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Realização
Patrocínio
Apoio
ISBN 978-85-61968-23-6
Realização
com o patrocínio de
e o apoio de
ISBN 978-85-61968-23-6
IV Simpósio Mineiro do
Carste
O Carste em suas múltiplas dimensões
Programação, Resumos e Pôsteres.
Organizadores
Joel Rodet, Alessandra Vasconcelos, Adolf H. Horn, Allan Calux,
Ataliba Coelho, Gustavo Costa, Frederico Gonçalves,
Isabel Mascarenhas Oliveira, Jorge Duarte Rosário, Joseane Biazini Mendes,
Manuela Corrêa Pereira, Roberto Cassimiro, Vinicius Augusto Fiumari
IGC
2019
Projeto gráfico Joël Rodet, Isabel Mascarenhas de Oliveira e Joseane Biazini Mendes
Logo do IV SMC Frederico Augusto Alves Gonçalves, foto de capa Ataliba Coelho
Foram feitas 130 copias em DVD realizadas em Belo Horizonte, dezembro 2019
1 CD-ROM.
Inclui bibliografias.
ISBN: 978-85-61968-23-6
1. Geologia. 2. Carste. I. Universidade Federal de Minas Gerais. Instituto de
Geociências. II. Rodet, Joel. III. Vasconcelos, Alessandra Mendes Carvalho de. IV.
Horn, Adolf Heinrich. V. Calux, Allan Silas. VI. Coelho, Ataliba Henrique Fraga. VII.
Costa, Gustavo. VIII. Gonçalves, Frederico Augusto Alves. IX. Oliveira, Isabel Pires
Mascarenhas Ribeiro de. X. Rosário, Jorge Duarte. XI. Mendes, Joseane Biazini.
XII. Pereira, Manuela Corrêa. XIII. Cassimiro, Roberto. XIV. Fiumari, Vinícius A. XV.
Título.
CDU: 551.435.8(815.1)(063)
2
Sumário
Organização
4
O carste em suas múltiplas dimensões
5
Lista dos Participantes
7
Programação
9
Lista dos autores
12
Resumos e Pôsteres
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3
ORGANIZAÇÃO
Presidentes de honra : Dra. Leila Nunes Menegasse Velásquez & Dr. Augusto S. Auler
Presidente do evento : Dr. Joël Rodet
Comissão científica
Profa. Dra. Alessandra Vasconcelos (coordenação)
Prof. Dr. Adolf Heinrich Horn Msc. Joseane Biazini Mendes
Prof. Dr. Antônio Pereira Magalhães Júnior Prof. Dra. Manuela Corrêa Pereira
Profa. Dra. Cristiane Valéria de Oliveira Prof. Dr. Marcelo Fagundes
Profa. Dra. Evelyn Sanchez Prof. Dr. Roberto Célio Valadão
Prof. Dr. Gabriel J. Uhlein Profa. Dra. Úrsula Ruchkys de Avezedo
Msc. Isabel Mascarenhas Ribeiro de Oliveira
Comissão organizadora
Joel Rodet (presidente), Adolf H. Horn, Alessandra Vasconcelos, Allan Calux, Ataliba Coelho,
Federico Augusto Gonçalves, Gustavo Costa, Isabel Mascarenhas Oliveira, Jorge Duarte Rosário,
Joseane Biazini Mendes, Manuela Corrêa Pereira, Roberto Cassimiro, Vinicius Augusto Fiumari.
Realização
Universidade Federal de Minas Gerais
- Instituto de Geociências
- Departamento de Geologia e Programa de Pós-Graduação em Geografia
- Centro de Pesquisas Manuel Teixeira da Costa
Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri
- CeGeo
Université de Rouen-Normandie
- UMR 6143 CNRS Morfodinâmica Continental e Costeira, Laboratório de Geologia – França
Centre Normand d’Etude du Karst et des Cavités du Sous-sol/CNEK, Saint Martin aux Buneaux,
França
Instituto Estadual Florestal/IEF-Minas Gerais
- Parque Estadual do Sumidouro, Lagoa Santa
- Monumento Natural Estadual gruta Rei do Mato, Sete Lagoas
Patrocínio
Ambassade de France, Institut Français du Brésil, SCAC-MG, Belo Horizonte
Carstográfica, Belo Horizonte
CECAV/ICMBio., Brasília
Observatório Espeleológico/OE, Belo Horizonte
SICOOB, Belo Horizonte
Apoio
Carste Ciência e Meio Ambiente, Belo Horizonte (MG)
Instituto do Carste, Belo Horizonte (MG)
Grupo Bambuí de Pesquisas Espeleológicas/GBPE, Belo Horizonte (MG)
Secretaria Estadual do Meio Ambiente/SEMAD, Belo Horizonte (MG)
Sociedade Brasileira de Espeleologia/SBE, Campinas (SP)
4
O CARSTE EM SUAS MÚLTIPLAS DIMENÇÕES
É com imenso prazer que a Comissão Organizadora do 4° Simpósio Mineiro do Carste publica
os Anais do evento contendo os resumos e respectivos pôsteres.
O primeiro evento foi realizado em 2011 sob a coordenação do Prof. Joel Rodet que tinha como
objetivo ensinar seus alunos de pós-graduação a organizarem um evento científico. Deste então,
ocorreram outras 03 edições sediadas pela UFMG e o evento se solidifica como um debate bianual
sobre questões acadêmicas e profissionais relacionadas ao ambiente cárstico.
O 4°SMC teve como tema central o “O Carste em suas Múltiplas Dimensões” e os trabalhos
apresentados demonstraram a amplitude das pesquisas de diferentes áreas do conhecimento que têm
como campo de estudo o ambiente cárstico.
Os Anais do 4°SMC pretende dar publicidade às apresentações e assim, tanto perpetuar o debate
quanto fornecer subsídios acadêmicos e tecnológicos para o avanço do conhecimento e proposição
de políticas públicas.
Com a publicação dos ANAIS o Simpósio Mineiro do Carste reafirma seu propósito de ser um
espaço para formação de novos pesquisadores do Carste e para a divulgação de estudos, descobertas
e inquietações sobre este amplo campo do conhecimento.
A Comissão Organizadora agradece o sempre presente financiamento e apoio das instituições
parceiras sem as quais a realização do evento não seria possível.
Boa leitura!
It is an honor to the organization of the 4th Symposium on Karst of Minas Gerais to publish the
annals, abstracts, and posters.
The first edition occurred in 2011 under Prof. Joel Rodet’s coordination and aimed to teach his
Ph.D. students how to manage a scientific event. Since then, three other editions already occurred in
UFMG. In consequence, the event had improved and became a biannual meeting addressing
academic and professional issues about the karst environment.
The main subject of 4th SMC was ‘The Karst in its multiple dimensions’ and the studies
presented reveal the importance of researches on karst on distinct areas that investigate the karst
environment.
Thus, these annals intend to give rise visibility to presentations and extend the discussion as well
as provide academic and technologic matter to knowledge progress and public polities. Thus, this
publication assures the symposium compromise as a space to introduce new researchers and spread
studies, discoveries and, concerns about this wide knowledge branch.
The organizing committee thanks to the support and funding of the partner institutions.
Good Lecture!
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C’est avec un immense plaisir que la Commission Organisatrice du 4e Symposium Mineiro du
Karst (IV SMC) publie les Actes de cette réunion, avec les résumés et leur poster.
La première édition a été réalisée en 2011 sous la direction du Professeur Joël Rodet qui avait
pour objectif d’enseigner à ses élèves de Post-Graduation, l’organisation d’une manifestation
scientifique. Depuis, se sont déroulées trois autres éditions accueillies par l’UFMG et cet évènement
s’affirme comme un débat biennal sur les questions scientifiques et professionnelles liées à
l’environnement karstique.
Le 4e SMC a pour thème central, le Karst dans ses différentes dimensions et les travaux
présentés démontrent l’ampleur des recherches dans différentes disciplines qui ont comme terrain
d’étude l’environnement karstique.
Les Actes du 4e SMC souhaitent diffuser les travaux présentés et ainsi, tout en continuant le
débat, fournir des éléments académiques et technologiques pour l’avancée des connaissances et des
propositions de politique publique.
Avec la publications des Actes, le Symposium Mineiro do Karst réaffirme son offre d’être un
espace de formation pour de nouveaux chercheurs du karst et pour la diffusion d’études, de
découvertes et de préoccupations dans ce grand terrain de connaissance.
La Commission Organisatrice remercie les institutions partenaires pour leur fidélité dans leur
appui et leur contribution financière sans lesquelles la tenue de cet évènement serait difficilement
réalisable.
Bonne lecture !
Es un gran placer para el Comité Organizador del 4º Simposio Minerío del Carso publicar las
actas del evento que contiene los resúmenes y carteles.
El primer evento se celebró en 2011 bajo la coordinación del Prof. Joel Rodet, cuyo objetivo era
enseñar a sus estudiantes de posgrado cómo organizar un evento científico. Desde entonces, ha
habido otras 03 ediciones organizadas por la UFMG y el evento se consolida como un debate bienal
sobre temas académicos y profesionales relacionados con el entorno cársico.
El cuarto SMC tuvo como tema central "El Carso en sus múltiples dimensiones" y los trabajos
presentados demostraron una amplia investigación de diferentes áreas del conocimiento que tiene
como campo de estudio el entorno cársico.
Las actas del 4º SMC tienen la intención de publicitar las presentaciones y así perpetuar el debate
como proporcionar apoyo académico y tecnológico para el avance del conocimiento y la propuesta
de políticas públicas.
Con la publicación de las actas, el Simposio Minerío del Carso reafirma su propósito de ser un
espacio para la formación de nuevos investigadores de carso y para la difusión de estudios,
descubrimientos y preocupaciones sobre este amplio campo de conocimiento.
El Comité Organizador agradece la siempre presente financiación y apoyo de las instituciones
asociadas sin las cuales el evento no sería posible.
¡Buena lectura!
Comité Organizador del 4to Simposio Minerío del Carso
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Lista dos Participantes ao 29.11.2019
01 Adolf H. Horn hahorn@gmail.com
02 Alessandra Vasconcelos alessandravascon@gmail.com
03 Alesson Pires Maciel Guirra alesson.guirra@ict.ufvjm.edu.br
04 Alice de Mello alicedemello@bol.com.br
05 Allan Callux ascalux@gmail.com
06 Amanda Garcia Amaral Silva amanda.garciaamaral96@gmail.com
07 Ana Carolina Mayrinck Braga de Moura carolmayrinck@gmail.com
08 Ana Luiza Sampaio anasampaioarquitetura@gmail.com
09 André Bernardes Machado cheabm@gmail.com
10 André Gomide Vasconcelos andregomide86@gmail.com
7
51 Joseane Biazini Mendes jbiazini@yahoo.com.br
52 Júlia Matiolli Rolim julia.mattioli8@gmail.com
53 Jussara Aparecida de Sousa sousajussara@hotmail.com
54 Jussara da Silva Diniz Lima jussara222019@gmail.com
55 Karina Chueng karinachueng@yahoo.com.br
56 Karoline Eva Ramos Lima karol_16@live.com
57 Laurent Magne lmim.ber@gmail.com
58 Leila Nunes Menegasse Velásquez menegase@yahoo.com.br
59 Lílian Coeli Leite da Silva liliancoeli@gmail.com
60 Lílian das Graças Souza lilinha_souza2@hotmail.com
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PROGRAMAÇÃO
Terça-feira, 03 de dezembro de 2019
08:00-08:30 – Recepção
08:30-09:00 – Abertura do evento (Embaixada da França, UFMG, UFVJM)
09:00-10:40 – Sessão A
09:00-09:20 – 1. Leila Nunes Menegasse Velásquez: Hidrogeologia da região da APA Carste de
Lagoa Santa, MG - o estado da arte.
09:20-09:40 – 2. Pedro Henrique Pereira da Silva: Influência da carstificação nas vazões de
surgências da região da APA-Carste Lagoa Santa.
09:40-10:00 – 3. Carolina Gomes Ribeiro: Abordagem isotópica natural para a identificação e
caracterização de conexões hidrogeológicas subsuperficiais em ambientes cársticos.
10:00-10:20 – 4. Roberto Cassimiro: Utilização de traçadores na caracterização das
interconexões hídricas do carste subjacente na região da bacia do córrego Sumidouro,
municípios de Baldim e Santana do Riacho, Minas Gerais.
10:20-10:40 – 5. Roberto Cassimiro: Inventário detalhado dos recursos hídricos da região da
bacia do córrego do Sumidouro com vista a caracterização do seu sistema hidrológico cárstico
subterrâneo, municípios de Baldim e Santana do Riacho, Minas Gerais.
11:00-12:20 – Sessão B
11:00-11:20 – 6. Maria Júlia de Souza Leite: Parque da Sapucaia em Montes Claros – MG: uma
breve analise geomorfológica.
11:20-11:40 – 7. Elison André Leal Pinheiro: Formação de cavernas por intemperismo no Parque
Nacional da Chapada das Mesas - MA: Espeleogénesis de cavernas em arenito decorrente de
fatores climáticos e neotectônicos ocorrido no Quaternário.
11:40-12:00 – 8. Alesson Pires Maciel Guirra: Carste em arenito pós-basalto no nordeste de Mato
Grosso do Sul.
12:00-12:20 – 9. Júlia Matiolli Rolim: Feições cársticas no arquipélago Fernando de Noronha,
Atlântico Sul.
13:20-15:00 – Sessão C
13:20-13:40 – 10. Alessandra Vasconcelos: Caracterização do carste em quartzito na Serra do
Espinhaço Meridional: proposta preliminar de evolução das grutas da região.
13:40-14:00 – 11. Luciano Faria: Tecnologias 3D: digitalização de uma caverna na Serra do
Baldim, MG.
14:00-14:20 – 12. Bárbara Regina Batista Soares: Análise da Temperatura de Superfície e sua
Relação com os Usos da Terra do Carste de Lagoa Santa a partir do emprego de Imagens dos
Sensores OLI e TIRS do Satélite Landsat 8.
14:20-14:40 – 13. Paulo César Horta Rodrigues: Comparação de três metodologias para o
cálculo de volume de cavidades: topografia tradicional, mapas de isópacas (geoprocessamento)
e tecnologia a laser (LiDAR).
