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HELENA PETROVNA BLAVATSKY

A DOUTRINA SECRETA
Síntese de Ciência, Filosofia e Religião

Tradução de
RAYMUNDO MENDES SOBRAL

VOLUME VT

OBJETO DOS MISTÉRIOS E PRÁTICA


DA FILOSOFIA OCULTA

Editora
Pfflsamento
SÃO PAULO
Tradução do original inglês: The Secret Doctrine -
The Sy11thesis ofScience, Refig1011 and Philosophy.

Edição Adyar.

Theosophical Publishing 1 !ouse, 1938.

Copyright © 1973 Sociedade Teosófica no Brasil.

Copyright da edição brasileira© 1980 Editora Pensamento-Cultrix Ltda.

I' edição 1980.

15' reimpressão 2017.

Todos os direitos rese1vados. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida ou usada de
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Esta obra
é dedicada aos verdadeiros Teósofos
de todos os países,
seja qual for a raça a que pertençam.
Eles a solicitaram e para eles foi escrita.

HELENA PETROVNA BLAVATSKY


SUMÁRIO

Seção XLI - A Doutrina dos Avacaras 11


Gautama Buddha tinha duas doutrinas: uma para os leigos e outra para seus
Arhats - Buddha foi um Avatar de Vishnu? - Foi ele uma Encarnação
Direta de um dos "Sete Filhos da Luz"? - As Encarnações Divinas cha­
madas Avataras - A diferença entre Avataras e Jivanmuktas em que um
Avatara "é" e um Jivanmukta "vem a ser" - Encarnações misteriosas de
Adeptos - Encarnações de Dharmakâyas e Nirmanakâyas - Os Adeptos
podem guiar seus Princípios Internos a um novo Corpo - O Cardeal de
Cusa encarnou em Copérnico - A Teoria do Renascimento aplicada a casos
especiais - Por que um Buddha, um Jesus ou um Shankarâchârya podem
animar várias pessoas a um só tempo? - Um Dharmakâya "sem resíduos"
não pode reencarnar - Um Nirmanakâya "com resíduos" pode voltar para
ajudar a humanidade - O "Homem das Dores" talvez tenha voltado mais
de uma vez

Seção XLII - Os Sete Princípio, 23


O conhecimento dos Sete Princípios elucida o Mistério de Buddha - Na
Filosofia Oculta, a Consciência é per se a mais elevada qualidade da Alma
Divina

Seção XLI II - O Mistério de Buddha 25


Esse mistério consiste em que, embora Gautama fosse a encarnação da Sa­
bedoria Divina, teve que instruir-se e ser iniciado nos segredos do mundo,
até que reapareceu nos Bosques de Benares - Buddha revelou demais -
Como conseqüência, precisou renascer como Shankarachârya - Shankarachârya
não foi uma Reencarnação de Buddha, e sim um Avatara - Buddha, como
um Dharmakâya, afastou-se do mundo, mas deixou Nirmanakâya para traba­
lhar depois dele - As três categorias de Buddhas - O Nirvana dos budistas
e dos brâmanes - Shankarachârya se utilizou dos Princípios que foram de
Gautama - Cada um tem seu Bodhisattva e seu Dhyâny-Buddha, o "Pai do
Filho" - Semelhança entre os Salvadores, Gautama e Jesus - Jesus pôde
deixar muito pouco a seus discípulos - O Karma ligado ao renascimento de
um Nirmanakâya - O significado do Sacrifício do Cordeiro - Shruti, a
Divina Revelação, é eterna; Gautama a revelou - Gautama e Jesus abriram
as Portas do Santuário proibido aos de condição inferior - Shankarachârya
desapareceu, mas perdura a crença de que ele esteja vivendo entre a Frater­
nidade de Shamballa.

Seção XLIV - "Reencarnações" de Buddha 34

Bodhisattva chegou a ser um Buddha, por seu próprio esforço e mérito - As


qualidades que um Buddha deve adquirir - O sacrifício do Buddha com o

5
objetivo de ajudar a humanidade - A natureza dos mundos em que um
Buddha atua - Volumes Secretos das Lamaserias tibetanas sobre a vida dos
Grandes Sábios - Shankarachârya deixou seu corpo mortal; aos trinta e três
anos, libertando o Bodhisattva que animava sua personalidade - O Mistério
Kármico de Shankarachârya e o Buddha-Tsong-Kha-Pa, uma "Encarnação" do
Buddha - "O lugar dos Três Segredos".

Seção XLV - Um Sermão Inédito de Buddha 40


Um sermão dirigido aos Arhats sobre o mistério do Ser e do Não-Ser - O
livre e espiritual Eu, sobre o qual Mâyâ não tem influência.

Seção XL VI - Nirvana-Moksha 42
As Coisas Eternas, conforme ensinou Buddha, de acordo com a interpretação
das Igrejas do Norte e do Sul - O Éter, o Akâsha, o Espaço, a Eterna Raiz
de todas as coisas, explorados pelos videntes de todos os tempos - O "Deus"
de Platão é a "ldeação Universal" - Conceitos de Schopenhauer sobre a
Vontade - A Vida presente em cada átomo - Os Orientalistas interpreta­
ram erroneamente a natureza do Nirvana - O verdadeiro significado de Ani­
quilamento.

Seção XLVII - Os Livros Secretos de "Lam-Rin" e "Dzyan" 50


O Livro de Dzyan é o primeiro volume dos Comentários sobre os Volumes
Secretos de Kiu-te - O Livro da Sabedoria Secreta do Mundo, origem arcaica
de volumosos Comentários - Os Grandes Mestres da Montanha Nevada pos­
suem o Verdadeiro Conhecimento - Os antigos Comentários devem ser lidos
com o auxílio de uma Chave.

Seção XLVIII - Amita Buddha, Kwan-Shai-Yin e Kwan-Yin, o que dizem o


"Livro de Dzyan" e as Comunidades de Lamas acerca de Tsong-Kha-Pa 53
Tsong-Kha-Pa, Encarnação Direta de Amita ( ou Amida) Buddha - O signifi-
cado da palavra Amida ou Amitâbha.

Seção XLIX - Tsong-Kha-Pa, Lohans na China 55


Tsong-Kha-Pa, uma Encarnação de Buddha, proibiu a nigromancia - O "Salão
dos Quinhentos Lohans" nas cercanias de Pequim - As perseguições obriga­
ram os Arhats a fugir da India e a buscar sossego na China, Tibete, Japão e
outros países - Sâddhus e Yoguis vivem desconhecidos na fndia - Quando
os Iniciados da fndia e do Tibete poderiam dissipar a densa treva que envolve
a História do Ocultismo - Tsong-Kha-Pa ordena que os Arhats se esforcem
por iluminar o mundo.

Seção L - Retificação de mais alguns conceitos errôneos 59


Os sublimes ensinamentos do Buddha só podem ser apreciados pelos Iniciados
- As Palavras do Buddha têm um duplo signifi..ado - Os Graus da Hierar­
quia do Adeptado se baseiam nos Três Graus Principais: Pratyeka-Buddhas,
Bodhisattvas e Buddhas Perfeitos - Os Ensinamentos de Nagârjuna e Aryâ­
sanga - O Estado de Paramârtha transcende toda ilusão - Os Sistemas
Yogachâryas são esotéricos - Yogachâryas e Vishishtâdvaítas tibetanos -
O Dharmakâya Bodhisattva é infalível em estado real de Samâdhi - A Senda
para a Emancipação se consegue mediante o Conhecimento (Iniciação)
Orientais materialistas - Datas relativas ao Budismo tibetano.

6
Seção Ll - A "Doutrina do Olho" e a "Doutrina do Coração" ou o "Selo do
Coração" 68
A Verdade preservada nos Baluartes trans-himalaicos - Não é possível com­
preender as Religiões, até que cada uma revele seus últimos segredos - A
"Doutrina do Olho" significa Dogma e Letra Morta - A "Doutrina do Cora-
ção", a única verdadeiramente real - A genuína Literatura Esotérica é ainda
inacessível - O Budismo Esotérico ainda é preservado - Bodhidharma, funda-
dor do Budismo na China - Como conhecer os Mistérios do Esoterismo.

ALGUNS APONTAMENTOS SOBRE A SIGNIFICAÇÃO DA FILOSOFIA


OCULTA NA VIDA
Apontamento I 81
Advertência: Esta é uma Lei imutável nos domínios do Oculto - A maxuna
ocultista: "Conhece-te a ti mesmo" - OM: Mantra da Quinta Raça - OM­
MANI-PADME-HUM: Mantra da Quarta Raça - Por que a fórmula OM­
MANI-PADME-HUM (Eu estou em ti, e tu estás em mim) significa também
"A Jóia no Lótus" - A potência do Som e da Cor e do Número - A
natureza da Tríade Superior - Processos cósmicos e humanos comparados -
TAT (AQUILO), a Incognoscível Raiz sem Raiz - Os números Dez e Sete
- O Uno em Três, e os Sete Princípios - O Corpo Aurico sagrado - Cen­
tros cósmicos e seus Princípios microcósmicos - Correspondência dos Planetas
com os olhos - Nós somos Sete em UM - Sete estados de consciência -
A mulher é o perfeito número cósmico Dez - Todo ser humano é uma encar­
nação de seu "Pai que está nos Céus" - O poder da palavra AUM ou OM,
e AMEN - Por que a oração deve ser feita em recolhimento - Os Planetas,
os Dias da Semana e seus correspondentes Metais e Cores - Brahmavidyâ,
a Sabedoria Primordial - O que pode ser conseguido mediante o desenvolvi­
mento de um amor universal à Humanidade.

Apontamento II 99
"Véus" e termos ocultos - O Dez é o Universo como um conjunto - Pre­
domínio de um Princípio sobre Outro - Correspondência de Planetas, Metais
e Cores - Os Planetas físicos são tipos de Mundos Psíquicos e Espirituais
- O que sucede quando a Consciência individual se enfoca internamente -
Os Anjos da Guarda dos quatro extremos da Terra - As Escolas esotéricas
divididas em Círculos Internos e Externos - A significação de Linga Sharira
- Significados esotéricos e exotéricos das Cores - As sete cores do espectro
são emanações diretas das Sete Hierarquias de Seres - Os Planetas físicos
regem somente o Corpo físico, e suas funções; as Faculdades mentais, emoti­
vas, psíquicas, e espirituais são influenciadas pelas Propriedades ocultas que
emanam das Hierarquias dos Regentes Espirituais dos Planetas - Os Sete
Estados que culminam nos "Princípios" do Homem - O "Grande Tom" na
Natureza - O simbolismo dos Planetas e os Princípios - O que é realmente
a Magia - A Magia Divina é o Conhecimento da Inseparabilidade de nossos
Divinos "Eus" - Por "Magia" Simão, o Mago, designava o Conhecimento
dos Iniciados - A significação do Fogo - Sizígias ou Eões ativos e passivos
- Os primeiros Seis Eões e o Sétimo - A Vida Una, a Divina Chama Inte­
ligente - O Terceiro Mundo de Simão com sua Terceira Série de Seis Eões
- O Homem deve desenvolver a Potência de seus "Pais" - Em que consiste
o Tríplice Eão - Kriyâshakti, o Poder de produzir Formas objetivamente por
meio da Força da Ideação e da Vontade, da Matéria Invisível e Indestrutível
- A Magia chamada agora Teosofia ou Sabedoria Divina, Poder e Conheci­
mento - Os "milagres" de Simão - Simão e Heiena, a Shakti do Homem

7
Interno - A verdadeira Teurgia é a genuína Ciência Divina da Rája-Yoga -
Duas classes de Teurgia - O que o Homem consegue através da Teurgia ou
Râja-Yoga - Só os Grandes Adeptos podem perceber um "Deus" em sua
Forma verdadeira e transcendental -_A "Jóia no Lótus" é o Homem espi­
ritual ou Deus - Os Sete Princípios dimanam das Sete Grandes Hierarquias
- Nosso Plano é um Plano reflexo - A Escala Musical e as Cores, de
acordo com o número de Vibrações, procedem desde o Mundo da Matéria
até o Mundo do Espírito - Cores, Sons e Formas e seus Correspondentes
- Cores e Princípios - Os Estudantes devem dominar as Correspondências
corretas entre os Princípios humanos e os do Cosmos - As Raízes da Cor e
do Som - Ordens, Hierarquias e o Homem - A Unidade da Divindade.

Apontamento III - Algumas palavras sobre os primeiros estudos 127


O estudo do Ocultismo procede do universal para o particular - Os Diagra­
mas têm por finalidade familiarizar os estudantes com as Idéias Capitais das
Correspondências Ocultas - Considerações sobre o Sigilo - A totalidade da
Verdade é demasiado sagrada para que se exponha a todos; o Conhecimento
dos pormenores é muito perigoso em mãos profanas - A Missão dos Espíritos
Planetários é dar a Chave da Verdade e logo desaparecer - Tremenda santi­
dade da Promessa - Os "Irmãos da Sombra" e seu trabalho sobre os cérebros
humanos - A diferença entre um "Irmão da Luz" e um "Irmão das Trevas"
- O aspecto luminoso e o aspecto tenebroso da Natureza - A razão dos
"Véus" nos Livros Ocultos - Os sete Tattvas - Princípios Eternos Básicos
e Aspectos transitórios produzidos por eles - Natureza do Ovo Âurico em
seus diversos significados - Operações do Karma e o Renascimento - Signi­
ficado e correlação dos Tattvas - O Som é o substrato de Akâsha - Os sete
Tattvas segundo os ensinamentos esotéricos - Os três e os quarenta e nove
Fogos - Prânâyâma, a Ciência dos Cinco Alentos - Os três Nâdis: Sus­
humnâ, Idâ e Pingalâ - A diferença entre os Sistemas de Râja-Yoga e Ha­
tha-Yoga - Os sete Chakras principais se acham localizados na cabeça -­
Os Filhos de Fohat: Movimento, Som, Calor, Luz, Coesão, Eletricidade ou
Fluído elétrico e Fluído neurótico ou Magnetismo - A Aura psíquica ao
redor do indivíduo - A inversão das Cores Tattvicas pende parz a Magia
Negra - "Véus" exotéricos e a morte da Alma - O Pentáculo traçado com
o vértice para cima, signo da Magia Branca - O Ego Divino se infunde no
feto, no fim do sétimo mês - A Vida na Consciência espiritual é uma cons­
ciente existência no Espírito e não na Matéria - A "Segunda Morte" e Ho­
mens sem Alma - Personalidade e T' jividualidade - O Ego Superior no
Devachan - Diferentes classes de "Morte" - Em cima, a LUZ; embaixo, a
Vida - Natureza ilusória da Personalidade física - O Quinto e Sétimo Prin­
cípios no Homem -- A função de Buddhi e de Manas - O Ego individual é
imortal - Natureza e funções de Antakharana - Nenhuma Personalidade
alcança o Âtmâ a não ser por meio de Buddhi-Manas _:__ Avitchi e os seres
humanos sem alma - Que sucede quando o Ego reencarnante se desprende
da Alma psicoanimal? - Quem são os candidatos para o Avitchi? - A po­
tência de uma palavra ou nome está no Ritmo ou Acento - Façamo-nos imor­
tais mediante a identificação com Âtmâ-Buddhi-Manas, AUM ou Deus - A
Divina Justiça do Karma.

APENDICE

Notas sobre os Apontamentos I, 11 e III 167

Todas as letras do alfabeto têm sua Cor própria - A Cor e Nú1Dcro do�
Planetas e também das Constelações Zodiacais que correspondem a cad:i lctr,1

8
do alfabeto são necessanos para formar uma Silaba e mesmo uma Letra
Operativa - O Quatro Pitagórico, símbolo do Cosmos - O Triângulo, o
Quaternário e suas Correspondências e Cores - As Vibrações e os sete
Sentidos.

Notas sobre alguns ensinamentos orais 173


Os três Ares vitais - O Ovo Âurico de um Adepto, de um menino e de um
idiota - Hipnotismo e Mesmerismo - O Karma individual não pode entrar
em ação até a Descida de Manas - O "Moragor do Umbral" - A pureza
de vida do Adepto; seu amor, a harmonia com a Natureza, com o Karma e
com seu "Deus Interno" lhe dão seus poderes - O que constitui o Karma
para o Ego reencarnante - A natureza de Mahat e suas Emanações - S0-
mente o Conhecimento do Âtmâ-Buddhi-Manas pode incluir o Passa:.'.0 e o
Futuro no Presente - O Estado Turlya e Âtmâ-Buddhi-Manas - As Nidâ­
nas provêm dos Dhyân-Choans e Devas - Os Três e os Quarenta e Nove
Filhos de Agni - A Sexta Raça terá duas medulas espinhais, e na Sétima
fundir-se-ão em uma - Antahkarana é a Ponte imaginária entre o Manas Su­
perior e o Inferior - O Antahkarana tem sete divisões - Os órgãos do
corpo e suas Correspondências - O corpo físico não é um Princípio - O
Quatorze significa a interferência dos Planos - A Natureza toda é uma caixa
de ressonância - O Sexto e o Sétimo Sentidos fundir-se-ão no Som Akâshico
- Prâna é o Princípio Motor na Vida - Platão e Euclides eram Iniciados
- Sete Planos de Consciência cósmica e sua explicação - Mahat é a Enti-
dade suprema do Cosmos - Mahat se diferencia ao animar o Universo -
Aspecto Manvantárico de Parabrahman e Míllaprakriti - Consciências Astral,
Kâma-Prânica, Kâma-Manásica e Búddhica - Vigilante silencioso, os Dhyân­
Choans, os Pitris e as Hierarquias - Âtmâ-Buddhi-Manas no Homem corres­
ponde aos Três Logos do Cosmos - Insinuações acerca dos Três Logos
1) Potencialidade da Mente ( Pensamento Absolàto), 2) Pensamento em ger­
me, 3) Ideação em atividade - Imaginação, primeiro passo para adquirir o
Poder Kriyâshakti - O Sol que vemos é um reflexo do verdadeiro Sol -
A Lua - Os Planetas e nosso Sistema solar - Os termos sânscritos empre­
gados no Ocultismo - Explicação dos Estados de Consciência corresponden­
tes à Classificação Vedantina dos Lokas - Novas explicações sobre os Senti­
dos - Sete Lokas Divinos e Sete [okas Terrestres comparados - Os Qua­
torze Lokas constituem todo o alcance de Brahmânda, o Mundo Inteiro -
Os Lokas e Talas são reflexos recíprocos - Estados de Consciência - O Amor
Maternal - H.P.B. discorda do conceito ocidental da Consciência - As sete
Escalas da Consciência - Provas da existência do Ego - A Glândula Pineal
e o Coração - O Corpo Astral é molecular, o Ego é atômico, espiritual -
O Manas Inferior dimana do Manas Superior - As qualidades determinam a
índole do Caráter - O sentimento de Responsabilidade é o Princípio da
Sabedoria - Os Fogos e Kundalini - Sete Estados de Percepção - O Ho­
mem espiritual está no Coração; o Homem psicointelectual, na Cabeça -
Nada existe no Macrocosmo que não exista no Microcosmo - Vontade e
Desejo - Nosso Manas é um raio da Alma do Mundo que se afasta durante
o Pralaya - Nomes e explicações das Doze Nidânas - Os Skandhas são os
germes da Vida em todos os Sete Planos da Existência em corpos sutis -
O Fogo é um Princípio Divino - Insinuações sobre o Futuro - Explicações
sobre o Ego - A Evolução Monádica - Natureza e funções do Corpo
Astral - O Devachan é um Estado num Plano de Cr,nsciên�ia espiritual -
Kâma-Loka é um lugar de Consciência Física.

Notas Adicionais

Bibliografia 233
SEÇÃO XLI

A DOUTRINA DOS AVATARAS

Entre os discípulos de alguns insignes Gurus do Himalaia, e até mesmo


entre leigos, persiste uma estranha tradição, que melhor se pode qualificar
de lenda, segundo a qual Gautama, o príncipe de Kapilavastu, nunca teria
deixado as regiões terrestres, apesar da morte e incineração do seu corpo
físico e das relíquias que deste se conservam.
Os budistas chineses e os árias, por tradição oral, e os lamas do Tibete,
de acordo com o texto de seus livros sagrados, afirmam que Gautama
BUDDHA tinha duas doutrinas: uma para seus discípulos leigos e as massas,
e outra para seus "eleitos", os Arhats. Ao que parece, a norma de conduta
do Mestre, também seguida pelos Arhats, foi a de não recusar a admissão
de nenhum candidato ao "arhatado", mas somente revelar os mistérios
finais àqueles que, depois de muitos ,anos de noviciado, houvessem provado
que eram dignos da iniciação. Estes, uma vez aceitos, eram consagrados e
iniciados, sem qualquer distinção de raça, casta ou riqueza, como aconteceu
no caso de seu sucessor ocidental.
Foram os Arhats que deram curso àquela tradição, perpetuando-a na
mente do povo; e nela também se baseia o dogma posterior da reencarnação
lamaica dos Buddhas humanos.
O pouco que se pode aqui dizer sobre este assunto contribuirá ou não
para guiar o estudante de ocultismo ao caminho certo. Convém advertir que,
como foi deixado ao critério e à responsabilidade da autora expor as coisas
da maneira por que pessoalmente as entendeu, sobre ela sozinha deve recair
a culpa dos possíveis erros. A autora ensinaram a doutrina, mas ficou à sua
intuição apreciar o conjunto dos complexos e misteriosos dados reunidos,
assim como agora os deixamos à sagacidade do leitor. As informações incom­
pletas que ora trazemos são fragmentos do que se contém em certas obras
secretas; mas não é lícito divulgar as minúcias.
A versão esotérica do Mistério consubstanciada nesses volumes secretos
pode ser resumida em poucas palavras.
Os budistas sempre negaram categoricamente que o Buddha, como
pretendem os brâmanes, fosse um Avatar de Vishnu, no mesmo sentido em

11
que um homem é uma encarnação de seu antepassado kármico. Sua negativa
talvez provenha, em parte, de não conhecerem o significado esotérico com­
pleto, impessoal e amplo da expressão "Mahâ Vishnu ".
Há um misterioso Princípio na Natureza, chamado "Mahâ Vishnu", que
se não confunde com o deus Vishnu, mas é um princípio que contém a
semente do "Avatarismo" (Bija), ou, em outras palavras, que é o poi:eacial
e a causa de tais encarnações divinas. Todos os Salvadores do mur.do, Bod­
dhisattvas e Avataras, são as árvores de redenção que brotam de uma única
semente: o Bija ou "Mahâ Vishnu" - chamem-na assim ou com o nome
de Âdi-Buddha ( Sabedoria Primordial).
Esotericamente interpretado, Vishnu é ao mesmo tempo Saguna e Nir­
guna (com atributos e sem eles). Sob o primeiro aspecto, Vishnu é objeto
de culto e devoção exotéricos; sob o segundo, como Nirguna, é o ponto
culminante de toda a sabedoria do Universo - ou seja, o Nirvana 1; e o
adoram todas as mentes filosóficas. Neste sentido esotérico, o Senhor Buddha
foi uma encarnação de Mahâ Vishnu.
Isso do ponto de vista filosófico e puramente espiritual. Contudo, sabem
os i:iiéiados que, no plano da ilusão, digamos assim, ou do ponto de vista
terreno, foi Buddha a encarnação direta de um dos primitivos "Filhos da
Luz", que se encontram em todas as teogonias: os Dhyân-Chohans, cuja
missão, de uma a outra eternidade (evo), é cuidar do progresso espiritual
das regiões que lhes foram confiadas. É o que já ficou explicado no livro
Esoteric Buddhism.
Um dos maiores mistérios do misticismo especulativo e filosófico (mis­
tério que deve ser agora revelado) é o do modus operandi nos graus dessas
transferências hipostáticas. É de todo natural que o processo das encarna­
ções, assim divinas como humanas, deva continuar sendo um livro fechado
para o teólogo e o fisiólogo, até que os Ensinamentos Esotéricos venham a
ser, pelo consenso geral, a religião do mundo. Tais ensinamentos jamais serão
expostos abertamente a um público não preparado para recebê-los; mas uma
coisa é certa, e pode ser dita agora: entre o dogma da criação de uma alma
nova para cada nascimento novo e a afirmação fisiológica de uma alma animal
temporária estende-se a vasta região dos Ensinamentos Ocultos 2, com suas

( 1) Muitos erros são devidos à confusão dos planos do ser e ao emprego de ex­
pressões impróprias. Confundem-se, por exemplo, certos estados espirituais com o
Nirvana búdico. O Nirvana de BUDDHA nada tem de semelhante com o samadhi,
nem mPsmo com a mais elevada das teofanias experimentadas pelos Adeptos menores.
3ã0 mui dssimo diferentes, depois da morte física, os estados espirituais alcançados pelos
Adeptos.
( 2) Nesta região escá o único pomo de conciliação possível entre os dois pólos
opostos da religião e da ciência, uma com os seus estéreis campos dogmáticos da fé,
a outra referta de hipóteses vazias, ambas invadidas pela erva daninha do erro. As duas
se acham em conflito, e sempre hão de mutuamente guerrear-se; o que não impede de se
aliarem contra a Filosofia Esotérica. Esta, que desde há dois mil anos vem lutando
contra a infalibilidade que aquelas se arrogam e a "tola vaidade e presunção de ambas",
segundo a definição de Antonino, vê agora como o materialismo da Ciência moderna
investe contra as suas verdades.

12
a demonstrações lógicas, cuja seqüência e encadeamento filosófico a própria
Natureza nos o ·en.ce.
O "Mistério" está exposto, para quem lhe saiba apreender o exato sig­
nif :a<:lo, nas seguintes palavras do diálogo entre Krishna e Arjuna, no
Bhagavad Gzta:
"Muitos foram os meus nascimentos no passado, e também muitos foram os teus,
ó Arjuna! Eu me recordo de todos; mas tu não te recordas dos teus, ô terror dos
inimigos!
Embora eu esteja acima dos nascimentos, com um Âtmâ perene, e seja o Senhor
de tudo o que existe, aceitei o condicionamento de minha própria natureza, e nasço
pelo poder da ilusão 3.
Sempre, ó filho de Bhârata! que o Dharma [a lei justa] declina, e ganha
terreno o Adharma [a iniqüidade, o oposto do Dharma], eu renasço.
Para proteger os bons, destruir os maus e restaurar o império da justiça, eu nasço
em cada Yuga.
Aquele que em verdade reconhece o meu divino nascimento, ó Arjuna! esse, quando
abandonar o corpo, não renascerá, mas se unirá a mim." 4

Assim, todos os Avataras se confundem em um só: eles são os Filhos


do "Pai", sua progênie direta. Com o tempo o "Pai" ( ou uma das sete
Chamas) chega a ser o Filho, e o Filho se torna uno com o Pai - na
Eternidade.
Que é o Pai? É a Causa absoluta de tudo? O insondável Eterno? Certa­
mente que não. É Kâranâtmâ, a "Alma Causal", que em seu sentido amplo
os hindus chamam Ishvara, o Senhor, e os cristãos Deus, o Deus Único.
Do ponto de vista da unidade, assim é; mas então poderíamos também consi­
derar como "o Único" o Elemental mais ínfimo. Além disso, todo ser humano
tem seu próprio Espírito divino ou Deus pessoal. Essa divina Entidade ou
Chama, de onde promana Buddhi, está para com o homem, embora num
plano inferior, na mesma relação que o Dhyâni Buddha para com o seu
Buddha humano. Não são, portanto, irreconciliáveis o monoteísmo e o
politeísmo: ambos existem na Natureza.
Em verdade, foi com a missão de "proteger o bem e destruir o mal"
que vieram ao mundo, cada qual em sua época, personalidades como Gauta­
ma, Shankara e alguns outros. Conforme se disse: "Eu nasço em cada Yuga".
E todos nasceram pelo mesmo Poder.
Há um grande mistério nessas encarnações, que transcendem o ciclo
geral de nascimentos. Em três grupos se podem dividir as encarnações: os
Avataras ou encarnações divinas; as dos Adeptos que renunciam ao Nirvana
( 3) De onde provêm algumas das idéias gnósticas? Cerinto ensinava que, vendo
Jehovah decair de sua virtude e dignidade originais, o Supremo permitiu que um de
seus gloriosos Eões, chamado o "Ungido" (Cristo) encarnasse no homem Jesus. Basí­
lides negava a realidade do corpo de Jesus, dizendo-o "ilusório" e sustentando que
não foi Jesus quem padeceu os tormentos da paixão e da cruz , mas Simão de Cirene, que
tor.10n o seu lugar. Todos esses ensinamentos são ecos de doutrinas orientais.
( 4) Bhagavad Gtta. cap. IV. vers. 5-8.

13
para auxiliar a humanidade ( Nirmanakayas); e a sucessão natural de renas­
cimentos para todos - a lei comum. O Avatar é uma aparência, que pode­
ríamos chamar de ilusão especial dentro da ilusão natural dos planos sujeitos
ao domínio de Mâyâ. O Adepto rena,sce conscientemente, à sua vontade e
conveniência 5; mas os indivíduos que compõem a grei comum obedecem
inconscientemente à grande lei de evolução dual.
Que é um Avatar? Antes de empregar o termo, é necessário ter a exata
compreensão de seu significado. É uma descensão da Divindade manifestada,
quer se chame Shiva, Vishnu ou Âdi-Buddha, à forma ilusória de uma
individualidade, que para os homens deste plano físico parece objetiva, mas
que realmente não o é. Esta forma não teve encarnações anteriores nem está
sujeita a reencarnações; e, portanto, com ela o Karma não interfere.
Gautama BUDDHA nasceu como um Avatar em determinado sentido.
Mas isto requer uma explicação, em virtude das inevitáveis objeções no
campo dogmático. Há grande diferença entre um Avatar e um Jivanmukta:
o primeiro é, como já dissemos, uma aparência ilusória, sem Karma e sem
encarnações anteriores; o segundo é o que alcança o Nirvana por mereci­
mento próprio. Contra esta expressão ainda protestaria o vedantino intransi­
gente, dizendo que tanto o Avatar como o Jivanmukta são um só e mesmo
estado, e que o mérito pessoal, seja qual seja o número de encarnações, não
pode conduzir ao Nirvana. Para ele, o Nirvana se caracteriza pela ausência
de ação; como poderia, pois, ser alcançado por meio da ação? Porque o
estado nirvânico não é efeito nem causa, senão um sempre presente e eterno
É, como o define Nagasena. E, assim, nada tem a ver com a ação, o mérito
ou o demérito, que estão na esfera do Karma.
Tudo isso é verdade; mas, para nossa mente, ainda há uma grande
diferença entre os dois conceitos. O Avatar é; o Jivanmukta vem a ser
Se há identidade entre ambos os estados, não ocorre o mesmo com as causas
que a eles conduzem. Um Avatar é a descida de um Deus em uma form2
ilusória. Um Jivanmukta, que' pode ter passado por inumeráveis encarnações,
nelas acumulando mérito, certamente que não alcança o Nirvana em virtude
deste mérito, mas devido ao Katma que o produziu, e que o conduz e o guia
até o Mestre que há de iniciá-lo no mistério do Nirvana - e só o Mestre
pode ajudá-lo a chegar a essa morada.
Dizem os Shastras que é unicamente por nossas obras que podemos
obter o Moksha ( ou liberação final) ; e que sem esforço nada conseguiremos
realizar, nem receberemos auxílio ou benefício da Divindade [ o Mahâ Guru].
Temos, portanto, que Gautama, embora um Avatar em certo sentido, foi
um verdadeiro Jivanmukta humano, por seu mérito pessoal, e, em conse­
qüência, mais que um Avatar. Foi seu próprio merecimento que lhe permitiu
alcançar o Nirvana.

( 5) O verdadeiro Adepto iniciado nunca perde esta condição, ainda que se


reencarne inúmeras vezes em nosso mundo de ilusão. A força determinante desta série
de reencarnações não é o Karma, como geralmente se imagina; mas outra força ainda
mais inescrutável. Durante o período de suas vidas terrenas, não perde o Adepto esta
sua qualidade, embora não possa elevar-se a um estado superior de evolução.

14
Há dois tipos de encarnações voluntárias e conscientes de Adeptos: as
dos Nirmanakayas e as dos chelas ou discípulos que se acham na fase
s probatória.
O maior mistério, e de mais difícil compreensão, nas encarnações do
primeiro tipo, está em que o Ego pessoal do Adepto pode renascer em um
corpo humano ( servindo-se do seu Mâyâvi ou Kâma-Rupa, e permanecendo
no Kâma-Loka) ainda quando seus "Princípios Superiores" continuem no
estado nirvânico 6.
Convém advertir que as expressões acima ora são usadas com o obje­
tivo de vulgarizar o conceito, e que, portanto, não tratamos esta misteriosa
questão do ponto de vista do plano supremo, o da espiritualidade absoluta,
nem tampouco a examinamos sob o aspecto filosófico mais elevado, só
acessível a muito poucos.
Não se deve supor que algo possa chegar ao Nirvana que ali não esteja
eternamente; mas o intelecto humano, ao especular sobre o Absoluto o
considera como o último termo de uma série indefinida. Se tivermos isso
presente, evitaremos muitos conceitos errôneos. O conteúdo desta evolução
espiritual é a matéria dos vários planos com os quais o Nirvâni esteve em
contato antes de alcançar o Nirvana; mas o plano em que isto se efetua,
pertencendo à série de planos ilusórios, não pode certamente ser o plano
supremo. Cumpre aos que investigam este ponto recorrer à legítima fonte
de estudo, que são os ensinamentos dos Upanishads; e devem fazê-lo com
o espírito aberto. Aqui só pretendemos indicar o rumo a seguir na investi­
gação, e mostrar algumas das possibilidades ocultas, mas sem conduzir o
leitor diretamente à meta, porque a verdade final não pode ser comunicada
senão do mestre para o discípulo iniciado.
Apesar de tudo o que dissemos, o enunciado ainda parecerá incom­
preensível, se não absurdo, a muita gente. Em primeiro lugar, aos que não
estejam familiarizados com a doutrina da natureza múltipla e dos vários
aspectos da Mônada humana; e em segundo, aos que considerem a divisão
setenária do homem por um prisma demasiado materialista.
Entretanto, a possibilidade do fato será admitida sem vacilações pelo
ocultista que, tendo estudado detidamente o mistério do Nirvana, sabe que
este é idêntico a Parabrahman, e portanto imutável, eterno; que não é uma
Coisa, mas o Todo absoluto. Sabe que um Dharmakâya, ou seja, um Nir­
vâni "sem resíduos" ( conforme a tradução dos orientalistas), é absorvido

( 6) Desde o Brahmâ-Loka ou sétimo mundo ( o mais elevado), além do qual


tudo é sem forma (arúpa) e puramente espiritual, até o mundo ínfimo das formas
microscópicas, há um perpétuo revolver da condição de existência, evolução e renasci­
mento. Alguns seres humanos atingem estados ou esferas de onde só é possível re­
gressar em um novo Kalpa ( ou dia de Brahmâ). E há outros estados ou esferas de
onde não há volta senão depois de cem anos de Brahmâ (Mahâ Kalpa, ou período de
311.040.000.000.000 de anos). Diz-se que o Nirvana é um estado que não comporta
retorno; contudo, admite-se que, em casos excepcionais, é possível haver reencarnação
procedente do Nirvana - mas tais encarnações são ilusórias, como todas as coisas neste
plano físico, conforme se verá

15
nessa Inanidade, que é a única Consciência Real, porque Absoluta; e, por­
tanto, não pode voltar a encarnar-se na Terra, visto que o Nirvâni já não é
um "ele", uma "ela" ou sequer um "isto". E sabe que o Nirmanakâya, ou
seja, o que obteve o Nirvana "com resíduos", fica revestido de um corpo
sutil, que o torna impenetrável a todas as vibrações exteriores e a todas as
impres�ões mentais, não perdendo inteiramente a noção do seu Ego e po­
dendo assim reencarnar-se.
O ocultista oriental sabe também que há duas espécies de Nirmana­
kâyas: o natural e o assuntivo. O primeiro é a condição do Adepto ou Ini­
ciado que alcançou um estado de bem-aventurança somente inferior ao Nir­
vana; o segundo é a condição do que por abnegado sacrifício renuncia ao
Nirvana absoluto com o propósito de ajudar o gênero humano, ou, em outras
palavras, para salvar e guiar os seus irmãos em humanidade. Pode-se obje­
tar que, sendo o Dharmakâya um Nirvâni ou Jivanmukta, não há razão para
deixar "resíduos" depois da morte, pois alcançou aquele estado em que já
não são possíveis ulteriores encarnações, e por isso não necessita de corpo
sutil ou do Ego individual que reencarna, devendo este último logicamente
desaparecer. Respondemos que assim é nas explicações exotéricas e dentro
da lei geral; mas que nos estamos referindo a um caso excepcional, cuja
ocorrência pertence ao domínio dos poderes ocultos dos grandes Iniciados.
Estes, antes de chegar ao Nirvana, podem fazer com que os seus "resíduos"
( também chamados algumas vezes, impropriamente, Mâyâvi Rupa) perma­
neçam em planos inferiores 7, quer venham eles a ser Nirvânis ou apenas
alcancem um grau menor de beatitude.
Há outros casos ( raros, embora mais freqüentes do que se poderia
supor) em que o Adepto 8 reencarna voluntária e conscientemente, durante
suas provas.
Todo homem tem um "Eu Superior", interno, e um corpo astral. Mas
poucos são os que, fora dos graus superiores do Adeptado, podem dominar
e dirigir o corpo astral, ou algum dos princípios que o animam, logo depois
de terminada sua curta vida terrena. Não obstante, esse domínio do corpo
astral, inclusive sua transferência de um corpo físico morto para outro corpo
vivo, não só é possível mas de ocorrência comum, segundo os ensinamentos
ocultos e cabalísticos; ainda que variem muito os graus de semelhante poder,
corno é natural. Mencionaremos apenas três destes graus.

( 7) Este desaparecimento do veículo do Egotismo no Yogi completamente evolu­


cionado, que se supõe haver atingido o Nirvana ainda na Terra, anos antes de sua
morte corpórea, deu lugar a uma das leis de Manu, sancionacia por milênios de autori­
dade bramânica. Segundo a lei, aquele paramâtmâ se torna absolutamente imune ao
pecado e livre de responsabilidade por tudo quanto possa fazer ( veja-se o último ca·
pítulo das Leis de Manu). Efetivamente, até mesmo a casta, que é a instituição mais
intransigente, despótica e tirânica da índia, pode ser infringida impunemente pelo Yogi,
que paira acima das castas. Aqui está a chave de nossas afirmações.
(8) [H. P. B. emprega com muito pouco rigor a palavra "Adepto", como se
quisesse expressar, tão somente expressar, a posse de algum conhecimento especial. Aqui
o termo parece indicar um discípulo não-iniciado, e mais adiante um discípulo iniciado.
-- Nota da edição de 1897.]

16
O primeiro ( começando pelo inferior) permite ao Adepto, que em
vida deparou com muitos obstáculos no estudo e prática de seus poderes,
escolher depois da morte outro corpo em que prosseguir nas atividades
interrompidas, embora perdendo toda lembrança de sua precedente encar­
nação. No segundo grau, pode o Adepto transmitir ao novo corpo a memória
de sua vida pas�ada. No grau mais elevado, quase não há limites ao exercício
de tão maravilhosa faculdade.
Como exemplo de Adeptos que gozaram do primeiro grau de poder
oculto, citam alguns cabalistas medievais um personagem muito conhecido
que viveu no século XV - o Cardeal de Cusa. Por causa de sua profunda
afeição ao estudo da doutrina esotérica e da Cabala, permitiu o Karma que
o sobressaltado Adepto buscasse no corpo de Copérnico a recuperação inte­
lectual e um abrigo contra a tirania eclesiástica. Se non e vera e ben trovato;
e, para quem examine as biografias dos dois personagens e creia naqueles
poderes, a versão é bem plausível. O leitor que satisfizer tais condições po­
derá reportar-se ao substancioso tratado escrito em latim no século XV pelo
Car..ieal de Cusa, sob o título De Docta lgnorantia, onde verá expostas todas
as teorias e hipóteses - todas as idéias de Copérnico, que foram a base
do seu novo sistema astronômico 9.
Quem foi esse Cardeal de Cusa, portador de tão extraordinário saber?
Era filho de um pobre barqueiro; e a seus próprios méritos, à surpreendente
erudição que nele parecia inata, pois começou a estudar já na idade madura,
deveu sua carreira eclesiástica, o chapéu cardinalício e a veneração respeitosa,
mais do que à amizade com que o distinguiam os papas Eugênio IV, Nico­
lau V e Pio II. Morreu a 11 de agosto de 1464. Suas melhores obras foram

( 9} Cerca de cinqüenta anos antes do _nascimento de Copérnico, o Cardeal de


Cusa escreveu o seguinte:
"Embora o mundo possa não ser absolutamente infinito, a ninguém é dado con­
cebê-lo como finito, pois a razão humana é incapaz de lhe assinar um termo. . . Porque,
assim como a nossa Terra não pode estar no centro do Universo, como geralmente se
acredita, também o mesmo pode acontecer com a esfera das estrelas fixas. . . Assim,
este mundo é como uma imensa máquina cujo centro [a Divindade] estivesse em toda
a parte, e a circunferência em parte algu ma [machina mundi, quasi habens ubique cen­
trum et nullibi circumferentiam] ... Portanto, se a Terra não está nú centro, não pode
estar imóvel. . . e, embora seja muito menor que o Sol, não é lícito inferir que seja
de pior condição [ vilior - mais vil] . . . Não é possível saber se os seus habitantes são
superiores aos que moram mais perto do Sol ou em outras estrelas, pois que o espaço
sideral não deve ser desabitado. . . A Terra, que provavelmente [fartasse] é um dos
menores globos, contudo é o berço de seres inteligentes, nobres e perfeitos."
Havemos de convir em dar razão ao biógrafo do Cardeal, qi.:iindo, não suspeitando
a verdade oculta e não vendo como explicar tanta erudição en: um_ escritor do século
XV, se mostra simplesmente maravilhado diante desses miraculo�os conhecimentos, e
os atribui à inspiração divina, dizendo que a este filósofo iucorr.,,arável foram revelados
mistérios teológicos inacessíveis à mente humana ( ! ) , velados e esquecidos ( velata et
neglecta) durante séculos. "Pascal pode ter lido as obras do Cardeal de Cusa; mas de
quem teria este aprendido suas "idéias?' - pergunta Moreri. Nos livros herméticos e
pitagóricos, evidentemente - se deixarmos de lado o mistério de sua encarnação e
r.:encarnação.

17
escritas antes de ser obrigado a tomar ordens para escapar à perseguição,
pois nem o Adepto pode evitá-la.
Na volumosa obra do Cardeal, antes citada, há uma propos1çao muito
significativa, cuja autoria tem sido diversamente atribuída, ora a Pascal,
ora ao próprio De Cusa, ora ao Zohar, e que de direito pertence aos Livros
de Hermes.
"O mundo é uma esfera infinita, cujo centro está em toda a parte e a circunfe·
rência em parte alguma."

A frase foi assim alterada por alguns:

cujo centro não está em parte alguma e a circunferência em toda a parte",

conceito mais herético para um Cardeal, mas perfeitamente ortodoxo do


ponto de vista cabalístico.
A teoria do renascimento deve ser exposta por ocultistas e depois
aplicada a casos especiais. A correta compreensão deste fenômeno psíquico
se baseia na vera concepção daquele grupo de Seres celestes universalmente
chamados os sete Deuses ou Anjos Primordiais ( nossos Dhyân-Chohans),
os "Sete Raios Primevos", ou Poderes, reconhecidos mais tarde pela reli­
gião cristã sob o nome de "Sete Anjos da Presença". Arúpa, isto é, sem
forma, no degrau superior da escala dos seres, e materializando-se cada vez
mais à medida que descem aos mundos da objetividade e da forma, até
chegarem ao mais grosseiro e imperfeito da hierarquia, o plano do homem,
são os que compõem aquele grupo, origem e fonte espiritual dos seres hu­
manos. É neles que germina aquela consciência que representa a primeira
manifestação da Consciência Causal - o Alfa e o Ómega da vida eterna
e do divino Ser. E, descendo progressivamente através de todas as fases
da existência, passando pelo homem, o animal e o vegetal, essa manifestação
somente se detém no mineral. Está representada pelo duplo triângulo, o
mais misterioso e sugestivo de todos os símbolos místicos, porque é um
signo dual que abrange a vida e a consciência espiritual e física: um dos
triângulos aponta para cima, e o outro para baixo, mas entrelaçados ambos
e mostrando os diversos planos dos duas-vezes-sete modos de consciência
- as quatorze esferas de existência, os Lokas dos brâmanes.
O leitor pode agora compreender mais facilmente a idéia em seu con­
junto, e verá também o que se entende por "Vigilantes", os guardiães ou
regentes, destacado um para cada uma das sete divisões ou regiões da Terra,
segundo a antiga tradição - assim como há um incumbido de velar e guiar
cada um dos quatorze mundos ou Lokas 10. Não é, porém, a nenhum deles
que nos estamos referindo, mas aos "Sete Sopros", que dotam o homem com
a imortal Mônada ao longo de sua peregrinação cíclica.

( 10) Este é o significado secreto da Hierarquia dos Prajâpatis ou Rishis. Primeiro


se mencionam sete, depois dez, a seguir vinte e um, e assim sucessivamente. São os
"Deuses" e criadores dos homens, e muitos deles os "Senhores dos Seres"; são os
"Filhos da Mente" de Brahmâ, que depois se tornaram heróis mortais, tantas vezes re-

18
Diz o Comentdrio ao L¢.a/a dc Dzy4%:
A Cbuna (oee Sopro) desce primeiro a §i4a, regi~co como Sgnbor de G16-
ria, e, depots de cbamar a existGrecia coriseieM}te a mats elevada dos Fmanq-
c6es desse plano especial, ascende de ualta co sets prinit_ivo assento, de onde
uela e gala seats inunerdueis Ritios (M6nadas). E§_colbe coma seats Ava,ta-
ros som!ente aqueles qi4e Possulran as Sete Virtudes'L eun anterior ericar-
nac~ao. Qunnto aos deanats, Ela envolee e protege. coda t4m deles_ cone ¥m
de seats inuner6veis ralos. . . 0 I)r6prio "ralo" 6 uno parcala do Senbor
dos Senbores t2.
0 principio setenario do homem - que s6 pode ser considerado dual
no concernente a manifesta€ao psiquica neste grosseiro plano terrestre -
era conhecido de toda a antiguidade, sendo encontradi€o nas velhas escri-
turas dos diverso§ paises. Conheceram-no os egipcios, e o ensinavam mos
seus templos; e a divisao adotada correspondia, em todos os pontos, a dos
ensinamentos secretos arianos. Foi assim exposta em ff¢'f fcee Vc'":
"Segundo as no€6es egipcias e as de outros povos que tinham suas crcncas bascadas
in filosofia, o homem n5o era meranente. . . a uniao de alma e corpo, mas uma trin-
dade, com a adjungao do espirito. E, al6m di§so, acrescentava a doutrina que era cons-
tituido de: Kb& (o corpo fisico), Kb¢b4 (a forma ou sombra astral), K¢ (a alma ani-

=alda°u|]£r££Pi°pvrfintalof)j{offz¢4(a(£utdii8fr£),terfj:tre2n:ao84co(:eciaaa3uapp::jor±.=::::
do corpo fisico." 18

0 s€timo prinofpio, ou principio superior, o espirito incriado, tinha a


designacao gen6rica de Osiris; e, portanto, todo ser humano, depois da
morte, era "osirificado", isto e, convertia-se em urn Osiris.
Mas os ocultistas, reafirmando a existencia da eterna lei da reencar-
nacao e do Karma (nao de acordo com a doutrina dos espiritas, mas con-
forme a enuncia a Ciencia mais antiga do mundo), devem ensinar o renasci-

::nfot.ci:tcoquee::olnu.c:o:£ipo:mo.ussceaj::e|a.qs:fi:n:eis:emriojs,a,.,c;:;cievf::e::s:
ainda permanece incompreensivel para muita gente que ignora a hist6ria do
mundo. Urn renascimento geral para os individuos, com intervalo no Kama
Loka e no Devachan, e uma reencamacao Ofclica e consciente, com uma
grandiosa e divina finalidade, para muito poucos.
Essas magnas figuras, que se destacan como gigantes na hist6ria da
bumanidade, e de que sao exemplos Siddartha BUDDHA e JESUS, no reino
espiritual, e Alexandre de Macedonia e Napoleao, no reino das conquistas

presentados como de car6ter pecaminoso. Identico e o significado aculto do sonho de


Jacob, e o da hist6ria dos patriarcas bfolicos, com sua gencalogia e seus descendentes,
que repartem entre si as regi6es da Terra.
(11) De "Sete Virtudes" e aquele que, §em o beneficio da inicia€ao, chega a ser
tao puro como urn Adepto, por seu pr6prio e exdusivo merito. Devido a sua santidade,
o seu corpo, na encarnacao seguinte, serf o Avatar de seu "Vigilante", ou Anjo da
Gunda, como diriam os eristios,
( 12) "tulo dos mars elevados Dhyan-Chohans.
(13) OP, cj/., vol.11, pis. 367.

