Sei sulla pagina 1di 53

CURSO PREPARATÓRIO PARA O

EXAME DE CERTIFICAÇÃO
ANBID
CPA-20
Prezado aluno,

Você está recebendo o material preparatório para a prova de Certificação ANBID CPA20.
Esta prova se destina a certificar profissionais que desempenham atividades de
comercialização e distribuição de produtos de investimento diretamente junto aos
investidores qualificados, bem como aos gerentes de agências que atendam aos
segmentos private, corporate, investidores institucionais, e a profissionais que atendam
aos mesmos segmentos em centrais de atendimento.
Segundo a Instrução CVM n.º 409 em seu artigo 109, o conceito de Investidor
Qualificado abrange:
instituições financeiras
companhias seguradoras e sociedades de capitalização
entidades abertas e fechadas de previdência complementar
pessoas físicas ou jurídicas que possuam investimentos financeiros em valor superior a
R$ 300.000,00 (trezentos mil reais) e que atestem por escrito sua condição de investidor
qualificado
fundos de investimento destinados exclusivamente a investidores qualificados e
administradores de carteira e consultores de valores mobiliários autorizados pela CVM.

Com a Instrução n.º 450, passaram a ser considerados investidores qualificados os


regimes próprios de previdência social instituídos pela União, pelos Estados, pelo Distrito
Federal ou por Municípios.
Dados do exame:
Exame Impresso
Número de questões : 100 questões de múltipla escolha com 4 alternativas.
Duração do exame : 4 horas

Exame Online
Número de questões : 60 questões de múltipla escolha com 4 alternativas.
Duração do exame : 2 horas 30 minutos
Fonte: ANBID (www.anbid.com.br)

PRACTA – Treinamento e Educação Financeira 2


CONHEÇA A ESTRUTURA DA SUA PROVA

Conteúdo Programático:
O programa consta de 7 módulos, detalhados a seguir:

% na
MÓDULO ASSUNTO prova

1 Princípios Básicos de Economia, Finanças e Estatística 05% a


NÚMERO DE QUESTÕES NA ÚLTIMA PROVA: 7 10%

2 Fundos de Investimento 16% a


NÚMERO DE QUESTÕES NA ÚLTIMA PROVA: 20 25%

3 Produtos de Investimento: Instrumentos de Renda Fixa, Renda 17% a


Variável, Oferta Pública de Títulos e Valores Mobiliários, 25%
Derivativos
NÚMERO DE QUESTÕES NA ÚLTIMA PROVA: 21

4 Tributação 05% a
NÚMERO DE QUESTÕES NA ÚLTIMA PROVA: 8 10%

5 Órgãos de Regulação, Auto-Regulação, Fiscalização e 05% a


Participantes do Mercado 10%
NÚMERO DE QUESTÕES NA ÚLTIMA PROVA: 7

6 Compliance, Legal e Ética 10% a


NÚMERO DE QUESTÕES NA ÚLTIMA PROVA: 15 20%

7 Mensuração, Gestão de Performance e Risco 17% a


NÚMERO DE QUESTÕES NA ÚLTIMA PROVA: 22 25%

As DICAS PRACTA que aparecem a continuação dos conceitos ajudam


você a focar seus estudos, mostrando como cada assunto costuma ser
abordado nas questões da prova.

O RADAR PRACTA mostra quadros-resumo que ajudam você a fixar os


conceitos mais complexos.

Nossa equipe de professores está à disposição para esclarecimento de


dúvidas. É só enviar sua pergunta ao endereço practa@practa.com.br.

PRACTA – Treinamento e Educação Financeira 3


Módulo 1

Princípios Básicos de
Economia, Finanças e
Estatística
ÍNDICE

1. PRINCÍPIOS BÁSICOS DE ECONOMIA, FINANÇAS E ESTATÍSTICA


(PROPORÇÃO: DE 5% A 10%)
1. Conceitos Básicos de Economia 7
1.1 Indicadores econômicos 7
1.1.1 PIB 7
1.1.2 Índices de Inflação 8
1.1.2.1 IPCA - Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 8
1.1.3 Taxa de Câmbio - PTAX 8
1.1.4 Taxa Selic 11
1.1.5 Taxa DI - Depósito Interfinanceiro 11
1.1.6 TR - Taxa Referencial 11
1.2. Política Monetária 13
1.2.1 Metas da Inflação 13
1.2.2 Instrumento de Política Monetária 14
1.2.3 COPOM - Comitê de Política Monetária 16
1.2.4 Relação entre juros e atividade econômica 17
1.3. Política Fiscal 18
1.4. Política Cambial: cupom cambial, reservas internacionais, regimes de taxa de câmbio. Relações e conceitos 20
1.4.1 Cupom Cambial 20
1.4.2 Reservas Internacionais 21
1.4.3 Regimes de Taxa de Câmbio 21
1.4.4 Relações e Coonceitos 22
1.5. Contas Externas: Balança Comercial, Transações Correntes, Conta de Capital 23
2. Conceitos Básicos de Finanças 26
2.1. Taxa de juros nominal e taxa de juros real: relação entre elas e conceito de indexador 26
2.2. Capitalização Simples versus Capitalização Composta 27
2.3. Fluxo de Pagamentos. Relações e conceitos: 29
2.3.1. Valor presente, valor futuro e taxa de desconto 29
2.3.2. Fluxo de caixa: cupom e amortizações 29
2.3.3. Zero cupom 32
2.3.4. Prazo médio e maturity 32
2.3.5. Taxa Interna de Retorno (TIR) 32
2.4. Custo de oportunidade. Conceito 34
2.5. Taxa livre de risco. Conceito 34
2.6. Custo Médio Ponderado de Capital: WACC 35
2.6.1. Conceito 35
2.6.2. Alavancagem financeira, custos de captações (dívidas e/ou capital) 35
2.7. Retorno histórico e retorno esperado: 37

PRACTA – Treinamento e Educação Financeira 5


ÍNDICE

3. Princípios Básicos de Estatística 38


3.1. Medidas de posição: média, mediana, moda 38
3.1.1 Média 38
3.1.2 Mediana 39
3.2. Medidas de dispersão 40
3.2.1 Variância 40
3.2.2 Desvio Padrão 41
3.3. Correlação, covariância e coeficiente de determinação (R²) 43
3.4. Distribuição normal 45
3.4.1. Intervalo de confiança. Conceito 46
4. Negociação, Liquidação e Custódia 47
4.1. Selic - Sistema especial de liquidação e de custódia 47
4.2. Cetip - Câmara de custódia e liquidação 48
5. Conceito e finalidade de Benchmarks e Índices de Referência 50
5.1. Índices de Renda Variável 50
5.1.1 Ibovespa 50
5.1.2 IBrX - Índice Brasil 50
5.1.3 ISE - Índice de Sustentabilidade Empresarial 50
5.2. Renda Fixa: taxa DI, taxa Selic, taxa de Câmbio, IGP-M e IPCA 51

PRACTA – Treinamento e Educação Financeira 6


1. Conceitos Básicos de Economia

1.1 Indicadores econômicos (definição): PIB, índices de inflação


(IPCA e IGP-M), taxa de câmbio (PTAX), taxa SELIC, taxa DI e TR

1.1 Indicadores Econômicos

São um conjunto de dados que sinalizam a evolução das diferentes variáveis econômicas
de um território (país, estado ou município). Sua análise permite compreender a evolução
da economia, assim como servir de embasamento para tomadas de decisão.

1.1.1 PIB – Produto Interno Bruto


Representa o valor, a preços de mercado, dos bens e serviços finais realizados em um país
Em um determinado período de tempo, independentemente da nacionalidade dos agentes
econômicos. Quando dizemos “O Brasil cresceu 5%” estamos falando da evolução do PIB.
É calculado pelo IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. A metodologia aplica
O conceito de valor agregado, ou seja, o valor adicionado por cada empresa nas diferentes
etapas da produção, expresso assim:

VENDAS – INSUMOS = VALOR ADICIONADO


SOMATÓRIA DOS VALORES ADICIONADOS = PIB

Mudanças recentes na metodologia incluem alguns setores da economia informal no


cálculo.

Veja a fórmula do PIB: PIB = C + I + G + X - M

C = CONSUMO
Bens e serviços comprados pelas famílias (bens não-duráveis, bens duráveis e serviços)
I = INVESTIMENTO
Bens adquiridos para uso futuro. É o investimento das empresas em ativo
fixo(formação bruta de capital fixo) e em estoques.
G = DESPESAS DO GOVERNO
Bens ou serviços adquiridos pelos governo federal, estadual ou municipal.
X = EXPORTAÇÕES
Bens e serviços vendidos ao exterior.
M = IMPORTAÇÕES
Bens e serviços comprados do exterior.

DICA PRACTA
Na prova, este assunto poderá ter uma abordagem conceitual (definição)
ou uma abordagem mais analítica, como a que mostramos a seguir:

Analise a fórmula acima e responda:


A expansão do crédito traz como conseqüência:
A. Encolhimento do PIB, pois aumentam os gastos do Governo.
B. Aumento do PIB, pois aumenta o consumo das famílias.
C. Aumento do PIB, pois aumenta o volume de importações.
D. Encolhimento do PIB, pois reduz o investimento das empresas.

Alternativa correta: B. Uma das maneiras mais eficientes de aumentar o consumo é facilitando o
crédito. Aumentando o consumo, aumenta o PIB.

PRACTA – Treinamento e Educação Financeira 7


1. Conceitos Básicos de Economia

1.1 Indicadores econômicos (definição): PIB, índices de inflação


(IPCA e IGP-M), taxa de câmbio (PTAX), taxa SELIC, taxa DI e TR

1.1.2 – Índices de Inflação

1.1.2.1 - IPCA – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo

Calculado mensalmente pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IPCA é o


índice utilizado pelo Banco Central do Brasil para o acompanhamento dos objetivos
estabelecidos no sistema de metas de inflação.
A metodologia do cálculo abrange as famílias com rendimentos mensais compreendidos entre 1
e 40 salários-mínimos, qualquer que seja a fonte de rendimentos, e residentes nas áreas
urbanas das regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São
Paulo, Brasília, Belém, Fortaleza, Salvador, Curitiba e Goiânia.
Os dados são coletados em estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços,
concessionária de serviços públicos e domicílios (para levantamento de aluguel e condomínio),
e reflete os preços efetivamente cobrados ao consumidor, para pagamento à vista.
Periodicidade: Mensal, o período de coleta do IPCA estende-se, em geral, do dia 01 a 30 do
mês de referência.
Fonte: IBGE (www.ibge.gov.br)
Aplicação: a NTN-B (Título Público Federal) é corrigida pela variação deste índice.

DICA PRACTA
Na prova, este assunto poderá ser abordado assim:

O IPCA é um importante indicador econômico, pois:


A. Abrange tanto os preços do varejo quanto os de atacado.
B. Mede a inflação das famílias de baixa renda.
C. É utilizado pelo COPOM para acompanhamento da meta de inflação.
D. É utilizado pelo IBGE para acompanhamento da inflação nas áreas rurais.
Alternativa correta: C. O COPOM monitora o IPCA e implementa a política monetária para manter a
Inflação dentro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional.

1.2.2.2 IGP-M – Índice Geral de Preços de Mercado

Calculado mensalmente pela FGV -Fundação Getúlio Vargas, é o índice mais utilizado
para a correção de contratos de aluguel e como indexador de alguns títulos, como a
NTN-C, e de algumas tarifas.
Composição: é composto pela média ponderada do IPA (60%), IPC (30%) e
INCC (10%). Periodicidade: de 21 do mês anterior ao dia 20 do mês de referência.

PRACTA – Treinamento e Educação Financeira 8


1. Conceitos Básicos de Economia

1.1 Indicadores econômicos (definição): PIB, índices de inflação


(IPCA e IGP-M), taxa de câmbio (PTAX), taxa SELIC, taxa DI e TR

Composição IGP-M IPA - Índice de Preços por Atacado


Mede o movimento médio de preços no
atacado em todas as capitais brasileiras.
INCC IPC – Índice de Preços ao Consumidor
10%
Mede o movimento médio de preços, mensal,
de determinado conjunto de bens e serviços
IPC
30% IPA no mercado varejista, de abrangência
60% nacional. Os dados coletados correspondem a
famílias com renda de 1 a 33 salários
residentes nos principais centros
consumidores do país.

