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ASSALTO NUMA NOITE DE VERÃO

adaptação do conto homônimo de Fernando Sabino

Personagens

Sabino :

Rosa:

Mulher do Ponto:

Velho (cena 1):

Depoimentos:

Assaltantes:

Homem (cena 2):

Garçonete:

Amigo 1:

Marco Vasconcellos:

Rapaz do Posto:

Policial:

Homem (cena 5):

Sabino (para a platéia): Ontem recebi de meu primo Sabino esta carta (tira a

carta do bolso). Escreveu me contando sua vida no Rio de Janeiro. Ele é mineiro

Texto produzido a partir de processo colaborativo em sala de aula. Organização:


Janaína Russeff . "É permitida a reprodução total ou parcial desta obra, desde
que citada a fonte."Todos os direitos são reservados.
sabe, mas está tentando a vida por lá. (abre a carta e lê) Sim primo, agora sim,

posso me considerar um carioca. Eu e Rosa fomos batizados. E vou te relatar o

fato com tanto detalhe que você sentirá na pele o que eu (Matheus coloca os

óculos e senta) e Rosa passamos. (Entra Rosa e senta a seu lado) Estávamos

voltando do cinema e íamos a um bar para encontrarmos alguns amigos. Era

noite, havia poucas pessoas na rua, e eu dirigia. (Sabino dirige)

(Noite. Rua carioca, pouco movimentada. Um senhor aguarda para atravessar a

rua. Casal dirige um carro. Mulher, cansada, observa um ônibus que se

aproxima.)

Mulher (fazendo sinal): Moço, Moço! (o ônibus passa direto) Ai, de novo não!

(choraminga) Todo dia a mesma coisa! (suspira e cruza os braços)

(Casal no carro. Sabino acelera.)

Rosa: Calma Sabino, mais devagar!

Sabino: Tudo bem . (virando para Rosa) Deixa comigo, chuchu!

Rosa (grita desesperada):O sinal Sabino!

(Sabino freia bruscamente e para na facha de pedestre. O senhor que aguardava

o sinal fechar atravessa a rua)

Senhor (reclamando): Um absurdo! (olha para o carro e grita) Ninguém respeita

a faixa de pedestre! Um absurdo!

Sabino (observando o Senhor): Nossa, gente exaltada!

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(Senhor senta em um banco abre o jornal e lê. Rosa olha pelo espelho retrovisor

e se arruma. Sabino a observa apaixonado.)

Rosa (tirando um cigarro da bolsa): Acende para mim amor?

(Três homens entram e observam o carro do casal)

Sabino (riscando o palito de fósforo): Era bom vê-la assim, à luz do fósforo,

olhando para mim.

(Os assaltantes ameaçam Rosa. Ela faz um discreto sinal e tenta falar com

Sabino, mas sua voz não sai)

Sabino (estranhando): Não, não olhava para mim, pude verificar logo:

(Rosa tenta se comunicar através de sinais com Sabino)

Sabino (sem entender): Olhava por cima do meu ombro para fora da janela.

(Assaltante faz sinal que irá matar Rosa e ela fica sem ar)

Sabino (para a platéia): Eu havia parado o carro um instante enquanto lhe

acendia o cigarro. (Sabino olha para Rosa. Assaltante joga um beijinho malicioso

para ela.) Vi seus olhos claros se dilatarem de horror.

MULHER (sussurrando) Olha ai (aponta para o assaltante)

Sabino: Hã?

Sabino (para a platéia) Voltei-me, e por uma fração de segundo pensei que se

tratasse de um importuno tentando me pedir ou vender alguma coisa.

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(Sabino vira lentamente a cabeça em direção ao assaltante, que o ameaça com

uma arma)

Sabino (olhando assustado para o ladrão): E dei com o cano do revólver

brilhando a um palmo da minha testa. (para platéia) O cara afirmava estar

engatilhado e pronto a atirar, ante a menor reação.

Assaltante 1: Só quero o carro. Depois deixo por aí. Vai descendo senão atiro

Sabino (implorando) : Não, por favor! O carro é tudo o que temos! Não o levem,

por favor!

