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UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO

UNINOVE

Gerencia de Riscos

São Paulo - SP

2009
Aluno:

João Paulo de Oliveira Neto - 608201612

Utilização da FMEA
Análise dos impactos ambientais
em pequena empresa do ramo eletroeletrônico

Trabalho apresentado à disciplina Gerencia de Riscos


do Curso de Pós-Graduação em Engenharia de
Segurança do Trabalho da Universidade Nove de Julho
de São Paulo.

Orientadora: Profa Carolina Mathias dos Santos

São Paulo - SP

2009

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RESUMO

O trabalho foi realizado em empresa de pequeno porte, fabricante de transformadores,


em processo de licenciamento ambiental. A empresa se localiza no Sul de Minas Gerais,
no município de Santa Rita do Sapucaí onde existe o Polo Tecnológico, conhecido como
o “Vale da Eletrônica”.

O objetivo deste trabalho foi verificar a viabilidade da aplicação da metodologia Análise


do Modo e Efeito de Falhas (FMEA) para a análise dos impactos ambientais. Para tanto,
selecionou-se o processo de Impregnação de verniz em transformadores onde foi
realizado um levantamento das entradas de insumos e saídas de resíduos.

O Risco Ambiental foi calculado para cada resíduo e efluente através da multiplicação
dos índices adotados para a severidade do impacto ambiental, para a probabilidade de
ocorrência do impacto e a para facilidade de detecção do impacto.

Finalmente, foram recomendadas ações para minimizar os impactos existentes e


prevenir os impactos potenciais.

INTRODUÇÃO

Cada empresa dá um enfoque à questão ambiental e depende da visão empresarial de


seus dirigentes. As empresas, menos em função de consciência ecológica e mais de
necessidades mercadológicas, evoluem no tratamento da questão ambiental.

Atualmente já é perceptível a mudança de atitude do consumidor no momento da compra


de bens de consumo e duráveis. Além do preço e da qualidade do produto o consumidor
moderno passa a se preocupar também com a variável ambiental. Essa necessidade
formou uma cadeia onde clientes exigem de fornecedores ações de proteção ao meio
ambiente.

Os empreendedores se direcionam não só para a melhoria da qualidade, mas também


para a melhoria do desempenho ambiental de seus processos. Para que isso seja
possível, ferramentas e metodologias desenvolvidas pelo Gerenciamento da Qualidade
são adaptadas para o Gerenciamento Ambiental. Essa mudança é um passo
imprescindível às empresas para que permaneçam competitivas e lucrativas.

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A metodologia Análise dos Modos e Efeitos das Falhas (FMEA) é muito difundida e
utilizada para a análise de falhas de projeto e processo.

Para este trabalho adotou-se o estudo elaborado por Manoel Fernando Martins e Tatiane
Fernandes Zambrano da UFSCar com o tema: “Utilização do método FMEA para
avaliação do risco ambiental” aplicando para análise dos impactos ambientais gerados
na operação de impregnação de transformadores em uma empresa de pequeno porte
do ramo eletroeletrônico.

O trabalho se inicia com a descrição da metodologia FMEA, ilustrando as adaptações


dos índices de severidade, ocorrência e detecção. Posteriormente, no item “Estudo de
Caso”, apresenta-se a aplicação da metodologia, a análise dos resultados e a conclusão
deste estudo.

SUMARIO

1. METODOLOGIA
2. ESTUDO DE CASO
2.1. CLASSIFICAÇÃO DA ATIVIDADE
2.2. FLUXOGRAMA DE PROCESSO
2.3. CARACTERIZAÇÃO DAS EMISSÕES
2.4. ENTRADAS ESAÍDAS
3. APLICAÇÃO DA METODOLOGIA FMEA
4. ANÁLISE DOS RESULTADOS
5. CONCLUSÃO

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1. METODOLOGIA

De acordo com a definição de HELMAN & ANDERY (1995:25), “FMEA – Análise dos
Modos e Efeitos das Falhas – é um método de análise de projetos (de produtos ou
processos, industriais e/ou administrativos) usado para identificar todos os possíveis
modos potenciais de falha e determinar o efeito de cada uma sobre o desempenho do
sistema (produto ou processo), mediante um raciocínio basicamente dedutivo”.