19
terrenas, sao apenas imagens refletidas de tipos humanos que ja haviam
existido -.- nfo dez nil anos antes, como prudentemente adiantanos em
ffz.s fcae Vc'%, mas durante milh6es de anos consecutivos, desde o comeco
do Manvantara. Porque - com excecao dos verdadeiros Avataras, conforme
ja explicamos acima - sao os mesmos Raios (M6nadas), ininterruptos,
cada urn procedente de seu pr6prio Pal ou Chama espiritual, chamados De-

::s,evptt:ga€dheohcaon:,oE:gsan;.rE*tT;i:An::::+aangeetmdi:s,see:c:infauceabn¥e:
alguns homen§, que por eles sao animadbs hipostaticamente quando hf urn
Qbjetivo espedfico em beneficio da humanidade; e a ocorrencia se repete,
uma vez que outra, gra€as as misteriosas Potestades que guiam e governam
os destinos do nosso mundo.
Como nao podiamos dizer mais na €poca em que escrevemos ff¢f fc777
Vc'z/, limitamo-mos a observar ali que:
"Nao ha nos anais da hist6ria, sagrada ou profana, nenhuma figura eminetite cujo

i?:ot[6o££a°sS€ong:sspa°ds::fi::,9:trcaormnoasat|££Cg:SuS::jfeas:r¥]¥a§eer::I:t£:r=:Ssdaaiat§disgr;g=ase

pdfdg£;af€::taa,p:ss¥£mdaasinfnasgaen¥s3¥£:nee:sq::e§:i::rfneo:sa:p=bses:snt:£di#:]annaasa=.
refletem nos periodos hist6ricos que podemos alcarigar retrospectivamente." 14

Agora, por€m, que varias publicac6es jf expu§eram parte d`a doutrina,


e algumas delas com ideias menos exatas, podemos explicar e amphaf aquela
vaga alusao.
0 que dissemos nao somente se refere as figuras eminentes da hist6ria
em geral, senao tamb€m aos homens de genio, aos homens notaveis de todos
os tempos, que se destacam entre as massas por sua capacidade excepcional
e cooperam para o ben-estar e progresso da humanidade. Cada urn deles € a
reencamacao de uma individualidade com analogas aptid5es que viveu em
tempos anteriores, trazendo assim, para sua nova forma, como urn don
congenito, faouldades jf plenamente desenvolvidas no passado, que n5Q tar-
dam a despertar. Sao com freqtiencia mortais ordinarios, Egos no curso de
sua evolucao Ofdica.
Mas € dos "casos especiais" que nos vanos ocupar agora.
Suponhamos que urn homem, durante o ciclo de encarna€6es, por set
urn recipiente suficientemente puro, seja escolhido para determinado mister
por seu Deus pessoal -a fonte (no plano da manifestacao) de sua M6-
nada, que deste modo o elege como domioflio. Esse Deus, o "Pai que estf
no C€u", €, em certo sentido, nao s6 o prot6tipo a cuja imagem foi formado

:dh£:Fd:Ti.eEP£:[iuac]:somase::no€fa:°v£::fi°da?u:a:X:in;:a::S'A:atparr6P(I;:n:€g:
ter em mente), como o entende a filosofia bramanica; nem o homem assim
escolhido e urn Jivanmukta ou urn Nirvani; mas ocorre uma situacao de todo
excepcional nos domfnios do misticismo. 0 homem pode ou nao ter sido urn

(14) Op. cg.J., pfg. 35 (vol.I),

20
Adepto em vidas anteriores; em todo o caso, e urn individuo puro e espiri-
tual, ou o foi em sua precedente encarnapao, se o corpo preferido 6 o de
uma crian€a reofm-nascida. E quando se da a translac5o ffsica deste santo
ou Boddhisattva, o seu corpo astral nao fica sujeito a dissolngao natural,
como acontece com o dos mortais comuns: permanece em nossa esfera, dentro
do raio de atracao e alcance- humano. Assim 6 que se pode dizer que urn
Buddha, urn Shankaracharya ou urn Jesus animam vfrias pessoas a urn s6
tempo, e ainda que os principios superiores de urn elevado Adepto animam
os tabernfculos visiveis de mortais ordindrios.
Urn certo Raio (principio) de Sanat Kumara espiritualizou (animou)
a Pradyurma, filho de Krishna, durante o grande perfodo do Mahabharata,
enquanto o pr6prio Sanat Kumara dava, ao mesmo tempo, instrucao espiri-
tual ao rei Dhritarashtra. Alem disso, conv€m ter presente que Sanat Kumara
"€ urn eterno jovem de dezesseis anos" que mora no Jana-Loka, a esfera
peculiar de sua condieao espiritual.
Ate mesmo na chamada vida eec'd¢.¢#Zz7g¢c4 se ten observado que, en-
quanto o corpo fisico atua, ainda que apenas mecanicamente, ou permanece
em determinado lugar, o seu duplo astral pode aparecer e atuar com inteira
independencia em outro lugar muito distante. Esta € uma ocorrencia muito
comum na hist6ria do misticismo; e se assim € com os extaticos, os videntes
e os misticos de toda esp6cie, por que nao poderia suceder a mesma coisa
em urn plano su.perior de existencia, mais desenvolvido espiritualmente? Se
admitida a possibilidade em urn plano psiquico inferior, por que nfro em
urn plano superior?
Nos casos de Adeptado de alto nivel, quando o coxpo est6 submetido
ao comando do Homem Intemo; quando o Ego espiritual se uniu total-
mente ao s€timo principio durante ainda a vida da personalidade, e o homem
astral, ou Ego pessoal, se tomou tfo puro que p6de assimilar as qualidades
a atributos da natureza media (Buddhi e Manas em seu aspecto terreno);
este Ego pessoal ou personaHdade ,subsiste gracas ao Eu Superior espiritual,
sendo, entao, capaz de viver na Terra uma vida independente. Quando se
df a morte corp6rea, sucede amidde este fato misterioso: o Ego espiritual
nao pode reencarnar-se na Terra como Dharmakaya ou Nirvani "sem re-
sfduos", 1ivre de toda mescla terrena. Mas, em tais casos, afirma-se, pode
o Ego pessoal, inclusive o de urn Dharmakaya, permanecer em nossa esfera, e
voltar a encarnar-se na Terra, se for necessfrio. Porque ja nao sobrev€m
a desagregacao do cofpo astral, ou segunda morte (como a chama Proclo) 15,

inteir(£!nt:`¥ep:isdodsaog°a:e:i:saeiaicx°£¥sTns::£s:Oil:ta:€r§eo°br!:Set:a'!i5::e;„Pd¥if;C;;;::
qundo abandona o corpo a€reo [e sobe para o Devachan], assin como antes deixou
o corpo terrestre. Eis por que diziam os antigos que unido a alma hf semprc urn
corpo celeste, que e inortal, luminoso e semelhante a uma estrela." Natural 6, portanto,
que o "corpo a6reo" do Adepto nao passe por esta segunda morte, uma vez que se
libertou de todas as suas naturals impurezas antes de separar-se do corpo fisico. 0
Grande Iniciado e urn "Filho da Ressurreicao" - "igual aos anjos" - e j& nao pode
morrer (veja-se L#c4J, XX, 36).

21
a que esta sujeito o homem dos homens no Kama-Loka (o /¢.eebg!f ou pur-

§£fiim:gss:¥:::e::£,uer::on"a::u:I::i:-I:r#[;!§:::S£::o%ass:i#;:eanade:;:in::I::;:i
nirvanico inferior, nem pode tampouco dissolver-se e desaparecer como uma
concha astral comum.
Mas naqueloutra condicao de NIrmanakftya (ou Nirvani "com rest-
duos" ) ele ainda pode ajudar a humanidade.
Assim falou Gautama BUDDHA: ``Caiam sobre mim os sofrimentos
e os pecados de todos [i.e., renas€a eu para novos sofrimentos]; mas que o
mundo se salve! " Exclanacao cujo significado ten sido mal compreendido
por seus disofpulos de hoje.
"Se eu quero que ele fique ate que eu venha, que te importa a ti?" 16
-pergunta o .Jesus astral a Pedro. "Ate que eu venria" significa: "Ate que
eu novamente reencarne" em urn corpo fisico. No entanto, o Cristo do
antigo corpo crucificado p6de em verdade dizer: "Eu estou com meu Pai,
e sou uno com Ele", o que nao impediu o seu corpo astral de retomar uma
forma, nem que Joao esperasse a volta do seu Mestre e o nao reconhecesse
quando voltou, e que ainda objetasse a Ele. Mas na Igreja aquelas palavras
deram ensejo a ideia absurda do Quiliasmo 17 ou milenarismo, em seu sen-
tido fisico.
Desde entao talvez tenha voltado, mais de uma vez, o "Homem das
Dores", sem que o reconhecessem os seus cegos discipulos. E tamb€m desde
entao vein sendo es§e grande "Filho de Deus" crucificado mais cruelmente,
e sem cessar, dia ap6s dia, hora pot hora, pelas Igrejas fundadas em seu
none. Mas os Ap6stolos, que Cram apenas semi-iniciados, nao souberam es-
perar a volta do Mestre, e nao s6 deixaram de o reconhecer, mas ainda o
repudiaram com desdem todas as vezes em que voltou 18.

(16) JOGo, XXI, 22.

perm(ai:!erifur:Sd:°'iiid°aunt:£snanasegT:fa°,arfuq:a5o°Saspr:dan?::Psadd°esL,c::s:8D°oJugr%oF£;8;:
liasanbs. - N. do I.

8gan±d[:8r![ndq¥ure!:8:§oir,„°PaEgti:5:):,;d::bf§a:ds:urga:¥i::bifa:a:i:S':€:t:(ifv:svkefy:;;§':Pa¥::i3fa8;:€
::quqi:iecasoe,S:+:ecfofve°]::p:=Co:£S:°GnraanE:PrnE:'jsfd°:I,dfeansca°[:epa°So°SMee¥tt:u:o¥eenrtaevnad:
a morte, temeroso de que destruisse a obra salda de m5os jesuitas.

22
sEgfro XLII

OS SETE PRINCIPIOS

0 "Misterio de Buddha" e o de vdrios outros Adeptos - talvez de


muitos. Toda a dificuldade estf na compreensao exata de mais este mist€rio:
o que coflceme a realidade, tao abstrata e transcendente a primeira vista,
dos "Sete Principios" do homem, que sao os reflexos das sete forea§ da Nafu-
reza, fisicanente, e das sete hierarquias do Ser, intelectual e espirfualmente.
Ainda que, para mats claro entendimento de sua natureza trina (em
linhas gerais), se divida o homem -material, et6rco e espiritual -em gin-
pos cujo ninero varie conforme o sistema, a base e o fpice desta divisao sao
sempre os mesmos. Ha no homem somente trfes "uprdhis" ou bases; mas
sobre estas se pode considerar urn ndmero qualquer de "koshas" ou envol-
t6rios, com os seus aspectos, sem prejuizo da harmonia do conjunto. Assim
6 que, enquanto o Sistema Esot6rico aceita a divisao setenaria, o vedantino
nao admite mais que cinco "koshas", e a Taraka Raja Yoga os reduz a
quatro: os tres "upadhis" e Atma, o principio superior, que os sintetiza.
Aqui surge naturalmente a pergunta: Como pode uma personalidade
espiritual (ou semi-espiritual) ter vida dupla ou triplice, mudando 4!J /€.Gj-
/%z# seus "Eus Superiores", e permanecer, nao obstante, uma eterna M6-
nada, no infinite de urn Manvantara? A resposta € facil para o verdadeiro
ocultista, embora tal coisa pareca absurda ao profano nao-iniciado.
Os "Sete Principios" s5o, por certo, a manifestaeao do Espirito indivi-
sivel; mas a unidade s6 aparece no fim do Manvantara, quando todos eles
se rednem no plano da Realidade thica. Durante a viagem do "Peregrino",
cada reflexo daquela Chama indivisivel, cada aspecto do Espirito Uno e
etemo, atua em urn dos planos manifestados da existencia - as graduals
diferenciap6es do plano nao-manifestado - ou seja, no plano a que real-
mente pertence.
Em virtude de reunir a nossa Terra todas as condi§6es mayavicas, o
prinofpio egotista purificado, o Eu astral e pessoal do Adepto, apesar de
uno com o Eu Superior, pode, movido pelo amor a humanidade, separar-se
de sua divina M6nada, para ter, neste plano de existencia transit6ria e de
ilus5o, uma vida consciente distinta e independente da que lhe e pr6pria,

23
tomando de empr€Stimo uma forma ilus6ria. Assim estar6 servindo, a urn
s6 tempo, a dois objetivos: a extingao do seu Karma individual e a salvacao,
contra a cegueira mental, de milh6es de seres humanos menos evolucionados.
Se se perguntar: .Quando urn Buddha ou urn Jivanmukta passa ao
Nirvana, onde continua residindo a consciencia original que habitava o
corpo? No Nirvani ou nas sucessivas reencarnac6es de seus "resfduos", isto
€, no Nirmanakaya? Resporideremos que a consci6ncia ap/c.f¢.o"¢d4 pode
consistir em urn "certo conhecimento adquirido da observacao e da expe-
riencia", conforme a express5o de Gibbon, mas que a consciencia defe%c4r-
#¢d¢ nao € urn efeito, senao uma causa. E uma parte do todo, ou melhor,
urn raio da ilimitada e onipresente Luz que se diferencia com variados re-
flexos na gradual escala de sua atividade manifestada. Como tal, a cons-
ciencia € ubfqua, e nao hf por que localiza-la nem centra-1a, ou limits-la, em
urn individuo particular. S6 os seus efeitos pertencem a regiao da mat€ria,
porque o pensamento € uma forma de energia que de varios modos atua
sobre a mat€ria. Mas a 6onsciencia per fc, tal como a compreende e exphica
a Filosofia Oculta, 6 a qualidade suprema do prinofpio espiritual senciente
que estf em n6s, a Alma Divina (ou Buddhi) e nosso Ego Superior, nao
pertencendo ao plano da materia.
Depois da morte fisica do homem, se € urn iniciado, a consciencia se
transforma de qualidade humana no pr6prio prinofpio independente: o Ego
consciente se converte em consciencia Pcr fc, sem nenhum Ego, pois este
ja nao estf limitado ou condicionado pelos sentidos, nem pelo espaco ou
pelo tempo. E por isso € capaz de refletir-se no homem astral anterior, sem
necessidade de localizar-se nem desprender-se de Buddhi. I o que se passa,
por exemplo, em no§sos sonhos, ainda que de maneira imprecisa e incom-
pleta. Porque, se a consciencia pode desdobrar-se durante os sonhos e tornar-
-se ubiqua, enquanto o corpo e. o c6rebro se acham profundamente adorme-
cidos, muito maiores serao a5 suas possibilidades quando, inteiramente livre,
ja nfo tiver nenhuma rela€ao com o c€rebro fisico!

24
~sEefio XLIII

0 ,MISTERIO DE BUDDHA

Eis em que consiste o mist€rio de Buddha.


Gautama, conquanto fosse a encarnacao da Sabedoria divina, teve que,
em seu corpo humano, instruir-se e iniciar-se mos segredos do mundo, como
qualquer mortal, ate o dia em que, abandonando seu retiro secreto dos Hima-
laias, pregou pela primeira vez nos bosques de Benares. 0 mesmo sucedeu
com Jesus, de quem nada se diz e nada se sabc, desde a idade de doze ate
a de trinta anos, quando reapareceu pregando o Sermao da Montanha.
Gautama havia jurado segredo inviol£vel sobre as doutrinas esotericas
que lhe foram comunicadas. Mas, por causa da imensa piedade que lhe
inspiravan a ignorancia da humanidade e os sofrimentos i:onseqtientes, e por
mais que desejasse nao quebrantar o solene voto de sigilo, nao p6de manter-se
dentro dos ]inites prescritos. Quando promulgou a sua filosofia exot.erica ( a
"Doutrina do Olho"), baseada na Verdade eterna, deixou de velar certos
ensinamentos, e, transpondo os lindes permitidos, deu motivo a que fossem
mal interpretadas as suas palavras. Ansioso por acabar com os falsos deuses,
revelou, nos "Sete Caminhos do Nirvana", alguns dos misterios das Sete
Luzes do Mundo Artipa (sem forma). Urn fragmento da verdade e muitas
vezes mais nocivo que a ausencia dela.
``A verdade e a ficcao sao como o azeite e a fgua: nunca se in.isturam."

Sua nova doutrina, que representava o corpo externo do Ensinamento


Esot€rico, sem a alma que a vi.vifica, produziu efeitos desastrosos: nunca
foi corretamente entendida, e os budistas do Sul acabaram repudiando-a.
Sua imensa caridade e ilinitado amor para com os homens e todas as
criaturas estavan por trfs do seu involuntfrio erro; mas o Karma nao leva
muito em conta as inteng6es, boas ou mss, quando nao geram frutos. A "Boa
Lei", tal como a evangelizava Buddha, constituia o mais sublime c6digo de
€tica e o incomparfvel sistema filos6fico das coisas visiveis do Cosmos; e no
entanto extraviou as mentes imaturas e nao-educadas, induzindo-as a crer
que nada mats havia al€m da capa exterior - e assim foi aceita unicamente

25
a letra morta da doutrina. Por outro lado, os novos ensinamentos perturba-
ram muitos homens inteligentes, que ate entao se tinham mantido fi€is` a
crenca braminica ortodoxa.
Em tais circunstancias, cinqtienta e poucos anos depois de sua morte,
o "Grande Mestre" 1 renunciou ao Nirvana e ao estado de Dharmakaya, e
preferiu renascer ainda, por motivos kfrmicos e de compaix5o pela humani-
dade. Para Ele, a morte n5o havia sido morte; mas, como se diz no "Elixir
da Vida", trocou Ele
"a sdbita imersao nas trevas por uma transi9ao para uma luz mais radiante" 2,

fez.seRfumdpad:i:££:v%::r:1;ramS::I:ej;ase:£:soo:u±rs::p:I:stogsua4g:pat:s,cf:s;
relfquia; e, revestido de seu corpo sutil, comecou a existencia interplanetdria.
Renasceu como Shankara, o maior instrutor vedantino da India, e cuja filo-
sofia (baseada, como a de Buddha, embora sob urn aspecto diferente, nos
axiomas da eterna Revelap5o, Shruti ou a primitiva Religiao-Sabedoria) se
at€m a urn justo meio-termo entre a metafisica demasiado obscura dos bra-
manes ortodoxos e a doutrina do budismo, que, afastando com sua roupagem
exoterica todas as. esperan€as espirituais, todas as aspira€6es transcendentes
e seus sfmbolos, semelha a cristafinos pingentes de gelo e representa, em
sua fria sabedoria, como que os esqueletos das verdades primordiais da
Filosofia Esot€rica.
Entao foi Shankaracharya o mesmo Gautama Buddha sob nova forma.
pessoal? 0 leitor ficara talvez ainda mais perplexo se lhe disserem que o
corpo "astral" de Gautama encarnou no corpo fisico de Shankara, cujo prin-
cipio superior, ou Atman, era, n5o obstante, o seu pr6prio divino prot6tipo,
o "Filho da Luz", o filho celeste nascido-da mente de Aditi. .
Esse fato tamb€m se explica pela misteriosa transferencia da divina
ex-personalidade, que se fundiu na individualidade impessoal (agora em
sua plena forma trinitaria de M6nada, como Atma-Buddhi-Manas), para urn
novo corpo, seja objetivo e visivel, seja subjetivo e invisivel. No primeiro
caso, temos urn Manushya-Buddhi; no segundo, urn Nirmanakaya. Diz-se que
Buddha estf no Nirvana, embora o antigo corpo mortal ou corpo sutil de
Gautama esteja ainda presente entre os iniciados; e que nao deixarf o reino
do Ser consciente enquanto a humanidade sofredora necessitar de sua ajuda -
pelo menos
"astral" ate o fim
se reline da atual Raga-Raiz.
misteriosamente, De tempo
e de modo a tempo o Gautama
incompreensivel para n6s,
com Avataras. e grandes santos, e atua por interm6dio deles. E os nomes
de alguns sao conhecidos.
Afirma-se, desse modo, que Gautana Buddha reencamou em Shankara-
charya - e que, conforme diz Sunnett em seu Esofc7;a B„ddbz+ov,

(1) Quando dizemos "Grandes Mestres", nao queremos significar o Seu Ego
Bdddhico, mas o Princfpio que servia de veiculo ao seu Ego pessoal ou terreno.
(2) Five Years of Tbeosopby, "ovaL ed3cto, pa8. 3.

26
"Shankaracharya /og., sob todos os aspectos, nem mais nem menos que Buddha
em urn nova corpo"3.

Mas, conquanto seja verdadeira esta proposicao em seu sentido mfstico,


o modo de expres§£-la pode induzir em erro, se nao for acompanhado de
explicae6es.
Shankaracharya er-a certamente urn Buddha; nao foi, por€m, uma reen-
carna€ao de Buddha, embora o Ego "astral" de Gautama (ou melhor: seu
Bodhisattva) possa ter-se associado mist6riosamente a Shankara. Sin, talvez

i:is:a:eEg:i:di?a:t:r:fi.en:I.n:ivaoseemm?:f::oArti:da:,v:fE:os|=peoriodr::r:
distinto do Eu Superior de Buddha, que entao se encontrava em sua pr6pria
esfera c6smica.
Shankara foi urn Avatar, no completo sentido deste termo. Sayanacha-
rya, o grande comentador dos Vcd¢f, como tal o considera, ou seja, uma
encarnacao direta do pr6prio Shiva - o Logos, ou S€timo Prinofpio da
Natureza. A DOUTRINA SECRETA ve em Shankaracharya a morada, du-
rante os trinta e dois anos de sua existencia mortal, de urn dos mais elevados
Seres espirituais manifestados, uma "Chama", urn dos Sete Raios primordiais.
E que se entende por "Bodhisattva''? Os budistas da escola mfstica
Mahftyana ensinam que todo BUDDHA se manifesta ao mesmo tempo
(hipostaticamente ou de outro modo) em tres mundos do Ser: no mundo
de Kama (de concupiscencia ou desejo, o mundo sensorial, a nossa Terra),
em forma humana; no mundo Rtipa supra-sensivel, como Bodhisattva;
e no mundo espiritual superior (o das existencias incorp6reas), como
Dhyani-Buddha. Este ultimo prevalece eternamente no espaco e no tem-
po; vale dizer, de urn a outro Maha-Kalpa. E a culminacao sint€tica dos
tres € Adi-Buddha 4 - o Principio-Sabedoria, que 6 absoluto e, portanto,
fora do espapo e do tempo. A relac5o entre eles € a seguinte. Quando o
mundo necessita de urn Buddha humano, o Dhyahi-Buddha "cria", pelo poder
de Dhyana (meditac5o, devo€ao onipotente), urn "filho nascido da mente" -
urn Bodhisattva, cuja missao € continuar, ap6s a morte fisica do Manushya
Buddha (o Buddha humano), a obra deste na Terra, ate a vinda do Buddha
seguinte.
0 significado esot6rico do ensinamento € claro. No caso de urn sim-
ples mortal, seus princfpios sao apenas os reflexos, mais ou menos brilhantes,
dos sete Prinofpios celestes - a Hierarquia dos Seres supra-sensiveis. No
caso de urn Buddha, os princi'pios s5o eles-mesmos ;# csjc. 0 Bodhisattva
toma o |ugar de seu Karana Sharira e do resto correspondente; e € neste

(3) OP. cg.f., Pfg. 183, 8.a edi¢o.


(4) Seria intitil objetar com argumentos de obras exot€ricas as afirmac6es cons-
tantes deste livro, que visa a expor, ainda que §uperficialmente, ensinamentos esot€-
ricos. E por estarem imbuido§ de doutrinas exot€ricas que o Bispo Bigandet e outros
dizem que a nocao de urn supremo e eterno Adi-Buddha s6 se encontra em escritos
de data relativamente moderna. 0 que aqui expomos foi tomado das partes secretas
do Deej KpZ Kbo#Jo (em sanscrito K4J4 Cb4*#4, que significa "Roda do Tempo" ou
da duracao).

27
i::tfdm°e£::€aaoFaft°s:::i:]ESo°t3ficyaa£=BP#£fro:£[r:Seis;i:t]:::d:rid:npdhay¥:
Eu;dn¥s£}a:g:dudmhma.Bfo¥£Ssastot,Va=q=n::oS3.:afraE::toars::¥e#!;£::Sged:n%3
saiu, o Bodhisattva fica Para prosseguir na Terra a obra do Buddha. Ao

Bp°a¥;a:tt:: a¥a¢::s£Sfar£#eryn::r °S Prfucipios ioferiofes do corpo de


Ora, dizer que Buddha reencarnou novamente, depois de alcan€ar o

i:i:I;i:g:o;oo;:aj:a::p{u§\¥p;:a:i:f:i;;e;n;::o:flfar::;qa:e:e,I;::i:;:¥F#¥nfej2g£;:i;z:ea::i:a¥:i;;f:i:
Mas dizer, como o faz a Filosofia Esot€rica ou Mfstica, que o Buddha,
estando embora no Nirvana, pode deixar o Nirmanakaya (o Bodhisattva)
para continuar-lhe a obra, € perfeitamente ortodoxo e conforme a escch
esot€rica Mahayana e a escola Prasanga Madhyamika, que ensina un §istema
por demais racionalista e antiesot€rico.
Porque no Comentfrio ao K#¢ Cb¢fa„ se expfica que existem:
1.a 0 Adi-Buddha, etemo e nao-condicionado.
2.° Os Sambhogakaya-Buddhas ou Dhyani-Buddhas, existentes na evi-
ternidade, e que jamais desaparecem. Sao, por assin dizer, os Buddhas
Causais.
3.o 0s Manushya-Bodhisattvas.

dhaeAvr:j]raacffa:an,treeoes[eBh€yft.eB¥dfff:sass:]avra:.::::ttl*:;a:£a¥€£o;q££.t%ufe.
i:%tnetfcdoes,S::::udi=tiani°aspno°r§£::i:°diToesd¥noduet:::Sd8]:::i:mmfda::=°

?:]i£¥dq:u¥adDe¥#fto;i;;€:°an:i:gu¥dlftu#chaTd:afur5:;:°:£a#:ue#]fitadi£:nife:

fse:`;aEfis:o::bi¥e:':ooartso!r:::ra?:?;un,:i;evkgTgnr:;.:oc::£i::i:m%ea:i,oop=rtaadcoo:e:oer=:
Segundo o§ ensinanentos esot6ricos, o Nirvana dos budistas n5o €
senao o limiar do Paranirvana; enquanto que para os brinanes € o f#aefl##ee

(5) Estes tres corpos sao: 1.° o Nirmanakaya (em tibetano: Pin-Ipai-Ku), no

guz!g-opoatTK?gaetn;a,::d:P.oaisdi?ss:o:_:gve:afi#:.,ogoLge=8en6avsi='iiosg:£as!:;a::iss,:|!!:aarn:o:
£g;a sieLev:Sbt:t£¥`€h::.eKusO)?Sage °€S ott:;rfqurisfodi€:. perfeicao moral; 3.a o Dhaa.

28
bo##%, aquele estado final de onde nao hf retorno possivel - pelo memos
ate o pr6ximo Maha-Kalpa. Mas nem mesmo esta thtima ressalva € admitida
por alguns fil6sofos demasiado ortodoxos e dogmaticos, que se op5em a
doutrina esot6rica, e para quem o Nirvana € a total aniquila€ao, em que
nada existe: s6 o Todo nao-condicionado. Para compreender em sua ple-
nitude os caracterfsticos desse Principio Abstrato, € preciso senti-lo por
intui€ao e ter a completa percepcao da "dnica condicao permanente no Uni-
verso", que os hindus tao bern definem como o
"estado de perfeita inconsciencia - o Chidakasham (campo ou base da consciencia)
verdadeiramente",

por paradoxal que possa isto parecer ao leitor profano 6.


Shankaracharya foi considerado como urn Avatar - e assiri tamb€m
o ere a autora deste hivro, sendo os outros, naturalmente, hvres de o nao
admitir. E como Avatar ele tomou o corpo de urn filho reofm-nascido de
urn bramane da India meridional, corpo que, por motivos t5o importantes
quanto misteriosos para n6s, foi, como se diz, animado pelos residuos astrais
pessoais de Gautama. Este divino Nao-Ego escolheu para seu pr6prio Upadhi
(base fisica) o Ego humano et6reo de urn grande sfbio do nosso mundo de
formas, como o vofculo mais apropriado a que nele descesse o Espirito.
Diz Shankaracharya :
"Parqbrahman € Karta [Purusha], e n5o ha outro Adhishtathaa 7; e Parabrahman
€ Prakriti, e nao h6 outra substancia." 8

0ra, o que € verdade no plano macroc6smico tamb€m o € no plano


microc6smico. Portanto, estaremos mai§ perto da verdade se dissermos
- uma vez admitida tal possibilidade - que o Gautama "astral,", ou o
Nirmanakaya, foi o Upadhi do espirito de Shankaracharya, e n5o uma reen-
cama€ao daquele.
Quando ten de nascer urn Shanfiaracharya, € 6bvio que todos os prin-
Ofpios do homem mortal manifestado devem ser os mais puros e perfeitos
da Terra. Em conseqtiencia, os prinofpios que estavam anteriormente em
Gautama, o grande predecessor direto de Shankara, foram naturalmente
atraidos para este, pois a economia da Natureza n5o admite a reevolngao de
principios semelhantes a partir do estado grosseiro.
Mas cumpre nao esquecer que os prinofpios et€reos superiores n5o s5o
visiveis para o homem, como algumas vezes sucede com os prinofpios infe-

(6) Fg.Gjc yc4ff a/ Tbeofopby, artigo: "Persoflal and Impersonal God", pag. 129.
(7) Adhishtatha -o agente operante em Prakriti (ou na mat€ria).
(8) Vcd¢#/¢-S&fr4f, Adhyaya [cap. 1], shloka 23. Comentario. A passagem acima
foi assim traduzida por Thibaut (S¢crcd Booles o/ /be E¢5j, XXXIV, pag. 286): "0 Eu
6, portanto, a causa operativa, porque n5o hf outro prinofpio diretor; e a causa material,
porque n5o ha outra substancia da qual possa originar-se o mundo."

29
::::::deosT:;ste:act:£:sptootses:::::so:strB:sus::,rseexpea:£+3:,ocudfenvdee:e:edrenctoe::
do que come objetos materiais. Por.isso, o mais acertado seria dizer que os
diversos princfpios (o Bodhisattva) de Gautama Buddha, que nao foran.
para o Nirvana, se uniram .para formar os prinofpios m€dios da entidade
terrena Shankaracharya 9.
I de todo necessfrio estudar esotericamente a doutrina dos Buddhas
e perceber as sutis diferen€as entre os varios planos de existencia, para que
seja possivel a compreensao correta do que acabamos de expor. Podemos,

i;£ts:hi:i'ruaeesp:o¥e:C;eu:x5:eyr;££%Ce:ndt£;+a¥#::qfr:£e::aauBtfgi':a£:Bat:de:AavA££:
::fodh:);er°SumasE:iLd°Eai2rflus:¥na`£tryapB':!e¥teadi:e£:i)r'a,ch€e8e:f°odceasst:
ie€dt|po:osseonsosh:tTveenrsiocsa!adiTv=sa:etrnfitde.mgroups:usepeongi:a,tt:a.(s:up3t#:
-Bud,dha, ou` Chohan, o "Pai do Filho". Eis af, em poucas palavras, o elo
que nos une a Hierarquia superior de Seres Celestes; mas somos demasiado
pecadores e imperfeitos para o perceber.
Seis s€culos' depois da desencamacao do Buddha humano (Gautama),
outro reformador, tao noble e compassivo quanto ele, ainda que menos
favorecido pelas circunstancias, surgiu em outra parte do mundo, numa
raga memos espiritual. Hf grande semelhan€a entre as influencia§ exercidas
pelos dois Salvadores, urn no Oriente e o outro no Ocidente. Milh6es de
criaturas se converteram as doutrinas de ambos os Mestres; mag destruf-
.ram-nas ou deformaram-nas insidiosos inimigos alimentados pelo sectarismo,
usando de maliciosas tergiversa€6es de verdades que, estando ocultas, eran
duplamente perigosas.
De Buddha disseram os bramanes que, apesar de set realmente un
avatar de Vishnu, viera para destniir a crenea bramanica, sendo assin o
aspecto maligno do Deus. De Jesus afirmaram os gr6sticos bardesianos e
outros que era Nebu, urn falso Messias, destruidor da religiao ortodoxa.
Alguns sectarigs disseram que ele foi "o fundador de rna nova seita dos

a_3_4=t_a_]t=_f3_±e{eqa%=,:£E33,so¥ydi;aF#soft*aa#ov#£ep#t€apinouz:3e:£Eg±opu695
homem com urn planta de sete folhas (Saptapana).
"Mendicantes" - disse ele - "ha sete Buddhas elm cada Buddha, e hd scz.f Bhiks-
bus, mas urn s6 Buddha, em cada meadicante. Qunis s5o os Jcjc.? Os sete ranos do

i:#::in=::°e[in:gt%;d*rfiau°s6f°£So.J£'.Jaul°S€Soe{bn6or,8%°use€¥a:£nfd°d§i?EE°So:!:"rcd°a:
deiro Buddha, que desenvolve em si as dez formas de santidade e as submete t`Cldas

:°ai¥n£;;..:;o§i8c%g£C3oi§!:eiquneacaTde:rg;rinaco£P;°asg::::,dhnaoe::s:Sduepr::t:;souho§:jeafs°q::
alcangam o Nirvana, assim n5o ocorre necessarianente. Ate mesmo como simples Buddha
hunano (Minushya), Gautama foi urn modelo para todos os homens. Mas os §eus
Arhats nao o eran.

30
nazarenos". A palavra #¢G&, em hebraico, significa "falar por inspiracao"
( X]J ou l]J 6 Nebo, o Deus de sabedoria). Mas Nebo € tamb6m
Mercdrio, e este, no monograma hindu dos planetas, € Buddha. Confirmam-
no os talmudistas, ao sustentarem que Jesus foi inspirado pelo Genio (c.u
Regente) de Mercdrio, que Sir William Jones confunde com Gautama
Buddha. Ha muitos outros estranhos pontos de semelhanga entre Buddha e
Jesus, que nao podem ser aqui expo3tos ]°.
Se os dois Iriciados, por terem consciencia do perigo de proporcionar
as massas incultas os poderes inerentes ao conhecimento final, deixaram em
profundas trevas os mais secretos recantos do santufrio, quem, conhecendo
a nafurdza humana, poderf censur6-los por isso?
E possivel que Buddha houvesse revelado mais do que o estritamente
necessfrio ao ben da posteridade. Contudo, guardou prudente reserva sobre
os pontos mats perigosos do conhecimento esot€rico, tendo morrido com a
idade provecta de oitenta anos 11, convencido de haver ensinado as verdades
essencials e lancado as sementes para a conversao de urn ter¢o da humanidade.
Mas Jesus, que havia prometido aos seus discipulos conferir-lhes o don
de fazer "milagres" ainda maiores que os dele, s6 deixou ao morrer urn
pequeno ndmero de discipulos fieis, que estavam apenas a meio caminho do
conhecimento. Tinham eles, portanto, que enfrentar urn mundo ao qual s6
podiam transmitir o incompleto conhecimeflto que possuiam, e nada mais.
Em €pocas posteriores, os partidarios exot€ricos de ambos os Mestres
deturparam as verdades ensinadas, a tal ponto que muitas vezes as deixaram
irreconheciveis. No que respeita aos prosditos do Mestre ocidental, a prova
estf em que nenhum deles pode atualmente realizar os "milagres" prometidos.
Defronta-lhes esta alternativa: ou reconhecerem o pr6prio erro, ou levarem
o Mestre a barra do tribunal por haver formulado uma promessa v5, uma
jactancia sem apoio na realidade 12.
Por que essa diferenga no destino dos dois? Para os ocultistas, o enigma
da desigualdade do Karma (ou Providencia) € decifrado pela DOUTRINA
SECRETA.

(10) JJ!.j fc" Vc'#, vol.11, pfg. 132.


. (11) Os ensinamentos esot€ricos dizem que viveu cem anos.
(12) "Antes de chegar a ser urn Buddha € preciso ser urn Bodhisattva; antes de

:t:garir:o#:a:gapaTgpErsesesnecr{aEn£Pah¥ag:3:£:.t.ae¥c:#E:adtd%f,€p%g#:
Aryasanga). "Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida; ringu€m vai ao Pai scnao pot

Eo¥;'#:,o4#J:#;:elY6jdsu9ci:=iio:i:aeosm€.aD`:=s:fa.'L.E=snde.chq=auias.s.aFgfum.g:
Deus", o filho de urn "Pai" comum a todos, sinteticamente. Paulo nunca disse: "Deus
se manifestou na carne", mas sin: "Aquele que se manifestou na came" (I I;er6/co,
Ill, 16). Enquanto os budistas em geral, e especialmente os da Birmania, con§ideram
Jesus como a encamacao de Devadatta, urn parente que se op6s aos eusinamento§ de
Buddha, os estudantes da Filosofia Esot€rica veem no Sfbio nazareno uni Bodhisattva a
qucm animou o espirito do pr6prio Buddha.

31
"Nao € 1feito" falar publicamente destas coisas, como nos diz Sfo Paulo.
Podemos apenas dar mats uma explicacao acercf deste assunto.
Dissemos anteriormente que o Adapto que se submete, por auto-sacri-
ficio, a uma nova existchcia, renunciando ac Nirvana, embora n5o venha a
perder os conhecimentos adquiridos em vidas passadas, jamais pode elevar-se
a mais alto nivel messes corpos de emprdstimo. Por que? Simplesmente por-
que em .tal caso ele se converte em vefculo de urn "Filho da Luz" perten-
cente a uma esfera ainda mais elevada, de urn Set que, sendo ¢rdp¢, carece
de corpo astral pr6prio para atuar a ponto neste mundo.
Esses "filhos da Luz" ou Dhyani-Buddhas sgo os Darmakayas de
Manvantaras precedentes, que, terminado seu ciclo de encamag5es (no serir
tido ordinario ) - e portanto jf nao tendo Karma -, abandonaram ha muito
seus r¢pas individuais e se identificaram com o primeiro Prinofpio.
Dad a necessidade de urn Nirmanakaya, que se ofereca em sacriffeio e
esteja disposto a sofrer pelos erros e pecados do novo corpo em sua pere-
grinagao terrestre, sem qualquer recompensa futura na ordem evolutiva, pois
que nao hf renascinentos para ele, no sentido comum desta palavra. 0 Eu
Superior, ou M6nada divina, nao est£, em semelhante caso, preso ao Ego

##:i;d¥##ipenv=::::£Z:¥ke:ufinfcas£Pchfo,a#aghtg
pertence a mais alta Iniciagao de Jnana (Conhecimento Oculto). Estf inti-
mamente relacionado, pela evolugao direta do Espfrito e a involu€:ao da

g:€#,oucob:e%a#dmeoertepgg3£riT#Tfom¥#E#estagiv,dosMundos,a
A semente "nao vivificar£, se primeiro nao morrer" 13. Por isto mesmo,

:ost:go¥+=t£#£dfeg%.fi#T::4,qf:ent:.oe£::::=:ddeet#ca%3##
assassinado quando se fundou o Mundo,.para que de seus restos nascesse o
Universo. Isto n5o 6 nada mais, nada menos, que a base, a semente em
verdade, do sfmbolo do Cordeiro sacrifical, que se encohtra sob multiplas
formas em vdrias religi6es, inclusive no Cristianismo. Temos aqul urn jogo

i:p#+:vliatse.m3,toe¥=or#:o,,"£J:»d#T:::::::,:3k¥£rfpeggfr,:
como que desaparece, ou morre (metaforicanente) ao descer na matdria -
e daf a alegoria do sacriffcio do "nao-nascido", ou do "cordeiro".
S6 compreender5o por que BUDDHA elegeu este sacrificio aqueles que,
ao minucioso conhecimento de Sua vida terrena, alien uma completa com-
preensao das leis do Karma. Todavia, casos como o de Gautama sTao excep-
cionalifesinos.
Consoante a tradicao, os bramanes cometeram urn grave pecado quando
perseguiram Gautama BUDDHA e lhe condenaram os ensinamentos, em vez
de harmoniz£-los com os dogmas do puro hinduismo vgdico, como o fez mais

(13) I Corintios, XV, 36.


(14) Op. c¥.f., Mandala X,` IIino 90.

32
tarde Shankaracharya. Jamais Buddha se op6s aos Ved4f,. apenas combateu o
alargamento exot€rico de interpreta€6es eivadas de preconceitos. 0 Shruti,
a divina revelacao oral de que resultaram os Ved¢s, € eterno, e chegou aas
ouvidos de Gautama Siddharta do mesmo modo que aos dos Rishis que o
transcreveram. Ele aceitou a revelacao, mas rejeitou os posteriores acr€scimos
introduzidos pela imaginac5o e a fantasia dos bramanes; e fundou as suas
doutrinas sobre as bases da mesma verdade imperecivel.
Como no caso de seu sucessor ocidental, Gautama, o "Misericordioso",
o "Puro" e o "Justo", foi o primeiro Adepto na hierarquia oriental, se nao
no mundo inteiro, que estreitou em fraternal abra€o todos os homens, sem
distingao de raga, nascimento ou casta. Foi quem primeiro proclamou essa
nobre e grande maxima, e o primeiro que a p6s em pr6tica. Os pobres, os
oprimidos, os p6rias e os miseriveis, Ele os convidou a tomar parte no festim
real; e excluiu os que ate entao se tinham acastelado no orgulho e no egofsmo,
crendo que os contaninava ate a sombra dos deserdados da terra. Os bra-
manes sem espirifualidade insurgiram-se contra Ele, em razao daquela pre-
ferencia. E dad em diante nunca perdoaram ao principe-mendigo, ao fimo de
reis due, desprezando a pr6pria categoria e posic5o social, abriu de par em
par as portas do santufrio, ate entao interdito aos p6rias e aos homens de
condicao inferior, e sobrep6s o m6rito pessoal ao direito hereditfrio e a
riqueza material. 0 pecado era deles; mas a causa era de BUDDHA: por isso
o ``Misericordioso", o "Bendito", nao podia afastar-se inteiramente deste

;our:i°toieo:Ludsoas°per6dper]::u£:Sing::g.as Sem expiar os pecados de todos _ e,


Se o "homem aflito pelo homem" encontrou urn reffido seguro junto
ao Tathagata, o "homem que affige o homem" foi tamb€m quindoado com o
Seu auto-sacriffcio e o seu compassivo amor. Diz-se que Ele desejou expiar

i°as:Sc:::ieectao?0;mdeT]::ui]ck:g«°sseJme rse°spd:notse„.dep°is quis Ser urn Dharma-


0 fin da vida de Shankaracharya mos p6e em presenca de urn novo
mist€rio. Shankaracharya se retira para uma gruta dos Himalaias, sem con-
sentir que o siga nenhum de seus discipulos, e dali desaparece para sempre
das vistas profanas. Morreu? A tradicao e a crenca popular respondem nega-
tivamente, e alguns dos Gurus da regiao n5o desmentem o rumor, se € que
o n5o confirmam expressanente.
Mas somente os Gurus conhecem a verdade com todos os seus pormeno-
res, tal como ensinada pela DOUTRINA SECRETA; e eles nao a comunican
senao - quando julgam converiente faze-lo - aos disofpulos diretos do gran-
de Mestre dravidiano. Entretanto, perdura a crenca de que esse Adepto dos
Adeptos alnda vive atualmente, em sua entidade espiritual, como uma pre-
senea misteriosa e invisivel, mas inconoussa, na Fratemidade de Shamballa,
al€m, muito al€m, dos nevados cumes da cordilheira dos IIimalalas.

33
SEgfo XLIV
"REENCARNAC6ES" DE BUDDHA

Cada se€fro do capftulo r`eferente ao "Dezhin Shegs-pa" ou "Tathagata" 1


nos "Comentarios" corresponde a urn ano da vida do grande fil6sofo, con-
siderado em seu duplo aspecto de instrutor ptiblico e privado. Diz-se que o
Sfbio, depois de uma longa s6rie de estudos, medita€6es e iniciac6es, alcanca

:6£]duo:i::g::u:o:uoe:::]dquuzeermo¥t::dfade«Psteon:ata:lap:%e££:=or„,.S8mB:ffiff:rat¥v:
faz-se Buddha e Nirvani por seu pr6prio esfongo e m€rito pessoal, depois
de suportar as diffceis provas por que passam os demais ne6fitos - e n5o
por causa do seu divino nascimento, como sup5em alguns. Alcanga o Nirvana
em sua vida mortal nesta Terra, porque para tal o predisp6s, em existencias
anteriores, seu grande adiantamento na "Via de Dzyan" (conhecimento, sa-
bedoria).
As qualidades mentais, os dons intelectuais e o conhecimento abstrato
acompanham o iniciado ao renascer; mas ele ten que adquirir novas faculda-
des fenomenais, passando por todas as fases sucessivas. Deve adquirir, urn
ap6s outro, "os sete preciosos dons" (Rin-ch'enna-dun) 2. Durante o periodo
de medita€ao deve rechacar de sua mente todas as manifestac6es mundanas
do plano ffsico. 0 Zhine-magthong (em sinscrito: Vipashya, meditacao
religiosa abstrata ) desenvolverf nele maravilhosas faculdades. Uma vez adqui-
ridos os quatro graus de contemplaeao ou Samtan (em sanscrito: Dhyana),
tudo se toma facil. Porque, tao logo o homem se desfaz inteiramente da id€ia
de individualidade, funde seu Eu no Eu universal, semelhando, por assim
dizer, ao ago que recebe as propriedades do {ma (Adi-Buddha ou Anima-

(1) Literalmente: "o que §egue o caminho de seus predecessores".


(2) Schmidt, em S/4#o#g SccJfc#, pig. 471, e Schlagintweit, em B"dd4z.5„ j#
TjGcf, pig. 53, aceitam /j.;c7¢/eec#;e estes preciosos dons, enumerando-os assim: "a roda,
a pedra preciosa, a real consorte, o melhor tesoureiro, o melhor cavalo, o elefante,
o melhor guia". Depois disso, nao 6 de admirar que, "ahem de urn Dhyini-Buddha e
urn Dhyani-Bodhisattva'', §e de a coda B`.`rd?~[a humano "uma companheira, uma Shakti"
- quando em verdade "Shakti" € simp`esmente o poder da alma, a energia psiquica,
assim do Deus como do Adepto. A `.rea{ comorte", o terceiro dos "sete preciosos dons",
induziu mui provavelmente os ilustres orientalistas a incorrerem nesse visivel erro.

34
Mundi); despertam poderes ate entao latentes nele, revelam-se mist€rios da
Natureza invisivel; e, tomando-se Thonglam-pa (Vidente), ele se converte
em Dhyani-Buddha. Entao conhece todos os mantras ou palavras misticas
(Zung; em sanscrito: Dharani) do Lokottaradharma (o in.undo superior
das causas).
Assim, vinte anos depois de sua morte ffsica, o Tathagata, em seu
imenso amor, em sua "compaixao e miseric6rdia" para com os homens, rev
nuncia ao Paranirvana3, a fim de poder continuar a ajudar a ignorante
humanidade.
Diz un Comentario:
0 qtte glcanca a .Senda da Lebert:ap~ao [Tbarlan], e flea i§ento da tran§®
n¢4gra€~ao, jd tt~ao _pode cunprir o Tulpa4, porqtte tornar-se Paranirvan6 6
c.e.r.raf o circt4.Io. do Self n4rio Ktt:§urfe6. Pd:se a .fus~ao do seu Dorjesempa
[Vajrasattva] de empr6stimo no Universal, fazendo-se uno com el6.
Vajradhara ou Vajrasattva (em tibetano: Dorjechang, Dorjedzin ou
Dorjesempa) € o Regente ou Presidente de todos os Dhyan-Chohans ou
Dhyani-Buddhas, o mais alto, o Supremo Buddha; pessoal, ainda que nunca
manifestado objetivamente; o "Vencedor Supremo", o "Senhor dos Mist€co
rios", o "Ser sem Princl'pio nem Fin"; em suma, o Logos do Budismo.
Porque Vajrasattva 6 nem mais nem menos que o chafe (Tsovo) dos Dhyani-
Buddhas ou Dhyan-Chohans, e a Suprema Inteligencia do Segundo Mundo;
e Vajradhara (Dorjechang) € tudo aquilo que se enumerou. "Vajrasattva e
Vajradhara sao urn, e contudo sao dois"; acima deles est£ "Chang, a Suprema
Sabedoria Nao-Manifestada' e Universal, que n5o ten none".
Como dois em urn, Vajrasattva e Vajradhara s5o a Potestade que desde
o principio venceu e subjugou o mal, permitindo que reinasse apenas sobre
os homens vis da Terra, sem poder algum sobre os que o odeiam e despre-
zam. Ffcil € compreender o significado esot€rico desta alegoria. Exoterica-

gteonsteiavh%j::¥:r:-¥er:Sajt:Vaara€m°npoeuip=&°aqpur%p:rgea:aeomdta°d8°osa°£e:S?i:
i:Eo8£€°dboug¥Satfi:;Adsos£¥{beestsee:e=:sn£5e:ag:[a]a::]Pbr:fs::t:nT:h%:g::tr:n::
Judeus, ao Arcanjo Miguel entre os crist5os e .ao Metraton entre os caba-

(3) Urn Bodhisattva pode alcangar o Nirvana em vida, como no caso de Buddha,
e, depois da morte, [ecusar a reencarna€ao objetiva ou aceit£-la para o uso que julgar
conveniente em beneffcio da humanidade. Esta pode ser instrufda de vfrias maneiras
enquanto ele permanece nas regi6es devachanicas dentro da esfera de atracao da Teira.

f:::Bob:q=cefck::cy?::o!:p:arfin:.?,a:js::annrbfpaa.nd!`;::ei#ao:s;;,:eii:o::c,s.si,e§;.3::E:vj:nt:Fis:
Manvantara.
(4) Tulpa [Tul-Ku?] € a encamacao voluntdria de urn Adepto em un corpo vivo,
seja o de urn adulto, seja o de uma crianca ou rec€m-m§cido.

no«!.5c}odKou-£Bs€r?I.trApqHjeom:#££:d:efe°seest::£°er:ea¥gt:aR:nsfasrde:P=ot:;?8rsrta£:
setenfrio.