INCC – Índice Nacional de Custo da Construção


Mede a evolução dos preços dos materiais de construção, serviços e mão-de-obra,
relativos a construção civil. Sua abrangência é nacional, com pesquisa de preços
realizada em doze capitais.

DICA PRACTA
Na prova, este assunto poderá ser abordado assim:

Comparando o IPCA ao IGP-M podemos afirmar que:


A. Ambos os índices medem a inflação na ponta do consumidor
B. Devido à sua composição, o IGP-M é fortemente influenciado pela evolução
dos preços no atacado.
C. O IGP-M é utilizado pelo COPOM para acompanhamento da meta de inflação.
D. Devido à sua composição, ambos os índices são fortemente influenciados
pela evolução dos preços no atacado.
Alternativa correta: B. O IGP-M é fortemente influenciado pela evolução de preços no atacado, pois o
IPA tem peso de 60% na sua composição.

1.1.3 Taxa de Câmbio - PTAX

Para que o comércio internacional seja possível, existe a necessidade de estabelecer a


conversibilidade das moedas dos diferentes países entre si. A taxa de câmbio
representa o preço da moeda estrangeira expresso em moeda local.
A PTAX é a cotação oficial de todas as moedas estrangeiras, divulgada diariamente
pelo Banco Central através do SISBACEN no encerramento do dia. Representa a média
ponderada das negociações das diferentes moedas entre instituições financeiras.
É o parâmetro utilizado para liquidar as operações de swap, futuros e títulos do governo
indexados à moeda estrangeira.

PRACTA – Treinamento e Educação Financeira 9


1. Conceitos Básicos de Economia

1.1 Indicadores econômicos (definição): PIB, índices de inflação


(IPCA e IGP-M), taxa de câmbio (PTAX), taxa SELIC, taxa DI e TR

DICA PRACTA
Na prova, este assunto poderá ser abordado assim:

A taxa PTAX representa a média ponderada


A. das operações realizadas entre as casas de câmbio e seus clientes.
B. das exportações e importações liquidadas no dia.
C. das operações nas diferentes moedas realizadas entre instituições
financeiras .
D. das operações em Dólar realizadas entre instituições financeiras.
Alternativa correta: C. A PTAX é a média ponderada das operações de compra e venda das diferentes
moedas, realizada entre instituições financeiras. O Banco Central divulga diariamente a PTAX de
compra e de venda de todas as moedas.

1.1.4 Taxa SELIC


Representa a taxa de juros básica da economia brasileira.
Taxa SELIC – Meta
Fixada periodicamente nas reuniões do Comitê de Política Monetária (COPOM), a SELIC
Meta é a taxa considerada adequada para manter a inflação dentro dos parâmetros
estabelecidos pelo Conselho Monetário Nacional. Esta taxa pode ter um viés de alta ou de
baixa. Este viés permite que o Banco Central altere a SELIC, na direção do viés, a
qualquer momento entre as reuniões ordinárias.

Taxa SELIC – Over


Divulgada pelo SELIC, é a taxa média ponderada e ajustada das operações de
financiamento por um dia, realizadas entre instituições financeiras, lastreadas em títulos
públicos federais. É expressa na forma anual, base 252 dias úteis. É conhecida como a
taxa overnight do mercado brasileiro.
Estão aptas a realizar estas operações por um dia útil, denominadas compromissadas
(veremos este conceito no módulo de renda fixa) , as instituições financeiras habilitadas,
tais como bancos, caixas econômicas, sociedades corretoras de títulos e valores
mobiliários e sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários.

DICA PRACTA
Na prova, este assunto poderá ser abordado assim:

Em relação às taxas SELIC Meta e SELIC Over é correto afirmar que:


A. Ambas representam a média das operações de financiamento por um dia
com lastro em títulos públicos.
B. Ambas são definidas pelo COPOM.
C. A taxa SELIC Over é definida pelo COPOM e a SELIC Meta é definida pelo
mercado.
D. A taxa SELIC Over é expressa na forma anual, base 252 dias úteis.
Alternativa correta: D.

PRACTA – Treinamento e Educação Financeira 10


1. Conceitos Básicos de Economia

1.1 Indicadores econômicos (definição): PIB, índices de inflação


(IPCA e IGP-M), taxa de câmbio (PTAX), taxa SELIC, taxa DI e TR

1.1.5 Taxa DI – Depósito Interfinanceiro


Divulgada pela CETIP, é a taxa média ponderada das operações realizadas entre instituições
financeiras pelo prazo de um dia, com lastro em emissão do CDI – Certificado de Depósito
Interfinanceiro, que é um título privado.
É expressa na forma anual, base 252 dias úteis. É o indicador mais utilizado pelo mercado
como parâmetro de comparação nas aplicações de Renda Fixa.

1.1.6 TR – Taxa Referencial

Indexador calculado a partir da remuneração mensal média líquida de impostos, dos


depósitos a prazo fixo captados nas instituições financeiras. A TR é divulgada diariamente e
vale por um período de trinta dias.

É utilizada atualmente como indexador de vários investimentos (Poupança e Letra


Hipotecária são os mais usuais), e contratos com o SFH - Sistema Financeiro da Habitação e
do FGTS – Fundo de Garantia por Tempo de Serviço.

DICA PRACTA
Na prova, este assunto poderá ser abordado assim:

Assinale a diferença entre a taxa DI e a taxa SELIC-Over:


A. A taxa SELIC-Over é divulgada pelo SELIC e a taxa DI é divulgada pela
CETIP.
B. A taxa DI considera o ano base de 252 dias e a SELIC-Over considera o ano
base de 365 dias.
C. O lastro da taxa DI são CDBs e o lastro da taxa SELIC-Over são títulos
públicos.
D. Não existe diferença entre essas taxas.
Alternativa correta: A. Como as operações com títulos públicos são registradas no SELIC, é o próprio
SELIC que informa a média ponderada destas operações, a taxa SELIC Over. No caso da taxa DI, as
operações são lastreadas em CDI, Certificado de Depósito Interfinanceiro, e registradas na CETIP,
Câmara de Liquidação e Custódia.

PRACTA – Treinamento e Educação Financeira 11


Princípios Básicos de Economia, Finanças e Estatística

RADAR PRACTA

Assunto Conceito Característica

PIB- É o conjunto da produção final Componentes:


Produto Interno de bens e serviços realizada em PIB = C + I + G + X - M
Bruto território nacional, Consumo (C)
independentemente da Investimento (I)
nacionalidade dos agentes Despesa do Governo (G)
econômicos, num determinado Exportações (X)
período de tempo. Importações (M)
IPCA- Índice de inflação utilizado pelo Cálculo: (IBGE).
Índice de Preços ao BACEN para o acompanhamento Periodicidade: Mensal, o
Consumidor Amplo dos objetivos estabelecidos no período de coleta do IPCA
sistema de meta de inflação, estende-se, em geral, do
para o balizamento da política dia 01 a 30 do mês de
monetária. referência.
Chamado índice de inflação do
varejo
IGP-M – Índice Indicador com ampla cobertura Cálculo: FGV
Geral de Preços de que representa a evolução das Composição: É composto
Mercado operações de comercialização pela média ponderada do
no atacado, no varejo e na IPA (60%), IPC (30%) e
construção civil. INCC (10%).
Periodicidade: do dia 21
do mês anterior ao dia 20
do mês de referência.
Taxa de Câmbio - A PTAX é a cotação oficial de Cálculo e Divulgação:
PTAX todas as moedas estrangeiras, Banco Central do Brasil
divulgada diariamente pelo
BACEN no encerramento do dia.
Representa a média ponderada
das negociações das diferentes
moedas entre instituições
financeiras.
Utilização: parâmetro para
liquidar as operações de swap,
futuros, papéis do governo, etc.
Taxa SELIC Taxa média das operações Calculada e divulgada
realizadas entre 2 instituições diariamente pelo SELIC –
financeiras, prazo de 1 dia, Serviço Especial de
lastro em títulos públicos Liquidação e de Custódia.
federais.
.

PRACTA – Treinamento e Educação Financeira 12


1. Conceitos Básicos de Economia

1.2 Política Monetária: metas de inflação; instrumentos de política


monetária: open market, redesconto e depósitos compulsórios
(conceito e impactos no mercado). COPOM (atribuições e impactos
das decisões). Relação entre juros e atividade econômica.
1.2 Política Monetária

1.2.1 Metas de Inflação

O Decreto 3.088, de 21/06/199, estabelece a sistemática de metas para a inflação como


diretriz para fixação do regime de política monetária. Neste regime, adotado por diversos
países no mundo, o Banco Central se compromete a atuar de forma a garantir que a inflação
se mantenha dentro de uma meta pré-estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional,
divulgada publicamente.

As principais características deste regime são:


- divulgação pública das metas, por parte do Conselho Monetário Nacional
- comprometimento institucional com a estabilidade de preços
- transparência na tomada de decisões de política monetária
- mecanismos que tornam as autoridades monetárias responsáveis pelo cumprimento das
metas para a inflação.

A avaliação do Banco Central é feita ao final de cada ano. Considera-se que a meta foi atingida
caso a inflação observada ao final do ano se situe dentro do intervalo de tolerância
previamente estabelecido. Se a meta não for cumprida, o Presidente do Banco Central deve
escrever uma carta aberta justificando os motivos, e quais providências serão tomadas para
que a inflação volte à meta estabelecida.

DICA PRACTA
Na prova, este assunto poderá ser abordado assim:

O regime de “metas de inflação” objetiva manter


A. a taxa de câmbio dentro do patamar estabelecido pelo Banco Central.
B. a taxa real de juros dentro do patamar estabelecido pelo Conselho Monetário
Nacional.
C. A inflação dentro do patamar estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional.
D. O PIB dentro do patamar estabelecido pelo Ministério da Fazenda.
Alternativa correta: C. No regime de metas de inflação a prioridade é manter a inflação dentro da meta
estabelecida pelo CMN. Neste regime, não se estabelecem patamares mínimos ou máximos para a taxa
de câmbio, a taxa real de juros ou a taxa de crescimento do PIB.

PRACTA – Treinamento e Educação Financeira 13


1. Conceitos Básicos de Economia

1.2 Política Monetária: metas de inflação; instrumentos de política


monetária: open market, redesconto e depósitos compulsórios
(conceito e impactos no mercado). COPOM (atribuições e impactos
das decisões). Relação entre juros e atividade econômica.

1.2.2 Instrumentos de Política Monetária

Política monetária é a atuação da autoridade monetária (normalmente o Banco Central de


cada país) sobre a quantidade de moeda na economia. Uma política monetária é
expansionista quando eleva a liquidez da economia, injetando recursos no mercado. Por
outro lado, uma política monetária restritiva “enxuga” a liquidez da economia, visando o
controle da inflação.

O Banco Central administra a política monetária por meio dos seguintes instrumentos de
controle:

Compra e Venda de Títulos Públicos - Open Market

As operações de mercado aberto (open market) são um instrumento bastante ágil de


política monetária. Trata-se de operações de compra e venda de títulos públicos, efetuadas
pelo Banco Central atuando como agente monetário do governo. O mercado aberto
possibilita que o Banco Central controle diariamente a oferta de moeda e regule as taxas de
juros de curto prazo. Vejamos como isso acontece:

Quando há excesso de liquidez na economia, o Banco Central VENDE títulos no mercado,


retirando Reais. Com menor oferta de Reais no mercado, a taxa de juros SOBE.

Se houver falta de liquidez, o Banco Central COMPRA títulos no mercado, injetando Reais.
Com maior oferta de Reais, a taxa de juros CAI.

Redesconto

É um empréstimo de assistência a liquidez concedido pelo Banco Central a instituições


financeiras, visando equilibrar suas necessidades de caixa diante de um aumento imprevisto
de demanda por recursos de seus depositantes. A taxa de juros cobrada pelo Banco Central
nessas operações é chamada de taxa de redesconto.

O instrumento de redesconto tem sido bastante utilizado como forma de incentivar a


atividade econômica. A título de exemplo, no começo da crise do mercado de hipotecas nos
Estados Unidos, a primeira medida do presidente do Banco Central americano (Federal
Reserve) foi reduzir a taxa de redesconto, para que os bancos não sofressem uma crise de
liquidez.

Depósito Compulsório

Trata-se de um recolhimento feito pela rede bancária de determinado percentual sobre seus
depósitos à vista e/ou a prazo, de acordo com a política estabelecida pelo Banco Central do
Brasil.

