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DE PROCESSOS
OPERACIONAIS
SUMÁRIO
SUMÁRIO ............................................................................................................................... 2
APRESENTAÇÃO .................................................................................................................. 5
SOBRE O AUTOR.................................................................................................................. 8
Atividades.................................................................................................................. 14
2.5 Cálculo dos ajustes das necessidades de produtos, materiais e mão de obra ... 20
Atividades.................................................................................................................. 22
Atividades.................................................................................................................. 32
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Atividades.................................................................................................................. 41
Atividades.................................................................................................................. 51
JUST-IN-TIME (JIT).............................................................................................................. 53
Atividades.................................................................................................................. 63
Atividades.................................................................................................................. 73
Atividades.................................................................................................................. 81
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Atividades.................................................................................................................. 91
Atividades.................................................................................................................. 97
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APRESENTAÇÃO
Os sistemas MRP, na atualidade, fazem parte de sistemas mais complexos, com uma
série de módulos que atendem as mais diversas necessidades das empresas. Concluído o
estudo do MRP, cabe então o estudo desses sistemas, conhecidos, de forma geral, por
sistemas ERP (Enterprise Resource Planning) ou MRP II, que serão o foco do quinto
capítulo. Os principais módulos dos sistemas ERP serão abordados de forma resumida
para que o aluno possa entender a essência desses sistemas e sua importância como
ferramenta de apoio à gestão.
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demandas dos mercados. Ele é uma técnica de programação visual, que permite a
reposição automática dos produtos em função da demanda.
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SOBRE O AUTOR
1 DE ADMINISTRAÇÃO DE
OPERAÇÕES
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1
Já na Pré-história, segundo Martins e Laugeni , o homem apresentava produtos utilizados
na caça e na pesca, como armas ou utensílios domésticos. No período Paleolítico –
iniciado, aproximadamente, 265.000 anos a.C. –, esses utensílios eram feitos de pedra
lascada e, apenas em 9.000 a.C., é que se tem uma mudança significativa na sua
confecção, pois, nesse momento, inicia-se o período Neolítico, no qual os utensílios já não
são feitos de pedra lascada, mas de pedra polida. A mudança no método de confecção
dava aos produtos maior qualidade e eficiência. As melhorias nesse período ocorriam de
forma muito lenta e, na maioria das vezes, por acaso, diferentemente da atualidade, onde
as grandes empresas têm implantado processos de melhoria contínua para que esta seja
constante.
A esses períodos, segue-se a idade dos metais (3.500 a.C.) – primeiro o bronze, depois
o ferro. Nesse momento, aumenta-se novamente a qualidade dos produtos e também sua
variedade.
2
É claro que os períodos anteriormente citados por Martins e Laugeni não ocorreram
exatamente no mesmo momento para todas as civilizações. Por exemplo, a Pré-história
termina com o aparecimento da escrita, que ocorreu no Egito e Mesopotâmia em 3000 a.C.;
entretanto, em alguns lugares da África, o surgimento da escrita só ocorreu no início do
século XX.
4
Ainda segundo Chiavenato , os processos produtivos até aqui evoluíam lentamente,
porém, em 1764, James Watt inventa a máquina a vapor. Pode-se dizer que aqui começa
a grande revolução dos processos produtivos – é a Revolução Industrial que começa na
Inglaterra e depois atinge todo o mundo civilizado. As melhorias, a partir de então,
começam a ocorrer em espaços de tempo muito menores.
5
Gaither e Frazier apontam a Revolução Industrial como o grande divisor de águas da
administração de operações, tendo em vista que, anteriormente a esse período, os
sistemas de produção eram caseiros e os processos produtivos eram feitos pelos artesãos
e seus aprendizes.
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Com a invenção da máquina a vapor, surgem as primeiras indústrias, que provocam dois
reflexos imediatos: a migração da mão de obra do campo para os grandes centros urbanos
da época e a substituição da força de trabalho humano pela força da máquina. É o fim do
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domínio dos artesãos. Somado a isso, em 1776 Adam Smith publica o livro A riqueza das
nações, no qual defende a divisão do trabalho em tarefas mais simples, como forma de
permitir a especialização dos trabalhadores e conseguir, conseqüentemente, maiores
índices de produtividade.
Essas alterações provocaram reflexos nas rotinas das empresas, como a necessidade de
padronização de produtos e processos e treinamento da mão de obra – isso porque, a partir
desse momento, o resultado do trabalho era produto de um esforço coletivo. Outras
mudanças também ocorreram no que diz respeito ao gerenciamento das empresas, como a
necessidade de criação e desenvolvimento de quadros gerenciais e de supervisão e o
desenvolvimento de técnicas de planejamento e controle da produção, de técnicas de
planejamento e controle financeiro e de técnicas de vendas.
7
Nesse sentido, segundo Martins e Laugeni , é importante ressaltar a contribuição de Eli
Whitney, inventor americano que, em 1790, desenvolveu o conceito de peças
intercambiáveis. Whitney projetou rifles para serem fabricados pelo governo americano
numa linha de montagem, de forma que as peças produzidas pudessem ser encaixadas
corretamente desde a primeira vez, diferente do processo vigente, onde as peças eram
classificadas para se encontrar uma que encaixasse ou, então, modificadas (retrabalhadas)
para possibilitar o encaixe.
8
No final do século XIX, segundo Chiavenato , surgem os trabalhos de Frederick Winslow
Taylor, que é considerado o pai da administração científica. Taylor buscou incessantemente
a otimização de métodos de trabalho e processos produtivos. Destaca-se, certamente, em
seus esforços, a busca do trabalhador certo para a tarefa certa e também o treinamento do
operário para a execução do trabalho.
9
Ainda segundo Chiavenato , as origens de Taylor certamente explicam a sua devoção ao
trabalho, pois era originário de uma família Quaker. Os seguidores dessa religião
acreditavam que o valor de um homem era medido pela sua dedicação ao trabalho e que
este aproximava o homem de Deus. Dessa forma, a dedicação ao trabalho era a conduta
esperada de todos os adeptos dessa religião, não se podendo esperar um comportamento
diferente de Taylor.
10
Então, segundo o mesmo autor , a busca constante de melhorias e eliminação de
desperdícios presentes no dia a dia não foi uma aptidão desenvolvida espontaneamente
por Taylor, mas, sim, influenciada pela sua convivência com os quaker’s, já que estes
também trabalhavam nesse sentido. Para eles, desenvolver métodos que aumentassem a
produtividade no trabalho era uma rotina.
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11
Ainda conforme o mesmo autor , os estudos de tempos e movimentos iniciados por
Taylor foram aprofundados por seu discípulo Frank B. Gilbreth, os quais são utilizados
ainda na atualidade para a otimização de processos de trabalho. Outro discípulo de Taylor
que contribuiu grandemente com os sistemas de administração da produção foi Henry
Lawrence Gantt, com o Gráfico de Gantt, que é um dos recursos principais do MS Project
(programa da Microsoft®), um dos mais utilizados softwares para a gestão de projetos na
atualidade.
12
Aproximadamente em 1910, conforme Chiavenato , Henry Ford cria a linha de
montagem seriada, o que provoca uma revolução nos métodos de produção existentes
naquela época. Nesse momento, ele estava aperfeiçoando o processo de divisão de tarefas
defendido por Adam Smith e aprofundando os estudos de Taylor. Com a linha de
13
montagem seriada, segundo o mesmo autor , aparece o conceito de produção em escala,
o qual se caracteriza por grandes lotes de produção e pela padronização dos itens.
14
Segundo Martins e Laugeni , até aproximadamente 1965 esse tipo de produção era o
que predominava nas empresas, quando, em função da realidade de determinados
mercados, surgem novos métodos de produção, que resultaram na formação da
denominada produção enxuta (sistema Just-in-Time, células de produção, sistemas
flexíveis de manufatura e benchmarking).
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ação e pode necessitar de meios físicos para que seja realizada, mas o resultado final é
intangível. Por exemplo: quando participamos de um curso recebemos conhecimento do
professor, isso é um serviço. Para prestar esse serviço, a escola coloca à disposição do
aluno uma série de recursos físicos como bibliotecas, salas de aula, laboratórios de
16
informática, apostilas e outros, mas estes não constituem o serviço em si, diz Moreira .
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Vários fatores são analisados pelo consumidor no momento da compra, como qualidade
do produto, preço, prazo de entrega, condições de pagamento, assistência técnica,
confiabilidade do fornecedor e disponibilidade do produto.
Como visto anteriormente, a área de produção atua diretamente para que a empresa
possa satisfazer o cliente, assim, esforços realizados no chão de fábrica podem repercutir
diretamente na satisfação e manutenção do cliente.
