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EMPREENDEDORISMO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
•• Contextualizar sobre a docência.
•• Conceituar o que é empreendedorismo.
•• Refletir sobre o significado da docência enquanto profissão.
•• Identificar as relações do empreendedorismo com a formação escolar.
PLANO DE ESTUDO
Diante disso, este capítulo tem por intuito refletir sobre as inter-relações da docência
e empreendedorismo. Lembramos que a docência, como profissão, exige do profes-
sor o domínio adequado da ciência, da técnica e da arte inerentes a ela, isto é, requer
competência profissional.
A partir daqui, convidamos você para mergulhar conosco nesta reflexão e, encon-
trar respostas para o seguinte questionamento: de que maneira um profissional da
educação, em nosso país, pode ser empreendedor?
Boa reflexão!!!
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DOCÊNCIA E
EMPREENDEDORISMO:
EM BUSCA DE
SIGNIFICADOS
Em busca dos significados para os termos “docência” e “empreendedorismo”, inicia-
mos pelo entendimento de docência. Recorremos ao dicionário Houaiss ([2018],
on-line)1 e descobrimos que etimologicamente, é uma palavra derivada do latim
“docēre, no sentido de ensinar, instruir, mostrar, indicar, dar a entender”, também sig-
nifica “ação de ensinar; exercício do magistério; qualidade de docente”. Notem que
quando ouvimos a palavra “docência”, logo nos vem à mente à figura do professor,
não é mesmo?
De acordo com Paquay e Wagner (2001), a docência é uma atividade assentada
em paradigmas, que tem por intuito transmitir o saber científico de geração a geração.
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Paquay e Wagner (2001, p. 136) elencam seis tipos de paradigmas relativos à natureza
de ensino, os quais denominam como competências de um profissional do ensino:
Diante do que foi exposto, percebemos que a ação docente demanda vários requi-
sitos por parte do profissional que a exerce.
Nas palavras de Gómez Pérez (1997, p. 122), a docência é
““
[...] um processo de investigação na ação, mediante o qual o professor sub-
merge no mundo complexo da aula para compreendê-la de forma crítica e
vital, implicando-se afectiva e cognitivamente nas interacções da situação
real, questionando as suas próprias crenças e explicações, propondo e ex-
perimentando alternativas, participando na reconstrução permanente da
realidade escolar.
Nesse sentido, a docência é entendida como uma atividade prática, alicerçada na re-
flexão e sobre a ação. Atividades estas que possibilitam reconstruir, constantemente,
as questões educacionais.
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atenção
Agora que você já sabe o que significa docência, que tal conhecermos o significado
de empreendedorismo? Vejamos!
Empreendedorismo é uma palavra de origem francesa “entrepreuner”. De acordo
com o dicionário Houaiss (on-line)1, significa “disposição ou capacidade de idealizar,
coordenar e realizar projetos, serviços, negócios” e ‘iniciativa de implementar novos
negócios ou mudanças em empresas já existentes com alterações quem envolvem
inovação e riscos”.
De acordo com Peters, Hisrich e Sheperd (2009), na Idade Média, o termo empreen-
dedor foi utilizado para participantes e administradores de projetos de produção
relevantes. Entretanto, nessa época cabia a eles o gerenciamento dos projetos, cujos
recursos eram advindos, em sua maioria, do governo de um país e, nesse sentido, o
empreendedor não corria riscos financeiros.
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O ENSINO E O
EXERCÍCIO DA
PROFISSÃO
DOCENTE: SABERES E
COMPETÊNCIAS
A reflexão dos saberes e competências, no exercício da profissão docente, perpas-
sam pelo entendimento de prática pedagógica e prática docente.
reflita
““
Elas adentram na cultura escolar, expandem-se na cultura social e modificam-
-na; expressam interesses explícitos ou disfarçados; demonstram a qualidade
dos processos educativos de uma sociedade, marcando uma intervenção
nos processos educacionais mais espontaneístas; condicionam e instituem
as práticas docentes (FRANCO, 2012, p. 152).
Com relação à prática docente, Franco (2012, p. 160) menciona que ela se “exerce
com finalidade, planejamento, acompanhamento, vigilância, crítica, responsabilida-
de social”. Assim, está relacionada à forma como o professor dá sentido para sua aula,
qual foco ele encaminha para a formação do aluno e de que maneira acompanha os
interesses dos discentes para que aprendam. Nesse caso, o professor age como um
vigia crítico no processo de ensino-aprendizagem.
Franco (2012, p.159), declara, ainda, que “as práticas docentes não se transformam
de dentro da sala de aula para fora, mas ao contrário” e, é por meio da prática peda-
gógica que ela é transformada, seja para o melhor ou para o pior. A autora afirma
que a prática docente não subsiste por si só, ou seja, ela não pode estar desconecta-
das de um todo, sem o fundamento das práticas pedagógicas, pois são estas últimas
que lhes dão sentido e direção a ação docente.
