Sei sulla pagina 1di 21

,DISPOSITIVOS DE EXPANSÃO

Dispositivos de expansão são os componentes do sistema de refrigeração


que têm por finalidades provocar a perda de pressão do refrigerante, que é
acompanhada de um decréscimo de temperatura, desde a pressão de
condensação até a pressão de evaporação e dosar a vazão de refrigerante
que circula no evaporador. Os dispositivos de expansão são bàsicamente
de dois tipos: tubo capilar e válvulas. As válvulas por sua vez podem ser
classificadas em válvulas de expansão automática, válvulas de expansão
termostática, válvulas de expansão eletrônicas e válvulas de bóia.
Independentemente do tipo de dispositivo o processo termodinâmico a eles
associado ocorre com entalpia constante (isoentálpico) e na saída do
dispositivo o refrigerante é uma mistura de duas fases.

1 ) TUBO CAPILAR

O tubo capilar é o mais simples e o mais barato de todos os dispositivos


de expansão e consiste simplesmente de um tubo com comprimento grande
entre 1m e 6 m e pequeno diâmetro que pode variar entre 0.5 mm e 3 mm.
Contribuem para a perda de pressão o comprimento longo do tubo, seu
pequeno diâmetro e o aumento da velocidade do fluido em escoamento
devido ao decréscimo em sua massa específica. A figura 1 abaixo mostra
um tubo capilar de formato espiral com extremidades rosqueadas.

Figura 1: Tubo capilar com extremidades rosqueadas.

Como o tubo capilar está em série com o compressor a vazão em massa


que nele circula deve ser igual a vazão em massa circulada pelo compressor
condição necessária para que o sistema opere na condição de projeto. Se a
resistência hidráulica for grande, isto é, comprimento excessivo e/ou
diâmetro inferior ao necessário, a capacidade de escoamento do tubo será
menor que a capacidade de bombeamento do compressor na condição de
projeto. Neste caso o evaporador será alimentado com pouco refrigerante e
o restante do líquido se acumulará na parte inferior do condensador e

1
entrada do capilar. A redução de massa admitida no evaporador acarretará
um decréscimo na pressão de sucção do compressor e o acúmulo de líquido
no condensador diminuirá a superfície ativa de troca de calor acarretando
um acréscimo na temperatura e pressão de condensação. Assim o efeito
líquido do aumento da resistência hidráulica do tubo é diminuir a pressão
de evaporação e aumentar a pressão de condensação. Como as duas
condições citadas aumentam a capacidade de escoamento do capilar e
diminuem a capacidade do compressor será atingido um novo ponto de
equilíbrio em que a vazão que escoa pelo capilar é igual à capacidade de
bombeamento do compressor. Neste caso, a condição de equilíbrio ocorrerá
com uma pressão de evaporação menor e uma pressão de condensação
maior que as desejadas no projeto.
Inversamente se a resistência hidráulica for pequena, isto é, comprimento
pequeno e diâmetro grande a capacidade de escoamento do tubo será maior
que a capacidade de bombeamento do compressor na condição de projeto o
que poderá ocasionar excesso de líquido chegando ao evaporador com
possibilidade de entrada de líquido no compressor. Da mesma forma não
haverá selo de líquido na saída do condensador podendo ocorrer a entrada
de mistura de duas fases no capilar o que reduzirá a capacidade frigorífica
do sistema. Também, devido ao excesso de vazão, o compressor não
reduzirá a pressão de evaporação até o valor desejado.
Conclui-se, portanto que no processo de seleção do capilar deve-se
garantir que a capacidade de escoamento do tubo seja a mais próxima
possível da capacidade de bombeamento do compressor para que sejam
mantidas as condições de projeto desejadas.
As principais vantagens do tubo capilar são seu baixo custo, inexistência
de partes móveis e uso de motores elétricos de baixo conjugado de partida
por permitir a equalização das pressões de alta e baixa durante as paradas
do sistema.
Suas principais desvantagens são a facilidade de obstrução devido a seu
diâmetro pequeno exigindo um filtro secador na sua entrada para prevenir a
entrada de água e partículas sólidas, permitir a passagem de líquido para o
evaporador durante as paradas do sistema possibilitando a entrada de
líquido no compressor, o que exige uma carga de gás mínima do sistema
que garanta as necessidades do evaporador e mantenha um selo de líquido
no condensador .
Seu uso é recomendado para pequenas capacidades frigoríficas ( até 10
kW segundo um fabricante) particularmente em instalações com
compressores herméticos menos sujeitas a vazamentos de refrigerante que
poderiam interferir na quantidade da carga mínima necessária a sua
operação.

