Documenti di Didattica
Documenti di Professioni
Documenti di Cultura
FAAC
CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS E EM PÓS-
GRADUAÇÃO E PESQUISA –
CESAP
Pós-graduação em Artes e Educação
AXEL BERGSTEDT
Cariacica
2013
AXEL BERGSTEDT
Monografia apresentada ao
Centro de Estudos Avançados e
em Pós-Graduação e Pesquisa -
CESAP, como requisito parcial
para a conclusão do curso de
Pós-Graduação em Artes e
Educação orientado pela
professora MsC. Grece Teles
Tonini.
Cariacica
2013
RESUMO
1 INTRODUÇÃO 4
2 A CULTURA DO BANHO HUMANO NO INÍCIO DO PRIMEIRO MILÊNIO 6
2.1. A CULTURA DO BANHO NO IMPÉRIO ROMANO 6
2.2. A CULTURA DO BANHO FORA DO IMPÉRIO ROMANO 9
2.3. A CULTURA DO BANHO NAS ARTES DA ÉPOCA ROMANA 11
2.4. RESUMO 11
3 O BANHO NA ÉPOCA MEDIEVAL 13
3.1. O BANHO NA ARTE MEDIEVAL 15
3.2. O BANHO NA CASA MEDIEVAL 16
3.3. O BANHO NO ORIENTE SOB INFLUÊNCIA DO ISLÃ 18
3.4. A CASA DE BANHO PÚBLICO MEDIEVAL 20
3.5. A SITUAÇÃO NO FINAL DA ÉPOCA MEDIEVAL 23
4 A DECADÊNCIA DO BANHO DO SER HUMANO NO SÉCULO XVI 26
4.1. O BANHO NAS ARTES NOS SÉCULOS XVI E XVII 30
5 A RECUPERAÇÃO DIFÍCIL E LENTA DO COSTUME D TOMAR BANHO 32
5.1 A QUESTÃO DA ROUPA DE BANHO 36
5.2. BANHISTAS NAS ARTES A PARTIR DO ROCOCÓ 40
5.3. O BANHO E A HIGIENE PESSOAL NO SÉCULO XX 42
5.4. A VOLTA DO BANHO EM CASA 44
6 CONCLUSÃO 46
REFERENCIAS 49
1 INTRODUÇÃO
2
FRISCHAUER, 1968, Vol.2, p.54s. Veja também Abbott, 1911,
p.107ss.
Severo, Caracalla e Diocleciano construíram grandes
termas para a população (DIE ZEIT, p.228).
3
“Intra annum vero vicesimum feminae notitiam habuisse in
turpissimis habent rebus; cuius rei nulla est occultatio, quod et
promiscue in fluminibus perluuntur et pellibus aut parvis renonum
tegimentis utuntur magna corporis nuda.” (CAESAR. De Bello
gallico, VI, 21. (p.109)
Tradução nossa: "Ter conhecimento de uma mulher antes dos
vinte anos eles consideram entre os atos mais vergonhosos; nisso
não há ocultação, porque banham promiscuamente nos rios e
usam peles ou pequenos cortes de peles de veado que deixam
grande parte do corpo nu."
ricos e poderosos, que todos tomassem banhos e
cuidassem da higiene pessoal. Apesar da falta das
oportunidades muitos autores de livros de natação
destacam que muitos egípcios sabiam nadar (LEWIN,
p.8, entre outros).
4
STURM über Europa - Folge 03 - Kampf um Rom.
Documentação do ZDF (“2ª televisora alemã”).
época dos romanos banhos nus nos rios. Da época
medieval existem relatos sobre sudatórios (uma
espécie de sauna) e da “stuba”. Embora que a palavra
“stuba” sobreviveu até hoje, por exemplo, no alemão
“Stube” (sala de estar) ou no dinamarquês “stue” com
o mesmo significado, a maioria dos cientistas acredita
que a “stuba” dos antigos germânicos era um cômodo
separado da casa para tomar banho. Realmente existe
também no alemão a palavra “Badestube” (“stuba” de
banho) para tais construções. Segundo BROCKHAUS
(p. 486) é um cômodo que pode ser aquecido ou um
banheiro.
5
DAHN, Felix. Ein Kampf um Rom. O título inglês é “Struggle for
Rome” ou “A Fight for Rome”, em italiano “Una battaglia per
Roma” e em português “A Luta por Roma”.
vivendo na Itália e conhecendo banheiros romanos
sofisticados, embora que a decadência da cultura de
banho nos romanos se acelerou, quando os
ostrogodos durante o assédio de Roma em 537
destruíram o sistema de aquedutos, que não foi
recuperado.
