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COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
SUMÁRIO
Edgar Kirchof
8. Coesão....................................................................................................................... 16
Almir Mentz
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COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
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Conforme Marcuschi (2001)
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ELIAS, Vanda Maria (2011:11)
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COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
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COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
Esse parágrafo dissertativo inicia com uma frase núcleo (tópico frasal), que
desencadeia as ideias subsequentes. A partir do segundo período, o autor faz
considerações sobre o comportamento comum entre as pessoas de gostarem muito
de falar sobre si mesmas. Como se trata de um texto publicado em revista, as frases
são curtas e objetivas, típicas desta mídia.
3
A coerência e a coesão do texto serão estudadas, respectivamente, nos capítulos 7 e 8.
4
Adaptado de http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/falar-sobre-si-mesmo-da-prazer-diz-estudo, em
10/05/2012.
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Por outro lado, a escrita de um bilhete entre pessoas que moram juntas, ou
amigos íntimos, terá um cunho bem informal, com abreviações não permitidas pela
gramática, com possíveis erros de ortografia, pois o propósito não é a publicação, mas
sim a manutenção de relações e a passagem de informações úteis e importantes entre
pessoas que se conhecem muito bem.
Assim, é importante que todos saibam que não se fala errado, nem se escreve
certo, mas que a língua é utilizada de várias formas, por isso ela é muito variável, e
todas as variedades têm seus propósitos e são absolutamente adequadas nas
situações em que foram originadas e em que são utilizadas. Segundo a renomada
autora Maria Helena de Moura Neves (2010:134):
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Como todas as variedades da língua, o internetês é mais um dialeto que serve aos
seus propósitos comunicativos e não representa uma ameaça à língua. Como diz
Xavier (p.175), “... o internetês parece representar perigo àquele que não o
compreende ainda, nem tem boa vontade para estudá-lo a fim de encontrar a
funcionalidade interacional presente em todas as línguas e dialetos, inclusive neste.”
Recapitulando
Vimos, neste capítulo, que a língua falada e a língua escrita são duas modalidades
que se assemelham e se diferenciam em muitos aspectos, e que ambas apresentam
5
Segundo XAVIER A.C., in: ELIAS (org.) 2011: 167-179).
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Bibliografia
FÁVERO, Leonor Lopes, ANDRADE, Maria Lúcia C.V.O, AQUINO, Zilda. Reflexões
sobre oralidade e escrita no ensino de língua portuguesa. In: ELIAS, Vanda Maria
(org.), Ensino de Língua Portuguesa:oralidade, escrita, leitura. São Paulo: Contexto,
2011.
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Edgar Kirchof
Por outro lado, retomando o exemplo da pessoa que afirma estar e não estar
em um mesmo lugar no mesmo horário, poderíamos perguntar por que uma pessoa
faria uma afirmação para, logo em seguida, contradizê-la. Nesse caso, precisaríamos
imaginar algumas situações em que isso pudesse ocorrer. Poderíamos levantar a
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hipótese de que essa pessoa quer confundir seu receptor; que está sendo irônica ou
que está brincando; que está mentindo; que está tentando esconder alguma coisa.
Poderíamos, inclusive, pensar que essa pessoa está tentando ser poética, pois, na
poesia e na arte, muitas contradições aparentes são verdadeiros paradoxos repletos
de sentidos densos e profundos. Pense, por exemplo, no poeta Camões, quando
afirma que Amor é um contentamento descontente.
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característica do texto, mas como um processo. Essa concepção também evita o erro
de considerar o leitor como único responsável pela coerência, independentemente dos
textos. Se isso fosse verdade, nós poderíamos decidir sempre qualquer sentido como
verdadeiro para qualquer texto e ninguém poderia dizer que nossa decisão é
equivocada. Imagine ler, por exemplo, uma receita de bolo como se fosse um tratado
de química, ou ler uma história ficcional como se realmente tivesse acontecido.