A seguir, serão apresentadas algumas atividades que servem para fixação do conteúdo
apresentado neste capítulo. Observe com atenção o enunciado de cada uma para dar sua
resposta.
Atividades
1. Relacione a coluna da esquerda com a coluna da direita. Para cada item na coluna
da esquerda pode haver uma, mais de uma ou nenhuma resposta na coluna da
direita.
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PLANEJAMENTO,
2 PROGRAMAÇÃO E
CONTROLE DA PRODUÇÃO
(PPCP)
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Percebe-se que o PPCP tem, na sua essência, a função de determinar todos os recursos
necessários para que a empresa possa atender as suas demandas, bem como de gerenciar
e disponibilizar as informações necessárias à esse processo.
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O equipamento de produção é
planejado depois que o projeto do
produto já está pronto e aprovado,
tendo em vista que os Tipo universal, projetados para
Equipamento equipamentos serão feitos para a realizar uma determinada função,
da produção produção específica desse com grande flexibilidade, mas requer
produto. Por esse motivo, o a realização de setups frequentes.
1
número de setups é pequeno e a
distribuição de trabalho para as
máquinas é uniforme.
1
Setup é o tempo de preparação de uma máquina para produzir um outro tipo de peça diferente
daquela que estava em produção. Assim, é contado desde o momento em que se para a produção até
o momento em que a produção da nova peça se inicia. Nas palavras de Moura (1994, p. 13); “Troca e
ajustes de ferramentas (moldes, estampos, etc). É o intervalo decorrido entre duas corridas de
produção.”
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Colaborador multifuncional,
Altamente especializado,
realizando operações diferentes para
Pessoal realizando sempre a mesma
a confecção de uma variedade de
função.
itens.
Operações Repetitivas Variadas
Na prática, no dia a dia das organizações, pode-se encontrar empresas que tenham
algumas características de produção seriada e também outras de produção por lote. Se
fossemos, nesse caso, classificar uma dessas empresas quanto ao tipo de produção,
consideraríamos qual dos tipos é predominante, ou seja, de que tipo de produção é a
maioria das características presentes.
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fluxo de produção de cada um dos produtos, indicando o roteiro que cada um irá
fazer pelo processo produtivo;
De posse dessas informações, deve-se realizar o cálculo dos ajustes para determinar as
quantidades que devem ser programadas, a fim de que se tenha, no final do processo, as
quantidades necessárias para atender a demanda existente.
a. Peças ou produtos:
Onde:
UP: Unidades Programadas;
UN: Unidades Necessárias;
%D: Percentual de Defeitos.
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b. Matéria-prima:
Onde:
c. Mão de obra:
Para a definição do rendimento da mão de obra existem três tempos que devem ser
considerados. São eles:
I - Tempo Normal (TN): É o tempo que uma pessoa treinada para a realização de
uma tarefa, em perfeitas condições físicas e psíquicas, leva para realizá-la. Nesse
caso, ter-se-ia um rendimento de 100% da mão de obra.
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III - Tempo Real (TR): O tempo real por sua vez é o tempo padrão do processo
descontado o rendimento do processo (RP). Com base no tempo real é que se
calculam as necessidades de mão de obra, pois nele já foram previstas as
compensações em função dos atrasos inevitáveis e do rendimento do processo.
Atividades
1. Dos itens a seguir, assinale aquele que é importante para subsidiar o processo de
planejamento da produção:
a. Quantidades a serem produzidas e datas de entrega.
b. Estrutura dos produtos (detalhamento dos componentes).
c. Fluxo de produção (roteiro que cada produto faz pelo chão de fábrica).
d. Percentuais de perdas, defeitos, atrasos inevitáveis e rendimento do processo.
e. Todas as alternativas anteriores estão corretas.
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4. O tempo real médio para uma operação de costura em uma indústria de confecções
é de três minutos e 30 segundos por peça de roupa. O rendimento médio da
costureira tem sido de 90% e seus percentuais de atrasos inevitáveis de 15% do
tempo total. Qual o tempo padrão e o tempo normal do processo com essa
costureira?
a. TP = 3,42 min; TN = 3,83 min.
b. TP = 3,15 min; TN = 2,68 min.
c. TP = 3,27 min; TN = 2,52 min.
d. TP = 3 min; TN = 2 min.
e. Todas as alternativas anteriores estão erradas.
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MATERIAL REQUIREMENT
3 PLANNING (MRP)
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O MRP surgiu para viabilizar o cálculo da demanda dependente. Para que se possa
entender o que é demanda dependente, deve-se, primeiramente, compreender o que é a
demanda independente. Pode-se dizer que esta última é a demanda que se manifesta das
necessidades do mercado, ou seja, é a demanda do mercado pelos produtos produzidos
por uma empresa. A demanda dependente, por sua vez, é aquela decorrente da demanda
independente. Pode-se citar como exemplo uma empresa que fabrica skate. Se existe uma
demanda para 100 unidades desse produto, isso gera, para a empresa, a demanda de 400
rodas, já que a demanda de rodas depende da demanda do produto acabado – skate – no
mercado. Simplificando, pode-se dizer que os produtos acabados têm demanda
independente e que os componentes utilizados na sua fabricação têm demanda
dependente da quantidade deste que se pretende produzir para atender ao mercado.
1º. parte-se das necessidades de entrega dos produtos finais, considerando-se a data de
entrega prometida para o cliente ou o dia que se deseja ter o produto pronto para atender
à demanda de mercado;
25
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*
2º. calcula-se para trás, no tempo, subtraindo-se os Tempos de Entrega (TE) de compra,
produção ou montagem, determinando-se as datas em que as etapas do processo de
produção devem iniciar e terminar;
Informações adicionais
Com base na Figura 3.1, apresentada anteriormente e nas informações adicionais, faz-
se o seguinte questionamento:
Respostas:
1. Se o objetivo do MRP é comprar, produzir e montar apenas no momento certo,
com a menor formação de estoque possível, então a entrega do produto acabado
Continua
*
O Tempo de Entrega (TE), em inglês Lead-Time, é o tempo necessário para o ressuprimento do item,
contado desde o momento em que se inicia o processo de reposição até que este esteja disponível
para ser utilizado. Esse conceito será tratado mais adiante com mais profundidade.
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3. 5 Estrutura do produto
É a estrutura que descreve todas as relações de dependência entre os itens que
compõem o produto final. É também conhecida por Estrutura Analítica e Árvore do Produto.
2
A maioria dos autores consideram que o nível em que se encontra o produto acabado é
o nível 0 (zero), porém, existem alguns que apresentam o produto acabado no nível 1,
3
como é o caso de Martins e Laugeni . Aqui, para fins de estudo, consideramos que o
produto acabado está no nível 0.
Ao se analisar uma estrutura analítica ou árvore do produto, deve-se saber o que significa
um item pai e um item filho. Pode-se dizer, de uma forma simples, que todo item que tem
outro abaixo de si na estrutura analítica é um item pai, e todo item que tem algum item
acima de si é um item filho. Percebe-se, então, que um item pode ser pai e filho
simultaneamente, dependendo da relação que está sendo analisada. Por exemplo: o item
“corpo” (MP 0191) é pai do item “mola” (MP 0239), porém, o mesmo item “corpo” (MP 0191)
é filho do item “lanterna” (PR 0032).
A seguir, apresenta-se um exemplo de lista de materiais para a lanterna (PR 0032), que é
o produto que está sendo utilizado como exemplo.
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c. Tempo de Entrega (TE): Em inglês, Lead Time (LT). É o tempo necessário para a
obtenção de um determinado item, seja através de compra, montagem ou
produção, contado a partir do momento em que se inicia o processo de reposição
deste, até o momento em que ele esteja disponível para utilização. O tempo de
entrega quase sempre é apresentado em semanas, porém, não se pode esquecer
que é normalmente um dos itens parametrizáveis dos sistemas ERP e, por esse
motivo, pode-se alterar a unidade de medida de tempo. Nos exercícios
apresentados neste livro, o tempo de entrega será apresentado sempre em
semanas.
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*
e. Estoque de Segurança (ES) : O estoque de segurança é uma quantidade adicional
do material em estoque que se mantêm para o caso de ocorrência de uma
eventualidade, uma emergência, ou seja, um evento não previsto. Pode ser um
atraso do fornecedor, um atraso no processo de produção causado por uma quebra
em uma máquina etc.
Os conceitos que foram apresentados neste item serão utilizados para o cálculo do MRP
no capítulo seguinte, por isso é importante entendê-los e memorizá-los.
*
Estoque de Segurança – Existem diversas maneiras de se calcular o Estoque de Segurança (ES),
cada uma com suas vantagens e desvantagens, entretanto, esse cálculo não será aqui detalhado
tendo em vista que é objeto de estudo da disciplina de Administração de Suprimentos e Compras.