7
FREDERICO II, 1194 – 1250, De arte venandi cum avibus
(Sobre a arte de caçar com aves). Séc. XIII. Algumas pâginas e
uma descrição se acham em FISCHER-FABIAN, S. Die
Deutschen Cäsaren. München: Droemer-Knaur, 1976, p. 120,
122, e 254 – 259. Uma versão inglesa com várias pâginas
originais é disponível em <http://www.amazon.com/Falconry-
Venandi-Avibus-Frederick-
Hohenstaufen/dp/0804703744¹²³£¢¬§₢1234567890>
natação pertencia normalmente às habilidades, que
um futuro cavaleiro tinha que aprender (ZAPPERT,
1858, p.6).
8
Romance de Florinda da Cava. Uma versão dos conquistadores árabes é
disponível em
<http://paginasarabes.files.wordpress.com/2012/01/romance_de_florinda
_la_cava_a_a.gif?w=593>. Além da versão em que o rei somente
observa a moça existem outras, em que ele a engravida.
3.2. O BANHO NA CASA MEDIEVAL
9
O sínodo sob presidência dele definiu: “Ut viri cum mulieribus
balneum non celebrent.” Citado segundo Zappert, 1858, p.82.
Tradução nossa: Que homens não celebrem banhos com
mulheres.
Mittelalters, Vol. 1, 1999, p.1331 e BROCKHAUS,
1996, Vol. 2, p. 486)
10
Veja a imagem também em Paul FRISCHAUER: Knaurs
Sittengeschichte der Welt, 1968, Vol.2 “Von Rom bis zum
Rokoko”. Droemersche Verlagsanstalt, Zürich, pag. 221. Outra
pintura em pergaminho ao mesmo tema se acha na pâg. 227. No
internet se acha a pintura em
<http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Bathhouse-
Valerius_Maximus.gif>, acessado em 26. set. 2013.
Os médicos nessa época eram muitas vezes os donos
ou concessionários das casas do banho, chamados
em alemão de “Bader”, o que seria em português
“banhador”. Eles ajudavam na maneira já descrita dos
colegas dos banhos turcos ou romanos aos clientes na
limpeza. Mais tarde assumiram também outras tarefas
como pequenas cirurgias e o corte dos cabelos e
foram chamados barbeiros-cirurgiões. Em algumas
regiões eles eram organizados em guildas como os
pedreiros, marceneiros, ourives e todos os outros
artesões, mas em outras regiões não era assim porque
a profissão do “Bader” era considerado pouco
honesta.11 Muitas vezes o “Bader” recebeu o seu cargo
como um feudo do conde ou outro regente local como
seu suserano (BROCKHAUS, Vol.2, p. 486), e exerceu
a função do “Bader” junto com a do barbeiro como
barbeiro-cirurgião (ZAPPERT 109ss).
11
A avaliação da honestidade variava muito. Também as
prostitutas eram em certas regiões e épocas consideradas
honestas e organizadas em guildas, e em certas outras épocas a
prostituição nem era considerada profissão e as prostitutas eram
desprezadas e sem direito de formarem uma guilda. Em outras
ocasiões os tecelões ou outros artesões foram considerados
deshonestos.
Nesses casos eles estavam muitas vezes organizados
na guilda dos barbeiros. Como as outras guildas
tinham também deveres na defesa da cidade e mais, e
geralmente era o dever dos barbeiros com casa de
banho combater incêndios como bombeiros, já que
eles dispunham sempre de água. Segundo a ordem da
guilda um dono de casa de banho podia ter oficiantes
e aprendizes. Com o tempo as casas de banho
viravam maiores e o “Bader” precisava de ajudantes e
contratava pessoas, preferidamente meninas,
chamadas “Bademägde” (meninas de banho ou servas
de banho). Elas trabalhavam como o “Bader” com
pouca roupa, geralmente usavam um avental fino, mas
de trás estavam nuas. Era, porém, proibido contratar
prostitutas como meninas de banho (LEXIKON des
Mittelalters, 1999, Vol.1, p.1339). Sobretudo na
Inglaterra viraram verdadeiros prostíbulos, e por isso
os reis Henrique VI (1422 – 1471) e finalmente
Henrique VIII em 1546 fecharam as casas.