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INFORMAÇÃO NOVA
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Você já leu reiteradas vezes, neste livro, que o gênero é uma estrutura que
define inúmeros aspectos quanto ao sentido de um texto. Se essa informação é
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importante para a leitura – pois permite antecipar vários sentidos pressupostos – ela é
ainda mais importante para o ato da escrita, pois não é possível produzir um texto
sem o conhecimento das características estruturais consideradas essenciais para
cada gênero específico. Um jornalista que não domina a estrutura do gênero
jornalístico, um ensaísta que não domina o gênero ensaio, um poeta que não domina
o gênero poético, um estudante que não domina o gênero acadêmico, um cronista que
não domina o gênero crônica, entre outros exemplos, dificilmente serão capazes de
produzir textos lidos como coerentes em seus respectivos contextos.
INFORMAÇÃO NOVA
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Recapitulando
BIBLIOGRAFIA
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CAPÍTULO 8 – COESÃO
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No trecho:
Voltei-me e dei com os olhos em Lord Murchison. Não nos tínhamos tornado a ver
desde que estivéramos juntos no colégio, havia isto uns dez anos, de modo que me
encheu de satisfação aquele encontro e apertamos as mãos cordialmente. Tínhamos
sido grandes amigos em Oxford. Gostaria dele imensamente. Era tão bonito, tão
comunicativo, tão cavalheiresco.
• dele (fusão da preposição de + pronome pessoal ele) e era (verbo) – retomando Lord
Murchison
Murchison
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Consulte o dicionário
Respostas
Essas trocas de palavras são muito importantes para garantir a qualidade dos
textos, pois, sem elas, o texto fica repetitivo e demonstra falta de vocabulário e de
revisão do autor. Comprove isso, comparando como seria o trecho anterior sem o
recurso das substituições:
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Exemplo: “Este mês consegui um trabalho extra, porém as contas a pagar ainda
superam o salário.”
Os nexos não são elementos vazios que possam ser permutados um pelo outro
sem critérios, pois o uso inadequado resulta em paradoxos semânticos.
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Para finalizar nossa análise sobre a coesão, sugerimos escutar a música Índios,
do autor Renato Russo.
http://letras.terra.com.br/renato-russo/388284/
• Se alguém levasse embora até o que eu não tinha – articulador que expressa
condição
• E fala demais por não ter nada a dizer – articulador que expressa causalidade
Recapitulando:
Como vimos neste capítulo, palavras ou frases soltas não são suficientes para
formar um texto, para isso é necessário que as suas partes mantenham uma
ordenação e uma relação entre si, que estejam de acordo com o sistema linguístico e
transmitam a coerência que o autor deseja demonstrar. Essa ordenação é alcançada
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Bibliografia
COSTA VAL, Maria da Graça. Redação e Textualidade. São Paulo: Martins Fontes,
2006.
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Mozara Rossetto
CONCORDÂNCIA VERBAL
- Bah, cara ... eu vi, mas tu sabe que eu não tenho experiência
suficiente para me candidatar à vaga!
Comentário
redor, falando: “Tu trouxe o livro?”, “Tu pegou a roupa na lavanderia?”, “Tu levastes o
cachorro ao veterinário? ”. Nas duas primeiras frases, os falantes conjugaram o verbo
na 3ª pessoa do singular e deveriam tê-lo feito na 2ª pessoa do singular. Já, no
terceiro exemplo, o verbo está conjugado na 2ª pessoa do plural - vós. Na verdade,
deveriam ser conjugados da seguinte forma:
Respostas Corretas
Tu trouxeste o livro?
A regra geral da Concordância Verbal estabelece que o verbo concorda com o sujeito
em número e pessoa.
Ex.: Você está atrasado.
Principais Regras
2. O sujeito composto por elementos da mesma pessoa leva o verbo para o plural.
Ex. O jornal e a revista estão aqui.
• Se o verbo estiver anteposto ao sujeito composto, esse poderá ir para o plural ou
singular.