2) Válvulas

2
O princípio de funcionamento das válvulas difere do capilar ocorrendo o
decréscimo de pressão quando o fluido escoa por um orifício de diâmetro
pequeno. Assim, considerando o orifício como um volume de controle com
uma superfície de controle na sua vizinhança imediata de saída e admitindo
que nesta secção o refrigerante continue ainda na fase líquida, o
escoamento pode ser considerado incompressível.Portanto pela equação da
conservação da massa a velocidade do fluido aumenta e em conseqüência
pela equação de Bernoulli a pressão diminui.

2.1) Válvula de expansão automática

Um esquema simplificado de uma válvula de expansão automática ou


válvula de pressão constante está mostrado na figura 2.

Figura 2: Esquema de válvula de expansão automática

A válvula consiste bàsicamente de um parafuso de regulagem,


uma mola, um diafragma ou fole, a haste da válvula que se apóia no
diafragma, o obturador com formato cônico, o orifício e a sede da
válvula onde se apóia o obturador. Um filtro ou tela que evita a
entrada de impurezas é normalmente instalado na entrada do
líquido vindo do condensador. A finalidade da válvula é manter uma
pressão de evaporação constante e, portanto a temperatura de
evaporação, alimentando mais ou menos refrigerante de acordo
com a carga térmica imposta ao evaporador.
O refrigerante vindo do condensador passa pelo filtro e se
expande no orifício da válvula até a pressão de evaporação. A

3
pressão de evaporação agindo na parte inferior do diafragma tende
a fechar o orifício e a pressão da mola, agindo na parte superior do
diafragma, tende a abrir o orifício. A haste estará em equilíbrio
quando a pressão da mola (pM) for igual à pressão de evaporação
(pEV) e neste caso a vazão através o orifício será a necessária para
absorver a carga térmica de projeto.
Uma vez ajustada a pressão da mola sua operação será
automática fornecendo a quantidade de refrigerante necessária a
manter a pressão de evaporação de acordo com as variações de
carga no evaporador. Por exemplo, admitamos que a pressão da
mola seja ajustada para manter no evaporador uma pressão de 3
bar. Sempre que a pressão de evaporação decrescer devido a uma
diminuição da carga térmica a pressão da mola excede a pressão
de evaporação aumentando a área de passagem do orifício
aumentando, portanto a quantidade de refrigerante que passa para
o evaporador. Em conseqüência a taxa de evaporação aumenta e
com ela a pressão de evaporação até ser atingido o equilíbrio
quando pM for igual a pEV.
É importante observar que quando o compressor pára a válvula
se fecha totalmente. Isto se deve a dois efeitos. Primeiro: a
vaporização continua no evaporador por um curto intervalo de
tempo mesmo após o compressor deixar de funcionar por ação do
sistema de controle. Segundo: o vapor não é removido devido à
parada do compressor. Em conseqüência a pressão de evaporação
aumenta superando a pressão da mola fechando a válvula. Quando
o compressor volta a funcionar a pressão de evaporação é
imediatamente reduzida prevalecendo a pressão da mola que abre
a válvula.
A válvula de expansão automática apresenta a desvantagem de
reduzir a vazão de refrigerante quando a carga térmica aumenta e
aumentar a vazão quando a carga térmica diminui sendo, portanto
mais indicada em aplicações em que as variações de carga térmica
são pequenas.