O recolhimento é feito em moeda ou em títulos federais da dívida pública.

Quando a autoridade monetária eleva a taxa de recolhimento compulsório provoca


diminuição da quantidade de Reais no mercado. Com menor liquidez, a taxa de juros sobe.
Por outro lado, quando o Banco Central reduz o recolhimento compulsório, a liquidez
aumenta. A maior oferta de Reais se traduz em queda na taxa de juros.

PRACTA – Treinamento e Educação Financeira 14


1. Conceitos Básicos de Economia

1.2 Política Monetária: metas de inflação; instrumentos de política


monetária: open market, redesconto e depósitos compulsórios
(conceito e impactos no mercado). COPOM (atribuições e impactos
das decisões). Relação entre juros e atividade econômica.

POLÍTICA MONETÁRIA RESTRITIVA

Open BACEN vende títulos públicos – retira dinheiro –


Market reduzindo a liquidez da economia. TAXA
Redesconto Prazo reduzido e taxa de juros do empréstimo DE
elevada – redução da liquidez.

Compulsório BACEN eleva a alíquota do compulsório, tirando


JUROS
reais do mercado e “enxugando” liquidez. SOBE
POLÍTICA MONETÁRIA EXPANSIONISTA

Open BACEN compra títulos públicos – injeta dinheiro na


Market economia – aumento de liquidez. TAXA
Redesconto Prazo ampliado e taxa de juros do empréstimo DE
reduzida – aumento da liquidez.

Compulsório BACEN reduz a alíquota do compulsório,


JUROS
aumentando a liquidez da economia. CAI

DICA PRACTA
É importante que você entenda como o Banco Central regula a liquidez do
mercado com estes três instrumentos. Na prova costumam “cair”
perguntas semelhantes a estas:

Em relação aos instrumentos de política monetária, em caso de excesso


de liquidez na economia, o Banco Central poderá
A. comprar títulos no open market e reduzir a taxa de redesconto.
B. aumentar a taxa de compulsório e vender títulos no open market.
C. vender títulos no open market e reduzir a taxa de compulsório.
D. Aumentar a taxa de compulsório e comprar títulos no open market.
Alternativa correta: B. Para reduzir a liquidez, o BACEN vende títulos (“enxuga Reais”) e eleva a taxa
de recolhimento compulsório, fazendo com que mais Reais fiquem retidos no Banco Central. O impacto
destas medidas será o aumento da taxa de juros.

O Banco Central reduziu a taxa de recolhimento compulsório sobre


depósitos a vista, de 45% para 42%. O impacto desta medida no
mercado, considerando tudo mais constante,será:
A. Maior oferta de recursos no mercado e elevação da taxa de juros.
B. Menor oferta de recursos no mercado e redução da taxa de juros.
C. Maior oferta de recursos no mercado e redução da taxa de juros.
D. Menor oferta de recursos no mercado e elevação da taxa de juros.

Alternativa correta: C. Ao reduzir a taxa de depósito compulsório, menor quantidade de Reais ficam
retidos no Banco Central, conseqüentemente haverá maior oferta de recursos no mercado. Com maior
oferta de recursos, a taxa de juros cai.

Ficou com dúvidas? Envie mail para practa@practa.com.br. Nossa equipe está à disposição!

PRACTA – Treinamento e Educação Financeira 15


1. Conceitos Básicos de Economia

1.2 Política Monetária: metas de inflação; instrumentos de política


monetária: open market, redesconto e depósitos compulsórios
(conceito e impactos no mercado). COPOM (atribuições e impactos
das decisões). Relação entre juros e atividade econômica.

1.2.3 COPOM Comitê de Política Monetária

O COPOM foi instituído em 20 de junho de 1996, com o objetivo de estabelecer as


diretrizes da política monetária e de definir a taxa de juros.

Formalmente, os objetivos do COPOM são:


- Implementar a política monetária
- Definir a meta da Taxa SELIC e seu eventual viés
- Analisar o 'Relatório de Inflação'".

A taxa de juros fixada na reunião do COPOM é a meta para a Taxa SELIC, a qual vigora
por todo o período entre reuniões ordinárias do Comitê. Se for o caso, o COPOM também
pode definir o viés, que é a prerrogativa dada ao presidente do Banco Central para
alterar, na direção do viés, a meta para a Taxa SELIC a qualquer momento entre as
reuniões ordinárias.

As reuniões ordinárias do COPOM dividem-se em dois dias: a primeira sessão às terças-


feiras e a segunda às quartas-feiras. O número de reuniões ordinárias foi reduzido para
oito ao ano a partir de 2006, sendo o calendário anual divulgado até o fim de outubro do
ano anterior.

Fonte: Banco Central do Brasil (www.bcb.gov.br)

DICA PRACTA
Na prova, este assunto costuma ter uma abordagem mais analítica, como
a que mostramos a seguir:

O COPOM resolveu, na sua última reunião, elevar a taxa de juros em meio


ponto percentual, com viés de alta. O embasamento provável desta
decisão foi que:
A. A inflação superou a meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional e o
presidente do Banco Central tem poder para elevar a taxa a qualquer
momento para conter surtos inflacionários, antes da próxima reunião.
B. A inflação está abaixo dos parâmetros do Conselho Monetário Nacional; a
elevação da taxa de juros é preventiva.
C. A elevação da taxa de juros vai possibilitar o aumento do consumo,
importante para o crescimento do PIB.
D. O viés de alta dá ao presidente do Banco Central a prerrogativa de elevar ou
reduzir a taxa de juros a qualquer momento, evitando, assim, convocações
extraordinárias do COPOM.
Alternativa correta: A. O COPOM monitora a evolução do IPCA e, caso constate que a inflação está fora
dos parâmetros do CMN, eleva a taxa de juros. O viés de alta dá a prerrogativa ao presidente do Banco
Central de ELEVAR a taxa de juros a qualquer momento, sem convocar nova reunião do COPOM. O
viés é particularmente importante em momentos de turbulência no mercado.

PRACTA – Treinamento e Educação Financeira 16


1. Conceitos Básicos de Economia

1.2 Política Monetária: metas de inflação; instrumentos de política


monetária: open market, redesconto e depósitos compulsórios
(conceito e impactos no mercado). COPOM (atribuições e impactos
das decisões). Relação entre juros e atividade econômica.

1.2.4 Relação entre juros e atividade econômica

As taxas de juros são um componente essencial na tomada de decisão dos agentes econômicos.
Taxas de juros mais baixas representam:
- para os agentes econômicos, incentivo para realizar novos investimentos, de prazo mais longo.
- para a população, maior facilidade para compras a prazo (bens duráveis e imóveis).
- aumento da confiança do consumidor em relação ao futuro.
Já as taxas de juros muito altas implicam em:
- redução do investimento em capital produtivo por parte dos agentes econômicos.
- redução do consumo das famílias, devido ao encarecimento do crédito.
- redução da confiança do consumidor em relação ao futuro.

DICA PRACTA
Na prova, este assunto poderá ser abordado assim:

A manutenção de uma taxa elevada de juros por um longo período traz


como conseqüência:
A. Maior investimento em capital produtivo.
B. Maior tomada de financiamentos de longo prazo.
C. Redução do consumo das famílias e encolhimento do PIB.
D. Aumento da oferta de crédito e expansão do PIB.
Alternativa correta: C. Manter a taxa de juros em níveis muito altos desencoraja o investimento em
capital produtivo, inibe a decisão de tomar financiamentos de longo prazo e reduz o consumo das
famílias, com o conseqüente encolhimento do PIB.

PRACTA – Treinamento e Educação Financeira 17


1. Conceitos Básicos de Economia

1.3 Política Fiscal: necessidade de financiamento do setor


público; implicações sobre a dívida pública.

1.3 Política Fiscal

A política fiscal procura, por meio de maior eficácia na administração das receitas (tributos) e
dos gastos do governo, atingir determinados objetivos macroeconômicos e sociais. A carga
tributária tem impacto direto sobre a renda disponível das famílias e conseqüentemente sobre
o consumo agregado.
Da mesma forma que a política monetária, a política fiscal pode ser restritiva ou
expansionista.
Uma política fiscal restritiva implica em:
- menores gastos do governo (por exemplo, cortes na concessão de benefícios). A
conseqüência será diminuição da renda disponível.
- maiores impostos (por exemplo, elevação da alíquota de IR para a pessoa física). Tendo que
pagar mais impostos, o contribuinte deverá reduzir seu nível de poupança ou diminuir a
quantidade de bens e serviços que consome. A conseqüência será uma redução da demanda
agregada.
Já uma política fiscal expansionista implica em:
- aumento de gastos do Governo (por exemplo, aumento de salário dos servidores públicos)
- redução de impostos (por exemplo, redução da alíquota do IR ou criação de novas isenções)
As medidas acima se traduzem em maior renda disponível para a população e aumento da
demanda agregada.

Necessidade de financiamento do setor público. Implicações sobre a Dívida Pública.


Qualquer alteração na política fiscal, aumentando ou diminuindo impostos e gastos, se reflete
no orçamento do Governo. Medidas visando incentivar o crescimento, por exemplo aumento
do gasto público e corte nos impostos impacta o orçamento da União, provocando um déficit.
Este déficit é normalmente coberto mediante a emissão de títulos públicos, aumentando a
dívida pública.
O aumento da dívida pública para financiamento do déficit pode comprometer o caixa do
Governo e acarretar o aumento da taxa de juros, prejudicando o crescimento econômico.
Por sua vez, a emissão de títulos públicos altera o volume dos meios de pagamento e da taxa
de juros, ou seja, impacta a política monetária. Em face a isto, é imprescindível que as
medidas de política fiscal sejam tomadas em consonância com as medidas de política
monetária, minimizando os desequilíbrios.

Despesas Necessidade Impacto na


Déficit Emissão de
maiores que de política
nominal dívida
receitas financiamento monetária

PRACTA – Treinamento e Educação Financeira 18


1. Conceitos Básicos de Economia

1.3 Política Fiscal: necessidade de financiamento do setor


público; implicações sobre a dívida pública.

DICA PRACTA
Na prova, este assunto poderá ser abordado assim:

O Governo anunciou a redução do IPI sobre os carros zero e redução no


Imposto de Renda da Pessoa Física que vão beneficiar milhares de
contribuintes. Estas medidas:
I. Caracterizam uma política fiscal restritiva, cujo objetivo é diminuir
os gastos do Governo.
II. Promovem o crescimento econômico, na medida em que a
população tem mais renda disponível para consumo.
III. Podem levar a uma recessão no curto prazo.
IV. Provocam diminuição das receitas do Governo, aumentando o
déficit.
É correto o que se afirma apenas em:

A. I e II
B. II e III
C. I e III
D. II e IV

Alternativa correta: D. O Governo, visando evitar uma recessão, implementou estas medidas de
política fiscal expansionista, abrindo mão de receitas (=diminuindo impostos) em prol do crescimento
econômico (maior renda disponível para consumo, carros mais baratos). A diminuição das receitas
amplia o déficit público.

PRACTA – Treinamento e Educação Financeira 19


1. Conceitos Básicos de Economia

1.4 Política Cambial: cupom cambial, reservas internacionais,


regimes de taxa de câmbio. Relações e conceitos.

1.4 - Política Cambial

Os negócios de comércio internacional são realizados em moedas diferentes, representativas das


economias dos diferentes países (Dólar, Euro, Libra, Iene, etc.). A taxa de câmbio reflete o valor
com que a autoridade monetária de um país aceita negociar sua moeda. A política cambial visa a
administração das taxas de câmbio, promovendo alterações das cotações e, em última instância,
controlando as transações internacionais efetuadas por um país, como veremos a seguir.

1.4.1 Cupom Cambial

É a diferença entre o custo de oportunidade de fundos em Reais (Taxa SELIC) e a variação


cambial esperada do Real frente às diversas moedas estrangeiras, sendo o Dólar Americano a
referência. Em outras palavras, cupom cambial é a diferença entre a taxa de juros doméstica e a
taxa de juros internacional.
Veja a fórmula do cupom cambial:

A fórmula acima fica mais fácil se visualizada assim:

CUPOM CAMBIAL
Observe que alterações na variação cambial
CUSTO DE
esperada ou no custo de oportunidade do
OPORTUNIDADE
DO DINHEIRO = dinheiro impactam o cupom cambial. Você vai
aprofundar mais este assunto no Módulo 3.
Variação
cambial
esperada

DICA PRACTA
Na prova não são exigidos cálculos. Contudo, você precisa entender a
fórmula acima para aplicar em um contexto, como mostramos na questão
a seguir:

Supondo variação cambial inalterada, se a taxa SELIC passar de 13%ªª


para 15%ªª ocorrerá
A. Diminuição do cupom cambial, pois o custo de oportunidade do dinheiro
subiu.
B. Aumento do cupom cambial, pois o custo de oportunidade do dinheiro subiu.
C. Aumento do cupom cambial, pois o custo de oportunidade do dinheiro caiu.
D. Diminuição do cupom cambial, pois o custo de oportunidade do dinheiro
caiu.
Alternativa correta: B. Se a variação cambial permanece inalterada e a taxa de juros local (custo do
dinheiro) sobe, o resultado será um aumento do cupom.