12
TIMM, Werner, 2000, Vom Badehemd zum Bikini, Husum, p.7
Tradução nossa: “Nada pode ser mais encantador para ver ou
ouvir, do que se meninas púberes (literalmente: meninas recem-
casadoras) ou virgens já plenamente desenvolvidas, com um
rosto todo aberto e bonito, com feições e conduta igual a deusas,
cantam com os instrumentos; sua vestimenta leve boia na
superfície da água e cada uma é uma Venus. Ainda por cima o
costume ingênuo de levantar essa saínha para apanhar objetos
que são jogados para brincar. Assim não raras vezes se revelam
as belezas mais secretas.”
hinden umb den Rucken, Dieher
und Füßen offen, und die Hand
mit Gebühr in den Hintern
haltend, von ihrem Hauß auß,
uber die lang Gassen, bey miiten
tag, biß zum Bad laufen.13
13
GUARINONIUM, Hippolytum. Art et Med. Doctorem, deß Königl.
Stiffts Hall im Ynthal: Die Grewel der Verwüstung menschlichen
Geschlechts…, Ingolstadt, 1610, citado segundo TIMM, 2000,
p.7s
A língua do texto é um alemão antigo, e a tradução do título é: Os
horrores da devastação do genero (ou sexo) humano
A tradução nossa do texto é: “Meninas de 10, 12, 14, 16 e 18
anos, todamente nuas, e apenas com linho curto (e) muitas vezes
roupão batido e rasgado, ou com uma “honra balneária”, como
falam nessa região, cobertas somente na frente, e atrás abertas
nas costas, na bunda e nos pés, e segurando a mão com
decência na frente das nâdegas, elas correm de sua casa pela
rua comprida, em plena luz do dia, até o banho.” O título e o texto
são em alemão antigo. O título significa: As abominações da
devastação do gênero humano. Em vez de “gênero” poder-se-ia
traduzir também com “sexo”, porque “Geschlecht” tem esses dois
principais significados.
Zappert (1858, p. 75) presume que uma das razões para as
pessoas virem quase sem roupa da casa para o banho é que
muitas vezes roupas guardadas dos banhistas foram furtadas.
costumes atuais de muitas moças no Rio de Janeiro e
em outros lugares, de saírem de casas e hotéis de
biquíni minúsculo, andando para a praia, às vezes
camuflando as partes traseiras com um pano leve,
mais ou menos transparente.
14
Erasmo de Roterdão fala de vinte anos, e em Francoforte ao
Meno já em 1541 8 homens foram condenados a quatro semanas
início a uma perseguição em forma da caça às bruxas,
em quais também desejos reprimidos esvaziavam em
forma de perversões do lado dos caçadores,
torturadores e funcionários da justiça. Nesse clima de
terror, agravado pelas guerras cruéis e doenças como
a peste e a sífilis a aversão à nudez e a ideia de que
toda nudez, e principalmente a nudez feminina, são ou
levam ao pecado se enraizaram profundamente nas
mentes da população.
15
PRASCHL-BICHLER, 1995, p.76. O livro destaca que na
mesma época na Europa central e sul só se lavavam o rosto e as
mãos, e raras vezes também os pés.
de roupas pesadas começa a desenvolver um cheiro
forte. As roupas podem até apodrecer no próprio
corpo.
16
LINDNER, sem ano, p.157. O conteúdo do livro é também
disponível em partes em
<http://imslp.org/wiki/Deutsche_Weisen_(Various)> . Nele a
canção aparece com o título “Die Königskinder” e com o número
222.
O texto da canção é também disponível em
<http://de.wikipedia.org/wiki/Es_waren_zwei_K%C3%B6nigskinde
r>
5 A RECUPERAÇÃO DIFÍCIL E LENTA DO
COSTUME DE TOMAR BANHO
17
“Andava o príncipe com roupas de algodão e chapéu de palha,
tomava banho nu na praia do Flamengo, ria, debochava e
zombava de quem quer que fosse. Comia com as mãos, e,
temendo ser considerada esnobe Leopoldina abandonou os
talheres que usava na Europa. Incomodada pela falta de limpeza
Com o tempo o banho virou também um divertimento
sem fins curativos. Já em 1787 o alemão Johann
Wilhelm von Archenholz escreveu em um itinerário
sobre a Inglaterra:
19
Por isso o ditado popular alemão: Das Bad und die Kur war
allen gesund, denn schwanger ward Mutter und Tochter, Magd
und Hund. (O banho e a cura termal foram saudáveis para todos,
pois grávidas voltaram mãe e filha, empregada e cachorra.) Outro
provérbio do povo diz: “Für unfruchtbare Frauen ist das Bad das
Beste. Was das Wasser nicht tut, das tun die Gäste.“ (Para
mulheres estéris o banho é ótimo. O que a água não consegue
conseguem os visitantes.) (FRISCHAUER, 1968, Vol.2, p.261s)
Em alguns palácios dessa época encontram-se
banheiros de luxo. Já em 1570 ou poucos anos depois
os banqueiros poderosos da família Fugger
construíram no seu palácio em Augsburgo um
banheiro esplêndido que foi restaurado e reaberto em
2013.20
20
Muitas fotos do banheiro se encontram no livro “Die
„Badstuben“ im Fuggerhaus zu Augsburg” (HAGEN, BERNT VON;
PURSCHE, JÜRGEN; WENDLER, EBERHARD, 2013).
