Sei sulla pagina 1di 12

Pediatria (São Paulo) 2005;27(2):114-25 Antinflamatórios

Bricks LF
Silva CAA

Revisão e Ensaio Review and Essay Revision y Ensaio

Recomendações para o uso de antinflamatórios não hormonais


em pediatria
Clinical recommendations for nonsteroidal anti-inflamatory drug use in pediatrics
Recomendacciones para el uso de antiinflamatorios non hormonales en pediatria

Lucia Ferro Bricks1, Clovis Artur Almeida da Silva2

Ambulatório Geral e Unidade de Reumatologia do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas de Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo (HCFMUSP)

Resumo
Objetivo: analisar as indicações de antiinflamatórios não hormonais em pediatria. Métodos: foram levantados os artigos
publicados em inglês ou português, envolvendo crianças e adolescentes, com as palavras anti-inflammatory drugs, analgesic,
antitermic, antipyretic e efficacy, nas bases de dados MEDLINE, LILACS, COCHRANE DATABASE Reviews e sites do FDA
e AAP entre janeiro de 1990 e dezembro de 2004. Síntese dos dados: os AINH são muito utilizados para tratar a febre
e dores agudas e recorrentes em crianças e adolescentes, porém, existem poucos estudos controlados para avaliar sua
efetividade. Apesar de o efeito antipirético do ibuprofeno ser mais prolongado em comparação com o do paracetamol, esse
AINH pode aumentar o risco de sangramento e causar reações alérgicas. Conclusões: febre e dores agudas associadas
às infecções respiratórias, cefaléia e dismenorréia podem ser aliviadas por analgésicos, como acetaminofeno ou dipirona.
Os AINH são recomendados quando os sintomas são refratários ou quando a criança apresenta doenças reumatológicas
crônicas. Deve-se ter cautela na prescrição de AINH, particularmente quando há risco de sangramentos (pós-cirúrgico) ou
doença gastrintestinal, renal ou alérgica pré-existente.

Descritores: Febre. Antiinflamatórios não esteróides. Analgésicos. Criança. Adolescente.

Abstract
Objective: to review clinical recommendations for nonsteroidal anti-inflammatory drug use in pediatrics. Methods: search
in Medline, Lilacs and Cochrane Database Reviews (01/1990 to 12/2004) as well as FDA and AAP sites under the keywords
anti-inflammatory drugs, analgesic, antithermic, antipyretic and efficacy. Results: NSAID are frequently used to treat fever
and acute and recurrent pain, but there are few controlled studies to evaluate their efficacy in children and adolescents.
The antipyretic effect of ibuprofen is more prolonged than paracetamol, however this NSAID is associated with a risk for
bleeding and allergic adverse events. Conclusions: fever and acute pain associated with respiratory infections, headaches
and dysmenorrhea can be managed with analgesics such as paracetamol or dipyrone. NSAID should be reserved for cases
without clinical response to analgesic and for chronic rheumatologic diseases. They should be prescribed with caution,
especially in children at risk for bleeding (post-surgical) or with gastrointestinal, renal or allergic disease.

Keywords: Fever. Anti-inflammatory agents, non - steroidal. Analgesics. Child. Adolescent.

1
Doutora em Medicina pela FMUSP. Médica Assistente do Instituto da Criança,- HCFMUSP. Departamento de Pediatria da FMUSP
2
Doutor em Medicina pela FMUSP. Médico Responsável pela Unidade de Reumatologia Pediátrica do Departamento de Pediatria da FMUSP

114
Antinflamatórios Pediatria (São Paulo) 2005;27(2):114-25
Bricks LF
Silva CAA

Resumen
Objective: analisar las recomendacciones de uso de antiinflamatorios nos esteroides en pediatria. Métodos: fueron
levantados los artículos publicados, envolviendo niños y adolescentes, con las palabras antiinflammatory drugs, analgesic,
antitermic, antipyretic e efficacy, en la base de datos del MEDLINE, LILACS, COCHRANE DATABASE Reviews y sites del FDA
y APP (01/90 a 12/04). Síntesis de los datos: apesar de seren mucho utilizados para tratar la febre y dolores, existen pocos
estudios sobre la efectividad de AINH en niños y adolescentes. El efecto antipirético del ibuprofeno tiene mayor duración en
comparación con el paracetamol, pero ese AINH puede aumentar el riesgo de sangramiento y causar reacciones alérgicas.
Conclusiones: fiebre y dolores agudas asociadas a las infecciones respiratorias, cefalea y dismenorrea pueden ser aliviadas
por analgésicos, como acetaminofeno. Los AINH son recomendados cuando los síntomas son refractarios o cuando el niño
presenta enfermedades reumatológicas crónicas. Debe tenerse mucha cautela en la prescripción del AINH, particularmente
cuando hay riesgo de sangrameitnos (pos-quirúrgicos) o enfermedad gastrointestinal, renal o alérgica pré-existente.

Palabras clave: Fiebre. Agentes antiinflamatorios no esteroides. Analgésicos. Niño. Adolescente.

Introdução
Os antiinflamatórios não hormonais (AINH) são e antiinflamatória1-6. A dipirona e o paracetamol
um grupo heterogêneo formado por diferentes pertencem ao grupo de substâncias analgésicas e
substâncias químicas, classificadas no grupo antitérmicas, mas não têm ação antiinflamatória e
de fármacos com ação analgésica, antitérmica não são AINH.

Tabela 1 - Classificação dos AINH

1. Ácidos e ésteres salicílicos: AAS, diflunisal, benorilato

2. Ácidos acéticos - fenilacéticos: diclofenac, alclofenac, fenclofenac

3. Ácidos carbo e heterocíclicos: etodolac, indometacina, sulindac, tolmetin

4. Ácidos propiônicos: carprofen, flurbiprofen, cetoprofen, oxaprozin, suprofen, ibuprofeno, naproxeno,


fenoprofeno

5. Ácidos fenâmicos: flufenâmico, mefenâmico, meclofenâmico

6. Oxicams: piroxicam, sudoxicam, isoxicam, tenoxicam, meloxicam

7. Compostos não acídicos: nabumetona

8. Coxibs:

• Sulfonamidas: celecoxib, valdecoxib

• Metilsulfonas: etoricoxib e rofecoxib

• Ácido arilacético: lumiracoxib.