14:40-15:00 – 14. Débora Evelyn Vieira Almeida: Análise espacial da cobertura e uso do solo na
APA Carste de Lagoa Santa, MG, no período 1985–2018.
15:00-15:20 – 15. André Gomide Vasconcelos: Descrição mineralógica e diagenética de fósseis
coletados em cavernas calcárias.
9
15:20-15:40 – Intervalo para o coffee break – pôsteres
15:40-17:50 – Sessão D
15:40-16:00 – 16. André Gomide Vasconcelos: De onde vieram esses materiais arqueológicos?
16:00-16:20 – 17. André Gomide Vasconcelos: Fósseis são para colecionar?
16:20-16:30 – 18. Gabriel Rocha Passos: Efeitos das variáveis de escoamento no carste.
16:30-16:40 – 19. Fernando Pletschette Galvão: Correlação entre fraturas e o desenvolvimento
de galerias na Gruta da Macumba, Lagoa Santa, MG.
16:50-17:00 – 20. Gabriel Lucas Vieira Lázaro: Comparação das formas cársticas de Minas
Gerais em diferentes litologias.
17:00-17:10 – 21. Lucas Lana de Paula: Identificação de feições cársticas no município de
Bambuí – MG.
17:10-17:30 – 22. Laurent Magne: título -
17:30-17:50 – 23. Laurent Magne: título -
08:00-09:40 – Sessão E
08:00-08:20 – 24. Rogério Tadeu de Souza: Comparação entre os carstes Europeu Mediterrâneo
e tropical úmido: desafios para analisar a vulnerabilidade intrínseca a contaminação pelo
método COP.
08:20-08:40 – 25. Rogério Tadeu de Souza: Profundidade de solo em área cárstica: estudo de
caso em Sete Lagoas, MG.
08:40-09:00 – 26. Antoniel Silva Fernandes: O microclima em cavidades naturais ferríferas:
estudo de caso no Monumento Natural Estadual Serra da Piedade, Caeté, MG.
09:00-09:20 – 27. Karina Chueng: Reconstituição paleoclimática da Gruta Pau-Ferro, MG,
através da análise de fitólitos.
09:20-09:40 – 28. Thiago Santos: Cavernas não são habitats ocasionais para anfíbios e répteis.
09:40-10:00 – 29. Pedro Henrique Reis: Aplicação do índice de vegetação por diferença
normalizada (NDVI) para caracterização do comportamento sazonal das Matas Secas
associadas aos afloramentos carbonáticos do Carste de Lagoa Santa-MG.
10:20-12:20 – Sessão F
10:20-10:40 – 30. Viviana Reis de Almeida: Fatores ambientais que estruturam a assembleia de
insetos aquáticos em um riacho com trecho epígeo e hipógeo.
10:40-11:00 – 31. Fábio Luis Bondezan da Costa: Qual o risco de se visitar a Gruta da Lapinha
sob o ponto de vista microbiológico?
11:00-11:20 – 32. Luciana de Resende Alt: Análise preliminar de impactos sobre o patrimônio
espeleológico da Gruta Rei do Mato/MG – Deposição de material particulado exógeno.
11:20-11:40 – 33. Isabel Pires Mascarenhas Oliveira: Patrimônio espeleológico de Minas Gerais:
instrumentos e iniciativas protetivas.
11:40-12:00 – 34. Manuela Corrêa Pereira: Evolução das pressões antrópicas no carste de Lagoa
Santa/MG.
12:00-12:20 – 35. José Eugênio Côrtes Figueira: Uma área úmida de importância internacional
em colapso no carste de Lagoa Santa.
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13:20-15:00 – Sessão G
13:20-13:40 – 36. Gefferson Guilherme Rodrigues Silva: Projeto Rede Asas do Carste.
13:40-14:00 – 37. Lucas Mendes Rabelo: As cavernas e os impactos obscuros para o
licenciamento ambiental.
14:00-14:20 – 38. Carla Cristina Alves Pereira: Abordagem da educação não formal e informal
na elaboração de ações de educação patrimonial e ambiental realizadas pelo Grupo de
Espeleologia Guano Speleo.
14:20-14:40 – 39. Camila de Fátima Vaz Neuman: Os cursos de introdução à espeleologia como
formação social: análise de experiências do curso promovido pelo OGrEE no Centro
Universitário Newton Paiva, Belo Horizonte – Minas Gerais.
14:40-15:00 – 40. Jorge Duarte Rosário: Caverna-Escola: uma proposta para a Gruta da
Macumba. Parque Estadual do Sumidouro, Lagoa Santa – MG.
15:20-18:00 – Sessão H
15:20-15:40 – 41. Luciana de Resende Alt: Voluntariado como instrumento para proteção e
conservação de cavernas, Gruta Rei do Mato/MG.
15:40-16:00 – 42. Frederico Augusto Gonçalves: Cognicarstizando.
16:00-16:10 – 43. Karoline Eva Ramos Lima: O uso de agrotóxicos e a contaminação dos
sistemas cársticos.
16:10-16:20 – 44. Victor José Brey-Gil Brito de Carvalho: Ensino, valoração e preservação do
carste e da geodiversidade do geosítio da Gruta da Macumba (Lagoa Santa, MG) por meio de
materiais impressos e digitais.
16:20-17:30 – 45. Rayane Driele dos Santos Lopes: Gênese de solo em ambiente cárstico.
17:30-17:40 – 46. Isabella Aparecida Marquezini: Degradação causada pela ação antrópica em
ambientes cavernícolas.
17:40-18:00 – 47. Ana Carolina Mayrinck Braga de Moura: A importância da hidrodinâmica na
formação de paleo-pisos de calcita: caso da Gruta da Macumba – MG.
18:00-18:30 – Encerramento
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Lista dos Autores
Adriano Marques de Souza 103
Alessandra Mendes Carvalho Vasconcelos 15, 17, 65
Alesson Pires Maciel Guirra 17
Alex Christian Rohrig Hubbe 23
Allyson Cramer 95
Ana Carolina Mayrinck Braga de Moura 19
Ana Clara Mendes Caixeta 15
Ana Paula de São José 21
André Gomide Vasconcelos 23, 27, 55
Andréia Bicalho Henriques 101
Antoniel Silva Fernandes 31, 37, 51, 85
Antônio Conceição Paranhos Filho 17
Antônio Vitor Campos Maia 85
Bárbara Regina Batista Soares 25
Brenda Stefany Soares Fernandes 89
Bruna Fagundes 27
Bruno Durão Rodrigues 21, 25
Bruno Pandolf Ladeira 29
Camila de Fatima Vaz Neuman 31
Carla Cristina Alves Pereira 33
Carolina Gomes Ribeiro 35
Conceição Lima Lopes 53
Daniel Correa 57
Daniel Duarte de Oliveira 53
Débora Evelyn Vieira Almeida 37
Derza Costa Nogueira 53
Diógenes Guilherme Pampolini Amaral 69
Elison André Leal Pinheiro 39
Fábio Luis Bondezan da Costa 41, 103
Fábio Soares de Oliveira 63
Felipe Fernandes Ladislau 21
Fernando Pletschette Galvão 43, 77
Francisco Toledo 85
Frederico Augusto Alves Gonçalves 45
Gabriel de Barros 91
Gabriel Lucas Vieira Lázaro 47
Gabriel Rocha Passos 49
Gabriela Carolina Vicente Alves 51
Gabriela Meira Teixeira 93
Gabriela Pires Follador 27, 55
Gefferson Guilherme Rodrigues Silva 53
Guilherme Fernandes de Souza 25
Gustavo Henrique Medeiros Resende 21
Heloisa Helena Gomes Coe 65
Ingrid Fernandes 55
Isabel Pires Mascarenhas Ribeiro de Oliveira 57
Isabela Sampaio Carvalho 17
12
Isabella Aparecida Marquezini 59
Janaína Aguiar 69
Jarbas Lima Dias Sampaio 99
João Hebert Moreira Viana 101
Joel Rodet 15, 63, 71, 73
Jorge Duarte Rosário 61
José de Castro Procópio 53
José Eugênio Côrtes Figueira 53, 69
Júlia Mattioli Rolim 63
Jussara da Silva Diniz Lima 37
Karina Ferreira Chueng 65
Karoline Eva Ramos Lima 67
Kênio Barbosa 85
Laís Barbalioli Macedo 69
Laurent Magne 71, 73
Leda Zogbi 97
Leila Nunes Menegasse Velásquez 35, 75, 93, 99
Lucas Lana de Paula 43, 77
Lucas Mendes Rabelo 79
Luciana de Resende Alt 81, 83
Luciano Emerich Faria 31, 85, 91, 97
Manuela Corrêa Pereira 87
Marcos Gabriel Moreira Xavier 33
Marcos Rodrigues 69
Maria Auxiliadora Drumond 69
Maria Júlia de Souza Leite 89
Mariangela Garcia Praça Leite 55
Matheus Alonso Castelo Pena 93
Nathan Vinícius Martins da Silva 91
Olga Susana Heredia 99
Paula Cabral Eterovick 103
Paulo César Horta Rodrigues 91, 95, 97
Paulo Sérgio Ferreira Costa 21
Pedro Henrique Pereira da Silva 93
Pedro Henrique Reis 21
Peter Marshall Fleming 97
Rafael Rodrigues Camargo 91
Rayane Driele dos Santos Lopes 29
Roberto Cassimiro 91, 95, 97
Roberto Célio Valadão 87
Rodrigo Lopes Ferreira 79, 107
Rodrigo Sérgio de Paula 93
Rogério Tadeu de Souza 99, 101
Ronaldo Alves Belém 89
Rosemary Gonçalves Vieira 51
Tiago Novo 63
Thais Drumond 53
Thiago dos Santos 103
Túlio Dornas 69
13
Úrsula Ruchkys de Azevedo 39
Vanessa Mendes Martin 107
Victor José Brey-Gil Brito de Carvalho 105
Vinicius Augusto Fiumari 61
Vitor Marcos Aguiar de Moura 81, 83
Viviana Reis de Almeida 107
Viviane de Souza Alves 41
14
Caracterização do carste em quartzito na Serra do Espinhaço Meridional:
proposta preliminar de evolução das grutas da região
Alessandra Mendes Carvalho Vasconcelos1, Joel Rodet2, Ana Clara Mendes Caixeta1
1
Professora curso de Engenharia Geológica, CEGEO – Centro de Geociências, Universidade Federal dos Vales do
Jequitinhonha e Mucuri; 2Université de Rouen-Normandie – FR.
O estudo sobre as grutas desenvolvidas em rochas não carbonáticas ainda é recente no Brasil,
quando comparado às rochas carbonáticas. As produções ainda são pequenas nesta área, o que leva
alguns pesquisadores a considerar essas paisagens como pseudocársticas. Porém, estudos recentes
mostram o desenvolvimento do exocarste, criptocarste e endocarste, com a presença marcante das
cavernas em várias litologias, dentre elas as siliciclásticas, como os quartzitos. Uma das áreas com
grande presença dessa rocha é a Serra do Espinhaço Meridional (SdEM), onde observa-se um rico
exocarste, com lapiás, poljés e kamenitzas, entre outras morfologias, indicando os processos de
alteração geoquímica da rocha. O criptocarste está presente nas áreas de contato entre os
solos/sedimentos e a rocha, e em grande parte pode ser observado no interior das cavidades, a partir
das suas formas arredondas, no contato entre alteritas/sedimentos e a rocha. Já o endocarste, muito
pouco explorado ainda, está presente em diversas áreas da SdEM, tanto na Borda Leste, com as
grutas Lapa Santa, Furna dos Negros, Lapa do Linfonso, como na Borda Oeste, com a Gruta do
Salitre, Monte Cristo, na qual podem ser encontradas diversas cavidades catalogadas pelo Centro
Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas. O forte gradiente topográfico nesta região
promove a carstificação e formação de cavernas, hoje, nos altos topográficos. Já, nas áreas
deprimidas, ocorre a formação de poljes, visto o potencial de impermeabilização desta rocha, e a
presença de gleissolos ou organossolos. o ambiente cárstico siliciclástico, por ser mais resistente ao
intemperismo, guarda as marcas da evolução, que ficam registradas na sua paisagem, dando indícios
da evolução do relevo regional. Portanto, o ambiente cárstico no quartzito se mostra um ótimo
marcador cronológico das paisagens.
Palavras-chave: carste, quartzito, Serra do Espinhaço Meridional
15
16
Carste em arenito pós-basalto no nordeste de Mato Grosso do Sul
Alesson Pires Maciel Guirra1,2, Isabela Sampaio Carvalho1, Alessandra Mendes Carvalho
Vasconcelos2, Antônio Conceição Paranhos Filho1
1
Faculdade de Engenharia, Arquitetura e Urbanismo e Geografia, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Cidade
Universitária - Campo Grande; 2Engenharia Geológica - Centro de Geociências, Instituto de Ciência e Tecnologia,
Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - Campus JK.
A cerca de 14 km à sul da cidade de Paraíso das Águas, nordeste de Mato Grosso do Sul, via
rodovia BR-060, na Fazenda Stella III, localizam-se duas cavernas no mesmo nível estratigráfico,
distantes aproximadamente 10 metros uma da outra, delimitadas nas coordenadas 19°04’47.11’’ S e
53°0’21.95’’O e altitude de 522 m (WGS84). A ocorrência das cavidades nesta unidade geológica,
correlata ao intervalo mediano da seção-tipo da Formação Santo Anastácio, é favorecida pelo
caráter subarcoseano, a textura fina a média dos grãos de quartzo, a presença de nódulos e
concreções carbonáticas e de camadas mais enriquecidas em cimento carbonático, confinadas no
topo e na base por estratos de arenito maciço ou silicificado. Há também intervalos com pouco ou
nenhum cimento e horizontes subordinados a cimentação por óxidos/hidróxidos de ferro. O
desenvolvimento destas cavidades acompanham o acamamento sedimentar, estando o maciço
basculado a N08W/15NE, por influência de falhamento normal com plano de falha interceptando a
calha do rio Sucuriú, evidenciando o controle geológico-estrutural nas drenagens dessa região. A
restituição do carste provavelmente se dá no sentido do nível de base local (rio Sucuriú) com cerca
de 40 metros de gradiente topográfico, ou pode haver conexão com uma dolina, a qual se apresenta
como depressão suavizada preenchida perenemente por água. A cavidade se formou num primeiro
momento, provavelmente a partir da presença de cobertura, que promoveu a introdução da água, ao
interior do maciço, favorecendo processos geoquímicos em um primeiro momento, e
posteriormente hidrodinâmicos. Desta forma, o processo de carstificação se instalou
preferencialmente associado às camadas subhorizontalizadas da rocha, alternando níveis mais ricos
em cimentação carbonática, com níveis silicificados e/ou maciços. Os arenitos pós-basaltos no
nordeste de Mato Grosso do Sul são propícios ao desenvolvimento de feições características de
processos de carstificação e podem se constituir numa nova província cárstica não-carbonática,
visto existirem diversas outras áreas similares na região.