Quando se tomava banho, a finalidade era sempre a
cura ou a medicina preventiva, ou então o
divertimento, e não a limpeza e higiene. Nesse
aspecto continuou a crendice de que a água parada
como em banheiras ou bacias de lavar seria prejudicial
para o corpo.
21
Segundo TIMM, 2000, p.16. Algumas outras fontes, sobretudo
no internet, citam outros nomes como inventores.
assim a beleza e as formas do corpo. A época no
início do século XIX não era mais hostil ao corpo
feminino; peste, guerras exterminadoras e a caça às
bruxas eram passado, e já o estilo dos nobres no
rococó destacou com exagero a cintura fina e os peitos
seminus das mulheres, e mostrou toda a forma do
busto, coberto só com tecido apertado. Assim as
mulheres podiam se mostrar melhor, deitar com
vestido fino e molhado da cadeira da praia, e algumas
apareciam ainda no jantar com vestidos úmidos.22
22
“Young women sported white muslin shifts to bathe in, which
became fetching transparent, when wet. This fashion was so
popular, that many kept their muslins wet for evening
entertainment, to the delight, no doubt, of their male companions.”
Tradução nossa: "As mulheres jovens ostentavam camadas de
musselina branca para se banharem, que se tornaram
atraentemente transparentes quando molhadas. Esta moda era
tão popular, que muitos mantiveram suas musselinas molhadas
para o entretenimento à noite, pelo deleite, sem dúvida, de seus
companheiros do sexo masculino.” (KENNEDY, Sarah. The
swimsuit. London: Cameron house, 2007, p.18.)
soberanos. Muitos, como Napoleão III da França, eram
conhecidos pela safadeza até virarem soberano e
fazerem leis coibidoras (FRISCHAUER, 1968, Vol.3,
p.149 – 158).23
23
Também as roupas viraram novamente mais fechadas, e bacia
e pernas da mulher foram trancadas em uma gaiola: a armação
estável que segurava as saias chamada crinolina.
Das Wasser war Schwarz von
Badenden, …Die Damen, die bei
relativ hoher See rücklings auf die
herankommenden Wogen
warteten, gerieten in ihrem
Badekostüm in einen sehr
„dégagée style“, wenn die Wogen
über die Badenden brachen und
dabei ihr Gewand bis hoch zum
Nacken hoben, so dass sie wie
ohne Badebekleidung wirkten -
und das in Gegenwart von
24
Tausenden von Zuschauern.
24
Tradução nossa: A água era preta por banhistas,... As damas,
que com o mar um tal movimentado esperavam pelas ondas nas
costas, deslizavam com seus costumes (fantasias) de banho em
um “estilo aberto”, quando as ondas arrebentavam por cima das
banhistas, levantando seus vestidos até o pescoço. Assim
pareciam sem roupa, e isso na presença de milhares de
espectadores.
Citado segundo Timm (2000, p.18).
O próximo passo era guarnecer o debrum dos vestidos
com chumbo pesado, que puxou os tecidos para baixo
(TIMM, 2000, p.19). A pressão pelos governos era tão
grande, que essas roupas pesadas e desconfortáveis
viraram uso geral, apesar de que os médicos não
cansavam de alertar sobre os perigos das roupas no
banho, que diminuiriam o efeito saudável do banho
(TIMM, 2000, p.42) e levavam não raramente à morte
por sufoco.25
26
KENNEDY, 2007, p.14. Sobre as roupas de banho femininas
em Brighton do ano 1850 ela escreveu: “They were similar to
underwear, but beeing dark in colour prevented too many
anatomical details being revealed when wet.” Tradução nossa:
Elas eram parecidas com roupa de baixo, mas sendo escuras na
5.2. BANHISTAS NAS ARTES A PARTIR DO
ROCOCÓ
27
IMPRESSIONISTS and Post-Impressionists in Soviet Museums.