PRACTA – Treinamento e Educação Financeira 20


1. Conceitos Básicos de Economia

1.4 Política Cambial: cupom cambial, reservas internacionais,


regimes de taxa de câmbio. Relações e conceitos.

1.4.2 Reservas Internacionais


As reservas internacionais são os depósitos em moeda estrangeira dos bancos centrais
dos diferentes países. No Brasil, estas reservas estão constituídas principalmente em
Dólares.
As reservas têm origem nos superávits do balanço de pagamentos: toda vez que há uma
entrada de moeda estrangeira, o BC compra essa moeda e paga os exportadores ou
investidores externos em reais. Quando há mais entradas de moeda estrangeiras que
saídas, o BACEN acumula reservas. Inversamente, quando o país é deficitário, há uma
saída de divisas que o BACEN cobre fazendo uso das reservas acumuladas.
As reservas internacionais também podem ser usadas para evitar ataques especulativos
contra a moeda. Em caso de forte alta do Dólar, o BACEN vende Dólares no mercado;
com o aumento da oferta, a taxa do Dólar cai.
Recentemente, o Governo anunciou a criação de uma linha de empréstimo com recursos
das reservas internacionais para ajudar empresas privadas e estatais a rolar
empréstimos no exterior, de modo a amenizar a crise de liquidez mundial.

1.4.3 Regimes de taxa de câmbio


No regime de Câmbio Fixo a taxa de câmbio é atrelada a um referencial fixo, como
ouro ou Dólar. A autoridade monetária fixa a taxa de câmbio e se compromete a
comprar e/ou vender moeda à taxa estipulada.
Embora este regime permita maior certeza nas transações do comércio internacional (o
exportador já sabe de antemão quantos Reais irá receber por cada Dólar exportado), a
manutenção deste regime representa maior risco para o Governo, que utiliza as reservas
para manter a cotação da moeda nacional em caso de ataques especulativos.
No regime de Câmbio Flutuante as taxas acompanham livremente as oscilações da
economia, sem intervenção da autoridade monetária. Este regime permite maior
liberdade aos Governos na condução da política monetária, já que não existe o
compromisso em manter a taxa de câmbio em um determinado patamar.
No regime de Flutuação Suja (Dirty Float), que é o atual regime de câmbio no Brasil,
o Banco Central se reserva o direito de intervir no câmbio em determinadas
circunstâncias. Não existe uma meta para a taxa do Dólar, porém a autoridade
monetária poderá intervir comprando ou vendendo moeda para corrigir desequilíbrios.

DICA PRACTA
Veja uma possível abordagem deste assunto na prova:
Em relação ao atual regime de câmbio no Brasil, podemos afirmar que:

A. Trata-se do regime de câmbio fixo, onde o BACEN fixa a taxa do Dólar.


B. É um regime de câmbio flutuante, onde o mercado fixa a taxa do Dólar.
C. É um regime de flutuação suja, onde o BACEN intervém em determinados
momentos, discricionariamente.
D. É um regime de flutuação suja, onde o BACEN intervém sempre que o Dólar
bater determinada meta.
Alternativa correta: C. Trata-se de um regime de flutuação suja, onde o Banco Central se reserva o
direito de intervir em alguns casos, sem especificar uma meta para a taxa de câmbio nem limites para
sua intervenção.

PRACTA – Treinamento e Educação Financeira 21


1. Conceitos Básicos de Economia

1.4 Política Cambial: cupom cambial, reservas internacionais,


regimes de taxa de câmbio. Relações e conceitos.

1.4.4 Relações entre taxa de câmbio, regime de câmbio e reservas internacionais

Veja a dinâmica do mercado de câmbio:


- Quando ingressam divisas no Brasil (por exemplo, com estrangeiros entrando para
investir no Brasil), o Banco Central compra os Dólares, aumentando as suas
reservas.
- Em épocas de turbulência (por exemplo, fuga de capitais por causa da crise
americana), o Banco Central vende Dólares das suas reservas para suprir o
mercado.

Impacto sobre a taxa de câmbio


1. No regime de câmbio fixo, os movimentos de mercado não alteram a cotação da
moeda. Este regime provou ser insustentável no longo prazo.
2. No regime de câmbio flutuante, maior oferta de moeda estrangeira implica em
valorização do Real (Dólar cai). Por outro lado, maior procura de moeda estrangeira
implica em desvalorização do Real (Dólar sobe).
3. No regime de flutuação suja, o Banco Central intervém comprando (para neutralizar
quedas bruscas no preço do Dólar) ou vendendo (para evitar a disparada da moeda
estrangeira).

DICA PRACTA
O examinador poderá testar sua compreensão sobre a dinâmica do
mercado de câmbio, como mostramos a seguir:

O país X vive um cenário de turbulência política, com fuga maciça de


capitais. Considerando um regime de câmbio flutuante, é correto a firmar
a respeito da moeda e as reservas internacionais desse país:

A. A moeda vai valorizar e as reservas internacionais vão subir.


B. A moeda vai desvalorizar e as reservas internacionais vão subir.
C. A moeda vai desvalorizar e as reservas internacionais vão cair.
D. A moeda vai desvalorizar e as reservas internacionais vão subir.

Alternativa correta: C. A moeda local desvaloriza (Dólar sobe) e as reservas internacionais caem, pois
existe fuga de capitais.

PRACTA – Treinamento e Educação Financeira 22


1. Conceitos Básicos de Economia

1.5 Contas Externas. Balança Comercial. Transações


Correntes. Conta de Capital. Conceitos.

1.5. Contas Externas: Balança Comercial, Transações Correntes e Conta de Capital

O Balanço de Pagamentos registra os valores das operações internacionais realizadas por


um país. Confira a estrutura do balanço de pagamentos:

A. Balança Comercial – É a diferença entre as exportações e as importações.


B. Balança de Serviços – Corresponde a pagamentos e recebimentos relativos a
seguros, fretes, royalties, assistência técnica, viagens internacionais, lucros,
dividendos e juros.
C. Transferências Unilaterais – São os pagamentos e recebimentos sem contrapartida
de serviços, por exemplo, doações, assistência, remessas de imigrantes, etc.

A + B + C = TRANSAÇÕES CORRENTES

O saldo das transações correntes indica se o país está importando ou exportando


poupança. Um déficit nas transações correntes mostra que a poupança interna é
insuficiente, portanto o país precisa tomar poupança externa para financiar seus
investimentos. Já um superávit indica que o existe um excedente de poupança interna
sendo enviado para o exterior.

Conta de Capital – Abrange os recursos que entraram no país sob a forma de


Investimentos diretos, empréstimos e financiamentos, amortizações, pagamento do
principal e repatriação de investimentos.

TRANSAÇÕES CORRENTES + CONTA DE CAPITAL + ERROS E OMISSÕES =


SALDO DO BALANÇO DO PAGAMENTOS

DICA PRACTA
Na prova, este assunto costuma ter uma abordagem mais analítica, como
a que mostramos a seguir:

A empresa multinacional XPTO acaba de remeter para o exterior USD.100


milhões referentes a distribuição de lucros. Este pagamento impacta:
A. A balança comercial e conseqüentemente as transações correntes.
B. A balança de serviços e conseqüentemente as transações correntes.
C. As transferências unilaterais e conseqüentemente as transações correntes.
D. A conta de capital.
Alternativa correta: B. Remessa de lucros e dividendos faz parte da balança de serviços, que por sua
vez compõe o saldo em conta corrente, ou as transações correntes.

PRACTA – Treinamento e Educação Financeira 23


Princípios Básicos de Economia, Finanças e Estatística

RADAR PRACTA

Assunto Conceito Característica

COPOM Comitê de Fixa a meta para a Taxa Viés de alta: prerrogativa


Política Monetária SELIC, visando controle da dada ao presidente do Banco
inflação. Central para elevar a meta
Objetivos: para a taxa SELIC a
-Implementar a política qualquer momento entre as
monetária reuniões ordinárias.
-Definir a meta da Taxa SELIC Viés de baixa: prerrogativa
e seu eventual viés dada ao presidente do Banco
-Analisar o 'Relatório de Central para reduzir a meta
Inflação'". para a taxa SELIC a
qualquer momento entre as
reuniões ordinárias.
Impactos da Taxa Taxas de Juros menores desestimulam o investimento
de juros na inflação especulativo, favorecem o desenvolvimento econômico,
e atividade aumentam geração de emprego, aumentam o poder de
econômica compra da população.
Taxas de juros muito elevadas, por sua vez, estimulam o
investimento especulativo, inibem o desenvolvimento
econômico e comprometem a oferta de emprego, mas são
necessárias quando há prioridade em controlar inflação.
Política Fiscal É a administração e Política Fiscal expansiva
adequação das receitas -Aumento dos gastos públicos;
(tributos) e dos gastos do -Diminuição da carga tributária,
governo para regular a estimulando despesas de
atividade econômica. Ela é consumo e investimentos;
usada para neutralizar as -Estímulos às exportações,
tendências à recessão e à elevando a demanda externa
inflação dos produtos;
-Tarifas e barreiras às
importações, beneficiando a
produção nacional.
Política Fiscal restritiva
-Diminuição dos gastos
públicos;
-Elevação da carga tributária
sobre os bens de consumo,
desencorajando esses gastos;
-Elevação das importações, por
meio da redução de tarifas e
barreiras.

PRACTA – Treinamento e Educação Financeira 24


Princípios Básicos de Economia, Finanças e Estatística

RADAR PRACTA

Assunto Conceito Característica

Política Monetária Visa diminuir a quantidade Medidas:


restritiva de moeda na economia, Open Market: BACEN VENDE
para controle da inflação. títulos públicos.
Compulsório: BACEN
AUMENTA as alíquotas do
compulsório
Redesconto: BACEN AUMENTA
os juros e REDUZ os prazos.
Política Monetária Visa aumentar a quantidade Medidas:
expansionista de moeda na economia, Open Market: BACEN COMPRA
para promover a expansão títulos públicos.
da economia ou evitar Compulsório: BACEN REDUZ
recessão. as alíquotas do compulsório
Redesconto: BACEN REDUZ os
juros e AUMENTA os prazos.

Contas externas

TRANSAÇÕES CORRENTES Transações Correntes:


• Balança Comercial (exportações e as
+ CONTA DE CAPITAL importações).
+ ERROS E OMISSÕES = • Balança de Serviços –pagamentos e
recebimentos relativos a seguros,
---------------------------- fretes, royalties, assistência técnica,
SALDO DO BALANÇO DO viagens internacionais, lucros,
dividendos e juros.
PAGAMENTOS • Transferências Unilaterais –,
doações, assistência, remessas de
imigrantes, etc
Conta de Capital – Abrange os recursos
que entraram no país sob a forma de
Investimentos diretos, empréstimos e
financiamentos, amortizações, pagamento
do principal e repatriação de investimentos
As reservas internacionais são os Quando há mais entradas de moeda
depósitos em moeda estrangeira dos estrangeiras que saídas, o BACEN acumula
bancos centrais dos diferentes países. reservas. Inversamente, quando o país é
No Brasil, estas reservas estão deficitário, há uma saída de divisas que o
constituídas principalmente em BACEN cobre fazendo uso das reservas
Dólares. acumuladas.

PRACTA – Treinamento e Educação Financeira 25


2. Conceitos Básicos de Finanças

2.1 Taxa de juros nominal e taxa de juros real. Relação


entre elas e conceito de indexador

2.1 Taxa de Juros Nominal e Taxa de Juros Real

Taxa de juros pode ser definida como a remuneração pelo uso do capital.

