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Mario Jordão
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Curso de Inspetor de Equipamentos
Noções de Processamentos Químicos – Profº Mario Jordão
Mario Jordão
Técnico em Química pela ETFQ-RJ (atual CEFETEQ-RJ)
Técnico de Inspeção de Equipamentos e Instalações - PETROBRAS
1. CONCEITOS FUNDAMENTAIS
1.1 O que é um Processo?
Um processo é uma seqüência de transformações que um ou mais materiais sofrem a fim
de se obter produtos. Há processos mais ou menos simples, como as manufaturas ou linhas de
montagem, onde um equipamento ou substância é montado a partir da união de componentes
pré-fabricados. Nesse grupo se encaixam as indústrias de eletrônicos, automóveis, gráficas e
outras. Os processos extrativos removem da natureza substâncias em estado bruto para
posterior beneficiamento e utilização. Como exemplos, temos a extração de minérios e de água do
solo. Os processos químicos envolvem alterações na composição química e/ou em propriedades
físicas do substrato 1 . Essas transformações podem ser reversíveis ou não. Aí se encontra toda a
indústria do petróleo, petroquímica, farmacêutica, siderúrgica, cimenteira e muitas outras.
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Assim, percebemos que “Processos Físico-Químicos” seria um termo mais apropriado.
Manteremos o “Físico-” omitido por simplicidade e tradição.
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Agitação e mistura são operações comuns a vários processos. Reatores “batelada”, como
aquele mostrado anteriormente, possuem misturadores.
Os processos de separação compreendem a maior parte das operações unitárias. Por
razões diversas, as matérias-primas, intermediários e produtos (inclusive resíduos) muitas vezes
necessitam passar por processos de fracionamento e purificação. Na tabela abaixo listamos os
principais (sim, há outros) processos de separação.
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Um dos mais importantes processos de refinação, o craqueamento catalítico, baseia-se nesta
operação.
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Os processos unitários envolvem os diferentes tipos de reações químicas que acontecem
nos reatores químicos. Assim, os engenheiros químicos estudam processos tais como
hidrogenação, craqueamento, alquilação, nitração, etc.
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Os termos “refinação” e correlatos não são exclusivos da indústria do petróleo. Açúcar e
Álcool, dentre outros setores, também utilizam essa nomenclatura para seus processos e
instalações.
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Alguns processos de tratamento não removem as impurezas, mas as convertem em
substâncias cuja presença é tolerável no produto. São chamados processos de “adoçamento”.
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2. PROCESSOS DE SEPARAÇÃO
2.1 Destilações Atmosférica e a Vácuo
A destilação é baseada na diferença dos pontos de ebulição entre compostos presentes
numa mistura líquida. O petróleo é constituído por hidrocarbonetos, cujos pontos de ebulição
aumentam com suas massas moleculares. Desta forma, variando-se as condições de
aquecimento de um petróleo, é possível vaporizar e depois condensar separadamente compostos
leves, intermediários e pesados. Forma-se também um resíduo pesado, contendo hidrocarbonetos
de elevados pesos moleculares que, nas condições de temperatura e pressão na qual a destilação
é realizada, não se vaporizam.
Outro fator importante no processo de destilação, além da temperatura, é a pressão a que
o sistema está submetido. Sabe-se que o ponto de ebulição de um determinado líquido é função
da pressão que sobre ele está exercendo o meio ambiente. Quanto maior for a pressão, maior
será a temperatura de ebulição do líquido. A conjugação destes dois parâmetros, temperatura e
pressão, permite que o petróleo seja separado em suas diversas frações.
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Para estudo destes e de outros processos de corrosão em refinarias, ver minha apostila
Deterioração de Equipamentos.
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Temperatura na qual a primeira bolha de gás se forma a partir de um líquido. O ponto de
bolha é normalmente menor que o ponto de orvalho para uma determinada mistura a uma
determinada pressão.
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fundo a nafta estabilizada. Por esse motivo, a torre estabilizadora é também conhecida como
debutanizadora.
