece ter
encontrado tempo para estudar e escrever. Lá também dedicou-se a aprender pela
primeira vez o hebraico, sob a tutela de um judeu convertido e é possível que ele tenha
mantido correspondência com os judeo-cristãos de Antioquia. Por volta desta época,
Jerônimo contratou uma cópia de um "Evangelho Hebreu", do qual fragmentos foram
preservados em suas notas e que é hoje conhecido como "Evangelho dos Hebreus",
considerado o verdadeiro Evangelho de Mateus pelos nazarenos[13]. Depois disso, ele
próprio traduziu partes da obra para o grego[14].
De volta em Antioquia em 378 ou 379, foi ordenado pelo bispo Paulino de Antioquia,
aparentemente contra sua vontade e sob a condição de poder continuar sua vida asceta.
Logo depois, viajou para Constantinopla para continuar seus estudos sobre
as Escrituras com Gregório Nazianzeno. Ele passou por volta de uns dois anos por lá e
partiu novamente para Roma, onde passou os três anos seguintes (382-385) na corte
do papa Dâmaso I e a liderança cristã da cidade. O motivo da viagem foi um convite para
que participasse do concílio de 382 realizado para acabar com o cisma na Igreja de
Antioquia, que na época tinha mais de um patriarca alegando ser o verdadeiro.
Acompanhando um deles, Paulino, pretendia apoiá-lo nos trabalhos, acabou se
destacando junto ao papa e passou a exercer um importante papel durante seus concílios.
Jerônimo então recebeu diversos encargos em Roma e realizou ali uma revisão da Bíblia
Latina (Vetus Latina) baseando-se em manuscritos gregos do Novo Testamento. Ele
também atualizou o saltério contendo o "Livro dos Salmos" que era na época utilizado em
Roma baseando-se na Septuaginta grega. Embora não tenha ficado claro para ele na
ocasião, a tradução de muito do que depois se tornaria a Vulgata latina demoraria ainda
muitos anos e tornar-se-ia seu mais importante legado (vide abaixo).
Em Roma, Jerônimo estava rodeado por um círculo de mulheres bem-nascidas e bem-
educadas, incluindo algumas oriundas das mais nobres famílias patrícias romanas, como
as viúvas Leia, Marcela e Paula, com suas filhas Blesila e Eustóquia. Como resultado da
crescente inclinação destas mulheres pela vida monástica, da indulgente lascividade que
imperava em Roma e mais a crítica feroz de Jerônimo ao clero secular, que não poupava
ninguém, logo irrompeu um conflito contra o clero romano e seus aliados. Depois da morte
de Dâmaso, seu patrono (10 de dezembro de 384), Jerônimo foi forçado a abdicar de suas
funções em Roma quando um inquérito foi aberto pelos seus inimigos para investigar uma
suposta relação inapropriada entre ele e Paula.
Além disso, sua condenação ao estilo de vida hedonista de Blesila levou-a a adotar
práticas ascetas que acabaram afetando sua saúde e a tornaram tão fraca fisicamente que
ela morreu apenas quatro meses depois de começar a seguir suas instruções. A maior
parte da população romana ficou enfurecida com Jerônimo, acusando-o de causar a morte
prematura de uma jovem tão altiva.Para piorar, sua insistência de que Paula não deveria
lamentar a morte dela e suas reclamações de que o luto por ela era excessivo foram vistos
como cruéis e polarizaram ainda mais a opinião pública contra ele[15].
Jerônimo com Santa Paula e sua filha Eustóquia, duas de suas principais devotas. Uma rica viúva,
Paula deu condições para que Jerônimo pudesse viver sem preocupações financeiras e se
dedicasse aos estudos. Ela seguiu-o depois para Belém e morreu com ele na Terra Santa.
1638-1640. Por Francisco de Zurbarán, atualmente na Galeria Nacional de Arte.

Em agosto de 385, Jerônimo abandonou Roma definitivamente e voltou para Antioquia


com seu irmão Pauliniano e diversos amigos; logo depois vieram Paula e Eustóquia,
decididas a terminar suas vidas na Terra Santa. No inverno do mesmo ano, Jerônimo
viajou com elas na função de conselheiro espiritual. O grupo, acompanhado do
bispo Paulino de Antioquia, peregrinou por Jerusalém, Belém e os lugares santos
da Galileia antes de seguir para o Egito, onde viviam os heróis da vida asceta, os monges
do deserto.
Na Escola Catequética de Alexandria, Jerônimo ouviu Dídimo, o Cego, ensinar sobre
o profeta Oseias e contar o que se lembrava de Santo Antão, que morrera trinta anos
antes. Depois, passou algum tempo na Nítria admirando a disciplinada vida comunitária
dos numerosos habitantes da "cidade do Senhor", percebendo que, mesmo ali, "serpentes
escondidas", ou seja, a influência do polêmico teólogo alexandrino Orígenes. No final do
verão de 388, voltou para a Terra Santa e passou o resto de sua vida numa cela eremítica
perto de Belém rodeado por uns poucos amigos, homens e mulheres (incluindo Santa
Paula e Eustóquia), a quem ele atendia como sacerdote e professor.
Com recursos financeiros suficientes providenciados pela rica Paula, que investia também
em aumentar sua biblioteca, Jerônimo passou a levar uma vida de incessante produção
literária. A estes últimos trinta e quatro anos de sua carreira pertencem suas mais
importantes obras; sua versão do Antigo Testamento traduzida do original hebraico, o
melhor de seus comentários sobre as Escrituras, seu catálogo de autores cristãos (De Viris
Illustribus) e o seu diálogo contra os pelagianos, de perfeição reconhecida até pelos seus
adversários. A este período também pertence a maior parte de suas polêmicas, obras que
o distinguem dos demais Padres da Igreja da época, incluindo tratados contra
o origenismo (crença que seria depois anatemizada) do bispo João II de Jerusalém e de
seu antigo amigo Rufino.
Em 416, como consequência de suas obras contra o pelagianismo, partidários inflamados
da crença invadiram os edifícios monásticos perto de onde vivia, atearam-lhes fogo,
atacaram os moradores e mataram um diácono, forçando Jerônimo a se refugiar numa
fortaleza nas imediações.
Jerônimo morreu perto de Belém em 30 de setembro de 420, uma data que aparece na
"Crônica" de Próspero da Aquitânia. Diz-se que seus restos, originalmente enterrados em
Belém, foram trasladados para a Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, embora outros
locais no ocidente também reivindiquem a posse de alguma relíquia relacionada ao santo.

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