Taxa Nominal
É a taxa contratada na aquisição de um título de renda fixa ou em um financiamento. Não
considera a inflação do período.
Exemplo: Apliquei recursos em um CDB a 12% ªª pelo prazo de 1 ano. 12% ªª é uma taxa
nominal. Para saber se obtivemos um ganho real, ou seja, um ganho acima da inflação,
precisamos conhecer a inflação do período.

Taxa Real
É o ganho acima da inflação. No exemplo acima, se a inflação do período for de 5%, teremos
obtido um ganho real. Para calcular esse ganho, precisamos lembrar que praticamente 100%
das operações financeiras no Brasil utilizam juros compostos. Veja como fazer o cálculo:

iR = {[(iN / 100) + 1] ÷ [(iINF / 100) + 1] − 1} * 100


Onde
iR é a taxa de juros real Ficou difícil? Veja o passo-a-passo:
Taxa nominal 12% ªª
iN é a taxa de juros nominal
12/100 + 1 = 1,12
iINFL é a inflação do período Inflação: 5% ªª
5/100 + 1 = 1,05
1,12 / 1,05 = (1.0667 – 1)*100= 6,67% ªª é a
taxa de juros real, ou seja, o ganho acima da
inflação.

DICA PRACTA
Embora não sejam exigidos cálculos, é importante que você entenda o
conceito envolvido na expressão matemática acima. Veja como este
assunto costuma ser abordado na prova:

No último trimestre, houve elevação da taxa de juros, porém a inflação se


manteve estável. A respeito da taxa real de juros do período, podemos
afirmar que:
A. Manteve-se estável, pois a inflação não subiu.
B. Caiu, pois a taxa de juros subiu.
C. Caiu, pois a inflação continua estável, porém a taxa nominal caiu.
D. Subiu, pois a inflação continua estável, porém a taxa nominal subiu.
Alternativa correta: D. A taxa real de juros sobe, pois a inflação se manteve no mesmo patamar,
porém a taxa nominal subiu.

PRACTA – Treinamento e Educação Financeira 26


2. Conceitos Básicos de Finanças

2.2 Capitalização Simples versus Capitalização Composta: conceito,


desconto, equivalência e proporcionalidade

2.2 Capitalização Simples versus Capitalização Composta

No regime de capitalização simples a taxa de juros incide sempre sobre o mesmo capital
inicial. Exemplo: Considere uma aplicação de R$1000 feita por 3 meses a uma taxa de 1%
ao mês. Qual será o montante no vencimento?

Fórmula da capitalização
simples: 0 1 2 3 meses
M = C (1 + i * n)
Onde Juro = 10 Juro = 10 Juro = 10
M= Montante
C= Capital Capital = 1000 Capital = 1000 Capital = 1000
i = taxa de juros Montante = 1010 Montante = 1020 Montante = 1030
n = prazo

Já no regime de capitalização composta a taxa incide sobre o capital inicial acrescido


dos juros do período anterior. Utilizando o mesmo exemplo acima, qual será o montante
no vencimento?

Fórmula da capitalização
composta 0 1 2 3 meses
M = C (1 + i) n
Onde
M= Montante Juro = 10,00 Juro = 10,10 Juro = 10,20
C= Capital Capital = 1000,00 Capital = 1010,00 Capital = 1020,10
i = taxa de juros
Montante = 1010,00 Montante =1020,10 Montante = 1030,30
n = prazo

DICA PRACTA
Observe que quando falamos em capitalização composta o n (prazo)
aparece como expoente (potência). Veja o tipo de questão que pode fazer
parte da prova:

Veja a fórmula a seguir:


500 x 1,053= 578,81
Sabendo que a taxa de juros é de 5% ao semestre, o valor de 578,81
representa o montante de um capital de 500 aplicado a 5%

A. por 3 semestres a juros simples.


B. por 3 semestres a juros compostos.
C. por 3 meses a juros simples.
D. por 3 meses a juros compostos.
Alternativa correta: B. O prazo (3 semestres) é um expoente, caracterizando capitalização composta.

PRACTA – Treinamento e Educação Financeira 27


2. Conceitos Básicos de Finanças

2.2 Capitalização Simples versus Capitalização Composta: conceito,


equivalência e proporcionalidade

Duas taxas de juros, expressas em unidades de tempo diferentes, são PROPORCIONAIS


quando, incidindo sobre o mesmo principal, durante um mesmo prazo, produzem um mesmo
montante, no regime de capitalização SIMPLES.
Exemplo:
6% ao ano e 0,50% ao mês são taxas proporcionais:
R$ 100 aplicados durante um ano a 6% aa. = R$ 106,00
R$ 100 aplicados durante 12 meses a 0,50% am. = R$ 106,00

Duas taxas de juros, expressas em unidades de tempo diferentes, são EQUIVALENTES


quando, incidindo sobre o mesmo principal, durante um mesmo prazo, produzem um mesmo
montante, no regime de capitalização COMPOSTA.
Exemplo:
6,17% ao ano e 0,50% ao mês são taxas equivalentes:
R$ 100 aplicados durante um ano a 6,17% aa. = R$ 106,17
R$ 100 aplicados durante 12 meses a 0,50% am = R$ 106,17

DICA PRACTA
Não se assuste com fórmulas e contas. O tipo de questão que costuma
“cair” é conceitual, como vemos a seguir:

Analise as fórmulas abaixo:


500 x 1,024= 541,22
500 x 1,0824= 541,22
Sabendo que a taxa de juros é de 2% ao trimestre podemos afirmar que
2% ao trimestre e 8,24% ao ano:
A. são taxas proporcionais, capitalização simples.
B. são taxas proporcionais, capitalização composta.
C. são taxas equivalentes, capitalização simples.
D. são taxas equivalentes, capitalização composta.
Alternativa correta: D. Trata-se de taxas equivalentes, pois produzem o mesmo montante no mesmo
prazo, no regime de capitalização composta. Sabemos que se trata de capitalização composta pois o
prazo (4) aparece como expoente na fórmula, lembrando que 4 trimestres = 1 ano.

PRACTA – Treinamento e Educação Financeira 28


2. Conceitos Básicos de Finanças

2.3 Fluxo de Pagamentos. Relações e conceitos

2.3.1 Valor Presente, Valor Futuro e Taxa de Desconto

Quando abordamos regimes da capitalização nas páginas anteriores, chegamos ao


montante da aplicação, ou seja, o valor futuro. Assim, uma aplicação de R$ 100,00 a
6,17% ªª durante um ano produz um montante de R$ 106,17.

Poderíamos, entretanto, fazer uma outra abordagem: Quanto preciso aplicar hoje, a uma
taxa de 6,17% ªª para ter R$ 100 em um ano? O que estamos querendo saber aqui é o
valor presente da operação, e para conhece-lo precisamos trazer o valor futuro a valor
presente por uma taxa, denominada taxa de desconto.

No exemplo citado: PV = 100 / 1,0617 = R$ 94,19


Ou na HP:
100 [FV] [CHS] [ENTER]
1n
6,17 i
PV? => 94,19

2.3.2 Fluxo de Caixa: Cupom e Amortizações

Um título pode pagar principal e juros só no vencimento, juros periódicos e principal no


final, amortizações do principal mais juros periódicos, etc. Vejamos alguns exemplos:

60 60 60 1060
Título I
Valor de face: R$ 1000
Cupom anual de juros: 6%
Prazo: 4 anos
1000
Título II 310 310 310 310
Valor de face: R$ 1000
Amortização anual de 25%
Cupom anual de juros: 6%
Prazo: 4 anos
1000
1000
Título III
Valor de face: R$ 1000
Taxa de juros: 6%
Zero cupom
Prazo: 4 anos 792,09

PRACTA – Treinamento e Educação Financeira 29


Princípios Básicos de Economia, Finanças e Estatística

RADAR PRACTA

Assunto Conceito Característica

É a taxa que encontramos nas


operações correntes, ou seja, a Inclui a inflação.
Taxa Nominal
taxa que é visível aos
participantes de uma transação.
O objetivo é determinar o
quanto se ganhou ou
É calculada a partir da taxa perdeu, desconsiderando a
Taxa Real nominal de juros, descontando- inflação, medida por
se os efeitos inflacionários. qualquer índice disponível
(IGP-M, IPCA, etc.).

No regime de capitalização
simples a taxa de juros incide
apenas sobre o capital inicial, M = C (1 + i * n)
portanto a taxa de juros será
aplicada sempre sobre o mesmo (multiplica-se a taxa vezes n)
capital pelos seus diversos
períodos.

Regimes de Já no regime de capitalização


capitalização composta a taxa incide sobre o
capital inicial acrescido dos
M = C (1 + i) n
juros do período anterior, ou
seja, os juros de cada período
são gerados pela aplicação de
sua taxa sobre a soma do (n é uma potência)
capital anterior e seu respectivo
juro.

Duas taxas são proporcionais


quando, considerados o mesmo
prazo e o mesmo capital,
Taxa Proporcional Capitalização simples
produzem o mesmo montante,
no regime de capitalização
simples de juros
Duas taxas são equivalentes
quando, considerados o mesmo
prazo e o mesmo capital,
Taxa Equivalente Capitalização composta
produzem o mesmo montante,
no regime de capitalização
composto de juros.

PRACTA – Treinamento e Educação Financeira 30


Princípios Básicos de Economia, Finanças e Estatística

RADAR PRACTA

Assunto Conceito Característica

A relação entre Valor de Resgate Juros sobem = PU cai


VP =
Taxa de juros e o  i 
n Juros caem= PU sobe
Preço (PU) de um 1 + 
 100 
título
Perceba que quando há Quanto maior o prazo menor
negociação de um título de o preço de um título
renda fixa ANTES do seu
vencimento, o mercado vai
descontar o valor de
resgate do título pela taxa
de juros vigente no
mercado. Assim, há uma
relação inversamente
proporcional entre juros e
preço.

PRACTA – Treinamento e Educação Financeira 31


2. Conceitos Básicos de Finanças

2.3 Fluxo de Pagamentos. Relações e conceitos

2.3.3 e 2.3.4 Zero Cupom, Prazo Médio e Maturity

Observando os 3 títulos acima podemos concluir que:


- O título III é denominado Zero Cupom. Seu valor de face e o valor no vencimento
são iguais, e seu valor presente é calculado descontando o valor de face pela taxa de
juros de mercado. Não tem pagamento intermediário de juros. O prazo médio e a
maturity são iguais.
- Embora todos os títulos tenham o mesmo prazo de vencimento (maturity), os seus
fluxos de caixa são diferentes, conseqüentemente o prazo médio dos recebimentos é
diferente.
Você vai aprofundar o conceito de prazo médio no Módulo 7. Aguarde!

DICA PRACTA
Na prova, é importante lembrar a diferença entre maturity e prazo médio.
Veja a abordagem do assunto:

Veja as características dos títulos X e Y


Título X Título Y
Valor de face: 100 Valor de face: 100
Vencimento: 10/01/2012 Vencimento 10/01/2012
Cupom semestral de juros: 3% as Cupom anual de juros: 6% ªª
É correto afirmar que:

A. O título X tem maior prazo médio que o título Y.


B. O título X tem maior maturity que o título Y.
C. O título Y tem maior prazo médio que o título X.
D. O título Y tem maior maturity que o título X.
Alternativa correta: C. O título Y tem cupom anual de juros, enquanto o título X tem cupom semestral.
O prazo médio de Y é, então, maior do que o prazo médio de X.

2.3.5 Taxa Interna de Retorno (TIR)


Denomina-se Taxa Interna de Retorno (TIR) a taxa que iguala os fluxos de
caixa de um título ou investimento a zero. Em outras palavras, descontado
todos os fluxos pela TIR e subtraindo o valor presente, o resultado será zero.
Utilizamos o conceito de TIR para chegar ao valor presente de um título, partindo da
remuneração requerida. Considere um título com o seguinte fluxo de pagamentos:

20 40 50 900

- 1 2 3 4

PRACTA – Treinamento e Educação Financeira 32


2. Conceitos Básicos de Finanças

2.3 Fluxo de Pagamentos. Relações e conceitos

Vamos descontar os fluxos do título pela taxa de retorno requerida, suponha 20% ªª,
utilizando a fórmula do Valor Presente:

VF
VP = n
 20 
1 + 
 100 
Como interpretamos estes
números?
Períodos Valores do Fluxo Valor
- Investindo R$ 507,40 neste
de Caixa Presente
título, obteremos uma
1 20 -16,67 remuneração de 20% ªª sobre o
capital investido, considerando
2 40 -27,77 todos os recebimentos nos
diferentes períodos.
3 50 -28,93
- Se descontarmos todos os
4 900 -434,03 Fluxos à TIR de 20% e
Deduzirmos 507,40 o resultado
Total -507,40 será ZERO.