2.2) Válvula de expansão termostática

As válvulas de expansão termostática têm três finalidades:


provocar a perda de pressão, dosar a quantidade de refrigerante
garantir um superaquecimento constante na saída do evaporador.
Uma válvula típica esta mostrada na figura 3 abaixo. Nela observa-
se que na parte superior da válvula é fixado um tubo em espiral cuja
extremidade termina em um bulbo (bulbo termostático) que é
instalado na saída do evaporador.

4
Figura 3: Válvula de expansão termostática

A válvula de expansão termostática pode ser com equalização


interna, equalização externa e com pressão máxima de operação
(maximum operating pressure) ou válvula com MOP.

2.2.1) Válvula de expansão com equalização interna.

Figura 4: Esquema de válvula de expansão com equalizador interno

A figura 4 acima mostra de forma esquemática uma válvula de


expansão termostática com equalização interna. Ela contém o

5
diafragma ou fole, uma haste que se apóia no diafragma, o
obturador de forma cônica, o orifício com sua sede onde se apóia o
obturador, a mola e o parafuso de regulagem que permite variar a
tensão da mola. A cabeça da válvula está ligada a um tubo de
pequeno diâmetro na extremidade do qual fica o bulbo termostático
que armazena um fluido chamado carga termostática.
Admitiremos que a região constituída pelo bulbo termostático,
tubo e a região acima do diafragma contém o mesmo fluido do
sistema frigorífico e que em toda faixa de operação da válvula o
fluido permanece como uma mistura líquido-vapor. Pode-se admitir
ainda que a região descrita tenha volume constante considerando
pequenas as variações de posição do diafragma. O bulbo
termostático é montado na saída do evaporador fazendo bom
contacto térmico com a linha de sucção de tal forma que se pode
supor que a temperatura do fluido do bulbo é a mesma do
refrigerante do sistema na região do contacto.
Observa-se da figura que o refrigerante na fase líquida vindo do
condensador passa pelo filtro e se expande desde a pressão de
condensação até a pressão de evaporação ao escoar pelo orifício.
Verifica-se também que a pressão do bulbo ( pB ) age na parte
superior do diafragma tendendo a abrir a válvula, a pressão de
evaporação ( pEV ) age na parte inferior do diafragma tendendo a
fechar a válvula e a pressão da mola ( pM ) age sobre a haste da
válvula tendendo também a fechar a válvula. Como a área do
diafragma é constante a equação de equilíbrio em função das
pressões que agem nele é:

pB = pEV + pM

Na condição de equilíbrio a vazão que escoa através o orifício


atenderia a carga térmica desejada e garantiria o superaquecimento
do refrigerante na saída do evaporador. Assim na figura 4 a
evaporação do fluido terminaria no ponto B e o superaquecimento
ocorreria no trecho BC e desta forma a maior parte da superfície
interna do evaporador trabalharia úmida condição de operação para
seu melhor desempenho térmico.
Se a carga térmica aumenta a vaporização terminaria no ponto B/,
o superaquecimento aumentaria, a temperatura no ponto C seria
maior e em conseqüência a temperatura do fluido do bulbo
aumentaria com o conseqüente aumento de pB. Portanto a haste da
válvula desceria aumentando a vazão de refrigerante. A
vaporização voltaria a terminar em B mantendo assim o
superaquecimento constante.

6
Se a carga térmica diminui a vaporização terminaria após o ponto
B, o superaquecimento diminuiria, a temperatura no ponto C seria
menor e em conseqüência a temperatura do fluido do bulbo
diminuiria com o conseqüente decréscimo de pB. Portanto a haste
da válvula subiria diminuindo a vazão de refrigerante. A vaporização
voltaria a terminar em B mantendo assim o superaquecimento
constante.
A válvula de expansão mantém, pois o superaquecimento
constante. Porém o acréscimo de carga térmica aumenta a pressão
de evaporação e em conseqüência aumenta a temperatura de
evaporação e um decréscimo na carga térmica diminui a pressão de
evaporação e em conseqüência diminui a temperatura de
evaporação. O exemplo 1 abaixo mostra o cálculo da pressão da
mola para que seja garantido um determinado valor de
superaquecimento.

