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Septiembre 2019
CÓRDOBA, ARGENTINA

International Society for Labour and


Social Security Law
Société internationale de droit du travail
et de la sécurité sociale
Asociación Argentina Asociación Argentina
Sociedad Internacional de Derecho de Derecho del Trabajo
del Trabajo y de la Seguridad Social de Derecho del Trabajo
y la Seguridad Social y la Seguridad Social
CÓRDOBA
AUTORIDADES DEL XI CONGRESO
REGIONAL AMERICANO DE
DERECHO DEL TRABAJO Y DE LA
SEGURIDAD SOCIAL

PRESIDENTE DE LA COMISIÓN ORGANIZADORA


Jorge Jerónimo Sappia

COMISIÓN ORGANIZADORA
Marcelo Aquino
Cesar Arese
Ana Barilaro
Trinidad Bergamasco
Abel De Manuele
Héctor O. García
Lorenzo Gnecco
Miguel Angel Gorla
Carolina Fathala
Natanael Florit Rozas
María Agostina Lacase
Juan Carlos Mariani
Pedro Mendizábal
Jorge Morresi
Jimena Rodriguez Urizar
Jorge G. Tobar
Diego Tosca
Carlos Toselli
José Luis Yacanto
índice
ponencias oficiales............................................................................... 4

ponencias voluntarias

Aula 1 ................................................................................................................. 69

Aula 2 ................................................................................................................ 92

Aula 3 ............................................................................................................... 126

Aula 4 ............................................................................................................... 148

Aula 5 ................................................................................................................ 173

Aula 6 .............................................................................................................. 205

Aula 7 .............................................................................................................. 238

Aula 8 ...............................................................................................................259

Aula 9 .............................................................................................................. 295

Taller de Jóvenes Juristas................................................................................315


ponencias oficiales
PARA ALÉM DA SUBORDINAÇÃO: ASPECTOS DA alguns países anglófonos, todos adrede lembrados por Orlando
TUTELA JUSLABORALISTA AO TRABALHADOR Gomes, em especial trabalho publicado ainda nos anos 80 do século
X X, no qual, com seu invulgar descortino, o grande juslaboralista
DITO AUTÔNOMO, “PEJOTIZADO” OU baiano já percebia: “Concorre, outrossim, para as reservas crescentes
TERCEIRIZADO DE SI MESMO. ao critério da subordinação hierárquica a tendência para estender a
Eduardo Henrique Raymundo von Adamovich certos trabalhadores autônomos a proteção jurídica dispensada aos
trabalhadores subordinados, quando dependem economicamente de
uma empresa”99.
“... Il cittadino che ha perduto la sua fede in Dio, crede
É preciso ter em vista, na perspectiva dessa ampliação dos limites
nella natura divina del lavoro prodotto dalle sue
do Direito do Trabalho, que ele deixou de ser, como conclui Alain
mani che crea tutto ciò che ha di piú prezioso:
Supiot100, um bloco jurídico monolítico definidor de uma identidade
benessere, posizione sociale, personalità, senso della
profissional, para dar lugar a uma diversidade cada dia maior de
vita, democrazia, coesione politica. Mi si citi un
estatutos jurídicos, não só pela diversificação das fontes, mas também
qualsiasi valore della modernità e io sarò disponibile
pela importância crescente do direito convencional e da negociação
a dimostrare che esso ha come presupposto ciò che
por empresa, assim como num movimento de individualização da
nasconde, ovvero la partecipazione al lavoro remunerato.”.
condição jurídica dos assalariados. Esse movimento, que dá lugar a
(BECK, Ulrich. Il lavoro nell’epoca della fine del lavoro, trad. do alemão uma grande classe de patrões de si mesmos, sobretudo na América
para o italiano por Hellmut Riediger. Turim: Einaudi, 2000, p. 96). Latina, escorado no sonho do sucesso capitalista e no ideal do self made
man, perde-se a rigor quando as nuvens da autonomia se desfazem sob
Abstract a tormenta da dependência econômica agravada pela transferência
de custos e riscos, quadro que demanda toda uma reflexão sobre a
Este trabalho aborda a reforma de legislação do trabalho brasileiro persistência ou não das razões que justificam em diversos aspectos
no que concerne à ampliação das hipóteses de contratação a tutela juslaboralista, Esse o objeto deste modesto escrito, que é
de trabalhadores autônomos ou através de pessoas jurídicas somente uma provocação a uma reflexão mais aprofundada sobre o
por eles mesmos constituídas (“pejotizados”), examinando a tema, a realizar-se talvez de futuro em teses de concursos ou obras de
compatibilização dessa reforma com os valores e princípios que maior e mais aprofundado fôlego.
norteiam não só o Direito do Trabalho como o Direito Civil e outros
99 GOMES, Orlando. Novos temas de Direito Civil. Rio de Janeiro: Forense,
ramos da Ciência do Direito. Após avaliar que muito da tutela antes 1983, p. 331.
oferecida pelo Direito do Trabalho também encontra caminhos
100 SUPIOT, Alain. Critique du droit du travail. Paris: PUF, 2002, p. 256.
para ser propiciada pelo Direito Civil, concluindo que a suposta
intenção do legislador de restringir direitos nem sempre se confirma,
se encarado o sistema jurídico de forma mais aberta, assim como 2. Forma e substância dos contratos
ensina que a construção da tutela deve fazer-se de forma mais atenta
Abstraído o aspecto tautológico da afirmação contida no texto legal do
e minuciosa no plano da interpretação e aplicação da legislação
novo art.442-B, a qual não se reveste de nenhuma novidade, sabendo-
ordinária do que no alto plano do Direito Constitucional.
se que sempre a comprovação da assunção do risco do negócio por conta
própria, vale dizer, a autonomia, excluiu a relação de emprego, resta
1. Introdução indisfarçável a intenção do legislador de ampliar essa faixa de exclusão,
primeiro ao sublinhar que o cumprimento das formalidades legais
A Lei n. 13.467, de 13 de julho de 2017, com a finalidade declarada
deve ser por parte do trabalhador, a sugerir a absurda interpretação de
de “adequar a legislação às novas relações de trabalho”, produziu
que a falta de cumprimento dessas formalidades por parte da empresa
diversas alterações na Consolidação das Leis do Trabalho e em outras
ainda continuaria com o mesmo efeito excludente. Depois esclarece-
leis, malgrado, na realidade se tenha colocado como verdadeiro
se que o caráter contínuo ou não, exclusivo ou não da prestação de
diploma reformador dos compromissos que fundamentam o Direito
serviços continua bastante para excluir a natureza empregatícia da
Constitucional do Trabalho no Brasil. Esta última questão, todavia,
relação. Na concepção do legislador, a vontade individual manifestada
haverá de ser objeto de outros estudos, dirigindo-se o presente, em
pelo trabalhador ao ser contratado, seja como autônomo, ou mais
verdade, para figura específica dessas “novas relações” mencionadas
ainda, como terceirizado de si mesmo na chamada pejotização, haveria
pelo legislador, que é aquela da contratação de trabalhadores ditos
de prevalecer sobre a objetivação na dita relação de continuidade e
autônomos ou “pejotizados”, isto é, aqueles contratados através
exclusividade na prestação de serviços.
de pessoas jurídicas constituídas por eles mesmos ou pessoas de
sua confiança, configurando algo que bem se poderia chamar de Se é princípio dos mais elevados da ordem jurídica o da boa-fé, o
terceirização de si mesmo. Procurando alterar o vetor central do qual abarca também o legislador, não se há de interpretar o novo
Direito do Trabalho no país, da ordem pública e da vontade objetiva, dispositivo legal como verdadeira licença para a prática de fraudes em
para aquela outra privada e subjetiva e indo além, no caso desses desfavor dos trabalhadores e do Erário. A falta de menção expressa
trabalhadores, para procurar excluir completamente a relação de no texto do novo artigo ao cumprimento das formalidades da relação
emprego, a nova lei afirma, no que virá a ser o novo art. 442-B, da CLT, de trabalho autônomo por parte também da empresa tomadora dos
que a contratação de trabalhador autônomo “cumpridas por este todas serviços, é claro, é também uma exigência da ordem jurídica e o
as formalidades legais”, afastaria a relação de emprego. maltrato ou mesmo desprezo a ela continua a poder ser tomado como
elemento de decisão em favor da decretação de nulidade das relações
É conhecido em doutrina o chamado fenômeno da fuga do emprego, bem
indevidamente rotuladas de autônomas ou pejotizadas. A primeira
como figuras alternativas ou intermediárias que foram concebidas em
de todas as exigências para a verificação da licitude de uma relação
diversos ordenamentos na tentativa de abrigar situações fronteiriças
jurídica é o cumprimento das formalidades legais a que se sujeite
ou abrir espaço para a criação de postos de trabalho com ônus
ela e a falta de cumprimento delas, sobretudo quando relevante,
menos elevados do que aqueles normalmente impostos pela relação
constitui poderoso indício, ou por vezes prova mesmo, em desfavor
de trabalho subordinado. É lembrada neste terreno, por exemplo, a
da confirmação da natureza de que originariamente denominada essa
figura da parassubordinação, que vem situar-se naquele campo em
relação. Se as formalidades não são da substância do negócio e, podem
que presentes alguns mas não todos os elementos que justificariam
mesmo por vezes ser negligenciadas em favor de valores ou princípios
a relação de trabalho subordinado, justificando uma espécie de tutela
maiores, o desprezo ou menosprezo considerável a elas abre as portas
juslaboralista mitigada e, com isso, sofrendo sempre a crítica de abrir
para a investigação, esta sim essencial, da conformidade da substância
imenso terreno para as fraudes que buscariam atribuir a um número
do negócio com a natureza que a ele originariamente se pretendera
cada vez maior de trabalhadores essa condição, sem que, de fato, eles
atribuir. Neste aspecto, a existência do novo texto legal não muda
as experimentassem. É traço conceitual da parassubordinação um
substancialmente o quadro até então conhecido.
abrandamento ou atenuação da inserção do trabalhador na empresa,
ou um maior espaço para o exercício de sua autonomia de vontade, Diversas espécies de prestação de serviços podem ser pactuadas sem
condição nem sempre garantida a todos os que, a partir de legislação natureza empregatícia e podem assumir a forma de vários contratos
que abrisse esse espaço, nela poderiam pretensamente integrar-se. civis101. Podem ser citados, exemplificativamente, vários contratos
regulados pelo Código Civil ou leis especiais, desde o contrato
Se o critério da subordinação, como definidor da relação de emprego,
de prestação de serviços, a empreitada, o mandato, o contrato de
nunca foi isento de críticas, sendo sempre possível lembrar não somente
a teoria da relação de emprego germânica, com a sua Fürsorgepflicht,
ou a verdadeira tutela pessoal devida pela empresa ao trabalhador nos
sistemas que a essa teoria se filiam, como também outros critérios
como aquele de filiação de classe, ou o chamado multiple test de
5
agência e distribuição, o contrato de comissão, ou mesmo a gestão de a adesão à relação de trabalho autônomo ou pejotizado se tivesse
negócios, para não falar em figuras já há muito objeto de discussões na dado por imposição dos textos-padrão ou cláusulas contratuais pela
Justiça do Trabalho, tais como o contrato de representação comercial parte contratante, sem qualquer margem de negociação por parte
ou aquele outro de corretagem de imóveis. Não é ocioso constatar do trabalhador contratado, o que atrairia a aplicação do art. 424,
muitas dessas figuras contemplam direitos semelhantes àqueles da também do Código Civil. A renúncia implícita ou explícita à tutela
relação de emprego, tais como o aviso prévio na ruptura abrupta, ou juslaboralista, no caso, seria nula de pleno direito e conduziria à
a indenização pela extinção injusta do contrato. Há neles também a declaração da existência da relação de emprego com todas as vantagens
previsão de rompimento por justa causa, com amplitude ainda maior a ela inerentes. Não se pode olvidar que o Direito Civil dos dias atuais
do que as hipóteses estritas da legislação do trabalho, bem como a não é mais aquele da redação originária do BGB alemão, da mais fina
responsabilidade de ambas as partes pelos danos causados à outra. influência liberal, mas sim aquele outro informado pela eticidade, a
A leitura da regulamentação dos referidos contratos revela, em qual rejeita a excessiva vantagem para a parte mais forte da relação em
verdade, um conjunto de construções bem semelhantes àquelas do desfavor daquela outra mais fraca.
trabalho, porém com mais ampla margem discricionária para a tutela O que faz o novo texto legal em comento é deslocar o vetor da
jurisdicional e as decisões de caráter equitativo, às quais em vários conformação da relação de emprego da vontade objetiva, para a sua
momentos o legislador civil remete o juiz. Trata-se de um campo exclusão por exercício da vontade subjetiva. Essa alteração que, como
fértil, talvez não substancialmente explorado e ao qual a legislação se disse, teve inspiração no parágrafo único, do art. 442, da CLT, não
reformadora do trabalho dirige várias atividades antes reservadas ao exclui de forma absoluta a apuração da lesão ao direito do trabalhador,
emprego, sobretudo com a pretendida mudança do vetor da vontade até mesmo porque, se o fizesse, entraria em confronto direto com o
objetiva para aquela outra subjetiva na formação dessas relações. art. 5º., X X XV, da Constituição, ao criar figura de contrato cujo exame
Se não há um regramento exaustivo de direitos e obrigações nessa da lisura e boa-fé estaria imune à jurisdição e, se assim é, o destino que
seara, não é só porque haja liberdade contratual, mas também para se pode antever para a nova norma legal é semelhante àquele que já
quando ela é exercida de forma incompleta ou deficiente, possa haver teve sua fonte inspiradora, motivo de várias críticas e longe de obter os
o preenchimento das lacunas pela jurisdição102. resultados para os quais teria sido concebida. Se a vontade subjetiva
do trabalhador e o caráter lesivo ou não, de adesão ou não, da relação
A mudança se dá quanto ao vetor da vontade, uma vez que antes se de trabalho autônomo são passíveis de ser examinados pelo Poder
iria buscar na vontade externada nos resultados ou no desempenho Judiciário, é previsível que a multiplicação de relações da espécie,
das obrigações de cada uma das partes, vale dizer na chamada teoria impulsionada pela equivocada crença de que a sua interpretação se
objetiva da vontade, a caracterização ou não da relação de emprego, esgotará em seus aspectos formais e literais, irá produzir equivalente
assumindo menor relevância a vontade subjetiva ou mesmo psíquica multiplicação de ações sobre a matéria na Justiça do Trabalho, ações
do trabalhador. Dado o caráter objetivo da lesão no art. 9º., da CLT, no mais das vezes de instrução delicada, demorada e de resultado
configurada a inserção no negócio e o intuito de maltrato às regras imprevisível, porque centradas no obscuro terreno da vontade
de proteção do Direito do Trabalho, constatada estaria a relação subjetiva e na previamente insondável aferição que se haverá de dar
de emprego e a sua tutela como tal seria independente de qualquer ao conjunto de vantagens que o trabalhador obteria ou não com essas
manifestação de vontade das partes nesse sentido, como já se sabe desde relações. Agregue-se a isso o estímulo que terão até mesmo aqueles
o remoto enunciado, já mencionado, da teoria da relação de emprego que mantiveram reais e efetivas relações de trabalho autônomo ou
pela doutrina alemã do início do século X X(Arbeitsrechtsverhältnis). pejotizado, para arriscarem demandas em busca de tutela imerecida.
A existência de um texto legal, como aquele novo do art. 442-B, O resultado, em uma palavra, será o incremento da insegurança
cunhado à semelhança do malsinado parágrafo único, do art. 442, jurídica, tal qual ocorreu na questão das cooperativas.
também da CLT, tem por finalidade deixar claro que, tratando-se de 101 O problema, aliás, não é novo. Nos primeiros momentos da fundamentação
trabalho autônomo ou dito pejotizado, a manifestação de vontade teórica do Direito do Trabalho italiano, já havia percebido Lodovico Barassi
serem variadíssimas as formas da relação de locação de trabalho, restando ao
do trabalhador, assumindo uma ou outra destas últimas condições
legislador as opções de tratá-las separada e detalhadamente em lei que, por
é, em princípio, válida para afastar o tratamento da relação como força, seria incompleta, ou unificá-las em um tipo geral único para tratá-las
de emprego. Essa validade, logicamente, está ligada não somente com maior objetividade. BAR ASSI, Lodovico. Il contratto di lavoro nel diritto
ao mencionado preenchimento de formalidades, mas também à positivo italiano. Reimpressão da edição de 1901, a cargo de Mario Napoli.
correspondência da condição social do trabalhador e dos resultados Milão: Vita e Pensiero, 2003, p. 7.
econômico-financeiros da relação àqueles usualmente, vale dizer, de 102 Como ensinam Esser e Schmidt em obra já consagrada sobre o tema das
acordo com as máximas da experiência da vida em sociedade (CPC, obrigações, quando o conteúdo das obrigações é deixado em aberto pelo
art. 375), esperados para ele por essa relação. legislador, pode ele ser preenchido pelo juiz, valendo-se do universo de valores
que informa o ordenamento jurídico. ESSER, J.. & SCHMIDT, E. Schuldrecht
Partindo-se do pressuposto de que seria absolutamente inconstitucional –Allgemeiner Teil, vol. 1. Heidelberg: C. F. C. Müller, 1976, p. 21/23.
o legislador editar modificação da legislação do trabalho em nome
da piora da condição social dos trabalhadores, em maltrato direto à
letra do art. 7º., caput, da Constituição, além do desprezo aos valores 3. Tutela à saúde e à segurança no trabalho
consagrados no art. 1º., IV, e no art. 3º., I, todos do Texto Maior, É interessante perceber que o art. 2º., da Lei n. 13.467/2017, na redação
cumpre perceber que, se de um lado se passa a privilegiar a vontade que institui para o art. 4º.-C, da Lei n. 6.019/74, mais especificamente
subjetiva na formação das relações em questão, por outro, o prestígio em seu inciso II, assegura aos empregados terceirizados, da empresa
a essa vontade há de desaparecer se, objetivamente, ficar constatado prestadora de serviços e que prestem serviços nas dependências da
que o trabalhador, com a remuneração e as vantagens pactuadas nessa empresa tomadora, as mesmas condições sanitárias, de proteção à
relação, não se coloca na mesma posição conquistada pelos outros saúde e segurança no trabalho e instalações adequadas à prestação
trabalhadores autônomos ou pejotizados na mesma profissão e, é de serviços que são asseguradas aos empregados da empresa chamada
claro, com os mesmos atributos curriculares e de valorização que ele. tomadora de serviços. Em boa hora reconhece o legislador que nas
Em outras palavras, não faz sentido excluir o trabalhador os benefícios matérias em questão não há porque haver diferença de tratamento,
da legislação do trabalho, se ele terá como resultado uma remuneração como de resto na maioria das questões, entre os trabalhadores
ou um conjunto de benefícios ainda menor do que aquele que ele terceirizados e os da empresa contratante ou tomadora de serviços. O
teria se empregado fosse. A exclusão da natureza empregatícia há de direito à saúde e à segurança no trabalho é de todos os trabalhadores
dar-se não somente no interesse da empresa, mas também naquele (art. 7º., X XII, da Constituição), como um meio-ambiente do trabalho
do trabalhador, objetivado na melhoria de sua condição social. Do saudável, bem como, por exemplo, é de todas as pessoas o direito à
contrário, feridos estariam a boa-fé objetiva (Código Civil, art. 422) e privacidade, à honra e à imagem (art. 5º., X, também da Constituição).
a comutatividade, que regem os contratos onerosos de um modo geral. Tais obrigações impostas às empresas, em verdade, aparecem como
Revelar-se-ia, por exemplo, lesivo o contrato de um carpinteiro que verdadeiros corolários da função social da propriedade da empresa,
lhe assegurasse, como autônomo ou pejotizado, remuneração e todos subordinados ao princípio mais elevado da justiça social
conjunto de benefícios menor ou mais desvantajoso do que aquele que (Constituição, art. 170, caput, III e VI). Obrigam-nas e oneram a
ele conquistaria por força de norma coletiva ou legal, se empregado propriedade como resultado do exercício da liberdade de iniciativa,
fosse. Contraria a razoabilidade imaginar que alguém livremente sabendo-se que só faz sentido falar mesmo em empresa, se antes se
formaria contrato da espécie, senão premido por poder econômico da compenetrar da necessidade de cumprimento dessas suas missões.
outra parte, temor reverencial ou qualquer outra espécie de exercício
de poder ou vício comprometedor da livre manifestação de vontade.
Fosse mesmo um contrato civil, poderia ser anulável à luz do art.
157, do Código Civil, não houvesse antes e mais profundo o art. 9º.,
da CLT. Aliás, diferente não seria o resultado, se se verificasse que
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Se a tutela às empresas como organismos sociais e congregação de a responsabilidade por culpa na Justiça do Trabalho, tanto que ideia
valores humanos e materiais deve por vezes superpor-se a interesses presente na fundamentação da responsabilidade subsidiária em
individuais, como se dá, por exemplo, em relação às regras da falência tema de terceirização (Súmula n. 331, IV, do TST). Se o trabalhador
e recuperação judicial (Lei n. 11.101/2005), ou mesmo no Direito do autônomo ou o pejotizado, por vezes, são terceirizados de si mesmos,
Trabalho quando se cuida de proteger o interesse de uma coletividade mutatis mutandis, novamente as mesmas ideias vêm à baila.
de trabalhadores e seus empregos a dano de vantagens individuais, Se também não se pode falar rigorosamente em limitação de jornada,
ideia sempre presente na atual reforma da legislação do trabalho, isso nem proteção ao trabalho noturno, ou mesmo àquele outro da mulher,
se dá logicamente em favor do cumprimento por elas de suas funções a qual por óbvio não está impedida de contratar como autônoma ou
sociais. pejotizada; se, nestes aspectos, as normas específicas da CLT ou
É importante lembrar que a Declaração Universal dos Direitos de outros diplomas especiais não se aplicariam diretamente, não
Humanos de 1948, reconhece em seu art. 23 que toda pessoa tem está excluída ipso facto a proteção, a qual haverá de construir-se de
direito a um trabalho em condições equitativas, além de prever em outro modo. Se não há propriamente uma limitação de jornada, ou
seu art. 25, que toda pessoa tem direito a um nível de vida suficiente a imposição de descanso semanal remunerado, ou, menos ainda, a
para assegurar sua saúde. Junte-se a isso o que dizem a Convenção previsão de férias anuais, claro deve ficar que os limites então passam
n. 155, da Organização Internacional do Trabalho, promulgada entre a ser aqueles ordinários da força laborativa do ser humano, com a sua
nós pelo Decreto n. 1.254, de 29 de setembro de 1994, e aquela outra preservação e a manutenção da saúde. Por isso, não será lícito pactuar
Convenção n. 161, também da OIT, promulgada, por seu turno, pelo para autônomos, por exemplo, jornadas excessivamente longas, ou
Decreto n. 127, de 22 de maio de 1991, as quais se destinam à saúde trabalho sem qualquer descanso semanal, ou mesmo a absoluta
no trabalho, alcançando empregados e servidores públicos, mas abolição das férias anuais. A exigência de trabalho nestes moldes, sem
podendo evidentemente ser estendidas aos trabalhadores autônomos qualquer limite, qualificaria por certo abuso de direito por parte da
ou pejotizados quando inseridos no ambiente da empresa, dadas as empresa tomadora de serviços, à luz do art. 187, do Código Civil. A
regras generalizadoras dos arts. 196 e 225, da Constituição, o último inexistência de limitações expressas ou específicas, por certo remeteria
quanto ao meio-ambiente que, por certo, inclui também o sentido de para as exigências técnicas do trabalho, a sua finalidade econômica ou
meio-ambiente do trabalho. Dúvida não caberia, ademais, sobre a social e os costumes. Excessiva que fosse a exigência frente a qualquer
competência da Justiça do Trabalho na matéria, mesmo tratando-se uma dessas ordenas de fontes, se não é possível falar propriamente
de autônomos ou pejotizados, dados o art. 114, I, da Constituição, em horas suplementares ou trabalho extraordinário, claro estará o
e a Súmula n. 736, do STF, formando um quadro que remete para a direito à tutela reparatória do ilícito, ou, conforme o caso, até mesmo
mesma tutela deferida aos empregados ou servidores públicos, a ser preventiva. Impusesse a empresa tomadora, por exemplo, longas
concedida também em favor de novas formas de trabalho, logicamente jornadas avançando madrugada adentro, sem qualquer justificativa
quando inseridas no ambiente da empresa, o qual abrangerá todo e técnica, econômica ou social, bem como ao arrepio dos chamados
qualquer lugar em que em nome ou em favor de uma delas se exerça costumes da praça sobre aquela atividade, verificado estaria o abuso,
atividade laborativa. a permitir que se demandasse compensação, reparação ou mesmo
Se por um lado não há previsão legal de adicionais compensatórios ou inibição futura do ilícito.
remuneratórios do trabalho insalubre ou perigoso para os trabalhadores
em questão, não é menos perceptível que a falta de cumprimento 4. Tutela ao patrimônio imaterial
das normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho ou outras
de proteção à saúde ou à segurança no trabalho pode constituir em As questões acima levantadas em relação à responsabilidade civil
favor do trabalhador o direito a uma indenização pelos malefícios da empresa tomadora de serviços frente ao trabalhador autônomo
que lhe sobrevenham. Comprovados os danos físicos ou psíquicos, ou pejotizado, de certa forma se repetem em relação ao patrimônio
sejam eles à saúde, à integridade física ou mesmo estéticos, desde imaterial deste. Danos causados aos direitos de personalidade dele
que caracterizado o prejuízo, surge o direito à indenização. Vem não são menos indenizáveis. Há os danos morais por tratamento
em socorro do trabalhador a constatação de que a prática do ilícito desumano ou pejorativo, o que permitiria falar de certa forma em
pela empresa tomadora dos serviços dá ensejo à responsabilidade assédio moral ou mesmo aquela outra forma sexual, uma vez que,
subjetiva, por culpa ou dolo, nos mesmos moldes do art. 7º., X XVIII, se os prepostos da empresa tomadora não exercem propriamente
da Constituição, norma que não abarca mais do que esse princípio poderes de direção sobre os trabalhadores em questão, os quais a rigor
geral há muito consagrado na máxima latina alterum non laedere. não lhes são subordinados, não é menos difícil de compreender que
Além disso, a criação de um risco com a atividade empresarial, não a dependência econômica que não raro se estabelece em relações da
estando coberta por seguro específico no contrato entre o autônomo espécie acaba por formar uma ascendência, um poder de fato que pode
ou o pejotizado, pode também gerar o direito a uma indenização à vir a ser exercido de forma abusiva por esses prepostos da empresa
luz do art. 927, parágrafo único, do Código Civil. Se mesmo pessoas tomadora de serviços, dando lugar aos vícios antes cogitados.
sem qualquer ligação com a empresa, que por acaso sofram danos Se não há propriamente o direito de estabelecer metas por parte da
decorrentes dos riscos das atividades dela, intitulam-se à percepção empresa, uma vez que ela não dirige a prestação de serviços, é sempre
das indenizações legais, inclusive pensionamento, o mesmo não pode possível enfocar em resultados, na obra certa e em sua qualidade, que
ser negado àqueles que a ela prestem serviços a qualquer título e por vezes são a razão de ser da contratação de certos profissionais
sofram danos decorrentes dos mesmos riscos. autônomos e o exagero na cobrança de resultados ou certos padrões de
Se a construção em abono da proteção à saúde e à segurança não qualidade, comparável ao rigor excessivo, irrazoável, pode dar ensejo
comporta maiores dificuldades, porquanto indene de dúvidas que os ao pleito indenizatório, sobretudo se houver continuidade na prestação
direitos à proteção dos trabalhadores autônomos nessa matéria não de serviços, a permitir o chamado cerco, que é elemento indispensável
hão de diferir substancialmente daqueles dos demais trabalhadores, das referidas figuras de assédio. O art. 5º., X, da Constituição, que
mesmo que a empresa tomadora dos serviços procure de alguma é a sede da tutela constitucional ao patrimônio imaterial, alcança
maneira transferir para eles os riscos de sua atividade, não só ao qualquer pessoa e não tem a sua vigência afastada pela condição de
obrigá-los a contratar seguro, mas também a firmar cláusulas pelas trabalhador autônomo que por acaso possa ter a vítima da agressão.
quais se obriguem à observância das mesmas normas de proteção, Pode ser invocado também em favor do direito de autor, se violada
isentando a tomadora das responsabilidades nessa seara, não está a obra. Objeto de análise mais aprofundada e específica há de ser o
excluída a interpretação pelo caráter adesivo dessas estipulações problema das invenções do trabalhador autônomo ou pejotizado
ou mesmo o desequilíbrio contratual resultante da imposição de sob financiamento ou em colaboração com a empresa tomadora de
obrigações excessivamente onerosas aos trabalhadores, obrigações serviços. Matéria instigante e que por seus contornos muito próprios
que terminariam por fazer com que eles escolhessem assumir os escapa aos limites muito generalizados deste breve escrito.
riscos em seu próprio desfavor, já que dificilmente compensaria
financeiramente o exercício de sua atividade com o atendimento de 5. A competência da Justiça do Trabalho na matéria
tantas e tão detalhadas obrigações como são muitas vezes aquelas
Em ocasiões anteriores103, já se pode destacar que o alargamento
impostas pelas normas regulamentadoras ou outras na mesma
da competência da Justiça do Trabalho é produto do alargamento
matéria. Com efeito, a assunção dos riscos do negócio pelo trabalhador
da base objetiva do Direito do Trabalho e esta, por seu turno, da
não pode ser interpretada ao ponto de suscitar desequilíbrio não
chamada proletarização de diversas profissões e atividades que
só entre as prestações contratuais, mas também para assegurar
que o autônomo, se por seu turno resolver valer-se de empregados
ou o auxílio de terceiros também terá idoneidade financeira para
responder por esses riscos. A contratação de profissional ou empresa
sem idoneidade econômico-financeira é matéria conhecida a desafiar

7
antes dispensavam a tutela juslaboralista, contempladas que eram podem ser mais importantes que os valores que um dia os justificaram
com remuneração e estatuto social suficientemente avantajado. e continuam a justificar. Para além da subordinação direta, há um
Mais recentemente, a fuga do emprego e as incontáveis figuras universo de valores que continuam a existir e que a ninguém convém
de precarização ou informalidade têm não só mascarado antigas que sejam desprezados. É hora de construir novas vias tutelares.
relações de trabalho como se autônomas fossem, mas também estas É hora de percebermos, como já advertia há quase cinquenta anos
têm experimentado certa decadência na condição social de seus atrás Georg Brunner105, que a solução jurídica da problemática dos
exercentes, colhidos pela “concorrência” com antigos empregados direitos fundamentais sociais, ao invés de ser buscada, como ainda
empurrados para essa seara e a oferecer seus serviços por preços parece ocorrer a alguns, nas alturas do Direito Constitucional, melhor
menos elevados, angustiados que estão pelas agruras do desemprego devesse ser construída na simplicidade da legislação ordinária.
reinante. Para não se falar no desemprego juvenil e no subemprego 104 LOKIEC, Pascal. Il faut sauver le droit du travail ! Paris, Odile Jacob, 2015,
travestido de diversas figuras de estágios ou outras espécies de pp. 161/163.
aprendizado, é sabido que perdido o emprego após os quarenta anos 105 BRUNNER, Georg. Die Problematik der Sozialen Grundrechte. Tübingen:
de idade, ou mesmo aderindo o trabalhador às figuras de dispensa J. C. B. Mohr, 1971, p. 37.
coletiva impropriamente rotuladas de planos de demissão voluntária,
o plano quase sempre é dar impulso a uma espécie de atividade
empresarial ou enveredar pelo trabalho autônomo, quase sempre com Bilbiografia
formação e atualização deficiente de conhecimentos nos diversos ADAMOVICH, Eduardo Henrique Raymundo von. Estuados para uma Teoria
campos e reduzido capital, com as esperáveis chances de insucesso e a do Direito e do Processo do Trabalho. Rio de Janeiro, Lumen Juris, 2014.
futura inscrição nas fileiras da precarização e da informalidade. Inserir BAR ASSI, Lodovico. Il contratto di lavoro nel diritto positivo italiano.
essas relações na competência da Justiça do Trabalho, antes de opção Reimpressão da edição de 1901, a cargo de Mario Napoli. Milão: Vita e Pensiero,
política do legislador, é verdadeiro reconhecimento da necessidade de 2003.
tutela especial para o quadro antes descrito. BECK, Ulrich. Il lavoro nell’epoca della fine del lavoro, trad. do alemão para o
italiano por Hellmut Riediger. Turim: Einaudi, 2000.
Se há jurisprudência em desfavor da competência da Justiça do
Trabalho em certos contratos de serviços autônomos, como é o caso BRUNNER, Georg. Die Problematik der Sozialen Grundrechte. Tübingen: J.
C. B. Mohr, 1971.
daqueles dos advogados ou dos médicos, os quais costumam ser
pactuados para um serviço determinado ou obra específica, com ESSER, J.. & SCHMIDT, E. Schuldrecht – Allgemeiner Teil, vol. 1. Heidelberg:
C. F. C. Müller, 1976,
absoluta independência do profissional liberal, parece ser chegado o
tempo de procurar distinções específicas nos diversos casos, o que GOMES, Orlando. Novos temas de Direito Civil. Rio de Janeiro: Forense, 1983.
à maneira da jurisprudência anglófona se tem chamado atualmente LOKIEC, Pascal. Il faut sauver le droit du travail ! Paris, Odile Jacob, 2015.
de distinguish cases, para reconhecer que, naquelas hipóteses em SUPIOT, Alain. Critique du droit du travail. Paris: PUF, 2002.
que, malgrado preservada a autonomia, há uma inserção habitual do
trabalhador na empresa tomadora de seus serviços, ou de alguma forma
se estabeleça entre o trabalhador autônomo e a empresa tomadora de
seus serviços uma relação de dependência econômica, deve-se extrair
daí a competência da Justiça do Trabalho, seja pela regra do art. 114,
I, da Constituição, ou mesmo, de lege ferenda, por aquela outra do
inciso IX, do mesmo artigo constitucional. Haverá, neste caso, longa
caminho a ser desbravado, com a análise das diversas questões que
virão a ser suscitadas por essas relações, a reclamar construção
doutrinária e jurisprudencial mais aprofundadas. É esperar que os
Tribunais Superiores reconheçam essa necessidade e abram então o
espaço necessário para a aludida construção.
103 ADAMOVICH, Eduardo Henrique Raymundo von. Estuados para uma
Teoria do Direito e do Processo do Trabalho. Rio de Janeiro, Lumen Juris, 2014,
pp. 165/206.

6. Conclusão
Ponderados todos os aspectos acima levantados, o que se vê é que, se
houve com a Lei n. 13.467/2017 alguma intenção de subtrair direitos
ou dificultar a tutela deles ao trabalhador de hierarquia e estrato
sociais medianos, que normalmente são aqueles de profissões liberais
ou de hierarquia intermediária nas empresas, essa intenção tende a
não ser bem sucedida, mas, ao contrário, a abrir portas para maior
remuneração e possibilidades de tutela à saúde e à segurança no
trabalho antes não imaginadas. Menos ainda, afasta-se a competência
da Justiça do Trabalho, cuja tendência de ampliação data de longa
data, tendo ganhado decisivo impulso com a Emenda Constitucional
n. 45. O que se constata é que a ordem jurídica hoje, sobretudo
no Direito Privado, é permeada por valores muito semelhantes
àqueles que um dia justificaram a tutela especial dos trabalhadores,
reapresentando-se os mesmos ou valores análogos em diversas outras
searas, como o próprio Direito Civil, o Direito Empresarial ou o
Direito do Consumidor. São normas de ordem pública, com o reforço
da boa-fé nos contratos, a tutela ao hipossuficiente nos contratos de
adesão, o instituto da lesão civil, a responsabilidade pessoal de sócios
e dirigentes pela prática de atos ilícitos e que desbordem do objeto
negocial, as ações coletivas para tutela dos trabalhadores e tantas
outras. É difícil concluir que qualquer reforma legislativa, por mais
profunda e rígida que seja, possa afastar os valores civilizatórios que
já há várias décadas permeiam o Direito Brasileiro, dando lugar a uma
interpretação estreita e formal dos institutos, que nos remeteria aos
primeiros tempos de vigência do BGB alemão. É tempo de reconhecer,
com Pascal Lokiec,104 que no fundo, o sofrimento imposto à classe
trabalhadora pesa sobre toda a sociedade, seja com os acidentes do
trabalho, as doenças profissionais, o desemprego, a escassez de rendas
e tantas outras mazelas; é tempo de não perder de vista que o trabalho
cumpre um papel fundamental para por a pessoa ao centro dos debates
e reconciliar progresso econômico e progresso social, no interesse de
todos. É tempo de reconhecer que os arquétipos jurídicos de tutela não
8
EL TRABAJADOR AUTONOMO EN PERÚ pesino se quedará fuera. Y esto es lógico, en la medida que el Derecho
del Trabajo atiende a una relación conflictiva de mayor entidad y de de-
ELMER G. ARCE ORTIZ
sarrollo plural. No obstante, lo que no es lógico es que se abandone a su
Profesor de Derecho del Trabajo de la Pontificia Universidad Católica suerte al campesino. El objetivo de inclusión social cuenta para todos los
del Perú peruanos, porque es un fin del derecho social y no sólo del derecho del
trabajo. En esta línea de pensamiento, me parece que el objetivo de igual-
SUMARIO: dad sustancial o de oportunidades debe penetrar también en el derecho
civil y mercantil. Las cláusulas abusivas o los desequilibrios de poder
1. El objeto tradicional del derecho laboral: el trabajo dependiente y por contractual cuando perjudiquen al campesino del ejemplo o al contra-
cuenta ajena. tante débil, deben ser aspectos a tomar en cuenta por el Código Civil o
2. La importancia creciente de los autónomos en el mercado de trabajo el Código de Comercio.
peruano. En fin, no es este el momento para reflexionar acerca de la actuación del
3. Autónomos e informalidad. derecho social en el derecho privado, sino que pasamos a ocuparnos de
4. Concepto de trabajador autónomo y sus diferentes tipos. un tema más limitado: ¿hasta qué punto el ámbito de operatividad del
derecho del trabajo le permite solucionar todos los conflictos sociales
5. Régimen de protección personal y profesional de los trabajadores au-
surgidos entre prestadores de servicios y empresarios?. En otras palabras,
tónomos.
fuera de las fronteras del derecho laboral, ¿los trabajadores autónomos
6. Derechos que integran la red de protección general de los trabajadores no tienen intereses que entren en conflicto con intereses empresariales?
autónomos: los derechos constitucionales.
7. Los trabajadores autónomos permanentes con dependencia económi-
1.1. Los elementos esenciales del contrato de trabajo
ca, como ejemplo de una red de protección específica.
La protección que brinda el Derecho del Trabajo va a operar en el marco
8. La promoción empresarial de los trabajadores autónomos como otro
del contrato de trabajo. Según nuestro artículo 4 LPCL, “en toda pres-
ejemplo de protección específica.
tación personal de servicios remunerados y subordinados, se presume
9. La necesidad de un Consejo Nacional del Trabajador Autónomo. la existencia de un contrato de trabajo a plazo indeterminado”. De este
modo, el trabajador comprometerá sus servicios personales de manera
1. El objeto tradicional del derecho laboral: el tra- voluntaria y dentro del ámbito de dirección de un empresario, a cambio
bajo dependiente y por cuenta ajena. de una remuneración.

Según se ha dicho, la función histórica del derecho del trabajo ha sido la Con estas pautas, analicemos cada uno de los requisitos que integran el
de superar el conflicto de intereses existente entre trabajadores y empre- concepto de la relación jurídico laboral amparada por la LPCL.
sarios dentro de la empresa. Como es lógico, esta función histórica sólo A) Prestación personal de servicios
se entiende necesaria cuando el trabajador pone a disposición del em- El servicio prestado en el marco de un contrato de trabajo debe ser
presario su actividad de modo permanente y continuado, ya que cuando brindado por una persona física. Ello debe leerse en el sentido de
el trabajador vende a otro (cliente) un resultado o un bien concreto, por que la labor debe ser desempeñada de modo personal y directo por
lo demás, fruto de su trabajo, los puntos de conflicto de intereses dismi- el trabajador, es decir, debe ser éste quien preste el servicio sin in-
nuyen ostensiblemente. Obsérvese, mientras en el primer caso pueden termediarios.
surgir conflictos personales de todo tipo (problemas en la contratación,
Se entienden excluidos por este requisito, aquellas personas que no
durante la ejecución y la extinción del contrato, accidentes y riesgos a la
comprometen sus servicios. Esto es, aquellos que comprometen re-
salud, límites al poder de dirección empresarial, límite a la jornada, etc.)
sultados por ejemplo a través de un contrato de obra de naturaleza
además de conflictos económicos (protección y garantía de la remunera-
civil.
ción), en el segundo caso surgen sólo conflictos económicos (básicamen-
te, determinación del precio del bien a vender). B) Prestación voluntaria
Ejemplos paradigmáticos de lo que se dice son los siguientes. En el pri- Los servicios prestados por el trabajador son ofrecidos al empresario
mer caso, es obligada la referencia a un obrero quien somete su actividad en libertad plena. No cabe coaccionar a un trabajador a ofrecer sus
al poder de dirección de otro (empresario). La actividad al ser permanen- servicios, a riesgo de que el contrato celebrado en estas circunstan-
te crea múltiples conflictos personales y económicos que han de ser su- cias se convierta en nulo de pleno derecho. Como todo trabajador,
perados por el Derecho del Trabajo (vg., determinación de la prestación, tendrá derecho de decidir si trabaja o no, con quién trabaja y en qué
límites al ius variandi, derecho al descanso, representación colectiva, actividad lo hace .
pago de la remuneración, etc.). En el segundo caso, tendríamos a un cam- C) Dentro del ámbito de organización de un empresario
pesino que siembra y cosecha durante todos los días del año, para luego El trabajador ha de prestar el servicio a otro, a un empresario, y es
vender sus productos a un tercero que no conoce, llamado cliente. Aquí, éste último el que debe asumir el riesgo de la actividad empresarial.
obviamente, no hay puesta a disposición de una actividad permanente al El éxito o fracaso económico de la empresa, no enerva al empresario
cliente, sino de la venta de un producto final de su trabajo. El conflicto de sus obligaciones laborales. Así, cumplida la prestación del traba-
de intereses puede ser pecuniario, pero nunca podrá extenderse a reivin- jador, el salario se encuentra garantizado, sea cual fuere el resultado
dicaciones de tipo personal. Es por eso, que estos conflictos económicos de la actividad dirigida por el empresario . Además, el trabajador ha
están regulados por leyes civiles o mercantiles. de estar sometido al poder de dirección del empresario, lo que quie-
Ahora bien, estos ejemplos extremos sólo nos sirven para graficar una re decir que éste organizará y fiscalizará la prestación del primero e
idea: que el fin del derecho del trabajo se relaciona con los conflictos de incluso podrá sancionarlo cuando detecte un incumplimiento de sus
intereses nacidos en el marco de una cesión de actividad por parte del disposiciones. Hay que tener en cuenta que la dependencia relevan-
trabajador de modo permanente. Sólo en este ámbito puede cumplir su te para el derecho laboral es la jurídica (poder organizar, fiscalizar y
funcionalidad histórica. sancionar), mas no la dependencia técnica o de recursos económi-
Sin embargo, también se ha dicho que junto a esta función histórica del cos. De este modo, el empresario ejerce su poder directivo cuando
derecho del trabajo (superación del conflicto dentro de la empresa), éste programa las fechas y horarios en que se cumplirá la labor, el lugar
tiene una función de contenido político. La inclusión social que apunta de ejecución del servicio, dispone las funciones concretas a realizar
a dotar a todos de mecanismos socieconómicos eficientes para el libre por el trabajador, supervisa el cumplimiento de sus órdenes, impone
desarrollo personal dentro de la sociedad. El Derecho del Trabajo bus- una suspensión o despide a un trabajador, etc., muy al margen de
ca también dotar de instrumentos adecuados a todos los trabajadores la autonomía técnica o de acción, con que cuenta el trabajador en
para alcanzar la ansiada igualdad sustancial o igualdad de oportunidades el desarrollo de sus labores, o muy al margen de que el trabajador
(objetivo primordial de todo estado social de derecho, cuyas bases se necesite económicamente trabajar o no.
asientan en el artículo 44 Constitución). Ello, no sólo implica acceso a En consecuencia, quedan excluidas las prestaciones de servicios que
recursos económicos suficientes para el trabajador, sino también, y sobre se realizan en forma independiente o autónoma. Por ejemplo, me-
todo, alcanzar un status pleno de ciudadano (derechos de información, diante el contrato de locación de servicios, un transportista con su
derechos de participación política dentro y fuera de la empresa, protec- vehículo propio puede ayudar a distribuir sus mercancías a distintas
ciones sociales, etc.). De esta forma, el derecho laboral tiene un impor- empresas.
tante rol social en nuestro estado de derecho a efectos de construir la
figura del nuevo hombre: trabajador y ciudadano.
Así, el obrero de nuestro ejemplo anterior accederá al programa de in-
clusión social del Derecho del Trabajo, pero, sin embargo, nuestro cam-
9
D) A cambio de una remuneración No quedan dudas que este técnico en computación será un trabajador
La actividad laboral, además de otros fines espirituales y culturales autónomo, por cuanto él mismo organiza su prestación y dispone de ma-
que también puede revestir, debe perseguir claramente un fin eco- terial de trabajo propio, sin embargo, la relación permanente que mantie-
nómico o productivo . Desde el momento que se emprende la labor, ne con la empresa cliente hace que afloren otros intereses distintos a los
el trabajador deja de realizar su servicio desde una lógica lúdica, re- que regulan las normas civiles o mercantiles (determinación del precio
creativa o de mero ocio, y lo hace con el fin de obtener una ventaja y bien). Por ejemplo, si sufre un accidente mediante una descarga eléc-
patrimonial. El pago en dinero o en especie que el empresario le hace, trica por incumplimientos legales de seguridad imputables a la empresa
se lo hace en retribución a su prestación de servicios. Por ello, una usuaria, es lógico que esta última deba asumir la responsabilidad social
persona no encaja dentro del ámbito de aplicación de la LPCL, si el correspondiente como si se tratara de un trabajador más. Otro ejemplo.
servicio tiene sólo fines no productivos (benéficos, por ejemplo) o si Si el mantenimiento de computadoras es la actividad profesional princi-
el empresario sólo compensa ciertos gastos (como ocurre por ejem- pal de este técnico y, además, depende económicamente casi de modo
plo, en la entrega de vestimenta apropiada para el cumplimiento de exclusivo de la empresa usuaria a la que acude tres veces a la semana,
la labor, pago de movilidad y en general todo monto que no constitu- ¿no sería lógico pensar que este trabajador autónomo necesita de me-
ya beneficio ni ventaja patrimonial para el trabajador). canismos rápidos y eficaces para reclamar el pago de la retribución por
sus servicios?. Esta dependencia económica al empresario/cliente, ¿no lo
coloca en una relación similar a la de cualquier trabajador subordinado?.
1.2. Los autónomos y su exclusión del ámbito de protección del derecho En fin, lo que debe quedar claro es que la regulación del derecho civil
laboral o mercantil no cuenta con los elementos adecuados para actuar en la
Por contraste al tipo legal del contrato de trabajo, que hace girar su pro- solución de conflictos existentes al interior de las distintas categorías de
tección alrededor del elemento subordinación o dependencia, en la otra trabajadores autónomos. Como ya se puso de manifiesto, uno de esos
orilla del río están los trabajadores autónomos. A estos últimos, precisa- ejemplos es precisamente el caso de alguien que realiza un servicio per-
mente, se les aplica la normativa civil o mercantil, en cuanto se presume sonal, que constituye su medio económico de subsistencia y que se ex-
que hay un equilibrio material o económico entre los contratantes. Sin tiende continuadamente en el tiempo.
embargo, no sólo eso, la normativa civil o mercantil regula sólo aspectos Por último, a pesar de las diferencias notables que existen entre los tra-
referidos al nacimiento del contrato (sobretodo, en cuanto a la deter- bajadores autónomos, no se puede olvidar que todos los trabajadores
minación del precio y del bien) y a las responsabilidades por eventuales autónomos al depender económicamente de sus labores revisten cierta
incumplimientos de las partes, sin reparar en otros intereses que pueda debilidad en el panorama social. Es por eso, que habrá de involucrarlos
tener quien presta una labor . por fuerza en el programa de inclusión social de nuestro estado social de
En consecuencia, si un trabajador está dentro del ámbito de protección derecho. Al igual que los trabajadores dependientes tienen derecho a go-
del Derecho Laboral su status jurídico estará garantizado por una legis- zar de una igualdad de oportunidades en todo sentido, los trabajadores
lación que parte de presuponer el desequilibrio de poder de las partes autónomos también tienen ese derecho.
y que busca superar todos los conflictos sociales que nazcan; mientras,
si un trabajador es autónomo se regirá por una normativa común que
ni asume el mencionado desequilibrio ni detecta los conflictos sociales 2. La importancia creciente de los autónomos en el
existentes. mercado de trabajo peruano.
Ahora bien, el marco regulador del derecho civil puede ser funcional para No vamos a negar que esta opción del ordenamiento, que deja a la le-
regular ciertas categorías de trabajadores autónomos, no obstante el gislación civil o mercantil la regulación del trabajo autónomo como un
error está en creer que el concepto de trabajador autónomo es un con- todo, tuvo su sentido quizá en un tiempo bastante remoto. A lo mejor,
cepto unitario. Por el contrario, dado que existen muchas personas que hace unas décadas atrás los principales trabajadores autónomos fueron
cumplen labores productivas, esto es con el fin de obtener una utilidad los profesionales liberales (abogados, médicos, dentistas, etc.). Los pocos
económica, fuera del ámbito organizativo y de dirección de un empresa- abogados o médicos que instalaban sus oficinas o consultorios atendían
rio, debemos concluir de entrada que el concepto de “autónomo” emana a sus clientes de modo autónomo. Muchos de ellos, incluso, no depen-
de un dato negativo. Repárese, serán autónomos todas aquellas perso- dían económicamente del ejercicio de la profesión porque tenían otros
nas que trabajan sin estar sometidas a poder de dirección alguno. ingresos.
Desde este punto de partida, será trabajador autónomo el hijo que tra- El problema es que hoy en día las profesiones liberarles se han “proleta-
baja en el negocio de su padre (exclusión prevista en la segunda disposi- rizado” , generando un fenómeno inverso al anterior. Los actuales pro-
ción transitoria y final de la LPCL), la esposa que trabaja en el negocio de fesionales liberales dependen económicamente de sus labores. Tanto es
su esposo (segunda disposición transitoria y final de la LPCL), el pintor así que no son pocos los abogados que trabajan de manera dependiente
de óleo que pinta un cuadro para ofrecerlo al público una vez terminado, o los que trabajan desde sus estudios casi exclusivamente para una em-
el campesino que cosecha sus productos agrícolas y los lleva él mismo al presa.
mercado para venderlos, el técnico en computación que es llamado se- Pero el ensanchamiento de la población de trabajadores autónomos en
manalmente por una empresa usuaria para que realice el mantenimiento el Perú no se puede explicar sólo desde este ejemplo. Según información
permanente a sus computadoras, el dueño de una pequeño taller auto- del Instituto Nacional de Estadísticas (INEI) el 41,8% de la población
motriz que realiza las mismas labores que sus trabajadores, el abogado económicamente activa (PEA) son trabajadores independientes . Es de-
de un estudio o el médico que atiende a sus pacientes en su consultorio, cir, poco más de una de cada tres personas que trabajan en el Perú lo
el campesino que se compromete con un gran supermercado a proveerle hacen en situación de autonomía. No obstante, el problema de este dato
cada 15 días un lote de 1000 manzanas de una determinada calidad, el es que no se categoriza a los trabajadores autónomos y nuevamente se
taxista con su propio auto, el ambulante, el limpia carros, etc. les encierra en una misma bolsa.
Todos estos ejemplos están al margen de la protección del Derecho del A pesar de este límite de información, creo que las explicaciones a este
Trabajo y, por desgracia, gozan de un marco regulador unitario basado fenómeno han de encontrarse fundamentalmente en dos causas.
en principios civiles o mercantiles. Digo “por desgracia”, porque el legis- La primera, por la aplicación de medidas de externalización o de descen-
lador ha sido insensible a las diferencias. Obsérvese, puede que normas tralización productiva en las empresas peruanas. Las nuevas tecnologías
relativas a la determinación del precio y del bien importan al pintor que, y la revolución comunicativa, como ya se dijo, han acelerado el proceso
mediante un contrato de compraventa, vende su cuadro a un eventual de desmembración de las grandes empresas . Y no sólo se han formado
cliente en un mercado. O, puede que estas normas civiles o mercantiles pequeñas empresas, sino que en muchos casos se ha subcontratado a
sirvan a un pintor que se obliga frente a un cliente a entregarle un cuadro personas físicas independientes para que cumplan ciertas labores. El mo-
en el plazo de tres meses, con sus propios materiales y realizado en su tivo más importante que se esconde tras estas decisiones es el ahorro en
propio estudio. Sin embargo, lejos de la regulación de relaciones jurídi- el gasto. Por ejemplo, a una gran empresa le será más rentable económi-
cas esporádicas, estas normas no sirven para abordar conflictos sociales camente hablando contratar por medio de una consultoría a un contador
que emergen en relaciones jurídicas permanentes o continuadas . Los público, que atiende las consultas desde su oficina, que por medio de
conflictos que se manifiestan en estas últimas, configuran trabajadores un contrato de trabajo. Si lo contrata como un trabajador dependiente
autónomos más cercanos a la realidad que regula el Derecho Laboral que tendrá que asumir los costos de su formación y el pago de sus beneficios
a la realidad que regula el derecho común. sociales, en cambio, si lo contrata como un trabajador autónomo no ten-
Vamos a poner un ejemplo para graficar lo que se ha dicho. Tomemos el drá estas cargas sociales.
caso del técnico en computación que es llamado semanalmente por una
empresa usuaria para que realice el mantenimiento permanente a sus
computadoras. Para ello, el técnico en computación se acercará todos los
lunes, miércoles y viernes al centro de trabajo de la mencionada empresa.

10
Pero, al lado de esta desmembración empresarial ha corrido en paralelo hecho de que todos los trabajadores autónomos, han de cumplir, por
un proceso de proliferación del trabajo artesanal para medianos o gran- lo menos, tres requisitos: actividad profesional lucrativa, cumplida de
des supermercados. Personas físicas elaboran determinados productos modo personal y directo y, además, no sujeta al ámbito de dirección y
y luego los colocan en estas grandes superficies. No es ningún secre- organización de otra persona n la forma de cliente . Si no los cumplen, no
to que prestigiosas empresas de muebles y enseres del hogar subcon- serán considerados trabajadores autónomos.
tratan a personas del Parque Industrial de Villa el Salvador para que les
confeccionen muebles a pedido. Incluso, en muchos casos, las grandes
empresas les prohíben que reproduzcan los mismos modelos para otros 1) Trabajadores autónomos por cuenta propia
clientes. Como puede deducirse, esta relación entre empresas de distri- En este tipo de relaciones jurídicas, la labor realizada se hace por
bución y talleres artesanales ha de suponer un repunte del número de cuenta propia. O dicho en otros términos, la labor se cumple para sí
trabajadores autónomos. mismo. Es el caso del pintor o del campesino que no trabajan por en-
La segunda, y creo que es la que mejor explica la situación peruana, es cargo de otro, sino que tanto el cuadro como la cosecha de productos
la que tiene que ver con la necesidad de buena parte de la población agrícolas entran en la esfera de su propiedad. Eso sí, como depen-
de “inventar un trabajo para sobrevivir”. La economía peruana al estar den económicamente de estas actividades, el cuadro o los productos
posicionada en la periferia del capitalismo contemporáneo, no tiene ni agrícolas serán vendidos con posterioridad a eventuales clientes.
logra captar suficiente capital como para crear muchos puestos de alta Otro caso que encaja en el supuesto de trabajadores autónomos por
productividad y alta inversión por trabajador. Este ejército permanente cuenta propia es el del hijo que trabaja en el negocio familiar dirigi-
de trabajadores excedentes se ve obligado a buscar su propio trabajo . do por su padre. Aquí, puede haber subordinación jurídica, pero se
Ejemplo de lo que se dice son los taxistas, los ambulantes, los limpia considera que el hijo está trabajando para sí mismo (para la unidad
carro, cargadores de equipajes de turistas en lugares como Cuzco, carre- familiar).
tilleros de mercados, lustrabotas, etc. Estos tipos de trabajadores autónomos por cuenta propia asumen
Sin duda, esta segunda causa rompe con el esquema de trabajador autó- lógicamente el riesgo del éxito o fracaso de su labor.
nomo que ofrece sus servicios a otro de modo continuado o permanen- 2) Trabajadores autónomos por cuenta ajena con vínculo esporá-
te, pues en este tipo de trabajo autónomo se ofrecen servicios para un dico
público indeterminado. Si se mira bien, no hay duda de que se trata de
En segundo lugar, ubicamos el grupo de trabajadores autónomos
una persona que presta sus servicios de modo personal y directo y de cu-
que cumplen una labor por encargo de un tercero (cliente), sin em-
yas utilidades depende económicamente su subsistencia, pero también
bargo su clientela es indeterminada. Son aquellas personas que tra-
hay que notar que su prestación no satisface a un solo cliente, sino a todo
bajan para el público en general o para un mercado abierto. Aquí,
un amplio mercado. Esta distinción será clave de cara a plantear regula-
tenemos el caso de un taxista que recorre la ciudad buscando even-
ciones diversas para los trabajadores autónomos o independientes.
tuales y esporádicos clientes o el de un ambulante que trabaja en la
calle vendiendo caramelos a los transeúntes.
3. Autónomos e informalidad Algunos profesionales liberales o trabajadores especializados en de-
Es muy común que en trabajos de investigación y estadísticas se incluya terminados servicios también pueden formar parte de este segundo
dentro de los números de la informalidad al trabajo autónomo o inde- grupo. Tal es el caso de un abogado o de un médico que absuelven
pendiente. Esta conclusión, que en parte puede ser cierta tampoco pue- consultas en sus propias oficinas a diversos clientes. Lo mismo pue-
de admitirse sin matiz alguno. Me explico, es cierto que los taxistas, los den recibir una consulta particular de cada cliente de forma esporá-
ambulantes, los limpia carro, etc., no van a tener un contrato con cada dica.
cliente esporádico y menos aún van a reportar sus ingresos a la admi- Como se ve, sus actividades profesionales son cumplidas de modo
nistración tributaria para efectos del pago de impuestos, por lo que en personal y directo, en un ámbito organizativo propio y reciben un
su mayoría encajarán dentro del concepto de trabajadores autónomos pago a cambio de su labor del cual depende económicamente. Son
informales, sin embargo, no se puede negar que otros trabajadores autó- trabajadores autónomos sin duda, aunque sus labores son prestadas
nomos sí podrán actuar dentro del marco de la formalidad. a un público o clientela indeterminada.
Por ejemplo, regresando al caso del técnico en computación que trabaja Es aquí, precisamente, donde una incipiente legislación peruana ha
todos los lunes en el mantenimiento de las computadoras de la empre- tratado de operar. El método legislativo utilizado no ha sido el de re-
sa usuaria del servicio, puede ocurrir que tiene firmado un contrato de gular conjuntamente a todo este grupo de trabajadores autónomos,
locación de servicios y emite recibos por honorarios para el pago de im- sino el de regular a colectivos específicos. Por ejemplo, tenemos el
puestos. O, piénsese, por ejemplo en un abogado que desde su oficina se Decreto Supremo 005-91-TR que no hace otra cosa que reconocer
ocupa de las cobranzas coactivas de un banco que tiene un contrato de al trabajador ambulante la calidad jurídica de trabajador autónomo
obra o de locación de servicios y paga sus impuestos. ambulatorio (artículo 1). También en el año 2001, la Ley 27475 regula
De este modo, no se puede simplificar el análisis y reconocer en todos los la actividad de los trabajadores lustradores de calzado, que no hace
trabajadores autónomos a actuales o futuros informales. El concepto de otra cosa que encargar a los gobiernos locales la capacitación, pro-
informalidad puede coincidir en algunos casos con el de los trabajadores moción y protección de los llamados “lustrabotas”. Por su parte, la
autónomos, pero es un concepto distinto . Ley 25047, que otorga algunos beneficios laborales (goce del descan-
De otra parte, también se debe distinguir a los trabajadores autónomos so vacacional y el pago de la compensación por tiempo de servicios)
de los “falsos autónomos”. Muchas veces, los trabajadores dependien- a los trabajadores estibadores terrestres, transportistas manuales en
tes son contratados fraudulentamente cuando en realidad debieron carretillas y triciclos, que laboran en los mercados, terminales terres-
suscribir un contrato de trabajo. Resulta muy significativo que muchos tres de la República o en establecimientos análogos, que no depen-
estudios de abogados limeños contraten a sus abogados mediante con- dan exclusivamente de un solo empleador .
tratos de locación de servicios. Más todavía, cuando éstos trabajan en Es interesante ver que existe cierta preocupación de parte del legisla-
las oficinas del estudio, cumplen un horario, reciben órdenes del estu- dor por este tipo de trabajadores autónomos, sin embargo, también
dio, es el estudio quien dispone los casos y las consultas que analizarán es cierto que no hay una visión integral del problema. La regulación
cada abogado, etc. Me parece que aquí estaríamos frente a otro tipo de de colectivos puntuales, junto a normas con fines difusos, requieren
informalidad, en la medida que la formalidad (contrato de locación de una reflexión inmediata.
servicios) es sólo aparente . Por último, mención aparte merece el caso de la Ley 27607 llamada
“Ley del porteador”. Para los efectos de la ley, el porteador es la per-
4. Concepto de trabajador autónomo y sus diferen- sona que con su propio cuerpo transporta vituallas, equipo y enseres
tes tipos de uso personal y otros bienes necesarios para expediciones con fi-
nes turísticos, deportivos o de otra índole. Pues bien, en este contex-
Llegados a este punto, creo que podríamos ensayar una tipología tentati- to el artículo 2 de la citada Ley señala “el porteador es el trabajador
va de los trabajadores autónomos en el Perú. Para este efecto, y sabiendo independiente que presta servicios personales de transporte de car-
que el autónomo no está sujeto a poder de dirección alguno, vamos a di- ga, bajo contrato del trabajo en la modalidad de servicio específico
seccionar el concepto de trabajador autónomo utilizando dos cortes que (…). Su régimen tributario es el de cuarta categoría”. La verdad que
nos permitan agruparlos ordenadamente. Uno, basado en el concepto de la redacción del artículo es un poco confusa, pero no se puede negar
ajenidad de la labor, a efectos de distinguir los casos en que el trabajador
autónomo trabaja para sí mismo o, en su defecto, lo hace por encargo
de un tercero. Dos, basado en la permanencia o continuidad del vínculo
jurídico que el trabajador autónomo tiene con su cliente.
Antes de hacer la disección mencionada no está demás reincidir en el
11
que el porteador como persona natural tiene un contrato de trabajo. intereses de tipo personal/profesional como tienen los trabajadores
Podrá contactar con clientes esporádicos, como los que el porteador dependientes. A lo mejor, estos intereses personales no van a aflorar
de vituallas en Cuzco encuentra en una plaza, pero hay dos elemen- en contraposición a un poder de dirección que no existe sobre ellos,
tos que confirman su naturaleza laboral: carga objetos con su cuerpo pero sí en puntos claves como la extinción justificada de los contra-
bajo las pautas y directivas de su dueño y, además, no asume riesgo tos de prestación de servicios, protección de su seguridad y salud
alguno por el éxito o fracaso de su labor. Sin embargo, el Reglamento frente a accidentes laborales, protección y garantía del pago por sus
de la Ley 27607 va más lejos todavía, een clara contradicción con la servicios más aún si depende de ellos para vivir, etc.
Ley considera trabajador autónomo al porteador que presta sus ser- Este grupo de trabajadores no cuenta con regulación en nuestro país,
vicios a empresas encargadas de la organización, operación, conduc- por lo que también se les aplican automáticamente las normas civi-
ción y administración de los grupos de turistas (agencias de viajes, les o mercantiles. Este panorama es grave, por dos motivos. Primero,
hoteles, empresa de turismo de aventura, etc.). Es decir, un Regla- los TAPE no cuentan con un regulación que proteja sus intereses
mento está deslaboralizando una prestación donde el porteador está personales/profesionales. Segundo, al encontrarse fuera de la fron-
sometido al ámbito de organización y de dirección de una empresa. tera del Derecho del Trabajo, aunque muy cerca de la línea de límite
Este Decreto Supremo 010-2002-TR es abiertamente ilegal. con el trabajo dependiente, es muy fácil que estas figuras desregula-
3) Trabajadores autónomos por cuenta ajena con vínculo perma- das (los TAPE) fomenten la deslaboralización de ciertas relaciones
nente (TAPE) . La dependencia económica. jurídicas. Me explico, si por una parte tengo el contrato de trabajo
El tercer grupo al que nos referimos es un grupo peculiar de trabaja- que ofrece una protección dura, entonces será más rentable utilizar
dores autónomos. Lo es, porque es el grupo más cercano a la realidad estas “figuras autónomas de frontera” que no cuentan con ninguna
de los trabajadores dependientes protegidos por el derecho laboral. regulación protectora .
En este caso, la labor se presta en autonomía a un tercero (cliente), 4) Trabajadores/empresarios por cuenta ajena
pero con dos características relevantes: i) se identifica al receptor de Si bien en los tres grupos anteriores las personas que laboran son
la labor y ii) esta labor se realiza de modo permanente o continuado. trabajadores que no cuentan con trabajadores a su servicio, en este
De la misma manera, hay una prestación realizada por encargo de cuarto grupo de trabajadores autónomos se incluyen a personas que
otro (por cuenta ajena), sin embargo la relación se extiende en el laboran para un cliente desde su propia empresa y, además, dirigen y
tiempo. Es por eso, que afloran en el prestador del servicio, ciertos organizan la actividad de otros trabajadores.
intereses que nunca han sido abordados por el derecho civil o mer-
cantil. Como ya se dijo, protección por eventuales accidentes, garan- Es cierto que se trata de empresarios cuya condición, en principio,
tías para el pago rápido y efectivo de su retribución, extinción del debiera ser incompatible con la de trabajador, sin embargo, ténga-
contrato justificadamente, etc. se en cuenta que estos «empresarios» cumplen con los requisitos
sociológicos de los trabajadores autónomos: actividad profesional
Pero, aparte del vínculo permanente, hay algo más que asemeja la cumplida de modo personal y directo, autonomía en su organización
realidad de estos autónomos a la de los trabajadores dependientes. y propietario de sus instrumentos de trabajo y depender económica-
Si bien no existe una dependencia jurídica, estos autónomos tie- mente de la actividad profesional mencionada.
nen una dependencia económica del tercero/cliente. Dicho de otra
forma, esta relación permanente o continuada en el tiempo, tiene Su inclusión o no como trabajadores autónomos es, sin duda, un
como consecuencia que el trabajador autónomo haga depender su acto de opción legislativa, pero hay que atender al dato de que estos
subsistencia (y la de su familia) de los ingresos que obtenga de di- «empresarios» están más cerca de ser trabajadores dependientes
cha relación. Esta es otra similitud que presenta con los trabajadores económicamente de su actividad profesional, que de ser simples
dependientes o regulados por el Derecho del Trabajo. Ahora bien, directores de una organización empresarial. Me parece que estos
lo dicho nos traslada a la siguiente pregunta: ¿en qué momento se pequeños empresarios están en la misma situación que los demás
entiende que una persona dependa de una determinada actividad trabajadores autónomos y, por ende, merecen una protección y pro-
profesional?. Se podrían incluir criterios cualitativos, como que el moción por vía legislativa.
75% de los ingresos sean consecuencia de tal actividad profesional, El trabajador/empresario por cuenta ajena es la persona que presta
o también dejar esta cuestión a la decisión razonada del juez en el sus servicios en su misma empresa de reducidas dimensiones (léase,
caso por caso. microempresas), junto a sus propios trabajadores. Por ejemplo, un
Ejemplos de este grupo se encuentra en el pintor que se comprome- empresario, dueño de un taller automotriz, que contrata a sus opera-
te con un tercero a entregarle un cuadro cada mes durante un año. rios (trabajadores dependientes del taller) y que junto a ellos presta
Sólo se compromete a la entrega de la obra, porque la realización de servicios a sus clientes. Nótese que, precisamente, debe trabajar per-
la labor se hará desde su estudio de pintura. Nótese, hay prestación sonal y directamente en el taller, porque de las utilidades del negocio
de servicios personal y directa, en régimen de independencia y se en- depende fundamentalmente su sobrevivencia.
tiende que el dinero ganado le servirá fundamentalmente para su
subsistencia. 5. Régimen de protección personal y profesional de
Lo mismo se puede decir de la relación jurídica permanente entre un los trabajadores autónomos
campesino y un supermercado: si tiene que proveerle de 1000 man- En consecuencia, creo que la conclusión no puede ser otra que la necesi-
zanas cada 15 días. O, también, de un abogado que es contratado por dad de regular el ámbito de los trabajadores autónomos. Debe criticarse
una empresa para absolver todas las consultas de derecho civil desde la opción legal que pretende dejar a la ley civil o mercantil la regulación
su estudio jurídico. Lo que resalta en esta clase de trabajadores au- de estos trabajadores por ser insuficiente. La función política del derecho
tónomos es la continuidad de la relación jurídica y su dependencia social, que hasta hace poco era bandera de lucha sólo de los trabajadores
económica respecto de la labor. subordinados o dependientes, hoy también debe extenderse a la reivin-
Creo que no hace falta reflexionar mucho para darnos cuenta que, a dicación de los trabajadores autónomos. Es decir, los trabajadores autó-
pesar de la autonomía jurídica que gozan (no se someten a ningún nomos también tienen derecho a la inclusión social y al respeto de sus
poder de dirección), son los trabajadores autónomos que ofrecen derechos fundamentales.
sus servicios o actividad a otro sujeto, los que se encuentran tipo- Ahora bien, el crecimiento acelerado del número de trabajadores autó-
lógicamente más cerca del Derecho Laboral. Incluso, esta afirmación nomos en la población económicamente activa peruana si bien confirma
hay que entenderla más intensa cuando el trabajador autónomo la necesidad de regularlos jurídicamente, dispara dos preguntas de difícil
cumple sus servicios en el centro de trabajo de la empresa o en el solución. Primero, ¿es necesario crear un estatuto jurídico propio que
lugar que ésta disponga. Por ejemplo, el mensajero que es llamado diferencie a los trabajadores autónomos de los subordinados?. Segun-
cada vez que se le necesite por una empresa usuaria para que re- do, ¿es posible crear una misma regulación para todos los trabajadores
parta la correspondencia para sus clientes. Es cierto, que realizará autónomos?.
una labor independiente (no tiene un horario, opera con sus propios
Vamos por partes e intentemos dar nuestra opinión a cada una de estas
instrumentos técnicos, no tiene una oficina en la empresa usuaria,
cuestiones.
realiza labores de mensajería a otro clientes, realiza el reparto a su
discreción, etc.), pero también es verdad que realiza un servicio per- En primer lugar, las opciones de interconexión de la eventual regulación
sonal, que constituye su medio económico de subsistencia y que se de trabajadores autónomos con las actuales leyes laborales han sido di-
extiende continuadamente en el tiempo con la misma empresa . versas. La doctrina ha planteado soluciones que van desde la desapari-
Habrán otros que su conflicto es más de tipo económico (como por
ejemplo, el campesino que vende sus productos en el mercado), pero
nadie puede negar que los trabajadores autónomos que ofrecen sus
servicios o actividad a otro de modo permanente (TAPE) van a tener
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ción del elemento subordinación como elemento tipológico del Derecho la actividad profesional mencionada, tiene que aceptarse que la red de
Laboral hasta la inclusión de los trabajadores autónomos en el Derecho protección general debe abarcar a todos los trabajadores autónomos sin
Laboral bajo la fórmula de un régimen especial. distinción. Es aquí, precisamente, donde la función política del derecho
Discrepo con ambas soluciones doctrinales, por cuanto implicarían el social no puede enfocarse o encasillarse en determinadas categorías de
comienzo del fin del derecho laboral. Me explico, si el derecho del trabajo trabajadores, sino que debe llegar hasta la última persona que realiza una
deja de regular las prestaciones de servicios subordinadas y se extiende actividad profesional y de la cual depende económicamente.
hacia las prestaciones de servicios autónomas, entonces aquél tendrá En el marco del Estado Social de Derecho, que prescribe nuestra Cons-
que reducir su protección por fuerza . La legislación amplia de la presta- titución Política, es necesario que los derechos constitucionales tengan
ción de servicios regularía los derechos de los trabajadores hacia la baja, aplicación efectiva a todos los ciudadanos. A lo mejor, resulta más fácil
a efectos de que los trabajadores autónomos también puedan gozar de exigir al empleador de un trabajador subordinado el cumplimiento de
protección en este “todo unitario”. Recuérdese, incluso, que muchos tra- los derechos fundamentales en la relación de trabajo, en la medida que
bajadores autónomos no tienen siquiera una contraparte permanente, se identifica al sujeto responsable de una conducta. Sin embargo, aun-
por lo que la intensidad del conflicto de los trabajadores subordinados que los trabajadores independientes o autónomos no cuenten con una
no es equiparable con la suya. Por otro lado, no puede ocurrir el fenóme- contraparte empleadora, también tendrán derecho a que se respeten sus
no inverso: porque si los autónomos son regulados como subordinados, derechos fundamentales.
dejarían de ser autónomos. Es cierto que los trabajadores autónomos tienen cabida en la seguridad
Como se ve, quienes más perderían son aquellos que hoy en día trabajan social, en la medida que el propio artículo 10 de la Constitución señala
para otro bajo su organización y dirección, en la medida que ellos gozan que «el Estado reconoce el derecho universal y progresivo de toda perso-
de la protección reforzada del derecho laboral. na a la seguridad social, para su protección frente a las contingencias que
Del mismo modo, y entrando a la segunda propuesta doctrinal, a pesar precise la ley y para la elevación de su calidad de vida». Los trabajadores
de que la inclusión de los trabajadores autónomos dentro de un régimen autónomos no son afiliados obligatorios a ningún sistema previsional o
especial laboral evita este perjuicio para los trabajadores subordinados, de salud, pues tienen la consideración de afiliados potestativos o facul-
me parece una opción de política legislativa equivocada. Y ello, porque tativos. Es decir, ellos mismos deciden su afiliación y efectúan directa-
los únicos trabajadores autónomos que podrían ingresar en el régimen mente sus aportes. Sin embargo, por depender de su voluntad, la tasa
especial por su gran semejanza con los trabajadores subordinados son de afiliación es bastante baja en nuestro país . En todo caso, una nueva
los TAPE . ¿Y qué pasa con los otros tipos de autónomos?. ¿Se quedarían regulación de la protección social de los trabajadores autónomos debería
sin protección los taxistas, los ambulantes, los porteadores, los estibado- atender a su creciente importancia en la realidad, brindándoles mayores
res terrestres, etc.?. En realidad, se quedarían sin protección normativa facilidades de afiliación y de cotización. Por ejemplo, debería permitirse
por no prestar su actividad profesional a otro de modo permanente, aun en el régimen de pensiones la suma de años de aportes como trabaja-
cuando dependan económicamente de la realización personal y directa dor asalariado (dependiente) y como autónomo. También, deberían es-
de su labor. tablecerse reducciones en las cotizaciones de determinados colectivos
de trabajadores autónomos cuya debilidad social es patente (jóvenes,
En fin, siguiendo la experiencia legislativa española, alemana e italiana, mayores de 45 años, discapacitados, etc) y, a la vez, aumentarse a los tra-
los trabajadores autónomos deberían gozar de una Ley General propia, bajadores/empresarios autónomos, atendiendo a su distinta capacidad
distinto a la legislación laboral que se ocupa de los trabajadores depen- de ahorro.
dientes. Creo que ésta es la opción más acertada, por cuanto dotaría a los
trabajadores independientes de una legislación que atienda principios A pesar de estas críticas es en la seguridad social donde se ha atendido
específicos de este tipo de relación jurídica . de mejor manera la realidad de los trabajadores autónomos, ya que la
operatividad de otros derechos constitucionales ha sido muy pobre. Al
En segundo lugar, tras admitir que lo mejor será crear un Estatuto para contrario, se observa una profunda diferencia entre garantía de derechos
los trabajadores autónomos, sobreviene la pregunta de si es posible fundamentales para trabajadores subordinados y garantía de derechos
crear una sola regulación para todos los trabajadores autónomos. Me fundamentales para trabajadores autónomos. Por ejemplo, uno de los
parece que esta pregunta ha sido respondida en páginas anteriores: “es signos principales del mundo actual es la abolición del trabajo infantil
irreal que se invente un tipo unitario para todos los trabajadores autó- . Pues bien, las normas laborales y, en especial, el Código de los Niños
nomos”. Por el contrario, cada tipo de trabajador autónomo debe tener y Adolescentes, cuentan con disposiciones, garantías y mecanismos de
prescripciones específicas en orden a sus intereses propios. Por ejemplo, control que evitan la contratación de trabajadores menores de edad. In-
un TAPE puede tener con su cliente múltiples puntos de conflicto en cluso, para el caso de los trabajos no prohibidos para menores de edad,
atención a su labor realizada de modo permanente; mientras, un trabaja- se establecen procedimientos excepcionales para obtener permisos judi-
dor autónomo que presta su servicio a un público indeterminado (vg. un ciales. Ahora bien, no obstante esta realidad, vemos en las calles muchos
limpia carros en la calle) tendrá menos puntos de conflicto con su clien- niños trabajando como autónomos. O, incluso, vemos muchos niños
te. Mientras al primero puede interesarle ciertas protecciones frente a su trabajando en negocios familiares de forma continuada y habitual, donde
cliente permanente como puede ser una garantía al crédito retributivo; al no se aplican las normas laborales. Es decir, la realidad parece convencer-
segundo, a lo mejor, puede interesarle un programa de apoyo estatal para nos de que la lucha contra el trabajo infantil no hay que enfocarla sola-
impulsar su incipiente actividad empresarial. mente en el trabajo subordinado, sino más bien en el trabajo autónomo .
Quizá lo más razonable sea establecer dos tipos de redes de protección Me parece que un Estatuto del trabajador autónomo que prohíba el tra-
del trabajador autónomo. La primera, una red de protección general a bajo infantil en el Perú no estaría creando nada nuevo, pues, al contrario,
todos los trabajadores autónomos a modo de «tronco común», buscan- reforzaría las vías de protección del Estado Social de Derecho y dirigiría
do extenderles la aplicación efectiva de los derechos constitucionales. las políticas de apoyo estatal a sectores marginados con mayor éxito.
Ejemplo de ello, será la prohibición del trabajo infantil, prohibición de Junto a la problemática infantil, considero de máxima importancia para
la discriminación, protección de la seguridad y salud laboral, garantía y los trabajadores autónomos el desarrollo de cuatro derechos fundamen-
protección de la retribución económica, etc. La segunda, otra red o redes tales: el mandato de no discriminación, la protección de la seguridad y
de protección específica que se dirijan a determinados tipos de trabaja- salud laboral, la tutela de sus intereses colectivos y la garantía de pago de
dores autónomos con el objeto de proteger intereses muy particulares. la retribución. Veamos muy sucintamente cada uno de ellos.
Por ejemplo, en el caso de los TAPE se puede exigir al cliente permanen-
te que respete los límites temporales de la jornada o que justifique la
extinción de la prestación de servicios o, también, en el caso de trabaja- 6.1. El mandato de no discriminación
dores/empresarios de microempresas se puede poner mayor énfasis en La Constitución peruana en su artículo 2.2 señala que toda persona tiene
políticas públicas de ayuda para la promoción y desarrollo de proyectos derecho a la igualdad ante la ley y a no ser discriminado por motivo de
empresariales autónomos. origen, raza, sexo, idioma, religión, opinión, condición económica o de
Con estas precisiones, pasamos a dibujar en líneas generales lo que po- cualquier otra índole. Pues bien, este mandato constitucional hasta hace
dría ser un régimen normativo de los trabajadores autónomos en el Perú. muy poco fue protección exclusiva de los trabajadores subordinados. Se
hablaba sobre todo de la prohibición de discriminación en la relación de
trabajo (al ingreso, durante la ejecución del contrato y en su extinción).
6. Derechos que integran la red de protección gene- Sin embargo, de un tiempo breve hasta aquí esta tendencia histórica de
ral de los trabajadores autónomos: los derechos la legislación peruana ha sufrido una evidente corrección: poco a poco
constitucionales extiende el mandato de no discriminación a relaciones jurídicas ajenas
Una vez admitido que el ámbito de operatividad de un posible Estatuto
del Trabajador Autónomo debe extenderse a todo tipo de persona que
cumpla su actividad profesional de modo personal y directo, con auto-
nomía en su organización y que sea dependiente económicamente de

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al derecho laboral. 6.3. La tutela de sus intereses colectivos
Es cierto que falta mucho para configurar una protección eficaz de los En la actualidad, a nadie puede sorprender que los trabajadores autóno-
trabajadores autónomos contra actos discriminatorios, pero pongamos mos se organicen para la defensa de sus intereses económicos o profe-
dos ejemplos que confirman esta tendencia correctiva. sionales. Dentro de cada tipo de trabajador autónomo hay intereses que
El primero, tiene que ver con la interdicción de la discriminación en las sólo pueden tener mayor fuerza en el ámbito de reivindicación colectiva.
ofertas de empleo (Ley 26772). La ley protege a toda persona que quiera Hoy en día sabemos de la formación de asociaciones de mototaxistas en
acceder a un empleo o a medios de formación educativa contra la imposi- varias ciudades del país y sabemos también de la iniciativa emprendida
ción de requisitos que constituyan anulación o alteración de igualdad de por la CATP (Central Autónoma de Trabajadores del Perú) por promover
oportunidades o de trato (artículo 1). Sin duda, el paraguas protector de asociaciones de trabajadores autónomos.
esta norma hay que entenderlo aplicable a los casos en que trabajadores Como es lógico, estas iniciativas sociales se mueven en un terreno jurí-
autónomos (sobre todo, TAPE) pugnan por realizar una actividad profe- dico poco claro. La Libertad sindical tradicionalmente se ha entendido
sional para un empresario/cliente. como un derecho propio de los trabajadores dependientes que se regu-
El segundo ejemplo tiene que ver con la prevención y sanción del hosti- lan por el derecho laboral. Es más, el artículo 28 de la Constitución si
gamiento sexual (Ley 27942). Como se sabe, el artículo 22 de dicha ley se- se interpreta desde el método sistemático por ubicación es lógico que
ñala que «si el acto de hostigamiento sexual se presenta en una relación excluya a los trabajadores autónomos de su ámbito de aplicación .
no regulada por el Derecho Laboral, la víctima tiene el derecho al pago de Sin embargo, esta interpretación tradicional del artículo 28 de la Cons-
una indemnización por el daño sufrido, la cual se tramita en la vía civil en titución también ha sido corregida. No olvidemos que el artículo 6 de
proceso sumarísimo». Es aquí donde se incluiría a los trabajadores autó- la Ley de Relaciones Colectivas de Trabajo se refiere confusamente a las
nomos. A lo mejor, esta prescripción debería perfeccionarse en el sentido organizaciones de trabajadores no dependientes, permitiéndoles regis-
de crear mecanismos de investigación y sanción para el hostigador y ale- trarse como organizaciones sindicales y regirse por lo dispuesto en la ley
jarse así de una función meramente resarcitoria, pero nadie puede negar de relaciones colectivas . Digo “confusamente”, porque el mencionado
que este es un primer paso. artículo se refiere a «organizaciones de trabajadores no dependientes de
De todos modos, estos ejemplos muestran solo un incipiente cambio una relación de trabajo...». Es ilógico que exista un trabajador indepen-
de tendencia legislativo, cuyo proceso de consolidación puede acelerarse diente en el marco de una relación jurídico laboral, pero ello no puede
con la aprobación de una eventual Ley General del Trabajador Autóno- desconocer el interés del legislador por extender el derecho de libertad
mo. Me parece que también debería trabajarse mucho la prohibición de sindical a los trabajadores autónomos.
discriminación, tanto directa como indirecta, en el acceso a programas Me parece que este punto de inicio debe consolidarse con una regula-
de apoyo estatal a proyectos empresariales de trabajadores autónomos. ción más profunda. El creciente número de trabajadores autónomos en
el mercado de trabajo peruano obliga a no sólo a reconocerles el derecho
de libertad sindical, sino también a imponerles ciertos derechos a sus
6.2. La protección de la seguridad y salud laboral organizaciones. Es decir, se debe promover la formación y el registro de
Tradicionalmente se ha dicho que al ser el trabajador autónomo quien sindicatos de trabajadores autónomos e incluso se debería permitir que
organiza su trabajo, utiliza sus propias herramientas y ostenta la titulari- un TAPE se afiliara a una organización sindical de trabajadores depen-
dad del centro de trabajo, es él el llamado a autoprotegerse, sin embargo, dientes, con el fin de que también se respeten procedimientos formales
hemos visto que los TAPE o que incluso los trabajadores/empresarios de negociación o los límites a las huelgas en servicios esenciales. Hay que
autónomos pueden prestar sus servicios en el centro de trabajo del crear un régimen jurídico de contrapesos.
empresario que los contrata. En estos casos, es evidente que los traba-
jadores autónomos no han de tener el dominio absoluto de todos los
elementos materiales que potencialmente generan un riesgo. 6.4. La garantía de cobro de la retribución
Es aquí, donde la visión resarcitoria del derecho civil nuevamente fraca- Tras admitir que los trabajadores autónomos dependen económicamen-
sa. No basta pagar una indemnización económica por los daños causa- te de los ingresos que obtienen de su actividad profesional, deberían
dos al trabajador autónomo, cuando éstos pudieron evitarse mediante el arbitrarse garantías de cobro de las retribuciones. Si la supervivencia de
cumplimiento de la empresa cliente de normas relativas a la prevención él y de su familia depende del pago que efectúa el empresario cliente,
de riesgos. Repárese, quien controla los elementos organizativos y mate- entonces el trabajador autónomo está en una situación similar a la de un
riales es el empresario cliente y no el trabajador autónomo. trabajador subordinado. Tal consideración debe aplicarse para todos los
trabajadores autónomos, sin desconocer la mayor importancia que este
Nuestra normativa ha avanzado muy poco en este sentido. El artículo tema tiene para los TAPE y los trabajadores/empresarios de microem-
68 de la Ley 29783, Ley de seguridad y salud en el trabajo, se preocupa presas.
básicamente del supuesto en que los trabajadores de la empresa A desa-
rrollan actividades de forma conjunta con trabajadores de otra empresa Nuestra legislación no ha desarrollado esta línea, por lo que será necesa-
B (contratista). Es decir, el empresario principal (empresa A) asume la rio trabajar al menos en cuatro frentes. Primero, establecer procedimien-
responsabilidad de la coordinación en materia de seguridad y salud tanto tos rápidos y efectivos para reclamar el pago de la retribución al empre-
para sus trabajadores como para los trabajadores de la empresa contra- sario cliente, haciendo un símil con la protección que la LPCL otorga al
tista. Sin embargo, esta concepción excluye del deber de coordinación al trabajador por la vía del cese de hostilidad. Segundo, reconocer que la
empresario principal cuando contrata con trabajadores autónomos. Ima- retribución económica que gana el trabajador autónomo es un crédito
ginemos que un TAPE es contratado por un empresario cliente. Como el privilegiado en el caso de concurso de obligaciones empresariales, tal
TAPE no tiene trabajadores a su servicio, entonces no opera el artículo como lo hace el artículo 24 de la Constitución respecto de la remunera-
68 de la Ley de Seguridad y Salud en el trabajo. Igual comentario se pue- ción del trabajador subordinado. En tercer lugar, prever mecanismos de
de hacer respecto al trabajador/empresario de una micro empresa, pues responsabilidad solidaria para los casos de subcontratación de trabaja-
los deberes de coordinación del empresario principal se extenderían a dores autónomos. Por ejemplo, no pocas veces el empresario principal
sus trabajadores excluyéndolo directamente a él. (empresa A) contrata directamente a otra empresa (empresa B), para
que a su vez esta última contrate al trabajador autónomo quien prestará
Como se ve, es necesario imponer al empresario cliente del trabajador su actividad profesional en la empresa A. En este encadenamiento de
autónomo unos deberes mínimos de protección y de información sobre contratas debería aplicarse la responsabilidad solidaria entre empresa A
los posibles riesgos que pueden desencadenarse en la empresa. Asimis- y la empresa B . Y, por último, debería imponerse un porcentaje mínimo
mo, se tendrá que habilitar a la inspección de trabajo para que vigile el de inembargabilidad de la remuneración y también de sus instrumentos
cumplimiento de estos deberes que ahora se proponen. de trabajo, como sucede en el caso de los trabajadores dependientes.
No obstante, también hay que tener en cuenta que el trabajador au- Finalmente, mucho más discutible puede ser la imposición de una Retri-
tónomo al organizar él mismo su labor puede originar riesgos para los bución Mínima Legal (RML) para el trabajador autónomo. De un lado, es
trabajadores del empresario cliente (empresario principal). Por eso, los complicada esta propuesta porque sólo podría aceptarse para el caso de
trabajadores autónomos al igual que el empresario que los contrata, de- los TAPE (los demás autónomos no tienen una contraparte empresarial
berían tener auténticos deberes en materia de seguridad y salud laboral. de modo permanente). De otro lado, el mismo TAPE puede realizar su
Por último, como dice SAGARDOY, aun cuando no presten servicios en actividad profesional simultáneamente para varios clientes, por lo que
el mismo local de la empresa que los contrata, los TAPE pueden estar una RML podría generar una no deseada vinculación con un solo em-
amenazados por distintos riesgos. Tal es el caso de la protección de la presario cliente.
seguridad y salud de los teletrabajadores .

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7. Los trabajadores autónomos permanentes con de- Creo sinceramente, que estos son sólo algunos de los temas que una
pendencia económica, como ejemplo de una red de protección específica de los TAPE exigiría. Su semejanza tipológica con
protección específica. un trabajador subordinado los hace particularmente sensibles a sus mis-
En paralelo a la protección de la red general, o de aplicación a todos los mos problemas y conflictos. Es por eso, que muchas de las instituciones
trabajadores autónomos, una posible Ley General del trabajador autó- del derecho laboral deben extrapolarse, con necesarios matices, por cier-
nomo debería crear otros cinturones de protección específica para cier- to, a la realidad de los TAPE. En fin, el debate sigue abierto.
tos casos donde las circunstancias así lo ameriten. Y en esta línea, me
parece importante establecer reglas especiales para los TAPE. La razón: 8. La promoción empresarial de los trabajadores au-
su gran semejanza con los trabajadores subordinados. tónomos como otro ejemplo de protección especí-
Como ya se dijo, los trabajadores autónomos que prestan su labor a otro fica
de forma permanente o continuada (TAPE) en el marco de una depen- Si la protección de los TAPE exige un régimen protector especial, me
dencia eeconómica, son los trabajadores autónomos que más intereses parece que los demás trabajadores autónomos (autónomos puros, au-
conflictivos tienen con su cliente. Para empezar, la relación continuada tónomos que prestan su labor para otro de forma esporádica o los traba-
de su labor para un mismo empresario cliente, ya los pone en una si- jadores/empresarios de microempresas) exigen un régimen protector de
tuación conflictiva sensiblemente mayor a los autónomos que tienen otras características. De hecho, el no tener una contraparte empresarial
clientes esporádicos y ostensiblemente menor a los trabajadores subor- permanente es un denominador común de los trabajadores autónomos,
dinados regulados por el derecho laboral. Es decir, se encuentran en una a excepción de los TAPE, que condiciona cualquier intento de regulación.
especie de limbo entre ambos grupos, por lo que su situación debería Por ejemplo, ¿cómo otorgamos protección frente a un despido o cómo
tener un tratamiento particular. se impone una jornada máxima a un taxista con vehículo propio?. Al no
Sin ánimo de agotar un tema tan amplio y tan debatible, sólo quiero dar existir una contraparte empresarial permanente es imposible hablar de
unas cuantas ideas que a mi concepto deben integrar este cinturón de un régimen protector como el propuesto para los TAPE.
protección específica. No obstante, esto no significa que el legislador deba contemplar la reali-
En primer lugar, si la diferencia de los TAPE con los trabajadores subor- dad sin la posibilidad de hacer nada. Más todavía en una realidad como
dinados es tan sutil, esto es, la autonomía organizativa de unos frente a la peruana donde la mayoría de trabajadores independientes o autóno-
la dependencia organizativa de los otros, la jurisdicción competente para mos no son precisamente los TAPE. A lo mejor, la única salida que existe
calificar una relación jurídica de TAPE ha de ser la laboral . No importa para que el taxista no trabaje más de doce (12) horas diarias en su propio
que tengan un contrato de obra o de locación de servicios, en la medida vehículo es la de impulsar pequeños proyectos de promoción empresa-
que será un juez de trabajo el encargado de detectar o descartar los indi- rial. Si el taxista logra lanzar un proyecto empresarial con apoyo del Es-
cios de subordinación jurídica. Creo que esto evitaría la utilización de los tado es posible que mejore sus ingresos y que con una economía menos
TAPE como un medio para eludir la legislación laboral, puesto que el juez asfixiante pueda descansar un poco más. Imaginemos que con el apoyo
de trabajo cuenta con más herramientas para desenmascarar la presencia estatal el taxista logra cambiar su antiguo carro por uno más nuevo, lo
de una relación laboral tras un contrato de naturaleza civil. Además, el cual le permitirá cobrar un mejor precio por el servicio y gastar menos
hecho de que el juez de trabajo realice la evaluación evitará que en el dinero en reparaciones.
caso que se califique una relación como TAPE, el trabajador autónomo Lo que quiero decir es que muchos trabajadores autónomos, más que
tenga que iniciar una nueva demanda ante un juez civil por ejemplo. El una legislación protectora de sus intereses frente a otro, esperan polí-
juez laboral que califique la relación como de TAPE o como laboral, podrá ticas públicas estatales que reactiven la economía desde un apoyo a los
ordenar el cumplimiento inmediato de las obligaciones empresariales. llamados microempresarios . La mayoría de estos trabajadores necesitan
En segundo lugar, a pesar de que el TAPE ha de firmar un contrato de na- tener acceso a un capital mínimo que les permita realizar su actividad
turaleza civil o mercantil, una posible regulación debería exigir que este profesional de forma más rentable y productiva. Hace falta capitalizar al
contrato cumpla con determinar no sólo el objeto profesional y las carac- trabajador autónomo desde políticas estatales, pero no para que se con-
terísticas de la autonomía del trabajo, sino también la duración, lugar, la vierta en pequeño empresario, sino para que siga siendo un trabajador
jornada, las causales de extinción y la retribución pactadas. Esto obligará autónomo aunque con mejores niveles de productividad. Creo que esto
a un reacomodo del sistema de fuentes, pues antes que los requisitos es muy importante: una cosa es fomentar la pequeña y mediana empresa,
impuestos por la legislación civil o mercantil deberán aplicarse los que donde el empresario deja de ser trabajador, y otra muy distinta es fomen-
señale la Ley General del trabajador autónomo. tar la figura del trabajador autónomo. El fomento del trabajo autónomo
Asimismo, el contrato debería formalizarse por escrito y el empresario es un tema que países como Perú deben explotar. Me atrevería a decir
cliente debería estar obligado a informar al TAPE de todo lo relativo a su que esta vía puede ser un instrumento indispensable para conseguir la
prestación de servicios. Quizá, ante la inexistencia de contrato escrito o ansiada igualdad de oportunidades en sociedades con una alta cantidad
ante la inexistencia de cláusula de duración del contrato, debería presu- de trabajo autónomo.
mirse que la relación del TAPE es por tiempo indefinido. Ahora bien, no basta con asignar recursos económicos indiscriminada-
En tercer lugar, hay una creencia muy extendida de que los autónomos, mente a todos los trabajadores autónomos. Tan importante como la
al organizar ellos mismos su labor, autodeterminan su jornada de tra- existencia de recursos es su gestión inteligente y planificada, si lo que se
bajo, así como sus periodos de descanso. Me parece que si esto puede quiere es evitar un alto nivel de proyectos empresariales fracasados. Me
confirmarse en la mayoría de trabajadores autónomos, no es tan claro en explico, el Estado deberá elaborar planes nacionales de empleo donde
el caso de los TAPE. Los TAPE muchas veces firman contratos sucesivos todas las políticas no las diseñe sólo el gobierno central, sino también se
por largas temporadas sin que existan límites a las jornadas ni periodos haga participar a los gobiernos regionales y municipales. En todos estos
de vacaciones. Por un lado, dependen económicamente de esos ingresos niveles, el apoyo financiero debe ir de la mano de medidas de formación
y, por otro, el empresario cliente no está en la obligación de otorgarles profesional para los trabajadores autónomos. El asesoramiento técnico
descansos. Creo que el trasfondo del problema es que no se aborda la para los emprendedores de proyectos empresariales, tan esencial para su
materia desde la protección de la seguridad y salud del TAPE . Entién- éxito, no sólo debe brindarse al inicio proyecto, sino que debe subsistir
dase, si para un trabajador subordinado es pernicioso trabajar más de 8 en paralelo a su consolidación. Por ejemplo, el Estado debería ser capaz
horas diarias o 48 horas semanales, ¿por qué no lo sería para un autóno- de dotar de información sobre mercados con posibilidades de expansión
mo que trabaja de forma casi exclusiva para un solo empresario cliente?. para que de esa manera el microempresario invierta sobre seguro, pero
Además, ¿por qué un trabajador subordinado tiene derecho a vacaciones también debería informar acerca del acceso a beneficios económicos y
y un TAPE no lo tiene?. ayudas legalmente ofrecidas a las microempresas. Adicionalmente, los
poderes públicos deberían elegir a los trabajadores autónomos benefi-
En cuarto lugar, creo que tampoco es un exceso pensar en la posibilidad ciarios de las ayudas con criterios técnicos y estudiando las reales posi-
de proteger al TAPE frente a extinciones unilaterales del empresario/ bilidades de éxito. Por ejemplo, se puede apoyar el proyecto de una per-
cliente de carácter arbitrario. Dada la relación permanente que mantiene sona que vende sanguches en un carrito en plena vía pública, con el fin
el TAPE con el empresario que lo contrata, por lo menos la extinción de que implemente una tienda con trabajadores a su cargo. La elección
del contrato antes del tiempo pactado ha de tener causa y debe estar vendrá dada por el conocimiento del negocio de este pequeño vendedor
justificada. Si no está justificada o simplemente no hay causa, el juez y no sólo por su estado de necesidad .
de trabajo debería ordenar al empleador el pago de una indemnización
por la extinción arbitraria. De otro lado, no hay que perder de vista los En esta línea, no quiero terminar este punto sin referirme a la impor-
casos en que el TAPE extingue voluntariamente el contrato motivado tancia de las medidas fiscales y la simplificación de los procesos de for-
en un incumplimiento grave y culpable del empleador. Aquí, a mi juicio,
también procede el pago de una indemnización a este tipo de trabajador
autónomo .

15
malización. En un escenario donde la presión tributaria sea intensa de-
berían brindarse facilidades o reducciones del pago de impuestos a los
microempresarios emprendedores. A su vez, la lucha por la formalidad
debe empezar por el diseño de políticas públicas serias y coherentes que
impulsen a este sector. En otras palabras, si la formalidad no genera nin-
gún beneficio al trabajador autónomo, entonces siempre será más cómo-
do vivir en la informalidad.

9. La necesidad de un Consejo Nacional del Trabaja-


dor Autónomo
Emparentado con el tema anterior, las políticas públicas de los trabaja-
dores autónomos deben diseñarse con el acuerdo de las asociaciones re-
presentativas de ellos mismos. Son los mismos trabajadores autónomos
y sus asociaciones los que en coordinación con el Estado han de decidir
en qué proyectos hay que invertir más recursos y han de dar las pautas
para gestionar los mismos. Sus competencias deben abarcar materias so-
cioeconómicas y profesionales del trabajo autónomo.
La formación de un Consejo Nacional del Trabajador Autónomo debe
venir acompañado de un proceso paulatino de descentralización, que
permita llevar el diálogo social a todas las zonas del Perú.
Los representantes de los sindicatos de trabajadores independientes o
autónomos deberán exigir al gobierno la realización de estudios o inves-
tigaciones sobre la realidad del trabajo autónomo en el Perú. Pues, sólo
de esta forma, esto es, manejando información fiable, podrán diseñar
políticas públicas serias y beneficiosas para el país.

16
EJE TEMATICO; LA SUSTENTABILIDAD Y LAS COBERTURAS DE
LOS SITEMAS DE SEGURIDAD SOCIAL a) DERECHOS HUMANOS, FUNDAMENTALES Y DEL
“LA NECESIDAD DE UNA JURIDICIDAD CIUDADANO
HUMANIZADORA EN LOS MODERNOS En los que se refiere al concepto de derechos humanos con frecuencia se
alude también a derechos fundamentales, las Constituciones se basan,
MODELOS DE SEGURIDAD SOCIAL EN BOLIVIA”
aun cuando el concepto no es aludido expresamente, manifiestamente
*Ivan Campero Villalba, Bolivia en un entendimiento conceptual ampliamente común. Como ocurre en
Alemania, tal formación conceptual se remonta a los Bill of Rights del
RESUMEN estado de Virginia del año 1776 y ala Déclaration des Droits de l’Homme
et du citoyen francesa de 1789, según la que todos los hombres son
En un análisis sustantivo de nuestra disciplina, es importante objetivizar naturalmente libres, iguales e independientes y le corresponden ciertos
axiológicamente que sucede en el escenario de la realidad en los modelos derechos inenajenables. Tales derechos pueden ser considerados como
de Seguridad Social en Bolivia, así, para descolgar categorías conceptuales derechos preestatales del individuo, que naturalmente limitan luego el
adecuadas, podemos iniciar citando al Prof. Isaac Sandoval, para quien ejercicio del poder estatal. Pero los derechos fundamentales de libertad
el derecho como ciencia es un conjunto armónico e inseparable de teoría, también pueden ser definidos como derechos, que no corresponden a
norma y praxis jurídica, que deviene en correspondencia de las relaciones los individuos como hombres, sino recién como ciudadanos del Estado,
sociales. O mejor, en correlato de las relaciones manifiestas y posibles siéndoles garantizados en consecuencia por el Estado.
del espectro social. El Derecho a la Seguridad Social, articula desde la
superestructura las relaciones sociales, es decir, desde la abstracción La derivación de los derechos sociales de los derechos humanos es creada
valorativa de la realidad, encuentra su marco explicativo y la especificidad ampliamente por la cosmovisión, que coloca al individuo en el centro.
de cada una de sus ramas en lo substancial de sus relaciones posibles y en Pero frente a ello el hombre puede ser también considerado como más
lo formal de su positividad jurídica. El cambio operado en la Seguridad fuertemente vinculado a la sociedad. Sobre esta base es posible una
Social en Bolivia no ha incorporado la realidad social de la población comprensión independiente de los derechos sociales y su derivación que
boliviana, limitándose a “formulas importadas” mal amalgamadas, que encuentra su importancia autónoma por la referencia a la comunidad.
concluyen en un desprotección de la Seguridad Social.
b) GARANTIA DE POSICIONES SOCIALES POR EL DERECHO
ABSTRACT CONSTITUCIONAL
In a substantive analysis of our discipline, it is important to objectify Junto al Derecho Internacional, que puede influenciar la reglamentación
axiologically what happens in the scenario of reality in the Social Security del derecho nacional y a lo que más adelante nos referiremos, las
models in Bolivia, so, to pick up appropriate conceptual categories, we posiciones sociales por de pronto pueden ser garantizadas por el derecho
can start by citing Prof. Isaac Sandoval, for whom the right as science it is nacional, en lo que conforme a la jerarquía de las normas por de pronto
a harmonious and inseparable set of theory, norm and legal praxis, which debe examinarse el derecho constitucional.
becomes correspondence of social relations. Or better, in correlation of
the manifest and possible relations of the social spectrum. The Right c) DERECHO HUMANO DE LA SEGURIDAD SOCIAL EN LA
to Social Security, articulates social relations from the superstructure, CONSTITUCION
that is, from the valuation abstraction of reality, finds its explanatory
La gran mayoría de los Estados, disponen de constituciones escritas,
framework and the specificity of each of its branches in the substance
en las que están normados los derechos humanos con inclusión de los
of its possible and formal relationships of its legal positivity. The change
derechos sociales. Una constitución escrita falta por cierto en Gran
in Social Security in Bolivia has not incorporated the social reality of the
Bretaña; Israel tampoco dispone de un texto constitucional unificado
Bolivian population, limited to “imported formulas” poorly amalgamated,
pero por cierto dispone de una serie de leyes con rango constitucional.
which conclude in a lack of protection of Social Security.
Dos de estas “basic laws” se ocupan de derechos humanos, mientras los
derechos sociales todavía no están fijados en una ley constitucional de
I IDENTIFICACION DE LA PROBLEMATICA tal tipo. En Austria tales derechos fundamentales no están agrupados
En el análisis de los sistemas de seguridad social debe plantearse, qué en un capítulo cerrado de la Constitución Federal, sino que están
lugar debe tener en la sociedad y en el Estado la seguridad social. En desparramados entre las diversas fuentes jurídicas, a las que empero
ello se trata sólo de un producto marginal de la economía, que según corresponde rango constitucional.
su resultado es susceptible de ser reducido o ampliado. ¿O se limitan La expresión realidad alude a los hechos que suceden cotidianamente,
las prestaciones sociales a atemperar situaciones gravosas que aparecen por lo que en un estado social de derecho las normas jurídicas también
en una economía de mercado? Pero finalmente también es posible, tienen su concreción en una realidad ya que existen y se dan en un
que la seguridad social resulte no como una función de las condiciones tiempo, un espacio y una circunstancia fija por ello su realidad es
económicas, sino como un instrumento necesario para cada Estado independiente de su eficacia, entendida ésta como la obediencia y la
moderno, que resulta de decisiones valorativas fundamentales, los aplicación generalizada de la conducta prescrita.
derechos humanos. Se llega a la conclusión, que la seguridad social más A pesar de que se encuentran establecidos los derechos sociales para los
es considerada bajo la dimensión económica y menos como instrumento trabajadores, la Constitución Boliviana (apartado III, IV y V del Art. 45),
para el aseguramiento de la dignidad humana. Aunque frente a ello se refiere lo siguiente:
considere adecuada la derivación de la seguridad social de los derechos
III El régimen de seguridad social cubre atención por enfermedad,
humanos, no debe cuestionarse que la situación económica es decisiva
epidemias y enfermedades catastróficas; maternidad y paternidad; riesgos
para resolver sobre qué se puede distribuir en un sistema social. Junto a
profesionales, laborales y riesgos por labores de campo; discapacidad
la base económica es necesario para ello el marco jurídico, que determina
y necesidades especiales; desempleo y pérdida de empleo; orfandad,
según qué criterios debe tener lugar la distribución del resultado
invalidez, viudez, vejez y muerte; vivienda, asignaciones familiares y otras
económico, en lo que tal marco jurídico a su vez puede tener efectos
previsiones sociales.
retrospectivos sobre el funcionamiento de la economía.
IV. El Estado garantiza el derecho a la jubilación, con carácter universal,
solidario y equitativo.
II ANALISIS SUSTANTIVO
V. Las mujeres tienen derecho a la maternidad segura, con una visión
Al adentrarnos al análisis del presente trabajo, es importante citar a y práctica intercultural; gozarán de especial asistencia y protección del
Beranrd Baron Von Maydel, quién menciona que en la mayoría de los Estado durante el embarazo, parto y en los periodos pre natal y posnatal.
países el concepto de la seguridad social, no tiene un concepto de una
Empero aún no se aplica en el sentido de su texto supranormativo, ya
definición legal, es ejemplificado o en todo caso descrito, mediante un
que en la realidad no se logra extender los derechos a toda la población.
bosquejo del contenido esencial de los sistemas nacionales de seguridad
social. Con ello aparece con claridad que el concepto de seguridad social Poco se ha hecho en cuanto a los derechos de la tercera generación que
se adopta con diverso alcance. En parte solamente se consideran tales las coincida con las aspiraciones de universalidad de la seguridad social. Por
prestaciones en dinero, que se pagan como sustituto de un ingreso que las condiciones de la realidad boliviana, el derecho a un ambiente digno,
ya no existe. Frente a ello, en parte se basan en un concepto más amplio, que es reconocido como un derecho de la tercera generación, aun no
que en apoyo al convenio Nº 102 de la OIT sobre las normas mínimas de
entendimiento de la seguridad social, abarca el aseguramiento de todos
los riesgos y situaciones especiales de necesidad, en especial también los
sistemas de salud.

17
ha comenzado a ser aceptado por el sistema jurídico boliviano y se ha A diferencia de esta tendencia, la protección internacional de los
creado una desconfianza del propio sistema. derechos sociales son un producto reciente de la institucionalización de
La concreción de la dimensión jurídica de la seguridad social así como las relaciones entre los Estados, que ha consolidados los lineamientos
la de los derechos de todas las generaciones, beneficia la confianza y generales de esos derechos consagrados en los órdenes nacionales.
la adhesión de la comunidad hacia el propio sistema jurídico. En una Los derechos sociales son, según la concepción tradicional del derecho
encuesta pública realizada en el año 2.001 la población cree que se viola internacional, reconocimiento de tales órdenes y no creaciones de los
la constitución. Quizás entre las causas del descrédito este la carencia tratados celebrados entre los Estados soberanos. Esta concepción explica,
de eficacia y de medios de aplicación de tantas disposiciones retóricas. por lo tanto, el mayor desarrollo inicial del derecho interno en contraste
con el del los derechos internacional en esta materia.
En las normas de seguridad social, se han originado pronunciamientos
retóricos contenidos en documentos legales, procedimientos u órganos, Dentro de un apretado análisis, podemos puntualizar los siguientes
que se transforman paulatinamente en verdaderas normas jurídicas con elementos relevantes:
la intención de sus elementos. Resulta evidente que un Estado Social a) Frente a circunstancias como la prolongación de la vida, los avances
de Derecho no requiere la satisfacción absoluta y permanente de los de la tecnología y la cada vez más pronunciada desocupación,
derechos sociales en una comunidad, lo cual sería quimérico, pues las los cálculos actuariales en que se forjaron las expectativas de los
necesidades sociales crecen, como la población de manera geométrica y sistemas de seguridad social que tenía como uno de sus postulados
los grados de bienestar crean gradualmente nuevas necesidades, lo cual “el pleno empleo”, quedaron cada vez más desactualizados.
hace de la seguridad social sea una tarea que nunca logra ser satisfecha b) Las materias primas tienen ahora una menor importancia, en gran
por completo, tanto por incremento de la población como por el de las medida debido especialmente a la sustitución tecnológica.
necesidades sociales sea en cantidad o en calidad.
c) El argumento de los materiales compuestos y la “revolución” de
Los derechos humanos guardan una evolución congruente con el la ingeniería de los materiales, ha reducido la dependencia de los
anterior esquema, es decir, las expresiones normativas iníciales de tales metales y minerales tradiacionales.
derechos tuvieron al aparato estatal como un actor imprescindible en
su realización. Inicialmente los derechos humanos fueron prohibiciones d) Los recursos estratégicos están constituidos por las capacitaciones
al propio Estado para que este se abstuviera de transgredir libertades tecnológicas y profesionales: una reserva de alta tecnología avanzada:
fundamentales del individuo, como por ejemplo que los parlamentos no un sistema de mercado que permite la flexibilidad y la adaptación
dictaran leyes retroactivas. Con posterioridad se establecieron delaciones a las nuevas innovaciones tecnológicas y un fácil acceso al capital,
de derechos que tomando la perspectiva individual constituyan disponen del poder en el mundo actual.
conductas prescritas que el estado debería garantizar aceptando los e) El financiamiento previsto para la seguridad social resulta más
medios de defensa dirigidos por el particular. y más insuficiente, debido al encarecimiento constante de la vida,
Con el derecho social surgido del constitucionalismo mexicano en al alza de los precios de equipos y mercaderías, la fabricación de
América latina comunidades de obreros y campesinos tuvieron en el nuevas substancias farmacológicas, material más sofisticado para
Estado la pretensión de un trato algo igualitario, y la garantía de exigir el diagnóstico y la curación, la inflación mundial irreversible y por
la tutela legal de satisfacer sus necesidades colectivas. La justicia social otra parte, las prestaciones se deterioran o resultan evidentemente
exigió un trato distinto a los desiguales, al respecto, sin embargo, debe reducidas, con lo cual se alejaron las finalidades de la seguridad
acotarse que la Ley no ha logrado en algunos aspectos el trato equitativo social.
entre el trabajador y el empleador, uno de esos aspectos es en el relativo f) Los Sistemas de Capitalización Individual, regidos por lineamientos
a la no inscripción a sus trabajadores en el seguro social. ECONOMICISTAS, y cada vez menos sociales y humanos, han
Lo anterior es ilustrativo también sobre el abismo que existe entre los distorsionado los conceptos y naturaleza de la Seguridad Social,
mandatos constitucionales y legales con el espíritu que de ellos se deriva, así algunos autores como Barroso Leite, proponen el rescate de la
y entre la reglamentación, el uso y la aplicación de la seguridad social. seguridad social restringiendo algo de las prestaciones modernizando
los sistemas de gestión con miras a una mayor racionalidad y
Las características actuales del seguro social han sido clasificadas en una justicia social más auténtica.
tres rubros: 1.- La obligatoriedad, derivada de la Ley, 2.- La conformidad,
para evitar prestaciones mínimas y la 3.- Automaticidad, que previene
precisamente el disfrute de las prestaciones sin los condicionantes del III PROPUESTA SUSTANTIVA JURÍDICA
cumplimientos de las obligaciones legales de inscripción, afiliación y a) A MANERA DE COROLORARIO
cotizaciones a apropiadas (Almansa, 1990,p,103). La automaticidad
Con la relatividad de los derechos sociales, se asocia que su realización
proviene del concepto de orden público ya implica que la norma no
por los ciudadanos crea especiales problemas. Mientras los derechos
puede ser alterada por la volutas de los individuos (Tamayo,1984,p.317)
defensivos son realizables en el marco de un control judicial, ello es difícil
por lo que, a pesar de la no observación por su parte de lo prescrito
en los derechos sociales, y en efecto también en los Estados, en los que
por las normas del seguro social, estas siguen vigente pero superando
un control judicial de la constitucionalidad de las leyes y otros actos del
algún medios legal que permita a los destinatarios o ejecutores su
Estado es posible. Si se concediera a los tribunales la decisión sobre cómo
puntual eficacias. Javier Moctezuma por su parte ha enumerado con
debe constituirse un sistema social que responda a los derechos sociales,
más acuciosidad los principios de la seguridad social y los circunscribe a
entonces los tribunales interferirían en la competencia de decisión
determinadas épocas históricos (Moctezuma, 1991, pp.30-31).
política del Parlamento. Tendríamos con ejemplo el caso de decidir
La Seguridad Social pretende establecer un régimen de bienestar problemas presupuestarios. Con ello se vaciaría la reserva política, la
para toda la población sin importar su clase social, centrándose en la reserva de lo posible, que es propio de los derechos sociales. De ello se
satisfacción de las necesidades sociales de la mayoría, como son salud, sigue el dilema, como del caso alemán, que los derechos sociales
vivienda y educación entre otras, ¿A cuánto bienestar puede aspirar no son realizables judicialmente en medida suficiente. De otro modo se
la población? Esta es una pregunta que los órganos encargados de la transferirían decisiones político sociales del Poder Legislativo al Poder
seguridad social se plantean permanentemente, y resultado difícil y Judicial. Ello conduce, a que también en Estados en los que existe un
definir una meta final. En este sentido la norma jurídica de la seguridad detallado catálogo de derechos sociales fundamentales, los tribunales,
social cambiante y tiene que cuidar todos y cada uno de los elementos sobre todo los de constitucionalidad, sólo excepcionalmente llegan
que la integran. Inicialmente la preocupación por los derechos del al veredicto de una inconstitucionalidad por violación de un derecho
hombre desvalido social, económica y culturalmente se concretaba a social fundamental. Tal conclusión se infiere de los informes nacionales
consagrar uno obligaciones a cargo de la “sociedad” y no de la estructura presentados; se confirma en los demás por el análisis de la situación
del Estado. Por tanto, era una visión individualista de ayuda de hombre jurídica en otros Estados, como Italia, Portugal y España.
por el, como una antítesis a la concepción del Leviatán de Hobbes. Esta
Tal comprobación por cierto no excluye, que los derechos sociales
asistencia se presenta inducida por las leyes, como represivas de un ideal
fundamentales se invoquen en la interpretación. En tal relación la
ético pero de cumplimientos espontáneo por la acción de todos para
Corte Suprema Argentina concedió importancia especial a los derechos
asegurar el disfrute y las conservaciones de sus derechos. A esta acción
sociales, en lo que desarrolló el principio de la interpretación socialmente
se le denominó garantía social de la constitución francesa de 1793.
favorable (“en caso de duda por la justicia”)
Con el desarrollo del constitucionalismo los órdenes jurídicos nacionales
a-1) DISPOSICIONES GENERALES EN LA CONSTITUCION
avanzaron en el reconocimiento de estos derechos, los que podemos
SOBRE FINES ESTATALES
englobar con el epíteto de “social”, utilizado por vez primera el 17 de abril
de 1793 en la asamblea constituyente francesa, citado por el diputado
Romme refiriéndose al trabajo y a la instrucción, junto con otros
derechos como los individuales y los políticos (Villagordoa, 1984, p.17),
en cita anterior del autor referido.
18
Junto o agregado a los derechos sociales fundamentales encontramos seguridad social encuentran su fundamento en los derechos humanos.
en la Constitución de algunos Estados la consagración del principio del 2. Los derechos fundamentales sociales se distingue de otros derechos
Estado social como objetivo general del estado. En Eslovenia y Turquía el humanos en que exigen una actuación al Estado. Por lo tanto, por regla
principio social estatal está junto a los derechos sociales fundamentales, general el estado debe concretarlos en la legislación. Es una cuestión de
mientras en Alemania faltan en la Constitución principios sociales efectividad, no de jerarquía de los derechos sociales, ya que la calidad de
fundamentales, pero por cierto allí está consagrado el principio del los derechos humanos no se está poniendo en duda.
Estado social. En Austria que también carece de Derechos Sociales
fundamentales en la Constitución, falta una normativa expresa del 3. Los sistemas de seguridad social primariamente pueden invocar los
principio del Estado Social en la Constitución Federal, lo mismo sucede derechos sociales fundamentales, que en la mayoría de los Estados están
en AMERICA LATINA, con excepción de cuba y Venezuela. Por lo que regulados constitucionalmente o son reconocidos en su fundamento en
con el principio del Estado Social pueden lograrse efectos parecidos forma de un principio determinante de los fines del Estado. Si falta tal
como por la regulación normativa de derechos fundamentales y la vinculación constitucional del Estado social, entonces existe el peligro
SEGURIDAD SOCIAL como POLITICA DE ESTADO. que la seguridad social queda totalmente a disposición del legislador.

a-2 ) PROTECCION MEDIANTE POSICIONES SOCIALES POR LA 4. Los derechos liberales de libertad pueden resultar importantes para el
CREACION DE LA ORGANIZACION DE LA SEGURIDAD SOCIAL. desarrollo de sistemas de seguridad social. En cada caso tales derechos
de libertad influyen en la estructuración de sistemas de seguridad social.
Se identifica que por la creación de la organizaciones de seguro social se
puede obtener una cierta independencia del Estado y del presupuesto 5. La efectividad de la protección de los derechos humanos fundados
estatal, lo que puede lograr una -mediata- protección contra la ingeniería constitucionalmente depende de si puede ser examinada la
del Estado en las pretensiones sociales. En Finlandia la Organización constitucionalidad por tribunales. Aun en tanto exista tal posibilidad,
de la Seguridad Social independizada de la administración del Estado el especial carácter de los derechos sociales fundamentales condiciona,
se aclara por la convocatoria de 12 “Trustees” por el parlamento. Tales que los tribunales se impongan del natural concepto de los Derechos
“Trustees” tiene la misión de vigilar la institución de seguro social. Sociales y los Derechos Humanos.

a-3) GARANTIA DE POSICIONES SOCIALES POR DERECHOS 6. Los derechos sociales fundamentales deben ser concretados y
DE LIBERTAD LIBERALES Y DERECHOS POLÍTICOS estructurados por el legislador. Sobre el alcance y calidad de la protección
FUNDAMENTALES. social decide con ello el concreto sistema de seguridad social. Con ello
corresponde al legislador una importante función, que en primer lugar se
Mientras una serie de Estados no prevén expresamente derechos sociales hace efectiva cuando se le han conferido al ciudadano amplios derechos
fundamentales en la Constitución o se conforman con la disposición del políticos fundamentales.
fin social del Estado, los Derechos liberales de libertad y los Derechos
Políticos Fundamentales, pertenecen al contenido regular de todos 7. A los derechos internacionales le corresponden un rol importante en
los ordenamientos constitucionales. También los derechos liberales el desarrollo y la garantía de derechos humanos, en especial también de
de libertad y los derechos políticos, por ejemplo de participación en la los derechos sociales fundamentales, la normativa internacional puede
comunidad pueden ser importantes para la fundación y creación del influir en el desarrollo de sistemas de seguridad social; las normas
sistema de seguridad social. internacionales, junto a la vigilancia de las normas, pueden influir
estabilizadoramente en el sentido que los estándares fijados no sean
a-4) DERIVACION DE LA SEGURIDAD SOCIAL DE POSICIONES disminuidos.
CONSTITUCIONALES FUNDAMENTALES.
8. La fundamentación y estabilización de los sistemas de seguridad social,
En numerosos países se puede comprobar aspiraciones de derivar por intermedio de los derechos humanos constituyen un planteo central
seguridad social de posiciones fundamentales de la Constitución en la mayoría de los paises, un planteo al que por cierto no se le han
y apartarlas con ello de la legislación rutinaria del Estado. Así, la prestado hasta ahora suficientemente atención, por lo que corresponde
experiencia sueca señala que la seguridad social y los derechos humanos REAFIRMAR LOS MISMOS.
por cierto se basan en distintas tradiciones, pero que hay importantes
vinculaciones. Como elemento de vinculación se menciona junto al
principio de igualdad el objetivo de la seguridad social, de proteger la IV A MANERA DE CONCLUSIONES
dignidad e inviolabilidad del individuo. La referencia de la seguridad Asumiendo hincapié en la FORMALIDAD NORMATIVA de la
social a la dignidad humana, si por otro lado estaría amenazada la vida, APLICACABILIDAD de los sistemas de seguridad social, estos
salud e integridad corporal de un hombre. primariamente si bien invocan los derechos sociales fundamentales, que
En tales aspiraciones de la vinculación constitucional del sistema de en la mayoría de los Estados están regulados constitucionalmente o son
seguridad social mayormente, por cierto, importa menos la derivación de reconocidos en su fundamento en forma de un principio determinante
posiciones jurídicas sociales; más bien con ello debe aclararse la relación de los fines del Estado. Lo cierto y evidente en la REALIDAD es que estos
histórico-Formal entre la seguridad social y los derechos humanos. elementos no se asumen para la población desprotegida y/o expuesta a
a-5) LA INFLUENCIA DE LOS DERECHOS HUMANOS EN LA contingencias ordinarias, ya no es suficiente mencionar que se protege
CONFORMACION DE LOS SISTEMAS DE SEGURIDAD SOCIAL. al ser humano, sino debe proporcionarse como se debe proteger a la
totalidad de la población.
Como se ha mostrado, los derechos de libertad liberales pueden ser
tomados como fundamento para el desarrollo de derechos sociales, pero Este elemento en la post-modernidad resulta sustantivo para el
también pueden -sin que sea posible una delimitación estricta- influenciar ejercicio HUMANO DE ACCESO A LA SEGURIDAD SOCIAL, ya
la estructuración de posiciones sociales en el marco de los sistemas de que resulta imperativo CONSTITUCIONALIZAR los mecanismos
seguridad social. En ello la estructuración debe entenderse en el sentido de protección de la Seguridad Social, ya que ante la ausencia de estos,
más amplio, ella abarca la creación, la reglamentación y la protección en el TEXTO CONSTITUCIONAL, se ven vulnerables los Derechos
de la subsistencia de derechos sociales. La reglamentación puede tener a la Seguridad Social, por la ductibilidad de cambios políticos en
lugar por el legislador, el que se deja orientar en la legislación social por la gestión del Estado, ya que CONSTITUCIONALIZADOS LOS
los derechos humanos, pero tal misión también puede ser cumplida por DERECHOS FUNDAMENTALES A LA SEGURIDAD SOCIAL É
la jurisprudencia, en especial la jurisprudencia constitucional, en tanto INSTRUMENTALIZADOS SUS MECANISMOS DE PROTECCIÓN,
ella exista. estos DERECHOS serán sostenibles en su garantía en el tiempo, para
esto, es importante delinear mínimos de protección inmersos en el
a-6) PROPUESTA DE JURIDICIDAD Cuerpo Constitucional.:
Diversos derechos humanos pueden servir de fundamento para la
creación y desarrollo de derechos sociales. Para el principio general de
igualdad, como ya se ha establecido. Por lo que a manera de COMENTARIO FINAL, podemos referir que
las Constituciones en su capítulo DE SEGURIDAD SOCIAL, debieran
Personas o grupos de persona, a las que no se otorgan determinadas plantear en la actuali¬dad una estructura protectiva humanizadora que
prestaciones sociales, pueden solicitar bajo invocación del principio de puntualice tres aspectos:
igualdad una igualdad de trato. Ello especialmente rige también en la
igualdad de trato de hombres y mujeres. a) SISTEMA CONTRIBUTIVO

b) POR LO QUE ES IMPORTANTE IMPLEMENTAR LO SIGUIENTE: El Reconocimiento pleno de SEGUROS SOCIALES OBLIGATO¬RIO Y
UNIVERSAL, a los grupos colectivos con dependencia laboral, que cubra
1. Los sistemas de seguridad social se encuentran en una fase de
transformación, que impone una consideración retrospectiva y nueva
sobre los fundamentos de la seguridad social. Punto de partida par tal
nueva consideración es el interrogante, con qué alcance los sistemas de

19
al menos las contingencias de Enferme¬dad, maternidad, invalidez, vejez, BIBLIOGRAFIA BASICA
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*IVAN CAMPERO VILLALBA.- Abogado, Profesor de Seguridad Social y Derecho


del Trabajo en la Universidad Mayor de San Andrés La Paz Bolivia, Presidente de
la Sala Social Tercera del Tribunal de Justicia de La Paz Bolivia.

20
LA REFORMA LABORAL PERUANA: EL desnutrición crónica de la población infantil desde 25,4% en el 2000 a
PLAN NACIONAL DE COMPETITIVIDAD Y 12,9% en el mismo período.
PRODUCTIVIDAD (SIGUIENDO EL MISMO
Gráfico 1 Perú: Evolución anual del Producto Bruto Interno 2000-2017 (en
SENDERO TRANSITADO)
porcentaje)
Miguel F. Canessa Montejo

Introducción
Una vez más el mundo del trabajo peruano se ve sometida a una reforma
laboral que se plantea como objetivo “la generación de bienestar
para todos los peruanos sobre la base de un crecimiento económico
sostenible con enfoque territorial” (Ministerio de Economía y
Finanzas). A diferencia de sus predecesoras que se implementaron
desde los noventa, la “nueva” reforma laboral lo hace desde un marco
Fuente: Banco Central de Reserva del Perú 2018
conceptual que lo comparte con la sociedad peruana, por medio de
la publicación, primero con la Política Nacional de Competitividad
y Productividad el 31 de diciembre de 2018, y segundo con el Plan Recién en el 2018 el Ministerio de Economía y Finanzas (en adelante,
Nacional de Competitividad y Productividad el pasado 28 de julio de MEF) y el gremio empresarial reconocen que el boom económico
2019, durante las fiestas patrias peruanas. peruano estaba casi agotado, a pesar que una serie de economistas lo
Esto nos permite analizar la reforma en tres partes. En primer lugar, vinieron señalando con antelación . Nuestro crecimiento económico
dilucidar las causas que justifican la implementación de la nueva se explica, en mi opinión, por la subida de los precios de nuestros
reforma sobre la base de los síntomas que evidencia el mercado laboral. productos mineros en el mercado internacional y la apertura comercial
En segundo lugar, evaluar el diagnóstico que el Ministerio de Economía lograda con los acuerdos de libre comercio suscritos por el país.Pero
plantea y reseñar las medidas que propone para alcanzar la mejora del este escenario económico sufre un profundo cambio En primer lugar.
mercado laboral. En tercer lugar, desvelar que las medidas propuestas cuando China -el gran comprador de materias primas- modifica
son una continuidad en el sendero de las anteriores reformas fallidas. su patrón de desarrollo, reduciendo sus compras en el mercado
internacional. En segundo lugar, la contracción del intercambio
comercial internacional reduciéndose el volumen de nuestras
Primera Parte: Política Nacional de Competitividad exportaciones.
y Productividad (Síntomas de una enfermedad
Consciente que el mercado internacional se contrae, el MEF publica
endémica)
la Política Nacional de Competitividad y Productividad (en adelante
En una iniciativa original y plausible del Estado peruano, se plantea la PNCP) por medio del Decreto Supremo No. 345-2018-EF (una norma
elaboración de una política nacional de competitividad y productividad reglamentaria), para plantearle al país que el sostenido crecimiento
ante el agotamiento del crecimiento económico de los primeros hasta el 2017 se viene ralentizando en los últimos años, impidiendo
tres lustros del siglo. Expliquemos brevemente este escenario para crear empleo de calidad en la cantidad adecuada para absorber la oferta
comprender los objetivos del Plan. laboral y reducir la pobreza, de modo que no podremos cerrar las brechas
Cuando el presidente Paniagua ocupa la presidencia luego de la huida económicas y sociales del país.Para el MEF esto lo explica porque la
de Alberto Fujimori en septiembre de 2000, el Perú se encuentra desaceleración responde en gran medida a una menor acumulación
inmerso en un período de turbulencia económica que se mantiene de capital y un declive en el crecimiento de la Productividad Total de
durante los primeros años del Gobierno de Alejandro Toledo (2001- los Factores (PTF). Para superar este escenario de estancamiento, el
2006). La estabilidad económica se logra a la mitad del Gobierno de MEF elabora un diagnóstico de la economía nacional, donde una de las
Toledo, lo que permite sentar las bases del crecimiento económico que variables fundamentales es el mercado laboral.
se prolonga y profundiza durante el segundo Gobierno de Alan García El MEF resalta que un factor interno del bajo crecimiento económico
(2006-2011) y los primeros años del Gobierno de Ollanta Humala es la desaceleración de la productividad laboral . Muestra de ello
(2011-2016), aunque en los últimos años se reduce a los índices previos son los datos publicados por el Instituto Nacional de Estadísticas
al boom. Esto queda reflejado en el Gráfico 1 que mide la variación e Informática del país (en adelante, INEI), donde se resalta que el
anual del Producto Interno Bruto peruano de este período. promedio de la productividad laboral en el Perú entre 2004-2013 fue
El crecimiento del PBI peruano de este período puede dividirse en 4,4 y cae al 1,7 en el período 2014-2017, lo mismo se reproduce con la
cuatro etapas. La primera etapa transcurre con la caída del fujimorismo, Productividad Total de Factores en el mismo período, cayendo desde
la turbulencia económica de los mercados internacionales por el 1,7 a – 0,5. La causa de la baja productividad laboral tiene aspectos
desplome bursátil de las empresas de la nueva economía, la grave crisis estructurales como el capital humano, la apertura comercial y la
económica en Argentina y Ecuador que afecta a los países de la región, el provisión de infraestructura pública .
retorno de la democracia con la elección de Toledo y el mantenimiento Otro dato complementario que muestra el Gráfico 2 es que el 72%
de la política económica de los noventa. La segunda etapa se inicia en de las firmas peruanas son pequeño y micro empresas (entre 1 a 10
el 2005 con el despegue de nuestras exportaciones, especialmente al trabajadores) con bajos niveles de productividad (INEI), dando
mercado chino, y el incremento de la inversión extranjera directa en el forma, en palabras del Banco Interamericano de Desarrollo (BID),
país que transcurre a lo largo del final del Gobierno de Toledo hasta al “enanismo empresarial” que explica el estancamiento de la
la grave crisis económica mundial durante el segundo Gobierno de productividad.
García (2008). Aunque a diferencia de otras regiones del mundo donde
la crisis se prolonga por varios años y con una profunda intensidad, en
Gráfico 2 Perú: Población ocupada por tamaño de empresa 2018 (en
nuestro país se produce una rápida e importante recuperación del PIB
porcentaje)
con el 8,5% del 2010. No obstante, en la tercera etapa el crecimiento
no vuelve a tener las dimensiones previas, estabilizándose en alrededor
del 6% anual, sustentado especialmente en el mantenimiento de las
exportaciones y el incremento de la demanda interna. La última etapa
que cubre el final del gobierno de Humala y continúa con los gobiernos
de Pedro Pablo Kuczynski y Martín Vizcarra (2016-2018) que retrata
la caída de los precios de nuestras materias primas de exportación
en el mercado extranjero ralentiza el crecimiento económico a cifras
inferiores al 4%. En resumen, durante este período tuvimos un
promedio anual de crecimiento de 5,1%.
Aunque estos últimos indicadores retratan la disminución sostenida Fuente: INEI 2018
del crecimiento, no ensombrece la estabilidad macroeconómica En una investigación del Banco Central de Reserva del Perú (en
alcanzada por el país que le permitió recobrar el camino del desarrollo adelante, BCRP) resalta que la productividad es creciente en función
nacional. Muestra de esa mejora son dos indicadores sociales: la
significativa reducción de la pobreza monetaria de la población desde
54,8% en el 2001 a 21,7% en el 2017 y la reducción en la tasa de

21
del tamaño de empresa, la productividad en empresas grandes
es mayor respecto a empresas de menor tamaño . El MEF le pone Gráfico 4 Perú: PEAO según categoría ocupacional 2007-2017 (en porcentaje)
cifras señalando que las empresas entre 1 a10 trabajadores tienen en
promedio niveles del 20% inferiores a los registrados en empresas de
50 a más trabajadores.
En conclusión, la gran mayoría de los trabajadores peruanos laboran en
las micro y pequeñas empresas donde el nivel de productividad es muy
bajo, en comparación a la mediana y gran empresa nacional. El reto es
lograr incrementar el nivel de productividad de este sector.
El otro factor interno, sostiene el MEF, que explica el declive del
crecimiento es la alta tasa de informalidad en la economía peruana.
La evolución del empleo formal e informal a nivel nacional se muestra
en el Gráfico 3 del período 2007-2015 justamente cuando se alcanza
el pico más alto del crecimiento económico. En 2007 el empleo formal
se ubica en el 20,1% y el empleo informal en el 79,9%, es decir, ocho de Fuente INEI 2018
cada diez trabajadores peruanos laboraron en la informalidad en ese
año. Posteriormente, se produce una tendencia creciente del empleo
formal en oposición a lo ocurrido en los noventa. En el 2016 el empleo Asimismo, la Encuesta de Hogares del INEI de 2017 permite contar
formal crece hasta el 26,8%; mientras el empleo informal decrece hasta con un perfil del trabajador de la economía informal: el 72,5% de la
el 73,2%. Esto representa un aumento del empleo formal del 6,7% población económicamente activa ocupada labora en la economía
durante ese período, lo que resulta significativo, aunque insuficiente informal; el 88,6% labora en empresas de 1 a 10 trabajadores; el 86,5%
considerando las dimensiones del boom económico. Lo preocupante son jóvenes; y el 83,8% son trabajadores independientes.
es que la tendencia se estanca por la disminución del crecimiento del En el Gráfico 5 muestra que en el 2017 el 46,5% de los asalariados
PBI, retratando la fragilidad del empleo formal peruano. peruanos laboran en la economía informal, por lo que se encuentran
excluidos de cualquier protección normativa laboral. A esto
debemos agregar que el 86,6% labora en micro y pequeña empresa
Gráfico 3 Perú: Evolución del Empleo Formale Informal 2007-2016 (en
porcentaje)
(1 a 10 trabajadores), el 36,1% labora en la mediana empresa (11 a
50 trabajadores) y el 9,2% labora en la gran empresa (más de 50
trabajadores).

Gráfico 5 Perú: Tasa de informalidad laboral de asalariados según categoría


ocupacional 2006-2017 (en porcentaje)

Fuente: INEI 2017

El Cuadro 1 distribuye el empleo informal entre ambos sectores –


formal e informal– de modo que podemos identificar en dónde se
produce su decrecimiento durante este período. En el 2007 los
empleos informales en el sector informal eran 61,5% y disminuyen
hasta 55,9% en el 2015. Para el mismo período, se inicia con el 18,3%
de los empleos informales en el sector formal y concluye apenas con la Fuente: INEI 2018
disminución de un punto.

En conclusión, mientras no se revierta la baja productividad laboral


Cuadro 1 Perú: Empleo Formal e Informal 2007-2015 (En porcentaje) concentrada masivamente en el empleo de la economía informal de la
micro y pequeña empresa, no resulta factible volver a un crecimiento
económico sostenible que genere bienestar a los peruanos.

Segunda Parte: Plan Nacional de Competitividad y


Productividad (Un diagnóstico reiterativo)
En base a la identificación de los síntomas descritos del mercado
Fuente: INEI 2016 laboral peruano (y otro conjunto de variables de la economía
peruana), el gobierno aprueba el pasado 28 de julio el Plan Nacional
de Competitividad y Productividad (Decreto Supremo No. 237-2019-
Si realizamos una lectura conjunta del Gráfico 3 y Cuadro 1 podemos EF) elaborado de manera conjunta el MEF y los gremios empresariales
confirmar que el crecimiento del empleo formal proviene de la del país.
disminución directa del empleo informal del sector informal. Durante
este período el empleo formal creció 6,7% y el empleo informal del Conforme a dicho Plan se establecen nueve objetivos prioritarios,
sector informal descendió 5,6%. destacando el Objetivo Prioritario 5 (en adelante, OP5): Crear las
condiciones para un mercado laboral dinámico y competitivo para la
En estos datos estadísticos lo que tenemos es el empleo informal generación de empleo digno. Para alcanzar este OP5 se diseñan tres
general que cubre a los trabajadores por cuenta propia y a los líneas de política:
trabajadores asalariados. En el Gráfico 4 distribuimos a la población
económicamente activa ocupada según la categoría ocupacional. 1) Generar y mejorar los mecanismos para el tránsito de la informalidad
a la formalidad en el empleo, con mayor productividad
El Gráfico 4 muestra que la mayor concentración de asalariados son
los que laboran para la empresa privada con una tendencia creciente 2) Revisar y adecuar el marco regulatorio y los servicios de empleo en
desde el 29,7% de 2004 hasta el 37,8% de 2017, pero lo que llama la función a las necesidades del mercado laboral, considerando el diálogo
atención es que la segunda variable también creciente es el trabajador entre empleadores, trabajadores y gobierno.
independiente o autoempleado que crece desde el 34,9% de 2004 3) Mejorar los procesos de fiscalización del cumplimiento de
hasta el 36,9% de 2017, en pleno período del boom económico. El MEF obligaciones laborales y vigentes.
señala que el trabajador independiente se concentra en actividades
de comercio, servicios y agropecuarias, caracterizados por contar con
bajos niveles de productividad. A su vez, este segmento es en su gran
mayoría no calificado (95,2%), lo que limita sus oportunidades en
trasladarse a empleos formales de mayor calidad.
22
Para ello el Plan elaboraocho medidas que describiremos brevemente actualización del marco normativo laboral, proponiendo la
a continuación, en tanto materializan la reforma laboral peruana que determinación prorrateada mensual de los beneficios laborales
se implementará a lo largo de los próximos meses hasta 2030. acordada con el empleador, que en realidad proviene del régimen
La primera medida es la actualización del marco normativo laboral (la laboral agrario. Por otro lado, la medida sobre la modernización del
reforma legal): a) la determinación prorrateada mensual de beneficios Régimen Mype.
laborales acordada con el empleador, similar a la implementada en el En el mundo del trabajo peruano ha adquirido centralidad en las
régimen laboral agrario que se analiza en la tercera parte del estudio; relaciones laborales de los últimos años la proliferación de regímenes
b) la definición de la situación económica para el cese colectivo; c) laborales especiales para determinadas actividades económicas.
el procedimiento de evaluación médica para declarar la invalidez Las singularidades de las actividades económicas justifican que se
absoluta permanente; d) la digitalización de la boleta de pago; e) la establezca una regulación especial que incorpore esas particularidades,
elaboración de un proyecto de Ley General del Trabajo para julio de en razón que el régimen general puede resultar insuficiente o
2021. contraproducente. Por ejemplo, los trabajadores mineros laboran en
La segunda medida es abordar la jornada a tiempo parcial dado que circunstancias específicas, muchas veces en labores subterráneas,
al menos 9 de cada 10 trabajadores que realizan este tipo de labor, propensos a accidentes de trabajo o vulnerables a contraer
lo hacen sin contrato de trabajo. Por ello se propone modificar el enfermedades profesionales, por lo que se justifica una normativa
reglamento de la jornada a tiempo parcial y sujetarlo al cálculo semanal especial que regule esas especificidades. Así, las normas laborales
para flexibilizarlo más. suelen establecer que la edad de jubilación de los trabajadores mineros
sea inferior al resto de los trabajadores o que sus jornadas de trabajo
La tercera medida es sobre el teletrabajo. Al igual que en la anterior sean más reducidas.
medida, a penas 648 trabajadores peruanos están registrados bajo esta
modalidad, por lo que se propone revisar y actualizar su regulación Por ello el objetivo de un régimen especial es cumplir cabalmente la
para hacerlo más atractivo a los empleadores y los trabajadores. naturaleza de los derechos laborales tomando en consideración las
singularidades de determinadas actividades económicas. Tiene un
La cuarta medida es la modernización del Régimen Mype (la reforma carácter finalista y axiológico. Es finalista porque adecúa la regulación
legal), en razón que solo el 8% de los trabajadores de este tipo de a esas singularidades para asegurar que el trabajador se encuentra
empresas son contratados bajo el marco de su regulación. Así que se debidamente protegido sin perjudicar las labores. Es axiológica porque
plantea: a) la revisión de la normativa del régimen de aseguramiento y responde a la protección la libertad de los trabajadores en el mundo
de pensiones para generar convenios de formalización; b) la creación del trabajo.
de programas de acompañamiento para el paso de las empresas a la
formalidad. Sin embargo, no siempre la legislación peruana implementa los
regímenes laborales especiales bajo los parámetros descritos, sino
La quinta medida es la mejora del marco legal de las modalidades más bien se inclina por una visión instrumental donde su finalidad es
formativas (la reforma legal) considerando que la tasa de desempleo establecer una regulación diferenciada y peyorativa a determinadas
de los jóvenes es muy alta y viene creciendo desde el 7,6% de 2014 actividades económicas justificándolo en una política de promoción.
al 8,5% de 2018, además que el 62,1% de los jóvenes con educación
superior tienen inadecuación profesional y solo un 4% de las empresas En 1978 el gobierno militar dictó el Decreto Ley No. 22342 (Ley de
utilizan la regulación. Así que se requiere la modificación de la Ley de promoción a las exportaciones no tradicionales) donde establece
Modalidades Formativas. un régimen laboral especial como uno de los mecanismos para
promover este tipo de exportaciones. Dicho régimen especial permite
La sexta medida es la reestructuración de programas de inserción y la contratación temporal de trabajadores, sólo sujetos al contrato
promoción de empleabilidad, por medio de: a) el fortalecimiento de las de exportación y al programa de producción de exportación para
capacitaciones en competencias básicas y transversales para el empleo; satisfacer el contrato de exportación. Así, los contratos laborales
y, b) la reestructuración de los programas de empleo del Ministerio se celebran para una obra determinada y podrán ser renovadas de
de Trabajo (el uso de tecnologías de información para incrementar su manera permanente (artículo 32). Este régimen especial se mantiene
alcance). vigente hasta la actualidad, por lo que una serie de empresas,
La séptima medida es la modernización del Servicio Nacional de especialmente textiles y de confecciones, se benefician con un régimen
Empleo para fortalecer y ampliar la cobertura territorial de la Red de contratación temporal, aunque sus labores sean permanentes en
Nacional de Servicio de Empleo por su escaso impacto entre las perjuicio de los trabajadores. El régimen laboral especial no responde
empresas: a) El rediseño de la bolsa de trabajo; b) la creación de a las singularidades de las labores de los trabajadores sino al interés
sistemas de perfilamiento que mejoren la intermediación laboral; c) el en promover una actividad económica, regulando peyorativamente en
fortalecimiento y la agilización de los servicios de inspección laboral. comparación a la normativa laboral general.
La octava medida es la modernización del sistema de inspección del Otro ejemplo se produjo al final del Gobierno de Fujimori (octubre
trabajo (la reforma legal) por medio de: a) la reforma de la legislación 2000) con la Ley No. 27360 que establece el régimen laboral agrario.
para ampliar las capacidades de intervención fiscalizadora y delimitar La referida Ley fue aprobada por impulso de José Chlimper, ministro
mejor sus competencias; b) la introducción del uso de tecnologías de la de Agricultura de Fujimori, quien a la vez era propietario de la
información (denuncias y notificaciones electrónicas) y la elaboración empresa agrícola AGROKASA (Ica) y beneficiario directo del nuevo
de perfiles de riesgo de empleadores; y, c) la creación de intendencias régimen. Si bien la norma tenía un carácter transitorio hasta fines del
regionales, oficinas zonales y módulos itinerantes de atención. 2010, al final del Gobierno de Toledo el Congreso aprobó la Ley No.
Al compararse las medidas propuestas para cumplir el OP5 y el 288810 (julio 2006) que prorrogó su vigencia hasta diciembre de
diagnóstico que la PNCP planteó cinco meses antes, mereció la crítica 2021. Actualmente, el Congreso controlado por el partido fujimorista
de sectores afines a los gremios empresariales, señalando que era impulsa prorrogar hasta el 2031 el régimen, siendo uno de sus
insuficiente si no abordaba materias como la supresión de la nulidad principales líderes Chlimper. En general, los regímenes transitorios se
del despido arbitrario establecido por el Tribunal Constitucional vuelven permanentes por su invariable ampliación.
peruano de 2001, la eliminacióndel arbitraje potestativo de la Lo que interesa destacar es que el régimen laboral agrario establece
negociación colectiva, la precisión de las causas de la falta grave laboral que la remuneración no puede ser inferior a la remuneración mínima
para el despido, etc. En otras palabras, desde ese punto de vista, el legal, pero también prorratea dentro de ella las gratificaciones
Plan estaba en la línea correcta, pero era reducido para lo que requiere legales y la compensación por tiempo de servicios, de este modo las
el mercado laboral del país. Aparentemente el MEF valoró que la gratificaciones de navidad y fiestas patrias se incluyen en el salario
situación política de conflictividad imposibilitaba materializar por diario, como la mencionada compensación por tiempo de servicios . Se
completo las demandas empresariales, por lo que prefirió centrarse en trata de la misma medida del Plan con lo que se le pretende extender a
medidas que fueran posible implementar sin tener fuertes resistencias los trabajadores del régimen general. De este modo, al determinar un
sociales, aunque sin duda tengan el rechazo de las centrales sindicales. prorrateo mensual de los beneficios laborales integrándolo en el salario,
Más allá de si las medidas son insuficientes, resulta importante desaparecen como condición remunerativa. Una primera lectura hace
destacar que esta nueva reforma laboral peruana sigue transitando, en pensar que su incorporación al salario evita su desaparición, pero
mi opinión, por el mismo sendero que desde 1990 abrió la reforma del obviamos que las gratificaciones y la compensación por tiempo de
gobierno de Fujimori, que en su momento fue calificada de “salvaje” . servicios anualmente se incrementan, por lo que en realidad la medida
En otras palabras, se insiste en seguir reformando la normativa laboral solo favorece el ingreso del trabajador en el primer año, porque estos
con medidas que han demostrado su fracaso, conforme se deduce por
lo descrito en la primera parte.
Para evidenciar que efectivamente se ubica bajos esos parámetros,
seleccionamos dos medidas. Por un lado, la medida sobre la
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beneficios desaparecen con esa integración. celebrados con anterioridad a la vigencia de la ley. Esto en razón a que
En el caso de la segunda medida sobre modernizar el régimen Mype. la predominancia de la contratación laboral temporal conduce a que
Recordemos que, bajo el Gobierno de Toledo, se impulsó un régimen estos trabajadores en sus nuevos contratos se les aplique el Decreto
especial para la promoción y formalización de la micro y la pequeña Legislativo.
empresa, por lo que el Congreso promulgó la Ley No. 28015 (julio de Sin embargo, el deterioro de la protección de los derechos laborales de
2003). De acuerdo a esta norma, se entiende que la microempresa es los trabajadores peruanos no se detuvo con la Ley Mype del Gobierno
la unidad económica donde laboran entre un (1) trabajador a diez (10) de García, sino que se agravó con el Gobierno de Humala. En efecto,
trabajadores y su nivel de ventas anuales no supera el monto de las la vigencia transitoria del régimen laboral de la micro y pequeña
150 Unidades Impositivas Tributarias (en adelante, UIT) . La pequeña empresa culminaba en julio 2013, por lo que siguiendo la “costumbre”
empresa es la unidad económica donde laboran entre un (1) trabajador que la transitoriedad debe renovarse indefinidamente, el Ministerio
a cincuenta (50) trabajadores y su nivel de ventas anuales está entre de Economía y Finanzas y el subordinado Ministerio de Trabajo
las 150 UIT y las 850 UIT. impulsaron en el Congreso la aprobación de una renovada regulación.
Siguiendo los mismos argumentos que justificaron la flexibilización Por ello, se dictó la Ley No. 30056 donde se sustituye la promoción
laboral fujimorista se sostuvo que los costos laborales establecidos y regulación de la micro y la pequeña empresa por “el impulso al
por la normativa impedían la formalización de la micro y la pequeña desarrollo productivo y al crecimiento empresarial” ampliando su
empresa, por lo que se requería un régimen laboral especial que se regulación a la mediana empresa peruana.
adecuase a las singularidades de este tipo de empresas. A pesar que las En el marco de la nueva ley desaparece el criterio definidor de
estadísticas laborales evidenciaron la falacia de dicha argumentación, la microempresa y la pequeña empresa en función al número de
la Ley estableció un régimen laboral especial transitorio para la trabajadores que laboran en la unidad productiva, sólo queda como
microempresa peruana por un período de cinco años que culminase criterio el volumen de ventas anuales de la empresa. Así, con la Ley
en julio de 2008. 30056 se entiende por microempresa la que sus ventas anuales no
Este régimen especial estableció que los trabajadores de la superen las 150 UIT; la pequeña empresa se ubica con ventas anuales
microempresa tienen derecho a percibir la remuneración mínima que no superen las 1,700 UIT; y, la mediana empresa se ubica con
vital, se les aplica el régimen general respecto a la jornada de trabajo ventas anuales que no superen las 2,300 UIT. Al lado de esta nueva
y las horas extras, pero no se les aplica la tasa del 35% por la jornada categorización de la empresa peruana en función a su volumen de
nocturna. Igualmente, se les aplica el descanso semanal remunerado ventas, la nueva Ley hace desaparecer la transitoriedad del régimen
y los feriados como el régimen general. En cambio, las vacaciones laboral especial de micro y pequeña empresa convirtiéndolo en
remuneradas tienen una duración de quince (15) días calendario permanente.
de descanso por cada año completo de servicios. De igual modo la A pesar de todas estas modificaciones normativas que buscan abaratar
indemnización por despido injustificado es inferior al régimen general. los costos laborales como instrumento en la formalización de las micro
Antes de concluir el Gobierno de Toledo (julio 2006) se dictó la Ley y pequeñas empresas no obtuvieron el resultado deseado. El actual
No. 28851 ampliando la vigencia de la Ley Mype por un período de Plan insiste en ese sendero, aunque como resalta el MEF, solo han
diez (10) años que se computa desde la ley original, es decir la ley se disminuido las empresas informales del 65,6% al 53,2% entre el 2010
prolongaba hasta julio 2013. Una vez más lo transitorio se prolonga al 2017. Esto explicaría porque se desea “modernizar” el régimen Mype.
en el tiempo, sus tres años de vigencia parecieron insuficiente para la
formalización de las microempresas peruanas. Tercera Parte: Trasplantar los regímenes
En el contexto de la entrada en vigencia del Tratado de Libre Comercio laborales especiales al régimen general (Insistir
con Estados Unidos (en adelante, TLC), al segundo Gobierno de Alan en la apuesta fracasada)
García le fue concedido la potestad legislativa para adecuar nuestra Para el MEF el régimen laboral agrario es un éxito porque ha
normativa a los compromisos adquiridos. Entre uno de los temas que logrado posicionar a nuestras empresas agroexportadoras en el
abordó el Gobierno de García fue regular nuevamente la Ley Mype, por mercado internacional, logrando un significativo incremento de las
lo que se dictó el Decreto Legislativo No. 1086 (junio 2008).Entre sus exportaciones. Entre una de las variables de ese éxito se explica por
principales modificaciones fue ampliar el número de trabajadores de la el abaratamiento de los costos laborales empresas que le permitensus
pequeña empresa, según la nueva regulación, es la unidad económica normas laborales, descritas gruesamente en párrafos previos.
donde laboran entre un (1) trabajador hasta cien (100) trabajadores y Analicemos un poco más las causas que explican su éxito.
las ventas anuales no superen las 1,700 UIT, es decir, se duplica tanto
el ámbito de una pequeña empresa y el límite de la UIT respecto a La Ley No. 27360 de promoción del sector agrario establece una
la regulación toledista. Asimismo, se amplía la aplicación del régimen reducción de la tasa del impuesto a la renta al 15%, cuando el régimen
laboral especial tanto a la micro y la pequeña empresa, a diferencia de general es del 30%. Asimismo, establece un régimen laboral especial
la anterior norma que sólo se aplicaba en la microempresa. Además, por medio de un contrato de tiempo indeterminado o determinado
se establece que sólo los trabajadores de la pequeña empresa tienen dependiendo de la actividad agraria por desarrollar. La jornada laboral
el derecho a la compensación por tiempo de servicios, aunque en puede ser acumulativa en razón a la naturaleza especial de las labores,
términos inferiores a los del régimen general, en tanto les corresponde siempre que no exceda el promedio de horas establecido por la ley. La
quince (15) remuneraciones diarias por año completo de servicios remuneración no puede ser inferior a la remuneración mínima vital,
hasta alcanzar un máximo de noventa (90) remuneraciones diarias. pero incluye las gratificaciones legales y la compensación por tiempo
Igualmente, a los trabajadores de la pequeña empresa se les reducen de servicios, ya mencionadas. La remuneración se actualizará en el
las gratificaciones de fiestas patrias y navidad a media remuneración mismo porcentaje que los incrementos de la remuneración mínima
cada una. vital. El descanso vacacional es de quince días calendario remunerados
por cada año de servicios.
El Decreto Legislativo 1086 mantiene el pago de la remuneración
mínima vital para los trabajadores de la microempresa. El descanso Uno de los sectores más beneficiados por la apertura comercial
vacacional de quince (15) días calendario y la indemnización por de nuestro país ha sido el sector exportador agrario, retomando
despido injustificado establecido para la microempresa, también se su importancia en la economía nacional como lo gozó en el período
extiende a la pequeña empresa, con lo que estos trabajadores ven oligárquico del siglo X X, cuando las haciendas agroexportadoras de
reducidos sus derechos laborales. En una de sus disposiciones finales azúcar, algodón y arroz dominaban el aparato productivo. Ahora los
la norma establece que su regulación es aplicable a las microempresas principales productos exportados son los espárragos, las uvas, las
agrícolas. Asimismo, concede una amnistía laboral y de seguridad alcachofas, los mangos y las paltas. Con rapidez el régimen laboral
social para las empresas que se encuentran bajo el alcance de la agrario incorporó de manera significativa a trabajadores en el sector.
norma, a fin de que regularicen el cumplimiento de sus obligaciones El Cuadro 2 analiza los productos exportados e importados con
laborales. Finalmente, conserva la vigencia del régimen laboral especial Estados Unidos en el período 2005 al 2014 con la información
transitorio hasta julio 2013. del Departamento de Comercio norteamericano, lo que permite
Con independencia si esta reforma peyorativa puede justificarse identificar qué tipo de empresas peruanas se benefician en dicho
sobre la base de la entrada en vigencia del TLC, el objetivo de la mercado. Aunque esta medición solo es una referencia porque el
norma es ampliar considerablemente el régimen laboral especial a la mercado de la Unión Europea y de otros países de la región son igual
mayor cantidad de empresas y trabajadores. La propia estructura del de importantes. También revela una importante transformación
tamaño de la empresa peruana conduce a que un significativo número
de trabajadores peruanos se encuentren sujetos a esta normativa,
aunque el artículo 5 del propio Decreto Legislativo 1086 señala que
su regulación no se aplica a los contratos laborales de los trabajadores
24
en los productos de exportación peruanos dirigidos al mercado este régimen. Los trabajadores del régimen general son el 73%; los
norteamericano durante el período de los últimos diez años. Si bien trabajadores del régimen agrario son el 9,6%; los trabajadores de la
el metal primario sigue ocupando el primer lugar de exportación, se microempresa son el 7,4%; los trabajadores de construcción civil
produce un importante descenso dentro de su peso en la canasta son el 2,9%; los trabajadores de la pequeña empresa son el 2,7% y los
exportadora. En la línea opuesta se ubican los productos agrícolas, trabajadores mineros son el 1,0%.
los alimentos manufacturados y el sector pesquero que triplican Estas cifras no permiten establecer con certeza cuántos trabajadores
su participación, respectivamente. El sector de confecciones de peruanos se ubican en el sector exportador porque dentro del régimen
prendas de vestir reduce en un tercio su participación en la canasta de general hay trabajadores de empresas exportadoras tradicionales. Sin
exportación, aunque su comportamiento no muestra una tendencia embargo, si se puede afirmar que no menos del 10% de los trabajadores
clara porque se recupera en el último año. peruanos laboran en una empresa exportadora.
El Cuadro 2 confirma que el Perú sigue siendo un país de economía
primaria exportadora donde la minería, la agricultura, el petróleo y el
Cuadro 4 Perú: Trabajadores del sector privado según su régimen laboral
gas son los productos predominantes y la industria manufacturera –el 2013-2017
sector confecciones– pierde peso en la canasta exportadora.

Cuadro 2 Perú: Productos exportados a Estados Unidos 2005-2014 (en


porcentaje)

Fuente: Ministerio de Trabajo

Fuente: Departamento de Comercio de Estados Unidos


El Cuadro 5 compara los costos laborales entre el régimen general y los
regímenes especiales. Si tomamos el salario mínimo como referente,
Para efectos de nuestro estudio lo más significativo es que las esto permite compararlos en términos porcentuales. Hay que tener
empresas agrícolas dedicadas a la exportación se vienen beneficiando en consideración que el 34,1% de los trabajadores del sector privado
con el TLC, las cifras muestran que sus exportaciones se aceleran con cobraron el salario mínimo en el 2014 y que el salario del trabajador
la entrada en vigencia del TLC en el 2009. agrario incluye sus gratificaciones y la compensación por tiempo de
Para contar con un panorama más completo, el Cuadro 3 mide el servicios.
intercambio comercial del Perú en el mercado internacional según el Conforme a los resultados del Cuadro 5, los costos laborales de los
tipo de exportación tradicional y no tradicional, las importaciones y regímenes especiales están muy por debajo de los del régimen general.
el resultado de la balanza comercial. Conforme a la Superintendencia La pequeña empresa tiene un costo laboral que representa el 83,8%
Nacional de Aduanas y de Administración Tributaria (en adelante, del régimen general; la microempresa el 68,1% y el régimen agrario el
SUNAT), la exportación tradicional está compuesto por los productos 88%. En otras palabras, los trabajadores de los regímenes especiales
mineros, pesqueros, petróleo y gas, los demás productos exportados tienen un ingreso inferior respecto a sus colegas del régimen general.
son considerados como No tradicionales por esta medición.
El Cuadro 3 indica el notable incremento de las exportaciones e Cuadro 5 Costos laborales de los regímenes del trabajo en el Perú (en
importaciones entre el 2005 y el 2016. Ambas crecen 2,1 y 2,9 veces, porcentaje)
respectivamente. En el caso de las exportaciones el incremento ha sido
ligeramente dispar. Ambas exportaciones crecen notablemente, pero
las no tradicionales lo hacen de manera más elevada. La exportación
tradicional crece casi el doble y la exportación no tradicional crece
2,5 veces, reduciendo su diferencia en 5% dentro de la canasta
exportadora.

Cuadro 3 Perú: Intercambio comercial según el tipo de exportación e


importación 2005-2016 (en millones de dólares americanos)

Fuente: INEI y el Ministerio de Trabajo Elaboración: Fernando Cuadros Luque


(inédito)

Fuente: SUNAT Esto conduce a interrogarse si la formulación de estos regímenes


especiales supone un dumping social simulado en un marco regulador
que incentiva determinadas actividades productivas y por ende
Estos resultados subrayan que la exportación no tradicional cobra opuesto a lo estipulado en el TLC.
una mayor importancia dentro de las actividades exportadoras del
Pasemos a medir la evolución de los salarios de los trabajadores del
país, con los beneficios correspondientes para las empresas ubicadas
sector agroexportador agrario peruano que nos permita dilucidar si
en el sector, dentro de ellas las pujantes empresas agroexportadoras
se han beneficiado tanto como el éxito logrado por sus empleadores.
beneficiadas por el régimen laboral agrario.
Conforme al Cuadro 6 que cubre el período 2008 al 2011, el promedio
Si esto demuestra que las exportaciones del sector agroexportador ha
de sus remuneraciones es siempre inferior al promedio nacional. En
sido notable a lo largo de este período, evaluemos el impacto sobre los
general, su remuneración es una cuarta parte menos del promedio
ingresos de sus trabajadores en comparación a los demás regímenes
nacional. Esta brecha salarial crece respecto a los obreros estables
laborales.
que se encuentran en la cúspide del promedio de las remuneraciones.
El Cuadro 4 muestra la distribución de los trabajadores de la actividad Solo supera el promedio de las remuneraciones de los obreros de
privada según el régimen laboral entre el 2013 al 2017, aunque no
mide a los trabajadores ubicados en la exportación no tradicional en
dos de los años de este período, evidencia una caída del empleo en

25
la exportación no tradicional, aunque se debe considerar que los “LA IGUALDAD DE GÉNERO EN LAS RELACIONES
trabajadores del régimen laboral agrario tienen incorporado en su LABORALES”
salario básico la proporción de sus gratificaciones y la compensación
por tiempo de servicios, lo que sin duda elevó el promedio de sus Por Itatí DEMARCHI
remuneraciones.
Otro dato importante de las remuneraciones de los obreros del Introducción.
régimen laboral agrario proviene de la evolución del incremento 1. La igualdad de género como derecho fundamental inespecífico.
salarial dentro del período estudiado y recogido en el Cuadro 6.
Sus remuneraciones crecen en esos cuatro años un 13,6%, muy por 2. La igualdad e identidad de género como objetivo central del trabajo
encima del promedio nacional (10,5%), los obreros estables (9,7%), digno.
los obreros con contratos sujetos a modalidad (11,8%) y los obreros de 3. La recepción del tema por las Naciones Unidas.
exportación no tradicional (11,7%); solo son superados por los obreros 4. El espacio transnacional como responsable del mayor riesgo de
con contrato a tiempo parcial (16,9%). Sin duda se trata de un aspecto violencia de género.
positivo para este grupo de trabajadores.
A modo de conclusión.

Cuadro 6 Perú: Promedio de las remuneraciones de los obreros en el sector
privado por tipo de contrato 2008-2011 (en nuevos soles) INTRODUCCION AL TEMA
La Organización Internacional del Trabajo ha dejado expresado que el
empleo pleno y productivo y el trabajo decente para todos, incluidas las
mujeres y los jóvenes, es el camino más eficaz para salir de la pobreza.
La crisis financiera y económica mundial ha enfatizado aún más la
necesidad de integrar completamente el enfoque de trabajo decente de
la OIT en una estrategia económica y social más amplia para evitar la
desaceleración, estimular la recuperación y moldear una globalización
justa. De esta manera, con un claro propósito de empoderamiento
de los trabajadores y trabajadoras, con la igualdad de género como
Fuente: Ministerio de Trabajo y Gamero y Echevarría (PLADES 2012: 32) objetivo transversal, la OIT nos compele a desconstruirnos y a partir
de allí, a redefinir el concepto de decencia y dignidad frente a los
nuevos desafíos que presentan estos tiempos y a los que debemos
Lo que restaría por evaluar es si existe una relación entre las
garantizar su derecho al trabajo decente, obligación aún más clara si se
remuneraciones de los trabajadores y las utilidades que obtienen las
repara en la definición del mismo como la síntesis de las aspiraciones
empresas donde laboran. En principio, los claros resultados positivos
de las personas durante su vida laboral. Depende entonces de todos
conseguidos por este sector exportador según el Cuadro 2 plantearían
nosotros que esas aspiraciones representen el concepto de trabajo
que no son proporcionales, es decir, el incremento de los salarios de
decente para todos y en cualquier contexto.
los trabajadores estaría por debajo de las utilidades obtenidas por sus
empresas. En la exposición que comenzaré, analizaré un tema que a mi criterio,
representa el desafío más importante con el que la actualidad nos
En un estudio realizado por Gamero concluye que el propio diseño de
enfrenta, permitiéndonos redefinir o más bien reacondicionar el
la Ley de promoción del sector agrario ha significado un incremento
concepto de decencia y dignidad en el trabajo y tiene que ver con el
sustancial de los beneficios empresariales, donde el peso no proviene
sujeto destinatario de protección, la igualdad de género frente a las
de la reducción de la tasa de impuesto a la renta sino más bien por la
oportunidades laborales y la redefinición de las condiciones dignas y
reducción de los costos laborales .
decentes frente a la decisión de cambio de identidad de género. Fue
En resumen, el régimen laboral agrario es uno de los principales el Secretario General de las Naciones Unidas Ban Ki Moon quien
factoresque explica los altos beneficios de las empresas del sector. La lo puso en palabras cuando manifestó “La experiencia nos enseña
interrogante es: ¿El régimen laboral agrario es la causa principal de que que el crecimiento económico por sí solo no es suficiente. Debemos
las empresas agroexportadoras peruanas hayan logrado ese salto en sus hacer más para empoderar a las personas gracias al trabajo decente,
exportaciones? Probablemente la respuesta sea negativa. La aplicación apoyarlas a través de la protección social, y garantizar que todas las
del régimen general no les hubiera impedido ser competitivos. La vocessean escuchadas.”
sustancial diferencia radicaría en que su tasa de ganancias sería menor
y los salarios de sus trabajadores serían mucho mejor. Curiosamente
esta consecuencia económica hubiera sido más beneficiosa para la 1. LA IGUALDAD DE GENERO COMO DERECHO
economía nacional, porque hubiese empoderado economicamte al FUNDAMENTAL INESPECÌFICO
10% de los asalariados privados del país, en vez de reducir la riqueza Nuestra historia judicial demuestra un trabajo permanente por parte
a pocas manos. del Poder Judicial con el fin de recordar a los poderes políticos e incluso
Por ello, cuando el Plan Nacional de Competitividad y Productividad a otros actores sociales relevantes como sindicatos y empresarios el
pretende trasladar la regulación del régimen especial al régimen general, límite constitucional de sus facultades legislativas y reglamentarias
lo que trasluce es que su propuesta busca reproducir en el resto de las que fue posible gracias a la existencia de una Constitución que
empresas peruanas los beneficios logrados por los agroexportadores. incorporó en el año 1957 una cláusula social con enumeración
Sin embargo, resulta siendo falsa la afirmación formulada al principio, explícita de derechos y garantías sociales, otorgando a la par, carácter
de que esta reforma laboral llevará a la generación de bienestar normativo y rango supremo al principio rector en materia laboral, el
para todos los peruanos sobre una base de crecimiento económico Principio Protectorio. Fue esa regla, de intenso valor jurídico hasta la
sostenible. reforma constitucional del año 1994, el instrumento del que los jueces
y Tribunales se valieron para marcar el límite del accionar del Congreso
y del Poder Ejecutivo Nacional, para declarar inconstitucionales las
normas que en materia social fueron dictadas por ambos poderes en
sentido contrario al indicado por el art. 14 bis de la CN. Si hacemos
un repaso de nuestra historia, la misma demuestra como la fuerza y
claridad de una CN, impregnada de garantías sociales, plantólímites
a los intentos de restringir o desconocer derechos laborales, lo que ha
quedado demostrado en nuestro país con los límites impuestos con
el fin de que las decisiones no generen un detrimento en los derechos
laborales consagrados por la CN, resultando el Poder Judicial el
responsable de imponerlos.
Sin dudas, el derecho a la igualdad de género trabajo decente o digno
no se encuentra enumerado específicamente por el art. 14 bis de la

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CN, sin embargo la empresa no es un lugar impermeable y ajeno a la estrechamente relacionado con los avances que en materia de género
aplicación universal de los derechos fundamentales de los ciudadanos. ha logrado la legislación argentina y que reclaman su aplicación en las
Como alguna vez tan acertadamente manifestó Romagnoli “Al relaciones laborales como una nueva manifestación de la decencia y la
ingresar a la fábrica, el trabajador no deja colgados en la reja, los dignidad en los vínculos laborales.
derechos humanos de los que es titular, ni los guarda en el ropero del En efecto, tal como adelantáramos, el derecho a la identidad de
vestuario junto a su abrigo, para retomarlos al fin de la jornada. Por el género se traduce en la posibilidad de solicitar la rectificación registral
contrario, sigue siendo titular de los derechos esenciales de todas las adoptando una nueva identidad, derecho del que deviene la obligación
personas como el derecho a la igualdad de oportunidades, el que viene por parte del derecho del trabajo de brindar respuestas protectorias,
a engrosar significativamente el número de derechos humanos del que solidarias, y dignas que encaucen el tema por carriles razonables,
es titular el trabajador y la trabajadora” frente a los intereses del empleador que se pueden ver afectados o
alterados por tal decisión. Tengo el convencimiento de que pesa sobre
2. LA IGUALDAD E IDENTIDAD DE GÈNERO COMO OBJETIVO nosotros, como sociedad y operadores del derecho del trabajo, pero
CENTR AL DEL TR ABAJO DIGNO sobre todo porque nos cabe una suerte de obligación inespecífica que
debe responder al derecho fundamental de ese tipo, de enfrentar el
Tal como adelantara en la introducción al tema, como sociedad y en desafío de dirimir las orientaciones a seguir frente a los casos que
concreto como laboralistas tenemos el desafió y la obligación que puedan presentarse con especial atención encaminada a contar con
analizaré y que tiene que ver con el sujeto destinatario de protección suficiente conocimiento e información del significado que para el
en relación a la igualdad de género frente a las oportunidades laborales trabajador o trabajadora que ha solicitado el cambio de identidad de
y la redefinición de las condiciones dignas y decentes frente a la género tienen las condiciones dignas y decentes con que debe contar
decisión de cambio de identidad de género. la continuidad del vínculo, el que sin dudas deberá redefinirse a partir
En Argentina, la ley 26.485 estableció políticas públicas que deben de esta decisión. En relación concreta a la redefinición del vínculo, en
desarrollar los tres poderes del Estado para prevenir, sancionar y primer término, frente a la rectificación del sexo solicitada el empleador
erradicar la violencia contra las mujeres en los distintos ámbitos, entre debe aceptarlo, de ser posible en las mismas funciones o en otras que
ellos el laboral. Es que hoy está en cabeza del Estado la responsabilidad sean compatibles con la identidad de género adoptada, sin rebaja de
de garantizar los derechos reconocidos por los instrumentos la remuneración. Cabe aclarar que, previo a adoptar una decisión
internacionales con la institucionalización del género a las políticas definitiva se impone la realización de un examen médico de reingreso
públicas ya que la discriminación continúa presente, pese al reproche para evaluar las reales condiciones físicas y psicológicas luego del
normativo. De esto se desprende un cambio de paradigma en el Derecho cambio de identidad. Sin dudas las realización de un examen médico
que exige un rol más creativo en la formulación de mecanismos que trae aparejada una considerable intromisión en la esfera privada e
permitan transformar situaciones de discriminación estructural que íntima del trabajador, que se ve obligado a aceptar en la medida que
impiden a las mujeres un acceso igualitario al puesto de trabajo. Las con ello se salvaguarda en definitiva su propia salud y la de los demás
medidas que se adopten deberán estar a la altura de esta realidad que integrantes de la empresa.
vivimos y que hoy encuentra la forma de escabullirse a las soluciones La misma ley determina que en el proceso de examen médico de
más tradicionales. A modo de ejemplo, la medida radical de imponer reingreso se deberán respetar los derechos esenciales en la relación
la obligatoriedad de contratar a una cierta proporción de mujeres entre el paciente y el o los profesionales de la salud debiendo otorgar
no parece haberse extendido mucho, ni siquiera en países donde se un trato digno y respetuoso, y siempre en relación a las convicciones
favorece una amplia política de promoción de empleo femenino. En personales y morales, principalmente en atención a sus condiciones
nuestro país, los precedentes conocidos jurisprudenciales “Fundaciòn socioculturales, de género, de pudor y a su intimidad cuyo respeto
Mujeres en igualdad c/ FREDDO S.A” y “Sisnero, Mirtha Graciela implica el deber de resguardo y confidencialidad de los datos sensibles,
y otros c/ TADELVA S.R.L.” condenaron a las empresas, luego de meritando especialmente la sensibilidad propia de quien ha tomado
tener por acreditada la discriminación de las mujeres a acceder a un tan trascendente decisión, sensibilidad que dependerá en primer
determinado puesto de trabajo, a contratar en adelante únicamente término de la situación en concreto que le toque vivir a quien decide
personal femenino hasta compensar en forma equitativa la desigualdad transitar esa decisión. Sin embargo, considero que nuevamente nos
producida.Sin embargo, cabe resaltar que en la faena de legislar existe encontramos ante un derecho a la dignidad y a la decencia que nos
un riesgo. En ocasiones, ciertas normas que a simple vista parecen ubica en el desafío de su redefinición permanente, o más bien de su
aportar un manto de protección a la mujer y terminan por socavar el reacondicionamiento a la situación que ha decidido vivir el trabajador
efectivo ejercicio del derecho a trabajar. Un claro ejemplo es nuestra o trabajadora ya que sóloél o ella decidirán que significa en esa decisión
Ley de Contratos de Trabajo que bajo el pretenso fin de brindar concreta. La decencia o la dignidad para transitarla, decisión que como
medidas de protección cristalizan ciertas pautas culturales basadas en sociedad nos asiste la obligación de acompañar.
estereotipos y desalientan su contratación. En efecto, las disposiciones
que prescriben la licencia por maternidad, los tiempos de lactancia, A este análisis debe sumarse que la prohibición de discriminación en
el período de excedencia y la prohibición del trabajo a domicilio por razón del género es un principio, que a diferencia de las reglas que
sólo nombrar algunas, se conciben con el fin último de proteger el rol establecen obligaciones, debiendo abstenerse el órgano judicial a
doméstico de la mujer y la ponen en desventaja al momento de aplicar realizar una deliberación sobre el contenido de la resolución a dictar
a un empleo. Quizás, si por el contrario, la norma previera aquellos limitándose a aplicar la solución normativa, el mero hecho de que a
beneficios de manera genérica para los responsables parentales, el un supuesto fáctico le sea aplicable el principio de prohibición de
factor determinante de la discriminación se desvanece ya que el discriminación por razón del génerosólo infiere que hay una razón
empresario sabrá que deberá otorgar los beneficios que responden a para no discriminar, pero no una solución normativa para el caso ya
las obligaciones parentales a cualquiera de ellos, sin importar el sexo. que esta tendrá que ser ponderada con cualesquiera otras razones
El Poder Judicial, como órgano del Estado, también es alcanzado por la que también sean aplicables al supuesto por lo que el juzgador deberá
directiva de implementar todas aquellas medidas positivas tendientes proceder a la ponderación de principios, la que consiste en la asignación
a garantizar la igualdad de oportunidades. por parte del aplicador del derecho de peso o fuerza en relación al
derecho fundamental con el que se encuentra en conflicto mediante el
Por su parte, y en relación a la identidad de género, la ley apuntada establecimiento de una jerarquía axiológica cuya aplicación arroja como
reconoce expresamente que “toda persona tiene derecho al 1) resultado que un principio (considerado superior en dicha jerarquía
reconocimiento de su identidad de género 2) libre desarrollo de su valorativa) desplaza al otro y resulta aplicable. Entonces, los conflictos
persona conforme a su identidad de género 3) a ser tratada de acuerdo entre principios se deciden en dimensión del peso, a diferencia de
con su identidad de género y en particular a ser identificada de ese los conflictos entre reglas que se deciden en la dimensión de validez.
modo en los instrumentos que acreditan su identidad respecto de los En suma, los principios representan un objeto de optimización que
datos personales con los que el trabajador/a es registrada”. puede ser realizado en grado máximo según las posibilidades fácticas
Es la misma ley la que define que se entiende por identidad de y jurídicas, por ello son gradualmente realizables y precisamente el
género a la “vivencia interna e individual del género tal como cada grado de realización debe ser decidido por el juez intentando que cada
persona la siente y la que puede corresponder o no al sexo asignado al principio se sacrifique en la menor medida posible. Creo que, para
momento del nacimiento, incluyendo la vivencia personal del cuerpo•”. proceder a esta ponderación cuando el principio de prohibición de
Seguidamente la ley estatuye que toda persona podrá solicitar la discriminar en razón del géneroestá en juego, con la responsabilidad
rectificación registral del sexo y el cambio de nombre de pila e imagen que implica el análisis de la preeminencia de los principios, debemos a
cuando no coincidan con su identidad de género autopercibida. Se
trata de un derecho humano fundamental que integra un segmento
que ya hemos denominado como derechos humanos inespecíficos
y representa a mi criterio el desafío que enfrenta el derecho laboral

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este cambio de paradigma la obligación de informarnos para conocer la ausencia de consecuencias negativas para la multinacional cuando
las implicancias que trae consigo esta decisión para quien decide no proceda a corregir cuanto ha incumplido, pues los sindicatos
afrontarla, hasta que en un futuro ojalá cercano quienes tengan el se encontraran en posición para articular y exigir mecanismos de
deber de legislar estos derechos cuenten con la capacidad suficiente influencia y dialogo social en un momento en que la eliminación de
lograda con la preparación y conocimiento del tema, que no es más que la discriminación, acoso y/o violencia contra las mujeres ocupa la
lo que como sociedad debemos para garantizar decencia y dignidad en primera plana en los medios de comunicación internacionales, así
este camino. como un lugar preponderante en las prioridades políticas de muchos
países, una vez màs, el dialogo social se convierte en principal actor
para dar tratamiento a la problemática de género.
3. LA RECEPCION DEL TEMA POR LAS NACIONES UNIDAS
Vale aportar que las cuatro conferencias mundiales convocadas por la
Organización de Naciones Unidas han contribuido a situar la causa de A MODO DE CONCLUSION
la igualdad de géneroy la no violencia en el mismo centro del temario Ojalá en algún encuentro cercano coincidamos en el orgullo que
mundial. sentimos por haber logrado superar el pudor de tener que seguir
Desde un costado colectivo, la OIT también recomienda incorporar buscando la manera de institucionalizar la protección a la igualdad
figuras contra la discriminación, violencia y acoso contra las mujeres, de género en las relaciones laborales que,continúa siendo una
así como los procedimientos para combatirlos, como objetivo problemática que sigue clamando por ser atendida y que ya debiera
transversal en las negociaciones colectivas de trabajo. ser para todos una verdad de perogrullo. Ojala que ese día nos
encontremos de nuevo para afirmar que todos los trabajadores y
Los tratados internacionales reconocen que la violencia y trabajadoras gozan de las mismas oportunidades en las relaciones de
discriminación que se ejerce de diversas formas contra la mujer son trabajo y que la igualdad de género es por fin una realidad vivida.
una violación de los derechos humanos, mientras que establecen que
los Estados deben tener una política activa para combatir erradicar
y prevenir las desigualdades entre varones y mujeres y propuestas
superadoras de distinta índole. En el año 1979 la Asamblea General
de las Naciones Unidas aprobó la Convención sobre la Eliminación
de todas las formas de discriminación contra la mujer, con lo que se
incorporó a las mujeres a la esfera de los derechos humanos.
Sin dudas, la importancia que reviste la dimensión de género de la
discriminación, acoso y/o violencia en el ámbito del trabajo, guarda
relación con los poderes históricamente atribuidos a los hombres
y a las mujeres en la vida social económica que, a su vez directa o
indirectamente afecta a la situación de las mujeres en el ámbito laboral.
Claramente, la problemática posee distintas aristas de las que cabe
resaltar que un elemento central para analizar las brechas de género
en el bienestar refiere al uso del tiempo y la distribución del trabajo no
remunerado en el interior de los hogares, lo que acentúa la brecha de
género en los hogares y por lo tanto el riesgo de dependencia económica
que conlleva la tolerancia de situaciones de violencia y abuso (dentro y
fuera del ámbito del trabajo)
Cuando hablamos de violencia de género en el ámbito laboral,
estamos ante un uso indebido del poder incluyéndose tanto los
comportamientos que tengan ese propósito como aquellos otros que
produzcan el efecto de atentar contra la dignidad.

4. EL ESPACIO TR ANSNACIONAL COMO RESPONSABLE DEL


MAYOR RIESGO DE VIOLENCIA DE GÈNERO
Con el aumento de mujeres que trabajan y dado que las mujeres son
más numerosas que los hombres en el trabajo informal, el empleo
precario y el trabajo doméstico, el número de mujeres víctima de
violencia de género también aumenta. Cabe observar que la exposición
al riesgo de violencia es también mayor en los medios en que las
relaciones sociales son inexistentes y en los que la falta de negociación
colectiva no permite resolver el problema. Resulta importante también
recordar que en la primera etapa de la globalización las grandes
empresas aprovecharon la disminución de la capacidad normativa en
la regulación de la economía, así como la falta de ocupación de ese
espacio que deja vacío el Estado por las organizaciones internacionales
para intentar maximizar sus beneficios. En esa lógica, los distintos
países se disputaban su presencia como índice de desarrollo inmediato
sin reparar en el respeto a estándares laborales mínimos. Desde otro
costado, estas empresas también encontraron un buen momento para
maximizar sus beneficios jugando con la asimetría entre el espacio de
poder internacional y la localización nacional del sindicalismo, para
hacer sencillo el intento de fragmentar el proceso productivo con el
propósito de cortocircuitar su responsabilidad respecto del proyecto
de actuación global, lo que dio lugar a un espacio transnacional entre
el internacional y el nacional que escapa, al menos en parte, al derecho
nacional e internacional. En razón de la problemática apuntada, el
movimiento sindical fue tomando consciencia de la necesidad de unir
iniciativas y coordinar estructuras para conseguir una representación
firme a nivel mundial, generando un proceso de intercambio de
obligaciones y derechos recíprocos, a partir de lo cual se demuestra
como la falta de un marco jurídico puede favorecer la aparición de
nuevas e interesantes formas de regulación social. Así, el paso de la
unilateralidad a la bilateralización de las normas no las convierte de
por sí en fuente de eficacia pero les confiere un primer matiz que las
acerca al vínculo característico de la fuente de obligaciones como es,
desde siempre, el contrato.Así, su falta de poder coercitivo no conlleva
28
Productividad y salario siempre en el análisis de los economistas pertenecientes a distintas co-
rrientes del pensamiento económico y donde tampoco las definiciones
Por Gustavo Gauthier
son pacíficas. Desde Quesnay en 1766 cuando formuló el concepto de
productividad como la regla de conducta fundamental para conseguir
Sumario la mayor satisfacción con el menor gasto o fatiga, pasando luego por
I.- Introducción. Adam Smith, David Ricardo y Carlos Marx que profundizaron este
concepto, hasta los desarrollos teórico, prácticos y metodológicos
II.- Problemas que plantea el concepto de productividad. de economistas como Robert Solow, Kendrik y Creamer, Sar Levitan
1.- Concepto abstracto y polisémico. y Hernández Laos, el concepto de productividad ha venido evolucio-
2.- Niveles de análisis posibles. nando y transformando con el correr del tiempo, aceptándose en gene-
ral que la productividad puede ser entendida como un indicador que
3.- Algunas distinciones.
muestra cómo se están utilizando los recursos de una economía.
III.- Concepto de productividad.
IV.- Productividad del trabajo.
2.- Niveles de análisis posibles.
V.- Productividad del trabajo y salarios.
Un segundo problema que puede relevarse, es que la productividad es
VI.- Conclusiones. susceptible de analizarse en distintos planos o niveles, desde la pro-
ductividad global, a nivel continental o regional, a nivel de cada uno de
I.- Introducción. los países o de sus economías, a nivel regional al interior de cada país,
de una determinada cadena productiva, a nivel de un sector de acti-
Para la Organización Internacional del Trabajo, el incremento de la vidad específico, a nivel de la empresa e incluso dentro de la empresa
productividad puede contribuir a aumentar los ingresos y reducir la por sectores o secciones de la misma y hasta la productividad de un
pobreza, generando así un círculo virtuoso, en tanto el aumento de trabajador individualmente considerado.
la productividad reduce los costos de producción y eleva la rentabili-
dad de las inversiones. Si bien una parte de esa mayor rentabilidad se Incluso en cada uno de los anteriores niveles, puede analizarse la pro-
convierte en ingresos para los propietarios de las empresas y los inver- ductividad con un enfoque sistémico, como productividad global o de
sionistas, otra parte puede convertirse en incrementos salariales. En explotación, o también como productividad parcial, de un solo factor,
este contexto, es posible que los precios bajen y que al mismo tiempo por ejemplo la productividad del factor trabajo.
crezcan el consumo y el empleo, todo lo cual permite que la gente salga A su vez, aún dentro de un enfoque sistémico, no siempre se toman en
de la pobreza. Este círculo virtuoso es estimulado también por las in- cuenta los mismos factores de produccióno se ponderan de la misma
versiones, ya que las empresas reinvierten una parte de los beneficios forma y desde luego tampoco suele existirnecesariamente una relación
de la productividad en la innovación de sus productos y procesos, en directa entre la productividad así medida, con los salarios o los ingre-
mejoras de las instalaciones y equipos y en medidas encaminadas a sos de los trabajadores.
extender sus operaciones hacia nuevos mercados, lo que constituye Siendo que desde una perspectiva macro, la productividad se ha enten-
un incentivo suplementario para el aumento de la producción y de la dido como la relación existente entre la producción generada por un
productividad. sistema de producción de bienes y servicios y los factores que intervie-
A pesar de la importancia que se le atribuye a la productividad y en la nen para obtenerla al decir de Alburquerque , todo análisis desde esta
que además coiniden la mayoria de los actores sociales, los gobiernos perspectiva debería partir de la determinación de los factores que se
y la propia academia, no existe acuerdo acerca del concepto mismo, su están considerando, básicamente si se trata de todos o algunos de los
forma de medición y menos aún cómo debe incidir la productividad, recursos o si el análisis se concentra en uno solo de ellos.
si es que debe incidir, en el salario o ingresos de los trabajadores. Los Entre los recursos o factores que inciden y que por tanto pueden ser
mismos problemas que padece la productividad en su consideración objeto de consideración al momento de medir la productividad, tradi-
general, se pueden relevar repecto de la productividad del trabajo, cionalmente se ha mencionado el trabajo, el capital, la tierra, las mate-
donde tampoco existen los consensos necesarios para incoporar defi- rias primas, la energía y la información necesaria para la producción de
nitivamente a ésta como una variable para lograr la mejora del ingreso bienes y servicios , aunque más recientemente comienza a mencionar-
de los trabajadores. sela tecnología, los modernos procesos de organización del trabajo y
Ante este panorama, en la presente ponencia se pretende dar cuenta las competencias laborales.
precisamnte de algunos de estos problemas, trantando de disntiguir la En consecuencia y en un extremo, la productividad puede ser enten-
productividad de otros conceptos con los que suele confundirse, para dida a nivel global considerando todos los factores, o una medida
luego sí ingresar al concepto mismo de productividad desde sus distin- ponderada de los mismos como refieren Samuelson y Nordhaus , que
tas vertientes. Una vez delineado el concepto general, será necesario intervienen en la producción de bienes y servicios y en el otro extremo
ingresar en el concepto de productividad del trabajo propiamente di- la productividad puede referirse a un solo factor de producción, como
cha, donde se analizará con una mirada crítica la posición tradicional puede ser el trabajo de un único trabajador; entre ambos extremos,
que considera como medida de la productivdad del trabajo casi exclu- todas las combinaciones posibles,resultan en “productividades”que
sivamente a la productiviad física. miden o representan cosas muy diferentes.
Finalmente y a partir de tomar posición sobre el alcance que debe asig- La utilización de un solo recurso para medir la productividad, se deno-
nársele a la productividad del trabajo, se analizan algunas cuestiones mina productividad de un solo factor, mientras que la productividad
que es menester abordar cuando se trata de volcar o transferir las me- que considera varios o todos los recursos disponibles suele denomi-
joras de la productividad del trabajo al salario o a complementar los narse productividad de múltiples factores.
ingresos de los trabajadores.

3.- Algunas distinciones.


II.- Problemas que plantea el concepto de produc-
Es común que se confunda la productividad con la producción o con
tividad.
los resultados de una empresa. No es posible asociar la productividad
1.- Concepto abstracto y polisémico. con el nivel de producción de un país, de una empresa o de un traba-
Uno de los primeros problemas que surge ni bien se pretende ingresar jador.
al análisis del concepto de productividad, es que no siempre parece Como sostiene Todolí Signes, el rendimiento de un trabajador o la pro-
que se habla de lo mismo, ni en cuanto a los fines perseguidos, ni tam- ducción de una empresa o los resultados obtenidos, son componentes
poco surge con claridad cómo se pretende vincular los aumentos sala- de la productividad, pero no son términos equivalentes.
riales al crecimiento de la productividad.
Por otra parte, como lo advierte Prokopenko, debe distinguirse en-
Si bien se ha llegado a plantear como una verdad indiscutida que el tre la productividad y la intensidad del trabajo, la primera consiste en
aumento de los salarios, cuando no existe mayor productividad, se tra- trabajar más inteligentemente, en cambio la segunda es trabajar más
duce en un aumento de los costos porque la empresa debe mantener fuertemente.
la estabilidad de su gestión, a veces un pequeño aumento puede ser
Muchas veces suele asociarse la productividad del trabajo con el rendi-
absorbido o diluido en un mayor volumen de ventas, pero cuando el
aumento es repetido o es de orden apreciable, el aumento de los pre-
cios puede ser la consecuencia inevitable e inmediata.
Y el problema no se acota al ámbito del Derecho, sino que en la cien-
cia económicael concepto de productividad ha estado históricamente
29
miento del trabajador, donde las denominadas primas o incentivos por jadores, es el aumento de la eficiencia empresarial y no necesariamente
productividad no necesariamente retribuyen un incremento de ésta, de la productividad.
sino que terminan retribuyendo un mero incremento del rendimien-
to del trabajador, que como refiere Fernández Avilés, es distinto a la
productividad. IV.- Productividad del trabajo.

Por todo ello y antes de ingresar al concepto de productividad, con- Siendo importante delimitar cuál de todas las posibles perspectivas o
viene tener presente que no es posible y menos conveniente asociar la enfoques de la productividad se hace referencia o se pretende abordar
productividad con el mero aumento de la producción o de los resul- y/o medir, la productividad del trabajo es uno de los temas que suele
tados, ni con un incremento en el rendimiento del factor trabajo, aun- ser fuente de innumerables problemas: comenzando por el concepto
que cada uno de estos factores pueda incidir o debe ser considerado mismo de productividad laboral o del trabajo y las repercusiones que
al momento de evaluar o medir la productividad de un determinado del mismo se pueden derivar en cuanto a los aspectos que comprende y
sistema o empresa. terminando por la relación que tiene, o debería tener, la productividad
del trabajo con el salario de los trabajadores.
A partir de la relevancia que posee el trabajo como uno de los factores
III.- Concepto de productividad. de la producción y el grado de incidencia que este factor tiene en la pro-
En términos corrientes, la productividad se vincula con los esfuerzos ductividad, se impone profundizar en el concepto de productividad
y sus resultados. Así se habla de que algo es “improductivo”, cuando del trabajo y en la forma en que debe medirse este factor fundamental.
se están haciendo esfuerzos que no producen los resultados deseados. Desde la economía política, se define la productividad del trabajo
En general existe cierto denominador común en todas las definicio- como el “rendimiento eficiencia de la actividad productiva de los hom-
nes, tanto desde una perspectiva económica como de los juristas que bres expresada por la correlación entre el gasto de trabajo (en escala de
han abordado el estudio de la productividad, acerca de que ésta es el la sociedad, de una rama, de una empresa o de un solo trabajador) y la
resultado de una relación entre los recursos utilizados y los productos cantidad de bienes materiales producidos (establecida en dinero o en
obtenidos, lo que suele expresarse en la fórmula: Producto/insumos. especie) en una unidad de tiempo.”
En el Informe sobre el Empleo en el Mundo 2004-2005, se establece Desde una perspectiva puramente económica, la productividad del
que “La productividad mide la relación entre productos e insumos. La trabajose ha definido como la relación entre la producción y la canti-
productividad crece cuando se registra un aumento del producto sin dad de trabajo .
que haya habido un crecimiento proporcionalmente igual de insumos, En el campo laboral, la productividad del trabajo ha sido entendida
o cuando se consigue producir algo con menos insumos.” como la producción por unidad de costo de mano de obra, unidad que
Adrián Todolí, lo plantea en estos términos: “La productividad es al- se mide en términos de trabajadores empleados o en número de horas
canzar el nivel máximo de resultados con el gasto de los mínimos re- trabajadas (relación entre producción y personal empleado) a través de
cursos posibles”. A partir de esta definición, el autor distingue, por un la cual se puede dar cuenta de qué tan bien se está utilizando la fuerza
lado, el conjunto de los resultados obtenidos que están referidos a la de trabajo en el proceso de producción.
efectividad de la empresa, donde “la efectividad consiste en alcanzar Para la OIT, la productividad laboral puede definirse“como el resulta-
los propósitos o los fines planeados, sin preocuparse de los costes en do o valor agregado dividido por la cantidad de trabajo realizado para
que se incurran en el proceso.” ; por otro lado, se encuentra el número, generar dicho resultado.
tipo y nivel de los recursos utilizados; la eficiencia de la empresa de-
penderá de lo bien que se utilicen estos recursos, donde “la eficiencia Desde esta perspectiva, y a efectos de medir la productividad del tra-
implica la obtención de los resultados empleando los mínimos recur- bajo, se suele recurrir tanto a la cantidad de personal empleado, como
sos necesarios para ello”. al número de horas trabajadas ytambién a la masa salarial desembol-
sada, en relación a la cantidad de productos fabricados o al valor de la
Todolí distingue precisamente los conceptos de eficiencia y producti- produción obtenida.
vidad: “la eficiencia se refiere al uso óptimo de los recursos” y será el
aumento de ésta lo que mejorará realmente el bienestar general; por La productividad del trabajo que considera exlusivamente la cantidad
otro lado, afirma que “la productividad es un concepto ideológico que de empleados/horas necesarias para obtener la producción, se deno-
mide el uso de los recursos desde el punto de vista empresarial. El ín- mina productividad física, es decir la relación existente entre la canti-
dice de productividad varía de diferente manera dependiendo de en dad de producto y la cantidad de trabajo necesario para obtener una
qué se utilicen los recursos derivados del aumento de eficiencia en la determinada producción. Desde ésta perspectiva la productividad
empresa lo que implica que la productividad no es un índice neutro solo podría mejorar si se produce un aumento de la producción, una
desde el punto de vista de la sociedad. La productividad no aumentará disminución de los salarios o despidos de los trabajadores.
cuando se incremente lo que la empresa considere un “gasto”, y lo que Sin embargo, esta forma de medir la productividad no está exenta
se incluye o no entre los gastos depende del punto de vista empresarial de críticas: la primera se vincula a la falta de flexibilidad salarial que
no de manera objetiva.” implica y ello por cuanto en caso que la producción de la empresa se
Para el Sistema Integral de Medición y Avance de la Productividad, mantenga constante, la única forma de aumentar la productividad será
ésta se basa en la utilización eficiente y eficaz de todos los recursos, disminuyendo la cantidad de trabajadores (despidos), sin que la redu-
combinación que se resume en el concepto de efectividad. ción de los salarios sea un opción en este tipo de productividad (física);
la segunda crítica pasa por su simplificación, ya que en la medición del
De esta forma, para Goldstein, “se puede ver la productividad no como total el producto obtenido por las horas-trabajador, no se mide exclusi-
una medida de la producción, ni de la cantidad que se ha fabricado, vamente lo que cada trabajador aporta al producto final, sino también
sino como una medida de lo bien que se han combinado y utilizado los lo que aportan otros factores, como las herramientas, la tecnología, las
recursos para cumplir los resultados específicos logrados. Esta defini- materias primas, la organización empresarial, etc..
ción de productividad se asocia con el logro de un producto eficiente,
enfocando la atención específicamente en la relación del producto con De otro lado, la anterior simplificación también podría pasar por alto
el insumo utilizado para obtenerlo.” que un incremento de la cantidad de producto por hora trabajada no
solo esté dada por un mayor esfuerzo del trabajador, sino por una ma-
De ahí que autores como Todolí Signes, prefieran hablar, antes bien, yor eficiencia de la organización.
del concepto de productividad - eficiencia o de eficiencia directamente
para centrarse en un concepto más objetivo que es en definitiva el que La productividad del trabajo puede aumentar cuando éste se realiza
contribuye a la mejora de la economía en su conjunto y por ende al con mayor inteligencia, esfuerzo o velocidad, o con mejores competen-
bienestar general. Para este autor, el incremento de la productividad cias, pero también con el uso de más o mejores máquinas, la reducción
no deja de ser un concepto ideológico que depende en última instancia del desperdicio de materia prima, o la introducción de innovaciones
de una decisión empresarial vinculada al destino que finalmente se le tecnológicas.
de a los resultados del aumento de la eficiencia de la empresa; y ello Esta es la razón por la que actualmente, se pone cada vez más el acento
por cuanto si el empresario resuelve repartir los dividendos provenien- enla mejora del uso y coordinación de todos los factores de producción
tes del aumento de la eficiencia entre los accionistas, sí se registrará y no solo en el resultado de la productividad física.
un aumento de la productividad pues los dividendos no se consideran Pero quizás la mayor crítica que se le pueda efectuar a esta forma de
como gasto para la empresa, mientras que si el empresario resuelve medir la productividad del trabajo, pase por la consieración del trabajo,
trasladar a los salarios el resultado del aumento de la eficiencia, puede
que no se registre un aumento de la productividad en tanto se produjo
un incremento de los gastos, como se considera a los salarios. De ahí
que Todolí Signes, concluya que lo verdaderamente importante para la
economía en su conjunto y para la mejora de los ingresos de los traba-
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y por lo tanto del propio trabajador, como una mera mercancía o como V.- Productividad del trabajo y salarios.
un factor más de los tantos que pueden incidir en la productividad sin Como ha sido señalado por la OIT, es importante que tanto las empre-
reparar en que en este caso se está evaluando el resultado del trabajo sas como los trabajadores se beneficien de las mejoras de la producti-
de personas cuyo comportamiento puede estar influido o determina- vidad. El aumento de la productividad puede permitir a las empresas
do por múltiples factores susceptibles de tener una incidencia decisiva la realización de nuevas inversiones y estimular las innovaciones, la
en el incremento de la productividad del trabajo, sea por su influencia diversificación y la expansión hacia nuevos mercados, indispensables
en los resultados del trabajo, en términos de cantidad de bienes produ- para el crecimiento futuro. La elevación de la productividad puede
cidos como en la disminuación de los costos de producción. redundar en el aumento del ingreso de los trabajadores, en mejores
Alburquerque lo expresa en estos términos: “el factor humano debe condiciones laborales y prestaciones, y en la reducción de los horarios
ser tomado en consideración cuando se busca el incremento de la pro- de trabajo, todo lo cual puede contribuir a aumentar la satisfacción en
ductividad, lo que en múltiples ocasioes se olvida y se le reemplaza por el trabajo y la motivación de la fuerza laboral.
la reducción de los costos a la manera tradicional o por la intensifica- Siendo que la productividad es el principal factor determinante del
ción del trabajo.” crecimiento de los ingresos y que los incrementos de productividad
Como se señaló en la 97 Conferencia Internacional de la OIT (2008), redundan en un aumento del ingreso real de la economía, como se
“La productividad se ve afectada por factores de orden individual, sostiene el Informe V de la Oficina Internacional del Trabajo , resulta
como la salud, el nivel de instrucción, la formación profesional, las fundamental analizar la relación que debería existir entre la produc-
competencias fundamentales y la experiencia; a nivel de la empresa, tividad y los salarios o cómo deberían reflejarse en los ingresos de los
intervienen factores como la gestión, la inversión en instalaciones y trabajadores los aumentos de la productividad, teniendo presente que
equipo, y la seguridad y la salud en el trabajo;”… “Es importante reco- una estrategia de desarrollo basada en el pago de bajos salarios y en el
nocer que el desarrollo de las competencias profesionales y otras inver- empleo de una fuerza de trabajo poco calificada es insostenible en el
siones en capital humano son sólo algunos de los factores necesarios largo plazo.
para el incremento de la productividad. Por sí solo, el desarrollo de Pues bien, pero aún partiendo de la bondad o conveniencia de que los
competencias no basta para elevar la productividad de las empresas o salarios se incrementen en función del aumento de la productividad
de la economía nacional. Análogamente, los demás factores y políticas para de esa manera tornara las empresas más competitivas y hacer
son también insuficientes si se aplican al margen del desarrollo de las sostenible un crecimiento real de la economía, se presentan no pocos
competencias profesionales.” inconvenientes al momento de establecer la forma en que debe proce-
Además, como refiere Ferrizo, “En lo que respecta al trabajo humano sarse tal transferencia.
como uno de los elementos conformadores del concepto se deberá sa- En primer lugar,debe existir cierto consenso acerca del concepto mis-
ber que no todos los perfiles de los trbajadores son iguales como tam- mo productividad del trabajo y cómo medir la misma. En nuestra opi-
poco lo son sus contribuciones y características humanas, en definitiva nión, deben considerarse la totalidad de los factores disponibles y que
se debe de tener en cuenta la imposibilidad materal de mercantilizar pueden incidir en una mejora de la relación entre los recursos utili-
el trabajo humano.” zados y la producción y no solobasarse en la productividad física del
Prokopenko por su parte, señala que la noción de productividad no trabajo. Siendo que como ya fuera mencionado, la productividad física
debe reducirse exclusivamente al trabajo, sino que debe referirse a un solo mejora si se produce un aumento de la producción, una disminu-
ámbito mucho más amplio, comprendiendo en la misma la utilización ción de los salarios o despidos de los trabajadores, la única forma de
eficaz y eficiente de todos los recursos: además del trabajo, el capital, incentivar a los trabajadores sería mediante una prima que compensa-
la tierra, las materias primas, la energía, la información, el tiempo, el ra el aumento de la producción con lo cual se estaría retribuyendo en
empleo y la calidad de vida en el trabajo. Por productividad debe en- realidad un aumento del rendimiento o del esfuerzo, lo que no necer-
tenderse, también, la eficacia y la perfomance general de la empresa en sariamente implica un incremento de la productividad si no se tienen
la que intervienen elementos que no son solo materiales, tales como en cuenta la totalidad de los factores. Puede ocurrir que concomitan-
la paz en el trabajo, la estabilidad del personal, la asiduidad y hasta la temente al aumento del rendimiento se produzca un incremento de
satisfacción de los clientes, por lo cual la producitividad debe ser en- los costos y de esa manera la productividad no aumenta. Si el mayor
tendida no sólo en términos económicos sino también sociales. rendimiento del trabajo, se produce en el marco de un mantenimieto
En este sentido, cabe señalar que un trabajador puede influir en la me- de los costos, la productividad sí mejoraría, pero en ese caso lo que
jora de la productividad de muchas otras maneras además de incre- se estaría compensando es exclusivamnte un aumento del esuferzo o
mentar la produción. La reducción de costos de la empresa puede ser el el rendimiento del trabajador, que por otra parte es la tendencia que
más común; a través de un mayor cuidado en el trabajo y de un mayor en general puede observarse cuando el empledor pretende instaurar
esfuerzo por reducir las piezas desechadas o el descarte de materias incentivos salariales a partir de aumentos de la producción que tengan
primas o a través de un mayor cuidado de las máquinas y herramin- como origen el incremento del esfuerzo o del trabajo pero no por otros
tas contribuir a una mayor vida útil de éstas o a disminuir los gastos factores.
de mantenimiento. También aportando sugerencias para la mejora de En segundo término, al momento de pensar en cómo vincular la pro-
la eficiencia del sistema productivo o aumentando su disponibiliad ductividad con los salarios,es importante establecer un correcto siste-
para el empresario, se puede mejorar la productividad. Estos ejemplos ma de incentivos. Introducir incrementos o compensaciones salariales
implican una reducción de costos totales de la empresa que la forma vinculados exclusivamente a los aumentos de la producción o a mejo-
tradicional de medir la productividad laboral (productividad física) no ras de la productividad física, no incentiva adecuadamente a los traba-
contempla. jadores a que reduzcan los costos de la empresa y tampoco para que no
De manera que si bien a efectos de medir adecuadamente la produc- los aumenten, ya que este tipo de productividad no contempla todo lo
tividad se tiende a privilegiar una forma que contemple la mejora del que el trabajador puede hacer por la empresa.
uso y coordinación de todos los factores de producción (multifacto- La diferencia entre las primas de rendimiento y las primas de producti-
rial), también a efectos de medir la productividad del trabajo deben vidad, es que éstas recompensan al trabajador no solo por un aumento
considerarse toda una serie de factores sociales que hacen al traba- de la producción de la empresa, sino también por una disminución de
jo de la persona del trabajador y que poseen aptitud para influir en los costos totales de ésta. Es por esta razón que a efectos de lograr un
la prodcutividad de la empresa y no solo basarse en el resultado de la adecuado sistema de incentivos el índice que se deberá utilizar no es el
productividad física. de la productividad física, sino la productividad de todos los factores
Así, un empleo seguro, donde la seguridad y salud estén garantizados, en los que el trabajador pueda tener incidencia, en mérito a que todos
un ambiente laboral saludable donde se contemplen las necesidades ellos están interrelacionados y se afectan mutuamente. El trabajador
de los trabajadores, donde sea posible conciliar la vida laboral y fami- con su actuación en la organización no solo incide en la productividad
liar, donde se tomen en cuenta las iniciativas de los trabajadores ten- física, sino que sus esfuerzos pueden tambien incrementar la produc-
dientes a mejorar los distintos procesos de trabajo, donde se fomente y tividad total de la empresa, vía reducción de los costos o mejora de los
brinde formación profesional y se mejoren las competencias laborales, procesos.
seguramente terminen influyendo definitiva y postivamente en cada Un tercer problema que inevitablemente corresponde abordar es el
uno de los extremos de la relación de la productividad: los costos y la vinculado a la ponderación del grado de particpación o influencia que
producción. En un marco como el que se viene de señalar, seguramente tienen todos y cada uno de los factores en el incremento de la produc-
se logre incrementar la producción manteniendo o disminuyendo los tividad o de la eficiencia. En primera instancia habrá que establecer el
costos o se mantenga la misma, pero con menores costos, en ambos
casos se habrá logrado un incremento de la productividad o de la efi-
ciencia empresarial.

31
cuadro general de factores que son necesarios para obtener o alcanzar y sociales susceptibles de incidir en la relación insumos-producción.
una producción dada (capital-tecnologías, trabajo, materias primas, En este sentido, Alburqueque sostiene que “la transformación pro-
organización del trabajo, etc.) otorgándole a cada uno su porcentaje ductiva exige la creación de un clima favorable a esta idea, lo que úni-
de participación en el total del producto o servicio; en segundo lugar, y camente puede obtenerse si el personal participa activa y consciente-
específicamente respecto del factor trabajo, será necesario contemplar mente en los programas de mejoramiento de la productividad. Esta
y ponderar todos y cada uno de los factores –materiales y sociales- que participación, como lo explican los especialistas en productividad, re-
pueden contribuir tanto a un aumento de la producción (mayor rendi- quiere que los trabajadores, aunque sólo sea a título consultivo, sean
miento, mejores competencias, mejoras en el medio ambiente de tra- asociados a las decisiones de la empresa, para lo cual es necesario crear
bajo, salud, seguridad, conciliación de la vida profesionoal y familiar, diversos medios de partricipacion, tales como reuniones periódicas,
iniciativas de los trabajadores que contribuyan a mejorar los procesos equipos de trabajo, grupos de intervención y mecanismos formales e
de trabajo, etc,), como a una disminución de los costos de producción informales de comunicaciones y relaciones profesionales.”
(eliminación de tiempos muertos, reducción de retrabajos o reproce-
samientos, disminución de desperdicios de materias primas, mejoras Por su parte, Prokopenko, propone que para que tenga éxito la par-
en los procesos que los hagan más eficientes en términos de tiempo y ticipación de los trabajadores en el comportamiento de la empresa
materiales, etc.) debe reconocerse el papel que debe desempeñar el sindicato en todo
lo concerniente a los programas de mejoramiento de la productividad
En cuarto lugar, se plantea el problema de cuál es el ámbito o los nive- ; en nuestro país, Zapirain sostiene que si la voluntad es avanzar hacia
les, de todos los posibles, donde se debería analizar la productividad un sistema de negociación salarial que incorpore la variable producti-
del trabajo, cuando se trata de transferir o incentivar a los trabajadores vidad, los actores sociales (Cámaras empresariales, Sindicatos y Go-
con los mayores ingresos producto de un incremento de la producti- bierno) deberían ponerse de acuerdo sobre algunas cuestiones básicas.
vidad o de la eficiencia empresarial. Descartando a priori que a estos
efectos sea posible establecer una relación directa entre la producti- Sin perjuicio de compartir la idea de que la forma más adecuada de
vidad global, regional e incluso de un determinado país, para incre- establecer un programa de mejora de la productividad que redunde en
mentar los salarios de trabajadores determinados, se puede plantear incentivos salariales es a través de la negociación colectiva, donde los
válidamente si la productividad del trabajo es posible de analizar en las trabajadores puedan participar y aportar sus iniciativas y conocimien-
cadenas de valor que pueden comprender más de una actividad econó- to de la empresa y sus distintos procesos, debe señalarse como otro
mica, o para un mismo sector de actividad compuesto normalmente requisito fundamental que exista un adecuado acceso a la información
por varias empresas que pueden diferir considerablemente en cuanto necesaria para poder negociar y para que la negociación realmente rin-
a su tamaño, organización y grado de tecnificación de sus procesos o si da sus frutos y significque un paso hacia la concreción de auténticas
es la empresa el ámbito más adecuado para ello. mejoras en la eficiencia que redunde en beneficio para los trabajadores
y para la empresa.
Partiendo de la constatación de que generalmente la productividad
de la economía en su conjunto o de los sectores de actividad no re-
fleja mayormente la productividad real de las empresas, sumado a la VI.- Conclusiones.
heterogeneidad que reflejan los grupos de actividad, que en Uruguay El fenómeno de la globalización que ha potenciado la competitividad
aparecen clasificados en los Consejos de Salarios, la empresa sería el a escala planetaria, la apertura de las economías y la celebración de
ámbito más idóneo para analizar y medir la productividad. Si ya de múltiples acuerdos regionales y bilaterlaes de libre comercio, hace que
por sí resulta complejo establecer y ponderar a nivel de la empresa la las regiones, los países y las empresas, se concentren cada vez más en
totaliad de los factores que tienen que ver con la productividad o la mejorar su competitividad que les permita poder colcar sus productos
eficiencia empresarial, imaginar el análisis de tales factores en más de en los diferenes mercados.
una empresa, con características y realidades bien diferentes, por más
Para mejorar la competitividad, existen factores externos a los paí-
que desarrollen un misma actividad, resultadirectamenteimposible de
ses y a las empresas que pueden estar parcial o totalmente fuera de
imaginar.
su alcance manejar, como es el tipo de cambio de su moneda contra
La dificulad de abordar un tema como la productividad en niveles su- otras monedas consideradas“fuertes”; pero al mismo tiempo existen
periores a la empresa, quedó de manifiesto cuando en en la última ron- otros factores donde los países y las empresas sí pueden incidir y ésta
da de negociación de los Consejos de Salarios –la 7º- que se desarrolló es la productividad o la eficiencia de sus sistemas productivos, de ahí
en el país entre a fines de 2017 y durante 2018, el Poder Ejecutivo apor- la importancia cada vez mayor que cobra este concepto. Si a ello se
tó en algunos grupos determinados indicadores de desempeño secto- suma que producto del necesario ajuste de todos los costos de produc-
riales provenientes de fuentes oficiales vinculados a la recaudación de ción, existe cierto consenso entorno a que los incrementos o mejoras
impuestos y mano de obra ocupada que poca utilidad tuvieron para las salariales para ser sostenibles en el largo plazo necesariamente deben
partes en la negociación, precisamente, porque ni siquiera reflejaban estar vinculados o supeditados a incrementos de la productividad, la
el estado actual de las empresas en el momento de la negociación y importancia de este tema irá in crescendo en los tiempos que vienen.
mucho menos tenían relación con las empresas individualmente con-
No obstante la importancia creciente que tiene el tema de la produc-
sideradas.
tividad en general y de la productividad del trabajo en particular, con-
No obstante, esta circuntancia no debería hacer descartar que en los trasta con lo poco que se ha avanzado hasta el presente en la conforma-
niveles superiores del sistema de negociación colectiva –Consejo Su- ción de un concepto que logre ciertos consensos en temas que resultan
perior Tripartito o los Consejos de Salarios de los disintos grupos- se vitales como la definición de la productividad del trabajo y la forma
pueda generar un marco común que sirva de referencia a los efectos más adecuada de medir la misma.
de la negociación en los niveles inferiores y aporte un concepto de pro-
En nuestra opinión, la productividad del trabajo debe considerar la
ductividad que sea aceptado por las partes, así como en cuanto a su
totalidad de los factores disponibles y que pueden incidir en una me-
medición y su vinculación con el salario , si lo que se busca es que los
jora de la relación entre los recursos utilizados y la producción y no
incrementos de los salarios se produzcan en función de la productivi-
solo la productividad física del trabajo. Una adecuada medición de la
dad y no en función de otros criterios o factores que nada tienen que
productividad del trabajo no solo debe contemplar la mejora del uso
ver con ésta. Inclsuo en estos niveles se podrían establecer pautas para
y coordinación de todos los factores de producción (multifactorial),
una adecuada articulación de la negociación salarial que incentive los
sino también considerar toda una serie de factores sociales que hacen
incrementos salariales en base a mejoras de la produtividad por sobre
al trabajo de la persona del trabajador y que poseen aptitud para influir
otros mecanismos, reservando la negociación por rama de actividad
en la prodcutividad de la empresa, sea por aumento de la producción
exclusivamente para fijar los salarios mínimos por categoría, dejando
como por vía de redución de los costos, mejorando de ese modo la re-
la negociación de los incrementos salariales por encima de los míni-
lación entre insumos y productos.
mos,en función de incrementos de productiviad o eficiencia, negocia-
dos a nivel de la empresa. En relación a la vinculación de la productividad con los salarios, debe
evitarse confundir lo que puede ser un incremento de la productividad
Finalmente corresponde abordar el grado de participación de los tra-
con un mero incremento de la producción o de los resultados o del
bajadores y el acceso a la información necesaria para poder negociar
rendimiento del trabajo que no contemple la totalidad de los factores
incrementos de salarios en función de la productividad.
que hacen a la eficiencia de la empresa; de esta manera se contará con
Si bien nada obsta a que el empleador establezca en forma unilateral un correcto sistema de incentivos para el trabajador que podrá ver in-
un sistema de compensaciones o incentivos salariales en función del crementado sus ingresos no solo por un incremento de la producción,
incremento de la productividad, el privarse de la opinión de los traba-
jadores que muchas veces tienen mucho para aportar en materia de
mejoras en los procesos de trabajo y ahorro de costos, seguramente no
le permitirá utilizar o maximizar la totalidad de los factores técnicos

32
sino por otros factores como una disminución de los costos, producto SESIÓN PLENARIA “LA SUSTENTATIBILIDAD Y LA
de la mejora de los procesos, de la disminución de los reprocesos, de COBERTUR A DE LOS SISTEMAS DE SEGURIDAD SOCIAL”
la disminución del descarte de materias primas, del incremento de la
calidad de los productos, de un aumento de la satisfación del cliente,
EL SISTEMA PREVISIONAL CHILENO: ¿HACIA
etc., de manera que en realiad obtenga una mejora de la eficiencia del DÓNDEIR PARA ASEGURAR UNA VERDADERA
sistema productivo o de la empresa. PROTECCIÓN?
En el análisis y diseño de planes y políticas que tenga por objetivo el in- María Soledad Jofré Bustos
cremento de la productividad y de la eficiencia, cobra importancia fun-
damental la participación de los trabajadores a través de la negociación
colectiva aportando sus conocimientos e iniciativas sobre aspectos de Sumario:
los procesos de trabajo que muchas veces escapan a la consideración I. Introducción.
de los propios empresarios, negociación que necesariamente debe pro- II. El sistema previsional chileno.
ducirse a nivel de la empresa que es el ámbito donde es posible analizar
1. Orígenes del sistema.
concretamente la multiplicidad de factores que hacen a la productivi-
dad del trabajo. 2. Descripción del sistema actual. Pilar contributivo.
a. cobertura subjetiva.
b. administración.
c. financiamiento.
d. prestaciones. Pilar solidario.
III. Sustentabilidad y desafíos.
1. Formalización del mercado de trabajo.
2. Envejecimiento de la población y extensión de las trayectorias
laborales.
IV. Conclusiones.
V. Bibliografía.

I. Introducción
El sistema previsional vigente en Chile fue impuesto durante la década
de los ochenta, cuando se pasó desde un modelo de reparto a uno de
capitalización individual basado en el ahorro de cada trabajador. Se
trata de un sistema que actualmente se encuentra bajo escrutinio, ya
que no parecer responder adecuadamente a las contingencias sociales
que debería cubrir, y que por lo tanto no cumple con los parámetros
propios de un verdadero sistema de seguridad social.
Al conectar el monto de la prestación recibida de forma directa con el
ahorro realizado durante la vida laboral, las condiciones del mercado
de trabajo necesariamente inciden en el ahorro que se podrá realizar,
por lo cual factores como la estabilidad laboral, la informalidad
o precarización del empleo y las nuevas fronteras del derecho del
trabajo que significan relaciones laborales cada vez más complejas,
presentan nuevos desafíos para poder lograr una cobertura adecuada
del sistema previsional. A ello se agregan otros factores, por ejemplo, el
envejecimiento global de la población, que significa que las pensiones
deberán dar sustento a un período de vida más prolongado que aquél
originalmente proyectado.
Sin perjuicio de que en el año 2008 el sistema de pensiones sufrió
una modificacióna través de la entrada en vigencia de la ley n° 20.255
conocida como la “Reforma Previsional” que,si bien no cambió las
bases del modelo incorporó elementos interesantes para poder
mejorar su aplicación , actualmente hay cierto consenso de que
el sistema debe ser analizado en profundidad, ya quede acuerdo
a diversas proyecciones y estudios pueden identificarse diversos
problemas, que van desde su cobertura subjetiva limitada, su forma de
financiamiento y administración, que significa que en definitiva no sea
capaz de entregar a sus afiliados prestacionessuficientes quepermitan
solucionar la contingencia social que significa el término de la vida
laboral. Se trata, por lo tanto, una materia que constituye hoy en día
uno de los desafíos más importantes a los que como sociedad nos
vemos enfrentados.
De esta manera, en los últimos años se ha planteado una intensa
discusión respecto de cuál debe ser el modelo previsional adecuado
para nuestro país, e incluso actualmente se está discutiendo en el
Congreso Nacional una propuesta de modificación legal ingresada por
el gobierno, y paralelamente tanto diversas organizaciones sociales
y como la discusión académica también han puesto sobre la mesa
los diversos problemas identificados y cuáles son sus propuestas de
modificaciones.
Entonces, nos encontramos hoy en día en un escenario en el cuál es
válido preguntarse hacia dónde debemos avanzar para lograr un
sistema previsional que realmente cumpla con los objetivos que
debería alcanzar, ¿es posible modificar por completo el sistema?,

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¿es la respuesta volver a un sistema de reparto como el que existía sociales en que se encontraba el país en ese momento.
previamente o es mejor que cualquier modificación que se realice El Decreto Ley 3500 reguló la protección ante la contingencia de la
teniendo como punto de partida elmodelo actual de capitalización pérdida de la fuente de trabajo, entregando prestaciones de vejez,
individual?, ¿es necesaria la participación ciudadana en la toma de invalidez y sobrevivencia, y se caracterizaba por establecer una
decisiones sobre esta materia? de ser así, ¿qué mecanismos deben cotización igualitaria para todos los trabajadores basada en un
utilizarse? porcentaje de su remuneración, elemento que en teoría permitiría
En este trabajo, se pretende en primer lugar entregar una erradicar elementos discriminatorios que existían previamente
descripción del sistema previsional actual, explicando sus orígenes en esta materia, aunque finalmente el monto cotizado dependería
y su funcionamiento, para a continuación identificar los principales de la remuneración respectiva, y también con la homologación de
problemas que plantea y finalmente, cuáles son susdesafíos, y en los requisitos para tener derecho a las prestaciones, estableciendo
general, cuáles son los elementos que deberían tener en consideración criterios objetivos para estos efectos.
para pensar en un sistema de pensiones que sea realmente sustentable Además, este sistema promovía el ahorro individual de cada trabajador,
en el tiempo y que permita hacerse cargo de las contingencias que ya que la prestación recibida tendríauna proporción directa con el
cubre, en el esquema laboral actual y el que se proyecta a futuro. ahorro realizado, de esta manera, si un trabajador quería asegurarse
una mejor pensión, podría esforzarse para ahorrar una cantidad mayor
II. El sistema previsional chileno .
Finalmente, una de las características más llama la atención de este
modelo, es que la administración de los ahorros previsionales quedó
1. Orígenes del modelo actual entregada de forma exclusiva a instituciones de carácter privado
Las primeras leyes previsionales en Chiledatan de principios del siglo que se crearon para estos efectos, las administradoras de fondos de
veinte, particularmente a través de la dictación de las denominadas pensiones o AFP .
“leyes sociales” del año 1924, específicamente con la ley n° 4054 Salvo algunas modificaciones sobre aspectos puntuales, el sistema
sobre seguro obrero obligatorio de enfermedad, invalidez y vejez. previsional se mantuvo inalterable durante los primeros gobiernos
Sin perjuicio de ello, previamente ya se habían dictado algunas de la Concertación a partir del año 1990 después de la vuelta a
regulaciones particulares sobre estas materias aplicables a sectores la democracia, sin perjuicio de que ya comenzaban a resonar los
específicos . problemas que presentaba el modelo, con las primeras generaciones
A partir de entonces, comenzó a implementarse un modelo previsional que comenzaron a pensionarse bajo este sistema.
basado en la lógica de los seguros sociales obligatorios de Bismarck, En ese contexto, durante el primer gobierno de la Presidenta Michelle
bajo un sistema de reparto, pero que desde el punto de vista regulatorio Bachelet (2006-2010), se encargó la constitución de una Comisión
no obedeció a una proyección articulada de un verdadero de sistema para la realización de un estudio sobre la materia, a fin de que pudiera
de pensiones. Por el contrario, se basaba en regulaciones diferentes servir como base para una modificación legal al sistema de pensiones.
para distintos sectores, en los que variaban los requisitos para tener
derecho a las prestaciones,distinguiéndose por ejemplo,el monto y El informe de la denominada “Comisión Marcel”, realizó un
período de la cotización, y particularmente la edad de jubilación . diagnóstico acabado de los problemas que podían identificarse en
materia previsional, indicando en primer término que uno de los
En tal sentido, si bien se destaca el carácter solidario de su factores relevantes a considerar era el envejecimiento de la población,
financiamiento que se basaba en la contribución intergeneracional, elemento que incide directamente en un modelo de capitalización
uno de los aspectos más criticados ha sido precisamente las diversas individual y que por lo tanto supone que estos ahorros deberán
situaciones que regulaba, que en la práctica significaba que las financiar prestaciones durante un mayor periodo.
prestaciones quedaban sujetas a la afiliación a una respectiva caja de
previsión generando notables diferencias entre los trabajadores . Una de las conclusiones que más llama la atención de este informe, es
la observación de que el sistema previsional no se encontraba en crisis,
Otra crítica relevante que se ha planteado a este sistema, son los efectos por el contrario “este funciona de acuerdo a lo previsible” . Es decir,
regresivos que generaba, por cuanto los sectores más pobres habrían el sistema estaba cumpliendo con lo proyectado originalmente por
cotizado más y recibido a su vez prestaciones de menores cuantías cuanto para quienes realizaran cotizaciones periódicas en sus cuentas
. A su vez, también se ha señalado que un importante problema del de capitalización, recibían prestaciones acordes a dicho ahorro.
sistema consistía en que producto de esta misma dispersión normativa
las Cajas de Previsión no lograban reunir los fondos suficientes para Sin embargo, señalaba que sí se presentaban problemas respecto
poder pagar las prestaciones debidas, por lo cual su financiamiento de aquellos trabajadores que no habían realizado cotizaciones con
no provenían sólo de las cotizaciones de los trabajadores y de los la periodicidad necesaria, y que se traducía en que no alcanzaban a
empleadores, sino también de aportes del Estado . reunir dinero suficiente para tener derecho a pensiones de cuantías
que permitieran enfrentar la contingencia de que se trata. Para
En ese contexto, a fines de la década del sesenta, el gobierno de justificar esta situación, el informe indica que se pueden identificar
turno encargó la elaboración de un estudio para poder identificar los algunos cambios que se produjeron en la sociedad chilena desde la
problemas que presentaba el sistema, que culminó con el llamado implementación del modelo, los que incidirían directamente en los
“Informe Prat”, y que entregó un duro diagnóstico al indicar que “el resultados que se estaban obteniendo .
sistema estaba condenado a desplomarse por injusto, oligárquico,
discriminatorio y ser ineficazmente oneroso” . Sin perjuicio de las razones que permiten justificar o no los resultados
del sistema, lo cierto es que uno de los elementos más complejos es la
Sin perjuicio de ello el sistema se mantuvo, y el régimen previsional exclusión de su cobertura para un grupo importante de personas, ya
actual se introdujo con la publicación del Decreto Ley 3500 del 13 de que se trata de un modelo pensado para los trabajadores formales que
noviembre de 1980, el que se enmarcó en un proceso de profundas cotizaban ininterrumpidamente durante toda su trayectoria laboral,
reformas en el país en diversas áreas como educación, salud y trabajo, y no de un modelo con cobertura universal. Pero también causa un
conocidas como “período de las modernizaciones”, realizadas durante gran problema respecto de trabajadores que aunque hayan cotizado de
la dictadura militar y lideradas por José Piñera, entonces Ministro del manera regular, no logran obtener prestaciones de montos adecuados,
Trabajo y Previsión Social. lo que se explica por el resultado directo de que los montos de sus
Se trató de una modificación estructural, que fue impuesta sin remuneracionessean bajos, disminuyendo por lo tanto la cantidad
mayor participación de la ciudadanía ,y que estableció un sistema de ahorrada.
capitalización individual de carácter obligatorio para los trabajadores En tal sentido, a partir de dicho informe se realizó una propuesta de
que se incorporaran al mercado de trabajo a partir del año 1983 . modificación que se tradujo en la aprobación de la ley n° 20.255 del año
En cambio, para quienes ya se encontraban trabajando a la fecha de 2008, conocida como la ley de “Reforma Previsional”. Sin perjuicio de
la modificación, y por lo tanto ya habían aportado cotizaciones, su que esta ley no modificó las bases del sistema, que continuó siendo de
incorporación al nuevo sistema era de carácter voluntaria, pudiendo capitalización individual y por lo tanto, puede resultar cuestionable
permanecer en el régimen de reparto. su real carácter de “reforma”, sí introdujo varios elementos que
Sin embargo, se estableció un incentivo para que dichos trabajadores se permitirían enfrentar algunos de los problemas detectados por la
cambiaran al nuevo sistema de pensiones, a través de la entrega de un Comisión.
“bono de reconocimiento”, el que permitiría traspasar las cotizaciones
realizadas en la Caja de Previsión a su nueva cuenta de capitalización
individual . En todo caso, es importante observar que, sin perjuicio
de dicho incentivo económico, la voluntariedad del cambio de sistema
era bastante relativa, atendidas las particulares condiciones políticas y

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La modificación más relevante fue la incorporación del denominado que los afiliados puedan elegir entre los distintos fondos de inversión
“Pilar Solidario”, que consiste en la entrega de prestaciones de carácter con la finalidad de aumentar su rentabilidad .
no contributivo, para aquellas personas que además de cumplir ciertos La misma ley establece los requisitos para su formación y actualmente
requisitos no tenían derecho a prestaciones del sistema previsional, y existen seis AFP, que administran principalmente las cuentas de
para quienes aun obteniendo estas prestaciones, sus montos resulten capitalización individual, y también otros fondos, como son las
insuficientes. cuentas de ahorro voluntario, los ahorros previsionales voluntarios,
Además, introdujo la obligatoriedad de la afiliación y cotización entre otros.
para los trabajadores independientes, con el objetivo de ampliar Este ha sido uno de los aspectos más criticados del sistema, por
la cobertura subjetiva del sistema, y otras normas que apuntaban cuanto entrega la administración a entidades privadas, sin perjuicio
a mejorar la condición previsional de jóvenes y mujeres, entre otras del eventual control estatal a través de la fiscalización y control de los
regulaciones. órganos administrativos, pero que sin duda significa un rasgo relevante
Sin perjuicio de estas modificaciones, muchos de los problemas el que un sistema de pensiones quede administrado por privados.
basales persisten en la regulación legal, lo que llevó a que el año 2015 se Dentro de los aspectos más criticados al sistema previsional en este
formara Comisión Asesora Presidencial sobre el Sistema de Pensiones, sentido, es que la capitalización a través de los fondos de inversión
conocida como la Comisión Bravo, con el objetivo de realizar nuevas conlleva el riesgo de que dichos fondos puedan perderse o reducirse
propuestas para poder mejorar el sistema. Dentro de las observaciones en alguna de estas transacciones, debiendo soportar dicho riesgo los
y propuestas realizadas por esta Comisión, puede destacarse que afiliados, sin perjuicio de que todas formas deberán pagar a la AFP
señalaba estar en contra de volver a un sistema de reparto , pero sí la comisión respectiva, aunque su gestión genere pérdidas y las AFP
consideraba necesario fortalecer el pilar solidario y el ahorro voluntario, consigan altos márgenes de ganancias por la administración de estos
así como aumentar la edad de jubilación e incentivar el trabajo de las fondos .
personas mayores, en atención al factor del envejecimiento progresivo
de la población. Sin perjuicio de las propuestas realizadas, el informe Relacionado con lo mismo, otro de los problemas que genera este
no se tradujo en reformas legales. sistema es su difícil comprensión en cuanto a la forma en que se
realizan las inversiones de fondos, que en estricto rigor impide que
Finalmente, el 6 de noviembre de 2018 se introdujo en el Congreso los afiliados puedan tomar decisiones informadas respecto a la forma
Nacional un proyecto de reforma previsional a través del Mensaje en que se invierten sus ahorros previsionales . En atención a ello, la
n° 171-366, actualmente en discusión, y que haciéndose cargo del comisión Marcel ya había indicado que una de las mejoras que debían
diagnóstico general previsional que revela que la cobertura sigue realizarse es materia de educación previsional .
siendo baja, las tasas de reemplazo de las prestaciones son insuficientes
y el aumento de la proyección de vida de la población, plantea diversas
propuestas siendo una de las más relevantes el aumentar el porcentaje c. Financiamiento:
de la cotización, pero encarando su financiamiento a los empleadores. Se realiza a través de las cotizaciones individuales de los trabajadores
dependientes e independientes, que corresponde al 10% de la
2. Descripción del sistema actual: remuneración o renta imponible en cada caso, aunque dicha base
de cálculo tiene un tope de 60 unidades de fomento (UF) más las
Se ha señalado que en atención al financiamiento de sus prestaciones, variaciones del índice de precios del consumidor (IPC) , y también
actualmente el sistema está compuesto por tres pilares, el contributivo, de una cotización adicional, que está destinada a cubrir los gastos de
el solidario y el voluntario. administración o comisión de la AFP respectiva y al seguro de invalidez
Tanto el pilar contributivo como el voluntario se caracterizan porque y sobrevivencia , aunque para los trabajadores independientes, el valor
el financiamiento proviene de las cotizaciones de los trabajadores, y de dicho seguro debe ser financiado por el empleador .
puede ser caracterizado de la siguiente forma: Además, se establece una cotización especial para los trabajadores
que realicen trabajos pesados quienes, en atención a su mayordesgaste
a. Cobertura subjetiva: profesional es más probable que deban terminar su vida laboral antes
de cumplir la edad de jubilación, y por lo mismo, tendrán menos tiempo
Se distingue entre la afiliación obligatoria y la voluntaria al sistema. La para ahorrar para sus futuras pensiones. Esta cotización corresponde
primera, se caracteriza por serautomática, única y permanente para a un 4% adicional, repartido en partes iguales entre el trabajador y el
todos los trabajadores dependientes del sector público y privado. empleador, aunque podría ser reducida a la mitad en casos calificados .
Además, a partir de la Reforma Previsional del año 2008 también Para los trabajadores dependientes la cotización se realiza
es obligatoria la afiliación para los trabajadores independientes que coactivamente a través del descuento y posterior pago que debe
generen renta. Este fue uno de los puntos más relevantes de dicha realizar el empleador de la remuneración de trabajador. Este es un
reforma, por cuanto se observó que, si bien para estos trabajadores elemento muy relevante del sistema, ya que, con el fin de obligar a los
existía la posibilidad de incorporarse voluntariamente al sistema, en trabajadores a cotizar, se traspasa dicha obligación a los empleadores,
la práctica no lo hacían, quedando fuera de la protección del sistema quienes finalmente serán responsables de enterar los ahorros
de seguridad social . Por lo mismo, se estableció un mecanismo de previsionales en las instituciones correspondientes. Sin perjuicio de
afiliación obligatoria a través de la retención de impuestos, por lo que el incumplimiento de esta obligación configura una infracción
tanto,finalmente la obligatoriedad queda condicionada a que se trate laboral que podrá generar sanciones para el empleador por parte de la
de trabajadores que declaren renta . Dirección del Trabajo, el efecto directo será que el trabajador tendrá
Por su parte, también se contempla la posibilidad de que quienes no lagunas o vacíos en su cuenta de capitalización individual.
realicen actividades remuneradas puedan incorporarse de forma Lamentablemente, esta evasión por parte de los empleadores es
voluntaria al sistema , a través de una cotización que puede realizar el bastante común , lo cual ha llevado modificaciones legales muy
mismo afiliado o un tercero en su nombre. importantes, como fue la ley 19.631 de 1998, conocida como la Ley
En cuanto a la cobertura subjetiva general del sistema, de acuerdo con Bustos o de nulidad del despido, que establece que para poder poner
la información entregada por la última Encuesta CASEN, el 63,9% de término al contrato de trabajo los empleadores deben acreditar que se
la población en edad de trabajar declara estar afiliada a un sistema encuentranal día con el pago de las cotizaciones previsionales, de lo
previsional de capitalización individual. contrario el despido no podrá poner término al contrato .
A su vez, como ya se indicado, para los trabajadores independientes
b. Administración: que no hayan cotizado, se realizará la retención correspondiente de su
declaración de impuestos a la renta, en la operación tributaria anual
Está a cargo de las administradoras de fondos de pensiones o AFP,
respectiva.
“sociedades anónimas que tendrán como objeto exclusivo administrar
fondos de pensiones y otorgar y administrar las prestaciones y Finalmente, es importante destacar que el sistema basándose
beneficios que establece esta ley” . precisamente en la idea de libertad y de incentivo al ahorro, establece
diversos mecanismos de ahorro voluntario, en los cuales el afiliado
Las AFP deben invertir los ahorros es distintos fondos regulados
puede realizar cotizaciones adicionales para incrementar sus futuras
por la ley, en atención a la rentabilidad y al riesgo que significa para
pensiones.
los afiliados su inversión en las distintas etapas de su trayectoria
laboral. Esta regulación fue introducida en el año 2002, a través de
la ley conocida como de “multifondos”, que buscaba precisamente
regular y controlar los riesgos de inversión de aquellas personas que se
encuentran más cerca de la edad de jubilación , permitiendo además

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d. Prestaciones: incluido en la cobertura del sistema, o porque sus ahorros no fueron
Como ya se ha indicado, el sistema entrega tres tipos de prestaciones: suficientes para poder otorgar prestaciones.
vejez, invalidez y sobrevivencia. En el caso de los aportes solidarios, se trata de un complemento para
d. 1. Pensión de vejez: tienen derecho a ella los hombres que cumplan aquellos mayores de 65 años, que cumpliendo otros requisitos no
65 años y las mujeres que cumplan 60 años . Cumplida la edad logran autofinanciar una prestación de un monto superior al de la
indicada, es facultativo para los trabajadores acogerse a la jubilación, pensión máxima con aporte solidario .
y por lo tanto podrían continuar trabajando. Independientemente de Respecto al impacto que ha tenido este pilar, si bien se ha criticado el
lo anterior, una vez llegada a esa edad termina la obligatoriedad de monto de las prestaciones que entrega, que en todo caso es coherente
cotizar para el sistema previsional, y por lo tanto el empleador no debe con su carácter de “básico” y por cuanto no logra ser suficiente para
continuar realizando los descuentos respectivos. enfrentar esta contingencia social, no es posible desconocer que sí
La diferenciación de edad para hombres y mujeres es una ha producido efectos positivos en un considerable porcentaje de
característica del sistema bastante cuestionable, por cuanto distingue la población que, de otra forma no tendría acceso a prestaciones
arbitrariamente entre hombres y mujeres, y que no considera aspectos previsionales o sus montos serían aún más bajos. De hecho, la última
que influyen en esta materia, como el hecho de que en general las Encuesta CASEN indica que el 27% de las personas mayores de 65
mujeres tienen mayores proyecciones de vida, por lo tanto, sus ahorros años recibe una pensión solidaria o asistencial.
deberán financiar prestaciones durante un período superior; y además,
que las mujeres tienen remuneraciones más bajas que los hombres, lo III.Sustentabilidad y desafíos
que significará que sus ahorros serán también más bajos.
Habiendo revisado las principales características del sistema, y
Este elemento sí fue considerado en la Reforma Previsional del 2008, pudiendo observarse que muchas las problemáticas que presenta
al igual la edad para ser beneficiario de pensiones solidarias para son claramente identificables y que necesitan ser atendidas en el
hombres y mujeres en 65 años, y también se incluyó como una de las corto plazo, no es posible ignorar que el sistema previsional actual se
sugerencias planteadas por la Comisión Bravo. encuentra expuesto a desafíos de mayor magnitud, que amenazan la
En todo caso, es importante señalar que cumplida la edad que permite sustentabilidad de un modelo que ya a casi 40 años de implementación
d. 2. Pensión de invalidez: tienen derecho a ella los trabajadores que parece ser insostenible.
no habiendo cumplido la edad para tener derecho a pensión de vejez, En dicho sentido, es oportuno concentrarse en al menos dos de estos
que sufran una enfermedad de causa común que disminuya de forma desafíos, que no sólo son pertinentes respecto del modelo chileno, sino
permanente su capacidad de trabajo, distinguiendo entre invalidez que se trata de problemas globales que impactan de manera directa
total, cuando la pérdida de capacidad laboral es de al menos 2/3; e en los sistemas de seguridad social, en primer lugar, los constantes
invalidez parcial, cuando la pérdida de capacidad laboral sea mayor al cambios en la formalización del mercado laboral, y en segundo lugar,
50% pero menor a 2/3 . el aumento progresivo de las expectativas de vida y la necesidad de la
d. 3. Pensión de sobrevivencia: son beneficiarios el grupo familiar del extensión de las trayectorias laborales.
trabajador que fallece, el que está compuesto por el o la cónyuge o
conviviente civil sobreviviente, los hijos, los padres, y el padre o madre 1. Formalización del mercado laboral
de hijos no matrimoniales del causante, estableciéndose diversos
requisitos para tener derecho a una prestación, respecto de cada caso . Como ya se ha señalado, el sistema previsional chileno tiene como
base el financiamiento realizado por un trabajador dependiente que
Respecto de los montos de las prestaciones,en el caso de la pensión se desempeña en un contrato laboral formal y típico, y que percibe
de invalidez y sobrevivencia dependerá de si los trabajadores tienen una remuneración estable y periódica, todo lo cual le permite ahorrar
contratado un SIS (seguro de invalidez y sobrevivencia) el que se de forma ininterrumpida. Sin embargo, sabemos que la realidad del
encargará de financiar la prestación hasta que el afiliado alcance la mercado laboral actual no es esa, y por lo tanto afecta directamente a
edad de jubilación para poder acogerse a una pensión de vejez. la configuración de este sistema de pensiones .
A su vez, el monto de la pensión de vejez dependerá directamente De acuerdo con estudios realizados por la Dirección del Trabajo,
de los montos que haya podido ahorrar el afiliado, lo que ha sido en Chile los trabajadores informales pueden ser clasificados en los
caracterizado como una de las principales falencias del sistema, debido siguientes grupos: a) los independientes encadenados, son aquellos
a sus bajas tasas de reemplazo . Para calcular el monto de la pensión, que cuenta propia y/o pequeños empresarios que operan con pérdida
además de la cantidad de ahorro se deberán tener en consideración de autonomía y/o con traspaso de riesgos de otros hacia ellos y/o
otros factores, como son la proyección de vida, la cantidad de cargas bajo formas de pago que disminuyen su grado de independencia y su
familiares del afiliado y la modalidad de pago que elija. relación directa con el mercado, incluyéndose aquellos que realicen
En dicho sentido, la ley establece cuatro modalidades que van desde su actividad en las instalaciones u oficinas del empleador o cliente, y
rentas vitalicias pactadas con compañías de seguros, que garantizan aquellos que trabajen en un local, taller o fábrica anexo a su hogar; b)
una pensión por toda la vida del afiliado, hasta retiro programado, los dependientes periféricos, que incluye asalariados subcontratados
que permite hacer retiros de la AFP hasta agotar los fondos ahorros, por empresas formales e informales y subordinados independientes;
así como modalidades intermedias . Si bien en teoría la elección de c) los asalariados subcontratados son los que no están contratados
la modalidad es voluntaria para el afiliado, las que conllevan parte o directamente por la empresa para la que trabajan, pero reciben una
la totalidad de rentas vitalicias establecen como requisito contar con liquidación de sueldo de quien los contrata, reconociendo su condición
montos de ahorros mínimos, por lo tanto, finalmente la elección queda de dependencia; d) los subordinados independientes son aquellos
condicionada al nivel de ahorro que tenga el afiliado, lo que resultará asalariados del sector público, del sector privado y de los hogares, que
en que si sólo puede optar a retiro programado una vez agotados sus no reciben una liquidación de sueldo; y, por último, e) los asalariados
fondos termina también la obligación de la AFP de seguir pagando la desprotegidos, que son los asalariados con liquidación de sueldo
pensión. pero que carecen de un contrato de trabajo, cotización previsional,
cotización de salud y/o seguro de cesantía .
Pilar solidario En este esquema, las nuevas formas de trabajo y de organización
empresarial,bajo fórmulas complejas que impiden identificar con
Como ya se ha indicado, la reforma previsional de 2008 introdujo este claridad la relación laboral y que en muchos casos se presentan con
pilar, que consiste en prestaciones de carácter no contributivo para una regulación que no incluye las tradicionales fórmulas del derecho
personas de escasos recursos que o no tienen derecho a prestaciones del trabajo,aparecen como una nueva vía para lograr excluir a los
del sistema contributivo, o su cuantía es muy baja. trabajadores de la protección de la seguridad social.
Es importante señalar que anteriormente existían las pensiones Al conectar la formalización laboral bajo parámetros estándares para
asistenciales, pero que tenían como objeto la población más pobre del todos los trabajadores, con el éxito del funcionamiento del sistema
país y sus montos eran bastante reducidos . previsional, nos encontramos con que cada vez es más difícil pensar
En cuanto a las prestaciones que entrega, se distingue entre las en mecanismos de seguridad social apropiados para poder enfrentar el
pensiones básicas solidarias de vejez y de invalidez y el aporte básico cada vez más complejo mercado de trabajo .
solidario de vejez e invalidez. Si bien se ha avanzado en la integración de los trabajadores
En el primer caso, se trata de pensiones con montos fijos definidos por
ley , que se entrega a personas mayores de 65 años, que además de
cumplir otros requisitos , no tengan derecho a prestaciones del sistema
contributivo. Esto puede darse ya sea porque nunca cotizó por haberse

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independientes que tradicionalmente quedaban fuera del sistema enmarcó en un período de reformas profundas a diferentes aspectos
previsional, pareciera que el mecanismo escogido para hacer efectiva de la política pública nacional, entre ellos las relaciones de trabajo.
su obligatoriedad de afiliación no es el más eficiente. En efecto, se Así, a través del conocido como “Plan Laboral” , se introdujeron
trata de una fórmula que ha generado mucha resistencia entre los modificaciones tendientes a flexibilizar el sistema de relaciones
propios afectados, que llevó incluso a prorrogar su entrada en vigencia individuales de trabajo, estableciendo facilidades para la contratación
y que recién a partir de este año se está haciendo efectivo . No hay temporal; jornadas de trabajo extensas;bajas remuneraciones; y
que olvidar, que los trabajadores independientes siempre habían flexibilidad en el sistema de terminación del contrato de trabajo, a
podido afiliarse de forma voluntaria al sistema de capitalización través de la incorporación de causales de despido amplias y restricción
individual,pero precisamente no lo hacían atendido los altos costos, a los montos de las indemnizaciones por este motivo.
que como ya se indicó además implica el deber de cotizar para los otros A todo lo anterior es necesario agregar otros factores de diversas
regímenes contributivos, y las bajas prestaciones recibidas. índoles, como culturales y económicos, que han traído como
En este sentido, cualquier sistema de seguridad social que pretenda consecuencia, por ejemplo, que la inserción al mercado laboral se
ser sustentable debe considerar las condiciones de trabajo actuales, postergue con motivo de continuar estudiando, lo que implica que las
y buscar mecanismos que permitan lograr una mejor cobertura trayectorias laborales comienzan más tarde y por ende son más breves.
subjetiva, sin que esté condicionada a mantener una fuente laboral En ese contexto, como ya se ha indicado, el reciente proyecto de
estable, ya sea dependiente o independiente. modificación legal al sistema previsional propone extender la edad de
jubilación de forma voluntaria a través de dos incentivos específicos.
b. Envejecimiento de la población y extensión de las trayectorias En primer lugar, la posibilidad de realizar retiros de la cuenta de
laborales capitalización individual, por un monto igual al 50% de la diferencia
En el informe entregado por la Comisión Bravo, en el que se ponía positiva entre el saldo acumulado en su cuenta al momento del retiro y
especial énfasis en los efectos del progresivo envejecimiento de la el saldo necesario para financiar la pensión que hubiesen obtenido a la
población, se planteó como una de las propuestas el incrementar la edad legal de pensión. Sin perjuicio de que la modificación supone que
edad de jubilación para permitir de esta forma que los trabajadores el monto de ahorro no disminuirá por el retiro ya que como se continúa
pudieran extender sus trayectorias laborales. trabajando seguirá aportando a sus fondos, parte del supuesto de la
existencia de una diferencia positiva al momento de hacer el cálculo
Los bajos montos de las pensiones del sistema de capitalización del retiro. Ello significa, que quienes al momento de cumplir la edad de
individual han significado que los trabajadores necesiten seguir jubilación no cuenten con fondos suficientes para financiar su pensión,
manteniendo su remuneración por un mayor período prorrogando su no podrán hacer uso de este incentivo. Por otra parte, llama la atención
jubilación, o incluso continuar trabajando como una forma de poder que el incentivo consista en poder retirar parte de los fondos ahorrados
complementar la pensión. a pesar de continuar trabajando, lo que supone el aumento de sus
Además, siguiendo el contexto de lo señalado en el punto anterior, el ingresos no por la vía laboral sino a través de sus propios ahorros.
hecho de que para solventar financieramente la jubilación se acuda En segundo lugar, se propone un incentivo a través de la disminución o
a iniciativas vinculadas al mundo del trabajo, evidencia la estrecha eliminación de las comisiones de la AFP para los trabajadores que, una
relación que existe entre el mercado laboral y los sistemas de pensiones. vez cumplida la edad de jubilación, sigan cotizando. Este mecanismo
En este sentido, reconociendo que el sistema previsional actual resulta más interesante, ya que precisamente una de las críticas que
otorgaprestaciones de montos más bajos de lo originalmente se ha realizado respecto de las administradoras es respecto de los
proyectado, y que uno de los factores que explican este resultado montos de dichas comisiones. Como ya se ha señalado, el trabajador
ha sido precisamente el al aumento de las expectativas de vida y la que jubila ya no resulta obligado a seguir cotizando en el sistema
necesidad de que las pensiones financien un período más extenso, previsional aunque continúe trabajando. Con este incentivo, resultaría
el proyecto de ley ingresado por el gobierno contiene propuestas más interesante seguir cotizando ya que al pagar menor o ninguna
para incentivar la extensión de la vida laboral y postergar la edad de comisión, significaría un aumento directo de sus remuneraciones
jubilación. líquidas.
En términos generales, las propuestas consisten en que las personas en Sin perjuicio de que es posible prever que la discusión de este nuevo
edad de jubilar tengan la posibilidad de realizar retiros de su cuenta de proyecto de reforma no estará exenta de problemas y que seguramente
ahorro previsional y en la rebaja o eliminación de las comisiones de la sufrirá diversas modificaciones durante el transcurso de su tramitación
AFP, siempre y cuando continúen cotizando en su cuenta individual. para su eventual aprobación, es válido preguntarse cuál será el efecto
Sin perjuicio de los numerosos beneficios que en todo orden de cosas real de estas propuestas en el escenario actual de las condiciones de
significa para las personas mayores el poder continuar trabajando y trabajo que ya se han señalado.
con ello seguir contribuyendo tanto a su desarrollo personal como al En efecto, es posible sospechar que la extensión de las trayectorias
de la sociedad, no deja de llamar la atención que uno de los factores laborales sin medidas de mejoramiento de las condiciones laborales
que contribuyen a que se deban extender las trayectorias laborales, es mínimas de las personas mayores, no necesariamente tendrán el
precisamente el hecho de que las pensiones no sean suficientes . Ello impacto esperado en sus fondos de pensiones, aunque sí podría seguir
no sólo implica que muchas veces los trabajadores quisieran optar por contribuyendo a problemas en otras dimensiones como son la salud y
jubilar, pero no pueden hacerlo, sino que además deberán aceptar las seguridad de este grupo, al verse obligados a seguir trabajando a pesar
condiciones laborales que se les ofrezcan, las que muchas veces son de no necesariamente querer hacerlo.
aún más precarias que para trabajadores más jóvenes.
Como ya se ha indicado, el sistema de capitalización individual IV. Conclusiones
estaba pensado en trabajadores que mantendrían un ciclo laboral
estable que permitirían que pudieran seguir capacitándose y Al hacer una revisión general del sistema de pensiones, es posible
mejorar profesionalmente, con contrato de trabajo de duración observar los distintos problemas que plantea, ya sea desde aspectos
indefinida y jornada completa, lo que posibilitaría que cotizaran más técnicos, como la forma de inversión de los fondos y la información
ininterrumpidamente durante toda su trayectoria de trabajo. De que manejan los afiliados, hasta aspectos mucho más profundos que
esta manera, la tasa de reemplazo proyectada era del 70% de su inciden directamente en los resultados del sistema, comenzando por
remuneración . la definición de un modelo basado en la capitalización individual.
A lo anterior, pueden sumarse factores adicionales que seguirán
Sin embargo, los resultados que ha mostrado que solo en torno al impactando de manera más profunda en el corto y mediano plazo,
45% de los individuos tuvo una trayectoria laboral consistente con como son las nuevas formas de trabajo y el envejecimiento progresivo
lo esperado por los responsables de este esquema de pensiones, vale de la población con las mayores proyecciones de vida.
decir, una trayectoria caracterizada por personas que gran parte de
su vida trabajan ininterrumpidamente como empleados, a tiempo Ante este escenario, cómo pensar en un sistema que sea sustentable
completo, y cotizando continuamente a sus fondos de pensión. El hacia el futuro y que en definitiva permita que como sociedad
resto de la población estudiada posee trayectorias caracterizadas podamos hacernos cargo de esta contingencia. Pareciera que el único
por la ausencia permanente del mercado laboral (en torno al 31% de punto de partida es pensar en cambios estructurales en el sistema de
la población), o por trayectorias en las que se presentan períodos de pensionesy no sólo en modificaciones puntuales que no tendrán un
empleo (a cuenta propia o como dependientes) pero sin contribuciones real impacto en lo inmediato para los trabajadores que ya encuentran
a las cuentas individuales de ahorro previsional .
Esto se explica porque el mercado laboral no se ha desarrollado en
los términos proyectados para el éxito del sistema de capitalización
individual. Como ya se señaló, la reforma al sistema previsional se
37
pensionados o que se encuentran próximo a la edad de jubilación, sino V. Bibliografía
necesariamente en un cambio que pueda afectar de manera positiva a -ARELLANO, PABLO (2012): Universalismo e individualismo en el derecho
las futuras generaciones. chileno de pensiones (Santiago, Librotecnia).
Si bien el pilar solidario ha significado un mejoramiento considerable -CIEDESS, (2017): La seguridad social en Chile, (Santiago, Corporación
en la protección de un sector específico de la población, el problema de CIEDESS)
fondo sigue manteniéndose, es decir, los montos de las prestaciones -CIFUENTES, HUGO (2018): El sistema de seguridad social chileno.
que en definitiva no sean suficientes y que significa que las personas Descripción y aspectos generales (Santiago, Ediciones UC).
mayores deban seguir realizando actividades remuneradas ya sea -CIFUENTES, HUGO, ARELLANO, PABLO, WALKER, FR ANCISCO
postergando su jubilación o para complementar los montos de sus (2013): Seguridad social. Parte general y pensiones, (Santiago, Librotecnia).
bajas pensiones. -COMISIÓN MARCEL (2006), Informe comisión Marcel, resumen ejecutivo.
El problema es cómo conseguir esos cambios estructurales. Como ya se -COMISIÓN ASESOR A PRESIDENCIAL SOBRE EL SISTEMA DE
ha indicado, el cambio de sistema en la década de los ochenta obedeció PENSIONES (2015), Informe final.
a circunstancias particulares del escenario político y social en que se - DIRECCIÓN DEL TR ABAJO, Informalidad laboral: más trabajadores
encontraba el país y que por lo tanto no contó con la participación productivos sin protección social. Disponible en: https://www.dt.gob.cl/
ciudadana en el análisis o aprobación de este sistema. En la actualidad, portal/1629/articles-110457_recurso_1.pdf
no es posible proponer ningún cambio profundo en el que nos exista -GUMUCIO, JUAN (1995): “Del reparto a la capitalización: la experiencia
un consenso social. chilena. Primera parte”, en Revista Laboral Chilena, marzo 1995, pp. 48-54.
-GUMUCIO, JUAN (2006): “Mirada al sistema de pensiones”, en Revista
En ese escenario, en los últimos años han sido precisamente los
Latinoamericana de Derecho Social, Número 2, enero- junio 2006, pp.175- 199.
actores sociales quienes han promovido la discusión y proposición de
-HUMERES, HÉCTOR (2019): Derecho del trabajo y de la seguridad social.
alternativas al régimen previsional con el fin de conseguir un verdadero
Décimo novena edición, (Santiago, Editorial Jurídica de Chile).
sistema de pensiones que sea universal y suficiente. En ese sentido, y
sin perjuicio de poder o no estar de acuerdo con la totalidad de las -JOFRÉ, MARÍA SOLEDAD (2014), en Revista internacional y comparada de
relaciones laborales y derecho del empleo, ADAPT, Volumen 4, número 3, julio-
propuestas realizadas, es pertinente mencionar la actividad del grupo septiembre 2016, pp. 1-15.
conocido como “no más AFP” , que proponen un sistema alternativo al
-LANATA, GABRIELA, (2015): Manual de legislación previsional, Segunda
régimen administrado por estas entidades privadas, y que permitiría
Edición, (Santiago, Thomson Reuters).
avanza hacia la universalidad y solidaridad del sistema, a través del
-MADERO-CABIB, IGNACIO; Regímenes de pensiones con bases laborales
financiamiento compartido entre los trabajadores, empleadores y el
precarias: Lecciones de un estudio longitudinal en Chile. Presentación en
estado, y una administración estatal. seminario “Edad, trabajo y pensiones. Viejos y nuevos retos”. FLACSO Chile y
Está claro que la percepción cuidada en general concuerda que el Centro de Estudios de Derecho del Trabajo y Seguridad Social de la Universidad
sistema actual presenta problemas profundos que generan descontento de Talca. Santiago, Chile.
y desconfianza, por lo cual antes de pensar en cualquier mecanismo de -MINISTERIO DE DESARROLLO SOCIAL, (2017): Encuesta Casen.
participación ciudadana en la toma de decisiones en necesario realizar -NOVOA, PATRICIO (1977): Derecho de la seguridad social (Santiago,
un proceso de información real, respecto de los verdaderas causas de Editorial Jurídica de Chile),Tomo III.
dichos problemas, y los efectos o consecuencias de eventualmente, -OIT (2014), Social protection for older persons: key policy trends and statistics.
pensar en sistemas alternativos. Como ya se ha señalado, la falta de -PIÑER A, JOSÉ (1991): El cascabel al gato: la batalla por la reforma previsional
educación previsional y de desconocimiento de los afiliados tiene (Santiago, Editorial Zig- Zag).
como resultado su menor involucramiento en la toma de decisiones
-SOLIMANO, ANDRÉS (2017): Pensiones a la chilena. La experiencia
respecto de sus propios ahorros previsionales. En los tiempos actuales, internacional y el camino a la desprivatización (Santiago, Catalonia).
con todas las nuevas herramientas tecnológicas a nuestro alcance, es
-WALKER, FR ANCISCO (2008): “El pilar del proyecto de ley que perfecciona
mucho más fácil que la información llegue de forma clara y directa a el sistema de pensiones”, en: Hugo Cifuentes Coordinador, Reforma previsional,
toda la población, pero es vital que esa información sea correcta y no (Santiago, Legal Publishing), pp. 47-54.
tendenciosa o dirigida.
Siguiendo con esa idea, uno de los riesgos más grandes en el momento
en que nos encontramos, es generar expectativas irreales en la
población. Uno de los puntos que más se ha discutido en los foros
sociales es si es posible o no volver a un sistema de reparto como el que
estaba vigente en Chile inicialmente, o la recuperación de los fondos
previsionales de forma directa a sus afiliados a fin de que cada uno
pueda realizar inversiones que permitan incrementar dichos fondos de
formas más adecuadas o transparentes.
Nos parece que esa no puede ser el camino más adecuado. Un
verdadero sistema de seguridad social necesariamente debe tener
vocación de permanencia, y no es posible llevar a cabo medidas
extremas que no serán sustentables en el tiempo. De esa manera, es
necesaria la articulación de todos los actores y lograr mecanismos
que permitan su participación. En el escenario laboral actual no es
posible seguir pensando en un modelo que dependa directamente de
la condición de trabajador para poder obtener cobertura. Pareciera
ser más razonable hacia un sistema único que permita que todos la
población de goce de cobertura, sin que dependa de su formalización
en el mercado de trabajo.
En cuanto al financiamiento, sin duda el estado debe participar
activamente así como también los empleadores, los montos de las
pensiones no pueden depender exclusivamente en la capacidad de
ahorro individual de los afiliados.Contratos de trabajo informal, alta
rotación laboral, inserción tardía al mercado de trabajo, son factores
que inciden y seguirán impactando de manera negativa en que exista
una real capacidad de ahorro obligatorio, menos aún pensar en lograr
ahorros adicionales a través de mecanismos voluntarios.
Pero para que todo ello, es necesario también provocar cambios en
nuestro sistema de relaciones de trabajo, ya que no es posible separar
ambas materias, pensando que el tema previsional corresponde a una
situación futura de la que el trabajador deberá preocuparse cuando
llegue a determinada edad. Se trata de un problema que nos afecta
a todos y en el que ya estamos llegando muy tarde a la discusión de
los aspectos que realmente deberían ser considerados para realmente
tener un sistema de pensiones adecuado.

38
LA IGUALDAD DE GÉNERO EN LAS RELACIONES en virtud de la división de tareas imperante, y sin remuneración)
convive con un sistema formal de cuidados, donde participa el
LABORALES
sector público y el sector privado. Con la participación del Estado y
Adriana López López del mercado a través de la oferta de servicios, es necesario controlar
la calidad de éstos, así como la posibilidad de acceso de los distintos
Sumario: sectores sociales . Para ello ha resultado fundamental la creación del
Sistema Nacional de Cuidados, sobre el que volveremos más adelante.
1. Introducción.
Es interesante como Pérez del Río señala que el sistema de garantía
2. Igualdad de derechos y oportunidades. antidiscriminatoria se nutre de ciertos instrumentos tales como la
2.1. Normas internacionales y nacionales . democracia paritaria, y los principios de transversalidad de género,
3. Situación del mercado laboral uruguayo. de acción positiva y el de corresponsabilidad. En casos de crisis, el
instrumento de acción positiva se convierte en un producto de lujo
4. Análisis de normas nacionales.
para el Estado y las empresas privadas.
4.1 Maternidad.
4.2. Salud.
2. Igualdad de derechos y oportunidades
4.3. Trabajo doméstico.
A partir de la premisa, de que es necesario identificar las normas
4.4.Seguridad Social. que tienden a lograr la igualdad de oportunidades entre ambos
4.5. Sistema Nacional de Cuidados. géneros, vamos a hacer referencia a algunas normas internacionales,
4.6. Promoción del empleo de personas con discapacidad. como los convenios de la OIT, y a las normas nacionales específicas
. Obviamente estamos partiendo del supuesto de que el derecho
5. Informes de la CIDH de 2011 y 2016. laboral y el derecho de la seguridad social pueden ayudar a cambiar la
6. Breves conclusiones. realidad y permitir efectivamente la igualdad de género, para lo cual
es necesario que las mujeres podamos resolver algunos aspectos, tales
como los de los cuidados.
Resumen:
También debemos hacer referencia a la Declaración de la OIT sobre la
Se abordan las normas nacionales (Uruguay) e internacionales que
justicia social para una globalización equitativa (2008) donde se indica
promueven de manera directa o indirecta la igualdad de género en las
que la igualdad de género y la no discriminación deben considerarse
relaciones laborales, y se hace referencia a los datos estadísticos sobre
como cuestiones transversales de los cuatro objetivos estratégicos allí
la situación de las mujeres en el mercado laboral uruguayo.
establecidos (a saber: la promoción del empleo, de la protección social,
Palabras clave: Igualdad de género. Perspectiva de género. Relaciones del tripartismo y el diálogo social, así como del respeto a los principios
laborales. Discriminación. y derechos fundamentales en el trabajo) y a través de los cuales se
plasma el Programa de Trabajo Decente.
1. Introducción
Una primera cuestión a señalar es cómo lograr la igualdad de género 2.1. Normas internacionales y nacionales
en las relaciones laborales. Para ello se requiere de normas que tengan A nivel internacional tenemos los Convenios Internacionales de
dicha perspectiva, pero también se debe resolver qué aspectos se Trabajo de la OIT , nº 100 , 111 y 156 , todos ratificados por Uruguay.
deben regular y cómo hacerlo. Alda Facio es muy clara al distinguir A nivel nacional, la ley 16.045 de 1989 prohíbe la discriminación que
entre igualdad o equidad de género. ¿Es lo mismo hablar de igualdad viole el principio de igualdad de trato y oportunidades para ambos
que de equidad de género? La igualdad refiere a un derecho humano, sexos en cualquier sector de la actividad laboral. Es importante el
que se logra si no hay discriminación de ningún tipo y que requiere énfasis que se hace en la actividad educativa a cargo del Estado y de los
acciones del Estado a fin de eliminar la discriminación real. En cambio, medios de enseñanza sobre este tema.
los Estados no están obligados a lograr la equidad de género .
El decreto reglamentario nº 37/997 introdujo como forma grave de
El asunto central es la promoción de condiciones que permitan discriminación las conductas de acoso u hostigamiento sexual en el
alcanzar la igualdad sustancial entre hombres y mujeres, desde lugar de trabajo o en ocasión de él.
el momento en que es un hecho admitido que la principal causa de
En este sentido, el mayor avance se logró al aprobar la ley nº 18.561 de
discriminación es el sexo y afecta entonces a la mitad de la humanidad
11 setiembre de 2009 , que regula la prevención y la sanción del acoso
(sobre este aspecto volveremos al analizar el informe de la Comisión
sexual en las relaciones laborales y en las relaciones docente-alumno,
Interamericana de Derechos Humanos). En tal sentido, Teresa Pérez
tanto en el ámbito público como en el privado. Uno de los aspectos
del Río señala que “Es obvio que una de las situaciones más importantes
esenciales es el señalar la responsabilidad del Estado en la creación e
de desigualdad y discriminación es la que se produce entre hombres y
implementación de políticas para la prevención de esta conducta. La
mujeres. Se trata de la más arraigada históricamente, y se reproduce
norma permite que el trabajador/a afectado/a opte por realizar la
en todas las sociedades y culturas, de las mas ancestrales hasta las mas
denuncia en el ámbito de su empresa u organismo del Estado, o ante
evolucionadas. Es importante tanto en términos cuantitativos (afecta
la Inspección General del Trabajo y de la Seguridad Social, así como
a la mitad de la ciudadanía) como cualitativos (pone simultáneamente
a reclamar, sin perjuicio de estas instancias y de la acción penal, una
en peligro todos los derechos fundamentales más esenciales como el
indemnización por daño moral o a darse por indirectamente despedida,
derecho a la dignidad, a la integridad física y psíquica y a la propia vida)
con derecho a una indemnización especial y tarifada. Finalmente, la ley
.
se reglamentó mediante el decreto nº 256/017 de 11 de setiembre de
Como sostiene Martha Márquez , se trata de analizar las normas del 2017, únicamente en los aspectos referidos a las relaciones laborales
derecho del trabajo con una perspectiva de género , entendiendo que del sector público y privado, quedando sin reglamentación los aspectos
éste se encuentra atravesado por diversas variables: clases sociales, vinculados a la enseñanza.
edades, razas, etnias, creencias, opciones sexuales, discapacidades
En 2007, se aprueba la ley nº 18.104 de 15 de marzo de 2007 sobre
. Ese análisis debe atravesar todo el sistema jurídico, superando
Promoción de la Igualdad de Derechos y Oportunidades entre Hombres
ampliamente la cuestión de las normas laborales, a efectos de evitar la
y Mujeres en la República Oriental del Uruguay. Esta norma, por un
idea de que el Derecho en general es neutro, objetivo y universal. De
lado, encomienda al Instituto Nacional de las Mujeres (organismo que
ahí que Pérez del Río, al referirse a la crisis europea de 2008, señale
funciona dentro del Ministerio de Desarrollo Social) la creación de un
que las medidas anticrisis no pueden ser ciegas al género, lo que la lleva
Plan Nacional de Igualdad de Oportunidades y Derechos (en adelante
a criticar las medidas que consisten en el ahorro conseguido mediante
PIODNA), de acuerdo a la normativa internacional vinculada a la no
la disminución de los fondos destinados a ciertos servicios públicos
discriminación por motivos de género (en este caso, en particular se
(como los de cuidado de personas dependientes) o en el desincentivo
debe resaltar la Convención interamericana para prevenir, sancionar y
a la aplicación del principio de corresponsabilidad entre hombres y
erradicar la violencia contra la mujer – Belém do Pará), y crea además
mujeres en las tareas de cuidado.
el Consejo Nacional Coordinador de Políticas Públicas de Igualdad
En el caso de Uruguay, el no destinar la cantidad adecuada de recursos de Género (integrado entre otros organismos por la Universidad,
a efectos de lograr el reparto efectivo de las tareas de cuidados, ya sea
de niños o ancianos, o de cualquier persona dependiente a cargo de
la familia, provoca que las mujeres reduzcan o abandonen el mercado
de trabajo y aumenten su dedicación al trabajo no remunerado . Este
sistema informal de cuidados (prestados generalmente por las mujeres,
39
el PIT-CNT y cámaras empresariales). El art. 13 de la ley establece en especial por la mayor proporción de mujeres con nivel terciario.
la obligación de rendir cuentas ante la Asamblea Nacional sobre los Dado que los niveles educativos son mayores en la capital que en
avances en la ejecución del PIODNA. El primer plan de igualdad y el interior, ello favorece una mayor tasa de actividad de las mujeres
oportunidades para el período 2007-2011 fue aprobado por decreto en Montevideo. La tasa de actividad de las mujeres es más baja
nº 184/007. en los hogares de ingresos más bajos y más aún, en localidades
A fin de garantizar el efectivo goce del derecho de las mujeres a una menores del interior del país. Sin embargo la tasa de desempleo
vida libre de violencia basada en género, se aprobó la ley nº 19.580 es siempre superior para las mujeres en todos los tramos de edad,
de 22 de diciembre de 2017 , aunque no se dispusieron los recursos pero especialmente en los tramos de menor edad. Por lo que se
necesarios para su implementación. Sus disposiciones son de orden concluye que la la mayor dificultad para insertarse en el mercado
público e interés general y declara como prioritaria la erradicación de de trabajo se verifica en el caso de mujeres jóvenes, pobres y del
la violencia ejercida contra las mujeres, niños, niñas y adolescentes. interior del país, dando cuenta de una triple desigualdad.
A efectos de abordar únicamente los aspectos laborales de esta b) Cuando se analiza la proporción de mujeres en el total de
norma, hay que señalar que establece de manera no taxativa diversas ocupados en cada rama de actividad, se encuentra que éstas
manifestaciones de violencia basada en género, e incluye entre ellas la representan una proporción muy elevada en los sectores de
violencia laboral. Ésta se define como una forma de discriminación, enseñanza, servicios sociales y de salud y en servicio doméstico,
que puede ser realizada por el Estado o sus agentes, por instituciones por lo que se trata de sectores altamente feminizados. Esto se ha
privadas o particulares. mantenido prácticamente incambiado durante los últimos quince
La ley dispone una serie de medidas para asegurar la permanencia años.
de las mujeres en el trabajo que incluyen el pago del salario o jornal c) El porcentaje de no registro se redujo de forma considerable
por el tiempo que lleve la asistencia a las instancias judiciales o luego de la crisis de 2002 y no hay diferencias sustanciales entre
administrativas dispuestas dentro de los procesos previstos en la sexos aunque siempre es algunos puntos porcentuales mayor para
norma, a una licencia con goce de sueldo por 24 o 48 horas a partir las mujeres.
de la presentación de una denuncia, a la flexibilización y cambio de d) Las brechas de ingresos mensuales por sexo se han reducido en
horario o de lugar de trabajo si es que fuere posible, a que las medidas los últimos años, dándose una brecha favorable a las mujeres en
de protección adoptadas no afecten el derecho al trabajo y a la carrera cuanto a los salarios públicos en general (por los mecanismos de
funcional o laboral, a medidas para que la violencia basada en género acceso a los puestos de trabajo y regulación de categorías salariales).
no redunde negativamente en la carrera funcional y en el ejercicio del Sin embargo, la brecha es elevada en los niveles educativos más
derecho al trabajo, y finalmente se consagra el derecho a la estabilidad altos (universidad o similar), lo que indica una fuerte persistencia
en el puesto de trabajo por un plazo de 6 meses, a contar desde la del llamado “techo de cristal”.
imposición de medidas cautelares por hechos de violencia basada en
género. En caso de despido, el empleador deberá abonar un importe e) Respecto a la jornada laboral, las mujeres realizan una jornada
equivalente a seis meses de sueldo más la indemnización legal que laboral de 7 horas menos en forma remunerada, pero su tiempo
corresponda. En este caso, cabe resaltar que la redacción de la norma total de trabajo es 6 horas semanales superior por su mayor
es similar a la prevista en el art. 17 de la ley nº 11.577 , por lo que es dedicación al trabajo no remunerado. Las mujeres aun cuando
previsible que se presenten las mismas discusiones respecto a ella: ocupan cargos de alta responsabilidad (directivas de empresas o
si es necesario o no el conocimiento de la medida cautelar adoptada en la administración pública, legisladoras y ministras) y realizan
por la Sede por parte del empleador, si es posible el cobro de esta una extensa jornada laboral, tienen una importante dedicación al
indemnización en caso de no tener derecho a la indemnización común trabajo no remunerado.”
(por tratarse de un contrato a prueba, o de duración determinada, o
por no alcanzar al mínimo de jornales requeridos) . Por último, interesa destacar que del análisis de las claúsulas
La ley contiene un capítulo referido a los procesos de protección, contenidas en los convenios de la Sexta Ronda de Consejos de Salarios
investigación y penalización de la violencia basada en género contra (2015-2017), casi el 40% son clasificadas como claúsulas de género
las mujeres, con disposiciones comunes a todos ellos (en cuanto a la vinculadas a compatibilizar vida laboral y familiar, mientras el 60%
valoración de la prueba y al interés prioritario a proteger). La norma restante se divide en distintas problemáticas en materia de género
distingue entre procesos en ámbitos administrativos públicos y en el ámbito laboral: más de la mitad son meramente declarativas
privados (donde cualquiera sea la forma de violencia basada en género (30% del total), es decir; son expresiones de conformidad con leyes
que ocurra, se dispone la aplicación de las disposiciones de la ley de nacionales o acuerdos internacionales vinculantes y las restantes
acoso sexual - nº 18.561) y procesos de protección en el ámbito judicial, refieren a las problemáticas de violencia de género (20%) y salud
a cargo de juzgados letrados especializados en violencia basada en sexual y reproductiva (18%). Otro dato relevante, es que un porcentaje
género, doméstica y sexual, los que aún no han sido creados. No surge significativo del total de las claúsulas de género, implican una pérdida
del análisis de la norma, en una primera lectura, que sea posible la económica para la trabajadora (20%). En el caso de las licencias por
asunción de competencia por éstos de la materia laboral, por lo que violencia de género, una amplia mayoría (70%) implican pérdidas en
el reclamo de la indemnización prevista debería tramitarse ante un el salario.
juzgado laboral. Sí sería posible plantear ante estas sedes, un proceso De las estadístisticas de género del año 2017 publicadas por el
de protección solicitando medidas cautelares tales como ordenar Ministerio de Desarrollo Social se puede señalar a modo de resumen
al empleador que disponga el traslado o suspensión de la persona que: en el total del mercado de empleo 54,7% de las personas ocupadas
denunciada, cuando la violencia ocurre en el lugar de trabajo de la son varones y 45,3% mujeres. Es posible ver ramas donde las mujeres se
víctima, así como disponer medidas para evitar la discriminación o encuentran sobrerrepresentadas (ramas feminizadas) y otras, donde
violencia contra mujeres en el medio laboral o institucional. el porcentaje de varones es sustancialmente mayor que el promedio
Finalmente, cabe destacar la reciente aprobación por parte de la O.I.T. (ramas masculinizadas), compuesta por actividad agropecuaria, pesca,
del convenio internacional de trabajo nº 190 (y la recomendación caza y explotación de minas o canteras, transporte y almacenamiento y
nº 206) sobre la violencia y acoso en el trabajo, el que se espera sea construcción. Del otro lado, las actividades mayormente feminizadas
ratificado por Uruguay. son la enseñanza, los servicios sociales y de salud y las actividades de
los hogares como empleadores.

3. Situación de las mujeres en el mercado laboral En particular, interesa el sector que se dedica a la actividad de cuidados
uruguayo. remunerados (aquí se distinguen dos sectores: el cuidado a niños y
niñas y por otro, a personas mayores y con discapacidad). Este sector
En agosto de 2017, CIEDUR publicó un trabajo del que nos interesa representa un 3,7% del total de personas empleadas y el 95,8% de las
señalar algunas conclusiones: personas empleadas en éste son mujeres.
Respecto a los ingresos, se señala que en 2006, el 23% de las mujeres
a) Al analizar la oferta laboral femenina y másculina por área de 14 años o más no perciben ingresos propios, mientras en 2017 este
geográfica, surge que los niveles de educación más elevados se porcentaje disminuye a 14,3%. En el caso de los varones, el porcentaje
concentran en la capital del país, mientras que en las localidades sin ingresos propios pasa de 8,1% en 2006 a 6,7% en 2017. De este
menores y zonas rurales, la mayor proporción de población modo, vemos que la brecha de género se reduce sustancialmente,
económicamente activa sólo alcanzó algún nivel de primaria. Pero
las mujeres que ingresan al mercado laboral ya sea en Montevideo
o en el Interior tienen mayor nivel educativo que los hombres. Y las
que componen la oferta laboral son más educadas que los hombres,

40
pasando de 14,9 a 7,7 puntos porcentuales. que les otorgue licencia en caso de enfermedad de sus hijos, cónyuge
Al analizar a las personas sin ingresos propios y vincularlo al estado o padres (salvo que se haya pactado por convenio colectivo). Para los
civil, puede verse que las mayores brechas se registran para las funcionarios públicos existe la posibilidad de pedir licencia especial
personas que viven en pareja. Considerando a las personas casadas, sin goce de sueldo por el plazo de un año (si se trata de funcionarios
se observa que 2,0% de varones no perciben ingresos propios y este presupuestados) o de seis meses (en caso de funcionarios contratados)
porcentaje es 10 veces mayor para las mujeres. Estos resultados conforme al art. 15 de la ley nº 19.121.
podrían interpretarse como una persistencia de la división sexual del Otra situación a considerar, es cuando se recurre a la adopción de
trabajo al interior de los hogares. menores. Los trabajadores de la actividad privada tienen derecho a
Luego se analiza la brecha por sexo de ingresos laborales, considerando una licencia especial de 6 semanas, con derecho al cobro del subsidio
la relación entre los ingresos que perciben mujeres y varones, por hora previsto en el decreto-ley 15.084 (hoy regulado por la ley nº 19.161), y
de trabajo y total, en la ocupación principal para el período 2006-2017. a una reducción a la mitad de la jornada, a continuación de la licencia,
En primer lugar, no se evidencian cambios sustanciales en el porcentaje durante un período de 6 meses, durante el cual se percibirá la mitad
de los ingresos por hora y total de las personas, aunque en 2017 se del subsidio ya mencionado . En el caso de los funcionarios públicos,
observa un leve aumento en esta relación. Si consideramos los ingresos el art. 15 de la ley nº 19.121 estableció el derecho a una licencia de seis
laborales por hora, podemos ver que en 2017 las mujeres perciben semanas continuas, a partir de la entrega efectiva del menor. Si ambos
94,1% de lo que perciben los varones, mientras que considerando el padres son funcionarios públicos, a uno le corresponde la licencia de
ingreso total, se observa que las mujeres reciben en promedio 75,0% seis semanas y al otro la licencia de diez días. También tienen derecho
de lo que reciben los varones. La diferencia en las brechas considerando a una reducción a la mitad de la jornada, una vez agotada la licencia
los ingresos por hora y total se debe a que en promedio, las mujeres correspondiente, por un plazo de seis meses.
trabajan remuneradamente menos horas que los varones, producto de A partir de la ley nº 18.345 (con las modificaciones introducidas por
la alta carga de trabajo no remunerado que constituye una barrera para la ley 18.458) los trabajadores de la actividad privada tienen derecho
la inserción plena de las mujeres en el mercado de empleo. a una licencia especial por paternidad que comprende el día del
nacimiento del hijo/a y los dos días siguientes. Por lo que se vincula
exclusivamente con el hecho del nacimiento, pero no con el cuidado
4. Análisis de normas nacionales posterior del recién nacido/a. La ley nº 19.161 (reglamentada por el
4.1 Maternidad decreto nº 17/014) estableció para los trabajadores dependientes de
Respecto a la protección de ésta , que además se encuentra recogida la actividad privada, los trabajadores no dependientes (con hasta 1
en el art. 42 de la Constitución, es necesario analizar los siguientes trabajador subordinado) y los titulares de empresas monotributistas
puntos: tienen derecho a partir del 1º de enero de 2016 a un período de
descanso de 10 días continuos, durante el cual perciben un subsidio
Prohibición del test de embarazo. La ley 18.868 de enero de 2012,
de inactividad compensada. Los trabajadores públicos tienen derecho
de aplicación tanto en el ámbito público como en el privado, vino a
a una licencia de 10 días hábiles según el art. 15 de la ley nº 19.121. Por
prohibir la exigencia de realizar una declaración sobre la ausencia de
último, la ley nº 19.161 estableció para las trabajadoras beneficiarias
embarazo, o la realización de un test de embarazo o la presentación
del subsidio por maternidad y para los trabajadores beneficiarios del
de un certificado médico que acredite la ausencia de embarazo ya sea
subsidio por paternidad, el derecho a un subsidio para el cuidado del
para el acceso al empleo, la promoción o la permanencia en éste. La
hijo hasta los seis meses de edad de éste. Dicho subsidio lo pueden
existencia de esta norma constituye un paso importante para erradicar
utilizar en forma indistinta y alternada el padre y la madre, una vez
una práctica discriminatoria.
que finaliza el subsidio por maternidad. La suma a percibir durante
Licencia para trabajadoras/es de las actividades pública y privada. dicho subsidio es la mitad del respectivo subsidio por maternidad o
Subsidio por maternidad. Subsidio por enfermedad. El decreto-ley paternidad la actividad laboral del beneficiario no puede exceder la
nº 15.084 de 1980 establecía el derecho de las trabajadoras de la mitad del horario habitual ni superar las cuatro horas diarias.
actividad privada a 12 semanas de licencia, a diferencia del CIT 183 (no
Respecto al tema de la lactancia, el decreto del 24.02.1938 sobre
ratificado por Uruguay) que establece 14 semanas, durante las cuales
higiene de fábricas y talleres establecía las condiciones que debían
reciben un subsidio del Banco de Previsión de Social (en adelante BPS),
reunir las salas destinadas a la lactancia de los niños de las obreras de
que equivale a su sueldo o jornal más la cuota parte correspondiente al
los establecimientos industriales. Este decreto ha sido derogado, con
período de amparo de sueldo anual complementario, licencia y salario
algunas excepciones, por el decreto 406/988. La ley nº 19.530 de 24
vacacional. Para hacer el cálculo se toman en cuenta las retribuciones
de agosto de 2017 aprobó la instalación de salas de lactancia materna
percibidas en los últimos 6 meses y el subsidio no puede ser inferior
exigiendo el acondicionamiento de un espacio físico a fin de poder
a 1 Base de Prestaciones y Contribuciones . La ley nº 19.161 de 2013
amamantar, realizar la extracción, almacenamiento y conservación
extendió el subsidio por maternidad a 14 semanas. Asimismo amplió
de la leche. Ese espacio debe garantizar la privacidad, seguridad,
el ámbito subjetivo de dicho subsidio, al amparar también a las
disponibilidad de uso, comodidad, higiene y fácil acceso a las personas
trabajadoras no dependientes, que no ocupen más de 1 trabajador y
que la utilizan. La norma es aplicable a los edificios o locales de
que desarrollen actividades amparadas por el BPS y a las titulares de
organismos públicos y privados, a trabajadoras y estudiantes, ya sea
empresas monotributistas . En ambos casos se exige que se encuentren
en lugares donde hay veinte mujeres o más, o cincuenta empleados
al día con sus aportes a la seguridad social.
o más. De no darse ninguna de estas dos circunstancias, no se exige
Si la trabajadora sufre una enfermedad a consecuencia del embarazo, la instalación de una sala, salvo que haya una mujer en el período de
tiene derecho a un descanso prenatal complementario, al igual que si lactancia, en cuyo caso la ley exige que se aseguren los mecanismos
sufre una enfermedad a consecuencia del parto. En ambos casos, el que garanticen un espacio con esa finalidad. Una vez creada la sala, se
plazo de dichos descansos lo determina el Banco de Previsión Social debe hacer la comunicación pertinente a los ministerios de Trabajo
y en total no puede exceder los 6 meses, durante el cual percibe el y de Salud a fin de su contralor. De igual forma, si se crean salas en
subsidio por enfermedad. edificios o locales que no son de estudio ni de trabajo, se debe realizar
En el caso de las trabajadoras del ámbito público, de acuerdo a la ley la comunicación a ambos ministerios.
nº 19.121 tienen derecho a una licencia de 13 semanas. En caso de Por decreto del 01.06.54 se establece el derecho de la trabajadora de
enfermedad que sea consecuencia del embarazo tendrá derecho a interrumpir su trabajo durante dos períodos de media hora dentro
un descanso prenatal suplementario y si se trata de una enfermedad de su jornada, a fin de lactar a su hijo. Dicho tiempo se cuenta
a consecuencia del parto, tendrá derecho a una prolongación del como trabajo efectivo. El ejercicio de este derecho obviamente se ve
descanso puerperal cuya duración será fijada por los servicios médicos supeditado a la posibilidad de que la trabajadora tenga a su hijo en
respectivos. La norma prevé además la extensión de la licencia un lugar cercano. Es de destacar la experiencia de nuestro país en
por maternidad a 18 semanas en caso de nacimientos múltiples, cuanto a la creación de guarderías gestionadas por los sindicatos que
pretérminos o con alguna discapacidad. Cuando se trata de un brindan ese servicio a sus afiliados. Pero evidentemente tenemos un
nacimiento prematuro con menos de 32 semanas de gestación y que gran déficit en este sentido, de ahí que una de las espinas dorsales del
requiere internación, mientras dure ésta y por un plazo máximo de sistema nacional de cuidados refiera al cuidado de los menores de 0 a
60 días, se otorga licencia a ambos padres, biológicos o adoptivos. 3 años . Incluso el Código de la Niñez y la Adolescencia (ley 17.823 de
Agotada esta licencia, comienza el usufructo de la licencia de 7.09.04) estableció que la atención hacia la niñez y la adolescencia se
maternidad o paternidad. Finalizada la licencia por maternidad, en
caso de lactancia, es posible la reducción de la jornada a la mitad por
un plazo máximo de nueve meses, la que podrá prorrogarse por otros
nueve meses, en caso de un niño prematuro y bajo indicación médica.
Para los trabajadores de la actividad privada no existe una norma legal
41
orientará primordialmente, entre varias cuestiones, a la adopción de 4.4. Seguridad social.
medidas apropiadas para que los niños tengan derecho a beneficiarse Los problemas sufridos por las mujeres en su vida laboral (trabajos
de los servicios de instalaciones de guarda, especialmente en el caso de precarios, el retiro de la actividad laboral para el cuidado de hijos,
que los padres trabajen (art. 23). salarios bajos) tienen repercusiones en las prestaciones contributivas
Cambio de tareas durante maternidad. Este aspecto se encuentra de la seguridad social, tanto en las de actividad como en las de pasividad
regulado por la ley 17.215 de 24.09.99 que consagra el derecho para . La ley nº 18.395 de 24 de octubre de 2008, además de flexibilizar
toda trabajadora de la actividad pública o privada, que se encuentre en general las condiciones de acceso a las prestaciones, permitió a las
en estado de gravidez o en período de lactancia, de obtener un cambio mujeres el cómputo ficto de años de servicios (un año por cada hijo
temporal de las actividades que desempeña, si éstas pueden afectar nacido vivo o cada menor o discapacitado adoptado, con un máximo
la salud de la trabajadora o de su hijo. Si el empleador no accede al de 5 años), con lo cual vino a reconocer de alguna manera las tareas
cambio de tareas, la trabajadora tiene derecho a una licencia especial, de cuidado que éstas realizan, por lo menos las que son inherentes a la
durante la cual percibirá del Banco de Previsión Social la mitad del maternidad. A la vez, hay que considerar que cualquier reforma del
salario que estuviere percibiendo. Finalizada la licencia, la trabajadora sistema de jubilaciones y pensiones, que en general son regresivas para
debe ser reintegrada a su función anterior, salvo que por acuerdo de hombres y mujeres, las afecta a éstas aún más, ya sea como jubiladas o
partes se disponga lo contrario. como pensionistas en virtud de su mayor expectativa de vida. En estos
Trabajo nocturno. La ley nº 19.313 (reglamentada por el decreto nº casos, a la discriminación por ser mujer, se suma la discriminación por
234/015) al regular el trabajo nocturno señaló dos hipótesis: a) mujer edad. Este aspecto ha sido considerado en Uruguay al modificar las
embarazada (sin interesar el mes de gestación) y b) mujer que dio a luz, tablas de mortalidad generales por edad y sexo para la población de
por el período de un año a partir del alumbramiento. En ambos casos, jubilados por el régimen de ahorro individual, así como la tabla de
las mujeres tienen derecho a obtener el cambio de horario sin pérdida probabilidad de dejar beneficiarios por edad y sexo (la que es mayor
de la compensación. Tal como señalamos en oportunidad de comentar para hombres respecto a las mujeres) así como la edad promedio de los
la norma , se plantea el problema de qué ocurre si el empleador no tiene beneficiarios (el hombre es tres años mayor que la mujer en promedio).
una tarea para asignarle a la trabajadora en el horario diurno. En este
caso entendimos que la respuesta debe venir a través de la Seguridad 4.5. Sistema Nacional de Cuidados .
Social, ya que no puede ser un costo a asumir por el empleador (lo
que repercutiría directamente sobre las posibilidades de las mujeres Cabe consignar que en mayo de 2010 se constituyó en el Ministerio
de realizar este tipo de trabajos), ni la mujer puede quedar en una de Desarrollo Social, el Consejo Nacional de Políticas Sociales , entre
situación de desprotección. El C.I.T. 171 , ante esta situación plantea cuyos cometidos se encontraba el de crear un Sistema Integrado
tres opciones: a) la asignación a un trabajo diurno cuando sea factible, de Cuidados “que dé protección y ayude a las familias en el cuidado
b) el suministro de prestaciones de seguridad social o c) la prórroga de de personas dependientes, ya sean niños, discapacitados o adultos
la licencia de maternidad. La ley 19.313 sólo hizo referencia a la primera mayores” .
posibilidad, pero sin dar una respuesta, en caso de que el cambio de A partir de setiembre de 2011, se lanzó un debate nacional sobre dicho
tareas no sea posible. sistema, cuya población objetivo lo constituían las niñas y niños de 0 a
Despido. El fuero maternal surge de los arts. 16 y 17 de la ley nº 11.577, 3 años, las personas adultas mayores dependientes y las personas con
conforme a los cuales la mujer en estado de gravidez tiene derecho a discapacidad dependiente. Dentro de los fundamentos que orientaban
ausentarse del trabajo por el tiempo indispensable según prescripción al sistema nos interesa destacar dos en particular: a) como un sistema
médica. El empleo debe serle conservado si retorna en condiciones de derechos, donde se reconocen los derechos de las personas a recibir
normales. La trabajadora no puede ser despedida, pero no se trata de cuidados, pero a la vez se consideran los derechos de aquellos que
una prohibición absoluta, ya que en definitiva se resuelve en el pago prestan los cuidados, tendiendo a que esa tarea se reparta de manera
de un importe equivalente a 6 meses de sueldo más la indemnización equitativa; y b) que toma en cuenta los aspectos demográficos del
legal que corresponda. Esta norma ha planteado algunos problemas, país: Uruguay vive un proceso de envejecimiento de su población (al
al no indicar expresamente cuál es el tiempo durante el cual la que podríamos caracterizar por su feminización y por el aumento
trabajadora no puede ser despedida y la discusión acerca de si es del nº de personas mayores de 85 años y más, lo que se conoce como
necesario o no que el empleador tenga conocimiento del estado de envejecimiento de la vejez), a la vez que en materia de reproducción,
gravidez de la trabajadora, para que se configure su responsabilidad ésta es más tardía y con menor número de hijos en los sectores con un
en caso de despido. alto nivel socio-económico, y en cambio más temprana y con mayor
números de hijos en sectores que están en situación de vulnerabilidad
La ley nº 18.065 de 27.11.06 relativa al trabajo doméstico, establece socio-económica.
que la trabajadora en caso de ser despedida encontrándose en estado
de gravidez y hasta que hayan transcurrido por lo menos 180 días Otra cuestión central la constituía el financiamiento del sistema, que
desde su reintegro efectivo de la licencia correspondiente. podía darse a través de la seguridad social, mediante fondos de Rentas
Generales, o a través de un sistema de copagos.
Finalmente, se promulgó la ley nº 19.353 de 2015 por la que se crea el
4.2. Salud Sistema Nacional de Cuidados. La norma declara de interés general
Se debe señalar la existencia de un día de licencia con goce de la universalización de los cuidados a las personas en situación de
sueldo a efectos de realizar los exámenes de papanicolau y/o dependencia, a las que define como aquellas que requieran apoyos
radiografía mamaria (ley nº 17.242). También interesa destacar el específicos para el desarrollo de sus actividades y la satisfacción de
dictado del decreto nº 210/011 por el cual se declara obligatoria la las necesidades básicas de la vida diaria. En tal sentido considera
lista de enfermedades profesionales de la OIT aprobada en 2010, a tres grupos: niñas y niños de hasta doce años , personas con
con excepción de las enfermedades consideradas bajo el título de discapacidad y personas mayores de 65 años, que en ambos casos
“Trastornos mentales y del comportamiento”. Lo más importante carecen de autonomía para desarrollar actividades y atender por sí
ha sido la inclusión de las enfermedades del sistema osteomuscular, mismas sus necesidades básicas de la vida diaria. Interesa resaltar
que se originan en los trabajos intensos y repetitivos, los cuales son que la norma reconoce los derechos y obligaciones tanto de las
desarrollados frecuentemente por mujeres. personas dependientes como de aquellas que prestan los servicios de
cuidados . El catálogo de servicios, subsidios y programas, a que es
posible acceder, se ha regulado a través del decreto 427/016 de 27 de
4.3. Trabajo doméstico. diciembre de 2016.
La ley nº 18.065 que regula el trabajo doméstico y es aplicable por tanto
a trabajadores y trabajadoras domésticas, ha significado un triunfo
para éstas, ya que en definitiva, se trata de un trabajo realizado casi 4.6. Promoción del empleo de personas con discapacidad.
exclusivamente por mujeres. A lo que hay que sumarle la ratificación En noviembre de 2018 se aprobó la ley nº 19.691 que introduce en
del Convenio Internacional de Trabajo nº 189 y la recomendación 201 Uruguay, una cuota a favor de las personas con discapacidad, en el
(la cual contiene interesantes aspectos que no están contemplados ámbito de la actividad privada . No es la primera vez que se recurre
en nuestra legislación) . El dictado de esta norma ha significado el a este instrumento con el propósito de igualar a personas que se
reconocimiento de la limitación de la jornada, la eliminación del encuentran en una situación desventajosa. Ya existe para ellas en
período de carencia a efectos de tener derecho a la indemnización por el ámbito público, así como para afrodescendientes, jóvenes y trans
despido, la incorporación del sector al régimen del Consejo de Salarios,
así como la inclusión en la cobertura del seguro de desempleo.

42
. Dicha norma establece la obligación a cargo de los empleadores de la garantía de disponibilidad de guarderías y/o salas cunas; la adopción
la actividad privada (que cuenten con 25 trabajadores permanentes o de medidas para garantizar la existencia de licencias de paternidad y
más) de contratar personas con discapacidad en un porcentaje que se parentales, entre otras.
fija en el 4% a partir de noviembre de 2021, y al que se llega de manera d) el trabajo no remunerado de las mujeres y su reconocimiento
gradual, a lo largo de 3 años y en función del número de trabajadores normativo: el trabajo no remunerado de las mujeres esta ligado al
permanentes de una empresa. concepto de la “economía del cuidado”, el cual alude a la distribución de
La Convención de Naciones Unidas sobre los derechos de las personas los servicios de atención e incluye tanto la prestación de éstos como su
con discapacidad de 3 de abril de 2007 contiene una referencia expresa recepción. La Comisión en ese sentido exhorta a los Estados a continuar
a las mujeres con discapacidad, lo que adquiere especial relevancia, ya adoptando medidas para reconocer el trabajo no remunerado de las
que en estos casos podemos estar ante una discriminación múltiple o mujeres y otorgarles derechos y beneficios equivalentes al trabajo
interseccional . remunerado, sobre todo en el ámbito de la seguridad social.
e) Licencias de maternidad, paternidad y parentales. Lactancia. En
5. Informes de la CIDH de 2011 y de 2016. estos temas la CIDH recomienda a los Estados la adopción de una
estrategia integral, que aborde no sólo el establecimiento de licencias
Finalmente, nos interesa analizar el informe de la Comisión de maternidad, sino también de paternidad (el reconocimiento de
Interamericana de Derechos Humanos (en adelante CIDH) de 2011 éstas en la región es escaso y varían entre los 2 y 8 días), parentales
que analiza “El trabajo, la educación y los recursos de las mujeres: y de adopción. En el mismo sentido, la OIT recomienda este tipo de
La ruta hacia la igualdad en la garantía de los derechos económicos, licencias para “apoyar a los trabajadores a reconciliar su vida laboral y
sociales y culturales”. En éste, la CIDH señala la persistencia de familiar, y para que el rol reproductivo de las mujeres no se convierta
problemas tales como: a) formas de discriminación contra las mujeres en una variable excluyente y discriminadora de ellas en su acceso al
en razón de su sexo; b) la brecha salarial entre mujeres y hombres campo laboral.” El informe señala las Recomendaciones nº 165 y 191 de
que ocupan trabajo de igual valor; c) la prevalencia del acoso sexual la OIT que refieren a la licencia parental. Esta última recomendación
y d) la necesidad de adoptar medidas para promover el balance y la indica que la práctica nacional debería establece la duración, el goce y
democratización de responsabilidades familiares entre trabajadores y distribución de esta licencia entre ambos progenitores empleados, así
trabajadoras. como el pago de prestaciones durante la misma. El informe también
A la vez dentro del universo de las mujeres, reconoce la situación señala que el ofrecer tiempo a las trabajadoras para que puedan
de algunas en particular, como las trabajadoras domésticas, las alimentar a sus hijos durante el período de lactancia, o el garantizar
trabajadoras del sector informal, las mujeres indígenas, las mujeres la existencia de un lugar para tal fin en condiciones higiénicas, son
afrodescendientes, las mujeres de edad y las niñas, las mujeres medidas que garantizan la inserción y permanencia de las mujeres en
migrantes, etc., que a juicio de la CIDH aún no tienen la protección el mercado de trabajo.
debida dentro del marco normativo. f) El acoso laboral y sexual: aquí la CIDH recoge la información sobre
El respeto al derecho al trabajo de las mujeres (es decir, libre de toda las distintas maneras de abordar el tema: desde sancionarlo en el
forma de discriminación y en condiciones de igualdad) es a la vez una Código Penal (El Salvador, Brasil; México, Panamá), o en el Código de
condición para el ejercicio de todos los demás derechos humanos, Trabajo (República Dominicana y Panamá), o ubicarlo dentro de leyes
incluídos los sociales, políticos y económicos, y también es esencial sobre igualdad de oportunidades, violencia contra las mujeres y como
para la erradicación de la pobreza y la autonomía de las mujeres. El causal de despido. En otros países se cuenta con una ley especial sobre
informe hace referencia a los Convenios Internacionales de Trabajo el tema, que lo define e indica el procedimiento para su sanción, como
de la OIT nº 100, 111, 156, 183, y 189 , ya citados en este trabajo, así es el caso de Uruguay.
como a los dictámenes del Comité de Derechos Económicos, Sociales Sobre estos aspectos corresponde señalar las observaciones
y Culturales . formuladas por la CIDH, en particular, para Uruguay en año 2016.
El Informe de la CIDH identifica como temas prioritarios los siguientes: Allí sobre el mercado de trabajo se expresó que: “33. El Comité
a) formas de discriminación que afectan a las mujeres en el ámbito celebra la creciente integración de la mujer en el mercado de trabajo
laboral: en este sentido el informe destaca el avance normativo, estructurado. Observa también que en la esfera de los conocimientos
en cuanto al reconocimiento del derecho a la igualdad y a la no científicos el número de mujeres duplica al de hombres. El Comité
discriminación (en particular en el ejercicio del derecho al trabajo) encomia al Estado parte por la aprobación de un sistema nacional de
por razón de sexo, raza, etnia, etc., pero también la brecha existente cuidados, que puede ayudar a hacer frente a la carga tradicionalmente
entre dicho marco normativo y la realidad que las mujeres deben desproporcionada del trabajo no remunerado de la mujer. No obstante,
afrontar en el ámbito laboral. Sitúa como grupos de particular riesgo, el Comité está preocupado por las siguientes cuestiones:
a las trabajadoras domésticas, a las trabajadoras del sector informal, a) Las mayores tasas de desempleo y autoempleo entre las mujeres
migrantes, afrodescendientes e indígenas, niñas, entre otras. Todo (las tasas de empleo de las mujeres son aproximadamente un 20%
ello se vincula además con las posibilidades reales de estos grupos de inferiores que las de los hombres) y el hecho de que el desempleo
acceder a la justicia. afecte especialmente a las mujeres afrodescendientes;
b) brecha salarial y segregación ocupacional: el informe, siguiendo a la b) La desigualdad salarial por razón de género, que afecta a las mujeres
CEPAL, destaca que la brecha salarial se da con independencia del nivel con mayor nivel educativo, en particular en el sector privado;
educativo de las mujeres, y se da aún cuando éstas llegan a puestos de c) La representación excesiva de las mujeres afrouruguayas en el sector
jerarquía, en especial en el sector privado. Las mujeres tienen mayor de trabajo doméstico (una de cada cuatro personas que realizan tareas
acceso a sectores laborales peor pagados, con menor productividad y domésticas) y la falta de protección efectiva para las trabajadoras
donde aplican las habilidades adquiridas en el desempeño de su rol de migrantes del servicio doméstico;
género (en el sector de servicios, de cuidados, etc.). También destaca
la sobre representación de las mujeres en el sector informal. Tales d) La menor acumulación de aportaciones a la seguridad social por
situaciones afectan especialmente a aquéllas que son además jefas de parte de las mujeres empleadas en el sector doméstico y de cuidados;
hogar. e) El reducido porcentaje de hombres que hacen uso de la licencia de
c) división sexual del trabajo: sobre la cuestión señala que ésta limita paternidad, a pesar de que la legislación contempla el derecho a la
el uso del tiempo de las mujeres (por la sobrecarga de tareas) y de esa licencia de paternidad en todos los sectores de empleo.”
forma se limita su capacidad de incorporarse al mercado de trabajo
y a puestos de dirección en ámbitos económicos, sociales y políticos. 6. Breves conclusiones.
En sintonía con lo establecido por el CIT 156 (cuya ratificación
recomienda por otra parte), señala que muchas veces los horarios, A modo de resumen, me interesa señalar la importancia de tener en
los costos y o la calidad de los programas escolares no facilitan la cuenta y hacer jugar la perspectiva de género al analizar el mundo
conciliación de la vida laboral y familiar. También destaca que las laboral y las normas (estatales o emanadas de la negociación colectiva)
medidas de los Estados se enfocan en la protección de la maternidad, que lo regulan. Tal como ha señalado la O.I.T. la igualdad de género
pero no abordan las necesidades de cuidado de otros miembros de la y la no discriminación son cuestiones que atraviesan a los objetivos
familia (adultos mayores, personas enfermas o discapacitadas). Por estratégicos de esta institución.
tal motivo es que recomienda adoptar políticas y programas no sólo Así como hemos reconocido los avances hacia el logro de la igualdad
dirigidas a las mujeres trabajadoras, sino también a los hombres, para
promover una carga equitativa de responsabilidades en la familia.
Así se fomenta la extensión de las licencias de maternidad sobre el
mínimo de 14 semanas establecido por el Convenio de la OIT nº 183,

43
real entre los géneros como forma de hacer efectiva el cumplimiento DOS SUGERENCIAS PARA LA MEJORA
de sus derechos sociales y económicos, aún resta mucho por hacer. INSTITUCIONAL Y JURÍDICA DEL RÉGIMEN DE
La conciliación entre la vida laboral y la vida familiar no debe ser un PREVENCIÓN Y REPARACIÓN DE INFORTUNIOS
asunto exclusivo de las mujeres, de ahí la importancia de todas las
medidas que se adopten y permitan lograr la corresponsabilidad real LABORALES.
en materia de responsabilidades familiares. Miguel Ángel Maza
Dichos objetivos podrían alcanzarse, entre otras medidas, mediante
la equiparación de derechos entre trabajadoras/es de la actividad I. INTRODUCCIÓN: un poco de historia.
pública y privada, la regulación de manera orgánica de las licencias
En nuestro país rigió desde 1915 hasta mediados de 1996 un régimen
maternales, paternales y parentales para ambos sectores y la efectiva
legal que, en la práctica, se limitó a ser exclusivamente resarcitorio,
implementación del sistema nacional de cuidados.
ya que las leyes 9688 y 24.028 -aunque previeron la prestación de
asistencia médica- en los hechos funcionaron exclusivamente para
otorgar indemnizaciones tarifadas ante las contingencias de muerte
e incapacidad permanente, y como alternativa opcional a la pretensión
de reparación integral con fundamento en el derecho común. Nunca
he visto tramitar un reclamo ad-ministrativo ni judicial relativo a una
eventual petición de prestaciones asistenciales que sólo eran dadas
por grandes empresas que contaban con un asegurador comercial en
condiciones de prestar asistencia médica.
La segunda de dichas normas legales procuraba a la época de su dictado
y entra-da en vigencia -1991- superar algunos de los problemas que
el paso del tiempo con sus múltiples consecuencias había generado,
socavando el buen servicio que la ley 9688 prestó durante décadas.
Más allá de que la ley 24.028 no modernizaba suficientemente el
régimen, lo cierto es que no se le dio el tiempo necesario para mostrar
sus eventuales virtudes ya que el gobierno a solo 3 años de su sanción ya
comenzó a trabajar para su reemplazo por un régimen que terminaría
en el dictado de la ley 24.557 y que originalmente, como proyecto del
PEN, recibió el nombre de SIPRIT, Sistema Integrado de Prevención y
Reparación de Infortunios del Trabajo.
Ese nuevo régimen, asentado en la ley 24.557 de septiembre de 1995
y en varios decretos reglamentarios(170/1996, 334/1996, 585/1996,
717/1996 y poco después el DNU 491/1997), plagados de excesos de
cuestionada constitucionalidad, guardó cierta homogeneidad con sus
antecesoras en el plano resarcitorio pero introdujo la novedad de la
exigencia a todo empleador, público y privado, de la afiliación a una
Aseguradora de Riesgos del Trabajo (ART) con la única excepción,
de muy restrictiva viabilidad, de aquellos empleadores que logren ser
reconocidos como auto asegurados.
Estas entidades, además de resultar las deudoras de las eventuales
prestaciones dinerarias y/o asistenciales nacidas de las contingencias
cubiertas por el art. 6 de la ley 24.557, recibieron importantes
obligaciones en materia de prevención, de acuerdo con lo dispuesto
por los arts. 1 y 31 de dicha ley y especialmente del decreto 170/1996.
Quizá el aporte más significativo del nuevo sistema legal consistió
en un refor-zado mecanismo de reclamación de las prestaciones en
especie enumeradas en el art. 20 de la Ley sobre Riesgos del Trabajo:
asistencia médica, farmacéutica, prótesis y ortope-dia, rehabilitación,
y recalificación profesional, así como el servicio funerario a favor de los
derecho habientes del trabajador fallecido.
Tanto merced a la especialización profesional de estos agentes como por
la regu-lación de un procedimiento específico en el decreto 717/1996
para reclamar y/o discutir su procedencia y ante la creación de un tipo
penal particular en el art. 32 LRT, esta re-forma permite hoy ejercer
el derecho a reclamar en tiempo oportuno prestaciones dirigi-das a la
curación o mejora del damnificado y/o para cuestionar aquellas que
la asegura-dora pretende otorgar cuando media divergencia fundada.
No obstante, ese régimen original sancionado en 1995 y que entró
en vigor el 1/7/1996 fue construido con una muy deficiente técnica
normativa y desconociendo reglas constitucionales elementales en
un Estado de Derecho con una constitución social como la de nuestro
país. Además, opino que los objetivos ideológicos que inspiraron ese
régimen fueron socialmente mezquinos y alejados por completo, en el
plazo fáctico, de los indicados en el art. 1º de la ley.
Pese a tal pecado de nacimiento, el marco constitucional -debida y
severamente señalado por la jurisprudencia de la Corte Suprema de
Justicia de la Nación en una serie de fallos trascendentales ( )- puso en
caja el aludido régimen jurídico. Luego, la acción política traducida en
los decretos 1278/2000 (de necesidad y urgencia) y 1694/2009 más
la ley 26.773 dieron un giro relevante en esta materia hasta alcanzar
cotas de equidad ausentes en el inicio de la vigencia del régimen nacido
de la ley 24.557.

44
También debe ser reconocida una prolífica labor de control y normación adhesión y delegación- serán revisables, de acuerdo con el régimen
por parte de la autoridad de aplicación, es decir la Superintendencia de que instauren las respectivas leyes provinciales, ante los tribunales
Riesgos del Trabajo (SRT) pero sólo a partir del año 2002. ordinarios locales con competencia en cuestiones laborales.
Pese a una mejora general del “Régimen de ordenamiento de la En rigor, las deficiencias de los distintos regímenes periciales
reparación de los daños derivados de los accidentes de trabajo y imperantes en el país ( ) me llevan a mirar positivamente la decisión
enfermedades profesionales”, tal la denominación que la ley 26.773 dio del Congreso Nacional plasmada en los apartados 12 y 13 del art. 2 de la
al actual complejo normativo, pienso que restan decisiones políticas ley 27.348 de requerir la intervención de médicos oficiales integrantes
relevantes para aumentar su eficiencia y equidad. de los cuerpos médicos forenses jurisdiccionales ( ).
A continuación, presentaré en unas pocas líneas dos propuestas que, en Aclarado ello, debo señalar que el sistema adjetivo de procesamiento
mi opi-nión, deberían tenerse en cuenta para superar definitivamente de las de-nuncias, tramitación ante las comisiones médicas y de
los defectos todavía arras-trados por este régimen de prevención y resolución de las controversias por estos órganos administrativos
reparación. resulta, indudablemente, insatisfactorio a lo largo y ancho del país
y, con razón o sin ella, lo cierto es que el funcionamiento de las
comisiones médicas no se ha ganado la confianza de los interesados.
II. PRIMER A PROPUESTA: el régimen de procesamiento y
resolución de los reclamos. En primer y principal lugar ello es consecuencia de un procedimiento
oscuro, enmarañado y en muchos aspectos incomprensible nacido de
Uno de los temas más criticados del régimen actualmente vigente es el las normas ya citadas (de-creto 717/1996 y Resolución 45/1997 de
de proce-samiento de los reclamos y denuncias. la SRT y sus sucesoras) y que, aunque algo mejorado por el decreto
La ley 24.557, en esa mezquindad que señalé como rasgo general del 1475/2015, sigue actualmente resultando hostil no solamente para
sistema aprobado en 1995, intentó mantener los conflictos nacidos los reclamantes que intenten transitarlo sino también para abogados
de las divergencias entre los trabajadores o sus derecho habientes y y hasta para estudiosos que solamente consiguen desentrañar
las ARTs lejos de los jueces del trabajo y, tam-bién, de una adecuada los aspectos crípticos con enorme es-fuerzo y mayor audacia
defensa letrada para aquellos. interpretativa, adivinando más que entendiendo.
En ese tren, el art. 21 y el texto original del art. 46 LRT se basaron A este elemento normativo debe sumarse la sensación de los reclamantes
en la idea central de asignar funciones jurisdiccionales a órganos de que los médicos de las comisiones médicas no son objetivos, que
administrativos, como lo son las comisiones médicas y, a la hora de son refractarios a reconocer las verdaderas incapacidades que sufren o
reconocer el imprescindible estadio de revisión judi-cial, sin el cual las vinculaciones de causalidad con los factores laborales.
tal atribución sería irremisiblemente inconstitucional ( ), el segundo El primero de esos señalamientos es objetivo e indiscutible. El segundo,
de esos dispositivos dispuso que fuera la Justicia Federal la única en cam-bio, es subjetivo, pero, sea esa desconfianza fundada o no, lo
interviniente para revisar las resoluciones de las comisiones médicas, cierto es que resulta un dato sociológico que puede recabarse en casi
mientras que las reglas procesales nacidas del decreto 717/1996 y la todas las jurisdicciones del país y es nece-sario desterrar con hechos
Resolución Nº 45/1997 de la SRT mucho se cuidaron de no exigir el para construir un sistema de procesamiento útil al régimen especial.
patrocinio jurídico en los trámites de denuncia y recursos ( ).
Por eso, considero imprescindible dictar reglas de procedimiento
Debieron pasar casi 20 años para que el decreto 1475/2015 terminara para las denun-cias, reclamos y recursos que resulta sencillo, claro
con esta última vulneración al derecho de defensa, al requerir que los y respetuoso del debido proceso adjetivo; así como que también
trabajadores y derecho habientes contasen con dicha asistencia. se deben generar acciones desde la SRT para que los integrantes de
En cuanto al régimen competencial y recursivo, la jurisprudencia las comisiones médicas de todo el país mejoren sus performances,
desarticuló esa atribución de jurisdicción a las comisiones médicas fun-damenten más cuidadosa y claramente sus dictámenes y tomen
(ver el citado fallo“Castillo, Angel Santos c/ Cerámica Alberdi SA”), conciencia del rol juris-diccional que el régimen de Riesgos del Trabajo
doctrina judicial que permitió que cualquier denuncia o reclamo fuera les ha encomendado como jueces ad-ministrativos.
canalizada por la vía natural de una presentación judicial ante los Asimismo, para mejorar los aspectos objetivos y subjetivos de la
tribu-nales ordinarios locales, y de acuerdo con las reglas de atribución independencia que deben gozar esos médicos sugiero reconocer
de competencia de cada jurisdicción. normativamente que son funcionarios públicos con derecho a la
La ley 27.348 superó las inconstitucionalidades señaladas por la Corte estabilidad absoluta del art. 14 bis de la Constitución Nacional y que
Suprema previendo que ese régimen de competencia administrativa sus retribuciones sean abonadas directamente con cargo a Rentas
sólo operase en los territorios provinciales que así lo habilitasen con Generales y no con la contribución directa de las ARTs
una ley local de adhesión y delegación de facul-tades. Por mi parte,
considero que en las provincias que no dicten tales normas no rige el
art. 21 de la ley 24.557 -el que atribuye la competencia a las comisiones III. SEGUNDA SUGERENCIA: un paso hacia la cobertura universal
médicas- ya que el art. 4 de la ley 27.348 supedita a tal adhesión la de los trabajadores dependientes.
aplicación de todo su título I. He sostenido desde el inicio de la vigencia del régimen de Riesgos del
He sostenido en diversas ocasiones que la Corte Suprema ha ratificado Trabajo ( ) que éste constituye un sistema de responsabilidad patronal
en 2005 la validez de la asignación de funciones jurisdiccionales a con aseguramiento obli-gatorio y que, aunque el art. 6 de la ley 24.557
órganos administrativos de carácter técnico, aunque únicamente para refiere a dos contingencias propias de la Seguridad Social, el régimen
resolver cuestiones de naturaleza técnica o científica ( ), así como he carece de las características típicas de dicha disciplina, amén de que no
remarcado que esa doctrina deja fuera del área de validez el inciso a) cumple ninguno de los principios de tal rama del Derecho.
del apartado 1 del art. 21, que encarga a dichas comisiones determinar Prueba de tal afirmación puede encontrarse en el art. 28 apartado 1º
“La naturaleza laboral del accidente o profesional de la enfermedad”, de la Ley sobre Riesgos del Trabajo en tanto prevé que el empleador
así como la parte final del apartado 2 en cuanto les encarga “resolver no afiliado a una ART -o el que la ha perdido por falta de pago de
cualquier discrepancia que pudiera surgir entre la ART y el damnificado las primas- “responderá directamente ante los beneficiarios por las
o sus derechohabientes”. prestaciones previstas en esta ley”.
Como resulta obvio, ese tipo de decisiones son absolutamente ajenas Sin embargo, hay en la ley una pauta aún más clara que confirma -para
e impropias de la habilitación hecha por la aludida doctrina judicial quien sepa verlo y admitirlo- que este régimen es nada más que un
ya que no se vinculan con los específicos conocimientos técnicos y/o sistema de responsabilidad individual del empleador con, repito,
científicos de las comisiones médicas, integradas por médicos. aseguramiento obligatorio.
Fuera de estas dos inconstitucionalidades subsistentes, considero Me refiero precisamente a la hipótesis de los trabajadores registrados
que, en princi-pio, no resulta cuestionable la eficiencia de encargar de emplea-dores no afiliados a una ART que sufran alguna de las
a “órganos expertos” en materia médica la determinación de la contingencias cubiertas: el régi-men en tales casos no prevé que los
existencia, naturaleza y entidad de las incapacidades, así como la damnificados sean atendidos por el sistema, deján-dolos librados a
resolución de las divergencias que puedan generarse en orden a las su suerte para que reclamen a sus empleadores que, por definición,
prestaciones asistenciales destinadas a la curación de las consecuencias pueden calificarse de incumplidores ya que, por una razón o por otra,
de un infortunio cubierto por el sistema o a su reducción terapéutica, o no cumplieron su obligación legal de afiliarse a una aseguradora o
siempre con el adecuado control judicial sufi-ciente. bien perdieron la cobertura por falta de pago. Ambas circunstancias
Y la ley 27.348 también resolvió la ya mencionada violación
constitucional al modificar el texto del art. 46 de la Ley sobre Riesgos
del Trabajo y disponer que las resoluciones de las comisiones médicas
-en las jurisdicciones que hayan dictado la men-cionada ley de
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permiten presumir que tales empleadores no estarán en condiciones BASES MINIMAS DE PROTECCIÓN SOCIAL
de asumir el otorgamiento de prestaciones asistenciales ni de abonar
Monsalve Cuellar, Martha Elisa - Colombia
las dinerarias de sus trabajadores damnificados por un accidente de
trabajo o una enferme-dad profesional.
Si el régimen legal fuese una especie de subsistema, aún parcial, de “Nadie debería vivir por debajo de un nivel de ingresos determinado,
la Seguridad Social, esos trabajadores deberían ser atendidos por y todo el mundo debería gozar de acceso a servicios públicos
algún agente del sistema, con cargo primero al empleador y, de ser este esenciales como el agua, el saneamiento,la salud y la educación”
insolvente, al Fondo de Garantía, del que esa ART debería recuperar (Ban Ki-moon Secretario General de Naciones Unidas, Día de la
lo gastado en prestaciones en especie y lo abonado por prestaciones Justicia Social,20 de Febrero de 2011).
dinerarias.
Más allá del debate sobre la naturaleza jurídica sobre el que aquí Desde su creación en 1919, y en su Constitución, la OIT ha promulgado
apenas cabe que plasme mi opinión, pienso que sería de toda justicia la importancia de la justicia social y que la forma de combatir la pobreza
que se modificase la ley 24.557 disponiéndose que, cuando un es mediante la Seguridad Social.
trabajador de un empleador no asegurado sufra una con-tingencia
de las previstas en el art. 6, una ART se haga cargo de recibir la Cerca de 50 de los Convenios adoptados por ese organismo de los
denuncia, aceptar o rechazar la contingencia y otorgar las prestaciones 189 que a la fecha contabiliza en su existencia casi centenaria, son en
asistenciales urgentes por lo menos hasta el rechazo de la denuncia y, materia de Seguridad Social.
de aceptarse ésta, atender a tal damnificado y abonar las prestaciones Cada día es mas incierto el futuro de la seguridad social en el mundo
dinerarias, con derecho a repetir del propio empleador no ase-gurado por:
y, de resultar este insolvente, del Fondo de Garantía. - Fenómeno de la imprevisión;
De todas maneras, la cuestión del financiamientodebería ser resuelta - Cambios demográficos,baja tasa de reemplazo
por el legis-lador con el criterio de oportunidad y conveniencia que le
- Transformaciones en el mundo del trabajo;
es propio, siendo lo aquí rele-vante el hecho decisivo de que, cuando
un dependiente de un empleador no asegurado sufra una contingencia - Globalización y Flexibilización;
cubierta por el régimen, reciba inmediata atención asistencial y - Competitividad;
eventualmente perciba las prestaciones económicas que puedan - Desaparición, casi en su totalidad, del trabajo dependiente
corresponder ( ). dando paso a:
Debe tenerse en cuenta que el antes citado art. 28 LRT regula diversas - Trabajo autónomo o independiente,el teletrabajo
hipótesis de incumplimientos parciales del empleador asegurado,
pero nada dice del caso del de-pendiente registrado de un empleador - Falta de cultura de la Seguridad Social;
no asegurado, por lo que sugiero modificar el régimen legal en los - Precariedad del Trabajo;
términos indicados. - Preponderancia del sistema financiero;
- Detrimento de servicios de salud;
IV. EN CONCLUSIÓN. - Corrupción;
Estimo que estas dos propuestas de fácil implementación añadirían - Cambios en las formas de trabajo,
al plexo normativo hoy vigente una importante dosis de equidad,
sumándose a las mejoras que introdujeron sobre el inicuo régimen - nuevas formas de trabajo, de ofertarlo
inicial los decretos 1278/2000 y 1694/2009 y la ley 26.773. - Nuevas y grandes tecnologías
Ciudad de Buenos Aires, julio 26 de 2019. - Migraciones

NORMAS INTERNACIONALES DE LA OIT


CONVENIOS 102 DE 1952 Y 157 DE 1982
El primero consagra normas mínimas y el segundo la conservación de
los derechos en materia de seguridad social.
Vale la pena recordar las 9 ramas de la seguridad social:
- Asistencia médica;
- Prestación por enfermedad;
- Prestación por desempleo;
- Prestación por vejez;
- Prestación por accidentes de trabajo;
- Prestación familiar;
- Prestación por maternidad;
- Prestación por invalidez
- Prestación por sobrevivientes.

Se observó en 2010, que el Convenio 102 tenía muy bajas ratificaciones,


sólo 43 países miembros de los 183 a ese momento (hoy son 187) lo
habían ratificado y esto causó mucha preocupación en la Organización
Internacional del Trabajo por lo cual se decidió presentar un Informe
para estudio en la 100ª Conferencia Internacional de Ginebra de junio
de 2011.

ANTECEDENTES
El llamado de la Comisión Mundial sobre la Dimensión Mundial de
la Globalización, establecida por la O.I.T. sirvió para definir el nuevo
concepto de “pisos de protección social” que quedó plasmado en el
Informe IV de 2011.

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Reunido el G20 el año anterior, manifestaron su preocupación El llamado de la Comisión Mundial sobre la Dimensión Mundial de
por el futuro de la seguridad social en el mundo por las grandes la Globalización establecida por la Organización Internacional del
transformaciones en el mundo del trabajo y por ende como Trabajosirvió para definir el nuevo concepto de “piso de protección
consecuencia en la sostenibilidad de la Seguridad Social. social” que quedó plasmado en el Informe IV de 2011.
Se designó un Consejo Consultivo cuya Presidenta la Señora Michele En el Preámbulo se consagra la reafirmación de que el derecho a la
Bachelet celebre por la creación del sistema financiero de las AFPs, que seguridad social es un derecho humano que junto con la promoción
se extendieron en América del Sur. del empleo (afirmamos, más trabajo que puestos de trabajo), es una
Las instrucciones eran precisas en el sentido de que una Comisión para necesidad económica y social para el desarrollo y el progreso pero
Discusión Recurrente estudiara un Informe con miras a la dotación de se omite la inclusión, a cargo del Estado, que constaba en textos
un instrumento internacional en este caso una Recomendación como anteriores.
efectivamente sucedió No existe alusión al trípode que sirve de base, o servía de fundamento
El haber tenido el privilegio de formar parte de las Comisiones que a la seguridad social desde sus comienzos según Beveridge.
se ocuparon de la construcción de ese instrumento internacional, Dentro de los objetivos señala que los pisos de protección social
impone la obligación de compartir la experiencia pero a la vez llamar la constituyen conjuntos de garantías básicas de seguridad social.
atención sobre dos aspectos que no han sido suficientemente tenidos Reconoce la responsabilidad general y principal del Estado de poner en
en cuenta y debatidos en extenso,como lo haremos más adelante. práctica la presente Recomendación, señala principios de la seguridad
social los literales h),i),j),k), enfatizan en aspectos financieros
CONFERENCIA INTERNACIONAL DEL TR ABAJO encaminados a la sostenibilidad pero en ningún caso menciona su
calidad de responsable de aportaciones como integrante del trípode.
100ª reunión (2011) En nuestro sentir los fundamentos, las bases de la seguridad social
En la cual la Comisión tuvo ante si los Informes IV (I) IV (2ª) y IV se convirtieron como efectos de esta Recomendación, en un bípode
(2B) titulados “Pisos de Protección Social para la justicia social y una como lo señalaremos más adelante.
globalización equitativa” preparado por la Oficina Internacional del Es de llamar la atención el literal q) que establece como principios
Trabajo para la elaboración de una Recomendación autónoma sobre el “pleno respeto de la negociación colectiva y de la libertad sindical para
piso de protección social que complete las normas existentes y ofrezca todos los trabajadores”. Estos temas son tratados por los Convenios
a los países, pautas de orientación más flexibles, pero significativas 87 y 98 de la O.I.T. sobre derecho de asociación, libertad sindical y
para el establecimiento de esas normas mínimas, (punto de carácter derecho a la negociación colectiva. Fácilmente no encontramos la
normativo,simple discusión. razón de su inclusión en una Recomendación sobre normas mínimas
No entendimos la razón por la cual no se siguió la terminología del salvo, que sean materia de negociación colectiva, hoy en decadencia,
Convenio 102 de 1952 sobre normas básicas, puesto que para los pero toca hilvanar para llegar a ese campo.
hispanoparlantes la connotación de pisos difiere del sentido que le Con respecto a los pisos nacionales de protección social estos deberían
quisieron dar. comprender normas básicas que tocan las 9 ramas de la seguridad
Pero mucho más llamó la atención el hecho de que en el numeral 15 del social señaladas anteriormente y que deben señalarse por ley.
documento a estudio en cuanto a los aportantes a la seguridad social El literal d) en referencia a garantías, menciona la participación
se mencionaban las cotizaciones tripartita con organizaciones de empleadores y trabajadores elevando
de los empleadores, los trabajadores y los “hogares”. Llamamos la consultas con otras organizaciones. De aportes no se menciona nada.
atención al Presidente de la Comisión quien manifestó que se trataba Para diseñar y poner en práctica los pisos de protección social
de un error de redacción que seria llevado a la Comisión de Redacción deberían, recalcamos el literal), promover la actividad económica
para ser corregido, lo que no sucedió y el documento llevado a la productiva como medio de que se generen aportes del binomio que
plenaria, en los tres idiomas oficiales de la O.I.T. quedaron con la consideramos se mantiene vivo empleadores y trabajadores Para los
misma connotación y asi fue aprobada para el segundo debate en el primeros inclusive considera incentivos fiscales.
año siguiente, como se establece el el procedimiento de adopción de
una norma internacional en la mencionada Organización. El literal c) es claro exponente de la exoneración de esa responsabilidad
de aportante coordinando políticas que generen ingresos.
Convocada la 101ª reunión para mayo-junio de 2012 se instaló la
Comisión sobre el Piso de Protección Social indicando el Presidente de Los Estados Miembros deben considerar los métodos para movilizar
la Comisión IV que la anterior,en un documento consensuado,había recursos que garanticen la sostenibilidad financiera,fiscal y económica
llegado a la conclusión de que la seguridad social era un derecho de los pisos de protección social nacionales con base en la capacidad
humano y una necesidad social y económica y de que los sistemas de contributiva,igualmente crear una base de recaudación más amplia y
seguridad social funcionaban como mecanismos de estabilización suficientemente progresiva que conforme a lo que hemos analizado al
económica y social en tiempos de crisis. La Señora Bachelet dejó respecto de las tasas de impuestos, está completamente desbordada
un sello evidente cuando en el punto 17 de la discusión se consigna en algunos países y me refiero básicamente a Colombia que tiene la
“la necesidad de una gestión financiera sólida”, que en el texto de la tasa impositiva mas alta del mundo.
Recomendación quedó como medios de financiación de la Seguridad Hay allí una afirmación bien importante que queremos destacar y es
Social que se verán más adelante. hacer cumplir las obligaciones tributarias y contributivas luchando
Fue asi como tras analizar las causas de la no ratificación del Convenio contra la elusión y la evasión que a la postre son los índices de
102 de 1957 que radicaba especialmente en las obligaciones creadas a corrupción mas alta que se dan en el campo de la seguridad social.
los Estados Miembros que no pudieron atender y con una celeridad, Las anteriores consideraciones se plasmaron como objetivos, ámbito
no usual, en sólo 4 días,con no muchas discusiones se aprobó la de aplicación y principios en la Recomendación insistiendo en la
Recomendación 202 de 2012 que fue llevada a la plenaria para su responsabilidad del Estado de poner en práctica la mismay la aplicación
adopción por la Asamblea General el 14 de junio de 2012. por parte de los Miembros de los principios consagrados en los 18
literales que allí aparecen.
Y LA FINANCIACION? Esto a nivel informativo y surgido en las discusiones de la citada
Recomendación a titulo de ejemplo, pero que seguramente en esa
Serán pues los empleadores y trabajadores quienes a través del sistema invitación que se ha hecho a los países Miembros de poner en práctica
contributivo efectúen los respectivos aportes bajo la vigilancia y la 202 ya estan puestos en vigencia muchos de ellos.
control de los Estados Miembros.
Hemos planteado como un excelente Proyecto de investigación,
Serán pues los impuestos los que asuman la seguridad social y ya analizar los efectos de la Recomendación 202 de 2012 en cuanto a
sabemos que la carga impositiva recae sobre el trabajador dependiente sostenibilidad y cobertura se refieren.
ya que los grandes capitales, además de las grandes exenciones cuentan
con sistemas que les permiten eludir el pago de impuestos. Fabio M Bertranou Asesor de O.I.T. en Argentina, está realizando
investigaciones tendientes a encontrar efectos de algunas políticas
El objetivo de la Recomendación: propender por la justicia social y en su obra” Políticas y Programas de Protección al Desempleo en
siendo la seguridad social un medio efectivo para lograrla;”no puede Argentina”toca algunos aspectos, pero la obra es anterior (2007) a la
existir una pobreza mayor que la inexistencia de una seguridad social”
El Convenio 102 de 1952 y la Declaración de la O.I.T de 2008 deberían
ser sometidos a revisión, tomando en cuenta los grandes cambios
poblacionales y en el mundo del trabajo.

47
Recomendación y por lo tanto no evalúa los efectos de la misma. 6.- Estamos asistiendo a las consecuencias de las crisis financieras
en el mundo, en donde se han visto precisamente afectadas las
cifras correspondientes a la protección social, y que los recortes
LA RESOLUCIÓN presupuestarios han apuntado precisamente a ese estado de bienestar
Es un reconocimiento a la función social en el desarrollo de la que tanto envidiábamos en países que hacían gala de ello. Las pensiones
protección social en el desarrollo socio-económico y lucha contra la de vejez han sido blanco de esos recortes y cada vez se menciona más
pobreza,la vulnerabilidad y la imprevisión,teniendo como meta el el aumento de las edades y años de cotización para jubilarse con base
trabajo decente o digno. en el aumento del cálculo de vida probable que es uno de los temas
Se invita tanto a los gobiernos, empleadores y trabajadores para que latentes de la seguridad social.
den efecto a la Recomendación de conformidad con las circunstancias 7.- Frente a los desafíos demográficos, el envejecimiento poblacional,
nacionales. la migración y la urbanización, corresponde a la protección social
Al Consejo de Administración se le formula igualmente la invitación procurar los paliativos necesarios para contrarrestarlos.
para que solicite al Director General, nombrado y posesionado ese 8.- Las nuevas tecnologías pueden desempeñar un papel fundamental
año,que teniendo en cuenta los recursos disponibles adopte medidas en la ampliación de la cobertura de la protección social ya la vez facilitar
para: una administración eficiente,eficaz, que permita el control sobre las
operaciones, evitando la corrupción, la ineficiencia y la incapacidad
administrativa.
a) Promover una amplia aplicación de la Recomendación.
9.- Es absolutamente cierto que sin una seguridad social para todos,la
b) Fortalecer la capacidad de los gobiernos,organizaciones de
anhelada paz entre los pueblos del orbe, basada en la justicia social en
empleadores y trabajadores para poner en práctica las políticas y
el mundo, resulta inalcanzable.
programas nacionales de pisos de protección social.
Es la seguridad social el medio más seguro para una redistribución
c) Apoyar a los gobiernos y a las organizaciones de empleadores
equitativa de la riqueza.
y trabajadores en sus esfuerzos de poner en práctica, dar
seguimiento, evaluar políticas y programas nacionales sobre pisos
de protección social, mediante la facilitación de intercambio de
conocimiento e información y buenas prácticas entre los Miembros
y actividades de cooperación y asesoramiento técnico.
d) Apoyar los procesos de diálogo nacionales sobre diseño y puesta
en práctica de los pisos.
e) Intensificar la cooperación y la coordinación del apoyo a los
Miembros con otras organizaciones internacionales pertinentes
y representativas, y de personas interesadas para desarrollar
estrategias nacionales de protección social.

Es evidente que la baja ratificación por parte de los países Miembros


en ese entonces 183 presentara 43 ratificaciones. Hoy 187 países
presentan 54 ratificaciones. Vale la pena preguntar si será un efecto de
la Recomendación 202 de 2012 que liberó a los Estados Miembros de
las obligaciones previstas en el Convenio 102 de 1952, que no obstante,
el plazo perentorio de 12 meses para su ratificación, contabilizó tan
bajo número de ratificaciones en 60 años hasta la adopción de la
Recomendación en comento.