115
Pediatria (São Paulo) 2005;27(2):114-25 Antinflamatórios
Bricks LF
Silva CAA

Com exceção do ibuprofeno, a maioria dos de informação sobre os benefícios e riscos de


AINH têm indicações muito restritas na faixa etária medicamentos leva não somente à liberalidade no
pediátrica, pois esses medicamentos são pouco uso de novos fármacos, como à manutenção de
estudados em crianças1. Apesar disso, no Brasil, hábitos antigos, tal qual a indicação do AAS para
a aspirina e o diclofenaco são administrados a tratar crianças com febre de etiologia viral quase três
crianças sem que os médicos e leigos atentem décadas após a constatação de que esse fármaco
para a ausência de dados sobre sua segurança e deveria ter seu uso restrito em crianças, devido à
efetividade na faixa etária pediátrica2-6. A recente toxicidade2-5.
retirada do comércio do rofecoxibe devido ao risco
de eventos cardiovasculares graves7-9 motivou-nos No Brasil, mais de 10% das famílias que têm crianças
a rever as informações mais atuais sobre o uso em idade pré-escolar e escolar preferem utilizar o
e as indicações clínicas dos AINH em crianças e AAS para tratar a febre, cefaléia e dores abdominais
adolescentes. recorrentes. Na década de 90, medicamentos não
aprovados para uso em crianças, como diclofenaco,
A principal indicação para o uso de AINH é o nimesulide e piroxican, foram utilizados por muitas
combate à inflamação associada às condições crianças em idade pré-escolar e, juntamente com a
reumatológicas1,10. Porém, esses medicamentos aspirina, foram responsáveis por diversos casos de
são freqüentemente utilizados em crianças e reações adversas2-6.
adolescentes que apresentam febre ou dor
causadas por infecções respiratórias agudas e Métodos
dores recorrentes1-7.
Foram revisados os artigos publicados em
A utilização de medicamentos depende, língua inglesa e portuguesa com as palavras-
entre outros, dos seguintes fatores: idade, sexo, chave antiinflammatory drugs, analgesic,
morbidade, acesso aos medicamentos, hábitos antitermic, antipyretic, efficacy nas bases de dados
culturais e familiares, além das políticas de saúde do MEDLINE, LILACS, COCHRANE DATABASE
que regulam a liberação, comercialização de Reviews e sites do FDA e AAP no período de
fármacos e propaganda feita pela indústria2,3. Estima- janeiro de 1990 a dezembro de 2004. Neste ensaio
se que, aproximadamente, 30% dos medicamentos analisamos os estudos randomizados e controlados
(prescritos ou não por médicos) pertençam ao grupo destinados a avaliar a efetividade de AINH na faixa
dos analgésicos, antitérmicos e AINH1-5. etária de 0 a 18 anos.

A escolha dos medicamentos varia de região


para região e também de acordo com a época e os Mecanismo de ação dos AINH
conhecimentos sobre seus riscos e benefícios. Até
meados da década de 70, o ácido acetilsalisílico Os AINH constituem um grupo heterogêneo de
(AAS) era o analgésico e antitérmico mais utilizado substâncias que têm em comum efeito antitérmico,
em todo o mundo; porém, após ter sido revelada a analgésico e antiinflamatório. Esses fármacos
associação entre uso de AAS e síndrome de Reye, são classificados em grupos, de acordo com sua
o AAS deixou de ser utilizado em crianças nos EUA, estrutura química, porém, substâncias de um
Canadá e em diversos países da Europa, sendo mesmo grupo farmacológico podem apresentar
substituído pelo acetaminofeno ou ibuprofeno1-3. diferentes propriedades físico-químicas, com
variações farmacocinéticas, farmacodinâmicas e
Em geral, nos países desenvolvidos, existem metabólicas1,7-9.
muitas restrições ao uso de fármacos recentemente
liberados e grande cautela na indicação de novos A ação dos AINH deve-se à inibição das enzimas
medicamentos na faixa etária pediátrica; nos países ciclooxigenases (COX), que convertem o ácido
em desenvolvimento, entretanto, medicamentos aracdônico liberado das membranas fosfolipídicas
recentemente licenciados são rapidamente em prostaglandinas (PGs). As ciclooxigenases
incorporados às práticas de prescrição médica, sem apresentam dois sítios catalíticos: COX e peroxidase
que haja dados suficientes sobre sua segurança e os AINH inibem apenas a função COX, sem alterar
e efetividade para crianças e adolescentes. A falta a atividade peroxidase.

116
Antinflamatórios Pediatria (São Paulo) 2005;27(2):114-25
Bricks LF
Silva CAA

A primeira prostaglandina formada pela ação das útero, ossos e endotélio vascular9.
ciclooxigenases é a PGH2, uma PG instável que,
posteriormente, é transformada por isomerases Os diversos AINH podem atuar de forma mais
específicas em prostanóides estáveis (PGD2, PGE2, seletiva ou específica sobre a COX-1 ou COX-
PGF2 e PGI2) e tromboxane (TBA2). As PGs estão 2 (tabela 2). Apenas a COX-1 inibe a formação
associadas à inflamação e febre, mas também do TBA2, que é uma substância que favorece a
desempenham importantes funções fisiológicas, coagulação; sua inibição, portanto, aumenta a
e os fármacos que inibem sua produção podem incidência de sangramentos. Além disso, a inibição
causar diversos danos ao organismo1,7-9. da COX-1 está associada a elevado risco de danos
ao trato gastrointestinal. Os inibidores seletivos e
Existem duas ou mais isoformas de ciclooxigenase, específicos da COX-2 foram desenvolvidos com a
das quais as mais estudadas são a COX-1 e a COX- expectativa de que sua utilização pudesse levar à
2. Apesar de muito semelhantes, essas enzimas queda na incidência de eventos adversos associados
são codificadas por diferentes genes e sua inibição a sangramentos e lesões do trato gastrointestinal1;
pode levar a diferentes eventos adversos. A COX-1 entretanto, estudos recentes revelaram que os
está presente em quase todos os tecidos, por isso AINH COX-2 seletivos e específicos podem causar
é conhecida como enzima “constitutiva”; a COX-2 tromboembolismo e insuficiência renal7-9. Dessa
foi primeiramente isolada em locais de inflamação e forma, consideramos essencial rever as indicações
era considerada uma enzima “indutiva”; porém, já se e contra-indicações dos diversos AINH, com base
constatou que a COX-2 está presente em diversos em estudos bem desenhados, que incluem grande
órgãos e tecidos normais, como rins, cérebro, ovário, número de crianças.