Palavras-chave: Carste não-carbonático, Cavidades, Grupo Caiuá, Bacia do Paraná, Rio Sucuriú.
There’s two caves in the mucicipality of Paraíso das Águas (MS), developed in sandstones of Santo
Anastácio Formation, favored by the subarcosean character, the fine to medium texture of quartz
grains, the presence of carbonate nodules and concretions and more enriched layers in carbonate
cementation confined at the top and bottom by layers of solid or silicified sandstone. The
development of these cavities accompany the bedding of the sedimentary package, the massif being
tilted under the influence of normal failure. The restitution is probably in the sense of the local base
level (Sucuriú river), or by connection with dolina. The cavities were formed initially, probably
with a cover, which promotes the introduction of water to the topographic diference, benefiting
water erosion. These post-basalt sandstones are conducive to the development of features
characteristic of karstification process and may constitute a new non-carbonate karst province.
Keywords: Non-carbonate karst, cavites, Caiuá Group, Paraná Basin, Sucuriú River.
17
18
A importância da hidrodinâmica na formação de paleo-pisos de calcita:
caso da Gruta da Macumba – MG
The hydrodinamic importance to paleo calcite floor formation: the case of Gruta
da Macumba – MG
The hydrodynamic is important to explain the cave's morphology. The result of slower runoff can
be observed in the paleo-floor formed above the clay, since this type of material depends on a more
stable drainage, without movement, to decant. On the other hand, for the highest flow energy
conditions, there is the paleo-floor of the cave entrance with its pebble deposits, carried by a more
turbulent water. Moreover, focusing on the calcite paleo-floor formed on the clay, there is a sub-
horizontal form, due to the regular deposits; and, also, of an evolved morphology verified by the
topographic gradient of the floor, justified by the presence of a sink that promotes the inclination of
this floor downstream.
19
20
Aplicação do Índice de Vegetação por Diferença Normalizada (NDVI) para
Caracterização do Comportamento Sazonal das Matas Secas Associadas aos
Afloramentos Carbonáticos do Carste de Lagoa Santa-MG
Ana Paula de São José1, Pedro Henrique Reis1, Felipe Fernandes Ladislau1, Paulo Sérgio
Ferreira Costa1, Gustavo Henrique Medeiros Resende1, Bruno Durão Rodrigues2
1
Pós-graduandos do Curso de Especialização em Geoprocessamento e Análise Espacial da PUC Minas
2
Professor Adjunto I da PUC Minas do Curso de Especialização em Geoprocessamento e Análise Espacial
The use of vegetation indices aims to characterize the phenological evolution of vegetation cover
through the use of high temporal resolution digital images. Due to the high availability of orbital
images and their respective acquisition, the present work aims to apply the Normalized Difference
Vegetation Index (NDVI) to characterize the seasonal behavior of the dry forests associated with
the carbonate outcrops of the Karst. Lagoa Santa, Minas Gerais, For the elaboration of the index
were used images of the satellite Landsat 8, bands 4 (red) and 5 (near infrared) .The QGIS v.3.4.12
LTR software was used for image processing to elaborate all the routines related to the treatment
and to obtain NDVI data. The results obtained were highly congruent, thus reflecting through the
index the seasonal profile of dry forests.
21
22
Fósseis são para colecionar?
Desde o sec. XIX, há notícias e boatos sobre coletas, para fins não científicos, de fósseis em
cavernas brasileiras. O objetivo desse trabalho é compilar informações sobre este tipo de coleta e
discutir sua implicação para a paleontologia. O relato mais antigo é de Lund. Segundo ele, inúmeros
fósseis foram retirados de cavernas de Minas Gerais e vendidos por Peter Claussen para museus
europeus. Já os relatos mais recentes, envolvem fósseis de Minas Gerais e da Bahia. Do primeiro,
foram extraviados i) restos de preguiça-terrícola e de mastodonte (carste de Arcos-Pains); ii) restos
de capivara extinta, de mastodonte, de porcos-do-mato, de preguiça-terrícola, de serpente e de tatu-
gigante (região de Lagoa Santa); iii) um dente de mastodonte (carste de Montalvânia); e iv) mais
de uma centena de crânios de cervídeos (região de Vazante). Para a Bahia, há relatos do
desaparecimento de um esqueleto de tigre-dente-de-sabre da Chapada Diamantina, assim como de
um crânio de tatu-gigante de Morro do Chapéu. Infelizmente, não é possível comprovar a
autenticidade das histórias, pois se baseiam em evidências não materiais. De qualquer forma, é
importante ressaltar que dada a riqueza fossilífera destas regiões é provável que tais relatos sejam
verdadeiros. A quantidade de fósseis removidos desta forma provavelmente é muito superior à aqui
relatada, pois apenas uma pequena fração dessas ocorrências é mencionada ao ponto de chegar até
um conhecimento mais amplo. Fósseis coletados desta forma não são depositados em coleções
científicas. Por consequência, eles ficam indisponíveis para a ciência. Assim, é de extrema
importância que todo achado paleontológico seja removido apenas por profissionais envolvidos
com instituições de ensino e pesquisa ligadas à Paleontologia, como universidades e museus. O
procedimento correto ao se encontrar fósseis em cavernas é fotografá-los e entrar em contato com
esses profissionais o quanto antes.
Since the 19th-century Brazilian fossils have been collected for non-scientific purposes. Our goal is
to compile information on this type of collection in cave environments and discuss its implications
for paleontology. The earliest report was made by Lund. According to him, numerous fossils were
taken from Minas Gerais State and sold to European museums. Also, from Minas Gerais, recent
accounts refer to the lost of fossils from: ground-sloth, mastodont, extinct capybara, pampatheriid
peccaries, deer, and snake. There are also recent accounts for Bahia State, where fossils from saber-
toothed-cat and pampatheriid disappeared. Although these accounts are probably true, it is not
possible to prove their authenticity, as they are based on non-material information. Fossils must be
deposited in scientific collections, and should be collected by trained paleontologists. Thus, for non-
paleontologists, the best practice when finding fossils is to photograph them and contact a
paleontologist.
Keywords: fossil collect, vertebrates, Karst, State of Minas Gerais, State of Bahia
23
24
Análise da Temperatura de Superfície e sua Relação com os Usos da Terra do
Carste de Lagoa Santa a partir do emprego de Imagens dos Sensores OLI e
TIRS do Satélite Landsat 8
Bárbara Regina Batista Soares1, Bruno Durão Rodrigues2, Guilherme Fernandes de Souza1
1
Pós-graduandos do Curso de Especialização em Geoprocessamento e Análise Espacial da PUC Minas
2
Professor Adjunto I da PUC Minas do Curso de Especialização em Geoprocessamento e Análise Espacial.
Surface Temperature Analysis and the Relationship with the Land Uses in the
Lagoa Santa Karst using Thermal and Multispectral Landsat Images
The use of thermal and multispectral sensor images derived from terrestrial orbital resource
platforms allows the extraction of environmental data on a large temporal scale, thus favoring
spatial analysis with a view to territorial planning and landscape management. From this
perspective, the present work aims to identify and analyze the relationship between surface
temperature and different land uses using images from Landsat 8, from rainy and dry period, in the
Lagoa Santa Karst, specifically in the Ribeirão da Mata-Rio das Velhas interfluvial block,
notoriously formed by generating anthropogenic activities. From the data collected from the images,
were described analytical relationships between surface temperature and land uses.
Keywords: Karst, Land Uses, Surface Temperature, Geoprocessing and Remote Sensing
25
26
De onde vieram esses materiais arqueológicos?
Desde o início das atividades da Sociedade Excurcionista Espeleológica de Ouro Preto, seus
integrantes participam de escavações arqueológicas. Hoje, boa parte do material resgatado se
encontra depositado no Museu de Ciência e Técnica (MCT/UFOP). Porém, devido à falta de
informações de parte desse material, sua procedência exata é desconhecida. O objetivo deste
trabalho é apresentar a descrição de restos arqueológicos redescobertos recentemente no
MCT/UFOP. Dentre o material há, no mínimo, 3 esqueletos humanos, 10 fragmentos cerâmicos e 1
lítico. Os 365 elementos esqueletais foram agrupados em: crânio (62), vértebras (43), costelas (70),
cinturas escapular e pélvica (17), ossos longos (54), patela (1) e autopodiais (55). A cerâmica é
representada por fragmentos de lábio (3), bojo (5) e base (1) de vasos, sendo que 6 apresentam
ornamentação. Já o instrumento lítico, trata-se de um fragmento de ponta de flecha (±50 mm). Não
se pode afirmar que os materiais cerâmico e lítico são provenientes do mesmo jazigo dos ossos, pois
todos se encontravam acondicionados misturados e sem identificação. A partir das feições
preservadas nos fósseis, pôde-se constatar que: (i) o intervalo entre morte/sepultamento dos
indivíduos foi curto, (ii) não houve contribuição de agentes biológicos para a formação do depósito
(excetuando o sepultamento intencional), (iii) devido a heterogeneidade, quanto suas características
de preservação, os fósseis, possivelmente, foram sepultados em diferentes jazigos e/ou em
intervalos de tempo distintos, (iv) as feições tafonômicas apontam alta similaridade com depósitos
arqueológicos em cavernas. Como o material foi realocado diversas vezes, suas fichas de
identificação ainda não foram localizadas. Porém, sabe-se que ele foi coletado antes da década de
1980. Deste modo, um levantamento está em andamento na SEE, afim de verificar se há o registro
dessas informações. A próxima etapa do trabalho será realizar uma descrição tafonômica detalhada
dos esqueletos, assim como dos materiais lítico e cerâmico.
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Gênese de Solos em Ambiente Cárstico
Bruno Pandolf Ladeira1 & Rayane Driele dos Santos Lopes2.
1
Aluno de graduação em Geologia na Universidade Federal de Minas Gerais; 2Aluno de graduação em Geografia na
Universidade Federal de Minas Gerais.
O solo no ambiente cárstico é a porção que cobre o epicarste. Ele influência diretamente a formação
do carste e as feições do epicarste. Mas sua gênese não segue um padrão fixo, um mesmo tipo de
litologia pode dar origem a diferentes tipos de solo. Além da composição da rocha mãe, há aspectos
geomórficos, tempo, e condições ambientais que também influenciam na formação dos solos. Na
rocha calcária, o principal fator que influencia na gênese do solo é a pureza da rocha. Um calcário
puro pode ter até 8% de impurezas de matéria orgânica, óxidos de ferro, argilas, sílica entre outros.
A pureza do calcário define a espessura dos solos em ambiente cárstico, pois com o intemperismo,
remove-se o cálcio e o carbonato de magnésio do sistema, restando o material insolúvel das
impurezas. Dessa forma, quanto maior o teor de impurezas no calcário, mais espesso será o solo, e
vice-versa. Calcários dolomitizados ou margosos, que possuem maior teor de impurezas, originam
solos mais espessos, já calcários puros, tendem a formar solos mais rasos no ambiente cárstico. Já
um fator importante que influência na composição desses solos é o clima. Em climas úmido e
quente, há o desenvolvimento de cobertura vegetal densa, favorecendo a formação de matéria
orgânica no solo. A presença dessa matéria orgânica irá aumentar a produção de CO2 biogênico, e
aumento da acidificação do solo. Dessa forma, solos em ambiente úmido e quente, tendem a ter
menor concentração de carbonatos de cálcio. Já um ambiente semiárido, favorece a
evapotranspiração do solo, e formação de precipitados de carbonatos de cálcio secundário. Dessa
forma, é comum nesses ambientes a formação de horizontes cálcicos e petrocálcicos no solo.
Soil formation in karst environment does not follow a fixed pattern, a limestone may become
different soil types. Geomorphic aspects, litology, time and environmental conditions are the factors
influencing the formation of soils. In limestone, the main factor influencing soil formation is the
rock purity. It defines the thickness of soil in the karstic environment. The weathering removes
calcium and magnesium carbonate from the system, remaining insoluble materials from impurities.
Thus, the higher impurity in limestone, the thicker the soil will be and the inverse is valide as well.
The climate is an important factor influencing the composition of these soils. In humid and hot
weather, the dissolution of calcium calbonates is favored. On the other hand, in a semi-arid
environment, there is a precipitation of secondary calcium carbonate.
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Os cursos de introdução à espeleologia como formação social: análise de
experiências do curso promovido pelo OGrEE no Centro Universitário Newton
Paiva, Belo Horizonte – Minas Gerais.
Camila de Fatima Vaz Neuman, Antoniel Silva Fernandes, Luciano Emerich Faria
OGrEE (Opilião – Grupo de Estudos Espeleológicos), Centro Universitário Newton Paiva
Tendo em vista a importância das cavidades para o estudo da pré-história, das condições ambiental
e social da população que habitava esses locais e, considerando a importância da prática e promoção
da educação ambiental para a sociedade atual, os cursos de iniciação aos estudos espeleológicos
buscam contribuir com a formação de comunidades acadêmicas, da população residente em regiões
cársticas e demais interessados. Com o intuito de levar o conhecimento científico á sociedade,
estimulando a pesquisa científica e a sensibilização para a temática ambiental o grupo OGrEE
(Opilião Grupo de Estudos Espeleológicos) promove semestralmente cursos abertos á toda
comunidade. Dentro deste contexto este trabalho tem por objetivo apresentar o curso promovido
pelo OGrEE visando promover o debate acerca da importância dos cursos introdutórios para a
formação de futuros profissionais que poderão atuar na temática. O curso é ministrado em três
encontros e aborda a formação do espeleotema e das cavidades naturais, as condições físicas para o
desenvolvimento das cavernas, a biota e sua importância, e a conservação desses ambientes para os
estudos da paleontologia, arqueologia e espeleologia. O quarto encontro, totalizando 18 horas de
atividades, consiste em uma saída de campo para uma caverna não turística. Ao final do curso é
promovida a pesquisa de satisfação através da aplicação de questionário estruturado visando
identificar as potencialidades e fraquezas, sugestões para as próximas edições do curso. Com base
nos dados coletado nas duas últimas edições (1° e 2° semestres de 2019) foi possível realizar análise
quali-quantitativa. Responderam á pesquisa 22 concluintes, desse total 82% se manifestaram
totalmente satisfeito com a estrutura do curso e com a saída de campo, 14% satisfeito e 4%
indiferente. Sobre o nível de aproveitamento, 77% se manifestaram totalmente satisfeitos e 23%
satisfeitos. Tais resultados apontam a importância e relevância do tema abordado no curso para os
iniciantes desta ciência.
