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ORGANIZAÇÃO FUNCIONAL

Um dos aspectos que diferencia o espaço urbano é a grande diversidade de funções que oferece
- funções urbanas - e também o facto de estas se localizarem com uma certa organização
espacial, gerando o que habitualmente se designa por áreas funcionais.

A organização das áreas funcionais depende de diversos factores, salientando-se o custo do


solo urbano, também designado como renda locativa. Esta é condicionada sobretudo pela
acessibilidade e distância ao centro (figura 3). É mais elevada no centro e vai diminuindo à
medida que aumenta a distância ou a acessibilidade se torna menor em relação a ele.

Como no centro da cidade existe pouco espaço disponível, a procura de terrenos é superior à
oferta, o que torna os preços do solo
muito elevados, assistindo-se
frequentemente a uma especulação
fundiária.

A variação da renda locativa com o


aumento da distância ao centro sofre
distorções introduzidas pela
acessibilidade (figura 4), devido
sobretudo à oferta de serviços de
transporte e estacionamento, além de
outras condições atractivas,
geralmente associadas aos aspectos
ambientais e sociais. Assim, podem
surgir áreas menos centrais e até mesmo periféricas que, pela sua aptidão para determinadas
funções (habitação de maior qualidade e com bom enquadramento paisagístico, comércio
especializado, centros comerciais, hotéis, etc.) e pelas acessibilidades existentes ou previstas,
apresentam custos de solo também elevados.

Figura 4 - Variação do valor do solo (renda locativa) num centro urbano.

Funções urbanas:

Aquelas que se associam ao espaço urbano, como são a


habitação, o comércio e os serviços (saúde, administrativos,
culturais, lazer, etc.), mas também a função industrial,
embora esta se restrinja a certos tipos de indústria mais
adequados ao espaço urbano.

Áreas funcionais:

Áreas mais ou menos homogéneas relativamente às funções


que nelas se encontram.

Especulação fundiária:

Sobrevalorização do solo devido à procura e às condições


oferecidas pelo centro
AS FUNÇÕES ASSOCIADAS AO SECTOR TERCIÁRIO

De um modo geral, o centro das cidades individualiza-se em relação às restantes áreas,


principalmente pela importância das funções que nele se concentram. Por isso, é geralmente
designado por CBD - iniciais da expressão Central Business District (Doc 1).

As principais vias de circulação viária, na maioria dos


casos, convergem para o centro da cidade. Assim, as
actividades presentes no CBD são as mais sensíveis à
centralidade que este proporciona. Aí se concentram
actividades do sector terciário, nomeadamente o
comércio especializado, e os níveis mais altos de
decisão, quer da administração pública (ministérios,
tribunais superiores, etc.), como da vida económica
(sedes de bancos, de companhias de seguro, etc.). No
centro da cidade, também se encontram actividades de
animação lúdica e cultural.

Deste modo, o CBD caracteriza-se pela:

• Intensidade de tráfego, de veículos e peões, devido à


concentração de funções raras que atraem um grande
número de pessoas;

• Numerosa população flutuante, presente apenas


durante o dia;

• Diminuta população residente, que é constituída sobretudo por idosos residentes em casas
mais antigas de rendas baixas, mas também por uma população mais jovem que ocupa edifícios
novos ou renovados destinados a habitação.

As características do CBD podem ser mais ou menos acentuadas, consoante a dimensão da


cidade e as relações de interdependência e complementaridade que estabelece com a área
envolvente e com outras cidades.
Funções raras:

Funções que se encontram apenas


em certos lugares, obrigando, por
vezes, a efectuar grandes
deslocações para que se possa
usufruir delas.
DIFERENCIAÇÃO ESPACIAL DO CBD

As funções do CBD encontram-se organizadas no espaço, tanto horizontalmente, como em


altura (figura 3), de acordo com os pisos dos edifícios:

• As funções mais nobres ou raras e os estabelecimentos de maior prestígio ocupam as ruas


centrais e os primeiros pisos dos edifícios;

• As funções mais comuns ou com menor necessidade de contacto com o público de passagem
localizam-se nas ruas menos centrais e nos últimos andares dos edifícios.

A diferenciação espacial faz com que existam áreas ou


ruas especializadas. Por exemplo, no centro de Lisboa é
possível distinguir ruas onde predomina (Fig. 4):

• A oferta comercial de vestuário, calçado e acessórios


de moda, como a rua Augusta;

• O comércio de bens mais valiosos e também onde se


localizam as sedes dos bancos e seguros, como a rua do
Ouro;

• A oferta cultural e de lazer, como a rua das Portas de


Santo Antão, onde se localizam o Coliseu e o Politeama,
entre outros;

• O comércio e os serviços de grandes marcas e os hotéis


de prestígio, como os Restauradores e a avenida da
Liberdade;

• O comércio grossista, já na periferia do centro, na rua


da Palma, estendendo-se pela avenida Almirante Reis;

• A função administrativa, como a Praça do Comércio, onde se localizam vários ministérios.