Tabela 2 - Classificação dos AINH de acordo com a potência na inibição da COX-1 e COX-2

1. Inibidores potentes da COX-1

Aspirina, cetoprofeno, indometacina, ibuprofeno, fenoprofeno

2. Inibidores seletivos da COX-2

Piroxicam e diclofenaco - 5 X COX-2

Nimesulide e piroxicam – 5 a 50 X - COX-2

3. Inibidores específicos da COX-2

Rofecoxib e celecoxib - 50 X COX -2

4. Inibidor periférico pouco potente da COX-1 e COX-2

Nota: paracetamol e dipirona são analgésicos e antitérmicos sem ação antiinflamatória.

Efetividade dos AINH nas situações clínicas randomizados (n = 1.820 crianças e adolescentes
em que os fármacos são utilizados na faixa etária <18 anos), verificou-se que o paracetamol (7 a 15
pediátrica mg/kg) e o ibuprofeno (4 a 10 mg/kg) têm efetividade
semelhante no combate à dor (3 estudos, com 186
1. Febre crianças), e que o ibuprofeno foi mais efetivo na
redução da febre (9 estudos, com 1078 indivíduos)
A maioria dos estudos sobre a efetividade de AINH 2, 4 e 6 horas após o uso11.
conduzida em crianças compara o ibuprofeno com o Em outra metanálise, constatou-se que o
paracetamol. Em metanálise que incluiu 17 estudos ibuprofeno e o paracetamol tiveram perfil semelhante

117
Pediatria (São Paulo) 2005;27(2):114-25 Antinflamatórios
Bricks LF
Silva CAA

de tolerabilidade; o acetaminofeno foi mais efetivo na significativa a atividade fagocítica dessas células.
redução da febre nos primeiros 30 minutos, porém, O ibuprofeno aumentou um pouco a atividade
após a redução da temperatura, o ibuprofeno teve fagocítica dos leucócitos em relação aos fungos;
efeito antipirético mais prolongado (> 4 horas)12. os outros fármacos não interferiram neste processo
e na capacidade de lise intracelular dos fungos
Outro AINH bastante utilizado em crianças é fagocitados, em comparação com o grupo tratado
o nimesulide, que tem como vantagem a meia com placebo16.
vida mais longa. Em metanálise que incluiu 16
estudos publicados até janeiro de 2003 (n = 1.254 2. Infecções respiratórias agudas
crianças), o uso de nimesulide por até 10 dias foi
tão seguro e efetivo no combate à febre quanto Os sintomas associados às infecções
outros analgésicos13. Entretanto, devido ao risco respiratórias agudas constituem o principal
de toxicidade hepática, esse medicamento não é motivo para uso de analgésicos e antitérmicos
recomendado pelo FDA8. em crianças1-6; entretanto, alguns poucos estudos
controlados buscaram avaliar a efetividade desses
Apesar de diversos estudos indicarem um bom medicamentos na resolução de otites e faringites
perfil de segurança do paracetamol e ibuprofeno em crianças e adolescentes1-3,17-20.
em crianças, deve-se salientar que o número de
crianças incluídas nas pesquisas é pequeno para Em relação aos sintomas, em um grupo de
detectar eventos adversos pouco freqüentes, 106 crianças (2 a 12 anos) com faringite aguda, a
como sangramento e reações anafiláticas, que resolução da febre e dor foi semelhante após uso de
podem ocorrer mais freqüentemente com o uso de ibuprofeno, paracetamol ou placebo17. Em adultos,
AINH2,3,8. o celecoxib teve ação comparável ao diclofenaco
no combate aos sintomas de faringite e causou
Existem poucos estudos comparando a ação menos eventos adversos gastrintestinais, mas
da dipirona com o paracetamol e os AINH. Apesar esse medicamento ainda é pouco estudado em
das restrições ao uso da dipirona, esse fármaco crianças18
é bastante seguro e muito utilizado no Brasil. Em
estudo multicêntrico (n = 628 crianças, 6 m - 6 a), Em 219 crianças com otite média aguda
verificou-se que o grupo medicado com dipirona a efetividade do ibuprofeno (10 mg/kg) com
(15 mg/kg) apresentou queda mais rápida e sintomáticos foi semelhante à do paracetamol;
manteve-se afebril por mais tempo, em comparação houve discreta tendência para melhores
com os grupos tratados com paracetamol (12 mg/kg) resultados quando se usou o ibuprofeno.
e ibuprofeno (5 a 10 mg/kg)14. Vale salientar que, em Ambos os medicamentos foram superiores ao
doses baixas (5 a 7,5 mg/kg), o ibuprofeno tem ação placebo 19.
comparável ao paracetamol (12 a 15 mg/kg) e que
sua efetividade aumenta quando são administradas Os AINH foram, algumas vezes, testados
doses mais elevadas (10 mg/kg)1-3. no tratamento de infecções das vias aéreas
superiores (IVAS). Crianças com otite média
Existem controvérsias sobre a necessidade com efusão (OME) persistente por mais de oito
de combater a febre e sobre o efeito das drogas semanas tratadas durante duas semanas com
com ação antitérmica na resposta imune15,16. Em ibuprofeno ou prednisona apresentaram resolução
um estudo realizado em adultos tratados com mais rápida da efusão, em comparação com as
paracetamol, aspirina ou placebo, após a inoculação crianças tratadas com sulfametoxazol-trimetoprima
de rinovírus, indivíduos tratados com antitérmicos por um mês. Entretanto, nos controles realizados
apresentaram maior excreção nasal dos vírus, após quatro semanas e após um ano não foram
sugerindo que esses medicamentos poderiam encontradas diferenças significativas entre os
causar impacto negativo na evolução da doença15. três grupos na persistência da efusão no ouvido
Entretanto, os resultados de um estudo in vitro para médio ou na ocorrência de perdas auditivas.
avaliar a atividade de leucócitos de crianças com Esses resultados revelam que o uso de AINH
febre mostraram que acetaminofeno, metamizol, ou corticosteróides por até 15 dias não beneficia
nimesulide e ibuprofeno não alteraram de forma crianças com OME20 .