Exemplo 1: Uma válvula de expansão termostática com


equalização interna deve ser instalada em um sistema de
refrigeração que usa R-134a, opera com temperatura de
evaporação de 20oF (-6.6oC) e deve garantir um superaquecimento
de 10oF ( 5.5oC ). Sabendo que o fluido do bulbo é o mesmo do
sistema de refrigeração calcular a pressão da mola na condição de
equilíbrio.
Solução

Pressão de evaporação

pEV = 33.14 psia = 225 kPa

Temperatura no bulbo

tB = 20 + 10 = 30oF = -1.1oC

Pressão no bulbo

pB = 40.79 psia = 277 kPa

Pressão da mola
40.79 = 33.14 + pM pM = 7.65 psi = 52 kPa

Exemplo 2: Admita que a válvula do exemplo anterior, com a


mesma regulagem de mola, é instalada em um sistema cuja

7
temperatura de evaporação vale – 20oF( - 28,8oC ). Calcular o
superaquecimento fornecido pela válvula.

Solução

Pressão de evaporação

pEV = 12.99 psia

Pressão no bulbo

pB = 12.99 + 7.65 = 20.64 psia

Temperatura no bulbo

tB = - 1.41oF

Superaquecimento

SA = - 1.41 – (-20 ) = 18.59oF = 10.3oC

Conclui-se, portanto que se a válvula com a mesma pressão de


mola fosse instalada em um sistema com temperatura de
evaporação mais baixa o superaquecimento fornecido aumentaria
de 10oF (5.5oC) para 18.59oF (10.3oC) diminuindo a área interna
úmida diminuindo também a capacidade térmica do evaporador. O
uso de outro tipo de carga termostática previne este tipo de
problema como será visto posteriormente.
Teòricamente o superaquecimento excessivo poderia ser
diminuído aliviando a tensão da mola. Entretanto, no início da
partida do compressor o alívio da tensão da mola poderia conduzir
ao inundamento do evaporador no início do funcionamento do
compressor após um período de parada possibilitando assim a
entrada de líquido no compressor. Este comportamento da válvula
resulta do fato de, durante o período de parada do compressor por
ação do sistema de controle, a temperatura e a pressão do fluido do
bulbo aumentarem. Por outro lado, quando o compressor parte a
pressão abaixo do diafragma decresce muito ràpidamente. O efeito
combinado da pressão do bulbo e do rápido decréscimo de pressão
no instante da partida do compressor pode ocasionar a abertura
excessiva do orifício da válvula possibilitando a entrada de excesso
de líquido no evaporador.

8
2.2.2 Funcionamento da válvula com equalização externa.

No estudo do funcionamento da válvula com equalização interna


não foi levado em conta a perda de carga no evaporador resultante
do atrito e do acréscimo da velocidade do fluido em escoamento
devido a diminuição da massa específica. Na prática a perda de
carga no evaporador pode atingir até 50 kPa (0.5 atm). Admitindo
que a perda de carga no evaporador mostrado na figura 4 seja 5.28
psia (36 kPa) a pressão na saída do evaporador é 27.86 psia (189
kPa abs). A temperatura de saturação correspondente nesta
condição é, portanto 12oF (-11.1oC). Neste caso para que seja
atingida a condição de equilíbrio do diafragma da válvula o vapor
teria que se aquecer de 12oF até 30oF (-1.1oC) um
superaquecimento de 18oF (10oC) bem superior àquele para o qual
a válvula foi regulada com a conseqüente perda de desempenho do
evaporador devido ao acréscimo de superfície interna seca.