CONCLUSIONES
1.- La adopción de esta Recomendación establece condiciones
favorables para motivar la ratificación del Convenio 102 de 1952 al
hacer las consideraciones necesarias sobre la capacidad del Estado
Miembro para tomar los compromisos que conlleva la ratificación.
2.- Para los países Miembros con sistemas de protección social bastante
avanzados, el efecto de esta Recomendación no es tan sensible y tiene
más el carácter de una reiteración de los principios que vale la pena no
perder de vista.
3.- No vemos nada fácil la sostenibilidad financiera en las contribuciones
de trabajadores dependientes y por cuenta propia, la crisis del empleo
es considerable en todo el mundo con escasas excepciones.
En cuanto a los trabajadores independientes o autónomos, que
no tienen la cultura de la seguridad social, no es muy probable esa
contribución,Materia de una ley reciente en Colombia, la 102 de 2011
la cual pretende crear la conciencia de la importancia de la Seguridad
Socialy con ello de las contribuciones que son materia de elusión y
evasión con cifras astronómicas detectadas por el Departamento de
Impuestos Nacionales (DIAN) en el país aludido.
4.- Se viene incentivando el paso de la informalidad a la formalidad que
en países en vía de desarrollo está por encima del 50% en muchos de
ellos para aumentar las contribuciones a la seguridad social.
En la 106ª reunión de 2017 una de las Comisiones se ocupó
precisamente de ello y entre las fórmulas propuestas se establece la de
incentivos tributarios y parafiscales de manera ascendente hasta los
cinco años para los inversores, pero el temor es que pasado eselapso,
de beneficios, retiren la inversión dando paso a los llamados capitales
golondrina.
5.- Inquieta igualmente cifrar la sostenibilidad del sistema basada en
la carga impositiva,esto puede llevar a una peligrosa desaceleración
de la economía que en nada favorece a los países que la adopten pues
entre mas desempleo se tenga menos posibilidades de contribución se
tendrá.
48
SUBORDINACIÓN, AUTONOMÍA, ZONAS vis attractiva, fuertemente influida por una suerte de espiritualización
GRISES Y NUEVOS TRABAJOS. OTRA VUELTA de la noción de subordinación, no siempre debidamente justificada,
que ha tenido como objetivo la permanencia de dicho concepto como
DE TUERCA AL QUÉ Y CÓMO PROTEGER EN EL requisito definidor, aunque más elástico, del contrato de trabajo, y su
MUNDO DEL TRABAJO adaptación a las crecientes exigencias sociales de protección, que por
Dr. Rodrigo Palomo Vélez cierto exceden de la figura del trabajador típico.
En ello ha influido también la histórica carencia de una categoría
intermedia entre el trabajo dependiente y el trabajo autónomo, de
1. ¿QUÉ Y CÓMO PROTEGER EN LOS NUEVOS TR ABAJOS?
modo que el descarte del primero ha venido significando, hasta hace
1.1. Planteamiento poco, necesariamente caer en el segundo 7.
Este trabajo pretende servir de invitación para reflexionar acerca del Los ejemplos de estas técnicas expansivas son complejos y disímiles,
trabajo como condicionante de vulnerabilidad jurídica de quienes y pueden tener fuente legal y/o jurisprudencial. Los jueces, en efecto,
lo desarrollan, o de algunos de ellos. En efecto, la vulnerabilidad del aplicando la presunción de laboralidad8 , pueden considerar como
colectivo protegido está en la esencia del Derecho del Trabajo, al trabajo subordinado diversas prestaciones de servicios dotadas
punto de ser justificante de su propia existencia. de gran autonomía, para asegurar la protección de quien presta el
Los trabajadores son un grupo vulnerable, desde el momento que trabajo. Las técnicas expansivas de carácter legal, por su parte, han
se constata la desigualdad material que se plantea respecto de su consistido principalmente en configurar a determinadas prestaciones
contraparte en las relaciones laborales. Sobre este cimiento se ha ido de servicios como relaciones laborales de carácter especial, o extender
construyendo la protección jurídica organizada en torno al Derecho parcialmente ciertos instrumentos de protección de corte laboral a
del Trabajo. Por tanto, discutir sobre la esencia del Derecho del determinadas formas de trabajo autónomo, como ha ocurrido con el
Trabajo, y sobre el alcance de la protección jurídica que otorga a los trabajo parasubordinado o económicamente dependiente, según se
trabajadores, supone, sin duda, pensar larazón de ser de esta disciplina comentará luego.
jurídica (ontología jurídica) y sobre los valores que la sostienen Con todo, esta tendencia envuelve el riesgo de desfigurar los criterios
(axiología jurídica). claves que definen el trabajo regido por el Derecho del Trabajo,
Los vertiginosos cambios en el mundo del trabajo han ido generando generando inseguridad en el tráfico jurídico y favoreciendo la aparición
nuevos escenarios de cara a responder a quién y cómo proteger. En de disfunciones en el mismo.
efecto, el Derecho del Trabajo se ha hecho adulto, introduciéndose Frente a la referida tendencia expansiva, de un tiempo a esta parte
entre las parejas conceptualmente en oposición que lo habían vienen presentándose sintomáticos fenómenos en el sentido inverso,
visto nacer: subordinación versus autonomía y estabilidad versus es decir, deslaboralizadores.
precariedad 1.
La huida del Derecho del Trabajo consiste, en términos simples, en la
Han ido proliferando zonas grises en las fronteras de la disciplina, utilización preferente de figuras jurídicas contractuales no laborales
muchas de ellas asociadas a nuevas formas de contratación de impacto para definir determinadas prestaciones de servicios, y correlativamente
global, aunque con importantes matices en su concreta implantación el éxodo hacia formas jurídicas típicamente civiles y mercantiles, en
en los sistemas normativos nacionales. El problema es que a menudo supuestos de descentralización productiva y contratación externa
estos espacios de indefinición normativa se están traduciendo en de servicios profesionales, que se amplía también a la prestación
el debilitamiento de la protección de trabajadores efectivamente de determinados trabajos atípicos9 . Se trata de sacar del ámbito de
vulnerables. protección del Derecho del Trabajo a sujetos respecto de los cuales se
En efecto, es un tema de rabiosa actualidad, que vuelve a estar en considera, con o sin razón, que no revestirían la peculiar vulnerabilidad
el corazón del desarrollo científico de la disciplina. Si bien resulta jurídica justificante de la acción protectora laboral.
indudable que las fronteras del Derecho del Trabajo son un tema Esta tendencia contractiva no representa necesariamente una
clásico, no es menos cierto que las cuestiones aparentemente más perversión de quien la aplica10 . En efecto, en cierta medida, importa
trilladas son las más necesitadas de una investigación continua 2 . En una reacción contra la aplicación de normas disfuncionales, no
esta perspectiva, este trabajo se edifica sobre los que le preceden, siempre justificadas, sobretodo si se piensa en la ya señalada pérdida
sistematizándolos y sometiéndolos a las revisiones que demanda el de homogeneidad de la figura del trabajador 11.
transcurso del tiempo y los nuevos escenarios laborales.
De este modo, las diversas manifestaciones de este fenómeno elusivo
van desde aquellas que, aunque caben en la visión jurídico-laboral
1.2. La compleja definición de los sujetos tutelados tradicional, están vinculadas al margen de acción que dan las notas
El Derecho del Trabajo se ha construido a partir de la necesidad de características del contrato de trabajo al intérprete judicial (ej. en
brindar protección a determinadas personas que prestan sus servicios razón de la concreta interpretación del vínculo de subordinación),
a terceros, y ha operativizado la selección de su colectivo tutelado hasta los supuestos en que existe una base legal que justifica la
recurriendo, en general, a la noción de subordinación3 . Efectivamente inaplicación del Derecho del Trabajo, como ocurre con las relaciones
esta noción tuvo, en un primer momento, una función social de laborales excluidas de la aplicación de esta normativa.
referencia, asociada al proletario o contratante débil.
Pero el Derecho del Trabajo, relativamente nuevo en la Historia, muda 1 ROMAGNOLI (2016b), p. 157 y ss.
de ropaje con cierta facilidad. De hecho, una de sus características 2 DAVIDOV, LANGILLE (2013).
más acusadas es precisamente su dinamismo, acentuado respecto de 3 En extenso sobre la subordinación, véanse, por todos en la doctrina chilena,
lo que puede apreciarse en otras disciplinas. TAPIA (2005) y UGARTE (2008).
En sus intentos de adaptarse a los distintos contextos socioeconómicos 4 Sobre la evolución del Derecho del Trabajo y, en particular, de sus fronteras,
y políticos en que se mueve, el Derecho del Trabajo ha ido véanse NORES (2007),
experimentando constantes mutaciones genéticas. Ellas han ido de la VILLASMIL (2015-2016), y GARMENDIA (2016).
mano, en buena medida, con las también constantes redefiniciones del 5 VALDÉS (2004), p. 11.
colectivo tutelado4 . 6 POBLETE (2005) e IRURETA (2007), entre otros.
A estas alturas, los cambios en el modelo clásico de producción son 7 MONTOYA (1998), p. 714, SAGARDOY (2004), p. 39 y ss., y CRUZ (2005),
una realidad suficientemente asentada. Nadie discute, entonces, la p. 16.
crisis del modelo fordista / taylorista de organización del trabajo. En 8 Contenida, en el sistema chileno, en el artículo 8 inciso primero del Código
efecto, la descentralización productiva, la globalización, eldesarrollo del Trabajo.
tecnológico, entre otros factores, han requerido la implantación 9 BAYLOS (2000), p. 35, CA AMAÑO (2005), p. 25 y ss., y DAVIDOV,
de sistemas de organización del trabajo más flexibles, donde “el LANGILLE (2006), p. 170.
compromiso del trabajador se centra más en el resultado que en el 10 Aunque un sector relevante de la doctrina considera que buena parte de
puro desarrollo de la actividad contratada”5 . Como corolario de este los fenómenos deslaborizadores obedecen a simulación y fraude: por todos,
torbellino de cambios, se ha producido una pérdida de la hegemonía MURGAS (2015), p. 564.
social y jurídica del trabajador típico, foco de protección del Derecho 11 Un interesante y temprano planteamiento sobre esta tendencia, en
del Trabajo en su fase de génesis6 . RODRÍGUEZ-PIÑERO (1992), p. 85 y ss.
En general, las respuestas del Derecho del Trabajo frente a estas
circunstancias se han traducido en una tendencia expansiva de su
ámbito de aplicación. Se trata de una especie de fuerza centrípeta o

49
Se han presentado, asimismo, supuestos regresivos especialmente través de negocios jurídicos diversos, en relación con la atribución de
controvertidos, como ha ocurrido en Chile con la proliferación de la los resultados del trabajo, el trabajador autónomo realiza su actividad
contratación a honorarios12 , con diversas manifestaciones (lícitas e por cuenta propia (negación de la ajenidad) y, en relación con el
ilícitas) de la descentralización productiva13 , con la contratación de modo de organización y de ejecución de la actividad productiva, esta
servicios personales de empresas individuales de responsabilidad forma de trabajo se realiza desde una posición de autonomía jurídica
limitada14 , y con trabajos formalmente autónomos asociados a (negación de la subordinación) 23 .
contratos mercantiles15 . Adviértase que esta negación de los signos de laboralidad, y, por tanto,
En el plano internacional hay dos instrumentos coetáneos que la presencia del trabajo autónomo en el tráfico jurídico, es un elemento
reflejaron la tensión entre las tendencias recién indicadas. Por una fisiológico del sistema productivo y no responde necesariamente a la
parte, en la Recomendación Nº 198 de la OIT, sobre la relación de lógica de huida del Derecho del Trabajo. La propia concepción más
trabajo, de 2006, este organismo internacional enfrentó por primera tradicional del trabajo autónomo impedía la aplicación de buena parte
vez de modo expreso el problema de las nuevas formas de empleo. En de las normas laborales, cuya efectividad pende de la existencia de un
la tendencia expansiva, reclamó la centralidad del trabajo asalariado empresario que las cumpla.
en la regulación de las distintas formas de prestación de servicios, En efecto, recuérdese que este perfil clásico del autónomo, en buena
reforzando la presunción de laboralidad y negando espacio de acción a parte ya superado, los vinculaba mayoritariamente a con la figura del
la autonomía privada para calificar dichas relaciones jurídicas16 . empresario y del profesional liberal. Sin embargo, uno de los efectos
En la dirección contraria apareció, también en 2006, el Libro Verde de colaterales de las distintas manifestaciones de la descentralización
la Unión Europea “Modernizar el Derecho Laboral para afrontar los productiva, y de las nuevas formas de organización de la producción y
retos del siglo X XI”17. Con la intención de abrir el debate acerca de la el trabajo, en general, ha sido el aumento cuantitativo de trabajadores
modernización de la dimensión individual del Derecho del Trabajo en autónomos y la diversificación cualitativa de los mismos 24 .
Europa, este Libro propone una fórmula específica, la flexiseguridad, Efectivamente, además de haber dejado de constituir un espacio
consistente muy básicamente en un intercambio de las tutelas residual en las estadísticas de empleo, se ha venido planteando la
ofrecidas por los ordenamientos en el ámbito del trabajo clásico aparición de nuevas formas de trabajo autónomo, algunas de las
por unas nuevas tutelas en el mercado, vinculadas principalmente cuales incluso comparten ciertos elementos característicos del trabajo
al aprendizaje permanente, a las políticas activas de trabajo, a los asalariado 25 .
sistemas de ayudas por desempleo y a normas más flexibles en el
ámbito de la seguridad social. Uno de los ejes temáticos de este Libro
Verde es precisamente la inseguridad jurídica que se plantea en la
calificación de las relaciones de prestación de servicios. Al respecto,
da por descontado que el Derecho del Trabajo pueda reformular sus
bases identificantes, toda vez que habría perdido su función originaria
de paliar las desigualdades económicas y sociales inherentes a la
relación laboral 18 .
Con todo, la noción de subordinación se ha juridificado y se ha
instalado como la figura normativa de primer orden a la hora de
justificar la aplicación de las normas laborales.
Así, desde el actual enfoque funcional de la subordinación19 , la 12 El análisis jurídico a este respecto debe distinguir entre el sector privado y
dificultad que plantea la determinación de los sujetos a los que debe la Administración Pública. En el primer caso, aún pueden encontrarse resabios
proteger el Derecho del Trabajo pasa por elegir el nivel correcto de jurisprudenciales de la procedencia de la doctrina de los actos propios en
abstracción (redefinir indicios de laboralidad), esto es, haciendo materia laboral (por todos, SIERR A, 2010). En el segundo caso, se trata de un
primar el propósito general de esta disciplina por sobre los fines flanco abierto del debate sobre laboralización de la función pública (VAR AS,
2012).
específicos de las concretas legislaciones laborales 20 .
13 Véase, por ejemplo, CA AMAÑO (2007).
La cuestión se enmaraña cuando se piensa en las relaciones de
prestación de servicios de naturaleza difusa, donde existe una duda 14 Se ha detectado una práctica que plantea la contratación de servicios
personales por parte de estas empresas, con la peculiaridad que la prestación
genuina y razonable sobre si hay o no vínculo laboral, es decir, en de servicios se realiza bajo la subordinación y dependencia de quien la contrata
las denominadas zonas grises o fronteras difíciles del Derecho del (ej. trabajadores de televisión), desvirtuándose así los propósitos de la Ley
Trabajo 21. El problema no es menor si se tienen en consideración 19.857/2003, que autorizó el establecimiento de estas empresas.
las importantes consecuencias de la calificación jurídica de estas 15 Como ocurre con prestaciones de servicios bajo una marca ajena (ej.
relaciones. Concretamente, su inserción o no en el espectro protector franquicias). Sobre estas y otras situaciones fugadas de la subordinación y del
del Derecho del Trabajo. ámbito de aplicación del Derecho del Trabajo, véase ERMIDA, HERNÁNDEZ
Para peor, estas zonas grises no son estáticas, sino movedizas, (2002), p. 280 y ss.
cambiantes en el tiempo, lo que aumenta el riesgo de inseguridad 16 Véase particularmente el punto II de la citada Recomendación, titulado
jurídica. Como se ha dicho, algunas son “resueltas” por la “Determinación de la existencia de una relación de trabajo”. Véase también
VILLASMIL, CARBALLO (2016).
jurisprudencia, otras –o las mismas incluso– por el propio legislador.
17 Adoptado por la Comisión de las Comunidades Europeas, con fecha 22 de
Además, se caracterizan por referirse a supuestos de prestación de noviembre de 2006.
servicios socialmente típicos, en el sentido de que además de ser
18 Una interesante y exhaustiva mirada crítica al Libro Verde, en LOY (2007),
inevitables, se producen con cierta frecuencia en el tráfico jurídico. p. 47 y ss.
Asimismo, y valga la precisión, las zonas grises no exigen -al menos
19 SUPIOT (1996), p. 136, UGARTE (2004), p. 54, y SANGUINETI (2013),
conceptualmente- que la relación jurídica de que se trate se construya
p. 121 y ss.
a partir de la intención defraudatoria de las partes. Es decir, cuando
hay falso trabajo autónomo, por ejemplo, derechamente hay una huida 20 LÓPEZ (2006), p. 6 y ss., MURGAS (2015), pp. 565 y 566, y DAVIDOV
(2017), p. 87.
ilegítima del Derecho del Trabajo, y no una zona gris en su esfera de
protección. 21 GARCÍA (1999), p. 2, y PALOMO (2014), p. 6.
22 MARTÍN (2002), p. 32 y ss.
Existen diversas formas de identificación de estas fronteras difusas:
a) confrontando al contrato de trabajo con otras figuras afines, con 23 SUPIOT (1999), p. 38 y ss., y PALOMEQUE (2000), pp. 430 y 431.
las que mantiene fronteras conflictivas (ej. frontera con el empleo 24 CA AMAÑO (2004-2005) y CA AMAÑO (2007).
público), o b) distinguiéndolas según cuál(es) sea la nota característica 25 Sobre la identificación del trabajo autónomo y la extensión al mismo de
del contrato de trabajo que se cuestiona (ej. subordinación jurídica, normas e instituciones laborales y de seguridad social en Latinoamérica, véase a
remuneración) 22 . Con todo, aún siguiendo esta segunda modalidad PASCO (2013), p. 163 y ss. Asimismo, sobre informalidad laboral y zonas grises
de identificación -y clasificación, si cabe- de las zonas grises, lo que en el mismo contexto continental, PELIZA (2012).
resulta claro es que los conflictos más recurrentes se plantean respecto
de la frontera que separa el trabajo subordinado y el trabajo autónomo.
Desde la perspectiva del Derecho del Trabajo, el concepto de trabajo
autónomo ha sido concebido tradicionalmente mediante la negación
de la presencia de los elementos tipificantes del contrato de trabajo,
puerta de entrada a la protección laboral y, en una importante medida,
también a la protección social. Efectivamente, además de articularse a

50
Han ido surgiendo, en consecuencia, nuevas zonas grises. DEPENDIENTES. LUCES Y SOMBR AS DE UN INTENTO DE
Contemporáneamente, el trabajo autónomo ha dejado de representar PROTECCIÓN
la estricta antítesis del trabajo típico objeto de regulación por el El trabajo autónomo es una realidad jurídica multidimensional,
Derecho del Trabajo, y ha pasado a ser una forma de trabajo mucho diversa tanto en los integrantes del colectivo afectado, cuanto en los
más compleja, diversa y rica en modalidades que, cual más, cual múltiples ámbitos jurídicos que resultan de aplicación. En este amplio
menos, reclaman alguna intervención estatal en la línea protectora, espectro han ido tomando relevancia los “trabajadores autónomos
otrora reservada casi exclusivamente para las normas laborales. económicamente dependientes” (en adelante, TR ADE, siguiendo
Como se ha dicho desde la doctrina, el trabajo autónomo y el trabajo la expresión de la legislación española), como posible respuesta a las
subordinado, si bien siguen siendo técnicamente diferentes, se han dificultades de regulación de las comentadas zonas grises que han ido
acercado fáctica y socialmente, no pudiendo el Derecho hacer vista proliferando entre el trabajo subordinado y el trabajo autónomo 31.
gorda de esta realidad 26 .
Aunque en una primera impresión puede percibirse cierta contradicción
La cuestión es especialmente sensible si se tiene en consideración que en la denominación “trabajador autónomo económicamente
el trabajo en las zonas grises ha ido consolidando formas precarias de dependiente”, en definitiva ella ayuda a la comprensión de la
empleo, afectando de manera particular a colectivos de trabajadores naturaleza jurídica de esta peculiar figura. Lo que ocurre es que los
que ya tenían una posición débil en el mercado laboral (ej. jóvenes, calificativos que describen a esta categoría de trabajadores se refieren
migrantes, desempleados) 27. a perspectivas distintas.
Así, teniendo autonomía jurídica, en la medida que son titulares de su
1.3. La también compleja definición de las fórmulas de protección propia organización productiva y no se someten al poder de dirección
jurídica de otro empresario, simultáneamente tienen una dependencia
Se ha comentado, hasta aquí, la exquisita complejidad que supone económica de un cliente, por percibir de él sus principales ingresos
la delimitación de los sujetos requirentes de protección jurídica en pecuniarios. Esta última circunstancia es la clave que permite entender
razón de la vulnerabilidad que les supone la realización del trabajo. El la figura de los TR ADE, tanto como fundamento de su especial
siguiente paso es analizar cómo ha ido definiéndose dicha protección protección, cuanto como sustento de una suerte de bilateralidad que
jurídica y cómo debe proyectarse la misma. permite localizar al sujeto al que se le han de imputar ciertos deberes
y responsabilidades.
Desde la génesis del Derecho del Trabajo, la ley ha ocupado un lugar
prioritario como instrumento de protección de los trabajadores. La Al alero de lo recién dicho, cabe precisar que los TR ADE son, antes que
intervención del Estado, a través de la ley, en las relaciones laborales, todo, trabajadores autónomos, si bien una especie o tipo peculiar de
reconociendo y garantizando derechos mínimos irrenunciables para ellos. Dicho de otra manera, no se trata de un nuevo tipo contractual,
los trabajadores es, en efecto, un presupuesto de nacimiento de esta sino de una caracterización especial del trabajo autónomo, para la cual
disciplina. algunos sistemas jurídicos prevén normas también especiales 32 . La
comprensión del carácter básico del TR ADE como autónomos es vital
Pero dicho lo anterior, resulta evidente que la protección jurídica a la hora de analizar su configuración y régimen jurídico en aquellos
debiese ir en directa correlación con las necesidades de protección. sistemas donde se les reconoce.
Por tanto, si la realización del trabajo causa distintos niveles
de vulnerabilidad jurídica, ha de pensarse también en distintas Los antecedentes conceptuales y normativos de esta forma de
respuestas desde el Derecho. Distintas en intensidad (ej. permitir trabajo autónomo se encuentran principalmente en la figura de los
mayores márgenes de flexibilidad respecto de grupos efectivamente trabajadores parasubordinados, en Italia, donde se le ha dado una
menos vulnerables), y distintas en los instrumentos jurídicos que regulación unitaria, y en los cuasitrabajadores de Alemania, respecto
concretan la protección (instrumentos que eventualmente podrán no de los cuales se ha ampliado el campo de aplicación de algunas de las
ser laborales) 28 . instituciones tradicionales del Derecho del Trabajo. Luego la figura
es reconocida también en España, en la ley del estatuto de trabajo
Así las cosas, habrá de brindarse una protección jurídica más intensa autónomo, de 2007 33 . Por su parte, el ya citado Libro Verde de la
a aquellos sujetos que se encuentren en situaciones jurídicas de Unión Europea se refiere abiertamente a este tema. Lo cierto es que se
mayor vulnerabilidad. Piénsese, por ejemplo, en los trabajadores trata de una realidad concreta y evidente en los distintos sistemas de
subordinados especialmente vulnerables, como los menores de relaciones laborales, principalmente europeos.
edad o adultos mayores, las madres (y padres) en épocas cercanas al
nacimiento de sus hijos, los trabajadores particularmente vulnerables La justificación de esta figura se encuentra en la necesidad de tutelar
por motivos sindicales, los trabajadores migrantes, entre otros. algunas de las manifestaciones del trabajo por cuenta propia, en las
que se produce una práctica negocial abusiva por parte del acreedor de
Existirán también formas particulares de protección atendida la la actividad, quien, en virtud de su posición de hegemonía económica,
naturaleza especial de ciertas prestaciones de servicios, como ocurre puede imponer sus condiciones a la hora de regular la concreta relación
con la admisión y regulación de los contratos especiales de trabajo. de servicios.
Asimismo, los contratos atípicos o nuevas formas de empleo (ej. los Habiéndose consensuado en algunos países que estos trabajadores
contratos a tiempo parcial o el teletrabajo) plantean requerimientos requerían de una regulación ad hoc, que considerara la posición de
especiales de protección. desequilibrio contractual que existe entre el TR ADE y el cliente, sin
Por otro lado, el surgimiento de zonas fronterizas de empleo, entre que ello suponga una traslación mecánica de las instituciones propias
el trabajo subordinado y el autónomo, ha supuesto un reclamo de de la legislación laboral, dichos sistemas han optado por reconocer
una respuesta normativa tendiente a satisfacer las necesidades de esta categoría jurídica y dotarla de ciertas formas de protección34 .
protección jurídica y social de esta clase de trabajadores. En tal sentido,
ha ido asentándose la idea de que los trabajadores que comparten solo
algunas de las características del trabajo subordinado deberían gozar
de algunas -no todas- protecciones del Derecho del Trabajo, en una
suerte de extensión modulada de su ámbito de aplicación 29 . 26 Véanse, en este sentido: RODRÍGUEZ-PIÑERO, CASAS (2000), p. 77; y
CRUZ (2005), p. 17.
Ha de tenerse presente, también, que las personas suelen tener en la
27 THÖRNQUIST (2015), p. 412, y GINÈS, GÁLVEZ (2016), p. 35 y ss.
actualidad distintas trayectorias laborales. El trabajo subordinado, en
jornada completa, que acompañaba casi toda la vida del trabajador ya 28 GAMONAL (2014), pp. 219 y 220.
no es la realidad social predominante. Hoy, en un mismo sujeto suelen 29 ERMIDA, HERNÁNDEZ (2002), p. 293 y ss., y DAVIDOV (2014), p. 557.
sucederse periodos de trabajo dependiente, de trabajo autónomo, de 30 IGARTÚA (2014), p. 115 y ss.
trabajo a tiempo parcial, periodos de no trabajo. Todo esto influye en 31 DAVIDOV (2014), p. 557.
la protección que ha de brindar el Derecho del Trabajo y el Derecho 32 GOERLICH (2008), p. 20.
Social en general.
33 Otros ejemplos de regulación de estas formas de trabajo se encuentran en
Existe, entonces, un nuevo y vital espacio de reformulación del Estados Unidos y Suecia. Véase una caracterización inicial en PERULLI (2003).
Derecho del Trabajo como un sistema normativo protector y 34 En general, la protección consiste en normas sobre jornada, extinción e
ordenador de las formas de prestación de servicios demandantes de interrupciones justificadas de la actividad, competencia y procedimientos para
particular protección jurídica, aceptando y valorando la diversidad, la solución de conflictos, y acuerdos de interés profesional.
tanto en sus proyecciones como en las posibles respuestas jurídicas,
pero sin renunciar a sus propósitos vitales 30 .

2. LOS TR ABAJADORES AUTÓNOMOS ECONÓMICAMENTE


51
Otras alternativas de regulación que se han planteado son las de cultivo para repensar las fronteras del Derecho del Trabajo y la
siguientes: mantener el statu quo, redefinir de manera expansiva el virtualidad expansiva o restrictiva de su protección. Así pues, la
concepto de trabajo subordinado, crear un núcleo duro de derechos pregunta central que pretende responderse en este apartado final es si
sociales que sean aplicables a todas relaciones jurídicas que importen las nuevas formas de trabajo, especialmente el trabajo vía plataformas
una prestación de servicios, considerar a esta forma de trabajo una digitales, están generando una relocalización de las fronteras del
relación laboral especial, entre otras 35 . Derecho del Trabajo que incida en el sistema normativo chileno.
En definitiva, tanto la subordinación jurídica (asalariados) como La economía bajo demanda (on demand economy) se refiere al
la dependencia económica producen el desequilibrio contractual conjunto de negocios que tienen como rasgo común la utilización de
que fundamenta la necesidad de protección social, aunque no una plataforma virtual en la que tiene lugar el encuentro entre oferta
necesariamente laboral. Por ello, el reconocimiento de los TR ADE no y demanda; distinguiendo a su vez la economía colaborativa (sharing
supone en absoluto un resentimiento o crisis de identidad del Derecho economy) y el trabajo vía plataformas (crowdsourcing o crowdwork) 37.
del Trabajo, aún cuando probablemente importa algún acomodo en Las realidades que envuelve esta forma de economía han ido
sus fronteras. diversificándose, masificándose y extendiéndose en los países con tal
Según se ha dicho, el Derecho del Trabajo ha optado por delimitar sus entidad y rapidez, que ha llegado a considerársele una 4ª Revolución
fronteras recurriendo a elementos jurídicos. En efecto, ha considerado Industrial38 .
que la subordinación jurídica se encuentra dotada de las mejores Son diversos los problemas que están exigiendo atención de los Estados:
cualidades vitales con miras a cumplir la función de calificación competencia desleal, desorden en el mercado y evasión tributaria,
jurídico-laboral. La elección parece haber estado fundada en un por ejemplo 39 . En lo que ahora interesa, la irrupción del trabajo vía
criterio de racionalidad pragmática, en atención a que la subordinación plataformas digitales está remeciendo nuevamente las fronteras del
jurídica es una noción abstracta y formal que atiende a una posición Derecho del Trabajo, exigiendo la proyección de sus consecuencias
jurídica y no a la situación material de las partes involucradas, por jurídico-laborales y sus efectos en el mercado de trabajo40 . Opera
lo que utilizaría un sistema de indicios más simple (en principio, las en un nuevo ecosistema de trabajo que es manejado por plataformas
manifestaciones típicas de la potestad jurídica de mando) y otorgaría online, que hacen de intermediario entre empresas, clientes y
una mayor elasticidad para incorporar nuevas situaciones al colectivo quienes prestan los servicios. En dicho contexto, la digitalización está
tutelado inicial. alimentando una nueva estructura que tiene importantes implicancias
Dicha decisión, que ciertamente ha constituido un factor clave en la en la naturaleza y calidad de los trabajos. A ello hay que sumar otra
mantención y fortalecimiento de esta disciplina jurídica, ha significado, dificultad: no todas las plataformas son iguales41. No obstante, la
sin embargo, dejar fuera de su cobertura protectora a personas literatura aún tiende a considerar estos tipos de trabajo como una
que realizan otras formas de trabajo que, si bien son jurídicamente categoría única, subestimando muchas veces la verdadera dimensión
autónomas, se ven igualmente afectadas por desequilibrios en las del fenómeno y la proyección de sus consecuencias (entre ellas, las
relaciones de poder económico y, en ocasiones, hasta jurídico. En este laborales) 42 .
sentido, el criterio de la dependencia económica aparece como más Desde una perspectiva jurídica, el trabajo prestado a través de
eficaz -aunque no más eficiente- que la subordinación jurídica, en el plataformas se ha ubicado inicialmente en una zona gris en la mayoría
sentido de que permite que lo que se quiso proteger originalmente de los países. Existe un debate en curso sobre la naturaleza jurídica del
con el Derecho del Trabajo resulte en los hechos lo efectivamente vínculo que une a quienes prestan servicios por esta vía, y las empresas
protegido 36 . que recurren a ellos. Entre las sentencias más comentadas que declaran
Aunque en Chile no existe una regulación para los trabajadores que se trata de trabajadores dependientes cabe mencionar los casos
autónomos económicamente dependientes, las legislaciones que si Uber con Aslam, y Pimlico Plumbers (Reino Unido, 2018), caso
reconocen esta figura constituyen una buena terraza desde donde mirar Dynamex (Estados Unidos, 2018), y varios casos de Deliveroo y Glovo
las distintas tendencias referidas al ámbito de aplicación de las normas (España, 2018 y 2019, respectivamente). Por otro lado, sentencias
laborales, sus zonas grises y por cierto, la propia realidad conceptual en casos como Kaseris con Rasier Pacific V.O.F (Australia, 2017), y
y normativa del trabajo autónomo. Además, el reconocimiento Florian Ménard con SAS Uber France (Francia, 2018), consideran que
-todavía incipiente- de esta fórmula en algunos modelos regulatorios se trata de trabajadores autónomos43 .
está contribuyendo a desdramatizar la tradicional dicotomía entre Al alero del cuestionamiento primario sobre la laboralidad, ha
inclusión laboral = protección total / exclusión laboral = desprotección reflotado también otra discusión, tanto o más trascendente, sobre
general, que caracteriza nuestros ordenamientos jurídicos. los instrumentos e intensidad de la protección que ha de garantizarse
Con todo, la aplicación ya por más de una década de los modelos a estas nuevas formas de trabajo. Las respuestas son diversas, y van
de regulación de los trabajadores autónomos económicamente desde la autorregulación hasta diversas formas de intervención estatal
dependientes permite evaluar su virtualidad práctica. En primer (legal y/o jurisprudencial), de laboralización absoluta o parcial, desde
término, la definición o configuración jurídica de la figura suele ser dentro o por proyección de tutelas laborales o sociales hasta zonas
bastante restrictiva, precisamente para distinguirse del autónomo grises no laboralizadas44 . En contraste con la Recomendación Nº 198
común y del trabajador subordinado. La conjunción de sus requisitos OIT, ya citada, la Comisión Mundial sobre
básicos (autonomía jurídica y dependencia económica) con otras
condicionantes del desempeño de la actividad y sendas exclusiones,
de acuerdo a las regulaciones nacionales, la convierten en una
35 Al respecto, véase por todos: CALVO (2005), p. 63 y ss.
figura jurídica poco viable. Por su parte, el régimen jurídico que la
regula generalmente importa la trasposición simbólica de ciertas 36 UGARTE (2004), p. 31 y ss.
instituciones típicamente laborales, pero sin heredar al mismo tiempo 37 TODOLÍ (2017a), p. 20 y ss.
su contenido mínimo, dejando en cambio amplios márgenes a la 38 Sobre la revolución digital y el debate generado respecto de la aparición o no
autonomía de la voluntad y desvirtuando en gran medida con ello la de una “nueva economía”,
finalidad de protección que motivó su reconocimiento. véanse por todos DEGRYSE (2016), p. 8 y ss., y GAUTHIER (2016a), p. 23 y ss.
Asimismo, la compleja viabilidad que plantea la configuración del 39 DOMÉNECH (2015), p. 62 y ss., y GAUTHIER (2016b).
TR ADE ha generado cierto (fundado) temor, principalmente en 40 Algunos estudios sobre el impacto del trabajo vía plataformas digitales:
sindicatos y asociaciones de autónomos, que ven a la vuelta de la ALFONSO (2016), p. 2 y ss.,
esquina una recolocación de asalariados en esta figura, sirviendo la BIRGILLITO (2016), p. 59 y ss., DAGNINO (2016), p. 43 y ss., GOERLICH
misma para la institucionalización de la precarización. Esto porque el (2016), p. 173 y ss., FUDGE (2017), p. 374 y ss., SIERR A (2017), p. 87 y ss.,
reconocimiento legal de los TR ADE parece sustituir la vieja frontera TRIGUERO (2016), p. 81 y ss., TRILLO (2016), p. 59 y ss., y en extenso,
entre trabajo autónomo y trabajo subordinado por un sistema TODOLÍ (2017a).
mucho más complejo, por lo que es innegable la posibilidad de que se 41 BERG, OTROS (2019), p. 13 y ss.
produzcan trasvases entre las tres categorías y, sobre todo, del interior 42 ALOISI (2016), p. 660.
al exterior del ordenamiento laboral. 43 Sobre el mercado de trabajo “paralelo” que se crea con las plataformas
digitales, véase: ALOISI (2016), p. 686, AUVERGNON (2016), p. 25 y ss.,
DAGNINO (2016), p. 43 y ss., y R ASO (2016), p. 13 y ss.
3. EL TR ABAJO VÍA PLATAFORMAS DIGITALES. UN
EJEMPLOACTUAL DEL DEBATE SOBRE SUBORDINACIÓN Y
AUTONOMÍA EN TR ABAJOS ATÍPICOS
3.1. Marco conceptual y presentación del problema jurídico
La irrupción del “trabajo vía plataformas digitales” es nuevo caldo

52
el Futuro del Trabajo, por ejemplo, recomienda el desarrollo de un pasajeros y los servicios que a través de ellas se prestan53 . Al igual que
sistema de gobernanza internacional de las plataformas digitales el proyecto anterior, tampoco se hace referencia a la relación jurídica
de trabajo que establezca y exija que las plataformas (y sus clientes) existente entre las “Empresas de Aplicaciones de Transporte” y las
respeten ciertos derechos y protecciones mínimos45 . personas que prestan servicios para las mismas, limitándose a exigir a
Asimismo, han ido generándose diversos problemas específicos, según las plataformas la contratación de seguros de responsabilidad civil que
los distintos sistemas jurídicos. Algunos de ellos se anuncian más protejan a estos conductores y a los pasajeros54 .
adelante. El tercer proyecto de ley sobre la materia (Boletín núm. 12.475-13,
En definitiva, el soporte jurídico de protección del trabajo prestado de 14 de marzo de 2019), regula el contrato de los trabajadores que
en fórmulas de economía de plataformas está en construcción, y ha de desarrollan labores en plataformas digitales de servicios. Iniciado por
resistir a los embates flexibilizadores que pueden encostrar espacios moción parlamentaria de diputados del Frente Amplio, se centra en el
de precarización laboral 46 . vínculo jurídico entre trabajadores y plataformas, y más precisamente,
de aquellas plataformas de trabajo a pedido o work on demand. Esta
propuesta legislativa se enfoca en la definición de la naturaleza del
3.2. El trabajo vía plataformas digitales en Chile vínculo que une a empresas con sus conductores, optando por la
En el caso chileno, no se ha estudiado en profundidad el impacto laboralidad de la relación, dado que las primeras ejercen un “control
laboral y de protección social del trabajo vía plataformas digitales, sobre aspectos esenciales de trabajo”. Asimismo, propone ciertas
pese a que se estima que ya existen más de 100.000 personas en estos particularidades que buscan acercar la legislación general al modelo
trabajos47. de negocio que plantean las plataformas (obligación de información,
No obstante, el tema ha sido objeto de diversas instancias de lugar de trabajo y jornada, mediación de plataforma digital, seguridad
discusión. Por ejemplo, la Comisión Nacional de Productividad laboral).
ha sostenido que según la actual interpretación del vínculo de Finalmente, el cuarto proyecto (Boletín núm. 12.618-13) fue ingresado
subordinación y dependencia del Derecho del Trabajo, los prestadores por el Presidente Piñera el 14 de mayo de 2019, y entre varias y diversas
de servicios a través de plataformas serían, en general, trabajadores materias abordadas, bajo el objetivo común declarado de modernizar
independientes48 . Postura similar emanó de la Mesa Técnica Laboral, el ordenamiento laboral para la conciliación del trabajo, la familia y la
convocada en 2018 por el Ministerio del Trabajo y Previsión Social, inclusión, también lo hace sobre el trabajo vía plataformas. El proyecto
que consideró que los modelos de plataformas conocidos hasta ahora propone la incorporación de un nuevo artículo 8 bis al Código
no configurarían un vínculo de subordinación y dependencia laboral, del Trabajo, en el que se señalan como no laborales los servicios
aunque sugirieron evaluar cada plataforma en particular, dado que el prestados por personas naturales a través de plataformas digitales de
tema no resulta pacífico49 . intermediación, siempre y cuando estos prestadores de servicios no
La Dirección del Trabajo, por su parte, ha sostenido que no tiene tengan obligación de exclusividad, tengan libertad para determinar la
competencia para determinar genéricamente la naturaleza jurídica oportunidad y tiempo destinado a prestar los servicios, y no concurran
del vínculo que une a Uber con los conductores que operan en su los elementos del contrato de trabajo previstos en el artículo 7 de la
plataforma tecnológica, cuestión reservada a los tribunales (Ord. norma citada. Asimismo, deslaboraliza ciertos indicios, varios de ellos
6165, de 29 de diciembre de 2016) 50 . No obstante ello, para elaborar utilizados por jurisdicciones de
dicho dictamen realizó una inspección a la empresa Uber SpA,
administradora en Chile de Uber Technolgies Inc., identificándose 44 TODOLÍ (2017b), p. 68 y ss., SHUK-CHING (2019), p. 63 y ss.
varios indicios de laboralidad, tanto en la estructura organizativa del 45 COMISIÓN MUNDIAL SOBRE EL FUTURO DEL TR ABAJO (2019), p.
negocio, como en la forma concreta en que los conductores prestan 47.
sus servicios. 46 El problema es que “es que muchos juristas del trabajo acarician la idea
Con anterioridad al referido pronunciamiento administrativo, en sede de que es posible reconstruir el Derecho del Trabajo donde y como era. Pero
judicial se había rechazado calificar como laboral la relación jurídica descontextualizar la forma del Derecho del Trabajo del Siglo X X para poder
entre un conductor y Uber, por considerarse insuficientes los indicios reproducirla igual en lo desigual, es hacer metahistoria” (ROMAGNOLI,
de subordinación aportados a la causa (causa RIT O- 1388-2015, 2016a).
Segundo Juzgado del Trabajo de Santiago, sentencia de 14 de julio de 47 FIELBAUM, TIR ACHINI (2019). A las plataformas más conocidas, de
2015). carácter global con implantación en Chile, como Uber, Uber eats, Cabify, Rappi,
Glovo o Deliveroo, se han ido sumando otras, de carácter local, que dan cuenta
Consideró el sentenciador que se advertía la existencia de una “especie de la virtualidad expansiva de este modelo de negocios. Es el caso, por ejemplo,
de comunidad de choferes, que cuentan con permiso para realizar de Syncro (plataforma colaborativa para el transporte de carga) o Cuídamelo
transporte privado de pasajeros, y se unen a la empresa ya sea como (cuidado de mascotas).
personas naturales o jurídicas con sus propios vehículos, empresa que 48 COMISIÓN NACIONAL DE PRODUCTIVIDAD (2018).
por otra parte les facilita el soporte tecnológico que permite captar 49 MESA TÉCNICA LABOR AL (2018).
clientes a través de una aplicación en el celular a fin de movilizarlos de
50 La jurisprudencia administrativa ha enfrentado, además, aristas colaterales
un lado a otro” (Considerando quinto) 51. del modelo de negocios. La circunstancia que el empleador proporcione como
En materia legislativa, actualmente existen cuatro proyectos de ley método de traslado de sus trabajadores un sistema no inscrito en el Registro
en trámite que presentan propuestas de regulación del fenómeno de Nacional de Servicios de Transporte Público de Pasajeros –como Uber o
Cabify– no implica per se el incremento de su responsabilidad en caso de
las plataformas digitales; dos de ellos acotados a la regulación de las
accidente laboral (Ord. 0559, de 1 de febrero de 2017).
plataformas de transporte de pasajeros –también conocidos como
“Proyectos UBER”–, un tercero, dedicado al vínculo jurídico entre 51 A mayor abundamiento, se rechazó la existencia de laboralidad sosteniendo
que los conductores tienen libertad para conectarse o desconectarse del
los trabajadores y las plataformas de servicios y, el cuarto, que bajo el
sistema y aceptar o no la solicitud, sin que se hayan probado represalias al
título de modernización laboral para la conciliación de trabajo, familia hacerlo. Asimismo, el cliente puede modificar el precio fijado para el recorrido
e inclusión, regula, entre otras materias, el trabajo bajo plataformas por la aplicación (desconectándose y volviendo a conectarse), los conductores
digitales. no usan uniforme y el que existan bonos por conectarse en fechas claves, no es
necesariamente un rasgo de laboralidad.
El primero de estos proyectos (Boletín núm. 10.937-15, de 25 de
octubre de 2016) se inició por mensaje presidencial de la ex Presidenta 52 Este proyecto no avanzó más allá del primer trámite constitucional en
Michelle Bachelet y pretende modernizar el sistema de transporte la Cámara de Diputados. La presentación de un nuevo proyecto sobre la
materia, por el nuevo Gobierno del Presidente Piñera, hace entender que no se
remunerado de pasajeros, incorporando a aquellos oferentes que
continuará su tramitación.
prestan el servicio mediando plataformas digitales que conectan la
53 El contrato de transporte ha generado, desde hace tiempo, discusiones
oferta y la demanda. Se extraña en este proyecto alguna definición
dogmáticas en torno a los límites de la subordinación laboral. En efecto, es
expresa de la naturaleza jurídica del vínculo de los conductores con las precisamente la actividad de transporte la que -hasta la fecha- ha generado las
plataformas. Sin perjuicio de ello, es posible inferir del paralelismo que controversias judiciales sobre trabajo vía plataformas digitales.
hace con los taxis, que la propuesta institucionaliza la vinculación que
54 Este proyecto se encuentra actualmente en segundo trámite legislativo, tras
reconocen las plataformas con los conductores: la de “colaboradores”,
haber sido aprobado en general y en particular en la cámara de origen.
y en tal sentido, trabajadores
otras latitudes precisamente para determinar la laboralidad de estos
independientes52 .
trabajos55 .
El segundo proyecto (Boletín núm. 11.934-15, de 20 julio de 2018),
también nacido por mensaje presidencial, esta vez del Gobierno del
Presidente Sebastián Piñera, recoge gran parte del proyecto anterior
y se propone regular las aplicaciones de transporte remunerado de

53
3.3. Algunos problemas específicos que plantea el trabajo en de una comunidad de intereses que se encuentra en la base de las
economía de plataformas estructuras de representación colectiva y del ejercicio de los derechos
a. Protección social en el trabajo vía plataformas digitales. Las nuevas de acción colectiva65 , pues además de favorecer la dispersión de
formas de trabajo a través de plataformas digitales suponen también quienes prestan el servicio -al desaparecer la base física sobre la que
la necesidad de repensar los modelos tradicionales de seguridad se sustenta el trabajo subordinado (el lugar y el tiempo de trabajo)-
social y protección social56 , no sólo para poder ampliar su cobertura fomenta su diversificación, favoreciendo la aparición de intereses
subjetiva, sino también para incluir los nuevos riesgos sociales que son contrapuestos y potenciando la competencia entre ellos 66 .
inherentes a estas modalidades de trabajo57. En el caso chileno, considerando la opción marcadamente heterónoma
En el caso chileno, la Ley N° 20.255/2008 estableció la obligatoriedad adoptada por el legislador a la hora de regular la acción sindical, así
de la cotización de los trabajadores independientes. Esta norma, como su preferencia por la figura del sindicato de empresa, no parece
que recién entró en vigencia en 2018, supone que para aquellos tarea fácil el desarrollo de la organización colectiva para quienes
trabajadores independientes que no realicen directamente sus trabajan vía plataformas 67, especialmente cuando se ha venido
cotizaciones en las instituciones previsionales respectivas, su pago se negando en nuestro entorno la existencia de un vínculo laboral68 .
concreta a través de la retención de los impuestos. Sin embargo, este Parece ser, entonces, que el análisis de las instituciones de
régimen jurídico sólo considera a los trabajadores independientes que representación, negociación y huelga no debe reducirse a las
realizan prestaciones de servicios de carácter formal y que, por lo tanto, dificultades de su implementación en el ámbito del trabajo prestado,
obedecen a una clasificación de carácter tributario, sin considerar en régimen de subordinación, a través de las plataformas digitales.
los diversos supuestos en que pueden encontrarse los trabajadores Han de buscarse, más bien, instrumentos de presión que provoquen
informales58 , como aquellas personas que prestan servicios a través la ruptura del poder hegemónico de “las plataformas” a la hora de
de plataformas digitales. Sólo podrán incorporarse en los regímenes imponer las condiciones de trabajo.
de seguridad social en la medida en que voluntariamente se afilien a
ellos. La definición de la laboralidad (o no), por tanto, es determinante
en nuestro país. 3.4. Algunas ideas finales

Un problema especialmente sensible dice relación con la prevención de Las fronteras del Derecho del Trabajo son una zona sísmica, que
los riesgos laborales, una de las principales preocupaciones de quienes se ha revisado en diversas oportunidades durante la evolución de
prestan este tipo de trabajo en Chile59 : nuevos factores de riesgo esta disciplina69 . La peculiaridad del escenario actual es que debe
e incremento de riesgos existentes. Piénsese, sólo por mencionar responder a una crisis de cobertura. Los tribunales han fallado - en
los casos recientes más mediáticos, en las muertes por atropello de mayor o menor medida (dependiendo del país)- en su respuesta a la
riders de Glovo (España) y Rappi (Argentina) en lo que va de 2019. creciente evasión de la aplicación del Derecho del Trabajo, resultando
Los seguros para conductores y pasajeros claramente no resultan excluidos trabajadores atípicos que en realidad necesitan protección.
suficientes. Las legislaciones han fallado también -de nuevo, en mayor o menor
medida- en la actualización de sus normas referidas al ámbito
Por lo tanto, el análisis sobre el trabajo a través de plataformas implica
no sólo repensar cómo se protege a quienes prestan estos servicios
desde la perspectiva laboral, sino también cómo adaptar nuestro 55 En tal sentido: la entrega de directrices estrictamente necesarias e
sistema de protección social de manera de entregar una protección imprescindibles para prestar los servicios, la definición del precio e incentivos,
la distribución de gastos y reembolsos por parte de la empresa de plataforma, las
comprensiva de todos aquellos que se encuentren en situaciones de modalidades de intercambio de información con los usuarios de las plataformas,
contingencias 60 . la fijación de una calidad de servicio esperada y de las circunstancias de término
b. Datos personales, privacidad y control empresarial en el trabajo del vínculo comercial, así como el detalle de las medidas y los equipos de
vía plataformas digitales. Uno de los ejes del modelo de negocio de seguridad que deban ser utilizados por los prestadores.
empresas que utilizan plataformas digitales es el uso de la información, 56 OIT (2016), p. 16, EUROPEAN PARLIMENT (2017), p. 70, y OECD (2018),
en general, y de los datos personales, en particular. En efecto, las p. 33.
posibilidades de coordinación que brindan se operativizan a través de 57 MENDIZÁBAL, LÓPEZ (2018), p. 309; BAJWA, OTROS (2018).
sofisticados algoritmos que permiten cruzar -e, incluso, condicionar- la 58 JOFRÉ (2016), p. 10 y ss.
información entre oferentes y demandantes de un producto o servicio. 59 FIELBAUM, TIR ACHINI (2019).
En estas plataformas, el empleador, administrador o propietario tiene 60 OIT (2017), p. 9.
un control de la información que permite operar el sistema. En ella, 61 VALENDUC, VENDR AMIN (2016), p. 31.
quien presta el servicio entrega información personal en dos niveles:
62 UGARTE (2003 y 2011).
de entrada y de funcionamiento. En el nivel de entrada, los datos
personales habilitan su ingreso a la plataforma para ofrecer el servicio. 63 COHEN (2000), MERCADER (2018), p. 616, y ZUBOFF (2019), p. 393.
En el nivel de funcionamiento, la plataforma registra datos personales Se ha advertido que “es necesario elaborar una reglamentación que regule el uso
a través de distintas vías. La más básica es el control de los ingresos y de los datos y la responsabilidad exigible en cuanto a la utilización de algoritmos
en el mundo del trabajo” (COMISIÓN MUNDIAL SOBRE EL FUTURO DEL
la cantidad de tiempo que destina en la plataforma o la evaluación en
TR ABAJO, 2019, p. 47).
línea que hacen los usuarios61.
64 NISSENBAUM (2010); SOLOVE (2004), pp. 94-123; SOLOVE (2013),
Para el Derecho del Trabajo, la capacidad de monitoreo de los pp. 1882-2013; HARTZOG (2018), pp. 207-215. En el ámbito chileno, puede
empleadores a los trabajadores, conforme al desarrollo tecnológico, revisarse una mirada panorámica, desde la perspectiva constitucional, en
no es nada nuevo 62 . Las plataformas se constituyen en verdaderas ÁLVAREZ (2019).
“empresas panópticas” en los que el control y el seguimiento de 65 Particularmente interesante, por su vocación de precedente, fue la huelga
parte del empleador se da mediante sistemas de geolocalización, de repartidores de Deliveroo en España, en 2017, reivindicando el sistema
seguimiento de navegaciones y cookies, controles informáticos de de retribución y exigiendo la readmisión de trabajadores despedidos de la
productividad, evaluaciones de clientes en tiempo real y desempeños plataforma. Se trata de una forma de organización colectiva externa a las
empresas, específica y sectorial: modelo de “Riders x Derechos” (Deliveroo/
laborales que son cruzados mediante la eficiencia en la ejecución del
Globo). También cabe destacar, por la misma razón, la negociación que en 2016
servicio o prestación y el cruce de datos a través de Big Data63 . desarrollaron en México los conductores de Uber con la empresa, alcanzando
Para el caso chileno, no sólo los dilemas de control y privacidad son un acuerdo para establecer un pago por cada viaje, permisos anuales y reglas
un desafío que ya debe ser internalizado, dada la regulación del art. sobre las condiciones de los trabajadores en todo el Distrito Federal, dando
5 del Código del Trabajo y los límites del poder del empleador. Tras cuenta de una incipiente organización de tipo gremial.
la reforma constitucional de 2018, la Constitución asegura a todas 66 En extenso, sobre este punto, véase: DE STEFANO (2017), FITA (2017),
las personas un derecho a la autodeterminación informativa o, en AURIANE, PR ASSL (2018), GUERRERO (2018) y PASTOR (2018).
otros términos, a la protección de los datos personales (art. 19 Nº 67 Interesantes han sido, sin embargo, las acciones de reivindicación que ha
4). Como estas plataformas requieren de la información personal de venido impulsando la Asociación Gremial de Transportes Privados de Pasajeros
trabajadores y clientes para funcionar, se plantea el desafío de cómo (AGETR APP), como los “paros de desconexión digital”. Aunque no las llama
expresamente demandas laborales, varias se acercan a dicho ámbito: estructura
asegurar y garantizar los derechos fundamentales de las personas en
retributiva, seguridad en la prestación de servicios, discriminaciones arbitrarias
este contexto, donde el consentimiento, como base de licitud para el por la empresa, por ejemplo.
tratamiento de datos, es insuficiente 64 .
68 MUÑOZ (2018), p. 34.
c. Derechos colectivos. El fenómeno del trabajo en torno a las
69 GOLDIN (2014), ROMAGNOLI (2016a).
plataformas digitales está produciendo también un fuerte impacto en
los sistemas de relaciones laborales. Y aquí los abordajes dogmáticos y
pragmáticos son más incipientes. Dificulta enormemente la generación

54
de aplicación del Derecho del Trabajo, expulsando con dudoso BIBLIOGR AFÍA
fundamento a ciertas categorías de trabajadores o dejando abierto ALFONSO SÁNCHEZ, ROSALÍA.“Economía colaborativa: un nuevo mercado
espacios para la elusión de normas laborales. Asimismo, los entes para la economía social”. Revista de Economía Pública, Social y Cooperativa.
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especialmente vulnerables 70 . Comparative Labor Law & Policy Journal, University of Illinois. 2016. Nº 37.
ÁLVAREZ VALENZUELA, DANIEL. La inviolabilidad de las comunicaciones
En tal contexto, a la pregunta sobre qué proteger, cabe proponer
privadas electrónicas. Chile, LOM. 2019.
una respuesta de lege/sententia lata. No se vislumbra una categoría
jurídica dotada de mejores atributos que la subordinación para ARMAS MOR ALES, CARLOS. “El negocio de las apps de taxis y la economía
colaborativa: ¿relaciones no laborales o laborales, según los términos
delimitar el ámbito de aplicación del Derecho del Trabajo. Lo que
contractuales que lo sustentan (caso Perú)?”. Neumann Bussiness Review.
ha de redefinirse son sus técnicas, sus características específicas, 2016. Vol. 2, Nº 2.
con vocación de adaptabilidad a las nuevas realidades del trabajo, y
AURIANE, LAMINE; PR ASSL, JEREMIAS. “Collective Autonomy for On-
con suficiente amplitud y determinación para alcanzar los supuestos Demand Workers? Normative Arguments, Current Practices and Legal Ways
de simulación y fuga71. En el caso del trabajo vía plataformas, es Forward”, Bulletin of Comparative Labour Relations, Bélgica. 2018. Nº 99.
posible encontrar diversos patrones comunes que apuntan hacia la AUVERGNON, PHILIPPE. “Angustias de uberización y retos que plantea el
laboralidad, a través de una reinterpretación de la noción funcional trabajo digital al Derecho Laboral”. Revista Derecho Social y Empresa. 2016.
de subordinación: los incentivos para mantener porcentajes altos de Nº 6.
aceptación de servicios, el control a través de GPS, la existencia de BAJWA, U.; GASTALDO, D.; DI RUGGIERO, E.; KNORR, L. “The health of
algoritmos y otras herramientas digitales de control de desempeño, workers in the global gig economy”. Global Health. 2018.
entre otros 72 . BAYLOS GR AU, ANTONIO. “La huida del Derecho del Trabajo: tendencias y
En lo referido a la definición de las fórmulas jurídicas de protección del límites de la deslaboralización”.
trabajo ante los nuevos escenarios (como la nueva realidad digital), en ALARCÓN CAR ACUEL, MANUEL; MIRÓN HERNÁNDEZ, MARÍA
cambio, ha de plantearse una propuesta de lege/sententia ferenda. Se DEL MAR. El trabajo ante el cambio de siglo: un tratamiento multidisciplinar.
requiere, en efecto, de una intervención estatal -legal, jurisprudencial o España. Marcial Pons. 2000.
mixta- que otorgue certeza jurídica a estas nuevas formas de trabajo y BERG, JANINE, Y OTROS. Las plataformas digitales y el futuro del trabajo.
les asegure debida protección, haciendo las distinciones que procedan. Cómo fomentar el trabajo decente en el mundo digital. Suiza. OIT. 2019.
La estrategia en este sentido no debe presuponer que la expansión BIRGILLITO, MARÍA LAUR A. “Lavoro e nuova economia: un approccio
del trabajo prestado a través de plataformas podrá ser detenida con critico. I molti vizi e le poche virtù dell’impresa Uber”. Labour & Law Issues.
fórmulas laborales clásicas (como la uniformidad o la inderogabilidad). 2016.Vol. 2, Nº 2.
Por ilusoria, dicha respuesta devengaría en ineficaz 73 . Y tal (re) CA AMAÑO ROJO, EDUARDO. “El empleo en las fronteras del Derecho del
definición exige considerar las peculiaridades de los sistemas jurídicos Trabajo. El trabajo autónomo económicamente dependiente”. Revista Laboral
en que irrumpen las nuevas formas de trabajo, de modo de distinguir Chilena. 2004-2005. Nº 132-133.
los problemas de cumplimiento y aplicación de la normativa laboral y CA AMAÑO ROJO, EDUARDO.“La descentralización productiva y el
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Es necesario formular nuevas categorías jurídicas que, a partir de la
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través de plataformas, permitan proyectar tutelas jurídicas específicas
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72 Al respecto, revísense los trabajos de SIERR A (2015), p. 247 y ss., ARMAS
(2016), p. 9 y ss., FERNÁNDEZ
(2016), p. 33 y ss., TODOLÍ (2017b), p. 56 y ss., y PR ASSL (2018).
73 ROMAGNOLI (2016a).
74 PALOMO (2019), pp. 21 y 22.

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1 – TENDENCIAS INTERNACIONALES
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2016. alta competencia económica, el inexorable avance tecnológico y los
ZUBOFF, SHOSHANA. The Age of Surveillance Capitalism. The Fight for a altos niveles de desempleo, las leyes más recientes promueven una
Human Future at the New Frontier of Power. Reino Unido, Profile Books. 2018. verdadera revisión de los principios y valores del derecho laboral.
Instituyen menos proteccionismo individual para estimular el diálogo
social y reducen la intervención del Estado para generar más inversión
y empleo.
Las recientes reformas europeas tratan de aportar más funcionalidad
a las leyes de protección, mayor racionalidad y eficiencia en la gestión
empresarial, con el objetivo de garantizar mayores beneficios para la
empresa, el trabajador y la sociedad.
Reemplazan el proteccionismo estático de la ley por el proteccionismo
dinámico, con un amplio espacio para la negociación colectiva.
Finalmente, un modelo diferente de organización social, que reconoce
el papel central del mercado, nos guste o no, y proporciona racionalidad
económica a la globalización.
La realidad actual es compleja: el inversionista quiere obtener mayores
ganancias, el consumidor busca precios más bajos y el trabajador desea
un salario más alto.
En las relaciones de producción, como recordó JÉSUS CRUZ
VILLALÓN en el Congreso de Praga de 2017, se han producido
enormes transformaciones en las últimas décadas: los trabajadores
autónomos económicamente dependientes, el comercio electrónico,
las plataformas digitales, la figura del trabajador consumidor, la
empresa líquida, etc.
Los actuales reformadores parten de la premisa de que la protección
laboral no puede basarse solo en el «hardlaw», por lo que es necesario
admitir formas de «softlaw».
Este nuevo paradigma otorga a la legislación laboral el papel de
instrumento efectivo de política social y económica.
La protección se dirige al mercado, e incluso se puede vislumbrar el
nacimiento de lo que se llamaría «derecho del mercado laboral».
Surge, en sentido estricto, una nueva gobernanza del mercado laboral.
El objetivo es redistribuir la protección, para que llegue a quienes
tienen y no tienen trabajo.
Así, se alcanza la esencia del modelo tradicional, acusado de
sobreproteger a quienes tienen un empleo clásico y, por otra parte,
desproteger o incluso excluir a los demás, que están en la periferia y
que, al final, pagan la factura de la protección excesiva.
Las nuevas leyes amplían los poderes de gestión de la empresa;
flexibilizan los cambios en el contrato individual, con o sin negociación
colectiva; facilitan la contratación por tiempo definido; facilitan,
reducen el coste y la burocracia en el despido individual y colectivo.
A cambio, prometen una mayor cantidad y calidad de inserción en
el mercado laboral a través de políticas activas de mano de obra que
favorezcan la empleabilidad del trabajador.
Este modelo puede, en algunos aspectos, identificarse con las técnicas

57
de flexcurity, que en la práctica se limitaban a los países nórdicos, con 3. Las reformas en Italia
mayor énfasis en Dinamarca. El Profesor ADALBERTO PERULLI presentó un magnífico trabajo
Estos cambios en el sur de Europa han influido en la profunda reforma sobre la reforma laboral italiana en el Congreso Europeo en septiembre
laboral llevada a cabo en Brasil en 2017. de 2017, que tuvo lugar en Praga.
Para él, está en marcha en Italia un proceso de descentralización con
2. La reforma en Francia tendencia a la marginación de los sindicatos. El objetivo de la reforma
es una mayor competitividad por parte de las empresas y la generación
La reforma laboral realizada por el gobierno de MACRON en 2017 de empleos.
es profunda. Cinco ordenanzas publicadas en septiembre de 2017
causaron protestas de pequeña escala e incluyen las siguientes La ley de 2011 permite derogar el contrato nacional por rama y la misma
directrices: ley mediante negociación colectiva.
2.1 - Prevalencia en determinados asuntos de los acuerdos Hubo un cambio en el sistema de fuentes. Es mayor la importancia
colectivos de empresa sobre los acuerdos de rama. de la negociación colectiva en innumerables asuntos, en los límites
constitucionales y de los tratados.
2.2 - Exclusión o adaptación de la aplicación de acuerdos de rama
de actividad en las pequeñas empresas. Según la visión crítica del profesor PERULLI, las nuevas leyes
han producido la fragmentación y expansión del contenido de la
2.3 - Mayor flexibilidad para el despido por falta de adaptación a negociación colectiva para proporcionar más libertad de gestión a las
las funciones. empresas.
2.4 - Contrato por tiempo definido o por proyecto a través de Apunta la creación de límites para los jueces, quienes no pueden
negociación colectiva. examinar el fundamento de los actos que se derivan del poder de
2.5 - Nuevo diálogo social, con la fusión de varios órganos de gestión del empleador.
representación interna. Hubo una reducción drástica de la reintegración en el empleo, que se
2.6 - Empleo para jóvenes y personas con discapacidad física. reemplazó por la indemnización, con reglas estrictas sobre el monto.
2.7 - Nuevos límites mínimos y máximos de indemnización por La reintegración se limita a casos muy graves.
despido abusivo. Se admite una amplia variedad de formas contractuales, incluso por
2.8 - Límites a los jueces en la evaluación de demandas de despido tiempo definido de 3 años y sin causa objetiva.
y establecimiento de indemnizaciones. Según el profesor PERULLI, la reforma pone al trabajador frente al
2.9 - Planes de renuncia voluntaria (départsvolontaires) mercado y no a su empleador. Asegura ingresos durante el desempleo,
junto con políticas activas de mano de obra. El empleado debe asistir
2.10 - Despido por causas económicas evaluado solo en la unidad
a cursos y aceptar empleos que ofrezcan unas condiciones mínimas de
afectada, sin extenderse a otras empresas del grupo internacional.
remuneración.
2.11 - Reglas diferentes para las pequeñas empresas.
Se creó la AGENCIA NACIONAL PAR A POLÍTICA ACTIVA DE
2.12 - Fomento de la conciliación ante los Conseils de EMPLEO.
Prud`hommes.

4. Las reformas en España


El objetivo de la reforma es promover un mayor diálogo social, aunque
En el Congreso de Praga de 2017, la profesora Mariângela Nogueira
sin la presencia necesaria del sindicato en las micro y pequeñas
Guastavino proporcionó un resumen de las reformas laborales en
empresas, incluso porque ellas por lo general tienen un bajo nivel de
España.
afiliación sindical y representación de los empleados y están sujetas
principalmente a la ley o a los acuerdos de rama. En su comunicación, afirmó que el alto desempleo resultó en una gran
flexibilización de la legislación española.
Por otra parte, los acuerdos de rama pueden tratar de la jornada
laboral y la renovación de los contratos por tiempo definido, asuntos La Ley 35/2010 promovió la flexibilidad interna (condiciones y jornada
que antes dependían de la ley. de trabajo) e interna (contratación y despido).
Se nota un gran estímulo al diálogo intraempresarial. La Ley 3/2012 eliminó la autorización administrativa para el despido
colectivo y redujo el monto de la indemnización por despido
Las empresas con menos de 50 empleados pueden negociar con los
improcedente.
representantes asuntos como gratificaciones e indemnizaciones.
Pueden negociar disposiciones menos favorables que las de los Hay un claro aumento del poder de gestión y organización de las
acuerdos por sector. empresas, a veces radical.
En las empresas con menos de 20 empleados, la negociación será Se admiten varios contratos flexibles, temporales o de tiempo parcial,
directa, a través de un referéndum con una mayoría de 2/3, y puede con costes más bajos, como el de trabajo intermitente.
abarcar jornada de trabajo, gratificaciones, participación en los El contrato de apoyo a empresas con menos de 50 empleados, por
beneficios, organización del trabajo, etc. De esta manera, se espera tiempo indefinido y de tiempo completo, tiene subsidio del gobierno.
que tengan la misma capacidad de creación y adaptación que las Hay contratos como:
grandes empresas.
A_- Primer empleo joven.
En las empresas con más de 10 empleados, los tres órganos de
representación (comité de empresa, comités de salud y seguridad B - Autónomo (TR ADE).
y delegados de personal) se reemplazaron por un Comité Social y C - Contrato con reducción del tiempo de formación y aprendizaje
Económico, lo que hizo que los sindicatos temieran perder influencia en el segundo y tercer año.
al interior de las empresas. D - Trabajo temporal.
El plazo de prescripción de la acción para anular la cláusula de acuerdo El empleador puede determinar la distribución irregular de la jornada
de empresa se redujo a 2 meses. de trabajo a lo largo del año (límite del 10%).
Se tarifó la indemnización por despido sin motivo real y serio, con La alteración del contrato mediante acuerdo con los representantes de
un ligero aumento de la indemnización por despido por causas los trabajadores es posible cuando existen razones relacionadas con la
económicas o financieras. competitividad, la productividad y la organización.
La prescripción de la acción en el conseil des prud`hommes se reduce Según la profesora NOGUEIR A GUASTAVINO, la flexibilidad
de 24 a 12 meses. interna se convirtió en un derecho individual del empresario. Hay
Se admite la ruptura convencional colectiva (más de 10 empleados), más libertad de gestión, incluso de suspensión de contratos, sin la
con negociación colectiva y validación por parte de la Administración autorización administrativa.
Pública. Se redujo el monto de la indemnización por despido por causas
Los despedidos reciben el seguro de desempleo y 100 horas de económicas y hay más libertad para el despido colectivo, cuya nulidad
participación en programas de reciclaje y formación profesional.
Los términos de la carta de despido ya no delimitan la eventual
discusión judicial.

58
solo pueden declararla los tribunales en lo que se refiere a los aspectos • Complementación de la jubilación.
formales (falta de diálogo y de presentación de documentos). • Criterios de despido individual o colectivo.
Se admite como causa económica para el despido la disminución de las
ventas o de la facturación durante tres trimestres consecutivos.
4.3 – Eficacia de la norma colectiva en el tiempo.
Existe una prevalencia del acuerdo de empresa sobre los demás en
La jurisprudencia del Tribunal Superior de Trabajo anterior a la
términos de condiciones de trabajo y salario.
reforma, ante la falta de ley expresa, incorporaba al contrato individual
La empresa puede solicitar la exclusión del acuerdo sectorial. las normas colectivas. Así, en ausencia de un nuevo acuerdo colectivo,
No hay una efectividad automática de las cláusulas del acuerdo quedaban definitivamente adquiridos los derechos individuales
colectivo tras el periodo de vigencia, a menos que la negocien las resultantes.
partes. La reforma de 2017 eliminó esta incorporación después del plazo de
El desempleo se redujo de un 26%, en 2012, a un 18,5%, en 2017. dos años del acuerdo de empresa o de rama. En resumen, extinguió
la llamada «ultraactividad», es decir, la efectividad más allá del plazo
estipulado por las partes.
4. La reforma en Brasil
Dicha comprensión era un verdadero retroceso frente a las tendencias
Se aprobó en julio de 2017, por iniciativa del Gobierno Federal, la modernas. Incorporaba la norma colectiva a los contratos individuales,
reforma de la legislación laboral, con profundos y sorprendentes independientemente del plazo del acuerdo colectivo. Sacralizaba los
cambios en el ordenamiento jurídico. derechos individuales y desalentaba nuevas concesiones patronales.
Hay una fuerte resistencia a su aplicación por parte de los sindicatos, Dicha rigidez era incompatible con la naturaleza de la norma colectiva.
el Poder Judicial, el Ministerio Público e incluso los órganos de La negociación debe tener flexibilidad de modificar las condiciones
fiscalización del Gobierno Federal. contractuales e incluso revocar cláusulas, como ocurre en varios
Se denuncian violaciones a la Constitución Federal y se pueden prever sistemas jurídicos.
grandes batallas legales para definir el alcance de la ley. El asunto, Los acuerdos colectivos no son eternos. No hay forma de garantizar los
por su naturaleza, se resolverá solo mediante decisiones de la Corte derechos individuales cuando ellos ya no corresponden a la voluntad
Suprema de Brasil. del grupo.
Los principales objetivos de la reforma se pueden resumir en diez La norma debe ser una expresión de autonomía colectiva.
temas.
El derecho adquirido se deriva exclusivamente del contrato individual
• Seguridad jurídica y no se aplica cuando la ventaja proviene de la negociación colectiva.
• Mayor libertad individual de contratación La incorporación de la norma colectiva al contrato individual segmenta
• Intervención mínima en la negociación colectiva a los trabajadores, lo que hace inviable la planificación empresarial.
• Reducción de la informalidad Desalienta las concesiones patronales porque nunca se puede
suprimirlas, incluso ante crisis económicas o sectoriales.
• Reducción del coste del trabajo
El absurdo es aún mayor cuando se sabe que en el modelo legal
• Aumento del nivel de empleo
brasileño ni siquiera la ley se incorpora al contrato individual. Las
• Reconocimiento de formas atípicas de trabajo nuevas leyes se aplican de inmediato a los contratos existentes, con
• Mayor libertad de gestión de la empresa muy pocas excepciones.
• Libertad de subcontratación Finalmente, la reforma favorece a los auténticos sindicatos
• Reducción del activismo judicial y del poder de los jueces profesionales y contribuye a la extinción concreta del arbitraje de
conflictos colectivos por parte de la Justicia del Trabajo.

4.1 – Impactos en el derecho colectivo


5. CONCLUSIONES
• Extinción de la cuota sindical obligatoria, que realmente era
intolerable porque en Brasil rige el sistema de sindicato único para Las reformas aquí estudiadas requieren una nueva comprensión
cada categoría profesional. del papel del Estado, los sindicatos y las empresas en las relaciones
laborales del siglo X XI.
• Límites al derecho adquirido con el fin de la ultraactividad de la
norma colectiva. El crecimiento del desempleo y del trabajo informal muestra que
la realidad se ha rebelado contra la rigidez de la legislación laboral
• Prevalencia sobre la ley del convenio por rama de actividad y del tradicional.
acuerdo de empresa.
El mercado informal crea la peor de las flexibilidades. Las leyes solo se
• Prevalencia del acuerdo de empresa sobre el acuerdo por rama de preocupan por los empleados formales y se olvidan de los desempleados
actividad. y los trabajadores informales.
• Posibilidad de reducir o suprimir ventajas sin contrapartida. Pero la creación de empleos es un problema de las empresas, los
• Intervención mínima del Estado en la negociación colectiva sindicatos y la sociedad.
• Representación interna de los empleados de la empresa La prevalencia de la negociación colectiva sobre la ley, dentro de los
límites constitucionales, valora al sindicato y permite su participación
en la gestión de la empresa y del mercado laboral.
4.2 – Mayor libertad de negociación colectiva
La tutela homogénea a través de la ley es incompatible con la
Se amplió la flexibilización por negociación colectiva en varios asuntos,
heterogeneidad de las relaciones laborales. Las normas deben ajustarse
siempre y cuando se cumplan los límites constitucionales.
a la realidad de cada empresa y de cada sector.
Es posible incluso la flexibilización por acuerdo individual en el caso
La filosofía proteccionista se basa en el fordismo. Es abstracta,
de los empleados con título universitario y salario mensual superior a
genérica, autoritaria y desprecia la negociación colectiva.
cerca de 3000 euros.
En países con amplia legislación, la consecuencia es visible: las empresas
Muchos asuntos pueden someterse a negociación colectiva o
no la cumplen, los sindicatos no negocian y el Estado no puede hacer
individual, según sea el caso:
cumplir la ley.
• Duración del trabajo, periodos de descanso, vacaciones y banco de
La norma producida por los interesados es más respetada y se
horas.
comprende mejor.
• Remuneración.
La participación sindical en los mecanismos de regulación del mercado
• Reducción de salario. laboral es importante. La negociación colectiva tiene un carácter
• Plan de carrera, cargos y salarios. estratégico, con avances y retrocesos. Es un instrumento de gestión
empresarial.
• Bonificación por productividad colectiva o individual.
• Premios de incentivo en bienes o servicios.
• Participación en las ganancias y resultados.
• Reglamento de empresa.

59
La empresa no debe ser siempre un campo de batalla. El sindicato LOS CONVENIOS COLECTIVOS, LA
actúa en el conflicto, aunque también en alianza con el capital. ULTRAACTIVIDAD Y EL EFECTO ERGA OMNES
La empresa debe favorecer el desarrollo, generar beneficios para sus DE SUS CLÁUSULAS
accionistas y calidad de vida e ingresos para los trabajadores.
Por Jorge Rosenbaum Rimolo
Ya no hay lugar para la utopía que marca la dogmática laboral. Además
de la protección a los empleados, existen otros valores, como la
supervivencia de la empresa, el desarrollo económico y social. I. Introducción
Tenemos que luchar para construir un «workfarestate». 1. Si partimos de un planteo meramente didáctico según el cual, el
Derecho Laboral es el conjunto de principios y normas tutelares que –
como sostenía Russomano - disciplinan las relaciones entre empresarios
São Paulo, primavera de 2019. y trabajadores, o entre las entidades sindicales que los representan, y
otros hechos jurídicos resultantes del trabajo, coincidiremos en que
en su mayoría, las reglas que se crean en su ámbito aplicativo, tienen
su fuente en el poder de dirección del empleador y en “una compleja
amalgama de leyes y convenios colectivos” .
Estos últimos, conocidos bajo distintas acepciones según las
legislaciones nacionales, son el fruto prototípico resultante de procesos
de negociación colectiva entre los empleadores o las organizaciones
de empleadores, por una parte, y las organizaciones de trabajadores,
por otra . Como tales, han tenido por objeto histórico uniformar las
condiciones de trabajo individuales y reglamentar cuestiones que
interesen al trabajo . Puede decirse también, como bien expresa el
CIT núm. 154, fijar las condiciones de trabajo y empleo y regular las
relaciones entre empleadores y trabajadores y/o sus organizaciones, o
lograr todos estos fines a la vez .
Pero siendo que los procesos de negociación colectiva constituyen
productos espontáneos de las relaciones de trabajo, las experiencias
comparadas demuestran que se ha ampliado progresivamente un
concepto cada vez más flexible sobre la misma, a tal grado que como
herramienta normativa permite adaptaciones a las más diversas
coyunturas económicas, sociales, políticas y laborales. Por otra parte,
en forma gradual, se ha vuelto más nítida la diferenciación entre la
negociación colectiva y el convenio colectivo de trabajo, produciéndose,
incluso, una pérdida de la bilateralidad subjetiva tradicional (en los
términos previstos inicialmente por el CIT 98). La negociación y
la plasticidad que demuestran sus distintas formas de desarrollo
práctico, han desbordado los niveles y contenidos concebidos
tradicionalmente. Y, asimismo, se ha producido una revalorización de
la negociación como uno de los instrumentos democratizadores que
provee el derecho colectivo del trabajo a las relaciones laborales entre
los actores sociales.
2. En este marco, el desenvolvimiento de modelos nacionales muy
disímiles entre sí, concita numerosos debates, en especial referidos a
la compatibilidad o no de la institucionalización de soluciones técnicas
o de prácticas usuales con relación a las normas internacionales que,
como las mencionadas, pretenden fomentar la negociación colectiva
entre los Estados miembros de la OIT.
Dos de ellos constituyen el eje temático propuesto a este panel: la
ultra actividad de los convenios colectivos y el efecto erga omnes de
sus cláusulas.

II. Un razonamiento deductivo sobre la cuestión


de la ultra actividad del convenio colectivo
3. Todo razonamiento deductivo implica una inferencia que,
partiendo de determinados juicios (aún valorativos), permite extraer
una conclusión.
Por ello nuestra propuesta se basará en que tratándose el Derecho
laboral, de un derecho cuya razón de ser consiste en la mejora de las
condiciones de vida y de trabajo de los asalariados, el resguardo de la
permanencia de las regulaciones contenidas en un convenio colectivo
que se extingue, constituye una finalidad concurrente con el principio
de progresividad que garantiza los derechos humanos y laborales de
los trabajadores. No obstante, a través de las enseñanzas de la praxis y
en aras de que existan estímulos reales para la negociación, estimamos
conveniente atemperar ese alcance a través de términos temporales y
obligaciones de hacer impuestas a las partes celebrantes.
4. La ultra actividad conforma una opción jurídica instrumental
para lograr el objetivo primario desde que representa un dispositivo
por el cual, una vez producida la pérdida de vigencia de la convención
colectiva porque su duración o plazo llega a término, en lugar de
desaparecer la obligatoriedad de sus cláusulas y contenidos, sus
efectos se extienden en el tiempo, más allá de lo inicialmente pactado

60
por las partes al negociar, ejerciendo su autonomía colectiva. contratos individuales antes de celebrarse el convenio.
Como regla general, en los ordenamientos positivos suele disponerse 7. En un sentido francamente opuesto, se ha caracterizado al
la continuidad ex lege del contenido normativo, mientras no se alcance convenio colectivo como una norma objetiva, que moldea el contenido
otro acuerdo expreso , lo que nos permite señalar que estamos en de la relación individual de trabajo desde fuera. La convención actúa
presencia de un mandato legal para la pervivencia, siempre provisional, como la ley misma, que no se incorpora a los contratos individuales
del convenio concluido. de trabajo, sino que en tanto norma jurídica, obliga “externamente”
Esa finalidad reposa en la necesidad o en la conveniencia de llenar un a las partes contratantes. La regla general de derecho determina que
posible vacío que, de otro modo, se produciría como consecuencia del cuando una norma se deroga (en este caso, por vencimiento del plazo),
descaecimiento de normas autónomas que mejoran, complementan o deja de ser exigible; siendo los convenios colectivos normas jurídicas
suplen el derecho “de mínimos” que impone la “reglamentación legal autónomas, su extinción en ese momento es axiomática, ya que pierde
del trabajo” . su fuerza vinculante. Salvo, claro está, que la ley disponga lo contrario.
De esa forma, surge en el derecho comparado una regla dispositiva 8. Morgado ha trazado un resumen descriptivo de la variedad de
que sienta como precepto que, hasta que no haya un nuevo acuerdo, soluciones legislativas de los países de América Latina, señalando
el convenio colectivo que debería “caducar”, mantiene formalmente su que “en la mayoría de los casos, terminada la vigencia de la
vigencia “ex post” (es decir, ultra activamente). convención, las cláusulas normativas se entienden incorporadas
en los contratos individuales (con algunas excepciones en Chile).
Aquella justificación puede ser explicada en planos diferentes. Dichas incorporaciones (ultractividad transferida) sólo pueden ser
5. A través de un razonamiento empírico, si analizamos el mecanismo modificadas o suprimidas mediante una nueva convención colectiva
en términos del Derecho común, podría sostenerse que la pérdida de (en Brasil), la que actualmente puede ser peyorativa (en Costa Rica).
vigencia de una norma (como lo es la convención colectiva), comporta La ultra actividad es temporal en Ecuador y puede ser indefinida (en
la desaparición de su obligatoriedad. México). En Argentina y en Panamá la ultra actividad dura hasta que
Pero entonces se plantean ciertas interrogantes; por ejemplo: si el se celebre una nueva convención colectiva (en la doctrina argentina
empleador puede dejar de aplicar las condiciones reconocidas en el se identifican siete modalidades de ultra actividad). En Colombia la
convenio colectivo extinguido; si las condiciones de trabajo vuelven ultra vigencia se renueva por períodos de seis meses, si la duración de
a ser fijadas discrecionalmente por el empleador, con el único límite la convención original no ha sido expresamente establecida ni resulte
jurídico que estipulan las normas laborales que disponen el derecho derivada de su naturaleza” .
imperativo o necesario; si ello alcanza condiciones esenciales del Por su parte, en Guatemala se prevé que no puede fijarse la vigencia del
vínculo laboral, como la materia salarial. convenio por un plazo menor de un año ni mayor de tres, pero en cada
En caso de que la respuesta fuese afirmativa, las condiciones de ocasión se entiende prorrogar automáticamente durante un período
trabajo y salariales, descenderían al piso mínimo legal obligatorio, o igual al estipulado, si ninguna de las partes lo denuncia por lo menos
a lo sumo, al que contractualmente haya establecido el empleador si, con un mes de anticipación al respectivo vencimiento.
negociando en forma individual, se mejoró cierta condición o beneficio En Brasil, rigió la Súmula Nº 277 del Tribunal Superior del Trabajo del
en el contrato de algún trabajador. año 2012 que unificó la jurisprudencia disponiendo que las cláusulas
En cambio, de refutarse la conclusión (de que resulta que las normativas de los acuerdos colectivos o convenciones colectivas
condiciones de trabajo convencionales se mantienen), inmediatamente integran los contratos individuales de trabajo y solamente podrán ser
se plantean otras interrogantes respecto del ámbito subjetivo que modificadas o suprimidas mediante negociación colectiva del trabajo
genera el cumplimiento del plazo del convenio colectivo. Por ejemplo, . Sin embargo la reforma laboral del año 2017 eliminó esta solución
si las condiciones subsisten integradas a los contratos de trabajo al modificar el art. 614 de la Consolidación de Leyes del Trabajo
de cada uno de los trabajadores que estuvieron alcanzados por la y establecer la prohibición de estipular la duración de convención
aplicación del convenio colectivo extinguido; si el empleador podrá colectiva o del acuerdo colectivo de trabajo superior a dos años, siendo
contratar nuevos trabajadores con distintas (e inferiores) condiciones vedada la ultra actividad.
de trabajo, retributivas y de empleo. 9. En el plano de la realidad histórica de Uruguay, y siguiendo una de
6. Si aplicamos un razonamiento jurídico formal, habremos de las leyes de Newton (con toda acción ocurre siempre una reacción igual
constatar que existe una estrecha vinculación de la ultra actividad con y contraria), los tradicionales mecanismos que reglaron el convenio
los efectos del convenio colectivo. El convenio colectivo es vinculante, colectivo en el plano doctrinario y jurisprudencial, debieron enfrentar
sea que ese efecto obligatorio emerja del “acuerdo de voluntades” un proceso de reversión, impulsado por las demandas de flexibilidad
(naturaleza jurídica que atribuyen a los convenios las teorías que acompañaron las políticas neoliberales de las dos últimas décadas
contractualistas) , o de una norma objetiva (según las teorías que del siglo X X. La ultra actividad, carente de regulación normativa,
explican que el convenio colectivo constituye una fuente extra etática, pero basada hasta ese entonces en la incorporación, tuvo que ceder
asimilable a la ley) . Es ley entre las partes, resultando “un híbrido con terreno procesándose un cambio en cuanto a la aplicabilidad de los
alma de ley y cuerpo de contrato” , o viceversa; norma contractual o convenios colectivos luego de su extinción. El fenómeno transcurrió
contrato normativo, refundidas de modo peculiar en un todo unitario: mucho más por la vía fáctica y la imposición de los hechos, que a
la fuente del derecho y la fuente de la obligación . través de una reformulación jurídica. Por un lado, prevaleció un fuerte
cuestionamiento a la teoría de la incorporación automática y, por el
En otras palabras, la convención, o bien obliga como contrato, o bien
otro, la aceptación progresiva del desmejoramiento de condiciones
como derecho objetivo.
salariales y de trabajo.
A partir de la Recomendación Internacional del Trabajo núm. 91, sabido
Sin embargo, el tratamiento legislativo emanado de una novedosa
es que una corriente doctrinaria –de asentada tradición histórica en
norma que regula el sistema de negociación colectiva y entró en
América Latina- reivindica que las normas del convenio colectivo se
vigencia en setiembre de 2009, instala una solución expresa en la
incorporan a las cláusulas de los contratos individuales de trabajo.
materia que no conocía antecedentes en el plano del derecho positivo
Tal efecto provoca automáticamente una suerte de “traslado” de los
nacional. El art. 17 refiere al efecto automático o de incorporación y a
contenidos de la convención a las condiciones del contrato individual
la ultra actividad del convenio colectivo.
de trabajo. Probablemente haya sido éste uno de los primeros
esclarecimientos de la ultra actividad en términos de la dogmática En concreto, la Ley Nº 18.556 prevé ciertas reglas: a) queda librado
jurídica laboral; también constituyó el basamento de muchas normas al acuerdo de las partes la duración del convenio colectivo en cuanto
de la legislación comparada que postularon en su derecho positivo, refiere a su vigencia, validándose jurídicamente la pactación de los
una solución expresa en ese sentido . mecanismos expresos o tácitos de prórroga de su plazo y hasta el
procedimiento para su denuncia; b) de no existir regulación de las
Con matices, otras corrientes prefieren partir desde las fuentes
partes, cuando el término del convenio colectivo estuviese vencido, se
del derecho, explicando que las normas resultan incorporadas en la
mantendrá la plena vigencia de todas sus cláusulas.
práctica por conformar usos y costumbres, sosteniéndose incluso
que las mismas se extienden a los nuevos trabajadores que ingresan El texto de la ley es categórico al disponer que se mantendrá la plena
después de la extinción del convenio y, por lo tanto, nunca estuvieron vigencia “de todos sus cláusulas”, sin distinción alguna, lo que nos ha
regidos por el mismo. De otro modo, el empleador practicaría llevado a sostener que la ultra actividad opera respecto del convenio
discriminaciones entre trabajadores, contrarias a derecho. colectivo in totum, es decir, de sus cláusulas normativas como de
Dando un giro a esta orientación, se ha sostenido que el fundamento
reside en la aplicación del principio protector, ingresando aquellos
beneficios o derechos superiores, como normas más favorables o
como condiciones más beneficiosas respecto de las que disponían los

61
las obligacionales , solución ésta que se aleja de las prevalentes en el que las distingue y hace superiores a otras regulaciones de trabajo”,
derecho comparado. que su plazo de vigencia no sea exageradamente prolongado . Y de no
Ante la queja promovida por las principales organizaciones estipularse término alguno, se admite la invocación de la regla “rebus
profesionales de empleadores (y la Organización Mundial de sic stantibus”, a través de la cual cualquier alteración sustancial de las
Empleadores) contra el proyecto de ley encausado en la oportunidad, circunstancias concurrentes en el momento de su celebración, puede
los órganos de control de la OIT (Comité de Libertad Sindical y dar lugar a la modificación de las estipulaciones pactadas.
Comisión de Aplicación de Normas) se han pronunciado contra lo Para evitar estas consecuencias y posibilitar la reapertura periódica
legislado en nuestro país, señalando que “teniendo en cuenta que las de la negociación, varios ordenamientos jurídicos comparados, aun
organizaciones querellantes han expresado su desacuerdo con toda recogiendo el instituto de la ultra actividad del convenio extinguido,
idea de ultra actividad automática de los convenios colectivos, el disponen un plazo para que se negocie y acuerde un pacto posterior
Comité invita al Gobierno a que discuta con los interlocutores sociales operando así una sucesión de normas, de modo que llegado ese
la modificación de la legislación a efectos de encontrar una solución término, si ello no se ha logrado, entonces el efecto será el de la
aceptable para ambas partes” . extinción plena de la convención así extendida en el tiempo o se torna
10. Sin embargo, desde un punto de vista técnico jurídico, hemos aplicable la opción de denuncia de la prórroga (como vimos, entre ellos
examinado una faceta menos o poco frecuentada, como lo es la Ecuador y Guatemala).
aplicabilidad del principio de progresividad. Complementariamente, para atemperar ese alcance se considera que,
Sabido es que en el ámbito de las normas internacionales, los países rigiendo el principio de buena fe al negociar, la negativa a hacerlo o la
de la región–entre los cuales se encuentra Uruguay- han realizado reticencia injustificada a pactar, constituyen prácticas desleales que,
notorios avances y asumido fuertes compromisos en materia de como en el derecho estadounidense, comprenden por igual a ambos
derechos humanos y ello se refleja en el campo del Derecho del trabajo. sujetos colectivos (la organización patronal y la sindical) .
En ese escenario, varios enunciados de normas internacionales
imponen un deber a los Estados tendente a avanzar en forma progresiva III. La aplicación subjetiva derivada del alcance
para asegurar una satisfacción cada vez mayor de los derechos sociales “erga omnes” reconocido en la ley o de actos de
de sus habitantes, entendiéndose que tal compromiso debe asumirse extensión de los convenios colectivos.
con el fin de lograr el mejoramiento permanente de las condiciones 12. El otro aspecto vinculado con los efectos de los convenios
de vida del hombre . Pero además, y tal como lo afirma Barbagelata, colectivos es el relativo a su alcance personal, un efecto en el que se
“los bloques de constitucionalidad en el ámbito laboral, como plantean importantes distinciones.
todo el sistema de los derechos humanos, están bajo el imperio de
la progresividad y la irreversibilidad y deben ser interpretados en el En primer lugar, para algunas legislaciones los convenios colectivos
sentido más favorable a la persona humana” . tienen una eficacia general, debido a constituyen una fuente formal
especial del Derecho Laboral, generadora de normas jurídicas (función
Este principio de progresividad permite una relectura de la ultra normativa) y de relaciones entre los sujetos celebrantes del mismo
actividad, ya que el axioma conforma un sólido fundamento adicional (función obligacional), como resultado del ejercicio de la autonomía
para sostener que se trata de un mecanismo concreto que ha adoptado colectiva. Es lo que se conoce como efecto “erga omnes”, es decir,
el legislador, con el fin de que los avances logrados en el convenio oponible a terceros, incluso, respecto de aquellos “no representados”
colectivo, en términos de derechos, beneficios y regulaciones más (en el sentido civil del término) por el sindicato celebrante. Un efecto
favorables que la que imponen los mínimos legales, representen que opera, entonces, en forma automática por la sola condición de
efectivamente un mejoramiento sostenible de sus condiciones representatividad de los sujetos pactantes .
económicas y sociales.
Esta preferencia se funda, además, en la vocación uniformadora del
Y en estos casos no estaríamos ante una situación de sucesión convenio respecto de las condiciones de trabajo, salariales y de empleo
normativa, en tanto la regla se aplica mientras dure la ausencia de un que deben regir en determinado ámbito (como, p. ej., en el seno de
convenio colectivo posterior que sustituya al que ha visto vencer su una empresa), lo que aún bajo reglas distintas, provoca que muchas
plazo e introduzca modificaciones pactadas en uso de la disponibilidad veces “los empresarios admiten espontáneamente el mismo estándar
colectiva de los sujetos representativos . En general, las legislaciones de condiciones para todos sus trabajadores” .
aplican el llamado “principio de modernidad”, que permite la derogación
completa del convenio preexistente por un nuevo acuerdo posterior en Los regímenes de los países de América Latina varían y según señala
el tiempo . Ello compatibiliza con la autonomía colectiva concebida, en Morgado, “la convención colectiva produce efectos erga omnes en
grandes rasgos, como una expresión de la autodeterminación social países tales como Argentina, Brasil, Costa Rica, México y Uruguay,
de los grupos colectivos, productora de una normativa “propia” (un incluyendo a los no sindicados pero comprendidos dentro de su ámbito
derecho social derivado de los grupos autónomos) . de aplicación personal y territorial. En Chile y otros países su eficacia
es relativa (limitada exclusivamente a los trabajadores que fueron
11. Aun bajo esta perspectiva, es de nuestra opinión que la ultra parte de la negociación colectiva), pero con efectos normativos que
actividad no acordada por las partes celebrantes, cuando opera prevalecen sobre las normas de los contractos individuales de trabajo,
la extensión temporal del convenio colectivo extinguido, pueden a menos que en ellas se establezcan condiciones más beneficiosas...” .
producirse situaciones en las cuales cualquiera de los sujetos pactantes
especule estratégicamente con dicha prolongación de derechos y En Brasil, la eficacia general es reconocida respecto de la convención
beneficios para eternizarla, lo que puede en ocasiones representar colectiva de trabajo, que se aplica indistintamente a todas las empresas
un factor desestimulante de la co contratante para no negociar en el integrantes de la categoría económica y a todos los trabajadores
futuro. organizados en la categoría profesional representada por los sindicatos
que la suscriben. Por el contrario, el acuerdo colectivo produce efectos
Y ello sencillamente porque uno de los sujetos prolonga en exceso la sólo con relación a la empresa o empresas y a sus trabajadores, en
ultra actividad del convenio al que los celebrantes le asignaron un plazo este último caso representados por los sindicatos cuyas categorías
y, sin embargo, esta sobrevida inducida –que debiera ser provisional- profesionales existan en la empresa. Ello significa que las condiciones
se convierte en los hechos en cuasi permanente, desde que ese sujeto de trabajo pactadas en el acuerdo colectivo no se irradian a toda la
colectivo no negocia, o lo hace pero negándose sistemáticamente a categoría profesional representada por el mismo sindicato, quedando
acordar otro convenio colectivo posterior. limitadas en su aplicación solamente a los trabajadores de la empresa
En círculo con este punto, existe una explicación basada en la o de las empresas pactantes (artículo 611 de la CLT).
razonabilidad para sostener que la vocación negocial ha de dirigirse, por Para el ordenamiento jurídico de Paraguay, las estipulaciones de los
principio legal, a establecer que las partes pacten un plazo extintivo o contratos colectivos se extienden a todos los empleados que trabajan
que la propia norma legal disponga un término máximo de vigencia del en la empresa, aun cuando no sean miembros del sindicato que lo haya
acuerdo. Se ha señalado que la temporalidad constituye un elemento celebrado (artículo 318 del CT). En la hipótesis del contrato-ley, su
importante (aunque no esencial) del convenio colectivo por pertenecer obligatoriedad se extiende a todos los empleadores y trabajadores de
a “la esencia de los contratos de tracto sucesivo. Ningún contrato se la misma rama de la industria (artículo 335).
hace para la eternidad” . Es este un carácter siempre relativo, ya que
son válidos de todas formas los convenios sin un plazo determinado, En segundo lugar, el efecto subjetivo ampliado también puede ser
como decisión de ambas partes al ejercitar la autonomía colectiva. alcanzado a través de otro resorte, como lo es la extensión del convenio

En ambos casos (acuerdos con o sin plazo pactado), no es posible


desconocer que la continua mutación de las condiciones generales
(no sólo las económicas) exige, “para que las convenciones colectivas
conserven la flexibilidad de normas y la adaptabilidad a las realidades

62
colectivo; en tal sentido, las legislaciones prevén ese procedimiento ese el caso de Uruguay, contemporáneamente se reivindica por
como una competencia de oficio que puede ser privativa de la autoridad sindicatos minoritarios del sector público el derecho a ser informados
pública (Argentina y Colombia), o promovida por una o ambas partes y participar del proceso de negociación, más allá de no poder suscribir
celebrantes de la convención (México y Venezuela). o ser celebrantes del acuerdo definitivo. Al respecto el Tribunal de
Ello se verifica cuando existe una especial dificultad para la negociación lo Contencioso Administrativo ha emitido fallos favorables a ese
o se dan circunstancias sociales o económicas trascendentes en el respecto , acogiendo una corriente de opinión de la doctrina .
ámbito afectado (como lo requiere el art. 92.2 el Estatuto de los Por último, en épocas de profundas transformaciones en el mundo del
Trabajadores español, siendo que la extensión está contemplada trabajo, muchos son los fenómenos que plantean desafíos crecientes al
en Colombia, Chile, Ecuador, Cuba y México) . Y en varios países Derecho del Trabajo como disciplina. Es así que la realidad da cuenta de
Latinoamericanos, deben cumplirse además ciertas exigencias (en un importante debate acerca de la calificación o no como trabajadores
general, relativas al número de afiliados que alcanza el sindicato dependientes de prestadores de trabajo humano y oneroso para
pactante, como ocurre en Guatemala, Ecuador, Méjico y Panamá). plataformas digitales, en línea y aplicaciones (apps). En varios países
13. En Uruguay, el acuerdo resultante produce un efecto o adquiere de la región, se han formado organizaciones que los representan y por
un alcance personal que queda limitado al ámbito de la unidad de ello se abre la expectativa de que las mismas negocien por el grupo,
contratación que lo celebra. Tratándose de acuerdos suscritos en sea con el Estado, sea con quienes podrían ser sus empleadores. Las
ámbitos inferiores, y pese a que la Ley Nº 18.566 no prevé una solución normativas internacionales y nacionales sobre la negociación colectiva
expresa , hemos entendido que el acuerdo se aplica en la empresa que no prevén, en general, situaciones como las que están surgiendo, pero
lo negocia, y por tanto obliga al empleador y abarca los contratos de la tendencia de las legislaciones a intervenir en la regulación de estos
trabajo de todos los trabajadores de dicha unidad productiva, sin emprendimientos, probablemente debe afrontar alternativas a ese
excepción . Esto es, los trabajadores sindicalizados, los afiliados a respecto .
otro sindicato menos representativo aunque no haya negociado el
convenio y los no sindicalizados. Deriva, por tanto, del hecho de
que la legitimación para negociar es reconocida por la ley a dicho
organización.
Y en ámbitos superiores, tal como lo enuncia la ley 18.566 -incorporando
un cambio importante sobre el régimen vigente con anterioridad
a su sanción-, se consagra el alcance erga omnes de los convenios
colectivos celebrados a nivel de rama o cadenas productivas y sectores
de actividad, siempre que hayan sido celebrados por la organizaciones
profesionales de trabajadores y de empleadores más representativas.
El alcance subjetivo obligatorio de su aplicación comprende a todas
las empresas y empleadores, así como a todos los trabajadores
pertenecientes al nivel respectivo de negociación, con la única
exigencia jurídica formal de que el convenio sea registrado y publicado
por el Poder Ejecutivo (art. 16).
Ello extiende la aplicación de los salarios mínimos, las categorías
laborales, la actualización de remuneraciones, la reglamentación
de la licencia sindical, la regulación de empleo y de las condiciones
de trabajo: (a) del lado empleador, a las empresas afiliadas a la
organización pactante, a las afiliadas a otras organizaciones de
menor representatividad (que no hubieren acordado con aquella
una negociación unitaria) y a las empresas no afiliadas a ninguna
organización profesional de empleadores; (b) del lado trabajador, a
los trabajadores afiliados a la organización celebrante del convenio,
los afiliados a otros sindicatos de menor representatividad (siempre
que no hubieren acordado entre ellos negociar en forma conjunta) y los
trabajadores no afiliados a ningún sindicato.
Según la ley, los sindicatos menos representativos pueden negociar
colectivamente y celebrar convenios solamente si existe acuerdo
con la organización más representativa, que es aquella que posee
acumulativamente mayor número de afiliados (criterio cuantitativo)
y mayor antigüedad, continuidad e independencia (criterios
cualitativos). Un sector de la doctrina sostiene, asimismo, que si un
sindicato minoritario negocia separadamente, el ámbito de aplicación
del acuerdo resultante no será erga omnes, comprendiendo sólo a
los trabajadores afiliados a esa organización. Sin embargo, para otra
corriente, estos acuerdos no pueden tipificarse como convenios
colectivos y por ello se rigen por los institutos del derecho común
(como la representación de las asociaciones civiles) y no laborales
(como la representatividad) .
14. Varias son las cuestiones que derivan de la condición “erga omnes”
del alcance subjetivo de los convenios colectivos, entre las cuales sólo
destacaremos algunos breves y acotados señalamientos.
En primer lugar, la pretensión de cobro de aportes por los trabajadores
no afiliados que se benefician de las conquistas negociadas en la
convenciones colectivas. Si bien en muchos países, esta práctica
puede resultar inconstitucional o ilegal, en otros –como es el caso
de Chile- resulta legítima. Al regularse la extensión de beneficios
de una negociación colectiva a trabajadores no sindicalizados, se
dispone que requerirá de acuerdo previo entre empleador y sindicatos,
agregándose que el trabajador favorecido con la extensión deberá
aceptarlo individualmente y acceder, además, a pagar la cuota sindical,
total o parcialmente, según se haya acordado .
Un segundo tema se plantea en regímenes en donde co existiendo varios
sindicatos en un mismo ámbito (o nivel), se reconoce la legitimación
para celebrar convenios colectivos únicamente al más representativo
(salvo que haya un previo acuerdo entre las organizaciones). Siendo

63
REFLEXIONES SOBRE EL ACUERDO DE principales obligaciones a cargo de las partes y los procedimientos de
COOPERACIÓN LABORAL CANADA-PERU solución de controversias.

Autor: Francisco Villanueva, Doctor of Laws1 2


I. Obligaciones a cargo de las partes.

Introducción Hemos identificado cuatro tipos de obligaciones esenciales


para las partes: respeto de los derechos y principios laborales
Tras el rechazo de la inclusión de una cláusula social dentro del sistema internacionalmente reconocidos (1); la prohibición de realizar
de la Organización Mundial del Comercio (OM), los países del Norte modificaciones legislativas susceptibles de debilitar la adhesión a
han tratado de compensar esta omisión de dos maneras. Primero, dichos derechos y principios y con el fin de estimular la inversión y el
condicionando la concesión unilateral de beneficios comerciales comercio (2); garantizar y promover el respeto de la legislación laboral
al respeto de los derechos fundamentales de los trabajadores en el nacional (3); y, las obligaciones relacionadas con la administración de
marco de los sistemas generalizados de preferencias. En segundo justicia (4).
lugar, mediante la introducción de normas de naturaleza laboral en
sus tratados de libre comercio o la conclusión de acuerdos laborales
paralelos a aquéllos, con miras a proteger tales derechos. Estados 1. El respeto de los principios y derechos internacionalmente
Unidos, la Unión Europea y Canadá son los grandes protagonistas reconocidos.
de esta práctica, que se manifiesta en el momento de la regulación de El ACL-CP no prevé la armonización de las legislaciones nacionales
sus relaciones económicas con sus socios comerciales, principalmente respectivas y menos aún su estandarización mediante la adopción de
países en desarrollo. normas laborales comunes, lo que sería extremadamente complicado
Desde una perspectiva comparada, la doctrina distingue entre dos en el caso canadiense, debido a la atribución de competencias a
tipos de acuerdos laborales paralelos o que constituyen capítulos favor de las provincias en esta área. De hecho, este acuerdo se limita
de los acuerdos de libre comercio: los acuerdos “promocionales” y a prescribir que las leyes y prácticas laborales de las partes deben
“los acuerdos condicionales”. En el caso de los llamados acuerdos incorporar y proteger los derechos y principios internacionalmente
“promocionales”, su objetivo es proteger los derechos de los reconocidos identificados en su texto, vinculados a la Declaración
trabajadores a través del diálogo, la cooperación y la asistencia técnica. de la OIT de 1998 y a la Agenda de trabajo decente de la OIT (art.
Este es el caso de los acuerdos adoptados por la Unión Europea con 1). De acuerdo con Perulli y Brino, estos derechos y principios son,
sus socios comerciales, y de los acuerdos celebrados entre los países como mínimo, valores rectores y áreas comunes de interés a partir
en desarrollo, en particular los países asiáticos. de los cuales cada país determina su propio nivel de regulación. Es
En cuanto a los llamados acuerdos “condicionales”, el disfrute de decir, el ACL-CP reconoce la soberanía de las partes en materia de
los beneficios comerciales depende de la protección y el respeto de reglamentación laboral, al tiempo que introduce lineamientos de
los derechos de los trabajadores por la otra parte. Estos acuerdos carácter internacional afiliados a la actividad normativa de la OIT en
coinciden con la definición de “cláusula social”, stricto sensu3 . Dentro el curso de su ejercicio.
de esta categoría, se identifican dos tipos de condicionalidad: ex ante En el concepto de “derechos y principios internacionalmente
y ex post. En el caso de la condicionalidad ex ante, la firma del tratado reconocidos”, el ACL-CP incluye:
de libre comercio depende de la adopción de reformas legislativas a) Los derechos y principios establecidos en la Declaración de la OIT de
para alinear el marco legal vigente con los derechos y principios 1998, a saber: la libertad sindical y el derecho de negociación colectiva
“internacionalmente reconocidos”; mientras que en el caso de la (el ACL-CP agrega explícitamente el derecho de huelga) [art. 1 (a)];
condicionalidad ex post, la parte responsable de las transgresiones de la abolición del trabajo forzoso u obligatorio [art. 1 (b)]; la abolición
los derechos fundamentales de los trabajadores está sujeta a sanciones del trabajo infantil [art. 1 (c)]; y la abolición de la discriminación en el
que pueden tomar la forma de medidas comerciales restrictivas o de empleo [art. 1 (d)].
sanciones monetarias.
(b) condiciones aceptables en materia de salud y seguridad en el
Concomitantemente con la firma del Tratado de Libre Comercio de trabajo, salario mínimo y horas de trabajo [art. 1 (e)].
América del Norte (TLCAN), y para calmar los temores respecto del
(c) igualdad de trato (condiciones de trabajo) para los trabajadores
proceso de liberalización comercial, principalmente del lado de las
migrantes. [Art. 1 (f)].
organizaciones sindicales estadounidenses y canadienses, que temían
la erosión de los derechos laborales en sus respectivos países; Canadá, Como lo establece el artículo 1(2) del ACL-CP, todos los derechos
Estados Unidos y México concluyeron el Acuerdo de Cooperación enumerados “se relacionan con la OIT”. El mismo artículo especifica
Laboral de América del Norte (ACLAN). Este tratado consagra el que la libertad de asociación, el derecho de negociación colectiva,
compromiso de las partes de respetar sus respectivas legislaciones en el derecho de huelga, la abolición del trabajo forzoso u obligatorio,
lo que se refiere a los principios laborales identificados en su texto, la abolición del trabajo infantil y la eliminación de la discriminación
pero sin que estos últimos adquieran el estatus de “norma mínima en el empleo “se refieren solo a la Declaración de la OIT” de 1998,
común”. Además, el ACLAN establece un conjunto de mecanismos mientras que la obligación de proporcionar condiciones aceptables en
para garantizar la implementación de las obligaciones asumidas por las materia de salud y seguridad en el trabajo, salarios mínimos y horas
partes, incluido un procedimiento de solución de controversias que de trabajo, así como garantizar la igualdad de trato (condiciones de
puede conducir, en algunos casos, a la imposición de sanciones. trabajo) a favor de los trabajadores migrantes “están relacionados más
estrechamente con el Programa de Trabajo Decente de la OIT “. Cabe
Inspirado por el ACLAN, Canadá también ha firmado acuerdos de
recordar que la Agenda de Trabajo
cooperación laboral con otros países latinoamericanos, como Chile
(1997), Costa Rica (2001), Perú (2008), Colombia (2008), Panamá
(2010) y Honduras (2014). El propósito de estos convenios es 1 Profesor a tiempo completo de Derecho del Trabajo de la Escuela de Negocios
proporcionar una dimensión social a los acuerdos de libre comercio de la UQAM (Université du Québec à Montréal). Doctor en Derecho por la
que acompañan. El acuerdo de Canadá con Perú constituye un punto Universidad de Montreal. Magíster en Derecho Internacional Económico
por la Universidad de París I Panthéon-Sorbonne. Magíster en Derecho de
de inflexión en la evolución de los acuerdos concluidos por dicho país
los Negocios por la Universidad París XIII (Grupo Sorbonne Paris-Cité).
norteamericano, ya que marca el comienzo de una nueva generación Magíster en Relaciones Industriales por la Universidad Laval (Quebec). Titular
de acuerdos de cooperación laboral. En efecto, los acuerdos firmados del Diploma de Estudios Complementarios en Ciencias del Trabajo de la
posteriormente con Colombia, Jordania, Panamá y Honduras retoman Universidad Católica de Lovaina. Abogado y Bachiller en Derecho por la PUCP.
sus términos. Siroën resume las características más destacadas de 2 Queda prohibida la reproducción total o parcial de este documento sin
los acuerdos celebrados por Canadá: (i) la obligación de aplicar la la autorización del autor. El texto ha sido tomado de un artículo que será
legislación laboral nacional; (ii) la implementación del acuerdo sobre próximamente publicado en Canadá, sujeto a derechos de autor.
la base del diálogo y la cooperación en el campo laboral; (iii) un 3 Norma explícita perteneciente al derecho internacional del comercio que
mecanismo transparente de resolución de disputas con la participación condiciona la liberalización del comercio al respeto de los derechos laborales
de un tercero imparcial; (iv) el desarrollo de cooperación con fundamentales.
asistencia técnica. A esto debe agregarse un elemento clave: se espera
Decente es un elemento central de la Declaración de la OIT sobre
que las leyes y prácticas nacionales respeten los derechos y principios
la Justicia Social para una Globalización Justa adoptada en 2008.
internacionalmente reconocidos de la Declaración de la OIT de 1998,
así como otros asociados con la Agenda de Trabajo Decente de la OIT.

En el marco de esta ponencia, abordaremos dos aspectos sumamente


importantes del acuerdo firmado por Canadá con el Perú: las
64
Servais afirma que esta declaración destaca los objetivos estratégicos 2. Límites al derecho nacional.
de la OIT relacionados con el programa mencionado anteriormente: El ACL-CP prescribe que las derogaciones normativas hechas con el
creación de empleo, desarrollo de la protección social, promoción del propósito de estimular el comercio o la inversión y debilitar o disminuir
diálogo social y promoción de los derechos laborales fundamentales. la adhesión a los derechos y principios laborales internacionalmente
El concepto de derechos y principios reconocidos internacionalmente reconocidos están prohibidas [art. 2]. Esta obligación plantea dos
es utilizado frecuentemente en los acuerdos que abordan la cuestión reflexiones. Primero, introduce limitaciones en el poder legislativo de
de la condicionalidad social. A nivel norteamericano, fue introducido los Estados partes con el fin de neutralizar uno de los efectos perversos
por el Sistema Generalizado de Preferencias de los Estados Unidos y de la liberalización comercial, denunciados por los sindicatos y la
posteriormente incluido en el ACLAN. Dicha noción ha sido criticada sociedad civil en los países desarrollados, esto es, la carrera hacia el
por su imprecisión, defecto que ha sido corregido en cierta medida por fondo (race to the bottom). De este modo, se busca evitar una revisión
el vínculo establecido con la Declaración de la OIT de 1998. De hecho, peyorativa de la legislación laboral con el objetivo de desarrollar una
las referencias a este instrumento internacional se han convertido en ventaja comparativa respecto de los socios comerciales, susceptible de
una característica de la mayoría de los acuerdos celebrados por los dos desencadenar un ciclo de desmejoras laborales a nivel internacional.
actores más importantes en el campo de la condicionalidad social: En segundo lugar, debe tenerse en cuenta que las mencionadas
Estados Unidos y la Unión Europea. Esta referencia a la Declaración limitaciones son circunscritas de dos maneras. En primer lugar, se
de 1998 es, según Finbow, una solución intermedia concebida por los toleran las derogaciones que no busquen estimular la inversión o el
promotores de los derechos de los trabajadores: no se impone normas comercio. Tal podría ser el caso, por ejemplo, de la adopción de un
detalladas a los socios comerciales, proporciona un marco común de régimen jurídico aplicable a los empleados del sector público que
derechos habilitantes, al tiempo que reconoce a los estados signatarios restrinja su derecho a la negociación colectiva. De otro lado, una
una amplia discreción en lo que respecta a la definición del contenido derogación adoptada para promover la inversión y el comercio podría
de sus respectivas legislaciones. Para Michéa, los principios que nos tener lugar sin contradecir el acuerdo, si ésta versara sobre derechos y
ocupan apuntan más a un proceso y no a un resultado específico. principios no reconocidos internacionalmente. Este sería el caso, por
Algunos autores ven la Declaración de la OIT de 1998 como un ejemplo, de la derogación del sistema de distribución de utilidades a
instrumento jurídicamente vinculante. Así, según Giansanti, favor de los trabajadores de las sociedades comerciales, previsto en la
la Declaración de la OIT de 1998 puede considerarse como “el legislación peruana, mas no así en la legislación canadiense (provincial
testimonio más obvio” del carácter obligatorio, desde el punto de vista ni federal).
del derecho internacional, del respeto de los derechos y principios
allí mencionados, mientras que Moreau afirma que la “Declaración
ahora puede considerarse como jus cogens a nivel internacional”. 3. Garantizar el respeto de sus derechos laborales respectivos.
Por lo tanto, no se debe subestimar su valor legal y, aún menos, el de Las partes deben promover el respeto y garantizar la aplicación
los tratados bilaterales, como el ACL-CP, que introducen un renvío efectiva de sus respectivos derechos laborales a través de medidas
normativo a dicho instrumento. apropiadas. Estas medidas incluyen: (a) un servicio de inspección
Según Moore, vincular los acuerdos que nos ocupan con la Declaración laboral compuesto por inspectores permanentes que han recibido
de la OIT de 1998 permite darles mayor coherencia, particularmente capacitación; (b) supervisar el cumplimiento de su legislación laboral
en términos de políticas relacionadas con su implementación. En e investigar las presuntas violaciones; (c) alentar el establecimiento
opinión de dicho autor, esta referencia favorece una mejor comprensión de comités conjuntos para tratar las normas que rigen los
de sus disposiciones y facilita su monitoreo y ejecución. Al mismo establecimientos de trabajo; (d) proporcionar servicios de conciliación,
tiempo, según Moore, esto permite evitar la proliferación de una mediación o arbitraje o alentar el uso de dichos servicios; (e) en caso
heterogeneidad de versiones de las disposiciones de los acuerdos, lo de incumplimiento de su legislación laboral, instituir procedimientos
que hace que su gestión por parte de las administraciones nacionales para la imposición de sanciones o remedios apropiados [art. 3].
sea menos compleja, facilitando además que los actores laborales Un aspecto crítico de esta parte del acuerdo es el carácter
puedan “apropiarse” de estos instrumentos. Una cosa es cierta, la eminentemente estatal de la obligación de garantizar el cumplimiento
referencia a la Declaración de la OIT de 1998 otorga mayor objetividad efectivo de las leyes laborales. Este es un problema identificado por
a los “derechos y principios internacionalmente reconocidos” y reduce Brown con respecto a los acuerdos laborales firmados por Estados
la posibilidad de que sean objeto de interpretaciones antojadizas, Unidos, con los cuales los tratados canadienses tienen muchos puntos
lo que facilita además la evaluación de la efectividad de las normas en común. De hecho, el acuerdo no impone ninguna obligación
laborales nacionales efectuada a la luz de dichos principios. directa a las redes de producción de las empresas multinacionales que
Sin embargo, algunos autores cuestionan la utilidad real de la operan en los países signatarios. Así, bien que los derechos de una
inclusión de dicha declaración, debido al lenguaje impreciso en que empresa multinacional canadiense que opera en territorio peruano
se expresan los derechos y principios fundamentales y la ausencia de estén protegidos por el Tratado de Libre Comercio, instrumento que
una referencia explícita a los convenios fundamentales. Para Ebert, por le confiere la posibilidad de hacerlos valer directamente a través del
ejemplo, referirse únicamente a la Declaración de la OIT de 1998, y no arbitraje, la misma empresa podría ser responsable de violaciones
a los convenios fundamentales, genera incertidumbre y puede crear graves de los derechos fundamentales de los trabajadores sin
dificultades entre las partes en caso de que surja un diferendo. Sin generar ninguna responsabilidad derivada del ACL-CP, y sin que sus
embargo, no debemos olvidar que la ratificación de los ocho convenios empleados puedan recurrir al mecanismo de solución de controversias
internacionales del trabajo fundamentales vinculados a dicha directamente. Esta es una situación asimétrica que, en nuestra
declaración se está convirtiendo en un fenómeno universal. Como opinión, contribuye al escepticismo de ciertos sectores de la sociedad
resultado de esto, los países signatarios de un acuerdo de cooperación civil con respecto a los acuerdos de libre comercio.
laboral que han ratificado los convenios fundamentales difícilmente
podrán disociar estos últimos de la declaración. 4. Obligaciones en el campo judicial.
Por su parte, Cabin nos recuerda que, para muchos juristas, los En el ámbito de la administración de justicia, los Estados signatarios
principios tienen sus raíces en las convenciones fundamentales y que deben garantizar un acceso adecuado y efectivo a los tribunales
aquéllos deberían aplicarse a la luz de las convenciones. Sin embargo, [art. 4]. Además, los procedimientos deben ser justos, equitativos y
según refiere el mismo autor, algunos funcionarios de la OIT creen transparentes. Para este fin, las partes se comprometen a garantizar:
que los principios y la “jurisprudencia” de los órganos de control de a) la independencia e imparcialidad de los jueces; (b) que las partes
dicha institución no están entrelazados. Además, un representante puedan ser oídas y presentar sus pruebas; (c) la publicidad de los
del gobierno canadiense ha tenido la oportunidad de afirmar que tales procedimientos; d) que estos sean gratuitos y expeditivos. Además, los
principios derivan de la Constitución de la OIT y estos se reflejan en los Estados deben otorgar el derecho de solicitar la revisión y la corrección
convenios fundamentales (y no al revés). En cualquier caso, creemos de las decisiones finales [art. 5].
que el renvío a la Declaración de la OIT de 1998, como sucede en el
caso del ACL-CP, podría tener un impacto favorable en la difusión
de los derechos fundamentales de los trabajadores y contribuir a II. Los procedimientos de examen de ejecución de
su consolidación como fuente de obligaciones internacionales erga las obligaciones.
omnes. Es innegable que la inclusión de los derechos y principios Estos procedimientos conciernen el tratamiento de las dificultades
de la declaración en los acuerdos bilaterales de cooperación laboral o los desacuerdos que surjan en relación con la implementación del
contribuye tanto a su generalización, como a la confirmación de su ACL-CP. Se trata de las consultas ministeriales (1) y del procedimiento
obligatoriedad.

65
de solución de controversias con la intervención del panel de revisión o campo del comercio internacional – asumiendo que obtiene ventajas
Grupo Especial de Examen (GEE) (2). A pesar de ser mecanismos en los comparativas explotando a sus trabajadores - y, muy probablemente,
que se encuentran presentes elementos coercitivos (mitigados), estos de apaciguar a los críticos de la liberalización del comercio en los
se orientan hacia el diálogo y la cooperación, con miras a ayudar al país países desarrollados.
infractor a hacer frente a situaciones consideradas problemáticas y que Con respecto a la segunda condición que abre el camino al GEE,
implican transgresiones del acuerdo. queremos centrarnos en primer lugar en la noción de “patrón
persistente de omisiones en la aplicación efectiva de su legislación
1. Las consultas ministeriales. laboral” adoptada por el Artículo 13 (b) del CTDA-CP. Este tipo de
violación pertenece, en el campo del derecho internacional general, a
Se llevan a cabo a solicitud de una de las partes y pueden abordar la categoría de “violación consistente en un hecho compuesto”. Según
cualquier obligación prevista en el acuerdo. Se espera que los Estados el Artículo 15 (1) del Proyecto de Artículos sobre Responsabilidad
partes respondan a las preguntas planteadas y proporcionen toda la del Estado por Hechos Internacionalmente Ilícitos, se trata de una
información relevante [art. 12 (1-2)]. Si una de las partes así lo solicita, “violación por el Estado de una obligación internacional mediante una
es posible recurrir a expertos independientes, cuya designación es serie de acciones u omisiones, definida en su conjunto como ilícita”,
consensuada, y con quienes las partes deben cooperar [art. 12 (3)]. que “tiene lugar cuando se produce la acción u omisión que, tomada
La fase de consulta es un procedimiento diplomático con una doble con las demás acciones u omisiones, es suficiente para constituir el
función. En primer lugar, esta etapa proporciona un marco para las hecho ilícito”. Por su parte, el Artículo 15 (2) establece que en “tal
negociaciones entre los estados signatarios y tiene como objetivo caso, la violación se extiende durante todo el período que comienza
promover la conclusión de un acuerdo amistoso. En segundo lugar, con la primera de las acciones u omisiones de la serie y se prolonga
es un requisito de admisibilidad al arbitraje. Prever la intervención de mientras esas acciones u omisiones se repiten y se mantiene su falta de
expertos es beneficioso, ya que la cabal comprensión de ciertos temas, conformidad con la obligación internacional”.
particularmente complejos, puede requerir del análisis que solo un
especialista, disociado de las partes, podrá proporcionar. Los Estados partes tienen derecho a hacer comentarios orales o
escritos al GEE, cuyas sesiones son públicas. El GEE puede solicitar,
Durante el período de consultas, las partes deberán hacer esfuerzos recibir o considerar observaciones de organizaciones, instituciones,
para llegar a un acuerdo amistoso. Las actividades de cooperación expertos o personas con información o conocimientos especializados
son consideradas por el acuerdo como el medio más apropiado para relevantes [art. 16]. Según Abel, esta apertura a las organizaciones de
resolver el problema que motiva las consultas [art. 12 (4)]. Según Abel, la sociedad civil es muy importante, especialmente para los sindicatos,
el propósito de las negociaciones es múltiple. En primer lugar, le dan por dos razones importantes. Primero, porque son los sindicatos los
al Estado infractor la posibilidad de proporcionar explicaciones. En que normalmente tienen información detallada sobre las violaciones,
segundo lugar, cuando corresponde, le dan la oportunidad de hacer incluido el testimonio de los trabajadores directamente interesados.
los ajustes necesarios a su legislación o a sus políticas. En tercer lugar, En segundo lugar, porque esta participación permite que los miembros
las negociaciones permiten una correcta y precisa identificación de de la sociedad civil hagan suyo el acuerdo, lo que puede ayudar a
los extremos del diferendo. Cuarto, promueven una solución rápida reducir su escepticismo sobre los mecanismos de condicionalidad
y amigable, lo que favorece la preservación de relaciones armoniosas social y a legitimar estos últimos. Moore argumenta que la efectividad
entre los Estados. de la intervención sindical dependerá de la presencia de sindicatos
fuertes e independientes que sepan cómo utilizar los mecanismos de
2. El procedimiento de solución de controversias. aplicación del acuerdo.
Si las consultas ministeriales no tienen éxito, se establecerá un panel Una vez constituido el GEE, éste adopta un informe inicial que incluye
de revisión o Grupo Especial de Examen (en adelante GEE) a solicitud hallazgos y conclusiones sobre el cumplimiento del acuerdo. Si el GEE
de cualquiera de las partes. El establecimiento de este foro solo será informa sobre la existencia de una violación del acuerdo, tiene el poder
posible si se cumplen las dos condiciones siguientes: a) el problema de recomendar que la parte infractora adopte un plan de acción para
debe estar relacionado con el comercio; y (b) la parte infractora no resolver el problema [art. 17 (2)], permitiéndose que los miembros del
cumple con sus obligaciones “a través de: i. un patrón persistente GEE puedan presentar opiniones individuales sobre cuestiones que no
de omisiones en la aplicación efectiva de su legislación laboral; o [el] han sido acordadas por unanimidad en el seno de este órgano [art. 17
incumplimiento de sus obligaciones de conformidad con los Artículos (4)]. Las partes tienen derecho a formular comentarios respecto del
1 y 2 en lo que se refieren a la Declaración de la OIT”. [art. 13]. informe inicial. Después de estas observaciones, el GEE puede: (i)
solicitar la opinión de la otra parte; (ii) reconsiderar su informe; o (iii)
La primera condición para acceder al GEE parece ser menos estricta
realizar un examen complementario [art. 17 (5-6)].
que la que se encuentra en ciertos acuerdos de los Estados Unidos, que
requieren que la violación “afecte” el comercio entre las partes, lo que El GEE adoptará un informe final que, en ausencia de unanimidad en
implica que debe tener un impacto concreto y real sobre las relaciones su seno, puede incluir opiniones individuales. El informe se presenta
comerciales. En el caso del ACL-CP, es suficiente que la violación esté a las partes y se comunica al público [art. 18]. Si el informe final
relacionada con el comercio, y parecería que bastaría que sus efectos concluye que el incumplimiento persiste, las partes adoptarán un plan
fuesen simplemente potenciales. Este sería el caso, por ejemplo, de una de acción mutuamente satisfactorio para asegurar la implementación
zona económica especial en la que a los empleadores se les permitiría de las recomendaciones de la GEE [art. 19]. El énfasis del acuerdo
no aplicar las normas de salario mínimo para ser más competitivos en el bilateralismo y en la búsqueda conjunta de una solución al
que sus pares extranjeros. Cabe recordar que en el caso del diferendo problema subyacente es, en nuestra opinión, lo más adecuado. En
laboral surgido entre Estados Unidos y Guatemala en el marco primer lugar, porque sin la colaboración del Estado transgresor, será
del CAFTA-DR, el panel declinó inferir el impacto en el comercio imposible superar los problemas relacionados con la financiación y el
simplemente porque una empresa exportadora guatemalteca había funcionamiento de los organismos responsables de la aplicación de las
sido identificada como responsable de violaciones de ciertos derechos leyes laborales, como los servicios de inspección laboral y los tribunales
laborales fundamentales. laborales. En segundo lugar, porque en el caso de países emergentes
como Perú, la cooperación para el desarrollo de capacidades será muy
Dicho esto, en el caso del acuerdo peruano-canadiense, parece
beneficiosa.
haber cierta disonancia entre el mencionado requisito, relacionado
con el comercio y típico de los acuerdos condicionales, y el hecho En caso de desacuerdo sobre el plan de acción o, en caso de que no
de que no se contemplen sanciones comerciales, reemplazadas en se implemente este plan, el GEE volverá a reunirse a pedido de la
su texto por el pago de una compensación pecuniaria. En el derecho parte que planteó la queja. En caso de que el GEE considere que el
internacional del comercio, las contramedidas tienen por objeto incumplimiento persiste, puede imponer una sanción monetaria al país
obtener una reparación autorizada por el Órgano de Solución de infractor [art. 20 (1)], la que no podrá exceder de US $ 15 millones. El
Diferencias de la OMC. Así, en el régimen de la OMC, la reparación dinero deberá invertirse en un fondo dedicado a iniciativas apropiadas
es fácilmente cuantificable, mantiene un vínculo directo con el daño en el campo laboral que beneficien al Estado infractor [art. 20, anexo
sufrido por las prácticas comerciales desleales de la parte infractora 4]. Esto significa que dicha sanción no tiene por objetivo compensar a
y su propósito es precisamente compensar a la parte afectada. En las compañías que podrían haber vistas perjudicadas por las prácticas
nuestra opinión, si la magnitud de la sanción no es definida sobre de “dumping social”, lo cual pone de relieve el “espíritu” promocional
la base del daño causado a la otra parte, ni tiene la intención de del acuerdo.
compensarla, condicionar el acceso al GEE a la presencia de un vínculo
con el comercio, hace que la función de la sanción sea eminentemente
simbólica: se trata básicamente de exponer públicamente la conducta
del país infractor (“naming and shaming”) como un “mal jugador” en el

66
Algunos autores critican la introducción de sanciones monetarias de sanción prevista en el ACL-CP, debe tenerse en cuenta que la
como medida punitiva en caso de incumplimiento de las obligaciones justificación del enfoque coercitivo suele hacer referencia a la lucha
asumidas en virtud de un acuerdo en el ámbito laboral. Así, para contra la competencia desleal que deriva de las transgresiones a los
Abel, las multas debilitan el potencial coercitivo de la condicionalidad derechos fundamentales de los trabajadores, los escasos beneficios
social. Según el mismo autor, el hecho de que el dinero recaudado esté sociales y los salarios pequeños e insuficientes pagados por las empresas
destinado a un fondo destinado a mejorar las condiciones de trabajo exportadoras de los países del Sur. Sobre esta cuestión, Trebilcock
socava aún más este mecanismo de coerción, especialmente cuando nos recuerda que el 90% de la variación internacional en los costos
se compara, por ejemplo, con la suspensión de beneficios comerciales laborales reales está asociada a las diferencias existentes entre países
previsto en el derecho de la OMC. Además, siempre desde una en términos de productividad laboral. Según el mismo autor, dado que
perspectiva crítica, Polaski afirma que, dado que son los empleadores la productividad laboral depende de una variedad de factores, es un
los responsables directos de las situaciones que conducen a las error sostener que los bajos salarios son el factor principal para atraer
violaciones del acuerdo, los efectos de las sanciones también deberían flujos comerciales e inversiones internacionales. Por lo tanto, dado
ser sentidos por ellos, una posibilidad inexistente en el caso de que las violaciones de los derechos de los trabajadores no crean una
sanciones monetarias impuestas al Estado infractor. ventaja competitiva significativa para el país transgresor que justifique
En nuestra opinión, la fórmula adoptada, que favorece el uso de multas las represalias comerciales, parece más apropiado que optemos por el
en lugar de sanciones comerciales, tiene la intención de evitar que dicha camino de la cooperación motivados por razones de carácter ético.
medida punitiva sea considerada como una forma de “proteccionismo El ACL-CP promueve el diálogo, la cooperación y la conciliación
encubierto”, riesgo que sí existe en el caso de las sanciones comerciales. para resolver cualquier situación conflictiva relacionada con su
Sin embargo, inspirándonos de las ideas de Polaski, consideramos que implementación. Recordando los comentarios de Albertson y Compa
los temores respecto del proteccionismo son infundados en el caso de sobre el Acuerdo Canadá-Colombia, cuyo texto es idéntico al del
un tratado que no permite a las partes firmantes suspender concesiones acuerdo con Perú, “el énfasis del capítulo ... es la cooperación y sólo la
comerciales debido a una transgresión en el campo laboral, máxime, si cooperación». Se trata de una característica que destaca la naturaleza
un organismo imparcial e independiente es responsable de determinar principalmente promocional del acuerdo. De hecho, los trabajos de
si existe tal violación. El GEE puede ser considerado como un garante investigación realizados por Postnikov y Bastiaens demuestran que las
confiable contra cualquier forma abusiva de ejecución del acuerdo y sanciones no son la única vía para establecer relaciones comerciales
permite corregir la asimetría de poder entre las partes. más equitativas. Como lo demuestra su estudio, los procedimientos
Sea como fuere, estamos de acuerdo con Ebert en que la presencia de de consulta y diálogo también pueden mejorar de manera tangible los
un mecanismo “duro” para la implementación de la responsabilidad derechos de los trabajadores. Esta opción, presenta además la ventaja
internacional en este tipo de acuerdos, que puede conducir a la de eliminar el riesgo de “efectos perversos” que las sanciones suelen
aplicación de sanciones comerciales, no ha demostrado hasta el día presentar.
de hoy tener la capacidad de asegurar el respeto de las disposiciones
laborales, que un sector de doctrina le atribuye. Según este autor, Conclusión
la escasa utilización de estos mecanismos pone en evidencia la gran
discreción que estos acuerdos confieren a los Estados. De hecho, Por razones de espacio, hemos limitado nuestras reflexiones a
según Ebert, nada en estos acuerdos obliga a una parte a activar el dos aspectos claves del ACL-CP: las obligaciones asumidas por las
mecanismo de solución de controversias. Por esta razón, el mismo partes y el procedimiento de solución de controversias. Respecto
autor afirma acertadamente que los mecanismos en cuestión son del primer elemento, el ACL-CP confirma la tendencia presente en
esencialmente un instrumento político cuya efectividad depende, en el campo de la condicionalidad social consistente en privilegiar los
gran medida, de los intereses políticos y diplomáticos involucrados, derechos y principios internacionalmente reconocidos vinculados a la
sujetos a complejos procesos de negociación. Declaración de la OIT de 1998 y a la Agenda de Trabajo Decente de la
OIT. El carácter impreciso de dichos derechos y principios contribuye
No es sorprendente, por ejemplo, que, bajo el ACLAN, ninguna de a despejar el temor existente en los países en desarrollo de asumir
las 40 quejas recibidas desde su entrada en vigor hayan pasado a compromisos que pudieran poner en entredicho lo que un sector de
la etapa de arbitraje, ya que las consultas intergubernamentales estos ha identificado como “su ventaja comparativa” de naturaleza
han sido la ruta preferida en los casos más graves. Precisamente, laboral (no se impone la uniformización de las condiciones laborales),
tomando como ejemplo la experiencia del ACLAN, Verge afirma que factor que hizo abortar el intento de introducción de una cláusula
la implementación de estos acuerdos depende de la voluntad y del social en el sistema de la OMC. Sin embargo, dado que la ratificación
poder político relativo de las partes, así como de factores variables de las llamadas convenciones “fundamentales” se está volviendo un
tanto en el ‘espacio y tiempo’. Es decir, en el contexto de un acuerdo fenómeno universal, consideramos que países como Canadá deberían
considerado teóricamente como “condicional”, como el ACTD-CP, cambiar de estrategia y comenzar a proponer a sus socios comerciales
no es tanto el texto del acuerdo sino la práctica diplomática entre las del Sur, la inclusión de referencias concretas a estos instrumentos. Esto
partes lo que determina la manera en que será ejecutado Es por esta ayudaría, en nuestra opinión, a dar mayor “substancia” a los acuerdos
razón que autores como Van den Putte y Orbie argumentan que en laborales y a permitir el establecimiento de un vínculo más claro entre
el momento de analizar los mecanismos de ejecución de los acuerdos estos y la “jurisprudencia” de la OIT.
laborales, uno debe poner en perspectiva la dicotomía “enfoque duro”
- generalmente atribuida a los Estados Unidos - y “enfoque blando Por otro lado, aunque los acuerdos canadienses han sido ubicados en la
o flexible” – considerado propio de la Unión Europea-. De hecho, la categoría de “condicionales” por el hecho de prever sanciones en caso
práctica canadiense, incluida la relativa a la implementación del ACL- de que se verifiquen determinadas transgresiones laborales, lo cierto
CP, pone de manifiesto que, en los hechos, Canadá es partidario de es que el espíritu del ACL-CP es eminentemente promocional. Para
la cooperación y no de la coerción. Así, la manera en que los acuerdos llegar a tal conclusión, no es necesario presentar todos los aspectos
concluidos por ese país son ejecutados no difiere, a fin de cuentas, de relativos al campo de la cooperación (cosa que no hemos hecho en esta
la de los acuerdos de carácter promocional. presentación por razones de espacio), sino que basta referirse a ciertos
extremos de la sección del acuerdo que versa sobre el tratamiento de
Dicho esto, en nuestra opinión, el ACL-CP no es, a fin de cuentas, los diferendos. En primer lugar, el ACL-CP privilegia el diálogo bilateral
una “cláusula social” stricto sensu. De hecho, el uso de sanciones y deja en manos del país infractor la definición de un plan de acción,
económicas no es el principal medio para implementar el acuerdo. cuya ejecución contará con el apoyo de la otra parte. En segundo lugar,
Además, las sanciones previstas en este tratado no pueden adoptar la sanción prevista en caso de infracción no es de carácter comercial,
la forma de medidas comerciales restrictivas. En efecto, el ACL-PC sino monetaria, y por un monto máximo de 15 millones de dólares
prevé sanciones que se transforman en fondos que servirán para americanos que podríamos calificar de “simbólico”. Es evidente que
financiar los recursos materiales o técnicos que permitirán atacar la sanción no busca otra cosa que poner en evidencia que existe un
de raíz los problemas que generaron el incumplimiento del acuerdo grave problema pendiente por resolver en el país infractor. En tercer
y cuyo propósito es promover el respeto de los derechos de los lugar, y no menos importante, es el hecho de que el monto recaudado
trabajadores en el país infractor. Además, la limitación de la multa en aplicación de la sanción, sea destinado a un fondo que servirá a
monetaria a un máximo de US $ 15 millones, un monto equivalente ayudar al país infractor a subsanar el incumplimiento constatado, y
a solo el 3% del presupuesto anual del Ministerio de Trabajo del Perú no a compensar a las empresas de la otra parte que hubieran podido
(año 2018), indica claramente la voluntad de las partes de mitigar la ser perjudicadas por la práctica de “dumping social”. En resumidas
dimensión coercitiva del ACL-CP. No se trata pues, en modo alguno,
de un instrumento puesto al servicio de los intereses económicos de
las empresas y los trabajadores canadienses que tenga como objetivo
central combatir el “dumping social”.
Al evaluar la idoneidad de la elección canadiense a favor del tipo
67
cuentas, el ACL-CP no tiene por objetivo combatir prácticas
comerciales desleales de origen laboral, sino fomentar la cooperación
entre las partes en el campo del trabajo.

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68
ponencias voluntarias
Aula 1
IGUALDAD REMUNERATIVA EN EL PERÚ: 2. IGUALDAD REMUNER ATIVA
ANÁLISIS Y DESAFIOS Constituye en esencia, que toda persona tiene derecho a percibir
Alfredo Jhunior Lazarte Panocca por un trabajo de igual valor una igual remuneración, además es un
elemento clave para lograr la justicia social.Siendo que la diferencia
remunerativa basada en la ausencia de verdaderos criterios objetivos
SUMARIO y/o justificables constituye una forma de discriminación.
1. Introducción. 2. Igualdad remunerativa. 3. Rol estatal y marco Hablar de un trabajo de igual valor no sólo comprende un “trabajo
normativo peruano. 4. Empleador y el rol de las empresas peruanas igual o similar” sino va más allá . El trabajo de igual valor comprende
frente a la igualdad salarial. 5. Reflexiones finales. tanto labores iguales o similares, es decir aquellos trabajos realizados
por hombres o mujeres en el mismo ámbito de la actividad dentro
de una empresa. Sin embargo, como se ha mencionado, el concepto
1. INTRODUCCION de trabajo de igual valor no sólo abarca“trabajos iguales o similares”
La igualdad remunerativa no puede ser concebida sin la comprensión sino en también trabajos que son diferentes o realizados en diferentes
de la relación laboral, del significado de la remuneración y su inmersión condiciones pero que poseen un mismo valor, al respecto he ahí donde
con los derechos de igualdad y no discriminación. Una relación radica la dificultad de establecer como determinar un mismo valor.
laboral posee dos clásicos protagonistas: el trabajador y el empleador, El concepto de valor igual es aplicado cuando se desarrollan trabajos,
los cuales se interrelacionan porque mientras un parte brinda sus en condiciones diferentes, requieren diferentes cualificaciones,
servicios en favor de otro siguiendo sus directivas y sus órdenes, la capacidades diferentes, niveles de esfuerzos diferentes e implican
otra parte estará obligada a otorgar un pago por los servicios recibidos responsabilidades diferentes o se llevan a cabo en lugares distintos o
en su favor. Todo trabajo humano, productivo, libre y subordinado en para empleadores diferentes.
favor de un tercero, tiene a cambio una compensación, denominado La igualdad remunerativa es un derecho reconocido y de carácter
salario o remuneración. fundamental, esto ha de significar que no hay cabida a trato
Por naturaleza la relación laboral es desigual, puesto que el empleador diferenciado en la remuneración a igual trabajo realizado o similar. Ello
es el que posee el poder económico y el trabajador no. Es por ello, no significa que no hay diferenciación salarial entre trabajadores pues
que la remuneración o también denominado salario posee un valor y éstos deben darse por razones y criterios objetivos. Como señalan
un significado distinto para cada uno de estos sujetos de la relación Palomeque y Álvarez De La Rosa , la retribución es determinada
laboral, lo que conlleva a brechas, desigualdades y discrepancias; las por criterios objetivos basados en la cantidad o calidad del trabajo,
cuales han sido originadas desde antaño y que hasta el día de hoy criterios que varían y están en suma de cuentas del poder de dirección,
persisten. Es así que la remuneración puede convertirse en un fuerte de la organización del trabajo y el lugar que ella ocupa en el trabajo.
instrumento de dominación y fragmentación de la clase trabajadora . Dichos criterios por los cuales se determina diferenciación salarial, la
En esa prelación de ideas, es vital entender la naturaleza de la Corte Suprema de Justicia del Perú mediante las Casaciones Laborales
remuneración, elemento esencial de una relación laboral, desde N° 208-2005-Pasco, 1425-2010-Piura y 16927-2013-Lima ha
tres perspectivas : i) económico, en donde el salario es reconocido establecido jurisprudencia nacional señalando parámetros objetivos
como costo del factor trabajo; ii) político-social, en donde el salario para determinar una desigualdad salarial; tales como categorías, nivel
es reconocido como medio el medio de sustento y de satisfacción ocupacional, funciones, responsabilidades atribuidas, nivel académico
del trabajador y su familia; y iii) jurídico, en donde el salario es la y capacitación profesional, trayectoria laboral, empresa proveniente,
contraprestación que recibe el trabajador por la prestación personal de etcétera, los cuales son subsumidos en dos grupos: parámetros
servicios al empleador. Tanto la perspectiva económica y jurídica son objetivos, los cuales se refieren al cargo, funciones y responsabilidades
reconocidas sin mediar en la sociedad tanto debate o diferencias; esto atribuidas al trabajador; y parámetros subjetivos, referidos al tiempo
no sucede sin embargo con la perspectiva político-social puesto que es de servicios, experiencia laboral, experiencia profesional, nivel
tema de debate y cobra mayor vigencia aun al momento de considerar académico entre otros.
dichos factores en la cuantificación del monto de una remuneración, La desigualdad salarial es un problema actual y latente que vive nuestra
tal como lo señala Blancas Bustamante . sociedad, una de las tantas barreras que impide la anhelada justicia
La relación de la remuneración con otros derechos principios social. La brecha salarial varía por sectores, ocupaciones, grupos
radica como bien lo ha precisado el Tribunal Constitucional “que la de trabajadores, país y tiempo.Si bien es cierto que existe muchas
remuneración, en tanto derecho fundamental, es la retribución que manifestaciones de desigualdad remunerativa, la predominante en
recibe el trabajador en virtud del trabajo o servicio realizado para un casi todo el mundo y que es el común denominador de casi todos los
empleador, que posee una naturaleza alimentaria al tener una estrecha Estados, es la desigualdad remunerativa por el género. Por ejemplo
relación con el derecho a la vida, acorde con el principio-derecho y es una situación real que mientras más mujeres estén inmersas en
igualdad y la dignidad, y que al mismo tiempo adquiere diversas un determinado sector, dicho sector se caracteriza por salarios bajos
consecuencias o efectos para el desarrollo integral de la persona y esto no solo se da en trabajos manuales sino también en trabajos
humana” . directivos o de altos cargos.
En ese sentido y respecto al tema abordado, es importante desarrollar Según cifras el 60% considera que el Perú es una sociedad machista
la igualdad, el cual posee dos dimensiones. Primero como principio y sólo el 33% considera que vivimos en una sociedad igualitaria . Ello
rector de un Estado Social Democrático de Derecho siendo un valor y direcciona a la discriminación, manifestándose por ejemplo en la
regla fundamental para garantizar y preservar su existencia; segundo remuneración, pagar menos a las mujeres que a los hombres por el
como derecho fundamental y constitucional, el cual se vincula con la mismo trabajo o por un trabajo de igual valor es una forma habitual de
dignidad del ser humano, que faculta a toda persona de ser tratado con discriminación en el empleo . Dicha desigualdad remunerativa entre
igualdad ante la ley sin distinción alguna u otra forma de discriminación hombre y mujer hasta el día de hoy sigue presente significando en cifras
. Entendiendo igualdad y la no discriminación como derechos, ello debe la brecha salarial para el 2017 en un 29,3% a nivel nacional, siendo que
significar que como tales no son absolutos ello conlleva a limitaciones, en los últimos diez años no ha habido una mejora en ese aspecto pues
significando que puede haber tratos diferenciados, el Tribunal en el 2007 la brecha salarial era de 28,7% .
Constitucional indica respecto a lo mencionado que: “(…)no toda
desigualdad constituye discriminación, pues no se proscribe todo tipo
de diferencia de trato en el ejercicio de los derechos fundamentales; la 3. ROL ESTATAL Y MARCO NORMATIVO PERUANO
igualdad solamente será vulnerada cuando el trato de desigual carezca En el ámbito laboral, como se ha mencionado, la relación entre
de una justificación objetiva y razonable(…)” . trabajador y empleador es desigual, se entiende y es lo más racional
Además; como principios, igualdad y no discriminación no sólo que tampoco ello debería a conllevar a que el empleador teniendo la
son valores y reglas de un Estado Social Democrático de Derecho, posición más favorable naturalmente vulnere o afecte los derechos de
sino también son principios rectores del Derecho del Trabajo. En los trabajadores. Por eso cobra vida el Estado en cuanto se refiere a su
ese sentido, muchas veces se confunde o se cree que el principio de participación en las relaciones laborales, tratará de equiparar aquella
igualdad es equivalente al de no discriminación, sin embargo desde relación, en el caso de la igualdad remunerativa el Estado debe tomar
el punto de vista conceptual ambos si bien no son equivalentes, una postura de promoción y garantía. En el Perú se ha venido ajustando
los mismos se complementan; pues por un lado, el principio de no el marco normativo respecto a la igualdad remunerativa, desde el siglo
discriminación implica excluir todas aquellas diferenciaciones que se
coloque al trabajador en una situación inferior o desfavorable, mientras
que el principio de igualdad engloba más la idea de la equiparación, el
cual es una fuente de conflictos y problemas.

70
X X hasta la actualidad, ello en gran parte a la suscripción de convenios empresas no quedan ahí, pues la norma señala que la Superintendencia
y tratados internacionales los cuales han generado efectos positivos Nacional de Fiscalización Laboral (SUNAFIL) será la encargada
en el país. delafiscalización del cumplimiento de dichas obligaciones. En un inicio
En 1919, se da la suscripción del tratado de Versalles este hito marca el reglamento de la Ley N° 30709, señalaba que la fiscalización se daría
el origen de la OIT, organismo internacional tripartito especializado a partir del uno de enero de 2019, empero mediante Decreto Supremo
de las Naciones Unidas, del cual es miembro Perú. Ser miembro de N° 005-2018-TR se adecua los plazos y se indica que la fiscalización
la OIT implica adoptar las medidas necesarias para hacer efectivas se dará para la mediana y gran empresa a partir del 1 de julio de 2019
las disposiciones establecidas en los convenios ratificados .La OIT y para la micro y pequeña empresa a partir del 1 de diciembre de 2019.
adoptó dos convenios los cuales constituyen puntos de partidas Uno de los problemas que posee el Estado peruano al emitir normas
para que el Estado Peruano asuma un compromiso real respecto a en casi muchas veces estas no son las idóneas o adecuadas, algunas
la igualdad remunerativa, dichos convenios se encuentran dentro veces emite normas que no son eficaces, un trabajo pendiente no solo
de los ocho convenios fundamentales de la OIT: el primero es el en materia laboral sino en distintas materias que el Estado tiene que
Convenio sobre Igualdad de remuneración, número 100 adoptado mejorar, pues no se trata de solo emitir una norma para cumplir un
en 1951, ratificado por Perú el uno de febrero de 1960, en el cual se tratado o solo para satisfacer el clamor del pueblo, sino emitir una
establece la definición de remuneración, se indica igual remuneración norma que ayude a solucionar problemas latentes de la sociedad y de
para hombres y mujeres por trabajo de igual valor, es establece que regular adecuadamente las relaciones jurídicas.
únicamente bajo criterios objetivos puede darse una diferenciación Por ejemplo, en relación a la Ley N° 30709 y su reglamento, no se
salarial entre otras cuestiones. Mientras que el segundo, el Convenio aborda el problema de manera amplia sino restrictiva en muchos
sobre la discriminación (empleo y ocupación) número 11 adoptado en casos no se garantiza la eficacia que en el fondo busca la norma, tal
1958 y ratificado por Perú el diez de agosto de 1970, en este convenio como señalan Vinatea y Toyama , los cuales mediante cuatro razones
se establece el contenido del término de discriminación que en esencia sustentan que lo establecido en dicha norma, de la igualdad salarial de
comprende preferencias, exclusiones o distinciones realizadas por género en si son discriminatorias. Primero dicha norma solo se aplica
distintos motivos entre ellos el sexo, que alteran o anulan la igualdad al Sector Privado, excluyendo al ámbito público; así el reglamento lo
de oportunidades o de trato en el empleo y la ocupación. establece de manera expresa. Es decir, un trabajador del sector público
El Convenio núm. 100 de la OIT, sobre la Igualdad de remuneración, no podrá acogerse a lo establecido en ésta norma pues ello no es de
en su artículo 2° expresa, que el Estado debe promocionar y garantizar ámbito de aplicación en dicho sector. Segundo, la igualdad no sólo
la aplicación del principio de igualdad de salarial entre la mano de debe limitarse al género si bien es cierto es la mayor manifestación de
obra masculina y femenina por un trabajo de igual valor. Entonces desigualdad salarial, no solo es la única, la desigualdad también puede
ello implica un Estado activo, es decir que asuma roles y también darse por razones políticas, económicas, raza, orientación sexual,
responsabilidades para el cumplimiento de la igualdad remunerativa religiosas, etcétera, las cuales merecen también el mismo tratamiento
dentro de sus circunscripciones, si bien existe en algunos casos cierta normativo. Tercero, no sólo se debe basarse la igualdad en el salario,
parsimonia o excesiva rigidez por parte de los Estados, la desigualdad pues se debe tutelar también en casos como tratos injustificados en
remunerativa es tarea pendiente hasta la fecha y una verdadera la contratación, capacitaciones, beneficios, condiciones de trabajo,
participación del Estado lograría la ansiada igualdad remunerativa la fiscalización, sanciones, etcétera. Cuarto, el Estado a la aprobación de
cual no es tarea fácil pero no imposible. esta norma impone esta obligación a todos los empleadores, es decir
El Estado puede adoptar una serie de medidas para realizar así su se ven afectos del cumplimiento de ella, también las microempresas,
responsabilidad y su rol, concerniente a la igualdad salarial, las cuales una empresa que cuenta con poco capital económico a comparación de
serían las siguientes : “i) Concienciar sobre la brecha de remuneración otras, debe realizar lo dispuesto en la norma, tales como elaborar un
entre hombres y mujeres; (ii) Ampliar el conocimiento sobre el cuadro de puestos y funciones, todo ello en trasfondo constituye una
principio de igualdad de remuneración por un trabajo de igual valor; traba para la formalización el cual es uno de los grandes problemas que
(iii) Convertir la igualdad de remuneración en un objetivo de las aqueja a nuestro país, en estos casos, debería ser más que suficiente dar
políticas nacionales; (iv) Adoptar y aplicar la legislación adecuada; (v) explicaciones objetivas de las diferencias salariales del poco personal
Promover la evaluación objetiva del puesto de trabajo y (vi) Evaluar que puedan haber en una microempresa. La acción del Estado no sólo
los progresos”. Es evidente que estas medidas deben ser trabajadas debe quedar en la emisión de leyes sino debe ser complementado con
en coordinación con las organizaciones de empleadores y las la aplicación de las mismas, para ello el Estado debe tomar acciones
organizaciones de los trabajadores. conjuntas con las organizaciones de empleadores y trabajadores.
En ese orden, la acción y el despliegue realizado por parte del Estado En el Perú la informalidad es característica predominante dicha
en las últimas décadas el Perú ha tratado conseguir no sólo la igualdad situación no sólo genera pérdidas económicas, sino que también
remunerativa entre hombres y mujeres; sino también la igualdad vulnera sistemáticamente derechos de muchos trabajadores. Es por
de oportunidades entre las personas. A través de los años, se ha ello, que el Estado al desarrollar políticas en busca de una igualdad
establecido una serie de normas con el objetivo ya mencionado. En el remunerativa debe mirar todas las aristas del problema de forma
2007, se publicó la Ley N° 28983 - Ley de Igualdad de oportunidades amplia y no sólo limitativa.
entre mujeres y hombres; a través de esta norma el Estado estableció
el marco normativo, institucional y de políticas públicas tanto en el 4. EMPLEADOR Y EL ROL DE LAS EMPRESAS PERUANAS
ámbito nacional, regional y local, para garantizar el ejercicio de los FRENTE A LA IGUALDAD SALARIAL
derechos tanto de hombres como mujeres sin discriminación . Luego,
en el 2012, se aprueba el Plan Nacional de Igualdad de Género 2012- En épocas donde la globalización y donde la sociedad atraviesa cambios
2017, en donde se establece ocho objetivos estratégicos, en donde estructurales, transitando a la denominada sociedad 4.0. La figura del
el quinto objetivo aborda que dicho plan es garantizar los derechos empleador y el rol de las empresas va transformándose cada vez de
económicos de las mujeres en condiciones de equidad e igualdad de manera más perceptible. Es necesario desmitificar la figura antagónica
oportunidades con los hombres . Una de las recientes normativas que se tiene del empleador, en estos últimos años los empleadoresse
en relación a la igualdad remunerativa entre hombres y mujeres han tornado a cambiar las características que se le eran atribuidas por
es la dación de la Ley N° 30709, ley que prohíbe la discriminación siglos, ello en base a que asume una nueva posición, aplicando nuevas
remunerativa entre varones y mujeres , además recientemente se estrategias y políticas dentro de su empresa y con sus trabajadores.
aprobó también el Reglamento de dicha norma , lo que busca esta La perspectiva político-social que en muchos casos no es abordada
norma es reducir la brecha salarial entre hombres y mujeres que en por el Estado o simplemente es desarrollada de forma limitada, ha sido
nuestro país aún está latente. Para ello, no solo determina la norma, tomada en cuenta porlos empleadores en estos últimos años, pues
la prohibición de discriminación salarial mediante causas no objetivas han internalizado que para ser competitivas y poder tener resultados
sino también establece obligaciones para las empresas tales como óptimos en este mercado globalizado deben captar y retener los
contar con un cuadro de categoría y funciones, poseer una política mejores talentos . Un talento bien llevado es un gran diferencial que
salarial la cual debe ser comunicada a los trabajadores, demostrar tendrá una empresa a comparación de otra.
el cumplimiento de requisitos objetivos para el ascenso, fijar las El desarrollar políticas sociales y de constante diálogo social dentro
remuneraciones sin discriminación, garantizar igualdad en los planes de cada empresa permitirá no sólo mejorar la imagen institucional de
de formación profesional a todos los trabajadores sin ninguna forma de cada empresa a nivel nacional e internacional, sino que dichas acciones
exclusión por sexo y además de lo mencionado dicha norma señala que
se debe de garantizar la prevención y sanción hostigamiento sexual en
el centro de trabajo así como propiciar un trato digno y clima laboral de
respeto y no discriminación.
Pero todas estas obligaciones determinadas por parte del estado a las
71
tendrán efectos en sus trabajadores los cuales estarán satisfechos y importantísima es el desarrollo de la negociación colectiva, que
cuyos resultados se verán reflejados en la productividad de la empresa, lamentablemente no es muy desarrollada en Perú y en muchos países
además que garantiza gestiones empresariales transparentes. Asumir de América Latina, aún queda mucho camino por recorrer y se necesita
una postura de no discriminación remunerativa permitirá mayor la participación de todos los actores y agentes, es tarea difícil pero no
eficiencia entre todos los trabajadores, forjará una buena imagen imposible.
empresarial y se evitará además ir a los tribunales.
La existencia de distintos tipos de empresas desde las grandes hasta REFERENCIAS BIBLIOGR ÁFICAS:
las micro a pequeñas empresas las cuales se diferencian por el capital • ALONSO OLEA, Manuel. Introducción al derecho del trabajo. Civitas,
económico que manejan, evidencian que estas últimas no apliquen Madrid, 1994.
o apliquen de manera incompleta políticas sociales debido al poco • ALONSO OLEA, Manuel y María Emilia CASAS BA AMONDE. Derecho del
capital que poseen aunado al marco tributario impuesto, es que trabajo. 18° edición. Civitas, Madrid, 2000.
las mismas a la larga se convierten en informales o simplemente no
• AMPARO DE FUERTES, Victoria. Discriminación e Igualdad de
deciden formalizarse si se encuentran en el terreno de la informalidad; oportunidades en el acceso al empleo. En: Los principios del Derecho del Trabajo
es por ello que es necesaria la participación del Estado, impulsar a en el Derecho Peruano. Libro homenaje al profesor Américo Plá Rodríguez. 2°
estos empleadores a la formalización sin que ello signifique el recorte edición, Grijley, Lima, 2009.
de los derechos laborales de sus trabajadores. Como se ha mencionado • ARCE ORTIZ, Elmer G. Derecho individual del trabajo en el Perú. Desafíos y
precedentemente la informalidad trunca no sólo la igualdad salarial, deficiencias .1° edición. Palestra Editores, Lima, 2008.
sino que además es campo de la vulneración de los derechos laborales, • BLANCAS BUSTAMANTE, Carlos. La cláusula de Estado Social en la
siendo la informalidad uno de los grandes problemas que tiene el Perú. Constitución. Análisis de los derechos fundamentales laborales. Pontificia
En el Perú, ante la normativa vigente ya expuesta, se encuentran Universidad Católica del Perú, Lima, 2011.
en la obligación todas las empresas de contar con un cuadro de • OELZ, Martin; OLNEY, Shauna y TOMEI, Manuela. Igualdad salarial: Guía
categorías y funciones, esta obligación impuesta por la Ley 30709 introductoria. 1° edición. OIT, Ginebra, 2013.
ocasiona tres supuestos: i) aquellas empresas que ya contaban con • OIT. Igualdad de remuneración – Activador fundamental de la igualdad
son cuadro de categorías y funciones antes de la promulgación de la de género. 2015. Consultado el día 26/09/2018 [en línea][en formato pdf].
norma y son compatibles con la misma, dicho cuadro se conserva. ii) Disponible en: https://www.ilo.org/wcmsp5/groups/public/@dgreports/@
gender/documents/briefingnote/wcms_ 438286.pdf
en caso de incompatibilidad, las empresas deben adecuar su cuadro
de categorías y funciones a lo determinado en la norma mencionada. • PALOMEQUE LÓPEZ, Manuel Carlos y ÁLVAREZ DE LA ROSA, Manuel.
Derecho del Trabajo. 18° edición. Editorial Universitaria Ramón Areces,
iii) las empresas que no tuvieran cuadro de categorías y funciones,
Madrid, 2010.
tienen que elaborar dentro de los 180 días de entrada en vigencia la
norma.Cabe precisar que las obligaciones impuesta en la Ley 30709 • PLÁ RODRÍGUEZ, Américo. Los Principios del Derecho del Trabajo. 3°
edición. De Palma. Buenos Aires, 1998.
y su reglamento son objeto de fiscalización y de no cumplir como ya
se desarrolló anteriormente (no contar un cuadro de categorías y • TOYAMA MIYAGUSUKU, Jorge. Derecho Individual del Trabajo. 1° edición.
Gaceta Jurídica, Lima, 2011.
funciones o no informar la política salarial) son pasibles de sanción
tal como está determinado en el artículo 48 del Decreto Supremo • VIDA SORIA, José, José Luis MONEREO PÉREZ y Cristóbal MOLINA
NAVARRETE. Manual de derecho del trabajo. Comares, Granada, 2003.
N° 015-2017-TR, que modifica el Reglamento de la Ley General de
Inspección del Trabajo y que van desde 2,25 a 45 UIT si se tratan de • VINATEA RECOBA, Luis y TOYAMA MIYAGUSUKU, Jorge. De la Igualdad
empresas No Mypes (mediana y gran empresa), de 0,77 a 7,65 UIT Salarial de Género hacia una Igualdad en General. En: Soluciones Laborales.
si son pequeñas empresas y de 0,23 a 0,68 UIT si el infractor es una Año 11 / N° 123. Gaceta Jurídica. Lima, 2018.
microempresa . Además de las multas también como sanciones se tiene
el cierre temporal del local hasta por un año, todo ello sin perjuicio de
indemnizar a los trabajadores afectados.
Más allá de las multas impuestas a las empresas, las mismas deben
internalizar que el tema de igualdad remunerativa y la prohibición de
diferenciaciones o preferencias por criterios no objetivos deben ser
políticas propias de la empresa y que el desarrollo de las mismas en
el centro laboral traerán beneficios positivos tantos internos como
externos para la empresa.

5. REFLEXIONES FINALES
La remuneración debe ser entendida desde todas las perspectivas
que la conforman, tales como la económica, jurídica y político-social,
estas deben formar en conjunto el concepto de remuneración. La
remuneración es un derecho fundamental ello se basa en la naturaleza
humana y la relación con la dignidad del hombre. La igualdad
remunerativa como fin inmediato busca la no discriminación salarial
de los trabajadores por trabajo igual o similar realizado y como fin
mediato, lograr la ansiada paz social, pues constituye pilar fundamental
de una justicia social. La diferencia salarial entre trabajadores solo
puede darse por razones objetivas, el no hacerlo implica ya una
discriminación.
El Estado toma un rol importante en este sentido, siendo que no solo
debe regular y establecer normas para evitar la desigualdad salarial
sino elaborar programas y políticas de igualdad remunerativa, actuar
de manera responsable y de manera conjunta con las organizaciones
de empleadores y trabajadores.
Mientras que los empleadores y el rol que asumen en estos últimos
años es totalmente disímil a las que poseían en épocas pasadas, pues
poco a poco se está internalizando en las empresas el factor humano,
el cual es diferencial en cada empresa; convirtiéndolas en competitivas
y obteniendo mejores resultados en el mercado. Es por ello que,
en muchos casos, cuando el Estado no cumple un rol adecuado,
dicha responsabilidad está siendo asumida por las empresas, sin
embargo, aún existen empresas que no quieren asumir un rol social
y aún se sigue vulnerando los derechos de muchos trabajadores.
Los trabajadores también tienen que ser agentes activos en este
proceso para lograr una igualdad remunerativa tanto formulando sus
denuncias ante la autoridad correspondiente o iniciando un proceso
judicial de homologación de remuneración, también una herramienta
72
Crítica al desarrollo legislativo de la y sus normativas derivadas, ya existían antecedentes normativo-
Igualdad Salarial en el Ordenamiento jurídico que brindaban una banda de protección y acción para eliminar
esta brecha existente y promulgar la igualdad de oportunidades
Peruano: Ley 30709, “Ley que prohíbe la entre hombres y mujeres, no obstante, estos no eran utilizados ni
discriminación remunerativa” defendidos, toda vez que existe falencia en la educación de estos
Ccantu Stefany Osorio Velarde derechos y principios.
Sección de Jóvenes Juristas de la Sociedad Peruana
del Derecho al Trabajo y Seguridad Social Derecho a la igualdad y derecho al trabajo
La igualdad salarial entre hombres y mujeres tiene 2 derechos
Introducción fundamentales relacionados entre sí, el derecho a la igualdad y el derecho
al trabajo. Cabe señalar que los derechos fundamentales laborales son
En nuestro país, son las partes quienes deciden y crean las condiciones
aquellos derechos de alcance universal, aplicables a todas las personas
de la relación laboral mientras se respeten los pisos mínimos
por su sola condición de tal, trabajadores, llamados también derechos
establecidos por las normas jurídicas. Entre estas condiciones se
laborales de naturaleza inespecífica (PALOMEQUE), los cuales
encuentra la determinación de la remuneración que podrán percibir
son indisponibles y merecen una protección total del ordenamiento
los trabajadores o las trabajadoras. En efecto, la brecha salarial entre
jurídico.
hombres y mujeres, se fundamenta cuando el sexo es un factor
determinante a la hora de determinar salarios. Estos derechos se basan en los principios consagrados tanto en
la Declaración de derechos humanos, la Declaración de 1998 de
A propósito de un contexto socio-político imperante en el mundo –OIT:
la Organización Internacional del Trabajo (OIT), así como los
Informe mundial sobre salarios 2008-, y ante las recomendaciones de
mencionados en las Constituciones o cartas magnas de cada país,
la Organización Internacional del Trabajo (OIT), nuestro país, a partir
en nuestro caso, en la Constitución Política del Perú, siendo que su
del año 2008, inició con una campaña de desarrollo legislativo sobre
actual intérprete, el Tribunal Constitucional, podrá agregar o acotar
la igualdad de oportunidades – entre ellos, la igualdad remunerativa
mayores derecho fundamentales laborales para defender la “dignidad
entre hombres y mujeres, culminando con la emisión de la Ley 30709,
del trabajador”.
“Ley que prohíbe la discriminación remunerativa”, su Reglamento, así
como otros protocolos y guías de referencia para la implementación de Asimismo, el artículo 23° de la Constitución política del Perú de
las obligaciones contenidas en las normas antes referidas. 1993 señala: “(…) ninguna relación laboral puede limitar el ejercicio
de los derechos constitucionales, ni desconocer o rebajar la dignidad
Cabe señalar que el Perú habría suscrito tratados y convenios
del trabajador (…)”. Asimismo, ello ha sido ratificado por el Tribunal
internacionales con anterioridad que hablaban sobre la no
Constitucional, máximo intérprete de la constitución. Este Tribunal
discriminación (Convenio 101 OIT), igualdad remunerativa
ha precisado que “(…) este derecho –igualdad- no garantiza que
(Convenio 100 OIT), así como nuestra carta magna salvaguardaba el
todos seamos tratados igual siempre y en todos los casos. Puesto que
derecho a la igualdad de oportunidades vinculado al derecho al trabajo
la igualdad presupone el trato igual a lo que es igual y desigual a lo
y sus derivados, normas de rango legal como la Ley de Productividad
que no lo es, hemos afirmado que su programa normativo admite la
y Competitividad Laboral, y reglamentos varios. Asimismo, desde
realización de tratos diferenciados (..)
tiempo atrás, en nuestro ordenamiento jurídico imperaban 2 teorías:
igual remuneración por igual trabajo, e igual remuneración por trabajo En efecto, el Derecho a la Igualdad- en su faceta a la no discriminación
de igual valor. en el Empleo- se ha convertido en un principio y luego en derecho
transversal de todo el ordenamiento jurídico. Asimismo, el principio
La universal igualdad entre mujeres y hombres es un principio jurídico
de no discriminación podría definirse como aquel principio que tiene
universal reconocido en convenios internacionales. El principio hace
por objeto garantizar la igualdad de trato entre los individuos, es decir,
referencia a los derechos y responsabilidades que como seres humanos
vela por la igualdad de derechos y la dignidad de todas las personas.
tenemos todas las personas, lo que implica dar las mismas condiciones,
trato y oportunidades sin distinción de clase, sexo, edad, creencias, La Constitución Política del Perú en el inciso 2° de su artículo 2° señala
etnia o cultura. que: “toda persona tiene derecho a la igualdad ante la ley. Nadie debe
ser discriminado por motivo de origen, raza, sexo, idioma, religión,
Es mi opinión que el desarrollo legislativo era innecesario e ineficaz
opinión, condición económica o de cualquier otra índole.” Como
pues continua persiguiendo una tradición legalista de nuestro sistema
resultado, tenemos que nuestra Carta Magna reconoce el derecho
jurídico que se aleja del planteamiento de los principios y derechos
a la igualdad y prohíbe todo tipo de discriminación en motivos
fundamentales primordialmente resguardados por otros países y el
determinados o posibles de ser determinados – origen, raza, sexo,
nuestro. Lejos de solucionar un problema de índole social, mantiene
cualquier otra índole, entre otros.
las brechas, y crea nuevas formas de discriminación pues siendo un
país que se basa en la literalidad de la norma para su aplicación, tiende Ante ello, podemos entender que el acto de “discriminar” lleva consigo
a existir una interpretación errónea y equivocada de la Ley 30709 y un acto común de diferenciar; y, que esta distinción o diferenciación
sus derivadas. Su desarrollo evidencia un tremendo sesgo político y tiene una calificación peyorativa o negativa, un trato vejatorio que
no jurídico. además debe referirse a un motivo prohibido. No obstante, la doctrina
ha mencionado en distintas ocasiones que eso no basta, pues además
Sin desmerecer las recomendaciones de la OIT y la intención del
de este trato vejatorio, dicho acto de discriminación no debe estar
estado peruano por eliminar una brecha de genero existente,
justificado en causas objetivas, razonables y proporcionales, ya que no
debió poner énfasis en la creación de criterios jurisprudenciales,
toda desigualdad o distinción es un acto de discriminación.
interpretación de derechos fundamentales y principios a través del
Tribunal Constitucional, supremo interprete de nuestra carta magna, Cabe señalar que según nuestra Constitución Política del Perú de
brindar igualdad de oportunidades a ambos géneros para el desarrollo 1993, el término de igualdad tiene 3 manifestaciones: (i) igualdad
de sus responsabilidades familiares de manera compatible para el ante la ley, (ii) igualdad en la aplicación de la ley; y, (iii) igualdad de
potenciamiento del desarrollo profesional de ambas partes, así como oportunidades.La discusión primordial se encuentra respecto a la
una mirada a este problema desde la educación como alternativa de igualdad de oportunidades, establecida en nuestra Carta Magna, que
solución. trataremos más adelante.

Estado situacional Normativa internacional aplicable


Estudios realizados por la Organización Internacional del Trabajo Nuestro ordenamiento jurídico no sólo se circunscribe al ámbito
señalan que, en el Perú, las mujeres ganan aproximadamente 32% nacional sino al internacional también. En efecto, en el caso del
menos que los hombres. bloque normativo relacionado con la igualdad salarial –en específico
el derecho a la igualdad y no discriminación y el derecho al trabajo,
Un reciente estudio del Instituto Nacional de Estadística e Informática
derechos fundamentales-, tiene sus inicios con el Tratado de Versalles,
(INEI) reveló que en el Perú el ingreso promedio de las mujeres
hasta la publicación de la Ley 30709, su reglamento y normas
representa solo el 67.4% en comparación con el ingreso promedio
complementarias.
de los varones, es decir, la diferencia ascendería aproximadamente a
S/673.10, llegando a incrementarse hasta un 30% más en los estratos Actualmente, el objetivo principal de la OIT es promover el trabajo
profesionales y en los puestos de trabajo de mayor responsabilidad. En
términos sencillos, INEI señala que por cada sol que gana un hombre,
una mujer recibe S/ 0.74.
En el Perú, antes del año 2018, periodo en el cual se emitió la Ley 30709
73
decente para las mujeres. Por trabajo decente se entiende un trabajo remuneración por igual trabajo” así como, “igual remuneración por
productivo y adecuadamente remunerado, ejercido en condiciones de trabajo de igual valor”, utilizados en tales instrumentos, la cual implica
libertad, equidad, seguridad y dignidad humana. Para la consecución una evaluación de las diferenciaciones salariales entre el trabajador
de ese objetivo se debe otorgar a las mujeres trabajadores una especial “diferenciado” y sus homólogos, en aras de identificar si existen
atención ya que ellas están en desventaja en muchos aspectos . Esto razones objetivas para dicha diferenciación. En el caso de la teoría de
significa también un trabajo libre de discriminación. En tal sentido, “igual remuneración por trabajo de igual valor”, la cual permite las
avanzar en la agenda de trabajo decente en la OIT para las mujeres diferencias salariales respecto a trabajos que no son iguales.
implicaría lo siguiente: Sobre este tema, la Comisión de Expertos sobre la Aplicación de
i) Especial atención a la protección a la maternidad. No puede Convenios Y Recomendaciones de la OIT, publicó en el 2007 un
existir igualdad de oportunidades entre hombres y mujeres en el informe que versa sobre la teoría de trabajo por igual valor. La comisión
trabajo sin una adecuada protección a la maternidad y el derecho señala que esta teoría busca eliminar los estereotipos relativos a las
de las mujeres a no ser discriminadas en el mundo laboral por aspiraciones, preferencias y capacidades de las mujeres, que crean
factores asociados a su capacidad reproductiva. distinciones arbitrarias y discriminadoras en la remuneración de las
ii) Aumentar sus posibilidades de acceso al trabajo remunerado y mujeres frente a los hombres.
oportunidades de generación de ingreso. Cabe señalar que la normativa internacional es parte del derecho
iii) Disminuir la invisibilidad del trabajo de las mujeres realizado nacional, en base a la lectura en conjunto de los artículos 3°, 55 de
en diversas esferas no reconocidas. la Constitución Política del Perú, y la Cuarta Disposición Final y
Transitoria, en cual menciona que serán parte de la normativa aplicable
iv) Mejorar la calidad de los empleos de las mujeres. a nuestro estado, en tanto los convenios o tratados se encuentren
v) Presencia efectiva en los mecanismos de diálogo social, lo cual debidamente ratificados.
implica incorporar a las mujeres en las estructuras de organización
y representación, así como los temas de género.
Normativa nacional aplicable
Con la emisión de la Constitución Política del Perú de 1993, en el
Asimismo, uno de los temas centrales de la IV Cumbre de las Américas artículo 26 establece como uno de los objetivos del derecho al trabajo,
(Mar del Plata, noviembre de 2005) – en la cual participó el Perú- fue la igualdad de oportunidades. Es decir, el Estado tiene el deber de ir
la promoción de igualdad de género y el combate a la discriminación, más allá de la verificación de igualdad formal en una situación similar
señalando lo siguiente: para un colectivo general, pretende alcanzar la igualdad sustancial.
a) Eliminar la discriminación de las mujeres en el trabajo a través Ello presupone la existencia de igualdad de trabajo.
de, entre otros, la implementación de una serie de políticas que
incrementen el acceso de las mujeres a trabajo decente, digno, y
productivo, incluyendo políticas de capacitación y educación, y la
protección de los derechos de la mujeres, y políticas proactivas que
aseguren que el hombre y la mujer gocen de igualdad en el lugar de
trabajo.
b) Asegurar acceso equitativo a hombres y mujeres a los beneficios
de protección social y a la atención a los temas de género en las
políticas laborales y sociales.
c) Implementar políticas que aseguren igual remuneración para
igual trabajo, o según corresponda para trabajo de igual valor .

Desde la aparición de la Organización Internacional del Trabajo (OIT)


y la declaración del Tratado de Versalles en 1919, se refuerza con la Nuestra normativa señala que existen 02 teorías:
emisión de 2 importantes Convenios de la OIT, Convenio N° 100, • Pago igual por trabajo igual lo cual supone la identidad de
sobre igualdad de remuneraciones –ratificado por el Estado peruano funciones gatilla el pago igual, con la dificultad principal de
en 1960-, y Convenio N° 111, sobre no discriminación –ratificado en determinar cuando 2 trabajos son iguales.
1970-.
• Pago igual por trabajo de igual valor lo cual supone trabajos
La Declaración de la OIT de 1998 relativa a los principios y derechos distintos pero de igual valor, es decir, las diferencias se permiten
fundamentales en el trabajo establece que todos los Estados miembros cuando existen diferencias en el valor del trabajo. La dificultad
tienen la obligación de respetar, promover y cumplir los principios principal determinar el valor de un trabajo, mediante la evaluación
relativos a los derechos fundamentales, hayan ratificado o no los de puesto de trabajo, asignando un valor numérico (capacidades
Convenios pertinentes. Estos derechos incluyen la eliminación de la y cualificaciones –educación, formación, experiencia-,
discriminación en materia de empleo. responsabilidad, esfuerzo y condiciones de trabajo). En conclusión,
Asimismo, la Declaración sobre la justicia social para una globalización empleos diferentes que tienen el mismo valor, determinan un pago
equitativa de 2008 afirma que la igualdad de género y la no igual.
discriminación son principios transversales del Programa de Trabajo
Decente de la OIT.
Con fecha 16 de marzo de 2007, se publicó la Ley 28983, Ley de
Por otro lado, en el Convenio N° 100 –ratificado por el estado peruano-, igualdad de oportunidades entre hombres y mujeres, Tiene por objeto
sobre igualdad de remuneraciones establece como obligaciones de establecer el marco normativo, institucional y de políticas públicas
todo estado miembro, la promoción y garantía de la aplicación a todos en los ámbitos nacional, regional y local, para garantizar a mujeres
los trabajadores del principio de igualdad de remuneración entre la y hombres el ejercicio de sus derechos a la igualdad, dignidad, libre
mano de obra masculina y la mano de obra femenina por un trabajo desarrollo, bienestar y autonomía, impidiendo la discriminación en
de igual valor. Asimismo, el Convenio N° 111 sobre no discriminación todas las esferas de su vida, pública y privada, propendiendo a la plena
señala en su artículo 1, establece la definición de discriminación como igualdad. Bajo esta ley se establece el rol del estado de promover,
cualquier distinción, exclusión o preferencia basada en motivos de garantizar la igualdad de oportunidades entre mujeres y hombres,
sexo – por ejemplo- que tenga por efecto anular o alterar la igualdad de adoptando todas las medidas necesarias para remover los obstáculos
oportunidades o de trato en el empleo y la ocupación. que impidan el ejercicio pleno de su derecho.
Por su parte, la Declaración Universal de Derecho Humanos refiere en En base a la creciente oleada de normativa sobre igualdad entre
el artículo 23° el derecho de la persona al trabajo, su libre elección, a hombres y mujeres, se emite el plan nacional de genero 2012-2017, el
condiciones equitativas y satisfactorias así como la protección contra cual es un instrumento cuyo objetivo es “transversalizar” el enfoque de
el desempleo. Asimismo, señala que “toda persona tiene derecho, sin género en las políticas públicas del estado, en sus niveles de gobierno,
discriminación alguna, a igual salario por trabajo igual” garantizando la igualdad y efectiva protección de derechos, la no
Y, por último, el Protocolo Adicional de la Convención Americana sobre discriminación y el pleno desarrollo de sus potencialidades. Mediante
Derechos Humanos en materia de Derechos Económicos, Sociales
y Culturales establece la obligación de los Estados de garantizar “un
salario equitativo igual” por trabajo igual.
Estas normativas internacionales destacan 2 teorías: “igual
74
este plan, se busca implementar la inserción de las mujeres y los grupos sujeto a modalidad llegara a su fin, no obstante, la causa objetiva de
de especial protección de empleos formales y productivos a través de contratación temporal no hubiese culminado, no se podrá finalizar
los programas o servicios sectoriales con énfasis en las personas en la relación laboral por fin del plazo estipulado. Asimismo, cualquier
condiciones de pobreza extrema. En el caso de las mujeres, además del despido durante dicho periodo será considerado discriminatorio salvo
plan nacional de igualdad de género, se creó el plan nacional contra la prueba en contrario.
violencia de género. Esta regulación se encuentra diseñada para amparar el respeto y no
Cabe señalar que aún sigue en discusión la emisión de un plan sectorial discriminación entre hombres y mujeres, así como la compatibilidad
para la igualdad y la no discriminación en el empleo y la ocupación o conciliación de la vida personal, familiar y laboral. No obstante, ya
2018-2021, el cual busca garantizar a las mujeres y a los grupos de existían principios y derechos que regulan, de manera amplia estas
especial protección, igualdad de condiciones en el ejercicio efectivo de condiciones de trabajo decente. Por ejemplo, en el caso del punto 4,
sus derechos al acceso, permanencia y salida del mercado laboral y al sobre la causalización del despido o no renovación del contrato de
desarrollo de su potencial productivo. trabajo a plazo fijo de una madre trabajadora, gestante o en periodo
Desde el punto de vista de la jurisprudencia judicial y administrativa, de lactancia, la Ley de Productividad y Competitividad Laboral,
tanto el Poder Judicial como la Superintendencia Nacional de aprobada por D.S. N° 003-97-TR, ya establecía estos casos como
Fiscalización Laboral (SUNAFIL) reconocen y aplican la regla de pago nulos por motivos discriminatorios, y/o la Constitución Política del
igual por trabajo igual, no obstante, y a pesar de que la teoría de pago Perú, establecía las bases para la defensa de este grupo especial de
igual por trabajo de igual valor se encuentra reconocida por nuestra trabajadoras.
normativa, ésta no es aplicada en nuestro país.
En el presente contexto jurídico normativo, se emite la Ley N° 30709, Regulación nueva y relevante
Ley que prohíbe la discriminación remunerativa, normativa que Como normas complementarias, el Ministerio de Trabajo y Promoción
únicamente replicaba lo anteriormente normado, en el contexto de del empleo ha elaborado una guía o manual para implementar
una problemática social imperante así como ante las exigencias de una las medidas de igualdad salarial dentro de las organizaciones. En
OIT que propiciaba el desarrollo legislativo, más no el de una cultura dicho documento se señala la creación de un órgano de la empresa
de educación de igualdad de oportunidades entre hombres y mujeres. denominado “Comité de Igualdad Salarial”, que representará tanto
Ley N° 30709, reglamento y normas complementarias a la entidad empleadora como a las trabajadoras y trabajadores,
El 26 de diciembre de 2017, se promulgó la Ley N° 30709, Ley que garantizando la presencia y equipamiento de hombres y mujeres, y el
prohíbe la discriminación remunerativa entre varones y mujeres. Para cual se encargará de llevar a cabo lo siguiente:
ello, la presente norma señala la necesidad de determinar categorías, 1) Identificar puestos de trabajo: En el Manual de organización y
funciones y remuneraciones que permitan la ejecución del principio de funciones, o detalle de los puestos de trabajo se deberá evitar que un
igual remuneración por igual trabajo, principio que, como ya habíamos título o nombre de puesto de trabajo agrupe a puestos distintos, o que
mencionado, ya se encontraba legislado.En dicha norma se reiteraba la exista más de un título o nombre de puestos que puedan ser agrupados
prohibición de incurrir en discriminación por razón de sexo (directa dentro de uno solo.
o indirecta), manteniéndose la teoría expresada de “pago igual por 2) Determinar el género de los puestos o su predominante: Para ello
trabajo igual”, así como, la teoría de pago igual por trabajador de igual se deberá señalar el porcentaje de hombres y mujeres en los puestos,
valor, incluyéndose un concepto amplio de remuneración –cualquier siendo que donde exista un mayor porcentaje de uno u otro género,
tipo de ingreso-. podrá ser catalogado como de hombre o mujer, evaluar la evolución
Acto seguido, en el 2019, se promulgó el reglamento de dicha norma histórica del puesto para determinar si es femenino o masculino, y,
–Decreto Supremo N° 002-2018-TR- que señala las siguientes estereotipos vinculados al puesto. Si la combinación de estos 3 criterios
obligaciones.De no cumplir con alguna de estas obligaciones, podrían no identifica claramente a un puesto como de género masculino o
ser calificadas como infracciones muy graves por la Autoridad femenino, estaríamos ante un puesto neutro.
de Trabajo, siendo acreedoras a la imposición de una multa cuyo 3) Valorizar los puestos de trabajo: Se optará por un sistema de
valor dependerá de la cantidad de trabajadoras afectadas. Así, las evaluación de puntos por factor en función a calificaciones o
obligaciones repetitivasestablecidas por la presente normativa, son las competencias (educación o calificación académica, experiencia
siguientes: laboral, habilidades cognitivas, iniciativa e independencia, habilidades
1. Obligación de categorizar los puestos de trabajo.- El empleador comunicativas), esfuerzos (mentales o emocionales, físicos),
deberá evaluar y agrupar los puestos de trabajo en cuadros de responsabilidades (en el manejo del personal, en aspectos financieros
categorías y funciones aplicando criterios objetivos, en base a las o contables, en la prestación de servicios, sobre activos y equipos de
tareas que realizan, a las aptitudes necesarias para realizarlas y al perfil la organización), condiciones en que se realiza el trabajo (riesgos y
del puesto. Ello deberá realizar sin perjuicio de que las actividades condiciones). Esto ayudará a erradicar los prejuicios o estereotipos de
realizadas seas distintas. género.
La evaluación objetiva de los empleos se llevará a cabo por medio 4) Comparar y calcular brechas: Se deberá comparar aquellos puestos
de cualquier metodología que elija el empleador, mientras no exista que son predominante femeninos con los masculinos con el objetivo
discriminación directa o indirecta por motivo de sexo. de comprobar si entre ellos existen diferencias remunerativas que no
2. Obligación de establecer categorías salariales o políticas encuentran justificación. Esto deberá ser corregido.
remunerativas.- Existe la obligación de establecer categorías salariales 5) Implementar medidas para eliminar la brecha salarial: Se deberá
o políticas remunerativas sin incurrir en discriminación directa o implementar un plan para eliminar esta brecha salarial como por
indirecta por motivo de sexo. En caso se alegue esta discriminación ejemplo un plan de igualdad salarial que como mínimo contenga
directa o indirecta por motivo de sexo, el empleador acreditará que un diagnóstico de las brechas de género existentes, métodos para ir
los puestos de trabajo no son iguales y/o no tienen el mismo valor. corrigiendo dichas brechas, cronogramas y planificación del reajuste de
Por excepción los trabajadores pertenecientes a una misma categoría los salarios y medidas correctivas, formas de supervisión y monitoreo
podrán percibir remuneraciones diferentes, cuando dichas diferencias de implementación del plan.
se encuentren justificadas en criterios objetivos como antigüedad, Cabe señalar que en los documentos complementarios emitidos por
desempeño, negociación colectiva, escasez de oferta de mano de obra la Autoridad del Trabajo en virtud a la Ley de igualdad salarial, se
calificada para un puesto determinado, costo de vida, experiencia establece la creación de un comité de igualdad salarial, conformado
laboral, perfil académico o educativo, desempeño, el lugar de trabajo, por un representante de la empresa como de los trabajadores,
entre otros. garantizándose la presencia equitativa de hombres y mujeres, que
3. Comunicación de la política salarial.- La norma señala que el deberá participar en la implementación del cuadro de categorías y
empleador debe cumplir con informar a sus trabajadores sobre la funciones.
política salarial o remunerativa implementada, así como los criterios de No obstante, la conformación de este comité es una recomendación
las evaluaciones de desempeño o de otro tipo que tengan impacto en sus de la Autoridad del Trabajo, y por tanto, el empleador no está
remuneraciones. Esta información debe proporcionarse al momento obligado a implementarlo, ni se establece en la normativa vigente, un
del ingreso del trabajador, cuando se produzca una modificación de procedimiento sobre cómo hacerlo.
la categoría ocupacional a la que pertenece el trabajador y cuando
se efectúe una modificación del esquema de remuneración que les
aplique según la política remunerativa.
4. Contratación de personal.- Si una trabajadora se encontrara
dentro del periodo de gestación o lactancia y su contrato a plazo fijo
75
Conclusiones Igualdad de género y la situación
Tal y como mencionamos anteriormente, la implementación de la actual en el Derecho del Trabajo
Ley N°30709, no ha significado el primer paso la regulación de un “El trabajo en sus diversas formas gozará de la protección de las leyes,
derecho del trabajo más equitativo, con igualdad de oportunidades y las que asegurarán al trabajador: condiciones dignas y equitativas de
sin discriminación, en el cual el género no sea un factor limitante para labor, jornada limitada; descanso y vacaciones pagados; retribución
ejercer los derechos. Como hemos podido observar, existía normativa justa; salario mínimo vital móvil; igual remuneración por igual tarea
legal vigente, tanto nacional como internacional, que establecía (…)”.
principios y derechos que, defendían y protegían la igualdad en el
trabajo entre hombres y mujeres. (Artículo 14 bis, Constitución de la Nación Argentina).
No era necesaria el desarrollo legislativo, bastaba con la implementación Brunelli, Cecilia
del sistema de gestión de equidad -es un trabajo conjunto entre el área
legal y de Recursos Humanos (RRHH)-, mediante la elaboración Introducción
de protocolos que dieran cuenta de posibles formas o métodos de
aplicación de dicho sistema. Esto último es un hecho rescatable de la En el marco de una nueva conmemoración del Día Internacional de
reciente regulación, toda vez que se brinda alternativas y herramientas la Mujer, las noticias y publicaciones especializadas pusieron de
a manera de ejemplo –guías- para la implementación de este sistema manifiesto, una vez más, la existencia de una brecha sostenida de
de gestión. desigualdad en la inserción laboral de las mujeres y sus retribuciones.
En este contexto, es claro que la igualdad de género está lejos de ser
una realidad inminente. Reiteradamente se sostienen los mismos
indicadores: falta de equidad, brecha salarial, escasa participación en
Bibliografía puestos jerárquicos, desempleo, empleo no registrado, entre otros que
ABR AMOS Laís. Trabajo decente y equidad de género en América Latina. se repiten cada año.
Santiago de Chile: OIT, 2006.
La Organización Internacional del Trabajo admitió que la brecha de
EPIC: Equal Pay International Coalition. What is Iceland doing to reduce género no se ha reducido de una forma significativa en más de 20 años,
the gender pay gap?.En: https://www.equalpayinternationalcoalition.org/ con relación a indicadores esenciales del mercado de trabajo. En igual
members/iceland/ Revisado el 28 de junio de 2019
sentido, de acuerdo con el reporte global sobre el particular del Foro
FERR AJOLI, L. (2010). Derechos y Garantías. La Ley del más débil. (Séptima Económico Mundial, Argentina bajó 13 posiciones en la igualdad entre
Edición ed.). Madrid: Trotta
varones y mujeres en el mundo laboral y económico (se encontraba
INSTITUTO NACIONAL DE ESTADÍSTICA E INFORMÁTICA. El reto en el puesto 101 en 2016 y pasó al 114 en 2018, sobre un total de 144
laboral de la igualdad salarial. En: https://grupoverona.pe/el-reto-laboral-de-
países). Según la misma fuente, la desigualdad o brecha de género
la-igualdad-salarial/. Revisado el 28 de junio de 2019.
tardaría 108 años en cerrarse al ritmo actual.
Marketing, G. R. (2018). Informe sobre la tercerización en el Perú.
El país ha ratificado diversos tratados internacionales y se han dictado
Organización Internacional del Trabajo (OIT). Un paso decisivo hacia la
numerosas normas con el fin de proteger a la mujer, asegurar su ingreso
igualdad de género: En pos de un mejor futuro del trabajo para todos. En:
https://www.ilo.org/global/publications/books/WCMS_674751/lang--es/ al mercado laboral (privado y público, nacional y provincial), promover
index.htm. Revisado en 28 de junio de 2019. la igualdad en el trato y su protección durante períodos específicos
PALOMEQUE, M. C. (1991). Los derechos laborales en la Constitución de su vida, e incluso destinadas a equilibrar los recaudos de la vida
española. Madrid: Centro de Estudios Constitucionales. profesional y aquellas necesidades asociadas al desarrollo personal y
Priori Posada, G., Carrillo Tejada, S., Glave Mavila, C., Perez-Prieto de las
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Vinatea Recoba, L., & Tomaya Miyagusuku, J. (2012). Análisis y Comentarios de vedados por la normativa vigente, lo que produce una necesaria
la Nueva Ley Procesal del Trabajo. Lima: Gaceta Jurídica. revisión del rol que se le ha asignado a la mujer en la normativa laboral.
El análisis se extiende a la existencia o no del denominado “techo de
cristal”, en referencia a una limitación oculta o velada del crecimiento
de las mujeres dentro de las organizaciones y la continua penalización
en el ámbito profesional de la maternidad.
Este es un análisis que se encuentra en evolución, pero cuyo estudio
resulta necesario para avanzar hacia una realidad laboral más
justa, basada en la capacidad y equidad de los participantes, con
independencia de su género.

¿Producción o reproducción? Techo de cristal,


paredes de cristal y feminización de la pobreza
Desde los comienzos del trabajo remunerado, el rol de la mujer se
ha ido modificando. Sin embargo, ciertos prejuicios o estereotipos,
asociados generalmente a costumbres sociales, no han desaparecido
por completo.
Las mujeres usualmente se asociaron a roles de cuidado, atención al
público, tareas domésticas y servicio; mientras que los hombres se
asociaron a roles de liderazgo, autoridad, fuerza y toma de decisiones.
Según numerosas encuestas y mediciones, las mujeres destinan el
doble de tiempo a las tareas del hogar que los hombres. Esto implica
que tienen menos tiempo para estudiar, formarse y trabajar. Asimismo,
esta tarea no es valoradaeconómicamente, por lo que se percibe un
menor aporte de la mujer a la economía de producción.
La legislación y normativa argentina es amplia y positiva en cuanto
a la igualdad entre mujeres y hombres en el trabajo. Empezando por
la consagración constitucional de dicho principio, y continuando
con la ratificación de tres de los cuatro convenios clave de la OIT ,
nuestro país ha hecho grandes avances. Asimismo, la Ley de Contrato
de Trabajo le otorga a la mujer capacidad para celebrar toda clase
de contrato de trabajo, prohibiendo la discriminación en su empleo

76
(artículos 17, 81, 172). Esto se articula con la ley n° 23592 (Medidas Ahora bien, ¿es comprensible la equiparación de la mujer a un menor
Contra Actos Discriminatorios). de 18 años, como lo hace la ley 11.317 (Trabajo de las Mujeres y los
Sin embargo, ello no se traduce directamente en igualdad real, y allí Niños)?
radica el mayor problema. Esta normativa disponía, en sus inicios en el año 1924, que no se
El llamado “techo de cristal” hace referencia a la imposibilidad de las podía ocupar a mujeres en trabajo nocturno, salvo en los servicios
mujeres de acceder a cargos jerárquicos en la misma proporción que los de enfermeras, doméstico y espectáculos públicos nocturnos.
hombres con similares aptitudes. Es una manifestación de segregación Nuevamente, además de una discriminación marcada en el acceso al
vertical. En cuanto a las “paredes de cristal”, se hace referencia a que trabajo, es clara la orientación de la norma, que reconoce únicamente
las mujeres se encuentran relegadas a ciertas áreas no estratégicas los trabajos típicamente “femeninos”.
dentro de las organizaciones o estructuras, más alejadas de la toma Esta norma fue derogada en 1974, con la Ley de Contrato de Trabajo.
de decisiones (segregación horizontal).Esto, claro está, repercute Sin perjuicio de ello, un artículo muy criticado permanece vigente: el
posteriormente en el acceso a cargos de mayor jerarquía. La referencia artículo 11, que equipara a mujeres y niños en la prohibición de acceso
al cristal se debe a la invisibilización de esas dificultades dentro de las a determinadas tareas. Salvo en aquellos casos donde lo que se proteja
organizaciones, e incluso a la imposibilidad de probarlas. es la maternidad, este tipo de normas no tiene asidero ni justificación
Existe además una cierta penalización de la mujer con relación a la alguna.
maternidad, ya que se ha demostrado que existe menor tasa de empleo Por ejemplo, prohíbe la ocupación en los trabajos subterráneos,
entre las mujeres con hijos que entre aquellas que no los tienen. En en la carga o descarga por medio de grúas y en el expendio de
este sentido, la exigencia de dedicación total que admiten muchas bebidas alcohólicas destiladas o fermentadas, y en cualquier local o
empresas en los cargos de alta dirección no es compatible con la dependencia en que se expendan.
maternidad, aumentando las dificultades de acceso para las mujeres Con referencia a la Ley de Contrato de Trabajo, en marzo del año
con hijos. 2018 se presentó un proyecto de Ley de Equidad de Género a fin de
Según una investigación realizada por el programa “Ganar-Ganar” , modificar, entre otros, los artículos 172, 173, 175 y 176. En el Mensaje
las empresas en Argentina se perciben más masculinas que femeninas. al Honorable Congreso de la Nación, se pregunta por la necesidad del
Según una encuesta deD’Alessio IROL , el 70% de los consultados dictado de una nueva ley, respondiendo afirmativamente ya que “a
consideran que es más difícil para una mujer acceder a un puesto pesar de los esfuerzos realizados, la equidad de género laboral no se
de toma de decisiones que para un hombre. Asimismo, el 23% de los ha verificado en la realidad cotidiana del trabajo”. Además, el proyecto
consultados reconocieron preferir ser dirigidos por un hombre. reconoceque los artículos mencionados le dan al género femenino un
En el estereotipo mencionado anteriormente, donde los trabajos tratamiento diferente que resulta “obsoleto e injusto”.
productivos se asocian a lo masculino y los reproductivos a lo Con respecto a la falta de representación en los ambientes de toma de
femenino, los primeros se valoran más que los segundos. decisiones, el cupo femenino ayuda a paliar este tipo de desigualdades.
Aún falta el componente salarial: la brecha en Argentina es, en Sin perjuicio de que, en mi opinión, la existencia de una obligatoriedad
promedio, del 20%. Por otro lado, la consultora Mercer informó que en la contratación de mujeres contribuye a la amplia visión del
la desigualdad salarial de género en la Argentina es del 8% mensual establecimiento de un “sexo débil” que debe ser beneficiado, no
-en todos los niveles jerárquicos- dentro de compañías grandes y es menos cierto que, en un ambiente laboral predominantemente
subsidiarias de multinacionales. Y según la Encuesta Permanente masculino, no queda más remedio que la obligatoriedad.
de Hogares, en los trabajadores informales, la diferencia es del 35%. Un ejemplo de esta necesidad sucedió durante este año en la ciudad
Incluso, es mayor la tasa de no registro entre las mujeres, con motivo de Rosario, donde un directivo sindical manifestó que el cuerpo de la
de la gran cantidad de ellasque se desempeñan en el trabajo en casas mujer no estaba preparado para manejar un colectivo, provocando que
particulares, donde hay una importante falta de registración.Este el Concejo Deliberante de la ciudad estableciera la paridad de género
fenómeno se ha llamado “feminización de la pobreza”. para el ingreso de choferes a las empresas de transporte.
Las mujeres deben trabajar 15 meses para lograr la misma remuneración También se creó el Listado de Mujeres Aspirantes a Choferes de
que los hombres en un año. Estas diferenciasno se deben a ningún Colectivo, con motivo de una resolución judicial donde se ordenó a las
factor objetivo. De hecho, mundialmente, las mujeres se encuentran empresas de transporte público de pasajeros demandadas a contratar
igual o más capacitadas que los hombres en cuanto a educación, por un 30% de conductoras .
lo que esta brecha se explica exclusivamente en las desventajas ya Actualmente, la participación femenina en los sindicatos es obligatoria.
relevadas. Se exige que cada unidad de negociación colectiva de las condiciones
A esto se le suma que las mujeres no cuentan con una representación laborales, deberá contar con la participación proporcional de mujeres
proporcional en los sindicatos y en las organizaciones de empleadores. delegadas en función de la cantidad de trabajadoras de dicha rama
Este fenómeno de infrarrepresentación redunda en menos o actividad, y además, que la representación femenina en los cargos
posibilidades de reducción de esta brecha. electivos y representativos de las asociaciones sindicales sea de un
mínimo del 30%, cuando el número de mujeres alcance o supere
ese porcentual sobre el total de los trabajadores (artículos 1 y 3, Ley
Evolución normativa y participación en la 25674).
negociación colectiva
La presencia de mujeres en la negociación colectiva es un gran
Si bien la normativa en la materia es amplia y protectoria, incluyendo instrumento para la obtención de mejoras.Sin embargo, analizando
convenios internacionales , también algunas normas generan la composición de las autoridades sindicales, podemos ver que en
dificultades producto de la evolución del rol de la mujer en el Derecho varios casos solo se limitan a cumplir con el cupo. Su presencia no
del Trabajo. es proporcional a su incidencia en la fuerza de trabajo, su afiliación o
Por ejemplo, el hecho de que las mujeres tengan la licencia por membresía.
maternidad en forma exclusiva, y los hombres solamente una licencia Por ejemplo, en la actividad del comercio, donde hay un gran porcentaje
de dos días (uno solo de los cuales debe ser hábil), demuestra la de trabajadoras, hay una sola secretaria dentro de las autoridades
designación en forma directa de la mujer como responsable del del secretariado nacional (a cargo de la Secretaría de la Mujer). La
cuidado de los hijos. designación en cargos tradicionalmente considerados “femeninos” es
Asimismo, el artículo 179 de la Ley de Contrato de Trabajo, al también una dificultad notoria (secretaría de la mujer, secretaría de
mencionar las guarderías y salas maternales, menciona exclusivamente actas y archivo, asistencia social), lo que reproduce el “rol” que se le
que deberán habilitarse estos lugares en los establecimientos “donde asigna a la mujer en el mercado de trabajo, que es justamente lo que se
preste servicios el número mínimo de trabajadoras que determine la debería desincentivar.
reglamentación”. No hace mención a los trabajadores en forma general, En el Proyecto de Ley mencionado también se establecen disposiciones
como sí lo hace el artículo 103 bis de la misma norma. para que empleadores y asociaciones sindicales adopten medidas
Otro artículo que es completamente extemporáneo es el n° 174, que concretas en la materia a través de la elaboración de códigos de
sin ninguna justificación que lo amerite, dispone de un descanso de conducta, la adaptación de los estatutos sindicales y acordando
dos horas al mediodía para la mujer, cuando el descanso general para cláusulas convencionales para garantizar el respeto a la igualdad de
almorzar es de una hora.
Por otro lado, es comprensible la inclusión de la prohibición del trabajo
de la mujer en tareas penosas, insalubres o peligrosas (artículo 176),
toda vez que allí se protege la maternidad y la salud de la madre
gestante.
77
género en el interior de la empresa, en el interior de sus organizaciones Bibliografía
y en la aplicación de los convenios colectivos de trabajo. Barca, J. “Desigualdad laboral: las mujeres ganan menos, tienen jornada ‘doble’
Es de esperar, en el marco de una evolución normativa y social, que el y sufren más desempleo”, iProfesional, 08/03/2019. Recuperado de https://
www.iprofesional.com/ economia/287855-desigualdad-discriminacion-
“cupo” se llene de forma natural, conforme las competencias de cada
empleo-Mujeres-en-el-trabajo-salario-mas-bajo-y-jornada-doble
trabajador, pero durante el proceso, las acciones positivas para nivelar
Botto, C. “Mujeres y varones, desiguales también en lo económico”, Ámbito,
la igualdad de oportunidades son necesarias.
05/11/2018. Recuperado de https://www.ambito.com/mujeres-y-varones-
desiguales-tambien-lo-economico-n4038474
Por un futuro mejor Defoix, B. “Las mujeres deben trabajar 15 meses para ganar lo mismo que los
hombres en un año”, Perfil, 09/04/2019. Recuperado de https://www.perfil.
Si bien está lejos de ser un objetivo cumplido, la visión y percepción com/noticias/economia/mujeres-deben-trabajar-1-ano-tres-meses-para-ganar-
del género evoluciona y es una transición que estamos viviendo lo-mismo-que-hombres.phtml
diariamente. La sola instalación del tema en la agenda del país es un
Guadagnoli, Romina S. “Las desigualdades de género como obstáculo del
avance considerable. Trabajo Decente”, Infojus, 2013. Recuperado de http://www.saij.gob.ar/
Estos avances se manifiestantambién en distintas situaciones. Según romina-soledad-guadagnoli-desigualdades-genero-como-obstaculo-trabajo-
un informe de la Organización Internacional del Trabajo (OIT), los decente-dacf130390-2013-12-09/123456789-0abc-defg0930-31fcanirtcod
hombres son cada vez más conscientes de la necesidad de compartir “Informe Mundial sobre Salarios 2018/19: ¿Qué hay detrás de la brecha salarial
ciertas tareas históricamente femeninas. El “rol” del hombre también de género?”, Oficina Internacional del Trabajo, Ginebra. OIT, 2019.
ha significado para ellos un lugar de presión de logro de ciertos “La igualdad de oportunidades entre hombres y mujeres repercute mucho más
objetivos asociados al trabajo y un lugar secundario en la crianza de allá del lugar de trabajo”, OIT, 08/03/2016. Recuperado de https://www.ilo.
sus hijos, entre otras cuestiones, que hoy se está revirtiendo. org/buenosaires/noticias/WCMS_ 459138/lang--es/index.htm
“La mujer en la gestión empresarial: Cobrando impulso en Argentina. Programa
Asimismo, cuando se publica una búsqueda laboral, ya no es usual
GANAR GANAR”, Oficina Internacional del Trabajo, Lima. OIT, 2019.
dirigir la solicitud a un género en particular, o mencionar la “buena
presencia” de las posibles candidatas como requisito excluyente. “La OIT y la igualdad de género”, OIT. Recuperado de https://www.ilo.org/
gender/Aboutus/ ILOandgenderequality/lang--es/index.htm
También es más usual la presencia de mujeres en cargos de jerarquía
y con exposición, no solo en el ámbito privado sino también público. “La verdadera grieta: a las mujeres les cuesta todavía llegar a puestos de
jerarquía”, El Cronista, 08/03/2019. Recuperado de https://www.cronista.
Grandes empresas a nivel mundial manifiestan su intención de ampliar
com/economiapolitica/La-verdadera-grieta-a-las-mujeres-les-cuesta-todavia-
el staff de mujeres en su nómina . llegar-a-puestos-de-jerarquia-20190308-0005.html
Pero esta evolución puede mejorar si va acompañada de políticas de Mensaje N° 38/18 y Proyecto de Ley Equidad de Género e Igualdad de
género acordes para equilibrar las responsabilidades de mujeres y Oportunidades en el Trabajo, 13/03/2018.
hombres en relación al cuidado, como por ejemplo, la implementación “Mujeres en el mercado de trabajo argentino”, Equipo de Mercado de Trabajo,
de mayores flexibilidades horarias, la licencia por maternidad y Dirección General de Estudios Macroeconómicos y Estadísticas Laborales.
paternidad compartida, el trabajo a distancia, la mayor participación de Ministerio de Trabajo, Empleo y Seguridad Social, 2018.
mujeres en instancias de tomas de decisiones dentro de los sindicatos “Por qué las mujeres trabajan más pero las estadísticas no lo reconocen”, Perfil,
y organismos públicos, la derogación de normas discriminatorias, 30/06/2019. Recuperado de https://www.perfil.com/noticias/economia/por-
entre otras. La demanda de mayor tiempo de calidad en la familia, o un que-las-mujeres-trabajan-mas-pero-las-estadisticas-no-lo-reconocen.phtml
mejor balance entre la vida profesional y la personal, no es un reclamo Pozzo, E. “En Argentina, las empresas se perciben más ‘masculinas’ que
de un género en particular. ‘femeninas’”, El Cronista, 20/07/2019. Recuperado de https://www.cronista.
c om/e c onom iap ol it ic a/ E n-A r gent i na-la s- empr esa s- se -p erc ib en-ma s-
Con relación a esto, el Proyecto de Ley de Equidad de Género también masculinas-que-femeninas-20190719-0038.html
prevé mayores licencias para la conciliación del trabajo con la vida
Pozzo, E. “Los datos y las causas detrás de la brecha salarial de género”,
privada y familiar, extendiendo las licencias por nacimiento y adopción
El Cronista, 01/03/2018. Recuperado de https://www.cronista.com/
de hijo, entre otras. También prevé la incorporación de jornada economiapolitica/Los-datos-y-las-causas-detras-de-la-brecha-salarial-de-
reducida para el cuidado de niños y/o niñas. genero-20180301-0087.html
Es claro que la promoción de mejoras y trabajo decente con “Trabajo decente e igualdad de género. Políticas para mejorar el acceso y la
independencia del género es el objetivo primordial, pero en palabras de calidad del empleo de las mujeres en América Latina y el Caribe Santiago”,
GuyRyder (Director General de la OIT), promover el trabajo decente CEPAL, FAO, ONU Mujeres, PNUD. OIT, 2013.
para la mujer “traerá consigo una vida decente para todos”. “Tras el comentario misógino de un dirigente de la UTA, Rosario aprobó la
paridad de género para choferes de colectivo”, Infobae, 23/05/2019. Recuperado
A ello se suma el componente económico beneficioso de estas
de https://www.infobae.com/sociedad/2019/05/23/tras-el-comentario-
políticas: el 41,9% de las empresas argentinas indica que las iniciativas misogino-de-un-dirigente-de-la-uta-rosario-aprobo-la-paridad-de-genero-
en diversidad e igualdad de género contribuyeron a mejorar sus para-choferes-de-colectivo/
resultados (en términos de rentabilidad y productividad), aumentar la “Un paso decisivo hacia la igualdad de género: en pos de un mejor futuro del
capacidad de atracción y retención de talentos. Cuando se percibe que trabajo para todos”, Oficina Internacional del Trabajo, Ginebra. OIT, 2019.
efectivamente las personas más talentosas son las que logran ascender
en las jerarquías organizacionales, más beneficios se perciben.
“Los avances en términos de igualdad de género, además de conllevar
beneficios para las organizaciones, son positivos para la sociedad en
su conjunto. En 2015, Mc Kinsey realizó un estudio en el cual estimó
que si las mujeres participaran en el mercado laboral de forma idéntica
que los varones (sin las brechas en participación, horas trabajadas
y representación en cada sector de actividad), para el año 2025 al
producto interno bruto (PIB) se le sumarían 28 billones de dólares
(un crecimiento del 26 % del producto global respecto al escenario
esperado sin estos cambios).”
Este potencial actualmente se encuentra desaprovechado.Es
imperativo que se eliminen los obstáculos para que las mujeres
puedan crecer, por ello este cambio de paradigma social y cultural
donde la mujer deje de percibirse asociada directamente a ciertas
tareas, viéndose perjudicada exclusivamente por una cuestión de
género, es ya no solamente un compromiso social (objetivo primario)
sino también una deuda de crecimiento económico para nuestro país.
No se trata de solucionar esta deuda solo para las mujeres, sino para el
beneficio de toda la sociedad.

78
Diez años de la Ley de Igualdad de misma remuneración. Es decir, ya no se consideraría que los trabajos
Remuneraciones en Chile: cambiar un sean similares, sino que representen un mismo valor para la empresa”.
poco para que todo siga igual En este sentido explica que para llegar a esta determinación la OIT
ha desarrollado “sistemas de evaluación de los puestos de trabajo, de
José Francisco Castro carácter analítico, que tienen por objeto descomponer los diferentes
contenidos de éstos, para, finalmente, asignarles un determinado
INTRODUCCIÓN valor. Conforme a ello, los puestos de trabajo que resulten con un
mismo valor, deberían contemplar una misma remuneración para su
El 19 de junio de 2009 fue publicada en el Diario Oficial de Chile la Ley
retribución”, análisis en el que se consideran diversos factores objetivos
N° 20.348 que resguarda el derecho a la igualdad en las remuneraciones.
como “la responsabilidad del cargo, las condiciones de trabajo, el
Dicha ley establece que el empleador debe dar cumplimiento al
esfuerzo que implica, y las capacidades técnicas que requiere”.
principio de igualdad de remuneraciones entre hombres y mujeres
que presten un mismo trabajo, no siendo consideradas arbitrarias las Finalmente se limitó la iniciativa legal a igual remuneración por un
diferencias objetivas en las remuneraciones que se funden, entre otras mismo trabajo, lo que fue propuesto en una indicación de la Presidenta
razones, en las capacidades, calificaciones, idoneidad, responsabilidad de la República, para que la norma consagrara el principio de igualdad
o productividad. Se dispone un procedimiento de denuncia, primero de remuneraciones entre hombres y mujeres que presten un mismo
al interior de la empresa y luego en la judicatura laboral a través del trabajo, tal cual fue aprobado.
procedimiento de tutela laboral, con una eventual intervención previa Por otro lado, se restringió el universo de empresas al que le sería
de la Inspección del Trabajo. exigible el registro de los diversos cargos o funciones ejercidos por
Transcurridos diez años desde la entrada en vigencia de la Ley N° sus trabajadores, pasando de todas las empresas que tuvieren 5 o más
20.348, a través del presente trabajo se busca hacer una evaluación trabajadores, a las empresas de 200 o más trabajadores.
crítica del real impacto que ella ha tenido en las relaciones laborales En este último punto, mención aparte merece la intervención de la
en Chile, particularmente en la reducción de la brecha salarial Confederación Nacional de la Micro, Pequeña y Mediana Empresa de
entre hombres y mujeres, y cuál ha sido la efectiva utilización de Chile (CONAPYME), la que se pronunció respecto a lo gravoso que
esta herramienta legal por parte de los trabajadores y trabajadoras. significaría llevar un registro detallado con funciones, fundando dicha
Para ello se realizará un análisis del contenido de dicha ley y se apreciación en que “el tener que consignar funciones y detallarlas
incorporarán cifras estadísticas sobre la materia. Además, se revisará en un registro, limitará considerablemente la utilización del recurso
si esta normativa está acorde a los instrumentos internacionales humano, que en este tipo de empresas suele ser multifuncional (…)
ratificados por Chile y que se encuentran vigentes.Se finalizará con las al dar instrucciones a los trabajadores, éstos podrán expresamente
conclusiones personales del autor sobre el tema. negarse en aquellos casos en que no se haya establecido el trabajo
ordenado, -dentro de las funciones del registro-…”, agregando que,
deinsistirse en el mismo, se debería exigir para empresas con al menos
BREVE HISTORIA DE LA LEY
30 trabajadores.
La Ley N° 20.348, de 19 de junio de 2009, se originó en un proyecto
Se recalca la participación de la CONAPYME, dado que los argumentos
de ley o moción parlamentaria presentada por 10 diputados, la cual
vertidos por sus representantes encontraron eco en los integrantes de
buscaba que estuviera“consagrado expresamente el derecho de los
la Comisión de Familia, quienes estimaron que el registro significaría
trabajadores a una igual remuneración sin distinción de sexo, con
“por una parte, una carga adicional que no podrían solventar, y, por la
criterios claros para establecer tal discriminación (cargo, igualdad
otra, dejaban fuera la multiplicidad de funciones que suelen realizar
de condiciones, o funciones de la misma naturaleza), como derecho
los trabajadores de las empresas de menor tamaño”8, ante lo que el
individual y colectivo, sancionarlo así con la multa residual” . Asimismo,
representante del Ministerio del Trabajo propuso que la obligación
se perseguía establecer la obligación del empleador de informar acerca
fuese exigible para empresas con 50 o más trabajadores, agregando que
de los cargos y números de personas que los desempeñan, a efectos
este registro debía establecerse en el numeral sexto del artículo 154
de facilitar la prueba de las denuncias e infracciones. Esta moción
del Código del Trabajo, constituyendo este el origen de la modificación
parlamentaria fue ingresada con fecha 19 de julio de 2006.
a este artículo.
La redacción de la norma propuesta originalmente por los diputados
Se considera que el hecho que la moción haya sufrido un importante
era la siguiente:
cambio a este respecto, tiene su explicación en dicha intervención,
“Agrégase el nuevo Artículo 62 bis del Código del Trabajo: toda vez que finalmente la ley estableció la obligatoriedad del registro
Artículo 62 bis.- “En materia de remuneraciones deberá aplicarse el únicamente para la gran empresa, según la categorización dispuesta
principio de igualdad entre el trabajo masculino y femenino por un en el Código del Trabajo, cambio que se profundizóen el Senado, a
servicio de igual valor. raíz de una indicación de los Senadores Allamand y Pérez Varela, que
finalmente se plasmó en la Ley N° 20.348, que únicamente lo hizo
Para estos efectos, todo empleador con cinco o más trabajadores
exigible para aquellas que tienen 200 trabajadores o más.
deberá mantener un registro escrito que consigne los diversos cargos
o funciones ejercidos por sus trabajadores, designando el número de Para finalizar con los principales hitos de la discusión parlamentaria,es
personas que los desempeñan y señalando los nombres de quienes la indicación del Ejecutivo que dio lugar a que la acción de tutela
actualmente los ejercen. quedara condicionada a reclamar previamente ante el empleador. Esta
indicación dio origen a la actual limitación del ejercicio de la acción de
Este registro estará a disposición de cualquiera de sus trabajadores y
tutela laboral a las mujerestrabajadoras, imponiendo requisitos que no
del inspector del trabajo competente. “
se le impone a ningún otro trabajador que considere que sus derechos
Esta redacción sufrió varias modificaciones durante la tramitación fundamentales están siendo vulnerados.
legislativa, una de las principales dice relación con reemplazar la
expresión “servicio de igual valor” por la frase “un mismo trabajo”. Este
cambio dice relación con la restricción del parámetro de comparación EL CONTENIDO DE LA REFORMA
de trabajos, pues si bien en un inicio la moción parlamentaria concebía La reforma introducida al Código del Trabajo en materia de igualdad
el principio de igualdad remuneracional por un “servicio de igual de remuneraciones a través de la Ley Nº20.348, de 19 de junio de
valor”, finalmente la Ley N° 20.348 lo limitó únicamente a “un mismo 2009, tiene tres contenidos principales, a saber:
trabajo”. En este sentido, si bien este fue en la tramitación uno de los
a) Una declaración de principios y una norma procesal (artículo 62 bis)
principales puntos de discusión, no se explica qué es lo que abarca el
concepto de “mismo trabajo” y, en cambio, se consideraque es más b) Modificaciones al reglamento interno de la empresa
integral el concepto de “trabajo de igual valor”. c) Un incentivo para los empleadores que no presenten diferencias
Durante la tramitación legislativa, debe debiendo destacarse a este arbitrarias de remuneraciones entre trabajadores que desempeñen
respecto que la abogada del Departamento de Reformas Legales del cargos y responsabilidades similares.
SERNAM explicó que la expresión “trabajo de igual valor” tiene su a) El artículo 62 bis del Código del Trabajo, agregado por el artículo
origen en el Convenio 100 de la OIT, el que constituyó un avance 1º de la Ley Nº20.348, que Resguarda el Derecho a la Igualdad en las
respecto de la concepción más restringida de igual remuneración Remuneraciones, dispone lo siguiente:
por un trabajo igual. Agregó que la OIT extendió este concepto,
refiriéndose a trabajo de igual valor, el que para ser determinado
implica un acabado análisis de los puestos de trabajo. De este modo,
los trabajadores que desempeñen trabajos que “reporten un mismo
valor hacia la cadena productiva de la empresa, deben recibir una
79
“El empleador deberá dar cumplimiento al principio de igualdad 3) La titularidad para realizar la denuncia está radicada
de remuneraciones entre hombres y mujeres que presten un exclusivamente en la trabajadora afectada o el trabajador afectado,
mismo trabajo, no siendo consideradas arbitrarias las diferencias quien de manera individual debe realizar el reclamo interno en
objetivas en la remuneraciones que se funden, entre otras razones, la empresa, de conformidad al procedimiento establecido en el
en las capacidades, calificaciones, idoneidad, responsabilidad o reglamento interno. No se le otorga titularidad, por ejemplo, a
productividad. la organización sindical respectiva. El temor de la trabajadora
Las denuncias que se realicen invocando el presente artículo, se a ser despedido o a sufrir algún otro tipo de represalias, se
sustanciarán en conformidad al Párrafo 6º del Capítulo II del Título ve acrecentado porque durante esta etapa de procedimiento
I del Libro V de este Código, una vez que se encuentre concluido interno la trabajadora o trabajador no cuenta con ningún tipo de
el procedimiento de reclamación previsto para estos efectos en el protección legal.
reglamento interno de la empresa”. 4) Se limita el principio de igualdad de remuneraciones entre
De esta forma, en el inciso primero se contiene una declaración de hombres y mujeres por trabajos iguales, abandonando el concepto
principios respecto de laigualdad de remuneraciones entre hombres de trabajo de igual valor. Se olvida, de esta forma, que dentro de los
y mujeres que presten “un mismo trabajo”, al mismo tiempo que se factores de la brecha remuneracional se encuentra la segregación
precisa que no se considerarán arbitrarias las diferencias objetivas en laboral por motivos de género, que en términos muy simples
las remuneraciones que se funden en alguna razón como las señaladas significa que por “los estereotipos sexistas sobre el tipo de trabajo”
a vía ejemplar en la norma: capacidades, calificaciones, idoneidad, que se consideran “idóneos” para las mujeres, no se desempeñen en
responsabilidad, productividad. los mismos puestos que los hombres. De este modo, una la ley que
desconoce esta realidad difícilmente tendrá algún efecto positivo,
Luego se establece el procedimiento conforme a la cual se tramitarán como así veremos con más detalle en los próximos capítulos .
las denuncias que se realicen por haber vulnerado el principio de
igualdad de remuneraciones, que será el procedimiento de tutela Además, esta frase, “mismo trabajo” va claramente en contra del texto
laboral o de tutela de derechos fundamentales, previsto en el Párrafo del Convenio N° 100 de la OIT, de 1951 y ratificado por Chile en 1971,
6º del Capítulo II del Título I del Libro V del Código del Trabajo, que utiliza la expresión “igualdad de remuneración entre la mano de
artículo 485 y siguientes. Pero, al mismo tiempo, se pone una obra masculina y la mano de obra femenina por un trabajo de igual
importante traba para el ejercicio de dicha acción judicial, cual es que valor”.
se encuentre concluido el procedimiento de reclamación al interior Los tres elementos mencionados han provocado, en opinión nuestra,
de la empresa, previsto en el reglamento interno. Este verdadero que la utilización de esta ley sea marginal por parte de trabajadoras
presupuesto de procesabilidad, constituye un tremendo desincentivo y trabajadores. En efecto, según cifras dadas a conocer por la propia
para realizar la denuncia judicial, ya que el trabajador o trabajadora Dirección delTrabajo, a nivel nacional, entre los años 2011 y 2018, se
afectado no contará con ninguna protección al interior de la empresa registraron solo 37 denuncias por vulneración de derecho de igualdad
para hacer esta denuncia interna. de remuneraciones por sexo, distribuidas de la siguiente manera:
b) Por otro lado, se introducen dos modificaciones en materia del
reglamento interno de la empresa. La primera de ellas es incorporar 2011 5 denuncias
en el numeral 6 del artículo 154 del Código del Trabajo, la obligación
de contener en el mencionado reglamento, siempre que se trate de 2012 1 denuncia
empresas de 200 trabajadores o más, “un registro que consigne los 2013 9 denuncias
diversos cargos o funciones en la empresa y sus características técnicas 2014 6 denuncias
esenciales”.
2015 No hubo denuncias
En segundo término, se establece en el numeral 13 del mismo artículo
2016 6 denuncias
154, la obligación consignar en el reglamento interno de la empresa, “el
procedimiento a que se someterán los reclamos que se deduzcan por 2017 5 denuncias
infracción al artículo 62 bis. En todo caso, el reclamo y la respuesta del 2018 5 denuncias
empleador deberán constar por escrito y estar debidamente fundados.
La respuesta del empleador deberá ser entregada dentro de un plazo no
mayor a treinta días de efectuado el reclamo por parte del trabajador”. Esto da un promedio de 4,6 denuncias al año, cifra insignificante para
toda la actividad laboral del país.
c) Finalmente, se incorpora en el inciso final artículo 511 del código
del Trabajo, un incentivo para los empleadores que no presenten Por otro lado, tampoco existe ningún estudio en Chile que señale
diferencias arbitrarias de remuneraciones entre trabajadores que que ha disminuido la brecha salarial entre hombres y mujeres a
desempeñen cargos y responsabilidades similares, consistente en la partir de la implementación de la Ley N° 20.348, sobre igualdad de
rebaja del 10% de las multas adicionalmente a lo que se resuelva por remuneraciones
aplicación de los incisos precedentes (reconsideración administrativa
de la multa), en tanto las multas cursadas no se funden enprácticas CONCLUSIONES
antisindicales o infracción a los derechos fundamentales.
Hace más de 10 años se aprobó en Chile la Ley N° 20.348 que
supuestamente resguarda el derecho a la igualdad de remuneraciones,
ANÁLISIS CRÍTICO DE LA MODIFICACIÓN INTRODUCIDA y que tenía por finalidad eliminar o reducir la discriminación salarial
Concluyendo el presente capítulo y conforme hemos venido entre hombres y mujeres en nuestro país. Transcurrido más de una
analizando, podemos adelantar que los principales problemas que década, se puede constatar el nulo impacto de esta ley en el mundo del
observamos en la Ley 20.348, son los siguientes: trabajo chileno y la escaza utilización que trabajadoras y trabajadores
han hecho de la misma.
1) Que el registro de cargos que debe incluirse en los reglamentos
internos es únicamente obligatorio para las grandes empresas, La redacción final de la modificación introducida el año 2009, significó
en circunstancias que entre todas las otras categorías (micro, quitarle todo impacto y hacer que el instrumento creado careciera de
pequeña y mediana), constituyen un porcentaje superior. eficacia. En efecto, que el registro de cargos que debe incluirse en los
reglamentos internos sea únicamente obligatorio para las grandes
Tal como se ha dicho en un estudio de la Dirección del Trabajo, “las empresas, que se utilizara la expresión “mismo trabajo” en vez de
limitaciones introducidas en la discusión parlamentaria debilitan “trabajo de igual valor”, que se obligara a la trabajadora afectada a
la protección al salario de las mujeres, especialmente de aquellas realizar la denuncia primero dentro de la empresa antes de accionar
que laboran en empresas más pequeñas y en sectores en los cuales judicialmente y, finalmente, que ella sea la única titular para realizar la
las ocupaciones están más segregadas debido al género” . denuncia y desprovista además de protección legal, hacen que hoy esta
2) Se condiciona la acción de tutela laboral o tutela de derechos ley sea letra muerta.
fundamentales al reclamo previo ante el empleador.Este es un Todo lo anterior lleva a concluir que en estos 10 años de vigencia
verdadero requisito de procesabilidad establecido por la Ley de la Ley N° 20.348 sobre Igualdad de Remuneraciones, no se ha
N° 20.348, que inhibe la posibilidad de que las trabajadores y combatido de manera eficaz la discriminación salarial existente en
trabajadores denuncien judicialmente las infracciones en materia Chile entre hombres y mujeres, ni existen estudios que indiquen que
de igualdad de remuneraciones, ya que la denuncia dentro de
la empresa puede generarle ciertas consecuencias negativas al
trabajador denunciante que éste buscará evitar. Lo razonable
hubiese sido que se pudiera denunciar directamente ante los
tribunales de justicia.
80
se ha reducido la brecha salarial. En definitiva, solo se cambió un poco IGUALDAD SALARIAL DE GÉNERO Y
para que todo siguiera igual. PRODUCTIVIDAD EN EL CONTEXTO LABORAL
ACTUAL PERUANO
Michael Vidal Salazar
Abogado por la Pontificia Universidad Católica del Perú, con
estudios de Maestría en Derecho Constitucional por la misma
casa de estudios. Profesor de Derecho del Trabajo en la Facultad de
Derecho de la Pontificia Universidad Católica del Perú. Miembro de
la Sociedad Peruana de Derecho del Trabajo y la Seguridad Social

Introducción
La realidad latinoamericana nos muestra una clara evidencia de
diferenciación salarial basada en aspectos relacionados al género de
los trabajadores. Esta situación en el Perú se grafica en el 29% al que
asciende la brecha salarial entre hombres y mujeres . Es cierto que esta
situación supone una problemática que va más allá del factor antes
mencionado, y la cultura existente en el mundo laboral peruano, como
sucede probablemente en el resto de Latinoamérica, está relacionada
con la libertad en que los empleadores han venido determinando
a lo largo del tiempo las políticas o escalas remunerativas entre sus
trabajadores, basados muchas veces en criterios poco objetivos o
acreditables.
En el caso peruano, la libertad en el establecimiento de remuneraciones
ha estado basada a lo largo del tiempo en la falta de una regulación
específica sobre la materia. Si bien es cierto, desde hace muchos
años, han venido presentándose pronunciamientos judiciales y
administrativos que han exigido de una u otra forma la sustentación
decriterios para la asignación de remuneraciones y la diferencia que
puede presentarse entre trabajadores que realizan labores iguales o
similares , no es hasta la aparición de la Ley N° 30709 (Ley que prohíbe
la discriminación remunerativa entre varones y mujeres) y el Decreto
Supremo N° 002-2018-TR (Reglamento de la Ley) que se introducen
disposiciones concretas sobre esta materia. Lo interesante además
es que las normas antes citadas, si bien se han presentado dentro del
marco de protección frente a la discriminación por motivo de género,
el alcance parece ser mayor, y coloca al ámbito laboral peruano en una
situación de cambio importante.
Ahora bien, el cambio del que hablamos probablemente no sea del
todo pacífico, y ello pues las declaradaslibertades de empresa y de
contratación, sobre las que se sustentan las facultades del empleador
en el negocio y el establecimiento por éste de varias de las condiciones
dentro de la relación laboral, nos han llevado a lo largo del tiempo una
cultura que debe aprender a compatibilizar sus intereses económicos
con la consagración de derechos fundamentales de los trabajadores, en
especial, de los grupos especialmente protegidos.

1. Los intereses y facultades del empleador con


relación a la determinación de los salarios y la
explicación de la brecha salarial por motivo de
género
La Constitución peruana consagra la libertad de empresa en su
artículo 59°, señalando que “el Estado estimula la creación de riqueza
y garantiza la libertad de trabajo y la libertad de empresa, comercio e
industria”. Asimismo, recoge la libertad de contratación en su artículo
62°, el cual señala que “la libertad de contratar garantiza que las partes
pueden pactar válidamente según las normas vigentes al tiempo del
contrato”.
Sobre dicha base, dentro de sus relaciones contractuales, entre
ellas las laborales, el empleador se ha sentido en la libertad de
determinar ciertas condiciones, entendiéndolas como válidas
mientras se respeten disposiciones mínimas básicas específicamente
desarrolladas por el ordenamiento jurídico de cada país. Ello en
materia salarial puede estar relacionado a la remuneración mínima
vital establecida por ley en atención a lo dispuesto por el artículo 26°
de la Constitución que señala que“el trabajador tiene derecho a una
remuneración equitativa y suficiente,que procure, para él y su familia,
el bienestar material y espiritual”. De esta manera, mientras se respete
ese mínimo, el empleador ha venido manejando la asignación y los
incrementos de la remuneración en una libertad que, si bien no es
necesariamente arbitraria, no ha estado sujeta a un control real. Así,
las políticas remunerativas, escritas o no, en muchos casos han estado
basadas en análisis económicos, pero también de productividad,

81
asignando las remuneraciones en atención a un criterio de inversión y modo, el artículo 23º establece que “ninguna relación laboral puede
reconocimiento vinculado simplemente a la disposición para el trabajo limitar el ejercicio de los derechos constitucionales, ni desconocer o
y el rendimiento, entendido muchas veces comohoras de trabajo y no rebajar la dignidad del trabajador”. A esas normas debe sumarse lo
como calidad del mismo. dispuesto por la Cuarta Disposición Final y Transitoria que indica que
Frente a dicha situación, en materia salarial solo la actividad sindical “las normas relativas a los derechos y libertades que la Constitución
podría presentarse como un contrapeso eficiente frente a la voluntad reconoce se interpretan de conformidad con la Declaración Universal
del empleador. Sin embargo, en ámbitos en que tal actividad no es de Derechos Humanos y con los tratados y acuerdos internacionales
fuerte ni organizada, y en la que además al interior de los sindicatos sobre las mismas materias ratificados por el Perú”, incorporando al
prima una visión llena de paradigmas que son los mismos que ordenamiento peruano las normas internacionales sobre la prohibición
justifican la diferenciación por motivos de género, se presenta como de la discriminación salarial por motivo de género. El círculo se
una necesidad la acción legislativa. cierra con lo señalado por el artículo 26° en relación al derecho a una
remuneración equitativa y suficiente.
Bajo lo antes señalado, claramente el caso de la fuerza de trabajo
femenina coloca a sus titulares en una situación compleja, bajo Queda claro pues que, desde un punto de vista jurídico, se impone
estereotipos que muchas veces tienen un correlato en la práctica, una obligación de regulación expresa que prohíba la discriminación
pero a la vez, sin la claridad de lo que supone la protección que tienen salarial por motivo de género.
dentro del ordenamiento por su calidad de mujeres. La búsqueda además de un mejor trato remunerativo a las mujeres
Así pues, en varias investigaciones de la Organización Internacional supone impulsar una mayor participación de éstas en el ámbito laboral,
del Trabajo (OIT) se ha venido comprobando que, en la realidad convirtiéndose entonces en una necesidad económica y social del
latinoamericana, el encasillamiento de la mujer en determinadas país. Al respecto se ha señalado que “está comprobado que el trabajo
actividades, ajenas al ámbito de la relación laboral, supone una se puede asociar a la posibilidad de obtener ingresos para quien lo
desventaja al momento de asignar una remuneración. De esta manera, realiza y su grupo familiar, y que también juega un rol fundamental
se ha podido comprobar que “las mujeres participan en actividades en el desarrollo y crecimiento personal. Por este motivo, aumentar
menos productivas porque están efectivamente cumpliendo otros la participación laboral de las mujeres, jóvenes y adultos mayores no
roles que no logran compartir equitativamente con los hombres. El solo es importante para el crecimiento económico del país, sino que
trabajo no remunerado sigue siendo ampliamente responsabilidad también es de una gran transcendencia social” .
de la mujer. Eso porque en la mayoría de las sociedades no existe una
institucionalidad que permita la responsabilidad colectiva del cuidado 3. Aspectos a considerar para eliminar la
infantil y de enfermos” . discriminación salarial por motivo de género
De otro lado, las justificaciones de la diferenciación de salarios entre De lo mencionado, queda claro que para tratar el tema de la
hombres y mujeres basadas en falta de calificación de estas últimas han discriminación salarial por motivo de género debemos considerar que,
venido siendo cada vez más cuestionables. En ese sentido, se señala que si bien existen aspectos culturales y sociales a trabajar, es también
“en la actualidad, la disparidad de remuneración en razón de género necesario contar con herramientas legales que hagan viable disminuir
está más relacionada con la segregación laboral y la subestimación de la brecha de género que existe en el ámbito remunerativo.
las ocupaciones y profesiones con predominio femenino” .
En esa línea, antes de la promulgación de la Ley N° 30709, ya se habían
Siendo así, podemos apreciar que “las iniciativas para eliminar emitido otras normas buscando aminorar la diferencia entre el hombre
la segregación laboral pueden ayudar a reducir la disparidad de y la mujer frente al empleo. Así, por ejemplo, se introdujo el descanso
remuneración en razón de género”. Es por ello que, más allá de las por paternidad (Ley N° 29409), buscando abrir el espacio para
disposiciones que obliguen a los empleadores a cambiar sus políticas o que los padres asuman parte de las obligaciones frente a un recién
establecer las mismas bajo criterios no discriminatorios, para mejorar nacido. Hay que recordar pues que el embarazo y el descanso pre y
la situación actual se requieren cambios sociales, pero también legales. post natal han sido muchas veces considerados erróneamente como
situaciones que demuestran un menor compromiso real con el trabajo,
2. La obligación de eliminar la discriminación justificando distinciones en las remuneraciones entre hombres y
salarial por motivos de género. mujeres.
La protección de la mujer frente a la situación antes descrita se convierte Asimismo, se introdujo en el ordenamiento una regulación detallada
entonces en una obligación que debe encontrar una respuesta en el del Teletrabajo (Ley N° 30036) que apunta a permitir un mejor manejo
derecho. Las bases para esa defensa existen ya desde hace años en el de los tiempos y de las obligaciones personales compatibilizando ello
ordenamiento jurídico internacional. con la dedicación al trabajo. Muchas de las potenciales beneficiarias
de este sistema son mujeres, con compromisos personales dentro
Así pues, a lo dispuesto por diferentes pactos y convenios de derechos de horas comunes de trabajo. Pero, por otro lado, el programa no es
humanos, en materia laboral encontramos lo dispuesto por el excluyente de la mano de obra masculina, por lo cual, al ser aplicada a
Convenio OIT 111 que dispone la obligación de los países miembros este último grupo, puede permitir que sea la mujer quien se mantenga
de la Organización Internacional del Trabajo (OIT) de tener políticas en el formato presencial garantizando una dedicación “mayor” a sus
que promuevan la igualdad de oportunidades y de trato en materia de labores profesionales.
empleo y ocupación, con objeto de eliminar cualquier discriminación
a este respeto. De forma más específica, el Convenio OIT 100 dispone De otro lado, la introducción de cambios en esta materia puede
que “todo Miembro deberá, empleando medios adaptados a los llevar a reacciones contra el grupo objeto de protección, no solo en
métodos vigentes de fijación de tasas de remuneración, promover y, relación a la contratación de la mujer, sino de sus condiciones en el
en la medida en que sea compatible con dichos métodos, garantizar trabajo, en especial si se presenta una situación que ponga en duda su
la aplicación a todos los trabajadores del principio de igualdad de dedicación. De esta manera, la misma Ley N° 30709 ha dispuesto que
remuneración entre la mano de obra masculina y la mano de obra “queda prohibido que la entidad empleadora despida o no renueve el
femenina por un trabajo de igual valor”. contrato de trabajo por motivos vinculados con la condición de que las
trabajadoras se encuentren embarazadas o en período de lactancia”
Es más, entendida la prohibición de la discriminación salarial (artículo 6°). Ello se suma a la regulación ya existente en la Ley de
entre varones y mujeres como parte de la prohibición general de Productividad Laboral (aprobada por Decreto Supremo N° 003-097-
discriminación en el ámbito laboral, la misma estaría comprendida en TR), que califica como nulo el despido de las trabajadoras cuando
lo que se ha denominado como el jus cogens laboral. Ello implicaría tiene por motivo el embarazo, protección que está presente a lo largo
que los Estados “tienen el deber de respetarlos, tanto en el plano del mismo y hasta noventa días posteriores al parto (artículo 29, literal
internacional como en su ordenamiento interno. Esto significa que “e”), y que se ha extendido también al período de lactancia (Ley N°
cualquier norma convencional o consuetudinaria internacional y 30367.
cualquier acto unilateral del Estado (una ley, una sentencia, una
norma administrativa, etc.) que esté en oposición al jus cogens laboral Asimismo, debe considerarse lo referido a la capacitación del personal,
es nulo y carente de valor jurídico, configurándose la violación de una donde se ha encontrado muchas veces una preferencia del empleador
obligación internacional y la responsabilidad del Estado por un hecho por orientar los programas educativos o de facilidades de estudios a los
internacionalmente ilícito” . varones. En atención a ello, la Ley N° 30709 establece que “la entidad
empleadora asegura que en sus planes de formación profesional y de
En el ámbito nacional, la Constitución peruana establece en su artículo
2° que toda persona tiene derecho a la igualdad ante la ley y que nadie
debe ser discriminado, entre otros motivos, por sexo. Asimismo, el
artículo 26° señala como principio que debe respetarse en la relación
laboral la “igualdad de oportunidades sin discriminación”. Del mismo
82
desarrollo de capacidades laborales de sus trabajadores se garantice la discriminación directa o indirecta por motivo de género” (artículo 5°,
igualdad entre hombres y mujeres” (artículo 4°). numeral 5.1.), y agrega que, de alegarse tal situación, “el empleador
En esa misma línea, ante disposiciones orientadas a una igualdad debe acreditar que los puestos de trabajo implicados no son iguales
salarial entre hombres y mujeres, la posibilidad de discriminación en y/o no tienen valor”.
los ascensos se hace latente. En esa medida la Ley N° 30709 agrega a los Hasta allí, la protección que busca la norma parecería enmarcarse de
supuestos de actos de hostilidad regulados en la Ley de Productividad forma exclusiva dentro del ámbito del factor género, con el juego de los
y Competitividad Laboral el no establecer requisitos objetivos para dos criterios que deberían aplicarse en el marco de la discriminación
el ascenso del trabajador (Primera Disposición Complementaria salarial en virtud de ese motivo prohibido (“igual remuneración por
Modificatoria). igual trabajo”, e “igual remuneración por trabajo de igual valor”).
Ahora bien, un último aspecto que debe considerarse está relacionado Sin embargo, al hablar de las justificaciones de diferencias salariales, el
a la forma en que se manifiesta la discriminación salarial por motivo Reglamento indica que “por excepción, los trabajadores pertenecientes
de género. Si bien pueden existir situaciones de discriminación a una misma categoría pueden percibir remuneraciones diferentes,
directa, es decir, en las que el elemento diferenciador claramente fue cuando dichas diferencias se encuentran justificadas en criterios
el sexo del trabajador, la posibilidad de que se presenten formas de objetivos tales como la antigüedad, el desempeño, la negociación
discriminación indirecta es bastante probable. Nos referimos pues a colectiva, la escasez de mano de obra calificada para un puesto
supuestos en que se establecen medidas aparentemente neutras pero determinado, el costo de vida, la experiencia laboral, el perfil académico
que al aplicarse afectan de forma desproporcionada a los miembros de o educativo, el desempeño, el lugar de trabajo, entre otros” (artículo
un grupo protegido (las mujeres, por ejemplo). 6°, numeral 6.2.). Como puede apreciarse, el texto de la norma citada
El tema es bastante interesante pues, por cómo se configura no parece limitar la justificación de la discriminación remunerativa
una discriminación salarial basada en género, la aplicación del por motivos de género, sino que lo ampliaría a cualquier tipo de
criterio de igual remuneración por igual trabajo, en su versión más diferenciación salarial, exigiendo la existencia de factores objetivos
estricta, termina siendo insuficiente. Las circunstancias físicas y los para que ésta se admita (como excepción). La referencia a factores
estereotipos que giran alrededor del elemento de género, han llevado similares a los considerados en la jurisprudencia para justificar la
a encasillamiento, o simplemente, a identificar a los hombres y a las diferencia de salarios , independientemente del factor género, sumaría
mujeres con determinadas actividades. Ejemplos reiteradamente a esa interpretación.
citados son los choferes (hombres) y las secretarias (mujeres). Así, De otro lado, La Ley N° 30709 y su Reglamento, establecen una
si nos encontramos ante un grupo de contadores, y encontramos serie de obligaciones enmarcadas en la prohibición de discriminación
que dentro de ese grupo las mujeres tienen menor sueldo que los salarial. Así pues, entre las principales obligaciones se exige contar con
hombres, sin un motivo objetivo claro, se entenderá que existe una cuadros de categorías y funciones, asegurar que los planes de formación
situación de discriminación directa, la cual podrá ser solucionada profesional y de desarrollo de capacidades garanticen la igualdad entre
aplicando el criterio de igual remuneración por igual trabajo. Sin hombres y mujeres, informar a sus trabajadores la política salarial del
embargo, si nos encontramos ante la evaluación de las remuneraciones puesto de trabajo, y aplicar esquemas de remuneración variable (si es
asignada a las secretarias, probablemente, aplicando el criterio de igual el caso) que no generen discriminación por motivo de sexo.
remuneración por igual trabajo, no encontremos un sujeto con quien Entendemos pues que las obligaciones en mención están dirigidas a
realizar la comparación, con lo que, el criterio antes citado resultará la protección de la mujer frente a una discriminación remunerativa,
insuficiente para evitar la discriminación salarial que eventualmente definida además por el Reglamento como una “situación que se
se presente. En esa medida se hace necesaria la incorporación de otros produce cuando se establecen diferencias salariales o remunerativas
criterios. basadas en el sexo de la persona y sin criterios objetivos” (artículo 2º),
De esta manera, si bien la Ley N° 30709 hace referencia al principio por lo que debería entenderse en ese marco. Sin embargo, no podemos
de igual remuneración por igual trabajo, recoge a su vez el criterio negar que las obligaciones mencionadas permitirían el control de
de “idéntico ingreso por trabajo de igual valor” (artículo 1°). Según situaciones de diferenciación salarial simplemente arbitrarias (sin
este último criterio, la comparación ya no se realiza en estricto entre un motivo prohibido). De esta manera, la obligación de elaborar un
trabajadores que realizan una misma actividad, sino entre quienes cuadro de puestos de trabajo, o la entrega de las políticas salariales,
realizan actividades de igual valor. Ello permite ya no una comparación permiten un nivel de control hasta ahora inexistente de la facultad del
entre el personal que se dedica al mismo tipo de labores, sino entre empleador de definir la remuneración de su personal.
personal que realiza labores distintas, siempre que se identifique
que son del mismo valor. Esto último nos lleva a la necesidad de
que el empleador valorice los puestos de trabajo. Siendo así, si se 5. Los retos del empleador frente a la prohibición
encuentra que el trabajo de los choferes es del mismo valor que el de discriminación salarial, en especial, por
de las secretarias, deberán existir motivos objetivos que justifiquen motivo de género, y la visión a la que debe apuntar
un rango de salarios diferentes. De no existir esos motivos, el rango la productividad
salarial deberá ser el mismo. En relación a todo lo antes señalado, podemos observar que el
empleador enfrenta el reto de tener presente la prohibición de
discriminación salarial por motivo de género en todos los ámbitos
4. Las obligaciones contenidas en la Ley N° 30709 y en los que se desarrolle su actividad. De esta manera, la primera
su Reglamento, y sus alcances medida será crear un sistema remunerativo que permita a las mujeres
Siguiendo los presupuestos antes señalados, y habiendo blindado acceder a una remuneración similar a las de otros trabajadores que
los posibles ángulos de reacción frente a la incorporación de una laboran en actividades similares o de igual valor. Este aspecto tiene
regulación específica y directa sobre esta materia, la Ley N° 30709 y correlatos claros en materia de contratación de personal, ámbito en
su Reglamento, establecen una regulación que apunta a la prohibición que la determinación de la oferta económica ya no es del todo libre, y
de la discriminación remunerativa entre varones y mujeres, y al control debe definirse en un contexto de igualdad salarial como el ya descrito.
de cumplimiento de dicha prohibición. El posible cuestionamiento de las políticas de favorecimiento al
Al respecto, señala que la prohibición que impone se realiza mediante “jale” sobre el personal “de carrera” también deberá ser revaluado,
la determinación de categorías, funciones y remuneraciones fijadas en especial, si las afectadas son mujeres. Esto último probablemente
bajo el criterio (principio) de igual remuneración por igual trabajo, impulse la apuesta por otorgarle herramientas a los trabajadores
alineándose además bajo el criterio de idéntico ingreso por trabajo de que vienen haciendo carrera frente a la contratación de estrellas
igual valor ya reconocido anteriormente en la Ley N° 28983 (Ley de importadas.
igualdad de oportunidades entre mujeres y hombres). Aspectos importantesa tratar seránlos relacionados a los sistemas
Es importante señalar que la Ley N° 30709 reconoce la facultad del remunerativos de comisiones, la repartición de puntos de ventas y la
empleador de fijar las remuneraciones del personal, pero coloca como entrega de cartera de clientes, en las que el factor género no podrá ser
límite de dicha facultad la prohibición de discriminación salarial la guía de la asignación, aun cuando por un tema de seguridad o fuerza
o remunerativa (artículo 3°), la cual, a decir del Reglamento, debe física pueda justificarse. Siempre estará abierta la posibilidad de un
entenderse como la “situación que se produce cuando se establecen cuestionamiento, basado en los efectos económicos que las reglas
diferencias salariales o remuneraciones basadas en el sexo de la persona de comisiones, los puntos de venta repartidos o cartera de clientes
y sin criterios objetivos”. En esa misma línea se señala que “todo
empleador tiene la facultad de establecer políticas remunerativas,
fijar los requisitos para la percepción de la remuneración o beneficios
de cualquier otra índole y determinar sus montos, sin incurrir en

83
entregada, pueden generar en el salario de las trabajadoras afectadas. “El rol de las Mujeres en las Cadenas de
Lo cierto en todo caso es que la productividad no deberá ya verse en Valor y la Tercerizacion”
atención del tiempo de presencia para el trabajo, sino a la calidad del Por: Andrea Isabel Franconi
mismo, y la protección que merece un grupo protegido como es el caso
de las mujeres en materia salarial.
En esa línea, según SANGUEZA y UGARTE, citando a Marshall, “una RESUMEN
forma diferente de abordar el tema de la productividad, dentro del Las transformaciones experimentadas en la última década por la
mismo pensamiento económico, es considerar que la productividad industria latinoamericana han producido cambios significativos en
de los trabajadores depende de las condiciones del trabajo, la magnitud y en la estructura del empleo generado por el sector.
específicamente de sus niveles de salarios” . De esta manera, “una La reestructuración del aparato productivo en ramas industriales
forma empírica de evaluar esta hipótesis es estudiar si los trabajadores intensivas en mano de obra (como calzado, vestuario, textiles, etc.)
tienen una idea del salario justo. El concepto fundamental a la hora también se ha traducido en una reducción de la demanda por personal.
de definir un salario justo es un grupo de referencia con el que el Este efecto se ha visto acentuado como consecuencia del proceso de
trabajador compara su salario. El esfuerzo del trabajador dependerá desverticalización productiva y la consecuente subcontratación de
de dónde está ubicado el salario que le pagan en términos del salario terceros (proveedores de partes, componentes y servicios), así como
de reserva reportado por sus grupos de referencia. En ese sentido, se el aumento de los componentes importados. Esta situación incide en
esforzarán más si observan que están sobre su grupo de referencia las oportunidades de empleo tanto de hombres como de mujeres; no
y harán un menor esfuerzo si observan que están bajo su grupo de obstante, la forma en que el impacto se traduce entre ellos y ellas es
referencia” . distinto, como se verá a continuación.
En conclusión, debe apuntarse a compatibilizar el respeto de estas La Conferencia Internacional del Trabajo de 1999, el director Juan
nuevas reglas de juego, con la intención de ser más productivos, Somavía, indicó: “La primera meta de la OIT es hoy promover las
atendiendo para ello a la necesidad del trabajador o la trabajadora oportunidades para que las mujeres y los hombres puedan obtener
de ser reconocidos. De esta manera, el beneficio será mutuo. De un un trabajo decente y productivo, en condiciones de libertad, igualdad,
lado, un trabajador o una trabajadora conforme con su tratamiento seguridad y dignidad humana”. Para ello trazó una triple cartera de
salarial, y del otro, un empleador satisfecho con la productividad de políticas orientadas a forjar un nuevo consenso entre la comunidad
su personal. internacional, las empresas y el trabajo para hacer frente a las
consecuencias sociales de la globalización.
Sin embargo, la subcontratación -que es consecuencia del mercado
globalizado-, parece beneficiar a quienes tienen los medios de
producción ubicados en el extremo alto de las cadenas de valor, a
costo de aquellos ubicados en los extremos inferiores, padeciendo
violaciones múltiples a sus derechos laborales y de la seguridad social,
al igual que el detrimento de sus condiciones de labor.
Sin inspecciones laborales, sin sanciones y sin la participación de
las mujeres en las representaciones sindicales, la “tercerización”
contribuye a que se violen las garantías de las trabajadoras, en lugar de
propiciar su estabilidad laboral.
Las mujeres están especialmente expuestas a los efectos negativos
de esta forma de organización de la producción, existen múltiples
causales estructurales que llevan a estas a requerir empleo en los
sectores con mayores niveles de informalidad estando por tanto
expuestas a situación de explotación e incluso trata de personas, como
se desarrolla en esta ponencia.

PALABR AS CLAVE:
subcontratación – cadenas de valor – explotación – género –
precariedad laboral

84
Acceso al empleo y estabilidad. diferentes, calificadas como regímenes de estabilidad relativa propia
Tendencias en Uruguay e impropia. En el caso de la estabilidad relativa propia, el despido
es considerado nulo, pero las normas no prevén la reinstalación del
por Beatriz Duran y Federico Rosenbaum trabajador a su puesto de trabajo como mecanismo de reparación.
En función de ello, el contrato mantiene su vigencia, y el trabajador
1) Introducción. se encuentra a la orden del empleador, por lo que seguirá percibiendo
su salario . En cambio, en el caso de la estabilidad relativa impropia, la
Recientemente fueron promulgadas en nuestro país dos leyes que protección al trabajador se resume en el pago de una indemnización
promueven el acceso al empleo y se inscriben dentro de una tendencia por despido, considerándose como eficaz al acto llevado a cabo por el
de protección dela estabilidad para ciertos trabajadores de la actividad empleador en forma unilateral, y por ende, desplegando sus efectos y
privada. extinguiendo la relación laboral.
Una es la Ley Nº 19.691 de 29 de octubre de 2018, que refiere al Doctrina y jurisprudencia mayoritarias identifican al régimen
ingreso de personal con discapacidad en las empresas. En su artículo normativo uruguayo como uno que consagra un despido libre o
9 se dispone que, en caso de producirse el despido de una persona ad nutum. A vía de ejemplo, la Suprema Corte de Justicia, en Sent.
con discapacidad incorporada en un empleo por aplicación de la ley, Nº 560/2016, de 21/11/2016, ha señalado que “de acuerdo con la
el mismo deberá obedecer a una “causa razonable”, relacionada con legislación, el empleador tiene, de regla, derecho a despedir en forma
la conducta del trabajador o basada en las necesidades de la empresa, unilateral, con cargo a pagar la indemnización tarifada que marca la
establecimiento o servicio, u otra de entidad suficiente para justificar Ley”.
la decisión adoptada. En caso contrario, el empleador deberá abonar
un importe equivalente a seis meses de salario más la indemnización Además, la característica fundamental del sistema uruguayo es la
legal que corresponda. ausencia de ratificación del Convenio Internacional del Trabajo Nº 158
de la O.I.T. sobre la terminación de la relación de trabajo del año 1982.
A su vez, en todos los casos, el empleador deberá dentro del término Es quizás la falta de ratificación de dicho instrumento internacional,
de tres meses a contar de dicho despido, contratar a otra persona con lo que constituye como el puntapié inicial o paradigma del que se
discapacidad en sustitución del empelado despedido, en las mismas construye la falta de salud del derecho al trabajo en Uruguay.
condiciones previstas en el inciso primero del artículo 1 de esta ley,
salvo cuando el despido hubiere obedecido a la supresión del puesto de En resumen, la praxis demuestra que aparentemente no habría
trabajo por reestructura de la empresa y sin perjuicio de la obligación necesidad de justificar las causas del despido, ni la justicia tendría
prevista en el artículo 1 de la ley. potestades para controlar o revisar posteriormente las mismas -salvo
situaciones excepcionales-. En definitiva, como consecuencia lógica, el
La otra norma es la Ley Nº19.689 de 29 de octubre de 2018, sobre el contenido esencial del derecho al trabajo se encontraría vaciado en la
trabajo decente juvenil. La misma dispone de ciertos estímulos para realidad del mundo del trabajo uruguayo.
que las empresas empleen jóvenes,y además, promuevesu acceso al
mercado de trabajo, se reduce el horario de trabajo por estudio, se En función de lo anterior, el sistema uruguayo es considerado por
otorga un subsidio a los empleadores que otorguen días adicionales algunos como de estabilidad relativa impropia, en tanto prevé el pago
por estudio, y el Instituto Nacional de Empleo y Formación Profesional de una indemnización por despido para el caso de que el trabajador sea
a través de su Programa de Promoción a Emprendimientos Juveniles, despedido, tanto cuando opere una causa en concreto, como cuando
subsidia el 50 % de las contribuciones especiales de seguridad social lo sea sin justa causa.
de los aportes patronales mensuales para capacitación. Si bien se Adicionalmente, este hecho es generador de una confusión en el plano
trata de una ley promotora del empleo juvenil, cabe destacar dos conceptual en torno a la exigencia de justificación del despido por
aspectos de gran importancia: 1) que en su artículo 11, se establece parte del empleador.
que los empleadores que contraten nuevos trabajadores al amparo del En efecto, se ha sostenido que en puridad no existe la necesidad de
“Programa temporal de Subsidio al Empleo”, gozarán de un subsidio justificar el despido, en tanto que ante la ausencia de dicha expresión
equivalente al 25% de las retribuciones mensuales del trabajador causal, el ordenamiento jurídico prevé una sanción pecuniaria, y, por el
sujetas a montepío o del 40 % en caso de trabajadores mayores a contrario, este no rechaza o ataca la eficacia de dicho acto.
45 años de edad; lo que incluye a un colectivo que muchas veces es
discriminado por su edad; y 2) que como requisito para acogerse a Asimismo, se ha señalado que “si bien una mirada ligera que únicamente
los beneficios establecidos en la ley, las empresas deben no haber se posara en el conjunto de leyes que instauraron y reglamentaron la
efectuado despidos y no haber enviado al Seguro de Desempleo en indemnización por despido podría dar a entender la admisibilidad del
los 90 días previos a la contratación del trabajador y en los 90 días despido ‘ad nutum’, un análisis con mayor profundidad y amplitud,
posteriores. revela exactamente lo contrario” .
En este sentido, “[e]l problema del derecho al trabajo radica, como
en todo derecho social, en las dificultades para hacerlo eficaz, y
2) La estabilidad en el empleo y el derecho al seguramente por ello la doctrina habló de ‘estabilidad impropia’, que
trabajo en el Uruguay no es otra cosa que la no/estabilidad o el no/derecho al trabajo” .
Si bien el despido constituye una potestad del empleador para poner Consecuentemente, la deficiencia del derecho al trabajo desde el
fin al vínculo laboral -y por ende es una de las variadas formas de la punto de vista de su eficacia podría hacer concluir en la inexistencia
terminación de la relación de trabajo-, los ordenamientos jurídicos misma del derecho, si se concibe que la sanción es el contenido mismo
han hecho caudal énfasis en dispensar una protección especial dirigida de ese derecho .
al trabajador, en virtud de la gravosa consecuencia que acarrea dicho
acto -básicamente, la pérdida del empleo y el sustento económico-. Sin embargo, no debe confundirse el derecho con sus garantías . En
efecto, la anterior conclusión no contempla la diferencia básica entre lo
Sin embargo, dicha protección que establece generalmente la ley, no que constituye el derecho considerado “como posición jurídico/activa
es uniforme. de un sujeto”, de lo que es la garantía o mecanismo que complementa
En efecto, resulta comúnmente admitido en dogmática la distinción, al derecho o lo hace efectivo .
por un lado, entre los regímenes de estabilidad, de aquellos que Como se dijo, la aparente ausencia de eficacia del derecho al trabajo,
no la consagran, diferenciándose sustancialmente en relación a la ha comportado como un obstáculo para la correcta conceptualización
posibilidad de despedir sin causa a los trabajadores -en el primero, del derecho en sí mismo, al punto de haberse considerado que en el
dicha posibilidad se encuentra vedada, mientras que en el segundo es sistema jurídico uruguayo existe consagrado un despido libre o ad
característica del sistema-. nutum. En definitiva, el postulado mencionado tiende a excluir del
Pero adicionalmente a dicha clasificación, en los casos donde la contenido esencial del derecho al trabajo a la necesidad de causar el
estabilidad se encuentra consagrada, también se han distinguido los despido por parte del empleador.
regímenes jurídicos en función de la respuesta de cada ordenamiento Esta conclusión es manifiestamente contraria a la realidad y a las
a la ocurrencia de un despido sin justa causa. En función de ello, se normas que integran el sistema jurídico uruguayo. Del mismo modo,
diferencian los sistemas de estabilidad absoluta de los denominados tampoco puede considerarse que en el ordenamiento jurídico no exista
como de estabilidad relativa. la obligación de expresión de justa causa al momento de despedir,
En el primero de ellos, el despido es nulo e ineficaz, y por ende, no por el simple hecho de que el derecho al trabajo no sea eficaz en el
despliega los efectos pretendidos por el empleador. Por tal motivo, en
esos casos se impone la necesidad de la reinstalación del trabajador a
su puesto de trabajo.
En el segundo caso, también se pueden distinguir dos situaciones

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plano de los hechos, o que las normas internas prevean únicamente que la indemnización especial prevista no es procedente cuando
una indemnización para esos casos y no ataquen la eficacia de dicha el despido obedeció a una causa razonable. La ley establece que se
decisión unilateral del empleador. entiende como tal a aquella causa o motivo que esté relacionada con
Muy por el contrario, puede sostenerse con diversos fundamentos que la conducta del trabajador o basada en las necesidades de la empresa,
el trabajador tiene el derecho a permanecer en su empleo a excepción suficiente para justificar la decisión de despedir.
de la concurrencia de una justa causa que determine el despido En definitiva, se establece un régimen de protección contra el despido
decidido unilateralmente por el empleador .No existe fundamento injustificado. “Se trata de un mecanismo que busca fomentar la
para argumentar que el derecho al trabajo es una aspiración meramente estabilidad en el empleo del trabajador afectado por una discapacidad,
programática, sino que corresponde a los operadores jurídicos el cual se inscribe en la orientación y filosofía tuitiva que parece
e intérpretes del derecho reconducir su adecuada consagración consolidarse a partir de la ley No. 17.940 sobre fuero sindical,
normativa, y perfilar su contenido esencial propio en consonancia con que consiste en habilitar el despido siempre que exista una ‘causa
los instrumentos internaciones y conciencia jurídica universal. razonable’ que acredite fehacientemente el empleador. Sin embargo,
En ese sentido, partiendo de la base de un replanteamiento de la en este caso no se prevé la posibilidad de pedir la nulidad del despido
vigencia del derecho al trabajo en el Uruguay, son múltiples los (como si sucede con el caso del despido antisindical) sino que la
fundamentos que permiten proponer una relectura bajo otra óptica, sanción consiste en la obligación de pagar una indemnización especial
capaz de considerar que no existe un derecho a despedir, ni mucho por tratarse de un cese injustificado” .
menos la posibilidad de hacerlo en forma libre por parte del empleador, Por otro lado, laLey Nº 19.689 del 29 de octubre de 2018, entró
sino que, por el contrario, éste siempre debe causalizar su acto, y con la en vigencia el 1 de enero del año 2019, ymodifica a la ley de empleo
concurrencia de una justa causa. juvenil Nº 19.133, incorporando nuevas herramientas de promoción
En efecto, la exigencia de justa causa viene determinada por del empleo. El objeto general de la norma es regular instrumentos que
distintas normas internacionales que forman parte del bloque de permitan crear nuevas oportunidades laborales, así como incentivar
constitucionalidad de los derechos humanos laborales, así como la formación académica de jóvenes o asistirlos en la creación de
por normas de diferente jerarquía que exigen la necesidad de que el emprendimientos propios.
despido tenga una causa válida en determinadas circunstancias. “El espíritu de la norma es generar vínculos entre jóvenes y empresas,
Tal conclusión se deduce además desde un punto de vista monitoreados por el Ministerio de Trabajo y Seguridad Social, a quien
hermenéutico, en tanto que, o bien se interpreta el contenido de un la ley le asigna el rol de coordinador, en donde ambas partes obtienen
derecho humano fundamental en forma extensiva, o bien se utiliza beneficios” . Los jóvenes, se forman y adquieren experiencia mientras
una técnica de expansión del contenido de una facultad empresarial que las empresas, además de cubrir la necesidad de personal, obtienen
que constituye un poder especialísimo y excepcional. Y en tal caso ciertos estímulos adicionales. Esta norma se suma a otros intentos
las técnicas de interpretación más recibidas en materia de derechos realizados en nuestro país a través de la Junta Nacional de Empleo,
fundamentales coligen la necesaria aplicación del criterio de la directriz lasLeyes Nº 16.783 y 18.531 -ambas derogadas-, y la Ley Nº 19.133, y
de preferencia, anteponiendo aquella que implique la extensión del los Decretos Nº 115/015 y 89/2019.
derecho antes bien que su restricción. Uno de los aspectos importantes de la norma es la creación de
En concreto, se puede destacar que la regulación uruguaya no consagra estímulos para las empresas ysubsidios, habiendo sustituido con una
un régimen de estabilidad relativa impropia, sino que, al contrario, nueva redacción el texto del artículo 10 de la Ley Nº 19133.
el empleador debe causar el despido,y las normas posibilitan que el Adicionalmente a los subsidios previstos, y como modo de causalizar
trabajador sea reparado mediante una indemnización o la efectiva y aumentar la contratación de jóvenes por parte de las empresas, la
reinstalación al puesto de trabajo . ley prevé que las empresas que apelen a la modalidad de práctica
Además, tales medidas de reparación previstas en las normas deben formativa en empresas, tendrán un subsidio de hasta el 50 % de
encontrarse disponibles a la libre elección del trabajador. En efecto, la la remuneración calculada sobre el 75% del valor de la categoría y
calificación de la concurrencia de justas causas se encuentra vedada actividad correspondiente con un tope de un Salario Mínimo Nacional
al empleador, en tanto que la revisión judicial posterior conforma en proporción a las horas estipuladas.
el contenido esencial del derecho al trabajo, por lo cual no resulta Los artículos 5 y 6 del Decreto N° 89/2019 disponen en relación a los
posible jurídicamente admitir que sea éste quien resuelva los efectos subsidios que: a) las empresas que contraten jóvenes bajo la modalidad
de la ausencia de las mismas, sin siquiera existir una norma que de contrato de primera experiencia laboral, gozarán de un subsidio del
expresamente disponga tal posibilidad a su favor. 25% de las retribuciones mensuales del trabajador sujetas a montepío.
El monto máximo de subsidio será el 25% calculado sobre la base de
$ 17.968 (diecisiete mil novecientos sesenta y ocho pesos uruguayos)
3) Las leyes Nº 19.691 y 19.689 a valores de enero de 2018; y b) las empresas que contraten jóvenes
La Ley N° 19.691del 29 de octubre de 2018, fue promulgada por el bajo la modalidad practica laboral para egresados, gozarán de un
Poder Ejecutivo con la finalidad de la inserción laboral de personas con subsidio del 15% de las retribuciones mensuales del trabajador sujetas
discapacidad en el ámbito privado. La ley establece que las empresas a montepío. El monto máximo de subsidio será el 15% calculado sobre
con 25 o más trabajadores, tendrán la obligación de emplear a personal la base de $ 17.968 a valores de enero de 2018.
permanente con discapacidad, en un porcentaje determinado sobre En relación a las prácticas formativas,reguladas por el artículo 20 de la
la totalidad de sus trabajadores en todo nuevo ingreso que se genere Ley Nº19.133,que fuera sustituido en su redacción por el artículo 764
a partir de su entrada en vigencia. A su vez, dispone que el ingreso de la Ley N° 19.355,cabe destacar que la finalidad de esta formación
del personal con estas características sea gradual. Fue reglamentada es que el joven tenga una mejor capacitación para el desarrollo de su
recientemente por el Decreto N° 73/2019, a fin de facilitar su trabajo. La práctica empresarial se destina a estudiantes entre 15 y 29
aplicación. años de edad. La remuneración de esta actividad está establecida en
El artículo 2 de la ley señala que las personas con discapacidad el 75% del valor de la categoría y actividad con un piso de un Salario
empleadas gozarán de todos los derechos y obligaciones previstos por Mínimo Nacional en proporción a las horas determinadas.
la normativa laboral, salvo la aplicación de normas particulares. Se prevé que el Ministerio de Trabajo previa consulta con el INEFOP,
En tal sentido, en el artículo 9 se prevé que las personas discapacitadas puede autorizar excepcionalmente la realización de prácticas
no podrán ser despedidas sin que exista una causa razonable formativas no remuneradas, las que no podrán exceder de un máximo
relacionada con la conducta del trabajador o basada en las necesidades de 120 horas ni representar más del 50% en la carga horaria total del
de la empresa, establecimiento o servicio, u otra de entidad suficiente curso o carrera. Se dispone que cuando las instituciones educativas
para justificar la decisión adoptada. En caso de incumplimiento por formulen propuestas de práctica no remunerada en empresas que
el empleador, deberá pagar la indemnización legal que le corresponda requieran más de 120 horas o cuando las horas necesarias de práctica
por despido común más seis mensualidades.Asimismo,el empleador formativa representen más del 50% en la carga horaria total del curso
dentro del término de tres meses a contar desde el despido, deberá o carrera deberán justificar por escrito las razones de la extensión, lo
contratar a otra persona con discapacidad en sustitución del empleado cual será evaluado por los Ministerios de Trabajo y Seguridad Social
despedido, salvo que el despido haya obedecido a la supresión del y de Educación y Cultura previa consulta al INEFOP.También y como
puesto de trabajo por reestructura y sin perjuicio de cumplir con la todo trabajador, estos jóvenes mientras se estén formando deberán
inclusión obligatoria.
Por tal motivo, estas hipótesis se tratan de despidos que requieren
justificación o causa razonable, es decir no es libre, lo cual es muy
garantista para la estabilidad de estas personas muy vulnerables por
sus características físicas o mentales. Sin perjuicio de ello, se dispone
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estar cubiertos por el Banco de Seguros del Estado. se implementen políticas públicas para atender esta necesidad . De
La ley intenta que esta formación no sea inocua y que la empresa manera que esta disposición podría ser parte de una serie de medidas
se comprometa con los resultados de la misma. Es importante que en relación al empleo tanto de los jóvenes como de los trabajadores
la empresa evalúe el desempeño del joven capacitado, de manera maduros.
de verificar su práctica formativa y que mantenga un vínculo con la El artículo 16 de la Ley N° 19.689 establece los requisitos para la
institución educativa a efectos de comunicar la constancia de la participación,siendo que para hacer uso del subsidio establecido se
formación. requiere que las empresas estén al día con los pagos del Banco de
En cuanto a la promoción para la contratación de jóvenes, deben Previsión Social, Dirección General Impositiva y MTSS; no haber
destacarse los siguientes elementos: efectuado despidos y no haber realizado envíos a seguro de desempleo
en los 90 días previos a la contratación del trabajador y en los 90
a. Reducción del horario por estudio.Este beneficio se aplica a días posteriores. No se considera incumplimiento del requisito el
trabajadores entre 15 y 29 años de edad. Con anterioridad el límite despido por notoria mala conducta. Esta norma protege al empleo y se
de edad fijado era de 24 años. El monto del subsidio asciende al 80% suma a las otras que mencionamos anteriormente y que marcan una
el valor de cada hora de trabajo reducida con un máximo de cuatros tendencia en nuestro país hacia la estabilidad en el trabajo; no pueden
horas en la jornada laboral. Con anterioridad el subsidio era de 20% participar las empresas registradas ante el BPS en calidad de “usuario
del valor hora en caso de reducción de una hora en la jornada laboral y de servicios” ni las empresas suministradoras de personal; no pueden
de un 40% en caso de reducción de dos horas en la jornada laboral.La ser beneficiarios de otros incentivos tributarios o subsidios vigentes al
jornada resultante de la reducción de tiempo de trabajo no puede ser momento de promulgación de la ley (artículo 16 de la ley N° 19.689).
inferior a cuatro horas diarias (según nueva redacción del artículo 25
de la Ley N° 19.133).
b.Subsidio a la licencia por estudio. Al igual que el beneficio 4) Conclusiones
anterior,este se aplica a trabajadores entre 15 y 29 años de edad (con a) Proponiendo un replanteamiento en torno a la mala salud del
anterioridad el límite de edad fijado era de 24 años) que se encuentren derecho al trabajo en el Uruguay, creemos que debe interpretarse
cursando los estudios curriculares (estudios de educación primaria, que en ordenamiento jurídico nacionalel empleador debe causar el
secundaria básica o superior, educación técnico profesional superior, despido, y que las normas posibilitan que el trabajador sea reparado
enseñanza universitaria de grado y terciaria de naturaleza pública o mediante una indemnización o la efectiva reinstalación al puesto de
privada habilitadas por el Ministerio de Educación y Cultura, cursos trabajo.
otorgados por el INEFOP y otros reconocidos por el MTSS) y que no b) Las recientes normas aprobadas en materia de discapacidad y de
se encuentren amparados por el artículo 2 de la ley N° 18.458 (ley promoción de empleo juvenial, comportan una tímida tendencia a la
de licencia por estudio). En relación a no estar comprendido en la estabilidad para ciertos trabajadores de la actividad privada.
licencia por estudio Carolina Panizza, da como ejemplo la situación
de “trabajadores que se desempeñen en la actividad privada con una c) Creemos que para reforzar la interpretación sugerida, resulta
antigüedad menor a seis meses en la empresa, con lo cual no tendrán necesario la promulgación de normas que impongan la nulidad del
derecho a la licencia especial por estudio prevista …” .El subsidio despido “a menos que exista para ello una causa justificada relacionada
equivale al 80% del salario correspondiente a cada día de licencia con su capacidad o su conducta o basada en las necesidades de
adicional concedida. Con anterioridad el monto era equivalente al 40% funcionamiento de la empresa, establecimiento o servicio”, tal como lo
del salario correspondiente a cada día adicional. El tope es de ocho días dispone el Convenio Internacional de Trabajo Nº 158.
de licencia por estudio adicionales a los previstos en la norma (según
nueva redacción del artículo 26 de la Ley N° 19.133).
En otro orden, también resulta importante destacar la Formación
Profesional Programa de Promoción a Emprendimientos Juveniles.
El artículo 10 de la Ley N° 19.689 establece que el el INEFOP a
través de su Programa de Promoción a Emprendimientos Juveniles,
subsidiará el 50% de las contribuciones especiales de seguridad
social correspondientes a los aportes patronales, con un tope de 15
BFC mensuales por un plazo de 18 meses.Las beneficiarias serán las
empresas generadas a partir del 1°de enero de 2016 y cuyos titulares
sean jóvenes entre 18 y 29 años a la fecha de la ley N°19.689. Esta ley
establece taxativamente que cuando los titulares de las empresas o
la mitad más uno de ellos pertenezca a colectivos vulnerables tales
como: mujeres jóvenes, jóvenes con vulnerabilidad socio económica
o joven con discapacidad recibieran un subsidio adicional al previsto.
Destacamos la protección y promoción del trabajo de personas con
discapacidad, que se suma a la ley N° 19.691. Así, el decreto N°
89/2019 en su artículo 16 dispone: “Para determinar a los jóvenes
con discapacidad, la Dirección Nacional de Empleo, atenderá a lo
dispuesto en el Registro de Personas con Discapacidad, perteneciente
a la Comisión Nacional Honoraria de la Discapacidad y a la normativa
vigente, y para determinar la situación de jóvenes con vulnerabilidad
socio-económica, se atenderá a lo dispuesto por el artículo 2° de la Ley
N° 18.227, de 22 de diciembre de 2007 y su reglamentación”.
El artículo 15 del decreto N°89/2019, establece los requisitos para
la participación en el Programa de Promoción a Emprendimientos
Juveniles, indicando quepara acogerse al beneficio, sus titulares
deberán ser jóvenes entre 18 y 29 años de edad a la fecha de vigencia
de la Ley N° 19.689;la empresa debe haberse creado a partir del 1° de
enero de 2016; y la empresa debe estar al día con sus pagos ante el
Banco de Previsión Social, en la Dirección General Impositiva y en el
Ministerio de Trabajo y Seguridad Social.
En relación a la promoción del empleo, y el Programa Temporal de
Subsidio al Empleo, el artículo 11 de la Ley N° 19.689dispone que
los empleadores que contraten nuevos trabajadores al amparo de
este programa, gozarán de un subsidio equivalente al 25% de las
retribuciones mensuales del trabajador sujetas a montepío. Lo
llamativo es que este subsidio asciende al 40% cuando la empresa
contrate a trabajadores mayores a 45 años de edad. Estos trabajadores
no se encuentran dentro de los jóvenes comprendidos en la ley, pero
también su edad genera ciertas dificultades para el empleo. Parte
de la doctrina ha recomendado que se tomen medidas al respecto y
87
Discriminación en la regulación la Constitución.
peruana del descanso por maternidad y - Licencia por maternidad: Ley 26644 modificada por Leyes 27606.
paternidad 29992, 30367, y 30792, tiempo retribuido con subsidio según Ley
26790 y computable para el pago de utilidades según Ley 30792.
Autor: Daniel Ulloa Millares.
- Imposibilidad de discriminar a gestantes en postulación: Ley
Abogado. Doctor en derecho y Master Interuniversitario en empleo, 26772 y modificaciones.
relaciones laborales y diálogo social en Europa por la Universidad de
Castilla-La Mancha, España. Profesor ordinario de derecho laboral - Nulidad de despido según art. 29 de la Ley de productividad y
en la facultad de Derecho de la Pontificia Universidad Católica del competitividad laboral, texto aprobado por D.S. 3-97-TR.
Perú. Director de la maestría de relaciones laborales de la indicada - Tiempo para lactancia: Ley 27240, tiempo retribuido con subsidio
universidad. Fue presidente de la Sociedad Peruana de Derecho del según Ley 26790.
Trabajo y de la Seguridad Social (2017-2019). Socio en Prelle & Ulloa - Licencia por adopción de menores de hasta 12 años: Ley 27409.
(www.pyu.pe)
- Protección especial: Ley 28048 y su reglamento (D.S. 9-2004-
TR).
Sumario: - Cuidados especiales en caso de labores peligrosas: Ley 29783
Las normas laborales siempre buscaron proteger a las mujeres, en (art. 66).
especial cuando también son madres. Empero, la mayoría de esas - Uso de lactarios en el centro de trabajo: Ley 29896.
normas parten de un supuesto paternalista y sin perspectiva de
- Imposibilidad de solicitar a postulantes información sobre
género, manteniendo una imagen estereotipada de la mujer en su rol
estado de gravidez: Ley 30709 y reglamento aprobado por D.S.
de madre, sin que puedan corregir la inadecuada situación que viven.
2-2018-TR.
El presente trabajo no busca ser un texto de doctrina científica (hay
mejores artículos sobre el tema) sino presentar una opinión jurídica Estas normas no merecerían objeción de nuestra parte en caso
sobre la situación normativa vigente, las recientes correcciones, los cumplieran debidamente con su objetivo de proteger a la mujer que,
problemas existentes y algunas propuestas de soluciones. siendo postulante o trabajadora, va camino a ser madre, evitando
que por dicho motivo sea discriminada o perjudicadavii, normas que
muchas veces también suponen proteger al concebido y, en menores
1. La necesidad de la protección casos, al padre. Sin embargo, todas las normas parten del supuesto de
El derecho del trabajo que actualmente nos regula se diferencia que los hijos solamente puedan darse en una relación heterosexualviii
del derecho civil porque así se lo exigió la realidad -siglos atrás- al y que quien tiene que cuidarlos es la mujer, contradiciendo una visión
presentarle la necesidad de solucionar la denominada cuestión moderna de la familiaix, un obvio y esperado enfoque o perspectiva de
sociali, considerando como supuesto principal la diferente posición género (Molero, 2009).
contractual de los involucrados y la consiguiente búsqueda de la Con la posición vigente se perjudica, finalmente, a quien en teoría se
protección de uno de ellos (el trabajador) “para lograr, mediante esa busca proteger, lo cual resulta una consecuencia lógica si reparamos
protección, que se alcance una igualdad sustantiva y real entre las en que el Derecho del Trabajo ha tenido, desde sus inicios, un claro
partes” (Pla, 2015, p. 73). Es por ello que el principio que inspira o que sesgo de género (Casas, 1998). Como señala el profesor Morón (2019),
define a este ordenamiento normativo y que nunca debería dejarse de las mujeres no solo ocupan trabajos menos remunerados sino que
lado es el principio protector, esto es, la tutela del contratante débil también sucede que el trabajo feminizado tiende a valorarse menos
que presupone un sistema de protección (Ledesma, 2017, p. 58). y es objeto de peores retribuciones. Lo anterior, continúa, entronca
Como parte de esta protección se cuidó, casi de inmediato, la situación directamente con la pervivencia del patrón patriarcal industrial clásico
laboral de los menores de edad y de las mujeres. Así, sin perjuicio de los que otorga al hombre trabajador el papel central de suministrador de
avances que cada país realizaría en su legislación, la naciente normativa rentas a la familia, dejando a la mujer trabajadora un papel auxiliar o
internacional laboral del siglo pasado consideró esencial limitar la complementario, en pocas palabras, de guardiana de la familia.
jornada de estos colectivosii a la vez que les prohibió realizar ciertas En efecto, varios estudios demuestran que en Perú las mujeres dedican
actividades, ordenando impedir, por ejemplo, que las mujeres puedan más horas a actividades no remuneradas (Mimdes, 2011) y que ganan
trabajar de noche (de 10 p.m. a 5 a.m.)iii o en trabajos subterráneos de menos que los hombresx, manteniéndose la brecha de género a pesar
las minasiv. Esto, que hoy nos parece cuestionable por discriminatorio, de las mejoras que han podido darse recientementexi. Y que esta
fue debidamente aprobado por la Organización Internacional situación no va a cambiar en decenas de añosxii. Una de las razones
del Trabajo (OIT) en algunos de sus convenios, contando con el que sustenta lo anterior es la corresponsabilidad familiar, dado que a
respectivo voto de sus países miembros en las conferencias. Como mayor número de hijos aumenta el tiempo dedicado por las mujeres
es lógico entender, actualmente dichos preceptos han sido anulados a las actividades domésticas no remuneradas mientras que para los
o restringidosv, lo cual acredita que un mismo supuesto puede ser hombres este tiempo permanece casi inalterable (Mimdes, 2011). Y que
revisado y modificado al ser analizado de manera diferente según el ambos miembros de la familia tengan licencias de diferente duración
contexto y las características sociales o culturales vigentes. ante la llegada de un hijo, creemos, es un elemento que complica antes
La maternidad fue otro tema que, evidentemente, generó la atención que ayuda a la obtención de la ansiada igualdad.
de la normativa laboral de la OIT y que ha sido objeto de tres convenios, Pero, inclusive, igualar los permisos de paternidad pareciera que
los números 3 (1919), 103 (1952) y 183 (2000) y dos recomendaciones, tampoco es decisivo. Ni tampoco la discriminación positiva ni utilizar
las números 95 (1952) y 191 (2000). El convenio 183 es el que fue las cuotas. En efecto, en una entrevista realizada en junio de 2019
recientemente ratificado por Perúvi y que tuvo como primer efecto por el diario El Paísxiii la economista y profesora de la universidad de
ampliar el número de días de descanso a 98 días (14 semanas) dado Harvard Claudia Goldin, pionera en el análisis económico de la brecha
que el beneficio había sido establecido localmente en 90 días. de género, afirmó que la raíz del problema es el mayor presentismo de
Al respecto, en este trabajo buscaremos cuestionar parte de la actual los hombres en las empresas, su mayor disponibilidad y que la solución
regulación laboral vinculada a la maternidad y a la custodia de hijos, real supone que los hombres “deben implicarse más en las tareas del
no por los objetivos que busca, con los cuales estamos evidentemente hogar”, por ejemplo, deben reclamar a las empresas que quieren pasar
de acuerdo, sino por la forma en que están redactados, dado que ello más tiempo con sus hijos o aquellas deberían contar con guarderías
supone caer en varias discriminaciones que influencian, de manera de atención continua. También influye, agrega, el trabajo en grupos
relevante, en la brecha salarial y en la participación en el trabajo de antes que el trabajo individual, por lo que las ausencias de las mujeres
las mujeres (Saez, 2019). Esto es, consideramos que las normas que en los primeros no se sienten tanto cuando las responsabilidades son
buscan proteger a la mujer por el solo hecho de ser madre resultan personales.
discriminatorias cuando lo que se debe proteger es su faceta, hasta Lo anterior lo puedo confirmar con mi experiencia como padre de un
ahora exclusiva, maternal (Vega, 2019) y, adicionalmente, tutelar al menor de seis años. El universo de personas que lleva y recoge a los
nuevo ser (la protección fetal). niños en los jardines de infancia y en el colegio a los que he ido en
Lima es mayoritariamente femenino, sean madres o nanas (de por si
2. Las reglas vigentes un colectivo totalmente femenino al igual que el de las profesoras del
Para poder entender la crítica debemos recordar los aspectos
protegidos a las madres en el ordenamiento peruano del régimen
laboral privado vigentes a junio de 2019:
- Atención prioritaria del Estado y protección especial: Art. 23 de
88
jardín, apareciendo los hombres esporádicamente y casi siempre como hay madres que no se afectan en esta etapa y otras -a contrario- que
profesores de deporte). En efecto, en los cuatro años que realizo esta requieren más de 98 días de descanso), debería ser derecho de ambos
labor el porcentaje de hombres que he visto en la entrada y salida de las padres el decidir quién de los dos va a destinar el tiempo de la licencia
clases no habrá excedido del 20% del total en sus mejores momentos. para el cuidado del niño. En otras palabras, que el descanso lo tenga
Esto demuestra que seguimos siendo una ciudad con varios puestos inicialmente la madre porque ella es la única que lleva biológicamente
de trabajo claramente femeninos y que las labores de cuidado de los la concepción, pero que -a su decisión- parte de este descanso pueda
menores hogar también tienen preferencia femenina. ser transferido a quien ella indique. Por ejemplo, pueda ser que la
Por lo anterior, tal como lo revela el INEI, la tasa de participación en madre tenga una mayor remuneración mensual que el padre y por esto
la fuerza de trabajo al año 2017 en Perú era del 65% para las mujeres les conviene que ella retorne rápidamente a laborar para evitar ganar
y del 82.6% para los hombres en personas de 15 a más años de edad. un subsidio que se calcula en base a promedios y así siga percibiendo
Lo cual podría explicar por qué las mujeres se dedican al trabajo no su remuneración, situación que se agrava si la remuneración de la
remunerado. madre incluye montos variables (que no se pueden generar mientras
descansa). Esto en Perú no se puede elegir y debería ser modificado,
Sin perjuicio de que estamos ante un tema social, cultural y no prefiriéndose la decisión de la pareja antes que imponer su distribución.
solamente legal, a continuación presentaré algunos ejemplos de las
discriminaciones normativas que se encuentran vigentes en nuestro Situación aparte ocurre cuando la madre es soltera, el padre no
ordenamiento y que parecieran no corregir esta cuestionable situación, existe o es un familiar o una nueva pareja (que no es el padre) quien
empezando con el descanso por gestación. apoyará en las labores familiares. Este “extraño” no tiene derecho a
licencia alguna, situación que variaría si la madre pudiera disponer de
la licencia legal (o de parte de ella, por ejemplo, cuando ya se produjo
3. Los problemas de la inadecuada regulación del el nacimiento).
descanso por gestación - El pago de la licencia es diferente: mientras que para la madre lo asume
Hasta hace pocos años el nacimiento de un niño solamente permitía la seguridad social (subsidio) la del padre lo asume el empleador. Y ello
días de descanso a la trabajadora gestante y no al padre. Por increíble podría generar efectos no deseados, siendo el caso emblemático el de
que parezca, cuando la ley 26644xiv reincorporó este importante la muerte de la madre, donde el subsidio desaparece y es el empleador
derecho a nuestra legislación (pues hubo un vacío normativo entre quien debe asumir el pago de los días adicionales. Asimismo, la cuantía
1995 y 1996) tampoco se reconoció algún beneficio al padre. Fue del subsidio es siempre menor que la remuneración, como se indicó en
recién mediante la ley 29409, vigente desde el 21 de setiembre de 2009 el párrafo anterior.
(¡hace solamente diez años!) que se crea la licencia por paternidadxv, - El reconocimiento como día trabajado para efectos de utilidades
otorgando inicialmente un descanso (luego de producido el solamente considera a la licencia por maternidad. Recordemos que
nacimiento) de 4 días hábiles consecutivos al padre, suponiendo un en nuestro país la norma que regula el derecho a la participación en
leve cambio en las políticas de conciliación de la vida familiar y laboral las utilidades prevé como días computables solamente a los días en
al buscar que el padre también se involucre en las labores de cuidado los que el trabajador laboró real y efectivamente. Entonces, ninguna
(Molero, 2009) pues este derecho tiene como propósito según la licencia (salvo la sindical) es considerada para el cálculo de este
norma citada promover y fortalecer el desarrollo de la familia. beneficio. Si una mujer usaba la licencia por maternidad “perdía” 98
Así, a partir de 2009 la legislación otorgaba a la mujer de manera días para el cálculo de este beneficio. Es recién con la ley 30792 que
general 90 días por descanso por alumbramiento y al cónyuge o estos días también deben considerarse computables. Pero nada se dice
conviviente 4 días laborables como licencia por paternidadxvi, esquema de los días de la licencia por paternidad o por adopción. Tenemos otra
evidentemente desproporcionado que no consideraba que luego discriminación normativa existente que debe ser corregida pues el
del alumbramiento ambos padres están en capacidad de encargarse afán de cuidar a la madre impidió ver que también el padre tiene un rol
del cuidado del menor ni tampoco prevé los numerosos supuestos en el cuidado de la familia.
que podían darse como consecuencia de un embarazo (pérdida En España, por ejemplo, tal como lo explica la profesora Blázquez
del concebido, fallecimiento luego del nacimiento, nacimiento con (2019), la suspensión del contrato por maternidad es de 16 semanas,
discapacidad, nacimientos múltiples, por mencionar algunos). En otras de las cuales 6 son para la mujer y las demás, que buscan el cuidado
palabras, se confunden situaciones diversas previas al nacimiento con del menor, podían ser cedidas al padre, aunque con un límite de 5
la existencia del nuevo ser y con el rol que se busca cumplan los nuevos semanas. Pero en virtud de un reciente cambio legal (Real Decreto
padres. Ley 6/2019 de 1 de marzoxvii) el permiso de paternidad se ampliará de
Sin considerar el aumento en 8 días del descanso materno como manera progresiva, subiendo a 8 semanas en este año, a 12 semanas en
consecuencia de la ratificación del convenio OIT N° 183, es recién con el 2020 y a partir de 2021 se reconocerá una prestación intransferible
la Ley 30807, publicada el 5 de julio de 2018 (¡hace menos de un año de 16 semanas pagadas para cada progenitor, con un adicional de 2
de elaborado el presente artículo!) que se amplía en algo la licencia por semanas en caso de parto, adopción o acogimiento múltiple o cuando
paternidad (de 4 hábiles se pasa a 10 días pero calendarios) y se regulan el menor sufra una discapacidad. De las 16 semanas, 6 son de disfrute
algunos supuestos a favor del padre que merecen atención, a saber: obligatorio para ambos padres luego de producido el parto y el resto se
- Si se dan nacimientos prematuros o partos múltiples, el descanso del utilizará como lo estimen conveniente dentro del primer año de vida
padre pasa a ser de 20 días calendario. del menor, ya sea continuo o interrumpido. Lo que se busca con esto
es la presencia de los hombres en los cuidados de la familia y que la
- Si se dan nacimientos con enfermedad congénita terminal o
maternidad no perjudique a las mujeres.
discapacidad severa o se generan complicaciones graves en la salud de
la madre, el descanso del padre será de 30 días calendario. Como hemos visto, la norma peruana recién ha iniciado el camino
de compartir las responsabilidades familiares a pesar de que un
- Si la madre fallece durante el parto o durante su licencia por
nacimiento sin complicaciones solamente generaría, como hemos
maternidad, el padre será beneficiario de dicha licencia y con goce de
visto, un descanso al padre de 10 días calendario, esto es, 8 días
haber.
hábiles en el mejor de los casos. Consideramos que esto todavía es
Lo bueno de la nueva regulación es que tanto la madre como el padre insuficiente.
pueden usar las vacaciones pendientes de goce luego de terminada
Sin perjuicio de lo arriba indicado existen otros supuestos vinculados
su licencia y el empleador no puede negarse ante este pedido, esto
al cuidado familiar que no están regulados en las normas y que creemos
es, el riesgo de la ausencia lo asume el empleador. Estamos aquí ante
que merecen un pronto estudio y consideración.
una inusual preferencia por la decisión del trabajador antes que el
sometimiento al poder de dirección (recordemos que legalmente,
respecto de la oportunidad del descanso vacacional, la posición del 4. Supuestos no previstos en las normas (y que
empleador prevalece “en ejercicio de su poder de dirección”) producida generan discriminación)
en este caso por un interés superior: el del niño o el de la nueva familia. Sin perjuicio del importante, aunque limitado avance normativo
Vemos entonces que es recién con la ley 30807 que se intenta reseñado en la sección anterior, quedan otras situaciones discutibles
incorporar al trabajador que se convierte en padre en la asunción de las que quedan sin regular. Por ejemplo:
responsabilidades familiares generadas por la llegada de un nuevo ser, - El padre ausente: si la intención de la licencia por paternidad es
rol que las normas peruanas solamente dejaban hasta el año 2009 a la promover y fortalecer el desarrollo de la familia, ¿puede disfrutar
madre trabajadora. Pero esto se hace, en nuestra opinión, con varias
deficiencias, porque:
- El número de días de descanso sigue siendo diferente. En efecto,
quitando la posible dificultad de la gestación (y decimos posible pues

89
de esta licencia el padre que no reconoce al hijo o el padre que está evidente norma discriminatoria pues establece en su artículo 4 que
separado de la madre? Parecería que no tiene sentido. Entonces, si si los trabajadores peticionarios de adopción son cónyuges, la licencia
existe una nueva pareja ¿puede usar la licencia? La persona que quiere será tomada por la mujer. No se explica por qué se decidió así y este
reconocer al nuevo ser ¿tiene que esperar una decisión judicial firme? error ya tiene 18 años.
Notemos que la ley solamente califica como sujeto titular del derecho - La preferencia normativa por la mujer para el uso de la licencia
al padre. ¿Estamos hablando solo del padre biológico? ¿Qué pasa con por lactancia: Las normas presentan como titular de este derecho
los padres reales? O de repente con el tío o el padre de la madre ¿no solamente a “la madre trabajadora”. ¿Qué pasa cuando la madre ya no
pueden obtener la licencia? puede dar de lactar? ¿Pierde el derecho? Si el padre puede colaborar
Si en derecho laboral usamos mucho el principio de primacía de la con la lactancia ¿puede pedir esta licencia? Cuando se usa fórmula
realidad, consideramos que a falta del padre biológico, si existe una y no leche materna ¿no puede cualesquiera de los padres realizar
persona que cumple con el rol que la norma desea que cumpla el padre esta labor? Si bien los médicos recomiendan proceder a la lactancia
entonces este debería tener derecho a la licencia, más aún en los casos materna, pensar que solamente la madre puede realizar esta labor
especiales que sustentan la ampliación de la licencia y donde la madre cuando la leche natural ya se ha obtenido y cuando esta se puede
requiere mayor apoyo. conservar adecuadamente y ser otorgada con biberones también
- El viudo luego de terminado el descanso por gestación. La ley 30807 resulta discriminatorio. Peor aún cuando hablamos de lactancia
solamente prevé el traspaso de la licencia de maternidad al padre mediante fórmula.
en caso el fallecimiento de la madre ocurra durante la gestación o - El otorgamiento de la licencia por lactancia en jornadas atípicas. Este
durante la licencia por maternidad. Si la madre disfrutó todo su pre es un supuesto no previsto en la norma, la misma que indica que la
natal, estamos hablando de algo más de mes y medio (49 días) para el licencia no puede ser compensada ni sustituida por otro beneficio.
periodo posterior. Si el fallecimiento ocurre vencido este plazo pero Entonces ¿cómo puede disfrutar de esta licencia la madre que labora
en el primer año del menor ¿no hay derecho a reclamar algún periodo en jornada atípica, por ejemplo, en una de 14 por 7, y si por razones de
de descanso (notemos que no solo hay el duelo por la muerte de la salud o comodidad, no puede llevar a su hijo al centro de trabajo o a la
pareja sino la obligación de cuidar solo al nuevo ser). ¿La normativa vivienda donde le toca descansar? Necesariamente debe acumularse
no prevé alguna consideración por lo menos el equivalente a la hora el derecho (o dárselo al padre), empero ya son más de diez años sin que
de lactancia? la norma regule este supuesto.
- Las parejas homosexuales masculinas ¿tienen derecho a promover y Molero (2009) es clara al respecto:
fortalecer el desarrollo de la familia? Hace algunas semanas se difundió “En opinión concordante con Molina Pumariega, Martínez, Montoya,
el caso de un conocido productor y guionista de televisiónxviii que entre otros, el derecho a la lactancia, como beneficio atribuido de forma
tuvo dos hijos fecundados in vitro con su esperma y óvulos donados exclusiva a la madre, constituye una medida falsamente protectora.
anónimamente que fueron implantados en el vientre subrogado de Si bien la misma aparece formalmente como una discriminación del
una mujer. Cuando nacieron ambos niños en otro país ¿este padre hombre, materialmente se convierte en una discriminación de la propia
generó derecho a la licencia? Creemos que si porque la norma no mujer, ya que este tipo de regulaciones, al no consagrar el principio de
exige estar casado, que haya una madre o que la familia sea solamente igualdad en el disfrute del permiso de trabajo, se erige en un factor de
heterosexual: el derecho se genera por ser padre (biológico). Y en el alejamiento de la mujer del mercado de trabajo, sin que contribuya a su
caso de una pareja masculina, ¿los dos tendrán derecho a la licencia emancipación de las tareas domésticas.”
por paternidad o alguno podría reclamar el equivalente la licencia por
maternidad? ¿Y el permiso por lactancia? - La restricción para la obtención del subsidio por maternidad: En otro
trabajo sobre este tema la citada profesora Molero (2016) comenta
- Las parejas homosexuales femeninas ¿tienen derecho a promover y una decisión judicial por la cual se tuvo que cuestionar la regulación
fortalecer el desarrollo de la familia? La licencia de la madre biológica vigente sobre la procedencia del subsidio por maternidad, la cual está
no genera discusión, pero la pareja ¿tiene derecho a alguna licencia? condicionada a la afiliación durante el momento de la concepciónxix.
La maternal parecería que no pues ella es de quien dio a luz pero ¿y la Esto es, si una mujer no está trabajando o aportando al momento de la
licencia por paternidad? ¿O no existen padres en este supuesto? Y si concepción, por más que antes y después haya cotizado o que pueda
son dos mamás ¿por qué la licencia es una sola? tener derecho al descanso pre y post natal, no recibirá pagos de la
Nótese que para tener derecho al descanso por maternidad o por seguridad social. Ello, en palabras de la citada autora, tiene un impacto
paternidad las normas no exigen estar casado. Basta tener un hijo. negativo en el derecho a la igualdad de oportunidades de las mujeres,
Entonces, si una pareja engendra un hijo ¿no debería otorgarse la toda vez que en determinados supuestos se las estaría dejando en una
licencia respectiva a cada uno? ¿Podemos seguir negando la realidad situación de vulneración económica a la que por motivos obvios no se
y perjudicando a quien necesita justamente de atención y cuidados? ven enfrentados los hombres.
¿No sería mejor contar con un solo descanso, subsidiado, que pueda Vemos entonces que la discriminación a la mujer en el ordenamiento
ser distribuido según lo decida la pareja? ¿No sería esta la mejor laboral peruano está ratificada y fortalecida por diversas normas
solución, trasladar a la pareja la decisión del descanso (más aún luego vigentes, muchas de ellas paradójicamente emitidas en este siglo y
de producido el nacimiento) para que esta, según su situación, pueda por profesionales especializados ocupando el cargo de ministros de
elegir la opción que más les convenga? trabajo (aunque todos hombres, de repente esa fue la razón). Resulta
- La citada diferencia en la retribución de la licencia por maternidad y preocupante que la doctrina laboral (también mayoritariamente
de la licencia por paternidad: La primera la asume la seguridad social, masculina) haya aceptado la creación de los derechos vinculados a la
la segunda el empleador. Esto genera diferentes consecuencias que maternidad y a la lactancia pero no haya reparado que su regulación
deberían unificarse y ambas ser cubiertas por la seguridad social como reitera la discriminación y deja sin posibilidades de acomodo a las
hemos indicado líneas arriba. Mientras esto no ocurra, el monto que diferentes situaciones que puede estar pasando una pareja, ello sin
perciba la madre siempre será menor (dado que es un promedio) al que considerar el mayor número de parejas del mismo sexo que deciden
reciba el padre. tener hijos.
- ¿El padre también merecería protección especial ante un despido Consideramos que la maternidad laboral y la lactancia son temas
arbitrario? Si el padre prueba que su cese se debió a su responsabilidad que tienen que ser regulados urgentemente con enfoque de género,
familiar o a su paternidad ¿podrá reclamar la nulidad de su despido? incluyendo a quien asume el rol de padre dentro de las relaciones
Creemos que si, aunque el problema siempre será la prueba del motivo familiares y distribuyendo la responsabilidad entre ambos, dejando a la
(y la falta de norma, claro está). mujer el reconocimiento de las diferencias generadas por la naturaleza
Una reciente sentencia de la segunda sala de derecho constitucional humana (en este caso, la gestación, el acto del alumbramiento y la
y social transitoria de la Corte Suprema amplió el plazo de la tutela emisión de leche). Todo lo demás, entendemos, debería ser compartido
de nulidad por razones de embarazo a pesar de que la futura madre y poder ser delegado a la pareja, quien finalmente es la que mejor podrá
tuvo una pérdida semanas antes de producido el cese. Según los determinar el camino que convenga a sus intereses y al de su nuevo
hechos descritos en la casación 15216-2018, de fecha 9 de julio de hijo. Al igual que en el ejercicio de la negociación colectiva, donde el
2019, el despido realizado un mes después de conocida la pérdida del Estado no debe intervenir y dejar todo a la autonomía de las partes
concebido tendrá por motivo el embarazo si el empleador no justifica colectivas, confiando en su madurez o fomentando la misma, en las
legalmente su decisión. Por tanto, si ya se amplía jurisprudencialmente relaciones familiares el Estado tampoco debería intervenir ni mucho
la tutela para supuestos no previstos en la norma, es recomendable que menos imponer y, salvo reconocer y garantizar el disfrute efectivo del
la norma pueda recoger estos casos dado que existen en la realidad.
- La preferencia normativa por la mujer para el disfrute de la licencia
por adopción: Prevista en la ley 27409, de enero de 2001, es una

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derecho a los descansos, debería permitir a las partes involucradas x https://andina.pe/agencia/noticia-empleo-mujeres-ganan-23-menos-los-
a resolver de la manera como ellos deseen la nueva situación que hombres-lima-metropolitana-707235.aspx (última revisión: 24 de mayo de
enfrentan, siempre con pedagogía y capacitación, lo cual puede 2019).
realizarse a través del sistema de inspección del trabajo. Solamente así xi Tal como lo señala la Cámara de Comercio de Lima en su informe especial
podemos confirmar que vivimos en un estado social de derecho en el titulado “Una mirada a la situación de la mujer en el mercado laboral peruano”,
el cual se puede encontrar en el siguiente enlace: https://www.camaralima.org.
cual se proteja la dignidad de las personas, respetando sus decisiones
pe/repositorioaps/0/0/par/r733_2/iedep_733.pdf (última revisión: 25 de mayo
y haciéndolos partícipes de la vida en sociedad y olvidarnos de las fajas de 2019).
para ocultar embarazosxx.
xii Según el informe global sobre la brecha de género 2018 elaborado por el foro
Lima, 7 de agosto de 2019 económico mundial (WEF en inglés), la brecha global de género tardará mas de
200 años en cerrarse. Ver la noticia en el siguiente enlace: https://www.bbc.
com/mundo/noticias-46638119 (última revisión: 24 de mayo de 2019).
xiii La entrevista fue publicada el 22 de junio de 2019 y puede leerse
REFERENCIAS en el siguiente enlace https://elpais.com/economia/2019/06/21/
Blázquez, E. (2019), Trabajo de las mujeres y protección social, ponencia actualidad/1561146842_711294.html (última revisión: 23 de junio de 2019).
presentada al X XIX congreso AEDTSS, Salamanca. Recuperado de: https:// xiv El descanso por maternidad fue uno de los primeros derechos reconocidos en
www.aedtss.com/wp-content/uploads/2019/04/05-Bl%C3%A1zquez-Agudo- Perú. Fue establecido en la Ley 2851, en 1918, y prohibía el trabajo de las mujeres
Eva-Mar%C3%ADa.pdf durante los 20 días anteriores y los 60 días posteriores al alumbramiento. Esos
Casas, M. (1998), Transformaciones del trabajo, trabajo de las mujeres y futuro días se pagaban a razón del 60% del salario.
del Derecho del Trabajo, revista Relaciones Laborales, tomo I. Este derecho estuvo vigente hasta 1995, en que fue derogado por Ley 26513 y
Ledesma, D. (2017), Reflexiones a partir de la “idea básica del derecho del reapareció mediante Ley 26644.
trabajo” del profesor Adrian O. Goldin, en El derecho del trabajo en tiempo de xv Mas que un permiso por paternidad la ley 29409 estableció claramente un
cambios, en honor de Adrian Goldin, Ediar, (p. 53-82). permiso por nacimiento de hijo, tal como lo afirma Molero (2009) p. 242.
MIMDES, Brechas de género en uso del tiempo, (2011), Recuperado de: https:// xvi ¿Qué ocurre si el padre ya no es cónyuge o conviviente cuando nace su hijo?
w w w.mimp.gob.pe/f iles/direcciones/dgignd/publicaciones/Brechas-de- ¿Pierde la licencia?
genero-en-el-Uso-del-Tiempo.pdf
xvii La descripción del cambio normativo también se puede revisar en la
Molero, M. (2009) Maternidad, paternidad y Estado. Los derechos de noticia publicada en la edición digital del diario El País de España el 1 de
conciliación como desarrollo del derecho a la igualdad entre mujeres y hombres, marzo de 2019 y que se puede leer en el siguiente enlace: https://elpais.com/
revista Ius et Veritas N° 39. sociedad/2019/03/01/actualidad/1551442687_803563.html (última revisión:
Molero, M. (2016), El subsidio por maternidad y la igualdad de oportunidades 26 de mayo de 2019).
entre mujeres y hombres, Recuperado de http://www.enfoquederecho. xviii Ver la nota en https://peru21.pe/espectaculos/ricardo-moran-conductor-
c o m / 2 0 1 6 / 0 9 / 1 5 / e l - s u b s i d i o - p o r- m a t e r n i d a d - y - l a - i g u a l d a d - d e - tv-presenta-hijos-catalina-emiliano-474560 (última revisión: 30 de mayo de
oportunidades-entre-mujeres-y-hombres/ 2019).
Morón, R. (2019) De coches y salarios femeninos, Recuperado de: http:// xix Según lo prevé el artículo 35 del reglamento de la ley de modernización de la
baylos.blogspot.com/2019/05/devaluacion-salarial-femenina-proposito.html seguridad social en salud, aprobado por D.S. 9-97-SA.
Pla, A. (2015) Los principios del derecho del trabajo, Fcu, Uruguay, p. 73. xx Varias veces nos han comentado que las mujeres se fajan para que sus
OIT, Convenios internacionales. Recuperado de https://www.ilo.org/dyn/ empleadores no noten que están embarazadas y con ello procedan a no renovarles
normlex/es/f?p=NORMLEXPUB:12001:0::NO::: el contrato temporal. Evidentemente esto no resulta justo ni adecuado.
Rerum Novarum, Recuperado de: http://w2.vatican.va/content/leo-xiii/es/
encyclicals/documents/hf_l-xiii_enc_15051891_rerum-novarum.html (última
revisión: 24 de mayo de 2019).
Saez, C. (2019) OIT 100 años: La participación de las mujeres en el mercado
de trabajo, ponencia presentada al X XIX congreso AEDTSS, Salamanca.
Recuperado de: https://www.aedtss.com/wp-content/uploads/2019/04/04-
S%C3%A1ez-Lara-Carmen.pdf
Vega, M., Trabajo, relación de trabajo y derecho del trabajo ¿crisis o
renacimiento?” ponencia presentada al X XIX congreso AEDTSS, Salamanca.
Recuperado de https://www.aedtss.com/wp-content/uploads/2019/04/02-
Vega-Ruiz-Mar%C3%ADa-Luz.pdf
NOTAS
i Al respecto es muy ilustrativa la forma en la que se describe esta problemática
y su contexto histórico, en mayo de 1891, la encíclica Rerum Novarum, que
puede leerse en el siguiente enlace: http://w2.vatican.va/content/leo-xiii/es/
encyclicals/documents/hf_l-xiii_enc_15051891_rerum-novarum.html (última
revisión: 24 de mayo de 2019).
ii Convenio OIT N° 1, 1919, en vigor internacional desde el 13 de junio de 1921 y
ratificado por Perú el 8 de noviembre de 1945.
iii Convenio OIT N° 4, 1919, en vigor internacional desde el 13 de junio de 1921
y ratificado por Perú el 8 de noviembre de 1945 y Convenio OIT N° 41, 1934,
en vigor internacional desde el 22 de noviembre de 1936 y ratificado por Perú
el 8 de noviembre de 1945. Inicialmente denunciados por Perú, la conferencia
internacional del trabajo derogó estos convenios en 2017.
iv Convenio OIT N° 45, 1935, en vigor internacional desde el 30 de mayo de
1937, ratificado por Perú el 8 de noviembre de 1945 pero sin vigencia en el país
por la denuncia realizada el 9 de junio de 1997.
v La lista completa de los convenios de la OIT se puede ver en el siguiente enlace:
https://www.ilo.org/dyn/normlex/es/f ?p=NOR MLEXPUB:12001:0::NO:::
(última revisión: 25 de mayo de 2019).
vi Aprobado por Resolución Legislativa N° 30312 del 21 de marzo de 2015 y
ratificado por D.S. 12-2016-RE del 23 de febrero de 2016. Entró en vigencia el
9 de mayo de 2017.
vii Tema de lamentable actualidad tal como puede leerse en esta noticia del
23 de mayo de 2019 que involucra a la empresa Nike, que rebajaría los pagos
acordados con sus atletas cuando ellas deciden ser madres: https://elpais.com/
deportes/2019/05/23/actualidad/1558611884_769345.html (última revisión:
24 de mayo de 2019).
viii No nos referimos al obvio hecho biológico sino al posterior cuidado del
nuevo ser.
ix Cabe destacar que Perú ratificó en 1986 el convenio OIT N° 156, sobre los
trabajadores con responsabilidades familiares, el cual busca la conciliación
entre trabajo y familia, cuestiona el papel tradicional de los hombres y defiende
su derecho al cuidado de niños y mayores.

91
ponencias voluntarias
Aula 2
LOS RIESGOS PSICOSOCIALES: APROXIMACIÓN Pero a pesar del tiempo transcurrido desde los primeros abordajes,
CONCEPTUAL Y MARCO NORMATIVO no se ha arribado a una unificación conceptual. A vía de ejemplo el
término “estrés” muchas veces es empleado como sinónimo de riesgos
APLICABLE PARA SU PREVENCIÓN. psicosociales, por ejemplo en los documentos de la NIOSH . También se
Por: Graciela Giuzio observa con frecuencia la utilización como sinónimos a la organización
del trabajo y a los factores psicosociales para referirse a condiciones
de trabajo que pueden generar estrés. Asimismo puede advertirse el
Sumario
uso de los términos “factores psicosociales”; “factores psicosociales de
I. INTRODUCCIÓN. riesgo” y “riesgos psicosociales” como intercambiables por algunos
II. FACTORES DE RIESGO PSICOSOCIAL autores, mientras que otros entienden que si bien son términos
próximos entre ellos, sus referencias históricas y conceptuales son
1. Concepto.
diferentes, e incluso hay diferencias entre ellos que pueden ser
2. Marco Normativo. importantes.
III. A MODO DE CONCLUSIÓN. Pero a pesar de la carencia de una definición que goce de aceptación
generalizada, se detecta en los distintos abordajes elementos
I. INTRODUCCIÓN comunes. Ello permite concluir en que hay consenso respecto de la
integración en el concepto que estamos analizando de los siguientes
Los riesgos psicosociales han irrumpido fuertemente en el escenario aspectos: la organización; las funciones y características de las tareas;
socio-laboral y son considerados hoy como una de las principales las relaciones interpersonales y los caracteres propios de las personas
fuentes de siniestralidad en el trabajo. No obstante ello el problema (personalidad y actitudes). Cabe agregar a esto que algunos autores
de los factores de riesgo psicosocial y su impacto en la salud de los incluyen además el entorno extralaboral.
trabajadores, no es de surgimiento reciente, sino que en realidad su
etiología puede rastrearse en el origen mismo del trabajo en términos De acuerdo a lo anteriormente expresado transcribimos por
modernos (revolución industrial). Por lo cual lo que viene sucediendo considerarla la más ajustada al estado de la cuestión hoy (junto con
en los últimos años , es más que nada la toma de conciencia de la la ya citada del Comité Mixto OMS-OIT) la conceptualización
significación de estos riesgos en términos de consecuencias negativas realizada en la Enciclopedia sobre la Seguridad y Salud en el Trabajo,
- no solo para los trabajadores- sino también para las empresas, lo que (2001) la cual entiende que los factores de riesgo psicosocial laboral
hasta no hace mucho tiempo se había ignorado o al menos minimizado son:
. (…), aspectos del puesto de trabajo y del entorno de trabajo, como
No obstante ello debe reconocerse que en las últimas décadas, la el clima o cultura de la organización, las funciones laborales, las
intensificación del uso de las nuevas tecnologías de la información; relaciones interpersonales en el trabajo y el diseño y contenido
las mutaciones derivadas del nuevo paradigma de organización de las tareas (por ejemplo, su variedad, significado, alcance y
del trabajo; el dominio del sector servicios; entre otros factores, carácter repetitivo). El concepto de factores psicosociales se
incrementa notoriamente el número de trabajadores que se ven extiende también al entorno existente fuera de la organización
afectados por estas condiciones del ambiente laboral. Corresponde (por ejemplo, la doble presencia, trabajo hogar) y aspectos del
advertir asimismo, que el hecho de que en las últimas décadas las individuo (por ejemplo, personalidad y actitudes) que puedan
investigaciones epidemiológicas hayan aportado fuertes evidencias influir en la aparición del estrés en el trabajo. Los aspectos de
confirmando su impacto sobre la salud, ha influido sin dudas en el diseño, organización y gestión del trabajo, así como el contexto
creciente interés que despiertan. En efecto, actualmente se dispone social y medioambiental que pueden causar daño psicológico,
de abundante evidencia científica confirmatoria de que la exposición social o físico.
a los factores de riesgo psicosocial afecta de manera significativa Asimismo destacamos por su nivel de aceptación, la confeccionada
a la salud y el bienestar de los trabajadores. También la empresa por el Instituto Sindical de Trabajo, Ambiente y Salud (ISTAS) . En
resulta damnificada en tanto que aumenta el ausentismo laboral, dicha clasificación se determinan cinco dimensiones:
se incrementa la siniestralidad; hay disminución de la productividad Exceso de exigencias psicológicas
y de la calidad de los productos y/o servicios; se registra falta de
Falta de influencia. (autonomía)
compromiso; alta rotación del personal; presencia de acciones hostiles
contra la empresa, etc. Falta de apoyo y de calidad de liderazgo
Indudablemente, la importancia otorgada a estos factores ha crecido Escasas compensaciones
en las últimas décadas y el tema ha ganado en amplitud, diversificación Doble presencia. (Riesgo psicosocial que afecta más que nada a las
y complejidad, pero también se ha vuelto más ambiguo e impreciso. mujeres, pero no solamente)
Para terminar este punto cabe agregar que también hay acuerdo en
II .FACTORES PSICOSOCIALES DE RIESGO. reconocerle a este tipo de riesgos ciertas características propias
que los singularizan. Las mismas se resumen habitualmente en las
1. Concepto.
siguientes:
Las primeras conceptualizaciones de los riesgos psicosociales
a) Se extienden en el espacio y el tiempo
datan de la década del 80. La OIT fue de los primeros organismos
internacionales en abordar este punto (1984), en un documento b) Dificultad de objetivación
conjunto con la Organización Mundial de la Salud, denominado “Los c) Afectan a los otros riesgos
Factores Psicosociales en el Trabajo: Reconocimiento y Control.”
d) Tienen escasa cobertura legal
El citado documento es uno de los primeros en definirlos
e) Están moderados por otros factores
estableciendo que:
f) Dificultad de intervención
Los factores psicosociales en el trabajo consisten en interacciones
entre el trabajo, su medio ambiente, la satisfacción en el trabajo y Analizaremos brevemente cada una de las características enunciadas.
las condiciones de su organización, por una parte, y por la otra, las a. Prolongación en el espacio y el tiempo.
capacidades del trabajador, sus necesidades, su cultura y su situación Se advierte que en general los riesgos en el trabajo están delimitados
personal fuera del trabajo, todo lo cual, a través de percepciones en el espacio y en el tiempo. Así a vía de ejemplo, los riesgos de
y experiencias, pueden influir en la salud y en el rendimiento y la seguridad están vinculados a una actividad o espacio concreto,
satisfacción en el trabajo. como una fábrica o una actividad que entraña riesgo. En cambio
Asimismo releva una lista de factores psicosociales de riesgo que son una característica frecuente de los riesgos psicosociales es la no-
los siguientes: la mala utilización de las habilidades, la sobrecarga en localización. Una cultura organizacional, un estilo de liderazgo o
el trabajo, la falta de control, el conflicto de autoridad, la desigualdad un clima psicosocial no están ubicados en ningún lugar ni es posible
en el salario, la falta de seguridad en el trabajo, los problemas de las precisarlos en un momento especial: son características globales de la
relaciones laborales, el trabajo por turnos y el peligro físico. Puede empresa u organización.
observarse que a más de treinta años de elaboradas definición y
listado, siguen teniendo vigencia.
Los desarrollos conceptuales recién citados operaron como
disparador a partir del cual menudearon los autores y/o autoridades
que se internaron, con mayor o menor profundidad, en esta temática.

93
b. Dificultad de objetivación medidas de prevención que debe establecer el empleador, enunciando
Elementos tales como el rol, la cohesión grupal, la supervisión, la como tales las siguientes: (a) elaboración de protocolos que contemplen
comunicación no tienen unidades propias de medida. Ello a su vez la prevención del acoso; (b) impartir cursos de capacitación al personal
ofrece dificultades a la hora de su identificación y evaluación. y (c) adoptar medidas periódicas de observación y evaluación del
ambiente laboral.
c. Afectan a los otros riesgos
Otra norma específica en relación a la prevención de los riesgos
El desarrollo de los factores psicosociales de riesgo, suelen generar psicosociales la constituye el Decreto Nº 147/2012 el cual prevé
conductas precipitadas, alteradas y no adaptativas que propician los medidas de diversa índole en relación a los trabajadores de los call
errores, todo tipo de accidentes y una mayor vulnerabilidad de la centers .El Decreto referido tiene por objetivo de regular las condiciones
persona y medio ambiente de trabajo en los Centros Telefónicos de Consulta,
d. Tienen escasa cobertura legal. Procesamiento de Datos y Atención Telefónica y Telecentros. El
La legislación sobre los riesgos laborales viene de larga data, al punto ámbito de aplicación de este decreto se reserva exclusivamente a los
que las primeras normas en esta materia versaron sobre la protección operadores de los Centros de Atención Telefónica. A grandes rasgos,
de los trabajadores respecto de las sustancias tóxicas (a este respecto el Decreto determina las condiciones mínimas que deben reunir
puede destacarse el Convenio Internacional de Berna de 1906 que los establecimientos en lo que respecta a: ambiente de trabajo, las
prohíbe el empleo de fósforo blanco en la industria de las cerillas); la instalaciones e infraestructura edilicia; las condiciones ergonómicas
protección respecto de los accidentes de trabajo; y la mejora de las que debe presentar el puesto de trabajo; la ergonomía del hardware y
condiciones trabajo. el software; el bienestar e higiene; y los procedimientos para disminuir
la carga física, mental y psíquica. Regula asimismo el tiempo diario y
En cambio la legislación referida a los riesgos psicosociales data de
semanal de trabajo, estableciendo un límite semanal de 39 horas por
pocas décadas atrás y su desarrollo es escaso. Por ejemplo en lo que
seis días de trabajo, y un límite en la jornada de trabajo de 6 horas y 30
refiere al caso concreto de Uruguay las primeras y únicas normas que
minutos por día, incluidos el descanso intermedio de 30 minutos, así
abordan en forma específica alguno de ellos son la ley de acoso sexual
como 10 minutos de descanso complementario.
(18.561 de 2009 y su decreto reglamentario 256/2017) y el decreto
147/2012 que regula las condiciones y medio ambiente de trabajo No obstante la anotada escasez de regulación específica en relación a
en los Centros Telefónicos de Consulta, Procesamiento de Datos, los factores de riesgos psicosocial existen normas de tipo general- por
Atención Telefónica y Telecentros. ejemplo en la Constitución Nacional- así como normas internacionales
que son perfectamente aplicables, y que obligan a la actuación del
e. Están moderados por otros factores.
Estado en el combate y prevención de los riesgos psicosociales. No
Los factores psicosociales de riesgo afectan al trabajador según sus existe razón alguna que justifique la exclusión de dichos riesgos al
características personales y su contexto social, económico y familiar. implementarse las políticas de salud y seguridad en el trabajo.
Estos elementos influyen potenciando o aminorando los citados
En relación a nuestra Carta Magna destacamos el art. 54, el cual
riesgos.
establece que: “La ley ha de reconocer a quien se hallare en una
relación de trabajo o servicio, como obrero la higiene física y moral…”.
2. Marco normativo. A este respecto corresponde tener presente que dicho instrumento
Tal como señalamos supra, nuestro ordenamiento jurídico-laboral no usando una terminología quizá un poco obsoleta en la actualidad,
contiene ninguna referencia, definición, ni regulación específica sobre está haciendo referencia a lo que hoy se denomina “salud, seguridad y
esta realidad salvo para casos puntuales (call- centers y acoso sexual). medio ambiente de trabajo”, el cual comprende todas las condiciones
del entorno en que el trabajador se desempeña, y que dicen relación
En materia de acoso sexual en nuestro país se ha promulgado la ley con su salud (física y psíquica) y su seguridad. Ello implica que se
18.561 . Dicha norma sanciona el acoso sexual y actúa asimismo contempla y consagra en la norma, el derecho a la protección de los
como instrumento de prevención y protección a las víctimas. Abarca el trabajadores incluso respecto de los hoy denominados factores de
ámbito laboral y docente tanto público como privado. riesgos psicosociales.
Por su parte a través del Decreto Nº 256/017 de 11 de setiembre A mayor abundamiento, cabe señalar también, que de acuerdo
de 2017, se reglamenta la ley 18.561. Es importante señalar que es al artículo 25 de la Declaración Sociolaboral del MERCOSUR , el
de alcance más restringido que la ley 18.561 puesto que se aplica al Estado Uruguayo se obliga a “…implementar, controlar y evaluar
ámbito laboral privado y público pero no al docente. periódicamente, un sistema nacional de salud y seguridad en el trabajo,
La norma destaca en forma expresa que el acoso sexual es considerado que garantice la mejora continua de las condiciones y del ambiente del
como una forma grave de discriminación y de desconocimiento al trabajo…”. Tal como se anotara en párrafos anteriores, es indudable
respeto a la dignidad. que el término “las condiciones y medio ambiente de trabajo” refiere
En el artículo 2 de la ley referida, se establece el concepto de acoso entre otros aspectos a las psicosociales. A esto hay que agregarle el
sexual en el trabajo. De dicha disposición surge que para calificar a una hecho de que Uruguay ha ratificado los Convenios Internacionales
conducta como de acoso sexual, debe tratarse de un comportamiento del Trabajo números 155 y 161 . Dichos instrumentos internacionales
de carácter o connotación sexual; no aceptado por la persona a la que obligan al Estado a la formulación e implementación de una política
va dirigido; y que ello cause o amenace causarle perjuicios en su en seguridad y salud en el trabajo centrada en la prevención, y con la
situación laboral o docente ; o cree un ambiente intimidatorio hostil participación de los actores sociales.
u humillante para quien lo padece. La valoración del comportamiento Surge con claridad de la lectura del Convenio nº 155 que los
del agresor se realiza desde la perspectiva de la víctima. trabajadores tienen derecho a un ambiente seguro y sano de trabajo;
Asimismo se establece explícitamente que el acoso puede provenir de y no hay ambiente sano posible, si se descuidan los aspectos de
personas de igual o distinto sexo. Se aclara también que basta una sola organización; relaciones interpersonales; y otros, que constituyen
conducta grave para que se configure el acoso sexual, esto es que no factores de riesgo psicosocial. En efecto la OIT, a mediados de los
se requiere para dicho caso la reiteración de este tipo de conductas. 70, define las condiciones y medio ambiente de trabajo (CYMAT)
y lo hace de forma abarcadora, entendiendo por tales al complejo de
En relación a la prevención del acoso sexual propiamente dicha, la
factores laborales y extralaborales que vive el trabajador. Este concepto
norma en cuestión impone obligaciones al Estado; los empleadores y
forma parte de un enfoque que integra y relaciona al hombre con su
los sindicatos.
medio social, físico y cultural, y con su calidad de vida en general. Se
Pone a cargo del Estado el diseño e implementación de políticas de vinculan pues, directamente los aspectos sociales que son parte de la
sensibilización, educativas y de supervisión para la prevención de las vida de las personas y de los trabajadores, con los aspectos propios de
conductas de acoso sexual. la vida laboral. .
A su vez los sindicatos y los gremios estudiantiles deberán establecer Se aplican las consideraciones precedentes respecto del CIT 155
políticas preventivas y de sanción para los agremiados que incurran en respecto del CIT 161. Nada autoriza a excluir de las obligaciones
las referidas conductas. Por último la empresa debe adoptar medidas establecidas por dicho convenio a los factores de riesgo psicosocial.
que prevengan, desalienten y sancionen el acoso sexual; proteger la
En esta línea Carlos Aníbal Rodríguez basándose en los postulados
intimidad de las personas denunciantes o víctimas; instrumentar
de OIT, refiere a las CYMAT como al conjunto de factores que
medidas que protejan la integridad psico- física del denunciante o
determinan la situación en la cual cada trabajador/a realiza sus tareas,
víctima; comunicar y difundir la existencia de una política institucional
consecuente contra el acoso sexual ; y capacitar sobre el tema a jerarcas
y trabajadores .
El Decreto reglamentario explicita cuales son concretamente las

94
y entre las cuales se incluyen las horas de trabajo, la organización del que igualmente sería muy pertinente, la adopción de normas que
trabajo, el contenido del trabajo y los servicios de bienestar social. específicamente regularan los factores psicosociales en el trabajo.
Por último siguiendo este carril de pensamiento, no puede dejar de Creemos asimismo que resulta indispensable a los efectos de la
mencionarse el Convenio 190 recientemente adoptado por la OIT prevención: la identificación y evaluación de los citados riesgos.
sobre la violencia y acoso en el trabajo (junio de 2019). Ello por la Razón por la cual debería adoptarse, adaptarse y validarse algún
importancia intrínseca del tema en cuestión ; por el hecho de que es instrumento diagnóstico sobre factores de riesgo psicosocial. Ello
la primera vez que el acoso y la violencia en el trabajo son tratados permitiría disponer de una herramienta preventiva de detección
por un instrumento normativo de dicho organismo (léase Convenio precoz. A nuestro entender el más indicado sería el ISTAS 21. Las
o Recomendación ) ; y por las repercusiones que ha tenido dicha razones que justifican esta elección son las siguientes : es uno de
adopción en los Estados y actores sociales de todo el mundo .Pero los más empleados tanto en la investigación científica como en la
especialmente resaltamos su interés para este trabajo , en tanto que práctica profesional por la evidencia de su fiabilidad ; su exhaustividad
en este instrumento son objeto directo de regulación , emergentes (puesto que incorpora una amplia variedad de factores psicosociales
de los factores de riesgo psicosocial cuales son la violencia , el acoso de riesgo) ,la simplicidad en su administración y en la interpretación
sexual , y el acoso moral . Hacemos notar que el art. 9 dispone de sus resultados (cuenta con manuales para la autoadministración
que los Estados miembros deben: “tener en cuenta la violencia y el y la tabulación de las respuestas) y la flexibilidad en su aplicación (
acoso, así como los riesgos psicosociales asociados, en la gestión de admite su adaptación a diversidad de contextos laborales y categorías
la seguridad y salud en el trabajo; c) identificar los peligros y evaluar ocupacionales).
los riesgos de violencia y acoso, con participación de los trabajadores y Por último pero no menos importante señalamos que si bien Uruguay
sus representantes, y adoptar medidas para prevenir y controlar dichos actualizó la lista de enfermedades profesionales por decreto 210/2011
peligros y riesgos…” . Ello está en perfecta sintonía con la tesis de ajustándola a lo establecido por la OIT, con lo cual pasa de admitir 29
esta ponencia, cual es la obligatoriedad de la prevención de todos los de estas enfermedades a 104, excluye las enfermedades mentales y de
factores de riesgo psicosocial, y para ello debe procederse como paso comportamiento. El fundamento de esta exclusión estuvo fincado en
ineludible, a la identificación y evaluación de éstos. las dificultades que existirían para determinar el nexo causal entre la
actividad laboral y la enfermedad. De esta manera se dejó afuera de
III. CONCLUSIONES. las enfermedades profesionales reconocidas, una serie de dolencias
en franco ascenso en las últimas décadas, que son consecuencia las más
La consideración de los factores psicosociales de riesgo como parte de las veces de los factores de riesgo psicosocial a que están sometidos
integrante de las CYMAT , se reconoce en forma relativamente tardía los trabajadores. Por ello entendemos muy necesario agregar al listado
; y aún hoy la atribución de tal calidad , no está exenta de polémicas de enfermedades profesionales las que han quedado fuera. Los
. Esto tiene que ver con el hecho de que tradicionalmente se los ha obstáculos para la identificación y evaluación que justificaran dicha
entendido como un problema exclusivo del individuo que tiene que decisión estimamos que han sido superados.
ver con su personalidad, y/o con sus circunstancias personales o
familiares. A menudo no se reconoce su vinculación a las condiciones Conclusión final: dada la influencia de los factores de riesgo
de trabajo, especialmente aquellas relacionadas con la organización psicosociales en la salud del trabajador, hay que visibilizarlos;
de la empresa. Este desconocimiento tiene como una de sus causas demostrar su carácter colectivo, esto es que no constituyen un tema
la circunstancia de que sus efectos en la salud no son tan evidentes del individuo, no afectan sólo a cada trabajador sino a todos y cada
como respecto de otros riesgos (químicos; físicos, etc.). En efecto es uno de ellos; identificar sus causas, las cuales se encuentran en el
notoria sin mayores explicaciones, que la consecuencia a la exposición diseño del puesto y la organización del proceso de trabajo; y actuar
a altos niveles de ruidos es la hipoacusia, así como la inhalación de para prevenirlos porque la prevención es posible.
partículas de sílice produce silicosis . En cambio cuando se trata de
riesgos psicosociales los efectos son más intangibles e inespecíficos,
pero a este respecto hay que tener presente que existe evidencia
científica abundante indicadora de que los citados riesgos, tienen
consecuencias perjudiciales en la salud. Los más documentados
refieren a trastornos cardiovasculares y músculo-esqueléticos.
Asimismo diversos estudios muestran la asociación entre los factores
psicosociales de riesgo y los trastornos mentales.
Otro problema que se advierte es la idea bastante generalizada,
de que es imposible -o por lo menos muy difícil- su identificación y
evaluación. Ello no es realmente así puesto que en la actualidad se
cuenta con diversos métodos aplicables y aplicados con éxito en varios
países. A vía de ejemplo de algunos casos entre muchos: Dinamarca
y España en Europa vienen utilizando desde bastante tiempo y con
suceso cierto, métodos de evaluación muy fiables; lo mismo Chile
en América Latina. Este último país en 2013 aprobó el “Protocolo
de Vigilancia de Riesgos Psicosociales en el trabajo”, que entró en
vigencia el 1º de septiembre de 2013, y cuyo objetivo es contar con un
instrumento que entregue orientaciones técnicas para valorar, medir
y evaluar la exposición de los trabajadores a riesgos psicosociales al
interior de las empresas y organizaciones del país. Dicha medición se
realiza con el Cuestionario de Evaluación de Riesgos psicosociales en
el Trabajo, SUSESO/ISTAS21.
En definitiva los métodos más reconocidos y utilizados por los técnicos,
son hoy el F-PSICO y el método CoPsoQ ISTAS 21. El último método
referido , fue diseñado por el Instituto Nacional de Salud Laboral de
Dinamarca, y adaptado al contexto español por el Instituto Sindical
de Trabajo, Ambiente y Salud (ISTAS); siendo conocido como
“ISTAS 21”. Constituye éste un instrumento de referencia a nivel
internacional, que cuenta con buena evidencia de fiabilidad y validez
así como un marco conceptual claro. La licencia de uso del método
exige la participación de los trabajadores y sus representantes. En su
versión corta refiere a los siguientes factores; Exigencias psicológicas;
Trabajo activo y posibilidades de desarrollo; Apoyo social y calidad de
liderazgo; Inseguridad; Estima; Doble presencia.
Estimamos que respecto de Uruguay, por los argumentos expuestos,
las normas vigentes obligan a la actuación en clave preventiva,
del Estado y los empleadores, (con la participación ineludible de
los trabajadores) en relación a todos los riesgos que afecten la
seguridad y salud, sean del tipo que sean. No obstante ello, creemos
95
LA SUCESIÓN DE SINIESTROS EN LA LEY De este modo, es necesario discriminar entre capacidad residual
DE RIESGOS DE TRABAJO: ALGUNAS restante (C.R.R.), que tal como su nombre lo indica, es el remanente
que posee el trabajador para desplegar su labor luego de sufrir
HERRAMIENTAS PARA LOS OPERADORES un accidente o enfermedad profesional y que, por tal motivo una
JURÍDICOS DEL SISTEMA. autoridad pública haya determinado la secuela incapacitante. La
Autor: Ab. Matías Hernán Diplotti incapacidad incremental, según el art. 14 inc b. del decreto 491/97,
es la diferencia que surja entre el porcentaje de incapacidad integral
y el de la incapacidad previa a la producción de la última contingencia.
Sumario: Por último, la incapacidad integral es aquella suma aritmética y
I.- Palabras Preliminares, II.- Distinción conceptual: Incapacidad directa que se efectúa de cada secuela que padece un trabajador en
incremental, integral y residual restante. Efectos prácticos III.- diferentes siniestros o contingencias, tomando en consideración que
Sucesión de Siniestros: Marco Normativo. Distribución de la en la sucesión de las mismas se ha aplicado previamente el método de
Responsabilidad de las Aseguradoras en caso de sucesión de la capacidad residual restante.
siniestros. IV.- Alternativas procesales para el ejercicio de la acción: 1. Entonces, el porcentaje de incapacidad integral surgirá de sumar las
Amparo. 2. Acción Ordinaria. 3. El procedimiento de la ley 27.348.; V. incapacidades resultantes de cada contingencia, en las cuales se ha ido
Conclusiones, VI.- Bibliografía. aplicando el criterio de capacidad restante con cada determinación de
incapacidad, excepto que en la Tabla de Evaluación de Incapacidades
I.- Palabras Preliminares Laborales (decreto 659/96) el porcentaje previsto para la pérdida
derivada de todas las contingencias fuera mayor, en cuyo caso se lo
En el presente trabajo se propone dar los fundamentos necesarios para tomará como el porcentaje de incapacidad integral.
explicitar conceptos involucrados en la praxis cotidiana relacionada a
los reclamos en el marco de la Ley de Riesgos de Trabajo (L.R.T.), que Parece oportuno referir algunas implicancias prácticas detectadas a
para algunos operadores jurídicos, suelen pasar inadvertidos y tienen partir de la falta de comunicación entre la Administración (S.R.T.) y
consecuencias prácticas muy importantes en la vida del trabajador, Poder Judicial. En ocasiones, las incapacidades residuales restantes y
máxime si se tiene presente que la Ley de Riesgos de Trabajo, con sus las integrales no se encuentran correctamente calculadas a raíz de la
sucesivas reformas y giros jurisprudenciales lleva más de 20 años de falta de información de sistema entre uno y otro, pues si no obra en
vigencia. Si se tiene en cuenta que del total de litigios laborales iniciados el expediente difícilmente uno u otro organismo tomen conocimiento
la Provincia de Córdoba un 77,66% corresponde a juicios ubicados de las preexistencias del trabajador. Máxime si se tiene presente que a
dentro de la normativa referenciada, es posible dimensionar la partir de la doctrina “Castillo” sumado a la trípode de fallos “Obregón”
importancia de conocer dichos mecanismos acabadamente para aquel , “Venialgo” y “Marchetti” de la C.S.J.N. el trabajador tuvo acceso
profesional que se desempeña dentro del fuero, así como vislumbrar irrestricto a la justicia, sin necesidad de paso por la Superintendencia
la incidencia de sus efectos para el colectivo de los trabajadores en de Riesgos de Trabajo, lo que causó la falta de registro de incapacidades
relación de dependencia. de este organismo ante las incapacidades otorgadas judicialmente. Lo
apuntado tiene efectos prácticos relevantes, ya que si el trabajador
Concretamente, se abordará el análisis de la sucesión de siniestros no supera el 50% de la T.O. (como incapacidad integral) a partir de
en el marco de la Ley de Riesgos de Trabajo. Se expondrán diferentes una sucesión de siniestros “se beneficia” de que se le considere una
supuestos enfocados jurisprudencialmente en la jurisdicción de capacidad residual restante (C.R.R.) menor o nula, para realizar
Córdoba Capital, específicamente aquellos en que el trabajador, a raíz el cálculo de la nueva incapacidad. Por tal razón, su incapacidad
de la acumulación de diferentes incapacidades a la largo del tiempo, incremental será mayor.
ha visto mermado su resarcimiento por “omisiones” en el correcto
encuadre del caso. Se pretende brindar una mirada pragmática, que Sin embargo, luego se puede ver perjudicado si alcanzase en toda su
aclare el impacto de los mismos dentro del proceso del litigio. vida laboral el 50% de incapacidad con motivo de diferentes accidentes
o enfermedades y no se encuentra debidamente acreditado ante el
A fin de clarificar la exposición, se contemplarán diferentes conceptos organismo que debe fijar la incapacidad integral.
o tipos de incapacidad que sufre el trabajador como consecuencia de
las contingencias sufridas en el marco de sus empleos a lo largo de su Esta circunstancia, termina por catapultar un pleito con las demoras
vida laboral. Se hará referencia a los tipos de incapacidad incremental, consabidas que trae aparejadas, máxime si las causas han sido
integral y residual restante. tramitadas por diferentes operadores jurídicos o en diferentes
jurisdicciones y con paso por la Superintendencia de Riesgos de
La implicancia práctica del tema que se trae, es que ante el supuesto Trabajo, pues cada incapacidad deberá ser recalculada aplicando el
de que el trabajador pueda ser portador de una incapacidad de tipo criterio de la capacidad residual restante.
integral superior al 50% de la Total Obrera (T.O.) como consecuencia
de diferentes contingencias laborales en uno o varios empleos que
haya atravesado en su vida laboral, detenta la posibilidad de reclamar, III.- Sucesión de Siniestros: Marco Normativo.
mediante diferentes vías procesales, y cada una con una consecuencia Distribución de la Responsabilidad de las
distinta, la indemnización especial contenida actualmente en el art. Aseguradoras en caso de sucesión de siniestros.
11 Inc. 4º, a), Ley 24.557 (reformado por el Dec.1278/00, y luego Podemos definir a la Sucesión de Siniestros, como aquellos accidentes
modificado por el Art. 1 dec. 1694/09, y también por la ley 26.773) el de trabajo o enfermedades profesionales que padece el trabajador a lo
cual se actualiza a través de resoluciones que emite la Secretaría de largo de toda su vida laboral, en uno o más empleos.
Seguridad Social según la fecha del evento dañoso y la indemnización
La norma que contempla el supuesto que abordamos es el art. 45 inc.
contenida en el art. 14, -Inc. 2º, b) .
c) de la ley 24.557 reglamentado por el decreto 491/97 en su art. 14 inc.
Las Aseguradoras de Riesgos de Trabajo ante este tipo de supuestos, a) apartado 1 y la resolución emitida por la S.R.T. 3440/15.
“optan” por abonar la indemnización derivada de la incapacidad
El presupuesto básico, es que ante un caso de sucesión de siniestros
incremental del último siniestro padecido por el trabajador, la cual es
la aseguradora actual del trabajador se hará cargo de las prestaciones
notablemente inferior que en los casos apuntados ut-supra, ya que la
dinerarias correspondientes a excepción de que en caso de
liquidación que ejecutan las compañías de seguro, suele ser la contenida
incapacidad de tipo definitiva y que además, por la incapacidad
en el art. 14 inc 2 a), nos referimos a la formula correspondiente a las
integral correspondiera una prestación dineraria cuya modalidad
incapacidades inferiores al 49,99%.
de pago difiera de la prestación dineraria correspondiente a la
Este trabajo, intentará brindar herramientas prácticas a los operadores incapacidad previa a la producción de la última contingencia en cuyo
jurídicos para lograr una defensa eficaz del trabajador siniestrado caso la aseguradora abonará, otorgará o contratará a su exclusivo
en el marco normativo referenciado. Para ello, además del análisis cargo la prestación dineraria conforme la incapacidad integral del
sistemático correspondiente se citará jurisprudencia relevante donde damnificado. Este supuesto era muy palpable, con anterioridad a la
se han llevado a la acción judicial diferentes casos de sucesión de reforma introducida por la ley 26.773, donde el trabajador percibía las
siniestros con resultados positivos. indemnizaciones correspondientes cuando su incapacidad superaba
el 50% de incapacidad de la T.O., en forma de renta periódica. Como
II.- Distinción Conceptual es sabido, la C.S.J.N., se ha expedido sobre el particular, tachando de
inconstitucional el pago en forma de renta en los precedentes “Milone,
El hecho de que ya han pasado más de 20 años desde la entrada en
vigencia de la L.R.T. trae aparejado este supuesto tan distintivo que
merece su análisis. Primeramente, es necesario efectuar una distinción
de conceptos, ya que serán de gran utilidad a la hora de comprender
estos casos.
96
Juan Antonio c/ ASOCIART SA ART-s/accidente ley 9688” de fecha de Córdoba, sus entidades autárquicas o descentralizadas, empresas
26/10/04 , y “Suárez Guimbard, Lourdes c/Siembra A.F.J.P.SA-s/ del Estado, Sociedades del Estado y Sociedades de Economía Mixta,
indemnización por fallecimiento” del 24/06/08 , entre otros. municipalidades y comunas, sus entidades descentralizadas, empresas
A la vez, si el trabajador se encuentra en situación de incapacidad del Estado, Sociedades del Estado y Sociedades de Economía Mixta
provisoria (luego de la reforma la denominación es “incapacidad sean demandados.-
transitoria”), y se evaluase la incapacidad integral, las aseguradoras Esta reforma consiste en desnaturalizar el amparo, consagrado
intervinientes concurrirán de acuerdo a su responsabilidad. En lo operativamente en la Constitución Nacional (C.N.) en el art. 43,
referente a las prestaciones en especie, la aseguradora del empleo puesto que lo restringe, lo limita y lo hace mucho más complicado y
actual del trabajador es quien tendrá a su cargo las mismas. dificultoso para la ciudadanía y para los abogados que defienden los
Por otra parte, a partir de la Resolución 3.440 del año 2015 de intereses de las personas, incorporando un trámite centralizado
la Superintendencia de Riesgos de Trabajo se ha establecido una en tribunales especiales, como son las dos cámaras contenciosas
adecuación del decreto 491/97 con la ley 26.773 dando algunas pautas en la ciudad de Córdoba y en el Gran Córdoba; y en las cámaras de
interpretativas en cuanto al cálculo de la prestación correspondiente apelación en lo Civil y Comercial, en el interior. Esta reforma convierte
para el supuesto de que la sucesión de siniestros haya sido durante la el amparo en contra de los actos que emanan del Estado en un proceso
vigencia de diferentes regímenes indemnizatorios. especial, lento, difícil y tortuoso, y mucho más extenso que el actual,
que contradice no sólo el texto del art. 43 de la CN -que dispone que
De este modo, cuando la fecha de Primera Manifestación Invalidante “toda persona puede interponer acción expedita y rápida de amparo”-
(P.M.I.) de la última contingencia fuese posterior a la entrada en sino también la Convención Americana sobre los Derechos Humanos
vigencia de la Ley N° 26.773 y el grado de la Incapacidad Laboral (Pacto de San José de Costa Rica), que en su art. 25, Punto 1, establece
Permanente Integral fuese superior al cincuenta por ciento (50%), en forma terminante y concreta que la protección judicial corresponde a
la Aseguradora responsable de su cobertura actual deberá abonar el “toda persona tiene derecho a un recurso sencillo y rápido o a cualquier
capital de la prestación dineraria correspondiente a la Incapacidad otro recurso efectivo ante los jueces o tribunales competentes…”. Se
Laboral Permanente Integral, pudiendo descontar la preexistencia. A ha establecido un privilegio a favor del Estado y de las autoridades
tal efecto, deberá considerar para el cálculo de ambas incapacidades, públicas en contra de los ciudadanos comunes, concentrado los
la fecha de primera manifestación invalidante (P.M.I.) de la última amparos en pocos tribunales o cámaras y violando los requisitos de un
contingencia. juicio “expedito, rápido, sencillo y eficaz”, que son los componentes de
Además, deberá abonar la compensación adicional de pago único que la “tutela judicial efectiva”. Esa demora en los amparos contra el Estado
le corresponde al damnificado por la incapacidad integral. Para el se acentúa, por cuanto ahora tendrán que resolver tres jueces en lugar
caso que el damnificado posea una incapacidad preexistente superior de uno, y la apelación del art. 15 de la ley 4.915, que se ha mantenido
al cincuenta por ciento (50%), deberá abonar la diferencia entre las vigente, deberá tramitarse por ante el Tribunal Superior de Justicia, lo
prestaciones en concepto de compensación adicional de pago único que significará, en los casos de inconstitucionalidad, que el T.S.J. que
de cada una de dichas Incapacidades laborales permanentes (I.L.P.), deberá resolver en pleno.
considerando para ello los montos de éstas a la fecha de P.M.I. de la El análisis aquí efectuado, no es de menor importancia pues
última contingencia. actualmente el Superior Gobierno de la Provincia de Córdoba y la
En caso de corresponder, también deberá abonar la indemnización Municipalidad de Córdoba no tienen contrato vigente con ninguna
adicional de pago único del veinte por ciento (20%), conforme lo ART, lo que ocasiona que la acción judicial ante supuesto de sucesión
dispuesto por el artículo 3° de la Ley N° 26.773, la que se determinará de siniestros donde el trabajador opte por la vía de amparo deberá
en función de las prestaciones dinerarias antes mencionadas. tramitarlo en el fuero administrativo o bien al iniciar su acción plantear
la inconstitucionalidad de ésta reforma.
IV.- Alternativas procesales para el ejercicio de En el marco de análisis de la vía de amparo se destaca la causa “Perez,
la acción. Análisis crítico. La Problemática de la Juan Alberto c/ Mapfre ART SA”- Amparo- Expediente 2179618/36,
Acción de Amparo en Córdoba Jurisprudencia en Sentencia de Cámara Nro. 48 del 11/04/2013. En aquel fallo, se resaltó la
Córdoba importancia del precedente “Milone”, y se sostuvo fundamentalmente
que la vía judicial ordinaria no es la idónea en cuanto a prontitud y
Dentro de este acápite abordaremos las distintas vías procesales que
eficacia para evitar un perjuicio, pues se ven afectados el Principio de
nos proporciona el sistema a fin de ejercitar la acción judicial con
Reparación Integral y el Derecho de Propiedad consagrado en el art.
motivo de una sucesión de siniestros donde el trabajador porta un
17 de la C.N. Merece una pequeña reseña lo dicho aquí. Obsérvese,
50% o más de incapacidad integral.
que los Magistrados fundaron su Sentencia en los conceptos de
“Reparación Plena” y el “Derecho de Propiedad” dándoles prioridad a
1.- Amparo estos por sobre los postulados propios del Derecho del Trabajo, como
Desde un tiempo a esta parte, quien suscribe ha tenido la posibilidad por ejemplo el Principio Protectorio.
de iniciar acciones de amparo en el marco de la Ley de Riesgos del Es de destacar aquí que la ART interviniente le solicitó al trabajador
Trabajo con buenos resultados y perspectivas. como requisito sine quan non la acreditación de percepción del monto
Antes de hacer hincapié en ellas debo referirme a la acción de amparo indemnizatorio de su anterior siniestro , lo cual fue de imposible
dentro la ley 4915 (Ley de Amparo en la Provincia de Córdoba), ya prueba pues el siniestro era de larga data, lo cual conllevó a una
que posee ciertas falencias y limitaciones. La primera de ellas es que demora inaceptable con pleito judicial de dos instancias para que el
no determina la especificidad de un fuero, sino que se depende del trabajador pudiera cobrar sus acreencias.
Tribunal que se halle de turno, asignado éste por Acordada del T.S.J.. En otras oportunidades, planteada la acción de amparo, las diferentes
Esta cuestión hace realmente dificultosa la tarea de los operadores compañías de seguro han optado por arribar a acuerdos conciliatorios
jurídicos, pues se terminan ventilando acciones de amparo propias en el marco del pleito instaurado. Por citar algunos ejemplos, tenemos
del fuero del trabajo en tribunales civiles, donde los magistrados no el caso Moreno, Miguel Alfredo c/ Federación Patronal Seguros S.A. –
han tenido siquiera la posibilidad de dilucidar conflictos derivados de Amparo Expediente 2416517/36, y Oliva, Juan Carlos c/ Aseguradora
las relaciones laborales y mucho menos planteos que se desprenden de Riesgos del Trabajo Liderar S.A. – Amparo 2330082/36, asumiendo
de accidentes laborales o enfermedades profesionales, ya que ésta es la compañía directamente la obligación. En el caso “Oliva” la sucesión
la competencia propia de los Juzgados de Conciliación y Cámara del de siniestros fue de 7 (siete) accidentes a lo largo de la vida laboral del
Trabajo. trabajador.
Por otra parte, se ha introducido una reforma un tanto penosa para los Recientemente, se han emitido dos fallos sobre la misma temática
trabajadores. La introducción del artículo 4 bis, donde se determina Pérez, Daniel Oscar c/Prevención ART SA Amparo 2575286/36,
la competencia material del fuero Administrativo cuando el Estado donde en primera instancia, el Juzgado en lo Civil y Comercial de
Provincial es demandado. Es decir, que si un empleado público es 49na Nominación reconoció el derecho al actor a percibir el monto
portador de una incapacidad superior al 50% de la T.O. con motivo de la renta periódica sin fragmentación, Sentencia 271 del 28/06/15,
de una sucesión de siniestros e intentase una acción de amparo para y, la Magistrada interviniente también fundamentó la procedencia de
que se reconozca una incapacidad de tipo integral deberá hacerlo ante la acción argumentando que se violan el Derecho de Propiedad, el de
el fuero administrativo . De este modo, se ingresa en una colisión Reparación Plena y agrega que es violatorio de lo dispuesto por el 14
técnica entre el art. 1 de la L.P.T. y el art. 4 bis de la ley 4915 , en materia
de competencia ya que este último dispositivo modifica el trámite
del amparo en la Provincia, estableciendo un fuero especifico para
los casos que Poderes Ejecutivo, Legislativo o Judicial de la Provincia

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bis de la CN. uno o varios empleos que haya atravesado en su vida laboral, detenta
El otro fallo reciente es Villarroel, Enzo Noel c/ Horizonte Cía de la posibilidad de reclamar, mediante diferentes vías procesales, y
Seguros Generales SA – Amparo Expediente 2538807/36, donde cada una con una consecuencia distinta, la indemnización especial
hubo un rechazo en primera instancia por parte del Juzgado Civil y contenida actualmente en el art. 11 Inc. 4º, a), Ley 24.557 (reformado
Comercial de 5ta Nominación, básicamente argumentando que por el Dec.1278/00, y luego modificado por el Art. 1 dec. 1694/09, y
no existe necesidad y urgencia del trabajador, pues aún conserva su también por la ley 26.773) el cual se actualiza a través de resoluciones
empleo y puede ventilar este reclamo en la vía ordinaria, sin importar que emite la Secretaría de Seguridad Social según la fecha del evento
que se trata de una cuestión de puro derecho. A la vez, echó por tierra dañoso y la indemnización contenida en el art. 14, -Inc. 2º, b).
los fallos “Milone” y “Suarez Guimbard” aduciendo que la plataforma Por la otra parte, vemos una necesidad de control ante los supuestos
fáctica era diferente y que los mismos no fueron incoados en el marco de incapacidades residuales restantes, y el correcto cálculo de las
de una acción de amparo . Concretamente el 04/06/2015, hace muy incapacidades incrementales en casos donde el trabajador padeció
poco tiempo, la Cámara Civil de 9na Nominación de la Ciudad de diferentes siniestros y han intervenido organismos administrativos
Córdoba ha asignado razón al amparista fundándose en el precedente (S.R.T.) y Poder Judicial en la determinación de las diferentes
“Milone”, y las derivaciones constitucionales que ello conlleva. incapacidades. Ello será de gran importancia para las arcas de las
Por último, el precedente jurisprudencial más importante y emanado compañías de seguro, pues ante un supuesto de error en el cálculo
de la C.S.J.N. a cerca de la procedencia de la acción de amparo en estos de la preexistencia de incapacidad de los sucesivos accidentes o
casos es Aquino, Adela Ramona p/sí y en representación de sus hijos enfermedades puede traerse aparejada la aplicación del art. 14 inc. 2 a)
menores Nicolás Alberto y Matías Omar Maciel Aquino c/Siembra en lugar el inciso 2, b) con más la compensación de pago único.
A.F.J.P. y otro s/acción de amparo . Aquí la Corte se expidió sobre Las alternativas procesales para el ejercicio de la acción dependerán
el particular, con remisión al precedente “Milone” y adhiriendo al en gran parte de las pruebas e informaciones que pueda brindar el
dictamen del Procurador Fiscal. trabajador, y de la tarea investigativa que el patrocinante emprenda
y paradójicamente, del tipo de empleo que detente el trabajador, ya
que el fuero, en el caso de una acción de amparo, no será el mismo si
2.- Acción Ordinaria se trata de un empleo público o de uno privado. Sin embargo, se podrá
Pese a lo excesivamente lenta, la acción ordinaria posee ciertas solicitar la inconstitucionalidad del art. 4 bis de la ley 4915, como se
ventajas. En primer lugar, al menos en la provincia de Córdoba, quienes apuntó. Debido a la inexistencia de fallos del T.S.J. sobre éste tema, no
se avocaran al conocimiento de la causa serán jueces especializados hay criterios uniformes en este aspecto.
en la materia, a quienes no sorprenderemos con un planteo de estas
características pese a lo excepcional del caso. Por otra parte, contamos
con todos los beneficios del proceso laboral, protectorio, gratuidad,
in dubio pro operario procesal, etcétera. Jurisprudencialmente, VI.- Bibliografía
en autos ACOSTA, Roberto Carlos Jesús c/ MAPFRE ART S.A - BIDART CAMPOS, GERMÁN. “Manual de la Constitución reformada”, Ediar,
ORDINARIO - ACCIDENTE (LEY DE RIESGOS) 3153538 (Con Buenos Aires, 1998,
voto del Dr. Buté) de nuestra jurisprudencia local se ha hecho lugar a DIPLOTTI, MATÍAS HERNÁN, “Patrocinio Letrado Obligatorio: Un
la pretensión de aplicación del art. 14 inc 2 b (incapacidades superiores cómplice necesario” Revista De Derecho Laboral Actualidad II, Rubinzal
al 50% de la T.O.) en atención a estar contenido el trabajador en un Culzoni Editores, Santa Fe, 2017
caso de sucesión de siniestros. DIPLOTTI, MATÍAS HERNÁN, “Amparo En El Marco De La Ley De Riesgos
De Trabajo”, Revista De Derecho Laboral Actualidad, Rubinzal Culzoni
Al igual que, como se apuntó más arriba en algunas supuestos
Editores, Santa Fe, 2016
de acción de amparo, se arribó a un acuerdo conciliatorio con las
diferentes compañías de seguro al notar el error de pago, ya que https://www.justiciacordoba.gob.ar/cepj/_Estadisticas/est_2.html Rescatado
el 26/04/2018.
abonaron la indemnización sólo por el último siniestro, (en base al art.
14 inc 2 a de la LRT), cuando en realidad correspondía el adicional de LOPEZ, JUSTO – CENTENO NORBERTO – FERNANDEZ MADRID
JUAN C. “Ley de Contrato de Trabajo Comentada”, Tomo I, Ediciones de
pago único con más el pago unificado de la renta periódica. Ello acaeció
Contabilidad Moderna, Buenos Aires, 1978,
en autos HERRER A, JOSE MARIA C/ SWISS MEDICAL A.R.T.
MAR ANIELLO, PATRICIO ALEJANDRO, “El amparo en Argentina.
S.A., - ORDINARIO - ACCIDENTE (LEY DE RIESGOS) 3266418,
Evolución, rasgos y características especiales” Revista IUS Volumen 5 Nro. 27,
y en LUNA, JUAN EDUARDO c/ LA CAJA ART SA-ORDINARIO- Puebla 2011
OTROS (Expte. Nº248422/37).
QUIROGA LAVIÉ, HUMBERTO. “Constitución de la Nación Argentina —
comentada”—, Zavalia, Buenos Aires, 2007,
3. El procedimiento de la ley 27.348 SAGÜÉS, NÉSTOR PEDRO, “Derecho Procesal Constitucional, Acción de
Amparo”, Edit. Astrea, Capital Federal 1995,
En el marco de la resolución 298/17 emitida por la Superintendencia
de Riesgos de Trabajo, la cual establece el procedimiento ante las SAGÜÉS, NÉSTOR PEDRO, “Elementos de derecho constitucional”, Astrea,
Buenos Aires 1995,
Comisiones Médicas , el trabajador que posea una incapacidad
incremental que sumada a las anteriores incapacidades otorgadas por SCHICK, HOR ACIO, “Riesgos del Trabajo. Temas fundamentales”, David
autoridad pública (Poder Judicial o S.R.T.) alcance una incapacidad Grinberg Libros Jurídicos, Buenos Aires, 2010,
integral que supere el 50% de la T.O. ,y dicho extremo no surja del SCHICK, HOR ACIO, “Régimen de Infortunios Laborales. Una interpretación
expediente administrativo, podrá aportar copias certificadas de las protectoria frente a un viraje regresivo en materia de daños laborales”, David
Grinberg Libros Jurídicos, Buenos Aires, 2015,
incapacidades otorgadas con anterioridad como documental (art. 7 de
la resolución 280/17 de la S.R.T.). TOSELLI, CARLOS A. y MARIONSINI, MAURICIO A, “Régimen Integral
De Reparación De Los Infortunios Del Trabajo”
Es importante destacar, que un profesional deberá recalcular las
Con la incidencia del nuevo Código Civil y Comercial de la Nación
incapacidades dadas a lo largo del tiempo aplicándole el método de la
capacidad residual restante a fin de arribar a la incapacidad integral, 2ª edición ampliada y actualizada, Alveroni Ediciones, 2017
para activar las indemnizaciones especiales cuando el trabajador
supera el 50% de la T.O.
Asimismo, y en virtud de que nos encontramos ante un supuesto
de puro derecho, ya que las incapacidades han sido otorgadas con
anterioridad, sólo que no han sido acumuladas y dicha recolección
trae aparejada una indemnización especial para el trabajador, la misma
puede ser apuntada en la etapa de alegatos (art. 8 de la resolución
298/17. de la S.R.T.).