118
Antinflamatórios Pediatria (São Paulo) 2005;27(2):114-25
Bricks LF
Silva CAA

3. Cefaléia e enxaqueca 5. Dor pós operatória

A maioria dos estudos sobre uso de AINH para A tonsilectomia e a extração de dentes são
tratar cefaléia e enxaqueca tem sido realizada cirurgias comuns em crianças e adolescentes, que
em adultos 21-27. Em alguns poucos estudos que estão associadas à dor no período pós-operatório.
compararam o efeito de AINH com paracetamol Diversos tipos de medicamentos têm sido utilizados
para tratar adolescentes com cefaléia, não foram para reduzir a dor associada a esses procedimentos
observadas diferenças significativas entre doses cirúrgicos; porém, existem dificuldades para
altas de paracetamol (1000 mg) em comparação estabelecer comparações entre os diferentes
com o uso de AAS (500 ou 1000mg), embora tratamentos, devido ao pequeno número de pessoas
doses baixas de paracetamol (500 mg) tenham incluídas em cada estudo30-36.
sido pouco efetivas 22,24.
Nas metanálises que compararam os riscos e
Avaliar queixa de dor é tarefa complexa, benefícios dos fármacos utilizados para aliviar a dor
devido à subjetividade do sintoma. Em um no pós-operatório de tonsilectomia e dor associada
estudo controlado por placebo, mais da metade à extração dentária, sugere-se que os opióides são
dos pacientes que receberam a substância mais efetivos.
farmacologicamente inerte apresentaram
significativa melhora do quadro 24. Uma metanálise que incluiu dados sobre 1.368
pacientes revelou que o risco de hemorragia no
Alguns estudos controlados sobre a pós-operatório de tonsilectomia associado aos
efetividade de métodos que envolvem técnicas de AINH foi 30% mais elevado em comparação com
relaxamento e suporte psíquico demonstram que placebo e analgésicos sem atividade antiinflamatória
crianças com cefaléia e dor abdominal podem (paracetamol e opióides), porém não atingiu significado
melhorar significativamente, sem necessidade estatístico (OR=1,29; IC95%: 0,85-1,73, P>0,05). A
de tratamento farmacológico; porém, como todos análise dos subgrupos de AINH revelou que apenas
os estudos observacionais, pode haver falhas o AAS acarretou risco elevado de sangramento (OR:
metodológicas 27. 1,94; IC95%: 1,09-3,42), recomendando que se evite
o uso de aspirina 31.
4. Dismenorréia
Resultados de outro estudo revelou que a
A dismenorréia é um processo inflamatório ocorrência de sangramento (intra, peri e pós-
que causa dor abdominal importante em muitas operatório) foi mais elevada em pacientes tratados
adolescentes e tem impacto importante no com AINH (OR = 2,33; IC95%;1,12-4,83) e que, para
absenteísmo escolar e no trabalho da população cada 60 pacientes tratados com AINH, ocorreu um
de adolescentes e de mulheres jovens 28,29. caso de hemorragia (IC95%: 34-277). Comparados
com opióides, os AINH estão associados a menor
Estudos realizados in vitro demonstraram risco de náuseas e vômitos (OR=0,73; IC95%: 0,63-
que os inibidores seletivos da COX-2 têm 0,85). A cada 9 pacientes que recebem opióides, um
importante efeito tocolítico e estudos in vivo terá risco de apresentar náuseas e vômitos (IC95%
demonstraram que os inibidores específicos da = 5-19)33.
COX-2 (rofecoxib e valdecoxib) foram bastante
efetivos no tratamento da dismenorréia primária 6. Doenças Reumatológicas Pediátricas
em mulheres com mais de 18 anos. Esses AINH
podem ser benéficos para mulheres que requerem Os AINH incluem medicamentos utilizados
altas doses da AINH durante o período menstrual, freqüentemente em pacientes com doenças
particularmente se tiverem antecedente de doença crônicas, particularmente, em artrites e miosites,
gastrintestinal ou problemas de coagulação. entretanto sua utilização deve ser cautelosa.
Entretanto, ainda existem controvérsias sobre Geralmente, prefere-se utilizar o paracetamol para
os riscos e benefícios desses medicamentos combater a dor, reservando-se o uso de AINH para
e suas possíveis indicações na faixa etária casos refratários, após identificação da etiologia
pediátrica 28,29. da doença reumatológica. Recomenda-se utilizar

119
Pediatria (São Paulo) 2005;27(2):114-25 Antinflamatórios
Bricks LF
Silva CAA

os AINH pelo menor tempo possível, evitando-se e adolescentes com doenças reumatológicas são:
associação de dois ou mais AINH e monitorando artrite idiopática juvenil (AIJ) ou artrite reumatóide
os eventos adversos37-39. juvenil (ARJ), febre reumática (FR), lúpus
eritematoso sistêmico juvenil (LESJ), púrpura de
As principais indicações de AINH em crianças Henoch-Schönlein (PHS), síndrome de Kawasaki

Tabela 3 - Principais antiinflamatórios não hormonais indicados para controle das artrites e miosites

AINH Dose/kg (máximo/dia) Intervalo (24 h)

Ácido acetilsalicílico 80 – 100 mg (2,5 g) 3 - 4 vezes

Naproxeno 10 – 20 mg (1,0 g) 2 vezes

Ibuprofeno 30 – 40 mg (2,4 g) 3 - 4 vezes

Indometacina 1,5 – 3,0 mg (150 mg) 3 vezes

Diclofenaco 2,0 – 3,0 mg (150 mg) 3 vezes

Piroxicam 0,2 - 0,3 mg (20 mg) 1 vez

Tolmetina 20 – 30 mg (1,8 g) 3 - 4 vezes

(SK), poliarterite nodosa (PAN) e síndromes outra classe de AINH.


