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08/01/2020 'O Vaticano é uma organização gay': o polêmico livro que diz revelar a corrupção e a hipocrisia na Igreja - BBC

greja - BBC News Brasil

Principais notícias

'O Vaticano é uma organização gay': o polêmico livro


que diz revelar a corrupção e a hipocrisia na Igreja
Lioman Lima
BBC News Mundo

21 fevereiro 2019

AFP

De acordo com Martel, grande parte dos padres do Vaticano são homossexuais

Após celebrar missas em igrejas do Vaticano e pendurar as batinas,


"milhares" de padres saem para curtir a noite gay de Roma.

É o que afirma o jornalista francês Frédéric Martel no livro No Armário do


Vaticano , que tem lançamento mundial marcado para esta quinta-feira, mesmo
dia em que os principais líderes da Igreja Católica se reúnem para discutir uma
estratégia contra o abuso sexual de menores.

"O texto é resultado de uma investigação que realizei por mais de quatro anos,
em que viajei por vários países e entrevistei dezenas e dezenas de cardeais,
bispos, padres, seminaristas e pessoas muito próximas ao Vaticano", afirmou o
autor à BBC News Mundo.

A carta em que Galileu Galilei tentou 'maquiar' ideias 'heréticas' para


evitar Inquisição

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Entenda o que significa a Igreja Católica usar o termo LGBT


oficialmente pela primeira vez

É uma narrativa que denuncia, segundo a sinopse do livro, a "corrupção e a


hipocrisia" dentro do catolicismo romano, que condenou a homossexualidade
durante séculos.

AFP

Livro denuncia, segundo a sinopse, a 'corrupção e hipocrisia' dentro do catolicismo romano

Martel afirma que, por condições históricas e sociais, o sacerdócio foi uma fuga
para centenas de jovens vítimas de bullying em seus povoados por causa da
orientação sexual e que, portanto, a Igreja é agora, no seu ponto de vista, uma
instituição formada "principalmente" por pessoas homossexuais.

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Vaticano

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"À medida que avancei na pesquisa, descobri que o Vaticano é uma


organização gay no nível mais alto, uma estrutura formada em grande parte por
pessoas homossexuais que durante o dia reprimem sua sexualidade e a dos
outros, mas à noite, em muitos casos, pegam um táxi e vão a um bar gay",
afirma o escritor.

Uma de suas fontes chegou a garantir que 80% dos padres no Vaticano são
homossexuais - dado que ele não conseguiu confirmar.

Porém, o autor diz que um dos fatos que chamou sua atenção foi a "banalidade
da vida gay" para "milhares" de sacerdotes, "que não saíram do armário para a
organização" e "estão presos no próprio sistema" - mas, ao mesmo tempo,
desfrutam do que criticam no altar.

O Vaticano não respondeu à solicitação de comentário feita pela BBC News


Mundo sobre o livro e as acusações que o autor fez nesta entrevista a respeito
da instituição.

No entanto, o renomado teólogo jesuíta James Martin questionou os métodos


utilizados por Martel para checar os dados e depoimentos.

"Martel fez uma pesquisa impressionante para seu novo livro e apresenta
algumas ideias importantes sobre hipocrisia e homofobia na igreja", disse ele à
BBC News Mundo.

"Mas essas ideias estão enterradas sob uma avalanche de intrigas e


insinuações pesadas que arrebatam o leitor e tornam difícil discernir os fatos da
ficção", acrescenta.

Sacerdócio e homossexualidade

AFP

'O abuso sexual não está relacionado com a homossexualidade, pode acontecer dentro de
famílias heterossexuais, e a maioria das vítimas no mundo são mulheres', diz Martel

A partir desta quinta-feira, mais de 190 cardeais, bispos e outras autoridades


da Igreja Católica se reúnem no Vaticano para decidir o que fazer diante da

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onda de denúncias de abuso sexual que surgiram contra padres em quase todo
o mundo.

Dentro da ala mais à direita da instituição, uma das acusações mais frequentes
é associar a ocorrência desses crimes à homossexualidade dos padres.

Na última terça-feira, dois cardeais conservadores dos Estados Unidos e da


Alemanha enviaram uma carta aberta ao papa Francisco pedindo o fim do que
chamam de "praga da agenda homossexual" e que os bispos deixem de ser
cúmplices de casos de abuso sexual.

AFP

'À medida que avancei na pesquisa, descobri que o Vaticano é uma organização gay no
nível mais alto', afirma Martel

Mas, de acordo com Martel, que é assumidamente gay, o problema dentro da


Igreja não é a orientação sexual dos padres, que é um assunto privado, mas
usar "dois pesos e duas medidas" para tratar a questão da sexualidade.

