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JUSTIÇA ELEITORAL

Organização

Introdução

É cediço que a Justiça Eleitoral é o ramo do Poder Judiciário criado em 1932


para ser responsável por todos os trabalhos eleitorais – do alistamento à proclamação
dos eleitos.
RAMAYANA (2010, p. 103) diz que cumpre “à Justiça Eleitoral a nobre missão
de resguardar a democracia e o Estado Democrático, nos moldes do disposto no art. 1º e
incisos da Constituição Federal, efetivando, praticamente, a soberania popular, a
cidadania e o pluralismo político como princípios fundamentais trilhados pelo
legislador-constituinte”.

Órgãos da Justiça Eleitoral

De acordo com os artigos 92, V, e 118, I a IV, da Constituição Federal, a Justiça


Eleitoral é composta pelo Tribunal Superior Eleitoral, pelos Tribunais Regionais
Eleitorais, pelos juízes eleitorais e pelas juntas eleitorais.

Tribunal Superior Eleitoral – TSE

O Tribunal Superior Eleitoral - TSE, com sede em Brasília e jurisdição em todo


o território nacional, é composto de sete membros. Nos termos do art. 119, da
Constituição Federal1, a composição desse tribunal envolve: três juízes dentre os
ministros do Supremo Tribunal Federal - STF; dois juízes dentre os ministros do
Superior Tribunal de Justiça - STJ; e dois juízes, nomeados pelo presidente da
República e escolhidos dentre seis advogados indicados pelo STF. O presidente e o

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Art. 119. O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no mínimo, de sete membros, escolhidos:
I - mediante eleição, pelo voto secreto:
a) três juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal;
b) dois juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça;
II - por nomeação do Presidente da República, dois juízes dentre seis advogados de notável saber
jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Supremo Tribunal Federal.
vice-presidente do TSE são eleitos dentre os ministros do STF, e o corregedor eleitoral é
eleito dentre os ministros do STJ.

Tribunal Regional Eleitoral – TRE

Há um Tribunal Regional Eleitoral - TRE na capital de cada Estado e um no


Distrito Federal. Assim como o Tribunal Superior Eleitoral, os Tribunais Regionais
Eleitorais também são compostos por sete membros, conforme prevê o art. 120 da
Constituição Federal2.
A escolha dos juízes que compõem os TREs ocorre da seguinte forma: dois
juízes dentre os desembargadores do Tribunal de Justiça – TJ, escolhidos por esse
tribunal; dois juízes dentre os juízes de direito, escolhidos, também, pelo TJ; um juiz
federal indicado pelo Tribunal Regional Federal - TRF; e dois juízes nomeados pelo
presidente da República e escolhidos dentre seis advogados indicados pelo TJ.
Diferentemente do que ocorre com o TSE, não há vinculação específica para o
cargo de presidente e vice-presidente do TRE, os quais são eleitos pelos próprios
membros do TRE, dentre os desembargadores do TJ que o compõem. O corregedor
eleitoral, por sua vez, é eleito dentre os demais juízes, conforme regra do próprio TRE,
e tal função, a depender do tribunal, pode ser acumulada pelo vice-presidente, pode ser
ocupada por eleição realizada apenas entre juízes de direito e, ainda, pode ser suprida
por designação de juiz federal.

Juízes eleitorais

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Art. 120. Haverá um Tribunal Regional Eleitoral na Capital de cada Estado e no Distrito Federal.
§ 1º - Os Tribunais Regionais Eleitorais compor-se-ão:
I - mediante eleição, pelo voto secreto:
a) de dois juízes dentre os desembargadores do Tribunal de Justiça;
b) de dois juízes, dentre juízes de direito, escolhidos pelo Tribunal de Justiça;
II - de um juiz do Tribunal Regional Federal com sede na Capital do Estado ou no Distrito Federal, ou,
não havendo, de juiz federal, escolhido, em qualquer caso, pelo Tribunal Regional Federal respectivo;
III - por nomeação, pelo Presidente da República, de dois juízes dentre seis advogados de notável saber
jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Tribunal de Justiça.
§ 2º - O Tribunal Regional Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente- dentre os
desembargadores.
A Justiça Eleitoral não tem magistrados investidos de forma permanente na
jurisdição eleitoral, logo, quem exerce as funções eleitorais são juízes de direito
designados pelo período mínimo de dois anos e máximo de quatro anos consecutivos.
Diante disso, os juízes eleitorais são juízes de direito pertencentes à Justiça
Estadual e designados pelo TRE para presidir as zonas eleitorais. Tais juízes exercem as
funções eleitorais de modo cumulativo com a jurisdição comum.

Juntas eleitorais

As juntas eleitorais são órgãos colegiados de atuação provisória constituídos 60


dias antes das eleições e extintos logo após o fim dos seus trabalhos. As juntas atuam
somente nas fases finais do processo eleitoral e têm como trabalho principal a apuração
e totalização dos votos. Nas eleições municipais, as juntas permanecem até a
proclamação dos resultados das eleições e a diplomação dos eleitos.
De acordo com o art. 36 do Código Eleitoral3, as juntas contam com um juiz de
direito (que geralmente é o juiz eleitoral e exerce a função de presidente) e com dois ou
quatro membros titulares e dois suplentes (que serão cidadãos da comunidade que
tenham reconhecidas suas qualidades e capacidade para desempenhar a atividade). Não
podem ser nomeados como membros das juntas: candidatos, seu cônjuge e seus
parentes, ainda que por afinidade, até o segundo grau, inclusive; dirigentes de partidos
políticos; autoridades; agentes policiais; e funcionários no desempenho de cargos de
confiança do Executivo.
Como as funções das juntas eleitorais estão diretamente relacionadas com a
apuração de votos, elas só funcionam plenamente em casos de uso da urna tradicional, o
que demonstra que, atualmente, com o advento da urna eletrônica e da apuração
informatizada, suas funções ficaram um pouco esvaziadas. Porém, independentemente
disso, a competência para expedição dos diplomas dos prefeitos, vice-prefeitos e
vereadores, ainda é da junta eleitoral, e o diploma é expedido pelo juiz eleitoral no papel
de presidente da junta.