Dessa forma, o ES será fornecido nos enunciados dos exercícios.
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Onde:
NB = Necessidade Bruta;
LO = Liberação de Ordem;
Deve-se ter em mente que, como o tempo no MRP é expresso em semanas, então
a NB de uma determinada semana representa o somatório das demandas
existentes para cada dia da semana.
Onde:
NL = Necessidade Líquida;
NB = Necessidade Bruta;
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RP = Recebimento Programado;
ES = Estoque de Segurança.
Por fim, multiplica-se o maior inteiro encontrado pelo múltiplo e esta será a
quantidade que realmente terá de ser liberada. Nesse caso, 5 x 12 = 60. 60 seria a
quantidade a ser liberada, mesmo sendo a necessidade líquida igual a 50, já que a
política do fornecedor nos impede de pedir a quantidade exata que era necessária.
Atividades
Para as questões a seguir, marque a alternativa correta.
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CÁLCULO DO MRP
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Existe um princípio do cálculo do MRP determinado – Level Low Code (LLC) –, o qual é
utilizado pelo sistema no momento do cálculo. Quando o sistema vai calcular um
componente de determinado nível, ele verifica se este não aparece novamente na estrutura
do produto, isso porque o cálculo é feito apenas uma vez para cada item e, como a
sequência de cálculo é do nível zero (0) até o último nível, o sistema só calcula o item no
último nível em que ele aparecer, isto por que para o cálculo do item é necessário que se
tenha as necessidades brutas dos seus itens pais, assim, deixa-se para o último nível.
Antes de iniciar o cálculo do MRP propriamente dito, no qual é utilizado o registro básico
do MRP, será feito, para fins de exemplo, o cálculo do momento de liberação de ordens e
da quantidade a ser liberada de forma simplificada, utilizando-se, para isso, apenas uma
linha de tempo.
1
Figura 4.1 - Estrutura do produto
Apresentada a estrutura do produto, cabe agora mostrar a sua lista de materiais, como
segue:
1
O número entre parênteses representa o consumo unitário do item.
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O objetivo desse exercício é fazer a lógica do MRP para o cálculo das necessidades de
materiais, considerando um pedido de 100 unidades do produto “A”, a ser entregue na
semana nove. No próximo item se apresenta o cálculo previsto.
Se o item A tem que ficar pronto na semana 9 e seu tempo de entrega é de uma semana,
então o item deve começar a ser produzido na semana 8 (9-1= 8). Precisamos de 100
unidades de A em M1, então, na 8ª semana, deve-se fazer uma ordem de produção de 100
unidades do A.
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Nesse momento está concluído o cálculo do MRP em uma linha de tempo, através do
mesmo se determinou o momento para a liberação das ordens e as quantidades que
deveriam ser liberadas, ou seja, se atingiu o objetivo do MRP.
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Com base nas informações já fornecidas, é possível realizar o cálculo do MRP. Existem
cinco itens na estrutura analítica e, por esse motivo, serão necessários cinco registros
básicos, um para cada item.
Semana
Item - Trampo 1 2 3 4 5 6 7 8
Necessidade bruta 100
Recebimentos programados 55
Estoque disponível 45 45 45 45 45 45 45 0
Plano de liberação de ordens 55
TE = 2 ES = 0 TL = LL
Semana
Item - Base 1 2 3 4 5 6 7 8
Necessidade bruta 100
Recebimentos programados 15 65
Estoque disponível 20 35 35 35 35 35 35 0
Plano de liberação de ordens 65
TE = 1 ES = 0 TL = LL
Semana
Item - Perna 1 2 3 4 5 6 7 8
Necessidade bruta 100 260
Recebimentos programados 200
Estoque disponível 65 165 165 165 165 165 105
Plano de liberação de ordens 200
TE =2 ES = 50 TL = M100
Semana
Item - Travessa 1 2 3 4 5 6 7 8
Necessidade bruta 260
Recebimentos programados 150
Estoque disponível 160 160 160 160 160 160 50
Plano de liberação de ordens 150
TE = 1 ES = 50 TL = LL
Fonte:Corrêa; Gianesi, 1996.
Percebe-se, assim, que, para atender esse pedido, seriam necessárias as seguintes
liberações de ordem:
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Dessa forma, está concluído o cálculo do MRP: com a obtenção das ordens de compra e
montagem se atinge o objetivo do sistema que é determinar o que produzir, montar e
comprar, com a menor formação de estoques possíveis e atendendo à demanda do
mercado.
Atividades
1. Faça uma programação de necessidades no tempo “para trás”, para 200 unidades de
um produto A, cuja árvore está esquematizada a seguir, determinando a quantidade
e a data das liberações de pedido planejado para todos os componentes. Não existe
estoque de qualquer componente ou sob pedido e todos os tamanhos de pedidos
são lote por lote. A entrega deverá ocorrer na 10ª semana.
TE -
ITEM
semanas
A 1
B 1
C 2
D 2
2. Uma empresa que fabrica carrinhos de mão deve entregar os seguintes pedidos:
Semana
Item - Carrinho 1 2 3 4 5 6 7 8
Necessidade bruta 160 90
Entre os requisitos para cada carrinho estão dois cabos, uma montagem de roda e
um pneu para o conjunto da roda. As quantidades de pedido, tempos de
atendimento e estoques disponíveis no início da semana 1 são mostrados a seguir:
Tamanho Tempo de Quantidade
Peça
lote entrega disponível
Cabos LL 2 10
1
Conjunto de rodas LL 3 200
Roda 20 1 50
Pneu 15 1 50
1
90 conjuntos de rodas são também necessários na semana 5, para um embarque de cortadores de
grama de jardim que usam a mesma roda.
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4. Uma empresa fabrica dois produtos, com árvore de produto, demanda e estoque de
segurança conforme segue:
ITEM ED TL ES TE
A 30 LL - 1
B 400 LL - 2
C 1600 LL - 3
D 8000 LL - 1
X 200 M10 40 1
Y 180 LL 50 1
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MRP E ERP
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Percebe-se, assim, que o sistema ERP é mais abrangente que o sistema MRP II, já que o
primeiro diz respeito ao planejamento de todos os recursos da empresa e o último apenas
ao planejamento dos recursos de manufatura. Fica claro ainda que o sistema MRP II
também é mais completo que o sistema MRP estudado anteriormente, pois este último se
limita apenas ao planejamento das necessidades de materiais (o MRP é, na verdade, um
dos módulos dos sistemas MRP II).
2
É interessante a colocação de Corrêa, Gianesi e Caon , abordando a diferença entre os
sistemas MRP II e ERP, quando dizem que “hoje a maioria dos melhores aplicativos de
software que trazem no seu coração a lógica de MRP II [...] já tem um escopo que
transcende em muito aquele do MRP II original. Por tratarem também da gestão integrada
de recursos outros que não apenas aqueles de manufatura, já têm sido chamados ERP.”
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planejamento de dez anos deve, a cada ano, planejar mais um ano para mantê-lo
sempre com 10 anos. O planejamento para esse módulo é expresso em unidades
monetárias e os produtos normalmente são agrupados em famílias de produtos. Isso
acontece porque, como o período de planejamento é grande, se houver um maior
detalhamento a margem de erro será maior, o que pode desmotivar os colaboradores
da empresa. O sucesso desse módulo depende muito menos do sistema do que das
pessoas das diversas áreas da empresa, pois são elas que materializarão um
planejamento de longo prazo coerente e que permita o melhor cenário futuro. Por
essa razão, é comum as pessoas envolvidas nesse módulo passarem por um
treinamento específico, que vai além da simples utilização do sistema. Além disso,
ele também propicia a integração entre as diversas áreas da empresa, como
marketing, financeira, recursos humanos, entre outras, de forma que todos estejam
trabalhando para atingir um objetivo comum. Antigamente era chamado de Plano
Agregado de Produção.
Gestão da Demanda: esta não é um módulo específico dos sistemas ERP, mas,
normalmente, encontra apoio em seus módulos. Na verdade, é uma função
extremamente importante para o processo de planejamento, pois, gerir a demanda é
essencial para as empresas, tendo em vista que a maioria delas não tem flexibilidade
suficiente para atender todas as oscilações de mercado. Assim,, equilibrar a
demanda é necessário, e isso pode ser feito de várias formas: através de relações de
parceria com os clientes nas quais se procura uma situação adequada para ambas
as partes, através de esforços de vendas, campanhas de divulgação do produto,
entre outras.
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do produto é feito sob encomenda e, nesse caso, nem a matéria-prima pode ser
mantida em estoque. Da mesma forma que o MRP, o MPS também tem o seu
registro básico, mas diferente daquele, que tem como objetivo realizar um cálculo,
este tem como objetivo dar suporte ao processo de tomada de decisão. São
considerados, nesse registro, a previsão de demanda independente do item, a
previsão de demanda dependente, se for o caso desse item, e os pedidos em
carteira para a formação da necessidade bruta do item que será utilizada
posteriormente no MRP.