V.- Conclusiones.
A raíz de los matices que se enfrenta el operador jurídico a la hora de
analizar un caso de sucesión de siniestros terminamos por comprender
la importancia práctica del tema que se trae. Si se representa a la parte
actora y ante el supuesto de que el trabajador pueda ser portador de
una incapacidad de tipo integral superior al 50% de la Total Obrera
(T.O.) como consecuencia de diferentes contingencias laborales, en
98
REFORMA PREVISIONAL. ANALISIS DEL CASO ordenar la actividad intersubjetiva de los miembros de la comunidad
ARGENTINO y los recursos con que esta cuenta con vistas a lograr que todos y cada
uno de sus miembros participen de los bienes materiales y espirituales
Vanesa Descalzo y Marianela Fuentes de la civilización” . No obstante ello, la reglamentación y puesta en
ejercicio de aquel derecho es lo que ha estado en tela de juicio y lo
Introducción sigue estando en el presente. Las sucesivas reformas en el marco legal
aplicable al sistema de la seguridad social así lo demuestra y su eficacia
América Latina ha sido desde finales del siglo pasado a la fecha, tanto en el orden económico como su cobertura en el campo de lo
protagonista de una serie de reformas en materia previsional que ha social resultan aún hoy discutidas.
generado un gran impacto en la vida de sus actores. El debate transita,
fundamentalmente por problemas con la extensión de la cobertura El último gobierno dictatorial que comandó el poder entre los años
pasiva; de financiamiento frente a mercados laborales con altos niveles 1976 y 1983 eliminó la vigencia de las contribuciones provenientes de
de informalidad; y el desequilibrio demográfico con impacto en la la patronal como recurso del sistema previsional. En específico, la ley
seguridad social. 22.293 modificaba el art. 8 de la ley 18.037 pues, a través de su art. 1
suprime las contribuciones patronales a partir de las remuneraciones
En la década del 90, países de la región como México, El Salvador, devengadas desde el mes de octubre de 1980. En su reemplazo, el
Nicaragua, Costa Rica, Panamá, República Dominicana, Colombia, sistema acudió a las arcas nacionales financiadas por los ingresos de
Perú, Bolivia, Chile, Argentina y Uruguay adoptaron regímenes de impuestos como el IVA. La reforma en tal dirección fue impulsada
capitalización individual (CI)-cuyo incursor fue la República de Chile, por teóricos que por entonces propagaban sus ideas afines con el
quien la exporta al resto de los países latinoamericanos- que agravaron liberalismo tecnocrático que, en el campo de la previsión social,
los problemas que mencionábamos a lo que le sumó los denominados implicaron diseñar una manera de administrar las jubilaciones,
costos fiscales de la transición. Como consecuencia de ello devino el asociada con un régimen de capitalización y seguro, lo que suponía
fracaso del modelo de CI, y se llevaron adelante reformas tendientes a propiciar el abandono de la bandera de la seguridad social. En otras
ampliar la cobertura en dos modalidades diferentes; casos en los que se palabras, se criticaba que el subsistema de la seguridad social fuera
eliminaron las cuentas de capitalización individual como en Argentina obligatorio, estuviera manejado por el Estado e impusiere costos a
y Bolivia, y que podemos denominar “reformas estructurales”; y casos los fines de soportar las jubilaciones de quienes en su vida activa no
de reformas parciales en donde no se modifica el pilar privado como es hubiesen aportado al sistema anticipándose a su ancianidad.
en Chile, Perú y Uruguay, y a las que podemos llamar de “reformas no
estructurales” . Esta política benefició a sectores empresariales y trasladó la carga del
soporte previsional al consumo de la ciudadanía, quien lo sostendría
El abandono a los sistemas de capitalización individual tuvo razón entre a través de este impuesto regresivo , donde se “transfirieron los
otras cosas, en la baja rentabilidad que habían obtenido los depósitos costos del financiamiento de la seguridad social al conjunto de los
de los trabajadores, promesa incumplida de quienes defendieron la trabajadores, aún a aquellos que, por pertenecer al sector informal, ni
implementación de este sistema. Como remedio a ello, se vuelve a siquiera contaban con el acceso efectivo a los derechos jubilatorios.” El
los sistemas de Reparto, de administración pública, pero los que son restablecimiento de las contribuciones patronales se produjo en la era
especialmente sensibles al denominado “riesgo demográfico” es decir democrática, aunque el desfinanciamiento del sistema, motivado por la
al envejecimiento de la población que causa el deterioro de la relación informalidad laboral y el aumento de la población pasiva, continuaron
entre persona activas y pensionistas, pero no se ven afectados por la exigiendo a las arcas del erario nacional. Aquí es donde el gobierno
necesidad de mantener una rentabilidad financiera razonable en el comenzó a atacar como variable de ajuste la movilidad de los haberes
largo plazo (Jiménez, Quezada y Huete, 2014). Este punto sensible previsionales socavando de aquella manera la manda constitucional.
del sistema de reparto, el desequilibrio demográfico entre aportantes
y pensionados, es el que utiliza el FMI en su último informe The future El rediseño normativo al sistema llega con la sanción de la Ley 24.241
of saving: The Role of pensions system design in an aging world” en el año 1993,que inauguró un nuevo sistema mixto previsional,
para aconsejar a la República Argentina a llevar adelante la reforma hoy sistema único de gestión estatal, siguiendo el modelo entonces
previsional que tuvo lugar en el año 2017. promovido por el Banco Mundial y defendiendo principalmente la
necesidad de reducir el déficit fiscal, promover el ahorro interno y
expandir el mercado de capitales . Este sistema quedaba configurado de
Un poco de historia. la siguiente manera: a) a través del aporte personal de los trabajadores
El derecho a la seguridad social goza en la República Argentina de en relación de dependencia; b) a través del aporte personal de los
raigambre constitucional, pues el art. 14 bis de la Carta Magna de trabajadores autónomos; y c) a través de la contribución dispuesta a
nuestro país así lo dispone, en su último párrafo: “ (…)El Estado cargo de los empleadores. En cuanto a los porcentuales, mientras que
otorgará los beneficios de la seguridad social, que tendrá carácter para los trabajadores en relación de dependencia su aporte personal
de integral e irrenunciable. En especial, la ley establecerá: el seguro es fijado en un once por ciento, complementado por la contribución
social obligatorio, que estará a cargo de entidades nacionales o de su empleador en el restante dieciséis por ciento; los trabajadores
provinciales con autonomía financiera y económica, administradas autónomos tienen a su cargo el aporte del veintisiete por ciento
por los interesados con participación del Estado, sin que pueda .Al respecto, Julio A. Grisolía expresaba: “El SIJP se caracteriza
existir superposición de aportes; jubilaciones y pensiones móviles; por ser un sistema mixto, en lo que se refiere a la naturaleza del
la protección integral de la familia; la defensa del bien de familia; sujeto administrador dado que coexisten: 1. Un régimen de reparto
la compensación económica familiar y el acceso a una vivienda administrado por el Estado a través de la Administración Nacional de
digna.”Resulta ser el constitucionalismo social la corriente que logra la Seguridad Social (ANSeS) que es además la Autoridad de Aplicación
incorporar este derecho con la relevancia normativa máxima, a través y control. 2. Un régimen de capitalización administrado por gestores
de su incorporación a la cúspide del sistema jurídico, como resultado privados que son fiscalizados por un organismo de control (…)” .
de un movimiento mundial al que nuestro país no resulta ajeno. Además de ello, dicha normativa reemplazó en cuanto al
Siguiendo esta línea, la reforma constitucional del año 1994 renovó y funcionamiento del sistema la dinámica hasta entonces vigente
profundizó el compromiso del Estado Argentino, ahora no sólo frente que se basaba en la solidaridad intergeneracional para reemplazarla
a sus individuos sino también con la comunidad internacional, en por la capitalización individual, como elemento determinante de la
relación a los derechos de sus habitantes y a través de la ratificación futura jubilación del trabajador. De esta manera, la determinación
de un completo conjunto de tratados de derechos humanos que se de los haberes jubilatorios presentaba diferencias según el sistema
elevaron a nivel de la Carta Magna, o se dispusieron con jerarquía al que pertenecía el trabajador. Más específicamente, la liquidación
supra legal (cfr. art. 75 inc. 24).En concreto, la DUDH expresa en de los haberes previsionales en el sistema de reparto resultaba de
su artículo 25.1 el derecho de todo ser humano: “…a los seguros en la composición de tres tipos de prestaciones a cargo del Estado -
caso de desempleo, enfermedad, invalidez, viudez, vejez y otros Prestación Básica Universal (PBU) + Prestación Compensatoria
casos de pérdida de sus medios de subsistencia por circunstancias (PC) + Prestación Adicional por Permanencia (PAP)- , mientras que
independientes de su voluntad”. Por su parte, otros instrumentos en el sistema de capitalización se combinaban recursos públicos con
internacionales también propician la protección de la ancianidad un haber financiado por las AFJP con los fondos capitalizados de sus
a través de la seguridad social cuando se pierden los medios de afiliados: PBU + PC + Haber por Capitalización (HC).
subsistencia, a saber el art. 16 la DADDH y artículos 2.1, inciso e), y El régimen instauraba en la escena a una nueva figura, la de las
11.1, inciso e), CSETFDCM.
En sentido coincidente, la Corte Suprema de Justicia de la Nación ha
expresado que los derechos relativos a la seguridad social constituyen
la más alta expresión de la justicia social, cuyo contenido “consiste en

99
Administradoras de Fondos de Jubilaciones y Pensiones, las que abogaba por la improcedencia de la demanda, argumentando que,si
deberían adoptar la figura de sociedades anónimas y estar sujetas a los bien elrégimen de capitalización previsto por la ley 24.241 otorgaba
requisitos normativos previstas por el Estado y cuyo funcionamiento la posibilidad a los afiliados de realizar aportes voluntarios y/o
sería vigilado por la autoridad de contralor: la Superintendencia de depósitos convenidos, éstos generaban en el afiliado una expectativa a
Administradoras de Fondos de Jubilaciones y Pensiones (cfr. art. 40 y incrementar su haber previsional o anticiparlo, pero de ninguna manera
117 ley 24.241).Los aportes a los que se refiere el artículo 44 de la ley, “(…) le otorgaba al afiliado un derecho a retirar los aportes voluntarios
resultan los dispuestos por el art. 39 de dicho plexo normativo , es decir, de su cuenta de capitalización (…)”, pues la finalidad de éstos resultaba
los aportes personales de los trabajadores en relación de dependencia, ser, cubrir las contingencias sociales que resultan necesarias de ser
y once de los veintisiete puntos de aportes de los trabajadores cubiertas por los derechos previsionales.Rechazaba asimilar al afiliado
autónomos que hubieren efectuado la opción prevista por el art. 30 del con un titular de caja de ahorro, remarcando la diferencia entre la
mismo texto legal, es decir, la opción del régimen de capitalización, los naturaleza del derecho de propiedad y de los derechos previsionales.
que serían acreditados en las cuentas correspondientes a los afiliados No obstante lo dictaminado, La Corte resolvió en sentido contrario.
(art. 55) y administrados por las entidades seleccionadas. En efecto, el máximo tribunal estimó que de la propia normativa podía
Por su parte, los aportes previstos por los art. 56 y 57 de la ley 24.241 derivarse que quienes hubieran realizado aportes voluntarios podrían
resultaban los propios del sistema de capitalización: las imposiciones derivarlos a la ANSES o a una AFJP, previa reconversión de su objeto
voluntarias y los depósitos convenidos.Las imposiciones voluntarias social, para mejorar sus haberes previsionales. En consecuencia,
configuraban depósitos que el afiliado a la AFJP podía hacer a los fines siendo ese el destino, de ninguna otra manera podría derivarse que
de incrementar su futuro haber jubilatorio o a los fines de anticipar la dichos aportes pudieran transferirse sin más a las arcas del Estado: “Es
fecha de su cobro (art. 56). Éstas engrosaban de esta manera su cuenta incuestionable que el legislador no previó que los aportes efectuados
de capitalización individual. Con la misma finalidad, los depósitos en forma voluntaria por el afiliado pasarían a integrar los fondos que
convenidos resultaban aportes que cualquier persona física o jurídica administra la ANSeS sin surtir ningún efecto respecto del beneficio
hubiera convenido realizar a favor del afiliado en la cuenta abierta a su que debía percibir el aportante al jubilarse. Por el contrario, asignó al
nombre a los fines de la capitalización (cfr. art. 57) Poder Ejecutivo la tarea específica de reglamentar la forma en que los
fondos voluntarios iban a mejorar el haber previsional de los aportantes
o, alternativamente, ser transferidos a una AFJP reconvertida (…).”el
La eliminación del régimen de capitalización actor ha sido privado de las sumas que aportó en concepto de aportes
El ansiado bienestar que promovió la adopción del SlJP no se vio voluntarios sin que existaningún tipo de justificación estatal para
satisfecho durante los catorce años de su vigencia. Este sistema hacerlo; esta privación afecta el carácter integral e irrenunciable de la
tampocopudo resolver los problemas de déficit fiscal, obtener la jubilación reconocido en el artículo 14 bis (...)el Estado Nacional se
sustentabilidad financiera del régimen previsional ni producir un ha enriquecido con esos fondos a costas del actor sin causa legal que
impacto macroeconómico positivo; mejoró los niveles de cobertura. lo justifique, y por esa vía ha violado el mandato constitucional del
Por estas razones es que a fines del año 2008 se sanciona la ley 26.425, artículo 19(…) (del voto de Fayt, Lorenzetti y Maqueda). En este punto,
mediante la cual sedispuso la unificación del Sistema Integrado de la CSJN señala que ha mediado una omisión reprochable al Poder
Jubilaciones y Pensiones para crear un régimen único previsional Ejecutivo, en cuanto no reglamentó el mandato del Poder Legislativo
público. Reza el art. 1: “Ley. 26.425. Art. 1. Dispónese la unificación a los fines de instrumentar el destino de dichos fondos. Configurada
del Sistema Integrado de Jubilaciones y Pensiones en un único régimen la omisión, el tribunal entiende que el único remedio que resulta en
previsional público que se denominará Sistema Integrado Previsional este punto efectivo resulta declarar la inconstitucionalidad del art. 6
Argentino (SIPA), financiado a través de un sistema solidario de de la ley 26.425 y proceder a la devolución de los fondos depositados.El
reparto, garantizando a los afiliados y beneficiarios del régimen de cambio de ideario que efectivamente introdujo la ley 26.425 empero,
capitalización vigente hasta la fecha idéntica cobertura y tratamiento no cambió la naturaleza previsional de los derechos regulados por el
que la brindada por el régimen previsional público, en cumplimiento del sistema legal anterior. Inferir en general a partir de aquella retórica
mandato previsto por el artículo 14 bis de la Constitución Nacional. En individualista que bajo la ley 24.241 los beneficiarios del régimen
consecuencia, eliminase el actual régimen de capitalización, que será de capitalización tenían un derecho de propiedad sobre sus aportes
absorbido y sustituido por el régimen de reparto, en las condiciones de previsionales semejante al de un ahorrista sobre sus depósitos en una
la presente ley.” caja de ahorro bancaria presupone un error de interpretación.
¿Pero qué pasaría con los fondos aportados a la AFJP? La normativa El sistema previsional de la ley 24.241, centró la atención en el aporte
garantizaba a los anteriores afiliados del régimen privado que gozarán individual de cada trabajador, condicionando la determinación de
de iguales o mejores prestaciones (art. 2). Así, los aportes que hubieran su haber futuro al conjunto de sus aportes efectivos y al resultado
hecho al anterior régimen, se entenderían efectuados a este nuevo financiero de la inversión que con ellos hiciera la AFJP. Junto a este
sistema único estatal y las anteriores prestaciones efectuadas al fondo régimen de capitalización, la ley conservó un régimen “de reparto”,
de capitalización, serian absorbidas por el Estado, pasando a integrar de financiamiento y gestión estatales, dirigido a asegurar un haber
lo que se denomina Fondo de Garantía de Sustentabilidad(art. 7). Para jubilatorio mínimo y a mantener una posibilidad de que el trabajador
garantizar la indemnidad de dichos fondos, se prevé que el mismo opte por un régimen tradicional de beneficio definido y proporcional al
no sea utilizado sino para el financiamiento de las prestaciones de haber de actividad; quedando el rol delEstado reducido al de garante
carácter previsional ypodrán ser utilizados únicamente para pagos subsidiario del régimen previsional. En líneas generales, el SIPA
de los beneficios del Sistema Integrado Previsional Argentino (SIPA), importó el retorno a un esquema previsional general único, de gestión
incluyendo los pagos previstos por el Programa Nacional de Reparación exclusivamente estatal y explícitamente apoyado sobre un principio de
Histórica para Jubilados y Pensionados y para las operaciones solidaridad inter-generacional, transparentando así el hecho de que
permitidas por el artículo 77 segundo párrafo de la ley 24.241 . son las clases laboralmente activas las que financian con sus aportes
Si el afiliado hubiera resultado aportante de imposiciones voluntarias previsionales el mantenimiento de las correspondientes clases pasivas.
y/o depósitos convenidos –figuras descriptas supra-, y en el caso de De esta manera fue posible incorporar cinco millones de nuevos
que aún no hubieran obtenido un beneficio previsional, se dispuso que jubilados, contemplándose la situación de las amas de casa y de las
dichas sumas podrán ser transferidas a la Administración Nacional personas que por pertenecer a determinados estratos sociales tienen
de la Seguridad Social para mejorar su haber previsional conforme enorme dificultad de acceder a un empleo formal. En especial, el SIPA
lo determine la reglamentación o a una administradora de fondos de es un régimen solidario de reparto. Sus prestaciones son financiadas
jubilaciones y pensiones, debiendo esta última reconvertirse a través por los aportes obligatorios de los trabajadores en actividad y por los
de la modificación de su objeto social para tal finalidad (art.6). saldos de las cuentas de capitalización individual oportunamente
transferidas, que conjuntamente conforman el Fondo de Garantía
En este contexto, en autos “Villarreal, Mario J. c. PEN, PLN y Máxima
de Sustentabilidad (arts. 1, 7 Y 8 de la ley 26.425), reasignando los
AFJP s/ amparo” el actor solicitó la restitución de los importes
riesgos previsionales de modo que ya no pesara sobre las espaldas de
depositados en su cuenta de capitalización individual en concepto
cada trabajador individual la incertidumbre de cuál sería su propio
de aportes voluntarios y su renta. Planteó la inconstitucionalidad
haber jubilatorio, sino que se distribuye entre todo el universo de
e inaplicabilidad de la ley 26.425 y sus decretos reglamentarios, al
los beneficiarios, retornando el modelo regido por el principio de
considerarlos violatorios del derecho de propiedad, pues le impedían
solidaridad intra-generacional.
retirar los fondos que había depositado en su cuenta de manera
confiscatoria. También argumentaba que la normavulneraba la
prohibición de irretroactividad de las leyes al afectar los derechos
adquiridos bajo la ley 24.241 y socavaba la prohibición de regresividad
en materia de derechos económicos y sociales. Llegado el caso a la
CSJN, el dictamen de la entonces procuradora de la CSJN, Gils Carbó,
100
La última reforma pensions system design in an aging world” donde analiza el ddesafíode
El 18 de diciembre de 2017 se sanciona la ley 27246, reglamentada equilibrar el envejecimiento y el ahorro,ya que el envejecimiento de
mediante Decreto 110/2018, norma denominada Reforma Previsional la población tendrá importantes consecuencias para la evolución
y la cual modificaría de manera tangencial el cálculo de movilidad de las tasas de ahorro en todos los países. Así, extendiendo la vida
jubilatoria, los haberes mínimos garantizados y la ley de contrato de productiva de la persona sin generar un costo extra del empleador
Trabajo (ley 20744) en su artículo 252. busca equilibrar el anacronismo demográfico que están sufriendo los
sistemas previsionales como el de nuestro país.
La ley de movilidad jubilatoria (ley del año 2008)destinada a resguardar
el valor de los beneficios jubilatorios de los vaivenes económicos Por último, la reforma previsional nos trae una modificación más
inflacionarios propios de nuestra economía, establecía que los a la LCT; así el art. 9 incorpora un párrafo al art. 253 de la LCT,
haberes previsionales pagados por la Nación o aquellos provinciales indicando:“También es aplicable lo dispuesto por el presente artículo
transferidos, se actualizarían dos veces al año, en marzo y septiembre al trabajador que sigue prestando servicios sin interrupción a las
(cfr. art. 1 de la ley 26.417), conforme el art. 32 de la ley 24.241. Esta órdenes del mismo empleador, luego del goce del beneficio de la
norma ha sido modificada en el año 2017 y se dispone que la movilidad jubilación, considerándose la fecha del acuerdo de la prestación como
se basará en un 70% en las variaciones del Nivel General del Índice de inicio del cómputo de la antigüedad posterior al mismo.” En su antigua
Precios al Consumidor Nacional a elaborarse por el INDEC (indicador redacción, el artículo 253 de la LCT disponía que en el caso de que un
pro cíclico, que se mueve en base al ciclo económico, la inflación y las trabajador jubilado reingrese a las órdenes de un mismo empleador, si
paritarias), y el restante 30% se calcularía por el coeficiente que surja bien la antigüedad anterior se sigue reconociendo, para el cálculo de las
de la variación del RIPTE, a aplicarse trimestralmente en los meses de indemnizaciones por despido, se reinicia el computo de antigüedad a
marzo, junio, septiembre y diciembre de cada año calendario. (Art. 1). partir del momento en que reingresó como jubilado (trabajador) hasta
Así en lugar de actualizarse de manera semestral (conforme lo hacia la fecha de distracto; no contemplando el supuesto de aquel trabajador
la ley 26417) se hará trimestralmente; pero generando un desfasajeen que sin extinguir el vínculo laboral por su jubilación, continuaba
el primer período a ajustar. Elloimplicaba que los beneficiarios trabajando, lo que en la práctica implicaba que los empleadores
perderían un porcentaje importante de la actualización que ya se había debían apelar a dar bajas y nuevas altas o a solicitarle al trabajador que
efectuado y que no era considerada en la nueva fórmula que se fijaba renuncie, etc. Si bien en autos “COUTO DE CAPA, IRENE MARTA
para estipular el coeficiente de actualización futura. Por ello es que c/ AREVA S.A. s/ LEY 14.546” la Cámara Nacional de Apelaciones
en la Causa: “Fernández Pastor, Miguel Ángel c/ANSeS s/Amparos del Trabajo había resuelto esta situación, la ley seguía sin contemplar
y sumarísimos” para el reclamante, la nueva fórmula “arroja un este supuesto, generando una situación de incertidumbre y confusión.
resultado bastante inferior al que hubiere arrojado la aplicación de la Hoy, con la ley 27426, queda claro que no es necesario darle de baja
contemplada en la ley 26.417” y argumentó que, con el cálculo anterior, al trabajador jubilado, sino que se entiende que desde que obtuvo el
el incremento recibido en marzo por los jubilados debió establecerse beneficio jubilatorio será la nueva fecha de inicio para el cómputo de la
en un porcentaje cercano al 14,6%, mientras que la actual “significó un antigüedad para el caso de indemnizaciones.
incremento de solo el 5,7%, por lo que los beneficiarios del sistema de
seguridad social” perdieron el 8,9 %. Algunas conclusiones
La norma en su art. 2 establece que el nuevo mecanismo de movilidad Vemos que Latinoamérica ha sido objeto de numerosas reformas en
es aplicable a los haberes devengados entre el 1 de julio y el 29 de materia previsional de carácter estructural en algunos casos y en otros
diciembre del año 2017, pero dado que dicha normativa se encuentra ha significado un ajuste en algunas cuestiones. Pero Argentina, trae
vigente desde el 29 de diciembre de 2017, tal como se desprende de consigo una larga historia de reformas a las normas previsionales;
su art. 11, significa retrotraer su aplicación al mes de julio de ese año, las cuales siempre han generado cuestionamientos judiciales y han
lapso durante el cual la Ley 26.417 regía y establecía otras pautas para venido acompañadas de incertidumbre y algunos aspectos poco claros
el cálculo de la movilidad jubilatoria por lo que la CámaraFederal en materia de reglamentación. De acuerdo al reporte IMF Country
de la Seguridad Social, Sala IIIconfirmó la sentencia de primera en Report No. 16/346; los desequilibrios en el sistema previsional se
cuanto no hace lugar a la inconstitucionalidad de los artículos 1 y ven exacerbados por: a) el ajuste retroactivo de los beneficios a la
concordantes de la ley 27.426 y lo revoca con relación al artículo 2 del inflación pasada introducido por la Ley de Reparación Histórica
referido cuerpo legal, cuya inconstitucionalidad se declara en cuanto (que aumentará el gasto en pensiones en un 0,7 por ciento anual
establece que el mismo es aplicable a los haberes devengados entre del PIB a mediano plazo); b) la introducción de una pensión mínima
el 1 de julio y el 29 de diciembre del año 2017. Entiende que la Ley universal para los ancianos, independientemente de su historial de
27.426 deviene inconstitucional en cuanto pretende aplicarse a las contribuciones (agregando 2 por ciento del PIB al gasto a largo plazo);
consecuencias de una situación jurídica cuya existencia es anterior al c) el envejecimiento de la población (la tasa de dependencia de la vejez
29 de diciembre de 2017, fecha de su entrada en vigor. Sólo a partir se duplicará en 2066). El impacto acumulativo del valor presente neto
de esa fecha será válida la modalidad de ajuste de la movilidad que de los pasivos por pensiones durante los próximos cincuenta años
la nueva ley instrumenta. En relación a este cuestionamiento aún no implica un déficit del sistema de alrededor del 30 por ciento del PIB
hemos tenido pronunciamientos de la Corte Suprema de Justicia de de 2016.
la Nación.
Esta última reforma, creemos responde a datos objetivos de países
Otra de las aristas de esta reforma Previsional es la modificación del como el nuestro, donde la pirámide poblacional se ha invertido y es
art. 252 de la Ley 20744 (Ley de Contrato de Trabajo) en cuanto a la necesario zanjar el anacronismo demográfico tomando políticas
modificación de la edad a partir de la cual el empleador puede intimar que tiendan a restablecer el equilibrio que sufrimos entre población
al trabajador a iniciar los trámites de jubilación. Así, la ley 27426 activa y población pasiva. Como bien mencionamos, el FMI mediante
dispone en su art. 7 que cumplidos los 70 años de edad y siempre el informe formulado en 2017 arroja una serie de estadísticas que
que cumpla con los 30 años de aportes, el empleador podrá intimar al reafirman esta realidad, pero es necesario que el ajuste no perjudique
trabajador a iniciar los trámites jubilatorios, otorgando el plazo de un a la clase más débil, aquella que realizo aportes durante toda su vida
año de mantenimiento de la relación, tal como era el régimen anterior. laboral y que llegada la ancianidad busca el merecido descanso. Por
Una vez obtenido el beneficio jubilatorio o transcurrido el año desde la otro lado, vivimos épocas de inflación en crecimiento constante, lo
intimación fehaciente y entrega de los certificados de trabajo, se podrá cual amerita una actualización de haberes en periodos más cortos
extinguir la relación laboral sin el pago de indemnizaciones; con lo como lo establece la nueva norma. Tendremos que esperar a que se
cual se deja atado al empleador a mantener al trabajador en su puesto resuelva la cuestión de la retroactividad de su art. 2, la que deberá
de trabajo por un lapso de 5 años más que en la antigua legislación. ser definitivamente zanjada por nuestro máximo Tribunal. Sera un
Pero, la misma ley 27460, en su art.8 dispone que en ese periodo que desafío de los operadores jurídicos mediante recomendaciones y de
transcurre entre que el trabajador cumple con las condiciones para los legisladores encontrar la solución al déficit del sistema previsional
acceder a su PBU (cfr. art. 17 inc. a) y, el momento en que cumple este sin perjudicar a los sectores más vulnerables.
requisito etario establecido en la nueva normativa, el empleador deberá
ingresar los aportes del trabajador y con respecto a las contribuciones
patronales, únicamente aquellas con destino al Régimen de Obras  
Sociales y las cuotas del Régimen de Riesgos del Trabajo. En este
punto se busca reducir el costo laboral en ese periodo en que el
trabajador continúa desarrollando tareas. También se dispuso que las
intimaciones que hubieran sido realizadas al amparo de la legislación
anterior (que la habilitaba a partir de los 65 años) quedaban sin efecto.
Creemos que esta norma está inspirada en el informe que el FMI
presenta en 2017 denominado“The future of saving: The Role of
101
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ARCEO, Nicolás y Federico Basualdo, “El Sistema Previsional, su Y ACCIDENTES DE TRABAJO EN EL PERÚ.
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Préstamo BID 1575/OC-AR, Componente 2, Ministerio de Economía y NORMATIVA Y JURISPRUDENCIAL
Finanzas Públicas Secretaría de Política Económica publicado en: http:// Marcial G. Gutierrez Lucar
publicacioneseconomia.flacso.org.ar/images/pdf/1.45.pdf (08/03/2018), pág.
3 y sig.
Carmelo Mesa Lago, “Evaluación de un cuarto de siglo de las reformas I. INTRODUCCIÓN
estructurales de pensiones en América Latina”, Revista de la CEPAL, voL
Las relaciones laborales en la legislación peruana se encuentran
84 [2004], págs. 59-82; World Bank, Averting the Old Age Crisis: Policies
to Protect the Old and Promote Growth, Oxford University Press, 1994; reguladas por normas especiales de la misma naturaleza; sin
CarnilaArza, ‘’The Limits of Pension Privatization: Lessons from Argentine embargo, noexisten disposiciones específicasaplicablesal supuesto de
Experience”, World Development, voL 36 [2008], págs. 2696-2712) inejecución de las obligaciones originadas de estas relaciones.
CEPAL. La nueva ola de reformas previsionales y la igualdad de género en A lo largo de muchos años ha sido cuestionado si corresponde la
América Latina. - Serie Asuntos de Género N° 139 aplicación supletoria de las normas civiles al régimen de responsabilidad
CIFR A - Centro de Investigación y Formación de la República Argentina por inejecución de obligaciones laborales, alegando que estas reglas
Coordinador: Eduardo Basualdo Equipo de investigación: Nicolás Arceo, corresponden a vínculos en los cuales las partes contractuales son
Mariana González y Nuria Mendizábal en http://aaps.org.ar/pdf/area_ paritarias, lo que no sucede en una relación laboral.
politicassociales/Basualdo.pdf, pág. 7 (11/03/2019).
Pese a esto último, en atención al criterio de supletoriedad establecido
Gelli, María A.: “Constitución de la Nación Argentina, comentada y concordada”
- LL - 2005 - pág. 170.
por el artículo IX del Título Preliminar del Código Civil Peruano
(CCP), las autoridades judiciales laborales aplican las normas civiles de
OSUNA, María Florencia (2011). Las políticas de Seguridad Social durante
inejecución de obligaciones a los vínculos de trabajo. Específicamente,
la última dictadura militar argentina (1976-1983). Análisis de la dinámica
de oposición y consenso en torno a una conflictiva trama de actores lo dispuesto en el Título IX – Inejecución de obligaciones del Libro VI
estatales y corporativos. VI Jornadas de Jóvenes Investigadores. Instituto de del CCP.
Investigaciones Gino Germani, Facultad de Ciencias Sociales, Universidad Dado que la regulación de inejecución de obligaciones civiles no está
de Buenos Aires, Buenos Aires. Consultado en: https://www.aacademica.
diseñada para resolver conflictos de naturaleza laboral, ello generó
org/000-093/371.pdf (11/03/2019)
que, independientementedel rango normativo del CCP, tanto la Corte
Grisolia Julio Armando. Derecho del Trabajo y la Seguridad Social. Tomo III, Suprema del Perú (CSP) como el Tribunal Constitucional Peruano
pag. 1749. AbeledoPerrot. 2011
(TCP) laadecuaran a través de jurisprudencia calificada como
International Monetary Found. The future of saving: The Role of pensions vinculante u obligatoria.
system design in an aging world” January 2019, SDN/19/01
En la presente investigación expondremos cómo en los casos de las
Jiménez Lara, M. Y. Quezada García, Agustín Huete-Garcia Estudio sobre la
Perspectiva de Género en los Sistemas de Seguridad Social en Iberoamérica. enfermedades profesionales y los accidentes de trabajo se han adecuado
Secretaría General de la OISS. 2014 las reglas civiles de inejecución de obligaciones, encontrándonos ante
JURISPRUDENCIA
un régimen híbrido conformado por una estructura normativa cuya
lectura y análisis varia constantemente de acuerdo la jurisprudencia.
VILLARREAL MARIO JESUS el PEN-PLN Y MA XIMA AFJP s/ AMPARO.
337:1564 CSJ 000049/2011(47-V)
“COUTO DE CAPA, IRENE MARTA c/ AREVA S.A. s/ LEY 14.546”, 5 de II. NORMATIVA APLICABLE PAR A REPAR AR LAS
junio de 2009, Cámara Nacional de Apelaciones del Trabajo ENFERMEDADES Y ACCIDENTES DE TR ABAJO EN EL PERÚ
“FERNÁNDEZ PASTOR, MIGUEL ÁNGEL C/ANSES S/AMPAROS Y Si bien el Derecho del Trabajo nació con la finalidad de diferenciarse
SUMARÍSIMOS” Cámara Federal de la Seguridad Social, Sala III, Expte. del Derecho Civil, el que se sustenta en el principio de autonomía
138932/17, 5/6/18
de la voluntad y la paridad contractual. Lamentablemente no existe
regulación especial laboral aplicable al caso de las reparaciones por
enfermedades profesionales y accidentes de trabajo.
En dicho sentido, considerando que el vínculo laboral es una relación
contractual, corresponde la aplicación supletoria del CCP, a fin
de determinar las consecuencias (reparación) de la inejecución o
ejecución parcial, tardía o defectuosa de las obligaciones de trabajo en
los supuestos que nos interesan.
Las reparaciones por enfermedades profesionales y accidentes de
trabajo, conforme al esquema del CCP, procederán si existe: una
conducta antijurídica, un daño cierto, relación de causalidad entre
estos elementos y,el factor de atribución de responsabilidad.
Cada uno de los elementos mencionados debe ser analizado desde la
perspectiva civil y laboral de la siguiente manera:

(i) Conducta antijurídica:


Este concepto comprende a la obligación de origen legal o
contractual que ha sido incumplida total o cumplida parcial, tardía o
defectuosamente. En el derecho del trabajo, la conducta antijurídica
comprende la afectación del contrato de trabajo, el convenio
colectivo, los reglamentos internos de trabajo y, para los fines de esta
investigación, toda obligación en materia de seguridad y salud en el
trabajo.
Para que la autoridad judicial competente defina la existencia de
una conducta antijurídica, el demandante (o trabajador) deberá
identificar las obligaciones a cargo del demandado (o empleador) que
fueron vulneradas. Así, éste último podrácontradecir las afirmaciones
efectuadas por su contraparte.
En caso no haya una clara denuncia de la conducta antijurídica, el
demandado verá limitado su derecho de defensa, dado que no tendrá
claridad respecto de los hechos imputados.

102
El órgano jurisdiccional deberáemitir un pronunciamiento resolviendo III. ASPECTO JURISPRUDENCIAL
solo las obligaciones laborales imputadas por el demandante. Es decir, En la presente sección explicaremos cómo han variado las reglas antes
está imposibilitadode analizarde otras conductas. En caso ello ocurra, mencionadas para otorgar la reparación en los casos de enfermedades
se vulneraría al principio de congruencia procesal, al haber desviado el profesionales y accidentes de trabajo, conforme a los pronunciamientos
debate planteado por el demandante. de la CSP y el TCP.

(ii) Daño cierto: 1. Enfermedades profesionales.Conforme al Protocolo de 2002


En términos del profesor Osterling Parodi, “el daño es todo detrimento relativo al Convenio sobre seguridad y salud de los trabajadores
que sufre una persona por la inejecución de la obligación. El daño, del Organismo Internacional del Trabajo (OIT), se entiende que la
para ser reparado, debe ser cierto; no eventual o hipotético. Daño es enfermedad profesional es toda aquella contraída por la exposición a
sinónimo de perjuicio. Así lo establece la mayoría de las legislaciones factores de riesgo que resulte de la actividad laboral.
modernas y el Código Civil peruano” .
En el ámbito laboral , así como en el civil, también se entiende que el (i) La acreditación de la enfermedad profesional (o el daño):
detrimento puede ser patrimonial y/o extra patrimonial.
El TCP ha establecido un criterio vinculante – o de obligatorio
El daño patrimonial representa la afectación económica de la cumplimiento – para acreditar la existencia de la enfermedad
víctima en sus valores actuales, comprendiendo al daño emergente profesional (STC 10087-2005-PA/TC):
(empobrecimientodebido a la conducta antijurídica. Por ejemplo,
abonos por hospitalización, tratamientos médicos, etc.), y al lucro “a) Regla procesal: El Tribunal Constitucional en virtud del artículo
cesante (ganancia no percibidapor el trabajador como consecuencia 201º de la Constitución y del artículo VII del Título Preliminar del
del accidente de trabajo o enfermedad profesional). Código Procesal Constitucional tiene la facultad para establecer
un precedente vinculante a través de sus sentencias que adquieren
Mientras tanto, el daño extra patrimonial se refiere a las afectaciones la autoridad de cosa juzgada, precisando el extremo de su efecto
padecidas por el sujeto en sí mismo, como unidad psicosomática, normativo.
manifestándose tal situación en el daño moral. Éste concepto abarca,
desde una perspectiva amplia, el daño o perjuicio, tanto físico como b) Regla sustancial: El Tribunal Constitucional establece que: en
síquico de la víctima. los procesos de amparo referidos al otorgamiento de una pensión
vitalicia conforme al Decreto Ley Nº 18846 o pensión de invalidez
En los procesos judiciales que nos atañen, los trabajadores o víctimas conforme a la Ley Nº 26790 la enfermedad profesional únicamente
deberán acreditar al padecimiento de los daños alegados, los que podrán podrá ser acreditada con un examen o dictamen médico emitido por
ser, conjunta o indistintamente, patrimoniales y extra patrimoniales. una Comisión Médica Evaluadora de Incapacidades del Ministerio de
Lo mismo ocurrirá con la cuantificación de los respectivos daños, salvo Salud, de EsSalud o de una EPS, conforme lo señala el artículo 26º del
que ello no sea posible. En ese caso, el órgano judicial podrá emplear Decreto Ley Nº 19990. Debiéndose tener presente que si a partir de
el criterio de equidad o valoración equitativa, siempre que haya sido la verificación posterior se comprobara que el Certificado Médico de
invocado por el demandante, y debiendo justificar adecuadamente la Invalidez es falso o contiene datos inexactos, serán responsables de
decisión de otorgar determinada suma. Es importante recordar que la ello penal y administrativamente, el médico que emitió el certificado
equidad no es una autorización para la arbitrariedad. y cada uno de los integrantes de las Comisiones Médicas de las
entidades referidas y el propio solicitante”.
(iii) Relación de causalidad: Si bien este pronunciamiento ha sido emitido en el marco de un
Este elemento implica la existencia de una vinculación directa entre proceso constitucional, en la práctica judicial se aplica a los procesos
la conducta antijurídica con el daño acreditado. Este análisis permite de reparación por enfermedad profesional, limitando la probanza
al juzgador determinar si los daños demandados provienen del actuar a la sola presentación del examen o dictamen médico emitido por la
indebido imputado por la víctima. Comisión Médica Evaluadora de Incapacidades del Ministerio de
Salud de EsSalud.
En caso los daños imputados no sean consecuencia directa e inmediata
del supuesto incumplimiento, entonces no habrá relación de causalidad Cabe precisar que, debido a diversos casos en los que se aplicó el
y, consecuentemente, tampoco procedería el resarcimiento por daños criterio mencionado, el TCP emitió una nueva sentencia vinculante
y perjuicios. (STC 799-2014-PA/TC), por la que se incorporan nuevas reglas
vinculantes para la acreditación de las enfermedades profesionales:
Inclusive cuando haya relación directa e inmediata entre la conducta
antijurídica y los daños invocados, noprocederá la reparación si existe “21. [...] Cuando en un proceso de amparo exista incertidumbre
un supuesto de caso fortuito (hecho atribuido a la naturaleza) o fuerza respecto al estado de salud del actor, se observarán las siguientes
mayor (hecho atribuido al Estado). Asimismo, habrá liberación de la reglas:
reparación si el empleador acredita que la situación de incumplimiento Regla sustancial 1:
se generó por la actuación concluyente del trabajador, por ejemplo, El contenido de los documentos públicos está dotado de fe pública;
cuando comete una conducta en contra de las indicaciones de su por tanto, los informes médicos emitidos por comisiones médicas
empleador y genera la ocurrencia de un accidente. calificadoras de incapacidad del Ministerio de Salud y de Essalud,
presentados por los asegurados demandantes, tienen plena validez
(iv) Factor de atribución: probatoria respecto al estado de salud de los mismos.
El factor de atribución sustenta el porqué de la asignación de Regla sustancial 2:
responsabilidad al demandado. Este elemento se gradúa en culpa leve, El contenido de dichos informes médicos pierde valor probatorio
culpa inexcusable y dolo. si se demuestra en el caso concreto que, respecto a estos informes,
El CCP presume la existencia de la culpa leve , la misma que se entiende se presenta alguno de los siguientes supuestos: 1) no cuentan con
como el no actuar conforme a la diligencia debida. Sin embargo, en caso historia clínica; 2) que la historia clínica no está debidamente
el trabajador pretenda imputar una conducta de culposa inexcusable o sustentada en exámenes auxiliares e informes de resultados
dolo, deberá acreditar que el empleador tuvo la intención de incumplir emitidos por especialistas; y 3) que son falsificados o fraudulentos;
deliberadamente con sus obligaciones laborales (dolo) o que las ejecutó correspondiendo al órgano jurisdiccional solicitar la historia clínica o
de manera negligente al no haber procedido conforme se espera, ello informes adicionales, cuando, en el caso concreto, el informe médico
debido a un actuar torpe (culpa inexcusable). presentado por el demandante no genera convicción en el juzgador por
sí solo.
El órgano judicial debe analizar cuál fue el grado del factor de atribución
imputado y, en dichos términos, emitir un pronunciamiento. No Regla sustancial 3:
siendo posible que se aplique una graduación distinta a la invocada. Los dictámenes médicos presentados por las compañías aseguradoras
En caso de hacerlo, ello afectaría también el principio de congruencia emitidos por las comisiones evaluadoras emitidos por EPS solo
procesal, ya que desviaría el debate procesal originalmente planteado contradicen los dictámenes presentados por los demandantes si
por el demandante. se configura alguno de los mencionados supuestos, en cuyo caso se
Habiendo identificadoa los elementos que deben concurrir para declarará improcedente la demanda.
otorgar una reparación por accidente de trabajo o enfermedad
profesional, analizaremos cómo los órganos jurisdiccionales han
variado estas reglas y, consecuentemente,cuáles son las consecuencias
que ello genera en nuestro ordenamiento jurídico.
103
Regla sustancial 4: amplia que hubo incumplimiento, por parte del empleador, respecto
De persistir, en un caso concreto, incertidumbre sobre el verdadero de sus obligaciones laborales, sin precisar cuales habrían sido.
estado de salud del actor, se le deberá dar a este la oportunidad de Cualquiera de los supuestos mencionados en el párrafo anterior
someterse voluntariamente a un nuevo examen médico dentro de un genera indefensión para el demandado, así como vulnera su derecho al
plazo razonable, previo pago del costo correspondiente; y en caso de debido proceso, puesto que no le permiten conocer de los motivos por
no hacerlo, se declarará improcedente la demanda, dejando a salvo su los cuales se le imputa una contravención a las obligaciones a su cargo
derecho para que lo haga valer en la vía ordinaria. ni por qué debe abonar una reparación, pese a que no se presentan los
Regla sustancial 5: elementos establecidos normativamente para ello.
El criterio establecido en el Precedente de esta sentencia será de
aplicación inmediata desde el día siguiente de su publicación en (iv) Tampoco se analiza el factor de atribución, como mecanismo de
el diario oficial El Peruano, a todos los procesos de amparo que se asignación de responsabilidades.
encuentren en trámite”. Conforme al VI Pleno Jurisdiccional Supremo en Materia Laboral y
Este nuevo precedente vinculante faculta a los empleadores a Previsional, los magistrados de la CSP establecieron que “el empleador
cuestionar no solo el certificado de evaluación médica del demandante como garante de la seguridad y salud en el centro laboral, siempre
sino que, además, puede invertir la carga de la prueba hasta conminar será responsable por cualquier evento dañoso para la vida o salud del
al trabajador a que se practique una nueva evaluación que determine trabajador.”
la existencia o no de una enfermedad profesional, adoptando todas las Dado que la normativa de seguridad y salud regula principios garantes
medidas que garanticen su veracidad. tanto para las enfermedades profesionales como para los accidentes
de trabajo, este criterio es aplicable al supuesto materia de análisis.
(ii) La relación causal entre la conducta antijurídica y la enfermedad En tal sentido, bastará la sola existencia de un evento dañoso para la
profesional (daño) vida o salud del trabajador para que el órgano jurisdiccional impute al
demandado (o empleador) la carga de reparar, sin analizar el grado de
El TCP ha establecido un criterio vinculante – o de obligatorio factor de atribución aplicable.
cumplimiento – para definir la existencia de la enfermedad profesional
(STC 6612-2005-PA/TC): No cabe duda de que en el caso de las pretensiones de reparación por
enfermedades profesionales se han relativizado las reglas establecidas
“a) Regla procesal: El Tribunal Constitucional, en virtud del artículo por el CCP, motivo por el cual nos encontramos ante una clara
201º de la Constitución y del artículo VII del Título Preliminar del divergencia entre lo dispuesto normativamente con la experiencia
Código Procesal Constitucional tiene la facultad para establecer jurisprudencial vigente en nuestro ordenamiento, cuyas consecuencias
un precedente vinculante a través de sus sentencias que adquieren evaluaremos posteriormente.
la autoridad de cosa juzgada, precisando el extremo de su efecto
normativo.
b) Regla sustancial: El Tribunal Constitucional establece que: en el caso 2. Accidentes de trabajo. En el mismo sentido del protocolo antes
de la neumoconiosis (silicosis), la antracosis y la asbestosis, el nexo o mencionado, el OIT califica al accidente de trabajo como el ocurrido
relación de causalidad se presume siempre y cuando el demandante en el curso del trabajo o en relación con el trabajo que causen lesiones
haya desempeñado las actividades de trabajo de riesgo señaladas mortales o no mortales.
en el anexo 5 del Decreto Supremo Nº 009-97-SA, ya que son
enfermedades irreversibles y degenerativas causadas por la exposición (i) Ampliación del concepto de accidente de trabajo.
a polvos minerales esclerógenos. Asimismo, se establece que: para
determinar si la hipoacusia es una enfermedad de origen ocupacional La CSP ha señalado (Casación Laboral N° 11947-2015 Piura) cuál es
es necesario acreditar la relación de causalidad entre las condiciones el concepto que se debe tomar en cuenta para calificar a un accidente
de trabajo y la enfermedad, para lo cual se tendrán en cuenta las como de trabajo, veamos:
funciones qué desempeñaba el demandante en su puesto de trabajo, el “Décimo Sexto.- El artículo 2° del Decreto Supremo 009-98-SA,
tiempo transcurrido entre la fecha de cese y la fecha de determinación señala que: “De acuerdo con el inciso k) del Artículo 2 del Decreto
de la enfermedad, además de las condiciones inherentes al propio lugar Supremo 009-97-SA, se considera accidente de trabajo, toda lesión
de trabajo, es decir, que la relación de causalidad en esta enfermedad orgánica o perturbación funcional causada en el centro de trabajo o
no se presume sino que se tiene que probar, dado que la hipoacusia se con ocasión del trabajo, por acción imprevista, fortuita u ocasional de
produce por la exposición repetida y prolongada al ruido”. una fuerza externa, repentina y violenta que obra súbitamente sobre la
Este pronunciamiento determina que para determinadas persona del trabajador o debida al esfuerzo del mismo”. Los términos
enfermedades –neumoconiosis, antracosis y asbestosis – se presumirá normativos, es elemento integrante del accidente laboral el suceso
la relación entre su padecimiento con las labores ejecutadas, siempre repentino que sobrevenga por causa o con ocasión del trabajo, el que
y cuando las actividades de trabajo estén señaladas en el Anexo 5 del no se debe circunscribir exclusivamente a la actividad o tarea laboral
Decreto Supremo N° 009-97-SA (Actividades comprendidas en el desplegada por la persona, esto es su alcance no sólo debe referirse
seguro complementario de trabajo de riesgo). Este criterio implica una a la actitud misma de realizar la labor prometida, sino a todos los
inversión de la carga probatoria en contra del empleador (o demandado) comportamientos inherentes al cumplimiento de la obligación laboral
quien, ahora, deberá acreditar la inexistencia de la relación causal entre por parte del trabajador sin los cuales ésta no podría llevarse a cabo o
la enfermedad y la supuesta conducta antijurídica, la que también sería también a actividades de capacitación o de otra índole impuestas en
presumida con el solo padecimiento de la enfermedad. ejercicio de la potestad subordinante. No debe perderse de vista que el
vínculo contractual laboral no obliga sólo a lo que en el acuerdo formal
Por otro lado, en relación a la hipoacusia, establece parámetros se expresa, sino también, en lo que hace al trabajador, a todas las cosas
objetivos para determinar si esta enfermedad puede ser calificada como que emanan precisamente de la prestación de los servicios.Por ello, la
una profesional, tomando en cuenta las funciones desempeñadas en el causa en el accidente de trabajo, comprende todas las circunstancias
puesto de trabajo, el tiempo transcurrido desde el cese y la fecha de o eventos que, en el cumplimiento o desarrollo de la actividad laboral,
determinación del padecimiento.Ello genera que el demandante deba generan el acaecimiento del siniestro.”
no solo presentar la documentación respectiva, sino que establezca
una relación lógica entre estas situaciones específicas. La CSP ha sido cuidadosa en señalar cuál esel concepto de accidente
de trabajo, delineando un concepto amplio del mismo, con la finalidad
de que no solo se indemnicen los supuestosen los que hubo una
(iii) La inexistencia de análisis respecto de la conducta antijurídica. ejecución propia de las labores sino, además, las acciones realizadas
Los pronunciamientos mencionados y emitidos por el TCPnos permiten previao colateralmente a la ejecución de las mismas.
comprender que por la sola acreditación de la enfermedad profesional
se presumiría la existencia de una conducta antijurídica. Ello debido a (ii) Sobre la acreditación del daño (accidente de trabajo).
que el padecimiento es imputado directamente al empleador, sin que
se le permita acreditar el cumplimiento de sus obligaciones laborales. La CSP ha emitido un precedente de obligatorio cumplimiento a través
de la Casación Laboral N° 4258-2016 Lima, en los siguientes términos:
Adicionalmente, conforme a diversos pronunciamientos emitidos por
la CSP (entre ellos las Casaciones Laborales N° 10491-2015 Junín, N° “Noveno.- Interpretación de la Segunda Sala de Derecho
1114-2016 Ica y N° 10398-2017 Lima) advertimos que éste órgano
jurisdiccional no analiza la existencia de este elemento. Dado que
reconoce a la conducta antijurídica por el solo padecimiento de una
enfermedad profesional o, simple y llanamente, concluye de forma
104
Constitucional y Social Transitoria. De conformidad con los Principios inicio de la presente investigación.
de Prevención y de Responsabilidad, contemplados en los Artículos La principal consecuencia que esta divergencia ocasiona es la poca
I y II del Título Preliminar de la Ley Nº 29783, Ley de Seguridad y o reducida predictibilidad sobre los pronunciamientos judiciales,
Salud en el Trabajo, la Segunda Sala de Derecho Constitucional y dado que ningún empleador cuenta concerteza respecto a cómo un
Social Transitoria de la Corte Suprema de Justicia de la República, tribunal peruano resolvería una pretensión indemnizatoria de esta
establece que la interpretación correcta del artículo 53º de la Ley antes naturaleza. Ello debido a que no resuelven, necesariamente, conforme
mencionada es la siguiente; “Probada la existencia del daño sufrido a lo dispuesto normativamente, sino que se sustentan en las reglas
por el trabajador, a consecuencia de un accidente de trabajo debe variantes establecidas jurisprudencialmente.
atribuirse el mismo al incumplimiento por el empleador de su deber
de prevención, hecho que genera la obligación patronal de pagar a la Asimismo, la ausencia de predictibilidad se ve reflejada en la
víctima o sus derechohabientes una indemnización que será fijada por inseguridad jurídica para los empleadores, dado que no existen
el juez conforme al artículo 1332º del Código Civil, salvo que las partes criterios claros para determinar la procedencia de las reparaciones y,
hubieran aportado pruebas documentales o periciales sobre el valor en algunos casos, tienden a aplicar criterios que en segunda instancia
del mismo”.” o sede casatoria, que no estaban vigentes al inicio de la controversia
judicial.
Nuevamente nos encontramos ante un aligeramiento de la carga
probatoria de los daños que pudiesen ser alegados por el demandante (o Finalmente, es importante manifestar que los órganos jurisdiccionales
trabajador), puesto que la CSP ha dispuesto que la sola ocurrencia del se encuentran obligados a emitir pronunciamientos conforme a
accidente garantiza la indemnización, la misma que sería determinada las disposiciones normativas vigentes, así como respetando los
por el juez (criterio de equidad), salvo que las partes hayan presentado precedentes vinculantes; sin embargo, por ningún motivo ello debe
medios de prueba para acreditar el valor del mismo. permitir que ante la contradicción de estas dos fuentes de derecho
se prefiera a la jurisprudencia por encima de la ley. Más aún cuando
varios de los pronunciamientos jurisprudenciales vacían de contenido
(iii) No se requiere el análisis de la conducta antijurídica del a la normativa aplicable al supuesto analizado.
demandante. Resta claro que existe un conflicto entre la realidad judicial con
Tomando en cuenta el precedente citado en el numeral anterior, lo dispuesto normativamente para otorgar reparaciones por
concluimos que desde la perspectiva de la CSP la sola existencia del enfermedades profesionales y accidentes de trabajo, lo que genera la
accidente de trabajo genera la presunción del incumplimiento de las evaluación de promulgar reglas especiales aplicables al régimen laboral,
obligaciones laborales a cargo del demandante. siempre que las mismas no contravengan los principios sustanciales el
Ello genera un supuesto de presunción de la existencia de la conducta sistema de reparación del régimen peruano.
antijurídica, el mismo que no está regulado normativamente, motivo
por el cual el demandante deberá, dado que no queda claro, no solo
acreditar el cumplimiento de sus obligaciones laborales sino, además,
la existencia de un supuesto de caso fortuito o fuerza mayor.

(v) Tampoco se analiza el factor de atribución, como mecanismo de


asignación de responsabilidades.
Al igual que en las enfermedades profesionales, es aplicable al caso
de los accidentes de trabajo el VI Pleno Jurisdiccional Supremo en
Materia Laboral y Previsional, por el que los magistrados de la CSP
establecieron que “el empleador como garante de la seguridad y salud
en el centro laboral, siempre será responsable por cualquier evento
dañoso para la vida o salud del trabajador.”
En tal sentido, el solo hecho de haberse generado un evento dañoso
para la vida o salud del trabajador bastará para que el órgano
jurisdiccional impute al demandado (o empleador) la carga de reparar,
sin analizar el grado de factor de atribución aplicable. Siendo este
criterio un supuesto más desarrollado de lo dispuesto por la Casación
Laboral N° 4258-2016 Lima.

(vi) La aplicación de los daños punitivos al régimen de accidentes


de trabajo.
El VI Pleno Jurisdiccional Supremo en Materia Laboral y Previsional
también regula, para los supuestos de accidentes de trabajo, que si el
Poder Judicial reconoce un monto de reparación, también se ordenará
de oficio el pago de una suma de dinero por daños punitivos, cuyo
monto será fijado con criterio prudencial, sin que exceda el total del
monto indemnizatorio ordenado por daño emergente, lucro cesante o
daño moral, dependiendo de la conducta del empleador.
En este escenario advertimos no solo que se genera un pago adicional
a favor del demandante sino que, jurisprudencialmente, se regula un
supuesto concepto indemnizatorio (daño punitivos) que va en contra
de su propia naturaleza. Dado que este monto, conforme a su fuente
de origen, el commonlaw, determina que su abono se realiza siempre a
favor del Estado y, además, tiene una finalidad sancionadora, la misma
que contraviene la estructura de nuestro régimen indemnizatorio.
Nuevamente advertimos que las disposiciones normativas han variado
jurisprudencial y temporalmente, lo que genera una nueva estructura
del régimen de reparación para el caso de los accidentes de trabajo, lo
que genera consecuencias favorables y perjudiciales, dependiendo de
la perspectiva de la que es analizada.

IV. CONCLUSIÓN
No cabe duda que el régimen de reparación por enfermedades
profesionales y accidente de trabajo, regulado normativamente, no
guarda relación, en gran parte, con lo dispuesto jurisprudencialmente
por el TCP y la CSP, generándose la divergenciadenunciada desde el

105
Alcances del deber de prevención en trabajo y centro de trabajo, elaborar un mapa de riesgo. No obstante,
Seguridad y Salud en el Trabajo y la una de las interrogantes que surgen en relación a estas obligaciones
es respecto a su naturaleza jurídica. Específicamente, la discusión se
responsabilidad del empleador por centra en dilucidar si el deber de prevención de riesgos laborales puede
accidentes de trabajo y enfermedades ser considerado como una obligación de medios (cuyo cumplimiento
profesionales. sólo se da con la adopción de las medidas de seguridad necesarias) o,
por el contrario, se identifica como una obligación de resultados (donde
Sonia Amparo Quiñonez López1
el cumplimiento sólo se da cuando el trabajador, efectivamente, no
recibe daño en el centro de trabajo).
I. Introducción. Sobre el particular, el 21 de diciembre de 2017 se publicó el VI Pleno
El 24 de abril de 2013 en la ciudad de Bangladesh se produjo un Jurisdiccional Supremo en materia Laboral y Previsional de la Corte
derrumbe en la estructura del Rana Plaza que tuvo como consecuencia Suprema de la República de Perú, a través del cual se acordó, como línea
la muerte de mil ciento treinta (1130) personas y más de dos mil jurisprudencial a futuro, que el empleador siempre será responsable
(2000) personas resultaron heridas. El escenario de la tragedia era por cualquier evento dañoso para la vida o la salud del trabajador.
un establecimiento donde cinco mil (5000) trabajadores, en su La anterior premisa nos permitiría suponer que en opinión de los
mayoría mujeres, cosían para cinco (5) contratistas textiles locales que magistrados la sola corroboración del daño tendría como consecuencia
abastecían a diversas marcas internacionales. Se advirtió que la causa que se declare la responsabilidad civil del empleador, encontrándonos
de esta tragedia eran las pésimas condiciones laborales y de seguridad bajo la lógica de estos frente a una obligación de resultados.
en la que se encontraban dichos trabajadores 2 . Sin embargo, esta conclusión, en nuestra opinión, es errada ya que
Por otro lado, según la Oficina General de Estadística y Tecnologías no se toman en cuenta los elementos de la responsabilidad civil, las
de la Información y Comunicaciones del Ministerio de Trabajo del causales que podrían excluir al empleador de responsabilidad, la
Perú, solo entre el año 2017 y 2018 se han notificado 313 accidentes naturaleza y finalidad del deber de prevención, así como que el asumir
de trabajo mortales y 35, 800 de accidentes de trabajo no mortales, que estamos ante obligaciones de resultado, conforme lo analizaremos
conforme se advierte en las siguientes imágenes: de manera posterior, solo sería un desincentivo para la adopción de
medidas preventivas en riesgos laborales.
Por ese motivo, el presente trabajo tiene como objetivo, en principio,
identificar los alcances del deber de prevención y cuándo podríamos
concluir que efectivamente el empleador cumplió con su deber de
diligencia en materia de seguridad y salud en el trabajo. Para ello, es
necesario primero analizar la importancia de este deber a la luz de la
normativa internacional, sus características principales y los derechos
que busca tutelar.
Estableciendo esta premisa, luego pasaremos a identificar las
principales obligaciones que tienen los empleadores en el Perú en
materia de seguridad y salud en el trabajo conforme a la legislación
peruana y analizaremos si estas obligaciones son de medio o de
resultados.
Posteriormente, evaluaremos las características principales que
nos permiten concluir que estamos ante un accidente de trabajo y
enfermedad profesional. Lo anterior, nos permitiría analizar qué
criterios y elementos deberían ser tomados en cuenta para declarar
la responsabilidad civil de la empresa ante un accidente de trabajo o
enfermedad profesional.
Finalmente, la última parte estará destinada a determinar en qué
casos el empleador no podrá ser considerado civilmente responsable
por los accidentes de trabajo y enfermedades profesionales, así como
fijaremos criterios que se deberían tomar en cuenta al momento de
analizar si un empleador es responsable o no.

II. Alcances e importancia del Deber de prevención


en la Seguridad y Salud en el Trabajo desde un
enfoque internacional.
Diversos instrumentos internacionales reconocen que la prevención
de riesgos laborales constituye un derecho humano fundamental3 ,
irrenunciable, que goza de máxima imperatividad y coercibilidad 4 .
Este reconocimiento tiene como fundamento que el objeto de tutela
de dicho deber radica en la protección del derecho a la vida, derecho a
la salud e integridad física del trabajador.
Estas estadísticas, aunadas la tragedia de Rana Plaza descrita al inicio,
no hacen más que demostrar que los riesgos inherentes al centro de
trabajo deben ser prevenidos en favor de los trabajadores. Sin embargo, 1 Abogada colegiada y titulada con mención “Muy bien” por la Pontificia
Universidad Católica del Perú (PUCP).Título de especialista en Derechos
a pesar de constatarse, año tras año, todos los daños que causan los
Humanos Laborales y Gobernanza Global por la Universidad Castilla-La
accidentes de trabajo o enfermedades profesionales a la salud de los Mancha (España) y Título de Segunda Especialidad en Derecho del Trabajo y de
trabajadores, aún existen empresas que no cumplen con establecer un la Seguridad Social por la PUCP. Actualmente, cursa la maestría de Derecho del
sistema de prevención de riesgos laborales, ya que, a su entender, es Trabajo y Seguridad Social en la PUCP, es miembro de la Delegación Perú de la
un sistema demasiado costoso; esta posición, no obstante, no toma en Sección Jóvenes Juristas de la Sociedad Internacional de Derecho del Trabajo y
cuenta que lo que está en garantía en esta situación es el derecho a la de la Seguridad Social y abogada Semi - Senior del área de Gestión de Relaciones
salud, derecho a la vida e integridad física de la persona. de Trabajo de América Móvil Perú S.A.C (CLARO).
2 OLÁZABAL, Víctor. “Cinco años del derrumbe del Rana Plaza: logros y
Ahora bien, conviene recordar que el derecho del trabajo ha sido
cuentas pendientes en la industria textil de Bangladesh”, Diario El Mundo.
creado con una finalidad protectora y tuitiva, el cual, busca evitar las Fecha de Consulta: 18 de julio del 2019.
arbitrariedades del empleador y garantizar los derechos del trabajador.
URL: https://www.elmundo.es/
En el Perú, no somos ajenos a esta protección y garantía. Por ese
internacional/2018/04/24/5adf0ca6e2704e18538b461a.html
motivo, se han creado diversas normativas relacionadas a esta materia
que le exigen al empleador una serie de obligaciones a fin de garantizar
la salud y seguridad de los trabajadores.
Dentro de estas obligaciones, tenemos, entre otras, realizar
capacitaciones, informar al trabajador de los riesgos de su puesto de

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Dentro de estos instrumentos, tenemos al Pacto Internacional de mecanismos que deben adoptar tanto los empleadores, como los
Derechos Económicos, Sociales y Culturales (1966), cuyo artículo Estados parte para garantizar la salud de los trabajadores. El derecho
7° precisa que: “Los estados partes en el presente pacto reconocen el de salud bajo lo señalado en los referidos instrumentos, debe ser
derecho de toda persona al goce de condiciones de trabajo equitativas disfrutado en su máximo nivel posible. Pero, ¿Qué es el Derecho de
y satisfactorias que le aseguren en especial: (…) La seguridad y la Salud?, hemos visto disposiciones generales que hacen referencia a
higiene en el trabajo (…) 5”. qué se debe garantizar, más no lo que implica y abarca.
Vemos pues, que el referido artículo incluye como una condición Al respecto, conforme al artículo 3° del Convenio 155° de la
de trabajo satisfactoria - parte del derecho de toda persona – que le Organización Internacional de Trabajo (en adelante, OIT) de 1981,
aseguren la seguridad y la higiene en el trabajo. En ese mismo Pacto, el el término Salud, abarca no solamente la ausencia de afecciones o
artículo 12° precisa lo siguiente: de enfermedades, sino también los elementos físicos y mentales que
“Los Estados Partes en el presente Pacto reconocen el derecho de toda afectan a la salud y están directamente relacionados con la seguridad
persona al disfrute del más alto nivel posible de salud física y mental. e higiene en el trabajo10 .
Entre las medidas que deberán adoptar los Estados Partes en el Pacto En ese sentido, se puede definir a la salud como un estado de equilibrio
a fin de asegurar la plena efectividad de este derecho, figurarán las biopsico – social de una persona a la que le se le proporciona bienestar
necesarias para: (…) b) el mejoramiento en todos sus aspectos de la en todos los ámbitos11. Entonces, podemos concluir que el Derecho
higiene del trabajo y medio ambiente c) la prevención y tratamiento de Salud implicará la ausencia de afecciones o enfermedades, la
de las enfermedades epidémicas, endémicas, profesionales y de otra desaparición de elementos físicos o mentales que afecten a esta, siendo
índole, y la lucha contra ellas (…)” que la salud plena será el equilibrio biopsico – social de la persona que
De la lectura de dicho artículo, advertimos que ya no sólo estaríamos buscará garantizar su bienestar en todos los ámbitos.
hablando de una condición de trabajo satisfactoria, sino también del Por ese motivo, en garantía del Derecho de Salud en el ámbito laboral,
disfrute del más alto nivel posible de salud física y mental, siendo parte se entiende que la prevención es la actividad destinada a evitar el
de las medidas que deberán adoptar los estados a fin de asegurar la acaecimiento de accidentes de trabajo y la aparición de enfermedades
plena efectividad de este derecho, así como necesarias para mejorar profesionales. Supone adoptar medidas u desarrollar acciones
en todos sus aspectos la higiene del trabajo y prevenir y tratar las tendientes a preservar la salud en el trabajo mediante la eliminación
enfermedades profesionales. Esta disposición obliga a los Estados de los factores de riesgo que se presentan en el ambiente laboral, o la
partes a asegurar la efectividad del Derecho de Salud física y Mental y atenuación de sus efectos12 . Ahí radica su importancia principal.
adoptar las medidas preventivas necesarias para ello. En esta misma línea, la mayoría de organismos internacionales se
En este punto, ya vamos encontrando algunos términos que nos han pronunciado sobre este deber de prevención, estableciendo una
ayudarán en el análisis que realizaremos en los siguientes acápites, serie de disposiciones para actuar en el marco de este deber, así como
pues según la Real Academia Española, efectividad es la capacidad de promocionarlo e incentivar su actuación.
lograr el efecto que se desea o se espera6 . En ese sentido, este sistema De esta manera, como parte de la importancia de este deber de
de prevención para evitar enfermedades profesionales debe buscar a prevención que se exige a los empleadores, la OIT en el marco también
través de una debida diligencia garantizar plenamente el más alto nivel de la Conferencia Internacional de Trabajo en su 91ª reunión (2003) -
posible (dentro de lo razonable) de salud física y mental. conveniencia de velar porque se dé prioridad a la seguridad y salud en el
En esa misma línea, el protocolo de San Salvador (1988) en su trabajo en los programas nacionales –, recordando que la promoción de
artículo 7° precisa que los Estados partes reconocen que el derecho al la Seguridad y Salud en el Trabajo forma parte del programa de trabajo
trabajo supone que toda persona goce de este en condiciones justas, decente para todos y haciendo hincapié en la importancia de promover
equitativas y satisfactorias, para lo cual se debe garantizar la seguridad de forma continua una cultura nacional de prevención en materia de
e higiene en el trabajo. Asimismo, en su artículo 10° señala lo siguiente: seguridad y salud, el 15 de junio de 2006 adoptó el Convenio 187° -
“Derecho a la Salud Convenio sobre el marco promocional para la Seguridad y Salud en el
Trabajo -.
1. Toda persona tiene derecho a la salud, entendida como el disfrute
del más alto nivel de bienestar físico, mental y social.
3 BABACE, Héctor. Accidentes de Trabajo y Enfermedades Profesionales.
2. Con el fin de hacer efectivo el derecho a la salud los Estados
Tendencias de la legislación comparada con especial referencia al derecho
partes se comprometen a reconocer la salud como un bien público y uruguayo, 1ª edición, Montevideo: Fundación de Cultura Universitaria. 2003.
particularmente a adoptar las siguientes medidas para garantizar este Pp.33
derecho: 4 MARCOS FERNÁNDEZ, L. Comentarios a la Ley de Prevención de Riesgos
(…) Laborales y normativa reglamentaria. Citado por GALLARDO GARCÍA, Rosa
M. Protección Jurídica de la vida y salud de los trabajadores, Editorial Comares:
d. la prevención y el tratamiento de las enfermedades endémicas, Granada, 2016. Pg. 74.
profesionales y de otra índole;
5 NACIONES UNIDAS (ONU), Pacto Internacional de Derechos Económicos,
e. la educación de la población sobre la prevención y tratamiento de los Sociales y Culturales. Fecha de Consulta: 19 de julio del 2019.
problemas de salud (…) “7 URL: https://www.ohchr.org/SP/ProfessionalInterest/Pages/CESCR.aspx
Este protocolo tiene disposiciones similares a las señaladas en el 6 REAL ACADEMIA ESPAÑOLA, Diccionario de la Lengua Española –
Pacto Internacional de Derechos Económicos, Sociales y Culturales consulta online. Fecha de consulta: 19 de julio del 2019.
(1966). No obstante, agrega una premisa importante, pues parte de URL: https://dle.rae.es/srv/search?m=30&w=efectividad
la efectividad del derecho a la salud no solo es que los Estados parte
7NACIONES UNIDAS (ONU). Protocolo Adicional a la Convención
adopten las medidas preventivas que garanticen este derecho, sino
Americana sobre Derechos Humanos en materia de Derechos Económicos,
también que reconozcan a la salud como un bien público, entendida Sociales y Culturales, “Protocolo de San Salvador”, Fecha de Consulta: 20 de
esta cómo y bajo los parámetros de dicho protocolo como un derecho julio del 2019.
que le pertenece a todos sin distinción alguna8 . 8DOMÍNGUEZ MARTÍN, R. “La salud como bien público Global en la agenda
Por su parte, la Decisión 584° del 07 de mayo de 2004, en su artículo de desarrollo post – 2015”. En RevSalJal N° 3, Año 2, 2015.
12° precisa que: “Los empleadores deberán adoptar y garantizar el URL: www.medigraphic.com/pdfs/saljalisco/sj-2015/sj153b.pdf
cumplimiento de las medidas necesarias para proteger la salud y 9 ORGANIZACIÓN MUNDIAL DE TR ABAJO (OIT). Decisión N° 584.
el bienestar de los trabajadores a través de los sistemas de gestión Fecha de Consulta: 20 de julio del 2019.
de Seguridad y Salud en el Trabajo”9 . Esta disposición vincula URL: web.ins.gob.pe/sites/default/files/Archivos/decision_584%20
directamente a los empleadores y los obliga a adoptar y garantizar el INSTRUMENTO%20ANDINO%20DE%20SST.pdf
cumplimiento de las medidas necesarias para proteger la salud y el 10 ORGANIZACIÓN MUNDIAL DE TR ABAJO (OIT). Decisión N° 155.
bienestar de los trabajadores. En ese sentido, dentro del ámbito laboral Fecha de Consulta: 20 de julio del 2019.
son los empleadores quienes asumen esta responsabilidad. URL: www.ilo.org/dyn/normlex/es/f?p=NORMLEXPUB:12100:0::NO:
Ello es razonable, pues efectivamente son los empleadores quienes :P12100_ILO_CODE:C155
controlan, dirigen, y determinan en qué condiciones se realizará el 11 BABACE, Héctor. Op. Cit. Pg.37
trabajo y cómo debe efectuarlo el trabajador. Esto es parte de la facultad 12 BABACE, Hector. Op. Cit. Pg.33
jurídica de dirección, fiscalización y reglamentaria que tienen estos,
entonces es razonable concluir que son ellos quienes deberán en uso
de su facultad y deber jurídico garantizar la salud de los trabajadores y
adoptar las medidas preventivas correspondientes.
En virtud de lo expuesto, el deber de prevención es parte de los
107
Si bien este convenio no ha sido ratificado por el Perú, es importante seguridad y salud tendría genéricamente los siguientes pasos que se
citarlo pues nos permite tener en cuenta qué exigencias se están interrelacionan entre sí:
requiriendo a los países que ratificaron el referido convenio para (i) Evaluación inicial de los riesgos para la seguridad y salud de los
garantizar la Seguridad y Salud en el Trabajo y el ámbito de actuación trabajadores (Art. 16 LPRL). Proceso dirigido a estimar la magnitud
del deber de prevención. Así, tenemos las siguientes disposiciones13 : de los riesgos que no hayan podido evitarse, obteniendo la información
Mejora continua: Se deberá promover la mejora continua de la necesaria para adoptar medidas preventivas. Dicho plan será
seguridad y salud en el trabajo con el fin de prevenir las lesiones, actualizado cuando cambien las condiciones de trabajo y se revisará
enfermedades y muertes ocasionadas por el trabajo mediante el con ocasión de los daños que se hayan producido (art. 3 Reglamento
desarrollo de una política, un sistema y un programa nacional, en Servicios de Prevención – RSP)
consulta con las organizaciones más representativas de empleadores y (ii) Una vez constatado los riesgos, se efectúa la planificación de la
de trabajadores. Promoción del trabajo seguro y saludable: Se deberá actividad preventiva con el objetivo de eliminar o controlar dichos
promover e impulsar, en todos los niveles pertinentes, el derecho de riesgos. El plan de prevención tendrá: asignación de recursos para la
los trabajadores a un medio ambiente de trabajo seguro y saludable. eliminación, control o la reducción de los riesgos, incorporación de
Riesgos, peligros del trabajo y una cultura de prevención: Al elaborar su medidas de emergencia, vigilancia de salud, formación e información
política nacional, todo Miembro deberá promover, de acuerdo con las de los trabajadores y coordinación de todos los aspectos (art. 9.2 RSP)
condiciones y práctica nacionales y en consulta con las organizaciones
más representativas de empleadores y trabajadores, principios básicos (iii) La puesta en práctica de la planificación, incluye la asignación de
tales como: evaluar los riesgos o peligros del trabajo; combatir en medios humanos, materiales, económicos y conocimientos técnicos.
su origen los riesgos o peligros del trabajo; y desarrollar una cultura Conjunto de recursos de actividades preventivas15
nacional de prevención en materia de seguridad y salud que incluya De esta manera, la prevención abarca diversas acciones como
información, consultas y formación. evaluación de riesgos, planificación de la actividad preventiva,
Por su parte, el Convenio 155° de la OIT - Convenio sobre Seguridad eliminación, control y reducción de riesgos, capacitación a los
y Salud en el Trabajo- que tampoco ha sido ratificado por el Perú - , trabajadores y la utilización de herramientas tecnológicas, técnicas,
dispone que se exija a los empleadores lo siguiente: intelectuales, económicos para garantizar la seguridad y salud en el
Trabajo.
Deberá exigirse a los empleadores que, en la medida en que sea
razonable y factible, garanticen que los lugares de trabajo, la Coincidimos con Hector Babace en el sentido que la prevención tiene
maquinaria, el equipo y las operaciones y procesos que estén bajo su varios efectos positivos: “i) Económicamente es menos onerosa que la
control son seguros y no entrañan riesgo alguno para la seguridad y la reparación y coadyuva a una mejor gestión y control de la actividad de
salud de los trabajadores. la empresa en general y ii) Socialmente potencia la salud como derecho
fundamental integrándola a una actividad basada en la protección
Deberá exigirse a los empleadores que, en la medida en que sea y en la responsabilidad, anticipando la acción preventiva a la norma
razonable y factible, garanticen que los agentes y las sustancias sancionatoria16”.
químicas, físicas y biológicas que estén bajo su control no entrañan
riesgos para la salud cuando se toman medidas de protección Como estos efectos positivos, la prevención es la herramienta que
adecuadas. permite garantizar la seguridad y salud en el trabajo en la medida de
lo razonable y su importancia radica en ello, pues permite realizar
Cuando sea necesario, los empleadores deberán suministrar ropas y medidas que eviten los accidentes de trabajo o la aparición de
equipos de protección apropiados a fin de prevenir, en la medida en enfermedades profesionales. Sus alcances se pueden advertir desde la
que sea razonable y factible, los riesgos de accidentes o de efectos planificación hasta el control y reducción de riesgos y peligros.
perjudiciales para la salud.
Asimismo, el sistema de gestión de prevención de riesgos laborales
Siempre que dos o más empresas desarrollen simultáneamente debe ser coherente, capaz de integrar la técnica, la organización,
actividades en un mismo lugar de trabajo tendrán el deber de colaborar condiciones de trabajo, influencia de factores ambientales y las
en la aplicación de las medidas previstas en el presente Convenio. relaciones entre las personas, siendo esencial que sea parte del sistema
Los empleadores deberán prever, cuando sea necesario, medidas para general de gestión de las empresas y que estas le den la importancia
hacer frente a situaciones de urgencia y a accidentes, incluidos medios correspondiente.
adecuados para la administración de primeros auxilios. Este sistema debe tener como premisa la mejora continua que permita
Las empresas, deberán adoptar las siguientes medidas: y busque reducir los riesgos laborales en un 100%. Esta mejora se
a) Los trabajadores y representantes deben cooperar en el ámbito de la puede dar a través de los avances tecnológicos, la contratación de
seguridad e higiene del trabajo. personas especializadas, la capacitación constante a los trabajadores,
la evaluación continua de los riesgos laborales, el fomento de una
b) Los trabajadores y sus representantes en la empresa deben recibir cultura preventiva en seguridad y salud en el trabajo y la información
una formación apropiada en el ámbito de la seguridad e higiene del brindada a los trabajadores de los riesgos que se pudiesen presentar
trabajo. en su centro de trabajo o que se deriven de la misma ejecución de sus
c) Las medidas de seguridad e higiene del trabajo no deberán implicar funciones.
ninguna carga financiera para los trabajadores. Finalmente, en el presente acápite podemos advertir todas las
Vemos pues, que tanto al Estado como a los Empleadores se les exige características que abarcan al deber de prevención, su importancia,
la promoción de una cultura de prevención en Seguridad y Salud en objeto de tutela y que es un deber exigido tanto al Estado como a las
el Trabajo, la prevención en accidentes de trabajo y enfermedades empresas y a los trabajadores a nivel internacional.
profesionales, la cooperación entre trabajadores y empleadores para
garantizar la Seguridad y Salud en el trabajo. Incluso, esta garantía
de seguridad y salud en el trabajo se extiende hacia las empresas III. Deber de Prevención en el Perú.
contratistas o terceros que con diferentes empleadores laboran en el En el acápite anterior, hemos analizado las características e
mismo centro de trabajo que los trabajadores de la empresa principal. implicancias del deber de prevención, su importancia desde un
Tanto los convenios, como otros instrumentos internacionales nos enfoque internacional y como instrumento que garantiza la seguridad
permiten evidenciar la importancia que tiene la seguridad y salud en el
trabajo y como a través de la prevención garantizamos el derecho a la 13 ORGANIZACIÓN INTERNACIONAL DE TR ABAJO (OIT). Convenio
salud y vida del trabajador. Tal como lo señalamos precedentemente, 187°. Fecha de Consulta: 20 de julio del 2019.
la prevención cumple la finalidad de evitar los accidentes de trabajo y URL: www.ilo.org/dyn/normlex/es/f?p=NORMLEXPUB:12100:0::NO:
la aparición de enfermedades profesionales. :P12100_ILO_CODE:C187
Al respecto, José Luis Monereo Pérez y José Antonio Fernández 14 MONEREO PÉREZ, José Luis y otros. Los Servicios de Prevención de
Ávilés señalan que la Ley de Prevención de Riesgos Laborales (LPRL - Riesgos Laborales, Granada: Editorial Comares, 2009. Pp. 97.
Promulgada el 08 de noviembre de 1995 por el Gobierno Español) sienta 15 Monereo Pérez, José Luis y otros. Ibíd. Pg. 98
a la planificación como un principio general de la gestión preventiva, la
16 Babace Héctor. Op. Cit. Pg.33
cual, debe buscar un conjunto coherente capaz de integrar la técnica, la
organización y condiciones de trabajo, las relaciones entre las personas
y la influencia de los factores ambientales. Dichos autores precisan que
el marco normativo tiene la idea de que la seguridad y salud se inserte
en el sistema general de gestión de la empresa14 .
Esos mismos autores, precisan que la obligación empresarial de
108
y salud en el trabajo. Teniendo en cuenta ello, en las siguientes líneas los riesgos en su origen, en el medio de transmisión y en el trabajador,
describiremos las obligaciones que abarcan este deber según la privilegiando el control colectivo al individual.
legislación y normativa del Estado Peruano con la finalidad que en los b) Tratamiento, control o aislamiento de los peligros y riesgos,
siguientes acápites podamos analizar en qué supuestos la ausencia adoptando medidas técnicas o administrativas.
de este deber podría implicar la responsabilidad civil por daños y
perjuicios relacionados a la salud y seguridad de los trabajadores c) Minimizar los peligros y riesgos, adoptando sistemas de trabajo
(accidentes de trabajo o enfermedades profesionales). seguro que incluyan disposiciones administrativas de control.

Así tenemos que el 20 de agosto de 2011 fue promulgada en el d) Programar la sustitución progresiva de procedimientos, técnicas,
Perú la Ley N° 29783 – Ley de Seguridad y Salud en el Trabajo (en medios, sustancias y productos peligrosos por aquellos que produzcan
adelante, LSST) -, con el objetivo principal de promover una cultura de menor o ningún riesgo para el trabajador.
prevención de riesgos laborales en el país. Dentro del título preliminar e) Facilitar equipos de protección personal adecuados, asegurándose
de la mencionada Ley encontramos al principio de prevención, principio que los trabajadores los utilicen y conserven en forma correcta.
de gestión integral y protección, cuya descripción es la siguiente: Asimismo, dentro de este SGSST, el empleador debe cumplir con lo
“Principio de prevención siguiente:
“El empleador garantiza en el centro de trabajo, el establecimiento de a) Tener una política en materia de Seguridad y Salud en el Trabajo
los medios y condiciones que protejan la vida, la salud y el bienestar que debe ser difundida a todos los trabajadores y contener los
de los trabajadores, y de aquello que, no teniendo vínculo laboral, principios de protección de la seguridad y salud de todos los miembros
prestan servicios o se encuentran dentro del ámbito del centro de de la organización a través de la prevención, el cumplimiento de los
labores. Debe considerar factores sociales, laborales y biológicos, requisitos legales, mejora continua en el SGSST, participación activa
diferenciados en función del sexo, incorporando la dimensión de también de los trabajadores, compatibilidad e integración de dicho
género en la evaluación y prevención de los riesgos en la salud laboral”. sistema con otros de la empresa.
Principio de Gestión Integral b) Contar con un comité de Seguridad y Salud en el Trabajo en el
“Todo empleador promueve e integra la gestión de la seguridad y salud Sistema de Gestión de la Seguridad y Salud en el Trabajo que estará
en el trabajo a la gestión general de la empresa”. conformado tanto por representantes de los trabajadores como
del empleador. En caso de ser empresas con menos de (veinte) 20
Principio de Protección trabajadores se contará con un supervisor de Seguridad y Salud en el
Los trabajadores tienen derecho a que el Estado y los empleadores Trabajo.
aseguren condiciones de trabajo dignas que les garanticen un estado c) Contar con un Reglamento Interno de Seguridad y Salud en el
de vida saludable, física, mental y socialmente, en forma continua. Trabajo en caso las empresas tengan de (veinte) 20 a más trabajadores
Dichas condiciones deben propender a:
d) Realizar no menos de cuatro capacitaciones al año en materia de
a) Que el trabajo se desarrolle en un ambiente seguro y saludable. Seguridad y Salud en el Trabajo. Dentro de estas capacitaciones,
b) Que las condiciones de trabajo sean compatibles con el bienestar y el empleador debe informar al trabajador respecto a los riesgos en
la dignidad de los trabajadores y ofrezcan posibilidades reales para el el centro de trabajo y en el puesto o función específica, así como las
logro de los objetivos personales de los trabajadores (el resaltado es medidas de protección y prevención aplicables a tales riesgos y también
nuestro)” capacitar en los cambios en las tecnologías o en los equipos de trabajo,
Por su parte, en el glosario de términos del Decreto Supremo N° 005 cuando estos se produzcan.
– 2012 – TR – Reglamento de la Ley de Seguridad y Salud en el Trabajo e) Adjuntar al contrato de trabajo la descripción de las recomendaciones
(en adelante RLSST) – se precisa que la prevención de accidentes es de Seguridad y Salud en el Trabajo. Dichas recomendaciones deben
una combinación de políticas, estándares, procedimientos, actividades considerar los riesgos en el centro de trabajo y aquellos relacionados
y prácticas en el proceso y organización del trabajo, que establece el con el puesto o función, a efectos de que el trabajador conozca de
empleador con el objetivo de prevenir los riesgos laborales. manera fehaciente los riesgos a los que está expuesto y las medidas
Sobre el particular, César Lengua Apolaya indica que a partir de dicha protección y prevención que debe adoptar o exigir al empleador.
premisa podemos identificar tres (3) elementos configuradores de esta f) Elaboración de Mapa de Riesgos de todas las sedes o instalaciones
obligación empresarial: que pudiera tener la empresa.
1. Elemento funcional.- actividades de orden técnico relacionadas con g) Realizar investigaciones de accidentes, enfermedades o incidentes,
la gestión de los riesgos laborales que el empleador debe desarrollar: así como efectuar auditorías a fin de comprobar que el SGSST ha sido
políticas, estándares, procedimientos, entre otros. aplicado, es adecuado y eficaz para la prevención de riesgos laborales.
2. Elemento contextual o material.- objeto sobre el cual recaen las h) Practicar exámenes médicos ocupacionales.
actividades de técnica preventiva: el proceso, la organización y toda i) Contar con IPERC (Identificación de peligros, evaluación de riesgos
actividad laboral en la empresa. y sus medidas de control).
3. Elemento finalista.- el propósito de las actividades preventivas es j) Contar con un Programa Anual de Seguridad y Salud en el Trabajo,
evitar los riesgos relacionados con el trabajo (incidentes, accidentes de el cual, es el conjunto de actividades de prevención en seguridad y
trabajo y enfermedades ocupacionales) 17. salud en el trabajo que establece la organización, servicio o empresa
Estos elementos se pueden ver materializados a través del instrumento para ejecutar a lo largo de un año.
principal del deber de prevención en la legislación Peruana: el Sistema
de Gestión de la Seguridad y Salud en el Trabajo (en adelante, SGSST),
17 LENGUA APOLAYA, César. “El deber de prevención en la jurisprudencia y
sistema que implica una serie de obligaciones para las empresas la imprudencia de la víctima en la responsabilidad por accidentes de trabajo”. En
privadas, conforme expondremos en la siguientes líneas. En principio, El Derecho del Trabajo en la actualidad: problemática y prospectiva. Estudios
conforme a lo indicado por José Miguel Sanabria López, el SGSST es en homenaje a la facultad de derecho PUCP en su centenario, Lima: Fondo
un proceso complejo, oportuno y continuo, de gestión de los riesgos Editorial de la Pontificia Universidad Católica del Perú - PUCP. Pg. 246.
profesionales, cuya finalidad es prevenir tanto accidentes de trabajo 18 SANABRIA LÓPEZ, José Miguel. La Responsabilidad Empresarial en la
como enfermedades profesionales18. Seguridad y Salud en el Trabajo. Doctrina y Jurisprudencia, Lima: Editorial Lex
Por su parte, el Decreto Supremo N° 005 – 2012 – TR – Reglamento & Iuris. 2015. Pp. 38.
de la Ley de Seguridad y Salud en el Trabajo ( en adelante RLSST) - También como parte de este deber de prevención, tanto la Ley N° 29783
indica que el SGSST es un conjunto de elementos interrelacionados y su reglamento disponen como obligación del empleador garantizar
o interactivos que tienen por objeto establecer una política, objetivos que la seguridad y salud en el trabajo sea una responsabilidad conocida
de seguridad y salud en el trabajo, mecanismos y acciones necesarios y aceptada en todos los niveles de organización, que exista una
para alcanzar dichos objetivos, estando íntimamente relacionado con supervisión efectiva, que los trabajadores tengan claro las áreas que
el concepto de responsabilidad social empresarial, en el orden de crear controlan los peligros y riesgos en los centros de trabajo. La revisión
conciencia sobre el ofrecimiento de buenas condiciones laborales del SGSST debe ser continua, siendo que la norma establece que se
a los trabajadores mejorando, de este modo, su calidad de vida y debe revisar cada año.
promoviendo la competitividad de los empleadores en el mercado. Por otro lado, el alcance del deber de prevención, según el artículo 54°
Según el artículo 21° de la Ley N° 29783, las medidas de prevención
y protección del Sistema de Gestión de la Seguridad y Salud en el
Trabajo se aplican en el siguiente orden de prioridad:
a) Eliminación de los peligros y riesgos. Se debe combatir y controlar
109
de la Ley N° 29783 abarca también toda actividad que se desarrolle aun cuando la conducta del deudor estuviera vinculada a la realización
durante la ejecución de órdenes del empleador, o durante la ejecución de un resultado determinado, siendo que se debe acreditar que
de una labor bajo su autoridad, o en el desplazamiento a la misma, el deudor no ha desarrollado una conducta conforme al estándar
aun fuera del lugar y horas de trabajo. La norma tiene un enfoque de requerido 20 . Por otro lado, Guillermo Cabanillas le otorga la siguiente
género pues deben considerarse los factores que pueden afectar a los definición a dichas obligaciones:
trabajadores con relación a la función reproductiva, en período de “En la teoría de Demogue se conocen como obligaciones de resultado
gestación o lactancia. aquellas en las que el deudor adquiere el compromiso de realizar
Como la LSST y RLSST, en el Perú también se cuenta con normativa una prestación determinada a favor del acreedor para procurarle un
sectorial y dependiendo de la actividad que realice el trabajador, se resultado concreto; en tanto que, en las obligaciones de medios, lo
deberán cumplir los parámetros de las normas que nombraremos a que el deudor promete es actuar en la forma necesaria para que ese
continuación: produzca el resultado que el acreedor desea. Con referencia a este
- CONSTRUCCIÓN CIVIL.- Resolución Suprema N° 021-83- tema advierte J.H. Alterini que, en las obligaciones de resultado, el
TR. Normas básicas de seguridad e higiene en obras de edificación. deudor garantiza su verificación, y en las de medios, únicamente el
Aplicable a los trabajadores que laboran en construcción civil empleo de las actividades potencialmente aptas para engendrarlo.”21
- ELECTRICIDAD.- R.M Nº 161-2007-MEM/DM. Reglamento de La importancia de esta distinción, por ende, radica en su utilidad
Seguridad y Salud en el Trabajo de las Actividades Eléctricas. para analizar la responsabilidad del deudor y el nivel probatorio
del mismo. En las obligaciones de resultado, el acreedor sólo debe
- HIDROCARBUROS Decreto Supremo Nº 043-2007-EM. probar el incumplimiento objetivo en que ha incurrido el deudor;
Reglamento de Seguridad para las actividades de Hidrocarburos. sin embargo, en las obligaciones de medios, el acreedor no solo debe
- INDUSTRIA Ley Nº 23407. Ley general de industrias. cumplir con acreditar el incumplimiento del deudor, sino que también
- MINERÍA D.S. N° 014-92-EM. TUO de La Ley General de Minería debe probar su culpa, en tanto el “cumplimiento” de la obligación no
puede escindirse de la conducta del mismo sujeto. Dicha utilidad es
- PESCA Decreto Ley N° 25977. Ley General de Pesca.
válidamente expresada por Juan Martín Alterini:
Cada una de estas normas son especializadas y se guían de la actividad
“(…) Es cierto que para establecer el incumplimiento en las obligaciones
que realiza el trabajador y del sector de la empresa. De esta manera,
de medios, hay que llegar hasta la demostración de la culpa del deudor,
a través de estas normas se incluyen otro tipo de obligaciones al
pero ello es la consecuencia de la distinta naturaleza del objeto debido
empleador a fin que en dichas actividades se garantice la seguridad y
que no permite escindir el incumplimiento de la culpa, pues en estas
salud en el trabajo.
obligaciones el incumplimiento consiste en la culpa del deudor. Por el
Como se puede advertir del desarrollo del presente acápite, las normas contrario, en las obligaciones de resultado que permiten efectuar esa
de seguridad y salud en el trabajo en el Perú exigen al empleador una separación, el acreedor no necesita llegar hasta la prueba de la culpa
serie de obligaciones con la finalidad de garantizar la seguridad y salud del deudor pudiendo limitarse a lo que le incumbe acreditar que es
de los trabajadores. Para el cumplimiento de este deber es necesario el incumplimiento del obligado, pues probando el incumplimiento en
un Sistema de Gestión de Riesgos Laborales que permita de manera una obligación de medios, éste siempre será imputable”22 .
estructura y organizada que el empleador planifique como prever los
De esta forma, en tanto la culpa la entendemos como el estándar de
riesgos laborales y así evitar los accidentes de trabajo o enfermedades
comportamiento que debería cumplir un determinado deudor para
profesionales.
no perjudicar la prestación a su cargo, en las obligaciones de medios,
al momento de probarse el incumplimiento, también se probará la
IV. ¿El deber de prevención en Seguridad y Salud culpa del deudor; por su parte, en las obligaciones de resultado, el
en el Trabajo es una obligación de medios o de incumplimiento no necesariamente podrá serle imputable al deudor,
resultados? quien podrá liberarse de responsabilidad si acredita haber cumplido
Hasta éste punto, el lector podrá advertir el contenido jurídico del con su obligación.
deber de prevención en materia de seguridad y salud en el trabajo. Atendiendo a lo anterior, estamos en posición para analizar si el deber
De la misma forma, es incuestionable que el empleador está obligado de prevención en materia de seguridad y salud en el trabajo es una
a cumplir dicho deber, con la finalidad de resguardar el derecho a la obligación de medios o resultados, lo cual nos permitirá determinar la
salud de los trabajadores. Sin embargo, ¿Cuándo se entenderá que forma en la que se incumple dicho deber y la responsabilidad aplicable.
el empleador ha cumplido con el referido deber de prevención? ¿Se Para ello, es necesario analizar las normas relacionadas a la materia.
cumplirá dicho deber cuando se adoptan todas las medidas necesarias Revisando la LSST, resulta relevante citar el principio de
para garantizar la seguridad de los trabajadores, sin importar si, responsabilidad, el cual estipula que el empleador asume las
posteriormente, ocurre el daño o no? o ¿El deber de prevención sólo se implicancias económicas, legales y de cualquier otra índole a
cumple cuando el trabajador no ha sufrido daño alguno? consecuencia de un accidente o enfermedad que sufra el trabajador,
Para responder a las interrogantes anteriormente planteadas, debemos tal como se describe a continuación:
dilucidar si el deber de prevención es una obligación de medios (cuyo “PRINCIPIO DE RESPONSABILIDAD
cumplimiento sólo se da con la adopción de las medidas de seguridad
El empleador asume las implicancias económicas, legales y de cualquier
necesarias) o, por el contrario, se identifica como una obligación de
otra índole a consecuencia de un accidente o enfermedad que sufra el
resultado (donde el cumplimiento sólo se da cuando el trabajador,
trabajador en el desempeño de sus funciones o a consecuencia de él,
efectivamente, no recibe daño en el centro de trabajo).
conforme a las normas vigentes”.
Dicha clasificación de las obligaciones puede definirse de la siguiente
Asimismo, conforme al artículo 49° de la LSST, el empleador tiene la
manera: mientras las obligaciones de medios se caracterizan porque
obligación de garantizar la seguridad y salud de los trabajadores en el
el deudor no promete un resultado determinado, las obligaciones
desempeño de todos los aspectos relacionados a su labor, en el centro
de resultado son aquellas donde el deudor sí se compromete a un
de trabajo o con ocasión del mismo.
resultado, por lo que únicamente cumplirá su obligación al momento
en que brinde este resultado al acreedor. Al respecto, Osterling Parodi
y Castillo Freyre definen estas obligaciones de la siguiente manera: 19 OSTERLING PARODI, Felipe y CASTILLO FREYRE, Mario, Compendio
de Derecho de Las Obligaciones. Citado por SANABRIA LÓPEZ, José Miguel.
Obligación de resultado: es cuando el deudor no sólo se obliga a
Op. Cit. Pp. 41.
realizar una simple actividad diligente, sino que también está obligado
20 FR ANZONI, Massimo. “La responsabilidad en las obligaciones de medios
a lograr el resultado concreto, el cual, se convierte en el contenido de
y en las obligaciones de resultado”. En Revista Themis N° 38, Lima, 1998. Pp.
la prestación. En la obligación de resultado, acreditada la existencia de 82 - 83
la obligación y el tiempo de cumplimiento, el deudor es responsable.
21 CABANELLAS DE TORRES, Guillermo. Diccionario Jurídico Universitario,
Obligación de medios: el contenido de la prestación se concreta con la Buenos Aires: Editorial Heliasta, 2004. Pp. 193
diligencia ordinaria en una actividad común o profesional, que si bien 22 ALTERINI, Juan Martín. “La Responsabilidad del Abogado en el marco de la
trata de llegar al resultado, no necesariamente se asegura el mismo; Teoría de las obligaciones de resultado atenuadas”. En Derecho & Sociedad Nº
ergo, el deudor cumple su obligación con sólo emplear su actividad en 18, Lima, 2002. Pp. 129.
forma diligente, aunque no se logre el resultado deseado. 19
Asimismo, tal como señala Massimo Franzoni, en las obligaciones de
resultado, hay un compromiso por este, de modo que el deudor queda
liberado mediante la obtención del resultado en mención. En cambio,
en las obligaciones de medios, el resultado no queda comprometido,

110
Asimismo, el artículo 103° de la misma ley precisa que la entidad implica una obligación de resultados no habría nada que discutir o
empleadora responde directamente por las infracciones que, en su investigar para declarar culpable o responsable a la empresa, dentro
caso, se comentan por el incumplimiento de la obligación de garantizar del contexto de la responsabilidad civil contractual (obviamente
la seguridad y salud de los trabajadores, personas que prestan sin considerar fracturas causales de responsabilidad), lo cual no es
servicios, personal bajo modalidades formativas laborales, visitantes correcto (independientemente de lo que se pueda decir al respecto a la
y usuarios, los trabajadores de las empresas y entidades contratistas y responsabilidad civil extracontractual (…) ( el resaltado es nuestro).”23
subcontratistas que desarrollen actividades en sus instalaciones. En esta misma lógica, Juan Gorelli Hernandez menciona lo siguiente:
De la sola lectura de las referidas normas, se podría llegar a la “Estimamos que esta obligación de garantizar la seguridad y salud de
conclusión que la sola configuración del daño, y no garantizar la los trabajadores no puede ser entendida en término absolutos. Ello
seguridad y salud en el trabajo, generaría responsabilidad civil en supondría que, siempre que hubiera un daño o lesión en el desarrollo
el empleador, ya que el principio de responsabilidad hace alusión a del trabajo, el empresario estaría incumpliendo la obligación general.
que el empleador debe asumir las implicancias económicas, legales y (…) es lógico admitir un cierto nivel de riesgo, pues hay actividades en
de cualquier índole a consecuencia de algún accidente de trabajo o las que no es posible evitar el riesgo en su totalidad (…) la obligación
enfermedad, sin establecer excepción alguna. general se basa sobre todo en la adopción por parte del empleador
Sin embargo, estos artículos deben ser interpretados de manera de un diligencia especial (…) que aporte el máximo de seguridad
sistemática con el artículo 53° de la LSTT y 94° de la RLSTT, los cuáles tecnológicamente posible”. 24
señalan lo siguiente: Es claro que el deber de prevención es una obligación de medios y ello
1) Artículo 53.- El incumplimiento del empleador del deber de se sustenta en la misma interpretación sistemática de la normativa
prevención genera la obligación de pagar las indemnizaciones a las peruana e internacional y a razón que no resulta 100% posible
víctimas, o a sus derechohabientes, de los accidentes de trabajo y de erradicar todos los riesgos que se pudiesen presentar en el ámbito
las enfermedades profesionales. En el caso en que producto de la vía laboral por casos fortuitos y fuerza mayor, así como por circunstancias
inspectiva se haya comprobado fehacientemente el daño al trabajador, naturales de una persona. A ello se agrega que según Cesar Lengua
el Ministerio de Trabajo y Promoción del Empleo determina el pago de esta obligación de medios también se puede advertir de la lectura del
la indemnización respectiva. artículo 4° de LSST que señala que la Política Nacional de Seguridad
2) Artículo 94.- Para efecto de lo dispuesto en el artículo 53 y Salud en el Trabajo tiene como una de sus disposiciones, no eliminar
de la Ley, la imputación de la responsabilidad al empleador por sino reducir al mínimo los riesgos laborales 25 .
incumplimiento de su deber de prevención requiere que se acredite Por su parte también señala el autor que lo anterior se puede advertir
que la causa determinante del daño es consecuencia directa de la en la Decisión N° 584 que hace alusión a que en todo lugar de trabajo
labor desempeñada por el trabajador y del incumplimiento por parte se deberán tomar medidas tendientes a disminuir los riesgos laborales.
del empleador de las normas de seguridad y salud en el trabajo. (El Por lo que estaríamos ante un deber de prevención que gira en torno a
resaltado es nuestro) obligaciones de diligencia, sin perseguir la eliminación de todo peligro
De esta manera, tenemos que la responsabilidad civil del empleador y riesgo ocupacional 26 .
en materia de seguridad y salud en el trabajo es consecuencia del Sin embargo, a pesar que somos de la opinión que el deber de
incumplimiento del deber de prevención y no de la sola configuración prevención es una obligación de medios, el 21 de diciembre de 2017,
del accidente de trabajo o enfermedad profesional. Por lo que se se emitió el VI Pleno Jurisdiccional Supremo en Materia Laboral y
entiende que es la vulneración del deber de prevención en seguridad Previsional, donde los Jueces Supremos de la Primera y Segunda Sala
y salud en el trabajo lo que generará responsabilidad civil y no solo la de Derecho Constitucional y Social Transitoria de la Corte Suprema
ocurrencia del daño. de Justicia de la República, acordaron por unanimidad lo siguiente:
Esta misma lógica se advierte en el Convenio 155 de la OIT- Convenio “El empleador, como garante de la seguridad y salud en el centro
Sobre Seguridad y Salud en el Trabajo que describimos en acápites laboral, siempre será responsable por cualquier evento dañoso para la
anteriores – ya que en este se establece “en la medida en que sea vida o salud del trabajador.
razonable y factible el empleador debe garantizar la seguridad y Asimismo, puede utilizarse la transacción como un mecanismo
salud en el trabajo”, por lo que no se exige al empleador el resultado para la extinción de obligaciones por responsabilidad por accidentes
– garantía total de la seguridad y salud – sino la obligación de cumplir de trabajo y/o enfermedades profesionales, en cuyo caso el monto
con el deber de prevención y buscar garantizar la seguridad y salud en otorgado deberá ser valorado tomando en cuenta el artículo 1° de la
el trabajo. Esta argumentación nos permite concluir que en realidad la Constitución Política del Perú.
obligación de prevención es una obligación de medios.
En caso se reconozca al trabajador un monto indemnizatorio por
De igual forma, esta conclusión también se sustenta en la misma daños y perjuicios, el juez de oficio ordenará pagar una suma de dinero
naturaleza del deber de prevención que analizamos en acápites por daños punitivos, cuyo monto máximo será fijado con criterio
anteriores, pues esta consiste en adoptar todas las medidas necesarias prudencial por el juez, sin exceder el total del monto indemnizatorio
para prevenir el daño, por lo que es el empleador el que debe buscar el ordenado pagar por daño emergente, lucro cesante o daño moral y
resultado a través del diligente cumplimiento del deber de prevención. atendiendo a la conducta del empleador frente al caso concreto (el
Asimismo, no resulta lógico afirmar que el deber de prevención es una resaltado es nuestro)”
obligación de resultados, pues bajo dicha premisa, así el empleador Si bien los plenos jurisdiccionales no son vinculantes, sirven de
cumpla con todas sus obligaciones laborales de prevención en referente para los magistrados y la resolución de algún caso laboral en
seguridad y salud en el trabajo siempre será responsable, lo cual es un particular. Consideramos que dicha decisión, tiene como consecuencia
desincentivo al cumplimiento de la normativa en seguridad y salud que los magistrados consideren que el deber de prevención es una
en el trabajo, pues el empleador puede considerar que aun así cumpla obligación de resultados y que en cualquier circunstancia se debe
con todo lo regulado en la normativa, de igual forma es responsable otorgar una indemnización solo acreditándose el daño. Esta misma
civilmente. premisa estipulada en el Pleno lo han venido presentando, diversas
Asimismo, los sistemas de gestión en seguridad y salud en el trabajo sentencias en el Perú, tales como las siguientes:
actualmente no pueden garantizar una efectividad de 100%, debido
a que existen factores que el empleador no puede controlar a la
perfección. Sobre lo mencionado en los dos últimos párrafos, José
Sanabria López señala lo siguiente:
“ (…) Es importante tener en cuenta que incluso cumpliendo toda la
normativa técnica legal y lex artis en seguridad y salud en el trabajo; 23 SANABRIA LÓPEZ, José Miguel. Op. Cit. Pp. 42-43
y además sin considerar los casos de fractura causal (casos fortuito 24 GORELLI HERNÁNDEZ, Juan. Responsabilidad Patrimonial del
o fuerza mayor, hecho de tercero no dependiente no previsible, empresario derivada de riesgos profesionales, España: Editorial Tecnos, 2006.
e imprudencia temeraria de la víctima trabajador no pasible de Pp. 65
supervisión); de igual modo los SG-SSTs no son perfectos; debido a 25 LENGUA APOLAYA, César. Op. Cit. Pp. 255
factores que el empleador no puede controlar a perfección, como por
26 LENGUA APOLAYA, César. Op. Cit. Pp. 255.
ejemplo la sensibilidad individual de los trabajadores a los diferentes
riesgos laborales, entre otros muchos factores que no ahondaremos.
(…)
(…) Además, consideramos que si la presencia de un daño a la salud en
el trabajo (tanto accidente de trabajo como enfermedad profesional)
111
Nombre de la Casación y enfermedad profesional a la luz de la normativa peruana. Así,
Disposiciones tenemos que según el glosario de términos del Reglamento de la Ley
de Seguridad y Salud en el Trabajo, accidente de trabajo es:
Casación Laboral N° 3591 – 2016 Del Santa
“todo suceso repentino que sobrevenga por causa o con ocasión
El presente caso versa respecto a un trabajador que le dio un del trabajo y que produzca en el trabajador una lesión orgánica,
infarto por miocardio agudo cuando se encontraba trabajando en una perturbación funcional, una invalidez o la muerte. Es también
la Embarcación Pesquera. La Corte Suprema consideró que como el accidente de trabajo aquel que se produce durante la ejecución de
trabajador se encontraba realizando sus labores de trabajo y fue en ese órdenes del empleador, o durante la ejecución de una labor bajo su
momento donde ocurrió el acaecimiento, entonces el infarto debe ser autoridad y aún fuera del lugar y horas de trabajo”.
considerado como un accidente de trabajo y por ende la empresa debe
asumir las implicancias económicas correspondientes. Sobre el particular, Mauricio Matos Zegarra agrega que para que
se considere accidente de trabajo deben concurrir los siguientes
Casación N° 4258 – 2016 - Lima elementos: a) se produzca lesión corporal, b) producida en el centro de
El presente caso versa respecto a un trabajador que sufrió un accidente trabajo o con ocasión de las labores para las cuales ha sido contratado
de tránsito debido a la negligencia de un tercero que ocasionó el el trabajador, c) acción imprevista, fortuita u ocasional de una fuerza
accidente. La Corte Suprema consideró que al estar desempeñando externa, repentina y violenta que obra súbitamente sobre la persona 27.
sus funciones el trabajador cuando ocurrió el accidente entonces la Asimismo, el Convenio 121°, si bien no ha sido ratificado por el Perú,
empresa debe asumir las implicancias económicas correspondientes. precisa que cada miembro debe legislar una definición de accidente
Casación N° 16050-Lima de trabajo, incluyendo las condiciones bajo las cuales un accidente
El presente caso versa respecto a un trabajador que sufrió un accidente sufrido en el trayecto al o del trabajo es considerado como un accidente
como consecuencia de su caída de la embarcación a causa de una de trabajo. Por lo que teniendo en cuenta ello, cada Estado es quien
marejada. La Corte Suprema consideró que si existía responsabilidad deberá definir y precisar los elementos que caracterizan y configuran
por ser una actividad riesgosa. un accidente de trabajo.
De esta manera, accidente de trabajo, según lo expuesto, es todo
suceso repentino que sobrevenga por causa o con ocasión del trabajo
y que produzca una lesión orgánica, perturbación funcional, invalidez
o muerte del trabajador. También se considera accidente de trabajo
el que se produce durante la ejecución de órdenes del empleador o
durante la ejecución de una labor bajo la autoridad del empleador aún
fuera del lugar y horas de trabajo.
Por su parte, el Decreto Supremo N° 003 -98 – SA (Aprueban normas
técnicas del Seguro Complementario de Trabajo de Riesgo) precisa
que no constituyen accidente de trabajo los siguientes supuestos:
- El que se produce en el trayecto de ida y retorno a centro de
trabajo, aunque el transporte sea realizado por cuenta de la Entidad
Empleadora en vehículos propios contratados para el efecto.
- El provocado intencionalmente por el propio trabajador o por su
participación en riñas o peleas u otra acción ilegal.
- El que se produzca como consecuencia del incumplimiento del
trabajador de una orden escrita específica impartida por el empleador.
- El que se produzca con ocasión de actividades recreativas, deportivas
o culturales, aunque se produzcan dentro de la jornada laboral o en el
centro de trabajo.
- El que sobrevenga durante los permisos, licencias, vacaciones o
cualquier otra forma de suspensión del contrato de trabajo.
Como se puede advertir de los casos expuestos, los magistrados no - Los que se produzcan como consecuencia del uso de sustancias
toman en cuenta la evaluación de los elementos de la responsabilidad alcohólicas o estupefacientes por parte del trabajador.
civil, sino que acreditado el accidente de trabajo independientemente
que este haya ocurrido por un hecho de causa natural o caso fortuito o
fuerza mayor, se determina la responsabilidad civil del empleador y la 27 MATOS ZEGARR A, Mauricio. “Los accidentes de trabajo en el trayecto al
responsabilidad de asumir las implicancias económicas. trabajo en el Perú”. En Revista Soluciones Laborales, Lima, 2011. Pp. 90-92.

Al respecto, conforme lo detallaremos en los próximos acápites, somos - Los que se produzcan en caso de guerra civil o internacional,
de la opinión que a efectos que se determine la responsabilidad civil, declarada o no, dentro o fuera del Perú, motín o conmoción contra el
no podemos dejar de lado los elementos de esta institución jurídica, orden público o terrorismo.
ni concluir que la obligación de prevención es una de resultados. - Los que se produzcan como consecuencia de fusión o fisión nuclear
Por ello, no estamos de acuerdo con lo determinado en el VI Pleno por efecto de la combustión de cualquier combustible nuclear.
Jurisdiccional en Materia Asimismo, el glosario de términos del Reglamento de Seguridad y
Laboral y Previsional, pues la sola configuración del accidente de Salud en el Trabajo precisa las causas de los accidentes de trabajo,
trabajo y/o enfermedad profesional no puede concluir que existió dividiéndolos en las siguientes clases:
responsabilidad civil.
En virtud de lo expuesto, consideramos que el deber de prevención es
una obligación de medios, el cual se cumple con la sola adopción de
todas las medidas razonablemente necesarias para prevenir los riesgos
laborales. En ese sentido, el empleador acreditará que ha cumplido su
obligación y que, por ende, no es responsable por el daño sufrido por
el trabajador en un accidente de trabajo o enfermedad profesional,
cuando demuestre la adopción de todas las medidas razonablemente
necesarias para prevenir el daño.

V. Aproximación a los elementos que caracterizan


a los accidentes de trabajo y enfermedades
profesionales en la Legislación Peruana.
Previo a evaluar cuando se puede concluir que el empleador es
responsable por los daños y perjuicios ocasionados de un accidente
de trabajo y enfermedad profesional, es importante tener en cuenta
los elementos que caracterizan y configuran un accidente de trabajo

112
principales para que un accidente sea considerado como de trabajo
y una enfermedad sea catalogada como profesional. Lo anterior,
es importante pues como veremos en el siguiente acápite si no
se configura el accidente como de trabajo y la enfermedad como
profesional carecería de razonabilidad imputarle responsabilidad al
empleador, bajo el entendido también que para ello se deben analizar
los elementos de responsabilidad civil.
Finalmente, es pertinente precisar que el concepto legal de accidente
de trabajo y enfermedad profesional no contienen un juicio de
responsabilidad indemnizatoria, ni contiene los presupuestos para
la atribución de responsabilidad patrimonial indemnizatoria sino
que bajo la definiciones antes precisadas se indican sus requisitos
fácticos a efectos que se entienda que dicho accidente y enfermedad
están relacionados al trabajo 28 . Por lo que somos se la opinión
que la sola configuración del accidente de trabajo y enfermedad
profesional definitivamente no concluyen que nos encontramos ante
A ello se agrega que dependiendo de las causas del accidente, según su una responsabilidad civil del empleador, pues para ello es necesario
gravedad, los accidentes de trabajo con lesiones personales según el determinar si se cumplen los otros elementos de la responsabilidad
glosario de términos del RLSST, pueden ser los siguientes: civil como conducta antijurídica, nexo causal y factor de atribución
1. Accidente Leve: Suceso cuya lesión, resultado de la evaluación (imputabilidad).
médica, que genera en el accidentado un descanso breve con retorno
máximo al día siguiente a sus labores habituales.
VI. ¿Cuándo un empleador ser á responsable
2. Accidente Incapacitante: suceso cuya lesión, resultado de la civilmente por algún accidente de trabajo
evaluación médica, da lugar a descanso, ausencia justificada al trabajo o enfermedad profesional sufrida por el
y tratamiento. Para fines estadísticos, no se tomará en cuenta el día de trabajador?
ocurrido el accidente. Según el grado de incapacidad los accidentes de
trabajo pueden ser: En el Perú, la Responsabilidad Civil está regulada en el Código Civil
Peruano – Decreto Legislativo N° 295, promulgado el 24 de julio de
2.1. Total Temporal: cuando la lesión genera en el accidentado la 1984 - , en el cuál, se establece un sistema binario de responsabilidad
imposibilidad de utilizar su organismo; se otorgará tratamiento civil que consiste en dos regímenes: Responsabilidad por inejecución
médico hasta su plena recuperación. de obligaciones (contractual) y Extracontractual.
2.2. Parcial Permanente: cuando la lesión genera la pérdida parcial de Para estos efectos, la responsabilidad Contractual se encuentra
un miembro u órgano o de las funciones del mismo. regulada en el Libro VI y la Responsabilidad Extracontractual en el
2.3. Total Permanente: cuando la lesión genera la pérdida anatómica o Libro VII. Las principales diferencias de dichos regímenes se pueden
funcional total de un miembro u órgano; o de las funciones del mismo. graficar en el siguiente cuadro 29 :
Se considera a partir de la pérdida del dedo meñique.
3. Accidente Mortal: Suceso cuyas lesiones producen la muerte del
trabajador. Para efectos estadísticos debe considerarse la fecha del
deceso.
De esta manera, el accidente de trabajo puede provocar desde una
lesión leve que incapacita de manera temporal al trabajador hasta
una lesión que genera la pérdida anatómica o funcional total de un
miembro u órgano de la persona.
Por otro lado, respecto a los alcances de la definición de enfermedad
profesional, de acuerdo al artículo 3° del Decreto Supremo N° 003 –
98 – SA, este se entiende como todo estado patológico permanente o
temporal que sobreviene al trabajador como consecuencia directa de
la clase de trabajo que desempeña o de medio que se ha visto obligado
a trabajar. Dicho decreto establece que la tabla de enfermedades
profesionales y su vinculación causal con la clase de trabajo será
aprobada por el Ministerio de Salud.
No obstante, dicha misma normativa precisa que en caso una
enfermedad no aparezca en la Tabla de Enfermedad Profesionales
pero se demuestre que existe una relación de causalidad con la clase
de trabajo que desempeña el trabajador o el ambiente que labora será
reconocido como Enfermedad Profesional. De esta manera, el régimen de responsabilidad civil aplicable
dependerá de donde nace la obligación de resarcimiento según los
El listado de enfermedades lo podemos encontrar en la Resolución parámetros de nuestro Código Civil. Sin perjuicio de ello, somos de
Ministerial N° 480 – 2008/MINSA de 14 de julio de 2008 – la opinión que la tutela resarcitoria (responsabilidad civil) es única y,
Norma Técnica de salud que establece el listado de enfermedades por lo tanto, su aplicación en distintos regímenes no puede perder de
profesionales -. Así, este se clasifica en 6 grupos de la siguiente manera: vista esta premisa. De esta forma, sería válido también la aplicación de
Grupo 1: Enfermedades profesionales causadas por agentes químicos normas jurídicas de la responsabilidad extracontractual a situaciones
Grupo 2: Enfermedades profesionales causadas por agentes físicos reguladas por la responsabilidad contractual.
Grupo 3: Enfermedades profesionales causadas por agentes biológicos Lo anterior se sustenta tal como señala Gastón Fernández en la
unidad ontológica y funcional de la responsabilidad civil por lo que
Grupo 4: Enfermedades profesionales causadas por inhalación de
las disposiciones que se regulan de manera diferente en los regímenes
sustancias y agentes no comprendidas en otros aparatos.
antes mencionados pueden aplicarse de manera extensiva o analógica
Grupo 5: Enfermedades profesionales de la piel causadas por sustancias sin necesidad de separarse 30 .
y agentes no comprendidos en alguno de los otros apartados.
En el presente caso, objeto del presente estudio, la responsabilidad
Grupo 6: Enfermedades profesionales causadas por agentes contractual será aplicable cuando exista una relación laboral (vínculo
carcinogénicos. contractual) entre el empleador y el trabajador. Pues, como hemos
En ese sentido, para que una enfermedad sea calificada como precisado precedentemente, la Ley de Seguridad y Salud en el Trabajo
enfermedad profesional, primero se debe verificar si se encuentra en establece que el empleador debe garantizar la seguridad y salud en el
la lista de la Resolución Ministerial N° 480 – 2008/MINSA, y en caso centro de trabajo.
no fuera así, se debe probar que existe una relación de causalidad entre
la enfermedad del trabajador con la clase de trabajo que desempeña el
mismo o el ambiente que labora.
En virtud de lo expuesto, tenemos las características y alcances
113
Por otra parte, será extracontractual cuando cualquier tercero sufra un fácticamente que el daño existe, permitiendo una reparación conforme
daño dentro de las instalaciones de una empresa. Al respecto, también a derecho.
como lo hemos señalado precedentemente, la Ley de Seguridad y Salud B. Subsistencia.-
en el Trabajo en el Perú señala que la empresa principal es responsable
por las infracciones que se cometan por el incumplimiento de la Este requisito está vinculado con la tutela resarcitoria, por ello, si un
obligación de garantizar la seguridad y salud de los trabajadores que daño no ha sido reparado significará que aún subsiste. Así, en palabras
prestan servicios, personal bajo modalidades formativas laborales, de Carlos Calvo: “Este requisito exige que el daño debe subsistir al
visitantes y usuarios, los trabajadores de las empresas y entidades tiempo del resarcimiento; es decir, cuando se habla de “subsistencia”
contratistas y subcontratistas que desarrollen actividades en sus del daño se hace referencia a que el mismo no debe haber sido aún
instalaciones. resarcido, por lo cual (…) aún permanece jurídicamente en la víctima
del perjuicio”35 .
En ese sentido, la empresa es responsable de garantizar la seguridad
y salud en el trabajo de cualquier tercero que se encuentre en las Consideramos que este elemento debe ser tomado en cuenta pues
instalaciones de la empresa. Así, el incumplimiento del deber de a través de este identificamos si se ha cumplido con el Principio de
prevención en estos casos responderá a una responsabilidad civil Reparación Integral del Daño. Esto último se sustenta en que parte de
extracontractual. las funciones principales de la responsabilidad civil es la resarcitoria,
por lo que la Responsabilidad Civil debe buscar reparar el daño en su
Cabe precisar, que la aplicación del Código Civil Peruano para estos integridad.
casos de responsabilidad civil en materia de seguridad y salud en
el trabajo es válido, pues de conformidad al artículo IX del Título En nuestro ordenamiento jurídico, la Corte Suprema ha identificado
Preliminar del referido código: “Las disposiciones del Código Civil la existencia de éste principio en el art. 1985° del Código Civil. Así, la
se aplican supletoriamente a las relaciones y situaciones jurídicas por Sala Civil Permanente, en la Casación N° 3499-2015-LA LIBERTAD
otras leyes, siempre que no sean incompatibles con su naturaleza”. En ha precisado lo siguiente:
ese sentido, resulta aplicable las referidas normas de manera supletoria, “Empero, estas circunstancias -que no son atribuibles a la conducta
sin perder de vista que de igual forma no puede ser incompatible a la procesal de la parte actora, sino a las particulares propias que
naturaleza del derecho laboral. involucra el caso [Lucro Cesante]- no pueden ser empleadas por el
Teniendo en cuenta lo anterior, en las siguientes líneas procederemos a órgano jurisdiccional como medio para fundamentar un criterio que
analizar los elementos de la responsabilidad civil para luego determinar termine por negar a la víctima el acceso a una reparación integral del
en qué supuestos se excluiría de responsabilidad al empleador. daño sufrido, pues ello restringe injustificadamente el derecho de la
víctima a una reparación adecuada e integral de los daños sufridos (el
Así, conforme lo establece el profesor Jorge Beltrán Pacheco, la principio fundamental que rige la cuantificación de la indemnización la
responsabilidad civil en las relaciones laborales se sustenta en el responsabilidad civil se encuentra referido justamente a la reparación
posible incumplimiento de los deberes y cargas que surgen del contrato integral del daño, recogido por el artículo 1985 del Código Civil).”
de trabajo y de la ley, siendo aplicable el sistema de inejecución de
obligaciones, tal como se explica en el siguiente extracto 31: En ese sentido, la persona que sufre el daño no podrá recibir menos de
lo que correspondería de acorde a la reparación de su interés lesionado.
“En una relación jurídica de naturaleza laboral existe un vínculo entre Esto aplica de manera más idónea en daños patrimoniales.
el trabajador (quien presta su energía laboral) y el empleador (quien
determina cuál será el uso más apropiado para dicha energía laboral C. Especialidad.-
y deberá pagar una remuneración así como cumplir con todos los El único legitimado a solicitar la reparación del daño es la persona que
beneficios que por ley tiene el trabajador). Entonces, la inejecución de sufrió dicha lesión. Así, Henri, Jean y León Mazeud señalan que “La
alguna de las situaciones jurídicas subjetivas de desventaja (deberes víctima es la que representa el papel de demandante en la acción de
y cargas) asumidas por las partes determinará las consecuencias responsabilidad civil: reclama aquella reparación del perjuicio sufrido
indemnizatorias correspondientes. (…) (…)”36 . En ese sentido, tenemos que el derecho de solicitar la reparación
De esta manera, para que exista responsabilidad civil por parte del no puede ser transferido y le corresponde a la persona afectada.
empleador y este asuma cualquier contingencia, se deben analizar los En nuestro Código Civil, podemos identificar 03 tipos de daño
elementos de la responsabilidad civil según nuestra jurisprudencia y resarcibles: A) Daño Emergente, B) Lucro Cesante y C) Daño Moral,
Código Civil: (i) Daño, (ii) Antijuricidad, iii) Nexo Causal, (iii) Factor los cuáles se definen de la siguiente forma:
de atribución y verificar si efectivamente se cumplen todos estos A. Daño Emergente.-
elementos.
Es la sustracción de una utilidad económica ya existente en el
En las siguientes líneas, describiremos las características principales patrimonio de la persona como consecuencia del daño. Al respecto,
de estos criterios con la finalidad de manera posterior abordar los Carlos Calvo precisa lo siguiente: “el daño patrimonial puede
referidos elementos y así determinar en qué supuestos podríamos manifestarse de dos formas: a) Como la pérdida o disminución de
excluir al empleador de responsabilidad civil: valores económicos ya existentes, es decir, un empobrecimiento del
EL DAÑO patrimonio – Daño Emergente- (…)”37 Este se puede ver reflejado como
El daño según Juan Espinoza Espinoza puede ser entendido como los gastos incurridos por el trabajador a causa del accidente de trabajo
aquellos efectos negativos que derivan de la lesión del interés o enfermedad profesional, tales como pago de exámenes médicos,
protegido 32 . Puede identificarse como un perjuicio o padecimiento medicamentos, prótesis, transportes, hospitalización, cirugías.
de una lesión que afecta al interés tutelado. Asimismo, Leysser León
respecto al daño señala lo siguiente: 28 LENGUA APOLAYA, César. Op. Cit. 254
“Desde una perspectiva jurídica, el daño es una condición desfavorable 29 Cuadro elaborado por Juan Espinoza Espinoza. Cit. Por SANABRIA LÓPEZ,
para un sujeto de derecho que merece ser resarcida, siempre que José Miguel. Op. Cit. Pp. 91.
el evento que la ha producido afecte una posición protegida por el 30 FERNÁNDEZ CRUZ, Gastón. “De La Culpa Ética a la responsabilidad
ordenamiento, y cuando sea imputable a otro sujeto, según un juicio subjetiva: ¿El Mito de Sísifo? (Panorámica del concepto y rol de la culpa en el
reglamentado por la ley; todo lo cual conforma el fenómeno de la Derecho Constitucional y en el Código Civil Peruano”. En Themis N° 50, Lima,
2005. Pp. 254. 1973°).
responsabilidad civil”33 (el resaltado es nuestro)
31 BELTR ÁN PACHECO, Jorge Alberto, “EL SILENCIO DE LOS
Como se advierte, dicho autor define al daño como una condición INOCENTES. Los daños derivados de las relaciones laborales”. En Diálogo con
desfavorable que merece ser resarcida, siempre que la circunstancia la Jurisprudencia, Tomo 122, Lima, 2008.
afecte una situación protegida por el ordenamiento y cuando sea 32 ESPINOZA ESPINOZA, Juan. Derecho de la Responsabilidad Civil, Lima:
imputable a otro sujeto. Algunos autores consideran que para que Gaceta Jurídica. 2003. Pp.178.
exista daño se deben cumplir con una serie de requisitos. Así, hemos
33 LEÓN HILARIO, Leysser. La Responsabilidad Civil, Lima: Editora Normas
identificado los siguientes elementos del daño resarcible: A. Certeza; Legales. 2004. Pp. 105-106.
B. Subsistencia y C. Especialidad.
34MANZANARES CAMPOS, Mercedes. Criterios para valuar el Quantum
A. Certeza del daño.- Indemnizatorio, Lima: Grijley. 2008. Pp.120.
El daño debe ser cierto. Así, Mercedes Manzanares señala que: “para 35 CALVO COSTA, Carlos. El Daño Resarcible, Buenos Aires: Editorial
que exista una indemnización debe existir un daño, y por lo tanto, Hammurabi. 2005. Pp. 247.
cualquiera que sea su naturaleza, debe ser cierto si quiere aspirar a
una reparación presente o futura. No puede ser eventual o hipotético:
el simple peligro no da lugar a indemnización, tiene que materializarse
en un daño.”¨34 Es así que a través de la certeza logramos identificar

114
B. Lucro Cesante.- en seguridad y salud en el trabajo forman parte de las obligaciones
El lucro cesante es entendido como: “(…) la ganancia patrimonial contractuales del empleador como parte de su deber de buena fe, el
neta dejada de percibir por el dañado” 38 . En tal sentido, de manera cual incluye el deber de prevención, es que de igual forma el empleador
concreta la indemnización por Lucro Cesante se encuentra constituida debe acreditar haber cumplido con las obligaciones que engloban
por aquello que la víctima ha dejado de incorporar a su patrimonio dicho deber.
como consecuencia del daño ocasionado. Sobre el particular, Fabián • ANTIJURICIDAD.-
Elorriaga de Bonis precisa lo siguiente: Un comportamiento es considerado como antijurídico “no sólo
“Para configurar el lucro cesante sólo deben tenerse en cuenta las cuando contraviene una norma prohibitiva, sino también cuando la
ganancias netas que habría experimentado la víctima de no ocurrir el conducta viola el sistema jurídico en su totalidad, en el sentido de
siniestro, y no los ingresos bruto, pues ello sería tanto como operar afectar los valores o principios sobre los cuales ha sido construido el
a favor de la víctima un enriquecimiento incausado, toda vez que se sistema jurídico”41.
tratarla (sic) de ingresos que no se iban a recibir efectivamente por la En ese sentido, conforme a la casación N° 3168 – 2015 – Lima, se
víctima (…) ”39 . procederá al resarcimiento de la víctima si es que el accionar de
Este puede verse reflejado como la remuneración dejada de percibir la persona que realizó el daño i) no es amparado por el derecho, ii)
por el trabajador debido a que el accidente de trabajo y/o enfermedad incumple una norma imperativa, iii) incumple los principios del orden
profesional le ha provocado una incapacidad sea esta temporal o público, o las reglas de convivencia social, como las buenas costumbres,
permanente que no le ha permitido desarrollar actividades lucrativas. siendo que en los casos de los asuntos contractuales, ésta surgirá del
C. Daño Moral.- incumplimiento de una conducta pactada de forma previa, lo cual es
considerado como una conducta típica.
El daño moral es definido como aquella lesión a la esfera sentimental
de la víctima como consecuencia del daño. Al respecto, según la En ese sentido, la conducta antijurídica estará materializada en el
Casación N° 1594 – 2014 – Lambayeque, la Corte Suprema define incumplimiento de la normativa de Seguridad y Salud en el trabajo que
al Daño Moral como: “la lesión a cualquier sentimiento de la víctima se encuentra en la LSST, RLSST y normas complementarias vinculadas
considerado legítimo. También se le define como aquel daño que afecta a dicha materia y los deberes en general que engloban al deber de
la esfera interna del sujeto, no recayendo sobre cosas materiales, sino prevención.
afectando sentimientos”. Este puede verse reflejado debido a que el • EL NEXO CAUSAL.-
accidente de trabajo y/o enfermedad profesional le ha provocado al En cuanto al nexo causal, el artículo 1321° del Código Civil prevé
trabajador un daño psicológico. que quien inejecuta una obligación o la cumple parcial, tardía o
Teniendo en cuenta los elementos y tipos de daño, en materia de defectuosamente debe resarcir los daños producidos en cuanto estos
Seguridad y Salud en el Trabajo, el daño puede verse acreditado con la sean consecuencia inmediata y directa de tal inejecución.
configuración del accidente de trabajo y/o la enfermedad profesional Es decir, el elemento nexo causal alude a la relación causa – efecto,
y los daños derivados de estos. La prueba del daño alegado según el antecedente – consecuencia, entre la conducta antijurídica del autor
artículo 23.3 de la Ley N° 29497 – Nueva Ley Procesal del Trabajo y el daño generado a la víctima, debiendo tenerse en cuenta que en el
corresponde al trabajador, por lo que será este quien deberá acreditar el ámbito de la responsabilidad civil por inejecución de obligaciones la
daño derivado del accidente de trabajo y/o la enfermedad profesional. causalidad siempre es inmediata.
En ese misma línea, los magistrados de la Corte Suprema, en el I Asimismo, Marcelo Planiol precisa que es necesario identificar si la
pleno Jurisdiccional Supremo en materia laboral de 04 y 14 de mayo conducta antijurídica ha sido determinante para la generación del
de 2012 del Perú acordaron que: “el trabajador debe cumplir con daño. Así, el autor francés señala lo siguiente:
probar la existencia de la enfermedad profesional, y el empleador, el
cumplimiento de sus obligaciones legales, laborales y convencionales”. “Desde este punto de vista, el acto incriminado es o no necesario
En ese sentido, vemos pues que la carga de probar la existencia del para la producción del daño; no cabe término medio alguno. En la
daño derivado del accidente de trabajo y/o la enfermedad profesional práctica puede vacilarse en la determinación de las causas de un
será del trabajador. suceso y el carácter causal del acto puede como todo elemento de
hecho, ser determinado por presunciones y admitirse un título de
Según José Sanabria parte de las pruebas que tendría que presentar probabilidad. Pero, todos los hechos a los que se reconoce la condición
el trabajador para acreditar la existencia del accidente de trabajo y/o de antecedentes necesarios ofrecen el mismo carácter de necesidad; el
enfermedad profesional son los siguientes40 : más remoto y alejado, suponiendo que sea posible remontarse hasta
• Enfermedad Profesional los orígenes, lo tendrá igual que el último. 42
- Exámenes médicos ocupacionales El Código Civil Peruano para efectos de la responsabilidad civil por
- Certificado médicos ocupacionales. inejecución de obligaciones adopta la teoría de la causa próxima, la
cual, implica que el daño debe ser consecuencia inmediata y directa
- Dictámenes médicos expedidos por Entidad Pública del Sector Salud de la inejecución de la obligación. En ese sentido, bajo dicha teoría
acreditada y autorizada. existirá relación de causalidad si la antijuricidad es temporalmente y/o
- Investigación de la Enfermedad Profesional por el Ministerio de cronológicamente cercana al evento dañoso.
Trabajo. En el régimen de responsabilidad extracontractual que en nuestra
• Accidente de Trabajo opinión también podría ser aplicado, se adopta la teoría de la
- Exámenes médicos ocupacionales causalidad adecuada, siendo que el artículo 1985 del Código Civil
señala lo siguiente:
- Certificado médicos ocupacionales.
“Art. 1985.- La indemnización comprende las consecuencias que
- Dictámenes médicos expedidos por Entidad Pública del Sector Salud
deriven de la acción u omisión generadora del daño, incluyendo el lucro
acreditada y autorizada.
- Investigación del Accidente de Trabajo por el Ministerio de Trabajo.
36 MAZEAUD, Henri, León MAZEAUD y Jean MAZEAUD. Lecciones de
- Informes policiales o fiscales, para el caso de accidentes de trabajo Derecho Civil, Vol. II, Buenos Aires: Ediciones Jurídicas Europa-América. 1960.
mortales. Pp. 361
A lo señalado por dicho autor agregamos otros medios probatorios 37 CALVO COSTA, Carlos. Op. Cit. Pp. 250
que acreditarían la existencia del accidente de trabajo y/o enfermedad 38 ESPINOZA ESPINOZA, Juan. Derecho de la Responsabilidad Civil, Lima:
profesionales tales como: el registro e investigación del accidente Editorial Rodhas. 2011. Pp. 247.
de trabajo y/o enfermedad profesional que se encuentra a cargo 39 ELORRIAGA DE BONIS, Fabián. “Los Daños Corporales y sus
del empleador según la LSST y RSST. Por otra parte, estos medios consecuencias”. En La Responsabilidad Civil y la Persona en el Siglo X XI, Lima:
probatorios acreditarían la existencia de la enfermedad profesional y IDEMSA. 2010. Pp. 128.
del accidente de trabajo. Sin embargo, será el trabajador quien también 40 SANABRIA LOPEZ, José Miguel. Op. Cit. Pp. 110 -111
deberá probar los daños derivados de estos y si se ha incurrido en daño 41 TABOADA CÓRDOVA, Lizardo. Elementos de Responsabilidad Civil,
emergente, lucro cesante o daño moral. Lima: Editorial Grijley. 2003. Pp.32
Sin perjuicio que es responsabilidad del trabajador acreditar el daño
alegado según la Nueva Ley Procesal del Trabajo, no hay que perder
de vista también que según dicha normativa en el literal a) del
numeral 23.4 es el empleador quien debe probar el cumplimiento de
sus obligaciones contractuales. Por ello, siendo que las obligaciones
115
cesante, el daño a la persona y el daño moral, debiendo existir una involucrando una complejidad en las propias nociones de deuda y
relación de causalidad adecuada entre el hecho y el daño producido” crédito, no debe dudarse que el concepto de diligencia no puede
(el énfasis es nuestro) estar limitado a la medida del deber de prestación, sino que, por el
Esta teoría precisa que existirá relación de causalidad entre el hecho contrario, está referido más bien al deber de protección involucrado en
generador y el daño cuando el primero, de forma independiente y la situación jurídica subjetiva compleja de deber (…)”. 47
autónoma, es causa adecuada para generar el segundo. Al respecto, En relación a las obligaciones del empleador en materia de Seguridad
Juan Espinoza Espinoza menciona que: y Salud en el Trabajo, Juan Gorelli precisa que esta diligencia debe
“en la causalidad adecuada, la relevancia jurídica de la condición orientarse al establecimiento de las medidas de seguridad que sean
está en función del incremento producido por ésta, de la objetiva necesarias según un criterio de prudencia adaptable a cada caso o
posibilidad de un evento del tipo de aquel efectivamente verificado. circunstancia. Así como señala dicho autor:
Hay causalidad adecuada entre un acto o actividad y un daño, cuando “Esto supone que, en función a la gravedad de los posibles riesgos
concluimos, sobre la base de la evidencia disponible, que la recurrencia será necesario adoptar medidas de prevención más o menos intensas,
de ese acto o actividad incrementará las posibilidades de que el daño adecuadas al peligro existente y a las circunstancias concretas, y que
también ocurra. (…)Así, para establecer cuál es la causa de un daño dada esa especial diligencia, pueden ir más allá de las medidas técnicas
conforme a esta teoría es necesario formular un juicio de probabilidad, que en concreto se señalen en las normas reglamentarias, siempre y
o sea considerar si tal acción u omisión del presunto responsable era cuando sean necesarias para proteger la salud y seguridad de los
idónea para producir o regular normalmente, un resultado; y ese juicio trabajadores”48 .
de probabilidad no puede hacerse sino en función lo que un hombre de Asimismo, según también el mencionado autor, el deber de diligencia
mentalidad normal, juzgada ella en abstracto, hubiese podido prever abarca también el deber de vigilancia como supervisar el uso de los
como resultado de su acto.”43 Equipos de Protección Personal (EPPs). Este deber de vigilancia
De esta manera, somos de la opinión que la aplicación de la teoría disminuiría si el trabajador recibe capacitación, por la experiencia
corresponderá al interés que busque el trabajador para efectos de ser adquirida durante el tiempo laborado y dependiendo de la peligrosidad
resarcido. de la función laboral 49 . Por otro lado, Juan Gorelli precisa que la falta
- FACTOR DE ATRIBUCIÓN de diligencia es una cuestión de carácter objetivo y apreciable de
manera externa, siendo que el problema radica en estimar si el riesgo
En el Código Civil Peruano, se regulan los siguientes factores de es previsible, el empresario deberá actuar para evitarlo, caso contrario
atribución para la responsabilidad por inejecución de obligaciones es negligente50
(contractual): Dolo, Culpa Inexcusable y Culpa Leve. En el caso de
responsabilidad extracontractual se toman en cuenta los siguientes Por otro lado, en el caso de los trabajadores de empresas terceras, la
criterios: Dolo, Culpa y Riesgo. Ambos se regulan de la siguiente empresa principal es responsable solidaria según el artículo 68° de la
forma: LSST de la vigilancia en el cumplimiento de la normativa legal vigente
en materia de seguridad y salud en el trabajo, siendo que también
responderá frente a los daños e indemnizaciones que se pudiesen
generar de estos trabajadores de las empresas tercerizadoras,
contratistas, entre otros, siempre y cuando desarrollen sus actividades
dentro de las instalaciones de la empresa principal.
En este punto, advertimos el deber de coordinación que debe existir
entre ambas empresas a fin de garantizar la seguridad y salud en el
trabajo. Lo contrario, y la omisión de este deber de prevención en la
empresa principal abarcaría una responsabilidad extracontractual.
Según Juan Gorelli, la obligación de cooperar implica el deber de
información a los trabajadores y la regulación de mecanismos de
coordinación de la acción preventiva en el centro de trabajo y medios
de coordinación necesarios para la prevención de riesgos laborales51.
Teniendo en cuenta las definiciones y características de los elementos
de la responsabilidad civil, en las siguientes líneas precisaremos los
supuestos en los cuáles consideramos que el empleador podría estar
eximido de responsabilidad civil. Cabe precisar, que de igual forma,
cada caso en particular debe ser evaluado a fin de garantizar los
derechos del trabajador.

VI.1. Cumplimiento de las obligaciones derivadas


del deber de prevención.
En ese sentido, se tendrá que acreditar que existió dolo o culpa
por parte de la persona que produjo el daño a fin que se otorgue el Tal como lo precisamos precedentemente, somos de la opinión que
resarcimiento. Según la Real Academia de La Lengua Española, dolo el deber de prevención es una obligación de medios, por lo que si el
es la voluntad maliciosa de engañar a alguien, de causar un daño o de empleador acredita haber cumplido con todas las obligaciones
incumplir una obligación contraída 44 . El debate surge en definir la
culpa, pues existen diversas teorías alrededor de esta. Así, tenemos lo 42 PLANIOL, Marcelo y RIPERT, Jorge. Derecho Civil Francés, La Habana:
señalado por Colin y Capitant quienes entienden que una persona ha Cultural. 1940. Pp. 746
incurrido en culpa cuando no se ha conducido como hubiera debido 43 ESPINOZA ESPINOZA, Juan. Op. Cit. 2011. Pp. 215
conducirse, no ha hecho lo que hubiera debido hacer y se compara su 44REAL ACADEMIA ESPAÑOLA, Diccionario de la Lengua Española –
conducta con la que hubiera seguido en su lugar un hombre prudente, consulta online. Fecha de consulta: 28 de julio del 2019.
diligente”45 . URL: https://dle.rae.es/?id=E5XmK1L
Por otra parte, Luigi Corsaro precisa que “(…) la culpa se ha 45 COLIN, Ambrosio y CAPITANT, H. Curso Elemental de Derecho Civil,
transformado en un juicio sobre un comportamiento, es decir, en la Madrid: Editorial Reus. 1943. Pp. 824
afirmación de que un comportamiento es contrario a un modelo ideal, 46 CORSARO, Luigi. “Culpa y responsabilidad civil: La evolución del sistema
correspondiente al de un hombre cuidadoso en evitar la realización italiano”, en Estudios sobre Responsabilidad Civil, Lima: AR A Editores. 2001.
de eventos que puedan lesionar los intereses ajenos protegidos por la Pp. 183.
ley.”46 47 FERNÁNDEZ CRUZ, Gastón. “El deber accesorio de diligencia y la
De esta manera, podemos advertir que la culpa tendría como responsabilidad derivada del incumplimiento en las relaciones obligatorias”.
característica que no siga un modelo ideal de diligencia o un En Negocio jurídico y Responsabilidad Civil, Lima: Editorial Grijley. 2004. Pp.
605.
comportamiento socialmente aceptado. Ahora bien, la culpa está
conectada al deber de diligencia de la persona. Al respecto, Gastón 48 GORELLI HERNÁNDEZ, Juan. Op. Cit. Pp. 66
Fernández sobre ello precisa lo siguiente: 49 GORELLI HERNÁNDEZ, Juan. Op. Cit. Pp.69
“Así, si hoy no sólo cabe entender a la relación contractual como una 50 GORELLI HERNÁNDEZ, Juan. Op. Cit. Pp.79
relación compleja, sino a la propia relación obligatoria que correlaciona
una situación de deber(deuda) con una de derecho subjetivo (crédito)

116
dispuestas en materia de seguridad y salud en el trabajo, entonces que ya la normativa en seguridad y salud en el trabajo en el Perú exige
estaría excluido de responsabilidad civil por el acaecimiento de un técnicas de especialización en esta materia para la formación de los
accidente de trabajo. trabajadores. Al respecto, consideramos que a través de este medio se
Dicha premisa se encuentra vinculada con la exclusión de podría garantizar de una manera más idónea una efectiva gestión de
responsabilidad civil que regula el artículo 1314° del Código Civil prevención de riesgos laborales.
Peruano, el cual, precisa que “quien actúa con la diligencia ordinaria Como menciona Cesar Lengua el deber de prevención exige al
requerida, no es imputable por la inejecución de la obligación o por su empleador un alto nivel de diligencia, conocimiento técnico y
cumplimiento parcial, tardío o defectuoso”. antelación al riesgo, siendo que el empleador tendrá que implementar
Entonces, se tiene que quien actúa con diligencia ordinaria, no le todas aquellas condiciones y decisiones que aunque no estén reguladas
es imputable el régimen por la inejecución de la obligación. Para sean necesarias y eficaces para evitar la ocurrencia de accidentes de
ello, el empleador tendría que acreditar que cumplió con todas las trabajo y enfermedades profesionales, atendiendo a las particulares
obligaciones en materia de seguridad y salud en el trabajo, reguladas de su actividad. Son muchas las obligaciones de medios que integran
tanto en la LSST, RLSST y normas complementarias tales como : i) el deber genérico de prevención, que lo consideran como un deber
políticas en materia de seguridad y salud en el trabajo, ii) contar con un dinámico56 . Por ese motivo, somos de la opinión que acreditada esta
comité de seguridad y salud en el trabajo, iii) contar con un reglamento diligencia, se podría excluir al empleador de responsabilidad civil.
interno de Seguridad y Salud en el trabajo, iv) realizar capacitaciones,
v) informar a los trabajadores respecto a los riesgos en el centro de VI.2. Accidente de trabajo por causa imputable al
trabajo y en el puesto o función específicos, así como medidas de trabajador.
protección y prevención, vi) elaboración de mapa de riesgos, vii)
practicar exámenes médicos ocupacionales, viii) contar con IPERC En la LSST se regula el principio de cooperación, el cual, implica que el
(identificación de peligros, evaluación de riesgos y medidas de control, Estado, los empleadores y los trabajadores y organizaciones sindicales
viiii) entre otras obligaciones que se regulen en las normas sectoriales establezcan mecanismos que garanticen una permanente colaboración
y complementarias. y coordinación en materia de seguridad y salud en el trabajo. Asimismo,
dicha normativa establece una serie de obligaciones para el trabajador.
Ahora bien, anteriormente ya hemos descrito que implica una Estas obligaciones las podemos encontrar en el artículo 74°, 75° y 79°
diligencia ordinaria. Yuri Vega señala que en la diligencia se pueden de la LSST que procederemos a precisar a continuación:
distinguir dos concepciones, una subjetiva y otra objetiva. Respecto
a la subjetiva se entiende como los esfuerzos y energías desplegados - Los trabajadores o sus representantes tienen la obligación de
por el deudor para el cumplimiento de la prestación. Con la objetiva revisar los programas de capacitación y entrenamiento, y formular las
se juzga la conducta del deudor, grosso modo, sobre la base de las recomendaciones al empleador con el fin de mejorar la efectividad de
reglas del arte, de la ciencia y de la técnica, con arreglo a las cuales los mismos.
debió actuar el obligado en la relación concreta de acuerdo con las - Los representantes de los trabajadores en seguridad y salud en el
circunstancias de tiempo, personas y lugar 52 . trabajo participan en la identificación de los peligros y en la evaluación
Por ese motivo, consideramos que no basta con el cumplimiento de de los riesgos en el trabajo, solicitan al empleador los resultados de las
dichas obligaciones, pues es necesario que se sigan las reglas y lógica evaluaciones, sugieren las medidas de control y hacen seguimiento de
de la lex artis, para acreditar el cumplimiento de las obligaciones en estas.
materia de seguridad y salud en el trabajo. Al respecto, La lex Artis - Cumplir con las normas, reglamentos e instrucciones de los
es un término para hacer referencia a las prácticas comunes de una programas de seguridad y salud en el trabajo.
determinada rama profesional o industria. En otras palabras, es - Usar adecuadamente los instrumentos y materiales de trabajo, así
el conjunto de prácticas y condiciones mínimas de seguridad o como los equipos de protección personal y colectiva.
diligencia que deben cumplirse en una determinada rama profesional
- No operar o manipular equipos, maquinarias, herramientas u otros
o industria. Al respecto, José Antonio Caro John define a la Lex Artis
elementos para los cuales no hayan sido autorizados.
de la siguiente forma:
- Cooperar y participar en el proceso de investigación de los accidentes
“(…) por tratarse de un ámbito carente de una regulación legal, la
de trabajo y de las enfermedades ocupacionales cuando la autoridad
actuación médica queda regulada por la lex artis, la misma que está
competente lo requiera o cuando, a su parecer, los datos que conocen
conformada por el conjunto de normas técnicas originadas por la
ayuden al esclarecimiento de las causas que los originaron.
práctica profesional, reiterada y permanente y con legitimidad histórica,
es decir, normas no escritas pero con un grado de institucionalización - Someterse a los exámenes médicos a que estén obligados por norma
suficiente para vincular y guiar la actuación de un profesional, en este expresa, siempre y cuando se garantice la confidencialidad del acto
caso, del médico.”53 médico.
El término ha sido desarrollado en España a través de una línea - Participar en los organismos paritarios, en los programas de
jurisprudencial uniforme. Al respecto, J. Enrique Vásquez López capacitación y otras actividades destinadas a prevenir los riesgos
señala lo siguiente: laborales que organice su empleador o la autoridad administrativa de
trabajo, dentro de la jornada de trabajo.
“El concepto de “Lex artis ad hoc” es una construcción jurisprudencial
que se ha ido perfilando en varias sentencias a lo largo de los años, - Comunicar al empleador todo evento o situación que ponga o
siendo quizás la más significativa de todas ellas la del Tribunal pueda poner en riesgo su seguridad y salud o las instalaciones físicas,
Supremo de fecha 11 de marzo de 1991, que la define como aquel debiendo
criterio valorativo de la corrección del concreto acto médico ejecutado
por el profesional de la medicina – ciencia o arte médico que tiene en 51 GORELLI HERNÁNDEZ, Juan. Op. Cit. Pp.166
cuenta las especiales características de su autor, de la profesión, de 52 VEGA MERE, Yuri. “Comentarios a los artículos 1319 y 1320”. Citado por
la complejidad y trascendencia vital del paciente y, en su caso, de la CASTILLO FREYRE, Mario y Gino RIVAS CASO. “La diligencia y la inejecución
influencia en otros factores endógenos – (…)- para calificar dicho acto de las obligaciones”. En Ius Et Veritas N° 48, Lima, 2014. Pp.135.
conforme o no con la técnica norma requerida.”54 53 CARO JOHN, José Antonio. “Sobre la relevancia del protocolo médico para
Si bien el término ha sido desarrollado más profundamente en el la concreción del riesgo permitido en el aborto terapéutico”. En Revista Ius Et
ámbito médico como un criterio para determinar si los profesionales Veritas Nº 36, Lima, 2008. Pp. 447
médicos han sido diligentes, no es menos cierto que el criterio es de 54 VÁZQUES LÓPEZ, J. Enrique. “La Lex Artis ad hoc como criterio valorativo
plena aplicación para cualquier otra profesión y/o industria, siendo su para calibrar la diligencia exigible en todo acto o tratamiento médico. A
característica principal el conocimiento y ciencia que sean exigibles propósito de un caso basado en la elección de la técnica empleada en el parto”.
Fecha de consulta: 28 de julio del 2019.
a los profesionales55 . En el presente caso, consideramos que para
cumplir con dichas prácticas que acrediten diligencia en el empleador, URL: http://scielo.isciii.es/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S1135-76062010000200009
es necesario que este contrate de manera directa o a través de terceros
personas especializadas en gestión de prevención de riesgos laborales, 55 VEGA MERE, Yuri. “Comentarios a los artículos 1319 y 1320”. Citado por
así como que la capacitación a los trabajadores en materia de seguridad CASTILLO FREYRE, Mario y Gino RIVAS CASO. Op. Cit. Pp. 909.
y salud en el trabajo también se dé a través de personas que tengan los 56 LENGUA APOLAYA, César. Op. Cit. 249.
conocimientos especializados en la materia.
Cabe precisar que en el RSST, en su artículo 29° se exige que los
programas de capacitación sean impartidos por profesionales
competentes y con experiencia en la materia, por lo que advertimos

117
adoptar inmediatamente, de ser posible, las medidas correctivas del daño fue como consecuencia de este caso fortuito o fuerza mayor.
caso sin que genere sanción de ningún tipo. Al respecto, la Resolución Ministerial del Ministerio de Trabajo N° 87-
- Reportar a los representantes o delegados de seguridad, de forma 94-TR, dispositivo normativo a través del cual se aprobó la Directiva
inmediata, la ocurrencia de cualquier incidente, accidente de trabajo o Nacional 6-94-DNRT describe una definición de caso fortuito y
enfermedad profesional. fuerza mayor. Así, establece lo siguiente60:
Aunado a lo anterior, la Decisión N° 584 en su artículo 24° establece a) Caso fortuito:
una serie de obligaciones para los trabajadores en materia de seguridad Es todo hecho imprevisible o un suceso, por lo común daños que no
y salud en el trabajo tales como cumplir con la normativa interna que se puede preverse, evitarse, ni resistirse, que acontece inesperadamente
apliquen en el lugar de trabajo, usar adecuadamente los instrumentos con independencia de la voluntad del hombre; que generalmente
y materiales de trabajo, así como los equipos de protección personal, proviene de la acción de naturaleza.
entre otros aspectos.
b) Fuerza Mayor
Sobre el particular, advertimos pues que el trabajador también
tiene la obligación de cooperar y cumplir con toda la normativa Es todo acontecimiento o hechos imprevisibles, que pudiendo ser
relacionada a la seguridad y salud en el trabajo. Por su parte, tal previstos no pueden resistirse o evitarse, provienen casi siempre de la
como lo hemos señalado precedentemente, el Decreto Supremo N° acción de la persona o de un tercero.
003 -98-SA precisa que no constituye accidente de trabajo cuando Asimismo, Felipe Osterling precisa que el caso fortuito y fuerza
este es provocado intencionalmente por el propio trabajador o por su mayor consisten en acontecimientos extraordinarios, imprevisibles e
participación en riñas o peleas u otra acción legal, el que se produzca irresistibles para el deudor por lo que ello determina la ausencia de
como consecuencia del incumplimiento del trabajador de una orden culpa del deudor y configura como causas no imputables61. Señala
descrita específica impartida por el empleador o del uso de sustancias que la imprevisibilidad camina al lado de los deberes de diligencia,
alcohólicas o estupefacientes por parte del trabajador. prudencia y cuidado. Esto quiere decir que el evento no solo debe
Por su parte, el artículo 1972° del Código Civil Peruano excluye de revestir la objetividad en sí mismo como hecho extraordinario, lo
responsabilidad civil y señala que no está obligado de reparar el daño, cual, se demuestra sin mayores problemas al analizar la frecuencia o
si este fue provocado por imprudencia de quien padece el daño. habitualidad del suceso, sino que además se requiere del elemento
Asimismo, debemos tener en cuenta lo señalado por Martín M., pues inherente al individuo, relativo a la conducta diligente que se espera
el límite del deber de prevención es la previsibilidad y evitabilidad de de él62
los mismos57, por lo que efectivamente resulta más complicado que Para efectos de la materia objeto del presente artículo, consideramos
un empleador pueda prever la actitud imprudente o intencional del que solo se podría aplicar el artículo 1315°, en caso haya sido un caso
trabajador. fortuito o fuerza mayor que efectivamente no hubiera podido ser
Es claro que como el trabajador se encuentra bajo las directrices del prevenido por el empleador en ningún aspecto. Por ejemplo, tenemos
empleador, y que como parte de sus obligaciones esenciales de trabajo, la casación N° 3591 -2016 –DEL SANTA donde lamentablemente un
tiene el deber de actuar con buena fe, obediencia y diligencia, también trabajador falleció por un infarto por miocardio y donde se determinó
será parte de sus obligaciones cumplir con la normativa interna, que existía responsabilidad civil ya que el acaecimiento se produjo
políticas y directrices que fije su empleador. Por otro lado, si bien el en el centro de trabajo. Al respecto, consideramos que en este caso
trabajador tiene el deber de cumplir con la normativa en materia de podríamos estar ante un supuesto de caso fortuito o fuerza mayor,
seguridad y salud en el trabajo, ello no exime al empleador respecto al pues el hecho que provoco el fallecimiento del trabajador fue un hecho
deber de vigilancia que debe ostentar frente a sus trabajadores. natural.

Como señalamos precedentemente, este deber de vigilancia De igual forma, es necesario que se evalúe si el empleador supo cómo
disminuiría dependiendo de la experiencia que vaya adquiriendo el actuar frente a esta emergencia y si de alguna forma se podría haber
trabajador. Asimismo, como señala Cesar Lengua la doctrina coincide salvado la vida del trabajador mediante el sistema de gestión de
que este deber de vigilancia o supervisión no puede ser entendido como prevención que tenía el empleador. Otro ejemplo lo tenemos en la SL
una fiscalización constante, pues este control permanente no solo N° 2582 – 2019 - radicación N° 71 655, Acta N° 22 de 03 de julio de
atentaría contra la propia dignidad y profesionalidad del trabajador, 2019 de la Corte Suprema de Justicia de República de Colombia donde
sino presumiría la falta de sentido común, por lo que los deberes de un trabajador falleció debido a que cuando se propuso a abrir la puerta
supervisión persiguen que el empleador fiscalice de manera razonable de la empresa recibió disparos de un externo que no se encontraba
y periódica las labores del empleador 58 . Aunado a lo anterior, como vinculado a la empresa, es decir, un homicidio por causas personales.
dice Juan Gorelli, el deber de vigilancia debe entenderse en término En este caso también se determinó que existía responsabilidad ya que
de razonabilidad y en función a la diligencia exigible, respetando la el accidente se produjo dentro del centro de trabajo. No osbtante,
dignidad e intimidad más aún si en algunos supuestos será más difícil tenemos que en este caso el acaecimiento se produjo a razón de un
como por ejemplo el caso de conductores de vehículo59 . externo pudiendo calificar dicho evento como de uno fuerza mayor.
En ese sentido, bajo la lógica de dichas premisas y normativa, Sin embargo, cada caso debe ser evaluado de manera particular, pues
consideramos que en caso se acredite que de manera intencional o si es un agente de seguridad por ejemplo si se podría prever el peligro
culpa inexcusable el trabajador provoco el daño o no cumplió con la de dicha índole, a través del otorgamiento de vestimenta de protección
normativa de seguridad y salud en el trabajo, manipuló equipos de los (ej. Chaleco antibalas, entre otros). Por ello, consideramos que cada
cuáles no estaba autorizado, se encontró bajo los efectos del alcohol, caso debe ser evaluado según las circunstancias y si el empleador se
entre otros incumplimientos de las obligaciones precisadas de manera encontró en la posibilidad de prever dicho riesgo.
anterior, así como se encontraba bajo un deber de vigilancia mínimo
por el empleador en razón que ya tenía experiencia en sus funciones VII. Conclusiones.
y pleno conocimiento de sus deberes en seguridad y salud en el
El deber de prevención en seguridad y salud en el trabajo tiene
trabajo, consideramos que dependiendo de cada caso en particular,
como objeto de tutela la protección del derecho a la vida, a la salud
podríamos estar ante la exclusión de responsabilidad civil por parte
e integridad física del trabajador. Debido a la importancia de este
del empleador o la reducción de la indemnización por parte del juez
deber es reconocido a nivel internacional como parte de los derechos
por la concurrencia en la producción del daño. Esto último se ampara
humanos fundamentales, de carácter irrenunciable y que gozan de
en el artículo 1973° del Código Civil Peruano.
Cabe precisar que con este análisis buscamos establecer criterios y
premisas para que se evalué de manera más adecuada la responsabilidad 57 Martín M. El derecho de los trabajadores a la seguridad y salud en el trabajo.
Citado por LENGUA APOYALA, César. Op. Cit. Pp. 260
civil que le corresponde al empleador y no simplemente con la
configuración del daño se determine su responsabilidad. Por ello, es 58 San Martín (2009). La imprudencia del trabajador en el accidente de trabajo:
claves jurisprudenciales. Citado por LENGUA APOLAYA, César. Op. Cit. pg.
importante tener en cuenta todos estos factores porque nos permitirán
263
determinar la responsabilidad de manera justa.
59 GORELLI HERNANDEZ, Juan. Op. Cit. Pp. 69.
60 LOR A ÁLVAREZ, Germán. “La suspensión de labores por caso fortuito y
VI.3. Caso Fortuito o fuerza Mayor. fuerza mayor: análisis legal y casuístico”. En Ius Et Veritas N° 52, Lima, 2016.
El artículo 1315° del Código Civil Peruano precisa que caso fortuito o
fuerza mayor es un evento extraordinario, imprevisible e irresistible
que impide la ejecución de la obligación o determina su cumplimiento
parcial, tardío o defectuoso. Este supuesto excluye de responsabilidad
civil al empleador en caso se determine que el hecho que provoco el
118
máxima imperatividad y coercibilidad. A través de este deber se busca Bibliografía
que el trabajador tenga una condición de trabajo satisfactoria y disfrute 1. ALTERINI, Juan Martín
del más alto nivel posible de salud física y mental, siendo también parte 2002 “La Responsabilidad del Abogado en el marco de la Teoría de las
del programa de trabajo decente de la OIT promover una cultura obligaciones de resultado atenuadas”. En Derecho & Sociedad Nº 18, Lima.
de prevención en materia de seguridad y salud. Si bien a través de 2. BABACE, Héctor
este deber se busca garantizar la seguridad y salud en el trabajo, no
2003 Accidentes de Trabajo y Enfermedades Profesionales. Tendencias de la
podemos tomar esta garantía en términos absolutos y concluir que legislación comparada con especial referencia al derecho uruguayo, 1ª edición,
siempre que exista un accidente de trabajo o enfermedad profesional el Montevideo: Fundación de Cultura Universitaria.
empleador es responsable civilmente. Pues, en principio, la obligación 3. BELTR ÁN PACHECO, Jorge Alberto
de prevención en riesgos laborales es una obligación de medios. El
2008 “EL SILENCIO DE LOS INOCENTES. Los daños derivados de las
razonamiento que se tiene para llegar a esta premisa es que de la
relaciones laborales”. En Diálogo con la Jurisprudencia, Tomo 122, Lima.
lectura sistemática de la normativa en seguridad y salud en el trabajo
4. CABANELLAS DE TORRES, Guillermo
del Perú es necesario que para que se determine la responsabilidad del
empleador se verifique el incumplimiento de las normas de seguridad 2004 Diccionario Jurídico Universitario, Buenos Aires: Editorial Heliasta.
y salud en el trabajo por parte de este. Asimismo, tanto el Convenio 5. CALVO COSTA, Carlos
155° de la OIT y la Decisión N° 584 hacen alusión a que el empleador 2005 El Daño Resarcible, Buenos Aires: Editorial Hammurabi.
debe disminuir los riesgos laborales y que en la medida de lo razonable 6. CARO JOHN, José Antonio
buscará garantizar la seguridad y salud en el trabajo, por lo que dichos
2008 “Sobre la relevancia del protocolo médico para la concreción del riesgo
instrumentos internacionales nos permiten afirmar que no se habla de permitido en el aborto terapéutico”. En Ius Et Veritas Nº 36, Lima.
una garantía absoluta, sino de una disminución de riesgos laborales.
7. CASTILLO FREYRE, Mario y Gino RIVAS CASO
Por otra parte, afirmar que la obligación de prevención es de resultados
resulta un desincentivo al cumplimiento de la normativa en dicha 2014 “La diligencia y la inejecución de las obligaciones”. En Ius Et Veritas N°
48, Lima.
materia pues así los empleadores intenten de manera diligente cumplir
con sus obligaciones en seguridad y salud en el trabajo, siempre serán 8. COLIN, Ambrosio y CAPITANT, H.
responsables, por lo que este tipo de conclusiones podrían influir 1943 Curso Elemental de Derecho Civil, Madrid: Editorial Reus.
de manera negativa en los objetivos de la gestión de prevención 51
de riesgos laborales. En esa misma línea lógica, tenemos que los 9. CORSARO, Luigi
sistemas de prevención no garantizan una efectividad al 100% pues 2001 “Culpa y responsabilidad civil: La evolución del sistema italiano”. En
existen factores que resultan más difíciles que el empleador pueda Estudios sobre Responsabilidad Civil, Lima: AR A Editores.
prever y controlar como la sensibilidad individual de cada trabajador,
10. DOMÍNGUEZ MARTÍN, R.
su imprudencia, factores externos, entre otros. Por ese motivo,
2015 “La salud como bien público Global en la agenda de desarrollo post – 2015”.
consideramos necesario que para que concluya que el trabajador
En RevSalJal N° 3, Año 2.
es responsable civilmente por la configuración de un accidente de
trabajo o enfermedad profesional se deben analizar los elementos URL: www.medigraphic.com/pdfs/saljalisco/sj-2015/sj153b.pdf
de la responsabilidad civil: i) daño, ii) antijuricidad, iii) nexo causal 11. ELORRIAGA DE BONIS, Fabián
y iv) factor de atribución, siendo que es necesario que se configuren 2010 “Los Daños Corporales y sus consecuencias”. En La Responsabilidad Civil
de manera copulativa los referidos elementos para la atribución de y la Persona en el Siglo X XI, Lima: IDEMSA.
responsabilidad. Dentro de este análisis, se deben tomar y evaluar en 12. ESPINOZA ESPINOZA, Juan
qué supuestos el empleador podría estar excluido de responsabilidad 2003 Derecho de la Responsabilidad Civil, Lima: Gaceta Jurídica.
civil, somos de la opinión que si el empleador acredita haber cumplido 13. ESPINOZA ESPINOZA, Juan
con su deber de prevención de manera diligente, aplicando la lógica
2011 Derecho de la Responsabilidad Civil, Lima: Editorial Rodhas.
de la lex artis y que el accidente de trabajo o enfermedad profesional
fue consecuencia de un riesgo laboral difícil de prever como parte de 14. FERNÁNDEZ CRUZ, Gastón
la planificación que se efectúa dentro de las obligaciones del deber 2005 “De La Culpa Ética a la responsabilidad subjetiva: ¿El Mito de Sísifo?
de prevención, entonces podría estar excluido de responsabilidad (Panorámica del concepto y rol de la culpa en el Derecho Constitucional y en el
civil. Asimismo, se debe tomar en cuenta que el trabajador también Código Civil Peruano”. En Themis N° 50, Lima.
tiene deberes dentro del sistema de seguridad y salud en el trabajo, 15. FERNÁNDEZ CRUZ, Gastón
por lo que se debe evaluar la relación entre el accidente de trabajo 2004 “El deber accesorio de diligencia y la responsabilidad derivada del
o enfermedad profesional y la responsabilidad del trabajador. Esta incumplimiento en las relaciones obligatorias”. En Negocio jurídico y
imprudencia se puede analizar tomando en cuenta lo siguiente: i) Responsabilidad Civil, Lima: Editorial Grijley.
si el empleador le informó las políticas, lineamientos, y directrices 16. FR ANZONI, Massimo
relacionadas a la seguridad y salud en el trabajo, ii) si el trabajador 52
fue capacitado, iii) la experiencia de trabajador en el puesto, iv) si el 1998 “La responsabilidad en las obligaciones de medios y en las obligaciones de
trabajador se encontraba bajo los efectos del alcohol o el accidente resultado”. En Revista Themis N° 38, Lima.
se produjo como parte de un enfrentamiento del trabajador con otra 17. GALLARDO GARCÍA, Rosa M.
persona, v) entre otros. Por último, también es importante tomar en
2016 Protección Jurídica de la vida y salud de los trabajadores, Granada:
cuenta que según el Código Civil Peruano el caso fortuito o fuerza Editorial Comares.
mayor excluye de responsabilidad al empleador frente accidentes de
18. GORELLI HERNÁNDEZ, Juan
trabajo. No obstante, igual consideramos que en este punto también se
debe evaluar si efectivamente dicha situación en específico resultaba 2006 Responsabilidad Patrimonial del empresario derivada de riesgos
profesionales, España: Editorial Tecnos.
imposible de ser prevista por el empleador.
19. LENGUA APOLAYA, César
2019 “El deber de prevención en la jurisprudencia y la imprudencia de la víctima
en la responsabilidad por accidentes de trabajo”. En El Derecho del Trabajo en
la actualidad: problemática y prospectiva. Estudios en homenaje a la facultad
de derecho PUCP en su centenario, Lima: Fondo Editorial de la Pontificia
Universidad Católica del Perú - PUCP.
20. LEÓN HILARIO, Leysser
2004 La Responsabilidad Civil, Lima: Editora Normas Legales.
21. LOR A ÁLVAREZ, Germán
2016 “La suspensión de labores por caso fortuito y fuerza mayor: análisis legal y
casuístico”. En Ius Et Veritas N° 52, Lima.
22. MANZANARES CAMPOS, Mercedes
61 OSTERLING PARODI, Felipe. “Las obligaciones”. En Biblioteca para leer
2008 Criterios para valuar el Quantum Indemnizatorio, Lima: Grijley.
el Código Civil, Volumen VI. Citado por CASTILLO FREYRE, Mario y Gino
RIVAS CASO. Op. Cit. Pp. 137. 23. MATOS ZEGARR A, Mauricio
62OSTERLING PARODI, Felipe y Mario CASTILLO FREYRE. Compendio de
Derecho de las Obligaciones. Citado por CASTILLO FREYRE, Mario y Gino
RIVAS CASO. “La diligencia y la inejecución de las obligaciones”. Op Cit. Pp.
138.

119
2011 “Los accidentes de trabajo en el trayecto al trabajo en el Perú”. En Revista Barreras y facilitadores percibidos
Soluciones Laborales, Lima.
por empresarios, familiares y personas
53
24. MAZEAUD, Henri, León MAZEAUD y Jean MAZEAUD.
con discapacidad intelectual para
1960 Lecciones de Derecho Civil, Vol. II, Buenos Aires: Ediciones Jurídicas
su inclusión laboral en Medellín,
Europa-América. Colombia.
25. MONEREO PÉREZ, José Luis y otros. Sara Milena Ramos Jaraba, Yadalis Selenne Gómez Guzmán,
2009 Los Servicios de Prevención de Riesgos Laborales, Granada: Editorial Mónica Maritza Orozco Holguín
Comares.
26. NACIONES UNIDAS (ONU)
1. Problema de investigación
2019 Pacto Internacional de Derechos Económicos, Sociales y Culturales. Fecha
de Consulta: 19 de julio del 2019. La discapacidad es considerada como un hecho social multidimensional
complejo, resultante de la interacción de las personas con el entorno y
URL: www.ohchr.org/SP/ProfessionalInterest/Pages/CESCR.aspx
si bien, ha estado históricamente asociada a términos de enfermedad,
27. NACIONES UNIDAS (ONU)
curación y tratamiento, hace poco tiempo se ha empezado a concebir
2019 Protocolo Adicional a la Convención Americana sobre Derechos Humanos no sólo como enfermedad, desde el enfoque individual, sino localizada
en materia de Derechos Económicos, Sociales y Culturale, “Protocolo de San en las características estructurales y fuerzas de la sociedad (Cruz
Salvador”. Fecha de Consulta: 20 de julio del 2019.
Velandia, 2005). De acuerdo a esta nueva forma de conceptualizar la
U R L : de r e c ho s hu m a no s . p e/ w p - c o nt e nt / wo o _ u p l o a d s/c o ng r e s o/ discapacidad, la OMS en 2001 la define, como: “un término genérico
PROTOCOLO_SAN_SALVADOR.pdf
que engloba las deficiencias, las limitaciones de la actividad y las
28. OLÁZABAL, Víctor restricciones para la participación; y que indica los aspectos negativos
2018 “Cinco años del derrumbe del Rana Plaza: logros y cuentas pendientes en de la interacción entre el individuo y el contexto” (OMS, 2001).
la industria textil de Bangladesh”, Diario El Mundo. Fecha de Consulta: 18 de
julio del 2019.
Se estima que en el mundo hay más de mil millones de personas en
situación de discapacidad (15%), de las cuales aproximadamente 66
URL:www.elmundo.es/
internacional/2018/04/24/5adf0ca6e2704e18538b461a.html
millones viven en América Latina y más de 3 millones en Colombia
(CEPAL, 2012; OMS, 2011; Dane, 2005). Según la Organización
29. ORGANIZACIÓN MUNDIAL DE TR ABAJO (OIT)
Mundial de la Salud (OMS, 2011), las cifras van en aumento, debido
2019 Decisión N° 155. Fecha de Consulta: 20 de julio del 2019. al envejecimiento poblacional, las enfermedades crónicas, las
UR L:w w w.ilo.org/dyn/normlex/es/f ?p =NOR MLE X PUB:1210 0:0::NO: cardiovasculares, el cáncer, los trastornos de la salud mental y otras
:P12100_ILO_CODE:C155 causas externas, como son los traumatismos causados por el tránsito
30. ORGANIZACIÓN INTERNACIONAL DE TR ABAJO (OIT) y las derivadas de contingencias de origen laboral. Es de anotar que
2019 Convenio 187°. Fecha de Consulta: 20 de julio del 2019. la discapacidad también afecta de manera desproporcionada a la
54 población más vulnerable, siendo la prevalencia más alta en los países
de bajos ingresos, las personas en el quintil más pobre, las mujeres y los
UR L:w w w.ilo.org/dyn/normlex/es/f ?p =NOR MLE X PUB:1210 0:0::NO:
:P12100_ILO_CODE:C187 ancianos (CEPAL, 2012).
31. ORGANIZACIÓN MUNDIAL DE TR ABAJO (OIT). Las PcD al igual que otros grupos poblacionales, han visto vulnerado
2019 Decisión N° 584. Fecha de Consulta: 20 de julio del 2019.
el ejercicio de muchos de sus derechos fundamentales, producto de las
representaciones sociales, las visiones estereotipadas y los prejuicios
U R L :web. i ns . gob. p e/sit e s/def au lt/f i le s/A r c h ivos/de c ision _ 584% 2 0
que se han impuesto históricamente y los ha clasificado como un grupo
INSTRUMENTO%20ANDINO%20DE%20SST.pdf
que presenta incapacidad para trabajar, improductividad e inutilidad
32. PLANIOL, Marcelo y RIPERT, Jorge
social (Mareño Sempertegui, 2015).
1940 Derecho Civil Francés, La Habana: Cultural.
Varios estudios e informes advierten que las barreras para que las
33. REAL ACADEMIA ESPAÑOLA PcD sean incluidas en el mercado laboral formal o accedan a un
2019 Diccionario de la Lengua Española – consulta online. Fecha de consulta: trabajo decente, se pueden dar en diferentes dimensiones, entre las
19 de julio del 2019. que sobresalen, las del entorno natural, la ausencia de capacidades
URL: https://dle.rae.es/srv/search?m=30&w=efectividad empresariales, las actitudinales, las de servicios, la ausencia de
34. SANABRIA LÓPEZ, José Miguel políticas inclusivas y otras personales y familiares (Pacto de
2015 La Responsabilidad Empresarial en la Seguridad y Salud en el Trabajo. Productividad, 2010). Entre las barreras que se encuentran para la
Doctrina y Jurisprudencia, Lima: Editorial Lex & Iuris. pertenencia de las PcD al mercado laboral es la falta de acceso a la
35. TABOADA CÓRDOVA, Lizardo educación y capacitación, la inadecuada infraestructura, entre otros,
sin embargo, la mayor barrera que se presenta es la sociedad donde
2003 Elementos de Responsabilidad Civil, Lima: Editorial Grijley.
se inscribe la PcD, que le ha generado discriminación, aislamiento,
36. VÁZQUES LÓPEZ, J. Enrique
segregación y limitación de su participación en el sector productivo.
2010 “La Lex Artis ad hoc como criterio valorativo para calibrar la diligencia (Pacto de Productividad, 2010).
exigible en todo acto o tratamiento médico. A propósito de un caso basado en
la elección de la técnica empleada en el parto”. Fecha de consulta: 28 de julio En este sentido, las PcD al igual que otros grupos poblacionales, han
del 2019. visto vulnerado el ejercicio de muchos de sus derechos fundamentales,
URL:scielo.isciii.es/scielo.php?script=sci_ producto de las representaciones sociales, las visiones estereotipadas
arttext&pid=S113576062010000200009 y los prejuicios que se han impuesto históricamente y los ha
clasificado como un grupo que presenta incapacidad para trabajar,
improductividad e inutilidad social (Mareño Sempertegui, 2015).
Como consecuencia las PcD tienen mayor probabilidad de ser pobres,
de registrar tasas de ocupación considerablemente menores, que las
personas sin discapacidad y recibir menores ingresos por su trabajo
(OMS, 2011). El estudio de Stang (2011), señala que, en América
Latina, alrededor del 70% de las PcD, se encuentran desempleadas
o excluidas de la fuerza laboral. En Colombia, según las estadísticas
del Registro de Localización y Caracterización de Personas con
Discapacidad, el 81% de las personas reportó que la discapacidad había
sido un limitante para ser admitido laboralmente y adicionalmente el
61% dijo no recibir ningún ingreso económico, situación que aumenta
su condición de vulnerabilidad social (Minsalud,2013).
Las cifras de ocupación de las PcD representan todavía un desafío
para los países, ya que no hay sistemas de información confiables,
por lo tanto, hay un subregistro importante y no se dispone de datos

120
sistemáticos. Sin embargo, se conoce que las tasas de ocupación empleo, el desconocimiento de las técnicas de búsqueda de empleo,
son significativamente más bajas que las de la población general, el desconocimiento del mercado de trabajo y las expectativas
encontrándose diferencias abismales entre regiones, como por ejemplo desajustadas (Palomo, 2012).
Europa y América Latina. De esta manera Alemania presenta una El sector empresarial tiene un papel clave en romper con los
tasa de ocupación del 46%, mientras que Perú del 23,8%, también se estereotipos y crear políticas claras de gestión de la diversidad,
observan diferencias en los salarios, los tipos de discapacidad y entre dirigidas específicamente a las PcD.
hombres y mujeres.
Los retos que plantea esta sociedad con relación a la inclusión laboral
Frente a lo anterior y tratando de reivindicar el derecho al trabajo, desde a nivel mundial y en especial América Latina, por los cambios políticos
el sector público y privado se han promovido acciones afirmativas, y económicos vertiginosos, ha incrementado los estudios en este
incentivos y política pública para la inclusión laboral de las PCD a tema, por ejemplo diversos países del mundo, como Suecia, Holanda,
nivel mundial, regional y local (Minsalud,2013; Escobar, 2014). Las Canadá, Francia, Inglaterra, España, Alemania y Estados Unidos,
estrategias en Colombia se han contemplado a partir de una extensa quiénes cuentan con una verdadera política con carácter preventivo en
normatividad, originada en la constitución de 1991 y plasmadas en la el tema de la salud en el trabajo, y un buen sistema de seguridad social,
ley estatutaria 1618 de 2013, buscando garantizar el pleno ejercicio de por lo que han transitado con más impulso a reconocer los derechos de
las personas con discapacidad. En el país las políticas y programas se las PcD, por parte del Estado y el sector empresarial, pese a esto aún
han enfocado en 5 ámbitos para favorecer la inclusión laboral, como en estos países se siguen encontrando barreras para su empleabilidad
son: la ley de cuotas, los centros especiales de empleo, el empleo de (Kidd, Sloane, & Ferko, 2000; Shier, Graham, & Jones, 2009). Es
apoyo, la modalidad de trabajo mediado por las TIC y la inclusión necesario destacar que otros países de la región han realizado
laboral voluntaria de PcD en las organizaciones. Sin embargo, en el esfuerzos y avances en materia legislativo, como Cuba, México, Costa
país todavía persisten barreras de acceso al trabajo decente, que no Rica, Brasil, Chile y Colombia. (Rodríguez y Galindez 2004).
permiten cerrar las brechas sociales en la población con discapacidad
(Escobar, 2014). Desde la intervención social se ha dado mayor En Colombia el estudio de la fundación Saldarriaga Concha (2013),
relevancia a la discriminación que afecta el colectivo con discapacidad muestra que el 61% de las personas con discapacidad no reciben
funcional, pero el tema de empleabilidad de personas con discapacidad ingresos en Colombia y que de estos el 52% se encontraban en
intelectual, ha sido más invisibilizado (OMS, 2011). edad económicamente activa, generando un impacto negativo en la
sociedad. La Corte constitucional, ha sido enfática en la protección
Las PcD intelectual comúnmente han sido caracterizadas por del derecho al trabajo de las personas con discapacidad desde varios
la sociedad como personas con limitaciones significativas en el enfoques. En primer lugar y en relación con la defensa de la igualdad
funcionamiento intelectual y en la conducta adaptativa que se y la eliminación de todas las formas de discriminación, y en segundo
manifiesta en habilidades conceptuales, sociales, y prácticas, estas lugar, protegiendo la estabilidad laboral reforzada de las personas con
barreras se pueden acentuar, debido al escaso reconocimiento hacia discapacidad en múltiples circunstancias (Correa, 2009).
la persona sobre sus propias capacidades y habilidades, la falta de
experiencia laboral y la formación para el trabajo (OIT, 2013). El ministerio de la Protección Social ha venido consolidando estrategias
sobre los procesos de inclusión laboral en el país, desarrollando
Es de anotar que, pese a los avances en materia de conceptualización, normas que hagan cumplir con el componente de superación de las
las personas con discapacidad (PcD) siguen siendo excluidas de la personas en situación de discapacidad, llevando a cabo procesos de
participación en diversos ámbitos, como: la accesibilidad en el entorno promoción y divulgación de la normatividad laboral que favorece a
físico, la tecnología, los servicios de salud, la recreación y el trabajo esta población. El propósito es consolidar el modelo socio laboral y
decente (Stang, 2011) dar a conocer a los empleadores y a la población en general el apoyo
En la actualidad, a nivel general en Colombia existen pocas estrategias y protección para las personas en situación de discapacidad (Escobar,
para la inclusión laboral de PcD. En la ciudad de Medellín, el Plan 2014). Las estrategias de inclusión, también se han consolidado
Municipal de Discapacidad 2010-2019, no es claro en definir acciones desde las políticas públicas a nivel país y las municipales, llegando a
puntuales ni en materia de acceso a servicios sociales, educación y recomendaciones similares: contar con un marco legal que propenda
en desarrollar una política que le permita a este colectivo formarse y por la disminución de la brecha social en términos de exclusión de las
desarrollar habilidades de empleabilidad (Alcaldía de Medellín, 2010). dinámicas sociales y el conseguir la acción conjunta entre la sociedad
Lo anterior, dificulta que el sector empresarial tenga conocimiento civil, las PcD, sus familias y el Estado, ejerciendo trabajos articulados
de los beneficios sobre el empleo protegido en Colombia, además para su cumplimiento (Escobar, 2014).
de existir barreras culturales entendidas desde las representaciones
sociales, ideas y conceptos sobre empleabilidad, que hace difícil la
vinculación de personas con DC (Bejarano, s.f). 2.2 Barreras reportadas para la inclusión laboral de personas con
discapacidad
Realizar estudios sobre integración laboral en PcD, constituye un paso
necesario para su adecuada integración social, dar mayor visibilidad al Según la OMS, las barreras para las PcD, se definen como: “Factores
problema y a los sujetos, aportar información actual y relevante para en el entorno de una persona que, cuando están ausentes o presentes,
la toma de decisiones a nivel local e institucional y conocer a través limitan el funcionamiento y crean discapacidad” (CDC, 2017). A nivel
de las barreras y necesidades, aspectos que se puedan potenciar en mundial se han reportado múltiples barreras para que las PcD puedan
estos grupos, para brindar mejores alternativas de inclusión laboral acceder al sistema educativo, como primer paso para la inclusión
con calidad y oportunidad. laboral y por ende al empleo formal, estas se han establecido desde
la Clasificación Internacional del Funcionamiento y la Discapacidad y
Por lo anterior, el objetivo de la presente investigación es describir en la última década, a través de otras investigaciones, las barreras más
las barreras y facilitadores percibidos por empresarios y personas con comunes son: las actitudinales, entendidas como la forma en que los
discapacidad intelectual para su inclusión laboral, con el fin de generar empleadores subestiman el potencial productivo de las personas, al
propuestas que puedan potencializar el proceso de los partícipes. asociar el término con enfermedad; las barreras ligadas a condiciones
de acceso, como son las del entorno físico, arquitectónicas, en el
2. Referentes conceptuales transporte y puesto de trabajo y las barreras asociadas a la discapacidad
particular, como por ejemplo la falta de acceso informativo y de
2.1 Discapacidad e inclusión laboral comunicación para las personas sordas y ciegas, entre otras más (Pacto
La participación en las actividades productivas es uno de los de Productividad, 2010).
principales instrumentos para la integración social y la autonomía Las barreras empresariales, están ligadas a las culturales,
de las personas, por lo cual en todos los territorios debe promoverse manifestándose partir de la visión estereotipada de las PcD, las
las oportunidades de acceso al trabajo, en especial para los grupos representaciones sociales, ideas y concepciones sobre la empleabilidad
poblacionales considerados vulnerables como son las PcD (Bejarano, y las personas definidas como discapacitadas y sus posibilidades de
s.f). La inclusión laboral se entiende como las oportunidades efectivas empleo. En estas barreras se considera a las PcD con una imagen
de formación integral y generación de ingresos mediante inversión desajustada, menor productividad, mayor ausentismo laboral y
pública y compromisos del sector privado, que posibiliten el desarrollo mayores riesgos de accidentes de trabajo. En estas juega un papel
pleno de los talentos y capacidades de las personas, así como la primordial, la ausencia de políticas inclusivas, la falta de capacidades
generación de condiciones para la inclusión económica, productiva y organizacionales y los mitos (OIT, 2013). Las anteriores barreras
social (Medina, et.al, 2007).
Las PcD se caracterizan por estar excluidas del mercado de trabajo,
lo que genera altas tasas de desempleo y bajas tasas de actividad,
lo anterior está caracterizado por: el escaso nivel formativo, la
escasa cualificación laboral, la falta de confianza para encontrar un
121
se conciben como críticas, porque operan como la base para la Normas Científicas, Técnicas y Administrativas para la Investigación
construcción y consolidación de otras arquitectónicas, académicas, en Salud, según la Resolución 008430 del 4 de octubre de 1993 del
comunicacionales, siendo invisibles y objetivando las pautas Ministerio de Salud de Colombia; las normas internacionales que
de organización social (Mareño Sempertegui, 2015; Pacto de regulan la ética de la investigación (Declaración de Helsinki, 2008;
Productividad, 2010) Pautas de la CIOMS, 2002) y los requisitos éticos para la conducción
Las barreras atribuidas a la propia persona con discapacidad, responsable de la investigación clínica (Ezequiel Jonathan Emanuel).
o también llamadas actitudinales, están ligadas según la OIT Las participantes firmaron un consentimiento informado. Se respetó
() a la sobreprotección familiar, en la cual se actúa de manera su participación voluntaria y su confidencialidad utilizando códigos.
sobreprotectora, tratando de evitar que el pariente con discapacidad
se exponga a situaciones peligrosas, o de riesgo, entre las cuáles se 5. Hallazgos
encuentra el empleo.
A continuación, se presentan las categorías que dan respuesta al
Además de la familia sobreprotectora, existe un tipo de familia que objetivo del estudio y pretenden describir las percepciones Barreras y
quiere evitar que la persona con discapacidad circule socialmente, facilitadores percibidos por empresarios y formadores para la inclusión
tratando de ocultar lo que considera un defecto. Otras exploradas laboral de personas con discapacidad intelectual en Medellín.
por el Pacto de Productividad en 4 ciudades de Colombia, también
mencionan las actitudes individuales de los amigos, de cuidadores, 5.1 Las prácticas de la inclusión laboral de PcD en las organizaciones
de extraños, de profesionales de la salud, y en general las actitudes Para empezar, en las entrevistas se realizaron algunas preguntas sobre
sociales que influyen en las estructuras políticas, económicas y legales el contexto de la discapacidad y la inclusión laboral en el país; en su
(Pacto de Productividad, 2010) mayoría los participantes refieren que en Colombia las organizaciones
Las barreras relacionadas con los servicios, sistemas y políticas se se encuentran poco preparadas para iniciar procesos de inclusión
refieren a las deficiencias en la prestación de servicios, programas laboral, no solo de personas con discapacidad, sino de poblaciones
y proyectos, en el plano internacional, nacional y regional, las que diversas, las razones expuestas son especialmente de desconocimiento
representan el control administrativo y los mecanismos de supervisión y temor y de aquellas asociadas a la percepción e imaginarios sobre la
de los gobiernos, y las políticas que regulan los sistemas que controlan discapacidad y la diferencia.
los servicios, programas y la infraestructura, en los diferentes sectores Entre los participantes se evidenciaron diversos discursos sobre la
de la sociedad. Estas barreras también son denominadas externas, discapacidad, estos varían de acuerdo a la visión de las organizaciones,
limitando la recreación, el deporte, las actividades sociales y la el tiempo y experiencia en el tema de inclusión laboral, las experiencias
educación (Serrano Ruíz et al., 2013). personales y familiares y la formación profesional. Entre algunos jefes,
Con relación a las barreras de personas con discapacidad cognitiva en directivos y otros profesionales, todavía se percibe la discapacidad
Cali, Medellín, Bogotá y Pereira, se observan mayores dificultades para desde el modelo médico-rehabilitador, por ejemplo, se hace una
su inclusión laboral, catalogándose como severas y completa. La falta homologación entre discapacidad y enfermedad, al confundir la
de oportunidades, de políticas y programas y la estigmatización social, inclusión de personas con discapacidad con la reincorporación laboral
dado que de forma equivocada son vistas como “anormales”, marcaron de personas con discapacidad a causa de un accidente laboral, en
diferencias con relación a las personas con discapacidad física quienes especial en el ámbito de seguridad y salud en el trabajo.
las consideran leves o inexistentes (Pacto de Productividad, 2010). Otros participantes, perciben la discapacidad desde otros paradigmas,
El estudio de Bejarano realizado en Colombia sobre inclusión ya sea el enfoque social, el de derechos o el de la diversidad, en los
laboral, evidencia una falta de estadísticas o datos oficiales sobre de cuales se entiende a la persona con discapacidad como un sujeto “con
personas con discapacidad cognitiva, limitando los planes de acción, capacidad de decidir, de construir su vida, de tener sueños, de tener
la destinación de recursos y las iniciativas políticas para este tipo proyecciones” FM02
de población en específico. Adicionalmente las sistematizaciones La inclusión laboral fue considerada una práctica compleja por los
de experiencias de exclusión laboral en personas con DC, se han diversos actores, porque depende del “nivel directivo/estratégico”, al
realizado fuera del país, sin embargo, se evidencian organizaciones estar involucrado el tema de recursos económicos, ya sea por los ajustes
del tercer sector, que cuentan con publicaciones e informes al razonables que se realizan, las adecuaciones en la infraestructura,
respecto en Colombia. Por otro lado, entre sus recomendaciones se los costos derivados del acompañamiento y capacitaciones de
encuentra conveniente identificar barreras en el sector empresarial organizaciones y fundaciones expertas, o por el imaginario social que
y muy especialmente aquellas atribuidas a este tipo de discapacidad hay respecto a las PcD como “poco productivas”. Al indagar por el
(Bejarano, s.f). interés o las razones que motivan la inclusión, algunos participantes
mencionan varias situaciones, una de ellas es la que toca de forma
personal a los directivos, ya sea por un familiar, conocido o amigo que
3. Métodos tiene discapacidad “se dio porque mi hermana que tiene un niño con
Se realizó un estudio cualitativo, utilizando las herramientas de la teoría síndrome de Down tiene mucha gente conocida como en el gremio”
fundamentada, entre octubre de 2018 y julio de 2019. Se realizaron 21 (EM04), otra por aquellas empresas que tienen dentro de sus políticas
entrevistas semiestructuradas de aproximadamente 45 minutos, que internas la responsabilidad social empresarial y otras por los beneficios
fueron grabadas y posteriormente transcritas. Se entrevistaron a 13 tributarios que trae consigo la inclusión, como se aprecia en el siguiente
líderes de gestión humana, gerentes y actores claves de organizaciones testimonio:
dedicadas a la inclusión laboral y formación para el trabajo de PcD, “Está de moda la inclusión, pero antes esto era como un tema vetado,
es de anotar que estas organizaciones pertenecían a diversos sectores desconocido, nosotros iniciamos más como un convencimiento de
económicos y 8 entrevistas a personas con discapacidad y familiares. que teníamos una deuda social con las personas, con los grupos
Para acceder a la población de estudio, se utilizó la estrategia de bola vulnerables, en especial con las personas con discapacidad, dado a que
de nieve en la cual los empresarios o formadores fueron referenciados son personas excluidas completamente del medio laboral. Llegamos
unos a otros. a ese convencimiento por circunstancias como de la vida, porque
Para el análisis de los datos, tres investigadoras de forma independiente, teníamos en ese momento un presidente muy inquieto por el tema, nos
realizaron la codificación, buscando reducir los datos por medio de la puso a estudiar, la verdad es que él dijo miremos esto, esto qué pasa,
segmentación de textos transcritos; para esto se diseñó una matriz de porque a él lo tocó muy de cerca como una persona con discapacidad
Excel, utilizando las columnas para ubicar las categorías y subcategorías con muy pocas oportunidades” (EM02)
y las filas para ubicar los entrevistados, los códigos y abreviaciones. Al indagar sobre los beneficios que perciben las organizaciones frente
Posterior a este proceso y guiado por el método de las comparaciones a la inclusión de PcD, los participantes expresan la mejora en el clima
constantes, los datos emergieron de forma inductiva, mediante un organizacional, y otros pocos los beneficios tributarios.
proceso de codificación abierta. El muestreo teórico permitió alcanzar
la saturación, cuando los datos empezaron a repetirse y no había En las entrevistas se pudo evidenciar que existen diferencias sustanciales
aportes nuevos. Durante la codificación abierta emergieron alrededor en la inclusión laboral de PcD, entre aquellas organizaciones que
de 754 unidades de significado y 210 códigos, los cuales se agruparon, tienen procesos estructurados de gestión humana, una trayectoria
según similitudes y diferencias en dos categorías que apuntaban al importante en el medio y además inician el proceso de inclusión a
objetivo, durante la codificación axial. través del acompañamiento de instituciones que tienen modelos

4. Consideraciones éticas
Este estudio fue aprobado por el comité de ética de la Universidad
Minuto de Dios UNIMINUTO. Se siguieron los requerimientos de las
122
establecidos de inclusión laboral, en comparación con las que lo hacen hacen parte de los imaginarios de los empresarios, sino que también
como beneficencia o por “intuición”. En las primeras, la inclusión se fundamentan en comportamientos de familiares, compañeros de
laboral tomo varios años en los cuales se realizaron ajustes razonables, trabajo y hasta de ellos mismos. Los participantes narran como una
capacitaciones al personal, adaptaciones en infraestructura, puestos barrera actitudinal, la sobreprotección de los padres y/o familias, pues
de trabajo, seguimientos a los trabajadores, y en general tenían mayor la percepción de que sus hijos no pueden asumir responsabilidades,
conocimiento y asesoría en el tema legal. Por otro lado, mencionan que o los miedos que se derivan de los riesgos que pueden asumir al ser
es indispensable tener un proceso de selección o de gestión humana independientes, en ocasiones irrumpen su desempeño en el trabajo
que se ajuste a las necesidades de las personas con discapacidad, como o no son comprendidos por los empresarios: “A veces las mamás los
se menciona en el siguiente testimonio: acompañan hasta la puerta entonces cuando el entrevistador sale,
“Voy a poner yo a esa persona de acuerdo a las capacidades que encuentra que la mamá se queda afuera esperando a que el hijo o la hija
tenga y a las condiciones que yo le pueda ofrecer cierto, porque por salga (EM04). Situaciones similares se presentan con sus compañeros,
ejemplo si yo voy a contratar una persona con una... ah, bueno, en este o hasta por los mismos empleadores, pues son subestimados o existen
caso es discapacidad cognitiva, yo tendría que hacer una muy buena miedos a que sean maltratados por clientes u otras personas. Para esto
evaluación del puesto de trabajo” (EM03) algunas organizaciones refieren la importancia de realizar un trabajo
previo con los empleados, en los cuales se construyan/desconstruyan
En estas organizaciones la inclusión se entiende como exitosa y otros referentes e imaginarios sobre la discapacidad, en este caso al
sostenible en el tiempo, debido al convencimiento, la perseverancia referir que la intelectual, presenta mayores desafíos:
y la capacitación permanente, pues todo inicia por “entender las
diferencias” y dejar a un lado los estándares de “normalización” de los “Nosotros tuvimos charlas con los compañeros previamente para
sujetos, también al hacer una apuesta organizacional por “entornos de que, primero conocieran sobre la discapacidad, puntualmente la
trabajo más incluyentes”. discapacidad cognitiva y lo otro, para que evitaran esas actitudes de
sobreprotección que tienden a presentarse, eso es difícil no hacerlo
Por otro lado, se encontraron aquellas organizaciones o pequeñas porque la mayoría los quieren, los protegen, les hablan: mi bebé, no
empresas que inician el proceso de un modo más intuitivo, con un sé qué, entonces ellos se vuelven pues como los protagonistas del
gran desconocimiento legal, sin procesos de selección adaptados para proceso, intentamos que no sea en extremo” (EM01)
personas con discapacidad, y en ocasiones en la informalidad.
Se identifica también, que esta barrera está ligada al estereotipo
“Cuando estos dos chicos entraron la empresa no tenía tanto… como de persona normal Vs persona con condiciones diferentes, pues
tanto análisis desde lo legal, pues como que ah bueno, eso fue así, ni aceptar que no todos somos iguales genera diversos sentimientos,
proceso de selección, nada” (EM09) preocupaciones y malestares que pueden repercutir en que el proceso
de inclusión sea exitoso o no.
5.2 Barreras para la inclusión laboral “Hay una cantidad de imaginarios en nuestra sociedad con respecto a
A continuación, se describen tres barreras que emergieron del análisis la diferencia, desde mi experiencia de haber trabajado con poblaciones
de la información y que son percibidas por los participantes como diversas, no solo con discapacidad, todo lo que sea diferente a lo regular
grandes obstáculos para la inclusión laboral de PcD en Medellín. genera mucho impacto y genera una etiqueta en el sujeto, entonces el
desmovilizado, desplazado, víctima de mina, discapacitado, no sé, lo
5.2.1 Barrera legal.
que ustedes quieran nombrar y alrededor de eso entonces empieza,
Los participantes manifiestan que existe una barrera muy importante ¿será capaz? ¿no será capaz? ¡Qué miedo! No sé qué, cómo actuará,
y es la asociada al marco legal colombiano específicamente la será que piensa igual, ¿si me entienden? Hay una cantidad de mitos
concerniente a la estabilidad laboral reforzada, pues mencionan alrededor de esa diferencia y de esa diversidad entonces empezar a
que “estas personas tienen un fuero, entonces muchas veces trabajar frente a eso y a derribar eso es un trabajo largo y es un trabajo
independientemente de su comportamiento a nivel laboral, no es que unas veces se logra, otras veces no se logra y otras veces es más o
fácil despedir y siempre se debe contar con un permiso del Ministerio menos cierto. (FM02)
(EM03). Lo anterior, es reforzado por otro testimonio que indica que
Los participantes mencionan un gran desconocimiento frente a la
el marco normativo en Colombia para la contratación de personas con
discapacidad e imaginarios sociales que empeoran la situación de
discapacidad es ambivalente, ya que “hay actualmente una norma
personas con discapacidad intelectual específicamente, pues en
jurídica para contratación que incluyen personas con discapacidad de
ocasiones hay una minimización de sus habilidades sociales y para
doble filo, o sea, yo te doy este premio si tú me contratas una persona
el trabajo, por la percepción de que sus capacidades están limitadas
que está en situación de discapacidad y te bajo esto y te bajo y esto y
a ocupaciones “operativas, donde hay posibilidad de hacer más
esto por tanto tiempo cierto, pero después yo necesito salir de ella y tú
entrenamiento manual que cognitivo”
no me vas a dejar salir de ella” (EM08). Por otra parte, existe también
una desinformación bidireccional tanto de algunos empleadores, como “Desde el desconocimiento muchos pensaran que una persona con
de las familias, pues se cree que al firmar un contrato, las PcD pierden discapacidad cognitiva es violento, que en cualquier momento se le
los beneficios que han adquirido relacionados al tema de pensiones y salta la rabia o se le aflora la locura y nos pega o nos insulta, pero es el
subsidios por discapacidad. Al respecto, algunos participantes ya con desconocimiento” (FM03).
más experiencia en el tema de inclusión laboral difieren con lo anterior. 5.2.3 Barreras relacionadas con servicios, sistemas y políticas.
“Obviamente el artículo 26 de la 361 dice que las personas con Otra mirada de algunos de los participantes fue acerca de las barreras
discapacidad tienen estabilidad laboral reforzada., pero realmente relacionadas con servicios, sistemas y políticas dentro de las que se
no es que tengan estabilidad laboral reforzada por su condición de incluye las del nivel macro y micro. Algunas asociadas a la escasa
discapacidad sino porque sean despedidos por esa razón, es diferente. formación para el trabajo, otras a las débiles políticas públicas y otras
O sea, si yo tengo un sujeto que no me cumple con el trabajo para a las del nivel organizacional fueron mencionadas, La formación
el que fue contratado, que viola el re glamento interno del trabajo para el trabajo fue mencionada como barrera por los entrevistados,
yo lo puedo despedir así tenga discapacidad porque yo no lo estoy pues existe poca oferta de programas educativos para PcD y los que
despidiendo por su discapacidad, sino que lo estoy despidiendo es por operan tienen grandes críticas frente a la calidad, la pertinencia y las
un debido proceso y una justa causa, pero obviamente a los abogados dificultades de acceso para todos los grupos poblacionales. Por otro
les da miedo” FM02. lado, si bien la ciudad tiene algunas políticas y programas especiales se
También reconocen, que estos imaginarios relacionados con el tema limitan al tema de rehabilitación y son poco conocidas, tanto por los
legal, complejizan que las PcD accedan a un empleo digno o estable y empresarios, como para las PcD y sus familias. A nivel organizacional
que, en ocasiones, se busquen otras modalidades de contrato un poco existen múltiples visiones relacionadas con productividad, bienestar
“informales”. Reconocen como un facilitador, que las organizaciones y responsabilidad social, que de algún modo se convierten en
se preparen y asesoren jurídicamente con personas que tengan un barrera, pues al final los directivos toman decisiones con base en la
bagaje y recorrido en el tema: “estudiemos el tema de legislación, de los productividad y rentabilidad organizacional. “Es que mira, yo pienso
riesgos, que averigüemos qué podemos hacer, si jurídicamente es muy que las barreras no son ni siquiera sociales ni discriminatorias, ni que
peligroso, si van a tener algún riesgo grande en la organización” FM02 es que no me guste, no, yo pienso que la principal barrera tiene que ver
5.2.2 Barreras actitudinales. con un equilibrio entre la productividad y las transformaciones que al
Por otra parte, los entrevistados perciben que existen “muchos mitos y
muchas ideas irracionales respecto a las personas con discapacidad y sus
características, hay estereotipos que no se fundamentan en la realidad
de las personas con discapacidad. (EM01). Las barreras actitudinales
dificultan la entrada al mundo laboral de las PcD, puesto que no solo

123
interior la empresa tiene que hacer para poderle facilitar el trabajo a Bibliografía
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Sumario:
la Asociación Américana Sobre Retraso Mental. 1, 34(Revista Española sobre I) Presentación del tema y metodología de análisis.
Discapacidad Intelectual), 5–19.
II) Obligación de Protección del trabajador - Derecho a la seguridad y
prevención del daño como derecho humano fundamental.
III) Análisis de los criterios jurisprudenciales actuales sobre el tema.
IV) Reflexiones finales.

Presentación del tema de estudio. Resumen de los puntos que se


abordarán.
En la comunicación referenciada pretendemos abordar el alcance de la
obligación de protección del trabajador que recae sobre el empleador,
a partir del estudio del deber de seguridad y prevención del daño en el
ámbito laboral.
A tales efectos nos proponemos repasar el marco normativo
internacional, regional para detenernos en el ordenamiento jurídico
nacional vigente relacionado con la obligación de prevención del daño
que pesa sobre el empleador.
Revisaremos las diferentes opiniones de la doctrina nacional laboral en
relación con el alcance de la obligación de prevención del daño.
Exploraremos especialmente la jurisprudencia actual del Tribunal de
lo Contencioso Administrativo (TCA) de los últimos años -donde
se ventilan acciones de nulidad contra resoluciones de la Inspección
General de Trabajo y Seguridad Social (IGTSS) que imponen sanciones
por incumplimiento de dicha obligación.
Analizaremos también la importancia de la formación profesional
como componente de la prevención. En particular cómo la falta de
formación suficiente por parte del empleador, ha sido valorada como
argumento complementario de la jurisprudencia al momento de
configurar el dolo o culpa grave en el incumplimiento de las normas de
seguridad y prevención en accidentes laborales.
A partir del análisis antes señalado, pretendemos extraer los criterios
actuales sostenidos por la jurisprudencia respecto al alcance del
deber del empleador de prevención de riesgos y accidentes laborales.
Asimismo, nos proponemos diagnosticar el grado de interacción
existente entre la doctrina laboral y la jurisprudencia, sobre el tema.
Por último formularemos breves reflexiones finales.

Montevideo, Mayo de 2019.

125
ponencias voluntarias
Aula 3
Verdadero alcance del deber de accidente, sino al o los deberes de precaución que enla relación laboral
protección eficaz del empleador en deben ser adoptados, aun antes de la ocurrencia del accidente.
Chile Al no ser determinado con precisión el alcance del deber general de
precaución, ni los deberes específicos que comprendería, ha
*Yenny Pinto Sarmiento llevado a la jurisprudencia a extender el criterio del deber protección
a una infinidad de situaciones o por el contrario a no extender dicho
Aspectos generales deber, generando una inseguridad jurídica a las partes involucradas
en esta relación laboral. Y como señala Núñez González al tratarse
La prevención de riesgos en materias laborales no es algo nuevo, muy
de una expresión tan abierta da lugar a múltiples conjeturas, y a falta
por el contrario como señala Escudero Prieto “el conocimiento de la
de una definición legal quepermita conocer de antemano cuál es
relación entre el trabajo y determinadas dolencias fue descubierto hace
el mandato exigido y al que la ley somete, en virtud de una relación
siglos. Podrían establecerse vinculaciones entre la normativa actual
contractual, entre el empleador y el trabajador . La seguridad ehigiene
de salud laboral y disposiciones reguladoras de la higiene industrial
cumple un rol fundamental en cualquier ordenamiento, exigiendo
antiquísimas” . Es más, ya en época romana podemos encontrar
para su plena realización una doble actividad de tutela, por un lado,
vestigios de la dignidad del trabajo, especialmente, en la época de Marco
un tutela defensiva, tratando de eliminar las agresiones directas,
Aurelio y los Severos, dónde se estableció un política de igualdad, la
es decir, situaciones de riesgo para la vida, salud o integridad del
que trajo como consecuencia la decadencia de la esclavitud, a lo que
trabajador derivadas de las condiciones impuestas unilateralmente
se debe sumar las ideologías imperantes de la época, como son el
por el empresario, que además es negativa, al exigir una conducta
ideal humanitario del cristianismo y el auge de la filosofía estoica, que
de abstención del empresario, y a la vez conservadora, ya que parte
influyeron en una protección, aunque incipiente del trabajo. Lo que
de un nivel mínimo de salud al quedirige todos sus esfuerzos. Por
sentó las bases para el establecimiento de organizaciones gremiales y
otra parte, la seguridad e higiene en el trabajo cumple una función
corporativas, las que de acuerdo a lo señalado por Hernáinz Márquez
ofensiva, que busca mejorar y elevar el nivel de salud, positiva, al
“presentaban soluciones de asistencia y protección para las víctimas
no sólo buscar eliminar las situaciones de riesgo, sino también la
de los accidentes que ocurriesen, que en armonía con el espíritu
fuente productoradelos mismos, y dinámica, puesto que abarca,
imperante en aquellos tiempos, y basándose en la relación especial y
en principio, todas las facetas del sistema productivo, exigiendo a la
un tanto semejante a una gran familia que unía a los adscritos a una
vez una adecuación continua de los instrumentos de protección a las
profesión u oficio, llevaban aparejada la consecuencia de no abandonar
características evolutivas del proceso de trabajo y de las relaciones de
a sus propios medios de toda índole al accidentado” .
producción.
Sin embargo, paralelamente a la revolución industrial surge en Europa
Por esta razón, es esencial en esta materia el derecho a la salud y la
la teoría del liberalismo económico, donde se rompe con el sistema
normativa constitucional que lo consagra. Desde luego, la dimensión
corporativo del régimen gremial que había imperado con anterioridad
constitucional tiene especialrelevancia en el ámbito de la prevención,
y se propugna la desaparición de cualquier mecanismo o institución
porque el trabajador se encuentra especialmente sujeto a peligros para
existente entre el trabajador y el empresario. Entre los efectos de
la salud y en la que el daño a su integridad física y psíquica se produce
la revolución industrial y el liberalismo económico encontramos
con mayor frecuencia y gravedad .
la traslación de la doctrina de libre mercado al orden jurídico, con
el principio de autonomía de la voluntad para la regulación de las Las fuentes relativas a la prevención laboral de accidentes de trabajo
condiciones de trabajo. Es más, durante el siglo XIX no se legisló y seguridad laboral en nuestro país son escasas ydesarticuladas,
en materia laboral, prescindiendo de ciertos aspectos claves en debiendo remitirnos a diversas fuentes, que no permiten afirmar
esta materia como las condiciones de seguridad a higiene, siendo el la existencia de un sistema.
empresario quien fijaba y modificaba el contenido y alcance de las Como ya hemos señalado, en cuanto a la Constitución Política de la
relaciones de trabajo . República establece en su artículo 19.1 el derecho a la vida y a la
Junto a lo anterior, como indican Rodríguez, Gorelli y Vilches, entre integridad física y psíquica de la persona. Al respecto Núñez
los problemas que surgieron con la Revolución Industrial podemos González hace mención a lo declarado por la OISS, y en la
mencionar el trabajo de mujeres y niños, las malas condiciones de declaración de prevención el año 2009, señala“que el derecho
los lugares de trabajo, pésimas condiciones de seguridad, salarios a la vida, a la integridad física, a la salud y a la seguridad social es
irrisorios, extensas jornadas, deficientes medidas higiénicas y la consustancial a la prevención de riesgos laborales, y su protección
inflación de desempleo, lo que trajo como consecuencia el fenómeno de y promoción determinan un objetivo de primer orden para
la cuestión social . Es en este contexto que surgen como una respuesta los Gobiernos, los Interlocutores Sociales y la sociedad en su
al fenómeno las primeras normas sobre condiciones de trabajo. conjunto” .
En virtud de estadeclaración, que también está consagrada en el
artículo 15 de la Constitución Española, Palomeque López señala que
Regulación en materias de prevención en Chile
los trabajadores tendrán derecho a que el empleador les garantice
En materia de prevención en Chile encontramos el artículo 19 Nº 1 en los lugares de trabajo en que es titular la existencia de condiciones
de la Constitución Política de la República, que consagra el derecho de seguridad suficientes para preservar su propia persona, ya sea de las
a la vida y el 19 Nº 9 que consagra el derecho a la salud. Lo anterior agresiones como contingencias que acompañan a la realización de la
se ve reflejado en materia laboral en nuestro Código del Trabajo, prestación laboral. Ya que si bien el trabajador debe un determinado
que establece en su artículo 184 el deber del empleador a tomar las trabajo, éste no tiene porqué soportar, más de lo insuperable, la
medidas necesarias para proteger eficazmente la vida y salud de afectación a su persona a los riesgos profesionales derivados de éste
sus trabajadores. Como señala Núñez González el artículo 184 hecho .
“viene acompañado por un amplio despliegue de normas legales y
La regla legal fundamental de protección de los trabajadores por
reglamentarias, algunas de naturaleza laboral y otras no, entre las que
accidentes de trabajo o enfermedad profesional es aquella que
destaca de un modo protagónico la Ley 16.744 sobre accidentes del
establece las obligaciones básicas del empleador por la seguridad y
trabajo y enfermedades profesionales” . Entre esas normas podemos
salud en el trabajo. Nos referimos al artículo 184 inciso primero,
mencionar el artículo 183 E del Código del Trabajo que prescribe que
respecto del empleador, y el 183 E, respecto de la empresa principal
“sin perjuicio de las obligaciones de la empresa principal, contratista
en subcontratación, ambos del Código del Trabajo, que establecen
y subcontratista respecto de sus propios trabajadores en virtud de lo
la obligación de adoptar las medidas necesarias para proteger
dispuesto en el artículo 184, la empresa principal deberá adoptar las
eficazmente la vida y salud de los trabajadores.
medidas necesarias para proteger eficazmente la vida y salud de todos
los trabajadores que laboren en su obra, empresa o faena, cualquiera El artículo 184, prescribe:“El empleador estará obligado a tomar
sea su dependencia..”. todas las medidas necesarias para proteger eficazmente la vida y
salud de los trabajadores, informando de los posibles riesgos y
Es en este contexto que la presente investigación persigue determinar
manteniendo las condiciones adecuadas de higiene y seguridad en
el alcance del deber general de prevención de riesgos laborales, en el
las faenas, como también los implementos necesarios para prevenir
sistema chileno, a la luz de lo señalado en los artículos184 y 183 E del
accidentes y enfermedades profesionales. Deberá asimismo prestar
Código del Trabajo.
o garantizar los elementos necesarios para que los trabajadores
El problema se presenta desde que las normas del Código del en caso de accidente o emergencia puedan acceder a una oportuna
Trabajo, relativas al deber general de prevención del empresario, no
delimitan con precisión la extensión o alcance de la “protección
eficaz” exigida al empleador o empresa principal, respectivamente,
no sólo en términos de responsabilidad asociada a la ocurrencia del

127
y adecuada atención médica, hospitalaria y farmacéutica. Los las herramientas y equipos, se mantendrán en condiciones seguras
organismos administradores del seguro de la ley Nº 16.744, deberán y en buen funcionamiento para evitar daño a las personas”.
informar a sus empresas afiliadas sobre los riesgos asociados al uso de
pesticidas, plaguicidas y, en general, de productos fitosanitarios”.
Conforme al artículo 183 E: “Sin perjuicio de las obligaciones de Regulación internacional
la empresa principal, contratista y subcontratista respecto de sus En materia internacional podemos mencionar el Convenio 187 de
propios trabajadores en virtud de lo dispuesto en el artículo 184, la OIT, relativo al marco promocional de la seguridad y salud en el
la empresa principal deberá adoptar las medidas necesarias para trabajo, que fue ratificado por Chile el año 2011.
proteger eficazmente la vida y salud de todos los trabajadores que El Convenio fue adoptado, como se indica en el preámbulo del
laboran en su obra, empresa o faena, cualquiera sea su dependencia, propio instrumento, en atención al gran número de accidentes de
en conformidad a lo dispuesto en el artículo 66 bis de la ley Nº 16.744 trabajo y enfermedades profesionales. Como cifra global, la OIT
y el artículo 3º del decreto supremo Nº 594, de 1999, del Ministerio calcula que cada año se producen 337 millones de accidentes y 2,3
de Salud”. millones de muertes en el lugar de trabajo, es decir, alrededor de
Por su parte, el inciso cuarto y quinto del artículo 184 establece que 6.300 muertes por día.
corresponderá a la Dirección del Trabajo fiscalizar el cumplimiento Es por esto, que el Convenio presenta algunas definiciones, como
de normas de higiene y seguridad en el trabajo, además de poner una respuesta a la
en conocimiento al organismo administrador de la ley Nº 16.744 todas
generalidad del Convenio 155, como política nacional, además de
las infracciones y deficiencias en estas materias y que constaten de
la definición de un sistema nacional de seguridad y salud para los
las fiscalizaciones que se realicen a las empresas. Además el artículo
trabajadores, agregando una cultura general de prevención en
191, del mismo código, entrega a la Dirección del Trabajo la facultad
materia de seguridad y salud .
de controlar el cumplimiento de las medidas básicas legalmente
exigibles relativas al funcionamiento de instalaciones, máquinas, Con todo ello, en el Convenio se describen lasprincipales
equipos e instrumentos de trabajo. Es por esto como señala obligaciones de los Estados miembros, para la política nacional, el
Gajardo Harboeque las atribuciones de la Dirección del Trabajo sistema nacional, y el programa nacional.
están referidas a las instalaciones en que se trabaja, pero no en los
procesos ni en la forma de cómo se realiza el trabajo . Intentos por solucionar el problema
Principalmente, sin embargo, las cuestiones relativas a la prevencióny Actualmente se encuentra en el congreso unproyecto de ley
protección de accidentes de trabajo y enfermedades profesionales, que ingresó a la Cámara el 9 de mayo de 2013, a través del
ha sido encarada desde la perspectiva administrativa y disciplinaria. mensajepresidencial Nº 068-361, Boletín 8971-13, que moderniza
Este es el enfoque que encontramos en título VII de la Ley 16.744, el sistema de seguridad social y modifica el seguro social contra
contempla la prevención de riesgos profesionales, entregando en riesgos por accidentes de trabajo y enfermedades profesionales.
su artículo 65 la competencia al Servicio Nacional de Salud en Este proyecto surge a propósito del derrumbe de la mina San
materia de supervigilancia y fiscalización de la prevención, higiene José en el año 2010 en la ciudad de Copiapó de nuestro país. En
y seguridad de todos los sitios de trabajo, junto a la fiscalización de dicho mensaje se reconoce a la ley Nº 16.744 como exitosa en
las instalaciones médicas de los demás organismos administradores. Y otorgar oportunamente prestaciones médicas y pecuniarias por los
el artículo 66 establece la obligación a aquellas industrias o faenas siniestros laborales sufridos por los trabajadores. Sin embargo, se
que trabajen más de 25 personas de contar con uno o más Comités hace necesario actualizar dicha ley frente a fenómenos que han surgido
Paritarios de Higiene y Seguridad. Junto con lo anterior, el año 1969 con posterioridad como la descentralización productiva, la fuerte
se aprueba el Decreto 40, que aprueba el reglamento sobre irrupción de los servicios y de actividades económicas temporales,
prevención de riesgos profesionales, estableciendo las normas que la aparición de nuevos riesgos, la incorporación de la mujer al mundo
regirán la aplicación del título VII de la Ley Nº 16.744, el que establece del trabajo, el trabajo a tiempo parcial y a distancia, el empleado
en la Mutualidades la obligación de realizar actividades permanentes independiente. Y debemos agregar las nuevas modalidades
de prevención y en el Servicio Nacional de Salud la facultad de incorporadascon la reciente reforma de la Ley Nº 20.940, que
verificar la eficiencia de dichas actividades. Junto a los anteriores, moderniza el sistema de relaciones laborales, en relación a los pactos
establece la obligación para aquellas empresas que cuenten con más sobre condiciones especiales de trabajo, al permitir combinar tiempos
de 100 trabajadores de contar con un Departamento de Prevención de trabajo presencial en la empresa y fuera de ella.
de Riesgos profesionales, que deberá planificar, organizar, asesorar,
ejecutar, supervisar y promover acciones permanentes para Por lo que el objetivo del proyecto radica en modernizar el sistema
evitar accidentes del trabajo y enfermedades profesionales. de seguridad social, fortaleciendo la gestión preventiva, definiendo
con mayor claridad los roles y responsabilidades de los organismos
No hay nada en dichas normas que especifique los contornos del gestores, empleadores, trabajadores, y mejorar la eficacia y eficiencia
deber general de cuidado del empleador o que indique qué deberes de la actividad fizcalizadora del Estado.
específicos comprende. Con carácter muy genérico, el artículo 68 de
la Ley 16.744, establece:“Las empresas o entidades deberán implantar Uno de los aspectos más relevantes en materia de prevención,y para el
todas las medidas de higiene y seguridad en el trabajo que les objeto de nuestro estudio, es la propuesta de explicitar en el texto de
prescriban directamente el Servicio Nacional de Salud o, en su caso, la Ley Nº 16.744 la obligación central de los empleadores de proteger
el respectivo organismo administrador a que se encuentren afectas, el la salud y seguridad de los trabajadores.
que deberá indicarlas de acuerdo con las normas y reglamentaciones Junto con la labor de los empleadores de la gestión de la prevención
vigentes”. de los riesgos, debiendo identificarlos, evaluarlos, y, sobre estas
A pesar de la generalidad antes apuntada, el Título VI del Decreto 40 bases, planificar, ejecutar, y evaluar acciones tendientes a evitarlos
regula, en sus artículos 21 a 23, la obligación de informar a sus o controlarlos, considerando las condiciones de seguridad y salud de
trabajadores, los riesgos laborales asociados a la actividad que los sitios de trabajo.
desempeñan, aunque siempre de modo vago y sin vinculación Todo el estatuto de prevención no permite, en consecuencia,
expresa con el deber de seguridad. determinar el alcance y contenido del deber general de seguridad, ni
Conviene apuntar el artículo 21 del referido Decreto, que establece los deberes que éste envuelve.
el referido deber: “Los empleadores tienen la obligación deinformar Para determinar dicho alcance es necesario, a nuestro juicio, señalar
oportuna y convenientemente a todos sustrabajadores acerca de los dos aspectos relevantes como es la naturaleza jurídica de la
riesgos que entrañan suslabores, de las medidas preventivas y de obligación del empresario en materia preventiva y, por otro lado, las
los métodos detrabajo correctos. Los riesgos son los inherentes a obligaciones específicas que comprende el deber.
laactividad de cada empresa. Especialmente deben informar a los En cuanto a la naturaleza jurídica como se ha venido indicando el
trabajadores acerca de los elementos, productos y sustancias que Código del Trabajo, en sus artículos 184 y 183 E, establecen el derecho
deban utilizaren los procesos de producción o en su trabajo, sobre de los trabajadores a una protección eficaz en materia de seguridad y
la identificación de los mismos (fórmula, sinónimos, aspecto y olor), salud en el trabajo, y para esto exige al empresario garantizar este
sobre los limites de exposición permisibles de esos productos, acerca derecho, a través de la adopción de medidas de prevención y las
de los peligros para la salud y sobre las medidas de control y que sean necesarias para cumplir con este deber.
de prevención que deben adoptar para evitar tales riesgos”.Y, por su
parte, el artículo 36del Decreto 594, de 29 de abril de 2000, que
aprueba el reglamento sobre condiciones sanitarias básicas en los
lugares de trabajo: “Los elementos estructurales de la construcción de
los locales de trabajo y todas las maquinarias, instalaciones, así como
128
De este modo, el empresario ocupa la posición jurídica del deudor 26/8/2003 (FM 513, p. 2155); CS 30/6/2004 y CS 24/8/2005) .
y el trabajador la del acreedor de la seguridad. Asimismo, el deber de En relación a los caracteres esenciales de la obligación de
protección constituye una auténtica obligación y no un mero deber seguridad,una mayoría de la doctrina está de acuerdo en que dichos
jurídico . caracteres son las siguientes. En primer lugar, estamos en presencia de
Esta obligación del empresario se establece con un carácter bastante una obligación fundamental del contrato de trabajo, aunque con
amplio, ya que viene referida a todos los aspectos que estén anterioridad se le consideraba de carácter accesorio, quedando fuera
relacionados con el trabajo, lo que debe interpretarse en sentido del núcleo principal del contrato. En la actualidad, hay relativo
globalizador, es decir, como una exigencia que se debe tener en consenso en orden a determinar que se trata de una obligación
cuenta al momento de seleccionar las medidas de seguridad en la fundamental, ya que su incumplimiento deriva en el incumplimiento
empresa, en aspectos como el ambiente de trabajo, la organización del propio contrato, con las consecuencias legales que ello conlleva. En
del trabajo, las máquinas, las sustancias, los equipos y el factor segundo término, estamos en presencia de una obligación dinámica,
humano. puesto que como se ha señalado, el empresario tiene la obligación de
Por lo que podemos observar, la obligación del empresario va más adoptar las medidas a los cambios de circunstancias y la mejora de las
allá de algunas prestaciones específicas, se trata de una obligación situaciones existentes .
permanente, y,en cuanto a su naturaleza jurídica, se ha estimado que Por otro lado, nos encontramos en presencia de una obligación de
la obligación de seguridad tiene unanaturaleza mixta, por tratarse tracto sucesivo, que tiene un desenvolvimiento continuado en el
de un deber de seguridad que forma parte delcontrato de trabajo,por tiempo, debiendo proveer, vigilar y perfeccionar las medidas de
un lado,sin necesidad deestipulación expresa; ypor otro lado, al seguridad de manera permanente . Siempre de acuerdo con su
tratarse de un deber de seguridad impuesto por el legislador, que naturaleza, se trata de una obligación de hacer, aunque más bien
involucre no sólo elinterés del trabajador, sino un interés público que se trata de un hacer genérico, en cuanto la obligación exige adoptar
tiene por fin obtener el mantenimiento de la salud laboral colectiva . cuantas medidas sean necesarias para garantizar la seguridad y
Con todo, se ha estimado que, en definitiva, el deber se entiende salud de los trabajadores , y, por lo mismo, nos encontramos en
incorporado a la relación contractual, a efectos de hacer efectiva presencia de una obligación de carácter fungible.
la responsabilidad del empleador, ocurrido el accidente,por los Tradicionalmente, sin embargo, se consideró como una obligación de
siguientes argumentos. En primer término, se sostiene que aun cuando naturaleza infungible, pero de acuerdo con lo señalado por Igartúa
existe una obligación de los poderes públicos develar por la seguridad Miró, «cabe rechazar [dicha afirmación,] en tanto no se trata de una
y salud, ésta no incide en el carácter contractual, ya que una cosa es la obligación personalísima que tenga que ser cumplida de forma
política pública y otra la empresarial, y es precisamente la empresa el personal por el propio deudor (empresario)» .
ámbito natural de aplicación de la normativa preventiva. Se agrega Estos aspectos, tan relevantes para la configuración del deber, en
que a pesar de la fuerte heterorregulación no se logra desvirtuar general, han sido completamente omitidos por la doctrina chilena,
su carácter contractual, toda vez que, como sabemos, el contrato que ha enfocado el problema del deber de seguridad, desde la
de trabajo es un contrato normado y, por lo tanto, la autonomía de exigencia de la responsabilidad. No obstante, como se ha venido
la voluntad de las partes se encuentra sometida a un contenido advirtiendo en el desarrollo del problema, una adecuada comprensión
preestablecido . del régimen de seguridad y, particularmente de la prevención de
Por su parte, Diez afirma que unas veces la jurisprudencia ha accidentes, requiere que se explore el ámbito de cumplimiento
considerado este deber derechamente como contractual, mientras (satisfacción del deber y prevención), que permita delimitar la zona
que en otras lo ha interpretado como un deber de naturaleza legal, de responsabilidad, ocurrido el daño. Aquí, el problema ha sido
por lo que su infracción se considera apta para configurar la culpa analizado especialmente en la órbita de la culpa. No obstante lo
contra la legalidad. Coincide Baraona, quien preguntándose por la anterior, tanto la doctrina comparada, como la chilena, se ha
naturaleza del conjunto de los deberes establecidos en el Código del preocupado de determinar si estamos frente a una obligación de
Trabajo, señala: “Estos deberes –que, como se verá, importan deberes medios, versus una de resultado.
recíprocos, pues obligan tanto al empleador como al trabajador-están Desde el punto de vista jurídicoel determinar si se trata de
explícitamente reconocidos en el Código del Trabajo; sin embargo, una obligación de medios o de resultado tiene dos grandes
existe la duda –la discusión también se ha planteado en la doctrina consecuencias, la primera tiene importancia en relación a la prueba,
comparada-respecto a si se tratan de deberes legales, que vienen es decir, en la justificación de la imposibilidad del cumplimiento.
impuestos directamente por el legislador al empleador, o bien, si han Lo anterior se debe, a que si se trata de una obligación de medios será
de ser considerados como obligaciones que encuentran su fuente u el acreedor quien deberá probar la negligencia del deudor, ya que
origen directo en el contrato de trabajo”.Agrega: “Personalmente no es esa negligencia la que lleva al incumplimiento. En cambio, en
creo que pueda existir duda deque se trata de deberes contractuales, la obligación de resultado, una vez probada la falta de obtención
la cuestión es determinar si se trata únicamente de contractuales”. del resultado previsto, el deudor sólo podrá liberarse probando que
No obstante su opinión, el profesor Baraona estima que afirmar el incumplimiento se debe a una causa que no le es imputable,
la naturaleza contractual de tales deberes no implica desconocer que como caso fortuito o fuerza mayor. La segunda consecuencia se
tiene igualmenteuna naturaleza legal, lo que en su concepto: “...produce relaciona con las consecuencias que tiene sobre la contraprestación
un concurso de normas, que dan lugar a acciones semejantes, pero no la falta de satisfacción del interés del acreedor, ya que en la obligación
idénticas, en cuanto al estatuto jurídico por las que se rigen”; de medios la falta de obtención del resultado buscado con la conducta
destacando que en dicha virtud hay dos acciones diferenciadas comprometida no libera a la otra parte del pago de la contraprestación.
para ejerce acciones en contra del empleador . En cambio en la obligación de resultado, si el deudorno logra dar
El trabajador cuenta, en consecuencia, con un cúmulo para demandar cumplimiento a su obligación por causas que no le son imputables,
por la vía contractual o por la vía aquiliana, en atención a la regla aun cuando queda liberado de su obligación, no tendrá derecho a la
de orden público que envuelve el deber que tratamos. Así lo contraprestación .
señala expresamente Zelaya: “...hoy la víctima directa de un accidente Trasladados estos criterios a los deberes de seguridaddel empleador,
del trabajo puede elegir libremente entre demandar a su empleador – es Baraona quien explica las diferencias de considerar el deber de
con el cual lo liga un contrato de trabajo válidamente celebrado-la seguridad del artículo 184 como una obligación de medios o
indemnización de perjuicios ante los Tribunales Laborales -y basado de resultado. En el primer escenario, es decir, si se trata de
en la normativa contractual, por el pretendido incumplimiento una obligación de medios, la ocurrencia del accidente constituirá
de la obligación de seguridad establecida en el art. 184 C.T.-, o bien, una presunción de la infracción al deber de protección y será
prescindir del régimen contractual y asilarse en las normas del el empleador quien deberá demostrar que ha actuado con la
título 35 del Libro IV del Código Civil, esto es, demandar la diligencia debida. Si se considera estos deberes como de resultado:
responsabilidad extracontractual del empleador ante los Tribunales “...la presencia del accidente del trabajo, más que una
Civiles, fundado en el dolo o culpa del empleador directo o de presunción iuris tantum del incumplimiento contractual, sería en
sus dependientes” . Y, tratándose de las víctimas por rebote, aun sí mismo el hecho que prueba objetivamente la infracción del contrato
cuando se consideraba que éstas podían demandar sus daños (...) El empleador debería reducir su defensa a probar que en la
propios en un régimen contractual (véanse CS, 25/3/99 (RDJ, t. producción de tal evento dañoso no ha tenido responsabilidad”.
XCVI, sec. 3ª, p. 63); CS, 8/8/2000 (RDJ, t. XCVII, sec. 3ª, Finalmente, considera que el criterio de los tribunales, va por esta vía,
p152); CA Antof., 13/12/2002 (GJ, 270, p. 183), la sentencia de 19
de agosto de 2003, de la Corte Suprema, terminó por perfilar un
estatuto extracontractual para las víctimas por rebote y, por tanto, dos
regímenes diferenciados (Véase, CS, 19/8/2003 (GJ 278, p. 252); CS,

129
objetivando la responsabilidad del empleador. Sin embargo, como mínimos y para ámbitos específicos del desarrollo contractual:
explica Diez, si en contra del empleador actúa el trabajador, la jornada,remuneraciones, despido, etc, comienza agestarse aquí la
jurisprudencia, aplicando el artículo 1547 del Código Civil presume denominada obligación de seguridad, pero en materia protectora,
la culpa y considera que la sola ocurrencia del accidente constituye las dificultades para el trabajador siguieron siendo, más o menos,
incumplimiento al deber de seguridad. Por su parte, el empleador análogas, es decir, que resultadifícil reclamarla responsabilidad,
deberá probar, para eximirse de responsabilidad, “causa extraña” más allá del estatuto chileno de seguro social obligatorio, que
o “ausencia de culpa”. La primera se refiere a aquellas causas suponerecurrir a un tribunal, incurrir en gastos de abogados,
que desvirtúen el nexo causal. La ausencia de culpa, en cambio, soportar los costos del juicio, aportar pruebas.
puede eximirse de responsabilidad probando que ha obrado con la
debida diligencia o adoptando todas las medidas de seguridad que Históricamente, por cierto, la responsabilidad civil objetiva, cuya
las faenas ameritaban para proteger la vida de los trabajadores . promesa fue la reparación, tampoco resultó ser un instrumento
idóneo para la prevención de los riesgos laborales. Aquí hemos tenido
En el Derecho comparado, particularmente en España, se ha oportunidad de analizar la respuesta desde el Derecho laboral y desde
sostenido, sin embargo, se ha sostenido. Con todo, una parte de la la Seguridad Social: en primer lugar, una incipiente transformación
doctrina afirma que se trata de unaobligación de resultado . desde un sistema de responsabilidad civil, a uno de seguro
Para ello, algunos argumentos de este grupo doctrinario son los social: desde el riesgo a la contingencia social. De otro lado, el
siguientes. En primer lugar, se sostiene que es el propio enunciado desarrollo, especialmente ahora por influjo de la OIT, de instrumentos
el que impone al empresario la obligación de garantizar la seguridad y de prevención de accidentes de trabajo. Ahora bien, es claro quetanto
salud de los trabajadores, lo que a todas luces no podría reconducirse unSistema de seguro social, como el de responsabilidad, operan
a la sola activación diligente del empresario, sin incluir el resultado a posteriori, es decir, que son un complemento necesario para la
perseguido, es decir, la eliminación de los riesgos encaminada a la regulación del sistema de prevención; pero además existe una razón
total ausencia de daños. Además, se sostiene que si bien en los riesgos que compromete al sistema preventivo y al régimen paliativo en
del trabajo va involucrada una dosis de aleatoriedad, se podrían su totalidad y es el aumento de la siniestralidad laboral. Como
perfectamente evitar con una buena política preventiva. Finalmente, se afirma Desdentado Bonete: «Los accidentes de trabajo constituyen
estima que de acuerdo a la obligación que recae en el empresario, sólo uno de los principales problemas de nuestra política social. El
un resultado positivo, consistente en la ausencia de daños o lesiones, número de los accidentes es desproporcionadamente alto en relación
hace que dicha obligación quede cumplida en modo adecuado . con los países de nuestro entorno y parece bastante insensible a la
Finalmente, en el Derecho chileno se ha desatendido acción normativa, de forma que tras la aprobación de la Ley de
fundamentalmente a la determinación de los contornos del deber Prevención de Riesgos Laborales, los accidentes de trabajo han
de seguridad, insistimos, desde la perspectiva dela prevención, seguido creciendo, hasta el punto de que se ha dicho que las
pero ahora en dos ámbitos concretos: en primer términos, en mejoras que a veces se logran en los índices de siniestralidad no
deslindarlo de los deberes específicos, es decir, de otras obligaciones dependen tanto de la acción normativa, como de las variaciones en
específicas que se asocian a la prevención de riesgos (deberes de el volumen y la clase de empleo».
información, deberes de planificación) y, por lo mismo, al dilucidar su En consecuencia, por argumentos de carácter técnico y otros, de orden
propio ámbito, conferir contenido propio al referido deber.Entre las fáctico, el sistema de responsabilidad civil resulta fundamental
obligaciones de prevención que deben ser deslindadasdel deber en la protección del trabajador porque, de otro modo, siguiendo
de seguridad, consideramos que deben, al menos, ser consideradas: nuevamente a Desdentado Bonete, el costo se socializa y, por tanto, se
a)El deber de planificación, en el entendido que La actividad externaliza, desapareciendo el incentivo de la prevención.
preventiva del empresario ha de materializarse mediante su Para poner de manifiesto, en efecto, la íntima conexión entre el
efectiva puesta en práctica y a través de un compromiso régimen preventivo y el sistema de responsabilidad civil, baste pensar,
programático y documental, que se plasma en un plan de prevención siguiendo a González Labrada, que dicha tutela jurisdiccional opera
de riesgos laborales. precisamente a partir de la vulneración del deber general de seguridad.
b)El deber de evaluación de riesgos laborales. A través de la Y por ello, podemos afirmar, que toda esta discusión guarda íntima
evaluación, se busca facilitar la localización de los riesgos, conseguir relación con el mecanismo de imputación del accidente de trabajo,
el éxito de las medidas preventivas, establecer las prioridades porque la cuestión está en determinar los riesgos que se ponen de
de actuación y comprobar que las medidas adoptadas en anteriores cargo del empleador (y, por lo tanto, la función que en definitiva
evaluaciones se cumplieron eficazmente . Igartúa Miró indica que La vaa cumplir la responsabilidad). Un sistema de prevención
evaluación constituye el núcleo del sistema preventivo, puesto que articulado, sistematizado, incide e impacta en un régimen de
se trata del paso inicial para poder dar cumplimiento al entero responsabilidad también, claramente delimitado. La configuración
conjunto de obligaciones impuestos por la norma . del deber de seguridad y de otros deberes asociados, permitiría
disminuir la siniestralidad laboral y, de otro lado, configurar, de
Desde luego, en Chile existe normativa reglamentaria que trata producirse éste, de mejor modo la culpa como criterio de imputación.
fraccionadamente la cuestión relativa a la planificación y evaluación
deriesgos, especialmente el Decreto 594, de 29 de abril de 2000,
que aprueba el reglamento sobre condiciones sanitarias básicas en
los lugares de trabajo, exige medidas de planificación en sus artículos
37, 38 y 39, es decir, identificar los lugares de peligro y realizar una
labor de mantención de puntos, vías, accesos, instalaciones eléctricas,
entre otras.
c)El deber de información.Un correlato necesario al deber general
de seguridad es el importante deber específico de información,
que encuentra claro fundamento, por lo demás, en la buena
fe contractual, es decir, en la conducta leal y correcta que los
contratantes se deben entre sí, pero apreciados desde la óptica
de la relación laboral, es decir, desde sujetos que se encuentran en
planos de relación diferenciados en cuanto a su poder de negociación
e información. En parte, este deber se desprende de las normas
reglamentarias en Chile, particularmente, pensamos, del artículo
53 del Decreto 594, antes citado. No obstante, a efectos del deber,
como se ha dicho en la doctrina española, se puede distinguir
entre informaciones de carácter general, es decir, que afectan al
conjunto o a un grupo de trabajadores; y las singulares, que
afectan a cada trabajador individualmente considerado . Como
señala Alarcón Caracuel, el deber de información individual tiene
carácter acumulativo, no alternativo, es decir, aunque el empresario
haya informado a los representantes de los trabajadores toda la
información pertinente en materia de seguridad y salud en el
trabajo, de todas maneras deberá informar de manera individual a
cada trabajador sobre los riesgos que le afecten personalmente .
En definitiva, planteado el Derecho laboral como un Derecho de
130
“CRÓNICA DE UNA MUERTE ANUNCIADA DE carácter previo la Comisión Médica, existe aptitud jurisdiccional por
LOS DERECHOS DEL TRABAJADOR FRENTE A parte de la Justicia del Trabajo, tanto en el orden Provincial como
Nacional.
LOS INFORTUNIOS LABORALES. LA UTOPÍA DE
En el caso “Marchetti, Néstor Gabriel c/ La Caja ART S.A. s/ Ley
LOS FUNDAMENTOS DE LA LEY DE ADHESIÓN 24.557”, se remitió a la doctrina del caso “Castillo” señalando que: “en
14.997” razón de la naturaleza de derecho común de la legislación en materia
Molinaro Matías, Puente Romina, Virginis José de riesgos del trabajo incumbe señalar que el caso resulta ajeno a la
excepcional competencia de la Justicia Federal”. Agregando también
la citada funcionaria, que siendo un “supuesto en que se demanda
La provincia de Buenos Aires se adhirió por intermedio de la ley 14.997 a una “entidad de derecho privado” como son las aseguradoras de
a la norma nacional de Riesgos del Trabajo Nro. 27.348. riesgos del trabajo, a propósito de un planteo basado en disposiciones
El proyecto de ley provincial ingresó en la Cámara de Diputados el 23 de naturaleza común, laboral o de la seguridad social, que el presente
de mayo de 2017, obteniendo su sanción definitiva en la Cámara de reclamo deberá proseguir por ante el Juzgado Nacional del Trabajo”.
Senadores el 14 de diciembre de 2017, promulgándose el día 8 de enero La doctrina sentada en los casos “Venialgo” y “Marcheti”, es coherente
de 2018. y coincidente con el criterio ya expuesto por la Corte en el caso
La exposición de motivos de la adhesión contiene argumentos que ”Castillo”, en el sentido que siendo la materia de accidentes de
resultan ser utópicos, al igual que el mensaje elevado por el PEN para trabajo de derecho común e interviniendo en las mismas sujetos de
la sanción de la ley nacional. A saber: derecho privado, como son los trabajadores y las ART, no se justifica
la federalización del procedimiento, ni por lo tanto la intervención
de la Justicia Federal de la Seguridad Social, sino que le corresponde
1.- Responsabiliza al trabajador por recurrir antojadizamente a la intervenir a la Justicia Nacional del Trabajo.
justicia desplazando el procedimiento ante las comisiones médicas,
sin valorar los precedentes de la Corte que continúan vigentes. La Ley 27.348 establece que las Comisiones Medicas Jurisdiccionales
constituirán la instancia administrativa previa, de carácter obligatorio y
Es un desacierto interpretar que el trabajador siniestrado saltea “excluyente de toda otra intervención”, ésta última mención es atacada
antojadizamente el procedimiento ante las comisiones médicas, de manera acertada en los autos “AVALOS DIEGO C/ OMINT
debiéndose analizar el funcionamiento deficiente de las mismas, las ASEGUR ADOR A DE RIESGOS DEL TR ABAJO SA S/ ACCIDENTE
cuales no garantizanel rol para las cuales fueron creadas. DE TR ABAJO – ACCION ESPECIAL”, del Tribunal de Trabajo Nº 1
La adhesión impone al trabajador accidentado o enfermo el tránsito de San Isidro, donde se dijo: “…la Provincia de Buenos Aires limita la
obligatorio de un procedimiento administrativo sin asegurar la participación de los Tribunales del Trabajo a una suerte de control de
garantía del debido proceso, el derecho de defensa, la tutela judicial legalidad del acto administrativo, al cual los trabajadores solamente
efectiva, impidiendo el acceso irrestricto a la justicia. pueden acceder a través de un recurso con efecto suspensivos y
Cuestionamiento Constitucional de la Comisiones Médicas: concedido en relación, lo que evidencia, una vez más, la esencia de la
delegación absoluta de competencias jurisdiccionales en la Nación. En
El procedimiento es inconstitucional toda vez quese le otorga a las
este caso particular en franca violación al art. 116 de la Constitución
Comisiones Médicas facultades jurisdiccionales, y como las mismas
Nacional y art. 166 de la Constitución de la Provincia de Buenos Aires.
se encuentran bajo la órbita del Poder Ejecutivo, se transgreden los
Como ya se dijo, la Provincia de Buenos Aires, a la fecha, es la única
artículos 16, 18, 108, 109, 116 de nuestra Carta Magna, doctrina de la
provincia que restringió -en la materia bajo tratamiento- el acceso de
Corte Suprema de Justicia de la Nación, artículo 166 de la Constitución
los trabajadores a los estrados judiciales. Para el caso, todas las demás
Provincial y jurisprudencia de la Suprema Corte de Justicia de la
provincias que adhirieron al régimen de riesgos del trabajo dejaron a
Provincia de Buenos Aires.
salvo en sus respectivas leyes de adhesión la facultad de interponer una
La Corte Suprema fue conteste al limitar los alcances de la actuación acción ordinaria frente a lo resuelto por el órgano administrativo…”.
de los órganos dependientes de la Administración en la asunción de
facultades jurisdiccionales.
2.- Pondera la celeridad del trámite cuando no se cumple en todos
En efecto, en autos “Angel Estrada y Cía S.A. c/ Secretaría de Energía
los casos, lo expuesto por la desproporcionalidad entre la cantidad
y Puertos” (05/04/2005) dijo:“…la Corte aprovecha la oportunidad
de comisiones médicas existentes y la densidad de trabajadores
para sentar una serie de principios y criterios que configuran una
siniestrados que deben cubrir, circunstancia que se aprecia con mayor
verdadera política judicial, no dejando, prácticamente cuestiones de
preocupación en el conurbano de la provincia. Es por ello que, ante la
hermenéutica fundamentales sin abordar. Ello implica, contribución a
falta de la mentada “celeridad”, la justicia habilita la instancia cuando
la seguridad jurídica…”.
se produce el vencimiento del plazo de 90 días que contempla la
En dicho caso se consideró que: “El principio constitucional de defensa Resolución procesal SRT 298/17 en sus arts. 7, 29, 32 y 38.
en juicio previsto en el art. 18 de la Constitución Nacional y la prohibición
Tal como refleja la Ley Provincial Nº 14.997, la adhesión de la provincia
al Poder Ejecutivo de ejercer funciones judiciales –art. 109-, quedan a
de Buenos Aires a la Ley Nacional Nº 27.348 implica la delegación
salvo siempre y cuando los organismos de la administración dotados
expresa a la jurisdicción federal de todas las competencias necesarias
de jurisdicción para resolver conflictos entre particulares hayan sido
para poner en práctica el procedimiento dispuesto por la Resolución
creados por ley, su independencia e imparcialidad esté asegurada,
SRT 298/2017 y, en el tema a tratar, las Resoluciones SRT 326/2017
el objetivo económico y político considerado por el legislador para
y 23/2018.
crearlos sea razonable y sus decisiones estén sujetas a control judicial
amplio y suficiente…” (CSJN, 05/04/2005, “Angel Estrada y Cía S.A. Ese sometimiento se aplicó sin ningún tipo de reservas de acuerdo al
s/ Resolución Nº 71/96 –Sec. Ener y Puertos”). propio contenido de la normativa provincial, ello a diferencia de otras
jurisdicciones (como por ejemplo Córdoba, Jujuy y Mendoza) que
La consecuencia de este trascendente fallo es que, de aquí en adelante,
adaptaron el sistema impuesto a sus procesos internos o incluso los
las víctimas que han sufrido un infortunio laboral pueden recurrir
modificaron en búsqueda de su correcta implementación.
directamente ante el Juez del Trabajo de cada jurisdicción, para que,
a través de las reglas de un procedimiento laboral, puedan accionar Lo expuesto forma parte de uno de los tantos descuidos cometidos
directamente contra la ART, para percibir las indemnizaciones por el Congreso Provincial al sancionar la norma de adhesión, ya que
tarifadas de la LRT. no previeronla posible inaplicabilidad del procedimiento, bastando
mencionar la forma de acceder a la instancia judicial conforme art.
Esta posición fue ratificada y ampliada por la Máxima Magistratura
2 Ley 27.348, en contraposición a lo dispuesto por la Ley Procesal
de la Nación, en los casos “Venialgo” y “Marchetti”, respectivamente.
11.653, obligando a la inmediata vigencia de los arts. 2 inc. J y 103
En el caso “Venialgo”, la Corte Suprema de Justicia, previo dictamen de de la Ley procesal 15.057, que deroga la anteriormente señalada,
la Procuradora Dra. Beiró de Gonçalvez que opinó entre otras cosas, pero que cuenta con una puesta en marcha a partir del año 2020,
que la causa guarda analogía con los autos “Castillo Angel Santos c/ nipreveercorrectamente la cantidad de comisiones médicas que se
Cerámica Alberdi S.A.”, declaró la competencia de la Justicia Nacional crearían por medio de las Resoluciones SRT 326/2017 y 23/2018 y
del Trabajo (CSJN, 13/03/2007).En esta decisión la Corte interpretó su relación con el cúmulo de trabajadores siniestrados que aquellas
que las Comisiones Médicas son órganos administrativos de carácter debían atender.
federal, circunstancia que las inhabilita para actuar en materia de
accidentes de trabajo, por las mismas consideraciones que antes en
“Castillo”, había desestimado la intervención de la Justicia Federal en
apelación de las Comisiones Médicas en el ámbito de las Provincias.
De tal modo que, en cualquier supuesto, haya o no intervenido con
131
La relación entre cantidad de trabajadores siniestrados y la cantidad del 3º cordón del conurbano bonaerense mientras que el restante 13%
y ubicación geográfica de las comisiones médicas, fue uno de los lo hace de otros sectores cercanos. Siendo así, de 961.420 (45% de
temas que se tuvieron en vista a la hora de sancionar la adhesión, trabajadores cubiertos que se dirigirían a la Capital Federal), 683.676
pero de manera errónea, precisamente cuando estudiamos la son del cordón en conflicto que, sumados a los 1.793.080 (62% de los
expresión de motivos que fuere elevada para su debate y que en su trabajadores cubiertos de la provincia de Buenos Aires), emiten un
texto pertinente indica: “…La ley a la cual proponemos adherir ya total de 2.476.756 de empleados en relación de dependencia que, ante
cuenta con el presupuesto para poner en funcionamiento y de forma un eventual infortunio laboral, tendrán la opción de asistir únicamente
gradual, a partir de marzo del corriente año, nuevas comisiones a la Comisión Médica de Lanús y a sus dos delegaciones.
médicas jurisdiccionales o locales, mediante la Resolución 214/17 A la cantidad señalada debemos adicionarle datos no menores: cada
de la Superintendencia de Riesgos del Trabajo, buscando de esa oficina cuenta con 1 o 2 personas para brindar informes, 3 o 4 sujetos
forma cercanía con los trabajadores damnificados, básicamente en el para recepcionar los reclamos, 5 profesionales médicos para abordar
primer, segundo y tercer cordón del conurbano bonaerense (Lanús, las audiencias médicas, 1 secretario técnico letrado para “garantizar”
Ramos Mejía, Quilmes, Ezeiza, Morón, San Isidro, San Martín, Pilar, el control de jurisdiccional y 1 titular del servicio de homologación
Luján), de donde en la actualidad se generan 80% de los tramites por que aprobará los acuerdo que se presten entre las partes, valores poco
accidentes laborales o enfermedades profesionales…”. alentadores si comprendemos que, en promedio, cada oficina debería
Lamentablemente allí solo se seleccionó aquellas localidades donde resguardar la atención de 825.586 trabajadores.
se colocarían Comisiones Médicas o delegaciones de ellas, omitiendo Es interesante aquí traer otro extracto de la expresión de motivos
otras como La Matanza, Lomas de Zamora, Avellaneda, Esteban de la Ley 14.997 que dice: “…La Ley Nacional No 27.348 a la cual
Echeverría, Almirante Brown, Florencia Varela, Berazategui, etc., que proponemos adherir (en su artículo 4), tiene por finalidad mejorar
comprenden un caudal más elevado de trabajadores y con un alto índice considerablemente la actuación de las comisiones médicas, y como
de reclamos por accidentes laborales o enfermedades profesionales. medida para darle celeridad y certeza al trabajador que concurra a ellas,
Esa cercanía que propone la expresión de motivos, que la celebraríamos reduce los plazos a sesenta días hábiles, para que dichas comisiones
si realmente comprendiere la realidad del conurbano bonaerense, se ve resuelvan los casos que lleguen a su análisis…”.
reflejada primeramente en la Resolución SRT 326/2017 y, luego de la No sólo propone un mejoramiento y celeridad del trámite,
sanción de la ley 14.997, en la Resolución SRT 23/2018 que, tomando circunstancia que cuestionamos fuertemente si analizamos las
sólo los ejemplos de las Comisiones Médicas de Lanús, Quilmes y estadísticas brindadas con anterioridad, sino que también promete
Ezeiza, dicen: una reducción del plazo de tratamiento, aludiendo a los sesenta días
“Resolución 326/2017: que pregona el art. 7 de la Resolución SRT 298/2017.
ARTÍCULO 2° — Establécense las siguientes Comisiones Médicas:… Más allá de los datos brindados y de los objetivos de la norma, la
Comisión Médica N° 37 con asiento en Lanús (Provincia de BUENOS realidad indica que esas características no se encuentran garantizadas,
AIRES), UNA (1) comisión y 2 (DOS) Delegaciones (Esteban hasta el punto que ciertas dependencias, como la ubicada en Ezeiza,
Echeverría y Quilmes);… demora alrededor de 6 meses para fijar una audiencia médica contados
ARTÍCULO 3° — … Comisión Médica N° 37, Delegación Esteban desde el inicio del trámite por parte del trabajador, hecho que lo único
Echeverría, los trámites correspondientes a los partidos de Almirante que acredita es una evidente demora del trámite en sí y del reclamo de
Brown, Ezeiza y Esteban Echeverría, Provincia de BUENOS los derechos del damnificado, y que el plazo máximo contenido en la
AIRES. Comisión Médica N° 37, Delegación Quilmes, los trámites norma procesal se excede notablemente.
correspondientes a las ciudades que comprende el Departamento Por su parte, la Comisión Médica de Lanús, ante demoras que
Judicial de Quilmes…”. pondrían en jaque el sistema y confirmarían las críticas al mismo,
“Resolución 23/2018: dispuso como alternativa otorgar el dictamen médico o el dictamen
jurídico previo antes de la culminación del plazo dispuesto por
ARTÍCULO 3°.-Establécense las siguientes Comisiones Médicas en el la resolución administrativa, ello a pesar de quedar pendientes
territorio de la Provincia de BUENOS AIRES:… Comisión Médica N° elementos probatorios que fueron interpuestos en tiempo y forma o
37 con asiento en la Ciudad de Lanús (Provincia de BUENOS AIRES), estudios complementarios ordenados exclusivamente por el propio
UNA (1) Comisión y TRES (3) Delegaciones (Lomas de Zamora, profesional médico, lo que resulta igualmente violatorio de los
Ezeiza y Quilmes);…”. principios constitucionales y normas internacionales.
Las relativas resoluciones establecen entonces que, de acuerdo a la La gravedad es similar ala de un juez laboral que determina la
elección de competencia del trabajador conforme art. 1 ley 27.348, finalización de un proceso a pesar de no encontrarse culminada la
serán competentes: etapa probatoria cuando, en circunstancias similares, queda pendiente
1).- Delegación Quilmes: trámites que por su competencia territorial la prueba pericial, algo realmente descabellado si comprendemos su
deban someterse en los partidos de Quilmes, Florencio Varela y necesidad en supuestos donde se reclama el reconocimiento de un
Berazategui. daño derivado de un infortunio laboral o la incapacidad adquirida
2).- Delegación Ezeiza: trámites que por su competencia territorial producto de éste.
deban someterse en los partidos de Ezeiza, Esteban Echeverría y Los Tribunales de Trabajo del Departamento Judicial de Lomas de
Almirante Brown. Zamora, han otorgado soluciones a la constante demora impetrada
3).- Comisión Médica Lanús: trámites que por competencia territorial por las diferentes comisiones médicas para evitar que el trabajador
deban someterse en los partidos de Lanús, Avellaneda y Lomas de quede sometido a un procedimiento que, en esa traba temporal,
Zamora. (Vale aclarar que la delegación Lomas de Zamora jamás fue absorbe tiempo que la ley 24.557 le ha garantizado al padeciente como
creada). plazo de prescripción, recordando que el trámite previo, obligatorio y
excluyente no suspende ni interrumpe el transcurso del citado.
Fue la propia Superintendencia de Riesgos del Trabajo la que informó
que las tres oficinas descriptas acaparan el 62% de los reclamos de la Así, el Tribunal de Trabajo Nº 1 en autos “JIMENEZ MAURICIO
provincia de Buenos Aires, un número interesante si entendemos que NICOLÁS C/ ASOCIART S.A ASEGUR ADOR A DE RIESGOS
el otro 38% es administrado por un total de 23 oficinas distribuidas DEL TR ABAJO S/ ENFERMEDAD PROFESIONAL” (49679/2018)
por el resto de la jurisdicción bonaerense. y el Tribunal de Trabajo Nº 2 en autos “RUIZ AVALOS ARNALDO
ANDRES C/ GALENO ASEGUR ADOR A DE RIESGOS DEL
Conforme datos emitidos por la SRT, en abril de 2019 y en la provincia
TR ABAJO S.A S/ ENFERMEDAD PROFESIONAL” (39382/2018)
de Buenos Aires, se encontraban 2.892.064 trabajadores cubiertos
han dispuesto: “…III.- Hacer saber a las partes que, transcurridos los
por el sistema de Riesgos del Trabajo, dato que sólo es relevante si
noventa días hábiles administrativos desde la primera presentación
comprendemos la competencia territorial del lugar de prestación
debidamente cumplimentada (art. 3 Ley 27.348), a instancia de
de tareas o donde habitualmente se reporta el trabajador. Ahora
parte y previa remisión de copias certificadas de todo lo actuado
bien, la propia SRT denunció que el 45% de los trámites derivados
en sede administrativa, este Tribunal asumirá su plena aptitud
a la Ciudad Autónoma de Buenos Aires podían ser resueltos por las
jurisdiccional conforme a las facultades que le son constitucional y
comisiones médicas de la provincia de Buenos Aires en razón del
legalmente inherentes (arts. 2, 3 12 ley 11.653, arts. 15, 39, 160, 166
domicilio del trabajador, dato que incrementa a 3.853.484 la cantidad
y 168 Constitución Provincial de Bs. As, arts. 1, 5 y 121 Constitución
de trabajadores que se hallarían circunscriptos a la jurisdicción en
estudio, ello al razonar que el número de dependientes que se estiman
cubiertos en la Ciudad Autónoma de Buenos Aires es de 2.136.489,
valor también arrojado por el organismo estatal.
Vale regular que de ese 45% informado por la SRT, el 32% proviene
132
Nacional).”. participación de peritos de parte para su defensa en cada audiencia
Sin perjuicio del debate sobre la constitucionalidad o médica que tenga el trabajador, lo que en ocasiones resulta injusto que
inconstitucionalidad de la norma, la justicia departamental otorga el la parte más débil de la relación no pueda encontrarse en igualdad de
cumplimiento del trámite previo pero le establece un límite máximo condiciones al no poder disponer de dinero suficiente para solventar un
para su realización que comprende los sesenta días citados por el médico que lo acompañe y lo ayude a comprender la terminología del
art. 7 de la Resolución SRT 298/2017 más el plazo de prórroga de profesional médico tratante, y para que cuestione con conocimiento
treinta días que admite el mismo articulado, quedando pendiente las posturas adquiridas por éste último y el especialista destinado por
la discusión en torno a la validez de esos días adicionales cuando la la ART.
norma administrativa impone que, para su utilización, la SRT debe Vale aclarar que, en muchas ocasiones, la inversión en un médico
notificar la implementación de la prórroga allí contenida. de parte resulta ser innecesaria, más cuando su opinión no queda
Lo expuesto, desde lo estadístico, lo casuístico y la respuesta judicial, plasmada en acta alguna, siendo indeterminante en el resultado final
demuestra que no existen razones para presumir la celeridad del del dictamen médico.
trámite y aún menos que el mismo se desarrolle dentro de los plazos Similar resultado se obtiene al intentar dar inicio a un trámite por
preestablecidos. intermedio del correo postal, una alternativa no fijada en resoluciones
administrativas pero que resulta admitida por la SRT. Las empresas que
comúnmente brindan este servicio (Correo Argentino, Oca, Correo
3.- Otro de los fundamentos en los que se asienta la adhesión, radica en Andreani) no cuentan con un sistema de envíos de correspondencia
la certeza del trabajador sobre el procedimiento ante las Comisiones. con documentación que sea gratuito para los trabajadores, y que si
No obstante, la misma resulta una ficción por dos motivos: a) no se le bien no forma parte del sistema habitual de iniciaciones de trámites,
puede asegurar la reparación del daño sufrido, b) ni el conocimiento su implementación puede otorgar ventajas cuando el damnificado
seguro de la eficacia del procedimiento. se encuentra a una prolongada distancia de la Comisión Médica a la
Partiendo de la base de que las ART deben cumplir con las prestaciones que debe dirigirse o se halla internado y con la necesidad de iniciar
por disposición legal ante una contingencia laboral, se invita a deducir el trámite, recordando que para otorgar poderes el trabajador
que el trabajador que debe recurrir a las Comisiones lo hace por mínimamente debe asistir una vez a la dependencia correspondiente.
incumplimientos de las primeras a la ley. Por lo que dar certezas a Para finalizar, ingresando también dentro de los gastos del reclamante,
un procedimiento que resulta de un incumplimiento legal (de las y sin perjuicio de las menciones reflejadas en el art. 1 de la Ley 27.348
prestaciones que las ART deben otorgar por disposición de la LRT) ya y arts. 36 y 37 de la Resolución SRT 298/2017 en relación a los
da bastante de que pensar. honorarios del abogado patrocinante del trabajador, no se encuentra
El derecho a la salud, consagrado en la CN, y en particular a la del regulada la prohibición sobre la posibilidad de exigirle a su cliente la
trabajador siniestrado regulado en la LRT debe ser satisfecho de entrega de montos por su actividad desarrollada durante el trámite
pleno derecho, sin procedimientos administrativos previos para gozar ante las comisiones médicas.
de él. Pero parece que el Estado en vez de procurar el control del Paradojicamente el art. 2 de la Ley 27.348 prohíbe la celebración pactos
cumplimiento de la ley, crea otros organismos que ayudan a evadir o de cuota litis en los procesos judiciales que se sustancien en el marco
dilatar dicho cumplimiento. de un recuso, quedando así admitidos los convenios que se efectúen
Lo paradójico es que sea el propio Estado incumplidor, al no generar sobre los acuerdos dentro de la instancia administrativa e incluso los
ni adoptar las medidas para el cumplimiento de la le ley, quien asegure que se plasmen en resultados de procesos judiciales pero que se hayan
la certeza del procedimiento. Sistema a cargo de administrativos y motivado por intermedio de una acción directa ordinaria.
personal médico que deben aplicar e interpretar normas laborales.
Es por ello que la certeza que pregona el Estado Provincial es una 5.- Se anuncia la existencia de un presupuesto para el funcionamiento
ficción, o más bien una utopía. A) ¿Cómo se le asegura al trabajador la de las Comisiones Médicas, el cual resulta ser insuficiente a los
reparación del daño? Ya que venimos de incumplimientos reiterados fines de asegurar la cercanía del trabajador damnificado,atento la
a sus derechos consagrados en la CN y en la LRT. B) ¿Cómo le desproporcionalidad entre la cantidad de trabajadores siniestrados y
aseguramos que el procedimiento al que se deben someter es eficaz? las comisiones médicas existentes a la fecha, manteniéndose el número
Puesto que el mismo se encuentra a cargo de personal no idóneo para de establecimientos creados desde su sanción.
dirimir cuestiones de índole laboral.
En la Provincia de Buenos Aires las 15 Comisiones Médicas y
delegaciones deben responder a 3.853.484 trabajadores, distribuidas
4.- Pone en cabeza de la ART la cobertura de gastos y honorarios en de manera desigual en la geografía provincial, por lo que el fin que
los que incurre el trabajador cuando la propia Res. 298/17 dispone pregonó la adhesión de cercanía, eficacia y celeridad es sin lugar a
expresamente que la erogación de los emolumentos del perito de parte dudas una falacia. Situación que podría revertirse si se establecieran
están a cargo de los proponentes (art. 7). las 27 comisiones que dispone el art. 2 de la Resolución 23/2018.
La expresión de motivos que fundamenta la adhesión a la Ley El interrogante radica en que, si el presupuesto estaba previsto y
27.348 por intermedio de la Ley Provincial 14.997 dice: “…la ley garantizado, el mismo no fue aplicado a su destino, ya sea por voluntad
fija ahora que los honorarios profesionales que correspondan al política o si se trató de una simple excusa para la implementación del
mismo, así como también todos los demás gastos en que incurra el sistema.
trabajador a consecuencia de su participación ante las comisiones
médicas, estarán a cargo de la respectiva Aseguradora de Riesgos del
Trabajo. La inclusión de este tema fue fuertemente solicitada por la 6.- Si bien se condice con el afianzamiento de la doctrina Castillo en
Confederación General del Trabajo…”, ello en concordancia con el materia de competencia laboral, no se tuvo en cuenta a la hora de
artículo 1 de la norma complementaria nacional que hace alusión a lo adherirse a la ley nacional las consecuencias en torno a la organización
que los fundamentos interpretan. jurisidiccional de la provincia y el conflicto de competencia negativa
en las divisiones departamentales. (Caso ejemplo de los Tribunales
Si bien el reconocimiento de los honorarios del letrado patrocinante de Trabajo del Departamento Judicial de Lomas de Zamora y Lanús
del trabajador reclamante también se encuentran regulados y con - Avellaneda)
“mayor precisión” en los arts. 36 y 37 de la Resolución SRT 298/2017,
se desprende una mención contraria a lo expresado en el párrafo La adhesión provincial (Ley 14997) a la Ley Nacional (ley 27348) no
anterior cuando el art. 7 indica: “… Las partes podrán designar peritos tuvo en cuenta que los regímenes jurídicos procedimentales no sean
médicos de parte para participar en la audiencia. Los honorarios que idénticos, por lo que da lugar a conflictos de competencia negativo.
éstos irroguen estarán a cargo de los proponentes…”.Lo transcripto El art 2 2do párrafo de la Ley Nacional 27348 establece:El trabajador
expone que si el trabajador designa un perito médico de parte deberá tendrá opción de interponer recurso contra lo dispuesto por la comisión
hacerse cargo de sus honorarios, contrariando ello el art. 1 de la Ley médica jurisdiccional ante la justicia ordinaria del fuero laboral de la
27.348 y los fundamentos de la Ley Provincial 14.997. jurisdicción provincial o de la Ciudad Autónoma de Buenos Aires,
Es correcta la interpretación que al no ser obligatoria para el trabajador según corresponda al domicilio de la comisión médica que intervino…
la interposición de un perito de parte, pareceria justo conforme al Un detalle no menor es que la división de las comisiones médicas
art. 7 de la Resolución SRT 298/2017 se lo obligue a solventarlo, ya conforme Res. 326/2017 y 23/2018 requería la instalación de sus sedes
que no resulta un gasto necesario para el tránsito por las comisiones
médicas, a diferencia del abogado patrocinante que el propio art. 1 de
la Ley 27.348 exige su participación. Hay que tener en consideración
que todas las Aseguradoras de Riesgos del Trabajo proyectan la

133
en todos los departamentos judiciales, incluso, en algunos supuestos, EL IMPACTO EN LA SALUD COMO
prevé la determinación de más de una oficina en cada jurisdicción en CONSECUENCIA DE LA DOBLE PRESENCIA EN
atención a la cantidad de habitantes.
LAS MUJERES TRABAJADORAS
El conflicto nace cuando, por decisiones ya sean políticas o económicas,
hay departamentos judiciales que no cuenta con su delegación Verano, Vanessa - Perú
correspondienteconforme lo establece la ley 14.997, como sucede en
el caso del Departamento Judicial de Lomas de Zamora que, hasta el PRESENTACIÓN
momento, no fue instaurada la delegación allí encomendada conforme
Llegas temprano al trabajo para iniciar lo que será un arduo día de
Res. 23/2018.
labor productiva, cuando tu mente se ve envuelta en una constante
El art 2 de la Ley 27 348 otorga la competencia territorial del juez verificación de cumplimiento de obligaciones domésticas. Así,
natural conforme la comisión médica que intervino, manda que cuestionas si dejaste la secadora de cabello prendida, te preguntas si la
resulta de imposible cumplimiento en la jurisdicción señalada ya que, empleada dejó a los niños a la hora que le indicaste, dudas de si queda
al no existir comisión médica, jamás los jueces laborales de Lomas de tomate en el refrigerador para el almuerzo que tendrás que preparar
Zamora podrían asumir la que por normativa se le atribuye. para el día siguiente y empiezas a pensar que debes pasar luego del
Frente al escenariodescripto, los Tribunales Laborales del trabajo por el supermercado para comprar la verdura, y aprovechas en
Departamento Judicial de Lomas de Zamora se declaran considerar comprar el Vinifan para forrar los nuevos libros que llegarán
incompetentes, derivando el conflicto al Departamento Judicial de mañana por la tarde (para lo cual piensas llamar a tu hermana para que
Avellaneda – Lanús por contar con una comisión médica y que, por ser te apoye recogiendo los libros). En lo que va de la mañana, llamas a tu
el órgano administrativo central y por disposición expresa del art.10 de dentista para cancelar tu cita porque te llamaron del nido de tu hija
la Resolución 23/2018, absorbe los reclamos que debieran ventilarse para decirte que se lastimó el tobillo jugando.
en la inexistente delegación de Lomas de Zamora conforme la triple En ello, te percatas que pasaste gran parte de tu día resolviendo
opción que brinda el art. 1 de la ley 27.348. responsabilidades domésticas, por lo que, si bien tienes que culminar
Ahora bien, los Jueces Laborales del Departamento Judicial de la jornada laboral a la hora indicada, por las obligaciones domésticas
Avellaneda – Lanús han apelado a una asombrosa creatividad para que tienes, llegando a casa, sigues con tus obligaciones laborales
desprenderse de su competencia territorial ante la inminente ola de para no retrasarte en el trabajo debido a las altas exigencias que se
reclamos que deberían ser atendidos por estos, excusándose en la mantienen.
opción escogida por el trabajador conforme su domicilio, lugar de Esa situación es la que se denomina “Doble Presencia”, la cual se
prestación de tareas o lugar donde habitualmente se reporta, para define como aquella situación en la que las mujeres deben afrontar las
determinar la que para ellos representa la verdadera competencia responsabilidades propias del trabajo doméstico y laboral de manera
judicial, siendo ello contrario al texto de la ley nacional que dispone simultánea.
esa triple opción para establecer la competencia administrativa de las
La mujer trabajadora es una pieza clave en el marco de una relación
comisiones médicas.
laboral; por lo tanto, es ella la que busca por sí sola, desempeñarse
Es importante destacar que en el medio de la disputa se encuentra el correctamente para lograr posicionarse exitosamente frente a las
trabajador siniestrado y que, al no contar con una instancia superior, altas exigencias del trabajo y a la histórica relegación de las mujeres
no encontrará otra solución que esperar la debida respuesta de la en el trabajo. En tal sentido, si bien podríamos señalar que la mujer
SCBA a los innumerables Recursos Extraordinarios interpuestos, actualmente está logrando desempeñarse en las relaciones laborales
demora que ya se hizo esperar casi 3 años. con mayor protagonismo que antes; no obstante, lamentablemente las
responsabilidades en el hogar mantienen la misma exigencia debido a
que la mayor carga doméstica la sigue manteniendo la mujer.
Por ello, el objetivo principal del trabajo es analizar la doble presencia
con la finalidad de verificar el impacto que este factor podría conllevar
en la salud de las mujeres trabajadoras. Así, el primer capítulo aborda
el marco conceptual y normativo de la Doble Presencia de las mujeres
trabajadoras; mientras que el segundo capítulo aborda la intervención
en el Perú frente a la doble presencia. Por último, el tercer capítulo
aborda las propuestas de mejora, así como propuestas normativas
que permitan contrarrestar el impacto en la salud de las trabajadoras
femeninas.

CAPÍTULO 1: FACTORES PSICOSOCIALES: MARCO


NORMATIVO DE LA DOBLE PRESENCIA
1.1. Los factores psicosociales:
Los factores psicosociales son una nueva modalidad de riesgos
laborales, ya que no son condiciones físicas, químicas ni biológicas,
pero afectan la salud del trabajador y su desempeño, por lo tanto, se
encuentran directamente relacionados con la organización (centro de
trabajo), con la cantidad y contenido de las responsabilidades dentro
del trabajo, procedimientos y metodología laboral, así como relación
entre los trabajadores y las percepciones y experiencias del trabajador
dentro e incluso fuera del ámbito laboral (SUPERINTENDENCIA
NACIONAL DE FISCALIZACIÓN LABOR AL).
En tal sentido, vemos que los factores psicosociales abarcan un tipo
de afectación a la salud distinta a la que comúnmente se requiere
contrarrestar, como la física o química.
La Organización Mundial de la Salud (En adelante, OMS) ha definido
los factores psicosociales en el trabajo como aquellas:
“interacciones entre el trabajo, su medio ambiente, la satisfacción en el
trabajo y las condiciones de organización, por una parte, y por la otra, las
capacidades del trabajador, sus necesidades, su cultura y su situación
personal fuera del trabajo, todo lo cual, a través de percepciones
y experiencias, puede influir en la salud, en el rendimiento y en la
satisfacción en el trabajo” (Moreno Jiménez, 2010).

134
Es decir, los factores psicosociales tienden a influir en las experiencias un factor de riesgo para la salud, y es una problemática más del ámbito
y percepciones del individuo como tal, que afectan su salud debido a social que laboral; no obstante, la organización del tiempo que se le
sus necesidades y su situación personal. tome en cada una de ellas, la podría atenuar o agravar.
Por su parte, de acuerdo con la doctrina internacional, los factores Finalmente, en cuanto al género, tenemos que CoPsoQ-istas21
psicosociales del trabajo, podrían afectar la salud laboral de manera establece una notable diferencia entre la doble presencia de hombres
positiva como negativa; por lo que sea la cultura, el liderazgo que frente a mujeres, ya que señala que (Álvaro Rodríguez, Amparo
mantenga el centro de trabajo, el clima de la organización laboral, Casal, Chelo Chacartegui, Clara González, Clara Llorens, Imma
entre otros, podrían generar condiciones de trabajo con consecuencias Cortès, Neus Moreno, Rudolf van der Haar, 2010): “Las mujeres se
positivas o pésimas y ello repercutir en la salud de los trabajadores responsabilizan y llevan a cabo la mayor parte del trabajo doméstico
(Moreno Jiménez, 2010). y familiar, lo cual implica, por una parte, una doble carga de trabajo si
En conclusión, conforme se encuentra definido por la doctrina lo comparamos con la mayoría de los hombres y, por otra, que son las
internacional, los factores de riesgos psicosociales son (Ruíz López, P.; que sufren en la mayoría de los casos las exigencias simultáneas de los
Pullas Tapia, P.; Alberto Parra, C.; Zamora Sánchez, R., 2017): dos ámbitos.”
“las condiciones a los que el trabajador está expuesto y que si se En tal sentido, a continuación, esbozaremos diversos estudios sobre
prolonga o intensifica esa condición perjudicial se trasformara en el la doble presencia, para verificar el nivel de la misma en las mujeres
riesgo psicosocial ya ahora visto como un hecho.” trabajadoras.
Actualmente, uno de los métodos de evaluación de riesgos 1.2.1. Estudios sobre la doble presencia
psicosociales recomendados por la Superintendencia Nacional de • El Plan de Investigación del Estrés Laboral de Ibermutuamur, España
Fiscalización Laboral (SUPERINTENDENCIA NACIONAL DE (Sociedad de Prevención de Ibermutuamur, 2008) (Sociedad de
FISCALIZACIÓN LABOR AL) es el denominado CoPsoQ-istas21, el Prevención de Ibermutuamur, 2008): El Plan de Investigación del
cual tiene por finalidad la prevención de los riesgos psicosociales en Estrés Laboral de Ibermutuamur, es un estudio de investigación de
su origen. España y de carácter prospectivo, que tuve por finalidad determinar
El método CoPsoQ-istas21 establece cinco factores psicosociales cuál es la prevalencia de la exposición a riesgos psicosociales en una
con efectos en la salud debidamente demostrados, los cuales son los muestra de 50.000 (cincuenta mil) trabajadores y analizó durante un
siguientes (Álvaro Rodríguez, Amparo Casal, Chelo Chacartegui, periodo de seguimiento de 3 años, la asociación entre estos riesgos y el
Clara González, Clara Llorens, Imma Cortès, Neus Moreno, Rudolf absentismo, la rotación y las incapacidades permanentes.
van der Haar, 2010): En dicho estudio se analizaron los datos para la Comunidad de Madrid
- Exigencias psicológicas en el trabajo. correspondientes a la evaluación inicial de los riesgos psicosociales a
los que los trabajadores y trabajadoras se encontraban expuestos. Así,
- Control sobre el trabajo. se detectó lo siguiente (Sociedad de Prevención de Ibermutuamur,
- Apoyo social y calidad de liderazgo. 2008): “El análisis de las diferencias en la exposición de hombres y
- Compensaciones en el trabajo. mujeres a las dimensiones riesgo psicosocial reveló la existencia de una
mayor exposición de las mujeres al nivel de riesgo más desfavorable
- Doble presencia.
para la salud (alto riesgo) en las dimensiones trabajo activo y
Como vemos, el referido método establece como factor psicosocial a la posibilidades de desarrollo (X²=69,813; p<.001) doble presencia
doble presencia, y es la que analizaremos en el acápite siguiente. (X²=455,193; p<.001) e inseguridad (X²=10,885;p=.004); así como
1.2. La Doble Presencia de una menor exposición al nivel más favorable en el caso de las
Como hemos señalado, la doble presencia es considerada por CoPsoQ- exigencias psicológicas (X²=6,403;p=.041).”
istas21 como un tipo de factor psicosocial. El nombre “doble presencia” A continuación, verificamos un gráfico que expone lo señalado
fue inicialmente propuesto y denominado así por la socióloga Laura anteriormente:
Balbo; y la misma representa la situación diaria de las mujeres
trabajadoras que sobrellevan la ida laboral y la vida doméstica familiar
como el panorama viable (Ruíz López, P.; Pullas Tapia, P.; Alberto
Parra, C.; Zamora Sánchez, R., 2017).
En ese escenario, la doble presencia es una: “(…) situación en la que
la necesidad de responder al trabajo doméstico y asalariado recae
es la misma persona, siendo que en ambos lugares hay que asumir
responsabilidades de manera simultánea, tanto durante el tiempo
de trabajo como durante el tiempo privado”. (Prevención de riesgos
ergonómicos y psicosociales en los centros de atención a personas en
situación de dependencia en la comunidad valenciana (ERGODEP),
s.f.).
En tal sentido, la doble presencia cobra relevancia al contar con un
impacto en la salud, al aumentar las dificultades para responder a las
altas demandas del trabajo y a las labores domésticas, cuando son
requeridas de forma simultánea o paralela. (Prevención de riesgos
ergonómicos y psicosociales en los centros de atención a personas en
situación de dependencia en la comunidad valenciana (ERGODEP), Como se puede apreciar se verifica en cada variable que el porcentaje
s.f.). Así, es pues la doble presencia tiene por finalidad cubrir tanto de mujeres es mayor que en el de hombres, así, en cuanto a la doble
el trabajo como el quehacer del hogar en el mismo tiempo, lo cual presencia, el porcentaje de exposición a dicho factor psicosocial es
contribuye a generar una afectación a la salud de la mujer trabajadora. prácticamente el doble en mujeres (53.4%) frente a hombres (27.2%).
Por ello, somos de la opinión que la doble presencia es el: “trabajo • Estudio Cataluña (Instituto Sindical de trabajo, ambiente y salud):
realizado, tanto como empleadas del trabajo remunerado como el En un estudio realizado en Cataluña, se determinó que los tiempos
realizado en las tareas familiares y domésticas, que es realizado promedios de participación de dedicación al trabajo doméstico –
de manera simultánea por una misma persona, lo que produce un familiar de la mujer trabajadora por edad y sexo. Así, se determinó que
aumento de las cargas de trabajo en la persona (Ruíz López, P.; Pullas esta diferencia es de 5 a 6 horas diarias de la mujer, frente al varón, el
Tapia, P.; Alberto Parra, C.; Zamora Sánchez, R., 2017). cual es de apenas 2 horas:
En tal sentido, concluimos que la doble presencia significa que, durante
el tiempo de trabajo remunerado, la persona (en este caso, la mujer
trabajadora) deberá organizar sus responsabilidades domésticas
durante la jornada laboral, y sus responsabilidades laborales durante la
labor doméstica, por lo tanto, al realizar ambas de manera simultánea,
queda claro que no podrá desconectarse en ningún momento de
ambas responsabilidades.
De acuerdo con CoPsoQ-istas21 (Álvaro Rodríguez, Amparo Casal,
Chelo Chacartegui, Clara González, Clara Llorens, Imma Cortès,
Neus Moreno, Rudolf van der Haar, 2010), si bien la doble presencia es
135
fecha no se encuentra denominada como enfermedad profesional,
ello dificulta enormemente su visibilización y el registro que se tenga
del mismo en atención a las estadísticas que se pudieran diagnosticar
(Álvaro Rodríguez, Amparo Casal, Chelo Chacartegui, Clara
González, Clara Llorens, Imma Cortès, Neus Moreno, Rudolf van der
Haar, 2010).
De acuerdo con CoPsoQ-istas21, “los problemas nerviosos y las
depresiones afectan más los trastornos frecuentes diagnosticados, en
mayor proporción a mujeres –en un 14,2%- frente a los hombres, los
cuales tienen un 7,1%. Incluso, el estudio estimó que estas exposiciones
aumentan el riesgo de sufrir enfermedades cardiovasculares hasta un
140%” (Álvaro Rodríguez, Amparo Casal, Chelo Chacartegui, Clara
González, Clara Llorens, Imma Cortès, Neus Moreno, Rudolf van der
Haar, 2010).
Así, en cuanto al tiempo dedicado al trabajo doméstico familiar por Finalmente, se calcula que entre el “25 y el 40% de los casos de
participante, en función de los ingresos, se verificó lo siguiente: enfermedades cardiovasculares podrían evitarse eliminando la
exposición laboral a los factores de riesgo psicosocial y al trabajo
sedentario y al trabajo a turnos, entre otras exposiciones nocivas”
(Álvaro Rodríguez, Amparo Casal, Chelo Chacartegui, Clara
González, Clara Llorens, Imma Cortès, Neus Moreno, Rudolf van der
Haar, 2010).
En tal sentido, como vemos, se visualiza la existencia de una
problemática real en torno a la doble presencia en mujeres trabajadoras.
1.3. Consecuencias de la doble presencia y verificación de motivo de
causa de aneurisma cerebral:
Como indicamos, los síntomas más frecuentes de la doble presencia son
el estrés, la ansiedad, la depresión y los problemas osteomusculares.
En tal sentido, a continuación, verificaremos si la doble presencia
puede causar aneurismas o el rompimiento de estos.
1.3.1. Definición aneurisma cerebral:
Como vemos, claramente existe una diferencia sustancial en cuanto a Un aneurisma cerebral es una zona débil en una pared de un vaso
las labores domésticas de hombres frente a mujeres, lo cual tiene como sanguíneo del cerebro que provoca que se abombe (MEDLINE PLUS,
consecuencia que sean las mujeres las que prioritariamente sufran 2019).
esta doble presencia y genere ello riesgos a su salud. Como señala el National Institute of Neurological Disorders and
• Estudio de distribución de tareas del hogar: Así, en un estudio Stroke (National Institute of Neurological Disorders and Stroke
realizado de distribución de las tareas del hogar, se muestra a , 2016), respecto a las causas de la presentación de aneurismas
continuación el porcentaje del género que se considera que realiza cerebrales: “la mayoría de los aneurismas cerebrales es congénita,
todo el trabajo en el hogar: debido a una anormalidad innata de una pared arterial. Los
aneurismas cerebrales son más comunes en las personas con ciertas
enfermedades genéticas, como trastornos del tejido conjuntivo y
enfermedad del riñón poliquístico, y ciertos trastornos circulatorios,
como malformaciones arteriovenosas.”
Asimismo, se ha indicado que entre otras causas se encuentran
(National Institute of Neurological Disorders and Stroke , 2016): “(…)
trauma o lesión craneana, alta presión arterial, infección, tumores,
aterosclerosis (una enfermedad de los vasos sanguíneos donde las grasas
se acumulan dentro de las paredes arteriales) y otras enfermedades
del sistema vascular, fumar cigarrillos y el abuso de drogas. Algunos
investigadores han especulado que los anticonceptivos orales pueden
aumentar el riesgo de desarrollar aneurismas.”
Finalmente, otra de las principales causas de aneurisma o rompimiento,
son los siguientes (AS, 2019):
• Edad avanzada
• Presión arterial alta (hipertensión)
En tal sentido, con todo lo señalado, nos permite concluir que: “(…) la
incorporación masiva de la mujer al mundo del trabajo remunerado, no • Golpes o lesiones, son algunos de los más frecuentes, y cobran
se ha visto acompañada en la misma proporción por una incorporación especialmente importancia porque no solemos dar importancia a un
paralela del hombre al trabajo doméstico.” (Prevención de riesgos pequeño golpe en la cabeza, vigilar sobre todo al salir del coche, que
ergonómicos y psicosociales en los centros de atención a personas en son los más comunes.
situación de dependencia en la comunidad valenciana (ERGODEP), Como vemos, aparentemente la doble presencia no causa la creación
s.f.) de aneurisma ni su rompimiento; no obstante, en las recomendaciones
1.2.2. Efectos de la doble presencia en la salud: del médico respecto a la verificación de un aneurisma no roto, están la
de hacer ejercicio, comer saludable y no sufrir estrés. En tal sentido, si
De modo genérico, de acuerdo con una investigación en el año 2008, bien la doble presencia no genera la creación de aneurismas cerebrales,
en cuanto a los datos estadísticos, se tiene que el 90°% de las mujeres sí se debe cuidar de que la consecuencia de esta doble presencia
que trabajan fuera del domicilio la sufren y afecta directamente su (estrés), evite un correcto cuidado a aquellas mujeres trabajadoras
salud, y entre los síntomas más frecuentes se encuentra el estrés, la que ya cuentan con aneurismas.
ansiedad, la depresión y los problemas osteomusculares (Ruíz López,
P.; Pullas Tapia, P.; Alberto Parra, C.; Zamora Sánchez, R., 2017).
Ahora bien, en cuanto a los tipos de enfermedades, CoPsoQ-istas21
ha determinado que entre los tipos que se producen, estos van
desde “los trastornos cardiovasculares, mentales, respiratorios,
gastrointestinales, dermatológicos, músculo-esqueléticos,
inmunitarios o endocrinos” (Álvaro Rodríguez, Amparo Casal, Chelo
Chacartegui, Clara González, Clara Llorens, Imma Cortès, Neus
Moreno, Rudolf van der Haar, 2010). Sin embargo, como ya hemos
indicado anteriormente, toda vez que es una problemática que a la
136
CAPÍTULO 2: tiempo; y, Cohesión de grupo.
LA INTERVENCIÓN EN EL PERÚ FRENTE A LA DOBLE En ese escenario, no existe una obligación de mantener el método
PRESENCIA: ISTAS 21 que permita verificar como factor psicosocial, el de la doble
La Decisión 584, Instrumento Andino de Seguridad y Salud en el presencia.
Trabajo, establece en su artículo 1° como definición de las condiciones 2.1. Sanciones por incumplimiento contra riesgos psicosociales:
y medio ambiente de trabajo que se definen como aquellos elementos, De acuerdo con el literal 9 del artículo 27° del Reglamento de la Ley
agentes o factores que tienen influencia significativa en la generación General de Inspección del Trabajo, aprobada por el Decreto Supremo
de riesgos para la seguridad y salud de los trabajadores. Quedan No. 019-2006-TR, es una infracción grave en materia de seguridad y
específicamente incluidos en dicha definición, la organización y salud en el trabajo, el incumplimiento de las disposiciones relacionadas
ordenamiento de las labores, incluidos los factores psicosociales. con la seguridad y salud en el trabajo, en particular en materia de
En cuanto a la legislación nacional, la Ley de Seguridad y Salud en riesgos psicosociales.
el Trabajo, Ley No. 29783 (En adelante, LSST), se establece dentro Como vemos, si bien se han esbozado algunos alcances respecto a la
del principio de prevención por parte del empleador, que deben verificación del enfoque de género en materia de seguridad y salud en
considerarse factores sociales, laborales y biológicos, diferenciados en el trabajo; no obstante, la doble presencia como riesgo psicosocial no
función del sexo, incorporando la dimensión de género en la evaluación está expresamente regulado, e incluso como sugerencia de método
y prevención de los riesgos en la salud laboral. para riesgos psicosociales no se encuentra el método ISTAS 21. En tal
Así, de conformidad con el artículo 51° del mismo cuerpo normativo, sentido, se dificulta la fiscalización por parte de SUNAFIL en estos
en materia de género, el empleador debe considerar las competencias escenarios.
personales, profesionales y de género de los trabajadores, en materia 2.2. Recopilación del marco normativo:
de seguridad y salud en el trabajo, al momento de asignarles las labores.
A continuación, esbozamos los principales puntos resaltantes del
De la misma forma, el artículo 66° de la LSST establece que el presente capítulo:
empleador adopta el enfoque de género para la determinación de la
evaluación inicial y el proceso de identificación de peligros y evaluación
de riesgos anual.
Ahora bien, respecto a los riesgos psicosociales, de conformidad con el
artículo 50° del mismo cuerpo normativo, el empleador deberá aplicar,
las medidas de prevención de riesgos laborales, uno de los cuales
se refiere a la integración de los planes y programas de prevención
de riesgos laborales a los nuevos conocimientos de las ciencias,
tecnologías, medio ambiente, organización del trabajo y evaluación de
desempeño en base a condiciones de trabajo.
A su vez, de acuerdo con el artículo 56°, el empleador debe prever que
la exposición a los agentes físicos, químicos, biológicos, ergonómicos,
psicosociales concurrentes en el centro de trabajo no generen daños en
la salud de los trabajadores.
Asimismo, el artículo 103° del Reglamento de la LSST, el Decreto
Supremo No. 005- 2012-TR (En adelante, RLSST), señala que se
considera que existe exposición a los riesgos psicosociales cuando
se perjudica la salud de los trabajadores, causando estrés y, a largo
plazo, una serie de sintomatologías clínicas como enfermedades
cardiovasculares, respiratorias, inmunitarias, gastrointestinales,
dermatológicas, endocrinológicas, músculo esqueléticas, mentales,
entre otras.
Finalmente, en cuanto a su registro, de acuerdo con el artículo 33°
del RLSST, el registro del monitoreo de agentes físicos, químicos,
biológicos, psicosociales y factores de riesgo disergonómico. A su
vez, la Resolución Ministerial No. 050-2013-TR, el monitoreo de
agentes físicos, químicos, biológicos, psicosociales y factores de riesgo
disergonómicos permite identificar qué factores de riesgo o agentes
están presentes en el ambiente de trabajo, indicando su concentración
o intensidad. Los resultados se comparan con los valores límite
establecidos por cada agente, así como determinar los niveles de
riesgos para la salud en el trabajo.
Ahora bien, de acuerdo con la Resolución Ministerial No. 375-
2008-TR, norma básica de ergonomía y de procedimientos de riesgo
disergonómico, los factores de riesgo biopsicosociales se llaman así,
a aquellas condiciones que se encuentran presentes en una situación
laboral y que están directamente relacionadas con el ambiente, la CAPÍTULO 3: CONCLUSIONES Y RECOMENDACIONES
organización, el contenido del trabajo y la realización de las tareas,
3.1. Conclusiones:
y que afectan el bienestar o a la salud (física, psíquica y social) del
trabajador, así como al desarrollo del trabajo. En general, como se ha podido verificar, los centros de trabajo, sea en
el sector público o en el sector privado, tienden a centrarse mucho
Asimismo, la referida Resolución Ministerial establece que entre los
más en la protección de los trabajadores frente a los riesgos físicos que
agentes o factores a ser monitoreados se encuentran los psicosociales,
se sufran en el centro de trabajo, toda vez que estos son mucho más
como “el hostigamiento psicológico,estrés laboral, mobbing (acoso
visibles que respecto a los riesgos psicosociales (Ruíz López, P.; Pullas
laboral), entre otros”.
Tapia, P.; Alberto Parra, C.; Zamora Sánchez, R., 2017).
En cuanto a los métodos recomendados en materia ergonómica, se
En tal sentido, como señala la doctrina (Ruíz López, P.; Pullas Tapia,
encuentran entre otros, el método LEST (Laboratorio de Economía
P.; Alberto Parra, C.; Zamora Sánchez, R., 2017): “La necesidad de
y Sociología del Trabajo), el cual es un método francés destinado a
responder a las demandas laborales y al cumplimiento de las labores
variables de carga mental, factores psicosociales y tiempos de trabajo.
de ámbito doméstico-familiar, puede repercutir negativamente a la
Finalmente, la SUNAFIL ha indicado como métodos que miden
salud y desempeño de los trabajadores. Asimismo, puede originar una
factores psicosociales, entre otros, al método ISTAS 21 y así como el
método de evaluación de Riesgos Psicosociales del Instituto Navarro descoordinación en la organización del tiempo y ocasionar sentimiento
de Salud Laboral para la identificación y evaluación de factores
psicosociales (diapositivas SUNAFIL). Éste último método tiene
como variables analizadas las siguientes: Participación, implicación,
responsabilidad; Formación, información, comunicación; Gestión del

137
de sobrecarga”. sus responsabilidades personales y familiares.” (Ruíz López, P.; Pullas
Hemos podido apreciar que los riesgos psicosociales pueden afectar Tapia, P.; Alberto Parra, C.; Zamora Sánchez, R., 2017).
a todas las personas, sea cual fuere su género; sin embargo, es en el A nivel familiar:
género femenino que afecta prácticamente el doble que al género 8. Es necesario que el trabajo doméstico sea compartido entre la
masculino (Ruíz López, P.; Pullas Tapia, P.; Alberto Parra, C.; Zamora pareja.
Sánchez, R., 2017).
9. Es preciso luchar por la corresponsabilidad dentro de la
En tal sentido, será indispensable realizar mayores estudios que pareja, haciendo que el colectivo masculino se implique en las
puedan controlar y prevenir este riesgo psicosocial, ya que si bien el tareas domésticas y adecúe su vida laboral y profesional con las
campo femenino ha aumentado en el sector trabajo, es por ello, que responsabilidades familiares, a través de la sensibilización de los
aumentará también el riesgo psicosocial de la doble presencial, y ello agentes sociales, políticos y sociedad en valores de igualdad (Ruíz
conllevará a más mujeres trabajadoras que sufran este tipo de riesgo. López, P.; Pullas Tapia, P.; Alberto Parra, C.; Zamora Sánchez, R.,
(Ruíz López, P.; Pullas Tapia, P.; Alberto Parra, C.; Zamora Sánchez, 2017).
R., 2017)
Finalmente, es importante resaltar que la responsabilidad es de todos,
Respecto al plano normativo peruano, como hemos señalado, tanto el Estado, las institucionales, los centros de trabajo, los hombres y las
la LSST como su reglamento, establecen que el empleador debe mujeres.
verificar y considerar las competencias personales, profesionales y de
género en la asignación de labores, adoptando un enfoque de género
en la determinación de la evaluación iniciar y la identificación de los
peligros. BIBLIOGR AFÍA:
En tal sentido, a efectos de prevenir los riesgos laborales, el empleador • Álvaro Rodríguez, Amparo Casal, Chelo Chacartegui, Clara González, Clara
deberá tomar en consideración a aquellas trabajadoras que realizan Llorens, Imma Cortès, Neus Moreno, Rudolf van der Haar. (2010). 10 porqués
mayores labores domésticas, para asignar las labores y coadyuvar a la para una salud y seguridad laboral con perspectiva de género. Barcelona:
Generalitat de Cataluña.
verificación de un posible factor de riesgo psicosocial, mayormente en
las mujeres trabajadoras. • AS. (2019). Deporte y vida. Obtenido de https://as.com/
deporteyvida/2018/01/07/portada/1515321404_618954.html
3.2. Recomendaciones:
• Instituto Sindical de trabajo, ambiente y salud. (s.f.). La doble presencia.
A nivel normativo: • MEDLINE PLUS. (JUNIO de 2019). MEDLINE PLUS. Obtenido de https://
1. Consideramos que deberá establecerse como metodología medlineplus.gov/spanish/ency/article/001414.htm
recomendable para la determinación de factores psicosociales, el • Moreno Jiménez, B. (2010). Factores y riesgos psicosociales, formas,
método CoPsoQ-istas21, ya que es el único método que introduce consecuencias, medidas y buenas prácticas. Madrid.
la doble presencia como factor de riesgo para la salud y garantiza la • National Institute of Neurological Disorders and Stroke . (diciembre de 2016).
participación de las trabajadoras (Ruíz López, P.; Pullas Tapia, P.; NIH. Obtenido de https://espanol.ninds.nih.gov/trastornos/Aneurismas_
Alberto Parra, C.; Zamora Sánchez, R., 2017). Si bien la SUNAFIL ha Cerebrales.htm
recomendado su implementación, este método no obligatorio para los • Prevención de riesgos ergonómicos y psicosociales en los centros de atención a
centros de trabajo. personas en situación de dependencia en la comunidad valenciana (ERGODEP).
(s.f.). ERGODEP. Obtenido de http://ergodep.ibv.org/documentos-de-
2. Deberá considerarse entre la definición de los factores psicosociales formacion/2-riesgos-y-recomendaciones-generales/517-doble-presencia.html
a la doble presencia.
• Ruíz López, P.; Pullas Tapia, P.; Alberto Parra, C.; Zamora Sánchez, R.
A nivel político: (2017). LA DOBLE PRESENCIA EN LAS TR ABAJADOR AS FEMENINAS:
3. Consideramos necesario un incremento y mejora de la EQUILIBRIO ENTRE EL TR ABAJO Y LA VIDA FAMILIAR. Revista de
Comunicación de la SEECI(44), 33-51.
infraestructura y servicios sociales públicos, en lo que se refiere a
la atención y cuidado de la infancia y personas dependientes. En tal • Sociedad de Prevención de Ibermutuamur. (2008). LAS DIFERENCIAS DE
sentido, se podrían crear programas en los que se desarrollen las GÉNERO EN EL NIVEL DE EXPOSICIÓN A RIESGOS PSICOSOCIALES
ENTRE TR ABAJADORES/AS DE LA COMUNIDAD AUTÓNOMA DE
habilidades y actividades domésticas, tales como el cuidado de los MADRID. España: Universidad Camilo José Cela.
hijos, el manejo de situaciones cotidianas en el sector doméstico, los
• SUPERINTENDENCIA NACIONAL DE FISCALIZACIÓN LABOR AL.
quehaceres del hogar, entre otros (Ruíz López, P.; Pullas Tapia, P.;
(s.f.). Inspecciones sobre riesgos psicosociales. Lima, Lima, Perú.
Alberto Parra, C.; Zamora Sánchez, R., 2017)
A nivel empresa:
Trabajadores:
4. Consideramos conveniente que los trabajadores puedan lograr
intervenir (sea con la organización sindical, con los representantes de
los trabajadores o de manera individual) en los riesgos psicosociales y
la organización del trabajo que afecta a la salud, y así poder defender la
aplicación del CoPsoQ-istas21 para la evaluación e intervención sobre
los riesgos psicosociales.
5. En el marco de la negociación colectiva, se deberán establecer
cláusulas en el convenio colectiva sobre medidas que permitan la
conciliación de la vida familiar con la vida laboral, especialmente en las
mujeres trabajadoras.
Empleadores:
6. En el marco de la empresa, se vuelve necesario verificar como factor
psicosocial a la doble presencia y establecer medidas que permitan
contrarrestar este impacto a la salud principalmente en las mujeres
trabajadoras. En tal sentido, podría ser una alternativa el trabajo
a turnos que utilizan las mujeres para conciliar las tensiones de los
roles doméstico y laboral, pero ello tiene consecuencias directas sobre
su salud (Ruíz López, P.; Pullas Tapia, P.; Alberto Parra, C.; Zamora
Sánchez, R., 2017).
7. La incompatibilidad de los horarios de trabajo con las exigencias
familiares es una fuente de estrés y de insatisfacción constante, y
constituye un factor de riesgo que no es estrictamente profesional, pero
que debe tenerse en cuenta a la hora de proteger la salud del trabajador.
Así, como se señala en la doctrina: “Existen algunos ejemplos de
buenas prácticas de conciliación trabajo - familia, como por ejemplo
un sistema de gestión horaria con la creación de un banco de horas,
posibilitando una gestión flexible de la jornada laboral y, permitiendo
a los trabajadores un mayor control sobre su vida profesional y sobre

138
Intensidad del tiempo de trabajo y el Cobertura de los accidentes y
deber de prevención en enfermedades y enfermedades inculpables desde la
accidentes de trabajo. órbita de la Seguridad Social.
JaddyMilca Ladrón De Guevara Landa Trinidad Bergamasco.
bergamascotrinidad@gmail.com
Resumen Córdoba. Argentina.
El tiempo de trabajo por un lado garantiza las condiciones de trabajo  
de toda persona y por otro lado permite que el empleador optimice Resumen
el tiempo del trabajo relacionado a la productividad, lo que aunado
a la tecnología representa un desafío para el derecho del trabajo.Las El presente trabajo analiza la legislación vigente sobre cobertura
nuevas formas de organización del trabajo y el impacto de las nuevas de los Accidentes y Enfermedades Inculpables en nuestro país, la
tecnologías traen consigo el estudio y análisis de la limitación de las que se encuentra anclada en el Derecho Individual. Se estudia la
jornadas de trabajo, volviendo al origen de las primeras luchas sociales: Seguridad Social como derecho autónomo, con sus principios y con
límite de la jornada de trabajo. la intención de alumbrar una idea superadora sobre el encuadre de las
dolencias inculpables. Para verificar la tesis, se desmenuza el Derecho
Las nuevas formas de organizar el tiempo de trabajo, en especial la Internacional y el Derecho Comparado, sobre el instituto. Además, se
intensidad del tiempo de trabajo es una de las grandes características indaga sobre los Derechos Constitucionales afectados por el régimen
de las nuevas formas de organización del trabajoen tiempos de actual, y ante la abrumadora evidencia, se propone un cambio en la
globalización entre ellas por la gestión empresarial, lo cual se pone cobertura, a modo de conclusión.
en cuestión el derecho fundamental a la seguridad y salud de los
trabajadores, por lo que el deber de prevención resulta ser un pilar en Parte de la conclusión utiliza, para evitar un desgaste del sistema o
la organización del tiempo que dedican los trabajadores en sus centros cambios estructurales, un sub-sistema ya existente, como es el de
laborales y en las nuevas formas de organizar el trabajo. En ese sentido, cobertura de Accidentes y Enfermedades profesionales.
el presente artículo tiene como objetivo analizar el tiempo de trabajo
desde la óptica de la intensificación de las jornadas de trabajo y su Introducción a la problemática
incidencia en el derecho a la seguridad y salud de los trabajadores.
El Régimen de cobertura de los Accidentes y Enfermedades Inculpables
en el Derecho del Trabajo Argentino resulta, prima facie, inconsistente
o en crisis con ciertos principios constitucionales.
Es el empleador quien, a partir del primer día de trabajo de su
dependiente, tendrá legalmente la obligación de abonar las
remuneraciones mensuales aun cuando no se presten servicios por
motivos de enfermedad o accidente inculpable (ajenos al trabajo) y por
un plazo que varía según antigüedad y cargas de familia, entre 3 meses
y hasta 1 año.
El empleador no tiene incidencia alguna en la protección del trabajador,
para que no le acontezcan las contingencias que debecubrir, o
para reducir el impacto negativo de las mismas en la salud de su
dependiente, aun así debe abonar las remuneraciones por el período
que dure la incapacidad de prestar tareas.
Numerosos son los doctrinarios y también los docentes, que al
mencionar o enseñar el Instituto que concentra nuestra atención,
sugieren que debiera ser cubierto por la Seguridad Social, pero lo
cierto es que la LCT data del año 1974 (más de 40 años) y hasta la fecha
no se han tratado proyectos que resuelvan la falencia, que ya muchos
señalan.
La afectación económica, en especial para las PyMEs y Micro PyMEs,
puede generar el cierre de la empresa, con la consecuente pérdida de
fuentes de trabajo. Uno de los problemas radica en la imposibilidad de
anticipar la contingencia, para prever su cobertura.
Es relevante la temática escogida para la presente investigación, ya que
los derechos del trabajador y del empleador, deben ser respetados por
las normativas que regulan el derecho interno, y en caso que una ley
colisione con tales derechos, hay que generar las vías necesarias para su
modificación y ajuste a la normativa constitucional. Para las empresas,
la cobertura de los accidentes y enfermedades inculpables genera,
además de costos económicos de cobertura, costos de oportunidad
por trabajos que no se pueden realizar, desgaste de los sistemas de
control de ausentismo, desgaste de las relaciones interpersonales
de empleado/empleador, e incluso entre los mismos compañeros de
trabajos y muchos otros costos indirectos.
Aunque resulte paradójico, los accidentes y enfermedades que tienen
vinculación directa con el trabajo, llamados profesionales, si tienen
cobertura a través de un Régimen de la Seguridad Social.
No se pretende que el trabajador quede desamparado ante la
gravosa contingencia de una enfermedad o accidente que le impida
la prestación laboral durante un período prolongado, sino que es la
intención aportarle justicia a la temática, a través de una cobertura
que no perjudique a nadie en particular, como ocurre con el Seguro
Nacional de Salud, donde una obra social cubrirá las prestaciones en
especie, pero recibirá a través del Fondo Solidario de Redistribución
una suma, en caso de enfermedades de gravedad, para que no se afecte
su sustentabilidad

139
Marco teórico postura es coherente con el deber de iniciativa y diligencia que la ley le
impone, en orden a posibilitar al trabajador el goce íntegro y oportuno
de los beneficios sociales.
1. Cobertura actual de Accidentes y Enfermedades Inculpables en
Argentina (TSJ de Córdoba. Sala Laboral “PER ALTA ISABEL CRISTINA C/
INTEGR AL COM SRL - ORDINARIO - DESPIDO – RECURSO
1.1 Accidente y enfermedad inculpable en la Ley de Contrato de DIRECTO” Expte n° 92889/37. 2012).
Trabajo.
Con relación a la remuneración a percibir durante la licencia, la LCT
El Instituto de las Enfermedades y Accidentes Inculpables es uno de establece que los conceptos percibidos tendrán naturaleza salarial, a
los tipos de suspensiones de ciertos efectos del contrato de trabajo, pesar de no haber contraprestación laboral. “El sueldo es el precio de
que interesa particularmente analizar en el presente trabajo. En el locación de la fuerza de trabajo del asalariado” (Supiot, 2008, p. 110).
mismo se suspende la prestación de servicios por parte del trabajador, En otra inconsistencia podemos observar que si no hay prestación
pero no el devengamiento y pago del salario. Se encuentra legislado en de servicios por accidente o enfermedad profesional, la prestación
el Titulo X, Capítulo I de la Ley de Contrato de Trabajo (Ley 20.744, que se recibe es dineraria, pero no salarial, mientras que en caso
art. 208 a 213). de la misma contingencia pero inculpable (ajena al trabajo), la LCT
La “Enfermedad y accidente inculpable” es aquella contingencia de establece la obligatoriedad de pagar una suma remunerativa, con las
falta de salud que padece el trabajador, no originado en hecho o por correspondientes cargas que eso presupone.
ocasión del trabajo y que no responde a una causa profesional del
mismo. Ejemplos: Gripe, angina, cólico estomacal, lesión sufrida en un
partido de fútbol, etc. Mucho se ha escrito sobre la “inculpabilidad” en 2. La Seguridad Social en Argentina.
la definición legislativa, la interpretación práctica tiende a la amplitud 2.1. Seguridad Social
“sólo cabe excluir del amparo de las enfermedades inculpables (arts. A medida que la humanidad se ha ido desarrollando, ciertas
208/2013, LCT) al hecho intencional, los accidentes o enfermedades afectaciones a las personas se han cubierto a través de mecanismos
producidos por la temeridad prácticamente intencional o por culpa solidarios, ya sea por cofradías, mutuales, sociedades de socorros
grave de la víctima” (Grisolía, 2013, p.2721), aunque en la práctica es mutuos, etc.
muy difícil que alguna dolencia resulte excluida.
El ser humano sabe que, ante una contingencia que le impida la
1.2 Dimensión temporal y económica de la cobertura. generación de ingresos, debe recurrir al resto de la sociedad y en
En éste Instituto, el empleado no presta servicios, pero percibe su especial, a su benevolencia. Para no dejar librada al azar la garantía
remuneración por los plazos de la licencia que se establecen en el de cobertura, se crean grupos de ayuda mutua, para ocasiones
artículo 208 de la LCT y dependen principalmente de la antigüedad específicas. Esos fueron los antecedentes de lo que hoy conocemos
del trabajador. Hasta 5 años de antigüedad (sin considerar ningún como Seguridad Social.
mínimo de prestación de servicios) corresponderán 3 meses de licencia La Seguridad Social tiene un sujeto de tutela diferente al del derecho
paga, mientras que excedidos los 5 años de antigüedad la licencia se del trabajo, no alcanza sólo al trabajador, sino que se amplía la
extenderá a 6 meses. “La naturaleza jurídica de éstas prestaciones protección al hombre, contra las contingencias sociales que puedan
dinerarias corresponde a la Seguridad Social, aunque el legislador las afectarlo. Se pretende alcanzar un conjunto de garantías contra
denomine remuneraciones, ya que no se trata de una contraprestación determinadas eventualidades preestablecidas que pueden reducir
del débito laboral” (Morresidir., 2015, p. 341). Para el caso de recidiva o suprimir la capacidad, aún transitoriamente, de los que trabajan
de enfermedades crónicas (cuando una misma enfermedad se vuelve o imponerles cargas de imposible sostén ante la ocurrencia de la
a manifestar en sus síntomas incapacitantes para el trabajo), el art. contingencia. (Sardegnadir, 2007).
208 contempla que una vez transcurridos los plazos que devengan
remuneración (según sean los años de antigüedad o cargas de La Seguridad Social es la rama del Derecho Público que brinda
familia), la recidiva de estas enfermedades no se considerarán una cobertura ante las contingencias sociales, no sólo a los trabajadores,
enfermedad distinta, hasta que no transcurran 2 (dos) años (a partir sino a todas las personas que se encuentren afectadas por las mismas.
de la primera exteriorización), momento desde el cual se considerará En Argentina, el mayor respaldo normativo se encuentra en el artículo
como una nueva enfermedad, aunque no lo sea (o sea vuelve a generar 14 bis de la CN, tercer párrafo “El Estado otorgará los beneficios de
los derechos previstos en el Instituto bajo análisis). Los plazos la Seguridad Social, que tendrá carácter de integral e irrenunciable”.
mencionados son por cada enfermedad que manifieste el trabajador. Las contingencias sociales son “circunstancias de la vida que
Lo mencionado surge del análisis de la autora sobre la LCT. disminuyen en forma parcial o total el ingreso del hombre” (Grisolía,
Si el trabajador contara con cargas de familia, se duplican los plazos de 2013, p. 4670). Por esto, la sociedad, a través de alguno de los
licencia paga, mencionados en el párrafo anterior. Respecto a las cargas subsistemas de la Seguridad Social, los ampara.
de familia tenemos varias bibliotecas opinantes, algunos consideran Los principios rectores de la materia varían según los autores que los
que solo aquellas relaciones que generan prestaciones del Régimen desarrollen, pero desarrollaremos los que mayoritariamente trata la
Nacional de Asignaciones Familiares deben considerarse cargas de doctrina, y son:
familia, ésta sería la tesis reducida. Un punto intermedio es el que - Solidaridad: Todos los aportantes contribuyen según sus
establece que aquellas personas a las que la Ley de Obras Sociales los posibilidades, obteniendo del sistema aquello que requieren, según
establece como integrantes del grupo familiar primario obligatorio, sus necesidades.
serán cargas de familia para el sistema de enfermedades inculpables
- Universalidad Objetiva: Se pretende que la Seguridad Social alcance
(art. 9 Ley 23.660). Y por último una doctrina más amplia considera las
la mayor cobertura posible respecto de las contingencias cubiertas.
cargas de familia desde el punto de vista de la obligación alimentaria
que establece el Código Civil y Comercial, donde hasta los padres del - Universalidad Subjetiva: Igual a la anterior, pero con relación a las
trabajador, entrarían en dicho concepto. personas amparadas.
El deber de diligencia para que se acrediten las mencionadas cargas, - Subsidiariedad: Implica que el sujeto tutelado responda ante la
se encuentra en cabeza del empleador, así lo ha considerado la contingencia con la capacidad que tenga para afrontar la misma, y que
jurisprudencia del máximo tribunal en Córdoba: el sistema reaccione cuando él no pueda darse cobertura por sí mismo.
Se entiende que el Estado no debe anular a las personas.
La parte actora sostiene que el a quo omitió expedirse respecto de los
haberes por enfermedad inculpable en función de las cargas de familia - Integralidad: La cobertura debe ser tal que implique las contingencias
que oportunamente alegó y acreditó (libreta de familia, testimonial y que ocurren aún antes del nacimiento, como aquellas que derivan del
la inversión probatoria por la falta de exhibición de su legajo personal fallecimiento del causante, es decir que abarquen no solo la vida de la
y libro del art. 52 LCT). […]La demandada negó que la trabajadora persona, sino también las contingencias anteriores y posteriores.
tuviera derecho a licencia paga por enfermedad por el plazo de seis - Inmediatez: La Seguridad Social debe ser oportuna, de nada
meses (art. 208 LCT) porque nunca presentó constancia idónea que serviría llegar cuando los efectos de la contingencia han cesado. Por
justificara su derecho (fs. 87 vta.). Sin embargo, tal defensa no puede eso es necesaria una reacción inmediata ante la manifestación del
admitirse ya que no resultó demostrada su actividad inicial, esto es, impedimento.
que su parte requiriera la documentación como lo prevé el art. 2 de la
ley N° 22.161. Por tanto no puede imputársele mora a la reclamante,
atento a que no fue notificada debidamente para así conocer las 2.2. Subsistemas de la Seguridad Social, en Argentina
consecuencias de su incumplimiento, porque es el empleador quien Si bien el Artículo 14 bis de la Constitución Nacional hace mención
tiene que activar los mecanismos reglamentarios previstos al efecto
(en igual sentido Sents. Nros. 94/96, 122/00, 122/03 y 209/11). La

140
expresa a un “Seguro Social Obligatorio”, la elección legislativa ha sido Colisión con los Derechos Constitucionales de
por diversos subsistemas, que amparan a distintos sujetos, cada uno. las partes
Son 5 los subsistemas vigentes:
1- SIPA: Sistema Integral Previsional Argentino, que cubre las 1. Afectación a derechos constitucionales del Empleador y del
contingencias de vejez, invalidez y muerte. Trabajador con el Régimen actual.
2- RNAF: Régimen Nacional de Asignaciones Familiares, que ampara 1.1 Derecho a la Seguridad Social y su afectación
a las personas por las diversas cargas de familia. El cambio del Constitucionalismo Liberal al Constitucionalismo Social
3- FNE: Fondo Nacional de Empleo, cuya principal prestación es el se basa en sumar a la libre iniciativa del individuo, la solidaridad.
Seguro de Desempleo, ante la desocupación del trabajador que se El objetivo es la equidad en el destino del hombre, del ser humano.
encontraba en relación de dependencia. El Estado mantiene su posición como subsidiario, pero se vuelve
4- SNSS: Sistema Nacional del Seguro de Salud, que incluye tanto a garante del bien común. El Estado ya no puede permanecer absorto
la salud pública como al Régimen de Obras Sociales. Las prestaciones e insensible ante los valores del Trabajo y de la Seguridad Social y su
que brinda el sistema son aquellas en especie, ante la falta de salud. responsabilidad es indelegable (Sardegna P., 2007).
5- SRT: Sistema de Riesgos del Trabajo. Brinda prestaciones tanto La Constitución Nacional (CN) en el artículo 14 bis, pretende proteger
dinerarias, como en especie a los trabajadores en relación de el trabajo en sus diversas formas, la reglamentación le dio prioritario
dependencia afectados por accidentes o enfermedades profesionales resguardo a la relación de dependencia, sin prestar debida atención
(aquellas relacionadas con el trabajo). al trabajo, en general. El tercer párrafo del mencionado artículo nos
introduce en la Seguridad Social.
La Carta Magna es clara con relación al Derecho que se pretende
2.3. Cobertura de la contingencia “falta de salud” desarrollar: “el Estado otorgará los beneficios de la Seguridad Social”.
La afectación de la persona humana, con relación a su salud, puede No está previsto cargar a las personas con su propia cobertura de
tener como origen el trabajo o puede deberse a cuestiones ajenas al contingencias sociales, ni a particulares, sean quienes sean éstos.
mismo. En el léxico jurídico local, se denominan como profesionales Tampoco que dicha obligación pueda ser delegada por parte del Estado.
las que tienen relación con el trabajo, mientras que aquellas que no El tercer párrafo del artículo 14 bis no es una enumeración de los
están vinculadas a las tareas laborales, se denominan inculpables. actuales sistemas de seguridad social desarrollados supra, sino es
Tanto los accidentes como las enfermedades profesionales, encuentran más bien una orden del constitucionalista de aquellas coberturas que
cobertura, para las prestaciones en especie y para aquellas dinerarias el legislador deberá reglamentar, pero sin cambiar el sentido. Este
(continuadoras de salario e indemnizatorias) en un subsistema de la artículo fue incorporado en el año 1957, es decir que es previo a la LCT
Seguridad Social. del año 1974.
Lo paradójico es que, mientras que las contingencias profesionales El fin de la Seguridad Social es de una manera asociativa, liberar al
tienen un sistema de seguroa través de las Aseguradoras de Riesgos sujeto individual de las situaciones de desigualdad en que lo colocan
del Trabajo (ART) que permite la distribución del riesgo en un grupo las diversas contingencias que lo afectan. La temporalidad de la
social determinado, aquellas que son inculpables, no tienen tal cobertura es desde antes incluso del nacimiento (gestación) y hasta
beneficio, al menos con relación a las prestaciones económicas. después de su muerte asistiendo a los que sobreviven (Sardegna P.,
Las prestaciones en especie con relación a la falta de salud debido a 2007).
contingencias inculpables, es decir la atención médica, la atención La Seguridad Social actúa como un tercero garante de la vida humana,
odontológica, servicios bioquímicos, psicológicos, operaciones, todo trabajador, cuando es registrado, más allá del vínculo que
etc, serán solventadas por el Sistema Nacional del Seguro de Salud, tiene con su empleador, se inscribe dentro de los lazos jurídicos de
pudiendo el trabajador según su relación laboral, optar por una Obra solidaridad nacional. Esta inclusión le permite al trabajador asegurar
Social Sindical o por una Obra Social de Dirección. Todas las obras su vida más allá del contrato de trabajo, exceder ese límite contractual
sociales deben garantizar a sus afiliados la cobertura prevista en el para encontrarse dentro de una sociedad que garantiza el amparo a su
PMO (Programa Médico Obligatorio), que a través de numerosas vida y sus contingencias, más allá de la continuidad del empleo (Supiot
leyes ha ido perfeccionando y ampliando la cobertura mínima en A., 2008).
relación a diversas prestaciones de salud. Nótese que la intención de la Seguridad Social es justamente
El empleador será quien solvente, de su propio acervo, las prestaciones paliativa de la desigualdad y con el Régimen actual de Cobertura de
dinerarias derivadas de las enfermedades y de los accidentes Accidentes y Enfermedades inculpables, no se logra más que agudizar
inculpables, tanto aquellas continuadoras de salario que se pueden la diferencia. Cargar en el empleador, sobre todo en aquel que es un
extender hasta el año de remuneraciones, e incluso más tiempo según pequeño productor y que quizás tiene solo uno o dos trabajadores, la
beneficios previstos en ciertos Convenios Colectivos de Trabajo, como cobertura de hasta un año de remuneraciones con sus cargas sociales y
las prestaciones que tienen carácter indemnizatorio. Éstas últimas la posibilidad adicional de la extinción del vínculo con su consecuencia
se generan cuando el afectado concluye la etapa de recuperación indemnizatoria, es contrario al artículo 14 bis, en una reglamentación
con una invalidez determinada, o incluso, con el fallecimiento. Las irracional producida por el legislador. El Estado omitió su obligación
indemnizaciones están previstas en el Derecho Individual del Trabajo, de cobertura derivada de la propia CN, estableciéndola en cabeza de
siendo a exclusivo cargo de la patronal. un particular que nada puede hacer para sostener la misma, en caso de
Si el trabajador consolida una incapacidad definitiva, se deberá problemas económicos.
analizar el porcentaje de la misma (art. 212 LCT). La afectación de los derechos del trabajador, por el corrimiento de la
- Si es del 66% o más, el contrato de trabajo se extingue por Seguridad Social, se genera en la falta de seguridad de dicha cobertura,
incapacidad absoluta, generando el derecho del trabajador a percibir ante un tema tan delicado como el derecho a la salud. El Trabajador
la Indemnización por Antigüedad como si el empleador lo hubiera depende de la buena voluntad de un particular, en este caso concreto
despedido sin causa (recordemos que la enfermedad o accidente que de su empleador, para que se sostenga el vínculo laboral durante todo
motiva la incapacidad es ajena a la voluntad y al control preventivo del el periplo de su falta de salud y le asegure las prestaciones dinerarias
empleador). y también aquellas en especie. Además de solicitar al azar que no
permita que esa empresa empleadora, sobre todo si es pequeña,
- Si la incapacidad consolidada es inferior al 66% y no se encuentra
cierre o termine con sus actividades por alguna crisis de las tantas que
en la empresa tareas acordes a la capacidad residual del trabajador,
atraviesa nuestra economía, lo que le impediría al trabajador ejercer su
se extinguirá el contrato de trabajo, abonando la empresa una
derecho constitucional.
indemnización equivalente al 50% de la Indemnización por
Antigüedad. El empleador es afectado porque el Estado lo coloca en una situación
de garante, sin verificar que la misma Carta Magna le impide delegar
Si la conclusión de la etapa de accidente o enfermedad inculpable es
cualquier parte de la Seguridad Social, justamente por la naturaleza de
por el fallecimiento del trabajador, la solución legislativa está prevista
las prestaciones que imposibilitan la finalidad del lucro en sí mismo y
en el artículo 248 de la LCT, y establece a cargo de la firma empleadora
que requieren de una garantía estatal para su cumplimiento efectivo.
una indemnización equivalente al 50% de la Indemnización por
Antigüedad. El contrato se extingue al ser intuito personae.
En ninguno de los 3 casos mencionados corresponde preaviso por no
tener sentido su otorgamiento, y por caso, su omisión.

141
1.2 Derecho de Propiedad, de Defensa y su afectación Es el Estado quien tiene la obligación de velar por el interés de los
Cuando del Constitucionalismo Liberal se pasa al Constitucionalismo particulares, por eso la Seguridad Social es un derecho que se instaura
social, el nuevo paradigma indica que a los derechos, además de bajo su órbita. Todo el andamiaje constitucional se estructura para
protegerlos, hay que promoverlos. No alcanza con una síntesis de proporcionar al hombre seguridad y garantía, y el legislador, a través de
derechos enumerados en las normas, el Estado, como partícipe activo, una incorrecta e injusta política legislativa, se aparta de las directivas
debe garantizar el goce de esos derechos. El estado no crea derechos que con claridad brindó el constituyente.
en el nuevo constitucionalismo, solamente los reconoce. No es un
regalo que el Estado le hace a las personas, a los habitantes, sino que Cobertura de Accidentes y Enfermedades
es un reconocimiento en un período histórico determinado (Bidart Inculpables según la OIT
Campos G. 2008).
Como ya se mencionara, la Seguridad Social nace con la intención de
Siguiendo a Bidart Campos (2008), podemos sintetizar en 3, los cubrir lo que se denomina “Contingencias Sociales”, que son aquellos
principios constitucionales: hechos, que pueden acontecer o no a lo largo de la vida, pero que de
- Principio “pro homine”: Es aquel que entiende que siempre debe ocurrir, afectan seriamente la posibilidad de generar ingresos del
estarse a la solución más favorable a la persona. sujeto o de valerse por sí mismo. Para ello, la sociedad toda, construye
- Principio “pro actione”: Con intención garantista, brindar la vía que algún mecanismo solidario que distribuya el costo de la contingencia
mejor favorezca a la tutela judicial efectiva. en un grupo social mayor, para que no se afecte particularmente a
nadie y no quede sin cobertura la contingencia. La base del sistema es
- Principio del “favor debilis”: Ante derechos controvertidos, se debe la Solidaridad, uno de los principios rectores de la materia.
tener en cuenta la mejor tutela para aquella parte más frágil de la
relación. Cuando los países, en general, definen a la Seguridad Social, incluyen
dentro de sus prestaciones, aquellas derivadas de contingencias sociales
El mismo autor consagra el Principio de Razonabilidad, por el cual por falta de salud, con un origen ajeno al trabajo. Concretamente, el
indica que cuando una ley manda o prohíbe, nuestro arraigado Convenio 102 de OIT de 1952, incluye como partes integrantes del
sentido de justicia señala que además, debe ser justa esa manda, es Sistema de Seguridad Social a:
decir, razonable con aquello que indica o prohíbe. Es el complemento
necesario de la legalidad. Si una norma no es razonable, es arbitraria. 1- Asistencia Médica (Parte II del Convenio, artículos 7 a 12)
Lo que se verifica en la cobertura actual de los accidentes y 2- Prestaciones Monetarias de Enfermedad (Parte III del Convenio,
enfermedades inculpables es que no cumple con el principio “pro artículos 13 a 18)
homine”, ya que la solución que brinda la ley es la que más conviene 3- Prestaciones de Desempleo (Parte IV del Convenio, artículos 19 a
al Estado, que se desliga del problema y lo coloca en cabeza de los 24)
particulares, sin control, ni participación activa en la protección del 4- Prestaciones de Vejez (Parte V del Convenio, artículos 25 a 30)
sujeto afectado, el ser humano que sufre la contingencia.
5- Prestaciones en caso de accidente del Trabajo y de Enfermedad
Otro de los principios afectados es el “favor debilis”, ya que el Profesional (Parte VI del Convenio, artículos 31 a 38)
trabajador afectado por un accidente o enfermedad inculpable, no
tiene garantizada la cobertura de las prestaciones, sino que dependerá 6- Prestaciones Familiares (Parte VII del Convenio, artículos 39 a 45)
exclusivamente de la continuidad de su vínculo laboral. 7- Prestaciones de Maternidad (Parte VIII del Convenio, artículos 46
Y con relación a la razonabilidad de la norma, es severo el a 52)
cuestionamiento hacia el sistema actual. No tiene ningún sentido 8- Prestaciones de Invalidez (Parte IX del Convenio, artículos 53 a 58)
extraer una contingencia del ámbito de la Seguridad Social y asignarla 9- Prestaciones de Sobrevivientes (Parte X del Convenio, artículos 59
a los sujetos empleadores. El sistema carece de las garantías necesarias a 64)
para que quien se ve afectado con una imposibilidad de generar
Las prestaciones monetarias por enfermedad se consideran parte
su sustento por sus propios medios, tenga la tranquilidad de que la
integrante de la Seguridad Social y que responden a una contingencia
sociedad estará allí, para contenerlo. Esto es así, porque no es la
social definida como la incapacidad para el trabajo, resultante de un
sociedad a través del Estado quien tiene la obligación legal de asistirlo,
estado mórbido que implica la suspensión de la posibilidad de generar
sino alguien que a través de su propia voluntad y posibilidad, decidirá
ganancias (Servais J., 2011).
si lo hace. La LCT es irrazonable al ubicar en el Derecho Individual un
Instituto que siempre debió encontrar su contención en la Seguridad Comparando con Argentina, que como ya se desarrolló, tiene 5
Social. Ya lo dice el artículo 28 de la Carta Magna, “los principios, subsistemas de Seguridad Social, los puntos 1, y del 3 al 9, estarán
garantías y derechos reconocidos en los artículos anteriores, no incluidos en los subsistemas vigentes:
podrán ser alterados por las leyes que reglamenten su ejercicio”. - Sistema Nacional del Seguro de Salud: Punto 1 de la enumeración
En el plexo normativo Constitucional, ya desde la corriente liberal, se anterior
garantiza con intensidad la propiedad privada, otorgándole luego una - Fondo Nacional de Empleo: Punto 3 de la enumeración anterior
función social. Este derecho se concreta con el derecho de propiedad - Sistema Integral Previsional Argentino: Puntos 4, 8 y 9 de la
sobre determinado bien o bienes. Hay, por lo menos, dos sujetos enumeración anterior
pasivos: El Estado, con la prohibición de violar la propiedad privada, y
el resto de los particulares, que no pueden perturbar el uso y ejercicio - Sistema de Cobertura para Riesgos del Trabajo: Punto 5 de la
del derecho. Se entiende que el derecho abarca todos los intereses enumeración anterior
apreciables que el sujeto posee, fuera de su persona. (Bidart Campos - Régimen Nacional de Asignaciones Familiares: Puntos 6 y 7 de la
G., 2008). enumeración anterior.
El mismo autor mencionado supra, al desarrollar el derecho de En nuestro país, solo las prestaciones monetarias de enfermedad,
propiedad establece que los créditos salariales tienen naturaleza quedan fuera de la cobertura de la Seguridad Social y recaen
alimentaria, y se relacionan tanto con el principio de retribución justa directamente sobre los empleadores, para el caso de los trabajadores
como con el derecho de propiedad. en relación de dependencia, mientras que los autónomos carecen de
La afectación que realiza el sistema vigente de cobertura de accidentes cobertura alguna al respecto, quedando absolutamente desprotegidos
y enfermedades inculpables al derecho de propiedad, ataca tanto ante la falta de ingresos por dicha contingencia social. Igualmente,
al empleador como al trabajador. Al empleador, porque no puede existe una importante corriente doctrinal que ya las considera
ser razonable, ni de ningún modo justo, que deba responder con su prestaciones de la seguridad social, y que son beneficios que se deben
propio capital por una dolencia que no ha provocado, ni directa, ni extender a todas las personas, además de los trabajadores en relación
indirectamente. Afectando adicionalmente el derecho de defensa, de dependencia. Se entiende que son prestaciones de mantenimiento,
porque como no tiene incidencia alguna en la ocurrencia o no de la que reemplazan al salario, ante la imposibilidad del individuo afectado.
enfermedad o accidente, el empleador no puede arbitrar ningún medio (Grisolía J., 2013)
para que no ocurra esa contingencia, y por ende, quedar a salvo de la
importante erogación que puede significar la misma.
Con relación al trabajador afectado, reiteramos que no tendrá
garantizada la continuación salarial, que dependerá exclusivamente
de la vigencia del contrato de trabajo, incluso en caso de Contrato a
Plazo Fijo (art. 90 LCT) o de Período de Prueba (art. 92 bis LCT) las
prestaciones fenecen junto con el contrato, en el tiempo estipulado.