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32
Abordagem da educação não formal e informal na elaboração de ações de
educação patrimonial e ambiental realizadas pelo Grupo de Espeleologia
GUANO SPELEO
Esse artigo tem como objetivo, apresentar ações de extensão realizadas recentemente pelo grupo de
espeleologia GUANO SPELEO a partir da perspectiva da educação não formal e informal. Visando
desenvolver projetos educacionais junto às instituições públicas e privadas (escolas, universidades,
unidades de conservação, museus e outros) e comunidades localizadas em áreas com potencial
espeleológico. Processos educativos que dialogam com diretrizes da educação ambiental e
patrimonial vêm tornando-se cada vez mais praticados em todo mundo, tendo em vista o aumento
de impactos ambientais promovidos pela ação antrópica, que mesmo sendo produto da história
natural possui uma visão dualística histórica, contribuindo para uma perspectiva de inferiorização
da relação homem x natureza. O Grupo de pesquisa e extensão GUANO SPELEO desde 2016 vêm
realizando atividades de extensão em instituições públicas e privadas, como: Museus, Unidades de
Conservação, Comunidades localizadas em áreas onde há cavidades destinadas à visitação pública.
São ações planejadas e executadas a partir da perspectiva da educação não formal, ou seja,
atividades realizadas fora do ambiente escolar e onde prevalece os conhecimentos e experiências
dos membros envolvidos. Dentro das perspectivas da educação não formal e informal a ações de
educação patrimonial e ambiental podem ser consideradas ferramenta/instrumento para a
divulgação de conceitos relacionados a ciência espeleológica. Uma ciência multidisciplinar que
tem como aliados pesquisadores, profissionais, aluno de graduação e pós-graduação entre outros, na
difícil tarefa de divulgação da ciência.
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34
Abordagem isotópica natural para a identificação e caracterização de conexões
hidrogeológicas subsuperficiais em ambientes cársticos
Devido à complexidade hidrogeológica de ambientes cársticos, a hidrologia isotópica pode ser uma
valiosa ferramenta para avaliar fluxos subterrâneos em um ambiente ainda não explorado e de
difícil acesso. Uma propriedade relevante que pode ser obtida a partir de isótopos ambientais, por
exemplo, é o efeito de evaporação. Esse efeito pode ser identificado analisando-se a relação do par
δ2H-δ18O, em que uma determinada assinatura é deslocada em relação à linha meteórica ao longo de
uma linha com menor inclinação. Fundamentando-se nisso, foi realizado um estudo objetivando
investigar a origem das águas de surgências cársticas utilizando suas assinaturas isotópicas δ2H e
δ18O. A área estudada abrange a Área de Proteção Ambiental (APA) Carste de Lagoa Santa, onde
os metacalcários da Formação Sete Lagoas, Grupo Bambuí, constituem os principais aquíferos da
região, os cársticos e cárstico-fissurados. Ao investigar 19 surgências cársticas, estas apresentaram
assinaturas isotópicas variadas, indicando diversas naturezas para os fluxos. Com especial atenção
às amostras de surgências que teriam recebido contribuições significativas de águas evaporadas, é
possível que sua recarga venha de lagoas e córregos ou até de uma lenta percolação em zona
vadosa. No entanto, foram verificadas assinaturas isotópicas enriquecidas para a maioria das
ressurgências já conhecidas mediante dados de campo e de estudos com traçadores corantes. Nesse
cenário, haveria evaporação direta enquanto o fluxo a montante corre superficialmente, antes de
ressurgir a jusante. Por conseguinte, traçadores isotópicos podem ser relevantes para a gestão de
recursos hídricos nesse sistema cárstico. Além de poderem nortear futuros estudos visando à
identificação da origem das águas de volumosas surgências, avaliando qual corpo d’água a
montante possivelmente contribui para a sua vazão, poderiam indicar também uma surgência que
recebe maior contribuição de água evaporada devido à maior interação com a superfície como
sendo mais susceptível à contaminação antrópica.
Keywords: Environmental stable isotopes; Karst aquifer; Resurgence; Lagoa Santa Karst
Environmental Protection Area.
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Análise espacial da cobertura e uso do solo na APA Carste de Lagoa Santa, MG,
no período 1985 - 2018
Débora Evelyn Vieira Almeida, Jussara da Silva Diniz Lima, Antoniel Silva Fernandes
Centro Universitário Newton Paiva, Opilião – Grupo de Estudos Espeleológicos
Palavras-chave: Área de Proteção Ambiental, Carste de Lagoa Santa, Cobertura e Uso do Solo,
Análise Espacial.
Land use and land cover analysis on APA Carste de Lagoa Santa, MG, 1985 -
2018
A tool in territory space-time evaluation, land use and land cover survey by spatial analysis allows
identifying landscape transformation. This study analyzes changes in land use and land cover on
APA Carste de Lagoa Santa, northway Belo Horizonte, MG, from 1985 to 2018. Spatial analysis
was made with ArcGIS software using data from MapBiomas. Surprisingly, forest lands decreased
by 15% from 1985 to 1995; however, probably due to the APA administration, it increased by 10%
in 2018. Savanic lands were replaced by pasture (58%) and farming lands (2%), though. A gradual
increase in these activities and urban territory shows how natural and hydric resources are pressured
in the region between 2000 and 2010. As said, expectations with the creation of this Conservation
Site in 1990 was that environmental impact would decrease. This area was recognized as Sítio
Ramsar in 2018, which may increase protection on speleological, paleontological and
archaeological patrimony.
Keywords: Environmental Protection Area, Carste de Lagoa Santa, Land use and land cover,
Spatial Analysis.
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38
Formação de Cavernas por Intemperismo no Parque Nacional da Chapada das
Mesas - MA: Espeleogénesis de cavernas em arenito decorrente de fatores
climáticos e neotectônicos ocorrido no Quaternário.
Elison André Leal Pinheiro1 & Úrsula Ruchkys de Azevedo2
1
Mestrando no Programas de Pós-graduação em Análise e Modelagem de Sistemas Ambientais do Instituto de
Geociências da Universidade Federal de Minas Gerais.
2
Professora do Programas de Pós-graduação em Análise e Modelagem de Sistemas Ambientais do Instituto de Geociências
da Universidade Federal de Minas Gerais.
Localizado na região Sul do Estado do Maranhão, o Parque Nacional da Chapada das Mesas
(PNCM), possui uma rica diversidade geológica e geomorfológica no contexto regional do estado.
O Parque está inserido no contexto geológico do Grupo Balsas (formação Mosquito, Sambaíba e as
coberturas dentrito-lateríticas neogênicas), constituída principalmente por arenitos formados no
Triássico-paleozoico. O objetivo desse trabalho é caracterizar as cavernas formadas
predominantemente por processos de intemperismo do arenito e fazer uma comparação preliminar
dessas cavernas com aquelas formadas em rochas carbonáticas. A realização do trabalho envolveu
as seguintes etapas: inventariação das cavernas do PNCM; caracterização da rede de drenagem e
sua influencia no processo de formação; levantamento de informações de pluviosidade;
contextualização geológica e geomorfológica, densidade de drenagem, lineamentos estruturais. A
configuração local permitiu a formação de abrigos e cavernas nas diferentes camadas do arenito e
Eras geológicas. Os resultados indicam que a alternância sazonal e as configurações geológicas e
geomorfológicas da área de estudo são atributos bastante relevantes no processo de formação de
cavernas por intemperismo, que decorre principalmente pela deposição e estratificação do arenito,
associados aos fatores endógenos e exógenos ocasionaram a desfragmentação mecânica da rocha,
aumentando assim o desenvolvimento de cavernas e abrigos. Outras feições associadas na área de
pesquisa são sumidouros, uvalas e dolinas também evoluíram ao longo do tempo que são
decorrentes dos fatores neotectônicos ocorrido no período do Quaternário.
Abstract
Located in the southern region of Maranhão State, the Chapada das Mesas National Park (PNCM),
has a rich geological and geomorphological diversity in the regional context of the state. The Park is
inserted in the geological context of the Balsas Group (Mosquito Formation, Sambaíba and the
neogenic dentito-lateritic covers), consisting mainly of sandstones formed in the Triassic-Paleozoic.
The objective of this work is to characterize the caves formed predominantly by sandstone
weathering processes and to make a preliminary comparison of these caves with those formed in
carbonate rocks. The local configuration allowed the formation of shelters and caves in the different
layers of sandstone and geological eras. The results indicate that the seasonal alternation and the
geological and geomorphological configurations of the study area are very relevant attributes in the
process of formation of caves, sinks, valleys and dolines that also evolved over time and are due to
neotectonic and weathering factors. in the quaternary period.
Keywords: Chapada das Mesas National Park; Speleogenesis; Pseudocarste; Sandstone Caves.
39
40
Qual o risco de se visitar a Gruta da Lapinha sob o ponto de vista
microbiológico?
Fábio Luis Bondezan da Costa1 & Viviane de Souza Alves1
1
Departamento de Microbiologia/ICB –UFMG; troglobio@gmail.com
What is the risk of visiting the Lapinha Cave based on microbiology point of
view?
Caves are conducive environments for the development of fungi due to their physical
characteristics. Gruta da Lapinha stands out in the state of Minas Gerais because it is one of the
most important tourist caves in the state. Fungi are eukaryotic heterotrophic organisms. The identity
of living organisms can be determined by the composition and sequence of its genetic material. The
present work aims to expand our knowledge about the cave environment and their fungal
organisms, since the related studies about this ecosystem and their micro-organisms are still scarce
in the tropical and subtropical regions. Despite the greater diversity of genres of opportunistic
pathogenic fungi observed in the Lapinha Cave, the cave cannot be regarded as potentially
dangerous visitation because point P2, where tourists could have contact with greater amount of
spores, has as possible pathogenic only two genera (Aspergillus and Fusarium).
41
42
Correlação entre fraturas e o desenvolvimento de galerias na Gruta da
Macumba, Lagoa Santa, MG.
O estudo do carste, em sua essência, traduz-se pela observação de feições e fenômenos que são
constituídos, via de regra, pela ausência de rocha. Os processos químicos e hidrodinâmicos atuam
de modo a criar espaços vazios por meio da dissolução do substrato rochoso, possibilitando assim, o
surgimento das mais diversas formas, típicas dos terrenos cársticos. Apesar do objeto de estudo
principal da geomorfologia cárstica se tratar de feições como lapiás, poljés, abismos ou cavernas, o
entendimento dos fenômenos geológicos que controlam o substrato no qual essas feições se
instalam é de grande importância. Isso se dá pois as características intrínsecas a rocha, tais como
porosidades, solubilidade e estrutura, sedimentar ou tectônica, são fatores cruciais para o início da
alteração puntual da rocha e, muitas vezes, irão controlar o desenvolvimento de cavidades. Esse
trabalho teve como objetivo averiguar se as galerias da Gruta da Macumba, Lagoa Santa, MG,
teriam se desenvolvido pelo controle de estruturas tectônicas. Buscou-se correlacionar os eixos
longitudinais das galerias da gruta com as famílias de fraturas encontradas no substrato calcário, de
acamamento sub-horizontal. A Gruta da Macumba possui duas galerias principais. Uma delas com
eixo na direção NNW e outra com eixo na direção ENE, como consta na topografia realizada pelo
Grupo Guano Spelo UFMG em 2010. Em campo, foram tomadas as medidas de fraturas sendo que
uma família principal, mais bem marcada, foi identificada com atitude N17W 50SW. Estas fraturas
podem ter influenciado no desenvolvimento inicial da galeria NNW. Uma segunda família de
fraturas, não tão expressiva quanto a primeira, foi também identificada não tendo sido possível,
entretanto, correlacionar a ela o desenvolvimento da segunda galeria. Concomitantemente, a
interseção com os planos de acamamento podem, ainda, ter auxiliado no desenvolvimento das
galerias.
43
44
Cognicarstizando
Carste, karst, krs, carso, polje, poliê, polie, ouvala, uvala, dolina, kamenitza, panela, caverna, toca,
lapa, fenda, furna, diaclase, lapiá, lapiê, lapiaz, karren, sítio, ocorrência, lasca, caco, pote, pintura,
incisão e picoteado são algumas das palavras mais ouvidas e proferidas nas rodinhas, redes,
reuniões, encontros, simpósios de profissionais, amadores, estudiosos, acadêmicos e curiosos. Esses
têm em suas vidas motivos que os levaram a levar consigo memórias selecionadas de momentos em
que experimentaram sentimentos capazes de conferir lugar de destaque às imagens e textos
representativos de uma realidade materializada pelo espectro visível da luz que refletiu de rochas
onde processos de dissolução foram determinantes na elaboração de formas rupestres naturais e de
representações simbólicas que delas fazem parte desde tempo em que a linguagem escrita e a falada
eram outras que não as conhecidas pelas pessoas que habitam a terra. Escreve-se aqui, também
sobre o afeto. Afetados então que somos, incluídos aqui todos que um dia poderão se deparar com
essas palavras, escolho a questão da apropriação das primeiras palavras mencionadas com uma
finalidade de uso voltado ao seu potencial transformador. Assim pergunto: No que pensar antes de
nos apropriar-nos delas? Para que e como podemos usá-las? Antes de ensaiar qualquer resposta é
necessário e preciso nos atentar para suas origens e para isso são outros quinhentos... tempo
representado por espíritos, na concepção zeitegeistina, de povos pré-indo-europeus e pré-indo-
americanos. Depois de ensaiarmos bastante acredito que teremos melhores condições para pensar
em como o uso e a apropriação daquelas palavras podem materializar-se na expansão das
consciências daqueles afetados pelas relações de afeto estabelecidas pelas experiências com os
ambientes descritos e representados com o uso das palavras que descortinam esse texto. Em apoio e
defesa do uso público dos lugares, dos espaços, das paisagens, das regiões e, sobretudo dos
territórios onde se manifestam feições cársticas.