Ex. Chegou (chegaram) Paulo e o seu irmão.
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Ex. Pedro ou Paulo casará com Ana. Natal ou Rio são excelentes
locais para férias.
6. O sujeito formado por um coletivo deixa o verbo no singular; caso ele venha
especificado, o verbo pode ficar no singular ou plural.
Ex. Uma quadrilha assaltou o banco. Uma quadrilha de ladrões assaltou
(assaltaram) o banco.
7. Quando o sujeito é composto por uma expressão partitiva como “uma parte de” –
“uma porção de “ – “o resto de” – “a metade de “ e após um substantivo plural
ou um pronome plural, o verbo pode ir para o singular ou plural.
Ex. A maior parte deles é (são) do norte.
A expressão mais de um pede o verbo no singular a não ser que esteja repetida ou
haja ideia de reciprocidade.
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10. Quando o sujeito é representado pelo pronome relativo que, o verbo concorda
em número e pessoa com o antecedente desse pronome relativo.
Ex. Fui eu (antecedente) que resolvi o problema.
11. Quando o sujeito é representado pelo pronome relativo quem, o verbo fica na 3ª
pessoa do singular ou concorda com o seu antecedente.
Ex. Somos nós quem deve (devemos) pagar a conta.
12. Quando o verbo vier acompanhado pela partícula se, terá sujeito expresso na
oração e, portanto, concorda com o sujeito.
Ex. Alugam-se casas de veraneio. Casas de veraneio são alugadas.
13. Quando o sujeito não está anteposto, os verbos dar, bater e soar concordam com
o número que indica as horas, que é o seu sujeito.
Ex. Deram dez horas. O relógio deu dez horas.
1) O verbo ser concorda com o predicativo quando seu sujeito for um dos pronomes
interrogativos que ou quem Ex. Que são células? Quem foram os culpados?
2) O verbo ser concorda com o predicativo quando estiver indicando tempo, data ou
distância.
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4) O verbo ser concorda com o nome da pessoa. Ex. Paula era as esperanças do
time.
CONCORDÂNCIA NOMINAL
- Oi, Vandinha! Onde você vai com essa roupa tão alinhada?
- É claro, uma roupa discreta é um item importante pra dar uma boa
impressão inicial, pois é a que fica, não acha?
CASOS ESPECIAIS
Além da regra geral de concordância, há casos especiais que merecem atenção, por
causarem muitas dúvidas no seu emprego. Observemos alguns deles.
incluso, mesmo, Enviei anexas duas cópias do Lattes. Concordam com o substantivo a que
obrigado, quite,
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barato, bastante Nossas roupas são baratas (caras). Quando essas palavras se referem a
caro, longe, substantivos, são consideradas
meio, muito, Estamos bastante preocupados com
adjetivos, portanto, variáveis.
pouco nosso futuro.
Nos demais casos, são advérbios,
Bastantes jovens vieram prestigiar o invariáveis.
espetáculo.
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REGÊNCIA VERBAL
- Por quê?
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Regras
Querer a – O vaqueiro queria muito Querer – exigir, Muitos querem uma casa
querer bem, bem a sua amada. desejar bonita, mas não fazem por
estimar, amar merecer.
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Perdoar a – Foi muito difícil para ela Perdoar – Perdoar uma dívida ? Só se for
referindo-se a perdoar ao ex-marido. coisas, erros, insignificante.
pessoas enganos etc.
Assistir a – ver, Não costumo mais Assistir – dar Essa instituição tem tradição
presenciar, assistir às novelas. assistência, em assistir idosos frágeis.
observar cuidar, zelar,
ajudar
Visar a – ter Visamos a um lugar mais Visar – mirar, O funcionário visou meu
como objetivo, tranquilo no nas férias. apontar, passar passaporte no último dia do
desejar, ter em visto mês.
vista
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Merecem atenção, também, alguns verbos como preferir, morar, implicar, colocados nas
atividades, custar, entre outros.