142
Conclusiones y propuesta 1.4Sugerencias de modificación.
Como una propuesta superadora, se propone el análisis profundo del
1.1 Análisis de la legislación vigente. tema, para unificar el sistema del Seguro Nacional de Salud con el
Sistema de Riesgos del Trabajo, generando que las Obras Sociales y las
Desde sus orígenes, el Instituto de Accidentes y Enfermedades Aseguradoras de Riesgos del Trabajo brinden tanto las prestaciones en
Inculpables, tuvo anclaje en el Derecho Individual. Es el empleador, especie como las dinerarias por ambas contingencias (las relacionadas
sin importar su tamaño o solvencia, quien debe afrontar las cargas con el trabajo, y las ajenas al mismo), que evite la distinción actual
económicas continuadoras de salarios en caso de que se produzca sobre si la dolencia tiene relación con el trabajo o no, que perjudica
la contingencia que incapacite al trabajador a prestar servicios exclusivamente al afectado que permanece sin cobertura mientras
temporariamente. En cambio, las prestaciones en especie, se instalan los organismos de la seguridad social intervinientes se excusan de
dentro de la Seguridad Social con cobertura por parte de las Obras atenderlo.
Sociales.
Sólo para las indemnizaciones sugerimos se mantenga la distinción del
La Seguridad Social es la estructura adecuada para la correcta y origen de la dolencia, respetando los valores vigentes en la actualidad
completa protección del sujeto afectado por la dolencia, y más aún, para el sistema de Riesgos del Trabajo, y los establecidos en la LCT
si se ubica en su ámbito, puede abarcar a sujetos más allá de las para las dolencias inculpables, pero con cobertura dentro del nuevo
fronteras del derecho del trabajo, llegando a los autónomos, que hoy régimen, ambos.
son individuos desprotegidos.
Por supuesto que hay que adicionar una contribución y ésta deberá
La cobertura desde éste ámbito implicaría que el sujeto afectado ser a cargo del empleador, que suplirá el riesgo actual de cubrir
no dependerá de la relación laboral para obtener cobertura ante su económicamente la contingencia ya que pasaría a la órbita de la
incapacidad transitoria de generar ingresos. Es importante destacar seguridad social. Se estima además, que ni siquiera sería muy oneroso
que el empleador puede desvincular al trabajador, no solo por voluntad el costo de adaptación al sistema, ya que las ART no deberían modificar
propia, es decir, sin causa, también puede darse la extinción del vínculo en nada su estructura, siendo las obras sociales las encargadas de
por cierre de la empresa, lo que generará que quien no tiene forma de ajustarse a la nueva realidad ampliando su horizonte, sumando calidad
salir a buscar otro trabajo, por estar afectado con una contingencia de y completitud a sus prestaciones.
falta de salud inculpable, se quede sin ingresos y sin posibilidad alguna
de reemplazarlos. Y ante la extinción del contrato laboral, sin importar Esta propuesta tiene la intención de ayudar a pensar la cobertura
el motivo, el trabajador conservará las prestaciones en especie por 3 integral desde otro lugar, que a la vez sea más amplio en su base de
(tres) meses, quedando luego fuera del sistema de cobertura de las sujetos beneficiados, y más segura para la persona humana afectada.
obras sociales.
Entendemos que si se puede cubrir la misma contingencia, pero con 1.5 Conclusión final.
origen laboral, desde la Seguridad Social, no hay dudas que puede En primer lugar, concluimos que el Sistema vigente de cobertura de
hacerse lo mismo con las dolencias inculpables. accidentes y enfermedades inculpables es inconstitucional, por afectar
El esquema de prestaciones de la LRT es similar al deseado para las derechos como el de acceso y cobertura de la Seguridad Social, el
dolencias ajenas al trabajo. Los salarios continuatorios de la LRT derecho de propiedad y el derecho de defensa. Consideramos además,
se determinan según el artículo 208, justamente el que hoy rige el que es necesario que la cobertura integral del Instituto se brinde desde
Instituto objeto de este estudio. un subsistema de la Seguridad Social, que garantice las prestaciones
ante la ocurrencia de la contingencia, sin depender de voluntarismos
individuales.
1.2Afectación Constitucional.
El análisis del presente estudio, junto con la propuesta final, implican
Se desmenuzó la intención del constituyente, sobre todo el del año un planteo de Estado a mediano y largo plazo. Cuando se piensa el
1957, que incorporó al texto de nuestra Carta Magna, el derecho a la derecho exclusivamente desde lo individual, desde el beneficiado y/o
Seguridad Social, de neto corte social. el perdedor o ganador, no se alcanza a ver el bosque. En la concepción
En un estudio pormenorizado, detallamos las afectaciones que se individualista, se pierde el proyecto conjunto, que es aquel que
producen tanto al derecho de acceso a la Seguridad Social, como la les sirve a todos un poco, que a todos les suma beneficios. Como
afectación del derecho de propiedad y de defensa. En todos los casos, sociedad, tener una idea clara de a dónde se pretende ir, en cada rama
los afectados no son sólo los trabajadores (sujetos de preferente tutela) del derecho y como colectivo humano, ayuda a diseñar instituciones
sino además, las empresas que deben solventar una contingencia que que amparen esas intenciones y les den fortaleza jurídica.
por su naturaleza, la constitución misma ubica en el Estado, es decir, El constituyente tuvo la lucidez de diseñar ese camino pretendido
en la Seguridad Social. como sociedad, pero el legislador deformó con la redacción de las
La LCT afecta la protección del trabajo en sus diversas formas, incluso leyes, las intenciones originales. La Ley debe ser matizada con sentido
afecta la protección del mismísimo trabajador, al ubicar en la esfera del común, para ser no solamente justa, sino aceptada y cumplida sin
Derecho Individual la cobertura objeto de estudio. No es un permiso mayor esfuerzo social. El régimen actual de cobertura de accidentes
del constituyente darle a la legislación el contenido que los miembros y enfermedades inculpables carece de sentido común, afectando
del congreso deseen. Los derechos constitucionales deben ser seriamente los derechos de todos los involucrados, aún el de aquellos
reglamentados en la línea de pensamiento que tuvo como intención el que se pretende proteger, como son los trabajadores en relación de
constituyente. Además, el armonía con el resto del sistema legislativo, dependencia.
lo cual no ocurre, porque se ha desnaturalizado la prestación por Cualquier normativa que esté politizada o cargada de ideología, tiene
extraerla de su ámbito natural. cierto sesgo que la vuelve de difícil cumplimiento. La ideología se
Ningún afectado por una contingencia debe depender de la voluntad respira, no se piensa. Se requiere claridad en los valores constitucionales
o la capacidad de un particular. Para que se entienda, veamos un y sobre los principios de la Seguridad Social para poder adaptar la
ejemplo claro, con otro subsistema. Si el legislador hubiera optado por norma bajo estudio a un sistema que responda a parámetros sociales
financiar con el peculio del empleador, también las prestaciones en aceptables. Brindar una cobertura desde la Seguridad Social garantiza
especie del sistema de salud, y el trabajador requiriera una prótesis, no que se cumplan los derechos de todos los involucrados.
podría ser la suerte del trabajador (de estar en una empresa grande y El tiempo de cambio está llegando, la bipolaridad patrón/ trabajador,
solvente o en una pequeña y frágil) la que definiera el tipo de prótesis a empieza a morir. En los años venideros, las formas del trabajo se
la que tendrá derecho. Si la cobertura es desde la Seguridad Social, se desarrollarán más en el ámbito independiente, que en el dependiente.
garantiza el acceso igualitario, independiente de cualquier voluntad o Las nuevas generaciones tienen otra mirada sobre el trabajo, y
suerte en particular. las tecnologías colaborarán para que se desdibuje la relación de
dependencia tradicional. Eso requiere que la Seguridad Social sea quien
1.3Derecho Internacional. dé cobertura esencial a los problemas humanos de contingencias, ya
que de lo contrario, cada vez más personas humanas quedarán fuera
Para validar nuestra tesis, recurrimos al Derecho Internacional,
del amparo constitucional.
analizando el Convenio de OIT (102) que da contenido a la Seguridad
Social. Se pudo verificar que la contingencia bajo estudio, está incluida
por la OIT en el ámbito de éste Derecho. Justamente para brindar una
cobertura igualitaria y solventada por la sociedad en su conjunto.

143
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Declaración Americana de los Derechos y Deberes del Hombre.(Bloque de
Constitucionalidad)
sociedad más sostenible, capaces de preservar el medio ambiente para
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Pacto Internacional de Derechos Económicos, Sociales y Culturales y Pacto
Internacional de Derechos Civiles y Políticos y su Protocolo Facultativo, La prevención de riesgos laborales es un factor determinante a la hora
Aprobada por Ley Nacional Argentina 23.313 de obtener mejoras en la ejecución de los trabajos, menores tasas de
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Argentina (LCT) Con esta investigación se pretende determinar los inconvenientes
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ID:312247 The prevention of occupational risks is a determining factor when
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Jurisprudencia:
accident rates and a better quality of life.
Cámara del Trabajo. Sala Única de Villa María. Voto unipersonal a cargo del
vocal Marcelo Salomón. Autos: “GUARDIA NÉLIDA BIBIANA C/ TRECCO This research is intended to determine the legal and administrative
SILVIA CRISTINA-ORDINARIO- OTROS” Expte. N° 1457331. (23/11/2017). problems that arise when carrying out the management of occupational
TSJ de Córdoba. Sala Laboral “PER ALTA ISABEL CRISTINA C/ INTEGR AL risk prevention in Ecuadorian public works; and finally, improvement
COM SRL - ORDINARIO - DESPIDO – RECURSO DIRECTO” Expte n° actions will be established for integral management, providing
92889/37 (2012). organizations with a tool to improve productivity and competitiveness.
Key words:
Health and safety management systems.

1. Introducción
El 25 de septiembre del 2015 se realizó una histórica cumbre de
Naciones Unidas, donde la asamblea general de la Organización
de Naciones Unidas, adoptó la Agenda 2030 para el Desarrollo
Sostenible, y está constituido por los 17 Objetivos de Desarrollo

144
Sostenible (ODS), con 169 metas de carácter indivisible e integrado de artículos, libros, tesis doctorales y sitios web de organizaciones
que abarcan las esferas económica, social y ambiental. internacionales relacionadas con la gestión de la prevención de riesgos
Para cumplir con la agenda, los Estados miembros se comprometieron laborales y gestión ambiental, considerando
a movilizar los medios necesarios para implementar programas palabras claves como: gestión integral, medio ambiente, políticas
de desarrollo mediante alianzas centradas especialmente en las públicas, prevención, riesgos, laborales y salud, como criterios de
necesidades de las personas más pobres y vulnerables. búsqueda. Además fue necesario analizar la normativa y la legislación
Con la finalidad de lograr un crecimiento económico sostenido e sobre temas de gestión de la prevención de riesgos laborales. La
inclusivo, las sociedades deben asegurarse de crear las condiciones recolección de la información necesaria para el estudio, corresponden
necesarias para que las personas accedan a empleos de calidad, con a la observación, la documentación de las organizaciones y entrevistas
condiciones de trabajo decentes, impulsando la economía. Una mayor realizadas a personas claves dentro y fuera de la organización pública
cantidad de personas con empleos decentes significa un crecimiento de Ecuador. Análisis de datos. Una vez que se han definido los
económico más fuerte e inclusivo. modelos de gestión, se procede al desarrollo de los estudios de casos,
que de acuerdo con Yin (1989), este método nos da la posibilidad de
Uno de los objetivos de desarrollo sostenible, que busca el trabajo aplicar una investigación empírica para estudiar un fenómeno dentro
decente y el crecimiento económico, tiene como finalidad “promover de su contexto real. Además, la técnica consiste en buscar evidencias
el crecimiento económico sostenido, inclusivo y sostenible, el empleo decisivas en el estudio de casos, de tal forma que permita confirmar
pleno y productivo y el trabajo decente para todos”, por lo tanto el las explicaciones o proposiciones plateadas en este estudio y que
trabajo decente debe ser el motor principal del desarrollo sostenible. excluyan explicaciones alternativas. Resultados del estudio de casos.
Según los datos de la OIT, 6.400 personas mueren diariamente debido Las conclusiones preliminares del estudio son consecuencia de la
a un accidente o una enfermedad profesional, esto a su vez representa validación interna y externa de la proposiciones, mediante la lógica de
2,3 millones de muertes al año. Otro dato importante es que 860.000 la replicación de la investigación (Yin (2009). De acuerdo con Yin, a
personas sufren lesiones en el trabajo todos los días. Todo esto a su vez partir de los hallazgos contrastados de cada caso y siguiendo la lógica
representa un gasto para las empresas de 2,8 billones de dólares cada de replicación, se obtendrán las proposiciones teóricas descriptivas
año, o lo que es lo mismo, el 4 por ciento del producto interno bruto del hecho investigado. Finalmente, se relaciona los enunciados del
mundial, en términos de interrupciones de la estudio con una teoría o conjunto de ellas; y además, se utilizan estas
producción, pérdida de tiempo de trabajo, tratamiento de conclusiones para construir un modelo explicativo. Conclusiones
lesiones sufridas en el trabajo y de enfermedades profesionales, la y recomendaciones. Como resultado final de la investigación se
indemnización y rehabilitación. presentarán las conclusiones y recomendaciones generadas de
los procesos precedentes, que pretenden aportar al desarrollo e
Las empresas deben alinear estrategias y operaciones con principios
implementación de mejores modelos de gestión de
sobre derechos humanos, estándares laborales, medio ambiente
e iniciativas anti-corrupción y también deben promover los prevención de riegos laborales en las obras de construcción de
objetivos de desarrollo del conjunto de la sociedad, para garantizar carácter público. Y finalmente se explicarán las propuestas que se han
que los empleadores y los trabajadores conozcan sus derechos y empezado a implementar.
responsabilidades, y de esta forma se vaya generando una cultura de
prevención global que respete el derecho a un ambiente de trabajo 4. Resultados
saludable y seguro.
Después de haber revisado la documentación que compone la etapa
Uno de los deberes del estado debe ser el de fomentar políticas que del concurso y la suscripción del contrato de varias obras públicas del
estimulen el espíritu empresarial para erradicar el trabajo forzoso, la Ecuador, adjudicadas a partir del año 2016 hasta el 2018, se puede
esclavitud y el tráfico humano. Con estas metas en consideración, el observar que en los tres años que se han revisado, no hay cambios
objetivo es lograr un empleo pleno y productivo y un trabajo decente significativos en los requerimientos que se solicitan a la contratista en
para todos los hombres y mujeres. cuanto a la prevención de riesgos laborales.
Con esta investigación se pretende determinar los inconvenientes De acuerdo con el modelo de pliegos de los procedimientos
legales y administrativos que se presentan a la hora de realizar la de contratación de obras, emitida por el Servicio Nacional de
gestión de la prevención de riesgos laborales y gestión ambiental en Contratación, SERCOP, las entidades contratantes están facultadas
las obras públicas ecuatorianas; y finalmente se establecerán acciones para determinar a los profesionales que deberán conformar el personal
de mejoramiento para la gestión integral, proporcionando a las técnico mínimo de una obra, con lo cual se ha observado que todas
organizaciones una herramienta para la mejora de la productividad y entidades contratantes han incluido en los pliegos de los concursos,
la competitividad. al personal técnico mínimo requerido para la obra, en el que se debe
notar que para todos los proyectos de construcción se solicita a un
2. Objetivos residente de obra a tiempo completo y un superintendente de obra
a tiempo parcial o a tiempo completo, pero de forma adicional a los
Definir un marco de integración para los sistemas de gestión de la
dos profesionales mencionados, algunos pliegos solicitan además a un
prevención de riesgos laborales, tomando la responsabilidad social
profesional que se encargue de la gestión ambiental y de la prevención
empresarial y los modelos de excelencia como base.
de riesgos laborales en la obra. Los requerimientos que debe cumplir
1. Definir esquemas de integración de los sistemas de gestión y los el profesional solicitado en algunos pliegos, ha evolucionado de forma
aspectos más relevantes de la responsabilidad social empresarial. favorable para la prevención de riesgos laborales y la gestión ambiental,
2. Analizar del contenido de la ley para la contratación pública y los ya que en los contratos suscritos en el año 2016 se observa que en
sistemas de gestión público en Ecuador. algunos casos se solicita que el profesional en mención tenga un título
3. Analizar del contenido de la ley española de prevención de riesgos técnico y en ocasiones sin experiencia, mientras que en los pliegos de
laborales en la construcción. los concursos del año 2017 se solicita que el
5. Comparar las leyes ecuatoriana y española en prevención de riesgos profesional presente un título universitario de tercer o cuarto nivel
laborales en la construcción. en ambiente, seguridad industrial y salud ocupacional, y además se
solicita que acredite experiencia de haber trabajado como responsable
6. Examinar los proyectos de contratación del Ecuador, con un enfoque de estas áreas en obras similares.
en el plan de manejo ambiental.
Según la Ley Orgánica del Sistema Nacional de Contratación Pública,
9. Análisis de casos y comparación de modelos de gestión integral. LOSNCP, la entidad contratante está autorizada a incluir en los pliegos
10. Conclusiones y observaciones sobre la prevención de riesgos o en el contrato de obra todas las condiciones que crea necesarias para
laborales. la correcta ejecución de la obra, por lo tanto se observa que algunas
3. Metodología entidades contratantes han agregado varias disposiciones relacionadas
con la gestión ambiental y la prevención de riesgos laborales, e
Estudio del estado del arte.
incluso se han incorporado cláusulas en los contratos, donde se dan
En esta primera etapa se identificarán y analizarán los trabajos disposiciones específicas para el plan de manejo ambiental y se delegan
realizados por otros investigadores en torno al área de estudio con la más funciones a la fiscalización de la obra y autoridad a las entidad
finalidad de conseguir los siguientes aspectos: Identificar carencias en
el conocimiento que se encuentra publicado. Reducir las principales
áreas de interés a un concepto o representación mental, para enfocar
el trabajo y desarrollar el diseño de la investigación. Recolección de
datos. La búsqueda y observación documental se realizó a través
145
contratante para multar por incumplimiento de la legislación vigente. 5. Conclusiones
Con la finalidad de proteger la integridad de las personas y mejorar las Normas jurídicas en materia de prevención de riesgos laborales.
condiciones laborales, las organizaciones sociales, entidades públicas Luego de que se haya analizado la normativa legal, se observa que
y privadas, buscan constantemente desarrollan estrategias que en los últimos años y buscando conseguir un ambiente adecuado
permitan prevenir los riesgos laborales, para que el trabajo sea la base y propicio para el trabajo, la normativa legal ecuatoriana ha tenido
para el despliegue del talento humano. El Ministerio de Relaciones varias modificaciones, pero no deja de ser ambiguo, poco concreto y
Laborales y el Instituto Ecuatoriano de Seguridad Social (IESS) son las abierto a interpretaciones. Para lograr implementar de forma eficaz y
entidades públicas que establecen las normas de regulación y control eficiente la gestión de la prevención de riesgos laborales, es necesario
de la prevención de riesgos laborales en el Ecuador. que las disposiciones legales concreten con precisión adaptándose
Una vez determinado el marco normativo para la investigación, y a las particularidades reales del proceso productivo, de tal forma
debido a que el objetivo general del presente trabajo de investigación que además se regulen las interacciones entre los diferentes agentes
es el de determinar cómo se realiza la gestión ambiental y de la intervinientes.
prevención de riesgos laborales en las instituciones públicas del Para los contratos de ejecución de obra pública, la Ley Orgánica del
Ecuador, se ha analizado la base de datos que mantiene el Servicio Sistema Nacional de Contratación Pública en su artículo 80, dispone
Nacional de Contratación Pública, y se han seleccionado contratos que los responsables de tomar todas las medidas necesarias para la
públicos adjudicados en el Ecuador, en los años 2017 y 2018; de adecuada ejecución de las obras son responsabilidad exclusiva del
los cuales se han revisado los temas relacionados con la prevención Administrador y Fiscalizador de contrato; por lo tanto, ante la ley, éstos
de riesgos laborales y la gestión ambiental, en los procedimientos son los únicos encargados para disponer u ordenar a la contratante en
de contratación y los contrato de obra. Pliegos. En los pliegos de los base a las condiciones y cláusulas contractuales.
concursos públicos se observa que todos las entidades contratantes La Ley Orgánica del Sistema Nacional de Contratación Pública no
han utilizado el formato de pliegos establecido por el Servicio establece condiciones mínimas en aspectos ambientales y de prevención
Nacional de Contratación Pública, esto quiere decir que todos pliegos de riesgos laborales para la contratación pública pero en los contratos
utilizados para los procesos de contratación analizados contemplan públicos se deben establecer las funciones y responsabilidades para
la sección que estipula las condiciones generales de los contratos de los administradores y fiscalizadores de contratos, dejando libertad a
ejecución de obras, en cuyos apartados se establece que la contratista las entidades contratantes para que incluyan sus condiciones que en
se obliga al cumplimiento de lo exigido en los pliegos, a lo previsto en muchos casos como se ha observado,
su oferta y a lo establecido en la legislación ambiental, de seguridad no contemplan ningún condicionamiento en temas ambientales y de
industrial y salud ocupacional, seguridad social, laboral, y legislación seguridad y salud ocupacional, pero sin embargo los responsables de
vigente aplicable al proyecto de construcción. la supervisión y control deben hacer cumplir las obligaciones legales
De acuerdo con los artículos 86 y 87 de la Ley de Seguridad Social, pertinentes.
se dispone que ninguna entidad contratante realizará pago alguno Con relación al sistema de gestión de la prevención de riesgos
de la planilla de avance de las obras, si el contratista no presenta laborales, y luego de comparar las normativas tanto de Ecuador
un certificado de encontrarse al día con los pagos en el Instituto como de España, se recomienda que el enfoque de la política y la
Ecuatoriano de Seguridad Social; sin embargo, y en el 42% de los normativa de prevención de Ecuador debe desarrollarse en función
pliegos revisados se resalta esta disposición y se establece un apartado de un concepto de sistema de gestión integral, que permita que los
en el que se describen los aspectos del pago del contrato, en el que se elementos, actores y entidades estén interrelacionadas para lograr el
indica que como requisito previo al pago de las planillas, la contratista mejoramiento continuo de las condiciones ambientales y laborales,
presentará el certificado de no adeudar al Instituto Ecuatoriano de a través de procesos, procedimientos, memorias técnicas, guías
Seguridad Social los aportes y fondos de reserva de los trabajadores técnicas, recomendaciones entre otros.
que estuviese empleando en la obra y una copia de las planillas de pago
al IESS. Sin este requisito la contratante no realizará pago alguno, Además se recomienda desarrollar con mayor detalle los niveles de
conforme a los artículos de la Ley de Seguridad Social, excepto en el infracción en materia de gestión ambiental y de prevención de riesgos
caso de que sus trabajadores y empleados estén bajo otro régimen laborales, las mismas que deben estar plasmadas en una norma con
legal de contratación. rango de Ley. De acuerdo con el artículo 31 del Instrumento Andino
de Seguridad y Salud en el Trabajo, la clasificación de los niveles de
En el 42% de los pliegos revisados del año 2017, en el apartado infracción se debe hacer de acuerdo a la estimación de riesgo creado.
correspondiente al personal técnico mínimo requerido para la obra, se Mientras que la calificación de las sanciones deben atender a los
ha incluido como personal técnico mínimo, a profesionales especialistas siguientes criterios fundamentales:
en medio ambiente y en seguridad y salud ocupacional, que deben
poseer un título universitario de tercer o cuarto nivel, y además deben 1. Gravedad de la falta,
presentar un certificado de experiencia de trabajo en el que se indique 2. Número de personas afectadas,
haber participado como responsables de la gestión ambiental y la 3. Gravedad de las lesiones y daños generados o estimados; y
seguridad industrial en obras de similares características; en algunos
4. Infracciones reincidentes.
pliegos también se indican que la experiencia de trabajo debe ser en
un máximo tres obras, en un periodo no mayor a 10 años, y cuyos Para mejorar la supervisión y la aplicación de las condiciones de
presupuestos sumados sean igual o superior al setenta por ciento del trabajo apropiadas y las normas correspondientes a la gestión
presupuesto referencial de la obra objeto de concurso. ambiental, se sugiere fortalecer a las unidades que realizan el control
y las inspecciones correspondientes; y, que actualmente pertenecen al
Presupuesto o tabla de cantidades. De los presupuestos revisados en
el año 2016 se puede decir que en la mayor parte de procedimientos Ministerio del Ambiente, Ministerio de Relaciones Laborales y al
contractuales no existen rubros para ejecutar el plan de manejo Instituto Ecuatoriano de Seguridad Social, pero que no disponen de
ambiental. En dos tablas de cantidades y precios se incluyen varios recursos suficientes para realizar un control y seguimiento adecuado
rubros de prevención que alcanzan cerca del 1% del valor total del de la seguridad y salud ocupacional en los centros de trabajo.
contrato. Otra alternativa para las entidades públicas puede ser la de regular
Contratos públicos. En todos los contratos se resalta nuevamente la mediante normativa la responsabilidad de la prevención de riesgos
forma de pago, señalando que para que la entidad contratante proceda laborales y potenciar el recurso humano con el que cuentan las
con el pago de las planillas de avance de obra, el contratista deberá instituciones públicas, y brindarles las herramientas necesarias para
presentar un certificado de estar al día con las obligaciones en el que los servidores puedan cumplir y aportar al empleo decente, con la
Instituto Ecuatoriano de Seguridad Social, de todos los trabajadores finalidad de impulsar una economía y una sociedad más sostenibles,
que tiene a su cargo. capaces de preservar el medio ambiente para las generaciones
presentes y futuras.
Revisados los contratos que han sido suscritos entre los proveedores
del estado y las entidades contratantes, se observó que se contemplan Contratos públicos. Luego del análisis de algunos contratos públicos
una cláusula en la que se indica que los documentos que forman parte en el Ecuador, se observa que para la contratación de una obra, en
integrante del contrato sin la necesidad de incorporar al protocolo algunos casos en concreto se solicita que el oferente presente como
público son los pliegos del concurso, las especificaciones técnicas, parte del personal mínimo para la obra a un especialistas que se
planes de manejo ambiental, los planos y diseños del proyecto que
corresponden a la obra contratada.
Por lo tanto para estos contratos se mantienen los mismos
requerimientos exigidos en los pliegos.

146
encarguen de la gestión de la prevención de riesgos laborales, con LA PATOLOGIA: EL SISTEMA DE RIESGOS DEL
instrucción universitaria de tercer o cuarto nivel y con algunos años TRABAJO
de experiencia, pero las funciones y formación de los profesionales que
cumplirán las funciones de la fiscalización de la obras, no reúnen al Por María Marta Cardozo Chacón
menos esos requisitos, para que se pueda desempeñar una adecuada
labor de control como lo establece el numeral 408-19 de las Normas Resumen
de Control Interno para las Entidades, Organismos del Sector Público
y de las Personas Jurídicas de Derecho Privado que Dispongan de La ponencia que se ofrece desarrollar tendrá como fin introducir
Recursos Públicos, dispuesto por la Contraloría General del Estado. algunas puntualizaciones en torno a los rasgos y síntomas que tiene el
Sistema de Riesgos del Trabajo argentino, que van en contra marcha al
Durante la etapa de estudios y diseño del proyecto, los aspectos paradigma emergente de salud. Siendo este último receptado por la ley
concernientes a la gestión de la prevención de riesgos laborales de Salud Mental del año 2012, ley 23661 y otras de rango superior, todo
deben ser tomados en cuenta para que sean incluidas en los diseños lo cual será motivo de exposición oportunamente.
finales, a fin de que en el presupuesto del proyecto se incluyan rubros
relacionados con la gestión y el trabajo decente. La inteligencia del Sistema de Riesgos del Trabajo, no tiene como
horizonte la Salud en el Trabajo, configurando, con su permanencia
y novela de reformas, una deuda sin precedentes, frente a la vida y
calidad de vida del trabajador/a.
Referencias bibliogr áficas El derecho a la salud, de especial tutela constitucional, no puede
Benjamin O. Alli. 2008. Fundamental principles of occupational health and seguir teniendo un tratamiento inferior en el ámbito del trabajo. Ello
safety, Segunda edición. (Geneva, International Labour Office). Disponible ha significado concederle a los principios neoliberales, un “guiño de
en http://www.ilo.org/wcmsp5/groups/ public/@dgreports/@dcomm/@publ/ ojo”, y poner total énfasis en la capacidad laborativa de las personas,
documents/publication/wcms_093550.pdf que al parecer son más consideradas un recurso humano, que sujetos
Casas Baamonde, M. E. 1996. Derecho público y salud laboral: el régimen de derecho.
jurídico sancionador. DS Vol. 4, julio-diciembre 1996, pág. 95. (Madrid,
Universidad Complutense de Madrid). Seguir hablando de enfermedades y riesgos del trabajo, es entonces,
seguir enquistados en la época del paradigma médico hegemónico, que
Cholewinski, R. y Tayah, M-J. Febrero de 2015. Promoting decent work for
migrant workers. Documento de discusión de la OIT. se caracteriza principalmente por los siguientes rasgos:
Codificación del Código del Trabajo, registro oficial No. 167 del 16 de diciembre “biologismo, individualismo, ahistoricidad, asociabilidad,
de 2005. Ecuador. mercantilismo, eficacia pragmática, asimetría, autoritarismo,
Comisión Europea. 6 de junio de 2014. Comunicación de la Comisión al participación subordinada y pasiva del paciente, exclusión del
Parlamento Europeo, al Consejo, al Comité Económico y Social Europeo y al conocimiento del consumidor, legitimación jurídica, profesionalización
Comité de las Regiones. (Bruselas). Disponible en http://eur-lex.europa.eu/ formalizada, identificación con la racionalidad científica, tendencias
legal-content/ES/TXT/PDF/? uri=CELEX:52014DC0332. inductivas al consumo médico.”1
Comité de Altos Responsables de la Inspección de Trabajo. 2015. Fostering Es este modelo, el que conviene por supuesto, a las empresas
occupational safety and health culture in small businesses; Enabling businesses
aseguradoras (ART), a un empleador solapado y al Estado, quien
to create, maintain and live by good OSH culture; A guide for labour inspectors.
estará compelido a controlar
Constitución del Ecuador, elaborado en el año 2008. Ecuador.
Atención Primaria de la Salud. 1988 30 de abril al 7 de mayo. Buenos
El Código Orgánico Integral Penal (COIP), registro oficial No. 180 del 10 de
Aires. 1988 Pág. 451-464.
febrero de 2014. Ecuador.
EU-OSHA. Agencia Europea para la Seguridad y Salud en el Trabajo. s/f. siquiera el cumplimiento de normas de higiene y seguridad. Modelo
Work exposure to nanoparticles. 2009. Disponible en https://osha.europa. que a su vez, refuerza la exclusión de la visibilización del padecimiento
eu/en/tools-and- publications/publications/literature_ reviews/workplace_ mental en el trabajo (en tanto, el listado de enfermedades preveé
exposure_to_nanoparticles. patologías del orden físico principalmente). Sin embargo, uno de los
Instrumento Andino de Seguridad y Salud en el Trabajo. Decisión 584 del mayores problemas cotidianos que enfrentan cientos de personas a la
acuerdo de Cartagena la Comunidad Andina de Naciones. Registro oficial No. hora de situarse en una organización de trabajo -y que en silencio, son
461 del 15 de noviembre de 2004. Ecuador. capaces de cargar por años- es el padecimiento mental en el trabajo. Ello
La Ley de Seguridad Social, registro oficial No. 465 del 30 de noviembre de en colaboración con una cultura que se reproduce generacionalmente,
2001. Ecuador. que prescribe banalizar, minimizar dicho padecimiento, a través de la
Ley 31/95. Ley de Prevención de Riesgos Laborales, 8 de noviembre de 19995. consideración naturalizada de que el trabajo es algo sufriente.
España. Es decir, sin entrar en el típico problema de CUANTO VA A
Ley Orgánica del Sistema Nacional de Contratación Pública, registro oficial No. COBR AR UN TR ABAJADOR POR UN DEDO o UNA MUÑECA,
395 del 4 de agosto de 2008. Ecuador. POR CUANTO HA DEJADO DE “SER ÚTIL” AL SISTEMA
Normas de Control Interno para las Entidades, Organismos del Sector Público ECONÓMICO, o COMO SOBREVIVE A ÉSTE, UNA VEZ QUE LO
y de las Personas Jurídicas de Derecho Privado que Dispongan de Recursos HA “INUTILIZADO” CON SU ORGANIZACIÓN DEL TR ABAJO,
Públicos. Acuerdo No. 025 de la Contraloría General del Estado, publicado en
debemos cuestionarnos: ¿Hasta cuándo estaremos parados en un
registro oficial No. 87 del 14 de diciembre de 2009. Ecuador. OIT, Convenio
núm. 59 (revisado) sobre la edad mínima (industria). 1937. Disponible en http:// sistema de supuesta protección especial de reparación de daños por
www.ilo.org/dyn/normlex/es/f ? p=NORMLEXPUB:12100:0::NO::P12100_ pérdida de capacidad laboral (sin conseguir siquiera eso, en tanto
ILO_CODE:C059 OIT, Convenio núm. 77 sobre el examen médico de los los riesgos que protege, son los financieros para las aseguradoras y
menores (industria). 1946. Disponible en http://www.ilo.org/dyn/normlex/ empleadores? ¿En qué momento miraremos al futuro, y pensaremos
es/f? p=NORMLEXPUB:12100:0::NO::P12100_ILO_CODE:C077 OIT, en un sistema que tenga como eje la especial tutela de la Salud en el
Convenio núm. 78 sobre el examen médico de los menores (trabajos no Trabajo, como presupuesto básico no sólo de la dignidad humana sino
industriales). 1946. Disponible en http://www.ilo.org/dyn/normlex/es/f?
incluso del trabajo sostenible?
p=NORMLEXPUB:12100:0::NO::P12100_ ILO_CODE:C078
OIT, Convenio núm. 97 sobre los trabajadores migrantes.
1949. Disponible en http://www.ilo.org/dyn/normlex/es/f?
p=NORMLEXPUB:12100:0::NO::P12100_INSTRUMENT_ID:312242 OIT, 1 Menéndez E. L. Modelo Médico Hegemónico y Atención Primaria. Segundas
Convenio núm. 111 sobre la discriminación (empleo y ocupación). 1958. Disponible Jornadas de
en http://www.ilo.org/dyn/normlex/es/f ? p=1000:12100:0::NO::P12100_
ILO_CODE:C111
Panorama Laboral 2015 América Latina y el Caribe, 2305-0268(ISSN). Lima:
OIT / Oficina Regional para América Latina y el Caribe, 2015. 136 p. Publicado
el 10 de diciembre de 2015.
Real Decreto Legislativo 1/1994, de 20 de junio, por el que se aprueba el texto
refundido de la Ley General de la Seguridad Social. España.
Reglamento de Seguridad y Salud para la Construcción y Obras Públicas,
registro oficial No. 249 del 10 de enero de 2008. Ecuador. Reglamento del
Seguro General de Riesgos del Trabajo; resolución No. 513 del Consejo
Directivo del IESS del 4 de marzo de 2016. Ecuador.
Reglamento General de la Ley Orgánica del Sistema Nacional de Contratación
Pública, registro oficial No. 588 del 12 de mayo de 2009. Ecuador.

147
ponencias voluntarias
Aula 4
Reforma laboral desde el derecho pero nuestro planteamiento quiere ser un tanto innovador y menos
tributario conflictivo.

Germán Lora Alvarez


II. Panorama Laboral en el Perú

I. Introducción Uno de los temas del que más se ha hablado en el Perú en los últimos
años – y lamentablemente se ha hecho muy poco – es el referido a la
El común denominador de las reformas legislativas para afrontar informalidad laboral del sector asalariado (trabajadores) .
la informalidad laboral se caracteriza por incidir – aunque parezca
lógico – en aspectos estrictamente laborales, de incidencia solamente De acuerdo con las Directrices sobre una definición estadística de
en los derechos u obligaciones existentes dentro de una relación de empleo informal, adoptadas por la Decimoséptima Conferencia
trabajo. Es así como existen propuestas centradas en otorgar mayores Internacional de Estadísticos del Trabajo (noviembre – diciembre de
beneficios a los trabajadores y otras que a través de las instituciones 2003), se considera que “los asalariados tienen un empleo informal
jurídicas laborales – como la contratación, jornada de trabajo o si su relación de trabajo, de derecho o, de hecho, no está sujeta a la
el despido – pretenden otorgar beneficios a los empleadores; no legislación laboral nacional, el impuesto sobre la renta, la protección
necesariamente afectando los derechos de los trabajadores, pero sí social o a determinadas prestaciones relacionadas con el empleo (…)” .
causando dicho pánico. En dicha definición se precisa que los criterios operativos para definir
empleos asalariados informales deberían determinarse en función de
Los planteamientos reformas laborales – en caso sea aplicable el las circunstancias nacionales y de la disponibilidad de información.
término – han comprendido desde la posibilidad de fraccionamiento
del descanso vacacional, la creación de regímenes especiales, la En la línea de la definición planteada y de los criterios utilizados en el
creación de modalidades de contratos de trabajo, jornadas flexibles en Perú para definir la informalidad de los asalariados, las estadísticas
los centros de trabajo que permitan que los trabajadores se adecuen arrojan que en Perú el 47% de los trabajadores prestan servicios fuera
a las necesidades empresariales, entre otros. Sin perjuicio de ello, la de los alcances de las normas laborales y previsionales . Es decir, casi
alta tasa de informalidad laboral sigue siendo un problema latente. En la mitad de los peruanos que laboran para alguien en el marco de una
el Perú, en los últimos 10 años, la informalidad laboral urbana (solo relación de subordinación, lo hace sin derecho a una remuneración
la referida a los asalariados ) fluctúan sin mayores cambios entre un mínima, gratificaciones legales, depósitos de Compensación por
50% y 60% . Tiempo de Servicios, beneficios laborales, estabilidad laboral,
derechos colectivos, ni protección social en salud ni pensiones.
Frente a dicha problemática nos seguimos preguntado: ¿Cómo
formalizamos el mercado laboral peruano? A pesar de que
continuamente se ha advertido que el camino correcto para formalizar
a los trabajadores está muy alejado de las medidas que se vienen
llevando en los últimos años de crear mayores derechos laborales,
actualmente, seguimos ante la presencia de propuestas legislativas que
incurren en la idea errada de generar mayores beneficios laborales solo
para un determinado grupo de trabajadores. Si bien estas propuestas
suenan atractivas, no contribuyen a la formalización de los trabajadores
y están pensadas en los que actualmente gozan de muchos beneficios
laborales y protección social; no en los que no tienen absolutamente
nada a pesar de que prestan sus servicios de manera subordinada.
A pesar del elevado porcentaje de la informalidad de los asalariados y
En este contexto, el cuestionamiento que surge es ¿cómo logramos
su reciente tendencia a incrementarse, se siguen proponiendo medidas
reducir la informalidad laboral? La pregunta no es sencilla de responder,
que, en vez de incentivar la formalización, generan que la relación
pero la solución jurídica no parte de afrontar el problema desde una
laboral sea más costosa y rígida. A modo de ejemplo, evidenciamos los
visión estrictamente laboral, sino, desde una perspectiva multilateral,
siguientes proyectos de ley planteados por el Congreso de la República
que combine la aplicación de medidas en diversas áreas de la economía
del Perú:
peruana y de la gestión del Estado que incidan el mercado laboral.
• En el 2016 se presentó el Proyecto de Ley N° 775/2016-CR, a través
Un claro ejemplo de lo planteado en el párrafo anterior es lo que
del cual se propuso establecer el derecho al cuidado de menores en
sucede con la inadecuación laboral en el Perú. Casi un 55% de los
salas cunas y guarderías en empresas del sector privado.
trabajadores en el Perú, prestan servicios en una actividad productiva
o de servicios para la cual no estudiaron, conforme al cuadro siguiente. • En 2017 se presentó el Proyecto de Ley N° 01552/2016-CR, a través del
Nos preguntamos: ¿eso solo es un problema del derecho laboral o del cual se propuso que, en toda empresa, el empleador debe implementar
Ministerio de Trabajo? un comedor en donde sus trabajadores puedan alimentarse.
• Entre el 2017 y el 2018 se presentaron sendos proyectos de ley que
buscaban promover el uso de las bicicletas como medio de transportes
por parte de los ciudadanos. En ese sentido, en el 2019 se publicó la
Ley 30936, a través del cual se reguló que los empleadores privados y
públicos pueden incentivar en sus trabajadores el uso de la bicicleta a
través de medidas tales como flexibilización de la hora de ingreso, días
u horas libres, facilitación de duchas al interior del centro de trabajo,
entre otros.

III. Legislación comparada


A modo de comparación, hemos notado que a nivel de legislación
comparada las reformas laborales tienden a crear mayores obligaciones
laborales o en un recorte de derechos laborales. A continuación,
detallamos algunas situaciones:
• En relación con las vacaciones, los estados latinoamericanos tienden
En la línea de los señalado, nuestra ponencia específicamente a extender el periodo continuo de vacaciones. En efecto, como señala
tiene como objetivo plantear un enfoque bilateral que conjugue las la Organización Internacional de Trabajo, “la tendencia es hacia la
instituciones del derecho tributario y el derecho laboral para lograr que extensión del periodo de vacaciones, aun cuando en la región muchos
las entidades empleadoras se inserten en el sector formal del trabajo. trabajadores no están en condiciones de disfrutarlo, principalmente
Nuestra perspectiva no parte de alcanzar la formalidad solo desde el por sus bajos ingresos. Como los descansos diarios y semanales, las
derecho laboral, sino en la necesidad de recurrir a figuras tributarias vacaciones son remuneradas en función del salario” . En El Salvador y
para lograr aquel objetivo.
Cabe precisar que la propuesta de nuestra ponencia no quiere decir
que no somos de la idea que la reforma laboral también puede – y
debe – ser trabajada revisando la legislación laboral y modernizándola,

149
en Venezuela se ha mejorado la remuneración vacacional con el pago En relación con los denominados gastos asistenciales a favor del
de una prima complementaria personal, el profesor Roque García ha señalado:
• En cuanto a la contratación laboral, en Colombia se permitió que “Las empresas hacen dichos gastos en procura de motivar al personal
los contratos temporales puedan ser renovados de forma indefinida para el mejor desempeño de sus obligaciones [...] brindándoles ventajas
. Por otro lado, en España una de las medidas principales de reformas adicionales que los interesen en el mantenimiento de sus puestos y en
en materia laboral ha consistido en “la incorporación de una nueva un adecuado rendimiento […]. Esta finalidad, que vincula a los gastos
modalidad contractual, literalmente denominada “contrato de trabajo de que se trata con la obtención de renta, es la que permite, en una
por tiempo indefinido de apoyo a los emprendedores, configurado interpretación amplia, encuadrarlos en el principio de causalidad, y es
como un contrato a celebrar por empresas de menos de 50 trabajadores por ello por lo que normalmente las legislaciones afirman su carácter
y cuyas principales especialidades residen en el carácter formalmente de deducibles”
por tiempo indefinido del contrato (…)” . La importancia de la existencia de este tipo de regulación consiste en
• En relación con la figura del despido, “varias reformas han optado generar incentivos para atraer personal, así como para generar que los
por la creación de fondos de cesantía que aligeren la obligación de trabajadores se interesen en sus puestos de trabajo e incentivarlos en
indemnizar (Colombia) y la introducción de causales económicas y el desarrollo de sus funciones. Esta situación a largo plazo repercute
estructurales que permiten despidos por causas objetivas (Chile, Perú), positivamente en la entidad empleadora.
con menores requerimientos procedimentales e indemnizaciones c) Contratos de cuarta y quinta categoría:Adicionalmente a los
inferiores)” . contratos de trabajo y los contratos de locación de servicios, el derecho
En dicho estado de las cosas, la pregunta que surge es ¿cómo laboral tributario se ha introducido una nueva figura denominado
formalizamos? A continuación, abordaremos dicha pregunta. sistema de “cuarta-quinta”, a través del cual se consideran rentas de
quinta categoría los ingresos obtenidos por el trabajo prestado en forma
independiente con contratos de prestación de servicios normados por
IV. Relación entre el derecho laboral y el derecho la legislación civil, cuando el servicio sea prestado en el lugar y horario
tributario designado por quien lo requiere y cuando el usuario proporcione los
Nuestra ponencia tiene como objetivo plantear un enfoque bilateral elementos de trabajo y asuma los gastos que la prestación del servicio
que conjugue las instituciones del derecho tributario y el derecho demanda. En relación con este sistema, en doctrina se ha señalado
laboral como una forma de incentivar la formalización laboral. A pesar que“el sistema bautizado como “cuarta-quinta” que importa tratar
de las distintas especialidades del derecho, no debemos perder de como ingresos de quinta categoría (típicamente ingresan las rentas
vista que estasse interrelacionan. Bajo esta premisa, a continuación, fruto del trabajo dependiente) cuando el ingreso provenga de un
veremos en algunos aspectos vinculados entre ambas ramas del contrato de locación de servicios cuya prestación se ejecuta en el lugar
derecho: y horario designados por el contratante y este último asume los gastos
a) Los conceptos de remuneración y renta: En el Perú, la Ley de que demanda la prestación de servicios (…)” .
Productividad y Competitividad Laboral, aprobada por el Decreto d) Obligaciones formales:Un punto más donde se ve reflejada la
Supremo N° 003-97-TR, (en adelante, “LPCL”) regula como relación entre el derecho laboral y el derecho tributario radica en
“remuneración” para todo efecto legal el íntegro de lo que el trabajador la existencia de la Planilla Electrónica, el cual es manejado por la
recibe por sus servicios, en dinero o en especie, cualquier sea la forma Superintendencia Nacional de Aduanas y Administración Tributaria.
o denominación que tenga, siempre que sea de su libre disposición. Sin En efecto, las entidades empleadoras se encuentran obligados a llevar
embargo, no todo o renta de que perciba el trabajador de su empleador la Planilla Electrónica y presentarla ante el Ministerio de Trabajo y
constituye un ingreso remunerativo, pues la diferencia se encuentra Promoción del Empleo, en la medida que cuenten con uno (1) o más
en lo siguiente: trabajadores, cuenten con uno (1) o más prestadores de servicios
- Un ingreso o renta será remunerativo siempre que su otorgamiento y/o personal de terceros, cuenten con uno (1) o más trabajadores o
haya sido generado como consecuencia o como contraprestación de pensionistas que sean asegurados obligatorios del Sistema Nacional
los servicios prestados por el trabajador. de Pensiones, entre otros.
- El ingreso o la renta solo analiza el incremento al patrimonio del
trabajador. Es decir, el trabajador tiene más de lo que tenía antes de V. Planteamiento de propuestas
su otorgamiento. No es extraño que en la legislación laboral peruana que existan - o se
Por lo antes mencionado, se podría decir que toda remuneración hayan planteado - beneficios tributarios para modular la actuación
siempre será renta, pero no toda renta será remuneración, salvo que la de las entidades empleadoras. A continuación, detallamos dichos
norma establezca lo contrario. ejemplos que evidencian el tratamiento de problemas laborales desde
Por otro lado, para efectos tributarios, para calcular el impuesto la perspectiva tributaria:
a la renta proveniente de las rentas de trabajo “se debe considerar a. Incentivos para la constitución de nueva empresa:
la totalidad de los ingresos percibidos en un ejercicio gravable El artículo 47 de la LPCL establece que: “Las empresas y sus trabajadores
por el trabajador (contribuyente) por los servicios personales que dentro del marco de la negociación colectiva o por convenio individual
presta en relación de dependencia, sin importar la denominación con sus respectivos trabajadores pueden establecer programas de
de dichos ingresos” . Por lo tanto, todos los ingresos que reciba el incentivos o ayudas que fomenten la constitución de nuevas empresas
trabajador, independientemente de su denominación como concepto por los trabajadores que en forma voluntaria opten por extinguir su
remunerativo o no remunerativo, estará afecto al impuesto a la renta vínculo laboral”. En respuesta a ello, la legislación tributaria, a través
de quinta categoría, salvo que por expresa disposición de la ley se del artículo 18 de la LIR, estableció que constituyen ingresos inafectos
consideren ingresos inafectos al impuesto, tal como la indemnización (…) las cantidades que se abonen, de producirse el cese del trabajador
por despido arbitrario o la compensación por tiempo de servicios. en el marco de las alternativas previstas en el inciso b) del Artículo
b) Deducibilidad de gastos de personal:El artículo 37 del Texto Único 88° y en la aplicación de los programas o ayudas a que hace referencia
Ordenado de la Ley del Impuesto a la Renta, aprobado por el Decreto el Artículo 147° del Decreto Legislativo N.º 728, Ley de Fomento
Supremo N° 179-2004-EF, (en adelante, “LIR”) señala que a fin de del Empleo , hasta un monto equivalente al de la indemnización que
establecer la renta de tercera categoría se deducirá de la renta bruta correspondería al trabajador en caso de despido injustificado.”
los gastos necesarios para producirla y mantener su fuente, así como b. Incentivo para la negociación directa en los procesos de cese
los vinculados con la generación de ganancias de capital, siempre y colectivo
cuando la deducción no se encuentre expresamente prohibida por la
LIR. Dentro de los gastos necesarios que pueden ser deducidos se El artículo 48de la LPCLdispone lo siguiente:
encuentran los relacionados al personal de la entidad empleadora. “La extinción de los contratos de trabajo por las causas objetivas
Es así como, dicha norma regula – entre otros– los siguientes gastos previstas en el inciso b) del Artículo 46, sólo procederá en aquellos
deducibles: (i) los gastos por concepto de movilidad de los trabajadores casos en los que se comprenda a un número de trabajadores no menor
que sean necesarios para el cabal desempeño de sus funciones y que al diez (10) por ciento del total del personal de la empresa, y se sujeta
no constituyan beneficio o ventaja patrimonial directa de los mismos; al siguiente procedimiento:
(ii) los aguinaldos, bonificaciones, gratificaciones y retribuciones que (…)
se acuerden al personal; (iii) los gastos y contribuciones destinados
a prestar al personal servicios de salud, recreativos, culturales y
educativos, así como los gastos de enfermedad de cualquier servidor,
entre otros.

150
b) La empresa con el sindicato, o en su defecto con los trabajadores g. Contratación de personal con discapacidad
afectados o sus representantes, entablarán negociaciones para La Ley General de Personas con Discapacidad, Ley N° 29973,
acordar las condiciones de la terminación de los contratos de trabajo establece que tanto los empleadores públicos y privados que generen
o las medidas que puedan adoptarse para evitar o limitar el cese de rentas empresariales y emplean a personas con discapacidad, tienen
personal. Entre tales medidas pueden estar la suspensión temporal una deducción adicional en el pago del Impuesto a la Renta, que se
de las labores, en forma total o parcial; la disminución de turnos, días aplica sobre las remuneraciones que se paguen a estas personas.El
u horas de trabajo; la modificación de las condiciones de trabajo; la importe del crédito equivale al 3% de la remuneración anual de los
revisión de las condiciones colectivas vigentes; y cualesquiera otras trabajadores con discapacidad, que devengue y se pague en el mismo
que puedan coadyuvar a la continuidad de las actividades económicas ejercicio.
de la empresa. El acuerdo que adopten tendrá fuerza vinculante;”
h. Incentivo de aportes previsionales exonerados del Impuesto a la
En respuesta a ello, la legislación tributaria, a través del artículo 18 de la Renta
LIR, estableció que constituyen ingresos inafectos (…) las cantidades
que se abonen, de producirse el cese del trabajador en el marco de las En temas previsionales, en la Asociación de Administradora de Fondos
alternativas previstas en el inciso b) del Artículo 88° y en la aplicación Pensiones peruanaha planteado la exoneración del Impuesto a la
de los programas o ayudas a que hace referencia el Artículo 147° del Renta de los aportes previsionales sin fin previsional (condicionando
Decreto Legislativo N.º 728, Ley de Fomento del Empleo , hasta un un mínimo de cotización anual: X meses/año de cotización) o que se
monto equivalente al de la indemnización que correspondería al mantenga por un mínimo de años, como en Chile y Colombia.
trabajador en caso de despido injustificado.” Al revés también puede suceder como se da en el caso de las rentas de
c. No generación de intereses presuntos en los casos de préstamos cuarta categoría (rentas del trabajo prestado de forma independiente)
acordados en el procedimiento de negociación colectiva que son consideradas quinta categoría (rentas del trabajo dependiente
o bajo subordinación) para un mejor control de los tributos, donde el
El artículo 26 de la LIR establece que “Para los efectos del impuesto derecho tributario
se presume, salvo prueba en contrario constituida por los libros de
contabilidad del deudor, que todo préstamo en dinero, cualquiera que i. Ley N° 29498, Ley de promoción a la inversión en capital humano
sea su denominación, naturaleza o forma o razón, devenga un interés El 19 de enero de 2019 se publicó la Ley N° 29498, cuyo objetivo
no inferior a la tasa activa de mercado promedio mensual en moneda fue promover el desarrollo del capital humano, por medio de la
nacional (TAMN) que publique la Superintendencia de Banca y capacitación continua de los trabajadores. El artículo 2 de dicha Ley
Seguros. (…) Las presunciones contenidas en este artículo no operarán reguló que las sumas destinadas a la capacitación del personal podrán
en los casos de préstamos a personal de la empresa por concepto de ser deducidas como gasto hasta por un monto máximo equivalente a
adelanto de sueldo que no excedan de una (1) Unidad Impositiva cinco por ciento (5%) del total de los gastos deducidos en el ejercicio.
Tributaria o de treinta (30) Unidades Impositivas Tributarias, cuando Posteriormente, el 18 de julio de 2012, se publicó el Decreto Legislativo
se trate de préstamos destinados a la adquisición o construcción de 1120, que flexibilizó lo regulado en la Ley N° 29498. En efecto, a
viviendas de tipo económico; así como los préstamos celebrados entre través del Decreto Legislativo 1120 se eliminó el porcentaje máximo
los trabajadores y sus respectivos empleadores en virtud de convenios de deducción del total de los gastos por concepto de capacitación
colectivos debidamente aprobados por la Autoridad Administrativa de de personal. Es decir, las entidades empleadoras actualmente no
Trabajo. tienen límite para la deducción del impuesto a la renta que pagan por
d. Deducción adicional del impuesto a la renta de trabajo para concepto de gastos por capacitación de personal. Solo deben tener en
los trabajadores que paguen el aporte a la seguridad social de sus cuenta que la deducción de los gastos de capacitación debe responder
trabajadores del hogar a una necesidad concreta del empleador de invertir en la capacitación
El artículo 46 de la Ley del Impuesto a la Renta dispone que “De las de su personal.
rentas de cuarta y quinta categorías podrán deducirse anualmente, un Consideramos que publicación de estas normas es positivo toda vez
monto fijo equivalente a siete (7) Unidades Impositivas Tributarias. que permite a las entidades empleadoras invertir en la capacitación
Adicionalmente, se podrán deducir como gasto los importes de sus trabajadores para mejorar su competitividad en el mercado;
pagados por concepto de (…) e) Las aportaciones al Seguro Social situación que repercute en el desarrollo del giro de negocio de las
de Salud – ESSALUD que se realicen por los trabajadores del hogar entidades empleadoras, generando mayores recursos económicos y
de conformidad con el artículo 18° de la Ley N.º 27986, Ley de los puesto de trabajo.
Trabajadores del Hogar o norma que la sustituya.” j. Proyecto de Ley para la contratación de jóvenes
Bajo los alcances de la citada norma, se permite que el gasto de las El 21 de marzo de 2017, la presidenta del Congreso de la República,
aportaciones a EsSalud de los trabajadores del hogar pueda deducirse presentó el Proyecto de Ley que promueve la contratación formal de
al 100% en el pago del impuesto a la renta de quinta categoría (renta los jóvenes, cuyo objetivo fue fomentar la inserción de los jóvenes en
de trabajo), con el objetivo de que los trabajadores dependientes el mercado laboral formal a través del otorgamiento de créditos a favor
formales ayuden a formalizar a otros, beneficiándose en el pago de sus del empleador respecto de las aportaciones al Seguro Social de Salud.
impuestos.
Este Proyecto de Ley tiene como ámbito de aplicación a los jóvenes,
e. Régimen agrario entre 18 y 20 años que cumplan con alguna de las siguientes
En el régimen general de la actividad privada, el aporte mensual del condiciones:
empleador al Seguro de Salud es de 9% de la remuneración mensual i. Se incorporen por primera vez al mercado laboral formal.
de cada trabajador. En cambio, de acuerdo con el inciso 2 del artículo
ii. Se encuentren en situación de desempleo por más de seis (6) meses
9 de la Ley 27360, en el régimen laboral agrario asciende a 4% de la
consecutivos antes del inicio de la prestación de sus labores.
remuneración mensual.
iii. Se encuentren en situación de informalidad laboral.
f. Incentivo de vale de alimentos (aumento de sueldo) con beneficios
tributarios De acuerdo con el Proyecto de Ley, si la entidad empleadora contrata
a alguno de los jóvenes que cumpla con algunas de las condiciones
En el caso peruano existen situaciones en las que el marco legal genera
señaladas, tiene un crédito del 100% respecto de las aportaciones
que estos conceptos (vales de alimentos) se encuentren gravados por
regulares al Seguro Social de Salud correspondiente a dichos
tributos a la renta, pero no por tributos laborales. Así la Ley N° 28051 y
trabajadores. En palabras sencillas, lo que busca dicho Proyecto de
su Reglamento el Decreto Supremo N° 013-2003-TR establecen que el
Ley es que la entidad empleadora genere puestos de trabajo y, en
beneficio de prestaciones alimentarias por suministro indirecto a favor
contrapartida, el Estado asume el costo del pago del Seguro Social de
de los trabajadores sujetos al régimen laboral de la actividad privada,
EsSalud, el cual actualmente es asumido por la entidad empleadora
con el objeto de mejorar sus ingresos, mediante la adquisición de
(9% de la remuneración mensual del trabajador).
bienes de consumo alimentario suministrados por su empleador con la
participación de terceros en condiciones adecuadas, no tiene carácter Como se puede verificar, la importancia de dicho Proyecto de Ley
remunerativo. La exclusión depende también de la acreditación, para radica en que busca otorgar incentivos a las entidades empleadoras
lo cual se exige contratos de trabajo o convenios colectivos. para la contratación de trabajadores jóvenes, sin alterar los beneficios
sociales de todo trabajador.
La normativa exige el cumplimiento de una serie de requisitos formales
que lo condicionan, como, por ejemplo: convenios con las empresas
administradoras y/o proveedores de alimentos y la inscripción en el
Ministerio de Trabajo y Promoción del Empleo de los contratos.

151
k. Proyecto de Ley N° 4680/2019-CR Crítica de la descentralización
El 15 de agosto de 2019, los integrantes del Grupo Parlamentario productiva: la nulidad por fraude o
Fuerza Popular, partido político peruano, presentaron un Proyecto de abuso de derecho de la tercerización
Ley cuyo objetivo es promover la contratación de mujeres en estado
de gestación y la mejora de las condiciones de adopción, desde la “patológica” del proceso productivo en
aplicación de medidas tributarias a favor de las entidades empleadoras. la República Argentina
El mencionado Proyecto de Ley pretende modificar la LIR, por Matías Isequilla
incorporando las siguientes reglas tributarias por un periodo de tres
años:
1. Derecho del Trabajo y crisis económica
- Cuando una entidad empleadora contrate mujeres embarazadas,
Enseña el destacado profesor manchego Joaquín Pérez Rey que el
tendrá derecho a una deducción adicional equivalente al 140% por
Derecho del Trabajo dependiente y por cuenta ajena, tal como hoy
ciento de las remuneraciones que se paguen a estas personas desde que
lo conocemos, surge como respuesta a la crisis y a la fractura social
son contratadas hasta que se tome la licencia por descanso prenatal.
inducidas por las terribles condiciones de vida a las que los inicios de
- Cuando una entidad empleadora otorgue una licencia con goce de la era industrial sometieron a la nueva clase social conformada por
haber al trabajador peticionario de adopción, aquel tendrá derecho a el proletariado, cuya gravedad amenazaba la propia existencia de los
deducir el monto de la remuneración correspondiente al periodo de modelos sociales basados en el capitalismo .
licencia.
Precisamente, en tal sentido el célebre sociólogo y jurista francés
De acuerdo con la Exposición de Motivos de dicho Proyecto de Ley, Alain Supiot destaca que nuestra disciplina ha tenido como primera
la legislación laboral otorga una protección reforzada a la mujer razón de ser hacer resurgir al trabajador como sujeto de derecho en
embarazada ; lo cuales positivo en términos de protección de derecho la empresa, es decir, “civilizar” el poder empresarial, dotándolo de un
fundamentales de la trabajadora gestante, pero en la práctica puede marco jurídico de ejercicio, extremo que ha significado –ambivalencia
ocasionar efectos no deseados traduciéndose en la no contratación de irreductible del derecho— una legalización y una limitación de ese
trabajadoras gestantes, tomando en cuenta la protección reforzada poder .
que brinda el ordenamiento jurídico. En ese sentido, a través de
Sin embargo, más allá del código genético marcadamente ambivalente
beneficios tributarios, dicho Proyecto busca paliar y/ o reducir efectos
–y hasta reaccionario, agregaría— de nuestra disciplina, pues, como
colaterales negativos que podría originar la legislación laboral peruana.
incisivamente observa Pérez Rey, mejora la situación de la clase
obrera de forma significativa, pero a su vez consolida su explotación y
VI. Reflexiones finales aplaza la emancipación , justo es reconocer, siguiendo al catedrático y
profesor emérito de la Universidad de Buenos Aires Mario Ackerman,
• Las estadísticas arrojan que en Perú el 47% de los trabajadores
que durante más de medio siglo, inicialmente, el Derecho del Trabajo
prestan servicios fuera de los alcances de las normas laborales y
y, luego, la Seguridad Social fueron construyendo progresivamente las
previsionales. Es decir, casi la mitad de los peruanos que laboran
respuestas concertadas que las sociedades civilizadas y democráticas
para alguien en el marco de una relación de subordinación, lo hace
opusieron a la irracionalidad de la prepotencia, la barbarie y el egoísmo
sin derecho a una remuneración mínima, gratificaciones legales,
social, en la convicción de que la injusticia y la exclusión social son
depósitos de Compensación por Tiempo de Servicios, beneficios
malas compañías para la democracia .
laborales, estabilidad laboral, derechos colectivos, ni protección social
en salud ni pensiones. No obstante, y como observa el catedrático y magistrado constitucional
español Fernando Valdés Dal-Ré, como consecuencia de la recesión
• Cómo logramos reducir la informalidad laboral no es una
económica habida en la primera mitad de la década de los años
pregunta sencilla de responder. No obstante, consideramos que la
setenta y de los efectos por ella inducidos en los niveles de empleo,
solución jurídica no parte de afrontar el problema desde una visión
los años finales de dicha década marcan un cambio de rumbo en el
estrictamente laboral, sino, desde una perspectiva bilateral, que
ordenamiento laboral .
combine la aplicación de medidas que incidan en el campo del derecho
tributario y laboral, con el propósito que la relación laboral sea una Precisamente, en dicha época el mundo experimentó grandes cambios
figura atractiva en el mercado. que se manifestaron principalmente en los países desarrollados y
en aquellos que, como la Argentina, aún sin haber alcanzado un
desarrollo pleno de su potencialidad productiva, son llamados
emergentes, los cuales abracaron distintos campos pero sin duda
implicaron un reordenamiento profundo de la economía: el mercado
recuperó la centralidad protagónica en la asignación de los recursos,
en un marco de acentuada apertura de la economía y descarnada
competencia y, simultáneamente, el Estado se retrajo como productor,
como regulador y aun como mediador compensatorio en las relaciones
laborales .
Las causas de una transformación tan significativa habrían obedecido
a diversos factores estructurales complejos, tales como la acumulación
de un formidable stock de activos financieros que requería urgente
colocación, la declinación paulatina de la tasa industrial de ganancia
, el agotamiento del modelo “fordista” de producción, el desarrollo
de las tecnologías de la comunicación, el auge de los servicios y a la
presión creciente de la competencia internacional , entre otras.
En su inicio, según explica Valdés Dal-Ré, este conjunto de medidas,
con una decidida voluntad de revisar a la baja el acervo jurídico
reconocido a favor de los trabajadores o por ellos conquistado, fue
presentado con un alcance coyuntural: una vez contenida la caída de
la tasa de ocupación, el régimen de jurídico anterior, de seguridad en
el empleo, habría de ser restaurado.
Sin embargo, pronto pudo constatarse que las nuevas opciones
de política de derecho carecían de esa declarada vocación de
reversibilidad; que eran estructurales, pues estructural, se alegaba,
estaba resultando la causa. De esa forma, el Derecho del Trabajo de la
crisis dará paso así a un Derecho del Trabajo en la crisis .
En tal contexto, y tal como lo destacaron oportunamente cuatro
notables profesores argentinos, las más de dos décadas en que

152
se impusiera el capital estuvieron signadas por la desregulación contratistas), que se encuentran sumergidos en un universo jurídico
económica y la flexibilidad laboral, cuya verdadera misión consistía en donde la regla es la precariedad económica, y donde no se garantiza
librar de ataduras, esto es de normas, el funcionamiento del mercado correctamente ni siquiera la propia seguridad física .
de bienes, servicios e inversiones, extremo que produjo la ausencia del En segundo término, el sistema de organización empresarial bajo
Estado y, en consecuencia, la vigencia irrestricta del mercado, siendo examen tiene por efecto la precarización de las relaciones de trabajo
que, en su paroxismo, el neoliberalismo procuró convertir la sociedad, como consecuencia de la menor estabilidad de la propia empresa
en una sociedad de mercado, y el mercado de trabajo, en apéndice de “secundaria” , toda vez que el modelo de empresa “escueta” (o “escueta
ella . y mezquina”) que lo caracteriza se basa en ahorros de mano de obra
mediante el recurso, entre otros elementos, del empleo masivo de
2. Neoliberalismo, flexibilización y trabajo subcontratado, el cual se presta a su vez mediante modalidades
descentralización productiva contractuales atípicas, tales como los contratos de trabajo eventual, a
plazo fijo o a tiempo parcial, extremo que sin dudas a su vez genera
El principal fundamento teórico de la flexibilización (y especialmente precariedad salarial .
de su variante extrema, la desregulación) –conforme enseñaban
dos grandes maestros rioplatenses reciente y lamentablemente En tercera instancia, otro impacto negativo de la descentralización
fallecidos, los profesores Oscar Ermida Uriarte y Rodolfo Capón empresaria respecto de la tutela de los trabajadores resulta ser el
Filas—, radica en los postulados de la escuela económica neoliberal, fenómeno genéricamente denominado “deslaboralización” de los
que con respecto a nuestra disciplina propone, en el plano individual, vínculos de trabajo, que Goldin define como supuestos en los cuales
una individualización de las relaciones laborales hasta el límite de lo la ley trata a un vínculo laboral como si no lo fuera, extremo que, junto
políticamente posible, la no intervención del Estado en las relaciones con otros fenómenos como la generalización del fraude, el trabajo
individuales de trabajo, la abrogación de la legislación laboral y su informal, entre otras formas de “fuga, huída o emigración del Derecho
sustitución por el Derecho Civil y la abolición de la administración y del Trabajo”, tiene como efecto principal la colocación de un trabajador
de la justicia especializada del trabajo y, en la esfera colectiva, exige fuera del ámbito de aplicación del Derecho Laboral .
la intervención estatal para sujetar férreamente las organizaciones Como cuarto impacto, se advierte un fuerte embate sobre el empleo,
sindicales, la negociación colectiva, el derecho de huelga, negando pues estos procesos han ocasionado la supresión de puestos de trabajo,
simultáneamente el derecho de los trabajadores a ser informados y la precarización de gran parte de los subsistentes y la potenciación de
participar en las decisiones de las empresas . altas tasas de rotación, operando así una genuina modificación de la
Pues bien, sabido es que a partir de dichos cambios estructurales a estructura social, dado que los trabajadores quedaron segmentados
nivel internacional y regional que tuvieron lugar entre comienzos y según el grado de inserción de su vínculo contractual en el campo de
mediados de los años setenta, y en un marco de sostenido impulso la regularidad jurídica .
de la globalización, el cambio tecnológico y la preeminencia del En quinto término, y conforme explica Supiot, la organización en
neoliberalismo, se produjeron importantes modificaciones en las “redes” clásica de la estrategia empresarial descentralizadora, tiene
estructuras empresariales, los procesos productivos y las relaciones por objeto diluir el polo patronal de la relación de trabajo, que se
laborales que profundizaron la desprotección de los trabajadores en vuelve difícil y, a veces, imposible identificar .
general . En tal sentido, García enseña que la descentralización empresaria se
Las palabras de este nuevo paradigma organizacional son revela entonces como el instrumento por antonomasia que permite al
externalización, tercerización, outsourcing: términos que hacen emprendedor rehuir las responsabilidades sociales y fiscales inherentes
referencia a las transiciones de un paradigma instalado –el de la a su actividad económica, y plantea problemas de responsabilidad o
empresa “fordista” verticalmente integrada— que se están llevando garantía de cumplimiento de las obligaciones legales y convencionales .
hacia un paradigma emergente que genéricamente se denomina “post- En sexto lugar, y una vez más con apoyo en Baylos, corresponde poner
fordista”, el cual, diseñado con el objeto de reducir riesgos, optimizar enfáticamente de resalto la repercusión negativa de las técnicas
costos, y ganar en flexibilidad, plantea modelos organizaciones externalizadoras sobre la siniestralidad laboral que se desprende
desverticalizados en los que la empresa es reducida a un núcleo de manera inequívoca de las estadísticas sobre accidentes de
de competencias básicas (el core business), es decir, que conserva trabajo , dado que, naturalmente, en un contexto de temporalidad y
para sí las actividades que componen el diferencial competitivo, y precariedad, la siniestralidad laboral tiende a crecer .
externaliza las actividades tradicionalmente integradas que por su
naturaleza no son representativas de su especialización ni de su Finalmente, y ya en la esfera colectiva, vale recordar que, en el marco de
vocación industrial, que incluye también la contratación de la fuerza la estrategia empresarial denominada descentralización productiva,
de trabajo, práctica empresarial que integra el concepto de insourcing, las grandes empresas, para expandirse, subcontratan empresas
y refleja la construcción de “mercados de trabajo externos” listos para medianas y pequeñas con la finalidad de obtener una flexibilidad que
ser utilizados según las exigencias variables de la empresa mediante les permita aumentar la productividad y eficiencia propias .
diversas formas contractuales atípicas, tales como la del trabajo En tal contexto, explica el catedrático andaluz Monereo Pérez que
temporal, de distribución o el staff leasing (alquiler de planteles) . la reducción del volumen de empleo trasvasado a las empresas
contratistas o auxiliares incide en la dificultad para la constitución
de estructuras de representación colectiva de los trabajadores en
3. Impactos de la descentralización productiva la empresa, propicia la atomización de la negociación colectiva para
sobre las partes del vínculo laboral trabajadores que prestan servicios en el marco de un mismo ciclo
Naturalmente, la “nueva” estrategia empresarial descripta productivo y dificulta la penetración del sindicato en la empresa
precedentemente, conforme lo destacaba el maestro uruguayo principal .
Américo Plá Rodríguez, ha sido altamente positiva para las empresas,
pues les ha permitido sobrevivir en un período de grandes convulsiones
económicas y enfrentar el desafío de la competitividad dentro del 4. ¿Necesidad o conveniencia?
ámbito de mundialización de la economía . A pesar de los extremadamente nocivos efectos que la estrategia
Sin embargo, desde la perspectiva de la tutela de los trabajadores, la organizativa empresarial denominada descentralización productiva
descentralización empresaria o productiva ciertamente ha provocado o empresaria produce sobre las personas que por necesidad ceden
una severa “desorganización del Derecho del Trabajo” , que ha dado su libertad –y arriesgan hasta su piel — a los fines de acceder a una
lugar a una regulación del trabajo de segundo tipo, en que quiebran la prestación económica cuya naturaleza alimentaria ya nadie discute
mayor parte de las nociones fundamentales del Derecho del Trabajo, seriamente, los cuales se manifiestan inequívocamente en términos
tales como la de empresario, empresa, representación, huelga, salario de desprotección, dualidad de tutela, discriminación, precariedad,
, empleador , bilateralidad del contrato de trabajo , e incluso, la de deslaboralización, desempleo, inestabilidad, inseguridad e insolvencia,
dependencia o subordinación laboral, considerada por Goldin como en líneas generales la doctrina “clásica” y francamente mayoritaria,
la “llave maestra” que habilita la aplicación efectiva de las normas tiende a justificar dicha conducta empresarial en base a diversos
tutelares de nuestra disciplina . argumentos económicos y jurídicos claramente diferenciados.

Precisamente, la descentralización productiva ha generado una Por un lado, esgrime que la utilización de la estrategia empresarial
dualización de las relaciones laborales: por un lado, se hallan los que nos ocupa responde a una necesidad de adaptar la organización
trabajadores cuya situación jurídica obedece a un derecho del trabajo
siempre más protector (los dependientes directos de la empresa
“principal”), y por otro, los trabajadores del “segundo mercado del
trabajo” (dependientes de empresas intermediarias, secundarias o

153
de las empresas a los cambios económicos que impone el avance de las A dichos argumentos cabe responder, siguiendo nuevamente a
nuevas tecnologías, todo ello con el declamado objetivo de garantizar Monereo Pérez, que si bien la decisión empresarial sobre la instauración
la viabilidad de los emprendimientos y, así, preservar los niveles de de una organización descentralizada se considera que corresponde a
empleo e, incluso, crear nuevas fuentes de trabajo . la libertad de empresa, ésta sólo es ejercible en la medida en que no
Al respecto, y si bien es indudable que en el último cuarto del siglo se vulnere otras norma jurídicas, ni infrinjan otros derechos legítimos
X X el mundo experimentó un extraordinario proceso de innovación constitucionalmente .
científico-tecnológico, lo cierto es que, por el contrario, los ejes De esa manera, y si bien en nuestro ámbito la libertad de empresa y
del nuevo ordenamiento económico determinaron que la referida contratación y la inviolabilidad de la propiedad privada se encuentran
innovación tecnológica les resultara funcional a las empresas para la expresamente garantizadas por los artículos 14 y 17 de la Constitución
implementación de los renovados criterios de gestión y organización Nacional, resulta imposible soslayar de buena fe que idéntica
de la empresa que motivan este estudio, los cuales, como se ha visto, jerarquía normativa ostenta la protección integral del trabajo en
impactaron negativamente sobre el empleo, el salario y las condiciones todas sus formas y de las personas que trabajan, siendo que, conforme
de trabajo . explica acertadamente Tribuzio , las pautas de resolución de dicho
En efecto, y dado que, tal como lo observan agudamente Ermida antagonismo o controversia estructural ya han sido establecidas
Uriarte y Hernández Álvarez, la “nueva” forma de organización definitivamente a través de la unción del trabajador como sujeto de
del trabajo bajo análisis se caracteriza por la estructuración de las preferente atención o tutela constitucional por parte de nuestro
empresas con un reducido número de trabajadores estables, altamente Máximo Tribunal de Justicia .
calificados y buen remunerados que trabajan a tiempo completo, y con En similar orden de ideas, la doctrina comparada precitada aporta un
el recurso de un alto número de trabajadores periféricos inestables, segundo requisito a los fines de la validez y licitud de la externalización
que son requeridos para tareas y por períodos cortos, dicha situación empresaria, consistente en que la misma no se realice patológicamente
se produciría entonces, no por efecto de las nuevas tecnologías de en fraude de ley .
avanzada –no tan generalizadas en nuestros países latinoamericanos— En este sentido, el maestro uruguayo Américo Plá Rodríguez, al
sino simplemente por el afán de lucro y de competitividad que pone a igual que el legislador argentino al momento de dictar en 1974 la
las empresa “a dieta, reduciéndolas al mínimo posible” y expulsando Ley de Contrato de Trabajo nº 20.744, no casualmente reformada
a la mayoría del ámbito de la subordinación y/o del Derecho Laboral . en este aspecto por la dictadura cívico- militar que en Argentina
Por otra parte, con mucha frecuencia los cultores del neoliberalismo asaltó el poder constitucional en 1976, únicamente clasificaba como
esgrimen el remanido argumento referido a la necesidad imperativa formas normales de descentralización a las que resultan de razones
de aplicar estrategias empresariales “flexibilizadoras” como la que nos productivas, provenientes de la misma índole de las tareas que
ocupa a los fines de aumentar o mantener los niveles de empleo y, en su deben cumplirse y que pueden requerir una mayor especialidad,
cinismo, no dudan en “culpabilizar” al Derecho del Trabajo de la propia idoneidad o instrumentos adecuados y que, en cambio, considera
incapacidad demostrada por el dogma económico que profesan a tales patológico todo método de externalización que tenga por objeto
efectos , pretendiendo, en base a tal falacia, que toda nuestra disciplina eludir responsabilidades y bajar costos, sean de carácter laboral u
se convierta en una suerte de derecho del empleo, más preocupada organizativo, tributario o vinculados con la seguridad social, toda
por generar puestos de trabajo que por tutelar a los trabajadores y, vez que las causas normales de la estrategia empresarial en cuestión
para colmo, responsabilizan a la –supuesta— sobreprotección laboral se pueden justificar objetivamente, pero las segundas sólo se explican
de algunos trabajadores por el desempleo de otros, dejando fuera del por el deseo de obtener ventajas o conveniencias .
escenario al poder económico y a su institucionalización, la empresa, Por lo tanto, si se tiene en cuenta la definición que de fraude a la ley
y reconduciendo el conflicto social que supone el desempleo a un nos proporcionan tanto el maestro Justo López (“la ingeniosa elección
peculiar enfrentamiento interclase . de caminos desviados para lograr que el incumplimiento de normas
En este aspecto, y aunque la maquinaria de desinformación al servicio imperativas quede salvo de toda sanción porque otras normas,
del poder económico (que casi siempre coincide con el político) mañosamente elegidas, parecen consentirlo”) como el artículo 12º del
intente hacer creer lo contrario, sabido es que, en general, los derechos “nuevo” Código Civil y Comercial de la Nación (“el acto respecto del
laborales y el nivel de protección de los trabajadores, que conformarían cual se invoque el amparo de un texto legal, que persiga un resultado
el imperfectamente denominado “costo laboral”, afectan muy poco al sustancialmente análogo al prohibido por una norma imperativa”), no
costo total de producción industrial y menos aún el precio de venta cabe más que concluir que los casos “patológicos” de descentralización
de un producto y, por lo tanto, tienen un baja incidencia en las productiva constituyen supuestos de fraude laboral, en tanto resultan
fluctuaciones del también mal llamado “mercado de trabajo”. actos que frustran la finalidad de la norma de orden público, tuitiva
Dichos irrefutables extremos empíricos llevaron a Capón Filas a del trabajador en el Derecho del Trabajo, echando mano a un negocio
afirmar –hace ya largo tiempo y de manera categórica— que aunque real o indirecto tendiente a lograr un resultado similar al que la norma
los intereses económicos o políticos impidan ver la realidad, lo cierto prohíbe o, por lo menos, uno equivalente .
es que la flexibilidad laboral –ya sea interna o externa; de entrada o Asimismo, y siguiendo una vez más a Monereo Pérez, vale añadir que
de salida; salarial o funcional; directa o indirecta — no sólo no genera a los fines de la validez y/o licitud de una decisión que implique la
empleo, sino que aumenta la desocupación y precariza los puestos de descentralización del proceso productivo o de la relación de trabajo,
trabajo existentes . resulta menester que la misma no constituya un abuso de derecho .
Por lo tanto, a la “gran narración” neoliberal, que entroniza a la Precisamente, los arts. 10° y 11° del CCCN expresamente disponen
empresa “ligera, ágil, furtiva” y banaliza al despido considerándolo que la ley no ampara el ejercicio abusivo de los derechos, y que
un acto relativamente intrascendente, cabe oponer el hecho que el se considera como tal al que contraría los fines del ordenamiento
instituto del despido –que sin hesitación constituye un acto de fuerza jurídico, excede los límites impuestos por la buena fe, la moral y las
o violencia del poder privado en tanto implica la arbitraria expulsión buenas costumbres, o cuando se abuse de una posición dominante en
del trabajador de su esfera social y cultural a través de la privación el mercado, debiendo el juez, en tales casos, ordenar lo necesario para
del trabajo— se relaciona directamente con el reconocimiento evitar los efectos del ejercicio abusivo o de la situación jurídica abusiva
constitucional del derecho al trabajo y que, desde esa perspectiva, y, si correspondiere, procurar la reposición al estado de hecho anterior
debe ser arrebatado a la lógica del cálculo económico y a la retórica y fijar una indemnización.
organizativa de dirección de la empresa, para ser situado directamente De esa manera, puede afirmarse que las prácticas descentralizadoras
en una dimensión política de un sistema democrático basado en el adoptadas en términos patológicos, es decir, aquellas que se deciden
reconocimiento de derechos ciudadanos . y efectivizan al sólo efecto de la reducción de costos productivos y
por mero afán de lucro y que implican una vulneración de derechos
5. Ilicitud y nulidad de la descentralización fundamentales de los trabajadores constitucionalmente tutelados, se
productiva patológica o ficticia encuentran abarcadas por la definición legal transcripta en el párrafo
anterior.
La doctrina “clásica” y predominante, a los fines de justificar y
convalidar la adopción de los sistemas o estrategias de organización En idéntico sentido, nótese que, en virtud de las previsiones contenidas
empresarial bajo examen, sostiene que los empresarios contarían en los artículos descriptos precedentemente, también puede reputarse
con la no discutida facultad de organización de la empresa, como como abusivo el ejercicio de un derecho en la medida en que exceda
manifestación del derecho de propiedad y de la libertad de contratar y
de emprender, y que dicha clase de decisiones empresariales resultaría
lícita, en tanto no existiría prohibición legal expresa alguna a su
respecto .

154
los límites impuestos por la buena fe, extremo que efectivamente se obscena cuando ocurre una tragedia, por ejemplo, la que enlutó a
daría en el marco de la implementación en términos patológicos de la la capital de Bangladesh en abril de 2013, en la que perecieron 1134
estrategia empresarial que nos ocupa, pues como enseñaba el maestro operarios de la industria indumentaria que producían para grandes
Antonio Vázquez Vialard, en el contrato de trabajo la buena fe obliga nombres comerciales, de marcas y empresas transnacionales tras
al empleador a un obrar honesto, leal, prudente, veraz, diligente, el derrumbe de un edificio cuya estructura no resistió el peso de
desechando todo engaño o perjuicio y evitando trampas, abusos, las máquinas y los trabajadores que se adocenaban en su interior , o
desvirtuaciones y tratos discriminatorios . cuando deriva en un asesinato, v. gr., el del militante político Mariano
Asimismo, vale agregar que la técnica de organización empresaria Ferreyra, quien fue muerto en Buenos Aires de un balazo mientras
bajo estudio tampoco superaría el básico control moral –término participaba de una manifestación en reclamo de la reincorporación y del
vulgar e impropiamente utilizado para designar a la ética— exigido por pase a “planta permanente” de trabajadores tercerizados despedidos
las normas en cuestión y, por lo tanto, su implementación ficticia o que prestaban servicios en diversas empresas subcontratistas de la
patológica también constituiría un ejercicio abusivo del derecho. Unidad de Gestión Operativa Ferroviaria de Emergencia (UGOFE),
a manos de un grupo de choque que respondía a la cúpula de la
En este aspecto, una vez más cabe recurrir a la calidad académica – Unión Ferroviaria, la cual, en grotesca connivencia con la patronal, se
pero sobre todo, humana— del maestro uruguayo Oscar Ermida beneficiaba política y económicamente a costa de los derechos de los
Uriarte, quien de manera categórica sostenía que los postulados de la trabajadores a quienes supuestamente debía representar y proteger .
doctrina neoliberal relativos a las relaciones laborales que, por cierto,
también caracterizan a la descentralización productiva, son actitudes Es por ello que, ante los renovados intentos del poder político y
de bajo contenido ético y/o tienen una connotación ética negativa, económico nacional y regional de retomar –so pretexto de paliar una
que llevan a su vez al cuestionamiento o negación de la justicia social situación económica y social signada por el desempleo, la pobreza, la
y de la protección del más débil, bases fundamentales tanto de la marginalidad y la exclusión, paradójicamente producto de las propias
desmercantilización del trabajo como del Derecho Laboral y de la falencias, contradicciones e incapacidades del sistema económico
Seguridad Social, instrumentos, a su vez centrales, del Estado Social imperante— una remanida (y hasta perimida) senda normativa
de Derecho . flexibilizadora –o lisa y llanamente, desreguladora— de las relaciones
de trabajo, no se puede ni se debe dejar de recordar –hoy más que
Por último, corresponde añadir que a idéntica conclusión cabe arribar nunca— la premonitoria advertencia inscripta en una de las (como no
en tanto el padecimiento por parte de los trabajadores de los negativos podía ser de otro modo) tres piedras fundamentales sobre las que se
impactos antes brevemente descriptos producto de la implementación erigió –en 1926 y en Ginebra, Suiza— el primer edificio propio de la
de sistemas organizativos descentralizados, casi invariablemente OIT: “Si quieres la paz, trabaja por la justicia” .
deriva de decisiones abusivas adoptadas por los empleadores al
amparo de la innegable posición de superioridad y dominación de la
que ciertamente gozan en el marco de la relación de trabajo, toda vez
que, tal como explica Kahn-Freund, la relación entre un empresario y
un trabajador aislado es típicamente una relación entre un detentador
de poder y quien no detenta poder alguno, que se origina como un acto
de sumisión que en su dinámica produce una situación subordinada
y que puede ser disimulada por esa ficción jurídica conocida como
“contrato de trabajo”, extremo que en definitiva motiva que el
propósito fundamental del Derecho del Trabajo sea el de constituir un
contrapeso que equilibre la desigualdad de poder negociador que es
necesariamente inherente a la relación de trabajo .
En virtud de todo lo expuesto, considerado que el ordenamiento
jurídico argentino dispone la nulidad del acto jurídico por el cual,
mediante el fraude y/o el ejercicio abusivo del derecho, se intente
eludir la aplicación de la norma laboral , las decisiones patronales que,
en el marco del sistema organizativo empresarial de descentralización
productiva bajo análisis, impliquen la tercerización de los procesos
productivos o de las relaciones de trabajo y tengan por objeto o efecto
la reducción de costos de la producción o la obtención de cualquier
otra clase de ventaja patrimonial por medio de la atenuación y/o lisa
y llana supresión de la tutela legal conferida a los trabajadores por la
normativa laboral, resultan ser nulas, de nulidad absoluta y, por cierto,
inoponibles a los dependientes afectados.
En tales casos, la situación quedaría regulada de facto por las
normas indisponibles y de aplicación imperativa que conforman el
denominado Orden Público Laboral, extremo que determinaría, sin
más, la procedencia de la atribución al sujeto contratante (de obras,
servicios, mano de obra, etcétera) del carácter de empleador directo
de los trabajadores involucrados en el negocio jurídico, y que ambos
sujetos empresariales resultarían ser solidariamente responsables
respecto de la totalidad de las obligaciones laborales y previsionales
derivadas de los vínculos de trabajo así reconducidos, todo ello de
conformidad con lo normado por los artículos 12, 14, 29 y ccdtes. de la
LCT y 10, 11, 12 y ccdtes. del CCCN.

6. Epílogo
Las transformaciones operadas como consecuencia de los procesos de
descentralización productiva reseñados precedentemente plantean
una problemática y conflictividad no sólo de orden económico sino
también socio-cultural-moral que requiere la adopción de medidas
concretas de esa misma índole basadas en el respeto al otro, que no
debe ser considerado como un enemigo, sino como un hermano, a
fin de encarrilar con sentido humano una compleja situación que
ciertamente enturbia las condiciones de una convivencia social en
justicia y paz .
Sin embargo, resulta cuando menos indignante que, pese a su
cotidianeidad, generalización –incluso a nivel global— y gravísima
dañosidad, dicho verdadero flagelo social haya sido impuesto como
un hecho consumado por la mayoría del discurso político y social
dominante y, por ello, sólo salga a la luz esporádicamente y de manera
155
EL IMPACTO DE LA REFORMA PROCESAL justicia en Chile, en el cumplimiento de las leyes laborales y
LABORAL CHILENA EN LOS JUICIOS LABORALES previsionales, y en la forma en que se desarrollan los juicios del trabajo
. Con esta modificación legal, el derecho procesal del trabajo comenzó
Y EN EL DESARROLLO DE LAS TÉCNICAS DE a ser visto como una manera de dotar de real eficacia al derecho
LITIGACIÓN ORAL sustantivo laboral y de brindar un mejor acceso a una justicia eficaz y
Rodrigo Azócar Simonet oportuna (Azócar, 2016: 9), de forma que, para asegurar los derechos
sustantivos de los trabajadores, se debe considerar su reconocimiento
y eventual ejecución jurisdiccional.
INTRODUCCIÓN
El establecimiento e instalación en Chile de la reforma procesal laboral
II. LA LITIGACIÓN OR AL Y LOS JUICIOS DEL TR ABAJO EN
y previsional, ha significado un importante cambio en la forma en que
CHILE
se desarrollan los juicios y en la manera de entender la participación
de los diferentes intervinientes, en especial, de los abogados litigantes La implementación del actual sistema procesal laboral implicó cambios
y jueces. en la forma en que se desarrollan los juicios del trabajo, lo cual exigió
a los litigantes y juecesun importante conocimiento y uso de diversas
El paso de sistemas escritos fundados en principios de argumentación
técnicas, destrezas y habilidades profesionales, especialmente de
jurídica clásica, a sistemas de litigación oral con principios formativos
litigación oral.
propios, ha significado un cambio de paradigma, en el cual, teniendo
como referencia la correcta aplicación de los principios de oralidad, En este sentido, desde la configuración misma de las modificaciones
inmediación y actuación de oficio del tribunal, resulta fundamental incorporadas al CdT, está presente una lógica enfocada a la oralidad.
que los jueces y litigantes conozcan y sepan aplicar correctamente las De hecho, en este tema, adquieren relevancia los principios formativos
técnicas de litigación oral para que las utilicen en las distintas etapas de del proceso de la oralidad, de inmediación y de actuación de oficio.
un proceso, lo que obviamente repercute en la enseñanza del derecho. Por un lado, la oralidad exige que, más allá de la argumentación y la
En este contexto, en el presente documento se analiza el impacto escritura, los litigantes y jueces conozcan y desarrollen habilidades
que ha tenido la implementación del modelo de juicios laborales en la y destrezas que,en un sistema escrito,no eran tan relevantes o
reforma procesal laboral chilena , en cuanto al desarrollo mismo de los necesarias.
juicios, vinculándolo concretamente con las técnicas de litigación oral Estas exigencias vienen dadas por la estructura misma de los
que se espera que tengan los litigantes y jueces, y con el consecuente procedimientos y sus distintas actuaciones procesales, en que la
impacto en la formación y enseñanza de abogados. oralidad tiene importantes manifestaciones. De hecho, el artículo 425
De esta manera, en un primer lugar, se analiza cómo el sistema procesal del CdT establece expresamente que todas las actuaciones procesales
laboral implicó cambios y nuevas exigencias para los litigantes y jueces serán orales, salvo las excepciones expresamente contenidas en esta
en cuanto a las técnicas, destrezas, conocimientos, habilidades y ley, mientras que, el artículo 431 del CdT, establece que las defensas
competencias profesionales, abriendo un espacio importante para la orales sólo pueden ser efectuadas por abogados habilitados.
incorporación de estas técnicas en los procesos judiciales, que antes Por otro lado, la inmediación y la actuación de oficio permiten abordar
no eran relevantes o no se consideraban. los juicios de una manera distinta, donde el juez dirige el proceso y
En segundo lugar, se presenta cómo este cambio normativo también está inmerso en los hechos y en las circunstancias del caso, así como
tiene algunas dificultades en su desarrollo, centrando el análisis en contacto directo con los medios de prueba.
en el impacto que debe teneren la formación de estudiantes y en la Así, el artículo 427 del CdT establece que las audiencias se deben
enseñanza del derecho procesal laboral, de las destrezas procesales desarrollar en su totalidad ante el juez de la causa, el que las preside
y de litigación, tanto de los actuales como de losfuturos abogado y no puede delegar su ministerio, tanto así, que el incumplimiento de
litigantes y jueces. esta regla es sancionado con la nulidad insaneable de las actuaciones.
Además, el artículo 429 del CdT establece que, una vez reclamada su
intervención en forma legal, el tribunal actuará de oficio.
I. LA REFORMA PROCESAL LABOR AL Y PREVISIONAL
CHILENA En este tema, desde la perspectiva del abogado litigante, no hay que
olvidar que una de sus tareas en juicio es persuadir y convencer a un
En los últimos veinte años, en el contexto latinoamericano surgieron
tercero imparcial, lo que realiza a través de una serie de actuaciones
profundas modificaciones a los sistemas procesales laborales. Estos
procesales que buscan lograr el convencimiento del juez.
no fueron fenómenos aislados, sino que se transformaron en una
verdadera tendencia generalizada en la región que buscaron modificar En este sentido, Blanco R., Decap M., Moreno L., Corral H., (2005)
el acceso a la justicia y dar efectiva vigencia a los derechos laborales. al respecto, mencionan que:“El abogado litigante es un narrador, que
recurre ante el tribunal para contarle de manera más persuasiva la
Esta tendencia se caracterizó por: hacer efectivamente aplicable las
historia de su cliente, de modo que se ofrezca una opción razonable al
garantías constitucionales al ámbito laboral; desformalizar el proceso;
juez como para que la repita al momento de resolver la controversia”
reconocer facultades y atribuciones de dirección al juez; adoptar
(p.25).
esquemas procedimentales en dos fases; introducir el objetivo
instrumental de dar efectiva tutela laboral procesal y sustantivaa los Es precisamente desde esta perspectiva, en que la litigación oral ayuda
derechos laborales y fundamentales; entre otros aspectos que, en a concretar este fin, considerando además que el juez laboral debe
definitiva, se preocuparon más del fondo que de las formas (Tapia, valorar la prueba conforme a las reglas de la sana crítica.Precisamente
2010: 2-3). por esto, resulta necesario analizar las técnicas de litigación que se
pueden aplicar en los juicios del trabajo, lo cual se puede realizar desde
Debemos destacar que dicha tendencia no fue ajena ni desconocida en
cuatro grandes ámbitos.
Chile, pues en virtud de una serie de leyes, que entraron gradualmente
en vigencia en las distintas regiones del país desde marzo de 2008 a (i) En un primer ámbito,dadas las exigencias que entregan los artículos
octubre de 2009, se reformó e implementó un nuevo sistema procesal 446, 449 y 452 del CdTcon relación a los escritos de demanda y
laboral y previsional . contestación, el litigante debe realizar un análisis exhaustivo del caso,
a través del cual busca plantear una teoría del caso y una estrategia
Este sistema procesal se caracteriza por contar con tribunales
judicial para desarrollarlo, lo cual le permita, inicialmente, preparar
especiales , con competencia en materias de derecho del trabajo y
y redactar una posible demanda o ejercer el derecho a defensa, por
seguridad social , otorgarles una estructura administrativa y aumentar
medio de la contestación de la demanda.La importancia de esto radica,
el número de jueces .
además, en que el contenido de estos escritos determinalos hechos
También se regularon procedimientos laborales con principios controvertidos del juicio, respecto de los cuales se incorpora la prueba
formativos propios y un sistema particular de recursos procesales y el juez resuelve en su sentencia definitiva.
. Entre los procedimientos, se encuentran el de aplicación general
En este punto, se acrecienta la importancia de contar con una
, el monitorio , el de tutela laboral , el de reclamación de multas y
estrategia judicial, la cual se genere, entre otras, a partir de entrevistas
resoluciones administrativas, y de cobranza laboral .
y otras comunicaciones con la persona a quien se va a representar, con
Este esquema de juicio se contrapone al anterior, en que: predominaba la revisión, investigación y recopilación de información relevante, con
la escrituración; la mayoría de los actos procesales de importancia la solicitud de documentación, la recolección y revisiónde posibles
no se realizaban en presencia del juez de la causa; no se procuraba
concentrar en un solo acto aquellas diligencias en que esto era posible
y; no se realizaban con la celeridad necesaria.
Esta reforma supuso un cambio importante en la forma de hacer

156
medios de prueba y demás antecedentes que permitan estudiar los de pronunciada la resolución que se impugna. También las defensas
hechos relevantes, los fundamentos jurídicos y las peticiones concretas orales y la argumentación que se realizan tanto en las audiencias como
que se someterán al conocimiento del tribunal, incluyendo el cálculo en los alegatos en las Cortes de Apelaciones y en la Corte Suprema.
de plazos y de posibles indemnizaciones o prestaciones. En este último punto, son importante las técnicas de los ya tradicionales
Desde esta perspectiva, la teoría del caso, la estrategia judicial, la alegatos en estos Tribunales Superiores de Justicia en que, si bien
argumentación aplicada y la investigación jurídica aplicada a un caso, sufren modificaciones normativas, estas no fueron esenciales en las
resultan claves. técnicas que se deben utilizar. Un tema importante que fuemodificado
Baytelman y Duce (2004), al respecto, mencionan que:“El juicio se refiere al recurso de nulidad, en que la vista de la causa procede
es un ejercicio profundamente estratégico y que, en consecuencia, sin previa relación, lo cual requiere que el abogado litigante sepa
comportarse profesionalmente respecto de él consiste -particularmente identificar, seleccionar y presentar los aspectos relevantes de su
para los abogados, pero esta visión altera también radicalmente la caso,con relación a la causal de nulidad que utilizó.
actuación de los jueces- en construir una teoría del caso adecuada Como se aprecia, la implementación de este sistema procesal laboral
y dominar la técnica para ejecutarla con efectividad. Esta visión del implicó cambios y nuevas exigencias para los litigantes y jueces
juicio y del trabajo de abogados y jueces en él es radicalmente distinta en cuanto a las técnicas, destrezas, conocimientos y habilidades,
al modo en que la actual cultura jurídica percibe esta instancia” (p. 7). incorporando nuevos aspectos relacionados con la litigación oral que
En cuanto a la teoría del caso, éste adquiere una centralidad, pues antes no eran relevantes o no se consideraban.
tendría que estar presente desde que se inicia la preparación de Sin embargo, el funcionamiento actual de los juicios del trabajo y el
un caso y hasta el fin del proceso, esto es, en las observaciones a la grado de preparación de abogados litigantes y jueces, muchas veces,
prueba y los eventuales alegatos ante los Tribunales Superiores de no permiten desarrollar adecuadamente las técnicas de litigación,
Justicia. De hecho, desde que un abogado toma un caso tendría que surgiendo dificultades en el ejercicio y desarrollo de estas.
estar proyectando sus observaciones a la prueba o las discusiones Por un lado, algunas normas procesales incentivan la improvisación y
jurídicas que podrían darse en un eventual recurso de unificación de la poca preparación de los juicios, conforme a las técnicas de litigación.
jurisprudencia. Así, por ejemplo, formalmente no se cuenta con la documentación
(ii) Un segundo ámbito ocurre en la audiencia preparatoria del ni los medios probatorios antes del juicio, no existe una declaración
procedimiento de aplicación general -que se aplica también al previa de los testigos o del citado a confesar, ni tampoco un tiempo de
procedimiento de tutela laboral, y supletoriamente a los otros preparación para efectuar las observaciones a la prueba.
procedimientos especiales -, que corresponde a una audiencia oral Asimismo, la carga de trabajo de los jueces, la interpretación de
que tiene por objeto, principalmente, el preparar la audiencia de juicio: algunas normas procesales y la excesiva intromisión de los jueces en las
desde establecer bases para una eventual conciliación, hasta resolver audiencias, muchas veces, tampoco permiten el desarrollo adecuado
cuestiones previas, establecer los hechos a probar y ofrecer los medios de las técnicas de litigación.
probatorios.
Sobre este tema, uno de los principales cuestionamientos que existe
En esta audiencia, resultan importantes las distintasalegaciones, entre los operadores jurídicos chilenos, se refiere al rol que tiene el
incidentes y defensas que se realizan oralmente, así como la juez en el proceso laboral que, muchas veces, no sólo dificulta que las
evacuación oral del traslado a las excepciones interpuestas por el partes desarrollen sus estrategias asociadas a las normas sustantivas
demandado en la contestación a la demanda, así como de la posible y procesales, sino que también sus técnicas, destrezas y estrategias en
demanda reconvencional . También son relevantes las resoluciones las audiencias orales.
orales y los distintos recursos que los abogados pueden interponer en
la audiencia, que van desde una aclaración, rectificación o enmienda, Por otro lado, es importante el grado de preparación que los litigantes y
hasta la reposición y la apelación. jueces realicen del caso, así como la formación y enseñanza que tengan
en materia de técnicas de litigación. En efecto, la práctica judicial
En esta audiencia, oralmente, también se fijan los hechos no evidencia una falta de preparación adecuada de los abogados en la
controvertidos y los hechos a probar, y se desarrolla la dinámica de materia y que, muchas veces, el rol de juez como “rector del proceso”
ofrecimiento y exclusión de la prueba (documental, confesional, se mal interpreta, limitando el actuar del litigante y, en la práctica,
testimonial y de otros medios de prueba). sustituyéndolo.
A su vez, desde la perspectiva del juez, en una audiencia preparatoria, Finalmente, cabe indicar que Blanco R., Decap M., Moreno L., Corral
éste tendría que identificar cuáles serían los hechos controvertidos y H., (2005) al respecto, mencionan que:“El adecuado conocimiento de
los medios de prueba admisibles que le permitirán dictar una sentencia las normas y la utilización de este conjunto de habilidades y destrezas
definitiva. poseen, qué duda cabe, una ventaja para los litigantes; sin embargo, el
(iii) Un tercer ámbito se presenta en la audiencia de juicio,que fin último de ese conocimiento y habilidades está dirigido a mejorar
corresponde a una audiencia oral, cuyo principal objeto es rendir o la calidad del sistema de justicia en su conjunto, pues la calidad de
incorporar los medios de prueba que se ofrecieron en la audiencia la litigación redunda en una mejoría de los fallos y resoluciones de
preparatoria y realizar observaciones a las mismas. los jueces orales y de garantía, generando una jurisprudencia más
En esta audiencia es clave la rendición de la prueba, para lo cual el contundente y sustantiva y con ello un mejor sistema de justicia”
abogado litigante debe conocer y saber utilizar, entre otros, las técnicas (p.18).
de incorporación de la prueba documental, así como de interrogación
y contra interrogación a testigos, plantear objeciones y examinar al III. LA ENSEÑANZA DE LAS TÉCNICAS DE LITIGACIÓN OR AL
citado a confesar.
Como se indicó, para el adecuado desarrollo de las audiencias, resulta
Tambiénse aplican las técnicas de alegatos en las observaciones a la fundamental que litigantes y jueces avancen en el conocimiento y
prueba. En este sentido, una vez acabada la rendición de las pruebas, adquisición de técnicas relacionadas con la litigación oral, a través
las partes deben formular, oralmente, en forma breve y precisa, las de métodosde enseñanza que permitan la práctica, ejercitación y
observaciones que les merezcan las pruebas rendidas,en relación con simulación.
los hechos a probar, así como sus conclusiones.
De esta manera, es importante que los abogados litigantes y jueces
Las observaciones a la prueba en materia laboral son el símil a los conozcan los aspectos relacionados con la litigación oral, lo cual
alegatos de clausura en otros procedimientos orales, como ocurre indudablemente debe enseñarse y ejercitarse de manera adecuada.
en el procedimiento penal. Como se mencionó anteriormente, es una Sin embargo, y pese a la importancia que tiene la litigación oral en
instancia que el litigante debiese preparar durante todo el juicio y el desarrollo de los juicios, se evidencia una importante falta de
desde la configuración de su teoría del caso, pues es lo que le permite preparación de los abogados en estos temas.
cerrar su actuación oral en el proceso y, por tanto, concluir el trabajo
que ha realizado. A su vez, por un lado, se constata que los abogados desconocen
aspectos importantes sobre cómo investigar los hechos, interpretarlos
Por su parte, desde la perspectiva del juez, en una audiencia de juicio, y describirlos. Al respecto, Rivera (2008), menciona que:“Ha
tendría que identificar cuáles son los hechos probados en juicio a existido una baja preocupación por la forma de conocer en el proceso,
través de determinados medios de prueba, que le permitan dictar su atornillándose más en los mecanismos instrumentales de la actividad
sentencia, cuya construcción resulta ser un acto complejo. probatoria, más específicamente en reglamentar como introducir
(iv) Finalmente, en un cuarto ámbito, son importanteslos aspectos
propios de la argumentación, la comunicación, el lenguaje corporal, y
el manejo y dirección de audiencias. Asimismo, los recursos que deben
interponerse en forma verbal en las audiencias orales, inmediatamente

157
el conocimiento al proceso, pero no cómo conocer –descubrir y donde el rol del docente es corregir y ayudar en este proceso de
justificar-. Elementalmente nos referimos al conocimiento consistente aprendizaje. Desde esta perspectiva, una forma eficaz de aprender
en distinguir cierto tipo de proposiciones –las descriptivas de hechos o litigación oral para poder desarrollarla en juicio, es a través de
estado de cosas- verdaderas de las falsas. Es innegable que los teóricos un método de enseñanza que permita la práctica, ejercitación y
se han preocupado más por los aspectos valorativos o de significación simulación, con correcciones docentes ligadas al ensayo y error.
trascendental, que por el estudio del rol de la verdad y la prueba en el Pero esto no basta con enseñarlo una vez y/oque se ejercite
derecho” (p.11). periódicamente. Los procesos de mejoras personales en las técnicas,
Por otro lado, a partir de esta nueva realidad procesal y tal como se habilidades y destrezas de un abogado son progresivos y requieren
adelantó, se han detectado, entre otras, las siguientes necesidades: que de contextos que lo permitan (lugares de trabajo, casos o causas
los abogados conozcan las diferentes técnicas de litigación oral, dentro patrocinadas, jueces, funcionarios judiciales, abogados y tribunales,
de las etapas del juicio, para que los jueces resuelvan adecuadamente entre otros), unidos aprocesos internos de evaluación y mejoras
las objeciones y reposiciones de los intervinientes que se presenten continuas, donde la introducción de prácticas reflexivas resultaría
durante su desarrollo; que sepan distinguir la oralidad argumentativa clave, tanto en el proceso de instrucción o enseñanza, como en el
de la litigación oral; que realicen un correcto uso de la introducción de ejercicio profesional.
las evidencias y medios de prueba dentro del juicio; que comprendan
la nueva dinámica del juicio oral y su correcta dirección; que apliquen
estas nuevas herramientas que entregan las técnicas de litigación para CONCLUSIONES
obtener mejores decisiones judiciales. 1) Con la implementación del actual sistema procesal laboral y
En consecuencia, la forma en que se desarrollan los juicios laborales previsional, el derecho procesal del trabajo comenzó a ser visto como
ha implicado nuevas exigencias para los abogados litigantes y jueces, una manera de dotar de real eficacia al derecho sustantivo laboral y de
lo cual necesariamente debe impactar en la formación de estudiantes, brindar un mejor acceso a una justicia eficaz y oportuna, entendiendo
tanto de los actuales como de los futuros abogados, así como en la que, para asegurar los derechos sustantivos de los trabajadores, se
enseñanza del derecho procesal laboral y de las destrezas procesales debe considerar su reconocimiento y eventual ejecución jurisdiccional.
y de litigación. Esta modificación supuso un cambio importante en la forma de
De esta manera, es importante cuestionar cómo se está preparando hacer justicia en Chile, en el cumplimiento de las leyes laborales y
a los litigantes y jueces para el desarrollo de los juicios orales en previsionales, y en la forma en que se realizan los juicios del trabajo.
materia laboral, reconociendo que ya no basta sólo conentregar 2) Este cambio tambiénha exigidoa los litigantes y jueces el desarrollo
conocimientos de derecho sustantivo del trabajo y de normas del de nuevas habilidades y destrezas que antes no eran relevantes o
sistema procesal laboral, especialmente sus principios formativos y no se consideraban en el ejercicio profesional y, especialmente, que
aspectos procedimentales. conozcan y utilicenadecuadamente las técnicas de litigación oral.
En este sentido, resultaría fundamental que los litigantes y jueces Sin embargo, el funcionamiento actual de los juicios del trabajo y el
entiendan la participación que tienen en las distintas actuaciones grado de preparación de abogados litigantes y jueces, muchas veces,
durante el proceso laboral, así como que distingan las técnicas de no permiten desarrollar adecuadamente las técnicas de litigación oral,
litigación específicas que deben aplicarse en cada etapa. surgiendo dificultades en el ejercicio y desarrollo de estas.
En fin, para el adecuado desempeño de abogados litigantesy jueces, Es por lo anterior que se requiere, entre otros,incentivar una mayor
especialmente en el desarrollo de audiencias orales, es importante el preparación de los casos, estimular la formación adecuada a los
conocimiento del caso, del derecho sustantivo aplicable, de las normas intervinientes y promover ciertos cambios normativos e interpretativos.
que rigen el procedimiento, así como del adecuado conocimiento y 3) Particularmente, en la formación de abogados litigantes y jueces, no
práctica de las destrezas y habilidades, como lo son las técnicas de sólo se necesita poner el acento en aspectos sustantivos y procesales,
litigación oral. sino también en las técnicas y destrezas procesales y de litigación.
Lo anterior implica cuestionarse y repensar la enseñanza no sólo a Con relación a laenseñanza de la litigación oral, ésta debe realizarse a
nivel de contenidos, sino también respecto a objetivos, metodologías través de métodos que permita la práctica, ejercitación y simulación
y formas de evaluación, lo cual, naturalmente impacta, o está de los estudiantes, el cual comience desde el conocimiento del caso
impactando, en los currículos y mallas de las Escuelas de Derecho. y la definición de una estrategia, hasta su desarrollo y defensa en una
A nivel de contenidos, las Escuelas de Derecho deben buscar que audiencia oral.
los estudiantes conozcan y apliquen correctamente las técnicas de Esto requiere necesariamente un impacto en la formación de
litigación oral, y en especial, que sean capaces de realizar un análisis estudiantes -tanto de los actuales como de los futuros abogados
del caso, plantear y desarrollar una teoría del caso y una estrategia litigantes y jueces-, así como en la enseñanza del derecho procesal
judicial, realizar un alegato de apertura (o introducir algunos aspectos laboral y de lastécnicas de litigación oral.
en los escritos principales o en determinados momentos de las
Finalmente, todo esto se trata de preparar a mejores litigantes y
audiencias), incorporar los distintos medios de prueba (documental,
juecespara perfeccionar el desarrollo de los procesos judiciales, los
testimonial, confesional, entre otros),formular las observaciones que
cualespermitan, a su vez,contribuir a mejorar la calidad del sistema
les merezcan las pruebas rendidas en el proceso, realizar alegatos
judicial y a la eficacia de los derechos laborales.
antes los Tribunales Superiores de Justicia, entre otras acciones que
den cuenta del desarrollo de técnicas y habilidades que actualmente
se le exige a un abogado en su ejercicio profesional.
En cuanto a los medios de prueba, es importante que los estudiantes
conozcan y apliquen un correcto uso de los medios probatoriosy, en
especial, de las técnicas de examen directo de testigos, de objeciones
de preguntas,de contra examen de interrogación, de exhibición de
documentos, de uso en juicio de declaraciones previas para refrescar
memoria, de discusión de testimonios, entre otros.
Sin embargo, en este tema también implica elaborar y desarrollar
nuevas metodologías de enseñanza y formas de evaluación. Cuando se
habla de técnicas, destrezas y habilidades, la metodología es clave. Por
un lado, no se puede pretender formar a un futuro abogado litigante
o juez desde una presentación teórica o en una dispositiva que se
explique y defina cuáles son las preguntas inductivas, por ejemplo.
Tampoco, en el otro extremo, implica formar sólo “técnicos” o meros
“hacedores” de litigación.
En este caso, se exige el despliegue de otras acciones y actividades
en la enseñanza, que pueden ser ejercicios de simulación de casos o,
derechamente, la tramitación de casos reales a través de las Clínicas
Jurídicas de las Universidades o la participación en la tramitación de
casos en la formación de abogados, tal como sucede en la formación de
otras disciplinas, como en el área de la salud.
En definitiva, nos referimos a “aprender haciendo”, al ensayo y error,
158
BIBLIOGR AFÍA Apuntes para una discusión sobre la
Academia Judicial de Chile, Manual de Juicio del Trabajo, La Academia, redefinición del ámbito subjetivo del
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y exclusiones. Hasta mediados del siglo X X, la preeminencia del trabajo
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asalariado volvía marginal, tanto el número de casos de “zona gris”,
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situación inicial ha sido revertida. Esta reconfiguración del mundo
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para juicios, Tirant Lo Blanch, Valencia, 2012.
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Frontaura, C., Barriga, C., Jara, M., Casos para la enseñanza del derecho, base de esta premisa, apunta a estudiar, en primer lugar, la evolución
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lugar, a proponer una metodología para determinar la aplicación
Modernizac_de_Justicia_del_Trabajo_La_reforma_que_viene.pdf
del Derecho Laboral a un caso concreto. Para ello, apuntamos a
Lanata, G., Manual de Proceso Laboral, LegalPublishing, Santiago de Chile, incorporar niveles previos de análisis sobre la ocupación y función
2011.
del dependiente recogiendo, además, las categorías elaboradas por la
Ortega, W., Litigación oral para el proceso penal, Editorial Universidad Católica doctrina clásica y contemporánea. De este modo, se persigue superar
de la Santísima Concepción, Santiago de Chile, 2012.
la mirada tradicional sobre el trabajo individual en las nuevas formas
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Santiago de Chile, 2010. I. Introducción
Tapia, F., “El juicio de hecho en las reformas procesales de la América Latina”, Las transformaciones en el modelo productivo del sistema capitalista
Derecho Laboral, Tomo LV-245, Uruguay, 2012. han generado cambios profundos y que suponen una ruptura histórica
con el modelo empresarial que diseñó Taylor (Reynoso, 2014, p.137).
Así, las nuevas formas organizativas que asume el capital sitúan al
Derecho del Trabajo en el desafío de reorientar su finalidad, la cual ha
sido desde sus orígenes, controlar del ejercicio del poder empresarial
en las relaciones laborales (Supiot, 1996, p.134). Desde esta
perspectiva, resulta evidente que, a la fecha, casi todos los institutos
jurídicos que conforman a esta disciplina han sido trastocados por
los cambios tecnológicos. En tal sentido, y situados en la discusión
sobre la delimitación del ámbito subjetivo de la relación laboral, puede
afirmarse que hay dos procesos socioeconómicos en concreto que han
desestabilizado al Derecho del Trabajo en este aspecto. Estos son, por
un lado, el fenómeno de la descentralización productiva; y por otro, las
labores a través de las plataformas digitales.
Con la descentralización productiva el primer concepto que es
cuestionado y alterado en el Derecho del Trabajo es el relativo al
empleador. El modelo taylorista, que suponía la concentración
centralizada de la actividad económica, tenía como correlato en el
ámbito jurídico, que el centro de imputación de obligaciones laborales
sea la empresa. Con el desmembramiento de ciertas actividades
hacia el exterior, este proceso ha involucrado cambios muchas veces
traducidos en una serie de respuestas legislativas e interrogantes
a nivel jurídico. Las primeras han sido en América Latina, a nivel
genérico, dos: regulación o prohibición (Sanguineti, 2012, p. 340). Las
segundas, por otro lado, apuntan a cuestionar los límites y formas de
controlar la disociación de los contenidos del poder de dirección que
se realizan (Sanguineti, 2019, p. 119).
Con el segundo proceso socioeconómico hay un viraje hacia el otro
sujeto laboral. Es así, que el trabajo a través de las plataformas
digitales ha reavivado la pregunta más clásica y primigenia del Derecho
del Trabajo: ¿quién se encuentra en el ámbito de aplicación de esta
disciplina? Pregunta que posee una especial relevancia toda vez que a
partir de su respuesta se aplicará o excluirá todo un estatuto normativo
de derechos y obligaciones a un número de personas cada vez más
creciente. Atendiendo a la relevancia jurídica e incidencia práctica
que tiene este problema, el presente trabajo abordará su desarrollo.
Para ello se busca reconstruir la evolución del concepto de trabajo en
la disciplina desde una perspectiva jurídica y de política social. Ello con
la finalidad de elaborar niveles de análisis sobre la ocupación y función
del dependiente, complementando el examen sobre la subordinación
tecnológica.

II. Doble perspectiva del trabajo en las plataformas


digitales
Una primera aproximación sobre el trabajo a través de las plataformas

159
digitales, predominante en la actualidad, ha estado dirigida a perfilar niveles diferentes de análisis, que miran hacia distintos aspectos de
una serie de «nuevos indicios de subordinación». Es así que se postula la estructura en que se organiza la plataforma digital. Es así que en
que en la uber economy la dependencia jurídica está caracterizada, i. un primer momento se evalúa la onerosidad del trabajo, que atiende
por un control virtual y necesario; ii. que matiza muchos de los clásicos a la forma cómo la aplicación persigue o no la rentabilidad de una
indicios de laboralidad -como trabajar bajo un horario determinado; actividad. Para luego estudiar cómo se distribuyen los riesgos en el
y iii. cuya prestación de servicios se realiza con una marca ajena desarrollo de esta labor. Superado estos niveles deberá de ser objeto
(Todolí, 2017, p. 63-64). Tal enfoque no será objeto de desarrollo en de atención, recién, la subordinación del trabajo. Con ello, se sostiene
la presente investigación. Se pretende, por el contrario, presentar una que la evaluación que deberá de realizarse respecto de los indicios de
doble perspectiva sobre estas nuevas formas de servicios: una jurídica laboralidad corresponderá al último nivel de análisis (Gorelli, 2019,
-que retome los conceptos clásicos del Derecho del Trabajo, y otra de p.100). En otras palabras, para examinar la dependencia tecnológica
política social. se deberá de haber descartado que la plataforma cumpla con el simple
El primer enfoque propuesto parte de caracterizar las notas del objetivo de intermediar oferta y demanda en un mercado de trabajo
tipo de trabajo que comprende la disciplina, las cuales son cuatro: i. determinado.
productivo; ii. por cuenta ajena; iii. libre; y iv. subordinado (Plá, 1990, Por otro lado, el enfoque jurídico no puede ser ajeno a las
p. 92 y Neves, 2012, p.17). Particularidades que, además, se ordenan consideraciones de política social que involucra el trabajo a través de
según niveles de análisis, que pueden observarse en el siguiente las plataformas digitales. En otras palabras, el concepto normativo de
cuadro: dependiente que se encuentra positivizado debe también considerar
aquellas transformaciones económicas y sociales que puedan alterar
los arquetipos clásicos de la disciplina. La denominada expansión
del ámbito subjetivo del Derecho del Trabajo se traduce, así, por
un lado en una interpretación flexible y dinámica del concepto de
subordinación (Ermida y Hernández, 2002, p.295). Y por otro, en
la incorporación hacia esta normativa de supuestos límite entre una
relación contractual de carácter laboral y de otra índole. Esto último
a partir de la necesidad de garantizar un grado de protección social
semejante al de los trabajadores dependientes (Palomeque. 2019,
p.71). Desde esta perspectiva, la inclusión de quienes laboran por
medio de plataformas digitales responde, además, a una situación de
precariedad que exige mecanismos de tutela frente al ejercicio de un
poder empresarial irrestricto (Gorelli, 2019, p.87).

III. Conclusiones
Tras las distintas transformaciones económicas y sociales, el grueso
de los institutos jurídicos se ha visto trastocado. No siendo una
Fuente: Neves, 2012, p. 17. excepción el ámbito de aplicación del Derecho del Trabajo. Así, las
diversas formas de contratación, entre las que destaca las plataformas
digitales, desafían la idea clásica de trabajador con la que se acentuó
Desde esta perspectiva, si bien hay elementos que pueden resultar
esta disciplina jurídica. De modo tal que el primer paso hacia la
evidentes en su análisis -como la nota de trabajo libre- otros aspectos
discusión sobre la reconfiguración de las relaciones laborales en la
pueden ser examinados con mayor rigurosidad. Más aún cuando se
era digital implica definir si es que corresponde aplicar la legislación
relacionan y evalúan con las distintas formas de organización que
laboral o no.
adoptan las plataformas digitales. Siguiendo esta perspectiva, los
siguientes párrafos apuntan a desarrollar las particularidades de los A fin de poder responder la interrogante sobre la laboralidad del trabajo
criterios de productividad y ajenidad en el marco de esta nueva forma a través de las plataformas digitales es necesario atender a los distintos
de organización del trabajo. criterios que delimitan la aplicación de la disciplina jurídica en cuestión.
En tal sentido, las cuatro notas características desarrolladas por la
Con la exigencia de onerosidad o productividad, la doctrina busca
doctrina -onerosidad, ajenidad, libertad y subordinación- constituyen
acotar el ámbito de aplicación de la disciplina con relación a las
niveles de análisis previo al examen de los indicios. La onerosidad de la
distintas manifestaciones del trabajo en sociedad. Se exige, así, que
actividad, por un lado, permite descartar aquellas plataformas digitales
las labores se realicen con el objeto de obtener un beneficio económico
que se orientan a socializar actividades cotidianas o de la comunidad
individual y directo (Plá, 1990, p.93 y Neves, 2012, p.19). Para analizar
sin la posibilidad de rentabilizar ésta -que son más identificadas con
este factor adquiere especial relevancia la forma de organización
la sharing economy. La ajenidad, por su parte, buscará atender cómo
que adopta una plataforma. BlaBlaCar, por ejemplo, permite que
la aplicación distribuye los riesgos del trabajo según su estructura
propietarios de vehículos pongan a disposición del público sus rutas
y quién los asume. De modo tal que cuando se identifique que no
de viaje a fin de distribuir los gastos que involucra el desplazamiento.
es el dependiente quien asume los principales riesgos de la tarea,
Estructura a partir de la cual no hay forma de rentabilizar la actividad
corresponderá analizar el último criterio, la subordinación, a partir de
realizada, pues se trata actividades cuyo motivo de ejecución y
los distintos indicios de laboralidad.
finalidad no es obtener ganancias, sino compartir un servicio con la
sociedad -y eventualmente aminorar gastos. Supuesto diferente al El análisis jurídico sobre el trabajo en plataformas digitales no puede
de otras aplicaciones como Uber, en donde el trabajo se ejecuta con ser ajeno, desde otra perspectiva, a la política social del Derecho
el propósito de producir una renta, al punto que por medio de un Laboral. La expansión del ámbito de aplicación responde, además de
algoritmo los precios fluctúan según la demanda. una interpretación flexible y contextual de la subordinación, a una
extensión de las garantías sociales. La inclusión de los dependientes
Superado el análisis sobre la onerosidad del trabajo, corresponde
de plataformas digitales, desde esta perspectiva, iría ligada también
atender al criterio de ajenidad. El cual indica que los frutos y resultados
por la precariedad que envuelve a este tipo de prestaciones, así como
de la actividad son atribuidos a una persona diferente a quien la
la evidente desprotección a la que se expone. Gaspar Bayón sostenía
ejecuta (Plá, 1990, p.93 y Neves, 2012, p.). Así, y como consecuencia
que la delimitación del ámbito de aplicación del Derecho del Trabajo
de esta característica, el dependiente no asumirá ningún riesgo por
implicaba, también, observar qué actividades humanas se deben hallar
la rentabilidad en el resultado de su labor. Siguiendo el ejemplo de
entre las fronteras de esta disciplina (Bayón, 1996). Hoy esta premisa,
BlaBlaCar, quien asume todas las contingencias que puede presentar el
en el caso de los trabajadores en plataformas digitales debería de ser
trabajo en este diseño es el propietario del vehículo, toda vez que al ser
respondida categóricamente.
una actividad propia que busca ser compartida, deberá de realizarse
con o sin acompañantes. Otras aplicaciones como Uber o Lyft, por  
el contrario, perciben las ganancias producidas por el trabajo de los
conductores, a la vez que asumen todos los riesgos de la actividad.
De ahí que como forma de asegurar la rentabilidad de su negocio
introduzcan una serie de formas de controlar la calidad del servicio,
como feedbacks, puntuaciones, y sanciones como la cancelación de
cuenta, etc.
Ambos criterios, siguiendo el cuadro expuesto, corresponden a

160
Referencias bibliogr áficas: A limitação da função interpretativa do
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4. Para desconstruir: a Lei nº 13.467/2017 e a limitação da arte do
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1. Para começar: antes, um dedo de prosa.
Tirant lo Blanch. Século XVI. Cidade de Florença. Como era de costume, estavam seus
habitantes em suas casas ou a trabalhar em seus cultivos, dedicados
cada um aos seus afazeres, quando, de súbito, ouviram o soar do sino
da Igreja. Fato este por deveras regular naqueles tempos sombrios.
Todavia, aquele cântico entoado das batidas do sino carregava um ar
melancólico, assemelhando-se a finados, o que era surpreendente,
uma vez que não constava que alguém daquela aldeia se encontrasse
em vias de falecimento.
Pela estranheza do acontecimento, voltaram-se os habitantes daquela
aldeia em direção ao adro da Igreja, à espera de que lhes dissessem
a quem deveriam chorar. As batidas do sino permaneceram por
alguns minutos, quando, então, emudeceram-se. Instantes depois,
um camponês, que não era o sineiro, apareceu, abrindo as portas.
Inquietos, os presentes na Igreja indagaram ao humilde camponês
onde se encontrava o sineiro e quem era o morto. “O sineiro não
está aqui, eu é que toquei o sino”, foi a resposta do camponês. “Mas
então não morreu ninguém?”, indagaram os habitantes. E o camponês
respondeu: “Ninguém que tivesse nome e figura de gente, toquei a
finados pela Justiça porque a Justiça está morta”.
Século X XI. Ano de 2017. Brasil. Como de costume, nas Casas do
Congresso Nacional, estavam seus representantes, devidamente
aprumados, embriagados pela ambição que os contagia, de costas para
uma Nação inteira, sem conversa e técnica, conduzindo, a toque de
caixa, a aprovação de um marco regulatório que mudará os rumos das
relações de trabalho brasileiras. É o ano da Lei nº 13.467/2017.
Anos de amadurecimento jurisprudencial, semeados diuturnamente,
ceifados numa penada apenas. Onde se enxergou que o tempo de
trajeto deveria ser computado na jornada de trabalho, em locais ermos
e de difícil acesso, não servido por transporte público, a lei sinalizou o
contrário. Quando se atribuía às parcelas natureza jurídica salarial, a
lei liberalizou o rombo aos cofres públicos. Adeus aos salários! Abram
alas para as diárias, bonificações, premiações. Nada tributável.Viva o
sistema previdenciário!
Paralelamente, ninguém parece notar que, ao fundo, o sino volta a
tocar. Novamente se questiona: onde está o sineiro? A quem se deve
prantear?
Por isso, longe de ser o prelúdio de mudança – esse breve ensaio não
tem tamanha pretensão - mas, sobretudo, um meio de resistência, para
que gerações futuras não se envergonhem da passividade da presente.
Uma exortação aos intérpretes do direito para que não se curvem ao
peso do autoritarismo prenunciado pela Lei nº 13.467/2017.

2. Para refletir: interpretação e hermenêutica


jurídica – a necessidade de (re)visitação dos
conceitos
Todo texto, para além das palavras, há sempre um contexto, um
transtexto, um metatexto. Quem dá sentido e vida ao conjunto de
expressões, frases e símbolos, é o intérprete.

161
A lei é estática. Nasce com o propósito auspicioso de reger situações Por essas razões, não demorou muito para que a velha escolástica
abstratas, pertencentes ao mundo do ser, dinâmico e vivaz por fosse superada pelo arvorecer dos códigos. A promulgação do Código
excelência. Daí dizer que “a lei é um silêncio”. Na sua textura aberta de Napoleão, já no início do século XIX, contribuiu para a evolução do
é preciso interpretar o silêncio; o não dito. É preciso despertá-la de método hermenêutico, muito embora de índole codicista, cuja análise
seu réquiem, porque nem sempre soa; quando muito, apenas sussurra era feita de modo inorgânico, preso, ainda, à vontade do legislador.
melindrosamente. “A lei não dá todas as medidas da escala. Ela Todavia, em vista das transformações sociais que se sucederam a partir
introduz uma pausa: quem define a extensão é o intérprete.” da Revolução Industrial, assomaram-se as insuficiências do método
Nessa conjectura, tudo depende mais do intérprete, do que do hermenêutico tradicional, abrindo espaço para a cimentação do
próprio texto, cuja tessitura ganha corpo, dimensão e extensão pelas método histórico-evolutivo, a cujo nome se atribui a MA XIMILIANO,
mãos solitárias do julgador. De um lado, a lei, com sua aparente que assim observa: “[...] não só o que o legislador quis, mas também o
deficiência, ora faltando, ora sobrando palavras; em determinado que ele quereria, se estivesse no meio atual, enfrentasse determinado
ponto, clarividente em seus termos; mais adiante,por deveras oculta, caso concreto hodierno, ou se compenetrasse das necessidades
obscura. De outro, o intérprete, a quem incumbe a hercúlea tarefa contemporâneas”.
de dar sentido e vivacidade ao texto inanimado, orbitando dentro e A bancarrota do dogmatismo e de seus movimentos no intento de
fora da norma jurídica, em seu interior e em seu exterior, ainda que reacender os pandectas fizeram com que a vida do direito deixasse
enclausurado na mens legislatoris, sem perder de vista a realidade o locus seguro dos códigos e ganhasse cena multiforme, valorativa
social que o circunda, a paisagem desenhada e redesenhada pela do realismo sociológico, psicológico e linguístico. Nascia então o
velocidade dos tempos, condensando o passado, o presente e o futuro. movimento do direito livre, de origem francesa e alemã, liderado por
Hermenêuticaé isso: “a teoria científica da arte de interpretar” , com François Geny e EugenEhrlich, cujo assentamento teórico repousava
a finalidade de determinar o sentido e o alcance das expressões do na função criadora do direito pelo seu aplicador. O juiz, então, estaria
Direito. A razão é simples: a alvura cáustica do papel, bordadocom livre para julgar, inclusive, contrariamente ao texto da lei, desde que
palavras e expressões, não consegue abarcar todos os fenômenos atingisse o viés teleológico fundante do direito.
sociais. Dessa feita, limitada que é, em comprimento e em extensão, Se, de um lado, o apego exacerbado ao texto de lei conduz à inevitáveis
prefere “pairar nas alturas, fixar princípios, estabelecer preceitos injustiças, de outro, o excesso criativo condena a segurança jurídica.
gerais, de largo alcance” , relegando ao intérprete do Direito a tarefa O juiz que improvisa além da conta esboroa com a estabilidade
de definição dos conceitos e intenções. necessária e ínsita ao direito, convertendo a lide em jogo lotérico, do
A interpretação, por sua vez, é o processo de lapidação da norma qual “[...] ninguém sabe como cumprir a lei a coberto das condenações
jurídica, extraindo do seu interior o mais puro refinamento. forenses”.
Semelhante ao ourives, que refina sua valiosa peça para o uso, o Por isso, tanto a sobra interpretativa, quanto a sua deficiênciadenunciam
aplicador do direito tem na lei a sua pedra preciosa ainda envolta de o perigo de utilização indevida do direito positivado, porque servem de
impurezas. Ou porque diz além da conta; ou porque lhe falta palavras; reduto para o cometimento das mais graves atrocidades, sob o império
ou porque a clareza não lhe favorece; ou porque ofuscada pela névoa da lei ou sob o império do juiz.Mais adequada, então, é a busca do
que a encobre. Interpretar é, portanto, explicar, esclarecer, dar o exegeta por uma postura moderada, que retire do Direito, como
significado de determinado vocábulo e, sobretudo, “revelar o sentido conjunto, as deduções exigidas pelo meio social, mas sem afrontar
apropriado para a vida real e conducente a uma decisão reta”. arbitrariamente a letra da lei.
Nesse encalço e dentro disso, o exegeta tem nas mãos a atribuição de
intelecção e indução de sentidos, conceitos e símbolos, utilizando-
se, para tanto, do emprego de técnicas e processos interpretativos 3. Para aprender: o fracasso da teoria fundada na
adequados, em ordem a superar possíveis antinomias e a colmatar pureza dos sentidos
lacunas existentes no ordenamento jurídico. A partir de um longo processo de laicização e de cientização do direito,
Anote-se que toda regra jurídica está sujeita ao processo de que se deflagrou no século XVIII e se sedimentou definitivamente nos
interpretação. Até mesmo aquelas luzentes, aparentemente sem princípios do século X X, a concepção metódica que rompesse com a
ofuscação, estão carpidas aos métodos interpretativos. O próprio liberdade proveniente do movimento do direito livre ganhou força,
conceito de clareza é relativo: o que parece evidente para um, pode assentando-se suas premissas basicamente no primado da lei.
transparecer obscuro e dúbio a outro, seja porque menos atilado e Retomou-se, nessa perspectiva, o apego exacerbado à lei, concebida
culto, seja porque inserido em contexto social peculiar, exigindo do como única fonte formal válida da ciência jurídica. KELSEN,
intérprete um exame clínico diverso e mais acurado. precisamente por suas naturais contradições, despontou-se como um
A construção (construction), diferentemente da interpretação, orbita dos nomes mais simbólicos daquele tempo. Com sua teoria fundada
além do texto da lei, recompondo a norma, a partir da análise sistêmica na pureza dos sentidos, pretendeu-se a catarse do direito, expurgando
do ordenamento jurídico. Não raras vezes, a pauta textual abre um de sua essência todo elemento exógeno, numa crítica ao sincretismo
espaço para o improviso. O compositor, diante desta lacuna, tem o que acolhia outros métodos de conhecimento e de intelecção jurídicos
papel fundamental de preenchê-la e, ao longo desse processo, recria e, mesmo, os padrões científicos de ordem diversa.
novos tons, sonoriza novas notas e declama novos sonetos. Nessa Tão evidente foi o apego à pureza do direito que suas bases suplantaram
medida, tem um caráter evolutivo. Não se atém ao texto da lei, como a linhagem do mero discurso. Assistiu-se, sob o império da lei, a uma
se espera do processo interpretativo, mas vai além, deduzindo a norma das maiores atrocidades cometidas pelo homem contra a humanidade.
a partir do sistema, revelando-a desde o todo orgânico. Hitler, em conduta similar ao que se fazia do direito, perscrutava a
Odireito romano, entretanto, recusou validade ao método construtivo. catarse da raça humana.
Sua base interpretativa assentava-se na recuperação da vontade do Na verdade, o direito se amoldou nos anos da implantação nazista ao
legislador, estando os pretores enclausurados ao texto da lei, sem programa de autoridade. Suas estruturas foram colocadas a serviço das
liberdade para voar, pensar ou recriar, o que, de antemão, evidencia forças de dominação. De sua tessitura, mantiveram apenas a forma. A
a sua grande falha. Justiniano idolatrava o Digesto e repudiava o substância perdeu-se no medo ou foi sobreposta pela banalidade do
hermeneuta.Contudo, ao reduzir o método interpretativo à procura mal que Hannah Arendt descreve com extraordinária racionalidade.
do intento do legisladorconfundiu-seo todo com a parte. O direito constituiu, então, em instrumento de escravização e de
Explica-se. No meio musical, por mais que se anseie, não se é possível dominação. No sistema em que o poder tem um dono que dilacera a
tocar com exatidão e com a mesma sensibilidade as notas criadas pelo integridade humana,agudiza-se a fragilidade das noções de justiça. A
seu antecessor. O concertista, com suas mãos debruçadas sobre o funcionalidade exacerba-se com vistas a estabelecer o padrão nacional
piano, assistido por um auditório que espera o cumprimento de uma do opressor no lugar do padrão nacional do oprimido.
convenção ou programa, sabe de suas limitações físicas, espaciais e Ao aplicador do direito incumbia a autômata tarefa de subsunção do
contextuais para reviver o espírito de seu preceptor. fato à norma, em juízo absolutamente acrítico, não se autorizando a
Por isso, no espaço deixado entre as notas desenhadas na partitura, utilização de recurso outro a ela externo. A lei é. Nada mais importa,
improvisa, marcando esteticamente a música tocada pelo seu a não ser a subserviência aos seus comandos, quaisquer forem eles.
instrumento. O mesmo acontece com o intérprete do direito. O texto Por conta disso, associado, é claro, a outros fatores contextuais, não
de sua partitura, até então sem vida, regressa-o ao passado, mas nele conseguiram os juristas, à época, estancar a insanidade gregária
não se atém. Do contrário, inquieta-se com o presente, projetando-o
para o futuro. O enredo a que se chega não é o mesmo daquele
orquestrado pelo legislador. Nem poderia, sob pena de se tornar
indiferente aos progressos sociais; não só indiferente, mas, mais grave
ainda, injusto.
162
instalada pelo regime nazista, carpidos que estavam ao jugo do risco de esboroamento de sua autonomia científica pelo fenômeno da
chamariz da morte; ou, quando pior, sucumbidos ao fascínio da civitização.
doutrina, abdicando-se do atributo que os diferenciavam de qualquer Portanto, a interpretação a que se imprime ao epigrafado preceito
outro ser vivente: a capacidade de pensar.Algo semelhante a Eichmann, normativo é que permanece – sólida e hígida - a regra de contenção,
em cujo julgamento, diferentemente da pessoa demoníaca que a sendo possível a integração nas hipóteses de lacunas normativas,
sociedade judaica o rotulava, mostrou-se convencido de que seus atos axiológicas e ontológicas, desde que compatíveis com a constelação
se conformavam à lei da Alemanha nazista, agindo, portanto, como valorativa inerente ao Direito do Trabalho, com destaque para o
autêntico e honrado cidadão, fiel aos comandos positivados. princípio da proteção.
Esse estado inconsciente-consciente, precisamente no período O parágrafo 2º, a seu turno, é dedicado à função uniformizadora de
de 1933 a 1945, resultou no genocídiode aproximadamente seis jurisprudência, a quem incumbe, segundo os critérios de organização
milhões de judeus, sob a sicária justificativa de cumprimento fiel às judiciária, ao Tribunal Superior do Trabalho. Pela nova proposição
ordens emanadas pelas autoridades superiores. Porém, a recusa da normativa, observa-se nitidamente o intento do legislador de açoitar
responsabilidade (estou apenas seguindo ordens), a latente inércia de a legimitidade da Justiça do Trabalho.
pensar (o meu líder pensa em meu lugar), o colapso da capacidade de
reflexão ética (bem e mal é aquilo que o Führer diz que é), tudo isso Não é demais relembrar que, dentre as fontes do Direito, a
conduz à catástrofe. jurisprudência cumpre papel de notória relevância, conformando-se
a mens legislatorisàs necessidades sociais. A lei, engessada ao papel,
Se é certo que o mal não pode ser contido por estruturas pré- não tem aptidão de acompanhar as mutações sociais. Por isso dizer
fabricadas, já que sua banalidade envolve os tempos e os espaços e se que os códigos já nascem obsoletos. Nessa toada, a jurisprudência
inocula nos espíritos humanos com uma força que nem a história, nem não só é caudatária da função interpretativa, como também fomenta
as perplexidades da humanidade podem conter, o que se pode extrair a modernização da legislação, dando-se conta da complexidade das
é que a devoção do purismo, em juízo acrítico, assemelha-se, em tudo, relações existentes no meio social, expurgando a caducidade de que
ao nazismo. Exige-se, portanto, awareness. Desenvolvimento do padece a lei e amainando as potenciais injustiças que sua tessitura
senso crítico, da vigilância, da lucidez, da autonomia, se não se quiser carrega. Afinal de contas, “na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins
soçobrar à obediência vil a pérfidas autoridades. sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum”.Aí está a
Ao juiz, intérprete da lei, espera-se a inquietação, o ativismo e o âncora do princípio do ativismo judicial, tão combatido pela Lei nº
compromisso com a ética. O exegeta boca da lei nada difere de 13.467/2017. Ao expressamente obstar a criação de obrigações não
Eichmann. O ativista, do contrário, que enxerga o Direito como um descritas previamente em lei e impedir a restrição de direitos por meio
todo, em seu interior e exterior, tem na mitezzaa sua grande virtude. de súmulas e enunciados de jurisprudência, pretendeu o legislador
Imbuído deste espírito é que se deve apreender a Lei nº 13.467/2017, amordaçar o papel ativista do juiz moderno.
integrando-a ao sistema de modo coerente e harmônico, a partir das Ativismo é atitude. É fenômeno que decorre da “expansão do papel do
lentes hermenêuticas do juiz, a quem incumbe a responsabilidade Poder Judiciário, mediante o uso da interpretação constitucional para
social de pautar-se segundo os mandamentos constitucionais, sempre suprir lacunas, sanar omissões legislativas ou determinar políticas
atento à especial atenção dedicada pelo constituinte originário à públicas quando ausentes ou ineficientes”.
dignidade da pessoa humana e ao valor social do trabalho. Severas críticas são dirigidas a esse alargamento do protagonismo
judiciário.A primeira delas é de natureza política: magistrados não
4. Para desconstruir: a Lei nº 13.467/2017 e a limitação são eleitos, ingressando aos quadros públicos mediante concurso de
da arte do interpretar provas e títulos, de modo que não poderiam sobrepor sua vontade à
dos agentes escolhidos pelo povo. A segunda, por sua vez, consiste em
Com o lema desenvolvimentista e com a promessa de retomada crítica de cunho ideológico: o Judiciário se apresenta como um espaço
da empregabilidade, as autoridades governamentais costuraram, conservador, de preservação dos interesses de elites em detrimento
a conchavos, uma nova legislação com impactos diretosna relação dos processos democráticos majoritários. A terceira crítica diz respeito
entre capital/trabalho, acentuandoo gargalo entre os detentores dos à capacidade institucional do Poder Judiciário, que estaria preparado
meios de produção e os despossuídos.Mais de 100 artigos foram para decidir casos específicos e não para avaliar o efeito sistêmico de
modificados, os quais não contaram com prévio estudo acerca de seu decisões que repercutem sobre políticas públicas gerais. E, por fim, a
impacto, viabilidade ou compatibilidade. judicialização reduziria a possibilidade de participação da sociedade
A Justiça do Trabalho não ficou a salvo dos detratores. Inúmeros como um todo, por excluir os que não têm acesso aos tribunais.
dispositivos da Lei nº 13.467/2017 achincalharam anos de Todas elas, é claro, merecem a devida reflexão, mas podem ser
amadurecimento jurisprudencial, com o nítido propósito de facilmente neutralizadas. Em primeiro lugar, uma democracia não é
deslegitimar o Poder Judiciário Trabalhista. E assim o fazem feita apenas pela vontade das maiorias, mas, precipuamente, pelo
blindados por um discurso que está na moda: a Justiça do Trabalho respeito aos direitos fundamentais. Cabe ao Poder Judiciário a sua
obsta o desenvolvimento econômico e o progresso, como se em seu defesa e promoção. Até mesmo a ditadura pode ser estabelecida pela
vestíbulocontivesse os seguintes dizeres: “deixai, ó vós que entrais, vontade da maioria. Contudo, é forma de governo que não ostenta
toda a esperança”. Os juízes do trabalho também integram este circo. legitimidade, porque acintosa dos direitos e garantias fundamentais.
Rotulados de paternalistas, parciais e acrobatas hermenêuticos,
descompromissados com a acerbidade do momento histórico Em segundo lugar, é plenamente factível pensar que, na atual quadra
vivenciado pela Nação. São a genida vez.A solução, então, é calá-los. da história brasileira, o Poder Judiciário está à esquerda do Congresso
Enclausurá-los à tessitura da lei, a ponto de impedir o drible da vaca Nacional. De fato, ao se manifestar sobre o aviso prévio proporcional
hermenêutico. ao tempo de serviço, inclinou-se a balança para os trabalhadores,
ainda que pressionado pelo empresariado nacional, cujo propósito era
A nova redação do artigo 8º da CLT, atribuída pela Lei nº 13.467/2017, retardar, junto aos parlamentares, a sua regulação.
é um dos inúmeros exemplos deste movimento de resgaste do juiz
boca fria da lei. A despeito da manutenção de seucaput, fazendo alusão No que toca à capacidade institucional, juízes e tribunais são sensíveis
à equidade como meio de integração legislativa, tônica do Direito do às questões que fogem de sua área de conhecimento técnico, tanto é
Trabalho, o legislador, nos parágrafos seguintes, dedicou especial que buscam o auxílio dos demais atores sociais para melhor apreciação
atenção à censura ao papel protagonizado pelo Tribunal Superior do da matéria, abrindo suas portas para o diálogo concertado e plural. O
Trabalho. amicuscuriae é a representação viva dessa democratização. Por último,
a judicialização jamais deverá substituir a política, nem pode ser o
Em seu parágrafo 1º, manteve o entendimento da disposição normativa meio ordinário de resolução de grandes questões. O Poder Judiciário
pretérita no sentido de que o direito comum se presta a subsidiar o somente atua, em caráter subsidiário,nas hipóteses de falibilidade da
Direito do Trabalho, em casos de omissão. Todavia, a nova redação atividade política.
suprimiu a expressão “naquilo em que não for compatível com os
princípios fundamentais deste”. Por essas singelas razões, não se sustenta a mordaça aposta no
parágrafo 2º do artigo 8º da CLT, com vistas a engessar a atividade
Aparentemente, então, bastaria a existência de lacuna normativa criativa do intérprete do direito, compelindo-o a se ater aos dizeres da
para se transportar a norma alienígena, despicienda a análise de lei, sem possibilidade de ir adiante ou além quando o interesse social
compatibilidade desta com o conteúdo axiológico, principiológico e reclamar.
gnosiológico intrínseco ao Direito do Trabalho.
Todavia, a exegese que se intenta emprestar ao parágrafo 1º do artigo
8º da CLT acabaria por autorizar a incorporação de normas colidentes
com as bases estruturantes do Direito do Trabalho, com o grave

163
O ativismo judicial é norma (norma-princípio) e, nessa qualidade, 6. Referências bibliogr áficas
deverá sobrepor-se à textura alva da lei sempre quando esta se mostrar ARENDT, Hannah. Eichmann em Jerusalém – um relato sobre a banalidade do
insensível ou indiferente à ordem objetiva de valores embebida no texto mal. 1ª ed. Ed. Companhia, das Letras: 1999.
constitucional, de cuja emanação radica do princípio da dignidade da
pessoa humana. ASSIER-ANDRIEU, Louis. O direito nas sociedades humanas. Trad. Maria
De se destacar, também, que, mesmo diante da limitação alinhada no Ermantina Galvão. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
referido preceito normativo, poderá – no sentido depoder-dever – o
juiz ou tribunal manifestar-se a respeito da constitucionalidade das BARROSO, Luís. O novo direito constitucional brasileiro: contribuições para
proposições, negando aplicabilidade, quandoinconstitucionais, seja a construção teórica e prática da jurisdição constitucional no Brasil. Belo
pelo modo de controle difuso de constitucionalidade, seja pelo modo Horizonte: Fórum, 2013.
concentrado, a cargo do Supremo Tribunal Federal.
O parágrafo terceiro, por fim, dedica especial atenção à negociação BAUMAN, Zigmunt. Modernidade e ambivalência. Trad. Marcus Penchel. Rio
coletiva. Sabe-se que as normas coletivamente negociadas são fontes de Janeiro: Jorge Zahar, 1999.
formais do Direito do Trabalho, na medida em que criam direitos
e obrigações, instando os atores sociais, pelos seus respectivos BOBBIO, Norberto. O final da longa estrada: considerações sobre a moral e as
sindicatos, a instituírem um diálogo concertado acerca das relações de virtudes. Trad. Léa Novaes. Ed. Tempo Brasileiro: Rio de Janeiro, 2006.
trabalho sujeitas ao crivo de suas respectivas representações.
Tão significativo é o papel da negociação coletiva que transcende CATHARINO, José Martins. Compêndio de direito do trabalho. São Paulo:
o próprio espírito do Direito do Trabalho. Não à toa que o texto Saraiva, 1981.
constitucional de 1988 consagrou como direito dos trabalhadores
urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição CHEVALIER, Jean Jacques. As grandes obras políticas de Maquiavel a nossos
social, o reconhecimento das convenções e acordos coletivos de dias. Trad. Lydia Cristina. 8.ed. Rio de Janeiro: Agir, 1998.
trabalho.
Além da capacidade das partes convenentes, da licitude do objeto e do COSSIO, Carlos. El derecho em elderecho judicial. Las lagunas delderecho. La
respeito à forma prescrita previamente em lei, a validade da negociação valoración jurídica. Buenos Aires: El foro, 2002.
coletiva supõe e pressupõe o respeito ao princípio da adequação
setorial negociada.
DELGADO, Maurício Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 14 ed. São
Nessa senda, por mais que se privilegie a autonomia da vontade Paulo: LTr, 2015.
coletiva, não se é crível imprimir validade a instrumentos que
impliquem em renúncia a direitos ou, ainda, quando transacionarem
DIMOULIS, Dimitri. Manual de Introdução ao Estudo do Direito. 4. ed. rev.,
normas imantadas de indisponibilidade absoluta, infensas à ampl. e atual. São Paulo: RT, 2011.
negociação coletiva.Em quaisquer dessas hipóteses, nega-se validade
à convenção ou acordo coletivamente negociados, não se arrimando o
juiz ou tribunal à análise dos requisitos formais apenas (capacidade e FR ANK, Jerome. Words and music: legislation and judicial interpretation.
In: FR ANK, Jerome. Courts on trial:mith and reality in American Justice.
forma), devendo descer às minúcias do aspecto material que se traduz Princeton: Princeton University, 1973.
na persecução da licitude do objeto.
Nestes tempos estranhos, valiosa se mostra a postura ativista do
GOMES, Orlando. Direito do Trabalho: Estudos. 3ª ed. Bahia, 1954.
juiz em garantir o patamar civilizatório mínimo que a sociedade
democrática não concebe ver mitigado em qualquer segmento
econômico-profissional, sob pena de se afrontarem a própria dignidade GUIMAR ÃES, Mário. O juiz e a função jurisdicional. Rio de Janeiro: Forense,
da pessoa humana e a valorização adequada deferível ao trabalho. 1958.

JAYME. Erik. Idemité culturelle et integration: le droit intemationale prívé


5. Para encerrar poslmodemc Recueil des Cours de VAcadtmk de Drou Intemaiiimal de la Haye.
França. Final do século XIX. Direito era a lei. Apenas a lei. Mas não 1995. BOBBIO, Noberto. Teorta do ordenamento jurídico. São Paulo-Brasília:
para o juiz Paul Magnaud. Nascido em 1889, foi juiz presidente do Pollis- UnB. 1990.
modesto Tribunal de Château Thierry, por aproximadamente 15
anos. Seus julgados trespassaram as linhas limítrofes de sua humilde KELSEN Hans. Reine Rechtslehre. Wien: Franz Deuticke, 1983.
comunidade pela coragem com que tratava os casos submetidos ao seu
crivo. Não se curvava ao império da lei. Quando injusta, decidia contra
LOPES, Mônica Sette. Uma metáfora: música & direito. São Paulo: LTr. 2006.
legem ou praeterlegem. Foi severamente criticado pela comunidade
jurídica da época. Porém, não se deixou carpir pelo jugo das pressões.
Seguiu adiante o seu desejo de fazer justiça. MA XIMILIANO, Carlos. Hermenêutica e aplicação do direito. Rio de Janeiro:
Freitas Bastos, 1965.
A par das críticas a respeito de sua atuação, uma coisa é certa:Paul
Magnaud foi um juiz vivo. Entre o Direito e a Justiça, escolheu
a Justiça. Por isso, se porventura entre a Constituição e a Lei nº PUTBAM, Robert. D. Comunidade e democracia – a experiência da Itália
moderna. Trad. Luiz Alberto Monjardim. Rio de janeiro: Fundação Getúlio
13.467/2017 tiver que optar, que seja pela primeira, o paço dos direitos
Vargas, 1996.
fundamentais.

SCHMITT, Carl. O Führer protege o direito. Tradução Peter Naumann. In:


MACEDO JR., Ronaldo Porto. Carl Schmitt e a fundamentação do direito. São
Paulo: Max Limonad, 2001.

SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 20. ed. São
Paulo: Malheiros, 2002.

TIMSIT, Gérard. La sciencejuridique, sciencedutexte. In: BOUCIER, Danièle,


MACK AY, Pierre. Lireledroit: langue, texte, cognition. Paris: LGDJ, 1992.

164
A eficácia executiva da ação Direito Processual para a criação de uma lei para a tutela de direito
declaratória trabalhista: diálogo líquido e certo de atos lesivos amparados por particulares, “ação
documental” dentro da própria lei do mandado de segurança a fim
processual, economia, celeridade, de substituir as ações monitórias do art. 1102 do CPC1973, pois há
efetividade e acesso à justiça época havia uma separação entre a tutela condenatória, a executiva
Lorena de Mello Rezende Colnago e a mandamental , incluindo a separação entre as tutelas típicas –
condenatória, declaratória e constitutiva -, da tutela mandamental.
Jorge Cavalcanti Boucinhas Filho
Esta, seria aquela que dada a sua capacidade de satisfazer o processo,
a busca pelo bem da vida, dispensava a ação de execução – à época
Resumo: um processo autônomo. Observa-se que a tutela mandamental ou
A partir da Reforma do Processo Civil de 2005 e da Nova Codificação melhor, as sentenças mandamentais são uma concepção do processo
de 2015 – Código de Processo Civil Brasileiro atual – houve a civil brasileiro (Francisco Pontes de Miranda) que foi recebida com
possibilidade de se executar diretamente as ações declaratórias que receio até o advento do art. 84 do Código de Defesa do Consumidor,
contivessem em si um juízo de certificação de uma obrigação a partir, e posteriormente, decorrente de uma das mini-reformas do CPC1973,
respectivamente, do art. 475-N do CPC de 1973 e do art. 515, inciso do art. 461 .
I, do Código de Processo Civil de 2015. A Reforma Trabalhista de Partindo da tese quanto à divisão ternária das ações, elas podem
2017 não inseriu dispositivo similar, apenas retirou o poder do juiz de ser do tipo meramente declaratório, que visa trazer a certeza para
executar de ofício todas as sentenças trabalhistas, exceto no que versa uma dúvida quanto à existência ou não de uma relação jurídica;
sobre contribuição previdenciária e para ações decorrentes do jus constitutivo, a que altera um direito potestativo; ou/e, condenatório,
postulandi, ao mesmo tempo, a nova lei exigiu a liquidação previa dos aquela que substitui o comportamento de uma das partes dentro do
pedidos e fixou honorários sucumbenciais trazendo uma realidade direito obrigacional, efetivando o direito a uma prestação. Porém,
nova à Justiça do Trabalho, que em um primeiro momento afasta o parte da doutrina acrescentava à essa classificação a tutela executiva,
trabalhador do amplo acesso à Justiça. A importação das normas do aquela que efetivamente entrega o bem da vida por meio de atos de
processo civil por compatibilidade, art. 769 da CLT, podem corrigir coerção e poder de polícia do Estado-juiz, além a tutela mandamental,
algumas distorções produzidas pela reforma, porém, até o momento sendo essa última a que ensejava uma tutela executiva ainda dentro
instituto processual civil não foi utilizado, sendo necessário um do processo de conhecimento, “ compondo-se de um momento
estudo doutrinário a respeito de sua viabilidade. declaratório, onde o direito do autor é reconhecido, e de um momento
sancionador, que abre caminho à execução forçada” .

Abstract: A crítica doutrinária dessa divisão consiste na perspectiva de que


essas sentenças são condenatórias, constituindo título para a
From the Civil Procedure Reform of 2005 and the New Codification execução forçada. A distinção não está na natureza da crise, mas
of 2015 - Brazilian Civil Procedure Code - there was the possibility na forma de efetivar o comando emergente da sentença, pois uma
of directly executing the declaratory actions that contained in itself a ação condenatória pode ser auto executável ou necessitar de outros
certification judgment of an obligation from, respectively , of art. 475- provimentos. Assim, a ação condenatória “poderá ser não apenas
N of the 1973 CPC and art. 515, item I, of the Code of Civil Procedure condenatória e mandamental, mas executiva e mandamental, caso os
of 2015. The Labor Reform of 2017 did not include a similar provision, meios de sub-rogação possam ser atuados no mesmo processo e sejam
only withdrew the power of the judge to execute ex officio all labor acompanhados de uma ordem de cumprimento”.
judgments, except for what concerns social security contributions
and for actions arising from jus postulandi, at the same time, the Quanto às sentenças executivas lato sensu essa classificação implanta-
new law demanded the prior liquidation of the applications and set se à época do processo sincrético, em que as fases substituem os
sucumbencial fees bringing a new reality to the Labor Court, which processos autônomos, e por isso, se o título da sentença pode ser
at first removes the worker from the wide access to Justice. The executado no próprio processo em são proferidas, independente da
importation of the norms of the civil process by compatibility, art. ação volitiva do titular do direito – a exemplo da ação de despejo. E por
769 of the CLT, can correct some distortions produced by the reform, constituir uma sentença também condenatória, essa divisão criticada
but until now civil law institute was not used, and a doctrinal study is por parte da doutrina.
necessary regarding its viability. A doutrina processualista civil vinha seguindo os ensinamentos
de Barbosa Moreira que defende a exclusividade da sentença
condenatória para a entrega do bem da vida, por meio da execução,
A unificação das leis estaduais processuais civis no Código de Processo pois as demais sentenças não estariam aptas a produzir esse efeito,
Civil de 1939 representou o início da fase científica do Processo, mas “ainda quando reconheça ao autor a titularidade de um crédito em
também a facilitação do trabalho dos advogados que atuavam em face do réu, a sentença meramente declaratória: tornando-se exigível o
diversos Estados da Federação Brasileira ao mesmo tempo. Dizia-se crédito declarado, e não se dispondo a satisfazê-lo o devedor, cumpre
que o escopo processual da época era a tutela dos direitos, no sentido ao credor voltar a ajuízo com ação condenatória, e apenas a nova
de uma visão pandectista, colocando a ação no centro do sistema, sentença que lhe julgue procedente o pedido constituirá em seu favor
descrita como o próprio direito subjetivo em atitude à lesão sofrida . título hábil para a execução forçada” .
Nessa mesma fase histórica brasileira surgiu a consolidação das leis do
trabalho, por meio do Decreto Lei n.º 5452/1943, com procedimentos Na década de 90 Fernando Tourinho Neto publicou um artigo
inspirados no CPC1939 próprios para a tramitação das reclamações intitulado “Eficácia executiva da sentença declaratória” desenvolvendo
decorrentes dos conflitos capital versus trabalho que tramitavam a tese de que as ações declaratórias que reconhecem a existência de
perante o Departamento Nacional de Trabalho, criado Decreto nº uma obrigação liquida e certa podem ser executadas diretamente,
19.667, de 4 de fevereiro de 1931, vinculado ao Ministério do Trabalho consistindo um título executivo tão forte quanto o decorrente de
uma ação condenatória, porque não faz sentido manejar novamente
Nos trinta e poucos anos de existência do CPC1939 a ciência o Poder Judiciário com um duplo juízo de certificação. Essa ideia
processual evoluiu bastante caminhando para a fase autonomista foi encampada por Teori Albino Zavascki antes mesmo da reforma
que apenas foi sedimentada pelo CPC 1973 – editado com o rigor processual civil de 2005 afirmando que no sistema atual, a partir
científico, não cumprindo integralmente o papel de assegurar direito de uma sentença prolatada em ação declaratória com a definição
a quem tem, porém com conceitos processuais bem sedimentados e da certeza a respeito da existência da relação jurídica e também da
uma sistematização invejável da legislação processual seguindo os exigibilidade da prestação devida, “não haverá razão alguma, lógica ou
conceitos do que havia de melhor na doutrina da época. jurídica, para negar-lhe imediata executividade” .
Nessa esteira, a evolução do Direito Processual Civil, enquanto ciência O leading case do Processo Civil foi a decisão do Ministro Teori Albino
estudava o processo sob as perspectivas sedimentadas (jurisdição, Zavaski no Superior Tribunal de Justiça, proferido no Recurso Especial
ação, processo e defesa) com clara separação entre processo de n.º 588 202, em 10 de fevereiro de 2004:
conhecimento e processo de execução, representando um avanço
técnico (CPC 1973 face ao CPC1939) . Após a edição do CPC 1973 [...] Tem eficácia executiva a sentença declaratória que traz definição
houve a elaboração de mini reformas que aproximaram a codificação integral da norma jurídica individualizada Não há razão alguma,
de tutelas mais efetivas inaugurando a fase da instrumentalidade lógica ou jurídica, para submetê la, antes da execução, a um segundo
processual. juízo de certificação, até porque a nova sentença não poderia chegar

Havia uma divisão estanque entre o processo de conhecimento, a tutela


de execução, o processo cautelar e as chamadas tutelas mandamentais,
observando-se a iniciativa de uma comissão do Instituto Brasileiro de

165
a resultado diferente do da anterior, sob pena de comprometimento [...] ao descrever o título executivo judicial básico, o art. 475-N, redigido
da garantia da coisa julgada, assegurada constitucionalmente E pela Lei nº 11.232, de 22.12.2005, não mais o restringe à sentença
instaurar um processo de cognição sem oferecer às partes e ao juiz condenatória civil, pois considera como tal toda ‘sentença proferida
outra alternativa de resultado que não um, já prefixado, representaria no processo civil que reconheça a existência de obrigação de fazer,
atividade meramente burocrática e desnecessária, que poderia receber não fazer, entregar coisa ou pagar quantia’. Alargou-se, dessa forma,
qualquer outro qualificativo, menos o de jurisdicional. a força executiva das sentenças para além dos tradicionais julgados
Com a mini reforma do cumprimento de sentença que inseriu as de condenação, acolhendo corrente doutrinária e jurisprudencial que,
letras aos artigos 475 do CPC73, a execução passou a ser uma fase mesmo antes da reforma do CPC, já vinha reconhecendo possibilidade,
processual, ao invés de um processo autônomo, inaugurando uma em certos casos, de instaurar execução por quantia certa também com
fase processual civil sincrética. Dentre as características dessa base em sentenças declaratórias.
reforma, advém a desnecessidade de citação do executado, uma vez O art. 515, I do CPC 2015 encampou a ideia, ampliando-a ao alterar
que o processo de conhecimento prolonga-se para os atos executórios a redação ampliando as possibilidades de eficácia executória ao
inspirados no art. 461 e 461-A do CPC1973, acrescidos da multa de substituir o vocábulo sentença por decisões proferidas no processo
10% caso o devedor não cumprisse espontaneamente o comando da civil que reconheçam a exigibilidade de obrigação de pagar quantia,
sentença, após a liquidação (art. 475-J do CPC73). de fazer, de não fazer ou de entregar coisa. Essas decisões não são
Somando-se as duas alterações (art. 461 e 461-A com o novo propriamente a sentença, mas podem ser decorrentes das tutelas de
capítulo sobre o cumprimento de sentença) afastou-se o dogma da urgência e emergência proferidas ao longo da fase de conhecimento,
intangibilidade da vontade humana, rompendo com a separação entre tanto aquelas que asseguram o resultado útil do processo, ou seja,
o processo de conhecimento e o cautelar, pois as medidas coercitivas as sanções processuais para que uma decisão seja cumprida, como
passaram a ser aplicadas em qualquer fase processual , considerando- aquelas que antecipam o bem da vida em razão de uma cognição
se as crises de certeza e o maior ou menor aprofundamento dessa sumária com pouca ou rara crise de certeza.
cognição. Isso porque o Código de Processo Civil de 2015 também trouxe a
O cumprimento de sentença retirou a palavra condenatória do texto inovação referente à estabilização das tutelas antecipadas, efeito de
legal, especificamente no art. 475-N, e assim, a doutrina até então imutabilidade após dois anos (art. 304, §5º) sem recurso ou alteração
minoritária que acreditava ser possível a imediata execução de dessa decisão (art. 304, §3º), porém alguns doutrinadores defendem a
determinadas sentenças declaratórias ganhou força, ao passo que, a necessidade de pedido expresso quanto à estabilização e ausência de
corrente doutrinária até então majoritária começou a refletir acerca recurso do réu – interpretando o art. 303 e 304 do CPC – não sendo
da possibilidade de se admitir a sentença declaratória como título essa uma exigência legal, razão pela qual discorda-se dessa doutrina,
judicial. mormente em razão do art. 322, §2º que inseriu a necessidade de
intepretação do pedido em conjunto com o conjunto postulatório.
Interessante observar que as características do título judicial, certeza
e liquidez, decorrentes de uma sentença condenatória, também foram Interessante destacar que a interpretação do pedido, restritiva até
mitigadas ao se permitir o cumprimento das decisões que antecipam 2015 antes do advento da nova codificação, diante do antigo art.
o mérito proferidas no curso do processo – art. 273, 461 e 461-A do 460 do CPC 1973 também sofreu uma mudança com a redação
CPC1973. do art. 322 do CPC, §2º que fixa a interpretação do pedido certo
considerando o conjunto da postulação, observado o princípio da
Esse entendimento foi sendo desenvolvido pela jurisprudência, e o boa-fé. Essa modificação para mitigar a formalidade existente no
segundo julgado paradigmático a respeito do tema surgiu em 2008 Direito Processual Civil é muito interessante do ponto de vista da
com o julgamento de outro Recurso Especial, n. 961.951, também ampliação do significado dos pedidos e combinado com o art. 515 do
proveniente do Paraná, dessa vez pela 2ª Turma do Superior Tribunal CPC reforça ainda mais a ideia de permissão legal, não só da execução/
de Justiça, tendo por relator a Ministra Eliana Calmon: cumprimento de sentença dos títulos declaratórios, mas também das
[...] é possível ao autor deduzir pedido meramente declaratório da decisões decorrentes da estabilização das antecipações de tutela.
existência ou da inexistência de relação jurídica, ainda que ocorrida a A decisão posterior à reforma processual civil, considerada um reforço
violação do direito. Diante disso, é equivocada a extinção do processo, aos paradigmas traçados por Teori Albino Zavascki e Eliana Calmon, é
sem resolução do mérito, sob o argumento de que os recorrentes a do Ministro Luis Felipe Salomão, no Recurso Especial n.º 1324. 152,
não possuíam interesse processual em ver declarado o direito à oriundo de São Paulo, julgado em 4 de maio de 2016: “A sentença,
reparação dos alegados prejuízos sofridos com a safra de trigo de 1987, qualquer que seja sua natureza, de procedência ou improcedência
ante a suposta ausência de pedido condenatório. Recurso especial do pedido, constitui título executivo judicial, desde que estabeleça
provido, para determinar o prosseguimento da ação, sem prejuízo da obrigação de pagar quantia, de fazer, não fazer ou entregar coisa,
reavaliação, pelo magistrado de primeiro grau, das condições da ação e admitida sua prévia liquidação e execução nos próprios autos” .
demais pressupostos processuais
Em síntese, no âmbito do processo civil há sentenças declaratórias
Dessa vez, o processo original versava sobre um prejuízo sofrido que certificam a existência de uma obrigação de fazer ou não fazer
na safra de trigo de 1987, não havendo pedido expresso referente que têm em si o efeito executivo, assim como aquelas que certificam
à condenação do réu à reparação dos prejuízos causados, apenas o a existência de uma obrigação de pagar, não sendo necessário um
juízo de certificação de que houve prejuízo, sendo o cumprimento duplo juízo de certificação para o seu cumprimento, provisório ou
de sentença o meio de se encontrar e cobrar esse prejuízo sofrido. definitivo, considerando que os artigos do cumprimento de sentença,
Observe-se que a liquidação de sentença é utilizada para se aferir o inovadores na reforma de 2005 foram reproduzidos na codificação
quantum devido economizando-se tempo das partes e do sistema de 2015, capítulos IV a VI do Livro I, embora com alguma resistência
judicial. E dessa forma basta apenas submeter o título executivo da doutrina, que se tornou minoritária quanto ao tema, reconhecido
judicial ao cumprimento de sentença previsto nos arts. 475-O e 475-I, na jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça desde 2004, antes
§ 1º do CPC 1973. mesmo da reforma processual.
Essa tese ainda sofria duras críticas da doutrina processual civil sob No âmbito do Direito Processual Trabalhista há várias hipóteses
o fundamento de que na sentença meramente declaratória (CPC 4º) de sentenças declaratórias com eficácia executiva, considerando-se
não há imposição de obrigação nem de sanção, traço caracterizador a crise de certeza dirimida numa sentença trabalhista a exemplo da
da eficácia executiva da sentença, não contendo esse tipo de sentença responsabilidade do empregador quanto ao acidente de trabalho, e
a aptidão necessária para impor a prática de atos de execução. Outro eventualmente dos tomadores de serviço; da própria ação declaratória
argumento é o de que não se poderia conferir a essa sentença de mera de vínculo, tempo de serviço e salário; da existência de agentes
declaração uma eficácia não pedida pelo autor da ação, impondo-se ao insalubres ou perigosos no meio ambiente de trabalho; dentre outras.
réu consequência diversa daquela para o qual fora citado para defender. Esses juízos de certeza emitidos pelas sentenças trabalhistas também
E nesse sentido, a doutrina rebatia o argumento da celeridade sob o podem ser objeto de cumprimento de sentença, mesmo provisória,
enfoque na autonomia da vontade do autor em pedir apenas o juízo considerando a eficácia executiva intrínseca contida nesses temas.
de certeza e não o de condenação, pois “o processo civil é dispositivo,
cabendo o autor delimitar a lide e, por conseqüência, o conteúdo e Observe-se que o art. 879 da CLT mantido com a Lei n.º 13.467/2017
a eficácia da sentença. Economia e celeridade processual têm como prevê expressamente a liquidação das sentenças por mero cálculo,
limite as regras do devido processo legal e dos sistemas da CF e do artigos ou arbitramento, sendo esses institutos compatíveis com a
CPC” , mesmo com a normatização. especificação das obrigações pecuniárias decorrentes das sentenças
A academia processual civil estava dividida, seguindo a doutrina de
Tourinho e Zavascki, bem como a jurisprudência e inovação legislativa,
Theodoro Júnior comentou o art. 475-N do CPC 1973:

166
meramente declaratórias citadas. Por exemplo, uma sentença que Referências
reconhece a responsabilidade do empregador quanto a um dano BEDAQUE, José Roberto dos Santos. Efetividade do processo e técnica
decorrente do acidente de trabalho e também o grau de incapacidade procedimental. São Paulo: Malheiros, 2006.
desse empregado pode ser liquidada por artigos, liquidando-se os BR ASIL. Superior Tribunal de Justiça. REsp 588.202/PR. Rel. Ministro Teori
prejuízos decorrentes desse ato. Albino Zavascki, 1ª Turma, julgado em 10/02/2004, DJ 25/02/2004.
A consolidação manteve-se silente, mesmo após a reforma trabalhista BR ASIL. Superior Tribunal de Justiça. REsp. 961.951/PR. Rel. Min. Eliana
quanto ao procedimento adotado para a liquidação de sentença por Calmon, 2ª Turma, julgado em 09/12/08, DJe 27/02/09.
artigos, e dessa forma, por compatibilidade (art. 769 da CLT e art. 15 BR ASIL. Superior Tribunal de Justiça. REsp n.º 1.224.152/SP. Min. Rel. Luis
do CPC) faz-se necessária a importação dialógica da normatização do Felipe Salomão, Corte Especial, julgado em 4/05/2016, Publ. DJE 15/06/2016.
CPC2015, art. 509, II e art. 515: DINAMARCO, Candido Rangel. Instituições do direito processual civil. 6 ed.
São Paulo: Malheiros, 2009, v. 3.
Art. 509. Quando a sentença condenar ao pagamento de quantia
ilíquida, proceder-se-á à sua liquidação, a requerimento do credor ou DINAMARCO, Cândido Rangel. A instrumentalidade do processo. 3 ed. São
Paulo: Malheiros, 1993.
do devedor:
FUX, Luis. Tutela antecipada e locações. Rio de Janeiro: Editora Destaque,
[...] 1996.
II - pelo procedimento comum, quando houver necessidade de alegar LEONEL, Ricardo de Barros. Código de Processo Civil de 2015 em perspectiva.
e provar fato novo. In YARSHELL, Flavio Luiz; BEDAQUE, José Roberto dos Santos; SICA,
[...] Heitor Vitor Mendonça. Estudos de direito processual civil em homenagem ao
professor José Rogério Cruz e Tucci. Salvador: Juspodivm, 2018.
Art. 511. Na liquidação pelo procedimento comum, o juiz determinará
MOREIR A, José Carlos Barbosa. Reflexões críticas sobre uma teoria da
a intimação do requerido, na pessoa de seu advogado ou da sociedade condenação civil. In Temas de direito processual civil. 1ª Série, São Paulo:
de advogados a que estiver vinculado, para, querendo, apresentar Saraiva, 1977.
contestação no prazo de 15 (quinze) dias, observando-se, a seguir, no NERY JR., Nelson; NERY, Rosa Maria de Andrade. Código de processo civil
que couber, o disposto no Livro I da Parte Especial deste Código comentado e legislação extravagante. 10 ed., São Paulo: RT, 2008
Assim, nessa importação, haverá a necessidade da liquidação indicar os PEREIR A, Rafael Caselli. O dogma da condenatoriedade: sentença declaratória
valores que entende devidos em uma petição, com o respectivo cálculo como título executivo judicial. Disponível on line: < http://www.abdpc.org.
a partir do dano emergente e dos lucros cessantes, pois a certeza de br/abdpc/artigos/Senten%C3%A7a%20Declarat%C3%B3ria%20como%20
reparação já foi fixada, por exemplo no caso da responsabilidade T%C3%ADtulo%20Executivo%20Judicial%20-%20abdpc.pdf>. Acesso em
mai. 2019.
pelo acidente de trabalho ou doença laboral. Se houver necessidade
de audiência, essa também poderá ser designada, até mesmo para SICA, Heitor Vitor Mendonça. Doze problemas e onze soluções quanto à
tentativa de conciliação, que continua sendo permitida a qualquer chamada “estabilização da tutela antecipada”. In: Processo em jornadas : XI
Jornadas Brasileiras de Direito Processual : X XV Jornadas Ibero-americanas de
momento no processo do trabalho. Direito Processual. Salvador: Juspodivm, 2016.
Em um segundo exemplo, certificação do vínculo de emprego, tempo THEODORO JR., Humberto. Código de processo civil anotado, 12 ed., Rio de
e salário, também tem-se uma eficácia executória intrínseca nessa Janeiro: Forense, 2008.
sentença, pois, se os salários não foram pagos em conformidade com o TOURINHO NETO, Fernando. A Eficácia Executiva da Sentença Declaratória.
reconhecimento do vínculo obrigacional em juízo não há necessidade In: Revista de Informação Legislativa: Brasília. a. 29 n. 115. pp. 560 e ss.
de uma dupla certificação, apenas do cumprimento de sentença, que VIANA, José de Segadas. Nacionalização do trabalho. In: MAR ANHÃO,
também poderia ser realizado por meio da liquidação por artigos, Délio; SUSSEKIND, Arnaldo Lopes. Instituições de direito do trabalho. Rio
assim como o pagamento de férias e 13º salário. de Janeiro: F. Bastos, 1978. p. 397-418.
No terceiro exemplo, os adicionais poderão ser executados com ZAVASCKI, Teoria Albino. Processo de execução: parte geral. 3 ed. São Paulo:
a inserção da obrigação de pagar por mero pedido de execução, RT, 2004.
considerando a inexistência do jus postulandi e a extinção da execução
de ofício para os reclamantes com advogado constituído – art. 878 da
CLT pós reforma trabalhista.
Não há julgados nesse sentido até o presente momento, embora a
solução importada do Processo Civil propicie a solução para alguns
problemas relacionados ao acesso à Justiça do Trabalho nesse período
pós reforma, quando o legislador retirou apenas do juiz trabalhista o
poder-dever de analisando o caso concreto verificar se a parte pode
litigar sem prejuízo do seu sustento e de sua família, ao alterar o
art. 790, §3º, fixando a regra das custas processuais independente
do benefício da justiça gratuita ainda que a parte esteja inserida na
regra de salário abaixo de 40% do teto de pagamento dos benefícios
previdenciários, pois as ações declaratórias não contém pedidos
pecuniários, apenas mera declaração, juízo de certificação de um
direito.
A fixação de valores aos pedidos volta para o lugar adequado que é
a fase liquidatória e não a fase do processo de conhecimento, pois
nesse momento o direito ainda não foi certificado para que haja a
obrigatoriedade do cálculo monetário dos pedidos, pois há que se
observar a natureza jurídica do pedido como o decorrente dos lucros
cessantes em acidentes e doenças de trabalho, que podem consolidar-
se inclusive após o ajuizamento da ação trabalhista, o que impediria
o cumprimento de sentença observada a regra do art. 841 da CLT e
art. 492 do CPC2015 aplicado subsidiariamente, sem a consideração
prévia do art. 322, §2º também do CPC 2015, importados por força do
art. 769 da CLT.
Os obstáculos ao acesso à Justiça Especializada com o manejo das
ações declaratórias seriam ultrapassados ao se aplicar a regra do
processo comum quanto à eficácia executiva das ações declaratórias,
doutrinariamente e jurisprudencialmente reconhecidas há mais
de uma década e sem aplicação similar no âmbito do Processo do
Trabalho.
Fica assim a reflexão sobre o diálogo de fontes para a concretização
de direitos, proporcionando uma maior eficácia da norma trabalhista,
com economia, celeridade e efetividade tão caros ao Processo do
Trabalho.

167
JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA NA JUSTIÇA DO ulteriores, sendo passível de anulação total ou parcial.
TRABALHO: HOMOLOGAÇÃO DE ACORDOS Outra importante ressalva feita contra os acordos extrajudiciais
EXTRAJUDICIAIS, INQUIETAÇÕES E entre empregado e empregador é a necessidade de ser homologado.
Apenas a chancela judicial vinda com a homologação demonstraria se
PROVOCAÇÕES critérios mínimos e razoáveis foram observados, se o trabalhador está
Ana Cláudia Torres Vianna devidamente esclarecido sobre as consequências do ato, se existem
Flávio Gaspar Salles Vianna questões acidentárias ou de ordem pública envolvidas e, sobretudo, se
o ato de vontade está sendo preservado.
São princípio, valores e interesses difíceis de equilibrar. Segurança
“Uma paz certa é melhor e mais segura do que uma vitória
jurídica, direitos fundamentais do trabalho, dignidade do ser
esperada”.
humano, liberdade para fazer o que não é proibido por lei, liberdade
TitusLivius - História de Roma, X X X, 18. de trabalho (para trabalhar e para não trabalhar), proteção ao trabalho
e ao hipossuficiente, liberdade econômica e livre iniciativa. É preciso
‘Toda sentença é um ato de ignorância” ponderação, capacidade valoração objetiva dos princípios e valores
e, sobretudo, acurada compreensão das regras que disciplinam o
(Definição de sentença dita no decorrer de uma audiência trabalhista novo procedimento. Nada estranho que haja desconfiança de Juízes
na 3a. Vara do Trabalho de São José do Rio Preto- SP - Brasil, em 1998, e jurisdicionados com um instituto novo. O novo exige ser bem
por um catador de lixo que morava na rua e havia sido demandado por compreendido para estar harmonizado com os princípios do direito
seu ex-companheiro que pedia o reconhecimento vínculo de emprego, e processo do trabalho, assim como em relação à Constituição
após mais de três horas de audiência no decorrer de uma duríssima da República e todo o seu arcabouço de princípios e garantias
negociação) fundamentais.
Não há como negar que as lides simuladas existem aos montes no
RESUMO dia a dia das Varas do Trabalho brasileiras sendo muito difícil serem
O presente artigo aborda questões teóricas e práticas relativas ao identificadas, rechaçadas, com exemplar punição e responsabilização
instituto da Jurisdição Voluntária, introduzido à Justiça do Trabalho de autores do ilícito.
pela Reforma trazida pela Lei 13.467/2017. Para isso, o trabalho elucida É fato que o controle dos acordos extrajudiciais pode e deve contar
conceitos básicos sobre o tema, seguindo para uma discussão sobre a com uma maior vigilância se vierem para o âmbito do Judiciário. Abrir
homologação de acordos extrajudiciais, em seus aspectos hipotéticos, mão desse mecanismo pode significar abrir mão do exercício de um
analíticos, competências e requisitos. Também é dada atenção poder e se distanciar das necessidades dos jurisdicionados. Há mais
aos efeitos e consequências jurídicas da homologação de acordos de doze milhões de desempregados no Brasil, o que torna aqueles que
extrajudiciais, se configuram coisa julgada material ou formal, e aos ainda trabalham muito suscetíveis para se sujeitar a toda sorte de
acordos com extinção ampla de contrato. Conclui com uma reflexão simulações de acordos por absoluto desespero.
ampla e crítica do novo instituto, com destaque a experiências práticas Para aqueles que creem nas formas autocompositivas como
e ressalvas ao total descrédito e ao entusiasmo exacerbado. mecanismos eficientes de solução de disputas, a jurisdição voluntária
pode ser vista como algo positivo trazido pela polêmica reforma de
Palavras-chave: Jurisdição Voluntária; Reforma Trabalhista; 2017. Os interessados podem buscar um entendimento e promover,
Justiça do Trabalho; Direito do Trabalho com rapidez, a resolução dos seus conflitos.
Com efeito, a jurisdição voluntária nessa modalidade se mostra
essencial e importante para a dinâmica das relações de trabalho. Não
1- Introdução.
pode ser concebida como uma jurisdição não necessária.
Em universos como o Direito, que tendem a dar mais atenção ao
conflito que à solução, inclusive com um processo baseado no conflito
de teses, qualquer medida alternativa capaz de se mostrar como um 2 - A reforma trabalhista e a Jurisdição Voluntária.
instrumento de solução menos conflituoso, menos desgastante e Conceitos. Processo Comum e Processo do
ainda mais econômico, perene e satisfatório causa grande impacto, Trabalho.
surpresa e repercussão não apenas na comunidade jurídica mas em Numa rápida e singela nota para se estabelecer uma definição do
toda a sociedade. termo “jurisdição voluntária” , sem qualquer outra intenção senão
O Processo de Jurisdição Voluntária para homologação de acordo estabelecer uma referência para o presente texto, é necessário tecer
extrajudicial foi acrescentado à Consolidação das Leis do Trabalho algumas considerações em torno do instituto da jurisdição voluntária
com a reforma introduzida pela lei número 13.467/2017. Os A Jurisdição Voluntária, a partir da reforma de novembro de 2017,
dispositivos são poucos, as dúvidas e incertezas são muitas. Por isso está expressamente prevista na Consolidação das Leis do Trabalho.
mesmo, é exigida muita reflexão daqueles que pretendem fazer da Irrelevantes, diante da norma positivada, discussões se o instituto
nova ferramenta. O presente artigo se destina a compartilhar muitas é ou não aplicável ao processo do trabalho. É um dos institutos
inquietações e arriscar algumas conclusões e sugestões. Isso tudo mais antigos e encontra registros no Direito Romano, como lembra
sem deixar de fazer algumas sérias e provocativas indagações sobre Barros Sandoval (2000) em importante obra que estuda a jurisdição
o assunto. voluntária. Conquanto a discussão sobre a sua natureza jurídica
A jurisdição voluntária trabalhista, se bem utilizada, contribuirá tenha atravessado séculos, é fato que uma das suas características
no fomento ao diálogo, para a disseminação da cultura da paz na peculiares é a ausência de litigiosidade, ou seu seja, as pessoas que
sociedade e para a pacificação de conflitos, com segurança jurídica. encontravam solução para um determinado conflito, apresentavam-na
Alguns perguntarão sobre a necessidade de homologação judicial de espontaneamente ao Magistrado para a sua ajuda.
acordos entre empregados e empregadores. O Estado, na figura do juiz Para melhor compreensão do instituto, revela-se importante entender
com competência jurisdicional trabalhista deveria necessariamente a sua definição no processo comum, nas palavras de Nery Jr. que
analisar e reconhecer ou não a validade do ato jurídico. No entanto entende que:
imperioso registrar em caixa alta e negrito, logo no início do texto, “na ‘jurisdição voluntária’ ou ‘jurisdição graciosa’, o juiz não diz
como premissa basilar fundamental, o fato de que a cultura e o o direito substituindo a vontade das partes, mas pratica atividade
histórico jurisprudencial dominante no Brasil apontarem no sentido integrativa do negócio jurídico privado administrado pelo Poder
de que acordos celebrados entre empregados e empregadores não são Judiciário.” (NERY Jr., 2015).
capazes de produzir as mais amplas e genéricas quitações, esperadas e
desejadas pela maioria dos empregadores. Aquele documento que seria A diferença entre jurisdição contenciosa e voluntária é tratada com
poderoso podendo agir como uma panacéia para todos os males, uma maestria por José Roberto dos Santos Bedaque, festejado e respeitado
vacina super potente, polivalente que vem combinada com antibiótico processualista, que assim dispõe:
de amplo espectro, remédio retro-viral e anti-inflamatório de última “Segundo grande parcela da doutrina, a diferença entre a jurisdição
geração. A droga que conseguiria fazer um morto ir caminhando em voluntária e contenciosa reside exatamente no plano do direito
direção ao seu próprio enterro. Um documento, ou melhor, um salvo
conduto que isentaria o empregador de todo e qualquer ilícito cometido
no passado, no presente e até mesmo no futuro por toda a eternidade.
Porém, contudo, todavia, no entanto, todo e qualquer título negociado
extrajudicialmente pode ser questionado em reclamações trabalhistas
168
material. Naquela não existiria lide, elemento fundamental desta 3- Homologação de acordos extrajudiciais. Rito
última. Ambas, todavia, estariam voltadas para a tutela jurisdicional. procedimental.
Na voluntária, a atividade judicial cinge-se a compor, com a vontade
dos interessados, a situação jurídico-processual indispensável para
produzir os efeitos desejados.Embora ausente o conflito (melhor:lide) 3.1 - Hipóteses cabíveis. Competência material e constitucional.
na jurisdição chamada graciosa, ambas têm o mesmo denominador A jurisdição voluntária pode ser instrumento capaz de pacificar
comum, que é resolver definitivamente uma situação de direito pessoas, acomodar interesses e interromper a espiral do conflito entre
material apresentada pelas partes. empregados e empregadores. Jamais pode ser concebida como uma
Em recente abordagem do tema afirmou-se que a diferença entre a instância meramente burocrática, transformando o Juiz do Trabalho
jurisdição contenciosa e voluntária está no escopo jurídico de cada em um órgão chancelador de rescisões, como se um sindicato fosse.
um, mas elas se aproximam quanto ao escopo social da pacificação. Em razão da importância da Justiça do Trabalho, assoberbada para
Embora não protegidos pela coisa julgada, os provimentos de dar cumprimento à sua competência constitucional, às voltas com
jurisdição voluntária são dotados de certa imunidade, razão porque questões de grande relevância, é de se esperar que sejam apresentados
só podem ser desfeitos em sede jurisdicional pelas vias adequadas” O para homologação acordos que efetivamente tenham sido fruto de
direito e o processo - influência do direito material sobre o processo. “ um conflito entre empregado e empregador e importe em concessões
(BEDAQUE, 2003, p. 76). mútuas, na forma do artigo 840 do Código Civil, e que não contenham
A correta conceituação da jurisdição voluntária no processo do vícios de consentimento.
trabalho se revela importante não somente por questões doutrinárias, Desta forma, a título de ilustração e pensando em cenários futuros,
mas pelos efeitos que a decisão que homologa ou não o acordo devem ser evitados acordos nas seguintes hipóteses:
extrajudicial acarretará para os interessados e os recursos cabíveis 1- com o simples pagamento de verbas rescisórias incontroversas que
para a hipótese. visem apenas a quitação ampla de direitos do extinto contrato de
Registro, no entanto, que não faz parte do objeto deste artigo explorar trabalho ou evitar a incidência da multa do artigo 477 da Consolidação
se, ao analisar um acordo extrajudicial formalizado pelas partes, o da Leis do Trabalho (CLT). Isto pode ser feito, ou melhor, deve ser
Juiz do Trabalho praticará ou não ato jurisdicional, porque há obras feito pelo empregador como mero ato jurídico obrigatório por lei. Se
de escol que analisam com profundidade o tema, delineando as duas procura o Judiciário para que seu cumprimeno da lei seja referendado
correntes, como o livro de José Frederico Marques - Ensaio sobre a é porque, na maioria da vezes, deixou de observar os estritos de suas
Jurisdição Voluntária, em edição revista e atualizada por Ovídio obrigações legais e precisa da aprovação de um terceiro (no caso o
Rocha Barros Sandoval (2000). Esta-juiz) para conferir segurança à sua ilicitude
O novo Código de Processo Civil não mais distingue a Jurisdição 2- que envolvam extinção simulada do contrato de trabalho, sem
Voluntária da contenciosa, como fazia o parágrafo 3º do Código de pagamento de verbas rescisórias, com a intenção única de movimentar
Processo Civil (CPC) de 1973, mas aumenta consideravelmente os FGTS ou seguro desemprego;
procedimentos específicos - o que fortalece os adeptos da corrente 3- que comprometam o patrimônio da executada livre e desembaraçado
jurisdicionalista. capaz de atender outros créditos preferenciais, com nítido objetivo de
Com muita propriedade Donizetti (2015), em artigo publicado na prejudicar terceiros;
página Jusbrasil, pontua as diferenças entre as duas correntes, uma 4- que postulam o reconhecimento de vínculo de emprego, sem
capitaneada por Chiovenda e Frederico Marques, classificada como recolhimentos de parcelas previdenciárias;
corrente administrativista, que sustenta que a chamada Jurisdição
5- cujo objeto esteja em discussão em ações civis ou investigações no
Voluntária não constitui, na verdade, jurisdição, tratando-se de
Ministério Público do Trabalho (MPT);
atividade eminentemente administrativa, onde não existe lide nem
partes, apenas interessados; e a outra corrente, a jurisdicionalista, que 6- com contratos de trabalhos vigentes, visando sacramentar
atribui à jurisdição voluntária a natureza de atividade jurisdicional, alterações contratuais ilegais.
com defensores como Calmon de Passos, Ovídio Baptista e Leonardo Por outro lado, como exemplo positivo, já existe registro de acordo
Greco, para quem a existência de lide não é fator determinante da sua extrajudicial celebrado em Goiânia, envolvendo mais de cem
natureza e o Poder Judiciário, como terceiro imparcial, não substitui trabalhadores, Sindicato da Categoria e um grupo de empresas,
a vontade das partes, mas se junta aos interessados para integrar, dar conforme a notícia publicada no site do TRT da 18a. Região, inclusive
eficácia a certo negócio jurídico, com efeitos da coisa julgada. com a participação do Ministério Público do Trabalho (TRT18, 2018).
No meu sentir, a corrente jurisdicionalista se afeiçoa muito mais Com efeito, o manejo correto do processo de jurisdição voluntária,
aos princípios que iluminam o Direito do Trabalho, porque o Juiz com ética, boa-fé e respeito à dignidade dos trabalhadores, se mostra
do Trabalho não atuará como mero espectador ou chancelador da como um importante instrumento de efetividade. Um caso como
solução apresentada pelas partes, podendo propor adequações. Desta o relatado demandaria meses de espera, ocuparia inúmeras vagas
forma, ao atuar na Jurisdição Voluntária, o Magistrado do Trabalho na pauta de uma Vara do Trabalho e implicaria em diversos gastos,
não apenas analisará o acordo posto pelas partes, como terá liberdade deslocamento de testemunhas, juntadas de documentos, sem contar
para propor repactuação de cláusulas que não estejam conforme com um possível esvaziamento de garantias patrimoniais, pelo decurso
a Constituição da República, a legislação vigente, não respeitem a do tempo. Múltiplos conflitos individuais, com repercussão coletiva,
dignidade do trabalhador e o patamar mínimo civilizatório. Caso podem ser solucionados com um único processo.
perceba que existem interesses importantes não abordados, poderá
convidar as partes para um entendimento mais amplo. 3.2 - Competência territorial e funcional.
A reforçar essa conclusão temos a nomenclatura utilizada pelo A lei nº. 13.467/2017 disciplinou, no artigo 652, alínea “f ” sobre a
legislador reformista que fala em “Processo” e não “Procedimento” competência das Varas do Trabalho para a análise das homologações de
bem como “partes” e não “interessados”, seguindo a lei nº. 13467/2017 acordos extrajudiciais, em matéria de sua competência constitucional.
a tendência do atual Código de Processo Civil. Para aqueles que Como nada foi disposto sobre a competência territorial, não parece
concebem a Jurisdição Voluntária como atividade administrativa, razoável que os interessados possam escolher a vara onde pretendem
defendem que houve falta de técnica do legislador, que remendou às apresentar acordo extrajudicial. Com efeito, até para evitar a
pressas a Consolidação das Lei de Trabalhos (CLT). difusão de fraudes, devem ser observadas as regras do artigo 651 da
A partir da nova disposição do artigo 855 da CLT, sem esquecer toda a Consolidação da Leis do Trabalho (CLT). Nesse sentido, o Enunciado
construção doutrinária e jurisprudencial sobre o Direito do Trabalho, 5.1 da 2a. Jornada de Direito Material e Processual do Trabalho da
assim como da Constituição da República, o novo instituto pode assim ANAMATR A (2017) , evento que contou com a participação de
ser definido: “um rito específico do processo de jurisdição voluntária Magistrados do Trabalho de todo país, para estudo da reforma
na qual as partes apresentam um acordo, para apreciação pelo Juiz trabalhista, cuja íntegra encontra-se e publicada na página da entidade
do Trabalho, que deve ser fruto de um conflito real, onde ocorreram na rede mundial de computadores:
concessões recíprocas e sem vícios de consentimento, respeitada a “5.1 Competência territorial
dignidade do trabalhador, com possibilidade de adequação das suas
cláusulas, por sugestão do magistrado, desde que haja consenso entre 5.1.1 Homologação de acordo extrajudicial
os pactuantes, para que possibilite um entendimento mais amplo,
inclusive da lide sociológica ou para correção de algum ponto que não
esteja conformidade com a lei”.

169
PROCESSO DE JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA. HOMOLOGAÇÃO Não há necessidade de juntada de documentos, mas as partes devem
DE ACORDO EXTR AJUDICIAL. COMPETÊNCIA ser diligentes e anexar cópias da carteira de trabalho, extrato do
TERRITORIAL. II – A competência territorial do processo de FGTS, termo de rescisão contratual, recibos de pagamento e demais
jurisdição voluntária para homologação de acordo extrajudicial segue a que entenderem relevantes para que o Juiz fazer a sua apreciação,
sistemática do art. 651 da CLT. II – Aplica-se analogicamente o art. 63, conforme o objeto da negociação.
§ 3º, do CPC, permitindo que o juiz repute ineficaz de ofício a eleição Não há disposição sobre o recolhimento das custas o que ficará a
de foro diferente do estabelecido no art. 651 da CLT, remetendo os critério do magistrado, mediante recolhimento prévio ou no final,
autos para o juízo natural e territorialmente competente.” (Enunciado e rateada entre os interessados, na forma do artigo 88 do CPC, por
nº 11 da Comissão 8; ANAMATR A, 2017) aplicação subsidiária ou mesmo do artigo 791 da Consolidação das
Cuidando-se de competência relativa, resta saber se os magistrados Leis do Trabalho (CLT).
poderão reconhecer de ofício e se o farão, uma vez que a lei não é
clara e os números de distribuição impactam nos recursos materiais e
humanos distribuídos na unidade. 3.4 Análise do acordo extrajudicial pelo Juiz do Trabalho.

Nos locais onde funcionam Centros de Solução de Disputas - Cejuscs A realização da audiência para oitiva dos interessados é uma faculdade
- há possibilidade de competência concorrente, como uma forma do magistrado. A ausência das partes poderá implicar no arquivamento
de auxiliar as Varas a prestar um atendimento rápido e com um da ação ou na recusa da homologação do acordo proposto.
tempo maior para análise dos acordos entabulados. Os Cejuscs tem A lei dispõe que o acordo deverá ser analisado em 15 dias, com
quadro de servidores capacitados e instruídos a lidar com técnicas de designação ou não de audiência, o que talvez seja de difícil
mediação. Assim, haverá espaço e ambiente adequados para se avaliar administração para rotina das varas, já sobrecarregadas com as pautas
se o acordo apresentado promoveu o enfrentamento satisfatório dos normais, mas se trata de um ato necessário e importante para que as
interesses dos peticionários e, se isso não ocorre, há condições de se partes confirmem suas intenções e sejam advertidas das consequências
buscar uma repactuação para que se alcance o entendimento pleno. do ato praticado.
Para preservar o princípio do Juiz natural, o encaminhamento ao Apresentado um acordo extrajudicial ao Juiz do Trabalho ou ao Cejusc-
Cejusc deve se dar por solicitação da Vara de origem, ou sem sua JT e realizada ou não a audiência, o magistrado poderá proferir as
oposição, em constante parceria, exaurindo-se a atuação com a seguintes decisões:
homologação ou não do acordo. A. indeferir liminarmente a petição, na forma do artigo 485 IV do
Destaco, ainda, que os Centros Judiciários de Solução de Disputas CPC, quando ausente os requisitos mínimos, como a discriminação
podem fazer interlocução com sindicatos e empresas, esclarecendo das parcelas e causa de pedir mínima indicando as pontos do conflito,
objetivos dos instituto evitando a difusão de fraudes, assim como problemas com representação processual ou desatendimento da regra
implantar novas experiências com o uso de tecnologias e mídias para de competência;
contato com trabalhadores em localidades distantes.   B. determinar a emenda, para que se regularize algum vício;
C. indeferir a homologação - quando entender que o acordo é
3.3 Requisitos formais mínimos. prejudicial ao empregado, ofende requisitos legais ou dispõe sobre
Sendo poucos os artigos que tratam da Jurisdição Voluntária, o direitos indisponíveis;
rito procedimental será melhor delineado no dia a dia das Varas do D. homologar o acordo como proposto pelas partes;
Trabalho ou mesmo normatizado pelo CSJT ou pelos Tribunais do E. homologar o acordo fazendo ajustes, com a concordância das partes,
Trabalho. usando como referência o parágrafo único do artigo 723 do Código de
A tendência talvez seja a instituição de um protocolo de análise por Processo Civil;
parte dos Juízes, e para essa finalidade, a realização da audiência F. homologar com restrições, por exemplo ressalvando que não atinge
revela-se como um ato imprescindível. Ao ouvir as partes, o magistrado pedidos decorrentes de ações acidentárias e ou questões que envolvem
poderá ter uma dimensão mais ampla da história e do interesses dos a saúde e integridade do trabalhador;
acordantes, e assim firmar a sua convicção com maior segurança, se
G. recusar a análise do acordo extrajudicial, por entender
aquele acordo é satisfatório, se não existem vícios e se são adequadas
inconstitucional a norma l inserida no art. 652-F da Lei n.º 13.467/171
as cláusulas com quitação ampla, a depender do tempo de contrato e
diante da previsão do artigo. 114 da Carta Constitucional, uma vez que
outras circunstâncias.
se trata de competência de natureza administrativa, complementar e
Tratando-se de instituto novo, convém que as partes, ainda que a lei não necessária.
não imponha, observar requisitos mínimos para a apresentação dos
Ainda que se defenda a corrente jurisdicionalista, a decisão do
acordos extrajudiciais, um ritual que auxilie a demonstrar ao Juiz a
magistrado de homologar um acordo extrajudicial com ressalvas e sem
regularidade e a boa-fé do ato praticado.
a concordância das partes, parece ser incongruente e conflitar com
Os transatores deverão estar representados por advogados, sem os princípios que informam o processo de jurisdição voluntária. Com
vínculos entre si, e podem estar assistidas pelo sindicato da categoria. efeito, caso não consiga a adesão das partes ao conteúdo das novas
A intenção da lei parece bastante clara no sentido de que os advogados cláusulas, em razão da segurança jurídica, a recusa na homologação,
sejam isentos e orientem os seus clientes sobre os seus possíveis com a devida fundamentação, revela-se como uma decisão mais
direitos e consequências do ato praticado. Não se espera, de modo apropriada, porque de fato equivale a uma negativa.
algum, que uma das partes indique o advogado para a outra.
Como sustenta Teixeira Filho (2017, p. 186) parece não ser viável a
Trabalhadores não alfabetizados ou estrangeiros podem ter oitiva de testemunhas, mas nada impede que, mediante consenso,
questionados o alcance da manifestação de vontade. Os menores havendo algum ponto específico a ser aclarado, possa o Juiz ouvir
devem ser assistidos por seus representantes legais. testemunhas, como dirigentes sindicais em processos que envolvam
A petição de acordo, formalizada pelas partes, deve conter os dados uma gama maior de trabalhadores.
mínimos do contrato, admissão, dispensa, salário e jornada, assim A jurisprudência e a doutrina hão de sedimentar referências para o que
como descrever os pontos do conflito e o que motivou a negociação, conceituam como acordos indignos, que beiram a coação econômica,
além da obrigatória especificação das parcelas e valores. O relato que não podem ser considerados razoáveis. Entretanto, cada caso
detalhado do conflito e das concessões mútuas são essenciais para o exigirá do magistrado, com a sua experiência e sensibilidade, avaliar se
magistrado avaliar e se convencer que o acordo é aceitável e não possui é possível conferir validade ao acordo trazido pelas partes. Ademais,
vícios, assim como alcance e extensão da decisão. mesmo em processos judiciais, não raras vezes o Juiz se vê angustiado
Em caso de cláusula dispondo sobre quitação ampla, deverá ser com transações atípicas e com valores reduzidos, mas considerando
fundamentada e não dispensa a discriminação específica de cada inúmeras variáveis, como ausência de patrimônio da empregadora e
rubrica. responsáveis, ou grande divergência sobre fatos e direitos, acaba por
As obrigações assumidas pelos interessados devem estar expressas realizar a homologação.
(valor do acordo, modo, local e tempo de pagamento) inclusive
responsabilidade pelos recolhimentos previdenciários e fiscais.
As consequências em caso de inadimplência devem ser convencionadas
pelas partes, entre elas a cláusula penal, vencimento antecipado de
parcelas e possibilidade de execução imediata como título executivo
extrajudicial.

170
3.5 - Efeitos da inadimplência do acordo. do procedimento de jurisdição voluntária, exatamente porque, não
As consequências em caso de descumprimento do acordo extrajudicial sendo atividade jurisdicional, e sim administrativa, e não advindo daí
devem ser pensadas e dispostas pelas partes, especialmente a a coisa julgada material, tudo o quanto se poderia obter em juízo seria
preocupação com as garantias patrimoniais. Somente serão chamados possível obter extrajudicial, tornando o processo desnecessário (1). O
a responder aqueles que se obrigaram, inclusive os sócios da pessoa Conselho Nacional de Justiça, porém, decidiu que a via extrajudicial
jurídica. é opcional, permanecendo a homologação judicial como alternativa
lícita (2). Qual a razão disso? A homologação judicial confere às partes
Ainda que o Juiz que homologou o acordo extrajudicial nada disponha, algo além daquilo que se pode obter pelo procedimento cartorário:
entendo que o trabalhador tem em suas mãos um título judicial, a indiscutibilidade da decisão, a coisa julgada. O negócio jurídico é
que poderá ser executado, na forma do artigo 515 III do Código de processualizado (inserido no processo) e, após a homologação judicial,
Processo Civil e artigo 57 da Lei nº 9.099 de 26-09-1995 que regula somente pode ser desconstituído por ação rescisória (art. 485, VIII,
os Juízes Especiais da Justiça Comum. Para aqueles que assim não CPC), como reflexo da rescisão da sentença homologatória. Não
compreendam, poderá o trabalhador se valer da ação monitória para é razoável dizer que um negócio jurídico formalizado em cartório
receber os valores não pagos no acordo. tem a mesma estabilidade de outro que passou pelo crivo do órgão
O reclamante, poderá ajuizar uma reclamação trabalhista para discutir jurisdicional. É preciso dar a situações tão díspares conseqüências
os direitos objetos da transação e outros decorrentes dos seu contrato jurídicas também diversas. Para compreender a facultatividade do
de trabalho, caso não cumprida a avença extrajudicial, fazendo a procedimento cartorário e a conseqüente permanência da opção
dedução de algum valor já recebido. judicial, é preciso superar o dogma da ausência de coisa julgada na
  jurisdição voluntária.” (DIDIER, 2018)
4 - Consequências jurídicas da homologação O artigo 855-D da CLT preconiza que se o Juiz entender necessário
ou não do acordo extrajudicial. Coisa julgada proferirá sentença, o que leva a concluir que essa será a decisão em
formal e material. Ação anulatória e ação caso de não homologação. Embora não previsto expressamente o
rescisória. recursos cabível nesta hipótese, considero que prevalece a regra geral -
recurso ordinário na forma do artigo 895 da Consolidação das Leis do
A decisão que homologa ou não um acordo extrajudicial produzirá
Trabalho (CLT), ocasião na qual o Tribunal poderá reformar a decisão
coisa julgada formal ou material? Trata-se de questão relevante a ser
de primeira instância, homologando o acordo, ou a cláusula rejeitada
refletida porque viabilizará às partes a utilização da medida adequada
pelo Juiz.
e terá consequências em caso de ajuizamento ulterior de reclamação
trabalhista. Parece não ser razoável que o Tribunal, ao conhecer e acolher o recurso
ordinário, determine que o Juiz do Trabalho homologue a avença, por
Diante do silêncio do legislador reformista e considerando que ao
respeito a sua independência funcional. Nesse sentido também há
homologar um acordo extrajudicial o Juiz atua jurisdicionalmente e
enunciado da ANAMATR A (2018):
não apenas como um órgão administrativo, há razões para se sustentar
que os efeitos serão os mesmos do artigo 831 da CLT, ou seja, o acordo “HOMOLOGAÇÃO DE ACORDO EXTR AJUDICIAL. RECURSO.
homologado, como posto pelas partes, produz coisa julgada material ANÁLISE PELO TRIBUNAL. No caso de recurso da decisão que não
e valerá como decisão irrecorrível, salvo para o INSS, quanto às homologar de forma fundamentada o acordo extrajudicial, o tribunal
contribuições previdenciárias. não poderá retornar o processo para que o juiz de primeiro grau o
homologue.” (Enunciado nº 10 da Comissão 8; ANAMATR A - 2018).
Várias serão as consequência advindas dos efeitos, formais ou materiais
da homologação ou não dos acordos extrajudiciais e que podem gerar A desconstituição do acordo com vícios pode suscitar inúmeras
importantes questionamentos e que são um convite à reflexão. polêmicas. Será atacável por ação anulatória ou rescisória, a depender
dos efeitos da coisa julgada formal ou material. De qualquer forma,
Para aqueles que sustentam que a jurisdição voluntária opera apenas
de acordo com a nova redação do § 4º do artigo 966 do Código de
os efeitos da coisa julgada formal, resta saber se haverá possibilidade
Processo Civil (CPC), a tendência poderá ser a utilização apenas das
dos interessados trazerem o mesmo acordo em juízo, anteriormente
ações anulatórias para discutir vícios nas homologações dos acordos,
recusado, com ou sem a adequação, para nova apreciação, pelo
com competência da vara que proferiu a sentença homologatória e não
mesmo ou por outro magistrado que esteja atuando na unidade. Um
mais das Seções Especializadas dos Tribunais. Talvez haja necessidade
exemplo: houve recusa na homologação do acordo com pagamento de
de revisão da Súmula 259 do C. TST.
verbas rescisórias no valor de R$ 1.000,00, equivalente a 50% dos
valores efetivamente devidos, sob a alegação que violava os patamares A pacificação da jurisprudência será importante porque interferirá
mínimos de dignidade do trabalhador. As partes, diante de tal decisão, na dinâmica que hoje se apresenta. Utiliza-se a rescisória para
renovam o mesmo acordo, desta vez oferecendo R$ 1.200,00, ou atacar acordos judiciais com vícios e a anulatória para desconstituir
ainda renovam o acordo no valor de R$ 1.000,00, justificando que a acordos extrajudiciais, como aqueles homologados nas Comissões de
empresa encontra-se prestes a ter a falência reconhecida. Conciliações Prévias.
A coisa julgada meramente formal poderia não inibir o ajuizamento Identificado pelo Juiz que as partes, ou uma delas, pretendem com
de reclamação trabalhista pelo trabalhador, para discussão dos o acordo algum objetivo ilegal pode considerá-las litigantes de má-fé
mesmos títulos negociados. Os efeitos seriam parecidos com aqueles e impor multa e indenização, na forma do artigo 793-A da CLT, sem
das rescisões homologadas no âmbito sindical ou na DRT e tratadas prejuízo da apuração da conduta dos profissionais que as assistiram.
na Súmula 330 do TST. Um exemplo: o trabalhador negocia com o O Ministério Público do Trabalho ou terceiros poderão ter interesse
empregador as horas extras e respectivos reflexos, sob argumento em recorrer da decisão do Juiz que nega a homologação do acordo ou
que os adicionais das horas extras foram quitadas de modo incorreto, se valer das ações anulatórias.
mas confere quitação às rubricas, horas extras e reflexos. O acordo
foi homologado, mas em reclamação trabalhista o trabalhador pede
diferenças de horas extras, em virtude de compensação irregular, 5 - Acordos com extinção ampla do contrato.
argumentando que o acordo não faz coisa julgada formal. Ao fazer um acordo, as partes podem constar como uma das cláusulas
Com certeza essa será uma questão sensível e que implicará utilidade negociadas, a extinção de todas as obrigações decorrentes do
ou não dessa nova disposição. Quem realiza um acordo, faz concessões contrato de trabalho. O tema se insere entre os mais instigantes na
recíprocas e quer segurança jurídica. Para ilustrar a importância da comunidade jurídica trabalhista, porque reporta às discussões sobre a
matéria, com muita propriedade, o Professor Didier , falando sobre o irrenunciabilidade de direitos do trabalhador de um lado e a segurança
procedimento de separação, assim ensina: jurídica daquele que paga, de outro.
“Em meu Curso, v. 1, defendi a natureza jurisdicional da jurisdição Nos acordos judiciais, a questão não é pacífica entre os Juízes e
voluntária e a conseqüente possibilidade de a coisa julgada material Tribunais do Trabalho, sendo que muitos acolhem a ampliação
recair sobre suas decisões. dos limites objetivos da lide e homologam acordos com quitações
extensivas ao contrato de trabalho, por entenderem não existir
A Lei Federal n. 11.441/2007 reforçou esse posicionamento com um impedimento e sim autorização expressa do § 2 do artigo 515 do CPC,
novo argumento. usado subsidiariamente ao processo do trabalho, por força do artigo
A homologação de separação/divórcio/arrolamento (inventário 769 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
simplificado) consensual é procedimento de jurisdição voluntária.
Esses negócios jurídicos podem ser formalizados extrajudicialmente,
após a Lei Federal 11.441/2007, sem mais a necessidade de intervenção
judicial, desde que não haja interesse de incapaz. Houve quem dissesse
que, em razão disso, não haveria mais interesse de agir no ajuizamento
171
A questão ganha maior relevância nos acordos extrajudiciais, porque forma mais célere, menos custosa e amplamente democrática, porque
o Juiz do Trabalho pode indeferir de plano petições de transação que nasce do diálogo.
contenham essa cláusula, por entender inexistir autorização legal, ou
porque a quitação abrange apenas direitos incontroversos da parte,
como verbas rescisórias, ficando nítido o objetivo ilegal, diante da
disposição específica contida no mesmo artigo 855, na alínea “C”. 7 - Referências.

Os novos dispositivos consolidados não são específicos sobre o tema e ANAMATR A. Enunciados da 2a. Jornada de Direito Material e Processual
do Trabalho. Disponível em <https://www.anamatra.org.br/imprensa/
apenas preconizam que a prescrição, que fica suspensa para os direitos noticias/26227-enunciados-aprovados-na-2-jornada-de-direito-material-e-
especificados na petição de acordo, voltando a fluir no dia seguinte ao processual-do-trabalho-sao-organizados-por-tema>. Acesso em 30 abr. 2018.
trânsito em julgado da decisão que negar a homologação do acordo.
Penso que essa previsão não se presta a justificar a impossibilidade de
BEDAQUE, José Roberto dos Santos. O direito e o processo - Influência do
quitação das parcelas devidas em um contrato de trabalho.
Direito Material sobre o Processo. 4a. Ed. São Paulo: Editora Malheiros, pg.
Com efeito, há fundamentos para que vinguem quitações amplas, para 76, 2003.
dar segurança aos interessados, mas aqui cada Juiz estabelecerá seus
critérios, como já acontecem nas homologações judiciais. Há casos DIDIER, Fredie Junior. Editorial 23. 2007 Disponível em: http://www.
que essa cláusula tão ampla não será recomendável, por exemplo em frediedidier.com.br/editorial/editorial-23/. Acesso em 30 abr. 2018.
contratos longos ou quando o trabalhador padece de alguma doença
ou incapacidade para o trabalho.
DONIZETTI, Elpídio. A jurisdição voluntária continua firme, forte e vitaminada
Uma reflexão há de ser feita para aqueles que repudiam as quitações no novo Código de Processo Civil. Disponível em: https://portalied.jusbrasil.
gerais. Existem inúmeros precedentes que analisam e validam com.br/artigos/266599787/a-jurisdicao-voluntaria-continua-firme-forte-e-
quitações amplas nos acordos celebrados nas comissões de conciliação vitaminada-no-novo-codigo-de-processo-civil. Acesso em: 20 abr. 2018.
prévia, instituídas no âmbito das empresas ou dos sindicatos. A
jurisprudência do TST, retratada no acórdão a seguir colacionado, FILHO, Manoel Antonio Teixeira. O Processo do Trabalho e a Reforma
valida as cláusulas de quitações gerais nos acordos realizados nas Trabalhista: As Alterações Introduzidas no Processo do Trabalho pela Lei n.
Comissões de Conciliações Prévias. Penso ser incongruente que um 13.467/2017. Editora Ltr, 1.a. Edição, 2017.
acordo realizado no âmbito sindical seja reconhecido como válido e
que esta alternativa não seja possível diante de um acordo levado para MARQUES, José Frederico. Ensaio sobre a Jurisdição Voluntária, em edição
homologação ao Juiz do Trabalho. Anote-se o acórdão: revista e atualizada por Ovídio Rocha Barros Sandoval. Campinas: Millenniun,
“RECURSO DE REVISTA. ACÓRDÃO PUBLICADO NA 2000.
VIGÊNCIA DA LEI Nº 13.015/2014. ACORDO FIRMADO
PER ANTE COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA. VALIDADE. MEDEIROS, Breno. Recurso De Revista. Acórdão Publicado Na Vigência Da
EFICÁCIA LIBER ATÓRIA. A norma celetista, em seu art. 625-E, Lei Nº 13.015/2014. Acordo Firmado Perante Comissão De Conciliação Prévia.
parágrafo único, eleva o termo de conciliação prévia à categoria de Validade. Eficácia Liberatória. Processo n. TST-RR-2261-71.2012.5.02.0442.
título executivo e prevê sua validade e eficácia liberatória geral, exceto In.: DEJT, 20 abr. 2018.
quanto às parcelas expressamente ressalvadas. Verbis: “Art. 625-E.
Aceita a conciliação, será lavrado termo assinado pelo empregado, NERY JR., Nelson. Comentários ao Código de Processo Civil Comentado, 1ª ed.
pelo empregador ou seu proposto e pelos membros da Comissão, São Paulo: Revista dos Tribunais, p. 283, 2015.
fornecendo-se cópia às partes. Parágrafo único. O termo de conciliação
é título executivo extrajudicial e terá eficácia liberatória geral, exceto TRT18. Justiça do Trabalho de Goiás homologa acordo extrajudicial de mais de
quanto às parcelas expressamente ressalvadas.”. Precedentes da R$ 2 milhões. In.: Notícias. Disponível em: <http://www.trt18.jus.br/portal/
SBDI-I desta Corte. Importante destacar que não foi registrado pelo noticias/justica-do-trabalho-de-goias-homologa-acordo-extrajudicial-de-
Regional que tenha havido qualquer ressalva quanto à quitação das mais-de-r-2-milhoes-instrumento-juridico-e-inovacao-trazida-pela-reforma-
parcelas, ou vício de consentimento na realização do acordo. Recurso trabalhista/> . Acessoem: 01 mai. 2018.
de revista conhecido e provido.” (MEDEIROS, 2018).

6 - Conclusão
O ambiente de trabalho é cenário de constantes de conflitos.
Questões envolvendo jornadas não remuneradas ou irregularmente
compensadas, salários não contabilizados, funções adicionadas
sem contraprestação. Fatores de risco sem controle que acarretam
discussões sobre o direito aos adicionais de insalubridade,
periculosidade, indenizações decorrentes de acidentes do trabalho
e doenças ocupacionais. Excessos no exercício no poder diretivo do
empregador que redundam no questionamento das justas causas
aplicadas e danos morais. Entre tantas outras disputas!
Onde há gente há conflito, onde há boa vontade, bom senso e
razoabilidade existe possibilidade de entendimento. Sem preconceitos,
com boa-fé, as inconsistências e imperfeições da lei podem ser
minimizadas, notadamente por uma reforma feita às pressas, num
confuso momento político e amplamente questionada.
Uma visão romântica e incauta de uma Juíza do Trabalho? Podemos
arrisrca a conclusão de que NÃO, ressaltando ainda a importância
da advocacia no adequado manejo dos acordos extrajudiciais, cujo
crédito ou descrédito só o futuro dirá. Os advogados que atuam na
Justiça do Trabalho terão à sua disposição um eficaz instrumento
para resolução de conflitos com qualidade, rapidez e efetividade.
O Judiciário Trabalhista deve pautar sua atuação como um grande
maestro a harmonizar e equilibrar todos os interesses, valores e
princípios.
Para finalizar é fundamental lembrar o compromisso com a cultura da
paz e solução pacífica de conflitos , como verdadeiro princípio geral de
Direito. Preceito tão proliferado pela ONU e que impõe uma mudança
de paradigma, mas sempre com ética, razoabilidade e investimento
em educação. Faculdades de Direito devem ter a preocupação de
formar um novo profissional, capaz de acreditar que a solução de
disputas pode se dar não apenas com a sentença, mas também com
a conciliação entre os litigantes. Conciliação esta que pode ser uma

172
ponencias voluntarias
Aula 5
“El derecho del trabajo y Blockchain: “Árbol Merkle”. Cada bloque pasa por este proceso de cifrado
Armonización de los principios y que resulta en una cadena alfanumérica de identificación o clave
criptográfica única llamada hash. Este hashdistintivo de un bloque
regulaciones laborales y las nuevas particular siempre está relacionado con hash del bloque anterior, de
tecnologías.” manera que se va formando la cadena por interrelación. Es decir, cada
Por: Esteban Valansi bloque que ingresa contiene el hash del bloque anterior para calcular
su propio hash.
La agregación de un bloque a la cadena requiere de una previa
1. Introducción:
autenticación o verificación llevada a cabo por un proceso conocido
En el presente paperse iniciará una primera aproximación al análisis como validación o consenso por los nodos “mineros”. En las blockchains
relativo a distintas implicaciones que se avizoran pudiera llegar a de criptomonedas, generalmente los mineros son quienes incorporan
tener la nueva tecnología Blockchain en numerosos aspectos de las los bloques de transacciones a la cadena a través de un desafío
relaciones laborales. matemático tendiente a descubrir el nonce (valor que solamente
Blockchain se encuentra transformando la forma en que se hacen puede ser usado una vez y que es un número aleatorio al que se llega,
los negocios en el mundo e instrumentan las contrataciones a nivel generalmente, a través de lo que se conoce como una Prueba de
global, no pudiendo el derecho laboral estar al margen de esta nueva Trabajo -ProofofWork- que requiere gran cantidad de procesamiento).
revolución informática y de los nuevos desarrollos tecnológicos. El primero de los mineros que resuelveel desafío será quien agrega el
Inicialmente se advierte que la nueva tecnología Blockchain bloque a la cadena y quien por eso se lleve la recompensa (una cantidad
podrá atravesar e impactar en las sucesivas etapas de una relación de bitcoins).
laboral: desde la preparación de CVs y el chequeo de antecedentes Agregado el bloque a la cadena se transmite a los demás nodos, quienes
de postulantes a nuevos puestos de trabajo; la utilización de los también incorporan el nuevo bloque multiplicándose así las copias de
contratos inteligentes (“smart contracts”) y desarrollo de aplicaciones la cadena. Una vez incorporado, este bloque ya no puede eliminarse
descentralizadas; la registración de los términos y condiciones ni alterarse.
de las relaciones laborales; el pago de remuneraciones mediante La novedad de blockchain se encuentra principalmente en la
criptomonedas o monedas electrónicas; hasta la resolución de descentralización de la forma de almacenar información y que la
eventuales controversias laborales; serían solo alguno de los aspectos veracidad de dicha información se encuentra en cada uno de los nodos
que preliminarmente se están comentado podrían ser transformados que integran la red, los cuales actúan como testigos o garantes de
radicalmente por el surgimiento de Blockchain. la actividad de la red de forma conjunta. Es decir, es una tecnología
Estos aspectos requieren un marco normativo moderno, que promueva transparente, por lo que las transacciones se quedan guardadas y no
soluciones legales eficientes que acompañen y recepten los avances, pueden modificarse en ningún momento.
a la par de que protejan derechos de orden público laboral de los Centrándose en operaciones matemáticas, blockchain es uno de los
trabajadores atendiendo a los principios esenciales de la especialidad. métodos más seguros para crear, modificar, compartir y almacenar
información, por lo que tu potencial aplicación de podría proyectar
2. ¿Qué es “Blockchain”? a cualquier ámbito que necesitara realizar alguna de esas acciones,
sobre todo si en ellas tienen que participar múltiples usuarios.
El origen de Blockchain o “cadena de bloques”se remonta al año 2008.
Se trata de una nueva tecnología que está cambiando la manera de Según señalan los expertos tecnológicos, es casi imposible corromper
hacer negocios y cuyo horizonte de aplicación nadie se atreve a definir una blockchain porque la información se replica y se aloja en una
con cierta exactitud. numerosa cantidad de computadoras, generando miles de copias
digitales que le dan al sistema la credibilidad y la supervisión necesarias
En octubre de 2008, una (¿o varias?)persona identificada como para crear una lista pública segura de un activo .
“Satoshi Nakamoto”remitió un e-mail en el que refirió haber estado
trabajando en un nuevo sistema de dinero electrónico de usuario a Las características y detalles señalados precedentemente se refieren
usuario(peer-to-peer), es decir, sin la necesidad de intervención de un principalmente a la blockchain original de Bitcoin, utilizada para el
tercero de confianza, incluyendo un enlace a unapublicación en la que registro de las transacciones de esta cripto-moneda. Como ha sido
describía esta nueva tecnología . Al año siguiente, en enero de 2009, señalado, en sus orígenes blockchain fue creado con el principal
se genera el primer bloque de la blockchain de Bitcoin (denominado propósito de registrar y procesar transacciones online con bitcoins,
bloque Génesis). directamente entre las partes sin la intervención de una institución
financiera. Sin embargo, su desarrollo y evolución han generado
Como “legos” en materia tecnológica no parecería indispensable la creación de distintos tipos de blockchaincon características y
conocer los detalles técnicos del funcionamiento de este fenómeno funciones novedosas.
informático. Así como hemos adoptado a nuestra práctica cotidiana a lo
largo de la historia los descubrimientos e innovaciones tecnológicasin Una primera clasificación encuentra a las blockchain públicas y privadas
a veces saber cómo realmente funcionan (tales casos del telégrafo, en función de quienes pueden acceder y compulsar la información.
teléfonos, televisión, celulares, internet, etc.), debemos estar abiertos El principal, y si se quiere puro, tipo de blockchain es la “pública”. Esta
a aceptar esta nueva aparición tal como es, aunque en un comienzo no blockchain no requiere permiso, siendo accesible a cualquier usuario.
resulte sencillo asimilarla o entender de que se trata con precisión. Sin Solo se necesita una computadora con Internet para descargar la
perjuicio de ello, resulta útil conocer al menos los principios básicos de aplicación y conectarse.En este tipo de blockchain los usuarios son
esta novedad para así poder enfrentar los eventuales cuestionamientos anónimos y no hay administradores, no habiendo privacidad para
legales que se generen a su respecto. las transacciones. Las más conocidas (en la actualidad) son Bitcoin y
En términos generales podría comenzar a definirse a blockchain como Ethereum.
un libro de registro distribuido (distributedledger) de transacciones Por otro lado, encontramos otro tipo de blockchain “privada”. Esta
digitales. Básicamente y en su incio no es más (ni menos) que eso, modalidad no está abierta al público general, sino que solo se puede
una suerte de gigantesca base de datos con ciertas características acceder a por invitación. Por estas particularidades, justamente se
particulares. Se trata de una base abierta, prácticamente inmutable discute si corresponde hablar en estos casos de blockchain ya que no
y descentralizada, que se encuentra así distribuida y multiplicada se encuentran una serie de elementos definitorios o característicos
en distintas computadoras de usuarios (nodos), donde se registran (tales como la descentralización de su almacenamiento y la
diferente tipo de datos,transacciones o acuerdos entre partes. comunidad de su gestión), por lo que en estos casos suele hablarse
La particularidad distintiva de este novedoso registro es que está en su lugar de la Tecnología de Contabilidad Distribuida o DLT
compuesta por “bloques” que se entrelazan formando la “cadena”. (DistributedLedgerTechnology), aludiéndose específicamente a la
Estos bloques de la cadena están compuestos por un conjunto de tecnología utilizada.
transacciones celebradas un período determinado que se va “sellando” Finalmente, existen también las blockchain “híbridas”, conocidas
en el tiempo. Una particularidad relevante consiste en que estas también como federadas o consorciales. En este tipo de blockchain
transacciones se dan directamente entre pares (peer-to-peer), sin los nodos participantes también son invitados, pero todas las
la necesidad de un intermediario (originalmente se planteaba la transacciones son públicas. Son utilizadas principalmente por
eliminación de entidades financieras que regulaban e intervenían en la gobiernos, asociaciones y empresas en las que se producen grandes
circulación de las monedas tradicionales como una forma de eliminar
barreras y costos transaccionales).
Estas transacciones entre usuarios se registran o agrupan en cada
bloque bajo un esquema de una estructura criptográfica llamada
174
cantidades de transacciones. La gestión corresponde a varias entidades directa o indirectamente, en un sistema informático para realizar una
y no tienen una criptomoneda asociada (por lo que no recompensan el o varias prestaciones de un contrato, con la particularidad de que, una
minado de bloques). vez activadas, las partes dejan de tener el control de su cumplimiento,
Otra clasificación importante, relacionada con la anterior,se vincula a que se realizará por sí mismo” .Podrían ser definidos también como
los “permisos” que tienen los usuarios para participar. Así encontramos contratos en formato electrónico y de carácter autoejecutable.
las blockchain “permissionless” donde los usuarios no requieren El término “contrato inteligente” fue originalmente acuñado por el
permiso y pueden participar en los procesos de verificaciónsiguiendo criptógrafo Nick Szaboen la década de 1990 . Szabo vio un contrato
un procedimiento de consenso determinado (el más conocido, como un conjunto de promesas acordadas y que las computadoras
proofofwork); y las blockchain “permissioned” donde solo los usuarios hacen posible ejecutar algoritmos. Primero, los términos del contrato
con permiso pueden participar de los procesos de consenso y agregar se traducen en código, una serie de funciones if-then (si-entonces).
transacciones a los bloques de la cadena a través de lo que se conoce Una vez que se cumple una condición, el contrato inteligente dará
como Prueba de Autoridad -proofofauthority- (sin la necesidad de el siguiente paso necesario para ejecutar el contrato. Por lo tanto,
resolver un problema matemático y, por lo tanto, sin criptomonedas el término “contrato inteligente” se refiere a los protocolos de
asociadas y reduciendo así significativamente la cantidad de transacción informática que ejecutan los términos de un contrato
procesamiento). automáticamente en función de un conjunto de condiciones .
En definitiva, más allá de las diferencias, los elementos comunes Si bien los smart contractsno son una novedad reciente, ha sido el
que pueden encontrarse en esta tecnología blockchain y que la descubrimiento y generalización de la tecnología de blockchainlo
hacen particularmente interesante son: (i) la descentralización y que los hapotenciado al permitirles beneficiarse de las ventajas de la
distribución de los registros, con relación directa entre usuarios, referida tecnología.
eliminando la necesidad de contar con un tercero de confianza; (ii) A partir de esta tecnología, se han creado plataformas descentralizadas
los usuarios son quienesautentican y verifican las transacciones por para la contratación de trabajo , diseñada para facilitar el reclutamiento
medio del consenso; (iii) el uso de firmas criptográficas o digitales que a corto plazo, tanto para empleadores como para trabajadores, que
permitirían mantener la anonimidad; y (iv) sus registros históricos son permite conectar a trabajadores y empresas directamente, e incluso
prácticamente inalterables y se agregan en modo cronológico para una realizar pagos automáticamente una vez concluido el trabajo,
mejor trazabilidad. utilizando contratos inteligentes.
La introducción de contratos inteligentes en el mundo laboral podría
3. Blockchain y las relaciones laborales. traer mayor transparencia y certeza sobre que se espera del trabajador
Tal como indicado en la introducción, esta nueva tecnología blockchain y del empleador en la relación laboral al quedar registrados los
tiene potencial para poder llegar a atravesar e impactar en las sucesivas términos del contrato en una blockchain. También podría utilizarse
etapas de una relación laboral. Hasta el momento su efecto concreto para facilitar el pago de salarios, de acuerdo con el monto acordado y
y práctico es una real incógnita, pero ya encontramos indicios y dentro de un período de tiempo específico, alcanzados los objetivos
desarrollos que nos motivan a empezar a reflexionar al respecto. previamente delineados.
La aplicación de los mismos en el ámbito del derecho del trabajo aún
es una gran incógnita. No obstante, un primer interrogante inicial
a. Chequeo de antecedentes de postulantes a nuevos puestos de que puede plantearse sería sobre la posibilidad de utilizar estas
trabajo formas de contratación cuando el régimen normativo vigente exige su
En primer lugar, encontramos plataformastendientes a verificar los instrumentación por escrito.
antecedentes laborales y profesionales de postulantes a un trabajo En tal sentido, por ejemplo, conforme resulta el art. 90de la Ley de
. Con el uso de blockchain los candidatos pueden crear perfiles Contrato de Trabajo (LCT) N° 20.744, la contratación a plazo
inteligentescon sus pergaminos, los cuales serían luego verificados requiere, entre otros requisitos, que el tiempo de duración sea fijado
por anteriores empleadores o instituciones educativas y finalmente en forma expresa y por escrito. ¿Este requisito se cumpliría a través de
registrados en forma permanente, accesibles para futuras postulaciones un smart contract? En tal caso, ¿sería necesaria su suscripción con la
. Así, la tecnología blockchain se puede aplicar para crear versiones de utilización de la firma digital en los términos de la Ley 25.506?
currículum vitae y credenciales académicas permanentes, veraces y
transparentes . Al respecto, una primera aproximación encontraríamos en el
art. 6 de dicha norma en cuanto establece que se entiende por
Incluso blockchain puede facilitar a futuros empleadores a acceder documento digital a “la representación digital de actos o hechos, con
a fuentes educativas para verificar los antecedentesacadémicos independencia del soporte utilizado para su fijación, almacenamiento
de postulantes. En tal sentido, el Massachusetts o archivo”, indicando que “un documento digital también satisface
InstituteofTechnologyse(MIT) se convirtió en una de las primeras el requerimiento de escritura”.También, a partir del Código Civil
universidades en presentar una herramienta blockchain para que se y Comercial de la Nación, el soporte de la forma escrita mediante
verifique directamentela información de un título . smart contract ya no es una cuestión, siendo que se encuentra
El uso de esta tecnología reduciría así la posibilidad de engaños en recepcionadaexpresamente en su art. 286 .
las solicitudes de empleos y también tiempo y costos destinados a la En cuanto a la firma, la digital recordemos aplica un sistema
verificación de los antecedentes de postulantes . criptográfico que utiliza una función matemática sobre las claves de
acceso y que no pueden descomponerse ni reproducirse por ninguna
b. La utilización de los contratos inteligentes (“smart contracts”) y vía. Lo anterior implica que ningún tercero podrían acceder por vía
aplicaciones descentralizadas. electrónica, por ejemplo, a la clave de un trabajador al instrumentar
un contrato laboral inteligente. El cumplimiento de todos los recaudos
Una de las blockchain más relevantes es Ethereum, una suerte de
y certificaciones que deben observarse para la utilización de la firma
“evolución” de la originaria Bitcoin. En términos generales, podría
digital, según estipulaciones de la Ley 25.506, resulta ineludible para
señalarse que la trascendencia de esta blockchain radica en que
que pueda atribuírsele al documento tal carácter y fuerza probatoria.
ha potenciado la proliferación de los contratos inteligentes (smart
contracts) y de las aplicaciones descentralizadas (DApp), al integrarse Estas características, en cambio, no se encontrarían presentes
con un lenguaje de programación denominado Turing Complete que en la “firma electrónica”, definida como el “conjunto de datos
facilita la creación y desarrollo de los mismos. Mientras blockchain electrónicos integrados, ligados o asociados de manera lógica a otros
Bitcoin ha sido idea en esencia como un medio de transacción y pago datos electrónicos, utilizado por el signatario como su medio de
descentralizado de criptomoneda, Ethereum se focaliza en la ejecución identificación, que carezca de alguno de los requisitos legales para ser
de este tipo de contratos y aplicaciones inteligentes que funcionan con considerada firma digital”.Se advierte entonces que, mientras la firma
redes de criptomonedas descentralizadas . electrónica sirve solo como “principio de prueba por escrito”, la ley
otorga a la firma digital idéntica fuerza legal que a la firma autógrafa,
Desde la creación de smart contract para comprar-venta o negociación
siempre que la misma haya sido aplicada de acuerdo a los estándares
de bienes o servicios, su utilidad solo es limitada por la imaginación. Por
previstos en la legislación.
otro lado, las DApps son capaces de crear aplicaciones completamente
descentralizadas, no censurables, seguras y económicamente
autosustentables.
i. Smart contracts
Los smart contracts pueden ser explicados en términos generales como
“secuencias de instrucciones o indicaciones destinadas a ser utilizadas,

175
ii. Aplicaciones descentralizadas efectivo sin comisiones ni gravámenes, así como las fluctuaciones
Luego de los smart contracts la siguiente “evolución” que trabaja sobre vertiginosas que podrían experimentar en su cotización y afectar la
este tipo de tecnología blockchain lo encontramos en las aplicaciones retribución del trabajador.
descentralizadas (DAap). LasDApp son programas de software que Tampoco existiría una cotización de referencia certera o precisa que
no requieren un tercero de confianza o intermediario para poder permita una correcta registración de su valor patrimonial a los efectos
funcionar; la interacción es directa entre usuarios (peer-to-peer). de efectuar una incuestionable registración a los efectos del pago de
Funcionan con la lógica de los smart contracts, pero con la posibilidad impuestos y aportes y contribuciones con destino a la seguridad social
de intervención de un número ilimitado de participantes. y que evite futuros planteos vinculados a una indebida registración de
A diferencia de las comunes y conocidas aplicaciones (App) que la remuneración.
usualmente se utilizan en los teléfonos celulares, en el caso de la No obstante lo expuesto, ya es una realidad. Por ejemplo, a la ya
DAap(se pronuncia di-ap) es una aplicación que no depende de un mencionada Chronobank, se agregaBitwage, que es una plataforma
sistema central, sino de la comunidad de usuarios que la utilizan.El de pago que utiliza la tecnología blockchain para facilitar los pagos
backendde la aplicación (lo que no se ve, la “cocina” de la aplicación) internacionales de remuneraciones utilizando criptomoneda (Bitcoin)
funciona con la lógica de la automatización de los smart contractsy el como medio de pago indirecto (los pagos se concretan en moneda local
almacenamiento de datos está descentralizados en base a la tecnología por medios tradiciones, pero por medio de una conversión de bitcoins).
blockchain. Por lo tanto, en una primera etapa, parecería que esta nueva “moneda”
Mucho se ha dicho y se encuentra discutiendo en el ámbito del se utilizaría con mayor preponderancia para las contrataciones
derecho laboral sobre la naturaleza de las vinculaciones creadas a virtuales o remotas, especialmente vinculadas a proyectos de
partir de las Apps tradicionales de la economía colaborativa. El boom desarrollos tecnológicos, siendo su aplicación a contrataciones
y la proliferación de estas formas de contratación ha potenciado “reales” (por oposición a “virtuales”) un camino aún que merecería un
la controversia sobre la existencia o no de un contrato de trabajo o encausamiento legal que acompañe esta transformación.
relación de dependencia laboral entre las compañías (propietarias de
las App) y los prestadores del servicio.
d. La registración de las relaciones laborales
Sin embargo, con las DAppsse esfuma la figura de una parte de esta
relación. A través de estas aplicaciones descentralizadas ya no se Como fuera señalado, entendiéndose a la blockchain como un libro
requeriría la presencia de una compañíaque regule, coordine o medie de registro distribuido (distributedledger) una potencial aplicación a
entre el requerimiento del servicio y su contratación. Es decir, dejaría desarrollar imagino podría ser justamente el registro de las relaciones
de existir una relación entre el prestador del servicio y un “dueño” laborales por medio de esta nueva tecnología, en reemplazo de las
de la aplicación para pasar a configurase una relación de pares, entre tradicionales formas obsoletas.
usuarios requirentes y prestadores de un servicio (peer-to-peer). En tal sentido, encontramos iniciativas como la del Fondo de Pensiones
Por lo tanto, en el mundo de la DAppla discusión si debe o no de Rusia que tiene como objetivo utilizar blockchain para almacenar
calificarse a Uber, Glovo, Rapi, etc. como empleadora los choferes o y rastrear contratos de trabajo .También utilizando blockchain,
repartidores devendría abstracta. En el backend de la aplicación no compañías internacionales tienen la intención de crear un registro
habría un tercero centralizado que pudiera ocupar ese rótulo. seguro para los trabajadores y sus contratos de trabajo a fin de verificar
el cumplimiento de la normativa laboral en la cadena de suministro.
Así, por ejemplo, ya encontramos como potenciales alternativas a
Uber aplicaciones como La ‘Zooz , que se define como una plataforma En España, por ejemplo, a partir de la aprobación del Real Decreto-
de transporte descentralizada propiedad de la comunidad y que utiliza ley 8/2019 del 8 de marzo , que establece la obligatoriedad de llevar
el espacio no utilizado de los vehículos para crear una variedad de un registro diario de las jornadas laborales para cada empleado , han
soluciones de transporte inteligentes. O bien ArcadeCity , autodefinida proliferados desarrollos tecnológicos que utilizan blockchain como
como una cooperativa de viajes compartidos entre pares, propiedad y herramienta para llevar adelante esa registración.
operada por sus conductores, un nuevo modelo de servicio impulsado Incluso se vislumbra que a través de esta tecnología y a partir de su
por la comunidad, no por las corporaciones. utilización para la registración de ciertos aspectos de las relaciones
laborales se facilitaría el control de la autoridad laboral sobre el
cumplimiento de las normas de orden público que rigen el trabajo.
c. El pago de remuneraciones mediante criptomonedas o monedas En tal sentido, con un sistema bien construido, se rebajaría el número
electrónicas de irregularidades y el trabajo delos inspectores laborales se limitaría
Otros de los aspectos relevantes para el derecho laboral surgidos a la revisión del uso de esas aplicaciones. Al respecto se ha dicho
a partir de la tecnología blockchain obviamente la encontramos en que “se automatizará la función del actual inspector de trabajo, que
relación conlaposible utilización de criptomonedas para el pago de se reconvertiría en inspector de las nuevas tecnologías… de ahí su
las remuneraciones de los empleados. Como fuera señalado,en un “uberización”.
comienzo, el origen de esta tecnología tuvo justamente sus raíces en
la creación de la criptomoneda Bitcoin, existiendo hoy en día una gran
variedad de criptomonedasque cotizan y son intercambiadas a nivel 4.Conclusiones.
global. Estamos frente a cambios tecnológicos con la potencialidad de
Si bien un esquema de compensación de criptomonedas podría parecer transformar en forma significativa las formas de relacionarnos y
atractivo, especialmente para los nuevos emprendimientos y start-up contratar. Estos avances se verifican a una velocidad inusitada que
tecnológicos, su aplicación a la luz de la normativa laboral vigente en torna prácticamente imposible que la normativa los acompañe y
Argentina traería ciertos interrogantes que merecen ser planteados. receptea la par en la que los acontecimientos cotidianos se suscitan.

Un primer escollo lo encontramos en el art. 107 de la LCT en Por lo tanto, estos aspectos requieren un marco normativo moderno,
cuanto establece un límite del 20% para los pagos en especie de las que promueva soluciones legales eficientes que acompañen los
remuneraciones de los trabajadores. avances, a la par de que protejan derechos de orden público laboral
de los trabajadores atendiendo a los principios esenciales de la
Por otra parte, tenemos también el art. 3.1. del Convenio 95 de la OIT especialidad.
que señala que “los salarios que deban pagarse en efectivo se pagarán
exclusivamente en moneda de curso legal”. El Derecho nace en la sociedad, lo recibe la justicia en forma de conflicto
y lo legislan luego, más o menos tarde las legislaturas jurisdiccionales.
Encontramos también que a partir del art. 124 LCT y la Resolución Las tecnologías no están dando tiempo a que naturalmente ocurra
653/2010 MTESS, las remuneraciones en dinero deberán pagarse esto. La sociedad precisa de encauces jurídicos prontos y eficaces
mediante la acreditación en cuenta abierta a nombre del trabajador ante creaciones tecnológicas que cuestionan incluso las instituciones
en entidad bancaria o en institución de ahorro oficial, conforme mas tradicionales del Derecho y que no se detienen a preguntarse o
las condiciones de funcionamiento que fije el Banco Central de la cuestionarse si encajan o se ajustan a su rígido marco de contención.
República Argentina.
Frente a este cúmulo de regulación, las posibilidades de
cuestionamientos sobre la implementación de esta forma de pago de
remuneración no parecen menores.
Por otro lado, inconvenientes de orden práctico que pueden
presentarse, más allá de su eventual impugnación legal, se pueden
encontrar en alguna eventual dificultad o costo transaccional para
que los trabajadorespuedan convertir su pago de criptomonedas en
176
GIG Economy: Los nuevos paradigmas imprimirle su experiencia personal.
provocados por la irrupción de Propósito, la intención de hacer lo que se hace al servicio de algo más
la tecnología y su impacto en las grande que uno mismo. Darle sentido y significado al trabajo.
Relaciones Laborales. Así, del mismo modo que el modelo de trabajo cambió con la
Revolución Industrial, la naturaleza del trabajo está cambiando
Andrea Schiavone con la Revolución Tecnológica. Quizás lo paradójico sea que con la
Revolución Industrial se pasó de un esquema más independiente al
INTRODUCCIÓN tradicional de la dependencia, mientras que con la Revolución Digital
se generó un camino en la dirección contraria.
Nos encontramos atravesando la llamada “Cuarta Revolución
Industrial”. Klaus Schwab, Founder & Executive Chairman del Word Según un estudio de la Unión de Freelancers de US3 y la plataforma
Economic Forum, afirma que esta revolución no va a cambiar lo que Upwork 4 en 2017, en US el 22% de la población en edad de trabajar
hacemos, pero nos está cambiando a nosotros, lo que somos. Hay un es freelancer o autónomo, y esta modalidad resulta ser su fuente de
renacimiento que se traduce en nuestra relación con la vida, con el ingreso primaria o secundaria (complementario). Además, casi un
planeta y con el trabajo1. 50% de esa población optaría por ser independiente si tuviera esta
posibilidad.
A lo largo de la historia, la forma del trabajo ha ido cambiando, con
modalidades más o menos cercanas al concepto tradicional de De acuerdo a un estudio realizado por McKinsey Global Institute5 en
subordinación, sin embargo, siempre existió en quienes lo realizan, octubre de 2016, el 20 a 30% de las personas en edad productiva de US
una motivación y el deseo de bienestar (con el significado que cada y Europa, desarrollan algún tipo de trabajo “independiente”. De este
época le ha dado a ese concepto). porcentaje un 15% lo hace a través de plataformas digitales, cifra que
está en constante aumento.
Esta nueva revolución industrial debe ser estudiada con
responsabilidad. Representa una oportunidad para corregir los errores Las características propias del trabajo independiente y la motivación
del pasado y comprometerse con un futuro común, basado en valores intrínseca vieron su máxima expresión en el GIG Work.
compartidos a nivel mundial: el bien común y la dignidad humana. La expresión GIG, tomada del inglés, proviene de la jerga musical y se
Nos obliga a entender cuál será el nuevo modelo económico, cuál es refiere a las actuaciones cortas que se realizan en grupos musicales,
la proyección de la tecnología en el empleo, cómo es la relación entre conocidos también en el campo de la actuación como “bolos”.
la llamada Gig Economy y las diferentes modalidades en que el trabajo Entre sus varias acepciones, aplicado al campo laboral, el concepto
humano se inserta en esa cadena de valor. alude a los Short Term Jobs, trabajos esporádicos, que tienen una
Este trabajo tiene por objeto analizar el concepto de Gig Economy y las duración corta y en los que el contratado se encarga de una labor
cualidades propias que definen esta modalidad de trabajo. específica dentro de un proyecto.
Así, se estudiarán las distintas plataformas digitales o APP existentes Así nació la GIG Economy en Estados Unidos hace más de 10 años,
(abreviatura de la palabra en inglés Application, referida a aplicaciones como una forma alternativa a las modalidades de contratación
para dispositivos móviles), las consideraciones vinculadas a su tradicional, principalmente por la crisis económica pero también por
naturaleza y su impacto en el sistema de las relaciones laborales en la motivación intrínseca de quienes desarrollan estas tareas, que
el mundo en general y en Argentina en particular, buscando conocer encuentran en este modelo una forma de conciliación entre la vida
el anclaje jurídico legal (si existe o está definido), si el concepto laboral y la personal.
tradicional de trabajador subordinado cobija esta nueva forma y si La flexibilidad, la comunicación online y la deslocalización son los
existe la necesidad de ampliar el ámbito de protección del Derecho pilares básicos del funcionamiento de la GIG Economy, también
del Trabajo. conocida como “Economía de la changa”.
En línea con estos interrogantes, se analizará la situación de algunos Si bien el modelo de trabajo independiente no es una novedad, las
países que han creado modalidades “intermedias” entre la figura APP le han agregado un componente adicional, por su capacidad de
tradicional de dependencia y la de los trabajadores independientes, de conectar a gran escala, y posibilitar a estos trabajadores llegar a sus
modo de ofrecer a este grupo alguno de los beneficios y/o protección clientes o contratistas en tiempo real. Son cualidades propias de estos
ofrecidos por el ordenamiento laboral. sistemas:
Para ello, se estudia el marco jurídico y jurisprudencia de un 1) Alto grado de autonomía. Proponen un mayor grado de control y
conjunto de países (Reino Unido, España, Francia, Estados Unidos) decisión por parte de quien ejerce la tarea: qué trabajos aceptar y en
y la participación de los sindicatos, quienes han intervenido desde la qué oportunidad hacerlo. La dirección o supervisión características
óptica jurídica y con su injerencia en las reformas legislativas. de la dependencia se reemplazan, a través de la tecnología, con la
Si bien pueden escucharse voces que sostienen que esta nueva asignación de tareas y evaluaciones de desempeño realizadas por
modalidad no justifica un tratamiento legal particular, entender cómo los clientes. El usuario asume el status de “prosumidor”, ejecutando
funciona el modelo transaccional a través de plataformas electrónicas tareas que tradicionalmente estaban a cargo de la empresa6 .
con componentes de trabajo humano, cuál es su origen y cuál es la El trabajo moderno, a través de redes virtuales, se configura con una
motivación de quienes intervienen, colaborará para pensar cuál es el menor subordinación y una mayor libertad para el trabajador. Sin
rol que deben ocupar los poderes del estado y, en igual medida, los embargo, no todas las APP funcionan del mismo modo, y la autonomía
sindicatos como representación colectiva de intereses comunes a se dará en mayor o menor medida según de cuál se trate.
defender y la sociedad toda en su conjunto, a efectos de garantizar el
bien común y la justicia, pues no debe perderse de vista que no basta
1 “The Fourth Industrial Revolution: what it means, how to respond”, Klaus
con que un país “crezca” o incorpore tecnologías, es necesario que ese
Schwab, 14/1/2016, www.weforum.org
crecimiento se traduzca en mejor y más empleo.
2 “La sorprendente ciencia de la motivación”, Daniel Pink, TEDGlobal 2009,
https://www.ted.com/talks/dan_pink_on_motivation?language=es
GIG ECONOMY: Su origen en la figura del Agente Independiente 3 Freelancers Union es una organización sin fines de lucro de US con más de
370.000 miembros. A pesar de denominarse “Union” no representa el concepto
A pesar de que en algunos ámbitos se habla de la “irrupción” de la Gig
de sindicato, ya que no existe la representación colectiva de este conjunto de
Economy con cierto grado de sorpresa, no parecería ser más que el trabajadores ni negocian colectivamente. Ofrece a sus miembros redes de
reflejo del cambio de la cultura y motivación de quienes trabajan, lo conexión, capacitaciones, defensa de intereses comunes, y algunos servicios.
que ha ocurrido en cada una de las eras, pues el trabajo evoluciona en Además, un seguro de salud y de vida a sus miembros a través de la Freelancers
forma constante. Insurance Company.
En esta Era Conceptual, atravesada por la digitalización y los 4 Upwork es la plataforma más grande de freelancers que conecta a los
prestadores freelance (con un mayor grado de autonomía y habilidades trabajadores independientes con quienes solicitan algún servicio.
blandas que se imponen a las duras), prevalece la motivación intrínseca, 5 “Independent work: Choice, Necessity, and the Gig Economy”, McKinsey &
que según afirma Daniel Pink, se da por tres factores: autonomía, Company, McKinsey Global Institute, Octubre 2016.
maestría y propósito 2 . 6 Madariaga, J., Buenadicha, c., Molina, E. y Ernst, C. (2019) Economía de
Autonomía, es el impulso que dirige la vida. Un estado de independencia Plataformas y Empleo ¿cómo es trabajar para una app en Argentina?, CIPECC-
BID-OIT, Buenos Aires, 2019.
donde cada uno es totalmente responsable de sus propios resultados:
motiva trabajar con libertad e independencia.
Maestría, el deseo de volverse cada vez mejor en lo que se hace, y
mejor en algo que importa, disfrutando más de la vida laboral al poder
177
Por lo demás, la titular de la APP tiene interés en que el servicio se - Servicio de cuidado de mascotas: Doghero
preste correctamente, dado que su marca depende de ello, por lo que - Servicio de transporte de pasajeros: Uber, Lyft, Cabify.
retiene el control sobre la forma en la que se presta el servicio.
- Servicio de delivery, mensajería o cadetería: Instacart, Deliveroo,
2) Economías de escala. El negocio se basa principalmente en acumular Rappi, Glovo.
una gran cantidad de prestadores de servicios y de usuarios que se
conectan de forma transparente y a gran escala, lo que hará innecesario Estos últimos cuatro subclasificados como “servicios físicos” y de
contratar trabajadores y cumplir un horario de trabajo. El gran número “complejidad baja”.
de “colaboradores” asociados hará que los clientes siempre encuentren (ii) Venta de bienes: aquí el hecho del trabajo se verifica ya que el acto
un prestador de servicios disponible. de la venta implica tiempo, trabajo y recursos. El fabricante o productor
Además, permiten compartir un perfil que contiene feedback y consigue poner su producto a la venta a partir de las plataformas
revisiones de los usuarios, dando mayor credibilidad y confianza a (ej. artesanos que venden sus productos, pequeños productores de
las transacciones. Todo esto, con un costo de inversión casi nulo, ya verduras, frutas, etc.). Ej: ETSY
que en la mayoría de las plataformas el usuario puede crear un perfil y (iii) Alquiler de bienes: plataformas como Airbnb requieren de
rápidamente accede a participar de la misma. individuos que interactúen a efectos de conectar al inquilino con el
3) Conexión en tiempo real. Por su parte, la posibilidad de una inmueble alquilado. Entre los usuarios existe una relación comercial
comunicación online, que de modo eficiente permite satisfacer con ánimo de lucro.
la necesidad de “inmediatez” cada vez más imperante entre los Estas empresas tienen modelos de negocio innovadores, que
consumidores. En palabras de Matías Casoy, CEO de Rappi “El incorporan tecnología y que muy probablemente aportan mejoras a
Argentino está obsesionado con los tiempos de entrega”7. Sin la productividad, pero también desafían al marco regulatorio de cada
embargo, no puede separarse del análisis la responsabilidad de los país, tanto laboral como impositivo y previsional.
consumidores, exigentes y demandantes de tiempos de respuesta Desde ya que cada APP podría tener diferentes modalidades de
exiguos, sin preguntarse de qué modo y bajo qué condiciones se ejecución del trabajo, y no todas implican trabajo independiente, sino
consigue esa inmediatez. que dependerá de su modelo de negocio.
4) Negocio global. Una vez creada la APP, expandirla tiene Por su parte, cada país tiene una regulación diferente, y de ello también
relativamente poco costo, por ello estas empresas tienden a ser dependerá la inserción de cada trabajador en las mismas.
globales y la construcción de su marca empleadora es aprovechada en
Así, se plantean algunas cuestiones fundamentales.
todos los países. Ello va de la mano de la deslocalización geográfica,
que también genera una disrupción frente al concepto tradicional de 1) Naturaleza de las APP. Se discute si son empresas de índole
“establecimiento”. Fue así como, en el país, las APP desembarcaron tecnológica o si, por el contrario, son empresas dedicadas a la prestación
sin necesidad de gran publicidad, ya que producto de la globalización de servicios en el sector en el que actúan. En uno u otro caso, tendrá
eran conocidas tanto por potenciales usuarios como por aspirantes a impactos diferentes sobre la responsabilidad por la ejecución del
prestar tareas. servicio, la obligación de cumplir con la normativa vigente aplicable a
las empresas del sector, así como los eventuales efectos laborales.
Como se ve, las APP tienen el potencial de modificar el modelo
económico que puede transformar nuestra forma de entender cómo Desde el lado de las empresas se sostiene la base tecnológica.
se organiza el trabajo. Afirman que son un mero instrumento que se limita a funcionar
como intermediario, y a poner en contacto al cliente–solicitante de
Desde el punto de vista macroeconómico, pueden ser vistas como
una prestación de servicios– con la persona que realiza finalmente la
una ventaja ya que permiten que un conjunto de personas acceda a
prestación – el trabajador (dependiente o autónomo)–, conectando
un ingreso y funciona como puente para que quienes se encuentren en
demanda y oferta. En Argentina, la mayoría de ellas se autoclasifica
búsqueda de un trabajo (dependiente), puedan mantener una fuente
como prestadoras de servicios de informática (en las constancias de
de ingreso, como suplemento para trabajos part-time o como ingreso
inscripción de la AFIP).
compatible con los estudios.
Esta postura está siendo objeto de análisis y estricto escrutinio por
Por su parte, dado que la tecnología brinda mayor acceso a la
parte de la jurisprudencia en varios países.
información, los trabajadores pueden conocer la retribución que cada
plataforma les otorga, comparar y elegir la más conveniente. 2) Naturaleza de la prestación. Como se ha mencionado, las APP
implican un desafío a las formas típicas de empleo. A nivel global,
La web FairCrowd.work, que funciona como un TripAdvisor de
la legislación que regula el empleo tradicionalmente se ha referido
trabajos mediante APP, ofrece reviews que reflejan la diversidad de sus
al “trabajo típico” como el trabajo continuo, a tiempo completo,
participantes, en cuanto a su situación económica, motivaciones para
asalariado y en el contexto de una relación subordinada y directa entre
participar, expectativas en relación al pago que podría ser considerado
un empleador y un empleado. En el orden jurídico, habrá que analizar
justo.
si el concepto tradicional de trabajador subordinado cobija esta nueva
Para el consumidor, también disminuye el costo de la transacción, forma de trabajar.
accediendo a productos o servicios de mejor calidad, comparando
Según un estudio conjunto de la CIPPEC-BID-OIT, dentro de las
precios y con diversas modalidades de pago.
formas “atípicas” de empleo encontramos al “Empleo por cuenta propia
Sin embargo, también podría afectar negativamente el nivel de económicamente dependiente”, en la que los trabajadores prestan
ingresos de los prestadores, por existir una mayor cantidad de oferta servicios a una empresa en virtud de un contrato comercial, pero sus
de trabajadores lo que incrementa la competencia e inclinaría el nivel ingresos dependen de uno o unos pocos clientes. Desde el punto de
retributivo a la baja. vista jurídico, el trabajador es independiente, pero económicamente
DISTINTOS TIPOS DE PLATAFORMAS DIGITALES es dependiente8 .
Si bien se han propuesto en el mundo diferentes clasificaciones, se Son pocos los países que han encontrado una tercera posición, una
optará por la clasificación según su finalidad, en tres categorías, figura que otorgue algún nivel de protección, sin igualar la totalidad
partiendo de la base de que quienes realizan estas tareas son de los derechos (y deberes) que tiene un trabajador en relación de
trabajadores, con independencia de la acepción jurídica que se quiera dependencia.
otorgar al término. En el caso de UK, por ejemplo, existe la figura del worker como
Todas implican puesta a disposición de tiempo y esfuerzo, no son tercera posición. Se diferencia del employee, aunque la figura tiene
excluyentes y en muchos casos una misma persona participa en más componentes mayoritariamente laborales, tales como un salario
de una: mínimo garantizado, una limitación del tiempo de trabajo, seguro
(i) Provisión de servicios: conectan al trabajador independiente con el contra accidentes.
cliente. Se pueden subclasificar según se trate de:
- Servicio profesional (freelancers): Upwork, Thumbtack, Freelancer, 7 https://www.perfil.com/noticias/empresas-y-protagonistas/matias-casoy-
HourlyNerd, Workana. Señaladas también como “servicios virtuales” ceo-de-rappi-el-argentinoesta-obsesionado-con-los-tiempos-de-entrega.phtml
por la posibilidad de realizar el trabajo en cualquier parte del mundo, 8 Madariaga, J., Buenadicha, c., Molina, E. y Ernst, C, op.cit.
en oposición a los “servicios físicos” que inevitablemente implican
traslado físico para ejecutar la tarea. Con mayor detalle, se las
categoriza como “servicios virtuales de clasificación alta”, por tratarse
de trabajadores específicos con alta capacitación.
- Servicio doméstico: TaskRabbit, Iguanafix, Zolvers.

178
En España, existe la figura del Trabajador Autónomo Dependiente situación. Algunos autores consideran que podríamos estar ante un
Económicamente como intermedia. Si bien no tiene la calificación supuesto de ilicitud del objeto del contrato, que conlleva la nulidad
de dependiente, tiene al menos el 75% de su ingreso y actividades del negocio jurídico y, claro está, obstaría la aplicación de las normas
económicas relacionadas con un mismo cliente, del que depende laborales9 .
económicamente. Esta figura es la que intentó seguir el proyecto La normativa de la CABA para el servicio de alquiler de automóviles
presentado en el país en el año 2017: Trabajador autónomo con conductor contiene exigencias dirigidas a la agencia y al conductor,
económicamente vinculado. así como establece ciertos requisitos con relación al vehículo. Todo ello
En Francia, existe el Estatuto de Trabajador Autónomo o Emprendedor debe ser cumplido para lograr la habilitación que les permite prestar
professionnel libéral, que se compara a un auto-entrepreneur. “el servicio de transporte de personas en automóviles de categoría
Habrá que analizar, entonces, si las modalidades intermedias creadas particular, con conductor, detentando el pasajero el uso exclusivo del
como una clasificación entre la figura tradicional de dependencia y la vehículo, mediante una contraprestación en dinero establecida entre
de los trabajadores independientes, ofrecen a este grupo alguno de el prestador y el prestatario”10 .
los beneficios y/o protección de las modalidades “típicas”, o si por el Así, se ha determinado que UBER no cumple con las habilitaciones ante
contrario quedan fuera de la cobertura de la legislación laboral o la la Dirección de Habilitaciones de la CABA, o de la correspondiente
seguridad social. Secretaría de Transporte, como tampoco los conductores de los
3) Marco de tutela de los trabajadores. Derivada de la respuesta que vehículos, contra quienes se labraron las actas correspondientes,
se brinde a los anteriores interrogantes, debe considerarse si existe excediendo el límite de la licencia de conducir al realizar trabajos de
necesidad de ampliar el ámbito de protección del Derecho del Trabajo. transporte de pasajeros de manera irregular.
Incluso, habrá que plantearse la posibilidad de que la protección Pese a ello, recientemente se ha dictado la Resolución SSN n°
requerida por este nuevo tipo de prestadores de servicios sea diferente 615/2019, que aprobó el “Seguro para Vehículos Intervinientes en un
a la de los trabajadores subordinados, teniendo que diversificar el tipo Servicio Convenido por Intermedio de una Plataforma Tecnológica”,
de tutelas ofrecidas por el ordenamiento laboral. Ello, por cuanto con fundamento en la necesidad de “ampliar la gama de coberturas
no debería descuidarse el acceso a las prestaciones de la seguridad brindadas a los tomadores y/o asegurados en el actual mercado
social (obra social, jubilación, asignaciones familiares, seguro asegurador, en atención a que las nuevas tecnologías han sido
médico, protección contra accidentes o enfermedades derivadas adaptadas masivamente por la población”.
de la realización de sus tareas, salario mínimo garantizado, acceso Si bien la resolución no obliga a las APP a tomar el seguro, pone a
a beneficios, etc.). Son temas a resolver que no han encontrado disposición el marco normativo para que el producto sea ofrecido en el
respuesta pacífica a nivel mundial, principalmente por el interrogante mercado. Es un tipo de cobertura de Responsabilidad Civil que cubre
que se genera respecto de quién debería financiar esas prestaciones. a conductores, usuarios, bienes transportados y posibles terceros
La necesaria revisión de los esquemas normativos y la eventual damnificados.
adaptación de las normas y su actualización, no es privativa de nuestro En todos los países en los que opera, el costo del servicio no es
país. La concepción binaria que tenemos (autónomo - dependiente), es negociable para ninguna de las dos partes, es fijado por UBER, quien
similar a la que varios países del mundo tienen, debiendo enfrentar el obtiene sus beneficios por cada viaje realizado respecto del cual
mismo problema de optar por una de ellas. cobra un porcentaje de la transacción. Las propinas al conductor
En todos los casos, a efectos de encuadrar este tipo de trabajo en una están prohibidas. Los clientes pueden evaluar al conductor y estas
u otra categoría, todos los países analizan el caso concreto: factores evaluaciones son públicas para el resto de los eventuales clientes. En
como el poder de dirección, si existe una subordinación atenuada caso de obtener evaluaciones negativas (o incluso por otras razones),
o plena, si existe organización empresarial, la puesta a disposición UBER puede deshabilitar el acceso a la aplicación del conductor.
del trabajo, cuáles son las facultades disciplinarias del empleador, El conductor puede elegir cuándo trabajar (o no), con la única salvedad
existencia de sanciones (en muchos casos mediante la “baja” de la de que una vez aceptado un viaje debe ser realizado. Sumado a ello,
APP durante unos días), si hay libertad para negarse a trabajar (o no), el “Manual del conductor” de UBER señala que se espera que los
quién controla la información, quien es el dueño de los datos, quien conductores acepten todos los viajes y que se investigará, con la
controla los precios, quien tiene el knowhow, quién se beneficia con posibilidad de desactivar al conductor, si se rechazan demasiados
ese negocio. De este análisis caso por caso, se ha observado incluso viajes. En caso de que no se trabaje como conductor durante un
jurisprudencia contradictoria en varios países. periodo de tiempo, se desactiva al conductor (aunque solamente
En efecto, la primera pregunta que se impone es si estamos ante tiene que solicitar volver a estar de alta, para poder prestar servicios
trabajadores dependientes o autónomos, y en Argentina, existirían de nuevo). El manual –que no es vinculante– también invita a los
elementos para argumentar sólidamente en base al art. 23 LCT en uno conductores a vestir de forma profesional, así como propone que la
u otro sentido. Por ello debe analizarse si no es necesario o conveniente radio esté apagada o con música suave de Jazz.
un camino intermedio. El conductor debe proveerse de vehículo y pagar por los gastos
(combustible, seguro e impuestos).
EL CASO DE UBER EN ARGENTINA Y EN EL MUNDO En cuanto a la naturaleza de la vinculación de los prestadores del
trabajo, en UK, en octubre de 2016 un tribunal de trabajo de Londres
UBER se presenta en el mercado como una “mediadora tecnológica” y estimó que el trabajo de un conductor de UBER prestado a través de
bajo el argumento de la tecnología que se utiliza para ofrecer y demandar dicha plataforma debería calificarse como dependiente de esa empresa,
el servicio de transporte de pasajeros en vehículos particulares con y una Court of Appeal de ese país, en fallo de diciembre de 2018, con
chofer, pretende quedar al margen de la reglamentación estatal que un nuevo matiz, confirmó una sentencia de un tribunal de trabajo que
rige para esta actividad. consideró que los conductores debían ser considerados en una suerte
En Mendoza, a través del Decreto provincial n° 1512, se reglamentó de categoría intermedia más o menos reciente (worker), que no es
la nueva ley de Movilidad, permitiendo que pueda operar de manera legalmente un employee, pero tampoco un independent contractor.
legal, con una serie de requisitos como la inscripción en la Dirección
de Transporte provincial, registro de la APP y de los conductores,
9 La prestación de servicios en Uber, ¿es contrato de trabajo? El caso argentino.
tener domicilio en Mendoza, un representante legal y tributar a los
Una reflexión desde el Derecho del Trabajo argentino a la interrogante que
organismos provinciales de recaudación. La tarifa no está regulada. se plantea el mundo, a dos años de su actividad en el país, Golcman, Martín
Los choferes solo podrán llevar a pasajeros que se contacten por medio Federico, RC D 1382/2018.
de las APP.
10 art. 8.4.1 del Código de Habilitaciones y Verificaciones de la CABA.
Los propietarios de autos deberán solicitar su inscripción en las 11 US California O´Connor v Uber, C.A No 13-038216 EMC
Empresas de Redes de Transporte (ERT), acreditando el pago de la
12 http://fortune.com/2018/07/21/uber-drivers-employees-new-york-
tasa de inscripción y fiscalización correspondiente, la documentación
unemployment/
reglamentaria del vehículo con el que se pretenda la prestación del
13 https://elpais.com/economia/2015/06/12/ ctualidad/1434135569_865496.
servicio, la documentación que acredite la identidad del conductor
html
y la licencia nacional de conducir para profesionales, inscripción en
AFIP y ATM (impuestos provinciales) y seguro del automotor para
transportar pasajeros.
Por el contrario, en la CABA esta APP opera sin autorización, por ese
motivo, ha debido adecuar algunos aspectos de su modelo de negocio
(particularmente la modalidad de pagos) hasta que regularice su

179
En Francia, la Court D’ Appel de Paris en enero del presente año la falta de pago de aportes con tal destino, que eventualmente para la
calificó la prestación de un conductor de UBER como un contrato de APP en cuestión sería más perjudicial que un reclamo individual de
trabajo. Allí, existen regulaciones especificas en materia impositiva y un trabajador.
se requiere un entrenamiento de 250 horas para obtener una licencia a En Francia la Cámara de Apelaciones en mayor o menor medida se
fin de conducir un UBER. había amparado en el estatuto del trabajador autónomo o emprendedor
En US no se requiere inversión alguna para participar en la APP. para rechazar la relación de dependencia de los riders, sobre la base
La jurisprudencia allí ha sido fluctuante. Sin embargo, se estaría de que podían elegir sus horarios de trabajo cada semana, e incluso
inclinando por defender que este nuevo tipo de empresas están no anotarse una semana entera, por ello no existía elemento alguno
calificando erróneamente a sus “colaboradores” debiendo considerar que configurara una subordinación. Sin embargo, recientemente, la
que son trabajadores por cuenta ajena. En California, la Corte Suprema Corte de Casación en un fallo vinculado al reclamo de un rider de la
declaró que los conductores de UBER eran empleados11. Lo propio aplicación Take Eat Easy modificó este criterio, considerando que la
ocurrió respecto de 3 conductores en NYC, que fueron calificados relación laboral entre el repartidor y la empresa no es la de prestación
como empleados en lugar de contratistas independientes, por lo que de un servicio de forma independiente, por lo que no debería aplicarse
tendrían derecho al seguro por desempleo12 . el estatuto de trabajador autónomo o emprendedor. Estimó que existía
En Brasil, un fallo del tribunal laboral de Belo Horizonte de 2017 “un vínculo de subordinación” con la empresa, quien le daba órdenes
calificó como laboral la prestación de un conductor de UBER. y controlaba su desempeño a través de un geolocalizador, y tenía la
posibilidad de sancionarlo por las faltas que cometía19 .
En España los conductores deben enviar una solicitud, su licencia de
conductor, el registro del auto y el seguro. Deben superar con éxito
el proceso de autorización para formar parte de la flota, que incluye EL ROL DE LOS SINDICATOS
el recaudo de que el auto tenga menos de 10 años de antigüedad. En Tras el inicio de actividades de estas plataformas, han aparecido
algunas ciudades, se requiere además superar un test de conocimiento sindicatos existentes en cada país vinculados con la actividad
geográfico del lugar y tener una entrevista con un empelado de UBER. desarrollada por la APP, que en todos los casos se han encontrado con
La Inspección de Trabajo de Cataluña, ante la denuncia presentada un conjunto de trabajadores cuyas necesidades no se encontraban
el 20/10/14 por los representantes legales de tres organizaciones satisfechas, acompañándolos en sus reclamos. Fueron ellos quienes
sindicales de taxistas de Barcelona ante ese organismo contra la comenzaron a analizar las diferentes estrategias para promover una
empresa UBER Systems Spain por incumplimiento de las obligaciones efectiva protección de esta modalidad de trabajo.
de cotización en el Régimen General de la Seguridad Social, considera Los trabajadores frecuentemente desarrollan sus tareas en forma
que los conductores son trabajadores por cuenta ajena. La Inspección independiente, en soledad y aislados geográficamente y esto
afirma que en este vínculo concurren “los elementos o presupuestos inevitablemente impacta en la posibilidad de establecerse como
constitutivos de dependencia y ajenidad propios del contrato de comunidad con intereses comunes. Sin embargo, en tanto el sindicato
trabajo”13 . emerge de la misma comunidad, sería difícil pensar que no podría
En diciembre de 2017, en una cuestión prejudicial planteada por un coexistir en la cuarta revolución industrial.
Juzgado de Barcelona, el Tribunal de Justicia de la Unión Europea Quienes trabajan en la GIG Economy, se encuentran en la búsqueda
se expidió calificando al servicio prestado por UBER como empresa del reconocimiento al derecho de asociación y a la negociación
de transporte y no una plataforma digital de intermediación entre colectiva. Sin embargo, en muchos países la categoría de “trabajadores
viajeros, por lo que está obligada a trabajar con licencia y no podrá ser independientes”, excluye la posibilidad de que puedan formar
operada por conductores particulares14 . sindicatos y por lo tanto que exista algún tipo de negociación colectiva.
En muchos países, los sindicatos supieron responder a las nuevas
LOS SERVICIOS DE DELIVERY EN ARGENTINA Y EN EL demandas de los trabajadores. Se reestructuraron internamente de
MUNDO modo de crear oportunidades para que los trabajadores independientes
El servicio de delivery, mensajería o cadetería tampoco resulta ajeno a puedan afiliarse, y dar respuesta a sus necesidades.
debates y opiniones diversas. En la mayoría de los países fue a través de los sindicatos que se dieron
En Argentina, un reciente fallo de la Justicia Contencioso Administrativo las acciones y/o reclamos de este conjunto de trabajadores. Así sucedió
y Tributario de la CABA, ordenó suspender la actividad de reparto por ejemplo con los conductores de UBER en UK y en US.
de mercaderías y entrega de sustancias alimenticias a domicilio en En UK en el año 2016, GMB (la unión de conductores profesionales),
ciclorodados o motovehículos, por parte de toda empresa que no haya si bien no consiguió obtener la representación de este conjunto de
dado cumplimiento a la ley 5526; ordenando a las empresas de tarjetas trabajadores, fue quien impulsó una acción de clase relativa a la
de crédito la suspensión inmediata y bloqueo de todas las operaciones clasificación de los conductores de UBER como workers. En ese pleito,
realizadas por las APP (Rappi, Glovo y Pedidos Ya). UBER sostenía que eran trabajadores “autónomos” o “trabajadores
Adicionalmente, requirió de estas empresas la nómina del personal independientes” mientras que los trabajadores buscaban ser
afectado al servicio de reparto, acreditando su correcta registración clasificados como workers (no se discutía su carácter de employees,
en cumplimiento con las normas laborales y previsionales y constancia la caracterización de “empleado dependiente” había sido descartada
de entrega a cada conductor, bajo su exclusiva cuenta y cargo, de de plano). Los fallos de primera instancia y cámara los reconocieron
elementos reglamentarios (casco, indumentaria con banda reflectiva, como workers. La corte le denegó el recurso a UBER y actualmente
caja portaobjetos con sistema de ajuste al vehículo), comprobante de se encuentra en una tercera instancia de revisión del fallo de cámara.
póliza de seguros personales y de riesgos del trabajo vigente, y copia Lo cierto es que esa sentencia otorgó a más de 30.000 conductores el
de libreta sanitaria vigente. Finalmente, ordenó al jefe de la policía de acceso a beneficios laborales mínimos, como vacaciones pagas y salario
la CABA que disponga la realización de operativos en la vía pública mínimo.
para identificar a los conductores y controlar el cumplimiento de
las medidas ordenadas, incluso con facultad de decomisar cajas y 14 https://elpais.com/economia/2017/12/20/actualidad/1513755526_225314.
contenido en caso de incumplimiento15 . El GCBA y algunas APP han html
apelado la medida16 . 15 EXP 36976/2018-0, actuación n° 13348393/19
En España encontramos fallos en sentidos contrarios. En junio de 16 Consulta web del expre: https://eje.juscaba.gob.ar/iol-ui/p/
2018, el Tribunal de Valencia consideró que los riders de Deliveroo ex pedientes? ident if ic ador = J- 01- 0 0 0 6 0 9 59 -1% 2 F 2 018 - 0 &t ipoBusque
eran empleados, condenando a esa empresa a pagarle al rider la d a = C AU& op en = t r ue &t it u loBu sque d a = C au sa s & c u ij = 01- 0 0 0 6 0 9 59 -
Indemnización por despido improcedente17. Por el contrario, en 1&anio=2018&desmontar=true
septiembre de 2018, el Juzgado de lo Social de Madrid18 desestimó la 17 https://adriantodoli.com/2018/06/04/primera-sentencia-que-condena-a-
demanda interpuesta por un trabajador autónomo que presta servicios deliveroo-y-declara-lalaboralidad-del-rider/
como repartidor para una empresa de reparto (Glovo), al considerar 18 http://www.legaltoday.com/blogs/transversal/blog-lexa-jurisprudencia-
que la relación entre ambas partes no reúne las notas características laboral-novedosa/deben-serconsiderados-trabajadores-autonomos-los-
propias de una relación laboral, al considerar que el trabajador no está repartidores-de-comida-a-domicilio?utm_campaign=F09-Ebook_Abogado_
sometido a una estructura organizativa interna de la empresa y, por MomentoDeCambio&utm_medium=email&utm_source=Eloqua#
tanto, no se dan entre las partes las características que definen una 19 https://www.lavanguardia.com/economia/20181129/453229358718/
relación laboral, y sí las del régimen de TR ADE, que era el contrato tribunal-francia-repartidorescomida-empleados-no-autonomos.html
que tenía firmado el repartidor con la empresa.
En España muchas empresas de APP son objeto de determinaciones de
deuda por incumplimiento de la normativa de la seguridad social, ante
180
En US, la New York Taxi Worker Alliance (NYTWA) también ayudó Este fenómeno debe estudiarse de manera responsable, en conjunto
a los trabajadores a llevar a cabo múltiples acciones contra UBER. En por parte de los tres poderes del estado y a través de comisiones
el año 2017, se falló en el sentido de que un conjunto de conductores interdisciplinarias para evaluar las reales necesidades de este conjunto
era employee en lugar de contratista independiente, por lo que tal de trabajadores, teniendo en cuenta que no todas las APP son iguales y
clasificación daba lugar al seguro de desempleo 20 . que debe analizarse cada caso particular.
Por su parte, en 2017 UBER llegó a un acuerdo con la IDG (Independent Debería diseñarse una política clara (categoría intermedia o dentro de
Drivers Guild) que representa a 50.000 conductores de UBER en la concepción binaria vigente), que no necesariamente deba ser única
NYC. Tiene el carácter de gremio en el sentido de organización y unificada para todos los casos, en la que todos los sectores deberían
de contratistas independientes (y no un sindicato de empleados). participar comprometidamente, de modo de evitar que posteriores
Ambas entidades suscribieron un acuerdo de 5 años de “neutralidad” decisiones judiciales cuestionen las normas adoptadas.
y reconocimiento mutuo, generando algunos beneficios y dialogo También debe pensarse una regulación específica tanto laboral, como
directo con el management de la compañía. Si bien la IDG reconoce eventualmente previsional. Ello por cuanto intentar encajar esta nueva
que hoy no tienen capacidad para negociar colectivamente, saben forma de prestación de servicios dentro del concepto tradicional de
que en cuanto tengan ese derecho, estará ahí para representarlos. contrato de trabajo, tendría como consecuencia la aplicación de toda la
La organización nuclea a los conductores, los conoce y tiene acceso a normativa laboral en bloque, resultando muchas de sus prescripciones
ellos, lo que resulta fundamental a la hora de una estrategia a futuro, incompatibles o incluso perjudiciales para este nuevo trabajador.
frente a otros casos de trabajadores geográficamente dispersos.
Asimismo, debiera analizarse si el modelo sindical argentino de
En Argentina, la ASiMM logró que los empleados de PEDIDOS YA sindicato único más representativo está en condiciones de dar una
sean contratados en relación de dependencia por una empresa de respuesta o si debiera pensarse en un modelo diferente.
mensajería con la que la APP contrata los servicios. En contraprestación,
como toda relación de dependencia y a diferencia del régimen de otras Finalmente, no debe perderse de vista que no basta con que un país
APP, el personal cumple determinadas obligaciones, régimen horario “crezca” o incorpore tecnologías, es necesario que ese crecimiento se
y un régimen de control. traduzca en mejor y más empleo.

En octubre de 2018, los trabajadores de APPs se presentaron en la


Secretaria de Trabajo para solicitar obtener la simple inscripción y “En la época del trabajo cada vez más mecanizado, el sujeto propio
solicitar personería gremial de la Asociación de Personal de Plataformas del trabajo sigue siendo el hombre, y es su dignidad la que debe
(APP), el primer sindicato del continente para trabajadores de protegerse.”
aplicaciones digitales que busca organizar a los trabajadores que (Encíclica LABOREM EXERCENS, Juan Pablo II, 1981)
transportan productos y personas (Glovo, Rappi y UBER) 21. La
Asociación cuenta con el apoyo de la Central de Trabajadores de
la Argentina y tiene su propio perfil de twitter en el que publican
información de todo el mundo (jurisprudencia, novedades, hechos
de inseguridad y hechos de violencia contra los trabajadores, etc.). Al
momento el trámite en la ST no ha prosperado.
A poco de haberse creado la Asociación, tres miembros de la Comisión
Directiva provisoria fueron “bloqueados” por Rappi, entre quienes se
encontraba Roger Rojas, su secretario general.
Los miembros de la CD solicitaron una medida cautelar, que fue
desestimada por la CNAT, que revocó el fallo de primera instancia
y rechazó la medida por la imposibilidad de calificar el vínculo entre
las partes, y la condición gremial de los actores, cuestión que debiera
ser resuelta cuando el expediente vuelva al juzgado para dictar una
sentencia definitiva que establezca en toda su extensión los derechos
de las partes 22 .
Mientras tanto, por fuera de la óptica judicial, el sindicato también
tiene injerencia en otro poder del estado. Ello por cuanto, cumple
un rol fundamental a la hora de impulsar reformas legislativas. Así,
este conjunto de representantes podría ubicarse en dos veredas casi
opuestas:
(i) rechazar estas modalidades de empleo, peleando para que cualquier
forma de trabajo sea reconocida como “trabajo dependiente”, o (ii)
adoptar estrategias para que, sobre la base del reconocimiento de
estas nuevas formas de trabajo, se asegure un conjunto de derechos y
beneficios que, si bien no iguales a los de los trabajadores dependientes,
les aseguren un nivel de protección social.

CONCLUSIÓN
Las APPs están cambiando la forma en la que se prestan servicios. La
Sección de “Empleo y Educación” del Informe Final del B20 (realizado
en el marco del G20) 23 , en el que se discutió el futuro del trabajo,
destacó entre otras cuestiones, la necesidad de que las legislaciones de
todos los países tomen conciencia y consideren la existencia de estas
nuevas modalidades de trabajo y su vacío en el marco de los derechos
que asisten a quienes lo realizan y analicen su reglamentación para
construir un contexto de certeza. Ello con la finalidad de reducir la
alta litigiosidad que se viene dando en varios países y que, en forma
directa, atenta contra el negocio.
20 http://fortune.com/2018/07/21/uber-drivers-employees-new-york-
En este contexto, el Derecho del Trabajo se enfrenta a su mayor unemployment/
desafío, teniendo que regular una realidad muy diferente a la existente 21 Expte. Administrativo 2018-49795046
en el momento en el que fue creado. 22 CNAT, Expte. 46618/2018, Rojas Luis Roger Miguel y otros c/Rappi Arg SAS
En el caso de Argentina, por ejemplo, el vacío es tal que los jueces s/medida cautelar
deben resolver los casos con una norma diseñada en la década del 70. 23 “Employment & Education Policy Paper”, Business 20 - Argentina 2018.
Por lo demás, si bien han circulado proyectos de reforma que incluyen
categorías intermedias, a la fecha no se ha materializado un debate
desideologizado. También se ha puesto en marcha la Comisión de
Dialogo Social para el Futuro del Trabajo, creado en abril de 2019,
integrado por funcionarios, cámaras privadas y centrales sindicales.
181
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17.- La prestación de servicios en Uber, ¿es contrato de trabajo? El caso argentino.
Una reflexión desde el Derecho del Trabajo argentino a la interrogante que
se plantea el mundo, a dos años de su actividad en el país, Golcman, Martín
Federico, RC D 1382/2018
18- Decreto n° 1512 Provincia de Mendoza
19.- Código de Habilitaciones y Verificaciones de la CABA
20.- Resolución SSN n° 615/2019
21.- US California O´Connor v Uber, C.A No 13-038216 EMC
22.- http://fortune.com/2018/07/21/uber-drivers-employees-new-york-
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32.-https://www.libremercado.com/2018-09-01/la-comision-europea-
favorece-al-trabajador-de-las-plataformas-digitalesmientras-espana-los-
persigue-1276624214/
33.- https://www.elboletin.com/noticia/159118/economia/reino-unido-
protegera-a-los-trabajadores-de-uber-y-deliveroo:-quepasa-en-espana.html
34.- https://www.iproup.com/economia-digital/6499-e-business-nueva-
economia-comercio-electronico-Rappi-Glovo-PedidosYaprohibidos-caida-en-
venta-comercios

182
Tecnoestrés en tiempos de la Cuarta los del stress.
Revolución Industrial El Tecnoestrés, entendido como nuevo riesgo laboral, no sólo puede
Dra. Alicia Martínez López – Dra. Patricia Spiwak Lew afectar la salud física de las personas, sino también su salud psicológica.
En este aspecto, incide la cada vez más limitada desconexión del
trabajador a las TICS durante la jornada de trabajo y muchas veces,
1. Introducción luego de finalizada la misma.
Las Tecnologías están condicionando nuestro presente y van a Las reacciones físicas a las que puede dar lugar el estrés son, entre
condicionar nuestro futuro, pero ese futuro será consecuencia de las otros, dolor de cabeza, de espalda, cansancio, sudoración, gastritis,
decisiones que tomemos hoy. agobio, olvidos, dificultades en el relacionamiento con los demás,
Vivimos una Cuarta Revolución Industrial o Revolución de los Robots insomnio, pesadillas, alteraciones del apetito, hipertensión, ansiedad,
o de los Datos, como también se la denomina. depresión, etc.
Como señalaba Charles Darwin, “no es la especie más fuerte la que Se sostiene que, son distintos elementos en el ambiente de trabajo
sobrevive sino la que mejor responde al cambio”, y evidentemente los pueden producir alteraciones orgánicas o anímicas ante el
estamos inmersos en una época de grandes y constantes cambios desequilibrio entre exigencias y respuestas a las mismas.
tecnológicos que inciden en las tareas a realizar y en la organización
del trabajo. 3. Incidencia de las TICS en la salud de los
Ese incremento, por demás acelerado, de la aplicación de nuevas Trabajadores. Fuentes del Tecnoestrés.
tecnologías de la información y comunicación (denominadas “TICS”) El uso de las TICS, por si solo, no parecería causa de la enfermedad
ha llevado, entre otras cosas, a que existan nuevas afecciones a la salud denominada Tecnoestrés. No obstante, el uso exacerbado en el lugar
de los trabajadores. Son muchos los trabajadores que ven afectada su de trabajo, genera esta nueva enfermedad.
salud y calidad de vida en este “modo hacer” en que vivimos.
Ello por cuanto, el uso y/o abuso de las TICS hace que el empleador
Hoy se habla de Tecnoestrés, tecnofatiga, tecnofobia y tecnoadicción pueda utilizar esos avances tecnológicos para conocer el lugar en el
(dependencia tecnológica) como nuevos riesgos psicosociales para la que se encuentra el trabajador, controlarlo a distancia, saber qué está
salud de los trabajadores. haciendo en su tiempo libre o limitar ese tiempo libre sin otorgarle
Nuestro interés en este tema surge no solo de analizar el tema per derecho a la desconexión. A veces paulatinamente, y otras, en
se, sino también de la búsqueda de mecanismos jurídicos para su forma radical (chips, grabaciones de voz, GPS, cibersubordinación,
prevención, y así evitar sus consecuencias negativas. cibervigilancia, telesubordinación y videovigilancia etc.), se limita el
derecho a la intimidad del trabajador , muchas veces sin justificación,
lo que incide en la fatiga laboral.
2. Concepto de Tecnoestrés
El Tecnoestrés, es un término acuñado por primera vez en 1984 por
el psiquiatra norteamericano Craig Brod en su obra “Tecnoestrés: el 4. Consecuencias del Tecnoestrés en el lugar de
costo humano de la revolución de los ordenadores” (“Technostress: Trabajo
The Human Cost of the Computer Revolution”). No cabe duda que las NT impactan en las RRLL.
El autor lo define como: “una enfermedad de adaptación causada por la La Cuarta Revolución Industrial o la Revolución 4.0 esta presente
falta de habilidad para tratar con las nuevas tecnologías del ordenador al interior de las empresas. Sus cambios, son tan acelerados, de tal
de manera saludable”. magnitud y a todo nivel que afectan directa o indirectamente a los
Entiende al Tecnoestrés como una “enfermedad” haciendo referencia trabajadores sin importar el nivel en que se encuentren.
a que dicha enfermedad es nueva y es causada por la incapacidad Desde el punto de vista de la preparación para la tarea, las TICS exigen
para enfrentarnos a las nuevas tecnologías (TICS) de un modo nuevas capacidades, estudios y conocimientos. Es esencial formar y
psicológicamente saludable, siendo el producto de la combinación capacitar constantemente a los trabajadores para adaptarse a las TICS
de ansiedad, sobrecarga de información, conflicto de roles y factores y a los nuevos métodos de producción y de organización del trabajo. El
organizacionales. ritmo de trabajo cambia y las exigencias cambian a diario, lo que lleva
El entorno que nos rodea se encuentra en permanente cambio, lo que a que el trabajador deba actuar en forma diferente a lo que se instruyó
denota una fuente continua de exigencias externas que presionan a las hasta ahora, para lo cual debe estar preparado.
personas y requiere una capacidad amplia de adaptación. No todas Se abre un gran abanico aquí con la situación de los trabajadores de
las personas tienen la misma capacidad de adaptación. Cuando esa mayor edad que pueden verse o sentirse discriminados por no manejar
capacidad de adaptarse a nuevas realidades o nuevas exigencias, se ve la tecnología como los jóvenes, o sentirse frustrados por no lograr
excedida, las personas comienzan a padecer consecuencias negativas. acompasar sus capacidades a las nuevas exigencias, lo que puede
La utilización de TICS en el mundo del trabajo, genera nuevos riesgos. generarles estrés laboral.
Los ingenieros y técnicos resuelven rápidamente los problemas que se Desde una perspectiva organizacional, las TICS irrumpen modificando
presentan, pero las nuevas tecnologías pueden poner de manifiesto aspectos físicos, sociales y de organización del trabajo (tecnoestresor),
problemas humanos y sociales para las personas implicadas en el a lo que también es necesario adaptarse.
cambio y para las empresas. En forma vertiginosa, por ejemplo, cambia la manera en que se
El Tecnoestrés se manifiesta, entre otros, como la tensión generada comunican los trabajadores entre si y con sus superiores. Hasta hace
en los trabajadores por la implementación de TICS en las empresas: no mucho tiempo, las órdenes eran dadas directamente o mediante un
exigencias de mayor calidad de trabajo, requerimientos de mejor encargado o superior, hoy se usa el correo electrónico como sistema de
desempeño y productividad por su uso, excesos de control de tareas comunicación, o incluso el Whatsapp para dar directivas o comunicar
mediante nueva herramientas, niveles de competitividad entre novedades. Ello incide no solo en la forma de transmitir las órdenes,
generaciones, multifuncionalidad de los trabajadores, competencia sino también en la frecuencia. Y a ello se suma el cambio en la exigencia
con los robots humanoides, etc.. de respuesta. Si el trabajador recibió una orden por mail o por otras
La utilización masiva de computadoras, Internet, robots inteligentes, aplicaciones, se espera que responda aún fuera de su horario.
centrales telefónicas, informatización a todo nivel, correo electrónico,
controles por videocámaras, digitalizaciones de los procesos y lugares 5. Tipos de Tecnoestrés
de trabajo, cambio en las formas y organización del trabajo -- ya se a
por nuevos programas de computación, software, hardware, nuevas 1. Se podría realizar una clasificación del Tecnoestrés, según las
aplicaciones, nuevas formas de vincularse, trabajo en red, trabajo a consecuencias que se producen en los trabajadores:
distancia, co – work, oficinas virtuales, etc.-- , teletrabajo, cambios a. tecnoansiedad: es el tipo de stress de trabajo más conocido
en las condiciones de trabajo, temor por las pérdida del trabajo y consiste en que el trabajador experimenta altos niveles de
ante las TICS o la falta de capacitación ante los nuevos desarrollos activación fisiológica no placentera, así como tensión y malestar
tecnológicos, son algunos de los factores que coadyuvan a generar y por el uso presente o futuro de algún tipo de TICS, lo que le lleva a
acumular mayor estrés en los trabajadores. tener actitudes escépticas respecto al uso de tecnologías y también
No solo hablamos de daño a la salud, sino, del daño a la salud provocado
por la utilización masiva o la exposición constante a las TICS de los
trabajadores en la empresa donde desarrollan sus tareas y por ende,
indirectamente por el uso de esas TICS. Sus síntomas son similares a

183
pensamientos negativos sobre la propia capacidad para manejarlas, requiere haber tenido su origen en los trabajos que entrañan el
llegando en ocasiones incluso a evitarlas (tecnofobia) riesgo respectivo aún cuando en el momento del diagnóstico ya no se
estuvieren desempeñando.
b. tecnofatiga: se caracteriza por sentimientos de cansancio y
agotamiento mental debido al uso excesivo de las TICS. A veces se Existe una enumeración taxativa de las consideradas enfermedades
complementan con actitudes escépticas o creencias de ineficacia profesionales, nos cuestionamos si no sería tiempo de agregar el
respecto a su uso. Además, existe un tipo específico de tecnofatiga, Tecnoestrés como una de ellas.
denominado síndrome de la “fatiga informativa”, que se basa en la En cuanto a la carga horaria, también podrían ser aplicables los
sobrecarga informativa que sufrimos cuando utilizamos Internet Principios del Derecho del Trabajo y del Bloque de constitucionalidad,
y se deriva de los requisitos que impone la actual sociedad de la así como la antigua ley de ocho horas que en Uruguay es la No. 5.350
información. publicada el 19 de noviembre de 1915. Ello por cuanto, fuera del horario
c. tecnoadicción: un uso compulsivo incontrolable de las TICS, de trabajo (en su domicilio, de viaje, etc.), y por el uso de TICS, el
durante largos períodos de tiempo y en cualquier lugar. Los trabajador, tendría el derecho/deber de desconectarse para mantener
“tecnoadictos” son aquellas personas que quieren estar al día de así un horario de trabajo.
los últimos avances tecnológicos y acaban siendo dependientes de
la tecnología, que se convierte en el eje sobre el cual estructuran 7. “Solo puedo hacerles pensar” (Sócrates)
sus vidas.
El Tecnoestrés como enfermedad nueva o reciente, puede ser
2. También podríamos clasificarlo según la intensidad del daño que se prevenido y atenuada de varios modos como se señaló.
genera:
Aún cuando no hay una regulación específica del tema, no pierden
Se podría clasificar el Tecnoestrés según el grado de daño que causa: a. vigencia los Principios del Derecho del Trabajo, sin perjuicio de la
daño leve, b. daño moderado o c. daño severo. necesidad de actualización de la normativa vigente a los efectos
3. Otra descripción del Tecnostrés tiene que ver con los síntomas que de afrontar esta nueva problemática. “El marco del pensamiento
genera: a. síntomas físicos y b. síntomas síquicos. basado en los derechos, abarca la esfera de los principios éticos que
4. Una categorización adicional puede realizarse según el grupo de trascienden el reconocimiento jurídico”
trabajadores afectados: a. edad, b. sexo, c. nivel académico, d. tipo Con medidas eficientes, mejoras en las comunicación personal, el
de contrato, d. horario del contrato, e. estabilidad en el empleo, f. la debido control preventivo, el Tecnoestrés puede ser evitado a los
antigüedad en el cargo, etc. efectos de mitigar potenciales nuevos daños y riesgos a la salud del
trabajador.
6. Mecanismos de Prevención: “No es lo que te ocurre, sino
cómo reaccionas lo que importa” (Epíteto)
Necesariamente debe identificarse en primer lugar el problema, y
entender si se está en presencia de una enfermedad profesional o no, y
en segundo lugar, poner en marcha los mecanismos necesarios para su
prevención y control en las distintas áreas de trabajo.
El estudio del tema y su prevención requieren un enfoque trasversal.
No solo desde una perspectiva del Derecho del Trabajo o de la relación
laboral, o solo desde un enfoque médico, sino desde diferentes ángulos
y profesiones, todos trabajando en conjunto.
Un punto de partida, podría ser analizar cómo se realizaba la tarea
que ahora genera estrés, hasta la implementación de TICS y como
implementar su uso no nocivo en el presente. Esto es, en forma
mediata, razonable, organizada, etc., implementar mecanismos de
adaptación a las nuevas realidades y formas de trabajo según el cambio
exigido a cada trabajador. Debería visualizarse y lograr un equilibrio
entre exigencias de TICS y capacidad de respuesta de cada trabajador,
que como señalamos es diferente.
En este camino hacia la prevención o para amortiguar o menguar el
riesgo, es fundamental la capacitación, planificación y regulación del
Tecnoestrés.
Pueden coadyuvar a la formación, las regulaciones normativas,
convencionales, protocolos de empresa, reuniones bipartitas, y en
particular, los controles de las autoridades públicas (Inspección de
Trabajo de cada país).
Tal como otras enfermedades o accidentes de trabajo son vigilados o
controlados por las inspecciones de trabajo con el afán de prevenir y
evitar riesgos para la salud y seguridad de los trabajadores, deberían
implementarse mecanismos para que el Tecnoestrés sea prevenido
y fiscalizado como riesgo en materia de condiciones ambientales de
trabajo.
Esas estrategias son esenciales para asegurar a mediano y largo plazo
condiciones de trabajo saludables para los trabajadores. Máxime,
considerando que el estrés puede incrementar la ocurrencia de
accidentes de trabajo. “Hay que tomar medidas bien pensadas
para fomentar los cambios sociales, políticos y económicos capaces
de transformar una previsión que infunde temor en una realidad
constructiva.”
En cuanto a la identificación del problema, en nuestro país la Ley
No. 16.074 promulgada el 10 de octubre de 1989 y publicada el 17 de
enero de 1990, refiere a los accidentes de trabajo y a las enfermedades
profesionales.
En su artículo 38 define a las enfermedades profesionales como la
“causada por agentes físicos, químicos o biológicos, utilizados o
manipulados durante la actividad laboral o que estén presentes en el
lugar de trabajo”.
Para que la enfermedad revista la característica de profesional,

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CIBERMIGRANTES. EL ROSTRO HUMANO TRAS II.- a.- Conceptualizando.
LA PANTALLA. Como se dijo, la prestación de servicios debía hasta no hace mucho,
Dra. Amalia de la Riva necesariamente realizarse en el propio lugar en que ese servicio era
consumido, y habitualmente de modo casi instantáneo, sin embargo,
Uruguay la realidad ha cambiado.
Ya no es necesario producir el servicio, cuándo y dónde se consume,
I.- Introducción. sino que es posible realizarlo en el mismo momento en que se consume,
Como se sabe, el apetito por el incremento de productividad, por pero en otro lugar.
la maximización de la rentabilidad del capital, y de sus inversiones La presentación de este nuevo concepto supone, identificar un punto
llevó, desde hace décadas a la deslocalización de las empresas para la de intersección de tres nociones, a saber, teletrabajo, e-work y trabajo
producción de bienes.Asistimos, de tal modo hoy a lo que se ha llamado migrante, y que por lo tanto, no se trata de la suma de ellos, sino de un
cadenas globales de valor, o cadenas de suministro, suministro que nuevo concepto que recibe de ellos tres, sus rasgos fundantes.
se realiza en base a intercambio o producción de bienes tangibles, En términos generales, como se sabe, las conceptualizaciones del
generalmente -o inicialmente- vinculados a las industrias de la teletrabajo giran generalmente en torno a dos elementos esenciales:
vestimenta o de la producción agroalimentaria. por un lado, un trabajador que se encuentra fuera de la sede de
En definitiva, avivadoa impulso de la Primera Revolución Industrial, la empresa, y por otro lado, el uso intensivo de la tecnología de la
con la fábrica como eje central de la producción, aunque actualmente, comunicación y la información como medio imprescindible para
con velocidad de vértigo a la hora de transferir y comercializar dichas desarrollar la tarea.
mercaderías, hitos éstos signados por la Segunda y Tercera Revolución Desde esta base, el e-work se revela como una forma ampliada de aquél
Industrial. tipo, tanto desde el punto de vista objetivo como subjetivo, abarcando
Asistimos hoy a un verdadero corrimiento del eje. Asistimos hoy a algo todo tipo de tareas realizadas a través de medios tecnológicos,
nunca visto antes. utilizados de modo intensivo, con independencia del lugar de
Asistimos a servicios prestados desde fuera de la empresa, en el prestación de las tareas,así, como de la figura jurídica utilizada para
exterior, brindando respuesta directa a la demanda de los clientes contratar mano de obra, ya fuera esta dependiente o no.
finales. En definitiva proveyendo servicios de consumo instantáneo, La tercera noción con que aquellas dos encuentran un punto de
en el lugar de asiento del cliente, pero desde fuera de fronteras. intersección, como se dijo, es la del trabajador migrante, y es en esta
Naturalmente que desde hace tiempo, ya sea en cadenas en la que entendemos conviene detenerse algo más, en tanto, será de
internacionales de producción, como de modo menos articulado, se fundamental relevancia a la hora de plantear las respuestas jurídicas
producía prestación de servicios trasfronteriza. Pero esa misión o bien que el nuevo fenómeno reclama.
era adscripta a la producción de bienes tangibles, o bien era realizada Desde siempre el trabajo humano se relaciona con las migraciones.
en el asiento empresarial en definitiva servicios prestados ab initio Naturalmente que las más diversas causas sociológicas, políticas,
localmente. económicas, étnicas, bélicas, o simplemente la búsqueda de nuevos
Los contornos del nuevo fenómeno son diferentes. horizontes, han dotado de sus contornos característicos a las
migraciones durante toda la historia de la humanidad.
Los contornos del nuevo fenómeno implican prestación de servicio,
de modo deslocalizado, de consumo instantáneo, direccionado y Tal movimiento físico, tangible, visible, no ha cesado desde los tiempos
aprovechado directamente por el cliente. bíblicos, antes bien, se ha profundizado convirtiéndose en un signo
inequívoco de nuestra hora, complejizando el panorama económico,
Así, internet es hoy respecto al Trabajo y al Derecho que lo regula, lo social y cultural tanto de los países receptores como de los países de
que la fábrica fue a la Revolución Industrial. salida, avivando seguramente lo mejor y lo peor de nuestro pensar,
Ya no es necesario producir el servicio, cuándo y dónde se consume, sentir y actuar como seres humanos .
sino que es posible realizarlo en el mismo momento en que se consume, Entonces, tomando como punto de partida estos tres conceptos, puede
pero desde otra localización. caracterizarse el cibermigrante como aquél sujeto que sin anclaje físico
Es decir: prestación de servicios, en tiempo real, pero fuera de en la empresa, localizado fuera de fronteras, desarrolla un servicio
fronteras. posibilitado por un indispensable, y esencial, soporte tecnológico, en
Alarcón Caracuel,lo expresa gráficamente con el siguiente ejemplo: beneficio de otro sujeto que lo dirige, controla y remunera.
“cuando uno utiliza el servicio de información de la Compañía El concepto entonces, luce estructurado sobre una base de
Telefónica de España para preguntar por el número de teléfono del deslocalización. Es decir, se trata de un sujeto que vive fuera de las
Museo del Prado, y una voz con tono claramente magrebí, le pregunta fronteras del país donde el servicio es efectivamente consumido, y
que en qué ciudad se encuentra ese museo. No es que la Compañía además trabaja fuera de la empresa que lo remunera.
haya contratado en España a un magrebí –que tendría que cobrar En definitiva, ni se encuentra inserto físicamente en un espacio
al menos el salario mínimo español- sino que lo ha contratado en empresarial, ni se encuentra inserto físicamente en el país donde el
Marruecos o en Túnez, cobrando mucho menos” . servicio satisface a su destinatario.No asiste a un call center para
prestar su tarea, no concurre a la casa matriz ni a una sucursal fuera
II.- Los desafíos. de la sede empresarial, no concurre a un telecentro erigido por el
empleador o el destinatario último de su tarea, ni asiste a una agencia
Los problemas de competencia, y de dumping social planteados por
a buscar pedidos para luego darles cumplimiento.
la deslocalización empresarial productiva tradicional, en el sector
manufacturero, se ven actualmente profundizados por el ingreso del Por lo tanto, hay una total disociación física entre empleador y
sector servicios a esta mecánica organizacional. trabajador yuna total disociación física entre consumidor del servicio
y trabajador que lo presta.
No puede negarse la existencia de efectos tanto positivos como no
queridos en los diversos niveles en que se desarrollan las cadenas Pero esa doble disociación física, se encuentra compensada por una
multinacionales de producción, ya sea desde el punto de vista de la hiperconexión virtual, razón por la cual el soporte tecnológico es,
cantidad como de la calidad del empleo y el cumplimiento de standares como se dijo, indispensable y esencialen tanto, su ausencia descarta
mínimos de protección, como se ha señalado en varias investigaciones . la posibilidad de que el trabajo se lleve a cabodentro del parámetro de
cibermigración.
La irrupción del sector servicios, en la modalidad puesta de relieve en
el presente trabajo, que reiteramos, supone la prestación de servicio Es decir, son tareas que antes -y también ahora- se desarrollaban bajo
desde fuera de fronteras, de disfrute instantáneo por el cliente, una modalidad tradicional, es decir, sobre todo dentro de fronteras, y
produce un quiebre de la continuidad espacio-tiempo mirada desde la en la propia empresa , pero que bajo las nuevas posibilidades que brinda
óptica laboral, y resulta en una posibilidad extraordinaria para que el la tecnología, son realizadas desde el exterior y es esta posibilidad la
derecho del trabajo logre una cobertura a nivel global. que abre la puerta al concepto de cibermigración.
La dimensión del desafío planteadopor esta nueva forma de prestar Vale decir, no se trata de un trabajo diferente, sino de un modo
tareaposibilitada por los avances de la tecnología, implica iniciar por la diferente de prestar el servicio, signado ahora por la ausencia de
base es decir, por presentar un concepto que se acople a la nueva hora:
el concepto de cibermigración.

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comunidad física, aunque con un atributo de consumo instantáneo. tanto ni siquiera ha cruzado las fronteras.
La tecnología entonces, suplanta el anclaje físico del trabajador en el Sin dudas, en función de la índole de servicios a prestar, la oferta de
puesto laboral determinado, en una empresa determinada, en un país prestadores individuales, y las características del país de residencia,
determinado, para prestar el servicio a ese consumidor determinado, podrán encontrarse diversas escalas salariales y de beneficios
que lo recibe, en ese mismo país. abonados por los empleadores centrales. Seguramente no será lo
Así los cibermigrantes trabajan directamente para la empresa, fuera mismo lo que perciba un trabajador calificado, prestando un servicio
de su sede incluso a veces en otro continente, pero pueden realizar de alta especialización, que otro que no lo hace. Tal vez incluso aquél
la labor en función de una conexión interactiva (two way line), bajo trabajador perciba un suculento salario en comparación a lo que
el paradigma de las nuevas formas de organización del trabajo reciben sus coterráneos realizando lo mismo para un empleador local,
trasnacional globalizado. pero casi sin lugar a dudas , no gozará de registro formal ni aportes a la
seguridad social, o los reciba de forma deficitaria, y muy posiblemente,
Por esto mismo, como se dijo, es que la disociación física encuentra su trabaje a contrahorario, sin limitación de la jornada, con disponibilidad
contra cara compensatoria en la hiperconexión virtual. absoluta.
Los elementos que construyen un trabajo objeto de protección del En definitiva, un panorama complejo, aún cuando eventualmente
derecho laboral se encuentran presentes, y en particular el poder mitigado por las mieles de un salario con mayor poder relativo de
de dirección, de control, la remuneración, y la ajenidadteñida de las compra, aunque por definición inferior al que se pagaría a ese mismo
peculiaridades de la manera de prestar las tareas y de las posibilidades trabajador si estuviera radicado en el país central.
de ejercicio de la autoridad.
Los efectos nocivos de la falta de protección de sus derechos
Tanto es así, que lejos de verse difuminada, la posibilidad e intensidad individuales así como de la formalización en clave de seguridad social,
de control encuentra en las tecnologías nuevos caminos para son de fácil visualización y se extiende además al conjunto de la familia
robustecerse. del trabajador.
Los trabajadores aplicados a estas tareas, pueden ser -y muchas veces La protección social que sigue el hilo de los modelos Bismarkianos
lo son- blanco de control minuto a minuto, nada de lo que hace, ni gira de regla en torno al eje de la labor formal, en definitiva, entre dos
como, ni cuando lo hace es una incógnita para su empleador. En este polos vinculados de modo inescindible: trabajo registrado cotizante,
sentido desde el acceso al ordenador para saber en tiempo real que es como disparador de la cobertura de seguridad social. Dado entonces
lo que hace ese funcionario en el mismo instante, para bucear en los que el sistema tiene un pilar fundamental desde lo arancelario, estos
archivos obrantes en el dispositivo, para saber el número de horas que cibermigrantes, a lo sumo podrán aspirar las más de las veces, a
labora, el horario y días en que lo hace, con quien habla y el contenido prestaciones no contributivas, en general escasas y de baja cobertura,
de las comunicaciones, el lugar al que se desplaza, e incluso poder sobre todo en los países no desarrollados principal proveedor de este
acceder a dispositivos periféricos y así captar imagen y sonido del tipo de mano de obra.
entorno en el que su empleado se desempeña, con quien se relaciona,
su conducta a la interna de su hogar, etc. Por lo tanto, mínima posibilidad de a acceso a salud para él y su familia,
escasísimaprotección contra las contingencias de desempleo, o de
Posibilidades hoy reales sin barreras de tiempo ni espacio, que otrora maternidad, así como de acceso a prestaciones de invalidez, vejez o
eran dignas de la más imaginativa película de ficción. sobreviviencia.
En conclusión: deslocalización y disociación física compensada por Si resulta de difícil alcance para estos trabajadores el goce efectivo
la hiperconexión virtual al amparo de una tecnología informática de los derechos individuales, así como el disfrute de las prestaciones
posibilitante de la labor. Y como resultado, un trabajador foráneo que que la seguridad social en su país de residencia brinde con anclaje
ya puede hacer exactamente lo mismo que haría si se desplazara a otra en su regularidad contributiva, más complejo aún es la situación del
sociedad, pero, puede hacerlo ahora desde su propio país, muchas ejercicio de los derechos colectivos.
veces desde su misma casa.
¿Qué conciencia colectiva puede tenerse prestando servicios desde
En definitiva, físicamente se encuentra en un país, pero, gracias a las su propio domicilio, alejado de los varios miles o cientos de miles de
autopistas virtuales su talento se explota en otro, en el cual en suma, personas que hacen lo mismo desde los suyos propios, más aún cuando
se materializa la ganancia que su trabajo agregó al servicio. se encuentran dispersos en los cuatro puntos cardinales?
Así, la cuarta Revolución Industrial ha borrado para siempre las Si ya se visualiza el problema de la configuración del ámbito subjetivo
fronteras nacionales de la producción. de los convenios colectivos, para el caso de aquellos trabajadores
típicos que son momentáneamente trasladados fuera de fronteras ,
II.b.- Los impactos de esta nueva realidad. imagínese las complejidades adicionales que se presentan en el caso
de los cibermigrantes, mucho más heterogéneos, deslocalizados a
Esta nueva forma de producción de servicios, imprime signos
perpetuidad, en definitiva, sin posibilidad alguna de confluencia en el
característicos tanto sobre la vida de quien trabaja, como en la
espacio físico.
organización empresarial, así como en la estructura de los países
involucrados.
Y es a los desafíos que se presentan en estos planos, que resulta preciso III.- La mirada jurídica, desde el derecho laboral.
dar adecuada respuesta. En definitiva, el trabajador bajo observacióncrea riqueza en el
Sin duda quien trabaja bajo esta modalidad es quien experimenta territorio en que se produce el disfrute del servicio que presta tal y
de primera mano y en carne propia todos los desafíos que esta figura como si estuviera físicamente presente, pero su trabajo no valdrá ni
plantea, algunos de los cuales serán mencionados a continuación, no será protegido como si efectivamente se radicara allí.
sin destacar que los aspectos provechosos -que son muchos- cederán El desafío consiste entonces, en resolver con un marco jurídico
espacio en el presente a aquellos que resulten adversos y que por ello adecuado, tal paradoja espacio-temporal.
mismo, requieren atención sin demora. No cabe duda que el fenómeno apuntado presenta infinidad de
Ese cibermigrante, como se ve, en cuanto al valor que incorpora al aristas problemáticas. Pueden confluir ciertamente en el abordaje del
producto de su trabajo y que directamente se adscribe al empleador, tópico de la cibermigración vertientes varias. Así puede convocarse
es idéntico al migrante que físicamente se traslada, en definitiva cuestiones vinculadas tanto a las soberanías nacionales, como a los
el empleador se sirve de él con igual provecho pero sin cargar a su tratados multilateraleso a los acuerdos de libre comercio. Pueden
respecto seguramente con las mismas responsabilidades. reclamarse también visiones desde los tratamientos impositivos, los
Así el cibermigrante estará a disposición sin más limitaciones que códigos de conducta o el softlaw.
las que el empleador quiera establecer, con ausencia total de control Por nuestra parte, entendemos que la red de contención laboral y el
estatal de la jornada diaria o semanal, los descansos ni el pago del apoyo al disfrute de los derechos humanos debe venir de quien está
salario fijado. Fiscalizaciones que no son invisibles para el empleador en mejor condición de proveerlos, en particular, la Organización
sino para los Estados y sus servicios de policía del trabajo. Internacional del Trabajo que ha establecido, por la voluntad de sus
Se trata de un funcionario doblemente invisibilizado. Invisible a los mandantes no sólo un marco jurídico sino un marco ético universal
ojos de aquél país donde reside, y respecto del cual no sólo difícilmente común para la protección de los derechos fundamentales .
pueda reclamar protección, sino eventualmente, y dependiendo del
país de que se trate con déficit documentario incluso de su propia
existencia. Invisible también para el Estado en que crea riqueza, aquél
en que reside quien se beneficia directamente e instantáneamente de
su trabajo, la empresa o el cliente a quien sirve finalmente. Invisible en
186
Y es en este contexto que surge cristalinamente la vocación de Honrar el compromiso supone mirar con otros ojos la realidad que
aplicación de la normativa adoptada en relación a los trabajadores nos circunda, pensar instrumentos adecuados de comprensión del
migrantes. fenómeno y sobre todo aprovechar las oportunidades que los cambios
La única diferencia entre el migrante típico, y el cibermigrante es que nos presentan .
éste no ha cruzado las fronteras entre Estados, sino que se ha valido
de la autopista de la información para producir riqueza en aquél país
donde se consume, pero en el que él no reside. Así los bites se han
converitdo en el medio de transporte, en esta revolución industrial 4.0
que permite que buena parte de la migración física, sea sustituida por
una cibermigración. Una migración no de cuerpos, sino de talentos.
Una migración no de manos, sino de ideas o de voces.
Los trabajadores migrantes, como colectivo vulnerable ha sido de
modo perenne preocupación del sistema internacional de derechos
humanos en general y del de la Organización Internacional del Trabajo
en particular. Los instrumentos internacionales pensados para la
migración física, resultan perfectamente compatibles con la protección
que requieren los cibermigrantes, asegurando la no discriminación por
razón de nacionalidad o lugar de residencia, de la mano, de la adecuada
protección de la idea de soberanía de los países involucrados.
No se trata de proponer normas nacionales con alcance extraterritorial,
mucho menos de insinuar una preeminencia aplicativa de normas
empresariales por sobre las estatales, sino de reconocer la aplicación
en el concierto mundial de los convenios internacionales de trabajo,
con pie en el reconocimiento de situación jurídica de trabajadores
migrantes atípicos a quienes aquí hemos caracterizado como
cibermigrantes.
Y que en la práctica, es en definitiva, misma protección a la que
tendrían en aquellos países que aprovechan de su trabajotal como si
vivieran allí, aún cuando ni ellos ni sus familias puedan disfrutar de las
ventaja del primer mundo que contribuyen a edificar.
Mirar el fenómeno que se produce, con una perspectiva antropocéntrica
conduce sin desvíos a la gobernanza del mismo con el arsenal provisto
por los convenios internacionales referidos a trabajo migrante.

IV.- Conclusiones.
El Derecho del Trabajo, ha surgido de la más profunda transformación
en la forma de prestar tarea que la historia del mundo ha podido
atestiguar. La Revolución Industrial no sólo cambió el modo en que se
producía, sino cambió para siempre el modo en que el ser humano ha
habitado este planeta.
Hoy nos enfrentamos a otro momento, igualmente trascendental,
que crea la oportunidad nunca antes visualizada con tal magnitud
y presencia, de crear un estatuto común, por encima de las barreras
nacionales, focalizado primordialmente en el reconocimiento de que
es posible migrar laboralmente, sin desplazarse en forma física .
Porque el estado actual de la tecnología ha posibilitado que trabajadores
extranjeros, localizados fuera de fronteras, sean capaces de realizar
idéntica tarea a la que llevarían a cabo si estuvieran físicamente en el
mismo lugar, en el mismo momento que el servicio se consume.
Nos enfrentamos así, a una suerte de migración de capacidades y no
de corporalidades, una migración no física, sino una cibermigración.
Esta novedosa situación, en definitiva borra las fronteras físicas
para situarnos en un único espacio, global a la vez que virtual,
invisibilizando, el sujeto productor, que permanece anónimo tras la
pantalla.
Si cumplimos con la idea rectora de establecer un programa centrado
en las personas, puede verse la capacidad de aplicación a esta nueva
figura, de las normas tradicionalmente adoptadas para la gobernanza
del trabajo migrante típico.
En efecto, las líneas dibujadaspor parte de la comisión mundial sobre
el futuro del trabajo, para encausar las interrogantes planteadas por la
velocidad con que se producen las transformaciones de la mano de las
tecnologías, encuentran un adecuado encastre con la propuesta que se
realizan desde estas páginas.
Aspirar a la protección de los cibermigrantes, implica reconocer más
allá de la pantalla, un rostro humano, que debe ser sacado de las fauces
de la economía informal en en la que probablemente la mayoría se
encuentra inserto.
La Organización Internacional del Trabajo, en su declaración del
centenario ha dicho: “La OIT, en su segundo siglo de existencia, debe
seguir cumpliendo con tenacidad su mandato constitucional de lograr
la justicia social y desarrollando su enfoque del futuro del trabajo
centrado en las personas, que sitúa los derechos de los trabajadores y
las necesidades, las aspiraciones y los derechos de todas las personas
en el núcleo de las políticas económicas, sociales y ambientales”.

187
“reinvención del derecho del trabajo y la regulación tiene por fin velar que así sea.
en el marco de la economía global” Hay tareas en las que el empleador decide que el trabajador decida
cómo hacerlas, o sea, no es decisión del trabajador la forma de
“Trabajo para un robot” ejecución, sino que esa decisión es parte de la tarea.
Por Pablo Salpeter Un dato novedoso en actividades del siglo X XI es la posibilidad que
se otorga al trabajador de establecer los parámetros de la actividad
Sumario productiva, el ámbito espacial y temporal de la actividad, donde
la retribución se asemeja la oportunidad de ganancia que pone la
Los trabajadores que se enrolan bajo las órdenes de sistemas
unidad productiva a disposición del productor de valor, que es quien
parametrizados informáticos hoy, parecen ser aquellas personas del
materializa la generación de riqueza. Podemos en ésta instancia hasta
siglo XIX que “buscan tomar patrón” y contar con la “papeleta” para
pensar que para obtener mayores recursos, el trabajador, incorpore a
no caer en el delito de “vagancia” y ser llevados a la cárcel o al ejército,
su núcleo familiar para cumplir las expectativas económicas necesarias
como sostiene Roberto Izquierdo en Tratado de Derecho del Trabajo
para sostener un nivel de vida decente, llegando así a sistemas
dirigido por Mario Ackerman, cuando nos cuenta la historia de los
productivos similares a la Mita, Encomienda o Cacicazgo, previos a
conchabados. En el trabajo se describe la situación en la Argentina, y se
la etapa colonial (se paga por un trabajador, y son varias personas que
proponen soluciones superadoras, ya que si las tendencias productivas
realizan la tarea).
cambian, el encuadre jurídico debe adaptarse, con el simple objeto de
seguir aquel mandato de “liberar al hombre del miedo y la necesidad” 1.3 El robot (app) tiene dueño?
propuesto la Carta del Atlántico en 1941. La respuesta es simple, si se sigue la ruta del dinero, ya sea que el
Esto significa que si bien existe la apariencia de progreso, las dinero generado por la actividad termine en la cuenta bancaria de una
estructuras productivas no distan del siglo XIX con la simple persona humana, la ficción de una persona jurídica, ente sin fines de
diferencia de la aplicación tecnológica. Ya sea como la invención de la lucro, fideicomiso, o estructuración patrimonial posible, en definitiva,
imprenta, la manifestación de la revolución industrial, la aparición de será quien termine siendo el beneficiario de los recursos generados
la máquina de vapor, el primer atisbo de automatización e informática, con la actividad humana personal.
el “telar”, el fax, la fotocopiadora, etc. Pero todo proceso productivo 1.4 Hay alguien que se beneficia económicamente con el esfuerzo
implica cambios, como sucedió con la linotipia y el offset, la aparición de otro?
del mail, la firma digital y la instrumentación de internet como canal El trabajador que recibe la comanda, se encarga de cumplirla, y a
fiscal, tal vez en el futuro el acceso digital sea un derecho ciudadano cambio recibe un porcentaje de lo que abona quién se beneficia con
fundamental del siglo X XI. esa actividad, resulta interesante establecer si quien se beneficia con
El diagnóstico presente es simple, el empleador de plataformas no la actividad es un consumidor final de la cadena productiva o si se trata
elige a sus empleados, y conforme se ve parametrizado el sistema, de de obtener una participación en la generación de un producto cuyo
tampoco los despediría sin causa, o sea dos elementos típicos de la destinatario final es un tercero, de esta manera podemos encontrarnos
relación laboral del siglo X X, están ausentes (libertad de entrar, salir y frente a una posible solidaridad laboral, en el marco de un art. 29, 30 o
su condicionamiento en la permanencia del vínculo). 31 LCT, e incluso hasta un 29 bis.
La remuneración es a destajo, y la jornada no tiene limitación (primer Podemos preguntarnos, puede una empresa de personal eventual,
conquista internacional de la OIT) como así tampoco pausas ni operar en forma virtual y autómata?, se pueden programar algoritmos
descansos. para la selección de personal?, las variables que usamos los humanos
Las condiciones de cobertura de contingencias sociales de la seguridad para tomar decisiones son parametrizables para incluirlas en un
social se encuentran ausentes. sistema?
El Estado, ¿puede o debe hacer algo frente a esta situación? La respuesta es sí, sólo falta su instrumentación (en algunos casos) y el
control estatal para evitar incurrir en incumplimientos, de esta manera
La intervención del Estado tiene por objeto evitar que los conflictos
si se previene, el incumplimiento, si se “homologa” el algoritmo, el
entre particulares no tengan un marco institucional y puedan
incumplimiento será “imposible”. Solo falta la voluntad política.
resolverse de manera civilizada. Si existe un conflicto, y no tiene
prevista una resolución estatal, claramente nos encontramos frente A modo de ejemplo es tendencia en siglo X XI, que las entrevistas,
a un sistema ineficaz, que requiere ser modificado (entendiendo ese y selecciones de personal se encuentran automatizadas, y los
estadio como subdesarrollo). curriculums vitae, se están implementando a modo de audiovisuales.

Ponencia 2° Cuáles aspectos laborales se pueden ir


regulando?
Tal vez en los umbrales de la coyuntura no pueda vislumbrarse un
1° Hay relación productiva subordinada?
horizonte legal con claridad, pero situándonos en cada aspecto de la
La pregunta se orienta a establecer si el trabajador de plataformas actividad lucrativa, se pueda ir comenzando en la búsqueda que un
informáticas, o integrante de una “organización intangible” (Mary sistema armónico que evite los conflictos entre trabajadores, posibles
Kay, Herbalife, Avon, Glovo, Rappi, Uber, etc.) se trata de un eslabón empleadores clientes y la sociedad en general.
de la cadena productiva, o de un engranaje de un sistema generador
2.1 Selección de personal.
de valor, tal como sucede como con los transportistas, donde la
perspectiva del vehículo, implicará la tendencia a considerarlo como En este aspecto, se asimila a la antigua dinámica del siglo XIX donde
organización empresaria o simple herramienta de trabajo. la ausencia de empleo podría implicar el delito de vagancia, lo que
llevaba a la persona a ser remitida a la cárcel o al ejército, y para evitar
Para establecer una categoría amplia de unidad productiva puede
esta circunstancia debía contar con la papeleta que acreditaba que
decirse que los trabajadores (dependientes o no) se enrolan bajo la
se encontraba conchabado, por cuanto los hombres libres, debían
órbita de una organización intangible, lo que significa que resulta
rápidamente, tomar patrón para evitar ser destinado a alguno de los
difícil su ubicación geográfica, jurisdiccional, su titularidad, dimensión
destinos indicados.
patrimonial y variables o algoritmos relativos a sus actividades.
Resulta interesante que al empleador le resulta indiferente la calidad
1.1 Hay personas que se insertan en una organización ajena?
del trabajador, siendo su único interés la productividad del mismo,
La mejor identificación de una relación laboral dependiente, es si una que se manifestara por el rendimiento específico, sin importar otras
persona física se incorpora a una organización cuya titularidad es de cualidades ajenas al objeto productivo, como ser la autopercepción de
un tercero, y su participación implique un sometimiento jurídico, género.
técnico y económico, ya que una relación laboral, implica la sustitución
En este sentido, si el empleador establece condiciones de acceso, o
de voluntad del trabajador por la que defina el empleador, pudiendo
programa algoritmos con determinadas variables, sería interesante
incluso, ser ese sometimiento, a que el trabajador se encuentre
que la autoridad de aplicación establezca la objetividad de dichas
obligado a establecer las tres manifestaciones de la dependencia
circunstancias a efectos de no vulnerar la art 14 bis CN, Ley 23592, la
(aparente libertad, pero como obligación laboral).
LCT y los derechos fundamentales OIT en relación a las condiciones
1.2 Quienes participan, tienen la libertad de decidir su conducta
productiva?
La libertad no se negocia, de lo contrario volveríamos a estadios previos
a 1813, la libertad que cede el trabajador es exclusivamente productiva,

188
de igualdad y evitar circunstancias de discriminación, donde el único por invalidez que se analice su procedencia, que no se encuentre en
requisito para acceder a un empleo es la idoneidad, lo que implica la período de gestación o de reciente nacimiento de su hijo, entre algunos
posibilidad de cumplir la tarea productiva encomendada. factores que ameritan una protección social superior.
2.2 Remuneración
En este sentido, la retribución ofrecida es a destajo o sea por unidad 3° Qué contingencias de seguridad social se
de obra, pero puede existir variables de mejora de la retribución, pueden cubrir?
concordantes con el cumplimiento, cantidad de tarea realizada, y Atendiendo al convenio 102 de la OIT, ratificado por Argentina, no
otras, estas circunstancias no pueden quedar ajenas a la autoridad debería existir obstáculo para que, en función de los principios de
de aplicación, ya que dejar al reclamo individual estas circunstancias universalidad e integralidad, el trabajo en todas sus formas goce de la
puede entenderse como un desinterés sistémico en la tutela de los protección de las leyes, en especial, en materia de seguridad social, en
trabajadores regidos para variables que pongan en riesgo su salud, los casos que el trabajador no puede trabajar, otorgando un manto de
por obtener una mejor performance y consecuentemente mejor indemnidad social contra los flagelos de la miseria a nivel individual, y
remuneración. desde un enfoque macroeconómico, garantizando la continuidad del
En este sentido, no se observa la garantía de un salario mínimo vital y modelo productivo liberal y capitalista.
móvil, que podría establecerse en función del tiempo estimado de la 3.1 Vejez, invalidez y fallecimiento.
operación encomendada.
Se tratan juntas por encontrarse contenidas en un mismo cuerpo
La plataforma debería exteriorizar sus condiciones laborales a efectos normativo a nivel nacional en la ley 24241 26417 27260 y concordantes
de demostrar su responsabilidad social, y armonía con el colectivo que regulan la materia, y como se ha hecho con los monotributistas y
productivo y clientela. trabajadoras de casas particulares, puede establecerse una cotización
2.3 Jornada. de referencia sobre un ingreso presunto y que tengan cobertura sobre
La ley 18038 establecía para el trabajador independiente distintos las contingencias indicadas.
tipos de actividad de envejecimiento anticipado o tareas mortificantes 3.2 Cargas de familia y maternidad.
que implicaban un retiro anticipado de la Población Económicamente Con respecto a las cargas de familia, los monotributistas ya han sido
Activa, ya sea que se determine que los trabajadores de organizaciones incorporados, como así trabajadoras de casas particulares, por cuanto
intangibles sean asociados, empleados, u otra clasificación, la salud no hay escollo para su incorporación con una cotización estimada
de ellos, y su familia no puede implicar su desinterés, en especial la actuarialmente, respecto a la prohibición laboral para mujeres, que
dualidad de una posible jornada extenuante, como la posibilidad de debería aplicarse también al trabajo independiente si es que es cierto
acomodar los horarios para cumplir obligaciones familiares o realizar que existe un bien jurídico de tutela superior como lo es la familia,
actividades saludables, si bien la segunda alternativa es positiva, la pudiéndose proyectar un promedio de los ingresos de la trabajadora o
primera no debe descuidarse. un porcentaje del salario mínimo garantizado.
Qué sucede si se reduce la demanda del servicio, el trabajador es socio 3.3 Enfermedad.
en la merma de la actividad, puede ser que el diseñador de la actividad,
en lugar de poner fin a la actividad y asumir las responsabilidades La ley 23.660 es de aplicación para los trabajadores dependientes,
productivas de su decisión, establezca parámetros que no interesen pero se ha incluido desde la vigencia de la ley 24977 del régimen
a los clientes, y genere una merma de actividad implicando que los simplificado para pequeños contribuyentes (monotributo) y el servicio
trabajadores bajo su órbita se alejen del emprendimiento y así evitar doméstico, hoy trabajadoras de casas particulares 26844 si bien no
asumir los costos de un cierre de actividad. son trabajadores dependientes, los primeros podemos incluirlos en
una clasificación Sui géneris como empleados sin empleador, dadas
Asimismo la autoridad de aplicación debería velar por el tipo de las condiciones de su actividad productiva y nivel de ingresos con la
actividad productiva que se trate y determinar si es riesgosa, insalubre exposición a las contingencias sociales que la seguridad social de a poco
con implicancias solo en la jornada y con envejecimiento prematuro se van cubriendo, y las trabajadoras de casas particulares que, desde la
o mortificante que implique un retiro anticipado de la población perspectiva del dador de trabajo no genera lucro con el esfuerzo ajeno
económicamente activa, sin la necesidad de cumplir los requisitos pero desde el enfoque de la trabajadora, tiene las mismas necesidades
generales para acceder a una jubilación. que una trabajadora dependiente, de hecho puede migrar de empleos
2.4 Condiciones de trabajo. precarios a trabajos en casas de familia constantemente.
En qué condiciones se desarrolla la tarea, cómo se obtienen las 3.4 Por qué omitir desempleo.
herramientas obligatorias o accesorias de trabajo, en qué estrato se Si el empleador se compromete a no despedir, estaríamos no frente
desarrolla, en el domicilio particular del trabajador, del cliente, en la a una estabilidad absoluta como la del empleado público o delegado
vía pública, en internet, estas circunstancias deben ser contempladas, gremial en ejercicio, sino que estaríamos frente a una ausencia de
y calificadas y cuantificadas para determinar si si los costos los debe estabilidad ya que en este supuesto el empleador no asume ningún
asumir el trabajador o quien delega la tarea. Estas condiciones, son compromiso temporal, desde antes del inicio ya que ni siquiera
dignas? permiten el desarrollo del trabajador?, esto no puede escapar se reserva el derecho de ingresar en la organización, la entrada,
a la fiscalización estatal. permanencia, intensidad y salida será prerrogativa del trabajador.
2.5 Accidentes de trabajo.
El sistema de riesgos del trabajo contempla un universo muy superior 4° Es posible aplicar esta ingeniería jurídica?
al trabajo dependiente, por cuanto, sin necesidad de clasificar
prematuramente la naturaleza del vínculo, puede darse cobertura a No hay obstáculo, es solo la decisión política de implementarla y
los trabajadores vinculados a “organizaciones intangibles” como se ha aceptar que si la realidad cambia el encuadre se tiene que adaptar
incorporado al personal de casas particulares. para dar respuesta a los conflictos entre particulares, razón de ser del
Estado, de lo contrario no estaríamos en una convivencia armónica y
Puede establecerse una cotización fija que de lugar a prestaciones civilizada, sino que la violencia se apoderará de las calles, y la ausencia
mínimas y en relación al ingreso puede determinarse una base del Estado, será su intrínseca destrucción.
presunta.
2.6 La estabilidad nula.
4.1 Otras figuras similares y costos estimados.
El sistema de estabilidad laboral argentino tiene varios niveles de
cobertura (absoluta -trabajador estatal, delegado electo-, relativa Buscando situaciones análogas puede observarse las relaciones
propia -plazo fijo y objeto determinado- e impropia -art. 245 LCT-, y productivas de la franquicia donde el franquiciado, si bien asume el
nula -período de prueba, eventual, construcción-). riesgo empresario, sus ingresos, y libertades productivas, se asimilan
más a las de un gerente de sucursal, que un trabajador independiente,
Si el acceso a la tarea no tiene restricciones, y la organización lo que pone de manifiesto que esta modalidad es una muestra más
intangible no se compromete a ningún plazo de vigencia del vínculo, de la tendencia de sobreabundancia de derechos, omitiendo las
no existirá incumplimiento alguno y la relación no tendrá como eje el obligaciones correspondientes. Cambiando el paradigma de que cada
“plazo” cómo lo determina la LCT, ya que ésta lo único que castiga es derecho surge por asumir una obligación, generando la percepción
el incumplimiento del plazo. metonímica que primero surge el derecho y luego vemos si corresponde
2.7 Capacidad del trabajador.
Resultaría necesaria una validación mediante algoritmos que permitan
ingresar a quienes cumplan condiciones legales, esto es que tengan
cuil, que no sean menores de edad, si se encuentran percibiendo retiro
189
alguna obligación.
Se han detectado falsas franquicias, que han sido objeto de denuncia
por parte de la AFIP, en el caso de Supermercados día S.A. (HTTPS://
www.elonce.com/secciones/económicas/594218-investigan-por-
millonaria-evasinn-a-una-cadena-de-supermercados.htm) del
15/07/2019, radicada en Juzgado Penal Económico Número 2 a fines
de 2018. Por interponer terceros frente a las obligaciones a la seguridad
social.
Este riesgo ha sido planteado en Tratado de Derecho del Trabajo
dirigido por Mario Ackerman, Ed. Rubinzal Culzoni, primera edición
(2005), tomo 2.
4.2 Qué hacer en caso de incumplimiento?
Los parámetros de actividad deben encontrarse homologados, apta así
asegurarse de no generar incumplimiento entendiendo que no debería
corromperse el algoritmo.
Si se alteran las condiciones homologadas debería establecerse una
graduación de incumplimientos administrativos y judiciales que
incluyan un tipo penal cuando se afecten los valores tutelados por esa
especialidad.
4.3 Derecho colectivo.
En este sentido se pueden generar colectivos que puedan negociar
mejores condiciones de trabajo y de vida de los trabajadores, y por
analogía podría tratarse de un sistema virtual, una app, una web, un
grupo virtual en distintos grupos de comunicación, lo que haría más
fácil la incorporación, las asambleas, la participación directa de los
trabajadores en la elección de los órganos de gestión y las medidas de
acción directa.

Conclusión:
Resulta interesante reflexionar sobre los alcances de la libertad
tutelada, en un ámbito de dependencia, puede o no resultar un valor
para el trabajador, ya que ni todos ni siempre valoramos con mayor
énfasis la libertad respecto a la dependencia, existiendo muchas
personas que se sienten cómodas en la tranquilidad de la rutina que
requiere menos esfuerzo que la incertidumbre de la libertad.
Otra respuesta al conflicto generado por el cambio productivo sin
participación humana en la generación de riqueza podrá encontrarse
en el Derecho de la Seguridad Social que se ocupa del trabajador más
allá del contrato de trabajo, o cuando esté no puede obtener de una
suficiente participación en la distribución del ingreso para sostener
su calidad de vida sin llegar a niveles de pobreza, o sea darle a quien
no necesita para que no necesite. En términos macroeconómicos es la
garantía de sustentabilidad del modelo productivo liberal y capitalista.
La idea sería que la riqueza generada implique su participación a
quienes se ven impedidos de participar en el sistema, generando la
indemnidad que propone el Derecho de la Seguridad Social como
sistema de cuarta generación de derechos.
La indemnidad del trabajador podrá procurarse mediante la
homologación de los algoritmos por parte de los órganos del Estado
que tengan incumbencia para garantizar el “Compliance”, a modo de
ejemplo, trabajo, producción, AFIP, etc.
Otro concepto relevante es el de identificar a aquellas “Organizaciones
Intangibles” cuya fiscalización resulta compleja y onerosa, la respuesta
puede encontrarse en el sistema de establecido bajo las condiciones
del Convenio de Corresponsabilidad Gremial, que implica obtener los
recursos económicos que financian a la seguridad social en la fuente,
en lugar de estar vinculados al nivel salarial.
Un aspecto positivo que puede encontrarse en los sistemas productivos
con flexibilidad para el desarrollo de las tareas, es su concordancia con
el Convenio 156 OIT, (propone conciliar al trabajo con personas con
responsabilidades familiares), circunstancia que puede ampliarse
al desarrollo del proyecto individual de cada trabajador, que excede
las obligaciones familiares, como ser estudio, otro trabajo, turismo,
amistades, etc.
Si no damos respuesta eficiente, nos seguimos mordiendo la cola
sin poder progresar, y la razón de ser del Estado es generar sistemas
que eviten conflictos entre los particulares, y si nos encontramos en
el marco del Subdesarrollo es porque tenemos sistemas que parecen
que funcionan, si no se los conoce por dentro. El desafío es superarnos
como sociedad.