A metodologia FMEA consiste no cálculo do Risco de ocorrência de uma falha, através


da multiplicação dos índices dados para a “severidade”, “ocorrência” e “detecção” das
falhas.

Segundo Manoel F. Martins e Tatiane F. Zambrano em seu artigo “Utilização do método


FMEA para avaliação do risco ambiental”, para utilizar esta metodologia com ênfase
ambiental, é necessário adaptar a classificação dos índices de “severidade”, “ocorrência”
e “detecção”, mantendo-se o cálculo do Risco como no método convencional. Nos
quadros seguintes estão descritas as classificações de Severidade (A), Ocorrência (O),
Detecção (D) e Abrangência (A) para uma análise de impactos ambientais.

Quadro 1: Classificações de Severidade


SEVERIDADE DO IMPACTO AMBIENTAL CLASSE
Alta: Produtos muito danosos ao meio ambiente, que apresentam as características:
3
corrosividade, reatividade, explosividade, toxicidade, inflamabilidade e patogenicidade
Moderada: Produtos danosos ao meio ambiente, que possuem longo tempo de
decomposição (metais, vidros, plásticos). Utilização de recursos naturais e perturbação do 2
sossego público
Baixa: Produtos pouco danosos ao meio ambiente, que possuem curto tempo de
1
decomposição, como papelão e tecidos
Quadro 2: Classificações de Ocorrência de Impactos Ambientais Reais
OCORRÊNCIA DO IMPACTO AMBIENTAL CLASSE
Alta: O impacto ambiental ocorre diariamente ou semanalmente 3
Moderada: O impacto ambiental ocorre mensalmente 2
Baixa: O impacto ambiental ocorre semestralmente ou anualmente 1
Quadro 3: Classificações de Detecção
DETECÇÃO DO IMPACTO AMBIENTAL CLASSE
Baixa: Para detectar o impacto ambiental é necessária a utilização de tecnologias
3
sofisticadas (análises laboratoriais, dosimetrias...)
Média: O impacto ambiental é percebido com a utilização de medidores simples
2
(hidrômetro, medidor de energia, decibelimetro ...)
Alta: O impacto ambiental pode ser percebido visualmente 1
Quadro 4: Classificações de Abrangência de Impactos Ambientais
DETECÇÃO DO IMPACTO AMBIENTAL CLASSE
O impacto ambiental ocorre fora dos limites da organização 3
O impacto ambiental ocorre dentro dos limites da organização 2
O impacto ambiental ocorre no local onde está sendo realizada a operação 1

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2. ESTUDO DE CASO

Neste item será apresentada uma adaptação da metodologia FMEA, com o intuito de
analisar os impactos ambientais em uma empresa de pequeno porte do setor
eletroeletrônico.

2.1. CLASSIFICAÇÃO DA ATIVIDADE

A empresa, do setor eletro eletrônico classificado conforme código de atividade 27.10-4-


02 “fabricação de transformadores, indutores, conversores, sincronizadores e
semelhantes, peças e acessórios”, produz transformadores de pequeno porte, nas
potencias de 5VA até 2000VA.

De acordo com a Deliberação Normativa DN 74/2004, as atividades potencialmente


poluidoras do Estado de Minas Gerais estão classificadas em alto, médio ou pequeno.
O setor eletroeletrônico é classificado como “médio potencial poluidor”.

Para o desenvolvimento do estudo, selecionou-se o processo de impregnação de


transformadores por ser o mais crítico com relação à geração de resíduos.

Figura 1 - Impregnação a vácuo

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2.2. FLUXOGRAMA DE PROCESSO

O processo de Impregnação de transformadores trata-se de um sistema a vácuo


utilizando resinas especiais armazenadas no processo sob refrigeração.

Quadro 5 - Fluxograma do processo de impregnação a vácuo

Fonte: dados fornecidos pela empresa


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A empresa produz transformadores com potencias de 5VA até 2000VA. O produto final
é acondicionado em embalagens de papelão apropriadas.

