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º ano
EL14.9. Identificar e explicitar o valor dos recursos expressivos • Fernão Lopes, Crónica de D. João I
mencionados no Programa. • Luís de Camões, Os Lusíadas
EL15.5. Escrever exposições (entre 130 e 170 palavras) sobre • Almeida Garrett, Frei Luís de Sousa
temas respeitantes às obras estudadas, seguindo
tópicos fornecidos.
EL16.2. Comparar temas, ideias e valores expressos em
diferentes textos da mesma época e de diferentes
épocas.
Leitura L7.1. Identificar tema e subtemas, justificando. • Apreciação crítica
L7.2. Explicitar a estrutura interna do texto, justificando. • Artigo de opinião
L7.3. Fazer inferências, fundamentando. • Diário
• Memórias
RETOMA
Teste de avaliação 4
Português, 12.º ano
Fernando Pessoa – Mensagem
A
Lê o poema.
D. João o Primeiro
O homem e a hora são um só
Quando Deus faz e a história é feita.
O mais é carne, cujo pó
A terra espreita.
5
Mestre, sem o saber, do Templo
Que Portugal foi feito ser,
Que houveste a glória e deste o exemplo
De o defender,
Apresenta, de forma bem estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem.
Per que guisa estava a cidade corregida pera se defender, quando el-Rei de Castela pôs cerco
sobr’ela.
[…]
E ordenou o Meestre com as gentes da cidade que fosse repartida a guarda dos muros pelos fidalgos
e cidadãos honrados1; aos quaes derom certas quadrilhas2 e beesteiros e homẽes d’armas pera
ajuda de cada uũ guardar bem a sua. Em cada quadrilha havia uũ sino pera repicar quando tal cousa
5
vissem, e como3 cada uũ ouvia o sino da sua quadrilha, logo todos rijamente corriam pera ela; por
quanto aas vezes os que tiinham cárrego das torres viinham espaçar 4 pela cidade, e leixavom-nas
encomendadas a homẽes de que muito fiavom; outras vezes nom fiavom em elas senom as atalaias; mas
como davom aa campãa5, logo os muros eram cheos, e muita gente fora. […]
10 E nom embargando6 todo isto, o Meestre que sobre todos tiinha especial cuidado da guarda e governança
da cidade, dando seu corpo a mui breve sono, requeria 7 per muitas vezes de noite os muros e torres com
tochas acesas ante si, bem acompanhado de muitos que sempre consigo levava. Nom havia i neuũs revees8
dos que haviam de velar, nem tal a que esqueecesse cousa do que lhe fosse encomendado; mas todos muito
prestes a faazer o que lhe mandavom, de guisa que, a todo boom regimento que o Meestre ordenava, nom
15 minguava avondança de trigosos9 executores.
LOPES, Fernão (1980). Crónica de D. João I (textos escolhidos), apres. crítica de Teresa Amado. Seara Nova: Comunicação, pp. 171-173.
1. honrados: de boa categoria social; burgueses. 2. quadrilhas: locais da muralha onde estavam os vigias. 3. como: logo que. 4. espaçar: espairecer;
folgar. 5. campãa: sino. 6. nom embargando: não obstante. 7. requeria: visitava. 8. revees: rebeldes; soldados que faltavam à chamada; desobedientes.
9. trigosos: diligentes.
Apresenta, de forma bem estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem.
G R U P O II
Lê o texto.
impossíveis de publicar, salvo num contexto académico, como está a fazer a Imprensa Nacional Casa da
Moeda com a edição crítica coordenada pelo professor Ivo de Castro. E foi precisamente a esta edição
crítica que o Expresso começou por ir buscar o fundamento da sua obra: a fixação do texto. O autor,
15 emendando e voltando a emendar, fazendo vários projetos diferentes de poemas, com versões ligeira-
mente alteradas, não é fácil de apanhar. O trabalho do professor Ivo de Castro, juntamente com muitos
outros pessoanos, com destaque para o recém-prémio Pessoa Richard Zenith, é justamente o de, sendo
fiel ao poeta, fixar ou unificar aquilo que se entendem ser as palavras escolhidas, nos locais exatos. E
uma notícia: alguns destes poemas e textos que vão ser distribuídos pelo Expresso resultam, pela pri-
20 meira vez, do consenso alargado de todos os que se dedicam à obra de Pessoa.
Pode pensar-se que estamos na presença de mais um poeta. Mas nada mais falso. Fernando Pessoa
é a maior personalidade literária de Portugal. Por exemplo, o crítico Harold Bloom, que o considera
Walt Whitman (um dos maiores, senão o maior poeta americano) renascido, inclui-o no escasso câ-
none dos 26 melhores escritores da civilização ocidental.
25 A sua dimensão genial foi também sublinhada pelo professor Eduardo Lourenço num dos primor-
diais e mais importantes ensaios críticos sobre a sua obra (Pessoa Revisitado, 1973). Mas, longe de es-
tarmos a tentar convencer cada um acerca do seu génio, pensamos ser melhor colocar à disposição de
todos o essencial da sua obra, de modo que possam aferir por si próprios não só a versatilidade como o
enorme talento de um homem que era muitos.