35
listas. A demonstracao € simples. Miguel 6 o "Alijo da Face de Deus", ou
seja, o representante do Senhor. "Ira co#Jz.go a minha face" (em ingles:
"presenca") junto aos israelitas, declara Deus a Mois€s 6. "0 Anjo de Sua
face" (em hebraico: "de sua presenca" ), etc. 7.
Os cat6licos identificam Miguel com Cristo, de quem o sup6em /c7o%cr,
ou "face" em sentido mistico. E este precisamente o conceito de Vajradhara
ou Vajrasattva no Budismo setentrional; porque Vajrasattva em seu aspecto
superior de Vajradhara (Dorjechang) ##%c¢ se manifesta, exceto aos sete
Dhyan-Chohans ( os primitivos Construtores ), e €, esotericamente, o Atman
ou S€timo Principio dos "Sete", considerados coletivamente. Em sentido
exot€rico hf sobre ele muitas ffbulas no K4/¢ C44fa/¢ 8.
Diz-se que Vajradhara (Dorjechang, a sabedoria) reside no segundo
mundo ¢r¢p¢, o que o relaciona com o Metraton do primeiro mundo dos
Espiritos puros, o mundo G#.¢fz.co dos cabalistas, que chamam a este Anjo
El-Shaddai, o onipotente e Poderoso. Em grego Metraton € dvT€}o¢, Men-
sageiro ou Grande Instrutor. Miguel combate com Sat5 (o Dragao), e o
vence - a ele e seus anjos cafdos. Vajrasattva, que se identifica com Vajra-
pani, o Dominador dos espiritos malignos, derrota Rahu, o Grande Dragao,
que estf sempre tentando devorar o Sol e a Lua (eclipses). A "Guerra no
C6u'', da lenda crista, tern por fundamento a descoberta, pelos anjos maus,
do mist6rio da "Arvore da Vida" e dos segredos dos bons - a sabedoria
mfgica (Enoch). Quem quer que leia os relatos exot€ricos dos pante6es
hindu e budista (a vers5o do segundo 6 derivada do primeiro) verf que
ambos se baseiam na mesma primitiva e arcalca alegoria da DOUTRINA
SECRETA.
Nos textos exofericos hindus e budistas, os Deuses batem o oceano
para extrair a Agua da Vida, o Amrita ou Elixir do Conhecimento. 0 Dragao
rouba parte do Amrita, e em castigo Vishnu (Vajradhara, ou o chefe dos
Deuses) o expulsa do c6u. A mesma coisa nos diz o L¢.„7o Je E#oc4,. e o
Apoc4/z.pfc de Sao Joao nos da urn relato po6tico da lenda. E agora a alegoria,
com todos os seus lavores fantasiosos, converteu-se em dogma de 'f6!
Conforme veremos mais adiante, os mosteiros dos lamas tibetanos con-
tem muitas ob.ras secretas e semi-secretas que exp6em com minricias as vidas
de grandes sabios. Muitas narrativas foram baralhadas de prop6sito, e algu-
mas desorientam o leitor que nao possua a chave de sua interpreta€ao, porque
urn mesmo none serve para designar vfrios instrutores que seguiam idchtica
linha doutrinaria: Assim, ha uma sucessao de "Buddhas vivos", e a uma
s6rie de mestres se df o mesmo none de "Buddha".
Escreve Schlagintweit :

(6) Exodo, XXXIII, 14.


(7, JJ¢,4J' LXIII' 9.
(8) A obra mais importante da divisao Gyut [(D)gyut] (conhecimento mistico)
do Ka"jut.

36
"Cada Buddha humano ten urn Dhyani-Buddha e urn Dhyani-Bodhisattva. E o
ntimero ilimitado dos primeiros implica tamb€m ilimitado ntimero dos segundos." 9

[Mas, se assim € (como o justifica o emprego exot€rico e esot€rico do


nome), deve o leitor guiar-se por sua pr6pria intui€ao para distinguir entre
os Dhyani-Buddhas e os Buddhas humanos, nao atribuindo ao grande BUD-
DHA da Quinta Raga tudo quanto se diz a respeito de "Buddha" em livros
intencionalmente velados.
Em urn desses livros se veem estranhas e obscuras afirmae6es, que a
autora transcreve sob sua exclusiva responsabilidade, visto que poucos sao
capazes de perceber o significado oculto em palavras cujo sentido aparente
6 enganoso.] 10 Conta-se que Shankaracharya, cansado de seu corpo mortal,
na idade de trinta e dois anos, "dele se desfez" na cavema onde se recomera,
e o Bodhisattva que animava sun personalidade inferior ficou livre
"da carga de urn pecado que nao havia cometido".

Ao mesmo tempo se acrescenta que:


"Seja qual for a idade em que urn individuo voluntariamente se desfa€a de seu
corpo, nessa mesma idade tera que sofrer morte violenta co#jr4 f#¢ eJo#/4dc, na vida
seg\in:te. - Comeretdrio."

Ora, o Karma nao podia ter influencia sobre "Maha Shankara" (como
o chamam as obras secretas), pois, como Avatar, n5o tinha ele Ego pr6prio,
senao urn Bodhisattva - uma voluntfria vitima propiciat6ria. E este ultimo
nao era responsivel pelas ac6es, boas ou mfs. Nao podemos, portanto, com-
preender este ponto, uma vez que o Karma nao atua injustamente. Hf nessa
hist6ria algum terrivel mist€rio, que a mente n5o-iniciada 6 incapaz de des-
lindar. Urn mist€rio, que nao deixa, contudo, de suscitar a pergunta: A quem,
ent5o, puniu o Karma? Responda quem souber.
Diz-se que alguns s€culos mais tarde Buddha encamou no corpo de ***,
e que cinqtienta anos depois da morte deste Adepto reencarnou na personali-
dade que recebeu o nome de Tiani-Tsang. Nao se df nenhum informe ou
explicacao a respeito de tais renascimentos. Declara-se tao somente que a

#t6£;r?osBUDdeduhsaesd::£apoesg:ta:x::]rr:Sfeduq°used:stsaevua¥i%r:£'ri::::aaqvue:afeaTn:£
mais profundamente certos mist€rios que, semi-explicados antes, deram lugar

(9) B#ddb;f7fi? ;# I;4cj, pfg. 52. 0 uso gen€rico de urn none tamb€m 6 correntio
entre os hindus, como sucede com o none de Shankaracharya, para n5o citar sen5o urn
exemplo. Todos os sucessores deste Adepto sao assim chamados, embora nao sejam
reencamac6es dele. 0 caso dos "Buddhas" 6 identico,
(10) [0 texto entre colchetes serve de antecedente as afirmac6es que se seguem
e que, expostas em termos confusos e contradit6rios, levam a supor que H.P.B. tencio-
nava provavelmente elucida-las de algum modo, pois as escreveu duas ou tres vezes
com reda€6es diferentes. 0 manuscrito de H.P.B. € sumamente confuso neste ponto, e
assim o reproduzimos, com as adi€6es que se veem entre colchetes.I - Nota de A.B.

37
a interpreta€6es err6neas.. Eis aqui a tradu€ao da passagem que se refere ao
assunto 11 :
"Nasceu cinqtienta e dois anos cedo demais como Shramana Gautama, filho do Rei
Zastang 12; depois, ausentou-se cinquenta e sete anos cedo demais como Maha Shankara,
que se cansou de sua forma extema. Este ato voluntfrio desagradou o Rei Karma, que
matou a nova forma de *** aos trinta e tres anos 13, que era a idade do corpo abando-
nado. Em sua existencia seguinte morreu com pouco mais de trinta e dois anos; e na
imediata aos oitenta anos - aparentemente (Maya), mas na realidade aos cem anos.
0 Bodhisattva escolheu o corpo de Tiani-Tsang 14, e depois o Sugata foi Tsong-Kha-pa,
que se converteu assim em De-zhin-Shegs-pa [Tathagata, `aquele que segue a trilha de
seus predecessores']. 0 Bendito p6de beneficiar a sua geracao, como ***, mas nao a
posteridade, e por isso reencarnou como Tiani-Tsang somente para apurar os residuos
[de seu Karma, segundo nossa interpreta€5o]. Os Sete Caminhos e as Quatro Verdedes
foram mais uma vez encobertos. 0 Misericordioso reservou, desde entao, a sua atencao
e paternal cuidado ao coracao de Bodyul, o canteiro das sementes da verdade. Os ben-
ditos `residuos', daf em diante, ten provido muitos santos corpos de Bodhisattvas
hunanos."

Nao existe na obra secreta nenhum outro pormenor ou esclarecimento.


Tudo ali € obscuridade e mist€rio. Deve ter sido escrita para quem jf esti-
vesse instru{do. No original, varios asteriscos em vermelho vivo substituem
os nomes; e a descri€5o dos poucos fatos que se mencionam sofre brusca
interrupeao. A chave do enigma 6 deixada a intuicao do leitor, a menos que
os "discipulos diretos" de Gautama Buddha ( "aqueles que se verso repudia-
dos por sua Igreja no pr6ximo ciclo") e de Shankaracharya se disponham a
acrescenta`r algo mais.
A secao final € urn esp€cie de resumo das s;tenta sec6es em que se
enfeixam epis6dios de setenta e tres anos da vida de Buddha 15. His aqui
uma condensa€ao do ultimo parfgrafo:
"0 Mestre de incompar6vel miseric6rdia saiu de -, o mais excelente dos tras
retii.os secretos [Sang-Sum], e depois de haver cunprido melhor que todos os anacoretas
o rito de ~, e de separar-se deles 16, percebeu pelo [poder de] Hlun-Chub 17 qual era

(11) Hf varios nomes indicados apenas por asteriscos.


(12) 0 rei Suddhodana.
( 13)Shankaracharya morreu, tanb€m, aos trima e dois anos de idede, ou melhor,
desapareceu da vista de seus discipulos, segundo reza a tradi¢o.
(14) Foi "Tiani-Tsang" posto aqui em lugar de Apol6nio de Tiana? E simples
conjectura. Certas circunstincias da vida deste grande Adepto parecem apoiar a hip6tese;
outras, por6m, a contrariam.
(15) Segundo os ensinamentos esot€ricos, Buddha viveu realmente cem anos;
mas, como houvesse atingido o Nirvana aos oitenta anos, foi desde ent5o considerado
morto para o mundo dos homens. - Veja-se o artigo "Shakyamuni's Place in History"
e" Five Years of Theosopby, pag. Z30.
(16) E urn rito secreto .pertencente a alta Iniciacao, com o mesmo significado
daquele a que alude Clemente de Alexandria ao falar da "separacao de Cristo" em
n6s como sinal de reconhecimento (JJroov., cap. XIII). Schlagintweit inquire o que
pode ser isso, e diz: "A representa€ao tipica do eremita foi sempre a de urn homem
de longa barba e cabelos igualmente compridos . . . Urn rito habitualmente preferido,
sem que me seja dado atinar a razao, € o de Chod (corj4r ou dcfjr%g.r), sobre cujo
significado os lamas guardam impenetravel segredo". (B»ddbjs7# ;# T¢ac;, pag.163).
(17) Hlun-Chub € a faouldade divinat6ria do homem, o mais alto grau de
clafividencia,

38
seu pr6ximo clever. 0. Insigne meditou, perguntando a si mesmo se isso ajudaria as
gerac6es (futuras). 0 de que cles necessitavam era a vista de Maya em urn corpo de
ilusao. Qual? . . . 0 grande vencedor das dores e aflic6es levantou-se e regressou ao seu
lugar de nascimento. Ali, Sugata foi bern recebido por mui poucos, pois eles nao
conheciam Shramana Gautama. `Shakya [o Poderoso] estf no Nirvana . . . Ele deu a
Ciencia aos Shuddhas [Shudras]', disseram os de Damze Yul [o pats dos bramanes: a
fndia] . . . Por isso, cheio de piedade, retirou-se o Glorioso Ser para -, aparecendo
mais tarde [karmicamente] como Maha Shankara; e por piedade como ***, e outra
vez como ***, e ainda como Tsong-Kha-pa . . . Porque aquele que prefere a humilha€ao
dove descer, e o que #Zo Ggr¢ permite que o Karma o levante." 18

Esta passagem € sem dtivida obscura, e deve ter sido escrita para alguns
poucos que pudessem compreende-1a. Nada mais € Ifcito dizer, porque ainda
nao chegou o tempo em que a humanidade esteja disposta a ouvir a verdade
em sua plenitude. As antigas religi6es abundam em mist€rios, e a revelaeao
de alguns deles teria fatalmente como resultado uma explosao de 6dios, a
que talvez se seguisse o derramamento de sangue ou coisa pior. Bastard
saber que, se Gautama Buddha passou ao Nirvana depois de sua morte,
Gautama Shakyamuni 6 possivel que se tenha reencarnado. Esta dual perso-
nalidade interna € urn dos maiores mist€rios do psiquismo esot€rico.
0 lugar dos "tres retiros secretos" se refere ao sftio em que rmoram os
altos Iniciados e seus discipulos. Os "segredos" sao os tres poderes mfsticos
conhecidos como Gopi, Yasodhara e Varna Uptala 19, que Csomo de Koros
confundiu com tres esposas de Buddha, assim como outros orientaHstas to-
maram por esposa de Buddha a Shakti, o poder da Yoga personificado em
uma divindade feminina, ou a Draupadi, tamb6m urn poder espiritual,, €eno
€i esposa comum tli`s cinco irmaos patida`7gis.

(18) 0 significado secreto desta frase € que o Karma exerce sua influencia sobre
o Adepto como sobre outro homem qualquer. Os "Deuses" est5o sujeitos ao Karma da
mesma forma que os simples mortais. 0 Adepto que entra na Senda e alcanga o
Dharmakaya (o Nirvana, de onde n5o ha volta ate o pr6ximo Kalpa) ten o direito
de eleger uma condicao inferior, mas com a faculdade de retornar quando lhe parecer
conveniente e sob a personalidade que lhe aprouver. Deve estar preparado pare enfrentar
todos os riscos de urn possivel malogro - porque tal € a lei oculta. 0 que usa de seus
direitos perante o Karma ten que arrostar Codas as conseqtiencias, se as houver. Assim,
a primeira reencamacao de Buddha foi determinada pelo Karma, e o conduziu a alturas
nunca antes igualada; as duas reencarna€6es subseqiientes foram: "por piedade" e
como ***. S6 o Karma € justo e infalivel em suas escolhas . . .
(19) [Leia-se Utpala ou Utpalam, que significa "urn 16tus azul": Vama quer
dizer "cor''.]

39
SECAo XLV

UM SERMAO INEDITO DE BUDDHA

( Consta no segundo Lz."/a Jc Coz7¢c#£¢rc.of, e 6 dirigido aos Arhats. )


Disse o Todo-Misericordioso :

"Bern-aventurados sois, 6 Bhikshus! Ditosos sols v6s, que compreendestes o mis-


t6rio do Ser o do Nao-Ser, explicado no Bas-pa [Dharma, Doutrina], e preferistes o
Nao-Ser, porque em verdade sois meus Arhats . . . 0 elefante que ve sua forma refletida
no lago, e se afasta depois de a contemplar, tomando-a pelo corpo real de outro
elefante, € mais sfbio do que o homem que, fitando a pr6pria imagem no rio, exclama:
`Este sou eu . . . Eu sou eu': porque o `Eu', o seu Eu, n5o esta no mut6vel mundo dos
doze Nidanas, mas no do Nao-Ser - o tinico que sobrapaira a todos os enganos e
sedu€6es de Maya . . . 0 verdadeiro `Eu' [Ego], o Eu do Universo, nao tern causa nem
autor: existe por si mesmo, € eterno e estf muito al6m do alcance da mutabilidade.
0 Univer§o de Nam-Kha 1 diz: `Eu sou o mundo de Sien-Chan' 2. As quatro flus6es
riem, e respondem: `Assim € realmente'. Mas o verdadeiro sabio percebe que nem a
hopem nem o Universo, que ele cruza como uma sombra fugidia, sao rcais - assim
como riao € o Sol a gota de oivalho que reflete urn de seus raios ao romper do dia . . .
Tres coisas ha, 6 Bhikshus!, eternanente as mesmas e que jamais sofrem vicissitude
nem modifica€5es: a Lei, o Nirvana e o Espaco3. Os tres sao Urn, pois que os dois
primeiros estao contidos no terceiro, e este por sua vez € urn Maya, enquanto o
homem permanece no torvelinho das existencias sensoriais... Nao € necessario que
morra o corpo para evitar as acometidas da concupiscencia e de outras paix6es. 0 Arhat
que observa os sete preceitos ocultos de Bas-pa pode chegar a ser Dang-rna e Lha 4.

(1) A ilusao universal.


(2) 0 Universo de Brahma (Sien-Chan; Nan-Kha) 6 a Ilusao Universal ou o
nosso mundo fenomenal.
(3) Akasha. E quase impossivel traduzir a palavra mfstica "Tho-og" por outra
que n5o seja "Espa€o"; pois, a nao ser que se invente uma palavra 4d boc, nao h£
outra que possa representar com fidelidade a id6ia na mente do ocultista. A palavra
"Aditi" se ttaduz tamb€m por "Espaco", e abrange urn mundo de significados.

(4) Dang-rna € uma alma purificada. Lha € urn espfrito livre, mas encarnado em
urn corpo vivo, isto €, urn Adepto ou Arhat. Segundo a crenca popular no Tibete, o
Lha € urn espfrito desencarnado, algo semelhante - mas superior - ao Nat dos
birmaneses.

40
Pode ouvir a `santa voz' de *** [Kwan-yin] 5 e achar-se no tranqtiilo recinto de §eu
Sangharaina o, transportado a Amitabha Buddha 7. Ao unir-se com Anuttara Sanysk
Sambodhi 8, pode passar atrav€s de todos os seis mundos do Ser (Rfipaloka) 9 e entrar
mos tres primeiros mundos de Arfepa . . . Aquele que escutar a minha secreta lei, pregada
aos meus Arhats eleitos, chegara com sua ajuda ao conhecimento do Eu, e dai a
perfeicao."

E. Bumouf e outros eruditos de prol deduziram de proposic6es tais


como ``o meu corpo nao € coxpo" e "o meu Eu nao 6 meu eu" (enunciadas
tamb€m pelos vedantinos) que a psicologia oriental se baseia na imperma-
nencia ou aniquilacao. Mas isto s6 pode ocorrer aos que ten ideias err6neas
sobre o pensamento oriental e ignoram a existencia de uma chave esoterica
para a compreensao das sentencas budistas.
Cousin, por exemplo, em uma conferchcia sobre este assunto, citou as
duas proposie6es seguintes para sustentar, com apoio na autoridade de Bur-
nouf , que o budismo, a diferenca do hinduismo, nega a persistencia do prin-
cipio pensante :
1.0 0 pensamento ou espfrito 10 (porque a faculdade nao e distinta do sujeito)
brota unicamente da sensacao, e n5o sobrevive a ela.
2.a 0 espfrito nao pode subsistir por si s6, e ao dirigir a atencao sobre si mesmo
nao deduz senao o conhecimento de sua impotencia para, em qualquer circunstancia, vcr-se
de outro modo que nao sucessivo e tran§it6rio.

Tudo isso se entende com o espirito encarnado, e nao com o Eu livre e


espiritual, em que Maya jf nao exerce influencia. 0 espfrito nao € o corpo;
dai por que os orientalistas o consideram "ningu€m" e "nada". E por isso
sao os budistas por eles dassificados como niilistas, e os vedantinos como
sectfrios de uma crenca em que "o Impessoal [Deus] se reduz a urn mito",
e cuja meta €:
"A completa extingao de todo poder espiritual, mental e fisico, por absor€ao no
Impessoal" 11.

(5) Kwan-yin € urn sin6nimo, pois no texto original foi empregado outto vocabulo,
cujo sentido € identico. E a voz divina do Eu ou a "voz do Espirito" no homem, a
mesmo que o Vachishvara (a "Voz da Divindade") dos bramanes. Os ritualistas do
Budismo chines degradaram a significapao da palavra, antropomorfizando-a em uma deusa

8:di::assmin:::z(,¥%::-ash£:-ys£E:tde¥Sat) con nil maos e nil olhos. E o drz'„0% dos


(6) Sangharama 6 a f4#cf%ee f4#c!or#ee do asceta, uma gruta ou o lugar que ele
escolhe para sua meditac5o.
(7) Amitabha Buddha e aqui a "infinita lur" que permite vcr as coi§as do
muni3)suEj:it:vi.enominag5o se ap|ica aos Jivanmuktas ou "Seres Perfeitos„' e sigrifica

esotericamente "o coracao de insuperfvel miseric6rdia e sabedoria".


(9) Estes mundos, sete com o nosso, sao os mundos dos Nats ou Espfritos entre
os budistas da Birminia, e os sete mundos superiores dos vedantino§.
(10) Ifuas coisas inteiranente distintas entre si. "A faculdade n5o 6 distinta do
sujeito"; mas somente no plano material, quando o pensamento gerado no cerebro
fisico n5o fica inpresso ao mesmo tempo em sua contrapartida espiritual, por atrofia

f£::v#:¥: ::rppo?rTdalebjugag:nciner!troinsveecradag:ir::6Prio Pensanento, caso en que nunca


(11) Vcd4#!4 S4r¢, traduc5o do Major Jacob, p6g.123.

il
sEgao xLvl

NIRVANA - MOKSHA

As poucas frases que transcrevemos, na secao anterior, de urn dos


ensinamentos secretos de Gautama Buddha, mostram que se nao justifica o
qualificativo de "materialista", com que alguns se referem aquele a quem

ge:£asctoe:€°osndo°£eAddeeBtu°Sdaa?Cs:;gsct::°or£::t&+Sanr£::a?hefey:.PO"euMestre,
Atente o leitor em que as palavras transcritas correspondem ao que,
segundo os ocultistas tibetanos, Buddha Sang-gyas (ou Pho) ensinava, a
saber, que hf tres coisas eternas: a Lei, o Nirvana e o Espaeo, Pot outra
parte, os budistas do Sul afirmam que para Buddha havia apenas duas coisas
eternas: o Akasha e o Nirvana. Mas, sendo Akasha sin6nimo de Aditi 12, e
ambos equivalentes a "Espa€o", n5o existe discrepancia, pois que tanto o
Nirvana como o Moksha s5o urn estado. E o grande sabio de Kapilavastu
unifica os dois com o terceiro em urn elemento etemo, e conclui dizendo que
ainda "este 6 urn Maya" para quem nao seja Dang-rna, isto 6, uma alma
perfeitamente purificada.
Toda a quest5o em torno deste assunto prov€m dos err6neos conceitos
materialistas e do desconhecimento da metafisica oculta. Para o homem de
ciencia que considera o Espa€o como simples representa€ao mental, algo
existente Pro /or77z4, sem realidade fora de nossa mente, o Espa€o Pc/ fc
€ pura ilusao. Nao importa que a Ci€ncia o fa€a encher com o "hipot€tico"
€ter: para ela, o Espa€o € uma abstra€ao. E, do ponto de vista oculto, a
maioria dos metafisicos europeus distam da compreens5o exata do "Espaco"

iai£::e£€uaa::°tredi:tae¥ro°:o:::::iaahis:aes;u::Eeomd8:eo:tarj:s.naturalmentegfande
Se compararmos o crit€rio dos antigos fil6sofos, neste ponto, com o
das chamadas ciencias ffsicas exatas do nosso tempo, veremos que s6 ha
diverg6ncia no tocante aos nomes e as dedng6es, e que os postuladas, redu-

( 12) Segundo o Rz.g Vcd4, Aditi e "o Pal e a Mac de todos os Deuses". 0 Budismo
do Sul considera o Akasha coma a raiz de tudo - a raiz de onde sairam todas as coisas
no Universo, em virtude de uma lei de movimento que lhe a inerente; e € isto o
"F.spat`o" libetano (Tho-og).

42
zidos a sua mais simples expressao, coincidem, Desde os prim6rdios dos evos
humanos, desde a aurora da Sabedoria Oculta, as regi6es que os cientistas
enchem com o €ter ten sido exploradas pelos Videntes de todas as 6pocas.
0 que o mundo cientifico ten por mero espa€o c6smico, por uma represen-
ta€ao abstrata, os Rishis hindus, os Magos caldeus e os Hierofantes egfpcios

::a:£ddeeratvoad:sC:=%o:c::erdnaaNeat¥eczaa.Rfiirad£:ntt°ed:Sr££Snacr:;Sad:°to%aamg°vfg:
terrena; e a morada daquelas invisiveis (para n6s) multid6es de seres reais,
assim como de suas sombras, que, conscientes ou inconscientes, intefigentes
ou irracionais, nos rodeiam por todos os lados, interpenetram os atomos do
Cosmo, ainda que nao nos vejam, nem os possamos vcr ou sentir com os
nossos 6rgaos fisicos.
Para o ocultista, "Espaco" e "Universo" sao sin6nimos. No Espa€o nao

kfai¥aaitn€:;:'EF:rife:::toE#c£:?'a£%[za„d:mMe£:e¢;¢.,:aRsa±ad:u€[Pda£Si:£ia:::::
Espa€o, Akasha ou Luz Astral -, que em seu eterno e incessante movimento,
como a inspira€ao e expiraeao de urn oceano infinito, desenvolve e absorve
tudo o que vive, sente, pensa e ali ten sua existencia.
Conforme dissemos em frc.f fcee Vg%,
"o Universo € a combinacao de nil elementos, e 6 contudo a expressao de urn s6
espirito: urn caos para os sentidos, urn Cosmos para a razao" 13.

Tal era, a esse respeito, a opiniao\ de todos os grandes fil6sofos da


antiguidade, desde Manu a Pitagoras, desde Plat5o a Sao Paulo.
"Quando a dissolucao [Pralaya] chegou a seu termo, o Grande Set [Para-Atma ou
Para-Purusha], o Senhor existente por si mesmo, e de quem e por quem todas as coisas
foram, sao e serao . . . resolveu projetar de sua pr6pria substancia as diversas criaturas"14.
"A D€cada mfstica [de Pitfgoras] (1 + 2 + 3 + 4 = 10) € urn meio de exprimir
esta id€ia. 01 € o sinibolo de Deusl5; o 2 € o da mat€ria; o 3, combinando a
M6nada e Dfada e participando da natureza de ambas, € o mundo fenomenal; o 4,
a T€trade, ou forma de perfeicao, simboliza o vazio; e o 10, a D€cada ou soma de
tudo, significa o Cosmos integral." 16

0 "Deus" de Platao € a "Idea€ao Universal"; e Sao Paulo, quando


disse: "Dele e por ele e nele", certamente que pensava em urn Princfpio, e
nao em Jehovah. A chave dos dogmas pitag6ricos € a chave de Codas as
grandes filosofias. E a £6rmula geral da unidade na multiplicidade, do Uno
que desenvolve os vfrios e a tudo interpenetra. E, numa palavra, a doutrina
arcaica da Emana€ao.

(13) rs¢.f fc„ v€",I, pig. xvl,


(14) Manava-Dbarma-Sbdstra, T`, 67 7.
(15) 0 t`Deus" de Pitfgoras (o discfpulo dos sfbios arias) nao € urn Deus
pessoal. Recordemos que o fil6sofo ensinava, como dogma cardeal, que ha urn perma-
nente Principio de Unidade sob todas as formas, muta€5es e fen6menos do Universoo
(16) ffg.f j€ee V€%,I, pag. XVI.

i3
Espeusipo e Xen6crates, tal como o seu insigne mestre Plat5o, susten-
tavam que:
"a A#;"4 AI"#dj (a Alma do Mundo) nao era a Divindade, mas a sua manifesta€ao.
Estes fil6sofos jamais conceberam o Uno como uma "4f %rcz¢ ¢#j772¢d4. 0 Uno originfrio
nao c#z.fj;4, na acepc5o que damos a e§ta palavra. Nem foi urn ser produzido, ate unir-se
com as multiplas existencias emanadas (a M6nada e a Dfada). 0 TtquLov ("venerado"),
o algo manifestado, reside no centro como na circunfer€ncia, mac € somente o reflexo
da Divindade, a Alma do Mundo. Nesta doutrina encontramos o espfrito do Budismo
Esot€rico." 17

E tamb€m o do Hindur'smo Esoterico e o da filosofia Advafta Vedantina.


Schopenhauer e Hartmarm ensinaram modemamente as mesmas ideias. m-
zem os ocultistas que:
"As tcorias das forcas psiquicas e ectenicas, da "id€ia-motor", das "forces eletro-
biol6gicas", do "pensamento latente" e ate mesmo da "cerebra€ao inconsciente" podem
resumir-se nestas palavras: a LUZ ASTRAL dos cabalistas." 18

Schopenhauer apenas sintetizou tudo isso com o nome de Vontade, con-


tradizendo as ideias materialistas dos homens de ciencia, como o fez mais
tarde Hartmann. 0 autor da Fz./ofo/¢.a do J#co#Scz.c#fe qualifica de "precon-
ceitos instintivos" as opini6es materialistas.
"Mostra ele, alem disso, que nenhum experimentador pode atuar sobre a matdria
propriameflte dita, mas sobre as forcas em que a divide. Os efeitos visiveis da materia
sao apenas efeitos da for€a. E daf conclui que a chanada matdria outra coisa n5o €
senao a agregacao de foreas at6micas, que se designam com a palavra `mat€ria'. Afora
isso, mat€ria € uma palavra vazia de sentido para a ciencia." 19

Cremos que o mesmo ocorre com os conceitos de "Espaco", Nirvana e


outros, de que mos estamos ocupando.
"As ousadas teorias e opini6es expostas nas obras de Schopenhauer diferem nota-
velmente dos conceitos da malor parte dos nossos homens de ciencia ortodoxos20.
`Em verdade', observa esse audacioso pensador, `nao hf nem „¢;€rj¢ nem c5p;7£.;a.
A tendencia de uma pedra papa a gravidade € t5o inexplicavel como o pensamento no

::de:r:e.hu:a:n£..d.es:e:§=:t€srfp:::ci#affiei::o,s:e¥alE:e;:rsaiE?.¥rfl:seinta=.bf:
inclusive em mecanica, vanos al€m do que e puranente matem6tico; assim como
chegamos aquelas inescrutaveis for§as de coesao, gravidade, etc., vemo-nos em presen¢a
de fen6menos tiro misteriosos para os nossos sentidos como a VONTADE e o PENSA-
MENTO do homem; vemo-mos face a face com as incompreensiveis forcas da Natureza.
Onde est£, portanto, essa ae4J€rz.4z, que julgais conhecer tao ben, na qual, por isso
mesmo, baseais todas as vossas conclus6es e teorias, e a qual tanta coisa atribufs?. . .
Nossa razao e nossos sentidos sao capazes de conhecer tao somente o aspecto superficial;

(17) rijs 5eee VG#, I pfg. XVIII.


(18) JJ2.f scar Vc`",I, pig. 58.
(19) h;i fcee V€#,I, pag. 59.
(20) Ao passo aue ten muitos pontos de coincid6ncia com o Budismo Esot€rico
ou DOUTRINA SECRETA.

44
jamals podem alcancar a substancia intima das coisas. Tal era a opiniao de Kant.
Se admitis que existe algo de efp¢.r¢./"a/ no cfrebro humano, deveis tamb€m admiti-lo
na pedra. Se a vossa matdria inerte e passiva pode manifestar tendencia a gravidade,
ou, como a eletricidade, atrair e repelir e emitir chispas, tanb€m poderf pensar como
o c€i.ebro. Em suma, cada partfula do chamado espirito pode substituir-se pot seu
equivalente de mat€ria, e cada partioula de mat€ria por seu equivalente de espirito.
Assim, a separacao crista das coisas em espirito e mat€ria nao sera filosoficanente
exata; € preciso dividi-las em eJo#!&dc e "¢#G./cJ!¢£ao, o que significa espiritualizar todas
as coisas. 0 que na divisao crist5 € real e objetivo (corpo e mat€ria) transforma-§e em
representacao, e toda representacao € voatade.' " 21

A 7724/c'rz.¢ da Ciencia pode ser "morta e manifestamente passiva", do


ponto de vista objetivo; mas para o ocultista nem urn s6 £tomo esta morto,
porque "a Vida nele esta sempre presente". Aos leitores que desejem apro-
fundar este ponto, recomendamos que leiam o nosso artigo "Transmigra€ao
dos Atomos de Vida" 22, pois agora o nosso tema 6 a doutrina do Nirvana.
Esta doutrina pode ser considerada como urn ``sistema de atefsmo'', jf
que n5o reconhece Deus nem Deuses, e muito menos urn Criador (porquanto
rejeita inteiramente a id€ia de cria€ao). 0 /cc;£ cx #¢.b¢./a 6 tao incompreen-
sivel para o ooultista metafisico quanto o e para o materialista; mas cessa
aqui a concordancia entre os dois. E, se esse e o pecado dos budistas e
bramanes esofericos, entao os panteistas e os ateus, ben como os tefstas da
Cabala serao igualmente "culpados" do mesmo delito. Sem ambargo, nin-
gu€m pensaria em tachar de "ateus" os cabalistas judeus. A parte os sistemas
exot€ricos talmtidico e crist5o, nenhuma outra filosofia religiosa, no mundo
antigo como no mundo moderno, deixou de refugar ¢ p/z.orz. a hip6tese da
criacao c#-#¢.A;/o, e isto pela simples razao de que sempre se admitiu a coe-
temidade da mat€ria com o espffito.
A maior parte dos orientalistas consideram o Nirvana dos budistas e o
Moksha dos vedantinos como sin6nimos de aniqtiilacao. N5o pode hover in-
justi€a maior; conv6m, pois, dissipar e desaprovar erro tao clamoroso. E nesse
dogma capital do sistema bramane-budista, o alfa e o Omega do "Ser" ou
"Nao-Ser", que assenta todo o ediffcio da metafisica oculta.

Os que, dotados de senso filos6fico,

"veem no espelho das coisas temporais a imagem dos coisas espirituais"

advertirfo facilmente o erro concernente ao Nirvana. Mas nao poderao


compreender o sighificado de nossa explica€ao os que sejam incapazes de
elevar-se acima dos pormenores das coisas materiais tangiveis; ainda quando
venham a compreender e ate mesmo aceitar as conseqtiencias 16gicas das
raz5es expostas, escapar-lhes-a ao entendimento o verdadeiro espirito. A pa-
lavra "nihil" ten sido mal inteapretada desde o comeco, e continua sendo
manejada como urn dardo contra a Filosofia Esot6rica. Contudo, € clever do
ooultista estuda-la e tentar explicar-lhe o significado.

(21) P4rcrgr,11, pfgs.111 e 112. Citado em ffg.f fgffl V€%,I, p6g. 58.
(22) F¢.a.a yc¢rf `o/ T4c'asopby, pag. 338 e seguintes [edicao de 1910].

45
Conforme ja dissemos, o Nirvana e o Moksha ten o seu ser no nao-ser,
se mos permitem recorrer a este paradoxo a fim de methor esclarecer o

::]Pecnet£:a;ta¥*ignaificca°¥:esxet£::go,,e2S3f°dr:atdo°dap:ref:t%::jsatrsaerncafigt::±]ucsot:e:
a chama de uma vela que arde ate consumir-se o tiltimo atomo, e entao se
extingue de uma vez. Entretanto, conforme afirmava o Arhat Nagasena ao
rei que o escarnecia, "o Nirvana €" -e o Nirvana € ete.mo. Mas os orien-
talistas o negam, e dizem que o Nirvana nao € a reabsor€ao na For€a Uhi-
versal, nem a bern-avenfuranga e o repouso eternos, mas que significa literal-
mente "a anulacao, a total extincao, o aniqdilamento, e nao a absorcao". 0
Le#fa4#¢fGr¢, que alguns sanscritistas citam em apoio de seus argumentos, e
que da as diferentes interpretae6es atribuidas ao Nirvana pelos bramanes
Tirthikas, nao € autoridade para quem busca informa€6es nas fontes primi-
tivas, ou seja, nos pr6prios ensinamentos de Buddha sobre a doutrina. Invo-
cam tamb€m os Charvakas materialistas como sobreprova do seu ponto
de vista.
Se trouxermos a debate, a guisa de contradita, os §agrados fivros do
jainismo, onde se diz ao Buddha expirante: "Levanta-te para o Nirvi [o
Nirvana] deste corpo decr€pito a que foste enviado . . . Ascende a tua pri-
mitiva morada, 6 bendito Avatar!"; e se acrescentarmos que isso parece
ser diametralmente oposto ao niilismo, dir-nos-ao talvez que n5o 6 senao
uma contradi€ao, uma discrepancia a mais no credo budista.
Se ainda insistirmos, 1embrando que, segundo creem os disci'pulos de

f::e:t.aombfu:di:soi!:uns:u.aM:efi::ei:;:i;:€#.as;i:h:I;:efad:aud:ee,"dpfrLf:;:::ga8i:,::g"i
opositores citando autoridades que sustentam este ultimo ensinamento.
Mas digamos uma vez por todas: a autoridade dos homens nada vale
para n6s em quest6es de consciencia, como tampouco devia valer para quais-
quer outros. Se algu€m professa a filosofia budista, que fale e proceda como

::[so:eecprr£:::d=:u:fohaa;seins:eralp#t€a:6::¥n:rr:Sdi:3:i:sued:£g:uoss£;:r€::es::
cerdotes e seitas.
His como se formula a questao no C¢/ccz.fREo BeeJz.ff4..

"P. - Ten a Budismo algum dogma de f€, que sejamos obrigados a aceitar?
R. - Nao. 0 que em verdade se nos recomenda € que nada aceitemos como
mat6ria de fe, esteja escrito nos livros, transmitido pela tradicao ou ensinado pelos
sfbios. Disse o Sechor Buddha que nao devemos crer em rna coisa tao somente per

(23) 0 Prof. Max Miiller, em carta ao jomal I;eeer (abril de 1857), sustenta com
veemencia que Nirvana significa ¢#z.g„7./¢fao no mais amplo. sentido da palavra (Cb;.pr
/j.oee ¢ Gcrae¢# Wo74-soap, I, 284). Mas em 1869, em conferencia proferida ante o
Congresso Geral de Fil6logos Alem5es, em Kiel, "declarou em termos inequivocos sua
conviccao de que a niilismo atribuido aos ensinamentos de Buddha nao faz parte de
sua doutrina, sendo de todo err6neo supor que o Nirvana signifique aniquilalnento"
(Aovf'r 4fy{/ Or/.c'#/4/ I././. Rc'c., dc Truhner,16 de outubro de ]869).

46
ouvi-la de outrem; nem nas tradi€6es por causa de sua antiguidade; nem nos rmores
que correm; nem nos escritos porque tenham saido das maos de sabios; nem em

£:;::i::egueespsiruist::iitsTonseiernea:3:iou€,;nesspg:d:|sgrp£:hii6tpseevaqu(eis::n!,a=:s%:|uuTai!:;
3:£jen:n:cuaemennotsepnaareac:tourFd:d:oaseeqnu;es::£sa=gsat]r6egsfc:unfcs:§:£troff:s.nff;sedmev#:sqa::£t::

:a::st:jncaonesc:e£:£Sa?¥oernt£:s:,:ald{:uoesfir::°ttequea:a:a::igaoc,°:::b°nraaod°;og°ernsn£:Sfaar¥rae:
simplesmente porque ouvistes; Has ensinei que, se a cren€a ten rafaes em vos§o
pr6prio foro intimo, deveis proceder em conformidade com ela, e sem reservas'." 24

Que o NIrvana, ou melhor, a condic5o nirvanica, € precisamente o


contrario de aniqdilaeao, assim nos dizem "a nossa razao e a nossa conscien-
cia", e isso nos basta pessoalmente. Mas como isso nao satisfaz aos leitores
em geral, podemos .acrescentar algo mais convincente.
Deixando de lado as fontes que nao simpatizam com o Ocultismo,
vemos que a C44¢/¢ nos proporciona clara e luminosa prova de que a palavra

:t¥£g::mexopsre:S:tvear£:h:tacs:n§:;tfr]!ceavta°€:rt°a£::tt:.¥ae::g,teo:0":::.c::i:»¥5:
=dmm£§r::e::reantseotr:e:tis:ba]aapea[:;r#£rfeo[seEg;£er;oos26;6:;,¥£rpcrE:re£¥g::
Sephiroth 27 tern urn none que equivale a "a J#/¢.#z.jo", mas que os cabalistas
traduziram indiferentemente por "Ens" e "Non-Ens" ( "Ser» e "Nao-Set" ).

g:;h?°:qu]:£££tra€Zoeef§:ie.cdaeusta°,d°oS3:indcefg£:!Spsaesrs:;;o¥G°[-f::ngc°±:i::,#an:
ten nada semelhante no Universo.
Acrescenta o autor:
"Esta € a razao per que Sao Dionfsio flao hesitou em cham£-1o Nihil."

Lnafin#vi:i:;,t::p:osr€t;¥o,bs:e.fn:s!;mio:::i::::;:o:'!:i:`E:c!a:i;g;1i:::avuf:o,raef:th:

ia§iiE£::;a::C;i§;i::¥doe;:lg::m%ofaorse:°£:e:[stpaem:a:[a:dr:rr;s#i:s:tra:::'p6e:s:;I:dc#f:lit::£::

c.bat:#.3_o`t`V#-Ses.°off£%t?aps3ttttod°pfe%%et%t:adNatk8%iefdeved°Teefs6£.caBu{.%,`S5t.L§oa#eT,
pfgs. 32-33.
(25)a expi.essao
"nada" ["No-thing" em rcfingles.
latina #¢j¢, Em portugu€s,
coisa os etimologistas
nascida, admitindo ligamcontaninacao
que houve a palavra

do §entido de outra expressao, negativa, como rcJ #o# #¢j4. - Nota do T.]
(26) CEdiptts Egypt., IT, 1, p6g. 291.

i,::Set:2:7ss'Er:asiapz?%a:g:,::io:;::`sEfo::ei-:::fi#;gi-c3s:h.;;:the:#;:i:s:in:::E,s:;?nE;I:ag:,,3s;:|#;a:
Cat6ljca Romana.

47
0 "Nihil" € ;# c5fc a pr6pria Divindade Absoluta, o Poder Oculto e
Onipresente, que o monoteismo rebaixou a categoria de urn Ser antropo-
m6rfico, com todas as paix6es dos mortais em grande escala. A uniao com
"Aquilo" nao € a aniqdilacao, no sentido que se df a esta palavra na Eu-
ropa 28. No Oriente, a aniqtiilac5o do Nirvana se refere apenas a mat€ria: a
do corpo visivel como a do invisivel (porque o corpo astral ou duplo pessoal
ainda € materia, conquanto sublimada). Buddha ensinou que a Substancia
primordial € etema e imutavel. Seu vofculo € o eter puro, luminoso, o Espa€o
ihitado e infinito,
"nao un vazio resultante da ausencia de formas, mas, pelo contrfrio, o fundamento de
todas as formas . . . [Isto] indica que a criacao € Maya, e que suas obras nada sao em
face da Forma incriada [o Espirito], em cujos profundos e sagrados abismos deve
cessar para sempre todo movimento" 29.

Aqul o movimento se refere somente a objetos .ilus6rios e a sua mu-


danca em oposigao com a perpetuidade, o repouso - porque o movimento
perp6tuo 6 a Lei eterna, o Sopro incessante do Absoluto.
A integral compreensao dos dogmas budistas s6 € possivel com a ob-
•servincia do m€todo de Plat5o: do universal ao particular. A chave de todos
eles esta mos sublimes e misticos principios da vida divina e do influxo
espiritual.
Disse Buddha:
Qtteun desconbecer a mipba Leiso e unorrer err tat est_ado te_rd _que
retor;ar a Terra ate qtte venba a ser t4m Perfeito Sunano. E.ascEta|.. .Pflrfl
alcanfar esse objetivo -deuerd destn4ir em se? int.erior a lrindade. d.e..Mdyd8..
Dev;rd extinquir suds Paix6es, unit:se e identificar-se com a Lei®2 e com-
Preerlder a ftlosofia da aniquila£~ao so.
` Nao; nao 6 na letra morta da literatura oriental que os eruditos podem
achar a solucao das .sutilezas metafisicas do Budismo. Entre os antigos s6 os
pitag6ricos as entenderam; e foi sobre as abstra€5es do Budismo (incom-
preensiveis para quase todos os orientalistas e materialistas) que Pitagoras
fundou os principais dogmas de sua filosofia.

(28) Segundo o pensamento oriental, o Todo procede do Uno, e ao Uflo retorna.

Pmagtse°r[j:t:t:rnfg.u[#qefi°an€.s:ea:°£do°rm°as?°:tu°d£C°agpcroerer::gis.N£E£°d#ierafi#caado:
no sentido em que a sup6em os orientalistas europeus, oao pode ocorrer no Universo.
(29) Ifir Jeer V€",I, pag. 289.
(30) do
"Doutrina A Lei Secreta,
Olho", ou "Doutrim
ou Budismo do Cora€ao", assim chanada por oposicao a
exot€rico.

(31) A materia ilus6ria em sua trfphice manifesta€5o: corpo fisico ou terrestre,

::;Poonala.Stral e Corpo Causal, estes ultimos a alma dual de Plat5o - a irracional e a


(32) 0 ensinanento da DOUTRINA SECRETA.
(33) Isz.f scee Vc'#, I, pfg. 289.

48
Aniquilamento, na filosofia budista, significa dispersao da materia, en
qualquer forma ou ap4/€#c;a de forma que possa ter; porque tudo aquilo
que ten forma foi criado, e mais cedo ou mats tarde hf de perecer, isto e,
mudar de forma; portanto, como coisa temporaria, ainda que pareea permaT
nente, nao passa de ilusao, Maya. E como a etemidade n5o teve come€o
nem terf fin, a durae5o mais ou menos prolongada das formas € compar6vel
a de urn relampago. Antes de que tenhamos tempo de atentar no que viran
os nossos olhos, ele jf passou e desapareceu para sempre, Ate os nossos
corpos et€reos astrais sao ilus6es de mat€ha enquanto conservam a silhueta
terrestre.
0 corpo astral, segundo a doutrina budista, muda na proporcao dos
m€ritos ou dem6ritos da pessoa; e isto € a metempsicose. Quando a entidade
espiritual se desliga definitivamente de toda partl'cula de materia, ent5o, e s6
entao, entra no eterno e imutavel Nirvana, Deixa a existencia objetiva e
passa a viver como Espfrito puro, aniquilou-se como forma, como aparencia,
como semelhanca, e portanto jf nao morrer£ - porque o Espfrito puro nao
€ Maya, mas a rfuica Realidade em urn ilus6rio universo de formas sempre
transeuntes.
Na doutrina budista basearam os pitag6ricos os dogmas .principais de sua filosofia.

ier]=;t=:::Sjz£`:o°dae„°Goe.§cP„¥,i;8Zeq?uepodfeaov:ggfreit:s:::ije:::t3'osebpfr:ig,Pau€ae::f¥t::
:om#rr£::tai:u:rafafae¥dsaudaesfnrt:Cut:::;:'d:::::e:eepa£#i:%:-Saec?r'es¥:i::1°CkBulstrode.
`Se dizeis que o§ brutos exalam os seus espfritos no ar, onde se desvanecen, eu o
flego. 0 ar € em verdade o lugar apropriado para recebe-log, pois, segundo La€rcio, est£
cheio de almas, e, segundo Epicuro, cheio de itomos, que sao os princfpios de todas
as coisas. Porque ate esse lugar, onde vivemos n6s e voam os pfssaros, ten tanto da
natureza espiritual que € invisivel; e, portanto, ben pode see un receptor de formas,
pois as formas de todos os corpo§ sao assim: s6 podemos vcr e ouvir os seus efeitos.

a)£ro6Ps:£r°a::tfodoen€::iadd°ass:e%[£'6ees::tjer2:£sa,edequna:§Saaffufuua:n::apadcigafdoermdaes£:rece:eca]°£.
descem?' Dizem os pitag6ricos que os cJp;r;/os das criaturas sao emamc6es da parte
Dais sublimada do €ter - emana€6es, SOPROS, „¢J #Zo /or„¢J. 0 €ter € incorruptivel;
neste ponto concordan todos os fil6sofos. E o que € incormptivel /fo Jo#ge CSJG de
fcr 4#;g"z./4de, quando se liberta da /or„¢, que ten justo direito a IMORTALIDADE.

visfv;T=E::€en9stqe?ee::::ed::%:P:/??ep:rg/::?fa::eb:apt::.nid6rfrfuafnnaY;S££:[poeni%g:
E NADA (`Nao-coisa'); nao € uma regiao, mas antes urn estado."84

t34j fs;f sc# v€8!, I, pie. 290.