"O abuso sexual não está relacionado com a homossexualidade, pode


acontecer dentro de famílias heterossexuais, e a maioria das vítimas no mundo
são mulheres. Agora, se você olhar dentro da Igreja, a maioria dos abusos são
cometidos por padres homossexuais", diz ele.

O que acontece, segundo Martel, é que uma suposta "cultura de sigilo"


existente na Igreja leva ao encobrimento dos abusos.

"Como muitos bispos são gays, eles têm medo de escândalos, da imprensa e,
no fim das contas, deles mesmos. Eles protegem os agressores não para
encobrir os abusos, mas para que não descubram que eles mesmos são
homossexuais. Não estão apenas protegendo o agressor, estão se
protegendo", diz ele.

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AFP

O livro alega que muitos padres no Vaticano têm uma vida dupla

Na opinião de Martel, isso não só fez com que, durante anos, os abusos
fossem encobertos, mas que muitos cardeais, bispos e padres se tornassem
críticos fervorosos da homossexualidade.

"O que eu descobri é que, em muitos casos, quanto mais críticos em relação à
homossexualidade, mais lasciva era a vida oculta deles como gays", diz ele.

E o que acontece na América Latina?

Ao longo de mais de 500 páginas, o livro afirma que essa situação não é
exclusiva do Vaticano - também acontece em Igrejas de muitos outros países,
inclusive da América Latina.

"Estive várias vezes na Argentina, em Cuba, no México, no Chile e na


Colômbia, e o que descobri foi que a situação não era muito diferente da do
Vaticano", diz ele.

Martel afirma que um denominador comum entre alguns desses países era
uma relação "insólita" entre a cúpula religiosa e militar, seja décadas atrás nos
governos de fato da Argentina e do Chile, nos tempos da guerrilha da Colômbia
ou, mais tarde, no regime de Fidel Castro em Cuba.

"Na maioria desses casos, havia uma cumplicidade entre a Igreja e esses
governos ou forças que fizeram com que a homossexualidade e os abusos dos
padres fossem encobertos nesses países", sinaliza.

https://www.bbc.com/portuguese/amp/internacional-47316304 5/9
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GETTY IMAGES

Para o seu livro, Martel entrevistou 41 cardeais, 52 bispos e núncios apostólicos, além de
200 padres, seminaristas, jornalistas e diplomatas

No México, um dos casos mais notórios é o do fundador da Legião de Cristo,


Marcial Maciel, mas ele também descobriu outros menos conhecidos, como o
do falecido cardeal colombiano Alfonso López Trujillo.

De acordo com o livro, o pároco rondava seminaristas e jovens sacerdotes e


contratava garotos de programa rotineiramente.

Ao mesmo tempo, pregava os ensinamentos da Igreja de que todos os homens


gays eram "intrinsecamente desordenados" e questionava o uso de
preservativos.

E apesar de Martel dizer que chegou a se encontrar com garotos de programa


contratados pelo falecido cardeal, muitos críticos do livro questionam que a
maioria das acusações carece de evidências sólidas e é baseada apenas em
"fofocas" e "disse me disse".

AFP

O papa Francisco tenta controlar o abuso sexual na Igreja

Outros também afirmam que o texto poderia levar a uma "caça às bruxas"
contra padres homossexuais ou promover estereótipos negativos, porque de
acordo com Martin "é mais fácil buscar bodes expiatórios do que confrontar a
hipocrisia e a cultura do sigilo" dentro da Igreja.

Para outros, o livro é a revelação do que muitos consideram um "segredo


aberto" e poderia ser um convite para mudar as estruturas estagnadas do
Vaticano.

"A Santa Sé deve ser um modelo para todas as dioceses do mundo, incluindo a
seleção e monitoramento de seus próprios membros. E, neste momento, não
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08/01/2020 'O Vaticano é uma organização gay': o polêmico livro que diz revelar a corrupção e a hipocrisia na Igreja - BBC News Brasil

é", afirmou à BBC o monsenhor Stephen J. Rossetti, professor na Universidade


Católica dos Estados Unidos.

"Eles devem fazer um trabalho melhor para garantir que seus padres sejam
fiéis ao voto de celibato. Também devem ser mais agressivos, especialmente
quando confrontados com clérigos homossexuais que não são celibatários.
Houve vários casos recentemente e vai continuar havendo escândalos até que
eles se encarreguem disso", acrescenta.

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