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MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

Procuradoria da República no Pará

Procedimento Administrativo n. 1.23.000.001495/2009-81


Assunto: Fiscalização do combate ao Nepotismo nos Órgãos Públicos Federais.
Cumprimento ao Decreto Presidencial nº 6.906/2009 e à Súmula Vinculante nº 13 do
Supremo Tribunal Federal.

RECOMENDAÇÃO Nº 013/2009 – OFÍCIO 11/PR/PA

O MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL, por intermédio dos


Procuradores da República que assinam ao final, no uso de suas atribuições institucionais,
que lhe são conferidas pela Constituição Federal e pela Lei Complementar n. 75/93, e:

CONSIDERANDO que o Ministério Público é instituição permanente,


essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do
regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis (CF, art. 127);

CONSIDERANDO que são funções institucionais do Ministério Público


zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Públicos e dos serviços de relevância pública aos
direitos assegurados nesta Constituição, promovendo as medidas necessárias a sua
garantia (CF, art. 129, II); bem como promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a
proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e
coletivos (CF, art. 129, III);

CONSIDERANDO que a administração pública direta e indireta de


qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência (CF, art. 37);

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www.prpa.mpf.gov.br
CONSIDERANDO que a nomeação de parentes para o exercício de
cargos públicos em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada, constitui uma
prática nociva à Administração Pública, denominada NEPOTISMO;

CONSIDERANDO que o nepotismo é incompatível com o conjunto de


vetores axiológicos informativos da Constituição da República; constituindo uma forma de
favorecimento intolerável em face da impessoalidade administrativa; e que, sendo praticado
reiteradamente, beneficiando parentes em detrimento da utilização de critérios técnicos para
o preenchimento dos cargos e funções públicas de alta relevância, constitui ofensa à
eficiência administrativa necessária no serviço público;

CONSIDERANDO que, com isso, o nepotismo viola os princípios da


moralidade, da impessoalidade e da eficiência, norteadores da Administração Pública,
configurando-se uma prática repudiada pela própria Constituição de 1988 (art. 37, caput),
não necessitando de lei ordinária para sua vedação;

CONSIDERANDO a Súmula Vinculante nº 13, aprovada em sessão


plenária do Supremo Tribunal Federal no dia 21/08/2008, vedando o nepotismo nos
seguintes termos: “A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta,
colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou
de servidor da mesma pessoa jurídica, investido em cargo de direção, chefia ou
assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança, ou, ainda,
de função gratificada na Administração Pública direta e indireta, em qualquer dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios, compreendido o
ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal”;

CONSIDERANDO que a Súmula Vinculante, tem caráter cogente, com


efeitos “erga omnes” e vincula toda a Administração Pública ao seu conteúdo, já devido, há
muito ter sido cumprida em sua totalidade pela Administração Pública em todas as suas
esferas;

CONSIDERANDO a edição do Decreto Presidencial nº 6.906, de 21


de julho de 2009, que estabelece a obrigatoriedade de prestação de informações sobre

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vínculos familiares pelos agentes públicos investidos dos cargos de Ministro de Estado, bem
como de ocupantes de cargo de natureza especial e do Grupo-Direção e Assessoramento
Superiores (DAS);

CONSIDERANDO que o referido Decreto tem plena validade como


manifestação de vontade do Chefe do Poder Executivo Federal no exercício de sua
competência administrativa;

CONSIDERANDO que o Decreto estabelece prazo de sessenta dias a


contar da sua publicação no Diário Oficial da União, dia 22/07/2009, para o cumprimento de
sua determinação;

CONSIDERANDO que a possível manutenção de práticas previstas


como nepotismo na Súmula Vinculante nº 13 do STF, na Administração Pública Federal
Direta ou Indireta, pode ensejar o ajuizamento de Reclamação perante o Supremo Tribunal
Federal contra os agentes públicos responsáveis pela nomeação e exoneração, sem
prejuízo das sanções aplicáveis no âmbito da improbidade administrativa, nos termos do
artigo 11, caput, da Lei nº 8.429/92;

CONSIDERANDO que o próprio Decreto Presidencial prevê, no art. 4º,


que “caberá aos titulares dos órgãos e entidades da administração pública federal direta ou
indireta do Poder Executivo federal, sob pena de responsabilidade, velar pela estrita
observância do disposto neste Decreto e instaurar processo administrativo disciplinar contra
o agente público que se recusar a apresentar declaração de que trata o art. 1º ou que a
prestar falsa.”

RESOLVE:

RECOMENDAR, a (NOME DO RESPONSÁVEL PELA INSTITUIÇÃO),


com base no art. 6º, XX, da Lei Complementar nº 75/93, que:

a) encaminhe a este Órgão Ministerial a lista de servidores que


ocupam os cargos previstos nos incisos II e III do Decreto Presidencial nº 6.906/2009,
no prazo de 30 (trinta) dias;

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b) dê ampla ciência aos servidores, que ocupam algum dos cargos
previstos no artigo 1º do Decreto 6.906/2009, do seu teor, para que todos preencham os
formulários no sítio da Controladoria-Geral da União (www.cgu.gov.br);

c) zele pela obediência no seu respectivo órgão ou pessoa jurídica ao


prazo previsto no Decreto Presidencial, que expira no dia 21/09/2009;

d) após findo o prazo, caso o servidor ocupante de cargo previsto no art. 1º


do Decreto Presidencial se recuse a apresentar a declaração de que trata o art. 1º ou a
preste falsa, recomenda-se que V. Sa, além de cumprir o disposto no artigo 4º do Decreto,
também comunique imediatamente o MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL, para que este
Órgão Ministerial possa adotar as providências cabíveis;

e) comunique o MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL sobre qualquer óbice


relevante porventura ocorrido no seu órgão para o cumprimento regular deste Decreto
Presidencial e, por consequência, da Súmula Vinculante nº 13 do STF.

Desta forma, consideramos que com a colaboração de V. Sa. e com a


diligente atuação da Controladoria-Geral da União no Pará possamos dar integral
cumprimento ao estabelecido no Decreto Presidencial nº 6.906/2009 e à Súmula
Vinculante nº 13 do STF.

Informo que Recomendação com teor similar foi encaminhada a todos


os órgãos públicos federais com sede nos municípios sob a atribuição da
Procuradoria da República no Estado do Pará.

Belém, 23 de julho de 2009.

ALAN ROGÉRIO MANSUR SILVA DANIEL CÉSAR AZEREDO AVELINO


Procurador da República Procurador da República

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