49
sEc:ao xLvll

OS LIVROS SECRETOS DE "LAM-BIN"


E "DZYAN"

0 LZoro dc Dzy4# (da palavra sanscrita "dhyan", meditacao mistica)


€ o primeiro volume dos Comentfrios aos sete tomos secretos de Kz.#-jc,
e urn glossfrio das obras exotericas do mesmo nome. Em poder dos Lamas
Gelugpas do Tibete, na biblioteca de algum mosteiro, ha trinta e cinco volu-

geescod:e¥;.z:::;:s:I::::c3::as:i:edeos:ap:3::Tops;refntsatTubte;:esqrnaftc::ZeosTo[umes
Em rigor, aqueles trinta e cinco volumes deviam intitular-se Vcrfzo
Pop#J4r d4 DOUTRJM SECRET4, pois abundam em mito§, v€us e erros.
Por sua vez, os quatorze volumes de comentarios, com suas interpretac6es e
notas, acompanhadas de urn extenso glossfrio de termos ooultos, coligidos
de uma pequena obra arcaica, o Lj¢ro J4 S4Gcdo7!.4 Secr€j4 do M##Jo t,

::3r:S::;lad:sue:::gr:dthodi:°£odreatd°adsa:i::asc;ernoc££aa:a9:o]:a:.c:;t3°diaq:eopTaersehc::
Lama de Tjigad-je [Shigatze].

duran:::v:lot:mdoe£:;#o;a:or;1:st::aFueent:s::[dme:fr%ss,;:I::i::a::sq::;SEE.
rj.oj sao antiquissimos, havendo sido preservados alguns fragmentos dos cilin-
dros originais.
Embora os Coorc#f67;.of expliquem e retifiquem alguns relatos por
demais
|^+,LL|.*-Ifabulosos e, __a______
,-.- _--_-_ _, segundo todas as aparencias, ingados de enormes exage-
I

ros, que se observam nos livros de K£.;-/c prop-riainente ditos, a verdade


`1`-`, pouco
que I--_-_ -_---
mats____-
ten ____
em comum com estes filtimos. A relacao
' entre
, eles
|,_:_J±_

analoga a que existe entre a Cabala caldeujudaica e os livros de Mois€s 2.

(1) Aos textos de todos esses livros recorreu a autora para elaborar A DOUTRINA
SECRETA. A mat€ria original daria apenas urn pequeno folheto; mas as explicac6es e
as notas dos comentarios e dos glossfrios podiam comportar dez volumes do tamanho
de lsis sem V6u.
(2) 0 monge Della Penna, em suas Mc#dr;.4f (veja-se a obra TjGc/, de Markham,
p6gs. 309 e segs.), dirigindo-se aos cristaos, zomba de certas afirmac6es contidas nos
li`'ros de K;#-/a. coma a que se refere a "montanha de 160.000 l€guas de altura" (a

50
Ao°bAatmL=#pt=i°[:°ffi#4#":ifa¢5:S£"#ersecafsoaltsapefgrrial±
Pratyeka Buddhas", exp6e que:
"Em virtude de haverem todas as criaturas sencientes, desde o conego, tergiversado
com a verdade e abracado o erro, surgiu entao urn coflhecimento oculto, chamado
Alaya Vijnana".

"Quem esta de posse do verdadeiro conhecimento?" -pergunta-se.


E a resposta €: "Os grandes Mestres da Montanha Nevada".
Sabe-se que esses "grandes Mestres" vivem na "Cordilheira Nevada"
desde idades sem conta. Negar a existchcia dos grandes Gurus, que moron
nos "Ashrams" disseminados ao longo das vertentes do Himalaia, aqugm e
alem, seria parecer ridiculo aos olhos de milh6es de hindus. Quando o Sal-
vador budista apareceu na India, seus "Ashrams" (porque s6 raramente
esses grandes Homers vfo aos mosteiros dos Lamas, e assim mesmo para

:apa:i+giu::sV*#esm:=L#E§inquah#:a¥rfu=.£
nas margens do Indo. E, anteriormente, mais de urn Dvija ariano de hist6-
rica fama e renome havia sentado aos p€s daqueles Mestres para aprender
os ensinamentos que culminaram mais tarde em urn ou outra das principals
escolas filos6ficas. A maior parte dos Bhantes do Himalaia Cram bramanes
e ascetas fro.
Nenhum estudante, salvo se jf muito adiantado, obteria proveito com
a leitura dos citados volumes exot6ricos 3, que s6 podem ser entendidos com

L#j#d£##§teH¥j#Tk¥#TLg£#:¥e::unaprifri+;
Este santo ten muitos disofpulos, que sao todos Chang-chub", ou, confue esclarece,

::i;i-.`::--`:::--:-::-:-:i::::::::::-:::-:i:-.:::.:-:::-:;:s,-:-;-i:-.-=;-:--:,li::-:-;-:-.:::iss:;:::-::-;::::;:::::::-:::-:-i:::I;=--i;`;:;:-::.-:::::::-::::-.:.::::-:::::

fa,L+all::##t:`oi;]vf£'*gr:g;*ELjn##£.ng?#fagg#ngis
antores do texto, "a oeste da `Montanha Nevada' de 160 leguas [os nineros sao urn

:gaftcad##TO#:Ofrfrfu8inp#:J.#:OB##[rfeg
0 Hopchz#c de Della Penna € o Maha-Chohan, o Chefe.

dodiL:T**jsife.p¥aTa:::=i::#aoTieen%fa:frij:n<gL|S#J±:s£::::£
cat6licos que visitaram nosso pats no ultimo s€culo (com o nosso protesto), e que
pagaram a hospitalidade expondo ao ridiculo flossa literatura sagrada, deraln provas de
pouca discrigao e de cultura ainda menor. Verdade € que o canon sagrado dos tibetanos,
a K44gy#r [Kanjur] e o BJJ¢edgy#r [Tanjur], coinpreende 1707 chras, das quais 1083
sao pfrolicas e 684 secretas, formando as primeiras 350 volumes de /oJz.o e as ultimas 77.
Que nos permitam os bous missionarios perguntemos respeitosamente: em que ocasiao
EN'eram sequer urn vislumbre fugaz dos ;.#-/o/for secretos? Ainda `que por casualidade
ines fosse possivel ve-los, posso assegurar aos Pandits ocidentais que tais livros e manu{ir
|Titos nunca seriam entendidos, nem mesmo por urn tibetano nato, sem as chavgs:

5t
o emprego da chave proporcionada pelos Coeec„j¢#€.of. Algm disso, ha algu-
mas obras menos antigas que sao positivamente nocivas a boa e exata com-
preensao do Budismo, inclusive em sua forma exoterica. Tais sao: o 8%dJb¢.ff
Cofeeof, do bonzo Jin-ch'on, de Pequim; o Jbz.#g-T¢#-Kj 4, de Wang Puk
( s€oulo VII); o Hzf¢¢. S%fr4 5; e alguns outros livros.

(4) de seus caracteres peculiares, e (G) de seu sentido oculto. Em nosso sistema, todas
as descric6es de localidades sao aleg6ricas, e os nomes e palavras estao intencionalmente
velados. Assim, € indispensavel estudar primeiro o m€todo de decifrar, e depois aprender
a equivalencia dos sinbolos e termos secretos com as palavras da linguagem rengiosa.
0 sistema dem6tico ou hieratico dos egipcios € como urn jogo de crianq em comparacao
com os nossos enigmas sacerdotais."
(4) Mem6rias da Iluninap~ao de Tatbagata.
(5) Livro da Criagivao.

52
SEC&o XIJVIII

AMITA BUDDHA, KWAN-SHAI-YIN E KWAN-YIN


0 QUE DIZEM 0 "LIVRO DE DZYAN" E AS
COMUNIDADES DE LAMAS ACERCA
DE TSONG-KHA-PA

Como suplemento aos Comentdrios ha muitos livros secretos a respeito


das vidas dos Buddhas e dos Bodhisattvas. Urn deles se refere particular-
mente ao Principe Gautama, e outro a sua reencarna€ao na personalidade de
Tsong-kha-pa. Este grande reformador tibetano do s6oulo XIV, que, segundo
se diz, foi uma encarnacao direta de Amita Buddha, fundou a Escola Secreta
que fica perto de Tji-gad-je [Shigatze], agregada ao retiro privado do Teshu
Lama. Com ele comecou o sistema regular de encarnac6es lanalcas de
Buddha (Sang-gyas), ou de Shckya-Thub-pa (Shckyamuni). 0 autor de
Cbj#cje B#dd4jfee considera Amida ou .Amita Buddha como uma entidade
mitica, dizendo :
"Amita Buddha (Aeej-fo Fo) e urn personagem fabuloso, objeto de fervoroso culto,
como Kwan-Yin, pelos budistas do Norte, mas desconhecido no Si5o, in Birmaula e
flo Ceil5o." I

I bern provavel. Contudo, Amida Buddha nao € urn personagem "fabu-

:o::,:,opmo5££:€a6Se:¥<6Aedi.B:]dmfif,g,ep:rAqfi:B„u£#,„2,€cao£:::maeseal¥::edse:eAn€;::
namos, s5o express5es empregadas em sanscrito, desde hf muitos s€culos,
para indicar respectivamente a "Alma Primordial" e a " Sabedoria"; segundo,
porque o none de Amida se aplicou a Gautama Shakyamuni, o ultimo Buddha
hindu, desde o s€culo VII, quando foi o Budismo introduzido no Tibete.
"Amitabha" (em chines "Wu-liang-sheu" ) significa literalmente "idade sem
limites", e € sin6nimo de E#-Jbopb ou j4¢.#-Sopb, o "Anciao dos Dias";

(1) Op. c;.£., de Edkins, pig.171.


(2) "Buddhi" € urn termo sanscrito que significa "discernimento" ou razao pura

i: Spe]X:Oet:r#Cefrp;;g;)ilo.e "Buddha" quer dizer "sabio", "sabedoria", sendo tamb€m o none

53
representa urn epf teto que o relaciona diretamente com o Ilimitado Adi-Bud-
dhi ( Alma Primitiva e Universal) dos hindus, com a 4wj*7¢¢ M"#dz. de todos
os povos antigos da Europa, e com o Ilimitado e Infinito dos cabalistas.
Se Amitabha fosse uma ficcao dos tibetanos, ou uma forma nova de
Wu-liang-sheu, "urn personagem fabuloso", como diz o autor do C4j7¢cJc
B#Jdbz.Joe, seria entao muito antiga a fabula. Porque em outra pfgina ele
pr6prio diz que a adic5o ao canon dos livros que contem
"as lendas de Kwan-Yin e do ceu ocidental com o seu Buddha, Amitabha, ocorreu tam-
b€m anteriormente ao Concllio de Cachemira, urn pouco antes do iflfcio de nos-
sa era" 3,

eque
"data de mais de 246 anos a.C. a origem dos primitivos livros budistas, que sao comuns
as lgrejas do Norte e do Sul".

Se os tibetanos aderiram ao Budismo somente no s€culo VII de nossa


era, como poderiam ter inventado o Amita-Buddha? E, al€m disso, sendo
Amitabha chamad6 0d-pag-med no Tibete, tudo indica que n5o foi o none
que eles primitivamente aceitaram, e sin a ideia abstrata de urn Poder invi-
sivel, desconhecido e impessoal - id€ia que lhes adveio do "Adi-Buddhi"
hindu, e n5o do "Amitabha" chines 4. " grande diferen€a entre o popular
Od-pag-ned (Amitabha), que ten as§ento no trono do Devachan (Subha-
vati), segundo o Mfl7¢¢.-K4b-4¢/er (o livro hist6rico mais antigo do Tibete), e
a abstracao filos6fica chamada Amida-Buddha, nome que hoje passou ao
Buddha terreno, ou seja, Gautama.

(3) Pode-se vcr esta curiosa contradicao nas pags. 171 e 273 de Cb;#cjc B#ddb;Joe.
Afjrma o ilustre autor que "para os budistas fil6sofos . . . Amitabha (Yoshi Fo) e outros
s5o apenas signos de id€ias" (pag. 236). Muito ben. Mas deviam igualmente se-lo todos
os demais nomes divinos, como Jehovah, Allah, etc.; pois, se nao fossem meros Jjg%of
de g.de'z.4j, isto s6 indicaria que as mentes que os aceitam com outro significado nao
sao mantes "filos6ficas''. De maneira alguma constitufria prova de que haja realmente
Deuses viventes, pessoais, com esses nomes.
(4) 0 mitabha chines (Wu-1iang-sheu) e o Amitabha tibetano (Od-pag-mad)
foram atualmente convertidos em Deuses pessoais que vivem e reinam na regiao
celestial de Sukhavati ou Tushita (o Devachan tibetano); enquanto que o Adi-Buddha
dos fil6sofos hindus e o Amita-Buddha dos fil6sofos chineses e tibetanos sao nomes
de ideias primordiais e universais. -

54
sEcfro xLlx

TSONG-KHA-PA - LOHANS NA CHINA

Em urn artigo sob o titulo "Reencamap6es no Tibete" i dissemos tudo o


que podia ser publicado a respeito de Tsong-Kha-pa. Afirmamos que este
reformador nao foi, como pretendem os eruditos parses, a encamac5o de
un dos celestes Dhyanis ou dos cinco Buddhas que se diz terem sido criados
por Shakyamuni depois que alcangou o Nirvana; senao que foi uma encar-
racao do pr6prio Amita Buddha. Os anais conservados em Gonpa, a principal
comunidade de lamas de Tda-shi-Hlumpo [Tashi-hlumpo], contain que
Sang-gyas deixou as regi5es do "paraiso ocidental" para encarnar-se em
Tsong-Kha-pa, em vista da grande decadencia de suas doutrinas secretas.
"Todas as vezes que calu no dominio ptiblico, a Boa Lei de Cheu [os poderes
mfgicos] degenerou em feiticaria ou `magia negra'. S6 aos Dvijas, aos Hoshangs (monges
chine§es) e aos Lamas podiam as f6rmulas ser confiadas sem perigo."

Ate a €poca de Tsong-Kha-pa nao houve encarnac6es de Sand-gyas


Buddha) no Tibete.
Tsong-Kha-pa ensinou os sinais que permitiam reconhecer a presen€a
em urn corpo humano de urn dos vinte e cinco Bodhisattvas ou Buddhas
Cdestes (Dhyan-Chohans ) 2, e proibiu severamente a nigromancia. Isso pro-
Tocou urn cisma entre os Lamas, e os descontentes fizeram alianga com os
aborfgenes Bhons 3 para combater o lamaismo reformado. Ainda hoje formam
rna seita poderosa, que pratica os mais abominaveis ritos nas regi6es de
Sikkim, Bhutan, Nepal e ate mesmo mos territ6rios fronteiri€os dg Tibete.
Foi pior ainda. Com permissao do Tda-shu ou Teshu-Lama 4 - e para evitar

(1) The Tbeofapbz5;, marco de 1882, p5g.146.


(2) A intima rela€5o enti.e os vinte e cinco Buddhas (Bodhisattvas) e os vinte e
inca Tattvas (os Condicionados ou Limitados) dos hindus € sobremodo interessante.
(3) [Membros de uma seita primitiva do Tibete. - N. do T.]
(4) E curioso observar a grande importancia que dao os orientalistas europeus
dos Dalai-Lamas de Lhassa, e a completa ignorancia em que se acham no que tange
dos Tda-shu-Lamas (ou Teshu-Lamas), quando foram estes dltimos que encabecaram a
s€rie hier-£rquica das encarnac6es de Buddha, e sao dc /¢cjo os "papas" do Tibete.
Os Dalai-Lamas s5o criac6es de Nabang-lob-Sang, urn Tda-shu-Lama que era a pr6pria
encarnacao (a sexta) de Amita, seguindo a linha de Tsong-Khapa, ainda que mui
.couca gente pareea estar ao corrente desta circunstancia.

55
disc6rdias -algumas centenas de Lohans (Arhats ) foram estabelecer-se na
China, no famoso mosteiro das imediac6es de Tien-tk-ai, onde cedo granjea-

::Eat]]egoesndhaar::a f:Fe:'edE::; af£:rdaamhoje Se Conserva. Outros Lohans [arhan,


"os disofpulos de Tathagata, £amosos no mundo inteiro e cognominados "os de doce
voz", por sua habiHdade cm cantar Mantras com mfgico e prodigioso efeito" 5.

Os primeiros Lohans ali chegaram, procedentes de Cachemira, no ano


3000 do Kali Yuga (cerca de urn s€culo antes da era crist5), e os ultimos se
estabeleceram 1.500 anos depois, no fin do s€culo XIV 6; mas, nao os com-
portando a lanaseria de Yhigching, construiram para seu pr6prio uso o maior
de todos os mosteiros, na ilha sagrada de Pu-to (Buddha, ou Put em chirfes),
provincia de Chusan. AI floresceu a Boa Lei, a "Doutrina do Corac5o",

g:i:steoc#:tsafss€,ouo[sos5r#E:,#Efgsadaa£±ma:apmo,rrue=ag££vda:.asoedneases:roann:
;*easve€eo*:;inFo°dpo:8°Qd:£eenpt[;-r:;S£'anns?,S.CAe:C:*£L:sedpoesq¥'ch¥gdfas:
primeiro all estao enfileiradas na parte inferior, e urn Lohan solitdrio aparece
imediatanente abaixo do teto da construcao, que deve tee sido levanta,da
como recordacao de sua visita 7.
As obras dos orientalistas est5o repletas de alus5es diretas aos Arhats
(Adeptos); mas eles s6 se detem neste assunto quando nao € possivel evit£-
lo, e com urn desprezo que n5o dissimulam. Ignorando, por inoc€ncia ou de
caso pensado, a importancia do elemento oculto e do simbolismo nas diversas
refigi6es que pretendem explicar, passam de largo sobre aquelas passagens,
e abstem-se de traduzi-las. No entanto, deve-se reconhecer, em boa justica,
que, por muito que a fantasia e a crendice popular houvessem exagerado os
poderes traumatdrgicos dos Arhats, nao sao os seus milagres memos dignos

(5) 0 canto de un Mantra nao € uma oracao, mas antes uma frase magica, em
que a lei de causalidade oculta esta em relacao de dependeflcia com a vontade e os atos
do cantor. I uma sucessao de sofls sinscritos; e, quando a s€rie de palavras e frases €
proflunciada de acordo com as f6rmulas magicas do A¢fo¢ro4 Vcd4, que mui poucos
compreendem, alguns Mantras produzem urn instantaneo e maravilhoso efeito. Em sentido

£°£::tic:,:¥:dt:as6u°uoum#°:;°sseusseu:£:,Pt::,rce°snut]::m°d¥sac*btraae,:t:¥:8eeTerTf8:Ca;,j€
eran versados em Mantras tomaram-se conhecidos pela antonomfsia de "os suaves
cantores". Daf a lenda chinesa de que os sacerdotes, ao raiar de dia, ouvem, de suas
celas no mosteiro de Fang-Kwang, os caritos melodiosos dos Lohans. (Veja-se B¢.ogr4pby
a/ Cb;-K'4; em T'ien-t'ai-han{hi) [e Cbg."cJc B#ddb!.Jee, pfg. 177.]
(6) 0 famoso Lohan Madhyantika, que converteu o rei e todo o povo de Cache-
mira ao Budismo, enviou urn grupo de Lohans com a mis§ao de pregarem a Boa Lei.
Foi ele o e§oultor da colossal estftua de Buddha, com cem p€s de altura, que Hiuen-
•Tj:aTegmpv,ious:tan:earqufalf°si::::add°eEujnda£.6£::eosv]£aJ;aent8:g£;I,t=E€m35Fepness£°3:

gao#a:I:£:a:va:e£:%:§oa#:§K:ooeg±a:naan:tlg;:s:ed::£s:t::j#m¥%:td:p:3r.#{:2rd:u:osns:
(7) Ve3arse Chinese Buddbi§m, 9te. 254.

56
]e cr€dito, nem contain com menos testemunhos, nos anais "pagaos", do
que os milagres dos numerosos santos do Cristianismo nas cr6nicas da
Igreja. Uns e outros ten o mesmo direito a figurar em suas respectivas
hist6rias.
Se nfo mais se ouviu I alar dos Arhats na I ndia, ap6s o irfcio das perse-
guic6es contra o Budismo, foi porque, como os seus votos proibissem o
revide, tiveram que abandonar o pats e buscar a solitude e a seguranca na
China, no Tibete, no Japao e em outras nae6es. Era entao ilimitado o poderio
sacerdotal dos bramanes, e os Simaos e Apol6nios do Budismo tinham tantas
probabilidades de ser aceitos e apreciados pelos Irineus. e Tertulianos do
Brananismo quantas tiveram seus sucessores entre os povos judeu e romano.
Foi urn ensaio hist6rico dos dramas que se desenrolaram, s6culos mais tarde,
flo seio da Cristandade. Tal como sucedeu com os chamados "heresiarcas"
cristaos, os Arhats do Budismo foram perseguidos nao porque rejeitassem os
Ved¢f ou a Sflaba sagrada, mas por compreenderem muito melhor o seu
significado secreto; e tiveram que emigrar somente porque foram conside-
rados perigosos os seus coahecimentos e indesejavel a sua presenca na India.
Nao faltavam, pofem, iniciados entre os pr6prios bramanes. Ainda hoje
se encontran Saddhus maravilho§amente dotados e misticos Yogis, que sao

;|raffaaedn°tsoadema¥::iisteoesTgfl°obsq=iiddaod:oera:esff:::!8*o:a:£dpa°rp::utseamt:
aos tribunais anglo-indianos, cujos magistrados consideram como impostura,
charlatanaria e fraude a exibicao ou a simples alega€ao de poderes anormais.
E pelo passado se pode julgar o presente.
Vfrios s€culos depois de nossa era, os lniciados dos templos secretos

:I:§°£Sdi¥oagoarm:in(Cfr=¥.dAatd:Sa:o°:asfecna:s)pe:igeerre¥cE:£ecs°unps:emmq6Sduep::i°or;
esses Mahatmas. 0 pontificado s6 podia ser exercido por urn bramane de
certa idade, que era o rfuico guardiao da f6rmula mistica e o hierofante que
iniciava os grandes Adeptos. S6 ele podia explicar o significado da palavra
sagrada AUM e o de todos os ritos e simbolos religiosos. E qualquer dos
iniciados de grau superior que revelasse a urn profano uma s6 das verdades
ocultas, ou o mais leve segredo confiado a sua discricao, tinha que morrer;
!ncorrendo em igual pena quem recebesse a confidencia.
Mas havia ali, e ainda existe em nossos tempos, uma Palavra muito
mais excelsa que o misterioso monossilabo; essa Palavra faz daquele que
estiver de posse de sua chave quase urn igual a Brahman. S6 os Brahmatmas
possuem semelhante chave; sabemos que atualmente hf na India meridional
dois Iniciados que a conhecem. E somente lhes € permitido transmiti-la por
ocasiao de sua morte -porque € a "Palavra Perdida". Nao hf tortura nem
forca humana que possam obrigar o bramane a revelar a "Palavra" de que
seja depositdrio; e ela se acha ben guardada no Tibete.
Este segredo e este profundo mist€rio s5o, no entarlto, verdadeiramente
desalentadores, pois que s6 os Iniciados da India e do Tibete poderiam dissi-

:eacf.£ecdiemnes::.nf:osaesusq;:sat:3:::3a:iLsit6;;auc::.3ouq`ut:s::,:.sis:?9:ia:
57
atendem ao mandamento d€lfico: "Co#bccc-/c a zz. eecj%o, " Mas nao se deve
imputar a culpa aos Addeptos, que fizeram tudo o que estava ao seu alcance,
e foram tao longe quanto o permitiam as suas normas, para abrir os olhos
do mundo. E se os europeus evitam de expor-se ao ridfculo e aos apodos de
que sao freqiientemente alvo os ocultistas, os asifticos, por sua vez, se veem
desencorajados por seus pr6prios Pandits, que parecem atuar sob a triste
impressao de que nao € possivel alcancar o Bija Vidya ou o "arhatado"
("adeptado") no presente Kali Yuga ( "idade negra"). Ate mesmo aos bu-
distas se ensina que o Senhor Buddha profetizou que os poderes se desva-
neceriam "ao cabo de nil anos, a contar de sua morte". Erro completo,
porque assim 'falou Buddha no D;gA& N;lefty¢:
"Escuta, Subhadra! 0 mundo janais ficarf sem Rahats8, se os ascetas de minhas
congregac6es observarem com toda a fidelidade os meus preceitos."

Krishna, no Bb¢g¢c/4J G;¢jg, tamb€m se manifesta em sentido contrario


ao que dizem os bramanes - sem falar na existencia inegfvel de muitos
Saddhus e taumaturgos,. tanto no passado como no presente. A mesma coisa
se pode dizer quanto a China e ao Tibete.
Entre os mandamentos de Tsong-Kha-pa hf urn que ordena aos Arhats
fazerem, de s€culo em s€oulo, em determinado periodo do ciclo, urn esforco
para esclarecer o mundo, inclusive os "bdrbaros brancos". Ate hoje nenhu-
rna dessas tentativas foi coroada de born exito. Os malogros sucederam-se
aos malogros. Devemos explica-1os a luz de certa profecia? Diz-se que ate
o momento em que Pban-chhen-fin-po-chhe ( a Grande J6ia da Sabedoria)9
consinta em renascer na terra dos P'helings ( ocidentais ) como conquistador
espiritual (Chom-den-da), para destruir o erro e a ignorancia dos tempos,
de pouco servira a tentativa de erradicar os preconceitos dos habitantes de
P'heling-pa (a Europa), que a ningu€m ouvirao. Reza outra profecia que a
DOUTRINA SECRETA subsistirf em toda a sua pureza no Bhodyul (Ti-
bete) somente ate o dia em que estiver livre da invasao estrangeira. As
pr6prias visitas dos ocidentais, ainda que amistosas, serfs funestas as po-
pulap6es tibetanas. Esta e a verdadeira exphcaeao do exclusivismo do Tibete.

(8) Rahats, o mesmo que AfbflJ5.


(9) Ou Pan-ch'en Rid-pach'e - urn titulo do Tda-shu-Hlum-po Lama [Tashi-
hlunpo].

58
SE€fio L

RETIFICACAO DE MAIS ALGUNS CONCEITOS


ERRONEOS

Apesar dos erros e falsos conceitos tao difundidos ( e que ate provocam
o riso dos que possuem alguma no€5o das verdadeiras doutrinas), a respeito
do Budismo em geral e do Budismo no Tibete em particular, sao unanimes
os orientalistas em reconhecer que o objetivo primacial de Buddha era salvar
os homens, ensinando-1hes a pratica da virtude e da pureza do mats alto
grau, e desligando-os do servico deste mundo de ilus6es, e do amor, ainda
mais ilus6rio (porque irreal e vao), do corpo e do Eu fisico.
Mas de que serviria toda uma virtuosa vida de sofrimentos e privac6es,
se o tinico resultado final fosse a aniquilacao? Se, depois de atingir esse
estado de perfeic5o suprema, que permite ao iniciado recordar suas vidas
pret€ritas e prever as futuras, pelo desenvolvimento pleno de sua divina
vis5o intema; e de adquirir o conhecimento que revela as causas 1 dos ciclos
peri6dicos de existencia; se, depqis de tudo isso, nao tiver o homem pela
frente senao o desfecho do nao-ser, e nada mais; oh! entao seria uma ne-
cedade toda a doutrina budista, e o sistema epiourista seria muito mais
filos6fico que fceecJ4¢"je Budismo.
Quem for incapaz de compreender a sintil, e no entanto profundissima,
diferenga entre a vida em estado fisico ou material e a vida puramente espi-
ritual (a "vida da Alma" ou do Espfrito), esse jamais podera apreciar com
plenitude o valor dos excelsos ensinamentos de Buddha, ainda que em sua
{orma exot€rica. A existencia individual ou pessoal 6 causa de penas e afli-
€6es; a vida coletiva e impessoal estf acompanhada de divinas ben-aventu-
rancas e sempiternos gozos, nao havendo causas nem efeitos para lhes eclip-
sas o fulgor. E a esperanca nessa vida eterna € a chave-mestra do Budismo.
Se algu6m nos disser que a existencia impessoal nao € tal existchcia,
sen5o que equivale ao aniquilamento, far-1he-emos esta pergunta: Que dife-
renca pode haver nas percepc6es espirituals de urn Ego, se ele entra no

(1) Os doze Nidinas, que os tibetanos chanan "Tin-brel Chung-nyi", baseados


sobre as "Quatro Verdades".

59
Nirvana carregado tao somente com a lembranga de suas pr6prias vidas pes-
soais ( dezenas de milhares, segundo os modemos partidfrios da reencarna-
cao ), ou se, completamente imerso no estado parabramico, se une ao Todo,
com o absoluto conhecimento e a perfeita consciencia de representar huna-
nidades coletivas? Urn Ego que passou por dez vidas individuais dis[intas
tera necessariamente perdido o seu Eu unitario, fundindo-se, por assim dizer,
naqueles dez Bus. Enquanto este grande mist€rio permanecer como letra
morta para os pensadores ocidentais, e sobretudo para os orientalistas, quanto
menos o proourem explicar tanto melhor sera para a Verdade.
De todas as filosofias religiosas, o Budismo € a memos compreendida.
Ensafstas como Lassen, Weber, Wassilief , Burnouf e Julien, e ate mesmo
"testemunhas oculares" do Budismo tibetano, como Schlagintweit e Csomo

g:d¥°ar°cS6£:tsraao.coiseanhn£:tigle:efste°aaj:b::::ans:ng:n::::Scfeonnttaergospe€Pe]]eu%:
pas: todos tern julgado o Budismo pelas migalhas de conhecimento recolhi-
das mos mosteiros lamaicos da fronteira do Tibete, em regi6es densamente
povoadas por Butanenses, Lepchas, Bhons e Dugpas de gorros vermelhos,
ao longo da cordilheira dos Himalaias. Centenas de volumes adquiridos de
budistas buriatas, xamas e chineses foram lidos e traduzidos, comentados e
erroneamente interpretados, segundo o costume invariavel. Deixariam as
Escolas Esotericas de merecer este none se a sua literatura e as suas dou-
trinas passassem as maos de correligiondrios profanos, e ainda menos se as
do ptibHco ocidental. Simples 16gica e senso comum bastam para evidencia-lo.
Os orientalistas, no entanto, sempre se obstinaram em nao reconhecer essa
verdade; e.assim continuaram a discutir com toda a gravidade os m6ritos
e os absurdos dos idolos, das "mesas divinat6rias de Phurbu" 2 sobre as
"tartarugas quadradas". Nada disso ten relapao com o verdadeiro Budismo
filos6fico do Gelugpa, nem mesmo com o dos mais cultos membros das
seitas Sakyapa e Kadampa. As "pranchas", as mesas de sacriffcio, os cir-
culos m6gicos de Chinsreg [oferendas calcinadas], etc., todas essas coisas
foran adquiridas as claras no Sikkim, no Buta e no Tibete oriental, das maos
de Bhons e Dugpas. Mas s5o apresentadas como caracteristicas do Budismo
tibetano! Seria o mesmo que julgar o sistema filos6fico do Bispo Berkeley,
sem o conhecer, pelo estudo do Cristianismo atrav€s do culto histri6nico.dos
J4zz4ro#c. de Napoles, quando executam suas cabriolas mfsticas diante da
imagem de Sao Pepino ou conduzem os e#-a;o¢of em cera dos falos de Sao
Cosme e Sao Damiao, em Tsernie.
E ben verdade que os primitivos Sheavakas (ouvintes) e os Shrama-
nas (os que "freiam o pensanento", os "puros'') ten degenerado, e que
muitas seitas budistas descalram em nero dogmatismo e ritualismo. Como
todos os demais ensinamentos esotericos e semi-esotericos, as palavras de
Buddha ten urn duplo significado; e cada seita acabou pretendendo ser a

(2) Phurbu ou P'urbu significa "rai®punhal" Veja-se Tbc Beeddbjjee g.# T¢.bcJ, or
lrf¢ee¢j5er, de L. Austine Wadell, M.D., pfgs. 340-341.

60
detentora exclusiva do verdadeiro significado, e arrogou-se entao o direito

8:ds£:iroe,in:,Cfaqusfbriasca:::rras;en:acc£:r:inn:£n£::u::nann°dosa:daovr:]a£::P:.df
escola Mthayana ("Veiculo Maior") de Nagarjuna op6s-se o sistema Hi-
nayana ( ``Veiculo Menor" ), e ate a Yogacharya de Aryasanga foi desvirtua-

gaa:ogeava%earbeug:foascaporo::::Lt:s£:at;:sdi:oe[:i:s¥T;:reo:a;:g[¢se:Taaqfrue[:
para nao trabalhar. Uma afetada repugnincia pelo mundo e a indtil e fasti-
diosa prftica de contar as inspirac6es e expirac6es, a fin de produzir a
tranqdilidade absoluta da mente ou a medita€ao, arrastaram essa escola
para o campo da Hatha-Yoga, e a fizeram herdeira dos Tirthikas bramanicos.
E, se ben que os seus Srotapattis, Sakridagamins, Anagamins .e Arhats 3
tenham os mesmos nomes em quase todas as escolas, diferem muitissimo
suas respectivas doutrinas, e nao e provfvel que alguma delas sirva para
proporcionar os verdadeiros Abhijnas ( as cinco faculdades sobrenaturais e
extraordindrias ) .
Urn dos erros capitais em que incorrem os orientalistas ao julgar por
"interna ( ? ) evidencia", como eles dizem, consiste em suporem que os Pra-
tyeka-Buddhas, os Bodhisattvas e os Buddhas "perfeitos" representam urn
desenvolvimento ulterior do Budismo. Porque € sobre esses tres graus prin-
cipais que se baseiam os sete e os doze graus da hierarquia do Adeptado. Os
primeiros sao os que alcangaram o Bodhi (a sabedoria) dos Buddhas, mas
que nao sao Instrutores 4. Os Bodhisattvas humanos sao, por assim dizer,
candidates ao estado de Buddha perfeito (nos futuros Kalpas), com a facul-
dade de utilizarem desde logo seus poderes, se necessario. Os Buddhas "per-
feitos" sfo simplesmente os Iniciados "Perfeitos",
Todos eles - nos tres graus que acabamos de citar - s5o homens, e
nao Seres desencamados, como exp5em os livros exot€ricos da escola Hi-
nayana. Seu verdadeiro carater s6 se pode vcr nos volumes secretos de Lu-
grub ou Nagarjuna, o fundador da Escola Mahayana, que, segundo a tradi-
€ao, foi iniciado pelos Nagas ( "Serpentes" £abulosas, none velado que serve
para designar os lniciados ou Mahatmas).

(3) Srotapatti € o que alcan€ou a primeira fc#d¢ da compreensao do real e do


ilus6rio; Sakridagamin € o candidato a uma das iniciac6es superiores: "aquele que ha
de nascer mais uma vez"; Anagamin, o que alcangou a ``terceira senda'', ou, literalmente,
"aquele que jf nao renascer£", 4 AVc#oJ a"c 4TJjAV o dcfG/.c, podendo optar entre renas-
cer em algum dos "mundos dos Deu§es", ficar no Devachan e tomar urn corpo terreno
por amor a humanidade. Arhat € o que alcangou a Suprema Senda, podendo a vontade
imergir do Nirvana enquanto na Terra,
(4) [0 Pratyeka-Buddha esta no mesmo nivel do Buddha, mas o seu trabalho pelo
mundo nenhuna relacao tern com o seu ensinamento, e sua miss5o foi sempre envolta
em mist€rio. Nao se pods compreender como surgiu mos livros exot€ricos e estranha e
absurds id€ia de que sua obra estaria eivada de egofsmo, em contradieao com seus ele.
vados e sobre:humanos dons de poder, sabedoria e amor. Incumbiu-me H. P. 8. de reti-

:i:ara:eFr¥ty:ktae.B:loch:re_e]A.inBq]Vertidamente deixou de passar quando algures se refe.

61
Os anais da China referem a lenda de que Nagarjuna considerava sua
doutrina como oposta a de Gautama Buddha, ate o dia em que os Nagas
]±=e::[sa:aa:aqeumesees::e:::oprer:;isaat:eept:maadal°eugto¥:dqau:e:o£:Supar;:oS:::ysa:
operou entre as antigas escolas secretas bramanicas do Himalaia e as escolas
esot€ricas de Gautama, as quais no iricio se olhavam reciprocamente como
rivais. As primeiras, que deram origem a todas as outras, haviam sido fun-
dadas al€m do Himalaia muitos s6culos antes de Shakyamuni. Gautama foi
urn de seus discfpulos; e foi com os sabios hindulstas que ele aprendeu as
verdades do Shunyata, a vacuidade e a impermanencia de todas as coisas
terrenas, os mist€rios do Prajna Paramita, ou do "conhecimento atrav€s do
Rio", que finalmente conduz o "Ser Perfeito" as regi5es da Unica Realidade.
Mas os Arhats de Gautama nao Cram como Ele. AIguns, tocados pela
ambieao, reuniram-se em concilios e modificaram certos ensinamentos, mo-

s:s°se§°<ih::eegeas>:S€:]aa:goat:¥sS;errseegisi°c%e:°q::mv:::vaamfnac°erxpp°uriasrarasdaesfc:|3:
a Fratemidade Esot€rica. Ate que, por ultimo, a maioria das escolas se
submeteram ao comando e a ofienta€ao dos principais Ashramas, e a Yoga-
charya de Aryasanga entao se fundiu com a primitiva Loja, o#dc desde
tempos imemoriais jazia ooulta a esperanca final e a haz do mundo, a salva-
€ao da humanidade. Muitos sao os nomes dados a essa primitiva Loja e a
rfgEE:guq:efasbeuleonscoo:t£%.;£€esjifeds:§:aamm;::er::£seantt#:::sq::mosohipnod::
esperam o seu Kali Avatar, o budista o seu Maitreya, o parse o seu Soshios,
os judeus o seu Messias; e tamb€m de 16 esperariam os cristaos o seu Cristo,
se eles soubessem disso.
AH, e somente ali, impera o Paranishpanna (Yong-Grub) ou a com-
preensao perfeita do Ser e do Nao-Ser, a verdadeira Existencia imutfvel em
Espirito, ainda que este anime aparentemente urn corpo. All, cada urn dos
habitantes € urn Nao-Ego, porque chegou a ser o Ego Perfeito. Sua vacui-
dade € "auto-existente e perfeita" (se houvesse olhos profanos que a pu-
dessem sentir e perceber), porque se fez absoluta: o Irreal transformou-se
na Realidade nao-condicionada, e as realidades deste mundo se desvanece-
ram, passando a nao-xistencia. A "Verdade Absoluta" 5 venceu a "verdade
relativa" 6; e os habitantes da misteriosa regiao alcangaram os estados mis-
ticos de Svasamvedana ( "a reflex5o auto-analitica" ) e Paramartha, ou aquela
consciencia absoluta do Eu pessoal absorvido no Ego impessoal que estf
acima de tudo e, portanto, acima da ilusao em todos os seus aspectos. Seus
Buddhas "Perfeitos" e seus Bodhisattvas recebem, em todos os idiomas fa-
1ados pelos budistas, nomes que denotam Seres celestiais e inacessfveis, mas
que nada significam para a obtusa percep€ao do europeu profano. Que im-
porta isso Aqueles que, estando neste mundo, vivem, contudo, fora dele,

(5 ) Dondam-payrden-pa. Em sanscrito: Paramarthsatya.


( 6) Kunza-bchi-den-pa. Em sanscrito:. Samvritisatya.

62
e al6m, muito alem, de nossa ilus6ria Terra! Acima destes Seres s6 hf uma
categoria de Nirvanis: os Dharmakayas (Chos-Ku), ou Nirvanis "sem re-
siduos" - os Artipas puros, os Sopros sem forma 7.
Dahi saem de tempos a tempos os Bodhisattvas em seu corpo Prul-pa-ku
(Nirmanakaya), e sob aparencia humana ensinam os bomens. Hf encarria-
€6es voluntdrias e conscientes, como as hf inconscientes.
A maioria das doutrinas dos sistemas Yogacharya e Mahayana s5o eso-
t6ricas. Dia virf em que os hindus e budistas profanos esmiucarao a Bzb/j.¢,
tomando-a ao p€ da letra. A oultura estende-se rapidamente pela Asia, e jf se
observam algumas tentativas naquele sentido, de modo que os argumentos
dos missionfrios poderao voltar-se em richochete contra o Cristianismo. Mas,
qualsquer que sejam as conclus5es daqueles, nunca igualar5o em injusti€a e
absurdidade algumas das teorias forjadas pelos cristaos contra as filosofias
orientais.
Assim, vemos Spence Hardy sustentar que o Arhat, ao morrer, entra
no Nirvana,
"isto €, cessa de existir"

E, segundo o Maj`or Jacob, o Jivanmukta,


"absorvido em Brahma, passa a ter uma existencia inconsciente, semelhante a da pedra" 8.

Atribuem-se a Shankaracharya as seguintes palavras em sua introdu€ao


aio Sbvetdsbvatara..
"A Gnose, depois que surge, nada mais requer para a realizac5o do seu objetivo.
S6 necessita de auxflio para que possa surgir."

Ten-se argtiido que o te6sofo, durante a vida, pode praticar o ben e o


mal a seu alvedrio, sem incorrer em pecado, tal a eficfcia da Gnose. Ale-
ga-se ainda que a doutrina dos Nirvana se presta a indu€6es imorajs, e que
os quietistas foram em todos os tempos acusados de imorahidade 9.
Segundo Wassihief 10 e Csoma de Koros 11, a escola Prasanga adotou
urn modo especial de

( 7 ) Erram os orientalistas quando interpretam literalmente o ensinamento da escola


Mahayana acerca das tres diferentes classes de corpos, a saber: Prul-pa-ku, Longehod-dzoc-
paig-ku [ou Long-sku] e Chos-ku, como se fossem todos pertencentes ao estado nirvanico.
Hf duas esp€cies de Nirvana: o terrestre e o dos Espiritos puramente desencamados. Esses
tres "corpos" sao tres inv6lucros, mais ou memos fisicos, de que disp5e o Adepto ao
alcancar e cruzar os seis Paramitas (ou "Sendas" do Buddha). Ao entrar no S€timo
Paramita ja ele nao pode retornar a Terra. (Veja-se: Csoma de Koros, Jo%r. Af. Soc.
Bc#g., VII, 142, e Schott, B"dczb;j%%J, pag. 9 - que exp6em a coisa de maneira
diferente.
(8) Vcd¢7¢J4 JGr&, trad. do Major Jacob, pfg. 119,
(9) VcJ¢#f¢ JGr4, pag. pag. 122.
( 10) Dcr Bzfddb¢'fffl#f, pags. ;.,'7, 357 e seguintes; citacao de Schlagintweit.
(L1) Buddbisrre ire Tib..'', p6g. I+1.

63
"deduzir o absurdo e o erro de todas as opini5es esot€ricas" 12.

As interpretac5es inexatas da filosofia budista sobem de ponto na-


quele comentario sobre uma tese da escola Prasanga, em que se diz que
"ate mesmo urn Achat vai para o inferno, se duvidrr de alguma coisa" 13,

cfg:eiij:o;:eino::sf::ns:a:I:ra:A:in;.iE:1:ae;a;ei;d;e::i`:Sic:::::I:a::::eE|¥i:;::i:-ii£:aji:p::i

Ocultismo, como ben sabem todos os cabalistas.

:gpefrcais:::teaodu:b:ec:of:ai£[%S:Nca:°iva:in:ys±cdfc;dmfa;:¥:I:a?±¥t£:»h):tE:esn:aa:gf¥&?a:
::Toe:es::Lsa:ohnac¥£¥sa.Eg:£Sossa#guarcahE:;::¥eoddaen:±ns°esr(c°oum:°afrsaad:sar::i;
Vishishtadvaitas tibetanos, ou merecer este none, a escola Prasanga € sem
dtivida a filosofia Advaita desse pats. Dividiu-se em duas subescolas: uma,
a Svatintrika Madhyamika, foi originariamente fundada por Bhavaviveha; e a
outra o foi por Buddhapanta. Ambas ten seus circulos exot6rico e esot6rico,

:ee;t:e;:£Stsaa,n;°£:£rste£:[Coesr6£a£:atle¥:t£{¥£:ac#teoc::s*godasdoutrinassecretas
-Chandhaldrti (Dava Dagpa), qtLe comentou as doutrinas da escola Pro-
sanga e as ensinou publicamente, afirma que hf dois meios para entrar na

i"osrenng€:"suqmue(:°£f¥ta::oNp¥aanaajtgpehr::pe€go?i)I:°::mpp°r€:nas[ac:njcnai±::vraNdaa[;
quatro Verdades, ainda que n5o pertenga a uma ordem monastica nem seja
iniciado. Neste caso, considerava-se heresia sustentar que as vis5es, obtidas
em semelhante estado de meditacao ( ou Vishna, conhecimento intemo ) , nao

fi°aysa?S::ti¥£%od:ee:::e(t¥ran:t:ga'b::iuftaa]S::svt££6:Sa!'p:::qtueer:::°inesc°=::::
absoluto; e o pr6prio Iniciado estf sujeito, em seu corpo Nirmanakaya 15,

(12) Jottr. of. Ac. Soc. Bengal., VIE, 144.


(i3} Buddhisun in Tibet, Ode. 44.
(14) Afirmam tamb6m a existencia da Natureza pura, thica e Absoluta, Para-
brahman, e o carfter ilus6rio de todas as coisas que lhe sao exterrias. Creem aindr que
somente pela Yoga se pode conduzir a Alma individual (que € urn Raio da "Univer-
sal") a verdadeira natureza da existencia e das coisas.
(15) Nirmanakays (tanb€m chanado vulgrrmente Nirvanakaya) 6 o corpo ou
Eu "com residuos", ou sob a in£1uencia de atributos terrenos, a que ainda se prende
o Eu, apesar de sue espiritualizac5o. Urn Iniciado Dharmakaya, isto €, urn Nirvani "sem
residuos", € urn Jivanmukta, o Perfeito Iniciado, capaz de separar inteiranente do corpo,
durante o sanadhi, a seu Eu Superior. [Observar-se-a que estas duns palavcas sao aqui
empregades com sentido diferente do anteriormente indicado. - A.B.I

64
a cometer urn erro ocasional, aceitando como verdadeiro o que € falso, em
suas explorap6es no mundo "Sem Causa". 0 Bodhisattva Dharmakaya s6 €
infalfvel quando no estado real de samadhi. Alaya, ou Nying-po, raiz e base
de todas as coisas, 6 imperceptivel e incompreensivel a visao e ao intelecto do
homem; e por isso nao pode refletir senao o seu reflexo. Nao se reflete a
si mesmo. Assim, este reflexo somente se reproduzir£, como a lua que se
espelha em aguas tranqtiilas e claras, na mente sem paix6es do Dharmakaya;
e seria deformado pelas imagens cambiantes e fugidias das coisas percebidas
por uma mente propensa a perturba€ao.
Resumindo: esta doutrina e a da Raja Yoga em sua pratica das duas
esp€cies de samadhi; uma das "sendas" conduz a esfera de ben-aventuranga
(Sukhavati ou Devachan), onde o homem goza de uma felicidade perfeita,
embora alnda relacionada com a existencia pessoal; e a outra "senda" conduz
a completa emancipacao dos mundos de ilus5o, do eu e da irrealidade. A
primeira estf aberta a todos, e basta o m€rito para alcanc£-la; a segunda,
cujo percurso e cem vezes mais rfpido, chega-se por meio do conhecimento
(a Inicia€ao). Portanto, os disofpulos da escola Prasanga estao mais pr6xi-
mos do Budismo Esot6rico que os Yogacharyas; pois seus conceitos sao

oanb:i:8;:bahi?csaddaass ag:isassercerpe::i::C:Laesc'o ed:s°sa?"d%::f£Jat?P"`" e em °utras


Por exemplo, nos livros exot€ricos se exp6e o carfter irreal de duas das
tres divis6es do tempo, a saber: 1.° Que nao ha passado nem futuro, sendo
correlativos estes dois aspectos do presente; 2.0 Que s6 aquele que obteve o
corpo Dharmakaya pode sentir e perceber a realidade das coisas. E aqui
surge mais uma dificuldade, porque este corpo "sem resfduos" conduz o Ini-
ciado a plenitude do Parahirvana (se admitirmos a exphicacao exoterica),
onde ele nao pode sentir nem perceber.
E evidente, por€m, que os nossos orientalistas n5o sentem o c¢„c4f de
tais incongruencias, e prosseguem em suas espeoulac5es, sem uma pausa para

:euf::t:o€9ospfeo¥{££t:sadaevHft¥ateus::r"Ts¥sca:eems5ofaof€::i:safaeqs:gr£:aj;5Lg6tgcoars.
inteiras no Tibete, gracas a suas rela€6es comerciais com os buriatas, os xa-
mas e os mong6is. No entanto, basta ler o que escreveu Csoma acerca da
origem do sistema Kala Chakra 16, ou o que disse Was§ilief sobre o budismo,
para que se perca toda esperanca de vcr os ocidentalistas aprofundarem seus
estudos alem da casca do "fruto proibido". Quando ouvimos de Schlagint-
weit que o misticismo tibetano nao € Yoga -
"esta devocao abstrata por meio da qual se adquirem poderes sobrenaturais" 17,

conforme a define Wilson - mas que esta intimamente relacionada corn o


xamanismo siberiano, e 6 "quase identica ao ritual tantrico"; quando ouvimos

(16) Os livros "sagrados" de Dus-Kyi-Khorlo ("Cfrculo do Tempo"). Veja-se


Jo%r. 4f. Sac., 11, 57. Estas obras cairam em maos dos Dugpas do Sikkim ao tempo da
rotor(m]; )deG7::fn4g;¥;i%.dz.cj4/ 4„d Rc„c„#c Terowj, artigo "Yoga'', citado em Berddb;Jar

in Tibet, 06g. 4].