190
La representación de los trabajadores mediante acuerdos amistosos, desde el mes de junio de 2018 se han
de plataformas digitales off line: dictado y publicado en la base del Consejo General del Poder Judicial
al menos once sentencias 6 de órganos judiciales de instancia –los
un espacio para la expansión de las denominados Juzgados de lo Social-- y el resultado es como mínimo
representaciones sindicales1 llamativo porque cinco de ellas se han decantado por el carácter
Ricardo Esteban Legarreta. laboral de los servicios 7 mientras que las otras sentencias han optado
por considerar que nos hallamos ante trabajo autónomo8 , en base a
Profesor titular de Derecho del Trabajo. Universidad Autónoma de
la aparente libertad con la que llevan a cabo su actividad y con la que
Barcelona
aceptan o no encargos de la plataforma.
Ciertamente, esta situación incide negativamente en la articulación
0. Planteamiento. colectiva de los colaboradores o trabajadores de plataformas. En
Esta aportación tiene por objeto abordar algunas cuestiones este sentido, convergen al menos tres factores negativos. El primero,
específicas referidas a la representación colectiva de los intereses la pretendida consideración de trabajadores autónomos de los
de los colaboradores de plataformas en España, que llevan a cabo colaboradores de plataformas difumina o al menos debilita su
su actividad en la modalidad off line 2 , de modo presencial y con estatuto jurídico sindical, e incluso puede dificultar la represión de
carácter local. En este sentido, dada la complejidad de esta realidad conductas antisindicales adoptadas por las plataformas. El segundo,
y dada la extensión limitada de la ponencia, mi trabajo se va a centrar muy evidente, la ausencia de un centro de trabajo o establecimiento
en la modalidad de trabajo off line. Asimismo, la extensión limitada laboral clásico obstaculiza la articulación de intereses colectivos
del trabajo ha aconsejado reducir a la mínima expresión la cita de porque no hay puntos de contacto entre trabajadores y de haberlos,
bibliografía a pie de página. son suprimidos por iniciativa de las plataformas9 . Además, los ámbitos
En lo que concierne a la temática de la ponencia, tras una 1) breve productivos son más vaporosos, lo que exige alguna reflexión en punto
aproximación a algunas claves de la controversia básica –si existe o no a la constitución de órganos de representación. Finalmente, en los
relación jurídica laboral en este tipo de prestación de servicios --, la últimos tiempos, algunos colectivos de trabajadores que han padecido
ponencia aborda dos ejes de reflexión. De un lado, el primero se centra una fuerte precarización se han articulado en torno a plataformas
en 2) los márgenes de los derechos colectivos de los trabajadores parasindicales –por lo general, asociaciones— que permiten una fuerte
de plataformas partiendo de la hipótesis de que nos hallamos ante
trabajadores autónomos. De otro, la segunda reflexión se centra en 1Esta aportación forma parte de los resultados del Proyecto de Investigación
2) las ventajas e inconvenientes de los dos modelos de representación “La representación laboral en la empresas dispersas y en red: problemática,
de trabajadores por cuenta ajena existentes en España –el unitario disfunciones y propuestas correctoras”, DER2017-83189-R, concedido por el
y el sindical- en perspectiva de su utilización por colaboradores de Ministerio de Economía, Industria y Competitividad del Gobierno español.
plataformas. De modo específico, se prestará especial atención al 2 GUERRERO VIZUETE,E. : “La digitalización del trabajo y su incidencia en los
ámbito de constitución de estas estructuras de representación, una derechos colectivos de los trabajadores”, IUslabor 1/2019, pág. 270 diferencia
entre plataformas que prestan servicios de modo presencial o off line “que
cuestión objeto de intenso debate en España y que puede generar
supone la prestación de servicios de forma presencial con carácter local y siendo
algunas dificultades adicionales en el caso de puesta en marcha de sus destinatarios los consumidores finales” (modelo Deliveroo o Glovo) y el
estructuras de representación de colaboradores o trabajadores de modelo de descentralización entre una multitud de prestadores de modo que
plataformas. cada colaborador realiza para la plataforma una pequeña fracción de actividad
o microtarea, con una fuerte deslocalización e intensos cambios de empleador.
Sería el caso de Amazon Mechanical Turk, una plataforma que permite este
1. Un breve apunte sobre la realidad del trabajo en tipo de provisión de mano de obra. Puede verse una detallada información del
plataformas en España. modelo en: https://www.mturk.com/
La experiencia del trabajo desempeñado mediante plataformas 3Un buen ejemplo de todo ello lo encontramos en la Sentencia del Tribunal
off line está lejos de una correcta cuantificación en España. En este Supremo de 16 de noviembre de 2017 (rec 2806/2015) que aborda el supuesto
sentido, mientras algunas plataformas han alcanzado un alto grado de de una plataforma que “ponia en contacto” a traductores jurados autónomos
visibilidad y conflictividad –Glovo y Deliveroo—, otras transitan por con la administración de justicia. Lo cierto es que el planteamiento empresarial
no convenció al Tribunal Supremo, que decreto la laboralidad de la prestación.
el mercado de servicios de modo más discreto como está sucediendo
con Cabify o con otras “marcas” que siguen desarrollando su actividad 4 Destaca fundamentalmente el requisito de que el trabajador autónomo
económicamente dependiente no puede tener empleados ni puede
fuera del foco de los medios de comunicación, aunque eso no evite
subcontractar una parte de la actividad.
la visibilidad de los conflictos en los repertorios jurisprudenciales 3 .
5 De todos modos, para el caso de las grandes ciudades españolas, la presión
En todo caso, todo apunta a que se trata de un fenómeno creciente,
del sector del taxi ha llevado a Uber y a Cabify a operar a través de empresas
que se apoya en las formas de trabajo autónomo impulsadas a partir que son titulares de licencias VTC y propietarias de flotillas de vehículos, que
de la aprobación de la Ley del Estatuto del Trabajador Autónomo tienen contratados a sus trabajadores por cuenta ajena. De este modo, no se han
(Ley 20/2007, de 11 de julio, en adelante LETA), y más en particular generalizado conflictos entre conductores autónomos y plataformas, porque
de la figura del trabajador autónomo dependiente (art. 11 de la Ley). se trata de una modalidad de prestación bastante residual en España. Sobre
Se trata de una figura caracterizada por el hecho de que el trabajador la cuestion, puede verse la noticia publicada en el Diario La Vanguardia de 28
autónomo dependerá de un solo cliente al menos en un 75 por 100 de febrero de 2019, “La VTC que trabaja para Cabify presenta un expediente
de regulación de empleo para 400 empleados”, consultable en: https://www.
de sus ingresos, a lo que se añaden unos rasgos sospechosamente
lavanguardia.com/economia/20190228/4675684312 4/vtc-vector-ronda-
próximos al del típico trabajador por cuenta ajena 4 .
cabify-ere-catalunya-despidos.html
Desde el punto de vista de la calificación jurídica de este trabajo, 6 Se trata de sentencias publicadas en la base de datos del Consejo General del
podría parecer que el carácter laboral de las prestaciones llevadas a Poder Judicial http://www.poderjudicial.es/search/indexAN.jsp
cabo mediante las plataformas colaborativas es fácilmente defendible
7 Son las sentencias del Juzgado de lo Social (SJS): SJS de Valencia núm. 6 de 1
teniendo en cuenta que aparentemente, cabría apreciar las notas de junio de 2018, sentencia 244/2018; SJS de Gijón núm. 1 de 20 de febrero de
de laboralidad del artículo 1.1 del TRLET, ya que nos hallamos 2019, sentencia 61/2019; SJS de lo Social núm. 33 de Madrid de 11 de febrero de
ante prestaciones de carácter voluntario, retribuido, y en las que 2019, sentencia 53/2019; SJS núm. 5 de Valencia de 10 de junio de 2019, núm.
aparentemente concurre dependencia – identificable en la más que 197/2019; SJS núm 31 de Barcelona, de 11 de junio de 2019, sentencia 193/2019;
notable presencia de instrucciones e indicaciones de la plataforma. y la SJS de Madrid núm. 19, de 22 de junio de 2019.
A lo anterior, se añade la concurrencia de ajenidad --es decir, que el 8 Son una serie de sentencias del Juzgado de lo Social (SJS): SJS núm. 39 de
trabajo se desempeña por cuenta de otro-- lo que se detecta en base Madrid de 3 de septiembre, núm. 284/2018; SJS núm 17 de Madrid de 11 de enero
a diversas circunstancias, destacándose especialmente el peso del de 2019, núm. 12/2019; SJS núm. 24 de Barcelona, de 21 de mayo de 2019, núm.
202/2019; SJS núm. 24 de Barcelona, de 29 de mayo de 2019, núm. 205/2019;
aplicativo y de la “marca” en el desarrollo de la actividad. La aportación
SJS núm. 1 de Salamanca de 14 de junio de 2019, sentencia núm. 215/2019.
de medios de producción por parte de los trabajadores es variable con
realidades que van desde la aportación de herramientas de escaso
valor, como sucede con las bicicletas de los repartidores de Deliveroo
o de Glovo, hasta una aportación de medios de mayor significación
como sucede con los automóviles aportados por los conductores de
Uber o Cabify 5 . En todo caso, los medios de producción aportados
por los “colaboradores” no impiden que quepa apreciarse que nos
encontramos ante una prestación por cuenta ajena.
Pues bien, lo cierto es que tras una época en la que las plataformas
de reparto lograron esquivar la intervención de los los tribunales
191
participación del colectivo pero que los desvincula de las grandes o la empresa en sentido estricto, lo que se traduce en una laguna de
medianas centrales sindicales, lo que puede lastrar en el medio plazo envergadura: es decir, a priori y siguiendo una interpretación literal de
la eficacia de su acción. Eso ha sucedido también con los colaboradores la LOLS y de la LETA, los trabajadores autónomos afiliados a sindicatos
de platoformas off line10 . carecerían de un claro y completo derecho a la acción sindical y por lo
Llegados a este punto, abordaré a continuación dos aspectos tanto carecerían del derecho a integrarse en las Secciones Sindicales
destacados en perspectiva colectiva. De un lado, el alcance de los de empresa atendiendo a que, al menos aparentemente, el artículo
derechos colectivos de estos trabajadores para el caso de que se 8 LOLS únicamente reconocería el derecho a la constitución de
consolide su consideración como trabajadores autónomos. De Secciones Sindicales, en la empresa o en el centro, a trabajadores por
otro, la adecuación de los sistemas legales de representación de cuenta ejena.
los trabajadores –unitario y sindical—para el caso de que se acabe No obstante, cabría también otra lectura más adaptada al momento
considerando que los trabajadores de plataformas en su modalidad off actual, de la que cabría deducir que si el trabajador autónomo puede
line son trabajadores por cuenta ajena. afiliarse a un sindicato puede articular su protección mediante la
A este respecto, en la medida en la que se considere que nos constitución originaria o sobrevenida de Secciones Sindicales16 mixtas
encontramos ante trabajadores por cuenta ajena, la articulación – de trabajadores por cuenta ajena y de trabajadores autónomos. Para
colectiva de las personas que desarrollan servicios por cuenta de ello caben al menos dos argumentos; en primer lugar, no tiene sentido
plataformas no suscita –al menos en el plano teórico-- grandes que el trabajador autónomo pueda afiliarse a un sindicato y no pueda,
cuestiones ya que como trabajadores disfrutarán del derecho a la a su vez, articularse con sus compañeros de plantilla en un sentido
participación en la empresa a través de las representaciones unitarias, amplio para lo cual se contaría con el argumento adicional del artículo
reguladas en el Capítulo II (art. 62 y ss) 11 de la Ley del Estatuto de 19 de la LETA, que reconoce a los trabajadores autónomos el derecho a
los Trabajadores, (Real Decreto-Legislativo 2/2015, de 23 de octubre, la acción colectiva en defensa de sus intereses profesionales . Todo ello,
en adelante TRLET), al tiempo que estos trabajadores serían titulares sin perjuicio de que también puedan constituirse Secciones integradas
del derecho a la libertad sindical, sin matices, lo que comporta entre únicamente por trabajadores autónomos.
otras cuestiones los derechos a la afiliación a cualquier sindicato y la En segundo lugar, la constitución de las secciones y su funcionamiento
posibilidad de promover la constitución de representaciones sindicales se van a fundamentar en los Estatutos del sindicato
en las empresas o centros de trabajo –las denominadas secciones
sindicales del artículo 8 de la Ley Orgánica 11/1985, de 2 de agosto,
9 Eso es lo que sucedió con la plataforma Deliveroo, ya que en el momento de
de Libertad Sindical (en adelante LOLS) 12 - así como los derechos a la su implantación (2016) la empresa contaba con cinco “centroides” en Barcelona.
negociación colectiva y a la huelga. Se trataba de puntos donde se concentraban los repartidores a la espera de los
Ahora bien, hoy por hoy este planteamiento no es claramente viable pedidos. Además, se fomentaba el contacto entre “colaboradores” a través de
porque las plataformas sacan provecho de un escenario incierto que un chat de la empresa. Pues bien, tras las primeras movilizaciones Deliveroo
suprimió esta política de “centroides” y el chat, a fin de aislar a los trabajadores y
han contribuido a generar, lo que constituye una excelente coartada
socavar la creciente movilización de la plantilla. Datos obtenidos de la entrevista
para ignorar la perspectiva colectiva, cuando no para reprimirla con realizada a Felipe Corredor el 12 de junio de 2019, extrabajador de Deliveroo
sutil contundencia. y activista de Riders por Derechos en el marco del proyecto de investigación
identificado en nota al principio de la ponencia. Entrevista realizada por Ramon
de Alós (Departamento de Sociología, Universidad Autónoma de Barcelona).
2. El alcance de los derechos colectivos de los
10 Entre otras razones, las plataformas han proliferado a causa de la distancia
trabajadores al servicio de plataformas en la con la que son percibidos los grandes sindicatos españoles. En este sentido,
hipótesis de su consideración como trabajadores destaca la plataforma Riders x Derechos, (que aglutina a repartidores y està
autónomos. vinculada a una confederación sindical que agrupa iniciativas independientes:
La situación actual del debate exige aproximarse a la hipótesis de que la denominada Intersindical Alternativa de Cataluña). Destaca en este terreno
las Kellys, una asociación que agrupa a las camareras de pisos, empleadas de
los trabajadores al servicio de plataformas tengan o puedan tener
contratistas en el subsector de la hotelería. https://laskellys.wordpress.com/
la consideración de trabajadores autónomos dependientes (art. 11 barcelona/
LETA), teniendo en cuenta que esa ha sido la hipótesis por la que se
11Más adelante se reseñan algunos detalles de estas estructuras de
han inclinado un buen número de las resoluciones judiciales y es la representación denominadas comitè de empresa y delegado de personal. Se
“solución” ansiada por las plataformas. La cuestión tiene también trataría de estructuras en la línea de los “representantes electos” mencionados en
interés en el contexto de empresas que combinan trabajadores por el Convenio de la OIT núm.135 de protección y facilidades de los representantes
cuenta ajena con trabajadores por cuenta propia que desarrollan su de los trabajadores.
actividad de forma exclusiva o cuasiexclusiva como trabajadores 12Se trata de una agrupación de trabajadores afiliados a un sindicato en la
autónomos dependientes. En este sentido, es imprescindible valorar empresa o en el centro de trabajo, constituida formalmente como tal, de
el alcance de los derechos colectivos de los trabajadores autónomos. acuerdo con lo previsto en el los Estatutos del Sindicato. Es una estructura que
Y la reflexion debe aunar los derechos colectivos de los trabajadores representa a los trabajadorees afiliados al sindicato en la empresa, pero que
autónomos dependientes (art. 11 LETA) y la de los derechos colectivos cuenta con atribuciones que le permiten actuar en nombre de toda la plantilla.
de los trabajadores autónomos “ordinarios”. 13Cuestión subrayada por ÁLVAREZ CUESTA, H: “El derecho colectivo de
los trabajadores autónomos” en FERNÁNDEZ-COSTALES MUÑIZ, J. y
En todo caso, hay un elemento claro; esto es la ausencia del derecho a la ÁLVAREZ CUESTA, H.:Régimen profesional, derechos colectivos y Seguridad
participación en las elecciones a órganos unitarios de los trabajadores Social del trabajador autónomo tras la Ley 20/2007, de 11 de julio, del Estatuto
por cuenta ajena en la empresa (arts. 63 y ss TRLET) y la ausencia del del trabajo autónomo, Eolas Ediciones, León, 2009, pág. 101.
derecho a la participación a través de estructuras legales propias de 14 El artículo 19.1 a] LETA señala cómo los trabajadores autónomos tendrán el
trabajadores autónomos, que no se prevén en la Ley 13 . derecho a la afiliación sindical de conformidad con la legislación correspondiente,
Ahora bien, la falta de derechos en materia de representaciones es decir, de conformidad con la LOLS. La remisión a la LOLS deja en evidencia de
que los trabajadores autónomos con empleados no podrán afiliarse a sindicatos
unitarias exige explorar los márgenes que cabe extraer del derecho
porque es una posibilidad no contemplada por la propia LOLS (art. 3.1.).
de libertad sindical. Así, desde 1985, para el caso de los trabajadores
15 Como señala GUERRERO VIZUETE, E.: “La digitalización...”, ob. cit., pág.
autónomos “ordinarios” sin empleados, la LOLS había establecido que
27, “ el derecho de libertad sindical de quienes desarrollan una prestación de
tendrán derecho (art. 3.1) a la afiliación sindical, si bien no podrán servicios con autonomia y sin ajenidad queda constreñido al al derecho de
fundar sindicatos que tengan por objeto la defensa de sus intereses afiliación a sindicatos”. Ahora bien, el derecho de afiliación otorga al sindicato
singulares, y sin perjuicio de que esos intereses podrían ser defendidos la posibilidad de promocionar la mejora en las condiciones de los trabajadores
por organizaciones empresariales. La Ley del Estatuto del Trabajador autonómos mediante el dialogo social en relación con reformas legislativas y
Autónomo, de aparición muy posterior (2007), asume el planteamiento otras vías menores, pero la traslación práctica de ese derecho es muy limitada.
de la LOLS ya que reconoce el derecho a la afiliación sindical a los Eso sí, la aparición en 2007 de los acuerdos de interés profesional –una suerte
de convenio colectivo de trabajador autónomo dependiente – abre juego para
trabajadores autónomos dependientes y a los trabajadores autónomos
que trabajadores y sindicatos puedan negociar colectivamente las condiciones
ordinarios sin empleados14 , pero se trata de un derecho con escasas
del colectivo frente a las empresas para las que prestan servicios.
consecuencias prácticas15 . Ahora bien, más allá del reconocimiento
legal de un “nudo” derecho a la afiliación sindical, el legislador 16 GUERRERO VIZUETE, E.: “La digitalización...”, ob. cit., pág 278.
introduce en 2007 una llamativa novedad: la posibilidad de constituir
asociaciones específicas de trabajadores autónomos y la posibilidad
de que estas y/o los sindicatos puedan negociar sus condiciones
de trabajo colectivamente mediante la figura de los denominados
acuerdos de interés profesional.
Ahora bien, la Ley no efectúa mención alguna a la acción sindical en

192
y si bien es cierto que los Estatutos de los sindicatos no prevén hoy que la puesta en marcha de representaciones unitarias en el entorno de
en día esta posibilidad, tampoco la prohíben, de modo que parece las plataformas es actualmente poco más que una quimera, dadas las
razonable que estos trabajadores puedan integrarse en la sección, circunstancias que van a permitir a las plataformas esquivar la petición
“integración” que tampoco les va a reportar muchas ventajas pero sí de los trabajadores.
un mayor aplomo reivindicativo17. 3.2 El ámbito de la representación en el terreno de las secciones
sindicales.
3. Ámbitos de implantación de representaciones En lo que respecta a las estructuras de representación sindical, se ha
de los trabajadores y su interés en el terreno del de señalar que las mismas se adaptan mejor a los entornos productivos
trabajo mediante plataformas. más vaporosos 24 , como es el caso de las plataformas colaborativas.
A continuación se llevarán a cabo reflexiones de interés en la hipótesis A este respecto, el ordenamiento jurídico español, en particular el
de que finalmente el legislador se decante por que el trabajo en artículo 8.2 LOLS atribuye a los trabajadores afiliados a un sindicato
plataformas off line tenga la consideración de trabajo por cuenta ajena. el derecho de constituir secciones sindicales tanto en el ámbito de
En particular, se hará especial énfasis en los aspectos referidos al empresa como en el del de centro de trabajo. Se trata de una posibilidad
ámbito de implantación de las representaciones, una cuestión que ha que quedaría en manos de los promotores de la sección teniendo en
suscitado problemas crecientes en el terreno de las representaciones cuenta que son ellos los que van a contar con la libertad de identificar
unitarias. el ámbito de la representación sindical –el centro o la empresa-- que
más les convenga.
3.1. El ámbito en el terreno de las representaciones unitarias y otras
cuestiones relacionadas con estas representaciones. Suponiendo que los trabajadores estén interesados en la constitución
de una sección a nivel de empresa, cabe plantearse si la plataforma
Tradicionalmente, el ámbito natural de constitución de las virtual de repartidores, de traductores, de conductores de vehículos
representaciones unitarias ha sido el centro de trabajo, todo ello de o de cualquier otro servicio puede ser asimilada a una empresa. En
conformidad con lo previsto en el artículo 63 del TRLET donde se este sentido, la plataforma implica un conjunto de medios materiales
apunta al centro como base de constitución de estas representaciones: –fundamentalmente el aplicativo, el equipamiento informático,
los denominados comités de empresa para centros de 50 o más mobiliario de los locales donde desempeñen actividad los empleados
trabajadores y los delegados de personal, para el caso de centros de de estructura —y medios humanos ordenados a la prestación de
trabajo entre 11 y 49 trabajadores (art. 62.1 TRLET). La utilización un servicio, lo que va a incluir a un grupo más o menos limitado de
del centro genera algunas disfunciones, de modo que para paliarlas, trabajadores de estructura. Por lo tanto, sin perjuicio de que nos
existen en España algunos remedios normativos que permiten una encontremos ante unidades productivas mucho más difusas que la
visión coordinada de los intereses del conjunto de los trabajadores empresa analógica o tradicional 25 , hay margen para la identificación de
de la empresa – los comités intercentros (art. 63.3 TRLET) creados la empresa, por lo que los trabajadores tendrán el derecho a constituir
mediante la negociación colectiva—o bien para garantizar una mayor la sección sindical a este nivel, lo que sin duda puede ser mucho más
solidez en la representación de pequeños centros de trabajo a través
del comité conjunto del articulo 63.2 TRLET18 . De cualquier modo,
la doctrina española coincide plenamente a la hora de apuntar a que 17En el mismo sentido ÁLVAREZ CUESTA, H.: “El derecho colectivo ...”, ob.
la representación por centros ha contribuido en los últimas décadas a cit., pág. 105, limitándolo evidentemente a los trabajadores autónomos que
debilitar la posición de las representaciones de los trabajadores. estén afiliados a la central.
18 En este caso, prevé la Ley que cuando dentro de una misma empresa y en
El artículo 1.5 del TRLET identifica la figura del centro y determina
una misma provincia varios centros tengan menos de cincuenta trabajadores
que tendrá la consideracion de centro de trabajo toda aquella “unidad pero en su conjunto alcancen un censo de 50 trabajadores, podran constituirse
productiva con organización específica, que sea dada de alta, como un Comité de Empresa conjunto, que aglutinará a los trabajadores integrados
tal, ante la autoridad laboral”. Por lo tanto, siempre que quepa en pequeños centros de trabajo. Ahora bien, la interpretación judicial impide
identificar un centro de trabajo en el sentido del artículo 1.5 del que se puedan agrupar centros de menos de once trabajadores, lo que mina
TRLET nos hallaremos ante la base obligada para la puesta en marcha notablementela viabilidad de los Comités conjuntos.
de representaciones unitarias. Para que exista en sentido estricto un 19 Como señala GUERRERO VIZUETE, E.: “La digitalización ...”, ob. cit., pág.
centro de trabajo , será necesario que la unidad productiva cuente con 278, la referencia legal a la organización específica debe ser entendida en el
autonomía organizativa mínima19 a fin de que pueda considerarse una sentido de autonomia organizativa”.
unidad productiva con organización específica. La Ley no especifica 20 Lo que ha llevado a GUTIÉRREZ COLOMINAS, D.: ¿Es eficaz la
qué hemos de entender por un entorno laboral con “organización configuración actual de constitución de la representación sindical de los
específica” --o con autonomía organizativa 20 que es la expresión trabajadores en las empresas dispersas?”, ob. cit., pág. 295, ha reivindicado
que el legislador debería especificar y detallar de algún modo el significado y el
análoga acuñada por la jurisprudencia-- pero cabría interpretar que la
alcance de la expresión “organización específica” .
organización o autonomía concurre si en el centro de trabajo se detecta
un margen en alguna parcela de decisión de la empresa 21 , todo ello sin 21 En el caso abordado por la STS de 11 de febrero de 2015 (recud 2872/2013)
el hecho de que cada dependencia o entorno laboral –de entre tres y cuatro
perjuicio de que exista una dirección general que opere y decida a nivel trabajadores de plantilla—disponga de su propio calendario laboral y un
de toda la empresa. régimen de pedidos y de facturación independiente lleva al Tribunal a apreciar
Señalado lo anterior cabría plantearse si es posible deslindar centros de la concurrencia de “organización propia”. Otro tanto afirma la STS de 14 de
trabajo –o unidades productivas con organización específica—dentro julio de 2011 (rec. 140/2010) para un supuesto en que cada centro dispone de
un encargado y cuenta con un cuadro de vacaciones especifico. Diferente es el
de plataformas o empresas virtuales y creo que cabe una respuesta
supuesto planteado en la STSJ de Cataluña de 9 de julio de 2009 (rec 1586/2009)
positiva teniendo en cuenta que algunas plataformas virtuales se han en el que no se asimila a centro de trabajo “(...) los servicios asistenciales o de
consolidado en grandes ciudades españolas bajo la impresión de que Atención Domiciliaria prestados por sus empleados en las dependencias del
existe una mínima autonomía organizativa en ámbitos como el de la Ayuntamiento de Viladecans, puesto que dicha agrupación de trabajadores no
contratación u otros en cada uno de los entornos urbanos –Madrid, constituye una actividad productiva autónoma, con organización específica,
Barcelona, Valencia, y otras-- en los que se han instalado 22 . dada de alta ante la Autoridad laboral, sino, como acertadamente razona la
Juzgadora de Instancia, un mero lugar de trabajo”
Y es aquí donde los intereres de los trabajadores y del empresario
colisionan en el contexto de la promoción de elecciones a 22 La sentencia del Juzgado de lo Social núm. 5 de Valencia, de 10 de junio de
2019 (sentencia 197/2019) señala cómo la empresa ha dado de alta actividad en
representaciones unitarias ya que en la medida los entornos laborales
la Ciudad de Valencia, con un número de cuenta de cotización a la Seguridad
locales cuenten –o se aprecie en ellos— con autonomía organizativa Social pero sin que conste apertura de centro de trabajo, quizás porque no
tendrán la consideración de centro de trabajo, lo que impedirá la cuenta con una dependencia física, aunque la sentencia refleja el alta de un
constitución de órganos de representación a nivel de toda la empresa, trabajador en 2016, con toda probabilidad un trabajador de estructura.
una posibilidad de especial interés en un contexto tan volátil como 23 Entre otras cosas, la empresa debe facilitar los medios precisos para el normal
el de las plataformas. Parece evidente que sería más ventajosa la desarrollo del proceso electoral (art. 75 TRLET) además de estar obligada a
posibilidad de articular representaciones a nivel del conjunto de facilitar el censo de los trabajadores (art. 74.3 TRLET).
toda la plataforma, pero ello no va a ser posible a partir del sistema 24 En el mismo sentido, GUERRERO VIZUETE, E.: “La digitalización...”ob.
actualmente vigente en España. cit., pág 278.
En todo caso, para que puedan constituirse estructuras de
representación unitaria se exige hoy en día de un modo claro e
inequívoco la existencia de contrato de trabajo entre trabajadores y las
plataformas y cabe insistir en que en el momento actual eso está lejos de
aclararse. Además, el proceso dirigido a la elección de representantes
unitarios exige una notable colaboración empresarial 23 , de manera

193
beneficioso a fin de generar relaciones de negociación y de conflicto a apenas necesidad de colaboración empresarial en su puesta en marcha,
mayor escala; la del conjunto de la empresa. característica que simplifica su activación.
Parece evidente que más allá de su carácter versátil en cuanto
a la libre elección de ámbito –centro y empresa—las secciones 25 PASTOR MARTÍNEZ, A.: “Una aproximación a la problemática de la
sindicales son una estructura de representación mucho más viable representación colectiva de los trabajadores de las plataformas “colaborativas” y
que las representaciones unitarias en un entorno de inseguridad en entornos virtuales”, IUslabor, núm. 2, 2018, pág. 219, recuerda que el trabajo
jurídica –el actual—y de hostigamiento empresarial. Y es que para la pasa a desarrollarse en unidades de producción descentralizadas que dejan de
constitución de secciones sindicales es suficiente el simple acuerdo converger en un único centro de trabajo.
de los trabajadores de la plantilla afiliados al sindicato, sin que sea 26Se trata de la Sentencia del Juzgado de lo Social núm. 31 de Barcelona de
necesaria colaboración empresarial ni el visto bueno de la misma. No 11 de junio de 2019 (número 193/2019), en cuyos antecedentes se refleja la
constitución de una sección sindical a nivel de empresa.
en vano, alguna sentencia judicial refleja cómo en una plataforma se
ha constituido una sección sindical como instrumento orientado a 27A este respecto, el Tribunal Constitucional aceptó la utilización de medios
la defensa de los intereses de los trabajadores, sin perjuicio de que preexistentes en la empresa, que no comportasen mayores costes al empresario,
dejando que este pudiese limitar o regular unilateralmente su utilización,
la empresa niega que dicha sección se ajuste a la legalidad 26 , una condiciones o límites dado que el TC partía de la lógica de limitar la utilización
posición empresarial que muy probablemente se basa en que se niega sindical de medios empresariales que en principio estaban destinados a la
la laboralidad del vinculo que actividad productiva.
Por lo demás, la sección sindical es una estructura con facultades
limitadas si el sindicato al que pertenece no tiene presencia en los
órganos unitarios de representación. Sin embargo, es una estructura
adecuada para plantear y negociar acuerdos de condiciones de trabajo
a nivel de empresa o de centro y medidas de conflicto. Ahora bien, la
consolidación de plataformas virtuales como titulares de actividades
productivas debería llevar al reforzamiento del derecho de los
sindicatos y especialmente de las secciones sindicales de empresa a
la utilización de medios telemáticos de la empresa para conectarse y
transmitir información sindical a los trabajadores, un derecho que de
un modo condicionado estableció el Tribunal Constitucional mediante
la Sentencia 281/2005, de 7 de noviembre 27. Y es que siguiendo la
literalidad del artículo 8 LOLS, la norma reconoce el derecho de los
trabajadores afiliados a sindicatos a transmitir información sindical a
los trabajadores, pero se trata de un derecho reconocido en 1985 bajo
el esquema de la empresa presencial o análogica, ya que dicho derecho
podía ejercitarse en el centro, fuera del horario de trabajo, sin perturbar
la actividad productiva y –se deduce-- difundiendo la información en
formato papel. De ahí que en un entorno digital debería permitirse que
no solo el sindicato sino especialmente la sección tuviese la facultad
de centralizar el contacto y la información a la plantilla mediante la
utilización de medios empresariales telemáticos.

4. Conclusiones.
El trabajo mediante plataformas, especialmente en su modalidad off
line está suscitando un notable debate jurídico en España a propósito
del carácter laboral o no de la prestación de servicios llevada a cabo por
sus colaboradores. El debate de fondo, en el que el legislador mantiene
una posición omisiva, ha generado una notable división en los juzgados
de instancia. Esta circunstancia genera una notable inseguridad a
propósito del margen del que disponen los trabajadores de plataformas
para articular representaciones que permitan la defensa y promoción
de sus derechos. Esta circunstancia se ve agravada ante la consolidación
de nuevas tendencias entre los trabajadores más precarizados, que se
apartan de las grandes centrales sindicales constituyendo asociaciones
y otro tipo de plataformas reivindicatives.
En el actual contexto y partiendo de la ambigüedad del status de
los colaboradores de plataformas en España es obligado explorar al
máximo las posibilidades del derecho a la libertad sindical reconocido
a los trabajadores autónomos sin empleados, especialmente a los
trabajadores autónomos dependientes. Por ello, cabe reivindicar
que más allá de su derecho a la firma de acuerdos interprofesionales,
disfrutan de un cierto margen de acción sindical frente al “cliente” o
empresa para la cual trabajen, tanto si lo hacen de modo exclusivo como
preferente. Y ello debería incluir el derecho a articular su actividad
mediante representaciones o secciones sindicales de carácter mixto
o bien integradas exclusivamente por trabajadores autónomos, una
posibilidad que el ordenamiento jurídico español no prevé.
En la perspectiva de que la jurisprudencia o el legislador puedan
consolidar el carácter laboral de las prestaciones desarrolladas a través
de plataformas off line, se ha de señalar que el régimen jurídico que
regula a las representaciones unitarias y sindicales va a condicionar las
posibilidades de articulación de la representacion de los trabajadores.
En este sentido, las estructuras de representación unitaria constituyen
instrumentos más problemáticos, al establecer como obligatorio
un ámbito de constitución de centro de trabajo, lo que impide una
acción sindical concertada de ámbito empresarial, una posibilidad –la
de ámbito empresarial—que sería de especial interés en un entorno
tan vaporoso como el digital. Por lo contrario, las representaciones
sindicales se presentan como instrumentos mucho más versátiles
teniendo en cuenta que el ámbito de constitución –la empresa o
el centro- quedan en manos de los promotores. Además, no existe
194
EL JURISTA DEL TRABAJO FRENTE A LA “ON el espacio de trabajo se transforma en su interior, se deslocaliza por
DEMAND ECONOMY”. ECHANDO LUZ A UN intermediación tecnológica, se trabaja a distancia y las relaciones se
establecen a través de redes.
VÍNCULO JURÍDICO ATÍPICO
En el contexto descripto, se impone un discurso “amable” en donde
María Angeles Valle˜ se empuja a los individuos a convertirse en “emprendedores”, aunque
en rigor de verdad—en muchos casos— su destino esté en manos de
Un común denominador de las revoluciones industriales resulta ser empresas transnacionales que capitalizan el valor de ese trabajo . Se
la incorporación de nuevas tecnologías al proceso productivocon nos presenta un sistema flexible y volublepermite que un individuo
la consecuente alteración del sistema de relaciones del trabajo. La que presta servicios pueda hacerlo con carácter ocasional o periódico,
digitalización permitió el origen de nuevas formas de trabajar que de forma profesional o no, a jornada completa o parcial, con la finalidad
incorporan un elemento de flexibilidad en el vínculo que se desarrolla de completar su nivel de ingresos, o bien, como vía de expandir los
entre la empresa y el sujeto que ejecuta el servicio. Tal fenómeno bienes y servicios que ya distribuye a través de su empresa tradicional.
torna dificultosa la labor del observador que pretenda otorgarle –a
la relación que analice en ese marco- una determinada calificación 2. Algunas precisiones
jurídica.Se delimitarán los conceptos de “economía bajo demanda”,
“economía colaborativa” y “crowdwork”. Luego, se establecerá que Es importante señalar que una primera dificultad que afronta
el trabajo en las plataformas importa un supuesto que no cuadra el operador jurídico es la realidad con que tiene que tratar el
dentro de la clásica “matriz” de trabajo dependiente que permita ordenamiento normativo, ya que interactúan factores económicos,
incorporarlo automáticamente al ámbito subjetivo de aplicación del tecnológicos y organizativos, y es —en definitiva— una realidad en
Derecho del Trabajo.Se reflexionarási estamos frente a un problema gran medida desconocida y que en muchos aspectos se debe definir .
de interpretación y readecuación del concepto de dependencia yse El discurso sobre el impacto de la tecnología en el mundo del trabajo se
propondrá la “construcción racional del concepto”a partir del estudio presenta confuso y demasiado futurible lo que impide conseguir una
del caso. concreción que brinde soluciones a los retos actuales . Así, se encuentran
una multiplicidad de definicionesen la doctricna sobre los términos
“economía bajo demanda”, “economía colaborativa” y “crowdwork”.
1. El escenario De tal modo, hallaremos posturas que empleen expresiones como
Los historiadores han demostrado que, al menos, hubo dos Sharingeconomy, collaborativeeconomy, on-demandeconomy,
revoluciones industriales; la primera, se originó hacia el último tercio collaborativeconsumptioncomo denominaciones que representan el
del s. XVIII y se caracterizó –en un sentido general- por la sustitución mismo fenómeno. Por lo tanto, deviene en imprescindible delimitar y
de la herramienta manual por la herramienta mecánica: la máquina esclarecer los conceptos para poder circunscribir los fenómenos que se
y produjo la consecuente aceleración de los tiempos de producción pretenden analizar.
de las mercancías . Una segunda revolución tuvo lugar unos cien Como se ha esbozado en el apartado introductorio, es posible sostener
años después y ofreció el desarrollo de la electricidad, el motor de que los mercados y la economíasufren modificaciones por la utilización
combustión interna y el inicio de las tecnologías de la comunicación de nuevas tecnologías, propiciando la aparición de nuevos modelos de
. El elemento básico del sistema de producción consistía en la división negocio en los cuales adquieren un papel central las plataformas. Al
técnica avanzada del trabajo, que introdujo dinamismo a las industrias hacer referencia al término “plataforma”debemos distinguir entre:
yprovocó un incremento masivo en su escala de operaciones y una
integración vertical progresiva en la empresa . Se implantaron las Plataforma digital: sistemas tecnológicos inteligentes que gestionan
líneas de producción en las fábricas con reducción en los tiempos de activamente la transmisión de datos y modulares, en los que el
elaboración . dueño de la plataforma y los terceros pueden ofrecer sus contenidos
y servicios en forma complementaria para aumentar el valor de la
Durante los años setenta confluyeron tres factores que determinarían plataforma, con el encuentro de clientes y proveedores en un entonces
la evolución futura: la revolución tecnológica de la información, la crisis de servicio garantizado .
económica del capitalismo y el surgimiento de nuevos movimientos
sociales y culturales. De la interacción de estos tres fenómenos y la Plataforma informática: es una potente herramienta de gestión
alteración que los mismos provocaron en la estructura social, surgió empresarial conformada por un conjunto de hardware (servidores de
una nueva sociedad (sociedad red), una nueva economía (la economía bases de datos, servidores de aplicaciones, equipos de conectividad,
global) y una nueva cultura: la virtualidad real . etc.), software (aplicaciones empresariales, módulos especializados,
etc.), estándares internacionales, metodologías, servicios, etc.,
En el contexto que se describe, algunos autores identifican una “tercer sobrepasando todo lo conocido hasta ahora como sistema informático
revolución industrial” - hacia 1989- caracterizada por el uso intensivo tradicional .
y extensivo de la automatización y robotización de base electrónica
. Fueron empleadas tecnologías de información a las líneas de Por tanto, estamos ante a una “economía” (entendida como sistema
producción en el ámbito laboral, lo que permitió un nuevo modelo de de administración eficaz y razonable de bienes y servicios) “digital”
producción caracterizado por la flexibilidad del producto, de volumen (que incorporó sistemas tecnológicos inteligentes que gestionan la
y de las líneas de producción . transmisión de datos y modulares) que está generando modelos de
negocios –en el caso: plataformas virtuales— que crean la posibilidad
En nuestros días, experimentamos una revolución –por llamarla de que los consumidores y oferentes puedan contactarse en el mismo
de algún modo- en torno a las tecnologías del procesamiento de la momento en que se produce la demanda del bien o del servicio que se
información y de la comunicación. La tecnología de la información requiera. Así, se ha definido a las plataformas virtuales como empresas
es a esta revolución lo que fueron las nuevas fuentes de energía en que facilitan o gestionan mercados multilaterales , que utilizan
las sucesivas revoluciones industriales (del motor de vapor a los Internet para hacer posibles interacciones entre dos o más grupos de
combustibles fósiles y la energía nuclear) . La denominada “cuarta usuarios distintos pero interdependientes .
revolución industrial” sugiere la integración física de sistemas
electrónicos a sistemas mecánicos y luego la integración de dispositivos, Resulta posible entonces, afirmar que la noción “economía bajo
máquinas, procesos y sistemas de manufactura por medio de las demanda” remite al conjunto de negocios, diferentes entre sí, que
tecnologías de información y comunicación hasta la integración total poseen como característica común la utilización imprescindible de
de la fábrica digital . una plataforma virtual en la que tiene lugar el encuentro de la oferta
y la demanda de bienes o servicios. La presencia de las plataformas
A grandes rasgos, es posible advertir que el impacto de las virtuales es el dato común a todas las manifestaciones de la economía
revoluciones tecnológicas en el esquema organizacional empresario bajo demanda, al extremo de permitir la denominación alternativa e
y su consecuente impacto en las relaciones del trabajo no es una indistinta de “economía de plataformas”.
cuestión novedosasino que, a lo largo de la historia, el vínculo laboral
dependiente fue “mutando”a fin de adaptarse a los nuevos paradigmas La definición que se ensaya pretende ser más amplia que muchas de las
tecnológicos y organizativos. vertidas por la doctrina toda vez que no se tiene en cuenta el objeto
negocial (bien o servicio); quién ofrece el bien o servicio (empresa,
La particularidad del escenario que se describe radica en la flexibilidad profesional oparticular); cuál es el rol que desempeña la plataforma
en que se asientael mismo: no sólo los procesos son reversibles, sino digital (intermediaria o prestadora de la actividad subyacente); ni
que pueden modificarse las organizaciones e incluso alterarse de
forma fundamental a través de la reordenación de sus componentes. La
informatización incorporada en la empresa ocasionó la dispersión de
los puestos de trabajo tornando innecesaria la existencia de una sede
empresaria centralizada . De tal modo, la empresa resulta intangible,

195
siquiera si existe ánimo de lucro en el intercambio. persona humana que trabaja .
Delimitado ello, resulta posible afirmar que “economía bajo demanda” No obstante, y sin perder de vista el dato central de nuestra materia,
será el género que nuclee a dos tipos específicos: Ackerman destaca que para entender la razón de ser y el ámbito de
- La economía colaborativa (sharingeconomy); aplicación del Derecho del Trabajo, debe agregarse a dicha afirmación
que esa prestación personal resulte por cuenta (ajenidad) y bajo la
- El crowdwork . dependencia (subordinación) de otra persona y a cambio de una
Veamos de qué se trata cada una de ellos. remuneración. Así, afirma que no es el trabajo el que –o lo que-
No existe en la multiplicidad de definiciones que pueden encontrarse depende, sino quien lo ejecuta y de quien aquel es inescindible .
en la doctrina consenso en torno a la definición de la “economía Sin adentrarnos en las diversas y calificadas teorías que existen al
colaborativa”. Es posible identificar posturas que defienden una respecto, entendemos que la construcción de este entramado se
economía colaborativa plenamente abierta y enfocada en compartir sustenta sobre un cimiento conceptual esencial en la configuración
y los que ven sólo una oportunidad de negocio y apertura de nuevos de nuestra disciplina: la subordinación o dependencia del sujeto que
mercados .Con un origen más o menos incierto, de lo que no existe presta el trabajo. Es sabido por el lector que la gran mayoría de los
duda es que esa forma de negocio está ligada directamente al fenómeno ordenamientos jurídicos parten de la noción de trabajo dependiente
de las redes sociales y a las innovaciones tecnológicas que producen o subordinado como objeto regulado por el Derecho del Trabajo . Por
una conexión espontánea de personas que buscan satisfacer deseos o tanto, el concepto de dependencia subordina el ámbito subjetivo de
necesidades. Para precisar, se trata de aquella actividad de intercambio aplicación de nuestra materia.
entre oferta y demanda, que tiene lugar a través de una plataforma A fin de circunscribir el análisis, seguiremos aGoldínal entender que
virtual, mediante la cual se pone a disposición de otros, recursos el proceso de construcción del concepto de dependencia laboral se
ociosos infrautilizados (una habitación, un auto, etc.)a los que se les caracteriza como el producto del reconocimiento inductivo de las
da un uso por parte de otras personas. Aparece la idea de una red de notas que singularizaran históricamente el modo en que el típico
sujetos en un plano de igualdad de poder en torno al intercambio. Se le trabajador industrial y el titular de la organización productiva se
asigna un valor de uso del bien, en relación a la menor importancia que vinculan en el marco de la sociedad capitalista .
cobra el valor del cambio del bien. Lo central de este punto, radica en
que su objeto no es la obtención de una ganancia sino la disminución En los orígenes de nuestra materia, había una única regulación que
de los costos derivados del mantenimiento y utilización del bien. delimitaba con nitidez la identificación del trabajador asalariado
Así, los individuos ofrecen compartir sus bienes personales –lo que dentro del sector industrial con respecto a otros trabajadores no
excluye de la definición a los servicios -con potenciales consumidores asalariados. El trabajo objeto de regulación jurídica se identificaba con
mediante las plataformas virtuales. el sector industrial en torno a las grandes fábricas en zonas urbanas.
Con posterioridad se produce una etapa de consolidación del Derecho
Por otra parte, el denominado crowdworkconsiste en una especie del Trabajo caracterizada por la extensión del ámbito de aplicación
dentro del género “economía bajo demanda” que importa un modelo subjetivo a las actividades profesionales propias del sector terciario
de negocio por el cual la prestación de un determinado servicio es . Ahora bien, con las sucesivas revoluciones tecnológicas, han tenido
descentralizada a un indefinido número de personas en forma de lugar fenómenos -como el que se analiza- que originan vacilaciones a
convocatoria. De acuerdo a la prestación del servicio –y su ejecución la hora de aplicar un determinado “rótulo” o calificación jurídica a los
en concreto- nos permitirá catalogar el tipo de crowdworkteniendo vínculos que se manifiestan.En el caso de las plataformas virtuales,
en consideración si la ejecución del servicio le permite al prestador estamos ante un supuesto que presenta determinadas características
llevarlo a cabo íntegramente de modo remoto (sin la exigencia de su que se encuentran combinadas de una forma especial y no responden
desplazamiento a un lugar físico) o bien, que el mismo exija para su a los parámetros clásicos que típicamente se encuentran en las
cumplimiento alguna actividad física que importe su desarrollo –al relaciones dependientes tradicionales .
menos en parte- en un lugar concreto. En esa línea, denominaremos al
primero de los supuestos como crowdworkon line y lo distinguiremos Alcanzado este punto, resulta posible sostener que la dependencia
del segundo al que llamaremos crowdwork offline . no es un concepto jurídico formal inventado por el jurista sino una
realidad fáctica. Dicho de otro modo, primero fue el vínculo y sólo
Establecido lo anterior, es posible reconocer dos dimensiones más después la construcción teórica del concepto, que parte de los
en el fenómeno del crowdwork. Si se tiene en cuenta la actividad contenidos fácticos que se reconocen en cada relación individual
que lleva a cabo la plataforma, es posible diferenciar supuestos de típica, se reproducen a modo de constante en todas las del mismo tipo
crowdwork“genéricos”, aquellos en que las plataformas digitales serán y se transfieren inductivamente a niveles superiores de abstracción,
meras intermediarias y podremos hallar en sus bases de datos todo configurando de ese modo una “matriz” de referencia que no sería sino
tipo de servicios ofertados (crowdsourcing genérico); y -en oposición- la proyección conceptual y abstracta de la figura material y concreta del
supuestos a los que llamaremos “específicos” por medio de los cuales trabajador subordinado típico .
tiene lugar la oferta de una actividad en concreto (crowdsourcing
específico). En tal sentido, es dable afirmar que, a lo largo de la historia, el
término“dependencia” se tornó en un concepto variable, que consiente
Desde la perspectiva del orperador jurídico del trabajo, las hipótesis diversos niveles de intensidad, en la que la presencia de todas sus
de crowdwork genéricono presentarían mayores dificultades en su manifestaciones prototípicas o sólo de parte de ellas, así como la
calificación, en la medida que estaríamos frente a un supuesto de intensidad en que cada una de ellas se exhibe en el caso concreto,
un particular o profesional que brinda sus servicios (que de acuerdo marca su proximidad o distancia con la “matriz” conceptual.
a cuáles sean, importará la calificación on line u offline) a un cliente
mediante la publicidad de la plataforma digital sin que ésta última Se invita al operador jurídico a poner en práctica un proceso inductivo
tenga injerencia alguna en la actividad subyacente. En los supuestos que sugiera la identificación de notas que permitan configurar la
donde las plataformas resultan ser simples intermediadoras los prestación del proveedor de servicios en las plataformas digitales
problemas de calificación jurídica se trasladan a la relación entre el como trabajo dependiente o bien llegar a la conclusión opuesta.Por
prestador del servicio y el cliente o destinatario del mismo. lo tanto, será función del observador el análisis del supuesto a fin de
poder considerar si, por las características propias de la prestación del
El punto relevante a analizar será desde la persepctiva del crowdwork “profesional” resulta “amoldable” el concepto de la dependencia a ese
específico en donde las plataformas digitales se ocupan de una trabajo inserto en el marco de una plataforma virtual. De tal forma,
determinada actividad concreta y tienen injerencia en el proceso lograr el estudio de cada vínculo “…mediante un juicio de asimilación,
de ejecución de la actividad. Tanto en el caso del crowdwork online semejanza o parecido, cuya instancia de corte–sea- suficientemente
específico como crowdwork offline específico el jurista del trabajo parecido, luego es dependiente; excesivamente distinto, entonces no
tendrá principal atención al momento de calificar el vínculo jurídico lo es…” .
existente entre el sujeto prestador del servicio y la empresa titutar de
la plataforma digital, a fin de establecer si el trabajo prestado por el Alcanzada esta instancia, el operador jurídico que esté analizando un
sujeto resulta por cuenta propia o bien se configura un supuesto de determinado caso tendrá ante sí un supuesto que cuadre en el ámbito
dependencia. de abarcabilidad de la dependencia y, por tanto, quedará comprendido
por el ordenamiento jurídico laboral, o bien estará frente a la solución
opuesta.
3. La flexibilización del concepto de dependencia
Supiot, esquematizó la esencia que hace al objeto del Derecho del
Trabajo, diciendo que es aquel “que rige los intercambios de trabajo
y dinero” y destacó la trascendencia que tiene la distinción entre el
trabajo como objeto y el trabajador como sujeto de derecho, para
advertir de lo que se habla en el Derecho del Trabajo, es siempre de la
196
4.De la relación jurídica entre el prestador de en los términos analizados anteriormente. Se invitaa la construcción
servicios y la plataforma virtual. Un posible y racional del concepto de dependencia en el marco de las relaciones
nuevo as de indicios que se susciten entre el prestador del servicio y la empresa titular
Tal como se ha señalado, será el supuestocrowdwork el que represente de la plataforma digital. Afirmando, en consecuencia de lo expuesto,
un objeto de riguroso estudio por parte del jurista del trabajo. que la dependencia no es un concepto valorable rígidamente, ya que
Recordemos que la App móvil o plataforma permite la contratación no resulta una noción firme e inconmovible sino que tiene un cierto
de “proveedores” en el momento exacto en que se produce la carácter indeterminado y será tarea del jurista su estudio en concreto.
demanda . Cada una de las microtasks es externalizada, en forma de
llamamiento o convocatoria a un número de prestadores del servicio
lo suficientemente elevado para garantizar que en todo momento
exista una oferta suficiente para atender a la demanda. Es por ello que
las nuevas empresas de base tecnológica sostienen que su función
consiste en poner en contacto al cliente con la persona que realiza
finalmente la prestación .
Es cierto que encontramos particularidades -como ser la difuminación
del carácter intuito personaeen la prestación del servicio y la escasa
continuidad en el tiempo de ejecución de la tarea por parte del
profesional- que, dentro de los parámetros clásicos, pueden poner en
duda si la prestación cuadra dentro del concepto de dependencia y, por
ende, en el ámbito subjetivo de aplicación del ordenamiento jurídico
laboral.
En el presente apartado se intentará indagar la existencia de “nuevos
indicios” -debido a la progresiva flexibilización del concepto de
dependencia- que permitan atraer esta relación al ámbito del Derecho
del Trabajo.
Un primer enfoque podrá dirigirse a estudiar si la compañía detrás
de la plataforma virtual resulta una mera empresa tecnológica o, por
el contrario, es una empresa prestadora de servicios. La respuesta
conducirá a establecer que, de ser una empresa prestadora de servicios,
se nos presente un indicio en torno a que el sujeto “proveedor” esté
inserto en el marco de una organización empresaria ajena y por lo
tanto sometido a su dependencia. Por ende, debemos analizar si
la plataforma resulta ser un medio o herramienta para lograr el fin
económico de la empresa .
Derivado de lo anterior, otro punto a considerar es si las empresas
de referencia pertenecen a un sector o actividad concreta y el cliente
cuando recurre a ellas busca obtener una prestación de servicios
específica. Por oposición, no serán entonces compañías que provean
un “cartel” de anuncios donde cualquier usuario puede hallar
cualquier tipo de trabajador, sino que se ocurre a ella por un concreto
y definido tipo de negocio. La diferencia es de relevancia toda vez que
las plataformas que brindan una actividad específica, en la mayoría
de casos, ejercen un control mucho mayor sobre sus proveedores-
trabajadores .
En esa línea, podrá también estudiarse el control que ejerza la empresa
en el cumplimiento del servicio. La compañía propietaria de la
plataforma y la marca que la representa, tienen interés en que el servicio
se preste correctamente, dado que su reputación depende de ello . La
empresa depende de que sus “colaboradores” hagan correctamente el
trabajo. Esa es la razón que justifica que las plataformas desactiven a
todos los colaboradores que no mantengan alta las evaluaciones de los
clientes . Por ello, un aspecto relevante a analizar será si la empresa
ha dictado las instrucciones suficientes para –y con el objetivo de–
mantener el control sobre el proceso productivo .
Seguidamente, otro aspecto a considerar será la existencia –o no- de
ajenidad en los frutos. Es necesario indagar el concepto por el cual la
empresa propietaria de la plataforma obtiene sus ingresos, si resultan
del “acceso” a la base de datos o los percibe por cada tarea/trabajo
realizado.
Es posible también, adoptar una perspectiva diferente en el análisis y
centrar la atención en el “proveedor”, evaluando su condición –o no-
de empresario. Habrá que considerar si los proveedores que prestan
servicios a través de una plataforma virtual solamente están aportando
mano de obra sin que exista posibilidades de desarrollo empresarial.
Como criterio de análisis, es posible afirmar que los costos o riesgos que
asume el proveedor son de poca importancia como para sostener que
el sujeto está asumiendo los riesgos del negocio . Lo dicho en la medida
en que los materiales que incorpora el prestador del servicio, no son
los auténticos medios de producción en este tipo de empresas, sino
que lo que constituye el valor añadido son los elementos tecnológicos,
tornando a los materiales aportados por el “profesional” como una
mera herramienta de escaso valor en comparación . La inversión en la
tecnología que crea la plataforma virtual es realmente la parte costosa
de los medios de producción .
Habiendo llegado a esta instancia, el observador puede toparse
con una figura que, si bien no responde a las pautas clásicas de un
trabajador dependiente, cuadre dentro del concepto de dependencia

197
Hiperconectividad en el trabajo de de la clásica empresa sino también en la persona del trabajador.
plataformas digitales: el derecho a la En este marco contextual, el trabajador, que antes simplemente
seguridad y salud laboral cumplía tareas manuales, mecánicas, y se encontraba inserto en una
estructura organizativa más “primitiva”5 , como lo era el típico modelo
Mariana Coto Aubone1 taylorista-fordista, se deja atrás para abrir paso a nuevas modalidades
de trabajo que procuran mostrar como principal bondad la “autonomía”
I. Economía de plataformas y su vinculación con de la que gozan estos trabajadores, en tanto proveen bienes y servicios
la seguridad y salud laboral sin depender de un empleador en sentido estricto.
El crecimiento de la economía de plataformas digitales en los últimos Sin embargo, tal autonomía se ha manifestado en los hechos con ciertas
tiempos, ha ganado terreno de forma propicia para la irrupción de notas de relatividad, en virtud de que los trabajadores dependen
nuevas formas de trabajo, que hasta entonces resultaban desconocidas cabalmente de la utilización de una plataforma digital que condiciona
o poco conocidas. y controla las condiciones de la actividad. Además, es de hacer valer
la obtención de un determinado lucro mercantil por aquella comisión
Estas manifestaciones productivas que transforman el mundo laboral,
que retiene al prestador del servicio en su función de intermediación.
son el resultando del aligerado cambio tecnológico en una sociedad
absolutamente conectada y globalizada. Todo ello se desarrolla dentro de un proceso al que se lo ha calificado
como una cuarta revolución industrial, representando un punto de
Es posible detectar, por un lado, la existencia de una creciente e incluso
inflexión en el marco de las reflexiones que se apuntan sobre el futuro
desmedida sustitución de puestos de trabajo por máquinas, producto
del trabajo y del derecho del trabajo.
de los procesos de robotización y automatización.
En otro orden, estos nuevos fenómenos, si bien facilitan nuevas
No obstante ello, como contrapartida, la economía de plataformas
oportunidades de empleo, de las que emergen -a su vez- nuevas
está dando lugar a que sean los propios particulares quienes oferten
modalidades de trabajo, plantean en estos tiempos un gran
bienes u ofrezcan determinados servicios, consistentes en trabajos
interrogante jurídico: ¿el Derecho del Trabajo como disciplina
tradicionales tales como el traslado de pasajeros, reparto de alimentos,
puramente protectoria, debería asistir normativamente estas
productos farmacéuticos e incluso servicios profesionales. Estos
situaciones imperantes?.
trabajos se efectivizan mediante el uso de herramientas virtuales,
por la simple conexión a un aparato tecnológico vinculado a una En estos términos, a la hora de analizar esta temática desde un punto
plataforma digital. de vista jurídico, se puede constatar que doctrina y jurisprudencia
centran el foco de su análisis en la delimitación jurídica de estas
Los elementos determinantes de la economía de plataformas son
modalidades de trabajo. Las principales incertidumbres de este
clasificados por la doctrina en tres grandes aspectos. El primero de
novedoso escenario se focalizan en determinar el régimen jurídico, y
ellos se vincula a la digitalización de quien oferta los bienes o servicios;
por tanto, la normativa aplicable a estos nuevos trabajos.
el segundo refiere a la capacidad tecnológica de poner en contacto
de un modo inmediato a quien demanda un bien o servicio con los Desde esta perspectiva, el meollo de la cuestión se centra en la
potenciales ofertantes; y por último, la necesaria delegación de ciertas irrupción de estas nuevas formas de prestar trabajo y en la necesidad
decisiones empresariales a programas informáticos, con capacidad de determinar el régimen jurídico aplicable, es decir en encontrar
de ejecutar estas decisiones en la plataforma y con consecuencias no o “crear” una calificación jurídica en la que se comprendan estos
solo para la plataforma en sí misma considerada, sino también para el trabajadores.
prestador y el receptor 2 . Ahora bien, es ampliamente constatado en la realidad que estos
En el trabajo a demanda vía apps “se ofrecen y asignan tanto actividades trabajadores en su gran mayoría, se encuentran desamparados en sus
relacionadas con trabajos tradicionales como transporte, limpieza o condiciones laborales -que en muchos casos resultan ser precarias-
hacer recados, utilizando aplicaciones móviles. La empresa encargada y desprotegidos integralmente en sus derechos fundamentales,
de dichas aplicaciones normalmente interviene para garantizar unos principalmente en aquellos que tienen vinculación con su salud y
estándares mínimos de calidad en el servicio y la selección y gestión seguridad.
de la mano de obra, poniendo en común la oferta y la demanda de Estas plataformas, que estructuran un servicio cuya prestación se
actividades en la red para que estas puedan ejecutarse a nivel local”3 . extiende a todos los días y a toda hora, son generadoras de una colisión
A los efectos de ejemplificar esta temática, en el trabajo bajo demanda con el derecho fundamental a la seguridad y salud en el trabajo, en
offline vía apps, tales como aquellas que se dedican al transporte de tanto que existe una marcada exigencia de hiperconectividad de
comidas (por ejemplo Uber Eats, Rappi, Glovo, etc.), o bien las que los trabajadores, en atención a su vinculación con una especie de
consisten en el transporte de pasajeros (tales como Cabify, Uber o Easy fórmula matemática, asociada al paradigma de “mientras más horas
Taxi), no constituyen empresas que deciden tercerizar sus servicios, de conexión, más trabajo y por ende mayores ingresos económicos”.
bajo la figura de la subcontratación. Desde esta particular operación matemática, no se tiene en cuenta
que el resultado de esta fórmula es igual a menos salud en la persona
En estos casos, estas compañías deciden descartar la posibilidad de
del trabajador.
externalizar parte de su proceso productivo, en tanto prefieren no
asumir la contratación de una empresa de transporte o de reparto Dicho lo cual, y sin desmerecer la importancia en la búsqueda incesante
que asuma los riesgos con trabajadores que se encuentran bajo su de los operadores jurídicos a responder la interrogante central sobre
dependencia. el encuadre normativo de estos trabajadores, entendemos que la
temática se encuentra desdibujada de su real amplitud e integralidad.
En este sentido, la estructura empresarial en las plataformas digitales
offline, es distinta a la clásicamente conocida, mostrándose de un
modo difuso pues no concretan un acuerdo civil o comercial de 1 Magíster en Derecho del Trabajo y Relaciones Laborales por la Universidad de
externalización de su producción, ni tampoco contratan de modo Salamanca, España. E- mail: marianacotoaubone@gmail.com
directo a los trabajadores. Frente a este aspecto, las compañías se 2 Beltran de Heredia Ruiz, I., Economía de las plataformas (platform economy)
dedican a conectar personas mediante un dispositivo electrónico. y contrato de trabajo. (Blog del autor, 2018), 8, https://ignasibeltran.
Por un lado, con aquellas que cumplen el servicio ofrecido, y son com/2018/02/07/economia-de-lasplataformas-platform-economy-y-contrato-
usualmente denominados socios o colaboradores, y por el otro con la de-trabajo-ponencia/.
persona que requiere tal servicio a fin de satisfacer su necesidad 4 . 3 De Stefano, V., “La gig economy y los cambios en el empleo y la protección
social”, Gaceta sindical, núm. 27, 2016, 151-152.
Precisamente, se ha puesto de manifiesto que estas empresas defienden
4 Rosenbaum Carli, F., Algunas reflexiones sobre las nuevas formas de empleo
su carácter de simples intermediarias. Se dedican a beneficiar a los
en plataformas digitales o “uber economy”. (Blog del autor, 2019), https://
prestadores de servicios, que son considerados bajo su mirada como federicorosenbaum.blogspot.com/2019/01/algunas-reflexiones-sobre-la-las-
trabajadores autónomos. En este sentido, los trabajadores son a su vez nuevas.html.
clientes de la plataforma, la cual le presta un servicio de intermediación
5 Ibidem.
y obtención de clientes. A este conjunto de circunstancias, hay
que sumarle el funcionamiento de los complejos algoritmos, que
de acuerdo a un cálculo de las necesidades y volúmenes, la propia
tecnología descifra los ciclos que median entre la oferta y la demanda,
y de esta manera asigna la ejecución del servicio requerido.
Así las cosas, la tecnología se ha ido introduciendo paulatinamente
en el mercado laboral, al punto de que estas nuevas modalidades de
trabajo han influido directamente no solo en la estructura organizativa

198
Partiendo de la base de que estas nuevas realidades pueden ser cuando la hiperconectividad a los medios tecnológicos se asocia a la
encuadradas dentro del ámbito de aplicación del Derecho del Trabajo, lógica de la productividad, es decir el trabajador será más productivo
al eventualmente considerarse que existe un vínculo jurídico de en cuanto se muestre más disponible a las necesidades de la empresa7.
carácter laboral y subordinado, el objetivo del presente trabajo se Tal como lo sostiene Fernández Avilés, es de importancia clarificar los
centra en analizar estas nuevas realidades desde una perspectiva conceptos de conectividad y disponibilidad, aún cuando en el trabajo
holística. de plataformas digitales tiendan a unificarse. “El hecho es que permiten
Como punto de partida, se efectúa una descripción respecto a una una conectividad permanente y ello ha posibilitado la confusión entre
de las características peculiares del trabajo realizado por plataformas dos términos, que son bien diferenciables en el plano conceptual, pero
digitales que se manifiesta en la necesaria hiperconectividad del que no siempre se delimitan con claridad en la realidad de las relaciones
trabajador y su especial vinculación con el derecho fundamental a la de producción: conectividad vs. disponibilidad. Conectividad y
seguridad y salud laboral. disponibilidad no son términos sinónimos, aunque la praxis de muchas
En segundo término, bajo la consideración particular de la necesaria organizaciones productivas induzca a confundirlos, posibilitando
hiperconectividad del trabajador de plataformas digitales, se analizará así las prolongación de la jornada laboral y la intensificación del
su correlativo derecho a la desconexión y las implicancias del mismo. trabajo más allá de lo admisible. Esta difuminación de límites genera
interferencias no deseables y desequilibrios entre la vida personal y
En tercer lugar, se presentan algunas consideraciones que cuestionan laboral que afectan tanto a la salud como a las relaciones sociales y
la eficacia y efectividad del derecho a la seguridad y salud en el trabajo familiares de los trabajadores” 8 .
que debería asistirle a todos los trabajadores de plataformas digitales.
Esta circunstancia facilita la hiperconectividad del trabajador y
Por último, se aportan algunas conclusiones finales relativas a las aumenta las posibilidades de que se desdibuje la franja entre el tiempo
posibles consecuencias que se desprenden de estas nuevas formas de de trabajo y el tiempo de descanso 9 , conocido como fenómeno de
trabajo, efectuando -a modo propositivo- la rápida y previa adopción blurring. Tal línea divisoria, que se manifiesta difusa, es producto de
de medidas pertinentes. la interferencia de la vida profesional en la vida privada, y viceversa,
propiciando que el trabajador en su horario de trabajo continúe
II. La hiperconectividad en las plataformas hiperconectado con su vida personal, por ejemplo consultando las
digitales redes sociales, respondiendo llamadas o mensajes instantáneos.
Las nuevas tecnologías han contribuido a la creación y desenvolvimiento Consecuentemente, no se plantean dudas en afirmar que mientras
de nuevas formas de trabajos, como lo son aquellas ejecutadas mayor es la hiperconectividad del trabajador, mayores serán las
mediante plataformas digitales offline. En estos casos, la herramienta afectaciones a su salud, constituyendo tal circunstancia un grave
imprescindible para el desarrollo de estos trabajos es la conexión factor de riesgo laboral, íntimamente vinculado con estas formas de
a la plataforma de un aparato tecnológico, comúnmente teléfonos organización del trabajo.
celulares inteligentes o smart phones de propiedad del trabajador o En síntesis, el empresario goza de esta distribución de jornadas
entregados por las propias empresas. totalmente irregular, sin responsabilizarse en lo más mínimo de las
Adicionalmente, otra característica peculiar en el trabajo de consecuencias en la salud de los trabajadores tanto en el ámbito físico
plataformas offline es que la jornada laboral de sus trabajadores como mental y/o social 10 .
depende exclusivamente de su tiempo de conexión al sistema, pues no No caben dudas en cuanto a que la hiperconectividad en el trabajo
cuentan con un horario prefijado. constituye un factor de riesgo laboral, que puede ocasionar importa
Respecto a esta particularidad, si bien es cierto que el propio trabajador ntes daños en la persona del trabajador, que se traduce en dificultades
es quien voluntariamente decide o no mantenerse en conexión, es en la desconexión psíquica y el necesario descanso y recuperación
lógico afirmar que dicha circunstancia no es para nada absoluta o físico-mental por las intensas jornadas laborales.
real, atento a dos circunstancias particulares. En primer término, la
desconexión del trabajador implica necesariamente una pérdida en su III. El “derecho a la desconexión” en el trabajo de
remuneración, siendo aplicable la fórmula mientras mayor es el tiempo plataformas digitales
en que permanece conectado, mayor será su retribución. En segundo
término, el hecho de mantenerse indisponible, puede acarrear posibles Los impactos de las nuevas tecnologías han repercutido con gran
consecuencias perjudiciales, tales como la decisión de la compañía intensidad no solo en la sociedad globalizada a la que estamos
de “desconectarlo o desactivarlo” tecnológicamente del sistema y inmersos, sino también estructuralmente en la evolución del mercado
consecuentemente “perder el acceso al trabajo (una especie de despido de trabajo y en los modelos organizativos del trabajo en las empresas.
digital) sin previo aviso ni conocimiento de los motivos”6 , o bien que Tal como afirmábamos precedentemente, en el trabajo de plataformas
el sistema tecnológico desarrollado por un algoritmo, le proporcione digitales se encuentra borrosa la franja que delimita el tiempo de
menos pedidos de servicios en el futuro por esta circunstancia de una trabajo del que no lo es. En este sentido, es atinado asentir que “los
“baja” conectividad. procesos de innovación tecnológico-organizativa del mundo digital
Como puede apreciarse, el hecho de que el trabajador se mantenga ampliarían las posibilidades de conectar los ‘periodos de no-trabajo
conectado a la plataforma depende exclusivamente de su propia (productivo)’ con los de ‘trabajo productivo’”11.
voluntad, sin que rija ningún tipo de límite legal que determine su En este contexto, y bajo la certeza de que en el trabajo de plataformas
jornada. digitales las fronteras entre los tiempos de vida, tanto personal como
En este sentido, adquiere especial trascendencia la disponibilidad laboral, se entretejen sin diferenciarse, cabría preguntarnos si la
horaria de los trabajadores en el contexto de las plataformas digitales, reciente consagración en algunos países del “derecho a la desconexión”
en tanto la conexión -o en términos más precisos la hiperconexión- como categoría autónoma, puede extrapolarse y efectivizarse como
a la plataforma se desarrolla en franjas de trabajo muy amplias, sin aplicativa en el contexto de los trabajadores de plataformas digitales.
descanso ni pausa.
Otro punto de interés es determinar si su jornada de trabajo abarca 6 Rodríguez Fernández, Ma. L., Anatomía del trabajo en la platform economy,
no solo aquellas tareas que le son requeridas o encomendadas, sino Artículo consultado en: (https://www.aadtyss.org.ar/docs/ANATOMIA_
también aquellas en las que permanece a disposición, en tanto exigen DEL_TR ABAJO_EN_LA_PLATFORM_ECONOMY_MLRF.pdf).
una conexión tecnológica y una respuesta inmediata. 7 Rodríguez Rodríguez, E., “La trascendencia de la disponibilidad horaria del
trabjador en el contexto de las plataformas digitales”. Temas Laborales, núm
En este contexto, el hecho de estar hiperconectados, indefectiblemente 146, 2019,147.
restringe los tiempos de descanso de estos trabajadores y resulta
8 Fernández Avilés, J.A., “NTIC y riesgos psicosociales en el trabajo: estado de
un impedimento para la conciliación de las obligaciones laborales y
situación y propuesta de mejoras”, Diritto della Sicurezza sul Lavoro,2, 2017,81.
personales. Por ende, resulta a todas luces contradictorio que se sigan
9 Ibidem, 92.
destacando como bondades de estos nuevos trabajos la posibilidades
de flexibilización de las jornadas de trabajo y una mayor autonomía en 10 Molina Navarrete, C., “Jornada laboral y tecnologías de la infocomunicación:
la prestación de los servicios. `la desconexión digital ́, garantía del derecho al descanso”, Temas Laborales,
núm 138,2017, 249-283.
Así las cosas, otro inconveniente a resaltar es la cotidianeidad que se
11 Ibidem, 255.
genera en la utilización de los medios tecnológicos, traduciéndose
en una automatización de los instrumentos de trabajo, como lo es
el teléfono celular que dificulta una clara separación entre, por un
lado, los tiempos de descanso y de ocio, y por el otro, la necesidad de
permanecer conectado al trabajo. Ello aún constituye un agravante
199
Si bien su regulación como derecho autónomo tuvo como impulsor plataformas deben ser amparados bajo los ordenamientos jurídicos
al derecho francés, posteriormente algunos países, espejándose en laborales, entendemos que sea como fuere es imprescindible compeler
tal creación legislativa la incorporaron a sus ordenamientos jurídicos al derecho que le asiste a todos los trabajadores -independientemente
laborales, así como lo fue el caso español e italiano. de su calificación- al respeto y protección de sus derechos
No obstante su consagración como derecho nuevo, es de importancia fundamentales, entre los que se encuentra el propio derecho al
resaltar que -en general- las propias leyes no lo definen ni limitan, descanso, a la desconexión con sus obligaciones laborales, a la vida, la
dejando librado a la negociación colectiva las modalidades de sus integridad física y psíquica, a la salud y seguridad frente a los peligros
ejercicio y efectividad. Así las cosas, es afirmado en doctrina que el derivados del cumplimiento de la prestación laboral. Tales derechos
“derecho a la desconexión” es más bien una construcción dogmática, tienen como contracara la particularidad de que los trabajadores
antes bien que normativa12 . poseen un derecho subjetivo frente a su empresario de una protección
eficaz en materia de seguridad y salud en el trabajo.
En definitiva, no existe un definición legal que marque sus limites, las
modalidades de ejercicio, los regímenes supletorios en caso de que no En efecto, “de la conjugación de este deber a su cargo y el correlativo
se acuerde colectivamente, e incluso las sanciones a aplicar en caso de derecho subjetivo a favor del trabajador, surge la necesidad de evitar
incumplimiento. En este sentido, la claridad de tal derecho está dada e incluso prevenir cualquier tipo de conductas o hechos que pudieren
en el carácter teleológico de la norma, es decir en su finalidad, que no afectar o poner en peligro a la seguridad y salud en el trabajo, como
es más que la efectividad del descanso13 . puede llegar a ser la hiperconectividad”17.
La doctrina ha aportado algunas definiciones que clarifican su Así las cosas, toda esta discusión sería absolutamente innecesaria
contenido jurídico, y que en general lo proyectan como “derecho de si, en primer término se cumpliesen las normas ya existentes en los
inversión y reversión que confiere a los trabajadores la posibilidad ordenamientos jurídicos que protegen exclusivamente los derechos
de decidir, con carácter transitorio o permanente, su disponibilidad fundamentales del trabajador.
conectiva con los dispositivos técnicos digitales, respetando los
derechos dignitativos básicos e integrando, en su caso, las condiciones IV. ¿Efectividad y eficacia del derecho a la salud y
que puedan estipularse al efecto a titulo individual y en instrumentos seguridad en el trabajo de plataformas digitales?
de naturaleza colectiva”14 .
El derecho a la salud y seguridad en el trabajo, es reconocido como
Bajo este marco conceptual, el derecho a la desconexión se inserta derecho fundamental en diversos instrumentos normativos con
como un derecho aplicativo a las relaciones de trabajo tradicionales, es alcance internacional, como por ejemplo el Pacto Internacional de
decir como un nuevo derecho de los trabajadores por cuenta ajena. Por Derechos Sociales, Económicos y Culturales, la Declaración Universal
esta razón, primero habrá que atenerse a la calificación jurídica que de los Derechos Humanos e incluso su consagración constitucional en
se otorgue a los trabajadores de plataformas digitales para conferirle la mayoría de los ordenamientos jurídicos.
aplicabilidad o no.
Por su parte, la Organización Internacional del Trabajo ha adoptado
En este último sentido, y bajo la consideración de que los trabajadores más de 40 normas que tratan específicamente de la salud y seguridad
de plataformas son trabajadores subordinados, entendemos que en el trabajo, así como más de 40 repertorios de recomendaciones
el derecho a la desconexión en el ámbito especifico de la economía prácticas.
de las plataformas vía apps, necesariamente precisa de ciertas
particularidades que la distinguen del resto de los trabajadores. Asimismo, cabe destacar los numerosos Convenios Internacionales
que abordan los principios fundamentales sobre la seguridad y
En primer lugar, la perspectiva de análisis resulta totalmente salud en el trabajo, como es el caso del Convenio Nº 155 de la OIT
diferentepartiendo del hecho fáctico de que los trabajadores de sobre seguridad y salud de los trabajadores que establece políticas
plataformas no tienen remuneración fija, ni tampoco una jornada nacionales, empresariales y medidas de acción que afecten la seguridad
de trabajo delimitada. Por un lado, el trabajador dependiente goza y salud de los trabajadores y el medioambiente de trabajo. Por su parte,
del derecho a la desconexión cuando finaliza su horario habitual de el Convenio Nº 161 de la OIT aborda lo referente a los
trabajo, y en base a ese precepto no se encuentra obligado a contestar
llamados, mails, mensajes del empleador fuera de su horario de servicios de salud en el trabajo.
trabajo. En contraposición, se advierte que tal circunstancia no se Además, el Convenio Nº 187 de la OIT en esencia se ocupa de
verifica en estas nuevas formas de trabajo, en tanto los trabajadores la necesidad de promover un marco promocional para la mejora
de plataformas son los que deciden por su propia voluntad conectarse continua de la seguridad y salud en el trabajo a fin de prevenir lesiones,
o desconectarse. enfermedades y muertes ocasionadas por el trabajo mediante una
Circunstancia similar es lo que sucede respecto a su remuneración, política, un sistema y un programa nacional. También, existen
pues si no se encuentran conectados a la plataforma dejan de recibir convenios delimitados a la rama de actividad económica, y otros
encargos, y por ende disminuyen sus ingresos. Este condicionamiento convenios relativos a la protección de riesgos específicos.
es el que lleva a los trabajadores a mostrarse siempre conectados. Adicionalmente, en el marco de la celebración del Centenario de
En segundo lugar, es oportuno señalar que el derecho a la desconexión la OIT, la Comisión Mundial sobre el Futuro del Trabajo, instó a
- de titularidad individual- dependerá exclusivamente de la voluntad la garantía de lugares de trabajo seguros y saludables, así como al
del trabajador, y por esta razón difícilmente pueda efectivizarse como reconocimiento de la seguridad y salud en el trabajo como principio y
derecho subjetivo a descansar, más aún en aquellos casos en los que derecho fundamental del trabajo18 .
no exista acuerdo colectivo que los habilite. Tal circunstancia pone en
duda su carácter de derecho necesario y la relación con la protección a 12 Rosenbaum Carli, F., Manual de Tiempo de Trabajo. (Montevideo, FCU,
la seguridad y salud en el trabajo15 . 2019),165.
En tercer lugar, este derecho a la desconexión se encuentra aún más 13 Molina Navarrete, C., “Jornada Laboral…”, 273.
limitado para los trabajadores de plataformas digitales, puesto que 14 Alemán Páez, F., “El derecho de desconexión digital. Una aproximación
les implica desconectarse digitalmente de su aparato electrónico conceptual, crítica y contextualizadora al hilo de la «Loi Travail No 2016-
personal, teniendo en cuenta que mediante con ese mismo dispositivo 1088»”, Trabajo y Derecho: nueva revista de actualidad y relaciones laborales,
electrónico se lleva a cabo no solo la actividad laborativa sino también núm 30, 2017.
sus momentos de recreación y ocio. 15 Igartua Miró, Ma. T., Ordenación flexible del tiempo de trabajo: Jornada y
horario. (Valencia, Tirant lo Blanch, 2018), 363.
Bajo esta perspectiva, doctrina y jurisprudencia han analizado de
forma crítica sobre si resulta realmente necesario una consagración 16 Rosenbaum Carli, F., Manual de Tiempo de Trabajo. (Montevideo, FCU,
autonómica de la desconexión como una nueva categoría de derechos 2019), 165.
específicos del trabajador 16 . En este sentido, se visualiza que no se 17 Rosenbaum Carli, F., “Tecnología (correo electrónico, teléfono celular, etc.) y
logra el acometido, en tanto no aporta absolutamente nada nuevo para tiempo de trabajo: ¿derecho a la desconexión?”. (Blog del autor, 2019), https://
reconocer y garantizar el clásico derecho al descanso. federicorosenbaum.blogspot.com/2019/01/algunas-reflexiones-sobre-la-las-
nuevas.html.
En efecto, se pone en duda su carácter de derecho necesario, en
18 Organización Internacional del Trabajo, 2019. Disponible en: (https://
tanto parecería ocupar un terreno que ya se encuentra cubierto por www.ilo.org/wcmsp5/groups/public/---dgreports/---cabinet/documents/
los institutos clásicos que conforman el tiempo de trabajo y una publication/wcms_662442.pdf).
sobreabundante protección con relación a la seguridad y salud en el
trabajo.
En particular, más allá de las dudas generadas, por un lado, respecto
a la utilidad de este derecho como figura autónoma y, por el otro, en
cuanto al discutido encuadre respecto a que si los trabajadores de
200
En cuanto a su contenido, este derecho constituye una de las el trabajo decente, entre otros.
obligaciones básicas del empresario, que consiste, principalmente, Asimismo, será necesaria una efectiva adaptación de la normativa
en garantizar la seguridad y salud de sus trabajadores adoptando repensando las implicancias del trabajo a demanda vía apps, en las
ciertas medidas que tiendan a eliminar o a reducir al mínimo posible que se tome en cuenta sus necesidades y particularidades, antes bien
los riesgos, para preservar la integridad física y psíquica de sus que procurar una apresurada modificación de la legislación laboral o la
trabajadores. nueva creación de derechos. En este sentido, necesariamente se deberá
En este orden de ideas, su contenido eminentemente protector tomar en consideración el uso intensivo de las nuevas tecnologías.
adquiere especial relevancia en el ámbito del Derecho del Trabajo, En este nuevo escenario, también resulta exigible la consolidación
pues constituye el conjunto de medidas técnicas encauzadas a la de un efectivo control por parte de las inspecciones de trabajo, que
prevención, protección y disminución de los riesgos que puedan poner acentúen el cumplimiento de la normativa laboral y precisamente de
en peligro la salud, la vida, la integridad física de los trabajadores y las normas preventivas en materia de seguridad y salud del trabajo.
el desarrollo de un trabajo saludable, considerado -a su vez- como el
medio de subsistencia del trabajador y su familia. Así, también devienen necesarias unas adecuadas políticas de acción
pública, tanto a nivel legislativo como administrativo que refuercen las
A partir de lo analizado y en consonancia con lo expuesto problemáticas suscitadas en materia de salud laboral.
precedentemente, es dable asumir que la irrupción de las nuevas
tecnologías, ha generado ineludiblemente ciertas afectaciones en la Adicionalmente, tampoco cabe excluir el importante rol que asume la
salud de los trabajadores que se vinculan con los modos de producción, acción colectiva de los trabajadores a través de la negociación colectiva
con la configuración de los mercados de trabajo y las formas de que actúa en complemento a la intervención legislativa.
organización empresarial; en definitiva con el trabajo humano. Desde luego, si bien todas estas acciones necesitan recorrer un largo
Tal como lo adelantábamos, los nuevos escenarios que comprenden camino, el primer paso es ponerse en marcha y asumir los nuevos retos
nuevas y modernas tecnologías así como el surgimiento de otras que busquen adaptarse progresivamente bajo el ala de protección del
formas de trabajo, -como lo es el caso del trabajo de plataformas vía Derecho del Trabajo, en su carácter eminentemente protectorio y en
apps-, suponen una alteración que desequilibra la efectividad del cumplimiento de su función social.
derecho a la salud y seguridad en el trabajo.
Desde luego, las ya aludidas características peculiares que refieren al
trabajo de plataformas digitales se identifican con una “alteración que
trastoca los tradicionales parámetros de determinación del tiempo de
trabajo, impulsando la auto-gestión del tiempo de trabajo por parte del
trabajador, así como la realización del trabajo en cualquier momento
debido a la facilidad de localización y de conexión permanente”19 .
Así las cosas, a partir de las vulneraciones a tal derecho es que se pone
en cuestión la efectividad y eficacia del derecho a la salud y seguridad en
el trabajo, que se muestra intensificado en determinadas actividades,
entre las que cabe incluir las que se desarrollan en el ámbito de las
plataformas digitales.
Por ello, habiéndose advertido la ineficacia en la protección del
derecho a la salud y seguridad para los trabajadores, la tendencia de
los legisladores ha sido la corrección técnica de la normativa laboral
establecida al efecto. En este sentido, han procurado dotarla de mayor
efectividad a fines de que sus prescripciones se apliquen diariamente
y a su vez, de mayor eficacia para que la nueva o modificada normativa
cumpla con los objetivos pretendidos.
En efecto, la respuesta a estos nuevos desafíos de cara al futuro del
trabajo ha sido, por ejemplo, la consagración de un nuevos derechos,
como la creación autonómica del derecho a la desconexión digital.
El mismo supone un claro ejemplo de la aspiración del legislador por
innovar, bajo una categoría autónoma que no tuvo en consideración
que sus contenidos mínimos ya se encuentran consagrados en los
derechos fundamentales, como lo es la proyección en el derecho a la
salud y seguridad en el trabajo.
Ciertamente, resulta comprobado que la consagración de nuevos
derechos no es más que la garantía de efectividad de derechos
clásicos, siendo necesario e incluso con carácter urgente “una cierta
intervención normativa para ordenar algunos aspectos que, al fin y a la
postre, garanticen que tal protección se va hacer efectiva de una forma
eficaz para todos los trabajadores de la empresa o centro de trabajo”20 .

V. Conclusiones
A partir de lo expuesto, cabe concluir que en un contexto de
surgimiento de nuevas modalidades de trabajo y por el impacto de
nuevas tecnologías, el derecho a la seguridad y salud en el trabajo es
plenamente exigible por los trabajadores de plataformas digitales, no
así eficaz y efectivo.
En este sentido, se advierte que el nivel de protección en materia de
seguridad y salud en el trabajo es ineficiente, por cuanto aún no se
han superado los obstáculos que este escenario plantea bajo la tesitura
de que el Derecho del Trabajo se encuentra atravesando una cuarta
revolución industrial. 19 Fernández Avilés, J.A., “NTIC y…”, 71.
Asimismo, no debe perderse nunca de vista los institutos clásicos 20 Tascón, R., “El derecho de desconexión del trabajador (potencialidades en
el ordenamiento español). Trabajo y Derecho: nueva revista de actualidad y
del Derecho del Trabajo como son la limitación de la jornada y los
relaciones laborales, núm. 41. Madrid: Editorial Wolters Klubers, 2018.
descansos en sentido amplio 21 , que ayudan a aminorar los efectos
propios que produce la hiperconectividad del trabajador. 21 Rosenbaum Carli, F. “Manual de…”, 171.

Consecuentemente, tampoco debe dejarse de lado que los valores


sociolaborales tales como el descanso, la salud, la seguridad, la familia,
ya son protegidos por otros instrumentos jurídicos como la jornada de
trabajo, la conciliación entre la vida laboral y personal, el acoso laboral,
201
ECONOMIA COLABORATIVA, SUBORDINACION supuesto que se advierte actualmente en las prestaciones de
ECONOMICA Y EL PUESTO DE TRABAJO DEL serviciosautónomos ejecutados a través de plataformas digitales.
FUTURO Para Palomeque, la actual situación económica y socialhuye,
ciertamente, de un modelo único de relación de trabajo, para reclamar
Willy Monzón Zevallos* los cambios institucionales que permitan la incorporación de diversas
formas de organización de la producción y del trabajo existentes.
I.INTRODUCCION. En este contexto, se ha abierto camino de modo incuestionable el
recurso a la promoción y desarrollo del trabajo autónomo y, por lo que
La prestación de servicios a través de plataformas digitales, pone
ahora interesa, las propuestas del campo de aplicación del Derecho
en evidencia nuevas formas de trabajo atípicas descentralizadas y
del Trabajo a los trabajadores autónomos, en general o tan solo
flexibles, en el sistema de economía colaborativa bajo subordinación
aquellos que, sin poder ser calificados lógicamente de asalariados, se
económica,que no se enmarcan en el concepto tradicional de trabajo
encuentran sin embargo en una situación de dependencia económica
objeto de protección del derecho laboral; el desarrollo tecnológico,
frente al empresario o cliente principal [parasubordinación del
modificó la actividad productiva a partir de un cambio económico y
trabajador o trabajo subordinado] .
social, siendo necesario evaluar si se requiere una nueva regulación
que permita la adaptación del derecho del trabajo a esta realidad El autor citado, considera que a partir del incremento del trabajo
compleja. autónomo, resulta necesario garantizar a aquellos trabajadores,
niveles de protección social semejantes a los que asisten a trabajadores
asalariados, pero en el caso de los primeros, únicamente a partir de
II. EL TR ABAJO PROTEGIDO POR EL DERECHO LABOR AL. la existencia de dependencia económica frente a quien los contrata,
Teniendo en cuenta lo manifestado por Ramírez Bosco; Deveali, fue lo que significa extender la protección del derecho del trabajo a
quien señaló que definir los límites del contrato de trabajo es algo que actividades que tradicionalmente se encontraban excluidas de aquel
se debe hacer para determinar el ámbito de aplicación dentro del cual ámbito, lo que representaría la mutación del derecho del trabajo
es necesario, posible y se justifica una protección especial , es así que, la tradicional.
dependencia bajo subordinación jurídica del prestador de servicios, se Al existir servicios que se prestan fuera del concepto tradicional
constituyó en el factor determinantepara la existencia de un contrato de subordinación, la regulación actual resultaría insuficiente para
de trabajo, siendo los servicios que se prestan en esa condición los que atender las nuevas formas de trabajo que se originan a partir de los
requieren la protección especial del derecho laboral. avances tecnológicos, principalmente aquellas que se ejecutan a
De acuerdo a Ugarte Cataldo, en el origen de la legislación social – través de plataformas digitales; por lo que, a criterio de Supiot citado
antecedente inmediato del Derecho del Trabajo– no aparece nada por Ameglio, la noción de subordinación ya no permite abarcar la
ni en las normas ni en los que hablan sobre las normas que se llame diversidad de formas que reviste el trabajo por cuenta ajena, por lo
subordinación o dependencia jurídica;es así que, se formula la que tal vez habría que establecer un nuevo régimen jurídico para
siguiente pregunta ¿Cómo llega, en ese escenario, la subordinación las personas que trabajan que rebase los límites actuales del trabajo
a transformarse en la noción cardinal del Derecho del Trabajo? La asalariado .
respuesta del mismo autor es sencilla, al precisar que la subordinación Los autores referidos, consideran que el derecho del trabajo es el
no llega, sino que nace con el Derecho del Trabajo. Mientras no instrumento jurídico que regula todo trabajo humano; pese a que este
aparece aquella tampoco existe aquel . derecho, se origina en la prestación de servicios dependientes; otro
Para Ermida Uriarte y Hernández Álvarez,el concepto de grupo considera que, es necesario que el derecho laboral abarque la
subordinación como factor fundamental para determinarel ámbito prestación de servicios que se ubica en medio del trabajo dependiente
de aplicación del derecho del trabajo, fue propuesto por Ludovico e independiente; entre los que sostienen tal posición, encontramos
Barassi,quien definió la subordinación como la sujeción plena y a Córdova, Goldin y Feldman, quienes proponen crear una categoría
exclusiva del trabajador al poder directo y de control del empleador que abarque el trabajo no tradicional, otorgando en esos casos un
. Sin embargo, estos autores consideran que, para aplicar el derecho mínimo de protección.
del trabajo, también resulta determinante que exista: i)ajenidad, ii)la Muchas de las nuevas formas de trabajo se ejecutan por prestadores
inserción del trabajador en la organización empresarial, iii)prestación autónomos que se encuentran bajo dependencia económica de
de servicios bajo subordinación económica o bajo parasubordinación, quien requiere sus servicios, los que pueden ser calificados como
y de ser el caso, iv)autonomía colectiva. parasubordinados o casi subordinados, siendo complicado determinar
Por su parte, Supiot considera que, subordinado es aquel que se siaquellos únicamente a partir del factor económico, tendrían la
halla sometido a una orden. Sin embargo, esto no dice nada acerca protección del derecho laboral, ya que el elemento que determina la
de la naturaleza de dicha orden. La orden puede ser la estructura que diferencia sustancial y característicaentre el trabajo dependiente con
identifica una organización y que le permite perdurar en su seno. Pero el independiente, es la subordinación jurídica que origina la existencia
la orden puede ser también el mando, la expresión de una voluntad del contrato de trabajo.
que se impone a otro. En el primer sentido la subordinación designa Pese a que en la realidad, se prestan servicios que no generan vínculo
un vínculo de pertenencia; en el segundo, un vínculo de obediencia. laboral de acuerdo al concepto tradicional del derecho del trabajo,
El contrato de trabajo fue siempre el punto de tensión entre estos dos actualmente no se modificó la definición de subordinación; por lo
aspectos de la subordinación . que, a la fecha respecto los trabajadores autónomos económicamente
Por tanto, con relación a la subordinación es importante tener en cuenta dependientes que prestan servicios en plataformas digitales, no existe
que, a criterio del autor citado en el párrafo anterior, este elemento consenso para que aquellos ingresen dentro del ámbito de protección
consigna:i)un vínculo de dependencia (subordinación funcional del derecho laboral, mucho menos cuentan con un marco normativo
resultante de la integración a una organización); y ii)un vínculo de que les reconozca una mínima protección.
obediencia (subordinación personal resultante de la sumisión a otro).
En consecuencia, es a partir del vínculo de obediencia que nace la
II. ECONOMIA COLABOR ATIVA Y PLATAFORMAS DIGITALES.
subordinación jurídica la quecaracteriza al asalariado por su sumisión
personal a las órdenes y directivas del empleador . Como consecuencia del desarrollo tecnológico, se hizo usual,
cotidiano y necesario el uso de la internet, para ofertar y requerir
A partir de la subordinación jurídica, debemos analizar si actualmente
bienes y servicios a través del uso de plataformas que han digitalizado
se pueden considerar las nuevas formas de prestación de servicios
la economía, dinamizando los negocios al actuar como intermediarias
ejecutadas a través de plataformas digitales bajo subordinación
entre clientes, vendedores y prestadores de servicios a través de
económica, como prestaciones objeto de protección por el derecho
modelos de negocios menos costosos, más flexibles y descentralizados,
del trabajo, determinando los casos en que nos encontramos frente
los que se desarrollan por medio deApps, todo ello en un sistema de
a indicios que nos permitan concluir que servicios,no son en realidad
economía colaborativa y un sistema de economía bajo demanda.
de naturaleza independiente y si es posible extender la protección del
derecho del trabajo a servicios que no se enmarcan en la definición De acuerdo a Tom Slee,los partidarios de la economía colaborativa
tradicional del trabajo dependiente. la describen como una nueva clase de negocio, y otros como un
movimiento social , todo a partir del uso de plataformas tecnológicas;
De otro lado, la subordinación económica se configura por la condición
Rodríguez Gonzales, precisa que la Comisión Nacional de los Mercados
de inferioridad del trabajador frente a quien requiere sus servicios, sean
dependientes o independientes; sin embargo, esa figura es económica
más no jurídica; por lo que, incluso un trabajador autónomo, cuyos
ingresos en mayor porcentaje provengan de una sola relación
contractual, podría considerarse como dependiente económicamente,
202
y la Competencia de España, entiende esta forma de negocio como,un que se efectúa a la calificación de los conductores que realizan los
nuevo modelo de consumo basado en el intercambio de particulares, clientes, que al ser negativa puede generar la baja de la plataforma, el
de bienes y servicios que permanecían ociosos o infrautilizados a Tribunal de Justicia Europeo consideró que, el servicio de transporte
cambio de una compensación pactada entre las partes . que oferta Uber a través de conductores no profesionales, no se limita
La Comisión Europea, considera a la economía colaborativa comoun a un servicio de intermediación .
modelo de negocio en los que se facilitan actividades mediante Es evidente que, no existe un criterio unánime que permita identificar
plataformas colaborativas que crean un mercado abierto para el a los conductores de esta plataforma como trabajadores dependientes;
uso temporal de las mercancías o servicios ofrecidos a menudo por sin embargo, pese a la inexistencia de un horario, a partir de un
particulares . Pese a ello, en la realidad, la oferta de bienes o servicios análisis de los rasgos de laboralidad en la prestación de los servicios,
en este sistema, no solo comprende el uso temporal de bienes tales como la existencia de un procedimiento de selección, el otorgar
infrautilizados, sino también la prestación cotidiana de servicios no una herramienta de trabajo, fijar la tarifa por el servicio, sancionar el
temporales, siendo claros ejemplos de lo manifestado Airbnb, Uber, rechazo de clientes y la posibilidad de dar de baja al conductor por
Glovo, Deliveroo entre otras plataformas. malas valoraciones, se configurarían indicios de servicios prestados
Adicionalmente, también tenemos la economía bajo demanda (on bajo subordinación jurídica.
demand economy) que según Rodríguez Marín,se refiere aaquellos Es importante precisar que la plataforma virtual (App)al ser de
modelos de consumo y provisión de servicios que se basan en la propiedad de una empresa con una marca con reputación conocida,
intermediación entre la oferta y la demanda generada habitualmente determina que el servicio se preste bajo ajenidad, hecho que, sumado a
de profesional a consumidor (B2C) a través de plataformas digitales los indicios de laboralidad, determinarían la existencia de un contrato
que no prestan el servicio subyacente y cuya prestación se origina de trabajo. A partir de ello, Todolí considera que nos encontramos ante
en base a las necesidades del usuario que demanda y se adapta una forma nueva de dependencia aplicable a los modelos de economía
a sus preferencias, prestándose normalmente a cambio de una de plataformas digitales y propone una lista de indicios de laboralidad
contraprestación y habitualmente con ánimo de lucro . para determinar, si estamos ante una simple intermediación o frente a
Dentro de este modelo como refiere Todolí,se pueden observar una relación de trabajo.
hasta cuatro tipos de negocios, el Crowdsorcing online (permite Es evidente que, nos encontramos ante un nuevo tipo de trabajo y
conectar un gran número de trabajadores y distribuir tareas para ser trabajadorque interactúan en sistemas de negocios no tradicionales,
ejecutadas por ordenador) vs. Crowdsorcing offline (permite conectar es así que, a decir de Molina,estas tendencias en la organización de la
un gran número de trabajadores para realizar tareas de manera física) producción y del trabajo cuestionan abiertamente la relación laboral
y el Crowdsorcing genérico vs. Crowdsorcing específico .Siendo en su configuración clásica como instrumento jurídico principal para
importante precisar que, todos estos tipos de negocio se caracterizan articular el intercambio de trabajo por retribución . Es por ello, que
por el uso de la internet y las plataformas digitales. resulta necesario evaluar si el derecho del trabajo abarca o no a estas
El mismo autor citando a Howe, precisa que el Crowdsourcing nuevas formas de prestación de servicios.
o Crowdwork consiste en tomar una prestación de un servicio Teniendo en cuenta que a partir del crowdworking se prestan
tradicionalmente realizada por un trabajador, y descentralizarla hacia servicios a través de la intermediación de las plataformas digitales,
un indefinido y, normalmente gran número de personas en forma cuyos propietarios ejercen total control del negocio, fragmentando
de llamamiento o convocatoria.Debemos diferenciar los servicios los puestos de trabajo, desmantelando los salarios en micro pagos,
prestados a través de las plataformas digitales bajo los modelos desplazando al trabajador subordinado, eliminando sus derechos
descritos, de los servicios ejecutados por medio del teletrabajo, ya laborales y previsionales; por tanto, resulta necesario definir, si
que este se realiza bajo una relación de dependencia y subordinación la prestación de servicios bajo dependencia económica, genera la
propia del derecho laboral. necesidad de regular esta nueva forma de organización del trabajo en
Adicionalmente, otra diferencia entre el teletrabajo y el plataformas digitales.
Crowdsourcinges que en este modelo, las prestaciones las ejecutan Si no se regulan las actividades que se desarrollan a través de
trabajadores autónomos; se debe tener en cuenta que, el trabajo objeto plataformas digitales, como dice Vallecito, se excluye de las relaciones
de protección por el derecho laboral, fue aquel definido antes de la laborales sustituyéndolas por el trabajo por cuenta propia , generándose
aparición de las plataformas digitales, lo que genera la necesidad de un desplazamiento del trabajo dependiente al trabajo autónomo; por
analizar los modelos económicos referidos, con el objeto de establecer, lo que, resulta necesario establecer cuando nos encontramos frente
si en efecto, el uso de aquellas plataformas solamente implica una plataformas digitales (Apps) que actúan como simples intermediarias
relación de intermediación y no genera prestación de servicios bajo o cuando estamos frente a empresas tecnológicas que participan en
dependencia de manera encubierta. forma directa en la prestación del servicio.
El debate se originó con el caso de Uber, que es la plataforma virtual Si bien las normas laborales solo regulan la relación de trabajo
intermediaria que conecta a través de una aplicación móvil, a clientes tradicional, es decir, aquella en la que se ejecutan prestaciones de
que requieren un servicio de traslado (transporte) con conductores servicios subordinados jurídicamente, aplicando el principio de
registrados en su base de datos, otorgando además de una tarifa inferior veracidad (primacía de la realidad) ante la existencia deindicios de
a la de un servicio de taxi convencional, beneficios como conocer laboralidad, es posible llegar a establecer qué servicios prestados a
al conductor, su calificación, su vehículo, el tiempo del traslado, través de plataformas digitales se ejecutan bajo ajenidad y dependencia;
obteniendo Uber a cambio de permitir el uso de su plataforma, el pago a partir de lo cual, los trabajadores deben ser objeto de protección del
de una comisión por cada viaje realizado. derecho del trabajo y del derecho de la seguridad social.
Si bien es importante destacar que este servicio de transporte se presta Sin perjuicio de lo manifestado,el Informe Inicial para la Comisión
en el tiempo y las oportunidades que determine el conductorafiliado a Mundial sobre el Futuro del Trabajo, elaborado por la OIT, precisó
la plataforma y no Uber, en base a la descripción realizada en el párrafo que los cambios tecnológicos y la digitalización están creando nuevas
anterior, el servicio de traslado que oferta esa empresa, inicialmente no formas de trabajo invisible, como el «trabajo virtual» o el «trabajo
podría ser considerado como uno que genere, relación de dependencia digital». En estas nociones se incluyen actividades de la economía de
y subordinación entre la plataforma y los conductores afiliados, ya que ocupaciones transitorias o de colaboración abierta (crowdsourcing),
estaríamos frente al típico caso de la prestación de un servicio bajo entre ellas, las microtareas, las actividades de asistencia virtual, o
subordinación económica. una amplia gama de tareas que sustentan las actividades de las redes
Pese a ello, como refiere Aragüez Valenzuela, para ser conductor sociales.
de Uber existía un procedimiento de evaluación que incluía una El informe considera errado, creer que las nuevas tecnologías y los
entrevista personal y además se exigían requisitos indispensables, algoritmos son los que procesan la información que se recoge mediante
entre ellos, contar con su propio vehículo de menos de diez años esas tecnologías de la información y comunicación. En realidad, son los
de antigüedad, licencia de conducir vigente y en caso el candidato «trabajadores invisibles» (sin ubicación propia ni relación de empleo
fuera seleccionado, firmaba un acuerdo de colaboración en el cual se reconocida); por lo que, no queda claro qué fracción de la fuerza de
especifican las condiciones del servicio, así como la forma del reparto trabajo mundial acabará representando el trabajo virtual, y si estas
de los ingresos e incluso se le proporcionaba recomendaciones y un formas de trabajo acabarán entrando en la esfera de la relación laboral,
Iphone con la App de Uber . si se convertirán en nuevos tipos de trabajo informal o si no podrán
A partir de las condiciones en las cuales se presta el servicio enla
plataforma de propiedad de Uber, las recomendaciones que se brindaba
a los conductores, como por ejemplo, vestir en forma profesional, abrir
la puerta al cliente, contar con paraguas, entre otras y la valoración

203
encajar en los marcos normativos existentes . dependencia regulado por el derecho laboral, quedando así, fuera
Pese a la falta de reglamentación de esos servicios, a la fecha ya existen del ámbito de protección de este derecho, ya que, no se presenta la
algunos pronunciamientos a nivel de inspección de trabajo y tribunales, subordinación jurídica, principal elemento que genera la existencia del
respecto la naturaleza dependiente de los servicios prestados por contrato de trabajo.
trabajadores a través de plataformas digitales, es el caso de Uber, A través de las plataformas digitales en el sistema de economía
en el que la inspección de trabajo de Cataluña el 2015 concluyó que, colaborativa, se ofertan servicios que se ejecutan por trabajadores
los conductores de esta plataforma (Uber Systems Spain) eran sus autónomos, con libertad para determinar cómo y cuándo prestarán
trabajadores , similar pronunciamiento fue el de la inspección de los servicios; sin embargo, también los propietarios de las plataformas
trabajo de Valencia que el 2018, luego de una investigación concluyó pueden intervenir en el servicio; por lo que, nos encontramos ante
que los repartidores de Glovo, eran falsos autónomos. una realidad que evidencia independencia y a la vez dependencia, lo
La inspección de trabajo consideró que los repartidores de Glovo que demuestra la existencia de una categoría de trabajador que no se
no eran trabajadores autónomos al concurrir los presupuestos encuentra regulada.
constitutivos del contrato de trabajo. Pese a ello, los pronunciamientos La subordinación económica, no podría generar por si sola que un
judiciales no son uniformes, un juez de Valencia determinó que un trabajador autónomo se encuentre protegido por el derecho laboral;
repartidor de Deliveroo era un falso autónomo y un juez de Madrid por lo que, resulta necesario analizar en cada caso; si en la prestación
concluyó que un repartidor de Glovo era un trabajador por cuenta de servicios a través de plataformas digitales, se presentan indicios de
propia. Pese a ello, como refiere Alvaréz, en Estados Unidos y Gran laboralidad,a partir de los cuales, se pueda advertir la naturaleza no
Bretaña, se propuso crear una categoría intermedia entre autonomo e autónoma de la prestación de servicios y, por consiguiente,el derecho a
independiente, denominada “non-employee workers” . ser reconocido como trabajador dependiente.
Los resultados de la inspección de trabajo de Valencia en el caso de los Si bien la automatización y la tecnología modificarán los sistemas
riders de Deliveroo, que fueron considerados trabajadores por cuenta productivos ahora y en el futuro, la subordinación jurídica como
ajena, generaron un proceso judicial en el que, el Juzgado de lo Social principal elemento del contrato de trabajo permanece inmutable; por
5 de Valencia, por sentencia de fecha 27 de junio de 2019, falló a favor lo que, incluso frente a los cambios que se presenten, si el servicio
de noventa y siete repartidores considerándolos falsos autónomos, al en plataformas se presta bajo dependencia, ajenidad, dirección,
existir indicios de laboralidad y además porque el medio de producción fiscalización e inmerso en la organización de la empresa sin autonomía,
de los repartidores es la plataforma digital de propiedad de la empresa, siempre estaremos ante un contrato de trabajo que deberá ser objeto
sin la cual, no es posible que se ejecute la prestación del servicio . de protección por el derecho laboral.
De igual forma, repartidores de Glovo fueron declarados trabajadores
dependientes de la empresa en un proceso judicial, a través de la
sentencia dictada por el Juzgado de lo Social 1 de Gijón, la misma que
fue ratificada por la Sala de lo Social del Tribunal Superior de Justicia
de Asturias por sentencia del 25 de julio de 2019, siendo esta la primera
que dicta un Tribunal Superior en atención a las notas de ajenidad
y dependencia, propias de quien se encuentradentro del ambito de
dirección de una empresa.

VII. EL PUESTO DE TR ABAJO DEL FUTURO.


Teniendo en cuenta el desarrollo vertiginoso de los avances
tecnológicos en todos los ámbitos del quehacer humano, queda claro
que las formas de trabajo en el futuro, severán modificadas cada
vez más por la automatización y el uso de las plataformas digitales
(Apps), lo que generará que muchas formas de prestación de servicios,
en atención a sus características y por la forma en que se ejecuten,
resultarán atípicas y no se enmarcarán en el concepto tradicional de
dependencia que genera la protección especial del derecho del trabajo.
Respecto la automatización, Oppenheimer, refiere el estudio publicado
el 2013 por Carl Benedikt Frey y Michael A. Osborne (investigadores
de la Oxfort Martin School) en el que pronosticaron que el 47% de
los empleos podrían desaparecer en los próximos 15 o 20 años por
la automatización , a partir de la revolución robótica y la inteligencia
artificial, lo que eliminaría decenas de millones de empleos, ello por
el avance tecnológico cada vez más acelerado; el mismo autor, en base
al algoritmo de Frey y Osborne refiere un ranking de los trabajos más
amenazados.
Si bien las formas de trabajo, cada vez se alejan más de aquellos modelos
tradicionales que generaron el nacimiento del derecho laboral, como
mecanismo para otorgar protección especial a quien ofrecía su fuerza
de trabajo a cambio de una remuneración; pese a que,los medios de
producción o los sistemas económicos pueden cambiar; se debe tener
en cuenta que, el concepto de subordinación jurídica, seguirá siendo el
elemento principal y característico que determinará, cuando estamos
ante una relación de trabajo dependiente.

Por tanto, si bien en el puesto de trabajo del futuro se realizará la


prestación de servicios a través de procesos de producción tecnológicos,
automatizados y en plataformas digitales, sujetos a subordinación
económica, en caso se presenten indicios tradicionales de laboralidad,
estaremos ante una categoría intermedia entre el trabajo dependiente
e independiente; en consecuencia, en ese contexto, resulta necesario
evaluar la necesidad de regular esta forma de prestación de servicios,
ello con el objeto de otorgar protección a esos trabajadores.

V. CONCLUSIONES.
La evolución tecnológica, el uso de la internet y las plataformas digitales
para prestar servicios, generan nuevas formas de trabajo y sistemas
productivos que, no se enmarcan dentro del concepto tradicional de
204
ponencias voluntarias
Aula 6
Impacto de las nuevas tecnologías de del trabajador; que incluye pagos en especie tales como alimentación,
la información y comunicación en el vivienda, transporte, u otros; que se reconocen derechos como el
descanso semanal y las vacaciones anuales; que la parte que solicita el
Derecho del Trabajo. trabajo paga los viajes que ha de emprender el trabajador para ejecutar
Por David Duarte su trabajo; que no existen riesgos financieros para el trabajador.

I. Introducción 2.2. Criterios de la Unión Europea


El impacto de las nuevas tecnologías de la información y comunicación Según la comunicación de 02/06/2016 de la Comisión al Parlamento
(TICS) en el derecho del trabajo se manifiesta de variasformas, una Europeo, al Consejo, al Comité Económico y Social Europeo y al Comité
de ellas son las actividades económicas mediante plataformas (apps) de las Regiones titulada “Una Agenda Europea para la economía
donde las personas que trabajan se relacionan con formas sofisticadas colaborativa” citado en la sentencia laboral de España se advierte que:
de estructuras tecnológicas donde a la relación de trabajo por cuenta La legislación de la UE que garantiza los derechos de los trabajadores
ajena se le denomina de cualquier forma y al trabajador se lo llama solo es aplicable a las personas que son parte de una relación laboral,
“emprendedor” o “monotributista”. es decir, que se consideran “trabajadores”.
Si bien es cierto que la historia de la humanidad registra una constante El Tribunal de Justicia (TJUE) desarrolló unas definiciones
renovación técnica que de alguna manera ha influenciado en la forma principalmente en el marco de la libre circulación de los trabajadores.
de organizar el trabajo, siempre el derecho del trabajo respondió
desde su lógica protectoria a las nuevas tecnologías desde la primera El TJUE señaló que “la característica esencial de la relación laboral es
revolución industrial hasta ahora , porque su estructura tiene la la circunstancia de que una persona realiza, durante cierto tiempo,
capacidad suficiente para adaptarse a los cambios en tanto ocupa a las en favor de otra persona y bajo la dirección de ésta, determinadas
personas físicas, las que en su estructura biológica no han cambiado prestaciones a cambio de las cuales percibe una retribución”.
a pesar del tiempo transcurrido, en todo caso debería pensarse a esas El TJUE confirmó en particular que esta definición se utilizará también
tecnologías en función social y para mejor la calidad de vida de las para determinar quién debe ser considerado trabajador cuando se
personas. aplican determinadas Directivas de la UE en el ámbito social.
La era de la “informacionalidad” presenta una forma diferente de El TJUE indica que la relación laboral en plataformas digitales debe
la estructura de la empresa que se advierte totalmente diferente al determinarse en función de cada caso. Considerando los hechos que
esquema “fordista”, sin embargo algunas cosas no han cambiado, por caracterizan la relación entre la plataforma y el prestador del servicio
ejemplo el ser humano que se inserta allí pone su energía psicofísica a subyacente, y la realización de las tareas en cuestión, basándose
disposición de otro a cambio de un ingreso económico. acumulativamente en particular en los tres criterios esenciales
El otro tema que debemos advertir que se llama “economía colaborativa siguientes:
a lo que el capitalismo de plataforma, ha creado desde Silicon Valley, La existencia de un vínculo de subordinación;
y detrás de cual hay un ejército de trabajadores, denominados la naturaleza del trabajo;
“colaboradores”. Esto no es otra cosa que particulares realizando
la existencia de una remuneración.
trabajos en dependencia laboral, sin derechos laborales, sin sindicatos,
y demás protecciones. Estos servicios bajo demanda poco tienen que Para que se cumpla el criterio de subordinación, el prestador del
ver con “colaborar”, son nuevas formas de relaciones económicas, al servicio debe actuar bajo la dirección de la plataforma colaborativa,
igual que el modelo Uber u otras como LIFT, SIDECAR O CABIFY, no que determina la elección de la actividad, la remuneración y las
tiene encaje en esa definición y son un ejemplo de “utilización indebida condiciones laborales.
de “economía colaborativa” con el fin de eludir la normativa que le El prestador del servicio subyacente no es libre de elegir qué servicios
resulta aplicable” . prestará ni cómo los prestará, p. ej., con arreglo a la relación contractual
La persona que se da asimismo cuando trabaja para otro, sigue siendo que estableció con la plataforma colaborativa.
quien ofrece su cuerpo (energía psicofísica) a cambio de salario. Cuando la plataforma colaborativa solo tramita el pago depositado
El capital sigue en manos de unos pocos (y cada vez son menos los por un usuario y lo pasa al prestador del servicio subyacente, esto
que concentran la riqueza total, ya que se produce una rentabilidad no implica que la plataforma colaborativa está determinando la
exponencial al concentrarse cada vez en menos manos), y las remuneración.
relaciones de poder sigue siendo poco democráticas y la “globalización” La existencia de subordinación no depende necesariamente del
tecnológica es una expresión de un neo-capitalismo que se manifiesta ejercicio efectivo de la gestión o la supervisión de manera continua.
de una forma imperial de controlar el mundo, aunque se hace de
manera virtual (big data), y se desconoce, al menos no existe control En el contexto de la economía colaborativa, cuando las personas
democrático, de quiénes monopolizan esa información, para qué se prestan efectivamente servicios meramente marginales y accesorios
acumula y como se procesan esos datos personales que se registran de a través de plataformas colaborativas, esto es un indicio de que
todos los que interactúan en las redes. dichas personas no reúnen las condiciones para ser consideradas
trabajadores, aunque la breve duración, la escasez de horas de trabajo,
el trabajo discontinuo o la baja productividad no pueden excluir por sí
II. Criterios jurídicos a tener en cuenta para la mismos una relación de empleo.
economía de plataformas Al mismo tiempo, las personas que prestan servicios de una manera
más que ocasional pueden ser trabajadores o autónomos, ya que la
2.1. Recomendación 198/2006 de la OIT calificación efectiva de su condición resulta de un análisis exhaustivo
de los tres criterios.
En diferentes pronunciamiento europeos se advierte citas de la
Recomendación 198/2006 de la OIT para definir una relación El criterio de la remuneración se usa principalmente para distinguir un
de trabajo. Es así que esta recomendación sostiene que los países voluntario de un trabajador. Por lo tanto, cuando el prestador no recibe
miembros de la OIT deberían considerar la posibilidad de definir en una remuneración o recibe simplemente una compensación por los
su legislación, o por otros medios, indicios específicos que permitan costes realizados para sus actividades, el criterio de la remuneración
determinar la existencia de una relación de trabajo. Entre otros medio, no se cumple.
sin dudas bien podría estar refiriéndose a decisiones judiciales. En una
reciente sentencia laboral de España se afirmó que entre esos indicios 2.3. Acta de Inspección de Trabajo de Valencia:
de la Recomendación 198, podrían figurar los siguientes: El hecho de
que el trabajo: se realiza según las instrucciones y bajo el control de El fallo citado de Madrid que declaró como falsos autónomos a los
otra persona; que el mismo implica la integración del trabajador en la repartidores de “Glovo” señaló:
organización de la empresa; que es efectuado única o principalmente Los repartidores son libres de aceptar los pedidos, pero en caso de no
en beneficio de otra persona; que debe ser ejecutado personalmente aceptación en algún sentido se les penaliza desde el momento que la
por el trabajador, dentro de un horario determinado, o en el lugar plataforma les llama menos;
indicado o aceptado por quien solicita el trabajo;que el trabajo es de
cierta duración y tiene cierta continuidad, o requiere la disponibilidad
del trabajador; que implica el suministro de herramientas, materiales
y maquinarias por parte de la empresa que requiere el trabajo;que
se paga una remuneración periódica al trabajador; que dicha
remuneración constituye la única o la principal fuente de ingresos
206
la reasignación es la capacidad que tienen los glovers de solicitar que correspondientes algoritmos que a través de la elaboración de perfiles
un pedido, ya aceptado y asignado, sea derivado a otro repartidor sin acceden al conocimiento detallado de cuándo, cómo, dónde y con qué
penalización; resultado se ha trabajado.
La empresa digital confecciona franjas horarias semanales o periódicas Todo ello a su vez permite vincular la retribución compensatoria del
en función de las previsiones de los establecimientos y las envía a los trabajo, no al tiempo en que el trabajador está a disposición sino al
repartidores que comunican libremente las franjas que quieren; resultado de su actividad.
La empresa digital tiene concertado con la compañía Zurich un El salario fijo da paso al salario variable en función del resultado de
seguro a favor de los repartidores, que cubre los casos de accidente, la actividad personal del trabajador, lo que también supone en buena
hospitalización, defunción y sepelio y 300 euros por baja médica en medida la traslación a éste de lo que hasta ahora venían siendo riesgos
las condiciones de la póliza, cuyo seguro lo paga la empresa sin que por que asumía el empresario al adjudicarse el trabajo que le era prestado.
parte de los repartidores exista aportación alguna;
El reparto y la mensajería constituyen una actividad consustancial, 2.8.Juzgado de lo Social Nro. 1 de Madrid, España
que no es accesoria, en el funcionamiento y rentabilidad de la empresa
digital la actividad está gestionada y organizada por ella a través de su El fallo considera que los “emprendedores” que realizan el transporte de
plataforma (APP); la empresa “Glovo”, son “falsos autónomos” los denomina “recaderos”,
pues realizan recados. La sentencia desnuda la estructura la empresa
La empresa digital interviene y negocia todos los aspectos relacionados digital sobre la base de toda la información disponible afirmando
con la forma o método de recoger los productos y tiempo y modo de que las llamadas plataformas digitales son nuevas oportunidades
entrega. En ninguna de las negociaciones interviene el repartidor; de negocio que impulsan las TIC y que permiten la relación virtual
Los repartidores están geolocalizados en todo momento durante el entre el consumidor y el prestador de un servicio o de un bien, lo que
uso de la aplicación; conlleva un sensible ahorro de costes en los intermediarios y medios
la empresa digital impone un sistema a través de su plataforma, materiales habituales en el comercio tradicional.Estos repartidores
mediante el cual tiene el control en la valoración del repartidor, al que son seleccionados, controlados y obligados mediante criterios
premiará o penalizará en función de su comportamiento. preestablecidos a través de un algoritmo creado por el empresario
digital. Este proceso se repite tantas veces lo requiera el mercado que
controla jurídica, económica y únicamente el empresario digital.
2.4. Tribunal Superior del Condado de Los Ángeles En cuanto a la ajenidad el fallo destaca la inviabilidad para el repartidor
En su decisión de 30-4-2018 en el caso “DynamexOperations West”, de que, con sus medios y desvinculado de la plataforma, pueda llevar
entiende que la aplicación de criterios indiciarios del repartidor con a cabo una actividad económica propia, conecta directamente como
la empresa digital conduce a la conclusión plena de laboralidad. Para laboral la relación contractual entre el repartidor y la empresa digital.
diferenciar si una relación contractual era dependiente o autónoma El trabajo del repartidor carece de todo sentido si no se integra en la
llegó a la conclusión de que se presume que la relación es laboral salvo actividad de la empresa de la digital, integración que tiene lugar desde
que se acrediten los siguientes extremos: el momento en que cada microtarea se encomienda y acepta.
que el trabajador está libre del control y la dirección de la entidad 2.8.1. Características de la empresa de plataforma
contratante en relación con el desempeño del trabajo, tanto en virtud
del contrato para el desempeño del trabajo, como de hecho; Pueden funcionar como punto de encuentro digital entre oferta y
demanda (vgr los alquileres de apartamentos turísticos) e incluso
que el trabajador realiza un trabajo que está fuera del curso habitual cuando el objeto es la realización directa de una actividad personal
del negocio de la entidad contratante; y funcionan a modo de un servicio de empleo o ETT digitalizada.
que el trabajador está habitualmente involucrado en un comercio, Cuando se presta a través de la plataforma, exige necesariamente que
ocupación o negocio establecido independientemente, de la misma otra persona distinta de las que se interrelacionan en ella intervenga
naturaleza que el trabajo realizado. con su propia actividad para que el servicio pueda ser prestado.
La plataforma relaciona a cliente y proveedor, pero necesita de un
2.5.Sentencia del Employement Tribunal of Londondel 26/10/2016, eslabón adicional: la persona, mediante la prestación de servicio,
caso “Aslam c. Uber” consistente en el transporte de mercancías que ponga a disposición de
La decisión apreció la existencia de laboralidad basándose en un aquellos los bienes elaborados por aquellos.
conjunto de indicios en gran medida coincidentes con los que se La distinción entre el llamado trabajo por cuenta propia del trabajo
revelan en este asunto. por cuenta ajena se ha hecho bascular en torno a dos notas, ajenidad y
dependencia definitorias del trabajo por cuenta ajena pero inexistentes
en el trabajo por cuenta propia en el que su realizador lo llevaba a cabo
2.6.Tribunal de Casación de Francia sentencia del 28/11/2018 en el
manteniendo el dominio del proceso hasta el momento de su venta en
caso Takeit Easy que revocó la previamente dictada por el Tribunal
el mercado, mientras que quien trabaja por cuenta ajena lo hace en el
de Apelación de París, apreciando la existencia de relación laboral
proyecto de otro, la empresa, entidad en la que su personal actividad
en un repartidor de mercancías a través de una plataforma digital.
escapaba de su dominio y control que desde el inicio residían en el
Asimismo, en similares términos la sentencia caso Fodora de la
propietario de la empresa, el empresario.
FairWorkComission de Australia de 16/11/2018. También la del
Juzgado Social 6 de Valencia en sentencia de 01/06/2018 y algunos Ajenidad y dependencia son conceptos jurídicos, propios del mundo
como los Juzgados 39 y 17 de Madrid en recientes resoluciones se han de las ideas, y a los que se llega para definir y diferenciar trabajo
decantado en contra de esta calificación. por cuenta ajena y por cuenta propia a través de elementos fácticos
descriptores de cómo la concreta actividad humana a calificar se
realiza y actúan a modo de datos indiciarios para calificar el vínculo.
2.7. Juzgado Social 33 de Madrid, Sentencia de fecha 11 de febrero del
La incidencia de las TIC en el trabajo es tan profunda y relevante que es
2019 en la que se sostuvo que:
preciso analizar los nuevos indicios que aparecen, antes inexistentes, y
Es un hecho incuestionable que la robótica y las llamadas tecnologías volver a valorar el peso definitorio de los indicios clásicos.
de la información y comunicación (TIC) han alterado notablemente
2.8.2.Indicios de los que se podría inferir la existencia del vínculo
nuestras conductas personales, los hábitos sociales y también están
como laboral
incidiendo muy significativamente en el trabajo, entendido como toda
actividad personalmente realizada por el ser humano a cambio de una En la contratación los repartidores se dan de alta en la base de datos
contraprestación. facilitando los datos personales y medios de que disponen y que
seguidamente suscriben el contrato cuya autoría exclusiva es de la
Hay trabajos nuevos, trabajos que desaparecen y trabajos que
demandada;
se prestan de un modo distinto, tanto como consecuencia de la
robotización como de las TIC. El repartidor no interviene en la conformación del contenido del
contrato, limitándose a asentir las condiciones impuestas de contrario,
Con el desarrollo de las TIC, muchas de las condiciones determinantes
lo que demuestra la inicial posición de desigualdad entre partes desde
de cómo trabajar, se han visto notablemente alteradas.
En concreto el tiempo y el lugar de trabajo han sufrido alteraciones
relevantes.
Las TIC permiten acceder a un gran volumen de información
y a su tratamiento rápido y barato mediante la creación de los
207
la que la relación ha quedado conformada; La empresa digital se reserva evidentes facultades de naturaleza
En el contrato introduce la demandada una serie de rasgos disciplinaria que le permitan resolver el vínculo en caso de
demostrativos de la sumisión del repartidor a las instrucciones de la incumplimiento de todas estas reglas y también el precio de cada tarea
empresa digital; asignada.
La duración de la jornada es de 40 horas; Las parcelas de libertad para decidir días y horas de trabajo y
aceptación de servicios concretos no le proporcionan al repartidor
La empresa impone los criterios a seguir para la compra de productos ninguna facultad o poder que pueda condicionar el desarrollo de la
y relaciones con el cliente final y límite de 40 minutos en la realización actividad empresarial ya que la empresa digital cuenta con tan amplio
de un encargo; elenco de repartidores dispuestos a trabajar que la ausencia de unos es
Impone la prohibición de uso de distintivos corporativos propios o suplida automáticamente con la presencia de otros y también cuando
diferentes y de usar la imagen corporativa y tampoco en sus perfiles el repartidor rehúsa atender algún servicio asignado. Destaca el fallo
en redes sociales; que el repartidor rechazara hasta 422 encargos en un año sin que ello
El repartidor debe cuidar sus comentarios en redes; conllevara la extinción por incumplimientos o por perjuicios causados
del vínculo.
El repartidor debe comunicarse con la empresa digital preferentemente
por correo electrónico; El repartidor nunca podría realizar su tarea desvinculado de la
plataforma digital en la que se integra: es impensable que con su
En el contrato se establecen las interrupciones de la actividad que se
vehículo y su móvil pudiera transportar mercancías entre proveedores
consideran justificadas, obligación de preaviso por cese y causas de
y clientes.
extinción;
Si el repartidor decidiera emprender por sí mismo este tipo de
Se lista un total de trece causas justificadas de resolución del contrato
actividad como auténtico autónomo, estaría condenado al fracaso y
por parte de la empresa digital relacionadas con incumplimientos
sus posibilidades de crecimiento como emprendedor serían nulas, ya
contractuales del repartidor;
que el éxito de este tipo de plataformas, se debe al soporte técnico
Se impone la prohibición durante y después del contrato de revelar proporcionado por las TIC que emplean para su desarrollo y a la
secretos comerciales o información confidencial con la consiguiente explotación de una marca, en este caso la empresa digital, que se
indemnización por daños en caso de incumplimiento. publicita en redes sociales a través de los buscadores tipo Google, sitio
El contrato autoriza el acceso de terceros a los datos personales del al que acuden los clientes cuando necesitan la compra y entrega de los
repartidor. productos que la demandada suministra.
La contraprestación retributiva no queda establecido en el momento El escaso valor que para el desarrollo de la actividad empresarial tienen
del servicio, sino que será fijado por la empresa digital que lo fija en el los medios materiales que corren a cargo del repartidor, vehículo y
momento en que el servicio se solicita a la plataforma por el cliente y móvil, comparados con el de la aplicación y la marca que son propiedad
atendiendo a la distancia y tiempo que se prevé se pueda emplear y se de la empresa digital.
lo comunicará al repartidor.
También podrá la empresa digital puede establecer un precio inicial III. Conclusión
y orientativo que se ajustará tras el servicio realizado y a su arbitrio
En la era de la TIC, la energía psicofísica que pone un ser humano
calcular unas cuotas de cobertura o complejidad adicionales que
al pedalear una bicicleta y transportar productos desde y hacia
alterarían el precio.
distintos puntos geográficos de la ciudad, sigue siendo el motor de la
Escapa de la facultad del repartidor fijar o negociar su retribución moderna economía digital. No se trata de ser flexibles y ágiles ante la
que además oscila en función de parámetros que la empresa digital dinamicidad de los entornos actuales, sino de dar respuesta sensata
establece en cada reparto. a una estrategia empresarial con el objetivo de reducir los costos
El precio final del servicio es establecido por la empresa digital y es laborales, acarrea una mayor generación de empleo precario, mayor
abonado por ella al repartidor mediante el libramiento de facturas índice de rotación de los trabajadores y temporalidad .
semanales por ella también elaboradas. Si bien el informe contable Numerosos fallos de otros países señalan que existe relación laboral
determinó que el precio de la actividad del repartidor corre de cuenta entre el repartidor (o recadero) y la empresa que explota aplicaciones
del cliente final. informáticas de servicios de recogida y entrega de productos, porque la
El fallo entendió que resultaba obvio que al repartidor ese coste se le empresa mercantil controla por completo la actividad desempeñada por
carga en el total de la factura que se le presenta, pero el pago no se el repartidor e impone reglas precisas para su realización. El algoritmo
realiza del cliente al repartidor, sino de la empresa digital a éste y tras diseñado por la empresa dueña de la marca que ofrece el servicio al
haberlo cargado junto con su comisión empresarial a dicho cliente. usuario ejerce un poder sobre el repartidor, allí se esconde el poder
El cliente en ningún caso fija o conviene con el repartidor el precio del de organización y dirección de la empresa digital .Lamentablemente
servicio sino que es la demandada quien lo determina conforme los ya se han registrado accidentes laborales por el nivel de riesgos que
criterios indicados en el párrafo anterior. se exponen en la vía pública, ya que los accidentes de tránsito son
los más elevados y repercuten en la seguridad y la salud en el trabajo,
La empresa digital tiene demandada la facultad de designar el además de los riesgos psicosociales, por las dificultades que presenta
repartidor concreto que presta el servicio. Ella cuenta con un elenco realizar la prevención y control en empresas digitales por la excesiva
amplio de repartidores con los que cubre, previa su inicial adscripción, prolongación de tareas y poco descansos. La necesidad casi adictiva
los repartos en los distintos días y por franjas horarias. de estar conectados en todo momento y lugar, con acumulación de
La aplicación realiza previsiones de la demanda y en función de ello cansancio, estrés y síndrome de burnout o del quemado, en detrimento
determina el número de repartidores que ocuparán las distintas de la salud y la seguridad de los trabajadores digitales.
franjas. En definitiva, el trabajo humano necesita de la norma heterónoma
Los repartidores adscriptos en una determinada franja son laboral para frenar el abuso del poder empresario cuando organiza y
encomendados a un concreto reparto por parte de la empresa dirige un emprendimiento económico, a fin de restablecer relaciones
digital, siguiendo el criterio del menor coste mediante la solución civilizadas que respeten la dignidad de la persona que trabaja.
que proporciona el algoritmo a tal efecto creado y atiendo a diversos El impacto económico y social en este proceso de la era digital, hasta
parámetros, entre ellos el mejor perfil de los repartidores potenciales ahora, ha sido un incremento exponencial de la productividad, pero con
elaborado a través de criterios de eficacia, pedidos atendidos en una mayor concentración de la riqueza en pocas manos e inversamente
ocasiones anteriores y valoración entre los clientes y proveedores. proporcional es el acceso a esos bienes registrando un incremento
2.8.3. Indicios de laboralidad: masivo de la pobreza. Sociabilizar estos bienes tecnológicos para toda
El repartidor, vinculado de forma indefinida, para realizar su actividad la humanidad sería el camino concreto de justicia social.
necesariamente se integra en la plataforma y desde ella recibe las ofertas Numerosos servicios de transporte de bienes de consumo en un
de servicios preseleccionados por la empresa digital que mantiene un mismo tiempo y en núcleos urbanos relevantes, con un amplio elenco
completo control de la actividad desempeñada (la aplicación es capaz de transportistas.Los repartidores se les asignan en función de la
de informar en todo momento a sus clientes y proveedores dónde se demanda y de otros parámetros para su selección, repartos concretos
encuentra el repartidor)
La empresa digital ha establecido reglas precisas para la realización
de la actividad y que imponen al repartidor un determinado
comportamiento, la que luego es evaluada mediante la creación de
perfiles, que tiene efectos para asignaciones de reparto futuras
208
que podrían definirse como microtareas. “SOBREVIVENCIA DEL DERECHO DEL TRABAJO
Cada microtarea activa la relación contractual entre el proveedor del FRENTE A UNA POTENCIAL PÉRDIDA DE SU
servicio y el repartidor, hasta ese momento en hibernación. Antes OBJETO PRODUCTO DE LAS NUEVAS FORMAS
de aceptar el reparto el trabajador está disponible para trabajar, en
situación de espera para ser llamado. Se le asigna un reparto y se le DE PRESTACIÓN DE SERVICIOS”
fija un precio que acepta con la asunción de la actividad ofertada y que Gidi, Andres - Chile
percibirá si la lleva a cabo. Vuelve a situarse en estado de disponible
esperando que una nueva microtarea se le oferte y con ello se reactiva
INTRODUCCIÓN
la relación.Este proceso sería una “contratación a demanda” se repite
tantas veces lo requiera el mercado que controla el empresario. La configuración social, cultural y económica imperante, generada
fundamentalmente por una visión neoliberal y el uso masivo de diversas
El tiempo de trabajo se caracterizaba por estar a disposición en horario
herramientas tecnológicas, ha originado una serie de nuevas formas de
continuado donde los tiempos muertos eran cargo del empresario,
prestación de servicio que no fueron consideradas ni en las más ilusas
ahora se atomiza en microtareas sucesivas en función de la demanda.
proyecciones de los distintos operadores del sistema laboral, las que
Existe una relación contractual permanente “hibernada” que se
aparecen siendo ejercidas de un modo paradojal, en que por una parte
actualiza con la asignación de cada microtarea concreta. Ello supone
se aprecia autonomía en el ejercicio de las tareas encomendadas y, por
un elevado ahorro de costos para el empresario que sólo retribuye el
otra, una evidente ajenidad y dependencia económica.
tiempo en que se realiza la microtarea no aquel en que el repartidor
en este caso está en situación de disponibilidad. Resulta una evidente Bajo este contexto y atendiendo a un concepto clásico del Derecho
traslación del empresario al trabajador del coste del tiempo de trabajo. del Trabajo, esto es, normas y principios que regulan únicamente
La actividad así diseñada a su vez supone para el trabajador la facultad relaciones desarrolladas bajo subordinación y dependencia (concepto
de poder dar su conformidad a cada encomienda de trabajo que se le entendido igualmente de forma tradicional), podría darse, en una
asigne en cuyo caso entra en situación de preselección para llevarlo a hipótesis extrema pero no descartable, que esta normativa especial
cabo si así lo precisa la demanda y se le asigna mediante el algoritmo a se vaya quedando poco a poco sin servicios que regular ni mujeres ni
tal efecto creado. hombres por proteger.
Por ello, la respuesta jurídica a este tipo de actividad sería mediante De aquí la necesidad, tomando en cuenta el esencial carácter protector
la negociación colectiva, que ajustaría estas particularidades, pero por (no sólo respecto de la relación laboral en particular sino de la situación
todas las consideraciones que efectuadas, partiendo del art. 14 bis de de vida de la trabajadora o trabajador y su familia en general) y a la
la CN y los arts. 1, 5, 6, 22, 23, 25, 26, y 62 a 68 y concordantes de la vez dinámico y realista de esta rama del derecho, de revisar dentro
LCT no sería necesaria su modificación, aunque se podría ajustar esas de la actual realidad socioeconómica, cuál es el tipo de trabajo que se
particularidades mediante la negociación colectiva. quiere regular y de qué manera.
El trabajo humano en la economía de plataforma”, mediante las “apps”
se establecen en un derrotero de sujeción del trabajador y trabajadora I.- PRESTACIÓN DE SERVICIOS EN PLATAFORMAS DIGITALES.
al poder empresario. Cualquiera sea la forma o denominación que se Por regla general, esta moderna forma de prestación de servicios
pretenda dar a las relaciones de trabajo, resulta insoslayable el mandato asume la existencia de una persona natural que realiza una actividad
de protección del trabajador, como sujeto de preferente tutela, de intermediación (principalmente transporte de personas, bienes y
previsto en el art. 14 bis de la Constitución Nacional. La existencia de productos) entre la plataforma digital y el usuario de la misma, por
una persona física, que presta servicios en favor de otra que aprovecha la que recibe a cambio el pago de un precio prefijado por una o más
de esa energía psicofísica para obtener ganancias, cuenta con todos los entregadas realizadas.
derechos constitucionales previstos y también los derechos humanos
que le otorgan los derechos de ciudadanía en la empresa. Asume igualmente, que esta persona: a) no tiene obligación de
exclusividad respecto de la plataforma a la que sirve; b) decide
libremente la oportunidad y forma en que se deben realizar las
entregas, manteniendo para sí el derecho absoluto a conectarse y
desconectarse de la aplicación; y c) no existe supervigilancia ni control
de parte de la compañía digital.
La postura precedente no es antojadiza, meramente teóricani fue
obtenida de la página web de una aplicación, sino que fue extraída
del tenor literal del artículo 8 bis del Proyecto de Ley denominado
Modernización Laboral para la Conciliación, Familia e Inclusión
presentado por el Presidente de la República de Chile.
Por otra parte, más allá de las definiciones basales que intentan dar
cuenta de la absoluta autonomía y libertad con las que estas personas
naturales prestan sus servicios, la realidad devela una serie de
situaciones que permiten al menos cuestionarse si en los hechos se
configura de esta forma o no.
Primero, en cuanto las personas se mantengan conectadas a la
aplicación, estas plataformas digitales cuentan con sistemas de GPS
que permiten identificar en línea dónde se encuentra exactamente
cada uno de los “colaboradores”, determinando además si se encuentra
en espera sin servicio, en tránsito o si la entrega o viaje se concretó
exitosamente o fue rechazada por el usuario.
Segundo, esta información no es en absoluta inocua, ya que a través
de su utilización como base dedatos de sofisticados algoritmos, se
establecen fórmulas de control y beneficios que se van actualizando
minuto a minuto en la respectiva aplicación: a) se genera un índice
a través del análisis comparativo de los viajes o entregas aceptadas
versus las realizadas y se establece un estatus para la persona que
tendrá como consecuencia (sanción) la preferencia que tendrá en caso
de que otros conductores o repartidores quieran realizar el mismo
servicio; b)no obstante no existe indicación de cuáles son los lugares
donde se deben realizar los viajes o entregas, las aplicaciones indican a
estas personas las zonas dentro de la ciudad donde se están generando
mayores pedidos; c) la plataforma igualmente “motiva” a las personas
a conectarse, a través del envío de mensajes directos en que le informa

209
que un día u horario determinado es aquel en que se puede obtener En este caso, por muy moderna que sea la configuración de los
mayores sumas de dinero; d) se ofrecen beneficios adicionales on line servicios, se realiza por y para un tercero, que en este caso particular
a los conductores o repartidores con el objeto de que realicen la mayor es la plataforma y la marca que representa. Cuando un usuario o
cantidad de servicios en un tiempo determinado; e) estas personas cliente utiliza el automóvil o pide comida, ¿Se la está requiriendo a una
son evaluadas por los “usuarios”, cuestión que obviamente afecta los persona particular o a la aplicación? Sin duda que entiende que llama
pagos que estará en condiciones de percibir en virtud del acceso que a Uber o Rappi, por ejemplo, sin importar quién sea el individuo que
tenga o no a realizar los servicios; f) la plataforma siempre tendrá para lo transporte o le consiga el bien que necesita; que el pago lo realiza
sí la posibilidad de bloquear o desconectar a la persona, dejándola directamente a la aplicación y quien realizó el transporte recibirá
imposibilitada de acceder a la aplicación. alguna comisión por ello.
Así entonces, alejándose de los lineamientos que ha asentado la
II.- OBJETO DEL DERECHO DEL TR ABAJO doctrina y la jurisprudencia en las últimas décadas, centrando la
definición y declaración de la relación laboral casi exclusivamente en
A partir de los cambios que se desarrollan a velocidad insospechada en la configuración de vínculo de subordinación y dependencia, parece
el mercado del trabajo y en la forma en que se prestan servicios y que necesario, en tiempos que este último concepto se ha vuelto difuso o
sin duda continuarán en los años venideros, el Derecho del Trabajo, relativizado por la irrupción de nuevas formas de trabajo, revalorizar
atendiendo fundamentalmente a su carácter esencialmente evolutivo, a la Ajenidad como elemento diferenciador del objeto regulado por el
se verá en la necesidad de volcarse en una análisis sobre los límites de Derecho del Trabajo, bajo el entendido que el hecho de que el trabajo
su objeto, el que tradicionalmente no ha tenido la intención de regular sea realizado por y para otro es un elemento de la esencia del trabajo
todas las formas de prestación de servicios sino que sólo aquellas que dependiente.
se ejecutan de manera dependiente bajo subordinación y en beneficio
del empleador.
A este respecto resulta ilustrador lo señalado por el Profesor 2.- Interpretación amplia. Subordinación encubierta
Raso:“Una de las principales características de la disciplina, a lo largo Las plataformas digitales se han autodefinido como entidades que
de su evolución, ha sido su permanente evolución. Ya hace medio siglo reclutan a socios o colaboradores que prestan servicios que no deben
Plá Rodríguez expresaba que el Derecho del Trabajo “es un derecho ser considerados como laborales, en cuanto su función se caracteriza
en constante formación” (Pla Rodríguez, 1979: 23), y agregaba que ello por no ser exclusiva ni obligatoria, por no regirse por un horario
se debía a que esta rama del derecho sufre un proceso de extensión determinado y, fundamentalmente, por no existir determinación
permanente hacia nuevas materias, actividades y personas que alcanza por parte de la aplicación respecto a cómo, dónde y cuándo se deben
(Pla Rodríguez, 1979: 23). hacer los repartos de bienes o transportar pasajeros, no existiendo
A partir de una visión típica del Derecho del Trabajo del industrialismo instrucciones ni controles inmediatos de parte de los encargados de
del siglo pasado, el juslaboralista uruguayo imaginaba la transformación la plataforma, todas afirmaciones con las que discordamos, como
del Derecho del Trabajo como expresión de ampliación hacia nuevos consecuencia de estimar que los elementos de configuración de
espacios e individuos. subordinación efectivamente no se dan de forma directa, sino que de
manera indirecta o encubierta.
Hoy seguimos afirmando que nuestra disciplina está en constante
formación, pero ello no solo es expresión de la voluntad de expansión. Lo anterior, como consecuencia de que la plataforma no ejerce su
Verificamos que existen otras condicionantes – que llamamos poder dirección de manera activa, sino que lo ejecuta de manera velada
“contextos” – que producen cambios en el objeto de regulación del a través del otorgamiento de beneficios y la aplicación de sanciones.
Derecho, es decir la propia forma de prestar el trabajo, y ello determina Por una parte se afirma que la persona es absolutamente libre de
uno de los desafíos contemporáneos más importantes: si el trabajo se rechazar un pedido, pero en la práctica se maneja un indicador de
transforma, cual es el rol actual de la disciplina, como “navegar” en requerimientos que compara aceptaciones versus negativa, definición
realidades en plena transformación y no perder su sentido tutelar y rol que resulta fundamental para la prioridad futura en el acceso a
de regulador jurídico del trabajo”. servicios y al consiguiente pago por ello.
El contexto a que se hace referencia, dado en la actualidad por la Señala que no ejerce control alguno sobre la persona, pero tiene acceso
irrupción de las plataformas digitales como fuentes relevante de on line e inmediato a la siguiente información: conexión, ubicación y
ingreso para las personas, implica la configuración de una nueva estado del servicio.
realidad, en que las personas buscan y obtienen, por una parte, No existen horarios de trabajo, pero hay tiempos límites para las
prestar servicios desde lugares remotos al centro de trabajo (si es entregas e incentivos para conectarse a la aplicación en determinados
que existe), durante los períodos y tiempos que estimen suficiente horarios o realizar más servicios en determinadas porciones de tiempo.
para la obtención de los ingresos pretendidos y en la actividad que les
resulte atractiva y apegada a sus interese particulares y, por la otra, se No se pagan remuneraciones, pero se otorgan pagos o comisiones
generan riesgos de precarización del empleo; de obtención de ingresos como contraprestación de los servicios prestados.
insuficientes; desprotección social, tanto en matera de accidentes del No existen los despidos pero la plataforma se reserva la facultad de
trabajo y enfermedades profesionales, como previsionales y de salud. bloqueo o eliminación de la aplicación de determinada persona.
Considerando estas nuevas modalidades de prestación de servicios, el Es en este sentido que estimamos que se debe desarrollar una
mantener el objeto de esta especial rama del derecho aparejado a un interpretación amplia del concepto de subordinación y dependencia,
concepto clásico de subordinación, marcado por servicios prestados no buscando incorporar o dejar de lado los elementos clásicos que
en la oficina del empleador, dentro de un horario definido, con una le dan lugar, sino que estableciendo una reinterpretación sobre los
especificación estricta de cómo y cuándo prestar los servicios, bajo un mismos, que permita levantar el velo respecto de esta subordinación
sistema de instrucciones, control y evaluación directa e inmediata de encubierta de la que se ha dado cuenta en lo precedente, redefiniendo
parte del empleador, se corre un riesgo importante de que la prestación a la luz de las nuevas formas de trabajo, qué debe entenderse por
de servicios en plataformas digitales a través del uso de aplicaciones, instrucciones y controles, continuidad, espacio físico temporal de
por no enmarcarse dentro del concepto clásico de laboralidad, deje trabajo, remuneración y despido.
a todas aquellas personas que prestan servicios como conductores,
repartidores u otra actividad homologable sin tutela ni protección
IV.- CONCLUSIONES
alguna y al Derecho del trabajo sin actividades ni sujetos a los cuales
regular. Las nuevas formas de prestación de servicios a través de plataformas
digitales presentan cambios y desafíos para el Derecho del Trabajo,
el que necesariamente debe adaptarse, como ya lo ha hecho
III.- PROPUESTAS históricamente al enfrentarse a distintas revoluciones, de manera
tal que permita seguir regulando y tutelando a los trabajadores,
1.- Énfasis en el Concepto de Ajenidad flexibilizando su objeto para no quedarse sin sujetos a los que proteger.

Algo que no resulta discutible en el negocio de las plataformas digitales, Para cumplir con este objetivo, se plantean dos vías complementarias,
es que la persona que presta servicios aporta sus medios personales la primera, revitalizar el concepto de ajenidad atendiendo a que
(esfuerzo físico, sicológico y del uso del tiempo) y materiales (bicicletas, los conductores y repartidores no obtienen provecho directo de
motocicletas, automóviles, teléfonos celulares, planes de internet) con
el objeto de percibir una cantidad de dinero determinada por ello, pero
quien recibe todo el producto de este trabajo es la empresa digital que
lo recluta.

210
los servicios que realizan sino que lo hacen por y para un tercero y, EL TRABAJO EN PLATAFORMAS DIGITALES Y EL
segundo, reinterpretar de manera amplia los elementos que configuran DERECHO DEL TRABAJO
el vínculo de subordinación y dependencia, con el fin de levantar el
velo de lo que denominamos subordinación encubierta. Federico Rosenbaum Carli

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en la estructura empresarial, producto de varias causas -económicas,
https://www.ilo.org/wcmsp5/groups/public/---dgreports/---dcomm/ tecnológicas, etc.-, que han despertado la necesidad de que el Derecho
publ/documents/publication/wcms_684183.pdf del Trabajo atienda dichas situaciones para que no exista una huida de
la protección necesaria que ofrece esta disciplina. Así, se verifican en
los hechos procesos de externalización de operaciones y de mano de
obra, o tercerizaciones, a los efectos de atomizar la empresa en torno
a su proceso productivo y las actividades que cumple, o en torno al
proceso de contratación de la fuerza de trabajo.
Ahora bien, más actualmente, el mundo del trabajo continúa en
constante transformación -que es calificada por algunos estudiosos
como “vertiginosa”-, y las formas de prestación del trabajo y de
organización empresarial también siguen mutándose. Asistimos
ahora a una creciente y cada vez mayor recurrencia a la introducción
de tecnologías al ámbito de la empresa, e incluso, a nuevas formas
de empleo mediante el recurso de “plataformas digitales”, a las que
se las han catalogado como plataformas colaborativas, “on demand
economy” o “Uber economy”.
La empresa ahora profundiza aún más ese proceso de atomización, y
reduce en su máxima expresión la cantidad de actividades ejecutadas
directamente y que conforman su ciclo productivo, e incluso se limita
a la contratación de personal en forma muy reducida. Por este motivo,
no se recurre a la figura de la subcontratación -contratando a otra
empresa para que ejecute una parte de su ciclo productivo-, sino a la
contratación directa de personas -no empresarios-, denominados en
muchas ocasiones como “colaboradores” o “socios”, para que ejecuten
dichos servicios.
A pesar de que se suelen tomar como sinónimos los términos de
economías colaborativas y economía de plataformas, se coincide en
afirmar que estos tienen algunas diferencias entre sí, y que por ende,
es necesario distinguirlos en función de sus características principales.
En efecto, por un lado, el concepto de economía colaborativa se
circunscribe a aquella actividad que consiste en intercambiar o
compartir bienes -tangibles o intangibles (gastos, tiempo, espacios,
hobbies, etc.)-, mediante la utilización de las nuevas tecnologías y la
digitalización, siendo necesario para ser considerada como tal, que
la actividad no esté basada en un ánimo de lucro, o al menos, que se
encuentre inspirada en principios de la economía social. En definitiva,
en la ejecución de esta actividad se desprende un dato fundamental,
en tanto que los proveedores actúan como personas privadas y no
profesionales.
Como ejemplos concretos, es posible citar la actividad de compartir
el automóvil, mediante la distribución de los costos generados en el
marco de un traslado o viaje que el conductor realiza por motivos
personales; así como el caso de los alojamientos compartidos.
En función de ello, su vinculación con las plataformas digitales
ha generado la confusión terminológica y conceptual aludida,
pretendiéndose asumir una conceptualización unitaria, al
considerarse que toda plataforma digital encuadra dentro de la
economía colaborativa. Sin embargo, se ha señalado que “así como
no todo mercado para el uso temporal de bienes y servicios puede ser
considerado en sentido estricto como Economía Colaborativa, no toda
plataforma que interviene en dicho mercado merece el calificativo de
«colaborativa»”. En ese sentido, se destaca que “no toda plataforma
digital responde a un sistema de transacciones persona a persona
(P2P, peer-to-peer), en el que son los particulares no profesionales
los que a través de la plataforma interactúan y cambian o realizan las

211
prestaciones o servicios de manera ocasional” . Por tal motivo, las nuevas formas de trabajo analizadas bajo la óptica
Por otro lado, en cuanto a la noción de economía de plataformas, del derecho laboral encierran un problema de calificación jurídica, a
se ha remarcado su evolución, siendo que primariamente se la partir del cual su resolución conducirá a comprender determinada
limitaba a la actividad de facilitar el intercambio de bienes o servicios situación fáctica dentro del ámbito de aplicación y protección del
entre particulares, mediante el uso de una plataforma digital -en ordenamiento jurídico laboral, o por el contrario, en excluirlo del
cumplimiento de una actividad que estrictamente se limita a mismo.
intermediar entre la oferta y la demanda-; para luego ingresar en su Entonces, resulta justificado plantearse la siguiente pregunta: ¿estas
concepto aquellas actividades mediante las que se “prestan un servicio modalidades de prestación de trabajo, se encuentran alcanzadas por
específico a un mercado concreto, esto es, un ‘servicio subyacente’”, el Derecho laboral?
interviniendo en forma activa “en la definición de las condiciones Una interrogante que han intentado responder en gran medida
de uso de la plataforma” y obteniendo “importantes beneficios diversos tribunales de justicia en todos los continentes y, en el acierto
económicos” . o en el error, la respuestas son disímiles: por un lado, se entiende que
En relación a ello, SUÁREZ distingue dentro de la noción de la dichas formas de prestación de trabajo son las propias de un trabajador
economía de plataformas digitales, las siguientes modalidades: independiente o autónomo -y por ende, se convalida tanto el modelo
Trabajo colaborativo: constituye aquella actividad que ingresa en empresarial organizativo, como la inaplicabilidad de la protección del
la noción de economía colaborativa, y por ende, se refiere a actos Derecho Laboral a estos prestadores-, y por otro lado, se interpreta
de intercambio entre consumidores sin fines de lucro, o aunque que el trabajo prestado a través de las plataformas digitales, ingresa en
existiendo el mismo, que se desarrolle por un particular sin un interés la categoría que es propia del trabajador dependiente, extendiendo por
económico de entidad mayor (excluyéndose, por ejemplo, el caso de ende, la tutela del Derecho del Trabajo a estos prestadores.
una persona propietaria de varios pisos que son arrendados a través
de Airbnb). 3. Respuestas normativascomparadas y la postura
Externalización abierta de tareas o crowd-source online: se verifica de la O.I.T.
un trabajo online, que puede ser ejecutado desde cualquier
lugar, identificado generalmente por “micro tareas” o encargos
especializados. 1) El caso de Uruguay

Trabajo a demanda a través de aplicaciones digitales o work-on- El Decreto Nº 36.197 de la Junta Departamental de Montevideo, regula
demand via apps: se ejecuta en forma offline y presencial, y “las la actividad del transporte de personas en dicha ciudad, y concibe a las
plataformas aprovechan un contexto de competitividad (potencial) plataformas digitales como intermediarias entre la oferta y demanda
entre prestadores de servicios para fijar las condiciones de ejecución de los servicios de transporte de pasajeros . Contrariamente, la Junta
de encargos sobre la base de relaciones contractuales circunscritas al Departamental de Maldonado, que también ha regulado la actividad
estricto tiempo de desempeño del mismo (just-in time relationships) del transporte de personas dentro de esa circunscripción territorial,
con la consiguiente compensación económica desde esa lógica ha señalado por Decreto Nº 4001/2018 que esas plataformas digitales
contractual (pay-as-you-go)” . prestan propiamente un servicio de transporte de pasajeros .
Sin perjuicio de dicha normativa que se encuentra vigente a nivel de
esos dos Departamentos, a nivel nacional se ha promovido un proyecto
2. El problema jurídicogenerado en la economía de ley para la regulación de los “servicios prestados mediante el uso de
de plataformas digitales medios informáticos y aplicaciones tecnológicas” , considerando que
Distinguiendo precisamente esas modalidades de ejecución del las personas físicas o jurídicas que presten servicios mediante sistemas
trabajo online y offline, se ha referido a que las plataformas digitales informáticos, como lo son las plataformas digitales, deberán someterse
han creado diferentes clases de trabajadores -no en su sentido jurídico, a los controles, autorizaciones, permisos, licencias, registros y otras
sino en referencia al hecho mismo del trabajo-, encontrándose por un regulaciones, que para la actividad privada, establecen las normas
lado, quienes precisamente son requeridos para ejecutar la labor de especificas relativas al servicio final que se desarrolle como parte de
manera presencial, como lo son los casos de los conductores o riders su oferta .
mediante el uso de los automóviles y bicicletas en las diferentes
ciudades, y por otro lado, quienes trabajan para plataformas digitales
que deslocalizan sus servicios, desempeñando las tareas de forma 2) Proyecto de ley de Chile
virtual, sin importar la ubicación geográfica, identificándose estos El pasado 2 de mayo de 2019, el Presidente Sebastián Piñera presentó
casos como trabajos virtuales o virtual work . un proyecto de ley ante la Cámara de Diputados de Chile, relativo
Estas nuevas formas de trabajo han sido estructuradas a la “Modernización laboral para la conciliación, trabajo, familia e
organizativamente, en la mayoría de los casos, de manera tal de quedar inclusión” .El primer aspecto que regula el proyecto de ley precisamente
formalmente alejadas del ámbito de aplicación normativo del Derecho se refiere a los “servicios prestados a través de empresas que operan
del Trabajo. En este sentido, el diseño de los modelos empresariales mediante plataformas digitales de intermediación”, incorporando
están construidos sobre la base de un discurso metódico, así como de un nuevo artículo 8 bis al Código de Trabajo, dirigida a excluir estos
una implementación formal que se sustenta en dos ideas centrales: servicios del contrato de trabajo.
la primera de ellas, relacionada con la naturaleza jurídica de la Cabe señalar que la propuesta de regulación del trabajo prestado para
actividad de dichas estructuras empresariales; y la segunda de ellas, plataformas digitales, constituye una novedad a nivel comparado, en
que reposa naturalmente en la anterior, vinculada con la relación tanto que ningún otro sistema jurídico nacional se ha encaminado por
jurídica entablada entre el prestador del servicio subyacente y la propia esa vía, y mucho menos aún, haciéndolo en el seno de un Código de
plataforma digital. Trabajo.
Así, muchas de las empresas de plataformas digitales se consideran a si Además, de la lectura de dicho artículo se extrae que, para que no
mismas como prestadoras de servicios de la sociedad de la información, exista una relación de trabajo, es necesario que: 1) exista una empresa
cuya actividad se limita exclusivamente a la intermediación, entre el cuya actividad sea la de intermediación; 2) que esa empresa ofrezca el
usuario o cliente que solicita un servicio en concreto dentro de esa servicio de intermediación mediante una plataforma digital; 3) que se
plataforma, y el prestador de dicho servicio. Por ello, las plataformas se verifique un vínculo entre dicha empresa con una persona natural; 4)
presentan formalmente como intermediarias entre oferta y demanda, que esa persona natural preste un servicio en el marco de ese vínculo;
sin controlar ni desarrollar el producto que se ofrece, aplicando sus 5) que ese servicio no sea prestado con obligación de exclusividad;
energías en la creación de un simple soporte tecnológico . Es por este 6) que ese servicio sea prestado con libertad para determinar la
motivo que estas empresas suelen auto etiquetarse como plataformas oportunidad y tiempo que se destinarán al mismo; 7) que ese servicio
que se desarrollan dentro del ámbito de la economía colaborativa. no sea de carácter personal, y bajo dependencia y subordinación de la
En consonancia con dicho postulado, si la empresa únicamente empresa intermediaria.
concentra su actividad en el desarrollo de un producto tecnológico, Esta propuesta de regulación sigue arrojando dudas, porque, el primer
como lo es una aplicación o plataforma digital, y efectivamente no elemento a considerar es la naturaleza de la actividad prestada por
brinda ningún otro servicio adicional, naturalmente no será necesario este tipo de empresas. Aquí se vuelve a plantear la misma interrogante:
que cuente con trabajadores dependientes a los efectos de la prestación
de una actividad diferente que no constituye ni integra su giro. Por ello
es que los prestadores del servicio subyacente ofrecido dentro de la
plataforma, son considerados por estas como trabajadores por cuenta
propia, o auténticos emprendedores y empresarios.
212
¿las plataformas digitales son intermediarias entre la oferta y demanda naturaleza jurídica del servicio prestado por Uber, analizando si este
de los servicios brindados por esos choferes o “riders”? se trata de un servicio de intermediación, que conecta mediante una
El segundo elemento a considerar es que, aún cuando en la formalidad aplicación de teléfonos inteligentes, a un conductor no profesional
se compruebe que los sujetos prestan un servicio sin obligación de que utiliza su propio vehículo con una persona que desea realizar un
exclusividad, y que tienen “libertad” para determinar la oportunidad desplazamiento urbano; o si por el contrario, crea al mismo tiempo
y tiempo que se destinarán al mismo, de todos modos la cuestión se una oferta de servicios de transporte urbano, que hace accesible
deberá seguir resolviendo sobre la base de determinar si en los hechos, concretamente mediante herramientas informáticas. La sentencia se
se verifican los elementos principales del contrato de trabajo. decanta por la segunda cuestión, y concluye que “debe considerarse
que este servicio de intermediación forma parte integrante de un
servicio global cuyo elemento principal es un servicio de transporte” .
3) Proyecto de ley de Colombia La conclusión anterior se deriva de la consideración de que un
La situación de Colombia se inscribe en el mismo sentido que la servicio como el controvertido en dicho litigio, no se limita a uno de
propuesta chilena en relación a la naturaleza de la actividad cumplida intermediación consistente en conectar, mediante una aplicación para
por las plataformas digitales, aunque no así en relación a la situación teléfonos inteligentes, a un conductor no profesional que utiliza su
de los prestadores últimos del servicio. En ese sentido, un proyecto propio vehículo con una persona que desea realizar un desplazamiento
de ley presentado el día 14 de agosto de 2018 , pretendió regular el urbano. En efecto, en el caso, se señala que el transporte de pasajeros
trabajo digital, introduciendo las nociones de economía digital, lo ejecutan conductores no profesionales que utilizan su propio
empresas de intermediación digital , trabajador digital y trabajo digital vehículo, mientras que el prestador de este servicio de intermediación
económicamente dependiente. crea al mismo tiempo una oferta de servicios de transporte urbano, que
hace accesible concretamente mediante herramientas informáticas
-mediante la aplicación-, y cuyo funcionamiento general organiza en
4) Decreto de ley para la protección del trabajo y para la resolución
favor de las personas que desean recurrir a esta oferta para realizar un
de la crisis de la empresa en Italia
desplazamiento urbano en concreto.
El decreto de ley contiene disposiciones urgentes para la protección
Asimismo, el tribunal explica que el servicio de intermediación de
del trabajo y, en particular, para garantizar la protección económica y
Uber se basa en una selección de choferes no profesionales que
reglamentaria de algunas categorías de trabajadores particularmente
utilizan su propio vehículo, a los que esta empresa les proporciona una
débiles, como los denominados riders .
aplicación, sin la cual, por un lado, estos conductores no estarían en
En ese sentido, introduce nuevas formas de protección para los condiciones de prestar servicios de transporte y, por otro, las personas
repartidores, o aquellos tipos particulares de trabajadores que, que desean realizar un desplazamiento urbano no podrían recurrir
utilizando la bicicleta u otros medios, operan para las plataformas a los servicios de los mencionados choferes. Por ello es que el TJUE
que realizan entregas a domicilio, siempre que estén empleados expresamente sostiene que “Uber ejerce una influencia decisiva sobre
con relaciones laborales no subordinadas. De ese modo, se prevé las condiciones de las prestaciones efectuadas por estos conductores”,
una cobertura de seguro obligatorio contra accidentes en el trabajo estableciendo el precio máximo del traslado, recibiendo el pago del
y enfermedades profesionales, y una retribución por hora trabajada cliente para después abonar una parte al conductor no profesional del
-siempre que el trabajador acepte al menos una llamada por hora-. vehículo, y ejerciendo cierto control sobre la calidad de los vehículos,
A su vez, se beneficiarán de una presunción absoluta de subordinación, así como sobre la idoneidad y el comportamiento de los conductores,
de conformidad con el artículo 2 del Decreto Legislativo Nº 81 de lo que en su caso puede entrañar en la exclusión de éstos.
2015, si los servicios prestados fueren exclusivamente personales, o De ese modo, el TJUE sostiene que tal calificación es conteste con
sin la ayuda de otros sujetos, en curso y cuyos métodos de ejecución la jurisprudencia del tribunal, que considera como servicio en el
sean organizados por el comitente, con referencia al momento y lugar ámbito de los transportes, no sólo los servicios de transporte como
de trabajo. tales, sino también cualquier servicio ligado de forma inherente a un
desplazamiento de personas o mercancías de un lugar a otro gracias a
5) Comisión Mundial sobre el Futuro del Trabajo de la O.I.T. un medio de transporte.
En una postura incongruente e incluso contradictoria con Por su parte, el abogado general del TJUE había analizado la posibilidad
la Recomendación Nº 198 de la O.I.T., se encuentran las de atribuir una naturaleza mixta a la actividad cumplida por la empresa,
recomendaciones de la Comisión Mundial sobre el Futuro del Trabajo es decir, si podría calificarse que en parte prestaba servicios inherentes
de la O.I.T., plasmadas en su informe del 22 de enero de 2019.En efecto, a la sociedad de la información, y en parte servicios del transporte de
allí se propone que debería establecerse “un sistema de gobernanza pasajeros. Sin embargo, descartó dicha posibilidad, al entender que
internacional de las plataformas digitales del trabajo que exija a estas el eventual servicio de intermediación “no reporta ningún beneficio
(y a sus clientes) que respeten determinados derechos y protecciones económico de forma autónoma” .
mínimas”. Por este motivo, señala que “la prestación de transporte es sin lugar
Esa propuesta parece ser una verdadera quimera, y a la vez, una a dudas la principal y la que le confiere su sentido económico. Los
solución eventualmente más desprotectora de lo que varios órganos usuarios buscan a los conductores con un único objetivo, el transporte
jurisdiccionales le han asignado a estos trabajadores.El uso de de un punto a otro. Por tanto, la fase de conexión tiene únicamente
la tecnología no representa un elemento que por sí sólo sea un carácter preparatorio, a fin de permitir la realización de la prestación
indicador de una necesidad de regulación normativa especial de los principal en las mejores condiciones” .
trabajos prestados mediante plataformas digitales. Por el contrario, Además de dicho fallo, cuyo alcance es sin lugar a dudas muy
constituyen nuevas formas de trabajo, que, según los propios importante, también existen otros pronunciamientos a nivel
instrumentos normativos de la O.I.T., deben analizarse bajo la óptica comparado. Por ejemplo, decantándose por considerar a este tipo de
de los elementos típicos de la relación de trabajo, y según las pautas empresas como verdaderas intermediarias, se identifican sentencias
contenidas en la propia Recomendación Nº 198 de la O.I.T. -tal como en España, Francia y Brasil . En un sentido opuesto, otros fallos en
lo han hecho los tribunales en diversos países-. España, los Países Bajos, Italia, Reino Unido, Alemania, Estados
Unidos, Australia y Argentina, han considerado que las plataformas
digitales prestan el servicio subyacente, y que su actividad no se
4. Respuestas judiciales comparadas reduce a la mera intermediación de la oferta y demanda del servicio .

1) Naturaleza de la actividad de las plataformas digitales 2) Naturaleza de la relación entablada entre las plataformas digitales
El Tribunal de Justicia de la Unión Europea (TJUE) ha tenido que y los prestadores del servicio subyacente
intervenir en una cuestión prejudicial planteada por el Juzgado de lo A los efectos de responder a dicha interrogante, quienes han tenido
Mercantil Nº 3 de Barcelona, en relación a un procedimiento entre que resolver esta cuestión, en la órbita del Poder Judicial o en vía
la Asociación Profesional Élite Taxi y Uber Systems Spain, S.L.El administrativa mediante la intervención de las Inspecciones del
origen del conflicto estaba vinculado con una presunta práctica de Trabajo, han recurrido a un análisis detallado de los hechos sometidos
competencia desleal de la empresa Uber, al evitar las limitaciones que a su resolución en cada caso en concreto, partiendo de ciertas premisas
el ordenamiento jurídico impone al servicio de transporte de pasajeros
no colectivo, destacándose entre ellas a la necesaria autorización
previa y la concesión de licencia .
Precisamente, en dicha ocasión el Tribunal ha debido calificar la

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jurídicas básicas en común. “colaboradores” a través de algoritmos.El precio se fija por medio
Por ello, resultan de fundamental importancia los criterios generales de algoritmos mediante un mecanismo predictivo, que impone al
para la determinación de una relación de trabajo dependiente, trabajador una ruta particular de la que no tiene elección libre. Al
detallados en la Recomendación Internacional del Trabajo Nº 198 de la mismo tiempo, la empresa se reserva la opción de ajustar los precios
O.I.T. (del año 2006). Ese instrumento internacional dispone que los si el trabajador ha elegido una ruta ineficiente. La libertad para elegir
Miembros pueden considerar la posibilidad de definir con claridad las horas o intervalos de tiempo depende de un sistema de puntuación,
condiciones que determinan la existencia de una relación de trabajo, lo que significa que el trabajador se ve obligado a cumplir con los
por ejemplo, la subordinación o la dependencia. requisitos del negocio si desea establecer un horario de trabajo que sea
rentable para él. La flexibilidad que las compañías alegan se convierte
Los Miembros deberían considerar la posibilidad de definir en su en una forma de hacer que los “colaboradores” compitan entre sí para
legislación, o por otros medios, indicios específicos que permitan lograr las mejores horas, que no son las más compatibles con su vida
determinar la existencia de una relación de trabajo. Partiendo personal, pero la compañía considera que es más rentable o con mayor
justamente de esta serie de indicios, los diversos tribunales de justicia demanda.
a nivel comparado han resuelto este tipo de situaciones, en uno u otro
sentido apuntados. - Primacía de la realidad: El acuerdo de socio es un contrato estándar
que la plataforma redacta completa y unilateralmente y que no es
a) Trabajadores autónomos negociable.
Varios juzgados en Australia, Brasil, Chile, España, Francia, Italia, - Herramientas de trabajo proporcionadas por la empresa: Al utilizarse
Estados Unidos y el Reino Unido, se han pronunciado en el sentido de mochilas y terminales móviles otorgados por la empresa.
calificara estos trabajadores como autónomos, y recurrentemente han
analizado tres aspectos concretos:
- Control total sobre la forma y horarios en que desea proporcionar el 5. Consideraciones finales
servicio. Se ha destacado que los trabajadores de plataformas digitales En relación al tema planteado, las soluciones se suelen concretar
tienen absoluta libertad para conectarse o desconectarse del sistema, en cuatro alternativas: 1) considerar a este tipo de trabajos como
así como para aceptar o no las solicitudes de servicio. De ese modo, comprendidos dentro de la categoría de trabajadores autónomos;
el trabajador está libre del control y la dirección del arrendatario en 2) considerarlos como trabajadores subordinados; 3) bregar por
relación con el desempeño del trabajo. una modificación legislativa que cree una tercera categoría híbrida
- Herramientas de trabajo y ajenidad: El trabajador se debe de trabajadores, que se encontrarían en la mitad de camino entre la
proporcionar su propio vehículo, teléfono inteligente, plan de datos y protección dispensada por el Derecho del Trabajo para los trabajadores
costear el seguro del vehículo. dependientes, y la ausencia de protección típica del trabajador
autónomo; 4) bregar por la imposición de un mínimo de protección
- Presunción de realidad contractual: El contrato celebrando entre para toda persona que trabaje, en cualquier modalidad, consagrando
las partes establece explícitamente que el prestador del servicio unos derechos mínimos básicos.
subyacente no es un empleado.
En relación a las dos últimas soluciones,estimo que parten de una
- Ausencia de poderes de dirección, control y disciplinario. Muchos premisa equivocada. En efecto, el tema debatido se trata de un
fallos enfatizan en el hecho de que las plataformas digitales no dirigen problema de categorías jurídicas. No se puede -ni debe- buscar una
el trabajo, ni ejercen control sobre la forma de su prestación, ni aplican solución normativa nueva, sin antes desentrañarla categoría jurídica
sanciones a los prestadores del servicio. aplicable a la situación concreta. En efecto, las propuestas que sugieren
b) Trabajadores dependientes crear una serie de derechos mínimos aplicables a todos, o crear una
Otros juzgados en cambio entienden que la relación entablada entre figura híbrida del trabajador de las plataformas digitales, buscan una
los prestadores del servicio y las plataformas digitales constituye una solución normativa nueva, a un “problema”, siendo que quizás no sea
relación de trabajo. Así lo han considerado tribunales de Australia, necesario, en tanto que si esas formas de trabajo ingresandentro del
Brasil, España, Francia, los Países Bajos, Estados Unidos y el Reino ámbito de aplicación del Derecho del Trabajo, tendrán la protección y
Unido, en una proporción de sentencias mayor que la calificación beneficios propios de su normativa.
como autónomos. El camino está siendo marcado por los diversos fallos dictados a nivel
- El trabajo en concreto implicala integración del trabajador en la comparado, y la tendencia se está aclarando, al considerar a este tipo
organización de la empresa:Constituye un indicio de la laboralidad el de trabajos dentro de la categoría de trabajadores subordinados o
hecho de que sin el trabajo de ese prestador de servicios-llámese rider, dependientes.
chofer, etc.-, el objeto social o el negocio de dicha plataforma digital
no se cumple, sino que resulta indispensable para ello, contar con esos
trabajadores para que ejecuten en definitiva dicha actividad principal.
Los trabajadores proporcionan la mano de obra calificada a través de la
cual la organización presta sus servicios y obtiene sus ganancias.
- Control y órdenes sobre la forma de prestación del servicio: El
suministro de dulces, agua, la forma de vestimenta o comportamiento,
que a pesar de no ser obligatorio, es fundamental para recibir buenas
calificaciones, constituye un dato reveladordel control sobre la
ejecución del servicio a través de la propia aplicación y los sistemas de
ubicación. Este control sirve para establecer la remuneración y para
distribuir los servicios entre los diferentes “colaboradores” según los
criterios de eficiencia del negocio.Entre las directivas recibidas están
las de seguir las instrucciones de GPS de la aplicación, abstenerse de
tener ciertas conversaciones con los clientes o no aceptar sugerencias
de ellos.
- Control directo sobre el trabajador: Existe control directo al
disponerse el bloqueo del acceso a la plataforma en los siguientes
casos: la entrega de una tarjeta al cliente, o cuando exista un mal
trato al cliente y este lo denuncie, o cuando se rechacen varias
solicitudes de servicio-exigiendo una tasa de aceptación mínima-.
Las aplicacionesestán equipadas con un sistema de seguimiento
geográfico que les permiten monitorear la posición en tiempo real y
registrar el número total de kilómetros recorridos.Algunos fallos
también concluyen que las empresas tenían un poder de sanción.
- Ausencia de auténtica independencia: El “colaborador” nunca podrá
llevar el servicio por su cuenta sin la plataforma a la que pertenece.
Si decidiera emprender este tipo de actividad por su cuenta como un
auténtico contratista independiente, estaría condenado al fracaso.
El prestador del servicio no tiene la libertad de elegir a sus clientes,
porque la plataforma centraliza las solicitudes, y las asigna a sus
214
Riders en la tormenta ¿subordinación si toma o no el encargo efectuado. Según lo indicado por la persona
o autonomía? entrevistada, si el riderse encuentra conectado y decide no aceptar
ningún pedido de servicio, recibe una llamada telefónica de un
Reflexiones desde la experiencia peruana operador de la central de la empresa ubicada en Colombia, quien le
Gonzalez, Guillermo - Perú pregunta el motivo por el cual no está aceptando los encargos que se
le hace a través del aplicativo y le asigna la ejecución de un encargo, el
cual debe aceptar a efectos de no recibir una sanción por parte de la
El esquema de organización del trabajo en la época de la revolución empresa.
industrial, a finales del siglo XVIII, definitivamente no ha permanecido
inalterable hasta la actualidad, y ello tiene un impacto directo en - Los riders pueden ser sancionados por parte de la empresa, esto se
el desarrollo del Derecho del Trabajo y su constante actualización ejecuta mediante el bloqueo temporal de su usuario en la aplicación,
a las nuevas formas de trabajo. Como correctamente menciona de tal forma que no pueda recibir pedidos durante determinado
Cruz Villalón: “todas las revoluciones tecnológicas, desde el telar tiempo, y por ende no pueda generar ingreso alguno. Las sanciones son
hasta la llamada industria 4.0, pasando por la máquina de vapor, la aplicadas por la empresa no sólo en los casos que el rider no acepte
electrificación y las tecnologías de la información y las comunicaciones ninguno de los encargos de traslado, sino además si algún usuario del
han alterado claramente el escenario en el que se desenvuelven las servicio manifiesta a través de la aplicación una disconformidad con el
relaciones laborales, tanto desde la perspectiva industrial como desde servicio realizado, y principalmente en aquellos casos que el usuario
la colectiva” cancela el pedido por cualquier motivo.
Es por ello que resulta fundamental conocer y comprender, en primer - El rider recibe el pago respectivo sólo luego que la entrega ha sido
lugar, el fenómeno organizativo materia de análisis, así como la forma culminada y debidamente registrada como tal en la aplicación
en la cual se ejecuta el trabajo que será materia de regulación. Luego, proporcionada por la empresa. El costo del servicio solicitado por el
se podrán plantear propuestas normativas acorde a las características usuario es cancelado en su totalidad a favor de la empresa, la cual le
particulares del fenómeno estudiado. paga al rider un porcentaje específico en función de cada transporte
aceptado, ejecutado y culminado.
Coincidimos plenamente con lo expresado por el profesor Palomeque
López, quien reconoce: “la necesidad de adaptación del ordenamiento Luego de haber descrito la forma de ejecución de actividades de los
laboral a la evolución de las diversas formas de organización del trabajo riders para la empresa Rappi en Perú, y antes de proponer nuestro
en la sociedad contemporánea, de modo que pueda seguir realizando análisis al respecto, consideramos relevante hacer referencia al análisis
la función de cohesión social que le es propia más allá de su reducto efectuado en España respecto al fenómeno materia de la presente
industrial tradicional, ha justificado ciertamente una amplia serie de investigación.
propuestas de modificación o de reforma institucional de la disciplina, En primer lugar encontramos la sentencia de fecha 1 de junio de 2018
trasladadas ya en medida variable a los diferentes ordenamientos emitida por el Juzgado de lo Social Número Seis de Valencia, España,
positivos de los países desarrollados, que se enmarcan sin duda dentro que reconoció la existencia de una relación de trabajo entre un rider y
de un debate político y social de más amplio calado” la plataforma Deliveroo . Los principales argumentos expuestos por la
Debemos reconocer que actualmente la regulación laboral peruana autoridad judicial para reconocer la existencia de un vínculo laboral
no ha tenido un significativo avance en lo relativo a empresas que con el rider aluden al hecho que la empresa era quien definía el servicio
ejecutan su actividad económica valiéndose del uso de instrumentos asignado al trabajador, indicándole a través de la aplicación móvil las
digitales o tecnologías de la información, así como tampoco respecto características propias del encargo que le era efectuado; asimismo,
de los alcances de la protección a las personas que realizan actividades indicó el Juzgado que la empresa mantenía constante fiscalización
para dichas empresas. sobre la actividad del rider pues podía rastrear el cumplimiento del
pedido a través de un sistema de geolocalización contenido en la
aplicación instalada, esta última que era la herramienta a través de
1.Aspectos fácticos presentes en la ejecución del la cual el empleador organizaba la actividad empresarial y dictaba las
servicio de los riders órdenes al rider.
No existe duda que estamos familiarizados, en mayor o menor medida, Por otro lado, también resulta importante hacer referencia a la
con el fenómeno productivo que propone la distribución de alimentos sentencia de fecha 11 de febrero de 2019 emitida por el Juzgado de
mediante motorizados o riders, encargados de recoger y entregar lo Social Número Treinta y Tres de Madrid, que concluye lo mismo
alimento de restaurantes o tiendas, valiéndose de un aplicativo móvil respecto de un rider y la plataforma Glovo . Entre los argumentos
desarrollado por la empresa que les encarga dicha actividad. En el Perú judiciales para amparar la demanda, se encuentran el hecho que no
existen tres plataformas digitales utilizadas para ello: Rappi, Glovo y existiría una prestación de servicios autónomos por el hecho que la
UberEats. retribución que recibía el rider por su servicio no era fijada por éste
A continuación indicaremos la forma en la cual es ejecutada la sino establecida por la empresa, quien determinó el porcentaje que
actividad por parte de los riders , de tal forma que podamos identificar recibiría el trabajador por cada servicio realizado. De la misma manera,
los principales aspectos que nos servirán para efectuar un análisis a criterio del Juzgado se habría acreditado que Glovo brindaba órdenes
sobre la naturaleza del vínculo contractual. a los riderspues era quien determinaba, en base a algoritmos de la
aplicación, a que rider encargaría determinado pedido específico.
- El rider se incorpora a la empresa luego de llenar una solicitud y
adjuntar determinados documentos. Se le requiere la compra de una Salvo determinadas particularidades que ciertamente exigen un
mochila con el logo de la empresa, para eltransporte de los productos análisis de cada caso específico, al parecer la forma de ejecución de esta
con motivo de los encargos que pueda recibir. La compra de esta actividad por parte de las empresas que brindan servicio de reparto
mochila resulta imprescindible, cuenta con el logo de la empresa, y el mediante plataformas digitales tendrían cierta homogeneidad, lo que
rider que se incorpore se encuentra prohibido de ejecutar esta misma permitiría establecer pautas generales que sirvan para la regulación de
actividad para cualquier otra empresa dedicada a ello, en el caso de la prestación de servicios a favor de las mismas.
Perú serian Glovo y UberEats.
- El riderdebe contarcon un medio de transporte (motocicleta o 2. Derecho del Trabajo y nuevos esquemas
bicicleta) que, a exigencia de la empresa, debe ser proporcionada organizativos empresariales
por el mismo. Además de la mochila que lo identifica, debe contar Como planteamos al inicio, con la creación y puesta en marcha de
con un teléfono celular propio donde la empresa instala el software las tecnologías de información y comunicación (TIC), los esquemas
a través del cual recibirá las indicaciones sobre el lugar de recojo, organizativos de trabajo en las empresas han sufrido drásticos
lo que transportará, y el destino al cual debe llevar los productos cambios, que obligan al Derecho del Trabajo a adoptar inmediatas
transportados.Todas las indicaciones necesarias para la ejecución del modificaciones a efectos de poder regular adecuadamente las
traslado son recibidas únicamente a través de la aplicación instalada. situaciones que pudieran presentarse.De la misma manera, los
- A efectos de comenzar a recibir los encargos de transporte, el rider criterios para la evaluación sobre la existencia o no de una situación
debe abrir la aplicación respectiva en su celular. Es importante precisar que requiera la intervención del Derecho del Trabajo también deben
que el rider decide el momento en que inicia la conexión así como el ser flexibles y constantemente actualizados.
tiempo durante el cual recibe y ejecuta los pedidos, pues la recepción Como acertadamente afirma Ugarte Cataldo:
de pedidos y la obligatoriedad de cumplirlos se sujeta al tiempo
durante el cual éste tenga abierta la aplicación.
- Una vez abierta la aplicación, el rider recibe únicamente a través de
ésta la indicación del transporte que debe efectuar, pudiendo elegir

215
“más allá de los nombres, sin embargo, existe un punto de acuerdo: proyecto plantea una definición más acertada de “trabajador” a la luz
en estos últimos años, como consecuencia del arribo de las nuevas del trabajo prestado mediante una plataforma digital.
tecnologías, se ha producido un cambio significativo en el devenir Plantea además la obligatoriedad de suscribir un contrato de trabajo a
histórico del trabajo, y aunque aquí también existen diversas visiones, plazo indeterminado, en el que se establezcan las condiciones bajo las
nadie duda que existe un antes y un después de la explosión tecnológica cuales se ejecutarán las labores mediante la plataforma “y con ello se
provocada por la informática en el modelo productivo. aplican las normas y regulaciones laborales que por ley corresponden
¿Qué relación es posible trazar entre las nuevas tecnologías y el tanto al empleador como al trabajador/ora”. Consideramos que esta
Derecho del Trabajo? disposición no resultaría acorde con la finalidad de regular un nuevo
Se trata, sin duda, de una pregunta difícil y quizá la mejor manera fenómeno económico toda vez que, como indicamos líneas arriba,
de enfrentarla sea calificando la respuesta de movediza, esto es, las normas emitidas con anterioridad a la aparición del fenómeno
poniendo de manifiesto que la relación es dinámica, múltiple y hasta económico que se pretende regular podrían encontrar problemas al
contradictoria, y lo más importante profundamente cambiante, por momento de su aplicación en casos concretos.
lo que no es de extrañar que lo que se pueda decir sea algo relativo y En este proyecto de ley también se reconoce la inscripción de los
provisional” trabajadores a la Seguridad Social, así como la posibilidad de un
De esta manera, resulta necesario que la aproximación al modelo despido arbitrario con el respectivo pago indemnizatorio. De la
de actividad económica a ser analizado reconozca que se trata de misma manera, también se reconoce el derecho de sindicación de los
un esquema moderno y adaptado a un escenario actual donde el trabajadores, y la responsabilidad de la empresa digital respecto a la
factor tecnológico resulta predominante. Una vez entendido ello, protección al consumidor.
determinar si la forma de ejecución de actividades y principalmente Si bien consideramos oportunas las dos propuestas legislativas
las particularidades de estas, cumplen con las características reseñadas líneas arriba, estimamos que estas aún adolecen de un
fundamentales de toda relación de trabajo, reconociendo además que elemento fundamental, y es que pretenden reconocer derechos y
pueden existir determinadas particularidades en la medida que no se establecer obligaciones partiendo del reconocimiento de una relación
trata de un esquema organizativo económico similar al que ha sido de trabajo sin haber efectuado un análisis profundo respecto a la
materia de evaluación a lo largo de la historia. efectiva configuración del mismo.
Como acertadamente precisa el maestro Palomeque: La exposición de motivos presentada respecto de cada uno de los dos
“Los profundos cambios –imputables al factor económico– de que proyectos de ley contiene referencias a textos de estudio que analizan
ha sido objeto en los últimos tiempos el contenido del ordenamiento el impacto económico de este nuevo esquema organizativo del trabajo,
laboral se justifican de modo habitual, por cierto, mediante el recurso sin embargo no se hace análisis alguno sobre si la forma de ejecución
a la noción de adaptación –en realidad, mera actualización y trasunto de actividades corresponde efectivamente a una relación de trabajo.
semántico de formulaciones ya conocidas con anterioridad, como
la de flexibilización y semejantes– de la disciplina legal del mercado 4. Análisis sobre la naturaleza del servicio
de trabajo al marco económico en que las empresas desarrollan su prestado
actividad, con el declarado propósito de mejorar la competitividad
de las mismas y de facilitar de este modo la creación, el incremento y, A efectos del análisis sobre la naturaleza contractual de la relación
también, la mejora de la calidad del empleo. entre los riders y las empresas digitales, en específico en el caso de
las plataformas de trabajo, nos remitimos a la reflexión planteada
Y ello ha sido así a partir, fundamentalmente, de la incorporación de por Rodríguez Fernández, quien afirma respecto al Crowdworking o
mecanismos de adaptabilidad normativa en las distintas fases de la trabajo en plataformas digitales, que:
relación laboral, destinados a aumentar los poderes del empresario en
la dirección y control de la mano de obra: la oferta de modalidades “…su aparición, aunque reciente, no ha tenido que ver con la crisis
de contratación plurales; la definición más flexible del contenido de la económica, sino con el avance de la tecnología y lo que podríamos
prestación laboral; sistemas de clasificación profesional y de retribución denominar como creatividad o imaginación empresarial, de modo que
y la reordenación del tiempo de trabajo; y, en fin, la ampliación de los debemos estar preparados para que esto siga adelante.
supuestos de extinción de la relación laboral” (…)
Irani, una experta (y crítica) conocedora de Amazon MechanicalTurk,
3.Intentos de regulación en la experiencia explica que, de algún modo, estas empresas están obligadas a
peruana seguir este comportamiento y esconder que son empresas clásicas
con trabajadores a su cargo, ya que, de otro modo, no encuentran
En el Perú, a la fecha se encuentra en revisión por la Comisión de inversores de capital riesgo.
Trabajo del Congreso de la República dos proyectos de ley presentados
: (i) el proyecto de ley N° 4144/2018-CR, “Ley que regula la labor del (…)
trabajador por plataforma digital”, presentada el día 4 de abril de 2019, Claro que hay veces que algunos les recuerdan que aunque todo se
y (ii) el proyecto de ley N° 4243/2018-CR, “Ley del empleo digno que revista de rabiosa modernidad, una empresa sigue siendo una empresa
regula a los trabajadores de plataformas digitales”, presentada el día 17 y un trabajador un trabajador, aunque le llamen “partner”, cliente o
de abril de 2019. proveedor”
3.1.Proyecto de ley N° 4144/2018-CR: Siguiendo la acertada reflexión de la profesora española, cualquier
Propone una definición, aunque un poco genérica, de las “empresas aproximación al tema materia de estudio debe realizarse libre
de servicio digital” y del “trabajador digital”, indicando principalmente de prejuicios y sin tener en cuenta las creativas denominaciones
que se trataría de una actividad económica donde se provee un planteadas por las empresas digitales.
servicio a un cliente, a través de personas naturales, por medio de una No es nuestra intención realizar en este momento un análisis detenido
aplicación móvil. Reconoce además que el vínculo contractual entre el de cada uno de los aspectos fácticos vinculados a la ejecución de
rider y la empresa sería denominado “Trabajo Digital Dependiente” y labores por parte de los riders, sino únicamente resaltar algunos
se trataría de un régimen laboral especial. aspectos controversiales que podrían llevar a considerar la existencia
El aspecto más relevante de este proyecto de ley alude a la obligatoriedad de una relación de trabajo.
de contratar una póliza de seguros para los trabajadores, y que cubra Consideramos que respecto a la existencia de los elementos de
los casos de muerte o incapacidad derivados de un accidente de prestación personal y remuneración no existiría controversia relevante,
tránsito, así como los casos de muerte o incapacidad derivada de un pues el servicio prestado por el rider se ejecuta de manera personal,
hurto o tentativa de hurto durante la ejecución de labores. sin valerse de asistentes o reemplazos, mientras que efectivamente, al
Advertimos que en realidad se trata de un proyecto muy escueto, y que margen de la denominación que reciba la retribución, el riderpercibe
no regula diversos aspectos importantes como para afirmarse que se un monto específico por cada pedido culminado, siendo este monto
trata de una norma que regula un régimen laboral especial. No regula abonado por la empresa digital luego del conteo, también llevado
aspectos vinculados a la sujeción a una jornada de trabajo, la asunción por ésta, de la cantidad de pedidos.Es importante precisar que la
del costo de las herramientas de trabajo, el otorgamiento y cálculo de determinación del monto recibido por el rider es hecha por la empresa
determinados beneficios sociales, entre otros aspectos. digital y no por éste, situación que inclinaría la balanza a la existencia

3.2.Proyecto de ley N° 4243/2018-CR:


Este proyecto de ley cuenta con un desarrollo más minucioso, sin
embargo aún resulta insuficiente en lo relativo a la adaptación de
normas para laregulación de labores en plataformas digitales. El
216
de una relación de trabajo y no de un contrato mercantil, este último en puesta a su disposición. Sólo luego que el trabajador voluntariamente
el cual ambas partes tienen real posibilidad de fijar de común acuerdo se someta a la dirección del empleador, podrá empezar a afirmarse
el monto de la retribución por el servicio brindado. la manifestación de subordinación, que involucra ciertamente la
Por ello, estimamos que el elemento “subordinación” es aquel al potestad del empleador para dirigir, fiscalizar y sancionar la actividad
cual debe avocarse el análisis de la cuestión, más aún si el principal laboral voluntariamente ofrecida por el trabajador. Por ello, estimamos
argumento expuesto por las empresas digitales para negar la naturaleza que el hecho que el rider tenga cierto grado de libertad en definir la
laboral del vínculo contractual de los riders alude a una inexistencia oportunidad en la que activa la aplicación e inicia la ejecución de sus
de este. Iniciaremos el acercamiento citado al profesor Cruz Villalón, labores, no desvirtúa la existencia del elemento de la subordinación
quien indica que: con motivo de la ejecución de las actividades a favor de la empresa
digital.
“A efectos de la diferencia entre el trabajo subordinado y el trabajo
autónomo, los criterios claves en el ordenamiento laboral son los de la La legislación laboral peruana, en específico el artículo 9 del TUO de
prestación de servicios por cuenta ajena y subordinado. la Ley de Productividad y Competitividad Laboral, aprobado mediante
Decreto Supremo N° 003-97-TR establece que:
La ajenidad se materializa en el hecho de que el resultado del trabajo
o, por ser más precisos, la utilidad patrimonial de la prestación de “Por la subordinación, el trabajador presta sus servicios bajo
servicios ejecutada por el asalariado se asigna ad origene al empleador dirección de su empleador, el cual tiene facultades para normar
a tenor del contrato de trabajo, en la medida en que a través de reglamentariamente las labores, dictar las órdenes necesarias para la
tal relación contractual el empleado pone su fuerza de trabajo a ejecución de las mismas, y sancionar disciplinariamente, dentro de los
disposición del empleador y, por ende, el resultado del esfuerzo laboral límites de la razonabilidad, cualquier infracción o incumplimiento de
pertenece al empleador las obligaciones a cargo del trabajador”
(…) Estimamos que la definición legal del elemento de subordinación
no desvirtúa lo indicado hasta el momento sino que lo ratifica, pues
Por su parte, la subordinación constituye uno de los elementos reconoce que la subordinación sólo puede tener sentido dentro de los
definitorios de cualquier relación laboral sometida al Derecho del alcances de la ejecución efectiva de labores y no a efectos del inicio de
trabajo, que se materializa en el hecho de que el trabajador pone a la misma.
disposición del empleador su fuerza de trabajo, de modo que ha de
ejecutar su prestación sometido a los poderes organizativos y de Ciertamente el empleador se encuentra legalmente facultado a
dirección del empresario” establecer el cumplimiento de una jornada específica de trabajo, pero
consideramos que ello no es manifestación directa de la subordinación
La forma en la cual se ejecuta el trabajo por parte de los riders genera sino del ejercicio de la facultad de dirección.El hecho que el empleador
fuertes indicios sobre la existencia de subordinación, toda vez que el no haya establecido una obligación de cumplir una jornada de trabajo
reparto de productos no es efectuado bajo el libre albedrío de cada uno específica, y por ello el trabajador tenga cierto nivel de flexibilidad en
de estos sino bajo las indicaciones indicadas por la empresa digital, decidir la oportunidad de inicio de sus labores cada día, no determina
existiendo nula posibilidad de que el rider pueda decidir sobre la forma la inexistencia del elemento de subordinación.
de ejecución de su actividad.
Incluso, la subordinación del rider frente al poder de dirección de
La demora en la entrega del producto dentro del tiempo ofrecido la empresa digital se manifiesta indubitablemente si tenemos en
podría ocasionar que el cliente cancele el pedido, con la consecuente consideración que esta última puede aplicar sanciones frente a
imposición de sanciones al rider, como por ejemplo la suspensión constatados incumplimientos en la ejecución de sus labores. Como
temporal de su cuenta, que podría incluso ser asimilada a la sanción ha sido resaltado en la exposición de motivos del Proyecto de Ley N°
de suspensión aplicada a los trabajadores del régimen laboral común. 4144:
Reconocemos que efectivamente no se trata de una forma tradicional “Cabe señalar que la subordinación del trabajador a la plataforma se
de subordinación, pero no debemos olvidar que, como reconoce manifiesta porque existe un sistema de evaluación por parte de los
Rivas: “la calidad y el grado de autoridad, dirección y control del clientes –la reputación online–. Las plataformas, cuentan con una
empleador está sometido a cambios según diversas circunstancias valoración por “estrellitas”, el cliente le comunica a la empresa quién
como la naturaleza del trabajo y la complejidad de la organización del considera que es un “buen” o “mal” trabajador, lo que a la empresa
empleador” . le permite desactivar al trabajador que no obtenga un mínimo de
Con motivo del análisis efectuado, advertimos un argumento a puntuación positiva en los sistemas de reputación online y mantener
favor de lainexistencia de subordinación, y es el vinculado al hecho a los “buenos” asignando una mayor carga a los mejores y en algunos
que el rider no se encontraría sujeto a un horario específico sino que casos otorgar algún tipo de incentivo económico”
decidiríael momento en la cual abre la aplicación e inicia la ejecución Estimamos que lo descrito puede ser asimilado, aunque con matices
de sus actividades. propios derivados de la particularidad de la actividad económica, a
Debe tenerse en cuenta que el riderno tiene una completa autonomía la imposición de una sanción frente a un constatado incumplimiento
para decidir la oportunidad en la que ejecuta sus actividades, pues laboral. El rider sería sancionado por no ejecutar correctamente sus
debe hacerlo dentro del rango horario establecido por la empresa, que labores, lo que es constatado por la empresa digital con motivo de la
evidentemente no incluye horarios de madrugada. De esta manera evaluación hecha por el cliente en la aplicación móvil a través de la cual
la afirmación sobre la “autonomía” se relativiza, pues no cabe la gira todo el desarrollo de la actividad laboral.
posibilidad que el riderdecida en qué momento ejecutar su labor sino
que debe someterse a las pautas establecidas por la empresa para ello.
5. Reflexiones finales
Sin perjuicio de ello, aún si existiera plena autonomía del rider
para definir la oportunidad en la cual inicia sus actividades, ello no Como se advierte, existen fuertes argumentos de análisis respecto
determinaría la inexistencia de subordinación, sino una manifestación a la forma de ejecución de actividades por parte de los riders, que
distinta de la misma atendiendo a la naturaleza de la actividad pueden llevar a inclinar la balanza para concluir que efectivamente se
económica desarrollada. trataría de trabajadores, subordinados frente a la empresa digital, y
que ejecutan su labor a través de una plataforma de trabajo contenida
En efecto, estimamos que la definición de “subordinación” no requiere en un aplicativo móvil.
para su configuración, que sea el empleador el único facultado
para definir la oportunidad de inicio de la actividad del trabajador. Sin embargo, ello no significa que todos aquellos riders que presten
Consideramos que la subordinación como elemento del contrato de este tipo de servicios necesariamente deban ser considerados como
trabajo se configuraluego que dicha actividad se ha iniciado, pues trabajadores. En efecto, tal como lo advierte Rodríguez Fernández:
alude a una situación de sujeción frente a las disposiciones que pueda “En estas condiciones decir con total seguridad que estos trabajadores
efectuar el empleador, evidentemente dentro del marco de ejecución virtuales son completamente independientes o autónomos y que, por
de la actividad laboral. A tales efectos, resulta ilustrativa la definición ello, el estatus jurídico que les pertenece es el del auto-empleo es
propuesta por el profesor Neves, para quien: “la subordinación es un realmente muy arriesgado. Es posible que así sea en algunas ocasiones,
vínculo jurídico entre el deudor y el acreedor del trabajo, en virtud del pero en otras pueden rastrearse claros síntomas de subordinación
cual el primero le ofrece su actividad al segundo y le confiere el poder (aunque la plataforma que ejerce el poder de control y también el de
de conducirla. Sujeción, de un lado, y dirección, del otro, son los dos disciplina carezca de personificación)”
aspectos centrales del concepto”
Nótese que en la definición propuesta, el concepto de subordinación
inicia con el ofrecimiento de la actividad por parte del trabajador
y no con el requerimiento del empleador de que dicha actividad sea

217
Finalmente, no podemos negar que el escenario analizado en la Ninjas fazem bico? Um estudo de
presente investigación puede presentar diversos matices y estar plataforma de crowdsourcing no
sujetos a cambios posteriores, lo que claramente podría llegar a alterar
drásticamente las conclusiones ahora propuestas. La aproximación Brasil
legal a los fenómenos productivos cambiantes debe ser dinámica y Rodrigo de Lacerda Carelli 1
abierta a criterios de evaluación no tradicionales, así comoel análisis Angela Tavares de Castro Bittencourt 2
sobre la existencia de una relación laboral debe efectuarse de manera
individual y atendiendo a las características propias del caso concreto.
En caso se advierta que nos encontramos frente a una relación de 1. INTRODUÇÃO
trabajo, será imprescindible contar con pruebas que se deban actuar As tecnologias digitais implementadas na segunda década do século
ante la autoridad judicial. X XI, possibilitadas pelo avanço da internet móvel e pela disseminação
dos aparelhos celulares ditos smartphones, permitiram que empresas
criassem plataformas para a oferta em larga escala de trabalhadores
para a prestação de serviços, dando origem a fenômenos como gig
economy (economia do bico), crowdsourcing e on-demand economy
(economia por demanda) (Aloisi, 2016; Ivanova et al, 2018).
Como se observa, para descrever fenômenos bastante semelhantes há
referências a inúmeras terminologias, não havendo uniformidade para
denominar o trabalho estudado, evitando-se, apenas, a terminologia
“economia de compartilhamento”, porque pode gerar uma conotação
positiva à mera precarização das condições de trabalho (Carelli,
Casagrande, Oitaven, 2018).
Com fins de melhor apresentar o fenômeno que iremos tratar,
adotaremos neste relatório de pesquisa a classificação de Adrián Todolí
Signes, que, nesse contexto, observa ao menos quatro tipos diferentes
de negócios, conforme adiante explicitaremos: i) crowdsourcing online
x crowdsourcing offline; ii) crowdsourcing genérico x crowdsourcing
específico (Signes, 2017).
O presente trabalho é fruto de pesquisa que pretende analisar esse
fenômeno, com o fim de responder as seguintes questões: qual a
atividade econômica realmente realizada por esse tipo de plataforma?
Qual o perfil dos trabalhadores que oferecem serviços por seu
intermédio? O trabalho realizado é completamente autônomo? Há
dependência econômica dos trabalhadores em relação à plataforma?
Quais os desafios do Direito na regulação desse tipo de trabalho?
Para responder tais perguntas está sendo realizada pesquisa empírica
sobre a plataforma GetNinjas (www.getninjas.com.br), no âmbito do
Grupo de Pesquisa “Trabalho no Século X XI” da Universidade Federal
do Rio de Janeiro (UFRJ)

2. RESULTADOS PRELIMINARES DA PESQUISA


O objetivo da pesquisa, iniciada no final do primeiro semestre do
corrente ano, é compreender o perfil do trabalhador que oferece, ou já
ofereceu, seus serviços pela plataforma GetNinjas, bem como analisar
as novas interações do trabalho frente às plataformas.
O participante tem a liberdade de não responder quaisquer das
perguntas, disponibilizadas através do Formulários Google, e as
informações são utilizadas na presente investigação acadêmica de
forma anônima/sigilosa.
Até a elaboração desse relatório, ao menos treze pessoas já haviam
participado voluntariamente da pesquisa.
Do total de dezenove perguntas disponibilizadas, colocamos em
relevo as que trazem as seguintes respostas:

218
única fonte de renda para apenas 16,7% deles. Os demais relataram
que se dividem em outras atividades em que não há a triangulação com
o GetNinjas, ocorrendo através do contato direto com o consumidor.
Saltam aos olhos algumas respostas, no contexto de uma avaliação
livre dessa plataforma pelos entrevistados, as quais apontam que a
maior vantagem do GetNinjas seria justamente aproximar o prestador
de serviço do consumidor (exemplos de respostas: “divulgar meu perfil
de apresentação”; “oportunidades de expandir minhas apresentações”;
“das plataformas em geral, acho uma ótima oportunidade, pq a falta de
emprego já é grande, e pelas plataformas não tem limites de vagas”).
Alguns ex-usuários chegaram a relatar que passaram pouco tempo
na plataforma, o suficiente para servir “como meio de divulgar meus
serviços em um local onde eu ainda não tinha uma rede de clientes”.
A maior desvantagem apontada, contudo, refere-se à cobrança de
certas tarifas, chamadas pela plataforma de “moedas”, que são uma
espécie de crédito que o trabalhador adquire do GetNinjas e depois
lança mão para poder acessar os dados de seus eventuais contratantes.
Questionados se pagam ou já pagaram algo para a plataforma GetNinja,
e, em caso positivo, quanto e como, apenas 4 dos 13 entrevistados
disseram que nunca pagaram quantia alguma à plataforma. Os demais
aproveitaram essa pergunta para mostrar seu descontentamento
quanto à aquisição de moedas (“antes fazia assinatura, mas a
quantidade de trabalho que eu pegava não compensava”; “Sim muito
caro por isso não quero mais”; “Pago mas estou desistindo. Créditos
altíssimos absurdo”).
Também lhes incomoda que o risco de o serviço não ser concluído por
culpa do consumidor recaia sobre o trabalhador (“Contras: não há
uma certeza de quem te contratou realmente está procurando por um
profissional ou se que apenas especular, o que faz com que gastemos
moedas a toa”).
O documento chamado de “termos de uso” (https://www.getninjas.
com.br/termos-de-uso) é unilateralmente produzido pela plataforma,
e a ele adere obrigatoriamente o prestador do serviço, que fica à mercê
de quaisquer mudanças promovidas por GetNinjas, que sequer se
obriga a avisá-lo sobre eventuais mudanças em sua redação. Confira-
se:
4.1 GetNinjas poderá alterar, a qualquer tempo e a seu único e
exclusivo critério, estes Termos. Os novos Termos entrarão em
vigor 10 (dez) dias depois de publicados na Plataforma. No prazo de
5 (cinco) dias contados a partir da publicação das modificações, o
Usuário deverá informar, por e-mail, caso não concorde com os termos
alterados. Nesse caso, o vínculo contratual deixará de existir, desde
que não haja contas ou dívidas em aberto. Não havendo manifestação
no prazo estipulado, entender-se-á que o Usuário aceitou tacitamente
os novos Termos, e o contrato continuará vinculando as partes. (grifos
não constantes do original).
Assim dispõe o referido documento sobre as chamadas “moedas”:
5.1 No Modelo de Utilização de Moedas, os Contratantes prestarão
O estudo aponta que quase metade dos entrevistados é formada por informações básicas sobre os Serviços que pretendem contratar e os
trabalhadores na faixa etária entre 33 e 41 anos, e que mais de 90% do Orçamentos serão disponibilizados aos Prestadores que poderão, de
total que respondeu às perguntas formuladas são egressos do mercado livre vontade, escolher se terão acesso às informações de contato do
formal de trabalho. Contratante.
São pessoas que se consideram, de maneira unânime, autônomos, e, 5.2 Os dados de contato do Contratante somente serão
nesse contexto, apenas 23,1% declarou estar procurando no momento disponibilizados ao Prestador após o desconto de um número pré-
um emprego. determinado de Moedas (“Moedas”), que poderão ser adquiridos pelo
Prestador. (grifos não constantes no original).
Talvez essa baixa procura possa estar ligada a uma certa resignação
acerca da realidade do desemprego no país. Segundo publicação
recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)3, 1 Doutor em Ciências Humanas (Sociologia) pelo Instituto de Estudos Sociais e
um contingente de 3,35 milhões de desempregados no país procura Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IESP/UERJ.) Professor
trabalho há pelo menos dois anos, e não há indicadores de que o de Direito do Trabalho na Universidade Federal do Rio de Janeiro e no Programa
de Pós-Graduação em Direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro
cenário econômico vá mudar, ao menos em um curto prazo. (PPGD/UFRJ). Coordenador e membro do Grupo de Pesquisa “Trabalho no
A instabilidade e a insegurança dessa realidade parecem conduzir a Século X XI” da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
uma busca de alternativas desses trabalhadores para algum tipo de 2 Mestranda em Políticas Públicas em Direitos Humanos pelo Núcleo de
meio de subsistência que lhes garanta uma renda mínima enquanto Estudos em Políticas Públicas em Direitos Humanos da Universidade Federal
os indicadores econômicos permanecem pessimistas. Até porque a do Rio de Janeiro (NEPP-DH/UFRJ). Especialista em Derechos Humanos
mera busca por um emprego demanda gastos extras com o vestuário Laborales pela Universidad de Castilla-La Mancha, Toledo, Espanha. Advogada
adequado, a depender da vaga que se almeja; com o deslocamento para trabalhista. Membro do Grupo de Pesquisa “Trabalho no Século X XI” da
entrega de currículos e entrevistas; com a atualização profissional, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
dentre outros investimentos que não estão ao alcance de muitas 3 Ver mais em http://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2019-08/um-
dessas pessoas que estão desempregadas há tanto tempo. em-cada-quatro-desempregados-procura-emprego-ha-pelo-menos-2-anos-0.
Acesso em 19.ago.2019.
Vejamos, ainda, que 77% dos entrevistados chegaram a ingressar em
uma universidade, tendo metade deles concluído o curso superior.
Trata-se de mão de obra qualificada que não está vendo um retorno
dos anos de investimento em educação que tiveram.
As respostas obtidas apontam também que em sua totalidade esses
trabalhadores se classificam como autônomos, sendo a plataforma a
219
Não só isso! O preço e disponibilidade das Moedas e dos Orçamentos e ii) genérico.
estão sujeitos a alterações sem aviso prévio, o que deixa o prestador Não obstante, devemos tomar o cuidado de ponderar que inexiste,
de serviço completamente vulnerável ao puro arbítrio da plataforma. hoje, prestação de serviço que se dê online, pois todo labor humano é
Contudo, o Tratado de Versalhes, documento que é o marco da prestado no que podemos chamar de “vida real” (offline), ao menos até
internacionalização do Direito do Trabalho, estabeleceu em seu art. que a realidade ora adstrita aos filmes de ficção científica se imponha
427 o princípio fundamental segundo o qual “o trabalho não há de ser em nossas vidas.
considerado como mercadoria ou artigo de comércio”. Talvez uma nomenclatura mais técnica seria “trabalho executado de
Este postulado foi incorporado posteriormente pela Organização forma global” x “trabalho executado de forma local”, e que parece
Internacional do Trabalho, que o incluiu na chamada “Declaração de demonstrar de forma mais acurada o que Signes (2017) adota como
Filadélfia”, a qual estabeleceu os fins e objetivos daquela organização critério para essa classificação.
internacional. No caso de crowdsourcing online, estamos nos referindo a tarefas
O postulado acima mencionado significa que o trabalho não pode que podem ser realizadas em qualquer parte do mundo (“de forma
ser tratado como um bem meramente econômico, sujeito às leis de global”), pois cumpridas através de ferramentas pertencentes ao
oferta e demanda, não podendo, por conseguinte, ser objeto de livre ambiente completamente virtual, em que trabalhadores de qualquer
estipulação pelas partes. parte do mundo podem se oferecer para executá-las. É o caso de um
Isto é, há de ser observado um conteúdo mínimo de limitações dos entrevistados, que presta serviços de tradução e confecção de
à alienação do trabalho, na medida em que se reconhece que as textos para empresas.
transações entre o capitalista e o trabalhador não podem dispor Já o crowdsourcing offline depende de um trabalho físico para ser
livremente sobre padrões que assegurem a dignidade da pessoa executado, atraindo a prestação do serviço para um ambiente local,
humana. o que faz com o trabalhador se desloque para o local desejado, como
Nesse contexto, a Convenção 181 da OIT, que regula a atividade das no caso das maquiadoras que responderam às perguntas da pesquisa.
agências privadas de emprego, assim dispõe: Por isso, podemos classificar o GetNinjas como uma plataforma de
Artigo 7º crowdsourcing misto.
1 - As agências de emprego privadas não devem impor aos trabalhadores, Signes (2017) aponta, ainda, que há plataformas em que os solicitantes
direta ou indiretamente, no todo ou em parte, o pagamento de podem demandar qualquer tipo de trabalho (crowdsourcing genérico),
honorários ou outros encargos. ou serviços específicos de um setor de atividade (crowdsourcing
específico). Conforme vimos, diferentes atividades podem ser
Artigo 1° prestadas através do GetNinjas, pelo que concluímos que se trata
1- Para os efeitos da presente Convenção, a expressão «agência de de uma plataforma genérica. Como exemplos de crowdsourcing
emprego privada» designa qualquer pessoa singular ou coletiva, específico Signes aponta plataformas de professores particulares e
independente das autoridades públicas, que preste um ou mais dos de cozinheiros a domicílio. Dado seu caráter bem mais segmentado,
seguintes serviços referentes ao mercado de trabalho: neste último caso há um maior controle da plataforma sobre o modo
a) Serviços que visam a aproximação entre ofertas e procuras de de execução do serviço do que no caso de crowdsourcing genérico.
emprego, sem que a agência de emprego privada se torne parte nas
relações de trabalho que daí possam decorrer; (grifos não constantes 4. PRIMEIR AS CONCLUSÕES DA PESQUISA
no original)
As profundas mudanças que atingem em cheio o mundo do trabalho,
O que o GetNinjas faz é exatamente a “aproximação entre ofertas decorrentes, como vimos, do surgimento de novas tecnologias, têm
e procuras de empregos”, como declarou no seu termo de uso: tirado o foco da figura do trabalhador empregado, sujeito típico do
“1.1.3 Viabilizar o contato direto entre Prestadores e Contratantes manto protetivo do Direito do Trabalho, para abrir espaço a outras
interessados em adquirir os Serviços, por meio da divulgação formas de prestação de labor humano, que para alguns autores são
das informações de contato de uma parte à outra” Assim, é consideradas meras reformulações de práticas antigas de exploração,
indubitavelmente uma agência de emprego privada, e a cobrança de como o chamado trabalho “neofeudal” (Carelli, 2019).
qualquer encargo ou honorário deve ser repelida.
Uma das marcas dessa nova realidade é a profunda concorrência entre
Como condição sine qua non para usufruir dos serviços da plataforma, trabalhadores, que se entendem autônomos, e que aparentemente
os trabalhadores aceitam e se submetem ao sistema de qualificação querem permanecer assim, não sendo algo passageiro para eles, em
adotado por GetNinjas. princípio.
São opiniões pessoais dos consumidores, mas que podem fazer com que Essa característica é mais forte em caso de serviços realizados offline,
a plataforma cancele, exclua ou suspenda por tempo indeterminado ou como preferir, em escala global. Destaca Signes (2017) que essa
cadastros que apresentem qualificações negativas de forma reiterada. demanda atrai profissionais de todo o mundo, numa espécie de
Entretanto, a recíproca não é verdadeira. Alguns usuários se queixaram leilão em que a oferta é muito alta, e só há espaço para aqueles que
da dificuldade para se prevenir de consumidores maliciosos (“Clientes estiverem dispostos a receber pelo menor preço. Ademais, nesse
que solicitam serviço e quando mandamos mensagens elas nem caso a competição também envolve disputa de leis trabalhistas, em
respondem”) e da ausência de contraditório antes da qualificação que trabalhadores oriundos de países mais protetores teriam uma
(“Não há um espaço de resposta de minha parte caso haja uma crítica desvantagem competitiva, numa realidade bem próxima daquela de
por parte de um cliente que não tenha ficado satisfeito com meu “mercado de leis” (lawshopping) apresentada por Alain Supiot (2017).
trabalho”). A vulnerabilidade do trabalhador de plataformas mostrou-se patente
Essa permissividade, ou pior, esse incentivo à qualificação e ao quando da análise das respostas dos entrevistados ao formulário de
rebaixamento dos profissionais através de mensagens que ficam pesquisa que lhes foi apresentado. Trata-se de uma forma de labor que,
consignadas em suas páginas pessoais da plataforma vai de encontro comparada à tradicional figura do empregado subordinado, encontra-
com o disposto no artigo 29, § 4º da Consolidação das Leis se desamparada e sujeita à desigualdade de poder com relação à
do Trabalho, que assim dispõe: plataforma, a qual não admite negociação, cabendo ao prestador do
serviço rejeitar as condições impostas, dentro de um contexto de
É vedado ao empregador efetuar anotações desabonadoras à conduta
dificuldade de acesso ao mercado formal de trabalho, ou a elas se
do empregado em sua Carteira de Trabalho e Previdência Social.
sujeitar.

3. CLASSIFICAÇÃO DA PLATAFORMA
Crowdsourcing consiste em uma espécie de prestação de serviço
por um trabalhador, através de uma chamada ou convocatória, para
serviços especializados ou não, em que há o envolvimento de outros
dois elementos além do executante: o solicitante do serviço (empresa
ou indivíduo); e a plataforma virtual, que recebe um percentual
pelo serviço realizado por haver unido as duas pontas desse negócio
(marketplace).
Ainda de acordo com a classificação apresentada por Signes (2017),
podemos afirmar que a plataforma GetNinjas é uma espécie de i)
crowdsourcing misto (porque pode ser executado offline ou online)
220
REFERÊNCIAS NUEVOS DERECHOS O NUEVAS REALIDADES: EL
Aloisi, Antonio, Commoditized Workers. Case Study Research on Labour Law DERECHO A LA DESCONEXION DIGITAL.
Issues Arising from a Set of ‘On-Demand/Gig Economy’ Platforms (May 1,
2016). Por Consuelo Ferreyra y Carolina Vera Ocampo
Comparative Labor Law&Policy Journal, Vol. 37, No. 3, 2016. Available at
SSRN: https://ssrn.com/abstract=2637485 or http://dx.doi.org/10.2139/
I) INTRODUCCION
ssrn.2637485
De Stefano V. and Aloisi A., European Legal framework for digital labour En su segundo siglo de existencia la OIT al elaborar la declaración del
platforms, centenario sigue exhortando a sus estados miembros a garantizar a
European Commission, Luxembourg, 2018, ISBN 978-92-79-94131-3,
todos los trabajadores entre otras cosas el respeto de sus derechos
doi:10.2760/78590, JRC112243. fundamentales, un salario de vida adecuado, limites al número
máximo de horas trabajadas, seguridad y salud en el trabajo.
Carelli, Rodrigo. Trabalho na Uber é neofeudal, diz estudo. ‘São
empreendedores de si mesmo proletarizados’. In http://www.ihu.unisinos. La regulación y la limitación de la jornada de trabajo, ha sido una
br/78 -noticias/589 086 -trabalho-na-uber-e-neofeudal-diz-estudo-sao- de las primeras conquistas de los trabajadores, concebida desde
empreendedores-de-si-mesmo-proletarizados. Consulta em 19. Ago. 2019. hace un siglo, como el tiempo que el empleado esta a disposición de
Carelli, Rodrigo. Casagrande, Cássio. Oitaven, Juliana. Empresas de transporte, su empleador en su lugar de trabajo, pese a ello, este concepto tan
plataformas digitais e a relação de emprego: um estudo do trabalho subordinado arraigado, hoy se encuentra sometido a revisión.
sob aplicativo. Brasília:Ministério Público do Trabalho, 2018.
En la era digital, el avance de la tecnología, particularmente la
Dubal, Veena. Wage Slave or Entrepreneur?: Contesting the Dualism of Legal
utilización cada vez más habitual de los dispositivos electrónicos en la
Worker Identities. In California Law Review, 105, p. 101, 2017.
prestación de servicios, y los cambios en la organización del trabajo han
Mirela Ivanova, Joanna Bronowicka, Eva Kocher, Anne Degner (2018): The App
impactado en las condiciones esenciales de la relación laboral como lo
as a Boss? Control and Autonomy in Application-Based Management. Arbeit
| Grenze | Fluss - Work in Progress interdisziplinärer Arbeitsforschung Nr. 2, es la jornada de trabajo. Al permitir que se trabaje en cualquier lugar y
Frankfurt (Oder): Viadrina, doi:10.11584/Arbeit-Grenze-Fluss.2 en cualquier momento, se difumina la línea entre las horas de trabajo
Signes, Adrián Todolí. O Mercado de Trabalho no Século X XI: on-
y la vida personal.
demandeconomy, crowdsourcing e outras formas de descentralização produtiva Recientemente y según el informe elaborado por PWC y el Said
que atomizam o mercado de trabalho In Ana Carolina Reis Paes Leme, Bruno Business School , asegura que existirán cuatro palabras fundamentales
Alves Rodrigues, José Eduardo de Resende Chaves Júnior, coordenadores. en el trabajo en el año 2030: una de ellas la denomina, “El mundo
Tecnologias disruptivas e a exploração do trabalho humano. São Paulo : LTr,
amarillo” en el que tanto los trabajadores como las compañías
2017.
buscan resignificar el valor de su trabajo, basado principalmente en la
Supiot, Alain. Governance by Numbers: The Making of a Legal Model of flexibilidad, autonomía y satisfacción de trabajar en una organización
Allegiance. Oxford/Portland: Hart, 2017, p. 167-282.
con una fuerte impronta ética y social en donde los recursos humanos
son altamente valorados. Esta concepción resulta antagónica o al
menos dista de la tradicional que concibe a la relación laboral como
el estado de sujeción del trabajador respecto del empleador. En esta
nueva concepción se valora en cambio la independencia y/o autonomía
sin jefes, sin horarios, sin oficinas. Dicho informe establece que en 20
años solo el 9 % de los trabajadores lo será a tiempo completo.
Desde esta óptica es que se pretende abordar, un análisis respecto al
postulado “derecho a la desconexión digital del trabajador”. Se parte
de la premisa, que el abordaje de este derecho, puede hacerse desde
una doble perspectiva: normativa y otra sociológica. Y determinar
si resulta o no necesario reconocer este derecho en un proceso de
flexibilización laboral creciente.

II) REGULACION NORMATIVA JORNADA DE TR ABAJO Y


DESCANSOS
A) JORNADA DE TR ABAJO
La jornada desde siempre, se trató de uno de los institutos
fundamentales del derecho del trabajo. La lucha por la limitación de la
jornada de trabajo junto con la obtención de un salario digno han sido
los primeros objetivos y conquistas de los trabajadores y a raíz de estas
luchas y conquistas se afirma el nacimiento del derecho del trabajo.
Como primera aproximación, haremos una referencia al marco
normativo nacional, e internacional, que regula la jornada de trabajo
en la República Argentina.
Históricamente la primera Ley Nacional que se dicta en la Republica
Argentina, y que regula la jornada lo fue en el año 1929, mediante la
sanción de la Ley 11.544, dictada por el congreso de la Nación. Esta
fue la única ley que reguló esta materia, y que estableció un régimen
nacional de jornada sobre la base de la limitación del tiempo de
prestación de servicios a ocho horas diarias o cuarenta y ocho horas
semanales, para toda actividad ejecutada en relación de dependencia,
tanto en el ámbito público como privado.
Seguidamente, se dictó la Ley Nº 11.726, apenas posterior a la Ley de
Jornada, mediante la cual se ratificó el Convenio Nº 1 de la OIT, sobre
Jornada de Trabajo.
En 1932, se dicta la Ley Nacional 11.640, destinada a regir en Capital
Federal, por la cual se limita la prestación de tareas hasta el día sábado
al medio día. Esta se trató de una ley nacional con alcance regional,
que tuvo como consecuencia el dictado de normativa por parte de las
Provincias, para regular este derecho. Así, en el caso de la Provincia de
Córdoba, se receptó esta limitación, pero se mandó a pagar el importe

221
de cuarenta y ocho horas, pese a que se trabajaren cuarenta y cuatro. B) DESCANSOS
En 1956 se dicta el decreto-ley 10.375/56, para armonizar el disperso Como ya se advirtiera, los conceptos de jornada de trabajo, y
sistema normativo que predominaba en Argentina, mediante el cual remuneración se encuentran íntimamente intrincados y tienen ambos
se estableció, que la limitación de la jornada por día o por semana un elemento común que integran sus respectivas definiciones: la
resultante de la aplicación de las leyes locales vigentes a la fecha del puesta a disposición de su fuerza de trabajo por el trabajador, el cual
decreto-ley, son compatibles con la Ley 11.544. se encuentra a disposición de su empleador no solo cuando ejecuta
En el año 1974, se dicta la Ley 20.744, que establece el régimen efectivamente el trabajo, sino también considerando las medidas
general de contrato de trabajo, se a través del art. 213. El resultado de preparatorias a su labor y las complementarias.
dicha normativa es que casi la totalidad de las provincias argentinas, La ley contrasta esta actitud con dos conductas posibles del trabajador
instituyeron el sábado inglés. Al finalizar el año 1975, el régimen de la a saber: (i) Posibilidad de disponer de la actividad en beneficio propio y
jornada era diferente en cada región del país. (ii) la inactividad que se produce por decisión unilateral del trabajador.
Finalmente, mediante la Ley 21.297, se modificó el anterior art. 213 Estas dos situaciones, no integran el concepto de jornada y por
de la LCT, y se redactó el art. 196, que regula la jornada de trabajo consiguiente no generan derecho a la remuneración.
en la actualidad, y que establece que: “La extensión de la jornada de Determinar cuándo estamos frente a los descansos, adquiere virtual
trabajo es uniforme para toda la Nación, y se regirá por la ley 11.544, importancia, en tanto existen algunos que otorgaran derecho a la
con exclusión de toda disposición provincial en contrario, salvo que remuneración y otros que no. Esto teniendo en cuenta la normativa
en el presente titulo se modifiquen o se aclaren”. El tiempo regulado vigente.
en su faz productiva se denomina jornada; y la otra faz de descanso Existen períodos de inactividad del trabajador que no pueden
encontramos el diario, semanal, anual, etcétera. considerarse como parte de la jornada de trabajo y que, por
Las fuentes nacionales, en la actualidad se encuentran constituidas consiguiente cuantitativamente no se computan como “duración
por el art. 14 bis CN, la ley de jornada de trabajo dictada en 1929 de trabajo”. En los términos del art. 197, estos son: (i) el tiempo de
Ley 11544, que establece el limite de la jornada a ocho horas diarias. traslado desde el domicilio hasta el lugar de tareas; (ii) Los descansos
Esta ley posee trece artículos. El primero establece como topes intercalados durante la jornada, y las interrupciones entre el trabajo
máximos de jornada ocho horas diarias o cuarenta y ocho semanales. durante las cuales no se exija al trabajador ninguna prestación, y pueda
A diferencia del Convenio 1 de la OIT, expresado anteriormente, fija disponer del tiempo en beneficio propio.
tope alternativo es o uno u otro y así en vez de haber un tope hay dos Además de los descansos interjornadas señalados, también se entiende
(8 y 48) . Asimismo hay regímenes especiales: Estatus profesionales que las licencias ordinarias, esto es las vacaciones, las licencias por
como por ejemplo el del personal periodístico que consagra jornada maternidad, por matrimonio, son consideradas como tiempo de
semanas de 36 horas; los CCT pueden establecer topes de duración descanso.
de jornada inferiores a los establecidos en las leyes aludidas, o por
acuerdo de partes pueden establecer límites menores a los fijados por
la ley de duración de la jornada. III) DERECHO A LA DESCONEXION DIGITAL
Con ello, se establecen las siguientes notas definitorias: 1) uniformidad El derecho a la desconexión digital, se trata de un enunciado construido
de la extensión de la jornada en todo el país, 2) vigencia plena de la Ley desde el punto de vista dogmatico antes bien que normativo. Tal es
11.544, 3) exclusión de toda disposición provincial que se dicte o haya el caso que solo algunos países como Francia, o Alemania, contienen
dictado en materia de jornada laboral. hasta el momento algún tipo de regulación.
En la actualidad las fuentes de la jornada de trabajo internacionales Francia ha sido uno de los países pioneros en la regulación de este
son, la Declaración Americana de los Derechos y Deberes del derecho al introducir en su código de trabajo la desconexión digital del
Hombre, la Declaración Universal de Derechos Humanos, PIDESC, trabajador. El apartado 7 del art. L. 2242-8 prevé que en el contexto
Convención de los Derechos del niño, y Convenios de la OIT. dado por la negociación anual sobre la igualdad profesional entre las
A nivel internacional se destacan los Convenios Nº 1 sobre las horas de mujeres y los hombres y la calidad de vida en el trabajo, habrán de
trabajo, relativas a la industria del año 1919 y el Nº 30 o Convenio sobre abordarse necesariamente las modalidades de pleno ejercicio por el
las horas de trabajo relativas al comercio y oficinas del año 1930 de la trabajador de su derecho a la desconexión y a la puesta en marcha por la
OIT, ratificados por la Nación, sin perjuicio de otros instrumentos de empresa de dispositivos de regulación de la utilización de dispositivos
carácter Internacional emanados de dicho organismo, que contiene digitales, a fin de asegurar el respecto del tiempo de descanso y de
disposiciones relativas a la Jornada de Trabajo. vacaciones, así como de su vida personal y familiar. A falta de acuerdo,
el empleador, previa audiencia del comité de empresas o en su defecto
Si bien ambos convenios se refieren a las horas de trabajo, solo el Nº de los delegados de personal, elaborará una política de actuación
30 las define, el que establece que se consideran horas de trabajo a los al respecto. Esta política definirá las modalidades de ejercicio de
efectos de dicho convenio “el tiempo durante el cual el personal esta este derecho y preverá además la puesta en marcha de acciones de
a disposición del empleador, estarán excluidos los descansos durante formación y sensibilización sobre el uso razonable de los dispositivos
los cuales el personal no se halle a disposición del empleador”. digitales dirigida a trabajadores mandos medios y dirección.
Así las cosas, en el sistema normativo argentino, la jornada de trabajo es Al efecto, destacamos, que si bien Francia, efectúa una normativa
el tiempo durante el cual el trabajador está a disposición del empleador expresa, técnicamente no lo define, no lo enumera, sino que solo lo
en tanto no puede disponer de su actividad en beneficio propio (art. incluye, otorgando libertad a las partes empresariales, y sindicales a
197. LCT). La extensión de la Jornada, se encuentra regulada en la Ley reglamentar su contenido especifico.
11.544, es uniforme para todo el territorio, y la superación de los topes
legales, otorga derecho a horas extras o suplementarias, que deben ser En América Latina, solamente Chile ha tenido una iniciativa al
abonadas de forma especial en los términos del art. 201 (LCT). respecto, se reconoce un proyecto de reglamentación de este derecho
en el año 2017.
Ponemos de relieve que estamos frente a una normativa que tanto
nacional como internacional, pose prácticamente un siglo de vigencia. Desde el punto de vista normativo, puede determinarse que el
Lo determinante, será analizar si la misma resulta eficaz para regular derecho adesconexión tiene un estrecho vinculo con el tiempo de
las realidades que en la vida del trabajo, hoy se presentan. trabajo, limitación de la jornada, el tiempo de descanso intermedio,
interjonadas, semanal, licencia reglamentaria y licencias especiales, la
A nivel internacional se registra una tendencia a la reducción de jornada. salud y seguridad laboral, riesgos laborales psicosociales, estrés, así
El Convenio 47, establece la reducción progresiva de la semana de 40 como la conciliación entre la vida privada o personal y trabajo.
horas, el mismo no ha sidoratificado por Argentina. En dicho convenio,
la OIT sugiere a sus países miembros reducir límites de la jornada. El derecho a la desconexión suele ser entendido como el derecho que
El informe Horas de trabajo de lo fijo a lo flexible de la OIT de 2005 tienen los trabajadores dependientes a no ser instados, a trabajar
señala que desde 1984 se han producido en todo el mundo cambios ni ser requeridos por cualquier medio, especialmente digitales o
considerables respecto de la jornada: nuevas modalidades de empleo electrónicos, fuera de su jornada de trabajo y no sufrir represalias por
como el contrato a tiempo parcial, y en algunos países se ha reducido el ejercicio de dicho derecho
la jornada para generar empleo. O bien en otros se ha alargado, y los Se trata del derecho que tienen todos los trabajadores en sus períodos
parámetros para medir la duración del tiempo de trabajo ya no son el de descanso a desconectarse de los asuntos laborales, a no ser instados
día o la semana sin el año, y han adoptado modalidades de ordenación
más flexible. Ha surgido el concepto de jornada flexible que consiste
en que el horario de trabajo debe adaptarse a necesidades de la
producción de la empresa, de forma que en las épocas en que aumenta
la producción ésta será mas extensa.
222
a trabajar o ser requeridos por cualquier medio, especialmente la dependencia no esta asociada a un lugar especifico, la jornada ya no
digitales o electrónicos, ni ser obligados a contestarlos, no pudiendo necesariamente es el factor mas determinante para medir el derecho a
sufrir represalias de ningún tipo”; o como un “derecho de inversión la remuneración, ahora los objetivos y la productividad generadas en el
y reversión que confiere a los trabajadores la posibilidad de decidir, tiempo personal del trabajador, son concepto determinantes.
con carácter transitorio o permanente, su disponibilidad conectiva Así, resulta cada vez más frecuente que la jornada laboral sea entendida
con los dispositivos técnicos digitales, respetando los derechos no tanto como horas de presencia en el lugar de trabajo si no como
dignitarios básicos e integrando, en su caso, las condiciones que tiempo de trabajo efectivo, sea cual fuera el lugar donde se desarrolla.
puedan estipularse al efecto a título individual y en instrumentos de
naturaleza colectiva” ( ). Se habla con respecto a este punto y su relación con la regulación
del derecho de desconexión digital de una paradoja, ya que la
Resulta evidente que el derecho a la desconexión nace en un contexto administración flexible del tiempo de trabajo en vez de crear ventajas
particular. Al respecto es dable señalar el binomio producido entre para el trabajador derriba los limites y lo transforma en un único y
Trabajo y Tecnología, cuya dialéctica ha sido determinante en el flexible instrumento de producción.
sistema actual de producción, pasando de la cadena de montaje
y el reloj industrial. La relación entre estos dos factores hoy resulta Por otro lado hay quienes entienden que la flexibilidad es una conquista
decisiva a la hora de organizar el trabajo, y generar valor. que se ha conseguido y restringirla regulando la desconexión digital
seria de alguna manera retomar la postura tradicional de jornada,
Al respecto la doctrina viene señalando que el derecho a la desconexión reduciéndola al tiempo de prestación servicio en un espacio fijo
digital, no se trata de un nuevo derecho, o un derecho distinto determinado.
emergente de nuestra era, sino mas bien el derecho a la desconexión
digital resulta ser una condición necesaria para que las personas que En tanto la flexibilidad laboral resulta el elemento de mayor preferencia
trabajan puedan efectivamente gozar del derecho al descanso, y de su en la tendencia del mercado de trabajo, también lo es “la autonomía”.
tiempo libre. La aplicación tecnológica ha permitido crear nuevos modelos de
negocios sobre todo a través de la economía de plataformas. Emergen
En efecto, vale considerar la situación de los trabajadores en relación constantemente, nuevos modelos de relaciones entre las partes en
de dependencia en la República Argentina. Tal como se reseñó con materia laboral, que ya no se vinculan desde la asimetría natural
anterioridad, rige en la República en todo el territorio nacional, la Ley que caracterizó por siempre al contrato de trabajo, por el contrario,
de Jornada 11.544, que con independencia del personal Jerárquico o los nuevos tipos, se caracterizan por la sociedad de resultados, entre
directivo, su normativa resulta aplicable, por lo que los trabajadores quien detenta los medios de producción y quien detenta la fuerza del
argentinos, tienen derecho constitucional, y fundamental a la trabajo.
limitación de la jornada, al descanso y a las vacaciones
La tecnología no solo ha alcanzado a la jornada como instituto jurídico
Postular el derecho a la desconexión digital, significa que los a regular, si no todas y cada una de estas cuestiones, esto es porque ha
trabajadores, tienen derecho a negarse a estar “disponibles” para su logrado atravesar todos los asuntos de nuestras vidas. La vida laboral
empleador, en los horarios que no se consideran jornada, y que no y la vida privada ya no se concilian, si no que se mezclan, se fusionan.
devengan derecho a la remuneración, o a exigiera que el tiempo que
sean requeridos, o que deban estar disponibles, por algún medio de Surge en este sentido el concepto de “blending” como término que se
conexión digital, el pago de su remuneración, según su carago horaria impone desde una visión empresarial en el contexto de las técnicas
como horrara normal u hora suplementaria, según la carga total, y el del management y las teorías de recursos humanos y que supone una
sistema vigente. fusión de la vida laboral y privada. Se explica como la implantación de
un modelo empresarial y cultural más que jurídico en el que la imagen
Postular la necesidad de una regulación especifica respecto a la tradicional de un trabajador realizado a través de su trabajo y después
desconexión digital parece necesaria, pero debe tenerse presente que acogido en el seno familiar o por un grupo de amigos ya no se concilia
dicha necesidad responde a un criterio de eficacia, no de validez. con el bienestar. Lo sustituye otra imagen distinta del “weel-being”
que dibuja a una persona absorta por los medios de comunicación
IV)NUEVO PAR ADIGMA: LO SIMULTANEO Y LO indistintamente de las actividades y lugares donde aparece. De este
INSTANTANEO EN EL MUNDO DEL TR ABAJO modo se responsabiliza al empresario del bienestar del trabajador
cuyos problemas personales afectan a su rendimiento y como
Como ya se mencionará con anterioridad, el derecho a la desconexión consecuencia a la productividad a la empresa y por el contrario un
tiene un doble abordaje, por un lado desde el punto de vista sociológico trabajador comprometido y motivado demuestra mejores resultado,
y por otro desde lo normativo o jurídico. por lo que el objetivo será conseguir un compromiso completo a
Ya hemos repasado su aspecto normativo desde a la regulación de la “tiempo completo”.
jornada y los descansos legales. No obstante, entendemos que dicho Desde esta fusión de roles es que el trabajador durante su jornada
estudio carecería de todo sentido si los miramos como institutos legal estará sujeto a las directivas de su empleador a fin de cumplir los
aislados, cuyo asidero encuentra respuesta en un encuadre legal, sin objetivos planteados, pero no podrá desligarse de su vida personal,
considerar la realidad en la que se encuentran inmersos. por lo que seguirá “conectado”(sea a través de correos electrónicos,
Hoy no constituye una novedad, que estamos evidentemente frente mensajería instantánea o redes sociales) sin que ello afecte
a un nuevo modelo con nuevas dimensiones, que redefinen el campo necesariamente su desempeño.
laboral. En el marco del managment empresarial, conviven dos ¿Cómo es posible ante estas situaciones plantear una línea divisoria?
paradigmas o formas de organización que se enfrentan diariamente Esta nueva concepción de trabajador, encuentra la respuesta en el
y que determinan las relaciones jurídicas emergentes del derecho carácter inmediato y simultaneo de la tecnología. Es que a más de las
del trabajo: el tradicional que ha sido el gobernador e impulsor de las tendencias recalcadas ambas características terminan de explicar el
normas de los últimos doscientos años, cuya denominación ha sido el nuevo modelo cultural que da como resultado una jornada de trabajo
“de la dirección y control”, y por otro lado una paradigma emergente desdibujada, o al menos la imposibilidad de delimitarlas en concepto
que recibe el nombre de la “colaboración”, el cual viene de la mano de tan estancos como “las horas de trabajo”.
los nativos tecnológicos.
Lo inmediato está referido a la necesidad actual de obtener respuestas
Entre los nuevos factores o tendencias que caracterizan al modelo de e información solo con “un click”. La cultura de la impaciencia se
la colaboración, se destaca, “la flexibilidad”, y la preferencia por las empezó a gestar con la revolución industrial y ha llegado a su cénit
formas de trabajo autónomo (ya sea total o parcial) todo en un marco esta última década. Con la implantación masiva de Internet y de la
que prima lo instantáneo y a lo simultaneo . telefonía móvil, nos hemos acostumbrado a los resultados inmediatos,
Es evidente que ha sido el avance tecnológico, y la de los instrumentos cada vez estamos más acostumbrados a esos tiempos de reacción y
de información digital, factores trascendentales, que han originado o cualquier cosa que se dilate demasiado nos molesta. Resultara por
contribuido notoriamente en el desarrollo de estas tendencias. tanto necesario determinar cómo se compatibiliza el derecho al
En cuanto a la flexibilidad en los horarios, destacamos que constituye descanso, que encuentra su fundamento en la necesidad básica del ser
en la actualidad el principal factor que se valora a la hora de buscar un humano al esparcimiento, y las necesidades de respuestas inmediatas.
trabajo, la aplicación de la tecnología ha permitido combinar tiempo El interrogante surge claro, es posible separar la vida privada de la
de trabajo desde la casa conocido como “home office” y tiempo desde vida laboral, si la vida laboral no se puede separar de la vida privada,
la oficina o casa central de la empresa que a su vez puede contar con puesto que la tecnología aplicada te conecta simultáneamente con
distintas sedes o sucursales a las que el trabajador podrá acceder de
acuerdo a su conveniencia, pudiendo de esta manera conciliar los
intereses de la vida familiar y personal con la profesional. Ya no se trata
de localizar al trabajador en un espacio pre determinado por empleador,

223
información profesional y personal, las 24 horas del día. disminución de la remuneración, cuando exista peligro inminente de
Lo simultáneo por su parte está referido a que las nuevas generaciones daño o se hubiera configurado el incumplimiento de las obligaciones
“y” o “milenials” que a diferencia de las anteriores son las del del empleador sobre higiene y seguridad del trabajo.
“multitasking” pueden hacer muchas cosas a la vez aunque con En este sentido seria de utilidad referir los peligros de la conectividad
menos detalle. Se ha demostrado su mayor capacidad para incorporar permanente a fin de lograr una prevención y garantizar la salud e
rápidamente información, tomar decisiones rápidas, al poner más integridad psicofísica de los trabajadores.
énfasis en la decisión que en el análisis. De esta manera se puede La Organización Internacional del Trabajo ha señalado en este
estar al mismo tiempo cumpliendo el labor y haciendo uso de las redes sentido que: …un factor de riesgo es la propiedad intrínseca o la
sociales, sin que ello afecte el resultado final . capacidad potencial de un agente, proceso o situación (incluido el
En este contexto, el escenario laboral se enfrentará en las próximas medio ambiente de trabajo, la organización del trabajo y las prácticas
décadas a una transformación en todas sus variables para afrontar laborales con consecuencias negativas para la organización) de causar
importantes desafíos: los cambios en la organización del trabajo daño o efectos adversos para la salud en el trabajo. El riesgo es la
a partir del nuevo paradigma, y los estilos de vida, el proceso de combinación de la probabilidad de un evento de riesgo y la gravedad
globalización laboral y la gestión de Recursos Humanos. para la salud del trabajador de dicho evento.
En su caso, el Derecho del Trabajo habrá de adaptarse progresivamente El concepto de “blending” al que hicimos referencia impide de alguna
a estas realidades, y la regulación del tiempo de trabajo no escapará a manera que el descanso se ejerza de manera efectiva o al menos como
dicho proceso. fue pensado por el legislador en su momento.
Es por ello que desde los riesgos laborales se deben identificar aquellos
V) PROPUESTA NORMATIVA factores de riesgo que se encuentren vinculados de manera objetiva
con la hiperconectividad en la organización del trabajo y que pueden
En el debate sobre el tema del derecho a la desconexión se suele derivar en consecuencias negativas para la salud de los trabajadores.
recurrir a distintas miradas para darle una explicación valida, desde los
aspectos sociales y económicos globales hasta las nuevas tendencias Así, La Comisión de Expertos en Aplicación de Convenios y
empresariales, siempre en el marco de una constante evolución Recomendaciones de la Organización Internacional del Trabajo
tecnológica. ha señalado con relación a las nuevas modalidades de trabajo y el
impacto de las nuevas tecnologías que, a la hora de la regulación de
Lo que sucede es que la mayoría de las veces la evolución social suele ir esta temática en la legislación nacional, se debe tener en cuenta “la
más rápida que la normativa. En este sentido, creemos que el derecho necesidad de preservar la salud física y mental y el equilibrio entre la
a la desconexión no puede constituir sin más en una prohibición de vida laboral y la vida privada de los trabajadores”.
trabajar en forma remota fuera del tiempo determinado por la jornada
que resulte de aplicación, ya que sería desconocer las necesidades de
un nuevo paradigma esencialmente dinámico. CONCLUSIONES
Sin embargo, la ordenación de esta cuestión hace necesario ponderar Con el presente trabajo, se pretende poner de relieve la realidad, de
otras circunstancias e intereses en el que sedeberían abarcar al menos donde emergen los cambios aparejados a la era digital con repercusión
los siguientes puntos: en la regulación de institutos clásicos como es la jornada de trabajo, a
En primer lugar creemos que no sería necesaria una regulación fin de comprender que si los actores y las circunstancias cambian, pues
autónoma de este “derecho” ya que resultan plenamente oponibles necesariamente deben cambiar las reglas destinadas a regularlos.
la regulación y restricciones sobre los topes legales de la jornada, la El derecho a la desconexión digital, se trata de una denominación
prohibición de trabajar durante el tiempo de descanso y a la limitación especifica, que pretende tutelar el descanso de los trabajadores.
en las horas extras realizadas. La dificultad reside, en buscar las soluciones en una normativa que
No obstante consideramos sería válido tomar como ejemplo el quizás sea demasiada añeja para regular las relaciones jurídicas
caso francés, que circunscribe la desconexión digital al marco de emergentes, de esta nueva forma de vincularse, donde la tecnología
la negociación colectiva anual en materia de igualdad profesional ha invadido los espacios personales y profesionales del ser humano,
entre hombres y mujeres, incluye la posibilidad de que los sujetos donde la flexibilidad y la autonomía son elementos preponderantes, y
colectivos regulen las modalidades de ejercicio por el trabajador de su la inmediatez no reconoce fronteras.
derecho a la desconexión y el establecimiento por parte de la empresa Mas allá de su presentación en sociedad, como “nuevo derecho”, hoy
de dispositivos para regular el uso de herramientas digitales, a fin resulta interesante analizar la conexión digital, desde su contenido
de garantizar el respeto de los períodos de descanso, licencia y vida obligacional empresarial. De allí que la desconexión digital, mas que
personal y familiar. un nuevo derecho, parece una vieja obligación.
Un recurso optimo puede consistir en tomar otra forma de computo Hoy enfrentamos un cambio significativo en los roles masculinos
de horas como bancos de horas, jornadas de trabajo flexibles, y femeninos tradicionales en la vida familiar, con la consecuente
“crowdworking”, “crowdsourcing”, trabajo de colaboración, socios redistribución de derechos y responsabilidades familiares, que lleva
colaboradores, “work on demand”, economía colaborativa, etc. en palabras de Casas Blamonde, a que los trabajadores y trabajadoras
Por otra parte este tema incidirá en otros derechos no vinculados de aspiren hoy a la realización del trabajo elegido en el tiempo elegido, y
manera tan directa con las horas trabajadas pero cuyo reconocimiento la acomodación del tiempo de trabajo a quien lo realiza (y no al revés).
sería conveniente abarcar en los siguientes puntos:
(i) Sobre los medios de control empleados (art. 71 LCT): Con
la modificación Ley Nº 27.322 del 15/12/2016 se dispuso que los
controles personales y los relativos a la actividad del trabajador deberán
ser conocidos por este. Los controles a los que hace referencia son: a)
Sobre la prestación del trabajo: Su cantidad/ Calidad y procedimientos
técnicos de ejecución. b) Sobre la asistencia del trabajador al empleo y
cumplimiento del horario c) Sobre los bienes de la empresa.
En relación a estos últimos la misma negociación colectiva puede
establecer que se notifique al trabajador que medios digitales se les
hace entrega como herramientas de trabajo lo que permita tener
un mayor “control” o registro de las horas de trabajo efectivamente
prestadas y de la demanda requerida por parte del empleador.
(ii) Sobre el deber de seguridad y la previsión en materia de riesgos
laborales:
(iii) La Ley Nº 27.323 B.O. 15 también introdujo modificaciones
al art. 75 de la LCT al tratar sobre el deber de seguridad por parte
del empleador, referido a la obligación de este de hacer observar
las pautas y limitaciones a la duración del trabajo, y de adoptar las
medidas para tutelar la seguridad psicofísica y la dignidad de los
trabajadores. Por otra parte, se dispone que el trabajador podrá
rehusar las prestaciones de trabajo, sin que ello ocasione pérdida o

224
O mundo do futuro e as leis do passado posições ao longo da vida.
Taciela Cordeiro Cylleno de Mesquita Acresce-se ainda que se o modelo anterior era baseado em um
vínculo de emprego estável e duradouro preferencialmente com o
mesmo empregador, hoje, a previsão é de um trabalhador que oscile
1.Introdução entre as mais diversas formas contratuais, seja trabalhando de forma
A Revolução tecnológica iniciada em meados do século X X desafia o autônoma, seja através de um vínculo de emprego ou, até mesmo,
mundo do trabalho a alterar os seus paradigmas, rever seus dogmas empreendendo.
e reinventar a sua trajetória. Se há uma certeza, está é a deque nada O último relatório do G20 , a respeito do Futuro do Trabalho, destaca
será como antes. As inovações tecnológicas, apoiadas pela intensa a crescente importância da Economia “GIG”, termo que representa
globalização, se expandem em rápida velocidade, por todos os cantos o trabalho físico e digital prestado por trabalhadores independentes,
do globo terrestre. para realização de demandas específicas ou de curto prazo. A
Digitalização, impressoras 3D, inteligência artificial, biotecnologia, estimativa é que a maior parte dos trabalhadores venha a desenvolver
carros elétricos sem motoristas, plataformas conectando serviços e as suas atividades desta forma: “just in time” (ORGANIZAÇÃO
clientes. A gama de exemplos é inesgotável. INTERNACIONAL DO TR ABALHO, 2018).
Diante deste cenário, o mundo do trabalho precisa se reinventar. As Atualmente, estamos diante de trabalhadores que precisam estar
máquinas tomam, cada vez mais, o lugar dos humanos e o profissional qualificados, nas mais diversas habilidades, para serem gestores de seu
do presente e do futuro precisa saber qual papel pretende exercer, caso próprio tempo e de suas carreiras. Nessa seara, estariam incluídos
queira continuar economicamente ativo. aqueles das plataformas digitais.
A sociedade é estruturada em torno da relação capital x trabalho,
desde a primeira Revolução Industrial, que teve início no século 3.Brasil não é para amadores
XVIII. Resguardadas as tipicidades dos mais diferentes Estados
O Brasil é um país de dimensões continentais, marcado por intensa
do planeta, a fórmula básica era mantida: um ser humano, de forma
desigualdade social e enfrenta, nos últimos anos, a maior crise
pessoal, subordinada e onerosa prestava serviços a outro ser humano
econômica da sua história.
ou a uma pessoa jurídica composta de seres humanos identificáveis
pelo trabalhador. Após longo período de ditaduras militares, o país vivenciou a morte
do primeiro presidente eleito democraticamente, o impeachment de
Ocorre que este modelo está em constante alteração. E não só os
dois outros, a prisão de um dos maiores personagens políticos da sua
trabalhadores devem se preocupar em qual papel exercer nesta nova
história, o ex-presidente Lula, e a ascensão ao poder de um congressista
configuração social, mas principalmente os Estados e toda a sociedade
militar representante da direita.
devem perquirir uma estratégia de atuação, seja fomentando a
inovação tecnológica, investindo na educação, intensificando o Em 2017, o país aprovou uma substancial reforma em sua legislação
relacionamento com parceiros internacionais, desenvolvendo políticas trabalhista, cujo esqueleto ainda remetia à década de 1940, quando
públicas de estímulo ao emprego e ampliando a rede de segurança o governo totalitário de Getúlio Vargas, através de um decreto-lei
social. Caso contrário, o próprio conceito de Estado, tal como temos outorgou a CLT (Decreto-Lei nº5.452, de 1º de maio de 1943)e hoje
hoje, estará em risco. presencia uma batalha quase literal para aprovar o projeto da reforma
da Previdência no Senado .
Um pacto social inédito deve emanar desse novo mundo, para
garantir que o maior número de pessoas participe desse tecido social Em seus 8.516.000 km2 vislumbra-se quase tudo. Quiçá tudo.
metamorfoseado, reduzindo as desigualdades e melhorando o bem Trabalho em condições análogas às de escravo, trabalho proibido,
estar social. trabalho infantil, 13 milhões de desempregados (PNAD...,2019),
trabalhadores autônomos, trabalhadores intelectuais e novas formas
A questão é: como fazê-lo?
de prestação de serviços, inclusive através de plataformas digitais,
como Uber e Loggi.
2.O mundo VUCA, os millenials e a GIGeconomy A Constituição da República de 1988 prevê no art.193 que “a ordem
O termo VUCA surgiu no mundo corporativo na década de 1990, após social tem como base o primado do trabalho e como objetivo o bem-
a utilização deste conceito pelo exército norte-americano(U.S. Army), estar e a justiça sociais” e no art.6º destaca que “são direitos sociais a
visando a explicar o mundo pós-guerra fria. VUCA é a expressão educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte,
que sintetiza os conceitos: volatilidade, incerteza, complexidade e o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à
ambiguidade (“volatility, uncertainty, complexityandambiguity”). infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.”
E esee é o mundo que habitamos e que se apresenta extremamente Como o constitucionalismo social adotado pela atual Constituição
complexo, heterogêneo, imprevisível e onde as mudanças brasileira pode ser efetivado diante dos desafios trazidos pelo novo
ocorremde forma contínua e constante. Nele convivem diferentes momento histórico, econômico e social? Como manter no centro da
gerações, tendo em vista o envelhecimento da população e o ordem social o trabalho diante da crescente automação?
desenvolvimentotecnológico exponencial das últimas décadas, Essas perguntas demandam análises profundas e, portanto,não
que resultou no avanço da medicina e consequentemente maior poderiam ser abordadas neste curto artigo. Não obstante, destaca-se
expectativa de vida e diminuição da taxa de mortalidade infantil na a importância da garantia de um patamar civilizatório mínimo a todos,
maior parte dos países do globo. o que poderia ser alcançado através da criação de um modelo de renda
Podemos classificar, em apertada síntese, as diferentes gerações em: mínima nacional, também chamado de imposto de renda negativo, e,
- “millenials” ou geração Z,são aqueles que nasceram no mundo digital, mormente, do investimento em educação em todos os níveis.
após a década de 1990; Recente relatório da McKinsey&Company (2019) destaca que dois em
- geração Y, nascidos após a revolução tecnológica, entre 1980 e 1990, cada três brasileiros têm acesso a smartphones e internet, que gastam
vivenciaram desde cedo a globalização e entraram num mercado de mais que nove horas por dia conectados,média esta que está entre as
trabalho que já contava com uso da tecnologia; maiores do planeta, e estão entre o número dois ou três no mundo
em uso de plataformas de mídia social, como Facebook, Instagram e
- geração X, nascidos entre 1960 e 1980, não foram “alfabetizados” em Whatsapp.
um mundo completamente digital;
Esse relatório destaca que o usuário típico da internet no Brasil é
- “baby boomers”, nascidos entre 1945 e 1960, no pós-guerra, sem urbano – 95% comparado a 5% da área rural -, está majoritariamente
contato com a digitalização até idade mais avançada. na classe C (50%) e não possui graduação universitária (cerca de 79%).
Essas gerações encontram-se no mercado de trabalho e, tendo em vista, Comparativamente a um norte-americano, por exemplo, o brasileiro
a necessidade de ensino contínuo (lifelongeducation), para mantê-las passa mais 41% do seu tempo nas mídias sociais.
conectadas ao novo modelo social, precisam estarconstantemente Esses dados, a meu ver, nos trazem uma importante indagação: os
aprendendo, se desenvolvendo e se reinventando. brasileiros usam mal a internet? Ao invés de fazê-lo para qualificação
Se, no passado, o modelo era baseado em um conceito de carreira, em qualquer grau, o uso excessivo de redes sociais poderia estar
ou seja, um estudante escolhia uma profissão e para ela se preparava, usurpando um tempo precioso daqueles que precisam desenvolver-se
principalmente, em uma Universidade, para concluída esta entrar no
mercado de trabalho e exercer aquela profissão até a sua aposentadoria,
a perspectiva atual e de futuro é completamente diferente. Acredita-se
que o profissional atual desenvolverá diversas habilidades, baseadas
em diferentes formações, e assim trabalhará em diferentes locais e
225
e instruir-se para os novos desafios que certamente virão? emergentes o impacto pode ser brutal. Onde realocar no mercado
A resposta a essas indagações é extremamente complexa, mas em uma de trabalho pessoas – substituídas por máquinas – que não possuem
rápida análise, ousaria dizer que sim. condições mínimas de exercer atividades intelectuais, tendo em vista
os baixos índices educacionais dos países em desenvolvimento?
Caberia então, a meu ver, uma atuação ativa das instituições, como
Ministério da Educação e Cultura e Ministério da Economia, Visando participar ativamente dessas transformações, aproveitando o
estimulando o uso profícuo da internet pela sociedade, seja momento para ampliar os valores e objetivos que levaram à criação
providenciando e divulgando material educativo e cultural, seja da OIT - como a premissa de que o trabalho não é mercadoria; que é
propagando o uso da internet pela sociedade como ferramenta fonte de acesso aos meios materiais, e também um meio de realização
de desenvolvimento pessoal.O melhor aproveitamento destes de vida, propósito, senso de pertencimento e identidade, a Comissão
instrumentos permitiria uma melhor inserção social na indústria Global do Futuro do Trabalho, em seu último relatório, apresentou
4.0, com maior número de pessoas capacitadas a transitar pela 4ª três pilares de ação:
Revolução Industrial. - investimento na capacitação das pessoas, preparando-as para
Em um quadro comparativo das atividades exercidas nos computadores adquirirem qualificações, novas competências e melhorar as
ou smartphones, vislumbra-se que 83% do tempoé despendido em habilidades que já possuem;
chats online e míseros 6% em aplicativos relacionados a e-learning - investimento nas instituições do trabalho para garantir um futuro
(MCKINSEY & COMPANY, 2019). com liberdade, dignidade, segurança econômica e igualdade no
O tempo despendido na rede deve ser melhor aproveitado. A trabalho;
globalização permite a ampla e rápida divulgação de informações, - investimento no trabalho decente e sustentável, moldando regras
em todos os níveis. As maiores universidades do planeta – Harvard, e incentivos para alinhar políticas econômicas e sociais e práticas
Stanford, Berkeley – possuem hoje cursos online gratuitos. empresariais com essa agenda.
Oportunidades como essas não deveriam ser desperdiçadas em um Destaca ainda o referido relatório que a economia deve ser reorientada
país tão carente deinfraestrutura educacional. para um crescimento baseado no capital humano, onde todos os
O uso do e-learning enquanto ferramenta de inclusão social deveria setores da sociedade devem agir de forma responsável e colaborativa,
ser expandido, permitindo que moradores dos mais distantes locais do ressaltando quatro elementos essenciais para todos os países: direito
país pudessem ter acesso à educação, sem necessariamente precisarem universal ao aprendizado constante; suporte às pessoas durante a
esperar dispendiososinvestimentos temporais e financeiros em transição; agenda efetiva de transformação das desigualdades de
infraestrutura, como construção de estradas e criação de escolas. gênero; e proteção social mais forte, amparando as pessoas desde o
Ainda com base no relatório supracitado, somosnúmero quatro no nascimento até a velhice.
mundo em download de aplicativos. Diante de tamanha atuação Em suma, verifica-se que a OIT, assim como se posicionou no seu
digital,pergunto: porque não estimular o uso de plataformas de caráter nascedouro, não pretende assistir passivamente às mudanças impostas
educacional? pelos avanços tecnológicos, mas sim atuar como protagonista nesse
cenário, sem refutar as inovações, tampouco tentar moldá-las a um
modelo do passado. Intenta preparar a sociedade para receber o novo
4.Já que nada ser á como antes e adaptar os padrões existentes a um paradigma mínimo de direitos
Bakhshi, Frey e Osborne (apud GLOBAL COMISSION ON sociais universais.
THE FUTURE OF WORK, 2019, p.19), em um relatório de 2015, A mais importante instituição do mundo do Trabalho reconhece
sustentam que 47% dos trabalhadores nos EUA estão correndo risco que as políticas comerciais, financeiras, econômicas e sociais estão
de ter seus empregos substituídos por máquinas e um relatório do inexoravelmente conectadas, e que o sucesso da agenda do trabalho
Banco Mundial, de 2016, presume que 2/3 dos empregos dos países humano decente como centro epistemológico do desenvolvimento
em desenvolvimento estão suscetíveis à automação. Morgado e Plioas depende de atitudes conjugadas e coerentes de todas estas áreas.
(2018) asseveram:
Um relatório recentemente publicado pela consultoria
McKinsey&Company traz dados surpreendentes: até 2030, cerca de 5. Conclusão
375 milhões de profissionais – aproximadamente 14% da força de Não se trata, a meu ver, de tentar enquadrar os novos modelos de
trabalho global – precisarão migrar de atividade(p.13). prestação de serviços do século X XI em uma moldura da década
Diante de tantos avanços tecnológicos (inteligência artificial, de 40 do século passado. Tampouco, abandonar os trabalhadores à
biotecnologia, automação e robótica), de mudanças na demografia própria sorte, no modelo laissezfaire, laissezpasser, principalmente
mundial (crescimento da população mais jovem nos países porque grande parte da mão de obra brasileira ainda está enraizado
emergentes e envelhecimento da população nos países desenvolvidos no século XIX. Criatividade é a palavra de ordem.Devemosconstruir
),do necessário desenvolvimento de práticas sustentáveis e uso de um novo modelo de proteção jurídica a esses trabalhadores, para que
tecnologias limpas para a própria continuidade da vida no planeta estes não sejam indevidamente explorados pelo capital, tampouco
Terra, muitas questões surgem a respeito do papel do Direito do desamparados no caso de infortúnios, como doenças e desemprego.
Trabalho e das instituições a ele relacionadas. Criatividade política, econômica, legislativa. Se muito se ouviu que
Se a Revolução tecnológica preocupa os países desenvolvidos, mais “somente os fortes sobrevivem”, ouso sustentar que hoje “somente os
atenção ainda deve atrair das nações emergentes, onde convivem criativos sobrevivem”. A convulsão social que, possivelmente, virá da
discrepâncias sociais e econômicas em larga escala. Uma má condução denominada Quarta Revolução Industrial demanda uma política de
desse processo pode resultar na ampliação do gap da desigualdade proteção que tenha como foco o ser humano e não o emprego.
social, afetando toda a estabilidade socioeconômica do país, podendo Uma nova rede de segurança social, com a inserção desses
colocar em risco o próprio estado de direito. trabalhadores e das plataformas digitais, como contribuintes de um
A Comissão Global sobre o Futuro do Trabalho da Organização modelo de proteção social que não desampare aqueles cuja prestação
Internacional do Trabalho(OIT) iniciou seus trabalhos em outubro de de serviços não se enquadre nos moldes da Consolidação das Leis do
2017, com o objetivo de criar recomendações para todos stakeholders, Trabalho (CLT).
inclusive governantes e organizações de empregados e empregadores. A busca pela implementação e expansão do trabalho decente em escala
A Comissão busca fomentar ideias sobre como administrar e alavancar global deve hoje estar alicerçada na capacidade das instituições de
as urgentes transformações que têm atingido o mundo do trabalho. renovarem-se constantemente, resguardando seus principais valores e
A criação de uma agenda em cujo epicentro está o ser humano (human- objetivos, no que tange aos limites intransponíveis do trabalho digno.
centered) é a direção do relatório mundial para o futuro do trabalho, É imperativa a conciliação entre a agenda do trabalho decente e a
publicado pela OIT em Genebra, em janeiro de 2019 (GLOBAL necessidade de adaptação às vorazes e dinâmicas mudanças impostas
COMISSION ON THE FUTURE OF WOR,2019, p.11). De acordo pela economia globalizada. Se a globalização trouxe inúmeros
com este relatório, o avanço tecnológico pode trazer inúmeros benefícios econômicos e sociais, a heterogeneidade entre os Estados
benefícios sociais e conduzir a humanidade à almejada paz universal, faz com que as experiências vividas em decorrência da recente
desde que haja uma atuação proativa dos atores sociais – agentes Revolução Tecnológica sejam absolutamente diversas.
da sociedade civil e política – para garantia de direitos mínimos
universais dos trabalhadores e de um desenvolvimento baseado na
sustentabilidade, ambiental e econômica.
Se a diminuição dos postos de trabalho, em decorrência da automação
nos países desenvolvidos jáé vista com elevada apreensão, para os
226
Nesse cenário heterogêneo global cresce a importância das instituições mais rápidas e mais baratas que a sua (e o que fazer a respeito). Rio de Janeiro:
governamentais e não-governamentais enquanto protagonistas de Alta Books, 2019.
desenvolvimento econômico e social, visando ao trabalho decente na
escala mundial. MCKINSEY & COMPANY. Brazil Digital Report - a first-edition dossier on
Fraternidade e solidariedade. Mais do que nunca, a sociedade civil the Brazilian economy, including the digital, entrepreneurial and innovation
landscape. Abr. 2019.
necessita praticar os direitos de quarta geração e atuar ativamente, de
forma isolada ou em grupos organizados, para educar e transformar a Disponível em: <https://www.mckinsey.com/br/our-insights/blog-made-in-
brazil/brazildigital-report>. Acesso em: 25 abr. 2019.
vida daqueles que lhe são próximos. Todos – sem exceção – têm um
importante papel a desenvolver.
Como na célebre expressão de John Kennedy, “Asknotwhatyour MORGADO, Ana Paula; PLIOPAS, Ana Luiza. Desenvolvendo profissionais
para o futuro. GV-Executivo, São Paulo, v. 17, n. 4, p. 12-15, jul./ago. 2018.
country can do for you – askwhatyoucan do for your country”.(em
Disponível em:
tradução livre, “não pergunte o que o seu país pode fazer por você, mas
< ht t p :// b ib l i ot e c a d ig it a l . f g v. b r/ojs/ i nde x . p hp/g ve xe c ut i vo/a r t i c l e/
o que você pode fazer pelo seu país”). Mãos à obra!
view/76666/73534>. Acesso em: 23 mar. 2019.
Construamos uma agenda do trabalho que esteja atenta às mudanças
tecnológicas, sociais e políticas e busque agir de forma colaborativa com
OPPENHEIMER, Andrés. ¡Sálvesequienpueda! El futuro deltrabajoenla era de
os setores da economia e da educação, de forma a se transformar em la automatización. Nova Iorque: VintageEspañol, 2018.
uma espécie de guia e, ao mesmo tempo, instrumento de fiscalização,
cujo escopo seja diminuir as desigualdades existentes, expandindo o
trabalho decente, visando à tão almejada paz social. ¡Crear o Morir! La esperanza de Latinoamérica y las cinco claves de lainnovación.
Nova Iorque: VintageEspañol, 2014.
Todavia, a ausência de participação política das instituições do
trabalho e de todos os atores sociais pode conduzir ao caos, com
extinção massiva dos postos de trabalho, aumento do desemprego, do ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TR ABALHO. Futuro do Trabalho
no Brasil: Perspectivas e Diálogos Tripartites. [S.l.], 2018. Disponível em:
trabalho informal e da desigualdade em todos os níveis.
<https://www.ilo.org/brasilia/publicacoes/WCMS_626908/lang--pt/index.
A economia global está em um novo caminho. As políticas econômicas, htm>. Acesso em: 25 abr. 2019.
legislativas e sociais devem ter como fio condutor permitir que todos
tenham acesso às novas oportunidades, através de um eficiente projeto
Ante el centenário de la OIT: realidades, renovación y compromisso tripartito.
educacional que prepare a sociedade para as mudanças e um projeto
Genebra, 2013. Disponível em: <https://www.ilo.org/wcmsp5/groups/public/-
social que ampare aqueles necessitados, que por motivos diversos - -ed_norm/- - -relconf/documents/meetingdocument/wcms_ 21410 6.pdf
não podem ser economicamente ativos (GLOBAL SOLUTIONS >.Acesso em: 27 abr. 2019.
INITIATIVE FOUNDATION, 2018).
Qualquer tentativa de frear o desenvolvimento tecnológico ou buscar PASTORE, José. O trabalho do futuro e o futuro do direito. Disponível em:
encaixar os novos modelos de trabalho – dentre os quais se destacam as <https://www.josepastore.com.br>
plataformas digitais – nas antigas molduras criadas no início do século
X X para um modelo industrial de produção estão, inevitavelmente,
PNAD contínua: taxa de desocupação é de 12,0% e taxa de subutilização é de
fadadas ao insucesso. 24,3% no trimestre encerrado em janeiro de 2019. Agência IBGE Notícias, Rio
Uma postura criativa, baseada em um novo modelo de desenvolvimento de Janeiro, 27 fev. 2019. Disponível em: <https://agenciadenoticias.ibge.gov.
de competências, através de um projeto educacional consistente e br/agencia-sala-deimprensa/2013-agencia-de-noticias/releases/23865-pnad-
duradouro, que valorize o trabalho humano sobre as máquinas e vise continua-taxa-de-desocupacaoe-de-12-0-e-taxa-de-subutilizacao-e-de-24-3-
no-trimestre-encerrado-em-janeiro-de2019>. Acessoem: 25 abr. 2019.
ao desenvolvimento sustentável, deverá conduzir a imensa massa da
população produtiva, de forma adequada, aos novos tempos.
SUNSTEIN, Cass R. The Cost-Benefit Revolution. Cambridge, MA: MIT
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and Education in the Digital Age: T20 Recommendations Review (draft, work in
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GR ANDELLE, Renato. O mundo é dos jovens: ONU registra recorde histórico


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Letras, 2018.

ISMAIL, Salim. Organizações exponenciais: por que elas são 10 vezes melhores,
227
“EL CONCEPTO de TRABAJADOR y de la redefinición del concepto de dependencia, a fin de contextualizarlo
EMPLEADOR en la ECONOMIA DE LAS en el marco de las coordenadas del siglo X XI, al decir de Francisco
Rubio Sanchez.
PLATAFORMAS. ES NECESARIO UN REDISEÑO
La puesta en duda de la vigencia respecto de la conceptualización
NORMATIVO A LA LUZ DE LOS AVANCES tradicional de aquellos conceptos, no se ha limitado a la retórica
TECNOLÒGICOS EN EL MUNDO DEL TRABAJO?” literaria, sino mas bien, ha avanzado en determinadas manifestaciones
Autor: Rodrigo Méndez Filleul legislativas como en antecedentes jurisprudenciales de distinta índole
y orden.
Córdoba, Argentina
Todo este escenario, no ha hecho otra cosa que revitalizar y resignificar
el debate que nos proponemos, aun cuando somos consciente que
I.- Introducción: nuestra tarea a penas podrá ceñirse a presentar los límites del marco
Los cambios tecnológicos han irrumpido fuertemente en la sociedad en que se desarrolla la economía de plataforma y sus derivaciones.
en su conjunto. Su presencia es el presente y futuro, y su influencia
se viene profundizando día tras día, con consecuencias, -mas
II.- Del Trabajo en Plataformas
precisamente en el mundo del trabajo-, que aun no podemos advertir
desde la certeza. Aun ello y dentro de este panorama de incertezas, lo Con sólo leer o nombrar las palabras Uber, Glovo, Rappi, ya sabemos
que sí sabemos, es que las innovaciones tecnológicas crearán nuevos de que estamos hablando. Estas palabras son ahora parte de nuestro
empleos, destruirán otros y modificarán muy posiblemente, la mayoría diario y cotidiano léxico. La gig economy ha cambiado el mundo.7
de los existentes. 1 Y más precisamente, en lo que respecta al derecho La economía de las plataformas tiene una imagen nítida para los
del trabajo, aquellos cambios impactarán de lleno en el marco de las ciudadanos: jóvenes en bicicleta o en moto cargados con una enorme
relaciones de empleo, tanto a partir de las nuevas y creativas formas de mochila con el logo de Deliveroo, Glovo, Stuart, Ubereats.8 Estas
relacionamiento entre el empleador y el trabajador como del juego de personas forman parte de nuestro diario y cotidiano panorama, ya que
peculiares relaciones que se derivan de aquel extremo. están por todas partes. Al decir de Nadia Nasanovsky, “las calles de
De allí que podamos sostener que “la tecnología está reconfigurando las principales ciudades del mundo se llenan de jóvenes montados en
las relaciones laborales. Aquel mundo laboral predecible, en el que sus bicicletas y motos, repartiendo pedidos, con las miradas perdidas
cada pregunta en las pantallas de sus celulares y conductores que usan sus autos
particulares para levantar pasajeros”.
tenía su respuesta correcta ya fue. Se esfumó. Tal como apunta Albert
Cañigueral.2 Hoy ya son fáciles de identificar y a cualquiera que se les pregunte
acerca de qué tareas realizan aquellas personas que portando en sus
Una muestra de ello, es que los cambios tecnológicos referidos, están
espaldas grandes mochilas de colores llamativos, y valiéndose para ello
impactando fuertemente en la base misma sobre el cual pivotea el
de sus propias bicicletas y/o motos, podrán dar una respuesta certera,
contrato de trabajo clásico, a partir del rediseño - cuanto menos y por
sin lugar a equivocarse.
ahora - del concepto de los sujetos que intervienen en el mismo.
Lo que podíamos ver al viajar a otros países, ya es una realidad en
Y en el marco de este escenario de innovaciones, una de las
estos últimos años en Argentina y con una proyección a futuro, mas
consecuencias de mayor actualidad lo constituyen sin lugar a duda
que promisoria y venturosa, de cara a los intereses de los desarrollares
las plataformas digitales. Las tecnologías dieron lugar a la emergencia
de este negocio y al amplio abanico de tareas y oficios que esta realidad
de la economía de plataforma, un modelo económico basado en la
abarcará. Claro que nos queda aun el interrogante acerca de cual será
producción de bienes y servicio mediado por una plataforma digital.3
el impacto en el empleo.
Así las cosas y sin lugar a equivocarme, podría decir que las plataformas
No obstante aquella foto que describe a los riders deambulando con
digitales, mas que haber originado un modelo económico diferente del
su mochilas por la calles de la ciudad tratando de llegar con el producto
conocido, generaron un nuevo modelo de negocios que es la base de
adquirido, en el menor tiempo posible, no es el único negocio posible
aquel y del cual se derivara un nuevo modelo de empleo. Tan profundo
en el marco de la economía de las plataformas. Esta no se reduce a
es el extremo del surgimiento de aquel medio tecnológico en el
este único y exclusivo segmento, es mucho mas que eso, dado que
mundo del trabajo, que la literatura mayoritaria ya está postulando
comprende también, un sinnúmero de tareas a las cuales podríamos
la “plataformización de las relaciones de empleo”, como un hecho
adscribirle el carácter de sencillas, menores e incluso mas comunes
arrollador y de fuerte consecuencia disruptiva.
y ya conocidas por nosotros en su versión original. Son aquellas que
De acuerdo a la OIT, la emergencia de este nuevo fenómeno en la señala Rodriguez de la Paz, y que tienen que ver con trabajos de
economía, - de la mano de los avances tecnológicos-, representa uno oficina, pequeños encargos que se efectúan
de los cambios más importantes acontecidos en el mundo laboral en
los últimos diez años.4
1 Luis Doncel. (2017), “Proletariado del siglo X XI: los precarios de la nueva
Es un hecho, que las plataformas han generado nuevos tipos de
economías digital”. www.lanacion.com.ar. 14/06/2017.
trabajos a la par que nuevas formas de trabajar. Aquel trabajo que fuera
2 Albert Cañigueral. (2019), “Cinco preguntas clave (y dos pistas) para
atrapado oportunamente por la legislación laboral positiva, ha mudado
entender el futuro del trabajo. Retina. Disponible en http://retina.elpais.com/
de contenido. Ya nada es igual como antes y sus diversas dimensiones retina/2019/01/02/innovacion/1546431479_929457.html.
y manifestaciones están avanzando a un ritmo vertiginoso y aun en
3 Mayo Fuster Morell. (2019). “Retos y oportunidades de la irrupción de la
sectores de la economía otrora impensados. Toda actividad puede ser economía de plataformas”. Retina, disponible en https://retina.elpais.com/
sujeto de intermediación de plataformas digitales. retina/2019/01/25/innovación/1548419632_629939.html
La plataformización de la economía, es una tendencia que esta 4 Nadia Nasanovsky. (2019), “Economía de plataformas: entre la oportunidad y
creciendo rápidamente y de forma exponencial. Es un pilar central de la precarización laboral”. Infobae, disponible en https://www.infobae.com/def/
la economía digital. desarrollo/2019/02/02/economía-de-plataformas-entrela-oportunidad-y-la-
precarización-laboral/.
Y todo apunta a que será el modelo imperante en la economía de este
siglo.5 De allí que podamos sostener que la referida plataformización 5 Vid. “Retos y oportunidades de la irrupción de la economía de plataformas”,
op. cit. pag 3.
del trabajo tenga lugar en cualquier lugar de la economía.
6 Francisco Rubio Sanchez. (2019). “Las nuevas formas de trabajo: relaciones
La irrupción de las nuevas tecnologías plantea peculiares relaciones laborales en las tic”. Encuentros Laboral, disponible en https://www.linkedin.
entre trabajadores y empresas que se apartan sensiblemente de los com/pulse/117-las-nuevas-formas-de-trabajorelaciones-laborales-laboral
tradicionalesesquemas de producción o prestación de servicios6, lo
7 James Stanier (2019), “The Gig Economy´s Unhappy Middle Class. With Lyft
que viene poniendo en crisis clásicos conceptos respecto los cuales
and Uber going public, we need to face facts about their business model”. Pag
existía generalizado consenso por parte de la literatura tanto jurídica 1, disponible en https://onezero.medium.com/theunhappy-middle-of-the-gig-
como judicial. economy-5b845d2735ef?gi=5ceff58b5e14
Así las cosas, y especialmente a partir de las diferentes modalidades 8 Alicia Rodriguez de Paz (2019), “Riders, la punta del icebergs en el
que asume el concepto de trabajo, hay dos realidades que han mudado mercado de trabajo”. Pag 1, disponible enhttps://wwwlavanguardia.
de contenido en relación a cómo la norma positiva los tiene por com/econom ia/2 019 04 2 1/4617 59 68 847 3/c a mbios-merc ado -t r abajo -
definido. Esto es el concepto de trabajador y el de empleador. Aunque, economiaplataformas-digitales.html.
uno es consecuencia de lo otro, ya que el concepto de trabajador
mudó de contenido, toda vez que lo fue, porque primero la figura del
empleador asumió nuevos matices e incluso modalidades. A estos
cambios, se le suma la emergencia de la critica acerca de la necesidad de

228
desde el ordenador como contestar encuestas, aunque también lo abundante y mayoritaria denomina pequeños encargos, pequeñas
son la prestación de servicios profesionales, como asesoría jurídica, tareas, o también como la propia OIT denomina microtareas15, de
contabilidad, labores relacionadas con el diseño, desarrollo de software corta duración, de característica intermitente o esporádico y de bajo
o traducción, e incluso otros trabajos mas rutinarios o esporádicos en reconocimientos y respeto de aquellos mínimos laborales inderogables.
casa de otras personas. No obstante ello, es una realidad incuestionable, que las plataformas
Si bien los transportes y la logística son dos de las áreas en las que están ampliado las posibilidades de empleo tanto a personas como en
mas ha proliferado la economía de las plataformas, muchos expertos tareas otrora impensadas.
advierten de que muchos puestos son gigificables (gigified). Todo lo
que sea prestación de servicios es susceptible de convertirse en trabajo
en plataformas.9 III.- Del trabajador en las plataformas

Una muestra de ello, es que los posibles negocios del sector El modelo de negocio que venimos comentando, no podría entenderse
terciario afectados por este nuevo tipo de empresas son casi sin el concurso de una persona que a partir del hecho de poner en
infinitos. Actualmente, a modo de ejemplo se puede nombrar: Uber activo el dispositivo digital, espera el momento de entrar en contacto
- para transporte de pasajeros-, Sandeman – para guías turísticos-, con el requirente del servicio ofrecido. Menos aun podría justificarse,
FlyCleaners -lavandería personal-, Chefly -cocinero a domicilio-, sin la ficción creada en la cual esa persona que activa el dispositivo, no
Helpling - limpieza de hogar-, Sharing Academy- profesores es otra que un “colaborador”, “socio”, “autónomo” e inclusive “dueño
particulares-. Como se ve no se está ante tele trabajadores que pueden de su propio negocio” y hasta “su propio jefe”, conforme las diferentes
realizar todo el trabajo online, sino ante actividades que requieren formas de identificarlo, según de qué plataforma estemos hablando.
una ejecución local del trabajo offline. Aquellas empresas pertenecen Una primera conclusión, es que las plataformas digitales tienen como
a un sector concreto y el cliente, cuando recurre a ellas, busca obtener insignia de su modelo de negocio, la utilización del trabajo autónomo
una prestación de servicios específica, por el contrario no se trata de y no del contrato de trabajo, lo que pone en cuestión la figura que
empresas que poseen un tablón de anuncios donde cualquier usuario veníamos utilizando para atribuir derechos y protección social a buena
puede hallar cualquier tipo de trabajador, sino ante un definido y parte de la población.16
concreto tipo de negocio.10 La idea del trabajador autónomo, se fortalece a partir de una serie de
Luz Rodriguez, destaca que “desde hace tiempo, el debate público características propias de este modelo, a saber: la pérdida de relevancia
se ha centrado en el fenómeno de los riders y es importante. Pero de las formas tradicionales de dirección y control empresarial a favor de
tenemos que ampliar el punto de vista, porque buena parte del formas indirectas (dirección y control algorítmico, recomendaciones
trabajo en plataforma se centra en las labores de asesoría jurídica, o directrices, sistemas de evaluaciones de los clientes); modelo de
contabilidad, traducción, diseño de software, que se desarrollan en negocio donde el medio de trabajo es de la persona que presta tareas;
plataformas como Upwork y Grelancer”. Los riders en este caso, serían costos y riesgos externalizados o cuanto menos compartidos entre
lo que Rodriguez de Paz describe como tan solo la punta del iceberg, trabajador y empleador; novedosas dimensiones espacio - temporales
en alusión a que hay otras formas de trabajo dentro del marco de la donde el trabajador lleva adelante su labor (jornada no determinada,
economía de plataformas mas allá de aquellos oficios, y lo que es mas inexistencia de retribución mínima) y mayor flexiblidad (al menos en lo
importante aun, lo serán mucho mas en cantidad y variedad, a medida formal) respecto de cómo y cuando prestar el servicio.
de que el ingenio y la creatividad de los desarrollares tecnológicos y de Así las cosas, y dada las características antes apuntadas, la figura
sus inversores puedan concretar nuevos productos. del trabajador independiente, emerge como la consecuencia lógica
Sin embargo, reparemos que la mayoría de estos trabajos ya existían y propia de este modelo de negocio. Máxime cuando la idea que
en el mercado, sólo que ahora se presentan de manera peculiar y sobresale como común denominador es la “flexibilidad y la prestación
novedosa, a partir del medio tecnológico, que intermedia entre el del trabajo en aparente forma autónoma del mismo”.
generador de la necesidad de su prestación y/o realización, y el que lo Ese trabajador independiente se nos presenta, -o al menos se lo hace
lleva a cabo. Pero también, la particularidad la encontramos a partir presentar, bajo la figura del emprendedor que a la postre es su propio
de la forma en que se realizan y/o llegan al consumidor o requirente jefe.
del servicio.
Se ha hecho mucho para convencer a la gente de que debe entrar en la
Dicho de otra manera, todos aquellos trabajos, se relacionan con era postindustrial, donde se ha pasado del trabajador al emprendedor,
nuevas formas de producir y consumir, a partir de internet y de la donde uno es su propio jefe, donde uno decide todo y es autónomo.
información digitalizada, que es usada como insumo en los procesos Todo el mundo quiere algo así. Ese es de hecho el objetivo de la
de producción, comercialización y distribución.11 mayoría de la gente. Se ha invitado a la gente a hacerse su propio jefe y
La plataforma es el corazón , el lugar de encuentro entre la oferta y la empresario dueño de su destino.17
demanda, el cuadro de mando desde donde se organiza la actividad.
Conectados a través de la plataforma se genera una red descentralizada 9 Laura Olías, (2019). “Mañana tu jefe puede ser una app”. El Diario. Pag 2,
de infraestructura, sea esta un parque de bicicletas (como el caso disponible en https://www.eldiario.es/tecnologia/Manana-jefe-puede-
de Deliveroo o Glovo ofreciendo actividades de reparto) o un gran app-0-852-514-929.html
hotel de habitaciones distribuidos por la ciudad (como es el caso de 10 Adrián Todolí Signes, (2017). “El trabajo en la era de la economía colaborativa”.
Airbnb). La plataformización de la economía es una tendencia que esta Tirant Lo Blanch Laboral. Valencia, pag 47/48.
creciendo rápidamente y de forma exponencial. Es un pilar central de
11 Nadia Nasanovsky. (2019), “Economía de plataformas: entre la oportunidad
la economía digital y todo apunta a que será “el modelo” imperante en
y la precarización laboral”. Pag 1, disponible enhttps:/www.infobae.com/def/
la economía de este siglo.12 desarrollo/2019/02/02/economía-de-plataformas-entre-la-oportunidady-la-
Ahora bien, sin lugar a duda, que las plataformas han estructurado precarización-laboral/
un modelo nuevo de negocio, que generaron a la par de nuevos 12 Mayo Fuster Morell. Op. cit. Pag 3.
tipos de trabajo, nuevas formas de trabajar. Y todo esto, sin lugar a 13 Adrián Todolí Signes, (2015), “El impacto de la Uber Economy en las
dudas afectará a futuro la conformación del mercado de trabajo, con relaciones laborales: los efectos de las plataformas virtuales en el contrato de
sujetos y relaciones tan diferentes al menos como las conocemos en la trabajo”. IUSlabor 3/2015 p 1-25, ISSN 1699-2938.
actualidad. 14 Anna Ginés Fabrellas. (2018), “Trabajo en plataformas digitales: ¿debemos
Aquel singular modelo de negocio del que hablamos supra, se entiende adaptar la norma laboral?. ESADE. Pagina 2, disponible en http://www.esade.
y se mantiene solo a partir de la existencia y propiedad de la plataforma edu/en/articles/trabajo-en-plataformas-digitales-debemos-adaptar-lanorma-
y de una forma descentralizada de producción o prestación del servicio laboral/19680
y del consiguiente desentendimiento de los respectivos costos que 15 Informe de la Comisión Mundial sobre el futuro del trabajo. “Trabajar para
aquellas tareas demandan. un futuro mas prometedor”. Organización Internacional del Trabajo. Ginebra,
2019.
Un nuevo modelo de negocio donde las empresas de base tecnológicas,
en principio, se limitan a poner en contacto al cliente, - solicitante de 16 Mari Luz Rodriguez, (2018). “Autónomos con derecho a nada”.
Diario El Pais, disponible en: https://elpais.com/economía/2018/09/14/
una prestación de servicios-, con la persona que realiza finalmente la
actualidad/1536945729_002074.html
prestación, el trabajador autónomo.13
A ello se le suma, la división de trabajo en micro tareas, la íntegra
externalización del servicio a trabajadores autónomos y su contratación
a demanda en el momento exacto en el que se produce la demanda del
servicio por el cliente.14
El nuevo modelo señalado, se explica a partir de lo que la literatura
229
Estamos en la era del emprendedorismo, aun cuando bajo esta de identificación y conceptualización. Su dificultad se deriva al igual
pantalla en la práctica se encuentren una series de trabajadores que que aquel, de la estructura misma del negocio digital, determinada
distan mucho de serlo, tales como los trabajadores informales, el por un juego de relaciones de simple conformación: una plataforma
cuentapropismo, los monotributistas, los desempleados, y hasta los determinada en modo activo, una persona que se asocia a ella a fin de
empleados cuyo salario no le alcanza para vivir, lo que la consultora ofrecer a través de ella, su servicio, y un tercero que requiere el mismo.
LCG denomina “trabajador adicional”18, etc. La expansión de todos Ahora bien, en el caso del empleador, la faena resulta ser un tanto mas
estos, se explica en parte, por la irrupción de las nuevas modalidades complicada que la determinación de la figura del trabajador, ya que en
de trabajo ( de indubitable atracción e interés para una porción principio el modelo en análisis, se genera con la plataforma misma. No
importante de la población, en especial los jóvenes), como también por hay en ningún momento y al menos de manera visible como sucede con
la situación económica y de desempleo que muchas sociedades están el trabajador de plataformas, la presencia nítida de alguien que ponga
viviendo. en activo y de manera presencial la plataforma. Todo lo que se hace, se
Así las cosas, resulta lógico que este modelo se haya estructurado lo hace vía digital.
bajo la pretendida elusión de la norma laboral. En este sentido, Aquí la plataforma se identifica y confunde sin mas con el empleador.
comparto con James Stanier, el interrogante que se plantea acerca de Esto dio lugar a un sinnúmeros de postulados referidos a la inexistencia
si los trabajadores fueron una idea de último momento u ocurrencia de la figura del empleador en este tipo de negocios y/o a la idea de
adicional o tardía, en la estructuración de los negocios digitales, adscribir aquel carácter a la plataforma misma.
porque mientras la furiosa competencia que genera aquel modelo,
resulta ser excelente para los consumidores quienes obtienen baratos, Así como el negocio de las plataformas generara la ficción del
rápidos y mas avanzados servicios tecnológicos, que pasa con los seres “colaborador”, “asociado”, “empresario”, para referirse al trabajador,
humanos que generan ingresos al conducir y andar en bicicleta día y cuando se trata de identificar al empleador, sucede algo parecido.
noche, llueva o haga sol?.19 Aunque no igual, ya que en el negocio el empleador no tiene la
visibilidad que sí lo tiene el trabajador. La ficción en este caso, sería la
Por lo tanto y a esta altura del presente trabajo habría que preguntarnos pretensión de adscribirle a la plataforma su rol de organizar el negocio
si los trabajadores de plataformas, son sus verdaderos y propios jefes y como tal, convertir a la misma en la responsable única y exclusiva
o si por el contrario los mismos constituyen trabajadores dependiente de la relación que se genere en consecuencia, dejando a la persona del
de aquellas. desarrollador de la misma, fuera de todo tipo de responsabilidad.
Conforme lo señala la propia OIT en su informe con motivo de su La falta de visibilidad señalada, -la vemos en este caso-, en diversos
centenario sobre el futuro del trabajo, la idea de convertirse en su aspectos a saber: no hay una persona que contrate los servicios del
propio jefe no es del todo real, ya que en la práctica son los algoritmos trabajador que se asocia a la plataforma. Por el contrario, es un tercero,
los que marcan las reglas, por ejemplo dándoles a los clientes la quien al bajar la apps, se encuentra habilitado para su utilización y
posibilidad de rechazar trabajos una vez solicitados, suspendiendo a puesta en practica del negocio. No existe una persona que establezca
los trabajadores en caso de que no tomen pedidos durante un tiempo el tiempo de trabajo, ya que el tiempo de efectiva prestación de tareas,
determinado, y subiendo o bajando la tarifa por hora. lo determinará la demanda del cliente, dentro del marco de las bandas
En este sentido, se ha sostenido que la mentada flexibilidad alegada horarias preestablecidas. Las facultades de dirección, administración
como característica definitoria de esta modalidad de trabajos, es tan y disciplinarias, se han tornado de alguna manera difusas, toda vez que
solo un slogan, ya que el trabajo en la práctica está lleno de mecanismos son los terceros los que reasumen en su mayor parte, estas facultades.
que la contrarrestan. Los repartidores pueden rechazar pedidos, pero Y por último, la modalidad de remunerar el trabajo. Todo pago se hace a
el algoritmo no olvida y después te asigna menos trabajo, mientras que través de la plataforma y es esta misma quien regresa a los trabajadores
los repartidores eligen una franja horaria en la que estarán disponibles, y luego de efectuados los descuentos correspondientes y una vez
es el algoritmo de la app el que reparte los horarios y finalmente el transcurrido un tiempo determinado, la remuneración determinada.
trabajo según distintas variables, como su reputación en la aplicación
y su situación.20 Mas aun, los trabajadores de plataformas, no De allí entonces que si el titular de la plataforma, - se trate o no de
reconocen horas mínimas de prestación de tareas, ya que su actuación su desarrollador-, no interviene en un principio en la relación entre
comienza a partir de la digitalización de la demanda. Las plataformas, el trabajador ytercero requirente del servicio, la pretendida tarea de
dirigen la actividad laboral mediante el establecimiento de franjas adscribirle el carácter de empleador será un tanto difícil. Ello, dado
horarias, impiden el contacto entre usuarios fuera de la plataforma, que como señala Jeremías Prassl25,
desconectan a los trabajadores que no alcanza un determinado nivel el modelo de negocio de las plataformas ha hecho mucho para
de satisfacción de los clientes, fijan precios y condiciones de servicio difuminar las líneas entre consumidores, empleadores y trabajadores.
y son propietarios de la infraestructura esencial, como la app o el Repárese que la relación digital donde intervienen trabajadores,
algoritmo.21 consumidores y desarrolladores, excede la típica y tradicional relación
De allí entonces, que la idea de que los trabajadores de plataformas bilateral que conocemos, donde a la par y/o enfrente del empleador,
sean sus propios jefes suena cuanto menos pretensiosa y alejada de lo sólo existía el trabajador. La relación de empleo que consagra la norma
acontece en la vida real. positiva, presupone una vinculación bilateral.
Por lo tanto, deberíamos preguntarnos cual es el status de estos Ahora bien, esto ahora ha cambiado y aquella típica relación de a dos,
trabajadores?
Para ello, debemos adscribir a la idea de Juan Carlos Cerutti, en torno a 17 Peter Fleming, (2019). “Si a la nueva economía le quitas las apps y la
que hay un modelo de trabajador nuevo, de este siglo, que tenemos que tecnología, las relaciones laborales que quedan son muy primitivas”. Diario El
definir que hacemos con el.22 La transformación digital está creando Pais, pag. 6. Disponible en https://www.eldiario.es/economia/aplicaciones-
relaciones laborales que no existían23, con sujetos que ostentan una tecnologiarelaciones-laborales-primitivas_0_860914058.html
serie de características diferenciadoras del trabajador tradicional. Con 18 Ismael Bermudez, (2019). “El impacto de los nuevos empleos. Las apps de
sólo abrevar que un importante porcentaje de las relaciones de trabajo delivery y de transporte y las changas contienen la desocupación”. Diario Clarin,
pag. 2, disponible en: https://www.clarin.com/politica/panoramapapers/
actuales, tienen lugar a través y a partir de un celular, habla a las claras
nuevos-tipos-empleo-evitaron-indice-desocupacion-mayor_0_GqZLT4nrp.
de la particularidad referida.
html
El trabajador de las plataformas es un verdadero trabajador, y su
19 Cfr. James Stanier, op cit pag.2.
intermediación entre aquel dispositivo y el consumidor en nada
empece su conceptualización como tal, por el contrario, fortalece sus 20 Laura Ollias, Op cit. Pag. 5
diferencias. La literatura que es amplia a esta altura, ratifica aquello. 21 Anna Gines Fabrella, Op. cit, pag 2
También la jurisprudencia mayoritaria.24 22 Cfr. Nadia Nasanovsky. Op. cit. Pag 5
Lo que no hay acuerdo aun es en torno a la denominación de este tipo de 23 José Antoni Calvo Martinez, (2019). “Estudian la creación de un nuevo tipo
trabajadores, ya que mientras algunos lo denominan trabajadores on de autónomo: Trade Digital”. Diario El Pais, disponible en https://cincodias.
demand, otros lo hace bajo la denominación de microworkers, también elpais.com/cincodias/2019/03/22/autonomos/1553247450_ 423731.html
están aquellos que los denominan como falsos autónomos, TR ADE 24 Véase entre otros: Joshua Klooger v Foodora Autralia Pty Ltd; Pimlico
digital, y algunos independant workers, o dependat contractors o Plumbers Ltd & Anor v Smith; Uber v Aslam & Others; O´Connor v Uber
microempresarios, etc. Technologies Inc, etc.

IV.- Del empleador en las plataformas


La figura del empleador en el marco de la economía de plataformas,
reconoce similares inconvenientes que el trabajador, de cara a la tarea
230
se ha convertido cuanto menos en una relación de tres. SEGURIDAD SOCIAL: NUEVOS DESAFÍOS DEL
Así las cosas, el modelo de negocio con fuerte control del empleador, SUBSISTEMA DE SALUD
se encuentra en crisis, atento que justamente dicho control, se ha Autores: Dr. Diego Newton Y Dra. Natalia Basualdo Moine
dispersado ahora en otros actores, mas aun, estos en quienes se ha
dispersado, han comenzado a adoptar funciones, antes reservados OBR A SOCIAL DEL PERSONAL DE DIRECCIÓN DE LA
única y exclusivamente el empleador. Y es aquí donde comienzan INDUSTRIA METALÚRGICA Y DEMÁS ACTIVIDADES
las dificultades para identificar al empleador, en un juego del todo o EMPRESARIAS
nada, donde la premura es intentar lograr una respuesta que permita
dilucidar de manera rápida quien asume el estatus de empleador, en SEGURIDAD SOCIAL
base a la tradicional concepción que de el la literatura mayoritaria
tiene decidido. La Organización Internacional del Trabajo (OIT) define la seguridad
social como un sistema de la protección que una sociedad proporciona
De esta manera, en lugar de caer en la trampa del todo o nada, a los individuos y sus familias para asegurar el acceso a la asistencia
deberíamos ser mas flexible y adoptar un concepto funcional de médica y a su vez, garantizar la seguridad del ingreso cuando
empleador.26 ocurren contingencias de tipo biológicas, patológica o sociales
De todos modos una de las líneas de trabajo con la cual propongo (vejez, desempleo, enfermedad, invalidez, accidentes del trabajo,
abordar este tema, es a partir del concepto funcional del empleador. maternidad o pérdida del sostén de familia). Es un derecho humano
A partir de la identificación de las funciones del empleador, “desde la reconocido por la Declaración Internacional de Derechos Humanos
contratación y el despido, hasta el control sobre el trabajo y el pago”.27 (1948) y el Pacto Internacional sobre Derechos Económicos, Sociales
De lo que se trata entonces es de identificar aquellas funciones que la y Culturales (1966), ambos ratificados por Argentina e incorporados a
legislación le adscribe al empleador, y una vez ello, contrastarla con la la Constitución Nacional.
situación que ocurre en las plataforma. Esta puede ser entonces una de Solamente el 45% de la población mundial tiene cobertura adecuada
las vías que nos permita la identificación pretendida, más no la única. en materia de seguridad social, mientras que más de la mitad no
Y no es la única en tanto que el modelo de negocios de plataformas, dispone de ninguna forma de protección social. Aquellos que no están
presupone la asunción de algunas funciones otrora de faena exclusiva cubiertos, tienden a formar parte de la economía informal y no están
del empleador, en cabeza de terceros, además de innovar en una protegidos frente a la vejez ni en condiciones de pagar sus gastos de
serie de facultades y poderes que bien podrían ser de titularidad de salud (OIT, 2017).
empleador conforme la teoría clásica, pero sin embargo ahora están en La seguridad social tiene implicancias en todos los sectores de la
cabeza de personas distintas de aquel. sociedad. Protege a los trabajadores y sus familias frente a la pérdida
En definitiva, y sin pretender agotar el tema propuesto en esta de ingresos y les brinda asistencia médica. Para los empleadores y las
instancia, concuerdo con Prassl que la solución está en adoptar un empresas, la seguridad social ayuda a mantener una fuerza de trabajo
enfoque mas flexible para determinar quien debe ser responsable.28 sana y productiva.
Dentro del derecho de la seguridad social rigen determinados
principios, algunos de los cuales conviene resaltar a efectos del
desarrollo del presente tema:
• Principio de UNIVERSALIDAD: Todas las personas tienen derecho
a participar de los beneficios de la Seguridad Social.
• Principio de SOLIDARIDAD: Es la contracara de la universalidad.
Si todos deben participar de los beneficios, entonces la totalidad
de la población – en la medida de lo posible – debe contribuir al
financiamiento de aquella protección. En la práctica, existe solidaridad
cuando una política de seguridad social permite transferir ingresos
entre grupos en distinta situación (sanos/enfermos; distintos niveles
de riqueza; distintas zonas geográficas; entre generaciones).
• Principio de SUBSIDIARIEDAD: El Estado vigila, protege coordina
y subsidia las actividades privadas. El hombre debe disponer de sus
propios medios de existencia que el Estado debe asegurar. El primer
responsable es el hombre que debe conseguir la previsión de las
necesidades del presente y futuro. El Estado debe complementar esa
actividad del hombre y en caso de imposibilidad del individuo, el
Estado debe cubrir los aspectos de la seguridad social
• Principio de COMPENSACIÓN RELATIVA: el cual implica que
los beneficios de la seguridad social no deben cubrir la totalidad del
perjuicio que origina la contingencia sino una parte básica y vital del
mismo a fin de no desvirtuar la esencia y el objetivo de la seguridad
social.
El objetivo es que no recaiga todo el peso de una determinada
contingencia en el individuo para que pueda ser absorbida por la
comunidad vinculada, y es entonces que la comunidad solo debe
satisfacer mínimos básicos.
La seguridad social está llamada para cubrir las necesidades básicas en
un equilibrio permanente con lo posible. El equilibrio dinámico entre
estos dos componentes son la base de sostenimiento de cualquier
sistema de seguridad social, ya que esta es la única forma de compartir
equitativamente los recursos limitados de una comunidad vinculada.

SEGURIDAD SOCIAL EN ARGENTINA: SUBSISTEMA DE


SALUD
En nuestro país, el Estado argentino ha garantizado la Seguridad Social
para sus habitantes
a través de los siguientes instrumentos:
25 Jeremias Prassil, op cit. Pag 100.
26 Cfr. Jeremias Prassl. Op. cit. Pag 101
- Constitución Nacional: Art. 14 bis.
27 Jeremías Prassl, 2017. “The concept of Employer”. Oxford University Press.
28 Jeremias Prassi, 2018. “Human as a Service. The promise and perils of work
in the gig economy”. Oxford University Press. Pag. 100.

231
- Declaración Universal de Derechos Humanos: Artículo 22. Tratado asistenciales de los mencionado afiliados”1.
con jerarquía constitucional. Art.75 inc. 22, CN En base a lo expuesto, podemos afirmar que las Obras Sociales tienen
- Pacto Internacional de los Derechos Económicos, Sociales y la obligación de dar respuesta de forma eficiente y sustentable a sus
Culturales: Artículos 9 y 10. beneficiarios, disponiendo las mejores formas para administrar los
Tratado con jerarquía constitucional. Art.75 inc. 22, CN recursos disponibles para garantizar la cobertura a toda su población.
Sin embargo, demostraremos a lo largo de estas líneas que una serie
El sistema de Seguridad Social comprende el régimen previsional, el de determinantes ponen en riesgo los objetivos con los que fue creado
seguro de desempleo, el sistema de riesgos del trabajo, asignaciones y el sistema y la misión del sistema, de responder de forma solidaria y
demás subsidios. El subsistema de salud está conformado por las Obras sustentable a las necesidades de la población se encuentra en vías de
Sociales Nacionales, las Obras Sociales provinciales que adhieran al transformarse de cumplimiento imposible. Mantener un esquema
sistema y el Instituto Nacional de Servicios Sociales para Jubilados y que pretende cubrir la totalidad de necesidades con recursos escasos,
Pensionados (INSSJyP) - más conocido como PAMI, que es la obra producirá una paulatina desfinanciación que con el tiempo lo llevará
social específica para los jubilados y sus familias – y cualquier otra a colapsar.
entidad se cree para integrar este sistema. Actualmente el 64% de la
población está alcanzado por la cobertura del subsistema de salud de
la seguridad social (28 millones de personas que incluye trabajadores EL PROGR AMA MÉDICO OBLIGATORIO Y SUS
formales, sus familias y jubilados) (Radiografía del Trabajo Argentino, TR ANSFORMACIONES
2018). El Programa Médico Obligatorio es el conjunto de servicios médico-
Desde sus orígenes, la seguridad social se ha organizado siguiendo asistenciales que toda Obra Social está obligada a brindar a sus
el modelo exclusivamente contributivo del seguro social, financiado beneficiarios.
por cotizaciones salariales (es decir, una parte del salario se destina La ley 23.660 determinó que el 80% de los fondos recaudados por
a los recursos que sostienen el sistema de seguridad social) de los los Agentes del Seguro de Salud deberán destinarse a la prestación de
trabajadores registrados. servicios de salud para sus beneficiarios y su decreto reglamentario
El empleo informal o de baja calidad tiene como consecuencia una (Dec. 09/1993) estableció que sería el Ministerio de Salud quien
significativa merma en los recursos disponibles de la seguridad social, determine las prestaciones básicas que deberán brindar en forma
dificultando la cobertura de aquellos que se encuentran en el sistema. obligatoria las Obras Sociales.
Así, finalmente en el año 1996 se aprobó la primera versión del P.M.O
EL SISTEMA DE OBR AS SOCIALES a través de la resolución 247/96, que sufrió modificaciones en los años
2000, 2002 y 2005. Es de destacar que una serie de leyes y resoluciones
A través de la ley 18.610 del año 1970 se crea el sistema de Obras han ido ampliando de manera significativa el contenido del PMO,
Sociales que implicó: imponiendo coberturas de prestaciones determinadas en forma
- La asunción de parte del estado de un papel regulador, creando el obligatoria, por fuera de la previsión inicial. Algunos ejemplos de ello
Instituto Nacional de Obras Sociales (INOS), “con el fin de promover, son: Ley 26396 (Trastornos alimentarios); Ley 26.682 (Reproducción
coordinar e integrar las actividades de las obras sociales, así como Médicamente Asistida); Ley 25.415 (Trastornos auditivos); Ley 24.901
controlarlas en sus aspectos técnicos, administrativos, financieros y (Prestaciones por Discapacidad).
contables” (Art. 13, ley 18.610) A su vez, el PMO ha sido sistemáticamente ampliado a través de
- La obligatoriedad de cobertura para cualquier trabajador asalariado sentencias judiciales y resoluciones que amplían la cobertura de las
en el sector formal (privado o público) Obras Sociales obligándolas al otorgamiento de distintas prestaciones
- Sobre la financiación del sistema: unificación de los aportes mínimos que se encuentran por fuera de la canasta básica, basándose en que
y obligatorios como porcentaje del salario, compuestos por una el mismo no constituye una limitación para los Agentes del Seguro
contribución a cargo del empleador y un aporte a cargo del trabajador, de Salud, sino que consiste en una enumeración no taxativa de la
independientemente de su afiliación o no al gremio. cobertura mínima, debajo de la cual ninguna persona debería ubicarse,
más no necesariamente conforma su tope máximo.
- La creación de un Fondo Solidario de Redistribución en jurisdicción
del INOS, con el que se pretende mejorar las prestaciones y la Un dato no menor a tener en cuenta es que, tanto las leyes como
asistencia financiera a las Obras Sociales en circunstancias especiales. las sentencias judiciales o resoluciones no suelen tener en cuenta
ningún tipo de criterio basado en análisis costo-efectivos ni
Este sistema, creado hace casi 50 años es el que persiste hasta la
tampoco contemplan mecanismos de financiación especiales para las
actualidad, con variaciones mínimas (Leyes 22.269, del año 1980 y
prestaciones que se incorporan.
23.660, del año 1989) hasta el día de hoy ha dado respuestas más que
satisfactorias a una gran parte de la población argentina. Es decir, que deben ser cubiertas con los recursos ordinarios del
Sistema, aunque se traten de situaciones de excepción o ni cuentan
En especial, podemos observar que, aun habiendo atravesado cambios
con estudios científicos que avalen los tratamientos.
económicos estructurales, procesos inflacionarios, de variación de tipo
de cambio y profundas crisis, el porcentaje de aporte del trabajador y El Sistema Nacional del Seguro de Salud es un medio Subsidiario a
contribución del empleador se ha mantenido prácticamente invariable, que recurrió el Estado Nacional para prestar atención de salud y
aunque los salarios y las contingencias a cubrir han sufrido importantes administrarla. Es entonces que, el seguro de salud, es un mecanismo
transformaciones. para brindar atención de salud, pero no permite -ni su creación apunta
a tal objetivoofrecer la total asistencia médica o, dicho de otro modo,
Los ingresos de las Obras Sociales se componen tanto de aportes a
garantizar el derecho a la salud.
cargo del empleador (6% de la remuneración bruta del trabajador,
según la Ley N° 25.565) como aportes del trabajador en relación de Por definición, el seguro social de salud se basa en el concepto de
dependencia (3% de su remuneración bruta, cuya retención y pago mancomunidad de riesgos y recursos. Se trata de una opción viable
realiza el empleador, según Ley Nº 23.660) desde el punto de vista financiero, únicamente si los factores de riesgo
para la salud asociados con el grupo de afiliados se equilibran con los
A través de la administración de estos recursos, las Obras Sociales
ingresos en concepto de cotizaciones o de transferencias estatales.
garantizan una cobertura de salud para los trabajadores en relación
de dependencia y sus familias bajo los principios de solidaridad, El contrato social en la seguridad social, y más precisamente en este
universalidad, subsidiariedad y compensación relativa antes subsector, significa una renuncia por parte de cada individuo a que
mencionados. Estas entidades tienen a su cargo la prevención de se satisfaga en su totalidad sus necesidades en materia de salud, para
enfermedades y brindar cobertura médica. Se rigen por la Ley 23.660, permitir el establecimiento de un sistema que cubra prestaciones
que las obliga a brindar a sus afiliados una cobertura mínima de básicas y esenciales con independencia del monto de la cotización
servicios de salud y medicamentos que están definidos en el Programa que ingrese. Así, a través de pactos mutuos, la comunidad vinculada
Médico Obligatorio (PMO). se protege frente a las contingencias futuras que en materia de salud
puedan ocurrirle.
Es importante destacar que el Estado no delegó en los Agentes del
Seguro garantizar el derecho a la salud, obligación que resulta in, sino
que les encomendó el otorgamiento de una cobertura determinada y 1 Raquel Susana Triman, DT 1997-A, pag. 483
de posible financiación con los recursos que administra. “Así las obras
sociales sólo administran un patrimonio con destino a la salud de sus
afiliados, más el dinero que ingresa en las obras sociales por cualquiera
de las causas establecidas por la ley no engrosa patrimonio particular
alguno, sino que se traduce en más y mejores servicios médico

232
correspondan por el Estado Nacional a través de recursos de Rentas
Mediante estos pactos se promueve la equidad y la universalidad a Generales, es decir, soportadas por la sociedad en su conjunto.
través de mecanismos redistributivos del bien (atención a la salud) Inclusive, no en pocas ocasiones las prestaciones que se incorporan a la
teniendo como perspectiva la comunidad toda y no la necesidad del cobertura obligatoria poseen una efectividad pobremente evidenciada
individuo particular (principio de solidaridad). o en etapa experimental, y deben ser cubiertas por los Agentes del
La seguridad social está llamada para cubrir las necesidades básicas Seguro de Salud por el simple hecho de contar con una prescripción
en un equilibrio permanente con lo posible, con lo que el sistema médica. Esta práctica, que pone en riesgo la salud del paciente – y trae
verdaderamente puede. Este equilibrio dinámico entre estos dos aparejado el surgimiento de responsabilidades médicas asociadas
componentes son la base de sostenimiento de cualquier sistema – plantea un interrogante: ¿Debe pesar sobre la Seguridad Social
exclusivamente contributivo, ya que esta es la única forma de el financiamiento de las investigaciones de productos y servicios
compartir equitativamente los recursos limitados de una comunidad medicinales nuevos? No quedan dudas que cuando se llama a cubrir
vinculada. Pretender el ideal, es romper con ese equilibrio y no asumir este tipo de tratamientos en etapas aún experimentales, en parte, se
la responsabilidad individual que a cada uno de los participantes le contribuye a la investigación. ¿No debería, en estos casos, asignarse
corresponde. fondos específicos del Estado allí donde existen pacientes sin otras
opciones terapéuticas disponibles? En el próximo punto analizaremos
Uno de los mayores desafíos actuales del sistema es resolver cómo un elemento más que se suma a este difícil panorama: la composición
seguir sosteniendo un PMO en permanente ampliación por la de los recursos de la seguridad social y su disminución paulatina
incorporación de coberturas a través de normativas o sentencias debida a los avances y transformaciones que está sufriendo el empleo
individuales teniendo en cuenta que los recursos son los mismos. a nivel mundial y especialmente en nuestro país.

EL AVANCE DE LA TECNOLOGÍA: MEDICAMENTOS INDICADORES DEL EMPLEO A NIVEL MUNDIAL Y EN


BIOTECNOLÓGICOS Y DE ALTÍSIMO COSTO ARGENTINA
La ampliación sistemática del Programa Médico Obligatorio se Los informes de Perspectivas Sociales y de Empleo en el Mundo de
encuentra íntimamente relacionada arrollador avance de la ciencia y la Organización Internacional del Trabajo (OIT) para años 2017
la investigación, que tiene como resultado la aparición en el mercado y 2018, concluyen que alrededor de la mitad de la fuerza de trabajo
de nuevas tecnologías a altísimos costos, que a su vez se asocian al mundial está empleada en la economía informal y, en su mayoría, se
proceso de transición demográfica que atraviesa el mundo y que trae concentra en países emergentes y en desarrollo, con tasas de alrededor
aparejado el envejecimiento poblacional (es decir, se solicitan más del 46% (OIT 2017) y 76% (OIT 2018), respectivamente. En cuanto
prestaciones a cambio de menos aportes), el aumento de enfermedades al desempleo, los informes indican un promedio mundial del 5,5% en
no transmisibles y el. 2018, un total de 192 millones de personas, con una proyección sin
Desde la teoría económica, la salud se trata de un mercado anormal cambios para 2019 (OIT, 2018).
donde los proveedores tienen innumerables facilidades para el manejo Es de destacar que este Organismo manifiesta una preocupación
de los precios frente a una demanda que no se encuentra ni organizada particular sobre los mercados de trabajo de América Latina: el empleo
ni preparada para comprar y negociar de manera homogénea, ya que las de mala calidad. La tasa de informalidad de la región es de más del 53%,
necesidades son particulares, múltiples y crecientes (ISALUD, 2018). un poco más de 150 millones de personas. Los estudios nacionales son
La revolución científica y tecnológica que ha caracterizado el avance consistentes con estas estimaciones.
socioeconómico del mundo globalizado ha impactado en la salud Un análisis del informe de Indicadores Socioeconómicos del Mercado
de forma unívoca e irreversible, siendo este uno de los sectores más Laboral publicados por el Instituto Nacional de Estadísticas y Censos
beneficiados por el avance de las nuevas tecnologías y medicamentos (INDEC) en marzo de este año, muestra una marcada tendencia
que han avanzado a pasos agigantados. de incremento del trabajo informal (que no realiza aportes ni
La medicina genómica se ha combinado con la bioinformática y la contribuciones a la seguridad social) alcanzando en último trimestre
biotecnología para introducir en el mercado nuevos productos que al 34% de los argentinos, es decir un total de 4.7 millones de personas.
buscan resolver no solo las enfermedades sino sus causas genéticas En cuanto a la desocupación, el Instituto la estima en un 9,1% del total
(ISALUD, 2018), a precios altísimos. En otro orden de ideas, el avance de la población (INDEC, 2018)
de los métodos de diagnóstico por imágenes, cirugías microscópicas, Por su parte, el Instituto para el Desarrollo Social Argentino ha
implantes y prótesis de último nivel son solo algunas – porque nombrar publicado un reciente informe que toma como base las publicaciones
todas sería inabarcable a los fines de este trabajo – de las nuevas periódicas de la Secretaría de Trabajo de la Nación sobre el empleo
introducciones que ha tenido el mundo de la medicina. registrado, es decir, aquél que realiza aportes a la seguridad social y está
Un párrafo aparte merece el desarrollo de la medicina biológica, compuesto por: personal en relación de dependencia privado y público,
cuyo mayor epicentro no se encuentra en los laboratorios locales, trabajadores autónomos, servicio doméstico y monotributistas. El
sino en el exterior. A nivel mundial, se vislumbra un importante informe analiza el comportamiento entre 2012 y 2019 y concluye que,
avance en el desarrollo de nuevas moléculas biotecnológicas gracias si bien ha habido un aumento de 1 millón de trabajadores en empleos
a investigaciones realizadas por farmacéuticas internacionales que registrados, casi la mitad de ellos corresponden a servicio doméstico,
tienen su propio proceso de evaluación y autorización en Estados autónomos y monotributistas, quienes registran aportes menores
Unidos (FDA) y Europa (EMA). En nuestro país solo 4 empresas al sistema de seguridad social, a través de montos fijos que no se
elaboran materia prima biotecnológica y 18 empresas nacionales encuentran asociados al ingreso del trabajador (IDESA, junio 2019).
comercializan medicamentos biotecnológicos (ISALUD, 2018). Este panorama a nivel mundial y con las particularidades propias
Esto agrega un elemento más a tener en cuenta: la aparición de nuestro país, pone de relieve el debilitamiento y flexibilización
de medicamentos producidos y comercializados en el mercado de las relaciones laborales, con la consecuente merma de aportes y
externo, pero muy frecuentemente prescriptos por profesionales en contribuciones que ingresan a los sistemas de protección social para la
nuestro país. En estos casos se despliega un régimen excepcional de población trabajadora y sus familias.
importación y montos a pagar en moneda extranjera (dólares o euros),
que, además, deben conjugarse con los procesos de devaluación de la
moneda propios del contexto argentino. ¿ES POSIBLE LA SUSTENTABILIDAD DEL SUBSISTEMA?
¿Qué sucede en los casos – cada vez más frecuentes – en que una A lo largo de estas líneas hemos descripto brevemente algunos de
sentencia judicial o resolución administrativa pone en cabeza de los los determinantes que confluyen a afirmar que el actual modelo de
Agentes del Seguro de Salud la provisión de este tipo de tecnologías? seguridad social – especialmente el subsistema de Salud – se encuentra
¿Es válido que un sistema solidario y contributivo como el de la frente a un punto de quiebre.
seguridad social deba hacer frente a situaciones de excepción por fuera La caída de los índices de empleo formal y el crecimiento del desempleo
de la canasta básica de prestaciones, y que ponen en serio riesgo la a nivel mundial yespecialmente marcado en Argentina donde abunda
sustentabilidad del sistema en su conjunto? el trabajo informal; el aumento de la esperanza de vida asociado al
Las OO.SS. como Entidades gestoras de la Seguridad Social, deben envejecimiento poblacional; el avance de la medicina biotecnológica
cubrir un conjunto eterminado de prestaciones médico asistenciales, y la tendencia en alza de los precios de la atención sanitaria; la
pero ello no implica que deba garantizar in totum el derecho a la salud
de los beneficiarios. En nuestro entendimiento, aquellas prestaciones
que rebasan el límite de la seguridad social como contingencias
cubiertas, eventualmente deberían ser provistas en caso de que

233
ampliación sin medida de la cobertura médica a través de sentencias BIBLIOGR AFÍA
judiciales o legislación que ponen en cabeza de los Agentes del Seguro - Raquel Susana Triman, DT 1997-A, pag. 483
de Salud prestaciones a precios astronómicos, sin tener en cuenta - Superintendencia de Servicios de Salud, (2010). Los 40 años del Sistema de
criterio alguno de financiación y sustentabilidad, chocan de frente Obras Sociales.
con un sistema cuyos orígenes se remontan a la década de 1970, que Buenos Aires.
no ha tenido variaciones significativas en cuanto a la obtención de los
- OIT (2012). Avances en la consolidación de la protección social argentina.
fondos para su desarrollo, predominando una financiación de tipo Notas OIT: Trabajo
exclusivamente contributivo, que no tiene en cuenta que pesa sobre él
decente en Argentina.
la incorporación constante de más y más contingencias.
- IDESA (2019). 7 años sin que las empresas aumenten el empleo en blanco.
Aquellos principios solidarios que dieron origen al sistema se Informe nacional.
convierten en inalcanzables, tornándolo obsoleto para responder de
Buenos aires.
forma eficiente a las demandas de su población, que se enfrenta a un
2 BIDART CAMPOS, Germán, “La dimensión de la salud como bien colectivo y
modelo vetusto, al que cada vez más se accede a través de la excepción.
los servicios de salud”, LL, Supl.
La judicialización de la salud a través de acciones de amparo y Derecho Constitucional, 30-11-01.
resoluciones administrativas es una estrategia de extensión vertical
3 PETRELLA, Alejandra. “Un nuevo enfoque de la Salud Pública. Hacia una
de la cobertura que pone en riesgo la sustentabilidad del sistema. Y si medicina menos deshumanizada
bien la seguridad social como un modelo exclusivamente contributivo
en un marco de respeto de los derechos fundamentales”. Publicado en Revista
aún no ha quebrado, sí ha tendido sistemáticamente a naturalizar los
áDA Ciudad, 01/12/11.
dictámenes a favor de cualquier prestación o medicación sin hacer un
- OIT (2017). Perspectivas sociales y del empleo en el mundo 2017. Empresas
análisis económico financiero que tenga en cuenta la escasez de los
y empleos
recursos (BURGÍN DR AGO, 2013).
sostenibles: empresas formales y trabajo decente. Ginebra.
Frente a este contexto, ¿Quién es el encargado de devolver el equilibrio
- OIT (2018). Perspectivas sociales y del empleo en el mundo 2018: Tendencias
a esta relación, evitando así la fractura del sistema? Necesariamente,
2018. Ginebra
el Estado como garante último del derecho a
- VAN DER KOOY et al. (2018). Gasto catastrófico en salud. Marco conceptual.
la salud. Es momento de definir: ¿hasta dónde alcanza su Estimación del
responsabilidad?, ¿debe prestar los servicios en forma directa o gasto en grupos seleccionados. ISALUD. Ciudad Autónoma de Buenos Aires.
indirecta? y ¿cómo debe regular la forma en que otros actores dan
- OSCAR COCHLAR (2018). La litigiosidad en la seguridad social. Ciclo
respuesta a estas contingencias? Pareciera que el silencio no es una Internacional
opción.
NOVARTIS 2018. 24/08/2018, Buenos Aires.
Es el Estado quien ha asumido la garantía de acceso a la salud para
- BARDAZANO et al. (2017). Múltiples miradas a los medicamentos de alto
sus habitantes a través de la ratificación de múltiples tratados costo: hacia una
internacionales que hemos mencionado ut supra. Es un derecho
comprensión integral del tema. Universidad de la República del Uruguay.
humano inalienable. Cuando nos encontramos frente a cuestiones Montevideo,
extraordinarias, que alteran de manera catastrófica el equilibrio
Uruguay.
financiero de los Agentes del Seguro de Salud, es el Estado quien debe
asumir esta responsabilidad o nos encontraremos en el corto plazo - BURDIN DR AGO (2013). El amparo judicial como instrumento de ampliación
del PMO. El
frente a una retrogradación y/o destrucción de los sistemas vigentes.
Estado nacional como garante de la Salud. Fundación Sanatorio Güemes.
El debate se centra en la tensión entre lo individual y lo colectivo: la Buenos Aires
dimensión colectiva del derecho a la salud se enfoca en un colectivo
- CAULLO y CERINO (2019). El contexto macroeconómico complica a algunos
determinado o determinable de pacientes, dejando en un segundo sectores de
plano las necesidades individuales2. El objetivo es alcanzar el mejor
servicios. El caso de la Salud. Foco Social. Edición Nº23. IER AL y Fundación
nivel de salud posible para el mayor número de personas posible, Mediterránea.
atendiendo a los recursos disponibles y distribuyéndolos de forma
- OIT, MIN. EDUCACIÓN Y MIN. TR ABAJO (2012). Seguridad Social.
equitativa. Y la responsabilidad de garantizar que el derecho a la salud
Construir Futuro con
y el acceso al mismo se realice en forma igualitaria sin que lo individual
Trabajo Decente. Programa “Explora” de Capacitación Docente Multimedial.
destruya lo colectivo corresponde, invariablemente, al Estado3.
- LEV Y YEYATI, MONTANE y SCHTEINGART (2018). Radiografía del
Éste ha sido el motor histórico para el desarrollo de sistemas de trabajo argentino.
protección a los más vulnerables; si al correr los años la política se
Argentina 2030. Jefatura de Gabinete de la Nación.
mantiene en posiciones rígidas y no atiende a los avances que atraviesa
la humanidad, corre el riesgo de dejar sin amparo a aquellos que, - BIDART CAMPOS (2001), La dimensión de la salud como bien colectivo y
los servicios de
justamente, ha garantizado proteger.
salud, LL, Supl. Derecho Constitucional, 30-11-01.
A continuación, se exponen a modo de propuesta, algunas odalidades
- PETRELLA, Alejandra (2011). Un nuevo enfoque de la Salud Pública. Hacia
a adoptar para el fortalecimiento del subsistema:
una medicina
- Rigurosa evaluación basada en la evidencia para la incorporación de menos deshumanizada en un marco de respeto de los derechos fundamentales.
medicamentos y nuevas tecnologías sanitarias, utilizando criterios de Publicado en
costo-beneficio. Creación de la Agencia Nacional de Evaluación de
Revista áDA Ciudad, 01/12/11.
Tecnologías Sanitarias
- Desarrollo de fondos especiales con recursos de los impuestos
generales como estrategias de financiación de tipo no contributiva,
para responder a contingencias catastróficas.
- Políticas de compra o negociación de medicamentos/tecnologías
a nivel supranacional para lograr la reducción generalizada de los
precios.

234
Debates actuales en torno al trabajo y desde cualquier lugar, basado en la libertad de cada uno y el
el despido individualismo propietario ha generado las condiciones óptimas para
el surgimiento de empresas y grupos de empresas que, aprovechando
María Florencia Suarez este contexto, buscan países con escasa o nula regulación protectoria
del trabajo, donde realizar sus inversiones de manera competitiva,
I. Introducción al menor costo posible y al margen de cualquier obstáculo legal,
constitucional o internacional que se interponga.
Las normas jurídicas regulan la convivencia de las personas
durante un tiempo y espacio determinado, es decir que la creación A su vez, se plantea una nueva forma de organización estratégica de la
y evolución normativa en una sociedad depende de una serie de actividad empresarial: la descentralización productiva.
aspectos (históricos, políticos, sociales, económicos y jurídicos etc.) Esta consiste en una forma de organización del proceso de elaboración
y de las necesidades de la propia sociedad. Por eso es común observar de bienes o de prestación de servicios para el mercado final de consumo,
modificaciones en los instrumentos normativos, como así también en en virtud del cual una empresa decide no realizar directamente
los espacios donde estos se aplican. (Baylos, 2017) a través de sus medios materiales y personales ciertas formas o
De esta manera el derecho, y más concretamente el derecho del actividades precisas para alcanzar el bien final de consumo, optando
trabajo y las leyes que resultan de él, son la expresión de la fortaleza en su lugar por desplazarlas a otras empresas o personas individuales
o debilidad de los distintos sectores que intervienen en el contrato de con quienes establece acuerdos de cooperación de muy diverso tipo.
trabajo e interactúan en un momento histórico determinado. Con ello se lleva a cabo una segmentación del proceso productivo, en
la generalidad de las ocasiones a través de un a desintegración vertical
Actualmente existen diversos factores, que influyen en el trabajo y su del ciclo de producción por el que las empresas transfieren al exterior
regulación. El cambio tecnológico, la globalización y la concentración actividades hasta entonces asumidas internamente. (Ackerman,
de la riqueza han generado un ámbito propicio para el surgimiento de 2008:237)
nuevas formas de trabajo, nuevas formas de organización empresarial
y nuevos actores de enorme poder económico y político pero no; de Dicha estrategia empresarial supone por lo tanto: reducción de
nuevas reglas e instrumentos normativos que los regulen. Analizaremos personal, reducción de costos fijos para la empresa, no solo en
brevemente uno a uno estos factores y sus múltiples consecuencias infraestructura sino también laborales, el desarrollo del sector
disvaliosas sobre el trabajo, los trabajadores y la sociedad. servicios, que son los que más comúnmente se externalizan y
exenciones fiscales y beneficios tributarios promovidos por los estados
que alientan su instalación. (Ackerman, 2008)
II. Las nuevas tecnologías y su incorporación a la
empresa
IV. El trabajo a nivel individual y colectivo en
El uso de las nuevas tecnologías ha sido incorporado a la vida de la peligro
empresa, produciendo notorias modificaciones en las formas de
trabajo y en las relaciones laborales y personales. La posibilidad de En parte como consecuencia de lo anterior, el mercado de trabajo se ha
trabajar en cualquier tiempo y lugar que permite la digitalización, polarizado, entre los que tienen un trabajo decente (de buena calidad,
ofrece algunas ventajas, como: una mejor conectividad, el acceso a estable y con una remuneración digna) y los que tienen un trabajo
mayor cantidad de información, la inmediatez en las comunicaciones y precario, informal o los que no tienen trabajo.
más facilidad en la combinación de los tiempos laborales con los de la A nivel individual, se produce una pérdida de valoración personal
vida privada. Sin embargo se produce una prolongación de las horas de del trabajador y de su condición de ciudadanía, porque el trabajo,
trabajo más allá del estándar aplicado a los trabajadores que lo hacen como tal, confiere no solo la renta o salario necesario para vivir; si no
dentro de la empresa, sin que este sea considerado como tiempo de también la calidad de ciudadano y una serie de derechos además de
trabajo a efectos de su retribución. (Casas Bamonde, 2014/15) los estrictamente laborales. Joaquín Perez Rey, durante sus clases,
Esta tendencia a la intensificación del trabajo, además de las ha dicho que el trabajo es un elemento definitorio del ser. (“Yo soy
consecuencias que puede tener para la salud del trabajador (estrés, carpintero”, “Yo soy abogado”, “Yo soy obrero”) y la ausencia del mismo
cansancio y saturación, etc,), es claro que dificulta notablemente la o la afectación de sus condiciones, no es por lo tanto un “no tener”,
conciliación entre la vida profesional y la vida privada. Trabajar más sino un “no ser”. Su falta o deficiente protección atenta directamente
horas implica, de por sí, disponer de menos tiempo para dedicar a la contra el principio de estabilidad y contra el derecho fundamental
vida familiar. al trabajo. Quien pierde su trabajo pierde una condición valiosa,
una fuente de ingresos y su derecho a trabajar, siendo sometido a
Por otro lado, los sistemas de vigilancia a trabajadores se han visto una situación de desempleo o subempleo y posible marginalidad.
mejorados y optimizados con el uso de nuevas tecnologías. El poder Esto mismo provoca que en ocasiones, como la actual, el trabajador
de control sobre sus vidas es enorme y provoca, en muchos casos, deba soportar situaciones de violencia institucional o la privación de
injerencias en la intimidad o en el derecho a la protección de datos derechos laborales individuales y colectivos cuando hay posibilidades
de los trabajadores y la fácil identificación de estos con su actividad de perder el puesto de trabajo. De este modo, ese “temor” se convierte
sindical. Todo lo que hacemos on line- queda registrado en alguna en un instrumento de control y disciplina miento social que reproduce
parte y puede monitorearse. aquella desigualdad jurídico-social entre las partes. (Suarez, 2019)
Asimismo, se observa una mayor necesidad de flexibilidad de los Pero una de las consecuencias que más preocupan en este sentido, es
trabajadores que cada vez requieren más de la formación continua el marcado individualismo que genera la competitividad. El principio
para adaptarse al elevado ritmo que exige el manejo de estas nuevas de solidaridad de clase con el que se ha caracterizado históricamente
tecnologías. También ha aumentado el teletrabajo y el trabajo el sector del trabajo se ha visto debilitado. La promoción del
autónomo. “emprendedurismo”, por ejemplo, es decir de un trabajador “sui
Todo esto ha contribuido, de alguna manera, a que los tradicionales generis”, moderno, capaz de organizar su propio trabajo, sin tiempos,
poderes de dirección y de control del empleador se fortalezcan, sin horarios y sin empleadores; lo único que ha logrado, entre otras
ampliando más aún la brecha que existe con la natural disparidad de cosas, es aislarlo de tal forma que ha quedado sin ninguna protección, al
capacidad negocial de las partes del contrato de trabajo. margen de cualquier legislación y sin posibilidades de organización en
defensa de sus legítimos intereses colectivos. Preocupado únicamente
por su bienestar personal.
III. La globalización y descentralización
productiva
La globalización ha sido definida como: V.El surgimiento de nuevas formas de trabajo.
Constelación de centros con fuerte poder económico y fines El sistema capitalista de producción expulsa y lanza a la informalidad
lucrativos, unidos por intereses paralelos, cuyas decisiones dominan a muchos trabajadores del mundo. Esto ha generado la búsqueda
los mercados mundiales, especialmente los financieros, usando para de alternativas a la economía tradicional y el surgimiento de nuevas
ello la más avanzada tecnología y aprovechando la ausencia y debilidad iniciativas vinculadas la economía social o popular, o bien al trabajo
de medidas reguladoras y de controles políticos. autónomo o voluntario, las cuales ponen en la mira al trabajo
asalariado o dependiente, el cual se ha convertido en un bien escaso.
Fenómeno económico con raigambre en todos los ámbitos, por el cual
los países se van integrando progresivamente en el marco de la
economía internacional y, al mismo tiempo, cediendo poder a unas
fuerzas supranacionales (Preciado Domenech, 2018:88).
Este nuevo mundo diseñado en torno a un mercado global accesible

235
“Hasta ahora y desde hace dos siglos, el trabajo asalariado ha sido o Asociación Argentina de Especialistas en Estudios del Trabajo ha
intentado ser el lugar donde organizar al grupo social.”.(Cabello de señalado que según su intuición, el derecho del trabajo va camino a una
Alba, 2017:17). Pero vemos que paulatinamente esto está cambiando. segmentación del principio de unicidad reglamentaria para dar paso a
En este marco, la economía social y solidaria se ha instalado desde una pluralidad de estatutos protectorios que regulen cada colectivo de
hace tiempo como un modo de hacer economía, organizando de trabajadores atendiendo la particularidad de sus circunstancias.
manera asociada y cooperativa la producción, distribución, circulación Por último, “resultará clave la actuación del Estado en la determinación
y consumo de bienes y servicios no en base al motivo de lucro privado de los contornos de su soberanía o de la intensidad de su regulación”
sino a la resolución de las necesidades, buscando condiciones de vida (Baylós, 2017:117). La reestructuración del sistema económico y de
de alta calidad para todos los que en ella participan, sus familiares las empresas en esta nueva fase del capitalismo demanda cambios
y comunidades, en colaboración con otras comunidades para estructurales en las regulaciones jurídicas- laborales que proporcionen
resolver las necesidades materiales a la vez que estableciendo lazos respuestas rápidas y eficaces a las exigencias del mercado y que respeten
sociales fraternales y solidarios, asumiendo con responsabilidad las constituciones nacionales y los derechos humanos fundamentales
el manejo de los recursos naturales y el respeto a las generaciones consagrados en ellas. Todo ello en el afán de evitar, destrucción del
futuras, consolidando vínculos sociales armónicos y duraderos entre trabajo y precarización de sus condiciones, para lo cual será necesario,
comunidades, sin explotación del trabajo ajeno. (Suarez, 2018) además, mayor organización colectiva.
La economía popular, mientras tanto, es de surgimiento más reciente
y ha sido entendida como “toda actividad creadora y productiva VII. Conclusión
asociada a mejorar los medios de vida de actores de alta vulnerabilidad
social, con el objeto de generar y/o comercializar bienes y servicios que Finalmente observamos que se ha instalado de manera muy firme un
sustenten su propio desarrollo o el familiar. La Economía Popular se discurso que intenta mostrar a este complejo momento histórico y los
desarrolla mediante proyectos económicos de unidades productivas cambios producidos en él; como algo inevitable, irreversible, imparable
o comerciales de baja escala, capitalización y productividad, cuyo y al despido; como un acto de libertad, que no puede ser limitado, a lo
principal activo es la fuerza de trabajo” . sumo compensado económicamente.

En ambos casos, no se trata de trabajadores comprendidos por la Ley Se ha asumido y naturalizado a este último como un mero problema
de Contrato de Trabajo, fundamentalmente porque no existe una patrimonial, cuyas consecuencias sociales son irrelevantes al tratarse
relación laboral típica, en la que un trabajador pone a disposición su de un acto cotidiano, banal que se justifica por el empleador, como una
fuerza de trabajo a cambio de recibir una contraprestación a cargo del forma de no resignar utilidad de la empresa en el contexto de crisis.
empleador como remuneración. Sin embargo, no se puede perder de Es más, se ha instalado la idea de que despedir barato da lugar a la
vista que nos encontramos efectivamente ante la realización de un creación de empleo. (Perez Rey, 2009)
“trabajo”, por parte de “trabajadores” y que, como tales, merecen la Pero la realidad es otra. Lo cierto es que asistimos a un mundo
regulación, protección y garantía de sus derechos, que contemplen profundamente desigual e injusto donde el despido constituye una
la especificad de su problemática y se correspondan con la noción de sanción muy severa desde el punto de vista político y social, con
trabajo decente. (Suarez, 2018) efectos “plurilesivos” para la persona del trabajador.
Cesar Arece (2017), en este sentido, ha entendido que: Las condiciones actuales exigen que repensemos algunas cuestiones
En suma, los Derechos Humanos Laborales, sus fuentes y volvamos sobre conceptos ya definidos, como la noción misma de
constitucionales y supranacionales, amparan al trabajador como trabajo ¿Qué es trabajar?, ¿Cuál es el sentido?
ciudadano portador de derechos humanos subjetivos, pero no Trabajar es una actividad humana básica e imprescindible, que
circunscriben su radio de actuación a un trabajador que ingresa a consiste en crear riqueza, dar sentido a la vida, relacionarse con lo
un trabajo dependiente, sea formal o informal (en negro), estable que está dentro y fuera de uno y conseguir los medios necesarios para
o precario, sino que comprende al trabajador en su condición de vivir dignamente. La filosofía taoísta lo resume con acierto y belleza
tal, cualquiera sea la forma de su situación legal o real; empleado considerando el trabajo como “la capacidad del ser” (Cabello de Alba,
dependiente o desempleado, en negro, autónomo, cuenta propista, 2017:24)
cooperativista o integrante de otras empresas o estructuras que no Por lo tanto, debemos pensar al trabajo y al despido; no ya solo como
implican nexo dependiente. (p.3 y 4) factores o valores estrictamente económicos ligados a la creación
de riqueza; si no también como espacios de contrapoder y como
VI. La regulación del trabajo y su fin la expresión de la personalidad y manifestación de la dignidad y
constitucional realización de las personas (Noción de trabajo decente). El trabajo
actúa como nivelador de las desigualdades sociales y como un factor
Las nuevas formas de organización empresarial y de actuación de cohesión social y ciudadanía. (Baylos, 2017)
económica promovidas por el cambio tecnológico y la globalización
anteriormente descriptos, terminan por configurar un contexto Tampoco se puede perder de vista que el derecho a ese “trabajo” ha
político-ideológico complejo que subordina al Derecho del Trabajo, sido consagrado y protegido por una serie tratados internacionales
dejándolo en una posición de incapacidad e imposibilidad de cumplir de derechos humanos, los cuales constituyen el marco constitucional
con su fin institucional, a saber: tutelar el trabajo reconociendo vigente de la mayoría de países en el mundo. Las normas internacionales
derechos a los trabajadores para corregir la desigualdad estructural de sobre derechos humanos y el derecho al trabajo son Fuente de
las relaciones de trabajo. Derecho y han generado un estándar de protección, un umbral, en
base al cual hay que interpretar y aplicar el derecho. Tal como lo hizo la
Si el derecho y las normas que resultan de él son la expresión de la jurisprudencia de nuestro país luego de la Reforma constitucional de
correlación de fuerzas de los sectores que intervienen en el contrato 1994. (Gianibelli, 2014)
de trabajo y que interactúan en un momento determinado; en este
momento, la regulación laboral muestra una notable disminución en Por último, resulta fundamental que los trabajadores asuman su
la protección del trabajador y a la estabilidad en el empleo, contenido rol protagónico para producir en los ámbitos institucionales que
esencial del derecho al trabajo. Se observa una importante falta de correspondan, los cambios estructurales necesarios. Sin su toma de
rigidez y formalismo de los marcos regulatorios del trabajo que, lejos conciencia y organización colectiva difícilmente se logre revertir este
de endurecer los límites a la capacidad de producir riqueza, se muestra complejo panorama.
más bien funcional al mercado y sus necesidades de productividad y
competitividad.
Atrás parecen haber quedado aquellos tiempos de fortaleza y conquista
de derechos del sector del trabajo donde:
Para que el Derecho del Trabajo se hubiese transformado en el
instrumento protectorio de la década industrial fue necesaria una
fuerte presencia estatal y un amplio componente de legislación
heterónoma, en la cual los legisladores nacionales, convencidos de
la existencia de una situación de hiposuficiencia de quien solamente
detentaba su fuerza laboral frente al poseedor del capital y de los
medios de producción, intercedió y actuó fuertemente a favor del más
débil, es decir del trabajador, con normas que constituían la barrera de
la disponibilidad individual. (Toselli, 2002:4 y5)
En este sentido, Adrián Goldindurante el último congreso de la
236
VIII. Bibliografía
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los derechos fundamentales”. Albacete, España: Editorial Bomarzo
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Córdoba. Córdoba. ISNN 1853-5372, (En prensa)
SUAREZ, María Florencia (2019) “Reflexiones sobre el despido en Argentina
y España. Garantías para la estabilidad en el trabajo”. Trabajo Final presentado
en el marco del Curso de Posgrado “Derechos humanos laborales y gobernanza
global”, UCLM. (Inédito)
TOSELLI, Carlos (2002) “Fraude en las Relaciones Laborales”. Ponencia
presentada en el macro del II Congreso Internacional del Derecho del Trabajo y
de la Seguridad Social) Paraguay, 2002. (Inédita)

237
ponencias voluntarias
Aula 7
POLÍTICA MIGRATÓRIA BRASILEIRA E AS Renovación de los indicadores de
CONDIÇÕES DE TRABALHO DOS MIGRANTES laboralidad, a raíz de las formas
INTERNACIONAIS: A PRODUÇÃO DA atípicas de trabajo
“ILEGALIDADE” Por Ricardo León Chércoles
Luís Renato Vedovato1
Amanda de Souza Camargo2 I.Introducción
Desde finales del siglo pasado, pero con mayor intensidad en nuestros
Resumo días, nuevas realidades y diferentes factores demográficos; migratorios;
climáticos; de oferta y demanda de trabajo; sumados a recientes formas
O trabalho, fruto de pesquisa desenvolvida no mestrado acadêmico,
de contratación, métodos de producción, distribución y consumo, y
tem como objetivo investigar as possíveis relações entre a política
al impacto de las transformaciones tecnológicas instauradas sobre
migratória brasileira desde 2010 e a chamada produção da
instituciones, acuerdos y regímenes de libre comercio, todo ello
“ilegalidade” de determinados migrantes internacionais, refletindo
sobre la base de un creciente neoliberalismo a escala global, entre
sobre suas condições de vida e, sobretudo, na sua inserção no mercado
otras causas, han traído aparejadas una serie de consecuencias que se
de trabalho formal e informal de forma profundamente desprotegida
manifiestan hoy en diferentes aspectos del trabajo humano.
sob o aspecto normativo e social. Partindo da compreensão de que a
migração internacional é um fenômeno inerente às transformações Entre dichas consecuencias se destaca la aparición y el posterior
e desenvolvimento do capitalismo e que, nesse contexto, o migrante desarrollo de nuevas formas de labor, que fueron denominadas por la
internacional, considerado apenas enquanto força de trabalho Organización Internacional del Trabajo como formas de trabajo atípicas
temporária, ora desejável, ora indesejável aos principais países de , y que, conforme los diferentes informes de la citada Organización,
destino, tem sido privado de direitos mínimos e inserido nos postos de comprenden las “ocupaciones transitorias o por encargo”, el trabajo
trabalho mais precarizados, abordaremos as possíveis relações entre “tecnológico calificado”, el trabajo “no remunerado”, el “empleo
a política migratória mais recentemente desenvolvida no Brasil, país ambiguo”, el trabajo “on demand”, la “gig economy”, el “coworking”,
que desde 2010 tem se consolidado como um dos principais países de entre otras formas de labor que también incluyen el trabajo desarrollado
destino na América Latina para os fluxos migratórios conhecidos como en el marco de aplicaciones o plataformas digitales (v.gr: Uber, Cabify,
“Sul-Sul”, e a exposição de trabalhadores migrantes à desproteção Rappi, Pedidos ya, Golvo, Deliveroo, Foodora, entre otras).
jurídica e social nas relações de trabalho travadas neste território. Ahora bien, una de las principales características de las mentadas
A pesquisa foi efetuada a partir de ampla revisão bibliográfica sobre formas de trabajo está dada por el debilitamiento o la desaparición
o tema, análise de dados, relatórios técnicos, notícias jornalísticas e de algunos de los elementos que conforman la subordinación o la
legislação referente à problemática. dependencia del trabajador o del prestador de servicios que lleva a
cabo sus tareas o desarrolla sus actividad en el marco de tales formas
de labor.
Palavras-chaves:
Sin embargo, a pesar de dichos cambios el modelo de Derecho del
migração internacional; política migratória brasileira; condições de
Trabajo que fuera creado sobre la base de una relación laboral fordista
trabalho; produção da “ilegalidade”.
dependiente, continúa sin grandes transformaciones estructurales
hasta nuestros días. Es decir, la existencia de la dependencia
económica, técnica y jurídica del trabajador hacia el empleador como
elemento necesario para que el primero pueda gozar de la protección
de las normas propias del Derecho del Trabajo permanece, por lo
menos desde la praxis, incólume en la actualidad.
Lo expuesto hasta aquí puede constituir un problema tanto para
el trabajo como para el derecho orientado a regularlo, en la medida
en que el citado debilitamiento en los elementos que constituyen la
dependencia laboral, podría llevar a la exclusión de la aplicación de las
normas del Derecho del Trabajo a quienes desarrollan su actividad o
prestan sus tareas en el marco de tales contextos atípicos de labor.
Poe ello, la situación descripta ha despertado el interés de la
comunidad internacional siendo motivo de invitación por parte de
distintas organizaciones a los fines de reflexionar sobre el futuro del
trabajo , con el objetivo principal de brindar soluciones a algunos de
los problemas que pudieran desprenderse de la temática señalada, y
contribuir de dicho modo a la revalorización de justicia social en el
mundo .
En tal contexto, y con el principal objetivo de que los trabajadores que
llevan a cabo sus tareas en el marco de las relaciones atípicas de trabajo
no queden fuera del paraguas protectorio que el Derecho del Trabajo
1 Vice-Coordenador do Observatório de Direitos Humanos da UNICAMP. puede brindarles, planteamos como primer paso la necesitad de una
É pesquisador do Projeto de PesquisaConjunto (UNICAMP e Cardiff renovación de los indicadores de laboralidad, y como segundo paso,
University) Examining poverty in a polarised and unequal society: the
superador de aquél, la necesidad de la tutela del trabajo humano, más
potential of the Consensual Approach to poverty research in Brazil - UK
Global Challenges Research Fund (GCRF). Foi pesquisador Associado do allá de la forma dependiente o autónoma, en el trabajador preste sus
Observatório das migrações em São Paulo: migrações internas e internacionais labores o desarrolle su actividad.
contemporâneas no estado de São Paulo (proc.14/04850-1). Graduado (1995),
mestre (2002) e doutor (2012) em Direito Internacional pela Faculdade de
Direito da Universidade de São Paulo.É Conselheiro da Aliança de Controle II.La renovación de los indicadores de laboralidad
do Tabagismo e foi consultor da Organização Pan-Americana de Saúde A los fines de adaptarse a los cambios referidos, el Derecho del Trabajo
(OPAS/OMS) nos anos de 2017 e 2018. Atuou em projeto de pesquisa da ha dado algunos pasos, tales como por ejemplo, la paulatina sustitución
Escola Superior do Ministério Público da União, sobre a Convenção de New
de la constatación de las notas de la dependencia económica, técnica y
York, de 1956, nos anos de 2015 e 2016. Atuou como colaborador externo do
EuropeanUniversityInstitute, de Florença (ITA), fazendo parte do projeto de jurídica por la verificación de la integración del trabajador a la empresa
pesquisa EUDO CitizenshipObservatory, nos anos de 2014 a 2015. Atualmente entre otros indicios de laboralidad establecidos en la Recomendación
é professor da UNICAMPe da PUC de Campinas. 198 de la OIT “Sobre la relación de trabajo”. Sin embargo, entendemos
2 Mestre em Direito na Universidade Metodista de Piracicaba – UNIMEP, nosotros, la constatación de los indicios establecidos en la citada
com bolsa pelo programa PROSUP/CAPES, na área de Direito e Relações Resolución alcanza sólo a los fines de brindar tutela a algunas de
Internacionais, com projeto de pesquisa voltado à temática das condições de las formas atípicas de labor que de otra forma hubieran quedado
trabalho dos migrantes internacionais no Brasil. Especialização em Direito
Constitucional Aplicado pelo Programa de Extensão da Universidade Estadual
de Campinas (UNICAMP). Possui graduação em Filosofia também pela
UNICAMP e em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas.