30
Se em jovem escreveu a um professor que tivera em Durban e a um colega da mesma escola, sob
um nome falso, dizendo que Fernando Pessoa, entretanto regressado a Lisboa, morrera num incêndio;
se, sob o nome de Alexander Search, publicou os primeiros poemas em inglês, mais tarde cria um enge-
nheiro de máquinas e depois naval, nascido em Tavira, cujos poemas são assinados Álvaro de Campos
(entre os quais o conhecido “Tabacaria”). Um latinista e monárquico, nascido no Porto, médico de for-
35 mação, que na posteridade pessoana é Ricardo Reis. Um guardador de rebanhos (que nunca os guar-
dou) poeta naturalista, desesperado que se proclama antimetafísico, Alberto Caeiro. Um simples
guarda-livros que se encontra com Pessoa numa Casa de Pasto na Baixa, Bernardo Soares. Todos estes
[…] tinham biografia, estilos, idiossincrasias e preferências próprias, chegando a polemizar entre si.
Além disto, temos ainda o Pessoa esotérico, cabalista e astrólogo, o poeta que faz versos de escárnio
40
a Salazar e ao Estado Novo, que defende a liberdade de se ser homossexual ou que escreve indignado
contra a ilegalização da maçonaria. Além, claro, dos contos policiais, que aliás fecharão esta coleção, a
14 de novembro.
Por trás, apenas um homem franzino de chapéu, tímido, com um único amor conhecido na vida –
Ofélia Maria Queirós Soares, a quem ele escreve cartas, que como todas as cartas de amor “são ridícu-
45 las”, como postulou Álvaro de Campos.
MONTEIRO, Henrique. “Todas as faces de Pessoa” [Em linha]. Expresso/Sapo, 15-09-2015 [Consult. em 08-11-2016, com supressões].
2. A referência a versos ou títulos de poemas presente nas linhas 1 a 8 tem como função
demonstrar que (5 PONTOS)
4. De acordo com o autor do texto, a publicação em causa apresenta como mais-valia o facto de
(5 PONTOS)
(A) integrar os poemas que Fernando Pessoa escreveu em inglês.
(B) ter sido elogiada pelo crítico Harold Bloom.
(C) não ter o consenso alargado dos que se dedicam ao estudo da obra de Pessoa.
(D) incluir textos aprovados pela maioria dos especialistas da obra pessoana.
6. A oração subordinante de que depende a oração iniciada por “Se” (l. 30) é (5 PONTOS)
(A) “que tivera em Durban” (l. 30).
(B) “Fernando Pessoa […] morrera num incêndio” (l. 31).
(C) “se, sob o nome de Alexander Search, publicou os primeiros poemas em inglês” (l. 32).
(D) “mais tarde cria um engenheiro de máquinas […]” (ll. 32-33).
10. Indica o valor modal veiculado pelo termo “claro” (l. 41). (5 PONTOS)
G R U P O II (50 PONTOS)
Redige uma síntese do texto “Todas as faces de Pessoa” (transcrito no Grupo B), utilizando entre
130 e 170 palavras.
Observações:
1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo quando
esta integre elementos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra, independentemente dos
algarismos que o constituam (ex.: /2017/).
2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados – um mínimo de cento e trinta e um máximo de cento e setenta
palavras –, há que atender ao seguinte:
• um desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial (até 5 pontos) do texto produzido;
• um texto com extensão inferior a oitenta palavras é classificado com zero pontos.
G R U P O II (50 PONTOS)
Item Cotação Cenário de resposta
1. 5 pontos (B)
2. 5 pontos (B)
3. 5 pontos (A)
4. 5 pontos (D)
5. 5 pontos (D)
6. 5 pontos (D)
7. 5 pontos (A)
8. 5 pontos Relação de anterioridade – o acontecimento descrito em “tivera” é anterior ao acontecimento
descrito em “escreveu”.
9. 5 pontos Predicativo do complemento direto
10. 5 pontos Valor epistémico de certeza
NÍVEL INTERCALAR
Reduz o texto-fonte ao Preserva o sentido global do Não preserva o sentido
essencial, selecionando texto-fonte, dando conta de global
criticamente as ideias-chave, algumas das suas ideias-chave, do texto-fonte.
através da manutenção dos através da manutenção dos Organiza a informação:
tópicos mais relevantes; tópicos mais relevantes, ainda • num discurso
Organiza a informação: que integrando informação geralmente
Género • num discurso globalmente acessória. inconsistente e, por
coerente; Organiza a informação: vezes,
de texto
• sem apresentar marcas • num discurso globalmente ininteligível;
e tema de enunciação do sujeito coerente, apesar de algumas • apresenta um texto em
produtor da síntese. ambiguidades. que
• apresentando marcas de traços do género
enunciação do sujeito solicitado
produtor da síntese. se misturam, sem critério,
com os de outros géneros
textuais.
10 8 6 4 2
NÍVEL INTERCALAR
NÍVEL INTERCALAR
NÍVEL INTERCALAR
NÍVEL INTERCALAR
• marca corretamente os • estabelece, com algumas
parágrafos; descontinuidades, conexões
• utiliza, adequadamente, entre as coordenadas de
mecanismos de coesão enunciação (pessoa, tempo,
textual que evidenciem espaço) ao longo do texto.
nexos lógicos (ex.:
Estrutura conectores e outros
e coesão marcadores discursivos);
(cont.) • estabelece conexões
adequadas entre
coordenadas de enunciação
(pessoa, tempo, espaço) ao
longo do texto.
5 4 3 2 1
NÍVEL INTERCALAR
NÍVEL INTERCALAR