DICA PRACTA
Você pode calcular a TIR de qualquer fluxo de pagamentos com sua
HP12C. Contudo, o cálculo da TIR não será solicitado na prova, apenas o
conceito, da forma que mostramos a seguir:

A Taxa Interna de Retorno de um investimento representa:

A. O retorno líquido da operação, após os impostos.


B. A taxa que iguala os fluxos de caixa a zero.
C. O valor presente do fluxo de pagamentos.
D. A taxa real do investimento, descontada a inflação.
Alternativa correta: B. Por definição, a TIR é a taxa que igual os fluxos de caixa a zero.

PRACTA – Treinamento e Educação Financeira 33


2. Conceitos Básicos de Finanças

2.4 Custo de oportunidade. Conceito


2.5 Taxa livre de risco. Conceito

2.4 Custo de Oportunidade. Conceito.

Quando tomamos qualquer decisão econômica, estamos simultaneamente renunciando a


outras alternativas possíveis. Por exemplo, ao aplicar recursos na Bolsa abrimos mão dos
ganhos que teríamos na Renda Fixa. O conceito de custo de oportunidade envolve o custo
advindo da renúncia a outra alternativa ou opção de negócio.

O custo de oportunidade de um capital aplicado em um negócio próprio é a remuneração


que esse capital geraria em outra aplicação, por exemplo, em um Título Público pós-
fixado. Para assumir os riscos do negócio próprio, o empreendedor requer um retorno
superior ao seu custo de oportunidade, ou seja, retorno superior à taxa SELIC.

2.5 Taxa livre de risco. Conceito

A taxa livre de risco é a remuneração oferecida pelo ativo livre de risco. Um ativo livre de
risco é aquele em que o investidor sabe exatamente o valor que receberá ao final do
prazo de investimento. São ativos muito líquidos, onde não existe possibilidade de
default.

No mundo inteiro, a taxa livre de risco é a remuneração dos títulos do Tesouro Americano
(Treasuries), que serve de referência para análise de risco de títulos de outros emissores.
No Brasil, os Títulos Públicos Federais são considerados ativos livres de risco.

Você vai aprofundar mais este conceito no Módulo 7. Aguarde!

PRACTA – Treinamento e Educação Financeira 34


2. Conceitos Básicos de Finanças

2.6 Custo Médio Ponderado de Capital: WACC

2.6 Custo médio ponderado de capital: WACC

2.6.1 Conceito

A estrutura de capital de uma empresa é composta pelo capital próprio (recursos dos acionistas)
e pelo capital de terceiros (dívidas assumidas pela companhia).

O Custo Médio Ponderado de Capital (WACC- Weighted Average Cost of Capital, em inglês)
engloba a remuneração de todo o capital da empresa, abrangendo tanto a parcela da
remuneração relativa ao capital próprio quanto a de terceiros, incluindo os benefícios fiscais
gerados pelo endividamento. Em outras palavras, o WACC é a média ponderada dos custos de
capital próprio e de terceiros pelas suas respectivas participações no investimento total da
empresa.

Chamamos de estrutura de capital ótima àquela que minimiza o custo médio ponderado de
capital, ou seja, o custo do dinheiro para a empresa.

Veja um exemplo simplificado:

Fontes de capital Proporção no total Custo dos recursos


Financiamento de 70% 10,50% ªª(*)
longo prazo

Capital próprio 30% 15,00% ªª

WACC = 0,70 x 10,50 + 0,30 x 15,00 11,85% ªª

(*) No custo de 10,50% ªª já foi considerada o benefício fiscal gerado pelo endividamento,
lembrando que os juros pagos são dedutíveis da base de cálculo do Imposto de Renda da
Pessoa Jurídica.

2.6.2 Alavancagem financeira, custos de captações (dívidas e/ou capital)

Gitman define alavancagem financeira como a “capacidade da empresa para usar encargos
financeiros fixos a fim de maximizar os efeitos de variações no lucro a/dos juros e impostos
sobre lucros por ação da empresa (LPA).” Em termos mais simples, alavancagem é a
utilização de recursos de terceiros a um custo fixo para maximizar o lucro dos sócios.

Denomina-se grau de alavancagem, a relação entre capitais de terceiros e o capital próprio.


Quanto maior a utilização de capitais de terceiros de longo prazo, maior é o grau de
alavancagem da companhia.

No exemplo acima, o grau de alavancagem é 2,33 (70/30). Significa que por cada unidade
monetária de capital próprio, a empresa utiliza 2,33 unidades monetárias de capital de
terceiros. Trata-se de uma empresa alavancada.

PRACTA – Treinamento e Educação Financeira 35


2. Conceitos Básicos de Finanças

2.6 Custo Médio Ponderado de Capital: WACC

DICA PRACTA
A prova pode incluir uma questão testando sua compreensão sobre o
conceitos de alavancagem. Veja a seguir:
O grau de alavancagem da empresa XPTO é de 3. Isto significa que:

A. A empresa possui 3 unidades monetárias de capital próprio por cada unidade


monetária de dívida contraída.
B. A empresa não representa risco de crédito, pois o capital próprio supera o
passivo de longo prazo.
C. Por cada unidade monetária de capital próprio, a empresa tomou 3 unidades
monetárias de dívida de longo prazo.
D. O custo do capital próprio é 3 pontos percentuais maior que o custo dos
recursos de terceiros.
Alternativa correta: C. A empresa está alavancada 3 vezes, ou seja, por cada unidade de capital
próprio, tomou 3 unidades de dívida.

PRACTA – Treinamento e Educação Financeira 36


2. Conceitos Básicos de Finanças

2.7 Retorno histórico e retorno esperado

2.7 Retorno histórico e retorno esperado

O retorno histórico, também chamado rentabilidade observada, é um ganho nominal, de


valores absolutos, associado a um evento passado. Veja no exemplo:

Há um ano você comprou cotas de um fundo Multimercado ao preço de R$ 10,00. Hoje você
vende suas cotas a R$ 12,00. O retorno histórico da operação foi de 20%. Confira os números:

 12,00 
retorno =  − 1 × 100 = 20%
 10,00 

Já o conceito de retorno esperado diz respeito as expectativas de ganhos futuros. Estas


expectativas são atreladas a um benchmark de mercado (no exemplo acima, a taxa DI).
Suponha que um investidor aplica hoje recursos no fundo Multimercado mencionado
anteriormente. Este investidor não sabe quanto vai ganhar, porém o retorno esperado do
investimento é acima de 100% da taxa DI.

Para calcular o retorno esperado de uma carteira, costumamos considerar a média dos
retornos esperados. Veja a seguir:

Título Valor Retorno esperado


CDB 100.000 13% ªª

LTN 150.000 12% ªª

Letra Hipotecária 500.000 11,5% ªª


Retorno esperado da
750.000 11,80% ªª
carteira

Nota: Utilizamos aqui o conceito de média ponderada. Verifique no item 3 desta apostila
(Estatística) como chegamos a estes valores.

PRACTA – Treinamento e Educação Financeira 37


3. Princípios Básicos de Estatística

3.1 Medidas de Posição: Média, Mediana e Moda

3.1 Medidas de Posição: Média, Mediana e Moda


As medidas de posição, também chamadas de valores de tendência central, visam
identificar as características de concentração dos elementos de uma amostra (por
exemplo, renda per cápita da população brasileira). As medidas de posição que fazem
parte do programa da prova são a Média, a Mediana e a Moda.

3.1.1 Média
É a medida de tendência central mais utilizada. A média aritmética simples e a divisão
do conjunto de informações (valores) entre o número de valores desse conjunto. Veja um
exemplo:
Um grupo de cinco pessoas saem para jantar. Veja o consumo de cada uma delas:

Nome Valor
João R$ 45,00 Uma das
características
Carlos R$ 31,00 da média, é ser
influenciada por
Sérgio R$ 49,00
valores extremos
Marisa R$ 31,00
Stela R$ 29,00
Total da conta R$ 185,00
Média R$ 37,00

Já a média ponderada é obtida pela divisão entre a soma dos valores de uma amostra,
ponderada pelos seus respectivos pesos. Veja um exemplo:
Você tem recursos aplicados por um total de R$ 750.000, conforme o seguinte quadro:

Título Valor Retorno esperado


CDB 100.000 13% ªª

LTN 150.000 12% ªª

Letra Hipotecária 500.000 11,5% ªª


Média ponderada 750.000 11,80% ªª

Média ponderada dos retornos = (100.000x0,13)+(150.000x0,12)+(500000x0,115)=


(100.000x0,13)+(150.000x0,12)+(500000x0,115) 11,80%
750.000

PRACTA – Treinamento e Educação Financeira 38


3. Princípios básicos de Estatística

3.1 Medidas de Posição: Média, Mediana e Moda

3.1.2 – Mediana
A mediana é uma medida de tendência central que localiza o valor que divide um
conjunto de valores ao meio, ou seja, em partes iguais. Para calcular a mediana é
preciso organizar os valores em ordem de grandeza. No exemplo acima, teremos:

29 – 31 – 31 – 45 – 49
Mediana da amostra: 31

Se o número de valores for par, a mediana é representada pela média aritmética dos
valores centrais. Suponha que acrescentamos mais uma pessoa ao grupo, que consumiu
R$ 37,00. Veja o cálculo da mediana:

29 – 31 – 31 – 37 – 45 – 49
Mediana da amostra: (31 + 37)/2 = 34

Média versus Mediana


O uso da mediana é mais relevante para amostras onde a distribuição de valores é
assimétrica, ou seja, onde valores extremos distorcem a média aritmética. Compare
estes dois conjuntos de valores:

Amostra A: 10 – 12 – 18 – 24 – 26
Amostra B: 02 – 12 – 18 – 34 – 90

A amostra A é simétrica, com média e mediana igual a 18. Já a amostra B é assimétrica,


com média de 31,2 e mediana de 18. Como vemos, a média é mais afetada pelos valores
extremos, enquanto que a mediana permaneceu inalterada nas duas amostras.

3.1.3 Moda
É o valor que aparece mais freqüentemente em um conjunto de dados. No exemplo da
conta do restaurante, a moda é 31, que aparece duas vezes na amostra.

DICA PRACTA
A abordagem deste assunto é conceitual, como mostramos a seguir:

Valor que divide uma amostra ao meio:

A. Média aritmética simples


B. Média ponderada
C. Mediana
D. Moda
Alternativa correta: C. Mediana.

PRACTA – Treinamento e Educação Financeira 39


3. Princípios básicos de Estatística

3.2 Medidas de Dispersão. Variância e Desvio Padrão

3.2 Medidas de dispersão


Indicam como os valores de um conjunto se distanciam em relação à sua média. Para
melhor compreendermos estes conceitos, vamos analisar 3 conjuntos de dados.
Suponha 3 salas de aula, com 10 alunos cada. As notas da prova final foram:

SALA A 6 6 6 7 8 8 9 10 10 10
A média
SALA B 5 6 7 7 7 8 10 10 10 10 das 3
turmas é 8
SALA C 5 5 6 7 9 9 9 10 10 10

Observamos que, embora a nota média das 3 turmas seja a mesma (8) o perfil das
turmas é diferente, concorda? Isto porque a dispersão é diferente.
A Variância e o Desvio Padrão medem esta dispersão.

3.2.1 Variância
Variância é a média dos quadrados das diferenças entre os dados individuais e a média.
Vejamos como calcular a variância, utilizando as amostras acima, com média de 8.

