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Por que psicologia na educação escolar?

Paulo Henrique Pereira Mota - 29/05/2019

Vivemos, no Brasil contemporâneo, um ataque sistemático contra a escola e o


professor: através de projetos simbolizado pelo nome "Escola Sem Partido", alunos,
com incentivo de pais desavisados e políticos mal intencionados, coagem professores e
acusam estes de doutrinação, no sentido de que o professor não está transmitindo um
conteúdo isento de uma ideologia ou visão de mundo. Isso demonstra, entre outras
coisas, o papel do professor no desenvolvimento de um aluno na escola. Ou seja,
apesar das tentativas de destruição tanto da escola como espaço de formação (daí
iniciativas de homeschooling) como do professor, ambos são ainda centrais na
sociedade para formar e desenvolver as crianças. Faremos uma reflexão acerca do
processo de ensino do professor, a fim de compreender, de m ponto de vista
psicológico, o modo pelo qual o aluno aprende, de modo a percebermos tanto a
capacidade daquele que ensina quanto as suas formas mais eficientes.

De modo geral, podemos dizer que a tarefa do professor, numa escola, é


ensinar; e, do aluno, aprender. Mas realizar tal tarefa não é tão simples, pois existem
infinitos fatores que o profissional deve saber e levar em conta no momento de
lecionar: lugar onde ensina, turma que ensina, idade dos alunos, cultura da
comunidade na qual a escola está inserida, o projeto político-pedagógico da escola, a
política educacional da cidade e muitos outros aspectos. Um fator decisivo é
considerar o nível de inteligência dos alunos que frequentarão as suas aulas. Para
tanto, é necessário distinguir dois tipos de inteligências: aquela determinada pelo
desenvolvimento biológico e a outra determinada pela interação social, do meio
exterior. A primeira resultaria do desenvolvimento real do indivíduo; a segunda, do
aprendizado escolar.

O nível de desenvolvimento real estaria associado às capacidades mentais da


criança que já se estabeleceram como resultados de ciclos completados. Assim, como
descobriu Piaget, muitas operações dedutivas e lógicas se tornam possíveis somente a
partir dos 7anos; noção de conservação da matéria, a partir dos 8 anos; operações de
proporção, a partir dos 11 anos e a capacidade de um discurso lógico (de adulto), a
partir de 12 ou 15 anos. (Vide Problemas de psicologia genética). Os testes de idade
mental procuram determinar o nível de desenvolvimento real da criança, ou seja, grau
de capacidade que conseguem resolver tarefas lógicas de forma independente,
autônoma.

O modo pelo qual a criança desenvolve seu aprendizado está estritamente


associado a esse desenvolvimento real. Ora, uma criança de 3 anos ainda não
consegue realizar nenhuma operação aritmética, por exemplo. Mas um professor não
poderia colocar como finalidade do seu ensino a adequação do aprendizado para um
estágio mental supostamente universal. Seu objetivo seria, antes, medir não os
processos de maturação já completados da criança, mas aqueles processos em que
estão em formação, em potencial. Em outros termos, é identificar o que Vygotsky
chamou de zona de desenvolvimento proximal, isto está, aquelas funções que ainda
não amadureceram na criança, mas que florescem devido a sua ajuda ou do auxílio de
companheiros.

Nesse sentido, em vez do professor terminar seu ensino para desenvolvimento


processos que, a rigor, já estão formados, ele deve antecipar tal desenvolvimento
através do aprendizado. Não se deve objetivar o que a criança já conseguiria fazer, em
sua autonomia, mas pressupor esta para empurrá-la na direção do que lhe falta. Se
crianças retardadas sozinhas, nunca atingirão formas de pensamento abstrato: "é a
escola que deveria fazer todo esforço para empurrá-las nessa direção, para
desenvolver nelas o que está intrinsecamente faltando no seu próprio
desenvolvimento". (Vygotsky, A formação social da mente). O conceito de zona de
desenvolvimento proximal é eficaz para orientar o trabalho do professor no ensino e o
desenvolvimento do aluno na escola.