239
excluidas, pero no a todas. el Derecho del trabajo se hizo con la finalidad de brindar tutela
Prueba de ello está en que la mayoría de las sentencias que sólo al trabajador subordinado o dependiente, en realidad, los
analizaron la existencia de relación de trabajo en el contexto de las diferentes Instrumentos Internacionales así como también algunas
formas atípicas de labor, puntualmente en el marco de plataformas normas de derecho interno , no se encuentran orientados a proteger
digitales, rechazaron, con diversos fundamentos , la pretensión de los exclusivamente dicha formas de labor, sino que protegen el derecho
trabajadores cuando tales casos fueron analizados desde la óptica de la al trabajo sin diferenciar su forma de realización (dependiente o
dependencia técnica, jurídica y económica, y por el contrario, cuando autónoma).
dichas sentencias analizaron la existencia de relación laboral desde Pero además, otros Instrumentos Internacionales, tales como por
otra óptica o utilizando otros métodos, hicieron lugar a los reclamos ejemplo el párrafo 6to de la Observación General N° 18 del PIDESC
de los accionantes. , la Observación General N° 23 del año 2016 sobre el derecho a
En tal sentido, y más allá de que han sido diversos los fundamentos condiciones de trabajo equitativas y satisfactorias del Comité de
utilizados en la jurisprudencia internacional en virtud de los cuales derechos económicos, sociales y culturales , la Recomendación 204
se hizo lugar a las pretensiones de los trabajadores , podemos señalar de OIT “La Transición de la economía informal a la economía formal”
que los mismos se centran en tres cuestiones fundamentales: 1. la y/o la Recomendación Nº 198 de la OIT , establecen expresamente la
integración del trabajador en la organización de la empresa; 2. la necesidad de protección de trabajo más allá de su forma de realización.
imposición de condiciones o reglas por parte de la empresa, y 3. el Incluso respecto a las formas atípicas de labor, con fecha 15 de
control sobre la prestación de servicios del trabajador. junio de 2017, y en el marco de la Agenda Europea para la economía
También, como posible solución a la cuestión planteada, desde la colaborativa, el Parlamento Europeo emitió una Resolución en virtud
doctrina internacional se ha ponderado la “dependencia económica” de la cual señaló que el trabajo debía ser protegido en todas sus formas,
como criterio del contrato de trabajo en sustitución de la dependencia lo cual, consideramos, en muchas de las formas atípicas de labor no
jurídica, lo cual, “simplificaría la legislación laboral, al mismo tiempo resultaría tan difícil de llevar instrumentar debido a que, al igual que
que permitiría indexar el grado de protección del trabajador a su sucede en la relación típica de trabajo dependiente y a diferencia de lo
dependencia” . Sin embargo, consideramos nosotros, ello podría que ocurre con otros trabajadores autónomos , existen dos partes bien
llevarnos al peligro de enmarcar la relación de trabajo humano definidas: una, el dador de trabajo, y otra, quien presta sus servicios,
en nuevas categorías jurídico conceptuales laborales que, por encontrándose ambas partes perfectamente determinadas y con
estructurarse sólo desde la dependencia económica, establezcan sólo intereses contrapuestos, lo que podría dar lugar a una normativa que
a derechos mínimos para quien presta sus tareas en tales contextos regule dicha relación más allá de la existencia de dependencia entre las
(v.gr: el Trade en España), sin poder alcanzar los trabajadores en partes, e incluso, por lo expuesto sería también factible el desarrollo de
dichos casos la intensidad de tutela que, entendemos, deberían gozar la negociacion colectiva en tales marcos contractuales.
en la prestación de sus tareas.
A nuestro modo de ver, los indicadores de laboralidad que más se IV.Consideraciones finales
adaptan a las formas atípicas de trabajo son los establecidos en los Desde sus inicios, el Derecho del Trabajo tuvo como objetivo la
diferentes “test” utilizados en Estados Unidos tanto por los diferentes regulación del trabajo dependiente, subordinado o por cuenta ajena,
organismos estatales como por los distintos Tribunales a los fines de a través de un modelo garantista y protector, construido sobre el
constatar la existencia o no de relación laboral entre las partes de un paradigma de la subordinación “desde una visión fordista de las
determinado contrato. relaciones de trabajo… pensada a partir de un modelo industrial
Entre dichos tests , se destaca el “test del control”, que consiste en de producción en serie de bienes y de servicios… en el ámbito de un
determinar principalmente si existe control o supervisión por parte incipiente sector secundario de la economía (de la industria o de la
de la empresa sobre la forma de ejecución de las tareas por parte del manufactura)”. Asimismo, el mentado Derecho del Trabajo giraba en
trabajador, y se complementa con la constatación de los siguientes torno a “un paradigma contractual que servía de manera particular a
indicadores: 1. si la actividad del trabajador integra el negocio del aquel modo de producción y de ordenación del trabajo: un contrato
empresario, 2. si las tareas del trabajador requieren habilidades bilateral, binario, a tiempo indeterminado, estable, con jornada
especiales, 3. si el trabajador puede obtener mayores ganancias preestablecida, y con salarios de ordinario fijados con antelación”.
dependiendo de su habilidad para la realización del trabajo, 4. la Sin embargo, durante los últimos años, tanto el impacto de las
duración de la relación, 5. el grado de estabilidad del vínculo, 6. la transformaciones tecnológicas como otros factores económicos y
posibilidad del empresario de extinguir el vínculo unilateralmente y sociales poco a poco llevaron a la aparición y expansión de nuevas
sin causa, lo cual revela un poder de negociación asimétrico, típico y atípicas formas de labor (v.gr: las desarrolladas en el marco de
del vínculo laboral, 7. si el trabajador se encuentra facultado para plataformas digitales ), así como también a un sostenido incremento
contratar ayudantes, 8. la constatación de inversión por parte del de las formas de trabajo no subordinado, tales como el trabajo
trabajador en publicidad, oficinas y demás cuestiones necesarias para autónomo, el trabajo autogestionario, el trabajo cooperativo, el trabajo
la realización de un servicio independiente, 9. si en la localidad o en social, entre otras, todo lo cual, ha llevado a una paulatina reducción
el contexto geográfico determinado el trabajo generalmente se ha cuantitativa relativa del espectro de formas de trabajo tuteladas, así
realizado en relación de dependencia, independientemente de nuevas como a una clara pérdida de condiciones de labor en tales contextos y
formas o metodologías de realización, 10. la determinación del lugar a un estado de crisis de abarcabilidad e intensidad del actual Derecho
de trabajo (si el trabajo se realiza en un área o una ruta determinada del Trabajo.
por el empleador, se infiere el estatus de trabajador dependiente),
entre otros. Lo expuesto, a nuestro modo de ver, justificaría per se una profunda e
integral reforma del Derecho del Trabajo, principalmente a los fines de
Pero el citado test fue superado por otro denominado ABT test, expandir e intensificar el espectro tutelar de sus normas hacia formas
que parte de la presunción de existencia de relación de trabajo entre de labor no protegidas, para lograr alcanzar en tales contextos de
quien presta sus servicios y el empresario, con la consecuente carga trabajo, cuanto menos, los estándares del trabajo decente.
de éste último de desvirtuar dicha presunción pero sólo mediante
la acreditación tres rasgos en forma concurrente: A. Ausencia de Desde otro costado y principalmente a raíz del impacto de
control y dirección sobre la ejecución del trabajo; B. Independencia las transformaciones tecnológicas, el trabajo se encuentra
entre el trabajo ejecutado y la actividad habitual del contratante; y C. experimentando otro fenómeno que tal vez sea, a nuestro modo de
Precedentes empresariales del prestador del servicio. ver, el que mayores inconvenientes y consecuencias disvaliosas puede
presentar hacia el futuro, como así también, el que en mayor medida
Cabe señalar que algunos de estos test han tenido recepción, aunque justifique una reforma estructural de nuestro actual Derecho Laboral.
con algunas modificaciones, en algunos países latinoamericanos.
El fenómeno al cual nos referimos está dado por la ruptura del límite
espacial-temporal que constituye la esencia y estructura básica de la
III.La protección del trabajo con independencia relación de trabajo fordista dependiente sobre la cual se construyó
de su forma de realización nuestro actual Derecho del Trabajo, y conforme la cual, el trabajo
Si bien la renovación de los indicadores de laboralidad puede ser un humano se limitaba a la prestación de tareas específicas dentro
paso hacia la tutela de los trabajadores que llevan a cabo sus labores en de un establecimiento dado y a lo largo de una jornada de trabajo
el marco de relaciones atípicas, consideramos que un paso superador determinada.
respecto de aquél podría ser el tutelar al trabajador atípico, más allá
de la forma (dependiente o autónoma), de realización de sus tareas o
desarrollo de su actividad.
Al respecto podemos señalar que, si bien cuando se pensó y construyó
240
En la actualidad, la ruptura de dichos límites en el trabajo ha RECONQUISTAR DERECHOS A CIEN AÑOS DE
traído aparejadas una serie de consecuencias que han llevado al LA CONSTITUCIÓN DE LA ORGANIZACIÓN
resquebrajamiento del derecho que lo regula, y a que muchos de sus
institutos resulten ineficientes e incluso inaplicables para la regulación INTERNACIONAL DEL TRABAJO
tanto de las formas de trabajo atípicas como de las formas de labor no Eliana Daniela Cerdá
subordinadas, pero también a que algunos de los principios rectores eliancer@hotmail.com
de dicho derecho resulten incompatibles con las citadas formas de
trabajo.
Hace ya un siglo de la declaración de las primeras bases que forjaron la
Además de ello, el propio significado de trabajo, así como el de persona
constitución de la Organización Internacional del Trabajo, en ocasión
que trabaja están cambiando, lo que conlleva hoy a la autoexplotacion
de la firma del Tratado de Versalles de 1919, y vigente aún la obligación
del trabajador bajo una falsa noción de libertad , y nuestro Derecho del
de estar más cerca que nunca de los actores que desplegaron su lucha
Trabajo no ha tomado nota de ello.
para arribar a tal conquista. Las tres llaves que abrieron la imponente
No tenemos dudas entonces: la aparición y proliferación de formas puerta de hierro, aquella luminosa mañana de un veintiséis de junio
atípicas de trabajo; el crecimiento cuantitativo de las formas de de 1926 en Ginebra, obligan a delimitar un plan de acción conjunta,
labor no subordinadas; la perdida en condiciones de labor, la ruptura entre trabajadores, empleadores y gobiernos, a los fines de renovar y
de los límites espaciales-temporales de la relación laboral y sus reformular los lineamientos del futuro del trabajo del siglo X XI.
consecuencias, llevan a que resulte conveniente una restructuración
Por entonces, el contexto de posguerra y crisis económica marcaron
integral del actual Derecho del Trabajo, que incluya: una renovación
el punto de comunión del tripartismo para buscar el diálogo social,
de los criterios determinantes del trabajo subordinado.
con el objetivo de reafirmar los principios de que el trabajo no es una
Es que tal como ha sucedido a lo largo de la historia con anteriores mercancía, de que la libertad de expresión y de sindicación es esencial
revoluciones industriales, y tal como actualmente acontece en la para el progreso constante, y de que la pobreza, en cualquier lugar,
actualidad con la revolución de la informática que florece sobre un constituye un peligro para la prosperidad de todos (Declaración de
sistema neoliberal, de los cambios técnicos que se producen debe Filadelfia de OIT, Washington D.C., 17/05/1944).
necesariamente derivar una reestructuración de las instituciones.
Con cien años de historia, y una crisis financiera mundial hasta llegar
De lo contrario, corremos el riesgo de que tales cambios nos lleven a
a constituir la peor recesión económica desde la Gran Depresión,
formas agravadas de deshumanización laboral.
el contexto actual nos encuentra con un nuevo “hecho del trabajo”,
En cada país existe un contrato social, cuyo principal elemento marcado por una mundialización y reestructuración económica, un
estructural es el empleo, y cuya eficacia depende de cómo dicho modelo de desarrollo basado en la economía de mercado globalizada
contrato pueda adaptarse a la realidad económica, social y política que afecta de manera sustancial el empleo: el crecimiento de la
de su tiempo. En la actualidad, la globalización; la financiarización; producción y el consumo se acompaña de crecimiento del desempleo
la tecnología; la informalidad y el deterioro de las instituciones del estructural, inestabilidad y precarización e inequidad en el acceso a
mercado laboral, entre otros factores, llevaron a que la desigualdad; la los beneficios del desarrollo para grandes sectores de la población. La
exclusión económica y social, el desempleo y el subempleo, alcanzaran resultante es la contracción de la condición asalariada y la consiguiente
niveles tan elevados que sin dudas resulta necesaria una renovación proliferación de trabajadores autónomos, independientes, informales,
del mentado contrato social, lo cual puede hacerse a través de una ilegales, desocupados o microempresarios. La imaginación sindical se
trasformación en su elemento estructural (el empleo). ve desafiada.
Es por lo expuesto que consideramos que el Derecho del Trabajo, que Los principales derechos laborales se ven amenazados por nuevos
funciona como regulador del empleo (y con ello también del citado contextos y retos que deben afrontar todos los actores en un mundo
contrato), debe ser renovado integralmente, a los fines de regular las en constante evolución. La introducción de nuevas tecnologías, el
situaciones expuestas a lo largo del presente trabajo que escapan, no a fomento de la innovación, la seguridad de los entornos de trabajo, y
su normativa, sino a su estructura y bases fundacionales. la transformación de la estructura de trabajo tradicional, están dando
Consideramos que no alcanzaría con extender las fronteras de la lugar a nuevas formas de trabajo. Estas incluyen el trabajo a tiempo
dependencia, o con adaptar lo existente a las nuevas realidades, sino parcial, trabajo temporal, trabajo interino a través de agencias de
que será necesario construir un nuevo Derecho del Trabajo, más contratación, conocido como el trabajo “gig”, es decir, proyectos a
social, y aunque también más flexible en algunos casos, más humano, corto plazo que no vinculan al empleado con el empleador
desde diferentes paradigmas, pero con un único sentido protectorio, mediante una relación laboral tradicional. Se conocen como trabajos
y sobre todo, más integral, en la medida en que debe abarcar no sólo “atípicos”: empleo dependiente por cuenta propia, empleo encubierto,
distintas formas de trabajo, sino también situaciones que hacen tanto empleo multipartito, empleo temporal y empleo en línea (plataforma
a la dignidad de la persona humana que trabaja (en la forma que fuere) virtual).
como a la de la persona humana que vive.
Dichas formas laborales, ¿responden al elemento transversal de
trabajo decente?, caracterizado por la promoción del empleo y de
las empresas, la ampliación de la protección social, el fomento del
diálogo social y el amparo de los derechos laborales, la igualdad de
oportunidades y de trato para mujeres y hombres, y la abolición del
trabajo infantil.
Descubrirlo es el reto del presente trabajo.

241
MEMORIA DEL FUTURO DEL TRABAJO. secuencia de lo sucedido la noche del 20 al 21 de diciembre fue la
siguiente:
¿Por qué nos cuesta tanto aceptar el cambio de
paradigma? 23.15 h. La señora Martin recibe un mensaje en el que se ordena a
la gente del grupo quesepongan los abrigos y se preparen.
Jorge TOBAR
00.00 h. No ocurre nada.
00.05 h. Uno de los creyentes se fija en que otro reloj de la sala
“Cada vez que se socava una certeza epistémica, se reduce el margen
marca las 23.55.El grupocoincide que aún no es medianoche.
de lo que consideramos ónticamente contingente. Pero el propio
procedimiento de socavar requiere que ha quedado algún margen. 00.10 h. Mensaje de los alienígenas: los platillos volantes se
Y esto significa que el determinismo puede llegar a valer sólo para retrasan.
fragmentos del mundo. Forma parte de la lógica de las cosas que la 00.15 h.Elteléfono suena varias veces:periodistas que
validez de la tesis determinista para la totalidad del mundo tiene que llamanparacomprobar si elmundo no ha terminado todavía.
seguir siendo una cuestión abierta”.
02.00 h. Uno de los jóvenes seguidores, que esperaba estar ya a un
Georg Henrik von Wright par de años luz de distancia, recuerda que su madre llamaría a la
policía si a las dos no había regresado a casa. Los demás le aseguran
que su marcha es un sacrificio digno para salvar al grupo y él se
Una aproximación crítica al debate sobre el
marcha.
futuro del trabajo
04.00 h. Uno de los creyentes dice: “He quemado todos los
La traumática revolución en la matriz del mundo del trabajo ha puesto
puentes. He dado la espalda al mundo. No puedo permitirme
a prueba la resiliencia y estrategias de adaptación del Estado y los
dudar. Tengo que creer”.
actores sociales para sustentar un sistema laboral global de protección
y justicia social. 04.45 h. La señora Martin recibe otro mensaje: Dios ha decidido
salvar la Tierra. Juntos, los miembros de ese pequeño grupo de
Las transformaciones producidas por las innovaciones tecnologías, las
creyentes han extendido tanta “luz” esta noche que la tierra se ha
nuevas formas de organización y producción del trabajo, los fenómenos
salvado.
demográficos y climáticos y la creciente inequidad y desigualdad en
el mercado laboral, se suman a permanentes desajustes políticos, 04.50 h. Un último mensaje de las alturas: Los alienígenas quieren
económicos y sociales. que la buena nueva “se comunique de inmediato a los periódicos”.
Armados con esta nueva misión, los creyentes informan a los
La naturaleza de los cambios es tan profunda, que se impone la
periódicos y emisoras de radio locales antes de que amanezca.
necesidad de una emergencia y estabilización ante la erosión de
la relación de trabajo típica, lo que ha motivado un replanteo sobre Este fenómeno, que el psicólogo social neoyorkinoLeon Festinger
la función social del trabajo, la calidad y cantidad del empleo, la denomina “teoría de la disonancia cognitiva”, suponeque si los
organización del trabajo y la producción y la gobernanza del trabajo. conocimientos que una persona tiene de sí misma y de su ambiente no
son coherentes entre sí, se presenta un estado de disonancia cognitiva,
En el debate por el futuro del trabajo se asumen posiciones de
en el que las actitudes, creencias o comportamientos producen una
izquierda o de derecha, algunos se presentan como deterministas y
situación de incomodidad, que conduce a la alteración de aquellos
otros defienden que no todo está predefinido ante un destino que
para reducir el malestar y restablecer el equilibrio y la armonía interna.
se presenta como ineludible, los tecnooptimistas se distinguen de
los tecnopesimistas/fatalistas, otros promueven un postcapitalismo Así, ante un desacuerdo tu interlocutor te da la espalda o cuestiona
y el resto el procomún colaborativo, y también los que defienden la datos concretos o cifras o tus fuentes, prefiriendo recalibrar la realidad
centralidad y tipicidad del trabajo tienen que lidiar con quienes que corregir una visión errónea, volviéndose aún más inflexible que
promueven desencantar el trabajo y revalorizar el ocio, entre otros antes en sus creencias y utilizando su intelecto no para obtener la
dualismos. respuesta correcta sino para obtener la que desea sea la respuesta.
Sin embargo, en perspectiva, el debate parece estar plagado de
disonancia cognitiva, lo que supone que si los conocimientos que Apocalípticos e integrados
una persona tiene de sí misma y de su ambiente no son coherentes
En el debate por el futuro del trabajo en latinoamérica, el filósofo
entre sí, se presenta un estado en el que las actitudes, creencias
chileno Martín Hopenhayn, utiliza las categorías acuñadas por el
o comportamientos producen una situación de incomodidad,
prestigioso escritor y semiólogo italiano Umberto Eco, y partiendo de
que conduce a la alteración de aquellos para reducir el malestar y
la premisa de referirse siempre a la realidad y sosteniendo el fracaso
restablecer el equilibrio y la armonía interna.
de los determinismos como alternativas salvadoras de América Latina,
Al análisis precedente debe agregarse los postulados de la teoría de nos exhorta a repensar el trabajo, recorriendo su itinerario desde la
la cognición cultural, que afirma que los individuos suscriben o no a antigua perspectiva que lo consideraba un mal necesario o una
una aseveración de acuerdo con lo que consideren que los acerca o actividad expiatoria hasta su más moderna conceptualización ligada a
losaleja de la pertenencia al grupo con el cual comparten valores. En la idea de centralidad y su avezada revisión y crítica, formulando como
otras palabras, generalmente nos interesa más la pertenencia al grupo corolario de su investigación el siguiente interrogante apocalíptico:
que el valor de verdad de aquello que pensamos.
“el dilema más filosófico a futuro: no ya cómo solucionar la crisis
de empleo o la brecha de productividad, sino dónde colocar el valor
Las profecías pueden fallar del trabajo en el orden simbólico de las personas. Si sólo como
ejercicio especulativo suponemos que es factible encontrar modos de
El joven historiador holandésRutger Bregman , relata que en1954 una
organización social, aun en un mundo globalizado, donde el desarrollo
ama de casa de apellido Martin, publicó en un periódico de Chicago, el
se combina con formas generalizadas de solidaridad social; y que
siguiente mensaje, que dijo haber recibido de seres que habían estado
también es factible instituir, sin grandes enfrentamientos políticos
visitando la tierra en lo que llamamos platillos voladores:
ni revoluciones sangrientas, mecanismos de transferencia para
PROFECÍA EN UN MENSAJE garantizar un mínimo de bienestar y flexibilización en las jornadas y
DEL PLANETA CLARION A LA CIUDAD: estilos de trabajo para que todos contribuyan en alguna medida a la
HUID DEL DILUVIO. producción de la sociedad: ¿tenemos que seguir cargándole al trabajo
el papel central en la integración social, en el desarrollo personal
NOS INUNDAR Á EL 21 DE DICIEMBRE, y en la producción de sentido para nuestras vidas? ¿O podemos
EL ESPACIO EXTERIOR ADVIERTE sentarnos a descansar, no tanto de la actividad misma, sino del peso
A UNA HABITANTE DE LA PERIFERIA del concepto?
La mujer no era la única convencida de que Lake City sería destruida Por su parte el investigador y profesor argentino Julio César Neffa,
por una inundación justo antes del amanecer del 21 de diciembre, sino especializado en la economía del trabajo y el empleo, sostiene que el
que alrededor de una docena de sus seguidores -todos ciudadanos trabajo humano es un valor que permanece, y que es multidimensional,
inteligentes y honrados- habían abandonado sus empleos, vendido sus distinguiendo entre sus dimensiones objetivas y las propias del
posesiones o dejado a sus cónyuges por la fuerza de sus convicciones. sujeto.Así, su dimensión social supone que el trabajo está orientado
El relato da cuenta que la mañana del 20 de diciembre de 1954 la
mujer recibió otro mensaje desde las alturas indicando que “al llegar la
medianoche se os introducirá en coches aparcados y seréis conducidos
a un lugar donde embarcaréis en un pórtico (platillo volante)”.La
242
a producir algo exterior a la persona con una finalidad utilitaria, que conservadurismo y preocupación por los intereses de sus miembros
requiere un gasto de energía humana y un despliegue de funciones tradicionales.
biológicas, que intermedia con la naturaleza siendo socialmente Sin embargo, el autor inglés pregona que las tendencias sociales son
necesario, y se erige en definitiva como una actividad trascendente complejas y contradictorias, y con frecuencia no las vemos aparecer
ya que su obra tiene una existencia objetiva propia.En relación a las porque su ímpetu solo se manifiesta a posteriori.
dimensiones propias del sujeto, señala Neffa que el trabajo es siempre
la actividad de un ser humano acompañada de sufrimiento y/o placer Por su parte la Iglesia Católica, que habitualmente asume posturas
en relación directa y permanente con la vida y su salud que permite institucionales en temas de trabajo, tras impulsar dos primeros
o contribuye a la realización personal en la búsqueda del sentido encuentros -Roma, 2014 y Santa Cruz (Bolivia), 2015-, realizó el III
de pertenencia e identidad a través del hacer, que pone a prueba a Encuentro Mundial de los Movimientos Populares que tuvo lugar en
las personas que asumen riesgos, provocando una movilización del Roma del 3 al 5 de noviembre de 2016, en el que participaron unos
involucramiento, tanto en lo individual como colectivo, siendo fuente 200 activistas de entre los más pobres de la Tierra (cartoneros,
de inserción social permitiendo instaurar relaciones interpersonales y recicladores de basura, vendedores ambulantes, campesinos sin tierra,
construir un colectivo de trabajo, para concluir que: indígenas, desempleados, chaboleros, vecinos de asentamientos
populares, etc.).En su discurso de síntesis, el Sumo Pontífice Francisco
“la vida no es para el trabajo, no existimos para trabajar; el trabajo empezó recordando “los diez puntos de Santa Cruz de la Sierra, donde
es para hacer posible la vida, se trabaja para vivir. Pero si bien la la palabra cambio estaba preñada de gran contenido, estaba enlazada
vida de los seres humanos no se reduce sólo al trabajo, no puede a cosas fundamentales: trabajo digno para los excluidos del mercado
comprenderse plenamente en su ausencia. (…) el trabajo no es un valor laboral; tierra para los campesinos y pueblos originarios; vivienda para
en vías de desaparición, ni una simple categoría histórica susceptible las familias sin techo; integración urbana para los barrios populares;
de desaparecer, constituye una real necesidad de los seres humanos y erradicación de la discriminación, de la violencia contra la mujer y de
por esa causa está en la esencia misma de la naturaleza humana”. las nuevas formas de esclavitud; el fin de todas las guerras, del crimen
El historiador brasileño Marco Aurélio García, profesor de historia organizado y de la represión; libertad de expresión y comunicación
latinoamericana en la Universidad Estatalde Campinas, desde una democrática; ciencia y tecnología al servicio de los pueblos (…)“un
posición política de izquierda, inserta el debate en el centro de la crisis proyecto de vida que rechace el consumismo y recupere la solidaridad,
socioeconómica de orden mundial y el rol de la clase trabajadora, el amor entre nosotros y el respeto a la naturaleza como valores
advirtiendo que: esenciales”, concluyendo que “mientras no se resuelvan radicalmente
“El hecho de que en los días que corren las clases trabajadoras los problemas de los pobres, renunciando a la autonomía absoluta de
latinoamericanas no visualicen su emancipación como resultado los mercados y de la especulación financiera y atacando las causas
necesario e inmediato de una ruptura con el orden económico vigente estructurales de la inequidad, no se resolverán los problemas del
no implica que ellas se hayan transformado en aliadas de un proyecto mundo y, en definitiva, ningún problema. La inequidad es raíz de los
que se revela globalmente cada vez más concentrador de riqueza males sociales”. Poco antes, el Papa Francisco, en la Encíclica Laudato
y autoritario a escala mundial. El capitalismo financiero, más de lo Sí, había expresado:
que fue en el pasado, no se limita a la explotación y desvalorización “El paradigma tecnocrático también tiende a ejercer su dominio
creciente del mundo del trabajo. Se revela igualmente racista, misógino sobre la economía y la política. La economía asume todo desarrollo
y oscurantista. Se amplía, así, el espectro de contradicciones y también tecnológico en función del rédito (…) En algunos círculos se sostiene
de enfrentamientos con ese proyecto que, cada día que pasa, retira la que la economía actual y la tecnología resolverán todos los problemas
esperanza del horizonte de la mayoría de los pueblos del mundo”. ambientales, del mismo modo que se afirma, con lenguajes no
Por último, para cerrar las referencias a autores e intelectuales académicos, que los problemas del hambre y la miseria en el mundo
latinoamericanos, resulta de interés considerar los estudios del simplemente se resolverán con el crecimiento del mercado. (…) Pero el
investigador y doctor en sociología mexicano, Enrique de la Garza mercado por sí mismo no garantiza el desarrollo humano integral y la
Toledo, quien propicia un concepto ampliado de trabajo que no se inclusión social y no se elaboran con suficiente celeridad instituciones
limita al denominado trabajo típico o clásico y profundiza el análisis económicas y cauces sociales que permitan a los más pobres acceder
de la dualidad trabajo y no-trabajo, desde la fragmentación de las de manera regular a los recursos básicos. No se termina de advertir
identidades como consecuencia de las trayectorias laborales, proceso cuáles son las raíces más profundas de los actuales desajustes, que
que aqueja a nuestras sociedades actuales, para concluir con un tienen que ver con la orientación, los fines, el sentido y el contexto
análisis de las relaciones de trabajo, identidad y acción colectiva. social del crecimiento tecnológico y económico”.
El Director General de la Organización Internacional del Trabajo,
Guy Ryder, tras reconocer la necesidad imperiosa de reunir los
El debate del futuro del trabajo en el mundo conocimientos a nivel mundial para forjar el futuro del trabajo que
En el ámbito de Europa, aunque las predicciones son siempre queremos, lanzó en 2003 la iniciativa del centenario relativa al futuro
arriesgadas y los científicos sociales que tratan de profetizar suelen del trabajo, creando una unidad específica en la Oficina, como un paso
equivocarse, el profesor inglés Richard Hyman toma el desafío y importante para entender mejor los cambios que estamos atravesando
reconoce tres hipótesis sobre el futuro de las relaciones laborales. y elaborar soluciones políticas eficaces para configurar el futuro del
La primera, a la que antecede el subtítulo que identifica como “de mal trabajo, articulando el debate en torno a las denominadas cuatro
en peor” y el autor juzga como la más realista, contempla el deterioro “conversaciones del centenario”: i) trabajo y sociedad; ii) trabajo
persistente de los sistemas nacionales y de las condiciones de trabajo, decente para todos; iii) la organización del trabajo y la producción; y iv)
evidenciando un creciente aumento de la informalidad y el declive de la gobernanza del trabajo, convocando a la participación de pensadores
la tasa de sindicación, siguiendo la tendencia actual desde los acuerdos y expertos internacionales que lideran el debate en cada uno de estos
de posguerra enmarcados en una fuerte hegemonía del denominado temas, para abordar las perspectivas y los distintos puntos de vista,
neoliberalismo. entre ellos a los representantes de los interlocutores sociales sobre el
futuro del trabajo.
La segunda imagina una reforma desde las élites que reinventaría
las relaciones laborales y protegería a los trabajadores siguiendo una En este marco un grupo de expertos de distintas nacionalidades,
política social ideal, que implica un cambio en la política pública, ante la pregunta ¿Qué futuro le espera a la relación de trabajo ante
cuyos principios básicos se encuentran resumidos hace diez años estos desafíos complejos?, propuso considerar tres escenarios para la
en el seno de la Comisión Mundial sobre la Dimensión Social de la discusión.
Globalización de la Organización Internacional del Trabajo, a la que En el primer escenario, la relación de trabajo mostrará resiliencia
supone la más deseable pero improbable dada la prioridad otorgada ante los retos difíciles. Sin embargo, este escenario depende de dos
a las consideraciones financieras y a la competencia mundial en supuestos fundamentales: 1) la relación de trabajo típica mantiene su
una globalización económica con dominación de las corporaciones estatus como modelo predominante, principalmente en los países en
multinacionales. desarrollo y 2) las formas atípicas de empleo se manejan de tal modo que
La tercera supone un nuevo movimiento de oposición desde las bases benefician tanto a las empresas como a la mano de obra y, por lo tanto,
que confrontaría a los sindicatos con el gran desafío de movilizar fomentan la estabilidad del mercado de trabajo. Ambos supuestos,
a través de la solidaridad a los descontentos fuera de sus filas y principalmente el segundo, podrían no ser del todo realistas.
construir una nueva identidad colectiva y una voluntad de actuar, al En el segundo escenario, la relación de trabajo se adapta a la nueva
estilo de una revolución de los oprimidos, la nueva clase peligrosa o el
“precariado” en proceso de constitución como lo define Guy Standing,
a pesar que en estudios comparados recientes de sindicatos en Europa
se han encontrado amplias pruebas de comportamientos de cautela,

243
realidad y sigue su evolución histórica. Esta adaptación supondrá de democratizar la economía mundial y de crear una sociedad más
una serie de intervenciones en materia de políticas junto con dos ejes sostenible desde el punto de vista ecológico”.
complementarios principales: a) fortalecer las condiciones laborales En relación al impacto de los cambios en el Derecho del Trabajo, el
en trabajos atípicos y b) asegurar que todos los trabajadores tengan profesor francés y miembro de la Comisión Mundial sobre el Futuro
acceso a condiciones laborales mínimas, independientemente de su del Trabajo de la OIT, Alain Supiot, al participar del debate sobre la
estatus contractual. reforma del Código de Trabajo francés, manifestó que “la primera
El primer grupo de medidas políticas “llenaría los vacíos normativos”, condición para semejante reforma sería ampliar, como su nombre lo
principalmente al eliminar las diferencias clave en las condiciones indica, el derecho del trabajo “más allá del empleo” para incluir todas
laborales según el tipo de contratación laboral y al fortalecer la las formas de trabajo económicamente dependiente. La revolución
representación de los trabajadores y la función de la negociación digital y el modelo de la start-up rejuvenecen la esperanza de una
colectiva.El segundo grupo tendría por finalidad empoderar a los emancipación basada en el trabajo independiente y las pequeñas
trabajadores mediante: la protección social, una transición sin cooperativas. Pero la realidad es más bien la de desdibujar la distinción
obstáculos en el mercado de trabajo (por ejemplo, del desempleo al entre trabajo independiente y subordinado, porque el trabajador se
empleo), oportunidades de trabajo (por ejemplo, políticas fiscales y de encuentra atrapado en vínculos de lealtad que implican la reducción
inversión) y apoyo a la asistencia. más o menos fuerte de su autonomía”.
En el tercer escenario, se proponen varias ideas para cambiar la relación Desde la economía, el filósofo y economista indio de etnia bengalí,
de trabajo actual (típica) de manera considerable, que incluyen:a) ganador del premio Nobel, Amayrta Sen, ha realizado contribuciones
Nuevo contrato de trabajo: un contrato de trabajo único que eliminaría importantes a los conocimientos económicos a través del análisis
la distinción entre contratos permanentes y temporales y aumentaría de diversas cuestiones inherentes al problema de la pobreza, tales
el nivel de protección del trabajador con antigüedad. La finalidad de como el de la compatibilidad entre las necesidades y valores de
este enfoque es abordar el fenómeno de la segmentación del mercado los individuos con los del conjunto de la sociedad, la distribución
de trabajo entre trabajadores permanentes (“agentes internos”) y del bienestar en sociedades de diferentes países y los factores que
trabajadores temporales (“agentes externos”), b) Nueva seguridad subyacen en la aparición de las hambrunas. Además, ha revolucionado
de ingresos: introducir o fortalecer componentes redistributivos y no el desarrollo de los indicadores económicos y sociales a partir de su
contributivos de protección social para proteger principalmente a los concepto del enfoque de las «capacidades», que serían las capacidades
grupos de personas vulnerables (incluidas las que participan en formas de las que cada persona dispondría para poder convertir sus derechos
atípicas de empleo, principalmente los trabajadores independientes). en libertades reales, importando ello una cosmovisión diferente en la
En su forma más radical, este enfoque permitiría que todos los búsqueda del trabajo decente a futuro.
ciudadanos tengan acceso al sueldo mínimo, independientemente de Por último, la socióloga y filósofa francesa, Dominique Medá, ha
su empleo, edad y género y se conoce como ingresos básicos y c) Nuevas realizado interesantes contribuciones sobre el valor del trabajo
formas de organización: se están desarrollando estrategias efectivas y sosteniendo que “nuestras sociedades son, como lo escribía Habermas,
transformadoras de organización mediante empresas cooperativas y `sociedades fundadas en el trabajo`. El trabajo es el fundamento del
otras empresas de economía social y solidaria, principalmente en la orden social y determina ampliamente el lugar de los individuos en
transición hacia el trabajo por cuenta propia e independiente. En las la sociedad. Es el principal medio de subsistencia y ocupa una parte
economías desarrolladas, los trabajadores independientes –por cuenta esencialde la vida de los individuos. Trabajar es una norma, un `hecho
propia– han empezado a reunirse para formar cooperativas con el fin social total`”.Y además formula una distinción útil para el abordaje
de compartir costos y servicios. Esta forma de organización les permite de los distintos análisis sobre el futuro del trabajo, al afirmar que
gozar de los derechos y prestaciones que normalmente se otorgan a “hoy vivimos con un concepto del trabajo que es un conglomerado, el
los trabajadores en una empresa tradicional y, al mismo tiempo, les producto de la yuxtaposición y del agrupamiento no repensado de tres
da igualdad de opinión sobre la administración de la empresa. En las dimensiones del trabajo: el trabajo como factor de producción, como
economías en desarrollo, la ambigüedad de las relaciones de trabajo esencia del hombre y como sistema de distribución de los ingresos, de
en la economía informal ha llevado a los trabajadores de la economía los derechos y de las protecciones”.
informal, como los trabajadores domésticos, a formar empresas
cooperativas. Además, tras realizar un análisis de la función social del trabajo
en Occidente se formula preguntas evitando todo prejuicio para
Además, en el marco de la Comisión Mundialsobre el Futuro del replantear la cuestión:¿Si el trabajo sólo fuese una invención reciente
Trabajo, se han conformado seis grupostemáticos sobre el papel del que nuestras sociedades han considerado necesaria dentro de un
trabajo para los individuos y la sociedad, la persistente desigualdad contexto histórico determinado, siendo así un fenómeno fechable que
laboral de las mujeres en todo el mundo, la tecnología al servicio del podríamos dejar atrás? ¿La firme voluntad de los poderes políticos
desarrollo social, ambiental y económico, la gestión del cambio durante actuales de «salvar el trabajo» acaso no traiciona la dificultad ante
cada fase de la educación, los nuevos enfoques para el crecimiento y el la que nos encontramos para pasar a otra época en la que el trabajo
desarrollo y la futura gobernanza del trabajo. dejaría de ser tal vez un valor central? La autora que exhorta a
El economista estadounidense Jeremy Rifkin sostiene que “después desencantar el trabajo,exige que tomemos conciencia de la estrecha
de años de previsiones optimistas y de falsas expectativas, las relación entre la ideología del trabajo y las medidas políticas que se
nuevas tecnologías en los campos de los ordenadores y de las proponen, sin perjuicio de que todo ciudadano tiene la aspiración de
telecomunicaciones están, finalmente, produciendo los impactos realizar una actividad digna que dé sentido a su vida.
largamente anunciados sobre el mercado laboral y sobre las economías
nacionales, llevando a las diferentes comunidades que conforman
nuestro mundo actual al inicio de una tercera gran revolución Reflexiones finales
industrial. De hecho, millones de trabajadores ya han sido eliminados La traumática revolución en la matriz del mundo del trabajo ha puesto
de los procesos económicos y los diferentes tipos específicos de a prueba la resiliencia y estrategias de adaptación del Estado y los
empleo han sido reducidos en importancia o bien reestructurados o actores sociales para sustentar un sistema laboral global de protección
han desaparecido (…)Durante la práctica totalidad de la era moderna y justicia social.
el valor de las personas se ha medido por el rendimiento que produce Las transformaciones producidas por las innovaciones tecnologías, las
su trabajo. Ahora que progresivamente el valor del producto hecho por nuevas formas de organización y producción del trabajo, los fenómenos
el hombre tiende a ser más insignificante e irrelevante, en un mundo demográficos y climáticos y la creciente inequidad y desigualdad en
cada vez más automatizado, se deberán explorar nuevas formas de el mercado laboral, se suman a permanentes desajustes políticos,
definir el valor de la persona y de las relaciones humanas”. económicos y sociales.
Asimismo, expresa que “en una economía de intercambio en el La naturaleza de los cambios es tan profunda, que se impone la
mercado, los beneficios proceden de los márgenes. (…) Cada parte necesidad de una emergencia y estabilización ante la erosión de
que interviene en este proceso aumenta los costes de transacción la relación de trabajo típica, lo que ha motivado un replanteo sobre
añadiendo un margen de beneficio que justifique su participación. la función social del trabajo, la calidad y cantidad del empleo, la
Pero ¿qué ocurriría si el coste marginal de producir y distribuir un libro organización del trabajo y la producción y la gobernanza del trabajo.
cayera en picado hasta aproximarse a cero? La respuesta es muy fácil
Las fronteras de las relaciones laborales se redefinen y surgen
porque ya está sucediendo” y afirma que “en la escena mundial está
movimientos alternativos de protección de trabajadores, y se ensayan
apareciendo un sistema económico nuevo: el procomún colaborativo.
Es el primer paradigma económico que ha arraigado desde la llegada
del capitalismo y el socialismo a principios del siglo XIX. El procomún
colaborativo está transformando nuestra manera de organizar la vida
económica y ofrece la posibilidad de reducir las diferencias en ingresos,
244
estrategias que fortalecen los componentes redistributivos y no consecuencias a futuro, pero las organizaciones y actores sociales
contributivos de protección social para proteger a grupos de personas asumen tímidamente su propia degradación identitaria y la necesidad
vulnerables sin empleo, con empleo precario o que participan en de su expansión y reestructuración funcional, a la vez que muchos
formas atípicas de empleo. están sumidos en la defensa de concepciones tradicionales que ya
Los diversos escenarios se encuentran en plena ebullición, y quienes se resultan arcaicas, mientras se clama por la reconstrucción de un nuevo
aferran a defender una salida dentro del paradigma actual del contrato sistema global e integrado de protección sociolaboral que asuma los
de trabajo se encuentran con innumerables limitaciones, mientras se retos y desafíos que le reclama el presente, caso contrario se corre
presentan distintas propuestas de expansión del núcleo originario de un alto riesgo de quedar atrapados en un esquema concebido en un
dependencia laboral sin lograr dar respuestas definitivas a la crisis del pasado que se resquebraja.
modelo laboral instaurado y consolidado en el siglo X X.
Sin embargo, las instituciones ponen el foco en debatir una nueva
explicitación conceptual del trabajo, las estrategias de supervivencia
del sistema y sus consecuencias a futuro, pero asumen tímidamente
y a fuego lento su propia degradación identitaria y la necesidad de su
expansión y reestructuración funcional.
Los Estados apremiados por sus urgencias políticas intentan evitar la
propagación de conflictos laborales y sociales, articulando políticas
conyunturales que intentan desactivar temporalmente las crisis
desestabilizadoras de sus propios gobiernos.
Los sindicatos se abroquelan dentro de sus conquistas y no reaccionan
de manera significativa ante el crecimiento de movimientos alternativos
de protección de trabajadores que son reconocidos legalmente o se
imponen por la fuerza de los hechos.
Las empresas se reconvierten a un ritmo lento e incorporan tecnología
a medida de sus posibilidades económica, intentando la mayoría de
ellas estrategias de supervivencia ante una globalización que concreta
cada vez más sus amenazas de cierre para los pequeños y medianos
emprendimientos.
Los jueces, abogados y académicos defienden sus concepciones de
antaño y su lugar en el mundo profesional, anclados muchas veces
por sus trayectorias identitarias y cosmovisiones tradicionales,
autolimitando sus posibles contribuciones sin preconceptos al análisis
y reconstrucción del futuro del trabajo.
En este marco, cobra relevancia el trabajo del profesor de psicología y
leyes de la Yale Law School, el estadounidense Dan M. Kahan, conocido
por su teoría de la cognición cultural, que afirma que los individuos
suscriben o no a una aseveración de acuerdo con lo que consideren que
los acerca o losaleja de la pertenencia al grupo con el cual comparten
valores. En otras palabras, generalmente nos interesa más la
pertenencia al grupo que el valor de verdad de aquello que pensamos.
Por eso, es tan difícil llegar a consensos en temas tan complejos desde
el punto de vista conceptual y tan ligados a las creencias religiosas o a
la cosmovisión de cada grupo.
Así, los respetables académicos, jueces y abogados que avalan una
Carta Sociolaboral Latinoamericana ,resisten desde un enfoque
conservador -salvo algunas excepciones- con eje en la centralidad
del trabajo y la defensa de un derecho del trabajo clásico -a pesar que
reafirman los innegables cambios que enfrentamos- que solo cubre a
un tercio de la población económicamente activa en el mundo.
Por otra lado, gobiernos, sindicatos y empresarios de América,
recientemente reunidos impulsados por la Organización Internacional
del Trabajo, acordaron una declaración para construir un mejor futuro
del trabajo remarcando la necesidad de actuar en múltiples ámbitos
como las políticas de desarrollo productivo, un entorno propicio
para la creación y el desarrollo de las empresas, el respeto de los
principios y derechos fundamentales en el trabajo, la libertad sindical
y la negociación colectiva, la transición de la economía informal a la
formal, el desarrollo de la fuerza laboral, la sostenibilidad ambiental y
enfrentar los efectos en el empleo del cambio climático, la igualdad de
oportunidades y alcanzar mayor justicia social, reducir la pobreza, la
discriminación y las desigualdades de ingreso, responder a las nuevas
y diversas formas de empleo creadas por las revoluciones tecnológicas
y los nuevos modelos de negocios, la protección social, una transición
justa, en el marco de las conclusiones relativas al logro del trabajo
decente, los empleos verdes y el desarrollo sostenible, fomentar
el empleo juvenil basado en los derechos y productivo, acelerar la
erradicación del trabajo infantil, prevenir y combatir la discriminación
contra pueblos indígenas y poblaciones afrodescendientes, las
personas con discapacidad, las personas con el VIH y el sida, las
personas adultas mayores y las poblaciones LGBTI, la igualdad de
género y la no discriminación en los mercados de trabajo, la migración
laboral, etc., todo ello deviene en declamaciones generales muy loables
por cierto, pero que distan de concretarse efectivamente en la diversa
y contradictoria realidad que enfrentan los países en el mundo.
Así, en todo el mundo, y en especial en Latinoamérica, se encuentra
abierto un debate intelectual y político sobre la explicitación
conceptual del trabajo, las estrategias de supervivencia y sus

245
A duvidosa constitucionalidade do aplicáveis a este regime (designadamente em matéria de contratos
regime do contrato de trabalho a sucessivos e de limite de renovações (artigo 7.º/2)) e tal não acontece
no que toca à indicação de motivo, é de aplicar o disposto no CT, ou
termo dos profissionais de espetáculo: a seja, é necessária a indicação de motivo. A outra posição defende
experiência portuguesa e o contributo que o legislador pretendeu que os contratos a termo para o setor do
de direito comparado espanhol espetáculo fossem celebrados independentemente do motivo.
Joana Neto Júlio Gomes (2010:214) critica a norma em apreço dizendo que o
legislador terá “cometido uma generalização excessiva” ao permitir
a contratação a termo para todas as atividades de espetáculos,
A figura do contrato a termo, regulada pela lei 4/2008, de 07 de denotando que deveria ser dado um tratamento distinto às atividades
fevereiro, que define o regime jurídico do contrato dos profissionais de abrangidas.
espetáculo tem contornos próprios, distintos dos previstos no Código
A este respeito, diz Margarida Porto:
do Trabalho, nomeadamente a inexistência dos limites do regime
comum quanto à motivação, à duração e à celebração de contratos “Não faz sentido dizer que a celebração só é admitida para a satisfação
sucessivos. de necessidade temporária da empresa e permitir que a duração
seja superior à duração dessa necessidade, sob pena de, decorrido
Esta solução suscita questões de constitucionalidade resultantes da
o período da necessidade temporária, já não se poder dizer que o
dificuldade de compaginar a aceitação da celebração de contratos
contrato a termo visa satisfazer a necessidade temporária, uma vez
precários de forma ilimitada, com o princípio da segurança no emprego,
que ela já não existe.”
consagrado no artigo 53.º da CRP (Constituição da República
Portuguesa) e com o Direito da União Europeia, designadamente Entende a autora que, não se estabelecendo na lei, designadamente
com a Diretiva 1999/70/CE do Conselho de 28 de junho de 1999 que no n.º2 do art. 7.º da Lei n.º4/2008, qualquer limite às partes quanto
pretende combater o recurso abusivo a contratos de trabalho a termo à duração estipulada, a não ser o prazo máximo dos seis anos, dá-
sucessivos. se liberdade de estipulação do prazo do contrato e não faz sentido
exigir que o contrato a termo seja celebrado apenas para a satisfação
A possibilidade de, no quadro desta atividade, serem realizados
de necessidades temporárias. Em favor deste entendimento aponta o
trabalhos pontuais não implica assumir que esta atividade seja por
facto de a lei admitir “a celebração de contrato de trabalho a termo
natureza transitória. Assim sendo, repensar o regime do contrato a
resolutivo, certo ou incerto, para o desempenho das actividades
termo pressupõe um esforço de compatibilização entre a especificidade
artísticas enunciadas na lei em questão” e desvaloriza o teor do art.
do setor e o princípio da segurança no empregorespeitando o direito
7.º, n.º3 que apenas exclui a aplicação das normas do CT referentes
comunitário e constitucional.
à matéria da duração do contrato a termo. Segundo Margarida Porto
Como contraponto, o regime espanhol contempla uma tipologia não é necessário indicar motivo justificativo do termo, posição que
alargada de contratos (como o contrato por uma temporada ou o parece pouco consentânea com o espírito da lei e com a Constituição.
contrato pelo período em que uma obra permaneça em cartaz) e
Salvo melhor opinião,deverá haver justificação do motivo da celebração
prevê uma preferência pela contratação a termo, combinada com
do contrato, desde que se indique como motivo a celebração de um
uma enumeração taxativa dos pressupostos para a sua celebração.
determinado espetáculo, como parece resultar do disposto no n.º1 do
A jurisprudência considera esta previsão legal uma mudança
artigo 7.º. A ausência de limites de renovações é um mecanismo de
estrutural face à preferência pela contratação sem termo, que deixa
flexibilização que decorre da natureza da atividade, como por exemplo,
margem à escolha livre entre contratação por tempo indeterminado
a reposição de um espetáculo que, devido à adesão do público, vai
e a contratação a termo. Esta tipologia de contratos a termo, que não
sendo sucessivamente reposto, mas não deixa de corresponder a uma
admitem prorrogações, suscita também questões, nomeadamente
necessidade temporária.
quanto aos seus efeitos, designadamente de uma obra/espetáculo
que permaneça em cartaz, depois de esgotada a duração prevista do É de salientar que o artigo 2.º, da lei 4/2008, determina a aplicação
mesmo. Façamos o confronto entre o regime jurídico português e supletiva do CT em matérias em que, como é o caso das condições
espanhol nesta matéria: de admissibilidade do contrato de trabalho, a lei é omissa. Ora, é
defensável concluir que se o legislador quisesse determinar que as
condições de admissibilidade não estariam sujeitas às regras do CT
a) Regime Jurídico Português teria feito essa consagração expressa, tal como aconteceu com as
A lei 4/2008, de 07 de fevereiro, que regula o regime jurídico do regras dos contratos sucessivos e do limite de renovações.
contrato dos profissionais de espetáculo prevê duas modalidades Em suma, entendo que o legislador pretendeu significar que a
de contratação: o contrato a termo resolutivo, certo ou incerto, para celebração de um espetáculo pode ser motivo para a formalização de
desempenho de atividade artística, técnico-artística ou de mediação um contrato a termo, bastando a sumária indicação do mesmo. No
(artigo 7.º) e o contrato por tempo indeterminado com exercício entanto, daqui não retiro que haja liberdade total para a celebração
intermitente da prestação de trabalho (artigo 8.º). de contrato a termo. O contrato a termo pode ser celebrado quando
À semelhança do que acontece no regime do contrato de trabalho existam necessidades temporárias que o fundamentem embora, para
desportivo e do contrato de trabalho doméstico, a lei em apreço que o motivo seja válido e respeite o preceituado na lei e no CT, se
consagra um regime de contrato a termo distinto do que vigora no baste com a menção ao espetáculo em apreço.
regime geral do CT. Naturalmente que a validade desse contrato está também dependente
Nos termos do n.º 1, do artigo 7.º da Lei, é possível encontrar no regime de, em concreto, se verificar se estamos perante uma necessidade
da contratação a termo dos profissionais de espetáculo, um conjunto temporária e da adequação entre esse motivo e a sua duração, mesmo
de fatores distintivos que contendem com a inexistência das limitações considerando que nestes contratos não há lugar às limitações do CT
próprias da contratação a termo quanto à motivação, à duração e à sobre contratos sucessivos. Assim sendo, acompanho, em parte, a
celebração de contratos sucessivos. fundamentação de Palma Ramalho (2018:233-234), para quem “o
Há na doutrina quem extraia deste enquadramento uma “intenção desempenho de actividade artística para um espectáculo público é,
clara de abertura à contratação laboral a termo no sector das artes, em si mesmo, um fundamento objectivo para a celebração do contrato
que contraria a tendência restritiva da lei laboral geral relativamente a termo”, não sendo necessário recorrer à cláusula geral do art. 140
a esta modalidade de contratos de trabalho”(Palma Ramalho, 2018: n.º1, para a celebração de contrato a termo certo, nem às situações
234). Para esta autora a possibilidade de rotação de trabalhadores taxativamente previstas no n.º3 do mesmo artigo, para a celebração do
é uma mais-valia para empregadores e trabalhadores. Esta perceção contrato a termo incerto. No entanto, ressalvo que discordo da autora
parece desfasada da realidade, atentas as denúncias recorrentes de na parte em que defende que “as partes podem optar livremente pela
precariedade no setor, nomeadamente no que toca ao recurso abusivo celebração de um contrato por tempo indeterminado ou a termo e,
a contratos de prestações de serviços (falsos “recibos verdes”) e a neste caso, pela aposição de um termo certo ou incerto ao contrato”.
trabalho não declarado. Pelo contrário, considero que a opção pela celebração de uma das duas
modalidades de contrato deve observar uma lógica de adequação entre
Margarida Porto (2015:733-756), a este respeito, lança um conjunto o motivo da celebração e a sua duração e, nomeadamente, atender ao
de questões que resultam da omissão de respostas claras quanto às tipo de necessidade em causa: temporária ou permanente.
consequências práticas de um regime que se afasta do regime geral.
Uma das questões prende-se com a existência, ou não, de liberdade
de celebrar contrato a termo, sem indicação de motivo. A este respeito
existem duas posições doutrinais distintas. A que considera que
se existe referência expressa a normas do regime geral que não são
246
A interpretação de que a necessidade não tem que ser temporária superior valor probatório”, ou seja, a formalidade será ad probationem.
esvazia de sentido a consagração expressa desta possibilidade e Segundo a autora não resulta claro da lei que a exigência de forma do
estabelece um nexo causal entre a prestação de uma atividade artística contrato a termo seja apenas para prova de declaração, razão pela qual
e a precariedade congénita. a forma exigida pelo n.º2 do artigo 10.º, não pode ser substituída por
Para Joana Vicente (2018:264): outra. Acompanho esta interpretação.
“a garantia da segurança no emprego não se exaure na proibição No que toca à consideração do contrato como sem termo, em
de despedimentos sem justa causa ou por motivos políticos ou conformidade com o disposto no n.º1, do artigo 147.º do CT, por
ideológicos, mas implica a necessária evitação, por parte do Estado em desrespeito da forma escrita, a questão põe-se em saber se é uma
geral e do legislador em particular, de situações injustificadas de solução adequada à especificidade do regime do contrato a termo,
precariedade laboral. Ora, o contrato de trabalho a termo contende plasmada na Lei 4/2008.
necessariamente, por sua própria natureza, com a garantia da Júlio Gomes (2010:217), ao contrário daquilo que parece defender
segurança no emprego, nesta sua dimensão mais ampla, justamente Margarida Porto (2015:740-743), considera que a consequência
por instituir uma situação de precariedade laboral.” da falta de redução a escrito do contrato a termo do artista de
O Acórdão da Relação de Lisboa, de 23/10/2013, Processo n.º espetáculos é que se considere o contrato sem termo, dado que
4587/10.1TTLSB.L1-4, Relatora Francisca Mendes, relativo ao contrato entende não colidir com a especificidade do contrato e pelo facto de
a termo celebrado entre uma bailarina e a Companhia Nacional de tal não ser expressamente excluído pelo artigo 7.º, da Lei 4/2008, que
Bailado refere a aplicação do regime do Contrato de Trabalho sendo regula a contratação a termo. A posição de Júlio Gomes é, salvo melhor
que, no caso em apreço, era aplicável ainda o Decreto-Lei n.º 23/2004, opinião, mais consentânea com o preceito constitucional da segurança
de 22 de junho que aprovava o regime jurídico do contrato individual no emprego.
de trabalho da Administração Pública. A defesa de uma terceira via, isto é, considerar que o contrato não
Assim, a jurisprudência tem vindo a adotar posições distintas na reduzido a escrito é nulo, nos termos do artigo 220.º do CC, é feita
matéria em apreço. com base no argumento, algo estéril, de que não está prevista a
consequência para inobservância da forma escrita na Lei 4/2008.
Por um lado, há os que consideram ser de aplicar as regras do CT,
designadamente as regras de obediência, formais e materiais, aí Uma outra questão que importa avaliar Margarida Porto (2015:743-
contempladas, em matéria de contratos a termo, quanto à verificação 745) prende-se com os efeitos da manutenção do exercício da atividade
de um motivo justificativo e de uma necessidade temporária da esgotado o tempo estipulado ou após a verificação do motivo da sua
empresa - entendimento adotado pelo Tribunal da Relação de Lisboa, celebração.
relativamente aos contratos a termo sucessivos celebrados entre Neste caso, funciona a regra do n.º 2, do artigo 147.º do CT, solução
bailarinos e a CNB. Por outro, e este foi o sentido do Supremo Tribunal defendida por Júlio Gomes (2010:215), para quem, se o contrato não
de Justiça, contrariando a posição adotada pela Relação - há os que contemplar uma cláusula que preveja a sua renovação e continuar a
consideram não ser necessária a indicação de motivo. ser executado para além do termo, converte-se em contrato por tempo
O Acórdão do STJ, 4.ª secção, de 21 de abril de 2016, Processo n.º indeterminado.
2716/13.2TTLSB.L1.S1, Relatora Ana Luísa Geraldes, considerou, Esta solução parece-me a única compatível com o princípio
a propósito de um bailarino, com a categoria de “Corpo de Baile”, constitucional da segurança no emprego e com a lógica de privilegiar
desnecessária a indicação dos motivos que conduziram à contratação o contrato por tempo indeterminado, em lugar dos contratos a termo.
do trabalhador profissional de espetáculos e não estar a entidade A solução, levantada por Margarida Porto (2015:715), da caducidade
empregadora “obrigada a indicar os motivos justificativos para parece ir ao encontro da posição daqueles que defendem a invalidade
a aposição do termo, para além do que consignou nos contratos como consequência da falta de redução a escrito do contrato.
celebrados com o A: a natureza artística da actividade a prestar
destinada à realização de espectáculos ou eventos públicos”. Acolhendo Aludir aqui a, como refere), à vontade das partes aquando da
a posição doutrinal de Pedro Furtado Martins, entendeuainda não ser celebração do contrato é, não só, uma tarefa condenada ao insucesso
devido o pagamento de compensação por caducidade de contratos a como levaria, necessariamente, a uma situação de desvantagem
termos irrenováveis. inaceitável do trabalhador num ramo de Direito que pretende tutelar a
parte mais fraca na relação.
Na senda desta posição, o Acórdão do STJ de 201691 considerou que,
atendendo à natureza jurídica do contrato de trabalho dos profissionais Em conclusão, parece-me que a consequência da continuação do
de espectáculo, a liberdade dada às partes para que possam celebrar exercício da atividade, após o decurso do tempo estipulado no contrato
tais contratos a termo com a duração que bem entenderem (com o a termo consentânea com a lei, nomeadamente com o disposto, no n.º2
limite máximo de 6 anos), e sem renovações automáticas, pelo que do artigo 147.º do CT, e com a C.R.P., é a da conversão do contrato em
não exige a indicação do motivo justificativo, em concreto, para a sua contrato sem termo.
celebração.” Segundo esta conceção o contrato de trabalho a termo iv)Aplicação (ou não) dos prazos de denúncia contemplados no CT
pode ser celebrado desde que as partes assim o entendam. Relativamente aos prazos de denúncia, não havendo essa previsão
Em coerência com o posicionamento adotado anteriormente considero expressa, é aplicável o disposto no CT, por força das normas que
ser exigível a motivação e uma adequação entre a motivação e a determinam a sua aplicação subsidiária.
duração do contrato, sendo que a motivação se basta com a indicação v)Compensação (ou não) aquando da cessação dos contratos. No
sumária do espetáculo ou atividade a realizar. que toca à compensação aquando da cessação do contrato a mesma
Coloca-se ainda a questão de saber quais são as consequências da será devida, de acordo com o regime geral, a menos que conste
falta de redução a escrito do contrato. Da falta de redução a escrito expressamente no contrato que o mesmo não se renova. No entanto,
do contrato podem resultar, segundo Margarida Porto (2015:740) três mesmo nestes casos, o pagamento da compensação é justificado,
efeitos: atenta a precariedade do vínculo e facto do trabalhador, no momento
i)Pode continuar a considerar-se um contrato a termo, por se entender da assinatura do contrato e até à sua cessação estar constrangido na
que é uma formalidade ad probationem, isto é, substituível por outro sua liberdade. Esta matéria é, no entanto, controvertida na doutrina.
meio de prova;
ii) Adotar-se a solução do CT para os contratos a termo que não b) Regime jurídico espanhol
respeitem a forma escrita, considerando-os sem termo, nos termos do O ordenamento jurídico espanhol prevê um conjunto mais alargado
n.º 1, do art.147.º; de modalidades de contratação:
iii)Considerar-se o contrato nulo por falta de forma. •Contrato para uma ou várias atuações (contrato é feito em função do
A possibilidade de se considerar uma formalidade ad probationem número de intervenções artísticas levados a cabo pelo tempo limitado
colide, esclarece a autora, com o disposto no artigo 364.º do CC que da sua execução);
prevê, no seu n.º1, que “quando a lei exigir como forma de declaração O acórdão STSJ de Madrid de 11 de março de 1996 (AS 1996, 1538)
negocial um documento particular este não pode ser substituído por refere-se a este contrato em relação à contratação de um artista que
outro meio de prova ou por outro documento que não tenha força vai acompanhar outro em determinadas atuações incluindo a seguinte
probatória superior”, ou seja, a formalidade será ad substantiam. No cláusula:
seu n.º2 estabelece-se que “se, porém, resultar claramente da lei que
o documento é exigido apenas para prova da declaração, pode ser
substituído por confissão expressa, judicial ou extrajudicial, contanto
que, neste último caso, a confissão conste de documento de igual ou

247
“O trabalhador com a categoria de músico acompanhara o artista nos do RD 1435/1985, e da aplicação supletiva do ET a esses contratos,
ensaios, preparativos, atuações, obras musicais e gravações, rodagens o que levaria a pensar que se está perante um contrato por tempo
para as tours que realizara para a empresa. O trabalhador ficara indeterminado, os tribunais qualificam a relação laboral dos artistas
responsável pela direção musical, técnica, artística e cénica da pessoa como temporária, uma vez que a presunção de temporalidade é muito
ou pessoas que, em cada momento, a empresa designe.” forte. videPorto, Margarida (2015:740).
A prestação do trabalho realizar-se-á por espetáculo. O contrato As partes são totalmente livres para escolher entre as quatro
poderá ser prorrogado antes do seu termo, ou no momento da sua modalidades de contratos a termo, previstas no artigo 5.º do RD, a que
finalização contraindo o empresário e artista a obrigação de encontrar lhes pareça mais conveniente sem que as condições e características
novas datas de atuação. do contrato imponham qualquer limite ou restrição a essa liberdade.
•Contrato a termo certo (as partes fixam a duração do contrato Em conformidade com o Acórdão do STS 16 de julho de 2010 (RJ
determinando o tempo durante a qual se desenrola a atividade 2010, 5014) (RECUD núm. 3391/1999):
artística); Este contrato é renovável, por mútuo acordo, antes do “a particular natureza da atividade artística exige não só a necessária
término pelo prazo que as partes fixarem, mas nada sendo dito renova- aptidão do trabalhador para a desempenhar em cada momento, como
se por igual período. Não há limites de prorrogação nem prazos a aceitação do público perante a qual a realiza, que obviamente pode
máximos. variar”. Por isso, na indústria do espetáculo “em que se inserem os
•Contrato por uma temporada (a duração é fixada em função da profissionais da música é necessário substituir e mudar de tempos a
temporada artística própria de cada atividade e admite prorrogação). tempos, as pessoas que desenvolvem a atividade para impedir
Existe resistência judicial para declarar como fixo o vínculo dos que diminua ou despareça o interesse do público”.
artistas mesmo perante vínculos descontínuos reiterados. Segundo a Esta posição tem presente uma ideia de não restrição uma vez que o
interpretação judicial a sucessão de temporadas não faz desaparecer o destino é o consumo público.
caráter temporário do vínculo.
A doutrina espanhola tece críticas a esta ideia de flexibilidade. Desde
•Contrato pelo tempo em que uma obra permaneça em cartaz. logo, o facto de a adaptação ser uma qualidade própria de todo o tipo
Segundo a doutrina (Alzaga Ruiz Baviera Puig, RomeraHernandez J: de contrato, e não só deste, pelo que se trata de uma concessão ao
2011, p.295): interesse comercial e às exigências de mercado.
“o objeto é constituído por serviços concretos de natureza artística Esta linha crítica considera que a interpretação dos tribunais do 5.1.
que gozam de autonomia própria dentro da atividade da empresa, isto do RD, é errada porque mantém a estrutura do art. 15.º do ET. A
é, a obra em cartaz, mas cuja execução, se bem limitada no possibilidade de escolha entre contratos por tempo indeterminado ou
tempo resulta em princípio de duração incerta já que se desconhece contratos a termo não põe em causa o pressuposto do emprego estável.
de antemão qual será o acolhimento por parte do público e durante Por outro lado, os pressupostos dos contratos a termo são diferentes,
quanto tempo se manterá o interesse do mesmo. Também mas isso resulta da adequação à especificidade da atividade artística e
o pessoal não artistadestes mesmos espetáculos ambos os preceitos contêm menção expressa à fraude à lei como limite
é contratado mediante esta modalidade de contrato a termo. Este à contratação a termo (15.3 do ET e 5.1. do RD).
contrato não admite prorrogação e segundo resulta do acórdão do STS
de 12 de novembro de 2012 (RJ 2012, 10427) o contrato permanece Em vários acórdãos é defendida a contratação a termo como regra geral
vigente enquanto a obra/espetáculo a par da admissão de forma restritiva dos artistas fixos descontínuos,
permaneça em cartaz, pelo que se voltar a ser feita uma apresentação designadamente, o STS de 15/julho/2004 (RJ 2004, 5362), o STS de
da/o mesmo/a não há causa lícita pela cessação do contrato pelo 17/maio/2005 (RJ 2005, 6414) e o do Tribunal Superior de Madrid, de
despedimento deve considerar-se improcedente.” 09 de abril de 2014 (JUR 2014, 133668). O acórdão do STSJ Madrid de
24 de julho de 2015 (Rec. 312/2012) (JUR 2015, 202871) relativo a uma
•Contrato fixo descontínuo. É de salientar que a jurisprudência não cantora de coro do Teatro da Zarzuela permite distinguir ambos os
considera como trabalhadores fixos descontínuos os músicos que pressupostos da contratação a termo e da contratação indeterminada
desenvolvam a sua atividade num hotel, mediante a celebração de na prestação de serviços de artistas. A sentença distingue, por um
contratos de duração determinada de seis meses, durante vários anos, lado, os cantores que fazem parte do coro de forma permanente e
uma vez que a regra é o contrato a termo. O acórdão do STS, de 15 de aqueles que são contratados para um objeto concreto – obras e datas
julho de 2004 (RJ 2004, 5362), admite a possibilidade de um artista determinadas no contrato, de natureza claramente a termo. Segundo
contratado por várias temporadas adquirir a condição de trabalhador resulta da sentença:
fixo descontínuo, mas o critério para o aferir é a existência de atividade
artística reiterada e não mutável, isto é, o critério da homogeneidade “a regulação desta relação especial é justificada pelo objeto da
da atividade contratada. A este respeito, ainda os Acórdãos do STSJ de prestação centrada nas concretas qualidades e aptidões artísticas
Ilhas Baleares de 17 de dezembro de 2007 (AS 2008, 755) e do STSJ que se desenvolvem no espetáculo que, combinada com a natureza da
de 18 de março de 2014 (AS 2014, 1348), determinando este segundo atividade, as mudanças e inovações nos espetáculos e, por vezes, como
que o incumprimento da obrigação de chamamento corresponde a um a que sucede, a necessidade de desempenho coletivo d a
despedimento tácito. atividade, tornando necessária essa específica e especial regulação”.

Neste ordenamento jurídico existe, por um lado, o artigo 5.º do Real No acórdão do Tribunal Superior de Justiça de Madrid, de 09 de abril
Decreto n.º1435/185, de 1 de agosto (RD) por el que se regula la de 2014 (JUR 2014 133668) está em causa uma:
relación laboral especial de los artistas enespectáculos públicos que “a contratação a termo para suprir necessidades normais e
estipula uma preferência pela contratação a termo e o artigo 15.º do permanentes, resultando patente a inexistência de um trabalho
Estatuto de los Trabajadores (Real Decreto Legislativo 2/2015, de dirigido à execução de uma obra entendida como a criação de uma
23 de octubre) (ET) onde se encontra uma enumeração taxativa dos coisa determinada dentro de um processo com princípio e fim e tão
pressupostos da contratação a termo. No entanto, nada impede que pouco existe um serviço determinado entendido com uma obrigação
possa invocar-se fraude à lei quando se produza uma conduta com de resultado que conclua com a sua realização. O actor desempenhou
aparência de legalidade que permita obter um resultado que não foi as funções normais da sua categoria profissional, sem sujeição a
pretendido pela norma legal que o contemplou. programação anual concreta, realizando as mesmas funções
Segundo a jurisprudência do Supremo, o artigo 5.º do RD rompe que os demais bailarinos pertencentes à companhia, não se justificando
com a tradicional preferência pela contratação sem termo e o artigo o motivo de celebração de contrato a termo. Além disso, não consta
15.º/1 admite tanto a contratação por tempo indeterminado como a que a cessação tenha sido determinada pela finalização de alguma
contratação a termo. concreta programação ou espetáculo, pelo que a extinção produzida
constitui um despedimento.”
A liberdade para determinar a duração do contrato é justificada pela
própria natureza temporária da atividade dos artistas. A especificidade do regime não seria posta em causase os limites de
renovações e da norma dos contratos sucessivos se passasse a aplicar.
A discussão em torno da falta de redução a escrito dos contratos A previsão atual, no ordenamento jurídico nacional, que afasta estes
também é feita na doutrina espanhola, a respeito do artigo 5.º do RD, limites não só suscita dúvidas de constitucionalidade, como também
que prevê que os contratos de trabalho dos artistas de espetáculos tem contribuído para que todos os organismos que poderiam e
públicos podem ser celebrados com duração determinada ou deveriam funcionar com um corpo artístico estável, nomeadamente
indeterminada.
Alzaga Ruiz (2005:73) considera que os contratos a termo que
não forem reduzidos a escrito se presumem, presunção ilidível,
contratos por tempo indeterminado. MartaAlamán (2005:78-79)
alertaque, apesar da forma escrita estar contemplada no artigo 3.º.
248
teatros e companhias nacionais, façam da contratação a termo regra, Reinvención del derecho del trabajo en el marco
sem quaisquer benefícios para a programação artística. de la economía global
Por outro lado, a introdução na lei de um conjunto de motivos de “Figurín ¿descartable? En la era del
celebração de contratos a termo dos profissionais de espetáculo
poderia dar uma resposta adequada à especificidade do regime.
contrato líquido”
Mariela Ines Laghezza
Poder-se-ia questionar se faria sentido a possibilidade de, à semelhança
do que acontece na legislação espanhola, se preverem outras
modalidades de contratação, de mais curta duração. No entanto, En la era de la modernidad y del contrato líquido se intenta desdibujar
parece-me que este regime não foi maturado o suficiente para que se la noción “trabajador”. Bajo la lógica del emprendedurismo y la
possam introduzir modalidades de contratação (por uma temporada independencia financiera, se pretende dejar de “ser empleado de”
ou pelo tempo em que uma obra permaneça em cartaz) que poderiam para convertirse en “empleado de sí mismo”. La estructura global de
ser perniciosas. redes de networmarketing y de consumo, a través de las plataformas
digitales provocan una crisis en la identidad del sujeto. Durante el
siglo pasado nos preguntábamos si uno ¿trabajaba para vivir? O ¿vivía
para trabajar?, hoy el interrogante se plantea a si ¿se puede vivir sin
Bibliografia trabajar?
Gomes, Júlio (2010),“Da fábrica à fábrica dos sonhos – primeiras reflexões
El presente ensayo analizará con especial detenimiento la relación
sobre o regime dos contratos de trabalho dos profissionais”, Novos estudos de
direito do trabalho, Coimbra Editora, 2010, p.197- 231; del mercado multi- nivel en las redes de consumo y cómo se desplaza
en la actualidad -bajo la utilización de plataformas digitales-al “ser
Martinez, Pedro Romano (2015), Direito do Trabalho, Almedina, Coimbra, pp.
717-718; trabajador” de la relación laboral. Asimismo, describiremos a los
nuevos consumidores y el cambio estructural que propone la cultura
Neto, Joana (2019), Na boca de cena da (des)regulação. O regime jurídico
do contrato de trabalhos dos profissionais do espetáculo, Editora Novembro
de independencia financiera.
(disponível em Outubro).
Ramalho, Maria Rosário Palma (2018), “O contrato de trabalho dos
profissionais de espectáculos: algumas notas”, Estudos de Direito do Trabalho
em homenagem ao Professor António Monteiro Fernandes, Vol. II, Capítulo IX,
Nova Causa, pp.224-246;
Ruiz, Alzaga (2005), “Contratación laboral temporal de artistas
enespectáculos públicos, Revista Jurídica de Deporte y Entretenimento, n.º 15,
ThomsonArazandi, p.139-150.
Porto, Margarida (2015), “Regime jurídico do contrato de trabalho dos
profissionais de espectáculos – algumas reflexões”, Para Jorge Leite Escritos
Jurídico – Laborais – Volume I, Coimbra Editora, Janeiro de 2015, p.733-756;
Vicente, Joana (2018), “A disciplina do contrato a termo dos profissionais de
espectáculo: relações de tensão entre a Lei 4/2008, de 7 de Fevereiro e a CRP
e o Direito da União Europeia”, Prontuário de Direito do Trabalho II, 2017, n.º
II, Almedina, p.259-270.

249
“Organización empresarial, utilización LA BIOTECNOLOGIA, FILIACION Y EFECTOS EN
de criptomonedas, y su influencia en los EL DERECHO LABORAL
contratos de trabajo”. Jimena Rodríguez Urizar
Ab. Lucas Petitti.
Ciudad de Córdoba, Provincia de Córdoba. *LA CIENCIA HIZO POSIBLE QUE UNA MUJER SIN PAREJA,
SIN UTERO, SIN OVULOS PROPIOS, PUEDA FORMAR UNA
FAMILIA:
RESUMEN PONENCIA CR AME CÓRDOBA - 2019
La biotecnología, ha posibilitado que una mujer sin útero, sin óvulos,
El avance tecnológico de las últimas décadas, sumado a la
sin pareja, pueda FORMAR una familia, esta posibilidad no está
reestructuración de las empresas para adaptarse a estos nuevos
regulada por el CC vigente en la república argentina, todo lo contrario.-
cambios, implica un necesario análisis jurídico de un elemento
que puede cambiar las formas clásicas de transacción en dinero: las Establece nuestro código civil, cuales son las fuentes de filiación, y así
criptomonedas. reza el art. 558:
Al ser un fenómeno actual que se presenta en la mayoría de los países Fuentes de la filiación. Igualdad de efectos. La filiación puede tener
del mundo, es importante estudiar el impacto que la utilización de las lugar por naturaleza, mediante técnicas de reproducción humana
mismas pueda tener en el ámbito del derecho laboral. asistida, o por adopción.---
Partiendo de la hipótesis acerca de si es posible que en un futuro este La filiación por adopción plena, por naturaleza o por técnicas de
tipo de monedas puedan ser utilizadas para abonar salarios, o utilizadas reproducción humana asistida, matrimonial y extramatrimonial,
para efectuar aportes y contribuciones al sistema de la seguridad surten los mismos efectos, conforme a las disposiciones de este
social, deberá analizarse también el componente patrimonial de las Código.
mismas en relación directa al concepto de patrimonio como garantía Ninguna persona puede tener más de dos vínculos filiales, cualquiera
común de los acreedores. sea la naturaleza de la filiación.
Ningún tipo de vinculación donde el dinero tome relevancia, es ajeno
a estas nuevas modalidades tecnológicas de pago. Así, la relación En el Código Civil Argentino vigente, cuando habla de la voluntad
que existe entre la prestación de una actividad lícita a favor de una procreacional, tampoco contempla este caso:
persona, a cambio de una remuneración –y las consecuencias que de
ello deriva-, exige prever un sistema a futuro que se adelante a posibles ARTICULO 562.- Voluntad procreacional. Los nacidos por las
arbitrariedades y ejercicios abusivos del derecho, en desmedro de los técnicas de reproducción humana asistida son hijos de quien dio a luz
intereses del trabajador. y del hombre o de la mujer que también ha prestado su consentimiento
previo, informado y libre en los términos de los artículos 560 y 561,
debidamente inscripto en el Registro del Estado Civil y Capacidad de
las Personas, con independencia de quién haya aportado los gametos.-
Pero como se ve, en ninguno de los casos se ha contemplado la citada
casuistica, en el que se autorizo un convenio mediante el cual una,
quien es la gestante del hijo de quien tiene la voluntad procreacional,
quien es la madre, y así lo reconocen en el mismo.-
El material genético, es de donantes anónimos, no pertenece ni a la
gestante, ni a la madre que es quien posee la voluntad procreacional,
con lo cual todos los análisis a los que se somete “la gestante”, es
solo a los fines de si está en condiciones óptimas de recibir el cigoto
(embrión / óvulo fecundado), que se ha formado, con material genético
(gametas: espermatozoide y óvulos) de donantes anónimos.
El pacto que se celebra, entre la gestante y la madre, debe contar con
sus firmas ,debidamente certificado ante escribano, que corroboren la
identidad de las firmantes, en el cual se deja en claro, que el hijo que
resulte, es de quien tiene la voluntad de tenerlo, pero no puede ser
homologado por S.S. de manera previa a someterse a la transferencia
( implantación del cigoto), pues solo se perfecciona cuando
efectivamente se le ha implantado a la gestante dicha embriodonación,
no antes, previo a ese momento, la “gestante” puede arrepentirse, más
no lo puede hacer luego de que se perfecciona este convenio, y eso
sucede en el momento en que se le transfiere el huevo o cigoto, esto es
el ovulo fecundado, en el útero de la “gestante”.
En este un fallo en Córdoba, de fecha: “seis de agosto de dos mil
dieciocho”, en autos AMT y OTRO- SOLICITA HOMOLOGACION,
por parte del Dr. BELITZK Y, Luis Edgard, JUEZ DE 1R A. INSTANCIA
, en Familia, se autorizó a que celebre un convenio entre las partes en la
que, la persona que prestaba su útero recibía una embriodonación, es
decir, material genético, masculino y femenino de donantes anónimos
y útero, todo ajeno, a la única persona que tenia “VOLUNTAD
PROCREACIONAL”, es decir, que sin la voluntad de la persona de
tener un hijo, ese útero no estaría ocupado por ese material genético
donado, y ese niño/a, no nacería.
El Juez a quien le fuera sometido el caso, determinó: “Declarar la
inconstitucionalidad del art. 562 del CC y C...., en cuanto determina
que la persona humana nacida mediante una técnica de reproducción
humana asistida, es hijo de quién la dio a luz y …. autorizar a la Sras.
AMT y PCMD, a concurrir al centro de salud de su elección habilitado,
llevar adelante la práctica biomédica de implantación de un embrión, y
se deberá inscribir a la persona humana así nacida, como hijo de quien
tiene voluntad procreacional “
Este fallo plantea y consagra una nueva fuente de filiación, no prevista

250
en el ultimo Código Civil, y consiste en que es padre o madre: quien garantiza en el comienzo de la vida de los niños, y todos los miembros
tiene la VOLUNTAD PROCREACIONAL, pues ese ser, solo viene que la integran deben tener acceso a las licencias laborales, entonces
al mundo, si existe esa voluntad de que exista, en contraposición con poder así salvaguardar de manera efectiva, el derecho a cuidar de las
la adopción, en donde luego de existir, los adoptantes, hacen propio a familias.-
quien biológicamente ya existe, el acto voluntario es posterior. Todos los “tipos” de familias, deberían tener acceso a estas
Entonces, estamos en un caso, en el cual una mujer soltera, sin pareja, LICENCIAS, que garantiza la tranquilidad necesaria, para poder
sin útero y sin óvulos, que tiene lo más importante, es el deseo de abocarse a la vida de los niños, en sus primeros estadíos, en Argentina,
formar una familia y tener un hijo, a eso es lo que se llama VOLUNTAD donde menos de la mitad de los padres o madres están cubiertos, y
PROCREACIONAL, y es lo único que no es suplantable, pues vemos existen grandes disparidades entre quienes acceden, entonces de
que como en este caso, todo es sustituible, o se suple, ( material esta forma el derecho de los niños a ser cuidados por sus padres y el
genético, no hace falta tener pareja, tampoco hace falta tener útero, derecho de los padres a cuidarlos, AL NO ESTAR GAR ANTIZADO,
ni gónadas) mas no puede dejar de existir esta VOLUNTAD DE se encuentra vulnerado, y sujeto al arbitrio de situaciones exógenas
QUERER TENER UN HIJO, esta es la “causa eficiente” requerible a la garantía de una ley que las contemple en todo el país, por lo cual,
para que ese hijo/hija, exista.- es NECESARIO, que estas modificaciones en obediencia a estas
Esta técnica es la solución para distintos tipos de parejas, y pone situaciones, sean plasmadas en el DERECHO DE FONDO.-
de resalto, las nuevas tipologías familiares, mono parentales (padre Un régimen NACIONAL, que sea coherente con el régimen de co-
o madres solas), padres del mismo sexo, y estos casos, requieren su parentalidad, y por ende al solo contemplar la licencia por maternidad,
debida regulación, “evitando deban someterse a procesos judiciales, como en la actualidad está, sin ABARCAR este caso que se planteo
con resultados diversos, y la incertidumbre que esto conlleva, y hasta (la embriodonación) dejando afuera algunos tipo de familia, torna
tanto, esta jurisprudencia, es la que suple estas lagunas legales”.- una INEQUIDAD que atenta en contra de un “sistema de cuidados
integral”, que hagan al ejercicio pleno de estos derechos, ante
determinadas situaciones.-
* LOS AVANCES EN LA CIENCIA Y NUEVAS TECNICAS
APLICADAS, PLANTEAN UN CAMBIO DE PAR ADIGMA EN EL Por lo tanto, si la equidad, es la JUSTICIA entre los iguales, por lo
DERECHO LABOR AL: tanto, toda persona que tenga una familia, (del tipo que fuere, sin
discriminaciones), tiene el derecho de cuidar de la misma, solo así
Las elaboraciones en el derecho, y el derecho laboral no es la excepción, podemos decir que el derecho laboral, es EQUITATIVO y COLOCA
proporcionan a determinados tipos de modelos de problemas, ciertas A TODO EL QUE TENGA UNA FAMILIA EN PIE DE IGUALDAD,
soluciones en una sociedad en la cual se plantea. El derecho laboral pues como está ahora, solo apaña y garantiza, SITUACIONES DE
como tal, tiene vida y es por definición, un derecho dinámico, es INJUSTICIAS, privilegiando solo a unos pocos.-
un derecho social, con mucha influencia y determinaciones y/o
definiciones, por parte de la jurisprudencia, que precisan alcances y Las licencias garantían el cuidado parental, porque dan el sosiego
perfiles de los distintos “institutos del derecho laboral”.- necesario de que se contará con ingresos, en los primeros meses de
vida de los recién nacidos, y estas deberían poder gozarlas en forma
El Derecho laboral “DEBE” evolucionar, y en este proceso, debe indistinta, por cualquiera de los adultos responsables, de toda familia.
buscar soluciones y dar respuestas a los diferentes los problemas que
se plantean en la sociedad, y estar atentos a distintos escenarios, El derecho a cuidar y ser cuidado se encuentra establecido, a nivel
nuevos estilos de vida, que se van bosquejando, y cuando el derecho internacional, en la Convención sobre los Derechos del Niño (art.
tal como está, no puede dar respuestas, cuando ya no se puede cumplir 18); en la Observación General N°7 (art. 29). La Convención también
con el “rol de ser un derecho social”, pues ha dejado de ser tal, y se ha establece, que todos los padres, esto es madre o padre, tienen las
quedado sin la capacidad de regular, sin contemplar ciertas situaciones, mismas obligaciones en lo que respecta a la crianza y el desarrollo del
entonces nos encontramos en frente a la crisis del paradigma, en torno niño (art. 18). En la Argentina, este derecho se encuentra reconocido
a ciertos aspectos que ya NO PUEDE RESOLVER, o RESUELVEN por la Ley nacional 26.061, que también establece la igualdad en
DE MANER A INDEFICIENTE.- términos de obligaciones y responsabilidades por parte de la madre y el
padre (art. 7), y por el nuevo Código Civil y Comercial, por lo tanto solo
Esto, junto con el uso de nuevas formas de interpretación, genera faltaría contemplar de manera expresa todas las formas de familias,
la necesidad de reubicar el paradigma para poder dar respuestas y como consecuencia necesaria que en el derecho laboral, las mismas
satisfactorias que surgen, esto es lo que se denomina una revolución sean valoradas como tal.-
científica, que es una solución a la crisis que vive el anterior paradigma,
que ya no era apto para dar respuesta.
En el DERECHO LABOR AL, actualmente, solo se ve contemplada *COMO CONSECUENCIA NECESARIA DE ELLO, PRESTAR
y consagradas, las licencias para madres de tipo BIOLOGICAS, ATENCION A LAS NUEVAS FORMAS DE FAMILIA
en donde el bien jurídico protegido, es establecer y fortalecer el Es por ello, que la modificación legal debe ser inclusiva, conteniendo
vínculo paterno-filial, fundamental en los primeros meses de vida, a todo tipo de familias, tradicional, la mono parental, con material
ENTONCES, debe contemplar, las consecuencias de la biotecnología, genético propio, o donado, con útero subrogado, o no, adopción o
prestar atención a las nuevas formas de familias; y regularlos, pues no, pero para que este beneficio que permita compatibilizar todos los
todos tienen el mismo derecho, de poder participar activamente en aspectos de la vida, sea realmente equitativo y comprenda a todos los
los primeros días de vida de sus hijos, por lo tanto se debe ampliar integrantes de la familia, es imprescindible que se consagren licencias,
el concepto de maternidad, y consagrarse la licencia para padres por maternidad y paternidad, como instrumento fundamental que
también, contemplando la igualdad de oportunidades para poder ser pueda garantizar el derecho a cuidar de los padres y a ser cuidado por
beneficiario de este derecho de DESARROLLAR y/o AFIANZAR la parte de los niños, por lo cual su acceso debería ser para todos por
relación paterno filial, y poder compatibilizar el rol de padre/madre igual, y esto debe quedar plasmado en una ley.-
con el desarrollo laboral, coordinando ambos aspectos, sin necesidad
de renunciar a ninguno de ellos, cada uno importante en su esfera, de
una misma persona .- *IGUALDAD DE OPORTUNIDADES DE PARTICIPAR TANTO
EN LA CRIANZA DE LOS HIJOS, COMO EN EL TR ABAJO, A
SABER :
*”PRESTAR ATENCION A CUAL ES EL BIEN JURIDICO A los fines de gestar una Regulación Efectiva, en el sentido de poder
PROTEGIDO”: incluir a todo tipo de familia, y dar la misma oportunidad a todo el
El bien jurídico, es derecho a cuidar de las familias y por parte de los que se forje en padre/madre, debe gestarse una reforma, en la que no
niños, ser cuidado por su familia, esto conlleva a la concordancia entre solo se amplíe el concepto de madre o padre, (incluyendo esta forma
la vida productiva y el aspecto familiar, pero en todas la formas, y consagrada en este caso en el de la embriodonación con gestación
lograr concertar las posibilidades de tener acceso los niños desde sus subrogada), sino que sea co-parental, lo que implica extender
primeros momentos de vida a pasar tiempo con su núcleo familiar, sin mucho más que proporcionalmente la licencia por paternidad y crear
que esto signifique la “postergación de desarrollo laboral” , por lo tanto las licencias familiares, en la actualidad, al estar consagrada solo la
al momento de consagrar una ley, en el que el bien jurídico protegido maternidad, y la licencia por paternidad es más que corta, ello implica
es “LA FAMILIA”, debe contemplar a todo tipo de familia, quien una SOBRE CARGA de las mujeres , quienes terminan siendo las que
vaya a adoptar, o a tenerlo biológicamente, (con método tradicional
o mediante fecundación asistida, con material genético propio o de
donantes) la maternidad/paternidad, debe comprender quien tenga
la voluntad procreacional, ser en un sentido amplio.-
Todas las familias deberían tener acceso a: “este tiempo pago”, que se
251
resignan todo para atender a su familia, y esta licencia, implica también CULTUR AL, que favorece una distribución de roles tanto en la familia
una discriminación por género en el mercado laboral, colocando a las como en el trabajo, facilitando la co-parentalidad, fortaleciendo
mujeres en un lugar de segunda chance, para acceder a un trabajo. la soberanía económica de las mujeres, y favoreciendo la equidad
Cuando hay una vacante, no se piensa en que el hombre tendrá una económica laboral entre varones y mujeres, reduciendo la pobreza y
familia, pero si es mujer, automáticamente se piensa y se contemplan la desigualdad, pero que insisto, solo es posible si se logra un cambio
las posibles licencias por maternidad, o en las razones particulares cultural, y a su vez, implementar una mayor equidad desde el punto de
de las que hará uso, al momento en que alguno de sus hijos este vista, normativo, este propicia que el cambio cultural se profundice,
enfermo, lo cual no sucede con los hombres, pues dada las cosas, este por lo cual uno y otro se retroalimentan y hacen posible un cambio
razonamiento de que la mujer con hijos, será quien resignara más necesario hacia la igualdad de oportunidades y garantizar el bienestar
cosas para estar y atender a sus hijos, es tácitamente consensuado con infantil, quienes hayan compartido con los padres en los primeros
el marido, quien no tiene necesidad de faltar a su trabajo, cuando sus meses de vida tiene un impacto positivo sobre el bienestar de los
hijos se enferman, dificultando a las mujeres el acceso a un trabajo.- pequeños, generando un capital humano y productividad futura.-
Es por ello, que las modificaciones legales, NO SOLO DEBE SER EN Vale decir que la igualdad laboral, garantiza un futuro mejor, la
LA LEY DE FONDO, sino que debe ser equitativa e INCLUSIVA, necesidad de las familias de contar con más tiempo para cuidar y
contemplando los distintos formatos de familia.- ser cuidados es particularmente relevante en la fase de la transición
En Argentina, COEXISTEN: el esquema nuclear familiar (papá, mamá demográfica que atraviesa Argentina, en donde la gente se jubila muy
e hijos); las familias ensambladas, mono parentales (un solo padre) joven, se ha prolongado la calidad de vida y la longevidad es masiva,
u homo parentales ( parejas del mismo sexo); asimismo, están los sumado a la postergación de la maternidad que hacen las mujeres
padres biológicos, y los adoptivos, y todos y cada uno de ellos, así como cuando las condiciones no favorecen, para garantizarse una éxito
sus hijos, deben estar en pie de igualdad ante la ley, sin discriminación profesional.-
alguna, y ver el derecho de todos sus padres a poder cuidar de sus hijos
y participar en la crianza de los mismos, así como también el derecho *Es PELIGROSO que existan LAGUNAS LEGALES
de los niños , de ser cuidado por sus padres, cumpliendo una de las
funciones más importantes de la sociedad, que es el cuidado de la Que no se regule, es peor que una mala regulación en determinado
familia, con un enfoque universal en el acceso a las licencias, es la tema, no regular es igual a NEGAR UN HECHO, es no asumir la
apoteosis del derecho de cuidar y ser cuidado.- existe un hecho o un cambio cultural, o como en este caso puntual
disparador: (fallo en el fuero de familia), que es la consagración
Un cambio fundamental debería residir en GESTAR LICENCIAS de un nueva fuente de filiación,(madre o padre es quien tiene la
FAMILIARES, en la que se contemplen todas las tipologías familiares voluntad procreacional) este es un claro ejemplo , que al no tener
y que se contemple la posibilidad de repartirse entre los responsables regulación alguna, las personas caen en una total inseguridad jurídica;
de la familia, dicha licencia, esto debería también contemplar el caso dependiendo del arbitrio de cada juez, que conforme a su parecer, sin
de abuelos y tíos que se hacen cargo de sus nietos o sobrinos, pero que tener una ley de fondo que contemple la misma, puede considerarlo o
tienen menores a cargo, esto condice mas con la idea de dar iguales no.-
oportunidades a todos los padres sin discriminación alguna, en pos de
la equidad y el crecimiento. Sin embargo, aun sin regulación legal consagrada al respecto, toda la
argentina, celebra y festeja aquellos niños que han nacido por “alquiler
Según estudios demográficos en la argentina hay una tendencia, de vientre en el exterior”, y se acepta sin prurito alguno lo oneroso que
(dadas las condiciones actuales) a un crecimiento de adultos inactivos resultan estos tratamientos para haber un hijo/a, pero en Argentina,
y un numero en descenso de adultos económicamente activos. se exige que la subrogación de vientre, no sea en contraprestación del
Para evitar este problema, es necesario apuntar a alcanzar, una pago de dinero, sino que debe ser quien dada las circunstancias, surja
cobertura universal con 90 días de licencia por maternidad, 30 días de claramente que no tiene interés económico, con indicios claros, como
licencia por paternidad y 60 días de licencia familiar.- lo es el nivel de instrucción que tenga quien presta el útero, como la
También es necesario contemplar un esquema legal que también situación económica, y que en la medida de lo posible tenga un vinculo
incluya a padres y familias bajo un régimen de trabajo informal y de tipo afectivo, con quien tiene la voluntad procreacional.-
también en el caso de profesionales liberales, como es el caso de los El DERECHO LABOR AL, es un derecho social, y debe INTERPRETAR
abogados, particularmente, en donde defendemos el derecho de las nuevas demandas que se plantean en la sociedad, regularlas y así
todos y no contemplamos el nuestro, por lo cual ES NECESARIO, poder brindar RESPUESTAS.
que todos los profesionales, estén dentro de este UNIVERSO, Debe estar atento a la evolución que sufren los conceptos, como la
y propender a un proyecto para que se consagre como LEY, la paternidad/ maternidad, las distintas tipologías familiares, y dilucidar
posibilidad de que los abogados gestionen (conforme a las distintas cuales son los verdaderos intereses jurídicos protegidos, y en caso de
licencias familiares), notificar y acreditar estos extremos y que en que los conceptos se modifiquen, conforme a los cambios culturales.-
el sistema del poder judicial, se bloquee por el tiempo de licencia,
y que no se fijen AUDIENCIA, y se paralicen los plazos procesales Toda regulación es perfectible, y es preferible, una regulación
en todas las causas en las que tengan participación, quienes estén altamente imperfecta, ante que ninguna ordenación.-
gozando de esta licencia, esto es factible en el mismo sistema del Poder Tiene derecho de criar a su hijo y compatibilizar con su trabajo, todo
Judicial, debería implementarse en combinación con la CAJA DE padre y/o madre, y todo hijo tiene derecho a ser cuidado por su o sus
JUBILACIONES DE LA ABOGADOS, para terminar de PERFILAR padres, es tan padre quien lo tiene biológicamente, quien lo tiene por
este derecho UNIVERSAL, de padres ; madres y abuelos con hijos a adopción, quien lo tiene con material genético propio, como quien solo
cargo. Este planteo puede replicarse en todas las profesiones liberales, tiene voluntad procreacional, lo que se protege en el vinculo paterno/
desde las Instituciones que las nuclean.- materno filial, y la necesaria presencia de los padres con sus hijos en los
De esta forma, se le da la opción a que las mujeres, tengan los hijos primeros momentos de su vida, no hay categoría de padre, ni de hijos,
que quieran y cuando quieran, y que todo el que quiera ser padre o no hay derecho que se consagren para algunos si y otros no, entonces,
madre, pues contar con estas licencias, sin privilegio alguno, también es necesario que se consagren licencias co parentales, y para ambos
que los miembros de su familia pueda cuidar de sus hijos, socializando padres, y se prevea licencias para todos y se beneficien a todos, por
los costos de cuidar a los recién nacidos, habilitando y repartiendo esta igualdad, que no es otra cosa que la equidad, colocando a todos en un
responsabilidad, es más factible formar una familia, posibilitando se mismo plano de importancia, es consagrar la igualdad entre iguales.-
eleve la participación de las mujeres en el mercado laboral formal, y la
convergencia entre los distintos estratos socio-económicos, favorece
al empoderamiento económico de las mujeres, una mayor participación
laboral femenina, permite revertir la discriminación por género en el
mercado de trabajo; y aumentar la población económicamente activa.-
Una prolongación más que equitativa de la licencia por paternidad,
ayudaría a echar por tierra, la discriminación entre el “riesgo de
maternidad” y no el “riesgo de paternidad”, este que se evidencia en
el mito de que, contratar mujeres implica asumir un mayor costo para
el empleador.
En los países en los que se implementan las licencias con enfoque
co-parental, con licencias por paternidad más prolongadas y
licencias familiares, y esto coadyuva a un NECESARIO ENFOQUE

252
ESTABILIDAD LABORAL EN TIEMPOS DE 2.Convenio Nº 158 de OIT
GRANDES TRANSFORMACIONES EN LA Nos parece pertinente, mencionar en primer lugar, a grandes rasgos,
CONTRATACIÓN LABORAL los temas de mayor relevancia previstos en el Convenio y qué, como
veremos, suscitan las referidas dificultades de ratificación.
Dra. Virginia Antúnez Rivoir
1.Ámbito de aplicación y posibles exclusiones
El artículo 2 del Convenio establece que el mismo se aplica a todas
1.Introducción las personas empleadas de todas las ramas económicas de actividad y
Si bien existen varias posturas doctrinales relativas al contenido o prevé la posibilidad de excluir determinadas categorías de trabajadores
alcance del derecho al trabajo, nos adherimos a aquella que le otorga (contratos de duración determinada, contratos a prueba o trabajadores
un alcance amplio y hace ingresar en el contenido del mismo el derecho contratados de forma ocasional). Incluso prevé la posibilidad de que
a la estabilidad en el empleo. los países amplíen la lista de situaciones a excluir.
El derecho al trabajo, no como derecho a exigir un empleo, pero si Todo Miembro que ratifique el presente Convenio deberá enumerar,
como derecho a conservarlo una vez obtenido, salvo justa causa de en la primera Memoria sobre la aplicación del Convenio, las categorías
despido, está recogido en varias disposiciones que integran el llamado que hubieren sido excluidas, explicando los motivos de dicha exclusión,
bloque de constitucionalidad. e indicar en las memorias subsiguientes el estado de su legislación y
En el artículo 23.I de la Declaración Universal de Derechos Humanos, práctica respecto de las categorías excluidas y la medida en que aplica
en el artículo XIV de la Declaración Americana de los Derechos o se propone aplicar el Convenio a tales categorías.
y Deberes del Hombre, en el artículo 3 de la Carta Internacional 2.Causalidad del despido y obligación de preaviso
Americana de Garantías Sociales, en el artículo 6.1 del Pacto El artículo 4 del Convenio prevé que el empleador no pondrá término a
Internacional de Derechos Económicos, Sociales y Culturales, en la relación de trabajo de un trabajador a menos que exista para ello una
el artículo 6 de la Declaración sobre el progreso y el desarrollo en lo causa justificada relacionada con su capacidad o su conducta o basada
social y en los artículos 6 y 7 del Protocolo Adicional a la Convención en las necesidades de funcionamiento de la empresa, establecimiento
Americana, “Protocolo de San Salvador” . o servicio y en el artículo 5 especifica qué razones no se considerarán
La propia organización Internacional del Trabajo en su preámbulo justificativas de un despido.(causas que ya son reguladas en nuestro
defiende el derecho a trabajar a través del Convenio Nº 29 sobre derecho dando lugar a despidos especiales).
prohibición del trabajo forzoso, el Convenio Nº 111 sobre Eliminación Además se establece en el artículo 11 el derecho a un plazo de preaviso
de toda Forma de Discriminación en el empleo y Ocupación y en la razonable o, en su lugar, a una indemnización, a menos que sea
Declaración de Principios y Derechos Fundamentales en el Trabajo de culpable de una falta grave de tal índole que sería irrazonable pedir al
1998. empleador que continuara empleándolo durante el plazo de preaviso.
Sin perjuicio de ello, el instrumento internacional de mayor 3.Posibilidad de defensa, recursos del trabajador despedido y prueba
significación en la materia es el Convenio Nº 158 sobre terminación de en dicho proceso
la relación de trabajo, particularmente su artículo 4 que establece “no
se podrá dar término a la relación de trabajo de un trabajador a menos El trabajador que considere injustificada la terminación de su relación
que exista para ello una causa justificada”. de trabajo tendrá derecho a recurrir contra la misma dentro de un
plazo razonable después de la terminación, ante un organismo neutral,
Si bien este artículo constituye según la OIT, la piedra angular de las como un Tribunal, un Tribunal del Trabajo, una Junta de Arbitraje o
disposiciones del Convenio, en el mismo también se establece un plazo un Árbitro.
de preaviso (Art. 11), un procedimiento previo al despido o en ocasión
de éste (Art.7), un procedimiento de recurso contra el despido (Arts. Las autoridades mencionadas, estarán facultadas para examinar las
8 y 9), regulación respecto a los despidos colectivos (Arts. 13 y14), causas invocadas y todas las demás circunstancias relacionadas con el
entre otros aspectos. caso, y para pronunciarse sobre si la terminación estaba justificada. En
estos procesos el empleador tendrá la carga de probar la existencia de
Así planteado, este Convenio presentó mucha resistencia por parte de una causa justificada.
los empresarios, a tal punto que de 187 Estados miembros, solo 35 lo
han ratificado. De los países Sudamericanos sólo Venezuela y Brasil lo 4.Indemnización por despido y otras medidas de protección
ratificaron, siendo luego denunciado por Brasil. Si los organismos mencionados en el artículo 8 concluyen que
Uruguay es uno de los países que no ha ratificado el CIT Nº 158 y por la terminación de la relación de trabajo es injustificada y si no
ende su eficacia en nuestro ordenamiento jurídico es similar a la de las consideraran posible, dadas las circunstancias, anular la terminación
Recomendaciones . y ordenar o proponer la re admisión del trabajador, tendrán la facultad
de ordenar el pago de una indemnización adecuada u otra reparación
En nuestro país, el estatuto básico y general del despido está que se considere apropiada.
reglamentado por las leyes N° 10.489, N° 10.542, Nº 10.570 y Nº
12.597, conocidas como “las leyes del 44”. En estas normas se consagra A su vez, el artículo 12 repasa la obligación de quien ratifique el
un régimen de estabilidad relativa impropia, ya que alcanza con que Convenio de pagar la indemnización por despido y brindar prestaciones
el empleador indemnice al trabajador con la tasa legal dispuesta por del seguro de desempleo o una combinación de ambas, salvo que el
la normativa sobre despido. Parte de la doctrina y la jurisprudencia trabajador no hubiera generado eses derecho o lo hubiera perdido por
mayoritaria entienden que no se requiere en nuestro ordenamiento notoria mala conducta.
jurídico interno expresión de causa alguna para despedir, ni tampoco 5.Despido por motivos económicos, tecnológicos o estructurales
rige la obligación de preaviso. En estos casos, el empleador deberá proporcionar a los representantes
Nos proponemos analizar cuáles son las razones que obstaculizan su de los trabajadores interesados, los motivos de las terminaciones
ratificación según la información que surge del informe final elaborado previstas, el número y categorías de los trabajadores que puedan ser
por la Reunión Tripartita de expertos para el examen del Convenio afectados por ellas y el período durante el cual habrían de llevarse a
Nº 158 y la Recomendación Nº 166 celebrada en Ginebra del 18-21 de cabo dichas terminaciones.
abril de 2011 y de la nota sobre el Convenio Nº 158 y la Recomendación Asimismo establece la obligación de ofrecer a los representantes de
Nº 166 sobre la terminación de la relación del trabajo, preparada por los trabajadores interesados, una oportunidad para entablar consultas
el Departamento de Normas Internacionales del Trabajo (Sector sobre las medidas que deban adoptarse para evitar o limitar las
I), la Unidad de Análisis e Investigación sobre el Empleo (Sector II) terminaciones y las medidas para atenuar las consecuencias adversas
y el Servicio de Diálogo Social, de la Legislación y la Administración de todas las terminaciones para los trabajadores afectados, por
del Trabajo (Sector IV), con la colaboración de expertos del Centro ejemplo, encontrándoles otros empleos.
Internacional de Formación de la OIT en Turín, en cuanto a las
También se deberá notificar de estas circunstancias a la autoridad
dificultades planteados por los países considerados en dichos informes
competente de cada Estado.
.
También haremos un brevísimo comentario de algunos argumentos
expresados en el debate parlamentario desarrollado en la sesión de la 3.Dificultades para la ratificación del convenio
Cámara de Diputados del 13 de abril de 2016 que han dificultado la Del informe final elaborado por la Reunión Tripartita de expertos,
ratificación del Convenio en nuestro país.
Por último, comentaremos cuáles serían, en nuestra opinión, las
repercusiones del Convenio si Uruguay lo ratifica.

253
surgen algunos argumentos que podrían explicar el escaso número de demás partidas que por ley corresponden, si decide prescindir de su
ratificaciones. trabajo deberá pagarle una indemnización por fin de servicios. Esta
En el numeral 22 de dicho informe el portavoz de los empleadores obligación, en nuestra opinión, debe ser compartida con los Estados
expresa que “el hecho de que los empleadores tuvieran que justificar a través de un sistema de seguridad social que prevea el seguro por
los despidos resultaba oneroso y explicaba en parte la alta tasa de no desempleo.
ratificación”. No puede solo existir esta última, porque hay casos en los que no se
Consideramos que sin perjuicio del real aumento de costos que puede reúnen las condiciones para acceder a ese beneficio y además porque
significar el cumplimiento de las obligaciones previstas en el convenio, ese seguro no cubre la totalidad del salario. En aquellos países que no
no son argumentos suficientes para no cumplir con aquellas medidas tienen prevista una asistencia a los desempleados u otras prestaciones
que garantizan el ejercicio de un derecho humano fundamental. de seguridad social, claramente es un tema a resolver en el marco del
diálogo social.
Como sostiene Raso, “no debe ser el mercado el que someta a sus
reglas y pretensiones las medidas del hombre, ni los contenidos y En relación a los despidos colectivos, la mayor preocupación de los
alcances de los derechos humanos. Por el contrario es el mercado el empleadores parece ser, el grado de injerencia de las autoridades
que debe adaptarse a los moldes fundamentales que representan la competentes.
Constitución Nacional y el Derecho Internacional de los Derechos Nos parece que se trata de ser razonables y evitar la pérdida de cientos
Humanos de jerarquía constitucional, bajo pena de caer en la ilegalidad de miles de puestos de trabajo, por lo tanto, la colaboración tanto de
”. los sindicatos como de la autoridad competente en momentos de crisis
También se plantea que la utilización de los términos “razonable no debería ser un problema sino una ventaja para los empleadores.
o irrazonable” utilizados en el artículo 11, es muy ambigua y que no Las autoridades pueden proponer medidas para atenuar las
queda claro cuál es el objetivo que se persigue con el preaviso. consecuencias de los despidos (la Recomendación Nº 166 sugiere
Sin perjuicio de la veracidad de esta afirmación, el lenguaje ambiguo es algunas) y a su vez los sindicatos pueden aportar ideas y estrategias
recurrente y necesario en el derecho laboral para lograr la aprobación para mitigar el impacto sobre la fuerza de trabajo.
de las normas; luego dependerá de cada Estado, a través de los criterios En resumen, el portavoz de los empleadores sostiene que las
jurisprudenciales, establecer qué alcance se le da a dichos términos. disposiciones del Convenio parecen razonables consideradas cada
Otro argumento señalado es que no todas las empresas pueden hacer una por separado, pero que el efecto combinado de las mismas implica
frente a la cantidad de obligaciones que establece el Convenio para el una limitación excesiva de la libertad de contratación que tienen los
sector empleador, sobre todo atendiendo al tamaño de las empresas. empleadores.
Ante esta dificultad hay que tener presente que los Estados en función Plantearon tres problemas ante un reclamo, procedimientos judiciales
del artículo 2 podrían establecer que el convenio no se aplique a largos e inciertos; incertidumbre ante una orden de readmisión del
aquellas empresas con menos de “x” número de empleados; de hecho, trabajador, las disposiciones desalientan la creación de empleo e
Francia por ejemplo así lo estableció. inversión.
Vinculado a ello, los empleadores consideran que las excepciones
previstas en el artículo 2 no son útiles, dado que los cambios 4.Pertinencia y actualidad del Convenio
económicos que se hubieren producido desde la ratificación podrían Esta temática fue abordada en el Informe que venimos comentando,
exigir una actualización de dichas excepciones que no está prevista en del año 2011 donde se planeta que tanto el Convenio Nº 158 como la
el Convenio. Recomendación Nº 166 son instrumentos pertinentes y de actualidad
Quizá en este aspecto, se podría prever la posibilidad de incorporar que es necesario promover y ratificar.
excepciones con posterioridad a la presentación de la primera Es innegable que las relaciones laborales han cambiado a partir de la
Memoria, estableciendo un tope máximo de exclusiones y siempre introducción de las tecnologías y eso ha implicado para los empleadores
recordado que las excepciones no pueden ser mayores a la regla y no el desafío de llevar adelante nuevas formas de organizar la producción
pueden estar vigentes indefinidamente. para poder ser competitivos en el mercado.
Por otro lado, se planteó que las normas de protección contra el despido Cada día vemos como siguen aumentando la cantidad de trabajos
injustificado y la práctica en ese sentido inciden en la capacidad y la atípicos, donde los trabajadores son contratados bajo modalidades
voluntad de los empleadores de contratar nuevos trabajadores. Según precarias o a tiempo parcial, perdiendo así parte de la protección
los empleadores, la OIT debe sincronizar el objetivo de la protección del Derecho del Trabajo. A eso debemos sumarle el aumento de
contra el despido injustificado con el objetivo de lograr el pleno trabajadores independientes y de trabajadores pseudo autónomos
empleo, productivo y libremente elegido. (empresas unipersonales por ejemplo), trabajadores subcontratados
Afirman, que del informe no surge prueba de que la ratificación y y/o tercerizados y todas las nuevas modalidades de trabajo para
aplicación del Convenio Nº 158 propicie el pleno empleo, sino que por plataformas, trabajo móvil desde las TIC, tele trabajo, etc.
el contrario casi ninguno de los países que lo han ratificado y puesto en Los empleadores conservan hoy en día el núcleo duro de los trabajadores
práctica han obtenido resultados satisfactorios con respecto a dicho de su plantilla para, con una nueva estructura de menores costos,
objetivo. riesgos y responsabilidades, completar igualmente el ciclo productivo
Compartimos que históricamente ha quedado demostrado que las que es objeto de su razón empresarial y que le genera incluso mayores
causas de desempleo no obedecen a la existencia o no de estabilidad utilidades y ganancias .
laboral, sino a las fluctuaciones del mercado como consecuencias de En nuestra opinión, la negativa a la limitación de la libertad de despedir
los ciclos económicos, las transformaciones de las relaciones laborales tiene una explicación de índole económica e ideológica. Desde los
y las crisis económica . años 80 del siglo pasado la doctrina neo liberal ha proclamado la
Se plantea como un obstáculo, la rigidez de la lista de causas no rigidez del derecho del trabajo, y, a partir de esos cuestionamientos,
justificadas para la terminación, entre las que, por ejemplo, no se se produjo una progresiva ampliación de los poderes empresariales en
incluye la pérdida de confianza. las relaciones individuales de trabajo como respuesta a las exigencias
Creemos que puede existir algún conflicto basado en esta causal que de flexibilidad laboral.
dificulte el relacionamiento laboral y que no ingrese ni en la falta de Actualmente, todas las modalidades de contratación laboral
aptitudes necesarias para ejecutar las tareas, ni en un despido por mencionadas apuntan a la flexibilización y conducen a la inestabilidad,
notoria mala conducta. No obstante, si el convenio admitiera la causal y por ese motivo tutelar la estabilidad laboral en los tiempos que
falta de confianza, se correría el riesgo que la misma funcione como corren no es solo pertinente sino también particularmente necesario.
una válvula de escape ante motivos realmente espurios. Además de “Debemos tener presente que los temas de la estabilidad y permanencia
incluirse, provocaría dificultades en materia probatoria. laboral, pertenecen al campo de las tutelas que el derecho labora ha
En la misma línea, el portavoz de los empleadores indicó que las ido contrayendo en torno al trabajo humano. Hoy esas “defensas”
cláusulas procedimentales, eran muy rígidas, pues si bien el derecho de contra el estado de inseguridad del “ciudadano trabajador” han sido
defensa y a recurrir parecían justos, las demoras en los procedimientos cuestionadas y entraron en crisis ya sea a través de legislaciones más
implicaban para el empleador una inseguridad que rozaba el ridículo. flexibles, ya sea a través de nuevas formas de contratación que buscan
Otro punto crítico se da en relación a la obligación de pagar una
indemnización por fin de servicios, establecida en el artículo 12.
Al respecto, nos parece que de la misma manera que el empleador
cuando contrata a un trabajador debe pagarle su salario y todas las

254
obviar el amparo del derecho del trabajo ”. Esta obligación de notificación a las autoridades gubernamentales
A la inversa de lo que plantea el sector empleador, y en línea con la competentes y a los representantes de sus trabajadores y sus
política de revisión de los convenios que viene llevando a cabo la OIT, organizaciones, está prevista en la Declaración Tripartita de
creemos que es necesario volver a poner sobre la mesa la importancia Principios sobre las Empresas Multinacionales y la Política Social, del
de ratificar el Convenio 158. año 2006, situación que confirma la procedencia del Convenio 158
en la actualidad. Nuestro país en los últimos años, ha vivido varias
Se trata en definitiva de evitar que se retroceda en la conquista de situaciones de este tipo y con la participación del MTSS se han logrado
los derechos adquiridos, garantizando el derecho al trabajo y el preservar muchos puestos de trabajo o mitigar los inevitables efectos
empleo decente y evitando caer nuevamente en la precariedad de las de los despidos colectivos. Por ende la ratificación del Convenio no
condiciones de trabajo. Se trata de evitar que el trabajo se convierta en implicaría grandes variantes es este punto.
una mercancía y el trabajador en una simple “cosa” que hoy contrato
porque me sirve a mis intereses y mañana desecho sin siquiera expresar
o tener una justa causa para ello. 6. Consideraciones finales
La justificación de los despidos es necesaria para la protección
5.Derivaciones para Uruguay ante una eventual constitucional del derecho a trabajar y de ninguna manera cercena el
ratificación del Convenio derecho a despedir que deriva de la libertad de empresa (Art. 36 de la
Constitución Uruguaya). Por el contrario, logra el equilibrio adecuado
Nos sorprende que 37 años después de la aprobación del Convenio para la protección de ambos derechos constitucionales.
N° 158, Uruguay que es el quinto país en número de Convenios
ratificados, no lo haya ratificado. Entendemos que no se podía esperar La importancia del control judicial de los despidos no surge de
que en plena dictadura militar se aprobara una norma como esta, criterios técnicos o de una tradición legislativa concreta. En su
pero, después de la recuperación de la democracia hubo 6 gobiernos génesis se encuentra el reconocimiento del derecho al trabajo en las
democráticos de distintas tendencias políticas y en ningún momento constituciones europeas y también latinoamericanas .
hubo voluntad política para ratificarlo. El Convenio Nº 158 protege la estabilidad laboral dando prioridad
En el año 2016 la Cámara de Diputados aprobó una minuta a la readmisión del trabajador, estableciendo en subsidio una
de comunicación solicitando al Poder Ejecutivo la ratificación indemnización “adecuada” en caso de despido injustificado, una
del Convenio N° 158. En dicha sesión se plantearon algunas indemnización por incumplimiento de la obligación de preavisar y la
preocupaciones sobre todo analizando la situación económica actual y indemnización por fin de servicios.
las nuevas modalidades de contratación laboral. Por ejemplo, algunos La inestabilidad que caracteriza a las nuevas modalidades de
diputados plantearon que el marco normativo previsto en el Convenio contratación laboral nos lleva a concluir sobre la pertinencia de
es para un mundo que ya no existe y que no volverá. Los desafíos de la ratificación del Convenio Nº 158, de forma de garantizar a los
hoy son el teletrabajo, el trabajo en sistemas colaborativos como Uber, trabajadores la conservación del empleo y al mismo tiempo otorgarles
(…). También se afirmó que para mejorar el ejercicio de los derechos respaldo para reclamar el respeto de otros derechos laborales.
laborales son necesarios los puestos de trabajo, y si éstos no existen es En Uruguay, el marco normativo de la obligación de dotar de
poco lo que se podrá hacer . justificación al despido se completa con el artículo 7 del Protocolo
Lo cierto es que pese a esta iniciativa, hoy en 2019, el Convenio sigue Adicional a la Convención Americana de Derechos Humanos,
sin ratificarse. ratificado por Ley Nº 16.519 de 22 de julio de 1994. Esta“es la regla
Creemos que luego de tantos años de un régimen de despido libre en vigente y efectiva en nuestro ordenamiento (…) ”.
nuestro país, la ratificación del Convenio implicaría en primer término Sin embargo, la Suprema Corte de Justicia de nuestro país continúa
un llamado de atención para los empleadores. No sólo tendrán que sosteniendo que en nuestro sistema jurídico vigente el despido no
invocar una justa causa para despedir, sino que también deberán requiere causación alguna y el único límite a la potestad de despedir
elaborar estrategias y tomar ciertas previsiones durante el transcurso del empleador está dado por la figura del abuso de derecho .
de la relación laboral para poder probar la causa invocada en cada caso Quizá la previsión establecida en el artículo 9 de la ley Nº 18.651
de despido. de protección integral de personas con discapacidad, exigiendo una
Otra repercusión se daría en torno a las decisiones judiciales, ya que causa razonable, pueda significar un cambio de timón en el régimen de
la intervención del trabajador afectado implicaría que los Jueces y despido uruguayo, que contribuya a eliminar la idea de que el despido
Tribunales de Trabajo deban resolver si la causa invocada es justa o es una cuestión libre e infundada, potestad de los empresarios y
no y en caso de entender que no lo es, condenar al empleador a pagar acelerela ratificación del Convenio Nº 158.
una “indemnización adecuada u otra reparación que se considere
apropiada”.
Entendemos que la condena a pagar esta indemnización prevista
en el artículo 10 del Convenio, constituye una especie de sanción
por despedir a un trabajador sin causa justificada. Es importante
diferenciar esta indemnización de la IPD común, porque esta última
está desvinculada de la idea del daño, se paga independientemente de si
se ha infringido alguna obligación. La IPD actual es una indemnización
por tiempo de servicio y responde a la antigüedad del trabajador en la
empresa; no tiene vínculos con la culpa o el daño .
Otra repercusión que no podemos dejar de señalar, es que de ratificarse
el Convenio, volvería a regir en nuestro país la obligación de preaviso,
que antes de las leyes del 44 estaba prevista en el artículo 158 del
Código de Comercio. Con esta modificación habría de determinarse
por ley cuál sería ese plazo de preaviso razonable y que sucedería en
caso de no cumplir dicha obligación, ya que según el artículo 11 del
Convenio, parecería que se debería pagar una indemnización. Según
la Comisión de expertos “esta indemnización deberá corresponder a
la remuneración que el trabajador habría percibido durante el plazo de
preaviso si ése se hubiera respetado ”. La única excepción es el caso de
que el trabajador cometa una falta grave.
Finalmente, queremos señalar las derivaciones de lo previsto en los
artículos 13 y 14, por su importancia en la actualidad económica y
tecnológica que estamos transitando. La ratificación del Convenio
generaría que los despidos por motivos económicos, tecnológicos,
estructurales o análogos sean zanjados en forma tripartita con los
sindicatos y con el MTSS en Uruguay. Si bien puede verse como otro
límite a la libertad de empresa, entendemos que obedece a una razón
de interés general como lo es el minimizar el impacto sobre la fuerza de
trabajo y sobre la comunidad en general.

255
7.Bibliografía La inspección laboral y las nuevas
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BYLOS GR AU, Antonio y PEREZ REY, Joaquín, en El Despido o la violencia del fue un elemento determinante en la modificación estructural de los
poder privado, Ed. Trotta, 2009 procesos productivos y del mercado de la época.
CHARRUTI GARCÉN, María del Luján, “El derecho a conocer la causa del La producción en masa, sumada a una sobre oferta de mano de obra,
despido como expresión del derecho al trabajo”, Revista CADE: profesionales
llevó a que un porcentaje importante de la población sufriera jornadas
y empresas, año 4, vol. 13 (ene. 2012)
de trabajo excesivas, salarios de hambre, la explotación de mujeres
ERMIDA URUARTE, Oscar, “La estabilidad del trabajador en la empresa: y niños, lugares de trabajo insalubres y condiciones de trabajos que
¿protección real o ficticia?”, Ed. Acali, Mdeo, 1983
atentaban contra la dignidad humana.
FERRIZO ISMENDI, Arturo, “Una re-visión del despido sin causa y su
reparación”, Revista CADE: profesionales y empresas, año 5, vol. 20 (mar. 2013) El Derecho del Trabajo fue la respuesta jurídica y normativa de la
Sociedad Capitalista Industrial para encauzar este fenómeno que,
FERRIZO ISMENDI, Arturo, “El despido del trabajador con discapacidad”,
Revista Derecho Laboral, Tomo XLII, Nº 274, jul. 2019 por la magnitud y extensión alcanzada, es recordado hoy como “la
Cuestión Social”.
R ASO DELGUE, Juan, “Criterios de la Suprema Corte en materia de estabilidad
laboral, despido y despido abusivo”, Revista Tribuna del Abogado Nº 150 (nov- El Estado, en resguardo de la dignidad del hombre que trabaja en
dic 2006) relación de dependencia, utilizó distintos mecanismos o medios
RIVAS, Ana Gabriela, “Aplicación de los convenios internacionales de trabajo técnicos para equilibrar por compensación la desigualdad originaria
en la jurisprudencia uruguaya”, Revista Derecho Laboral, Tomo LIV, Nº 244, existente en la propia esencia de la relación de trabajo subordinado.
oct-dic 2011 Cabe destacar a los siguientes: a) La limitación de la autonomía
X XII Jornadas Uruguayas de Derecho del Trabajo y de la Seguridad Social: Prof. de la voluntad para garantizar pisos mínimos de protección; b) el
Oscar Ermida Uriarte reconocimiento del derecho a asociarse y a negociar colectivamente;
OIT, Informe final, Reunión Tripartita de expertos para el examen del c) la instauración de la seguridad social.
Convenio sobre la terminación de la relación de trabajo, 1982 (núm.158) y de la Al existir un interés social en el establecimiento de pisos mínimos
Recomendación (núm.166), Ginebra, abril 2011
de protección de la parte débil del contrato de trabajo y una marcada
OIT, Nota sobre el Convenio Nº 158 y la Recomendación Nº 166 sobre la tendencia al incumplimiento de sus obligaciones por parte de los
terminación de la relación del trabajo
empleadores, fue necesario instaurar mecanismos de vigilancia
PRESIDENCIA DE LA REPUBLICA ORIENTAL DEL URUGUAY, sesión de estatal que garantizaran el cumplimiento de las normas legales o
la Cámara de Diputados, ver en http://www.diputados.gub.uy/wp-content/ convencionales de orden público dictadas al efecto .
uploads/2016/05/C896_010_2016.pdf
ROSENBAUM, Jorge, “El derecho laboral ante las nuevas realidades y cambios
Corresponde recordar aquí,que no toda prestación de servicios se
del mundo posmoderno”, en Revista Derecho Laboral, T. LXI, N° 270, abr-jun, corresponde con un contrato de trabajo y que no a toda prestación
2008 laboral se les aplica el Derecho del Trabajo.
Siguiendo las enseñanzas de Rodríguez Mancini afirmo que el
Derecho del Trabajo argentino regula y protege exclusivamente del
trabajo humano, jurídicamente dependiente, oneroso y del sector
privado.

II.- Los nuevos vínculos laborales y las relaciones


laborales dudosas.
La revolución tecnológica producida en los últimos 40 años reformuló
la forma de producir y comercializar bienes y servicios, de tal manera,
que impone a los juristas y operadores del derecho un giro copernicano
en la forma de analizar la realidad que nos rodea.
Prestigiosos doctrinarios nacionales e internacionales desde hace
tiempo han tomado nota de este fenómeno y se han preguntado si la
dependencia jurídica debía seguir siendo, en expresión de Goldín , la
puerta de entrada exclusiva y excluyente al derecho del trabajo .
Se habló de “vasallaje en la independencia” , “crisis de abarcatividad” ,
“desenfoque” , “fuga de sujetos” , para hacernos notar que el Derecho
del Trabajo vigente en argentina, ha quedado estrecho y desactualizado
para regular la realidad que nos rodea.
Goldín , hace más de 20 años, indicaba que nuestro Derecho del
Trabajo encerraba la siguiente paradoja: por un lado protege a
trabajadores que detentan una notable capacidad de autotutela (altos
directivos de empresas) y, por otro, margina a trabajadores menos
calificados, más vulnerables, que por carecer de dependencia jurídica
se encuentran excluidos de la protección del Derecho del Trabajo.
Es común encontrar hoy en día, tanto en los programas universitarios
como en sus manuales y tratados, un capítulo o apartado destinado a
desarrollar la “Crisis del Derecho del Trabajo”.
Todavía no hemos salido del estado de confusión inicial. Nuestro
Congreso Nacional no ha modificado la normativa vigente para darles
a esos trabajadores la protección deseada.
Existen, como consecuencia de ello, una importante cantidad de
situaciones denominadas “zonas grises” donde los límites que

256
separan la dependencia de la autonomía se vuelven difusos y en las el art. 14 bis de la Constitución Nacional” ; “… a la luz constitucional,
que cuesta distinguir si estamos frente a una relación de dependencia no basta con enunciar derechos y libertades para el trabajador, sino
especialmente protegida por la normativa laboral o, por el contrario, que, además, es imprescindible el antedicho régimen, a fin de evitar
estamos frente a verdaderos trabajadores independientes carentes de que la realidad pueda retacear aquéllos, cuando no vaciarlos de
la protección que brinda el Derecho del Trabajo. contenido”; “El art. 14 bis, cuadra insistir, entrañó la introducción
de deberes “inexcusables” del congreso, pero con el claro destino de
“asegurar al trabajador un conjunto de derechos inviolables” (“Matta
III.- La inspección del trabajo y su importancia. c. S.A. Ferretería Francesa” Fallos: 252:158, 161-1962). Y es el carácter
Como bien señala Navarro “Pueden existir, y de hecho hay en vigencia, de los dos términos puestos en itálica, un reforzador del requerimiento
normas excelentes. El problema está en su acatamiento.” constitucional de un celoso y amplio control por parte de los
Esta afirmación que puede predicarse del Derecho en general, tiene organismos estatales del cumplimiento de la normativa laboral, con el
mayor relevancia en el campo del Derecho del Trabajo. propósito de que la “excepcional significación, dentro de las relaciones
económico - sociales existentes en la sociedad contemporánea”, que
Ello, porque la restricción a la autonomía de la voluntad que imponen
exhibe el precepto (ídem, p. 163), se materialice in concreto.”
sus normas de orden público, hace que las normas laborales en su
aplicación sufran “una marcada tendencia al incumplimiento” que Por su lado, en el considerando 6º se afirma que:
requiere un “uso intensivo de la policía del trabajo” “… los estados deben “velar” tanto por “el estricto cumplimiento de la
La OIT, desde su fundación, ha considerado a la inspección laboral normativa de carácter laboral que mejor proteja a los trabajadores”,
como un elemento imprescindible para garantizar el cumplimiento de cuanto “para que dentro de su territorio se reconozcan y apliquen todos
sus normas. los derechos laborales que su ordenamiento jurídico estipula, derechos
originados en instrumentos internacionales o en normativa interna”,
Puede leerse en el artículo 427, parte XIII, sección II del Tratado de
para lo cual les corresponde adoptar todas las medidas necesarias,
Versalles que los estados debían organizar un servicio de inspección del
sean de orden legislativo y judicial, así como “administrativo” (ídem,
trabajo. Asimismo, la Constitución de la OIT de 1944 le encomendó
párrs. 149 y 153, itálicas agregadas).”
a la Oficina, dentro de sus funciones, prestar a los gobiernos toda la
ayuda que sea necesaria para mejorar los sistemas de inspección . En suma, es necesariocontar con una inspección del trabajo sólida y
eficaz para hacer efectiva la protección reconocida a los trabajadores
En la primera reunión realizada en 1919 adoptó la Recomendación Nº
en el artículo 14 bis de la Constitución Nacional.
5 sobre inspección laboral, luego la Recomendación Nº 20 (1923) que
sirvió de base al Convenio Nº 81 (1947) que junto al Convenio Nº
129 (1969) y el Convenio Nº 150 (1978) se encuentran actualmente IV.- Los límites de la autoridad de aplicación y los
vigentes en nuestro país. derechos y garantías del administrado.
El Consejo de Administración de la OIT, en 1994, incluyó a los La importancia de la inspección laboral,a la que hicimos referencia
Convenios 81 y 129 dentro de los considerados “prioritarios”. en el punto anterior, no autoriza a ejercer la policía del trabajo de
Según Bronstein fueron seleccionados con el objeto de impulsar su cualquier manera, ni permite juzgar a los presuntos infractores
ratificación y contribuir a que los Estados cumplan de un mejor modo sin respetar las garantías y derechos que le son reconocidos legal y
con sus obligaciones como miembros de la OIT. constitucionalmente.
El Centro de Formación de la OIT en el Programa sobre Administración La Corte Suprema de Justicia de la Nación, en el precedente Aerolíneas
e Inspección del Trabajo afirma que “En el mundo globalizado los Argentinas (2009), afirmó que el juzgamiento de las infracciones
gobiernos han advertido que las administraciones del trabajo son un laborales es un acto jurisdiccional de la administración pública.
factor fundamental para la elaboración e implementación de políticas Carcavallo, al comentar dicho fallo, sostuvo que “… las funciones
sociales y económicas” . jurisdiccionales de la administración deberían reputarse excepcionales
En el ámbito regional puede leerse en los considerandos del “Plan y de interpretación restringida”
regional de inspección del trabajo del MERCOSUR” que: Es también doctrina de nuestro supremo tribunal que “las normas
- La inspección del trabajo es una herramienta fundamental que sustanciales de la garantía de la defensa deben ser observadas en
poseen los Estados para verificar las condiciones de trabajo y hacer toda clase de juicios (Fallos 237:193) sin que corresponda diferenciar
efectiva la normativa que rige las relaciones laborales en su territorio; causas criminales (Fallos 125:10; 127:374; 129:193; 134:242), los juicios
especiales (Fallos 193:408; 198:467) o procedimientos seguidos ante
- El cumplimiento estricto de las normativas laborales se ha convertido
tribunales administrativos (Fallos 198:78; 310:1797)”
en un aspecto muy importante de las relaciones entre los Estados;
En idéntico sentido afirma Martínez , al referirse a las sanciones
- La inspección del trabajo tiene un rol indelegable en la garantía de
impuestas en el ejercicio del poder de policía, que “La sanción de una
los principios y derechos fundamentales en el trabajo, esenciales para
falta o contravención no es equiparable a la pena por la comisión de
mantener el vínculo entre progreso social y crecimiento económico, en
un delito, sin perjuicio que la primera deba respetar los principios de
los términos de la Declaración de la Organización Internacional del
legalidad, razonabilidad, y proporcionalidad”.Y agrega“Exigen además,
Trabajo (OIT) relativa a los principios y derechos fundamentales en
el debido respeto por las reglas del debido proceso legal administrativo
el trabajo”.
y son impugnables en sede judicial”.
A nivel local el Grupo de Expertos en Relaciones Laborales de la
Balbín , siguiendo esa línea de razonamiento, afirmó que el Derecho
Argentina entiende que “… La necesidad de asegurar la vigencia
Administrativo sancionador tiene basamento constitucional (arts. 14,
efectiva del principio protectorio, consagrado en la teoría general de
18 y concordantes) y que los principios de legalidad, tipicidad, igualdad
derecho del trabajo y positivizado en el art. 14 bis, CN, resulta decisiva
y razonabilidad se aplican directamente, sin el tamiz del Derecho Penal.
a la hora de meditar sobre la importancia de contar con una policía del
En cambio, los principios penales de irretroactividad, culpabilidad, y
trabajo sólida y eficaz …”
non bis in ídem son aplicables al Derecho Administrativo sancionador
Nuestra Corte Suprema de Justicia de la Nación se expidió sobre la con el tamiz del Derecho Administrativo.
importancia de la inspección laboral en el precedente “Aerolíneas
La Corte Suprema de Justicia de Santa Fe se ha expedido en forma
Argentinas”(2009) . Citando a la Comisión de Expertos en Aplicación
concordante al afirmar “… el caso versa sobre una multa aplicada por
de Convenios y Recomendaciones de la OIT afirmó al finalizar el
el organismo de contralor del trabajo, cuya naturaleza represiva no
considerando 4º
puede desconocerse conforme a las pautas tradicionalmente señaladas
“(…) si un servicio de inspección, aun bien organizado, no puede por la Corte nacional. (…) Es decir, que tal como estaba legislada bajo la
apoyarse en un sistema de sanciones apropiado en caso de infracción vigencia de la ley 10468, la obstrucción ya no volvió a regir. (…) deviene
a la legislación laboral “corre el riesgo de perder toda credibilidad”, lo aplicable el principio de retroactividad de la ley penal más benigna a
cual daña a una autoridad cuya existencia “constituye la mejor garantía favor de la recurrida, por lo que la decisión de la Sala -aun cuando no
para que las normas laborales nacionales e internacionales se apliquen lo haya expresamente mencionado- resultó ajustada al mencionado
no sólo en derecho sino también en la práctica” (La Inspección del principio y, consecuentemente, no merece reproche constitucional”
Trabajo, 1985, Organización Internacional del Trabajo, párrs. 253 y
La Sala II de la Cámara de Apelaciones de la ciudad de Santa Fe, por
318)”.
su parte, tiene dicho que “Y así como en el juicio laboral individual se
Asimismo, en el considerando 5º pude leerse:
“…el establecimiento de un régimen legal de policía o inspección del
trabajo, con un alto nivel de eficiencia, es un corolario preceptivo que
se desprende, naturalmente, del principio protectorio reconocido por

257
aplica el principio in dubio pro operario; en el marco de la actividad trabajo humano, jurídicamente dependiente, oneroso, del sector
administrativa laboral de imposición de multa se aplica el principio privado y quedó estrecho y desactualizado para regular la realidad que
administrativo de in dubio pro administrado y el penal de in dubio nos rodea.
pro reo. (…)“Es importante a esta altura destacar que no se trata esta Hay consenso en la sociedad y en la doctrina especializada respecto a
litis sobre el reclamo individual de algún trabajador respecto de la que existe un colectivo de trabajadores – jurídicamente independientes
falta de pago de una parte de su salario; sino, muy por el contrario, y económicamente dependientes - que necesitan una mayor protección
de la sanción a la empresa por el ejercicio de la policía laboral en jurídica de la que gozan actualmente.
función propia del Ministerio de Trabajo. Y menciono esto porque la
apreciación de la prueba es diferente en uno y otro caso. En el caso del Es necesario salir del estado de confusión inicial y que nuestros
juicio individual del trabajador, estaría a cargo de la empresa alegar y legisladores, con la participación de los actores sociales, sancionen una
probar la correcta liquidación salarial. Aquí, en el marco de una multa, normativa que ampare a dichos trabajadores, eliminando las zonas
es el Ministerio quien debería identificar precisamente y probar la grises o, al menos, llevándolas a su mínima expresión.
conducta sancionada …” El Ministerio de Trabajo y Seguridad Social de la provincia de Santa
Fe debería reconocer esta nueva realidad y admitir que no a toda
prestación de servicios se le aplica la ley de contrato de trabajo y estar
V.- El Procedimiento de juzgamiento de abierta a que existe una importante cantidad de trabajo jurídicamente
infracciones laborales en la provincia de Santa autónomo y económicamente dependiente excluido del derecho del
Fe. trabajo y una multiplicidad de zonas grises en las que hay que distinguir
De manera muy resumida diremos que, a nivel provincial se aplica en el caso concreto si estamos, o no, frente a un contrato de trabajo.
la ley 10.468 y su normativa modificatoria y complementaria , el Un buen comienzo sería empezar arespetar en el juzgamiento de las
procedimiento se inicia de oficio o a pedido de parte, el inspector y presuntas infracciones laborales, los principios de inocencia, legalidad,
los demás funcionarios del Ministerio de Trabajo y la Seguridad Social tipicidad, igualdad, razonabilidad, irretroactividad, culpabilidad y non
deben cumplir con lo establecido en el manual de procedimientos para bis in ídem (entre otros) del Derecho Administrativo sancionador.
la inspección del trabajo vigente, el incumplimiento de las normas
laborales puede surgir de un expediente administrativo o de un acta Creo importante destacar que no corresponde sancionar al empleador
de inspección, se le otorga al contribuyente la posibilidad de efectuar cuando no se observa un incumplimiento claro a las normas laborales.
un descargo donde deberá ofrecer la prueba de la que intente valerse De lo contrario, la señal que se envía a los actores sociales y a los
y, una vez producida la misma o vencidos los plazos de ley, se dicta operadores jurídicos es confusa. La experiencia nos enseña que
resolución condenando o absolviendo al administrado. cuandocumplir o no cumplir con las normas laborales tiene el mismo
resultado, ello tiende a incentivar el no cumplimiento de la norma ya
En lo que interesa para este trabajo, si el presunto infractor plantea precarizarde las relaciones de trabajo.
que el trabajador relevado por el inspector, trabaja para la empresa de
manera independiente, acompañando la documentación contractual
y fiscal que así lo acredita, la autoridad de aplicación desestima el
planteo, invocando la presunción del artículo 23 de la Ley 20.744 (t.o.),
manifestando que “resulta insuficiente para desvirtuar tal presunción
legal la denominación o instrumentación que las partes den a su
relación (artículos 4, 12, 21 y 22 de la ley 20.744 (t.o.) y/o el carácter
ocasional y/o limitado en el tiempo de la prestación (artículos 92 ter, 93
y 99, entre otros de la Ley 20.744 (t.o.) y/o el modo en que se retribuye
el servicio (artículos 103, 104, 107 108, 112 y concordantes de la Ley
20.744 (t.o.) …”y declarando nula toda la documentación acompañada
por aplicación del artículo 14 de la ley 20.744 (t.o) que establece
“será nulo todo contrato por el cual las partes hayan procedido
con simulación o fraude a la ley laboral, sea aparentando normas
contractuales no laborales, interposición de personas o cualquier otro
medio. En tal caso, la relación quedará regida por ésta ley”.
La autoridad administrativa, para resolver así, no cuenta con más
prueba que el acta de inspección realizada unilateralmente y sin la
participación del imputado.
Esta situación se ve agravada porque que para acceder a la revisión
judicial de lo resuelto en sede admnistrativa, se requiere el pago de la
multa, como requisito de admisibilidad del recurso de apelación.
La Corte Suprema de Justicia de Santa Fe tuvo oportunidad de
expedirse sobre la constitucionalidad del solve et repete previsto en
el artículo 52 de la ley 10.468 y, citando jurisprudencia de la Corte
Suprema de Justicia Nacional, resolvió a favor de su constitucionalidad
.
Lo relatado hasta aquí implica que los funcionarios del Ministerio de
Trabajo y Seguridad Social de la Provincia de Santa Fe – en mi opinión
de manera deliberada y con fines recaudatorios–parten del supuesto
erróneo que a toda prestación laboral se le aplica la ley de contrato
de trabajo y las presunciones ahí establecidas, cuando es unánime
la doctrina laboral especializada respecto a que no todo trabajo
es dependiente y no a toda prestación laboral se les aplica la ley de
contrato de trabajo.
El Ministerio de Trabajo y Seguridad Social de la provincia de Santa
Fe tampocorespeta, al juzgar presuntas infracciones laborales, los
principios de inocencia, legalidad, tipicidad, igualdad, razonabilidad,
irretroactividad, culpabilidad y non bis in ídem (entre otros),del
Derecho Administrativo sancionador.

VI.- Conclusiones.
La revolución tecnológica producida en los últimos 40 años reformuló
la forma de producir y comercializar bienes y servicios, de tal manera,
que impone a los juristas y operadores del derecho un giro copernicano
en la forma de analizar la realidad que nos rodea.
El Derecho del Trabajo argentino actual regula exclusivamente el

258
ponencias voluntarias
Aula 8
ADAPTABILIDAD LABORAL Y SOBERANÍA Contrato de trabalho intermitente
SOBRE EL TIEMPO EN CHILE: PRECISIONES Y brasileiro: contornos do conceito de
COMENTARIOS A UN RECIENTE PROYECTO DE intermitência na jurisprudência
LEY Lorena de Mello Rezende Colnago
Manuel Guerra Castillo
Resumo:
1. Según el Informe de la Comisión Mundial sobre el Futuro del Trabajo O trabalho intermitente é uma figura nova no mercado de trabalho
de la OIT (2019), ampliar la soberanía de las y los trabajadores sobre su brasileiro, que nasceu não do fato social, mas da legislação decorrente
tiempo constituye un pilar de la institucionalidad laboral en el camino da Reforma Trabalhista de 2017, mas que ainda tem aplicação muito
al trabajo decente. En este sentido, medidas como la reducción de las tímida. Poucos casos foram judicializados até o presente momento.
horas de trabajo o la regulación del derecho a la desconexión digital Assim, a ideia do artigo é apresentar a legislação brasileira sobre o
(Serrano, 2018) resultan pertinentes en un contexto en que la vida trabalho intermitente com suas possibilidades e eventuais conflitos
personal cede ante largas jornadas laborales, cuya extensión tiende a que possam surgir de sua interpretação, procurando colmatar essas
ampliarse mediante el control en línea que permiten las tecnologías de lacunas a partir de um diálogo de fontes e estudo desses primeiros
la comunicación. casos judicializados.
2. En Chile, la jornada de trabajo ordinaria es de 45 horas semanales,
que pueden repartirse entre 5 a 6 días. La jornada extraordinaria Abstract:
puede alcanzar un máximo de 2 horas diarias. En la práctica, suelen
trabajarse 9 horas diarias de lunes a viernes, con un intermedio de 30 Intermittent work is a new figure in the Brazilian labor market, born
minutos o más para colación y con sobretiempos con escaso control de not of the social fact, but of the legislation resulting from the Labor
la Inspección del Trabajo, que acusan la ausencia de garantías básicas Reform of 2017, but which still has very timid application. Few cases
y fundamentales para el límite de la jornada máxima y el disfrute del have been judicialized to date. Thus, the idea of the article is to present
descanso laboral (Rojas Miño, 2015). the Brazilian legislation on the intermittent work with its possibilities
and possible conflicts that may arise from its interpretation, seeking
3. En este marco regulatorio, el actual gobierno del Presidente to fill these gaps through a dialogue of sources and study of these first
Sebastián Piñera presentó el 02 de Mayo de 2019 un Proyecto de Ley judicial cases.
que propone conciliar trabajo y familia (Boletín N° 021-367). Entre las
medidas que propone, destaca: i) La posibilidad de que trabajadores y
empleadores acuerden una jornada ordinaria de 180 horas mensuales,
que puedan distribuirse de manera diferente cada semana; ii) La 1.Introdução
posibilidad de distribuir las 45 horas de trabajo en solo 4 días de la
Após 13 de julho de 2017 com a publicação da Lei n.º 13.467 a
semana; iii) La sustitución del límite diario del sobretiempo por un
polarização em torno de sua redação não faz mais sentido no mundo
límite semanal o mensual; entre otras propuestas.
jurídico, uma vez que posta a norma com previsão de vigência em 11
4. Como se puede apreciar, el Proyecto de Ley propone alternativas de de novembro de 2017, nos resta viabilizar a melhor aplicação possível
regulación que ‘libremente’ pueden ser establecidas entre trabajadores a fim de pacificar os conflitos do capital versus trabalho, visando o
y empleadores, conforme a sus necesidades respectivas. Sin embargo, maior e melhor equilíbrio social extraído da norma, a partir de uma
de acuerdo con un meridiano consenso en la doctrina jurídica, interpretação jurídica humanizada.
tal libertad resulta ilusoria conforme al carácter asimétrico que
Feitas essas considerações, sem aprofundar na crítica quanto à timidez
tradicionalmente ha representado la relación entre trabajo y capital,
da reforma quanto ao tratamento de temas importantes que são
cuya regulación nace precisamente de la imposibilidad de regirla por la
realidade no mundo do trabalho, uma vez que a lei posta representou
lógica de las relaciones civiles (Rodríguez Piñero, 1999). Asimismo, el
muito mais a oscilação histórica do conflito em questão, dessa vez com
Proyecto de Ley no considera la alternativa de
perda considerável aos direitos dos trabalhadores, em especial no que
reducir las horas de trabajo semanal, pese a que Chile lidera la nómina diz respeito à possibilidade de um contrato individual sobrepor-se a
de países con más horas de trabajo al año en la OCDE (OCDE, 2017). uma norma coletiva – art. 444, parágrafo único, da CLT, pós alteração
5. En este contexto, las medidas propuestas plantean más dificultades legislativa. Por fim analisaremos os primeiros casos judicializados
que soluciones: desde a reforma trabalhista em novembro de 2017 a maio de 2019 na
¿Cómo se planificarán las personas en sus tiempos libre ante los tentativa de se fixar um conceito jurisprudencial de descontinuidade.
requerimientos de las empresas? ¿Podrán ver a sus amigos y familia A presente pesquisa utilizou o método dedutivo, com pesquisa de
trabajando 12 horas diarias? ¿Aumentarán los riesgos laborales en dados legislativos, doutrinários e jurisprudenciais, sem se ater a um
dicha extensión horaria? Considerando que la reducción de horas de marco teórico específico, pois a finalidade do artigo foi analisar a
trabajo puede significar incluso un aumento en la productividad del novidade quanto ao instituto brasileiro do trabalho intermitente na
país (Lee, McCann y Messenger, 2007), el horizonte de regulación tentativa de traçar suas bases teóricas iniciais.
cobra más sentido en la consecución de una demanda histórica de las
y los trabajadores: 8 horas de trabajo, 8 horas de tiempo libre y 8 horas
2.Trabalho intermitente brasileiro
de descanso efectivo.
O trabalho intermitente é uma figura nova para o direito do trabalho
pátrio. Assemelha-se em seu regramento ao trabalhador avulso que se
ativa sob escalação, porém difere dele porque engloba um período de
aceite – três dias – e, caso o aceite seja descumprido pelo empregado
injustificadamente, haverá uma multa a ser paga no prazo de 30 dias no
importe de 50% sobre o valor que receberia naquele dia de trabalho,
caso tivesse comparecido à empresa.
O não aceite não importa ausência de subordinação, porque a ideia é
manter o vínculo com o empregado. O trabalho em outras empresas
com contratos intermitentes ou a indeterminados também não
descaracteriza a condição de empregado. É o que se extrai do art. 452-
A da CLT:
Art. 452-A. O contrato de trabalho intermitente deve ser celebrado
por escrito e deve conter especificamente o valor da hora de trabalho,
que não pode ser inferior ao valor horário do salário mínimo ou àquele
devido aos demais empregados do estabelecimento que exerçam a
mesma função em contrato intermitente ou não.

260
§ 1o O empregador convocará, por qualquer meio de comunicação contratual. Assim, se o empregado aceita a proposta de trabalho e falta
eficaz, para a prestação de serviços, informando qual será a jornada, injustificadamente, pode o empregador lhe cobrar uma multa de 50%,
com, pelo menos, três dias corridos de antecedência. mas não há obrigação correspondente para o empregador que oferece
§ 2o Recebida a convocação, o empregado terá o prazo de um dia útil o emprego e após o aceite do empregado o retirar.
para responder ao chamado, presumindo-se, no silêncio, a recusa. Nesses casos a razoabilidade impõe-se aos julgadores. O princípio da
§ 3o A recusa da oferta não descaracteriza a subordinação para fins do boa-fé contratual foi expressamente previsto no art. 421 do Código
contrato de trabalho intermitente. Civil – teoria geral dos contratos – e, portanto, deve-se aplicar ao caso
concreto em cotejo com o art. 478 do Diploma Civil para os casos em
§ 4o Aceita a oferta para o comparecimento ao trabalho, a parte que que o empregador retira o trabalho após o aceite:
descumprir, sem justo motivo, pagará à outra parte, no prazo de trinta
dias, multa de 50% (cinquenta por cento) da remuneração que seria Art. 478 - Nos contratos de execução continuada ou diferida, se
devida, permitida a compensação em igual prazo. a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa,
com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos
§ 5o O período de inatividade não será considerado tempo à extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do
disposição do empregador, podendo o trabalhador prestar serviços a contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da
outros contratantes. citação.
§ 6o Ao final de cada período de prestação de serviço, o empregado O devedor nesse caso é o empregado. A disciplina contratual nos
receberá o pagamento imediato das seguintes parcelas: apresenta tanto no diploma civil como no do consumidor (art. 6º, inciso
I - remuneração; V, da Lei n.º8.078/90), a necessidade de coibir-se e evitar as clamadas
II - férias proporcionais com acréscimo de um terço; clausulas de oneração excessiva de uma parte em detrimento da outra,
mormente nos contratos de adesão, sendo o contrato de emprego um
III - décimo terceiro salário proporcional;
deles.
IV - repouso semanal remunerado; e
Conforme o art. 479 do Código Civil evita-se a resolução – e nesse
V - adicionais legais. caso há uma modalidade de justa causa do empregador – oferecendo-
§ 7o O recibo de pagamento deverá conter a discriminação dos valores se ao réu, no caso empregador Reclamado modificar eqüitativamente
pagos relativos a cada uma das parcelas referidas no § 6o deste artigo. as condições do contrato. Podendo-se optar pela exclusão da multa
§ 8o O empregador efetuará o recolhimento da contribuição ou alteração equitativa de obrigações, ou seja, inserção de multa
previdenciária e o depósito do Fundo de Garantia do Tempo de equivalente ao empregador ofertante do trabalho, a fim de evitar a
Serviço, na forma da lei, com base nos valores pagos no período mensal onerosidade excessiva (art. 480 do CC).
e fornecerá ao empregado comprovante do cumprimento dessas Além disso, as regras sobre proposta e aceite também podem ser
obrigações. interpretadas à luz da teoria geral dos contratos, pois o texto celetista
§ 9o A cada doze meses, o empregado adquire direito a usufruir, nos é omisso, salvo quanto à multa aplicada ao empregado. A respeito do
doze meses subsequentes, um mês de férias, período no qual não tema temos as seguintes regras do Direito Civil:
poderá ser convocado para prestar serviços pelo mesmo empregador. Art. 428. Deixa de ser obrigatória a proposta:
A semelhança com o trabalho avulso se faz devido à escalação e ao I - se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita.
cálculo do pagamento em horas do salário, porém no caso do avulso Considera-se também presente a pessoa que contrata por telefone ou
não há contrato de emprego como no trabalho intermitente e nem por meio de comunicação semelhante;
mesmo a multa contratual. II - se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo
O interessante dessa lei é a previsão necessária de um contrato suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do proponente;
escrito entre as partes e a dação ao empregado de direitos inerentes III - se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta
a um contrato de trabalho a prazo indeterminado (férias com 1/3, dentro do prazo dado;
13º salário, adicionais e repouso semanal remunerado), sendo a
IV - se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da
distinção realizada na quantidade de dias em que o trabalhador se
outra parte a retratação do proponente.
ativa na empresa, além da ausência de previsão legal de pagamento
de horas extras. Observa-se que o art. 443 da CLT foi alterado para (...)
acrescentar o trabalho intermitente no seu parágrafo terceiro, como Art. 430. Se a aceitação, por circunstância imprevista, chegar tarde ao
nova modalidade de prestação de serviços. conhecimento do proponente, este comunicá-lo-á imediatamente ao
Observa-se que o vínculo empregatício indeterminado para o trabalho aceitante, sob pena de responder por perdas e danos.
intermitente aparenta uma contradição lingüística, pois o conceito Art. 431. A aceitação fora do prazo, com adições, restrições, ou
de empregado conjugado dos artigos 2º e 3º da CLT importa na modificações, importará nova proposta.
habitualidade do trabalho, sempre analisada sob o viés da continuidade, Art. 432. Se o negócio for daqueles em que não seja costume a
prevalecendo na jurisprudência pátria, com raras exceções, a ideia de aceitação expressa, ou o proponente a tiver dispensado, reputar-se-á
que o trabalho duas vezes na semana, por exemplo, não implica vínculo concluído o contrato, não chegando a tempo a recusa.
de emprego, salvo se realizado por anos ininterruptos.
Art. 433. Considera-se inexistente a aceitação, se antes dela ou com
Sob essa perspectiva evolucionista da jurisprudência pátria, o ela chegar ao proponente a retratação do aceitante.
trabalho intermitente é uma subespécie de contrato de trabalho a
prazo indeterminado (art. 451 da CLT). À semelhança da legislação Art. 434. Os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que
estrangeira, em especial os estudos espanhóis, separa-se o trabalho a aceitação é expedida, exceto:
intermitente do trabalho eventual a partir da extraordinariedade I - no caso do artigo antecedente;
(necessidade produtiva circunstancial ou pontual) do evento II - se o proponente se houver comprometido a esperar resposta;
empresarial a que esse contrato submete-se. Se o evento é repetido e
previsível o contrato de trabalho existente tem vínculo empregatício, III - se ela não chegar no prazo convencionado.
embora do tipo intermitente. E mesmo que o contrato seja verbal, Art. 435. Reputar-se-á celebrado o contrato no lugar em que foi
embora a lei não o reconheça dessa forma, se presentes as características proposto.
da periodicidade do evento a que é convocado o trabalhador, têm- A doutrina civilista é ampla quanto aos debates acerca do aceite,
se a configuração do vínculo de emprego intermitente – princípio da retirada de proposta e indenização por perdas e danos quando
primazia da realidade, art. 9º da CLT. a resposta chega tarde ao proponente – empregador – vinda do
Ultrapassado o conflito do vínculo de emprego, e adentrando no trabalhador – aceitante.
mérito das cláusulas contratuais, a normativa que estipula uma No caso do contrato de emprego intermitente, o empregador –
multa ao trabalhador em razão de sua ausência injustificada deve ser proponente – é obrigado a avisar imediatamente ao empregado
interpretada sob o víeis da alteridade contratual – o risco da atividade que a sua aceitação chegou tardiamente, sob pena de responder ao
econômica é de responsabilidade do empregador, art. 2º da CLT. O empregado por perdas e danos, considerando a disposição expressa da
direito civil deve ser aplicado subsidiariamente, art. 8º da CLT, para lei sobre a permissão da pluralidade contratual. O empregado pode ter
resolver os problemas advindos da ausência de sinalagma para a recusa
do empregador em aceitar o empregado.
Toda prestação contratual pelo princípio do sinalagma deve conter
outra correspondente e equivalente, sob pena de gerar um desequilíbrio

261
deixado de aceitar outra proposta, ainda que menos vantajosa, para direitas de inconstitucionalidade quanto ao tema tramitando sob o
realizar o trabalho cuja aceitação chegou tardiamente. n.º 5806, 5826, 5829, 5950 perante o Supremo Tribunal Federal sem
O Brasil volta dois séculos para integrar o seu Direito do Trabalho ao decisão até aquele momento (22/08/2018) – e também até o momento
Direito Civil, com a vantagem do novo Código Civil privilegiar a função deste artigo -, julgando improcedente o pedido de dano moral por
social dos contratos e da propriedade – construção legislativa que ofensa à dignidade humana do trabalhador, sendo reformada pela
tem origem brasileira no Estatuto da Terra, art. 4º, de 1964, pioneiro Primeira Turma do Tribunal Regional do Trabalho de Minas Gerais,
nessa regulamentação -, a boa-fé contratual objetiva, a socialidade e a para considerar o contrato nulo sob o seguinte argumento:
eticidade. [...] entende-se o contrato de trabalho intermitente como sendo
O legislador ordinário permaneceu silente quanto à extinção uma contratação Assim sendo, essa modalidade de contrato,
contratual, e, diante dessa lacuna, aplicam-se as mesmas regras sobre porexcepcional, em atividade empresarial descontínua.ser atípica
resolução, resilição e rescisão contratual previstas na norma celetista e peculiar, assegura aos trabalhadores patamares mínimos de
para o empregado a prazo indeterminado, ou mesmo sobre o distrato. trabalho e remuneração, devendoentão ser utilizada somente para
situações específicas. In casu, analisando o contrato de trabalho
Também nada observou quanto aos direitos conquistados a partir de Id.d140d84, verificou-se que o reclamante foi contratado
dos atores sociais – sindicatos – por meio de negociações coletivas. pela reclamada Magazine Luiza em 21/11/2017 para o cargo de
E, nesse ponto, os direito concedidos aos trabalhadores submetidos assistente de loja, em atividades típicas, permanentes da empresa,
ao contrato de emprego indeterminado, aplicam-se integralmente ao quais sejam, recepcionar o cliente na loja, conferir produtos e fazer
contrato de trabalho intermitente – PLR, percentuais de adicional pacotes, efetuar procedimentos de entrega de produtos adquiridos
noturno, cesta básica, plano de saúde, etc. – seguindo um princípio pelo site, contar, conferir e zelar pelo estoque de produtos da
de coerência interna do sistema, pois extrai-se do art. 7, caput e loja, entre outras. Nesse sentido, a Anamatra - Associação Nacional
inciso X XVI, da CF conjugado com o art. 611-A da CLT o princípio dos Magistrados da Justiça do Trabalho, por meio desua Comissão
da primazia da negociação coletiva sobre a legislação, respeitadas as 3, redigiu a tese 28 da 19ª CONAMAT, por meio da qual entende
disposições mínimas constitucionais e as vedações decorrentes do art. que o regime de caráter intermitente é incompatível com a demanda
611-B da CLT, incluindo os defeitos e nulidades do negócio jurídico, permanente, contínua ou regular ou para substituir posto de trabalho
neles incluída regra da não discriminação, salvo a inclusiva. efetivo.
A alteração da modalidade contratual intermitente para indeterminado Assim, utilizando como fonte doutrinaria o enunciado produzido
contínuo apesar de não previsto deve ser observada, por analogia com no encontro bienal de juízes do trabalho em âmbito nacional –
a legislação espanhola. Abrindo-se uma vaga de trabalho contínuo CONAMAT. A primeira turma entendeu pela constitucionalidade do
o empregado intermitente deve ter a preferência para ocupá-la na contrato de trabalho intermitente, porém em razão de sua utilização
medida em que já está amplamente testado para as tarefas cotidianas, em atividades contínuas da empresa, reconheceu sua nulidade. A
não devendo submeter-se ao contrato de experiência. empresa reclamada embargou a decisão sob o argumento de que
E, nesse quesito, mesmo que a legislação reformada não tenha previsto utilizou a contratação intermitente para uma “Liquidação Fantástica”
essa modalidade de contrato para o vínculo intermitente, por se tratar em 4 e 5 de janeiro em razão do aumento “drástico de vendas”, mas
de um tipo de contrato a prazo indeterminado, cumpre ao intérprete seu recurso foi conhecido e desprovido porque seus argumentos
extrair da norma o máximo de possibilidades que ela pode produzir a ensejavam a modificação da decisão que deveria ser realizada por meio
partir de uma interpretação sistemática. de interposição de recurso próprio. O recurso de Revista interposto
Observa-se ainda que o trabalho intermitente não substitui o pela empresa não foi conhecido, e o processo encontra-se em
subordinado típico e nem mesmo pode ser associado à terceirização, processamento do agravo de instrumento para o Tribunal Superior do
e diferente da alteração realizada pela reforma trabalhista na lei Trabalho sem decisão até o momento, prevalecendo o entendimento
da terceirização deixando ao arbítrio das partes o pagamento de expresso no acórdão da 1ª Tuma do TRT mineiro. Observe-se que,
salário equivalente ao do empregado típico da tomadora de serviços, tecnicamente, se a 1ª Turma entende que o recurso tem caráter
no caso do trabalho intermitente, o importe salarial não pode ser reformador, incompatível com o art. 897-A da CLT, que se presta a
inferior ao salário mínimo hora ou ao dos empregados que realizem corrigir o erro material, além da omissão e contradição, o caso seria
as mesmas funções na empresa que contrata esse tipo de trabalhador, de não conhecimento do recurso e não de desprovimento, porque o
independente do contrato desse trabalhador paradigma da isonomia mérito não chegou a ser analisado ante a falta de adequação.
ser perene ou intermitente. O segundo caso de utilização do conceito de trabalho intermitente
Essa isonomia não é a mesma do art. 461 da CLT. Mas será que a pelo Poder Judiciário Trabalhista foi julgado em 10/04/2019, pelo
equiparação salarial pode ser aplicada ao trabalhador intermitente? Tribunal Regional do Trabalho do Mato Grosso do Sul, acórdão da 2ª
Considerando outro trabalhador intermitente ou ainda um Tuma nos autos processo n.º 0024356-91.2016.5.24.0006 , não se
empregado típico, o valor de sua hora de trabalho, a mesma atividade/ trata propriamente de um caso de trabalho intermitente, pois o cerne
função, qualificação e produtividade, não há vedação legal para essa da demanda foi o conflito quanto à existência de vínculo trabalhista de
equiparação. O legislador ordinário, evitando a complexidade da um instrutor do SENAI, porém, os desembargadores entenderam por
matéria equiparação, preferiu a isonomia ou igualdade salarial para a bem enquadrar o vínculo de emprego do instrutor que tinha períodos
proteção desse novo tipo contratual. contínuos e descontínuos de trabalho na modalidade prevista no art.
443,§3º e art. 452-A da CLT, inserido pela Lei n.º 13.467/2017. Ocorre
No ordenamento pátrio não houve o esclarecimento do referencial
que a aplicação retroativa da norma é vedada por lei – art. 6º da Lei
para a fixação do contrato de trabalho intermitente, ele é uma exceção
de Introdução das Normas Brasileiras, Decreto-Lei n.º 4657/42 -,
ao art. 452 da CLT que considera a prazo indeterminado os contratos
havendo norma processual civil que veda a decisão surpresa, art.
que se sucederem dentro de seis meses outro contrato a prazo
10 do CPC, que pode ser aplicável ao Processo do Trabalho por
determinado, pois a natureza contratual do novo instituto requer a
compatibilidade com o art. 769 da CLT. Interessante ler a íntegra do
realização de períodos de trabalho intercalados com períodos de não
fundamento da 2ª Turma do TRT 24 para aplicação da norma:
trabalho, havendo uma lacuna legislativa quanto ao referencial da
intermitência: o trabalho e sua natureza ou a atividade empresarial. [...] na verdade o contrato sempre existiu, o que a Lei fez foi apenas
reconhecer a sua existência, e tendo a decisão que reconhece o vínculo
Ante a inexistência de vedação legal, e considerando a liberdade de
de emprego natureza declaratória constitutiva, seus efeitos, retroagem
atos, salvo as proibições legais, art. 5, inciso II, da CF/88, inicialmente
à data em que o labor foi prestado. Por conseguinte, os efeitos de
pode-se entender que o trabalho intermitente brasileiro pode ser
natureza econômica apenas se tornam exigíveis com a publicação da
utilizado em qualquer atividade empresarial descontinua, ou em
sentença que, no caso concreto, ocorreu em plena vigência a nova
atividades contínuas com picos irregulares de trabalho, com muito
norma que, repito, apenas reconheceu o que sempre existiu, não se
cuidado para que o contrato de trabalho intermitente não se torne um
podendo cogitar de aplicação retroativa da Lei nova, mas de aplicação
meio de fraudar as normas trabalhistas, art. 9 da CLT.
as situações reconhecidas em sua vigência.
O mais interessante do acórdão foi a pesquisa realizada pelos
3.Tentativa de delimitação do conceito de julgadores, que remonta ao contrato descontínuo da Espanha, além da
intermitência pela jurisprudência fixação de um conceito para o trabalho intermitente como o trabalho
O primeiro caso de trabalho intermitente judicializado ocorreu prestado de modo descontínuo em certos dias da semana, do mês ou
em Minas Gerais perante a 4ª Vara de Coronel Fabriciano com
ajuizamento em 21/09/2018 sob o n.º 0010454-06.2018.5.03.0097.
A petição inicial foi distribuída sob o procedimento sumaríssimo,
em sentença o juiz de primeiro grau entendeu primeiramente pela
constitucionalidade do novo contrato, apesar da existência das ações
262
do ano, ou em determinadas épocas, dependendo de eventos que 5.Referências
apenas acontecem nessas ocasiões como carnaval, festividades BR ASIL. TRIBUNAL REGIONAL DO TR ABALHO DA 3ª REGIÃO. Acórdão
de finais de ano, temporadas de férias, trabalho prestados para nos autos do processo n.º 0010454-06.2018.5.03.0097. 1ª Turma. Des. Rel.
conjuntos musicais em shows de finais semana, trabalho de garçons José Resende Chaves Júnior. DJe 29/10/2018. Disponível em: < https://pje-
em clubes e outros estabelecimentos que apenas funcionam em finais consulta.trt3.jus.br>. Acesso em: mai. 2019.
de semana ou feriados ou certo períodos, não existindo a necessidade BR ASIL. TRIBUNAL REGIONAL DO TR ABALHO DA 24ª REGIÃO.
de que o trabalhador fique de forma integral, todos os dias, à disposição Andamento e consulta do processo n. 0024356-91.2016.5.24.0006. Disponível
em: < https://pje.trt24.jus.br/consultaprocessual>. Acesso em: mai. 2019.
do empregador.
BR ASIL. Tribunal Superior do Trabalho. Diarista que trabalhou por 12 anos
Além disso a 2ª Tuma também entendeu que a prestação de serviço na mesma casa tem vínculo de emprego reconhecido. Notícias. Processo: RR-
é necessária “enquanto e quando ocorrem esses eventos, embora 502-08.2012.5.01.0246. 06/04/2015. Disponível em: < http://www.tst.jus.
muitas vezes aquele que a contrata tenha uma atividade br/noticia-destaque/-/asset_publisher/NGo1/content/diarista-que-trabalhou-
permanente, donde se conclui que a intermitência não está ligada ao por-12-anos-na-mesma-casa-tem-vinculo-de-emprego-reconhecido>. Acesso:
tipo de atividade empresarial” , em oposição ao entendimento da 1ª set. 2015.
Turma do TRT 3 (Minas Gerais), que fixou o conceito de contrato DALLEGR AVE NETO, José Affonso. Flexissegurança nas relações de trabalho.
intermitente na atividade empresarial ocasional, entendendo que na Que bicho é esse? Revista Trabalhista (Rio de Janeiro), v. 25, p. 49-53, 2008.
atividade permanente o contrato não seria possível enquanto a 2ª HIGA, Flávio da Costa. Reforma trabalhista e contrato de trabalho intermitente.
Turma do TRT 24 entendeu que ocasional é o trabalho que pode se dar Consultor Jurídico, opinião, 8 de junho de 2017. Disponível em: < http://www.
em atividade permanente, ou não, da empresa. Esse processo também conjur.com.br/2017-jun-08/flavio-higa-reforma-trabalhista-contrato-trabalho-
está sendo objeto de recurso de revista, pendente de decisão. intermitente#_ftn13>. Acesso em: set. 2017.
MARTINS, André Almeida - O trabalho intermitente como instrumento
Assim, até que o Tribunal Superior do Trabalho manifeste-se para
de flexibilização da relação laboral: o regime do Código de Trabalho. Leiria:
uniformizar o entendimento, há jurisprudencialmente a fixação de dois Instituto Politécnico de Leiria – Escola Superior de Tecnologia e Gestão,
parâmetros para a existência de um contrato de trabalho intermitente 2012. pp. 66-97. Comunicação apresentada no “I Congresso Internacional de
a partir da interpretação do art. 443, §3º e art. 452-A da CLT Ciências Jurídico-Empresariais, 2009”. ISBN 978-972-8793-39. Disponível em:
atual: a própria natureza do trabalho que se repete ocasionalmente < https://iconline.ipleiria.pt/bitstream/10400.8/772/1/artigo2.pdf>. Acesso
independente da atividade empresarial, e, a atividade empresarial em: mai. 2019.
que deve ser de intercalada por períodos descontínuos ante a omissão
legislativa quanto ao referencial a ser considerado para “

4.Conclusão
A formalidade para as novas formas de trabalho é uma tendência na
legislação brasileira, considerando a reforma de 2017, sendo o contrato
intermitente um contrato especial de emprego a prazo indeterminado,
que surge para fazer frente ao desemprego, reinserindo as pessoas,
ainda que paulatinamente, no mercado de trabalho, mas também
permitindo a utilização do tempo livre para outras atividades
produtivas ou de capacitação, sendo uma preocupação que vai
surgindo na doutrina o tempo descontinuo de trabalho, que pode ser
remunerado ou não, dependo da opção do legislador.
Para que esse conceito não vire sinônimo de desregulamentação pura
e simples haverá necessidade do intérprete concretizá-lo da melhor
forma possível à luz dos princípios e valores constitucionais, mas
também de toda riqueza normativa do ordenamento pátrio – uno e
indivisível.
A legislação civil inerente ao aceite pode ser utilizada como fonte
subsidiária para a interpretação dos problemas que poderão surgir com
a aplicação do contrato de trabalho intermitente, como os primeiros
julgamentos vem realizando. O debate doutrinário e judicial apenas
foi iniciado ante o reduzido tempo da nova legislação e da necessidade
de amadurecimento do instituto. Há apenas dois julgados paradigma
que entram em conflito quanto ao referencial da intermitência, um
fixando-o na atividade empresarial de interrompida pelo tempo e
outro nos intervalos de trabalho dentro da atividade empresarial
permanente.
Cerrar os olhos aos fatos não ajuda ao Direito que influencia e sofre
ingerência de outros ramos – economia, sociologia, filosofia, etc. No
Brasil, não só as leis produzem o direito, mas também a doutrina e a
jurisprudência, mormente após a inserção de institutos como súmulas
vinculantes e precedentes vinculantes, além da natural produção
de norma decorrente das decisões judiciais. A reforma trabalhista
de 2017 é fruto do movimento pendular mundial entre as ideologias
liberais e sociais, que se alternam nos governos e legislações, ora
com maior, ora com menor proeminência. O futuro do ordenamento
pátrio trabalhista ainda não está estabilizado. Cumpre ao intérprete,
ao jurista e aos profissionais que produzem o Direito encontrar o
equilíbrio entre essas duas forças antagônicas para restabelecer a paz
social e estabilidade tão almejadas.

263
A REFORMA TRABALHISTA E A TENTATIVA DE laborais, o número de trabalhadores filiados é muito baixo, o que
ANIQUILAÇÃO DO MOVIMENTO SINDICAL denota a falta de prestígio que estas entidades têm junto à classe
trabalhadora (SOUTO MAIOR,et al, 2019).Culturalmente, os
BRASILEIRO sindicatos laborais no Brasil são vistos como celeiros de pessoas que
Giselle Gonzalez G. B. Jorge apenas lutam em causas próprias, sem ouvir os reclamos legítimos da
Flávio Gaspar Salles Vianna categoria a qual representam (PINTO, DA SILVA PINTO, 2018).
Diante deste novo cenário decorrente da proibição do desconto
compulsório da contribuição sindical (quota empregado), a extinção
A força unida é mais forte.
dos sindicatos laborais do Brasil parece óbvia, haja vista que a retirada
Francis Bacon da sua fonte de custeio acaba por prejudicar sobejamente a sua
atividade; mas, estaria o movimento sindical deveras aniquilado?
Resumo É o que se pretende responder.
O presente estudo tem como objetivo a reflexão a respeito da estrutura
do modelo sindical brasileiro frente às várias tentativas de aniquilação 2. O Sindicalismo no Brasil
por ele sofridas em detrimento da ação dos governos ao longo do
Segundo apontamentos históricos, os primeiros contornos coletivos
tempo. O tema será desenvolvido inicialmente com a apresentação
no Brasil remontam ao ano de 1699, com o aparecimento das
do contexto histórico, passando pela análise do modelo sindical
corporações de oficiais mecânicos e de ourives na cidade de Salvador,
adotado e das legislações pertinentes, conduzindo para importantes
estado da Bahia (CATHARINO 1977, apud NASCIMENTO, 2008,
e pertinentes conceitos que deveriam ser considerados na busca pelo
p. 113). Naquela época a similitude ou conexão profissional já eram
precípuo interesse coletivo.
utilizados para a realização dos agrupamentos profissionais, os
chamados:segmentos profissionais.
Abstract No entanto, com o ápice da imigração europeia para o Brasil, logo após
This study aims to reflect on the structure of the Brazilian labor union a abolição da escravatura, o corporativismo laboral foi intensificado,
model in view of the various attempts of annihilation it suffered to the ditando as primeiras linhas do sindicalismo. Italianos, espanhóis,
detriment of the action of governments over time. The issue will be portugueses, alemães, japoneses além de outras nacionalidades
developed initially with the presentation of the historical context, going ocuparam massivamente os porões dos navios que se destinaram
through the analysis of the adopted union model and the pertinent ao Novo Continente na busca por melhores condições de vida, que
legislations, leading to important and pertinent concepts that should lhes pudessem trazer principalmente a lavoura de café e, logo após a
be considered in the search for the primary collective interest. indústria (LUCIA, 2000).
A sociedade brasileira, escravocrata até então, teve que se adaptar ao
trabalho por contraprestação – oneroso – e às suas características;
1. Introdução
já que nos países de origem dos trabalhadores imigrantes, uma certa
A Reforma Trabalhista ocorrida no ano de 2017 com o advento da preocupação com direitos trabalhistas já havia sido levantada pela
Lei ordinária n.º 13.467/2017, trouxe uma gama de modificações classe trabalhadora.
que abalaram estruturalmente todo o aparelho trabalhista brasileiro
Nos anos que antecederam a década de 30, o sindicalismo no Brasil era
(sindicatos, Ministério do Trabalho e Emprego, Justiça do Trabalho e
feito de forma “quase que artesanal”, já que era regido por iniciativas
Ministério Público do Trabalho).
isoladas de grupos com afinidades semelhantes para determinados
O que inicialmente foi uma tímida pequena reforma trabalhista aspectos ou causas; fazendo-se representar principalmente por
apresentada pelo então presidente em exercício Michel Temer - com ideologias políticas (NASCIMENTO, op. cit.).
a modificação de poucos artigos, transformou-se, quando da sua
No entanto, a Era Vargas,iniciada em 1930, se incumbe em controlar a
aprovação, na alteração de mais de 100 artigos da CLT(SEVERO,
massa ideologicamente organizada,baixoregras estatais. A partir deste
SOUTO MAIOR, 2017), passando pela abolição de algumas
período, os sindicatos passaram a ter um controle externo exercido
peculiaridades adstritas ao trabalho da mulher, pela previsão legal
pelo Estado; se assemelhando ao modelo italiano proposto pela Carta
da condenação dos trabalhadores litigantes - ainda que beneficiários
del Lavoro, datada de 1927, de Benito Mussolini.
da justiça gratuita–emhonorários advocatícios,se sucumbentes, até
mesmo a proibição do desconto compulsório da contribuição sindical. Para a implementação da gestão sindical, o governo Vargas criou,
neste mesmo ano, o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio que
Vale lembrar que a compulsoriedade da contribuição sindical anual,
tinha como finalidade exercer o controle financeiro sobre os recursos
que correspondia ao desconto direto, em folha de pagamento, de um
dos sindicatos, inclusive proibindo a utilização de valores em períodos
dia de trabalho no mês de março,sempre encontrou guarida nos artigos
de greve (FGV, 2019).
8º, IV (segunda parte) e 149 ambos da Constituição Federal de 1988,
além dos artigos da CLT(redação anterior à reforma): 578, 579 e 582. A criação do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio veio em
conjunto com o Decreto 19.770 de 19 de março de 1931, o qual regulou
Cumpre destacar que, além da contribuição sindical – inicialmente
a sindicalização das classes patronais e operárias, estabelecendo regras
chamadade “imposto sindical” ao ser instituído na Ditadura Vargas –
desde a constituição da entidade sindical (“terão os seus direitos e
também são autorizadas por lei a contribuição confederativa (prevista
deveres regulados pelo presente decreto, podendo defender, perante
no artigo 8º, IV, primeira parte da Constituição Federal de 1988) e a
o Governo da República e por intermédio do Ministério do Trabalho,
contribuição assistencial (artigo 513, alínea ‘e’ da CLT), além de outras
Indústria e Comércio, os seus interesses de ordem econômica,
contribuições instituídas em assembleia da categoria ou constantes de
jurídica, higiênica e cultural, todas as classes patronais e operárias,
negociação coletiva (NASCIMENTO, 2007).
que, no território nacional, exercerem profissões idênticas, similares
Um dos motes deste trabalho será a contribuição sindical compulsória, ou conexas, e que se organizarem em sindicatos, independentes entre
que, até 2017, obrigatória a todos os trabalhadores formalmente si, mas subordinada a sua constituição (...) – artigo 1º caput, Decreto
registrados, era arrecadada aos cofres da União e repartida entre a n.º 19.770/31”), até mesmo a proibição, “no seio das organizações
Conta Especial Emprego e Salário (CEES – administrada pelo extinto sindicais”, de qualquer propaganda de ideologias sectárias, de caráter
Ministério do Trabalho e Emprego (10%), além dos sindicatos(60%), social, político ou religioso, bem como de candidaturas a cargos
das federações(15%), das confederações(5%) e centrais sindicais eletivos, estranhos à natureza e finalidade das associações (artigo 1º, f
(10%). do Decreto nº 19.770/31).
De acordo com o estudo realizado para a elaboração do projeto Um ponto curioso do citado Decretocinge-se na proibição de filiação
de Lei da Reforma Trabalhista, em 2016, a contribuição sindical foi de trabalhadores a organizações sindicais internacionais (artigo 12 do
responsável pela arrecadação de R$ 3,96 bilhões de reais (STF, ADI Decreto n.º 19.770/31), além da participação limitada de estrangeiros
5794). nos sindicatos nacionais (artigo 1°, cdo Decreto nº 19.770/31). Essa
Oportuno recordar que o Brasil não é signatário da Convenção da limitação à atuação de estrangeiros tinha como principal objetivo
OIT n.º 87, permanecendo, desta forma, a unicidade sindical, sendo impedir a disseminação de ideias contrárias à ordem política vigente
possível apenas o reconhecimento governamental de um sindicato por naquela época; já que, historicamente, neste mesmo momento
segmento profissional em cada base territorial; no entanto, mesmo
diante desta realidade foram detectados em 2017,11.326 sindicatos
profissionais e 5.186 sindicatosde empregadores (STF, ADI 5794).
Importante esclarecer que, apesar do grande número de sindicatos

264
eclodiam, principalmente na Europa, diferentes ideologias políticas em lograr mínimas conquistas, às custas de um grande controle dos
que, poderiam colocar em risco a continuidade do governo Vargas. trabalhadores (BOITO JR., ibid.,p. 16).
O aludido Decreto também resguardava a legalidade dos sindicatos, No entanto, esta realidade não é nova, ela é perfeitamente amparada
que deveriam ser reconhecidos pelo Ministério do Trabalho, Indústria pelo modo de constituição do sistema sindical adotado desde a Era
e Comércio, para então serem reconhecidos juridicamente, mediante Vargas.O chamado “Sindicalismo de Estado”, abordado na obra de
a aprovação de estatutos, acompanhados de cópia autentica da ata de Boito Jr.(ibid.), tem como tripé sustentador: a investidura sindical,
instalação e de uma relação do número de sócios, com os respectivos a unicidade e as contribuições sindicais obrigatórias – condições da
nomes, profissão, idade, estado civil, nacionalidade, residência e constituição sindical previstas nos textos normativos ao longo dos
lugares ou empresas onde exerciam as atividades profissionais (artigo tempos, e reiteradas pela Constituição Federal de 1988.
2º do Decreto n.º 19.770/31). Além do mais, os acordos e convenções
coletivas deveriam ser ratificados pelo Ministério do Trabalho,
Indústria e Comércio antes de entrarem em vigor (artigo 10º do a.A investidura sindical
Decreto n.º 19.770/31), e para este mesmo órgão governamental, Como um modo de legitimar e de controlar a ação de cada segmento
deveriam ser remetidos anualmente, no mês de março, um relatório dos profissional, o Estado, por meio do seu órgão Ministerial, outorga
acontecimentos sociais do qual deveriam constar, obrigatoriamente, a representatividade e o poder de negociação ao sindicato oficial,
as alterações do quadro dos sócios, o estado financeiro da associação, reconhecendo como organismo que representa um determinado
modificações que, porventura, tivessem sido feitas nos respectivos segmento de trabalhadores (BOITO JR., ibid., p. 27).
estatutos, além de fatos que, pela sua natureza,poderiam estar Ou seja, um sindicato apenas possui a legitimidade oficialmente
desconformes com os dispositivos do Decreto (artigo 4º do Decreto reconhecida mediante a concessão, pelo Estado, da Carta Sindical.
n.º 19.770/31). Neste passo, apenas estas entidades sindicais podem atuar em nome
Quanto à unicidade sindical, o Decreto previa que em caso de cisão de da coletividade a qual representaem face do empregador, da justiça e
uma classe em dois ou mais sindicatos, seria reconhecida a entidade dos demais órgãos estatais.
que reunisse 2/3 da mesma classe e, se caso esta condição não fosse A investidura sindical, prevista na legislação nacional desde a década
verificada, aquela que reunisse maior número de associados. de 30, foi por último reforçada no artigo 8º, I da Constituição Federal
A margem da regulação do Decreto, ficaram: 1. os funcionários públicos, de 1988. Cabe lembrar que o referido artigo proíbe a exigência legal
que não poderiam se organizar em sindicatos e muito menos realizar de autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o
qualquer ato de sindicalização, eis que, em virtude da natureza de registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência
suas funções, estas pessoas estariam subordinadas aos princípios de e a intervenção na organização sindical (BR ASIL, 1988).
hierarquia administrativa, sendo regidos por um estatuto legal, e 2. os Como é possível observar, dentro do tripé – investidura, contribuição
trabalhadores domésticos, que deveriam obedecer a regulamentação a compulsória e unicidade - a necessidade de registro da entidade
parte (artigo 11, a e b do Decreto n.º 19.770/31). sindical no órgão competente é condição sine qua non estabelecida
Vargas, buscando a cooperação, elevou os sindicatos, federações e constitucionalmente para o exercício da atividade sindical.
confederações à órgãos de colaboração com o Poder Público, por meio Neste sentir, através da investidura sindical é possível sustentar outra
de conselhos mistos e permanentes de conciliação e de julgamento, característica basilar do “Sindicalismo de Estado”: a unicidade.
na aplicação das leis que regulassem os meios de dirimir conflitos
suscitados entre patrões, operários ou empregados (artigo 6º do
Decreto n.º 19.770/31). b.A unicidade sindical
Muito embora o Decreto seja de 1931, a fonte de custeio sindical A unicidade sindical,também prevista pela na Constituição Federal
foi instituída apenas em 1937, com a possibilidade de cobrança de se mostra como um empecilho à plena liberdade sindical ; haja vista
contribuições viabilizada pela Constituição daquele ano. que o próprio artigo 8º, II da I da Constituição Federal de 1988 proíbe
a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau,
O governotambém foi responsável por codificar as Lei Trabalhistas
representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base
que eram esparsas até 1943, por meio da Consolidação das Leis
territorial,definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados,
do Trabalho, a chamada CLT (Decreto-Lei n.º 5452/43); e ainda
não podendo ser inferior à base territorial de um Município (BR ASIL,
promoveu a seguridade social através dos Institutos de Aposentadorias
1988).
e Pensões (IAP´s) a partir de 1933 (FGV, 2019).
É dizer que está vedada a criação de mais de um sindicato representante
Assim, sobre este período:
do mesmo segmento profissional, na mesma base territorial,
O perfil das políticas sociais do período de 1937 a 1945 foi marcado assegurando-se, desta forma, aexclusividade na representação dos
pelos traços de autoritarismo e centralização técnico-burocrático, obreiros por base territorial, que deverá observar a delimitação
pois emanavam do poder central e sustentavam-se em medidas mínima de um município, pelo menos.
autoritárias. Também era composto por traços paternalistas,
Tal proibição constitucional se contrapõe à tendência mundial
baseava-se na legislação trabalhista ofertada como concessão e numa
predominante, uma vez que a Convenção da OIT n.º 87 prevê a
estrutura burocrática e corporativa, criando um aparato institucional
adoção da pluralidade sindical entre os países ratificantes; sendo
e estimulando o corporativismo na classe trabalhadora. (COUTO,
desnecessário mencionar a não anuência do Brasil até a presente data.
2004, p.104).
E na visão deBoito Jr. (op. cit. p. 28) a unicidade sindical:
Como é possível observar, a EraVargas marca um período
indiscutivelmente importante da história política, econômica e social Trata-se, então, não de um monopólio de fato, mas legal, que, como
brasileira, eis que, nesta época, houve a ruptura do modelo econômico- tal, só pode ser uma concessão do Estado. A unicidade só pode existir,
social vigente até então. O trabalho rural foi desprestigiado e então, caso exista a investidura sindical. Mas esta, ao contrário, pode
paulatinamente substituído pelo trabalho urbano, principalmente nas dispensar a unicidade. Porém, nesse caso, a eficácia da investidura
indústrias existentes nas grandes capitais (CANO, 2007). como instrumento de controle do aparelho sindical fica comprometida.
No entanto, a forma como o sindicalismo fora regulamentado desde Neste ponto percebe-se que a unicidade sindical tem como objetivo
o Governo de Getúlio Vargas comporta algumas considerações, como implícito assegurar ao Estado mais um método de controle da
serão feitas adiante. atividade sindical, restringindo-a apenas aos sindicatos devidamente
reconhecidos pelo órgão competente, deixando à margem a à
ilegalidade qualquer outro ente que possa surgir dentro de uma
3. O modelo sindical adotado desde a Era Vargas categoria profissional.
O modelo sindical calcado na subordinação à cúpula da burocracia Ainda dentro deste tópico, impende esclarecer que a dita liberdade
estatal, como muito bem colocado por Boito Jr. (1991, p. 26), é sindical – prevista no artigo 8º caput da Constituição Federal de 1988,
objetivado pelo controle de ação exercido pelo Estado. cinge-se apenas ao direito deassociação profissional ou sindical. Ou
Dentro desta sistemática, o sindicato, legitimado por meio da outorga seja, a liberdade sindical prevista no âmbito constitucional ampara a
da Carta Sindical, tem como principal função amortizar o conflito de possibilidade do trabalhador de se associar ou não ao sindicato oficial,
classes (BOITO JR., ibid., p. 16). tocando ao interessado fazer tal opção.
Na verdade, o sindicato não se mostra como um ente deveras
representativo dos interesses da classe laboral, na sua essência,
e na peculiaridade cada segmento profissional. Não.O sindicato,
enquanto agente integrante do aparelho estatal trabalhista,tem se
demonstrado, ao longo do tempo, pouco combativo;preocupando-se
265
c.A contribuição sindical organização das entidades (SANTANA, ibid.).
Como já abordado, coube ao então Presidente Getúlio Vargas, iniciar Apesar do modelo sindical brasileiro comportar críticas, por colocar
a transição econômica – social do Brasil, passando do extremamente o sindicato na condição de longa manus do Estado, insta relembrar
rural para o inicialmente industrializado; e conjuntamente com o quedurante a ditadura militar a região do ABC foi palco de greves
desenvolvimento industrial, veio a ascensão de uma nova classe emblemáticas, sendo que em uma delas,ossindicatos se viram
trabalhadora composta massivamente por trabalhadores rurais, que obrigados a suspender o movimento paredista em detrimento da
deixaram o campo e partiram para a cidade em busca de melhores continuidade da sua própria existência (BOITO JR. op. cit. p. 14).
condições de vida (CANO, 2007). Nas palavras de John Humphrey citado por Boito Jr. em sua obra (op.
Com o aumento dos trabalhadores urbanos, e com a formação dos cit. p. 14):
sindicatos de classe, o governo brasileiro, seguindo as tendências A necessidade de manter o sindicato (...) levou este e alguns outros
europeias, possibilitou, pela primeira vez, a criação de contribuições empresários a conseguirem o seguinte compromisso: os operários
em favor do sindicato da categoria por meio da Constituição outorgada retornariam ao trabalho aceitando as mesmas condições que tinham
de 1937, a chamada “Polaca ”, sendo que o artigo 138 do referido sido rejeitadas nas assembleias, e o Ministério do Trabalho terminaria
diploma aduzia: em 45 dias a intervenção nos três sindicatos (...). A greve terminou
A associação profissional ou sindical é livre. Somente, porém, o sem quaisquer ganhos imediatos para o sindicato, e este foi forçado
sindicato regularmente reconhecido pelo Estado tem o direito de à situação de negociar “com as máquinas funcionando” em contraste
representação legal dos que participarem da categoria de produção com a posição de força que haviam alcançado em 1978.
para que foi constituído, e de defender-lhes os direitos perante o Como nos ensina aindaNascimento (op.cit., p. 133), esta dita
Estado e as outras associações profissionais, estipular contratos “repressão” ao movimento sindical brasileiro, experimentada ao longo
coletivos de trabalho obrigatórios para todos os seus associados, dos governos militares-ditatoriais, propiciou uma ruptura da ordem
impor-lhes contribuições e exercer em relação a eles funções delegadas legalaté então estabelecida, com o aparecimento de uma nova figura no
de Poder Público (BR ASIL, 1937). ápice piramidal da estrutura hierárquica sindical: as centrais sindicais.
Em 1943, o artigo 580 da CLT trouxe a previsão do imposto sindical As centrais propuseram-se a promover a articulação das demais
compulsório, e com o objetivo de administrar os valores originados da entidades integrantes do quadro oficial, os sindicatos, as federações
arrecadação, foram criados o Fundo Social Sindical e a Comissão do e as confederações.
Imposto Sindical, ambos previstos pela CLT. Desta forma, o controle
vitaldas entidades sindicais passou a ser efetivamente exercido pelo Esta ruptura da ordem legal por meio das centrais veio como uma
Estado , já queeste deteve a partir de então o controle financeiro dos resposta legítima ao intervencionismo estatal nos sindicatos, muito
valores destinados à sobrevivência daquelas entidades. embora estas tenham sido somente reguladas por Lei em 2008 (Lei
n.º 11.468/08), durante o mandato dopresidente Luiz Inácio Lula da
Assim, a contribuição sindical se apresenta como um dos pilares que Silva.
sustentam efetivamente a mencionada subordinação do sindicato
à cúpula da burocracia estatal, permitindo que interesses estatais, Nascimento ainda cita (op.cit. p. 133-134):
que muitas vezes são meras traduções dos interesses das classes Nos centros de maior densidade trabalhista do País, como o Estado
economicamente dominantes, sejam sopesados nas ações sindicais, de São Paulo e, mais precisamente, na região do estado denominada
provocando, comojá citado, amortecimento do conflito de classes. ABC – por reunir as cidades de Santo André, São Bernardo do Campo
e São Caetano do Sul -, altamente industrializada, em especial com
a indústria automobilística, ergueu-se um movimento sindical
4. A primeira significante tentativa de aniquilação espontâneo reivindicativo e contestatório ao mesmo tempo em
do movimento sindical: Os Anos de Chumbo que cresceu o Partido dos Trabalhadores, nova agremiação política,
O dia 1º de abril de 1964 foi marcado pela resignação do Brasil à combinando-se ação política com a ação sindical, do que resultou uma
Ditadura Militar. Foram 25 anos e 6 mandatos de presidentes militares nova autuação dos trabalhadores no relacionamento com as empresas.
até a abertura democrática ocorrida efetivamente em 1989, com o (...)
governo Sarney (CODATO, 2005). Os meios que o sindicalismo usou para romper com o sistema legal
Assim como no Chile, na Argentina e em outros países latino- foram os tradicionais: greves, manifestações, protestos, criação
americanos, este período foi marcado pelo embrutecimento das de novas estruturas sindicais e novas lideranças, iniciativas dos
relações (em sentido amplo: sociais, culturais, artísticas, econômicas, metalúrgicos do ABC, a criação da CUT e da CGT-divisão provocada
laborais, jurídicas e, obviamente sindicais) entre o Estado e a por divergências sindicais internas.
Sociedade, tudo com a justificativa da guerra “ao comunismo” e ao Neste sentido, mesmo com o movimento sindical nacionalmente
modelo de governança implantado pela extinta União das Repúblicas enfraquecido, atribui-se à mobilização dos trabalhadores,
Soviéticas, no segundo pós guerra (MARTINS FILHO, 2002). principalmente na região do ABC Paulista, um dos fatores principais
Durante o período militar o sindicalismo no Brasil entrou num período que impulsionou a abertura política no Brasil (NASCIMENTO, ibid.).
obscuro, e nas palavras de SANTANA (2008, p. 279): Apesar da dita ruptura da ordem legal, por meio da criação das centrais
(...) Após mais de uma década desse intenso crescimento e atividade, sindicais, a abertura política conservou a alma do antigo modelo
toda a estrutura organizacional dos trabalhadores brasileiros, na base sindical em seus aspectos primordiais; já que houvea manutenção da
e na cúpula, foi duramente atingida pelo golpe civil-militar de 1964, base da estrutura do sindicalismo de Estado (GREGÓRIO, op.cit.).
o qual tinha como uma das suas justificativas exatamente impedir Com relação a este momento histórico, uma digressão se faz
a implantação de uma “república sindicalista” no país. A prisão de importante; a reabertura política trouxe aos sindicatos brasileiros
lideranças, a perseguição de militantes, bem como a desestruturação a opção de reescrever a sua própria história, já que estavam frente à
do trabalho nos sindicatos e nas fábricas, desbarataram atividades uma assembleia constituinte e ali poderiam deliberar a concepção de
que levariam bastante tempo para serem recompostas. Em termos do uma nova estrutura sindical. No entanto, o conservadorismo primou,
movimento operário, o que restou, como tradicionalmente restava em fazendo com que a estrutura sindical imposta em uma ditadura
períodos como esse, foi o trabalho pequeno e silencioso no chão de permanecesse na democracia (BOITO JR., op. cit.).
fábrica. Era preciso recompor forças e somar esforços para enfrentar
a ditadura. O texto constitucional de 1988 apesar de ampliar a liberdade sindical
no que pertine à associação, manteve o sistema confederativo, criou
No âmbito estrutural, o modelo sindical implantado pela Governo novas contribuições e manteve a unicidade sindical (NASCIMENTO,
Vargas, e mantido pelos seus sucessores, foi moldado aos interesses op. cit., p. 135).
dos militares, fazendo com que estes seguissem controlando o
movimento sindical (GREGÓRIO, 2007). Como observado, apesar da Ditadura Militar ter abalado o movimento
sindical brasileiro, em meio a perseguições e intervenções, a estrutura
Já no âmbito legal, com a intenção de controlar ainda mais o movimento sindical permaneceu incólume, possibilitando, inclusive a ascensão
sindical, os militares estabeleceram regras estritas para a ocupação do de uma ideologia política voltada ao reconhecimento dos interesses
espaço sindical, com a adoção de mecanismos que possibilitassem o dos trabalhadores e o surgimento, neste meio, de líderes políticos,
controle dos candidatos aos cargos de comando das entidades, que culminando na própria eleição de um presidente.
estariam, sob a avaliação do Ministério do Trabalho e da Polícia
Política (SANTANA, op. cit.).
Além do mais, com a implantação do FGTS e por conseguinte, a extinção
da estabilidade no emprego, a atividade sindical foi ameaçada, já que a
grande rotatividade nas relações empregatícias, passou a prejudicar a
266
6. A segunda significante tentativa de aniquilação GANDR A DA SILVA MARTINS, “Contribuição no Interesse das
do movimento sindical: A Reforma Trabalhista de Categorias Econômicas de Profissionais – Regime Jurídico Tributário
2017 que não Comporta Desonerações – Diferença entre Interesse Público
Como um presente aos sindicatos, a Reforma Trabalhista de 2017 foi e Interesse das Categorias Econômicas de Profissionais – Opinião
vendida à população brasileira. Poder negociar com o empregador as Legal”, Repertório IOB de Jurisprudência nº 13/530-529, 2008;
próprias condições de trabalho diretamente, sem a interferência das LEANDRO PAULSEN, “Direito Tributário: Constituição e Código
leis do “Estado – opressor” pareceu ser uma grande vantagem. Tributário à luz da doutrina e da jurisprudência”, p. 132/133, 13ª ed.,
2011, Livraria do Advogado/Esmafe; LUIZ FELIPE SILVEIR A DIFINI,
A prevalência do NEGOCIADO sobre o LEGISLADO soou como “Manual de Direito Tributário”, p. 54, item n. 3.4, 4ª ed., 2008,
uma possibilidade real de atingir grandes conquistas ao proletariado. Saraiva; FLÁVIA MOREIR A PESSOA, “Contribuições Sindical,
Além do mais, o discurso padronizado dos amantes da “nova ordem” Confederativa, Associativa e Assistencial: Natureza e Regime
era o de que, nenhum direito seria suprimido do trabalhador, tudo o Jurídicos”, “in” Revista do TRT/19ª Região nº 1/2004, vol. 9/103-112;
que estaria preconizado na Constituição Federal seria mantido, e a ARNALDO SÜSSEKIND, “Instituições de Direito do Trabalho”,
negociação somente poderia ocorrer a partir do patamar mínimo legal p. 1.171/1.172, 22ª ed., 2005, Editora São Paulo; IVES GANDR A
já existente. DA SILVA MARTINS, “Contribuição Sindical”, “in” Suplemento
Neste sentir, a prevalência do negociado sobre o legislado seria o Trabalhista, ano X XV, n. 113/89, 1989, LTr, v.g.).
grande mote, a solução de todos os problemas,e colocaria o Sindicato (...) após distinguirem a contribuição sindical das contribuições de
em uma posição de “Super-Sindicato”, defensor da classe trabalhadora, natureza confederativa e daquelas de índole assistencial, qualificam-
e possibilitaria atender também os interesses empresariais, nas na como espécie de caráter tributário, exigível, compulsoriamente,
palavras de Monteiro, Pacheco e Gonçalves-Brasil Jorge (2017, p. 40): dos integrantes da categoria econômica ou profissional,
Al parecer, la intención del legislador en este punto fue la de atender independentemente de filiação sindical, acentuando, ainda, que
a los reclamos de la clase empresarial,que desde hace tiempo señalaba a compulsoriedade da cobrança de referida contribuição sindical,
que la Consolidación de las Leyes del Trabajo, en la manera en que se exatamente porque fundada no próprio texto da Constituição (CF, art.
presenta en la actualidad, perjudica y desalienta el espíritu empresarial 8º, IV, “in fine”, e art. 149, “caput”), com este não conflita:
y su actividad en Brasil. “AGR AVO REGIMENTAL NO AGR AVO DE INSTRUMENTO.
Por ello, se dijo que con la flexibilización de normas llevada a cabo TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO SINDICAL:
a través de la prevalencia de lo “acordado sobre lo legislado”, habría NATUREZA JURÍDICA DE TRIBUTO. COMPULSORIEDADE.
una efectiva y profunda modernización de la legislación laboral PRECEDENTES. AGR AVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA
brasileña, lo que traería aparejada la generación de más empleos y más PROVIMENTO.” (AI 692.369-AgR/SP, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA
emprendedores. – grifei) “Sindicato: contribuição sindical da categoria: recepção.
Mesmo em face da complexidade do tema e de sua importância A recepção pela ordem constitucional vigente da contribuição
transdisciplinar, a tramitação do projeto de lei aconteceu em tempo sindical compulsória, prevista no art. 578 CLT e exigível de todos
recorde. Em 23 de dezembro de 2016, o então presidente em exercício os integrantes da categoria, independentemente de sua filiação ao
Michel Temer apresentou para a Câmara dos Deputados uma tímida sindicato, resulta do art. 8º, IV, ‘in fine’, da Constituição; não obsta à
proposta de reforma, que continha algumas alterações no tocante à recepção a proclamação, no ‘caput’ do art. 8º, do princípio da liberdade
jornada de trabalho (SEVERO, SOUTO MAIOR, op. cit., p. 07). No sindical, que há de ser compreendido a partir dos termos em que a Lei
mês de abril de 2017, a Comissão Especial da Câmara dos Deputados Fundamental a positivou, nos quais a unicidade (art. 8º, II) e a própria
recebeu um novo texto da reforma, de autoria do Deputado Rogério contribuição sindical de natureza tributária (art. 8º, IV) – marcas
Marinho, com a alteração de tantos outros pontos da legislação características do modelo corporativista resistente –, dão a medida
trabalhista, contando com mais de 800 emendas, promovendo mais da sua relatividade (cf. MI 144, Pertence, RTJ 147/868, 874); nem
de 100 alterações na CLT (SEVERO, SOUTO MAIOR, op. cit.). impede a recepção questionada a falta da lei complementar prevista
E, no apagar das luzes, incluiu-se naquele então projeto de lei, a vedação no art. 146, III, CF, à qual alude o art. 149, à vista do disposto no art.
à contribuição sindical compulsória. Assim, com a promulgação da Lei 34, §§ 3º e 4º, das Disposições Transitórias (cf. RE 146733, Moreira
n.º 13.467/2017, toda a estrutura sindical brasileira viu-se na iminência Alves, RTJ 146/684, 694).” (RE 180.745/SP, Rel. Min. SEPÚLVEDA
de ser ceifada pela raiz, uma vez que sua fonte de custeio havia sido PERTENCE – grifei)
sumariamente extirpada. (...)
No entanto, ainda havia um fio de esperança, uma vez que o custeio Cabe assinalar, ainda, que o Supremo Tribunal Federal não só tem
sindical compulsório estaria, até então, expressamente previsto confirmado a validade constitucional das regras legais que dispõem
no texto constitucional; sendo, portanto, uma norma de matriz sobre a contribuição sindical (urbana), como tem igualmente
constitucional, que não pode sofrer revogação por uma simples lei reconhecido a plena compatibilidade, com a Constituição, da
ordinária, como é a Lei 13.467/2017. contribuição sindical rural instituída pelo Decreto-lei nº 1.166/71, eis
Além do mais, o entendimento consolidado pelo Supremo Tribunal que ambas as contribuições sindicais (tanto a urbana quanto a rural)
Federal com relação à compulsoriedade da contribuição sindical qualificam-se como exações meramente tributárias (AI 439.076/SP,
estava calcado em sua robusta jurisprudência em sentido anuente . Rel. Min. ELLEN GR ACIE – AI 509.518-AgR/SP, Rel. Min. CARLOS
VELLOSO – AI 509.913/SP, Rel. Min. JOAQUIM BARBOSA – AI
Destaca-se o acórdão extraído da ADPF n.º 126 (Ação de
512.832/SP, Rel. Min. CARLOS VELLOSO – AI 540.433/SP, Rel.
descumprimento de preceito fundamental) de 01/02/2013, cujo
Min. CARLOS VELLOSO – AI 739.052/SP, Rel. Min. RICARDO
processo teve como objetivo questionar a legalidade constitucional da
LEWANDOWSKI – AI 765.246-AgR/SP, Rel. Min. CÁRMEN
cobrança compulsória da contribuição sindical, tendo como decisão o
LÚCIA – AI 767.855/SP, Rel. Min. GILMAR MENDES – RE 255.186/
reconhecimento da não afrontava àConstituição, como se depreende
SP, Rel. Min. SEPÚLVEDA PERTENCE – RE 466.795/SP, Rel.
da transcrição parcial do decisum:
Min. EROS GR AU – RE 484.282/SP, Rel. Min. EROS GR AU – RE
(... ) Não se pode desconhecer, contudo, no exame da controvérsia em 491.048/SP, Rel. Min. DIAS TOFFOLI – RE 510.721/SP, Rel. Min.
questão, que a “obrigatoriedade da contribuição sindical” (fls. 09), EROS GR AU – RE 565.365-AgR-ED/SP, Rel. Min. ELLEN GR ACIE
prevista, ela mesma, no próprio texto constitucional (CF, art. 8º, IV, – RE 578.956/SP, Rel. Min. ELLEN GR ACIE – RE 590.362/SP, Rel.
“in fine”, e art. 149), resulta da circunstância de referida contribuição Min. ELLEN GR ACIE – RE 595.493/SP, Rel. Min. DIAS TOFFOLI –
qualificar-se como modalidade tributária, subsumindo-se à noção de RE 597.062/SP, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA – RE 602.044/SP, Rel.
tributo (CTN, art. 3º e art. 217, I), considerado, sob tal perspectiva, Min. JOAQUIM BARBOSA – RE 602.062/SP, Rel. Min. CÁRMEN
o que dispõem os preceitos constitucionais acima mencionados, LÚCIA – RE 602.064/SP, Rel. Min. MARCO AURÉLIO – RE
notadamente o que se contém no art. 149 da Lei Fundamental. 606.822/SP, Rel. Min. DIAS TOFFOLI – RE 628.216/SP, Rel. Min.
É importante referir, neste ponto, que o magistério da doutrina CÁRMEN LÚCIA – RE 630.266/SP, Rel. Min. GILMAR MENDES
reconhece que as contribuições sindicais, consideradas exações de – RE 632.139/SP, Rel. Min. JOAQUIM BARBOSA – RE 633.699/SP,
caráter corporativo, revestem-se de natureza tributária (CF, art. 149, Rel. Min. LUIZ FUX – RE 674.409/SP, Rel. Min. CELSO DE MELLO
“caput”), sendo exigíveis, por isso mesmo, de modo compulsório (como – RE 703.283/SP, Rel. Min. MARCO AURÉLIO – RE 721.172/SP, Rel.
ocorre com qualquer tributo), daqueles que se acham identificados, Min. CELSO DE MELLO, v.g.):
na norma legal definidora da hipótese de incidência, como sujeitos
passivos da obrigação tributária (GUSTAVO FILIPE BARBOSA
GARCIA, “Curso de Direito do Trabalho”, p. 1.195/1.196, 4ª ed.,
2010, Forense; ALICE MONTEIRO DE BARROS, “Curso de Direito
do Trabalho”, p. 1.243/1.244, 5ª ed., 2009, Editora São Paulo; IVES
267
“Agravo regimental em agravo de instrumento. 2. Contribuição sindical
rural. Decreto-Lei nº 1.166, de 15 de novembro de 1971. Natureza
tributária. Integrantes das categorias profissionais ou econômicas,
ainda que não filiados a sindicato. Exigência. 3. Acórdão recorrido em
consonância com a jurisprudência desta Corte.” (AI 430.985-AgR/SP,
Rel. Min. GILMAR MENDES).
(...)
Com efeito, e ao contrário do que pretende o Partido Popular
Socialista – PPS, a contribuição sindical, que se qualifica como espécie
tributária, mostra-se plenamente compatível com o novo ordenamento
constitucional, não descumprindo, por isso mesmo, qualquer preceito
fundamental, as regras legais que preveem essa especial modalidade
de tributo. Vale registrar, por oportuno, que a União Federal sempre
poderá, no exercício de sua competência legislativa plena, instituir e
revogar contribuições sociais de interesse de categorias profissionais
ou econômicas (...)
Impende ressaltar que essa orientação reflete-se no próprio
magistério da doutrina (CELSO RIBEIRO BASTOS, “Comentários
à Constituição do Brasil”, vol. III/520, 1989, Saraiva; ALUYSIO
MENDONÇA SAMPAIO, “As Fontes de Receitas dos Sindicatos Notoriamente, os três mencionados artigos amarram a ideia de
na nova Constituição Federal”, “in” Relações Coletivas de Trabalho, “prévia autorização” do empregado para a efetivação do desconto
p. 341, 1989, LTr; EDUARDO GABRIEL SAAD, “A Constituição salarial, como condição sine qua non à sua realização; o que não se
Temática Trabalhista”, “in” Suplemento Trabalhista, p. 375, Ano X XV compatibilizava com o posicionamento consolidado pelo STF até
n. 71/89, 1989, LTr, v.g.). aquele momento.

Vê-se, portanto, a partir dessauniforme e consolidada orientação Entretanto, nesta oportunidade, a Corte Suprema, como uma quimera
jurisprudencial que o Supremo Tribunal Federal firmou sobre a matéria flamejante inesperada, transformou em cinzas toda a argumentação
em causa, que tal circunstância torna igualmente incognoscível a por ela própria defendida ao longo de sua existência, adotando a partir
presente ação constitucional. É que a arguição de descumprimento de então entendimento diametralmente oposto:
de preceito fundamental, quando impugnar atos estatais, somente DIREITO CONSTITUCIONAL E TR ABALHISTA. REFORMA
poderá ser utilizada se se demonstrar que há relevante controvérsia TR ABALHISTA. FACULTATIVIDADE DA CONTRIBUIÇÃO
constitucional sobre determinado tema, o que, no entanto, não ocorre SINDICAL. CONSTITUCIONALIDADE. INEXIGÊNCIA DE LEI
no caso ora em exame. COMPLEMENTAR. DESNECESSIDADE DE LEI ESPECÍFICA.
Com efeito, a agremiação partidária arguente sequer foi capaz de INEXISTÊNCIA DE OFENSA À ISONOMIA TRIBUTÁRIA (ART.
comprovar a existência de qualquer controvérsia jurídica, inclusive no 150, II, DA CRFB). COMPULSORIEDADE DA CONTRIBUIÇÃO
âmbito do Poder Judiciário, em torno da validade constitucional dos SINDICAL NÃO PREVISTA NA CONSTITUIÇÃO (ARTIGOS
arts. 579, 582, 583 e 587 da CLT, cuja recepção, pela vigente ordem 8 º, IV, E 149 DA CRFB). NÃO VIOLAÇÃO À AUTONOMIA
constitucional, foi proclamada, em inúmeros e sucessivos precedentes DAS ORGANIZAÇÕES SINDICAIS (ART. 8 º, I, DA CRFB).
(já anteriormente referidos), pelo Supremo Tribunal Federal. INOCORRÊNCIA DE RETROCESSO SOCIAL OU ATENTADO
AOS DIREITOS DOS TR ABALHADORES (ARTIGOS 1 º, III E
Conclui-se, em razão desses numerosos precedentes emanados desta IV, 5 º, X X XV, LV E LX XIV, 6 º E 7 º DA CRFB). CORREÇÃO DA
Suprema Corte, que já não mais existe qualquer estado de incerteza PROLIFER AÇÃO EXCESSIVA DE SINDICATOS NO BR ASIL.
ou de insegurança no plano jurídico a respeito do significado das REFORMA QUE VISA AO FORTALECIMENTO DA ATUAÇÃO
regras legais em questão, não mais havendo, por isso mesmo, qualquer SINDICAL. PROTEÇÃO ÀS LIBERDADES DE ASSOCIAÇÃO,
situação de indefinição em torno da plena validade constitucional SINDICALIZAÇÃO E DE EXPRESSÃO (ARTIGOS 5 º, INCISOS
das normas ora impugnadas. (...). (BR ASIL, STF, Pleno. ADPF 126, IV E XVII, E 8 º, CAPUT, DA CRFB). GAR ANTIA DA LIBERDADE
Relator Ministro Celso de Mello, data do julgamento 01/02/2013, DE EXPRESSÃO (ART. 5 º, IV, DA CRFB). AÇÕES DIRETAS DE
data da publicação 22/02/2013). INCONSTITUCIONALIDADE JULGADAS IMPROCEDENTES.
A decisão reforçou o caráter tributário inerente à contribuição sindical AÇÃO DECLAR ATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE
compulsória, sendo, portanto, exigível de todos os integrantes dos JULGADA PROCEDENTE.
segmentos profissionais, indistintamente, independentemente de 1. À lei ordinária compete dispor sobre fatos geradores, bases de
associação sindical, acentuando, ainda que a compulsoriedade da cálculo e contribuintes quanto à espécie tributária das contribuições,
cobrança advém do próprio texto constitucional, já que a cobrança não sendo exigível a edição de lei complementar para a temática,
compulsória havia de ser entendida pelos seus próprios termos, nos ex vi do art. 146, III, alínea ‘a’, da Constituição. 2. A extinção de
quais a unicidade sindical prevista no artigo 8º, II e a contribuição contribuição pode ser realizada por lei ordinária, em paralelismo à
sindical aduzida no artigo 8º, IV compunham o modelo corporativista regra segundo a qual não é obrigatória a aprovação de lei complementar
existente até então (STF, ADPF n.º 126). para a criação de contribuições, sendo certo que a Carta Magna
A par disso, importante mencionar que o STF já havia se pronunciado apenas exige o veículo legislativo da lei complementar no caso das
negativamente a respeito da criação de outras contribuições contribuições previdenciárias residuais, nos termos do art. 195, § 4º,
compulsórias além da já existente, por força de acordo coletivo de da Constituição. Precedente (ADI 4697, Relator(a): Min. EDSON
trabalho, convenção coletiva ou sentença normativa; esegundo o FACHIN, Tribunal Pleno, julgado em 06/10/2016). 3. A instituição da
entendimento da Casa: facultatividade do pagamento de contribuições sindicais não demanda
Recurso Extraordinário. Repercussão Geral. 2. Acordos e convenções lei específica, porquanto o art. 150, § 6º, da Constituição trata apenas
coletivas de trabalho. Imposição de contribuições assistenciais de “subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de
compulsórias descontadas de empregados não filiados ao sindicato crédito presumido, anistia ou remissão”, bem como porque a exigência
respectivo. Impossibilidade. Natureza não tributária da contribuição. de lei específica tem por finalidade evitar as chamadas “caudas legais”
Violação ao princípio da legalidade tributária. Precedentes. 3. Recurso ou “contrabandos legislativos”, consistentes na inserção de benefícios
extraordinário não provido. Reafirmação de jurisprudência da Corte” fiscais em diplomas sobre matérias completamente distintas, como
(BR ASIL, STF, Pleno. ARE-RG 1.018.459/PR, Rel. Min. Gilmar forma de chantagem e diminuição da transparência no debate público,
Mendes, data da publicação 10.03.2017). o que não ocorreu na tramitação da reforma trabalhista de que
trata a Lei nº 13.467/2017. Precedentes (ADI 4033, Relator(a): Min.
Assim, imperioso é observar que apenas a contribuição sindical JOAQUIM BARBOSA, Tribunal Pleno, julgado em 15/09/2010; RE
prevista constitucionalmente era a única com caráter compulsório e 550652
natureza tributária.
AgR, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Segunda
No entanto, pós – reforma trabalhista, o tema novamente voltou à Turma, julgado em 17/12/2013). 4. A Lei nº 13.467/2017 emprega
apreciação do Supremo Tribunal Federal, por meio da Ação Direita de
Inconstitucionalidade n.º 5794. Nesta ação, o plenáriofoi incitado a
pronunciar-se a respeito da constitucionalidade dos artigos 578, 579 e
582 todos da CLT, após a alteração das redações promovidas pela Lei
nº 13.467/2017.
268
critério homogêneo e igualitário ao exigir prévia e expressa anuência à presunção de constitucionalidade das leis e à luz dos artigos 5º,
de todo e qualquer trabalhador para o desconto da contribuição incisos IV e XVII, e 8º, caput, da Constituição, os quais garantem as
sindical, ao mesmo tempo em que suprime a natureza tributária da liberdades de expressão, de associação e de sindicalização. 15. Ações
contribuição, seja em relação aos sindicalizados, seja quanto aos Diretas de Inconstitucionalidade julgadas improcedentes e Ação
demais, motivos pelos quais não há qualquer violação ao princípio Declaratória de Constitucionalidade julgada procedente para assentar
da isonomia tributária (art. 150, II, da Constituição), até porque não a compatibilidade da Lei n.º 13.467/2017 com a Carta Magna.
há que se invocar uma limitação ao poder de tributar para prejudicar ACÓRDÃO
o contribuinte, expandindo o alcance do tributo, como suporte à
pretensão de que os empregados não-sindicalizados sejam obrigados a Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do
pagar a contribuição sindical. 5. A Carta Magna não contém qualquer Supremo Tribunal Federal, em Sessão Plenária, sob a Presidência
comando impondo a compulsoriedade da contribuição sindical, na da Senhora Ministra Cármen Lúcia, na conformidade da ata de
medida em que o art. 8º, IV, da Constituição remete à lei a tarefa de julgamento e das notas taquigráficas, por maioria e nos termos do voto
dispor sobre a referida contribuição e o art. 149 da Lei Maior, por sua do MinistroLuiz Fux, que redigirá o acórdão, em julgar improcedentes
vez, limita-se a conferir à União o poder de criar contribuições sociais, os pedidos formulados nas ações diretas de inconstitucionalidade
o que, evidentemente, inclui a prerrogativa de extinguir ou modificar e procedente o pedido formulado na ação declaratória de
a natureza de contribuições existentes. 6. A supressão do caráter constitucionalidade. Vencidos os Ministros Edson Fachin (Relator),
compulsório das contribuições sindicais não vulnera o princípio Rosa Weber e Dias Toffoli. Brasília, 29 de junho de 2018. Ministro
constitucional da autonomia da organização sindical, previsto no LUIZ FUX - REDATOR PAR A O ACÓRDÃO.
art. 8º, I, da Carta Magna, nem configura retrocesso social e violação Em suma, em decisão histórica e totalmente imprevista no âmbito
aos direitos básicos de proteção ao trabalhador insculpidos nos jurídico, o plenário da Suprema Corteavançou sobre o tema atinente
artigos 1º, III e IV, 5º, X X XV, LV e LX XIV, 6º e 7º da Constituição. à característica tributária da contribuição sindical, elencando que
7. A legislação em apreço tem por objetivo combater o problema da caberia à lei ordinária dispor sobre fatos geradores, bases de cálculo
proliferação excessiva de organizações sindicais no Brasil, tendo e contribuintes quanto à espécie tributária das contribuições, não
sido apontado na exposição de motivos do substitutivo ao Projeto sendo exigível a edição de lei complementar para tal, validando,
de Lei nº 6.787/2016, que deu origem à lei ora impugnada, que o pontualmente, a legitimidade e adequação da Lei da Reforma
país possuía, até março de 2017, 11.326 sindicatos de trabalhadores Trabalhista neste particular. Mencionou, ainda, que o novel texto legal
e 5.186 sindicatos de empregadores, segundo dados obtidos no retirou o caráter tributário da aludida contribuição ao determinar a
Cadastro Nacional de Entidades Sindicais do Ministério do Trabalho, exigência de prévia e expressa autorização do trabalhador para a
sendo que, somente no ano de 2016, a arrecadação da contribuição efetivação do desconto.
sindical alcançou a cifra de R$ 3,96 bilhões de reais. 8. O legislador O decisum aduziu também que inexiste na Constituição Federal de
democrático constatou que a contribuição compulsória gerava uma 1988 qualquer imperativo legal no sentido de obrigar o pagamento
oferta excessiva e artificial de organizações sindicais, configurando da contribuição sindical, sendo que tal tarefa incumbiria a edição de
uma perda social em detrimento dos trabalhadores, porquanto não legislação infraconstitucional.
apenas uma parcela dos vencimentos dos empregados era transferida
Além do mais, a decisão teve como embasamento dados sociológicos,
para entidades sobre as quais eles possuíam pouca ou nenhuma
os quais trouxeram o número de sindicatos existentes no Brasil, o valor
ingerência, como também o número estratosférico de sindicatos
arrecadado de contribuição no ano anterior à proposta de lei,além de
não se traduzia em um correspondente aumento do bem-estar da
trazer dúvidas quanto à efetiva representatividade das entidades em
categoria. 9. A garantia de uma fonte de custeio, independentemente
defesa dos interesses da coletividade. Menciona de forma clara e bem
de resultados, cria incentivos perversos para uma atuação dos
objetiva que a contribuição sindical compulsória tem se demonstrado
sindicatos fraca e descompromissada com os anseios dos empregados,
com uma forma de financiar atividades políticas, que nem sempre
de modo que a Lei nº 13.467/2017 tem por escopo o fortalecimento e
agradam todos os seus contribuintes, o que configuraria em
a eficiência das entidades sindicais, que passam a ser orientadas pela
violação à garantia fundamental da liberdade de expressão protegida
necessidade de perseguir os reais interesses dos trabalhadores, a fim
constitucionalmente.
de atraírem cada vez mais filiados. 10. Esta Corte já reconheceu que
normas afastando o pagamento obrigatório da contribuição sindical Paradoxalmente, a Corte Suprema confirmou o ônus constitucional de
não configuram indevida interferência na autonomia dos sindicatos: manter a assistência judiciária gratuita perante a Justiça Trabalhista,
ADI 2522, Relator(a): Min. EROS GR AU, Tribunal Pleno, julgado em inclusive quanto a trabalhadores não associados, sob a justificativa de
08/06/2006. 11. A Constituição consagra como direitos fundamentais que ainda restaram às entidades sindicais outras formas de custeio
as liberdades de associação, sindicalização e de expressão, consoante o (contribuição confederativa, contribuição assistencial e outras que
disposto nos artigos 5º, incisos IV e XVII, e 8º, caput, tendo o legislador poderão ser instituídas em assembleia).
democrático decidido que a contribuição sindical, criada no período E, diante deste novo posicionamento do STF, o qual confirma a
autoritário do estado novo, tornava nula a liberdade de associar-se ilegalidade do desconto compulsório da contribuição sindical, os
a sindicatos. 12. O engajamento notório de entidades sindicais em empregadores estão impedidos de realizá-lo sem a prévia anuência do
atividades políticas, lançando e apoiando candidatos, conclamando trabalhador; mesmo não tendo a lei e tampouco o próprio Supremo
protestos e mantendo estreitos laços com partidos políticos, faz estabelecido o modo de como deveria ser feita a anuência ao desconto,
com que a exigência de financiamento por indivíduos a atividades possibilitando múltiplas interpretações, inclusive aquela que defende
políticas com as quais não concordam, por meio de contribuições o aval dos trabalhadores por meio da assembleia .
compulsórias a sindicatos, configure violação à garantia fundamental Ademais, a Reforma Trabalhista trouxe também outra significativa
da liberdade de expressão, protegida pelo art. 5º, IV, da Constituição. alteração que repercutiu na separação dos segmentos profissionais:
Direito Comparado: SupremaCorte dos Estados Unidos, casos Janus a possibilidade de terceirização de todas as atividades empresariais;
v. American Federation of State, County, and Municipal Employees, permissivo respaldado pela nova redação dada pela Lei da Reforma
Council 31 (2018) e Abood v. Detroit Board of Education (1977). 13. Trabalhista ao artigo 4º-A da Lei n.º 6.019/74:
A Lei nº 13.467/2017 não compromete a prestação de assistência
judiciária gratuita perante a Justiça Trabalhista, realizada pelos Considera-se prestação de serviços a terceiros a transferência feita pela
sindicatos inclusive quanto a trabalhadores não associados, visto contratante da execução de quaisquer de suas atividades, inclusive
que os sindicatos ainda dispõem de múltiplas formas de custeio, sua atividade principal, à pessoa jurídica de direito privado prestadora
incluindo a contribuição confederativa (art. 8º, IV, primeira parte, de serviços que possua capacidade econômica compatível com a sua
da Constituição), a contribuição assistencial (art. 513, alínea ‘e’, da execução.
CLT) e outras contribuições instituídas em assembleia da categoria Vale lembrar, um pouco antes da aprovação da Reforma Trabalhista,
ou constantes de negociação coletiva, bem assim porque a Lei n.º tramitou nas casas legislativas o projeto de lei da terceirização, PL
13.467/2017 ampliou as formas de financiamento da assistência jurídica 4302/1998, que culminou na Lei n.º 13.429/2017, que objetivou
prestada pelos sindicatos, passando a prever o direito dos advogados regulamentar o trabalho terceirizado. Apesar de gerar muita
sindicais à percepção de honorários sucumbenciais (nova redação controvérsia, a referida lei não trouxe expressamente a permissão da
do art. 791-A, caput e § 1º, da CLT), e a própria Lei n.º 5.584/70, em terceirização da atividade – fim (SOUTO MAIOR, 2017), lacuna esta
seu art. 17, já dispunha que, ante a inexistência de sindicato, cumpre que foi corrigida, como visto, em um curto espaço de tempo, pela Lei
à Defensoria Pública a prestação de assistência judiciária no âmbito n.º 13.467/2017.
trabalhista. 14. A autocontenção judicial requer o respeito à escolha
democrática do legislador, à míngua de razões teóricas ou elementos
empíricos que tornem inadmissível a sua opção, plasmada na reforma
trabalhista sancionada pelo Presidente da República, em homenagem

269
Impende esclarecer que a terceirização das atividades-fim das 8. A quarta significante tentativa de aniquilação
empresas sempre foi entendida como ilegal , sendo possível apenas a do movimento sindical pós- Reforma Trabalhista
execução desta modalidade contratual em casos de atividade-meio, o – a Medida Provisória n.º 881/2019
que acabava por conservar a distinção entre as diferentes categorias A Medida Provisória (MP) n.º 881/2019,a chamada MP da Liberdade
profissionais, o que conservava o agrupamento de trabalhadores de Econômica, assinada por Jair Messias Bolsonaro, diferentemente da
acordo com a atividade empresarial preponderante. primeira, está tramitando nas casas legislativas atualmente, mirando
Outra peculiaridade curiosa desta relação contratual, e que a legislação ter seu conteúdo integrado ao arcabouço legislativo brasileiro.
nacional, até 2017 jamais se preocupou, foi em estabelecer as regras de A aludida MP, também conhecida por apresentar umaMinirreforma
responsabilidade do tomador de serviços, permanecendo, por anos a Trabalhista, traz uma série de importantes alterações que, se aprovada,
fio, o entendimento sumular do Tribunal Superior do Trabalho n.º 331 mudará o cenário econômico-social brasileiro.
, como norma balizadora desta relação triangular.
A intenção primordial da MP, que está em vias de ser transmutada
Ocorre que, ao que parece, a possibilidade de terceirização de todas as em Lei, é estabelecer garantias para o livre mercado, passando pela
atividades empresariais - desde a atividade meio até a final - resultará flexibilização de muitas regras até então vigentes no âmbito da
apenas em um segmento profissional, o dos empregados terceirizados, empresarial (CÂMAR A DOS DEPUTADOS, 2019).Em síntese, a MP
fazendo com o sindicalismo calcado na representação por categoria tambémdesburocratiza o desenvolvimento de negócios considerados
profissional desapareça também por este motivo. de baixo risco, afastando a necessidade de atos de liberação, como
Neste aspecto, Souto Maioret al (op. cit.) afirmam: licenças, autorizações, inscrições, registros e alvarás (artigo 1º,
O efeito inconteste – e certamente não imaginado – da combinação parágrafo 6º da MP n.º 881 – B/2019).
desses dois esforços específicos do legislador, o de eliminar a Na seara trabalhista, o texto base provado pela Câmara dos Deputados
contribuição sindical obrigatória; e a tentativa de autorizar a prevê a autorização do trabalho em domingos e feriados, revoga a lei
“terceirização da atividade-fim” (como se diz), é a eliminação da que impedia o trabalho bancário aos sábados dentre outras alterações
prederminação legal da categoria, fazendo com que seja remodelado, (CÂMAR A DOS DEPUTADOS, op. cit.).
completamente, o desenho jurídico da organização sindical brasileira. Neste sentir, a atividade empresarial no Brasil, ungida pelos princípios
Neste sentido, a efetiva atuação sindical que passa pelo engajamento norteadores da liberdade econômica, elencados no artigo 2º da aludida
individual, pelo sentimento de “pertencimento” a uma coletividade MP: a presunção de liberdade no exercício de atividades econômicas, a
(resultante de pessoas com as mesmas necessidades e os mesmos presunção de boa-fé do particular e a intervenção subsidiária mínima
ideais) perde o seu fio condutor. e excepcional do Estado sobre o exercício de atividades econômicas –
É incontroverso que o trabalho terceirizado é uma forma de precarização poderá alcançaruma mudança de paradigma.
da relação de trabalho, pois não se pode entender factível a dissociação Além do mais, dentro deste viés liberal e de intervencionismo mínimo
da relação econômica de trabalho da relação justrabalhista que lhe do Estado, a MP institui a Declaração de Direitos de Liberdade
seria correspondente (GODINHO DELGADO, 2012, p. 435) como Econômica, que contém regras de proteção à livre iniciativa, ao livre
uma simples e ingênua deliberação empresarial. Existe um motivo exercício de atividade econômica e ainda dispõe sobre a atuação do
lucrativo para a adoção desta modalidade contratual, senão não Estado como agente normativo e regulador (artigo 1º, caput da MP n.º
haveria justificativa para o seu existir. 881/2019). Quanto ao último ponto, se faz necessário um paralelo com
De mais a mais, o trabalho precarizado traz em si a alienação e o a Lei da Reforma Trabalhista; uma parcela dos apoiadores da Reforma
isolamento, dificultando o reconhecimento da coletividade, o que, Trabalhista ainda se manifesta insatisfeita com a interpretação dada
consequentemente, prejudica a organização dos trabalhadores, a pelo poder judiciário trabalhista. De acordo com o discurso dos
sindicalização,o conhecimento das ações sindicais e suas repercussões. descontentes, os juízes do trabalho continuam ativistas, e não aplicam
o conteúdo da Lei n.º 13.467/2017 como deveria ser aplicado , segundo
eles,ipsis litteris.
7. A terceira significante tentativa de aniquilação No caso da MP n.º 881/2019, o Presidente não deixou brechas ao
do movimento sindical pós- Reforma Trabalhista dito “ativismo judicial”, e estabeleceu a obrigação de se observar
– a Medida Provisória 873/2019 o conteúdo da Medida Provisória na aplicação e na interpretação
Como se não bastassem o fim da contribuição compulsória e a de direito civil, empresarial, urbanístico e do trabalho nas relações
possibilidade de terceirização de todas as atividades laborais, o jurídicas que se encontrem no seu âmbito de aplicação, e na ordenação
governo Bolsonaro, por meio da Medida Provisória n.º 873/2019, pública sobre o exercício das profissões, juntas comerciais, produção
vetou o desconto em folha de pagamento da contribuição sindical e consumo, e proteção ao meio ambiente (artigo 1ª, parágrafo 1º da
daqueles trabalhadores que, de forma prévia e expressa anuíram MP n.º 881/2019). Do mesmo modo, estabeleceu que todos os entes
com o pagamento, possibilitando, apenas, que tal recolhimento da Federação estão compelidos a observar o conteúdo da MP para a
fosse feito por meio de boleto bancário ou eletrônico equivalente. liberação da atividade econômica por constituir norma geral de direito
Ainda estabeleceu que a autorização ao desconto tem que ser prévia, econômico (artigo 1ª, parágrafo 3º da MP n.º 881/2019).
individual e expressa. Mas, diante deste novo contexto político-econômico-social, onde se
Tal medida veio como um golpe de misericórdia aos sindicatos encaixaria uma tentativa de aniquilação dos sindicatos?
brasileiros, haja vista que a emissão de boletos inviabiliza este tipo de Pois bem, como aduzido no início deste trabalho, o sindicato
transação e, ainda não garante o recebimento dos valores. Como bem brasileiro ainda conserva a investidura sindical como a forma de
colocado por Garcia (2019): lograr o reconhecimento da sua legitimidade na representação dos
(... ) se o próprio empregado autorizar, de forma válida e com os trabalhadores perante o Estado e a sua coletividade.
requisitos legais, a contribuição sindical, a exigência de boleto Neste aspecto, como o modelo sindical brasileiro adotou a
bancário (ou equivalente eletrônico), como única forma de unicidade sindical como elemento organizacional, inclusive espacial,
pagamento, impedindo o desconto no salário, revela-se contrária ao a intervenção estatal - por meio da outorga da carta sindical - é
princípio da razoabilidade, impondo aos entes sindicais despesas fundamental para a implementação e continuidade deste modelo.
diversas, decorrentes da emissão e do envio dos referidos boletos, em
contrariedade ao princípio da liberdade sindical, notadamente quanto Entretanto, ao passo que a MP dispôs o fim da necessidade de atuação
ao livre exercício das funções e de administração, sendo vedada a do Estado em atos públicos de liberação da atividade econômica a
interferência na organização sindical pelo poder público (artigo 8º, licença - a autorização, a inscrição, o registro, o alvará e os demais
caput e inciso I, da Constituição Federal de 1988). atos exigidos, com qualquer denominação, por órgão ou entidade
da administração pública na aplicação de legislação, como condição
Observa-se que a Medida Provisória se mostra como uma forma de prévia para o exercício de atividade econômica, inclusive o início,
intromissão exagerada nas liberdades individuais de cada cidadão, no a instalação, a operação, a produção, o funcionamento, o uso, o
caso da liberdade de associação como prevista constitucionalmente. exercício ou a realização, no âmbito público ou privado, de atividade,
Muito embora tenha gerado muita discussão e controvérsia, a MP n.º serviço, estabelecimento, profissão, instalação, operação, produto,
873/2019 perdeu sua eficácia e até o presente momento, seu conteúdo equipamento, veículo, edificação e outros (artigo 1º, parágrafo 5º
não vem sendo debatido, pelo menos provisoriamente, nas casas da MP n.º 881/2019) – o que poderá ser entendido como o fim da
legislativas. No entanto, insta consignar que a qualquer momento
o tema poderá volver a ser debatido por meio de outro mecanismo
legislativo.

270
necessáriaoutorga da carta sindical pelo órgão estatal competente por meio da elaboração de acordos e convenções coletivas. Além do
para a fundação e atuação dos sindicatos. mais, o Tribunal do Trabalho também exerce este poder normativo ao
Nesta vertente, o Estado não teria meios de interferir na representação julgardissídio coletivo (PARISI, 2015).
sindical das categorias, já que tal atividade estaria dispensada de prévia De mais a mais, a Justiça do Trabalho vem sendo colocada como trava
liberação governamental; impossibilitada também estaria a Justiça do ao desenvolvimento do país, pois, para alguns traz a insegurança
Trabalho que não mais poderia dirimir qualquer conflito atinente ao jurídica em suas decisões, desalentando o empreendedorismo .
reconhecimento da representatividade das entidades sindicais. Além disso, a Reforma Trabalhista impôs o pagamento de honorários
A MP está em vigor até 10 de setembro de 2019, e, caso não tenha advocatícios ao trabalhador demandante, mesmo se beneficiário
o seu projeto de lei aprovado (PLC 17/2019), perderá sua eficácia, da justiça gratuita e em caso de sucumbência; atribuiu-lhe também
sucumbindo juridicamente. Assim, o tema ainda comporta muita o pagamento de honorários periciais se não comprovada o objeto da
discussão, e o seu destino é incerto. perícia. Ora, ao se desconsiderar a condição de hipossuficiente do
No entanto, consigna-se que o procedimento de criação da lei está trabalhador-demandante, o acesso à justiça fica obstado, e a atuação
sendo realizado, e ao que tudo indica, será finalizado com a votação do Poder Judiciário Trabalhista prejudicada. Sem a demanda não há
tempestiva do projeto; o que torna imperioso a sua citação neste justificativa para a existência de um aparato judicial tão grande e
estudo, uma vez que aliado às demais ações governamentais, perfaz complexo.
mais uma tentativa de abalo da estrutura sindical brasileira. Diante de tão desalentador quadro, o Direito do Trabalho brasileiro se
angustia e se constrange diante de um paradoxo histórico, econômico
e sociológico que não favorece a ascensão de sua precípua finalidade.
9. A aniquilação do Ministério do Trabalho e
Emprego e a tentativa de aniquilação da Justiça Importante relembrar que a maior parte das demandas trabalhistas
do Trabalho versa sobre o inadimplemento de direitos básicos, como verbas
rescisórias; demonstrando a falta de cultura do empresário brasileiro
Impossível falar em tentativa de aniquilação dos sindicatos laborais em cumprir o ônus mínimo que lhe é imposto em detrimento do
brasileiros sem mencionar a extinção do Ministério do Trabalho e exercício da atividade econômica desenvolvida (TST, 2019).
Emprego e os frequentes ataques ao Poder Judiciário Trabalhista.
Sobre os temas trazidos nos processos trabalhistas, o quadro abaixo
Como já mencionado neste estudo, o Ministério do Trabalho foi criado faz um comparativo:
na Era Vargas, tendo como algumas de suas funções acompanhar a
atuação dos sindicatos, além de ser responsável pela concessão da
carta sindical (investidura) mediante o registro da entidade.
Assim, todo o processo de fundação de sindicato passava pelo
Ministério do Trabalho com o intuito, inclusive, de conservar a
unicidade sindical.
O Ministério do Trabalho e Emprego também era responsável pela
fiscalização das empresas tanto no aspecto formal, quanto nas
próprias condições de trabalho dos obreiros devendoestar presente
diretamente nos locais de trabalho.
No entanto, uma das primeiras medidas tomadas pelo governo
Bolsonaro foi a extinção deste Ministério, passando a pasta para a
Secretaria do Trabalho, dentro do Ministério da Economia.
Tal iniciativa trouxe muita preocupação, já que como bem colocaSouto
Maior em seu texto Uma defesa do Ministério do Trabalho (2018):
(...)
Lembre-se que diante da reconhecida disparidade econômica entre
empregadores e empregados, que mantém este em situação de
dependência, o maior problema da legislação trabalhista sempre foi
aquele que se relaciona à sua eficácia – no Brasil e no mundo.
Por isso, a fiscalização por um ente estatal se insere como ponto central
dessa regulação, conforme, inclusive, atestado pela Organização
Internacional do Trabalho por meio de sua Convenção de n. 81,
* Fonte: Porta G1 com base nos dados do TST. Disponível em <https://g1.globo.
aprovada em 1947, que fixa a necessidade da criação de um serviço
com/economia/concursos-e-emprego/noticia/2019/02/2 2/mesmo-com-
governamental de Inspeção do Trabalho, dando especiais poderes aos mudancas-na-clt-aviso-previo-e-verbas-rescisorias-ainda-lideram-pedidos-na-
inspetores para ingressarem a qualquer horário do dia ou da noite nos justica-do-trabalho.ghtml>. Acessado em 18 de agosto de 2019.
locais de trabalho, com a finalidade de assegurar o cumprimento da
legislação social.
De fato, o Brasil é um país com muitos problemas sociais, e dentro da 10. Conclusão
seara do trabalho ainda é possível encontrar situações inimaginadas, Críticas ao modelo sindical adotado pelo Brasil e a forma de como
mesmo nos grandes centros urbanos; e quando os olhares se voltam se pratica o “sindicalismo” são realmente pertinentes, no entanto, o
ao sertão, aos mais distantes rincões deste país continental, cenas extermínio da fonte primordial de custeio dos sindicatos, tende, não
dantescas são encontradas . apenas a prejudicar a entidade sindical e seus sindicalistas, mas toda a
Neste contexto, o rebaixamento do Ministério do Trabalho para uma sociedade brasileira, uma vez que, diante de um país com dimensões
secretaria dentro do Ministério da Economia não dá à pasta a devida continentais, enormes são também as diferenças sociais e laborais
atenção, haja vista a relevância do contexto “trabalho” dentro da a que estão expostas os obreiros, consigne-se os altos índices de
sociedade brasileira. trabalho escravo e trabalho infantil existentes ainda no Brasil.
E neste sentir, a Justiça do Trabalho como meio para o atingimento Entretanto, não é possível fechar os olhos ao colapso estrutural que
da paz social e do equilíbrio das relações de trabalho também vem vem atingindo o sindicalismo brasileiro em detrimento das ações
sofrendo ataques. governamentais já apresentadas.O modelo atual o conduziria ao
abismo, era apenas uma questão de tempo.
Odiada por grande parte do empresariado brasileiro e tida como
aquela que “tudo dá” para boa parte da população obreira, esseramo da Como observado ao longo deste trabalho, desde a criação efetiva
justiça vem sofrendocortes frequentes nas verbas para a manutenção dos sindicatos, jamais existiu a plena liberdade sindical. O exercício
dos seus Tribunais Regionais e Varas do Trabalho, vem se mantendo em do sindicalismo esteve sempre sob “as rédeas” do governo, que, na
pé mesmo diante de inúmeras declarações em flagrante desprestígio maioria das vezes, está alinhado mais com as preocupações advindas
tanto à justiça em si quanto aos seus funcionários , e vem buscando do mercado, seja ele financeiro, seja ele comercial, do que com as
entregar à sociedade o direito, mesmo sofrendo críticas a respeito de necessidades dos obreiros.
um suposto ativismo judicial. Neste particular, impende destacar que
a Justiça do Trabalho lida com algumas características distintas dos
outros ramos da justiça, já que a própria lei confere aos sindicatos
(laboral e profissional) e empregadores o exercício do poder normativo
271
Por outro lado, a sociedade brasileira guarda ainda uma característica No entanto, como defensor da Constituição Federal,julgamentos de
intrínseca ao sistema colonial (SOUZA, 2019). De um modo geral, cunho político não são afetos ao STF. Além do mais, a decisão mostra-
o povo sempre espera uma ação do Estado na resolução de seus se diametralmente oposta ao que fora difundido pelos idealizadores
problemas (GONÇALVES, 2018); seria como uma subordinação da Lei n.º 13.467/2017 no tocante ao “negociado sobre o legislado”,
anestésica que limita a ação em nome próprio, ou em detrimento de já que não se pode conceber uma relação paritária com tamanha
uma coletividade, na busca por interesses comuns. desproporção estrutural entre os entes.
Aliado a esta característica, grande parte da sociedade não acredita De mais a mais, a decisão condena os trabalhadores associados a
na atuação livre e corporativa dos sindicatos nacionais, haja vista custear a entidade sindical para os trabalhadores não associados, já
a quantidade de sindicatos existentes no país e baixo número de que estes também usufruem das mesmas conquistas e, embora não
associação de trabalhadores às estas entidades representativas (14,4% associados, continuam representados pela mesma entidade sindical.
em 2017 – IBGE, 2018). Ou seja, o trabalhador associado que paga o sindicato para representar
O chamado Sindicalismo de Estado, que impõe a dependência e a seus interesses, também financia o sindicato para o trabalhador não
subordinação da entidade sindical oficialmente reconhecida à cúpula associado receber as mesmas benesses. Neste particular, os Ministros
da burocracia de Estado não mais se sustenta.Isso porque, como do Supremo ignoraramo princípio da solidariedade estabelecido no
abordado, este modelo sindical pressupõe a existência simultânea artigo 3º, I da Constituição Federal Brasileira, tido como objetivo
de três pilares:a investidura sindical, a unicidade sindical e as fundamental da República Federativa do Brasil.
contribuições sindicais obrigatórias por força de lei. Outro ponto da fundamentação do acórdão que comporta crítica
Desta forma,a abolição da contribuição sindical compulsória, é a menção de que existe “o engajamento de entidades sindicais em
como previsto na Lei da Reforma Trabalhista (confirmada pelo atividades políticas, lançando e apoiando candidatos, conclamando
posicionamento do Supremo Tribunal Federal ) e a possível protestos e mantendo estreitos laços com partidos políticos”, e
desnecessária outorga estatal para a fundação de sindicato,como faz que o financiamento compulsório violaria a garantia fundamental
entender a MP n.º 881/2019 (PLC 17/2019), evidenciam a queda do da liberdade de expressão, já que nem todos os trabalhadores-
modelo sindical brasileiro. contribuintes estariam de acordo com este tipo de atuação.
É dizer, o sindicato não tem como permanecer na condição “dependente Ora, a política e a luta de classes fazem parte do mesmo todo, são duas
e subordinado” à cúpula da burocracia do Estado, uma vez que as características indissociáveis, e não cabe ao Tribunal mais importante
condições mínimas como o custeio e a investidura,que selam esta do Brasil fundamentar uma decisão, de inquestionável envergadura,
relação, não mais existem (existirão). com um raso argumento. Atrofiar a luta obreira em resposta ao clamor
de “justiça” de uma parcela do povo não se mostra coerente, quando se
Parece realmente que o velho sindicalismo, que comportava tem claro o complexo contexto de trabalho existente no Brasil.
“sindicalistas de profissão”, e que sobrevivia de pequenas conquistas
e de muitas concessões estatais, sucumbiu em meio ao turbilhão dos Como dito, tocava ao Ministério do Trabalho e Emprego a função de
novos tempos. fiscalizar o trabalho e as suascondições, mister também estendido aos
sindicatos por força de lei;entretanto, com a extinção do Ministério
Além do mais, a possibilidade de terceirização de qualquer atividade e a atrofia dos sindicatos, este papel fiscalizador passará a não mais
empresarial desintegra o próprio conceito de classe, de segmento ser realizado, deixando, consequentemente, centenas de milhares de
único, pois além de incentivar a alta rotatividade nos postos de trabalhadores à própria sorte.Nesta toada, a precarização do trabalho
trabalho, também retira do obreiro o sentido de “pertencimento” à no Brasil estaria verdadeiramente instituída.
uma coletividade.
Mas, diante de tudo isso, estaria o movimento sindical deveras
Consoante, impende mencionar as lições de Souto Maioret al (2019, aniquilado?
op. cit.) que mesmo anterior à edição da MP 881/2019, elucida muito
bem o cenário atual: Ao que parece, realmente, a manutenção do modelo sindical
tradicional, como já dito, não se sustenta mais, e, nos ensinamentos de
Com o fim da contribuição sindical e com a tentativa de ampliação, Boito Júnior (1991, p.26) “a destruição da “estrutura de subordinação”
sem limites, da terceirização, perde sentido a noção de categoria não é factível, portanto, sem a destruição do próprio sindicato oficial”.
fixada por lei e, por conseguinte, a necessidade de registro sindical,
chegando-se ao ponto da liberdade sindical, tal qual preconizada Neste sentido, inevitável é o descortinamento deum novo modelo
nas Convenções 87 e 98 da OIT. Ainda que o registro e a unicidade sindical calcado na pluralidade sindical, haja vista quea legitimidade
tenham previsão constitucional (art. 8º), a eliminação do imposto para atuar em nome da coletividade não está mais atrelada à investidura
sindical, conforme, inclusive, já corroborado pelo STF, quebra toda a sindical, concedida pelo Estado por meio da Carta Sindical, mas sim à
lógica da existência desses dispositivos, que, assim, tendem a cair em própria legitimidadede escolha da classe de trabalhadores.
desuso ou a ser aplicados sem uma finalidade específica. O que se tem, Os tempos são outros; e outros devem ser os motivos a impulsionar
presentemente, é uma representatividade ampliada dos sindicatos que o encontro de interesses que compactuam os trabalhadores de um
supera o conceito da categorização legal e que se legitima pelo maior segmento profissional.
número de associados. Como bem lembrado por Souto Maior et al (2019) “... a contribuição
É sabido que sindicalismo não se faz sem a participação dos sindical obrigatória não existiu desde sempre na história do movimento
trabalhadores, e muito menos se faz sem financiamento. sindical que se desenvolveu no país”. Neste contexto, é falacioso
Percebe-se, portanto, uma tentativa clara de desmontar o aparelho admitir que para existir o sindicato, deve existir a contribuição sindical
trabalhista brasileiro, inicialmente por meio da aprovação de uma compulsória, já que o sindicato precede a contribuição sindical.
Lei Trabalhista que prestigia o negociado sobre o legislado – mas Além do mais, o movimento sindical também não surgiu de uma
desprestigia a intervenção do Poder Judiciário Trabalhista; que imposição estatal, restou claro que o governo Vargas tratou apenas
“enaltece” a atuação de um sindicato autônomo, livre e representativo de organizar os sindicatos já existentes para coibir ações contra seu
mas ao mesmo tempo, lhes retira o recurso financeiro básico que o próprio governo.
sustenta; posteriormente por uma possível abolição de registro Por conseguinte, a implosão do atual sistema sindical parece certa,
estatal para o funcionamento das atividades econômicas no âmbito mas aaniquilação do movimento sindical não.
do exercício das profissões, juntas comerciais, produção e consumo, e
proteção ao meio ambiente – o que pressupõe o fim do registro sindical Tal afirmação cabe no sentido em que o movimento sindical é
junto ao órgão estatal competente; e, por fim, com o impedimento do orgânico, intrínseco ao censo coletivo e emana dos próprios indivíduos
desconto em folha salarial das contribuições autorizadas previamente de compõem o núcleo laboral.
pelos trabalhadores,demonstrando , um viés persecutório E, diante da possibilidade de agremiação plúrima, ao passo que a
desnecessário às entidades sindicais, o que corrobora comos indícios lei nacional tende a abolir a intervenção estatal em atos públicos de
de que a intenção não é apenas de destruir os sindicatos, mas também liberação da atividade econômica, restará apenas aos trabalhadores
atingir o núcleo do sindicalismo atual no notório propósito de impedir a organização do movimento, que poderá ser feita em detrimento da
o aparecimento ou reaparecimento de lideranças políticas obreiras confluência de interesses comuns existentes entre eles.
neste seio. (MELLO, 2018) Desta forma, ao que tudo indica, o exercício do sindicalismo será
Neste ponto, fazendo um paralelo com a decisão proferida pela Corte mais legítimo e refletirá os anseios reais daqueles que fazem parte da
Suprema, na Ação Direta de Inconstitucionalidade ADI 5794, é
perceptível, nas entrelinhas, “algo a mais”. Talvez a ânsia de “justiça”
que paira no discurso de parte da sociedade brasileira, em face dos
deflagrados escândalos de corrupção envolvendo políticos nos últimos
tempos, tenha interferido na solução do decisum.
272
entidade. Vislumbra-se também uma maior rotatividade de dirigentes, CASSAR, Vólia Bomfim. Direito do Trabalho – De acordo com a Reforma
ao passo que os associados participarão mais proximamente do dia a Trabalhista Lei 13.467/2017. 14ª. ed. rev., atual e ampl. Método. São Paulo: 2017.
dia do sindicato. CODATO, Adriano Nervo. Uma história política da transição brasileira: da
ditadura militar à democracia. 2005. Disponível em <http://www.scielo.br/
Outro fator que poderá importar na mudança de mentalidade dos
pdf/rsocp/n25/31113>. Acessado em 23 de julho de 2019.
dirigentes sindicais é a concorrência na representatividade, ou
COSTA, Regina Helena. Curso de Direito Tributário. 8ª edição. Saraiva
seja, sendo possível a existência de mais de um sindicato no mesmo
Educação. São Paulo: 2018.
segmento laboral e na mesma base territorial, a prestação de serviços
COUTO, Berenice Rojas. O Direito Social e a Assistência Social na Sociedade
torna-se o grande diferencial na manutenção do número de associados.
Brasileira: uma equação possível?Cortez.São Paulo:2004.
Além do que, possibilitará o exercício pleno da garantia da liberdade
de expressão, como citado pelo STF no acórdão ADI 5794, já que os DELGADO, Maurício Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 11ª. ed. LTr. São
Paulo: 2012.
trabalhadores poderão escolher para qual sindicato querem contribuir
observando, também, o seu viés político-ideológico. DIAS, Everardo. História das lutas sociais no Brasil. 2ª. ed. Alfa-Omega. São
Paulo: 1977.
Muito embora a Reforma Trabalhista comporte profundas críticas,
FGV, CPDOC. A Era Vargas: dos anos 20 a 1945.2019.Disponível em <https://
negar a sua existência e a sua vigência é inócuo. A lei está posta e c pdoc .fg v.br/produc ao/dossies/A EraVargas1/anos30 37/Politic aSocial/
cabe a todos a sua observância dentro, obviamente, da interpretação MinisterioTrabalho>. Acessado em 19 de julho de 2019.
sistemática e teleológica, sempre levando em consideração o autor GARCIA, Gustavo Filipe Barbosa.A questão da contribuição sindical após a MP
principal de todo o ordenamento jurídico, a dignidade da pessoa 873/2019. CONJUR 2019.Disponível em <https://www.conjur.com.br/2019-
humana (ALEXY, 1986). abr-23/gustavo-garcia-questao-contribuicao-sindical-mp-8732019#author>.
No entanto, particularmente no que pertine ao sindicalismo, parece Acessado em 08 de agosto de 2019.
que a alternativa que restou em meio ao desespero inicial e aos GONÇALVES, Nicolle Wagner da Silva. A representação e a representatividade
escombros daquela velha ordem é a possibilidade de nascimento de sindical no contexto da terceirização da atividade-fim.2018.Disponível em
um novo modelo de sindicato, totalmente diferente do que já se viu <http://bdm.unb.br/handle/10483/22021>. Acessado em 01 de agosto de 2019.
neste país anteriormente. GREGÓRIO, Mariany. Sindicalismo de Estado e a Ditadura Militar no Brasil

Esta nova realidade, se bem aproveitada, trará benefícios enormes (1964-1985). 2007. Disponível em <http://stat.saudeetransformacao.
incubadora.ufsc.br/index.php/emdebate/article/view/373/413>. Acessado em
à sociedade brasileira como um todo, já que tendo uma maior
23 de julho de 2019.
participação dos interessados na própria persecução dos interesses
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Taxa de sindicalização dos
comuns, acarretará a mudança de paradigma, pois quedará indiscutível
trabalhadores brasileiros cai para 14,4% a menor desde 2012. 2018. Disponível
a importância do trabalho do sindicato como defensor do interesse em <https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-sala-de-imprensa/2013-
coletivo. agencia-de noticias/releases/22952-taxa-de-sindicalizacao-dos-trabalhadores-
A liberdade econômica, tema central de todas as ações do atual brasileiros-cai-para 14-4-a-menor-desde-2012>. Acessado em 08 de agosto
governo, depende sim da atuação do Estado, como ator protagonista 2019.
em um “acompanhamento” do mercado, no sentido de permitir LUCIA, Lippi Oliveira. O Brasil dos imigrantes. Zahar. Rio de Janeiro: 2000.
a implementação da característica primordial do capitalismo: a MARTINS FILHO, João Roberto. A guerra da memória: a ditadura militar nos
livre concorrência. E, para que o Estado assim se comporte, se faz depoimentos de militantes e militares. Varia História, v. 28,2002. Disponível
necessária a ação conjunta dos sindicatos como ponto de apoio para em <http://lasa.international.pitt.edu/Lasa2003/FilhoJoaoRobertoMartins.
o atingimento deste fim. pdf>. Acessado em 18 de agosto de 2019.
MELLO, César Augusto de. Negociado X Legislado – Teoria e prática após a
Assim, o desenvolver do próprio capitalismo pressupõe a existência reforma. Palestra ministrada no 18º Congresso Nacional de Direito do Trabalho
do sindicalismo atuante, deveras comprometido com as necessidades e processual do Trabalho do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região
e anseios do obreiro em face da realidade do mercado, e não um ocorrida em 08 de junho de 2018, Paulínia – São Paulo.
sindicalismo arcaico que mais funciona como um ente burocrático, MONTEIRO, Carolina Masotti. PACHECO, Flávia. GONÇALVES-BR ASIL
pouco efetivo e desalinhado com os interesses de todos. JORGE, Giselle Gonzalez. Los cambios en la Legislación Laboral de Brasil: un
A roda do mercado tem que girar para que se acerque à paz social, análisis crítico. Revista Catorcebis, n.º 54. Córdoba: 2017.
e o capitalismo necessita desta roda para existir. De nada adianta NASCIMENTO, Amauri NASCIMENTO. Compêndio de Direito Sindical. 5ª
produzir numa sociedade que não tem consumo, e o consumo só é edição. LTr. São Paulo: 2008.
possível mediante renda e, renda, para a grande parte da população OIT – Brasil. Organização Internacional do Trabalho. Trabalho Infantil.
brasileira, advém do trabalho digno. Disponível em <https://www.ilo.org/brasilia/temas/trabalho-infantil/lang--
pt/index.htm>. Acessado em 08 de agosto de 2019.
O desafio está lançado, e cabe somente aos interessados fazer desta
PARISI, Kelly Aparecida. Ativismo Judicial na Justiça do Trabalho. 2015.
realidade um novo (re)começo.
Disponível em <file:///C:/Users/alecs/Downloads/1209-1-4316-1-10-20170126.
pdf>. Acessado em 15 de agosto de 2019.
PINTO, Lucas Baffi Ferreira; DA SILVA PINTO, Valter. A Lei 13.467 de 2017:
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trarintegra;jsessionid= C6E939A0A B7 75C16F7024 A B302C1880A .propo
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efeitos. 2018. Disponível em <http://www.tst.jus.br/noticia-destaque/-/asset_ Profesor de Derecho del Trabajo en la Facultad de Derecho de la
publisher/NGo1/content/id/24724445>. Acessado em 18 de agosto de 2019. Pontificia Universidad Católica del Perú. Miembro de la Sociedad
Peruana de Derecho del Trabajo y la Seguridad Social

Introducción
La realidad latinoamericana nos muestra una clara evidencia de
diferenciación salarial basada en aspectos relacionados al género de
los trabajadores. Esta situación en el Perú se grafica en el 29% al que
asciende la brecha salarial entre hombres y mujeres . Es cierto que esta
situación supone una problemática que va más allá del factor antes
mencionado, y la cultura existente en el mundo laboral peruano, como
sucede probablemente en el resto de Latinoamérica, está relacionada con
la libertad en que los empleadores han venido determinando a lo largo
del tiempo las políticas o escalas remunerativas entre sus trabajadores,
basados muchas veces en criterios poco objetivos o acreditables.
En el caso peruano, la libertad en el establecimiento de remuneraciones
ha estado basada a lo largo del tiempo en la falta de una regulación
específica sobre la materia. Si bien es cierto, desde hace muchos años, han
venido presentándose pronunciamientos judiciales y administrativos
que han exigido de una u otra forma la sustentación decriterios para
la asignación de remuneraciones y la diferencia que puede presentarse
entre trabajadores que realizan labores iguales o similares , no es hasta
la aparición de la Ley N° 30709 (Ley que prohíbe la discriminación
remunerativa entre varones y mujeres) y el Decreto Supremo N°
002-2018-TR (Reglamento de la Ley) que se introducen disposiciones
concretas sobre esta materia. Lo interesante además es que las normas
antes citadas, si bien se han presentado dentro del marco de protección
frente a la discriminación por motivo de género, el alcance parece ser
mayor, y coloca al ámbito laboral peruano en una situación de cambio
importante.
Ahora bien, el cambio del que hablamos probablemente no sea del
todo pacífico, y ello pues las declaradaslibertades de empresa y de
contratación, sobre las que se sustentan las facultades del empleador
en el negocio y el establecimiento por éste de varias de las condiciones
dentro de la relación laboral, nos han llevado a lo largo del tiempo una
cultura que debe aprender a compatibilizar sus intereses económicos
con la consagración de derechos fundamentales de los trabajadores, en
especial, de los grupos especialmente protegidos.

1. Los intereses y facultades del empleador con relación a la determinación


de los salarios y la explicación de la brecha salarial por motivo de género
La Constitución peruana consagra la libertad de empresa en su artículo
59°, señalando que “el Estado estimula la creación de riqueza y garantiza
la libertad de trabajo y la libertad de empresa, comercio e industria”.
Asimismo, recoge la libertad de contratación en su artículo 62°, el cual
señala que “la libertad de contratar garantiza que las partes pueden
pactar válidamente según las normas vigentes al tiempo del contrato”.
Sobre dicha base, dentro de sus relaciones contractuales, entre ellas
las laborales, el empleador se ha sentido en la libertad de determinar
ciertas condiciones, entendiéndolas como válidas mientras se respeten
disposiciones mínimas básicas específicamente desarrolladas por el
ordenamiento jurídico de cada país. Ello en materia salarial puede
estar relacionado a la remuneración mínima vital establecida por ley
en atención a lo dispuesto por el artículo 26° de la Constitución que
señala que“el trabajador tiene derecho a una remuneración equitativa
y suficiente,que procure, para él y su familia, el bienestar material y
espiritual”. De esta manera, mientras se respete ese mínimo, el empleador
ha venido manejando la asignación y los incrementos de la remuneración
en una libertad que, si bien no es necesariamente arbitraria, no ha estado
sujeta a un control real. Así, las políticas remunerativas, escritas o no,
en muchos casos han estado basadas en análisis económicos, pero
también de productividad, asignando las remuneraciones en atención
a un criterio de inversión y reconocimiento vinculado simplemente a
la disposición para el trabajo y el rendimiento, entendido muchas veces

274
comohoras de trabajo y no como calidad del mismo. relativas a los derechos y libertades que la Constitución reconoce se
Frente a dicha situación, en materia salarial solo la actividad sindical interpretan de conformidad con la Declaración Universal de Derechos
podría presentarse como un contrapeso eficiente frente a la voluntad del Humanos y con los tratados y acuerdos internacionales sobre las mismas
empleador. Sin embargo, en ámbitos en que tal actividad no es fuerte materias ratificados por el Perú”, incorporando al ordenamiento peruano
ni organizada, y en la que además al interior de los sindicatos prima las normas internacionales sobre la prohibición de la discriminación
una visión llena de paradigmas que son los mismos que justifican la salarial por motivo de género. El círculo se cierra con lo señalado por
diferenciación por motivos de género, se presenta como una necesidad el artículo 26° en relación al derecho a una remuneración equitativa y
la acción legislativa. suficiente.
Bajo lo antes señalado, claramente el caso de la fuerza de trabajo Queda claro pues que, desde un punto de vista jurídico, se impone una
femenina coloca a sus titulares en una situación compleja, bajo obligación de regulación expresa que prohíba la discriminación salarial
estereotipos que muchas veces tienen un correlato en la práctica, pero por motivo de género.
a la vez, sin la claridad de lo que supone la protección que tienen dentro La búsqueda además de un mejor trato remunerativo a las mujeres
del ordenamiento por su calidad de mujeres. supone impulsar una mayor participación de éstas en el ámbito laboral,
Así pues, en varias investigaciones de la Organización Internacional convirtiéndose entonces en una necesidad económica y social del país. Al
del Trabajo (OIT) se ha venido comprobando que, en la realidad respecto se ha señalado que “está comprobado que el trabajo se puede
latinoamericana, el encasillamiento de la mujer en determinadas asociar a la posibilidad de obtener ingresos para quien lo realiza y su
actividades, ajenas al ámbito de la relación laboral, supone una grupo familiar, y que también juega un rol fundamental en el desarrollo y
desventaja al momento de asignar una remuneración. De esta manera, crecimiento personal. Por este motivo, aumentar la participación laboral
se ha podido comprobar que “las mujeres participan en actividades de las mujeres, jóvenes y adultos mayores no solo es importante para
menos productivas porque están efectivamente cumpliendo otros roles el crecimiento económico del país, sino que también es de una gran
que no logran compartir equitativamente con los hombres. El trabajo no transcendencia social” .
remunerado sigue siendo ampliamente responsabilidad de la mujer. Eso
porque en la mayoría de las sociedades no existe una institucionalidad 3. Aspectos a considerar para eliminar la discriminación salarial por
que permita la responsabilidad colectiva del cuidado infantil y de motivo de género
enfermos” .
De lo mencionado, queda claro que para tratar el tema de la discriminación
De otro lado, las justificaciones de la diferenciación de salarios entre salarial por motivo de género debemos considerar que, si bien existen
hombres y mujeres basadas en falta de calificación de estas últimas han aspectos culturales y sociales a trabajar, es también necesario contar con
venido siendo cada vez más cuestionables. En ese sentido, se señala que herramientas legales que hagan viable disminuir la brecha de género que
“en la actualidad, la disparidad de remuneración en razón de género existe en el ámbito remunerativo.
está más relacionada con la segregación laboral y la subestimación de las
ocupaciones y profesiones con predominio femenino” . En esa línea, antes de la promulgación de la Ley N° 30709, ya se habían
emitido otras normas buscando aminorar la diferencia entre el hombre y
Siendo así, podemos apreciar que “las iniciativas para eliminar la mujer frente al empleo. Así, por ejemplo, se introdujo el descanso por
la segregación laboral pueden ayudar a reducir la disparidad de paternidad (Ley N° 29409), buscando abrir el espacio para que los
remuneración en razón de género”. Es por ello que, más allá de las padres asuman parte de las obligaciones frente a un recién nacido. Hay
disposiciones que obliguen a los empleadores a cambiar sus políticas o que recordar pues que el embarazo y el descanso pre y post natal han
establecer las mismas bajo criterios no discriminatorios, para mejorar la sido muchas veces considerados erróneamente como situaciones que
situación actual se requieren cambios sociales, pero también legales. demuestran un menor compromiso real con el trabajo, justificando
distinciones en las remuneraciones entre hombres y mujeres.
2. La obligación de eliminar la discriminación salarial por motivos de Asimismo, se introdujo en el ordenamiento una regulación detallada
género. del Teletrabajo (Ley N° 30036) que apunta a permitir un mejor manejo
La protección de la mujer frente a la situación antes descrita se convierte de los tiempos y de las obligaciones personales compatibilizando ello
entonces en una obligación que debe encontrar una respuesta en el con la dedicación al trabajo. Muchas de las potenciales beneficiarias de
derecho. Las bases para esa defensa existen ya desde hace años en el este sistema son mujeres, con compromisos personales dentro de horas
ordenamiento jurídico internacional. comunes de trabajo. Pero, por otro lado, el programa no es excluyente
de la mano de obra masculina, por lo cual, al ser aplicada a este último
Así pues, a lo dispuesto por diferentes pactos y convenios de derechos grupo, puede permitir que sea la mujer quien se mantenga en el
humanos, en materia laboral encontramos lo dispuesto por el formato presencial garantizando una dedicación “mayor” a sus labores
Convenio OIT 111 que dispone la obligación de los países miembros profesionales.
de la Organización Internacional del Trabajo (OIT) de tener políticas
que promuevan la igualdad de oportunidades y de trato en materia de De otro lado, la introducción de cambios en esta materia puede llevar
empleo y ocupación, con objeto de eliminar cualquier discriminación a a reacciones contra el grupo objeto de protección, no solo en relación
este respeto. De forma más específica, el Convenio OIT 100 dispone que a la contratación de la mujer, sino de sus condiciones en el trabajo, en
“todo Miembro deberá, empleando medios adaptados a los métodos especial si se presenta una situación que ponga en duda su dedicación.
vigentes de fijación de tasas de remuneración, promover y, en la medida De esta manera, la misma Ley N° 30709 ha dispuesto que “queda
en que sea compatible con dichos métodos, garantizar la aplicación a prohibido que la entidad empleadora despida o no renueve el contrato de
todos los trabajadores del principio de igualdad de remuneración entre trabajo por motivos vinculados con la condición de que las trabajadoras
la mano de obra masculina y la mano de obra femenina por un trabajo se encuentren embarazadas o en período de lactancia” (artículo 6°). Ello
de igual valor”. se suma a la regulación ya existente en la Ley de Productividad Laboral
(aprobada por Decreto Supremo N° 003-097-TR), que califica como
Es más, entendida la prohibición de la discriminación salarial nulo el despido de las trabajadoras cuando tiene por motivo el embarazo,
entre varones y mujeres como parte de la prohibición general de protección que está presente a lo largo del mismo y hasta noventa días
discriminación en el ámbito laboral, la misma estaría comprendida en lo posteriores al parto (artículo 29, literal “e”), y que se ha extendido
que se ha denominado como el jus cogens laboral. Ello implicaría que los también al período de lactancia (Ley N° 30367.
Estados “tienen el deber de respetarlos, tanto en el plano internacional
como en su ordenamiento interno. Esto significa que cualquier norma Asimismo, debe considerarse lo referido a la capacitación del personal,
convencional o consuetudinaria internacional y cualquier acto unilateral donde se ha encontrado muchas veces una preferencia del empleador
del Estado (una ley, una sentencia, una norma administrativa, etc.) por orientar los programas educativos o de facilidades de estudios a los
que esté en oposición al jus cogens laboral es nulo y carente de valor varones. En atención a ello, la Ley N° 30709 establece que “la entidad
jurídico, configurándose la violación de una obligación internacional y empleadora asegura que en sus planes de formación profesional y de
la responsabilidad del Estado por un hecho internacionalmente ilícito” . desarrollo de capacidades laborales de sus trabajadores se garantice la
igualdad entre hombres y mujeres” (artículo 4°).
En el ámbito nacional, la Constitución peruana establece en su artículo 2°
que toda persona tiene derecho a la igualdad ante la ley y que nadie debe En esa misma línea, ante disposiciones orientadas a una igualdad
ser discriminado, entre otros motivos, por sexo. Asimismo, el artículo salarial entre hombres y mujeres, la posibilidad de discriminación en los
26° señala como principio que debe respetarse en la relación laboral ascensos se hace latente. En esa medida la Ley N° 30709 agrega a los
la “igualdad de oportunidades sin discriminación”. Del mismo modo, supuestos de actos de hostilidad regulados en la Ley de Productividad
el artículo 23º establece que “ninguna relación laboral puede limitar
el ejercicio de los derechos constitucionales, ni desconocer o rebajar
la dignidad del trabajador”. A esas normas debe sumarse lo dispuesto
por la Cuarta Disposición Final y Transitoria que indica que “las normas
275
y Competitividad Laboral el no establecer requisitos objetivos para Sin embargo, al hablar de las justificaciones de diferencias salariales, el
el ascenso del trabajador (Primera Disposición Complementaria Reglamento indica que “por excepción, los trabajadores pertenecientes a
Modificatoria). una misma categoría pueden percibir remuneraciones diferentes, cuando
Ahora bien, un último aspecto que debe considerarse está relacionado dichas diferencias se encuentran justificadas en criterios objetivos tales
a la forma en que se manifiesta la discriminación salarial por motivo de como la antigüedad, el desempeño, la negociación colectiva, la escasez
género. Si bien pueden existir situaciones de discriminación directa, es de mano de obra calificada para un puesto determinado, el costo de vida,
decir, en las que el elemento diferenciador claramente fue el sexo del la experiencia laboral, el perfil académico o educativo, el desempeño, el
trabajador, la posibilidad de que se presenten formas de discriminación lugar de trabajo, entre otros” (artículo 6°, numeral 6.2.). Como puede
indirecta es bastante probable. Nos referimos pues a supuestos en que se apreciarse, el texto de la norma citada no parece limitar la justificación
establecen medidas aparentemente neutras pero que al aplicarse afectan de la discriminación remunerativa por motivos de género, sino que
de forma desproporcionada a los miembros de un grupo protegido (las lo ampliaría a cualquier tipo de diferenciación salarial, exigiendo la
mujeres, por ejemplo). existencia de factores objetivos para que ésta se admita (como excepción).
La referencia a factores similares a los considerados en la jurisprudencia
El tema es bastante interesante pues, por cómo se configura una para justificar la diferencia de salarios , independientemente del factor
discriminación salarial basada en género, la aplicación del criterio de género, sumaría a esa interpretación.
igual remuneración por igual trabajo, en su versión más estricta, termina
siendo insuficiente. Las circunstancias físicas y los estereotipos que De otro lado, La Ley N° 30709 y su Reglamento, establecen una serie de
giran alrededor del elemento de género, han llevado a encasillamiento, obligaciones enmarcadas en la prohibición de discriminación salarial. Así
o simplemente, a identificar a los hombres y a las mujeres con pues, entre las principales obligaciones se exige contar con cuadros de
determinadas actividades. Ejemplos reiteradamente citados son los categorías y funciones, asegurar que los planes de formación profesional
choferes (hombres) y las secretarias (mujeres). Así, si nos encontramos y de desarrollo de capacidades garanticen la igualdad entre hombres y
ante un grupo de contadores, y encontramos que dentro de ese grupo las mujeres, informar a sus trabajadores la política salarial del puesto de
mujeres tienen menor sueldo que los hombres, sin un motivo objetivo trabajo, y aplicar esquemas de remuneración variable (si es el caso) que
claro, se entenderá que existe una situación de discriminación directa, la no generen discriminación por motivo de sexo.
cual podrá ser solucionada aplicando el criterio de igual remuneración Entendemos pues que las obligaciones en mención están dirigidas
por igual trabajo. Sin embargo, si nos encontramos ante la evaluación de a la protección de la mujer frente a una discriminación remunerativa,
las remuneraciones asignada a las secretarias, probablemente, aplicando definida además por el Reglamento como una “situación que se produce
el criterio de igual remuneración por igual trabajo, no encontremos un cuando se establecen diferencias salariales o remunerativas basadas
sujeto con quien realizar la comparación, con lo que, el criterio antes en el sexo de la persona y sin criterios objetivos” (artículo 2º), por lo
citado resultará insuficiente para evitar la discriminación salarial que debería entenderse en ese marco. Sin embargo, no podemos negar
que eventualmente se presente. En esa medida se hace necesaria la que las obligaciones mencionadas permitirían el control de situaciones
incorporación de otros criterios. de diferenciación salarial simplemente arbitrarias (sin un motivo
De esta manera, si bien la Ley N° 30709 hace referencia al principio prohibido). De esta manera, la obligación de elaborar un cuadro de
de igual remuneración por igual trabajo, recoge a su vez el criterio puestos de trabajo, o la entrega de las políticas salariales, permiten un
de “idéntico ingreso por trabajo de igual valor” (artículo 1°). Según nivel de control hasta ahora inexistente de la facultad del empleador de
este último criterio, la comparación ya no se realiza en estricto entre definir la remuneración de su personal.
trabajadores que realizan una misma actividad, sino entre quienes
realizan actividades de igual valor. Ello permite ya no una comparación 5. Los retos del empleador frente a la prohibición de discriminación
entre el personal que se dedica al mismo tipo de labores, sino entre salarial, en especial, por motivo de género, y la visión a la que debe
personal que realiza labores distintas, siempre que se identifique que son apuntar la productividad
del mismo valor. Esto último nos lleva a la necesidad de que el empleador
valorice los puestos de trabajo. Siendo así, si se encuentra que el trabajo En relación a todo lo antes señalado, podemos observar que el empleador
de los choferes es del mismo valor que el de las secretarias, deberán enfrenta el reto de tener presente la prohibición de discriminación salarial
existir motivos objetivos que justifiquen un rango de salarios diferentes. por motivo de género en todos los ámbitos en los que se desarrolle su
De no existir esos motivos, el rango salarial deberá ser el mismo. actividad. De esta manera, la primera medida será crear un sistema
remunerativo que permita a las mujeres acceder a una remuneración
similar a las de otros trabajadores que laboran en actividades similares
4. Las obligaciones contenidas en la Ley N° 30709 y su Reglamento, y o de igual valor. Este aspecto tiene correlatos claros en materia de
sus alcances contratación de personal, ámbito en que la determinación de la oferta
Siguiendo los presupuestos antes señalados, y habiendo blindado económica ya no es del todo libre, y debe definirse en un contexto de
los posibles ángulos de reacción frente a la incorporación de una igualdad salarial como el ya descrito. El posible cuestionamiento de las
regulación específica y directa sobre esta materia, la Ley N° 30709 y su políticas de favorecimiento al “jale” sobre el personal “de carrera” también
Reglamento, establecen una regulación que apunta a la prohibición de deberá ser revaluado, en especial, si las afectadas son mujeres. Esto
la discriminación remunerativa entre varones y mujeres, y al control de último probablemente impulse la apuesta por otorgarle herramientas a
cumplimiento de dicha prohibición. los trabajadores que vienen haciendo carrera frente a la contratación de
estrellas importadas.
Al respecto, señala que la prohibición que impone se realiza mediante la
determinación de categorías, funciones y remuneraciones fijadas bajo el Aspectos importantesa tratar seránlos relacionados a los sistemas
criterio (principio) de igual remuneración por igual trabajo, alineándose remunerativos de comisiones, la repartición de puntos de ventas y
además bajo el criterio de idéntico ingreso por trabajo de igual valor la entrega de cartera de clientes, en las que el factor género no podrá
ya reconocido anteriormente en la Ley N° 28983 (Ley de igualdad de ser la guía de la asignación, aun cuando por un tema de seguridad o
oportunidades entre mujeres y hombres). fuerza física pueda justificarse. Siempre estará abierta la posibilidad de
un cuestionamiento, basado en los efectos económicos que las reglas
Es importante señalar que la Ley N° 30709 reconoce la facultad del de comisiones, los puntos de venta repartidos o cartera de clientes
empleador de fijar las remuneraciones del personal, pero coloca como entregada, pueden generar en el salario de las trabajadoras afectadas.
límite de dicha facultad la prohibición de discriminación salarial
o remunerativa (artículo 3°), la cual, a decir del Reglamento, debe Lo cierto en todo caso es que la productividad no deberá ya verse en
entenderse como la “situación que se produce cuando se establecen atención del tiempo de presencia para el trabajo, sino a la calidad del
diferencias salariales o remuneraciones basadas en el sexo de la persona y mismo, y la protección que merece un grupo protegido como es el caso
sin criterios objetivos”. En esa misma línea se señala que “todo empleador de las mujeres en materia salarial.
tiene la facultad de establecer políticas remunerativas, fijar los requisitos En esa línea, según SANGUEZA y UGARTE, citando a Marshall, “una
para la percepción de la remuneración o beneficios de cualquier otra forma diferente de abordar el tema de la productividad, dentro del
índole y determinar sus montos, sin incurrir en discriminación directa o mismo pensamiento económico, es considerar que la productividad de
indirecta por motivo de género” (artículo 5°, numeral 5.1.), y agrega que, los trabajadores depende de las condiciones del trabajo, específicamente
de alegarse tal situación, “el empleador debe acreditar que los puestos de de sus niveles de salarios” . De esta manera, “una forma empírica de
trabajo implicados no son iguales y/o no tienen valor”. evaluar esta hipótesis es estudiar si los trabajadores tienen una idea del
Hasta allí, la protección que busca la norma parecería enmarcarse de salario justo. El concepto fundamental a la hora de definir un salario justo
forma exclusiva dentro del ámbito del factor género, con el juego de los
dos criterios que deberían aplicarse en el marco de la discriminación
salarial en virtud de ese motivo prohibido (“igual remuneración por igual
trabajo”, e “igual remuneración por trabajo de igual valor”).

276
es un grupo de referencia con el que el trabajador compara su salario. El LA CALIFICACION DEL CONTRATO DE TRABAJO
esfuerzo del trabajador dependerá de dónde está ubicado el salario que EN LAS PROVINCAS CANADIENSES DE QUEBEC
le pagan en términos del salario de reserva reportado por sus grupos de
referencia. En ese sentido, se esforzarán más si observan que están sobre Y ONTARIO: EL CASO DEL “EMPRESARIO
su grupo de referencia y harán un menor esfuerzo si observan que están DEPENDIENTE”
bajo su grupo de referencia” . Francisco Villanueva, Doctor of Laws1
En conclusión, debe apuntarse a compatibilizar el respeto de estas nuevas
reglas de juego, con la intención de ser más productivos, atendiendo para
Por razones históricas, las provincias canadienses de Quebec y de
ello a la necesidad del trabajador o la trabajadora de ser reconocidos.
Ontario están adscritas, en lo que se refiere a la relación individual de
De esta manera, el beneficio será mutuo. De un lado, un trabajador o
trabajo, a dos tradiciones jurídicas distintas: en el caso de la primera,
una trabajadora conforme con su tratamiento salarial, y del otro, un
al sistema romano-germánico y, en el caso de la segunda, al sistema del
empleador satisfecho con la productividad de su personal.
common law2. Sin embargo, en sus derechos del trabajo respectivos,
se presenta recurrentemente el mismo desafío: calificar el contrato de
trabajo en aquellas situaciones en las que, en razón de las características
del prestador de servicios y las modalidades de ejecución del contrato,
los elementos esenciales de la relación laboral ni sus rasgos sintomáticos,
no se manifiestan con nitidez.
El caso más que suscita más controversias es el del “empresario
dependiente” (“entrepreneur dépendant”, en francés, y “dependent
contractor”, en inglés), un tipo de prestador de servicios difícilmente
ubicable tanto en la categoría clásica de trabajador asalariado como en la
de empresario autónomo (prestador autónomo de servicios o deudor de
una obra). El ejemplo clásico de “empresario dependiente” en Canadá lo
encontramos en el sector de distribución de mercancías. Una compañía
distribuidora contrata a una persona para que transporte las mercancías
de sus clientes. El “empresario dependiente” es el propietario del camión
repartidor y realiza todo su trabajo fuera del local de la empresa. Puede,
incluso, tener ayudantes. Sin embargo, presta servicios en función de las
necesidades de la empresa cliente, está integrado a ésta, quien señala
sus destinos y horas de reparto. Puede incluso sujetarlo al respeto de
normas de conducta de calidad, seguridad y de cortesía. En los hechos, la
empresa dadora de trabajo es el único cliente que posee el “empresario
dependiente”, o el que absorbe una inmensa parte de sus actividades,
y la ruptura del contrato tendría un gran impacto patrimonial. La
dependencia económica es un elemento característico de esta figura
laboral.
Como sucede en otros países, la calificación contractual no es una cuestión
baladí, pues de ella depende no solo la aplicación de normas de derecho
común, sino también la de la legislación laboral. No estamos ante un
problema jurídico reciente, dado que podemos encontrar precedentes
jurisprudenciales canadienses que datan de los años 30 sobre este tema.
Sin embargo, el asunto que nos ocupa sigue siendo de gran actualidad,
particularmente, debido a las transformaciones por las que atraviesan la
organización de la producción y del trabajo desde la década de los años
1980, orientadas hacia la búsqueda de mayor flexibilidad, la elusión de
la aplicación del derecho del trabajo y la transferencia del riesgo de la
actividad al prestador de servicios. No debemos soslayar, sin embargo,
factores atribuibles a este último, como es la búsqueda de un tratamiento
tributario más beneficioso y la flexibilidad del tiempo de trabajo.
Nuestro estudio analizará la jurisprudencia referida a la calificación
del contrato de trabajo en las provincias de Quebec (I) y Ontario (II),
con miras a identificar las zonas de convergencia existentes, así como
las peculiaridades presentes en cada una. Cabe precisar que pondremos
especial énfasis en la cuestión de la “exclusividad” de la prestación de
servicios.

1 Profesor a tiempo completo de Derecho del Trabajo de la Escuela de Negocios


de la UQAM (Université du Québec à Montréal). Doctor en Derecho por la
Universidad de Montreal. Magíster en Derecho Internacional Económico por la
Universidad de París I Panthéon-Sorbonne. Magíster en Derecho de los Negocios
por la Universidad París XIII (Grupo Sorbonne Paris-Cité). Magíster en Relaciones
Industriales por la Universidad Laval (Quebec). Titular del Diploma de Estudios
Complementarios en Ciencias del Trabajo de la Universidad Católica de Lovaina.
Abogado y Bachiller en Derecho por la PUCP.
2 El Estado canadiense es federal y las provincias poseen una competencia, en
principio exclusiva, en materia de reglamentación de las relaciones laborales
(privadas y colectivas), por tratarse de un asunto vinculado al ejercicio de la
autonomía privada. Una minoría de trabajadores está sujeta al régimen laboral
federal, aplicable solamente a aquéllos que prestan servicios a empresas sometidas
a la jurisdicción federal. La división de competencias federal-provincial está
regulada por los artículos 92 y 93 de la Ley Constitucional de 1867 y especificada
por decisiones de los más altos tribunales, en especial, de la Corte Suprema.

277
I. LA CALIFICACIÓN DEL CONTRATO DE TRABAJO EN LA la relación que mantiene con el dador de trabajo, aun cuando admiten
PROVINCIA DE QUEBEC. que, salvo pacto en contrario y mientras que la obligación de lealtad
En Quebec, la operación de calificación contractual en materia laboral no se vea afectada, es posible que una persona mantenga relaciones
se realiza tomando como punto de partida las definiciones de contrato laborales paralelas. Es el carácter exclusivo del servicio brindado a ese
de trabajo (artículo 2085) y de empresa o de servicio (artículo 2098) “gran cliente”, del que dependen todos sus ingresos, o gran parte de
propuestas por su Código Civil (en adelante, CCQ). De acuerdo estos, la que coloca justamente al prestador del servicio en situación de
con el artículo 2085 del CCQ, el contrato de trabajo “es aquél por el dependencia económica.
cual una persona, el trabajador asalariado, se obliga por un tiempo Por el contrario, los tribunales asumen que el empresario independiente
limitado y mediando una remuneración, a efectuar un trabajo bajo es un agente que incursiona en una actividad comercial en búsqueda
la dirección o el control de otra persona, el empleador” (traducción de una pluralidad de clientes - guiado por las señales del mercado y
del autor). Por su parte, el artículo 2098 del CCQ define el contrato por su olfato para los negocios, y no por las directivas de un superior
de empresa o de servicio como “aquél por el cual una persona, según -; y que, además, posee una clientela voluble que es asediada de
el caso el empresario o el prestador de servicios, se compromete ante manera permanente por sus competidores. En el caso del empresario
otra persona, el cliente, a realizar una obra material o intelectual, o a independiente, la ausencia de exclusividad en la prestación de servicios,
proporcionar un precio mediando un precio que el cliente se obliga a la pluralidad de clientes, es normal y deseable, y pone de manifiesto que
pagar”. Para mayor claridad, el artículo 2099 añade que “el empresario el contrato que une al empresario - o el prestador del servicio, según el
o el prestador de servicios es titular de la libre elección de los métodos caso - con el cliente no es de naturaleza laboral. Es el propio empresario
de ejecución del contrato y no existe entre él y el cliente ningún vínculo independiente el que define su estrategia de negocios y, en función de
de subordinación en lo que se refiere a su ejecución”. Ambos artículos ésta, invierte capital, elabora su presupuesto y formula su política de
recogen criterios jurisprudenciales históricos relativos al antecesor del precios, así como sus metas en cuanto a sus márgenes de ganancia,
CCQ, el Código Civil del Bajo Canadá (1866), el cual regulaba ambos correspondiéndole asumir las consecuencias de sus buenas o malas
tipos de contratos como variantes del denominado “contrato de locación decisiones. Otro elemento característico de la figura del empresario
de obra” (artículos 1666 y siguientes), sin la prolijidad ni la técnica del independiente, es contar con personal a su cargo de manera regular.
CCQ, y omitiendo la enunciación de sus elementos esenciales. Esto fue La jurisprudencia quebequense es tajante al respecto y considera que
subsanado por la jurisprudencia producida en las décadas que siguieron contar con la colaboración permanente de terceros es incompatible con
su adopción, en especial, cuando empieza a emerger la legislación laboral el estatus de trabajador asalariado.
de orden público, que hizo que la operación de calificación contractual Dos elementos adicionales que pueden entrar en juego en el momento
cobrara gran relevancia. de dilucidar si nos encontramos ante un “empresario dependiente” o
Los artículos antes citados definen con mediana claridad las semejanzas “independiente”: la actuación a través del “velo” de una persona jurídica
y diferencias existentes entre ambos tipos contractuales. A nivel de las y el estatus tributario. En lo que se refiere al primero de los elementos
semejanzas, encontramos presentes la prestación de servicios y el pago mencionados, no han sido pocos los casos en los que, a pedido del
de una retribución a cambio de aquélla. En cuanto a las diferencias, empleador, un “empresario dependiente” ha debido, para ser contratado,
mientras que en el contrato de trabajo el trabajador se encuentra constituir une persona jurídica y prestar sus servicios a través de ésta.
subordinado jurídicamente al empleador, en el caso del contrato de Confrontados a estas situaciones, los tribunales no han tenido reparos
empresa o de servicio el empresario o el prestador de servicios, según el en afirmar el carácter laboral de este tipo de relaciones jurídicas, sobre
caso, conservan su autonomía en cuanto a la organización y ejecución de todo, en aquéllos casos en los que el “empresario dependiente” no cuenta
la obra o del servicio prometidos. Ahora bien, tal como sucede en otros con personal a su cargo y/o realiza labores que antaño efectuó como
países que adoptan un esquema similar en el tratamiento del trabajo por trabajador asalariado o que son realizadas en la actualidad por personal
cuenta ajena (trabajo subordinado versus trabajo autónomo), la realidad a cargo de la empresa “cliente”. En cuanto al estatus tributario, los
productiva presenta numerosos desafíos en materia de calificación tribunales han dejado sentado que la calificación contractual efectuada
contractual. Tal es el caso de los llamados “empresarios dependientes”, por los tribunales civiles no está determinada por el mencionado
que se sitúan en una “zona gris” en la que existen elementos fácticos que elemento. Así, existen decisiones en las que los operadores judiciales
pueden hacer inclinar la balanza de uno u otro lado. han reconocido el carácter laboral de una relación jurídica entre un
Así las cosas, los tribunales han desarrollado un esquema de análisis prestador de servicios, que se había declarado “trabajador autónomo”
que, en el caso de los “empresarios dependientes”, comprende dos ante la administración tributaria, y la empresa “cliente”.
dimensiones fundamentales: la presencia de los llamados “índices Se debe indicar que la Ley de Normas Laborales de Quebec (LNL)4,
de dirección” y la existencia de “dependencia económica”. Según la en el momento de definir su ámbito de aplicación subjetivo, incluyó
jurisprudencia, se trata de un “análisis global” que sopesa todos los en su texto una definición extensiva de “trabajador asalariado”, que los
elementos y que debe llevar a una conclusión utilizando el principio de tribunales han aplicado al caso del “empresario dependiente”. Así, según
preponderancia de la prueba, característico de los procesos civiles3. En lo el artículo 1(10) de la LNL, se entiende por trabajador asalariado, sujeto
que se refiere al primer elemento, índices de dirección, la jurisprudencia a la ley, “una persona que trabaja para un empleador y tiene derecho a
incluye en esta categoría elementos tales como: la prestación personal del un salario; esta palabra también incluye al trabajador que es parte en un
servicio, estar sometido a un horario de trabajo, obligación de presencia contrato según el cual:
cotidiana, acatar las directivas del acreedor del trabajo así como sus i. se obliga a realizar un trabajo específico a favor de otra persona, dentro
políticas de recursos humanos, trabajar en el local de éste, dar cuenta del del marco y de acuerdo con los métodos y medios que esta última
empleo del tiempo, ser supervisado por un representante del “cliente” establezca;
(aunque no es necesario que tal supervisión sea directa ni permanente),
utilizar útiles y herramientas proporcionados por el dador de trabajo, ii. se compromete a proporcionar, para la ejecución del contrato, el
recibir capacitación laboral de éste, haber sido objeto de una sanción de material, el equipo, las materias primas o los bienes elegidos por la otra
naturaleza disciplinaria, realizar exactamente el mismo trabajo que el parte, y usarlos de la manera indicada por ésta;
efectuado por colegas que poseen el estatus de trabajador subordinado, iii. el trabajador retiene, como remuneración, el monto que le queda del
haber sido trabajador subordinado en la misma empresa en la que se es monto recibido de conformidad con el contrato, después de deducir sus
ahora trabajador autónomo y seguir cumpliendo las mismas funciones, costos de ejecución” (traducción del autor).
etc. Una vez sentados estos criterios, presentaremos de manera muy sucinta
Respecto de la dimensión “dependencia económica”, debemos señalar, tres decisiones recientes en las que en el momento de efectuar la
en primer lugar, que, según la doctrina jurisprudencial de Qubec, ésta calificación contractual se ha aplicado la doctrina jurisprudencial antes
no posee un carácter “determinante”. Esto quiere decir, que, para que expuesta, incluido el elemento de la “exclusividad del servicio”. Por
el juzgador pueda pronunciarse a favor de la existencia del contrato razones de espacio, sólo profundizaremos los extremos de las decisiones
de trabajo, el elemento “subordinación” tienen necesariamente que relativos a la cuestión de la “exclusividad” del servicio, elemento
estar presente, así sea de manera muy tenue. Dicho esto, según relevante en nuestro análisis comparativo Quebec-Ontario.
la jurisprudencia, existen distintos elementos fácticos que suelen
acompañar la presencia de un “empresario dependiente”. Así, a 3 Esto quiere decir que, para que se reconozca la existencia de la relación laboral,
diferencia del empresario independiente, el empresario dependiente no del análisis de la prueba debe fluir que las probabilidades de que tal relación haya
asume el riesgo del negocio, sino el dador de trabajo. Por ello, no corre el existido son más altas que las probabilidades de que no haya existido.
riesgo de tener pérdidas. Y, aun cuando el monto de su retribución pueda
oscilar en función de los resultados de su trabajo, no corre el riego de
tener pérdidas. Por otro lado, los tribunales consideran que, a diferencia
de lo que sucede en el caso del empresario independiente, la prestación
a cargo el empresario dependiente se caracteriza por la exclusividad de
278
1. Primer caso de Quebec: Rita Venti-DeMoulin vs. Hannes Lamothe análisis relativo a la subordinación jurídica y a la dependencia económica,
(Auberge Beaux Rêves et SPA). Decisión del Tribunal administrativo el tribunal concluye que El Técnico es un trabajador dependiente.
de Trabajo del 15 de agosto del 2017. En el caso de los “trabajadores de guardia”, los períodos de prestación
Demanda presentada ante el Tribunal Administrativo de Trabajo efectiva de servicios son irregulares e imprevisibles, y varían en función
en virtud de los artículos 122 – despido por prácticas prohibidas al de las necesidades del dador de trabajo. En el caso que nos ocupa, la
empleador – y 124 – despido injustificado – de la Ley de Normas prestación dependía de la producción de un siniestro y de la consiguiente
Laborales (LNL), por la estetista Rita Venti-DeMoulin – en adelante solicitud de intervención por parte de una compañía aseguradora. A
“La Estetista” - en contra del albergue turístico “Beau Rêves et SPA” – pesar de que La Evaluadora afirma que El Técnico no estaba sujeto a
en adelante “El Albergue”. La Estetista prestaba diversos servicios de una obligación de exclusividad, este último afirma que el hecho de estar
cuidado personal. Se le remunera en función de cada servicio brindado a “de guardia” de manera permanente, hacía prácticamente imposible
los clientes de El Albergue, según un tarifario establecido por éste último. que realizara otras actividades profesionales. El tribunal concluye que la
Su prestación se daba de domingo a martes entre las 8 a.m. y las 9 p.m. exclusividad del servicio que se presentaba de facto colocaba a El Técnico
En el plano profesional, goza de autonomía técnica, pero debe respetar en situación de dependencia económica.
las políticas de El Albergue en lo que se refiere a la atención al cliente
y el mantenimiento del aseo del local, entre otros aspectos. Luego de
evaluar los índices reveladores de subordinación jurídica y los elementos II. LA CALIFICACIÓN DEL CONTRATO DE TRABAJO EN LA
que podrían poner en evidencia una prestación autónoma, el tribunal PROVINCIA DE ONTARIO.
concluyó que La Estetista era una trabajadora asalariada, protegida por De manera similar a lo que sucede en el derecho quebequense, en el
la LNL. derecho de Ontario, la cuestión de la calificación contractual con miras
Uno de los argumentos utilizados por El Albergue para desestimar a distinguir entre el “dependent contractor” (empresario dependiente)
la pretensión del empleador en cuanto al carácter autónomo de la y el “independent contractor” (empresario independiente) es asunto
prestación, y referido al elemento “exclusividad del servicio”, consistió en de particular importancia. Ello es así, porque en Ontario se reconoce
afirmar que así La Estetista hubiese constituido una persona jurídica – a favor del primero el derecho a recibir un pre-aviso de despido, cuyo
cosa que hizo – para ofrecer sus servicios a otros clientes – proyecto que límite máximo suele ser de dos años6. Y al igual que lo han hecho los
no se llegó a concretizar -, tal eventualidad no habría enervado el carácter tribunales de Quebec, los tribunales de Ontario también se sirven
laboral de la relación, dado que el análisis debe estar centrado en el de un esquema analítico dual que toma en cuenta dos elementos: el
período de la semana en que se presta servicios. El mismo tribunal añade control ejercido por el dador de trabajo sobre el prestador de servicios
que La Estetista era libre de dedicarse a otras actividades lucrativas fuera y la dependencia económica de éste respecto de aquél7. Sin embargo,
de sus horas de trabajo, que eran de carácter regular y supervisadas, sin como veremos, la common law de Ontario no asimila al “empresario
que esto hubiese alterado la naturaleza de su relación con El Albergue5. dependiente” a la categoría de “empleado”. Y no existe en el equivalente
de la Ley de Normas Laborales de Quebec – la Employment Standards
2. Segundo caso de Quebec: Éric Pineault vs. Centre de la petite enfance Act de Ontario – una definición extensiva de “trabajador asalariado”
de l’Université de Montréal. Decisión del Tribunal del Trabajo del 31 de aplicable al “empresario dependiente”.
octubre del 2018.
Como lo recuerdan Langille y Davidov, en el common law canadiense,
Demanda presentada ante el Tribunal Administrativo de Trabajo en que rige las relaciones jurídicas entre particulares, incluida la relación
virtud de los artículos 123.6 – hostigamiento psicológico – y 124 – despido laboral, es la noción de “control”, y no la de “subordinación jurídica”
injustificado - de la LNL, por el administrador de establecimiento – utilizada en Quebec –, el primer elemento conceptual central en el
Éric Pineault - en adelante, “El Administrador” -, contra el Jardín de proceso de calificación contractual8. Sin embargo, como veremos más
Infantes de la Universidad de Montreal – en adelante, “El CPEUM” -. adelante, la noción de “control” no difiere en gran medida del concepto
El Administrador prestaba servicios administrativos vinculados con de “dirección”, mencionado en el artículo 2085 del CCQ. Los mismos
el funcionamiento cotidiano de El CPEUM, en particular en materia autores indican que la noción de control utilizada por los tribunales
de gestión de personal, inscripción de niños y apoyo logístico a las anglo-sajones de Canadá ha evolucionado. Así, se ha pasado de una
educadoras. Bajo contrato laboral desde el año 2007, en junio del 2017 noción de control que exigía una supervisión directa sobre el prestador
El CPEUM propone a El Administrador la firma de un contrato de de servicios a una de carácter “burocrático” o “administrativa”, lo que
prestación de servicios por un período de cuatro meses, luego del cual el permite considerar como trabajadores a quienes poseen autonomía
contrato no es renovado, dando así origen al proceso judicial en cuestión. técnica, benefician de un gran margen de discrecionalidad o realizan sus
El tribunal concluye que las partes estuvieron ligadas en este último actividades al exterior del local del dador de trabajo9.
período por una relación laboral. En cuanto al elemento subordinación,
el tribunal constata que El Administrador continuó a prestar servicios El otro elemento analítico fundamental del proceso de calificación, desde
bajo la supervisión del CEPEUM. Asimismo, concluyó que el elemento el punto de vista del common law canadiense, es el de dependencia
“dependencia económica” se encontraba también presente. Para económica. Respecto de éste criterio, cabe señalar que el análisis
el tribunal, la firma del nuevo contrato no cambió el estatus de El tradicionalmente efectuado por las cortes de justicia se centra en la
Administrador. posibilidad de tener ganancias o pérdidas. Esto significa que el empresario
independiente, a diferencia del empresario dependiente, asume el riesgo
En lo que se refiere específicamente a la cuestión de la exclusividad del del negocio, aunque como bien señalan Langille y Davidov, los tribunales
servicio, si bien el tribunal admite que El CEPEUM hizo entender al no han tenido reparos en calificar a la relación jurídica como “laboral”
demandante que podría incrementar sus ingresos prestando servicios a en casos en los que el prestador del servicio asumía buena parte de
otras instituciones análogas, lo cierto es que su prestación semanal era a los riesgos10. Visto desde otro ángulo, el empresario dependiente está
tiempo completo, haciendo un total de 37.5 horas, lo que, en la práctica, integrado al negocio de su “gran – y a veces único - cliente” y, en buena
según el mismo tribunal, hacía inviable tal posibilidad. Como se pude cuenta, es un satélite de éste11.
apreciar, el tribunal da por sentado que trabajar a tiempo completo es
sinónimo de exclusividad del servicio, lo que implica descartar el factor de
la “pluralidad de clientes”, característico del empresario independiente. 4 Esta ley, llamada en francés Loi sur les normes du travail, consagra los derechos
laborales mínimos de quien tiene el estatus de trabajador asalariado y está regido
3. Tercer caso de Quebec: Pierre Gervais vs. Techni-Service Assurance por las leyes laborales de Quebec.
inc. Decisión del Tribunal del Trabajo del 26 de marzo del 2018. 5 Párrafos 108 a 110 de la decisión.
Demanda presentada ante el Tribunal Administrativo de Trabajo en 6 Elementos tales como la antigüedad del servicio, la edad del trabajador y la
virtud del artículo 124 de la LNL – despido injustificado - por el técnico posibilidad de conseguir un nuevo empleo equivalente entran en juego para
en electrónica Pierre Gervais – en adelante, “El Técnico” – contra Techni- modular su duración.
Service Assurance inc. – en adelante, “La Evaluadora” -. El Técnico 7 El “leading case” en este campo es la decisión de la Corte Suprema de Canadá
comenzó a prestó servicios a la Evaluadora, compañía de evaluación de recaída en el caso Montreal v. Montreal Locomotive Works en 1947. En esta
siniestros, entre el mes de abril del 2012 y el 8 de febrero del 2016. La decisión se estableció que para distinguir al trabajador asalariado del empresario
Evaluadora afirma que se trata de un contrato de prestación de servicios. independiente era menester examinar cuatro elementos: el control, la propiedad
Anteriormente, lo hizo entre noviembre del 2010 y julio del 2011 a través de los útiles, la posibilidad de tener utilidades y la posibilidad de sufrir pérdidas.
de una agencia de intermediación laboral. El Técnico forma parte del 8 Brian A. Langille; Guy Davidov, Beyond Employees and Independent Contractors:
equipo que se desplaza al lugar del siniestro, a pedido de La Evaluadora, A View from Canada, 21 Comp. Lab. L. & Pol’y J. 7 (1999).
cada vez que una compañía de seguros requiere de los servicios de ésta.
El Técnico es un “trabajador de guardia” (on-call worker), que debe estar
dispuesto a desplazarse cada vez que La Evaluadora requiere sus servicios.
Su tiempo efectivo de servicios varía entre 28,5 y 32 horas. Luego de
analizar todos los hechos pertinentes para la aplicación del esquema de
279
En una decisión del Tribunal Laboral de Ontario relativa a la cuestión12, contrato es rescindido sin pre-aviso por cierre de la empresa. Mediante
se especificó que en el momento de efectuar la calificación de la relación decisión de fecha del 21 de enero del 2015, la Corte Superior de Ontario
jurídica se podría tomar en cuenta distintos factores como : el carácter reconoce a favor de LK y MK el estatus de “empresario dependiente” y
intuito persona de la prestación; la propiedad de los instrumentos de les otorga una indemnización por despido sin pre-aviso ascendente a 26
trabajo; el suministro de materiales; la presencia de elementos que sueldos. Esta sentencia es confirmada por la Corte de Apelaciones (en
revelen actividad empresarial del lado del empresario prestador de adelante, la CAO), mediante sentencia del 27 de enero del 2016.
servicios; la participación en el mercado para buscar nuevos clientes; la El tribunal de primera instancia aplicó criterios similares a los empleados
libertad de rechazar ofertas de servicios; fluctuaciones en los honorarios; en el caso Mckee vs. Reid’s Heritage Homes Ltd. para concluir que
integración en la organización del cliente; el grado de especialización, LK y MK eran “empresarios dependientes” y que en su caso se daba
habilidad, experiencia o creatividad empleados; derecho a controlar exclusividad o, en todo caso, “un alto grado de exclusividad”. El recurso
ejecución del trabajo; si los términos del contrato se asemejan al contrato de apelación buscó revertir la tesis de la “exclusividad”, dado que, en los
de trabajo, como por ejemplo, la periodicidad del pago de la retribución; últimos tres años de servicios, hubo prestación de servicios a favor de
y si el “empresario” presta servicios en condiciones similares a quienes otra compañía. La Corte de Apelaciones confirmó la sentencia apelada.
en la misma organización tienen el estatus de trabajador subordinado. Según el parecer de la corte, la exclusividad debía ser apreciada a lo largo
Dos decisiones claves sobre de la Corte de Apelaciones de Ontario han de toda la relación y no solamente en los últimos tres años. Según la
retenido nuestra atención: Mckee vs. Reid’s Heritage Homes Ltd. (2009) corte, en este último período hubo un nivel elevado de exclusividad,
y Keenan vs. Canac Kithchens Ltd. (2016). elemento que pone en evidencia la dependencia económica de LK y MK
1. Primer caso de Ontario: Mckee vs. Reid’s Heritage Homes Ltd. respecto de CKL.
Decisiones de la Corte Superior de Ontario del 19 de noviembre del
2008 y de la Corte de Apelaciones de Ontario del 23 de diciembre del CONCLUSION
2009.
En Quebec, la operación de calificación contractual se realiza tomando
Demanda presentada por Elizabeth McKee – en adelante, EM-, titular como punto de partida las definiciones de contrato de trabajo (artículo
de la empresa Nu Home Services – en adelante, “NHS” – contra la 2085) y de empresa o de servicio (artículo 2098) propuestas por su
empresa constructora de inmuebles Reid’s Heritage Homes Ltd. – en Código Civil, mientras que la efectuada en Ontario, siguiendo la técnica
adelante, “RHH” – en la que se reclama el pago de una indemnización del common law, fluye de precedentes jurisprudenciales que examinan
por despido sin pre-aviso. EM suscribió inicialmente un contrato en 1987 elementos como el control y la dependencia exonómica. Sin embargo,
con RHH, en virtud del cual la primera asumía la promoción y la venta no se puede soslayar el hecho de que existen puntos de convergencia
a particulares de un conjunto de inmuebles construidos por RHH a evidentes en sus jurisprudencias respectivas. En efecto, en ambas
cambio de una comisión. Ejecutado este acuerdo, EM continuó a vender provincias los jueces identifican la presencia en una relación jurídica de
casas por cuenta de RHH, bajo el título de “gerente de ventas”. EM un “empresario dependiente” examinando aspectos como el grado de
contrató posteriormente personal a cargo de NHS para la ejecución de control ejercido por el dador de trabajo sobre el prestador de servicios,
los servicios de venta a su cargo, el cual era remunerado por esa misma la posibilidad de tener pérdidas o ganancia y la exclusividad del servicio
empresa, la que facturaba por todos los servicios prestados a RHH. En (manifestaciones de la dependencia económica), por citar los más
el año 2005 RHH procede a una reorganización: todos los agentes de importantes.
NHS serán incorporados a su nómina. Los términos de la relación con
EM son renegociados, pero sin llegarse a un acuerdo. La relación se En Quebec, el “empresario dependiente” es reconocido como una
extingue y RH reclama ante la Corte Superior una indemnización por categoría de trabajador asalariado. Por ello, solo se podrá reconocer tal
despido sin pre-aviso. Mediante decisión de fecha del 19 de noviembre estatus a quien se encuentre subordinando jurídicamente al dador de
del 2008, la Corte Superior de Ontario reconoce a favor de EM el estatus trabajo. La Ley de Normas Laborales de Quebec le será aplicada en la
de “trabajador dependiente” y le otorga una indemnización por despido medida en que se pruebe la existencia de todos los elementos esenciales
sin pre-aviso ascendente a 18 sueldos. Esta sentencia es confirmada por del contrato de trabajo. La dependencia económica es un rasgo
la Corte de Apelaciones (en adelante, la CAO), mediante sentencia del sintomático, mas no un elemento esencial del estatus de “empresario
25 de noviembre del 2009. dependiente”. En Ontario, el common law no reconoce al “empresario
dependiente” como “trabajador asalariado”, dado que, según la doctrina
En su decisión, la CAO especifica que es menester distinguir entre tres jurisprudencial en vigor, no se encuentra bajo el control del dador de
categorías distintas: el empleado (trabajador asalariado), el “empresario trabajo. Sin embargo, en la medida en que se pruebe que la relación del
dependiente” y el “empresario independiente”. Según la CAO, en casos primero con el segundo sea “exclusiva” o presente “un alto grado de
como el de la relación entre EM y RHH, el análisis debe constar de dos exclusividad”, se le distinguirá del “empresario independiente” y tendrá
etapas. En un primer momento, se debe establecer si el prestador de derecho a un pre-aviso de extinción contractual.
servicios es un empleado o un empresario. Para tal efecto, el análisis debe
incluir una serie de factores similares a los utilizados por los tribunales
de Quebec13. En segundo lugar, si el análisis no inclina la balanza a
favor de la tesis de la presencia de un empleado, la CAO sostiene que
se debe proceder a distinguir entre el “empresario dependiente” y el
“empresario independiente”, el primero de los cuales tendrá derecho a
una indemnización de ruptura sin pre-aviso del contrato, en virtud de
la common law. Para tal efecto, se debe analizar si existe dependencia
económica entre el prestador de servicios y el dador de trabajo. Según el
mismo colegiado, tal dependencia puede ser demostrada por el carácter
exclusivo o cuasi-exclusivo de dichos servicios, cosa que se dio en el caso
de la prestación a cargo de EM.
2. Segundo caso de Ontario: Keenan vs. Canac Kitchens Ltd. Decisiones
de la Corte Superior de Ontario del 21 de enero del 2015 y de la Corte
de Apelaciones de Ontario del del 18 de enero del 2016.
Demanda presentada por los esposos Lawrence Keenan y Marilyn
9 Op. Cit., p. 19.
Keenan – en adelante “LK” y “MK”, respectivamente - contra la
10 Por ejemplo, el caso de un trabajador pagado íntegramente a base de comisiones.
empresa productora y comercializadora de accesorios de cocina Canac
Op. Cit., p. 21.
Kitchens Ltd. – en adelante, “CKL” –. Los esposos pretenden obtener
una indemnización de despido sin pre-aviso. LK comenzó a prestar 11 Se trata del llamado criterio de “integración en la empresa” que, en opinión
de Langille y Davidov no es sino una faceta del llamado control burocrático o
servicios a CKL en 1976 como instalador de cocinas y luego como jefe administrativo. Op. Cit., p. 21.
de equipo. En el caso de MK, el inicio de su prestación de servicios data
12 Canadian Labour Congress, Local 1689 v. Algonquin Tavern, 3 CLRBR 337 (1981).
de 1983. En 1987, CKL decidió transformar el estatus de LK y MK en el
de “empresarios”. CKL estableció un tarifario y se obligó a transferir a los 13 Exclusividad del servicio, supervisión del prestador de servicios ejercida por el
cliente, utilización de instrumentos de trabajo propios o proporcionados por el
esposos la retribución respectiva, que cubriría el salario de los miembros
prestador de servicios, riesgo de pérdidas, etc.
del equipo. Según el acuerdo, LK y MK prestarían servicios a tiempo
completo y con dedicación exclusiva. En el año 2006, debido al declive
de las ventas de CKL y con conocimiento de ésta, LK y MK empiezan a
brindar servicios para otra empresa a tiempo parcial, pero manteniéndose
ocupados gran parte del tiempo al servicio de CKL. En el año 2009 el

280
El crédito horario sindical. para colocarlos al goce de las libertades colectivas, pudiendo definirse
sintéticamente como: “el tiempo de ejercicio de autonomía colectiva
Lanchini, Matías Francisco.
en la empresa”.
La garantía de crédito horario viene a reconocer a los representantes
1.- El crédito horario sindical, un derecho de los trabajadores el derecho a disponer de un número determinado
individual de alcance colectivo. de horas mensuales retribuidas que deberán destinar para el ejercicio
El crédito horario para uso sindical es una libertad individual de de funciones de representación .
alcance colectivo. Se trata de una prerrogativa del representante de El crédito horario hace referencia a la utilización de un número de
los trabajadores en la empresa (cualquiera sea su naturaleza jurídica horas que el representante puede dedicar a las tareas a su cargo sin
unitaria y/o sindical), que se proyecta hacía el colectivo representado. detracción de salario correspondiente, una ruptura del sinalagma
El derecho del trabajo tiene un particular modo de representación contractual trabajo-salario, que beneficia, sin embargo, a ambas partes
colectiva de los intereses de los trabajadores el cual no encuadra en las en igual medida que toda la autonomía colectiva, es decir: en cuanto a
previsiones del mandato del derecho privado ni en la representación la simplificación de los sujetos interlocutores .
política del derecho público . El goce de crédito horario es una prerrogativa inserta en la
Esta representación materializa las determinaciones colectivas de Recomendación nº 143 de la OIT, que aconseja reconocer a los
las condiciones laborales y la defensa sectorial de los intereses de representantes la facilidad de: “disfrutar, sin pérdida de salario ni de
los trabajadores en la empresa, siendo un instituto fundamental del prestaciones u otras ventajas sociales, del tiempo libre necesario para
derecho del trabajo que concreta los derechos individuales de los desempeñar las tareas de representación en la empresa.” (Art. 4, inciso
trabajadores en el lugar donde se produce el particular fenómeno de la 10 Recomendación nº 143 OIT).
sujeción del trabajador a los poderes del empresario (la “subordinación Este crédito horario si bien es de titularidad individual, tiene
de la voluntad”). una proyección colectiva puesta en favor de los intereses de los
A diferencia del derecho civil y del derecho público, la institución representados, es decir, para el ejercicio de “funciones representativas”.
del representante hace que la colectividad representada acceda Las funciones de representación de los trabajadores conlleva la
a la vida jurídica . La idea cardinal que campea todo el instituto de inversión de tiempo, de modo que si la ley no lo garantizara, - esto
la representación directa de los trabajadores es “la civilización de es, no avalara un número de horas imputables a la jornada laboral
la empresa”. Es en la empresa el trabajador somete su persona y su del representante,- se vería obligado a ocupar su tiempo privado de
voluntad a las órdenes del empleador, verificándose una verdadera descanso, lo que supondría un claro desincentivo para ejercer tales
relación de jerarquía. El derecho del trabajo ha tenido siempre y tiene cargos, entorpeciendo su correcto desarrollo .
por primera razón de ser la de “civilizar” el poder empresarial , creando
Evidentemente, las “funciones de representación” configuran el límite
un marco jurídico de carácter ambivalente
funcional del crédito horario para uso sindical, es decir, debe limitarse
Una de las exteriorizaciones del proceso de civilización del poder al marco propio de tal representatividad, que por muy amplio que sea,
empresarial es el reconocimiento de libertades individuales de no puede amparar actuaciones que no guarda ninguna relación con
proyecciones colectivas dentro del establecimiento o, dicho de otro dichas funciones .
modo, de garantías puestas en cabeza de los representantes de los
Las funciones representativas son todas aquellas que tanto la ley,
trabajadores para que defiendan los intereses del colectivo frente al
la autonomía colectiva, como asimismo la propia dinámica de las
empleador.
relaciones industriales, asignan al representante para la defensa y
Estas garantías son derechos de titularidad individual de los gestión del interés general de la base social representada, sea dentro
representantes proyectadas hacía el colectivo representado y refieren del establecimiento, como en la propia sede sindical. En este sentido,
a una noción omnicomprensiva del ejercicio de la libertad sindical en la las funciones representativas refieren a las competencias que la ley
empresa; la cual, se realiza a partir del reconocimiento de prerrogativas asigna al representante de los trabajadores (en el caso argentino art.
positivas (de hacer, en cabeza del representante) y negativas (de 43 y 44 Ley 23.551), como asimismo, en todas aquellas instancias
no hacer, en cabeza del empleador), siendo el crédito horario que requieran participación del representante el seno del sindicato
para uso sindical una típica garantía positiva que facilita la acción (participación de plenarios, asambleas y congresos), y también para
representativa en el lugar de trabajo y, cuya función es democratizar participar de la negociación colectiva, cuando la misma se desarrolla
el poder del empresario a fin de concretar el proceso de la “civilización en el ámbito descentralizado de la empresa (art. 17 ley 14.250).
de la empresa”, canalizando los derechos e intereses de la base social
El crédito horario se ejerce durante la jornada laboral del representante,
representada.
y debe ser utilizado en interés de la colectividad representada, nunca
en beneficio propio. En caso de que eso suceda, se tratará de una
2.- El crédito horario sindical como garantía conducta contraria a la buena fe en doble sentido: primero, hacía el
representativa. colectivo representado, que podrá accionar los mecanismos legales
Las garantías representativas evocan el conjunto de prerrogativas y/o estatutarios para revocar el mandato al representante (art. 42
de protección y de acción del representante. Las primeras, refieren a Ley 23.551); segundo hacía el empresario, quien podrá sancionar y/o
mecanismos de custodia de libertad sindical para prevenir, reparar despedir con justa causa al representante previa acción judicial de
y/o castigar las conductas intenten dañar, o hayan dañado, a los exclusión de tutela (art. 52 Ley 23.551).
representantes de los trabajadores. Las segundas, evocan garantías
instrumentales que aseguran la eficacia de la función representativa. 4.- El crédito horario sindical en el derecho
Se trata de medios instrumentales de titularidad individual de los positivo argentino.
representantes puestas en función del colectivo de trabajadores, tales En Argentina, el sistema de representación de los trabajadores en la
como la facilidad locativa (cesión de espacio físico), la disposición empresa adquiere contornos específicos que permite encuadrarlo
de carteleras y, las franquicias horarias de usufructo sindical ; todas como un sistema de representación sindical de ascendencia unitaria,
garantías necesarias el cumplimiento de la gestión sindical (Art. 14 bis teniendo en cuenta que el representante de los trabajadores es parte
Constitución Nacional). de un órgano sindical (debe estar afiliado y ser elegido en comicios
El ejercicio de funciones representativas requiere la concesión auxiliar convocados por el sindicato); pero, a diferencia del sistema de
de una serie de prerrogativas al representante de personal, entendidas “doble canal” (que rige en España, Francia, Portugal, etc), ejerce su
como derechos integrados en el poder de representación legal que representación al conjunto los trabajadores del establecimiento estén,
debe satisfacer el empresario con cargo al patrimonio de la empresa . o no, afiliados al sindicato.
La representación directa de los trabajadores en la empresa es ejercida
3.- Naturaleza jurídica del crédito horario por los delegados sindicales quienes son elegidos por el voto directo
sindical. Las funciones representativas. y secreto de todos trabajadores del centro de trabajo, constituyendo
un “canal único” que representa a los trabajadores frente al
La “civilización de la empresa” se concreta con el ejercicio de libertades empleador, frente al sindicato y ante la autoridad administrativa
individuales con proyecciones colectivas, las cuales configuran áreas laboral, representando también al sindicato frente al empresario y los
de autonomía que escapan al poder de dirección del empresario,
salvaguardando las libertades del trabajador de los excesos del vínculo
de subordinación .
El crédito horario sindical refiere a espacios de franquicia temporal que
la ley o la autonomía colectiva expropian de la organización patronal
281
trabajadores, asumiendo una representación múltiple y compleja o (empresas o centros de trabajo), es menos complejo el tratamiento
“multidireccional”, conforme surge del art. 40 de la ley 23.551. de cuestiones que resultan inabordables en niveles superiores, lo que
La razón del instituto de la representación de los trabajadores es la constituye en un espacio de mayor riqueza cualitativa de contenidos
gestión de los intereses de los mismos en la empresa; por ello la ley . Es por ello que, los niveles más descentralizados resultan más
23.551 articula una serie de derechos y garantías individuales en adecuados para regular las especificaciones propias de la garantía de
cabeza del representante y obligaciones del empresario, las que tienen crédito horario para uso sindical.
proyecciones colectivas establecidas a favor de los representados. Al tratarse de regulación autónoma de derechos derivados del principio
El art. 44 de la ley regula obligaciones del empleador frente al de la libertad sindical, se trata de típicos contenidos obligacionales que
representante, entre ellas la de conceder a cada uno de los delegados establecen derechos y obligaciones entre los sujetos colectivos. Si bien
del personal, para el ejercicio de sus funciones, un crédito de horas el crédito horario sindical, al tener un destinatario individual podría
mensuales retribuidas de conformidad con lo que se disponga en la confundirse con una clausula normativa, es claro que la proyección
convención colectiva aplicable. del mismo hacía la colectividad representada, como mecanismo
instrumental de defensa sectorial de los intereses de los trabajadores,
La garantía de crédito horario reconoce a los representantes de los lo configura como una clausula obligacional de las convenciones
trabajadores un número determinado de horas mensuales retribuidas colectivas de trabajo.
que deben destinar al ejercicio de las funciones representativas. La
norma fija como principio general la obligación patronal de conceder el No obstante, en nuestro país se verifica una escasa regulación
crédito horario, delegando a la autonomía colectiva la competencia de autónoma del crédito horario para uso sindical, como asimismo
reglamentar lo sustancial el derecho, en especial el aspecto cuantitativo sendas limitaciones en cuanto a su ejercicio en aquellos convenios
del mismo, es decir, la cantidad de horas mensuales retribuidas. donde se encuentra regulado, lo que condiciona y restringe la eficacia
del instituto como mecanismo destinado a la representación colectiva.
No se trata de la licencia con goce de haberes que ostentan los
funcionarios sindicales quienes dejan de prestar funciones en la Conforme datos del Observatorio de Derecho Social de la CTA el
empresa para abocarse a los cargos estatutarios del órgano sindical crédito horario para uso sindical se encuentra regulado 53,35% de los
centralizado (art. 48, primer párrafo, ley 23.551), sino de una dispensa CCT homologados entre 2006 y 2008 (55,26% de los convenios de
temporal de prestar funciones con carácter retribuido, por la que se empresa y en el 49,18% de los convenios de actividad). Sin perjuicio
faculta al representante a no realizar tareas laborales para destinar ese de ello, en la mayoría de esos convenios, se regulan limitaciones en el
tiempo al ejercicio de funciones representativas. ejercicio del derecho, ya que, en el 69,15% de los CCT asignan menos
de una hora diaria para esta tarea, y asimismo, en general disponen
Al incluir el deber de otorgamientos de las denominadas “horas que el crédito horario solo puede utilizarse para la realización de
gremiales” – “horas mensuales retribuidas” en la expresión legal -,el actividades fuera del establecimiento , Por otro lado, en muchos otros
inciso c) del mismo artículo 44 de la Ley de Asociaciones Sindicales convenios se requiere la autorización previa del sindicato para ejercer
ha incorporado el instituto del “crédito de horas” regulado por el derecho, lo que expone sendas limitaciones a la funcionalidad
legislaciones europeas como Italia, Francia y España, que consiste en representativa incompatibles con la naturaleza jurídica del instituto.
asignar a cada delegado un determinado tiempo disponible por periodo
mensual para der destinado al ejercicio de funciones gremiales, En caso de silencio del convenio colectivo en materia de crédito
que comprenden, por hipótesis, desde la ocupación en cuestiones horario para uso sindical, serán determinantes la aparición de fuentes
laborales o gremiales que suceden dentro del establecimiento hasta la supletorias, como los acuerdos internos de empresa y/o los usos
participación en actividades en la sede sindical y la gestión de trámites y costumbres. En el supuesto de que no existieren previsiones en la
ante la autoridad de aplicación o la obra social. norma convencional, el modo de otorgamiento y goce precisos del
crédito horario podrá regirse por acuerdo interno de empresa, en cuya
celebración participan las comisiones internas o cuerpos de delegados
5.- La autonomía colectiva fuente principal del y/o por usos y costumbres .
crédito horario sindical. Sin perjuicio de la negociación colectiva formal, con alcance erga
El derecho al crédito horario se configura como un derecho necesario omnes, la dinámica de las relaciones laborales genera un espacio
relativo, es decir, su carácter es de norma mínima y puede ser mejorado propicio para que el conjunto de los delegados ejerzan una micro-
por CCT . A diferencia de lo que sucede en España, donde el art 68 del negociación de las condiciones de trabajo, permitiendo la adaptación
Estatuto de los Trabajadores regula la cuantía del crédito horario (la de las previsiones contenidas en los Convenios colectivos en la realidad
escala de horas conforme cantidad de trabajadores representados), en productiva concreta y particular de cada empresa o establecimiento , o
nuestro país el art. 44 inciso c) solo se limita a consagrar el derecho, bien, emergiendo como fuente supletoria en caso de silencio del CCT,
delegando lo sustancial del instituto a la autonomía colectiva. lo que permite que muchas veces, que en estos acuerdos informales
La ley establece genéricamente la obligatoriedad del otorgamiento del surjan regulaciones del crédito horario sindical.
crédito horario en si misma dejando librado a lo que disponga cada Por otra parte, la generalización de una práctica empresarial, como
convenio colectivo en particular los aspectos relativos la cantidad de manifestación de costumbre genera conciencia de obligatoriedad, a
horas gremiales y las modalidades de su otorgamiento . pesar de la falta de regulación en el CCT. De este modo, es común
El legislador se limitó a consagrar el derecho, encomendando a la en las relaciones laborales que los representantes de los trabajadores
autonomía colectiva los contenidos primordiales para el eficaz ejercicio usufructúen el crédito horario de manera reiterada en el tiempo y con
del mismo, particularizando la generalidad de la ley a las necesidades el consentimiento del empleador, generando una práctica empresarial
sectoriales. como manifestación de costumbre, que se convierte en fuente de
derecho supletoria ante la falta de normativa convencional.
La norma legal reconoce mínimamente el derecho, dejando un amplio
espacio a la autonomía colectiva privada como fuente adecuada para
fijar las modalidades necesarias de la garantía del crédito horario para 6.- Los sujetos titulares del crédito horario
uso sindical. Así, los convenios colectivos no van solamente a poder sindical en Argentina.
mejorar la cuantía del crédito horario y regular eventualmente su El sujeto titular del crédito horario para uso sindical en el derecho
acumulación, sino que pueden regular también su distribución, la positivo argentino es el delegado sindical, quien es electo por todos sus
modalización de su ejercicio o la definición de las actividades a las que compañeros de trabajo en comicios realizados en el establecimiento y
puede destinarse . que, debe estar afiliado al sindicato con personería gremial conforme
Al tratarse de un instituto con proyecciones colectivas, es la propia art. 41 inc. a) de la ley 23.551.
autonomía colectiva la fuente más apta para regular el modo de Este requisito de afiliación al sindicato con personería gremial para
ejercicio del crédito horario, la cuantía del mismo (la cantidad de ejercer la función representativa ha sido declarado inconstitucional
horas), los límites funcionales, la suspensión del mismo ante vicisitudes por la Corte Suprema de Justicia de la Nación en el precedente
del contrato de trabajo, el otorgamiento de preavisos, la posibilidad de “Asociación Trabajadores del Estado c/ Ministerio de Trabajo s/Ley
acumular horas, etc. de Asociaciones Sindicales”, el 11/11/2008, en la inteligencia de que la
El convenio colectivo de trabajo es el instrumento más idóneo para prerrogativa de titularidad exclusiva y excluyente del sujeto sindical
regular el derecho al crédito horario para uso sindical teniendo en mayoritario para ejercer la representación de los trabajadores en la
cuenta la especificación sectorial y el rol de la autonomía colectiva en empresa, resulta una vulneración de la libertad sindical en desmedro
la gobernanza de las relaciones industriales, en lo que se denomina
“negociación colectiva de gestión” .
En cuanto al nivel de la negociación colectiva, es decir, el espacio donde
se produce la acción normativa, se destaca que en los niveles menores
282
de los sindicatos simplemente inscriptos y sus representantes. 8.- La posibilidad del empleador de modificar
De ello deriva que, por fuente jurisprudencial, se han ampliado los unilateralmente el crédito horario.
sujetos titulares del derecho al crédito horario para uso sindical, Inconstitucionalidad del art. 28 del Dto 467/88.
toda vez que, si el sindicato simplemente inscripto puede convocar El art. 28 del Decreto 467/88, reglamentario del Art. 44 de la ley
a elecciones de delegados, es claro que los mismos deben contar con 23.551, dispone que el empleador puede reducir o aumentar el crédito
las prerrogativas y protecciones que ostentan los delegados de los horario, en tanto iguale o supere la convención colectiva aplicable.
sindicatos con personería gremial. Es decir, faculta al empleador a modificar unilateralmente la cuantía
No obstante, se generan algunos interrogantes acerca la modalidad de de crédito horario, cuando alguna norma supletoria o suplementaria
ejercicio del crédito horario del delegado del sindicato simplemente (acuerdo interno de empresa, usos y costumbres), establece una
inscripto, en particular si él mismo puede usufructuar el crédito mejora en el régimen convencional aplicable.
horario plasmado en el CCT negociado por el sindicato con personería Se trata de un evidente exceso reglamentario contrario al espíritu
gremial y, sobre todo, si el delegado del sindicato simplemente inscripto de la ley, en tanto el decreto reglamentario reconoce una facultad al
tiene derecho a desempeñar su actividad a partir del reconocimiento empresario que no encuentra respaldo en la normativa de jerarquía
del crédito horario de manera independiente, separado del que ejerce superior, rebalsando las potestades reglamentarias del Poder Ejecutivo
el delegado del sindicato con personería gremial, o bien, debe ejercer Nacional (art. 99 inc. 2 de la CN).
instituto en conjunto con los delegados del sindicato con personería El Poder Ejecutivo al reglamentar la ley debe cuidar de “no alterar su
gremial. espíritu con excepciones reglamentarias”. La manda constitucional
Entendiendo que el pronunciamiento de la CSJN no cuestiona la es prohibitiva y no supone otorgarle al Poder Ejecutivo la facultad
naturaleza jurídica sindical con ascendencia unitaria del sistema de de definir los términos legales (un vicio bastante frecuente), llenar
representación directa, sino su integración exclusiva del sindicato supuestos vacíos o lagunas (otro vicio constante), “corregir errores”
con personería gremial, la inconstitucionalidad declarada por la ni interpretar con acciones positivas el supuesto espíritu de la ley, sino
Corte Suprema implica que el órgano de representación sindical en la tan sólo abstenerse de violarlas con aquellas excusas: Debe cumplir
empresa debe estar compuesto por representantes de los trabajadores fielmente sus disposiciones, de acuerdo a la finalidad y objetivos del
estén afiliados a sindicatos con o sin personería gremial, funcionando texto parlamentario.
como un órgano colegiado de composición plural.
Por lo que, el delegado del sindicato simplemente inscripto, tiene 9. Conclusión.
derecho a integrar el órgano colegiado de representación sindical, y
en ese marco, debería ejercer el derecho al crédito horario para uso El crédito horario para uso sindical, a pesar de incorporación expresa
sindical en igualdad de condiciones que los delegados de los sindicatos en el texto legal, encuentra sendas limitaciones en su ejercicio fáctico
con personería gremial. derivadas de la falta de regulaciones convencionales y, la propia
restricción del decreto reglamentario, lo que deriva en un perjuicio en
los derechos e intereses de la colectividad representada.
7.- La retribución del crédito horario. La La importancia trascendental que tiene la representación de los
indemnidad retributiva. trabajadores en el lugar de trabajo como instrumento más adecuado
La prerrogativa del crédito horario implica que el representante para materializar los derechos individuales donde se produce el
puede abocarse a tareas de representación sin deducción de salario, fenómeno de la apropiación del trabajo humano y la sujeción del
una excepción al sinalagma contractual “trabajo-salario”, o bien, trabajador a los poderes del empleador, requiere dinamizar el derecho
una transferencia al empleador de ciertos costos para el ejercicio de al crédito horario para uso sindical, a fin de que cumpla su rol de
funciones de representación colectiva. mecanismo destinado a cumplir una misión sustancial en el Estado
La retribución del crédito horario se relaciona con la garantía de Social de Derecho: la democratización de las relaciones laborales y la
indemnidad retributiva. La finalidad es que el libertado o relevado de la civilización de la empresa.
prestación de servicios por realizar funciones representativas no sufra
ningún tipo de perjuicio económico y no suponga un obstáculo para Bibliografía:
el ejercicio de funciones de representación, obstáculo que repercute BAYLOS GR AU, Antonio, Derecho del Trabajo, Historia, Fuentes y Derecho
no solo en quien soporta el menoscabo económico, sino que puede Sindical, Ed. Bomarzo, Albacete, 2008.
proyectarse asimismo sobre los intereses de los trabajadores . CAPARRÓS, Fernando, en Curso de Derecho del Trabajo y la Seguridad Social,
GOLDIN, Adrían (Dir.) ALIMENTI, Jorgelina (Coord.), Parte I, Capitulo
La función de representación implica la inversión de tiempo. Si ese único, 2º Ed. La Ley, Buenos Aires, 2015.
tiempo no fuera retribuido, el delegado o dirigente debería invertir CORTE, Néstor, El modelo sindical argentino, régimen legal de las asociaciones
tiempo de descanso para ejercer la representación, circunstancia que sindicales, Ed., Rubinzal Culzoni, Santa Fe, 1994, p.486
privaría de eficacia al instituto de la representación directa. ERMIDA URIARTE, Oscar, Sindicatos en Libertad Sindical, Quinta Ed.,
De esta forma se evita el desincentivo que para el desempeño de las Fundación de Cultura Universitaria, Montevideo, 2016.
funciones representativas de derivaría de la perdida proporcional del ETALA, Carlos Alberto, Derecho Colectivo del Trabajo, Ed. Astrea, Buenos
Aires, 2006
salario, siendo este el factor que contribuye más poderosamente a
GARCÍA, Héctor Omar, “La organización y Representación sindical en la
conseguir la finalidad de eficacia de la representación perseguida por empresa”, en Tratado de Derecho Colectivo del Trabajo, SIMON, Julio Cesar
la institución. (Dir.), Ambesi Leonardo (Coord), t.I, Capitulo 7, Ed. La ley, Buenos Aires, 2014.
La retribución de horas de representación comprende el salario normal GARCIA VIOR, Andrea, (Coordinadora), Representación sindical en la
de la hora ordinaria, incluyendo el promedio de los complementos por empresa, Colección de temas de derecho laboral nº 6, 1º Edición, Errepar,
Buenos Aires, 2010.
cantidad o calidad de trabajo si se hubieran estado percibiendo . Ello
GORDILLO, Agustín, Tratado de derecho administrativo y obras selectas, Tomo
comprende el salario base y los complementos salariales, considerando 1, Parte general, Fundación de Derecho Administrativo, Buenos Aires, Capítulo
tanto los de carácter personal, como los vinculados al puesto de VII FUENTES NACIONALES DEL DERECHO ADMINISTR ATIVO, p. 44.
trabajo. En concreto la retribución del crédito de horas que se confiere MUGNOLO, Juan Pablo, convenios colectivos de trabajo, concurrencia,
a los representantes de los trabajadores comprende el pago de los articulación y sucesión, 1º Edición, Ediar, Buenos Aires, 2004, p.18.
complementos salariales de carácter personal, como los complementos -Estructura de la negociación colectiva, influencia de la intervención estatal,
por antigüedad o conocimientos especiales. Igualmente deben percibir Ediar, 1º Edición, Buenos Aires, 2014, p. 49.
los complementos salariales vinculados al puesto de trabajo, que son OJEDA AVILES, ANTONIO, Compendio de Derecho Sindical, Tercera
entre otros: los de penosidad, toxicidad o peligrosidad, asistencia, Edición, Editorial Tecnos, Madrid, 2014.
manutención y nocturnidad . PALOMEQUE LOPEZ, Manuel Carlos, Derecho Sindical, 3º Edición, Centro
de Estudios Financieros, Madrid, 2016.
En España, la indemnidad retributiva del representante, es doctrina SUPIOT, Alain, Critique du droit du travail, publicado originalmente en francés
consolidada del Tribunal Constitucional, quien ha sostenido que por Presses Universitaires, 1994, traducción José Luis Gil y Gil, Ministerio de
dentro del contenido de la libertad sindical, reconocido en el art. Trabajo y Asuntos Sociales, España, 1994.
28.1 de la Constitución se encuadra, como garantía de indemnidad -El Derecho del trabajo, 1º edición (trad. Patricia Rubini Blanco), Heliasta,
retributiva, el derecho del trabajador a no sufrir, menoscabo alguno Buenos Aires, 2008.
en su situación profesional o económica en la empresa. (Sentencia UREÑA MARTÍN, Ángel, El crédito horario sindical, Editorial Bomarzo, 1º
Tribunal Constitucional 100/2014, 23.06.2014). Edición, Albacete, España, 2017.