SFC – Shop Floor Control (Controle de Chão de Fábrica) e Compras: este módulo
é responsável pela operacionalização das ordens de montagem e produção emitidas
pelo MRP e pelo controle da produção propriamente dito. Através dele, procura-se
ser o mais fiel possível à programação realizada, para que as ordens sejam abertas
nos momentos e nas quantidades certas. Tendo em vista a grande quantidade de
informações envolvidas nesse processo, algumas empresas, para simplificar a
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operacionalização da produção, optam pelo sistema Kanban, que tem como essência
a simplicidade. O SFC faz todo o acompanhamento do processo, desde a abertura
da ordem até o momento que o item é disponibilizado para ser encaminhado à
próxima etapa do processo produtivo ou para o estoque, fazendo a atualização das
informações no sistema. O módulo de compras é semelhante ao SFC, só que
atuando com relação às ordens de compras. Cobre desde a abertura das ordens de
compras até o recebimento dos materiais, atualizando o registro do Estoque
Disponível. Isso envolve também o processo de seleção, negociação, fechamento e
acompanhamento do pedido.
Esses são, em essência, os módulos principais dos sistemas ERP voltados para a gestão
dos processos operacionais, eles propiciam aos gestores um suporte para a realização do
planejamento da empresa, seja a nível estratégico, tático ou operacional.
*
Produção do tipo Job Shop: caracteriza-se pela organização das máquinas ou setores com relação a
sua função, dessa forma os diversos itens tem roteiros de produção diferenciados, ou seja, fazem
percursos diferentes ao longo do processo produtivo, os tempos de entrega tendem a ser longos, o
nível de materiais em processo é alto e os gestores buscam elevar a utilização dos equipamentos.
(Martins; Laugeni, 2006, p. 238).
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Dessa maneira, fica clara a vantagem da lógica do MRP para itens de demanda
dependente, pois permite que estes sejam comprados, montados ou produzidos apenas
quando necessário. No sistema de ponto de reposição, um item filho só é utilizado quanto
o seu item pai atinge o seu ponto de reposição. Além disso, pode-se citar como vantagens
dos sistemas ERP o fato de eles envolverem os diversos setores da empresa propiciando a
integração e o compartilhamento de informações. O sistema ERP, quando utilizado
corretamente, traz uma série de benefícios para a empresa, mas também nele existem
limitações que devem ser consideradas no momento de se decidir pelo sistema a ser
utilizado para a gestão das operações. Algumas dessas limitações serão tratadas no
próximo item.
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Sendo um aplicativo, a qualidade dos seus dados de saída depende diretamente dos
dados de entrada. Esses dados de entrada, que serão a referência do sistema para gerar
as suas saídas, devem ser fornecidos ao sistema de forma constante e exata. Para que
isso ocorra todas, as pessoas envolvidas no processo devem estar cientes da importância
do lançamento destes para que o sistema gere informações precisas e confiáveis. Por esse
motivo, na implantação de sistemas ERP uma parte significativa dos custos está
relacionada ao treinamento dos seus futuros usuários.
Outra limitação do sistema está relacionada ao fato de que o ERP é um sistema passivo,
no sentido de que aceita os dados de entrada sem questionamento. Dessa forma a entrada
de dados incorretos gerará saídas também incorretas, além de que o sistema trabalhará
sempre com as mesmas informações; se não houver um esforço externo ao sistema,
nenhuma melhoria será agregada ao processo. Percebe-se, então, que o sistema em si
automatiza o processo, mas não ajuda na busca de melhorias.
Além disso, o sistema pode ser considerado “taylorista”, pois atribui as funções de
planejamento estratégico e tático à cúpula da empresa e, aos operários, apenas a
execução das ordens, ficando estes alijados das contribuições com os processos de
melhorias.
Isso não significa que empresas que possuem sistemas ERP não possam ter programas
de melhoria da qualidade, nem que não possam permitir a participação dos colaboradores
nos processos decisórios da empresa, mas, sim, que esses esforços devem ocorrer de
forma externa ao sistema, pois este não foi preparado para isso.
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50
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Atividades
1. Os sistemas ERP propiciam um apoio ao processo de planejamento na empresa,
seja no nível estratégico, seja nos níveis tático e operacional. O módulo responsável
por apoiar o planejamento estratégico, ou seja, de longo prazo, normalmente
trabalha com dados agregados, os produtos são reunidos por famílias de produtos e
a análise é feita pelo valor monetário do item. Esse módulo é conhecido por:
a. Planejamento das Necessidades de Materiais (MRP).
b. Controle de Chão de Fábrica (SFC).
c. Planejamento das Necessidades de Capacidade (CRP).
d. Planejamento de Vendas e Operações (S&OP).
e. Plano Mestre de Produção (MPS).
III – A acuidade dos dados de entrada do sistema é fundamental para que não se
coloque em risco a credibilidade do sistema e com isso o sucesso de sua
implantação.
a. Apenas a afirmação I está correta.
b. Apenas a afirmação II está correta.
c. Estão certas as afirmções I e II
d. Estão certas as afirmações II e III
e. Todas as afirmações estão erradas
3. No capítulo 2 deste livro foi visto o que é o PPCP e suas atribuições, agora
terminado o presente capítulo questiona-se: Qual a relação entre o PPCP e o ERP?
a. O ERP é um sistema de gestão da empresa e o PPCP é a área da empresa
encarregada de gerenciar todo o processo de produção. Dessa forma percebe-
se que não existe relação entre os mesmos, pois atuam de forma
independentes.
b. O sistema ERP é um sistema de planejamento dos recursos da empresa, que
tem entre seus módulos, aqueles responsáveis por operacionalizar e dar suporte
para o planejamento, programação e controle da produção.
c. São pacotes computacionais indicados para situações diferentes por isso na
realidade do mercado não coexistem simultaneamente.
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4. Com relação as limitações dos sistemas ERP está correto afirmar que:
a. São sistemas complexos e caros.
b. A empresa tem que se adaptar ao sistema pois este apresenta pouca
flexibilidade para se adaptar a realidade de cada empresa.
c. É um sistema “passivo” pois aceita qualquer dado de entrada como se estivesse
correto e faz a programação com base nas informações recebidas, certas ou
erradas.
d. É um sistema que pode se dizer de estrutura “Taylorista”, pois atribui a função
de planejamento a cúpula da empresa e aos operários apenas a execução das
tarefas.
e. Todas as alternativas estão corretas.
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JUST-IN-TIME (JIT)
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2
Ainda segundo Moura , foi estabelecida, inicialmente, uma meta de produção de 800
caminhões por mês, com capacidade de carga de quatro toneladas e do mesmo modelo,
meta que não foi atingida nos primeiros meses em função das dificuldades internas da
empresa. No momento em que atingiram sua meta produzindo entre 800 e 1.000
caminhões por mês, não conseguiram vendê-los devido a problemas externos, pois a
situação econômica do momento não suportava essa produção. Em outras palavras, não
havia demanda suficiente.
Nesse contexto, a empresa teria que produzir 1.000 veículos por mês, só que de diversos
modelos: caminhões de quatro e de uma toneladas, carros pequenos de passeio, furgões
de passageiros e furgões de carga.
3
A Toyota Motor Company, buscava, então, segundo Moura , um sistema de
administração de operações que permitisse coordenar a fabricação dos diversos modelos
de veículos com a demanda de mercado existente, considerando-se a necessidade de
cumprimento dos prazos.
4
Surgia, assim, conforme Slack, Chambers e Johnston o sistema Just in Time (JIT), que,
em essência, é um sistema acionado pela demanda: esta surgindo, se produz, na
quantidade necessária para atendê-la e no momento desejado; não havendo demanda, não
se produz. Os japoneses inicialmente pensaram em chamar o sistema de Sistema
54
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Supermercado de Produção, mas, por acharem que com esse nome o ocidente
rapidamente entenderia seu princípio e copiaria a ideia, resolveram chamá-lo de Kanban.
5
Segundo Ohno, citado por Moura , o Kanban nasceu em 1953, na Toyota, e significa
“marcador” ou “sinalizador”. Nele, normalmente, são utilizados cartões que servem para
autorizar a produção e movimentação dos itens ao longo do processo produtivo.