Cognikarsting
The karstic terms used in academic and amateur metting are diverse. They represent memories of
moments when peoples experienced feelings. It is also written here about affection. From this I
choose the questions: What to think before we appropriate them? What and how can we use them?
Before rehearsing any answer is necessary and we must pay attention to its origins and for that they
are “outros quinhetos...” This is symbolized by spirits, in the Zeitgeist conception, represented by
ancestral people. I believe that we will be better able to think about how the use and appropriation
of those words can materialized in the expansion of the consciousness of those affected by the
relationships of affection established by the experiences and represented by the use of the kartic
terms. In support and defense of the public use of places, spaces, landscapes, regions and, above all,
the territories where karst features are manifested.
45
Resumo sem pôster
46
Comparação das formas cársticas de Minas Gerais em diferentes litologias
A paisagem cárstica pode se desenvolver a partir de qualquer tipo de rocha (inclusive as menos
solúveis, como o arenito e o quartzito), ocorrendo principalmente pela relação entre os processos
geoquímicos e hidrodinâmicos no espaço e no tempo. Ou seja, rochas não carbonáticas, menos
propensas à dissolução, também podem formar sistemas cársticos. Mesmo assim, ao investigar
estudos sobre o carste na literatura científica do Brasil, foi observada uma predominância de
trabalhos do carste desenvolvido em rochas carbonáticas, que são mais propensas à dissolução.
Além disso, foram realizados três trabalhos de campo, onde foi possível verificar diferentes formas
cársticas em diversos tipos de rochas. Portanto, busca-se neste trabalho verificar a ocorrência do
carste em diferentes litologias (rochas carbonáticas, siliciclásticas e ferruginosas) e comparar as
suas formas associadas, como alvéolos, kamenitzas, dolinas, poljes e domos. É importante destacar
que apesar da seleção de algumas litologias específicas para este trabalho, os processos cársticos
podem ocorrer em qualquer tipo de rocha, como por exemplo em granitos e basaltos.
The karst landscape can develop from any type of rock (including the least soluble rock such as
sandstone and quartzite), occurring mainly by the relationship between geochemical and
hydrodynamic processes in space and time. That is, non-carbonate rocks, less prone to dissolution,
can also form karst systems. Even so, when investigating studies of karst in the Brazilian scientific
literature, a predominance of karst works developed in carbonate rocks, which are more prone to
dissolution, was observed. In addition, three field works were carried out, where it was possible to
verify different karst forms in different types of rocks. Therefore, the aim of this work is to verify
the occurrence of karst in different lithologies (carbonate, silicy and rusty rocks) and to compare
their associated forms, such as alveoli, kamenitzas, dolines, pulps and domes. It is important to
highlight that despite the selection of some specific lithologies for this work, karst processes can
occur in any type of rock, such as granites and basalts.
47
48
Efeitos das variáveis de escoamento no carste
O carste acontece quando a água escoa a procura o nível de base, seja dentro do maciço ou fora, a
ocorrência do processo exige a alteração da rocha. Essa alteração pode ser acelerada ou reduzida
por fatores como: tipo de rocha, temperatura do ambiente, pressão de reagente e outros. A reação
química que dita o equilíbrio químico de dissolução do calcário e dolomita tem como principais
reagentes o mineral e o gás carbônico diluído em água, o produto da reação são íons de cálcio e do
ácido carbônico. A proposta deste trabalho é mostrar que a velocidade de escoamento pode
aumentar a taxa de retirada de matéria, não só pela erosão mecânica, mas pelo aumento da cinética
da reação para o lado do produto com diferentes fatores. A vazão desloca o equilíbrio para o
produto, pois aumenta a quantidade de solução aquosa insaturada que chega ao maciço que está
sendo erodido, aumentando a concentração de reagentes. A calibração depende diretamente da
vazão pois o fluido ao encontrar uma barreira de rocha exerce uma pressão nesta parede, a pressão
do fluido exercida na parede aumenta a pressão de CO2 no mineral e, como a reação depende
proporcionalmente a pressão parcial do gás, quando se aumenta a pressão do fluido aumenta
diretamente a taxa de remoção de material por dissolução, mas, na contramão, quando aumentamos
a velocidade, diminuindo a pressão do liquido aumentamos a deposição de calcita.
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O microclima em cavidades naturais ferríferas: estudo de caso no Monumento
Natural Estadual Serra da Piedade, Caeté, MG
Gabriela Carolina Vicente Alves, Rosemary Gonçalves Vieira, Antoniel Silva Fernandes
OGrEE (Opilião – Grupo de Estudos Espeleológicos), Centro Universitário Newton Paiva
Esta pesquisa visou analisar a variabilidade nas condições do tempo em cavidades naturais
ferríferas no Monumento Natural Estadual Serra da Piedade, limite dos municípios de Caeté e
Sabará, MG. O ambiente cavernícola é considerado um dos mais peculiares e estáveis na biosfera,
dando a esse ecossistema características próprias. Devido ao potencial de exploração econômica, as
cavernas em formações ferríferas são, com frequência, suprimidas. Assim, torna-se iminente a
necessidade de pesquisas para conhecer e conservar parte desse patrimônio espeleológico. As
cavidades escolhidas como objeto de estudo foram as Grutas do Triângulo e dos Monges. Foram
instalados 5 termo-higrômetros da marca ICEL Manaus HT-4010 em abrigos meteorológicos para
coleta de temperatura, umidade relativa do ar, ponto de orvalho e pressão atmosférica, obtidos a
intervalo horário. Optou-se por instalar uma unidade na entrada das cavernas estudadas objetivando
obter a caracterização de microclima transicional, outra unidade no interior das cavernas visando
obter o microclima da zona hipógea, e uma terceira unidade no ambiente externo para comparação
de dados do meio interno e externo. O monitoramento ocorreu durante o verão de 2018/2019.
Utilizou-se também de dados da Estação Pluviométrica Caeté (1943010) da Agência Nacional das
Águas e das cartas sinóticas da Marinha do Brasil como forma de validar a ocorrência de chuvas e
entender as condições do tempo na região. Os registros primários foram sistematizados, tabulados e
elaboraram-se gráficos para melhor demonstrar os resultados. Com a pesquisa identificou-se valores
elevados de umidade relativa do ar nas cavidades, em relação ao ambiente externo, apresentando em
alguns casos saturação, e pouca amplitude térmica, apesar das entradas das cavernas serem mais
afetadas com interferências da dinâmica atmosférica exterior. Destarte, foi possível constatar que o
microclima em cavidades naturais ferríferas, apesar de exposto a oscilações climáticas externas,
apresenta pouca variabilidade térmica, além de altos valores de umidade relativa do ar.
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52
Projeto Rede Asas do Carste
Gefferson Guilherme Rodrigues Silva¹; Derza Costa Nogueira¹; Daniel Duarte de Oliveira¹;
José de Castro Procópio¹; Thais Drumond¹; Conceição Lima Lopes¹;
José Eugenio Côrtes Figueira²
1
Comitê de Bacia Hidrográfica Rio das Velhas (Sub Comitês do Carte e Ribeirão da Mata); 2UFMG – Universidade
Federal de Minas Gerais
O Rede Asas do Carste trata-se de um projeto socioambiental cujo objetivo foi promover a
conscientização ambiental por meio da observação ornitológica (aves) coletiva em sete lagoas
cársticas localizadas nas Unidade Territorial Estratégica do Carste e Unidade Territorial Estratégica
do Ribeirão da Mata, em cujas áreas inserem-se a APA Carste de Lagoa Santa e o Sítio Ramsar
Lund Warming. Nos primeiros 04 anos participaram ativamente cerca de 150 alunos e 56
professores de 09 escolas da rede pública, por sua vez, distribuídas em 06 municípios (Pedro
Leopoldo; Confins; Matozinhos; Lagoa Santa; Prudente de Morais; Funilândia) onde encontram-se
as referidas lagoas. Neste intervalo, foram realizadas campanhas de campo trimestrais, nas quais,
foram observadas 115 espécies de aves. Também, durante as campanhas, foi estimulado o
desenvolvimento crítico dos participantes quanto a questões interdisciplinares vinculadas ao
ecossistema local e presença das espécies de aves como a dinâmica hidrológica destas lagoas, suas
fragilidades ambientais, a relação destes corpos hídricos com o ambiente natural e o ambiente
antropizado atrelado com as relações socioculturais constituídas pelas comunidades ali presentes. O
material resultante das campanhas de campo foi utilizado como ferramentas pedagógicas, por sua
vez, replicadas para outros 450 alunos do o 6º ao 9º ano de cinco escolas municipais na cidade de
Pedro Leopoldo.
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54
Descrição mineralógica e diagenética de fósseis coletados em cavernas calcárias
Embora haja um consenso sobre os processos fossildiagenéticos que ossos sofrem em cavernas,
ainda há uma carência de estudos que detalhem como eles ocorrem, e alteram, a estrutura original
desse material. Neste sentido, o objetivo deste trabalho é verificar, a partir de leitura de lâminas
delgadas e análises químicas (DRX), o quão os processos de fossilização, ocorridos em cavernas,
afetam a microestrutura original dos ossos. Para isso, 25 fragmentos de fósseis estão sendo
analisados. Eles são provenientes de cavidades de Minas Gerais e Bahia, e foram identificados
como pertencentes a representantes da extinta megafauna quaternária. A partir de análises
macroscópicas, é afirmado que nas cavernas, os minerais podem precipitar sobre e/ou nos poros dos
ossos ou ainda substituir suas partes. A identificação da fossilização, baseia-se nas mudanças físicas
sofridas pelo osso (ex. presença de minerais sobre ou em seu interior, alteração de coloração, em
seu peso ou textura). A partir das análises das lâminas delgadas, observou-se que os ossos
incrustados e/ou permineralizados apresentaram minerais sobre suas superfícies e/ou em suas macro
e microcavidades. Já em suas porções mais densas, não sofreram alterações. Calcita foi o mineral
predominante nas amostras, mas também há ocorrência de dolomita, quartzo e óxidos (como
goethita). Ao contrário do esperado, até o momento, os fósseis classificados preliminarmente como
substituídos, não apresentaram alterações significativas na sua constituição, permanecendo com sua
composição original de hidroxiapatita. Foi observado também que mais de um processo controla a
manutenção da estrutura e conservação dos fósseis e que eles podem ocorrer simultaneamente em
um mesmo osso. As próximas etapas serão destinadas para caracterizar, detalhadamente, os demais
minerais depositados nos ossos, e analisar fósseis de conchas de gastrópodes terrestres, também
coletados em grutas.
Keywords: fossilization, quaternary mega-mammals, slender blade, XRD, Minas Gerais State,
Bahia State
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Patrimônio espeleológico de Minas Gerais: instrumentos e iniciativas protetivas
57
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Degradação causada pela ação antrópica em ambientes cavernícolas
A espeleologia tem como principal fundamentação teórica procurar, explorar, observar e interpretar
as cavernas, entendendo seu processo de formação, o meio que se insere e o ambiente propriamente
dito. Diante disso, o espeleoturismo vem como uma importante atividade para exploração de
cavernas que visa a relação sustentável entre o turismo e o ambiente, mas às vezes deixa várias
marcas inevitáveis no patrimônio natural, dentre elas podemos ressaltar a luminosidade como fator
direto, pela presença de luz num ambiente afótico, e indireto, calor gerado pela lâmpada, que acaba
provocando o aumento da umidade do ar e temperatura causando danos aos espeleotemas pelo
crescimento de plantas e musgos verdes; calor gerado pelo corpo dos turistas em movimento;
aumento do gás carbônico proveniente da respiração dos indivíduos ali presentes, que pode levar ao
desequilíbrio químico do sistema; poeira levada para dentro das cavidades, nas roupas, pele e
cabelos; impactos físicos da visitação, como: pichações e objetos deixados no ambiente cavernícola.
Além do mais, vale ressaltar a destruição em larga escala ao patrimônio, causada pela mineração,
que é a mais preocupante, pois destrói ambiente cavernícola por completo.
The main theoretical foundation of speleology is to seek, explore, observe and interpret the caves,
understanding their formation process, the environment and the environment itself. In front of that,
the speleotourism comes as an important activity for exploration of caves that aims the sustainable
relation between the tourism and the environment, but sometimes it leaves some inevitable marks in
the natural patrimony, among them we can emphasize the luminosity as direct factor, for the
presence of light in an afrotic environment, and indirect, heat generated by the lamp, that finishes
provoking the increase of the humidity of the air and temperature causing damage to the
speleothems for the growth of plants and green mosses; heat generated by the body of tourists in
movement; increase in carbon dioxide from the breathing of individuals there present, which can
lead to the chemical imbalance of the system; dust taken into the cavities, clothing, skin and hair;
physical impacts of visitation, as: graffiti and objects left in the cave environment. Furthermore, it is
worth mentioning the large-scale destruction of the heritage, caused by mining, which is the most
worrying, because it destroys the entire cave environment.
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“Caverna-Escola: uma proposta para a Gruta da Macumba”.
Parque Estadual do Sumidouro, Lagoa Santa – MG
A gruta da Macumba é uma caverna fóssil, desconectada do nível de base atual (paleocarste), que se
localiza na Unidade de Conservação do Parque Estadual do Sumidouro, próxima à Gruta da
Lapinha, no município de Lagoa Santa. Sua riqueza carstológica e cultural, aliada à facilidade de
acesso, faz com que a caverna tenha um enorme potencial educativo como “caverna-escola”,
proposta essa inicialmente pensada pelo professor Joël Rodet. O presente projeto tem como objetivo
a elaboração de um roteiro autoguiado de visitação para a Gruta da Macumba, no qual o visitante, a
partir dos pontos de interesses carstológicos e arqueológicos cronologicamente sugeridos ao longo
do trajeto pelas galerias, compreenda os processos envolvidos na elaboração do carste e das
relações estabelecidas com o ser humano. Nesse sentido, torna-se fundamental a elaboração de um
plano de manejo responsável, orientado para o ensino da carstologia e das relações culturais levadas
a cabo no local no presente e no passado, que vise estabelecer pontes de conhecimento entre
visitantes, alunos, pesquisadores e o público em geral, alinhando ciência e preservação desse
ambiente diverso e multidisciplinar.