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3. PROCESSOS DE CONVERSÃO
3.1 Processos Térmicos
Os processos térmicos de conversão são aqueles em que frações pesadas do petróleo são
convertidas em produtos mais leves por ação conjugada de temperatura e de pressão.
Paralelamente, parte da carga é convertida em coque. Nestes processos enquadram-se o
craqueamento térmico, a viscorredução e o coqueamento retardado. Estes processos diferem
fundamentalmente no interesse do produto final.
O craqueamento térmico foi o primeiro processo a ser desenvolvido (1912) e a sua
principal finalidade é a produção de gasolina e gases a partir de uma carga de gasóleos ou cru
reduzido. A viscorredução foi desenvolvida um pouco mais tarde e a finalidade é, como o nome
sugere, a redução da viscosidade de óleos residuais, de modo que sejam aproveitados como óleo
combustível. A carga para esta unidade pode ser resíduo de vácuo ou atmosférico. Ambos
atualmente são considerados processos obsoletos, suplantados, que foram, pelo craqueamento
catalítico, que é, sem sombra de dúvidas, um processo mais econômico e de mais fácil operação.
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Esse resíduo também é conhecido como “coque”, mas é muito diferente do coque produzido
no Coqueamento Retardado.
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internos chamados de ciclones. A temperatura dos gases é aproximadamente a mesma da saída
do “Riser”, cerca de 540°C, conforme o tipo de carga, catalisador e o interesse na maximização de
um determinado produto. O catalisador acumula-se na seção inferior do Vaso Separador,
conhecida como Retificador ou “Stripper”, onde recebe nova injeção de vapor d’água para retirar
hidrocarbonetos leves que possam estar retidos nos seus poros e escoa para o Regenerador. O
efluente gasoso do Vaso Separador, constituído de hidrocarbonetos craqueados e não
craqueados, vapor d’água, contaminantes e gases inertes é enviado, após sair dos ciclones, à
seção de Fracionamento.
No Regenerador, o coque depositado na superfície do catalisador é queimado com ar
injetado por um Soprador (“Blower”) através de um Distribuidor (“Pipe-Grid”) localizado na base
do mesmo, gerando uma grande quantidade de calor que, devido à circulação do catalisador, é a
principal fonte de energia necessária para aquecimento, vaporização e conversão da carga. O
catalisador é fluidizado pela corrente de ar e de gases de combustão formando a fase densa. Na
fase diluída, acima da anterior, ocorre a separação sólido-gás.
Partículas finas de catalisador arrastadas pela corrente gasosa são recuperadas pelo
conjunto de ciclones de dois estágios localizados no topo do Regenerador. Os gases de
combustão, inertes e finos de catalisador não recuperados deixam o segundo estágio dos ciclones
e alcançam a câmara plena do topo do regenerador que também serve como ponto de
sustentação dos ciclones. Esses gases ainda serão submetidos a novos processos de separação
(estágios extras de ciclones ou separação eletrostática) e servirão como fonte de energia para
geração de vapor (Caldeira ou Recuperador) e energia elétrica (Turbo-Expansor).
Um Aquecedor de Ar (“forninho”), que é parte integrante do alinhamento de injeção de ar
para o Distribuidor, é usado durante a partida para aquecer o Conversor e fornecer o calor
necessário para se elevar a temperatura do leito do regenerador ao ponto em que possa se iniciar
a combustão do coque.
Na seção de Fracionamento os produtos formados são separados pelas suas faixas de
ebulição em uma torre de destilação atmosférica, chamada de Fracionadora Principal. O produto
de topo contém as frações mais leves, Gás Combustível, GLP e Nafta de Craqueamento que,
após serem resfriadas, são coletadas no Vaso Acumulador, onde coexistem três fases: uma
gasosa, constituída de hidrocarbonetos de até quatro átomos de carbono e impurezas; uma
líquida e orgânica, composta de nafta contendo razoável quantidade de GLP dissolvido, a nafta
instabilizada; uma aquosa, proveniente das injeções de vapor que são feitas no Reator e na
Fracionadora. As duas correntes de hidrocarbonetos são encaminhadas à seção de Recuperação
de Gases para posterior separação. Alguns FCCs produzem uma Nafta Pesada, oriunda dos
pratos superiores da torre, que atualmente é aproveitada para compor o “pool” de dísel.