En definitiva, la indemnidad retributiva del representante es evitar


el menoscabo patrimonial del mismo y el efecto disuasorio que el
perjuicio retributivo podría provocar en el ejercicio de la libertad
sindical y las funciones de representación.
283
Nova configuração da contribuição movimento sindical no período anterior. A partir da década de 30, o
sindical: repercussões técnicas e o Brasil passou a ser um país industrial e a classe operária ganhou uma
importância maior. O conflito entre capital e trabalho passou a ser
neopeleguismo tratado como uma questão política. Por um lado, criou uma estrutura
Emelly Moura da Silva sindical corporativista, dependente e atrelada ao Estado, inspirada no
Fábio Túlio Barroso Fascismo italiano; por outro, criou o Ministério do Trabalho, a Justiça
do Trabalho e a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT).
Ou seja, a partir da regulamentação da matéria em 1931, os sindicatos
Resumo
estavam sob o poder do Estado, que controlava de forma incisiva suas
A reforma trabalhista promovida pela Lei nº 13.467/2017 trouxe ações, dando causa inclusive às inúmeras revoltas de diversos grupos
repercussões no tocante à forma de custeio das entidades sindicais sindicais em prol de maior liberdade de atuação. A contribuição sindical
no Brasil, em especial, no que concerne à contribuição sindical tem regulamentação específica na CLT, antes mesmo da Constituição
(antigo imposto sindical), que se tornou facultativo o seu desconto. da República de 1988. Com algumas modificações ao longo do tempo
Anteriormente, segundo o teor do artigo 578 da Consolidação das em termos de seu conteúdo normativo, especialmente em relação à
Leis do Trabalho-CLT, a referida contribuição era devida por todos sua denominação, que foi recebida por meio do artigo 8 º, IV da Carta
aqueles que participassem de uma determinada categoria profissional Maior, sem contudo, expressar qualquer nomen iuris. Originalmente,
ou econômica, ou profissão liberal, em favor das entidades sindicais a contribuição sindical tinha sido denominada imposto sindical, que
respectivas. Por sua vez, o artigo 8º, IV da Constituição da República seguia, por eleição do legislador brasileiro, o sistema de união sindical,
determina que a regulamentação da contribuição sindical será prevista ou seja, a existência de apenas um sindicato por categoria em cada
em lei. Contudo, diante de tal realidade, emerge o objetivo de analisar localidade, como pontuado por Mascaro (2011).
a capacidade de manutenção das entidades sindicais em face da

Reforma Trabalhista. Dessa forma, é justificável o questionamento: É
possível a manutenção dos sindicatos sem a contribuição compulsória 2. Do conceito de contribuição sindical e sua
como determinada pela reforma trabalhista. No aspecto técnico função
entende-se que a facultatividade da contribuição sindical aproxima Como antedito, originalmente, a contribuição sindical havia sido
o modelo sindical brasileiro ao proposto pela Convenção nº 87 da denominada de imposto sindical. Ao longo dos anos, o imposto
Organização Internacional do Trabalho – OIT. O sindicato e todas sindical teve seu nome modificado para contribuição sindicalpor meio
as entidades dessa natureza consistem entidades representativas de do Decreto-Lei nº 27/1966, ampliado o seu espectro normativo por
interesses de classes.Todavia na prática, esta aproximação formal do meio do Decreto-Lei nº 925, de 1969, mantido seu caráter obrigatório
modelo sindical brasileiro ao proposto pela citada convenção poderá de pagamento para empregados, empregadores e profissionais liberais
acarretar como efeito prático o fechamento dessas entidades. Por fim, a de suas categorias representados por seus respectivos sindicatos.A
problemática principal reside em analisar as dificuldades operacionais contribuição sindical caracterizou-se no transcurso do tempo como
decorrentes do fim da contribuição compulsória e o déficit de uma significativa forma de financiamento para as entidades sindicais
representatividade, pelas dificuldades de organização, que poderá básicas e anteriormente à Lei nº 13.467/2017 fora entendida como
propiciar o aparecimento de novos sindicatos amarelos ou pelegos, Fábio Tulio Barroso (2010) apontou como:
de fácil dominação pelo poder econômico, permitindo imersão de um A fonte mais importante de contribuições financeiras para as entidades
neopeleguismo, fenômeno este que consiste no enfraquecimento da sindicais, a principal fonte de custeio, especialmente para entidades
atividade sindical obreira, vulneráveis ao poderio econômico, bem sindicais profissionais e básicas.
como a possibilidade de acarretar na desestruturação do movimento
sindical. Compreende-se por contribuição um valor pecuniário que é destinado
às entidades sindicais pelo seu custeio como entidade de classe, ou
  seja, um meio pelo qual possibilita o financiamento de determinadas
1. Marcos histórico e sociológico do movimento atividades dos sindicatos. Esta contribuição financeira não tem como
sindical brasileiro objetivo e essência obter vantagem ou benefício sobre o trabalhador
Sabe-se que a indústria desenvolveu-se tardiamente no território ou empregador que contribuiu, mas o objetivo principal de proteção
brasileiro se compararmos às grandes potências europeias, parte disto e defesa dos direitos e garantias das respectivas categorias seja de
justifica-se à uma vagarosa abolição da escravatura (principal força de caráter coletivo ou individual, como analisa Carla Teresa Martins
trabalho do século XIX no Brasil) e as paulatinas substituições laborais Romar (2018) que:
por uma mão de obra “livre” e capacitada. Nesse ponto, emerge a O custeio da estrutura sindical no Brasil deriva de sua principal fonte
figura dos imigrantes europeus, que pouco a pouco, baseados com as de obtenção de recursos, as contribuições pagas pelos representados.
teorias de resistência ao modelo de utilização da mão de obra à época, O ordenamento jurídico prevê quatro tipos de contribuições a
criaram as coalizões. serem pagas para as entidades sindicais: contribuição sindical,
No Brasil, a evolução do sindicalismo se deu de forma paulatina e bem contribuição confederativa, contribuição assistencial e mensalidade
diferente do que ocorreu na Europa: dos associados. A contribuição sindical, instituída pela Constituição
Federal de 1937 (antigo imposto sindical), sempre constituiu-se na
No aspecto formal, as primeiras normas que possibilitaram a
principal fonte de arrecadação das entidades sindicais. Sempre foi
sindicalização no Brasil foram no campo, com o Decreto número 979 de
uma contribuição compulsória, que deveria ser paga por todos os
1903, que possibilitava a organização de agricultores e de profissionais,
representados integrantes das categorias profissional e econômica,
como características distintas do tradicional sindicalismo, possuindo
independentemente de serem ou não associados ao sindicato. O
inclusive sentido cooperativista. Poucos anos depois, com o Decreto
objetivo da cobrança é o custeio das atividades sindicais. No entanto, a
número 1.637, de 1907, a criação de sindicatos profissionais urbanos
Lei n. 13.467/2017 (Reforma Trabalhista) não afetou as características
foi regulamentada.
do modelo sindical instituído pela Constituição Federal de 1988, mas
Ainda que notadamente, o sindicalismo rural no Brasil era trouxe importante e substancial alteração em relação à contribuição
praticamente inexistente, por uma série de motivos, como a legislação sindical, retirando-lhe a compulsoriedade no pagamento. Assim,
trabalhista criada para o trabalho urbano, bem como a dificuldade as contribuições devidas aos sindicatos pelos participantes das
de acesso aos órgãos jurisdicionais, ainda não instalados no interior categorias econômicas ou profissionais ou das profissões liberais
do país até bem pouco tempo atrás, além da grande resistência dos representadas pelas referidas entidades serão, sob a denominação de
empregadores rurais em aceitar a organização sindical, sendo caso contribuição sindical, pagas, recolhidas e aplicadas, desde que prévia e
tratado muitas vezes como de polícia.Fábio Túlio Barroso (2010). expressamente autorizadas (art. 578, CLT).
Entretanto, seu ensejo também deve ser analisado pelo significativo Portanto, destaca-se neste ponto que a supracitada contribuição
evento da aprovação da Lei do Sindicato, em 1931, em que a entidades sindical, apesar de todas as modificações no transcurso do tempo
passaram a ter seus próprios regulamentos, os quais estavam sob o ainda representa uma importante fonte de manutenção de muitos
poder do Estado, que incisivamente controlava suas ações, dando sindicatos (principalmente os de médio e pequeno porte), uma vez
causa inclusive às inúmeras revoltas de diversos grupos sindicais em o sindicalismo no Brasil representa não apenas, em sua maioria,
prol de maior liberdade de atuação. Bernadete (2011) pontua que: um reservado grupo, e sim toda uma categoria, dado o modelo
Com a “Revolução de 1930”, liderada por Getúlio Vargas, é iniciado
um processo de modernização e consolidação de um Estado Nacional
forte e atuante em todas as relações fundamentais da sociedade.
Vargas acabaria atrelando a estrutura sindical ao Estado, destruindo
todas as bases sociais e políticas em que tinha se desenvolvido o
284
de unicidade sindical adotada no país, e por isso justifica-se ser discussão que é eminentemente política, por envolver modelo de
importante (ainda que tida como constitucional a sua facultatividade) gestão sindical que se pretende adotar no Brasil.
o não prevalecimento da burocratização quanto à sua arrecadação, Quando se fala sobre a receita sindical é necessário ter em conta que
uma vez que a representatividade e o desenvolvimento dos sindicatos as entidades não se sustentam somente pela contribuição sindical,
são, atualmente, cruciais para uma maior quantidade contributiva e existem outras fontes de subsistência que compreendem todo o
consequentemente uma maior força representativa. complexo pecuniário e necessário para a sua manutenção, são elas:
  a participação nas contribuições confederativa, assistencial e outras
3. Análises específicas dos art. 578 e 579 da CLT e a instituídas pela assembleia da categoria ou por meio de negociação
distribuição da contribuição sindical coletiva (Nascimento, Sônia Mascaro, 2019).
Adentrando na sistemática normativa e no objeto de discussão, a Todavia, submergindo estritamente à contribuição sindical, sua
contribuição para com os sindicatos diante do advento da aprovação distribuição possui uma densa regulamentação no artigo 589 da
da Reforma Trabalhista, que transformou o seu caráter obrigatório, CLT, o qual não foi modificado pela supracitada Lei nº 13.467/2017
compulsório em natureza facultativa, mediante autorização prévia e (Reforma Trabalhista), mas sofreu impactos no sentido prático, pois
expressa dos que participam de sua respectiva categoria, conforme as a arrecadação caiu drasticamente quando comparados o ano de 2017
atuais redações dos artigos 578 e 579 da CLT: (antes da reforma) com o de 2018 (pós reforma), como analisado por
Cleide Silva (2019), de acordo com a fonte do Fundo de Amparo ao
Art. 578.As contribuições devidas aos sindicatos pelos participantes Trabalhador:
das categorias econômicas ou profissionais ou das profissões liberais
representadas pelas referidas entidades serão, sob a denominação Sindicatos de trabalhadores e de patrões tiveram os recursos drenados
de contribuição sindical, pagas, recolhidas e aplicadas na forma pelo fim da obrigatoriedade da contribuição sindical, como era
estabelecida neste Capítulo, desde que prévia e expressamente esperado. Dados oficiais mostram que em 2018, primeiro ano cheio
autorizadas. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 13.7.2017) da reforma trabalhista, a arrecadação do imposto caiu quase 90%,
de R$ 3,64 bilhões em 2017 para R$ 500 milhões no ano passado. A
Art. 579. O desconto da contribuição sindical está condicionado tendência é que o valor seja ainda menor neste ano (2019). O efeito foi
à autorização prévia e expressa dos que participarem de uma uma brutal queda dos repasses às centrais, confederações, federações
determinada categoria econômica ou profissional, ou de uma profissão e sindicatos tanto de trabalhadores como de empregadores.
liberal, em favor do sindicato representativo da mesma categoria ou
profissão ou, inexistindo este, na conformidade do disposto no art. 591  
desta Consolidação. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 13.7.2017) 4. Investigações estatísticas sobre a arrecadação
A lei da Reforma que retirou o caráter tributário da contribuição das contribuições anterior e posterior à Lei
sindical, não mais se configura como um desconto compulsório nº13.467/2017
para filiados ou não aos sindicatos, ou seja, já não se identifica sua Recentemente, com base nos dados recolhidos pelo Fundo de Amparo
antiga natureza, uma vez que a Lei nº 13.467/2017 afastou-a do ao Trabalhador (FAT) alguns números acerca da comparação em reais
rol das contribuições especiais federais (mais especificamente as do quanto arrecadado no ano de 2017 e 2018 sobre a contribuição
contribuições corporativas). sindical no Brasil chamam a atenção. As entidades mais afetadas foram
O artigo 578 da CLT em seu texto anterior à Reforma, afirmava a a dos trabalhadores (centrais, confederações, federações e sindicatos),
nomenclatura “imposto sindical”, visto que se tratava de um desconto representando um déficit de cerca 90.75% quando comparados
obrigatório relativo a um dia de trabalho no transcurso de um ano esse dois anos, em especial os sindicatos que em 2017 arrecadaram
trabalhado. A nova redação modificou essa expressão e a intitula nacionalmente cerca de R$ 1.479.9 bilhões, em 2018 foram arrecadados
de “contribuição sindical […] pagas, recolhidas e aplicadas na forma apenas R$ 138.4 milhões. Os mesmos déficits repetiram-se em relação
estabelecida neste Capítulo, desde que prévia e expressamente às contribuições das entidades dos empregadores, os quais de 2017
autorizadas.”. Essa modificação justifica-se, strictu senso, pelo fato de para 2018 reduziram sua taxa de arrecadação em cerca de 73,85%. Os
não mais inserir-se no conceito formal de tributo, ou seja, não mais valores totais que contabiliza toda a contribuição sindical (incluindo
imposto federal, e sim uma mera contribuição facultativa. Por sua vez, o valor repassado ao Ministério do Trabalho - CEES) de 2017 foram de
reconhecida a imprecisão técnica da CLT, bem como a necessidade R$ 3.647,5 bilhões, já em 2018 o arrecadado foi de apenas R$ 500,1
de atualização da denominação do instituto no diploma normativo, milhões, isso representa aproximadamente uma queda de 86%, como
passadas várias alterações legislativas sem que houvesse o respectivo pontuado pelo levantamento feito por Cleide Silva (2019):
reparo. O impacto foi maior para os sindicatos de trabalhadores, cujo repasse
A condição da prévia e expressa autorização ensejada com a alteração despencou de R$ 2,24 bilhões para R$ 207,6 milhões. No caso dos
do artigo 579 da CLT pela Reforma Trabalhista e a consequente empresários, foi de R$ 806 milhões para R$ 207,6 milhões. O antigo
atribuição ao trabalhador à faculdade de escolha em associar- Ministério do Trabalho – cujas funções foram redistribuídas entre
se, oportunizou ao contribuinte a análise de verificar a eficácia diferentes pastas –, teve sua fatia encolhida em 86%, para R$ 84,8
e a viabilidade de auxiliar a entidade de sua categoria, a qual em milhões.
tese tem um papel fundamental de representá-lo.Esse avanço tem A principal justificativa para essa considerável diminuição pecuniária
como objetivo técnico passar certa autonomia ao contribuinte e às em favor do aporte sindical recolhido depreende-se consideravelmente
entidades sindicais, uma vez que concede a possibilidade de avaliar a pela Reforma Trabalhista, todavia apesar de tais impactos sociais,
representatividade sindical, corroborando para o conceito formal da questiona-se então acerca do papel representativo de tais sindicatos e
liberdade sindical. a possibilidade de aumentar sua arrecadação não por via do desconto
É certo que a Carta Magna de 1988, no seu artigo 8º IV salvaguarda a obrigatório, mas sim por meio do quanto e como tais sindicatos
defesa da liberdade sindical como já mencionado, cuja regulamentação poderão trabalhar em prol de uma ampla campanha de sindicalização,
da contribuição sindical se daria por meio de norma infraconstitucional, no intuito de aumentar suas receitas e condições de efetivação do
fato que ensejou várias discussões nos anos de 2017 e 2018 quando se direito material resguardado pela CLT, quando trata do papel do
discutia a constitucionalidade da Lei de Reforma quanto à legalidade sindicato para com o trabalhador/empregado.
do “novo” aporte sindical (visto que alteração não se deu por lei  
constitucional, mas sim por lei ordinária), debatia-se também na 5. O peleguismo no Brasil e neopeleguismo dentro
mesma época sobre a cobrança dos não associados aos sindicatos, os da atividade sindical
quais se beneficiam igualmente daqueles que são contribuintes em
suas respectivas categorias. Frente ao controle sindical por parte do Estado no período inicial do
sindicalismo no Brasil, surge então um termo designado a muitos
Tais argumentos foram superados quando ainda no ano de sindicatos daquela época, denominando-os de “pelegos”, os quais
2018 o Supremo Tribunal Federal julgou a Ação Direta de eram monitorados e pressionados pela soberania estatal, organizando
Inconstitucionalidade nº 5794, e entendeu que a extinção da suas atividades conforme os anseios governamentais, afastando-se da
obrigatoriedade das contribuições é de fato constitucional e não viola ideia e da importância de um sindicato preocupado com a dignidade,
a norma do artigo 8º IV da Constituição, tal qual ressalvado pelo os direitos e as garantias, sobretudo, da classe trabalhadora. A palavra
portal oficial do STF,como se tem excerto do seu acordão: pelego, que originalmente significa a manta que se coloca entre o
O ministro Luís Roberto Barroso também acompanhou a divergência
iniciada pelo ministro Fux ao defender que o fim da contribuição sindical
obrigatória não está em desarmonia com a Constituição Federal. Na
avaliação dele, não há que se falar em inconstitucionalidade formal ou
material, uma vez que é o Congresso Nacional o protagonista dessa
285
cavalo e a sela de montar, passou a ser utilizada para classificar os 6. A crise de representatividade dos sindicatos
dirigentes sindicais que ficavam amortecendo os choques entre os A retirada da obrigatoriedade do pagamento da contribuição
patrões e o cavalo que, no caso, era a própria classe trabalhadora. sindical não foi uma medida inovadora em que todos não esperavam
(Gabriela Nassyrios, 2016). Em outras palavras, consistia numa a possibilidade de acontecer. Muito se falava antes de 2017 que a
forma de dominação do governo para com as entidades sindicais retirada deveria acontecer, ou que pelo menos acontecesse de maneira
que se filiavam indiretamente aos políticos, em detrimentos dos paulatina/proporcional como forma de desobrigar o trabalhador
interesses pessoais próprios ou até o retardamento da promoção de de associar-se e impulsionar as entidades sindicais a promover uma
novos direitos tão requeridos de regulamentação específica, todavia campanha incisiva em prol de uma maior representação. Contudo, essa
havia categorias e sindicatos combativos, no entanto, ainda resistiam. realidade da retirada abrupta da obrigatoriedade das contribuições
E obtiveram conquistas importantes como a Lei de Férias, descanso afetou de certo modo a estrutura dos sindicatos, pois desde sua
semanal remunerado, jornada de oito horas, regulamentação do instituição deu-se de maneira compulsória, criando quase que uma
trabalho da mulher e do menor, entre outros. cultura sindical em que todos os anos o seu recolhimento era certo,
Diante da retirada da obrigatoriedade é possível reverenciar a ou seja, uma receita praticamente pré-determinada das entidades
um fenômeno chamado “Neopeleguismo”, remetendo a ideia dos sindicais, e de repente esse cenário muda e transforma-se também o
sindicatos amarelos e pelegos que se compreende como André modo em que as entidades se comportam os para adequar-se a tais
VillacPolinesio (2010): realidades, ainda que de maneira precária e lenta.
[...] termo utilizado para designar os representantes sindicais e seu Dada tal relevância sobre esse aspecto, hoje muito se discute no
grupo de apoio político, que faz o jogo dos administradores e governos tocante à representatividade dos sindicatos, seu papel na sociedade
e das entidades patronais. O Pelego é aquele que se apropria das e seu dever de proteção às garantias e direitos de seus associados.
direções sindicais, considerando a entidade como seu próprio quintal Mais do que nunca, atualmente, vê-se a necessidade sobre efetivação
– consciente ou não – para servir de “amortecedor” entre governo do movimento sindical não por questões de representatividade,
e classe trabalhadora, fazendo com que a política governamental mas principalmente pela “onda” econômica sobre a flexibilização de
tenha maior aceitação entre os trabalhadores, se utilizando de direitos trabalhistas, como recentemente aprovados pela Reforma
discursos forjados visando garantir uma maior aceitação entre seus Trabalhista a questão do negociado sobre legislado.
pares. Na maioria das vezes se coloca como reais defensores de seus Neste sentido Marcela Cavalcanti Ribeiro (2018) entende que:
associados em detrimento de seus interesses, ocasionando, por vezes,
a desmobilização de sua categoria. Há um grande perigo de agravamento da crise de representação
sindical, quando se proliferarem, de fato, negociações em muito
O fim da contribuição sindical obrigatória imposta pela Reforma distanciadas dos interesses efetivamente cultivados por uma categoria
Trabalhista (Lei nº 13.467/2017) bem como a incidência da flexibilização ou grupo de trabalhadores. É preciso, portanto, ir mais a fundo,
de normas trabalhista justificando-se por um “pleno” desenvolvimento promover não apenas uma reforma no sistema sindical, mas efetivas
econômico, ensejou a imersão de um novo tipo de dominação do mudanças políticas, sociais e culturais. Abrir um caminho para
setor econômico ao profissional, que pode ser denominado de atravessar a tormentosa crise de representatividade sindical – que vai
“Neopeleguismo”, o qual consiste no enfraquecimento da atividade de sindicatos pelegos, partidarizados, inativos ou pouco combativos.
sindical dos trabalhadores, cujas entidades sindicais encontram-
se vulneráveis ao poderio econômico, gerando a possibilidade de Há quem acredite que o déficit de representatividade dos sindicatos
acarretar o enfraquecendo do movimento em defesa dos interesses justifica-se não só pela histórica contribuição sindical obrigatória,
do trabalhador. Inclusive, não só por tais motivos, como também, todavia também pelo fato de no Brasil adotar-se o modelo de
em face de uma maior pressão por parte do poder econômico, dada unicidade sindical, em outras palavras, a existência de apenas um
a perda da capacidade econômica decorrente do fim da contribuição sindicato representativo de uma determinada categoria profissional
sindical, que interfere diretamente na manutenção existencial dos na mesma base territorial (não inferior a um município) como
sindicatos, uma vez que passa pela influência político-econômica e ratificado por João Pereira Neto e Otto Hernande (2019): Conforme
afasta do objetivo funcional dos sindicatos. É possível observar em determina a lei, não é possível também a criação de sindicatos que
consonância a tais medidas, por exemplo, uma maior repressão aos representem trabalhadores que tenham outros pontos em comum que
protestos sociais, uma vez que parte da atuação sindical consiste nas não a profissão que exercem ou a categoria econômica/profissional
participações ativas aos movimentos sociais e atitudes em favor dos a que pertencem. Assim, ainda que as condições de vida ou de
trabalhadores, que militam, sobretudo em defesa dos seus direitos e trabalho de trabalhadores de determinada empresa ou região sejam
garantias (Nuzzi, Vitor 2019). singulares e lhes possibilitasse discutir situações e melhorias muito
mais aproximadas de suas rotinas, não lhes é permitido reunir em
Em posição divergente a certos movimentos sindicais e a consequente sindicatos, se não forem da mesma categoria profissional ou econômica.
imersão do fenômeno da falta de combatividade dos sindicatos em O sistema brasileiro ainda tem como característica a representação
face do aparelhamento deste pelo Estado, Heitor Costa Scalambrini obrigatória por sindicatos. Na prática, isso significa que empregadores
(2009) entende que, apesar de possuir a prerrogativa de tal autonomia, e trabalhadores são, de forma compulsória, representados por um
muitos sindicatos com o passar de alguns anos aliaram-se ao poder sindicato, ainda que a ele não tenha se associado, não o conheça ou
público e deixaram em apartado a salvaguarda de melhores condições nem saiba onde sua sede fica.
ao trabalhador em prol de alianças políticas:
No mesmo sentido, afirma-se que boa parte dos sindicatos brasileiros
De fato, esses movimentos, os trabalhadores e muitos sindicatos adotaram expressamente seu caráter ideológico ou político, ou seja,
confundiram a necessária postura de autonomia que deveriam manter trabalhadores ou empregados que possuem orientações divergentes
em defesa dos direitos dos trabalhadores, e não souberam lidar com de seus representantes, acabam obrigatoriamente representados por
esta realidade. Tornaram-se parceiros, associados do governo e dos ideologias que não convergem com seus posicionamentos pessoais,
patrões, chamados agora de neopelegos. nesse sentido corrobora-se consideravelmente para o enfraquecimento
Ressalta-se que, junto à extinção da contribuição sindical compulsória, das muitas entidades que até de maneira involuntária acaba por
converteu-se a hierarquia normativa do negociado sobre legislado, sucumbir seu papel fundamental prol trabalhador/empregado. Em
consoante o estabelecimento dos artigos 611-A e 611-B na CLT, o que meio tais questões, observa-se na atualidade a grande quantidade de
comporta que tais questões atreladas umas às outras permitindo uma sindicatos existentes no país, e infelizmente nesse aspecto de número
imersão de direitos outrora garantidos, uma vez que a formalização de de sindicato e força representativa não são diretamente proporcionais
acordos e convenções coletivas de trabalho depende dos sindicatos, ao resultado que hoje se vivencia, João Pereira Neto e Otto Hernande
podendo até ser alvo de possíveis “troca de favores” por parte da (2019) ainda afirma que:
atuação e pressão do poder econômico. Parte disso consiste não Não é de se surpreender, nesse contexto, que o Brasil esteja entre
apenas na conscientização do importante trabalho desenvolvido pelos os países que mais possuem sindicatos, com 17.200 em 2017. Os
sindicatos, como também na possibilidade de fácil dominação de tais Estados Unidos, por exemplo, contam com, aproximadamente, 190
institutos pelo poderioeconômico, já que não ter uma renda própria sindicatos, enquanto a Argentina com 91 e a Alemanha, reconhecida
possibilita a mercê da pressão exercida por este. mundialmente por ter um sindicalismo forte, com apenas 16. Apesar
Dessa forma, o Neopeleguismo estrutura-se não só como um mero da quantidade de sindicatos no Brasil, o número de trabalhadores
termo crítico ou técnico, mas sim um instrumento de análise sobre a associados a sindicatos é bastante baixo, o que mostra esse déficit de
atual crise de representatividade de muitos sindicatos. Destaca-se, pois efetiva representatividade. Segundo o IBGE, apenas 12,1% das pessoas
que a mera retirada da obrigatoriedade do pagamento da contribuição
sindical não foi somente uma causa para tal enfraquecimento,
contribuiu, todavia as constantes medidas legislativas para quiçá
impor o fim dos sindicatos no território brasileiro.
  286
ocupadas no Brasil em 2016 estavam associadas a algum sindicato, Faculdade de Direito da USP no final de 2005, em promoção conjunta com as
menor índice já apurados. Faculdades de Direito da PUC-SP, Mackenzie e FA AP.

Dessa forma, entende-se que apesar de se observar que na realidade BARROSO, Fábio Túlio. Manual de Direito Coletivo do Trabalho. São Paulo:
LTr, 2010.
brasileira há um baixo aproveitamento dos sindicatos em suas
respectivas funções, esse cenário não pode ser agravado ao ponto de Contribuição é obrigatória em poucos países. Folha de São Paulo.Recuperado
el de 14 noviembre de 2017: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/dinheiro/
esfacelar os pilares sindicais, visto que consiste numa real enecessária
fi1711200219.htm
agremiação para com os direitos dos principais beneficiários que são
Debate sobre contribuição sindical vai além de lei complementar e natureza
os trabalhadores hipossuficientes, a exemplo de importância destaca-
do tributo. Consultório jurídico.Recuperado el 14 mayo 2018: https://www.
se a representação jurídica gratuita feita por inúmeros sindicatos conjur.com.br/2018-mar-28/mayra-palopoli-contribuicao-sindical-conceitos-
aos indivíduos que fazem parte de sua categoria ou promoção da nao-amadurecidos
resistência contra abusos propostos em acordos ou convenções
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Considera-se, por conseguinte, a importância de atuação dos com.br/2017-dez-31/reforma-ano-trouxe-revolucao-modelo-organizacao-
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sindicatos implica na possibilidade do surgimento do Neopeleguismo, Trabalho Recuperado el 19 de agosto de 2019 https://www.redebrasilatual.
ou seja, sindicatos amarelos e pelegos, que podem ser alvos do Poder com.br/destaques/2019/06/direito-de-greve-ainda-e-desafio-para-sindicatos-
Econômico no seu desenvolvimento. patroes-e-justica-do-trabalho/
Vislumbra-se, pois, um paradoxo. Isso porque do ponto de vista O financiamento sindical no brasil. JUS.COM.BR.Recuperado el 30 de mayo de
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paradigma internacional proposto na Convenção nº 87 da OIT, não costa/
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o que representa um déficit representativo de direitos e interesses O neopeleguismo e o enfraquecimento da luta sindical. GOSTO DE LER.
fundamentais. Recuperado el 26 de febrero de 2018 http://www.gostodeler.com.br/
curriculo/487/Pedro_Agostinho.html
Dessa forma, entende-se que é de sobremaneira necessária uma
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https://www.webartigos.com/artigos/os-sindicatos-pelegos/80088
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gabinassyrios.jusbrasil.com.br/artigos/339332671/sindicalismo-no-brasil
garantia da efetividade dos direitos trabalhistas, para tão somente
POLINESIO, André Villac, O sistema sindical brasileiro e os impactos do
alcançar-se uma elevação de contribuições voluntárias, visando
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afastar-se do enfraquecimento sindical que tão é assolado pelo Poder de mestrado. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC – SP 2010.
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Democrático de Direito.


Referências
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287
Reinvención del derecho del trabajo en el marco de aplicación de los principios de justicia social que se encuentran
de la economía global consignados en las legislaciones laborales.”
“La participación de los trabajadores en Es él una aplicación constitucional y luego legal del antiguo principio
romano “favor debilis”, indicado por el papa León XIII en su encíclica
la empresa. Paradigma para el siglo XXI. Rerum novarum de 1891 n°25 cuando se refiere a la preferente atención
Aporte a la reinvención del derecho del Estado a los proletarios, carta que es una de las fuentes originarias
del trabajo en el marco de la economía del nuevo derecho, según Quadragésimo anno,28.
global” En él se encuentran normas de orden público relativo o de protección
Por Ricardo Francisco Seco* y los principios que lo informan, entre ellos el de irrenunciabilidad,
interesan a la colectividad que su cumplimiento sea coactivo.
El principio protector en Argentina tiene sede en el art.14 bis de la
I.- El Derecho del Trabajo en la historia
Constitución Nacional y, si bien se dirige primordialmente al legislador,
su cumplimiento “atañe asimismo a los restantes poderes públicos, los
1.- Respuesta a la cuestión social cuales, dentro de la órbita de sus respectivas competencias, deben
hacer prevalecer el espíritu protector que anima a dicho precepto”.
Las deficiencias del orden social de una sociedad por lo que respecta
a su contenido de realizar el bien común, la cuestión de las causas y Es él la base y fundamento del Derecho del Trabajo. El objeto de éste
de los medios necesarios para su superación se llama cuestión social. es la regulación del trabajo dependiente. Mantiene la característica
más específica del trabajo asalariado “que reside desde el punto de
Ella es el “cuadro de condiciones de vida y de trabajo de los trabajadores,
vista jurídico en el menoscabo de la libertad individual que entraña
resultantes del proceso de industrialización” , consecuencia de la
forzosamente. El objeto propio del derecho del trabajo asalariado es
Primera Revolución Industrial. Se sitúa en el siglo XIX en Europa
poner límites a ese menoscabo: por una parte restituir las atribuciones
principalmente y se extiende luego a América.
del empleador a lo estrictamente necesario para la ejecución del
“Ante las condiciones sociales imperantes, resultaba inaplazable que contrato laboral; por otra parte restituyendo a los trabajadores en
se encaren medidas para corregir abusos y promover propuestas para un plano colectivo las libertades que pierden en el plano personal
el mejoramiento de la situación de los obreros, o en términos que por (derecho a la afiliación sindical, a la negociación colectiva, a la huelga).”
entonces se consideraban equivalentes, de los pobres”.
La función del Derecho del Trabajo es “ajustar la relación que se da
El Derecho del Trabajo “constituyó una reacción contra la injusticia entre por lo menos dos personas vinculadas por el hecho laboral.
que, en la práctica, significó dejar librada la relación del trabajo a la Éste consiste en la prestación por una parte y consecuente recepción
concepción individualista del derecho civil, que niega la existencia de por la otra de trabajo humano, que esta última dirige y remunera.”
derechos fundamentales aunque ello haya sido motivo de un acuerdo.” “El derecho establece el marco jurídico con el objeto de facilitar el
Para ello adoptó diversas técnicas. despliegue armónico de la relación que se da dentro de un contexto
Reaccionó ante la disparidad negocial, ante el trabajo humano social que se caracteriza por un desigual poder de negociación de
reducido a mercancía que se vende de acuerdo a las condiciones las partes, de modo que no entorpezca el desarrollo de las personas
de mercado, con prescindencia del valor intrínseco. Surgió como involucradas.”
un derecho típicamente protector de la clase trabajadora, que se En los inicios del Derecho del Trabajo la acción requerida ante la clara
encontraba afectada “no sólo por la ambición desmedida del capital desproporción entre el aporte del trabajador y su retribución imponía
sino también por el frío e inmutable principio de la autonomía de la la adopción de medidas concretas a fin de asegurar mínimos (en cuanto
voluntad, que proclamaba el Derecho Civil, como base y esencia de se refiere a salarios, condiciones de trabajo), que le permitieran a una
toda relación contractual.” gran parte de la población, desarrollar su existencia en condiciones
El Derecho del Trabajo partió de una realidad: el trabajador es un compatibles con la dignidad humana. De ese modo, paulatinamente,
hiposuficiente, principalmente por razones económicas o culturales o se fueron mejorando las condiciones del trato dentro -lo que es
sociales frente al empleador y se halla por eso mismo en condiciones fundamental en el derecho-, de lo que hay para repartir (aunque no
desventajosas para negociar. siempre se hace con justicia). Fue primero la ley, norma heterónoma,
La legislación estatal heterónoma empezó a utilizar diversas la que puso cortapisas a la autonomía de la voluntad, al poder del
herramientas como la “reducción de la capacidad de mando empresario empleador empresario.
(del empleador que se consideraba dueño exclusivo de la misma por La fábrica constituía el centro de producción de bienes respecto de la
el hecho de que era de los bienes de producción y por lo tanto podía que el empresario adoptaba la decisión sobre el qué y el cómo producir,
de hecho imponer las condiciones de trabajo), reconocimiento de con vistas a optimizar su inversión; él controlaba el proceso del trabajo
las autonomías colectivas, tratamiento privilegiado del poder de y coordinaba las prestaciones laborales. En ella se consolidaban
negociación colectivo, contralor administrativo, lo que llevó a la las prácticas de uniformidad de las condiciones de trabajo. En el
limitación de las facultades jerárquicas del empleador.” taller industrial trabajaban varias personas utilizando máquinas, al
Esas técnicas se enderezaron a equilibrar jurídicamente lo que era un principio muy rudimentarias, lo que facilitó un mayor contacto con
desequilibrio económico inicial. los compañeros que realizan la tarea en el mismo local. Esto facilitó
la cohesión social que explica gran parte del desarrollo de las acciones
Se sancionaron normas mínimas de cumplimiento obligatorio que promovidas como consecuencia del fenómeno sindical.
alteraron la autonomía de la voluntad, que funcionan por sobre o por
debajo de las condiciones establecidas. Las reglas se adecuaron al Principalmente durante los llamados “30 años gloriosos” (desde 1945
principio de protección del trabajador que dio lugar a la aparición de a 1975), el Derecho del Trabajo estuvo diseñado por la norma estatal
un derecho nuevo. Se estableció desigualdades compensatorias. sobre el modelo del Estado de Bienestar de base nacional.
Otra de las importantes herramientas que utilizó el Derecho del
Trabajo como medio para privilegiar el poder de negociación colectiva
2.-El Derecho del Trabajo clásico de los trabajadores fue el sindicato, fruto de la cohesión sociocultural,
Se dio en una época- fines del siglo XIX y comienzos del X X- que se de la que nació un criterio de solidaridad que se desarrolló a fin de
caracterizó por una distinta forma de coordinación interempresarial, disminuir los efectos de la explotación económica y de la exclusión
la que se basaba, en especial, en un proceso constante, en serie, según social, a cuyo efecto se destacó el valor de lo colectivo. Ello llevó
el modelo taylorista - fordista, con un empleo subordinado, estable y a a que la normativa tendiera a adoptar una cierta uniformidad, no
tiempo completo, en una empresa de coordinación vertical y horizontal obstante que debía ser aplicada respecto de situaciones que admitían
y gigantesca. apreciables diferencias. La actividad productiva en esa época, se
El Derecho del Trabajo “supone una nueva actitud ante las realidades realizaba tomando como modelo las grandes empresas industriales
del mundo del trabajo. Implica un cambio en la forma de concebir con producción en serie, organizadas en forma centralizada y
la igualdad de las personas las que, como señalaba Radbruch’ deja jerárquica, en la que todos los que trabajaban en ellas, lo hacían a un
de ser así, punto de partida del Derecho, para convertirse en meta o mismo tiempo, en un mismo lugar, a las órdenes directa de la dirección
aspiración del orden jurídico.’” de la empresa, a ciclo completo y con empleo estable.
Nuestro Derecho “no es un derecho de esencia sino de existencia
por lo cual el amparo preferente al trabajador es el principio rector
de toda la disciplina y su significación y consecuencias han motivado
valiosísimos aportes.”
El Derecho del Trabajo así configurado constituyó el “medio más eficaz
288
II.- La crisis petrolera y sus consecuencias III.- La Cuarta Revolución Industrial
Se dio en 1973-1975 y fue multicausal. Trajo graves consecuencias que, Desde el último cuarto del siglo X X, la “cuestión social” se caracteriza
entre otras, se reflejaron en una disminución de la actividad industrial por la creciente pobreza estructural, el desempleo y la exclusión y el
(uno de los importantes motores de la expansión económica) y en el problema de la inseguridad. La segmentación del proceso productivo y
incremento del desempleo. Planteó problemas de orden social respecto la deslocalización de las empresas caracteriza a la actual globalización.
de las comunidades que se habían desarrollado en base a una política Estamos ante la sociedad postindustrial, las transformaciones
de pleno empleo. Trajo recesión con su secuela de desocupación. Se derivadas de la era digital, del mundo analógico al digital. Asistimos a
desató una carrera por reducir costos, mejorar la competitividad. los efectos de la implantación de la Industria 4.0; se habla de Derecho
Desde 1973-75 en adelante se produjo una modificación objetiva de las del Trabajo 4.0. La Industria 4.0 consiste en incorporar las nuevas
condiciones de trabajo de las personas en el mundo. tecnologías a la industria.
“Algunas modificaciones introducidas al influjo de la experiencia La Cuarta Revolución Industrial se basa en la disponibilidad en tiempo
recogida en otros países, entre ellos Japón y otros de Oriente que real de toda la información relevante al producto, proporcionada por
despertaban a un crecimiento económico, se plasmó en la introducción una red accesible en toda la cadena de valor, así como la capacidad
de nuevos procesos productivos. Estos no se realizaron en la línea para modificar el flujo de valor óptimo en cualquier momento. Esto
de la actividad desplegada en los países líderes de acuerdo con el se logra a través de la digitalización y la unión de todas las unidades
desarrollo realizado en los siglos XIX y principios del X X. El esquema productivas de una economía. La inteligencia artificial es una realidad
que éstos habían seguido, en cuanto se refiere a la organización, expansiva.
tendía a establecer un régimen de producción integral en una fábrica
grande, de producción en serie de productos homogéneos. Se incubó
así lo que se dio en llamar “el fin del Fordismo”, que marcó los inicios IV.-La participación de los trabajadores en la
de una transformación del proceso que había asociado producción empresa
y productividad, así como consumo y competencia. Se inició una 1.- Es un tema planteado principalmente a partir de la cuarta y quinta
nueva realidad empresarial que se fundamentó en una tarea que década del siglo X X. Alcanzó gran desarrollo doctrinario, no tanto
se complementa en una organización en red, con procesos de legislativo, con exitosas experiencias normativas y prácticas en algunos
subcontratación que tienen como núcleo central a una gran empresa, países.
que constituye una estructura de telaraña con alianzas estratégicas Ella aparece ahora en la doctrina como un filón abandonado en las
con los subcontratados, en vez de una fábrica que lo hace todo. Se décadas pasadas, relacionada con la democracia en la nueva empresa,
promovió, así un tipo de economía en redes.” la ciudadanía de los trabajadores en la empresa, cual elemento que
Surgió el sistema “Toyota” de producción. puede ayudar a construir un nuevo Derecho del Trabajo.
La descentralización productiva multiplicó los centros de imputación 2.- Participación de los trabajadores en la empresa quiere decir que ese
de cargas y responsabilidades y diversificó los poderes de organización. “tener parte” implica tratar de “...darle al trabajador la posibilidad de
Desorganizó la clásica figura del empresario, que ya no controlaba el asesorar, consultar, opinar, fiscalizar y aun decidir en los asuntos de
entero ciclo productivo y la fuerza de trabajo necesaria para producir administración de la empresa o de tener parte en el lucro o propiedad”.
el bien o prestar el servicio. La figura del empleador se difuminó al Por participación en sentido amplio “debe entenderse todo instituto
perder la transparencia que requiere la seguridad jurídica; se disolvió que permita al trabajo intervenir en la gestión, propiedad o lucro del
en una telaraña en la que acreció la fuerza de las empresas situadas capital” , o aquellas modalidades o formas más frecuentes mediante las
en el epicentro, sobre el mercado de trabajo globalizado. El poder de cuales los trabajadores influyen, de alguna manera, en las decisiones
dirección era externo a la empresa; hay una pluralidad organizada de que adopta la dirección de la empresa.
sujetos frente al trabajador.
En las relaciones humanas el término participación se entiende como
La idea del empleador, como clásicamente el Derecho del Trabajo la similar o sinónimo de asociación o cooperación. También puede
concebía, se quiebra . Su figura se diluye, pierde la transparencia “que significar “poder intervenir directamente en la vida de la empresa”; en
el principio de la seguridad jurídica pide, al disolverse en una red de otros términos, ser protagonista, que es “aquél para quien la historia
telaraña cuyo efecto social más inmediato no está siendo otro que el de no es algo que le sucede, sino algo que él realiza y en esto consiste la
acrecer la posición de fuerza de las empresas ubicadas en el epicentro esencia el concepto actual de libertad.”
de la red sobre el mercado de trabajo globalizado.”
3.-“La participación se presenta, en primer lugar, con una forma
La descentralización productiva se expresa en “una segmentación individual. Todo trabajador, por el hecho mismo de trabajar en una
de las facultades que corresponde al empresario en cuanto sujeto empresa, participa en el bien o mal resultado de su actividad”, pues
acreedor de las relaciones de trabajo”, su figura “se hace evanescente, lo puede “influir en ciertas decisiones haciendo sugerencias o señalando
que hace surgir una dificultad para su configuración como contraparte las repercusiones de alguna medida proyectada.”
de la relación laboral, fruto de un proceso de escisión de facultades
Sin embargo al hablar de participación en las decisiones de la
y poderes entre la dualidad de sujetos empleadores que aparece con
empresa, pensamos normalmente “en una participación colectiva,
las relaciones triangulares de trabajo”. Esa “desmembración jurídica
incluso cuando se trata de participación directa (sin intervención de
comporta problemas en el “ejercicio de los poderes de organización,
representantes) en las decisiones relativas a la organización y ejecución
dirección y disciplinario, y también en lo relativo a la imputación de
del trabajo en un taller o un servicio.”
responsabilidad por incumplimiento de las normas laborales y de
seguridad social.” Los tipos de participación pueden ser: la antedicha, individual;
o la participación sectorial o colectiva de los trabajadores en las
También ese proceso afectó la figura clásica del trabajador. Llegó
decisiones que se adoptan en las empresas; a su vez ésta puede ser una
la flexibilización, la precarización y una suerte de privatización o
participación no orgánica como son la propia negociación colectiva y la
“civilización” del trabajo anteriormente dependiente.
presencia del delegado sindical en la empresa.
Con el cambio que produjo el proceso de descentralización productiva
O puede ser la participación orgánica o institucionalizada: por su
de la uniformidad normativa se pasó a la diversidad. Ésta fue alimentada
parte esta clase de participación entre capital y trabajo puede darse
por nuevos incentivos (de carácter legislativos, jurisprudenciales y de
mediante la información y consulta; participación de los trabajadores
gestión de “mano de obra”) tendiéndose a revivir una forma de relación
en la gestión de la empresa, sea ella paritaria, minoritaria o mayoritaria
personalizada (no absorbida por lo colectivo). Se pretendió recuperar
a través de los consejos de empresa; puede ser participación de los
para el contrato de trabajo los espacios de autonomía históricamente
trabajadores en los beneficios, ganancias o utilidades de las empresas,
perdidos y volver a un régimen de individualización que pone a
con diversas fuentes y sistemas de reparto; o puede ser participación
disposición del empleador (empresario, management), mayores
de los trabajadores en la propiedad de la empresa, especialmente en el
márgenes de elasticidad y libertad del trabajo.
accionariado obrero con sus variantes.
Se produjo la segmentación del proceso productivo. El nuevo proceso
También puede haber una participación funcional de los trabajadores
estratificó a todos los trabajadores de la empresa-red, en función
con el ejercicio de nuevas formas de organizar las empresas como las
de la calidad de su empleo. Éste ya no se mide en razón de criterios
de procedencia japonesa, la polivalencia funcional, los círculos de
tradicionales: habilidades profesionales, experiencia o resultados
calidad franceses, etcétera.
económicos de la empresa. A mayor lejanía del epicentro se degradan
las condiciones de trabajo. Se somete a los trabajadores a una situación
de precariedad no sólo salarial, de desempleo, a tasas de siniestralidad
laboral, de aumento del trabajo a tiempo parcial, lo que suele ser
una consecuencia de la universalización de las nuevas tecnologías
informáticas y de la comunicación.
289
En algunos países y en ciertos ambientes “la idea de participación ellos como es la participación de los trabajadores en las decisiones que
se explica por el hecho de que el término evoca inmediatamente, en afectan a la forma de producir la renta de la empresa y de distribuirla.
muchos espíritus, ciertos regímenes políticos y sociales o los sistemas Se trata de considerar al hombre como persona, por ende racional,
de participación de los trabajadores en los órganos de dirección de la inteligente, libre y capaz de amar, el que debe participar de la empresa
empresa.” En realidad, “la participación, en una u otra forma, se ha “más allá de su mera utilización como fuerza física.”
introducido en regímenes políticos o sistemas económicos y sociales
muy diversos, y existen otros medios de asociar a los trabajadores a 4.-No existe un tipo de participación sino diversos niveles de intensidad
las decisiones de la empresa fuera de la participación en los órganos de ella, y “cada uno de esos niveles constituye una posibilidad para
directivos.” los trabajadores de acceder a una parte- mínima o amplia- del poder”
dentro de la empresa. La intensidad de la participación también varía
“La participación de los trabajadores en las decisiones no se presenta en una misma empresa dependiendo de la materia de que se trate, y
bajo forma estática, determinada de una vez por todas, sino bajo una ello es visto como normal.
forma evolutiva, dinámica, que probablemente se vaya plasmando
progresivamente”. La adopción de cualquier definición sólo puede Cuando hablamos de participación de los trabajadores en la empresa la
ser provisional “porque las condiciones concretas de la participación idea básica que surge es “que los dirigidos deberían poder intervenir en
están sujetas a cambios no sólo económicos y técnicos, sino también las decisiones que a ellos le afectan”. Pero la “controversia y la confusión
socioculturales.” Las posibilidades varían desde situaciones extremas, comienzan cuando tratamos de especificar de qué manera y en qué
como “aquélla en que los trabajadores no toman parte alguna en medida los dirigidos deberían ejercer influencia en las decisiones a
las decisiones y se limitan a obedecer órdenes dictadas con las ellos concernientes. ”.
explicaciones absolutamente imprescindibles, nada más”, hasta Las modalidades para concretar esa participación son amplísimas.
otras “en que se gobiernan a sí mismos tomando efectivamente las Se refieren a la actuación conjunta de los representantes del capital
decisiones”, por lo que “existen mil posibilidades. Por eso mismo es empresario y los representantes del trabajo, no a la autogestión obrera.
temeraria cualquier generalización.” Debe romperse el cerrado criterio que entiende que la participación de
A la pregunta elemental inicial sobre qué se participa, la respuesta los trabajadores en las decisiones que se adoptan en la empresa implica
sintética es: “el poder empresario” , al menos en la participación una contradictio in términis, ya que si participan en la dirección,
institucional. gestión o propiedad no se los podrían considerar actuando como
En una reunión de expertos de la OIT en Ginebra, en 1967, se concluyó trabajadores. Disentimos respecto de que “la única manera en que
en que no era posible alcanzar una definición internacionalmente pueden comportarse como trabajadores es ya sea aceptando órdenes
convenida acerca de la participación de los trabajadores en las de la dirección o negociando o combatiendo contra dichas órdenes.”
decisiones que se adoptan las empresas debido a “que el término 5.- Los ámbitos, campos o áreas funcionales en que la participación
‘participación’ podía interpretarse de manera diferente por distintas se puede darse pueden ser: actividades socioculturales y de bienestar
categorías de personas en los diversos países y según las diferentes en la empresa; el dominio de la remuneración y de las condiciones de
épocas.” trabajo; el campo de las relaciones de trabajo y de la política de personal;
La expresión “participación de los trabajadores en las decisiones que también en las decisiones de orden económico comprendiendo lo
se adoptan en las empresas”- a juicio de la OIT- permite “comparar relevante a la dirección de la producción, o en decisiones de líneas
la influencia que los trabajadores podían ejercer sobre la preparación, generales en la dirección de la empresa.
formulación y aplicación de las decisiones que adoptan a nivel de las 6.-Este viejo instituto puede servir hoy como un elemento para superar
empresas en diversas materias.” Además esa expresión es más amplia la crisis del trabajo y del Derecho del Trabajo si se escucha a los sujetos
que participación de los trabajadores en la dirección; asimismo hay esenciales del trabajo, como son los trabajadores, protagonistas en la
también diferencias notables entre los diversos países en cuanto al relación entre los dueños del trabajo y los dueños del capital.
significado de los términos. La justificación de por qué es menester que los trabajadores participen
En el Reglamento de Estatuto de la Sociedad Europea 2157/2001 en la empresa, aún en la actual reconfigurada, se funda en razones de
y la Directiva 2001/86/CE comienza a utilizarse otro término: orden ético, político, económico, social e teológicas.
“implicación”, considerado “más sutil y abierto”. Nos hallamos ante un redespliegue o ante una refundación del
Está dejando de utilizarse el término participación, como concepto Derecho del Trabajo.
genérico “que admitía varias formas o modalidades, y con distintos Ante el interrogante de cuál será el futuro del Derecho del Trabajo,
grados de intensidad, para darles efectividad”; se habla entonces del no podemos hacer futurología. Éste ya no será el que fue. Deberá
“derecho de implicarse en cuestiones y decisiones que afecten a la vida reinventarse.
de las sociedades europeas, a cuya garantía se destina precisamente la
Cabe repensar para aportar al mantenimiento de esta rama del derecho
Directiva 2001/86”.
o a su modificación sin perder lo que lo identifica: su función de
Resulta difícil encerrar en una definición global y precisa el concepto protección de los hiposuficientes, procurar que el trabajo humano no
de participación de los trabajadores en la empresa y además darle se convierta en una mercancía. Se debe pensar el futuro del Derecho
realidad práctica “porque es algo ligado al motor mismo del mecanismo del Trabajo pero sin olvidar sus raíces.
económico”. Es un elemento del movimiento de participación general
Si para el Derecho en general toda persona humana es un ser
en el mundo, y en ese sentido la empresa no podrá prescindir de ella.
inteligente, libre y sociable (vgr.:art.1° de la Declaración Universal de
”La participación es un movimiento que se esfuerza constantemente
los Derechos Humanos ,arts.14;15;16 y 19, Constitución Nacional, y
en valorizar la persona en su responsabilidad (...) hasta dentro de las
art.4º, Ley de Contrato de Trabajo), los trabajadores en la empresa
estructuras...”.
deben ser sujetos activos, protagonistas de su historia y de tarea
Puede concebirse a la participación “como medio pacífico de productiva, y no meros aportadores silenciosos, sujetos pasivos de
transformar la sociedad y el medio eficaz para el desarrollo integral órdenes que da el empleador.
del hombre”. Para los obreros en general puede equivaler a “un mayor
La dependencia con el empresario, propia del contrato de trabajo,
ingreso económico”. Para los sindicatos quizás pueda ser un medio
no implica que estos pierdan su dignidad, sus derechos y deberes de
eficaz “para obtener más poder”. Los empresarios podrían entenderla
personas humanas.
desde tres extremos diferentes. En uno los que la ven como “el cáncer
destinado a corroer a la empresa actual”; en otro extremo puede Los trabajadores, por su íntima naturaleza humana tal cual los
significar “aquello que va a salvar a la empresa actual, incluso logrando considerara el papa León XIII en la encíclica Rerum novarum de
que se la comprenda más” y mejor a la “difícil tarea del empresario.” 1891 y luego también lo hiciera la Constitución de la OIT, no son una
En el medio puede ubicarse a los que deseándola sostienen que “la mercancía ni una máquina, ni tampoco “mano de obra” ni “recurso
participación es algo en lo que hay que ceder, pero contrapartida de humano”, expresiones impropias que los asimilan a una cosa.
eso la empresa y el país van a tener un menor desarrollo económico”, La inteligencia no es sólo patrimonio de los empresarios ni supervisores
porque “se va a resentir la autoridad dentro de la empresa.” Para el ni de las máquinas de la Cuarta Revolución Industrial.
poder político ella puede significar “la forma de forzar una distinta El aporte de los trabajadores a la empresa es ad extra, en lo objetivo,
distribución del poder”, en algunos casos entendida como “un medio produciendo incremento de las ganancias empresarias, productividad,
de debilitar al ‘establishment’.” eficiencia; pero también es ad intra en cuanto ese trabajo debe
El problema de la participación se plantea “en términos de repartición,
e incluso redistribución, del poder en la empresa”.
Los conflictos entre el capital y el trabajo que se dan dentro de la
empresa pueden ser encauzados por un mecanismo de control de

290
hacerlos crecer como personas y permitirles el desenvolvimiento de LA NEGOCIACIÓN COLECTIVA Y LA
sus facultades exclusivamente humanas. REFORMA LABORAL DE BACHELET (2016):LA
El elemento fundamental de la empresa son las personas las que CONSOLIDACIÓN DEL PLAN LABORAL DE LA
desempeñan en ella distintos roles, sean empresarios o propietarios
del capital, directivos o trabajadores, todos los que realizan diversos DICTADURA (1979)
aportes a aquélla, aunque de distinto modo y alcance. Los trabajadores Erick Layana Venenciano
que lo hacen con su propia vida.
La empresa no es un fin en sí misma sino que debe estar al servicio de I. IDEAS FUNDANTES DEL MODELO DE NEGOCIACIÓN
los hombres y de su progreso integral. COLECTIVA IMPUESTO POR LA DICTADUR A Y SUS
Ella no es sólo del dueño del capital porque es una realidad social CONSAGR ACIONES NORMATIVAS
que supera el mero aporte y acumulación de capital y que exige la
complementariedad y especialización de las tareas laborales.
1. Algunas ideas previas sobre el modelo colectivo de relaciones
Además no es posible ser dueño de las personas que integran la laborales en Chile
empresa, sean éstas directivos o trabajadores.
El devenir histórico de Chile, provoca el fin del modelo de relaciones
No se satisface la justicia en todas sus clases en las relaciones laborales colectivas construido por los actores sociales durante buena parte del
con la mera remuneración de los trabajadores si se afecta al mismo siglo X X, pues el Golpe de Estado llevado a cabo el 11 de septiembre
tiempo su responsabilidad psicológica o se les impide la expresión de de 1973, suspende la vigencia de este modelo y lo reemplaza por
su propia iniciativa, como enseñó Juan X XIII en Mater et magistra,82 el Plan Laboral en 1979. Lo anterior, representó un quiebre de la
y sgtes. institucionalidad instalada con el Código del Trabajo (CdT) de 1931 y
Si todos los integrantes de la empresa son afectados por ella de alguna sus modificaciones posteriores, donde existía una fuerte valorización
manera tienen - al menos- el derecho a ser escuchados. y promoción de los derechos colectivos laborales, como el derecho a
sindicación, a negociar colectivamente y el derecho de huelga.

IV.-Conclusión Como lo afirma Rojas, el modelo normativo que la dictadura impuso


hacia finales de la década del setenta, se inserta en un proyecto de
Las personas humanas por naturaleza son inteligentes, libres y capaces cambio radical a diversas áreas de la institucionalidad económica
de amar. y social del país, proceso que se denominó “modernizaciones” y que
Capital y trabajo se necesitan en el proceso productivo. incorporó áreas como la salud, educación, seguridad social, entre otras.
La participación de los trabajadores en las empresas tiene muchas En el plano laboral, el nuevo modelo normativo replanteó radicalmente
variantes. el sistema de relaciones individuales y colectivas del trabajo .
Cualquiera modalidad que se adopte puede ser un aporte para superar Este modelo de relaciones laborales instaurado por la dictadura, y en
la crisis del trabajo y del Derecho del Trabajo, porque se atenderá a la particular, el de negociación colectiva, vino a rigidizar al máximo el
dignidad de las personas, sean propietarios del capital o trabajadores derecho colectivo del trabajo, limitando el poder de los sindicatos, y
en la empresa, para que el trabajo humano sea una actividad productiva estableciendo limitaciones y prohibiciones respecto de la negociación
y creadora, tal cual lo define el art.4º de la Ley de Contrato de Trabajo colectiva y del derecho a huelga. Así, paradójicamente, la legislación
argentina. laboral en múltiples disposiciones no respeta la libertad sindical,
ypese a las diversas modificaciones que se han llevado adelante por
Con la aplicación de los institutos aludidos los trabajadores en la
gobiernos democráticamente electos- la más importante y reciente
empresa serán sujetos activos, protagonistas de su historia y de tarea
en el año 2016- se trata de un modelo que permanece intacto en lo
productiva, y no meros aportadores silenciosos, sujetos pasivos de
fundamental, para no incomodar a un poder económico feliz de que
órdenes que da el empleador.
los derechos laborales sean funcionales al sistema neoliberal.

2. La filosofía del Plan Laboral


El autor del Plan Laboral, José Piñera, describe muy bien cuáles eran
los objetivos y las ideas matrices de la reforma laboral que impusieron
en 1979, así plantea que se construye con “premisas muy distintas a
las de la antigua legislación al momento de diseñarse el proceso de
negociación colectiva. La idea básica fue sacar a este proceso de la
arena de conflicto y confrontación social en que había sido situado
históricamente- con gran satisfacción de los partidarios de la lucha
de clases- y devolverlo a su función natural, que es mantener la más
estrecha correspondencia posible entre las remuneraciones de los
trabajadores y la productividad del trabajo. La negociación colectiva
no es más que un medio a través del cual un grupo de trabajadores
negocia sus remuneraciones con un empleador, sobre la base del valor
que tienen sus aportes en la empresa. Es necesario romper con los
mitos que se adueñaron por años de esta área de la legislación laboral
y advertir que la negociación colectiva en ningún caso ha de ser un
mecanismo para retribuir los ingresos o la riqueza de un país”.
En consecuencia, como señalan Caamaño y Ugarte, conforme a esta
concepción neoliberal, la negociación colectiva sólo debe asegurar la
equivalencia entre remuneraciones y productividad. Y es por eso que la
negociación colectiva debe desarrollarse exclusivamente en el nivel de
empresa, y la huelga se limita a ser un instrumento de los trabajadores
para demostrar con precisión el aporte de ellos a la productividad.
Esta filosofía de carácter económico en la que se materializó la
negociación colectiva, se expresa en la exhaustiva regulación de esta
materia, en la que subyacen ideas como : (i) la negociación colectiva
tiene por objetivo la productividad de la empresa y cómo el trabajo
participa en ella; (ii) la negociación colectiva por rama o sector
conduce necesariamente a acciones monopólicas, afectando a la
economía de mercado y el normal funcionamiento de la empresa; (iii)
la negociación colectiva a nivel de empresa permite excluir al Estado,

291
pues éste ante huelgas por rama de actividad difícilmente puede presentado por los trabajadores y de la respuesta del empleador; la
mantenerse al margen; (iv)la negociación colectiva debe ser tecnificada oportunidad para ejercer la huelga, entre otras, no interesándole al
al extremo y alejada de toda connotación política; y, (v) la huelga es un legislador establecer un marco mínimo de equilibrio entre las partes,
mecanismo indeseable y excepcional, y en palabras de Piñera, con el para que sean éstas quienes negocien en un plano de igualdad y
Plan Laboral deja de ser ese terrible instrumento de presión a través libertad, prefiriendo un modelo interventor extremo para evitar
del cual los trabajadores fuerzan un mejoramiento artificial de sus cualquier desborde del modelo.
remuneraciones. d) ¿Y la huelga?: La demonización de un derecho fundamental
Uno de los aspectos que más inquieta es el derecho a huelga, pues
3. La construcción normativa de un modelo de negociación colectiva el CdTa lo largo de sus normas, lo reconoce como un mecanismo
neoliberal excepcional, sólo utilizable cuando fracasa la negociación colectiva,
Teniendo en consideración lo expuesto precedentemente, el legislador es decir, para negociar o renegociar un instrumento colectivo, y no
se hace cargo de cada uno de estos objetivos en el CdT, el que se vio como un mecanismo de presión para iniciar las negociaciones. Además
reformado extensamente en el año 2016, pero que sigue manteniendo se desconoce en un principio su carácter de derecho fundamental,
las ideas matrices comentadas más arriba. Así, se articuló un sistema aunque de una lectura más detenida de la Constitución de 1980
jurídico de negociación colectiva consecuente y obsecuente a las podemos concluir que, con cierto temor, se reconoce tal carácter .
políticas neoliberales del Plan Laboral. Al respecto, es revelador el Informe Anual de Derechos Humanos
Al respecto, en los párrafos siguientes, se revisarán- no todas- pero de la Universidad Diego Portales, que en su edición del año 2014 da
las expresiones más importantes a lo largo de la legislación vigente cuenta de los problemas más evidentes de la huelga en Chile , entre
hasta antes de la reforma. Donde se definían una serie de aspectos de los que destaca: (i) la excesiva procedimentalización para el ejercicio
la negociación colectiva que reflejan el carácter restrictivo y limitado de un derecho, siendo la opción tomada por el legislador para tratar
de este derecho, y daremos cuenta de ello respondiendo brevemente de controlar todo; (ii) límites de participación en la huelga, pues no
cuatro preguntas, y demostraremos que las respuestas son más o se permite, una vez declarada, que otros trabajadores se sumen en las
menos las mismas, antes o después de la reforma de 2016. llamas huelgas de solidaridad; (iii) límites a los fines de la huelga, ya
que sólo se reconoce para negociar un contrato colectivo de trabajo,
a) Ámbito subjetivo de negociación: ¿Quién negocia? pero no para otros fines como presionar antes despidos masivos o
La respuesta obvia a la pregunta anunciada arriba sería: el sindicato, prácticas antisindicales; (iv) limitaciones respecto a la modalidad de la
sin embargo, aunque parezca increíble, esto no es tan claro en Chile. huelga, ya que el CdT sólo reconoce la típica abstención en el trabajo,
Lo anterior, porque el artículo 303 del CdT vigente hasta antes de la y no da cabida a un reconocimiento amplio que implique cualquier
reforma, al definir la negociación colectiva como un mero procedimiento tipo de perturbación al proceso productivo, y (v) el reemplazo de
por el que negocian empleadores con una o más organizaciones los huelguistas en el antiguo artículo 381 del CdT. Esto último, fue
sindicales o con trabajadores que se unan para tal efecto, equipara a formalmente reformado por la nueva legislación, sin embargo, como se
los sindicatos con los grupos negociadores. Esta norma emblema del demostrará más adelante, la modificación fue más aparente que real.
sistema impuesto en dictadura y vigente hasta hace poco en Chile,
buscó debilitar el poder negociador de los sindicatos como una clara
reacción al rol político que estos tuvieron antes de 1973. Sin dudas, la II. LA REFORMA LABOR AL DE BACHELET: DE MAL EN PEOR
equiparación anterior, sumado al paralelismo sindical en una misma La Reforma Laboral presentaba por la Presidenta Michelle Bachelet,
empresa, sin reconocer derechos al sindicato más representativo, contenía un Mensaje (con el espíritu de la reforma) que si se lee
permite la atomización de la parte laboral y consecuencialmente la con detención, es probable que nos inundemos de esperanza,
pérdida de poder negociador. Lo anterior, parecía quedar resuelto con pues contiene expresiones que entusiasman, como reconocer la
la reforma del 2016, pero como veremos, aún persisten espacios para importancia de la negociación colectiva, señalando que: “constituye
provocar exactamente lo contrario. una manifestación de la sociedad democrática, puesto que contribuye
b) Materias objeto de negociación: ¿Qué se negocia? a la organización de los trabajadores y su expresión como grupos de
interés en la formulación de propuestas destinadas al mejoramiento de
La norma original del Plan Laboral establecía en el artículo 306, inciso las condiciones de empleo y de vida y a la redistribución del producto
1° del CdT, que son materias de negociación colectiva todas aquellas económico, haciendo posible la participación de aquellos que han
que se refieran a remuneraciones, u otros beneficios en especie o en colaborado en su generación”. Sin embargo, al leer el articulado
dinero, y en general a las condiciones comunes de trabajo. Así, queda la emoción se diluye, pues es fácil darse cuenta que se hizo todo lo
de manifiesto que el legislador asumió un contenido restrictivo de la contrario.
negociación colectiva, ignorando el objetivo último de ésta, que es el
de democratizar las relaciones laborales. Así las cosas, pese a que el proyecto pretendía adecuar la legislación
a los Convenios N°s 87 y 98 de la Organización Internacional de
Además de lo anterior, en inciso 2° del mismo artículo, prescribe Trabajo (OIT) y a los tratados más importantes de derechos humanos,
categóricamente que no serán objeto de negociación colectiva la reforma mantuvo en su articulado un modelo antisindical que, salvo
aquellas materias que restrinjan o limiten la facultad del empleador de cambios menores, mantiene incólumes múltiples y graves restricciones
organizar, dirigir y administrar la empresa y aquéllas ajenas a la misma. a la libertad sindical.
Cuestión que según Walker, se debe al principio filosófico esencial
del Plan Laboral y que significa que al empleador le corresponde El gobierno de Bachelet, pese a las promesas de “emparejar la cancha”,
exclusivamente el gobierno de la empresa. Con la reforma de 2016 insistió en el reglamentarismo y en los atropellos a la libertad sindical,
persisten limitaciones como esta y se generan otros problemas. reforzando el Plan Laboral de Pinochet, y aunque con pinzas puede
hacerse un listado de avances, los retrocesos son devastadores para el
c) Procedimientos y niveles de negociación: ¿Cómo y dónde se precario sindicalismo existente.
negocia?
Para evidenciar lo anterior, respondamos las mismas preguntas
En la legislación chilena, el modelo preferido por el legislador es la propuestas en el apartado anterior, conforme a la legislación vigente
negociación a nivel de empresa, pues constituye la principal vía de post reforma laboral del 2016.
negociación, en cuanto asegura en cierta medida a la parte laboral,
la obtención de un instrumento colectivo. Así, si la organización a) Ámbito subjetivo de negociación: ¿Quién negocia?
sindical quiere efectivamente obtener resultados, y negociar con el Respecto a los sindicatos como titulares exclusivos de la negociación
reconocimiento de ciertas prerrogativas, como el fuero y la huelga, colectiva, nuevamente el Mensaje de la reforma, afirmaba la necesidad
deben acudir a este tipo de negociación reglada en la empresa, porque de reconocer el rol preferente de los sindicatos a través de la
cualquier otro tipo de negociación, en cualquier otro nivel, como denominada titularidad sindical. Así, en el artículo 303 propuesto en
podría ser la negociación por rama o sector, requiere de la voluntad del el proyecto de reforma para conceptualizar la negociación colectiva,
empleador o empleadores, y sin prerrogativas expresas como la huelga. desaparecía la mención a los grupos negociadores, y se establecían
Tal como señala Caamaño, dado que el objetivo de la negociación para ellos dos importantes restricciones: i) no podrían negociar
colectiva en Chile es la productividad de la empresa y la forma en cómo conforme a la negociación colectiva reglada, ni gozar de los derechos
el factor trabajo participa en ella, aceptar la negociación colectiva fuera y las prerrogativas que se reconocen a los trabajadores sindicalizados,
de la empresa implica comprometer su normal funcionamiento . y ii) sólo podían negociar en ausencia de sindicatos en la empresa
Por otro lado, para iniciar un procedimiento de negociación colectiva
reglada a nivel de empresa, se debe sortear un camino colmado
de regulaciones y plazos, que van desde restringir la oportunidad
para negociar; se establece expresamente el contenido del proyecto

292
respectiva . consagra de manera encubierta con el nombre de adecuaciones
No obstante lo anterior, el Tribunal Constitucional chileno, a solicitud necesarias, pues después de sancionar como práctica desleal del
de un grupo de senadores y diputados que buscan reposicionar a los empleador el reemplazo de los huelguistas, se prescribe en el artículo
grupos negociadores, declaró inconstitucional estas normas . Con ello, 403 literal d) que: “El empleador, en el ejercicio de sus facultades
se produce un absurdo, porque pese a que se eliminó el procedimiento legales, podrá modificar los turnos u horarios de trabajo, y efectuar las
especial (con las limitaciones comentadas más arriba) que se establecía adecuaciones necesarias con el objeto de asegurar que los trabajadores
para los grupos negociadores, el texto actual sigue haciendo mención a no involucrados en la huelga puedan ejecutar las funciones convenidas
los acuerdos de grupo negociador que dicho procedimiento daba lugar. en sus contratos de trabajo, sin que constituya práctica desleal ni
importe una infracción a la prohibición de reemplazo”.
Siguiendo la misma línea, la Dirección del Trabajo,en un giro
ideológico, ha interpretando que la normativa laboral reconoce la
vigencia de los grupos negociadores como titulares del derecho a III. REFLEXIONES FINALES
negociar colectivamente , olvidando que, como señala Gamonal, la En definitiva, el modelo de Derecho Colectivo del Trabajo mantiene
igualdad con que la legislación contempla a coaliciones transitorias de inalterable los pilares que lo sustentan, desde 1979 a la fecha, y pese a
trabajadores en relación con los sindicatos, atenta contra en principio que la Reforma Laboral de 2016 pretendía “modernizar las relaciones
de libertad sindical, pues posibilita que existiendo sindicatos en una laborales”, no hizo más que consolidar en democracia lo que se impuso
empresa, una coalición transitoria de trabajadores pueda negociar en dictadura.
colectivamente, favoreciendo la influencia del empleador sobre la
misma y la posibilidad de divisiones u otras prácticas desleales . Hoy el panorama sindical es similar al periodo anterior a la reforma,
con más o menos las mismas tasas de cobertura en negociación
b) Materias objeto de negociación: ¿Qué se negocia? colectiva cercanas al 8% , con menos huelgas que antes, pues las
Si bien el nuevo artículo 306 del CdT amplía limitadamente la huelgas efectuadas se redujeron en un 27% entre el 2016, año en que
regulación de las materias que pueden ser objeto de negociación, se aprueba la reforma, y el 2017, año en que ésta entra en vigencia . Es
es posible que se generen perversos efectos para los trabajadores. decir, con menos procesos de negociación y menos poder sindical.
En particular, el inciso segundo y tercero del artículo en comento, Lo anterior, como indica Caamaño, se debe a que los pilares centrales
consagra la negociación de los llamados “pactos de adaptabilidad”, del Plan Laboral se mantienen vigentes y validados en democracia,
donde se pueden incluir materias como la conciliación entre trabajo a saber: la pluralidad sindical en un mismo nivel; la negociación
y vida familiar, corresponsabilidad, distribución de jornada, o la colectiva obligatoria para el empleador sólo a nivel de empresa; el
extensión del instrumento colectivo. objeto de la negociación centrado básicamente en remuneraciones y
Sin embargo, tal como señala Walker y Arellano, la crítica a este tipo condiciones de trabajo asociadas a la productividad; sobrerregulación
de acuerdo radica en la posibilidad que el empleador pudiere abusar de la negociación colectiva; mayor intervención de la autoridad
de ellos y beneficiarse más él que los trabajadores, aprovechándose del administrativa y judicialización que paraliza los procesos de
escaso poder negociador de estos últimos . Y como indica Caamaño, negociación y, en particular, una huelga limitada sólo para el fracaso del
la lógica conceptual y procesal de la negociación colectiva como una proceso negociador, y que no paraliza efectivamente,desconociéndose
simple vía de determinación del equilibrio entre productividad y las negativas repercusiones al reconocimiento pleno de la libertad
remuneraciones, se mantiene inalterada. Así las cosas, la reforma sindical.
ignoró de manera deliberada, que corresponde en forma exclusiva a Ante una legislación como la chilena, abiertamente vulneradora de
los actores sociales, en base a sus intereses, necesidades y realidades la libertad sindical, ¿qué nos queda por hacer?, ¿hay alternativas? La
particulares, determinar las materias en las que centrarán sus acuerdos respuesta la podemos encontrar, ya sea en los tratados internacionales
colectivos, sólo así, se está más cerca del ideal de libertad sindical . de derechos humanos laborales y/o en los principios del derecho del
c) Procedimientos y niveles de negociación: ¿Cómo y dónde se trabajo.
negocia? Sobre la primera alternativa, se debe recordar que la Constitución
La legislación vigente, pese a que prometía facilitar los procesos de Política de Chile, en su artículo 5°, inciso segundo, permite que
negociación, en la práctica los complejiza aún más, prefiriendo un los tratados de derechos humanos ratificados y vigentes en Chile,
modelo reglamentarista y tecnificado, que da cuenta de la desconfianza se integren al ordenamiento jurídico interno, formando parte de la
hacia la parte laboral, y no siendo coherente con el principio de libertad Constitución material y adquiriendo plena vigencia, validez y eficacia
sindical, pues su respeto supondría una intervención mínima, no jurídica, lo que implica, entre otras cosas, que ningún órgano del
interventora ni limitadora . Además, la reforma refuerza la negociación Estado puede desconocerlos. Por lo tanto, tal como sostiene Gamonal,
a nivel de empresa, manteniendo la lógica del Plan Laboral, ignorando cualquier juez, ante un problema de derecho colectivo del trabajo,
lo que la propia OIT a través del Comité de Libertad Sindical (CLS) ha puede aplicar directamente los tratados respectivos, en este caso,
sostenido, en particular, que el nivel de negociación colectiva debería los Convenios N°s 87 y 98 de la OIT, o la Convención Americana de
depender esencialmente de la voluntad de las partes, ergo, dicho Derechos Humanos, o el Pacto Internacional del Derechos Civiles y
nivel no debería ser impuesto por la legislación ni por la autoridad Políticos, o todos ellos a la vez .
administrativa. Es decir, no debiendo obstaculizarse la negociación Por otro lado, siempre es necesario recordar los principios
colectiva a nivel de industria. fundamentales del derecho del trabajo. Así las cosas, la interpretación
d) ¿Y la huelga? de la nueva normativa debe necesariamente considerar principios
Es precisamente en este derecho donde se producen las mayores como la libertad sindical o el principio de protección al trabajador, por
vulneraciones, al nivel de consagrar normas que ni los ideólogos del lo tanto, cualquier duda debe resolverse en favor de los trabajadores
Plan Laboral imaginaron, consagrando una serie de retrocesos. Los y por el pleno reconocimiento y promoción de la libertad sindical. Lo
más graves dicen relación con la figura de los servicios mínimos, anterior, debe exigirse a cualquier país que se llame democrático, pues
queexceden toda consideración razonable de una noción de servicio es sabido que todos los gobiernos dictatoriales en diversos países,
mínimo que no se hace cargo únicamente del resguardo de los intereses suprimieron la libertad sindical, y que uno de los parámetros para
o necesidades de terceros que puedan verse gravemente amenazados evaluar una democracia es la consagración plena de la misma .
o de la salvaguarda frente a situaciones de emergencia, para hacerse Finalmente, el legislador dejó abierta una ventana que permitiría,
cargo de “proteger los bienes corporales e instalaciones de la empresa” cumpliéndose con ciertas condiciones, que los trabajadores puedan
según prescribe el artículo 359, inciso primero. En esta misma línea, negociar colectivamente sin mayores limitaciones. La norma en
resultan amplísimas las referencias a los servicios de utilidad pública cuestión es el artículo 314 del CdT vigente, cuyo texto señala que “en
o para garantizar la prevención de daños ambientales o sanitarios, cualquier momento y sin restricciones de ninguna naturaleza, podrán
abriendo nuevamente una ventana para limitar arbitrariamente el iniciarse entre uno o más empleadores y una o más organizaciones
derecho a huelga. sindicales, negociaciones voluntarias, directas y sin sujeción a normas
También preocupa la ampliación de los casos de huelga prohibida de procedimiento, para convenir condiciones comunes de trabajo
por servicios esenciales, pues no podrán declararse en huelga y remuneraciones, por un tiempo determinado”. Así las cosas, con
los trabajadores de aquellas empresas que atiendan servicios de organizaciones sindicales valoradas socialmente, conscientes de su rol
utilidad pública, o cuya paralización cause grave daño a la salud, al en democracia y ejerciendo su poder a través de los medios que consagra
abastecimiento de la población, a la economía del país o a la seguridad el legislador como la negociación colectiva y el derecho a huelga,
nacional, manteniendo una prohibición desmedida del derecho a
huelga en actividades que no califican como servicios esenciales en
lostérminos sostenidos por la OIT.
Finalmente, pese a que se prohíbe el reemplazo de huelguistas, se
293
podremos alcanzar la finalidad central del Derecho del Trabajo, estos Reinvención del derecho del trabajo en
es, como señala Ugarte, la interdicción de la arbitrariedad del poder el marco de la economía global
empresarial en las relaciones laborales, fin necesario para asegurar un
espacio de libertad exento de dominación. Pecora Rosalía Adriana

TEMA: EL APRENDIZAJE PERMANTENTE - LA FORMACIÓN


PROFESIONAL – EL APOYO EN LA TRANSICIÓN Y EL FUTURO
IV. BIBLIOGR AFÍA
DEL TRABAJO
CA AMAÑO, Eduardo, Crítica a las ideas fundantes del actual modelo
normativo de negociación colectiva en Chile y a su reforma, Revista de Derecho
de la Pontificia Universidad Católica de Valparaíso, XLVI (1er semestre 2016), ABSTRACT
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Los avances tecnológicos –la inteligencia artificial, la automatización y la
CA AMAÑO, Eduardo y UGARTE, José Luis, Negociación Colectiva y Libertad
robótica– generarán nuevos puestos de trabajo, pero las competencias
sindical: un enfoque crítico, Legal Publishing, Chile, 2008.
de hoy no coincidirán con los trabajos de mañana, y las competencias
CA AMAÑO, Eduardo, La reforma laboral y el fortalecimiento del derecho a
recién adquiridas podrían volverse rápidamente obsoletas.
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un examen crítico a la ley N° 20.940, editorial Thomson Reuters, Chile, 2016. El aprendizaje permanente es un derecho universal y engloba el
CENTRO DE DERECHOS HUMANOS UNIVERSIDAD DIEGO aprendizaje formal e informal desde la primera infancia y la educación
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sus futuras necesidades en materia de competencias, participando
20.940, Editorial Thomson Reuters, Chile, 2016.
en su ejecución. El apoyo financiero puede provenir del Estado, de los
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colectiva: normas OIT y principios de los órganos de control, Suiza, OIT, 2000. nacional como en el internacional. Ello, combinado con una protección
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ROJAS, Irene, Las reformas laborales al modelo normativo de negociación de participar de manera proactiva.
colectiva en el Plan Laboral, en Revista Ius et Praxis, semestre II, 2007. La vida profesional ha conllevado siempre transiciones: de la escuela al
SEVERÍN, Juan Pablo, Los sujetos de la Negociación Colectiva y la Titularidad trabajo, los cambios de trabajo, la ecología y el acceso a la jubilación.
Sindical, en Reforma al derecho colectivo del trabajo, un examen crítico a la ley Es necesario apoyar a las personas en estas transiciones para que
N° 20.940, Editorial Thomson Reuters, Chile, 2016.
configuren sus vidas profesionales, creando sociedades activas a lo largo
UGARTE, José Luis, Derecho del Trabajo: invención, teoría y crítica, Legal de toda la vida. La creación de los programas de empleo y el apoyo a los
Publishing, Chile, 2014.
jóvenes emprendedores.
WALKER, Francisco, Derecho de las relaciones laborales, Editorial
Universitaria, Chile, 2003. La transición de la emisión del carbono a una sociedad libre de carbono
y más ecológica también requerirá nuevas competencias y adaptación.
WALKER, Francisco; y ARELLANO, Pablo, Derecho de las relaciones laborales,
2ª Edición, Tomo II, Librotecnia, Chile, 2016. En suma, el aprendizaje permanente y el apoyo en la transición serán
pilares fundamentales en el futuro del trabajo y el trabajo del futuro.

Índice
Terminología. Normativa, principios y pautas de la OIT identificados en
el Informe de la Comisión Mundial sobre el Futuro del Trabajo –Trabajar
para un futuro más prometedor-.
Normativa Internacional. Las dimensiones significativas del aprendizaje
permanente. Derecho, obligación, deber y carga. El uso de tecnologías
digitales en la Formación Profesional.
Principios sobre Formación Profesional y Aprendizaje Permanente.
Trabajo decente y formación profesional. Acciones Gubernamentales
proactivas. Servicios de empleo y otras iniciativas. Acciones Patronales y
su promoción. Acciones sindicales. Aportes sindicales y contribuciones
patronales destinadas a formación profesional y su control. Apoyo a las
personas en la transición. Los jóvenes. Las personas de edad avanzada. El
papel de la ecología en el mundo del trabajo. Conclusiones.

294
ponencias voluntarias
Aula 9
EL DERECHO DE HUELGA Y LAS NUEVAS afectadas por la huelga, sino también por la incorporación de las nuevas
TECNOLOGÍAS: UN CONFLICTO EN tecnologías al sector productivo. La sustitución interna o externa de
trabajadores en gran parte de la industria, no resulta necesaria cuando
EVOLUCIÓN la robótica y el uso de tecnologías de la información y comunicación
Por Gastón Emiliano López Argonz permiten continuar con la producción, o con la prestación del servicio,
sin la intervención de mano de obra humana. Esta nueva forma de
sustituir a los trabajadores por máquinas no solo requiere un debate
I. INTRODUCCIÓN
político y socioeconómico sino también jurídico, precisamente en lo
Desde los orígenes del capitalismo hasta la actualidad, los empresarios que hace a la afectación del derecho de huelga como instrumento de
han intentado explotar sus medios de producción sin interrupciones. lucha de la clase trabajadora.
Sin embargo, al delegar en sus dependientes el uso de la maquinaria
y siendo estos los encargados de llevar adelante la producción, la
decisión de mantener la empresa en continuo funcionamiento nunca II. LA TECNOLOGÍA EN EL NUEVO MODELO PRODUCTIVO
les fue propia. Es así que a lo largo de la historia, ya sea en forma A pesar del tiempo transcurrido, seguimos utilizando el término
individual u organizados colectivamente, los trabajadores utilizaron “Revolución Industrial” para describir los cambios en el modelo
este poder como medio de lucha con el fin de conseguir mejores productivo actual. Sin embargo, hay que destacar ciertas diferencias
condiciones laborales. entre la primera (S. XVIII-XIX), la segunda (S. XIX-X X) y la tercera (S.
Los empleadores no soportarían pasivos las medidas de fuerza X X- X XI) Revolución Industrial con la actual Revolución Tecnológica,
adoptadas por sus dependientes por lo que, mientras estos paralizaban también llamada Revolución de la Industria 4.0.
la producción amparándose en su derecho de huelga, aquellos han La innovación técnica ha sido un factor presente en cada uno de los
buscado la manera de limitar los daños que dichas medidas podrían acontecimientos históricos, proceso que significó la aplicación efectiva
ocasionar reaccionando a ella de diversas formas. de un invento en un determinado sector de la actividad económica de
Con los cambios en el modelo de producción, primero con la utilización forma que la función de producción de ese sector resulta desplazada
de la externalización productiva y ahora con la incorporación de aumentando su volumen, acelerando su ritmo, disminuyendo los
nuevas tecnologías, los empresarios han adoptado nuevas formas de costes o mejorando la calidad del producto, lo que permite aumentar
enfrentarse a las medidas de conflicto adoptadas por sus dependientes. el beneficio del empresario, acelerar el proceso de acumulación
Lo que comenzó como una postura meramente defensiva fue mutando de capitales y su reinversión y, por ende, impulsar el crecimiento
con el paso de los años para convertirse en una herramienta de lucha económico .
en manos del empleador contra los efectos negativos que busca Mientras que la maquina a vapor y la línea de ensamble del Fordismo
producir la huelga, adoptando para ello un rol más activo en defensa han sido las protagonistas de las primeras revoluciones industriales, la
de sus intereses. electrónica y la tecnología de la información y telecomunicaciones la
Estamos frente a un proceso de adaptación de las formas de reacción de la tercera, la automatización total de la manufactura y la creación
empresarial en el marco de los conflictos colectivos a las características de redes inteligentes son las innovaciones que ocupan hoy un rol
de un nuevo modelo productivo donde el sector terciario y las formas de preponderante en lo que llamamos Industria 4.0.
atención flexible de la demanda asumen un peso capital, evolucionado La implementación de nuevas tecnologías en las cadenas de producción
de la resistencia pasiva y el recurso esporádico al cierre patronal que obedece a una necesidad de competir en un nuevo mercado
marcaron inicialmente su dinámica, hacia una variedad de acciones de globalizado.La Inteligencia Artificial, como el software, y la Robótica,
sustitución dirigidas a evitar que las huelgas afecten los programas de como el hardware, son las bases de la llamada Cuarta Revolución
producción de las empresas . Industrial de la que somos partícipes.
Los márgenes dentro de los cuales los empresarios se han movido Mientras que en los niveles de producción donde las tareas resultan
a efectos de defender su posición en los conflictos laborales ha repetitivas, rutinarias y de fácil mecanización, la incorporación de
sido materia de largo tratamiento por la doctrina y jurisprudencia, robots en todas sus categorías ha irrumpido de un modo indiscutido y
fundamentalmente por dos motivos relacionados entre sí. Por un lado, a una velocidad exponencial, las nuevas tecnologías de la información
la ausencia de parámetros normativos expresos que delimiten con y comunicación han hecho lo mismo en el sector servicios, donde la
certeza la legalidad de las medidas adoptadas tanto por el empresario sustitución total de mano de obra humana por robots resulta más
como por los trabajadores; y por otro que, ambas actitudes, la huelga compleja al exigirse una mayor interacción entre las personas y las
por parte de los trabajadores y la reacción a ella por los empresarios, máquinas. Pese a ello, los grandes volúmenes de datos y aprendizaje
encuentran respaldo constitucional en la mayoría de los ordenamientos automático con el que cuentan los robots, están haciendo posible
jurídicos, a los primeros garantizando el derecho de huelga y a los automatizar muchas tareas que antes parecían imposibles de llevar a
segundos, la libertad de empresa y el uso y disposición de su propiedad cabo sin la intervención de un humano.
(art. 14 y 14bis de la Constitución Argentina) La reducción de personal ha contribuido a la descolectivización de los
A partir de la década del 90, los cambios en el modelo productivo han procesos productivos. Donde hace años se necesitaba la intervención
llevado a los empresarios a adoptar nuevas formas de reaccionar a de grandes cantidades de operarios distribuidos en diversos sectores
la huelga, abandonando el viejo y ya ineficaz lock out para iniciar un para alcanzar el producto final, hoy basta con unos cuantos operadores
camino hacía el mantenimiento de la producción como método para y programadores que se encarguen de la puesta en marcha del sistema
contrarrestar sus efectos negativos recurriendo a la descentralización de robots autómatas para conseguir un producto de mayor calidad, en
productiva y al uso de nuevas tecnologías. menor tiempo y con menos riesgos y costes de los que conlleva utilizar
Con la emergencia de un nuevo modelo productivo, donde el sector mano de obra humana.
servicios asume un protagonismo nunca antes visto, donde la Las TICs han evolucionado el universo de las telecomunicaciones
demanda deja de ser uniforme y pasa a responder a una infinidad entre particulares y también de las empresas, fundamentalmente en
de necesidades y gustos diversos que mutan en cortos lapsos de aquellas que se dedican a la radiotelevisión. Tal y como las centrales
tiempo, los empresarios se han visto obligados a abandonar el stock automáticas han desplazado a las antiguas operadoras telefónicas,
como forma de producción para adoptar una nueva que permita una las TICs no solo contribuyeron al cambio sino que lo han potenciado,
respuesta inmediata a la demanda en el mercado actual. En este nuevo otorgando flexibilidad a las empresas al permitirle agilizar cambios en
modelo, cualquier paro de la producción amenaza al empresario a su organización de manera rápida y eficiente . Sin olvidar por supuesto
un inminente incumplimiento de sus compromisos, extremo que la aparición de nuevas formas de trabajo a través de plataformas
únicamente podrá impedir acudiendo rápidamente a otras formas de informáticas, fenómeno que sin dudas ha revolucionado la manera de
satisfacer la demanda . prestar y solicitar servicios.
Si bien parecería que este nuevo modelo productivo fortaleció a la Esta capacidad de reorganizar el trabajo que resulta provechosa para
huelga como medida de conflicto, capaz de doblegar al empleador el empresario y los consumidores, quienes disfrutan del servicio
con el solo hecho de abstenerse de prestar servicios ante la necesidad sin condicionamientos, resulta en ocasiones perjudicial para los
continua de producción, lo cierto es que el cambio productivo trajo trabajadores que deben soportar abusos por parte de sus empleadores
consigo herramientas al empresario capaces de hacer frente a la huelga amparándose para ello en las facultades de organización reconocidas
como instrumento de coacción, limitando o incluso anulando, sus por los diferentes ordenamientos jurídicos.
efectos.
La capacidad de organizar la producción por parte del empleador se
ha visto reforzada no solo por las nuevas estructuras empresariales,
que le han permitido desviar su producción a terceras empresas no
296
No resulta intención de este trabajo analizar el crecimiento de riesgo de ser reemplazadas por tecnologías ya existentes. En general, los
la industria robótica, los beneficios o perjuicios que conlleva la trabajadores de America Latina y el Caribe dedican aproximadamente
incorporación de las nuevas tecnologías en los modelos de producción, la mitad de su tiempo a tareas que podrían automatizarse. Aclara
ni tampoco adoptar una postura tecno-optimista o tecno-pesimista dicho informe que aproximadamente el 53% del tiempo dedicado al
en este sentido, sino analizar cómo la sustitución de mano de obra trabajo en Colombia y Perú, y cerca del 50% del tiempo en Argentina,
humana puede repercutir directa o indirectamente en la manera que Brasil, Chile y México podría ser automatizado .
tienen los trabajadores de defender en forma colectiva sus intereses, Por otro lado, un estudio acerca de los trabajadores de plataformas en
concretamente, en cómo la sustitución de trabajadores por medios Argentina publicado en mayo de este año, informó que actualmente
tecnológicos, ya sea por robots o aplicaciones digitales, afectan el operan Glovo, Rappi (multinacionales), Ando y Rapi-boy (locales),
derecho de huelga como medida de conflicto colectivo. entre las que suman más de 11.000 trabajadores, de acuerdo a los
últimos datos reportados. La primera atiende a un total de 34.500
III. LA HUELGA Y EL ESQUIROLAJE TECNOLÓGICO: De la clientes en Latinoamérica, de los cuales un 36% se encuentra en
sustitución interna a la sustitución 4.0 Argentina. Con respecto a los servicios de transporte de personas,
destacó que en Uber, se contabilizan actualmente 55.000 socios-
Resulta complejo dar un único concepto de huelga que contemple cada conductores activos solamente en la Capital Federal y Gran Buenos
uno de los elementos que la componen aunque históricamente se la ha Aires. De esos trabajadores, un 91% son varones, y para el 40% es su
reconocido como “la abstención colectiva y concertada de la prestación fuente principal de ingresos, el cual en promedio es de 360.000 pesos
laboral” . La Corte Suprema de Justicia Argentina, recientemente ha anuales. De acuerdo a datos proporcionados por la plataforma, durante
dicho que “la huelga y las medidas de acción directa asimiladas a ella -v. los últimos dos años la cantidad de conductores creció 80 veces y en
gr.: “paros intermitentes”, “trabajo a reglamento”, “trabajo a desgano”, el último semestre de 2018 se sumaron alrededor de 2.000 socios-
etc. - implican la abstención o el retaceo de la prestación laboral por conductores nuevos por semana. De acuerdo a los últimos datos
parte de los trabajadores como medio de presión para lograr que se disponibles, hay 30 millones de usuarios-pasajeros en Latinoamérica
satisfagan ciertas reclamaciones previamente expresadas” . de los cuales 2,2 millones residen en Argentina.
Si bien el ordenamiento jurídico Argentino no posee una definición Debo destacar que este nuevo trabajo de plataformas digitales
normativa de huelga, podría decirse con cierta seguridad que esta ha se caracteriza escencialmente, en el plano colectivo, por la
sido la noción tradicional instaurada en la sociedad, coincidente con descolectivicación de las relaciones de trabajo. Los trabajadores,
la reconocida por España en cuanto establece que su ejercicio habrá o prestadores del servicio como pretenden se los reconozcan, no
de realizarse, precisamente, “mediante la cesación de la prestación de comparten un lugar fìsico de trabajo por lo que dificilmente logren
servicios por los trabajadores afectados y sin ocupación por los mismos mantener contacto entre ellos, los que hasta el momento y solo en
del centro de trabajo o de cualquiera de sus dependencias” (art. 7.1. algunas aplicaciones, pueden identificarse y reconocerse únicamente
del Real Decreto Ley 17/1977). A su vez, reconocidos juristas han gracias a la indumentaria que utilizan. Por otro lado, utilizan sus
compartido en términos generales esta definición. Deveali entendía propios elementos de trabajo, no saben ciertamente a quién o de
que “la huelga consiste en la abstención simultánea de trabajo, que forma dirigir un reclamo, el algoritmo desarrollado los obliga a
concertada por los trabajadores de uno o más establecimientos o de competir entre sí para recibir más solicitudes de servicio y multiplicar
sus secciones, con el fin de defender los intereses de su profesión” sus beneficios y, como si todo esto fuese poco, no se los reconoce como
. Justo López reconocía a la huelga como “el acto jurídico de trabajadores. Estas son algunas de las caracteristicas que permiten a
incumplimiento justificado de la prestación contractual de trabajo este modelo de negocio descolectivizar las relaciones de trabajo,
subordinado” en tanto Krotoschin la reconocía como “el abandono del impide y dificulta la agrupación de trabajadores y, consecuentemente,
trabajo que realizan en común una pluralidad de trabajadores con un disminuye o anula su poder de negociación en el conflicto.
fin determinado” .
Resulta dificil imaginar que una huelga, tal y como está concebida
En este entendimiento, la Cámara Nacional de Apelaciones del Trabajo hoy por la jurisprudencia, resulte efectiva en la actualidad para los
en Argentina, ha entendido que “el derecho de huelga no autoriza a los trabajadores de plataformas y en un futuro bastante cercano para
trabajadores a apropiarse de la planta industrial del empleador, sino quienes presten tareas en una industria altamente automatizada.
únicamente, a abstenerse de prestar servicios. Lo contrario implicaría
reconocer al derecho de huelga un rango superior al de propiedad, No contamos en Argentina con antecedentes juriprudenciales que
lo que no resulta ajustado, en tanto no puede constituir criterio analicen este fenomeno. No obstante, el Tribunal Constitucional
interpretativo válido el de anular unas normas constitucionales por Español se ha ocupado de evaluar si la sustitución de huelguistas por
aplicación de otras, sino que debe analizarse el conjunto como un medios técnicos de la empresa, utilizados de forma no habitual y por
todo armónico, dentro del cual cada disposición ha de interpretarse trabajadores que no tenían dicha tarea, había vulnerado el derecho de
de acuerdo con el contenido de las demás . Asimismo, tiene dicho huelga de los trabajadores.
que “la ocupación del establecimiento –aún pacífica- durante la En esa oportunidad, y luego de hacer un breve análisis de la normativa
huelga entorpece el proceso productivo con el consiguiente perjuicio interna y un repaso de los fundamentos expuestos en sentencias
económico e importa una grave violación a los derechos del empleador, anteriores, concluyó que la reacción de la empresa no había vulnerado
aunque mediaren incumplimientos previos de éste” y que “dado que el el derecho de huelga de los trabajadores puesto que la sustitución de
empresario se encuentra compelido a soportar las pérdidas derivadas trabajadores por medios técnicos con los que contaba la empresa, no
de la interrupción del proceso productivo, pero no más, la permanencia resulta equiparable al esquirolaje interno prohibido por el art. 6.5 del
de los huelguistas en el lugar de trabajo, que le impide disponer de RDL 17/1977. En esta tesitura, sostuvo que “la utilización de medios
sus bienes, constituye un daño adicional, no comprendido en aquella ya existentes en la empresa es compatible con el derecho de huelga y
previsión y por tanto, no aceptable, que convierte, en principio, no puede extenderse, por vía analógica, a este supuesto la prohibición
en abusivo el ejercicio del derecho de huelga, ya que el derecho de prevista en el art. 6.5 del Real Decreto-ley 17/1977 que se refiere al
disponer de la propiedad es tan digno de tutela como aquél” . empleo de los recursos humanos en la empresa pero no a la utilización
Estos postulados no han merecido demasiadas observaciones puesto de sus recursos materiales y tecnológicos”. Agregó que “la efectividad
que la abstención de prestar servicios, en el tradicional modelo del ejercicio del derecho de huelga no demanda del empresario una
productivo industrial, era en la gran mayoría de las veces suficiente conducta dirigida a no utilizar los medios técnicos con los que cuenta
para producir un daño considerable al empleador y colocarlo en un en la empresa o a abstenerse de realizar una actividad productiva que
plano de igualdad en la negociación de las condiciones de trabajo. Sin pueda comprometer el logro de los objetivos de la huelga, al igual
embargo, el advenimiento de la Revolución Tecnológica, el nivel de que no obliga a los restantes trabajadores a contribuir al éxito de la
autonomía de los robots y las capacidades de las TICs, han ampliado protesta, y ello porque lo que garantiza la Constitución es el derecho a
la cantidad y efectividad de las reacciones empresariales frente al realizar la huelga, no el resultado o el éxito de la misma” .
paro de sus trabajadores. La eficiencia de la huelga como instrumento En la actualidad, y tal como se ha hecho en sus inicios, debemos ser
de lucha en el conflicto colectivo no solo se ha visto afectada por la concientes de las modificaciones que están introduciendo las nuevas
descolectivización de las actividades productivas sino también por la tecnologías en los procesos productivos y en las relaciones de trabajo,
capacidad del empleador de reorganizar de forma inmediata y efectiva y preocuparnos por garantizar el derecho de huelga a este colectivo
las actividades en el centro de trabajo aprovechando para ello los de trabajadores vulnerables. Tendremos que preguntarnos entonces:
medios técnicos de su propiedad sin tener que requerir los servicios ¿Cómo garantizar el derecho de huelga cuando, por el alto grado de
de otros trabajadores.
Según un informe publicado por el Banco Interamericano de Desarrollo
en abril de 2018, en Argentina y Uruguay, aproximadamente dos
terceras partes de las ocupaciones que existen actualmente corren el
297
automatización del proceso productivo y por la inmediata sustitución laborales basado en la negociación y en la autocomposición de
de trabajadores a través de plataformas, la sola abstención de conflictos colectivos, donde resulta fundamental que quienes se
trabajar no basta para crear un daño suficiente y eficaz con los fines encuentran en condiciones inferiores cuenten con medios suficientes
perseguidos? y eficaces que permitan compensar su posición en el conflicto y en la
El Magistrado y Maestro Valdez Dal-Ré, en su disidencia en el fallo mesa de negociación.
comentado (STC 17/2017) advirtió su preocupación por la falta El derecho de huelga supondrá entonces la limitación general del
de adecuación de los fallos jurisprudenciales al incesante avance haz de facultades que el poder de dirección comprende en aras de
tecnológico. En este sentido, dijo que “las renovadas fuentes de garantizar el necesario perjuicio al empresario que se considera
incidencia empresarial en la efectividad de los derechos fundamentales, condición de eficacia de la medida de presión ; un instrumento de
al amparo de los nuevos medios técnicos a los que recurre para hacer presión cuya esencia consiste en la producción de un daño con el fin de
más penetrante su actuación limitativa e impeditiva de la tutela ejercer una coacción necesaria para forzar al empleador a adoptar un
constitucional, requieren respuestas constitucionales también acuerdo favorable, obligando al empresario a soportar el daño con la
nuevas, que garanticen la protección de los derechos más esenciales consiguiente imposibilidad de reaccionar frente a ella.
de los trabajadores en un grado asimilable al que ofreció nuestra Lo que debe procurarse entonces no es la protección de la abstención
jurisprudencia en el pasado, cuando dichos medios tecnológicos de trabajar, sino los resultados que dicha suspensión acarrea para el
carecían del desarrollo y de la potencialidad restrictiva con los que empresario. De la misma manera, lo que determinará la ilegitimidad
ahora cuentan”. Criticó de “insensible” a la sentencia dictada por el de la reacción empresarial no será la forma en que esta se manifieste
Pleno por cuanto dio la espalda “a la cobertura constitucional y a la sino las consecuencias que produzca su accionar sobre los efectos
necesidad de adaptarla a las nuevas circunstancias, a la evolución de que la huelga debió haber alcanzado como instrumento equilibrador
la realidad laboral por razón de las transformaciones que se producen justificado y constitucionalmente protegido en las relaciones laborales.
en el marco de las relaciones de trabajo” (el destacado me pertenece).
Reconocerla como un instrumento de defensa constitucionalmente
Compartiendo la preocupación del Maestro Español es que propongo protegido implica la necesidad de garantizar no solo su ejercicio en cada
volver a las viejas bases del Derecho de Huelga y repensar sus límites, una de sus modalidades, en tanto una de las facultades del ejercicio
aquellos establecidos únicamente via jurisprudencial, en función de su de huelga y del derecho a la libertad sindical, consiste precisamente
contenido escencial, es decir, aquél reconocido y garantizado desde el en la elección de la modalidad que más interese a los objetivos que
origen del Constitucionalismo Social. se propone alcanzar el colectivo de trabajadores, sino también velar
porque la medida adoptada alcance ese propósito.
IV. EL DERECHO DE HUELGA Y SU ADECUADA PROTECCIÓN: En consecuencia, la ocupación del establecimiento o el apoderamiento
El contenido constitucionalmente protegido temporal de los bienes del empleador caerán dentro de la órbita de
El Modelo Constitucional Argentino, en lo que a conflictos colectivos protección del derecho de huelga siempre que la medida sea justificada,
laborales se refiere, parecen partir de lo que Dahrendorf ha llamado sin ejercer violencia sobre las personas y/o sobre las cosas y persiga
“control positivo de los conflictos” . El reconocido sociólogo alemán la satisfacción de un interes colectivo en el marco de un conflicto de
entendía que los conflictos no van a desaparecer ni perder intensidad trabajo.
por ser regulados, pero aseguraba que en la medida que se consiga Que la huelga sea un medio legítimo para ejercer presión sobre el
canalizarlos se harán más controlables y se podrá poner su energía empresario no la convierte en una vía para producir daños o deterioros
creadora al servicio de un desarrollo progresivo de las estructuras en los bienes de capital . El principio de buena fe contractual, que
sociales. Como señala Simón, el conflicto debe ser entendido como un debe mantenerse en la relación laboral en tanto la superación de la
componente de la vida misma necesario como factor de cambio en la exigibilidad de los deberes de prestación del servicio no arrastran a
sociedad . los de conducta que se mantienen en tanto no se extinga el contrato ,
Partiendo de esta tesis, y de que toda intervención en un conflicto exige la evitación de los daños o pérdidas de utilidad que excedan de
debe limitarse a la regulación de sus formas y renunciar al vano intento los inherentes a la cesación de la actividad de trabajo, lo que no implica
de extirpar sus causas, se reconoce el derecho de los trabajadores y que la huelga cause al empresario el menor daño posible pues ello se
empresarios a adoptar medidas de conflicto dejando en manos de contradice con la pretensión de que la huelga sea eficaz .
estos interlocutores sociales, en ejercicio de la autonomía colectiva, la En definitiva, el derecho de huelga, pese a ser un derecho fundamental
solución de las controversias por medios autónomos , entre los cuales reconocido constitucionalmente, encuentra su límite cuando “los
cobran mayor relevancia los de autocomposición en cuya virtud son las daños originados a la empresa sean desproporcionados y vayan más
propias partes en conflicto quienes proveen directamente a la solución allá de lo que es razonablemente requerido por la propia actividad
de la controversia por medio de la negociación colectiva . conflictiva y por las exigencias inherentes a la presión que la huelga
Decir que la huelga implica únicamente la cesación temporal del necesariamente implica” pues lo que se trata es “mantener los efectos
servicio es definirla reduciendo sus distintos ingredientes técnicos para de la huelga dentro de los límites de tolerabilidad del sistema de
dejar fuera de ella a una serie de medidas de presión que, sin consistir relaciones de producción y de las relaciones sociales vigentes” .
en la abstención del trabajo, reciben habitualmente la consideración
de fenómenos huelguísticos , como una huelga de celo o a reglamento V. CONCLUSIONES.
–donde no sólo no hay cesación de trabajo sino aumento del mismo
por la aplicación exagerada de los reglamentos del servicio-, una huelga La irrupción de las TICs y de la robótica en la sociedad como
de trabajo lento –donde tampoco hay cesación sino disminución en el elementos clave de la revolución tecnológica, ha producido un cambio
trabajo-, una huelga con ocupación de local o una huelga articulada de paradigma en el modelo productivo y con él una modificación en las
(rotatoria, intermitente o estratégica) formas de autotutela de los conflictos colectivos de trabajo.

Tal como señala Etala, “la elaboración de una definición jurídica de La sustitución de huelguistas por medios técnicos, ya sea en forma
huelga debe ser el producto, no del pensamiento individual y subjetivo interna, externa o indirecta, total, parcial, completa o accesoria,
de un intérprete afortunado, sino de la aprehensión compartida resultará contraria al derecho de huelga cuando impida su ejercicio o
colectivamente de un hecho social apreciado a la luz de las normas lo vacíe de contenido.
vigentes y de su efectivo aplicación por los tribunales” lo que permite Los cambios que han generado las nuevas tecnologías en el modelo
inferir que, en un ordenamiento que carece de una definición productivo y la velocidad en la que evolucionan permiten pensar que la
normativa rígida y preestablecida, deba entendérselo como un derecho huelga, tal y como está concebida, dejará de ser efectiva como medida
dinámico , moldeable y adaptable especialmente a los cambios en los de conflicto. Percepción que me lleva a defender un concepto amplio
procesos productivos a fin de garantizar su pleno ejercicio. de huelga que permita a los trabajadores adueñarse temporalmente de
En estos términos, la huelga es un instrumento a través del cual se los medios de producción, sin ejercer violencia sobre las personas y/o
garantiza la facultad de los trabajadores de coaccionar al empleador, sobre las cosas, cuando la suspensión de sus servicios no genere en su
de doblegarlo, de reducir sus fuerzas en el conflicto con el fin de empleador el daño suficiente para someterlo y obligarlo a negociar en
ponerlo en un nivel de igualdad con respecto a ellos y obtener así una condiciones de igualdad.
posición equilibrada en la negociación de sus condiciones laborales y Parece imposible adelantarse a los cambios tecnológicos para ver de
en la defensa de sus derechos. Lo que el constituyente ha procurado qué manera afectarán las relaciones de trabajo; sin embargo, es una
con el reconocimiento de la huelga como derecho fundamental no
ha sido la mera protección del trabajador que decide interrumpir su
trabajo como forma de manifestar su descontento con las condiciones
laborales impuestas por su empleador, sino un modelo de relaciones

298
tarea necesaria si queremos un futuro donde la equidad y la igualdad LA PARTICIPACIÓN DEL TRABAJADOR EN LAS
de oportunidades dejen de ser deseos para convertirse en realidad. GANANCIAS DE LAS EMPRESAS
María Agostina Lacase

VI. BIBLIOGR AFÍA.


INTRODUCCIÓN:
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82-86. sociedad; por lo que siempre debe buscar la correcta fórmula para
VAZQUEZ VIALARD, A., “Derecho del Trabajo y de la Seguridad Social”, reparar las consecuencias dañosas que dicha actividad le causa, o bien
Astrea, Buenos Aires, 1986, p. 185 la retribución justa por el esfuerzo realizado.
El trabajador como ser humano, aporta no sólo su labor al tiempo que
desarrolla su función dentro de la empresa sino toda su persona.
El derecho de participación del hombre en sociedad es un derecho
humano, y por consiguiente el derecho de participación en la empresa
por parte del trabajador, constituye un derecho humano laboral.
Compartiendo su naturaleza humana, el derecho de participación de
los trabajadores mantiene su vigencia natural y universal, exgiendo su
efectivización y reconocimiento en cuanto al ordenamiento positivo,
y su aplicación en términos de equidad y justicia social.
Reconocimiento que ha ido evolucionando, tal como refiere el Dr Cesar
Arese, “hacia fines del siglo pasado, siguiendo el camino ascendente
de reconocmiento universal de derechos humanos, el Derecho del
Trabajo tomó para sí y los trabajadores la corporización práctica de

299
conceptos abstractos y generales continidos en normas internacionales no responde a un mero fin utilitario ni a un afan de predominio. Es un
de los sistemas jurídicos de derechos humanos de UN y América. Los motivo humano el de tocar la responsabilidad del trabajador y hacerlo
operadores del Derecho del Trabajo, juristas, actores sociales, jueces, partícipe de la responsabilidad común” .
funcionarios, han reinstalado al sujeto trabajador como “persona” en el De la exposición de motivos que llevaron a nuestros legisladores de
sentido original de la palabra, esto es, como continente de derechos no 1957 a sancionar el art 14 bis de la CN, y con ello conferirle operatividad
sólo laborales-contractuales, sino nuclearmente humanos-ciudadanos a los derechos legislados; la empresa como medio de desarrollo de la
visibles en la sociedad, y desde hace un tiempo, en la empresa y en la persona que trabaja, con la clara intención de otorgarle una verdadera
relación de trabajo subordinado.” y activa participación dentro de la vida empresarial. No es la simple
El derecho de participación del hombre en todos los actos de la vida empresa comercial, sino el ámbito de desarrollo y perfeccionamiento
social, es un derecho humano derivado de su naturaleza social. El de la persona del trabajador y de la sociedad.
derecho de participación del trabajador en la empresa, constituye su Siguiendo los lineamientos constitucionales, es que nuestra LCT deja
esencia; sin trabajador, no hay actividad empresarial. Naturalmente, el expresamente aclarado en su artículo 4, que el contrato de trabajo
trabajador es parte esencial de la empresa. “tiene como principal objeto la actividad productiva y creadora del
En consecuencia, la participación del trabajador en las ganancias de las hombre en sí. Sólo después ha de entenderse que media entre las
empresas, es un derecho humano laboral derivado de su naturaleza partes una relación de intercambio y un fin económico en cuanto se
social en el ámbito de trabajo. disciplina por esta ley.”.

2.- EL DERECHO DE PARTICIPACIÓN DEL TR ABAJADOR 4.- OPER ATIVIDAD DEL DERECHO DE PARTICIPACIÓN EN
COMO OBJETIVO DEL TR ABAJO DECENTE. LAS GANACIAS DE LAS EMPRESAS.
Siguiendo los lineamientos de la Organizacón Internacional del El “derecho de participación en las ganancias con control de la
Trabajo (OIT), el trabajo decente sintetiza las aspiraciones de las producción y colaboración en la dirección”, es una derivación del
personas durante su vida laboral. Significa la oportunidad de acceder derecho humano de participación.
a un empleo productivo que genere un ingreso justo, la seguridad No obstante su operatividad emanada de su naturaleza de derecho
en el lugar de trabajo y la protección social para las familias, mejores humano y constituicional, exige una conducta activa del legislador
perspectivas de desarrollo personal e integración social, libertad para en cuanto a su reglamentación; exigencia que surge de la misma
que los individuos expresen sus opiniones, se organicen y participen Constitución Nacional en el artículo 75 en cuanto ordena al Congreso
en las decisiones que afectan sus vidas, y la igualdad de oportunidades de la Nación en su inciso 19 a“Proveer lo conducente al desarrollo
y trato para todos, mujeres y hombres. El empleo productivo y el humano, al progreso económico con justicia social…” y en su inciso 23
trabajo decente son factores clave para alcanzar una globalización a “Legislar y promover medidas de acción positiva que garanticen la
justa y reducir la pobreza. igualdad real de oportunidades y de trato, y el pleno goce y ejercicio
Señalaba Juan Somavía en su discurso en Ginebra, en octubre de de los derechos reconocidos por esta Constitución y por los tratados
2006, con motivo de la conmemoración del Día Internacional para internacionales vigentes…” .
la erradicación de la Pobreza, que millones de personas alrededor Tratados Internacionales que protegen a la dignidad y a los derechos
del mundo buscan dejar atrás la pobreza haciendo algo muy simple: escenciales del hombre, obligación de los estados a la creación de
“yendo a trabajar”; y las personas que trabajan no piden milagros, circunstancias que le permitan progresar espiritual y materialmente,
simplemente lo que se busca es tener oportunidades de acceder a un que imponen el deber de formular políticas de desarrollo nacional
empleo digno y ver los resultados; que como sociedad internacional adecuadas para el mejoramiento del bienestar de la población entera
se debe responder al clamor democrático de mujeres y hombres por la y de todos los individuos sobre la base de su participación activa, libre
dignidad del trabajo y la dignidad en el trabajo. y significativa en el desarrollo y en la equitativa distribución de los
Y es en estos objetivos de trabajo decente, que implica que la persona beneficios resultantes de éste.
que trabaja vea los resultados de su esfuerzo, es que se impone la A modo de ejemplo, el preambulo de la Declaración Americana De
implementación del derecho que impone el art 14 bis de Nuestra Los Derechos Y Deberes Del Hombre refiere a la protección a la
Constitución Nacional en su primer párrafo, asegurándo su más amplia dignidad y a los derechos escenciales del hombre, obligándo a los
protección, y es el derecho de los trabajadores a LA PARTICIPACIÓN estados a la creación de circunstancias que le permitan progresar
EN LAS GANANCIAS DE LAS EMPRESAS, CON CONTROL DE espiritual y materialmente. La Convención Americana y El
LA PRODUCCIÓN Y COLABOR ACIÓN EN LA DIRECCIÓN. Protocolo De San Salvador, convienen el propósito de consolidar
Si tenemos en claro que el objetivo principal de la OIT debe ser promover en el continente americano un régimen de ‘justicia social’, además
oportunidades de trabajo decente y productivo en condiciones de de reiterar el ‘ideal del ser humano libre, exento del temor y de la
libertad, equidad, seguridad y dignidad humana; si entendemos por miseria’ (Preámbulo, párrafos primero y cuarto). La Declaración
trabajo decente no solo las condiciones del trabajo sino el respeto de lo Sobre El Derecho al Desarrollo, adoptada por la asamblea general de
generado por la persona que trabaja, en cumplimiento de su derecho la ONU el 4 de diciembre de 1986 (Resolución 41/128) indica que
de participación con figura fundamental dentro del mundo laboral; “Los Estados tienen el derecho y el deber de formular políticas de
el derecho de participación implica un verdadero reconocimiento al desarrollo nacional adecuadas con el fin de mejorar constantemente el
trabajador, en una correcta aplicación de la Justicia Social. bienestar de la población entera y de todos los individuos sobre la base
Tal como señalaba Somavía, la OIT fue fundada para promover de su participación activa, libre y significativa en el desarrollo y en la
los derechos fundamentales de los trabajadores, para garantizar equitativa distribución de los beneficios resultantes de éste”.
una amplia distribución de la prosperidad, para fomentar el empleo Para la verdadera existencia de una justicia social es necesario que se
remunerativo, para dar protección social y mejorar las condiciones del le reconozca al trabajador su derecho de participar conforme lo manda
trabajo. la norma constitucional atraves de una reglamentación del derecho
establecido en el art. 14 bis.
3.- EL ART 14 BIS. EL AMBIENTE DE TR ABAJO. LA EMPRESA, EL Indica acertadamente el Dr. Julio Cesar Simón, que “la posibilidad de
EMPRESARIO Y EL TR ABAJADOR. la participación de los trabajadores en las ganancias puede ser pactada
voluntariamente o derivada de una imposición estatal; y en esto
En el analisis del derecho que establece el artículo 14 bis, en cuanto queda claro que la Constitución Argentina ha optado por la segunda,
a “la participación en las ganancias de las empresas, con control de esto es que -por lo menos a nivel normativo constitucional- el debate
la producción y colaboración en la dirección”, surge la necesidad sobre la conveniencia de instalar la participación en las ganancias por
de significar los conceptos sobre los sujetos que intervienen en la acuerdo de partes sobre aquella derivada de la ley ya está resuelto”.
implementación de este derecho.
Por lo que se debe exigir al legislador una conducta activa en cuanto a
En referencia a la EMPRESA, el artículo 5 de la LCT, la define como la reglamentación que le es impuesta por la operatividad del propio art.
“a organización instrumental de medios personales, materiales e 14 bis, por los Tratados Internaciones vigentes y por las atribuciones
inmateriales, ordenados bajo una dirección para el logro de fines conferidas en el art 75.
económicos o benéficos”.
Ahora bien, en cuanto al significado y valor que la empresa tenía al
momento de sancionarse el art 14 bis, los legisladores constituyentes
de 1957 refieren que “la empresa para nosotros es un centro de
colaboracion humana, donde no se restrige la libre iniciativa, pero se
limita el interes privado en aras del bienestar colectivo. La colaboración
300
5.- ANALISIS DEL DERECHO DE PARTICIPACIÓN EN LAS Por lo que se exige una conducta activa por parte del legislador que le
GANANCIAS LEGISLADO EN EL ART 14 BIS DE LA CN. es impuesta por la operatividad del propio art. 14 bis, por los Tratados
El Art. 14 bis de nuestra Carta Constitucional, ordena que el derecho Internaciones vigentes y por las atribuciones conferidas en el art 75.
de participación del trabajador en las ganancias de las empresas, sea El Art. 14 bis de nuestra Carta Constitucional, ordena que el derecho
acompañado de dos derechos-deberes: el control de la producción y la de participación del trabajador en las ganancias de las empresas, sea
colaboración en la dirección. acompañado de dos derechos-deberes: el control de la producción y la
El control en la producción resulta necesario para beneficio de la colaboración en la dirección.
persona que trabaja a los fines de obtener el control de las utilidades El control en la producción resulta necesario para beneficio de la
que le corresponden y tomar la responsabilidad que se le exige; pero persona que trabaja a los fines de obtener el control de las utilidades
tambíen para beneficio de toda la población, como política de estado, que le corresponden y tomar la responsabilidad que se le exige; pero
a los fines de combatir el trabajo sin registración y la facturación en tambíen para beneficio de toda la población, como política de estado,
negro de las empresas, propendiendo al control por parte del Estado a los fines de combatir el trabajo sin registración y la facturación
de la actividad económica. en negro de las empresas, propendiendo al control por parte del
El control permanente de la producción es necesario para afrontar Estado de la actividad económica. Respecto de la colaboración en la
los momentos de crisis, teniendo previamente conocimietnto de la dirección, robustece la figura del empresario como dueño y director
situación econocimica y financiera de una empresa. De esta forma los de la empresa, conforme lo normado por la LCT; es la colaboración
sindicatos y el Estado no es relegado en tiempos de crisis al papel de natural que detenta el trabajador como sujeto fundamental dentro de
vigilante nocturno, sino que el trabajador, los sindicatos y el estado la empresa en su proceso productivo, basada en su oficio, experiencia y
van a tener cabal conocimiento del proceso de crisis desde un primer esfuerzo puesto en su labor cotidiana.
momento, afrontando las consecuencias de la implementación de Así como el trabajo jamás puede ser considerado mercancia, la persona
procedimientos preventivos de crisis con verdadero conocimiento de que lo ejecuta nunca puede ser identificada bajo el mal denominado
sus causas y el estado económico y financiero real de la empresa. “costo laboral” y mucho menos como la culpable del aumento del
Respecto de la colaboración en la dirección, robustece la figura desempleo. Por el contrario, el trabajador es el motor de una empresa
del empresario como dueño y director de la empresa, conforme lo y genera un beneficio no solo en la misma, sino para el país entero.
normado por la LCT. No obstante, olvidando todas las cargas impositivas que recaen
De las distintas formas de participación dentro de una empresa, que sobre una empresa en su proceso productivo, las cuales son ajenas
van desde la coparticipación, el derecho a veto, participación en el a los trabajadores, y pisoteando el principio internacional de que el
dierectorio de la empresa con o sin voto, o colaboración; la manda trabajo no es una mercancia; parece ser que para quienes impulsan
constitucional exige al trabajador y al empresario, la colaboración en una reforma laboral, el trabajador se ha transformado en un número
la empresa. que no cierra, identificado como “costo laboral”, frase relativamente
reciente y que merece el mayor de los repudios. Lo que nos obliga a
El trabajador detenta una colaboración natural dentro de la empresa reflexionar y defender al trabajador en estos tiempos de crisis, como
en su proceso productivo, basada en su oficio, experiencia y esfuerzo sujeto fundamental para el progreso de nuestra sociedad; y no dejar
puesto en su labor cotidiana. Se reafirma el paradigma de relación pisotear la protección que otorga al trabajo la normativa laboral
de subordinación y jerarquía entre los trabajadores y el empresario, vigente, nuestro art 14 bis de la CN y los Tratados Internacionales con
sin importar la participación que las leyes le asignen en la gestión y jerarquia constitucional. Luchar contra la repetida persecusión hacia
dirección de la empresa, conforme los lineamientos de la LCT. el movimiento obrero, la cual hoy en día, quiere imponer al trabajador
como culpable de la crisis y el desempleo, pretendiendo disminuirlo en
CONCLUSIONES su condición de persona, equiparándolo a un costo empresarial.
Con el trabajo, la persona satisface sus necesidades humanas, Ha quedado demostrado que en las reiteradas crisis que se han vivido
logrando una existencia digna que le permita alcanzar su destino, en nuestro país, los trabajadores han sido socios de las pérdidas
como ser humano libre y social. Libertad y desarrollo personal que se en procedimientos preventivos de crisis, con despidos, rebajas de
traslada a todo su entorno. Esa fuerza expansiva de libertad que da el salarios y suspensiones; “participan”, “controlan” y “colaboran” para
trabajo, y que comienza en el trabajador, y se traslada a su familia, a su que las empresas subsistan, se recuperen y luego crezcan. Esta real
comunidad, a la humanidad. participación del trabajador en las pérdidas de la empresa en tiempos
de crisis, nos lleva necesariamente a hablar del derecho de participación
Y es así como el derecho de libertad como derecho humano
en las ganancias; vigente y operativo por manda constitucional.
fundamental, evidencia otro derecho de la misma naturaleza, derivado
de la vida en sociedad: el derecho de participación; el cual expresa la Para la verdadera existencia de una justicia social es necesario que se
aspiración de los hombres y mujeres a ser miembros activos dentro de le reconozca al trabajador su derecho humano de participar conforme
su comunidad, con la consecuente responsabilidad en la conducción lo manda la norma constitucional; y dentro del mundo del trabajo se
del proceso dinámico propio de la vida en todos sus ámbitos. Todo traduce en el derecho de los trabajadores a participar en las ganancias
derecho conlleva la obligación de exigir su cumplimiento y defenderlo de las empresas como derecho humano fundamental.
con responsabilidad. En tiempos en que se escucha hablar de “necesidad” de reformar
El derecho a participar es un derecho humano que tiene toda persona, y “modernizar” la normativa laboral, proponiendo la renuncia del
derivado de su naturaleza social; su participación es el motor de una Estado a deuda social a través del blanqueo tardío de empleo
sociedad, y la participación del trabajador es el motor de la empresa, informal; pretendiendo implementar mesas de negociación colectiva
aportando no solo su labor, sino toda su persona, sus cualidades, su “concertando” la figura del fondo de desempleo, a los fines del
fuerza y esfuerzo. El esuerzo de la persona que trabaja en el beneficio renunciamiento a indemnizaciones amparadas constitucionalmente;
de la sociedad y constituye el impulso de perfeccionamiento de la todo planteado como un deber del trabajador de “adaptarse” a
misma. supuestos tiempos modernos; es hora de que se incluya en el temario
de reforma, los derechos constitucionales que a los trabajadores
Como sociedad nos urge dar cumplimiento a un derecho
les pertenecen en serio, y fundamentalmente el derecho humano
constitucional, de naturaleza induscutiblemente operativo, no solo
laboral de participación del trabajador y dentro de la empresa, en
por estar legislado en nuestra Carta fundamental sino por ser en su
la implementación de derecho constitucional de participación en las
esencia, un derecho humano laboral; y es el derecho de los trabajadores
ganancias y el cabal cumplimiento del art. 14 bis de nuestra CN.
a LA PARTICIPACIÓN EN LAS GANANCIAS DE LAS EMPRESAS,
CON CONTROL DE LA PRODUCCIÓN Y COLABOR ACIÓN EN Es que el impulso de una reforma normativa, no puede ser el “horror”
LA DIRECCIÓN. derivado de tiempos en crisis, legislando para el corto plazo, pensando
en la renuncia de derechos de unos para el beneficio de otros; por
El Art. 14 bis de nuestra Carta Constitucional, ordena que el derecho
el contrario, el eje debe ser brindar la esperanza que de la crisis
de participación del trabajador en las ganancias de las empresas, sea
efectivamente se sale, sin pisotearnos unos a otros. Es necesario que
acompañado de dos derechos-deberes: el control de la producción y la
se debata una reforma para ser implementada a largo plazo, pensando
colaboración en la dirección.
en tiempos “prósperos”, en donde el trabajador recoja los frutos de
Señala la doctrina laboral, que la posibilidad de la participación de todo el esfuerzo y sacrificio realizado en su pasado, en estos tiempos
los trabajadores en las ganancias puede ser pactada voluntariamente
o derivada de una imposición estatal; y en esto queda claro que la
Constitución Argentina desde 1957, ha optado por la segunda; lo
que significa que el debate sobre la participación en las ganancias por
acuerdo de partes sobre aquella derivada de la ley, ya está resuelto.
301
de crisis; en una correcta interpretación del derecho laboral y sobre LA AMPLIACIÓN DE LA EFICACIA PERSONAL
todas las cosas, en una verdadera implementación del artículo 14 bis DEL CONVENIO COLECTIVO DE TRABAJO A LOS
de nuestra Constitución Nacional, en un país con Justicia Social.
TRABAJADORES NO SINDICALIZADOS
Si se tiene en claro que el objetivo de una nación debe ser promover
oportunidades de trabajo decente y productivo en condiciones de Guillermo Boza Pró
libertad, equidad, seguridad y dignidad humana; si entendemos por
trabajo decente no solo las condiciones del trabajo sino el respeto Resumen
de lo generado por la persona que trabaja, en cumplimiento de un
En los últimos años se ha generado un debate en los tribunales laborales
derecho humano de ser partícipe de la sociedad, siendo el protagonista
peruanos respecto a la eficacia personal del convenio colectivo de
dentro del mundo laboral; es que el derecho de participación implica
trabajo. Desde la entrada en vigor en 1992 del Decreto Ley 25592, Ley
un verdadero reconocimiento al trabajador de su derecho humano
de Relaciones Colectivas de Trabajo (LRCT), parecía no haber duda
laboral, en una correcta aplicación de la Justicia Social.
de que el alcance subjetivo de un convenio colectivo estaba ligado a
la representatividad que ostentaban los sujetos que los suscribían,
representatividad que en el ordenamiento jurídico peruano se
establece a partir del número de afiliados que tiene cada organización
sindical. De modo tal que, en principio, los efectos de un convenio
colectivo alcanzan a los trabajadores afiliados a la organización
pactante (eficacia limitada), y solo en caso que una organización
sindical por sí sola o en coalición con otra u otras afilie al cincuenta
por ciento más uno de los trabajadores del ámbito de aplicación del
convenio colectivo resultante de la negociación, los efectos de dicho
convenio se consideran erga omnes (eficacia general). En síntesis, en el
ordenamiento laboral peruano la ecuación es la siguiente: un convenio
colectivo celebrado por un sindicato mayoritario o una coalición
sindical mayoritaria tiene eficacia general, mientras que los convenios
colectivos a los que arriban los sindicatos minoritarios gozan de
eficacia limitada.
No obstante, hace unos años empezaron a aparecer sentencias
recaídas en casaciones laborales en virtud de las cuales la Corte
Suprema de Justicia ordenó la extensión de los efectos limitados de los
convenios colectivos celebrados por sindicatos minoritarios a todos
los trabajadores del respectivo ámbito de aplicación del convenio.
Es decir, por mandato judicial, con el argumento de que en caso
contrario se estaría vulnerando el principio de igualdad, se terminó
atribuyendo a los convenios colectivos de trabajo eficacia general
independientemente de la representatividad que, en cada caso, tenga
un sindicato. Recientemente se han dado sentencias judiciales de signo
contrario, según las cuales la extensión de los efectos limitados de un
convenio colectivo a la mayoría de los trabajadores (no sindicalizados)
supone más bien una vulneración del derecho de libertad sindical.
Mi ponencia pretende desarrollar las ideas que sustentan la segunda
tendencia jurisprudencial señalada, es decir, que, de un lado, la eficacia
limitada de un convenio colectivo responde a un dato objetivo de la
representatividad que ostenta la organización sindical pactante, que
no supone un acto discriminatorio ni vulneración alguna del principio
de igualdad y que, por el contrario, la extensión de sus cláusulas a
sujetos que inicialmente no se encuentran de su ámbito de aplicación
o representatividad –que por cierto es una práctica empresarial común
en el Perú- es una abierta transgresión al derecho de libertad sindical.

302
LA NEGOCIACIÓN COLECTIVA COMO LOS CONVENIOS COLECTIVOS, LA
HERRAMIENTA PARA ALCANZAR LA IGUALDAD ULTRAACTIVIDAD Y EL EFECTO ERGA OMNES
DE GÉNERO EN EL EMPLEO DE SUS CLÁUSULAS
Gabriela Salas Zuñiga El caso uruguayo ante los órganos de control de la O.I.T.
Héctor Babace
En los últimos años, múltiples factoreshan incidido en la redefinición
de los espacios públicos, como lo son, el ámbito laboral y sindical. A modo de introducción
A pesar de ello, aun ahora, la gran mayoría de mujeres trabajadoras
únicamente acceden a puestos de trabajos precarios, o son víctima de 1. En setiembre de 2009 se aprobó en Uruguay la ley 18.566 sobre
fenómenos como la segregación vertical y horizontal. Negociación colectiva en el sector privado. A los pocos meses, antes de
la Reunión de la Conferencia de la O.I.T. de junio de 2010, las Cámaras
De la misma manera, si bien las mujeres se han ido incorporando de de Industria y de Comercio y Servicios de Uruguay, conjuntamente
manera lenta pero constante, al movimiento sindical, su participación con la Organización Internacional de Empleadores, presentaron
únicamente queda adscrita a la afiliación, siendo que, solo un grupo una Queja ante el Comité de Libertad sindical cuestionando varios
muy reducido de sindicalizadas llega a alcanzar puestos de dirección aspectos de la ley por considerarlos violatorios de los convenios sobre
y/o estratégicos dentro de las referidas organizaciones. libertad sindical Nº 87 y Nº 98. El caso fue objeto de observaciones
Teniendo en cuenta la situación de desigualdad estructural descrita, y de seguimiento por los órganos de control de la OIT y en la reciente
así como a las barreras –casi normalizadas- a las que se deben Conferencia de 2019 fue examinado y discutido en la Comisión de
enfrentar diariamente las mujeres en el trabajo y al interior de las Aplicación de Normas, por segunda vez pues ya había sido discutido
organizaciones sindicales, resulta necesario repensar el impacto de la en dicha Comisión en 2011. En esta contribución nos proponemos
negociación colectiva en materia de igualdad de género y protección de comentar los cuestionamientos efectuados a la mencionada ley en
los derechos de las trabajadoras. relación a dos aspectos, al efecto erga omnes y a la ultraactividad de
Desde una perspectiva teórica, la negociación colectiva se erige como los convenios colectivos.
un mecanismo idóneo para replantear las condiciones de trabajo
que impiden la inserción efectiva de las mujeres al ámbito laboral o 2. El cuestionamiento central formulado por los empleadores y
vulneren sus derechos. Sin embargo, muchas veces en lugar de ello, los recepcionado por los órganos de control de la OIT consiste en señalar
convenios colectivos terminan incorporando cláusulas que perpetúan que la ley viola la libertad sindical porque impide que se negocie en
estereotipos y roles de género. En ese sentido, a efectos de transformar forma bilateral y libre, como lo ordena el art. 4 del Convenio OIT Nº
la negociación colectiva en una herramienta para garantizar ambientes 98.
de trabajo más igualitarios, sanos y productivos, resulta necesaria la
implementación concurrente de medidas destinadas al fomento de Sobre este cuestionamiento el miembro empleador de la Comisión
la participación y representación de las mujeres en las organizaciones de Aplicación de Normas reunida en la Conferencia de OIT de 2019,
sindicales, así como la incorporación de una perspectiva de género en señaló que en Uruguay, “… la convocatoria sistematizada y pautada
el ámbito sindical y en el centro de trabajo. de los Consejos de Salarios ha demostrado que la negociación
tripartita ha quitado todo el espacio de la negociación bipartita, libre y
Así las cosas, el presente trabajo dará una visión general sobre la voluntaria. (lo cual) … ha significado en la práctica casi la extinción de la
situación actual de la mujer en el ámbito laboral y sindical. Luego negociación bilateral.” Por su parte el miembro empleador de Uruguay
de ello, se analizará el potencial de la negociación colectiva como manifestó que, “… nuestro país … privilegia la negociación tripartita
herramienta para garantizar la igualdad de género en el plano laboral, sobre la negociación bipartita , lo cual no está en concordancia con el
incluida la igualdad salarial,e identificará los obstáculos que limitan convenio.”
su accionar. Seguidamente, se presentará propuestas para superar los
obstáculos detectados y aprovechar la oportunidad que representa la Para el miembro Observador de la OIE, “La regulación y la práctica
negociación colectiva para la defensa y promoción de los derechos de de la negociación colectiva en el Uruguay constituye un claro ejemplo
las trabajadoras. de una actitud de interferencia, intromisión, e incluso, de acoso al
sector empresarial. Una interferencia que obliga a las organizaciones
empresariales a secundar dictados gubernamentales en materia de
determinación de salarios que deberían ser libremente negociados
por las partes.” Y en lo medular de su cuestionamiento a la ley
18.566 denuncia que se trata de una interferencia “ … que niega la
representatividad para negociar (en la empresa) a los representantes
de los trabajadores libremente elegidos (por ellos mismos) e impone
indirectamente representantes externos a la empresa”.

3. Respecto de la ultraactividad, el miembro del grupo de empleadores


en la Comisión de Aplicación de Normas manifestó que “… el Comité
(de Libertad sindical) recordó que la duración de los convenios
colectivos es una materia que en primer término corresponde a las
partes concernidas, ... Pero si el gobierno considera una acción sobre
este tema, toda modificación legislativa debería reflejar un acuerdo
tripartito.”
El miembro empleador de Argentina refiriéndose a la respuesta del
gobierno uruguayo en este aspecto, dijo que; “Las propuestas de
revisión del artículo 17 de la ley num. 18.566, realizadas por el gobierno
no son fruto del acuerdo tripartito y no resuelven las observaciones
formuladas por los órganos de control, en tanto proponen que la ultra
actividad sea objeto de negociación en cada convenio. Por el contrario
esto puede interpretarse como una nueva e indebida injerencia en la
negociación colectiva. Nuestro sector reivindica la regla general de la
temporalidad de los convenios colectivos, estos contratos deben tener
un plazo determinado, por tanto es uno de sus elementos esenciales.
Como todo contrato, vencido el plazo acordado por los contratantes,
se extinguen sus disposiciones, y las partes quedan en libertad de
negociar un nuevo convenio colectivo.”
4. Pese al informe presentado por el gobierno uruguayo y a que

303
varios miembros de la Comisión señalaron su discrepancia con los trabajo, el mismo se estableció por primera vez en la ley Nº 16.170 de
cuestionamientos expresados, tanto los que ya aludimos en este 1991. El cumplimiento del registro solamente daba publicidad y fecha
trabajo como otros que omitimos reseñar, la Comisión concluyó cierta al convenio, sin que su omisión afectara la validez del mismo
acogiendo los cuestionamientos formulados pues instó al Gobierno aunque con alcance restringido a los trabajadores de las empresas
uruguayo a “… iniciar medidas legislativas antes del 1º de noviembre de representadas por las Cámaras que lo suscribían o a las que firmaron
2019, previa consulta plena con las organizaciones más representativas el convenio por sí mismas.
de empleadores y de trabajadores y tomando en consideración la
recomendación de los órganos de control de la OIT, a fin de garantizar
la plena conformidad de la legislación y la práctica nacionales con 8. Consideramos errónea la interpretación que conduce a sostener
el Convenio, y preparar, en consulta con las organizaciones más que de omitir el órgano estatal el cumplimiento de su obligación de
representativas de empleadores y de trabajadores, una memoria para registrar y publicar los convenios colectivos, el mismo carece de toda
presentarla a la Comisión de Expertos antes del 1º de setiembre de validez como si no existiese.
2019, informando detalladamente sobre las medidas adoptadas para En primer lugar porque esta tesis atribuye a la autoridad pública que
realizar progresos en la plena aplicación del Convenio en la legislación rige la administración del trabajo un poder que la ley no le otorga,
y la práctica.” conclusión que se fundamenta no solo en el texto claro de la norma
1. El efecto erga omnes de las cláusulas normativas de los convenios sino en que en materia de poderes de la administración rige la regla
colectivos de trabajo en el derecho positivo vigente en Uruguay. de atribución explícita, de modo que los organismos públicos pueden
hacer solamente lo que la ley les autoriza hacer en forma expresa.
Además aplicar la norma en análisis mediante la interpretación en
5. En el derecho vigente en Uruguay las cláusulas normativas de los comentario, contradice los derechos de libertad sindical, en particular
convenios colectivos se aplican directamente en todos los contratos la autonomía colectiva negocial, y dentro de ésta la negocial normativa,
individuales de trabajo comprendidos en la unidad de negociación afectando el derecho a negociar colectivamente condiciones de
considerada, a los existentes al momento de celebrarse el convenio y trabajo, derecho que tiene reconocimiento de rango constitucional.
a los pactados con posterioridad a dicha fecha y durante su vigencia,
pues ese es el alcance que la ley atribuye a la representación ejercida A nuestro criterio corresponde otra interpretación, esta sí
por las partes sociales que resulta del mecanismo de extensión o de alineada a los textos constitucionales (art. 57 y disposiciones de las
aplicación extendida previsto en la ley Nº 18.566. Declaraciones y de los Pactos de Derechos Humanos) y a los CITs de
OIT sobre negociación colectiva y libertad sindical, que consiste en
Se interpreta pacíficamente esta norma en el sentido de que al exigir “… sostener que el convenio colectivo de trabajo por su sola suscripción,
su registro y publicación …”, establece meros requisitos de publicidad, a antes de ser registrado y publicado, es obligatorio y vinculante, y que
partir de cuyo cumplimiento las cláusulas normativas de los convenios la consecuencia de esta omisión es que mientras no sea registrado
colectivos por sector de actividad adquieren efecto extra subjetivo, y publicado, aún no tiene el efecto extendido erga omnes del lado
automático y extendido, esto es, extienden sus efectos con carácter empleador que resultará de cumplir esos requisitos.
erga omnes a todos los trabajadores de la unidad de negociación de
que se trate, a los actuales y a los que ingresen al sector en el futuro y Según esta tesis mientras no se cumpla con los requisitos tendientes
durante su vigencia. a darle certeza y publicidad, el convenio colectivo sería aplicable
solamente a los trabajadores de las empresas que lo hayan suscrito
Aunque la norma no establece plazo para cumplir con los requisitos de directamente, o a las que hayan sido representadas por la, o por las,
registro y publicación, en la práctica, desde la entrada en vigencia de la organizaciones de empleadores que lo suscribieron. No se aplicaría a
ley, todos los convenios colectivos han sido registrados y su publicación los trabajadores de las empresas no afiliadas a las organizaciones de
se hace en la página web del Ministerio de Trabajo casi de inmediato a empleadores pactantes. Y la omisión del Poder Ejecutivo dará lugar
ser presentado a esos efectos. Generalmente esto ocurre dentro de las a que la Secretaría de Estado respectiva sea llamada a responder
24 horas de suscrito el convenio si se firmó en el marco de actuación de políticamente.
órganos del mismo Ministerio con facultades de mediación, o en ese
mismo plazo a partir de que cualquiera de las partes lo presente para
su registro y publicación en caso de que se trate de un acuerdo firmado 9. No obstante, la importancia de esta cuestión, es de señalar que en
fuera de dichos organismos. puridad, lo que la Queja presentada ante los órganos de control de la
OIT centralmente cuestiona, es que la ley 18.566 impide la negociación
bilateral libre y voluntaria, tanto por sector de actividad como por
6. Se ha criticado esta norma señalando que existe la posibilidad de que empresa, y lo hace con especial énfasis respecto de esta última. Esta
este procedimiento de registro y publicación no se cumpla, o de que consecuencia deriva del inciso final del art. 14 referido a los sujetos
se demore su cumplimiento, lo cual no se ajusta a la libertad sindical de la negociación colectiva bipartita, disposición que ha derogado
por que el efecto extensivo erga omnes de los convenios colectivos no tácitamente la parte final del inc. 1 del art. 1º de la ley 13.556 de 1966,
debe depender de una decisión de la administración de trabajo o de la que habilitaba que trabajadores de la empresa libremente elegidos
diligencia que ésta tenga para adoptarla. entre ellos por ellos mismos, al margen de cualquier organización
Al respecto ha señalado Nelson LOUSTAUNAU que de darse sindical celebraran convenios colectivos de ese nivel con su empleador.
esta situación, que no ha ocurrido aún pero que es factible en la De ahí que los comentarios efectuados por miembros del sector
práctica, aunque la ley no prevé que ocurre con el acuerdo que quede empleador durante el debate en la Comisión de Aplicación de Normas
involucrado en una eventual omisión o en la demora en cumplir estos en la Conferencia de la OIT de este año hayan hecho especial hincapié
requisitos de publicidad, estas formas de incumplir la norma harían en que la ley otorga preeminancia a la negociación por sector de
responsable políticamente al Ministro de Trabajo pero no afectarían actividad, especialmente la que se realiza en el ámbito tripartito de
la aplicabilidad de su contenido. No obstante del punto de los Consejos de Salarios en negociaciones pautadas por el Gobierno,
vista jurídico formal, queda pendiente resolver cual es la validez de lo cual obstruye e incluso impide, la negociación bilateral, libre y
un convenio que, aunque ya cuenta con el consentimiento de ambas voluntaria, no solo a nivel de empresa, sino también, a nivel de sector
partes sociales aun no haya sido registrado y publicado. de actividad fuera de los Consejos de salarios.
A partir de estos cuestionamientos, con respecto de lo previsto
7. La ley Nº 18.566 modificó la legislación anterior pues los convenios por el art. 14 in fine de la ley 18.566, parte de la doctrina vernácula
colectivos de sector de actividad se aplicaban a las empresas sostiene que esta disposición es una de las que demuestra la intención
representadas por la o por las organizaciones de empleadores que de la ley de favorecer la unidad sindical en torno a la central única
lo suscribían y a las que los suscribieran por sí directamente, y no existente y a los sindicatos de rama que la integran, los cuales también
adquirían efecto para los trabajadores de las demás empresas que no se son sindicatos únicos en sus respectivos sectores de actividad,
hallaran en ninguna de estas dos situaciones. Para que el efecto fuera propiciando una forma de unicidad. Se argumenta que la disposición en
extendido erga omnes, el convenio podía ser presentado en el Consejo examen, al privilegiar la actuación del sindicato de sector de actividad
de Salarios del sector de actividad y si era aprobado por éste órgano en desmedro de la libertad sindical de los trabajadores de la empresa
tripartito se operaba una especie de homologación adquiriendo efecto cuando estos han optado por no constituir ninguna organización, ni
erga omnes al convenio que no la tenía por haberse pactado fuera de afiliarse a la existente en el nivel superior de la rama de actividad,
los Consejos de Salarios. La nueva ley no habla de homologación sino está fortaleciendo la posición de ésta última sobre otros eventuales
de registro y publicación, y tampoco hace referencia alguna a las leyes
que ampararon la práctica mencionada que se utilizó hasta que entró
en vigencia la ley 18.566.
En cuanto al requisito de registro de los convenios colectivos de
304
nucleamientos de los trabajadores, no sólo a nivel de empresa sino de negociaciones con organizaciones dominadas o influidas por el
también a nivel de sector de actividad. empleador, por lo cual el legislador interviene estableciendo una
Esta objeción, entre otras, fue planteada y fundamentada en la Queja medida de protección contra las consecuencias de posibles actos de
en análisis en este trabajo, enfatizando que también se produce la injerencia patronales, prohibidos por el art. 2 del Convenio Nº 98.
violación de la libertad sindical individual negativa de los trabajadores 2. Ámbito de vigencia temporal de las cláusulas normativas. Con
de la empresa. especial referencia a la ultra actividad.

11. La observación del Comité a que nos referimos en la nota 14. Los convenios colectivos suelen tener fijada la fecha de finalización
precedente, no es de fácil aplicación en Uruguay porque no es posible de su vigencia. Llegada esa fecha cesa la vigencia de las cláusulas
que el gobierno siga la conducta que el Comité le indicó debido a obligacionales pero se discute este efecto respecto de las normativas,
que actualmente ninguna norma de la legislación nacional regula la pues se sostiene que en relación a éstas últimas se produce el efecto
representación sindical en la empresa. Por consiguiente el referido llamado ultra actividad, de modo que las cláusulas normativas se
cuestionamiento no pasa de ser una pauta a seguir para una eventual siguen aplicando hasta que sean sustituidas por las cláusulas de otro
reglamentación que pueda dictarse en el futuro y que actualmente no convenio posterior que establezca condiciones más beneficiosas.
existe en Uruguay. Esta última tesis, que fue dominante en la doctrina hasta mediados
Lo que funcionaba y funciona actualmente en la práctica, al amparo de los años 80, estaba fundada en la progresividad irreversible de las
de la situación de abstención legislativa y al respeto a la autarquía normas laborales, en el principio protectorio, especialmente en la regla
que caracteriza la constitución y funcionamiento de los sindicatos en de la conservación de las condiciones más beneficiosas, en la teoría de
nuestro país, es la libre decisión de los trabajadores de organizarse y de los derechos adquiridos, y en la teoría de la incorporación automática.
decidir su manera de funcionar. En base a este principio de autarquía Estos fundamentos que se respaldan en el argumento de que el
que compone la libertad sindical, en Uruguay, en aquellas empresas convenio colectivo tiene naturaleza jurídica semejante a la de la
en que no existan núcleos de base o sindicatos de empresa afiliados a la ley, a la que es particularmente asimilable en cuanto a los efectos
Federación de la rama respectiva, los trabajadores que se desempeñan de sus cláusulas normativas, entraron en crisis a medida que se fue
en ellas, se afilian individualmente al sindicato de rama. Con el mismo afirmando el neoliberalismo, que como corriente de pensamiento
fundamento, también existen núcleos de base del sindicato de rama y como doctrina económica y social, da fundamento a una política
en la empresa o sindicatos de empresa que forman parte de dicho laboral desreguladora, desde la que en relación a este tema, se sostiene
sindicato de rama constituido en Federación. En esos casos, y también que el convenio colectivo es antes que nada un contrato, por lo cual la
en caso de inexistencia de tales organizaciones en la empresa, es usual parte empleadora al prestar su conformidad con el mismo, lo hace por
que los trabajadores se afilien individualmente al sindicato de la rama. el plazo que pacta, en el cual estima puede cumplir con las condiciones
Cabe recordar nuevamente que la ley 18.566 al comienzo del que se pactan sin poner en riesgo la competitividad ni la rentabilidad
mismo art. 14, reconoce expresamente en amplios términos el de su emprendimiento productivo.
pluralismo sindical, conforme a lo ordenado en el art. 2 del Convenio Si los empresarios no pueden disponer de este resguardo que les
Internacional de Trabajo Nº 87 que dice que “Los trabajadores … sin permite comprometerse por un plazo determinado, la consecuencia
ninguna distinción y sin autorización previa, tienen el derecho de será que tendrán mayor cautela, y en definitiva mayor reticencia,
constituir las organizaciones que estimen convenientes …”, por lo cual a suscribir convenios colectivos que mejoren niveles salariales y
los trabajadores pueden organizarse en sindicatos de cualquier nivel condiciones de trabajo, tanto salariales como extra salariales. Por
y tales organizaciones pueden funcionar sin afiliarse al sindicato de la consecuencia, de prevalecer la tesis de la ultraactividad que impugnan,
rama ni a federación alguna, no obstante, aunque esto es teóricamente tiene la paradojal consecuencia de que, a mayor protección se
posible no es lo que habitualmente ocurre en las prácticas de las obtendrán menores beneficios.
organizaciones sindicales en Uruguay.

15. La doctrina siempre ha reconocido a las cláusulas normativas de los


12. Por lo antedicho, son solo parcialmente correctas las observaciones convenios colectivos, el efecto automático o de aplicación inmediata
que se formulan a partir de los comentarios críticos que ha recibido a los contratos individuales de trabajo en curso de ejecución a la
esta norma. En efecto, es de concluir que por aplicación del art. 14 fecha del comienzo de su aplicación, y también ha considerado que
in fine de la ley 18.566, de no existir sindicato en la empresa, y si son alcanzados por sus disposiciones a los contratos individuales
tampoco hay en ella afiliados al sindicato de la rama, no será posible que se inicien a partir de ese momento en el ámbito cubierto por la
celebrar un convenio de empresa porque tampoco están legitimados negociación que le dio origen.
a hacerlo, delegados electos por los trabajadores de la misma, y por
consecuencia el convenio de empresa se hará con el sindicato de la Esta explicación era sencilla y tenía la virtud -en tiempos en que
rama o simplemente se aplicará el convenio de la rama existente. La ley aun el derecho del trabajo no se había autonomizado del derecho
no habilita la negociación colectiva a cargo de delegados electos por el civil- de dar una explicación contractualista a esta consecuencia
personal de la empresa, pero esta ausencia de disposición autorizante jurídica de los convenios colectivos de trabajo, por entonces llamados
no impide que los trabajadores de la empresa puedan designar pactos obrero patronales. Pero tenía una insuficiencia, no explicaba
delegados actuando organizados en una coalición, independiente del satisfactoriamente porque seguían aplicándose las cláusulas
sindicato de rama, e incluso sin conexión alguna con el mismo. Y esta normativas en forma indefinida, se hubiera o no pactado plazo para
solución, que es la adecuada a la realidad de las relaciones laborales su extinción, incluso luego de cumplido el mismo cuando se pactaba
colectivas en Uruguay anterior a 2009, no está en contradicción con dicho plazo, no sólo a las relaciones de trabajo en curso a la fecha de su
la ley 18.566. celebración, sino también a las relaciones individuales de trabajo que
comenzaran luego de ella, y en ambos los casos en forma indefinida,
Ello es así porque, al referirse a los “representantes de los trabajadores” recurriendo a la tesis de que por su aplicación durante la vigencia del
el mencionado art. 3 del Convenio 135 en su acápite, indica que tal convenio se había generado un uso profesional, o sea admitiendo la
calificación “comprende las personas reconocidas como tales en transformación de una fuente de derecho en otra, explicación esta
virtud de la legislación o la práctica nacionales.” Y como en nuestro última que nunca contó con la aceptación generalizada de la doctrina.
derecho, ni la legislación ni la práctica nacionales, proporcionan tal
reconocimiento a los representantes de los trabajadores de la empresa
electos por ellos mismos al margen de una organización sindical, es 16. Se adujo por parte de la doctrina que en estos casos no era aplicable
de concluir que muy por el contrario, la única legislación existente es la regla de la conservación de condición más beneficiosa pues no se
el art. 14 de la ley 18.566, que expresamente los excluye para celebrar daba el supuesto necesario para que ello ocurriera. En efecto Américo
convenios colectivos. Pla Rodriguez en “Los Principios de derecho del trabajo”, define la
regla de la conservación de una condición más beneficiosa a partir de
la existencia de una situación concreta anteriormente reconocida a un
13. En el caso hipotético de que los trabajadores de una empresa trabajador que debe ser respetada en la medida que sea más favorable
formaran un sindicato de empresa que no se afiliara al de la rama, al mismo que la que resulte de la aplicación de una nueva norma,
eventualidad que no prohíbe ni tampoco obstruye la ley 18.566, y situación que es distinta a la que estamos examinando en la cual se
negociara con el empleador un convenio colectivo de empresa, el
mismo es válido aunque en lo que establezca condiciones inferiores al
convenio pactado por el sindicato de rama para el sector de actividad,
se aplicará este último. Se ha dicho que esta norma revela la sospecha
del legislador de que los convenios de empresa pueden ser el resultado

305
produciría la reanudación de la aplicación de una norma anterior por Análisis crítico sobre la configuración
cumplimiento del plazo de vigencia pactado para la norma cuyo nivel técnico jurídica de las cuotas de
de protección superaba al de la norma anterior, y que es precisamente
la norma que dejará de aplicarse. solidaridad en la experiencia argentina
Juan Pablo Mugnolo
Doctor en Derecho Universidad de Granada-España
17. El art. 17 de la Ley 18.566 reconoce la libertad de las partes para
Prof. Univ. De Buenos Aires y Univ. San Andrés
pactar los plazos de vigencia de los convenios colectivos, y sólo para
el caso de que no lo hagan, establece el régimen aplicable. La solución
legal que se aplica a falta de acuerdo de partes en contrario, se I.Caracterizacióntécnico jurídica de las cuotas
inclina claramente por la ultra actividad de los convenios colectivos de solidaridad.
al disponer que estos acuerdos se seguirán aplicando hasta que sean Las cuotas de solidaridad, así denominadas en la Argentina, son pagos
sustituidos por otro posterior. a favor del sindicato que se imponen desde la negociación colectiva a
Esta norma que fue denunciada por las Cámaras empresariales todos los trabajadores involucrados dentro del ámbito de aplicación
uruguayas de Industria y de Comercio y Servicios, ante el Comité del convenio colectivo acordado.
Libertad Sindical fue observada por este organismo que se ha En una primera aproximación, podría emparentarse las cuotas de
pronunciado cuestionando el procedimiento para dictar la norma pero solidaridad con el tipo de cláusula de seguridad sindical denominada
no su contenido. En efecto, el Comité observó al gobierno uruguayo agency shop dado que responden al reconocimiento de una gestión
porque, según estima, no se agotaron las instancias de negociación en sindical (la negociación y administración del convenio colectivo)
procura de una solución acordada en este tema, y lo exhortó a modificar la cual de algún modo las explica y justifica. La familiaridad de las
la ley en función de una solución que contara con la conformidad de las cuotas de solidaridad con las agency shop reside en el objetivo que las
dos partes sociales. Los empleadores por su parte han señalado que justifica, ello es, una marcada decisión por fortalecer al sindicato que
de no modificar esta norma la continuidad de la negociación colectiva negocia colectivamente (al que ostenta dicha capacidad y aptitud) por
sería perjudicada, y la celebración de convenios colectivos disminuida, sobre el resto de los gremios existentes .
por la existencia de esta disposición que determina que las obligaciones
Las cuotas de solidaridad guardan también similitud con las due
no tengan plazo fijado.
fee o service fee contract, aunque en este caso el pago impuesto
desde el convenio colectivo se vincula más estrechamente con el
18. Concretamente, el Comité de Libertad Sindical recordó al hecho del gasto producido por motivo de la negociación colectiva
gobierno uruguayo que “… la duración de los convenios colectivos y por ello, su funcionalidad se explica enintentar cubrir los costos
es una materia que en primer término corresponde a las partes cuantificables que haya insumido tan solo dicho proceso negocial.
concernidas, pero si el gobierno considera una intervención sobre Caso paradigmático resulta ser el de la regulación española que, en el
este tema, toda modificación legislativa debería reflejar un acuerdo artículo 11 de la LOLS,prevé que el “canon de negociación” se cubre tras
tripartito. … En estas condiciones, teniendo en cuenta que las el establecimiento de aportes a los afiliados y no afiliados al sindicato
organizaciones querellantes han expresado su desacuerdo con toda que negoció en ese ámbito. Ahora bien, no obstante la mentada
idea de ultraactividad automática de los convenios colectivos, el regulación heterónoma, cabe destacar que el Tribunal Constitucional
Comité invita al Gobierno a que discuta con los interlocutores sociales Español (S. 98/1985, del 29 de julio) sostuvo que para que se haga
la modificación de la legislación a efectos de encontrar una solución efectivo el establecimiento del canon de negociación debe coincidir la
aceptable para ambas partes.” manifestación expresa y por escrito de cada trabajador, sin que pueda
presumirse en forma alguna, y que la cuantía de la aportación quede
Consideramos que, como lo señalara BARBAGELATA, parece
vinculada a los costos reales de la negociación .
excesivo plantear que debe lograrse un acuerdo tripartito para dictar
una ley debiendo reputarse suficiente el intento serio de lograrlo. Ambos argumentos mencionados, tanto el fortalecimiento económico
De hecho ante la respuesta de las autoridades de la administración del sindicato con aptitud negocial (tesis amplia) como el garantizar la
de trabajo dirigida en este sentido, el Comité no ha profundizado su cobertura de los gastos de negociación (tesis restrictiva) , mayormente
intervención respecto de esta observación. Además en el documento basan la justificación funcional de las cláusulas de solidaridad en
de Asistencia Técnica producido por la Oficina de la OIT en 2017, “los beneficios” que obtiene el trabajador (sobre todo el no afiliado
se expresa en relación a las propuestas del gobierno y del sector al sindicato que negocia). Ello pareciera generar una necesaria
empleador que acompañaron la solicitud de dicha Asistencia contrapartida, un “reconocimiento”, porparte de dichos trabajadores
efectuada tripartitamente por los interlocutores sociales de nuestro para con la organización sindical negociadora. Tal lógica argumental
país, lo siguiente: “La oficina entiende que i) la propuesta del Gobierno no resulta del todo consistente pues cabe preguntarse qué ocurriría
consistente en reconocer una plena autonomía a las partes en materia de en caso que el sindicato por razones de coyuntura o por estrategia
regulación de una eventual ultraactividad de los convenios colectivos, negocial concluyese una negociación en la cual menguaran algunos
supondría una revisión del artículo 17 de la ley 18.566, eliminándose beneficios previamente obtenidos.
la ultraactividad como regla general en ausencia de voluntad contraria Dada la endeblez del constructo jurídico argumental que sostiene la
de las partes; ii) la propuesta del sector empleador, consistente en no figura “cuota de solidaridad”, se hace imperioso efectuar un aporte
prever ninguna disposición explícita sobre la ultraactividad, podría ser crítico que evalúe las fortalezas y debilidades de dicha construcción.
entendida como un reconocimiento implícito de la autonomía de las Y es que tales fortalezas y/o debilidades afectarán en alguna medida
partes en esta materia”. el financiamiento sindical autónomo con eventuales consecuencias
Y concluye la Oficina esta parte de su respuesta al requerimiento de sobre el sistema de relaciones colectivas del trabajo. Todo ello en
Asistencia Técnica aclarando que “Si las constataciones anteriores son el entendimiento que el rol del sindicato como administrador del
correctas, observa que ambas propuestas parecerían cumplir con los conflicto socio laboralimpone garantizar su suficiente financiamiento.
convenios ratificados por Uruguay”.
II.Las cuotas de solidaridad en la experiencia
18 de agosto de 2019, Montevideo, Uruguay argentina.
El financiamiento de la actividad sindical en la Argentina encuentra
fundamento normativo en el art. 37 de la ley 23.551 de Asociaciones
Sindicales, que en su inc. b) refiere a las “contribuciones de solidaridad”
que se pacten en los convenios colectivos.
Ello es reforzado por el art. 9 de la ley 14250 de negociación colectiva
para el sector privado el cual posibilita la incorporación de cláusulas
que establezcan contribuciones a favor de la asociación sindical
negociadora por parte de trabajadores- afiliados como para no afiliados
- incluidos en el ámbito de la convención colectiva de trabajo . Dicha
habilitación, en palabras de Caparrós, constituye un verdadero yerro
de técnica legislativa pues no existe acuerdo convencional alguno

306
que pueda dar nacimiento a una “contribución de solidaridad” en el aclaración) dado que analizaré a continuación una sentencia que se
marco de la citada ley pues los convenios colectivos allí reglados son dicta en los EEUU en el marco del empleo público y en tanto insumo
los celebrados entre “una asociación profesional de empleadores, un argumental no se aplicará sino al sector privado en la argentina pues,
empleador o un grupo de empleadores, y una asociación sindical de como acabo de soslayar, en el sector público no existen las cuotas de
trabajadores con personería gremial”no estando prevista la directa solidaridad.
intervención de los trabajadores en el proceso negocial. En la misma
línea de análisis, el mandato conferido por los trabajadores y las
trabajadoras impide a la asociación sindical representativa realizar un III.Apelación instrumental a una nueva perspectiva
pacto en doble carácter (propio y ajeno) en su beneficio . de análisis tras el cambio de paradigma en la
Jurisprudencia de la Suprema Corte de los Estados
En el marco de mentada la tesis restrictiva (contraprestación por gastos Unidos.
de negociación) si se tratase a tales contribuciones como un”canon de
negociación” podría pues estar incluidas en el convenio colectivodado La incorporación alanálisis de la sentencia de la Corte Suprema de los
que es función de su gestación que las mismas se originan. Pero en EE.UU. en el caso Janus v. AFCME merece una aclaración para que no
cambio, si las cuotas de solidaridad se entienden destinadas al sea interpretada como un error en la técnica de derecho comparado. He
sostenimiento de la actividad sindical más allá de la propia negociación optado por recurrir a la sentencia de referencia pues, tratándose de un
convencional, dado que las cláusulas de solidaridad constituyen Encuentro Académico Continental Americano,dicha jurisprudenciase
un negocio entre cada trabajador no afiliado y el sindicato, para constata como la más radicalen su contenido dado que no solo
perfeccionarse necesitaría el consentimiento de ambos. Hete aquí lo modifica su precedente de más de 40 años sino que además agrega
conflictivo pues el consentimiento del trabajador “no está” en tanto ni un eje analítico nuevo en el debate sobre las cuotas de solidaridad: la
el empleador ni el sindicato lo representan a tales efectos . confrontación de derechos políticos constitucionalmente garantizados
frente a un instrumento juridificado más propio de la sistémica de las
Así pues,en lo que a la caracterización técnico jurídica de las cuotas relaciones laborales .
de solidaridad respecta, siendo que en el ordenamiento argentinono
se hace referencia al monto del gasto de negociación lo cual impide En la sentencia del Corte Suprema de los EEUU, Mark Janus,
considerar pagos por canon de negociación, y del mismo modo y por los trabajador estatal de Illinois no afiliado a la American Federation
argumentos ya expuestos, tampoco existe la posibilidad de considerar of State, Country and Municipal Employes(AFSCME), impugnó el
las cuotas como producto de una “gestión de negocios” , cabe concluir pago compulsivo de cuotas de solidaridad (agency fees) impuestas
que la existencia de las cuotas de solidaridad y su fundamento jurídico con destino al sindicato en ocasión de la negociación colectiva
responden,tal como lo señala Caparrós, a una imposición de cotización argumentando que dicha imposición de viola la Primera Enmienda a la
habilitada por ley . Constitución de los EE.UU. al obligarlo a sostener económicamente a
una agrupación a la cual él no ha manifestado voluntad de pertenecer.
La aceptación de las cuotas de solidaridad encuentra argumento El caso llega a la Suprema Corte de Estados Unidos la que resuelve el
- más allá de su funcionalidad en el marco del sistema de relaciones 27 de junio de 2018 favorablemente el reclamo de Mark Janus.
laborales - en una sentencia lejana en el tiempo (“Potenze, Pablo
Luciano c/ Federación de Empleados de Comercio” - Fallos: 282:269, Resulta muy significativo el caso pues el Máximo Tribunal se aparta
1972) en la cual la Corte Suprema de Justicia de la Nación se expidió del stare decisis y modifica el precedente Abood v. Detroit Board of
sobre su validez basándose en el carácter “sinalagmático” del convenio Education (1977)mediante el cual se sentó la doctrina que se mantuvo
colectivo y la consecuente imposibilidad de alterar las relaciones de vigente durante más de 40 años. En el mentado caso Abood, un
equilibrio que se producen entre las diversas clausulas convencionales maestro de Detroit (Louis Abood) también se había opuesto a pagar
y sus contenidos . cuotas de solidaridad (agency fees) al sindicato con el que discrepaba
políticamente, aunque en aquella oportunidad el Máximo Tribunal
En la misma sentencia se sostuvo que “[l]a libertad sindical no aparece rechazó la impugnación y estableció que los sindicatos podían
amenazada puesto que los afiliados deben abonar además de la cuota obligar a los trabajadores no afiliados al sindicato a pagar cuotas de
solidaria la cuota sindical” lo cual entiendo resulta cuestionable. En solidaridad como contrapartida de la negociación colectiva. Los
primer término, cabe preguntarse si podría afirmarse sin más que argumentos sostenidos por entonces en el caso Abood para sostener
resulta indemne el principio de libertad sindical ante la imposición de la legalidad de los agency fees giraron en torno a la compensación por
contribuciones destinadas a una asociación a la que el trabajador decidió la gestión negocial y sobre todo a los mejores beneficios obtenidos en
no afiliarse.En segundo término, en clave argentina, corresponde ella. Nada nuevo si lo analizamos con argentinos ojos. Sin embargo,
afirmar que sí, que se produce una afectación de la libertad sindical aparece también otro argumento interesante que postula que las
de aquel trabajador afiliado al sindicato menos representativo (Simple agency fees coadyuvan al mantenimiento de la paz social, ante lo
Inscripción) el cual carece de capacidad para negociar colectivamente cual, su funcionalidad no puede soslayarse. En su inteligencia, la
al cual se le impone una contribución obligatoria para financiar al Corte sostiene que las agency fees garantizan la consolidación de una
sindicato al cual no solo no se ha afiliado sino que es con el cual se única representación sindical (clase) evitando así rivalidades entre
disputa la representación del interés colectivo. Dicha situación se sindicatos que potenciarían la conflictividad en el marco de la gestión
complejiza tras la anómala configuración dada por la legislación en pública estatal. En mis palabras, las agency fees tributaban según lo
materia de negociación colectiva al establecer la ultraactividad de entendía el Máximo Tribunal, a la unidad sindical en torno al sindicato
“todas las cláusulas” de los convenios colectivos con plazo de vigencia más representativo y/o al desestimulo de la pluralidad sindical en pos
vencido . de garantizar una negociación colectiva lo menos conflictiva posible.
Además de los argumentos que surgen de la mentada sentencia En el caso Janus, la impugnación de lasagency fees o cuotas de
“Potenze” resta señalar una última dificultad vinculada con el solidaridad ha sido sustentada básicamente en la vulneración a la
quantum del aporte obligatorio. Y es que sin definir la ley la naturaleza Primera Enmienda a la Constitución de los EE. UU. tras obligar
y el destino de las cuotas de solidaridad, cualquier consideración a los trabajadores no afiliados a pagar cuotas de solidaridad
sobre el montose verá afectada pues no será lo mismo en términos imponiéndolesadherir al discurso sindical (compeled speech) . En
cuantitativos un aporte establecido como canon de negociación de la misma línea, sostuvo la Corte que a fin de preservar la Primera
aquel otro tipo de aporte destinado al financiamiento genérico de la Enmienda también se hace necesario que el trabajador no afiliado
actividad sindical.Dicha dificultad ha motivado distintas acciones consienta personalmente pagar al sindicato negociador.
judiciales que declarando la invalides de las cuotas de solidad en
virtud de su cuantía han obligado el cese de su retención por parte Del mismo modo la Corte Suprema en Janus deconstruye la hipótesis
del empresario o bien directamente ordenar la devolución de aquello de la “gobernanza sociolaboral” del precedente Abood trasrelativizar
retenido . el potencial conflicto que se generaría en el sector público tras
la eliminación de los agency feesutilizando como contraejemplo
Nota aparte requieren las mal llamadas cuotas de solidaridad en argumental la situación que se da en el ámbito Federal donde la ley
el régimen de negociación colectiva de la Administración Publica no permite su implementacióny en la que un sindicato elegido por
Nacional (ley 24.185- art. 13)y que su decreto reglamentario 447/93 mayoría de votos se designa como el representante exclusivo de todos
establece que se trata de “aporte que el empleador específicamente los empleados lo cual no ha afectado el nivel de sindicalización de la
otorgue … a los sindicatos signatarios” excluyendo a aquellos sindicatos fuerza laboral federal.
“que aun constituyendo la Comisión Negociadora no suscriban el
convenio respectivo”. No se trata pues de cuotas de solidaridadsino
que son realmente aportes de la patronal (el Estado empleador) a
los sindicatos lo cual afecta claramente su autonomía y, por si fuera
poco, se realizan bajo la coerción de suscribir el convenio colectivo
para recibir del Estado la suma correspondiente . Vale la mención (y

307
IV.La sombra de Janus y una perspectiva JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA COMO MEIO
complementaria para el análisis de la experiencia DE PREVENÇÃO E SOLUÇÃO EFETIVA DE
argentina.
CONFLITOS TRABALHISTAS: UMA ÓTICA
Como ya he señalado, más allá del cambio jurisprudencial operado
en el caso Janusy de sus eventuales consecuencias en sistema DESAFIADORA
norteamericano de relaciones laborales, tomo dicha sentencia como Flávio Gaspar Salles Vianna,
complemento de interpelación jurídica a la figura cuotas de solidaridad Advogado, juiz aposentado do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª
en la regulación argentina. Região/Campinas – Brasil.
Una primera perspectiva y la más novedosa para la experiencia argentina,
se vincula al conflicto que subyace en el caso Janus entre derechos Uma paz certa é melhor e mais segura do que uma vitória esperada.
políticos constitucionalmente garantizados (libertad de expresión, TitusLivius - História de Roma, X X X, 18.
libertad de asociación, libertad de culto) y las cuotas de solidaridad. Si
bien ya me he manifestado en el punto II sobre el derecho a la libertad
RESUMO
sindicalconstitucionalmente protegido en la argentina,debo señalar de
modo complementario que otros derechos ylibertades constitucionales No Brasil, como em tantos outros países em que o Estado possui
podrían verse agredidos tras la imposición de cuotas de solidaridad. Y uma história de autoritarismo e arbitrariedades, quase sempre não
es que al no estar definido el destino de los fondos y pudiendo ser uno permitindo a plena e livre manifestação das vontades individuais
de ellos el financiamiento sindical en general, un trabajador no afiliado e colocando o império das vicissitudes e idiossincrasias dos entes
podría estar siendo compelido a sostener o financiar a un sindicato que públicos acima de tudo, não é costume a sociedade pensar na solução
involucrase entre las acciones o el discurso posiciones que vayan en dos seus conflitos e problemas por meio do uso dos seus próprios
contra desus creencias (políticas, religiosas, etc. etc.). Tal afectación a instrumentos jurídicos, sem o auxílio ou intervenção do Estado.
las libertades individuales de los trabajadores – indisponibles desde la O presente artigo pretende abordar questões teóricas e práticas
negociación colectiva - constituye un complemento argumental a la ya relativas ao instituto da Jurisdição Voluntária, introduzido à Justiça
manifestada vulneración de la libertad sindical que se produce frente a do Trabalho brasileira pela Reforma trazida pela Lei 13.467/2017. O
los trabajadores no afiliados al sindicato . objetivo é elucidar conceitos básicos sobre o tema, seguindo para
Una segunda perspectiva que se abre ante el caso Janus tributa a “la uma discussão sobre a homologação de acordos extrajudiciais, em
gran falencia” del sistema legal argentino en materia de cuotas de seus aspectos hipotéticos, analíticos, competências e requisitos.
solidaridad. Me refiero a la ausencia de requerimiento de aceptación Também será dada atenção aos efeitos e consequências jurídicas da
personal del trabajador no afiliado a quien nadie representa en la homologação de acordos extrajudiciais, se configuram coisa julgada
negociación y cuyo consentimiento no se hace presente, el cual en la material ou formal, e à possibilidade de serem realizados acordos com
experiencia de los Estados Unidosel falloJanusexige como medida de extinção e quitação irrestrita e ampla de contrato de trabalho, desde
preservación de la Primera Enmienda . Situación que varias décadas queobservados requisitos bastante específicos e não ocorra violação à
atrás y con argumentos relativamente semejantes resolvió el Tribunal lei, fraude, dolo, coação ou constrangimento ilegal.
Constitucional en España, aun cuando en dicho país la ley considera O tema apresenta a possibilidade de múltiplas controvérsias. Qualquer
tales aporte como un mero canon de negociación . tentativa de esgotamento do assunto ou de uma conclusão definitiva
Una tercera y última perspectiva que habilita el fallo Janus es seria, além de pretensiosa, uma aventura açodada e precipitada.
aquella que desestima uno de los argumentos fundamentales de su Contudo se mostra possível uma reflexão ampla e crítica do novo
antecedente Abood (1977): la gobernanza de las relaciones laborales instituto, com destaque a experiências práticas, consequências no
basada en la consolidación de una única representación sindical a la mundo jurídico e ressalvas com o fim de se evitar o tanto o seu total
cual la imposición de agency fees tributaba. En la argentina, la existencia descrédito quanto o entusiasmo exacerbado, como se fosse a panaceia
de un modelo de sindicato único impuesto por ley y habilitado por el para toda e qualquer controvérsia entre patrão e empregado.
Estado convierte en redundante todo instrumental que tienda a la
unificación sindical del sujeto negocial proveniente desde la autonomía
colectiva. Más aún, ese objetivo de unificación sindical que en otros
sistemas explicaría la imposición de aportes en favor del sindicato más
representativo,en el caso argentinopotencia el patológico monopolio
sindical tras aumentar aún más las prerrogativas exclusivas que
ostenta el sindicato más representativoen clara violación del principio
de libertad sindical constitucionalmente garantizado .
En análisis crítico que se ensaya en el presente trabajo procura llamar
la atención sobre la endeblez y falta de sofisticación jurídica sobre el
cual se sostiene la pervivencia de las cuotas de solidaridad. Ello así,
en el entendimiento que su eventual afectación habrá de repercutir
negativamente sobre el sistema de relaciones laborales en la Argentina.

308
ULTRACTIVIDAD Y EFECTOSDEL CONVENIO II. OBSERVACIONES DE LA OIT A LA LEY 18.566
COLECTIVO En el año 2009, las organizaciones de empleadores de Uruguay,
Dr. Nelson Larrañaga Zeni apoyadas por la Organización Internacional de Empleadores,
presentaron una Queja contra el gobierno, ante el Comité de Libertad
Sindical.
I. LEY 18.566: INCONFORMIDADCON LA CONSTITUCIÓN Y En esta Queja se denunciaron varios incumplimientos de la Ley 18.566
CONVENIOS al Convenio núm. 98 de la OIT. Se abrió el caso núm. 2699, donde
La Ley 18.566 sobre negociación colectiva, contiene varias normas se produjo un dictamen del Comité en marzo de 2010. Este dictamen
inconstitucionales. Además, dicha Ley incumple los Convenios de la realiza nueve recomendaciones al gobierno de Uruguay para que
OIT, núms. 98 y 154, ambos ratificados por Uruguay. modifique esta norma en varios aspectos que confrontan con dicho
La inconstitucionalidadconsiste en la vulneración de la libertad de Convenio.
negociación que tienen los trabajadores y los empleadores y sus El gobierno de Uruguay no ha cumplido estas recomendaciones, pese
organizaciones gremiales o asociaciones laborales de hecho, y la a que ya han transcurrido más de nueve años. Esto motivó que en la
libertad de negociar y acordar las cláusulas que las partes estimen Conferencia de la OIT de junio de 2019, el caso Uruguay fuera incluido
adecuadas. en la llamada lista chica de 24 casos, que fueron analizados por la
Nuestra Constitución es liberal y reconoce la libertad en todas Comisión de Aplicación de Normas de la Conferencia. El informe de la
sus dimensiones. Esto, en el ámbito de las relaciones colectivas, se Comisión, insta a Uruguay a dar cumplimiento a las recomendaciones
materializa en la libertad de negociar condiciones de trabajo y de y a enviar un proyecto de ley antes del 1º de noviembre de 2019.
pactar las cláusulas de un convenio colectivo, sin perjuicio de respetar El autor de esta ponencia presentó un proyecto de ley en el Parlamento,
los salarios mínimos obligatorios . a través de dos diputados nacionales, en marzo de 2017. Este proyecto
El derecho de asociación gremial de los empleadores y de los modifica la Ley 18.566 en todos los aspectos recomendados por el
trabajadores reconocido en la Constitución, incluye un derecho Comité de Libertad Sindical, e incluye otros ajustes a la norma que si
inmanente a la negociación para la mejor defensa sus respectivos bien no fueron incluidos en la Queja, son necesarios para cumplir en
intereses, ya que el mismo es una de las razones de su creación . forma integral con el Convenio núm. 98. Este proyecto fue enviado al
ámbito de negociación tripartita que se instaló con posterioridad a la
Este derecho a negociar tiene que ser libre. Está en la naturaleza Conferencia, y aún no he recibido respuesta.
iusnaturalista de nuestra Constitución el reconocer derechos
preexistentes. Este derecho no puede ser interferido por la ley, salvo Entre los varios puntos que analiza el proyecto y se proponen
que exista una razón muy fundada de defensa del interés general . modificaciones a la Ley 18.566, refieren a la vigencia y los efectos del
convenio colectivo. En esta ponencia iré desarrollando la regulación
No hay ninguna razón de interés general para limitar esta libertad de actual y cuáles serían los ajustes que es necesario realizar para cumplir
negociación. Es más, la sociedad tiene interés en que se garantice esta con el dictamen del Comité de Libertad Sindical y en forma total con
libertad de aumentar salarios por encima de los mínimos y acordar el Convenio núm.98.
otras condiciones de trabajo, mediante una negociación bipartita libre
entre empleadores y trabajadores, sin participación del gobierno.
El único interés general que debe defender el gobierno es que se fije un III. ULTR ACTIVIDAD DEL CONVENIO COLECTIVO
salario mínimo. Luego de establecido, es tarea de las organizaciones u 1. Régimen actual y estado de la cuestión antes de la norma
asociaciones de hecho laborales, negociar un salario superior y otras El inciso final del artículo 17 de la Ley 18.566 establece:
condiciones de trabajo en forma bipartita.
“El convenio colectivo cuyo término estuviese vencido, mantendrá la
La Ley 18.566, si bien al principio pregona la libertad de negociación plena vigencia de todas sus cláusulas hasta que un nuevo acuerdo lo
, luego la cercena con severidad. Consagra una negociación colectiva sustituya, salvo que las partes hubiesen acordado lo contrario”.
tripartita obligatoria (actores sociales y gobierno), donde se obliga a
los actores sociales a negociar en ese ámbito, condiciones de trabajo y La norma consagra la ultractividad del convenio colectivo como
relaciones entre las organizaciones, que son típicas de la negociación regla. Se establece que el convenio colectivo cuyo plazo esté vencido,
bipartita (aumentos de salarios por encima de los mínimos, licencia continúa vigente hasta que un nuevo convenio lo sustituya. Las partes
sindical, licencias especiales) . pueden acordar lo contrario, esto es, la extinción del convenio al
finalizar el plazo.
Si no hay acuerdo en estos temas, el gobierno decide con su voto la
disputa entre las partes, haciendo las veces de árbitro. Esto es contrario Con anterioridad a esta norma, la casi unanimidad de la doctrina
a lo que sostiene la OIT en el sentido de que el arbitraje debe ser laboral y la unanimidad de la jurisprudencia entendía que el convenio
voluntario y el árbitro debe ser elegido por las partes, y no puede estar colectivo se extinguía a la finalización del plazo previsto por las partes,
impuesto en la Ley. Incluso la propia Ley 18.566 promueve el arbitraje no existiendo ninguna clase de ultractividad .
voluntario , y sin embargo, en el ámbito de los Consejos de Salarios, Esto significaba que no existía ninguna vigencia posterior del convenio
instala un arbitraje obligatorio . colectivo al vencimiento del plazo previsto. Los beneficios pactados en
El ámbito bipartito para fijar las condiciones de trabajo y las relaciones el convenio colectivo no se incorporaban para siempre al contrato de
entre las organizaciones es el escenario natural que reconocen los trabajo, sino que la vigencia de los mismos estaba ligada a la duración
citados Convenios de la OIT. Tanto el Convenio núm. 98 como el del convenio colectivo que les dio origen.
Convenio núm. 154, claramente establecen que de regla la negociación En mi opinión, la negociación colectiva está emparentada con la
colectiva debe ser bipartita, sin participación del gobierno . Por realidad y por tanto, debe darse la oportunidad a las partes de negociar
lo tanto, claramente la Ley 18.566 contraviene estas reglas de los un nuevo convenio colectivo, luego de extinguirse el anterior por el
Convenios de la OIT. vencimiento del plazo.
Pero además la Ley tiene injerencia en algunos aspectos del convenio El hecho de que la Ley 18.566 haya consagrado la ultractividad
colectivo, que son de competencia exclusiva de las partes en base a su conlleva a que el sujeto empleador o su organización u organizaciones
libertad de negociación constitucional, la que también es reconocida de empleadores, se retraigan en la negociación y no acepten otorgar
por los mencionados Convenios de la OIT. beneficios, que luego se mantendrían pese a extinguirse el convenio.
En especial destacamos que en materia de vigencia del convenio, Por tanto, la ultractividad legal preceptiva perjudicaría en última
consagra la ultractividad como regla, esto es, que el convenio continúe instancia a los trabajadores.
vigente hasta que lo sustituya otro convenio. Esto contraviene La ultractividad implica la congelación en el tiempo del contenido del
la libertad constitucional de negociar y acordar las cláusulas que convenio colectivo anterior, dejando de rehenes a las partes o a alguna
estimen las partes. Es inconstitucional que exista una imposición legal de ellas, pudiendo darse el caso de que uno de los sujetos pactantes,
estableciendo una regla general de continuidad del convenio, cuando pudiera no estar en condiciones de seguirlo cumpliendo.
esto debe ser resuelto libremente por las partes. Las condiciones que motivaron el convenio anterior pueden no ser las
Respecto de los efectos convenio colectivo, consagra un efecto erga mismas a la fecha de su vencimiento. Incluso puede cambiar alguno de
omnes para todos los empleadores de una rama de actividad, a pesar los sujetos negociadores, ya que con el transcurso del tiempo, podría
de que alguno de ellos no sea miembro de la organización pactante. haber surgido un nuevo sujeto legitimado para negociar, que tiene
Otro ataque severo a la libertad en la medida que esta norma coacciona
a los empleadores a que necesariamente se afilien a la organización
respectiva, con el fin de tener injerencia en los temas a negociar.

309
una mayor representatividad que el que había pactado el convenio colectivo por vencimiento del plazo, es materia de reserva de la
colectivo anterior. autonomía colectiva de las partes, no siendo jurídicamente admisible
2. Observación de la OIT a la ultractividad legal una injerencia de la Ley.
Respecto del inciso final del artículo 17 de la Ley, el Comité de Libertad 3. Propuesta del Proyecto de ley
Sindical (CLS) afirma: Por todo lo anterior, el CLS postula el principio contrario al establecido
“1389. VII. En cuanto a la vigencia de los convenios colectivos y en en la Ley 18.566. El CLS afirma que las partes son las que deben
particular al mantenimiento de la vigencia de todas sus cláusulas del establecer la duración del convenio y solo ellas son las que pueden
convenio cuyo término estuviese vencido hasta que un nuevo acuerdo establecer su renovación o la ultractividad automática al vencimiento
lo sustituya, salvo que las partes hubiesen acordado lo contrario del plazo o hasta la firma de un nuevo convenio colectivo.
(artículo 17, segundo párrafo), el Comité recuerda que “la duración Por esta razón, el artículo 8º del Proyecto de ley a que hicimos mención,
de los convenios colectivos es una materia que en primer término propone una nueva redacción del inciso final del artículo 17. Se parte
corresponde a las partes concernidas, pero si el Gobierno considera del supuesto de que el convenio colectivo se extingue al vencimiento
una acción sobre este tema, toda modificación legislativa debería del plazo, salvo que las partes acuerden su renovación automática o su
reflejar un acuerdo tripartito [véase Recopilación op. cit., párrafo continuidad hasta que un nuevo convenio lo sustituya.
1047]. El texto de la norma proyectada sería el siguiente:
En estas condiciones, teniendo en cuenta que las organizaciones Artículo 8°. (Vigencia).- Sustituyese el inciso final del artículo 17 de la
querellantes han expresado su desacuerdo con toda idea de Ley 18.566, de 11 de septiembre de 2009, por el siguiente:
ultraactividad automática de los convenios colectivos, el Comité
invita al Gobierno a que discuta con los interlocutores sociales la “El convenio colectivo se extinguirá al vencimiento del plazo, salvo que
modificación de la legislación a efectos de encontrar una solución las partes acuerden su renovación automática o que continúe vigente
aceptable para ambas partes”. hasta que un nuevo convenio lo sustituya”.

El CLS observó esta ultractividad legal automática en el entendido


que la duración de los convenios colectivos es un tema exclusivo de IV. EFECTO SUBJETIVO DEL CONVENIO COLECTIVO
las partes. 1. Regulación actual
Esta posición del CLS es la que recoge la Recomendación núm. 91 La Ley 18.566 en su artículo 16, establece:
sobre los contratos colectivos, 1951.
“El convenio colectivo por sector de actividad celebrado por las
Esta Recomendación establece el principio general de que la organizaciones más representativas es de aplicación obligatoria
duración de los convenios colectivos es de reserva exclusiva de las para todos los empleadores y trabajadores del nivel de negociación
partes, pudiendo éstas modificar o anular sus cláusulas antes de su respectivo, una vez que sea registrado y publicado por el Poder
vencimiento. En forma subsidiaria, la legislación podrá establecer un Ejecutivo”.
período mínimo de duración del convenio colectivo como un marco de
La norma establece que un convenio colectivo cuyo alcance sea para
referencia, que podrán dejar de lado las partes .
todo un sector de actividad, y fuera negociado y suscrito por las
Esta ultractividad automática del convenio colectivo impuesta por la organizaciones de empleadores y de trabajadores más representativas,
Ley 18.566, es contraria a la regla de derecho contractual civil, que tendrá efectos sobre todos los empleadores y trabajadores del nivel de
consagra la autonomía de la voluntad de las partes en la regulación negociación respectivo, una vez que sea registrado y publicado por el
del contenido del contrato . Esta regla general es aplicable al convenio Poder Ejecutivo.
colectivo en tanto tiene una naturaleza sustancialmente contractual,
Esta disposición cambia la regla actual pacíficamente aceptada que el
con algunas particularidades respecto del contrato civil clásico .
convenio colectivo del lado de los empleadores, sólo alcanzaba a las
Debe destacarse que la autonomía de la voluntad es una expresión de empresas afiliadas a la Cámara o Asociación pactante .
la libertad de las acciones privadas consagrada en el artículo 7º de la
En la esfera de los empleadores, la regla era la no extensión erga omnes
Constitución, y es un derecho inherente a la personalidad humana,
del convenio colectivo. La única excepción la constituían los convenios
conforme al artículo 72 de la misma .
suscritos por mayoría por la Liga de la Construcción o entidades
La ultractividad legal también es contraria al derecho de negociación afiliadas, donde sí está previsto el efecto erga omnes (Ley 9.675, art.
colectiva autónoma que consagra el artículo 2º de la propia Ley 18.566. 2º).
Esta norma reconoce que en el ejercicio de su autonomía colectiva, En nuestra opinión, la nueva regla legal no es jurídicamente aceptable
los empleadores u organizaciones de empleadores, por una parte, y porque vulnera la libertad consagrada en el artículo 7º de la
una organización o varias organizaciones de trabajadores, por otra, Constitución. Una de las aplicaciones de la libertad es la libertad de
tienen derecho a adoptar libremente acuerdos sobre las condiciones de contratar, que es básica en cualquier sistema democrático.
trabajo y empleo, y regular sus relaciones recíprocas. La duración del
El convenio colectivo, que tiene una matriz contractual, debería obligar
convenio colectivo y los efectos de su extinción es un tema de reserva
exclusivamente a las empresas afiliadas a las entidades pactantes.
exclusiva de las partes, sin intervención de la Ley.
Este es el principio general que surge de los artículos 1291 y 1293 del
Y la ultractividad legal también es contraria al principio de buena fe.
Código Civil, que disponen que los contratos obligan a las partes y
Este principio es recogido con carácter general en el artículo 1291 del
sus efectos no se extienden a los terceros. Así también lo establece la
Código Civil: “Los contratos legalmente celebrados forman una regla a
Recomendación núm. 91 sobre contratos colectivos (1951), Capítulo
la cual deben someterse las partes como a la ley misma”.
III, 3:“1) Todo contrato colectivo debería obligar a sus firmantes, así
Este principio de buena fe es reconocido para los convenios colectivos, como a las personas en cuyo nombre se celebre el contrato”.
por el artículo 4º de la Ley 18.566. Esta norma consagra el deber de
En base al principio amplio de libertad sindical consagrado en
negociar de buena fe. Entonces, son las partes las que libremente
el Convenio de la OIT núm. 87, las empresas no afiliadas a la
negocian las condiciones, y entre ellas, la duración del convenio, sin
organización empresarial pactante, libremente deberían poder decidir
interferencias de la Ley que obstaculicen la negociación.
si adhieren al convenio o formar una coalición de hecho para negociar
Por lo tanto, hay fundadas razones constitucionales y legales que otro convenio colectivo más acorde a sus realidades. Pero esto no fue
conducen a la necesaria modificación del inciso final del artículo 17 lo que estableció la Ley 18.566 como ya expresamos .
de la Ley, para atender, en particular, la recomendación del CLS y lo
Este punto no fue incluido en la Queja de los empleadores del año
dispuesto en el ordenamiento jurídico nacional, tanto en general para
2009 ante la OIT. Por este motivo, no fue objeto de comentario. En mi
los contratos, como particular para la negociación colectiva.
opinión, la norma debe ser modificada y consagrar un efecto subjetivo
Debe destacarse que en algunos de los convenios colectivos que se del lado de los empleadores, limitado a los afiliados de la organización
acordaron luego de la vigencia de la Ley 18.566, las partes regularon pactante del convenio colectivo.
el tema de la ultractividad del convenio. En general, y salvo lo relativo
Hacemos notar que ni siquiera la norma tuvo en cuenta lo dispuesto
a los ajustes salariales que tenían su propia fecha de vencimiento, las
en la Recomendación núm. 91 sobre los contratos colectivos, 1951,
partes dispusieron que, o bien todos los beneficios se extinguían a la
que prevé que previamente a la extensión del convenio colectivo, se
finalización del convenio o que algunos de ellos tuvieran el carácter de
dé la oportunidad a los empleadores y a los trabajadores que no están
permanentes, sin estar sujetos a las vicisitudes del arco temporal del
convenio.
Esto reafirma la posición del CLS y de la doctrina y jurisprudencia
nacional, de que el tema de los efectos de la extinción del convenio

310
negociando y que van a estar alcanzados por el mismo, de presentar Se garantiza que cualquiera de los sujetos pactantes del convenio
previamente sus observaciones . colectivo puede solicitar al Ministerio de Trabajo y Seguridad Social,
En el Proyecto de ley que presenté, se prevé la posibilidad de que los el registro del mismo y que éste lo comunique al Diario Oficial a los
empleadores y los trabajadores a los que se les extenderá el convenio efectos de su publicación.
colectivo por efecto de la Ley, puedan informarse y presentar En este punto se cumple con lo dispuesto en la Recomendación núm.
comentarios o sugerencias a los respectivos sujetos negociadores 91 sobre los contratos colectivos, 1951, en el sentido de que la solicitud
sobre los temas que están siendo objeto de negociación. de extensión del contrato colectivo puede formularse por una o varias
En cuanto al efecto erga omnes respecto de los trabajadores, antes organizaciones de trabajadores o de empleadores que sean parte en el
de la Ley 18.566, era admitido por una parte de la doctrina, y por la mismo .
unanimidad de la jurisprudencia. Por tanto, en este aspecto la Ley no Con el fin de atender la recomendación del CLS, se establece que en el
innova, aunque este efecto debió darse con carácter general para todo trámite de registro y publicación, el Ministerio de Trabajo y Seguridad
convenio colectivo, y no solo al celebrado para un sector de actividad Social solo podrá controlar que en el convenio colectivo respectivo,
por la organización de trabajadores más representativa. los salarios mínimos por categorías y su actualización, por lo menos
Se entiende que en este caso, hay un colectivo de trabajadores igualen a lo que se hubiere fijado o establecido previamente en el
que están en una misma situación laboral, que tienen un interés Consejo de Salarios del respectivo grupo o subgrupo de actividad.
colectivo, cuya tutela es asumida por la organización sindical o por También dicho Ministerio controlará que en el convenio colectivo
representantes designados por los propios trabajadores, según el caso. estén determinadas las partes, el ámbito de aplicación y la duración
Esta representación del colectivo de trabajadores trasciende al hecho del mismo.
de si los trabajadores son o no afiliados a la entidad que los representa .
En mi opinión, este efecto erga omnes del convenio colectivo V. CONCLUSIÓN
respecto de los trabajadores tiene como premisa que la organización El gobierno uruguayo tiene el fuerte compromiso de cumplir con las
sindical cumpla con una regla democrática esencial, cual es, la observaciones de la OIT. Esto se tiene que materializar mediante el
información sobre los avances de la negociación y la consulta previa envío al Parlamento, de un proyecto de ley antes del 1º de noviembre
sobre las propuestas realizadas, a todos los trabajadores que van a ser de 2019.
alcanzados por el convenio, sean o no afiliados al sindicato.
Hay ocho recomendaciones y media sobre nueve hechas por el CLS, que
En definitiva, se tiene que cumplir con la obligación de buena fe, que hace más de nueve años que no están cumplidas. Siete y media de ellas
rige para todos los representantes de colectivos, ya sea de trabajadores refieren a incumplimientos de los Convenios 98 y 154 de la OIT por
o de empleadores. La Ley 18.566 reconoce este principio, con el parte de la Ley 18.566, y la octava se relaciona con el incumplimiento
siguiente texto: del Convenio 87 sobre libertad sindical (no aseguramiento de la
“Artículo 4º (Deber de negociar de buena fe).-En toda negociación libertad de trabajo y de empresa en caso de ocupaciones y piquetes
colectiva las partes conferirán a sus negociadores respectivos el laborales).
mandato necesario para conducir y concluir las negociaciones a Urge que se garantice la negociación colectiva bipartita de las
reserva de cualquier disposición relativa a consultas en el seno de condiciones de trabajo, sin participación alguna del gobierno, tal como
sus respectivas organizaciones. En cualquier caso, deberán fundar lo establecen los Convenios 98 y 154 de la OIT.
suficientemente las posiciones que asuman en la negociación” .
En particular, también debe modificarse la ultractividad legal,
Por tanto, los negociadores tienen facultades para negociar, pero consagrando el principio general de la no vigencia del convenio una vez
siempre tienen que informar en todo tiempo de los contenidos de las vencido plazo, salvo que las partes acuerden lo contrario.
negociaciones que llevan a cabo. Su poder es relativo y no absoluto: no
puede decidir por sí y ante sí sin consultar a sus representados. Deberían realizarse modificaciones en lo que refiere al efecto erga
omnes respecto del empleador y garantizarse la posibilidad de hacer
El resultado de lo que finalmente se negocie tiene que tener una amplia comentarios/sugerencias a quienes no estén participando de la
base de consenso a la interna de cada organización pactante, bajo pena negociación, y sin embargo, se le extenderán los efectos del convenio
de incurrir en responsabilidad por indebido desempeño de su encargo, acordado entre las organizaciones más representativas.
y de resistencias hacia lo acordado.
Si bien no compartimos este efecto erga omnes respecto del empleador,
De ahí entonces la importancia de llevar a la práctica este principio de al menos, si se lo quiere mantener, debería darse participación a las
buena fe en la negociación colectiva. Esta negociación no es cuestión de empresas no afiliadas y a los trabajadores no afiliados a presentar
minorías y de unos pocos enterados. La democracia gremial es esencial sus respectivas plataformas y su visión crítica sobre lo que se está
para que los acuerdos tengan consensos legítimos y así favorezcan su negociando.
total cumplimiento.
En cuanto al efecto erga omnes respecto de los trabajadores, se puede
2. Observación del CLS sobre los efectos del convenio aceptar siempre que los negociadores cumple en forma integral el
Con referencia al art. 16 de la Ley 18.566, el CLS afirma: principio de buena fe reconocido en el artículo 4º de la Ley 18.566
“1389. VI. en cuanto a los efectos del convenio colectivo y en particular (también aplicable a los negociaciones de los empleadores). Siempre
que el convenio colectivo por sector de actividad celebrado por las deben consultar a todos sus representados, que son los trabajadores
organizaciones más representativas es de aplicación obligatoria en general que van a ser alcanzados por el convenio colectivo, sean o
para todos los empleadores y trabajadores del nivel de negociación no afiliados al sindicato.
respectivo una vez que sea registrado y publicado por el Poder Se deberían realizar asambleas abiertas para todos los trabajadores
Ejecutivo (artículo 16), el Comité teniendo en cuenta la preocupación con un quórum mínimo, y donde se adopten decisiones democráticas,
manifestada por las organizaciones querellantes, pide al Gobierno que exigiéndose mayorías especiales. El efecto erga omnes es muy
se asegure que en dicho trámite de registro y publicación del convenio trascedente como para que el proyecto de acuerdo final sea aprobado
colectivo sólo se realice el control de cumplimiento de los mínimos en secretismo por los negociadores y un minúsculo grupo de allegados
legales y de cuestiones de forma, como por ejemplo la determinación al poder.
de las partes y destinatarios del convenio con suficiente precisión y la La democracia que debe imperar en toda organización, exige apertura,
duración del mismo”. transparencia, y el más amplio flujo de información, y con decisiones
El CLS se hace eco de una observación de los empleadores en el sentido adoptadas con los más amplios consensos posibles.
de que una vez firmado el convenio colectivo, y sometido a registro
y publicación, no se hagan observaciones o controles de legalidad
exhaustivos, que determinen una traba su inscripción.
El CLS afirma que en este trámite de registro y publicación, la autoridad
solo puede realizar el control del cumplimiento de los mínimos legales,
y cuestiones de forma, como por ejemplo, quienes son las partes del
convenio, el alcance subjetivo y la duración del mismo.
3. Propuesta del Proyecto
El Proyecto recoge esta recomendación del CLS. Se conserva el requisito
del registro y publicación por parte del Poder Ejecutivo, estableciendo
que esta actividad deberá cumplirla en forma preceptiva e inmediata,
con el fin de evitar cualquier intento de actuación discrecional.

311
LA EFICACIA DEL DERECHO DEL TRABAJO 3.LA NECESIDAD DE UN RETORNO A LOS PRESUPUESTOS
EN LA ECONOMÍA DE PLATAFORMAS. UNA MATERIALES DEL DERECHO DEL TR ABAJO.
APROXIMACIÓN DESDE LA AUTONOMÍA Las referidas expresiones de poder de las plataformas y la dependencia
económica de un número significativo de sus trabajadores constituyen
COLECTIVA DE LAS Y LOS TRABAJADORES fuertes indicios para sostener la necesidad de relevar la dimensión
Juan Pablo Arrué Fonseca material en la apreciación de la laboralidad.
Manuel Guerra Castillo La dificultad del Derecho Individual del Trabajo para extender su
protección a los trabajadores de plataforma radica en su originario
“estrabismo social” que posiciona a la subordinación jurídicacomo
1.CAPITALISMO DE PLATAFORMAS.
noción cardinal -acotada en la ‘modalidad de la prestación’-
Laeconomía digital se havuelto progresiva y sistemáticamente ,apartándose de los fundamentos materiales de la rama jurídica. Con
relevante en el desarrollo del capitalismo del siglo X XI. Se trata del ello,acaba otorgando tutela a quien no la precisa y la negándola a quien
sector de mayor dinamismo en la economía contemporánea(Srnicek, sí la requiere (Ugarte 2011, pp. 30-44), como es precisamente el caso.
2018) , y lasplataformas digitales han devenido en pieza clave para
Siguiendo la tradición del ‘republicanismo laboral norteamericano’, así
esta: un nuevo modelo de negocios sustentado en la extracción y
como a las algunas tendencias jurisprudenciales , Rogerssostiene que
procesamiento de datos que entrega a las empresas un conocimiento
el derecho del trabajo debe aplicarse cuando la dependencia económica
crecientemente detallado sobre el comportamiento de trabajadores y
y el desigual poder de negociación son suficientemente grandes
consumidores, y, con ello, un enorme e inédito poder de control sobre
para que los trabajadores se encuentren bajo riesgo de dominación
el proceso productivo en general. A su vez, la tendencia natural de las
(Rogers2016, p. 500). Siguiendo esta línea, Rahmanapuntaque los
plataformas a la monopolización, no acaba en la dimensión económica,
procesos contemporáneos del mercado pueden conducir a dos clases
sino que aspira a abarcar la totalidad de la vida .
de dominación (Rahman, 2017). La primera es la que denomina
La vocación de poder del Capitalismo de Plataforma trae consigo una dominación estructural: los procesos sociales colocan a grandes
nueva modalidad de externalización productiva que proyecta una grupos de ciudadanos en situación de tener que aceptar condiciones
transformación amplia, profunda y progresiva del trabajo. El desarrollo de trabajo degradantes. Precisamente en su dimensión estructural, las
de sus expresiones en el ámbito laboral plantea importantes desafíos plataformas se sostienen sobre el aprovechamiento de una combinación
para la autonomía colectiva, pues entra en tensión con la dimensión de factores: la conexión en red de grandes masas dispuestas a ofrecer
basal del Derecho del Trabajo: la asimetría de poder. su ‘tiempo infrautilizado’ y tasas significativas de desempleo y
trabajo precario. La segunda clase es la dominación diádica: una de
2. EXPRESIONES DE PODER Y CONTROL EN LAS las partes de la relación tiene un poder desproporcionado, que sitúa a
PLATAFORMAS DIGITALES Y SUS REPERCUSIONES EN EL la contraria a merced de sus caprichos y demandas. Bajo condiciones
DERECHO DEL TR ABAJO. tales, aun cuando la parte poderosa no interfiriera constantemente
en las acciones de la parte débil, su poder para hacerlo relativizaría
Lo cierto es que las plataformas digitales operan con significativos e su libertad. La amenaza de disminución de asignación de encargos
inéditos márgenes de discrecionalidad sobre diversas dimensiones o de desactivación en el trabajo en plataformas constituyen no
de la prestación que se dispensa a través de ellas, trastocando su solo mecanismos de control y modelamiento de la conducta de los
institucionalidad y poniendo en jaque algunos derechos fundamentales. trabajadores, sino un modo de asegurar la viabilidad del negocio.
Así, a modo ejemplar, podemos mencionar las siguientes: Las reglas logarítmicas que asocian comportamientos a sanciones
i)Remuneración:Es variable e incierta. Estásujeta a los cambios e incentivos funcionan como un dispositivo para producir mínimas
unilaterales que realice la plataforma y a la variación que experimente o incluso óptimas condiciones de explotación. Como ha señalado
el sistema de tarifas dinámicas basadas en la oferta y demanda del acertadamente el Juzgado de lo Social N ° 31 de Barcelona , se trata en
servicio. Suele ser inferior a la promesa salarial inicial(Fielbaum y definitiva de un disfrazado -o diríamos, sofisticado- ejercicio del poder
Tirachini, 2018); disciplinario. De ahí la relevancia del criterio del control necesario: no
ii)Jornada de trabajo:No existe la obligación de trabajar en un horario interesa“cuánto control el empresario ejerce, sino cuánto control el
específico, sin embargo, suele ser extensa para quienes les dedican la empresario se reserva el derecho a ejercer” (Todolí2017, p. 79).
mayor parte de su tiempo laboral. Adicionalmente, no se remunera Así pues, el empleador podría limitarse a ejercer el control mínimopara
el tiempo en que los trabajadores se encuentran a disposición de mantener bajo su poder la actividad económica, dejando amplios
la aplicación sin realizar servicios por causas ajenas a su voluntad espacios de ´libertad´ a los trabajadores, sin ´des-laboralizarse´
(jornada pasiva), pese a quesu disponibilidad es parte esencial del por ello la relación jurídica. Incluso, la “amplia libertad” en la
trabajo que requieren las plataformas para funcionar ; forma concreta de la prestación laboral puede ser aprovechada
iii)Despido: Sin formalidad alguna.Las plataformas pueden realizar económicamente por el empresario para ofrecer así un ‘trabajo
una ‘desconexión’ instantánea de un trabajador mediante su bloqueo atractivo’. Contemporáneamente, sin embargo, podríamos incluso
de la aplicaciónsin pago de indemnizaciones. Un ejemplo de ello advertir una inversión de la ecuación: es a través de esa libertad que
es la ‘desconexión’ que Rappi Argentina realizó a 3 trabajadores y el poder tiende a ejercerse. Como apunta Byung-Chul Han, “Hoy el
representantes de la Asociación de Personal de Plataformas (APP) poder adquiere cada vez más una forma permisiva. En su permisividad,
el mismo día en que sostuvieron una reunión sobre condiciones de incluso en su amabilidad, depone su negatividad y se ofrece como
trabajo con la empresa ; libertad”. O bien, a la inversa, “La presente crisis de libertad consiste
en que estamos ante una técnica de poder que no niega o somete la
iv)Control y poder disciplinario:Las plataformas han transformado las
libertad, sino que la explota”(Han 2014, p. 28, 29).
formas de control de la prestación de servicios a través de la tecnología.
Normalmente, implementan un sistema de calificación continua Laposibilidad de rechazo de encargos o la inexistencia de una jornada
a cargo de los pasajeros, quienes “actúan de hecho como mandos laboral obligatoria dejan de constituir, así, auténticos espacios de
medios en la estructura de la plataforma, ya que sus calificaciones libertad para devenir en lo que Žižek denominafantasías ideológicas,
inciden directamente en la continuidad laboral de los conductores” esto es, un mero dispositivo de cinismo: “ellos saben que su idea de
(Rosenblat y Stark, 2016, p. 3.772). De este modo, se crea una suerte Libertad encubre una forma particular de explotación, pero,aun así,
de ‘reputación digital’ que proporciona información a las plataformas continúan en pos de esta idea de Libertad” (Žižek2003, p. 61).
para modelar la conducta de los trabajadoresmediante incentivos o Elcriterio de control necesariociertamente se vincula con el criterio de
sanciones.Así,cuando un trabajador presenta una baja calificación inserción en organización ajena (Montoya, 1998). No es el caso que
o no acepta una cierta cantidad de pedidos/servicios en un tiempo un colectivo se reúna y establezca reglas disciplinarias internas que
determinado, la plataforma lo bloquea temporalmente, le otorga ordenen ciertos incentivos y sanciones para operar en una plataforma
menos ‘pedidos’-lo que le impacta en su remuneración-, o, en el peor virtual. La plataforma es una organización que ha predispuesto
de los casos, lo ‘desconecta’. unilateralmente dichas reglas, a las cuales los trabajadores
Parael desarrollo del servicioes esencial que los trabajadores se simplementeadhieren.
mantengan conectados a la aplicación, proporcionándole a la Con todo, aun cuando los criterios de laboralidad dieran un
plataforma la posibilidad de saber dónde están sus ‘socios’, cuánto se espectacular giro hacia las condiciones materialescomentadas, las
demoran en cada viaje, cuánto tiempo permanecen conectados, etc. victorias judiciales individuales no representarían mecanismos
Así, la supresión de su privacidad constituye un cimiento del esquema
de negocios de las plataformas .

312
significativamente eficaces para el Derecho del Trabajo. diversas clasificaciones sobre las estrategias organizativas que han
Bajo tal contexto a nivel individual, ¿Cuál es el rol del Derecho Colectivo adoptado las y los trabajadores (Rocha 2018; OIT 2018). De estas, nos
en el caso de los trabajadores digitales? Bajo estas condiciones de interesa destacar dos: i) las estrategias de renovación sindical; y ii) la
asimetría, desregulación y atomización,la acción sindical de los creación de cooperativas de trabajadores.
trabajadores digitales resulta especialmente compleja de organizar, 4.1ESTR ATEGIAS DE RENOVACIÓN SINDICAL.
dadasu elevada rotación, “su dispersión y su falta absoluta de identidad Muchas organizaciones sindicales se han puesto al servicio de los
profesional”(Rodríguez 2018, p. 37).La construcción de confianzas trabajadores de plataformas, conjugando la estrategia jurídica
constituye un desafío sustancialmente mayor al que enfrentaron los -mediante el apoyo y cobertura jurídica y sindical a los trabajadores
trabajadores de las empresas fordistas, a lo que se suma la común ante los conflictos laborales- con la autotutela colectiva -mediante la
adhesión de estos al discurso ‘emprendedorista’ pregonado por las afiliación y representación de trabajadores de plataformas a ‘sindicatos
plataformas. profesionales’ y la promoción de mecanismos de coordinación sindical
transnacional-. A modo ejemplar, podemos destacar las siguientes:
4.AUTONOMÍA COLECTIVA Y PLATAFORMAS. EL CASO DE i)IG Metall (Alemania): La Unión Alemana de Trabajadores
CHILE Y EXPERIENCIAS COMPAR ADAS. Metalúrgicos ha promovido la afiliación de trabajadores esporádicos y
Pese a las dificultades apuntadas, la autonomía colectiva ha tenido de plataformas como una estrategia de contrapeso a lo que denominan
una diversidad de expresiones en materia de trabajo de plataformas. “creación consciente de mano de obra barata” (IG Metall 2007, p.
El Informe de la Comisión Mundial sobre el Futuro del Trabajo de la 23). Asimismo, en conjunto con la Cámara de Trabajo de Austria, la
OIT recomienda: “todos los trabajadores –incluidos los autónomos Confederación de Sindicatos de Austria y la Unión sueca Unionen,
y los de la economía informal– y todos los empleadores deben desarrollaron el sitio web FairCrowdWork , que les permite conocer de
disfrutar de libertad sindical y de asociación, y del reconocimiento forma sistematizada las opiniones de los trabajadores de plataformas
efectivo del derecho de negociación colectiva” (OIT 2019, p. 45). sobre sus condiciones de trabajo, con el fin de organizarse para
Esto no debiera sorprendernos, pues la autonomía colectiva y los enfrentarlas colectivamente.
atributos propios de la libertad sindical han sido reconocidos como ii)GMB Union (Reino Unido): La Asociación Sindical General permite
mecanismo de distribución del poder social y principal fuente de la afiliación de cualquier trabajador sin importar su calificación
regulación de las relaciones laborales (Rojas 2016, p. 14-16). Desde jurídica. Adicionalmente, ha disputado judicialmente la clasificación
esta óptica analizaremos sucintamente las condiciones que enfrentan errónea de trabajadores de Uber, logrando en 2016 que 30.000
los trabajadores digitales en Chilepara luego recoger experiencias de conductores de todo el Reino Unido tuvieran acceso a las prestaciones
organización comparadas que puedan servirles de guía. básicas de toda persona empleada, como las vacaciones pagadas, el
A grandes rasgos, en Chile, la preeminencia de la ley como fuente del salario mínimo y las pausas durante el trabajo (OIT 2018, p. 7);
derecho ha generado un modelo con “flexibilidad máxima en el ámbito i)RidersxDerechos (España): Es una agrupación impulsada desde
de las relaciones individuales de trabajo y rigidez extrema en el campo la base por trabajadores digitales con el apoyo de la Intersindical
de las relaciones colectivas” (Rojas 2016, p. 291). En efecto, en las Alternativa de Cataluña. Ha disputado judicialmente la calificación
relaciones colectivas de trabajo, el Estado no se limita a reconocer el como autónomos de trabajadores de Deliveroo y ha logrado, pese a las
pluralismo conflictual que suscita la relación entre trabajo y capital, dificultades materiales, realizar huelgas de repartidores de distintas
sino que interviene a través de la ley para establecer cuáles son las aplicaciones digitales a lo largo del país .
organizaciones sindicales que reconoce y cuál es su marco de acción. ii)ASSIM (Argentina): La Asociación de Motociclistas, Mensajeros y
Así, solamente permite realizar negociaciones colectivas amparadas Cadetes ha promovido la afiliación de trabajadores de plataformas y
por el derecho a fuero laboral y a huelga en la base del sistema ha tomado un rol fundamental en denunciar la precariedad y el grave
productivo: la empresa -entendida, ésta última, como individualidad déficit de medidas de seguridad. Recientemente, consiguieron que
legal determinada vinculada a la persona del empleador -. Rappi, Glovo y PedidosYa fuesen prohibidas -al menos formalmente-
Dado el escaso margen de acción permitido a las organizaciones en la Ciudad de Buenos Aires, hasta que contraten a sus trabajadores y
sindicales, la eficacia de las normas protectoras de las y los cumplan con medidas básicas de salud, seguridad social y vial .
trabajadores reposa principalmente en la ley y la institucionalidad Un desafío común para estetipo de organizaciones, sin importar
laboral establecida por ella: la Inspección del Trabajo y los Tribunales su nivel de desarrollo, será desarrollar “un modelo sindical en que
Laborales de Justicia. En este marco normativo, las y los trabajadores el tipo de empleador o de situación laboral no sean factores que
digitales se ven altamente desafiados(as) respecto de sus posibilidades impidan la afiliación de algunos trabajadores” (OIT 2018, p. 13).
de organización y de reconocimiento como tales, pues solo Según diversas confederaciones sindicales Europeas, esta ‘búsqueda
pueden constituirse formalmente como Sindicato de Trabajadores y experimentación organizativa’ está íntimamente relacionada con
Independientes , sin derecho a desarrollar procesos de negociación uno de los principios fundacionales de la OIT: el trabajo no es una
colectiva tutelados por el fuero laboral y el derecho a huelga. A su vez, mercancía. Así lo expresan en la declaración de Frankfurt de 2016:
no encuentran protección en la Inspección del Trabajo, pues pese a que “este principio fundamentaltiene claras implicaciones para la política,
la institución realiza habitualmente procedimientos de fiscalización incluyendo centralmente la protección del derecho de los trabajadores
y sanción por falta de escrituración de contratos de trabajo, se ha a organizarse […] es tan crucial para una sociedad decente en la ‘era
restado, por ejemplo, de realizar un pronunciamiento respecto de de la información’ como lo fue en la era industrial” (IG Metall 2016).
la laboralidad de conductores de Uber, dejando dicha facultad a los
Tribunales de Justicia . Otro elemento común que configura normalmente estas experiencias
está dado por el nivel de organización sindical. Justamente, una
En materia legislativa, existen actualmente dos Proyectos de Ley condición que favorece la revitalización de la representación colectiva
sobre trabajadores digitales: (i) una iniciativa que bajo el slogan es el desarrollo y reconocimiento de ‘sindicatos profesionales’, es
“#mijefeesunaapp” pretende reconocerles explícitamente el derecho a decir, trabajadores vinculados por profesión -u oficio- o por rama de
sindicalización ; y (ii) el Proyecto del Gobierno actual, que les regula actividad, con la posibilidad de realizar negociaciones colectivas en
principalmente para efectos impositivos y previsionales y, de paso, un plano supraempresarial. Con ello, si bien comúnmente existen
les dificulta la posibilidad de obtener judicialmente la declaración problemas de legalidad en las negociaciones colectivas que involucran
de existencia de su relación laboral, excluyendo situaciones que a ‘trabajadores autónomos’ (Rodríguez-Piñero 2019, p. 13), en el caso
tradicionalmente constituyen indicios de laboralidad . chileno, el reconocimiento de atisbos de libertad sindical en la base del
Con estos antecedentes, podemos afirmar que un modelo legalista sistema productivo -la empresa- constituye un obstáculo mayor.
como el chileno no resulta eficaz en la protección de los derechos de los 4.2COOPER ATIVAS DE PLATAFORMA.
trabajadores. Ello, pues “la aplicación efectiva de la ley laboral depende
en gran medida de la autonomía colectiva, la acción de los sindicatos Las experiencias organizativas señaladas no solo han avanzado en la
en representación de los intereses de los trabajadores. Como señaló autotutela colectiva directa ante las plataformas digitales, sino que,
Kahn-Freund, las ‘[…] leyes protectoras comenzaron a ser eficazmente además, han resuelto establecerse como competencia de sus propios
aplicadas cuando la organización sindical dio a los trabajadores la empleadores mediante el desarrollo de cooperativas de trabajo. Tal es
fuerza necesaria para exigir el cumplimiento de los standards legales el caso de Coopify en EEUU, Mensakas en España y de Tuenco en la
[…]’” (Rojas 2016). ciudad de Córdoba, Argentina .

En las experiencias comparadas, el desarrollo de la organización y


autotutela colectiva de los trabajadores digitales ha permitido avanzar
en un desafío central que recoge la OIT en este año: revitalizar la
representación colectiva (OIT, 2019). En este campo, se han propuesto

313
Eltrabajo en plataformas ha puesto al Derecho del Trabajo bajo una BIBLIOGR AFÍA
doble tensión: por una parte, plantea un vector de huida del derecho Cingolani, P. 2016. Capitalismo de Plataforma: nuevas tecnologías de la
del trabajo, y, por otra, ha hecho surgir manifestaciones expansivas de comunicación e internacionalización del trabajo. BoletinOnteaiken N° 22. En:
la autonomía colectiva. En efecto, las organizaciones autogestionarias [www.accioncolectiva.com.ar]
articuladas por/con sindicatos, están organizadas en forma Feenberg, A. 1991. Critical theory of tecnology. University Press. Oxford.
democrática, no jerárquica.¿Son las expresiones autogestionarias parte Fielbaum, A, y Tirachini, A. 2018. Características del trabajo de conducción
de la autonomía colectiva? Ciertamente, la interpelación nos confronta en plataformas ride-hailing (tipo Uber y Cabify) en Chile. En: https://www.
con lo que hasta ahora se entiende como el objeto mismo del Derecho researchgate.net/publication/330675646_Caracteristicas_del_trabajo_de_
del Trabajo: la relación laboral subordinada. En buenas cuentas, se conduccion_en_plataformas_ride-hailing_tipo_Uber_y_Cabify_en_Chile.
trata de dirimir nuestra postura frente a lo que Ugarte denomina el Han, B. 2014. Psicopolítica. Herder, España.
dilema del laboralista:o aceptamos la idea de subordinación y mando IG Metall y otros. 2016. Frankfurt Declaration on Platform Based Work.
en las relaciones laborales, renunciando a una idea de igualdad en En: https://www.igmetall.de/download/20161214_Frankfurt_Paper_on_
sentido estricto-autogobierno en el lugar de trabajo-, o nos abrimos Platform_Based_Work_EN_b939ef89f7e5f3a639cd6a1a930feffd8f55cecb.
a expresiones de autonomía colectiva con un horizonte emancipador pdf
de autogestión de las relaciones de trabajo . La respuesta pone sobre la Klare, K. 1990. Teoría critica e diritto del apporti di lavoro, En Democrazia e
mesa la definicióndel estatus de la libertad en el Derecho del Trabajo, Diritto, Italia.
y nos plantea la alternativa de resituar la democracia como horizonte Montoya, A. 1998. Sobre el trabajo dependiente como categoría delimitadora
posible en las relaciones laborales. del Derecho del Trabajo, Revista Española de Derecho del Trabajo, N° 91,
España.
La articulación entre sindicatos y cooperativas demanda recuperar
OIT. 2018. Representación, voz y negociación colectiva: la sindicalización en la
una asunción crítica de la estructura profunda del Derecho del
economía del trabajo esporádico y por encargo. Serie Condiciones de Trabajo y
Trabajo, que pusiera de relieve la critical legal studies: “su función Empleo N° 94, Suiza.
hegemónica en el reforzamiento y legitimación de la jerarquía en el
OIT. 2019. Informe de la Comisión Mundial sobre el Futuro del Trabajo.
puesto de trabajo” (Klare 1990). A su vez,sugiere revisitar la idea de Trabajar para un futuromásprometedor, Suiza.
lucha obrera en dos frentes, surgida en los albores del movimiento
Rahman, S. 2017. Economic Domination and Democratic Action, EnDemocracy
obrero : un frente directo contra la explotación -lucha sindical-, y otro
against Domination, Oxford Scholarship Online.
económico, la organización autónoma de la producción.
Rocha, F. 2018. La intervención de los sindicatos de clase en la economía de
Acostumbradosa tener una visión neutral de las tecnologías , a plataformas. Anuario IET de Trabajo y Relaciones Laborales, 5, 77-94.
menudo soslayamos que el diseño de estas“se encuentra plagado de Rodríguez, M. 2018. Sindicalismo y Negociación Colectiva 4.0. En: Temas
consecuencias políticas” (Feenberg 1991, p. 23). En efecto, mediante laborales: Revista andaluza de trabajo y bienestar social, ISSN 0213-0750, Nº
el uso de la tecnología en red, el potencial de realización de derechos 144.
de los trabajadores tiene un alcance distinto -incluso opuesto- entre Rodríguez-Piñero. 2019. Trabajo en plataformas: innovaciones jurídicas para
plataformas digitales y cooperativas de plataformas. Mientras las unos desafíos crecientes. IDP. Revista de Internet, Derecho y Política Nº 28,
primeras ofrecen una potencial profundización y sofisticación de las p. 3-16. España.
relaciones de dominación, las segundas plantean un aprovechamiento Rogers, B. 2016. Employment Rights in the Platform Economy: Getting Back
colectivo de los nuevos desarrollos,a través de la democratización en to Basics, Harvard Law & Policy Review, Forthcoming Temple University Legal
las decisiones sobre el diseño de las plataformas, y más aun,sobre el Studies Research Paper No. 2015-33.
trabajo en general. Como subraya Cingolani, estas nuevas tecnologías Rojas, I. 2016. El Derecho del Trabajo en Chile. Su formación histórica y el
tienen la capacidad de enlazar lo que el capitalismo ha desenlazado control de la autonomía colectiva. Santiago de Chile, Editorial Thomson
-atomizado (Cingolani, 2016, p 42). Reuters.
Se trata, en fin, de enfrentar colectivamente los nuevos mecanismos Rosenblat, A. y Stark, L. 2016. Algorithmic labor and information asymmetries:
A case study of Uber’s drivers, en International Journal of Communication, 10.
de dominación-atomizaciónpor medio de dos frentes,prefigurando,
con ello, la superación de la alienación en autonomía, pues, como Ruggeri, A. 2018. Autogestión y Revolución. De las primeras cooperativas a
escribiera un célebre autor:la liberación de los trabajadores ha de ser Petrogrado y Barcelona, Ed. Callao, Ciudad Autónoma de Buenos Aires.
obra de los trabajadores mismos. Srnicek, N. 2018. Capitalismo de Plataformas, Caja Negra, Buenos Aires,
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Todolí, A., 2017. La regulación especial del trabajo en la Gigeconomy. Revista
  de estudios para el desarrollo social de la comunicación. Disponible en:
[http://revista-redes.hospedagemdesites.ws/index.php/revista-redes/article/
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Ugarte, J.L. 2011. El nuevo Derecho del Trabajo, Legal Publishing, Santiago,
Chile.
Žižek, S., 2003. El sublime objeto de la ideología, Siglo X XI, Buenos Aires,
Argentina.

314
Ponencias Voluntarias e
Informes Nacionales en el
taller de Jóvenes Juristas
INFORME NACIONAL ARGENTINO antes y después de ser admitidos. Los clientes y los conductores
reciben información, recíproca, sobre el perfil de cada cual, cuyos
“El trabajo bajo intermediación (¿o dependencia?)
antecedentes permiten evaluar su desempeño, a la vez que la empresa
de las plataformas virtuales. Impacto de las
posee un código de conducta destinado tanto a los clientes como a
tecnologías de la información”
los conductores.
Delegación Argentina de Jóvenes Juristas
Para desempeñarse como conductor, el usuario realiza un período
de instrucción con material que es provisto por Uber, en el cual se la
I. El trabajo en la economía de plataformas: su indican las pautas de trabajo sugeridas y la conducta que se espera
impacto en la Argentina de ellos, y si bien su cumplimiento es de difícil fiscalización, ello se
En Argentina, la economía de plataformas ha impactado sobre el alcanza a través de las evaluaciones efectuadas por los usuarios. Los
mercado de trabajo al potenciar categorías ocupacionales distintas conductores deben mantener un mínimo de evaluaciones positivas y
al trabajo típico, en particular, el empleo por cuenta propia o las la empresa puede emitir advertencias e, incluso, extinguir el vínculo
formas atípicas de empleo (Madariaga, Buenadicha, Molina, y Ernst, -cualquiera sea su naturaleza- si no se alcanzan los parámetros
2019). Se trata de un segmento incipiente, que puede describirse deseados.
clasificando a las empresas que organizan su actividad a través de El conductor provee los medios materiales: vehículo, con una
plataformas digitales, según lo que cada una ofrece: determinada antigüedad y condiciones, y tiene a su cargo el
a) Mercado Libre, centrada en la compraventa de bienes pero mantenimiento y los gastos; la licencia de conducir (no profesional) y
también en la oferta de servicios profesionales, cuenta con alrededor el seguro. De no poseer un celular capaz de alojar la aplicación, Uber
de 2,5 millones de usuarios-proveedores; lo provee bajo la modalidad de un contrato de leasing.
b) las plataformas vinculadas a la provisión de servicios virtuales que Asimismo, el conductor decide la cantidad de horas en las que se
no requieren desplazamiento, como Freelancer (con más de 320.000 desempeña, la zona de trabajo, o la ruta para cumplir con el trayecto
registrados) y Workana (con más de 180.000), agrupan a personas solicitado. Sin embargo, tal flexibilidad está sujeta a ingresar al
de calificación más elevada; no obstante, menos de un 5% generó servicio dentro de un lapso determinado. La compañía debita el pago
ingresos a través de éstas durante el último año –con anterioridad a de la tarifa, y, previo descuento del porcentaje que retiene por su
2018- y los ingresos, en promedio, rondan los $ 24.000 anuales, por participación, transfiere al conductor.
seis horas semanales, por lo que se trataría de ingresos secundarios; Este fenómeno está recibiendo diferente tratamiento jurídico. Por
c) las vinculadas a servicios donde se requiere desplazamiento y su un lado, desde lo normativo se destaca la ley de Mendoza 9086 -y su
desempeño un nivel de calificación menor, como las de mensajería decreto reglamentario n° 1512-, la cual prevé la figura del “Transporte
exprés o de servicios puerta a puerta suman más de 11.000 personas Privado a través de Plataformas Electrónicas”, estableciendo
prestando tareas. Entre ellas se cuentan Glovo, Rappi, Ando y obligaciones y responsabilidades para todos los sujetos: las Empresas
Rapiboy. de Redes de Transporte, el permisionario y el conductor.
Dentro las vinculadas a servicios en el mercado de transporte de Por otro lado, en la Ciudad Autónoma de Buenos Aires (CABA), al
pasajeros, donde la calificación tiende a ser baja, operan Cabify y aprobarse en 2018 la reforma del Código de Tránsito y Transporte,
Uber. se establecieron sanciones para quienes transporten pasajeros de
manera ilegal. Así, se dispuso que todo transporte de pasajeros que
Tienen, también, presencia en país empresas que conectan a no tenga habilitación tendrá una multa equivalente a 10 mil unidades
oferentes con demandantes de alojamiento por corto plazo, como fijas (casi $200.000), una quita de puntos en la licencia de conducir
Airbnb, y las orientadas al segmento de mascotas, como Guau Surfing y la posibilidad de retener esa licencia de entre 7 a 30 días, regulación
y Dog Hero, que agrupan alrededor de 1.000 cuidadores para realizar que se difundió como la “ley antiuber”.
tareas de baja calificación.
Finalmente, la respuesta jurisdiccional aún es escasa si se la compara
Otro segmento lo ocupan las plataformas que ofrecen soluciones para en el ámbito comparado donde hay abundante jurisprudencia, en la
el hogar, como Zolvers, Iguanafix y Homesolutions, con un total de cual se ha tratado de establecer, principalmente, si el servicio ofrecido
43.000 registrados, y si bien todas requieren desplazamiento, el nivel es de transporte o de intermediación propio de la sociedad de la
de calificación varía según la tarea ofertada. información y, en consecuencia, determinar la normativa aplicable,
En cuanto al perfil de la población, de agruparse los usuarios- en general relacionada con cuestiones impositivas (Uber France SAS,
proveedores de servicios, que han generado ingresos, al menos una Sentencia del Tribunal de Justicia. Gran Sala. Asunto C-320/16);
vez, en los últimos doce meses -en relación al año 2008-, representan contravenciones al sistema de transporte, o competencia desleal.
el 1% del total de ocupados en el país, sin embargo hay indicadores Sin embargo, para resolver estas cuestiones se han llevado a cabo
que permiten hablar de una proporción mayor. análisis del modelo de negocio y las características del servicio,
Asimismo, es probable que gran parte de los trabajadores de aspectos de utilidad a efectos de analizar el fenómeno desde la
plataformas realicen esta actividad como un ingreso adicional, salvo perspectiva de la persona que presta el servicio y los efectos de
el caso de Uber donde los conductores dedican en promedio 48 horas tal vinculación. En este sentido, se ha advertido que en la práctica
semanales, lo que indica que para la generalidad se trata de su empleo las características del servicio guardan amplia distancia con las
principal. condiciones ofrecidas a través de la plataforma (Tribunal de Justicia
Predominan personas jóvenes cuyo promedio ronda los 38 años; la de la Unión Europea, en Asociación Profesional Elite Taxi vs. Uber
mayoría están sobrecalificadas, y un 60% posee experiencia laboral Systems Spain SL. 20/12/2017).
previa. Por otro lado, más del 20% proviene de otros países y, entre En Argentina, Uber Argentina SRL, junto a sus directivos, con
ellas, las venezolanas son las más numerosas. motivo de promocionar un servicio de transporte de pasajeros sin
Se analizarán, seguidamente, algunos de los segmentos descriptos, en autorización, fue acusada de desarrollar actividad lucrativa no
cuanto a la experiencia Argentina; análisis que quedará circunscripto autorizada en espacio público. Frente a ello, el juez contravencional
al crowdwork –entendido este en sentido amplio- que posibilitan las dispuso la inhabilitación de las plataformas digitales donde la
llamadas plataformas austeras. aplicación funcionaba. Sin embargo, esta resolución fue revocada
por la Cámara en lo Penal, Contravencional y de Faltas de la ciudad

(Sala III), por mayoría, al disponer que el traslado de pasajeros sin
II. Las plataformas digitales en el sector de autorización estatal no configura un ilícito contravencional que
transporte de personas pueda ser punido.
Uber es la principal plataforma que opera en el sector de transporte En otra causa similar, el Tribunal Superior de Justicia revocó la
de personas, con un crecimiento constante. Sin embargo, sentencia de la Cámara de Apelaciones en lo Penal Contravencional
actualmente no cuenta con autorización en ciudades como Córdoba. y de Faltas (Sala II) en la cual se había ordenado bloquear de manera
Se presenta como una compañía tecnológica, que a través de una preventiva la plataforma digital de Uber en todo el territorio nacional,
aplicación para celulares inteligentes conecta a quien necesita por considerar que esa decisión excedía la competencia de órgano
trasladarse con quien tiene los activos disponibles para hacerlo, a interviniente. Asimismo, el Tribunal sostuvo que dicho bloqueo
cambio de una tarifa, dinámica, que es establecida por la compañía, lesionaba innecesaria y desproporcionadamente derechos como el
quien dirige la solicitud del traslado a los “socios-conductores”.
El servicio se ofrece como un producto seguro, para lo cual Uber
lleva adelante un proceso de selección de conductores que, además
de adherirse al sistema, deben cumplir una serie de requisitos

316
acceso e intercambio de información; la obtención de conocimientos dependientes, pero en la actualidad ha comenzado a calificarlos como
y transmisión de ellos mediante la utilización de contenidos, trabajadores autónomos (Mugnolo, Caparrós y Golcman, 2019).
herramientas y de aplicaciones; y la posibilidad de cualquier usuario b. Indicadores de la dependencia e indicadores de la autonomía
de esa red global de comunicarse o desenvolverse libremente.
En las relaciones que tienen lugar entre las empresas mencionadas y
Asimismo, también en la CABA., la justicia Penal, Contravencional los repartidores, se presentan indicadores tanto de la dependencia
y de Faltas, estando ya modificado el Código de Transporte, absolvió cuanto de la autonomía.
a un chofer de Uber, a quien le había labrado una acta de infracción
“por explotar sin autorización para prestar el servicio”, en función En cuanto a la dependencia económica, se destaca la insuficiencia
de lo previsto en el art. 6.1.49 segundo párrafo y 4.1.7 de la ley 451. del trabajador para procurar sus ingresos de otro modo que no sea
Para resolver de ese modo, entendió que la conducta es atípica dado a través del vínculo con la plataforma, la fijación unilateral de los
que la actividad se constituye en un contrato de transporte privado precios y las tarifas pagadas al repartidor, y la gestión relativa a las
innominado, regulado en el CCCN. A la vez que remitió a otras cobranzas y los pagos en cabeza de la empresa (Mugnolo, Caparrós y
resoluciones por planteos similares, tales como “Sajoux s/ infr. al Golcman, 2019). Se hace presente, también, el dato de la ajenidad –
Art. 86 C.C.”, donde se declaró la inexistencia de la contravención particularmente en la marca- y la falta de oportunidades de desarrollo
en términos del artículo 86 de dicho Código. Sin embargo, sostuvo empresarial de los repartidores.
que la licitud y la atipicidad de la conducta en faltas “en nada impide Empero, a diferencia de lo dispone la LCT, el repartidor no es
a que el Estado entienda pertinente reglamentar su ejercicio en cierta remunerado por la mera circunstancia de haber puesto su fuerza
medida en miras a preservar el orden público y la seguridad (art. 28 y de trabajo a disposición de la empresa, sino solo en relación a los
42 CN)”. trabajos efectivamente concertados. Los elementos de trabajo
  (indumentaria, dispositivo móvil, bicicleta o motocicleta, caja para
transportar el pedido) deben ser solventados por los repartidores.
III. Las plataformas digitales que operan en el Ello, sumado a la falta de garantía de obtener un ingreso mínimo, se
sector de transporte de cosas presenta como un conjunto de indicadores de autonomía.
a. Modelo de negocio En cuanto a la dependencia jurídica y técnica, las órdenes por parte
En los últimos años han proliferado las empresas que, valiéndose de las plataformas se efectúan bajo la forma de “recomendaciones”,
de una plataforma digital, prestan un servicio consistente en el y la fiscalización de su cumplimiento está delegada a los usuarios
transporte y entrega de cosas a domicilio. Se ofertan desde servicios y consumidores, quienes califican el servicio del rider, pudiendo
de delivery, hasta todo un mercado de compras exprés, transporte generar la suspensión o desactivación de aquel, como sanción
de dinero en efectivo, etc. En Argentina, tres empresas son las que dispuesta por la empresa.
acaparan este mercado: “Rappi”, “Glovo” y “Pedidos Ya”. Luego, los repartidores parecen poder adoptar ciertas decisiones
La tarea es ejecutada por ‘repartidores’ (llamados riders, (la banda horaria en que se conectan, aceptación o el rechazo de
rappitenderos o glovers, según la empresa de que se trate) que son encargos, trayecto y modo de realizarlo), pero lo cierto es que todo
controlados continuamente, desde la recepción del pedido hasta la ello incide directamente en la calificación y eventuales sanciones, y
entrega, e inclusive en lo que hace a la rendición de la recaudación. El hace a las mayores o menores posibilidades de acceder a los trabajos
control se realiza a través de un sistema de geolocalización -siguiendo mejor remunerados.
en tiempo real de cada tramo de la prestación- y de la opinión de c. Regulación normativa
usuarios y negocios adheridos. La plataforma controla así el estado
del pedido, la entrega, el ajuste a la zona asignada, el trayecto, el En la actualidad no existe legislación nacional que regule el tema
tiempo utilizado, el efectivo percibido por el repartidor, los pedidos en estudio. En cambio, la ley porteña 5526/16, modificó el Código
rechazados por él y su desconexión en los horarios comprometidos. de Tránsito y Transporte de la ciudad de Buenos Aires, regulando
el servicio de entrega de productos y sustancias alimenticias a
Dicho control está asociado a un sistema de incentivos, premios y domicilio.
castigos. Los trabajadores mejor calificados pueden tener prioridad
para elegir horario y zona de trabajo, o para la asignación de los La ley realiza una serie de definiciones relevantes para el presente
encargos mejor remunerados, o recibir indumentaria de trabajo. estudio. La primera, es la de “Mensajería Urbana”, que comprende el
La mala reputación puede impedir el acceso a dichos beneficios o retiro y entrega de elementos varios de pequeña y mediana paquetería
dar lugar a sanciones como la suspensión o la desactivación de la y/o la realización de gestiones desde su solicitud y hasta el o los
plataforma. domicilios que sean indicados, sin tratamiento o procesamiento,
utilizando como medio de transporte un motovehículo o ciclorodado,
El mecanismo de retribución de los repartidores varía según se los en un plazo menor a las 24 horas y en un ámbito urbano acotado.
considere dependientes o autónomos. En el primer caso, se fija – De similar modo define al “Reparto a Domicilio de Sustancias
individual o colectivamente- el salario según la jornada de trabajo, Alimenticias”, concepto que se distingue por su especificidad.
teniendo en cuenta el tiempo durante el cual se encuentran a
disposición. En el segundo caso, la plataforma fija discrecionalmente Por otra parte, el “Prestador del Servicio” es la persona física o
la tarifa del servicio pudiendo incluir incentivos para viajes largos jurídica que presta el servicio de mensajería o reparto, y debe
o en días de lluvia. En general, la plataforma asume la gestión contar con un “Conductor habilitado” que ejecute la tarea “bajo [la]
de cobranzas, salvo cuando el consumidor abona en efectivo dependencia y responsabilidad” del “Prestador”.
al repartidor, quien debe depositarle a aquella la recaudación. La actividad en estudio encuadra en las definiciones legales,
El repartidor, además, se hace cargo del pago de sus impuestos pudiendo identificarse a la empresa que gestiona la plataforma
(monotributo e ingresos brutos). digital como el “prestador del servicio” y al rider como “conductor
“Glovo” (Kadabra S.A.S.) y “Rappi” (RappiArg S.A.S.) son habilitado”.
sociedades por acciones simplificadas (ley 27.349) constituidas en Sin embargo, la ley exige que los repartidores estén registrados
el año 2017. “Pedidos Ya” (PedidosYa S.A.), fue constituida en el año como trabajadores dependientes, vedando así la posibilidad de
2011 como una sociedad anónima (ley 19.550). que las plataformas digitales desplieguen su actividad mediante la
Las tres sociedades cuentan con un capital realmente mínimo y contratación de trabajadores autónomos.
están constituidas por personas humanas, sin que se advierta en La norma establece, también, disposiciones que velan por la
sus estatutos su relación con las casas matrices, constituidas en seguridad de los conductores y de los consumidores, con especial
el extranjero, aunque realizan manifestaciones sobre estas en los hincapié en la seguridad vial.
contratos que suscriben. Es necesario advertir la posible colisión entre la norma local y la CN,
“Rappi” gestiona su sistema de cobros a través de Rappipay pues la norma máxima reserva al congreso nacional el dictado de
Argentina S.A., constituida el 16/11/2018 por la casa matriz (Rappi, códigos de fondo, y porque el requisito de contar con conductores
Inc.) y su filial local (RappiArg S.A.S). vinculados por un contrato de trabajo podría violentar el art. 14 de
“Pedidos Ya” realiza la actividad de reparto mediante otra sociedad, la CN, que garantiza a todos los habitantes el derecho de trabajar y
Repartosya S.A., constituida el 14/07/17 por la casa matriz ejercer toda industria lícita.
(uruguaya), quien contrata a los riders cuando se reconoce la relación La única norma proveniente de la autonomía colectiva es el CCT
como de dependencia.
El repartidor se desempeña, en general, bajo la modalidad de
trabajador autónomo o independiente (en el caso de Rappi y de
Glovo). “Pedidos Ya” registraba a todos los repartidores como

317
722/15 que regula la actividad de los trabajadores mensajeros en el IV. Plataformas digitales que ofertan servicios
ámbito de la Ciudad de Buenos Aires. personales a domicilio
d. Sentencias judiciales Actualmente, en Argentina operan un total de diez plataformas
El Juzgado Nacional de Primera Instancia del Trabajo nro. 37, en el digitales que ofertan servicios personales a domicilio. Siguiendo la
marco de una medida cautelar autónoma promovida en los términos clasificación ensayada por Todolí Signes (2017) y que sigue García
del art. 195 CPCCN, ordenó a la empresa R APPI ARG. SAS que (2018), podemos afirmar que estas plataformas son específicas; es
cese de su conducta antisindical y discriminatoria, y proceda a decir, actúan como escenario de encuentro entre particulares que
desbloquear el acceso de los actores a su aplicación informática, ofertan y demandan la realización de un trabajo determinado.
a fin de permitirles continuar prestando servicios. En este punto, Ahora bien, para desarrollar un análisis descriptivo de estas
resulta de importancia destacar que la sentenciante entendió que se plataformas las podemos clasificar en dos grandes grupos: (i) Las
encontraba acreditada la verosimilitud del derecho que le asistía a plataformas que ofertan servicios personales a domicilio; (ii) Aquéllas
los demandantes que realizaban la prestación de servicios “a pedido” que ofertan servicios que se realizan on-line (Lobato, 2019).
desempeñados bajo la directiva de Rappi (ver cap. VI). En el primer grupo, encontramos operando plataformas como
Asimismo, la absoluta inaplicación de la ley 5.526 motivó una acción Zolvers, Iguanafix, Rapihogar, Homesolution, Alba y Doghero.
de amparo contra el Gobierno de la CABA, sobre la que recayeron Zolvers se presenta bajo el lema de “garantía de satisfacción o
una serie de sentencias: las sentencias de fechas 06/12/18, 14/02/19 le devolvemos el dinero”. Es una aplicación que funciona como
y 09/04/19 del juez a cargo del Juzgado de Primera Instancia en lo intermediaria entre empleadas domésticas –el término está
Contencioso Administrativo y Tributario Nº 2, Secretaría Nº 4, de la expresado en femenino dado que este trabajo es realizado en su
Ciudad Autónoma de Buenos Aires. Las sentencias hicieron hincapié mayoría por mujeres-, y empleadores que requieren sus servicios de
en la falta de adecuación a la ley local por parte de las empresas que “empleadas domésticas”, “cuidado de adultos mayores” o “arreglos
operan en el sector (particularmente en lo que hace a la seguridad generales del hogar”. Ofrece una especie de catálogo con más de
de conductores y consumidores, y a la relación entre los repartidores 60.000 empleadas “verificadas y certificadas” en un proceso de
y las empresas que organizan la actividad mediante plataformas selección con entrevista personal, certificación de antecedentes
digitales) y llegaron prohibir la operatoria de las empresas apuntadas. penales y un chequeo de referencia. La registración laboral no es
Asimismo, el día 10/07/19, la Sala I de la Cámara de Apelaciones obligatoria en la aplicación. Respecto al sistema de calificación no es
en lo CAyT, sentenció en la misma causa, confirmando algunos de recíproco: solo los empleadores pueden calificar la reputación de la
los puntos de condena de las resoluciones previamente señaladas, trabajadora, la cual es reflejada junto con sus antecedentes familiares
y revocando otros. En particular, la cámara confirmó la condena (se hace hincapié en la cantidad de hijos, o su estado civil), reflejando
al GCBA a implementar el registro de empresas, prestadores y una vez más el sistema de relaciones asimétricas.
conductores previsto en la ley, y a inhabilitar de oficio a toda empresa
que no se hallare debidamente registrada y cumpliendo todos y cada Las web/app, al igual que Zolvers, Iguanafix, Rapihogar y Home
uno de los términos de la ley 5526. Solutions permiten encontrar profesionales de múltiples actividades
para solucionar inconvenientes en el hogar (empleada de limpieza,
Finalmente, el día 5 de agosto de 2019, el magistrado a cargo del gasista, plomero, pintor, albañil, etc.), de una manera rápida y
Juzgado de Primera Instancia en lo Contencioso Administrativo y sencilla. Iguanafix funciona en Argentina desde 2014 y hoy abarca
Tributario Nº 2 dictó sentencia sobre el fondo del asunto en la ya 26 ciudades. Si bien al principio se creó para brindar servicio de
citada causa, expresando en los extensos considerandos diversas limpieza corporativa y arreglos de chapa y pintura, hoy ofrece
cuestiones de índole laboral (entre las que se destaca el “fraude múltiples servicios para el hogar. En el servicio de limpieza, la relación
laboral” advertido por el judicante), y resolvió: 1) “hacer lugar a la con los prestadores de servicios es de carácter dependiente, ya que
presente acción de amparo colectivo y ordenar al gobierno de la prefieren tener un staff permanente. En el resto de las actividades, los
ciudad autónoma de buenos aires que en forma inmediata proceda a prestadores deben ser “monotributistas” o “responsables inscriptos”,
exigir del debido acatamiento del código de tránsito y transporte y su aun cuando todos lleven uniforme con el logo de la empresa. Tiene
decreto reglamentario, así como de la normativa laboral y previsional una especie de “escuelita” donde se evalúan los antecedentes
en los términos deslindados, por parte de de empresas y/o personas profesionales y se capacitan a los aspirantes. Los primeros 10 trabajos
dedicadas al reparto de mercaderías a domicilio o delivery en son evaluados para calificar el desempeño de manera interna. Los
motovehículos o ciclorodados”; 2) “mantener la vigencia de la medida precios de los servicios son establecidos por Iguanafix y el pago a
cautelar y de las resoluciones dictadas en su consecuencia hasta los prestadores puede ser realizado directamente por el usuario o
tanto adquiera firmeza el presente decisorio de fondo”; 3) “prohibir a través de cheque o transferencia de Iguanafix según lo indique la
el desarrollo de la actividad de mensajería y reparto de sustancias a aplicación. En caso de que el pago sea directo del usuario del servicio,
domicilio en bicicleta o motovehículo por parte de las personas físicas el prestador deberá abonar a Iguanafix el costo de la intermediación y
y/o jurídicas que no se encuentre inscriptas en el RUTR AMYC y uso de la plataforma.
que no den íntegro cumplimiento al código de tránsito y transporte
y su decreto reglamentario, así como a la normativa laboral y Rapihogar se lanzó en marzo de 2017 primero en Córdoba,
previsional en lo que haga a la relación de dependencia que ostentan extendiéndose luego a varias provincias y ciudades, como Santa Fe,
los repartidores y repartidoras en cuestión respecto a las empresas Mendoza, Tucumán y La Plata. A través de la web/app los usuarios
que los engloban. 4) ordenar al Gobierno de la Ciudad Autónoma de pueden reservar un turno de acuerdo a su comodidad y el sistema los
Buenos Aires que proceda a clausurar y/o inhabilitar de oficio a toda vincula con el prestador más cercano de su zona, que se encuentra
empresa, persona física o jurídica, plataforma virtual o informática disponible y que posea los conocimientos técnicos para su necesidad.
que actúe en el ámbito de la CABA desarrollando la actividad de Al finalizar la prestación el usuario puede calificarlo y compartir
mensajería urbana y/o reparto de sustancias alimenticias a domicilio la experiencia. El prestador de servicios debe estar inscripto en el
y que no se hallare debidamente registrada y cumpliendo todos y monotributo y encontrarse con la matrícula al día. Sus ingresos están
cada uno de los términos del código de tránsito y transporte así como compuestos por lo que reciben en pago por la mano de obra, menos
de la normativa laboral y previsional en los términos expuestos”; 5) el porcentaje que deben abonar a Rapihogar que va desde un 15 a un
Encomendar a los titulares del Ministerio de justicia y seguridad, 30 %.
del Ministerio de desarrollo urbano y transporte y del Ministerio Home Solutions: creada en 2015 también ofrece a los usuarios una
de gobierno, que adopten todos los recaudos necesarios para llevar solución rápida y directa frente a los percances domésticos. Los
adelante los controles preventivos, así como las medidas coercitivas usuarios pueden ver de antemano la información del profesional,
y punitivas, que tiendan a evitar el desarrollo de la actividad de desde una foto, a dónde está localizado, si tiene título, sus precios
delivery y reparto fuera del marco normativo descripto. 6) “hacer y referencias, y contratarlos de manera directa, sin intermediarios.
saber a los habitantes de la Ciudad Autónoma de Buenos Aires y a A diferencia de Rapihogar, aquí no se cobran comisiones por los
las firmas y/o comercios que utilizan los servicios de empresas y/o servicios prestados sino que los prestadores pagan para poder acceder
personas dedicadas al reparto de mercaderías a domicilio o delivery a la plataforma y contestar los pedidos de los usuarios.
en motovehículos o ciclorodados lo resuelto en el presente decisorio”. DogHero conecta a dueños de animales domésticos caninos con
También se dispuso poner en conocimiento de la CNAT, de la CNPS “anfitriones” que los hospedan en sus casas por una tarifa fija.
y de la OIT dicho decisorio, a fin de que adopten las medidas que Actualmente cuenta con más de 1.500 hospedajes caninos en todo
estimen pertinentes.

318
el país. Para formar parte de la plataforma, se necesita ser mayor y condiciones” reglamentan la actividad y se reservan la facultad de
de 18 años, crear un perfil y esperar la evaluación de calidad de la apercibir e, incluso, restringir la ejecución de tareas a las personas
plataforma. DogHero cobra una comisión del 25% del valor total del que no alcanzan los objetivos o no reciben una puntuación acorde a
hospedaje y no exige ningún tipo de mensualidad para permanecer en sus expectativas. Argumentos que puede ser reforzado mediante la
la App. Los clientes de la plataforma evalúan al anfitrión con una nota Recomendación OIT 198 sobre la relación de trabajo (2006).
de 0 a 10 puntos. Por otro lado, considerando que, en general, conforme el modelo
En el segundo grupo, encontramos plataformas como Workana, de negocio la empresa titular de la plataforma no emplea sus bienes
Freelancer y Upwork. Estas se rigen por el modelo de negocios de para la prestación del servicio sino que es la persona que efectúa
Amazon MechanicalTurk (AMT) que, si bien todavía no opera en la prestación quien aporta -además de su fuerza de trabajo- los
Argentina, es una de las plataformas más representativas de trabajo elementos materiales, de aplicarse la normativa vigente, a la
on-line a nivel mundial. De tal forma, estas plataformas proveen plataforma le correspondería reintegrar los gastos y resarcir los daños
un “mercado informático” que pone a disposición herramientas de que sufran los bienes de la persona que trabaja.
comunicación para que los usuarios puedan encontrar profesionales Continuando con la línea de análisis propuesta, en relación al tiempo
que realicen diversas tareas. Estos trabajos son denominados de servicio (antigüedad), resulta de interés indagar acerca de cómo
microtasks: tareas complejas son desagregadas en múltiples debe computarse ese tiempo cada vez que la persona ingresa a
actividades pequeñas que son asignadas a diferentes personas. la plataforma y presta servicio: por día trabajado o por el tiempo
Las áreas más requeridas son marketing, traducción lingüística, efectivamente trabajado, lo que trae a colación lo previsto en el art.
contenidos culturales, descripción de imágenes, IT y programación, 18 LCT. Asimismo, respecto la modalidad contractual, se generan
entre otras. En estas plataformas intervienen usuarios -personas dudas sobre los elementos para identificar si la situación fáctica sería
que demandan trabajos a través de la plataforma- y freelancers encuadrable en un contrato a tiempo indeterminado de prestación
-personas que ofertan trabajos a través de la plataforma-. La continua u otra modalidad contractual.
determinación del precio de los trabajos suele ser convenida entre los
usuarios y freelancers, con una baja incidencia de las plataformas en Sin embargo, más allá de los distintos institutos propios del
comparación con otras empresas de la economía digital (por ejemplo, derecho de trabajo, susceptibles de aplicar al fenómeno en cuestión
Uber). Sin perjuicio de ello, las plataformas cobran una comisión efectuando, predominantemente, una interpretación integradora, y
tanto al oferente como al demandante de trabajos. Generalmente, considerando los indicios de laboralidad, lo cierto es que se trata de
los pagos se suelen desarrollar a través de la plataforma (es decir, un fenómeno global que exige respuestas de igual alcance.
son pocos los casos en los que el usuario abona directamente al Así, independientemente de las respuestas transitorias que se
trabajador) y se canalizan por medio de un sistema que se denomina generarán mientras los Estados y organismos internacionales
Escrow . intentan responder a dicho fenómeno, al abordar este problema no
es posible analizar solo la cuestión de las relaciones laborales dado
que se ven afectados diferentes ámbitos normativo-institucionales
V. El trabajo a través de plataformas a la luz del (aspectos impositivos, seguridad social, competencia desleal con
ordenamiento normativo laboral empresas tradicionales) lo que seguramente exigirá respuestas de
El ordenamiento normativo está obligado a mutar y a adaptarse mayor alcance. Lo que, por cierto, no implica que se descuide la
a los cambios sociales; el impacto del cambio tecnológico es un protección de las personas que prestan servicios en una vinculación
ejemplo más de estas situaciones. El derecho del trabajo se enfrenta que, independientemente del modo en que se la caracterice, requiere
a demandas que le significan adaptar las categorías jurídicas de parámetros básicos de respeto y consideración hacia las personas
tradicionales o, bien, dar lugar a otras que comprendan el universo de que brindan estos servicios.
casos que implica el trabajo a través de plataformas. Resta por señalar que, aun cuando no se trata de la modalidad
Dentro de la primera alternativa, es posible hacer un ejercicio preferida por el estatuto general, la prestación discontinua, la
analítico para determinar el alcance que ciertos institutos de la jornada intermitente, la falta de exclusividad y la remuneración por
Ley de Contratos de Trabajo (LCT). En este sentido, el derecho del trabajo realizado, no son incompatibles con el contrato de trabajo y
trabajo alcanza a aquellas relaciones que implican una situación de encuentran su respectiva respuesta en la LCT.
dependencia del trabajador respecto de quién utiliza sus servicios  
excluyendo aquellos vínculos en donde la persona que trabaja goza
de independencia. Así, mientras en el art. 22 LCT se define la relación VI. Acción colectiva
de trabajo considerando a la dependencia como un presupuesto que a. Sindicatos nuevos y preexistentes
caracteriza a estos vínculos, en el art. 23 se establece una presunción La ley 23.551 promociona la unicidad, priorizando la existencia de un
sobre la existencia de relación de trabajo que se activa mediante solo sindicato por actividad, oficio, profesión, categoría o empresa.
la acreditación de las tareas prestadas, y puede ser desvirtuada Ello no implica que no existan otros (v.g. simplemente inscriptos),
mediante la demostración de otras circunstancias, relaciones o pero ley otorga al más representativo en su ámbito, la personería
causas, a las que obedecía la tarea o servicio brindado, o bien por que gremial: calidad jurídica que implica potestades exclusivas de
quien presta la tarea es un empresario. representación y acción.
Esto, habitualmente direcciona el análisis al abordaje de las “notas” En el año 2018 la Asociación de Personal de Plataformas (APP)
que caracterizan a la dependencia: económica, técnica y jurídica. solicitó su inscripción gremial ante la Secretaría de Trabajo de la
Sin embargo, del análisis de relaciones que aun encentrándose en lo Nación, para representar a los trabajadores de plataformas digitales.
que puede denominarse “la zona gris de la dependencia” han sido
Uno de los sindicatos preexistentes que considera poseer la
caracterizadas como laborales, surge que estos presupuestos –al
representación de los trabajadores de plataformas de transporte
menos los primeros- no constituyen condiciones que, en su ausencia,
de cosas es la Asociación Sindical de Motociclistas, Mensajeros y
impidan su subsunción en la normativa laboral, quedando como
Servicios, que representa a los trabajadores que utilizan un vehículo
elemento de peso la dependencia jurídica. Ello, con el inconveniente
sobre ruedas para realizar gestiones, entrega y retiro de sustancias
que no existe unanimidad sobre su contenido o justificativo, lo que
alimenticias, elementos de pequeña y mediana paquetería, en un
suele dirigir el problema hacía una casuística incapaz de clarificar su
plazo menor a 24 horas. Su personería gremial está acotada al ámbito
alcance.
de la CABA.
En tal contexto, y a efectos de brindar contenido a este presupuesto
b. Los conflictos intersindicales
–dependencia jurídica- es que algunos doctrinarios destacan la
importancia de lo previsto en el art. 4 LCT, en tanto refiere que En el caso nacional, los conflictos intersindicales responden,
trabajo es aquella actividad lícita que se presta en favor de quien tiene principalmente, a dos tipos: conflictos de encuadramiento sindical
la “facultad de dirigirla”, noción que también está presente en el art. 5 (disputa sobre el ámbito de representación de los sindicatos);
LCT. Lo cual destaca el criterio de autoridad como condición sine qua y conflictos de hecho (debidos a la reticencia de los sindicatos
non de la relación laboral, luego, conforme esta posición, la facultad tradicionales a la implantación de la economía de plataformas).
de dirigir es la dirimente a efectos de caracterizar una relación como En el primer grupo, se inscribe el eventual conflicto entre los
laboral. sindicatos referidos en el punto precedente. La disputa se generaría
Trasladado este planteo al trabajo a través de plataformas, estas
empresas no solo disponen del medio para contratar el servicio
(aplicación), el medio de pago (a través de entidades financieras y
siempre de manera digital), el precio, el control de la calidad, sino
también de facultades disciplinarias. Así, a través de los “términos
319
en caso de que los sindicatos ya implantados y con personería BIBLIOGR AFÍA CITADA:
gremial, pretendan desplazar cualquier aptitud representativa que MADARIAGA, J., BUENADICHA, C., MOLINA, E. Y ERNST, C. Economía
pudiera otorgársele a un nuevo sindicato, como por ejemplo la APP. de plataformas y empleo ¿Cómo es trabajar para una app en Argentina?,
Ello, en virtud de la superposición de ámbitos de representación. CIPPEC-BID - OIT. Buenos Aires, 2019. p.45. Consultado en el sitio web:
La nueva asociación sostiene, al contrario, que intenta representar https://www.ilo.org/wcmsp5/groups/public/---americas/---ro-lima/---ilo-
buenos_aires/documents/publication/wcms_709036.pdf. (24/06/19).
trabajadores de una nueva actividad no incluida en las personerías
gremiales preexistentes. En este sentido, la simple inscripción –en TODOLÍ SIGNES, A., El Trabajo en la Era de la Economía Colaborativa. La
clasificación jurídica de trabajadores autónomos y los efectos de la calificación
caso de ser otorgada- le daría la representación exclusiva de dicha
online de la economía de las plataformas virtuales. Colección Laboral, 2017,
categoría profesional, ante la ausencia de un sindicato dotado de Tirant lo Blanch, Valencia, p. 40.
personería gremial en dicho ámbito (art. 23, inc. b, ley 23.551).
GARCÍA, H. O., “La prestación personal de servicios de transporte
En relación al segundo supuesto, se puede mencionar, por ejemplo organizados por plataformas electrónicas (ridesharing) tomando como
al Sindicato de Peones de Taxis, que ha realizado medidas de acción referencia a la empresa Uber”, Revista Derecho del Trabajo, 2018, Editorial La
directa reclamando al Estado la prohibición de UBER. Ley Uruguay, año VI, núm. 18, p. 47.
c. Algunos desafíos del caso argentino LOBATO, J., “Prestación de servicios personales a domicilio. Semejanzas y
diferencias con el trabajo eventual”. En H.O García y L. Caparrós (comps.), El
Nuestra Constitución garantiza el derecho a constituir sindicatos trabajo en la economía de plataformas. Una mirada interdisciplinaria, Ediar, en
libremente sin autorización previa (cfr. art. 14bis CN y ley 23.551). prensa.
Los trabajadores de plataformas podrían gozar de los derechos MUGNOLO, Juan Pablo; CAPARRÓS, Lucas y GOLCMAN, Martín,
sindicales si se los reconoce como dependientes (el ordenamiento Análisis jurídico sobre las relaciones de trabajo en los servicios de entrega de
no otorga protección a trabajadores autónomos). Sin perjuicio productos a domicilio a través de plataformas digitales en la argentina, Informe
a requerimiento de la Oficina Internacional del Trabajo de Argentina, Buenos
de los problemas de organización, consecuencia de esta forma de
Aires, 2019.
prestación (v.g. la ausencia de cohesión social y competencia entre los
propios trabajadores); existen dificultades relacionadas a la posible
negociación colectiva: conocer el universo de trabajadores abarcados;
el alcance y qué tipo de eficacia podría tener el acuerdo; o la propia
deslocalización del sujeto empleador (cfr. ley 14.250).
Estas particularidades se proyectan al ejercicio de medidas de
acción directa. Primero en relación a la efectividad de la abstención
de trabajo en una modalidad de trabajo que opera bajo el sistema
“surge pricing” (la retribución del prestador varía en función de la
oferta y demanda); segundo, debido a la facilidad de sustituir a los
huelguistas, modificar sus condiciones de labor e incluso impedir su
acceso a la plataforma bloqueando sus cuentas.
d. Sentencias judiciales
Como se mencionara en el cap. III, en los autos “Rojas, Luis Roger
Miguel y Otro C/ Rappi Arg S.A.S.” (19/03/19), el Juzgado Nacional
del Trabajo N° 37 hizo lugar a una medida cautelar interpuesta
por tres trabajadores que se desempeñaban prestando servicios de
reparto para la plataforma digital “Rappi”, ordenando a la demandada
que cesara con su conducta antisindical.
El Juzgado encontró probado que los demandantes se desempeñaban
como integrantes provisionales de la dirección de la APP y –en el
estricto contexto de la medida cautelar– se encontró acreditada la
verosimilitud del derecho con respecto a la prestación de servicios
bajo la directiva de la demandada, sin que ello importe sentar
posición acerca de la naturaleza del vínculo mantenido entre las
partes.
El bloqueo efectivizado por la demandada, impedía a los
demandantes el acceso a la aplicación informática y móvil, y por tanto
continuar prestando servicios. El fallo se fundó en la transgresión a
la garantía de libertad sindical reconocida por el art. 14 bis CN, el
Convenio N° 87 OIT, la DUDH y el PIDCyP (art. 75 inc. 22 CN).
La decisión reviste el carácter de medida cautelar y aún no se
encuentra firme, habiendo sido recurrida por la demandada.

VII. Conclusión
Como se ha visto, son muchos y muy variados los desafíos que
propone el trabajo organizado a través de plataformas digitales.
En la Argentina aún no ha habido decisiones judiciales referidas
a la calificación del vínculo; no obstante, con sus diferencias y
particularidades, se han identificado un número considerable de
indicadores de la dependencia. La calificación de dichos vínculos
está, pues, reservada al juicio de aproximación o semejanza que
deben realizar los jueces.
Se advierte, en cualquier caso, la necesidad de brindar algún tipo de
protección para los trabajadores que prestan servicios en el ámbito
estudiado. Sin embargo, de entenderse que las relaciones analizadas
están dentro de los confines de la dependencia, la LCT -como
estatuto general, y sin perjuicio de la necesidad de su adecuación a los
cambios socioeconómicos- está destinada a regular aquellos vínculos,
sin que existan obstáculos insalvables a tal efecto.

320
El trabajo bajo intermediación (¿o haja qualquer tipo de subordinação ou mesmo de dependência entre
dependencia?) de las plataformas os sujeitos. Em que pese na prática tal autonomia venha a ser objeto
de grandes debates, uma vez que presentes elementos da relação de
virtuales. Impacto de lastecnologías de trabalho e em especial, a compreensão que o Direito não é estático
lainformación e que a expansão das garantias e direitos fundamentais precisam
Informe Nacional Brasil estar presentes em todas as relações de trabalho, evitando o que a
OIT desde 1944 declarou com princípio que o trabalho não é uma
Fábio Túlio Barroso
mercadoria.
Jorge Cavalcanti Boucinhas Filho
Por sua vez, os conceitos relacionados ao modelo de serviços via
aplicativos também não são unívocos, debruçando-se a doutrina
Resumo: na forma de poder melhor compreender o que está acontecendo e
O avanço da informática produtiva se desdobra, com o aparecimento a necessária explicação, sob um ponto de vista técnico e objetivo
dos aplicativos via aparelhos eletrônicos, como computadores, (AR AÚJO, 2017, pág. 181).
smartphones, tablets, etc, que permitem que por meio de aplicativos Nessa toada, importante e pedagógica a explicação apresentada por
seja realizado um trabalho. Uma nova relação triangular entre Lucas Caparrós sobre o tema (2018, págs. 786 e 787)
sujeitos em que o trabalhador presta serviços, a empresa tecnológica El ‘crowdwork’, al decir de Todolí, “consiste en tomar una prestación
intermedia e o usuário obtém o resultado prático. A relação de de unservicio, tradicionalmente realizada por untrabajador, y
trabalho está presente, quando uma pessoa física é quem presta descentralizarlahaciaun indefinido y, normalmente, gran número de
o serviço. Inovações tecnológicas ainda não regulamentadas pelo personas en forma de llamamiento o convocatoria”.
Direito e que servem de objeto de estudo em várias disciplinas. No
Asimismo, elcrowdworkposeecuatro dimensiones, que se combinan
âmbito do Direito do Trabalho o que se discute principalmente é
entre sí, y que pueden ser divididas en dos grupos.
se há ou não subordinação, visto que outros elementos do contrato
de trabalho podem estar ou não presentes, verificado o princípio En primer término, considerando lavía a través de lacualhabrá
da primazia da realidade. Como a sociedade se modifica, o Direito de prestarseelservicio, conviene distinguir entre las prestaciones
também precisa se adequar ao novo padrão de serviços, sempre no realizadas ‘en línea’ (llamaremos a ellocrowdwork online) y las que
sentido de admitir um modelo de garantias mínimas de dignidade ao debenejecutarse localmente, ‘fuera de línea’, enun lugar concreto
trabalhador. (crowdworkoffline).
En segundo lugar, es necesario discriminar elcrowdworkenfuncióndel
tipo de plataforma enla que se ofertanlosservicios, puesexisten
Palavras-chave:
plataformas genéricas, en donde se ofertan todo tipo de
Trabalho via aplicativos. Subordinação Virtual. Plataformas virtuais. servicios (crowdsourcinggenérico), y otras, específicas, a través
Aplicativos. de lascuales se realizan ofertas de una actividaden concreto
(crowdsourcingespecífico).
Introdução Enesainteligencia, a modo ejemplificativo, elservicio
O mundo passa por uma nova revolução tecnológica e produtiva prestado por elconductor de “Uber” podríacalificarse como
com diversas repercussões no mundo do trabalho.Em pouco ‘crowdworkofflineespecífico’.
tempo as novas tecnologias tomaram conta das sociedades e por E ainda arremata:
consequência, do mundo do trabalho. Rapidamente a prestação de En este sentido, los términos “economía bajo demanda” o
serviços ganhou uma conotação até então não configurada na certeza “gigeconomy” sonfrecuentementeempleados como sinónimos de
quase cartesiana da codificação moderna presente nos estatutos “economía colaborativa”. Sin embargo, la ‘economía colaborativa’
normativos, ao passo de ser tema do momento se a prestação de es, enrealidad, una especie del género ‘bajo demanda’, que
serviços via aplicativos pode ou não ser reconhecida como uma suponelaexplotación de bienespersonalesinfrautilizados
relação de emprego. Esse é o grande dilema da atualidade, sempre y que transforma a lospropietarios de dichosbienesen
olhando para o futuro, como uma condição inexorável do avanço das “microemprendedores”. Esta economíatienesu centro de mercado
tecnologias e concomitantemente enxergando os efeitos da falta de enelbien “compartido”, siendoaccesoriacualquierprestación de
regulamentação estatal para o trabalho, como ocorreu no passado. serviciodelpropietariodelbien que se comparte.
Um novo momento na história da humanidade se apresenta e para Em que pese a tantas formas diferenciadas de utilização da mão de
tanto, se faz mister tentar acompanhar os novos caminhos e em obra e não havendo definição normativa objetiva nem teórica ou
especial, saber como estas relações multifacetadas podem se inserir prática, o inequívoco éa descentralização do uso da propriedade
na regulamentação do trabalho humano, com responsabilidade privada como elemento evolutivo do capitalismo atual, na efetiva
social e, inexoravelmente participar de uma nova geração do Direito implementação da lexmercatoria difusa. As novas formas de
do Trabalho, dado o avanço tecnológico e a mudança do padrão trabalho vêm sendo descortinadas em decorrência dessas atividades
produtivo e comportamental dos sujeitos da relação jurídica polissêmicas, rompendo paradigmas e estabelecendo um modelo
(ROSEMBAUM, 2019, PÁG. 193). diferenciado e dialeticamente ainda mais específico do que a
O escopo desse texto é ampliar o leque de discussões acerca de disciplina trabalhista durante aproximadamente cem anos convergiu
eventuais configurações de vínculos de emprego decorrentes da energias para poder padronizar.
prestação de serviços via aplicativos no Brasil. O ponto de partida para a não responsabilização empresarial no
Dada a semelhança entre atividades desenvolvidas por trabalhadores aspecto trabalhista está pautado na suposta autonomia que as partes
diante dos aplicativos que fazem a ligação entre pessoas, físicas possuem, pois não existe uma determinação de quando nem onde o
ou jurídicas com o trabalhador, inexoravelmente pessoa física, e a trabalhador irá prestar serviços, havendo a opção de estar online ou
respectiva prestação dos serviços, não haverá um corte metodológico não, inclusive no tocante à aceitação das demandas. Esse parece ser o
diferenciando, à guisa de exemplo; condutores e motofretistas. ponto de partida para a discussão acerca do vínculo de trabalho com
A perspectiva da análise científica é disposta na explicação do ou sem dependência.
fenômeno acima indicado e como o trabalho via aplicativo vem sendo São várias as posições doutrinárias e jurisprudenciais sobre o
tratado no Brasil. fenômeno e as discussões passam por inúmeros argumentos,
Esse é um singelo aporte e um pequeno passo a mais sobre a vívida inclusive com fácil acesso pela rede mundial de computadores, como
discussão sobre a matéria, com intuito de poder contribuir com o os trazidos à tona, como forma de ilustração, em especial quanto à
debate democrático sobre as sociedades atuais, as novas tecnologias discussão da caracterização ou não do liame empregatício entre o
e o porvir do Direito do Trabalho, sem pretensão de esgotamento do trabalhador e a empresa (aplicativo):
tema. O colegiado ponderou também que o autor trabalha “no horário que
lhe aprouver e da forma que lhe seja mais conveniente, possuindo
liberdade e autonomia para fixar sua jornada de trabalho e inclusive
Trabalho e novas tecnologias: Economia de suspender as atividades sem sequer comunicar à reclamada e sem
compartilhada
A “economia compartilhada” ou “economia colaborativa”é num
fenômenoem que se vislumbra do ponto de vista teórico, plena
autonomia entre os interlocutores da atividade produtiva, sem que

321
sofrer qualquer tipo de consequência”. Ainda no que diz respeito país em número de funcionários(BALZA, 2019), o que certamente
à jornada, o motorista lembrou que chegou a ficar uma semana geraria maior arrecadação para o Estado e amplitude de execução de
sem trabalhar, devido a uma cirurgia, sem que houvesse nenhuma políticas públicas.
ingerência da empresa. Em algumas cidades e estados do Brasil há uma certa regulamentação
Para o colegiado, essas declarações “indicam de forma categórica do serviço via aplicativos. Contudo, muito mais no sentido de
que inexistia qualquer meta de atividade diária, semanal ou mensal, arrecadação de tributos (G1 PE, 2019 e G1 SP, 2019)
imperando a total flexibilidade quanto ao tempo e horário de ativação É certo, todavia, que a Lei nº 13.640/2018, atualizou em parte
do autor”. o conteúdo da lei nº 12.587/2012, que institui as diretrizes da
De acordo com os desembargadores, o motorista poderia trabalhar Política Nacional de Mobilidade Urbana, para estabelecer critérios
concomitantemente em qualquer outro ramo, inclusive para o relacionados aos serviços de condutores por aplicativos, sem,
concorrente, fazendo uso de outros aplicativos de conexão com contudo, adentrar na seara trabalhista.
usuários do serviço para oferecer seu ofício de transporte. Por
tudo isso, a Câmara decidiu que “a forma de atuação apurada não
se coaduna com a relação de emprego”(Motorista de Uber não Regulamentações sobre a matéria no Brasil –
tem direito a reconhecimento de vínculo de emprego, Migalhas, caminhos iniciais
capturado en 01 de julio de 2019) No Brasil não são verificadas ações sólidas quanto à regulamentação
Por sua vez, em sentido contrário: da matéria, algumas assembleias legislativas criaram comissões para
estudar os efeitos das novas tecnologias nas relações de trabalho,
A magistrada pontuou que, em relação à forma como a empresa como no caso do estado de Pernambuco (ALEPE, 2019), houve
trabalha, por meio de aplicativo de celular, há controle da a criação pelo governo federal da Câmara Brasileira da indústria
concretização de serviço prestado pelo motorista, não se tratando 4.0, cuja finalidade não está diretamente relacionada às relações
o uso da ferramenta de uma simples parceria entre o motorista e a trabalhistas (Ascom - Ministério da Economia, 2019)
empresa.
Verifica-se além da doutrina, demandas judiciais, cuja perspectiva
“Se se tratasse de mera ferramenta eletrônica, por certo as dos trabalhadores, na maioria das vezes, é o reconhecimento do
demandadas não sugeririam o preço do serviço de transporte a vínculo de emprego, tendo como pano de fundo a subordinação.
ser prestado e sobre o valor sugerido estabeleceriam o percentual
a si destinado. Também não condicionariam a permanência do Ao que parece, a ressignificação do Direito do Trabalho, pautado na
motorista às avaliações feitas pelos usuários do serviço de transporte. autonomia da vontade reveste a realidade atual (BARROSO, 2017,
Simplesmente colocariam a plataforma tecnológica à disposição dos págs. 245 e segts.), sem que haja movimento definido de proteção
interessados, sem qualquer interferência no resultado do transporte social aos trabalhadores que utilizam os aplicativos para poder
fornecido, e pelo serviço tecnológico oferecido estabeleceriam um deste trabalho viver com dignidade. Observa-se muito mais uma
preço/valor fixo a ser pago pelo motorista pelo tempo de utilização, metamorfose do Direito do Trabalho, assentado em uma intensa
por exemplo.” remercantilização do trabalho, uma acumulação pela desposessãodo
público em favor dos interesses privados (MONEREO PÉREZ, 2017,
Para a desembargadora, o exame de demandas que envolvam os pág. 32).
novos modelos de organização de trabalho “deve se dar à luz de
novas concepções do trabalho subordinado ou parasubordinado, As ações judicias são crescentes, bem como a preocupação por
especialmente considerando o avanço da tecnologia”. A relatora levou parte do Ministério Público do Trabalho quanto à legalidade dos
em conta alteração introduzida pela lei 12.551/11 no artigo 6º da CLT, vínculos de trabalho e a responsabilidade social das empresas, como
segundo o qual “os meios telemáticos e informatizados de comando, recentemente ocorreu no estado de São Paulo (REIS, 2019).
controle e supervisão se equiparam, para fins de subordinação Por sua vez, observa-se que por meio do Decreto de nº 9.792/2019,
jurídica, aos meios pessoais e diretos de comando, controle e o Presidente do Brasil estabeleceu, como forma de Regulamentar
supervisão do trabalhado alheio”. o inciso III do parágrafo único do art. 11-A da Lei nº 12.587, de 3
Com isso, considerou a presença de subordinação jurídica e de janeiro de 2012,que caberá aos municípios e ao Distrito Federal
pessoalidade no caso, e votou por dar parcial provimento ao recurso, regulamentar e supervisionar o serviço de transporte privado
reconhecendo o vínculo empregatício entre o motorista e a empresa individual de passageiros, além de permitir o ingresso à previdência
Uber.(Motorista de Uber tem vínculo empregatício reconhecido, social do trabalhador via aplicativo como contribuinte individual ou
recuperado el 101 de julio de 2019.) como microempreendedor individual, ficando a cargo do trabalhador
provar a respectiva inscrição no Regime Geral da Previdência Social
O tema está longe de ser encerrado, talvez, apenas começando a ser – RGPS.
desdobrado, em face da inovações comportamentais e valores das
sociedades atuais, que se estabelecem na utilização dos serviços via Dessa forma, verifica-se por via oblíqua o afastamento das
aplicativos e a inovadora e expansionista tecnologia para prestação de responsabilidades empresariais presentes no diploma normativo
serviços, cujo sujeito, até o momento é o ser humano. trabalhista, em especial, o conteúdo do art. 2º da CLT, que define
ser o empregador quem assume os riscos da atividade econômica,
Não obstante a tudo isso, tem-se que esse novo padrão de admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço.
comportamento laboral e produtivo ao passo que estabelece
uma ampliação das possibilidades de percepção pecuniária em Contudo, observa-se que o Direito deverá ser interpretado de forma
face da prestação de serviços, sendo importante no memento sistemática, de acordo com a estrutura do ordenamento jurídico,
de crise econômica e desemprego que o país atravessa, quando para que não haja antinomias e rupturas da ordem jurídica, social e
aproximadamente 13 milhões de pessoas estão paradas, o que econômica e sua aplicação na sociedade.
no Direito do Trabalho se caracteriza pela onerosidade, também A questão de fundo no reconhecimento ou mesmo da aplicação do
expande a precarização do trabalho, sem que exista qualquer Direito do Trabalho para a prestação de serviços via aplicativosestá
responsabilidade social pela empresa em face do trabalho humano relacionado a outra característica do contrato, que é a subordinação.
inexoravelmente presente. De fato, a categorização do contrato de trabalho quando estiver
Nesse sentido, é claro e inequívoco que o modelo de trabalho via presente a eventualidade ou mesmo o “bico” , não será preciso ou
aplicativos, temuma relação direta com a precarização, pois inexistem mesmo inexistente. Caracterizada uma atividade complementar,
normas específicas de trabalho e de proteção social solidificadas uma atividade extra, sem a continuidade que o vínculo de emprego
(ALARCÓN, 2017, pág. 48) e muito longe de ser uma opção para o tem como característica, dificilmente poderá ser questionado se há
trabalho, na prática é a única alternativa para milhões de brasileiros e ou não emprego, na sua acepção técnica e respectiva dependência do
também como única forma de ingressos, sendo ainda mais pernicioso trabalhador à empresa, como se tem da proposta da empresa UBER,
para as mulheres (DOLCE, 2019). conforme citado por OLENIKE, FERR AZ E VILLATORE (2018).
Há um “limbo jurídico” (SILVA, 2019) no Brasil e em outros países, Não obstante, havendo a continuidade e a definição de diretrizes
que muitas vezes depende do fenômeno da judicialização para poder pela empresa, como a definição, ainda que indireta, de como o
proporcionar a delimitação das responsabilidades no âmbito das trabalhador deverá se vestir, padronização do baú de acomodação
relações de trabalho. da mercadoria, limites máximos e mínimos de corridas ou entregas
No Brasil são 5,5 milhões de profissionais que trabalham para ou
com os aplicativos, conforme informações da Associação Brasileira
Online toOffline, representante das empresas do seguimento. Se
esses trabalhadores fossem considerados empregados formais,
grupos como Uber, iFood ou Rappi seriam disparado os maiores do
322
por dia, “sugestões” de temas de diálogo não polêmicos,valores Ainda que não exista no Brasil uma norma específica sobre o tema,
das tarifas, possibilidade de desligamento unilateral pelaempresa, tem-se que os fenômenos jurídicos se enquadram numa realidade
avaliação dos serviços, ainda que realizado pelos usuários, tudo isso normativa pré-existente. O próprio art. 3º da CLT estabelece os
estará presente na condição de fiscalização da atividade profissional critérios e a definição do empregado, sendo aquela pessoa física
pela empresa, não importando se está sendo realizado diretamente que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a
por ela ou mesmo pelos usuários. dependência deste e mediante salário.
É a expansão dos conceitos legais e como tal, da própria Os desdobramentos de jornadas excessivas para manutenção
subordinação, que em outro momento já foi tratado, quando da de um mínimo de ingressos é efetivamente uma dependência
atualização da Consolidação das Leis do Trabalho, ao tratar das existencial,haja vista que a existência do trabalhador e dos
formas de controle por meios telemáticos ou informatizados para a seus dependentes está ataviada ao trabalho realizado, sendo a
prestação fora do ambiente empresarial, o teletrabalho, em 2011, por centralidade de suas atividades profissionais e, por consequência de
meio da lei nº 12.551/2011: sua qualidade de vida e condição de dignidade.
Essa compatibilidade entre os meios decorrentes da informática Por sua vez, a interpretação da autonomia na prestação do serviço
produtiva com relação empregatícia dá ensejo a uma nova não pode ser absoluta, pois as diretrizes são estabelecidas pela
modalidade de subordinação: a subordinação virtual, cibernética empresa. No mais, a própria variação da aceitação dos serviços
ou digital. Isso acontece quando presentes os requisitos da apresentados não descaracterizam o poder empresarial ou, linguagem
subordinação ordinária presente no art. 4º consolidado, verificado do Direito do Trabalho, o poder diretivo, que é inerente ao sujeito
quando o empregado está à disposição ou prestando serviços para o ativo da relação, o empregador, mesmo havendo, como dito por
empregador, porém, não necessariamente no ambiente empresarial, OITAVEN, CARELLI e CASAGR ANDE (2018, pág. 39) a autonomia
com controle por meio de instrumento imaterial, telemáticos e na subordinação.
informatizados de comando, controle e supervisão, que mensura a
sua atividade laboral, desde a realização e qualidade dos serviços
definidos, até mesmo o controle da sua duração. Ou seja, poderá CONSIDER AÇÕES FINAIS
admitir, assalariar e dirigir a prestação pessoal de serviços em As novas tecnologias avançam em uma caminhada imparável. As
qualquer lugar do planeta. (BARROSO, 2011, pág. 97). relações de trabalho devem acompanhar esta expansão e nova
É preciso verificar com acuidade qual a perspectiva jurídica, o que organização empresarial também, até o ponto em que o trabalho
leva à indefinição de momento quanto à natureza da atividade humano seja prescindível. Assim, no caminho do equilíbrio e da
desenvolvida, seja pela empresa, seja pelo trabalhador. equidade, da paz social deverá estar o Direito do Trabalho, evitando
que novas fraturas sociais e econômicas ocorram justamente pela
O que se observa é que boa parte dos trabalhadores que prestam evolução do sistema produtivo, fundamental ponto de equilíbrio das
serviços por meio dos aplicativos tem como tal sua atividade sociedades de natureza produtiva capitalista.
profissional principal e pessoal, decorrente do desemprego e da crise
econômica, além da baixa formação profissional no país. É de se esperar como será definido o tipo de trabalho sob as
ferramentas tecnológicas que será regulamentado, ou se será
O Direito não pode ficar alheio a isso. A estrutura do Direito do regulamentado. Restando saber se o caminho será o da proteção
Trabalho como disciplina jurídica sempre foi ampliativa quanto à social e do equilíbrio entre os sujeitos ou a autonomia plena,
proteção social com responsabilidade e respeito à livre inciativa, igualando o futuro ao que se tinha no passado.
em obediência aos fatos que se enquadram no amplo espectro dos
Direitos Humanos, estabelecida pela própria realidade normativa
internacional, que tem a Organização Internacional do Trabalho –
OIT, como órgão internacional para o incentivo e efetividade dos REFERÊNCIAS
Direitos Humanos laborais. ALARCÓN, KaterineBermúdez. Crodwork, trabajoenfunción de la demanda
Em que pese não haver regulamentação específica para o víaapp y trabajo decente. Revista DerechodelTrabajo, año V, número 14,
modelo de trabalho via aplicativos, não é demais entender que enero/marzo 2017. Diretor Mario GarmendiaArigón, Montevideo, La Ley.
não necessariamente houve norma explícita ou mesmo norma ALEPE - Impacto da tecnologia sobre empregos será tema de Frente
inconstitucional, quando se entende a necessidade de compreensão Parlamentar. Recuperado el 15 de julio de 2019.http://www.alepe.pe.gov.
br/2019/04/03/impacto-da-tecnologia-sobre-empregos-sera-tema-de-frente-
do fenômeno fático e jurídico e sua caracterização como instituto
parlamentar/
de Direito do Trabalho, dada a aplicação do princípio da primazia da
realidade e a estruturação normativa presente no país. AR AÚJO, Wanessa Mendes de. Reflexões sobre a Subordinação Jurídica na
Era da Economia sob Demanda, em: Tecnologias Disruptivas e a Exploração do
Se é fato que há dificuldades em compreender uma relação jurídica Trabalho Humano. A intermediação de Mão de Obra a Partir das Plataformas
entre um trabalhador e uma pessoa ou empresa sem que haja a Eletrônicas e seus Efeitos Jurídicos e Sociais, coordenação de Ana Carolina
continuidade da prestação de serviços, uma habitualidade naquela Reis Paes Leme, Bruno Alves Rodrigues e José Eduardo de Resende Chaves
atividade em um padrão médio e razoável de dias na semana, também Júnior, LTr, São Paulo, 2017.
não se pode ter dificuldades em conciliar um modelo interativo, Ascom - Ministério da Economia.Governo lança Câmara Brasileira da
inovador e diferenciado de controle da atividade profissional, para Indústria 4.0. Recuperado el 15 de julio de 2019.https://www.abdi.com.br/
que o serviço por ela oferecido à sociedade não desqualifique a postagem/governo-lanca-camara-brasileira-da-industria-4-0.
relação jurídico trabalhista; o contrato de trabalho. BALZA, Guilherme. Brasil já tem mais de 5 milhões trabalhando para
aplicativos. Recuperado el 15 de julio de 2019. https://cbn.globoradio.globo.
Havendo a continuidade na prestação de serviços, o paradigma com/media/audio/262853/brasil-ja-tem-mais-de-5-milhoes-trabalhando-
temporal pode ser a utilização subsidiária da norma do art. 1º da Lei para-a.htm.
Complementar nº 150, que permite o reconhecimento do vínculo BARROSO, Fábio Túlio. O teletrabalho e a subordinação virtual após a lei nº
empregatício para quando há mais do que dois dias de prestação de 12.551/2011. Novos elementos caracterizadores do Direito Extraordinário do
serviços por semana, como corolário da norma do art. 8º da CLT,sem Trabalho. Revista Fórum Trabalhista, RFT, Ano 1 nº 2, (mar-abr – 2012), Belo
que nenhum interesse de classe ou particular prevaleça sobre o Horizonte, Fórum.
interesse público. BARROSO, Fábio Túlio. Potencialização da Autonomia da Vontade Individual
O racionalismo material do positivismo jurídico criado na na Reforma Trabalhista. Restrições Estruturais e Constitucionais. Em:
Constitucionalismo, Trabalho, Seguridade Social e as Reformas Trabalhista e
modernidade que deu ensejo à codificação e comportamentos
Previdenciária, LTr, São Paulo, 2017.
“absolutos” pelos sujeitos sociais não se enquadra para as atividades
CAPARRÓS, Lucas. La posibleacción gremial en torno del “crowdwork”,
via aplicativos, visto que o poder de controle pela empresa da
El futuro delderechodeltrabajo y de laseguridad social enun panorama de
atividade profissional desenvolvida é onipresente, realizado por reformas estructurales: Desafíos para eltrabajo decente, organización de José
algoritmos e despido das limitações humanas. LuisMonereo Pérez, Fábio Túlio Barroso e Horácio de las Heras, Laborum,
O que se tem hoje para o trabalho via aplicativos é um controle fora Murcia, 2018.
da empresa, pela própria natureza e realizado por meio de inteligência DOLCE, Julia. O lado sombrio do trabalho para aplicativos – e como é pior
artificial. para mulheres, recuperado el 15 de julio de 2019. https://exame.abril.com.br/
carreira/o-lado-sombrio-do-trabalho-para-aplicativos-e-como-e-pior-para-
Tal controle empresarial à atividade profissional desenvolvida mulheres/
é ampliativa e sem limites, justamente porque os algoritmos
estabelecem meios humanamente impossíveis de avaliação e
definições comportamentais. Entretanto, presente esta ferramenta de
controle pela empresa, pode-se caracterizar a subordinação virtual,
cibernética ou digital, como antedito.
323
G1 PE, Decreto regulamenta transporte por aplicativos e cobrança de taxas INFORME NACIONAL CHILENO:
a operadoras no Recife. Recuperado el 15 de julio de 2019. https://g1.globo.
com/pe/pernambuco/noticia/2019/04/15/decreto-regulamenta-transporte- “El trabajo bajo intermediación (¿o
por-aplicativos-e-cobranca-de-taxas-a-operadoras-no-recife.ghtml dependencia?) de las plataformas
G1 SP. Prefeitura de SP cria novas regras para transporte de passageiros virtuales. Impacto de las tecnologías de
via aplicativos. Recuperado el 15 de julio de 2019. https://g1.globo.com/sp/
sao-paulo/noticia/2019/04/02/prefeitura-de-sp-cria-novas-regras-para- la información”
transporte-de-passageiros-por-aplicativo.ghtml Magaly Carolina Correa Farías
Motorista de Uber não tem direito a reconhecimento de vínculo de Jorge Andrés Leyton García
emprego recuperado el 01 de julio de 2019. https://www.migalhas.com.br/ Rodrigo Azócar Simonet
Quentes/17,MI294475,31047-Motorista+de+Uber+nao+tem+direito+a+reco María José Rojas Frost
nhecimento+de+vinculo+de
Motorista de Uber tem vínculo empregatício reconhecido,
recuperado el 101 de julio de 2019. https://www.migalhas.com.br/ INTRODUCCIÓN
Quentes/17,MI286269,101048-Motorista+de+Uber+tem+vinculo+emprega Con los cambios tecnológicos, cada vez más grandes y rápidos,
ticio+reconhecido inevitablemente también ha cambiado la forma y los medios por los
OITAVEN, Juliana Carreiro Corbal, CARELLI, Rodrigo de Lacerda e cuales se satisfacen las necesidades de la población.
CASAGR ANDE, Cássio Luís. Empresas de Transporte, plataformas digitais
e a relação de emprego: um estudo do trabalho subordinado sob aplicativos,
Así, la proliferación de la tecnología celular, sobre todo, y la alta
Ministério Público do Trabalho, Brasília, 2018. variedad de smartphones en el mercado, han posibilitado la creación
de las llamadas aplicaciones, que facilitan no sólo la vida de las
OLENIKE, Jessica Gilbert, FERR AZ, Miriam Olivia Knopik, VILLATORE,
Marco Antônio César. A Análise da Possibilidade do Vínculo Empregatício personas, sino también han creado un nicho para diversos negocios,
Entre os Motoristas Cadastrados e a Empresa Uber. Revista Jurídica Luso- como son los delivery y los llamados trabajos por encargo. Asimismo,
Brasileira, ano 4, nº5, 2018. ha nacido el debate en torno a la naturaleza de los servicios
MONEREO PÉREZ, José Luis. La MetamorfosisdelDerechodelTrabajo, personales que se prestan en dichos negocios.
Bomarzo, Madrid, 2017. Y aunque este debate no ha sido ajeno a nuestro país, aún continúa
REIS, Vivian. MPT-SP entra na Justiça contra aplicativos de entrega; órgão diz incipiente si se compara con el impacto que ha tenido enotros países,
que empresas atuam na ilegalidade junto aos motoboys. Recuperado el 15 de lo que puede tener su causa en que la llegada de estas aplicaciones a
julio de 2019. https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2019/06/27/mpt- Chile aún es reciente.
sp-entra-na-justica-contra-aplicativos-de-entrega-orgao-diz-que-empresas-
atuam-na-ilegalidade-junto-aos-motoboys.ghtml Sin embargo, ello no obstaculiza al hecho de que se ha tornado
ROSENBAUM CARLI, Federico. Manual de Tiempo de Trabajo, Fundación de necesario que el estudio del derecho dirija su mirada a este
Cultura Universitaria, Montevideo, 2019. fenómeno, sobre todo desde el ámbito laboral, considerando las
SILVA, Walace Antônio Dias. Recuperado el 15 de julio de 2019. Entregadores
voces que lo denominan como un intento de precarizar las relaciones
de aplicativos estão em um limbo do Direito do Trabalho?http://www. laborales en Chile a base de desconocerla como una.
justificando.com/2019/05/24/entregadores-de-aplicativos-estao-em-um- Ante ello, cabe recordar que la exhortación que realizó recientemente
limbo-do-direito-do-trabalho/. la Organización Internacional del Trabajo, en el sentido que
“tenemos que aprovechar las posibilidades que nos brindan estas
transformaciones profundas para crear un futuro másprometedor y
conseguir seguridad económica, igualdad de oportunidades y justicia
social”(OIT, 2019: 1).
Así, en el presente informese presenta la situación jurídica laboral
de este tema en Chile, desde la realidad nacional, y considerando
la escasa jurisprudencia judicial y administrativa y los diversos
proyectos de ley que hoy en día se discuten.

I.ANTECEDENTES DE LA SITUACIÓN JURÍDICA CHILENA


En los últimos años, en nuestro país,han proliferado rápidamente
lasaplicaciones para teléfonos móvilesconocidas como Apps, las
que principalmente ofrecen serviciosde forma remota, entre las
que encontramos las de transporte(como Uber, Cabify o Beats),de
reparto de comida (como Rappi, Pedidos Ya yUber Eats), y de
compras directas a cuenta de terceros (como Cornershop). Sin
embargo, el tema aún parece no cobrar una relevancia jurídica, o al
menos, no en el ámbito laboral.
Mientras que en doctrina comparada se reconocen dos grandes
grupos de trabajo a través de plataformas tecnológicas, conocidos
comocrowdwoks y work-on-demand,en Chile, el debateacerca de
la existencia o no de una de relación de trabajo respecto de quienes
prestan servicios a través de estas plataformas se ha centrado
específicamente respecto de uno de ellos, la modalidad de trabajo a
demanda o work on-demand
Si nos centramos en las aplicaciones de transportes, pioneras en
nuestro país sobre el trabajo a demanda, las cifras oficiales muestran
que la cantidad de conductores suscritos superan los 95 mil, más del
doble de los conductores de taxis que bordean los 44 mil(Gutiérrez,
2018), es decir, contamos hoy en día con más conductores de Uber
que taxistas en las calles.
Y la cifra no es azarosa si tomamos en cuenta que, en promedio, el
ingreso de un conductor de dichas plataformas alcanza los $3.964
por hora(Fielbaum y Tirachini, 2019: 3), bastante más alto que los
$1.254 que por hora podría llegar a ganar un trabajador dependiente ,
resultando en una oferta atractiva para cualquier persona.
De esta manera, el impacto de dichas plataformas es alto, sobre
todo en temas de empleo, considerando que un 34% de los

324
conductores de dichas plataformas se dedican a tiempo completo a relevancia, lo primero que debemos indicar es que, en forma similar a
conducir,(Vallejos, 2018), es decir, que su principal y único ingreso otros sistemas jurídicos, el ordenamiento chileno no dispone de una
proviene del servicio que prestan a la aplicación, representando a un regulación especial sobre el trabajo para empresas de plataformas
1,13% de los ocupados en Chile(Gutiérrez, 2018). electrónicas.
La cifra anterior cobra relevancia si tomamos en cuenta que, para El vacío legal anterior no se limita solo al derecho del trabajo: no
el período abril-junio de 2019, la tasa de desocupación en Chile hay regulación alguna, por ejemplo, sobre el funcionamiento de las
alcanzó el 7,1% a nivel país(INE, 2019: 1), según los datos oficiales plataformas que prestan servicios de transporte, sino que también
de la Encuesta Nacional de Empleo (ENE) realizada por el Instituto encuentra déficits en aspectos tributarios, de seguridad social,
Nacional de Estadísticas de Chile (INE). comerciales, regulatorios específicos del sector, entre otros.
Sin embargo, dicho impacto en el desempleo es, igualmente aparente, Sobre este tema, es importante tener en cuenta que, en la legislación
pues aunque se consideren como ocupados, al no considerarse nacional, se define a un contrato de trabajo como una “convención
formalmente como relaciones de carácter laboral, nos encontramos por la cual el empleador y el trabajador se obligan recíprocamente,
entonces ante miles de personas que pese a recibir un ingreso, éste a prestar servicios personales bajo dependencia y subordinación
muchas veces único, no se encuentran cubiertas por la protección que del primero, y aquél a pagar por estos servicios una remuneración
brinda el derecho del trabajo y la seguridad social. determinada” (art. 7 Código del Trabajo).
De esta manera, no existe una obligación de parte de estas A su vez, la norma agrega, en el artículo siguiente, que “toda
plataformas a, por ejemplo, enterar las cotizaciones previsionales prestación de servicios en los términos señalados en el artículo
ni de salud de los conductores. Incluso, en el caso de que estos anterior hace presumir la existencia de un contrato de trabajo”.
cotizaran como independientes, el porcentaje sobre el que lo harían De esta manera, para que exista un contrato de trabajo, una relación
sería muy bajo comparado al ingreso que tienen. laboral, se requiere realizar un análisis caso a caso de la presencia
Asimismo, al no emitir boletas de honorarios a las empresas, tampoco de los cuatro elementos que entrega la definición legal: (i) Sujetos:
se realiza dicho descuento al momento de realizar sus declaraciones empleador y trabajador; (ii) Prestación de servicios personales del
de rentas, de acuerdo a la nueva Ley N° 21.133 . trabajador al empleador; (iii) Contraprestación del empleador al
De la misma manera, no se realiza el pago de los impuestos trabajador por los servicios prestados; (iv) Vínculo de subordinación
respectivos, lo que también produce un daño al patrimonio fiscal. y dependencia en que deben estar relacionados el trabajador y
empleador.
Por su parte, las llamadas plataformas de delivery, centradas
principalmente en los servicios de entrega de comida, no son Este último elemento es el más importante de la relación laboral y el
nuevas en el día a día de nuestro país, pues comenzaron a existir de que lo distingue de otros contratos en los cuales hay prestación de
forma paralela a la llegada del comercio de la comida rápida. Así, se servicios a cambio de una remuneración. En el contrato de trabajo, la
volvieron populares los repartidores de pizza a domicilio, los menús forma de prestar los servicios es bajo subordinación y dependencia.
de comida china en las puertas de las casas y la oportunidad de salir a La subordinación y dependencia no se encuentra definida en la ley,
comer, sin verdaderamente salir del hogar. pero tanto los Tribunales de Justicia como la Dirección del Trabajo
Sin embargo, no es menos cierto que en los últimos años se ha vivido han señalado que existen ciertos indicios o manifestaciones concretas
el boomde este servicio, de la mano de las plataformas digitales que, del vínculo de subordinación y dependencia, lo que determina que en
de cierta manera, externalizaron esta necesidad, proporcionando la práctica exista una relación laboral. Como se indicó anteriormente,
a las cadenas de comida la ventaja de no sólo llegar a más clientes, este análisis debe realizar caso a caso y de acuerdo al principio de
al expandir sus espacios geográficos, sino también de aprovechar la primacía de la realidad.
publicidad que las propias plataformas les brindan. Algunos de esos indicios son: la continuidad de los servicios
Empresas como Uber Eats, Rappi, Glovo y la uruguaya Pedidos prestados; la obligación de asistencia del trabajador; el cumplimiento
Ya, transformaron la antigua llamada para pedir comida, en un par de un horario por parte del trabajador; la obligación de ceñirse a las
de clics en el computador o en el teléfono, desde cualquier parte, órdenes e instrucciones dadas por el empleador; la supervigilancia
expandiendo además la oferta a no sólo la comida rápida, sino en el desempeño de las funciones; la subordinación a controles de
también a comida gourmet y restaurantes incipientes. Uber Eats, por diversa índole; la necesidad de rendir cuenta del trabajo realizado; la
ejemplo, “hoy en día tiene más de 1.000 restaurantes asociados y está necesidad de mantenerse a disposición del empleador, entre otros.
presente en 15 comunas de la Región Metropolitana, en Viña del Mar
y Concepción” (Peralta, 2018), mientras que Glovo, previo a retirarse B. PRONUNCIAMIENTOS JURISPRUDENCIALES
del país mencionó “tener más de 1.000 conductores y más de
150.000 usuarios activos en esas mismas ciudades” (Peralta, 2018). Al mismo tiempo, tampoco existen pronunciamientos de la autoridad
administrativa ni de los Tribunales de Justicia que resuelvan este
Pero dichas plataformas no funcionan si no tienen quién reparta tema.
la comida, los que se conocen como socios o riders, y quienes
arriba de una bicicleta o de una moto, reparten los pedidos por la (i) La falta de competencia de la Dirección del Trabajo
ciudad. Según cifras no oficiales, hoy en día serían más de 3000 Respecto a la jurisprudencia administrativa, la Dirección del Trabajo
mil repartidores, cuyos ingresos en promedio podrían alcanzar los se pronunció sobre este tema, en elOrdinario N°6165, del 29 de
$650.000 mensuales (EMOL, 2018), muy por sobre el promedio diciembre de 2016.
remuneracional mensual chileno. En ésta, se señala que “la determinación de la naturaleza jurídica del
En ambos sistemas, y lo mismo sucede con Cornershop, las empresas vínculo que une a la empresa Uber con los conductores que operan
funcionan principalmente como intermediarios a las necesidades de en su plataforma tecnológica y, en particular, si se trata de una
quién pide y quién finalmente materializa el servicio, no existiendo relación laboral o no, exige la calificación yponderación de hechos en
control en los horarios de estos últimos. un procedimiento de confrontación probatoria,cuyo conocimiento
Al respecto, Fielbaum y Tirachini (2019), mencionan que: necesariamente está entregado alos TribunalesdeJusticia” .

En el caso de los conductores de transporte, el 31% de ellos manifiesta De esta manera, atribuyó la competencia del asunto como un tema
que trabaja “más de 50 horas a la semana, y un 11% declara trabajar judicial,no pudiendo la Dirección, como órgano administrativo emitir
más de 60 horas semanales. Este preocupante dato se corrobora un pronunciamiento vinculante.
al analizar las horas conducidas el último día trabajado antes de Sin perjuicio de lo anterior, este pronunciamiento contiene ciertas
responder la encuesta, donde un 18% declaró conducir durante 12 constataciones y conclusiones que vale la pena mencionar:
horas o más, y un 35% 9 horas o más (es decir, más de una jornada de - Que la empresa que administra la aplicación Uber en Chile se define
trabajo regular)”. a sí misma como un intermediador de servicios o gestor de una base
Como se aprecia, este es un fenómeno creciente en el país, respecto de datos.
del cual existen una serie de problemas y contingencias que no han - Que para el pasajero resulta irrelevante la identidad del conductor
sido dimensionadas ni resueltas por las autoridades, y como veremos, que concurrirá a su llamado, en tanto el servicio brindado sea
tampoco por parte de nuestra legislación. concordante con las características anunciadas por la empresa.

II. LA SITUACIÓN JURÍDICA CHILENA


A. LA FALTA DE REGULACIÓN ESPECÍFICA DE LA MATERIA
A pesar de que se trata de un tema que cada día cobra mayor

325
- Que para Uber, las características personales de sus conductores En efecto, el demandante inició una acción de denuncia de derechos
son esenciales, por lo que, de hecho, efectúa una selección de los fundamentales con ocasión del despido. En ella, junto con señalar
conductores postulantes a la aplicación, como poseer un nivel que el vínculo que lo unía a la empresa era de índole laboral, indicó
de formación, pericia y experiencia adecuados en el ámbito de la que había sido vulnerado su derecho a la honra, ya que había sido
conducción, un análisis de su hoja de vida como conductor y la bloqueado de la aplicación tras haber sido acusado de participar en
exigencia de un certificado de antecedentes. Estas características de una compra en que se habría usado indebidamente una tarjeta de la
idoneidad deben ser mantenidas durante la vigencia del vínculo. compañía, en beneficio de un tercero que no prestaba servicios para
- Que a los conductores se les paga de forma semanal, en función del esta.
número de viajes efectuados, previamente realizado el descuento del Así, el libelo no sólo atribuye el carácter de laboral al vínculo entre
porcentaje que Uber unilateralmente fija como gestor del negocio. las partes, sino también contiene una acción propia del Derecho del
- Que la ruta que debe seguir el conductor es la sugerida por la Trabajo, como es, la de tutela laboral por vulneración de derechos
aplicación, y si este la cambia, igualmente el pago corresponde al fundamentales.
calculado según la ruta sugerida. Asimismo, y respecto a la solicitud de declaración de relación laboral,
- Que el conductor puede aceptar o rechazar las solicitudes de el demandante añade ciertas características que, a su parecer,
traslado, pero si rechaza tres llamados en una hora, la empresa puede verificarían la naturaleza de sus labores:
desconectarlo de la aplicación, de forma unilateral. - La obligación de utilizar la aplicación móvil al menos 1 vez cada 3
(ii) La casi inexistente jurisprudencia judicial semanas, sin la posibilidad de rechazar más de 3 pedidos en 1 día, sino
se suspendía al shopper
Por su parte, la judicialización del tema ha sido prácticamente nula,
ya que casi no se han entablado demandas por reconocimiento de - Realizar la compra según los pedidos asignados.
la relación laboral, lo que limita las sentencias que hayan marcado - Entregar la compra a los clientes en un rango de tiempo determinado
un criterio jurisprudencial que sirvan para establecer si estamos en por la empresa mediante la aplicación celular.
presencia de trabajo bajo intermediación o en dependencia. - La obligación de contactarse con el cliente en cada pedido, por
En todo caso, de presentarse casos de este tipo ante los Tribunales de instrucción de la empresa y en la forma indicada por ella.
Justicia, consideramos que estos cuentan con las herramientas legales - Ante un cliente nuevo, debían realizar llamados de fidelización,
para fallar conforme a la definición de contrato de trabajo establecida debiendo informar de ellos a la empresa.
en el artículo 7 del Código del Trabajo, que contiene los elementos
básicos de la relación de trabajo. - Actualizar y controlar inventarios, de acuerdo a los productos
disponibles en los distintos supermercados.
Sin perjuicio de que la presencia de pronunciamientos de la justicia
laboral chilena respecto a la naturaleza jurídica del vínculo entre las - Asistir y aprobar las capacitaciones impartidas por la empresa.
plataformas y quiénes prestan servicios para ellas es prácticamente - Reportar a la empresa, a través de su supervisor directo, de
nula, hasta la fecha, existe solo un fallo relevante (sobre la empresa cualquier comentario que efectuaran los clientes.
Uber), de primera instancia, que descarta que se trate de un vínculo - Utilizar el uniforme con el logo de la empresa en el ejercicio de las
de naturaleza laboral, el que analizaremos brevemente en esta funciones.
sección. Asimismo, nos referiremos a un caso referido a la plataforma
Todas estas situaciones demostrarían, a parecer del demandante,
Cornershop, el que finalizó con un avenimiento entre las partes, pero
el poder de mando de Cornershop como empleador, y la posibilidad
contiene elementos que merecen ser analizados.
de realizar sanciones disciplinarias, como bloquear o suspender a
- Causa “Thompson con Uber Chile SpA.” (Rol O-1388-2015, los shoppersdel uso de la aplicación, además de pedir cuenta de sus
Segundo Juzgado de Letras del Trabajo de Santiago) labores.
En este litigio, el Segundo Juzgado de Letras del Trabajo de Santiago De la misma manera, atribuye como indicio el que, por los servicios
rechazó la demanda presentada por un conductor de Uber que fue realizados, se pagaba por parte de la empresa una remuneración,
desactivado por la compañía, en la que reclamaba que el vínculo consistente en las comisiones por cada compra realizada.
que mantenía con la empresa fuera reconocido como de naturaleza
Sin perjuicio de ello, la falta de una sentencia judicial, no nos permite
laboral (indicando que la empresa utilizaba una forma de subterfugio
conocer la forma en que los Tribunales chilenos habrían abordado
para ocultar dicha realidad), y que, en consecuencia, se declarara
una acción de esta naturaleza, o si hubiesen considerados verdaderos
que su desvinculación de la plataforma fuera considerada como un
los hechos indicados en la demanda.
despido injustificado.
Los argumentos entregados por el Tribunal para rechazar las
pretensiones del demandante se fundaron en la falta de antecedentes C. ÁMBITOCOLECTIVO
que permitieran, a juicio del sentenciador, constatar un auténtico La falta de regulación -en otras palabras, de definición- por parte
vínculo de subordinación entre el demandante y la compañía, es del legislador no ha sido obstáculo para el desarrollo incipiente de
decir, se rechazó por falta de evidencias. organizaciones que buscan representar a los prestadores de servicios
A juicio del Tribunal, en el caso concreto “no se encuentra de estas plataformas, utilizando figuras jurídicas no necesariamente
configurada subordinación alguna entre las partes, estos es, no de carácter laboral.
existen antecedentes que la empresa ejerza poder sobre el actor Veremos también como se han gestado ciertas movilizaciones y
y que el mismo se ejerza a través de directrices que en caso de protestas de carácter informal motivadas por la falta de estándares
incumplimiento sean sancionables o castigadas y la circunstancia, laborales adecuados.
omitida por el demandante, que los servicios fueron desconectados, (i) Creación de Asociaciones Gremiales
previa conversación con él, frente al reclamo de un cliente, no es
más que la consecuencia de un mal servicio, que la empresa como El creciente aumento de la presencia de servicios de transporte
dueño del software tiene la absoluta libertad de elegir con qué otro operados a través de plataformas tecnológicas ha ido acompañando
independiente lo comparte, al igual que el conductor tiene la libertad de una creciente organización de los conductores que prestan
de aceptar o no una solicitud o incluso de conectarse”. servicios para dichas compañías, a diferencia de la escasa
organización existente en otro tipo de plataformas.
En este sentido, la tesis del sentenciador se enmarca dentro de
aquellas que consideran que la forma en que los trabajadores de Debido a la indefinición jurídica en torno a la naturaleza de
aplicaciones prestan servicios es de independientes, no existiendo un esta forma de trabajo, la forma preferida de organización de los
vínculo de subordinación y dependencia entre la empresa dueña del conductores ha sido la de constituir Asociaciones Gremiales (AG), las
software y los conductores de la misma. que se encuentran reguladas en el Decreto Ley Nº 2757, de 1979.
- Causa “Lindemann con Delivery Technologies SpA.”(Rol T-1456- Las AG son entendidas como organizaciones que reúnen a personas
2018, Primer Juzgado de Letras del Trabajo de Santiago) naturales o jurídicas que buscan proteger sus intereses como
profesionales o como parte de una determinada rama o sector de la
Este caso es de interés sólo por el contenido del libelo presentado por economía. En este sentido, no son, en el estricto sentido del término,
el demandante, ya que terminó sin sentencia definitiva, tras la firma organizaciones sindicales, pero si están amparadas por la libertad
de un acuerdo entre las partes .
En este caso, la empresa demandada, Cornershop, realiza servicios
de compra en supermercados, mediante trabajadores (llamados
shoppers) que reciben pedidos a través de una aplicación y deben
realizarlos, recibiendo el pago de una comisión por ello.
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de asociación consagrada en el artículo 19 N°15de la Constitución sugieren que la categoría de “socios” o “independientes” resulta
Política de la República de Chile. sumamente controversial, por lo que urge la necesidad de debatir
A nivel nacional, es posible destacar a la Asociación de Conductores sobre una regulación apropiada”(Boletín N° 12475-13: p. 3).
Unidos de Aplicaciones de Chile A.G. (AcuaChile) , cuyos dirigentes La normativa del proyecto parte estableciendo una definición
han sido parte activa del debate legislativo. de plataformas digitales de servicios (PDS) entendiendo por tal
Esta Asociación tiene a su vez una presencia mediática importante, “aquellas personas jurídicas que ofrecen sus prestaciones a través de
lo que le ha permitido ser una voz relevante en los debates políticos y una infraestructura digital cuyo propósito es organizar ycontrolar,
técnicos. Su trabajo se ha concentrado principalmente en la creación por medio de algoritmos, la realización de los servicios conectando
de un marco regulatorio que permita entregar mejores condiciones en a los trabajadores con los clientes que los solicitan. Estas empresas,
materias como fijación de tarifas y seguridad, entre otros temas. a diferencia de las agencias de empleo temporal o sistemas de
“crowdwork”, mantienen el control sobre aspectos relevantes del
Existen, a su vez, organizaciones a nivel regional, como es el caso trabajo” (Boletín N° 12475-13: p. 6).
de Agecop, asociación gremial que representa a conductores de
aplicaciones en la Región de Magallanes, y Agecop VR, su símil en la Precisa que se entenderán como trabajadores y trabajadoras, para
Región de Valparaíso, entre otras. efectos de esta propuesta de ley, a aquellas personas que suscriban
un contrato de trabajo con alguna de estas plataformas. Este contrato
Las citadas organizaciones tuvieron un rol relevante en la realización individual de trabajo “es la convención por la cual la Plataforma de
de huelgas que acompañaron el movimiento de conductores de Servicios y el trabajador o la trabajadora se obligan recíprocamente,
aplicaciones en EE.UU. durante el mes de mayo de 2019. éste a prestar servicios personales bajo dependencia y subordinación
(ii) Protestas y movimientos informales del primero, a través de una infraestructura digital que lo conecta
Cómo hemos observado en el punto anterior, las principales con clientes con el objeto de que preste el servicio que la plataforma
organizaciones de trabajadores de aplicaciones en Chile ofrece, y aquella a pagar por estos servicios una remuneración
corresponden al sector de transporte. No existe un nivel similar de determinada por servicio prestado”(Boletín N° 12475-13: p. 7)
organización en el sector del delivery, de importante presencia en las Los autores de este Proyecto de Ley se preocupan de distinguir entre
principales ciudades de Chile. los diversos tipos de trabajo que puede requerir una plataforma
Esto se debe, en parte, a las condiciones más precarias que enfrentan digital. Lo anterior, “ya que no solo requieren trabajadoras y
estos trabajadores -incluyendo un contingente importante de trabajadores que sean los encargados de realizar el servicio que
migrantes- lo que, en todo caso, no ha impedido que se produzcan la plataforma ofrece -como el reparto de comida o el transporte
ciertos focos de movilización, como ocurrió en marzo de 2019 con los vehicular-, sino que también requiere un segundo tipo de
riders de la empresa Uber Eats(CNN, 2019). trabajadoras o trabajadores, tales como los administradores de esas
aplicaciones, representantes en el país, etc.”(Boletín N° 12475-13: p.
7). Señala que los administradores, representantes, etc. no necesita
D. PROYECTOS DE LEY una nueva regulación dado que se ajusta con el modelo general del
En cuanto a los Proyectos de Ley, existen 3 propuestas que pretenden Código del Trabajo.
regular la prestación de servicios a través de plataformas virtuales También se enfatiza que, respecto del primer tipo de trabajo, el que
o digitales, como se conocen principalmente en nuestro país. Estas ejecutan los encargados de prestar el servicio, realizan también un
iniciativas sólo se refieren al trabajo a pedido o work-on-demand. trabajo subordinado, pero que “no calza con el formato tradicional de
Cabe destacar, de forma general, que cada una de estas iniciativas nuestro código y por eso necesita una nueva regulación”(Boletín N°
tienen distintas visiones sobre si se debe dar la calidad de 12475-13: p. 7).
trabajadores a aquellos que desarrollan los servicios a través de estas El proyecto contiene una exhaustiva regulación normativa de los
aplicaciones. principales aspectos de la relación de trabajo subordinado. En general
Así, por ejemplo, en dos Proyectos de Ley, se estima que son establece las estipulaciones mínimas que debe contener el contrato
trabajadores dependientes y a partir de dicho supuesto, en uno de de trabajo, similares a las ya establecidas en el Código del Trabajo
ellos se pretende establecer una regulación a través de un contrato para la generalidad de trabajadores, más algunas precisiones propias
de trabajo especial. En tanto, en el tercer Proyecto de Ley, se parte del contrato especial.
de la base que este tipo de relaciones no dan origen a un contrato de De esta manera, en este Proyecto de Ley se presume de derecho
trabajo, excluyendo por tanto ciertas relaciones jurídicas del ámbito que la PDS es representada -como empleadora- por la persona
de aplicación del Código del Trabajo, estableciendo una presunción natural o jurídica que ejerce habitualmente funciones de dirección o
de no laboralidad si los servicios no son exclusivos y con libertad de administración por cuenta o representación de ella en Chile, y que,
determinación de la oportunidad en la que se prestan los servicios, a por la naturaleza del trabajo que se realiza, se entiende que este
menos que concurran los elementos propios del contrato de trabajo. contrato es, por esencia, indefinido.
A continuación, analizaremos cada uno de estos Proyectos de Ley, Asimismo, y en cuanto a la normativa específica, se establecen
con mayor detalle. Sin perjuicio de lo anterior, desde ya cabe de derechos para estos trabajadores, relacionadas con: el
indicar que existe otro Proyecto de Ley (Boletín N°11934-15) que establecimiento libre de una jornada autónoma, flexible y con ciertas
regula el trabajo a través de plataformas, pero que no será analizado, limitaciones, incluyendo regulación sobre la jornada pasiva; aspectos
pues su contenido no se refiere a tema laborales, sino más bien a de seguridad y salud en el trabajo, la incorporación a la cobertura por
aquellos propios de la regulación del transporte público de pasajeros. el seguro de accidentes del trabajo y enfermedades profesionales, y
(i) Boletín N°12475-13: Proyecto de Ley que regula el contrato de la creación de un seguro especial de daños para los implementos de
los trabajadores que desarrollan labores en plataformas digitales de trabajo; la regulación sobre la transparencia de la toma de decisiones
servicios (cálculo de remuneraciones, recolección de datos, las calificaciones,
Este Proyecto de Ley, que fue presentado en la Cámara de Diputados etc.) y control de la arbitrariedad.
de Chile el día 14 de marzo de 2019 por moción parlamentaria de A su vez, se regulan aspectos vinculados con la terminación del
dos diputados, busca establecer un contrato especial de trabajo para contrato de trabajo y la estabilidad en el empleo, el derecho a
los trabajadores que desarrollan labores en plataformas digitales o sindicalización, la protección y tutela de los derechos fundamentales
virtuales. y la sanciones ante infracciones laborales.
Sus autores indican en el mensaje que “La precarización de las Actualmente este Proyecto de Ley se encuentra en primer trámite
condiciones laborales de quienes trabajan en estas plataformas constitucional, en la Comisión de Trabajo y Previsión Social de la
digitales, pone en cuestión las formas tradicionales de entender el Cámara de Diputados de Chile.
derecho laboral y urge una respuesta. Hay que tener claro que el éxito (ii) Boletín N°12497-13: Proyecto de Ley que establece el contrato
del modelo de negocios de estas plataformas no descansa en su rol de los trabajadores repartidores a domicilio
de “innovación tecnológica”, es decir, en la tecnología intrínseca o
Este Proyecto de Ley, que ingresó al Senado de la República el
el funcionamiento mismo de las “Apps”, sino principalmente en su
día 01 de abril de 2019, por moción de un grupo de senadores, se
capacidad para encontrar arbitrajes a través de vacíos regulatorios
centra exclusivamente en la regulación del trabajo en plataformas
(a nivel laboral, de patentes de tránsito, etc.). En el plano del trabajo,
su mayor “innovación” es clasificar erróneamente como “contratistas
independientes” o “socios”, como si ofrecieran sus servicios en
plataformas que operan como intermediarios neutrales(Prassl,
2018). Sin embargo, los testimonios de quienes realizan dicho trabajo

327
electrónicas del rubro de reparto, porque -según indican sus autores- tales servicios, así como la posibilidad de ofrecerlos sin obligación de
ésta es la que “siembra una alta preocupación ya que no posee exclusividad” (Boletín N° 12618-13, p. 34).
regulación alguna, ni tramitación de proyecto de ley actual, como lo Además, este Proyecto de Ley incorpora una serie de exigencias y
está en el caso de las plataformas de transporte de pasajeros” (Boletín condiciones para las empresas que operan mediante plataformas
N° 12497-3: p.1). digitales de intermediación y para las personas naturales que
Agregan que la gastronomía es uno de los rubros más consolidados presten servicios a través de éstas, las que, según el mismo texto,
dentro del abanico de actividades comerciales, dada por su no constituyen por sí solas una presunción de dependencia y
diversificación, rango de precios, y últimamente, la transformación de subordinación.
la figura del reparto a domicilio a un nivel automatizado, donde basta Actualmente este Proyecto de Ley, está en el primer trámite
hacer el uso de una aplicación y el uso de cualquier medio de pago, constitucional, en la Comisión de Trabajo y Previsión Social, y en la
para disfrutar de un plato de comida en la puerta de su casa. Comisión de Hacienda, ambas del Senado de la República.
En virtud de lo anterior, se presenta este Proyecto de Ley que, según
indica la moción, su objetivo es “otorgar el carácter de laborala
la relación jurídica existente entre los trabajadores repartidores CONCLUSIONES Y REFLEXIONES FINALES
y las plataformas de aplicación, en tanto, si bien el vínculo de A pesar del alto impacto que han tenido las aplicaciones de servicio
subordinación y dependencia existe, este vínculo se ejerce y en el día a día de los chilenos, lamentablemente dicho impacto parece
manifiesta de maneras que nuestro derecho no ha regulado al día de no reflejarse aún en el ámbito del derecho.
hoy, dejando en la más absoluta desprotección a dichos trabajadores” Aunque se han desarrollado iniciativas legales, ninguna de ellas es
(Boletín N° 12497-3: p.6). concreta hasta el momento, y tampoco parece haberse desarrollado
Así, el proyecto propone establecer que dichos trabajadores se un lineamiento u objetivo claro de parte del legislador, pues algunos
encontrarán excluidos de la jornada ordinaria de trabajo, establecida Proyectos de Ley no ven en ellas relaciones laborales de carácter
en el inciso 1° del artículo 22 del Código del Trabajo, sin perjuicio de dependiente, mientras que otras sí.
encontrarse sujetos a los límites actuales de horas diarias y semanales Asimismo, es posible constatar cómo en el ámbito jurisprudencial
señaladas en el mismo artículo. -administrativo y judicial- el tema tampoco ha sido ampliamente
Además, presenta la novedad de que los contratos de trabajo entre desarrollado, sólo constando con una sentencia en que se desconoce
las plataformas y los trabajadores podrán escriturarse por medios su carácter de laboral, por no constar, de acuerdo alJuez, con
electrónicos, quedando cada parte con una copia y otra más que será antecedentes suficientes que permitieran concluir que se cumple
remitida a la Inspección del Trabajo respectiva. con los supuestos de subordinación y dependencia que la ley exige y
De esta manera, resulta interesante la perspectiva del proyecto, al que permita ocupar la presunción legal contenida en el artículo 8 del
considerar las relaciones como laborales, pero fuera de lo anterior, no Código del Trabajo chileno.
presente mayores novedades. De la misma manera, consultada la Dirección del Trabajo, esta
Actualmente este Proyecto de Ley está en el primer trámite se abstiene de pronunciarse al respecto por considerar que no es
constitucional, en la Comisión de Trabajo y Previsión Social del parte de su competencia el calificar o no la prestación de servicios
Senado de la República. personales aludida como una de carácter laboral. Sin embargo,
son interesantes las conclusiones que extrae al respecto, y que
(iii) Boletín N°12618-13: Proyecto de Ley sobre modernización nos permiten considerar, o a lo menos sospechar, que el órgano
laboral para la conciliación, familia e inclusión administrativo se inclina porque podrían llegar a existir indicios de
Este proyecto de ley, que ingresó al Senado de la República el subordinación y dependencia en dichas labores.
día 14 de mayo de 2019 por el Poder Ejecutivo, busca introducir Esto, por cuanto de considerarse así, la alta tasa de personas que
modificaciones al Código del Trabajo y a otros cuerpos legales, con el están prestando servicios a través de dichas plataformas, no se
objeto de adecuar las regulaciones del mundo del trabajo y el empleo encontrarían a la fecha cubiertas por la protección que brinda el
a los desafíos del futuro. derecho del trabajo y la seguridad social, como las coberturas de
Las modificaciones que se proponen se sustentan en que siguen salud, el aporte a las pensiones de vejez, los seguros ante accidentes
existiendo situaciones cotidianas que no cuentan con una regulación laborales y enfermedades profesionales, entre otros.
adecuada que proteja los derechos de los trabajadores, lo que genera Todo lo anterior es, a lo menos, preocupante si consideramos que,de
incertezas y conlleva a que algunos ciudadanos trabajen fuera del acuerdo a las cifras analizadas, cada día son más personas las que
marco legal, de manera informal, sin contrato de trabajo ni protección utilizan dichas aplicaciones como su medio de ingreso -a veces único-
social. Así, por ejemplo, tenemos el caso de quienes prestan servicios lo que debiese motivar no sólo al legislador, sino también al Poder
a través de economías de plataforma. Ejecutivo, a centrar su atención en ello.
En el mensaje se establece que “uno de los objetivos de mayor Al respecto, la Organización Internacional del Trabajo (2019) ha
importancia de la presente iniciativa legal, se refiere a la protección y mencionado:
creación de empleos a través de nuevas modalidades de contratación,
las cuales, si bien ya son una realidad, aún no tienen una regulación Que “el mundo del trabajo se está transformando radicalmente
específica en el Código del Trabajo. De esta forma, se hace necesario impulsado por las innovaciones tecnológicas, los cambios
actualizar nuestra normativa, a fin de que ésta permita que estas demográficos, el cambio medioambiental y climático y la
nuevas relaciones se adecúen a la nueva realidad productiva, y, de globalización, así como en un momento de desigualdades
esta forma, se evite la informalidad de que adolecen numerosas persistentes, que tienen profundas repercusiones en la naturaleza y
actividades por falta de una regulación adecuada que proteja los futuro del trabajo y en el lugar y la dignidad de las personas que se
derechos del trabajador”(Boletín N° 12618-13, p. 33). encuentran en dicho contexto”.

Por lo anterior se propone agregar un nuevo artículo 8 bis al Código Finalmente, cabe señalar que, el análisis de este tema, nos recuerda,
del Trabajo, a fin de aclarar los alcances de la prestación de servicios nuevamente, el dinamismo y la constante modificación que presenta
a través de empresas que operan mediante plataformas digitales de el Derecho del Trabajo como disciplina, y cómo éste debe adecuarse
intermediación, estableciéndose que los servicios prestados a través a los avances sociales y a la realidad que pretende proteger, debiendo
de éstas no constituyen, por regla general, relación laboral. reinterpretar sus institutos y crear nuevas figuras para alcanzar su
fin, cual es, “la de proteger a una de las partes para lograr, mediante
Lo anterior, en la medida en que no se den los elementos propios y esa protección, que se alcance una igualdad sustantiva y real entre las
característicos de la subordinación y dependencia, tales como, la partes”(PLA, 1998: 61).
obligación de asistencia y la existencia de una jornada de trabajo, la
obligación de realizar el trabajo diario siguiendo las instrucciones
del empleador y su supervigilancia directa, así como la obligación de
mantenerse a disposición del mismo.
En esta propuesta legal se considera que los elementos clásicos del
vínculo de subordinación y dependencia “no están generalmente
presentes en las relaciones jurídicas que se dan entre las plataformas
digitales de intermediación y las personas que las utilizan para prestar
servicios a través de ellas, donde habitualmente existe total libertad
del prestador de servicios que utiliza la plataforma para determinar
la forma, oportunidad y tiempo que destinará a la prestación de

328
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Buenos Aires, 1998.
Plataformas digitales utilizadas en Paraguay
En Paraguay, las plataformas digitales mayormente utilizadas son las
de mensajería instantánea. Las aplicaciones de redes sociales ocupan
el segundo lugar como a su vez, entre las plataformas de navegación,
como Google maps y Waze, son utilizadas.
Entre las plataformas virtuales de intermediación en el rubro de
transporte, los ciudadanos paraguayos no se encuentran del todo
familiarizados hasta el momento con el servicio proporcionado por las
aplicaciones conocidas como “Uber” ni “Muv” aplicación paraguaya
similar a la mencionada.
Dentro de esta modalidad otro servicio que se presta es el de
delivery. Las plataformas digitales conocidas y utilizadas son
“Monchis” aplicación paraguaya de pedidos y “Pedidos Ya”.
Así también, otro rubro de intermediación es de prestación de
servicios contables a través de aplicaciones. En Paraguay existen dos
“Netax” y “TaxIt” que son mayormente conocidas y de marketing
digital a través de particulares o bien por medio de empresas.
El transporte, marketing y delivery, son los servicios de
intermediación que hoy día se encuentran operando en el mercado.
En gran medida no es utilizado por la población aunque sea de
conocimiento.
Igualmente estas modalidades están en crecimiento, ya que además
de las clásicas aplicaciones de servicios extranjeras de transporte y
delivery, se imponen otros rubros tales como: servicios contables,
préstamos, marketing e incluso del mismo rubro pero nacionales.
Interesantes propuestas se desarrollan día a día en el mercado
paraguayo, buscando la innovación, practicidad y novedad en los
clientes.

329
¿Cuáles son los sectores y/o servicios que han Regulación normativa
receptado está modalidad de trabajo? ¿Han sido objeto de alguna reglamentación?
En Paraguay, la práctica laboral, entiéndase laboral en términos Desde la implementación de la intermediación de las plataformas
genéricos, mediante una plataforma digital no es muy utilizada, ya virtuales, no han existido grandes avances en cuestión de regulación
que tanto el empleador como el trabajador se encuentran frente a normativa. Existen algunas disposiciones dispersas relacionadas a la
varias interrogantes en cuanto a la relación de dependencia laboral. materia que regulan la prestación de servicios a través de plataformas
De todas formas, esto no obsta a que la misma se realice, como se ha tecnológicas.
mencionado, en el sector de servicios.
En el año 2018, se dicto la Ley Nº 6.207 del 22 de octubre “Que
La intermediación de servicios de transporte privado de pasajeros fue crea el Ministerio de Tecnologías de la Información y Comunicación
la primera en posicionarse en el mercado, logrando gran aceptación. y establece su carta orgánica” en la cual se protege la prestación
En el año 2016, un poco antes de que Uber entre al mercado, la de servicios a través de plataformas tecnológicas, en términos
plataforma virtual paraguaya de intermediación llamada “MUV” fue generales. En su art. 4(5) dispone cuanto sigue: “Libre Adopción
desarrollada con el mismo concepto, generando mayores fuentes de Tecnológica. El Estado garantizará la libre adopción de tecnologías
ingresos a cualquier particular que en sus ratos libres pueda operar. por parte de los habitantes del territorio nacional, y los Organismos
Los “Muvers” son conductores independientes que prestan servicios y Entidades del Estado lo adoptarán a través de los lineamientos del
para los pasajeros a través de la plataforma virtual que opera como Plan Director de Tecnologías de la Información y Comunicación,
intermediadora. Estos no se encuentra en relación de dependencia que permitan fomentar la eficiente prestación de servicios,
laboral al no cumplir un horario de trabajo, tampoco itinerarios ni contenidos y aplicaciones que utilicen Tecnologías de la Información
paradas, no deben utilizar uniforme, al contrario, al momento que y Comunicación, para garantizar la libertad de uso por parte de los
desean activar se conectan a la plataforma utilizando la misma como habitantes del territorio nacional, de manera que su adopción sea a su
una herramienta de conexión con los particulares que precisen del vez armónica con el desarrollo sostenible.”
servicio. El Paraguay no cuenta con una regulación específica de la prestación
Así también, la intermediación de servicios contables a través de servicios a través de plataformas tecnológicas, aplicaciones u otros
de plataformas virtuales es otra interesante propuesta que se medios, por lo que éstas constituyen actividades lícitas amparadas
encuentra en el mercado paraguayo. Una de ellas es “NETA X”. por la Ley Nº 6.207/18 citada más arriba y el artículo 45 de la
Ésta es una plataforma digital, se encuentra disponible en la web Constitución Nacional que sostiene que: “la falta de ley reglamentaria
y como aplicación, que conecta a contribuyentes con contadores no podrá ser invocada para negar o menoscabar derechos o garantías
profesionales para realizar los servicios contables a personas físicas consagrados por la misma”. Cabe destacar que hasta la fecha el Poder
de determinados impuestos. Ejecutivo no ha reglamentado la mencionada ley.
La plataforma digital ofrece dos modalidades: 1. Autogestión: En un intento por regular este tipo de actividades, más
consiste en bajar la licencia, el usuario paga su suscripción mensual específicamente a lo que se refiere al transporte de personas, una
y usa Netax para liquidar sus propios impuestos. La empresa no agrupación política del órgano legislativo de la Municipalidad de
tiene ninguna interacción profesional con el usuario, más que Asunción (vinculada con el gremio taxista) a fines del año 2018,
responder algunas consultas tributarias. Sin embargo, la empresa no impulsó un proyecto de Ordenanza para dificultar la prestación de
liquida el impuesto del cliente; 2. “Servicio 360”: El usuario utiliza la servicios de empresas como “Uber” o “Muv”, aplicación paraguaya
aplicación como herramienta para liquidar sus impuestos. Aquí es un similar a “Uber”, a raíz de denuncias en la Dirección de Tránsito
profesional contador de Netax el encargado de contabilizar, liquidar de la Municipalidad de Asunción por parte de la Asociación de
los impuestos, avisar cuanto es el impuesto que tiene que pagar, Profesionales Taxistas de Asunción y la Cooperativa de Taxistas
avisar sobre los vencimientos, etc. quienes solicitaron informe a la Junta Municipal y el Congreso, sobre
Los profesionales contadores de Netax no se encuentran en relación el funcionamiento y regulación de dichos servicios.
de dependencia, ya que los mismos no cuentan con horario fijo de Siguiendo la línea del proyecto de la Ordenanza, la Municipalidad
trabajo, trabajan desde su casa o cualquier otro lugar siempre que manifestó lo siguiente: “estas empresas nunca presentaron un
utilicen la plataforma digital como intermediaria para realizar las pedido para prestar un servicio de transporte, por lo tanto, al
gestiones. no ajustarse a lo que se tiene hasta ahora por Ordenanza, están
trabajando al margen de las disposiciones legales referidas al
transporte de pasajeros. El conductor de MUV emite una factura
¿Qué cantidad de personas están desarrollando que no corresponde al servicio brindado que es el de transporte.
actividades bajo esta modalidad? En el concepto de la factura indica que es por intermediación en
No se podría dar con exactitud un número o cantidad de personas uso de plataforma digital. Debería ser por servicio de transporte de
que se encuentran desarrollando bajo esta modalidad. No obstante, pasajeros”.
podemos afirmar que tanto hombres como mujeres (quizás mujeres Dicho proyecto legal regulaba lo atinente a las obligaciones de los
en menor número) de entre 21 y 45 años de edad están desarrollando conductores en su art 10, inc. e), en los siguientes términos: “cumplir
actividades desde una plataforma. Es conveniente clasificarlos de con las normas fiscales, de previsión social y laboral que rigen la
acuerdo a los rubros que se encuentran en el mercado a fin de dar actividad”. Sin embargo, se debe inevitablemente traer a colación el
una cantidad aproximada: en la intermediación de transporte a hecho de que actualmente no existe una ley, reglamento, resolución
junio de 2019 se cuenta con 2000 conductores activos y 5000 en o disposición legal que rija específicamente este tipo de actividades
espera de ser registrados y aceptados. Igualmente como toda firma, dado que las mismas se vienen desarrollando hace unos dos años,
cuenta con 26 empleados dependientes, encargados de las tareas como máximo.
administrativas.
En relación a la legislación laboral vigente, el Código del Trabajo
Con relación a la intermediación de servicios contables y marketing, paraguayo considera como trabajador a “toda persona física que
es un sector que se encuentra en desarrollo. A la fecha, la firma ejecuta una obra o presta a otros servicios materiales, intelectuales
Netax cuenta con 4 auxiliares contables home office sin relación de o mixtos, en virtud de un contrato de trabajo”, de acuerdo a lo
dependencia y 2 contadores. En la red de contadores proporcionado establecido en su art. 21. En el mismo sentido, el art. 2 del Decreto
por la plataforma se encuentran aproximadamente 170 contadores. Ley Nº 1860/50 aprobado por Ley N° 375/56, modificado por el Art.
2° de la Ley N° 98/92, considera como sujetos del seguro social a “los
¿Cuál ha sido, en general, la reacción pública de trabajadores asalariados que prestan servicios o ejecutan una obra
la implementación de estas pr ácticas? en virtud de un contrato de trabajo, verbal o escrito, cualquiera sea
su edad y el monto de la remuneración que perciban; los aprendices
En general, la reacción de la ciudadanía ha sido “buena”. Seria pronto
y el personal de los Entes Descentralizados del Estado o Empresas
hablar de una calificación unánime, al encontrarse en plena inserción
Mixtas”.
al mercado paraguayo y en transición. Todavía nos encontramos en
un una zona de penumbra con el trabajo a partir de la tecnología y ni Los conductores de “MUV” cuentan con total independencia en
que decir a través de las plataformas virtuales. Se puede afirmar que el desempeño de sus labores, emiten factura legal, no cuentan
existe el miedo y /o hasta la falta de aceptación por esta modalidad con horario fijo, no usan uniformes, ni trabajan en relación de
que, ofrece amplias posibilidades y facilidades al mundo laboral y
empresarial. Más bien es una falta de información y de progreso lo
que nos ata a no querer evolucionar.

330
dependencia, por lo que no se encuentran bajo el amparo del Código calles, sino que han llegado a agredir físicamente a las personas que
del Trabajo ni pueden ser considerados como sujetos del seguro están en desacuerdo con su postura y hasta se ha registrado algunos
social, de lo cual se puede inferir que es aplicable a este tipo de esporádicos actos de vandalismo. Ante estos abusos se han planteado
prestadores lo dispuesto en los arts. 845 a 851 del Código Civil hasta medidas cautelares en contra del gremio taxista.
Paraguayo con respecto a los contratos de servicios. En fecha 12 de julio de 2019 el Defensor del Pueblo (Figura que
Así también, es oportuno mencionar que, en mayo del 2018, se ha defiende los DD.HH. en Paraguay) como consecuencia de los
presentado un proyecto de Ordenanza que regula el funcionamiento amedrentamientos de los taxistas, planteó un amparo constitucional
del servicio de entregas a domicilio (delivery) en la ciudad de a favor de las plataformas de intermediación de transporte Muv
Asunción. Esta ordenanza tiene por objeto regular la prestación del y Uber, en contra de la Asociación de Profesionales Taxistas de
servicio privado de toda persona física o jurídica que brinde servicios Asunción (APTA).
de traslado y entrega a domicilio de alimentos, mercaderías varias, El objetivo del planteamiento de dicha garantía constitucional fue
bienes en general, correspondencia, encomiendas, pagos de servicios, simplemente solicitar se asegure que los conductores de Muv y Uber
tasas e impuestos, trámites bancarios y administrativos, efectuados puedan trabajar libremente.
mediante motocicletas, motonetas, ciclomotores, cuatriciclos, moto
furgones o vehículos similares, comúnmente conocidos como delivery El Defensor del Pueblo alega en su escrito, por el cual plantea la
dentro de Asunción. A la fecha no se ha oficializado dicho proyecto. garantía, que por Ley 631/95 es responsable de la defensa de los
derechos humanos, la canalización de los reclamos populares y
Recientemente, como consecuencia de los acontecimientos ocurridos protección de intereses comunitarios, con lo que puede ejercer la
y protagonizados principalmente por el gremio de taxistas, llamados acción. Alega que el gremio de taxistas ha levantado “verdaderas
“enjambre amarillo” que presentaron su oposición radical al sistema banderas de odio y rechazo a trabajadores de Uber y MUV,
propuesto por las plataformas, en julio del corriente año se presentó dando lugar a francas reacciones de prepotencia, intolerancia y
un proyecto de ley. Éste pretende regular el servicio alternativo de fanatismo” por lo cual se han dedicado a restringir el derecho al
transporte y la utilización de plataformas de intermediación digital trabajo de los mismos garantizado por la Constitución Nacional. En
para su contratación. Con esta propuesta se busca formalizar y consecuencia, solicita el defensor se admita al amparo colectivo, con
reglar los servicios prestados a través de la plataforma digital, para lo que cualquier tipo de presión que coarte la libertad de trabajo,
que dichas condiciones se conviertan en públicas, de manera a que si significaría un desacato que justificaría el inicio de un proceso penal
alguien incumple esto por alguna razón, existan sanciones. en contra de los mismos. Concretamente el defensor solicita como
A su vez, proponen la creación de un “Registro Único de medida cautelar, que el juez prohíba que se realice cualquier tipo
Contratación Digital de Transporte Alternativo de Personas” – de presión que coarte el libre ejercicio del derecho al trabajo para
RECDTAP, que estaría a cargo del Viceministerio del Transporte y los conductores de Uber y Muv. A la fecha este amparo continua
la DINATR AN. El documento refiere a su vez que no existirá una pendiente de resolución.
relación de dependencia laboral entre ambas partes. Dentro de lo Hoy la mayoría del enjambre amarillo está en desacuerdo con la
presentado se menciona también que la tarifa debe ser comunicada necesidad de reglamentar la implementación de las plataformas
al usuario antes de que este confirme la utilización del servicio. digitales especialmente para el caso de las plataformas virtuales de
Por otro lado, el servicio de transporte alternativo de personas no intermediación de transporte. Sin embargo, el camino a tomar ha sido
estará sujeto a un itinerario fijo, ni paradas o zonas de explotación incierto y en principio la postura de algunas autoridades Municipales
definidas. (que tienen potestades legislativas sobre un distrito o cuidad) ha sido
de rechazar expresamente estas plataformas.
¿Ha habido planteos judiciales relacionados con Así, tenemos el proyecto de ordenanza propuesto a finales de 2018
el fenómeno? ¿Cuáles han sido las pretensiones y por la Junta Municipal de la cuidad de Asunción. Este proyecto
cuál la respuesta jurisdiccional? contemplaba amplias exigencias que desalentaría a muchos
Hasta la fecha en Paraguay no se ha planteado una demanda en el conductores de trabajar a través de estas plataformas. Entre los
fuero laboral ni en ningún otro fuero contra empresas propietarias puntos llamativos del proyecto se contemplaba que los operadores
de plataformas digitales. Como se mencionó precedentemente, solo podrían cobrar con instrumentos electrónicos, es decir, no
la mayoría de la población considera que los que realizan alguna podrán recibir dinero en efectivo. Comprendía también que los
actividad a través de aplicaciones son prestadores de servicios. Esto titulares de los vehículos deberían contar con un permiso otorgado
y adicionándosele que no contamos con normas que reglamenten por la Intendencia, el cual sería precario y revocable. Además,
esta clase de relaciones, han contribuido a que todavía no surjan establecería que solo el titular del rodado podrá ser prestador del
conflictos en los estrados judiciales además de tratarse de una servicio. La antigüedad máxima de los vehículos solo podía ser de
modalidad de trabajo muy recienten en el país. cuatro años.
En el caso particular de los servicios de intermediación prestados por Luego de un largo y conflictivo debate los taxistas y conductores de
las aplicaciones de Uber y Muv la discusión acerca de la naturaleza Muv y Uber de la cuidad de Asunción llegaron a un acuerdo para
de la actividad esta camino a cerrarse teniendo en cuenta que, reglamentar el uso las plataformas de intermediación mediante unos
de sancionarse el proyecto de ley mencionado líneas arriba, que borradores de ordenanza más razonable. Esto no paso de ser solo un
actualmente es objeto de estudio en el Congreso Nacional se proyecto.
establecería expresamente que la relación no es considerada laboral En el mes de julio del corriente año en el Municipio de Mariano
sino de prestación de servicios. Roque Alonso, la implementación de Muv y Uber llego a ser
Sin embargo, la llegada de estas nuevas modalidades tecnológicas “prohibida”. Mediante Resolución 193/2019 de fecha 5 de julio de
de trabajo han generado muchos conflictos, ya que en estos últimos 2019 la Junta Municipal decidió prohibir la circulación del transporte
meses se ha intensificado de manera considerable, especialmente público ofrecido a través de las plataformas mencionadas, en el
cuando hablamos de la disputa entre los taxistas, por un lado, y en los marco de la Feria Internacional de Ganadería, Industria, Agricultura,
conductores-usuarios de Uber y Muv por el otro. Comercio y Servicios, en el ruedo central de la Asociación Rural del
Paraguay - Exposición anual realizada en el país que convoca a un
El centro del conflicto naturalmente cae sobre la legitimidad de la gran número de ciudadanos-. Esta resolución duro muy poco pues
competencia que los conductores de Uber y Muv representan para fue revocada por la misma junta solo tres días después por la ola de
los taxistas. Estos últimos alegan que el servicio ofrecido por estas críticas que recibió la junta luego de la prohibición, ya que la misma
aplicaciones es ilegal, pues no cumplen con una serie de requisitos fue dictada de manera inconstitucional.
legales que los taxistas sí deben cumplir teniendo así una ventaja
injusta sobre los mismos.
Por su parte, los que están a favor del servicio ofrecido por estas Perspectiva del Derecho Sindical
intermediarias se abogan en la Constitución Nacional, la cual La normativa laboral paraguaya contempla la posibilidad de creación
consagra el ejercicio libre de toda actividad que no está expresamente de sindicatos de trabajadores y de empleadores.
prohibida. En cuanto a los sindicatos de trabajadores dependientes el Código
La reacción del gremio de taxistas se ha caracterizado por ser muy del Trabajo prevé, que los mismos se organicen por empresa, gremio o
agresiva pues esta situación choca directamente contra el modelo industria, y en cuanto a los sindicatos de empleadores podrán ser de
tradicional de negocio que se ha implementado desde siempre: cada
“parada” de taxi tiene el monopolio del servicio en la zona que le
corresponde como jurisdicción.
En las manifestaciones más recientes los taxistas no solo han cerrado
331
industrias de una misma rama, de comerciantes o de servicios. El trabajo bajo intermediación (¿o
En relación a ello, los sindicatos de empresas están formados dependencia?) de las plataformas
por trabajadores de varias profesiones, oficios, ocupaciones o virtuales, impacto de las tecnologías de
especialidades que prestan servicios en el establecimiento o
institución, los gremiales son los constituidos por trabajadores de la información
una misma profesión, oficio o especialidad, los de industria es el Informe Nacional de perú 2019
organizado por trabajadores que prestan servicios en varias empresas
de una misma rama industrial y finalmente el sindicato gremial
Introducción
mayoritario podrá tener en el local un delegado elegido por sus
compañeros. Actualmente, a nivel global, existen nuevas modalidades de trabajo
o prestación de servicios que han venido desarrollándose de manera
En Paraguay los sindicatos de trabajadores en su mayoría, no tienen la
paralela al desarrollo de la tecnología. No obstante, estas creaciones
injerencia ni fuerza necesaria para imponer y defender los derechos y
o variaciones en la forma de prestar servicios, no van a la par del
beneficios de los mismos. No es muy frecuente la conformación de los
desarrollo legislativo ni jurisprudencial, dejando desamparado al
sindicatos, ya que ante los ojos temerosos de los empleadores no son
prestador de servicios/trabajador.
bien vistos, no obstante existen varios sindicatos.
Otro problema que traen consigo es la imposibilidad de identificación
Esto nos conduce a una indicio sencillo, si en la generalidad los
de qué rama del derecho deberá regular y/o proteger estas nuevas
sindicatos son de difícil formación más aún lo sería para aquellos
relaciones. Cabe señalar que, en nuestro país, han surgido nuevas
pocos trabajadores que operan a través de las plataformas virutales.
modalidades de trabajo mediante el uso de las nuevas tecnologías,
Como venimos desarrollando a lo largo de este informe, las que el derecho laboral no identifica dentro de su ámbito de
plataformas virtuales son meras intermediarias entre el usuario y el protección o se resiste a incluirlo por no tener las características de
que presta el servicio, por lo que no existe una relación laboral entre un modelo de trabajo tradicional – el trabajador cumple un horario
las mismas. de trabajo, ejerce sus funciones en la sede de la empresa y tiene un
Esto nos lleva a afirmar que efectivamente no existe sindicato jefe que controla sus funciones y lo supervisa constantemente de
alguno que represente a los que realizan esta clase de tareas, por manera presencial-.
el momento. Al ser considerados independientes, sería muy difícil Estas nuevas formas de prestación de servicios – trabajadores
otorgarles legitimidad a la conformación de un sindicato. invisibles – para efectos del presente trabajo las identificamos como
Por el contrario, no fue así para el caso de Argentina, que en octubre “trabajo a través de plataformas virtuales”, dentro de las cuáles,
del 2018 nació la Asociación de Personal de Plataformas (APP) el estarían las empresas Uber, Taxi Beat, Glovo, Rappi, entre otras.
primer sindicato para trabajadores de aplicaciones digitales. Nació Actualmente, en nuestro país estas empresas se han expandido
a raíz de encontrarse en situaciones precarias y varios abusos a rápidamente, siendo la preferencia de los consumidores para
condiciones laborales mínimas; las empresas evadían impuestos y transportarse o solicitar alimentos.
buscaban desligarse de las responsabilidades como empleadores. En el Perú aún no existe normativa que regule estos servicios, así
como no hay ninguna sentencia que determine si los trabajadores de
Problemática jurídica que genera para el modelo dichas empresas se encuentran amparados por la normativa laboral y
de las relaciones laborales si les corresponden los derechos que engloban a esta materia.