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Feições cársticas no Arquipélago Fernando de Noronha, Atlântico Sul
Júlia Mattioli Rolim*¹; Tiago Novo², Fábio Soares de Oliveira², Joël Rodet3
¹ Programa de Pós-graduação em Geologia - Universidade Federal de Minas Gerais, Instituto de Geociências.
² CPMTC – Centro de Pesquisa Manoel Teixeira da Costa. ³ Cátedra Franco-Brasileira, Departamento IGC/UFMG,
Belo Horizonte, CNEK-UMR 6143, Laboratório de Geologia da Universidade de Rouen-Normandie, França.
*julia.mattioli8@gmail.com
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Reconstituição paleobiogeoclimática da Gruta Pau-Ferro, MG, através da
análise de fitólitos
Karina Ferreira Chueng1, Heloisa Helena Gomes Coe1,2, Alessandra Mendes Carvalho
Vasconcelos3
Departamento de Geologia e Geofísica Marinha, Programa de Pós-Graduação em Dinâmica dos Oceanos e da
Terra, Universidade Federal Fluminense, Niterói, RJ.
Departamento de Geografia, Faculdade de Formação de Professores da UERJ, São Gonçalo, RJ,
Centro de Estudos em Geociências, Instituto de Ciência e Tecnologia da Universidade Federal dos Vales do
Jequitinhonha e Mucuri, Diamantina, MG
Karst environments are considered of great environmental relevance, but, in many places,
paleoclimatic reconstitution studies are needed. The Pau-Ferro Cave is located near the municipality
of Monjolos, Minas Gerais Developed in calcitic limestone, it has five entrances and is decorated
with various types of speleothems. Near the cave, a Cambisol profile was collected, totaling 4
samples. Phytoliths were choosed as proxy. The phytolith stocks of followed a pattern of decrease
with depth and they are well preserved, with predominance of the types produced by Poaceae. The
tree density index is low, indicating open vegetation. The Bi index has values between 65 and 77%,
indicating moderate water stress. The Ic index has large variations in depth, indicating variation in
the adaptation of plant formation at low temperatures. The ages obtained by 14C-AMS were
between 440-250 years cal BP. Results werw promising for understand the geodynamics and
landscape evolution during the Quaternary.
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O uso de agrotóxicos e a contaminação dos sistemas cársticos
O estudo da geomorfologia cárstica deve ser entendido mediante aos seus processos formadores,
podendo ser geoquímicos ou hidrodinâmicos. Nesse contexto, a dinâmica hídrica assume um papel
transformador, pois a água é capaz de se infiltrar nas fissuras e fraturas das rochas e promover o
alterações químicas e físicas nessas, desenvolvendo sistemas complexos com uma variedade de
formas, que podem ser visualizadas tanto em cavernas, no endocarste, quanto fora delas, no
exocarste, por meio de alvéolos, kamenitzas, canais de teto, paleopisos, lapiás, etc., não se limitando
apenas à rochas carbonáticas. Além disso, esses locais também são capazes de desenvolver
aquíferos, os denominados aquíferos cársticos. Contudo, nos processos mencionados, a água
dissolve e transporta diversas substâncias e sedimentos, e, ao buscar seu nível de base, passa por
diversas áreas, inclusive as de produção agrícola, o que gera a preocupação sobre o carreamento de
elementos contaminantes empregadas na agricultura, como os fertilizantes e os agrotóxicos, bem
como de material particulado. Esses elementos podem adicionar ao sistema nitratos, compostos
orgânicos, sais e metais pesados, revelando a fragilidade natural desse ambiente, pois, além de
contaminarem os aquíferos formados, essas substâncias também podem impactar o meio
cavernícola, trazendo malefícios à comunidade biótica existente nesses locais, incluindo troglóbios,
trogófilos e troglóxenos. Nesse sentido, é necessário que as políticas de proteção às áreas cársticas
continuem a salvaguardar esse patrimônio natural brasileiro, pois, da mesma forma que
intervenções pontuais não geram efeitos apenas pontuais, os impactos sofridos pelo sistema cárstico
possuem relevância social e ambiental. Além disso, o apoio à pesquisas nessa área se faz relevante
por contribuir com o manejo adequado das atividades antrópicas, como a agricultura, realizadas no
Carste.
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Uma Área Úmida de Importância Internacional em Colapso no
Carste de Lagoa Santa
Laís Barbalioli Macedo1, Túlio Dornas2, Maria Auxiliadora Drumond3, Diógenes Guilherme Pampolini Amaral4,
Marcos Rodrigues5, Janaína Aguiar6, José Eugênio Côrtes Figueira3
1
Bolsista Proex/CAPES no Pós-Graduação em Ecologia, Conservação e Manejo da Vida Silvestre, ICB, UFMG.
2
Bolsista PNPD/CAPES no Programa de Pós-graduação em Ciências do Ambiente, UFTO. 3Departamento de Genética,
Evolução e Ecologia, ICB, UFMG. 4Departamento de Geologia, IGC, UFMG. 5Departamento Zoologia, ICB, UFMG.
6
Assessoria de Programas e Projetos Especiais, IEF-MG
A densidade de corpos d’água lóticos no relevo cárstico da APA Carste de Lagoa Santa (MG) é
baixíssima comparada ao seu entorno. No entanto, na região existem centenas de depressões
cársticas, as dolinas, uvalas e poliés, potencialmente alagáveis que formam um sistema lêntico de
lagoas temporárias, inseridos em um mosaico de manchas de Cerrado, Mata Atlântica e Matas
Decíduas associadas aos maciços calcários, em meio a uma matriz de pastagens e áreas urbanas.
Essas lagoas temporárias possibilitam a manutenção de vegetação e fauna associadas a ambientes
aquáticos, que de outra forma seriam raras ou inexistentes na região. Cinquenta e seis espécies de
aves aquáticas, várias migrantes continentais e intercontinentais de ocorrência sazonal, foram
identificadas nas lagoas da região contribuindo para que esse sistema lacustre fosse designado em
2017 um Sítio Ramsar, isto é, uma Área Úmida de Importância Internacional para a biodiversidade.
O Sítio Ramsar Lund-Warming é um dentre os 27 designados no Brasil e mais de 2300 do mundo.
Sítios Ramsar são reconhecidos pela biodiversidade que comportam e serviços ambientais que
propiciam, um deles estocagem de água. Entretanto, o Sítio Lund-Warming pode estar colapsando
devido à baixa pluviosidade, desmatamento e captação crescente de água subterrânea em toda a
região. Desde 2013 a maioria das lagoas temporárias, cujas existências dependem da recarga do
aquífero cárstico, está praticamente seca. Os processos de sucessão ecológica que eram
periodicamente reversíveis, de lagoas para campos e de campos para lagoas, agora parecem
progredir inexoravelmente em direção a campos. O colapso do Sítio Lund-Warming significaria a
perda de um ecossistema ímpar com toda a sua biodiversidade totalmente dependente de serviços
ambientais que são cada vez mais vitais para o ser humano.
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Contribuição para o estudo climatológico da Gruta Rei do Mato (Sete Lagoas,
MG)
Palavras-chave: climatologia subterrânea, gruta Rei do Mato, zonamento espacial, medição, pCO2
Contribution to the climate study of the Rei do Mato Cave (Sete Lagoa, MG,
Brazil)
Key-words: underground climatology; Rei do Mato Cave; spatial zoning, measurement, CO2
pressure
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A topografia móvel de precisão: uma revolução para o levantamento e a
construção dos volumes subterrâneos complexos - uma aplicação para o carste
mineiro.
Laurent Magne1, 3 & Joël Rodet2, 3
1
Perito nos Tribunais de Paris (lmim.ber@gmail.com), 2M2C-Université de Rouen-Normandie
(joel.rodet@univ-rouen.fr), 3CNEK (www.cnek.org) - França
Keywords: underground topography; laser 2D sensor, qualities and limites, laser 3D sensor
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Hidrogeologia da região da APA Carste de Lagoa Santa, MG - o estado da arte
Since January 2015, researchers from the Geosciences Institute and the Nuclear Technology
Development Center have been running a hydrogeological project aiming the implementation of a
qualitative and quantitative monitoring network, representative of the hydrogeological system, in an
area of 505 km2, including the APA. Since then, it started the update and expansion of
hydrogeological knowledge intensively produced in the 1990s, especially by the Brazilian
Geological Service and academic researchers. The applied methodological basis involved the 10
areas of hydrogeological research: i) Geology; ii) Lithochemistry; iii) Hydrochemistry; iv) Water
interconnection; v) Water balance; vi) Geomorphology; vii) Isotopy of water; viii) Hydrogeological
physical model; ix) Intrinsic vulnerability; and x) Test monitoring.The network, after being tested,
will be delivered to the state managing organ - Minas Gerais Institute for Water Management.
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Identificação de feições cársticas no município de Bambuí - MG
Este trabalho tem como objetivo identificar feições de processos cársticos na região do município
de Bambuí – Minas Gerais. Bambuí está situada no centro-oeste de Minas Gerais e fica a 264 km de
distância de Belo Horizonte. O município está localizado geologicamente na porção sul do Cráton
do São Francisco sobre uma cobertura sedimentar neoproterozoica (Grupo Bambuí), constituído por
calcários da Formação Sete Lagoas, recobertos em contato de topo com os pelitos da Formação
Serra da Saudade. A ocorrência de dolinas na região evidencia a presença de um carste encoberto e
os poucos afloramentos de rochas calcáreas são encontrados nos vales relacionados a dissecação
fluvial. A dolina conhecida na região como lagoa da pedra é uma das feições cársticas mais
interessantes da região apresentando um afloramento de calcário remanescente no seu interior que
apresenta estruturas antigas relacionadas a processos cársticos como restos de preenchimento de
galerias antigas, estruturas de fluxo de água de dinâmica alta (scallops) e alvéolos. A região indica
alta potencialidade para a ocorrência de cavernas sendo que 19 já foram identificadas na região. A
partir das feições observadas o carste da região do município de Bambuí – MG pode ser classificado
como um carste encoberto ou parcialmente encoberto.
This paper aims to identify features of karst processes in the region of Bambuí - Minas Gerais.
Bambuí is located in the midwest of Minas Gerais and is 264 km away from Belo Horizonte. The
city is geologically located in the southern portion of the São Francisco Craton on a neoproterozoic
sedimentary cover (Bambuí Group), consisting of limestones of the Sete Lagoas formation, covered
in top contact with the Serra da Saudade Formation pelitics rocks. The occurrence of dolines in the
region shows the presence of a underground covered karst and the few outcrops of limestones are
found in valleys related to fluvial dissection. The region indicates high potential for the occurrence
of caves and 19 have already been identified in the region.
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As cavernas e os impactos obscuros para o licenciamento ambiental
Lucas Mendes Rabelo & Rodrigo Lopes Ferreira
Centro de Estudos em Biologia Subterrânea - Programa de pós-graduação em ecologia aplicada – Universidade Federal
de Lavras – Lavras / MG – campus universitário – CEP: 37200-000
O Brasil tem uma das legislações mais complexas do mundo no que se refere ao patrimônio
espeleológico. A relevância e o raio de influência das cavernas têm sido respeitados nas atividades
que requerem licenciamento ambiental. Entretanto, pouco se sabe da situação das cavernas em
cenários onde o licenciamento ambiental não é aplicado. Sendo assim, este estudo objetivou avaliar
impactos ocorrentes em cavernas dos biomas Cerrado e Mata Atlântica. Para isso utilizou-se de 249
cavernas, das quais 196 ocorrem no Cerrado e 53 na Mata Atlântica. Os impactos foram avaliados
in loco e por imagens de satélite considerando-se um raio de 250m da entrada principal. Os
impactos avaliados no interior da caverna foram: lixo, pichação, depredação de espeleotemas,
intervenções de alvenaria, compactação do solo, iluminação artificial, queima de pneus / fogueiras,
captação de água, poluição / eutrofização de drenagem, assoreamento de drenagens e escavação /
extração de salitre. No entorno das cavernas avaliou-se: desmatamento, vias de acesso, atividades
agropastoris, controle de pragas, solo exposto, erosão, assoreamento, atividades de mineração e
queimadas. Para as cavernas do Cerrado, desmatamento foi o impacto mais frequente, ocorrendo em
89.8% das cavernas, seguido por vias de acesso (61,22%) e práticas agropastoris (45.41%). Nas
cavernas da Mata Atlântica vias de acesso (77.36%) foram mais frequentes, seguido por
desmatamento (67.92%) e atividades agropastoris (22.64%). Em ambos os biomas obteve-se
destaque para impactos no entorno, demonstrando que as atuais medidas de controle não têm sido
eficientes para evitar esses impactos. O atual código florestal se quer faz menção ao patrimônio
espeleológico e o cadastro ambiental rural também não engloba no zoneamento das propriedades as
feições cársticas. Com base nos resultados, sugere-se a incorporação das paisagens associadas às
entradas das cavernas como áreas de preservação permanente no código florestal e o levantamento e
cadastramento das cavernas no cadastro ambiental rural.