CRASE
Regra geral: o acento grave indicativo de crase será usado sempre que o termo
antecedente exigir, pela sua regência, a preposição a e o termo conseqüente admitir
o artigo a .
Antes de vermos as regras, vamos conhecer algumas dicas que podem ajudar no
momento da utilização da CRASE:
a) Troque a por ao. Substitua a palavra antes da qual aparece o a ou as por outra,
masculina. Se o a ou as se transformar em ao ou aos, use a crase.
c) Nomes geográficos. Neste caso, recorra às formas ir para, voltar de (sem crase)
ou voltar da (com crase).
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2) Em locuções prepositivas: à semelhança de, à custa de, à frente de, à razão de, à
procura de, à espera de, à vista de, à cata de, à disposição de. Ex. Estou à espera de
uma namorada.
6) Diante de nomes de lugares que admitem o artigo. Ex. Estamos preparados para ir
à Bahia.
Casos facultativos
Recapitulando
Esperamos que tenha ficado claro para você a importância de produzir textos e
trabalhos acadêmicos bem elaborados, isentos de transgressões linguístico-
gramaticais. Sem dúvida, a compreensão das normas de concordância verbal e
nominal, bem como das noções de regência e de crase, apresentadas no presente
capítulo, podem auxiliar você a aprimorar a correção de sua escrita, embora as
regras aqui expostas constituam apenas um breve apanhado dos conteúdos
envolvidos. Ainda assim, é fundamental que, ao elaborar suas atividades acadêmicas
escritas, você tenha sempre à mão um bom dicionário e uma gramática. Na ausência
de tais recursos, as rápidas noções acima podem ser de grande utilidade. Por outro
lado, convém lembrar que a boa escrita depende, antes de mais nada, de muita
prática e de muita leitura.
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BIBLIOGRAFIA
LUFT, Celso Pedro. Dicionário prático de regência Verbal. São Paulo, Ática, 2003.
MESQUITA, Roberto Melo. Gramática da língua portuguesa. 9.ed. São Paulo: Saraiva,
2007.
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Almir Mentz6
Escrever não é tarefa fácil. Escrever exige-nos domínio profundo sobre o tema
a que nos propomos redigir. Para que a produção textual alcance seu objetivo, isto é,
comunicar aquilo que desejamos, é preciso a apropriação de conhecimentos que são
obtidos através de leitura e releitura de obras e de textos que tratam da temática sobre
a qual temos interesse em redigir. Escrever é, pois, uma atividade dialógica.
O texto acadêmico deve ser claro. Suas ideias não podem ser ambíguas. Por
essa razão, adjetivo e advérbios devem ser sempre evitados. Afora a clareza, é
imprescindível precisão e simplicidade na redação acadêmica. Isso não significa que
haja vulgarização da linguagem. Ao contrário. A linguagem expressará realmente o
que desejamos que seja entendido pelo leitor.
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Professor do Curso de Letras da Universidade Luterana do Brasil São Jerônimo e Canoas. Mestre em
Letras na Área de Teoria da Literatura pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.
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Resumo
a) O assunto do texto;
b) O objetivo do texto;
c) A articulação do texto;
d) As conclusões do autor do texto original.
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afirmativas concisas, cuja estrutura sintática seja composta de sujeito, verbo e seus
complementos. Também deve ser elaborado em apenas um parágrafo.
Exemplo:
LUCKESI, Cipriano Carlos et al. O leitor no ato de estudar a palavra escrita. In: Fazer
universidade: uma proposta metodológica. 2.ed. São Paulo: Cortez, 1985, p. 136-
143.
1 - Ler o texto do começo ao fim. Essa leitura inicial tem como objetivo o
entendimento do significado de cada uma das partes do texto. Ao final dessa primeira
leitura, o leitor deverá ser capaz de responder à pergunta de que trata o texto?
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Exemplo:
Exemplo
7
João Bosco Medeiros, 2011, p. 129.
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Resenha
8
Op. Cit. p. 129-30.