Em relação ao modo pelo qual o ensino deve ser procedido, uma das
estratégias seria vivificar a imaginação da criança para acessar uma determinada
realidade. Concordamos com Vygotsky de que a imaginação não se contrapõe à
realidade "factual" e é, em verdade, um dispositivo essencial na atividade humana em
geral. Pois toda e qualquer atividade criativa pressupõe a imaginação. O cérebro
conserva experiências passadas (pela memória) para reproduzir e repetir tarefas com
facilidades e para criar novas situações, comportamentos e objetos. Tanto que, para
Vygotsky, todos os objetos do cotidiano nada são senão a "imaginação cristalizada".
(Vygotsky, Imaginação e criatividade na infância). Ou seja, os homens imaginam, após
longos processos de associação e dissociação de elementos e aspectos já vivenciados,
e materializam em objetos para satisfazer necessidades, desejos e aspirações
humanas.

Nesse sentido, a imaginação é fundamental no processo de aprendizado da


criança, pois ela permite acessar realidades que ela pode nunca ter vivido. Nesse
processo, quanto mais a criança viu, ouviu, experimentou, mais ela assimila. Numa
aula de História sobre a revolução francesa, as crianças poderão aprender melhor
sobre tal conteúdo na medida em que imaginam tal acontecimento. Como diz
Vygotsky: "se eu não tiver alguma ideia de aridez, de areia, de enormes espaços e de
animais que habitam tal deserto, não posso, é claro, criar a imagem daquele deserto.
Da mesma forma, se eu não tiver inúmeras representações históricas, também não
posso criar na imaginação um quadro da Revolução Francesa". (Vygotsky, Imaginação
e criatividade na infância, p. 24). Esse processo será mais eficaz na medida em que o
professor melhor apresenta e descreve os elementos constitutivos da história. Por
meio da transmissão do conhecimento, é possível fomentar a criatividade na
imaginação da criança, de modo que ela aprenda o conteúdo proposto com
proximidade da realidade. Eis aí a importância do professor no processo de ensino:
essencial para o aluno aceder a outras realidades e, assim, se desenvolver pelo
conhecimento e formação crítica.

Assim, vimos, a partir do pensamento de Vygotsky, um dos fatores


(psicológicos) que o professor deve levar em conta ao desempenhar a profissão mais
complexa da sociedade: o desenvolvimento mental do aluno, a fim de antecipar sua
maturação real, através do aprendizado, e o aspecto da imaginação para melhor
exercer tal tarefa de empurrar o desenvolvimento da criança. Ora, tanto o conceito de
imaginação na criatividade da criança em seu processo de aprendizado, quanto o
conceito de zona de desenvolvimento proximal são de suma importância para obter
resultados mais adequados na formação do aluno. Isso tudo sem utilizar testes de QI
para medir a inteligência das crianças para condená-las, no que diz respeito ao destino.
Evidentemente, porém, o profissional que leciona na escola não deve
pressupor somente uma psicologia para orientar seu trabalho, mas adotar uma
filosofia da educação; conhecer a história da educação, bem como teorias sociológicas
da educação. Isso sem mencionar de conhecer o local, a comunidade e o tempo da
escola em que trabalha.

Assim, um dos motivos de assistirmos um ataque sistemático da sociedade e do


governo contra o professor e a escola (pública), sobretudo em temos após
Bolsonarismo, em vez do investimento em formação de professores, bem como o
aumento da base salarial dessa categoria, se deve ao medo do potencial desse
profissional em mudar vidas e até trajetórias de alunos. Do pobre que se torna
professor universitário; do herdeiro que, após contato com seu professor de filosofia,
decide ser filósofo, em vez de assumir os negócios da família. Tudo isso que a
educação, na escola, pode fazer, reproduzir e transformar.

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