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Análise preliminar de impactos sobre o patrimônio espeleológico da Gruta Rei
do Mato/ MG – deposição de material particulado exógeno
Luciana de Resende Alt & Vitor Marcos Aguiar de Moura
Grupo Bambuí de Pesquisas Espeleológicas (lualt1@gmail.com)
Nos últimos anos foi registrado acúmulo de material particulado – MP, aerotransportado, de cor
cinza escura, sobre espeleotemas, superfícies rochosas e painéis de arte rupestre, na Gruta Rei do
Mato – GRM e Grutinha. Inseridas no Monumento Natural Estadual homônimo – MNEGRM, Sete
Lagoas, Minas Gerais, essas cavernas recebem, em média, 19.000 visitantes/ano. A GRM destaca-
se por possuir espeleotemas de relevante beleza cênica e a Grutinha constitui importante sítio
arqueológico e paleontológico. Desde 2014, monitorou-se ponto na zona de entrada da GRM,
registrando aumento significativo na deposição de MP. Os principais efeitos dessa acumulação são:
alteração estética de espeleotemas e painéis rupestres, potenciais alterações sobre a fauna
cavernícola, potenciais alterações químicas em espeleotemas, painéis rupestres e superfícies
rochosas. O entorno do MNEGRM, em raio de 2,5 km, abriga usos: industrial (fundição de ferro
gusa, fabricação de cimento, mineração de calcário), urbano, agropecuário, além de possuir
significativas áreas cobertas por vegetação nativa. Visando analisar a origem do MP
aerotransportado para as cavernas e a possível correlação com atividades do entorno, foi realizada,
em 2018, coleta de 11 amostras na GRM e Grutinha, bem como, em prováveis fontes emissoras de
MP (atividades industriais no entorno). As 11 amostras foram analisadas por fluorescência de raios
X (LCT-USP). Os resultados indicaram correlação direta, em termos de presença de alguns óxidos e
elementos químicos analisados, entre o MP obtido nas cavernas e em fontes emissoras do entorno.
Alguns elementos detectados, como o óxido sulfúrico (SO3), são potencialmente danosos ao
ambiente cavernícola. Visando corroborar estes resultados, e dar continuidade ao monitoramento
ambiental das cavernas, nova campanha de coleta e análise de MP será realizada em novembro de
2019. O monitoramento de MP conforma base técnica para ações de manejo no MNEGRM e aponta
necessidade de controle ambiental das fontes emissoras, sendo relevante para proteção efetiva da
GRM e Grutinha.
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Voluntariado como instrumento para proteção e conservação de cavernas,
Gruta Rei do Mato/MG
Luciana de Resende Alt & Vitor Marcos Aguiar de Moura
Grupo Bambuí de Pesquisas Espeleológicas
A Gruta Rei do Mato – GRM está inserida no Monumento Natural Estadual homônimo, município
de Sete Lagoas, Minas Gerais. É uma das principais cavernas turísticas estaduais, recebendo, em
média, 19.000 visitantes/ano, desde 2014. Cavernas são ambientes frágeis, de baixa resiliência e
tendem a acumular registros das alterações ambientais a que são submetidas. O Plano de Manejo da
GRM/ 2010, registrou danos, em diferentes níveis de reversibilidade, sobre depósitos químicos,
clásticos, superfícies rochosas e atributos do patrimônio arqueológico. Somam-se possíveis
alterações microclimáticas e da dinâmica da fauna cavernícola. Esses danos são principalmente
decorrentes de atividades de uso público; da instalação, operação e manutenção da infraestrutura de
visitação (passarelas e iluminação artificial); de atividades poluentes no entorno da GRM. Visando
reduzir danos na caverna, treinar servidores do Instituto Estadual de Florestas de Minas Gerais –
IEF-MG para prevenção na geração de danos e reparação dos mesmos, sensibilizar a comunidade
para importância, fragilidade e necessidade de proteção das cavernas, foi realizado, em setembro de
2018, o I Voluntariado para conservação da GRM. Participaram 12 pessoas, sendo 42% servidores
do IEF-MG, 50% estudantes universitários, 8% funcionários de indústrias do entorno. A atividade
foi coordenada voluntariamente por membros do Grupo Bambuí de Pesquisas Espeleológicas, com
realização institucional e logística do IEF-MG e apoio financeiro da National Speleological
Society/EUA. O Voluntariado mesclou atividades práticas e teóricas, transmitindo base conceitual
sólida sobre as melhores práticas vigentes em conservação de cavernas. As principais ações na
GRM foram a remoção pontual de: material particulado exógeno, advindo de usos do entorno; de
organismos fotossintetizantes, que cresceram na zona afótica, em função da iluminação artificial; de
resíduos sólidos decorrentes da degradação das passarelas. Internacionalmente, ações voluntárias
são relevantes para conservação de cavernas, sendo esse Voluntariado ação pioneira em âmbito
nacional. Devido aos resultados positivos obtidos, a ação será repetida, com periodicidade anual.
Volunteering as a tool for cave protection and conservation, Rei do Mato Cave,
Minas Gerais, Brasil
The Rei do Mato Cave - GRM is inserted in the homonymous State Natural Monument protected
area, in Minas Gerais. The cave receives in average 19,000 visitors annually. GRM cave
management plan (2010) registered damages on chemical and clastic deposits, rocky surfaces and
over archaeological heritage. These damages are mainly due to: public use activities, walkway and
artificial lighting infrastructure installation, operation and maintenance, pollutant activities around
GRM. Aiming to reduce damage to the cave, to train State Forest Institute employees, to make the
community aware of the cave importance and fragility, the I Volunteer for Rei do Mato Cave
Conservation was held in September, 2018, counting with 12 participants and two instructors.
Volunteering mixed practical and theoretical activities, conveying a solid conceptual basis on best
cave conservation practices. This Volunteering is a pioneer action in national level. Due to the
positive results obtained, the action will be repeated annually.
Keywords: Caves, impacts, cave conservation, cave repair,voluntary actions, Rei do Mato Cave
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Tecnologias 3D: digitalização de uma caverna na Serra do Baldim, MG
A popularização das fotografias digitais tem possibilitado que qualquer pessoa possa conferir
ambientes naturais e antrópicos em versões digitais. Tais imagens servem para divulgação de
diversos espaços e como ferramenta de promoção da inclusão social, pois possibilita que pessoas
com dificuldades de locomoção possam ter uma realística experiência ao visitar esses ambientes
com o uso de tecnologia 3D. A metodologia que pode ser usada para o escaneamento de cavernas e
de outras áreas de ciências afins (como arqueologia) são semelhantes àquela aplicada pelo Google
Street View. Uma delas – utilizada pela ITeleport, empresa de VR especializada em criação de
experiências de visitação em espaços reais – utiliza uma câmera 3D com três sensores
infravermelhos para capturar os dados de profundidade junto com os dados visuais em uma câmera
de matrizes RGB em ângulos fotográficos de 360° (esquerda-direita) e 300° (na vertical). Esta
técnica foi aplicada na digitalização da Lapa do Rato (CNC MG-1261), localizada em Jequitibá
(MG), na Serra do Baldim. Esta caverna carbonática faz parte de um carste semi-encoberto da
formação Lagoa do Jacaré que recebeu no passado a atenção do naturalista dinamarquês Peter
Lund. Como resultados a câmera criou imagens em 8092x4552 pixels com grande precisão, pois
operou em ambientes internos (a boca da caverna que não sofre interferência direta da luz solar).
Foi possível também produzir plantas baixas e até exportar o objeto 3D do espaço digitalizado para
softwares de edição. Conclui-se que a digitalização complementa e, em alguns aspectos, substitui da
etapa de topografia, pois permite a visualização da cavidade em diferentes formatos. Além disso, as
imagens são visualizadas com o auxílio de óculos 3D na divulgação do patrimônio espeleológico
em eventos abertos e para o público escolar e até agora já foi utilizada em 6 oportunidades,
atingindo um público estimado de mil pessoas.
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Evolução das pressões antrópicas no carste de Lagoa Santa / MG
A região do carste de Lagoa Santa, localizada no vetor norte da Região Metropolitana de Belo
Horizonte, caracteriza-se como paisagem frágil por abrigar distinto patrimônio espeleológico,
arqueológico, paleontológico e biótico, além de aquíferos cársticos expostos às pressões do uso do
solo. Se por um lado a referida região abarca relevantes recursos hídricos subterrâneos para
abastecimento humano, por outro, tem sido objeto da expansão metropolitana da capital mineira.
Dentro deste contexto, este trabalho tem como objetivo expor o quadro da evolução das pressões
antrópicas registradas no período de 1980 a 2016 nos municípios de Lagoa Santa, Confins, Pedro
Leopoldo, Matozinhos, Funilândia e Prudente de Morais. Os procedimentos metodológicos
consistiram em: (i) mensurar a evolução do uso do solo, utilizando imagens Landsat, tratadas
através de técnicas de sensoriamento remoto; (ii) mensurar a evolução da operação de
empreendimentos com alto grau poluidor e degradador, através de dados do licenciamento
ambiental; (iii) mensurar a evolução das modalidades de destino dos resíduos sólidos e do
esgotamento sanitário doméstico, através de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
e entrevistas exploratórias. Em linhas gerais, observou-se vertiginoso aumento de ocupações
urbanas e de empreendimentos de alto grau poluidor e degradador. No que tange o saneamento,
observou-se que a coleta de resíduos sólidos domésticos tem sido realizada de modo mais eficiente
em todos os municípios, no entanto, o esgotamento sanitário ainda carece de coleta e tratamento
adequados.
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Parque da Sapucaia em Montes Claros – MG: uma breve análise geomorfológica
Maria Júlia de Souza Leite; Brenda Stefany Soares Fernandes; Ronaldo Alves Belém
Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES
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Comparação de três metodologias para o cálculo de volume de cavidades:
topografia tradicional, mapa de isópacas (geoprocessamento) e tecnologia a laser
(LiDAR)
Paulo César Horta Rodrigues1, Nathan Vinícius Martins da Silva2, Luciano Emerich Faria3,
Gabriel de Barros4, Rafael Rodrigues Camargo5, Roberto Cassimiro5
1
CDTN (Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear – docente e pesquisador), 2CDTN (Centro de
Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear – mestrando), 3Centro Universitário Newton Paiva; 4GeoSLAM Ltda,
5
Observatório Espeleológico.
Um dos dados mais relevantes no conhecimento e caracterização de uma caverna é o seu volume.
Para tal, três metodologias podem ser usadas: (a) topografia tradicional, (b) mapa de isópacas -
interpolação de transectos e perfis longitudinais, convertidos para uma base georreferenciada,
(representação 2D de espessuras de camadas geológicas com geometria tridimensional) e, mais
recentemente, (3) a tecnologia Light Detection and Ranging (LiDAR) que se baseia na emissão e
reflexão de feixes laser sobre uma superfície com determinação de quantidade de retorno,
agilizando e prometendo maiores precisões, confiabilidade e conforto para levantamentos
espeleológicos. A finalidade deste trabalho foi realizar um estudo comparativo entre essas três
metodologias no cálculo volumétrico da Gruta do Triângulo (CNC MG-1921), localizada na Serra
da Piedade, Sabará/MG. Para a elaboração do mapa de isópacas, os transectos e perfis longitudinais
foram vetorizados, convertidos para pontos (em intervalos horizontais de 15 cm) e atribuídos
valores de altura a partir da leitura em papel de todas as seções topografadas. O cálculo do volume
pelo LiDAR foi elaborado em gabinete após o escaneamento em campo e a partir de algoritmos
específicos. Os volumes finais foram: 397m³ pela topografia tradicional, 297m³ pelo mapa de
isópacas e 171,2m³ pelo LiDAR. Destaca-se que o método pelas isópacas derivou da topografia
tradicional e, assim, ambos deveriam teoricamente convergir substancialmente, mesmo
considerando-se que a topografia tradicional comumente elabora transectos apenas em trechos mais
representativos das cavernas, privilegiando, assim, ambientes mais amplos e justificando seu
eventual superdimensionamento. Espera-se uma melhor convergência onde a topografia tradicional
represente as dimensões de forma mais equilibrada. Assim, mais estudos comparativos deverão ser
desenvolvidos, buscando-se a devida representatividade estatística. E não obstante a metodologia
LiDAR superar todas as outras duas em rapidez e praticidade, seus custos comerciais, entretanto,
ainda precisarão cair muito até ela poder ser utilizada por espeleólogos autônomos.
Palavras-chave: volume; isópacas; laser; topografia
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Influência da carstificação nas vazões de surgências da região da APA-Carste
Lagoa Santa
Pedro Henrique Pereira da Silva1; Rodrigo Sérgio de Paula2; Gabriela Meira Teixeira1;
Matheus Alonso Castelo Pena1; Leila Nunes Menegasse Velásquez2
1
Graduação em Geologia (IGC-UFMG); 2Departamento de Geologia (DEGEOL-IGC-UFMG)
A APA-Carste Lagoa Santa é uma região que concentra diversas contribuições paleontológicas,
espeleológicas, geológicas e da biodiversidade do cerrado do estado de Minas Gerais. O projeto de
implementação da rede de monitoramento hidrogeológico, promovido por pesquisadores do IGC-
UFMG, visa corroborar na preservação dessa região, sobretudo no tocante aos recursos hídricos
relacionados ao carste. Com isso, estudos foram desenvolvidos desde 2015, dentre eles a
caracterização de surgências cársticas. A partir do mapa geológico em escala 1:50.000 e das
medições de vazões em 27 surgências, foi possível identificar o predomínio das descargas
associadas às rochas carbonáticas. Deste total, 21 surgências estão posicionadas na Fm. Sete Lagoas
(calcários), 3 na Fm. Serra do Santa Helena (metapelitos) e 3 no contato entre Embasamento
Cristalino e Fm. Sete Lagoas. Sendo assim, 77% das surgências estão relacionadas aos calcários,
expressando a maior influência do meio cárstico na alimentação das drenagens perenes. Ao
comparar os membros Pedro Leopoldo e Lagoa Santa, ambos da Fm. Sete Lagoas, são 4 surgências
com média de vazões em 36,45 m³/h e mediana de 40 m³/h, no contexto do primeiro, e 17
surgências com média de vazões em 395 m³/h e mediana de 120 m³/h, no contexto do segundo.
Nesse caso, nota-se a maior contribuição do Membro Lagoa Santa nas descargas aquíferas,
atingindo valores 10,8 vezes superiores à média do Membro Pedro Leopoldo. Essa situação
relaciona-se ao fato do Membro Lagoa Santa representar porções mais carstificadas, evoluindo em
profundidade na forma de condutos e criando estruturas de maior condutividade hidráulica. A
comparação entre a média e a mediana do Membro Lagoa Santa reforça essa interpretação,
considerando que a grande amplitude reflete um sistema hidrogeológico anisotrópico, tipicamente
cárstico controlado por condutos. Dessa forma, entende-se que as maiores vazões registradas são
correlacionadas as porções mais carstificadas, agregando importância desse processo na
disponibilidade hídrica regional.
