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RESENHA

Engenharia Ambiental

Em um sentido amplo, a ciencia é a sistematizaçao do conhecimento humano


obtido e testado com base na caracterizaçao e formulaçao de um problema, na coleta de
dados via observaçao e na experimentaçao. A diferença entre as ciencias sociais e as
ciencias naturais é que as primeiras estudam as pessoas, o modo como constituem
familias, como vivem em tribos, comunidades, etnias e naçoes. Já as ciencias naturais
investigam a natureza e o mundo fisico. As ciencias naturais incluem uma variedade de
disciplinas bastante distintas, como a biologia, a quimica, a geologia, a fisica – e as
ciencias ambientais (DAVIS; MASTEN, 2016).
Enquanto disciplinas como a biologia, a quimica, a fisica e afins, se concentram
em aspectos especificos das ciencias naturais, as ciencias ambientais englobam todos os
campos das ciencias naturais. O objeto de estudo dos cientistas ambientais sempre foi o
ambiente natural, que inclui a atmosfera, a terra, a água e os seres que o habitam, em
contraste com os ambientes construidos. Mas as ciencias ambientais modernas tem papel
relevante também no contexto dos ambientes criados pelo homem, ou melhor, no
contexto de tudo o que estes ambientes envolvem (DAVIS; MASTEN, 2016).
Em sua declaraçao de missao, a Divisao de Engenharia Ambiental da Sociedade
Norte-Americana de Engenharia Civil (ASCE) esclarece o relacionamento entre a ciencia
ambiental e a engenharia ambiental:

A engenharia ambiental se manifesta em estruturas consistentes de


pensamento e de práticas de engenharia voltadas para a soluçao de
problemas ambientais, sobretudo as questoes que envolvem (1) a
garantia de abastecimento de recursos hidricos seguros, abundantes
e apraziveis ao consumidor; (2) o descarte ou a reciclagem
adequados de águas residuárias e residuos solidos; (3) a drenagem
apropriada de áreas urbanas e rurais para fins sanitários; (4) o
controle da poluiçao da água, do solo e da atmosfera; (5) o impacto
social e ambiental dessas soluçoes. A engenharia ambiental também
se volta para os problemas de engenharia nas esferas da saude
publica, como no controle de doenças transmitidas por artropodes,
na eliminaçao de riscos à saude associados a atividades industriais,
e na garantia de condiçoes sanitárias adequadas em áreas urbanas,
rurais e recreativas, além do efeito dos avanços tecnologicos no
meio ambiente (ASCE, 1977).

A definiçao de engenheiro ambiental, segundo a ASCE, determina que o


profissional tenha como incumbencia: garantir o abastecimento de água saudável, segura
e palatável; propiciar o descarte ou a reciclagem adequada de águas residuárias e
residuos solidos; controlar a poluiçao da água, dos solos e da atmosfera. A esta lista
adicionamos os topicos das ciencias ambientais que complementam os conceitos de
ecossistema ambiental, avaliaçao do risco, solos e recursos geologicos, e efeitos da
agricultura (DAVIS; MASTEN, 2016).

