lugar nenhum Algumas vezes parece que não conseguimos conversar objetivamente. Temos a sensação de que conversamos com o outro mas que não deu certo. Fica a sensação de que não recebemos uma resposta, não conseguimos combinar alguma coisa ou não entendemos o que aconteceu, enfim...
Isso é muito frequente e está relacionado a um mecanismo
inconsciente, chamado redefinição, por meio do qual a pessoa tenta evitar a responsabilidade de assumir uma posição que seria desagradável para ela.
Cada pessoa tem um quadro de referência próprio, ou seja, um conjunto
de crenças sobre si, sobre os outros e sobre a vida, assume alguns papéis e valores que a definem. Quando uma pergunta ou uma conversa ameaça ou confronta essas crenças, papéis ou valores, fazemos uma tentativa para evitá-la. Fazemos isto redefinindo a questão, ou seja, não damos a resposta diretamente, mudamos um pouco o foco da questão e pronto, geralmente o outro não percebe esta manobra e a ameaça passou. Pelo menos por algum tempo, até que o outro traga o assunto de volta. Isto pode se tornar recorrente ou gerar uma discussão mais séria. Por exemplo, a esposa diz ao marido que precisam planejar o carnaval e pergunta onde ele gostaria de ir. Ele responde que ainda está pagando as despesas do ano novo. Ela fica confusa e pensa se isto quer dizer que não vão viajar? Ele não quer dizer isso e talvez não assuma esta posição, pois assumiu um papel de provedor, que gosta de oferecer coisas boas para a família e se vê como um bom marido e pai . Sua preocupação financeira é real, mas é bem possível que não consiga falar disso com a família e o que vai acontecer depende de como esta conversa vai continuar.
Como evitar essa situação? Aquele que não recebeu a resposta
desejada pode colocar a sua pergunta novamente e se fizer isto sem crítica ou confrontação terá um resultado melhor. É importante lembrar que o outro está se defendendo, porque assumiu que responder é desconfortável ou ameaça sua imagem, sua posição.
Se mantivermos o exemplo, a esposa poderia perguntar novamente
levando em consideração a informação que ele já deu com sua resposta. Para a esposa também é um desafio e se dessa vez os planos dela forem frustrados? Ele consegue falar dos seus problemas e ela consegue fazer planos que fiquem dentro do orçamento?
Esta situação se repete constantemente no ambiente familiar e no
ambiente profissional. Por apenas dois dias preste atenção às respostas que você recebe e veja se são diretas ou indiretas. Talvez você encontre uma maneira de começar uma comunicação mais eficaz a partir disto.
PCA – COMPREENSÃO DO TEXTO E SENSO CRITICO
(MINIMO 25 LINHAS) O texto apresentado expõe uma forma de comunicação que ocorre bem mais do que nós mesmo pudemos supor, nos dias de atuais. A conversa que “gira em círculos”, que “não chega a lugar nenhum”, fonte inesgotável de maus entendidos, se manifestam hoje em dia também em massa, nas mensagens gráficas que realizamos através do aplicativos de comunicação virtual. Considerando, portanto, que a comunicação é círculos que, onde normalmente temos um emissor e um receptor, que segue um padrão, ação e reação. Sendo assim, é a sucessão dessas ações e reações que vão favorecer ou não o desenvolvimento de comunicação adequada ou inadequada. É comum, que com o passar do tempo, a convivência e a relação no dia a dia, as pessoas tendem a utilizar determinados padrões de comunicação que podem criam estresse e tensão, como é o caso do exemplo apresentado pelo texto, essa tentativa, mesmo que inconsciente de adequar a resposta comunicativa, visando não gerar um desconforto, a longo prazo, podem acabar destruindo um relacionamento, uma relação profissional ou qualquer outra relação que implique respeito mútuo. O nosso desafio então é observar nosso o padrão que estamos utilizando na hora de nos comunicarmos, para aprendermos a identificar esses hábitos de comunicação, e dar-nos conta do dano que causam e do modo como envenenam uma relação para, então, buscarmos aplicar uma solução. Para isso, uma das possibilidades é procurarmos desenvolver nossas habilidades sociais. A boa notícia é que parte das habilidades sociais nasce com as pessoas, mas elas também podem ser praticadas e treinadas. É de conhecimento comum que pessoas articuladas, que sabem se comunicar bem e se comportar de forma agregadora, afetuosa e cordial têm mais sucesso na vida, sofrem menos e fazem uma diferença muito positiva nos seus círculos de convivência. Assim, um esforço para melhorar esses hábitos de comunicação tão prejudiciais pode melhorar muito não somente relações amorosas, como também relações amistosas, com nossos filhos, com a família. Esforço quer dizer que, não vai ser fácil, mas normalmente vale a pena.