Franco e Gilberto (2010, p. 2, on-line)2, alertam que
““
[...] a complexidade da prática docente também se vislumbra no atual cenário
da sala de aula, com a inclusão de alunos oriundos de diferentes camadas
sociais, o que vem exigindo do professor um olhar diferenciado para melhor
compreensão da prática que desenvolve.
Neste sentido, a prática vai além do domínio de técnicas por parte do professor, mas
demanda que ele compreenda o contexto social e cultural, no qual a prática docente
se efetiva. Conforme Tardif (2002), o professor é um profissional dotado de razão, no
entanto sua prática pedagógica é construída no processo de aprender fazendo e co-
nhecer fazendo.
atenção
Azevedo e Alves (2004, p. 8) acrescentam que não se deve desconsiderar e nem des-
qualificar a prática docente gestada no cotidiano escolar.
““
É nesse contexto – o do cotidiano escolar – que são forjados os docentes.
Nele se aprende a ser professor sendo professor. Nessa materialidade – eu,
turma, conteúdos escolares, tempos escolares, localização da escola, cursos
de formação, políticas educacionais (nacional, regional, local) – nossas redes
vão sendo fortemente confrontadas, esgarçadas e refeitas, continuamente.
Só se aprende a fazer fazendo [...] é no instante em que assumimos a respon-
sabilidade de uma turma que vamos aprendendo a ser professor.
““
[...] o cotidiano se constitui num espaço de formação porque nele se dá a
relação com um outro (singular e plural), com o saber, com o não-saber,
comigo mesmo. Nele transitam e são operadas múltiplas e complexas ne-
gociações e traduções entre as políticas educacionais e as redes de cada um
dos sujeitos do processo, nelas incluídas as trajetórias escolares, a formação
acadêmica, as expectativas e os desejos.
Para Gimeno Sacristán (1999, p. 74), a prática pedagógica constitui “toda a bagagem
cultural consolidada acerca da atividade educativa, que denominamos propriamen-
te como prática ou cultura sobre a prática”. Já a prática educativa, constitui-se pelas
vivências, os conflitos, as trocas profissionais entre os pares e as experiências acumu-
ladas pelos docentes sobre o processo de ensino e aprendizagem.
No que se refere às práticas pedagógicas, Gimeno Sacristán (1999) propõe consi-
derarmos ao menos quatro tipos mais ou menos organizados: as práticas institucionais
(relacionadas com a estrutura e o funcionamento do sistema escolar); as práticas or-
ganizativas (relativas à configuração e funcionamento da instituição educativa); as
práticas didáticas (relativas às ações e interações sob a responsabilidade imediata do
professor); as práticas concorrentes (relativas às práticas sociais mais amplas, não es-
tritamente pedagógicas).
Altet (2001, p. 24), por sua vez, propõe uma formação dos professores “a partir
da prática para que haja reflexão sobre as práticas reais”, unindo três processos dife-
rentes e suas respectivas lógicas: formação, ação e pesquisa e a seguinte tipologia:
saberes teóricos, os saberes práticos e os saberes intermediários.
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EMPREENDEDORISMO E
SUAS RELAÇÕES COM A
FORMAÇÃO DOCENTE
Já vimos o que é docência, empreendedorismo, os saberes e competências necessá-
rios para a profissão do professor e agora você deve estar curioso(a) para compreender
qual é a relação do empreendedorismo com a formação do professor, não é? Pois,
então vamos adiante!
Constamos que uma das características do empreendedor é ser criativo e ino-
vador, isto indica que o sujeito não pode se acomodar, tem de estar em constante
transformação. De acordo com Dolabela (2008, p. 60), empreendedor
““
[...] é aquele que se dedica à geração de riquezas, seja por meio da transfor-
mação de conhecimentos em produtos ou serviços, na geração do próprio
conhecimento ou na inovação nas diversas áreas existentes na organização.
““
[...] toma o empreendedor como alguém capaz de gerar novos conhecimen-
tos a partir de uma dada plataforma, constituída por ‘saberes’ acumulados na
história de vida do indivíduo e que são os chamados quatro pilares da edu-
cação’ – aprender a saber, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender
a ser (DOLABELA, 2003, p. 26).
Sendo assim, no que diz respeito à educação, é necessário que a escola não seja um
ambiente estático, mas sim, seja uma instituição empreendedora, que, por meio de
docentes comprometidos e qualificados, propicie a elaboração de pesquisas e o de-
senvolvimento de projetos inovadores.
Nas palavras de Mintzberg, Ahlstrand e Lampel (2000, p, 98), a escola empreen-
dedora é aquela que
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““
[...] não só focalizou o processo de formação de estratégia exclusivamente
no líder único, mas também enfatizou o mais inato dos estados e processos
– intuição, julgamento, sabedoria, experiência, critério. Isto promove uma
visão da estratégia como perspectiva, associada com imagem e senso de
direção, isto é visão.
Nesse sentido, Perrenoud et al. (2001, p. 223), alertam que se tornar um professor pro-
fissional é, acima de tudo, aprender a refletir sobre a prática, não somente a posteriori,
mas no momento mesmo da ação. É tomar essa distância que permite adaptar-se a
situações inéditas e, sobretudo, aprender a partir das experiências.