músculo-esqueléticas dolorosas idiopáticas.
Atualmente, o AINH mais utilizado nos casos
Os AINH liberados pelo FDA para uso crônico com AIJ é o naproxeno, pela boa eficácia, baixa
em doenças reumatológicas pediátricas crônicas, toxicidade e boa aderência com a utilização em duas
particularmente a AIJ, são aspirina, tolmetina, doses diárias41,42.
ibuprofeno e naproxeno 40 . Destes, apenas a
tolmetina não é disponível no mercado nacional. Geralmente, a atividade inflamatória articular é
controlada exclusivamente com AINH, com completa
As doses e intervalos dos principais AINH utilizados remissão clínica e laboratorial, em 20 a 25% das
nas artrites e miosites estão na Tabela 3. crianças e adolescentes com AIJ, entre um e três
meses43.
6.1. Artrite Idiopática Juvenil (AIJ)/Artrite
Reumatóide Juvenil (ARJ) Quatro semanas após a introdução de AINH,
65% dos pacientes com AIJ apresentam melhora;
Os AINH representam a opção terapêutica inicial no entanto, alguns pacientes só respondem após
em crianças com AIJ; no entanto, a monoterapia 12 semanas41.
com estes medicamentos para AIJ não modifica
o curso da doença e a maioria dos pacientes Ainda não há estudos controlados comparando
necessita adição de uma droga de segunda linha, a eficácia do MTX isolado com MTX associado a
habitualmente o metotrexato (MTX). AINH para a terapêutica da AIJ37,41.

Estudos multicêntricos comparando a ação de Na Unidade de Reumatologia Pédiátrica da


diversos AINH demonstraram que eles apresentam FMUSP, os AINH de escolha inicial em ARJ são
eficácia semelhante, mas a resposta apresenta indicados conforme a forma de início: naproxeno,
grande variação individual. Alguns pacientes com na pauciarticular; naproxeno ou indometacina
AIJ podem não responder a determinado AINH e ter na poliarticular e indometacina ou ibuprofeno na
remissão completa dos sintomas após utilização de sistêmica 37,38,44.

120
Antinflamatórios Pediatria (São Paulo) 2005;27(2):114-25
Bricks LF
Silva CAA

A indometacina, além de ter efeito excelente artrite, miosite e serosites. Dá-se preferência ao
no combate à febre da AIJ forma sistêmica, naproxeno, devido à sua baixa toxicidade. O uso
também é recomendada nas artrites crônicas de ibuprofeno deve ser evitado devido ao risco de
das espondiloartropatias, tais como: espondilite meningite asséptica37.
anquilosante juvenil, síndrome de Reiter, artrite
psoriática e artropatia da doença inflamatória Recomenda-se cautela no uso de AINH em
intestinal37,44. pacientes que apresentam acometimento renal37.

A aspirina tem sido cada vez menos utilizada 6.4. Púrpura de Henoch Schoenlein (PHS)
devido à sua toxicidade e à baixa aderência em
tratamentos prolongados, pois deve ser administrada Geralmente, os sintomas da PHS são controlados
a cada seis horas37. com analgésicos (paracetamol), medidas gerais
(hidratação, nutrição, equilíbrio eletrolítico) e
Outros AINH, como diclofenaco42, tolmetina42, remoção dos possíveis agentes etiológicos
celecoxib45, meloxican46,47 e nabutone48, têm sido envolvidos na gênese da doença57,58. A artrite e
avaliados em crianças com ARJ, com excelentes edema subcutâneo apresentam boa resposta aos
resultados e baixa incidência de eventos adversos, AINH (naproxeno ou ibuprofeno), porém os AINH
porém a maioria desses fármacos têm sido devem ser evitados em pacientes com nefrite ou
administrada em pequeno número de pacientes e insuficiência renal.
alguns ainda não estão licenciados para uso em
crianças42-50. Os salicilatos são contra-indicados devido à
possibilidade de agravarem ou desencadearem
6.2. Febre Reumática (FR) sangramentos, pois promovem disfunção plaquetária
e causam lesão da mucosa gastrintestinal58.
Os AINH são indicados para controle da artrite
e febre associadas à FR, durante duas a quatro 6.5. Síndrome de Kawasaki (SK)
semanas (duração do surto). Geralmente, os sinais
e sintomas desaparecem 24 a 48 horas após a Embora a etiologia da SK seja desconhecida,
introdução dos AINH. o início do tratamento nos primeiros 10 dias da
doença reduz a chance de complicações. Pacientes
Até metade dos pacientes tratados com aspirina tratados com gamaglobulina (2g/kg, infusão EV
apresenta eventos adversos, incluindo aumento de contínua, em 10 horas) e aspirina (80 a 100 mg/kg/
enzimas hepáticas; devido à sua menor toxicidade dia, VO, 6/6 horas), apresentam menor incidência
e eficácia comparável à da aspirina, atualmente, dos aneurismas coronarianos em 5 a 6 vezes (20 a
o naproxeno é o AINH preferido para tratamento 30% vs. 4 a 5%)59-61.
inicial da FR50-54.
A aspirina deve ser mantida em dose
6.3. Lupus Eritematoso Sistêmico (LES) antiinflamatória até o controle da febre e início
da plaquetose; posteriormente, a dose é reduzida
A maioria dos estudos que avaliam a resposta para 3 a 5 mg/kg/dia, até a velocidade de
terapêutica de pacientes com LES baseia-se hemossedimentação e contagem de plaquetas
em pequenas casuísticas e nas experiências normalizarem61.
prospectivas dos Serviços de Reumatologia
Pediátrica55,56. Para pacientes com SK que apresentam hepatite
recomenda-se substituir a aspirina por ibuprofeno,
As drogas de eleição no tratamento do LES até a regressão da febre. Posteriormente, introduz-
são corticosteróides (prednisona/prednisolona ou se aspirina, em dose antiagregante plaquetária (3
pulsoterapia com metilprednisolona) associados a 5 mg/kg/dia).
a antimaláricos (difosfato de cloroquina ou sulfato
de hidroxicloroquina), independente dos órgãos e 6.6. Poliarterite Nodosa (PN)
sistemas comprometidos55. Os AINH são utilizados
apenas nos casos refratários, para controlar febre, A PAN é caracterizada pela presença de vasculite