65
que o Z##g do Tibete nao € nem mais nem menos que o "D6j!r¢#¢.I ", e que
o Gy%J € igual aos T¢#£r¢f (sendo o Tantra pr€-cristao julgado segundo a
ritual dos Tantrikas modemos) -parece quase justificada a suspeita de que
os nossos orientalistas trabalham como aliados e colaboradores dos missio-
nfrios. Para eles, toda localidade desconhecida dos ge6grafos € inexistente.
Eis urn exemplo:

i?oai:a:toed:e;i-os:esntf:ueig,de¢¥5o,;:I::I:n:Vs:Sj:gaaiij|:£dese=trn:rT:s:aisfaf:i:::;o]:!asmaal!=3:msblFaLaar,a
Foi ele conhecido na India pela primeira vez no ano 965 de nossa era, e introdu-
zido no Tibete, atrav€s da Cachemira, no ano 1025 de nossa era." 18

0 "ele" se refere ao "Dus-Kyi-Khorlo", ou o Misticismo tibetano. Custa

:[sctree:aquqeu:aj€a?auoemveairib::aa:teona;n:::d°o:deezjas€::kse:}edoan:£grfadt:::d:=
India antes que aparecesse no globo.o continente europeu!
I possivel que o texto dos livros em sua forma atual "seja" de data

::nmdaaE:::::;:raapso::i::s:EL±::sq::=s]::I:mprf:t£:;rvpoa:::tapda:asoqbureesoeB::.pk;;:
-Khorlo, refundido por Tsong-Kha-pa, com os seus Coment6rios? Consideran-

£:a::;%tfg}raannc€:r=££:inn:d::omdaenq°3u87q,u:£guaer::d:Sor°rserhz:i;o:etfed£:£%:i:
biblioteca composta de suas pr6prias obras (das quais nem sequer a decima
parte veio ao conhecimento ptiblico) , nao se pode deixar de concluir que s5o
pelo memos prematuras as afirmac6es a que mos referimos.
0 Abade Huc aventou tamb€m a hip6tese de que Tsong-Kha-pa adqui-
riu sua sabedoria e seus poderes extraordinfrios gracas a convivencia com
urn estrangeiro vindo do Ocidente e "notavel por seu grande nariz". Acre-

#:Veaxp°hcba::aAgraadnedeq::m°eme:ireaan%:{trr°e;:I:]t::s¥::i9cnoar:°t£::::£:i"rda:
diz, pofem, o ardoroso "lama de Jehovah" quem Cram os cinco estrangeiros
que no ano 371 de nossa era se apresentaram no Tibete e desapareceram
tao sdbita e misteriosamente como haviam chegado, depois de instruir o rei
Thothori-Nyang-tsan sobre o modo de usaf certos objetos contidos em uma
pequena caixa que havia "cafdo do c€u" quarenta anos antes, ou seja, no
ano 331, em presenca do mesmo rei 19.
Em relacao as datas orientais, observa-se quase sempre, entre os eru-
ditos europeus, uma irremediavel confusao, que sobe de ponto no caso do
Budismo tibetano. Assim, enquanto alguns aceitam, com certa exatidao, o
s€culo VII como a €poca da introduc5o do Budismo no Tibete, outros, como

(18) Bttddbisne in Tibet, pigs. 4]A8.

fom![:2a2#|d£Z';J#ex;#c'::e:'aopfogbs;i£-£4t.e3:g;9ijiecto°sS.£:tca°onttmaedn°&o:£d::irn€hKaJ¢#C,i::
que assiin os enumera: 1.a duas maos entrelacadas; 2.° urn Choten (Sthpa ou reliofrio)
elm miriatura; 3.0 un talisma com a inscrieao: "Om mani padme hum"; 4.a urn livro
religioso, o Z4"¢Jog (``um vofoulo construido") ,

66
Lassen e Koeppen por exemplo, mencionam data muito anterior, apoiando-se
para tanto em valiosas autoridades. Lassen alude a constru€ao, nas vertentes
dos montes Kailas, de urn mosteiro budista, no ano 137 anos de Cristo 20, e
Koeppen diz que a religiao de Gautama estava jf estabelecida ao norte do
Punjab desde o ano 292 antes de Cristo. A diferen€a entre as datas extremas,
conquanto n5o seja de grande monta, pois € apenas de aproximadamente
urn milhar de anos, nao deixa de ser embara€osa. Mas, do ponto de vista
esot€rico, a explica€ao € £acil. 0 Budismo em sua forma exot€rica ou velada
radicou-se`entre o povo no s6culo VII da era crist5; ao passo que o genuino
Budismo esot€rico, ou seja, o corac5o, o espfrito mesmo das doutrinas do
Tathagata, foi levado a sua terra natal, o ber€o da humanidade, pelos Arhats
que o Buddha elegera e enviara com a missao de buscarem urn seguro refugio
para suas doutrinas - pois
"o Sfbio pressentiu os perigos desde o momento em que entrou no Thonglam (`a senda
da percep€ao' ou clarividencia)."

Mas, no meio de populac6es em que estava tao profundamente entra-


nhada a pratica da feiticaria, famou a tentativa; e s6 quando a escola da
"Doutrina do Coracao" se uniu a sua predecessora, estabelecida havia s€-
culos nas vertentes que dao para o Tibete ocidental, foi que o Budismo se
instalou definitivamente na terra dos Bhon-pa, com suas duas divis6es - a
esot€rica e a exoterica.

(20) Ind. Altertbunskunde, T1, Loq2.

67
sE9fro LI

A "DOUTRINA DO OLHO" E A "DOUTRINA DO


CORACAO" OU 0 "SEL0 DO CORAGAO"

0 Professor Albrecht Weber estava com a razao quando afirmou que


os budistas do Norte
"sao os tinicos que possuem estas escrituras [budistas] completas".

Porque, enquanto os budistas do Sul nao ten a minima nocao da exis-


tencia de uma doutrina esot6rica ( qual p€rola engastada na concha de cada
religiao), os chineses e os tibetanos conservam numerosos sinais dela. A
doutrina pregada por Gautama, conquanto entre as massas apareca desvir-
tuada e corrompida, ainda se mantem inc6lume nos mosteiros da China, ate
onde nao pode chegar a curiosidade dos viajantes.
Pode-se, contudo, observar que, embora os sucessivos "reformadores",
no espa€o de quase dois nil anos, tenhan alterado e suprimido alguns pontos
do original, substituindo-os por especulac6es de indole pessoal, a verdade
ainda se entremostra ate mesmo no seio das massas. Mas tao somente nos
contrafortes trans-himalaios, vaganente chanados Tibete, nas mats inaces-
siveis paragens do deserto e da montanha, € que, ainda em nossos dias, so-
brevive a ``Boa Lei" esot€rica, o "Selo do Coracao"; em toda a sua prfstina
Pureza.
Nao se equivocava Emmanuel Swedenborg quando, referindo-se a Pa-
lavra esquecida e hf tanto tempo perdida, advertia:
"Ide procura-la na China, e a encontrareis provavelmente na Gra Tartaria."

Ihisse Swedenborg aos seus leitores que a informacao lhe fora revelada
por alguns "Espiritos", cujo culto, segundo acrescentaram, se baseava nessa
antiga Palavra perdida. A este respeito observamos em lf¢.f fc„ V€" que
"outros estudantes de Ciencias Ocultas dispunham, neste caso especial, de testemunho
mats digno de fe que a informacao de `Espiritos', pois eles pr6prios haviam visto os
livros"

que continham a "Palavra" 1.


(1) op. cj.j.,11, pag. 47o.

68
Talvez fossem orientais os nomes dos "Espiritos" que se comunicarani
com o grande te6sofo sueco. As afirmac6es de urn homem de tao reconhe-
cida e patente integridade, e cujos conhecimentos em matematica, astro-
nomia, ciencias naturais e filosofia ultrapassavam em muito os de sua €poca,
nao podem ser menosprezadas t5o de piano como se fossem as de urn te6-
sofo de hoje. Ahem disso, Swedenborg se dizia possuidor da faculdade de
passar voluntariamente ao estado que o Eu Interno se desprende dos senti-
dos fisicos para atuar em urn mundo onde todos os segredos da Natureza
sao urn livro aberto aos olhos da alma 2. Infelizmente, duas tereas partes de
suas obras foram tamb6m escritas em sentido aleg6rico, e os criticos, inter-
pretando-as ao p6 da letra, nao ten poupado o grande vidente sueco mais
do que aos outros videntes.
Depois de uma vista panoramica das Ciencias Ocultas e da Magia, com
seus Adeptos na Europa, cumpre-nos agora falar sobre os Iniciados orientals.
Se\ somente agora se comeca a suspeitar da existencia de urn sentido
esot€rico nas escrituras sagradas do Ocidente, transcoridos quase dois nil
anos de fe cega na sabedoria de seu texto literal, a mesma coisa se pode
afirmar com rela€ao aos livros sagrados do Oriente. Por isso, sem uma chave
nao € possivel compreender os sistemas hindu e budista, e o estudo compa-
rado das rehgi6es tampouco constituirf uma "ciencia" enquanto os dife-
rentes sinbolos religiosos nao tiverem revelado todos os seus segredos. Tal
nao ocorrendo, esse estudo representara uma perda de tempo ou, quando
muito, urn jogo de "esconde-esconde".
Apoiado na autoridade de uma E#c¢.c/op€d¢.¢. japonesa, diz R€musat que
Buddha, antes de morrer, comunicou os segredos de sua doutrina a seu dis-
cipulo Kashyapa, confiando-lhe o exclusivo e sagrado encargo de preservar
a interpreta€5o esot€rica, a que na China se deu o none de Cbc#g-/a-}c"-
-ff4#g ("o Misterio do Olho da Boa Doutrina").
A qualquer estudante do Esoterismo budista, a expressao "Misterio do
Olho" denotaria ausencia de esoterismo. Mas, se estivesse a palavra "Cora-
eao" em lugar de "Olho", ent5o significaria o que agora se pretende ex-
primir. "Doutrina do Olho" equivale a dogma, letra morta, ritualismo ecle-
siastico apropriado para os que se contentam com £6rmulas exot6ricas. A
"Doutrina do Coraeao", ou "Selo do Cora€ao" (Sin-Yin), 6 a rfuica verda-
deira. Assim o corrobora Hiuen-Tsang, que em sua tradu€ao do M¢b¢-P74j-
#j3-Pj27¢7#¢.!4 (T¢-Pob-jc-fe¢.#g), que se comp6e de cento e vinte volumes, diz
que foi ``Ananda, o discipulo dileto de Buddha", quem, depoi§ de subir ao
Nirvana o seu grande Mestre, recebeu a incumbencia, transmitida por Kashya-
pa, de promulgar o "Oho da Doutrina" - pois o "Coracao" da Lei foi o
legado exclusivo dos Arhats.
A diferenea essencial que existe entre os dois - o "Olho" e o "Co-
ra€ao", ou a forma externa e o sentido oculto, a fria metafisica e a Divina

(2) A memos que se consiga, a par da informacao segura, o m€todo exato, as


vis5es individuais da vida da alma, ainda que verdadeiras e corretas, unnca poderao
ser fotografadas na mem6ria ffsica; e certas cflulas do c€rebro nao deixarao, por certo`
de destrocar nossas recordrc6es.

69
Sabedoria - esta claramente demonstrada em varios livros sobre o "Bu-

i::?.osg.:e;,;,cei?:iat:ss6P::£:ceer:oS.mqi;:iofi::i::pFns::rs:mdeeps:iosla:ep:i:::es:
a:[PHf:a::?t::£sca:i£:;:sued::ia::ieonstfi:Ssnuaa°£}6r,£a:a£::::£%Ca°n%g::meeThoi:::
esot6ricas. Esta gritante contradi€ao entre a doutrina e a pratica nao parece
hover impressionado os dignos historiadores ocidentais quando se referem

:=ssduoag:3:as:c;:;::edf#odudt;:JS„P:Z:is;sAe::i.i:soesRo::;i!:ss,e:fen¥s::c=rean:icon::
haver feito urn "minucioso exane" dos dogmas secretos dos budistas, oujos
escritos "Cram, ate ben pouco tempo, inacessiveis em sua forma original".

#tae°ras::a:sxoatg€er::a,a:£rqmu:rfnqcuoerr:in€amhg°rjaevec°e:tjrvuoaco"g:[Cuesstsr£:e::t:r8qeuna¥g:
teve a id6ia de escrever que
". . . nunca existiu, segundo parece, nenhuma doutrirm secreta que nao fosse divulgade
poe quem a conhecesse",

se e que ele alguma vez acreditou no que fez registrar na pagina 161 do
seu livro.
Saiba o Rev. Edkins, de uma vez por todas, que os y%-J%b ("Coletanea
de Sentengas" ) de famosos instrutores nao passam de v€us, tao compactos
( se nao mais) quanto os dos P#r4#4f bramanicos. Seria ocioso transcrever a
interminavel lista de eminentes emditos ocidentais, inclusive mencionar as
inve-stigac6es de Remusat, Bumou£, Koeppen, Saint-Hilaire e St. Julien, que

8:3:ratroamosfi::og°srechr:::::Xspa°gsrta°d;s°£#:&s°m:?t[o8°m::gg°q::n€reser::::
lam nunca esteve oculto. 0 erro de todos os orientalistas pode julgar-se
pelo do Pro£. Max Mtiller, o mais popular, se nao o maior deles. Queremos
referir-nos ao que jocosamente traduziu por "o Deus Quem" (Ka) :
"Os autores dos Brahmanas haviam de tal modo rompido com o passado que, es-
quecendo o catater poftico dos hinos e o anelo dos poetas para o Deus Desconhecido,

g=:%ciiia:s:en:o!¥v;:::trela!:gcn¥a:a:d$1iiszdegisTii3u:mkva:p:a:I;;:I,:I;a,Pe;:e;::S:i.:g:`|!t;Ti:I;;:u:

¥e:i;i(t£::do::;:1:b:E:uoi3;;;:a:neN;;:t'£§;age:ai[£i:rlre:S:t:a:P:g::]raa:I:£§ugla:Sqt:aa[1m::ig:EO[lcd;a:o:]£p€:::
Se o comentador o houvesse identificado com Parabrahman, ainda mais
certo estaria. Dificil € compreender a razao por que se nao poderia expressar
com urn pronome interrogativo o misterioso, secreto e sacrossanto None do
Espirito Supremo, Absoluto, sem §exo nem forma, que ningu€m ousaria clas-
sificar entre as divindades manifestadas, nem incluir na primitiva nomencla-
tura do Panteao simb6lico. Terao porventura os partid6rios da religiao mais
antropom6rfica do rpundo o direito de censufar os antigos fil6sofos por uma
exagerada veneracao e respeito religioso?

70
Mas € do Budismo que mos estamos ocupando. Seus ensinamentos orais
e secretos, transcritos em c6pias simples pelos superiores das genuinas esco-
las esot€ricas, estao expostos em uma obra de San-Kian-yi-su, que, compa-
rando Bodhidharma com Buddha, diz o seguinte:
"Julal (Tflfbj3g¢/a) ensinou grandes verdades e a causa das coisas. Tomou-se o
instrutor dos homens e dos Devas. Salvou multid6es de pessoas, e expos oralmente o
contetido de inais de quinhentas obras. Originou-se dai o K¢¢z£-fflc7S, ou ramo exoterico
do sistema, que se julgou representar a tradicao das palavras de Buddha. Do c€u oci-
dental [Shamballa] trouxe Bodhidharma o `Selo da Verdade' (o verdadeiro selo), e
abriu a fonte da contemplacao no Oriente. Apontando` diretamente para o cora€ao e a
natureza de Buddha, ele deixou de lado a parasitfria e forasteira erudi§ao livresca, e
assim instituiu o Ts#ng-eec#, ou ramo esot€rico da doutrina, que continha a tradi€ao
do co/4fzo de Buddha. . ." 3

AIgumas observac6es do autor do 8%dzJ%o C4;#€J projetam urn feixe


de luz sobre os erros universais dos orientalistas, de modo geral, e sobre os
dos missionfrios nas "terras dos gentios" em particular. Sao urn veemente
apelo a intuicao dos `te6sofos, sobretudo dos te6sofos da India. Na transcri-
cao que se segue damos em italico as expres6es mais dignas de ateng5o.
"0 none [chirfes] dado comumente a§ escolas esot€ricas € d4#, que equivale ao
sanscrito DAy&#¢. . . Na China o Budismo ortodoxo /oz.-fc co#e;erfc#do pouco a pouco,
mas com passo firme, em Budismo heterodoxo. 0 Budismo dos livros e das antigas
tradig6es P4fJog/ a fcr o B"djj„o dfl co#Jc„P/¢fGo z7z;J/¢.c¢. . , A hist6ria das velhas
escolas, surgidas hf muito tempo no seio das comunidades budistas da India, 4gor4 fo'
p4rc;4Jaec#fc podc fcr rcco#5f!.f%;cJ¢. Talvez a China possa langar retrospectivamente
alguna luz na hist6ria religiosa do pats de onde procedeu o Budismo 4. Nenhuma parte
da hist6ria sera capaz de mos ajudar tao eficazmente a reouperar os conhecimentos per-
didos como os relatos dos patriarcas, cuja linhagem foi completada pelo Bodhidharma.
Ao procurar a explicacao mais satisfat6ria dos relatos chineses e japoneses a respeito
dos patriarcas e dos fcjc 8%ddb¢J, dos quais o tiltimo foi Gautama ou Shakyamuni, €
importante conhecer as tradic6es jainistas, tais como Cram no s€culo VI de nossa era,
quando o patriarca Bodhidharma se trasladou para a China. . .
Cunpre n5o perder de vista, no tra€ar a origem das diversas escolas do Budismo
esotdrico, que eran todas regidas por urn prinofpio algo semelhante ao dogma da
sneesg5tro-erfost6hica. Afirman €Las cTne _a dotttrina. Ihes fo| ensinada pot uno. s6ri? de
instnitore;, ceda un dos quads a` recebett pessoalmente de _fey antecessor ate a 6ppca
do 13odbidbarma, e assim sttcessivanente ate o pr6prio Sbdkyununi e os prineitivos
Buddbas." 6

Considera-se, mais adiante, como uma quebra de obediencia ao Bu-


dismo estritamente ortodoxo que oJ L¢ee¢J Jo TZ4c¢c Jej¢77¢ rccc4;JOJ c77z
Peqwine coun extrernado respeito pelo pr6prio Imperador.

(3) Cb;#cfe B„ddb;Jew, pag. 158. 0 Rev. Joseph Edkins provavelmente ignora de
todo a existencia real dessas escolas, julgando-as por suas caricaturas chinesas e dando
a semelhante esoterismo o none de "Budismo heterodoxo". E em certo sentido talvez o
seja.
(4) A tradic5o destas e§colas e os seus ensinamentos nao se perderam, na India,
senao para o ptiblico em geral, e em especial para os orientalistas ocidentais. Mas foram
integralmente preservados em alguns Mathans (reftgios destinados a contemplac5o
mistica). Em todo o caso, € preferivel busca-los junto aos seus legitimos detentores, os
chamados Adeptos ou Mahatmas "miticos"`
(5) Cbznese Bacddbisan, p68s. 155-159.

71
As seguintes passagens, ext.raidas de diversas partes da obra, resumem
o§ conceitos de Edkins:
"Nao € raro verem-se ei.emitas nas imediac6es dos grandes templos budistas...
nunca ele§ cortam o cabelo. . . Rejeitam a doutrina da metempsicose. 0 Budismo € uma
esp€cie de panteismo, baseado em que a metempsicose infunde vida a toda a natureza,
e que esta vida € a Divindade sob diferentes /formas pessoals. A Divindade nao €
uma Causa em si mesma, livre e aut6noma, mas urn Espfrito imanente em todas as
coisas. Os budistas esot€ricos da China, observando rigorosamente a unidade de sua
doutrina, nada dizem sobpe a nietempsicose6. . . ou sobre qualquer outra das partes
menos pobrcs do sistema budista. . . 0 paraiso ocidental prometido aos adoradores de
Amida Buddha €. . . incompativel com a doutrina do Nirvam [?] 7. . . pois ¢cc#¢ co"
a ¢."or;¢Zc.d&dc, em vez da aniquilacao. A grande antiguidade desta escola esta eviden-
ciada pela data da traducao do 4„;ddz S#;r¢, recebido das maos de Kumdrajiva, e ainda
porque o W„-Jz.4#g-sbe"-*j#g remonta a dinastia de Han. 0 seu raio de influencia €
visivel na adesao dos tibetanos e dos mong6is ao culto deste Buddha, e na cirounstincia
de ser o none deste ficticio [?] personagem ouvido com mais freqiiencia que o do
Shakyamuni hist6rico, na China."

Receamos que o ilustre autor esteja em urn caminho errado no que se


refere ao Nirvana e Amita Buddha. Entretanto, nao deixa de ser signifi-
cativo que urn missionfrio de o seu testemunho da existencia de vdrias
escolas de Budismo esot6rico no Celeste Imp€rio.
Ao chegar ao seu apogeu o uso indevido das escrituras ortodoxas e
dogmaticas do Budismo, e quando estava a ponto de perder-se o verdadeiro
espirito da filosofia de Buddha, apareceram, procedentes da India, vfrios
reformadores, que instituiram urn ensinamento oral. Tais foram Bodhidhar-
ma e Nagarjuna, autores das mais importantes obras da escola contemplativa
da China durante os primeiros s€culos da era crist5. Sabe-se, alem disso,
conforme esta dito no B"d¢.j„o Cbz.7¢G5, que Bodhidharma foi o principal
fundador das escolas esot€ricas, que se dividiram em cinco ramos. Os dados
contidos naquela obra sao bastante corretos; mas todas as conclus6es, sem
excetuar uma s6, estao positivamente erradas. Dissemos em ff¢.f se7z2 Vc'# 8
que:
"Tao explicitamente como Jesus, Buddha ensina a doutrina do renascimento. Dese-
joso de romper com os antigos mist€rios, que nao admitiam em seu seio as massas igno-
rantes, o reformador hindu extema em termos inequivacos o seu pensamento, ainda

(6) Em verdade repudian expressamente a teoria popular da transmigrapao das


almas ou entidades humanas coo aninals; nao, por6m, a evolucao do homem a par/;r do
animal, pelo memos na parte relacionada com os prinofpios inferiores.
(7) Pelo contrario, e de todo compativel, quando explicado a luz da Doutrina
Esotdrica. 0 "paraiso ocidental", ou grau ocidental, nao € uma ficcao localizada no
.cspaco transcendente, E urn lugar Go%¢ /j.dc situado nas montanhas, ou, mais exatanente,
em urn deserto rodeado de montanhas. Destina-se a residencia daqueles estudantes da

;:.¥£::ff,is:pt;:.:c,::a:di;si3:aiFE:raat::3:a::oukqe:flseti?:d:=¥qt:;cgs:oa:;::ee.aLeAC:og::f:r:%!
como os sete Lohas que rodeiam o "paralso ocidental", s5o representac6es corretas de
localidades e coisas bastante conhecidas dos estudantes orientals de Ocultismo.
(8) Vol. 11, pfg. 566.

72
que silenciando
`AJgg!#f geralmente
#¢fccrGo sobre
og!f„ „cz. certos irao
Os maus dogmas
para secretos.
o infernoAssim, diz aos
[Avitchi]; que o
os bons ouvem:
ir5o para
o c€u [Devachan]; os que se libertaram de todo desejo mundano entrarao no Nirvana'
(Prccez.jof de Db4ee"¢ped4, v. 126). Em outra passagem declara Buddha: ``E melhor
crer em urna vida futura, em que havera felicidade ou infortrfuio: porque se o coracao
nela crer abandonalf o pecado e procedera virtuosamente; e, ainda quando nao haja res-
surreicao [renascimento], a conduta virtuosa € digna de louvor e merece o respeito das
gentes. Mas os que acreditarn que a morte traz a aniquilacao nao veem obstaoulo a
pratica de toda esp€cie de pecado, porque nada esperam no futuro.' (Veja-se A Rod4
da Lei).„

Onde se diz, portanto, que a imortalidade e "incompativel com a dou-


trina do Nirvana"? 0 que transcrevemos representa tao somente urn pu-
nhado de pensamentos transmitidos abertamente por Buddha aos seus Arhats
prediletos; muito mais disse o grande Santo. A titulo de comentario sobre

::me:ro6nndea°rsocs°:::£sta°ie:::sos;enTt:is;::t:?,n:egops°iar:em°:;e`;:¥equeema£:a:I:;e-
repudiam o grande Instrutor", reprodurimos alguns jufzos expressos em re-
la€5o ao Buddha e ao estudo das Ciencias Secretas. S5o extraidos de uma
obra escrita em chines por urn tibetano e publicada no mosteiro de Tientai,
para uos dos budistas
"que ainda vivem em terras estranhas e correm o risco de se deixarem corromper pelos
missionfrios",

como judiciosamente diz o autor, porque todo aquele que se converte 6 nao
somente considerado "corrompido" perante sua pr6pria religiao, mas ainda
significa uma triste aquisie5o para o Cristianismo. Eis as passagens, que mos
foram gentilmente traduzidas para este livro:

g:£i::pe,ee?E¥ffii:ad,:twufif::em!.ioig3o;jee;|#tE¥i?:d:cdf,I,:suo:::Eeiu:-E£:I:Ed:sne,:roes:s:oss:e:?d-ufa:d::
go¥t[°:?on3cssannat:ff:i:-dgsi-Pin:hhinefrfc°aongcfaeE;?dp¢°drcd°un£,¥4.a°pSouBchofsk5:::g°q::foal:::
nheceram, mesmo entre os Tu-fon [tibetanos]; e as es'colas Tsung-men 11 est5o cada vez
mais em decadencia... Nem sequel a Fa-siong-Tsung 12 pode comunicar a sabedoria
ensinada no verdadeiro Naljorchod-pa 13 [em sinscrito: Yogacharya]. . . € tudo Dou-
trina do `Olho', e nada mais. Sente-se a falta de uma voz de comando, desde que os
Tch'-an-si [Instmtores] de meditac5o interna [autocontempla€ao ou Tchung-Kwan] se

i:mEaro¥tr::roosjLato8°daasLei£::nsibsqt:¥8:vfr¥:£!:][aartr£:s[bs;£g:¥syaFo];Ffid::?:£es]£;SS:

(9) Os orientahitas tradurem esta palavra por: "o verdadeiro homem sem po-
si€ao" (?); o que € incorrcto. Quer simplesmente dizer: o verdadeiro homem interno,
ou Ego. "Buddha de#;7o de Buddha" significa que havia urn Gautama tanto g.#fcr#4-
mente co;"o externaanente.
(10) Urn dos tftulos de Gautama Buddha no Tibete.
(11) A§ escolas ou seitas esot€ricas, que na China sao numerosas.

ext{n{:.2Easgnc:.]fs:ogntsefgfg:aTa«fgo¥ad:ueper]:ve[vafa;a:taetur¥:e:E¥aasecoh£:;:„.quase
(13) Ensinanento e§oterico ou oculto de Yoga (em chines: Yo-ga-mi-kiau).

73
rmda sabem eles dos Bas-pa-Dharma [o Dharma secreto ou Doutrina Secreta]. Pow que
se ha de esconder a verdade como uma tartaruga dentro de sua concha? Porque
agora se viu que, tal como a faca de tonsurarl4 dos lamas, pode ela coflverter-se em
uma arma cujo manejo 6 demasiado perigoso, inclusive para o Lanu. Por isso, a
ningu€m se ha de confiar prematuramente o conhecimento [a Ci€ncia Secreta]: s6
quando chegar a sua hora. Os Changpa-Thog-mad s5o raros atualmente; os melhores
deles se retiraram para a bendita regiao de Tushita 15."

Outra passagem fala do homem que pretende dominar os mist€rios do


esoterismo antes que o Tch'-an-si ( In§trutor) o declare apto a conhece-los;
e o compara a
"algu€m que, sem lantema, em uma noite escura, fosse a urn lugar infestado de escor-
pi6es, com o prop6sito de, tateaado o terreno, procurar uma agulha que o vizinho
houvesse perdido".

Mais adiante se le:


``Aquele que deseje adquirir o Sagrado Conhecimento dever£, antes de dar a
prindrJ passo::, `prouer a sttq lampada com a. c.oappreetts~ao.interna'., e depchs., `g\ind.o
pot tao Clara luz', servir-se de suas ac6es merit6rias como de urn pano para limpar de
Coda impureza §eu espelho mistico 16, de modo que nele brilhe o fiel reflexo do Eu. . .
Primeiro isso; depois o Tong-pa-nya 17; e pot fin o Samma Sambuddha 18,"

(14) A "faca de tonsurar" 6 de ferro 77¢c/e6/g'co, e serve para cortar a "cabeleira


votiva" do novico ao receber as ordens menores. A lamina ten dois gumes, que sao
agucados como fio de navalha, e fica oculta em urn cabo oco de chifre. Ao premer-se
a mola, a lamina salta com a rapidez de urn relampago, voltando a esconder-se da mesma
forma. Sua utilizacao requer muita dextreza, para nao fei`ir a cabeca do jovem Gelung
ou Gelung-rna (candidato a sacerdote ou monja), durante os ritos preliminares, que
sao ptiblico§.
(15) Changpa-Thog-mad € o none tibetano de Aryasanga, fundador da escola
Yogacharya ou Naljorchodpa. Diz-sc que o pr6prio Maitreya Buddha ( que sera o Buddha
da Sexta Raga) transmitiu, em Tashita (regi5o celeste por Ele presidida), a "sabedoria"
ao iniciado Aryasanga, entregando a este os cinco livros de Cb¢avp¢;ccbof-#g¢. Contudo,
a DOUTRINA SECRETA ensina que Aryasanga veio de Dejung ou Shamballa, cha-
mada "a fonte da felicidade" ("sabedoria adquirida"), e considerada por alguns orien-
talistas como uma localidade "imagindria".
(16) Talvez nao seja sup€rfluo recordar ao leitor que o "espelho" fazia parte
do simbolismo da Thesmoforia (uma seeao dos Mist6rios de Eleusis), e era empre-
gado in busca do Atmu, o "Oculto" ou o "Eu". Em seu excelente opdsculo sobre esses
Mist6rios, diz o Dr. Alexander Wilson, de Nova York: "Apesar de afirmarem Her6doto

:u:ufo::efaut:::fuq£¥:os°SdaMfisntg;°Sedt:veBs:=e:#ateerg££:i°as£'viF£{o,t,°doauabfi9sbt:?dikdoar€:pfr:
cep-honeia era a deusa Parasu-pani ou Bhavani, e Zagrous provem de Chakara, regiao
que se estende de urn oceano a outro. Se isso € uma lenda turaniana, podemos reconhe-
cer facilmente os `cornos' como o emblema do crescente usado pelos Lamas, e admitir
que Coda a lenda [a fabula de Dionisos-Zagreus] se baseia na sucessao e transmigraczo
dos Lamas. . . Toda a hist6ria de Orfou. . . estf impregnada de urn sabor hindu." A
lenda da "sucessao e transmigrac5o dos Lamas" n5o principiou com estes sacerdotes,
cuja instituicao data somente do s€culo VII, mas teve origein muito mais remota, entre
os caldeus e os bramanes.
(17) 0 estado em que hf a libertacao absoluta do pecado ou desejo.
(18) 0 estado durante o qual urn Adepto ve a longa s€rie dos seus nascimentos
passados, e revive todas as suas encama€5es anteriores, assim neste como em outros
mundos. (Veja-se a admiravel descric5o feita no livro A I"z d¢ jfug.4, Secao VI.)

74
Os aforismos de Lin-tsi, no B#cZ;Jeeo Cbz.%€f, corroboram todas essas
afirmac6es:
"Dentro do corpo que recebe as sensa€6es, adquire conhecimento, pensa e atua, est£
o `verdadeiro homem sem posicao', W¢-g4cz.-cbc7¢-jc#, que se faz claramente visivel, sem
que nenhuna pelicula, por mais tenue que seja, o oculte. Por que o reconheceis?. . .
Se a mente nao vein a existencia consciente, ha em toda a parte liberacao. . . Que €
urn Buddha? Uma mente pura e em repouso. Que € a Lei? Uma mente clara e ilumi-
nada. Que 6 T4#? Em toda a parte, a ausencia de impedimentos e a pura ilumina€ao.
Esses tres perfazem urn." 19

0 digno autor do 8%d¢.f77zo Cb;#€f ri do simbolismo da disciplina bu-

i;;ri;a%er%:::as:#orafa::C§:::sS€6:e:s.}e#i,a:c:°;SE;:s:I:P:es:i§:Stve:,;e;::d:i:"nfqs::=::St±icfgs:t:ages:
desde os primeiros s€culos de nossa era ate os dias de hoje. Deve-se, no en-
tanto, levar em conta que o citado autor, o Reverendo Edkins, € urn pro-
testante, que substitui a mortificaeao e a disciplina pela vida boa e c6moda.
I por ele ridicularizada a sabedoria das palavras de Lien-tsi, que rezam:
"0 `verdadeiro homem sem posicao', W"-c4Jcg.-c4c„-jc#, esta envolto em uma casca
cheia de espinhos, como a da castanha. Nao € possivel a aproxima€ao dele. Esse €
Buddha, o Buddha que esta em v6s."

Em verdade:
"Uma crianca nao pode compreender os sete enigmas!" 20

(ig) Cap. VII, pags. 163-64.


(20) Ibid., pig. 164.

75
ALGUNS APONTAMENTOS S0BRE A SIGNIFICACAO
DA FILOSOFIA OCULTA NA VIDA

77
OBSERVAgAO

Os Apont`amentos I, 11 e Ill, que se seguem, foram escritos por H.P.B.,

:ec,£r£.i;asr;mpuebmhc:3:a;teerd:cr:::£ddoo:fgquufin::me::.v;£:u;pgnatsa£::£taosompar£:p£;:to:
priados para o estudante de teosofia que para o leitor ordinfrio. Sem dd-
vida que vale a pena estud£-los com atengao, e meditar no seu contexto.
As "Notas sobre alguns ensinamentos orais" foram redigidas por discf-
pulos de H. P. 8., e em parte revistas por ela. Nada se fez para modificar-
-lhes o cunho fragmentfrio. Era inteng5o de H. P. 8. utiliz£-las como base
para outros apontamentos semelhantes aos tres primeiros; mas a sua saride
combalida n5o lho permitiu. As Notas vao publicadas com o seu consenti-
mento, depois de expirado o prazo em que deviam ficar restritas a urn pe-
queno cfrculo de leitores.

Aunie Besant

79
APONTAMENTO I

ADVERTENCIA PRELIMINAR

Ha em Ocultismo uma estranha lei que ten sido confirmada e compro-


vada pela experiencia de milhares de anos, e que nunca falhou em quase
todos os casos desde a fundacao da Sociedade Teos6fica. Sempre que algu€m
presta o juramento de "aprendiz" ou discipulo "em prova", certos efeitos
ocultos desde logo aparecem, o primeiro dos quais € o 4b7oJb4r de tudo o
que estf latente na natureza do homem: defeitos, h6bitos, qualidades e de-
sejos reprimidos, sejam bons, maus ou indiferentes.
Por exemplo, se urn homem € ffitil, sensual ou ambicioso, por atavismo
ou por heranga kfrmica, € certo irromperem todos estes vicios, ainda quando
os tenha ocultado ou represado ate ent5o. Eles se manifestarao inapelavel-
mente, e o homem terf que lutar cem vezes mais do que antes para poder
dominar essas tendencias.
Pelo contrfrio, se € born, generoso, casto e s6brio, ou se possui alguma
virtude oculta e latente, todas essas qualidades se exteriorizar5o de modo
igualmente irresistivel. Assim, o homem civilizado, a quem repugna ser con-
siderado santo, assumindo por isso uma atitude nao condizente com sua
pr6pria natureza, n5o podera faze-lo por mais tempo, quer sejam vis ou nobres
as suas intenc6es.
ESTA E UMA LEI IMUTAVEL NOS DOMfNIOS DO OCULTO.
Sua acao tanto mais se faz sentir quanto mais zeloso e sincero € o can-
didato, e quanto mais profundamente ele se capacitou da realidade e da
importancia de sua promessa.

Todos os estudantes devem estar familiarizados com a antiga maxima


oculta: "Conhece-te a ti mesmo"; mas sao poucos, se os h£, os que com-
preendem o verdadeiro significado da sabia exortac5o do orfculo de Delfos.
Todos conheceis vossa genealogia terrena; mas qual de v6s jf descobriu os
vinculos de hereditariedade astral, psiquica e espiritual que fizeram de v6s
o que atualmente sois? Muitos escreveram e manifestaram o desejo de unir-se
com o seu Eu Superior; no entanto, nenhum deles parece conhecer o indis-
sohivel la€o que une os seus "Egos Superiores" com o EU iinico e universal.

81
Para todos os fins do Ocultismo, sejam praticos ou metaffsicos, tal
conhecimento € requisito indispensavel. Queremos, portanto, comecar estes
apontamentos mostrando aquela relacao, em todos os sentidos, com os mun-
dos: Absoluto, Arqu€tipo, Espiritual, Manasico, Psiquico, Astral e Elemen-
tal. Todavia, antes de que mos possamos ocupar dos mundos superiores -
Arqu€tipo, Espiritual e Manasico -, devemos dominar as rela€6es do s6timo,
o mundo terrestre (o Pakriti inferior, ou Malkuth como € chamado na Ca-
bala), com os mundos ou planos que imediatamente o seguem.

OM
"OM" -diz o Adepto ariano, o filho da Quinta Raga, que principia
e termina com esta silaba sua saudacao ao ser humano, e sua invoca€ao as
PRESENCAS nao-humanas.
"OH-MANI" - murinura o Adepto turanio, o descendente da Quarta
Raga, acrescentando depois de uma breve pausa: "PADME-HUM".
Os orientalistas ten erradamente traduzido essa famosa invocac5o por:
"Oh! a J6ia no L6tus!" Porque, embora OM,1iteralmente, seja uma silaba
consagrada a Divindade, PADME significa "no L6tus", e MANI "pedra
preciosa", ainda assim nem as palavras em si mesmas, nem o' seu significado
simb6lico estao com a tradugao correta.
Naquela f6rmula, a mais sagrada de todas as do Oriente, nao s6 cada
silaba encerra urn poder oculto, capaz de produzir urn resultado definido,
mas toda a invoca€ao ten sete significados diferentes, com outros tantos
efeitos, distintos entre si.
Os sete significados e os seus efeitos correspondentes dependem da en-
tonae5o que se de a f6rmula em conjunto e a cada uma de suas silabas;
e ainda o valor num€rico das letras aumenta ou diminui conforme o ritmo
que se empregue. Ha de recordar o estudante que o ntimero 6 subjacente a
forma, e que o ntimero rege o son. 0 nrfuero estf na raiz do Universo
manifestado: os nrimeros e as propor€6es harmonicas dirigem as primeiras
diferencia€6es da substancia homogenea em elementos heterogeneos; e o
ntimero e os ntimeros imp6em limites a mao formadora da Natureza.
0 conhecimento dos ntimeros correspondentes ao principio fundamen-
tal de cada elemento e de seus subelementos; o de sua fun€ao e interaeao na
ordem oculta da Natureza manifestada; e o da lei de correspondencias ou
analogia - vos conduzirao a descobrir os maiores mist€rios da vida ma-
croc6smica.
Mas papa chegar ao macroc6smico deveis comeear pelo microc6smico,
vale dizer, € preciso que estudeis o HOMEM, o microcosmo; procedendo
neste caso como a ciencia fisica, indutivamente, isto €, do particular para o
universal. Entretanto, porque seja necessaria uma chave para analisar e
compreender as combinac5es e diferencia€6es de sons, nunca devemos per-
¢=t:,eevisetsaceod:Cut:£dvoer:;its:i;:;tffiap.r[Ec:pia€9oodroua:o::ageemgefua:t::act:::
- a `inica ciencia cx¢f¢ que atualmente se conhece.

82
Estudemos, portanto, o Homem; mas, se o separarmos urn s6 instante
do Todo Universal, se o considerarmos isoladamente, vendo urn s6 aspecto,
i parte do "Homem Celeste" (o Universo simbolizado por Adao-Kadmon
Du seu equivalente nas diversas filosofias), cairemos na Magia Negra, ou
=alharemos ingloriamente em nossa tentativa.
Assim, a frase mfstica "Oee M¢#z. P4J77¢c H#ee", quando corretamente
:ompreendida, em vez de traduzida por palavras quase vazias de sentido,
:omo: "Oh! a J6ia do L6tus! ", cont€m uma alusao a esta indissohivel uni5o
=ntre o Homem e o Universo, interpretada de sete maneiras diferentes, com
a possibilidade de sete distintas aplica€6es a outros tantos planos de pen-
sanento e a€5o.
De qualquer ponto de vista que a examinemos, a frase quer dizer: "Eu
Sou o que sou", "Eu estou em ti e tu est.£s em mim." Nesta conjuncao e
lesta fntima uniao, o homem born e puro se converte em urn deus. De modo
=onsciente ou inconsciente, ele provocara ou inocentemente causara resulta-
5os inevitfveis. No primeiro caso, se for urn Iniciado 1, podera orientar uma
:orrente ben€fica ou protetora, e deste modo fazer o ben a indivfduos e
ate a nac6es inteiras, e ajud£-los. No segundo caso, embora sem o perceber,
3 homem born passa a ser urn escudo que darf prote€ao a todos os que
=stiverem a seu lado.
Esse 6 o fato; mas o como e o porque devem ser explicados, e tal s6 €
possivel quando claramente demonstrada a presen€a real e o poder dos
aiimeros mos sons, e, conseqfientemente, nas palavras e nas letras. Escolhe-
mos como exemplo a f6rmula "0% M¢#c. P¢Jeec H#ee" por causa do seu
4coder quase infinito nos labios de urn Adepto, e de sua potencialidade quan-
do pronunciada por urn homem qualquer. Sejam prudentes todos os que me
=stiverem lendo. Nao usem tais palavras em vao, nem quando estejam do-
minados pela c6lera: aquele que assim o fizer sera a primeira vitima, ou, o
que € pior, expora a perigos as pessoas a quem ama.
0 orientalista profano, que em toda a sua vida nao fez mais que olhar
a superficie das coisas, dira, com a leveza habitual, e zombando do que lhe
parece mera supersti€ao, que a frase citada, com suas seis sflabas, € usada
2o Tibete como urn poderoso feiti€o, que foi ensinado aos povos da Asia
Central por Padmapani, o Chenresi tibetano 2 ....
Mas quem realmente € Padmapani? Cada urn de n6s deverf reconhe-
ce-lo por si mesmo, quando estiver preparado. Cada urn de n6s traz dentro
de si a "J6ia no L6tus'', chame-se Padmapani, Krishna, Buddha, Cristo ou
qualquer outro nome que se possa dar ao nosso Eu Divino. Eis aqui a
i.Tersao exot€rica :

0 supremo Buddha, ou Amithabha, no momento da criacao do homem,


fez com que de seu olho direito emanasse urn raio de luz r6sea. 0 raio
emitiu urn som, e transformou-se em Padmapani-Bodhisattva. Depois, a Di-

(1) Referimo-nos, como € 6bvio, a urn Adepto da Via da Direita.


(2) Veja-se o vol.Ill.

83
vindade fez surgir do olho esquerdo urn raio de luz azul, que, encamando
nas duas virgens Dolma, adquiriu o poder de iluminar as mentes dos seres
viventes. Entao Amitabha chamou a combinap5o, que em seguida tomou o
homem por morada, "Oar M4#; P¢Jaec H#ee", "Eu sou a J6ia no L6tus e
nele permanecerei". E logo Padmapani, "0 Uno no L6tus", fez o voto de
trabalhar sem descanso ate conseguir que a humanidade sentisse dentro de
si a presenca dele, e assim pudesse libertar-se da angiistia do renascimento.
Prometeu ainda que tal se realizaria antes do fin do Kalpa, acrescentando
que, no caso de falhar, queria que a pr6pria cabeca rebentasse em inumer£-
veis fragmentos. Terminou o Kalpa, mas a humanidade, em seu frio e
egoista coracao, nfo sentiu aquela prcsen€a. Tocada pela compaixao, a "-
vindade.reuniu os pedacos, e com eles formou Jcz cabecas, tres brancas e
sete de cores diversas. Desde esse dia, o homem se tornou urn nrfuero per-
feito, ou DEZ.
Esta alegoria mostra o poder do SOM, da COR e do NUMERO a
encobrir engenhosamente o verdadeiro significado esot€rico. Ao profano soa
como uma das muitas lendas referentes a criacao, arquitetadas pela fantasia
e desprovidas de fundamento. Mas a verdade € que a alegoria esta impreg-
nada de sighificacao espiritual e divina, fisica e mfgica. Pe Amitabha - o
;#co/or, ou a g/o'r;4 4r4#c4 ~ dimanam as sete cores diferenciadas do prisma.
Cada uma destas emite urn son correspondente, e os sete
sons formam a cfc¢/4 „z/fj.c¢/. Assim como a Gcometria,
entre as ciencias matematicas, esta especialmente relacio-
nada com a Arquitetura, e tamb6m (passando ao universal)
com a Cosmogonia, assim os dez Jods` da T€trada pitag6rica,
ou Tetraktys, simbolizando o Macrocosmo, devem corres-
ponder aos dez pontos em que se divide a sua imagem, o
homem ou Microcosmo. A isto proveu a pr6pria Natureza, conforme veremos.
Antes, por€m, de comprovar essa afirmacao, e ilustrar a perfeita corres-
pondencia entre o Macrocosmo e o Microcosmo, algumas palavras exphicativas
se fazem necessdrias.
0 estudo das Ciencia§ Esot€ricas tern urn duplo objetivo: (a) provar
que a essencia espiritual e fisica do homem € identica ao Prinofpio Absolute
e a Deus na Natureza; e (A) demonstrar a presen€a no homem das mesmas
virtualidades que existem nas forcas criado.fas da Natureza. Para tal, o coche-
cimento perfeito da correspondencia entre as Cores, os Sons e os Ntimeros
€ o primeiro requisito. Conforme ja dissemos, a sagrada f6rmula do Extremo
Oriente, "0# M4#G. P4Jovc H#ee", € a mais apropriada para evidenciar ab
estudante estas correspondentes qualidades e fung6es.
Na alegoria de Padmapani, a J6ia (ou Ego Espiritual) no L6tus, sin-
bolo do homem andr6gino, sobressaem, conforme jf expusemos, os nrfueros
3, 4, 7, 10, que sintetizam a U#;d¢de, o Ho„cz". 0 adiantamento do estu-
dante em Ooultismo depende do completo conhecimento e compreens~ao do
significado e do poder desses ndmeros, em suas diversas e multiplas combi-
nac6es e em sua mtitua correspondencia com sons ou palavras e cores ou
modos de movimento ( que a ciencia fisica representa como vibrap6es). De-

84
vemos, portanto, come€ar pela primeira palavra: OM ou AUM. OM € u
v€u. A frase "Oee M¢#z. P4J772c Hzfee" nao € composta de seis, mas de set
sflabas, porque a silaba inicial € dupla, quando corretamente pronunciada, c
triplice em sua essencia: A-UM. Ela representa a primordial e sempitema-
mente oculta diferenciacao, trina e una, n5o Jo Absolrito, mas #o Absoluto;
e, por conseguinte, € simbolizada pelo ninero 4, ou Tetraktys, no mundo
metafisico. I o Raio-Unidade, ou Atman.
E Atman, o Espfrito Superior do homem. Em conjun€5o com Buddhi
e Manas, forma-se a Trfade Superior, ou Trindade. Esta Trfade, com os
quatro principios humanos inferiores, esta envolta por uma atmosfera aurica,
assim como a gema do ovo (o futuro embriao) o estf pela clara e a casca.
Cada individualidade, para os seres superiores que a veem de outros planos,
€, portanto, uma esfera oval mais ou menos radiante.
Cumpre definir os conceitos com precisao e clareza para indicar ao
estudante a perfeita correspondencia entre os nascimentos do Cosmos, de
urn Mundo, de urn Ser Planetario e de uma criatur.a terrena e pecadora.
Compreender5o melhor os que conhecem fisiologia.
Aos que leram o Vz.Jb7¢¢ Pzfrj3#¢, ou outro livro dos P#r4#¢f, deve ser
familiar a alegoria exot€rica do nascimento de Brahma ( masculino-feminino )
no Ovo do Mundo, Hiranyagarbha, rodeado por suas sete zonas, ou melhor,
seus sete planos, que no mundo da forma e da mat€ria constituem sete e
quatorze Lokas. Os nrimeros sete e quatorze reaparecem sempre que a ocasi5o
o requer.
Sem expor a analise secreta, tern os hindus comparado, desde tempos
imemoriais, a matriz do Universo, e tamb€m a matriz solar, com o titero
da mulher. Do Universo dizem:
``Sua matriz € tao vasta quanto Meru",

e mais:
"Em suas profundezas jazem adormecidos os grandes oceanos do futuro, os mares
e as montanhas, as estrelas, os planetas, os deuses, os dem6flios e a hunanidade."
0 conjunto pode comparar-se a urn coco, com a sua polpa interna, re-
vestida pela casca ou envolt6rio externo. "Tao vasta quanto o Meru", reza
0 texto.
"Men era seu amnios, e as outras montanhas Cram seu c6rion",

acrescenta urn versiculo do Vz.fb## Pz/rj€77¢ 3.


Do mesmo modo nasce o homem na matriz de sua mac. Assim como
Brahma, segundo as tradi§6es esot€ricas, estf rodeado por sete envolt6rios
internos e sete externos no Ovo do Mundo, assim tamb€m sucede com o
embriao, o primeiro ou o s€timo envolt6rio (conforme se conte de dentro
para fora ou vice-versa). A Cosmogonia esot€rica enumera sete capas ou
envolt6rios intemos e sete externos. A Fisiologia exot€rica igualmente divide
o conteddo do dtero em sete, ignorando, por€m, que tal divisao € uma c6pia
do que ocofre na Matriz Universal. Eis o conteddo:

(3) Traducao de Wilson, revista por Fitzedward Hall, vol. I, pfg. 40.