Vamos calcular a variância das 3 amostras:

SALA 1 SALA 2
Notas (x) Média x - média x - média 2 Notas(x) Média x - média x -
2
média
6 8 -2 4 5 8 -3 9
6 8 -2 4 5 8 -3 9
6 8 -2 4 7 8 -1 1
7 8 -1 1 7 8 -1 1
8 8 0 0 7 8 -1 1
8 8 0 0 8 8 0 0
9 8 1 1 10 8 2 4
10 8 2 4 10 8 2 4
10 8 2 4 10 8 2 4
10 8 2 4 10 8 2 4
26 37
Variância 2.6 Variância 3,7

PRACTA – Treinamento e Educação Financeira 40


3. Princípios básicos de Estatística

3.2 Medidas de Dispersão. Variância e Desvio Padrão

SALA 3
2
Notas(x) Média x - média x - média
5 8 -3 9
5 8 -3 9 Como suspeitávamos, a dispersão é
6 8 -2 4 bem diferente nas 3 turmas, sendo a
sala 1 a de menor dispersão e a sala
7 8 -1 1
3 a de maior dispersão. Contudo, a
9 8 1 1
variância é um dado difícil de
9 8 1 1 interpretar, pois está baseado nos
9 8 1 1 quadrados das diferenças, o que
10 8 2 4 dificulta a comparação com os dados
10 8 2 4 da amostra.
10 8 2 4
38
80 Variância 3,8

3.2.2 – Desvio Padrão


Como vimos, é difícil interpretar o significado do valor da variância, pois como envolve a
soma de quadrados das diferenças em torno da média, fica prejudicada a comparação com
os dados da amostra.
Ao calcularmos a raiz quadrada da variância, obtemos o desvio padrão, medida que nos
permite visualizar e compreender melhor a dispersão dos dados.

O desvio padrão é representado pela letra grega σ (sigma).


Vamos agora calcular o desvio padrão das 3 amostras do nosso exemplo:

SALA 1 – Variância 2,6 σ = 2,6 =1,61

SALA 2 – Variância 3,7 σ = 3,7 =1,92

SALA 3 – Variância 3,8 σ = 3,8 =1,95

Veja a seguir a interpretação destes números.

PRACTA – Treinamento e Educação Financeira 41


3. Princípios básicos de Estatística

3.2 Medidas de Dispersão. Variância e Desvio Padrão

Como interpretar estes números?

SALA 1 – O desvio padrão de 1,61 significa que, em média, as notas da turma oscilaram
entre 6,39 (8 – 1,61) e 9,61 (8 + 1,61).
SALA 2 – O desvio padrão de 1,92 significa que, em média, as notas da turma oscilaram
entre 6,08 (8 – 1,92) e 9,92 (8 + 1,92)
SALA 3 – O desvio padrão de 1,95 significa que, em média, as notas da turma oscilaram
entre 6,05 (8 – 1,95) e 9,95 (8 + 1,95).

Observações:
Da mesma forma que a média, o desvio padrão é uma medida muito influenciada por valores
extremos. No Módulo 7 voltaremos a abordar o desvio padrão como medida do risco de
mercado (volatilidade). Aguarde!

DICA PRACTA
Veja uma possível abordagem deste assunto na prova:

O desvio padrão da rentabilidade do fundo de investimento A é de 1,5% e


o do fundo B é de 2%. Sabendo que a média de rentabilidade dos dois
fundos foi de 5% no período, podemos afirmar que:

A. A rentabilidade do fundo A oscilou, em média, entre 3,5% e 6,5%.


B. A rentabilidade do fundo B oscilou, em média, entre 2% e 8%.
C. A dispersão das rentabilidades foi maior no fundo A;
D. O fundo B apresentou menor volatilidade.
Alternativa correta: A. O fundo A oscilou entre 3,5% (5% - 1,5%) e 6,5% (5% + 1,5%). A dispersão
das rentabilidades, e conseqüentemente a volatilidade, foi maior no fundo B.

PRACTA – Treinamento e Educação Financeira 42


3. Princípios básicos de Estatística

3.3 Correlação, covariância e coeficiente de determinação (R²)

3.3.1 Covariância e correlação


A covariância e a correlação são medidas estatísticas que indicam como duas séries de
dados se movem através do tempo, se na mesma direção ou em direções opostas.
A covariância fornece uma medida não padronizada do tipo de relação que as duas
variáveis têm: Se positiva, indica que elas se movem na mesma direção; se negativa,
em direções opostas.
É calculada tomando o produto dos desvios da média, para cada variável, em cada período.
Veja o quadro a seguir, sobre a evolução hipotética do Dólar e a Bolsa para determinado
período.

COVARIÂNCIA E CORRELAÇÃO Neste exemplo hipotético, observamos que na


Mês Dólar Bolsa maioria das vezes, quando o Dólar sobe a Bolsa
cai, e quando o Dólar cai a Bolsa sobe,
1 2% 0
evidenciando uma covariância negativa, neste caso
2 -4% 5%
-0,00145(*). Como se trata de uma medida não
3 -1% 4% padronizada, fica difícil fazer qualquer julgamento
4 6% -8% quanto à intensidade da relação entre as variáveis.
5 1% 1% (*) cálculo feito no Excel.
COVAR. -0,00145
CORREL. -0,95618

A correlação é uma medida padronizada, que mede a força da relação entre as variáveis. A
correlação abrange valores de -1 para a correlação negativa perfeita até +1 para a correlação
positiva perfeita.
 Correlação próxima a zero = as duas variáveis não estão relacionadas.
 Correlação positiva = as duas variáveis se movem juntas, sendo a interdependência mais
intensa quanto mais a correlação se aproxima de 1.
 Correlação negativa = as duas variáveis se movem em direções opostas, sendo que
interdependência mais intensa quanto mais próxima de –1.
No exemplo acima, temos uma forte correlação negativa (-0,95).

DICA PRACTA
As fórmulas da covariância e da correlação são complexas e não serão
solicitadas no exame. Você precisa entender o conceito e a utilidade desta
medidas estatísticas, como mostramos a seguir:

Mostra, de maneira não padronizada, a relação de dependência entre duas


variáveis:

A. Desvio Padrão.
B. Variância.
C. Covariância.
D. Índice de correlação.
Alternativa correta: C. A covariância mostra a relação de maneira não padronizada. A correlação mede
a intensidade da interdependência de maneira padronizada (de –1 a +1). Você vai aprofundar estes
conceitos no Módulo 7.

PRACTA – Treinamento e Educação Financeira 43


3. Princípios básicos de Estatística

3.3 Correlação, covariância e coeficiente de determinação (R²)

3.3.2 Coeficiente de determinação (R2)


O coeficiente de determinação (ou simplesmente R2) é o quadrado do coeficiente de
correlação. Mede a força da relação entre duas variáveis, abrangendo valores positivos que
vão de zero (mais fraca) a 1 (mais forte).
Voltemos ao exemplo da página anterior, agora com o R2 calculado:

Mês Dólar Bolsa


1 2% 0 Interpretando o R2:
2 -4% 5%
A correlação negativa já tinha nos mostrado que as
3 -1% 4%
duas variáveis se movem em direção oposta.
4 6% -8%
5 1% 1% O R2 evidencia a força dessa relação: em 91% das
COVAR. -0,00145 vezes em que o Dólar sobe, a Bolsa cai, e vice-
versa. Interdependência muito forte.
CORREL. -0,95618
R2 0,914275

DICA PRACTA
Veja mais um exemplo de abordagem destes assuntos na prova:

A correlação entre a ação X e a ação Y é de 0,80 e seu R2 de 0,64. Isto


significa que:

A. As duas ações se movimentam em direções opostas.


B. 80% das vezes em que X sobe, Y cai, e vice-versa.
C. 80% das altas de Y são explicadas pela alta de X e vice-versa.
D. 64% das altas de Y são explicadas pela alta de X e vice-versa.
Alternativa correta: D. A correlação positiva indica que as duas ações se movimentam na mesma
direção. O R2 mede a intensidade dessa relação: em 64% dos casos, a alta de X pode ser explicada
pela alta de Y e vice-versa.

Ficou com dúvidas? Envie mail para practa@practa.com.br. Nossa equipe está à disposição!

PRACTA – Treinamento e Educação Financeira 44


3. Princípios básicos de Estatística

3.4 Distribuição normal: relações entre a média e o desvio-padrão


e a probabilidade de ocorrência de eventos. Intervalo de
confiança. Conceito.

3.4 Distribuição normal


A distribuição normal é a mais importante distribuição estatística. Uma distribuição de dados
normal tem as seguintes propriedades:
- apresenta-se em formato de sino, simétrica em relação a sua média e com freqüência
decrescente à medida que se afastam da média.
- média = mediana = moda
- a área sob sua curva soma 100%.
- aproximadamente 68% de seus elementos estão no intervalo de seu desvio padrão e ao
calcularmos dois desvios padrões cobriremos aproximadamente 95% de seus elementos.
Vamos a um exemplo:
Considere um grupo de 100 investidores onde o valor médio investido seja de R$30.000,
sendo seu desvio padrão de R$ 8.000. Veja a distribuição de freqüências:

Considerando 1 desvio padrão, podemos


afirmar que a probabilidade de um
investidor ter aplicado entre R$22.000 e
R$38.000 é de 68%.

68%

Considerando 2 desvios padrões,


podemos afirmar que a probabilidade de
um investidor ter aplicado entre R$14.000
e R$46,000 é de 95%.

95%

Considerando 3 desvios padrões,


podemos afirmar que a probabilidade de
um investidor ter aplicado entre R$6.000
e R$54.000 é de 99%.

99%

PRACTA – Treinamento e Educação Financeira 45


3. Princípios básicos de Estatística

3.4 Distribuição normal: relações entre a média e o desvio-padrão


e a probabilidade de ocorrência de eventos. Intervalo de
confiança. Conceito.

DICA PRACTA
Lembre da abrangência de 1, 2 ou 3 desvios-padrões, pois podem “cair”
questões como esta:

Considere uma carteira com rentabilidade média de 10% ªª e desvio


padrão de 2%. Podemos afirmar que a rentabilidade ficará entre 6% ªª e
14% ªª em

A. 100% das vezes


B. 99,73% das vezes
C. 95,44% das vezes
D. 68,26% das vezes
Alternativa correta: C. O intervalo considerou 2 desvios padrões (10 –4) (10 + 4), cobrindo 95,44% da
amostra.

3.4.1 Intervalo de confiança. Conceito


Um intervalo de confiança é uma faixa de dados que representam a probabilidade de
conter um determinado parâmetro estatístico.
Voltando à nosso grupo de 100 investidores onde o valor médio investido seja de
R$30.000, sendo seu desvio padrão de R$ 8.000, vimos que a probabilidade de um
investidor ter aplicado entre R$14.000 e R$46,000 é de 95% (dois desvios padrões).
Dito de outro modo, podemos afirmar, com 95% de confiança, que os valores das
aplicações situam-se entre R$ 14.000,00 e R$ 46.000,00.
Ou ainda dizer que a margem de erro da afirmação acima é de 5 pontos percentuais.
À medida que aumentamos o número de desvios-padrões, aumenta o intervalo de
confiança (diminui o percentual da margem de erro).

RADAR PRACTA
Na prova os
No.de Intervalo de Margem de intervalos poderão
desvios confiança erro aparecer
arredondados (68%,
1 68,26% 31,74%
95%, 99%) ou com
2 95,44% 4,56% duas casas
decimais, como
3 99,73% 0,27% mostrado no quadro

PRACTA – Treinamento e Educação Financeira 46


4. Negociação, Liquidação e Custódia

4.1 Sistema Especial de Liquidação e Custódia – SELIC: conceito,


funções, benefícios para o investidor e principais títulos custodiados

4.1 SELIC Sistema Especial de Liquidação e Custódia

O Sistema Especial de Liquidação e de Custódia - SELIC, do Banco Central do Brasil, é um


sistema informatizado que se destina à custódia de títulos escriturais de emissão do Tesouro
Nacional e do Banco Central do Brasil, bem como ao registro e à liquidação de operações com
os referidos títulos.
O SELIC opera na modalidade de Liquidação Bruta em Tempo Real (LBTR), sendo as operações
nele registradas liquidadas uma a uma por seus valores brutos em tempo real.
Além do serviço de custódia de títulos e de registro e liquidação de operações, integram o
SELIC os seguintes módulos complementares:
a. Oferta Pública Formal Eletrônica (Ofpub)
b. Leilão Informal Eletrônico de Moeda e de Títulos (Leinf)
A administração do SELIC e de seus módulos complementares é de competência exclusiva do
Departamento de Operações do Mercado Aberto (Demab) do Banco Central do Brasil.
O SELIC desempenha importante papel no Sistema de Pagamentos Brasileiro, atuando como
depositário central dos títulos da dívida pública mobiliária federal interna. É também um
sistema eletrônico que processa o registro e a liquidação financeira das operações realizadas
com esses títulos, pelo seu valor bruto e em tempo real, garantindo segurança, agilidade e
transparência aos negócios.
Os principais títulos custodiados no SELIC são: LFT, LTN, NTN-B, NTN-C e NTN-F. As
características destes títulos serão abordadas no Módulo 3. Aguarde!