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A resenha pode ser descritiva simplesmente, sem que haja nela nenhuma
apreciação crítica de quem a elabora. Ela se divide em duas partes. Na primeira
apenas damos informações sobre o texto: nome do autor, título completo da obra,
nome da editora (se for o caso, da coleção de que a obra faz parte), lugar e data da
publicação, número de volumes e de páginas. Na segunda parte, é importante que
seja feita uma breve contextualização como parte introdutória. No entanto, ainda
nessa parte, tratamos especificamente do resumo do conteúdo da obra: indicação
sucinta do assunto de que trata o objeto da resenha e do ponto de vista empregado
pelo autor, bem como o resumo dos seus pontos fundamentais.
a) Nome do autor;
b) Título e subtítulo da obra;
c) Nome do tradutor (caso seja tradução);
d) Nome da editora;
e) Lugar e data da publicação da obra;
f) Número de páginas e volumes;
g) Descrição sumária de partes, capítulos, índices;
h) Resumo da obra;
i) Modelo teórico utilizado pelo autor;
j) Como o autor construiu sua obra (método);
k) Ponto de vista que defende;
l) Indicação do resenhista: a quem a obra é indicada;
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Exemplo:
9
Op. Cit. p.150-51.
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Exemplo:
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COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
10
Op. Cit. p 157-58.
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Artigo Científico
No que diz respeito ao conteúdo, ele deve versar sobre temas novos; caso
contrário, a abordagem ao tema deve ser atual.
Exemplo:
RESUMO
narrativa fílmica homônima, dirigida por David Fincher, à luz da passagem do tempo,
11
Professora de Literatura Brasileira na Universidade Luterana do Brasil – ULBRA -,
campus de Canoas. Doutora em Teoria da Literatura pela Pontifícia Universidade
Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS.
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ANÁLISE CRÍTICA
Fitzgerald. Até as personagens femininas são Scott Fitzgerald”. Isso nos leva a pensar
que, para o escritor norte-americano, o fio que separa a ficção da realidade é muito
12
FITZGERALD, Scott. Seis contos da era do jazz a outras histórias. Trad. e ensaio
introdutório de Brenno Silveira. 6ª ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2009, p. 109.
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O sr. Buttton, desesperado, não sabia o que fazer com aquele bebê de
setenta anos. Aterrorizado, ainda na maternidade, afundou-se em uma cadeira perto
do filho e escondeu o rosto nas mãos; depois, em conversa com Deus, balbuciou as
seguintes palavras: Que é que o povo dirá? Que devo fazer? (p. 113)
O pai, chocado, desejou que antes o filho tivesse nascido negro – talvez a
vergonha fosse menor...
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afastando-o não só da mulher e do filho, mas de todos os seus afetos, pois a sua
natureza impõe entre ele e os seus, um abismo intransponível porque a juventude
toma conta de Benjamin, assim como a passagem para a maturidade é o caminho de
Hildegarde e dos outros.
Benjamin Button sente prazer por sua aparência jovial e deseja aproveitar
todas as oportunidades, muitas negadas quando a idade cronológica lhe impunha
como obrigação pessoal e social, como a vaga no Yale College, ou mesmo seu
noivado com Hildegarde, realizado a contragosto da família. O tempo passa, mas para
o jovem Button ele é seu aliado porque no ano de 1910, o rapaz de vinte anos
consegue entrar na Universidade de Harvard, não cometendo o erro, entretanto, de
declarar que jamais tornaria a ter 50 anos ou mesmo referir que seu filho, dez anos
antes, diplomara-se naquela mesma instituição.
Como no ciclo normal da vida, Benjamin também faz o mesmo percurso, com
a diferença que, no lugar dos encontros que uma existência proporciona ao indivíduo,
o velho/jovem Benjamin experimenta, em cada momento de sua vida, desencontros.