121
Pediatria (São Paulo) 2005;27(2):114-25 Antinflamatórios
Bricks LF
Silva CAA

necrosante de distribuição segmentar que tem muscular propiciam melhor qualidade do sono e
duas formas de apresentação clínica: sistêmica redução da dor65,66. Nos casos refratários, pode-se
(envolvimento de múltiplos órgãos e sistemas) e recorrer a acupuntura, antidepressivas tricíclicos
cutânea, que é mais freqüente na infância62,63. (como amitriptilina) e/ou miorrelaxantes (como
ciclobenzaprina), mas ainda não existem estudos
Para o tratamento de ambas as formas da PAN controlados sobre a efetividade desses tratamentos
utilizam-se os corticosteróides (prednisona ou na faixa etária pediátrica37.
pulsoterapia com metilprednisolona). Pacientes
com artrite que não responde ao tratamento
com corticoesteróides podem ser tratados com Conclusões
naproxeno ou indometacina.
Até o presente, nenhum AINH inibidor específico
6.7. Alterações musculoesqueléticas da COX-2 foi aprovado para uso em crianças. Não
há evidências de que os AINH sejam superiores
Os AINH têm sido utilizados nas principais ao paracetamol ou dipirona para tratar a febre e
síndromes musculoesqueléticas dolorosas dores agudas associadas às infecções respiratórias,
idiopáticas, particularmente nas tendinites cefaléia e dismenorréia. Devido à toxicidade, os AINH
associadas ao uso prolongado dos computadores e são recomendados apenas quando a criança ou o
vídeo-games64, fibromialgia juvenil (FJ)65,66 e distrofia adolescente apresentar sintomas refratários, após o uso
simpático reflexa (DSR)67. Apesar de aliviarem a dor, de analgésicos como paracetamol ou dipirona, ou tiver
AINH e analgésicos não modificam o curso dessas doenças reumatológicas crônicas. Deve-se ter cautela
doenças, cujo tratamento deve ser multidisciplinar. A na prescrição de AINH para crianças e adolescentes,
associação de suporte psicológico, exercícios físicos particularmente quando há risco de sangramentos
aeróbicos moderados (três vezes por semana, (pós-cirúrgico) e quando o paciente apresenta doenças
por 30 minutos), alongamento e relaxamento gastrintestinais, renais ou alérgicas.

Referências
1. Litalien C, Jacqz-Aigrain E. Risks and benefits of nonste- 6. Cicaccia MC, Baldacci ER. Consumo de medica-
roidal anti-inflammatory drugs in children: a comparison mentos por crianças e adolescentes de Santos.
with paracetamol. Paediatr Drugs 2001;3:817-58. [Dissertação de Mestrado].São Paulo: Faculdade
Medicina da Universidade de São Paulo; 2004.
2. Bricks LF, Leone C. Use of medicines by children at-
tending nursery schools. Rev Saúde Publica 1996;30: 7. Clark DW, Layton D, Shakir SA. Do some inhibi-
527-35. tors of COX-2 increase the risk of thromboembolic
events? Linking pharmacology with pharmacoe-
3. Bricks LF. Uso judicioso de medicamentos em crian- pidemiology. Drug Saf 2004;27:427-56.
ças. J Pediatr (Rio J) 2003; 79 (Suppl 1):S107-14.
8. Food and Drug Administration. Safety concerns
4. Berquó LS, Barros AJ, Lima RC, Bertoldi AD. Utiliza- associated with over-the-counter drug products
ção de medicamentos para tratamento de infecções containing analgesic/antipyretic active ingre-
respiratórias na comunidade. Rev Saúde Publica dients for internal use. Disponível em: http:
2004;38:358-64. //www.fda.gov (maio de 2005).

5. Silva CH, Giugliani ER. Consumo de medicamentos 9. Brune K, Hinz B. Selective cyclooxygenase-2
entre estudantes adolescentes: motivo de preocupa- inhibitors: similarities and differences. Scand J
ção. J Pediatr (Rio J) 2004;80:326-32. Rheumatol 2004;33:1-6.

122
Antinflamatórios Pediatria (São Paulo) 2005;27(2):114-25
Bricks LF
Silva CAA

10. Ilowite NT. Current treatment of juvenile rheumatoid 20. Giebink GS, Batalden PB, Le CT, Lassman FM, Buran
arthritis. Pediatrics 2002;109:109-15. DJ, Seltz AE. A controlled trial comparing three treat-
ments for chronic otitis media with effusion. Pediatr
11. Perrott DA, Piira T, Goodenough B, Champion GD. Infect Dis J 1990;9:33-40.
Efficacy and safety of acetaminophen vs ibuprofen
for treating children’s pain or fever: a meta-analysis. 21. Hamalainen ML, Hoppu K, Valkeila E, Santavuori P.
Arch Pediatr Adolesc Med 2004;158:521-6. Ibuprofen or acetaminophen for the acute treatment
of migraine in children: a double-blind, randomized,
12. Wahba H. The antipyretic effect of ibuprofen and ace- placebo-controlled, crossover study. Neurology
taminophen in children. Pharmacotherapy 2004;24: 1997;48:103-7.
280-4.
22. Martinez-Martin P, Raffaelli E Jr, Titus F, Despuig
13. Gupta P, Sachdev HP. Safety of oral use of nimesulide J, Fragoso YD, Diez-Tejedor E. Efficacy and safety
in children: systematic review of randomized control- of metamizol vs. acetylsalicylic acid in patients with
led trials. Indian Pediatr 2003;40:518-31. moderate episodic tension-type headache: a rando-
mized, double-blind, placebo- and active-controlled,
14. Wong A, Sibbald A, Ferrero F, Plager M, Santolaya multicentre study. Cephalalgia 2001;21:604-10.
ME, Escobar AM. Antipyretic effects of dipyrone
versus ibuprofen versus acetaminophen in children: 23. Lewis DW, Kellstein D, Dahl G, Burke B, Frank LM,
results of a multinational, randomized, modified dou- Toor S. Children’s ibuprofen suspension for the acute
ble-blind study. Clin Pediatr 2001;40:313-24. treatment of pediatric migraine. Headache 2002;42:
780-6.
15. Graham NM, Burrell CJ, Douglas RM, Debelle P, Da-
vies L. Adverse effects of aspirin, acetaminophen, 24. Steiner TJ, Lange R, Voelker M. Aspirin in episodic
and ibuprofen on immune function, viral shedding, tension-type headache: placebo-controlled dose-
and clinical status in rhinovirus-infected volunteers. ranging comparison with paracetamol. Cephalalgia
J Infect Dis 1990;162:1277-82. 2003;23:59-66.