Quadro 6 - Capacidade de Produção Atual


CAPACIDADE
ACONDICIONAMENTO DE PRODUÇÃO
PRODUTO
FINAL (unidades/mês)
operacional instalada
Transformadores Cxs de papelão 5800 8000
Fonte: dados fornecidos pela empresa

2.3. CARACTERIZAÇÃO DAS EMISSÕES

Foram caracterizadas as emissões de ruídos, efluentes líquido, emissões atmosféricas


e resíduos sólidos referentes ao processo de impregnação.

Emissão de ruídos

Conforme avaliação qualitativa utilizando-se um Decibelímetro, verificou-se que os níveis


de ruído nos postos de trabalho estão abaixo dos limites de tolerância preconizados pela
NR-15 (MTE), com exceção do ruído gerado pelo aspirador de pó, onde os níveis de
pressão sonora atingem 94dBA, entretanto essa geração ocorre esporadicamente e em
períodos curtos, durante a retirada de resíduos.

Efluentes líquidos:

A empresa não utiliza água em seus processos produtivos, portanto não gera efluentes
líquidos que necessitem de tratamento.

Emissões atmosféricas:

Na impregnação à vácuo são emitidos gases e vapores caracterizados por compostos


orgânicos voláteis. O processo é continuo, entretanto é realizado a vácuo e refrigerado,
minimizando a emissão desses gases e vapores.

Na impregnação a vácuo existem sistemas de ventilação local exaustora nos tanques e


estufa.

Resíduos Sólidos:

Nos processos da empresa, especificamente no setor de impregnação, existe a geração


de resíduos classe I (perigosos) caracterizados por sobras do seu processo industrial,

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tais como: EPIs e acessórios contaminados, estopas contaminadas, embalagens de
produtos químicos, borra de óleo, papelão contaminado com resina, borra de resina.

2.4. ENTRADAS E SAÍDAS

As entradas ou insumos utilizados e as saídas, compostas de produtos e resíduos


gerados no processo são as que seguem:

Quadro 7 – Entradas e saídas

QUANT. DESTINO
CLASSE
ENTRADA RESÍDUOS GERADOS ESTIMADA
NBR10004
ANUAL ATUAL PROPOSTO

Transformadores Trafos não conformes 6 I 3 3


Produtos Embalagens
105 kg I 3 3
químicos contaminadas
EPIs e EPIs/Acessórios
10 kg I 3 3
acessórios Contaminados
Papelão Papelão contaminado
5 kg I 3 3
c/ resina
Estopa Estopa contaminada
5 kg I 3 3
c/ thinner
Resina Borra de resina curada 220 kg I 3 3
Maquinas e Borra de óleo
10 l I 3 3
Equipamentos
Venda a terceiros (1) - Coleta pública (2) - Empresa credenciada (3) - Doação (4) - Fornecedor (5) -
Estocagem temporária (6) - Reutilização (7) – Reciclagem (8) - Outros (9)
Fonte: dados fornecidos pela empresa

3. APLICAÇÃO DA METODOLOGIA FMEA

Para aplicar a metodologia FMEA com ênfase ambiental, em relação a tabela


convencional, incluiu-se a coluna “Aspecto / Impacto Ambiental Potenciais” e substituída
a coluna “Descrição da Falha” pela “Descrição das Saídas” do processo em questão.