85
1.a 0 Eeez7rG.ao. 2.0 0 L;g"z.Jo 4772¢;c;j;co, que envolve imediatanente
o embriao. 3.° 0 Aee#¢.o, membrana derivada do feto, que cont€m o lfquido
amni6tico. 4.° A VcfzcG//4 U77z4;/Zc4J, que serve Para transportar originaria-
mente os sucos nutritivos ao embri5o. 5.° 0 4J¢#jo'z.Jc, uma proeminencia do
embri5o em forma de saco, que se estende entre o amnio e o c6rion, no
espaco entre eles, e que, transformando-se em placenta, serve para alimentar
o feto. 6.° 0 Efp¢fo entre o amnio e o c6rion, cheio de urn liquido albu-
minoso. 7.° 0 C6rz.o#, ou envolt6rio externo.
Ora, cada urn destes sete elementos corresponde a urn antitipo, segundo
o qual foi formado, em cada urn dos sete planos da existencia; os antitipos,
por sua vez, estao em correspondencia com os sete estados da mat€ria e todas
as outras foreas sensoriais ou funcionais da Natureza.
Daremos a seguir urn quadro sin6ptico da correspondencia entre os sete
elementos da matriz da Natureza e os da matriz da mulher:
PROCESSO COSMICO PROCESSO HUMANO
(P6lo superior ) ( P6lo inferior )

1. 0 Ponto matematico chamado "Se- 1. 0 embriao terrestre, que cont€m


mente C6smica", a M6nada de Leibnitz, em si o futuro homem com todas as suas
que cont€m todo o Universo, como a bo- potencialidades. Na s€rie dos princfpios do
lota cont€m o carvalho. E a primeira bor- sistema humano, € o Atman, ou principio
bulha que se forma na ilimitada superfi- superespiritual, analogo ao Sol no Siste-
cie da Substancia homogenea ou Espaco, ma Solar ffsico.
a borbulha da diferencia€5o em sua fase
incipiente. I o germe do Ovo Orfico ou
Ovo de Brahma. Em Astrologia e Astro-
nomia corres`ponde ao Sol.
2. A a)g.f a/z.£ap do nosso sistema solar 2. 0 Lfquido Amni6tico flui do Embriao.
promana do Sol.
(¢) Chama-se Akasha quando se refere (a) No plano da mat€ria ten o none
aos planos superiores. de Prana 4.
(b) Procede das dez "divindades", os (b) Tendo sua fonte na Vida Una e
dez ntimeros do Sol, que em si mesmo Universal, procede do coracao e de Bud-
€ o "Nrfuero perfeito". Os dez ntimeros dhi, a que presidem os Sete Raios Sola-
se chamam Dish (em realidade, o Espa- res (Deuses).
€o), ou as forcas difundidas pelo Espaco,
tres das quais est5o contidas no Atman
do Sol, ou s€timo principio, e as outras
sete mos raios emitidos pelo Sol.
3. 0 Eter do Espaco, que, em set as- 3. 0 Amnio, a membrana que cont€m
pecto externo, se sup6e envolver o Sol, o lfquido Amni6tico e envolve o embriao.
sob a forma de uma crosta plfstica. No Depois do nascimento do homem, forma
plano superior € o conjunto do Univer- o terceiro envolt6rio, por assim dizer, de
so, pois a terceira diferenciacao da Subs- sua aura magneto-vital.
tanria evolutiva, Mulaprakriti, se converte
em Prakriti.
(¢) Corresponde, misticamente, ao Ma- (a) E Manas, o terceiro princ{pio (con-
hat manifestado, a Inteligencia ou Alrm tando de cima) ou a Alma Humana no
do Mundo. homem.

(4) Prfroa € realmente o Principio Universal da Vida.

86
4. Os conteddos siderais (ou partes 4. A Vesicula Umbilical, que, segundo
substancais do Eter), desconhecidos da a Ciencia, serve para a nutri€5o inicial do
Ciencia modema e representados: Embriao, mas que tamb€m, como afirma
o Ocultismo, leva ao feto, por osmose, as
influencias c6smicas estranhas a mac.
(a) Nos Mist€rios Ocultos e Cabalis- (a) No adulto, estas influencias ali-
ticos, pelos Elementais. mentam o Kama, principio ao qual pre-
sidem.
(4) Na Astronomia fisica, pelos me- (g)) No homem fisico, sao as suas pai-
teoros, cometas e toda esp€.cie de corpos x6es e emoc6es - os meteoros e come-
c6smicos acidentais e fenomenais. tas morais da natureza humana.
5. Corl.entes de vida que cruzam o 5. 0 Alant6ide, proeminencia do Em-
Eter, procedentes do Sol. Os canais por briao, que se estende entre o Amnio e o
onde ciroula o prinofpio vital deste Eter C6rion; sup6e-se que conduz o alimento
(o sangue do Corpo C6smico) para nu- da mae para o feto. Corresponde ao prin-
trir tudo o que existe na Terra e nos cfpio vital, Prana ou Jiva.
demais planetas: desde os minerais, que
assim crescem e se especializam, desde as
plantas, que deste modo- sao nutridas,
ate o animal e o homem, que assim rece-
bem a vida.
6. A dupla radiacao psiquica e fisica, 6. 0 Alant6ide se divide em duas ca-
que € emitida pela Semente C6smica e se madas. 0 espaco entre o Amnio e o C6-
difunde por todo o Cosmos, como pelo rion cont€m o Alant6ide, assim como urn
Sistema Solar e todos os planetas. Em h'quido albuminoso 5.
Ocultismo, chama-se Luz Astral superior
e diviria, e Luz Astral inferior e ma-
terial.
7. A Crosta de todos os Corpos Side- 7. 0 C6rion ou Zo#¢ PcJofcjd¢, o obje-
rais, a Casca do Ovo do Mundo, ou a to globular chamado Vesfeula Blastod€r-
esfera do nosso Sistema Solar, da Terra mica; das capas externas e interna de sua
e dos homens e animais. No espaeo side- membrana sera formado o homem fisico.
ral, o Eter propriamente dito; no plano A capa externa ou exoderma forma a sua
terrestre, o Ar, que por sua vez € com- epiderme; a intema ou endoderma forma
posto de sete camadas. os mtisculos, ossos, etc. A pele humana
tamb€m se comp6e de sete camadas.
(a) A massa primordial`e potencial do (a) 0 C6rion "primitivo" se converte
mundo se converte (durante o perfodo em "permanente''.
do Manvantara) em urn ou mais globos
permanentes.

Ate a evolu€5o das Ragas obedece a mesma ordem observada na Nature-


za e no Homem 6. S6 com a separa€ao dos sexos, na Terceira Raga-Raiz, 6
que o homem-animal se tornou placentfrio. Na` evolu€ao fisiol6gica, a placenta
s6 vein a completar sua forma¢ao e principia a funcionar ap6s o terceiro mss
de vida uterina.
Deixemos de lado os conceitos humanos, tais como.o de urn Deus
pessoal, e cuidemos do que 6 puramente divino, do que estf subjacente a

(5) Todas as partes do titero ten uma rela€5o espiritual direta com seus antitipos
c6smicos; e sao, portanto, no plano ffsico, instrumentos poderosos de magia negra. Dai
o serem consideradas inpuras.
(6) Veja-se o Vol. Ill, Parte I.

87
todas e a cada uma das coisas da ilimitada Natureza. Chamam-no os Vcd4s
por seu none esot€rico sanscrito: TAT (ou AQUILO), .termo que designa
a Incognoscivel Raiz sein Raiz.
Se o fizermos, poderemos assim responder as sete perguntas seguintes
do Catec6smo Esot6rico..

1.a -Que € o Etemo Absoluto?


- AQUILO.
2,a - Como veio a existencia o Cosmos?
- Por AQUILO.
3.a - Onde estarf quando suceder o Pralaya?
i Em AQUILO.
4.a - De onde procedem a Natureza animada e a supostanente "ina-
nimada"?
i De AQUILO.
5.a - De que Substincia ou Essencia se formou o Universo?
- De AQUILO.
6.a - Em que ja se converteu, e voltarf a converter-se outras vezes?
- Em AQUILO.
7.a - Ent5o € AQUILO, ao mesmo tempo, a causa instrumental e rna-
terial do Universo?
- Que outro, senao AQulro, € ou poderia se-1o?

Se o Universo, o Macrocosmo e o Microcosmo7 s5o dcz, por que


dividir o Homem em fcJc principios?
I que o ndmero perfeito "dez" se divide em duas partes. Em sua
totalidade, isto €, fisica e superespiritualmente, as forcas sao DEZ: tres no
plano subjetivo e inconcebivel, e sete no plano objetivo. Conv€m n5o perder
de vista que estamos agora descrevendo os dois p61os opostos: 1.0 o Triingulo
primordial, que, uma vez refletido no "Homem Celeste", o principio mais
elevado `do setendrio inferior, desaparece e retorna ao "Silencio e as Trevas";
2.0 o homem astral-paradigma, cuja M6nada (Atma) € tamb€m representada
por urn triangulo, pois que se deve converter em urn ternfrio durante os
intervalos conscientes do Devachan.
0 homem puramente terrest`re se reflete no universo de Mat6ria, por
assim dizer, de cima para baixo, e o Triangulo superior, onde residem a
its::i:recrp£:fa°roaheo:e£°ieeni!::r€a€aaiuobj::;ase€ea.£Aa=#dtere:°i:sadd°erza'sas:
realmente urn s6, porque no mundo-arqu€tipo encerram apenas uma poten-
cialidade ideativa e paradigmal, isto €, existente como possibilidade e nao

(7) 0 Sistema Solar ou a Terra, confoine o caso.

88
em ato. 0 poder de criacao formadora reside no Logos, sintese das sete
For€as ou Raios, que imediatamente se converte no Quatemfrio, a sagrada
Tetraktys. Este processo se repete no homem, em quem o triangulo ffsico
inferior vein a ser, em conjungao com o Uno feminino, o criador ou gerador
macho-femea. Ocorre a mesma coisa em urn plano ainda inferior, no inundo
animal. Tanto em cima como em baixo, sempre o misterio!
Eis que o mais elevado, o supremo, e o inferior, o mais animal, estao
em mrfua correspondencia.

DIAGRAMA I

dpa¥aesm:;dna%St:,.,¥£4gfraem;uqr::aah°E:see:c:is£::v{n°au:u:eufl::god)ona°„opa:£-
Tr€f, o Logos N5o-Manifestado, por interm€dio do Logos Manifestado ( parte
superior do diagrama ) .
Purusha, o Espirito primordial, ro€a a cabe€a humana, e ai se det6m.
Mas o Homem Espiritual,.a sintese dos sete prinofpios, esta diretamente rela-
cionado com ele. E aqui devemos dizer algumas palavras a respeito da usual
enumera€ao exoterica dos principios.
Deu-se, no come€o, apenas uma classificacao aproximada. Abre-a o
Bz/d¢.f77zo EJof€/¢.Zo, de Sinnett, com 14f"4, o s€timo, e termina com o Corpo
Fisico, o primeiro. Ora, nem Atma nem o Corpo Hsico, estritamente fa-
lando, podem ser considerados como "Principios": o primeiro € uma ema-
na€5o do Logos, e %#o coee ele; o segundo € nero inv6lucro ou concha mate-
rial do Homem Espiritual. Demais, o "principio" capital, que nao ten sido
mencionado ate agora, € o "Ovo Luminoso" (Hiranyagarbha ), ou a invisivel
esfera magrfetica que envolve o homem 8. E a emana€ao direta do Raio Atmi-
co em seu triplice aspecto de Criador, Conservador e Destruidor (Regenera-
dor); e tamb6m de Buddhi-Manas. 0 jGZz.„o aspecto desta Aura individual
€ a faculdade de assumir a forma do seu corpo e converter-se no "Radiante"
e luminoso Augoeides. Este, em rigor, € o que as vezes aparece sob a forma
chamada AIfty4e;c. R22P¢.
Assim, conforme expfica a segunda parte do diagrama (em que se
representa o homem astral), o Homem Espiritual comp6e-se apenas de cinco
prinofpios, de acordo com o ensinamento dos vedantinos 9, que implicitamente

iu=b#o]gce:?::i:eonj:;rnfc:ep;;#:6:iEapfo::;:::o:£e:::e:|€:e¥xet%:efd::I::m¥%ao:%sc;amK:p:rfi:
cfpio. Esta a razao da critica feita por Subba Row a divisao exposta no
B#d;feeo Ejo;c'rz.co. Mas indiquemos agora ao estudante a verdadeira enume-
ra€ao esot€rica.

(8) 0 mesmo sucede com os animais, as plantas e os minerals. Reichenbach nunca


entendeu o que lhe disseram os seus sensitivos e darividentes. E o fluido 6dico, ou ne-
lhor, o fluido furico ou magndtico que o homem irradia, mas € tamb€m algo mais r
(9) Veja-se no Vol. I a enumera€ao vedantina exot€rica.

8C,`
DIAGRAMA I
I ~ 0 MACROCOSMO E SEUS 3, 7 0U 10 CENTROS .DE FORCAS CRIADORAS
A. Logos Nao-Manifesta~ A. 8, C. o Incognosci`7el,
do, Sem Sexo
a. b. c. E Pradhana, rna-
8. Sabedotja Potencial teria nao diferenciada, se-
C. Ideapao Universal gundo a fnosofia Sakhya,
ou o Ben, o Mat e as
Trevas do Caos (Sattva,
Rajas e Tamas), neu-
a. Logos Criador tralizando-se mutuamente.
b. Substancia Eterna Quando se diferenciam,
`c) Espfrito sao os sets Podereg Cria-
Gores: o Espirito, a Subs-
tancia e o Fogo, que efr
D. As Forcas Espirituais, timulam a Materia a to-
que atuam na Materia mar forma

11 -0 MIGROCOSMO (0 HOMEM INTERNO) E SEUS 3, 7 0U 10


CENTROS DE FORGAS POTENCIAIS
(Atman, embora conside- I, 11, Ill: sao as tres hi-
rado exotcricamente o se- p6stases de Atman; scu
timo principio, nao 6 prin- contato com a Natureza e
cipio individual: pertence •o homem 6 a quarta, for-
a Aina Universal. 0 seti- mando a Quaternario ot]
mo prinofpio e o ovo ,iq- Tetralstys, o Eu Superior.
rico, a esfel.a tnagnetica
que envolve o sex h`imano 1, 2, 3, 4, 5, 6. Estes seis
e o arfual.) princfpios atuam em qua-
1. Budthi, vofculo de ,at- tp pianos distintos e
ma •.om a seu Envolt6rio
Aurico (v. abalxo) 8ao os
2. Manes, vefculo de Bud-
dhi usados pelos Adeptos da
Direifa ou Magee Bron-
3. Manas Inferiorll e cos,
4. Kama R0pa, §eu veiculo
1. o Corpo Fi8ico nao e
5. Prana, a Vida. urn prinofpio, sendo de
6. Linga Sharira, veiculo todo ignorado, Usange
de Prfroa. t5o s6 na Magia Negra.

Ill -0 MlcRor.OsorfuHOOs?qpEM£§§ilgoi#.ffus 3, 7 Ou io
1. {Buddhi) Olho Direito. 2. ®4anas) . 01ho esqiTer-
3. Q4anas Inferior) Ou'vido I'L
do.
direito.
5. (Prinofpio Vital) Narina 'n';```` I '`'```, 4. afama ROpa) . Ocvido
esquerdo.
direita. I.``. ' `i`L
7. 0 6rg5o do Logos Cria- l,.`l.-qEB
\,`
2`,' 6. rv-eiculo da Vida) Na-
dor, a Boca.
8, 9, 10. Coma este Ter-
`,(© rina esquerda,

n6culo inferior ten ` re-


lag ao direta com a Sl, 7. 0 Pal.adigma
oriticio (criador)
do 10.c
na
Triade ]atmica Superior
e sous tree aspectos
cck
--±-`-`-+.`
erh----'^.
_ .;i
Trfade Inferior,
(criador, conservador e Estes 6rgaos ff sicos sao
destrtiidor, ou antes, re-
generador), o abuso. das
fun§6es colreapondentes
tJir`*o`f£;`|s8AIS empregados somente pe-
los Dugpas na Magia
Negra
6 o maior dos pecados
k6rmicos - o pecado
contra o Espirito Sam-
to, segundo os crist5os.

(11) 0 Manas Superior e`o` inferior sao dais aspectos de uni $6 Principio.
Ainda n5o se havia permitido falar publicam€mt\: do Corpo Aurico em
razao do seu carater eminentemente sagrado.
Depois da morte, o Corpo Aurico assimila a essencia de Buddhi e de

9#,az.S„'of:.asesaenndt:o:£S:;I:i::icduo].°sed::tersa£:i%:ipa:SAetst:£ar,£t:ea£:ie€:eao"Ge°st:g%

ie:acshfia,:ion:::o"E.a`'pa;-.TtfJ;ads;.a::p"oerncqaur:a€.d:::i:atop::;c|:|p.it::€n:ii:
do Manvantara, e que Passa atrav€s das p€rolas da- =xistencia humana, entre-
la€ando-as; ou, em outras palavras, € o aroma espiritual de todas as perso-
nalidades, que perdura ao :ongo da peregrinacao ia vida]°. E tamb€m o
material com que o Adebto forma seus corpos astrfjs, desde o Augoeides e o
Mayavi Rtipa ate os m=nos sutis. Ap6s a morte \].o homem, quando suas

fua=i:su`3:p:rf:I,ete€rseeasi|:s¥Tr:I:mc.o=:rFacipai€oas.ea:irAttumalas,gecB.:gghiueri::
permanece no estado de consciencia devachanico, ou, no caso de urn Adepto
perfeito, prefere o estado de Nirmanakaya - aquele que de tal modo purifi-
cou todo o seu sistema que transcende ate mesmo a divina ilus5o de urn
Devachani. Tal Adepto fica no plano astral (invisivel) relacionado com a
nossa Terra, e ali vive e se movimenta em plem.1 posse de todos os seus
prinofpios, menos o Karia Rtipa e o Corpo Fisico.
No caso do-Devachani, o Linga Sharira (o 4J/cr ego do corpo fisico, no
interior do qual permanece durante a vida, ao passo que a aura radiante o
envolve extemamente ) , robustecido pelas partioulas materiais deixadas pela
aura, fica junto ao corpo morto, mas fora dele, e nao tarda a desintegrar-se.
No caso do Adepto perfeito, s6 o corpo ffsico se desagrega, enquanto
que o centro de forca sede dos desejos e paix6es, desaparece com a sua
causa - o corpo animal. Mas em vida do Adepto ttidos esses centros estao
mais ou menos ativos e em constante correspondencia com os seus prot6tipos,
os centros c6smico§, e com Q seu microcosmo, os prinofpios. Unicamente por
interm€dio destes centros c6smicos e espirituais podem receber oculta inte-
rac5o os centros fisicos, ou seja, os sete orificios superiores e a triade infe`rior
- porque tais orificios ou aberturas sao canais que conduzem ao corpb as
influencias que ¢ a/o#;¢de Jo boz#eee atrai e utiliza ` isto €, as forcas c6§micas.
Essa vontade, 6 natural, ha de atuar primeiramente por interm6dio dos
princtpios espirituais. Para maior clareza, vejamos un exemplo. Se queremos
suprimir uma dor, digamos no olho direito, tereis que atrair para ele a pode.
rosa forca magrfetica do prinofpio c6smico que corresponde ao mesmo olho
e tamb€m a Buddhi. Crial, por urn grande esfongo de vontade, uma linha
imagindria de comunicacao entre o olho direito e Buddhi, e colocai este
riltimo, como se fosse urn cc„fro, na mesma parte da .cabe€a. Essa linha,
embora a considereis "imagindria", 6 tao valida quanto uma linha real, desde
que vos seja possivel ve-la com o olho mental, dando-1he forma e cor. Uma
corda, vista em sonho, 7¢Go €, e contudo €. Por outra parte, segundo a cor

(10) Veja-se L#c#cr, janeiro de 1889, pag. 408, "Dia.Iogue upon the Mysteries of
After-Life".

91
prismatica que atribuirdes a linha, assim sera a sua ativa influencia. Ora,
existe uma correspondencia entre Buddhi e Mercdrio, e ambos sao de urn
amarelo radiante e dourado. No sistema humano, o olho direito corresponde
a Buddhi e a Mercdrio, e o olho esquefdo a Manas e a Venus ou Lricifer.
Se, portanto, a vossa linha tiver cor de ouro ou de prata, aliviara a vossa dor;
se for vermelha, a dor aumentara, porque o vermelho € a cor de Kama e
corresponde a Marte.
Os partidarios da "Ciencia Mental" e da "Ciencia Crista" depararam
com os c/cjjof, mas nao compreenderam as c¢#f¢f . Descobriram por acaso
o segredo da obtencao daqueles resultados, e os atribuem a sua comunhao
com Deus (se urn Deus impessoal ou pessoal, s6 eles o sabem), quando nao
sao mais que os efeitos produzidos por urn ou por outro prinofpio. Em todo
o caso, estao a caminho de descobrir alguma coisa, conquanto ainda tenham
que divagar por muito tempo.
Que os estudantes de Ocultismo nao incorram no mesmo erro. Temos
varias vezes repetido que nem os planos c6smicos de substancia nem os
principios humanos (com excecao do plano ou mundo infimo de mat€ria,
e do corpo fisico, que, conforme explicamos, nao s5o "principios") podem
ser localizados ou imaginados no Espaco e no Tempo. Assim como os planos
s5o sete em Urn, tamb6m n6s somos sete em UM - naquele Absoluto ou
Alma do Mundo, que 6 ao mesmo tempo Mat€ria e Nao-Mat6ria, Espfrito e
N5o-Espirito, Ser e Nao-Ser. Aqueles que desejem estudar os misterios do
EU devem compenetrar-se ben desta ideia.
Conv6m lembrar que dispondo apenas dos sentidos fisicos nenhum de
n6s pode ter a esperanca de perceber mais do que a matfria grosseira. S6
poderemos ir alem dela se contarmos com o auxilio de urn ou outro dos
nossos sete sentidos cJpz.r¢.Z%4z.J, seja por meio da educac5o e do exerofcio,
seja porque ja tenhamos nascido videntes. Contudo, ate mesmo o clarividente,
se nao for urn Adepto, estara sujeito, pelo desconhecimento das verdades
ocultas, a tomar como Deus e Anjos os habitantes das esferas ocasionalmente
vislumbradas em suas vis6es na Luz Astral, como sucedeu a Swedenborg e
outros; e ele pode incidir nesse erro seja qual for o seu grau de sinceridade
e honestidade.
Os nossos sete sentidos encontram correspondencia com todos os de-
mais setendrios da Natureza e de n6s mesmos. A Aura humana (o .amnio do
homem fisico, em qualquer idade de sua vida) ten sete capas (invisiveis),
como as ten o Espaco C6smico e a nossa pele fisica.'`E esta Aura que, con-
forme o nosso estado de pureza ou impureza mental, n6s abre a perspectiva
de outros mundos, ou deles nos separa inteiramente, deixando-nos tao so-
mente a percepcao deste mundo de mat€ria tridimensional.
Cada urn dos nossos sete sentidos fisicos ( dois sao ainda desconhecidos
da ciencia profana), e tamb€m cada urn dos nossos sete estados de cons-
ciencia 12, corresponde a urn dos sete Planos C6smicos, desenvolve e utihiza

(12) Estes sete sentidos sao: 1.a Vigflia; 2.° Sonho; 3.0 Sono natural; 4.° Sono
provocado ou hipn6tico; 5.a Estado psiquico; 6.° Estado superfisico; 7.a Estado pura-
mente espiritual.

92
urn dos sete sentidos superiores, e estf diretamente relacionado, no plano
terreno-espiritual, com o centro de forea c6smico e divino que lhe deutNorigem
e € o seu criador. Cada sentido ffsico tamb€m se relaciona diretamente com
urn d,os Sete Planetas sagrados 13, a cuja influ€ncia estf submetido.
Tudo isso pertencia ao; Misterios Menores, €ujos disofpulos Cram cha-
mados M¢.fj¢¢. (os velados), porque s6 lhes era permitido vcr as coisas atra-
v€s de urn v€u ou como se estivessem de "olhos fechados", ao passo que os
Iniciados ou "Videntes" dos Mist€rios Maiores se chamavam Epopj¢g., ou os
que veem as coisas sem v€u algum. Somente a estes thtimos se ensinavam
os verdadeiros Mist€rios do Zodiaco e as rela€6es e correspondencias entre
seus doze signos (sendo dois secretos) e os dez orificios humanos. Atual-
mente, por questao de mera diferenga externa, os orificios sao dez na mulher
e nove no homem. No volume Ill de A DOUTRINA SECRETA dissemos
que ate o fin da Terceira Raga-Raiz (quando ocorreu a separa€ao de §exos
do homem andr6gino) os dez orifl'cios existiam no hermafrodita, primeiro
p`otencialmente e depois funcionalmente. Assim o indica a evolueao do em-
briao humano. Por exemplo, a abertura que primeiro se forma € a cavidade
bucal, uma esp€cie de "cJo¢ccz que se comunica com a extremidade anterior
do intestino", transformando-se mais tarde na boca e no .orificio posterior -
o que, em linguagem oculta, corresponde ao Logos que se diferencia e d£
origem a mat€ria grosseira no plano inferior.
A dificuldade que alguns estudantes sentirao para conciliar as correspon-
dencias entre o Zodiaco e os orificios pode explicar-se facilmente. A Magia
€ contemporanea da Terceira Raga-Raiz, oujos indivfduos procriavam a prin-
cipio por Kriyashakti e acabaram reproduzindo-se pelo processo atual 14.
A mulher, por ter conservado o ndmero c6smico perfeito 10 (o ndmero
divino de Jehovah ) , foi considerada superior ao homem e mais espiritualizada
que ele. No antigo Egito, as estipulae6es do casamento incluiam uma clfusula
segundo a qual a mulher devia ser a "senhora do senhor" e realmente exercer
autoridade sobre o marido. Este obrigava-se "a obedecer a sua esposa" para
a producao de resultados alquimicos, tais como o Elixir da Vida e a Pedra
Filosofal; pois a assistencia cfpG.y¢.f"a/ da mulher era necessaria ao alquimista
do sexo masculino. Mas ai daquele alquimista que tomasse eses auxflio no
sentido de uniao /;fzc¢.J Sememante sacrifegio o arrastaria a magia negra, e
seria o seu irremediivel malogro. Os verdadeiros alquimistas da antiguidade
escolhiam como ajudantes mulheres z.dof¢J, evitando cuidadosamente as jo-
vens; e, se acontecia que alguns deles fosse casado, tratava sua esposa como
irma desde varios meses antes de proceder ags trabalhos de alquimia e ate
que os houvesse terminado.
Em fj;f fc77¢ Vc'# t5 jf retificamos o erro de atribuir-se aos antigos o
conhecimento de apenas dez signos do Zodiaco. Eles conheciam os doze
signos, mas os consideravam de urn ponto de vista diferente do nosso. Resu-

(13) Veja-se o Vol.11.


(14) Vejam-se o Vol. I e os Vols.Ill e IV PczffG.77¢.
(15) Op. cz.f.,11, pags. 456, 461, 465 e seguintes.

93
miam a Virgem e o Escorpiao em urn signo somente, entendo que diziam
respeito, direta e simbolicamente, ao primitivo homem dual e a sua separacao
em sexo§. Por ocasiao da reforma do Zodfaco, acrescentou-se o duod6cimo
signo, a Libra, embora simplesmente fosse urn signo de equiiferio no ponto
de reversao - o mist€rio do homem separado.
E mister que o estudante adquira uma no€ao perfeita de tudo isso,
Entrementes, vamos recapitular o que ficou exposto.
1.° Todo ser humano € uma encarnaeao do seu Deus, ou, por outras
palavras, € uno com o seu "Pai no C€u'', como disse o Iniciado Jesus. Tantos
homens na Terra, quantos Deuses no C€u; e, contudo, esses Deuses em
verdade sao UM, porque ao terminar cada perfodo de atividade eles se
reconcentrap, como os raios do Sol poente, na Luz Paterna, o Logos Nao-
Manifestado, que por sua. vez se funde no Unico Absoluto. Devemos dizer
que estes nossos "Pais" sejam, individual ou coletivamente, e em qualquer
circunstancia, nosso Dczfs pc5fo¢/.? 0 Ocultismo responde: N%#c¢. Tudo o
que urn homem comurn pode saber de seu "Pai" e o que ele conhece de si
mesmo, por si mesmo e em si mesmo. A Alma de seu "Pai Celeste" esta
encarnada nele. Esta Alma 6 ele mesmo, desde que possa assimilar-se a Indi-
vidualidade Divina, enquanto estf em seu inv6lucro fisico, animal. Quanto
a invocar este Espirito, € como esperar que sejamos ouvidos pelo Absoluto.
Nossas orac6es e sri`plicas serao vas, se a potencialidade das palavras nao
acrescentarmos a eficacia dos atos, e se nao nos empenharmos em tornar a
nossa aura tao pura e divina que o nosso Deus interno possa atuar fora de
n6s, chegando a ser como que uma Potestade externa. Foi assim que inicia-
dos, santos e homens puros se fizeram capazes de ajudar ao pr6ximo tanto
quanto a si mesmos, nos momentos de necessidade, e de realizar o que
impropriamente se chama de "milagre", contando cada urn deles com a
assistencia de seu Deus intemo, posto em condic6es de atuar no mundo
externo.
2.° A palavra AUM ou OM, que corresponde ao Triangu|o superior, se
pronunciada por urn homem puro e santo, atraira e despertara nao s6 as
Potestades menos excelsas dos elementos e dos espa€os interplanetfrios como
tamb€m o pr6prio Eu Superior ou "Pai" interno. Articulada corretamente
por urn homem comum e bondoso, contribuirf para o seu fortalecimento
moral, sobretudo se, entre urn e outro "AUM", ele meditar intensamente
no seu AUM interno e concentrar toda a sua atengao na ineffvel g16ria.
Mas ai de quem profere a sagrada palavra depois de haver cometido urn
pecado capital! Porque s6 conseguira atrair a sua impura fotosfera forcas e
presencas invisfveis, que de outro modo nao poderiam abrir caminho atrav€s
d_o Envolt6rio Divino.
AUM 6 o 'original de 4eec#. Esta ultima nao € uma palavra hebraica;
os judeus e os gregos tomaram-na dos caldeus, tal como sucedeu com a
palavra A/cJ%¢.¢, que se pode vcr repetida freqtientemente em certas inscric6es
magicas gravadas sobre vasos e urnas das reliquias de Ninive e Babil6nia.
4eec# n5o quer dizer "Assim seja" ou "Em verdade"; na remota antiguidade,
o seu signifiG£.do era a mesmo de AUM. Os judeus iniciados (Tanaim) a em-
pregavam com as mesmas raz6es, e identicos resultados, que tiveram os
iniciados arias para usaf a palavra AUM. E o valor numerico de AMeN em
caracteres hebraicos € 91, ou seja, igual a soma de YHV1116 ( = 26) e
ADONaY ( = 65). As duas palavras imphicam a afirmacao do ser, ou a
existencia do assexual "Senhor" dentro de n6s.
3.° Ensina a Ciencia Esot€rica que todo son produzido no mundo
visivel desperta urn son correspondente nos planos invisfveis, e p6e em acao
alguma for€a oculta da Natureza. A16m disso, cada son corresponde a uma
cor, a urn ntimero (uma potencia espiritual, psiquica ou ffsica) e a uma
sensa€5o em algum plano, Todos os sons ten seu eco nos elementos supe-
riores, e tamb6m no plano fisico, e p5em em a€5o as vidas que pululam na
atmosfera terrestre.
Assim, a ora€ao, a nao ser que a pronunciemos 7#c#Z¢/eee#fc e seja
dirigida ao nosso "Pai" no sifencio e na solidfo do nosso "aposen.to privado",
darf ensejo, na maioria dos casos, a resultados mais desastrosos que ben€-
ficos, porque as massas desconhecem completanente a natureza das forcas
que podem desencadear. Para que obtenha efeitos salutares, deve a ora€ao
ser pronunciada por "quem saiba fazer-se ouvir em silencio", caso em que
deixa de ser uma stiplica para tornar-se uma determinacao. Por que se diz
que Jesus proibiu aos seus ouvintes que fossem as sinagogas priblicas? Certa-
mente nem todos os que oravam Cram mentirosos e hip6critas, ou fariseus
que gostavam de exibir sua devo€ao em ptibhico! Devemos supor que Jesus
tinha algum motivo: o mesmo motivo pelo qual o ocultista experiente profoe
os seus discfpulos de irem aos lugares em que haja aglomera€6es, entrarem
nas igrejas e assistirem as sess6es espfritas, etc., sem que estejam em sintonia
com os cirounstantes. `\

Aos principiantes que, por uma, raz5o qualquer, n5o possam evitar as
multid6es, dar-se-a urn conselho, que talvez pare€a supersticioso, mas cuja
eficfcia se farf sentir, na ausencia de conhecimento oculto. Como sabem
os bons astr6logos, os dias da semana nao se sucedem na ordem dos planetas
que lhes dao os nomes. I que os egi'pcios e os hindus da antiguidade divi-
diam o dia em quatro partes, ficando cada parte sob a protee5o de urn astro,
conforme o atestam as prfticas da magia; e cada dia da semana recebeu o
none do planeta que govemava e protegia sua primeira parte, segundo a
corrata informa€5o do historiador Dion Cfssio. Deve o estudante precaver-se
contra os "Poderes do Ar" (Elementais), que enxameiam mos lugares ptibli-
cos, e, com esse objetivo, usaf urn anel com uma pedra da cor do planeta
correspondente ao dia, ou feito com o metal consagrado ao mesmo planeta.
Contudo, a melhor proteeao 6 uma consciencia tranqdila e urn firme desejo
de ser titil a humanidade.

(16) Jod-Hcc/44, ou macho-femea no plano terrestre, que tal foi o conceito dos
judeus, que depois lhe deram o significado de Jehovah. Mas na realidade o sentido literal
. €: "que df o ser" a ``que recebe a vida".

9\-
Os PLANETAS E OS DIAS DA SEMANA; E AS CORES
E METAlis CORRESPONDENTES

No Diagrama 11 os dias da semana nao aparecem na ordem usual, mas


figuram na exata sequencia das cores do espectro solar e dos planetas que
os regem. Aos primeiros cristaos se deve a confusao introdurida na ordem
dos dias da semana, porque, adotando os meses solares dos judeus, quiseram
identifica-los com os planetas solares, dai resultando que a ordem destes
n5o corresponde atualmente a dos dias.
Os antigos dispunham os planetas na seguinte ordem: Lua, Mercdrio,
Venus, Sol, Marte, Jdpiter e Saturno, contando o Sol como urn planeta
para fins exot€ricos. Por outra parte, os hindus e os egfpcios, os dois povos
mais antigos, dividiam o dia em quatro partes, cada uma das quais estava
sob a protee5o e regencia de urn planeta. Com o passar do tempo, cada dia
recebeu o none do planeta que lhe regia a primeira parte - a manha.
Ora, os cristaos,. ao ajustarem a sua semana, quiseram que o dia do Sol,
ou Domingo, fosse o s€timo, e assim foram dando a cada dia da semana,
alternadamente, o nome do quarto planeta; por exemplo, comecando pela
Lua (segunda-feira), contaram deste modo: Lua, Merofrio, Venus, Sol,
M¢rjc,. e terca-feira, o dia govemado por Marte, passou a ser o segundo dia
da semana, e assim sucessivamente. Cumpre lembrar que a Lua (da mesma
forma que o Sol) aqui substitui urn planeta secreto.
A divis5o atual do ano solar foi adotada varios s€culos depois do infcio
da era crista; e a nossa semana nao 6 a mesma dos antigos e dos ocultistas.
A divis5o setenfria das fases lunares € tao velha quanto o mundo, e teve
origem entre os povos que calculavam o tempo por lunac6es. Nupca a usaram
os hebreus (embora o segundo capitulo do G€#cj¢.f pare€a referir-se ar ela),
pois s6 contavam o s6timo dia, ou o s6bado. Ate a €poca dos C€s,1:`es nao

::c:t°otaa¥:S±£g.]°D::¥L:dg:pua::usea::nfara8:s,S:teo€ra]Sstiea:s::alaqu£:rondaia£°j
na Europa. A semana dos romanos constava de oito dias, e a dos atenienses
de dez 17. Assim, uma das intimeras contradic6es e falfcias do Cristianismo €
a adocao da semana setenfria dos hindus, baseada no c6mputo lunar, conser-
vando-se ao mesmo tempo os nomes mitol6gicos dos planetas.
Os astr61ogos modernos tampouco nos dao corretamente as correspon-
dencias entre os dias e os planetas com suas respectivas cores. E enquanto
os ocultistas se acham em condic6es de explicar de maneira plausivel todos
os pormenores de suas tfbuas cromfticas, parece duvidoso que os astr6logos
possam fazer outrotanto.

Para encerrar este primeiro Apontamento, diremos que os leitores devem


estar agrupados em duas amplas categorias: (a) os que alnda nao se desven-
ciiharam inteiramente das dtividas inspiradas pelo cepticismo habitual, mas
que desejam conhecer o que de verdade existe nas afirmac6es dos ocultistas;

(17\ Veja-se Notice si4r le Calendrier` Fior 5. H. RagoTi.

96
''-u':-piAi',i..{#r':'bet'r't'":u ":b'J'e'I'lvuJ'.I i§.;;u¥['L`):;:C£%ii:#:!ri8::;::ju£ ATMA
luft]u ulBuinu coiii u Sil[ll, (Oiii iiulmt!ro per 8®, moo opcnos cor-
a Cor, ou o que mats respondem aos Ndmeros, Sons, Cores,
seja, pois a tudo abrange. etc., deixamos de dar aqui 8ua or-
den exoterica.

NOMEROS METAIS PLANETAS PRINCIPIOS DIAS DA CORES SONS


HUMANOS SEMANA Escala Musical
Sans-crita Its-llama

1e10 Ferro Marte Kina Rope Tenga-Feira . Vermelho Sa D6


Tonlca do Homem Ffslco 0 Planeta da Geragao 0 vetculo ou Bededosinstlntosanlmal8epalx6es Dies Martis(oudeTlw)

2 Ouro 0Sol Prana ou liva Domlngo 2. Laranja R1 Re


Vlda E8plritual e Vlda Dispensador da Vida Fisl- A Vida Dle8 Sous
Ffslcai? (ou do Sol)
faaien.t.gf:;:`gga:t:ie,:eesc:.t.eea,?:::sagradopareosantlgos).

3 Merctirlo Mercdrlo Buddhl Quarta-Felra 3. Amarelo Ga Ml


Porque Buddhl est6 (por as- Une-se ao 0 Mensagelro e o Inter- Alma Esplritual ou Dle8 Mercuril (ou de
slm dizer) entre ^tma e Ma- Enxofre como prete dos Deuses Ralo Atmlco; vefculo Woden). Dia de Bud.
has, e forma com o setlmo Buddhl a Cha- de Atma dha no Sul e do
(Envolt6rlo Aurlco) a Tr[ade rna do Esplri- Woden no Norte. Deu-
Devachanlca. ses da Sabedorla.
i?;8`Vc.is,;#i:

4 Chumbo Saturno Kama Manas S6bado 4. Verde Ma Fa


0 prlncfplo intermedldrlo en- A Mente Inferior ou Dies Satuml
tre as trlades material e espl-ritual.Aparteconscientedohomemann Alma Aninal. (ou de Saturno)

5 Estanho Jtipiter Envolt6rio Aurico Quinta-Feira(oDu[eaeJivh{8r) 5. Azul Pa Sol

6 Cobre venus Manas Sexta-Feira 6 Anil Da L6


Quando em 11- A Estrela da Tarde e da A Mente Superior ou Dies Veneris Ou
ga, converte-8eemBronze(oprlncfplodual). Manh5 Alma Hutnana. `ou de Frlge) Azul Escuro

7 Prata ALua Linga Sharira Segunda-Felra 7, Violeta Ni Sl


Cont6m em si o reflexo do A M5e da Terra 0 Duplo Astral do Dies Luna3
homem seten6rio H°mHeomiem°Ff:Lacto.d° (ou da Lua)
e (b) os que, jf livres das travas do materialismo e da relatividade, sentem
que a verdadeira felicidade hf de buscar-se unicamente no conhecimento e

a:hea¥Pefiedn£:1;:sP:S:::,`£zg:aoqudeeaA££}].%Su°dfiaha:i:dga£:5:I:aBprr?i::#re.°S
Os leitores do primeiro grupo acolherao destes Apontamentos, para
estudo, somente as explica€6es dos fen6menos da vida que a ciencia profana
seja incapaz de lhes dar. A despeito de tais limitac6es, verso eles, ao cabo
de urn ou dois anos, que terao aprendido mais do que mes poderiam ensinar
todos os seus col6gios e universidades.
Quanto ao§ outros leitores, cuja cren€a for realmente sincera, terao
sua recompensa ao vcr a f€ transformada em conhecimento.
0 verdadeiro conhecimento pertence exclusivamente ao dominio do
Espirito, e nao pode ser adquirido sen5o atrav€s da regiao da mente superior,
iinico piano de onde podemos sondar as profundezas do onipresente Absoluto.
Aquele que s6 1eva em conta as leis estabelecidas por mentes humanas, e
pauta sua vida de acordo com o falivel c6digo dos mortais, toma por estrela-
•guia urn farol que britha sobre o oceano de Maya, ou das ilus6es temporarias,
e que nao dura mais que uma encarnacao. Essas leis apenas sao necessarias
para a vida e a ben-estar do homem ££sico. Representam urn piloto que o
guia atrav€s dos baixios de uma existencia, urn timoneiro que dele se separa

:oenut:bnroa]p[daanomtoer:e;o¥¥otoe:gjsetlf:gzosdoevhe::sega%:i;aEa¥£pa:i:i:d::terftda;
as leis do seu pats, em suma, dando a C€sar o que € de C6sar, vive na rea-
]idade uma existencia espiritual e permanente, sem solu€5es de continuidade,
sem hiatos, sem intervalos, inclusive naqueles perfodos que sao os pontos
de repouso na longa peregrinacao do Espirito. Todos os fen6menos da mente
humana inferior desaparecem, como a cortina de urn proscenio, permitindo-
lhe viver na regifo transcendente, o plano numenico, o da realidade una.
Se o homem, libertando-se de seu egofsmo e de sua personalidade, ou
destruindo-os, puder conhecer a si mesmo, tal qual € por tris do vdu fisico
de Maya, terf entao superado todas as angdstias e tribulac6es, todos os
desgastes desta existencia instivel e transit6ria, que sao a causa principal
do sofrimento. Esse homem sera fisicamente de mat€ria, agitar-se-a na rna-
t6ria, e contudo viverf fora e al6m dela. Seu sopro estara sujeito a mutae6es,
mas ele em si permanecera imutfvel na evitemidade, ainda quando ocupe
temporaneos corpos de curta duracao.
Tudo isso sera possivel com o desenvolvimento de urn amor universal
a Humanidade, suprimindo-se a personalidade, ou Egozfeeo, que 6 a raiz de
todos os pecados e, conseqtientemente, de todas as aflic6es humanas.

98
APONTAMENT0 11

UMA EXPLICACAO

Em virtude da natureza abstrata dos temas de que nos ocupamos, ini-


ciaremos este Apontamento com a explica€ao de alguns pontos que o pri-
meiro deixou obscuros, assim como de certas afirmae6es aparentemente
contradit6rias.
Os astr61ogos (que os hf muitos entre os esoteristas) € provfvel que
estejam perplexos diante de alguns enunciados que lhes contrariam os ensi-
namentos; por outra parte, aqueles que desconhecem a mat€ria talvez fiquem,
desde j£, expostos a hostilidade dos que ten estudado os sistemas exot€ricos
da Cabala e da Astrologia. Porque - e € preciso deixar bern claro este ponto
- nada do que se imprime para todo o mundo e do que pode o estudante

::rdoe :ebsee::::t::Se£::eh;:;:£aasd: geus£:;ug,?b£:::ic:o:::sT::tepeei;°tfre£::; :aa;


pode ser compreendido ou estudado proveitosamente sem urn glossario com-
pleto de termos ocultos.
Os ensinamentos e explica€6es que se seguem podem ser, portanto, de
utilidade para o estudante, ajudando-o a compreender methor a mat€ria do
Apontamento precedente.
No Diagrama I, quanto aos centros 3, 7 e 10, cabe observar que:
(4) Os 3 pertencem ao mundo espiritual do Absoluto, e, por isso, aos
tres prinofpios superiores do homeri;
(4) Os 7 correspondem aos mundos espiritual, psiquico e fisico, e ao
corpo do homem. 0 fisico, o metafisico e o hiperfisico constituem a triade
que simboliza o homem neste piano;
(c) Os 10, ou a soma dos anteriores, formam o conjunto do Uhiverso,
em todos os seus aspectos, e tamb6m o seu Microcosmo, ou seja, o Homem
com seus dez orificios.
Deixando de lado, por enquanto, a D€cada Superior (o Cosmos) e a
D€cada Inferior (o Homem), esclarecemos que os tres primeiros ndmeros
do 7 se referem diretamente ao Espirito, a Alma e ao Envolt6rio Aurico do
ser humano, assim como ao mundo supra-sensivel superior. Os quatro ndme-
ros inferiores, ou o§ qudtro aspectos, correspondem tamb6m ao Homem,
assim como ao Cosmos Universal, e o co_njunto € sintetizado pelo Absohato.

99
Se imaginarmos dentro d6 urn Ovo esses tres graus distributivos do
Ser, conforme a simbologia de todas as religi6es orientais, o nome do Ovo
sera Svabhavat, ou o SER INTEGRAL no piano manifestado. Em verdad€,
este Universo nao possui centro nem periferia; mas s6 a mente humana 6 que
assim o considera, como natural conseqtiencia das limitac6es do pensamento
humano.
No Diagrama 11, como ali se declara, n5o hf necessidade de qualquer
observaeao sobre os n`imeros constantes da coluna a esquerda, porque se
referem somente `a hierarquia das cores e dos sons no plano metafisico, e os
nrfueros n5o s5o caracteristicos dos principios humanos ou dos planetas.
Os princ{pios humanos prescifldem de numeragao, porque todos os homens
diferem entre si, assim como n5o hf na superficie da terra duas folhas de
erva absolutamente identicas.
A numera€ao € aqul uma questao de progresso espiritual e do natural

3r:dimefr¥°uie;ua:ppars¥odpq£:es:iree:turtor,0.seE¥oipnat%mpeo:'uBmuadds¥nspu°aledat::
animal, cabera esse nrfuero ao Manas Inferior. 0 corpo fisico, ou talvez

:arsa.nad,eouEri£:i:ieomviteal;epr::i,:msianbaj::tor:E:::ardoan::i:ie,iar:#,eiog:tr::
casos, estara em sexto ou ate mesmo em s6timo lugar. A1€m disso, as cores
e os metais correspondentes aos planetas e aos principios humanos, como
se pode observar, nao sao os que os modernos astf6log.os e ocultistas oci-
dentais conhecem exotericamente.
Vejamos agora onde os astr6logos modemos adquiriram suas no€6es
acerca da correspondencia entre os planetas, os metais e as cores. E aqui
nos acode a mente o caso de urn orientalista que, julgando pelas aparencias,
atribuiu aos antigos acadianos (e tambem aos caldeus, hindus e egfpcios)
a crenca grosseira de que o Universo ten o formato de urn sino ou semetha
uma taca invertida - o mesmo sucedendo com a Terfa! Para o demonstrar,
reportou-se ele as representac6es simb6licas de algumas inscric6es acadianas
e a certas esculturas assirias. Nao cabe aqui, por€m, explicarmos o quanto

::mebqou,£oVs°Cd°ou£6a4S,S;:£fa6;:%Pa°£ifo°ndta|e:SasoreMP:S::,ta::esMSoa:tesi#:1:S,in:n::
referem somente ao P6lo Norte, a Terra dos Deuses 1.
Os assirios expunham da seguinte maneira os seus ensinamentos com
relacao aos planetas e suas correspondencias (exotericamente) :
Essa 6 a ordem atualmente adotada pelos astr6logos crist5os, exceto
quanto aos dias da semana, em que se verificou lamentavel confusao, por

lei::emm::S°::adfip°osntna°mme:Stod°]S.Plan:tas:s::ia:esgea:c:::rgoasd[eun£::;6::::°rq::
representa o Universo como se ve no seguinte diagrama, onde a Tefra figura
no centro e o Sol como urn planeta no quarto lugar: `

(1) Vejam-se o Vol.Ill e o Vol,I.

100
N.Os PLANETAS MTAIS CoRES DIAS DA SEMANA

1 Satumo Chunbo Preto Sfbado (de onde oSaba,emhonradeJehovah).

2 Jdpiter Estanho Branco. As vezes pdr-puraoualaranjado. Quinta-feira

3 Marte Ferro Vermelho Terca-feira

4 Sol Ouro Amarelo ouro Domingo

5 Venus Cobre Verde ou amarelo Sexta-feira

6 Merctirio Mercdrio Azul Quanta-feira

7 Lua Prata Branco de prata Segunda-feira

-I:-i_i:i-f===-=-----=----:-:es

E, se diariamente se arsti a cronologia crista e a ordem dos dias da


semana de estarem baseadas em urn erro astron6mico, j£ € mais do que
tempo de se iniciar uma reforma da astrologia, que segue identicas linhas e
chegou ate n6s de fonte inteiramente exot€rica - as massas incultas da
Cald€ia e da Assiria.
Mas as correspondencias indicadas nestes Apontamentos s5o esot€ricas;
e, por isso, quando os planetas do sistema solar sao nomeados ou simboli-
zados (como no Diagrama 11 ), nao se deve supor que tais nomes se refiram
aos corpos planetirios em §i mesmos, senao aos tipos, em urn plano pura-
mente fisico, da natureza setenaria dos mundos psfquico e espiritual. Urn
planeta material pode corresponder somente a algo tamb€m material. .Assim,
quando se diz que Merciirio corresponde ao olho direito, n5o significa que
o planeta objetivo tenha alguma influencia sobre aduele 6rgao visual, e' sin
que ambos se correspondem misticamente por interm€dio de Buddhi. A Alma
Espiritual do homem (Buddhi) deriva da essencia dos Manasa-Putras, os
Filhos da Sabedoria, que sao os Seies Divinos (ou Anjos) que regem e
presidem o planeta Mercdrio.

