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Centralidades
Arte de Grada Kilomba é de uma estética digital, minimalista e
futurista, quase espacial, em que corpos se movimentos em
espaços em branco. "Tudo isso é parte de uma estratégia do
movimento negro de retirar significados. As pessoas estão à
espera de símbolos que não dou. Esperam uma artista negra,
então vai haver mágica e aquilo e tal, e não há. Gosto de brincar
com essa expectativa colonial", diz.
Frequentemente citada como uma das expoentes da arte
contemporânea, ela não quer ser conhecida exclusivamente
como artista-mulher-negra. "Quero a liberdade de fazer meu
trabalho sem ser reduzida a um corpo, a uma biografia
específica. É uma negociação entre ocupar um espaço e trazer
uma narrativa e, ao mesmo tempo, não ter que ser marcada para
poder estar nesse espaço". Como exemplo, Kilomba fala
de Narciso e Eco, instalação audiovisual em que discute a
"branquitude" como privilégio, "um lugar que se apresenta como
um centro ausente, porque essa centralidade não é vista como
relevante". "É esse privilégio de não ser marcado que produz o
poder, essa ideia de que a branquitude é a condição humana e
que, portanto, não precisa ser mencionada, porque, quando
falamos de pessoas, falamos de pessoas brancas. E quando
falamos de mulheres, falamos de mulheres brancas. E depois
falamos sobre os outros", explica.