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Quadro 8 – Matriz do FMEA
Descrição Efeito de Impacto Causa do Impacto Controles Controles Ambientais
TIA S O D A RA
Das Saídas Ambiental Ambiental Atuais Ações Recomendadas
Consumo de - Utilização de recursos - Utilização na operação Não há - Otimização do processo e privilegiar
energia elétrica R naturais de tanques e estufa 2 3 2 3 36 equipamentos de baixo consumo de
energia
Trafos não - Poluição do Solo - Falhas do isolamento - Partes parcialmente - Encaminhar ao DTRS e destinação final
conformes P reaproveitáveis no 3 1 1 3 9 adequada
processo de montagem - Implementar programas de qualidade
Embalagens - Aparência visual negativa - Embalagens não - Encaminhados para - Encaminhar ao DTRS e destinação final
contaminadas - Risco de reaproveitamento retornáveis empresas credenciadas adequada
P
por terceiros pela FEAM
3 2 1 3 18
- Poluição do Solo
EPIs/Acessórios - Poluição do Solo - Material não reciclável - Encaminhados para - Encaminhar ao DTRS e destinação final
Contaminados P empresas credenciadas 3 2 1 3 18 adequada
pela FEAM
Papelão - Aparência visual negativa - Material não reciclável - Encaminhados para - Encaminhar ao DTRS e destinação final
contaminado - Risco de incêndio empresas credenciadas adequada
c/ resina P - Risco de reaproveitamento pela FEAM 3 2 1 3 18 - Utilizar bandeja para transporte de trafos
por terceiros
- Poluição do Solo
Estopa - Poluição do Solo - Material não reciclável - Encaminhados para - Encaminhar ao DTRS e destinação final
contaminada P empresas credenciadas 3 3 1 3 27 adequada
c/ thinner pela FEAM
Borra de resina - Aparência visual negativa - Material não reciclável - Encaminhados para - Encaminhar ao DTRS e destinação final
curada P - Poluição do solo e água empresas credenciadas 3 3 1 3 27 adequada
pela FEAM
Borra de óleo - Desperdício de óleo e - Material não reciclável - Encaminhados para - Encaminhar ao DTRS e destinação final
devido a P sujeiras no local empresas credenciadas 3 1 1 3 9 adequada
vazamentos - Poluição do solo e água pela FEAM - Programar manutenção preventiva
Severidade (A), Ocorrência (O), Detecção (D) e Abrangência (A) Risco Ambiental (RA) TIA - Tipo de Impacto Ambiental: Real (R) ou Potencial (P)
4. ANÁLISE DOS RESULTADOS

Analisando a matriz do FMEA, acredita-se que a energia elétrica representa o maior


risco de impacto ambiental, seguida de: borra de resina curada, estopas
contaminadas, embalagens contaminadas, EPIs contaminados, papelão contaminado
e borra de óleo.

Conforme mostra a matriz, é pouco significativo o refugo referente a transformadores


não conformes. Caso isso ocorra recomenda-se a implementação de programas de
qualidade.

O papelão utilizado como “tapete” causa poluição visual ao setor porem não pode ser
dispensado. Recomenda-se a utilização de bandejas para transporte dos
transformadores para se evitar respingos de resina.

As embalagens vazias contaminadas, borras de resina, EPIs e estopas são


amontoadas no setor e podem expor os trabalhadores e a riscos químicos. Convém
que a empresa adote o procedimento de encaminhamento com maior freqüência ao
Depósito Temporário de Resíduos sólidos (DTRS).

As gotas de óleo devido a vazamentos aderem ao chão da fábrica. Quando a fábrica


é lavada este óleo pode ser arrastado para o esgoto e podem contaminar os cursos
d’água. Esse dano ambiental pode ser facilmente evitado realizando-se manutenções
programadas nos equipamentos.

No geral, a empresa não causa grandes danos ao meio ambiente, uma vez que já
adota ações ambientais, como o encaminhamento de produtos classe I a empresas
credenciadas pelo órgão ambiental.

5. CONCLUSÃO

O trabalho mostra a viabilidade da aplicação da metodologia Análise do Modo e Efeito


de Falhas (FMEA) para a análise dos impactos ambientais em empresas de pequeno
porte.

Pela facilidade de utilização, interpretação dos dados pelos usuários das empresas,
conclui-se que a metodologia FMEA pode ser utilizada para a análise de impactos
ambientais.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

- Notas de Aula - Profa Carolina Mathias dos Santos – UNINOVE.


- Manoel Fernando Martins - Tatiane Fernandes Zambrano – Utilização do método
FMEA para avaliação do risco ambiental - Artigo - UFSCar.
- João Paulo de Oliveira Neto – Relatório e Plano de Controle Ambiental (RCA/PCA)
da licença ambiental conforme FEAM – MG.

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