]0]
Analoga € a indica€ao da correspondencia entre Venus, Manas e o olho
esquerdo. Exotericamente, nao ha realmente nenhuma associa€ao entre os
olhos fisicos e os planetas fisicos; mas esotericamente existe tal rela€ao: por-
que o olho direito € o "Olho da Sabedoria", ou seja, corresponde-se magne-
ticamente com o centro oculto do c€rebro, o chanado "Terceiro Olho" 2; ao
passo que o olho esquerdo se corresponde com o c€rebro intelectual, isto €,
com aquelas c61ulas que, no plano fisico, sao o 6rgao `da faouldade do pensa-
mento. E o que mostra o triangulo cabalfstico de Kether, Chokmah e Binah.
Chokmah e Binah, ou a Sabedoria e a lnteligencia, o Pai e a Mac, ou ainda
o Pai e o Filho, est5o no mesmo plano, e reagem mutuamente urn sobre
0 Outro.
Quando a consciencia individual estf voltada para o interior, d£-se a
conjuncao de Manas e Buddhi. No homem que alcan€ou a regeneracao espi-
ritual, essa conjung5o € permanente: o Manas Superior adere a Buddhi al6m
do umbral do Devachan, e entao se diz que a Alma, ou melhor, o Espfrito
( que importa nao confundir com Atma, o Superespirito), entra na posse do
"Olho Unico". Em outras palavras, esotericamente, o "Terceiro Olho" €
ativo.
Mercdrio € tamb€m chamado Hermes; e Venus, Afrodite; assim, a
conjuneao dos dois no homem psicoffsico da a este o riome de Hermafrodita
ou Andr6gino. Entretanto, o homem absolutamente espiritual esta de todo
o ponto desligado do sexo. 0 Homem Espirituql tern direta correspondencia
com os "circulo§ coloridos" superiores, o Prz.f%¢ DZ#z.#o que promana do
Circulo Branco Unico e Infinito; enquanto que o homem fisico procede dos
Sephiroth, que sao as Vozes ou Sons da filosofia oriental. Estas "Vozes" sao
inferiores as "Cores", porque equivalem aos sete Sephiroth menores, ou Sons
objetivos, que se veem mas. nao se ouvem, conforme se diz no Zo44/ 3 e tam-
b€rn r\o Antigo Testamento 4.
Do mesmo modo, as narinas do homem, por onde penetra o "Sopro da
Vida" 5, figuram como correspondentes ao Sol (a direita) e a Lua (a es-
querda); porque Brahma-Prajapati e Vach, ou Osiris e fsis, sao os pals da
vida natural.
0 quaternario formado pelos olhos e as marinas (Merofrio-Venus e
Sol-LuaL representa os Anjos Guardiaes dos Quatro Cantos da Terra, para
os cabalistas. Assim € tamb€m na filosofia esot6rica oriental, que acrescenta
n5o ser o Sol urn plane€a, mas a estrela central do nosso sistema, e que a Lua
€ urn planeta morto, jf se tendo desprendido todos os seus princfpios.
Para o esoterismo oriental, os nomes dos dois astros aparecem para substi-
tuir: o primeiro, a urn planeta indivisfvel que se acha entre Meredrio e o

(2) Veja-se o Vol. Ill, "As Ragas com o `Terceiro Olho' "`
(3) Op. cjj., 11, 81, 6.
(4) "E o povo viu as vozes." Esta 6 a traducao correta: "vozes", e nao '.trov6es"
como estf na versao corrente da Bfolia (E#odb, XX, 18). As Vozes (ou Sons) signi-
ficam os Sephiroth, Veja-se a nbra D7.p K#4ZJ4/ct. de France. paps. 15? e segriintes.
(5) G§nesis` ±T` 7.

102
Sol; o segundo, a outro planeta que parece haver agora desapar`ecido com-
Pletamente da vista. Sao estes os quatro Maharajahs 6, os "Quatro Seres
Santos", relacionados com o Karma e a Humanidade, com o Cosmos e a
Homem, em todos os seus aspectos. Sao: o Sol (ou seu substituto Miguel);
a Lua (ou seu substituto Gabriel); Merctirio (Rafael); e Venus (Uriel).
Nao € preciso repetir que os corpos planetarios sao meros simbolos
ffsicos, e portanto a eles raramente se refere o sistema esot€rico, que com
aqueles nomes simboliza as respectivas forcas c6smicas, psfquicas, ffsicas e
espirituais. Em resumo, os sete planetas fisicos s5o os Sephiroth inferiores da
Cabala; e o nosso Sol ffsico triplo, do qual vemos apenas o reflexo, esta
simbolizado, ou melhor, personificado pela Trfade Superior ou Coroa Se-
Phirotha| 7.
Conv€m ainda observar que os ntimeros atribuidos aos prinofpios no
Diagrama I figuram em ordem inversa nos escritos exot€ricos. A razao € que,
nesta mat6ria, a numera€5o 6 puramente arbitrfria, variando com as escolas.
Algumas contain tr€s, outras quatro, seis, e ate mesmo sete (como os bu-
distas esot€ricos ). Conforme dissemos alhures 8, a Escola Esot€rica dividiu-se
em dois ramos a partir do s€culo XIV: urn para os disofpulos mais adianta-
dos, ou Lanus internos, e a outra para os Chelas laicos, ou do circulo externo.
0 Sr. Sinnett foi claramente prevenido, em cartas que recebeu de urn dos
Gurus, de que lhe n5o podia ser ensinada a genuina Doutrina Esot€rica,
transmitida unicamente aos discfpulos ajuramentados do cfroulo intemo 9.
Os ntimeros e principios nao se superp5em uns aos outros, como as
capas de uma cebola; mas os estudantes devem atinar por si mesmos o ntimero
adequado a cada urn de seus principios, quando for a hora de passarem aos
estudos praticos. 0 que antecede servirf para faze-los compreender a ne-
cessidade de conhecer os principios por seus nomes e dificuldades pr6prias,
independentemente de qualquer sistema num€rico, e por sua rela€ao com os
correspondentes centros de ac6es, cores, sons, etc., ate que estes se tornem
insepar4veis.
0 antigo e jf familiar m€todo de enumerar os principios, exposto em
Tb? Tbeosopbist e rio Esoteric Bttddbism, cond\]z a outra. apar€ritemente
embara€osa contradi€ao, que em verdade nao existe. Os prinofpios com os
ntimeros 3 e 2 (Linga Sharira e Prana ou Jiva) ali aparecem em ordem in-
versa da consignada no Diagrama I. Mas urn pouco de atencao bastard para
explicar a aparente discrepancia entre a numera€ao exot€rica e a ordem
esot€rica constante do Diagrama. Neste o Linga Sharira € definido como o
veiculo de Prana ou Jiva, o princfpio vital, e portanto, deve ser necessaria-

(6) Vej.a-se o Vol. I.


(7) A guisa de confirma€ao, podemos citar as obras de Origenes, onde ele diz
que "os sete dem6nios go`7ernantes" (genios ou gel.entes planet2irios) sao: Miguel,
o Sol (em figura de Leao); Jtipiter ou Soriel (o Touro)", etc.; e que todos eles sao
os Sephiroth, "os Sete da Presen€a''. A Arvore Sephirothal € a Arvore dos Planetas
Divinos, na defini€ao de Porfirio, ou a Arvore de Porfirio, como € geralmente conhecida.
(8) Veja-se o Vol.I,
(9) `Teia-se Tl,`e Mabatnid Lelter§ to A. P. Sinnett, p6g. 494.

1(\3
mente inferior a Prana, e n5o superior, como sugere a ordem exot€rica. Os
principios nao se superp6em uns aos outros, e assim n5o devem ser tornados
em seqtiencia num€rica; sua ordem depende da predominancia de urn ou de
outro principio, e difere, por conseguinte, em cada individuo.
0 Linga Sharira € o antitipo protoplasmico, ou o duplo, do corpo fisico,
que € sua imagem. I neste sentido que o Diagrama 11 o menciona como o
pai do corpo fisico - melhor diriamos a mac feoundada por Prana, o pai.

£em6:::.psg£:i8is¥£::£:::e::amv::;tdaoid€£saE]t:sn:;cgfr::::?tdeenh¥6::;£u¥:
triplice significacao espiritual, e uma s€tupla significacao psicofisica.
Para terminar, diremos que a rigor Prana carece de ndmero, porque
sendo o prinofpio vital, impregna todos os outros principios, ou o ser humano
total. Cada urn dos sete ndmeros pode aplicar-se, exotericamente, a Prana-
-Java, assim como se aplica, esotericamente, ao Corpo Aurico.
Conforme ensinava Pitagoras, o Cosmos n5o foi formado pc/a ndmero
ou par eecz.o do ndmero, senao gcometricamente, ou seja, de acofdo com as
proporc6es num€ricas.
***
Aos que porventura desconhecam as naturezas astrol6gicas exot€ricas
atribuidas na prftica aos coapos planetarios, podera ser de utilidade o se-
guinte quadro, organizado mos moldes do Diagrama 11, e onde se menciona
a influencia dos astros sobre o corpo humano, juntamente com as cores, os
metais, etc. Explicaremos ao mesmo tempo por que a genuina filosofia eso-
t€rica difere das indicac6es astrol6gicas.

PLANETAS DIAS MTAIS PARTEs lro coRpo CbRES

Saturno Satado Chunbo Ouvido direito, joelhos e sis- Preto 10


tema 6sseo

5.a-feira Estanho Ouvido esquerdo, coxas, p€s prirpura 11


Jdpiter
e sistema arterial

Matte 3.a-feira Ferro Testa, nariz, crinio, fung6es Vermelho


sexuais e sistema muscular

sol, Domingo Ouro Olho direito, coracao e cen- Alaranj.12


tros vitais

Venus 6.a-feira Cobre Queixo, faces, pescoap, veias e Amarelo 1


sistema nervoso

Mercdrio 4.a-feira Mercdrio Boca, maos, visceras abdomi- Creme 14


nais e sistema nervoso

Lua 2.a-feira Prata Peito, olho esquerdo e siste- Branco 15


rna fluido (saliva, linfa, etc.)

(10) Esotericanente, verde; pois nao ha preto nas cores do prisma.


(11) Esotericanente, azul claro. A cor ptirpura se comp6e de vermelho e azul,

104
Vemos, portanto, no quadro acima, que a influencia do sistema solar,
segundo a Astrologia cabalfstica exot€rica, se estende a todo o corpo humano,
aos metais primarios e a escala cromftica, desde o preto ao branco.
Mas o esoterismo nao reconhece como cores nem o preto nem o branco,
porque set at€m rigorosamente as sete cores solares ou naturais do espectro.
0 preto e o branco sao aspectos artificials. Pertencem a Terra, e s6 os per-

e no Ocultismo oriental o azul € a esschcia espiritual da pdrpura, enquanto que a


vermelho € sua base material. Na realidade, o 0cultismo atribui a Jtipiter a cor azul
porque Saturno, seu pai, € verde, e a azul claro, como cor prismatica, cont€m rna forte
propor€ao de verde. Alem disso, o Corpo Aurico contem muito da cor do Manas Inferior,
se o homem € urn materialista sensual, e muito do matiz escuro do Manas Superior,
quando este predomina sobre aquele.
( 12) Esotericamente, nao pode o Sol corresponder ao olho, ao nariz ou a qualquer
outro 6rg5o, porque, como vimos, n5o € urn planeta, e sin uma estreha. Foi considerado
como planeta pelos astr6logos p6s-cristaos, que nao Cram iniciados.. Pop outra parte, a
verdadeira cor do Sol € o azul, e se nos parece amarelo 6 por causa da absorcao de
vapores (geralmente metalicos) por sua atmosfera. Tudo € Maya em nossa Terra.
(13)_ Esotericanente, anil ou izul escuro, que 6 o complemento do amarelo. no
prisma. 0 amarelo € uma cor simples ou primaria. Manas € d-e natureza dual, coma
seu sinbolo sid€reo, o planeta Veflus,_ a urn tempo estrela matutina e vespertina;
assim, a diferenca entre o Manas Superior e o Man-as inferior, cuja essencia piomana`
Hierarquia que governa Venus, € expressa pelo azul escuro e o verde. 0 verde
Manas Superior assemelha-se a col do espectro solar que aparece entre o amarelo e
azul escuro, cor do Manas Superior. 0 anil € a intenslficacao da col do c€u ou firma-
mento, e denota a tendencia ascendente do Manas para Buddhi (ou Alma Celeste
Espiritual). Esta cor se obt€m da planta ;#d€'go/cr4 /j#c/or;4, cujas propriedades ocultas
t€m relacao com o cobre, sendo muito empregada nas operac6es de Magia Branca na
India. A afinidade com o cobre evidencia-se quando, ao ser friccionado o indigo com
uma substancia dura, adquire este o brilho daquele metal. Outra propriedade do indigo
6 ser insohivel na fgua, e tamb€m no \€ter, sendo o seu peso inferior ao de qualquer
outro lfquido conhecido. No Oriente nunca se adotou urn simbolo que nao tivesse o
seu fundamento em uma razao 16gica e demonstrfvel. For isso € que os simbologistas
orientais, desde os tempos prinitivos, associal.an a mente espiritual do homem ao
azul in`tenso (o indigo de Newton), ou o azul verdadeiro, sem mescla de verde, e a
mente animal ao verde puro.
(14) Esotericamente, anarelo; porque a cor do Sol e' alaranjada, e Mercdrio se
acha .tao pr6ximo do Sol em distancia como em cor. 0 planeta de que o Sol € substituto
estava ainda mais pr6ximo deste astro que Merctirio atualmente, e era urn dos mai§
elevados e secretos planetas. Diz-se que se tornou invisivel no fim da Terceira Raga.
(15) Esotericamente, violeta; talvez porque seja a cor tomada por urn ralo de
sol ao atravessar uma lamina delgada de prata, e tamb€m porque a Lua reflete sobre
a Terra uma luz emprestada pelo Sol, assim como no corpo humano resplandecem as
qualidades tomadas ao seu duplo, o homem et€rico. Do mesmo modo que a sombra
astral inicia, no plano terrestre, a s€rie dos princfpios humanos que vao ate o Manas
Inferior, assim tamb€m o ultravioleta inicia a s€rie das cores do prisma que vao ate
o verde. 0 astral € o mais refrangfvel dos princfpios, e a violeta € a mais refrangivel
da£ ..ores. Al€m disso, todas estas correspondencias de corpos celestiais e terrenos, de
cores e sons, vinculam-se ao mesmo grande mist6rio do Ocultismo. Para dizer com mais
clareza: existe a mesma lei de rela€ao entre a Lua e a Terra, o corpo astral e o corpo
ffsico do homem, como entre o ultravioleta do espectro e as cores anil e azul, Mas sobee
isso aduziremos aigo maic aA;at.tp

105
cebemos em virtude da constru€ao especial dos nossos 6rgaos fisicos. 0
branco € a ausencia de todas as cores, e portanto n5o € cor. 0 preto € a
ausencia de luz, e portanto o aspecto negativo do branco.
As sete cores do prisma sao emana€6es diretas das Sete Hierarquias do
Ser, cada uma das quais ten estreita rela€ao com urn dos princfpios humanos
e sobre ele exerce influencia, pois cada Hierarquia 6, na realidade, a fonte
criadora do correspondente princfpio humano. Em Ocultismo, cada cor do
espectro € chamada o "Pai do Son" que lhe corresponde; e o Som € o Verbo,
ou o Logos, do seu Pensamento-Raiz. Esta € a razao por que os sensitivos
associam cada uma das cores a determinado som, fato admitido pela Ciencia
modema ]6. Mas o preto e o branco sao cores inteiramente negativas, e ca-
recem de representacao no mundo da existencia subjetiva.
A Astrologia cabalistica, definindo a influencia predominante dos corpos
planetfrios no c6rebro humano, diz que hf sete grupos primarios de facul-
dades, das quais seis funcionam por meio do c€rebro e a s€tima pelo cerebelo.
Esta certo, esotericamente. Nao o esta, por€m, quando se acrescenta que Sa-
turno preside as faculdades devocionais, Mercdrio as intelectuais, Jdpiter as
de bondade, o Sol as de governar, Marte as egofsticas, Venus as de perse-
veranca, e a Lua as do instinto. Diremos que a explica€5o estf incompleta,
e pode induzir em erro. Em primeiro lugar, porque os planetas fisicos nao
podem presidir sen5o ao corpo fisico e as fung6es puramente fisicas. Todas
as faculdades mentais, emocionais, psiquicas e espirituais estao submetidas
a influencia das propriedades ooultas da escala de causas que dimanam das
Hierarquias dos Regentes Espirituais dos planetas, e nao a dos planetas em
si. Essa escala, tal como € exposta no Diagrama 11, 1eva o estudante a per-
ceber: 1.0 a cor; 2.0 o som; 3.0 que o son se materializa no espfrito dos me-
tais, ou seja, mos elementais metalicos; 4.° que estes, por sua vez, se mate-
rializam mos metals fisicos; 5.a que a essencia harmonica, radiante e vibra-
t6ria passa depois para as plantas, dando-lhes cor e aroma, "propriedades"
que dependem do grau de vibrac5o desta energia por unidade de tempo;
6.a que das plantas a essencia passa aos animais; 7.a que finalmente culmina
mos "principios" do homem.
Vemos, assim, que a Essencia Divina de nossos Progenitores Celestes
atravessa sete Eases, que abrangem a transforma€5o do Espirito em Mat6ria
e a reconversao da Mat€ria em Espirito. Da mesma forma que ha na Natureza
sons inaudiveis, tamb6m hf cores que s5o invisiveis, mas que se podem ouvir.
A forea criadora, em seu incessante trabalho de transforma€5o, produz as
cores, os sons e os ndmeros, sob a forma de gradae6es vibrat6rias que agre-
gain e desagregam ftomos e mol€culas. Ainda que invisivel e inaudfvel para
n6s em pormenor, podemos ouvir a sfntese do conjunto no plano material.
E o que os chineses denominam K"7¢g, ou o "Grande Tom". E, inclusive por
confissao da pr6pria Ciencia, a t6nica real da Natureza, considerada pelos
mtisicos como o Fa m€dio do teclado de urn piano. N6s a ouvimos distinta-
mentl= nas vozes da Natureza: no marulhar das ondas do oceano, no sussur-

( 16) Vii,a.se. !toi'`c.\."iplo ///.J/7/./// J''t'tf///`', .lt. Fr{int`i< Galtor

106
raf das folhas em uma floresta, no b4ulfcio distante de uma grande cidade, no
vento, na tempestade, na tormenta; numa palavra, em tudo o que neste
mundo tern uma voz ou produr urn son. Aos ouvidos de quem sabe escutar,
td°ig::s::t,esq;:ncso:rue]s:#nadme,ec:muom#:s:=;g,Pieos'Fgefd£:£gs°c'afaedu£:t6£:£ac::ecfave!

Tudo isso conduzira o estudante de Ocuhismo a descobrir a diferenga


que existe entre as nomenclaturas e simbolismos-exot€ricos e esot€ricos.
Em resumo, a Astrologia cabalfstica, tal como se pratica na Europa, 6 a
Ciencia semi-esoterica adaptada ao circulo externo, e nao ao circulo intemo.
A1€m disso, muitas vezes aparece incQmpleta, e nao rare alterada intencio-
nalmente para encobrir a verdade. Enquanto a Astrologia cabalfstica faz
adaptar seus sinbolos e correspondencias ao aspecto aparente das coisas, a
Filosofia esot€rica, que se ocupa sobretudo da essencia` das coisas, aceita os
sfmbolos com o fito exclusivo de abarcar o conjunto, dando-1hes significa€ao
a urn tempo espiritual, psiquica e fisica. Nada obstante, a Astrologia oci-
dental ten realizado excelente trabalho, pois contribuiu para preservar uma
Doutrina Secreta durante os perigos da Idade Media, entre o fanatismo e o
obscurantismo que entao imperavam, e a conservou ate os nossos dias,
quando ja se desvaneceu todo perigo.
A pratica exot€rica enumera os planetas segundo a ordem de seus raios
geocentricos, ou seja, de sua distancia da Terra, considerada como centro, a
saber: Saturno, Jdpiter, Marte, Sol, Venus, Mercdrio e Lua. Nos tres pri-
meiros vemos simbolizada a Trfade do supremo poder no Universo mani-
festado (Brahma, Vishnu e Shiva); ao passo que os outros quatro simboli-
zam o quaternario terreno, que preside as fases naturais e fisicas das esta€6es
do ano, as quatro partes do dia, as idades da vida, aos poncos cardeais e aos
elementos - como:
Primavera Verso Outono Invemo
Manha Meio-dia Tarde Noite
Infancia Adolescencia Vlrilidade Velhice
Oriente Sul Ocidente Norte
Fogo Ar Agua Terra

Mas a Ciencia esot€rica nao bastam analogias no plano puramente


objetivo dos sentidos ffsicos: e € de absoluta necessidade que todo ensina-
mento ulterior sobre este ponto se faea preceder de uma exphicae5o ben
clara do real significado da palavra Magiao

0 QUE E REALMENTE A MAGIA


A Ciencia Esoterica 6, acima de tudo, o conhecimento de nossas rela-
€6es com a Magia Divina 17, inseparavel de nossos E¢s divinos (significando

(17) Em sentido espiritual e secreto, a palavra Mczg;a quer dizer "a Grande Vida",
ou a Vida divina c% cfp;r;/a. Sua raiz 6 77z¢gb, que se ve no sanscrito ov¢b&!, no zende
ffl4z, no grego fflcg¢5 e no latin ee¢g##f ; todas estas palavras significam "grande",

107
esta ultima palavra algo mais do que o nosso pr6prio Espirito superior).
Assim, antes de exemplificar a explicar essas rela€6es, talvez seja conveniente
dar ao estudante uma ideia exata do pleno significado da tao mal compreen-
dida "Magia».
Muitos sao os que ardentemente anseiam estudar o Ocultismo; sao muito
poucos, por6m, os que ten uma noc5o, ainda que aproximada, da Ciencia
Oculta. Ora, ben reduzido € o nrfuero de estudantes europeus e americanos
que podem tirar algum proveito das obras sanscritas, ou ainda de suas tra-
duc6es, porque em sua maioria representam simplesmente ``v€us" para os
nao-iniciados. Proponho-me, por esse motivo, oferecer-lhes a atencao provas
extraidas das obras neoplat6nicas, cujas tradng6es sao acessiveis; e, para
esclarecer o que ate agora permaneceu obscuro, bastarf a indicacao da res-
pectiva chave. Desta maneira, poderao servir admiravelmente ao nosso obje-
tivo as duas Gnoses, a pr€-crist5 e a p6s-crista.
Milh6es de cristaos conhecem o none de Simao, o Mago, e as escassas
referencias que lhe fazem os 4¢of Jof .4po'f/o/of ; mas sao poucos os que j£
ouviram falar das confusas, fantasticas e contradit6rias minricias que a tradi-
c5o registra a re§peito de sua vida. A hist6ria de suas pretens6es e de sua
morte pode ser encontrada somente nos relatos tendenciosos e meio quim€-
ricos dos Padres da Igreja, tais como Irineu, Epifanio e S5o Justino, e espe-
ctalmente no a,n6rlino Pbilosopbunena.
S.mao, o Mago, € contudo urn personagem hist6rico, e a antonomasia
"o Mago" lhe foi conferida pela unanimidade dos seus contemporaneos, in-
clusive os chefes da Igreja Crist5, para indicar os maravilhosos poderes tau-
matdrgicos de que era dotado, sem distinguir se era urn Mago branco (divi-
no) ou urn Mago negro (diab6lico). As opini6es nun ou noutro sentido
acompanharam sempre as tendencias dos cronistas, conforme fossem para os
gentios ou para os cristaos.
No sistema de Sim5o, o Mago, e de seu discipulo e sucessor Menandro
descobriremos o que a palavra "Magia" significava para os iniciados daquele
tempo.
Simao, como todos os demais gn6sticos, ensinava que o nosso mundo
foi criado pelos Anjos ¢.#/crzorcf, aos quais deu o none de E6es; e destes
menciona apenas tres graus, porque, conforme explicamos anteriormente, era
e € indtil ensinar algo a respeito dos quatro graus superiores, razao por que
ele come€a no piano dos globos A e G. Sua doutrina se aproxima da Ver-
dade Oculta; vamos, por isso, examin£-la, como tamb€m os seus conceitos
e os de Menandro acerca da "Magia", a fin de vcr o que ambos entendiam
por esta palavra.
Segundo Simao, o fpice de toda a criacao manifestada foi o Fogo. Era
este para ele, como para n6s, o Prinofpio Universal, a Infinita Potencia,
nascida da oculta Potencialidade. 0 Fogo era a causa primeva do mundo
manifestado da existencia, e tinha dois aspectos, urn manifestado e outro
oculto ou secreto.

108
"0 aspecto secreto do Fogo estf oculto em seu aspecto visivel [ou objetivo], e a
aspecto objetivo promana do secreto." 18

Assim escreve Simao, e tanto vale dizer que o visivel sempre estf pre-
sente no invisivel, e o invisivel no visfvel. Era s6 uma nova forma de expor
a id€ia de Platao sobre o Inteligivel (Nocfo#) e o Sensivel (4¢.ffbcfoj¢), e o
que Arist6teles ensinava sobre a Potencia (Dz£#4eez.f) e o Ato (E#c7gc¢.a).
Para Simao, era inteligencia perfeita tudo o que se pode pensar, assim como
tudo aquilo sobre que se pode atuar. 0 Fogo continha ¢%do. E assim todas
as partes do Fogo, estando dotadas de inteligencia e razao, Cram suscetiveis
de desenvolvimento, por extensao e por emana€5o. Esta € precisamente a
nossa doutrina do Logos Manifestado; e aquelas partes, em sua emanacao
primordial, sao os nossos Dhyan-Chohans, os ``Filhos da Chama e do Fogo"
ou E6es superiores. Este "Fogo" € o simbolo do ativo e vivent:e aspecto da
Natureza Divina. For tras dele estf a "infinita Potencialidade na Potencia-
lidade", que Simao chamava "o que existiu, existe e existira", ou a Estabi-
lidade permanente e a Imutabilidade personificada.
Da. Potencia. do Pensamento, a Divina Idea€ao se concretizava em A€ao.
E por isso a s€rie de emana€6es primordiais por meio do Pensamento en-
gendra o ato, cuja mae 6 o aspecto objetivo do Fogo, e o pai o aspecto
oculto. Simao chamava Sjz;g;¢f (pares unidos ou casais) a essas emana€6es,
porque surgiam de duas em duas, uma como Eon ativo e outra como Eon
passivo. Assim emanaram tres pares (seis E6es ao todo, sendo o Fogo a
s€tima emanaeao), aos quais den Simao os nomes seguintes: "Mente e Pen-
samento; Voz e Nome; Razao e Reflex5o" 19, masculino o primeiro de cada
par, e feminino o segundo. Destes seis E6es primordiais emanaram os seis
E6es do Mundo Interm€dio. Mas vejamos o que diz o pr6prio Simao:
"Cada urn destes seis primitivos seres trazia em si toda a infinita Potencia [de seu
progenitor]; mas ela estava ali somente em estado potencial, e nao em ato. Essa Potencia
tinha que passar a atividade [ou tomar forma] por meio de uma ;„czgc„, para mani-
festar-se em toda a sua essencia, grandeza, virtude e efeitos. Porque s6 entao € que
poderia a Potencia emanada ser semelhante ao seu progenitor, a Potencia eterna e
infinita. Se, pelo contrfrio, ela permanecesse apenas em estado potencial nas seis Poten-
cias, nao chegando a tomar forma per meio de uma imagem, entao a Potencia nao se
concretizaria em ato - perdendo-se." 20

Mais claramente: ficaria atrofiada, conforme a expressao moderna.


Pois bern: que podem significar essas palavras, senao que, para igualar
em tudo a infinita Potencia, deviam os E6es imit£-1a em sua aeao e conver-
ter-se, por sua vez, em princfpios emanadores, como o seu progenitor, dando
vida a novos seres e passando eles pr6prios a Potencias c.# 4c¢%? Produzir
emana€6es, ou adquirir o don de Kriyashakti, efeito que depende de nossa
pr6pria acao, € a conseqtiencia direta desse poder - poder que € inerente

(18) Philosophumena, VI, i2.


(L9) Notes a E|)inoia; Pb6ne e Ouonea,. Logisneos e EntbumGsis
(20) Pbilosopbumena, V1, ±2

109
ao homem, do mesmo modo que aos E6es primordiais e tamb€m as emana-
€6es secundfrias, porque tanto eles como n6s descendemos do Prinofpio Uno
Primordial, a Potencia Infinita.
Vemos, portanto, no sistema de Simao, o Mago, que os seis primeiros
E6es, sintetizados no s€timo, a Potencia Progenitora, passaram ao Ato, e
fizeram emanar, por sua vez, seis E6es secundfrios, sintetizados em seus

:essEe6Cetr:V:;mp:o`?inri;:::SdaL;isfa"e.mEEZ„#,b¢?#1¢diqs::es|;Taocomparava
"Esta escrito que ha duas ramifica€6es dos E6es universais, que nao tern princfpio
nem fin, sendo ambas emanadas da mesma raiz, a Potencialidade invisfvel e incompreen-
s{vel, Sige [o Silencio]. E uma destas [s€ries de E6es] procede do alto. E a grande
Potencia, a Mente Universal [a Idea€ao Divina ou Mahat dos hindus]. E masculina,
e regula todas as coisas. A outra vein de baixo: € a grande Pensamento [manifestado],
o Eon feminino, que gera todas as coisas. Estas [duas esp6cies de E6es] se correspon-
dem 22 mutuamente, entrain em conjuncao e se manifestam a meia distancia [na esfera
ou piano interm€dio] no Ar incompreensfvel, que nao ten princfpio nem fim." 23

Este "Ar" feminino € o nosso Eter ou a Luz Astral dos cabalistas. Cor-
responde, assim, ao Segundo Mundo de Simao, nascido do Fogo, o principio
de todas as coisas. N6s o chamamos a Vida Una, a Chama Inteligente e Di-
vina, infinita e onipresente. No sistema de Simao, o Segundo Mundo era
govemado por uma Potencia, macho e femea ao mesmo tempo, ativa e pas-
siva, boa e rna. Este Ser-Progenitor, tal como a Potencia primordial e infi-
nita, € chamado "o que existiu, existe e existir£" enquanto durar o Cosmos
manifestado. Quando ele produziu emana€6es ¢.% ¢c£% e se fez semelhante ao
seu Progenitor, nao era dual ou andr6gino. 0 Pensamento (Sige), que dele
emanou, € que passou a ser como ele (o Progenitor), isto 6, semelhante a
sua imagem (ou antitipo); o segundo foi ent5o, por sua vez, a primeiro (em
seu plano ou esfera peculiar). .
Como diz Simao:
"Ele [o Progenitor ou Pai] era uno; porque, trazendo-o [o Pensamento] em si
mesmo, estava sozinho. Contudo, nao era o primeiro, embora fosse preexistente; pois
que, manifestando-se a si mesmo e de si mesmo, veio a ser o segundo (ou dual). E nao
foi chamado Pai antes que [o Pensamento] lhe desse esse nome. Portanto, assim como
ele, ao desenvolver-se por si s6., manifestou em si mesmo o seu pr6prio Pensamento,
assim tamb€m o Pensamento manifestado nao se concretizou em ato; mas, ao vcr o Pai,
o ocultou em si mesmo, isto 6, [ooultou] esta Potencia em si mesmo. E a Potencia
[Dtttiamis ou Nous] e a Pensamento [Ep6noia] s~ao "cho-£emea. Poe este "otivo ctes
se correspondem mutuamente (uma vez que a Potencia em nada difere do Pensamento)
e sao urn s6. Assim, nas coisas de cima esta a Potencia e nas de baixo o Pensamento.
Acontece, portanto, que o por eles manifestado, ainda que seja urn s6, passa a ser
duplo: o andr6gino que traz em si o elemento feminino. De modo que a Mente estf
no Pensamento, sendo inseparfveis os dois. Apesar de serem urn s6, aparecem como
duahidade." 24

(21 ) 4 Gr4#c7c Rc£.c/dfao (Hc AIcgc7ZG Apopb4£;f), cuja autoria se atribui a Simao.
(22) Literalmente: que se op6em em pares ou filas.
t\23) Pbilosopbiumem, VE` 18.
"Ele [Simao] da os nomes de Nous e Epinoia, Cch] e Terra, a primeira Sizigia das
seis Potincias e da s€tina que sintetiza o par: de cima, o elemento masculino olha para
baixo, e dirige o Pensamento a sua Sizigia [ou esposa], para que a Terra em baixo
receba aqueles frutos intelectuais que descem do C€u e sao cognates da Terra." 25

0 Terceiro Mundo de Simao, com sua terceira s€rie de seis E6es, mais
o s€timo, o Progenitor, emana de modo analogo. Todos os sistemas gn6sti-
cos vibram esta mesma nota: a descida gradual na Mat€ria, por similitudeo
I uma lei, cujo conhecimento remonta aos tempos do primitivo Ocultismo
ou Magia. Para os gn6sticos, como para n6s, aquela s€tima Potfrocia, que
sintetiza as seis, € o Espirito que plana sobre as fguas sombrias do Espa€o
nao-diferenciado: Narayana ou Vishnu, na India; o Espfrito Santo, no Cris-
tianismo. Mas, enquanto este ultimo condiciona e submete o conceito a
limitac6es que requerem a f6 e a gra€a, a Filosofia oriental sustenta que o
Espirito intexpenetra todos os ftomos, conscientes ou inconscientes.
Irineu complementa a informaeao sobre o ulterior desenvolvimento dos
seis E6es. Segundo ele, o Pensamento, separando-se do seu progenitor, e
sabendo tudo o que devia saber, em virtude de sua identidade de Essencia
com este tiltimo, tratou de criar, no segundo plano do Mundo interm€dio 26,
Hierarquias inferiores, Anjos e Potestades, Domina€6es e Legi6es de todas
as categorias, que, por sua vez, criaram, ou melhor, fizeram emanar de sua
pr6pria Essencia o nosso mundo, com os homens e demais seres, sobre os
quais eles velam.
Segue-se, portanto, que toda criatura racional (chamada homem no
planeta Terra) € da mesma essencia dos E6es superiores, os Sete primordiais,
e dotada potencialmente de todos os seus atributos. A ele cabe desenvolver
z.# ¢cf#, por imita€5o da "imagem do Supremo que tern diante de si", aquela
Potencia existente em seu primario Progenitor. Aqui podemos ainda citar,
por oportuna, a seguinte passagem do Pbz/ofopb#aec#¢:
"Deste modo, segundo Simao, o [prinofpio] glorioso e ilnperecfvel estf oculto em
todas as coisas p?tencialmente (e nao em ato). Este [prinofpio] € `o que existiu, existe
e existir£', ou se)a: o que existiu em cima na Potencia nao-gerada; o que existe em
baixo na corrente das fguas, gerado em uma imagem; o que existirf em cima junto a
Poten.cia infinita e gloriosa, quando se fizer semelhante a esta imagem. Porque, diz
Simao, ha tres E6es permanentes, sem os quais o que foi gerado sobre as fguas e foi.mado
segundo a semelhanca, nao poderf ser urn Eon perfeito e celestial, em nada inferior
a Potencia nao-gerada. Eis a que dizem [os simonianos]: `eu e tu [somos] urn; antes
de mim [estavas] tu; o que estf depois de ti [sou] eu'. Significa, segundo Simao, que
6 a Potencia, dividida em acima e abaixo, gerando-se, nutrindo-se e buscando-se a si
mesma - sendo a urn tempo mac, pai, irmao, esposa, filha e filho de si mesma;
a/#4, porque € a Raiz de todas as coisas." 27

Com relacao a esse triplo Eon, sabemos que o primeiro € o Poder in-
criado ou Atman, que "existiu, existe e existira",: o segundo 6 gerado, nas

(24) Op. c£.£., VI, 18.


(25) Op. c;j.,I, 13.

efe±2n6£,no,fa6aul:Egop;:£cfm:e6£n:eefosj:£3:i,a:auo¥::£co£:s,et:r£¥nedr;:sreta:3g#:gLnot:
(2J' Op. cit., V1, tJ.

111
aguas tenebrosas do Espa€o (o Caos ou substancia nao-diferenciac' , ou
Buddhi), da imagem ou pela imagem do primeiro refletida nas mesmas aguas,
a imagem de "Ele" ou de "Aquilo" que se move sobre elas; o terceiro
Mundo (no homem, Manas) £icara com todos os poderes dessa eterna e
onipresente Imagem, se com ela se identificar. Porque:
"Tudo o que € eterno, puro e incorruptivel jaz oculto em todas as coisas",

se nao em ato, potencialmente®


E mats:
"Tudo o que existe 6 essa imagem, contanto que a imagem inferior (o homem) se
eleve em espfrito e pensamento aquela Fonte e Raiz."

A Mat6ria,
+* *,.\~,-+ --,--em seu_ __
_ ---- conceito
_ de Substancia, 6 incriada e eterna. \Por
, isso,
,
Simao, o Mago, como todos os grandes mestres gn6sticos e os fil6sofos

:{ra£:nftoarfia:unnocaE:a:a££edr:o:ugo:r:8ber:.dfs"AMni::r£€r£¥ieorrne:,"or:C%boensstu£:o%;
( como n6s chamamos) . Pot que entao o homem, herdeiro direto do supremo

g:naon£°sptra£¥:I?£a[sdt:£€azoerq::t::t:a:°inap±:£ypa:i:±tf,°osueuo%eondsearm::t:iondauszc££:

i:::£avse]n:P±adne:t°rubjfevt:I.°jC°maforcadaldeacaoedaVontade,daMat6ria
0 profeta Jeremias disse uma verdade, citando as palavras do Senhor:
"Antes que se formasse no ventre, eu te conheci; e antes que saisses da matriz, eu
te santifiquei." 28

Pois aqui Jeremias se refere ao homem quando ainda era urn Eon, ou
Homem Divino, conforme a id€ia de Simao, o Mago, e da filosofia oriental.
Os tres primeiros capfulos do G€#cfjf sao tao esot6ricos quanto o que
se exp6e no Apontamento I. Porque o Paraiso terrestre, como declara Si-

E£:n29;€reaga¥aat:irj;a:d£°mEe9eon€o:draeogfa°mcj:[¥:[j,ass:tfi.££:[£€::trnoas:£uactno:

i:::s°;vre:1:::Sj:::a:nn:a:er::1:c]:ia:::na:¥e:n:v:oa]:o°qp:ee::Siois:0:roc:;s:aas:::Oraesa:;:I::±ale:[ao:e:1;
Cordao Umbilical e recebe o ar atrav€s da aorta (segundo Simao)30.

(28) Jeremias,1, 5.
(29) Philosopbuneria, V1, 14.
(30) No comeco ha os vasos orfalomesent6ricos, duas art6rias e duas veias, que
desaparecem mats tarde, assim como a "area vascular" da vesicula umbilical, de onde
procedelli. Quanto aos "vasos unbiucais" proprianente ditos, o cordao enlapa em si,
da direita para a esquerda, a tinica veia umbilical que leva ao feto o sangue oj¥jge#4do
da mac, e duas art€rias unbilicais ou hipogastricas que recebem o sangue impuro do
feto e o conduzem a placenta. A funeao dos vasos 6, assim, inversa da que prevalece
depois do nascimento. Deste modo, a Ciencia corrobora os conhecimentos do Ocultismo
antigo, ja que no tempo de Simao, o Mago, nenhum homem (com excecao dos iniciados)
absolutamente nada sabia de Fisiologia ou da circula€ao do sangue. Quando se achava
no pleno este Apontamento, a autora recebeu do Dr. Jerome A. Anderson dois folhetos,

112
0 que .acabamos de expor servirf para elucidar o que se segue.
Os discfpulos de SimaQ, o Mago, Cram numerosos. Com o mestre apren-
deram a Magia. Empregavam "exorcismos" (como os chama o Not;o Tefj¢-
77¢c7¢jo), os encantamentos e os filtros; acreditavam em sonhos e'vis5es, que
provocavam a vontade; e finalmente submetiam a obediencia os espfritos
inferiores. Diziam que Simao, o Mago, era o "Grande Poder de Deus", ou,
1iteralmente, "a Potencia da Divindade que € chanada Grande". Dava-se o
none de Magia naquele tempo ao que hoje designamos por Teosofia, Sabe-
doria, Poder e Ciencia Divina.
Menandro, o disci'pulo dileto de Sinao, foi tamb6m urn mago insigne.
iDiz Irineu, entre outros autores:
"0 §ucessor de Simao foi o samaritano Menandro, que alcan€ou o piafculo da
Ciencia da Magia."

Temos, portanto, que assim do mestre como do disofpulo se afirma


que alcangaram os mais altos poderes na arte dos encantamentos, poderes
que, no entender dos cristaos, s6 com a "ajuda do dem6nio" podem set
obtidos. No entanto, as "obras" de ambos Cram identicas as que o Nooo
Tcff4%c#jo relata como milagres divinos e que se creem e aceitam como
vindas de Deus e por Deus. Mas entao cabe perguntar se os chanados "mi-
lagres" de "Cristo" e dos ap6stolos tiveram alguma vez melhor explica€ao
que as proezas mfgicas dos indigitados magos e feiticeiros. A minha res-
posta € que nunca a tiveram. Os ocultistas n5o acreditamos em fen6menos
sobrenaturais; e os Mestres sorriem quando se pronuncia a palavra "mila-
gre". Vejanios, pois, qual € o verdadeiro significado da palavra Magia.
A fonte e a base da Magia estao no Espifeto e no Pensamento, seja no
plano puramefite divino, seja no plano terrestre. Os que conhecem a hist6ria
de Sim5o podem escolher entre as duas vers6es, a da Magia Branca e a da
Magia Negra, que se atribuem a sua uniao com Helena, a quem ele cha-
mava a sua Epinoia (Pensamento). Os que, como os cristaos, tinham inte-
resse em desacreditar urn perigoso rival disseram que Helena era uma for-
mosa mulher de carne e osso, que Sim5o havia encontrado em uma casa
de mf fama da cidade de Tiro, e que, segundo os seus bi6grafos, passava
por ser a reencama€ao
" Pensamento Divino "? da Helena de Tr6ia. Como, entao, podia ser ela o

inderi¥r°es?#ft:£?e#i?o:"fi::s,at:¥isuiaams'iFeam°e:t:sec|aoraia:]dpeorq::u::Sd€nsj:£
materialidade, e que o homem, por eles criado ou deles procedente, padecia
desse vfcio de origem. Que significava isso? Que os terceiros E6es, quando

publicados em 1884 e 1888, em que se demonstra cientificamente o mecanismo da


nutricao do feto, tal como exposto no Apontamento I. Em resumo: o feto alinenta-se
por osmose com o lfquido amni6tico, e respira por meio da placenta. Pouco ou nada
sabe a Ciencia acerca do liquido amni6tico e de suas func6es. Se algu€m quiser prossetquir
no estudo deste assunto, recomendanos-lhe o optisculo do Dr. Anderson - Rcee4r4.` o#
the Nt4tritiori of the Foettts (VIood 8£ Co., INova Yock).

11,
foram por sua vez dotados com o Pensamento Divino, ao ser-1hes transmitido
o Fogo, em lugar de fazerem do homem urn ser complete, de acordo com a
plano universal, nao lhe comunicaram desde logo a Centelha Divina (o Pen-
samento, ou Manas na Terra); e por isso o homem, desprovido de mente,
cometeu o pecado original, como ja o haviam cometido os Anjos, muitos evos
atrfs, recusando-se a procriar. Finalmente, depois de reter e aprisionar Epi-
noia entre eles, e de infligir ao Pensamento Divino toda sorte de agravos e
profanae5es, resolveram os E6es encerr£-la no corpo jf corrompido do ho-
mem. Em seguida, conforme a interpretacao dos inimigos de Simfo, Epinoia
passou de urn a outro corpo de mulher, ao longo dos s6culos e das gerae6es,
ate o dia elm que Simfo a reconheceu no corpo da "prostituta" Helena, a
"ovelha desgarrada" da parfroola. Dizem que Simao pretendia ser o Salvador
que baixou a Terra para resgatar esta "ovelha" e os homens nos quais
Epinoia ainda se acha sob o dom{nio dos Anjos inferiores. Imputam, assim,
os grandes feitos mfgicos de Simfo a suas relae6es sexuais com Helena, e
ppor conseguinte a Magia Negra. Certamente, os principais ritos de seme-

¥teso#,efaed#:aise.sbLT:g:n:L#=T,inco¥.re.#cahit.er*fos#s#
simbolizar seus ensinamentos. Aqueles que tiveram a exata compreensao de
tais ensinamentos sat)iam que "Helena" significava o matrim6nio de Nous
(Atma-Buddhi) com Manas, a uniao pela qual a Vontade e o Pensamento
se unificam e sao dotados de poderes divinos.
Sin, porque no homem a essencia pura de Atman, o primordial, etemo
e universal Fogo Divino, que "existiu, existe e existifa", pertence a todos
os planos. Buddhi € o seu vefculo ou Pensamento, que foi gerado pelo Pai,
e que por sua vez o gera; e tambem a Vontade. "Existiu, existe e existira", e
em conjungao com Manas se converte em masculino-feminino, mas tao so-
mente nesta esfera. Por isso, quando Sim5o afirma de si mesmo que 6 o
Pal, o Filho e o Espirito Santo, e diz que Helena € a sun Epinoia ou Pensa-
mento Divino, significa assim a uniao de Buddhi com Manas. Helena repre-
sentava a Shakti do homem intemo, ou a potchcia feminina.
E que diz Menandro? Ensina que os Anjos inferiores Cram as emana-
c6es de ENNOIA (o Pensamento Planejador). Foi Ennoia que lhe ensinou
a Ciencia da Magia, juntamente com a arte de dominar os anjos criadores
do mundo inferior, ou seja, as paix6es da natureza inferior. Contava-se que
os discipulos de Menandro, depois de terem dele recebido o batismo (isto
6, a Iniciaeao), Cram como "ressuscitados de entre os mortos", e "nao
mais envelheciam", adquirindo a "imortalidade" 31.

menas4q=SarLngjg;°efrofefasp°£g####L+Zada#rda¥o*
pertar do Espirito inortal do homem para a vida intema e etema. I a
Cichcia da Raja-Yoga - a Magia.
Todos quantos j6 leram algo sobre a filosofia ncoplat6nica devem saber
que seus principais representantes, como Plotino e sobretudo Porfirio, com-

(31) Ve].a-se Eus6bio, H¢.f;. Eccfes,, liv.Ill, cap. 26.

114
bateram a teurgia de fen6menos. Entre eles foi, por6m-, Jamblico, o autor
de Dc Myfjc7¢.;f, quem desvendou e explicou o verdadeiro conceito da pa-
]avra Teurgia, mostrando-nos que nela se cont6m a Ciencia Divina da Raja-
Yoga.
A Magia, diz ele, 6 uma divina e sublime Ciencia, que excede a todas
as outras.
"E o grande rem€dio para tudo . . . Nao ten sua fonte no corpo, nao se limita a
suas paix6es nem ao composto humano ou sua constituicao; mas por meio dela tudo
vein de nossos Deuses superiores",

de nossos divinos Egos, que, como urn fio de prata, prendem a nossa Cen-
telha interna ao Fogo divino I;rimordial 32.
Jamblico abomina os fen6menos fisicos, que, diz ele, sao produzido§
pelos maus dem6rios que iludem os homens (sao os fantasmas das se§s6es
espfritas), ao passo que exalta a Teurgia divina. Mas ensina que para o
exerofcio desta Teurgia € indispensavel que o homem "tenha alma pura e
casta, e a mais elevada moralidade". A outra esp€cie de Magia s6 6 prati-
cada pelos homens impuros e egofstas, e nada tern de divina. Os falsos pro-
fetas nunca poderao ter em suas comunicac6es algo que provenha de nossos
Deuses superiores. Assim, uma (a Teurgia) € o conhecimento de nosso Pai
(o Eu Superior) ; a outra, a submissao a nossa natureza inferior. A primeira
requer a santidade da alma, uma santidade que rejeita e exclui tudo o que
€ corporal; a segunda 6 a profanaeao da alma. Aquela 6 a uniao com os
Deuses (o Deus de cada urn), a fonte de todo o Ben; esta € o com6rcio com
os dem6nios (Elementais), que, se nao os dominamos, acabam por subju-
gar-nos e arrastar-mos pouco a pouco a ruina moral (mediunidade).
Em suma:
"A Teurgia nos one mais fortemente com a natureza divina. Esta natureza se forma
per si mesma, atua por meio de seus pr6prios podenes, € o suporte de tudo e € inteli-
gente, Sendo o ornanento do Univer§o, ela nos convida a verdade intdigfvel, a aperfei-
coar-nos e a compartir esta perfeic5o com os outros. Tao intimamente Dos une a todos
os atos criadores dos deuses, segundo a capacidade de cada qual, que a alma, depofs
de cumprir os sagrados ritos, se consolida em suas a€6es e intelfgencias [as dos deuses],
ate que se identifica com elas e € absorvida pela essencia prinordial e divina. Tal 6 a
finalidade das sagradas iniciac6es egi'pcins.'' 33

Depois, ]ambhco mos mostra como se ha de realizar a uniao de nos§a


Alma Superior com a Alma Universal - com os Deuses. Ele mos fala de
Manteia, que 6 o extase supremo 34, o Samadhi. E se refere tamb€m ao sonho,
que vein a ser uma visao divina quando o homem novamente se convette
em Deu§.
Pela Teurgia (ou Raja-Yoga) o homem alcanca: 1.a o Discernimento
Profetico, por interm€dio do Deus intemo (o Ego Superior)-, que trye revela

(32) Dc Mysfcrj.z.f, pag. 100, linhas 10 a 19; pag. 109, fol. 1.