Rosa (chorando): Ai meu Deus!

Assaltante 1: Calem a boca. (impaciente) Anda, saiam do carro!

Sabino (para a platéia): Falava rápido, nervoso, já abrindo a porta para que eu

descesse.

Assaltante 1: Anda! Anda! Desce!

(Assaltante abre a porta do carro.Sabino e Rosa ficam paralisados . O senhor que

lê o jornal começa a tremer e tenta disfarçar. A moça no ponto de ônibus observa

a cena apreensiva.)

Sabino (para a plateia): Eu me via de repente mergulhado numa atmosfera de

sonho: era uma situação irreal, fora do tempo, desligada do mundo sensível que

me cercava. Ao redor, a vida continuava, alheia àquela brusca interrupção na

ordem natural das coisas.

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(Mulher e Senhor fogem)

SABINO (para a platéia) :Então aquilo era um assalto, havia chegado enfim

minha vez. Pensamentos simultâneos me passavam pela cabeça naqueles

poucos segundos: não perder de vista o revólver (olha fixamente a arma do

Assaltante), não lhe dar as costas, desviar a atenção dele para mim. (Faz um

movimento discreto chamar a atenção do assaltante) Senti com alivio que ela o

obedecia em silêncio, deixando o carro e se afastando. (Rosa deixa o carro) Saí

também em silencio sem tirar dele os olhos. (Sabino sai do carro) Ele se

aprumou, revólver em riste.

Assaltante 1 ( apontando a arma): Vai, vai!

SABIO (olhando para o Assaltante): E brandia a arma junto ao meu nariz, sempre

dizendo que estava engatilhada, pronta a atirar. Sua pressa era tanta que parecia

precisar do carro apenas para fugir.

Sabino (enquanto fala para a platéia executa as ações): Fui-me afastando,

sempre de costas, com a sensação desagradável de que acabaria esbarrando no

cano de outro revólver atrás de mim.

(Assaltantes entram no carro. Sabino junta-se a Rosa)

Sabino (para a platéia): Não cheguei a ver se havia outros: ele entrou rápido no

carro, cujo motor ficara funcionando. Falei qualquer coisa sobre deixar mesmo o

carro na rua, ele retrucou:

Assaltante (acelera o carro) – Nada de polícia, hein?

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SABINO (gritando e correndo atrás do carro) – Se possível na Zona Sul!

(Assaltantes saem)

Sabino (para a platéia): Não haviam decorrido trinta segundos desde que nos

detivéramos ali. Até agora não sei se cheguei a acender aquele cigarro.

(Rosa chora e Sabino a consola)

Sabino: Não acredito que fomos roubados!

Rosa: O que vamos fazer?

Sabino: Não sei.

(Rosa e Sabino caminham desorientados)

Sabino (para a platéia): Assaltos como esse se multiplicam — não há quem não

tenha conhecimento de um caso pessoal a contar, e alguns bem dramáticos.

(Quebra na história. A cena congela. Personagens entram para relatar casos de

assalto)

Velho (dramático): Sabe... Eu moro aqui há trinta anos. E todo o dia! Todo o

santo dia eu fico com medo de ser assaltado. E a polícia? Cadê a polícia que

nunca está presente? Nunca aparece! (sai bravo) Nunca!

Taxista (com sotaque carregado de carioca): Eu tinha acabado de dar minha

primeira corrida. Aí dois caras entraram no carro e pediram para ir para Barra.

Quando estávamos quase chegando. Mas quase mesmo. Um deles me apontou

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uma arma e pediu toda a grana. E eu dei! (indignado) Vocês acreditam que os

caras fugiram com tudo que eu tinha no carro? Até as balinhas que eu ofereço

aos clientes eles levaram! Dá para acreditar? (Sai)

(Sabino e Rosa voltam a caminhar)

Sabino (para a plateia) : O meu constitui quase uma exceção: só teve como

conseqüência me deixar a pé. Conseqüência natural a que se expõe quem tem

pernas. Já me dou por satisfeito por ter nascido com apenas duas: em verdade

nasci nu. Ainda assim, bem triste é a condição de pedestre.