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““
a) Workshops e discussões em grandes grupos; b) revisões críticas; c) apre-
sentações; d) ensino em pares; e) aconselhamento em pares; f ) resolução
de problemas reais; g) simulação de resolução de problemas; h) debates; i)
estudo de casos; j) uso de incidentes críticos; k) enfoques de consultorias e
aconselhamento (coaching); l) aprendizagem por experiências; m) brainstor-
ming; n) aprendizagem investigativa; o) vídeo interativo; p) aprendizagem
baseada em informática; q) seminários; r) aulas expositivas; s) apostilas, livros
textos etc.
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Até aqui nós vimos as demandas da escola e do docente para formar o empreende-
dor, mas quais os requisitos necessários em relação à formação docente? Ou ainda,
em que consiste a formação docente?
““
[...] a formação de professores é a área de conhecimentos, investigação e de
propostas e práticas que, no âmbito da Didática e da Organização Escolar,
estuda os processos através dos quais os professores – em formação ou em
exercício – se implicam individualmente ou em equipe, em experiências de
aprendizagem através das quais adquirem ou melhoram os seus conhecimen-
tos, competências e disposições, e que lhes permite intervir profissionalmente
no desenvolvimento do seu ensino, do currículo e da escola, com o objetivo
de melhorar a qualidade da educação que os alunos recebem.
Precisamos inovar! Empreender! São expressões que têm sido cada dia mais freqüente no am-
biente escolar. Entretanto, mudar o quê? Como? São os grandes questionamentos. Além de que
toda e qualquer transformação se faça em algum ambiente, corre-se o risco de obter sucesso ou
ser fadada ao infortúnio. É preciso conhecimentos teóricos para que possam subsidiar a prática.
Por esta razão é que neste capítulo conhecemos os significados para os termos docência e em-
preendedorismo com o intuito de percebermos que a docência é uma atividade prática alicerçada
na reflexão na e sobre a ação e tem por intuito mediar o conhecimento de geração em geração
e está assentada em princípios científicos.
Com relação ao empreendedorismo, vimos que é uma palavra originada da língua francesa e indica
a implementação de novos negócios ou mudanças em instituições já existentes, mas que envol-
vem riscos e que uma das características do sujeito empreendedor é a criatividade e a inovação.
Por fim, estudamos sobre as relações da formação docente com o empreendedorismo e ressal-
tamos que ser um professor empreendedor, na atualidade, nem sempre é fácil, haja vista, que o
docente passa por uma crise de identidade, consequência das mudanças sociais e econômicas,
que alteraram os padrões de ensino, da identidade da escola e do professor.
material complementar
Ano: 2003
Ano: 2010
CHARLIER, E. Formar professores profissionais para uma formação contínua articulada à prática.
In: PAQUAY, L.; PERRENOUD, P.; ALTET, M.; CHARLIER, E. (orgs.). Formando professores profissio-
nais: quais estratégias? Quais competências? 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2001.
DRUCKER, P. F. Inovação e perfil empreendedor: prática e princípios. São Paulo: Pioneira, 2003.
FRANCO, M. I.; GAUTHER, C. O professor como “ator racional”: que racionalidade, que saber, que
julgamento? In: PAQUAY, L.; PERRENOUD, P.; ALTET, M.; CHARLIER, E. (orgs.). Formando profes-
sores profissionais: quais estratégias? Quais competências? 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2001.
GARCIA. C. M. Formação de professores: para uma mudança educativa. Porto: Porto Editora, 1999.
GIMENO SACRISTÁN, J. Poderes instáveis em educação. Porto Alegre: Artmed Sul, 1999.
MINTZBERG, H.; AHLSTRAND, B.; LAMPEL, J. Safári de estratégia: um roteiro pela selva do plane-
jamento. Porto Alegre: Bookman, 2000.
PAQUAY, L.; WAGNER, M. Competências profissionais privilegiadas nos estágios e na vídeo for-
mação. In: PAQUAY, L.; PERRENOUD, P.; ALTET, M.; CHARLIER, E. (orgs.). Formando professores
profissionais: quais estratégias? Quais competências? 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2001.
PERRENOUD, P.; ALTET, M.; CHARLIER, E.; PAQUAY, L. Conclusão: Fecundas incertezas ou como formar
professores antes de ter todas as respostas. In: PAQUAY, L.; PERRENOUD, P.; ALTET, M.; CHARLIER, E.
(orgs.). Formando professores profissionais: quais estratégias? Quais competências? 2. ed.
Porto Alegre: Artmed, 2001.
PETERS, M. P.; HISRICH, R. D.; SHEPERD, D. A. Empreendedorismo. Porto Alegre: Bookman, 2009.
REFERÊNCIAS ON-LINE
³Em: <https://fernandodolabela.wordpress.com/servicos-oferecidos/pedagogia-empreendedo-
ra/>. Acesso em: 25 mar. 2017.
resolução de exercícios
3. d) Enfatiza o mais inato dos estados e processos: intuição, julgamento, sabedoria, ex-
periência e critério.