DINÂMICA FUNCIONAL DO CSD

No centro das cidades as funções e a sua organização espacial não se mantêm sempre iguais,
verificando-se uma constante dinâmica de sucessão das diversas funções. Na segunda metade
do século xx, deu-se a substituição da função industrial e residencial pelo comércio e outras
actividades terciárias. Mais recentemente, a tendência é para uma descentralização desse tipo de
funções.

Esta dinâmica é provocada pela especulação fundiária e pelo congestionamento do centro da


cidade, que vai criando dificuldades de acesso, uma vez que este se localiza, geralmente, na
área mais antiga, onde as ruas são estreitas. Torna-se, assim, mais difícil e demorado o acesso
ao centro, não só para as actividades económicas, mas também para a população que aí se
desloca.

Assim, as funções associadas ao CBD tendem a deslocalizar-se para outras áreas que, devido à
acessibilidade, se vão constituindo como novas centralidades.

NOVAS CENTRALIDADES NA CIDADE

Nas novas centralidades, que surgem noutros pontos da cidade, o espaço disponível permite
oferecer maior inovação no que respeita ao tipo de serviços e ao conforto proporcionado a
quem os utiliza.

Por exemplo, o aparecimento de novas áreas de grande acessibilidade e prestígio, como é o


Parque das Nações, em Lisboa, que atraem serviços e comércio diversificados e, por vezes, de
grande especialização, incluindo os serviços administrativos, privados e públicos, dá origem a
novas centralidades de grande dinâmica económica e social. Para a população que procura esse
tipo de comércio e serviços o acesso é mais rápido e cómodo, devido à confluência de
numerosos e variados meios de transportes e à existência de parques de estacionamento.

Como resposta a esta tendência, actualmente, procura-se promover o centro das cidades, através
de medidas como:

• A organização do trânsito;

• O melhoramento dos transportes públicos;

• A criação de novos espaços de estacionamento, geralmente


subterrâneos;

• A renovação dos edifícios;

• O encerramento ao trânsito de certas ruas ou áreas, onde os


visitantes podem circular mais à vontade, sentar-se numa
esplanada ou apreciar a animação lúdica e cultural que surge
nestes espaços (fig).
NOVAS ÁREAS TERCIÁRIAS

A expansão das actividades terciárias, em número e diversidade, fez com que o CBD se
tornasse pouco adequado à localização de muitas delas, sobretudo devido à falta de espaço, ao
preço do solo e à dificuldade de circulação e estacionamento. Assim, muitos serviços,
sobretudo os que exigem maior consumo de espaço, como a armazenagem e distribuição, estão
a sair da cidade, deslocando-se para as suas periferias. Privilegiam áreas de boa
acessibilidade onde se cruzam diferentes vias de comunicação, muitas vezes em zonas criadas
de propósito para estas funções, onde, além de edifícios adequados aos diferentes serviços,
existem equipamentos complementares, como centros de congressos, restaurantes, galerias
comerciais e zonas de estacionamento.

Outro tipo de conjuntos de serviços que surgem também nas periferias das cidades, em áreas de
grande acessibilidade, são os chamados parques tecnológicos (fig. 1), onde se instalam
empresas de alta tecnologia, organismos de ensino universitário e de investigação e serviços
especializados dirigidos às empresas do parque, como são os de prospecção de mercado,
contabilidade e gestão, etc.

As novas formas de comércio surgidas nas últimas décadas e


associadas a estabelecimentos de grande dimensão, como os
hipermercados e outras grandes superfícies especializadas em
determinados sectores do comércio (mobiliário, vestuário de
desporto, bricolage, etc.) tendem a localizar-se também nas
periferias dos grandes centros urbanos, em áreas de boa
acessibilidade e, mais recentemente, ocupando zonas
comerciais, onde se podem encontrar várias grandes
superfícies com diferentes ofertas.

O sucesso de qualquer destas novas formas de comércio está aliado à acessibilidade, à


facilidade de estacionamento, à maior mobilidade das famílias e ao aumento do nível de vida.

Rodrigues Arinda et tal, Geografia A 11ºAno, Texto Editores (adaptado)


Rodrigues Arinda, Preparar o Exame Nacional – Geografia A, Texto Editores (adaptado)

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