Figura 5: Válvula de expansão com equalização externa.

O problema pode ser resolvido utilizando-se a válvula de


expansão mostrada esquemàticamente na figura 5 acima onde se
observa que a pressão que age sob o diafragma é a pressão na
saída do evaporador em vez da pressão na entrada do evaporador.
Neste caso o diafragma é completamente isolado da pressão na
entrada do evaporador e um tubo de pequeno diâmetro montado 15
a 20 cm após o bulbo da válvula faz a ligação da saída do
evaporador com a superfície inferior do diafragma o que anula o

9
efeito da perda de carga no evaporador. O exemplo 3 abaixo
esclarece.
Exemplo 3: Calcular o superaquecimento da válvula da figura 5
admitindo que a pressão da mola é 7.65 psi (52 kPa) e que a perda
de carga no evaporador vale 5.28 psi (36 kPa).

Solução

Pressão na saída do evaporador

pSEV = 33.14 – 5.28 = 27.86 psia (189 kPa)

Temperatura de saturação correspondente a 27.86 psia

TSAT = 12oF (- 11.1oC)

Pressão no bulbo

pB = 27.86 + 7.68 = 35.51 psia (242 kPa)

Temperatura de saturação correspondente à pressão no bulbo

TB = 23oF (-5oC)

Superaquecimento da válvula

SA = 23 – 12 = 11oF (6.1oC)

O exemplo mostra que a válvula com equalização externa é


imune ao efeito da perda de carga e o seu superaquecimento é
pràticamente igual ao de uma válvula com equalização interna
operando com a mesma pressão de evaporação, mesma pressão
de mola e perda de carga desprezível no evaporador como
mostrado no exemplo 1.
É aconselhável o uso da válvula com equalização externa em
sistemas que apresentem perda de carga elevada e
obrigatòriamente quando é usado um distribuidor de líquido. Um
fabricante internacional recomenda que válvulas com equalização
interna tenham seu uso limitado a evaporadores com um único
circuito cuja perda de carga não ultrapasse o equivalente a 1.2oC.

2.2.3 Válvula com pressão máxima de operação

10
A válvula com pressão máxima de operação é uma válvula de
expansão termostática cuja carga do bulbo termostático é limitada,
isto é, a partir de certa temperatura o fluido se vaporiza totalmente
tornando-se um vapor superaquecido. Neste caso como se pode
observar em um diagrama pressão-entalpia na região de
superaquecimento, variações de temperatura ocasionam pequenas
variações de pressão devido à pequena inclinação das linhas de
volume constante o que limita o movimento da haste da válvula.j
Admitamos que a válvula mostrada na figura 1 tenha que operar
com uma pressão máxima de evaporação de 40 psia ( 272 kPa).
Como a pressão da mola é 7.65 psi a pressão no bulbo quando é
atingida a pressão máxima de operação é 47.65 psia (40 + 7.65) e
nesta condição a temperatura no bulbo é 37.5oF. A partir desta
temperatura qualquer superaquecimento adicional do vapor na
saída do evaporador terá pouco efeito na pressão do bulbo o que
impedirá abertura excessiva da válvula limitando, portanto a vazão
de refrigerante que circula no evaporador.
A válvula com pressão máxima de operação previne a entrada
excessiva de líquido no evaporador quando o compressor parte,
como explicado no item 2.2.1. Impede também a sobrecarga do
motor elétrico do compressor quando o sistema opera com carga
elevada o que pode acarretar aumentos excessivos na pressão e
temperatura de evaporação.