(Um homem entra e caminha em direção ao casal. Rosa tropeça.)

Rosa (muito irritada) : Ai, que saco!

Sabino (abraçando Rosa) : Calma, meu amor!

Homem (olhando fixamente para Rosa) : Que filé!

Rosa (indignada) : Que absurdo!

Sabino (estressado): Se manda daqui! É minha mulher!

(Homem sai rindo. Casal volta a caminhar)

Sabino (para a plateia): Principalmente de um casal de súbito despojado do carro

e caminhando apatetadamente pela rua, já devolvido à desconcertante realidade:

fôramos assaltados, eis tudo. (para Rosa) Embora a aparência frágil do

assaltante a arma de fogo que ele empunhava era mais do que convincente e

persuasiva: nos despojaríamos até da roupa, se ele assim ordenasse.

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Rosa: Cruzes, já pensou?

(Quebra na história. Casal volta a dirigir o carro, param no sinal. Entram os

mesmos assaltantes)

Rosa (tirando um cigarro da bolsa): Acende para mim amor?

(Assaltantes apontam uma arma para o casal)

Rosa (nervosa): Sabino!(começa a tremer)

Assaltante 2 : Sai do carro (aponta a arma para Sabino) E tira a roupa!

Sabino (assustado): Mas como assim? As roupas também?

Assaltante 2: Também!

(Sabino entrega seu chapéu aos assaltantes)

Assaltante 3: (para Rosa): A sua roupa também!

(Rosa e Sabino saem do carro. Barulho de sirene.)

Assaltante 3: Ih, sujou. Sujou! Vamos embora rapaziada! (assaltantes entram no

carro e aceleram. Sabino e Rosa observam)

(Sabino e Rosa voltam a caminhar)

Rosa: Ainda bem que levaram só o carro. Já me basta estar a pé!

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Sabino (para a plateia): E de repente, ao aproximar-nos do bar que era o nosso

destino, foi-se a patetice da calma apenas aparente em que eu ficara: ( para

Rosa) e se ele tivesse ordenado, como eu temia, “VOCÊ DESCE E ELA FICA”

Rosa: Nossa, Sabino nem fale uma coisa dessas!

Sabino (para Rosa): É o que muitas vezes tem acontecido, segundo dizem.

Então era chegada a minha hora e vez: já não estaria ali para contar a história.

Rosa: Que horror!

(Quebra na história. Sabino e Rosa voltam a dirigir o carro. Assaltantes entram)

Rosa (tirando um cigarro da bolsa): Acende para mim amor?

(Assaltantes apontam uma arma para o casal)

Assaltante 1 (gritando) : Sai do caro! Sai do carro!

Sabino (sem entender): Mas espera aí! Vocês de novo?

Assaltante 3: É isso, aí! Sai do caro! (ameaça Sabino com a arma)

Assalte 2 ( olhando Rosa): Hum! E a boneca fica!

Sabino (nervoso) : Ela não! Ela não tem nada a ver com isso! Pegue o que

quiser, mas deixa ela sair!

Assaltante 3 (apontando a arma para Sabino): Tome isso! (atira).

(Sabino cai no chão).

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Rosa (grita) : Não!

(Assaltantes entram no carro e aceleram)

Sabino (levantando) : Teria sido horrível!

Rosa: E põe horrível nisso!

(Sabino e Rosa voltam a caminhar)

Sabino (para a platéia): A simples idéia me fazia tremer, e ao contar a experiência

os amigos no bar, tive de me fazer entender aos balbucios. (saem)

(Bar. Pessoas conversam animadamente.)

Marco Vasconcelos: Garçom! Mais um chope!

Amigo 1: Dois!

(Garçom serve a mesa.)

Amigo 1: Um brinde! (os dois brindam)

(Sabino e Rosa entram visivelmente abatidos)

Marcos Vasconcelos (levantando-se): Até que enfim! Chegaram!

Amigo 1 (estranhando): Está tudo bem, com vocês?

Sabino ( sentando-se): Mais ou menos. Acabamos de ser assaltados!