O JIT, na atualidade, vai muito além de uma simples técnica que permite operacionalizar
os processos produtivos, otimizando recursos e eliminando desperdícios, pois envolve uma
série de princípios como: gestão de pessoas, gestão da qualidade, layout do processo,
administração de materiais, entre outros. Essa complexidade e abrangência do JIT é
6
apontada por diversos autores , a ponto de alguns considerá-lo uma verdadeira filosofia de
7
produção. Segundo Martins e Laugeni , atualmente o JIT é aplicado em empresas por todo
o mundo, variando a amplitude da implantação, já que a maioria delas o empregam de
forma parcial, limitando-se a utilizar apenas algumas de suas ferramentas.
6.2 Objetivos
No início, o sistema JIT tinha como objetivo principal a eliminação de desperdícios. Toda
a atividade que não agregava valor ao produto devia ser eliminada, pois significava
8
desperdício. Atualmente, segundo Corrêa e Gianesi , pode-se dizer que o JIT tem como
objetivo principal melhorar constantemente os métodos de produção, ou seja, de forma
sistematizada e contínua. A base para que se possa atingir esse objetivo está na luta
constante para a redução de estoques, pois estes são considerados os principais
responsáveis pela ineficiência do processo. Para ilustrar essa questão os japoneses
utilizam a analogia do rio de inventário, que é apresentada na figura a seguir.
9
Por essa analogia, segundo Martins e Laugeni , o nível do rio é representado pela
quantidade de estoques. É fácil navegar com o nível do rio alto, pois as pedras (problemas)
ficam encobertas. Mas, à medida que se diminui o nível do rio, elas começam a aparecer, e,
para que se poder navegar, é necessário eliminá-las, ou seja, eliminar os problemas. Essa
é a tônica de funcionamento do JIT: reduzir os estoques para que os problemas apareçam
e possam ser eliminados.
55
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10
Corrêa e Gianesi ressaltam que os estoques nas empresas são utilizados
constantemente como uma forma de contornar problemas de produção, que podem ser de
três tipos:
56
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11
Conforme Martins e Laugeni , as principais ferramentas do JIT são:
*
a. 5S Housekeeping : quando se fala em qualidade no processo produtivo, num
primeiro momento já está implícito a necessidade de organização, limpeza, ordem e
asseio. O 5S é uma ferramenta básica da gestão da qualidade utilizada no JIT. A
origem desse termo está em cinco palavras da língua japonesa, as quais
normatizam o Housekeeping e começam com a letra “S”. São elas: Seiri (significa
liberação de áreas) – devem-se verificar todos os itens existentes no ambiente de
trabalho, separando aqueles que realmente são necessários para a realização do
trabalho daqueles que são desnecessários. Os que forem desnecessários devem
ser eliminados; Seiton (significa organização) – após a eliminação dos itens
desnecessários, é importante realizar a organização de todo o ambiente de trabalho
de forma que qualquer item que seja necessário seja localizado imediatamente e
que aqueles que tem utilização mais constante tenham acesso facilitado; Seiso
(significa limpeza) – todo o ambiente de trabalho deve sempre estar limpo, isso
implica não só na limpeza do chão, mas também das máquinas e equipamentos
que houver, inclusive das paredes, não se podendo pendurar nelas quadros,
pôsteres, ou qualquer coisa que seja pessoal; Seiketsu (significa padronização,
asseio e arrumação) – diz respeito à necessidade de que cada um automatize o
processo de manutenção dos procedimentos realizados nos 3S anteriores, de
forma que eles sejam mantidos por hábito; Shitsuke (significa disciplina) – é a
disciplina necessária para manter sempre o foco na melhoria constante dos
processos. Os 5S representam uma das ferramentas da gestão da qualidade mais
difundidas em todo o mundo, pois pode ser utilizado em qualquer tipo de empresa,
seja manufatureira ou prestadora de serviços, públicas ou privadas, filantrópicas ou
com fins lucrativos.
b. Kaizen: é uma palavra de origem japonesa que pode ser traduzida como “modificar
para melhor”. Demonstra o entendimento de que as mudanças para melhor devem
ser constantes nas empresas, não devendo haver um dia em que não se pense em
como fazer melhor o que deve ser feito.
*
Housekeeping: pode ser traduzido como “limpeza da casa”, “faxina” (Martins; Laugeni, 2006, p. 463).
57
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58
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Alguns dos elementos do JIT não foram muito detalhados aqui, tendo em vista que serão
abordados novamente mais a frente, nos próximos itens e capítulos.
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Sistema de
Empurrada. Puxada.
produção
Planejamento e
controle da Feitos pelo ERP. Feito pelo Kanban.
produção
Fonte: Baseado em Corrêa; Gianesi, 1996.
As diferenças entre os sistemas JIT e JIC, como pode-se ver no quadro anterior, são
muito grandes. Entre elas, deve-se destacar o sistema de produção: No JIC é empurrado,
ou seja, a produção é feita e depois tenta-se colocá-la no mercado: no JIT a produção é
puxada pela demanda, só se produz após a venda do produto. Esse sistema de puxar
funciona também dentro da empresa, considerando-se que cada cliente interno gera suas
demandas, as quais são atendidas à medida que vão ocorrendo.
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2. Desperdício de espera: não pode haver material parado esperando para ser
processado, se este está parado, significa que foi obtido antes do que era
necessário.
Os estudos que deram início ao desenvolvimento da TRF foram iniciados por Shingo em
1950, quando ele desenvolvia um estudo de melhorias para as indústrias Toyo. Nesse
momento, este percebeu que o tempo de preparação das máquinas podia ser separado em
Setup Interno e Setup Externo. O Setup Externo inclui todas as operações que podem ser
feitas sem a necessidade de parar a máquina, ou seja, podem ser realizadas antes de
terminada a corrida de produção anterior. Já o Setup Interno é aquele que tem que ser feito
com a máquina parada.
*
Esse item foi elaborado com base em Shingo (2000).
61
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Essa foi a primeira grande descoberta de Shingo para a elaboração dos princípios da
TRF. Alguns anos após, em 1957, durante o desenvolvimento de um trabalho para o
estaleiro da Mitsubishi Heavy Industries em Hiroshima, ao analisar o tempo de preparação
de uma plaina utilizada para usinar a base de motores diesel surgiu uma ideia que seria
utilizada mais adiante. Essa ideia envolvia a transformação de setups internos em externos.
No ano de 1969, ao fazer uma visita à Toyota Motor Company, o gerente de produção
desta informou a Shingo que tinham uma prensa na qual se realizava o setup em quatro
horas, e que a Volkswagen Alemã fazia o setup em uma prensa similar em apenas duas
horas, motivo pelo qual o primeiro recebeu ordens de melhorar esse tempo. Após seis
meses de trabalho, separando as atividades de setup interno e as de setup externo, foi
obtida uma redução de 2,5 horas no tempo de setup que, assim, passou a ser realizado em
1,5 horas.
Um mês após esse fato, Shingo foi surpreendido com a informação de que a direção da
empresa queria que o mesmo setup, que já fora melhorado, fosse realizado em menos de
três minutos. Foi aí que, lembrando do trabalho que realizara na Mitsubishi, ele percebeu
que grandes reduções seriam possíveis se os setup’s internos pudessem ser transformados
em externos. Três meses após, o setup estava sendo realizado em três minutos.
Partindo do princípio de que qualquer setup pode se realizado em menos de dez minutos,
Shingo criou o conceito de Single Minute Exchange of Die (SMED), que significa troca de
ferramentas em um dígito de minuto, ou seja, menos de dez minutos (9,99 minutos ou 9 min
e 59 seg).
62
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Atividades
1. Analise as afirmações a seguir a respeito da analogia do rio de inventário:
I. Serve para disseminar pela empresa o princípio do JIT, que é a solução dos
problemas que impedem a empresa de trabalhar com menos estoques.
II. Demonstra para os colaboradores que o nível elevado de estoques é um mal
necessário para garantir o atendimento dos pedidos pela empresa, já que, nessa
analogia, o navio não conseguiria navegar se as pedras estivessem expostas.
III. Sintetiza a essência do JIT, que é a busca constante de melhorias no processo
produtivo.
63
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b. Kanban são dispositivos a prova de falha que servem para evitar que erros
sejam cometidos no processo produtivo. Podem ser materializados com
soluções extremamente simples ou com uso de alta tecnologia.
c. Quanto ao controle de qualidade, o JIT prega a qualidade na fonte, o que
significa que todos são responsáveis pela qualidade do que fazem.
d. A parceria com os fornecedores é uma das bases do JIT, pois processos de
parceria permitem que a empresa elimine seus estoques, já que estes passam a
ser um ônus do fornecedor.
e. Os recursos humanos no JIT são o elemento mais importante para o seu
sucesso e, por essa razão, devem ser extremamente qualificados na execução
de uma única tarefa.
