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PT/PAIS/COMPORTAMENTOS-
DE-OPOSICAO-E-DESAFIO
Instruções consistentes
- é importante verificar se as expectativas, enquanto pai ou mãe, em relação ao
filho não variam de dia para dia;
- outro aspeto importante está relacionado com a consistência entre os
progenitores, que devem esforçar-se por transmitir a mesma atitude.
Quando existem diferenças significativas entre aquilo que o pai autoriza ou não a
criança fazer, face ao que a mãe autoriza, a criança facilmente as deteta. Isto
poderá ser usado para manipular os progenitores, de forma a conseguir fazer
sempre o que deseja.
Disponibilizar opções
- sempre que possível, é importante dar alguma liberdade de escolha às crianças;
- contudo, deverão ser sempre explicadas previamente quais as opções possíveis e
antecipar as respetivas consequências, de modo a passar para a criança a
responsabilidade da sua escolha. Para as crianças com PHDA, o reforço das
instruções e o antecipar de relações de causa-efeito, ajudá-las-á progressivamente
ao nível da capacidade de autorregulação e de planeamento e organização das
tarefas.
No mesmo sentido, existem outro tipo de estratégias e/ou atividades, nas quais os
pais poderão investir individualmente, descobrindo alguns métodos de
relaxamento como, por exemplo, uma atividade desportiva do seu gosto e interesse
e/ou a prática de yoga ou meditação.
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O QUE É A PERTURBAÇÃO
DESAFIANTE DE OPOSIÇÃO?
Quando pensamos numa criança opositora surgem muito facilmente aspetos
como, criança mal educada, que faz birras, que não respeita regras… No
entanto, a Perturbação Desafiante de Oposição é bem mais complexa. De
facto, de um modo geral, esta perturbação é caracterizada por um padrão
persistente de desafio, desobediência e hostilidade para com as figuras de
autoridade, tal como pais e professores. As crianças mais pequenas com esta
perturbação frequentemente demostram altos níveis de intolerância à
frustração, têm dificuldade em adiar a gratificação, perdem facilmente o
controlo, manifestando-o, por exemplo, dando pontapés. As crianças mais
velhas com esta perturbação respondem aos pais, revelam problemas de
comportamento passivo-agressivo e são descritas como susceptíveis, teimosas
e propensas a discussões.
CRITÉRIOS DE DIAGNÓSTICO
Para compreender melhor esta perturbação importa considerar os diferentes
critérios de diagnóstico, onde fica mais claro o tipo de comportamentos que
podem surgir. Assim, a Perturbação Desafiante de Oposição caracteriza-se
por:
2.
Está associada a mal-estar do indivíduo ou de outras pessoas do seu contexto
social próximo (por exemplo, família, grupo de pares…) ou tem impacto
negativo nas áreas social, educacional ou ocupacional ou noutras áreas
importantes do funcionamento do indivíduo.
Prevalência
A prevalência da Perturbação Desafiante de Oposição varia de 1 a 11%, com
uma prevalência média estimada de 3,3%. A taxa da perturbação pode variar
de acordo com a idade e o género da criança.
Desenvolvimento
Geralmente, os primeiros sintomas da Perturbação Desafiante de Oposição
surgem durante os anos do pré-escolar e, raramente, mais tarde, após o início
da adolescência.
Diagnóstico diferencial
Pelo facto de partilharem muitos aspetos comportamentais e emocionais,
quando há suspeita de se estar perante uma Perturbação Desafiante de
Oposição importa fazer um diagnóstico diferencial de outro tipo de
perturbações.
SOLUÇÕES
PSICOTERAPÊUTICAS
A intervenção terapêutica numa situação de Perturbação Desafiante de
Oposição deverá ocorrer a vários níveis e abrangendo os diferentes contextos
em que se verificam os comportamentos que a caracterizam. Assim, implica
sempre uma intervenção a nível individual e, ainda, intervenção a nível familiar
e, quando necessário, a nível escolar, sendo os objetivos ajustados a cada
caso.
Comportamental
Cognitiva
Emocional
Segundo Barkley, sempre que os pais queiram dar uma ordem devem posicionar-
se perto da criança, com voz firme, sem deixarem de ser amorosos, usando o
verbo na forma imperativa. De preferência há que olhar directamente nos olhos da
criança e, se houver resistência, socorrerem-se de uma discreta pressão física
(segurar-lhe no braço, por exemplo). Há que evitar retardar ou desistir de uma
ordem quando esta já foi proferida.
Aquela rotina constitui a base de sustentação de uma série de outras estratégias e visa evitar
que a criança teime em tornar-se o centro das atenções dos pais (e também dos educadores
de infância e dos colegas) pelos maus motivos. A partir daí, e numa segunda fase, definiu a
investigação, há que reforçar os comportamentos positivos, através do elogio; e, ao mesmo
tempo, estabelecer as regras de forma clara e pela positiva.
“Uma criança normalmente inquieta perceberá melhor o que se espera dela se os pais a
elogiarem por estar algum tempo sossegada a desenhar, por exemplo; e também se em vez de
ouvir constantemente ‘não corras’ e ‘não berres’ receber indicações, dadas de forma firme,
mas serena, educada, de que deve andar devagar e falar baixinho e por quê”, exemplifica a
investigadora.
No plano de formação de “Os anos incríveis” os adultos aprendem, ainda, que devem evitar os
castigos. A estratégia correcta é dar às crianças a oportunidade de escolha, tempo para
reflectir e, depois, aplicar consequências com firmeza, se elas optarem pelo comportamento
negativo.
Um exemplo, aponta Filomena Gaspar: “Se não comeres a sopa vais para a cama
imediatamente, sem brincar. Se a criança escolher a primeira opção, deve realmente ir para
a cama logo. Aprenderá, aos poucos, que tem o poder de escolha e que é responsável pelas
consequências”. No caso das birras, a regra é ignorar: “Se a criança chorar durante hora e
meia chora. O importante é que não perceba que através delas pode captar a atenção e
manipular o adulto”.
Daí a opção, no caso do novo projecto, por intervir também junto dos educadores de infância
e dos técnicos dos centros de saúde. “Por um lado, está provado que os resultados são
melhores quando os educadores de infância são envolvidos, por outro, esta é uma forma de
difusão das estratégias dos educadores de infância (em relação aos seus pares e aos pais) e
dos técnicos de saúde (relativamente às famílias que acompanham e das quais, muitas, vezes
são os principais conselheiros)”, justifica Filomena Gaspar.
A investigadora realça que o programa “não é uma vacina milagrosa”, “mas tem resultados
francamente positivos” que, segundo estudos de seguimento, se mantêm ao longo de anos e
têm reflexos directos no comportamento e indirectos em diversas áreas como, por exemplo, o
sucesso escolar.
Os pais que for possível motivar vão participar em sessões de duas horas, uma vez por
semana, ao longo de 14 semanas. A partir de Outubro serão promovidas acções de formação
para técnicos dos centros de saúde e terá início a primeira de duas séries de seis workshops,
ao ritmo de um por mês, em que vão participar, no total, 60 educadores de infância. Os
estabelecimentos de ensino a que estes pertencem serão seleccionados com o apoio da
Associação Nacional de Intervenção Precoce e da Escola Superior de Educação de Coimbra.