16. Gurer US, Palanduz A, Gurbuz B, Yildirmak Y, Çe- 25. Misra UK, Jose M, Kalita J. Rofecoxib versus ibupro-
vikbas A, Kayaalp N. Effect of antipyretics on poly- fen for acute treatment of migraine: a randomised
morphonuclear leukocyte functions in children. Int placebo controlled trial. Postgrad Med J 2004;80:
Immunopharmacol 2002;2:1599-602. 720-3.

17. Bertin L, Pons G, D’Athis P, Lasfargues G, Maudelonde 26. Brousseau DC, Duffy SJ, Anderson AC, Linakis JG.
C, Duhamel JF, et al. Randomized, double-blind, Treatment of pediatric migraine headaches: a rando-
multicenter, controlled trial of ibuprofen versus ace- mized, double-blind trial of prochlorperazine versus
taminophen (paracetamol) and placebo for treatment ketorolac. Ann Emerg Med 2004;43:256-62.
of symptoms of tonsillitis and pharyngitis in children.
J Pediatr 1991;119:811-4. 27. Eccleston C, Morley S, Williams A, Yorke L, Mas-
troyannopoulou K. Systematic review of randomised
18. Weckx LL, Ruiz JE, Duperly J, Mendizabal GA, Rausis controlled trials of psychological therapy for chronic
MB, Piltcher SL, et al. Efficacy of celecoxib in treating pain in children and adolescents, with a subset meta-
symptoms of viral pharyngitis: a double-blind, rando- analysis of pain relief. Pain 2002;99:157-65.
mized study of celecoxib versus diclofenac. J Int Med
Res 2002;30:185-94. 28. Marjoribanks J, Proctor ML, Farquhar C. Nonsteroidal
anti-inflammatory drugs for primary dysmenorrhoea.
19. Bertin L, Pons G, D’Athis P, Duhamel JF, Maudelonde Cochrane Database Syst Rev 2003;(4):CD001751
C, Lasfargues G, et al. A randomized, double-blind,
multicentre controlled trial of ibuprofen versus aceta- 29. Harel Z. Cyclooxygenase-2 specific inhibitors in the
minophen and placebo for symptoms of acute otitis treatment of dysmenorrhea. J Pediatr Adolesc Gyne-
media in children. Fundam Clin Pharmacol 1996;10: col 2004;17:75-9.
387-92.

123
Pediatria (São Paulo) 2005;27(2):114-25 Antinflamatórios
Bricks LF
Silva CAA

30. McQuay H, Edwards J. Meta-analysis of single dose 40. Giannini EH, Lovell DJ, Hepburn B. FDA draft guideli-
oral tramadol plus acetaminophen in acute posto- nes for the clinical evaluation of antiinflammatory and
perative pain. Eur J Anaesthesiol (Suppl)2003;28: antirheumatic drugs in children. Executive summary.
19-22. Arthritis Rheum 1995;38:715-8.

31. Krishna S, Hughes LF, Lin SY. Postoperative hemor- 41. Lovell DJ, Giannini EH, Brewer EJ Jr. Time course
rhage with nonsteroidal anti-inflammatory drug use of response to nonsteroidal antiinflammatory drugs in
after tonsillectomy: a meta-analysis. Arch Otolaryngol juvenile rheumatoid arthritis. Arthritis Rheum 1984;27:
Head Neck Surg 2003;129:1086-9. 1433-7.

32. Marret E, Flahault A, Samama CM, Bonnet F. Effects 42. Leak AM, Richter MR, Clemens LE, Hall MA, Ansell
of postoperative, nonsteroidal, antiinflammatory drugs BM. A crossover study of naproxen, diclofenac and
on bleeding risk after tonsillectomy: meta-analysis tolmetin in seronegative juvenile chronic arthritis. Clin
of randomized, controlled trials. Anesthesiology Exp Rheumatol 1988;6:157-60.
2003;98:1497-502.
43. Malleson P. Nonsteroidal anti-inflammatory drugs
33. Moiniche S, Romsing J, Dahl JB, Tramer MR. Nons- in Juvenile Idiopathic Arthritis: What’s the real risk?
teroidal antiinflammatory drugs and the risk of ope- Disponível em: www.pedrheumonlinejournal.org/nov-
rative site bleeding after tonsillectomy: a quantitative dec/NSAIDs.htm.
systematic review. Anesth Analg 2003;96:68-77.
44. Silva CAA, Araújo LM, Liphaus BL, Campos LMMA,
34. Savage MG, Henry MA. Preoperative nonsteroidal Kiss MHB. Febre de origem indeterminada como ma-
anti-inflammatory agents: Review of the literature. nifestação da artrite reumatóide juvenil (ARJ) forma
Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod sistêmica. Pediatr Mod 1998;34:833-8.
2004;98:146-52.
45. Garner S, Fidan D, Frankish R, Judd M, Shea
35. Barden J, Edwards J, Moore A, McQuay H. Single B, Towheed T, et al. Celecoxib for rheumatoid
dose oral paracetamol (acetaminophen) for posto- arthritis. Cochrane Database Syst Rev 2002;(4):
perative pain. Cochrane Database Syst Rev 2004; CD003831.
(1):CD004602.
46. Foeldvari I, Burgos-Vargas R, Thon A, Tuerck D. High
36. Bracco P, Debernardi C, Coscia D, Pasqualini D, response rate in the phase I/II study of meloxicam in
Pasqualicchio F, Calabrese N. Efficacy of rofecoxib juvenile rheumatoid arthritis. J Rheumatol 2002;29:
and nimesulide in controlling postextraction pain in 1079-83.
oral surgery: a randomised comparative study. Curr
Med Res Opin 2004; 20:107-12. 47. Ruperto N, Nikishina I, Pachanov ED, Shachbazian
Y, Prieur AM, Mouy R. randomized, double-blind cli-
37. Silva CAA. Antiinflamatórios não hormonais em pe- nical trial of two doses of meloxicam compared with
diatria. In: Marcondes E, Vaz FAC, Ramos JLA, Okay naproxen in children with juvenile idiopathic arthritis:
Y. Pediatria básica: pediatria clínica geral. 9ª ed. São short- and long-term efficacy and safety results. Ar-
Paulo: Sarvier; 2003. Tomo II. p.74-6. thritis Rheum 2005;52:563-72.