Las nuevas plataformas han generado una nueva modalidad de En ese sentido, debido a lo anterior surge el debate si los trabajadores
prestación de servicios que puso en duda la verdadera naturaleza de de estas empresas se encuentran en una relación laboral o civil.
dicha actividad. En la realidad paraguaya estas tecnologías tiene poco Existen ciertas características de estas plataformas que nos
tiempo en el mercado no obstante, han despertado nuevos intereses permitirían concluir que si nos encontramos ante una relación laboral
en el área empresarial, organizacional y laboral y al mismo tiempo y otras que no.
generado conflictos bastantes intensos en ese lapso, al presentarse Por ese motivo, en las siguientes líneas abordaremos la problemática
opositores a las mismas. de estas plataformas, los indicios de laboralidad que existen en la
Alguno de los puntos de relevancia jurídica con relación a modalidad actualidad, para luego centrarnos en la normativa peruana y las
de trabajo son el tipo de relación, el órgano regulador, si existen características principales de estas plataformas tecnológicas, desde
impuestos a pagar, trámites para la habilitación de las empresas, etc. condiciones de trabajo, contraprestación, incentivos, entre otros.
Uno de los puntos de relevancia jurídica laboral, es el tipo de relación
que tendrían las partes, es decir entre los que realizan las tareas 1.Estado situacional: problemática de las
y/o los servicios y las empresas, ya que las plataformas virtuales plataformas
son “intermediadoras”. Cabe señalar que de acuerdo al Código del
Somos testigos del gran impacto de la tecnología en las relaciones
Trabajo paraguayo en su Art. 25 , se considerada como representante
laborales, no solamente a través del ocultamiento o recorte de la
del empleador y, en tal concepto, obligan a éste en sus relaciones con
figura del empleador mediante la tercerización o intermediación
los demás trabajadores a los intermediarios.
de servicios, sino por la transformación de las figuras clásicas que
La duda, podríamos afirmar, comienza a despejarse con el proyecto prestan servicios a través de plataformas virtuales que ponen en
de ley y ordenanzas, que tienen como premisa que la relación entre contacto directo a la oferta y la demanda (prestadores/trabajadores y
el usuario de estas plataformas y las empresas propietarias de las clientes/consumidores finales).
aplicaciones no serán de naturaleza laboral.
En efecto, la presencia y uso de los servicios contratados a través de
Así, los institutos tradicionales del derecho laboral paraguayo, de las plataformas digitales, para el reparto de comida, taxis, alquileres
momento, no serán objeto de reformas importantes. Queda por ver de departamentos, limpieza, entre otros, se ha incrementado a
si con el transcurso del tiempo, se confirma que efectivamente estos nivel global durante los últimos años. Estas prestaciones niegan
prestadores de servicios vía plataformas digitales de intermediación la existencia de la condición de empleador y los prestadores/
se consideran como tal o si empezarán a plantearse demandas en el trabajadores se definen como intermediarios entre los proveedores
fuero laboral. de servicios y sus clientes (consumidores finales). En estricto,
Antes que adecuaciones al sistema jurídico es necesario, como los mercados y relaciones como las uber economy o crowdwork,
primera medida, la reglamentación de estas modalidades para la consisten en tomar una prestación de un servicio, tradicionalmente
realización de trabajos y servicios. También realizar una investigación realizada por un trabajador, y descentralizarla hacia un gran número
a nivel regional e internacional con relación a las leyes y su adaptación de personas en forma de convocatoria.
a los sistemas, para tener conocimiento a que es lo más conveniente En el caso de algunos países, ante el desarrollo acelerado de esta
para el país a nivel local. A partir de todo ello, se podría ir ajustando el nueva actividad económica, se ha logrado recabar data para entender
sistema jurídico para perfeccionar su implementación en beneficio de el fenómeno causado por uber economy o crowdwork. Por ejemplo,
toda la sociedad. en Estados Unidos, se estima que los trabajadores que proporcionan
Paraguay está optando el camino de consideración de los trabajos servicios a través de intermediarios en línea supusieron el 0.5 por
ofrecidos a través de plataformas digitales como prestación cien de todos los trabajadores en el 2015. En el caso de la Unión
de servicios en la práctica, pese a ello, mientras el mismo no
se encuentre aceptado, adaptado y reglado por el Estado, nos
encontraremos con confusiones frente l modelo tradicional de
relación laboral.
332
Europea, se estima que había a finales del 2015, 65,000 conductores (Expediente N.º 1944-2002-AA/TC- Lambayeque).
Uber activos y unos 100,000 trabajadores activos en toda la Asimismo, la Corte Suprema de Justicia en diversos
economía colaborativa en la Unión Europea, lo cual supone un 0.05 pronunciamientos ha señalado que el contrato de trabajo es un
por ciento del total de trabajadores. acuerdo de voluntades encaminadas a que el empleador se beneficie
En otros países, el fenómeno de las plataformas está todavía en sus de una labor ajena que previamente ha sido establecida como
inicios y los datos disponibles sobre su relevancia en términos de consonante a sus intereses por el que remunera y, de parte del
empleo aún son escasos. En el Perú no tenemos datos oficiales del trabajador, ejecutar subordinada y lealmente el encargo convenido.
Instituto Nacional de Estadística e Informática (INEI), el Ministerio (Casación N.º 1739 -2003 – Puno). Asimismo, identifica los
de Trabajo y Promoción del Empleo, o de entidades/empresas del elementos que configuran el contrato de trabajo: la remuneración, la
sector privado de base de datos, razón por la cual resulta difícil prestación personal y la subordinación. (Casación N.º 1507 – 2004-
conocer la extensión de estas nuevas formas de empleo, y en general. Lima).
Por otro lado, en el país han surgido plataformas 100% peruanas Alonso Olea dice que: “… es el que liga al trabajador que
como Chazki o Urbaner, añadió, que se alistan a ser los futuros voluntariamente presta sus servicios retribuidos por cuenta ajena y
Glovo, Rappi, Uber o Cabify pues aprovechan la experiencia y dentro del ámbito de organización y dirección de otra persona física o
eficiencia generadas por la tecnología. jurídica denominada empleador o empresario”.
Tal y como se mencionó anteriormente, si bien el trabajo realizado Por otro lado, la doctrina define al contrato de trabajo como el
a través de plataformas digitales ha ido aumentando de manera acuerdo de voluntades que se regirá por características especiales o
exponencial, lo cual hace pensar en una posible automatización y rasgos típicos de participación consensual, es decir, se origina por
destrucción del empleo, no existe un asidero jurídico que regule el consentimiento de las partes, siendo exigida alguna formalidad
y proteja a estos prestadores o trabajadores, existiendo una gran para casos excepcionales; onerosidad, toda vez que implica una
preocupación en torno a la calidad del empleo y la protección social. transmisión patrimonial; sinalagmático, es decir, de prestaciones
El empleo a través de plataformas parece quedar en una tierra de recíprocas; de tracto sucesivo, pues se desarrolla día a día y con
nadie entre el empleo por cuenta propia y el empleo por cuenta ajena. vocación hacia la indefinición; personal, no es susceptible de
En algunos países como España, se encuentran regulados bajo la delegación; y, es subordinado, pues el trabajador está sometido a las
figura de trabajadores autónomos. En el caso de uber, esta plataforma órdenes de empleador y a su régimen disciplinario.
digital (app) que tuvo éxito a nivel global, en el Perú se desconoce la
naturaleza jurídica de este tipo de prestación de servicios: ¿civil o Por su parte, la legislación peruana en el artículo 4º de la Ley de
laboral? Productividad y Competitividad Laboral, aprobada por Decreto
Supremo N.º 003-91-TR, establece como definición de una relación
En el informe inicial para la Comisión Mundial sobre el Futuro del laboral: “toda prestación personal de servicios remunerados y
trabajo elaborado por la Organización Internacional de Trabajo (en subordinados, se presume la existencia de un contrato de trabajo a
adelante, OIT) en el año 2017, se menciona lo siguiente: plazo indeterminado. (…)”
“Los cambios tecnológicos y la digitalización están creando nuevas En efecto, existen 3 elementos característicos: i) prestación de
formas de trabajo invisible, como el «trabajo virtual» o el «trabajo servicios - intelectual o material-, ii) contraprestación y iii) y
digital». En estas nociones se incluyen actividades de la economía de subordinación, siendo este último el elemento más importante de la
ocupaciones transitorias o de colaboración abierta (crowdsourcing), relación laboral.
entre ellas, las microtareas, actividades de asistencia virtual, o
una amplia gama de tareas que sustentan las actividades de las Respecto a la prestación personal del servicio, es un elemento básico,
redes socia/es. Un malentendido frecuente es creer que las nuevas aunque no exclusivo, ya que, también existe en otros contratos como
tecnologías y los algoritmos son los que procesan la información el de locación de servicios del derecho civil. Cabe señalar que el
que se recoge mediante esas tecnologías de la información y contrato de trabajo el servicio tiene que ser personal, no permitiendo
comunicación. En realidad, son /os «trabajadores invisibles» (la la delegación de servicios.
mano de obra que hay detrás de la tecnología) quienes hacen la mayor La remuneración como medio de subsistencia del trabajador y de su
parte de ese trabajo. Estos trabajadores son «invisibles» en el sentido familia, no pudiendo existir una relación laboral gratuita. En efecto,
de que su trabajo no tiene una ubicación propia y no suelen tener una el artículo 6º del Decreto Supremo 003-97-TR señala “constituye
relación de empleo reconocida. No queda claro qué fracción de la remuneración para todo efecto legal el integro de lo que el trabajador
fuerza de trabajo mundial acabará representando el trabajo virtual, recibe por sus servicios, en dinero o en especie, cualesquiera sean
y seguimos sin saber si estas formas de trabajo acabarán entrando la forma o denominación que se le dé, siempre que sea de su libre
en la esfera de la relación laboral, si se convertirán en nuevos tipos disposición.”
de trabajo informal o si no podrán encajar en los marcos normativos Y, por último, la subordinación o dependencia es el elemento más
existentes.” importante y característico del contrato de trabajo, el cual implica
Por lo tanto, dada la exigencia que nos plantea el mundo globalizado, que el trabajador está bajo las órdenes del empleador para la
el ordenamiento jurídico laboral no puede despreocuparse ante prestación del servicio. En la legislación peruana, la subordinación
semejante problemática; debiendo implementar y aprobar ciertas se encuentra amparada en el artículo 9º de la Ley de productividad
garantías mínimas de carácter socio laboral a esta clases de y competitividad laboral: “Por la subordinación, el trabajador presta
trabajadores que se encuentran dentro de esta zona gris; y así, sus servicios bajo dirección de su empleador, el cual tiene facultades
contrarrestar los aspectos negativos que se pueden generar creando para normar las labores, dictar las órdenes necesarias para la
más desigualdades entre miembros que pertenecen a una misma ejecución de las mismas, y sancionar disciplinariamente, dentro de los
categoría socio laboral. No puede dudarse que, el reconocimiento límites de la razonabilidad, cualquier infracción o incumplimiento de
de esta nueva clase de trabajadores autónomos económicamente las obligaciones a cargo del trabajador. El empleador está facultado
dependientes, marcará un evento histórico para nuestro para introducir cambios o modificar turnos, días u horas de trabajo,
Ordenamiento Jurídico, siendo hoy en día la tutela laboral de los así como la forma y modalidad de la prestación de las labores, dentro
derechos fundamentales del trabajador una asignatura pendiente en de criterios de razonabilidad y teniendo en cuenta las necesidades del
tiempos de reforma que debe y tiene que ser atendida. centro de trabajo.”
Este elemento encuentra su manifestación en las facultades o poder
2.Relación de trabajo: laboralidad, flexibilidad e del empleador: dirección, fiscalización y sancionador. El poder de
indicios dirección señala que el empleador tendrá la facultad dirigir la forma
en como el trabajador debe desarrollar su trabajo, no obstante, no
En una clásica relación laboral existen dos partes o sujetos que es una facultad ilimitada. En el caso del poder de fiscalización, el
realizan prestaciones recíprocas: el trabajador, quien presta un empleador tendrá la facultad de vigilar el cumplimiento del trabajo
servicio, y el empleador, quien, a cambio del servicio prestado, otorga asignado al trabajador. Y, en consecuencia, el poder sancionador,
una remuneración. No obstante, esta figura legal se distancia de la le permite al empleador aplicar sanciones al trabajador ante el
establecida por el derecho civil, en base a un elemento adicional, la incumplimiento, pudiendo amonestar, suspender o despedir al
subordinación del trabajador frente al empleador. trabajador tomando en cuenta criterios tales como la inmediatez,
El Tribunal Constitucional, máximo intérprete de la Constitución proporcionalidad, razonabilidad, buena fe y la prohibición de la doble
peruana, señala que el contrato de trabajo presupone una relación
laboral permanente entre el empleador y el trabajador; en virtud de la
cual este se obliga a prestar servicios en beneficio de aquel de manera
diaria, continua y permanente, cumpliendo un horario de trabajo.

333
sanción. de febrero de 2019, sostiene la existencia de una relación laboral
Si bien este elemento es el más importante, existen ciertas entre el repartidor y la plataforma Glovo siendo que el repartidor es
relaciones jurídicas que impiden una correcta identificación del evaluado mediante medios tecnológicos por Glovo, pues necesita de
elemento caracterizador de la relación laboral. Los maestros la plataforma para trabajar (plataforma como medio de producción),
Ermida y Hernández detallan algunas figuras que apuntan a el hecho que el “rider” tiene nulas posibilidades de crecimiento como
ocultar la subordinación, sea dando la apariencia de independencia, empresario.
sea tratando de relacionar la dependencia inocultable con otro Es evidente que este nuevo modelo de negocio que efectúan las
empleador, tales como la educación y formación profesional, la plataformas de servicios cuestiona los paradigmas clásicos del
reducción del tiempo de trabajo, así como las nuevas formas de derecho del trabajo, lo cual podría implicar que se excluya de su
organización del trabajo. En efecto, la subordinación es un elemento ámbito de aplicación y protección. Resulta necesario que se evalúe su
que puede llegar a ser difícil de demostrar su existencia. No obstante, pertinencia de que estos trabajadores/prestadores que operan bajo
ello podrá resolverse al hallar la dependencia económica en conjunto demanda en distintas plataformas de servicios tengan una regulación
con otros elementos que puedan ser indicios de una relación laboral. propia ante la aparición de nuevas formas de prestación de servicios,
evaluándose si es una relación laboral, o civil, o incluso, un hibrido
entre ambas.
3.Prestación de servicios a través de plataformas
digitales
Tal y como hemos mencionado, en los últimos años estamos viviendo 4.Principio de primacía de la realidad
el desarrollo de una ola expansiva de la tecnología en diferentes El principio de primacía de la realidad consiste en la preferencia que
ámbitos de la economía lo cual está transformando las ocupaciones, se le da a lo acontecido a los hechos –terreno de lo factico – frente a
labores, actividades y costumbres del día a día prestadas por lo formal o a lo que surge de acuerdos o documentos suscritos entre
individuos sin derechos y atendiendo a las excentricidades del las partes. Ello se debe a lo establecido en el principio protector
libre mercado en igualdad de condiciones. En el caso del trabajo, consagrado en el artículo 23° de la Constitución Política del Perú.
se están desdibujando las figuras tradicionales reguladas por la Cabe señalar que el principio de primacía de realidad es una de las
legislación vigente y por ende, estas nuevas relaciones, han quedado herramientas más relevantes del derecho del trabajo que no solo tiene
desprotegidas por el derecho del trabajo. un arraigo jurisprudencial sino también cuenta con un arraigo en el
Como resultado, el lugar de trabajo se fragmenta, se fisura. ordenamiento legal, toda vez que así lo establece el numeral 2 del
Los vehículos de esta fragmentación de las ocupaciones son las artículo 2 de la Ley General de Inspección del Trabajo.
plataformas digitales (muchas de las cuales están basadas en Neves Mujica señala que “Ante cualquier situación en que se
diferentes usos de inteligencia artificial), las cuales permiten produzca una discordancia entre lo que los sujetos dicen que ocurre
externalizar o tercerizar en sentido estricto, algunas labores, que y lo que efectivamente sucede, el derecho prefiere esto sobre aquello.”
encuentran un oferente a través de plataformas especializadas.
Por otro lado, el Pleno Jurisdiccional laboral de Tarapoto del año
Cabe señalar que las plataformas digitales son de distintos tipos. 2000, ha acordado que “si el juez constata la existencia de una
Tenemos las plataformas que ofrecen bienes, tales como airbnb, y relación laboral a pesar de la celebración de un contrato civil o
aquellas que ofrecen servicios propiamente dichos. Respecto a estas mercantil, deberá preferir la aplicación de los principios de la primacía
últimas, existe las plataformas de crowdwork que son aquellas que de la realidad y la irrenunciabilidad sobre el de buena fe contractual
se encargan del desarrollo de microtareas, pero también existen las que preconiza el código civil, para reconocer los derechos laborales
que proporcionan trabajo bajo demanda a través de aplicaciones, las que corresponden”.
cuales se encargan de garantizar ciertos estándares mínimos aparte
de emparejar oferentes y demandantes- por ejemplo, el reparto de Nuestra legislación también avala este principio. En efecto, el artículo
mercancías o el transporte de viajeros-, tales como uber, beat, entre 1 del título de la Nueva Ley Procesal de Trabajo, ha consagrado
otras. explícitamente este principio, con la denominación del principio de
veracidad, según el cual el proceso laboral no se conforma con la
Las actividades económicas o negocios en los cuales se presentan verdad aparente, formal, la que fluye únicamente de los documentos,
estas plataformas de servicios, en su mayoría, son los siguientes: si no que busca la verdad absoluta, la realidad de los hechos. Para
Uber, Beat, satelital (transporte de pasajeros), Glovo, Uber eats, Omar Toledo “El principio de veracidad no es sino el correlato del
y Rappi (reparto de comida, servicio de courier), FlyCleaners principio de primacía de la realidad ”.
(lavandería), Sharing academy (profesores particulares), entre otros
casos, algunos de los cuales se encuentran en nuestro país. Cuando La aplicación del principio de primacía de la realidad para
un cliente recurre a estas plataformas lo hace en busca de recibir un desenmascarar una relación civil, pero antes debemos de entender
servicio específico. Cabe señalar que la plataforma puede fiscalizar que son las manifestaciones de la relación laboral y rasgos
al prestador o trabajador a través del cliente, por lo que se pide al sintomáticos. En efecto, el Tribunal constitucional también se
finalizar el servicio que se califique al proveedor, pudiendo en muchos ha manifestado, así en la sentencia recaída en el expediente N.º
casos dejar de asignar servicios a quienes obtengan una puntuación 02069-2009-PA/TC, de fecha 25 del mes de marzo de 2010,
baja. en el fundamento cuatro, el tribunal constitucional señala que
para determinar si existió una relación de trabajo entre las partes
¿Pero ello es una relación laboral? Desde Rappi indican que no, encubierta mediante un contrato civil, para lo cual debe evaluarse si
que la plataforma es una intermediaria y que los repartidores son en los hechos se presentaron, en forma alternativa y no concurrente,
emprendedores independientes. Desde Glovo, afirman que los alguno de los siguientes manifestaciones de laboralidad, que a
‘Glovers’ son proveedores dentro de este sistema colaborativo. continuación se detalla “a) control sobre la prestación desarrollada
Ello supone analizar si existen rasgos de laboralidad en estos modelos o la forma en que esta se ejecuta; b) integración de la demandante
de negocios, recurriendo por ejemplo a la ajenidad, dependencia en la estructura organizacional de la sociedad; c) la prestación fue
económica, inserción en organización empresarial, entre otros. ejecutada dentro de un horario determinado” .
Estos elementos son denominados por la doctrina como rasgos Respecto al segundo, son rastros o indicios propios de la relación
sintomáticos de la relación laboral. No obstante, al existir un posible laboral. Siguiendo Toyama Miyagusuku, “De acuerdo a lo indicado
encubrimiento de la subordinación por no basarse en una figura por la doctrina y jurisprudencia, son la exclusividad en la prestación
tradicional, esta nueva actividad de las plataformas de servicios de servicios, la estabilidad, la permanencia en los pagos mensuales, la
exigirá una mayor sofisticación al momento de realizar el análisis de continuidad, la ausencia de aportación de materiales, la asunción de
laboralidad. gastos por el usuario del servicio, etc”.
Un claro ejemplo es el pronunciamiento en primera instancia Los rasgos sintomáticos no bastan para demostrar la existencia
recaído en el caso Uber, confirmado por la Corte de Apelaciones de una relación laboral, no obstante, son indicios que, sumados a
en noviembre de 2017, utiliza indicios nuevos de laboralidad para los elementos del contrato de trabajo, pueden dar cuenta de una
concluir que los conductores de Uber del Reino Unido poseen un laboralización de una relación, tales como permanencia, periodicidad
vínculo laboral con la plataforma de servicios, tales como el hecho de los pagos y exclusividad. Otros rasgos sintomáticos que ayudan
que los choferes conducen debajo una marca ajena y que además a determinar la existencia de una relación laboral son la prestación
Uber publicita a su marca, no a los conductores o prestadores de
servicios. Por otro lado, la plataforma controla información clave
para el desarrollo del negocio. Asimismo, Uber puede modificar
unilateralmente los términos del contrato. Por otro lado, en España,
respecto a Glovo, la sentencia del Juzgado N.º 33 de Madrid de 11

334
de servicios en el centro de trabajo, en algún lugar encomendado por .Así, el mencionado catedrático, separó los referidos indicios en
el empleador de manera permanente; jornada y horario de trabajo, base a lo señalado en la expuesta sentencia conforme describimos a
cuando la prestación de servicios está supeditado al cumplimiento continuación :
de un horario de entrada y de salida; exclusividad de servicios a un Indicios clásicos
sólo empleador; otorgamiento de herramientas, equipos, material de
trabajo; capacitaciones, inducciones, para que la prestación personal “•Uber dicta instrucciones: El tribunal considera que a pesar de
se lleve a cabo. que el conductor puede elegir cuándo trabajar y cuándo no, eso no
excluye la laboralidad dado que cuándo está trabajando debe aceptar
La ausencia de estos elementos o rasgos sintomáticos, no elimina los viajes –o se arriesga a ser “desactivado”-. Además, el conductor
la posibilidad de que sea considerada como un contrato de trabajo, desconoce la información esencial, como por ejemplo dónde quiere ir
únicamente convierte en atípica la relación de trabajo. No obstante, el pasajero, por lo que no se puede decir que el conductor realmente
la existencia de relaciones laborales atípicas, hacen complicado el puede elegir qué viajes aceptar y cuáles no dado que le falta la
reconocimiento de una relación laboral. información esencial para tomar realmente la decisión.
Toyama señala, que la crisis económica y necesidad de reducir costos • Uber entrevista y selecciona a los conductores.
laborales, la flexibilidad y desregulación legal, la falta de adecuación
de los agentes laborales a los nuevos cambios sociales y económicos, • Uber establece la ruta a seguir por el conductor (por defecto). Y fija
el fenómeno de individualización de las relaciones laborales, la el precio a pagar.
promoción del propio Estado de figuras no laborales – formación • Uber impone condiciones a los conductores (ej. Coche de menos de
laboral juvenil, tercerización y “creación de contratos de cuarta- 10 años)
quinta” -, así como una deficiente fiscalización estatal, crearon el • Uber recibe las quejas de los conductores e impone soluciones que
marco necesario para que se utilicen contratos civiles que ocultaban el conductor debe aceptar. Ej. Si un cliente cree que el conductor
una auténtica relación laboral. Ante ello, nace un proceso de ha realizado una ruta más larga de la debida puede quejarse a Uber
deslaboralización que es conocido por la doctrina reconocida como y Uber puede descontar parte de la retribución del conductor para
“la huida del Derecho de Trabajo”, emergiendo de esta manera el devolvérsela al cliente.” (el resaltado es nuestro).
principio de primacía de la realidad, para salvaguardar el derecho de
Indicios Nuevos
los trabajadores. Este es el principio que utilizan los magistrados para
analizar la presente controversia; en tanto principio, se requiere de un “•Uno de los más interesantes es que la sentencia establece como
análisis casuístico para determinar si estamos antes un contrato de indicio de laboralidad que los conductores conducen bajo una marca
trabajo o no. ajena. Pero además la sentencia señala que Uber no hace publicidad
en beneficio de ningún conductor en particular, sino que Uber hace
publicidad de su marca. Por tanto, difícilmente se puede hablar
5.R asgos de laboralidad en el trabajo en de “coordinación” entre empresas cuando se habla de Uber y los
plataformas virtuales conductores.
La Recomendación 198° de la Organización Internacional de Trabajo • En segundo lugar, la Sentencia califica de “ridícula” la idea de que en
(en adelante, OIT) establece una serie de indicios para identificar y Londres existan 30.000 pequeños empresarios unidos por una única
determinar si nos encontramos ante una relación de trabajo. Dentro plataforma. Es poco razonable que existan empresas cuya fuerza
de estos indicios, tenemos los siguientes: de trabajo sea totalmente compuesta por trabajadores autónomos.
• El mismo implica la integración del trabajador en la organización Es de sentido común entender que si efectivamente esos 30.000
de la empresa; que es efectuado única o principalmente en beneficio trabajadores fueran realmente autónomos la empresa sería imposible
de otra persona; que debe ser ejecutado personalmente por el de manejar.
trabajador, dentro de un horario determinado, o en el lugar indicado • En tercer lugar, también es muy interesante que la sentencia
o aceptado por quien solicita el trabajo; que el trabajo es de cierta considere indicio de laboralidad la imposibilidad que tienen estos
duración y tiene cierta continuidad, o requiere la disponibilidad del autónomos de crecimiento. Si efectivamente fueran pequeños
trabajador, que implica el suministro de herramientas, materiales y empresarios lo lógico sería que existieran unas mínimas –aunque
maquinarias por parte de la persona que requiere el trabajo, y fueran potenciales- posibilidades de crecimiento en el negocio. Y
• El hecho de que se paga una remuneración periódica al trabajador; como dice la sentencia las únicas posibilidades de crecimiento de los
de que dicha remuneración constituye la única o la principal fuente conductores es que trabajen más horas. Es decir, estos trabajadores
de ingresos del trabajador; de que incluye pagos en especie tales como realmente solo aportan mano de obra, por lo que no pueden
alimentación, vivienda, transporte, u otros; de que se reconocen considerarse empresarios.
derechos como el descanso semanal y las vacaciones anuales; de que • La plataforma controla la información clave para el desarrollo del
la parte que solicita el trabajo paga los viajes que ha de emprender el negocio
trabajador para ejecutar su trabajo; el hecho de que no existen riesgos
• Uber se reserva el poder de modificar unilateralmente los términos
financieros para el trabajador.
del contrato.” (el resaltado es nuestro).
Asimismo, el Tribunal Constitucional Peruano, en su sentencia N.º
En ese sentido, coincidimos con el referido autor que existen
03917 – 2012 – PA/TC determinó las siguientes características a
evidentes rasgos de laboralidad clásicos en la prestación de servicios
efectos de determinar si nos encontramos ante una relación laboral,
de estos trabajadores de plataformas digitales. Asimismo, es
es decir, los siguientes rasgos de laboralidad:
necesario la evaluación de nuevos rasgos que evidencian no una
a. Control sobre la prestación o la forma en que esta se ejecuta. autonomía integral y sujeta finalmente a subordinación. Los nuevos
b. Integración de la demandante en la estructura organizacional de la indicios nos permiten realizar una evaluación más integral de estos
emplazada. casos y poder identificar si efectivamente como hemos precisado
c. Prestación ejecutada dentro de un horario determinado. anteriormente, existe una autonomía total.

d. Prestación de cierta duración y continuidad. Definitivamente, estos rasgos de laboralidad constituyen


características de un modelo tradicional del trabajo. Sin embargo,
e. Suministro de herramientas y materiales a la demandante para la en la legislación peruana también se consideran trabajadores a los
prestación del servicio. no sujetos a fiscalización inmediata, que son trabajadores que por la
f. Pago de remuneración a la demandante. naturaleza de sus funciones no tienen un horario de trabajo, ni deben
g. Reconocimiento de derechos laborales, tales como las vacaciones ejercer necesariamente sus funciones en la sede de la empresa. No se
anuales, las gratificaciones y los descuentos para los sistemas de les fiscaliza por el tiempo trabajado, sino por los resultados obtenidos
pensiones de salud. del desempeño de su trabajo. Por ese motivo, tampoco tienen
derecho al pago de horas extras.
Cabe señalar que Adrián Todolí, tomando como referencia y
a propósito de la sentencia que declaró la laboralidad de los En el Perú no es necesario que cumplas un horario de trabajo, ni
conductores de Uber en UK (Case Nos 2202551/2015 – Mr Y tengas que cumplir tus funciones en la sede de la empresa para
Aslam, Mr J Farrar & Others VS. Uber B.V, Uber London Ltd. & que seas considerado trabajador. Teniendo en cuenta lo anterior,
Uber Britannia Ltd), precisa que existen dos diferentes tipos de pasaremos a identificar las características principales y generales
indicios para declarar la laboralidad de una prestación de servicios:
i) Indicios clásicos e ii) Indicios nuevos. Los nuevos indicios de
laboralidad serían consecuencia de las nuevas formas de actuar del
mercado (prestación de servicios a través de plataformas virtuales)

335
de los prestadores de servicios de estas plataformas para luego
identificar algunos rasgos de laboralidad.
Nos centraremos en las características de la empresa Uber que se
encuentra en el Perú cuya recopilación de información es brindada
directamente por los mismos conductores de esta aplicación. Así las
cosas, tenemos que en dicha empresa no obligan a los trabajadores
a realizar una cantidad determinada de carreras al día, ni tienen un
horario de trabajo. No obstante, de manera indirecta incentivan a los
conductores a realizar el servicio de transporte con el aumento de
comisión en determinadas horas.
Asimismo, Uber gana 25% de cada viaje realizado por los
conductores. Este mismo porcentaje se advierte en la empresa Beat.
Existe un sistema de calificación a los conductores por parte de los
usuarios o clientes. Beat por ejemplo le advierte al conductor que
mantenga su calificación, ya que eso podría perjudicar sus carreras.
Por su parte, la baja calificación en Uber hacer que disminuya la
categoría del conductor frente a los usuarios, lo que puede perjudicar
su reputación y también podría implicar que el cliente al advertir
dicha calificación cancele el servicio. Si la calificación es alta, en
el caso de Uber, tiene como consecuencia que se mejoren las
promociones para el conductor. En Beat se advierte lo mismo.
Por otro lado, la empresa Uber a veces realiza una serie de incentivos
y/o comisiones para que los conductores realicen muchas más
carreras. Por ejemplo, en julio se informó que a partir de la carrera 50
dentro de un período de tiempo establecido por Uber se empezaría a
cobrar solo 1% de comisión.
Al momento de entrar a Uber, los conductores presentaron
antecedentes policiales y judiciales, brevete. En caso de extranjeros
carnet de extranjería. También realizan exámenes psicológicos y
psicotécnicos. Luego de las evaluaciones, Uber te contesta si has
aprobado en 02 o más días y si puedes iniciar el servicio.
Por otro lado, en el caso específico de Beat, otro aplicativo bastante
conocido que ofrece el servicio de transporte de pasajeros, adicional
a las características mencionadas para el caso de Uber, cuenta con un
Manual que establece como el conductor debe comportarse durante
la prestación del servicio, es decir, regula la forma de cómo se presta
el servicio. Por otro lado, existe un fiscalizador o supervisor que suele
tomar recorridos aleatorios con los conductores de este aplicativo
en aras de fiscalizar la prestación del servicio: 1) Servicio prestado
de acuerdo al manual y buenas costumbres; 2) limpieza y orden del
vehículo; 3) representación de la marca Beat; 4) cobro de acuerdo a
las especificaciones del aplicativo; entre otros.
En caso un conductor no cumpla con estas disposiciones, su cuenta
será desactivada, evidenciándose totalmente la subordinación y
en estricto, el poder de dirección, (reglamentación, fiscalización y
sancionador) del empleador. Recordemos que Beat se encuentra
encargada de supervisar la prestación del servicio, toda vez que los
pasajeros son, en realidad, sus clientes, y los conductores representan
la marca “Beat” ante los ojos de terceros, siendo bastante improbable
desconocer la laboralidad de esta prestación de servicios.
Conforme a lo expuesto, podemos advertir algunos rasgos de
laboralidad como la prestación de servicios y la entrega de una
Sobre el particular, coincidimos que este tipo de prestación de
remuneración, remuneración que está sujeta a la cantidad de carreras
servicios deben ser reguladas con la finalidad de garantizar los
que pudiera hacer el conductor, como una especie de remuneración
derechos laborales de estos prestadores de servicios (seguridad y
variable. Asimismo, se incentiva a la prestación de servicios a través
salud en el trabajo, seguridad social, entre otros). Asimismo, se debe
de mayores comisiones y la calificación de un cliente puede influir en
también establecer responsabilidad frente a los usuarios y garantizar
las ventajas o no del conductor. En el caso, de calificación negativa, la
su seguridad.
reputación negativa del conductor puede influir en sus comisiones, lo
cual se podría advertir como una especie de sanción.
Por otro lado, advertimos subordinación y control a través de 7.Conclusiones y recomendaciones
la fiscalización por GPS que se realizan de estas empresas, la Del análisis realizado a esta nueva forma de prestación de servicios,
promoción e incentivación a prestar servicios. En nuestra opinión, hemos podido observar la existencia de los elementos constitutivos
son como trabajadores no sujetos a fiscalización inmediata y con una de un contrato de trabajo, tales como prestación personal de
remuneración variable. servicios, contraprestación o remuneración, y subordinación, siendo
este último el más importante para identificar una relación laboral.
No obstante, también hemos constatado que se trataría de una
6. Legislación peruana
relación laboral atípica, no sólo porque los indicios de una relación
Por otro lado, dada esta coyuntura y ante evidencias de rasgos laboral tradicional no son del todo aplicables a la misma, sino porque
de laboralidad por parte de los prestadores de servicios a través la naturaleza de este tipo de prestación de servicios se derivan de una
de plataformas digitales, en el presente año en el Perú se han relación independiente, creando un híbrido ante la desnaturalización.
presentados dos proyectos de ley que intentan regular los derechos
Es necesario retomar la idea de que la prestación de servicios a través
laborales que les corresponden a los trabajadores de estas
de plataformas digitales se aleja totalmente de la idea tradicional
plataformas virtuales. Así, tenemos las siguientes características de
de empresa y trabajadores, debido al impulso de la digitalización
estos dos proyectos:

336
en la economía mundial. Estos cambios nos dibujan una nueva 8.Bibliografía
realidad, un nuevo paradigma, con sus ventajas e inconvenientes, 1.ERMIDA URIARTE, Oscar y HERNANDEZ ÁLVAREZ, Oscar. 2002.
lleno de incertidumbres sobre el futuro y la protección de estos “Crítica de la subordinación”. En Ius Et Veritas N° 25, Lima.
pseudo-trabajadores, olvidando el sistema impuesto del fordismo y 2.MALO, Miguel ángel. Plataformas digitales transforman el lugar de trabajo.
taylorismo relacionado con la estructura laboral. En: Diario Gestión. Revisado el 15 de julio de 2019. En: https://gestion.pe/
tecnologia/plataformas-digitales-transforman-lugar-219406
Luego de identificarla como una relación laboral atípica, es
importante pasar a determinar el rango de protección que abarcará 3.NEVES MUJICA, Javier. 2012. Introducción al Derecho del Trabajo. Fondo
editorial de la Pontificia Católica del Perú: Lima.
este reconocimiento como relación del derecho laboral. Es necesario
tener presente que, a diferencia de otros tipos de actividades 4.OLEA, Manuel Alonso, y CASAS Baamonde, María Emilia. Derecho del
económicas, en las amparadas por las plataformas digitales, quién trabajo. 21° Ed. Re. Madrid, Civitas, 2003.
solventa o paga directamente la remuneración al trabajador es el 5.ORGANIZACIÓN INTERNACIONAL DEL TR ABAJO. 2017. Informe
cliente final y no el empleador, siendo que en muchas ocasiones, es Inicial para la Comisión Mundial sobre el Futuro del Trabajo. Primera Edición.
Fecha de consulta: 09 de julio de 2019. URL:www.ilo.org/wcmsp5/groups/
el trabajador quien deberá reembolsar al empleador el porcentaje
public/---dgreports/-- cabinet/documents/publication/wcms_591504.pdf
correspondiente según el acuerdo entre partes. Asimismo, el
pseudo-trabajador no se encuentra sujeto a un horario de trabajo 6.TODOLÍ, Adrián. 2015. El Impacto de la “Uber Economy” en las relaciones
laborales: los efectos de las plataformas virtuales en el contrato de trabajo.
determinado, existen grande lapsos de inactividad que pueden ser Fecha de Consulta: 10 de julio del 2019. URL: https://adriantodoli.
determinados a decisión del pseudo-trabajador, pudiendo decidir com/2015/12/22/el-impacto-de-la-uber-economy-en-las-relaciones-laborales-
este si atiende o no una orden de servicio. Y por último, que es el los-efectos-de-las-plataformas-virtuales-en-el-contrato-de-trabajo-2/
pseudo-trabajador quien proporciona las herramientas, equipos e 7.TOLEDO TORIBIO, Omar. 2012. Principios y competencia en la Nueva Ley
implementos de trabajo. Procesal de Trabajo. Ley 29497. Editorial Grijley: Lima.
Ante ello, debido a la naturaleza del servicio –actividad económica- 8.TOYAMA MIYAGUSUKU, Jorge. 2005. Instituciones del Derecho Laboral.
que hemos descrito, creemos que la opción más pertinente es la Editorial Gaceta Jurídica: Lima.
creación de un régimen especial laboral que establezca un piso
mínimo de protección para estos pseudo- trabajadores. Una
opción es, por ejemplo, asimilarla al régimen especial agrario, con
una remuneración diaria que contenga los beneficios sociales,
coberturar el pago del seguro social tanto prestaciones de salud y
previsional. Otra opción sería asemejarla al régimen especial laboral
de construcción civil, en la cual se podrá liquidar semanalmente la
remuneración y beneficios sociales de los trabajadores, exigiendo
la contratación del seguro complementario de trabajo de riesgo
(SCTR) para trabajos considerados como de alto riesgo, por ejemplo,
el transporte de bienes y pasajeros. No obstante, como se puede
advertir, ello encarecería la prestación del servicio de manera directa
dado que son los clientes quienes otorgan la remuneración al pseudo-
trabajador, y no el empleador, lo cual haría poco atractivo el uso de
estos aplicativos –plataformas digitales- desde el punto de vista del
cliente.
Otra opción sería una mixtura entre ambos regímenes especiales
laborales: formalizar una remuneración diaria, en base a las tarifas
determinadas para la prestación de servicios, las cuales incluyan los
beneficios sociales de los trabajadores, así como exigir la cobertura
del seguro complementario de trabajo de riesgo (SCTR), como
requisito obligatorio para cualquier persona natural o jurídica que
pretenda publicar o lanzar al mercado una plataforma digital o
aplicativo. Para ello, será necesario establecer un mecanismo de
formalización de estas empresas que operan sin mayor regulación que
los mínimos establecidos por el ordenamiento legal.
Creemos que ahondar más allá de lo evidente y establecer los mismos
beneficios laborales que una relación laboral tradicional del régimen
general, implicaría desconocer la naturaleza de esta prestación, en la
cual es posible la existencia de numerosos empleadores sin contacto
directo, toda vez que la característica de la exclusividad de la relación
laboral tradicional, no aplicaría al presente caso.
Entendemos que este tema será materia de discusión en los próximos
congresos laborales de nuestro país, así como por mesa y comisiones
de trabajo de nuestras instituciones, tales como el Ministerio de
Trabajo y Promoción del Empleo, Ministerio de Salud, EsSalud,
entre otros, en aras de garantizar una prestación de servicios bajo un
enfoque de trabajo decente.

337
Trabajos en plataformas, una Menciona Todoli en su libro1, ¨la existencia de nuevos medios de
aproximación a la situación control del trabajador, siendo que las empresas confían en sus clientes
para las evaluaciones del servicio prestado, el control necesario,
Latinoamericana como el hecho de que las empresas solamente dictan las directrices
Por Javier A. Suárez A. que debería cumplir el prestador del servicio, desequilibrio del poder
Rep. Dominicana negociador, lo que conllevo al contrato de trabajo a existir fue este
desequilibrio por lo que juristas abogan que el mismo se le extienda a
Abogado en ejercicio
todos los que prestan un servicio, la integración en una organización
Secretario General de la Asociación Dominicana
ajena, esto siendo apegados a el concepto clásico del trabajador, falta
De Derecho del Trabajo y de la Seguridad Social (ADDTSS)
de oportunidades empresariales, como el hecho de que el prestador
del servicio no crecerá más de ahí pues solo prestan servicios¨
1- Abstracto
Pero el elemento primordial que alega Todoli es el de ¨La ajenidad
El trabajo en plataformas digitales, al ser una expresión de lo que de la marca¨, entiéndase por esto el hecho de que UBER, CABIFY,
puede hacer la tecnología por el ser humano, se pensaría que ha traído BLA BLA CAR, empresas multimillonarias a las que el pequeño
beneficios para estos, ha sucedido lo contrario, la masificación de este empresario o chofer de vehículo no puede hacerles competencia, ya
tipo de trabajo a niveles insospechados por medio de estos medios, que son estos los poseedores a través de los medios tecnológicos de la
ha llevado a los trabajadores y sus beneficios laborales prácticamente cliente que estos necesitan para realizar sus labores, amén de que la
al siglo XIX, al momento del inicio de la industrialización, cuando se situación se complica porque ¨el pequeño empresario se ve obligado
libraban batallas para que los derechos laborales de los trabajadores a trabajar bajo el membrete de otra empresa para poder continuar
fueran reconocidos. en el mercado, su supervivencia depende de que los clientes, los
Que ha pasado con Latinoamericana, como han enfrentado los cuales prefieren una marca conocida – y una determinada forma
sistemas jurídicos de estos países dichas situaciones, donde se han estandarizada de hacer las cosas -, les elijan sobre otra empresas¨2
conocido casos, donde los trabajadores han podido sindicalizarse, Estas y otras cuestiones dan fe para nosotros de que estos
que depara el futuro para estos. Es lo que pensamos discutir en prestadores de servicios son trabajadores de estas empresas,
este trabajo, analizando las situaciones que se han creado tanto a la amén de que se compaginan casi siempre todas las cuestiones que
entrada de ciertas plataformas, como en el desenvolvimiento de las las legislaciones establecen en cuanto a subordinación y servicio
mismas y los escasos procesos judiciales que han sido llevados en personalizado que realiza el trabajador.
contra de estos en los tribunales.
Que podemos esperar en las proximidades del tiempo, en una
3- Plataformas en Rep. Dominicana
América latina, donde las instituciones laborales no son tan fuertes
como en Europa, donde el control administrativo por parte del Las plataformas digitales han entrado de una manera muy voraz en
estado es casi siempre insuficiente, estas cuestiones ligadas niveles nuestro país, desde el 2015 Uber fue la primera empresa en entrar con
de educación, delincuencia, corrupción estatal, bajos salarios, fuerza en el mercado, como todos sabemos al ser un negocio con una
informalidad, crean una combinación perfecta para que estas simple aplicación que puede ser bajada por cualquier ¨trabajador¨
multinacionales campen a sus anchas en nuestros sistemas jurídicos. el esparcimiento de la misma ha sido indudablemente rápido, ahora
mismo tenemos las compañías Uber, Glovo, Uber Eats y nuestras
Procederemos a ver estas y otras cuestiones, haciendo un repaso
plataformas autóctonas DeliveryRD y ALLdelivery, de reparto de
primero de la terminología utilizada para definir este fenómeno, de lo
comidas, plataformas que tenían bastante tiempo trabajando antes
que ha sucedido en la Rep. Dominicana, para luego pasar a analizar
de la entrada en juego de las demás.
las situaciones de los demás países y los rumbos que han tomado en
su adecuación de estos trabajos. Estas plataformas autóctonas, asociadas con restaurantes a los
cuales les dan servicios, a diferencia de Uber Eats y Glovo, que sus
¨trabajadores¨ son independientes estos trabajadores de estas
2- Una breve discusión sobre el tema empresas dominicanas, son trabajadores por un sueldo fijo para las
La mal llamada ¨economía colaborativa¨ irrumpe en el espectro mismas y comisiones por entrega de pedidos, con lo cual tienen todos
con fuerza desde los años 2010 en adelante, pero anteriormente a los beneficios de un empleado normal, la misma proporciona todas las
esta existían plataformas que en un principio si eran una verdadera herramientas, incluido el motor en el cual se desplazan, los uniformes
economía colaborativa, pequeños intercambios de un taladro, y el canasto de transporte de la comida.
vehículos y otros; bienes infrautilizados que sus dueños ponían en Esto conlleva que este tipo de trabajador este inscrito en el sistema
el mercado a través de páginas web, para generar un ingreso y el de seguridad social, se paguen los impuestos correspondientes
solicitante del servicio generaba un ahorro, pues no adquiría el bien, sobre la renta si gana más del salario cotizable para este, por lo tanto
por lo tanto había una colaboración entre las partes. tienen derecho a vacaciones, salario de navidad y participación
Pero estas formas fueron derivando en otras situaciones, pasando en los beneficios de la empresa si esta los obtiene. A diferencia
a llamarse este fenómeno, on demand economy, peer to peer de los trabajadores de las demás plataformas que no tienen este
economy, crowdworking, entre otros, siendo el de mayor incidencia tipo de protección. Muchos trabajadores que tenían empleos
el de ¨UBER-Economy¨, término que entendemos más adecuado, fijos en comercios llamados ¨colmados¨, han pasado a laborar
pues refleja el formato de negocios que realmente ocurre en estas para estas plataformas, con lo cual han aumentado sus ingresos
plataformas, ya que la empresa UBER es la que ha impuesto un considerablemente.
modelo de negocios que ha sido replicado en las otras plataformas.
Estamos ante empleos viejos que no han evolucionado en lo absoluto, a. Incremento salarial
más que en la forma en que el servicio es contratado, pero el mismo
Un punto de análisis interesante, es el aumento salarial que han
servicio de taxi que se prestaba en la década de los 80 es el mismo
adquirido estos trabajadores al pasar de trabajos de entrega en
servicio de taxi que se presta a través de las plataformas actuales, lo
tiendas particulares llamadas ¨colmados¨ y otros comercios, para
único que el control es más estricto, por poner el ejemplo que mas
trabajar directamente en estas plataformas digitales, un trabajador
ronchas ha traído a la sociedad.
que ganaba un promedio de US$200.00 mensuales ha pasado a
Por eso la discusión se torna en que si son o no empleados las ganar un monto promedio de US$400.00, lo que quiere decir que
personas que prestan estos servicios a través de estas plataformas, para nosotros estas plataformas han duplicado el valor del salario que
hay muchos jurídicos que entienden que si son empleados y otros que estos recibían.
no, las mismas plataformas se prestan a decir que son trabajadores
Si a esto le añadimos las propinas que estos ganan el incremento es
autónomos, que al ser un modelo de negocios donde el prestador
aún mayor, en donde radica la diferencia muy importante, es en que
del servicio puede elegir su horario y rechazar trabajos, no son
pasaron de estar en un sistema de subordinación a un sistema de
trabajadores per se como corresponden en todas las legislaciones.
Pero esto que veremos más adelante en decisiones judiciales que
1 TODOLI, Adrian. El Trabajo en la Era de la Economía Colaborativa. Tirant
han sido dadas en Latinoamérica da cuenta de otra situación
Lo Blanch, Valencia 2017.
totalmente ajena a la realidad, siendo aceptada una teoría de que no
son trabajadores y teoría de que si lo son, para tomar en cuenta esta
lo que el profesor Adrian Todoli establece sobre estos contratos de
trabajo, al establecer ciertos argumentos a favor de la laboralidad de
estos trabajadores.
338
¨independientes¨, con lo que conlleva eso, es decir el perder todas intermitentes¨5
las cuestiones que anteriormente señalamos tales como seguridad Lo que quiere dejar dicho que en la prestación de los servicios de
social, derecho a vacaciones y otros, si bien en estos ¨colmados¨ y transporte no está sujeto a la jornada ordinaria de trabajo, que es la
comercios no los tenían realmente ganando estos beneficios, pero si de 8 horas diarias y 44 horas semanales, lo que puede dar al traste
podían tener la posibilidad de accionar en justicia y su caso iba a ser con una de las cuestiones que se plantean a la hora de establecer que
mejor conocido que con la situación a la que pasaron, en una total este ¨trabajador¨ es independiente porque no tiene horario asignado.
simulación de una relación que no lo es, por lo que se le hará mas Con lo cual en nuestra legislación al estos no entrar en la jornada
difícil demostrar en los tribunales la relación laboral. ordinaria se podría decir que poco importa la jornada que tenga en
Este salario incrementado también habrá que ver cuánto tiempo cuanto a establecer el lazo de subordinación.
durara, pues como sabemos todavía estas plataformas extranjeras no En relación a la jurisprudencia no se ha presenta ningún tipo de caso
tienen el mercado en su totalidad, cuando lo tengan, no creo que siga actualmente, por lo que todavía no se ha decidido en dicho sentido.
siendo la misma temática, sino que el monto bajara por la adición de
mas suplidores a las plataformas. Una nota jocosa aparte, que al Uber Eats y Glovo no tener el mercado
completo por las empresas que comenzaron antes, es que los
b. Seguridad vial trabajadores de estas dos empresas, están recogiendo los pedidos y se
En nuestro país, la mayoría de estas plataformas entregan los los están comiendo, ósea la notificación del que pedido fue recogido
productos con ¨trabajadores¨ que utilizan sus motores, motores aparece en pantalla pero el mismo nunca llega a destino, la queja se
de combustión de gasolina, el 100% de estos tienen este tipo de presenta y se desactiva el trabajador.
transporte, es casi imposible ver una bicicleta con un canasto de Entonces al parecer el algoritmo que no tiene alma y no entiende
estos, pues al ser el Caribe un lugar un poco cálido, el trabajador nada, al ver que luego de unos días dicho trabajador no hace nada y no
que intentara hacer esto podría morir en el intento luego de algunas tiene pedidos por estar desactivado, lo vuelve a activar en el sistema,
horas. esto ha sido una queja muy recurrente en las redes sociales.
A esto se le suma el hecho muy importante de la seguridad vial, la
cual en nuestro país es prácticamente escasa, existiendo muchos
accidentes en este tipo de motores, los mas fatales de los accidentes 4- La situación de los países latinoamericanos
de tránsito son los que los involucran a este tipo de medios de En Latinoamérica, las plataformas digitales han entrado con fuerza,
transporte, lo que conlleva a una preocupación, pues al contrario ya que los mismos son mercados pocos regulados en dicho sentido
de los trabajos que estas personas realizaban antes donde tenían por las autoridades, solamente en países donde los movimientos
seguridad social y eran protegidos por la administradora de riesgos sindicales son fuertes y donde se han conocido casos es que la justicia
laborales, actualmente no tienen dicha protección. ha podido dictaminar a favor o en contra de los trabajadores.
Entonces quien se hace cargo en caso de un accidente de estos Recordemos que en los países Latinoamericanos las instituciones
¨trabajadores¨, es esa la cuestión, no tendrán derecho a subsidios de estatales no son fuertes y dadas a un control real de las relaciones
ningún tipo ni pensiones algunas en caso de un accidente grave que de trabajo, la burocracia, la falta de educación, la falta de seguridad,
nos le permita trabajar más, salvo el caso que se accione en justicia y bajos salarios, informalidad, todo esto unido a la corrupción
la plataforma responda en caso de ser condenada por un tribunal. que impera en estos países a veces hace mucho más fácil el
Quien sustenta el pago de los gastos en los que ocurra un trabajador desenvolvimiento de estas plataformas dentro de nuestros sistemas
accidentado, la cuestión es esa. Accidentes fatales han ocurrido con jurídicos.
estos trabajadores, pues Por lo tanto debe de existir un control a través del reclamo de los
derechos individuales y colectivos de trabajo, que ha sido realizado
en su mayoría a través de los tribunales de trabajo, quienes en un
c. Legislación y jurisprudencia sentido u otro han dictaminado, pasemos a ver la situación de
En nuestro país no existe ningún tipo de legislación que sea algunos de estos países.
específicamente para estos trabajadores en plataformas digitales, a- Brasil
sería el Código de Trabajo el que estaría llamado a regular las mismas,
en ese sentido el mismo en su artículo 1 en la definición de trabajo El 13 de febrero del 2017 el 33 juzgado de Trabajo de Belo Horizonte6,
establece lo siguiente: dicto una sentencia en donde reconocía la relación de trabajo entre
un chofer y la empresa UBER, esto basado en según la ley brasileña
¨El contrato de trabajo es aquel por el cual una persona se obliga, trabajador es ¨toda persona física que presta servicios de naturaleza
mediante una retribución, a prestar un servicio personal a otra, bajo no eventual al empleador, bajo dependencia de este y mediante
la dependencia y dirección inmediata o delegada de esta¨3 suelto¨7, porque en definitiva:
De esta definición se puede colegir que en principio a los trabajadores A) Porque la compañía ejercía el poder y control como el servicio era
de plataformas les aplicaría la legislación laboral dominicana, pues prestado.
prestan un servicio, mediante las directrices de las plataformas,
mediante el pago de un salario a su cuenta y con una supervisión de B) Para poder acceder a la plataforma se tenía que tener buenos
estas que los controla mediante los algoritmos. ratings.

Amén de todas las artimañas que usan estas empresas para hacer C) Tampoco el conductor podía darle una tarjeta al cliente, lo que se
entender que no son trabajadores sino contratistas independientes, consideraba un comportamiento inadecuado, siendo bloqueado el
incluso actualmente UBER se niega a recibir los actos de alguacil en mismo.
sus oficinas en Santo Domingo, tratando de parecer como que no D) También el juzgado determino que el algoritmo que la compañía
le importan para nada las citaciones que pudiera tener en torno a establecía, podría bloquear al conductor si este no aceptaba por lo
cualquier conflicto jurídico que se le presente. menos el 80% del trabajo, con tiempos desde 10 minutos hasta 12
Hay que entender que tal como establece el principio I del Código de horas.
Trabajo el cual reza de la manera siguiente: En el mismo sentido, aceptando la relación de trabajo, una sentencia
¨El trabajo es una función social que se ejerce con la protección y de fecha 12 de junio del 2017 dada por el 42 juzgado de Trabajo de
asistencia del estado¨4 Belo Horizonte8, fallo dictaminando que son trabajadores porque
estos no tienen al cliente en sí, sino que es de la empresa, al punto de
Cuestión que lamentablemente no se aplica tanto en la práctica que estos no tienen la libertad de atender a quien entienda, sino que
a la hora de fiscalizar estas nuevas formas de trabajo e incluso las es el que le imponen.
antiguas, que no son fiscalizadas como tanto se debería, pues el
Ministerio de Trabajo de la República Dominicana, no tiene le
presupuesto que la institución debería de tener para realizar esta 2 TODOLI, Adrian. El Trabajo en la Era de la Economía Colaborativa. Tirant
labor, amén de los grandes esfuerzos de sus inspectores por realizar Lo Blanch, Valencia 2017
estas actuaciones 3 Articulo 1 Ley 16-92 Código de Trabajo de la República Dominicana
En relación a la definición de ciertos aspectos del contrato de trabajo, 4 Principio I de la Ley 16-92 Código de Trabajo de la República Dominicana.
habría que tomar en cuenta lo establecido por la ley en relación al 5 Articulo 284 Ley 16-92 Código de Trabajo de la República Dominicana.
horario de trabajo que tienen los transportistas, en ese sentido
nuestra legislación establece en su artículo 284 lo siguiente:
¨No están sujetos a la jornada ordinaria de trabajo los trabajadores
ocupados en vehículos de transporte que presten servicios

339
En fecha 30 de enero del 2017 el 37 juzgado de Trabajo de Belo En cuanto al tema de la modificación de la legislación también es un
Horizonte9, juzgo en una causa que Uber es una empresa de trayecto que será difícil de trazar, ya que los países latinoamericanos
tecnología y no una empresa de transporte, pues el prestador del para reformular sus legislaciones es un proceso que puede durar años,
servicio y la parte contratante lo hacen bajo su entero riesgo, que el caso de República Dominicana es uno de ellos, con una legislación
tampoco existía un control en la forma de la prestación del servicio, que data del 1992, adecuación de una legislación anterior que se
hasta el punto de que la empresa no tiene control sobre la evaluación remonta al 1951, con más de 25 años de vigencia y su modificación ha
que le hará un cliente a su prestador de servicios. También está el durado solo en la discusión de la comisión externa al congreso de la
hecho de que califico que poco importa el hecho de que Uber tenga republica más de 5 años.
convenios con gasolineras para que el prestador pueda tener mejores El control que se hará sobre estas plataformas será a conciencia de
precios, sino que esto es un incentivo para que el prestador se los criterios que presenten los tribunales, siendo variados hasta en
mantenga más activo en la plataforma. las mismas ciudades donde se conocen casos, tal es la situación de
En el mismo sentido, negando la relación de trabajo, el juzgado 12 y Brasil, donde en una misma jurisdicción se tienen criterios bastante
43 de Trabajo de Belo Horizonte, ambas en el sentido de que existe diferentes, por lo tanto será esperar la reacción del congreso de cada
autonomía por parte de los trabajadores y que la plataforma es país para ver por donde se encaminara dicha situación.
simplemente una intermediaria. En dicho sentido, ya hay países donde se están preparando proyectos
b- Sentencia Chile de ley para ser presentados, tal es el caso de Colombia, con su
El 14 de julio del 2015 el 2do. Juzgado de Letras de Santiago de proyecto de ley 082 de 2018 para regular el trabajo digital, ¨está
Chile10, juzgo en una causa que los prestadores no son trabajadores centrada en la protección de una nueva categoría de trabajadores
basando su decisión en lo siguiente: digitales económicamente dependientes que devengan una
remuneración superior a 2 salarios mínimos¨12, lo que encamina a un
1- Tienen absoluta libertada para tomar pedido o no. nuevo modelo que podría ser replicado en Latinoamérica.
2- No usan uniformes.
3- Si no se conectan a la plataforma no son desvinculados. En este 6- Bibliografía
caso el prestador se conectaba un promedio de 14 días al mes.
I. TODOLI, Adrian. El Trabajo en la Era de la Economía Colaborativa. Tirant
4- En este caso el solicitante del servicio también tiene la potestad de Lo Blanch, Valencia 2017
cancelar el mismo sin ninguna penalidad al recibir la información del II. Ley 16-92 Código de Trabajo de la República Dominicana.
chofer que realizara el pedido. III. https://www.conjur.com.br/dl/juiz-reconhece-vinculo-emprego-uber.pdf
5- Existen bonos o incentivos para fechas clave, pero el juzgado verificado ultima vez 26 de mayo del 2019.
determino que esto no es un rasgo de laboralidad. IV. Leyes de Trabajo, Decreto Ley No. 5452 de 1 de mayo de 1943.
6- Que la empresa tenga los datos del conductor tampoco es un V. https://www.jusbrasil.com.br/diarios/documentos/468552971/andamento-
indicio de laboralidad, pues es una forma de seguridad. do-processo-n-0010801-1820175030180-rtsum-12-06-2017-do-trt-3
verificado ultima vez 26 de mayo del 2019.
7- Afirma el tribunal que el único indicio de laboralidad es un correo
VI. https://www.jusbrasil.com.br/diarios/documentos/468552971/
donde le exigen al prestador un mínimo de 30 horas semanales.
andamento-do-processo-n-0010801-1820175030180-rtsum-12-06-2017-do-
8- El término de los servicios se debió a un reclamo que efectuó una trt-3 verificado ultima vez el 26 de mayo del 2019.
cliente. VII. https://oficinajudicialvirtual.pjud.cl/frameInv.php verificado última vez el
c- Sentencia Argentina 26 de mayo del 2019 con búsqueda particular de nombre Thompson con Uber
Chile SP.
El 19 de marzo del 2019, el 37 Juzgado Nacional de Primera Instancia
VIII. https://ignasibeltran.com/wp-content/uploads/2018/12/Cautelar-a-
Del Trabajo de la Ciudad de Buenos Aires11, dicto una sentencia en la
favor-1.pdf ultima vez verificado el 26 de mayo del 2019.
que ordenaba a la empresa R APPI, a integrar nuevamente al servicio
IX. https://www.portafolio.co/economia/empleo/que-se-esta-haciendo-en-
de la misma a tres trabajadores que habían sido desconectados,
colombia-para-regular-el-trabajo-digital-529742 verificado ultima vez 15 de
pues los mismos trataban de conectarse y la aplicación les refería un julio del 2019.
mensaje en donde les decía que se comunicaran con desactivaciones.
Todo esto se debió a que los trabajadores en fecha 1 de octubre
del 2018, se reunieron y ¨tuvo lugar la asamblea fundacional del
sindicato que emergió bajo la denominación de Asociación de
Personal de Plataformas (“APP”)¨, un nombre justamente adecuado
a los términos que se utilizan en este tipo de trabajo. Posteriormente
se reunieron con representantes de la empresa R APPI en fecha 9 de
noviembre del 2018, planteando los reclamos sobre las condiciones de
trabajo, para darse cuenta que fueron desconectados de la aplicación
y que no podían acceder a ella.
Estos en su causa recriminaron que no encontraban registrados
como empleados de la demandada, aunque la misma tenía el control
absoluto sobre los algoritmos que asignaban las áreas y podía
modificarlos a según su conveniencia. Alegando con esto que era 6 https://www.conjur.com.br/dl/juiz-reconhece-vinculo-emprego-uber.pdf
modificación a las condiciones pactadas en el contrato, por lo tanto verificado ultima vez 26 de mayo del 2019.
tenían la facultad estipulada en la Ley de Contrato de Trabajo. 7 Artículo 3 de la Consolidación de la Leyes de Trabajo, Decreto Ley No. 5452
Aclarando también que la empresa no despide sino que bloquea al de 1 de mayo de 1943.
usuario de la plataforma, con esto tratando de encubrir cualquier 8 https://www.jusbrasil.com.br/diarios/documentos/468552971/andamento-
rastro de liberalidad que pudiera existir. do-processo-n-0010801-1820175030180-rtsum-12-06-2017-do-trt-3
verificado ultima vez 26 de mayo del 2019.
El juez dictamino que la empresa debía de cesar con la conducta
9 https://www.jusbrasil.com.br/diarios/documentos/468552971/andamento-
antisindical y debía de proceder inmediatamente a reactivar a los
do-processo-n-0010801-1820175030180-rtsum-12-06-2017-do-trt-3
tres trabajadores, tomando en cuenta el depósito en las cuentas de
verificado ultima vez el 26 de mayo del 2019.
los trabajadores de sumas variables dos veces al mes, así mismo dejo
10 https://oficinajudicialvirtual.pjud.cl/frameInv.php verificado última vez el
claro que esta medida cautelar se tomaba sin importar que estos
26 de mayo del 2019 con búsqueda particular de nombre Thompson con Uber
podrían abrir un juicio de fondo sobre esta controversia. Por último Chile SP.
impuso una multa de 3mil pesos argentinos diarios por cada día de
11 https://ignasibeltran.com/wp-content/uploads/2018/12/Cautelar-a-favor-1.
demora en la instalación de los mismos nuevamente en la plataforma.
pdf ultima vez verificado el 26 de mayo del 2019.
12 https://www.portafolio.co/economia/empleo/que-se-esta-haciendo-en-
5- Valoraciones finales colombia-para-regular-el-trabajo-digital-529742 verificado ultima vez 15 de
julio del 2019.
En Latinoamérica, será un camino duro para la obtención de una
verdadera forma de adecuar las legislaciones o esperar que los
tribunales dictaminen, porque estamos frente a decisiones de los
tribunales inferiores. Todavía los casos no han llegado a los tribunales
supremos de la región y faltara tiempo para que lo hagan.

340
“El trabajo bajo intermediación (¿o plataformas, la facilitación para el acceso al trabajo de determinados
dependencia?) de las plataformas grupos de personas que habitualmente se encontraban excluidos,
como pueden llegar a ser las personas con discapacidades o enfermas,
virtuales. Impacto de las tecnologías de quienes residen en lugares alejados de los centros económicos
la información” importantes, o de las ciudades, o incluso, aquellas personas que
Informe nacional de Uruguay tienen responsabilidades familiares de cuidados, usualmente
identificadas con las mujeres, ya que siguen siendo hasta el día de hoy
Federico RosenbaumCarli
quienes con mayor frecuencia asumen dichas tareas y roles .
Los sectores de actividad que han recepcionado la utilización de las
1.El impacto de las tecnologías de la información plataformas digitales como instrumentos para ejecutar los servicios
y lairrupción del fenómeno de las plataformas subyacentes ofrecidos, básicamente se han limitado al transporte
digitales de personas o de bienes, tanto alimenticios, farmacéuticos,
En la actualidad asistimos a un estadio evolutivo en donde las formas o de productos en general que son vendidos por parte de las
de prestación del trabajo están sujetas a profundas transformaciones, grandes superficies. En este sentido, las plataformas digitales más
de modo que lo que constituía el paradigma normal de siglos pasados renombradas son los casos de Uber, Cabify, Easy, Uruguay Presente,
-centrado en la actividad industrial consolidada por el modelo Rappi, PedidosYa, Uber Eats y Glovo.
fordista-taylorista, se encuentra francamente alterado, y además, A pesar de la generalización de estos fenómenos en el Uruguay, no
hasta podría sostenerse que la normalidad de dicho arquetipo, ya no existen datos certeros en relación a la cantidad de personas que
resulta generalizado ni exclusivo. se encuentran desarrollando estas actividades prestadas para las
Se constata una creciente y cada vez mayor recurrencia a la plataformas digitales.
incorporación de tecnologías al ámbito de la empresa, e incluso, Sin perjuicio de ello, existe un estudio particular confeccionado por
aparecen nuevas formas de empleo mediante el recurso de la Intendencia de Montevideo, en relación al funcionamiento del
plataformas digitales, a las que se las ha catalogado como plataformas sector transporte por aplicaciones y sus consecuencias en el sector
colaborativas, ondemandeconomy o Uber economy. transporte oneroso de pasajeros en la ciudad de Montevideo. En
La nueva economía digital se caracteriza por la preponderancia de las dicho informe, se refiere a que existen 4.807 vehículos registrados y
plataformas digitales, el trabajo en red y el desarrollado virtualmente, habilitados para trabajar con plataformas digitales. De todos modos
así como por una actividad económica centrada en la explotación de ese dato por sí sólo no arroja la totalidad de personas afectadas o
datos en forma masiva. En virtud de lo anterior, la economía digital vinculadas a esta actividad. Por el contrario, también se ha señalado
ha sido considerada como una representación del declive del modelo que “mientras que la mayoría de los permisarios conducen su propio
fordista-taylorista, ya que varias de sus características y elementos, vehículo (61%), una fracción minoritaria, pero cuantiosa, conduce
como las nuevas tecnologías y la industria inteligente o industria 4.0, su vehículo, pero también tiene registrado otro conductor (31%),
introducen factores disruptivos de las etapas anteriores . mientras que un grupo minoritario no conduce su vehículo, y tiene
Por ello es que se explica la emergencia de un nuevo paradigma registrado otro conductor (9%)”. Por ello es que se estima que del
tecno-económico, concebido como una nueva era de las tecnologías total de los permisarios, solamente 3.667 trabajan efectivamente .
de la información y de las comunicaciones, identificado además como
una verdadera revolución tecnológica, basada en el la computadora, 2.La ¿intermediación? de las plataformas
el software, la microelectrónica, internet y los teléfonos celulares digitales. Respuestas judiciales y normativas
. Precisamente, estas innovaciones tecnológicas disruptivas
El título de la Sesión Plenaria acierta en cuestionar la calificación de
constituyen los elementos típicos de esta nueva “revolución
la actividad prestada por las aplicaciones tecnológicas y plataformas
tecnológica”, cuya base está dirigida a la transformación de todos los
digitales como una actividad de intermediación. Asimismo,se
procesos productivos, impulsando modificaciones en los sistemas de
propone un cuestionamiento sugestivo en relación a si la naturaleza
regulación, así como las capacidades requeridas para los trabajadores,
del trabajo prestado en esas circunstancias, debiera ser catalogada
formas de relacionamiento entre las personas y las propias ideas en
como una relación de dependencia.
relación al progreso .
Sobre el primero de los aspectos, es decir, en cuanto a la naturaleza
En este contexto, la explotación masiva de datos -que es facilitada
de la actividad prestada por las plataformas digitales, cabe
por las nuevas tecnologías- permite un incremento significativo de
destacar que básicamente las empresas en cuestión se amparan
la producción, y es por ende, un elemento de disrupción inherente
en considerarse a sí mismas como empresas que brindan servicios
a la economía digital. Además de dicha capacidad de aumentar la
propios de las tecnologías de la información, en carácter de
producción, la economía digital está caracterizada por la posibilidad
intermediarios entre la demanda y oferta de la actividad subyacente.
de externalización de costos de producción mediante la actividad en
red, así como los escasos costos marginales de la producción digital Sin embargo, las respuestas judiciales y normativas no han sido
de bienes y servicios, y la baja inversión de capital físico . pacíficas en relación a dicha calificación, pudiéndose señalar a
nivel comparado al menos dos vertientes; por un lado, aquella
En el marco de esta economía digital disruptiva o industria 4.0,
que convalida dicha calificación unilateral de las empresas como
pueden destacarse varios aspectos tecnológicos novedosos que
intermediarias, y por otro lado, aquella que cuestiona propiamente
representan una auténtica transformación en el mercado de trabajo,
dicha calificación.
aunque claro está que con una influencia de diferente alcance y
profundidad. Así, pueden enunciarse los casos de la automatización y Por ejemplo, el Tribunal de Justicia de la Unión Europea ha tenido
robotización, la introducción de algoritmos, la inteligencia artificial y que intervenir en una cuestión prejudicial planteada por el Juzgado
las plataformas digitales. de lo Mercantil Nº 3 de Barcelona, en relación a un procedimiento
entre la Asociación Profesional Élite Taxi y Uber SystemsSpain, S.L.
Precisamente, una de las transformaciones novedosas producida
por la tecnología, han sido los teléfonos celulares inteligentes, En dicha ocasión, el Tribunal ha debido calificar la naturaleza
y el desarrollo de aplicaciones móviles y plataformas digitales. jurídica del servicio prestado por Uber, analizando si este se trata
En concreto, las aplicaciones y plataformas digitales, influyen de un servicio de intermediación, que conecta mediante una
decisivamente en el mercado de trabajo, desde el momento en que aplicación de teléfonos inteligentes, a un conductor no profesional
constituyen el soporte tecnológico utilizado a los efectos de permitir que utiliza su propio vehículo con una persona que desea realizar
intercambiar bienes o servicios. De todos modos, cabe aclarar que la un desplazamiento urbano; o si por el contrario, crea al mismo
actividad en si misma considerada, es decir, el intercambio de esos tiempo una oferta de servicios de transporte urbano, que hace
bienes o servicios, no representa el elemento novedoso aludido. Por accesible concretamente mediante herramientas informáticas.
el contrario, lo que sí es novedoso es el auge de estos instrumentos La sentencia se decanta por la segunda interpretación, y concluye
tecnológicos de las aplicaciones y las plataformas digitales, que que “debe considerarse que este servicio de intermediación forma
permiten potenciar y crecer dicha actividad de intercambio . parte integrante de un servicio global cuyo elemento principal es un
servicio de transporte” .
Por otra parte, se ha destacado como una ventaja de las plataformas
digitales, el hecho de que reducen los costos de transacciones, en En apoyo a esta línea de razonamiento, se ha manifestado que
virtud del mejor provecho de las comunicaciones electrónicas, siendo
que en definitiva estas aplicaciones son instrumentos que facilitan la
prestación de los servicios a las empresas y los consumidores finales .
También es posible identificar como un beneficio de estas

341
empresas de este tipo, “prestan un servicio específico por más escape de la protección del Derecho del Trabajo a estos sujetos-.Por
que se autodefinan como simples bases de datos. Se insertan en otro lado, quienes han interpretado que el trabajo prestado mediante
un sector concreto, establecen un sistema de retribución, inciden las plataformas digitales ingresa en la categoría del trabajador
en el precio del servicio, controlan a los prestadores del servicio dependiente -y por ende, extendiendo la tutela del Derecho del
tanto estableciendo procesos de selección como con un sistema Trabajo a estas personas-.
de retroalimentación de las opiniones de los clientes además de Sin embargo, en nuestro país no se conoce con exactitud si han
la fiscalización del prestador del servicio a través de las propias existido muchos conflictos individuales por este tema, ya que los
plataformas y de herramientas de geolocalización” . mecanismos de autocomposición de los conflictos suelen funcionar
En nuestro país no se han verificado respuestas judiciales en adecuadamente, y en muchos casos impiden que los mismos sean
relación a este punto, sino que, por el contrario, básicamente se ha planteados ante la justicia.
referido a ello un pronunciamiento administrativo de la Comisión De todos modos, en la prensa fue destacado en particular un
de Promoción y Defensa de la Competencia del Ministerio de conflicto planteado ante la justicia laboral de un chofer que demandó
Economía y Finanzas, y algunas normas emanadas de las Juntas a la empresa Uber, sobre la base de considerarse un trabajador
Departamentales de Montevideo y Maldonado y del Poder Ejecutivo. dependiente de la plataforma digital. Sin perjuicio de ello, cabe
En concreto, en cuanto a la actividad del transporte de personas, la destacar que este proceso judicial iniciadoen febrero de 2019 no
Comisión de Promoción y Defensa de la Competencia del Ministerio ha avanzado según los ritmos normales que se desprenden de las
de Economía y Finanzas se ha pronunciado en relación a una estadísticas de duración de los juicios laborales en Montevideo ,
denuncia por la presunta comisión de prácticas anticompetitivas en en tanto que hasta el mes de julio de 2019, aún ni siquiera se ha
el mercado de transporte privado de pasajeros en el departamento celebrado la Audiencia Única de precepto.
de Montevideo, presentada por el Centro de Propietarios de En dicho procedimiento judicial, la parte actora sostiene básicamente
Automóviles con Taxímetro del Uruguay contra Uber. Sobre esa que existen indicios contundentes que sugieren la existencia de una
base, la Comisión definió al mercado relevante como el del servicio de relación de trabajo, que lo alejan de la figura del trabajador autónomo
transporte privado de personas en forma onerosa en el departamento e independiente, en virtud de un estudio clásico del concepto de
de Montevideo, y por ende, en lugar de considerar a Uber como una subordinación, así como de nuevos indicios aportados por la doctrina
empresa intermediaria, entendió que ofrece subyacentemente un comparada, como por ejemplo, la ajenidad en la marca, las nuevas
servicio de transporte . manifestaciones del control empresarial sobre los trabajadores, la
Por su parte, la Junta Departamental de Montevideo ha dictado dependencia del mercado, la integración del prestador del servicio
losDecretos Nº 36.197, y su modificativo y complementario Nº dentro de la estructura organizativa de Uber y finalmente el despido
37.089, queregulanla actividad del transporte de personas. Las disfrazado mediante la baja de la aplicación a los choferes.
plataformas digitales son concebidas como intermediarias entre Por el contrario, la parte demandada sostuvo que no existió relación
la oferta y demanda de los servicios de transporte de pasajeros laboral entablada con el actor, sino que el vínculo es exclusivamente
. En cambio, la Junta Departamental de Maldonado dictó el de carácter comercial. Asimismo, sostiene que Uber es una empresa
Decreto Nº 4001/2018, queregula la actividad del transporte de tecnología y no de transporte, y que por lo tanto, no es el
de personas,disponiendo que esas plataformas digitales prestan reclamante quien le presta servicios a Uber, sino que a la inversa, la
propiamente un servicio de transporte de pasajeros . empresa le brinda un servicio al chofer al permitirle el acceso en la
Asimismo, cabe destacar que sobre este tema existe una regulación utilización de una aplicación informática -Uber app-. En función de
reciente en relación a las condiciones del servicio, las formas de pago, ello, se fundamenta que la empresa conecta la oferta de servicios
las condiciones necesarias que deben cumplir los vehículos para de transporte que brindan de forma independiente los choferes -a
encontrarse habilitados, los requisitos de los conductores para ser quienes califica como “socios conductores”-, con la demanda que
habilitados para trabajar en el servicio,y los montos máximos que se solicitan dichos servicios por parte de usuarios que requieren ser
pueden cobrar por tarifas, entre otras disposiciones. trasladados. Por este motivo, la demandada sostiene que le cobra
También se puede señalar una norma que regula accesoriamente a las al chofer una comisión por cada operación realizada utilizando la
plataformas digitales de transporte de cosas (alimentos y productos plataforma.
farmacéuticos).
En ese sentido, el Decreto Nº 119/017 prevé que todo trabajador que 4.La perspectiva colectiva de los prestadores de
desempeñe tareas utilizando motocicleta o cualquier otro tipo de bi- servicios de las plataformas digitales
rodado impulsado por motor deberá aprobar un curso de capacitación Por otro lado, bajo la perspectiva formal en la que se constituyen
específico y contar con certificado de formación profesional expedido las relaciones entre las plataformas digitales y sus prestadores
por la autoridad competente o entidad habilitada a tal efecto. de servicios, es decir, en base a la consideración de la autonomía
A partir del 1º de enero de 2018, solamente se exige a los trabajadores funcional de estos últimos sujetos, es posible señalar un
que desempeñen tareas de reparto de alimentos y productos impedimento importante a los efectos del ejercicio del derecho de
farmacéuticos, haber aprobado el curso de capacitación específico sindicación en favor de estos prestadores de servicios.
y contar con certificado de formación profesional expedido por la Es así que se señala que “[h]ay palabras que evocan en sí mismas la
autoridad competente o entidad habilitada a tal efecto. aplicación de un determinado régimen jurídico. La palabra trabajador
Por ello, dicha norma excluye de su aplicación a los trabajadores que es sin ninguna duda una de ellas. No sólo en relación con el conjunto
se desempeñen mediante bicicletas, y asimismo, a quienes presten de derechos aplicables a la relación de trabajo (salario mínimo,
dichas tareas fuera de la relación de dependencia. limitación de jornada, etc.), sino también respecto del régimen
de Seguridad Social o las instituciones colectiva creadas para la
representación y defensa de los intereses del trabajo asalariado. Decir
3.Conflictos jurídicos individuales trabajador es decir también sindicato, huelga o negociación colectiva.
generadosentre prestadores de servicios y De ahí que evitar la utilización de las denominaciones más clásicas
plataformas digitales y emplear otras nuevas no sea tanto una cuestión de modernidad,
Si bien a nivel comparado puede observarse una mayor tasa de innovación o creatividad, cuanto de excluir todo el significado
conflictividad y litigiosidad generada entre los prestadores de jurídico que tienen la utilización de una determinada denominación.
servicios y las plataformas digitales, en Uruguay no se verifica este Cuando decimos partnero proveedor no sabemos los derechos
extremo. laborales que invocamos, ni conocemos el régimen de protección
En efecto, a nivel comparado se ha recurrido al Poder Judicial a los social aplicable, ni los instrumentos de auto-tutela colectiva que
efectos de resolver si jurídicamente resulta ajustado a derecho que pueden ser utilizados, de manera que se vuelve más fácil la elusión
estas nuevas formas de trabajo sean calificadas como una relación o dilución de los estándares que se aplican a la figura de trabajo
de trabajo subordinada, o si por el contrario constituyen auténticos asalariado” .
trabajadores independientes y autónomos. Las respuestas de los En efecto, constituye una barrera infranqueable para el ejercicio
diversos tribunales de justicia en todos los continentes -en el del derecho de sindicación, el hecho de que estemos en presencia
acierto o en el error-, han confluido todas ellas básicamente en una de auténticos trabajadores dependientes. Sin perjuicio de ello, el
bifurcación de respuestas.
Por un lado, quienes han sostenido que dichas modalidades de
trabajo pertenecen a las de un trabajador independiente -y por ende,
convalidando tanto el modelo empresarial organizativo, como el

342
impedimento del ejercicio del derecho de sindicación no implica ambos como de carácter comercial, en donde el prestador del servicio
que estos prestadores de servicios no puedan ejercer otros derechos se presentaría como un trabajador autónomo e independiente, es
fundamentales con proyecciones colectivas, tal como lo constituye el posible presumir que pueden llegar a plasmarse algunas respuestas
derecho de asociación. jurídicas diferentes en distintos ámbitos.
De este modo, en el caso uruguayo, se han verificado en los hechos En este sentido, la experiencia comparada ha demostrado que el
diferentes agrupaciones o asociaciones de estos trabajadores, problema de la naturaleza o calificación jurídica de este vínculo, ha
especialmente en el ámbito de la actividad del transporte de pasajeros sido analizada y estudiada tanto por parte de la jurisprudencia -en
y del reparto de bienes. En concreto, se conocen al menos tres diferentes niveles y materias de actuación-, como por parte de los
organizaciones, denominadas ACUA (Asociación de Conductores organismos de control como las Inspecciones de Trabajo, e incluso
Uruguayos de Aplicaciones), UCTR ADU (Unión de Conductores con intervenciones activas en algunas realidades por parte del
Trabajadores de Aplicaciones del Uruguay) -agrupada dentro de legislador.
la central sindical del PIT-CNT- y SINUREP (Sindicato Único de En nuestro país, los tres niveles de actuación reseñados han sido
Repartidores) -filial de FUECYS, que constituye la federación de profundamente omisos o esquivos. En cuanto a la actuación de la
empleados del comercio y servicios-. Cabe destacar que esta última jurisprudencia, claro está que su intervención depende de la acción
nuclea no sólo a repartidores de las plataformas digitales, sino que de los particulares, ya que son quienes pueden plantear esta cuestión
también a todo tipo de repartidores, de cadeterías, empleados jurídica para su resolución judicial.En cambio, en el caso de la
directos de los comercios, etc. Inspección General del Trabajo y de la Seguridad Social, es posible
Además de haberse constituido estas organizaciones, también puede detectar una inacción del propio organismo, quien tiene amplias
citarse como ejemplo claro de una proyección colectiva, su adhesión facultades para practicar inspecciones en los diferentes centros de
a medidas concertadas a nivel mundial, tal como fue la denominada trabajo, a los efectos de comprobar el cumplimiento de la normativa
“huelga global”, desconexión o “apagón mundial” de los choferes de laboral. Finalmente, la actividad del legislador de nuestro país -en
aplicaciones tecnológicas, dos días antes de que Uber comenzara sentido amplio del término-, ha sido más activa.
a cotizar en la bolsa de Nueva York. En concreto, los colectivos de En cuanto al Poder Legislativo, es posible señalar que en el año
trabajadores de choferes de aplicaciones en Uruguay, adhirieron 2016 ha ingresado al proceso parlamentario el tratamiento de un
a tales medidas, en protesta de la precarización laboral, tarifas proyecto de ley sobre los servicios prestados mediante el uso de
abusivas, bloqueos arbitrarios de choferes, etc. medios informáticos y aplicaciones tecnológicas, aunque corresponde
En relación al nivel de afiliación y de representatividad de estas precisar que en los hechos dicho proyecto ha sido prácticamente
organizaciones, ACUA tiene 91 socios activos, aunque su actividad archivado .Por otra parte, tal como se adelantó, la intervención de las
informativa alcanza a cerca de 400 trabajadores, mientras Juntas Departamentalesde Montevideo y Maldonado ha sido más
que UCTR ADU tiene 70 adherentes y SINUREP cuenta con incisiva en cuanto a la actividad del transporte de personas.
aproximadamente 300 trabajadores asociados . Del examen anterior se advierte que existe una escasa o nula
factibilidad de incorporación de estas prácticas al modelo tradicional
5.El problema de la naturaleza de la relación de relaciones laborales, si se dependiere exclusivamente de estos
entablada entre las plataformas digitales y los niveles de actuación tal como han evolucionado hasta el día de hoy.
prestadores del servicio subyacente Empero, la futura tarea de la jurisprudencia puede resultar
a.El impacto en los institutos jurídicos del Derecho del Trabajo fundamental en este aspecto, en tanto que a la hora de resolver
planteos que cuestionen estos modelos, esta podrá considerar una
La calificación jurídica como trabajadores independientes para estos interpretación diferente a la que se desprende de las formalidades,
prestadores del servicio subyacente, ha generado un evidente impacto tal como lo ha hecho en reiteradas oportunidades cuando se ha
en los institutos jurídicos propios del Derecho del Trabajo. sometido a su decisión la calificación jurídica de un vínculo en el que
Ello se traduce tanto en cuanto a los derechos individuales, los una de las partes lo reputa como de carácter comercial o civil, y la otra
derechos colectivos y la seguridad social. En efecto, salvo situaciones de las partes, como una relación de trabajo dependiente.
concretas en las cuales las plataformas digitales han optado por En línea con esta consideración, la jurisprudencianacional ha indicado
contratar directamente a estos trabajadores como dependientes , el en reiteradas ocasiones que a los efectos de resolver este tipo de
modelo de vinculación formal predominante resulta ser el contrario, problemas de calificación jurídica de los vínculos, resulta necesario
quedando estos prestadores despojados de la protección especial del analizar diferentes elementos de importancia que coadyuvan en esta
ordenamiento jurídico laboral y de la seguridad social, e impedidos tarea.
del ejercicio de los derechos colectivos.
En primer lugar, la jurisprudencia es conteste en afirmar que en
Uno de los ejemplos más destacables lo constituye el tiempo de nuestro país la relación de trabajo no se presume, y frente al caso
trabajo. En efecto, las vinculaciones que entablan empresas de de que una de las partes niegue su existencia, corresponderá a
aplicaciones y los choferes o repartidores, parten de la base formal quien la afirmela carga de acreditar sus elementos constitutivos
de que estos últimos tienen especial libertad horaria para decidir en fundamentales, no siendo posible la aplicación del principio protector
qué momentos del día, de la semana, del mes o del año trabajar y en a los efectos de resolver esta cuestión, en tanto que justamente la
qué momentos descansar. Este extremo es absolutamente contrario controversia radica en determinar si resulta aplicable el ordenamiento
a la protección dispensada por las normas relativas a la limitación de jurídico laboral, sus institutos,principios y mecanismos de
la jornada de trabajo, el derecho al descanso intermedio, el descanso interpretación a dicha relación.
semanal y el descanso anual o licencia anual reglamentaria.
En segundo lugar, también es una constante encontrar en diferentes
Sin perjuicio de dicha libertad formal, los datos estadísticos han fallos una alusión en cuanto a que la calificación que le confieren
demostrado que la realidad es diferente, y que el prestador del las partes a la relación jurídica no es vinculante, sino que por el
servicio debe dedicar muchas horas de trabajo para obtener un contrario, es justamente revisable ante la justicia. En efecto, incluso
beneficio económico suficiente para vivir dignamente. En efecto, para resulta irrelevante el nomen iuris que los contratantes le confieren
conductores de trabajo intensivo, se ha señalado que para un trabajo al negocio jurídico, en tanto que, en aplicación de dos principios
de 8 horas diarias, durante 6 días a la semana, por cada mes trabajado fundamentales, uno de carácter sustancial, y el otro de carácter
el saldo neto de ingresos asciende a $17.153 o USD479; para un procesal, se debe procurar buscar la verdad material de los hechos,
trabajo de 12 horas diarias, durante 6 días a la semana, por cada mes antes bien que detenerse en las formalidades que surjan de los
trabajado el saldo neto de ingresos asciende a $33.503 o USD936; documentos. En relación a ello, Plá Rodríguez explicaba que “…en
y para un trabajo de 12 horas diarias, todos los días de la semana, caso de discordancia entre lo que ocurre en la práctica y lo que surge
por cada mes trabajado el saldo neto de ingresos asciende a $41.361 de documentos o acuerdos, debe darse preferencia a lo primero, es
o USD1.115. En cambio, para conductores de trabajo moderado, decir, a lo que sucede en el terreno de los hechos” .Estos conceptos, si
para un trabajo de 3 horas diarias, durante 5 días a la semana, por bien se refieren al principio sustancial de primacía de la realidad, son
cada mes trabajado el saldo neto de ingresos asciende a $10.475 o analógicamente trasladables al terreno procesal.
USD292; y para un trabajo de 7 horas diarias, durante 5 días a la
semana, por cada mes trabajado el saldo neto de ingresos asciende a En tercer lugar, también ha sido recogido en jurisprudencia que quien
$24.442 o USD682 . tiene la carga de acreditar el vínculo laboral, deberá concentrar sus
b.Las posibles respuestas jurídicas
A pesar de que la realidad formal está asentada sobre un modelo
de contratación en particular, en donde se pretende hacer valer una
voluntad de los contratantes en el sentido de calificar al vínculo entre
343
esfuerzos en probar la existencia de los elementos esenciales de la O trabalho por meio de aplicativos
relación de trabajo, es decir, las notas de lasubordinación, actividad e plataformas virtuais: emprego ou
personal, onerosidad y durabilidad . Por ello es que se señala que “…
la ausencia de la subordinación en la relación concreta, determina remercantilização da mão de obra?
que los jueces la excluyan del ámbito del derecho del trabajo”,siendo Emelly Moura da Silva
importante que “…la no sujeción de las personas a órdenes, Fábio Túlio Barroso
control o fiscalización por parte del contratante, son consideradas
generalmente, circunstancias decisivas” .
Resumo
Sin embargo, los fallos relevados confirman la ausencia de
unanimidad en torno a este aspecto. Por ejemplo, la Suprema Corte Em todo o mundo novas modalidades de prestação de serviços via
de Justicia ha señalado que el elemento subordinación“no deviene aplicativos e plataformas “on line”, pela internet, vêm ganhando
excluyente a la hora de valorar la relación laboral” , y más actualmente espaço e modificando o modelo ordinário de prestação de serviços
incluso ha manifestado expresamente que corresponde estudiar cada subordinado, como uma descaracterização da relação empregatícia
caso en concreto a la luz de las disposiciones de la Recomendación pautada na industrialização. Não se vislumbra uma política de
Internacional del Trabajo Nº 198 de la OIT . Estado no sentido de regulamentar os novos modelos precários de
trabalho, cuja revolução tecnológica impõe trabalho “on demand”,
Por último, es necesario destacar que el ordenamiento jurídico
rápido, imediato em quantidade, porém, sem garantia social, com
uruguayo sigue caracterizándose por la ausencia de una
assunção dos riscos pelo trabalhador. O Direito do Trabalho e
sistematización normativa en materia laboral, llevando a que el
Previdenciário não dispõem até o momento de regras claras sobre
Estado centre su actividad en introducir regulaciones especiales
o tema e tampouco se vislumbra até então alguma diretriz em
y puntuales. Precisamente la identificación y caracterización de
regulamentar tal condição de trabalho. Por sua vez a OIT está atenta
la relación de trabajo no ha sido una de ellas, y es por ello que en
às inovações e às relações de trabalho encobertas de formalismo,
ausencia de una norma que regule esta temática, cobra especial
tendo como paradigma a Recomendação nº 198. É fato que o modelo
importancia la tarea de la doctrina y jurisprudencia nacional.
contratual entre o trabalhador e a empresa proprietária do aplicativo
Por estos motivos, es posible pensar y cuestionarse si la descaracteriza a dependência (jurídica, econômica) existencial
jurisprudencia aportará mecanismos y razonamientos de de quem presta serviços, seja pelo apego ao formalismo jurídico
interpretación diferentes a los clásicamente conocidos y relevados, contratual, seja pela suposta autonomia que o obreiro possui de
en relación a estas nuevas formas de prestación del trabajo que sean aderir às atividades e suas peculiaridades. Não obstante a isso, a
sometidas a su jurisdicción y resolución jurídica. Lo anterior permite sociedade verifica os resultados dessa novidade, que são vários,
al menos plantear la incertidumbre en cuanto a la mayor factibilidad polissêmicos: trabalho precário, renda, precarização, acidentes de
de incorporación de estas prácticas dentro de la regulación del trabalho, mortes, lucros, serviços, etc. Pretende-se estudar essa
Derecho del Trabajo, máxime teniendo presente la tendencia nova realidade em aparente similaridade entre o cenário anterior
comparada dirigida en ese sentido. à revolução industrial e a pós-industrialização, no seu contexto
normativo e social. O modelo ordinário de Direito do Trabalho das
6.Conclusiones primeiras revoluções industriais pensou no respeito ao ser humano,
com uma sistematização normativa de equiparação entre os sujeitos
La irrupción de las plataformas digitales constituye un eslabón más da relação de trabalho, manteve o sistema funcionando perfeitamente
de los avances tecnológicos, y una manifestación novedosa de las e deu garantias mínimas aos seres humanos, será que a quarta
formas de prestación del trabajo desarrolladas en la actualidad. Sin revolução industrial terá a mesma sensibilidade?
perjuicio de que las mismas constituyen un valor agregado para el
usuario o cliente de los bienes y servicios ofrecidos, cabe destacar
que la organización del trabajo y los vínculos formales creados con los Introdução
prestadores del servicio, han generado un desencaje de los conceptos A Era das inovações tecnológicas perpassa as mais variadas áreas
tradicionales del Derecho del Trabajo, generándose situaciones de em que faça parte da vida prática do mundo como um todo.
huida de la protección dispensada por sus normas. As Revoluções Industriais provam que a cada momento novas
En virtud de esta constatación fáctica, a nivel comparado ha sido tecnologias também remodelam e desvelam um novo cenário para o
necesaria la intervención de diferentes sujetos, en especial de trabalho humano. Atualmente, observa-se uma realidade em que a
la justicia, a los efectos de responder a la interrogante jurídica tecnologia fez do indivíduo, seu inferior hierárquico, obedecer aos
de si estos prestadores de servicios son auténticos trabajadores seus comandos e sustentar-se por meio da realização de atividades
autónomos, o si por el contrario, bajo del disfraz de dicha autonomía, onerosas.
se esconde un verdadero trabajador dependiente. Esse discurso da tecnologia ao contato direto e objetivo humano faz
En el caso uruguayo, el proceso de respuesta a esta interrogante aún parte também da Era da Indústria 4.0, ou seja, o trabalhador que
se encuentra en sus inicios. Se trata entonces de un verdadero desafío caminha ao avanço tecnológico. Todavia, questiona-se se a proteção
pendiente, que requerirá la máxima atención y responsabilidad normativa caminha para tal evolução ou está fadada à conceitos
por parte de los operadores jurídicos, teniendo presente que en el limitados não passíveis de novas interpretação e de proteção social.
fondo del asunto, están en juego una serie de derechos individuales, O trabalho realizado por intermédio de um aplicativo apresenta-se
colectivos y de seguridad social,y en especial, el trabajo humano y la como produto desta nova era, pós-moderna e atual, todavia frente ao
dignidad de las personas. avanço choca-se ao regresso da remercantilização da mão de obra, ou
seja, a falsa atividade autônoma revestida pela ausência de proteção
ao trabalhador que exerce atividade precária.
Desse modo, busca-se investigar tanto como a ausência de
regulamentação específica quanto a existência de relação de emprego
para com os trabalhadores de aplicativos de transporte particular
e entregas corroboram para a depreciação do conceito de inovação
tecnológica benéfica e a transforma em instrumento de violação de
direitos fundamentais.

1. O trabalho “on-demand” e a 4ª Revolução


Industrial
É possível analisar, nos países em desenvolvimento e até mesmo nos
países desenvolvidos, consideráveis momentos de transição em que
a formalização do trabalho tem sido cada vez mais escassa, dada
a instabilidade econômica/social, que não se restringem às crises
econômicas mundiais. No entanto, estão relacionadas intimamente

344
também as políticas internas de cada país no intuito da promoção do ressaltado por Jessica Olenike, Miriam Ferraz e Marco Villatore
trabalho decente. (2018):
Nesse contexto surge, então, a cultura do subemprego, no qual, para Fundada em 2010, a empresa passou a funcionar através de um
satisfazer a necessidade emergente do fruto do trabalho (ou seja, a aplicativo para smartphones, inicialmente apenas disponível aos
mínima subsistência), criam-se serviços de retorno lucrativo, rápido amigos dos fundadores através de um código, conforme depoimento
e não formalizado, em outras palavras, é a chamada “Economia do de Travis Kalanick, co-fundador da empresa, atualmente afastado.
bico”, “crowdwork” e o trabalho “on-demand”. Juliana Oitaven (2018) O aplicativo operava com carros de luxo em áreas metropolitanas. A
entende que: UBER foi pioneira no conceito e-hailling, criando uma forma inédita
A ‘economia do bico’ compreende, em linhas gerais (...) duas de transporte na cidade de São Francisco, Califórnia, possibilitando
principais formas de trabalho: o ‘crowdwork’ e o trabalho ‘on- aos utilitários obterem transporte individual através de um
demand’ por meio de aplicativos. O ‘crowdwork’ refere-se a aplicativo. Com o passar do tempo, a empresa passou a mudar o
atividades que envolvem a realização de tarefas por meio de foco para atingir maiores áreas, passando então a trabalhar também
plataformas online que colocam em contato diversas organizações com carros mais populares e preços mais acessíveis, criando linhas
e indivíduos com outras organizações e indivíduos por meio diversas de serviço. A empresa expandiu seus serviços para diversos
da internet, permitindo a aproximação entre consumidores e países, chegando ao Brasil em 2014. A primeira cidade de atuação
trabalhadores de todo o mundo. Há oferta e demanda de produtos e em solo brasileiro foi o Rio de Janeiro, alguns dias antes da Copa do
serviços específicos para o atendimento de necessidades de clientes Mundo, tendo o serviço sido denominado como carona remunerada.
que pagam pela execução das tarefas realizadas. O trabalho ‘on- Atualmente, a empresa opera em aproximadamente 600 cidades ao
demand’ por meio de aplicativos se relaciona com a execução de redor do mundo, sendo o serviço disponibilizado 24 horas por dia.
atividades laborais tradicionais, como transporte e limpeza, além de O funcionamento do aplicativo Uber vincula os trabalhadores
tarefas administrativas e de escritório. Os serviços são oferecidos por adeptos como novos “parceiros”, os quais realizam o transporte
meio de aplicativo, que estabelece e garante um padrão de qualidade particular pelo aplicativo, como novamente referendado por Jessica
mínimo na realização do trabalho, bem como seleciona e gerencia a Olenike, Miriam Ferraz e Marco Villatore (2018):
mão de obra. A proposta oferecida pela UBER aos motoristas parceiros, segundo
Atendendo-se especificamente ao trabalho “on-demand”, no o site da empresa, é “dirija com a Uber e ganhe dinheiro como
Brasil existem dois principais blocos de serviço que gerenciam esta autônomo. As transferências das viagens que você realizar, são feitas
modalidade, são as entregas de comidas, ou compras, ou objetos que semanalmente diretamente em sua conta bancária. Seja seu próprio
operam pelos principais aplicativos Ifood, Rappi, Ubereats, Glovo, chefe e seja pago dirigindo em seu próprio horário”. Percebe-se,
Delivery Much, bem como o serviço de transporte particular, por portanto, que a proposta da empresa é a de oferecer aos parceiros
meio dos aplicativos Uber, 99 Pop, Cabify, etc. Tais serviços são uma oportunidade de ganhar dinheiro de forma autônoma e quando
realizados via demandas dos aplicativos, os quais têm ressignificado quiserem trabalhar. Os requisitos para inscrição, segundo site da
às novas formas de trabalho, com a formalização essencialmente com empresa, variam conforme a região. Primeiramente, são solicitadas
a celebração do termo de contrato (pacta sunt servanda) realizado informações acerca do futuro parceiro e do carro que utilizará
entre o motorista ou entregador (trabalhador) e o aplicativo, como para prestar o serviço. Após, são requisitados documentos como
forma de satisfazer seus deveres e obrigações para com a plataforma habilitação para dirigir e apólice de seguro. Sendo aprovado o
em que irá apresentar o serviço, em que a natureza jurídica de tal motorista, deve-se instalar o aplicativo, a empresa se compromete
contrato é, portanto, de prestação de serviço, ou seja, pautada no a fornecer o que for necessário. Outro requisito que se exige do
Direito Civil. motorista no ato do cadastro é a existência de observação na
O trabalho “on-demand” também pode ser entendido como elemento Carteira Nacional de Habilitação que indique que o condutor “exerce
do processo participativo do conceito da quarta revolução industrial, atividade remunerada”, também chamado EAR. Cumpridos os
entendida sob a ótica do desenvolvimento tecnológico, ou seja, a era requisitos, a prestação de serviços e comunicação com a empresa se
em que a tecnologia interage com a cognição humana, superando dá através do aplicativo fornecido, disponibilizado exclusivamente
o tear mecânico da primeira revolução industrial, a eletricidade aos motoristas parceiros cadastrados na empresa.
da segunda revolução, bem como era da informação da terceira Os outros aplicativos de entrega operam de maneira semelhante,
revolução industrial. A quarta revolução consiste, portanto, na era todavia o objeto do serviço muda, visto que se trata da concessão de
da reformulação da produção, do consumo, na revolução industrial alimentos ou compras, como a entrega de compras de supermercado
da virada do século X X para o século X XI e, assim como a terceira ou farmácias realizadas pelo Rappi. Segundo Maria Dias (2018),
revolução, baseia-se na era digital (André Gonçalves Zipperer, 2018). o aplicativo Ifood segue o seguinte padrão para tornar-se um
Não obstante ao conceito da 4ª Revolução, está a indústria 4.0. O entregador:
cientista dedicado à teoria da quarta revolução, Henning Kegermann Para fazer o cadastro no aplicativo, é preciso preencher dados
(2016), na ótica de André Zipperer (2018), entende por essa indústria como nome, CPF, e-mail e número de celular. Você receberá uma
como: senha provisória por e-mail. Ao acessar a conta no app com a senha
No futuro, as empresas estabelecerão redes globais que incorporam provisória, a plataforma solicita a criação de uma nova credencial.
seu maquinário, sistemas de armazenagem e instalações de Em seguida, defina o tipo de entrega que deseja fazer. Existem duas
produção na forma de sistemas ciber-físicos (CPS). No ambiente opções: autônomo, em que você trabalha de acordo com seu próprio
de fabricação, esses sistemas ciber-físicos compreendem máquinas horário e em qualquer região de atendimento do iFood; e fixo em
inteligentes, sistemas de armazenamento e instalações de produção restaurante, que é a opção para quem já trabalha junto a algum
capazes de trocar informações de forma autônoma, desencadear comércio parceiro do iFood. O próximo passo é escolher a região em
ações e controlarem-se independentemente. Isso facilita melhorias que você deseja atuar com entregas. A seguir, disponibilize uma foto
fundamentais para os processos industriais envolvidos na fabricação, da CNH e uma imagem de rosto e os dados da sua conta bancária.
engenharia, uso de materiais e cadeia suprimentos, além do Com o cadastro finalizado, aguarde a validação por parte do iFood.
gerenciamento do ciclo de vida-útil. As fábricas inteligentes, que já Você receberá instruções sobre uso da plataforma e poderá aceitar os
começam a aparecer, empregam uma abordagem completamente primeiros pedidos.
nova para a produção. Os produtos inteligentes são identificáveis Mesmo sendo observados tais passos de cadastro e o diferencial
de forma única, podendo ser localizados em todos os momentos, no serviço, se o motorista uber ou entregador não estiver conforme
trajetória, status atuais e rotas alternativas para atingir seu os padrões exigidos nos termos do contrato, poderão ter a sua
objetivo. Os sistemas de fabricação incorporados são verticalmente “permissão” bloqueada de trabalhar “autônomo” no aplicativo, como
conectados em redes com os processos de negócios dentro de é o caso da empresa Uber (2019) nessas situações apresentados no
fábricas e empresas e horizontalmente a redes de valores dispersos contrato de “parceria uber” no ponto de “Políticas e Regras”:
que podem ser gerenciado em tempo real - desde o momento em que
uma ordem de compra é dada até a logística de saída. Além disso, eles São práticas passíveis de Desativação de conta: Ficar online sem
habilitam e exigem engenharia de ponta a ponta em toda a cadeia de disponibilidade imediata; Taxa de aceitação; Taxa de cancelamento;
valor. Perfil falso; Perfil duplicado; Manipular viagens; Manipular conta;
Meios inapropriados; Viagens combinadas; Comercializar viagens;
No tocante à estruturação da empresa Uber (principal plataforma Propagandas de concorrentes ou de serviços de transporte;
de transporte atualmente no Brasil), opera-se o maior índice de
participação e popularidade. Sua história iniciou-se no Estados
Unidos e, após uma grande popularidade, expandiu para muitos
outros países, chegando no Brasil desde o ano de 2014, como

345
Angariar usuários; Utilização indevida da marca; Recusar animais de trabalho, na qual o empregado se submete ao poder diretivo da
de serviço; Foto incompatível; Desativação de veículos; Média de empresa, entendida como a dimensão tradicional. A subordinação
Avaliação; Informações falsas; Estar com outras pessoas no veículo; objetiva “é a subordinação que se manifesta pela integração do
Compartilhar seu cadastro; Veículo incompatível; Armas de Fogo; trabalhador nos fins e objetivos do empreendimento do tomador
Utilização da Marca; Solicitar Avaliação; Informações dos usuários; de serviços”. A noção se encontra, portanto, vinculada ao critério
Gravações; Violência; Assédio Moral; Assédio Sexual; Contato físico objetivo do poder jurídico sobre a atividade. Já a subordinação
não consensual; Discriminação, Dirigir embriagado; Crime e Taxa de estrutural é a que prevê a inserção do empregado estruturalmente
cancelamento no aeroporto. na dinâmica da empresa, independentemente de receber ou não
Isto posto, atenta-se que apesar de ser um trabalho autônomo, ordens diretas. Independe da concordância do trabalhador com os
como incisivamente ressalvado pela empresa Uber (por exemplo), objetivos do empreendimento, e sim de sua vinculação estrutural à
o trabalhador que descumprir determinadas regras terá sua conta dinâmica operativa da atividade do empregador. Importante ressaltar
de “prestação de serviço” desativada, ou seja, impossibilitado de que, quanto à subordinação estrutural, “não se analisa a inserção
realizar corridas e, consequentemente, obter quantia, como forma da pessoa do trabalhador na empresa, mas sim da integração da
de punição. Questiona-se, então, a caracterização da subordinação atividade que o mesmo desenvolve”.
presente na relação de emprego, todavia, não nos moldes clássicos, Num paralelo do atual conceito de subordinação, bem como a
mas inseridos na realidade da “economia de bico” ou do trabalho “on relação de flexibilização do trabalho em função da indústria 4.0, o
demand”, os quais têm se apresentado, atualmente, como atuação trabalhador passa a ter forma de coisificação, em que a estrutura
revestida de livre iniciativa, porém apresentando-se como fruto de formalização de suas atividades é cada vez mais alienadas à
da apropriação da produção realizada pelos trabalhadores, não necessidade de obter sustento e atividades lucrativas, como posto
regulamentada pelo Direito do Trabalho e reflexo da indústria 4.0. por Juliana Oitaven (2018):
No âmbito do antigo modelo, o Direito permitiu a ficção do direito de
2. Da existência de subordinação propriedade do homem sobre si mesmo e a alienação da mercadoria
fictícia ‘força de trabalho’, com a neutralização das faculdades
Sabe-se que numa realidade pós-moderna as formas de trabalho mentais do trabalhador pela ‘organização científica do trabalho’. O
se adequaram às novas tecnologias e seus alcances, junto a isso, contrato de trabalho deu a forma jurídica à dissociação do sujeito
as novas relações de emprego também transformaram seus pensante, reduzido à figura do contratante, e de um trabalho
elementos tradicionais em novas discussões. Afinal, os conceitos dessubjetivado, reduzido a uma quantidade de tempo subordinado.
que determinam tal relação como pessoa física, pessoalidade, O contrato de trabalho – e o direito do trabalho -, por garantirem o
subordinação, onerosidade e não eventualidade também estão mínimo de segurança física e econômica necessária à manutenção
passíveis de mutação frente às constantes alterações das relações de sua capacidade de trabalho no tempo longo da vida humana,
sociais e suas necessidades. possibilitaram a instituição do mercado de trabalho e tornaram
Neste sentido, é relevante aludir sobre a incidência de um novo caducas as figuras da escravidão e da corporação de ofício. O modelo
conceito de subordinação, que hoje observa que tal alteração nas organizacional da cibernética e, portanto, da governança, tenta
relações de trabalho frente a “economia de bico” contribuiu para bagunçar essa montagem jurídica, pois trata o ser humano como
uma adequação de seus elementos, especificamente o conceito de uma máquina inteligente. O trabalho não se apresenta mais como
subordinação clássica que consiste, segundo Rocheli Margota Kunzel uma coisa, mas sim como uma fonte de energia do homem, energia
(2013, p. 83): “colocar-se sob o poder diretivo do empregador, o qual que é sua propriedade, e que se pode ser por ele alugada. Um novo
dirige a sua força de trabalho, e em caso de descumprimento de tipo de sujeito surge: o “sujeito objetivo”, movido pelo cálculo, capaz
alguma norma, poderá, inclusive, lhe aplicar sanções disciplinares”. de se adaptar em tempo real às variações do ambiente para atingir
A “nova” subordinação, trazendo para o exercício do trabalho os objetivos que lhe são assinalados. Nesse contexto apresenta-se
com o aplicativo, apresenta-se essencialmente como uma relação o “trabalhador flexível”. Desenha-se, assim, um novo tipo de liame
de dependência, em que o trabalhador é inerente aos comandos de direito que, à diferença do contrato, não tem por objeto uma
automáticos de um aplicativo, portanto, sua demanda de trabalho quantidade de trabalho, mas “a própria pessoa do trabalhador”.
depende essencialmente daquilo que o próprio aplicativo lhe oferecer Juliana Oitaven (2018) entende que em casos como esses a
naquele lapso temporal e localização geográfica. subordinação da relação de emprego não deve ser entendida tendo
Muito se compara com autonomia dos trabalhadores de aplicativo como base o seu conceito clássico, mas sim imbuída de um olhar geral
com os taxistas, como posto por Luisa Nucada (2016) contudo, é sobre as transformações quanto aos meios telemático de comando:
significativo referir-se que diferentemente da autonomia em que goza A concorrência entre trabalhadores – agora levados de volta à
os taxistas (os quais possuem termo de permissão municipal para condição de formalmente livres, como acontecia no século XIX –
oferecer o serviço), estes estão à sua disposição própria e possuem tem como efeito principal a redução do preço daquilo que não é
autonomia nas decisões em relação, por exemplo, na quantidade de mais considerado uma mercadoria, mas sim a fonte de energia que
passageiros que desejar atender. gera o negócio que o trabalhador-empreendedor realiza. Livre das
Contudo, os trabalhadores de aplicativos transladam-se dessa amarras do direito do trabalho, os trabalhadores estarão prontos
esfera autônoma e ficam dependentes de comandos da empresa, para a luta de todos contra todos em uma corrida em que o chão é o
seja o aplicativo de transporte particular ou aplicativos de entregas. limite. O resultado, no caso da Uber, pode-se ver já nas revoltas que
Percebe-se que colocam sua pessoa física à disposição do aplicativo, começam a ocorrer em todo o mundo com os próprios motoristas da
trabalham rotineiramente, recebem por serviço prestação e sofre empresa, como também se percebeu em relação à empresa Loggi, que
punições se caso não cumprir determinadas regras de conduta. enfrentou forte manifestação de seus motofretistas. Desta forma,
Com isso, questiona-se se de fato esses trabalhadores de aplicativo na análise da existência da subordinação, deve ser dada ênfase não
configurariam inseridos na “livre iniciativa” ou trabalho autônomo, na tradicional forma de subordinação, em sua dimensão de ordens
quando na verdade sua atuação é essencialmente possuir relação de diretas, mas a verificação da existência de meios telemáticos de
emprego (Juliana Oitaven, 2018). Em conexão à tais aspectos, Jessica comando, controle e supervisão, conforme o parágrafo único do art.
Olenike, Miriam Ferraz e Marco Villatore (2018) entendem que: 6º da Consolidação das Leis do Trabalho.
(...) As alterações sofridas pela sociedade refletiram nas relações de Um novo momento na história da humanidade se apresenta e para
trabalho, sendo que a forma de trabalhar foi especialmente alterada tanto, se faz mister tentar acompanhar os novos caminhos e em
em razão das inovações tecnológicas no campo da informática especial, saber como estas relações multifacetadas podem se inserir
e da macroeletrônica. O modelo atual de trabalho já não condiz na regulamentação do trabalho humano, com responsabilidade
com os sistemas de produção taylorista e fordista, nos quais social e, inexoravelmente participar de uma nova geração do Direito
as tarefas eram simples e repetitivas, sendo que atualmente as do Trabalho, dado o avanço tecnológico e a mudança do padrão
funções desempenhadas pelos trabalhadores são mais complexas, produtivo e comportamental dos sujeitos da relação jurídica, como
exigindo, portanto, a contratação de mão de obra qualificada, com bem assinalou Federico Resembaum (2019, pág. 163):
certa autonomia na tomada de decisões. A doutrina os denomina Pero en este contexto de análisis, no resulta novedoso el hecho
como altos empregados. Dentre eles estão os diretores, gerentes e de que las tecnologias sigan en pleno avance, que el mercado de
administradores. A doutrina buscou evoluir no sentido de adaptar trabajo se vea sustancialmente alterado, o que existan formas de
o conceito de subordinação às relações atuais, modernizando o
conceito. Maurício Godinho (2015. p. 313) separa a subordinação em
três dimensões principais: clássica, objetiva e estrutural. A clássica,
ou tradicional, consiste na situação jurídica que se deriva do contrato

346
organización empresarial y de prestación del trabajo muy diferentes pressionados pelos taxistas, começaram a editar leis que proibiam
a las hasta ahora conocidas. En efecto, haciendo un paralelismo, es os serviços de aplicativos. Tais leis, contudo, foram sendo julgadas
posible señalar que el mercado de trabajo también se altero cuando inconstitucionais pelos Tribunais de Justiça sob o argumento de
se introdujo por primera vez el maquinismo de la primera revolución que essa proibição pura e simples violaria a livre iniciativa (art. 1º,
industrial, cuando se comenzó a producir en serie o en masa y IV), a liberdade de exercício de trabalho, ofício ou profissão (art.
advinieron los sistemas taylorista y fordista, cuando se evolucionó 5º, XIII), assim como a livre concorrência (art. 170, IV, da CF/88).
del carvón a la electricidad, o cuando se introdujo la computadora, Foi o caso, por exemplo, do TJSP no julgamento da ADIn 2213289-
la robotización, el internet de las cosas y – más actualmente – la 26.2016.8.26.0000.
inteligência artificial. Dada tais circunstâncias, o Congresso Nacional editou a Lei
Ainda que sejam inovadoras as atividades pessoais e por nº13.640/2018 que veio tão somente para regular nos municípios
consequência profissionais decorrentes do uso de aplicativos para o brasileiros a delegação de editar leis específicas para o funcionamento
trabalho, o avanço das tecnologias e sua interação como o Direito do dos condutores via aplicativos, ou seja, reconhecer a livre inciativa em
Trabalho vêm acontecendo nos últimos anos. prestar serviços de transporte particular desde que cumprisse alguns
O próprio diploma sobre a matéria no Brasil, a Consolidação das Leis requisitos, como posto no texto original desta referida Lei nº 13.640
do Trabalho – CLT, foi atualizada em 2011 para adequar o uso das (2018):
novas tecnologias para as relações empregatícias. Isso com o advento Art. 11-A. Compete exclusivamente aos Municípios e ao Distrito
da lei nº 12.551, que impingiu uma forma ampliada de controle das Federal regulamentar e fiscalizar o serviço de transporte remunerado
atividades prestadas fora do ambiente empresarial, o teletrabalho. privado individual de passageiros previsto no inciso X do art. 4º desta
Como à época houve manifestação, reitera-se neste momento o que Lei no âmbito dos seus territórios.
outrora foi motivo de reflexão: Parágrafo único. Na regulamentação e fiscalização do serviço de
Este é o sentido da inovação legislativa e jurisprudencial de acordo transporte privado individual de passageiros, os Municípios e o
com a realidade dos fatos e da necessidade de serem estabelecidos Distrito Federal deverão observar as seguintes diretrizes, tendo em
novos limites à utilização da mão de obra, uma vez que o modelo vista a eficiência, a eficácia, a segurança e a efetividade na prestação
padrão e ordinário de Direito do Trabalho vem sendo modificado, do serviço:
adequando-se às inovações tecnológicas, que por sua vez se utilizam I - efetiva cobrança dos tributos municipais devidos pela prestação do
das alterações produtivas e sociais presentes em uma perspectiva serviço;
pós-moderna ou pós-industrial. Ou seja, é o Direito do Trabalho II - exigência de contratação de seguro de Acidentes Pessoais a
em um momento de transição do positivismo moderno, da certeza Passageiros (APP) e do Seguro Obrigatório de Danos Pessoais
representada pela subordinação jurídica, e o paradoxo da inexatidão causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres (DPVAT);
do lugar na prestação dos serviços, verificada então a subordinação
virtual, cibernética ou digital da pós-modernidade. Fábio Túlio III - exigência de inscrição do motorista como contribuinte individual
Barroso (2011) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), nos termos da alínea
h do inciso V do art. 11 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991.”
Tal subordinação virtual decorre de um controle empresarial à
atividade profissional sem limites, justamente porque os algoritmos “Art. 11-B. O serviço de transporte remunerado privado individual de
estabelecem meios humanamente impossíveis de avaliação e passageiros previsto no inciso X do art. 4º desta Lei, nos Municípios
definições comportamentais, com desdobramentos de como prestar que optarem pela sua regulamentação, somente será autorizado ao
serviços em tempo real de acordo com as demandas e necessidades motorista que cumprir as seguintes condições:
dos usuários. Entretanto, presente esta ferramenta de controle pela I - possuir Carteira Nacional de Habilitação na categoria B ou
empresa, pode-se caracterizar a subordinação virtual, cibernética ou superior que contenha a informação de que exerce atividade
digital remunerada;
Essa compatibilidade entre os meios decorrentes da informática II - conduzir veículo que atenda aos requisitos de idade máxima e
produtiva com relação empregatícia dá ensejo a uma nova às características exigidas pela autoridade de trânsito e pelo poder
modalidade de subordinação: a subordinação virtual, cibernética público municipal e do Distrito Federal;
ou digital. Isso acontece quando presentes os requisitos da III - emitir e manter o Certificado de Registro e Licenciamento de
subordinação ordinária presente no art. 4º consolidado, verificado Veículo (CRLV);
quando o empregado está à disposição ou prestando serviços para o
IV - apresentar certidão negativa de antecedentes criminais.
empregador, porém, não necessariamente no ambiente empresarial,
com controle por meio de instrumento imaterial, telemáticos e Parágrafo único. A exploração dos serviços remunerados de
informatizados de comando, controle e supervisão, que mensura a transporte privado individual de passageiros sem o cumprimento dos
sua atividade laboral, desde a realização e qualidade dos serviços requisitos previstos nesta Lei e na regulamentação do poder público
definidos, até mesmo o controle da sua duração. Ou seja, poderá municipal e do Distrito Federal caracterizará transporte ilegal de
admitir, assalariar e dirigir a prestação pessoal de serviços em passageiros.
qualquer lugar do planeta. Fábio Túlio Barroso (2011, pág. 97). Entende-se, segundo Jessica Olenike, Miriam Ferraz e Marco
Villatore (2018), que fora superada a discussão quanto à legalidade
do funcionamento dos aplicativos para transporte de passageiros,
3. Da repercussão sobre a ausência de legislação
todavia, o que se destaca nesse cenário é que, no desenvolvimento
específica no Brasil
desse serviço, observa-se a não aceitação da existência dos elementos
As discussões quanto ao reconhecimento de relação de emprego da relação de emprego (principalmente a subordinação) por parte
em face da responsabilidade dos aplicativos e indícios de “fraude” das empresas de aplicativo. A ausência de legislação específica
trabalhista foram crescentes em muitos países na América Latina, tem paulatinamente influenciado e angariando a existência da
América Central e Europa, como pontuado por Juliana Oitaven precarização do trabalho, uma vez que o disfarce do serviço
(2018). Tal problemática quanto aos elementos da relação de autônomo acaba por burlar o reconhecimento de vínculo, bem como
emprego, em especial a subordinação, repercutem também para além o alcance e garantias do trabalhador precarizado.
das discussões internas no Brasil, considerando que ainda nesses
No Brasil, segundo Danilo Freire (2016)¸ a jornada de trabalho de
países não é uma matéria pacificada, ou seja, não há regulamentação,
um motorista de aplicativo é exaustiva:
legislação específica que possa abarcar um entendimento cristalizado
no intuito de solucionar as demandas ajuizadas, as quais, em sua Outro problema é a extensa jornada de trabalho para garantir uma
maioria, tem requerido a existência de relação de emprego sob o remuneração pequena. “Tenho um cliente que trabalhava 14 horas
argumento de haver subordinação “maquiada” por prestação de por dia para ter um ganho de um salário mínimo”, afirma o advogado
serviço entre motorista/entregador e aplicativo. Eugenio, sobre outro cliente que também processa o Uber. Mesmo
não considerando o processo, o ex-professor confirma a jornada
Flávia Ortega (2018), nesse sentido, afirma que:
exaustiva. “Trabalho 12 horas por dia para pagar as contas. O valor
No ano de 2012, tratando especificamente do aplicativo Uber, foi (da tarifa) é muito baixo”, diz. “Se o motorista colocar na ponta do
publicada a Lei nº 12.578/2012 que tratava sobre a “Política Nacional lápis combustível, desgaste do carro, impostos, multas, vai ver que
de Mobilidade Urbana”, ou seja, dispõe sobre os modos de transporte
urbano, entre outros assuntos. Todavia, a empresa Uber chegou
ao Brasil somente em 2014. Por essa razão, a Lei nº 12.578, que é
de 2012, não tratou sobre este serviço nem sobre os similares que
vieram depois (Cabify, 99 etc.). Desse modo, diversos municípios,
347
não vale a pena”, completa. pode ser muito semelhante ao mesmo tempo em que podem possuir
A atualização do aplicativo trouxe algumas alterações no tocante causas muito diferentes. Sintomas como insônia, irritabilidade,
ao limite de jornada Tom McKay (2018) noticia nesse aspecto nervosismo, dor de cabeça, fadiga, esquecimento e falta de
entendendo que: concentração se tornam comuns, visto que as fronteiras entre o corpo
e a mente são muito mais indefinidas do que se imaginava. Segundo
(...) dentro de duas semanas, motoristas nos Estados Unidos serão Pina (2014):
anunciados do limite embutido depois de excederem dez horas no
volante em uma só sessão. Depois, novamente após 11 horas e uma Mais amplamente, não apenas as doenças como também os diversos
terceira vez quando restarem 30 minutos. O app vai então ficar problemas de saúde dos trabalhadores constituem processo de
indisponível para novas corridas até que o “período obrigatório de desgaste, um conceito integrador para o campo da saúde mental e
descanso” de seis horas acabe (...). trabalho (Seligmann-Silva, 1994). Para essa autora, o desgaste do
trabalhador compreenderia três dimensões: a primeira, em termos
Nos Estados Unidos, a regulamentação sobre tais serviços estão orgânicos, decorrente dos acidentes de trabalho ou da ação de
a cargo de cada estado, que por suas leis estaduais estabelecem substâncias tóxicas; uma segunda, pela fadiga crônica; a terceira, pelo
determinados padrões ou limites de uso do aplicativo. A exemplo desgaste da esperança, que afeta a identidade do trabalhador, atinge
disso, discute-se em alguns Estados a exigência de um limite para seus valores e crenças e pode ferir sua dignidade.
o uso do aplicativo, ou seja, quantidade de horas trabalhadas pelo
motorista como forma de cuidar de seu sono e qualidade de vida, Conforme a Lei nº 13.640/2018 a qualidade do “parceiro” de tais
pois na prática as horas trabalhadas giram em torno de 12 horas aplicativos se configura pela seguinte explicação do art. 4º inciso X
diárias para ter um lucro rentável. Porém tal tempo de serviço é – “remunerado de transporte de passageiros, não aberto ao público,
discrepante quando comparamos ao limite legal brasileiro de apenas para a realização de viagens individualizadas ou compartilhadas
8 horas diárias/44 semanais, valendo ressaltar que as horas além solicitadas exclusivamente por usuários previamente cadastrados
deste limite contam como o exercício de hora extra remunerada ou em aplicativos ou outras plataformas de comunicação em rede”.
banco de horas em favor do trabalhador. O jornalista Faiz Siddiqui Nota-se claramente que a própria lei em seu teor vem objetivamente
(2018), repórter da equipe de tecnologia do The Washington Post, defender a ideia da livre iniciativa, como mera prestação de serviço.
ressalta sobre uma atualização do aplicativo nos Estados Unidos Todavia, quando falamos dos entregadores regidos por empresas de
que juntamente a legislação de cada Estado impõe limites para a aplicativos, percebe-se a ausência de regulamentação até mesmo do
utilização do aplicativo, afirmando que: ponto de vista legal, sendo este um ponto estratégico para a atuação
de tais empresas.
Em algumas jurisdições, que têm limites de tempo de condução
existentes, o recurso será ajustado para atender aos requisitos O serviço de entrega é realizado pela indicação de disponibilidade do
locais. Os regulamentos da Virgínia, por exemplo, permitem 13 horas aplicativo, provocando comandos para o entregador buscar o produto
de condução durante um período de 24 horas. A Lyft já exige um na loja fornecedora, e, por conseguinte, o entregador é requisitado
intervalo de seis horas para cada 14 horas de condução. Embora os para realizar a entrega propriamente dita ao consumidor final, como
efeitos da atualização não sejam pronunciados para a maioria - Uber informado essencialmente por uma das maiores redes de entrega, o
diz que quase 60% dos empreiteiros usam o aplicativo por menos de Ifood, em seu site, por Maria Dias (2019), afirmando que:
10 horas por semana - isso pode resultar em alguma surpresa inicial e O iFood para Entregadores é um aplicativo destinado a quem
possível confusão para pilotos e motoristas. (Tradução livre) deseja trabalhar no ramo de delivery em parceria com restaurantes.
Até o presente momento, a empresa Uber ou qualquer outra empresa Ao realizar o cadastro na plataforma e fornecer dados pessoais, o
dos aplicativos de entrega no Brasil não publicou ou mencionou entregador fica apto a aceitar pedidos de entrega aos clientes do
dado algum sobre o tempo médio de serviço de seus “parceiros”, o iFood. É possível trabalhar de forma autônoma ou vinculada a um
que dificulta consideravelmente a comprovação de horas “prestadas” estabelecimento. Ao se cadastrar, o entregador tem a opção de
destes, como afirmado pela Bloomberg (2017). Este evento também escolher a cidade onde deseja realizar as entregas e quais delas deseja
repercute em outros países, como nos EUA, ressaltado pela empresa realizar, além de consultar débitos e créditos de corridas e acessar o
Bloomberg (2017) de tecnologia e dados para o mercado financeiro e serviço de suporte do iFood.
agência de notícias operacional com sede em Nova York, que em nota Fernando Martines (2017), entende que serviço por meio de um
afirmou que: aplicativo não tem vínculo de emprego nem com a empresa que
O Uber Movement não responde a muitas das perguntas que as controla a ferramenta e nem com as companhias para onde entrega
autoridades vêm fazendo. O website não oferece detalhes sobre os produtos. Entretanto, tais iniciativas não possuem legislação
viagens, veículos ou passageiros individuais. O Movement não especifica que venha nortear as empresas sobre seus limites ou
permitirá que os órgãos reguladores descubram, por exemplo, quais obrigações, por exemplo. Assim, em sua maioria, os entregadores
motoristas estão cobrando tarifas ilegalmente (...). O uber informou no momento do cadastro precisam informar sua CNH (Carteira
que os dados são anônimos de propósito para proteger a privacidade Nacional de Habilitação) categoria A, ou seja, motociclistas, pois essa
dos clientes. O órgão regulador dos transportes da cidade de Nova atividade de entrega é feita como delivery locomovendo-se por meio
York quer acesso a dados mais refinados, que lhe permitiam analisar o de motocicleta. Quando observa-se que a legislação brasileira, tem-se
cansaço dos motoristas e atividades ilegais. que funções que levam o trabalhador a utilizar moto em seu serviço
recaem sobre este trabalhador o direito de adicional periculosidade
Atualmente, sabe-se que o desgaste mental e físico origina de 30% sobre seu salário base, visto que se trata de uma função
alterações em todos os órgãos do corpo, principalmente pela quebra extremamente perigosa e traz risco efetivo à sua vida.
da homeostase, ou seja, o prejuízo ao estado de equilíbrio que o
organismo utiliza para se manter sob quaisquer circunstâncias, como Contudo, apesar de ser um trabalho exercido por pessoa física,
ressalvado por Noriega Laurell; (1989, p. 110): ser uma atividade perigosa, subordinada, exclusiva e não eventual
(como na modalidade de entrega vinculada a um estabelecimento),
A abordagem do desgaste-reprodução denomina de carga de trabalho nenhuma norma brasileira até o presente momento tem
os elementos que “[...] interatuam dinamicamente entre si e com o regulamentado os serviços desses profissionais de aplicativo.
corpo do trabalhador” e sintetizam a mediação entre o processo de A remercantilização dessa mão de obra tem trazido grandes
trabalho e o desgaste do trabalhador. Ainda segundo os autores, repercussões não só do ponto de vista jurídico, bem como social. A
desgaste é “[...] entendido como a perda da capacidade potencial e/ profissão de Motoboy, por exemplo, consiste justamente em fazer
ou efetiva corporal e psíquica”. entregas, seja de alimentos, seja de objetos, com a praticidade e
José Augusto Pina (2014) reverencia que o destaque para a rapidez proporcionada por uma motocicleta que percorre até um
intensificação do trabalho na saúde dos trabalhadores revela a determinado cliente. Tal profissão tem proteção prevista no art.
doença como um sinal individual ou coletivo que é reprimido, 193§ 4º da CLT, e se reconhece a periculosidade de tal atividade,
distorcido, ignorado ou parcialmente reconhecido. A debilidade da mas com a massa da “economia de bico” ela tem sido cada vez mais
ação coletiva contribui para que os sinais de doença se mantenham sucateada não por uma mera inovação tecnológica, com a avalanche
ocultos, facilitando o desenvolvimento de quadros mais graves, de da precarização do trabalho que inclusive em termos de remuneração
maior frequência e simultaneidade de casos, sendo reconhecidos, deixa seus “parceiros” a desejar. Narley Resende (2019), nesse mesmo
eventualmente, porém com a grande tendência de distorção de suas sentido, corrobora que:
origens. O precário domínio do conhecimento sobre o adoecimento Profissionais que atuam de forma regular afirmam que notaram
dos trabalhadores, somado às relações políticas e jurídicas, se torna
um forte alicerce para que os sinais de acometimento da saúde
se mantenham ocultos. Já existem diversos transtornos mentais
categorizados pela medicina, porém, a manifestação de cada um deles

348
no bolso o impacto da ascensão dos aplicativos. Enquanto um consequências negativas. Em relação à flexibilidade que o trabalho
trabalhador convencional, regulamentado, faz dez entregas em na “economia do bico” oferece às pessoas, é importante que se
uma noite e ganha em média R$ 120,00 por período (18h à 0h), um discuta o formato em que isso ocorre e as implicações na vida dos
colaborador de aplicativo ganha metade do valor. Um funcionário trabalhadores. Em grande parte dos trabalhos em que se coloca a
que atua de acordo com a lei 12.009/09 (conhecida como Lei dos flexibilidade como um elemento benéfico, verifica-se a precarização e
Motoboys) ganha em média R$ 1.180,00 por 220 horas mensais, além intensificação do trabalho.
de 30% de adicional de periculosidade, taxa mínima de R$ 3,00 por Trazendo a realidade do funcionamento desses aplicativos para o
entrega e diária de R$ 20,00 por uso de motocicleta própria. (...) Para trabalhador, a justificativa de tornar precário o trabalho humano
Cacá Pereira, presidente do sindicato dos motofretistas, atualmente em prol do consumidor final não pode ser subterfúgio para diminuir
a operação dos aplicativos de entrega é irregular. “Não pode rodar ou anular direitos de outrem, ora, as relações de trabalho, que são
motofretista que não atenda a lei. O aplicativo, que é empregador, reconhecidas independentemente de vínculo direto, não foram
tem que responder solidariamente até em caso de acidente. Só criados com o intuito de hierarquizar indivíduos em tal circunstância,
que não estão contratando como deve ser. E não cumprem direito mas sim que seja um instrumento de alcance de justiça e igualdade
nenhum desses trabalhadores. Nossa preocupação é de que a em todos os níveis desta relação. Juliana Oitaven (2018) corrobora
categoria cumpra instrumento coletivo de trabalho como base de analisando que:
ganho desse trabalhador, ou seja, ganhar o mínimo da convenção para
cima”. Outro elemento que deve ser levado em consideração é a necessidade
de conjugar as diversas melhorias para os consumidores que a
Segundo José Luis Monereo Pérez (2017, pág. 32), a remercantilização “economia do bico” tem potencial para implementar com a devida
da mão de obra se dá pela perda de direitos e garantias mínimas, uma remuneração do trabalhador que viabiliza os produtos ou serviços.
acumulação pela desposessão do público em favor dos interesses Não é aceitável a maximização dos benefícios dos consumidores
privados. em detrimento das condições de trabalho. Finalmente, não se pode
Deste modo, Juliana Oitaven (2018) aponta que a ausência de perder de vista que “economia do bico” não é um setor segmentado
legislação reflete na insegurança jurídica em que um indivíduo se de todo o conjunto de agentes econômicos que atuam no mercado.
submete ao celebrar contratos de adesão para exercer atividades Em que pesem as peculiaridades, trata-se de um ramo no qual as
de entrega ou transporte particular em tais aplicativos, uma vez empresas, em geral, devem se comportar da mesma forma que as
que, apesar de estabelecer os elementos da relação de emprego demais que atuam em outros setores.
(pessoa física, onerosidade, exclusividade, subordinação e não A OIT está atenta às inovações e às relações de trabalho encobertas
eventualidade), sua natureza contratual, atualmente, é cível e não de formalismo, tendo como paradigma a Recomendação nº 198. Tal
direito do trabalho, caracterizando como fraude trabalhista, ou Recomendação prevê a necessidade de políticas nacionais como
seja, uma maneira de ludibriar direitos fundamentais, os quais são forma de erradicar a prática fraudulenta de desviar a existência
reconhecidos como direito social coletivo previsto na Constituição da de relação de trabalho em situações que esta for questionada. As
República de 1988 em seu art. 5º. políticas nacionais reafirmadas na Recomendação estendem aos
Ademais, no Brasil, até o presente momento não existe nenhuma estados membros que, apesar de não ter força de lei, tem vinculação
política pública que vise à edição de uma lei para amparar as mais como tratado internacional devendo ser cumprido pelos Estados-
diversas necessidades desses trabalhadores. Esse cenário os torna membros, como é o caso do Brasil. Logo no inciso I da Recomendação
vulneráveis e à mercê de tratamentos precários quando observados 198 (I - Política nacional de protección de los trabajadores vinculados
numa ótica do domínio da instabilidade econômico-social, por una relación de trabajo) ressalta-se no tocante à promoção da
submergindo a necessidade de urgência de regulamentação específica proteção efetiva aos trabalhadores, como previsto no ponto quatro
para o tratamento desses profissionais de aplicativo, os quais Recomendação nº 198 (2006):
configuram também como fruto da Quarta Revolução Industrial. 4. La política nacional debería incluir, por lo menos, medidas
tendentes a:
4. A Recomendação nº 198 da OIT (a) proporcionar a los interesados, en particular a los empleadores
Antes de adentrar a normatividade internacional específica, é de y los trabajadores, orientación sobre la manera de determinar
suma importância salientar que o trabalho desenvolvido por qualquer eficazmente la existencia de una relación de trabajo y sobre
indivíduo por mínima natureza da atividade deve desenvolver-se la distinción entre trabajadores asalariados y trabajadores
conforme ao preceito máximo da Declaração Universal de Direitos independientes;
Humanos, como salvaguardado no artigo 23, inciso III “Todos os (b) luchar contra las relaciones de trabajo encubiertas, en el contexto
seres humanos que trabalhem têm direito a uma remuneração justa de, por ejemplo, otras relaciones que puedan incluir el recurso a
e satisfatória, que lhes assegure, assim como à sua família, uma otras formas de acuerdos contractuales que ocultan la verdadera
existência compatível com a dignidade humana, e complementada, se situación jurídica, entendiéndose que existe una relación de trabajo
necessário, por outros meios de proteção social.”, ou seja, ainda que encubierta cuando un empleador considera a un empleado como si no
não haja vínculo reconhecido todo trabalho deve ser compatível com lo fuese, de una manera que oculta su verdadera condición jurídica,
a dignidade humana. y que pueden producirse situaciones en las cuales los acuerdos
Juliana Oitaven (2018) afirma que a Organização Internacional contractuales dan lugar a que los trabajadores se vean privados de la
do Trabalho –OIT, reconheceu como princípio que o trabalho protección a la que tienen derecho;
humano não pode ser tratado como mercadoria, isso ainda na sua (c) adoptar normas aplicables a todas las formas de acuerdos
26ª Conferência, em 1944, na Filadélfia. Ou seja, o esforço laboral contractuales, incluidas las que vinculan a varias partes, de modo
é uma capacidade inerente à qualidade humana e não é um direito que los trabajadores asalariados tengan la protección a que tienen
disponível à comercialização. O catálogo de direitos e proteções derecho;
advém de uma dura e paulatina construção histórica que se iniciou (d) asegurar que las normas aplicables a todas las formas de acuerdos
desde os primórdios passos da Primeira Revolução Industrial do contractuales estipulen a quién incumbe la responsabilidad por la
século XVIII, e o transcorrer dos séculos tão somente cristalizou protección que prevén;
cada garantia e direito do trabalhador, o qual hoje goza de um
olhar exclusivo, conferindo também a este o reconhecimento da (e) proporcionar a los interesados, y en particular a los empleadores
hipossuficiência quando comparamos na relação empregado e y los trabajadores, acceso efectivo a procedimientos y mecanismos
empregador, como entende Oitaven (2018) na sua literalidade: que sean expeditos, poco onerosos, justos y eficaces para la solución
de controversias relativas a la existencia y las condiciones de una
Inicialmente, deve-se estabelecer que não se pode admitir que relación de trabajo;
o trabalho humano seja considerado como um mero serviço. A
Declaração de Filadélfia da OIT prevê que o “trabalho humano não (f) asegurar el cumplimiento y la aplicación efectiva de la legislación
é uma mercadoria” e tratá-lo de forma diferente somente contribui sobre la relación de trabajo, y
para a coisificação da pessoa humana. Devem-se garantir direitos (g) prever una formación apropiada y adecuada sobre normas
mínimos aos trabalhadores. As relações de trabalho devem ser internacionales del trabajo pertinentes, derecho comparado y
reconhecidas como tal, independentemente da constatação da jurisprudencia para la judicatura, los árbitros, los mediadores, los
existência de vínculo empregatício ou de trabalho autônomo. A
tentativa de distorcer esse caráter a partir da introdução de termos
que pretendem amenizar os esforços realizados pelos trabalhadores,
como ‘tarefas’, ‘caronas’, ‘colaboradores’, dentre outros, caminha no
sentido de captura da subjetividade do trabalhador, o que implica
349
inspectores del trabajo y otras personas encargadas de la solución de Referências Bibliogr áficas
controversias y del cumplimiento de las leyes y normas nacionales en Artigo 23 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, recuperado el 07
materia de trabajo. de julio de 2019, https://www.unidosparaosdireitoshumanos.com.pt/course/
lesson/articles-19-25/read-article-23.html
Expressamente a letra “b” deste ponto 4 informa sobre “lutar contra
as relações de trabalho encobertas no contexto de, por exemplo, Barroso, Fábio Túlio. Direito do Trabalho e a subordinação virtual. http://
www.cartaforense.com.br/conteudo/artigos/direito-do-trabalho-e-a-
outras relações que podem incluir o recurso a outras formas de
subordinacao-virtual/10157. Recuperado en 30 de junio de 2019.
acordos contratuais que ocultam a situação legal verdadeira,
Barroso, Fábio Túlio. O teletrabalho e a subordinação virtual após a lei nº
entendendo que existe uma relação de emprego disfarçada quando
12.551/2011. Novos elementos caracterizadores do Direito Extraordinário do
um empregador considera um empregado como se não fosse (...)”, Trabalho. Revista Fórum Trabalhista, RFT, Ano 1 nº 2, (mar-abr – 2012), Belo
em alusão à temática supracitada, percebe-se que buscar maneiras Horizonte, Fórum.
em que não haja reconhecimento da relação de emprego é uma
Dias, Maria, Como o iFood funciona para o entregador? Veja perguntas e
prática abusiva e fere direitos fundamentais, direitos trabalhistas da respostas, recuperado el 06 de julio de 2019, https://www.techtudo.com.br/
normativa brasileira, bem como preceitos internacionais como é o noticias/2019/02/como-o-ifood-funciona-para-o-entregador-veja-perguntas-
caso da recomendação da OIT. e-respostas.ghtml
Dessa forma, emerge a necessidade das autoridades legislativas Delgado, Maurício Godinho. Curso de direito do trabalho. 14. ed. São Paulo:
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indevida de mão de obra, no intuito de combater tal prática abusiva Freire, Danilo, Jornada exaustiva: Motoristas do Uber buscam direitos
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o desenvolvimento dos trabalhadores numa determinada atividade, jusbrasil.com.br/noticias/417289431/jornada-exaustiva-motoristas-do-uber-
buscam-direitos-trabalhistas-na-justica
como novamente pontuado por Juliana Oitaven (2018):
Kunzel, Rocheli Margota. A subordinação estrutural como elemento definidor
Não pode haver forma alternativa de exploração do trabalho fora das atuais relações de emprego. Ciência Jurídica do Trabalho, Belo Horizonte,
do alcance do direito do trabalho, pelo simples fato de que se essa p. 75-96.
suposta forma opcional for mais eficiente e barata para o empregador, Martines, Fernando, Motoboy não tem vínculo de emprego com aplicativo que
ele a tornará obrigatória para seus trabalhadores. Da mesma forma, organiza entregas, recuperado el 05 de julio de 2019. https://www.conjur.com.
se um trabalhador puder realizar a atividade de transporte de br/2017-jul-23/motoboy-nao-vinculo-emprego-aplicativo-entregas
passageiros, seja por meio de aplicativo, seja individualmente, sem McKay, Tom, Uber lança recurso que limita jornada dos motoristas a
as mesmas constrições legais dos taxistas, por exemplo, estará em tranquilas 12 horas recuperado el 05 de julio de 2019. https://gizmodo.uol.
vantagem competitiva não justificada, não cumprindo o direito do com.br/uber-limite-jornada-trabalho/
trabalho sua função de regulador da concorrência em patamares Ministério Público do Trabalho investiga aplicativos de entrega no Paraná,
mínimos de dignidade da pessoa humana. Assim, as novas formas de recuperado el 04 de julio de 2019. https://www.bemparana.com.br/noticia/
organização do trabalho pretendem – como todas as ideias forjadas ministerio-publico-do-trabalho-investiga-aplicativos-de-entrega-no-parana#.
do neoliberalismo, em síntese, a retirada do direito do trabalho – e XSTewuhKjIU
todos os entraves que ele coloca à livre exploração – com o fim de Nucada, Luisa, Motorista: veja as vantagens e desvantagens entre Táxi e Uber,
realizar a concorrência sistêmica de todos os trabalhadores contra recuperado el 05 de julio de 2019. https://www.tribunapr.com.br/noticias/
todos, incutindo em suas cabeças um ‘empreendedorismo’ e uma parana/motorista-veja-as-vantagens-e-desvantagens-entre-taxi-e-uber/
‘liberdade’ que só existem no discurso, mas que vão orientar suas Oitaven, Juliana Carreiro Corbal, Empresas de transporte, plataformas digitais
condutas, escolhas e práticas. e a relação de emprego: um estudo do trabalho subordinado sob aplicativos,
recuperado el http://csb.org.br/wp-content/uploads/2019/01/CONAFRET_
WEB-compressed.pdf
Conclusão Olenike, Jessica Gilbert, Ferraz, Miriam Olivia Knopik, Villatore, Marco
Depreende-se em sede conclusiva que as justificativas das empresas Antônio César, A análise da possibilidade do vínculo empregatício entre os
motoristas cadastrados e a empresa uber, Centro De Investigação De Direito
proprietárias de aplicativos na prática acabam por promover a
Privado, recuperado el 15 de julio de 2019. http://www.cidp.pt/revistas/
remercantilização da mão de obra, sob a égide de solucionar fatores rjlb/2018/5/2018_05_0927_0979.pdf
da economia (como o desemprego) para exercer tal exploração. O
Ortega Flávia Teixeira, Lei 13.640/2018(Lei do Uber): regulamenta o
trabalho tem regulação própria, que é por meio de sua disciplina transporte remunerado privado individual de passageiros, Jus Brasil, (s.f.)
especial, o Direito do Trabalho, e o que está fora deste não pode ser recuperado el 05 de julio de 2019, de https://draflaviaortega.jusbrasil.com.br/
considerada uma alternativa legal. noticias/561305476/lei-13640-2018-lei-do-uber-regulamenta-o-transporte-
Sabe-se que a “economia do bico” faz parte da indústria 4.0 quando remunerado-privado-individual-de-passageiros
infere a permissão do desenvolvimento das atividades laborais por e Pina, José Augusto, Intensificação do trabalho e saúde do trabalhador: uma
telecomandos, interagindo diretamente com o indivíduo. Todavia, abordagem teórica, recuperado el 08 de julio de 2019. http://www.scielo.br/
esses mesmos telecomandos também podem ser observados como pdf/rbso/v39n130/0303-7657-rbso-39-130-150.pdf
um novo conceito de subordinação, que difere do poder clássico de Pérez, José Luis Monereo. La Metamorfosis del Derecho del Trabajo, Bomarzo,
comando, mas que de maneira objetiva impõe ao obreiro o dever de Madrid, 2017.
realizar determinada atividade: uma subordinação virtual. Políticas e Regras, recuperado el 08 de julio de 2019. https://www.uber.com/
pt-BR/drive/resources/regras/
Nesse aspecto, entende-se que, embora haja influência direta da
R198 - Recomendación sobre la relación de trabajo, 2006 (núm. 198).
tecnologia no exercer dessas atividades de transporte particular ou
Recuperado el 05 de julio de 2019. https://www.ilo.org/dyn/normlex/
entrega, a ausência de regulamentação específica tem fomentado a es/f?p=NORMLEXPUB:55:0::NO::P55_T YPE,P55_LANG,P55_
precarização do trabalho, uma vez que, apesar de estarem presentes DOCUMENT,P55_NODE:REC,es,R198,%2FDocument
o elemento da relação de emprego, os trabalhadores de tais atividades
Rosenbaum Carli, Federico. Manual de Tiempo de Trabajo, Fundación de
prosseguem sem garantia ou direito trabalhista algum, sendo, por Cultura Universitaria, Montevideo, 2019.
conseguinte, responsabilizados por qualquer prejuízo à terceiro,
Uber lança recurso que limita jornada dos motoristas a tranquilas 12 horas,
como também arcando com eventuais danos por eles sofridos. recuperado el 10 de julio de 2019. https://gizmodo.uol.com.br/uber-limite-
Dessa forma, ratifica-se a urgente necessidade da edição de norma jornada-trabalho/
que venha pacificar o entendimento quanto à existência da relação de Uber oferece informações sobre tempo de viagens e trânsito a cidades,
emprego, visto que o silêncio quanto à solução para tal problemática recuperado el 07 de julio de 2019. https://www.infomoney.com.br/bloomberg/
fere direitos materiais da própria normativa brasileira, bem como tecnologia/noticia/5998665/uber-oferece-informacoes-sobre-tempo-viagens-
esfacela o entendimento da Recomendação nº 198 da OIT, quando transito-cidades
trata de políticas públicas que incentivem o reconhecimento da Zipperer, André Gonçalves, Crowdwork, o trabalho na multidão produtora e
relação de emprego por parte de seus Estado-membros. O direito a subordinação jurídica. O trabalho através de uma plataforma digital como
ao trabalho compatível com a dignidade humana como também nova realidade e a necessidade de tutela modular do Direito do Trabalho. Tesis
doctoral. Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Paraná, 2018.
a vedação ao retrocesso social, é previsão clara no artigo 23 da
Declaração Universal de Direitos Humanos, por isso convém que as
autoridades legislativas brasileiras atuem tão somente para efetivar
tais direitos, outrora cristalizados e fazer valer por meio da edição de
leis mecanismos dignos do exercício do trabalho decente, evitando-se
a remercantilização da mão-de-obra.

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TRABAJO Y REVOLUCIÓN TECNOLÓGICA: están siendo reemplazados por el comercio electrónico y por los
PUNTOS DE CONEXIÓN E INFLEXIÓN. robots con aspecto humano, los agentes de bienes raíces, que al
igual que los agentes de viajes están siendo reemplazados por los
César Bernal portales de internet que nos permiten visitar virtualmente las casas
que nos quieren mostrar, así como los cajeros que ya están siendo
Resumen reemplazados por máquinas lectoras de precios, los recepcionistas y
camareros de restaurantes y hoteles.
El trabajo a lo largo del siglo X X hasta la actualidad ha ido cambiando
muchísimo hasta llegar a ser como lo conocemos hoy día, si bien Posteriormente encontramos los empleos con 96 % de posibilidades
somos conscientes de que quedan muchas transformaciones aún de desaparecer, entre los cuales figuran los cocineros, las secretarias
por ser hechas y que estamos lejos de la excelencia, es importante administrativas, los conserjes de hotel, taxistas, mensajeros,
y oportuno señalar que se ha avanzado mucho en pos de tener un camioneros, guías de turismo, los técnicos dentales y farmacéuticos,
derecho laboral tuitivo y protectorio de todos los responsables de las los carniceros, los asistentes de abogados y contadores.
relaciones laborales, especialmente de los trabajadores. Ahora bien, la evolución y revolución de las tecnologías siempre han
A todos los desafíos a los cuales el derecho laboral se ha enfrentado, tenido a los tecno-optimistas por un lado y por el otro a los tecno-
hoy se enfrenta –como nunca en la historia- a la automatización, la escépticos; los primeros señalan que siempre habrá oportunidades
IA, la desocupación y el veloz e irreversible avance de la tecnología en y que el trabajo no desaparecerá como tal, sino que se reinventará y
todas las escalas del derecho del trabajo. los segundos sostienen que la capacidad de adaptación a las nuevas
tecnologías no podrá ser seguida por el hombre, lo cual generará una
Estamos en una era en la cual el derecho laboral así como todas tasa de desempleo muy alta, al no poder ir a la par el crecimiento de la
las demás ramas del derecho debe reinventarse de manera cuasi tecnología con el empleo.
sustancial para poder seguir el ritmo del estilo actual de vida de las
sociedades. Es así que los tecno-escépticos manifiestan que por primera vez en la
historia, la tecnología crece más rápido que la capacidad de producir
empleo, dejando atrás el viejo axioma según el cual la tecnología
Abstract siempre ha creado más trabajos que los que ha destruido, siendo
The work throughout the twentieth century to the present has been el mismo, hoy día obsoleto, porque los avances tecnológicos están
changing a lot to become, as we know it today. Although we are aware sucediendo cada vez más rápido, tal como lo señala la ley de Moore,
that there are still many transformations to be done and that, we are la cual establece que aproximadamente cada dos años se duplica la
far away from excellence, it is important to say that much progress has capacidad de los procesadores de las computadoras, (Oppenheimer,
been made towards having a protective and protective labor law for all 2018: 14-15) y no así la de los seres humanos, quienes llegado a un
those responsible for labor relations, especially workers. punto, alcanzan el tope de sus capacidades para luego caer conforme
al paso del tiempo, por cuestiones principalmente biológicas.
To all the challenges to which labor law has faced, today it faces - as
never before in history - automation, AI, unemployment and the rapid El hombre primitivo tardó decenas de miles de años en propagar
and irreversible advance of technology at all scales of labor law . adelantos tecnológicos como el fuego y la rueda. Eso permitió, que
con el tiempo, se crearan nuevas aplicaciones y nuevos trabajados
We are in an era in which labor law as well as all other branches of law
para estas tecnologías. Pero, desde entonces, los tiempos se han
must be reinvented in a substantially substantial way in order to keep
venido acortando. Mientas que el siglo XVIII la humanidad tardó
pace with the current lifestyle of societies.
119 años en esparcir las máquinas de tejer fuera de Europa, en el siglo
X X tardó apenas siete años en difundir internet desde EE.UU hacia
Evolución y Revolución en desarrollo de las todo el planeta y en el siglo X X I, la aplicación “WhatsApp” logró en
relaciones laborales especialmente durante el sus primeros años de vida 700 millones de seguidores, lo mismo que
Siglo xx hasta la actualidad logró el cristianismo durante sus primeros 19 siglos. (Citi GPS Global
Desde inicios de siglo hasta nuestros días los avances en materia Perspectives and Solutions, 2015: 8)
tecnológica se han dado de manera cada vez más acelerada y al Otro ejemplo de la aceleración tecnológica que estamos viviendo es la
parecer sin visos de detenerse, al contrario van ocurriendo con mayor cantidad descendiente de años que han requerido varias tecnologías
intensidad y rapidez. Hace apenas 110 años los hermanos Wright para llegar al 25 % de la población de Estados Unidos. Cuando el
realizaban el primer vuelo cuya duración fue de apenas 12 segundos y mencionado país comenzó a utilizar la electricidad a principios del
hoy día el vuelo más comercial más largo es de 19 horas (New Jersey- siglo XIX, tuvieron que pasar 46 años para que la electricidad llegará
Singapur). al 25 % de la población. Cuando se inventó el teléfono, pasaron
De acuerdo a un estudio realizado por dos investigadores de la 34 años para que fuera adoptado por el mismo porcentaje de la
Oxford Martin School, los señores Carl Benedikt Frey y Michael A. población. Con la radio, pasaron 32 años; con la televisión, 26 años;
Osborne, trabajo que lleva por nombre “The Future of Employment”, con las computadoras personales, 15 años, con los teléfonos celulares,
publicado en el año 2013, pronostica que alrededor del 47 % de los 12 años; con internet siete años y con Facebook, apenas cuatro años.
empleos podría desaparecer en los próximos 10 a 15 años, lo cual a (Citi GPS Global Perspectives and Solutions, 2015: 7)
nivel mundial ha encendido la alarma sobre la posibilidad de que nos Por el contrario, se encuentran los tecno-opstimistas, quienes ven un
adentremos a un mundo de desempleados. El estudio señala que abanico de posibilidades y que aseguran que todo será para mejorar;
cuanto más sistematizado sea el trabajo que realices, mayor es la además señalan que los tecno-pesimistas vienen diciendo desde hace
posibilidad de que puedas quedar desempleado; es decir cuanto más siglos que la tecnología nos va a llevar a un mundo de desempleados y
fácil sea explicar tu trabajo, más fácil será automatizarlo. siempre se han equivocado.
El trabajo académico tiene un ranking de 702 ocupaciones, con sus En la Revolución Industrial de fines del siglo XVIII y principio
correspondientes posibilidades de desaparecer en los próximos años, del XIX, los trabajadores textiles en el Reino Unido quemaron
entre los cuales figuran abogados, médicos, contadores, periodistas, las máquinas de tejer para protestar contra los nuevos telares
entre otros. automáticos, que estaban empezando a sustituir a los manuales.
Según el algoritmo de estos investigadores hay empleos que tienen La gran protesta de Nottingham en el año 1811, que pasó a ser
más del 99 % de posibilidades se ser reemplazados por robots, conocida como la rebelión de los ludditas, se convirtió en un símbolo
drones, vehículos que se manejan solos y otras máquinas inteligentes. de las protestas contra el desempleo tecnológico. ¿Y qué ocurrió?
Entre los trabajos con 98 % de posibilidad de desaparecer en los Lo contrario de lo que temían los ludditas: los nuevos telares
próximos 15 o 20 años, se encuentran los empleados administrativos, automáticos abarataron enormemente el precio de la ropa, lo cual
los empleados bancarios dedicados a analizar y procesar préstamos y permitió que la gente tuviera más ingreso disponible para comprar
los inspectores de compañías aseguradoras, cuyas tareas rutinarias más ropa y otros productos, y eso produjo mayor empleo y mayor
pueden ser fácilmente emuladas por la inteligencia artificial. Y en bienestar, dicen los optimistas.
la misma categoría de riesgo de desaparición están curiosamente Además, contrariamente a los temores de los tejedores manuales,
los árbitros deportivos, cuyas decisiones serán cada vez más la tecnología creó nuevos empleos que antes no existían. El enorme
reemplazadas por drones y videos retroactivos de jugadas dudosas aumento del consumo mundial de ropa gracias a los nuevos telares
que las máquinas inteligentes pueden juzgar con mucha mayor
precisión que los humanos.
Luego con 97 % de probabilidades de desaparecer se encuentran
las operadoras telefónicas y los vendedores en las tiendas, que ya

351
automáticos creó una demanda para diseñadores, ingenieros textiles, los conductores de Uber u operadores de drones; y los puntos de
operadores de máquinas, distribuidores, gerentes de marketing y inflexión serían, como controlar la desocupación generada por
muchas otras labores que antes no existían o que no habían sido estos nuevos tipos de trabajos, los cuales desplazarán o eliminarán
tan necesarias. Según un estudio del economista James Bessen, los existentes, ej.: A que se dedicarán los conductores cuando sus
de la Universidad de Boston, la cantidad de trabajadores textiles puestos sean “tomados” por la inteligencia artificial, es decir los
se cuadruplicó entre 1820 y 1900. Y el aumento de los empleos vehículos autónomos, ¿los seres humanos deberían percibir un
generados por otras industrias gracias al mayor ingreso disponible de sueldo por servicio comunitario, considerando que se quedarían
la gente fue igualmente impresionante. (Oppenheimer, 2018: 51) “desocupados”? o ¿un ingreso básico universal?, deberían los robots
Finalmente, hoy día gracias a todos los avances tecnológicos pagar impuestos o cotizar para una jubilación a futuro
que atraviesa y continuará atravesando el mundo la forma de
aprender, emprender, trabajar y por ende desarrollarnos como seres ¿Los robots deber án tener Seguro Social y/o
humanos cambia tan aceleradamente como nunca en la historia pagar impuestos?
de la humanidad y es por ello que estamos compelidos a innovar
constantemente, porque de lo contrario quedaremos rezagados en Actualmente los robots no poseen derechos laborales pero en
este mundo, que aparenta no querer detener su impronta, al menos muchas partes del mundo se encuentran “trabajando” a la par que
por ahora. los seres humanos y la inserción al mundo laboral de los autómatas
va en aumento cada vez más; especialmente por una cuestión de
Para no quedar rezagados creemos que es de fundamental costo/beneficios para las empresas; por ejemplo no tienen hijos, no
importancia fomentar la educación para que las generaciones tienen cobertura de seguro social, no se enferman, no pueden sufrir
venideras puedan innovar y al mismo tiempo crear una cultura de la accidentes de trabajo in itínere, entre otros factores de disminución
innovación y no temerosa al fracaso, ya que como diría Sir Winston de coste que las máquinas y robots presentan en el mundo laboral. A
Leonard Spencer Churchil: “El éxito es la capacidad de ir de fracaso esto se suma que para el 2020 se estima que alrededor de 1 de cada 4
en fracaso sin perder el entusiasmo”. puestos de trabajo estarán ocupados por robots.
Respecto a la fiscalidad y a la seguridad es importante incorporar
Puntos de Conexión e Inflexión. mecanismos obligatorios de reporte a las empresas sobre la extensión,
¿Reemplazarán la inteligencia artificial, la maquinización y la proporción y contribución de la robótica y en su caso la inteligencia
robotización al ser humano o se complementarán más de lo que hoy artificial (IA) a los resultados económicos de las compañías a los
día lo hacen? efectos de determinar las contribuciones fiscales y las de seguridad
social. El tema es muy relevante: está en juego la sostenibilidad de los
El ser humano siempre encontró la forma de reinventarse y al parecer sistemas tributarios y de protección social a nivel nacional.
esta vez no será la excepción, aunque algunas estadísticas muestren
lo contrario. En el ámbito del mercado legal, ya existen soluciones de software
que permiten con gran automatismo llevar a cabo informes de
Desde la época de la Revolución Industrial no se vivía una época diligencia debida y de valoración de riesgos en operaciones de M&A
con cambios tan abruptos, en ese entonces los cambios principales sin intervención de abogados y no será extraño en el futuro un mayor
fueron la migración del campo a la ciudad y la irrupción de las uso del software en el asesoramiento legal a clientes e incluso un
máquinas a vapor; hoy como está ocurriendo en algunos países apoyo mayor de la tecnología y de la programación informática en
latinoamericanos como Paraguay, recién en 1992 por primera vez las decisiones de la Administración o los Tribunales. ¿Llegaremos a
en la historia la población de la ciudad supera a la del campo, tiene sentencias dictadas por un robot?
este choque tan grande de traslado poblacional e irrupción de las
tecnologías (internet, inteligencia artificial, entre otros) de manera En este contexto, resulta increíble que las leyes de la robótica escritas
tan absorbente y acelerada, que superan la capacidad de adaptación por Isaac Asimov en 1940 mantengan vigencia y actualidad.
de las personas y por ende de trabajadores y empleadores. Según Isaac Asimov:
Si bien particularmente, sostenemos que el ser humano no será 1) Un robot no debe hacer daño a un ser humano ni, por inacción,
desplazado íntegramente por la inteligencia artificial, las máquinas, dejar que este sufra daño;
los robots y demás, sí le tomará tiempo adecuarse al cambio; hay 2) Un robot debe obedecer las órdenes que recibe un ser humano,
personas como Nick Bostrom -autor del libro Superinteligencia-, excepto cuando tales ordenes entran en conflicto con la primera ley; y
que creen que las personas nos volveremos superfluas tal como les
sucedió a los caballos luego de la invención a inicios del siglo X X, 3) Un robot debe proteger su propia existencia siempre que dicha
ya que antes de la invención del mismo, los caballos impulsaban protección no entre en conflicto con la primera y segunda ley pero,
carruajes y arados, pero luego los carruajes fueron reemplazados por igualmente, un robot no debe hacer daño a la humanidad ni, por
los vehículos y los arados por tractores, lo cual redujo la necesidad omisión, dejar que esta sufra daño.
de utilizar caballos y condujo a un colapso de la población mundial En resumen, la problemática de la robótica y de la inteligencia
de equinos. La población de caballos en Estados Unidos cayó de 26 artificial no es nueva, pero permanece sin resolver la mayoría de los
millones en 1915 a sólo dos millones en 1950 (Oppenheimer, 2018: problemas jurídicos y de compliance (incluidos los laborales) que
64-65) pueden emerger y, especialmente, cuando el autoaprendizaje de los
Además con la solución de un problema (creación de un invento) robots exceda de la programación base que le puso el fabricante o las
siempre surge un nuevo problema (nuevo trabajo, empleo, órdenes directas del dueño del robot. La vinculación de la robótica
ocupación), esto ha sido así desde siempre y no creo que vaya a ser con los empleos y la interacción de los robots con los trabajadores y,
diferente en nuestros días, lo que sí es distinto es la rapidez con la especialmente, con su efecto seguro de eliminación de puestos de
que suceden los avances y desafíos, dado que es un mundo muy trabajo y de desplazamiento o sustitución de empleos debido a una
vertiginoso, en el cual ya no hay que esperar días para dar la vuelta al mayor utilización de los robots requerirá también de ajustes y nuevas
mundo, hoy día solo hay que esperar horas; por lo que probablemente regulaciones que permitan también la contribución de los robots
la tecnología destruirá millones de empleos antes de ser posible (o de las compañías que se benefician de ellos) con la seguridad
reemplazarlos por otros. social o con las rentas universales que de una u otra forma acabarán
regulándose en muchos mercados laborales. De la Torre, Carlos:
Posiblemente atravesemos por un periodo de transición, lo cual Robótica y empleo: ¿un nuevo paradigma económico y laboral en
dejará inicialmente un balance laboral negativo, pero posteriormente los centros de trabajo?, 2019, recuperado el 28 de junio de 2019,
las cosas se reacomodarán para mejorar, tal como ocurrió luego de de https://www.fidefundacion.es/Robotica-y-empleo-un-nuevo-
la Revolución agrícola e Industrial. En Estados Unidos, el porcentaje paradigma-economico-y-laboral-en-los-centros-de-trabajo--por-
de gente que trabajaba en la agricultura cayó de 60% de la población Carlos-de-la-Torre_a654.html
a mediados del siglo XIX a 2 % en la actualidad, y el porcentaje de
empleos en el sector manufacturero descendió de 26 % en 1960 a Además complementando lo citado en los párrafos anteriores,
menos de 10 % en 2017. Y sin embargo, el estándar de vida es mucho encontramos la propuesta de uno de los hombres más lúcidos
mejor que cuando la mayoría de la gente trabajaba en el campo en las del ámbito de la tecnología de por lo menos los últimos 30 años,
fábricas. (Oppenheimer, 2018: 330). Bill Gates sugiere empezar a cobrar impuestos a los robots, de
manera a poder financiar un ingreso básico universal, o algún otro
En resumen los puntos de conexión serían la capacidad de
regenerarse que tiene el ser humano ante las adversidades, en el
caso específico a la hora de encontrar nuevas fuentes de trabajo y la
evolución de los trabajos o aparición de nuevos tipos de trabajo u
ocupación que anteriormente no existían, ej.: hace 11 años no existían
352
tipo de seguro social para quienes pierdan su trabajo a causa de la El trabajo de los repartidores a través
automatización. Gates ve a la robótica como un fenómeno positivo, de plataformas digitales. Regulación
pero señala que si los robots pasan a ocupar trabajados humanos,
deberían pagar impuestos a las ganancias igual que los seres aplicable y sus consecuencias en la
humanos. prevención de los riesgos del trabajo.
“Si un trabajador humano hace su trabajo por 50.000 dólares anuales Conclusiones
en una fábrica, ese ingreso debe pagar impuestos. Si un robot lo Por Esteban Corti*
reemplaza para realizar la misma labora, lo lógico sería que le pidamos
al robot que pague impuestos por una cantidad similar”, le dijo el
fundador de Microsoft a la revista digital de tecnología Quarts. Resumen:
Según Gates, una fuerza de trabajo con una gran cantidad de robots Miles de personas circulan a pie, en bicicleta o en motocicleta por
liberaría a muchos trabajadores humanos para hacer tareas sociales, la ciudad de Buenos Aires entregando pedidos bajo las órdenes de
que requieren contacto humano y empatía y que los humanos una plataforma digital. La persona que trabaja debe cumplir con
todavía podemos hacer mejor que las máquinas. Con más robots los pedidos en un tiempo determinado y su ingreso depende de la
y permitiendo que más gente realice trabajos sociales, “podremos cantidad de entregas realizadas.
hacer mucho mejor la tarea de ayudar a los ancianos, tener clases más El objetivo es desarrollar la normativa que regula la prevención de
reducidas y ayudar a los niños discapacitados”, explicó. Si los trabajos los riesgos del trabajo en la República Argentina. Identificar las
eliminados por la automatización se pueden canalizar a este tipo de normas aplicables según fuera calificado –autónomo o dependiente-
tareas, el saldo neto será positivo”, señaló Gates. (Oppenheimer, el vínculo que une al repartidor con las plataformas digitales.Sus
2018: 315) consecuencias.

I.- Introducción
Entendiendo el derecho como una herramienta para solucionar los
problemas de la vida humana y de las relaciones sociales(Barbagelata,
2011: 24)y afirmando que la prevención eficaz de los riesgos laborales
es una actividad fundamental en Argentina para cumplir con la
manda constitucional de asegurar al trabajador condiciones dignas
y equitativas de labor y con los objetivos previstos en el Preámbulo,
entre ellos “promover el bienestar general, y asegurar los beneficios
de la libertad para nosotros, para nuestra posteridad, y para todos los
hombres del mundo que quieran habitar el suelo argentino”.
El presente trabajo se propone estudiar la normativa vigente en la
Argentina sobre la prevención de los riesgos laborales,distinguiendo
la aplicación de la normativa, sea que se considere las relaciones de
trabajo entre los repartidores y las plataformas digítales autónomas
o dependientes.Para luego analizar las consecuencias del encuadre
jurídico en la prevención eficaz de los riesgos del trabajo a los que
se encuentran expuestos los repartidores que se vinculan con las
plataformas digitales.
Dicho interés parte de observar que la salud de los repartidores está
expuesta a serios riesgos y resulta imprescindible la aplicación de
normas jurídicas para regular la actividad.
El trabajo está dividido en cuatro apartados:
En el primero, se desarrollan conceptos sobre el derecho a la
prevención de los riesgos laborales a fin de encuadrar la temática a
tratar.
En el segundo, se describe la legislación vigente en la Argentina
sobre prevención de riesgos del trabajo. Indicando la aplicación de la
normativa según se considere el vínculo autónomo o dependiente.
En el tercero,se enunciaran algunos de los riesgos a los que se
encuentran expuestos las personas que trabajan como repartidores a
través de plataforma digitales.
Luego, se presentan conclusiones e interrogantes sobre la temática en
estudio.

II.- Derecho a la Prevención de los Riesgos


Laborales
Para aproximarse al objeto de estudio propuesto es importante
encuadrar qué se exige a las normas que regulan la prevención de los
riesgos laborales y cuál es su finalidad.
Definiendo al Derecho de la Prevención de los Riesgos Laborales
como el “conjunto de normas que inciden directamente en las
condiciones en que se desarrolla todo género de actividad productiva
incrementando su seguridad, a fin de evitar que se produzcan
daños en la salud de los trabajadores, o tratan de fomentar que las
conductas de los particulares se adecuen a las pautas establecidas
normativamente” (Igartua, 2015:24).
Siendo relevante recordar que el trabajador necesita el salario para
subsistir y que es primordial impedir que pierda capacidad laborativa
como resultado de haberse puesto a disposición del empleador
(Ackerman, 2015ª:30).

353
La situación de hiposuficiencia que tiene el trabajador ante los con la dirección da a los trabajadores un rol activo en la prevención de
poderes de organización y dirección del empleador requieren los riesgos, lo cual es sustancial ya que el trabajador es quien mejor
(Igartua, 2015:6) límites normativos al poder de éste último. El dador conoce las alteraciones que produce en su salud la tarea realizada.
de trabajo es la parte del contrato que establece las condiciones de La protección contra el despido arbitrario no solo previene riesgos
empleo, por lo cual, la tutela de la salud del trabajador resulta, un psicosociales como el estrés laboral, sino que da lugar a que los
límite necesario a la autonomía de la voluntad. trabajadores exijan el cumplimiento de la normativa en cuestión sin
En cuanto al término salud como bien a proteger, el Convenio 155 poder ser despedidos en represalia.
de la OIT expresa “el término salud, en relación con el trabajo, Por último, y no menos fundamental, se destaca la organización
abarca no solamente la ausencia de afecciones o enfermedad, sino sindical libre y democrática, siendo la actividad sindical una
también los elementos físicos o mentales que afectan la salud y están herramienta útil e irremplazable para establecer mejores condiciones
directamente relacionados con la seguridad e higiene en el trabajo.” de seguridad en el trabajo.
De esta forma, se define riesgo laboral como la posibilidad de que un Los Tratados Internacionales con jerarquía constitucional incorporan
trabajador sufra un determinado daño derivado de las condiciones a la Constitución preceptos que regulan la prevención de los riesgos
de trabajo. Siendo la causa del daño trabajar en un ambiente laboral del trabajo. Entre ellos se destacan:
insuficientemente sano o inseguro, apto así para producir un daño a
la salud de la persona que trabaja. La Declaración Americana de los Derechos y Deberes del Hombre en
cuanto obliga a la República Argentina a tomar medidas activas para
En suma, la prevención de los riesgos no es otra cosa que la asegurar a todo ser humano los siguientes derechos: a la vida y a la
establecida en la Ley de Prevención de Riesgos Laborales española seguridad de su persona; a que su salud sea preservada por medidas
en su artículo 4.1: “El conjunto de actividades o medidas adoptadas sanitarias y sociales; a trabajar en condiciones dignas; limitar los
o previstas en todas las fases de la actividad de la empresa a fin de derechos de los demás que afecten su seguridad.
evitar o disminuir los riesgos derivados del trabajo”.
La Declaración Universal de Derechos Humanosexige que la
Esta actividad tutelar de la salud del trabajador no solo supone legislación Argentina proteja el derecho a la vida y a la seguridad
responsabilidad de los dadores de empleo sino también de la de las personas. El trabajo es un derecho de toda persona y se debe
autoridad estatal, ya que el bien jurídico tutelado por la prevención desarrollar en condiciones equitativas y satisfactorias.
de los riesgos laborales es la comunidad social en su conjunto
(Ackerman, 2013:18), lo que determina que el Estado tiene facultades El Pacto Internacional de Derechos Económicos, Sociales y
indelegables en su promoción y control. Su ámbito de aplicación Culturales de los Tratadosreconoce el derecho de todas las personas
incluye tanto a las empresas privadas como el sector público y al goce de condiciones de trabajo equitativas y satisfactorias. Exige a
su fuente de regulación no es contractual sino estatal. Impone los Estados asegurar condiciones de existencia digna y la seguridad
obligaciones a los gobiernos, a los empleadores, a los trabajadores y a e higiene en el trabajo. Además, los Estados reconocen el derecho
terceros. Los incumplimientos dan lugar a sanciones administrativas de toda persona al disfrute del más alto nivel posible de salud física
y, en algunos casos, penales. y mental, y se obligan a adoptar medidas para el mejoramiento en
todos sus aspectos de la higiene del trabajo y del medio ambiente,
En síntesis, nos proponemos analizar la influencia de la normativa y la prevención y el tratamiento de las enfermedades epidémicas,
aplicable en la eficaz prevención de los riesgos del trabajo a los que se endémicas, profesionales y de otra índole, y la lucha contra ellas. La
encuentran expuestos los repartidores vinculados con las plataformas norma exige al Estado argentino asegurar la higiene en el trabajo y
digitales. obliga a mejorar todos los aspectos de la higiene del trabajo y el medio
ambiente. Asimismo refiere en forma taxativa a la prevención de las
III.- Legislación Argentina sobre prevención enfermedades profesionales.
de los riesgos laborales. Distinción entre Es muy importante destacar que la Constitución Nacional exige
normativa aplicable a trabajadores autónomos y que las leyes deben proteger al trabajo en sus distintas formas sin
dependientes distinguir entre vínculos autónomos y dependientes. Del mismo
Se describe la legislación vigente en Argentina destinada a regular modo, los Tratados Internacionales mencionados tampoco realizan
las conductas relativas a la prevención de los riesgos laborales, distinciones, por lo que resultan aplicables a ambas condiciones de
destacando en cada caso si el cuerpo normativo en cuestión es empleo.
aplicable a los vínculos autónomos y dependientes, o solamente a
estos últimos. Código Civil y Comercial de la Nación
El nuevo Código Civil y Comercial entró en vigencia el día 1º de
La Constitución Nacional y los Tratados con jerarquía agosto de 2015.
constitucional El artículo 1710 regula el deber de prevención de los daños
La Constitución Nacional es la Ley Suprema de la Nación y todas las estableciendo que toda persona tiene el deber, en cuanto ella
demás leyes deben dictarse en su consecuencia y no podrán alterar depende, de:
los principios, garantías y derechos constitucionales. -Evitar causar un daño no justificado.
Desde la reforma constitucional sancionada el día 15 de diciembre de -Adoptar, de buena fe y conforme a las circunstancias, las mediadas
1994, el artículo 75 inciso 22incorporó a la Constitución Argentina razonables para evitar que se produzca un daño, o disminuir su
ciertos tratados y convenciones de derechos humanos que tienen magnitud.
jerarquía constitucional en las condiciones de su vigencia.
El Código reconoce así que cualquier reparación del daño es tardía, y
El artículo 14 bis es la norma constitucional que manda al legislador que la prevención tiene un sentido profundamente humanista pero, a
a crear leyes que protejan al trabajo en sus distintas formas. En lo la vez, es económicamente eficiente (Lorenzetti, 2015:297).
pertinente a la prevención de riesgos laborales debemos señalar
que las leyes deben asegurar al trabajador: condiciones dignas Con el objeto de hacer efectiva la prevención del daño que pregona,
y equitativas de labor, jornada limitada, descanso y vacaciones el Código en su artículo 1711 reguló la acción preventiva que
pagados, retribución justa, salario mínimo vital y móvil, igual procede cuando una acción u omisión antijurídica hace previsible
remuneración por igual tareas, participación en las empresas con la producción de un daño, su continuación o agravamiento. Por lo
control de la producción y colaboración en la dirección, protección tanto, demostrando la acción u omisión, la amenaza de daño, el nexo
contra el despido arbitrario y organización sindical libre y causal y el interés particular se pueden solicitar la orden de un Juez
democrática. Si bien la noción de condiciones dignas y equitativas con la finalidad de detener el curso dañoso, solicitando medidas
de labor aparece como la más relacionada a la prevención de los cautelares durante el proceso para evitar la producción del daño.
daños en el trabajo, es importante destacar que todas las mandas Dicha acción preventiva es una defensa práctica y fuerte que brinda
constitucionales transcriptas pueden referirse al tema en cuestión. la más eficaz protección al bien de que se trata, y ha venido a extender
la aplicación del principio general de “no dañar” a los supuestos en
En tal sentido la jornada limitada, descanso y vacaciones pagadas que su comportamiento está llamado a producir con certidumbre un
resultan vitales para proteger la salud del trabajador y evitar daño,(Gnecco, 2018:495).
distracciones que puedan ocasionar accidentes de trabajo. También
una remuneración justa que permita al trabajador desarrollar su
proyecto de vida permite prevenir riesgos psicosociales y situaciones
de stress.
La posibilidad de participar en el control de la producción y colaborar
354
La acción preventiva se presenta como una herramienta formidable Trabajo sólo resulta aplicable a los vínculos dependientes. Por lo
para hacer cesar cualquier amenaza de daño a un derecho o garantía tanto dicho cuerpo legal no genera consecuencias en el terreno de la
del trabajador(Ramirez, 2016:177). En mismo sentido se expresa autonomía.
Ackerman (Ackerman, 2015b:41) reiterando la operatividad de la
norma en el derecho a la prevención de los riesgos laborales.
Ley de Riesgos del Trabajo
Queda así consagrado el deber general de actuar con el fin de evitar
causar a las personas y a las cosas un daño no justificado, lo que El día 13 de septiembre de 1995 se sancionó la ley 24557 denominada
resulta aplicable al vínculo que une a la plataforma digital con las Ley de Riesgos del Trabajo que entró en vigencia el día 1º de julio de
personas que reparten cosas a pie o en bicicleta tanto se califique 1996.
la relación como autónoma o dependiente. Es menester mencionar La ley tiene vocación de integralidad y desde su primer artículo
la dificultad práctica en que se encuentra un trabajador autónomo expresa que regirá la prevención de los riesgos y la reparación de los
para promover la acción preventiva de daños, ya que probablemente daños derivados del trabajo.
no sería designado para repartir pedidos y sería dado de baja de El primer objetivo de la ley es “Reducir la siniestralidad laboral
la aplicación, quedando dicha acción a cargo de asociaciones que a través de la prevención de los riesgos derivados del trabajo”.
representen los intereses colectivos de los repartidores. Además, se propone: Reparar los daños derivados de accidente de
trabajo y enfermedades profesionales, incluyendo la rehabilitación
Ley Básica de Higiene y Seguridad en el Trabajo del trabajador; promover la recalificación y la recolocación de los
trabajadores damnificados; y fomentar la negociación colectiva
Dicha norma fue dictada el día 21 de abril de 1972 durante el para la mejora de las medidas de prevención y de las prestaciones
gobierno militar a cargo del General Lanusse. Contiene 13 artículos reparadoras.
y es la única ley vigente en la República Argentina que se encarga
exclusivamente de regular las condiciones de higiene y seguridad en A fin de cumplir con su objeto la norma crea a las aseguradoras de
el trabajo haciendo hincapié en la prevención de los riesgos laborales. riesgos del trabajo y establece la obligación general de aseguramiento.
Los empleadores deben contratar una aseguradora de riesgos del
Conforme enseña Livellara, (Livellara 1987:46), el proyecto de trabajo para liberarse de la responsabilidad por el cumplimiento de
elevación de la norma señala que “…la protección de la vida, de la las prestaciones que indica el sistema. Estas aseguradoras de riesgos
salud y de la integridad psicofísica de los trabajadores se presenta del trabajo son sujetos de derecho privado y tienen a cargo como
como una exigencia social y como un imperioso deber de la único objeto la gestión de las prestaciones en especie y dinerarias
comunidad industrial moderna…”. A fin de alcanzar ese objetivo que establece el sistema. Asimismo deben promover la prevención
expresa que “…la materia legislada está definida por la preocupación de los riesgos del trabajo. Se crea un órgano estatal denominado
de proteger y preservar la integridad de los trabajadores; y la función Superintendencia de Riesgos del Trabajo, es una entidad autárquica
educativa que cumple por sus efectos una norma jurídica, se acentúa del Ministerio de Trabajo, Empleo y Seguridad Social, hoy devenido
por previsiones destinadas a ejercer una efectiva docencia de la en Secretaría, su función es regular y supervisar el cumplimiento de
prevención en el orden de la higiene y seguridad, pretendiendo las leyes que se ocupan de la prevención de los riesgos laborales y la
que nazca en los sectores interesados una clara conciencia de que reparación de los daños derivados del trabajo.
le medio más eficaz, si no el único, de disminuir los accidentes y
enfermedades de trabajo es neutralizar o aislar los riesgos y sus Como se mencionó, el objetivo principal de la norma conforme surge
factores más determinantes…” de su propio texto es reducir la siniestralidad laboral a través de la
prevención de los riesgos derivados del trabajo.
La ley procura la creación de normas que tengan por objeto
proteger la vida, preservar y mantener la integridad psicofísica de A tal fin se establece que los empleadores, los trabajadores y las
los trabajadores; prevenir, reducir, eliminar o aislar los riesgos del aseguradoras de riesgos del trabajo están obligados a adoptar las
trabajo; y estimular y desarrollar una actitud positiva respecto de la medidas legalmente previstas para prevenir eficazmente los riesgos
prevención de los accidentes o enfermedades que puedan derivarse del trabajo.
de la actividad laboral. Y determina obligaciones a cargo de los Por lo tanto, de acuerdo al marco legal descripto, el empleador resulta
empleadores y los trabajadores que resultan vigentes en la actualidad el responsable primario y principal en la prevención de riesgos del
sin que sea necesaria una reglamentación posterior. trabajo que debe ser asistido y controlado por las aseguradoras de
La norma en análisis, en su artículo 2,utiliza el término empleador riesgos del trabajo, y que debe contar con la colaboración de los
para referirse a la persona que utiliza la actividad de una o más trabajadores en el cumplimiento de las obligaciones a su cargo.
personas en virtud de un contrato o relación de trabajo. Teniendo El artículo 2 de la ley no deja duda con respecto a la aplicación de la
en cuenta que la Ley de Contrato de Trabajo determina que estamos norma a los trabajadores en relación de dependencia.
ante un contrato de trabajo cuando el vínculo entre el trabajador y Con respecto a los trabajadores autónomos la norma dispone que el
el dador de trabajo es dependiente se entiende que la Ley Básica de Poder Ejecutivo nacional podrá incluir a los trabajadores autónomos
Higiene y Seguridad en el trabajo no resulta aplicable a las relaciones y a los trabajadores vinculados por relaciones no laborales. Luego,
autónomas. mediante el decreto 491 del año 1997, se decidió incorporar a los
trabajadores autónomos en forma progresiva y acorde a las distintas
Ley de Contrato de Trabajo características y modalidades de cada actividad. A tal fin, se habilitó
a la Superintendencias de Riesgos del Trabajo a dictar la normativa
La Ley general que regula los contratos de trabajo que se desarrollan necesaria para incorporar a los trabajadores autónomos al sistema
en la actividad privada fue dictada en el año 1974 bajo el número creado por la ley. Sin embargo, desde el año 1997 a la actualidad
20744 y nombrada “Ley de Contrato de Trabajo”. no se incorporó ningún trabajador autónomo al sistema de la Ley
En referencia al tema en tratamiento es preciso mencionar el artículo de Riesgos del Trabajo por lo que no les resulta aplicable dicha
75 de la ley que fuera modificado el día 14 de diciembre de 2016. normativa ni los decretos y resoluciones que forman parte de dicho
El artículo se encuentra en el capítulo que desarrolla los derechos sistema.
y obligaciones de las partes del contrato de trabajo y establece
obligaciones tendientes a prevenir los riesgos del trabajo. IV.- Los riesgos del trabajo de la actividad que
La norma dispone que el empleador debe adoptar las medidas que desempeña el repartidor
según el tipo de trabajo, la experiencia y la técnica sean necesarias La actividad de la persona que a pie o mediante el uso de una bicicleta
para tutelar la integridad psicofísica y la dignidad de los trabajadores, o motocicleta reparte productos con un bolso colgado en su espalda
debiendo evitar los efectos perniciosos de las tareas penosas, en la ciudad de Buenos Aires es calificable como riesgosa. Es decir, es
riesgosas o determinantes de vejez o agotamiento prematuro, así una actividad susceptible de producir daños en su salud.
como también los derivados de ambientes insalubres o ruidosos.
Asimismo, reitera la obligación de observar las disposiciones Los peligros a los que se encuentran expuestos los repartidores son
legales y reglamentarias pertinentes sobre higiene y seguridad ya diversos. Es importante recordar que deben llevar productos de un
establecida por la ley 19587. Por último, da derecho al trabajador lugar a otro, cumpliendo con un tiempo de entrega, con dinero en
a rehusar la prestación de trabajo sin pérdida de remuneración en efectivo en su poder, pedaleando o caminando al aire libre con una
caso de que exista peligro inminente de daño como consecuencia
de incumplimiento a la normativa sobre higiene y seguridad en el
trabajo.
Surge de los artículos 21, 22, 25 y 26 que la Ley de Contrato de
355
mochila en sus espaldas y prestando atención al teléfono mediante TÍTULO DE LA PONENCIA: EL ALGORITMO
el cual reciben las ordenes que envía la plataforma digital. En tal DE LA DISCRIMINACION SOBRE LA BASE DEL
sentido, pueden ser víctimas de accidentes de tránsito y robos,
como así también padecer enfermedades físicas y psíquicas como GÉNERO
consecuencia de la actividad. Al solo efecto enunciativo se destacar Ponente: Andrea Isabel Franconi
que los repartidores pueden sufrir enfermedades respiratorias,
insolaciones, estrés laboral, dolencias lumbares y cervicales, entre
INTRODUCCIÓN
otras.
Las modificaciones en el sistema de producción, la introducción
La situación se agrava en aquellos vínculos que se encuentren
de cambios tecnológicos, la redefinición de los roles de los sujetos
calificados como autónomos debido a no existir normas que regulen
abarcados por la tradicional relación de trabajo, han generado una
la jornada limitada, las licencias por enfermedad y las remuneraciones
nueva y necesaria mirada sobre los temas que los juristas -y jóvenes
mínimas. En dicho caso, la remuneración de los trabajadores tiene
juristas- debemos investigar, a fin de ser de verdadera aplicación
relación directa con la cantidad de pedidos que entreguen sin tener
y utilidad ante los desafíos que la Generación de la Revolución
un ingreso mínimo garantizado. Tal situación provocará que los
Industrial 4.0 enfrenta.
trabajadores a fin de percibir un mayor ingreso se desempeñen en
jornadas extenuantes que aumenten los riesgos a la salud. A su En este tema, la situación de las mujeres y sus posibilidades de
vez, ante una enfermedad, el repartidor no tiene derecho a percibir incorporación en el mercado de trabajo nos continúa convocando.
salario por lo que para satisfacer sus necesidades básicas deberá Desde diversos sectores se ha invocado que la intermediación de la
desempeñarse sin alta médica lo que agravará su estado de salud. tecnología en los sistemas de búsqueda de personal, son neutrales,
que no pueden per se efectuar una diferencia arbitraria entre los
sujetos analizados.
V.- Conclusiones e interrogantes
Sin embargo, la realidad parece demostrar que el uso de algoritmos
Del análisis efectuado podemos concluir, sin duda alguna, que las para definir el mejor perfil de cobertura de vacantes continúa
personas que trabajan como repartidores a través de plataformas reproduciendo barreras y estereotipos sociales que están arraigados
digitales están expuestos a serios riesgos que ponen en peligro su vida en la historia y la cultura de nuestras sociedades.
y su salud.
Entender como funcionan estos algoritmos y comprender su
A pesar de que la Constitución Nacional y los Tratados verdadero rango de acción, los “inputs” en los que se basa su
Internacionales no realizan distinciones entre trabajo autónomo y proceso de funcionamiento, se torna fundamental para prevenir
dependiente, es evidente que la legislación sobre prevención de los la reproducción de estas dificultades que durante años a través
riesgos del trabajo pone foco exclusivamente en los trabajadores de diversas normas nacionales (Ley 23592, etc.) e internacionales
calificados como dependientes. (Convenio 100 y 111 de la OIT, Convención sobre la Eliminación de
La situación de desamparo de los trabajadores calificados como todas las formas de Discriminación contra la Mujer, entre otros) se ha
autónomos se agrava en esta materia donde lo primordial es evitar la procurado eliminar.
ocurrencia de los hechos dañosos, siendo ineficaz cualquier medida Las Plataformas Digitales, así como las empresas tradicionales que
posterior a la afectación de la salud de la persona que trabaja. hacen uso de estas nuevas tecnológicas a través de la tercerización de
Surgen numerosos interrogantes: ¿Los repartidores pueden ser la selección y rating de personal, tienen que desarrollar sistemas que
calificados trabajadores autónomos?, ¿Se debe proteger a los garanticen en la programación de sus herramientas productivas la
trabajadores autónomos o considerar el vínculo dependiente?, eliminación de sesgos discriminatorios.
¿La necesidad de protección puede ser un indicio más para Sin embargo, si los inputs y procesamientos de los algoritmos
determinar que los repartidores son trabajadores dependientes?, utilizados se basan en las ideas extraídas a través de diversas redes
¿Es constitucionalmente válido dejar al desamparo legal a los sociales, compras online, encuestas al consumidor, etc., extraídas de
repartidores que se vinculan con plataformas digitales?, entre otros la mirada de las personas que integran la sociedad, la modificación
tantos. del algoritmo ¿será suficiente para evitar resultados discriminatorios?
Intentando esclarecer el camino que considero se debe transitar para
encontrar respuestas adecuadas a tantas dudas, conforme enseña el
DESARROLLO
profesor Adrián Goldín (Goldín, 2017:977), debemos recordar que
-trabajo humano más desigualdad contractual implican necesidad de
amparo- típica función del derecho del trabajo. 1.- ¿QUÉ ES UN ALGORITMO?
En matemáticas, lógica, ciencias de la computación y disciplinas
relacionadas, un algoritmo (del latín, dixit algorithmus y este
BIBLIOGR AFIA del griego arithmos, que significa «número», quizá también con
influencia del nombre del matemático persa Al-Juarismi) es
Ackerman Mario Eduardo y Otros, Tratado de Derecho del Trabajo. Segunda
Edición ampliada y actualizada, Tomo VI-A, Rubinzal Culzoni, Santa Fe, 2013.
un conjunto prescrito de instrucciones o reglas bien definidas,
ordenadas y finitas que permiten llevar a cabo una actividad
Ackerman Mario Eduardo, Responsabilidad Civil del Empleador. Rubinzal
mediante pasos sucesivos que no generen dudas a quien deba hacer
Culzoni, Santa Fe, 2015.
dicha actividad. Dados un estado inicial y una entrada, siguiendo los
Ackerman Mario Eduardo, “Prevención de Daños”, en Revista de Derecho
pasos sucesivos se llega a un estado final y se obtiene una solución.
Laboral, El Código Civil y Comercial y el Derecho del Trabajo y la Seguridad
Social, nº 2015-2 Rubinzal Culzoni, Santa Fe, pág. 41-42. Los algoritmos son el objeto de estudio de la algoritmia.
Barbagelata Hector Hugo, La Investigación en el Derecho del Trabajo, en En la vida cotidiana, se emplean algoritmos frecuentemente para
Cuadernillos de la Fundación Electra, Nº 5, Montevideo, 2011, (24 pp.). resolver problemas. En términos de programación, un algoritmo es
Gnecco Lorenzo P., Acción Preventiva de la Responsabilidad Civil en el una secuencia de pasos lógicos que permiten solucionar un problema.
Derecho Laboral, Editorial La Ley, Buenos Aires, 2018. A lo largo de la historia varios autores han tratado de definir
Goldín Adrián, “Huida, desestandarización y debilitamiento subjetivo del formalmente a los algoritmos utilizando modelos matemáticos.
derecho del trabajo. Ensayo sobre un itinerario”, en revista Derecho de las Esto fue realizado por Alonzo Church en 1936 con el concepto de
Relaciones Laborales, nº 10, 2017, Ediciones Francis Lefebvre- El Derecho, pág. “calculabilidad efectiva” basada en su cálculo lambda y por Alan
977
Turing basándose en la máquina de Turing. Los dos enfoques son
Igartua Miró María Teresa. Sistema de prevención de riesgos laborales (3a. equivalentes, en el sentido en que se pueden resolver exactamente
ed.), Difusora Larousse - Editorial Tecnos, Madrid, 2015. los mismos problemas con ambos enfoques. Sin embargo, estos
Livellara, Carlos Albero, Medicina, higiene y seguridad en el trabajo, Astrea, modelos están sujetos a un tipo particular de datos como son
Buenos Aires, 1987. números, símbolos o gráficas mientras que, en general , los algoritmos
Lorenzetti, Ricardo Luis Y Otros, Código Civil y Comercial de la Nación funcionan sobre una vasta cantidad de estructuras de datos.
Comentado, Tomo VIII, Santa Fe, Rubinzal – Culzoni, 2015.
La parte común en todas las definiciones se puede resumir en las
Ramírez, Luis Enrique, “El Deber de Prevención del Daño y la Acción siguientes tres propiedades:
Preventiva del Nuevo Código Civil y Comercial ¿Son aplicables a las relaciones
laborales?”, en Revista de Derecho Laboral Actualidad, nº 2016-2 Rubinzal
Culzoni, Santa Fe, pág. 177-187.

356
1) Tiempo secuencial. Un algoritmo funciona en tiempo en base a datos tomados de la “realidad” –con la problemática
discretizado –paso a paso–, definiendo así una secuencia de estados explicada anteriormente-, y su utilización para enseñarse a sí mismo
computacionales por cada entrada válida (la entrada o input son los a determinar y arribar a nuevas conclusiones, por ejemplo, los
datos que se le suministran al algoritmo antes de comenzar). trabajadores que resultan más adecuados para determinada función,
2) Estado abstracto. Cada estado computacional puede ser descrito constituyen un ulterior escollo a sopesar en la utilización de este
formalmente utilizando una estructura de primer orden y cada medio tecnológico.
algoritmo es independiente de su implementación de manera que en Por otro lado, en el mundo tecnológico existen los denominados
un algoritmo las estructuras de primer orden son invariantes bajo “Algoritmos de Caja Negra”, y estos en sí mismo encierran una
isomorfismo. oscuridad que radica en esconder el entendimiento de la razón de
3) Exploración acotada. La transición de un estado al siguiente queda ser de sus resultados, detrás de formulas no abiertas al público. A
completamente determinada por una descripción fija y finita. continuación desarrollaré esta temática.
Asimismo, tenemos que tener en cuenta que existen distintos tipos
de Algoritmos, para nuestro estudio resulta relevante investigar, los 3.- LOS ALGORITMOS DE CAJA NEGR A
Algoritmos de Búsqueda. Los Algoritmos de caja negra son aquellos en los que el usuario no
Un algoritmo de búsqueda es aquel que está diseñado para localizar puede acceder para entender su funcionamiento. Totalmente sellados
un elemento con ciertas propiedades dentro de una estructura ante ojos ajenos, suelen estar presente sobre todo en los motores
de datos; por ejemplo, ubicar el registro correspondiente a cierta de búsqueda, ya que su código no es algo de dominio público y, por
persona en una base de datos, o el mejor movimiento en una partida tanto, permanece oculto para que nadie pueda conocer a fondo todo
de ajedrez. su funcionamiento, aunque sí su comportamiento.
Los algoritmos, como el que se describe aquí, generan grandes Los Algoritmos de caja negra, a pesar de ese nombre tan misterioso,
cantidades de datos, idealmente estadísticos, para cerrar las brechas no son más que códigos que están fuera de la visibilidad de los
de información. Se utiliza la información preestablecida para extraer usuarios para evitar filtraciones de datos o la detección de patrones
conclusiones sobre las características y comportamiento futuro de concretos. Sin embargo, ¿eso es todo lo que se oculta?
las personas cuyos datos propios no necesariamente ha analizado Los Algoritmos de caja negra chocan frontalmente con la filosofía
el algoritmo. Por medio de categorías de representación (por de transparencia que tanto se mueve por Internet al día de hoy, pero
ejemplo, “mujer”), varias características –que supuestamente son que tiene sentido cuando hay una gran inversión en investigación y
predominantes y típicamente expuestas en los portadores del rasgo– desarrollo tras ellos y se quieren evitar posibles copias.
se atribuyen a los individuos (por ejemplo, la mala probabilidad de
integrarse en el mercado laboral). Para las empresas, es la mejor forma de evitar plagios y asegurar
que hay información totalmente protegida y fuera de manos no
deseables. Pero para los usuarios, es un punto “negro” que no permite
2.- ¿Y POR QUÉ TIENE RELEVANCIA PAR A EL DERECHO DEL comprender el funcionamiento y por lo tanto los resultados arrojados
TR ABAJO? por ejemplo en una búsqueda.
Cabe preguntarnos, ¿qué vínculo poseen los algoritmos con la Como ejemplos de Algoritmos de caja negra hay bastantes, de
situación laboral y las probables consecuencias en el futuro del hecho, cada vez que navegamos y nos movemos por buscadores
mundo del trabajo? estamos viendo la acción de muchos de estos casi sin darnos cuenta.
Esta pregunta se encuentra en cada uno de los puestos de La mayoría de los algoritmos que rigen el comportamiento de los
trabajo que hoy operan en el mercado laboral, se vislumbra en los buscadores pertenecen a esta categoría tan hermética.
procesos de selección de personal, en el resultado de los mismos, Su contenido, si bien puede parecer “neutral”, puede -al encontrarse
en el tratamiento de datos que hacen a la órbita personal de los en la oscuridad- estar plagado de sesgos discriminatorios o bien
trabajadores, etc. En definitiva, existen distintas aristas que deben preconcepciones que exceden el ámbito tecnológico.
ser consideradas en el uso de algoritmos en el Mundo del Trabajo.
Cerca del 55% de los directores de recursos humanos en Estados 4.- ¿LOS ALGORITMOS DISCRIMINAN? EL SESGO DE
Unidos dicen que la inteligencia artificial jugará un papel crucial en la GÉNERO EN LOS ALGORITMOS
contratación de personal en los próximos cinco años, de acuerdo con
una entrevista elaborada por la firma de software CareerBuilder . La cantidad de información digital que se genera actualmente no se
compara con nada que la humanidad haya conocido en la antigüedad.
Pero adentrándonos en el análisis de la situación, ¿por dónde Esta situación ha dado lugar a la creación de técnicas para manejar
comenzamos? Veamos, una primera aproximación sería considerar dicha cantidad de información en periodos de tiempo más cortos y
que la configuración de un Algoritmo puede ser interpretada a poder obtener resultados de manera inmediata.
simple vista como un proceso tecnológico ajeno a todo tipo de
subjetividades inherentes a la sociedad y/o ergo al hombre. Sin El Big Data, por ejemplo, se encarga de manejar toda aquella
embargo, de profundizarse la visión comenzamos a observar que la información que, debido a su volumen, no puede ser procesada o
configuración de un Algoritmo justamente arrastra estereotipos y analizada utilizando procesos o herramientas tradicionales. Estas
roles largamente arraigos en el ámbito socio cultural y por lo tanto técnicas de manejo de información están transformando la manera de
en los operadores informáticos encargados de introducir esta nueva realizar investigaciones y tomar decisiones relacionadas con el ámbito
tecnología en la vida cotidiana. científico, investigación ambiental y biomédica, educación, salud,
seguridad nacional, entre otros.
La generación de los denominados “inputs” es a prima facie el factor a
considerar. Recordemos que el software es diseñado y escrito por personas y, por
lo tanto, no está libre de la influencia humana. Como ya hemos visto
Aquellos datos extraídos de la realidad y cuyos parámetros formatean los algoritmos, que son una serie de instrucciones escritas por los
el procesamiento en búsqueda de un resultado, restringen de por sí el programadores, a menudo se describen como una caja negra; es difícil
ámbito de selección a determinadas configuraciones de acuerdo a los saber qué sitios web producen ciertos resultados.
datos suministrados.
Los algoritmos de aprendizaje automático, como la función de
Es en esta parte del proceso, que la transparencia en el uso de datos autocompletado, basan su comportamiento en lo que aprenden de
y su articulación para la generación de Algoritmos adquiere principal las personas. Como resultado, los investigadores en Ciencias de la
importancia. Computación, Ética y Derecho, afirman que los algoritmos pueden
Cierto es, que las grandes compañías tienden a pretender mantener reforzar los prejuicios humanos .
este contenido fuera del alcance del público, en aras a preservar el A principios del mes de Julio del año 2018, una noticia relacionada
denominado “know how” y asimismo en términos de confidencialidad con los algoritmos de reconocimiento de contenido que utiliza
y no competencia. Google causó gran polémica y disgusto entre la población
No obstante ello, como bien indicara ut supra, son éstos los primeros afroamericana, al etiquetar a una pareja como “Gorilas”. Ante el
factores que pueden acarrear en el ámbito laboral procesos cargados error, Google tuvo que salir a pedir disculpas y mencionó que este
de “sesgos”. Sesgos que pueden tener por base el género, la etnia, la tipo de problemas quedarían resueltos con el lanzamiento de Google
religión, el estrato social, etc.
Una segunda etapa de análisis tiene comienzo con el procesamiento
de los datos y las estructuras utilizadas a esos fines. La creación
de categorías de representación, que los propios Algoritmos crean

357
Fotos y su función para editar el etiquetado automático. elaborada por Reuters .
Una investigación realizada por la Universidad de Washington Cinco miembros del equipo que trabajaron en el desarrollo de esta
encontró que al realizar una búsqueda en Google Imágenes para herramienta le contaron a Reuters que el algoritmo “se enseñó a sí
“CEO”, los resultados obtenidos sólo mostraron a un 11% de mujeres, mismo que los candidatos masculinos eran una preferencia”. Según el
a pesar de que el 27% de los directores ejecutivos de los Estados informe, esta tecnología funcionaba revisando solicitudes de empleo
Unidos son mujeres. Por si fuera poco, la primera imagen de una y dándoles a los candidatos un puntaje de una a cinco estrellas .
mujer que aparecía en la segunda página, era la muñeca Barbie CEO . En 2015, quedó claro que el sistema tenía un sesgo machista a
Investigadores de Carnegie Mellon hicieron un estudio en el que la hora de seleccionar a los solicitantes, sobre todo a quienes
construyeron una herramienta para simular usuarios de Google que aspiraban a puestos técnicos típicamente asignados a hombres,
comenzaron sin historial de búsqueda y luego visitaron sitios web de como desarrollador de software. Entonces, comenzó a penalizar a los
empleo. Más tarde, en un sitio de noticias de terceros, Google mostró currículos que incluían la palabra “mujer”.
un anuncio para un cargo ejecutivo 1,852 veces a hombres y 318 veces Son problemas descubiertos por periodistas, investigadores e
a las mujeres. instituciones, cuando se hacen manifiestos y obligan a la empresa
“Incluso si no están diseñados con la intención de discriminar a esos a corregirlos, pero ¿qué pasa con todos los procesos que ya están
grupos, si se reproducen las preferencias sociales, incluso de una mecanizados y desconocemos cómo nos afectan? ¿Cómo sabrá
manera completamente racional, también se obtendrán formas de una mujer que se la privó de ver un anuncio de trabajo? Facebook
discriminación.” dijo David Oppenheimer, profesor de la Universidad y Google, por ejemplo, son perfectamente conscientes de este
de Berkeley, California. problema y hasta nos explican cómo sucede, pero son absolutamente
Los defensores de tales técnicas elogian la eficiencia y la precisión en opacos y no permiten a nadie vigilar de un modo eficiente estos
las decisiones sobre la distribución de los recursos y las decisiones sesgos.
de pronóstico. El ordenador decide de manera objetiva o, al menos, Aquí aparece un dilema: cualquier persona que quiera luchar contra
menos sesgada que los humanos. Si el “ser mujer” para el algoritmo la discriminación tiene que hacerla visible (o por lo menos verla por
es negativo, solo es por presentar las desventajas estructurales de las sí misma). Al mismo tiempo, el mapeo estadístico de las estructuras
mujeres trabajadoras. Si se ignorase el hecho de que ciertos grupos discriminatorias puede convertirse en una profecía autocumplida y
enfrentan la discriminación en el mercado laboral, no se podría reforzar la discriminación. No es el algoritmo que discrimina, sino el
respaldarlos de manera correcta. Detrás de esto se encuentra la puesto –y los parámetros sociales y culturales relacionados al mismo-
decisión del reparto de los recursos: ya que no se puede fomentar a donde se lo implementa.
todos, se favorece a aquellos en quienes el algoritmo determina que el Aunque sería imposible para los seres humanos supervisar cada
dinero se invierte de manera más efectiva. decisión de un algoritmo realiza, es evidente que las empresas
Cuando la realidad social es discriminatoria, los algoritmos deberían ejecutar periódicamente simulaciones para probar los
que la modelan también son discriminatorios. Al reproducir la resultados de sus algoritmos. De hecho, la Federal Trade Commission
realidad (discriminación contra las mujeres en el mercado laboral, (Comisión Federal de Comercio) ha advertido contra el uso de
responsabilidades de cuidado como una desventaja laboral para las grandes volúmenes de datos para discriminar a grupos minoritarios o
mujeres) se consagra una injusticia existente. En casos de duda, el de bajos ingresos .
mal se refuerza más: si una persona ya desfavorecida no es respaldada Es evidente que el diseño de este tipo de software debe ser cuidado
por la evaluación del algoritmo, sus expectativas siguen empeorando . más a detalle para evitar futuros errores. Sin embargo, esta situación
La identificación y la modificación de un algoritmo sesgado parece sólo da cuenta de nuestro comportamiento como miembros de una
ser complejo. Así lo explica, Karen Hao . La autora matiza el rol de los sociedad, falta de igualdad y respeto.
datos. El sesgo, según Hao, puede existir mucho antes de la recolecta
de los datos y en otros procesos.
5.- EL ROL DEL DERECHO DEL TR ABAJO FRENTE
Existen tres etapas claves donde se produce el sesgo algorítmico. A LA INTELIGENCIA ARTIFICIAL EN MATERIA DE
La definición del objetivo, primera etapa de la elaboración de un DISCRIMINACIÓN.
algoritmo, corresponde a la transformación de un concepto en una
fórmula matemática. Obviamente, las características se determinan El sexo o género no puede ser, en ningún caso, un factor por el que
en función de los intereses de la empresa que necesita el algoritmo. se contrata o deja de contratar a alguien. La no discriminación por
razón de sexo o género está contemplada en el Convenio 111 de la
La siguiente etapa consiste en introducir los datos que pueden revelar Organización Internacional del Trabajo, el artículo 2, párrafo 2 del
prejuicios y no reflejar la realidad. Pacto Internacional de Derechos Económicos, Sociales (cuestión que
En la última etapa, el informático tiene que elegir un atributo, es decir fue desarrollada por el Comité de Derechos Económicos, Sociales y
una característica particular que ayudará a dar más precisión a la Culturales en su observación general Nº 20), entre otras normas.
predicción del algoritmo. La elección de un atributo o el descarte de El contenido del derecho fundamental a no ser discriminado por
otro puede influir totalmente en el sesgo. razón de sexo abarca la igualdad de trato y la de oportunidades.
En el artículo de la revista Wired, “Machines taught by photos learn La igualdad de trato comprende, a su vez, la prohibición de
a sexist view of women”, se confirma la existencia de la brecha de discriminaciones directas e indirectas. La igualdad de oportunidades
genero. remite al mandato de acciones positivas a favor de la igualdad real y
Los resultados del estudio de la Universidad de Virginia, detallados efectiva de mujeres y hombres.
en el artículo de El País “Si está en la cocina, es una mujer: cómo los La exclusión de hecho de las mujeres en el mercado laboral, exige
algoritmos refuerzan los prejuicios”, demuestran que tras entrenar a efectuar –como lo sugiere Roberto Saba– una lectura estructural
un algoritmo con dos bancos de imágenes que contienen tan solo en de la igualdad –concebida como no sometimiento– que entiende
un tercio del total a un hombre cocinando, el programa informático que “…el objetivo que la igualdad ante la ley persigue es el de evitar
deduce en 83% de los casos que una persona cocinando es una mujer. la constitución de grupos sometidos, excluidos o sojuzgados en
Esta situación, según The Guardian, no es nueva. En el artículo Why una sociedad (…) A diferencia de la noción de no discriminación
tech’s gender problem is nothing new , el periódico británico revela (entendida como trato no arbitrario fundado sobre prejuicios), la
las prácticas del gigante Amazon. Desde 2014, la tecnología de versión de la igualdad como no sometimiento refiere a un trato
automatización de ofertas de empleos desarrollada por la compañía segregacionista y excluyente tendiente a consolidar una situación de
de Jeff Bezos, ha sido entrenada principalmente con curriculum vitae grupo marginal (la casta o underclass)” .
masculinos. De hecho, el sistema ha aprendido que los candidatos La Comisión Interamericana de Derechos Humanos (2007)
masculinos eran preferibles. La explicación es sencilla: los modelos consideró que:
informáticos de Amazon se han entrenado mediante la observación Una concepción más amplia del principio de no discriminación se
de patrones en los currículos presentados a la empresa durante un vincula con la idea de terminar con la subordinación de las mujeres
período de 10 años. La mayoría provenían de hombres. como grupo. Esta concepción (que [bajo] esta luz algunos llaman
En 2014 la compañía de comercio electrónico puso en marcha un principio de antisubordinación) condena las prácticas que tienen
sistema algorítmico con el que esperaba optimizar recursos y ahorrar el efecto de crear o perpetuar en nuestra sociedad una posición
tiempo y mano de obra, además de encontrar un sistema neutral para
contratar personal.
Pero Amazon tuvo que despedir a su nuevo reclutador porque el
algoritmo resultó ser sexista, de acuerdo con una investigación
358
subordinada para ciertos grupos desaventajados, como es el caso de peor, la falta de un verdadero pensamiento intersectorial detrás
las mujeres (…). El sistema interamericano no sólo recoge una noción de la creación de algoritmos. Es importante también, cuestionar
formal de igualdad, limitada a exigir criterios de distinción objetivos y los resultados de las decisiones tomadas por los algoritmos y pedir
razonables y, por lo tanto, a prohibir diferencias de trato irrazonables, transparencia. Se apela a una mejor gobernanza de los algoritmos y
caprichosas o arbitrarias, sino que avanza hacia un concepto de por eso hay que motivar a las mujeres para formarse en profesiones
igualdad material o estructural que parte del reconocimiento de que tecnológicas.
ciertos sectores de la población requieren la adopción de medidas La educación es una prioridad. Las mujeres representan solo un
especiales de equiparación . 28% en el sector de las “Science Technology Engineering And
En esta línea de razonamiento, cabe ponderar el voto del Juez Mathematics” (STEM).
Petracchi (2000) en la causa “González de Delgado” , al sostener No hay duda de que la educación tiene que ser una prioridad, así
que: como el empoderamiento a través de la educación. El artículo titulado
Las categorías fundadas en el sexo no deben usarse para crear o “Including women in AI and algorithms” de la Fundación World Wide
perpetuar la inferioridad legal, social y económica de la mujer. Web de Tim Berners-Lee , hace referencia a un informe que avisa
En todo caso, las clasificaciones fundadas en el sexo pueden ser sobre la dominación casi exclusiva de los hombres en el sector de la
utilizadas para compensar a las mujeres por las inhabilidades que inteligencia artificial.
ellas han sufrido a través de la historia . Para reducir esta brecha, los autores del informe proponen tres
La idea de no perpetuación de la inferioridad de un grupo –en recomendaciones: las mujeres, en primer lugar, tienen que tener un
este caso, la mujeres– nos acerca, precisamente, a la aspiración de rol activo en la modelación de la nueva generación de tecnología;
desmantelar un sistemas de castas cristalizado en el tiempo que se luego los estados tienen que implementar líneas de conducta para
prolonga durante generaciones . proteger las mujeres de los algoritmos discriminatorios; y finalmente
Al igual que ocurrió en los precedentes “Sisnero” y “Borda” , el hay que reforzar la investigación sobre el impacto de los algoritmos
comportamiento de las empresas, en cuanto contribuye a mantener sobre las mujeres.
un mercado laboral sesgado por un estereotipo de género, proyecta Si el algoritmo se ha convertido en ley, debe ser transparente,
consecuencias disvaliosas cuya reparación requiere la adopción de accesible, discutible y enmendable, como la ley misma. Es lo que
otras medidas tendientes a revertir el efecto discriminatorio. exigen cada vez más especialistas y organismos, como la Liga para
En el mundo tecnológico, puntualmente aquel que define la función y la Justicia Algorítmica creada por Joy Buolamwini, licenciada en
la constitución de algoritmos, estos parámetros y conceptos no dejan computación e investigadora del Laboratorio de Medios del Instituto
de constituir un marco de actuación y como tales se tornan vigentes y Tecnológico de Massachusetts (MIT) de Estados Unidos.
de aplicación. “Una máquina, aparentemente neutra, programada con algoritmos,
¿Cuál otra sería la función del derecho del trabajo si no se ajustara a simplemente no pudo detectar mis características físicas. Es el lado
analizar sus apartados a la luz de las nuevas modalidades en las que equivocado de las decisiones de cálculo, que pueden conducir a
su objeto de estudio se manifiesta? prácticas y conductas excluyentes y discriminatorias en la sociedad”,
explicó Buolamwini en una entrevista realizada por el órgano de
En consecuencia, surge un problema a pensar: el problema legal de prensa de la casa de estudios .
construir la personalidad externa por atribuir características de
grupo. “Si estamos limitados cuando se trata de ser inclusivos, eso se va
a reflejar en los robots que desarrollamos o en la tecnología que se
De una forma regular se pasa por alto el hecho de que incluso la incorpora dentro de los robots”, aseveró Buolamwini.”
atribución de las características en el periodo previo a una decisión
tiene una relevancia jurídica fundamental. La construcción de la Asimismo, aseguran que el problema de las máquinas inteligentes son
personalidad externa como tal (es decir, la caracterización según los sus prejuicios sociales rampantes y que, por tanto, hace falta crear
rasgos de formación de grupo por algoritmos) interviene en el derecho reguladores públicos que revisen sus sistemas.
a la autodeterminación informativa o el derecho motivado de manera
semejante a la protección de datos. Esto garantiza, “la libertad del CONCLUSIÓN
individuo a determinar por sí mismo qué imagen de su personalidad
quiere expresar” . Además, otros derechos fundamentales podrían La identificación y la modificación de un algoritmo sesgado parece
verse afectados. ser complejo. Si el algoritmo de programación, otorga un producto
“basado en” y “resultado de” sus “inputs” y “procesos sesgados”,
Los programas informáticos que construyen imágenes estadísticas parece que la tecnología no podrá por si sola modificar parámetros
de personalidad reducen la libertad a la autorrepresentación que continúan recayendo en las personas y en consecuencia en
informativa: los que se enjaulan de manera estadística por un nuestras sociedades.
algoritmo apenas pueden liberarse. Incluso otra mujer –por ejemplo,
una administradora de empresa– que utiliza el algoritmo para El rol de los trabajadores, los empleadores y las organizaciones de
decir que las mujeres generalmente tienen malas expectativas en el ellos, deberán adoptar mecanismos para prevenir esta continua
mercado laboral encontrará a cada candidata con esta preconcepción reproducción de desigualdades para nuevamente garantizar la
y la contratará solo en casos excepcionales. Se crea una imagen Justicia Social que desde 1919 –con su creación a través del Tratado
(negativa) de la persona, a la que no se puede oponer nada. Esta de Versalles- se propugna como mecanismo para alcanzar una paz
imagen no se adquiere en un proceso comunicativo y equilibrado con social, duradera y permanente.
la posibilidad de influir en los afectados, sino se construye por tercero Este es un problema mayor que lleva a pensar que detrás de cada
que utiliza datos de terceros. algoritmo hay datos, datos introducidos por individuos, a menudo
Más bien, los algoritmos determinan la información de un grupo con intereses propios y miradas cargadas de sesgos de género.
y la atribuyen a un individuo. Tal imagen de personalidad puede Creer que hemos ganado la guerra de la igualdad porque se denuncian
afectar el derecho a la no discriminación y por lo tanto a la igualdad cada vez más los abusos sexuales, los maltratos y la violencia contra
de oportunidades como destacara anteriormente (en derecho las mujeres parece olvidar que los algoritmos y la inteligencia artificial
comparado se habla del “derecho a la autorrepresentación” como que están cambiando nuestra vida también pueden transformarse en
mencioné en el presente), al menos tanto como la evaluación un arma de discriminación masiva.
de muchos detalles individuales de una persona. Por un lado, la Por ello se requiere un rol activo, en la implementación de los
asignación de características de grupo ignora la individualidad estándares mínimos laborales aplicados también en el área de las
de los miembros del grupo. Por otro lado, las personas se privan ciencias informáticas, así como la concientización y sensibilización
de la posibilidad de decidir por sí mismas si quieren denunciar de las temáticas de género, removiendo las barreras estructurales
la característica o intervenir en las conclusiones. Esto persiste arraigadas entorno a roles y participación femenina en distintas áreas
especialmente cuando el hallazgo resulta de características que ya se de las STEM.
estigmatiza y se estereotipa.
Coordinar funciones, también aquellas ahora “informáticas”, se torna
en un valor a reproducir y plasmar tanto en el Mundo Físico como
6.- LA ILUSIÓN DE LA OBJETIVIDAD DE LAS MÁQUINAS ¿ES el Mundo Digital. Sólo ante el cambio operado a nivel social, podrá
POSIBLE COMBATIR EL SESGO?
Muchos elementos tienen que tomarse en cuenta, como también el
contexto social, por ejemplo.
El primer gran problema: la falta de mujeres científicas y, lo que es
359
operarse una real modificación en el espacio digital, para así remover Trabajo en plataformas digitales: una
los sesgos de género y discriminatorios que ocultos en formulas y mirada desde el derecho a la seguridad
operaciones mantienen vigentes las brechas y diferencias por género
que estamos llamados a erradicar, ahora en el marco de la Revolución social
Industrial 4.0. Por Marianela Fuentes y Vanesa Descalzo

Introducción
BIBLIOGR AFÍA La Revolución Industrial produjo modificaciones de raíz en el
-Amazon scraps secret AI recruiting tool that showed bias against women, sistema de producción y de comercialización. Por ende, el sistema
disponible en [https://www.reuters.com/article/us-amazon-com-jobs- laboral quedó entonces tangencialmente modificado: las mujeres se
automation-insight/amazon-scraps-secret-ai-recruiting-tool-that-showed-bias- incorporaron a la producción, las familias se mudaron del campo a
against-women-idUSKCN1MK08G] consultado el día 10 de julio de 2019. la ciudad y las fábricas aglomeraron el universo de oferta y demanda
-Brassard, Gilles; Bratley, Paul (1997). Fundamentos de Algoritmia. Madrid: de empleo. Con ello, sobrevinieron históricos reclamos y más tarde,
PRENTICE HALL. ISBN 84-89660-00-X. importantes reivindicaciones que se convirtieron en el terreno fértil
-Cámara Nacional de Apelaciones del Trabajo, Sala II, “Borda, Erica C/ Estado que vio el nacimiento del derecho del trabajo.
Nacional (Ministerio De Trabajo, Empleo y Seguridad Social de la Nación y
Otros S/Acción de Amparo”, Sentencia Definitiva Nro.: 113 078.
Pero es del caso, que la tecnología de la información y de la
comunicación que hizo su aparición e irrumpió en los escenarios de la
-Cambridge, Massachusetts: The MIT Press. ISBN 978-0-262-53305-8.
economía, y con ello del orden social. Conectó a personas en lugares
-Comisión IDH, 20/01/2007, informe Acceso a la Justicia para mujeres remotos, suprimió tareas manuales por programación informática
víctimas de violencia en las Américas, OEA/Ser.L/V/II., Doc. 68, párr. 75 y 99
y permitió atravesar fronteras con un solo click. Así el mundo
y, asimismo, Corte IDH, 16/11/2009, “González y otras (Campo Algodonero)
vs. México, excepción preliminar, fondo, reparaciones y costas”, párr. 401. productivo y laboral se vio nuevamente tangencialmente conmovido:
“(…)con la reducción de los costes de transacción, la empresa no tiene
-Cormen, Thomas; Leiserson, Charles; Rivest, Ronald; Stein, Clifford (2009).
Introduction to algorithms. John E. Gurevich, Yuri (2000). «Sequential
ningún incentivo para poseer grandes estructuras organizativas. En
Abstract State Machines capture Sequential Algorithms». ACM Transactions efecto, cualquier observador de la realidad puede percatarse que la
on Computational Logic 1 (1): 77-111. ISSN 1529-3785. descentralización está aumentando, creándose redes de producción
-Corte Suprema de Justicia de la Nación Argentina, “González de Delgado, dispersas.”
Cristina y otros c/ Universidad Nacional de Córdoba”, consid. 9º del voto, La celeridad de las innovaciones en materia informática ha implicado
Sentencia del día 19/09/2000. que muchos de los cambios que las nuevas herramientas tecnológicas
-Corte Suprema de Justicia de la Nación Argentina, “Sisnero, Mirtha Graciela y están introduciendo aún resultan desconocidos y es entonces cuando
otros c. Tadelva SRL y otros s/ amparo”, Sentencia del 20 de mayo de 2016. los especialistas intentan describir lo mejor posible el escenario que
-MIT Technology Review, Karen Hao, en “¿Cómo se produce el sesgo se vive para delinear propuestas de regulación.
algorítmico y por qué es tan difícil detenerlo”, disponible en [https://www.
theguardian.com/technology/2018/oct/11/tech-gender-problem-amazon-
facebook-bias-women] consultado el día 10 de julio de 2019. Algunas definiciones
-Real Academia Española. Diccionario de la lengua española “Conjunto En primer lugar, resulta interesante delinear algunos conceptos y
ordenado y finito de operaciones que permite hallar la solución de un sus posibles diferencias, en tanto de la inclusión o no a una u otra
problema.” categoría podrían derivarse consecuencias bastante disímiles.
-Savage (1987). The Complexity of Computing. Krieger Publishing Co. ISBN
089874833X.
La aparición y propagación del uso de la tecnología y la informática
en las comunicaciones y los negocios ha propiciado la reaparición de
-Sipser, Michael (2005). Introduction to the Theory of Computation (2
la economía de intercambio, ahora en el marco de un escenario con
edición). Course Technology. ISBN 978-0534950972. Archivado desde el
original el 15 de junio de 2006. un potencial de alcance multiplicado de manera infinita por la red
de internet. Y si bien, en ese marco, han aparecido algunos portales
-Protections Against Discrimination and Other Prohibited Practices,
disponible en [https://www.ftc.gov/site-information/no-fear-act/protections- y aplicaciones que resultan facilitadores de ese intercambio, existen
against-discrimination] también, otras herramientas informáticas que, si bien se presentan
-Saba, Roberto, Más allá de la igualdad formal ante la ley ¿Qué les debe el
como parte integrante de aquel fenómeno, en realidad se insertan
Estado a los grupos desventajados, Buenos Aires: ed. Siglo X XI, 2016, pág. 58 en un sector del mercado con ánimo de lucrar con la realización por
y 63. parte de terceros de una actividad tradicional, a la que reorganizan
-Fallos 323:2659. bajo un diseño innovador, y de ahí que su naturaleza resulte
cuestionada.
-Owen Fiss, Groups and the equal protection clause, Philosophy & Public
Affair, 5, 1976. Para intentar delinear la verdadera noción de esta nueva modalidad,
pueden resultar útiles las definiciones que ha elaborado la doctrina al
respecto.
Se ha señalado que el término de “economía colaborativa” puede
ser considerada como aquella categoría que integra“(…) aquellos
modelos de producción, consumo o financiación que se basan en
la intermediación entre la oferta y la demanda entre iguales (peer
to peer y bussiness to bussiness); o de particular a profesional
(…) y que se orienta a aprovechar los bienes y recursos existentes
e infrautilizados pudiendo existir o no una contraprestación
monetaria entre los usuarios (…). Los servicios que se encuadran en
la economía colaborativa usualmente no tienen un fin de lucro, sino
que su objetivo es compartir gastos buscando utilizar, compartir,
intercambiar, o invertir los recursos o bienes entre los usuarios para
cubrir los costos que genera el uso de un bien infrautilizado o la
realización de una actividad específica” . En otras palabras, queda
reservado al “fenómeno que consiste en poner bienes y servicios en
el mercado mediante plataformas on line” que debe distinguirse de
aquellas compañías que desarrollan un negocio lucrativo en línea
en tanto “conectan la demanda de bienes y servicios con la oferta de
ellos mediante la plataforma”, intercambio que se ha dado en llamar
“economía de plataformas”.
Entre los primeros, se ha señalado que se encuentran productos
como la enciclopedia libre “Wikipedia”, el software libre “Linux” , las

360
conexiones que ofrece el portal “Couchsurfing” y, en el mercado local, El fallo “Tesorería General de la Seguridad Social
podría incluirse la plataforma de compra y venta argentina “Mercado c/ RoodfoodsSpains SL” (Juzgado de lo social de
Libre”. Valencia nro. 5, fallo del 10.06.2019)
En relación a la segunda categoría, la Organización Internacional En el marco del debate acerca de la naturaleza de los negocios
del Trabajo la OIT señala que existen dos tipos de plataformas: las operados a través de estas nuevas plataformas, se han suscitado
plataformas en línea, en las cuales el trabajo se terceriza mediante distintos litigios judiciales, con resultados diversos.
convocatorias abiertas a una audiencia geográficamente dispersa (una Recientemente, el Juzgado de lo Social Nro. 5 de Valencia falló en
modalidad también conocida como «crowdwork»), y las aplicaciones contra de la compañía que gira bajo el nombre de fantasía “Deliveroo”
(o apps) móviles con geolocalización, en las que el trabajo se y determinó que sus trabajadores no son verdaderos autónomos,
asigna a individuos situados en zonas geográficas específicas. En condenando en consecuencia a dicha plataforma a ingresar los
este sentido, se aclara que si bien estas plataformas digitales son importes correspondientes a las cotizaciones a la seguridad social
el resultado de avances tecnológicos, el trabajo que generan se adeudadas por cada uno de ellos, desde la fecha de interposición de la
asemeja a muchas modalidades laborales que existen desde hace demanda.
tiempo, con la diferencia de que cuentan con una herramienta digital
que sirve de intermediario. En Argentina, las plataformas vienen En dicha causa, el tribunal interviniente analizó una demanda
introduciéndose con mayor impulso desde el año 2016, invitadas promovida por la Tesorería General de la Seguridad Social en contra
por el modelo flexibilizador que pregonó el nuevo gobierno. Así, de la empresa RoodfoodsSpain SL, en la que la actora pretendía
se incorporaronCabify, Uber, Glovo, Freelancer a las del mercado se declarara la naturaleza laboral del vínculo de 97 trabajadores
nacional (Zolvers, Workana, Iguanafix y Nubelo). relacionados con la compañía referida, mientras que ésta se oponía
aduciendo que los unía un contrato de naturaleza mercantil. El
Estado, a través de la repartición referenciada, denunciaba la
El modelo de negocios de la economía de violación a la normativa vigente en materia de seguridad social en
plataformas y sus implicancias tanto no había dado de alta a los trabajadores ante los organismos
La mayoría de las plataformas digitales que en la actualidad se pertinentes.
encuentran activas, publicitan, en sus portales web, términos y En la causa, el tribunal dejó sentado que para resolver el litigio se
condiciones que han sido redactados de manera unilateral por las atendería a las reales condiciones en las que los actores prestaban
compañías y a los que los aspirantes a prestar servicio a través de su servicio en la plataforma, sin tener en cuenta la calificación
éstas deben adherir. que del contrato hubieran realizado las partes contratantes. Para
En general, coinciden en presentarse como meras herramientas ello, deberían contrastarse los términos del contrato que utiliza la
informáticas que “conectan” a quien necesita un servicio con aquel empresa para entablar los vínculos con los prestadores del servicio,
que ofrece proveerlo. De esta manera, el primero se convierte en con las obligaciones y derechos que, en la práctica, se ponían en juego
cliente de la app y, el segundo, en colaborador. en ese intercambio.
En el marco de este diseño, el colaborador es considerado un En definitiva, la disputa quedaba ceñida a decidir si las tareas llevadas
trabajador autónomo o “free lance”, justificando tal rótulo en a cabo por los operadores a través de la plataforma resultaba trabajo
ciertas características y condiciones del vínculo que se ofrece, que lo en relación de dependencia o por cuenta ajena. La complejidad
diferencian del trabajo asalariado. del asunto resultaba patente, en tanto si bien en algunos casos
los límites entre uno y otro campo pueden presentarse difusos,
No obstante, las condiciones relevadas tanto en informes lo novedoso del modelo de negocio ponía aún más en jaque tales
oficiales realizados por organismos entre los que se cuenta fronteras. Al respecto la magistrada señaló: “Tanto la dependencia
la OIT como también de la prueba recolectada en distintos como la ajenidad son conceptos de un nivel de abstracción bastante
procesos administrativos y jurisdiccionales se concluyeron que las elevado, que se pueden manifestar de distinta manera según las
características de la prestación del servicio revelan, en la realidad de actividades y los modos de producción, y que además, aunque sus
los hechos, situaciones diferentes a las primigeniamente ofrecidas. contornos no coincidan exactamente, •guardan entre sí una estrecha
Al respecto, se reprocha que si bien estas nuevas compañías relación; de ahí que en la resolución de los casos litigiosos se recurra
se publicitan como oferentes de un espacio de trabajo flexible, con frecuencia para la identificación de estas notas del contrato de
autónomo y por cuenta propia, en realidad, tienen diseñado el trabajo a un conjunto •de indicios o hechos indiciarios de una y otra.”
negocio de forma tal que no existe la pregonada libertad en la Así, el tribunal entendió que el análisis del caso sometido a su
prestación de las tareas: “El core de esta forma de trabajar es examen debía hacerse partiendo de los indicios de laboralidad, y en
hacerlo mediante apps que notifican los encargos disponibles, como esa perspectiva recordó que entre aquellos habitualmente se han
en el caso de Uber o Deliveroo, y, en relación con la frecuencia, enumerado la “asistencia al centro de trabajo del empleador o al
trabajar mediante plataforma no de forma esporádica, sino con lugar de trabajo designado por éste y el sometimiento a horario (…)
cierta habitualidad (…)no existen vías de comunicación fluida con el desempeño personal del trabajo (…) compatible en determinados
la plataforma, ni siquiera cuando se producen incidentes graves en servicios con un régimen excepcional de suplencias o sustituciones
la prestación del servicio (…)” . En cuanto al poder disciplinario, se (…), la inserción del trabajador en la organización de trabajo del
marca que como rasgo característico que el control de la prestación empleador o empresario, que se encarga de programar su actividad y,
por parte de los terceros contratados se traslada a los clientes “(…) reverso• del anterior, la ausencia de organización empresarial propia
se externaliza y lo realizan los propios clientes, de forma que es la del trabajador.”
valoración de estos últimos lo que posiciona a los trabajadores en el
ranking de la plataforma y, por tanto, lo que les posibilita tener más o En contrapartida, se recaló que los indicios comunes a su contracara,
menos encargos a través de ella (…).” es decir, el trabajo autónomo o por cuenta ajena son “(…) la entrega
o puesta a disposición del empresario por parte del trabajador de
Incluso, se revela que la extinción del contrato habido entre el los productos elaborados o de los servicios realizados la adopción
“prestador de servicio” y la plataforma opera muchas veces sin previo por parte del empresario -y no del trabajador- de las decisiones
aviso y sin comunicación interpersonal, instrumentándose como un concernientes a las relaciones de mercado o de las relaciones con
mero bloqueo digital de la identidad del cocontratante. el público, como fijación de precios o tarifas, selección de clientela,
Por su parte, los trabajadores denuncian que ante el eventual indicación de personas a atender, el carácter fijo o periódico de
acaecimiento de siniestros durante la jornada laboral, o cuando se la remuneración del trabajo, y el cálculo de la retribución o de los
suceden contigencias en sus vidas particulares, quedan expuestos a principales conceptos de la misma con arreglo a un criterio que
una situación de desamparo, pues desde la plataforma no obtienen guarde una cierta proporción con la actividad prestada, sin el riesgo y
ningún tipo de cobertura, sino que inclusive, aquellos días sin sin el lucro especial que caracterizan a la actividad del empresario o al
trabajar repercuten de manera negativa en su calificación, y por ende ejercicio libre de las profesiones (…).”
implica menos demanda de trabajo a futuro. Luego, señaló que ante la luz de las nuevas formas laborales,
Uniones de trabajadores y distintas entidades gremiales, apuntan los límites entre unos y otros se tornan estrechos y deben ser
recogiendo estos reclamos, que en los hechos, las condiciones en redimensionados para poder dar lugar a estas nuevas realidades.
las que los “colaboradores” prestan sus servicios en las plataformas Valorando la prueba recolectada a la luz de las notas referenciadas,
distan de ser un trabajo de carácter autónomo. Existen también
quienes, desde el Estado, señalan que las plataformas digitales
debieran realizar sus aportes a la seguridad social por quienes
trabajan para aquellas, y abonan en esa línea la naturaleza
dependiente del vínculo con los prestadores del servicio.
361
en el resolutorio se rescató como elementos relevantes la propiedad pedido entregado. Luego, indicó que el contrato laboral no resulta
de los medios de producción, la organización empresaria y el poder ajeno al pago por comisión, por unidad de obra o destajo, como así
disciplinario ejercido por parte de la compañía respecto de los tampoco deviene excluyente de la falta de exclusividad.
operadores como ítems determinantes de la decisión.
En ese marco argumentativo se ponderó que “los verdaderos medios El impacto en el sistema de la Seguridad Social.
de producción en esta actividad no son la bicicleta y el móvil que el Recomendaciones de la OIT en relación a las
repartidor o ‘rider’ usa, sino la plataforma digital de emparejamieto reformas legislativas
de oferta y demanda propiedad de la empresa, en la que deben darse
de alta restaurantes, consumidores y repartidores o ‘riders’, y al Los nuevos modelos de negocio que se han insertado en el mercado,
margen de la cual no es factible la prestación del servicio.” como se describió supra, presentan una dinámica de intercambio
en donde las plataformas se presentan como meras herramientas
También, se tuvo en consideración los procesos formativos de informáticas intermediarias entre la demanda de un servicio y la
selección en el contexto en el cual se tomaron las entrevistas a oferta de satisfacción de éste a través de operadores autónomos. Por
los pretendientes al trabajo, las indicaciones que se brindaban en ello, la mayoría de las plataformas desarrolla su negocio sin realizar
el inicio y durante el transcurso del vínculo para llevarlo a cabo, los aportes y contribuciones sobre las “tarifas” que devengan los que
como así también las sanciones que la compañía había aplicado, y ellos denominan “colaboradores”.
en ese sentido señalaron que en relación a los actores, y conforme
la probanza judicial, habían sido reiteradas las oportunidades en Es por ello que muchos Estados, como quedó ilustrado a través de la
los que la demandada utilizaba el correo electrónico para remitir jurisprudencia comentada, se mantienen alertas ante estas nuevas
indicaciones, verbigracia, para mejorar los tiempos, para dirigirse formas, pues advierten los efectos que pueden ocasionar tanto
a los clientes, para cambiar de turno – pedido que incluso debían en lo inmediato como a largo plazo. Al respecto, por un lado, los
justificar-, para convocarlos a reuniones informativas o de formación, trabajadores denuncian la indiferencia de las aplicaciones para los
como así también para informar apercibimientos. cuales prestan servicio ante el acaecimiento de alguna contingencia,
como por ejemplo un accidente de trabajo o una enfermedad
Por otro lado, descartó que los elementos acercados por la inculpable; y por el otro, por los riesgos que estos nuevos modelos
demandada, permitieran arribar a una solución distinta. En relación pueden implicar para el financiamiento del sistema de seguridad
a ello, tuvo en cuenta que si bien la empresa había presentado la social, máxime en países como el nuestro, que se asientan sobre un
documentación que demostraba los términos y condiciones en los diseño solidario, conforme la reforma introducida al régimen por la
que se vinculaba la demandada con los repartidores, entre las que se ley 26.425.
ponían de resalto, que estos últimos eran quienes debían proveer los
elementos necesarios para realizar su actividad, esto es, su vehículo Evidenciando esta problemática, la OIT al formular sus
propio, consideró que tal elementono desvirtúa ni hace desaparecer proposiciones en orden a conseguir que el trabajo en las plataformas
la naturaleza laboral del vínculo.Para así concluir, apuntó que debe resulte decente, exhorta a los organismos de la seguridad social
valorarsela relevancia económica del aporte del trabajador en relación a: “1. Adaptar los mecanismos de seguridad social para que
a la explotación y la finalidad esencial del contrato, y en este punto, cubran a los trabajadores en todas las modalidades de empleo,
lo predominante resulta el trabajo personal del interesado, siendo el independientemente del tipo de contrato; 2. Hacer uso de la
vehículo una mera herramienta de trabajo. tecnología para simplificar los pagos de cotizaciones y beneficios;
3. Crear y fortalecer mecanismos universales y financiados con
De igual manera,el tribunal descartó la defensa que intentó hacer impuestos de protección social.” No obstante, hay quienes señalan
valer la demandada en relación a la cláusula que había incorporado que la modalidad per se implica problemáticas relacionadas con el
en los últimos contratos yque posibilitaba a los repartidores hacerse sustentamiento del sistema financiero en tanto “la fragmentación
sustituir por terceros en la prestación de su servicio. En este sentido, del tiempo de su prestación de servicios en función de si está o no
la justicia concluyó quelos contratos preveían como regla inicial que conectado a la app y del tiempo que está conectado a la misma, hace
el servicio fuera prestado de manera personal y que, si bien se admitía que también se fragmente el salario y su contribución a la Seguridad
la posibilidad de que el rider se hiciera reemplazar por otro, tal Social. Ello conforma un escenario de bajo nivel de rentas en el
situación no era habitual y, que había resultado probado que cuando presente y de bajo nivel de protección social en el futuro (…).”
ésta tiene lugar, se da en supuestos similares a los contemplados en el
régimen de dependencia, como los casos de enfermedad o de licencia Es válido aclarar, que conforme el ordenamiento normativo vigente,
ordinaria anual. en Argentina, el Sistema Integrado Previsional Argentino (SIPA)
contempla diferentes estructuras de aportes para los trabajadores en
Además de argumentar, como se dijo, que el verdadero medio de relación de dependencia y los trabajadores autónomos (Ley 24.241).
producción resultaba ser la plataforma, sin la cual, no era posible Mientras que los trabajadores en relación de dependencia ingresan al
el lucro y a cuyo servicio y mantenimiento debía asistirse, se indicó sistema su aporte personal y la contribución correspondiente a través
que el éxito del negocio era posible desde que los elementos que de su patronal, los autónomos hacen lo propio a través del Régimen
generaban la confianza de clientes y restaurantes eran la explotación Simplificado para monotributistas.
de la marca, su solvencia y su campaña publicitaria. Lo que además
se hacía ostensible desde que, aunque la empresa había intentado El aporte al sistema de los trabajadores en relación de dependencia
introducir modificaciones al respecto, los distribuidores utilizaban la se realiza a través de dos componentes: el aporte personal y la
vestimenta, la caja y entregaban el pedido con los logos de la empresa, contribución patronal. Por su parte, los trabajadores autónomos
por lo que visiblemente aquellos aparecían como parte integrante de realizan un aporte a través de dos regímenes: el Régimen General y
su estructura organizativa. el Régimen Simplificado o Monotributo, orientado a los pequeños
contribuyentes. En ambos casos el trabajador se categoriza según
En el resolutorio comentado se agregó es la accionada la “única sus ingresos y de ellos se desprende la carga tributaria vinculada a la
poseedora de la información necesaria para el manejo de sistema de actividad. Como tercera opción la ley 25.865 prevé un régimen de
negocio”, ya que es ella la que conoce los restaurantes adheridos, monotributo social para quienes realizan una actividad productiva en
los pedidos que se realizan, su ubicación y el desplazamiento que situaciones de vulnerabilidad social.
suponen y la que decide - a través de los algoritmos de la aplicación- a
cual de los repartidores que tiene a su disposición se le atribuye. Al Al respecto, la OIT revela que la problemática, en Argentina, tiene
respecto, ilustró como significativo el operar de la compañía que, tintes particulares pues “el acceso al sistema de seguridad social
al comunicar un pedido a un distribuidor, primero se le indica el se encuentra asociado a la inserción laboral” . Y en esa perspectiva
restaurante al que debe ir, y solo después, el cliente al que debe señala que las “regulaciones específicas para el trabajo independiente
llevarlo. son muy desiguales en términos de beneficios y cobertura de
la seguridad social respecto de los trabajadores en relación de
En ese desarrollo, remarcó que la empresa lleva el control de sus dependencia (…)” pues “(…) el nivel de prestaciones que brindan es
repartidores y de su desempeño, a través de la geolocalización, pues muy bajo”.
en la causa se acreditó que mientras están en línea de alta en relación
a la aplicación, quienes manejan la plataforma conocen su ubicación y El caso es aún peor para aquellos que se mantienen al margen de
sus tiempos. uno y otro sistema, pues quedan excluidos de cualquier régimen de
protección, como si se tratara de personas desempleadas, por lo que
Por último, la magistrada tuvo en cuenta que más allá de las los especialistas advierten que teniendo en cuenta algunos beneficios
disquisiciones intentadas por la plataforma, la ajenidad en los riesgos
se mantienen en el diseño del negocio, en tanto los repartidores
permanecen ajenos a las vicisitudes que, por ejemplo, pueden
suscitarse ante las inexactitudes de un pedido. Además, resaltó que
reciben un pago establecido de manera unilateral por la empresa, por
362
previsionales que hoy existen en nuestro país (pensión para adultos Taller: “Trabajo y revolución tecnológica:
mayores sin aportes formales y el acceso a la salud pública de puntos de conexión e inflexión”
manera gratuita) “(…) es evidente una transferencia de costos hacia
la sociedad por parte del trabajador si es autónomo, o desde la
LAS FRONTERAS MÁS ALLÁ DEL ALGORITMO:
plataforma, si existiera una relación de dependencia encubierta.” EL IMPACTO DE LAS TICS EN LOS PROCESOS
En lo concreto, los trabajadores independientes no cuentan con MIGRATORIOS Y LA INSERCIÓN LABORAL
licencia por enfermedad o accidente , ya sea inculpable o laboral, DESDE LA ÓPTICA ARGENTINA-CHILENA
licencia por embarazo, por enfermedad de familiar, seguro de Mariela Inés Laghezza, abogada y docente UBA.
desempleo, vacaciones pagas o protección contra el despido
arbitrario. Además, son los únicos sujetos que aparecen como
deudores en el caso de no erogar en tiempo y forma el importe que le “Una personalidad perfecta, entonces, sólo es posible en un estado
correspondiere, sin involucrarse en esto, prima facie, quien lucra con de la sociedad donde una persona sea libre de escoger el modo
el servicio de estos sujetos. de trabajo, las condiciones de trabajo y la libertad para trabajar”
Por ello, la OIT, en conjunto con el BID y la CIPPEC, relevaron que Emma Goldman.
en Argentina, durante el período comprendido entre los años 2012 y Tarik Lama Gálvez, abogado y docente Fundación Henry Dunant.
agosto 2018, se ha evidenciado un mayor aumento en la franja de los
trabajadores registrados como independientes, que comprende a los
Palabras Clave:
autónomos, monotributistas y monotributistas sociales, en relación
a los asalariados públicos o privados. Así, mientras los empleados Trabajo – Tecnología – Derechos Humanos - Migración
estatales crecieron un 20,4%, los asalariados privados sólo un 4,3%.
En cambio, los independientes aumentaron un 24,5%. Por categorías, INTRODUCCIÓN
se destaca que los monotributistas sociales se multiplicaron 2,3
veces y los monotributistas 1,2 veces; mientras los autónomos El vínculo tríadico trabajo, migración y tecnología, pocas veces ha
retrocedieron un 3%. tenido tanta relevancia como en los tiempos que ahora vivimos.
En los últimos cinco años el flujo migratorio intercontinental, ha
Así las cosas, la cuestión resulta alarmante desde el punto de experimentado un incremento exponencial, Chile y Argentina no ha
vista económico y social, pues si bien los proyectos de reformas estado exento de aquello. Particularmente, Argentina ha recibido en
previsionales apuntan a prever el desfinanciamiento del sistema el último año al corredor migratorio Venezolano y en Chile de origen
público pretendiendo extender la edad jubilatoria, los intentos Peruano, Haitiano, Colombiano y Venezolano.
trasnacionales de flexibilización laboral amenazan también con
erosionar la financiación del sector pasivo, pero sin embargo resultan A nivel de normativa internacional destaca la Convención
bien recibidos por los intereses neoliberales. internacional sobre la protección de los derechos de todos los
trabajadores migratorios y de sus familiares , en ella hallamos una rica
categorización y derechos del trabajador que migra, con el objetivo de
Algunas conclusiones protegerlo. No obstante, existen algunas particularidades en cuanto
Como resulta evidente, las innovaciones tecnológicas han creado al nivel de ratificación y sujeción a la misma que parecen no responder
nuevas modalidades de trabajo sobre actividades ya conocidas, al llamado de ésta o, al menos, avanzar a un paso más lento que los
que intentan conquistar al mercado de usuarios y consumidores procesos sociomigratorios.
ofreciendo menos costos, posibilidades de ingresos rápidos y el En Chile, la cantidad oficial de inmigrantes asciende a 1.251.225
acceso a bienes y servicios haciendo con solo ingresar a un link, que personas, lo que corresponde al 6,6% de la población . Del total,
en un contexto de crisis capitalista se vuelven muy tentadoras para la gran mayoría se encuentra en una edad laboralmente activa.
los sectores con menores recursos. Sin embargo, el Código del Trabajo chileno aún determina que en
Estos nuevos diseños de intercambio económico vienen a desafiar el una empresa a lo menos el 85% debiera ser nacional. Por su parte,
tradicional campo del derecho laboral pues aparecen como modelos la ley de extranjería -que data de 1975-, destaca por su rigidez y
de negocio flexibles que pretenden hacer desaparecer el fundamento procedimientos cuestionados por la desprotección al migrante.Del
basal de las leyes del trabajo: la hiposuficiencia del trabajador. otro lado de la cordillera, la población migrante no supera el 5%. Sus
derechos se encuentran amparados en la Ley 25.871 y de manera
La mayoría de las plataformas operan hoy en diversos países,
especial los solicitantes de asilo y refugiados poseen su régimen
trasvasando las fronteras, es por ello que las inquietudes que
propio en la ley 26.165. A diferencia de lo que ocurre en el régimen
su accionar plantea exige respuestas a la medida de su actuar
chileno, la Ley de Contrato de trabajo no admite ninguna limitación
trasnacional.
respecto a la contratación de trabajadores extranjeros.Sin embargo,
Los avances en ciencia, técnica e informática no pueden ser ignorados a nivel de derecho colectivo el art. 18 de la Ley de Asociaciones
ni por el Estado ni por las comunidades, pero lo que sin dudas no Sindicales (art. 18) establece una limitación total y parcial respecto
puede pretender ser desmerecido por el mercado es la dignidad de los órganos directivos en la conformación de los sindicatos, ¿será
humana, en cuyo nombre debe diseñarse la normativa que regule la necesario un cambio normativo? ¿podemos hablar de una carencia en
actividad económica, cualquiera que sea su modalidad, cualesquiera la tutela de los derechos del trabajador migrante? Son algunas de las
que sean sus instrumentos. respuestas que buscaremos responder en este estudio.
En este contexto de espacios trasnacionales y en el marco de la
globalización imperante radicalizada en las últimas décadas,
podemos identificar dos grandes grupos de trabajadores migrantes, el
regular y el irregular, éstos últimos son empleados frecuentemente en
condiciones de trabajo más precarias que las de los otros trabajadores
y que para determinadas empresas ello constituye un aliciente
para buscar ese tipo de mano de obra con el objeto de obtener los
beneficios de una competencia desleal ¿cómo se puede evitar aquello?
¿qué soluciones, desde el derecho del trabajo, se han encontrado?
¿qué protección en derechos humanos laborales han ofrecido los
Estados?
Estudiaremos los diversos métodos de promoción y regulación
existentes en Argentina y Chile, analizando cómo repercute la
externalización del control migratorio.
Conjuntamente,examinaremos el desarrollo normativo de la
tecnologización del trabajo, a través de las aplicaciones móviles. No
es casual que la mayoría de las personas que trabajan en ellas sean
inmigrantes.

363
REGULACIÓN LABOR AL Y MIGR ATORIA es el Capítulo III relativo a “la nacionalidad de los trabajadores”
LaLey Nacional de Migraciones N° 23.781 fue el punta pié inicial en dos artículos (19 y 20) se busca regular la cantidad máxima de
de la manera de gestionar la política migratoria en el cono sur de trabajadores extranjeros que debiera haber por empresa. Así, se limita
América Latina y,a pesar de las múltiples carencias en términos la cantidad de extranjeros según el tamaño de la empresa, aquellas
de contenido, capacidad de implementación y aplicación, no cabe que tengan más de 25 trabajadores sólo podrán tener un 15% de
duda que la propuesta argentina marca un hito importante respecto trabajadores extranjeros. Las empresas que estén bajo esa cantidad
al paradigma predominante, y necesariamente presenta una serie de empleados estarán exentas de limitación. Para contabilizar a los
de desafíos respecto al modo de concebir y gestionar el fenómeno trabajadores extranjeros se excluirá al personal técnico especialista,
migratorio que prevalece en la mayor parte de los países del occidente a los cónyuges, viudos o convivientes civiles de chilenos o chilenas y a
donde, a los crecientes desafíos de los movimientos migratorios se los extranjeros residentes por más de cinco años.
responde con políticas muy restrictivas que han puesto en jaque Sin embargo, la situación narrada está pronta a modificarse, en
los principios de coherencia democrática y de defensa de derechos julio de 2019 el Senado de Chile aprobó la idea de legislar un nuevo
humanos” . trato migratorio lo cual modificaría la Ley de Extranjería, Código del
El denominador común de ésta legislación en materia de extranjería Trabajo, Código Penal y otras normativas relativas a migrantes. La
es consagrar la igualdad de trato entre nacionales y extranjeros. idea nace de los proyectos de ley 8.970-06 y 11.395-06, los cuales
Así el art. 4 consagra el pilar fundamental del derecho humano a cuentan, en la actualidad, con el respaldo del ejecutivo quien ha
migrar como “esencial e inalienable de la persona y la República colocado “suma urgencia” a la tramitación. En materias relativas al
Argentina lo garantiza sobre la base de los principios de igualdad y CTCh extiende la excepción no sólo a la empresa con menos de 25
universalidad”, por lo tanto “el Estado en todas sus jurisdicciones, trabajadores, sino que también a aquellas que desarrollen actividades
asegurará el acceso igualitario a los inmigrantes y sus familias estacionales o de temporada y que requieran un incremento
en las mismas condiciones de protección, amparo y derechos de sustantivo de su personal durante dicha estación o temporada.
los que gozan los nacionales, en particular lo referido a servicios También agrega un nuevo ilícito laboral que hasta el momento
sociales, bienes públicos, salud, educación, justicia, trabajo, empleo no existía, se sanciona con multa la contratación de extranjeros
y seguridad social” (Art. 6 Ley 25.871). Sin embargo, la modificación irregulares.
a la Ley 25.871 a través del DNU 70/17 introdujo un giro sustancial Al respecto, saludamos la liberación de barreras para contratar a
a la política migratoria imperante en nuestro país, y fue el punto de extranjeros en ciertas empresas que propone el nuevo proyecto,
partida para el avasallamiento de muchas conquistas en materia de pero a la vez, vemos con preocupación que sólo sea para trabajos de
derechos de las personas migrantes y esto “se debe probablemente estación o temporada. En este sector suele reiterarse la explotación
a que el arcano que une migraciones y seguridad es la búsqueda de laboral, más que en otros sectores, debido a la flexibilidad,
afirmación de la soberanía” . Desde esta perspectiva, el migrante es prescindencia y escasa educación requerida de los trabajadores. Esta
visto por el Estado como un extranjero que no tiene proyecto de vida propuesta, de no fiscalizarse correctamente, podría ser una puerta
en nuestro país, y por lo tanto es un “otro” que debe ser devuelto. abierta al trabajo “precario”, realizado esta vez por migrantes que
Más allá de este nuevo paradigma , que excede nuestra temática, debido a su condición suelen ser menos críticos ante eventuales
no existen requisitos o limitaciones para los trabajadores migrantes injusticias.
que deseen realizar una actividad remunerada en el país. El único Por último, los trabajadores del sector público también tienen su
impedimento y deuda pendiente que existe en nuestra legislación, estatuto particular, regulado en la ley 18.834, en su artículo 12 se
es la dificultad de las personas migrantes de ser representantes enlistan los requisitos para ingresar a trabajar a la administración del
sindicales, ya que sigue vigente el art. 18 de la Ley de Asociaciones Estado. El primer requisito es ser ciudadano, contemplándose cómo
Sindicales (N° 23.551) . única excepción aquellos extranjeros que posean conocimientos
Según las últimas estadísticas del Censo Nacional INDEC 2010, científicos o de carácter especial, estableciéndose una discriminación
los inmigrantes representan solo el 4.5% de la población total, y positiva en beneficio de los nacionales cuando exista una igualdad de
se ha demostrado que cubren una “demanda de mano de obra de condiciones entre un extranjero y un nacional.
calificación media y baja que no incide en la desocupación de los Los proyectos de ley antes aludidos, derogan esta parte de los
nativos ni en sus condiciones de trabajo , excepto en los períodos requisitos para ser trabajador del Estado, consagrando como
de poco crecimiento, estancamiento o recesión, de los cuales, no único requisito ser chileno o ser extranjero con residencia, lo
obstante, ellos no son responsables” . cual constituye un avance en la consagración legal del principio
Las migraciones tienen un impacto social, cultural y económico, dado de igualdad de trato entre trabajadores nacionales y migrantes
que “en 2015, la contribución de los migrantes al PIB mundial fue de consagrado en el artículo 25 de la Convención Internacional sobre la
aproximadamente 6,7 billones de dólares equivalentes al 9,4% del Protección de los Derechos de Todos los Trabajadores Migratorios
PIB mundial” ,a pesar de estos números, prevalecen condiciones de y de sus Familiares, tratado internacional que forma parte del
precariedad en las relaciones laborales. Ordenamiento Jurídico Chileno, firmado por Chile en 1993 y
ratificado en el 2005.
En lo que respecta a Chile, la Ley de Extranjería (Decreto Ley
1.094) contempla tres permisos de trabajo para el extranjero: la Como podemos observar, la región enfrenta cambios paradigmáticos
visa sujeta a contrato , temporaria y de tripulantes , además existe en la manera de concebir las migraciones, ello es así por el cambio
un permiso restringido de estudiante , estas visas se caracterizan de enfoque que se le ha dado a la gestión de los flujos migratorios.
por un tramitación brucrática y de larga espera. La misma ley en su Un claro ejemplo de ello es la denomina “externalización del control
artículo 74, en relación con el art. 152 del Decreto supremo n° 597 migratorio”, ellas son barreras externas en las fronteras para contener
de 1984 (Reglamento de la Ley Extranjería) sanciona con multas a los inmigrantes, por ejemplo el sistema de visados.
(de 0,22 a 11,14 Ingresos Mínimos Mensuales) el contratar a un Chile ha implementado el sistema de visado desde el 24 de junio de
extranjero irregular. Es decir, desde un punto de vista adminsitrativo, 2019, se la ha denominado “Visa de Responsabilidad Democrática”
un extranjero que no posea visa o permiso para trabajar, no podría para aquellos venezolanos que deseen radicarse en Chile.
hacerlo sin arriesgar ser sancionado con multas. Si bien Argentina cuenta desde enero de 2019 con el Programa de
No obstante lo anterior y tomando en consideración el tema central Asistencia a Migrantes Venezolanos creado a través de la Disposición
de este estudio, desde un punto de vista laboral no existe mayor 520/2019 de la Dirección Nacional de Migraciones, donde se
impedimento para contratar a un extranjero, lo determinante para autoriza el ingreso de con Cédula de Identidad o Pasaporte vencidos
reconocer una relación laboral, conforme al artículo 7 del Código emitidos por la República de Venezuela cuyo plazo de vencimiento no
del Trabajo Chileno (en adelanto CTCh) es que un trabajador exceda los DOS (2) años, a partir del dictado de la disposición.
preste servicios personales a un empleador bajo un vinculo de De esta forma, en uno y otro lugar de la cordillera la recepción de
dependencia y subordinación obligándose éste último a pagar una la comunidad Venezolana se gestiona de manera diferenciada, sin
remuneración, confluyendo estos elementos, en virtud del artículo 8 perjuicio de que en Argentina existe también el sistema de radicación
del CTCh se puede presumir la existencia de una relación de trabajo, a distancia “R ADEX” –para todos los migrantes- , con un alto nivel
sin importar la regularicación administrativa ni la nacionalidad del de complejidad, que imposibilita en muchos casos acceder a una
trabajador o trabajadora. Dicho de otro modo, lo regulado por la Ley residencia legal en el territorio Argentino.
de Extranjería y las sanciones estipuladas, atienden a otro fin: salud
pública, seguridad nacional, regulación administrativa o social, entre
otros, pero en caso alguno impide el reconocimiento de una relación
laboral en caso de cumplirse los requisitos establecidos por el CTCh.
La única sección del CTCh que se refiere al trabajador extranjero
364
MIGR ACION Y PLATAFORMAS DIGITALES CONCLUSIÓN
El movimiento migratorio venezolano aumentó de manera En este nuevo siglo donde impera la idea de lo global, los derechos
considerable de unos 700.000 en el año 2015 a más de 4 millones humanos de las personas migrantes atraviesan verdaderos desafíos
para junio de 2019 , debido al deterioro generalizado de la situación para el desarrollo y la cohesión social.
en el país. La migración asociada al empleo es un elemento fundamental que
En Argentina se implantó el “Programa de asistencia a migrantes responde a los desafíos económicos que plantea el mercado de
venezolanos”, cuyo objetivo es “facilitar el ingreso al territorio trabajo. Al acelerarse los niveles de explotación y desregularización
nacional, la regularización de su condición migratoria y la inserción laboral, sumado a la falta de protección jurídica adecuada para los
social en la comunidad”, debido a esta medida de carácter y las trabajadoras migrantes se acentúa su atractivo para insertarse
humanitaria, durante el año 2018, los venezolanos lideraron las en empleos a los cuales no se aplican las mínimas condiciones del
radicaciones en el país por encima de Paraguay y Bolivia. La Dirección trabajo decente.
Nacional de Migraciones resolvió 70531 radicaciones en ese periodo, En Argentina al ser muy fácil el ingreso –solo contar con residencia
y si tomamos el periodo decenal, en total se radicaron 130.820 precaria- el trabajo on demond, se presenta como una oportunidad
venezolanos. rápida de obtener trabajo ante la necesidad de subsistencia y
El estudio realizado por la consultora Grupo Adecco Argentina , la urgencia de remesar a su país de origen. La mayoría de estos
reflejó que el 3,9% de los encuestados migró al país con estudios trabajaodres se encuentran en el sector de delivery. En Chile la
secundarios incompletos, mientras que el 51,69% restante posee realidad es prácticamente la misma, las aplicaciones no exigen
título terciario o universitario completo: de los 539 casos, el 20,78% mayores requisitos a sus trabajadores, licencias de conducir
son ingenieros; 19,67% licenciados y 4,28% son técnicos. Solo un internacionales enviadas a través de fotografías o un certificado
4,49% ha podido conseguir trabajo de su profesión. simple que acredite un arriendo bastaría para cumplir los requisitos.
Según el informe realizado por CIPPEC, BID Lab y la Organización Lo preocupante es la irregularidad de las relaciones de trabajo.
Internacional del Trabajo (OIT) , el 22,8% de los encuestados son La irregularidad migratoria genera situaciones especiales de
“migrantes recientes, entre los cuales se destacan quienes vivían en vulnerabilidad debido a los temores de detención y deportación,
Venezuela como el grupo ampliamente mayoritario, alcanzando un exponiendo a los migrantes a condiciones de trabajo peligrosos y los
80% del total de los trabajadores migrantes encuestados. Si bien al desalienta a exigir mejores condiciones o sindicalizarse. Sin perjuicio
interior de casi todas las plataformas la mayoría de los trabajadores de que en Argentina se ha realizado la primera huelga de trabajadores
vivía en Argentina hace 5 años, Rappi y Glovo constituyen dos de aplicaciones de delivery, conformando el primer sindicato
excepciones: en ambas plataformas trabaja una mayoría de migrantes simplemente inscripto –APP-, aún queda mucho por avanzar.
recientes. En el caso de Rappi los mismos representan el 83,6% de Existe una distancia entre las políticas públicas, la gestión de la
los prestadores y, entre los de Glovo, el 65,7%, y predominan las migración y la aplicación del derecho del trabajo, porque si bien
personas provenientes de Venezuela” . muchos Estados imponen barreras a la movilidad, por otro lado
En Chile y como ya se ha venido expresando uno de los fenómenos toleran y fomentan la migracion irregular. Se constata una evidente
más notorios que se ha observado en los últimos años es el demora y posible confusión en las autoridades encargadas de aplicar
fuerte aumento de la inmigración. Según el informe del Centro y fiscalizar la normativa laboral, pareciera existir una costumbre por
Latinoamericano de Políticas Económicas y Sociales de la Universidad reocnocer sólo las relaciones de trabajo reguladas, mas no las que
Católica (CLAPES UC), elaborado el 2018, se aprecia que “los 5 se van creando, como si el derechos del trabajo o la relación misma
principales países de origen son Perú, Colombia, Venezuela, Bolivia y necesitare una norma para que nazca al derecho. Esta trilogía genera
Haití ”. Ahora bien, si se examina el sector de la actividad económica un negocio lucrativo ya que los migrantes irregulares se presentan
en la que se desempeñan los trabajadores extranjeros, pareciera al mercado laboral irregular como mano de obra disponible, muchas
existir consenso en los estudios que los principales rubros son: veces sin la posibilidad de negociar salarios (como en las apps) y
comercio, actividades de los hogares y manufactura . perdiendo derechos esenciales por su condición de irregular.
En lo que respecta a la calificación del migrante tomando en Se requieren políticas integrales para que los migrantes puedan
consideración a la encuesta CASEN (2015) y el informe CLAPES alcanzar condiciones dignas de labor, y para ello se necesitaun
UC, los migrantes en Chile, proporcionalmente, suelen ser más sistema transparente de categorías migratorias conforme a lo
calificados que el nacional . Sin embargo, a pesar de tener más años establecido en la normativa internacional; colocar el énfasis no sólo
de educación que la población chilena, tienen menores opciones de en el trabajador irregular sino que también en las transnacionales
inserción a sectores de trabajo calificado, a decir: el 79,8% de los irregulares que a través de un disfraz de relación civil, encubren
migrantes tienen un trabajo no calificado o de calificación básica. A relaciones laborales propias de la propias de la revolución industrial,
contrario, sólo un 20,2% de los migrantes tiene un empleo calificado constatándose un retroceso la aplicación de normas mínimas de
(profesional científico, técnico profesional o administración pública) . empleo. Todo lo anterior debe hacerse tomando como referente el
En este contexto y debido a la dificultad en el acceso al empleo principio básico que motivó la creación del derecho del trabajo: la
calificado, sumado a las trabas burocráticas en la regularización del protección del más debil, del trabajador.
inmigrante, derivadas de la ley de Extranjería, muchos migrantes ven
como única alternativa de subsistencia, el trabajo a través de una app.
Si bien, aún no existe información oficial de cuántos extranjeros
trabajan en apps, según recortes de prensa existirían alrededor de
8.500 migrantes trabajando sólo en la aplicación de transporte
Uber . Este tipo de empleo, también llamando “work-on-demand”,
se sustenta en el control empresarial directo sobre aspectos
elementales del trabajo, como la fijación de precios y estándares, la
selección y administración de la fuerza laboral, entre otros. Si bien
son una alternativa concreta para aquellos extranjeros irregulares,
lo cierto es que desde una perspectiva laboral la precarización
es evidente.Citando a Jeremias Prassl, la “innovación” de en este
tipo de apps se encuentra en los la -favorable- “confusión”entre los
conceptos de “trabajador” y “socios” , a través de vacíos normativos
o, derechamente, errores en la interpretación de la normativa
laboral y sus principios. En otras palabras, estas apps a lo que
apuestan es al “ahorro” que ella tiene en comparación con otra
empresa regularizada, la cual debe invertir en derechos laborales y
previsionales de sus trabajadores. Este “ahorro” para la empresa es un
costo irrecuperable para el trabajador, lo cual le afecta directamente,
pero que debido a su condición mayoritariamente débil y por ser
irregular se transforma en el trabajador ideal para este modelo:
salario insuficiente, para un trabajador pasivo que realiza un trabajo
precario.

365
“La Calificación Jurídica del Trabajo Por otro lado, la relación de trabajo supone un vínculo jurídico
prestado mediante Plataformas que relaciona a un ser humano con un objeto o cosa, la capacidad
de trabajar, que es inseparable del ser humano que es su titular.
Digitales. Algunas reflexiones” Entiendo que esta especial relación determina la invalidez total y
Por Diego Ledesma Iturbide absoluta del recurso al instituto de la autonomía de la voluntad como
creadora por sí sola de obligaciones válidas, una circunstancia fatal
que obliga a buscar alternativas para fijar condiciones de empleo o
1.La perspectiva.
uso válidas de tal especial objeto contractual, como también la de
Según mi modo de ver las cosas, este nuevo fenómeno del trabajo diseñar instrumentos hábiles para causarlas.
prestado mediante plataformas resulta tanto previsible como
Estas cuestiones, en conjunto, han configurado al derecho del
inevitable y está ciertamente favorecido y posibilitado por los
trabajo que conocemos. El derecho del trabajo procura, en sustancia
avances tecnológicos. Avances en materia de tecnología informática,
y entonces, intervenir, racionalizar, limitar, el poder de dirección
especialmente visible en materia de gestión de datos y comunicación,
empresario procurando con ello dar una solución legítima a
como de tecnología jurídica, con la entronización global de
múltiples exigencias de justicia que reclama de por sí un vínculo
superestructuras legales especialmente orientadas en garantizar
intersubjetivo complejo. Ahora, tal mediación efectuada por vía
la limitación de la responsabilidad del capital en detrimento de
heterónoma no cuenta con un nivel susceptible de ser considerado
la conservación medioambiental y de la realización del interés
óptimo, en términos objetivos y trasunta siempre con inestabilidad
propiamente humano, en general. La extensión global del fenómeno
y provisoriedad en dichos aspectos reseñados. Un conflicto que es
del trabajo prestado mediante plataformas da cuenta suficiente de la
consustancial al derecho del trabajo y que puede ser válidamente
solidez, extensión y vigor de las estructuras tecnológicas en las que se
sintetizado en una pugna de fuerzas que lucen en bandos opuestos.
apoya.
Por un lado, la búsqueda de seguridad de parte de quien trabaja, y la
El trabajador que presta un servicio mediante plataformas digitales de alcanzar eficacia y productividad de tal especial objeto de parte
en la argentina no goza de la protección de las leyes, por lo menos de quien lo emplea. Este último ideario es usualmente aludido con la
no en términos de realidad, de eficacia y eficiencia normativa. De expresión flexibilización. Con lo dicho, entiendo quela razón de ser de
hecho que más bien vivencia una situación jurídica identificable con derecho del trabajo no es proteger al trabajador sino dar tratamiento
la existente antes del advenimiento del Estado Social de Derecho. al conflicto sobre condiciones de trabajo.
Esto no significa, por supuesto, que la modalidad sea en sí misma
Comprendo al escenario del trabajo prestado mediante plataformas
mala, desechable o siquiera criticable, al contrario, muchas personas
como un campo de batalla más en el conflicto sobre condiciones de
optarían por desarrollarla y ganarse mediante ella el sustento, dada
trabajo, donde pugnan quienes procuran seguridad y los que, en
la flexibilidad de condiciones que propone. El tema, en todo caso,
cambio, reclaman flexibilización. Por supuesto que en esta lucha
es efectivizar un nivel protección y seguridad adecuados para quien
importa no solo el resultado sino especialmente el tiempo que
trabaja. Una tutela hoy inexistente, no obstante estar expresamente
demande su “resolución”. Así, para quienes procuran flexibilizar
prevista en nuestra Constitución Nacional (art. 14 bis).
las relaciones de trabajo el hecho de conservar y mantener viva la
Esta breve ponencia no procura brindar sugerencias de cómo o controversia es ya un modo de triunfo.
mediante qué instrumentos debiera realizarse la necesaria y urgente
Desde ya que flexibilizar no tiene que ver exclusivamente con
protección de quien trabaja mediante plataformas, ni tampoco
reformas legales explícitas. De hecho, el ideario flexibilizador suele
proponer condiciones de trabajo, lo que me propuse es, en cambio,
esconderse o mostrarse de manera solapada, indirecta, e incluso a
ensayar principios o postulados de teoría jurídica con el propósito
través de maniobras ilícitas (engaño o fraude). En efecto, más allá
de mediante ellos ajustar y precisar la actividad que deberán llevar
de ser una orientación connatural en la fijación de condiciones de
a cabo los operadores jurídicos de cara a la necesaria práctica de la
trabajo, tendiente a la legítima aspiración empresarial de liberar
calificación jurídica de las relaciones que el fenómeno supone.
restricciones al uso de la mano de obra, hasta incluso intentar
La idea es así procurar una mirada que salga de la situación de eliminarlas por completo, quizás su impopularidad la ha llevado a
puja política sobre condiciones de trabajo y que se tendiente a una resultar un propósito inconfesable. Un impulso liberador del uso de la
perspectiva técnica y neutral, sustentada en principios teóricos capacidad de trabajo que llega hasta el punto de procurar quitar toda
válidos, para desde allí intentar comprender mejor, más eficazmente, interferencia al poder de dirección empresarial, en otras palabras, a
en términos supuestos de estricto valor jurídico, las relaciones de eliminar al derecho del trabajo.
trabajo que el fenómeno comprende y su procesamiento en tal clave.
El debate en torno a la laboralidad o no del trabajo mediante
Ciertamente que la limitada extensión de esta ponencia no se plataformas digitales, según como está planteado, encubre una
compadece con las exigencias de un desarrollo que sustente por expresión radical del ideario de flexibilización laboral. Pretende
completo la opción que ejercito, con lo que solo se exhibirán las mediante la directa negación del vínculo laboral eliminar toda
propuestas. restricción e interferencia al poder de dirección empresario
Vistos el objetivo y propósito de esta ponencia, el trabajo prestado que supone el derecho del trabajo y, de esta manera, liberar
mediante plataformas se presenta como una oportunidad. En efecto, completamente su empleo para subordinarlo y condicionarlo
lo interpreto así dada la cantidad e importancia de las diferencias únicamente a exigencias de funcionalidad económica. Vista así
que expresa frente a las formas usuales o tradicionales de trabajo. las cosas, la discusión jurídica planteada en términos positivos y
Un contraste que permite analizar y sopesar la razonabilidad de negativos en torno a la laboralidad del trabajo prestado mediante
los elementos considerados definitorios del concepto de trabajo plataformas resulta ser, a mi juicio, o bien una ingenuidad o bien
asalariado, de cara a su calificación jurídica. Según la perspectiva una práctica maliciosa y perversa, y su permanencia en el tiempo es
elegida y que pretendo realizar, tal práctica calificatoria no dependerá la victoria consumada de quienes la llevan a cabo desentendiéndose
de un criterio puramente subjetivo desplegado a partir de la noble de la suerte de los seres humanos que utilizan con criterio
intención de realización de justicia, sino mediante el recurso a deshumanizado.
pautas supuestamente objetivas sustentadas en bases teóricas
presuntamente sólidas.
3.La cuestión de la calificación jurídica y
centralidad de la noción de empresa.
2.El trabajo prestado mediante plataformas Lo dicho no obsta a pensar el tema de la calificación jurídica. La
como un escenario de batalla más entre calificación jurídica de un vínculo dado es un paso primero e
Seguridad y Flexibilización Laboral. ineludible para conocer el comportamiento que allí es debido.
Existe un conflicto consustancial de aquello que conocemos como Ahora, estoy persuadido de que tal cosa solo puede ejercitarse en
derecho del trabajo y que lo considero asociado a dos cuestiones los casos concretos y mediante el ejercicio de la función judicial.
puntuales. Son ellas, la cuestión de la fijación del precio del bien Una función que comprendo como una práctica no asociada a
capacidad de trabajo y la de sus condiciones de empleo o uso. órgano alguno puesto que cualquiera la puede ejercitar y consistente
en decidir acerca del sentido jurídico que debe atribuírsele a un
En efecto, y en relación al primero de los aspectos indicados, la
comportamiento intersubjetivo dado a la percepción, ya sea éste
capacidad de trabajo, inseparable del ser humano que es su titular
real o hipotético. No resulta válido, entonces, generalizar en esta
ha sido el medio culturalmente privilegiado de obtener el sustento
cuestión.
y tal cosa entiendo determinó su exclusión como bien o mercancía a
la hora de fijar su valor. Propósito que ha sido realizado mediante el
instituto de la remuneración, con sus atribuidos caracteres.

366
Así las cosas, lo que resta y resulta ciertamente admisible y de y accesible mediante la fijación de precios muy competitivos. Bajo
relevancia teórica es procurar relevar qué influencia tiene la práctica esta última conceptualización o comprensión de la actividad que
del trabajo prestado mediante plataformas digitales en la necesaria realizan estas empresas, la situación de quien presta personalmente
tarea de calificación jurídica del vínculo. el servicio, ya sea como conductor o como repartidor de mercaderías,
En este punto, el trabajo prestado mediante plataformas digitales quedaría invariablemente fincada en el estatus jurídico de mero
me resulta también una oportunidad para, una vez más, insistir usuario o consumidor de un servicio digital, y sus derechos y su
en la importancia de la noción jurídica de empresa. Una noción relación con la compañía digital estrictamente limitados a tal
que, más allá de cierta esquizofrenia normativa y de una llamativa condición.
desconsideración doctrinaria, estructura a la LCT y posee En la vereda de enfrente, están quienes afirman que estas
funcionalidades varias. organizaciones realizan y son, en definitiva y sin más, sendas
Una primera expresión de esto que destaco y que relevo de manera empresas de transporte o de reparto de mercadería a domicilio. Esta
previa es que resulta más precisa técnicamente y de hecho más visión por cierto que reniega de la supuesta novedad económica
ajustada al texto mismo de la LCT el distinguir entre trabajadores revolucionaria que importaría y significaría en los hechos el fenómeno
y empresarios y, entre estos últimos, empresarios empleadores del trabajo prestado con la intermediación de plataformas digitales.
y no empleadores. Así propicio desechar la que distingue entre Bajo esta comprensión, la cuestión jurídica resultante sería la
empleador por un lado y trabajadores autónomos y dependientes problemática de si el conductor o repartidor, persona física que se
por el otro. En efecto, y según la LCT, el empleador es aquél que vincula prestando un servicio personal en la organización y para
organiza y dirige la empresa donde el trabajador se desempeña terceros, lo hace bajo relación de dependencia de la compañía digital
con carácter de factor de la producción (bien personal) y, en tal y en los términos de un contrato de trabajo, o si es que le proporciona
condición, la capacidad de trabajo que éste ofrece y que constituye a ésta un servicio profesional de naturaleza civil y en calidad de
el objeto del vínculo contractual (cfr. art. 4) se integra con los empresario, o si forma parte él mismo de la empresa que realiza la
demás factores (bienes materiales e inmateriales) en la empresa. Y actividad en calidad de asociado.
todos ellos ordenados bajo una dirección para el logro y realización La cuestión problemática, y a mi juicio prioritaria, insisto, está
de un fin económico: la producción de un bien que se ofrecerá al enraizada en el modo de conceptualizar la actividad que desarrollan
mercado. Así las cosas y según la LCT, las relaciones de trabajo estas empresas. En este punto entendemos necesario postular que la
asalariado del ámbito productivo integra a dos sujetos: trabajadores respuesta al interrogante planteado puede válidamente ser positiva o
y empresarios empleadores. El autónomo o independiente es siempre negativa. Sin embargo, tal amplitud de respuesta no significa librar la
un empresario, puesto que es él quien organiza la empresa mediante cuestión al puro albedrío. En este sentido, me pregunto si no obstante
la cual presta un servicio que hace a su profesión (profesional). la subjetividad referida e inherente a la tarea de conceptualizar, ¿es
Un autónomo bien puede también ser empleador de trabajadores cierto que cualquier respuesta es válida?, ¿es una cuestión de libre
asalariados, en cuyo caso será un empresario empleador. A partir interpretación?, ¿basta con respetar la definición que nos brinda el
de estas circunstancias relevadas es que entendemos preferible diccionario? Entiendo que no. El quid de la cuestión no está en la
la denominación de autónomos, independientes o empresarios, respuesta sino en la pregunta, en el interrogante. Su pertenencia o
por sobre la de trabajadores autónomos. Los autónomos pueden, formulación dentro del universo jurídico condiciona y enmarca la
entonces, estar o no comprendidos en la LCT, y si lo están lo serán solución que deberá considerarse válida. La respuesta será válida
únicamente en condición de empleadores (empresarios empleadores). sólo si el interrogante lo es. Existe así una traza o camino a priori que
En consecuencia, y según la LCT, no sería correcto distinguir debe ser y expresar el interrogante como condición y que, conforme
entre empresarios, por un lado, y trabajadores dependientes o su pertenencia al área laboral, dicha traza o camino condicionante va
autónomos, por el otro, sino que debe distinguirse entre trabajadores a estar estrechamente vinculado a la noción jurídica de empresa que
dependientes y empresarios empleadores, por un lado, quienes son contiene y que estructura la LCT.
los sujetos de la relación de trabajo, y empresarios no empleadores, La noción de empresa es, insisto en el dato, estructural en el sistema
por el otro, y que no están comprendidos en la LCT. La distinción no normativo de la LCT, y su aplicación aquí conduce ni más ni menos
es superflua ni tiene un interés puramente teórico, tiene importancia que a determinar, a prescribir, la identidad del conjunto de caracteres
a la hora de la calificación jurídica de las relaciones de trabajo que definitorios correspondientes al concepto “actividad económica”. En
involucran a las plataformas digitales. primer lugar, el fin procurado conduce a asociar, identificar, la idea de
“actividad económica” con la de “empresa”. Una actividad económica
4.La identificación de la actividad económica que es, entonces, una empresa. A partir de allí, elaboro el concepto de
comprende el fenómeno del trabajo mediante “actividad o empresa del transporte de pasajeros”, de “actividad o
plataformas. empresa de reparto de mercaderías a domicilio” y de “actividad o
empresa de intermediación digital”. Establecido el emparejamiento
Retomando el objetivo indicado y consistente en dilucidar de qué conceptual de actividad económica con la noción jurídica de empresa,
manera influye la cuestión tecnológica del trabajo prestado mediante lo que sigue es develar si el fenómeno comprende una actividad o
plataformas en la calificación jurídica de los vínculos que allí tiene empresa, o varias distintas. Es decir, en este último caso, si coexisten
lugar, un primer paso crucial y determinante, es o versa sobre la en un mismo fenómeno la actividad o empresa de transporte de
cuestión específica y puntual de cómo se conceptualice o caracterice pasajeros o de reparto de mercadería a domicilio, según cual fuere
la actividad que realiza la compañía tecnológica cuestión, sea Uber, el caso, con la actividad o empresa de intermediación digital. O
Rappi, Glovo, Cabify o cualquier otra similar. Esto es, si se trata de si, en cambio, son éstas actividades que desarrollan distintos
una actividad del ámbito del transporte de pasajeros o del de reparto sujetos, en forma paralela o sucesiva y, en cualquier caso, de manera
de mercaderías a domicilio, según cual fuere el caso; o si, en cambio, independiente la una respecto de la otra.
aquéllas desarrollan una de intermediación digital para la vinculación
entre oferentes y usuarios o consumidores de un servicio personal, Para dilucidar este interrogante, y porque el concepto así lo impone,
una realización caracterizable como propia de la sociedad de la resultará prioritario reconocer quien o quienes son los sujetos que
información. ejercen la dirección de la actividad o de la empresa; quien o quienes
la organizan y la dirigen; quien o quienes resultan ser, en definitiva, el
Cierto es que las empresas indicadas procuran insistentemente empresario. Y esto es así puesto que lo que distingue y separa a una
ser caracterizadas o conceptualizadas en el último de los sentidos actividad o empresa de otra, antes que la organización de un número
señalados, como parte de un fenómeno que es expresión de un determinado de medios o factores de la producción, o incluso la
nuevo tiempo o época, el de la economía colaborativa o participativa. existencia de un propósito económico particular perseguido, es la
Un contexto económico que supone que las personas procuran dirección unificada. Así entonces, cada actividad o empresa posee
de manera individual, por propia iniciativa y en la medida de un empresario y deberá haber, entonces, tantos empresarios como
su interés, el aprovechamiento lucrativo de sus bienes ociosos. empresas o actividades existan.
En este último entendimiento estas empresas tecnológicas, en
tanto administradoras de aplicaciones digitales destinadas a la En esta inteligencia, la primera cuestión problemática que surge
exteriorización y publicitación de aquello que se ofrece para su para develar si lo que el fenómeno exhibe es una o más actividades
empleo por terceros, serían quienes harían posible el novedoso simultáneas es la dilucidación de si quien presta un aporte personales
régimen de intercambio patrimonial, más sin realizarlo ellas mismas, es titular de un emprendimiento. Así y entonces, la persona que
por cierto. Un régimen que asimismo promueven y propician
mediante, por ejemplo, el aseguramiento decierto alcance universal
en la oferta; de garantizar ciertas condiciones mínimas en materia
de seguridad y calidad del servicio ofrecido; y de hacerlo atractivo

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conduce o reparte mercadería a domicilio ¿debe ser considerado un en otro contexto, frente a esta práctica novedosa, a conclusiones
empresario?, ¿es propietario de una empresa?, ¿goza de la libertad equivocadas, disvaliosas e injustas.
de organizar bienes en pos de obtener un resultado económico? La En efecto, y sin pretender agotar un tema que es profundo en sí
respuesta, juzgando, conceptualizando, lo que ocurre, debiera ser mismo como lo es el de los criterios de reconocimiento del vínculo de
negativa. En efecto, el conductor o repartidor no es quien organiza trabajo asalariado, entiendo que los mismos no pueden emplearse sin
y dirige en exclusividad el emprendimiento en cuyo marco presta el considerar que el derecho del trabajo es el conjunto de prescripciones
servicio, y la empresa digital, cualquiera sea, cuanto menos participa e instrumentos jurídicos puntualmente dirigidos a racionalizar,
de la organización del servicio que se ofrece y que está dirigido, limitar, reglamentar, el ejercicio del poder jurídico de dirección
según el caso, al transporte de personas o al reparto de mercadería a empresario sobre la capacidad de trabajar de un ser humano en el
domicilio. Una conclusión que se encuentra,por cierto, en línea con lo contrato de trabajo. Una situación jurídica de dependencia que
que fuera en su momento relevado por una muy comentada sentencia ocurre únicamente en aquellas relaciones donde un sujeto ofrece
del Tribunal de Justicia de la Unión Europea del 20 de diciembre del a otro y de manera voluntaria, el uso o empleo de la capacidad de
año 2017 . trabajo que posee y a cambio de una remuneración. Considerando
No es ésta, por cierto, una proposición teórica, apriorística, puesto estas circunstancias básicas y estructurales, la elección y empleo
que es susceptible de variar en cuanto varíe la práctica del fenómeno de un criterio de reconocimiento dado no debiera nunca suponer
en cuestión. Más allá de estas limitaciones y provisoriedad lógica, una situación de debilidad negocial en los hechos, de naturaleza
la respuesta al interrogante primero, relativo a la actividad que contingente y por lo tanto no siempre presente, sino más bien de
desarrollan estas empresas tecnológicas, es que ellas, no obstante tendiente a develar la referida situación jurídica de dependencia.
no ser en absoluto empresas tradicionales de transporte o de reparto Una situación que existe y que se configura, insisto, únicamente
de mercaderías a domicilio, participan efectivamente de la gestión, en un vínculo contractual cuyo objeto es el trabajo considerado
organización y dirección, de una actividad correspondiente a dichos en abstracto (art. 4 LCT). En este mismo sentido, el criterio de
ámbitos de la producción. Por esto señalado, no resultará, entonces, reconocimiento que se utilice para la calificación de un vínculo
razonable atribuirle a la persona física que presta un servicio laboral deberá, como condición de legitimidad, resultar acorde a las
personal el estatuto o la condición de empresario de una empresa de preferencias actuales de empleo o uso de la capacidad de trabajo por
transporte o de reparto. Así las cosas y dado este involucramiento parte de los empleadores. Así las cosas, un criterio de reconocimiento
relevado, la compañía digital cuanto menos participa de la dirección que pretenda detectar una práctica de empleo abandonada debe
de dicha empresa o actividad y, en tal medida, resultará obligatorio ser, sin más, desechada por ineficaz. Así las cosas, al empleador
concluir que las personas físicas que brindan su aporte personal allí digital de la actualidad probablemente no le interese emplear la
no pueden ser considerados meros usuarios o consumidores de un capacidad de trabajo de modo secuenciado, regular, con horario y
servicio digital. lugar determinado de prestación. Puede, en efecto, haber existido
A partir de lo señalado en el apartado anterior surge un segundo un cambio drástico, un cambio de preferencias, y quizás, a éste ya no
interrogante, derivado o de segundo nivel, estas personas que le interese el trabajo personal, dirigido y vigilado de otrora. Quizás,
brindan personalmente el servicio y que no deben ser considerados los medios tecnológicos le proveen el mismo resultado económico
empresarios de la actividad que desarrollan ¿son empleados en sin tener que realizar tales controles, los que de por sí representan
relación de dependencia del empresario que efectivamente la un costo. Un resultado económico que es, sin dudas, la razón última
organiza y dirige?, ¿le prestan un servicio regido por el derecho de la contratación laboral. Así las cosas, lo que propicio considerar a
civil patrimonial?, ¿o son ellos mismos parte integrante del sujeto priori es que este eventual cambio de uso o empleo de la capacidad
empresario? Como se ve, existen tres distintas posibilidades de de trabajo obliga a una necesaria actualización de los tradicionales
calificación jurídica del sujeto conductor o repartidor, la de resultar indicios de la dependencia.
allí trabajador asalariado; empresario independiente; o empresario
vinculado o asociado a la dirección del emprendimiento. Esta 6.La calificación del conductor o repartidor
cuestión también debe ser dilucidada por aplicación del concepto como empresario o autónomo.
jurídico de empresa del art. 5 de la LCT y a partir, entonces, de la
constatación de ciertas y determinadas circunstancias fácticas. ¿Qué sucede si en este fenómeno quien presta el servicio de manera
personal no es considerado trabajador asalariado del sujeto que
ejercita la condición de empresario en esta actividad del ámbito del
5.La tarea de reconocimiento de los vínculos de transporte o del reparto de mercadería a domicilio?, ¿cómo debe ser
trabajo asalariado. calificada jurídicamente su situación?, ¿debe considerárselo, sin más,
En primer lugar, y como lo destaqué, la calificación de tales un empresario independiente? Entiendo que no. Que por un lado y
vínculos como de trabajo asalariado no resulta posible realizarla según se destacó, el nivel de participación, de involucramiento de
de un modo generalizado y válido para todos los casos. Tal la compañía digital en la actividad del transporte de pasajeros o de
comprensión, en cambio, dependerá siempre del caso concreto y reparto de mercadería a domicilio obsta a calificar de empresario al
es resultado del ejercicio de la función judicial. Una calificación conductor o repartidor en tanto y en cuanto no sería titular exclusivo
que debe realizarse, asimismo, sin consideración de la voluntad y excluyente del poder de organización de la actividad.
de los sujetos en la relación sino en la verificación de ciertas y Pero, y más allá de esto que nos luce categórico, resta una última
determinadas circunstancias fácticas en los casos concretos y de posibilidad válida, que el conductor o repartidor forme parte él
nada distinto. Así lo reconoce, en particular, el art. 21 LCT, que mismo del sujeto empresario de la actividad o empresa para la cual
inicia prescribiendo “habrá contrato de trabajo…” para luego pasar presta el servicio personal. Es la figura del socio empleado prevista
a caracterizarlo. Por supuesto que no altera esta conclusión, y por en el art. 27 LCT. Una opción que pareciera estar favorecida según
resultar sencillamente inconstitucional, la calificación ensayada el modo que una de estas compañías suelen nominar a quienes
del vínculo por normas locales en tanto la caracterización de la prestan el servicio personalmente: “socios conductores” o “socios
relación de trabajo corresponde al Congreso Nacional y se halla repartidores”. Una disyuntiva que deberá resolverse en los casos
contenida en la LCT. Con este marco me dispongo a señalar algunos concretos mediante la práctica de la función judicial y con empleo,
principios orientadores de la pesquisa y considerando y sopesando, nuevamente, de la noción jurídica de empresa.
especialmente y como se anticipó, de qué manera el fenómeno de la Por cierto que el quid de esta cuestión será tendiente a descubrir
intermediación digital altera o condiciona la práctica de la calificación que la compañía digital y el conductor o repartidor comparten la
jurídica de los vínculos que allí tienen lugar. organización y la dirección del servicio de transporte o reparto de
En esta cuestión de la calificación de un vínculo como laboral o mercadería a domicilio que se ofrece al público. Una conclusión
no, es costumbre recurrir a la constatación o verificación de los que actualmente y según como ha sido descripto el fenómeno y la
denominamos indicios de la dependencia. Indicios tales como la intervención y el rol que despliega allí la compañía digital, nos parece
sujeción a órdenes, a manifestaciones del poder disciplinario, a la ciertamente muy poco probable.
corroboración de un aporte personal dentro de una organización
ajena, al control de horario de trabajo, etc. Por mi parte y vista
la cuestión desde la perspectiva del trabajo prestado mediante
plataformas, creo que la misma conduce a tener que revitalizar y
a realzar un aspecto teórico relevante de la práctica calificatoria:
que los indicios deben ser más o menos utilizados o empleados
considerando su eficacia, y que un apego riguroso a ciertos
indicios tradicionales y otrora eficaces, pueden conducir ahora,

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ACTIVIDAD PROBATORIA EN LA ER A DIGITAL oportunidad de probar los hechos que apoyan las pretensiones de las
partes es condición necesaria para su efectividad.
La prueba ilícita en procesos no penales:
Sin embargo, también, se han establecido reglas tendientes a regular
Una mirada desde el proceso laboral la admisibilidad o exclusión de ciertos elementos o resultado
Por Laura Nievas probatorio, lo cual impide a las partes presentar un amplio abanico
de pruebas, situación que se torna compleja cuando tales previsiones
I. INTRODUCCIÓN han sido dispuestas a efectos de proteger otros derechos. En palabras
de GASCÓN ABELLÁN, la institucionalización del proceso
En las últimas décadas, el desarrollo y masificación de las tecnologías incorpora importantes excepciones a la regla de averiguación de los
de la información y de la comunicación (TIC) ha impactado en el hechos estableciendo limitaciones respecto de los medios o de las
modo de vivir y de relacionarnos. La generalidad de los especialistas, fuentes de prueba.
de diversas áreas del conocimiento, estudia este fenómeno y sus
efectos, en tanto se trata de un problema transversal que incide en Éstas, según su valor epistemológico, pueden distinguirse en:
todo tipo de prácticas y organizaciones, y el ordenamiento jurídico no limitaciones que coadyuvan a la averiguación de la verdad, en tanto
es ajeno a ello. minusvaloran pruebas con bajo valor gnoseológico , o bien dirigidas
a asegurar la tutela de determinados valores extraprocesales que se
En la praxis procesal, teniendo en cuenta el contenido de las consideran relevantes, algunas, incluso, tienen sustento en normas
pretensiones que llegan al fuero del trabajo y como una manifestación del ius cogens como es la proscripción de la tortura y de la eficacia de
del impacto tecnológico en el mundo del trabajo, se han tornado cualquier prueba obtenida a través de tormentos .
habituales los planteos que guardan relación con la incorporación
de elementos y producción de medios de prueba ligados al uso de las Luego, si bien, la exclusión de esta clase de pruebas es conditio sine
TIC, por lo que han adquirido notable interés los presupuestos que qua non para cualquier proceso y no corresponde su consideración
hacen a la eficacia y validez de la prueba. aun de no existir reglas positivas en tal sentido , pueden presentarse
otros supuestos en los cuales la vulneración no surge de modo
Por otro lado, en el marco de los debates sobre la efectividad de los patente, lo que incide, desde lo procesal, en el tratamiento a
derechos constitucionales en el proceso, la actividad probatoria está efectuárseles y, desde los sustancial, nos coloca frente al problema de
siendo objeto de especial atención dado que en los ordenamientos cómo resolver colisiones entre derechos constitucionales.
jurídicos actuales la facultad de presentar pruebas forma parte
del contenido de la garantía de acceso a la justicia y del derecho de Finalmente, todo acto que implique la adquisición de prueba
defensa, pues la posibilidad de probar los hechos en que se apoyan las (admisión o producción) estará en relación, por un lado, con los fines
pretensiones de las partes es condición necesaria para su efectividad. del proceso que se trate, conforme a los bienes en juego o el grado de
intervención del Estado (proceso civil, laboral o penal) y, por otro, con
En este trabajo, desde la óptica del derecho procesal, en general, y los derechos y garantías reconocidos constitucional para proteger a la
del derecho procesal laboral, en particular, se identifican problemas persona humana.
relativos a la validez probatoria, cuando lo que se pretende incorporar
o producir en el proceso son elementos probatorios informáticos
(EPI) , y se analizan las vías procesales previstas para su tratamiento III. PRUEBA ILÍCITA
en el ordenamiento laboral de Córdoba, con especial referencia a la La actividad probatoria -como se ha expresado- se desarrolla en un
exclusión probatoria. marco institucionalizado de normas que condicionan la búsqueda de
la verdad, lo cual trae aparejado, al menos, dos líneas de análisis: por
II. LA PRUEBA: SU ALCANCE Y SUS LÍMITES un lado, una tendiente a dilucidar el contenido y alcance de aquellas
normas que al prohibir ciertos medios o declarar ineficaces elementos
a) Aspectos conceptuales de la “prueba” de prueba limitan el derecho a probar.
A efectos didácticos es necesario clarificar algunos aspectos Por otro, una dirigida a clarificar algunas inquietudes de orden
conceptuales. En este sentido, el término “prueba” posee carácter procesal que se generan a partir de la prueba ilícita, las que giran
polisémico, es decir puede ser empleado para hacer referencia a en torno al alcance de los institutos previstos en el ordenamiento
cuestiones diferentes, y dado que sus acepciones no siempre son procesal (inadmisibilidad, nulidad o exclusión), para resolver planteos
empleadas en igual sentido, deviene necesario explicitar el modo en relativos al derecho a probar y sus restricciones.
que la noción será utilizada.
La respuesta a este planteo depende del modo en que la cuestión
Teniendo en cuenta los momentos de la actividad probatoria haya sido regulada en el proceso que se trate (civil, familia, laboral,
GASCÓN ABELLÁN distingue entre: medios de prueba, etc.) con el agregado que en Argentina, debido al sistema federal
procedimiento probatorio y resultado del procedimiento probatorio. de gobierno, en cada provincia está regulación, de existir, puede
Medio de prueba denota todo aquello que permite conocer los tener diferentes alcances. En el caso, nos ocupamos de la respuesta
hechos relevantes de la causa; procedimiento probatorio, la actividad brindada por el ordenamiento procesal laboral de Córdoba tomando
del intelecto (constatación o inferencia) mediante la cual, a partir en consideración, a fines didácticos, el momento en que las
de los medios de prueba, se conocen los hechos relevantes para la previsiones normativas operan.
resolución, y resultado probatorio la información que se obtiene a
partir de los medios de prueba. a) Prueba prohibida y prueba ilícita

En la doctrina especializada se encuentra, además, un cuarto uso La doctrina ha empleado diferentes nociones para referirse a los
de la noción: prueba como elemento probatorio, para sindicar a elementos probatorios que han sido admitidos o producidos durante
la información que se pretende ingresar al proceso , lo que puede el proceso sin respetar derechos o garantías constitucionales o, bien,
coincidir con la denominación del medio de prueba en la medida que normas sustanciales o procesales que los reglamentan.
ese medio se encuentre receptado normativamente . En este sentido, MIDÓN entiende que la noción prueba prohibida
En este trabajo, empleará, fundamentalmente, el término prueba comprende a todo elemento que contribuye a demostrar un hecho,
a secas en su tercera acepción, esto es para referir al resultado que ha sido obtenido violando o contradiciendo una norma legal
probatorio y en el resto de los usos se tratará de especificar el sentido o un principio de derecho positivo, mientras que con la noción
en que se está empleando el término. prueba ilícita refiere a la adquisición o práctica de una prueba
comprometiendo una norma o principio constitucional o instrumento
b) Alcances del derecho a probar internacional de igual jerarquía.
A partir de un análisis cronológico de los sistemas jurídicos, es A su vez, distingue el efecto que uno u otro caso acarrea, e indica
posible evidenciar que, durante mucho tiempo, el modo en que se que cuando media una violación de normas legales o procesales, sin
resolvían los conflictos judiciales no constituía una preocupación vulnerar derechos fundamentales, se estaría ante un supuesto de
importante y que a raíz de profundos cambios políticos, sociales y nulidad, en cambio cuando se viola un derecho constitucional o una
jurídicos que tienen lugar en occidente desde finales del siglo XVIII norma legal que tenga por objeto la protección de libertades públicas
el proceso judicial evoluciona hasta convertirse en un delicado o derechos personalísimos se estaría ante un acto inexistente.
instrumento enderezado a la tutela de derechos fundamentales.
Distinciones análogas se han efectuado en el derecho comparado.
Esto, especialmente, a partir de la inclusión en los textos
constitucionales del derecho a la jurisdicción, a probar o al
contradictorio, entre otros, por lo que en los ordenamientos actuales
la facultad de presentar pruebas relevantes forma parte del contenido
de la garantía de acceso a la justicia y del derecho de defensa, pues la

369
Así CAROCCA PÉREZ considera prueba ilícita a la obtenida y apoyar en ellas una sentencia suscita un conflicto moral y
en infracción de cualquier derecho fundamental reconocido compromete la buena administración de justicia. En sentido similar,
constitucionalmente, y prueba irregular o ilegal a la obtenida o DEVIS ECHANDÍA ha expresado que se civiliza la justicia, porque
practicada vulnerando preceptos que no gozan del carácter de no puede aceptarse que la lucha procesal sea como una guerra en la
normas constitucionales que reconocen derechos fundamentales, cual el fin justifique los medios, de manera que se pueda acudir a las
incluyendo bajo esta denominación las fuentes de pruebas logradas peores atrocidades con el pretexto de querer encontrar la verdad .
de modo ilegal, como, también, los medios de prueba practicados sin c) Inadmisibilidad, nulidad y exclusión probatoria
observar el procedimiento establecido, siempre que a raíz de tales
infracciones no se hayan afectado derechos fundamentales. Estos institutos si bien tienen en común la no consideración en el
proceso judicial de ciertos hechos o actos procesales cuando se han
Por su parte, GASCÓN ABELLÁN , refiriendo al ordenamiento inobservado normas, tanto formales como sustanciales, lo cierto
español, entiende por prueba ilícita la que se obtiene vulnerando es que son diferentes y en el iter procesal se presentan, también, en
garantías constitucionales (inviolabilidad del domicilio o secreto momentos diferentes.
de las comunicaciones), infringiendo derechos constitucionales
(derecho de defensa) o a través de medios que la constitución prohíbe Así, la inadmisibilidad de los elementos probatorios o medios de
expresamente o no autoriza. Afirma, además, que la prohibición de prueba ofrecidos implica su no ingreso al proceso, y se relaciona con
la prueba ilícita no requiere de regulación expresa, consecuencia que la oportunidad procesal en que aquéllos se ofrecen o con su legalidad.
deriva de la especial resistencia de los derechos fundamentales frente Esto es, un elemento probatorio es inadmisible cuando se halla
a los actos de poder contrarios a ellos y de la necesidad de anular los prohibido por la ley o es ofrecido fuera de los plazos legales.
efectos que tales actos pudiesen generar. Por su parte, la nulidad torna ineficaces los actos que se celebran en el
En cuanto a su alcance, MINVIELLE entiende que la categoría proceso. Esto es, trae aparejada la privación de los efectos imputados
prueba ilícita integra el género pruebas prohibidas, donde se a los actos procesales que adolecen de algún vicio en sus elementos
encuentran otras distinciones como la prueba irritual, prohibida esenciales y que, por ello, carecen de aptitud para cumplir el fin al que
expresamente o deducida del sistema. se hallan destinados .

En síntesis, si bien se trata de distinciones que no poseen una Finalmente, la regla de exclusión probatoria implica la no valoración
aceptación unánime y a medida que se consultan autores aparecen del resultado probatorio obtenido en violación de derechos y
otras sistematizaciones, es posible distinguir, al menos, un criterio garantías constitucionales, así como la transición de ese efecto a la
restrictivo y su opuesto. Los autores que se sitúan en el primero, información obtenida como consecuencia de la primera.
entienden que hay prueba ilícita cuando se ha inobservado una Luego, la exclusión probatoria, si bien presenta puntos de
garantía fundamental, mientras que quienes lo hacen en el criterio coincidencia con la nulidad, en tanto finalmente ambas acarrean la
amplio consideran que hay prueba ilícita cuando aquélla ha sido ineficacia del elemento probatorio que se trate, no son equiparables.
obtenida o producida contraviniendo una norma de derecho, con Así, la nulidad abarca un abanico de actos procesales más amplio
independencia de su jerarquía. que la exclusión probatoria: los actos que tienen lugar durante todo
En este trabajo, la noción prueba ilícita es empleada como el proceso no solo aquéllos que se celebran durante la actividad
comprensiva de la obtención de elementos de prueba o de la probatoria.
producción de medios de prueba contraviniendo normas de jerarquía No obstante, desde otra perspectiva, se puede considerar de
constitucional, y comprendida, a su vez, por la categoría pruebas mayor alcance a la regla de exclusión –en relación a la nulidad-,
prohibidas, como una especie de éstas, dado que entre unas y otras es en tanto: comprende no sólo actos del proceso sino, también, los
posible trazar una relación de especie a género . cumplidos fuera de él, y puede alcanzar la ineficacia de prueba que es
b) Regla de la exclusión probatoria, su alcance y fundamentos consecuencia del material obtenido ilícitamente, lo que no siempre
suele quedar atrapado por la nulidad .
Vinculada a las limitaciones probatorias, la regla de exclusión se
desarrolla, inicialmente, mediante la jurisprudencia y, más adelante,
alcanza recepción normativa en algunos ordenamientos jurídico- IV. EL CASO DEL PROCESO LABOR AL DE CÓRDOBA
procesales. Propende a la exclusión del resultado probatorio que La Ley Procesal del Trabajo (LPT) al tratar la prueba refiere a la
ha ingresado al proceso infringiendo previsiones normativas en su inversión de la carga probatoria y a algunos medios de prueba (arts.
adquisición o, bien, del material obtenido en infracción durante la 39-44), remitiendo al Código Procesal Civil y Comercial (CPCC)
producción del medio de prueba, por lo que opera con posterioridad a , en aquellos supuestos no regidos por sus dispositivos (art. 114).
la admisión de la prueba. Asimismo, con la modificación introducida a la LPT por la ley 10.596
En cuanto a sus efectos, implica la invalidez de los elementos se faculta al juez a sustituir medios probatorios y, en el marco del
probatorios obtenidos o producidos en violación de derechos o proceso declarativo abreviado (PDA), en ciertas circunstancias, a
garantías constitucionales, como la transmisión de ese efecto a declarar la inadmisibilidad de elementos probatorios (53 y 83 sexies ,
aquella información que sea su consecuencia (doctrina del fruto del respectivamente).
árbol envenenado o del efecto reflejo de la prueba ilícita). En relación al tema que nos ocupa, se ha previsto la inadmisibilidad
Se trata de una creación pretoriana, que tuvo su génesis en la de los elementos de prueba que estuvieren prohibidos (art. 199
jurisprudencia norteamericana de finales del siglo XIX , y que en las CPCC) , igual previsión se ha dispuesto de mdo especifico en la LPT
últimas décadas ha alcanzado reconocimiento en el derecho positivo, para el caso del PDA (art. 83 sexies LPT).
lo que evidencia la importancia que presenta la licitud de la prueba Avanzando, en el iter probatorio, en contra de la resolución que
tanto a nivel local como internacional . deniegue o sustituya alguna prueba procede el recurso de reposición
Los fundamentos que la sustentan son variados, y pueden y apelación (art. 53 LPT). Esto es, ante un decreto de prueba que
encontrarse tanto de índole práctico como ético o moral, no habiendo deniegue un el elemento probatorio ofrecido o la producción de un
la doctrina ni la jurisprudencia alcanzado consenso al respecto, a medio de prueba, la parte afectada tiene habilitada la vía recursiva.
pesar de tratarse de una cuestión importante para determinar los En igual sentido, en el proceso civil, la resolución que admite la
alcances –como sus excepciones- de esta institución que en la praxis apertura a prueba o concede el despacho de diligencias probatorias
procesal es una de las vías empleadas para aplicación de normas que no es apelable (art. 198 CPCCC) . Esto se justifica en que de
limitan la actividad probatoria. permitirse la apelación se daría una herramienta susceptible de
Por un lado, se destaca el justificativo preventivo, de arraigada dilatar indefinidamente la resolución final del proceso.
tradición en la jurisprudencia estadounidense, cuyo argumento Precluida la admisibilidad, durante la producción de un medio de
radica en que al excluir una prueba ilícita se desincentivan las prueba las objeciones presentadas contra actos de los sujetos que
conductas negativas del personal policial o de los miembros de los intervienen en el proceso nos reconducen al ámbito de los incidentes.
organismos de investigación . Estos constituyen la vía adecuada para plantear la nulidad de un acto
Por otro, el argumento axiológico, propio del ámbito nacional, procesal realizado en el curso de la instancia .
conforme el cual, en términos de la CSJN -en varias oportunidades-, En el proceso laboral el incidente de nulidad está previsto a efectos
otorgar valor al resultado de un delito y apoyar sobre él una sentencia de cuestionar los vicios de procedimiento distintos a los contenidos
judicial no solo es contradictorio con el reproche formulado, sino
que compromete la buena administración de la justicia al pretender
constituirla en beneficiaria de un hecho ilícito .
La doctrina, también, emplea estos argumentos. Así, MORELLO
refiere que conceder valor a pruebas obtenidas por vías ilegítimas
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en una resolución judicial (art. 32 sgtes. LPT). Respecto a su resulta propicio para desestimar su ingreso al proceso sin afectar el
interposición es necesario distinguir, conforme el momento cuando derecho a probar.
se produce el vicio: según tenga lugar en el marco de una audiencia En este sentido, aunque refiriéndose al proceso penal -pero de
-de conciliación o de vista de la causa- en cuyo caso el planteo algún modo extensible al ámbito laboral atento el modo como
corresponde sea interpuesto en ese acto, de los que tienen lugar en están estructurados ambos procesos-, Hairabedian refiere que
el resto del proceso en cuyo caso el planteo debe efectuarse a los seis un elemento probatorio manifiestamente ilícito si bien puede ser
días de conocido el acto viciado (art. 34 LPT). rechazado tras su ofrecimiento, en la mayor parte de los casos ello
La nulidad puede ser declarada a petición de parte, cuando quien la no ocurre, ya que generalmente la ineficacia es una cuestión que
alegue se encuentre afectado y no haya producido o consentido el se analiza al valorar la prueba. De allí que la cuestión de la prueba
vicio o, bien, de oficio cuando el vicio implique la violación de normas ilícita, si bien puede resolverse tempranamente a través de la
constitucionales que produzca o pudiere producir un perjuicio inadmisibilidad, en la práctica puede que ello no ocurra hasta el final
irreparable (art. 33 LPT) y, en cuanto a su consecuencias, declarada de proceso.
hace desaparecer los efectos producidos por el acto viciado, e impide No obstante, respecto de los medios de prueba a producirse, el juicio
se sigan produciendo (art. 36 LPT), esto es posee efectos retroactivos de admisibilidad constituye un momento propicio para prevenir
al momento en que hubiera ocurrido el vicio y ultractivos, por futuras impugnaciones , en tanto es el momento oportuno para
carácter transitivo, a los actos que sean su consecuencia o se controlar la información que se pretende obtener con su producción,
encuentren íntimamente ligados . como por ejemplo a través de los puntos de pericia o la información
a) Momentos en que pueden presentarse los planteos sobre prueba requerida a una empresa de telefonía o de internet, a efectos de
ilícita prevenir que se ordenen medidas con potencialidad para afectar
De lo reseñado se evidencia que no hay disposiciones específicas en derechos de las partes o de terceros.
el ordenamiento procesal laboral sobre prueba ilícita, lo que lleva a Por otra parte, este accionar que está previsto en el ordenamiento
preguntarse ¿Cómo encausar los planteos que se presenten? Para (art. 33 LPT) y, actualmente, ha sido reforzado con la modificación
abordar este tópico, a efectos didácticos, se distingue conforme el introducida por la ley 10.596 en relación a la facultad de los
momento procesal en que los planteos pueden presentarse. magistrados. Ello, sin dejar de lado los requerimientos materiales de
i) Inadmisibilidad las oficinas judiciales para poder efectuar una análisis pormenorizado
de los escritos de ofrece prueba de cada expediente.
En la etapa probatoria, con sustento en el derecho de defensa y la
libertad probatoria se despachan favorablemente, en principio, todos ii) Decreto de prueba: recursos
los elementos y medios probatorios ofrecidos. Sin embargo, como Al proveerse la prueba ofrecida en contra de la resolución que
se ha referido, en el CPCC y en la LPT -para el caso del PDA- se deniegue o sustituya algún medio de prueba o elemento probatorio
establece la inadmisibilidad de la prueba prohibida (arts. 199 CPCC y procederá el recurso de reposición y apelación (art. 53 LPT) . Sin
83 sexies LPT). embargo, para el tema que nos ocupa, resulta de interés indagar sobre
En cuanto al alcance de estos enunciados normativos, esto es, qué el modo de proceder cuando se genera el supuesto de hecho inverso
queda comprendido como prueba prohibida, DÍAZ VILLASUSO al previsto en aquél enunciado normativo, esto es cuando la parte
refiere que se trata de supuestos determinados por las normas y, a contraria -a la que se le inadmitió la prueba-, se considera agraviada
modo de ejemplo, menciona: la prueba confesional en la acción de en función del contenido del elemento probatorio ofrecido o medio
amparo (art. 7 de la Ley 4915); testimonial excluida por parentesco de prueba solicitado.
(art. 309 CPCCC); medio probatorio tendiente a sustituir otro que En este sentido, la vía impugnativa prevista es el recurso de
específicamente corresponda (art. 318 del CPCCC), etc. De allí que, reposición, medida que se interpone ante el mismo órgano que dictó
conforme esta explicación, la prueba prohibida comprende aquellos la resolución atacada (art. 91 LPT), y solo en los supuestos en que
supuestos previstos por una norma, sustancial o procesal. se alegue gravamen irreparable la parte afectada puede interponer
En tal marco, teniendo en consideración que la prueba ilícita recurso de apelación (art. 94 LPT), el cual será resuelto por la
constituye una especie de prueba prohibida, el juez de advertir algún Cámara Única del Trabajo (CUT), a través de sus Salas, luego de
supuesto de ilicitud al momento de admitir el elemento probatorio expedirse el a quo respecto de su admisibilidad formal, decisión
impedirá su ingreso al proceso. No obstante, esto requiere de algunas -admisibilidad formal-, que, a su vez, tiene que ser mantenida por el
precisiones: dado que la inadmisibilidad concierne a la forma, esto es ad quem (art. 89 LPT).
a los requisitos procesales del medio probatorio, y surge directamente En este sentido, la procedencia del recurso de apelación encuentra
de la reglamentación legal, para efectuar una valoración al respecto sustento en lo previsto en el art. 94 LPT. Esto es, si la ley no prescribe
se requiere de reglas que precisen en qué casos se está ante una expresamente la recurribilidad de la decisión, en principio, ella no
prueba ilícita, lo cual arroja como antítesis ¿Qué ocurre cuando estás resulta apelable, a excepción que se verifique el supuesto en el cual lo
previsiones son genéricas?, que, por cierto, es lo habitual en el caso de resuelto cause gravamen irreparable.
normas constitucionales. iii) Incidencias durante la producción del medio de prueba
Indudablemente, atento el estado de evolución de la exigibilidad En relación a las incidencias durante la producción de prueba
de los derechos constitucionales, y el importante reconocimiento relacionada con EPI, cabe efectuar algunas precisiones: atento la
constitucional -y a través de tratados internacionales- de derechos estructura del proceso, instancia única desdoblada en dos etapas
y garantías como el debido proceso o la protección de los derechos –a excepción de las causas que se tramitarán por PDA- los medios
fundamentales, el hecho de no contar con previsiones especificas no de prueba que se producen ante el Juez de Conciliación -con
es óbice para que se desconozcan disposiciones constitucionales, anterioridad a la audiencia de vista de la causa que tiene lugar
lo cual, por otro lado, no implica negar que producto de su ante la CUT-, son la pericia, el reconocimiento o exhibición de
generalidad –entre otros aspectos- se requerirá de un mayor esfuerzo documentación y la informativa.
interpretativo.
A la vez que, el reconocimiento u exhibición tienen lugar en el
Clarificado este aspecto, resta profundizar sobre el funcionamiento marco de una audiencia, y aun cuando el enunciado normativo no lo
de estas disposiciones en la práctica. En este sentido, dado que el explicite la doctrina ha entendido que se aplica de modo análogo a la
ordenamiento procesal recepta la libertad probatoria, el juicio de audiencia de prueba lo previsto para la audiencia de conciliación o de
admisibilidad es formal por lo que el juez, salvo que se trate de un vista de la causa (art. 34 inc. 1), por lo tanto las impugnaciones que
supuesto de ilicitud manifiesta, en la generalidad de los casos, no aquí pueden presentarse se resuelven en la audiencia, lo cual reduce
contará con elementos suficientes para resolver, de modo justificado, el análisis propuesto a la producción de prueba pericial e informativa,
la inadmisibilidad de un elemento o la no producción de un medio de y a las incidencias que allí pudieren tener lugar.
prueba, y ante una situación de duda lo admitirá, sin perjuicio que al
momento de valorar el resultado probatorio esa información pueda Esto vinculado al impacto de la tecnología en la actividad probatoria,
ser excluida . nos reconduce específicamente a prueba pericial informática .
En este sentido, conforme lo previsto en el art. 279 CPCCC -de
A lo dicho, corresponde añadir que conforme el diseño del proceso aplicación supletoria al ámbito laboral-, al dictamen pericial pueden
el Juez de Conciliación y el Juez de Conciliación y del Trabajo –este formulársele objeciones de índole formal o, bien, a su contenido.
último, conf. modif. introducida por la ley 10.596- no valora la prueba
y un planteo de ilicitud implica valoración y, aún en los casos que se
tramitarán por PDA, si bien el juez valorará la prueba lo efectuará en
el momento procesal oportuno -al resolver-, por lo que el momento de
la admisibilidad, en supuestos donde la ilicitud no surja patente, no

371
Las primeras en tanto refieren a la realización del acto pericial se haberse opuesto a su incorporación en forma oportuna.
canalizan a través del incidente de nulidad, como por ejemplo la Asimismo, corresponde considerar el carácter dirimente del vicio,
falta de notificación de las diligencias periciales o de la agregación esto es, debe demostrar que el defecto es la causa determinante
del dictamen; que el perito se haya pronunciado sobre puntos no de la decisión y que, eliminado el quebrantamiento, la decisión
propuestos por las partes ni ordenados por el juez, etc. no se sostiene. Así, el enunciado empleado prevé que si dicha
Por otro lado, si lo cuestionado es el contenido del dictamen, ya sea prueba irregularmente analizada no ha tenido incidencia decisiva
por un vicio en el razonamiento o en el método utilizado para llegar a en la fundamentación de la resolución, carece de relevancia para
las conclusiones formuladas, corresponde esperar hasta los alegatos modificarla .
para exponer las quejas. Por lo que esta impugnación no tiene Esto sin desconocer que el tribunal ante la afección de derechos
sustanciación y los cuestionamientos son tenidos en consideración constitucionales, conforme lo previsto en el art. 33 LPT, que si bien
recién en la sentencia . no refiere a la actividad probatoria de modo especifico se trata de una
En síntesis, conforme el vicio que se denuncie será el momento para directiva general, puede declarar, de oficio y en cualquier estado de la
efectuar la impugnación : las objeciones formales concernientes a la causa, la nulidad.
realización de la pericia se canalizan a través del incidente de nulidad,
mientras que las objeciones sobre los fundamentos dados por el
experto o sobre la eficacia de su labor se tratan al dictar sentencia, V. CONCLUSIONES
en cuyo caso los motivos pueden diferirse hasta alegatos, pues serán En una línea de investigación que relaciona por un lado, el impacto
considerados al dictar sentencia, no siendo ello impedimento para tecnológico en el trabajo, como actividad humana, y en el derecho
que en el supuesto que sean introducidos con anterioridad se ordene del trabajo, como disciplina jurídica y, por otro, lo atinente a la
su diferimiento para la oportunidad procesal indicada. efectividad en el proceso de los derechos constitucionales, este
iv) Exclusión probatoria trabajo, a partir del análisis de planteos en causas que tramitan ante
el fuero laboral Córdoba, sistematiza problemas relativos a la validez
En el orden normativo, HAIR ABEDIÁN distingue entre los sistemas de la prueba a efectos de explicitar la respuesta proporcionada por el
que han adoptado alguna regulación específica respecto a la exclusión ordenamiento procesal.
probatoria y los que no, lo cual, indudablemente, incide en la
aplicación del instituto . A tales efectos, luego de precisar algunos aspectos conceptuales,
se trabajó sobre el alcance del derecho a probar, como sobre los
En la Constitución Nacional (CN) no se prevé expresamente el valor institutos procesales dispuestos para encausar los planteos sobre
de la prueba ilícita y los pactos internacionales, incorporados a ella, prueba ilícita, conforme el momento en que se presentan, con
tampoco poseen normas generales sobre la exclusión de prueba especial referencia a la exclusión probatoria, su recepción normativa y
inconstitucional, habiéndose contemplado solo algunas hipótesis aplicación a procesos en los que no está regulada de modo específico.
específicas , mientras que en el orden local, en la Constitución de la
Provincia de Córdoba (CPC) se dispone que los elementos obtenidos En este sentido, no hay discusión que los ordenamientos
vulnerando garantías constitucionales carecen de eficacia probatoria, jurídicos modernos –al menos de occidente- frente al derecho a la
situación que se extiende a aquéllos que no hubiesen podido ser jurisdicción o acceso a la justicia protegen valores extraprocesales,
obtenidos sin su violación (art. 41) . generalmente positivizados en normas con jerarquía constitucional,
y para preservarlos limitan, normativamente, el derecho a probar
Profundizando, si bien, esta problemática puede haber alcanzado disminuyendo o, incluso, anulando las posibilidades de averiguación
mayor desarrollo en el derecho procesal penal, por los objetivos y de los hechos.
facultades del Estado en ese proceso, ello no la hace una institución
propia de esa área del derecho. En tal marco, los planteos relacionados con la prueba ilícita no
constituyen una novedad en la praxis procesal, y si bien se trata de un
Especialmente, cuando es un dato de la realidad procesal, en los tema que ha alcanzado mayor desarrollo en el derecho procesal penal,
últimos años, el empleo de información generada, transmitida o especialmente producto de la intervención del Estado -a través de
almacenada por medios técnicos, ligada a bienes jurídicos protegidos sus órganos de investigación y persecución penal- en aquél proceso,
de las partes (ej. inviolabilidad de la correspondencia, secreto de lo que ha dado lugar al desarrollo de la regla de exclusión probatoria
las comunicaciones, etc.) para probar los hechos objeto de sus y sus derivados -como la exclusión de prueba derivada- con un
pretensiones. importante empleo en las resoluciones judiciales y, consecuente,
En otras palabras, sin desconocer que los caracteres del proceso penal recepción normativa en algunos ordenamientos.
se alejan de proceso laboral, desde una mirada que se sustenta en el Ello no impide visibilizar el desarrollo producido en otros
respeto de los derechos constitucionales entre particulares, el efecto procesos donde se han establecido normas tendientes a impedir
de ineficacia del resultado probatorio que implica la regla de exclusión la admisibilidad de elementos de prueba o declarar la ineficacia
puede ser aplicado al ámbito laboral. Primordialmente en aquellos de prueba que incumplía reglas procesales propias de cada medio
casos en los que no surge con claridad la ilicitud para declarar la probatorio o, bien, afectaba normas sustanciales.
inadmisibilidad del elemento probatorio o, bien, los presupuestos
para plantear las vías de impugnación previstas en el ordenamiento Así, en el proceso civil -de aplicación supletoria al proceso laboral
(recurso o incidente) con anterioridad a la sentencia. (art. 114 LPT)- si bien puede no haber normas que regulen de
modo de modo específico la prueba ilícita, son tradicionales las
v) Nulidad de la sentencia vía recurso de casación disposiciones relativas a la inadmisibilidad de prueba prohibida (art.
Finalmente, resta mencionar que los titulares del derecho a recurrir 199 CPCC; art. 83 sexies LPT; art. 378 CPCCN; art. 376 CPCC Bs.
una decisión por vía de casación, pueden invocar como motivo As., etc.). Lo cual, aun con la dificultad que a nivel interpretativo
la inobservancia de normas que prescriben el modo en que debe genera la aplicación de normas constitucionales, -entre otros
desarrollarse el proceso. aspectos- atento su generalidad, no implica que estos mandatos no
En este sentido, conforme lo previsto en el art. 99 inc. 2) LPT el resulten comprendidos por la previsión de inadmisibilidad, lo que
recurso de casación puede ser interpuesto ante la inobservancia de tempranamente –en el iter procesal- impide el ingreso al proceso
las normas establecidas bajo pena de inadmisibilidad, caducidad o de elementos probatorios que hayan sido obtenidos infringiéndolas
nulidad siempre que el recurrente hubiere reclamado oportunamente (prueba ilícita).
la subsanación del defecto -si era posible-, o hubiese hecho protesta Sin embargo, se presentan circunstancias, como por un lado, un
de recurrir en casación. reconocimiento amplio del derecho a probar y, en consecuencia,
En este sentido, lo habitual es que se denuncie la observancia de libertad probatoria y, por otro, atento la estructura del proceso donde
alguno de los mandatos contenidos en el art. 65 LPT, norma que el juez de Conciliación no valora la prueba -y en un futuro el juez de
regla las causales de nulidad de la sentencia. En el caso que nos ocupa Conciliaron y del Trabajo no lo hará al momento de la admisibilidad-,
adquiere relevancia lo previsto en el inc. 1) en tanto establece como por lo que salvo que se trate de una ilicitud manifiesta el material
presupuesto de nulidad de la sentencia que “Se base en elementos ofrecimiento es admitido y el problema de la ilicitud se traslada a otro
probatorios no incorporados legalmente al debate, salvo que carezcan momento procesal .
de valor decisivo”. En función de ello, en este trabajo se han desarrollado, de modo
Al respecto, DÍAZ refiere que la fundamentación de la denuncia cronológico, las diferentes vías previstas –además de la ya referida-
sustentada en este vicio, requiere observar varios recaudos: en primer
orden, el casacionista no debe haber causado el vicio, esto es no debe
haber sido la parte que introdujo la prueba ilegalmente al proceso;
tampoco debe haber mediado consentimiento del vicio, esto es, debe

372
para evacuar planteos relativos a la prueba ilícita (recursos e Trabajo y Revolución Tecnológica: Puntos de
incidencias), considerando especialmente la excusión probatoria Conexión e Inflexión
como instituto adecuado para excluir de la valoración de la prueba,
en el momento inmediato anterior a la sentencia, aquella información
La denominada “revolución 4.0”en
que haya sido incorporada o producida infringiendo normas tanto problema de Valoración: el
constitucionales. desafío de afirmarse en el Hombre ante
Ello teniendo en cuenta que, si bien los estudios sobre el proceso el riesgo de perder el rumbo.
laboral puede que no lo hayan desarrollado en profundidad, lo cierto Pablo Ramiro Arce
es que se trata de un instituto tradicional en la teoría procesal con la
particularidad que, actualmente, en el ámbito laboral producto del
empleo de dispositivos tecnológicos, tanto para ejecutar la prestación RESUMEN
(computadora, teléfono, etc.) como en el contexto donde la Las innovaciones tecnológicas se proyectan sobre el fenómeno
prestación de servicios tiene lugar (dispositivos que captan, procesan del trabajo generando nuevas problematizaciones que, a veces,
y almacenan datos de la persona que trabaja), está adquiriendo desbordan la concreta experiencia en ese campo e impactan sobre el
importante relevancia. Derecho planteándole interrogantes.
Finalmente, desde lo normativo, si bien en el ordenamiento procesal En este trabajo se exponen algunas ideas que pueden servir como
laboral directamente, o vía remisión al proceso civil, no se ha previsto dique de contención a dicho desborde y se realizan unas breves
norma específica al respecto , resulta relevante lo establecido en reflexiones sobre la relación entre derecho del trabajo y técnica,
la Constitución de la Provincia al prever la ineficacia de actos que buscando dar con el criterioque ha determinado a lo largo del tiempo
vulneren garantías constitucionales como la información de ellos la correspondencia entre ambos términos de la relación ycomprobar
derivada. A la vez que, en la praxis, tal vez sin referir de modo también si es posible dar – en medio de las novedades de la hora
explícito a la regla de exclusión, se resuelve excluir de la valoración – con una continuidad de sentido para la realización del proyecto
aquella prueba que haya sido obtenida o producida violando derechos histórico que se descubre en los principios del Derecho Internacional
reconocidos constitucionalmente . de los Derechos Humanos.
Verificada la conexión histórica y examinando la cuestión desde la
perspectiva de una ecología integral, se propone una mirada que
VI. BIBLIOGR AFÍA CONSULTADA favorece la resolución de la tensión entre trabajo y técnica a partir
de la preferencia por la dimensión personal del Hombre. Una mirada
CASTRO ARGÜELLES, Ma. Antonia. Derechos fundamentales en el proceso
laboral (ponencia). X XIV Congreso Nacional de Derecho del Trabajo y de la que, asimismo, ubica a la tecnología como mero instrumento al que
Seguridad Social. Pamplona, 29-30 de mayo de 2014. Consultado en sitio web: corresponderá darle mayor o menor valor según las posibilidades y
http://fundacion.usal.es/aedtss/images/04_Maria_Antonia_Castro.pdf limitaciones que ofrezca para el desarrollo de la persona humana en
DÍAZ Silvia L. “Recurso de Casación”. Inédito. el marco de un proyecto histórico tendiente a realizar la libertad, en
relativa igualdad de condiciones y a través de relaciones humanas
DIAZ VILLASUSO, Mariano. Código Procesal Civil y Comercial de la
Provincia de Córdoba. Córdoba; Advocatus, 2013. fraternas.
GASCÓN ABELLÁN, Marina. Los hechos en el derecho. Madrid; Marcial
Pons, 2004. El fenómeno y el Orden Jurídico.
HAIR ABEDIÁN, Maximiliano. Eficacia de la prueba ilícita y sus derivaciones
La irrupción de las plataformas digitales que se utilizan para prestar
en el proceso penal. (2° Ed) (1ª Reimpresión) Buenos Aires; Ad Hoc, 2016.
servicios a tercerosprovocóun impacto en el mundo de las relaciones
JAR A BUSTOS, Francisco. “Prueba ilícita en materia laboral, la regla de laborales, que se manifestó dentro de ese modelo de negocios en
exclusión más amplia del derecho chileno” (p. 113 a 128), en Revista Chilena de
una tendencia generalizada ala inscripción de los trabajadores como
Derecho del Trabajo y de la Seguridad Social. Vol. 2. N° 3. 2011
cuentapropistas; la acentuación de algunas modalidades de uso como
KIELMANOVICH, Jorge. “Algo más sobre la ineficacia de la prueba ilícita”.
la prestación discontinua o el trabajo intermitente; la variación del
Cita on line: 0003/008557 20013501.txt. Doctrina.
modo de liquidar y pagar la retribución del servicio al trabajador y el
MIDON, Marcelo S. Pruebas ilícitas. Mendoza; Ed. Jurídicas Cuyo, 2005. desplazamiento del eje del poder disciplinario desde la sanción hacia
PALACIO, Lino E., Código Procesal Civil y Comercial de la Nación. Buenos el incentivos.
Aires; Abeledo Perrot, 2003.
Variaciones modales como las mencionadas aparentan tener aptitud
PELLEGRINI GRINOVER, Ada. “Pruebas ilícitas”, en Derecho Penal.
para generar dudas sobre la calificación del vínculo y, en términos
Derecho Procesal Penal. Buenos Aires; Abeledo Perrot, 1997.
más generales, sobre la necesidad de adecuar la legislación laboral a
QUADRI, Gabriel. “Los mensajes de texto como prueba en el proceso civil”.
una nueva situación de hecho enancada sobre el avance tecnológico.
Jurisprudencia Argentina. 2015, V.2. Consultado en Thomson Reuters. Cita
Online: AP/DOC/381/2015. Frente a ello, conviene tener presente que el fenómeno –
“La prueba electrónica en la reforma al proceso laboral bonaerense”, en La Ley correspondiente al mundo del Ser – pertenece a un campo distinto al
BA 2018 (diciembre) 1. Derecho –correspondiente al mundo del Deber Ser – y además que
RODRÍGUEZ JUÁREZ, Manuel. Incidentes (1° reimpresión). Córdoba. Ed. el Sistema Normativo, como totalidad plena, abarca completamente
Mediterránea, 2010. a aquel fenómeno con todas sus manifestaciones más o menos
TARUFFO, M. La prueba. Madrid; Marcial Pons, 2008. novedosas.Por tal motivo, la manifestación fenomenológica carece
de fuerza para causar modificación al conjunto de prescripciones
TOSELLI, Carlos A. - ULLA, Alicia G. Código procesal del trabajo Ley 7987,
comentado y anotado con jurisprudencia (2°. Ed. ampliada y actualizada. 2° normativas que integran el orden jurídico. Éste último, entendido
reimp.) Córdoba: Alveroni, 2012. como un conjunto de relaciones humanas que deben ser, no se ve
VÁZQUEZ Carmen. “La prueba informática desde la teoría racional de
alterado por lo que es. Lo que debe ser, debe seguir siendoaunque no
la prueba” (p. 326-340), en XII Congreso Iberoamericano de Derecho e sea (Cossio, 1938).
Informática. Zaragoza; FIADI, 2008.
“La prueba pericial en la experiencia estadounidense”. Conferencia para Analogía lógica y analogía jurídica.
Cátedra de Cultura Jurídica. Universidad de Girona. 31/01/17. https://youtu.
be/lBJ-bhY VyA8 El conocimiento del fenómeno que se analiza (organización de
la prestación de servicios mediante plataformas digitales) puede
resultar de una excursión intuitiva tendiente a establecer una
semejanza entre esta manifestación que trae consigo algunas
novedades y el fenómeno de la organización de la empresa conocido
con anterioridad y sobre cuya calificación jurídica no se ha dudado
o – si es que se dudó en algún momento - la duda fue resuelta a favor
de la certeza de la subordinación jerárquica estructural que tipifica el
contrato de trabajo.
De esa manera la intuición buscará conocer, o reconocer, por

373
ejemplo, la presencia de un empresario, el empleo por éste de una determinados tipos de relaciones interpersonales. En este sentido,
fuerza de trabajo ajena a cambio de una remuneración, el trabajador me resulta más acertado ubicar la causa del derecho del trabajo en la
que pone esa actividad productiva; y su inserción en una organización disolución de los gremios que siguió a la revolución de 1789 porque
de medios instrumentales dirigida por el primero para el logro de tal medida determinó un cambio drástico en la división del trabajo
fines determinados. y, competencia mediante, en la gravitación absoluta de las leyes del
La totalidad de los elementos enumeradosson verificables en la mercado para la determinación del precio del salario.
actividad organizada por medio de plataformas digitales, tanto El derecho del trabajo vino a resolver dos problemáticas bien
como se los verifica en las empresas que se organizan de otra específicas. Una, tiene que ver con cómo se fija el precio del trabajo
manera. La aplicación (software) se ordena según las preferencias y la prohibición de que se rija por la ley de oferta y demanda (el
del programador y es, sin dudas, un medio inmaterial que sirve trabajo no es una mercancía). La otra está dada por la ineficiencia
a una finalidad determinada. Las preferencias del empresario y, de la autonomía de la voluntad para fijar las condiciones en que el
en particular, su preferencia por conformar un stock de servicios empresario emplea la actividad productiva del dependiente (orden
disponiblescuyo costo de mantenimiento reposa sobre quien presta público laboral como prescripciones de uso válido del trabajo
su actividad personal, no hacen variar lo que el hecho es en sustancia. dependiente). Puede notarse la vinculación de tales problemas con la
La semejanza entre ambos fenómenos organizativos permite abolición de las instituciones que protegían el trabajo anteriormente,
relacionarlos y predicar a su respecto una analogía, lógica, que es antes que con el desarrollo de una cierta clase de tecnología.
propia del campo fenomenológico.De tal manera puede afirmarse Llegados a este punto se desencubre que las problemáticasa las
que la situación No-P (organización empresaria que no se sirve de que busca responder el derecho del trabajo subsisten cualquiera
una plataforma digital y requiere los servicios de un trabajador) es sea la variación de las preferencias de organización que adopte el
igual a la situación Sí-P (organización empresaria que se sirve de empresario y, asimismo, que estas preferencias resultan irrelevantes
una plataforma digital y requiere los servicios de un trabajador). para el derecho del trabajo en tanto se ajusten a los requisitos de
La posibilidad de la analogía jurídica, en tanto referencia a ciertos funcionalidad e indemnidaddel trabajador.
valores determinados, requiere todavía un paso más. El fenómeno del desarrollo tecnológico y su aplicación a la
En efecto, aunque la situación Sí-P sea igual a la situación No-P no organización de la empresa, como se ha dicho, carecen de aptitud
se sigue de ello y sin más que Sí-P deba ser como ya debe ser No-P, para causar por sí mismos modificaciones en el orden jurídico laboral
porque la validez jurídica depende de que en ambas situaciones se porque lo que es no puede alterar lo que debe ser. Aclaro que por sí
descubra la posibilidad de estimar el mismo valor determinante o la mismos, ya quedesde luego, puede haber motivos que conduzcan
de postular la existencia de otros valores posibles. La adecuación de a darle un tratamiento normativo particular, en todo o en parte,
la analogía jurídica podría ser cuestionada, por ejemplo, por estimarla al trabajo organizado a través de plataformas digitales; tarea que
contraria la eficiencia económica o, una vez más, a la libertad de incumbe a la política legislativa.
contratarcondiciones de uso del trabajo ajeno.
Continuidad de Sentido y de Proyecto Histórico.
La disputa de sentido. Cuando en el centro de la cuestión se coloca al Hombre, resulta
En la posibilidad de darles tratamiento diferente a dos situaciones de mayor facilidad dar con la continuidad de sentido y de proyecto
que se presentan como estructuralmente iguales se ubica el histórico expresada en el Derecho Internacional de los Derechos
problema axiológico, como disputa de sentido. Es el ámbito de la Humanos, que no admite verse interrumpida ni desviado su curso
discusión política, de política legislativa también, pero antes de la por el desarrollo de la ciencia y la tecnología. Si los Derechos
Políticaentendida en su sentido más amplio, como criterio ordenador Humanos propenden a favorecer el desarrollo integral de cada
de las relaciones interpersonales y, por esa misma razón, en el centro persona y su proyecto de vida, libremente elegido y sin interferencias
del problema se ubica la cuestión antropológica; es decir qué idea, arbitrarias, la ciencia y la tecnología deben estar al servicio del
noción o concepto se tiene del Hombre (varón y mujer). Hombre.
Es esa disputa de sentido la que provoca inquietud sobre la La centralidad de la persona humana, con su excelsa dignidad, posee
calificación del vínculo o la supuesta inadecuación del sistema mayor jerarquía existencial que los recursos técnicos y, siendo esto
normativo para responder ante un determinado fenómeno más o así, es inadmisible cualquier propuesta de progreso que requiera
menos novedoso. Ciertas prácticas sociales hacen recaer el peso de como única posibilidad que una persona trabaje por debajo del nivel
su novedad sobre el sentidojurídico de las conductas y provocan mínimo de subsistencia digna o que sea sometida al capricho de otro
que la realidad conmueva al Deber-Ser, pero el jurista debe tener bajo cualquier pretexto.Bajo tales premisas, los medios tecnológicos
la templanza suficiente para que de esa conmoción no resulte un deben tener siempre un valor relativo, jamás absoluto, que será
desborde que nuble su capacidad de análisis. mayor o menor (más valioso o menos valioso), según las posibilidades
Naturalmente, en esta materia y en algunos casos dentro de ella, o limitaciones que presente, respectivamente, para el desarrollo
como en tantos otros, puede verificarsecomo problemática, la de la humano integral.
eficacia normativa. Sin embargo, el mayor riesgo -intuyo- radica en esa
disputa de sentido (de justicia) que señalo y que se patentiza desde Ecología integral.
su proposición como cuestión lingüística y semiológica, expresada
mediante palabras en idioma extranjero, pero también en imágenes, El proyecto histórico de la humanidad tendiente a realizar la plenitud
sonidos, entornos, soportesy demás elementos sobre los que se basa del proyecto personal integral en plenitud de libertad, en relativa
un cierto estilo de vida que busca extenderse como cultura. Los igualdad de condiciones y ejercitando relaciones humanas fraternas
eufemismos con los que se expresa dicha propuesta, sumados a la sigue en marcha, a pesar de las dificultades propias de toda empresa
opacidad del Big Data, desalientan la confianza ciega y previenen humana.Tales dificultades aumentan cuando se exacerban el
también sobre las posturas ingenuas. Como ejemplo de eufemismo, materialismo (sobrevaloración de la técnica) yel egoísmo, o cuando
vale decir que la economía bajo demandanada tiene de novedosa y se produce la deserción de la propia responsabilidad.Por el contrario,
alude en rigor solamente a una manera de intercambiar los servicios disminuyen cuando cada uno asume la responsabilidad propia y la
que se ofertan(y que siempre han respondido a una demanda). que atañe al destino común de la humanidad. En el ejercicio de esta
Asimismo, con la idea de economía colaborativase hace alusión a un responsabilidad se descubre la solidaridad entre los seres humanos
modelo de negocio donde los trabajadores libres ponen en común, y la posibilidad de establecer los vínculos afectivos que permiten
en una plataforma digital, el único bien infrautilizado que poseen, su desplegar en la historia aquella gran empresa que persigue fines
fuerza de trabajo, lo que equivale a decir que hay un exceso de oferta materiales para satisfacer sus apetitos espirituales.
de mano de obra que, como se sabe, causa salarios a la baja. La ecología integral es una ecología humana y ambiental, económica
y sostenible, social y cultural. Una mirada desde la ecología integral
propone tomar conciencia que cualquier menoscabo de la solidaridad
Derecho del trabajo y técnica. y del civismo produce daños ambientales, que cualquier ecología
Si bien el nacimiento del derecho del trabajo está asociado a la social es necesariamente institucional y que todo daño ecológico es
denominada revolución industrial y su aplicación más generalizada consecuencia del estilo de vida que predomina en la sociedaden tanto
se asocia al período de los treinta años (del siglo X X), es errado
establecer una relación de causa-efecto entre desarrollo tecnológico
y derecho del trabajo. El problema jurídico en el trabajo asalariado
no está dado por los instrumentos con los que se trabaja sino porel
comportamiento social y ciertos permisos o prohibiciones de entablar
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determina las características de las relaciones que se establecen. Esta
responsabilidad compromete a todos y, especialmente, a quienes
a través de las herramientas tecnológicas más avanzadas tienen la
posibilidad incrementada de ejercer mayor grado de dominio sobre el
ser humano y sobre la naturaleza y decidir o incidir en las cuestiones
que comprometen la vida planetaria, la vida de los coetáneos y la vida
de los que están creciendo y de los que vendrán en el futuro.
El Hombre está hecho de naturaleza pero es más – y está llamado a
ser más - que naturaleza. Las cosas naturales no tienen más remedio
que seguir siendo lo que vienen siendo. Pero en el hombre se da un
caso curioso: ante el estímulo no se limita a reaccionar sino que
responde elaborando un proyecto que interfiere la secuencia natural
estímulo-reacción y cambia radicalmente la relación causal de la
naturaleza en tanto pone en juego la actividad creadora (Rainolter,
1997).
En definitiva, es cuestión de apostar con convicción a desarrollar
formas de vida cada vez más humanas y usar la tecnología de manera
conveniente al desarrollo humano integral, solidario y sustentable en
todos los órdenes.El diálogo social y la concertación de un acuerdo
que abarque a todos los sectores de la vida social, económica, política
y cultural, se ofrece como la vía más adecuada puesto que nadie está
exento de responsabilidad ni debe ser indiferente.

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