Marcos Vasconcelos: Assaltados? Estão bem?

Rosa : Agora, sim! Mas foi terrível! (suspirando) Levaram nosso carro.

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Amigo 1: E vocês já prestaram queixas?

Sabino: Não. E nem vamos.

Rosa: O Sabino fez um acordo com os bandidos.

Marco Vasconcelos (exaltado): Acordo com bandido? Você está maluco?

Sabino (se explicando): Ele disse que seu não envolver a polícia no caso, ele

deixa meu carro em algum lugar da zona sul.

Amigo 1: E vocês vão cair nessa? Denuncie – os. Eles nunca cumprem a palavra!

(Sabino e Rosa se entre olham)

Sabino (para a platéia): Marcos Vasconcelos gentilmente se dispôs a levar-me

até o distrito para dar queixa.

Marcos Vasconcelos: Então, vamos nessa?

Sabino: Mas...

Sabino (sendo levado por Rosa): E foi assim que comecei por quebrar o

compromisso assumido tacitamente com o assaltante. No que bem andei — pois

dez minutos depois chegava à delegacia

( Os três saem de cena)

(Delegacia carioca. Um policial, com uma arma atende a um rapaz com um

macacão sujo de graxa.)

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Rapaz (conta para o policial) – Meu posto foi assaltado por três caras em um

carro.

Policial (dando atenção ao rapaz) – Você sabe o número da placa do carro ao

menos?

Rapaz – Sei sim. Está aqui. (entrega um papel ao policial)

Policial – Irei conferir em nossos arquivos, só um instante. (consulta alguma

coisa em seu computador)

(Entra Sabino, sua mulher e Marcos Vasconcelos.)

Sabino (gaguejando) – Fomos assaltados, seu policial! (Ajeita os óculos)

Levaram nosso carro.

Policial – E qual o número da placa?

Sabino: QIR – 0309

(Policial pega uma caneta e anota o número na mão)

Rapaz: Mas esta é a placa do carro que me assaltou hoje!

Rosa: Não é possível

Sabino (para a plateia) – O guarda com o número de meu carro anotado na

palma da mão: já haviam assaltado com ele um posto de gasolina na Lagoa. O

rapaz do posto o acompanhava, mal-humorado.

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Rapaz (irritado com sua situação) – O segundo assalto hoje. Três caras. Todo o

dinheiro da caixa. Ainda encheram o tanque. Sem pagar, é lógico. (suspirando)

Logo hoje, que é dia do meu aniversário.

Sabino – Meus parabéns. (para a plateia:) cumprimentei-o idiota-mente

Rapaz – Obrigado.

Rosa (intrigada) – Que mundo pequeno!

Rapaz – Pipoca! Como isso pode acontecer?

Sabino (para a platéia) – Então havia mais dois com ele. Naquela mesma noite,

fiquei sabendo , nada menos que 23 carros foram furtados somente no Rio.

Policial (olhando no computador) 23!

Sabino (sem entender): Hã?

Policial (levantando-se) : A situação está terrível. Só hoje, foram roubados

nada mais, nada menos do que 23 carros!

(Todos ficam impressionados.)

Sabino (para a plateia) – Esta deve ser a média diária de furtos (e roubos) de

automóveis. Porque há uma diferença, fiquei sabendo também: carro furtado é o

que é roubado sem a presença do dono e carro roubado o que é furtado ao

próprio dono sob ameaça.

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Policial(com tom de suspense) – Isso que eu estou falando apenas dos carros

roubados, porque os furtados...

Rosa (interrompendo) Mas tem diferença?

Policial – Mas muita minha senhora! Carro furtado é aquele que é roubado sem

a presença do dono! E carro roubado é aquele que é furtado com a presença do

dono sob ameaça! (aponta uma arma para Rosa)

Rosa (desesperada):Socorro!

Policial: Calma, minha senhora. Isso é apenas uma encenação!

(Rosa senta e Marco Vasconcelos tenta acalmá-la)

Sabino (para a plateia) – Na pragmática policial, porém, suas conseqüências não

deixaram de me levar a certa confusão: eu não sabia que os carros furtados

estão afetos à Delegacia de Furtos de Automóveis, enquanto os carros roubados

estão afetos à Delegacia de Roubos e Furtos.