38. Silva CAA, Kiss MHB. Manifestações extra-articula- 48. Goodman S, Howard P, Haig A, Flavin S, Macdonald
res iniciais em 80 pacientes com artrite reumatóide B. An open label study to establish dosing recom-
juvenil (ARJ) forma sistêmica. Pediatria (São Paulo) mendations for nabumetone in juvenile rheumatoid
1998;20:83-92. arthritis. J Rheumatol 2003;30:829-31.

39. Len CA, Liphaus BL, Machado CS, Silva CAA, Okuda 49. Gotzsche PC, Johansen HK. Short-term low-dose
E, Campos LMA. Artrite reumatóide juvenil: atraso no corticosteroids vs placebo and nonsteroidal antiin-
diagnóstico e no encaminhamento para o especialis- flammatory drugs in rheumatoid arthritis. Cochrane
ta. Rev Paul Pediatr 2002;20:280-2. Database Syst Rev 2003;(1):CD000189.

124
Antinflamatórios Pediatria (São Paulo) 2005;27(2):114-25
Bricks LF
Silva CAA

50. Silva CH. Rheumatic fever: a multicenter study in the 59. Barron KS, Shulman ST, Romwley A, Taubert K, Myo-
State of São Paulo. Rev Hosp Clin Fac Med S Paulo nes BL, Meissner HC, et al. Repost of the national
1999;54:85-90. institutes of health workshp on Kawasaki disease. J
Rheumatol 1999;26:170-90.
51. Silva CAA, Hilário Moe. Febre reumática. Des- 60. Rowley AH, Shulman ST. Kawasaki syndrome. Clin
taques da Sociedade de Pediatria de São Paulo Microbial Rev 1998; 11:405-14.
2004. Disponível em: http://www.spsp.org.br/news/
lst_destaque.asp?RegID=61 61. Newburger JW, Takahashi M, Gerber MA, Gewitz
MH, Tani LY, Burns JC. Diagnosis, treatment, and
52. Oliveira SKF, Bandeira M. Review for the primary long-term management of Kawasaki disease: a sta-
care physician rheumatic fever. Disponível em: tement for health professionals from the Committee
www.pedrheumonlinejournal.org/july-august. 2004 on Rheumatic Fever, Endocarditis and Kawasaki
Disease, Council on Cardiovascular Disease in
53. Pileggi GC, Ferriani VP. Manifestações articulares the Young, American Heart Association. Circulation
atípicas em crianças com febre reumática. J Pediatr 2004;110:2747-71.
(Rio J) 2000;76:49-54.
62. Kiss MHB, Silva CHM, Silva CAA, Janz LL. Poliarterite
54. Hashkes PJ, Tauber T, Somekh E, Brik R, Barash nodosa cutânea na infância: relato de 11 casos e pos-
J, Mukamel M, et al. Pediatric Rheumatology Study sível associação com o estreptococo beta-hemolítico
Group of Israel. Naproxen as an alternative to aspi- do grupo A. Rev Bras Reumatol 1998;38:373-7.
rin for the treatment of arthritis of rheumatic fever: a
randomized trial. J Pediatr 2003;143:399-401. 63. Ozen S, Anton J, Arisoy N, Bakkaloglu A, Besbas
N, Brogan P. Juvenile polyarteritis: results of a mul-
55. Silva CAA. Doenças refratárias ao tratamento conven- ticenter survey of 110 children. J Pediatr 2004;145:
cional: como proceder? (Parte 2). Lúpus eritematoso 517-22.
sistêmico Juvenil: nefrite e envolvimento neuropsiqui-
átrico. Rev Bras Reumatol 2004;44(Supl 1):41-3. 64. Silva CAA. Dores e lesões músculo-esqueléticas as-
sociadas a computadores e vídeo games em crianças
56. Silva CAA. Lúpus eritematoso sistêmico na criança e adolescentes. Pediatria (São Paulo) 1999;21:298-
e adolescente. In: CossermelLi W. Terapêutica em 301.
reumatologia. São Paulo: Lemos Editorial; 2000.
p.739-44. 65. Gedalia A, Garcia CO, Molina JF, Bradford NJ, Es-
pinoza LR. Fibromyalgia syndrome: experience in a
57. Silva CAA, Hirschheimer SMS, Ronchezel MV, pediatric rheumatology clinic. Clin Exp Rheumatol
Aidar MT. Púrpura de Henoch-Schönlein com inva- 2000;18:415-9.
ginação intestinal: relato de caso. Rev Paul Pediatr
2004;22;167-71. 66. Liphaus BL, Campos LMMA, Silva CAA, Kiss MHB.
Síndrome da fibromialgia juvenil em crianças e ado-
58. Silva CAA, Campos LMMA, Liphaus BL, Kiss MHB. lescentes. Estudo de 34 casos. Rev Bras Reumatol
Púrpura de Henoch-Schönlein na criança e adoles- 2001;41:71-4.
cente. Rev Bras Reumatol 2000;40:128-36.
67. Murray CS, Cohen A, Perkins T, Davidson JE, Stills
JA. Morbidity in reflex sympathetic dystrophy. Arch
Dis Child 2000;82:231-3.

Endereço para correspondência:


Dra. Lucia Ferro Bricks
Instituto da Criança - HCFMUSP
Av. Dr. Enéas de Carvalho Aguiar, 647 - Cerqueira Cesar
Cep: 05403-900 - São Paulo - SP – Brasil
Fone: (0XX11) 3069-8528 Fax (0XX11) 3069-8503 Recebido para publicação: 13/02/2005
E-mail: luciafb@icr.hcnet.usp.br Aceito para publicação: 13/04/2005

125

Potrebbero piacerti anche