Como produtos laterais da fracionadora temos os óleos de refluxo leve (LCO) e pesado
(HCO). Esses dois cortes são constituídos de moléculas médias e pesadas que foram
parcialmente craqueadas. Parte dessas correntes era retirada da unidade e o restante reciclado à
carga, para que houvesse uma nova oportunidade das moléculas serem craqueadas. Atualmente,
por razões econômicas, todo o HCO é recirculado para diluição do produto de fundo, enquanto
que para o LCO é retirado e pode ser usado como diluente de óleo combustível ou hidrotratado
para servir como dísel. O produto de fundo da fracionadora é constituído de frações pesadas
residuais e de partículas de catalisador que foram arrastadas pela corrente gasosa que deixou o
Separador. Este resíduo pode ser decantado ou clarificado, para produção de um óleo conhecido
como resíduo aromático (Raro), matéria-prima para produção de negro de fumo, ou reciclado para
o Reator.
A seção de Recuperação de Gases tem por objetivo separar a nafta de craqueamento, o
GLP e o gás combustível entre si e de seus contaminantes. Os leves da seção de Fracionamento
são comprimidos e resfriados, de modo que os hidrocarbonetos da faixa C3-C4 se liquefazem e os
mais leves, C1-C2, permanecem na corrente gasosa. Esta corrente vai ter ao fundo da
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Absorvedora Primária, onde pelo topo é injetada nafta para a absorção de algum C3 ou C4
remanescente.
Com o intuito de se recuperar frações de nafta de absorção arrastadas pelo gás
combustível, esta corrente passa por uma Absorvedora Secundária, onde o fluido de absorção é
o refluxo circulante frio de LCO, que após a absorção retorna à torre fracionadora. O gás
combustível é enviado a seção de tratamento com DEA para a remoção do gás ácido (H2S e
CO2).
A nafta instabilizada proveniente do fundo da absorvedora primária se junta com a
descarga do compressor, passa pelos Resfriadores de Alta Pressão e vai ao Tambor de Alta
Pressão. É possível que, no contato com os gases do compressor, algum composto leve seja
também absorvido. Para que estes compostos sejam removidos, a nafta que deixa o fundo do
tambor de alta pressão passa por uma torre Retificadora, onde recebe um ligeiro aquecimento.
Os leves são vaporizados e pelo fundo desta torre sai a nafta em condições de ser enviada à torre
Debutanizadora. A operação da debutanização é semelhante à de estabilização, porém em
condições mais severas. Pelo fundo desta torre obtém-se a Nafta Estabilizada, pronta para ser
submetida aos tratamentos para redução do teor de enxofre. Pelo topo saem vapores de GLP,
que após resfriados, são liquefeitos. O GLP contém uma razoável concentração de compostos de
enxofre, sendo enviado à seção de tratamento para a eliminação destes contaminantes.
Dependendo do mercado local e do interesse da refinaria, o GLP pode ser fracionado para a
obtenção de uma corrente rica em C3s e outra rica em C4s. Normalmente, esta operação é feita
quando existem indústrias petroquímicas interessadas em uma das duas correntes.
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4. PROCESSOS DE ACABAMENTO
4.1 Hidroprocessamento
As unidades de Hidrorrefino ou Hidroprocessamento vêm se tornando cada vez mais
importantes, pelo cada vez maior rigor da legislação ambiental e pela necessidade de conferir a
certos derivados propriedades não alcançadas pelas rotas de Separação e Conversão. O
esquema básico consiste em reagir hidrocarbonetos com H2 na presença de um catalisador a alta
temperatura e pressão. Após o reator, a mistura passa por etapas de fracionamento e
recuperação, inclusive do hidrogênio.
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Isso se deve a uma tradução equivocada do termo inglês sour, que pode significar ácido, mas
também tem o sentido de cáustico, irritante, acre. Ácido, no sentido químico, em inglês é acid.
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BIBLIOGRAFIA
1. BRASIL, Nilo Índio do. Introdução à Engenharia Química, 2ª ed., Interciência, Rio de
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