Policial: Geralmente carros furtados se destinam à revenda e os roubados a

assaltos.

Rosa: Sabino!

Policial: Os roubados costumam ser logo abandonados.

Rosa (dramática): Nossa! Meu carrinho pode estar abandonado em um depósito

qualquer!

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Policial: É, e carro abandonado na rua acaba recolhido ao depósito, sem que a

polícia chegue a tomar conhecimento.

Rosa: Então vamos a todos os depósitos desta cidade!

Sabino (para o policial) O meu medo é que, abandonado pelo assaltante,

conforme o costume, acabe mudando de categoria e vá para revenda.

Policial: É, isso ninguém pode prever!

(Atores saem. Rosa e Sabino caminham)

Rosa: Tem certeza que é por aqui?

Sabino: Tenho. ( conferindo o bilhete) Pelo menos a rua é essa

(Entra um homem que caminha com seu cachorro)

Homem: Calma, Rex!

Rosa: Vamos perguntar para ele (aponta para o Homem) Moço, moço!

Homem: A senhora me chamou? (para o cachorro). Sossega, Rex!

Sabino: O senhor sabe de algum deposito de carro aqui por perto?

Homem: Depósito? Ah, sei sim. Tem um ali (apontando) É só virar à esquerda.

Sabino: Ah, mas aquele lá eu já fui. Alias já fui em uns 20 só hoje.

Rosa: A gente pensou que tivesse um aqui nesta rua.

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Homem: Nesta rua não. Eu conheço um, que é de um amigo meu. Fica lá do

outro lado da cidade. Em Vargem Grande.

Rosa (exagerada): Vargem Grande? Oh, céus!

Sabino: Lá vamos nós fazer mais uma viagem!

Rosa: Obrigada moço!

Homem: De nada. Vamos Rex (sai puxando o cachorro)

( Rosa sai)

Sabino (para plateia): Durante vários dias percorri tudo quanto é depósito de

carros existentes na cidade: abandonados, furtados, acidentados. No do Fundão,

me vi perdido num cemitério de automóveis, uns sobre os outros, em pilhas de

quatro ou cinco, e procurando algum que se parecesse com o meu. Não

encontrei.

(Sabino senta e liga a televisão)

Sabino (para a platéia) Dezessete dias se passaram, e eu já convencido de

que os assaltantes desta praça não têm palavra. Até que hoje de manhã... Bem,

devo dizer que, de minha parte, deixei de cumprir o trato reportando-me à polícia,

porque assalto é assalto e brincadeira tem hora. Mas confiava em que o

assaltante fosse compreensivo sobre este particular e não deixasse de cumprir

sua palavra.

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E não confiei em vão: hoje de manhã alguém telefonou para dizer que meu

carro, absolutamente intacto, estava há dezessete dias abandonado na rua. Uma

rua da Zona Sul.

(Toca o Telefone. Sabino atende)

Sabino: Alô? É ele... Não... O quê? Meu carro? Você tem certeza (começa a

tremer) Pela janela? ( eufórico) Ai meu Deus! Ta, muito obrigado! (desliga) Rosa!

Rosa!

Rosa (entrando): Mas que gritaria é essa, Sabino?

Sabino (olhando pela janela) Olha lá! È ele! É ele!

Rosa (olhando): Ele quem?

Sabino: Nosso carro!

Rosa (exagerada): Ah, Graças a Deus!

Sabino (com a Chave na mão): Vamos lá em baixo dar uma olhada?

Rosa: Claro

(Rosa sai. Sabino tira os óculos e se dirige para a platéia lendo a carta)

Sabino / Matheus: E foi assim que tudo se resolveu. Eu e Rosa, felizes, mas

ainda apreensivos e preocupados com a violência do Rio de Janeiro. Sim, somos

cariocas! Um abraço de seu primo Sabino. Ps: Esperamos sua visita aqui na

cidade Maravilhosa! (Matheus dobra a carta) A sua visita... é ruim, hein! (sai)

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