h2.2.4 Válvula de expansão eletrônica


Este tipo de válvula tem a haste comandada por um motor de
passo acionado por pulsos gerados por um controlador eletrônico.
O motor descreve uma pequena fração de rotação (passo) para
cada sinal emitido pelo controlador podendo executar 200 passos
por segundo com a característica de poder retornar a sua posição
ràpidamente. Os sinais eletrônicos que alimentam o controlador
podem ser gerados por termistores e transdutores de pressão
posicionados na saída do evaporador permitindo um controle mais
efetivo do superaquecimento. Assim, mesmo com grandes
variações de carga térmica o que implica em condições de
operação em carga parcial variando numa ampla faixa, a
quantidade exata de refrigerante é fornecida pela válvula permitindo
valores menores e mais estáveis de superaquecimento em cada
condição de operação o que aumenta a capacidade térmica do
evaporador e diminui a temperatura de descarga do compressor

2.2.5 Válvulas de bóia

11
Este tipo de válvula é particularmente usado em sistemas com
evaporadores inundados e não será objeto de nosso estudo.

2.3 Tipos de carga do bulbo termostático

A carga do bulbo termostático pode ser classificada em cinco


tipos como abaixo especificado.
Carga de gás constituída por uma mistura líquido-vapor do
mesmo refrigerante do sistema frigorífico com pequena quantidade
de líquido. Este tipo é usado nas válvulas com pressão máxima de
operação.
Carga de gás cruzada idêntica à carga de gás, mas constituída
por um fluido diferente do refrigerante do sistema frigorífico.
Carga de líquido constituída por uma mistura líquido-vapor
mantendo a presença de líquido em todas as condições de sua
faixa de operação.
Carga de líquido cruzada constituída por uma mistura líquido-
vapor mantendo a presença de líquido em todas as condições de
sua faixa de operação, mas constituída por um fluido diferente do
refrigerante do sistema frigorífico. Este tipo permite o uso da válvula
em uma ampla faixa de temperaturas de evaporação com variações
aceitáveis no grau de superaquecimento.
Carga de adsorção constituída por um sólido cuja capacidade de
adsorver um gás varia com a temperatura.
A designação carga cruzada decorre do fato da curva de pressão
de vapor do refrigerante interceptar a curva de pressão de vapor do
fluido do bulbo. De uma maneira geral a carga termostática é
definida pelo fabricante da válvula de acordo com suas
características de operação. Assim um fabricante internacional
utiliza três tipos de carga. O primeiro tipo é uma carga de líquido
cruzada para temperaturas de evaporação variando numa faixa
entre +15oC e -40oC que garante um superaquecimento
aproximadamente constante ao longo de toda a faixa. Um segundo
tipo é também uma carga de líquido cruzada aconselhada para
temperaturas de evaporação na faixa de -40oC a -20oC. O terceiro
tipo é uma carga de gás cruzada para temperaturas de evaporação
variando entre 15oC e -40oC usadas em válvulas com pressão
máxima de operação.

2.4) Curva característica da válvula

Curva característica da válvula, mostrada na figura 6 abaixo, é um


gráfico que estabelece uma relação entre a capacidade frigorífica e

12
o superaquecimento da válvula de expansão termostática. A curva
pode também ser apresentada em função da vazão que passa pela
válvula. Associa-se à válvula de expansão termostática três tipos de
superaquecimento: superaquecimento estático, superaquecimento
de abertura e superaquecimento operacional indicados na figura 6.
Superaquecimento estático é aquele abaixo do qual a válvula
permanece fechada ou acima do qual a válvula inicia a abrir ( static
superheat -SS).
Superaquecimento operacional é aquele acima do estático para a
válvula atingir sua capacidade nominal ( operational superheat-OS)
Superaquecimento de trabalho é a soma superaquecimento
estático com o operacional.
A válvula é especificada com uma capacidade nominal de 80% de
sua capacidade máxima mantendo-se uma capacidade de reserva
para atender às sobrecargas do sistema.