Fonte: Banco Central (www.bcb.gov.br)

SELIC
Sistema eletrônico que custodia e liquida as operações
com títulos públicos federais.

O que a Taxa Selic Over tem a ver com o SELIC - Sistema de Liquidação
e Custódia? Tudo a ver!

A taxa SELIC over é a taxa média dos negócios realizados entre instituições
financeiras, pelo prazo de 1 dia, com lastro em títulos públicos federais,
custodiadas no sistema SELIC. Daí deriva seu nome.

PRACTA – Treinamento e Educação Financeira 47


4. Negociação, Liquidação e Custódia

4.2 Câmara de custódia e liquidação – CETIP: conceito, funções,


benefícios para o investidor e principais títulos custodiados.

4.2 CETIP – Câmara de Custódia e Liquidação

A CETIP S.A. - Balcão Organizado de Ativos e Derivativos é uma sociedade administradora


de mercados de balcão organizados, ou seja, de ambientes de negociação e registro de
valores mobiliários, títulos públicos e privados de renda fixa e derivativos de balcão. É, na
realidade, uma câmara de compensação e liquidação sistemicamente importante, que
efetua a custódia escritural de ativos e contratos, registra operações realizadas no mercado
de balcão, processa a liquidação financeira e oferece ao mercado uma Plataforma
Eletrônica para a realização de diversos tipos de operações online, tais como leilões e
negociação de títulos públicos, privados e valores mobiliários de renda fixa.

Criada pelas instituições financeiras e o Banco Central, iniciou suas operações em 1986,
proporcionando mais segurança e agilidade às operações do mercado financeiro brasileiro.
A CETIP, hoje uma sociedade anônima, é a maior depositária de títulos privados de renda
fixa da América Latina e a maior Câmara de ativos privados do mercado financeiro
brasileiro. Sua atuação garante o suporte necessário a todo o ciclo de operações com
títulos de renda fixa, valores mobiliários e derivativos de balcão.

A credibilidade e a confiança que a CETIP trouxe para o mercado levaram as instituições


financeiras a criar e empregar a expressão título cetipado como um selo de garantia e
qualidade. A Câmara tem atuação nacional e congrega uma comunidade financeira
interligada em tempo real. Tem como participantes a totalidade dos bancos brasileiros,
além de corretoras, distribuidoras, fundos de investimento, seguradoras, fundos de pensão
e empresas não-financeiras emissoras de títulos, entre outros. Os mercados atendidos pela
CETIP são regulados pelo Banco Central do Brasil e pela CVM – Comissão de Valores
Mobiliários.

CDB, swap, debêntures e letras hipotecárias são alguns dos ativos custodiados na CETIP.
Abordaremos as características destes ativos no Módulo 3.

Fonte: CETIP (www.cetip.com.br)

PRACTA – Treinamento e Educação Financeira 48


4. Negociação, Liquidação e Custódia

4.3 Câmaras de liquidação e custódia: definição de


clearing, funções e benefícios para o investidor

4.3 Clearings – Câmaras de Liquidação e Compensação

Clearings (ou Clearing Houses) são câmaras ou prestadoras de serviços de compensação e


liquidação de ordens eletrônicas de débito e crédito; de transferências de fundos e de outros
ativos financeiros; de compensação e de liquidação de operações realizadas em bolsas de
mercadorias e de futuros e de compensação envolvendo operações com derivativos.
Veja o quadro a seguir:

Clearing de É a câmara de registro, compensação e liquidação eletrônica das


Pagamentos - transferências financeiras unilaterais de clientes e de instituições
CIP financeiras. Controlada pelos maiores bancos brasileiros, pretende atrair
parte do volume de transferências de recursos por meio de TEDs. A CIP
está apta para processar mais de 300 mil TEDs por dia e oferece aos
bancos custo unitário mais reduzido que o STR.

Clearing de Administrada pela BM&F, é a Câmara de Registro, Compensação e


Câmbio Liquidação de Operações de Câmbio. Exige garantias de seus
participantes. Todas as operações aceitas pela clearing são registradas no
BACEN.

Clearing de É um departamento interno da BM&F e tem o propósito de compensar e


Derivativos garantir as operações financeiras com derivativos: Futuro de índice e taxa
de juros, futuro de câmbio e mercadorias e demais ativos financeiros. A
liquidação se dá pelos valores líquidos apurados diariamente. A BM&F
exige depósito de garantias dos bancos e corretoras.

Companhia Presta o serviço de compensação, controle de riscos de liquidação


Brasileira de financeira de operações com títulos e valores mobiliários nos mercados a
Liquidação e vista e a prazo da BOVESPA. A CBLC também opera os sistemas de
Custódia - CBLC custódia de títulos e valores mobiliários em geral. Caracteriza-se por ser a
contraparte central de todas as transações negociadas na
BOVESPA..Adicionalmente, é a Clearing onde ficam custodiados os títulos
negociados através do Tesouro Direto.

Segurança na Liquidação
Uma das condições necessárias ao perfeito funcionamento dos mercados
financeiro e de capitais é a crença de seus participantes de que seus ganhos serão
recebidos e de que suas operações de compra e venda serão liquidadas nas
condições e no prazo estabelecidos. Isto é proporcionado pelas Câmaras de
registro, compensação e liquidação – as clearing houses - mediante um sistema
de compensação que chama para si a responsabilidade pela liquidação financeiras
dos negócios, transformando-se na contraparte central das operações.

PRACTA – Treinamento e Educação Financeira 49


5. Conceito e finalidade de Benchmarks e Índices de Referência

5.1 Renda Variável. Ibovespa, IBrX, ISE

Benchmark – Conceito
É um parâmetro de comparação útil para avaliação de desempenho de um ativo ou
carteira. O programa da prova exige que você conheça os seguintes índices:
De Renda Variável: Ibovespa, IBrX e ISE
De Renda Fixa: taxa DI, taxa Selic, taxa de Câmbio, IGP-M e IPCA

5.1 Índices de Renda Variável


5.1.1 Ibovespa
É o índice que acompanha a evolução média das cotações das ações negociadas na BVSP -
Bolsa de Valores de São Paulo. É o valor atual, em moeda corrente, de uma carteira
teórica de ações, constituída em 1968 a partir de uma aplicação hipotética.
A carteira teórica é composta pelas ações que atenderam cumulativamente aos seguintes
critérios, com relação aos doze meses anteriores à formação da carteira:
a) estar incluída em uma relação de ações cujos índices de negociabilidade somados
representem 80% do valor acumulado de todos os índices individuais;
b) apresentar participação, em termos de volume, superior a 0,1% do total;
c) ter sido negociada em mais de 80% do total de pregões do período.
Para que sua representatividade se mantenha ao longo do tempo, é feita uma reavaliação
quadrimestral, alterando-se composição e peso da carteira.
Considerando-se seu rigor metodológico e o fato de que a Bovespa concentra mais de 90%
dos negócios do País, trata-se do mais importante índice disponível, permitindo tanto
avaliações de curtíssimo prazo como observações de expressivas séries de tempo.
É o benchmark mais utilizado para análise de desempenho dos investimentos em ações.

5.1.2 IBrX – Índice Brasil


Índice de ações calculado e divulgado pela Bolsa de Valores de São Paulo.
Mede o retorno de uma carteira teórica composta por 100 ações selecionadas entre as
mais negociadas na BOVESPA, classificadas em ordem decrescente por liquidez, em termos
de seu índice de negociabilidade (número de negócios e volume financeiro medidos nos
últimos doze meses).
Essas ações são ponderadas na carteira do índice pelo respectivo número de ações
disponíveis à negociação no mercado. A revisão da carteira é quadrimestral.
Alguns fundos de ações utilizam este índice como benchmark.

5.1.3 ISE – Índice de Sustentabilidade Empresarial


O ISE mede o retorno total de uma carteira teórica composta por ações de empresas com
reconhecido comprometimento com a responsabilidade social e a sustentabilidade
empresarial (no máximo 40). Tais ações são selecionadas entre as mais negociadas na
BOVESPA em termos de liquidez, e são ponderadas na carteira pelo valor de mercado das
ações disponíveis à negociação. A revisão da carteira é anual.
Alguns fundos de ações utilizam este índice como benchmark.
Fonte: BOVESPA (www.bovespa.com.br)

PRACTA – Treinamento e Educação Financeira 50


5. Conceito e finalidade de Benchmarks e Índices de Referência

5.2 Renda Fixa: Taxa DI, SELIC, taxa de câmbio, IGP-M, IPCA

5.2 Renda Fixa: Taxa DI, taxa SELIC, taxa de câmbio, IGP-M, IPCA.
Estes são os benchmarks mais utilizados para avaliação de desempenho dos
investimentos de Renda Fixa. Volte ao item 1.1 da apostila para relembrar os conceitos.

DICA PRACTA
Na prova, estes assuntos poderão ser abordados assim:

Determinado investidor aplicou recursos em Fundos de Renda Fixa e em


Fundos de Ações. Os benchmarks adequados para análise de
desempenho dos fundos são, respectivamente:

• Taxa DI e IGPM
• Taxa DI e IBOVESPA
• IBrX e IBOVESPA
• Taxa SELIC e IPCA
Alternativa correta: B. Os fundos de Renda Fixa utilizam a taxa DI (ou a taxa SELIC) como benchmark. O
benchmark mais utilizado para os fundos de ações é o IBOVESPA.

PRACTA – Treinamento e Educação Financeira 51


Princípios Básicos de Economia, Finanças e Estatística

RADAR PRACTA

Assunto Conceito Característica

Medidas de São medidas que localizam o Média


centro de uma amostra, Medida de localização do centro
Posição
sendo as três mais populares, de uma amostra, muito sensível
a média, a mediana e a moda a valores extremos.
Mediana
Medida de localização do centro da
distribuição dos dados, não é
sensível a valores extremos.
Ordenados os elementos da amostra
a mediana é o valor (pertencente ou
não à amostra), que a divide ao
meio, isto é, em duas partes iguais.
Moda
Para um conjunto de dados, define-
se moda como sendo o valor que
surge com mais freqüência.

Assunto Conceito Característica

Medidas de Em um conjunto de dados, medem a) Variância


a variabilidade ou dispersão Encontrada a média de
Dispersão
desses dados, relativamente à uma amostra, calculam-se
medida de localização do centro da as diferenças de todos os
amostra seus elementos em relação
à esta média;
Eleva-se ao quadrado
todas estas diferenças
(negativas e positivas);
Soma-se todas estas
diferenças elevadas ao
quadrado e, divide-se pelo
número de elementos
desta amostra
b) Desvio Padrão
para obter uma medida da
dispersão com as mesmas
unidades dos dados,
tomamos a raiz quadrada
da variância e obtemos o
desvio padrão. O desvio
padrão é simplesmente a raiz
quadrada da variância.

Intervalo de Um intervalo de confiança é uma faixa ou extensão de valores ou


Confiança e Nível dados que representem a probabilidade de conter um determinado
de Confiança parâmetro estatístico a ser estimado para um conjunto de dados
representados por uma distribuição normal. Os intervalos de 95% e
99% são os mais utilizados para este fim

PRACTA – Treinamento e Educação Financeira 52


Princípios Básicos de Economia, Finanças e Estatística

RADAR PRACTA

Conceito Característica

Distribuição Uma distribuição de dados dita Aproximadamente 68% de


como normal possui uma seus elementos estão no
Normal
importante propriedade: intervalo de seu desvio
seus dados possuem uma classe padrão
média predominante e as outras
classes se distribuem à volta desta Ao calcularmos dois desvios
de forma aproximadamente padrões estaremos cobrindo
simétrica e com freqüência a aproximadamente 95% de
decrescer à medida que se afastam toda sua população de dados.
da média.

Coeficiente de A correlação é a medida Uma correlação próxima a


padronizada da relação entre duas zero indica que as duas
Correlação
variáveis. Ela é calculada com base variáveis não estão
na covariância. relacionadas

Uma correlação positiva


indica que as duas variáveis
se movem na mesma direção,
sendo a relação mais forte
quanto mais a correlação se
aproxima de 1.

Uma correlação negativa


indica que as duas variáveis
se movem em direções
opostas, sendo que a relação
fica mais forte quanto mais
próxima de menos 1 ela ficar.

PRACTA – Treinamento e Educação Financeira 53

Potrebbero piacerti anche