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Sob esse olhar, o filme dirigido por David Fincher, tem como protagonista
Brad Pitt e Cate Blanchett, que vivem uma história baseada no conto focalizado,
discorrendo sobre a trajetória de um homem que nasce com oitenta anos e vive na
contramão dos acontecimentos naturais, sendo, pois, incapaz de parar o tempa.
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No Diário, segundo Staiger (1966, p.72), aquele que escreve, isto é, o autor
do documento, liberta-se de cada dia na medida em que se distancia e testemunha os
fatos decorridos. Assim, nessa modalidade de escrita, ocorre a fragmentação da
história narrada, visto que o ritmo é imposto de acordo com a sucessão dos
acontecimentos, também existe forte tendência para a postura confessional.
Nessa perspectiva, o filme dirigido por David Fincher, que parte da narração
de Daisy e da leitura do diário do próprio Benjamin Buttton estabelece com o
espectador/receptor um pacto de fidelidade na medida em que existe um documento
comprobatório da história mostrada. O caráter diarístico assemelha-se à escrita de
cartas, visto que focaliza um destinatário, por outro lado, contém traços de uma escrita
autobiográfica, pois, em certos momentos, há o distanciamento do narrador na
tentativa de recuperar os fatos vividos e transcen dê-los para o registro escrito.
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Sob esse viés, podemos recuperar trechos da obra fílmica em que a mãe,
Queene, dá ao pequeno Benjamin amparo, amor, ternura, calor e alimentação na
mesma medida em que possibilita ao filho o risco da opressão pela estreiteza do meio.
Aqui recuperamos o marinheiro, que mostra ao jovem senhor Benjamin o outro lado da
vida. Ele é um marujo que vive no mar e inscreve-se no mundo por si, quando tatua o
próprio corpo como forma de transgressão, marcando no corpo seu modus vivendi. A
tatuagem, do carácter wen, significa linhas que se cruzam, tecelagem, texto – a
história do marujo está escrita no seu corpo. Foi desse modo que Benjamin
experimentou o sabor dos prazeres da carne, sem, no entanto, perder o senso de
direção, pois o marinheiro mostrou a Benjamin o leme, o mar, a vida...
E nessa dança de imagens que povoam a tela para contar uma história,
recurso do cinema, vamos relembrar a bailarina por quem Benjamin se apaixonou.
Daisy dançava – era o seu modo de comunicação com o mundo porque quando as
palavras não bastam, apela-se para a dança, seja ela popular ou erudita, individual ou
coletiva. Jean Chevalier, no seu Dicionário de Símbolos, pergunta:
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Benjamin e Daisy, cada um, no seu tempo, dançou só, porque percorreram
tempos diferentes.
O curioso caso de Benjamin Button, conto e filme, situa-se num espaço entre
a literatura e o cinema. Com a literatura divide as estratégias da ficção, como a
construção da trama, não com a exata descrição, mas a criação liberta que busca na
realidade o motivo para imaginar. Com o cinema compartilha infinitas possibilidades
criativas e relacionais com a arte da palavra, criando linguagem e teorias próprias
dentro de um sistema semiótico.
13
In: GAGNEBIN, Jeanne Marie. Sete aulas sobre Linguagem memória e história.
Rio de Janeiro; Imago, 1997, p. 75.
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REFERÊNCIAS
BONNICI, Thomas, ZOLIN, Lúcia Osana (org.) Teoria Literária: abordagens históricas
e tendências contemporâneas. 2ª ed. rev. ampl. Maringá: EDUEM, 2005.
FITZGERALD, Scott. Seis contos da era do jazz a outras histórias. Trad. e ensaio
introdutório de Brenno Silveira. 6ª ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2009.
GAGNEBIN, Jeanne Marie. Sete aulas sobre Linguagem memória e história. Rio de
Janeiro; Imago, 1997.
Ensaio
Exemplo:
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14
In: GAGNEBIN, Jeanne Marie. Sete aulas sobre Linguagem memória e história. Rio de
Janeiro; Imago, 1997, p. 75.