Figura 6: Curva característica da válvula

2.5) Ciclagem da válvula

13
Ciclagem, conhecida como hunting, é uma condição anormal de
operação caracterizada por uma alternância de ação da válvula, isto
é, ela abre e fecha não mantendo sua condição nominal de
operação constante o que resulta em uma superalimentação ou
subalimentação de refrigerante líquido no evaporador em um
intervalo de tempo pequeno. Como conseqüência ocorre também
uma flutuação no valor da pressão e temperatura de saturação do
refrigerante o que conduz normalmente a um decréscimo na
pressão de sucção acarretando uma diminuição da capacidade
frigorífica. A ciclagem pode ser ocasionada, por exemplo, por um
orifício de válvula superdimensionado e grau de superaquecimento
pequeno.

2.5) Seleção de válvulas de expansão termostática

Pode-se estabelecer, após algumas hipóteses simplificadoras, a


equação 2 abaixo que permite que se estime a área ( A ) do orifício
de passagem do refrigerante em uma válvula de expansão:

m&
A= (2)
C D × 2 g c ρ ( pE −´ pS )

onde m& é a vazão em massa de refrigerante, CD o coeficiente de


descarga, gC uma constante dimensional, ρ a massa específica do
refrigerante na fase líquida, pE pressão na entrada e pS a pressão
na saída da válvula que no caso mais simples são respectivamente
a pressão de condensação e a pressão de evaporação. O
coeficiente de descarga CD é uma característica da válvula e
depende das características de construção do orifício, do seu grau
de abertura e das características do escoamento. Portanto a válvula
é dimensionada para escoar uma vazão m& de refrigerante tal que,
escoando no evaporador, absorva a carga térmica nominal do
sistema. Como a vazão de refrigerante normalmente não é
conhecida torna-se mais conveniente expressar a área A como
função da capacidade frigorífica. Portanto sabendo que a
capacidade frigorífica ( Q& EV ) do ciclo de refrigeração é o produto da
vazão m& do refrigerante pelo efeito refrigerante ER pode-se
escrever a equação 2 sob a forma:

Q& EV
A= (3)
C D × ER 2 g c ρ ( p E − ´ p S )

14
Verifica-se, pois da equação (3) acima que para a seleção da
válvula de expansão termostática são necessários os seguintes
parâmetros: capacidade frigorífica, diferencial de pressão na válvula
(∆p), temperatura de evaporação, temperatura de condensação,
temperatura do líquido na entrada da válvula e o refrigerante.
Indicando por pE e pS respectivamente as pressões na entrada e na
saída a perda de pressão ∆P é:

∆P = pE – pS

A perda de pressão na válvula a ser considerada na seleção é a


perda líquida de pressão e não apenas a diferença entre as
pressões de condensação e evaporação. Assim da pressão de
condensação devem ser subtraídas as perdas de carga no
condensador, na linha de líquido, nos acidentes, filtros secadores,
válvulas solenóide, perdas de carga devido a linhas de líquido
ascendentes, etc. para se obter a pressão na entrada. Da mesma
forma à pressão de evaporação devem ser adicionadas as perdas
de carga no distribuidor de líquido, no evaporador, nos acessórios
da linha de sucção e por atrito na linha de sucção.

Uma tabela típica de seleção de válvulas de expansão consta do


Anexo 1 que fornece sua capacidade nominal a uma temperatura
de condensação de 38oC e temperatura de evaporação de 4oC.
Para condições diferentes das tabeladas a capacidade real da
válvula pode ser obtida da equação:

QN = Qo x Kt x K∆P (4)

onde QN é a capacidade para efeito de seleção da válvula corrigida


para as condições da tabela, Qo a capacidade da válvula na
condição desejada de projeto, Kt a correção devida à temperatura
na entrada da válvula e K∆P a correção devida a diferença de
pressão na válvula.
As correções para condições reais de operação diferentes de
38 C e 4oC constam do ANEXO 2. O exemplo 4 abaixo esclarece.
o

Exemplo 4: Selecionar a válvula de expansão termostática para


as condições abaixo especificadas.
Refrigerante: R-22

15
Capacidade frigorífica do sistema: 45 kW
Temperatura de evaporação: 5oC
Temperatura mínima de condensação: 30oC
Temperatura do líquido na entrada da válvula: 25oC
Perda de carga no distribuidor de líquido: 1 bar
Perda de carga na linha de líquido incluindo tubulações, válvula
solenóide, filtro secador: 0.5 bar.