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Inventário detalhado dos recursos hídricos da região da bacia do córrego do
Sumidouro com vista a caracterização do seu sistema hidrológico cárstico
subterrâneo, municípios de Baldim e Santana do Riacho, Minas Gerais
Roberto Cassimiro1, Allyson Cramer2 e Paulo C.H. Rodrigues3
1
Observatório Espeleológico, 2Instituto de Ciências Biológicas (ICB/UFMG), 3Centro de Desenvolvimento da
Tecnologia Nuclear (CDTN/CNEN)
O carste subjacente da Serra de Baldim se localiza a 120 km norte de Belo Horizonte onde ocorrem
rochas carbonáticas recobertas por metapelitos, pertencentes ao Grupo Bambuí. O inventário dos
recursos hídricos registrou drenagens, canais, poços tubulares, açudes, além de feições cársticas
como vales cegos, dolinas, surgências e sumidouros. O córrego do Sumidouro, principal drenagem
superficial, está relacionado ao sistema cárstico subterrâneo e aflui para o rio Cipó. No endocarste,
seis cavernas são/serão objeto de estudo com a utilização de traçadores para testes de interconexão,
destacando-se as grutas das Ressurgências e Belisário que possuem fluxos contínuos, uma
drenagem temporária na Gruta Duca Soares e a Lapa do Sumidouro (Lapa do Dedé), na qual o
córrego Sumidouro adentra em direção ao rio Cipó, nível de base regional. Algumas dessas
cavidades possuem localização divergente do CANIE/CECAV e outras seis, inéditas, estão em
análise para cadastramento. Os poços tubulares atualmente abastecem algumas sedes de fazendas e
residências do Distrito do Sumidouro; o maior dos açudes está construído no córrego Guariba; há
no córrego do Sumidouro um poço que é utilizado para recreação local, além de canais de irrigação,
dentre os quais um escavado na década de 30, possuindo 1.200 metros de extensão e irrigando uma
área agricultável de 20 hectares, assim como alimentando tanques de piscicultura. Estão sendo
concluídos o cadastramento e a caracterização das nascentes. Este inventário dos recursos hídricos
tem como objetivo subsidiar os ensaios com traçadores (fluoresceína) nas cavernas da região. Tais
pesquisas deverão em breve elucidar as principais interconexões hídricas na sub-bacia do córrego
do Sumidouro e contribuir para orientar políticas públicas preservacionistas em consonância com o
desenvolvimento sustentável da região, como a criação de uma Unidade de Conservação pelo
Instituto Estadual de Florestas (IEF).
Detailed inventory of water resources in the Sumidouro stream watershed for characterizing
of the local underground karst hydrogeological system
The study área lies approximately 120 km to the North of from Belo Horizonte city and is
composed by carbonates covered by metapellitic rocks (Bambuí Group). The inventory of water
resources identified drainages, irrigation canals, tubular wells, dams, typical karst features such as
six caves, blind valleys, dolines, springs and sinkholes. The Sumidouro stream, the main surface
drainage, is related to the underground karst system and flows into the Cipó River. Some of the
most important features are the Ressurgência and Belisário caves, with continuous water flows, a
temporary drainage in Duca Soares Cave and Lapa do Sumidouro, in which the Sumidouro stream
enters towards the Cipó river. An irrigation canals, extending 1,200 meters, is also used for feeding
fish purposes (20 ha). Registration and characterization of springs are being completed. This
inventory aims to support the traces tests in the caves of the region to future protection policies.
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Utilização de traçadores na caracterização das interconexões hídricas do carste
subjacente na região da bacia do córrego Sumidouro, municípios de Baldim e
Santana do Riacho, Minas Gerais
Roberto Cassimiro 1, Peter Marshall Fleming2, Paulo C.H. Rodrigues2, Leda Zogbi3,
Luciano E. Faria4
1
Observatório Espeleológico; 2Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN/CNEN);
3
Meandros Espelo Clube; 4Centro Universitário Newton Paiva
O carste subjacente da Serra de Baldim se localiza a 120 km norte de Belo Horizonte. Na região
ocorrem rochas carbonáticas recobertas por metapelitos pertencentes ao Grupo Bambuí. Os estudos
mapearam feições cársticas como, vales cegos, surgências e sumidouros. Seis cavernas estão em
estudo, estando quatro em processo final de mapeamento topográfico. O córrego Sumidouro está
relacionado ao sistema cárstico subterrâneo, sendo afluente do rio Cipó, nível de base regional. Este
trabalho busca definir dos padrões de interconexão hidráulica superficial e subterrânea de uma
caverna com uso de traçadores, análises geoespaciais e contextualizações hidrogeológicas. Na
primeira verificação de conectividade (out/2019) realizou-se um teste-piloto, de caráter visual,
sendo injetadas na Gruta Belisário duas cargas de fluoresceína de respectivamente 100mg e 10g. A
distância linear entre ponto de injeção e de medida (Ressurgência II – Água Limpa, margem
esquerda do rio Cipó) compreende cerca de 180 metros, com diferença altimétrica em torno de 15
metros, correspondendo a aproximadamente 8% de declividade. No primeiro ensaio não foi
observada alteração visual colorimétrica no ponto de medida (Ressurgência II). Na segunda injeção,
no mesmo local, aumentou-se a massa de traçador para 10g para se descartar qualquer diluição
demasiada por parte da drenagem como causa da não observação do traçador no primeiro ensaio. O
início da passagem foi constatado, então, após 1 hora e 5 minutos, ou seja, uma velocidade média
de aproximadamente 180m/h para a frente da nuvem do traçador. Considerando-se esses resultados
e as características do terreno, depreende-se uma considerável baixa velocidade de escoamento
subterrâneo, sugerindo a existência de câmaras preenchidas por água ou considerável sinuosidade
do duto. Estão previstos para breve outros ensaios de traçadores em cavernas da região. Tais
pesquisas deverão elucidar as interconexões hídricas na sub-bacia do córrego Sumidouro e
contribuir para orientar políticas públicas preservacionistas em consonância com o desenvolvimento
sustentável da região.
Palavras-chave: Hidrogeologia cárstica, traçador, fluoresceína, Serra de Baldim.
The recovered Karst on the Baldim Mountain Range lies approximately 120 km away from Belo
Horizonte city, northern of its metropolitan area. Carbonate rocks covered by metapellitic rocks, of
the Bambuí Group, characterizes the regional lithology. During the field works, typically
dissolutive and karst-associated geomorphological features were mapped and six caves are still
under study. The main field proceedings concerned the definition of patterns of hydraulic
interconnection in one of these caves, and were based on dye tracer techniques, geospatial analysis
and hydrogeological contextualization. In October 2019, two tracer injections were performed
inside the Belisario Cave (100mg and 10g). The linear distance between the injection and
measuring sites comprises approximately 180 meters (slope about 8%). Only by the second
injection was observed the tracer passing through the measuring point, 65 minutes after the
injection, showing a low flow rates (about 180m/h), suggesting the existence of submerged
chambers or considerable duct sinuosity.
Keywords: Karst hydrogeology, tracers, Belisarius Cave.
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Comparação entre os carstes Europeu Mediterrâneo e tropical úmido: desafios
para analisar a vulnerabilidade intrínseca a contaminação pelo método COP
Metodologias desenvolvidas em países do hemisfério norte muitas vezes não apresentam bons
resultados quando aplicadas no hemisfério sul. A metodologia COP, acrónimo para
C=Concentration Flow, O=Overlaying Layers e P= Precipitation foi criada de acordo com a
abordagem COST Action 620 e seu desenvolvimento ocorreu no sul da Espanha. As grandes
diferenças apresentadas pelo carste europeu mediterrâneo do sul da Espanha quando comparadas ao
carste tropical úmido do sudeste do Brasil, mais especificamente em uma área de 240 km2 situada a
50 km ao norte da capital do estado de Minas Gerais, Belo Horizonte, implicam dificuldades de
aplicação direta. Esta área engloba parte de uma das regiões cársticas mais estudadas do Brasil, a
APA Carste de Lagoa Santa. A metodologia COP em seu fator O (espessura de solo e textura)
apresenta o principal desafio de adequação a realidade tropical devido as grandes diferenças
encontradas entre o carste europeu do sul da Espanha e o carste úmido tropical brasileiro no que se
refere a zona vadosa-ZV, além de outros fatores relacionados a redução da proteção oferecida pelo
fator O. Por ZV entende-se solo, material inconsolidado e rochas não saturadas por água. As
maiores diferenças encontram-se na espessura de solo, na mineralogia dos argilominerais, pH,
textura e outros parâmetros que se inter-relacionam, conferindo dificuldade da aplicação direta da
metodologia no carste tropical úmido. Comparando os resultados de proteção oferecida pela camada
O para a aplicação direta da metodologia e outra com modificações a realidade do carste tropical,
verifica-se, uma gradação da proteção predominantemente alta para moderada a baixa,
evidenciando a necessidade de adequação da metodologia para aplicação no carste úmido tropical
brasileiro.
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Profundidade de solo em área cárstica: estudo de caso em Sete Lagoas, MG
Rogério Tadeu de Souza(1), Andréia Bicalho Henriques (2), João Hebert Moreira Viana(3 )
1. Doutorando IGC/UFMG, Belo Horizonte, Brasil, rtssouza1@gmail.com; 2. Professora Adjunta DEMIN/UFMG,
Belo Horizonte, Brasil, abicalho@demin.ufmg.br; 3. Pesquisador EMBRAPA, Sete Lagoas, Brasil,
joao.herbert@embrapa.br;
Dados de espessura de solo em geral são difíceis de se encontrar na literatura disponível no Brasil.
Os levantamentos de solo geralmente só descrevem os perfis até a seção de controle de 2,0 m de
profundidade. Entende-se por solo as camadas de Horizonte A + Horizonte B (solum). A escassez
de trabalhos objetivando definir essa espessura torna o desenvolvimento de muitas metodologias
voltadas à proteção ambiental um desafio. Deixam lacunas na interpretação dos resultados obtidos
por métodos que necessitam dessa informação. Isso afeta diretamente a confiabilidade dos
resultados. Com o objetivo de indicar os impactos desse problema e contribuir com a qualidade de
trabalhos que necessitam desse dado, por exemplo, métodos de vulnerabilidade de aquíferos em
regiões cársticas, foi avaliada a espessura do solo em um talude localizado em área urbana de Sete
Lagoas, MG, extremidade sul do Grupo Bambuí. Mediu-se a profundidade efetiva do solo e
comparou-se ao saprolito subjacente. O solo foi amostrado de metro a metro por meio de tradagem.
Nesse processo foram analisados os parâmetros de mineralogia e físico-química para avaliar a
uniformidade e o grau de intemperismo. A espessura vertical corrigida foi de 11,0 m. Uma amostra
do saprolito da rocha pelítica foi coletada em um ponto cerca de 300,0 m do talude, uma vez que, no
mesmo não foi possível atingir o saprolito. Os resultados indicam que o material das amostras do
talude é relativamente homogêneo em todo perfil e muito similar ao material dos horizontes
superficiais (até 2,0 m de profundidade). Isso difere da amostra do saprolito em termos das frações
granulométricas e do grau de intemperismo. Dessa maneira, os resultados obtidos mostram que a
profundidade efetiva do solum neste local e nas adjacências é superior a 11,0 m.
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Cavernas não são habitats ocasionais para anfíbios e répteis
Thiago dos Santos, Adriano Marques de Souza, Fábio Luis Bondezan da Costa,
Paula Cabral Eterovick
Programa de Pós Graduação em Biologia de Vertebrados, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais,
30535-610, Belo Horizonte, Brasil.
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Ensino, valorização e preservação do carste e da geodiversidade do geosítio da
Gruta da Macumba (Lagoa Santa, MG) por meio de materiais impressos e
digitais
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Fatores ambientais que estruturam a assembleia de insetos aquáticos em um
riacho com trecho epígeo e hipógeo
Viviana Reis de Almeida, Vanessa Mendes Martin & Rodrigo Lopes Ferreira
Centro de Estudos em Biologia Subterrânea, Setor de Zoologia Geral, Departamento de Biologia (DBI),
Universidade Federal de Lavras (UFLA), Minas Gerais, CEP: 37200-900
Cavernas, de modo geral, são ambientes restritivos, portanto, impõem forte pressão a fauna, logo,
tais restrições acabam por limitar a ocorrência de inúmeras espécies. Diante disso, o objetivo do
presente estudo é verificar como as restrições ambientais afetam a assembleia de insetos aquáticos e
identificar quais variáveis a estruturam. A área de estudo compreende uma seção de 345 m do
córrego Três Irmãos, cujo trecho hipógeo percorre a gruta Andorinhão, situada no município de
Montes Claros, Minas Gerais. Para esse fim, coletamos com auxílio da rede surber insetos aquáticos
em 23 transectos, transversais ao fluxo da água, (11 no epígeo, 1 na estrada e 11 no hipógeo)
dispostos a cada 15 m. As variáveis ambientais foram coletadas com auxílio da sonda
multiparâmetro Horiba U50 e o tamanho do substrato foi visualmente determinado. Os resultados
demonstram que a composição, riqueza e abundância de insetos aquáticos foram diferentes entre os
pontos epígeos e hipógeos. Temperatura da água, % de rocha rugosa e % de cascalho fino
explicaram 24% da estruturação da assembleia de insetos aquáticos. Em síntese podemos afirmar
que as alterações ambientais impostas pela Gruta do Andorinhão restringem de forma brusca a
ocorrência de inúmeras espécies, sendo, portanto, um forte filtro ambiental.
The objective of the present study is to verify how environmental restrictions affect the assemblage
of aquatic insects and to identify which variables structured it. The study area comprises a 345m
section of the Três Irmãos stream, whose hypogean section runs through the Andorinhão cave, in
the municipality of Montes Claros, Minas Gerais. For this, we collected with the help of surber net
aquatic insects in 23 transects (11 in the epigean, 1 in the entrance and 11 in the hypogean) arranged
every 15 m. Results demonstrate that the composition, richness, and abundance of aquatic insects
were different between the epigean and hypogean points. Water temperature, % rough rock and %
fine gravel explained 24% of the aquatic insect assemblage structure. In summary, we can state that
the environmental changes imposed by the Andorinhão Cave abruptly restrict the occurrence of
several species, thus being a strong environmental filter.
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Resumo sem pôster
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