Leningrado: Aurora Art Publishers, 1986, p.198 e tabula (plate)
61. Tradução nossa: "Ele viu esse tema como o mais adequado
para a realização de seu sonho de uma composição monumental
que iria transmitir a sua concepção do mundo."
Max Liebermann (1847 – 1935) pintou “Badende
Knaben am Strand” (Três rapazes banhistas na praia),
1904, Basileia, Coleção Pública (“Öffentliche
Kunstsammlung”), “Knaben am Strand” 1898, Nova
Pinacoteca, Munique, e outras pinturas, rascunhos e
desenhos com rapazes nus e vestidos em praias.
Segundo ele foram estudos feitos nas Montanhas
Negras (Schwarzwald) e no balneário Kösen na
Alemanha, mas possivelmente os rapazes não
estavam nus na realidade (BRAUNER, 1986, Capítulo
(“tábula”) 17).
28
WAGNER, Richard. Das Rheingold. Klavierauszug. Leipzig,
Breitkopf & Härtel, sem ano. Cena 1, p.9 – 70
“Wandervogel” na Alemanha e o escotismo na
Inglaterra e outros grupos chamaram pela volta à
natureza (BURRI, p.249). Luz, ar e sol foram os lemas
para os balneários, sobretudo depois da Primeira
Guerra Mundial. Mulheres reclamaram pelos seus
direitos depois de terem substituído os homens na
produção, quando eles serviam como soldados nos
anos da guerra, e alcançaram o sufrágio.
Primeiramente na França e depois em outros países
começou também a mudança da roupa de banho; a
partir de 1920 apareceu a roupa de banho em uma
peça, um tipo de maiô.29
29
“The 1920s craze for the beach was more about sun-worship
and display than health,…resulted in bathing suits that were more
streamlined, lighter and revealed more flesh.”
Tradução: “A mania de 1920 para a praia era mais pela adoração
do sol e exibição do que pela saúde, ... resultou em trajes de
banho que eram mais ágeis, mais leves e revalaram mais carne.”
STEVENSON, N.J. the chronology of fashion. London: A&C Black,
2011 p.93.
Veja também KENNEDY, 2007, p.15.
início os maiôs e sungas de banho acompanharam
ainda as coxas, mas passo a passo viraram mais
curtos. Já nos anos 30 aparecem proibições contra o
uso da “sunga triangular”, em alemão chamado
“Dreikantbadehose”, que corresponde à forma
moderna e mais tarde foi liberada (BURRI, p.255). O
desenvolvimento da roupa de banho masculina chegou
com essa forma ao fim. Já as mulheres passavam por
mais uma revolução, a reinvenção do biquíni por Louis
Réard, que virou moda nos anos 1950 em St. Tropez
na Costa Azul, França.30
30
“It was here that in 1947 the bikini was unveiled, named after the
atoll, where the first nuclear testing took place.” (STEVENSON,
2011, p.162).
Tradução nossa: "Foi aqui, em 1947, que o biquíni foi revelado,
em homenagem ao atol, onde o primeiro teste nuclear ocorreu."
e finalmente desapareceram no biquíni os lados,
substituídos só por fios. A modelo francesa Brigitte
Bardot fez o biquíni popular em Búzios, perto do Rio
de Janeiro, e de lá conquistou aos poucos também o
Brasil. No Brasil e certos outros países, sobretudo do
Caribe, diminuiu ou desapareceu também a parte de
trás, e já em 1974 meninas cariocas inventaram o fio
dental, que é chamado em alemão e muitas outras
línguas pela origem brasileira de “tanga” e em inglês
também “G-String” (TIMM, 2000, p.122).
ALCORÃO. Disponível em
<http://www.yabiladi.com/coran/>, acessado em 27 set.
2013.
31
Algumas referências da monografia se referem a partes que
foram adicionadas à Bíblia mais tarde. Nas Bíblias evangélicas
elas faltam geralmente ou encontram-se no apêndice como livros
apócrifos (“escondidos”), e também os judeus não os
reconhecem. Nas Bíblias católicas e ortodoxas se encontram
incluídos na sequência, mas são considerados deuterocanônicos.
DAHN, Felix. Ein Kampf um Rom. Leipzig: Breitkopf
& Härtel e Verlag Tradition Wilhelm Kolk, Berlim, sem
ano (comprado em 1947)