Embora tenhamos feito tremendos avanços na abordagem das agressões


ambientais mais flagrantes e mantido uma economia em crescimento, os desafios
ambientais de hoje são mais complexos e sutis do que os encontrados no início do
movimento ambientalista moderno (MIHELCIC, J. R.; ZIMMERMAN, 2018)
Além disso, as emissões na atmosfera e na água, são provenientes de muitas
fontes distribuídas – denominadas emissões de fontes não pontuais –, de forma que é
muito mais difícil identificar uma fonte específica que possa ser regulada e monitorada.
Também temos um nível muito mais alto de compreensão das ligações entre sociedade,
economia e ambiente. Esses três são reconhecidos como os pilares da sustentabilidade e
exigem que os consideremos simultaneamente, procurando sinergias para alcançar
benefícios mútuos (MIHELCIC, J. R.; ZIMMERMAN, 2018).
Portanto, deve-se criar e manter uma sociedade próspera com alta qualidade de
vida, sem os impactos negativos que, historicamente, têm prejudicado o nosso ambiente e
as comunidades em nome do desenvolvimento. E tudo isso deve ser feito de modo
simultâneo com a manutenção de um estoque suficiente de recursos naturais para as
gerações atuais e futuras, a fim de manter e aumentar a população com uma qualidade
de vida melhor (MIHELCIC, J. R.; ZIMMERMAN, 2018).
Em 1986, a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento das
Nações Unidas lançou Nosso Futuro Comum. O relatório da Comissão Brundtland
definiu desenvolvimento sustentável como o “desenvolvimento que satisfaz as
necessidades do presente sem comprometer a capacidade do futuro para satisfazer suas
necessidades” (MIHELCIC, J. R.; ZIMMERMAN, 2018).
Esse relatório ajudou a estimular a Conferência sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento das Nações Unidas de 1992, conhecida como Cúpula da Terra,
realizada no Rio de Janeiro, Brasil. A conferência – primeira em nível global para tratar
especificamente do meio ambiente – levou à agenda não vinculativa para o século
XXI, Agenda 21, que estabeleceu metas e recomendações relacionadas com questões
ambientais, econômicas e sociais. Além disso, a Comissão sobre Desenvolvimento
Sustentável das Nações Unidas foi criada para supervisionar a aplicação da Agenda 21.
Na Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável de 2002, em
Johanesburgo, África do Sul, líderes mundiais reafirmaram os princípios de
desenvolvimento sustentável adotados na Cúpula da Terra, 10 anos antes. Eles também
adotaram os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODMs). Os oitos ODMs
representam uma agenda ambiciosa para um mundo melhor, que pode guiar a inovação e
a prática da engenharia. Esse é um bom exemplo de ligação entre política e engenharia: a
política pode impulsionar a inovação em engenharia, e os novos avanços da engenharia
podem incentivar o desenvolvimento de novas políticas com padrões avançados que
redefinam as “melhores tecnologias disponíveis” (MIHELCIC, J. R.; ZIMMERMAN, 2018).
De acordo com Mihelcic e Zimmerman (2018), os engenheiros têm um papel
exclusivo a desempenhar no caminho rumo a um futuro sustentável. Isso acontece porque
eles têm um efeito direto no projeto e no desenvolvimento de produtos, processos e
sistemas, bem como nos sistemas naturais por meio da escolha de materiais, localização
do projeto e gerenciamento de fim de vida das substâncias químicas, dos materiais e dos
produtos.
Engenharia sustentável é definida como o projeto de sistemas humanos e
industriais para garantir que o uso dos recursos e dos ciclos naturais pela humanidade
não leve à diminuição da qualidade de vida, em virtude de perdas de oportunidades
econômicas futuras ou de impactos adversos nas condições sociais, na saúde humana e
no ambiente (MIHELCIC et al., 2003).
As decisões técnicas têm como característica a possibilidade de ser verificadas
por outros engenheiros. Ao executarem análises técnicas, os engenheiros ambientais,
frequentemente não dispõe de todas as informações necessárias para tomar decisões.
Portanto, é necessário fazer suposições e estas devem ser realizadas a partir dos
melhores dados disponíveis e com bom-senso (VESILIND; MORGAN, 2014).
Evidentemente, as pressões da prática moderna exigem não apenas que as
decisões de engenharia sejam efetivas – ou seja, funcionem –, mas também que sejam
econômicas – funcionem a um custo mínimo –, o que exige uma análise econômica
(VESILIND; MORGAN, 2014).
Ademais, pode ser utilizada a análise de benefício/custo, onde ao considerar um
projeto, compara-se uma estimativa de seus benefícios decorrentes com os custos
incorridos, por meio do valor obtido pela divisão dos benefícios pelos custos. Se essa
razão benefício/custo for maior do que 1,0, o projeto é claramente viável, sendo que os
projetos com os quocientes benefício/custo mais altos devem ser construídos primeiro,
pois fornecerão maior retorno sobre o investimento (VESILIND; MORGAN, 2014).
Com frequência, os benefícios de um projeto proposto não são itens simples,
como valores recreacionais, mas trazem preocupações mais sérias de saúde humana.
Quando a vida e a saúde entram nos cálculos de benefício/custo, as análises são
classificadas de análises de risco/benefício/custo para indicar que há pessoas em risco.
Nos últimos anos, ficaram mais conhecidas como análises de risco (VESILIND;
MORGAN, 2014).
Nessas análises de risco, os benefícios geralmente são apenas para os seres
humanos e constituem benefícios de curto prazo. De modo similar, os custos
determinados em uma análise econômica de custos constituem custos orçamentários
reais, dinheiro que provém diretamente dos bolsos da agência (VESILIND; MORGAN,
2014).
Os custos relacionados à degradação ambiental e os custos de longo prazo, que
são muito difíceis de quantificar, não são incluídos nesses cálculos. O fato de que os
custos ambientais e de longo prazo ainda não possam ser considerados nessas análises,
aliado ao clamoroso abuso de análises de benefício/custo pelas agências
governamentais, torna necessário aplicar outra ferramenta de tomada de decisões – a
análise de impacto ambiental (VESILIND; MORGAN, 2014).
Segundo Vesilind e Morgan (2014), a ética fornece um modelo sistematizado de
tomada de decisões quando os valores entram em conflito. A seleção da natureza e da
função dessa ferramenta de tomada de decisões depende dos próprios valores morais de
quem a utiliza. Tanto a análise econômica como a de benefício/custo são métodos para
tomada de decisões com base, principalmente, financeira. A análise de risco calcula o
potencial de danos à saúde e a análise de impacto ambiental fornece meios para decidir
com base em efeitos de longo prazo sobre os recursos.
De modo similar, a ética é um modelo para a tomada de decisões; no entanto, os
parâmetros de interesse não são dinheiro ou dados ambientais, mas valores. Disso
decorre que, como a ética é um sistema de tomada de decisões, uma pessoa ética é
aquela que toma decisões com base em um sistema ético (VESILIND; MORGAN, 2014).
Vesilind e Morgan (2014) destacam que um dos aspectos relevantes da profissão
de engenharia ambiental é que este profissional está comprometido com uma missão. O
cliente do engenheiro ambiental, no sentido mais amplo, é o próprio meio ambiente e seu
objetivo é preservá-lo e protegê-lo para o bem das futuras gerações e da própria
natureza.
REFERÊNCIAS

DAVIS, M. L.; MASTEN, S. J. Princípios de engenharia ambiental. Porto Alegre: AMGH


Editora, 2016.

MIHELCIC, J. R.; ZIMMERMAN, J. B. (Org.). Engenharia ambiental: fundamentos,


sustentabilidade e projeto. 2. ed. Rio de Janeiro: Grupo Gen-LTC, 2018.

Mihelcic, J. R., J. C. Crittenden, M. J. Small, D. R. Shonnard, D. R. Hokanson, Q. Zhang,


H. Chen, S. A. Sorby, V. U. James, J. W. Sutherland, and J. L. Schnoor. 2003.
Sustainability science and engineering: Emergence of a new
metadiscipline. Environmental Science and Technology, 37(23): 5314-5324.

ASCE (1977) “Statement of Purpose,” Official Register, Environmental Engineering


Division of the American Society of Civil Engineers, New York.

Vesilind, P. A.; Morgan, S. M. (Org.). Introdução à engenharia ambiental. 2. ed. São Paulo:
Cengage Learning, 2014.

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