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SISTEMA KANBAN
65
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============================
Material necessário: X
Fornecedor: Célula de produção J
CARTÃO DE MOVIMENTAÇÃO
Fornecedor Interno: A
Peça a ser movimentada: 01
Capacidade do container: 50 peças
c. Quadro Kanban: O quadro Kanban serve para indicar ao operador de cada célula de
produção qual a peça que deve produzir e quando produzir. Note-se que o sistema
Kanban só é necessário para células de produção que produzem mais de um tipo de
peça. A seguir, apresenta-se um exemplo de um quadro Kanban que seria utilizado
para o controle de produção em uma célula de produção que produz quatro peças
diferentes. Os nichos coloridos no quadro Kanban são espaços para a fixação dos
*
Containers: recipientes utilizados para o armazenamento e movimentação das peças no JIT,
padronizados para acondicionar o mesmo número de peças (Moura, 1994).
66
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cartões de produção. Com essa informação, conclui-se que a peça 1 possui quatro
cartões e, consequentemente, 4 containers para acondicionamento das peças, a
peça 2, seis cartões, a peça 3, três e a 4, seis. As cores no quadro Kanban servem
para indicar a situação na reposição. Mais adiante, quando for explicado o
funcionamento do Kanban, também ficará mais clara a função do quadro Kanban e o
seu processo de utilização.
Nas empresas manufatureiras – talvez o segmento que mais aplica os princípios do JIT –
é comum se ver quadros Andons como o demonstrado na Figura 7.4. No entanto esses
dispositivos, como já mencionado, podem ser bem mais simples, como uma lâmpada
vermelha que indica a existência de problemas. Estes últimos estão presentes também em
empresas manufatureiras, mas não são exclusividades destas; nos supermercados
podemos ver esse tipo de Andon, que é acionado quanto o operador do caixa tem algum
problema.
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Cada operador em um sistema JIT sabe que sua obrigação é manter o seu estoque de
peças abastecido e que o momento de reabastecê-lo é indicado pelo Quadro Kanban.
Para explicar o funcionamento do Kanban, será considerada que a célula de produção “A”
está com todos os seus containers da área de expedição abastecidos, pois, nessa situação,
cada um deles teria um “cartão de produção afixado” e o quadro Kanban estaria vazio.
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A partir desse momento, quando a célula de produção “B” precisar de mais peças 1, o
operador de “B” pegará o seu contentor da área de recebimento, que estará vazio e com o
cartão de movimentação afixado, e se dirigirá à área de expedição do seu fornecedor
interno, que é a célula de produção “A”. Chegando lá, pegará o cartão de produção de um
dos containers cheios e o colocará no primeiro nicho vazio, da esquerda para a direita, do
quadro Kanban da Peça 1. Considerando a situação inicial, todos os nichos estarão vazios,
assim, o cartão será colocado no primeiro nicho (de cor verde) da esquerda.. No contentor
que estava cheio será afixado o cartão de movimentação que estava preso no container
vazio. O container vazio será deixado exatamente na posição que estava o contentor cheio
que recebeu o cartão de movimentação, e este será levado para a área de recebimento de
“B”.
A nova situação é: a célula de produção “A” possui três containers cheios em sua área de
expedição, com seus respectivos cartões de produção afixados e um container vazio sem
cartão, pois o seu cartão está no quadro Kanban. Percebe-se, dessa forma, que os
containers cheios ficam com os seus cartões de produção afixados e que os containers
vazios têm os seus cartões colocados no quadro Kanban.
Cada vez que o operador da célula de produção “B” vier buscar um novo container cheio
para abastecer o seu processo, o procedimento descrito anteriormente se repetirá, ele
levará o container cheio deixando em seu lugar um vazio e adicionará ao quadro Kanban o
cartão de produção do container que está levando. Dessa forma, com o passar do tempo, o
segundo nicho (também na cor verde) da esquerda para a direita do quadro Kanban será
preenchido e, posteriormente, chegará a vez do terceiro nicho ser completado, quando o
terceiro container cheio estiver sendo retirado. A diferença é que, nesse momento, o cartão
está sendo colocado em um nicho da cor amarela, e isso tem um significado especial para
o operador de “A”, pois indica que ele deve começar o processo de reposição da peça 1, ou
seja, fazer o setup da máquina, abastecê-la e processar o lote.
Então, se tudo ocorrer normalmente, antes de faltar peças para abastecer “B”, a célula
“A” estará com todos os containers cheios novamente. Não se pode esquecer que quando o
operador da célula de produção encher um contentor ele pegará o respectivo cartão que
estava no quadro kanban e o afixará novamente no container.
Quando se observa um quadro Kanban de uma célula de produção que produz diversas
peças diferentes, com base na situação de cada peça pode-se decidir pela ordem de
processamento, dando prioridade para aquelas que já estão no amarelo ou, se for o caso,
para as que entraram no vermelho.
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c. Luz acessa no Andon: pode indicar parada por quebra ou para manutenção, troca de
ferramenta, entre outros.
1
Segundo Moura , o Kanban é um sistema de ponto de pedido em estoque mínimo.
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nível de estoque mínimo significa que, no momento em que se estivesse entregando o novo
lote, o novo processo de reposição estaria sendo acionado, ou seja, o processo de
produção seria contínuo.
Onde:
C é a capacidade do container;
Com base nas informações anteriores, podemos concluir que a fórmula para o cálculo do
número de Kanbans será:
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Onde:
C = capacidade do container.
Deve-se fazer um teste piloto, ou seja, começar por alguns centros de trabalho e, à
medida que for verificado que o sistema está funcionando de forma adequada,
expandi-lo para o resto da empresa.
Só podemos fazer o Kanban externo depois de ter domínio do interno. Isso significa
que não se deve estender o sistema Kanban para os fornecedores antes de ter
domínio sobre ele.
Não deve haver uma preocupação exagerada em acertar exatamente o nível dos
estoques num primeiro momento, até mesmo porque o Kanban implica em um
processo de aprimoramento contínuo.
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O layout precisa ser organizado por produto, assim, sempre que possível, as
máquinas devem ser dispostas em forma de “U”.
Em síntese, esses são os itens que devem ser observados no momento em que se vai
implantar o sistema Kanban. Muitas empresas, por não observarem um ou mais desses
itens, acabam por fracassar na sua tentativa de implantar esse sistema e isso é mais
comum do que se imagina.
Atividades
1. Com relação ao Kanban, pode-se afirmar que:
a. é muito mais que um sistema de administração da produção, é uma verdadeira
filosofia de trabalho, pois envolve gestão da qualidade, política de materiais,
gestão de pessoas, layout do processo e projeto do produto.
b. é a ferramenta do JIT que permite operacionalizar o princípio de redução
constante dos estoques.
c. é um sistema extremamente complexo que necessita de uma base
computacional para ser implantado, como, por exemplo, um sistema ERP.
d. em última instância, o seu objetivo é evitar a ruptura de estoques (a falta de
material).
e. todas as alternativas anteriores estão corretas.
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1
Alguns autores , ao falar da teoria das restrições, utilizam o termo OPT (Optimized
Production Technology – Tecnologia de Produção Otimizada) que, na verdade, é o primeiro
2
software criado sob a lógica da TOC. Em 1984, Goldratt e Cox publicam o livro A meta, no
qual eles, utilizando o estilo socrático, tentam transmitir aos leitores os princípios da TOC. A
meta foi escrito em forma de romance e talvez tenha sido este um dos motivos do grande
sucesso da obra.
3
Segundo Goldratt , o objetivo principal de uma empresa é buscar o lucro, pois nenhuma
empresa é criada simplesmente para ser eficiente ou fazer os seus clientes satisfeitos. Ela
deve trazer um retorno aos seus proprietários.
4
Goldratt sugere que essa análise, para verificar se a empresa está atingindo a sua meta,
seja feita através de três medidas de desempenho da TOC, que são o ganho (G), o
5
inventário (I) e as despesas operacionais (DO), que são definidas, segundo Goldratt e Cox ,
como conceitos de medida:
Inventário (I): é o dinheiro investido em coisas que se pretende vender, ou seja, são
as matérias-primas, componentes, materiais e produtos acabados que estão na
empresa e ainda não foram utilizados ou vendidos.
Despesa operacional (DO): são as despesas que a empresa tem para transformar o
inventário em ganho.
Nesse contexto, a meta da empresa deve ser aumentar o ganho, reduzir o inventário e
também as despesas operacionais. Se isso for conseguido, haverá um aumento do Lucro
Líquido e do Retorno Sobre o Investimento e, consequentemente, a empresa estará
atingindo a sua meta.
A TOC, além de indicar novas medidas de desempenho, faz também algumas críticas a
outras teorias existentes , as quais, por não considerarem as restrições do sistema,
acabam, em determinados momentos, direcionando esforços para ações ou áreas que não
ajudam a empresa a melhorar seus resultados no sentido de ganhar mais dinheiro.