Solução

Pressão mínima de condensação


pCD = 11.9 bar abs

Pressão na entrada da válvula


pE = 11.9 – 0.5 = 11.4 bar abs

Pressão de evaporação
pEV = 5.9 bar abs

Pressão na saída da válvula


pS = 5.9 +1 = 6.9 bar abs

Perda de pressão na válvula


∆p = 11.4 – 6.9 = 4.5 bar abs

Fator de correção de perda de carga


K∆p = 1.42

Fator de correção de temperatura ( 25oC , 5oC )


Kt = 0.89

Capacidade nominal
QN = 45 x 1.422 x 0.89 = 56.9 kW

Válvula selecionada ( Tabela 1 ): TX6- HO6 com capacidade de


61.9 kWt .
Pode-se estabelecer uma expressão para o cálculo aproximado
da capacidade nominal da válvula para as condições da tabela
usando a equação (3) adotando-se os mesmos índices N e O
usados na relação (4)

16
Q& N
A= (5)
C D × ERN 2 g c ρ N ( pE −´ pS ) N
Q& O
A= (6)
C D × ERO 2 g c ρ O ( pE −´ pS ) O

Para a mesma válvula, isto é, uma mesma área A, pode-se


igualar (5) e (6) obtendo-se a expguressão (7) abaixo para o
cálculo de QN.

ERN ρ N ∆PN
QN = QO (7)
ERO ρ O ∆pO

ERN ρN ∆p N
onde corresponde à correção Kt e corresponde à
ERO ρO ∆pO
correção KP.
O exemplo 5 abaixo exemplifica o uso da expressão 7.

Exemplo 5 : Resolver o exemplo 4 usando a expressão (7)

Solução

Pressão de saturação a 38oC


p38 = 14.594 bar

Pressão de saturação correspondente a 4oC


p4 = 5.632 bar

Variação de pressão na condição nominal da tabela


∆pN = 14.594 – 5.632 = 8.339 bar

Massa específica a 38oC


ρ38 = ρN = 1087 kg/m3

Entalpia de vapor a 4oC

17
h4 = = 251.87 kJ/kg

Entalpia de líquido a 38oC


h38= 91.642 kJ/kg

Efeito refrigerante na condição nominal da tabela


ERN = 251.87 – 91.642 = 159.72 kJ/kg

Portanto na condição nominal de tabela:


∆pN = 8.339 bar ERN = 159.72 kJ/kg ρN = 1087 kg/m3

Pressão de saturação correspondente a 30oC


p30 = 11.919 bar

Pressão de saturação correspondente a 5oC


p5 = 5.838 bar

Perda de pressão na condição de projeto


∆pO = 11.919 – 5.838 -1.5 = 4.581 bar

Massa específica na condição de projeto (25oC)


ρ25 = ρo = 1190.4 kg/m3

Entalpia do líquido na condição de projeto (25oC)


h25 = 74.91 kJ/kg

Entalpia do vapor na condição de projeto (5oC)


h5 = 251.73 kJ/kg

Efeito refrigerante na condição de projeto


ERO = 251.73 – 74.91 = 176.82 kJ/kg

Portanto na condição de projeto

∆pO = 4.581 bar ERO = 176.82 kJ/kg ρo = 1190.4 kg/m3

18
Capacidade da válvula para seleção na tabela

159.72 1089 8.989


QN = 45 QN = 53,4 kW
176.82 1190.4 4.581

Anexo 1: Capacidade da válvula na condição nominal

ANEXO 2 : FATORES DE CORREÇÃO DE TEMPERATURA E PRESSÃO

19
20
21

Potrebbero piacerti anche