Funções da Justiça Eleitoral

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Art. 36. Compor-se-ão as juntas eleitorais de um juiz de direito, que será o presidente, e de 2 (dois) ou
4 (quatro) cidadãos de notória idoneidade.
A Justiça Eleitoral desempenha quatro funções: jurisdicional, administrativa,
normativa e consultiva.

Função jurisdicional

A função jurisdicional, para solucionar os conflitos de interesses e zelar pela


uniformidade das decisões da Justiça Eleitoral, se atém ao julgamento de casos
referentes ao processo eleitoral, tais como: pedidos de registro de candidatos;
representações sobre propaganda eleitoral; ações para apuração de crimes eleitorais,
condutas vedadas a agentes públicos, captação ilícita de sufrágio, entre outros.
Assim, sempre que à Justiça Eleitoral for submetida uma disputa/demanda, esta
exercitará sua função jurisdicional, por meio de seus juízes que aplicarão, ao caso
concreto, o direito (GOMES, 2012, p. 66).

Função administrativa

Essa função da Justiça Eleitoral desempenha papel relevante, pois os atos


preparatórios das eleições são dispendiosos e consomem dinheiro, material e força de
trabalho de inúmeros servidores. É a Justiça Eleitoral que administra todo o processo
eleitoral, ou seja, é ela que prepara, organiza e administra todas as etapas a ele
relacionadas. Segundo Gomes (2012, p. 65), o que caracteriza a função administrativa é
a inexistência de conflito ou lide para ser resolvida. Logo, a função administrativa é
responsável, dentre outras coisas, pelo alistamento de eleitores, emissão de título
eleitoral, transferência de domicílio, fixação de local de votação, nomeação de mesários,
apuração de votos e expedição de diplomas aos eleitos.

Função consultiva

Essa competência da Justiça Eleitoral encontra-se prevista nos artigos 23, XII, e
30, VIII, do Código Eleitoral4, e determina que o Tribunal Superior Eleitoral e os

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Art. 23 - Compete, ainda, privativamente, ao Tribunal Superior:
XII - responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe forem feitas em tese por autoridade com
jurisdição, federal ou órgão nacional de partido político;
Art. 30. Compete, ainda, privativamente, aos Tribunais Regionais:
Tribunais Regionais Eleitorais devem responder a questionamentos sobre assuntos
relacionados à matéria eleitoral. As questões formuladas não podem ter relação ou
semelhança com casos concretos e devem ser respondidas pelo TSE, desde que feitas
por autoridade com jurisdição federal ou órgão nacional de partido político, ou pelos
Tribunais Regionais Eleitorais, desde que demandas por autoridade pública ou partido
político. As respostas às consultas não vinculam outros tribunais ou juízes, contudo, na
prática, são usadas como referência e fundamento para casos similares.

Função normativa

Refere-se à competência para expedir instruções para a fiel execução da


legislação eleitoral. GOMES (2012, p. 68) ensina que a resolução da Justiça Eleitoral
apresenta natureza de ato-regra, uma vez que cria situações gerais, abstratas e
impessoais, modificáveis pela vontade do órgão que a produziu. A função normativa da
Justiça Eleitoral é prevista no Código Eleitoral, no seu artigo 1º, parágrafo único, e nos
artigos 23, IX, e 105, da Lei nº 9.504/975.

Referências

BRASIL. Glossário Eleitoral. Disponível em:


<http://www.tse.jus.br/eleitor/glossario/termos-iniciados-com-a-letra-d#direitos-
politicos>. Acesso em 02 maio 2013.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em:


<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em 03
maio 2013.

VIII - responder, sobre matéria eleitoral, às consultas que lhe forem feitas, em tese, por autoridade
pública ou partido político;
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Art. 1º Este Código contém normas destinadas a assegurar a organização e o exercício de direitos
políticos precipuamente os de votar e ser votado.
Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral expedirá Instruções para sua fiel execução.
Art. 23 - Compete, ainda, privativamente, ao Tribunal Superior:
IX - expedir as instruções que julgar convenientes à execução deste Código;
Art. 105. Até o dia 5 de março do ano da eleição, o Tribunal Superior Eleitoral, atendendo ao caráter
regulamentar e sem restringir direitos ou estabelecer sanções distintas das previstas nesta Lei, poderá
expedir todas as instruções necessárias para sua fiel execução, ouvidos, previamente, em audiência
pública, os delegados ou representantes dos partidos políticos. (Redação dada pela Lei nº 12.034, de
2009).
CÂNDIDO, Joel José. Direito Eleitoral Brasileiro. 14. ed. – São Paulo: Edipro, 2010.

GOMES, José Jairo. Direito Eleitoral. 8. ed. – São Paulo: Atlas, 2012.

RAMAYANA, Marcos. Direito Eleitoral. 10ª ed. Rio de Janeiro:Impetus, 2010.

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