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Qualidade Total: não é suficiente fazer certo as coisas; o que é mais importante é
fazer as coisas certas;
Teoria das Restrições: a otimização local não garante a otimização total. Importante
obter o ganho da empresa pelo gerenciamento das restrições do sistema.
Algumas pessoas confundem gargalo com RRC (Recurso Restritivo Crítico), entretanto,
deve ficar claro que a restrição de uma empresa nem sempre será um gargalo.
7
Um RRC, segundo Corrêa e Gianesi , é qualquer restrição existente em um sistema,
como: restrições de mercado, de fornecedores, geradas pela política adotada pela empresa
e gargalos de produção. Portanto, pode-se verificar que um gargalo é um RRC, porém nem
todo RRC é um gargalo.
A seguir, exemplifica-se a relação entre recursos gargalo e não gargalo. Para isso,
considera-se a seguinte situação:
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4º Uma hora ganha num recurso gargalo é uma hora ganha no sistema como um
todo: a TOC não acredita que haja benefício em reduzir o tempo de preparação das
máquinas, independentes de esta ser um recurso gargalo ou não. Uma hora ganha em
um recurso gargalo é uma hora ganha no sistema como um todo; uma hora ganha em um
recurso não gargalo é apenas mais uma hora de ociosidade desse recurso. Ex: o tempo
de utilização de um recurso gargalo é dividido em tempo de preparação e tempo de
processamento, por sua vez, o tempo disponível de um recurso não gargalo é dividido em
tempo de preparação, tempo de processamento e tempo ocioso.
78
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5º Uma hora ganha em um recurso não gargalo não é nada, é apenas uma
miragem: conforme mostrado anteriormente, se a máquina já possui tempo ocioso, ao
diminuirmos o tempo de preparação, só aumentaremos o tempo que ela ficará parada.
Portanto, com base nos dois últimos princípios, podemos chegar a conclusão que
devemos tentar reduzir ao máximo o tempo de preparação dos recursos gargalos e,
também, fazer o mínimo de preparações nos gargalos, ou seja, processar lotes com o
maior tamanho possível.
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7º O lote de processamento deve ser variável e não fixo: o tamanho do lote vai variar
de operação para operação, dependendo de uma série de fatores definidos pela sistemática
de cálculo do sistema (custos de movimentação, custos de preparação, necessidades do
recurso, tipo de recurso etc.).
80
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Esses são os nove princípios da teoria das restrições e através deles se pode ter uma
visão da essência da gestão pelas restrições e como se pode otimizar os resultados com
esses procedimentos.
Como já foi visto, o gargalo de produção é que irá ditar o ritmo de produção da empresa,
portanto, depois de localizá-lo, é ali que se deve bater o tambor, ou seja, com base nele é
que se determina o ritmo de produção da empresa.
Por último, deve-se ter o cuidado de sincronizar a chegada de material no estoque por
tempo de segurança com a aquisição de matéria-prima (rope – corda).
Atividades
Com base na figura a seguir, responda as questões de 1 a 3.
81
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b. 15 unidades por hora. Que é a capacidade dos recursos com maior capacidade
(Operação R e T).
c. Três unidades por hora. Porque a operação Z é o gargalo do processo produtivo
e, por essa razão, determina o ritmo de produção.
d. Quatro unidades por hora. Tendo em vista que a linha que produz o componente
A só consegue processar quatro unidades em função da capacidade da
operação X.
e. Não vai produzir nenhuma unidade, pois as capacidades estão desbalanceadas,
o que geraria muito estoque intermediário.
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MÉTODO DO CAMINHO
9 CRÍTICO
83
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O Program Evaluation Review Technique (Pert) foi desenvolvido por volta de 1958, pela
Marinha Americana, no projeto de construção dos submarinos atômicos dotados dos
mísseis Polaris.
Ambas as técnicas se baseiam nos mesmos princípios, sendo que diferem apenas na
avaliação dos tempos das atividades do projeto. O CPM é um método que trabalha com
tempos determinísticos, enquanto que o Pert considera tempos probabilísticos.
Esses são apenas alguns exemplos dos muitos que poderiam ser citados. Muitas
empresas trabalham unicamente com a execução de projetos, porém, mesmo as que não
trabalham especificamente com isso, constantemente se deparam com eles.
84
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Ao longo dos anos, houve uma expansão da utilização do método do caminho crítico e,
também, surgiram novos sistemas que trabalham com a mesma lógica. Podemos citar,
entre eles: Programme Evaluation Procedure (PEP – Programa de Avaliação de
Procedimentos), Critical Path Analysis (CPA – Análise do Caminho Crítico) e, o mais
recente e talvez mais conhecido, MS – Project (software da Microsoft®).
Cabe ressaltar, ainda, que um dos principais recursos desses softwares é o gráfico de
Gantt (contribuição de Henry Lawrence Gantt à área de administração), que pode aparecer
sob a forma de Tarefas x Tempo ou Máquina x Tempo.
85
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No método do caminho crítico, a figura anterior é chamada de rede. A rede anterior nos
dá uma série de informações, como, por exemplo:
Deve-se observar que cada atividade tem o seu nó de início e seu nó de término. Na rede
anterior, os nós são delimitados da seguinte forma:
86
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87
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As PDI’s dessa rede, que devem ser representadas acima dos nós, ficariam da seguinte
forma:
Como visto, as atividades A e C tem o seu início na data “Zero”, conforme explicado
anteriormente; as atividades B e D tem o seu início após o primeiro dia, já que nesse
período estará sendo realizada a atividade A, da qual elas dependem; a atividade E, por
sua vez, só pode ser realizada após o quarto dia, prazo necessário para a conclusão de
suas atividades antecessoras.
A Última Data de Início (UDI) representa a data limite para se iniciar a atividade sem que
esta provoque um atraso na realização do projeto como um todo.
As UDI’s são obtidas na sequência inversa de realização das atividades ou, em outras
palavras, do final da rede para o início.
Deve ficar bem claro que as UDI’s, da mesma forma que as PDI’s, são apresentadas no
nó de início das atividades e que, abaixo do nó de término da rede, repete-se a data de
término do projeto. A partir desta, subtraindo-se as durações das atividades, obtém-se as
demais UDI’s da rede.
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A soma das durações das atividades do caminho crítico representa o prazo necessário
para a realização do projeto.
Sendo:
As atividades críticas não têm folga, portanto, ao se calcular sua FT, o resultado
encontrado deverá ser zero.
Para as atividades da rede utilizada neste capítulo como exemplo, as folgas ficariam
como segue:
90
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Legenda:
Atividades
1. Com relação ao caminho crítico de uma rede, é incorreto afirmar:
a. É o caminho formado pelas atividades críticas de um projeto.
b. As atividades do caminho crítico não têm folga.
c. Um projeto pode ter mais de um caminho crítico.
d. Um projeto pode não ter caminho crítico.
e. O caminho crítico é o de maior duração da rede.
( ) A UDI do nó 6 é 13.
( ) A FT da atividade F é 4.
( ) São críticas as atividades E e F.
( ) É crítico o caminho C, D e G.
( ) A PDI do F é 6.
( ) A duração do projeto é de 10 dias.
( ) A FT do D é 5.
91
Ensino a Distância - ULBRA
c. V,F,V,F,V,F,V.
d. F,F,F,V,F,V,F.
e. F,V,F,V,F,V,F.
Atividades Duração da
Atividade antecessoras tarefa em
imediatas dias
A – Compra de Mat.
--x-- 2
Prima
B – Corte da madeira A 1
C – Prep. da Base A 3
D – Acabamento B 4
E - Pintura C 4
F – Cont. de Qualidade D 5
G- Cont. de Qualidade E 2
H - Montagem FeG 4
92
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ADMINISTRAÇÃO DE
10 OPERAÇÕES EM SERVIÇOS
93
Ensino a Distância - ULBRA
10.1 Serviços
No primeiro capítulo deste livro já foram apresentadas as diferenças mais marcantes
1
entre produtos e serviços. Alguns autores, entre eles Martins e Laugeni , salientam a
dificuldade de se caracterizar o que é realmente um serviço, dizendo até que, muitas vezes,
é mais fácil definir o que não é um serviço para depois conceituá-lo. Outros autores, como
2
Meredith e Shafer , apresentam o conceito de “bem facilitador”, tendo em vista que, para
eles, nos dias de hoje é difícil a venda de um produto sem serviços agregados e também é
raro se ver a prestação de um serviço puro, ou seja, no qual não se entrega nenhuma
entidade física junto com o serviço que é prestado. Dessa forma, por essa interpretação, ao
comprarmos uma peça de madeira em uma madeireira, compramos, além do produto
madeira, também serviços, pois a madeira foi cortada e aplainada antes de ser entregue.