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permitindo, assim, que ele o reviva, religando o princípio e o fim – esse percurso é a
totalidade criadora.
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ou consumido...
Não sei
ou
uma
nuvem perdida,
perdida...
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14: e em vão tentas lembrar o nome dela.../mas está quebrada! Quer dizer que o
mistério não se resolve porque os indícios não podem revelar a história contida no baú
de espantos, pois a boneca que fita e tenta sorrir não pode ir além disso, pois está
com a boca quebrada. Assim, a história pode ser vista sob o enfoque do olhar da
boneca.
histórias contadas: Era no tempo das verdadeiras princesas (verso 7); era no tempo
dos reis (verso 10); era no tempo em que o cavaleiro Dom Quixote (verso 12) e, assim,
contém parte da história de vida do poeta e possui o tempo como autor principal
poucos, fosse completando sua obra até chegar à semelhança com a imagem real.
permite ao poeta buscar, nas profundezas do mar, o sentido para sua obra de arte.
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[...]
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GAGNEBIN, Jeanne Marie. Sete aulas sobre linguagem memória e história. Rio de
Janeiro: Imago, 1997.
6 - Na produção de um ensaio, o seu autor tem mais liberdade, sem que haja
necessidade de embasamento teórico, diferentemente da produção do artigo
científico?
Relatório
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orientar a quem esse documento for dirigido. Narração e descrição de fatos fazem,
portanto, parte da organização desse gênero textual.
Essa modalidade textual deve ser breve. Por essa razão, o profissional que o
organiza e o redige deve demonstrar capacidade de organizar sua explanação, sua
clareza, objetividade, sistematização e seu poder persuasivo.
Relatar pode ser uma prática individual ou coletiva, cujo teor do assunto
relatado pode alcançar o cunho confidencial ou ainda o de domínio público. Além
disso, realizá-lo não tem o momento determinado. Ao contrário, poderá se tornar uma
atividade de rotina, eventual, anual, semestral, ou sempre que for necessário. É
importante saber que qualquer assunto poderá ser objeto da elaboração do relatório.
2 - Destinatário: Para...;
3 - Remetente: De...;
4 - Assunto;
8 - Fecho;
10 - Assinatura.
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Monografia (TCC)
Esse tipo de texto pode ser de cunho teórico, documental ou de campo. Não
importa sua perspectiva, no entanto é importante saber que ele visa a articular e
consolidar a formação do aluno através do conhecimento científico em sua área. Essa
dissertação deve ter o tom original que nem sempre significa total novidade, haja vista
que a ciência está sujeita a constantes revisões teórico-práticas. A monografia é o
resultado da revisão bibliográfica realizada pelo autor. A assimilação dos conteúdos
ocorre por meio de resenhas ou de confecção de fichamentos.
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Folha de aprovação;
Sumário.
Errata;
Dedicatória;
Agradecimento (s);
Epígrafe;
c) Textuais: Introdução;
Desenvolvimento;
Conclusão.
Apêndice;
Anexo (s);
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COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
Índice.
8 - Sempre que utilizar um termo novo ou desconhecido pela primeira vez, devemos
defini-lo?
9 - Escrever é um ato social e, por essa razão, devemos empregar a primeira pessoa
do plural, nós?
10 - Não devemos usar artigo antes de nomes próprios, pois seu emprego soa um
pouco antiquado e demonstra familiaridade?
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COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
Recapitulando
REFERÊNCIAS
ECO, Umberto. Trad. Gilson Cesar Cardoso de Souza. Como se faz uma tese. São
Paulo: Perspectiva, 2009 (Estudos; 85).
FIORIN, José Luiz & SAVIOLI, Francisco Platão. Para entender o texto: leitura e
redação. São Paulo: Ática, 1995.
SCHEIBEL, Maria Fani & VAISZ, Marinice Langaro (Orgs.). Artigo Científico:
percorrendo caminhos para sua elaboração. Canoas: ULBRA, 2006.
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