As empresas prestadoras de serviço estão, pelo que foi exposto, buscando aprimorar os
seus processos, seja através da utilização de novas tecnologias, seja pela aplicação de
conceitos e práticas de gestão mais modernos, de forma a buscar melhores resultados no
mercado. A busca incessante da eliminação de desperdícios, que há alguns anos ainda
94
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parecia ser uma exclusividade das empresas manufatureiras, cada vez passa a ser mais
presente na realidade das prestadoras de serviço.
Atualmente, utiliza-se uma série de recursos nas empresas prestadoras de serviços para
tentar amenizar essas oscilações de demanda, como política de preços, promoções, em
geral a oferta de alguma vantagem para o cliente que for no estabelecimento em
determinado horário (que é aquele momento em que se tem baixa demanda e a capacidade
de atendimento tem ociosidade).
95
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9. Sequenciamento pelo valor do pedido: é outro critério que pode ser utilizado para
o sequenciamento do atendimento dos pedidos (OS). Nesse caso, em ordem
decrescente.
Deve-se esclarecer que não existe um modelo de sequenciamento que seja melhor que
os outros, tudo vai depender da realidade da empresa, sua política de gestão, tipo de
produto, cliente e mercado.
Atividades
1. Pode-se citar como uma tendência atual para as empresas prestadoras de serviço:
a. Acirramento da competição no mercado.
b. Aumento da produtividade das prestadoras de serviços.
c. Uso da tecnologia e automação dos serviços.
d. Qualificação da mão de obra.
e. Todas as alternativas anteriores estão corretas.
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REFERÊNCIAS POR
CAPÍTULO
16
CAPÍTULO 1 MOREIRA, 2008, p. 1.
1 17
MARTINS; LAUGENI, 2006. MARTINS; LAUGENI, 2006, p.
435.
2
MARTINS; LAUGENI, 2006.
CAPÍTULO 2
3
CHIAVENATO, 1983.
1
LACOMBE; HEILBORN, 2003,
4 p. 173.
CHIAVENATO, 1983.
5 2
GAITHER; FRAZIER, 2002. SLACK; CHAMBERS;
JOHNSTON, 2002, p. 313.
6
SMITH, 1999.
CAPÍTULO 3
7
MARTINS; LAUGENI, 2006. 1
CORRÊA; GIANESI; CAON,
8
CHIAVENATO, 1983. 2001.
2
9
CHIAVENATO, 1983. CORRÊA; GIANESI; CAON,
2001; SLACK; CHAMBERS;
10 JOHNSTON, 2002; GAITHER;
CHIAVENATO, 1983.
FRAZIER, 2002; MEREDITH;
11 SHAFER, 2002; MOREIRA, 2008.
CHIAVENATO, 1983.
3
12 MARTINS; LAUGENI, 1999.
CHIAVENATO, 1983.
4
13 CORRÊA; GIANESI; CAON,
CHIAVENATO, 1983. 2001.
14
MARTINS; LAUGENI, 2006. CAPÍTULO 5
15
MARTINS; LAUGENI, 2006, p. 1
MARTINS; LAUGENI, 2006.
435.
99
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2 7
CORRÊA; GIANESI; CAON, CORRÊA; GIANESI, 1996, p.
2001, p. 18. 155.
3 8
CORRÊA; GIANESI; CAON, GOLDRATT; COX, 1993.
2001.
9
CORRÊA; GIANESI, 1996.
4
CORRÊA; GIANESI; CAON,
2001. CAPÍTULO 10
CAPÍTULO 6 1
MARTINS; LAUGENI, 2006, p.
435.
1
MOURA, 1994.
2
MEREDITH; SHAFER, 2002, p.
2
MOURA, 1994. 22.
3 3
MOURA, 1994. RITZMAN; KRAJEWSKI, 2004,
p. 161.
4
SLACK; CHAMBERS;
4
JOHNSTON, 2002, p. 482. RITZMAN; KRAJEWSKI, 2004,
p. 164.
5
MOURA, 1994.
6
MARTINS; LAUGENI, 2006.
7
MARTINS; LAUGENI, 1999.
8
CORRÊA; GIANESI, 1996.
9
MARTINS; LAUGENI, 2006, p.
463.
10
CORRÊA; GIANESI, 1996.
11
MARTINS; LAUGENI, 2006.
12
SHINGO, 2000.
CAPÍTULO 7
1
MOURA, 1994.
2
CORRÊA; GIANESI, 1996, p. 56.
3
CORRÊA; GIANESI, 1996.
Capítulo 8
1
CORRÊA; GIANESI, 1996;
MEREDITH; SHAFER, 2002.
2
GOLDRATT; COX, 1993.
3
GOLDRATT, 1992.
4
GOLDRATT, 1992.
5
GOLDRATT; COX, 1993, p. 69.
6
COX III; SPENCER, 2002.
100
Ensino a Distância - ULBRA
REFERÊNCIAS
COX III, J. F.; SPENCER, M. S. Manual da teoria das restrições. Porto Alegre: Bookman,
2002.
101
Ensino a Distância - ULBRA
SHINGO, S. Troca rápida de ferramenta: uma revolução nos sistemas produtivos. Porto
Alegre: Bookman, 2000.
SLACK, N.; CHAMBERS, S.; JOHNSTON, R. Administração da produção. 2. ed. São Paulo:
Atlas, 2002.
102
Ensino a Distância - ULBRA
GABARITO
CAPÍTULO 1
1. 6, 5, 1, 7, 2, 4, 3
2. c
CAPÍTULO 2
1. e
2. 1211221211
3. d
4. b
CAPÍTULO 3
1. e
2. a
CAPÍTULO 4
1.
103
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2.
Semana
Item – Carrinho de mão 1 2 3 4 5 6 7 8
Necessidade Bruta 160 90
Recebimentos Programados 150 90
Estoque Disponível 10 10 10 10 0 0 0 0 0
Plano de Liberação de Ordens 150 90
TE = 1 ES = 0 TL= LL
Semana
Item - Cabos 1 2 3 4 5 6 7 8
Necessidade Bruta 300 180
Recebimentos Programados 100 190 180
Estoque Disponível 10 10 110 0 0 0 0 0
Plano de Liberação de Ordens 190 180
TE = 2 ES = 0 TL= LL
Semana
Item – Conjunto de rodas 1 2 3 4 5 6 7 8
Necessidade Bruta 150 90 90
Recebimentos Programados 40 90
Estoque Disponível 200 200 200 50 50 0 0 0
Plano de Liberação de Ordens 40 90
TE = 3 ES = 0 TL= LL
Semana
Item - Roda 1 2 3 4 5 6 7 8
Necessidade Bruta 40 90
Recebimentos Programados 80
Estoque Disponível 50 50 10 10 0
Plano de Liberação de Ordens 80
TE = 1 ES = 0 TL= M20
Semana
Item - Pneu 1 2 3 4 5 6 7 8
Necessidade Bruta 40 90
Recebimentos Programados 90
Estoque Disponível 50 50 10 10 10
Plano de Liberação de Ordens 90
TE = 1 ES = 0 TL= M15
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Semana
Item - X 1 2 3 4 5 6 7 8
Necessidade Bruta 100 300
Recebimentos Programados 70 300
Estoque Disponível 50 50 50 50 20 20 20 20
Plano de Liberação de Ordens 70 300
TE = 1 ES = 20 TL= LL
Semana
Item - Y 1 2 3 4 5 6 7 8
Necessidade Bruta 150 200
Recebimentos Programados 160 200
Estoque Disponível 20 20 20 20 20 20 30 30 30
Plano de Liberação de Ordens 160 200
TE = 2 ES = 30 TL= LL
105
Ensino a Distância - ULBRA
Semana
Item – X 1 2 3 4 5 6 7 8
Necessidade Bruta 100 50 200 100 250 150 300 200
Recebimentos Programados 190 100 250 150 300 200
Estoque Disponível 200 100 50 40 40 40 40 40 40
Plano de Liberação de Ordens 190 100 250 150 300 200
TE = 1 ES = 40 TL= M10
Semana
Item – Y 1 2 3 4 5 6 7 8
Necessidade Bruta 50 30 60 80 100 100 100 100
Recebimentos Programados 10 80 100 100 100 100
Estoque Disponível 180 130 100 50 50 50 50 50 50
Plano de Liberação de Ordens 10 80 100 100 100 100
TE = 1 ES = 50 TL= LL
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Ensino a Distância - ULBRA
CAPÍTULO 5
a. d
b. b
CAPÍTULO 6
a. d
b. e
c. c
CAPÍTULO 7
a. b
b. c
CAPÍTULO 8
a. c
b. b
c. e
CAPÍTULO 9
a. d
b. d
CAPÍTULO 10
a. e
b. e
107