(33) Dc Myjfc'r;Zf, pfe. 290, linhas 15 a 18 cj fcg., caps. V e VII.

115
as verdades do piano em que estiver atuando; 2.a o fixtase e a Iluminacao;
3.° a A€ao em Espirito (no corpo astral ou mediante a Vontade); 4.a o
Dominio sobre os dem6nios inferiores desprovidos de razao (os Elemen-
tais), dominio que 6 devido a natureza mesma do Eu purificado. Mas para
tudo isso € requisite indispensfvel a purifica€ao do Ego. E, assim, para
]inblico a Magia nao 6 nem mais nem menos que a inicia€ao na Teurgia.
Entretanto, primeiro € necessfrio educar os sentidos e conhecer o Eu
humano em rela€ao com o EU Ihivino. Enquanto nao dominar completa-
mente esse estudo preliminar, sera inritil ao homem querer antropomorfizar
o que n5o tern forma. Entendemos por "sem forma" os Deuses superiores e
inferiores, os Espfritos ou Seres supramundanos e mundanos, que aos prin-
cipiantes s6 6 dado conhecer em Cores e Sons. Porque apenas os grandes
Adeptos podem perceber urn "Deus" em sua verdadeira e transcendente for-
ma, da qual somente a aura € visivel ao intelecto nao-educado do disofpulo
(chela).
As vis6es de figuras completas, ocasionalmente percebidas pelos m€-
diuns e sensitivos correspondem a uma ou outra das tr€s categorias seguintes,
as iinicas que eles podem vcr: 1.° Corpos astrais de homens vivos; 2.a Nir-
m®anakayas 35; 3.a Fantasmas, Elementfrios e Elementais, revestidos de for-
mas geralmente tomadas da Luz Astral ou de figuras que se acham no "olho
da mente" dos assistentes ou do medium, e que se refletem imediatamente
em suas respectivas auras.
Ap6s a leitura do que antecedeu, compreenderao agora muito melhor
os estudantes a necessidade de conhecer previamente as correspondencias
entre os nossos "prinofpios" (que sfo os diversos aspectos do homem trino
-fisico e espiritual) e o nosso paradigma, que € sua raiz no Universo.
I§so p-osto, resumiremos o nosso ensinamento acerca das Hierarquias,
que ten rela€5o direta e perp€tua com o homem.

Jf dissemos o suficiente para mostrar que, enquanto os orientalistas e


os profanos veem na frase "077¢ M¢%Z P¢J77¢c H%ee" simplesmente as pala-
vras: "Oh! a J6ia no L6tus'', esotericamente ela significa: ``Oh! meu Ileus,
que est6s em mim." Sim: ha urn Deus em cada ser humano, pois o homem
foi e voltara a ser urn Deus. A frase alude a indissohivel uniao entre o Ho-
mem e o Universo. Porque o L6tus € o simbolo universal do Cosmos em
sua totalidade absoluta, e a J6ia € o Homem Espirifual, ou Deus.
No Apontamento anterior indicamos as correspondencias entre as Co-
res, os Sons e os "Principios''; e os que leram os Volumes Ill e IV desta
obra devem recordar-se de que estes sete principios dimanam das sete gran-
des Hierarquias de Anjos, ou Dhyan-Chohans, que est5o, por sua vez, asso-
ciados as Cores e aos Sons, e formam coletivamente o Logos Manifestado.

(34) Dc Myfjcrjj5, se€ao Ill, cap. Ill.


(35) Adeptos, da direita ou da esquerda, cujos corp;s pereceram, mas que apren-
deran a viver no espaco inv.isivel, em suas personaHdades et€reas.

116
Na eterna mdsica das esferas deparamos a escala perfeita que corres-
ponde as cores; e no n`imero determinado pelas vibrac6es da cor e do son,
e que ``€ subjacente a todas as formas e rege todos os sons", vemos o pins-
oulo do Universo Manifestado.
Podemos ilustrar essas correspondencias indicando a rela€ao entre a
cor e o son e as figuras geom€tricas que exprimem as fases progressivas da
manifesta€5o do Cosmos 36.
Mas o estudante ficara certamente exposto a confus5o se, ao examinar
os Diagramas, nao atentar em duas coisas: 1.° que, por estarmos em urn
plano de reflexo, e portanto ilus6rio, ¢J Jz.4Jcrf4J #of4f6cf cJfGo j.#oc//¢.d4J,
c Jc„cffl co#j4r-fc dc b¢z.xo P¢r¢ cz.z7z4; a escala musical principia por baixo,
partindo do D6 grave e terminando com o Si agudissimo; 2.° que o Kama
Rtipa (correspondents ao D6 da .esc`ala musical) cont€m todas as potenciali-
dades da Mat€ria, e € necessariamente o ponto de partida em nosso plano.
Al€m disso, por ele comeca a notac5o em todos os planos, em correspon-
dencia com a "materia" de cada urn.
Deve ainda recordar-se o estudante de que as notas tern de ser dispostas
em cfrculo, indicando que o Fa € o tom medio da Natureza.
Resumindo: as notas musicais, ou os sons, as cores e os ndmeros, v5o
de urn a sete, e nao de sete a urn, como erroneamente se ensina ao contar
o vermelho como a primeira cor do prisma. Tivemos necessidade, por esse
motivo, de dispor arbitrariamente os prinofpios e os dias da semana no Dia-
grama 11. A escala musical e as cores, de acordo com o ntimero de vibrac6es.
v5o do grosseiro mundo da mat€ria ao mundo do Espfrito na seguinte
ordem:

PRINcfpIOS CoRES NOTAS N.Os ESTADO DE MAT£RIA

Chhaya, Sombea ouDuplo Violeta Si 7 Eter

Manas Superior, Anil L£ 6 Estado crfuico,


Inteligencia Espiritual chamado Ar emOcultismo

Envolt6rio Aurico Jnd Sol 5 Vapor


Manas Inferior, ouAlmaaninal Verdc` Fi 4 Estado crftico

Buddhi, Ou AhaEspiritual Amarelo rm 3 Agua

Pram, ouPrincipioVital Alaranjado R€ 2 Estado critico

Kama Rtipa, sededavidaaninal


Vermelho D6 1 Gelo

(36) Vejam-se os Vols. I, Ill e IV.

117
De novo pedimos ao estudante que, pelas raz6€s ja expostas, afaste da
mente a id€ia de correspondencia entre ``principios" e ndmeros. A enume-
racao esot6rica n5o pode coincidir com a numerapfo exot6rica convencional.
A primeira condiz com a realidade; a segunda inspira-se em aparencias ilu-
s6rias. No Efofcrg.c B#JJ4;.Jee, de Sinnett, a classificac5o estf meio velada,
a fin de n5o confundir os estudantes.

CORES, SONS E FORMAS

Prossigamos.

0 Ponto no Cfrculo € o Logos Nao-Mahifestado,


correspondente a Vida Absoluta e ao Som Absoluto.
A primeira figura geom€trica depois do Circulo ou
Esfer6ide € o Triingulo: corresponde ao Movimento,
a Cor e ao Son. Assim, o Ponto no Triangulo repre-
plaFifancla senta o Segundo Logos, o "Pai-Mae'', o Raio Branco,
que nao € cor, porque cont€m potencialmente todas as
cores: aparece como irradiac5o do Logos Nao-Manifes-
tado, ou Verbo N5o-Articulado. Ao redor se forma o
Primeiro Triangulo no plano da Substancia Primordial,
nesta ordem (z.#eJc/jtz quanto ao nosso plano) :

Plano da Materia
Manifestada ou
Diferenciada

(Amarelo Amarelo

#ilvAsl Alaranjado / \ (c)

Verdc (d) F£
Verde (d) Fa37

Amarelo Vermelho --I;::`:i:

k¥!elH (g)
D6

Alaranjado (f ) R€ Violeta (g) Si

(37) A Chave-Mestra ou a T6nica da Natureza Manifestada.

118
A
(a) 0 Duplo Astral da Naturez;, ou o Paradigma de todas as Formas.
(4) A Idea€5o Divina, ou Mente Universal.
(c) A Sintese da Natureza Oculta, o Ovo de Brahma que tudo cont€m
e de onde tudo procede.
(J) A Alma Animal ou Material da Natureza, £onte da Inteligencia e
do instinto dos animais e dos vegetals.
(c) 0 agregado das Inteligencias Dbyan-Chohans, Fohat.
(/) 0 Principio Vital da Natureza.
(g) 0 Principio Vital Procriador da Natureza. 0 Princfpio que, no
plano espiritual, corresponde a afinidade sexual no plano inferior.
Refletido no plano da Natureza Grosseira, o Mundo da Realidade fica
invertido, e toma o aspecto terreno do nosso plano.

8
(a) 0 Vermemo e a cor da dualidade manifestada, ou do macho e
femea. Aparece no homem em sua forma animal infima.
(b) 0 Alaranjado 6 a cor das vestes dos Yogis e dos sacerdotes bu-
distas, a cor do Sol e da Vitalidade Espiritual, e tamb€m do Principio Vital.
(c) 0 Amarelo-ouro € a cor do Raio Divino e Espiritual em todos os
ftomos. No homem € a cor de Buddhi.
(d) 0 Verde e o Vermelho sao, por assim dizer, cores intercambifveis,
pois o Verde absorve o Vermelho, em virtude de ter vibrac6es trfes vezes
mais fortes que a deste ultimo. 0 verde € a cor complementar do infraver-
melho. Esta a razao por que o Manas Inferior e o Kama Rfipa sao indicados,
respectivamente, como Verde e Vermelho.
(c) 0 Plano Astral, ou Envolt6rio Aurico da Natureza e do Hoinem.
(/) A Mente, ou elemento racional no Homem e na Natureza.
(g) A contrapartida mais et€rea do Corpo do homem, o p6lo oposto;
existindo entre ambos, no tocante a vibra€5o e a sensibilidade, a mesma
rela€ao que hf entre o Violeta e o Vermelho.
Tudo isso diz respeito ao plano manifestado; vein depois os, sete e a
Prisma Manifestado, isto €, o Homem na Terra. Unicamente por este tiltimo
se interessa o Mago Negro.
No Cosmos, sao infinitas as gradac6es e correlac6es de Cores e Sons,
e, portanto, de Niimeros. A Fisica, alias, jf o suspeita: sabe-se que existem
vibrac5es mais lentas que as do vermelho, e mais rfpidas que as do violeta,
os dois extremos ate onde vai a percepcao dos sentidos humanos. Mas na
Terra, em nctsso mundo fisico, 6 limitado o camp® de vibrac6es ao nosso
alcance. Os nossos sentidos ffsicos nao podem tomar conhecimento de vibra-
c6e.s acil.1a e abaixo das gradac6es limitadas e Jcjc#4rz.¢f das cores prism£-

119
ticas: vibra€6es que tais sao incapazes de produzir em n6s uma sensa€ao de
cor ou de som. S6 o setenfrio graduado mos impressiona, e nada mais, a
nao ser que aprendamos a paralisar nosso Quatemfrio e a discemir as vi-
brac6es tanto superiores como inferiores por meio de nossos sentidos espi-
rituais, que ten sede no Triangulo superior.
Neste plano de ilusao, hf tres cores fundamentais, conforme o demonstra
a Ciencia ££sica: o vermelho, o azul e o amarelo (ou antes, o amarelo alaran-
jado), que correspondem aos seguintes princif>ios humanos: 1.a o Kama
Rfipa, sede das sensa€6es animais, associado a Alma Animal, ou Manas In-
ferior, e seu veioulo (sao intercambiaveis o vermelho e o verde, ja o vimos ) ;
2.° o Envolt6rio Aurico, ou a es§encia do homem; 3.a Prana, ou o Principio
Vital.
Mas, se deixarmos o reino da ilusao, ou o do homem tal qual vive na

;s:£:I:a:in:i:;:s::-.ifi£:oi:.sss,::s:.!es::;:a:s-s:e:nrs::srii`;s:per:::uh:;v!ei;nna:te:rr£:ei:,p.a::e::cgr:vif
todas as outras, perceberemos que as cores se correspondem e se comple-
mentam assim:

Violeta
1. Vermelho ...............,.. '. . . Verde
2. Alaranjado .................... Azul
3. Amarelo ...................... Anil
Violeta

0 homem astral aparece como uma forma nebulosa, de cor violeta pa-
lida, dentro de urn circulo ov6ide azulado, no qual resplandecem as cores do
prisma em incessantes vibra€6es, predominando a col correspondente ao

&ra¥£cv{£pd£:nt:.alAsgfvo€geh:amdeamp:rosoe:#ddoaddeenv:g£E:;meen€topef:portspeo:3::gncd£:
de uma ou de outra cor, e pela intensidade de suas vibrac6es, que o clari.

:1:deontcear(aft:r€dcaog:e:::€:rq::Sd::::O:::roan€C£:S2E:::a¥eerrtforsa::taodooin[tt££:t:
pratico.
No estado de extase, a Aura se modifica inteiramente, n5o se podendo
discernir as sete cores do prisma. Durante o sono tamb€m nao se observa

:sp::sr::Sac.dr:e:sg:sd:iat:,sea::a::e=aeon::sdi:ss5fr#ueaTs,i:E:smmeom?e:ag:iee:?in;
amarelo (Buddhi), o anil (Mams Superior) e o azul (Envolt6rio Aurico).
0 Homem Espiritual esta livre durante o sono, embora nao haja lembranca
em sua mem6ria ffsica, e, revestido de sua essencia,mais elevada, vive em
outros planos, em regi6es que sao o dominio do real --.- que ten o none de
sonho em nosso plano de ilusao._
De outra parte, urn born clarividente, que tivesse a oportunidade de
ob'servar, lado a lado, urn Yogi em- extas-e e uma pessoa hipnotizada, apren-

1?.0
deria uma importante licao de Ocultismo. Aprenderia a conhecer a diferenga
entre o extase determinado por vontade pr6pria e o estado hipn6tico resul-
tante de uma influencia estranha. No Yogi desaparecem inteiramente os
"prinofpios" do Quaternario inferior: nao se veem as cores vermelho, verde,
vermelho-violeta, nem o azul aurico do corpo; pois apenas se notam as vi-
bra€6es quase imperceptfveis do dourado matiz do Prina, e uma chama
violfcea, estriada de ouro, que sai da regiao do Terceiro Olho e se eleva
sobre a cabeca, culminando em urn ponto. Se o estudante se lembrar de que
o verdadeiro violeta, ou o extremo do espectro, nao € uma cor composta de
vermelho e azul, mas uma cor homogenea, com vibrac6es sete vezes mais
rapidas que as do vermelho 38, e de que o matiz dourado 6 a essenria dos
tres matizes do amarelo ( vermelho alaranjado, amarelo alaranjado e amarelo ) ,
compreendera que o Yogi vive em seu Corpo Aurico, que entao passa a ser
o vefculo de Buddhi-Manas. Pelo contrario, em`uma pessoa no estado de
transe hipn6tico ou mesm€rico, artificialmente provocado por efeito de magia
negra consciente ou inconsciente (salvo se o hipnotizador for urn elevado

rAald£::i°o!'ot°Bdu°dsdh°£S,g:in:::;°Sm::ia::°dep[:e:::;:i'd:::o°cng:g:SASs:rpfrt;°err£::
lho-violeta inteiramente submetido ao verde Manas Inferior e ao vermelho
Kama Rfipa (os dois monstros animais que existem dentro de n6s).

c6mprimento Nrfuero de
(38) CORES das ondas em vibrac6es
milinetros em trilh5es

Ultravioleta............... 406 759


Violeta...........................Violeta-anil........................Anil...............................Anil-azul 423 709
439 683
449 668
459 654
479 631
Azul- 492 610
Veld 512 586
Verde-amarelo...................... 532 564
Amarelo...........................Amarelo-alaranjado 551 544
571 525
AlaranjadoAlaranjado-vermelho .583 514
596 503
Vermetho..........................Infravermelho...................... 620 484
645 465

Quem apreender ben as explicac6es acima perceberf facilmente quanto


€ importante para o estudante (quer o `seu objetivo seja tao somente a aqui-
sicao de poderes ocultos praticos, quer vise aos dons psiquicos e espirituais

12]
da clarividencia -e do conhecimento metafisico ) dominar inteiramente as cor-
respondencias entre os princfpios humanos e os do Cosmos.
For ignorfrocia, nega a Ciencia materialista a exist€ncia do homem
interno e de seus divinos poderes. Pelo conhecimento e a experiencia pes-
soal, podem os ocultistas afirmar que 1:ais poderes sao tao natut,ii`: no ho-
mem como € natural o nadar dos peixes. Comportam-se os materialistas como
urn lap5o que negasse com toda a sinceridade que alguns fios, retesados
sobre a caixa de ressonancia de urn violino, sejam capazes de produzir sons
agradaveis ou melodiosos. Verdadeiramente, os princfpios humanos sao as
sete cordas da lira de Apolo. Em nossa €poca, quando o esquecimento oblite-
rou a ciencia dos antigos, as faculdades do homem s5o como as cordas do
violino para o lapao. Mas o ocultista que saiba ajust£-las, e par o seu
violino em sintonia com as vibrae6es cromaticas e sonoras, delas arrancara
divinas harmonias. A combina€ao destas faculdades e a afina€ao entre o Mi-
crocosmo e o Macrocosmo darao a equivalencia geom€trica da invoca€ao:
"Om Mani Pedme Hun''.

E af esta a razao por que o prfevio conhecimento da mtisica e da geo-


metria era obrigat6rio na Escola de Pitagoras.

AS RAIZES DA COR E DO SOM

Cada urn dos Sete Raios primordiais, que constituem o Logos Manifes®
tado, € por sua vez s€tuplo. Assim como as sete cores do espectro solar cor-
respondem aos sete Raios, ou Hierarquias, assim tamb€m cada Raio ou
Hierarquia ten sete divis6es, correspondentes a mesma s€rie de cores. Mas
neste caso uma cor, a saber, a que caracteriza a Hierarquia particular como
urn todo, predomina em intensidade sobre as outras.
Estas Hierarquias somente podem simbolizar-se como circulos concen-
tricos de cores prismfticas, sendo cada Hierarquia representada por uma
s€rie de sete ciroulos concentricos e correspondendo cada cfrculo a uma das
cores em sua ordem natural. Em cada uma destas "codas", por6m, havera
urn circulo cuja cor € mais brilhante e mais intensa que a dos outros seis;
e a roda ter6, portanto, uma aura (uma franja, como dizem os ffsicos) dessa
mesma cor, predominante e caracteristica da Hierarquia.
Cada uma das Hierarquias proporciona a essencia (a Alma); e 6 a
"Construtora" de urn dos sete reinos da Natureza: cis tres reinos elementals,
o mineral, o vegetal, o animal e o do homem espiritual 39. Ahem disso, cada
Hierarquia proporciona a aura de urn dos sete principios do homem, com
sua cor especffica. E como cada Hierarquia rege urn dos 'Planetas Sagrados,
compreende-se facilmente como se originou a Astrologia, que ten funda-
mento estritamente cientffico quando merece este none.

(39) Veja-se: Fz.a/a yc4rf a/ T4cofop¢.v, p6gs. 273 a 278 (edic5o de 1885; pags.
175-8 na edi€ao revista de 1894).

122
Na Escola oriental, as Sete Hierarquias de Potestades criadoras sao
representadas por uma roda de sete ciroulos concentricos, tendo cada urn
deles uma das sete cores do prisma. Podereis chama-1os Anjos, se o quiser-
des; ou Espiritos Planetarios, ou ainda Regentes dos sete Planetas Sagrados
do nosso sistema, como o estamos fazendo. Seja como for, os cfrculos con-
centricos simbolizam, para alguns cabalistas e ocultistas ocidentais, as Rodas
de Ezequiel, e, para n6s, os "Construtores'' ou Prajapatis.

DIAGRAMA Ill

Deve o estudante examinar com todo o 'cuidado este diagrama.


0 Linga Sharira deriva do sub-raio violeta da Hierarquia Violeta; o
Manas Superior deriva, analogamente, do sub-raio anil da Hierarquia Anil;
e assim por diante. Cada homem nasce sob a influencia de determinado pla-
neta, e deste modo predomina em sua constituic`ao a cor peculiar ao mesmo
planeta, porque nele sobressai o "princfpio" que ten sua origem na Hierar-
quia dessa col. Em sua aura havera tanb€m cores derivadas de outros pla-
netas, mas a do planeta regente sera a mais forte. E urn homem, no qual
predomine, por exemplo, o princfpio correspondente ao planeta Mercdrio,
poder£, atuando sobre o mesmo prinofpio de outra pessoa, submete-la intei-
ramente ao seu dominio. Porque, sendo o princ{pio de Mercdrio mats forte
no primeiro, prevalecerd sobre identico elemento mais fraco no segundo.
Mas, se ambos tiverem nascido sob a influencia do mesmo planeta, pouca
ou nenhuma sera a ascendencia daquele sobre este. Eis a chave das ciencias
ocultas do magnetismo e do hipnotismo.
Notara o estudante que as Hierarquias sao aqui designadas por suas
correspondentes cores, evitando-se o emprego de ndmeros, que dariam en-
sejo a confusao no tocante aos principios humanos, pois estes nao ten nume-
racao pr6pria. Os verdadeiros nomes ocultos dessas Hierarquias n5o podem
ser revelados agora.
Deve, porfem, o estudante ter em mente que as cores que vemos com
os nossos olhos ffsicos nao sao as cores reais da Natureza Oculta, mas sim-
plesmente os efeitos produzidos no mecanismo de nosso 6rgao visual por
determinadas grada€6es vibrat6rias. Clerk Maxwell demonstrou que a impres-
s`5o causada na retina por uma cor pode ser reproduzida mediante a combi-
na€5o adequada de tres outras cores. Infere-se, portanto, que a nossa retina
tern somente tres sensa€6es distintas de cor, e que o nosso organismo fisico
nao percebe as sete cores realmente existentes, mas apenas suas "imitacdes",
se assim podemos dizer.
Deste modo, o vermelho-laranja do primeiro "Triangulo", por exem-
plo, n5o € uma combinacao do vermelho com o laranja, mas o verdadeiro
vermelho "espiritual'', se nos € Ifcito o qualificativo; ao passo que o verme-
lha sangtiineo do espectro € a cor do Kama, ou do desejo animal, inseparavel
do plano fisico.

123
A UNIDADE DA DIVINDADE

0 Esoterismo puro e simples nao se refere a nenhum Deus pe§soal; daf


o sermos acoimados de ateus. Na realidade, por6m, a Filosofia Oculta inte-
gral se baseia na ubiqdidade de Deus (a Divindade Absoluta); e, se nao
especulamos sobre ELE, porque a sua Unidade 6 por demais sagrada e
inacessivel a inteligencia finita, Coda a Filosofia Esot€rica assenta nos seus
Poderes Divinos, como fonte de tudo o que vive, respira e existe.

EgftoAes::Hfgi6die:,annat£€aaidg:am:nns:rgveampd:,#o°r&:;in:ei°a€°r€#£[:a€¥a:
concernentes. a Divindade Cram expressas por mtiltiplos de tres, cinco e sete.,
e tamb€m por oito, nove e doze Deuses maiores, que simbolizavam os po-
deres e os atributos da Divindade tJnica. Relacionava-se isso com aquela

fnefs¥:ap:uvbog£:,Ls£:ept:armn¥s:raosD£[r+e[gisuffB,£€mNP]a€e£.aAgs::ocson:a:#f£S;:o:
ciclo dos Deuses tinha todas as qualidades e atributos do UNICO SUPREMO

=e|ro:Pd€¥i%S£:oVsEPLe;rs%:rifqi::d:::t:esci%:i:nb°Ebespffi:££,d:drfu%y£:age::
que nao tern segundo, conforme dizem os hindus.
"a Deus Ani [Sol Espiritual]! Tu resides na aglomeracao de duas divinas perso-
nificac6es." 40

Tais palavras mostram a cren€a dos antigos de que toda manifestacao


procede de uma s6 e mesma Fonte; que tudo emana do Prinofpio iinico, que
nao pode desenvolver-se completamente sen5o pela agrega€5o Coletiva e total
de suas emanap6es.
0 Pleroma de Valentino corresponde, rigorosamente, ao Espaco da
Filosofia Oculta; porque Pleroma significa "plenitude", as regi6es superio-
res. i a soma de todas as manifestac6es e emana€6es divinas, que exprimem
o p/c##% ou totalidade dos Raios que, procedentes do UNO, se diferenciam
em todos os planos e se transformam em Potestades Divinas, chamadas
Anjos L` Espfritos Planetfrios pelos fil6sofos de todas as nac6es.
Os E6es e as Potestades do Pleroma dos gn6sticos equivalem aos Devas
e Siddhas dos P%rj3#¢f. A Epin6ia, a primeira manifesta€ao feminina de
Deus, o "Princfpio" de Simao, o Mago, e de Saturnino, apresenta os mesmos
caracteristicos do Logos de Basflides; e tern sua fonte na esot€rica Aletheia,
a VERDADE dos MISTERIOS. Todos estes conceitos entoam, em diferen-
tes €pocas e em diversos idiomas, o sublime cantico dos papiros egfpcios de
milhares de anos atrfs:
"Os Deuses te adoram e te saddam, 6 Tu, rfuica e inc5.:utavel Verdade!"

E os sacerdotes acrescentam, dirigindo-se a Ra:

(40) Apttd.. Gr6bat4t Papyrus Orbiney, p68. 101.

125
"Os Deuses se prostemam diante de tua Majestade e exaltan as Almas daqueles que
os engendraram . . . e dizem: Paz a todas as emanac6es do Inconsciente Pai dos Cons-
cientes Pais dos Deuses .... Tu produzes os seres, n6s adoranos. as almas que emanam
de Ti. Tu nos puseste no mundo, 6 Descoflhecido! e n6s te louvamos e adoramos as
almas-deuses que de Ti descendem e vivem em n6s."

Dai as palavras do ap6stolo:


"Nao sabeis que sois o templo de Deus e que o Espirito de Deus habita em v6s?" 41

Tudo isso esta assinalado no artigo "Origens do Ritualismo da Igreja


e da Maconaria", na revista L%cj/cr de mar€o de 1889. Pois, como em ver-
dade se disse hf dezessete s€culos: "0 homem nunca possuirf a Verdade
(Aletheia) se nao participar da Gnose." De modo que podemos agora dizer:
Nenhum homem pode conhecer a Verdade sem estudar os segredos do Ple-
roma do Ocultismo; e tais segredos se encontram todos na Teogonia da
antiga Religiao-Sabedoria, que € a Aletheia da Ciencia Ooulta.

(41) S5o Paulo, I Corj%;z.of,Ill,16.

126
APONTAMENTO Ill

ALGUMAS PALAVRAS SOBRE OS PRIMEIROS ESTUDOS

De muitos leitores tenho recebido cartas em que se queixam de nao


haver compreendido ben a aplica€ao pr6tica de alguns dos diagramas inclui-
dos nos apontamentos anteriores. Outros dizem que os diagramas sao de-
masiado abstratos.
Alguns esclarecimentos, portanto, se fazem necessarios.
Na maioria dos casos, a dificuldade de compreensao foi motivado pot
se terem adotado err6neos pontos de vista: confundiu-se o puramente abstrato
e metaffsico com o concreto e o fisico. Por exemplo, os diagramas da p£-
gina 119 do Apontamento 11 sao inteiramente macroc6smicos e ideais. Con-
v€m recordar que o Ocultismo procede, em seus estudos, do universal para
o particular, e nao em sentido inverso, como a Ciencia profana. Platao seguia
o primeiro m6todo, porque era urn iniciado; mas Arist6teles, que nunca o
foi, motejava os ensinamentos do seu mestre e elaborou urn sistema pr6prio,
que Bacon depois memorou e modificou.
Em verdade, a todo ensinamento esoterico se pods aplicar aquele afo-
rismo da Sabedoria Herm€tica: "0 que estf em baixo 6 como o que estf
em cima." Mas n6s devemos come€ar por cima; devemos aprender a £6r-
mula antes de integrar as series.
As duas figuras nao representam, portanto, dois pianos particulares
quaisquer: sao a abstraeao de urn par de planos, para explicar a lei de
reflex5o, assim como o. Manas Inferior € urn reflexo do ,Manas Superior. i
preciso interpreta-las em seu mats elevado sentido metafisico.
Os diagramas nao ten outro objetivo senao o de fgmiliarizar os estu-
dantes com as id€ias-mestras das correspondencias ocultas, pois a pr6pria
indole do Ocultismo metaffsico, macroc6smico e espiritual contra-indica o
emprego de figuras, e ate de sinbolos, a nao ser como urn auxilio provis6rio.
Se se define uma id€ia com palavras, ela perde sua realidade; se se plasma
urn conceito metafisico, fica materializado seu espfrito` As figuras s6 devem
ser usadas como degraus para escalar a muralha, degraus que de nada servem
quando se p6em os p€s Has :ime3tls.

127
Cumpre dar urn sent.ido espiritual ao estudo destes Apontamentos, evi-
tando materiahia-lo; cumpre-lhe buscar sempre o mais excelso significado
que for possivel, capacitando-se de que quanto mais se aproximar do mate-
rial e visivel tanto mais se estara distanciando, em suas especulac6es, da ver-
dadeira compreens5o. E o que sucede principalmente em relacao aos primei-
ros Apontamentos e aos primeiros diagramas, porque, como em todas as
artes genuinas, devemos em Ocultismo aprender a teoria antes que nos seja
ensinada a prftica.

CONSIDERAgoES SOBRE 0 SIGILO

Perguntam os estudantes: Pot que o sigflo acerca dos pormenores de


uma doutrina cujas linhas gerais foram jf publicamente reveladas no B#Jjfowo
Esot6rico e e:" A Doutrina Secretal
Respondem os ocultistas com duas raz6es:
1.a A verdade integral € por demais sagrada para que seja exposta a
todo o mundo.
2.0 0 conhecimento de todas as minticias e dos elos que faltam nos en-
sinamentos exot€ricos seria demasiado perigoso se ficasse ao alcance de maos
profanas.
• As verdades reveladas pelos "Espiritos Planetarios" (os Kumaras su-
periores, que jf n5o se encarnam no Universo durante este Mahamanvanta-
ra) -Seres que s6 aparecem na Terra como Avataras no irfcio de cada nova
Raga humana e nas jung6es ou proximidades de dois extremos dos cidos
menor e maior - foram-se pouco a pouco apagando da mem6ria do ho-
mem, a medida que ele descafa para a animalidade. Entretanto, apesar de
tais Instmtores nao permanecerem juntos aos homens mais do que o tempo
necessario para imprimir na mente plastica da humanidade ainda na infancia
as verdades eternas que ensinam, Seu Espirito continua vivido, ainda que
latente, entre o genero humano. E o pleno conhecimento da primitiva reve-
laeao foi sempre conservado por alguns poucos eleitos, que o ten transmi-
tido de uma a outra gera¢o de Adeptos. Dizem os Mestres na Cartilha de
Ocultismo:
"Assim acontece para evitar_ qt4e ela_s [as uer.dedes. e!ernas]_ se Percqm
inteiramente oat fiquem esqttecidas, flo decorrer dos s6culos, pelas ger4€6es
uindouras."
A missao do Espirito Planetfrio consiste em vibrar a NOTA FUNDA-
MENTAL DA VERDADE. E, tendo dirigido as vibrac6es de modo que se
propaguem ininterruptamente ao longo do encadeanento da raga, Ele desa-
parece da Terra, para somente voltar no seguinte Manvantara .planetfrio 1.
Todo instrutor de verdades esot6ricas ten precisamente a mesma missao,
quer este]a no alto ou ao p€ da escala do conhecimento. No que me diz

(1) Veia-se.. The Mabatmd Letters to A. P. Sinnett, pde. 41.

128
respeito, somente recebi ordem para dar a nota fundamental de vdrios ensi.
namentos esot€ricos entre os que estudam em conjunto. Aqueles de v6s que
na ``Senda" se destacarem de seus condiscipulos, em sua esfera esot€rica, re-
ceberao, como os "Eleitos" nas Fratemidades originfrias, os ultimos porme-
nores explicativos e a chave definitiva do que lhes ensinam. Que ningu€m
espere, por€m, obter esse privilegio antes que os MESTRES (nao a minha
humilde pessoa) o considerem digno dele.
Se quereis conhecer a razao de ser de tal orientaeao, eu vo-la dou agora.
Nao 6 necessfrio repetir e explicar o que todos v6s sabeis tao ben quanto
eu; porque desde o come€o a experiencia demonstrou que nenhuma precau-
cao pode ser negligenciada.
Em nosso grupo, que se comp6e de centenas de homens. e mulheres,
parece que muitos nao perceberam a extraordinfria santidade do juramento
(que alguns prestam apenas com o bico da pena), nem que € preciso des-
cartarem-se da pcrfo#¢/¢.J¢Jc em face do EU SUPERIOR; ou ainda, que de
nada valem todas as suas palavras e promessas, se nao as confirmam os atos.
Por ser coisa da natureza humana, os MESTRES olharam com indulgencia o
fato, e concederam nova oportunidade.
Mas, afora isso, urn perigo mos espreita, decorrente da indole mesma
do ciclo atual. A humanidade civilizada, apesar da cuidadosa protecao de seus
invisiveis guardiaes, os Nirmanakayas, que velam sobre as raeas e nac6es,
esta sujeita, em virtude da lei do Karma coletivo, a terrivel influencia dos
"Irmaos da Sombra", encarnados e desencamados, que sao os tradicionais
adversdrios dos Nirmanakayas. E esta situaeao, conforme jf dissemos, deve
perdurar ate o fin do primeiro cido do Kali Yuga (1897), e alguns anos
mats, porque o circulo menor obscuro invade o maior. E assim, apesar de
todas as precauc6es, segredos terriveis sao muitas vezes revelados a pessoas
indignas, por obra dos "Irm5os da Sombra" e sua atuac5o nos c€rebros
humanos. Tal acontece porque, em certos organismos privilegiados, as vibra-
e6es da verdade primordial, postas em ac5o pelos Seres Planetdrios, abrem
caminho e .dao lugar ao que a filosofia ocidental chamaria id€ias inatas, e o
Ocultismo "clar6es de genio''. Tudo o que as vigilantes Potestades cabe
fazer quando se desperta uma ou outra ideia baseada na verdade eterna €
evitar-me a revelacao completa.
Dois aspectos possuem as coisas deste Unive.r;o de mat€ria diferencia-
da: o luminoso e o obscuro, que mos conduzem, em sua aplicaeao prftica,
ao uso e ao abuso, respectivamente. Todo homem pode chegar a ser urn
botanico sem perigo aparente para o pr6ximo; e muitos qur`micos versados
em essencias sabem que elas tanto podem curar como matar. Aplica€ao du-
pla ten todos os ingredientes e todos os venenos, desde a inofensiva cera ao
mortifero 6cido prdssico, e desde a saliva de uma crianga ate a de uma cobra.
Sabem-no, pelo memos teoricamente, ate mesmo os calouro; de medicina.
Mas onde esta o quinico moderno que tenha porventura descoberto o "as-
P£Ci: tenebroso" das propriedades de alguma sub\stincia, mos tres reinos
Ciencia, para nao falar nos sete do Ocultismo?>Quem jf p6de penetrar os

129
arcanos da essencia intima das coisas e de suas primarias cbrrela¢6es? E esse
conhecimento que confere ao ocultista a categoria de urn Iniciado prftic.o,
quer ele venha a ser urn Irmao da Luz ou urn Irm5o das Trevas.
Aquela sutil e imperceptivel essencia, sumamente ativa, que entrava
na composicao dos famosos venenos dos 86rgias ou dos Medicis, ten o

:oe:::|adese:::2:iaoudemsautaarpg,uea::iufirda?de:s:i,::d:mup:eg:5ap|paonrosq:::sicvoe*eac;
homem terreno; e o iesultado depender£, naturalmente, de que seja o ope-
rador urn Irm5o da Luz ou urn Irm5o das Trevas. 0 Karma individual e o

:::etc£::i:gapdeod§9Easqu„ep°efrafs¥e£:::eMahiLeal°ad°pr°ott:omra8uaadehs:£ifd°asdeesi°a:
deixam que `o segundo consume a sua obra nefasta 2.
I urn erro pensar que existe urn "p6 de projecao" especial, uma "pedra
filosofal" ou urn "elixir da vida". Este tltimo se esconde em cada flor, em
cada pedra, em cada mineral, por toda a extens5o .do globo: 6 a essencia
drrilrr+a de todas as coisas em stta marcba pare uno evoluc~ao coda uez mats
4/f¢. Assim como nao ha ben nem mal per fc, tamb6m nao hi "elixir da
vida", "elixir da morte", nem veneno pc/ jc; mas tudo se cont€m na mesma
e iinica Essencia universal, cujos efeitos contr6rios dependem do seu grau
de diferenciacao e de suas diversas correlap6es. Q 4fpcc;a J"owj.#ofo desta
Essencia produr vida, salde, ben-aventuranca, paz divina; o 4fpccJo fo„-
Gr;a traz mortc, doenca, sofrinento, luta, Assim q demonstra o conheci-
mento da natureza dos mais ativos venenos: alguns, quando ingeridos em
doses elevadas, nao ocasionam efeito nocivo ao organismo; enquanto que
urn miligrana do mesmo veneno pode matar com a rapidez de urn raio. Por
outra parte, igual dose sera ben€fica a` satide, se combinada com outra
substancia. Sete sao os graus diferencials,' como sete sao os planos de sua
acao; e cada grau terf efeitos benignos ou maleficos, conforme o sistema
em que opera.
Os que s5o versados nessas gradac6es se encontram jf no caminho do
Adeptado prftico. Mas os que atuam ao acaso, como a grande maloria dos
"mentalistas ", "curandeiros " e "cientistas crist5os", exp6em-se a deploriveis
resultados, tanto para eles pr6prios como para os outros. Estimuladas pelo
exemplo dos Yogis indiano, cujos feitos §ao de§critos quase sempre incor-
retamente e lidos por alto, sem o necessSrio estudo, estas seitas se precipi-
tan, de omos fcchados, temerarianente, e sem nenhum guia, na prftica de
#cg¢r e 4/j.r„¢r. E assim o mal que produzen € malor que o ben desejado.
Os que conseguem algum exito devem-no a suas inatas faculdades magn€ticas
e curativas, que reagem freqtientemente em sentido contr6rio aos efeitos de
natureza malefica.
Eu vos digo: Cuidado. Sata `e o Arcanjo sao mats do que gemeos:
formam urn §6 corpo e uma §6 mente. Def/J esf Dc„o# I.#elcrJ#S.

(2). Veiarse Voice of the Silence, pa8. grf , ve*s. Z93.

130
E BENEFICA A ,PRATICA DA CONCENTRAGAOP

Esta € outra pergunta que se ouve com freqtiencia. Eis a minha resposta:
Excelente coisa € a verdadeira concentracao ou medita€5o, co#fcj.c#fe e
pro'„;.cJ¢, que ten por objeto o Eu inferior sob a inspiracao dos Paramitas
e do Eu intemo e divino. Mas "dedicar-se alguem a Yoga" apenas com urn
conhecimento superficial e nao raro inexato de sua prftica genuina € quase
sempre fatal. Porque nove vezes em dez o estudante ou desenvolverf em si
faculdades meditinicas ou perdera o seu tempo .e se desgostarf n5o s6 da
prftica ma§4amb6m da teoria.
Antes de se dar a experiencias tao arriscadas e de tentar ir al6m de
uma introspecc5o minuciosa de seu Eu inferior e de fz/a maneira de compor-
tar-se na vida, ou, como se diz na terminologia ocultista, ahem de urn exame
do "Livro da Vida diaria do Chela", cumpre ao estudante aprender, pelo
menos, a diferen¢a entre os dois aspectos da Magia, a Magia Branca ou
Divina e a Magia Negro ou Diab6lica. Cumpre-lhe assegurar-se de que, ao
dispor-se a pratica da Yoga, sem a minima experiencia e sem ter quem lhe
mostre os perigos, nao estara transpondo, `em cada dia e em cada hora, os
limites do divino .para ca-ir no satanico. H4, no entanto, urn meio facil de
conhecer a diferenga: basta lembrar-se de que #c#b#ffl4 c;crd4Jc cfo/c'rz.c4
inteiraanente sern v6ti pode janals vir a pdblico em livros ou peri6dicos
impressos.
Recomendo aos estudantes que consultem T4c Tbeosopb;+j de novem-
bro de 1887, em cuja pagina 98 encontrarao o iricio de urn excelente artigo
do Sr. Rama Prasad: "As Forcas Sutis ,,da Natureza." 3 0 valor deste tra-
balho n5o consiste tanto em seu m€rito literirio, embora houvessc o seu
autor obtido a medalha de ouro de TbG "cofop4;.Jf, mas na exposicfo de
ensinamentos ate ent5o ocultos em uma rara e antiga obra de Ooultismo. E
Rama Prasad nao € urn ocultista: apenas urn doutor universitfrio dc muito
talento e urn notavel sanscritista, cujos ensaios estao baseados quase exclu-
sivamente em livros tantricos, que, fidos sem discernimento por algum no-
vato em Ocultismo, o conduzirao a pritica da magia negra caracterizada. Ora,
a diferenca essencial entre a magia branca e a magia negra est6 nos objetivos
da prftica, sendo de importancia secundiria os agentes empregados para a
obtengao de resultados fenomenals; donde se ve que € cx;re„4„e#fe tenue

(3) As alus6es que fazemos is "Forcas Sutis da Naturcea" entendem com urn
§€rie de oito artigos que saiu publicada in revista Tbe Thcofopbz.J; [1887-1888], e Q5o

i;4Z#c:::oF!¥:tiigri£;::see:sa3!r:#t:o%04s:€eppfe::aefg]O£?do%ni;Jfi:c;£:¥:i:!rn%[£;ieou:eoti::vu::
diria os estudantes, o mais possivel, de tentarem qualquer uma dessas prticas de Ha;4a
yoga, porque ou estariam cavando a pr6pria ruina, ou retrocederiam de tal modo qu.e
lhes seria quase .inpossivel recupera? o tempo perdido nesta encarnacao. A referida
traducao foi consideravelmente expurgadr; mas nem assim devia recomendar-se a sua

:;kH;:a€daa°'Rpa?i3v6o=es¥::in:£avfiu¥fenp¥o?€aulpi°drofsp€Cie"erdadeiranente,opolo

131
a linha divis6ria entre as duas. Contudo, nao € tao grave o perigo porque os
livros rotulados de oc%Jjof somente o sao em certo sentido; ou seja, porque
o texto s6 € ooulto em razao de seus v€us. Antes que o leitor possa apreen-
der o significado correto do ensinamento, deverf compreender todo o sin-
bolismo. Al€m do mais, nunca estao completos esses livros; e suas diversas
se€6es trazem tftulos diferent.es, e em cada uma delas se insere parte de
outra obra, de sorte que sem uma chave nao € possfvel obter a verdade
inteira. Ate mesmo o -famoso S4;a;j394z7zcz, que serve de base a Fo7f¢J S»/z.J
de N¢j#rcz4, "n5o € encontrado em parte alguma com o seu texto integral",
segundo nos diz'o autor. Assim € que, como todos os outros livros, trata
unicamente de cinco Tattvas, em vez dos sete a que se refere o ensinamento
esot6rico.
Por que, se os Tattvas s5o apen.as o substrato das sete foreas da Natu-
reza? Ha sete formas de Prakriti - ensinam o Sankhya de Kapfla, o V;fb#z£
P¢/j3#¢ e outras obras. Prakriti 6 a Natureza, a Mat6ria (primordial e ele-
mental); e portanto € 16gico que tamb€m sejam sete os Tattvas. Pois tanto
faz que, conforme ensina o Ocultismo, os Tattvas signifiquem "forcas da
natureza", ou que, segundo explica o erudito Rama Prasad, sejam "a subs-
tancia de que esta formado o Universo" e "a forca que o mant€m'': sao a
Fo7f¢ (Purusha) e a M¢;€rz.fl (Prakriti). E, se sao em ninero de sete as
/o7ee¢j ou planos da matdria, tamb€m hao de ser sete as suas forcas. Por
outras palavras, os graus de densidade da mat€ria e os graus da forca que a
anima devem corresponder-se paralelamente.
"0 Universo formou-se pelo Tattva, mant€m-se pelo Tattva e desaparecera ao
Tattva." 4

Assim diz Shiva, no SAG.z/4g&„¢, segundd a citaeao de N¢j"rc'f Fz.#cr


Forces. Isto dirime a questao: se Prakriti € s€tuplo, entao os Tattvas devem
ser sete, porque, como se explicou, sao eles Substancia e Forca, ou a Mat€ria
at6mica e o Espfrito que a anima.
Damos aqui estas explica€6es a fim de permitir que o estudante leia
nas entrelinhas dos chamados artigos ocultos da filosofia sanscrita, que, de
outro modo, poderiam induzi-lo em erro. Os antigos bramanes mantiveram
em grande sigilo a sagrada doutrina dos sete Tattves - os principios do
Uhiverso e do homem. Mas o ensinamento estf hoje quase esquecido, exceto
nas escolas trans-himalaias, e na India s6 alguns raros iniciados se referem
a doutrina. Apesar de tudo, a polftica oculta vein-se modificando gradual-
mente neste ponto, e os chelas jf comecam a aprender os lineamentos da
doutrina; e eu mesma, por ocasi5o da transferencia da Sociedade Teos6fica
para a India, em 1879, recebi instruc6es para ensin£-la em sua forma exot6rica
a uma ou duas pessoas. Agora a exponho esotericamente.

(4) ["0 Universo proveio do Tattva (ou dos Tattvas); mant€m-se por meio dos
Tattvas; desaparecera flos Tattvas. Graeas aos Tattvas conhecemos a natureza do Univer-
so." - N4f%rc'f Fz.#cr Forces, pfg. 186, 3.a edi€ao.]

132
Sabendo que alguns estudantes procuram seguir urn m€todo de Yoga
a sua maneira, sem outro guia que as escassas alus6es que leem nos livros e
publica€5es teos6ficas, alus6es naturalmente incompletas, escolhi uma das
melhores exposic6es das antigas obras ooultas, 4J Fo7f¢f S#jg.f de N¢jzfrcz¢
(N¢f%/c'f Fz.#cr Forccf), a fin de mostrar como os seus v€us podem facil-
mente extraviar o leitor.
Parece que o pr6prio autor do livro se deixou equivocar. Os Tantras, se
interpretados esotericamente, sao urn manancial de sabedoria, como as mais
nobres obras ocultas. Estudados e postos em pratica sem guia, podem deter-
minar vfrios resultados fenomenais nos planos moral e fisiol6gico. Mas estara
perdido quem aceitar a letra suas regras e prfticas e pretender exercita-1as
com prop6sitos egofstas. Seguidas por uma pessoa de coracao puro e inteng6es
isentas de egoismo, sem outra finalidade que a de fazer a experiencia, n5o
dar5o resultados, ou, se os houver, decepcionarao inteiramente o operador.
Mas ai do egoista que busque a obteneao de poderes ocultos com o rfuico
fito de granjear beneficios materiais ou satisfazer vingangas e ambic6es!
A separacao entre os prinofpios superiores e os inferiores - apartando-se
Buddhi-Manas da personalidade tantrica - eis a rapida e terrivel conseqfien-
cia karmica para o imprudente que se aventurar no reino da Magia.
No Oriente, na India e na China, homens e mulheres fc„ a/„¢ sao tao
frequentes como no Ocidente, embora o mal esteja ali menos desenvolvi-
do que aqui.
0 que os leva ate aquele ponto € a Magia Negra e o esquecimento da
sabedoria dos antepassados, Mas disso me oouparei mats adiante, limitando-me
por enquanto a acrescentar: Deveis estar prevenidos e conhecer o perigo.
Neste interim, convem examinar atentamente, com vistas ao que se
segue, a verdadeira divisao oculta dos Principios em sua correspondencia com
os Tattvas e outras forcas menores.

SOBRE OS "PRINcfpIOS" E OS "ASPECTOS"

Metafisica e filosoficamente, e em estrito sentido esot€rico, o homem,


como unidade completa, se comp6e dos Quatro Princfpios bfsicos e de seus
Tres Aspectos na Terra. Nos ensinanentos semi-esotericos s5o todos resu-
midos em Sete Princfpios, para facilitar a compreens5o vulgar.

PRINcfpIOS ETERNOS E ASPECTOS TRANSIT6RI0S PRODUzlcos


FUNDAhENTAIS PEI.OS PRINcfpI0S

1. ii/ow4 ou Jiva, "a Vida Urn", que 1. Pr4#¢, o Sopro da Vida, o mesmo
impregna o Tr¢.a Mo%6dj.co (Urn em tres que Ncpbc5b. Com a morte do ser vivo,
e ties em Urn). Prana volta a ser ]iva 5,

derdi)as»Ri::rdid-lea:,u::;t:a:3n:rae::rsefg:daro:I?ai.SaochanadosMinasapfitras."Fi|hos
133
2. Envolt6rio Aurico,. po.que o sobs: 2. Lingo Sbarira, a. Fo_fya Pst:al,
ttato da Aura que cirounda o I]omem € emanacao transit6ria do Ovio Aurico.
o Akasha puro e p[inordial, difundido Esta forma precede a formac5o do corpo
uEi¥t:£rvsi;mR:£;ea'E:%ofup!¥¥aadapedlfeou#vaf,Or; vivo, e permanecerf aderida ao corpo
morto, somente se desvanecendo depois
que se desintegrar o ultimo 6tomo (com
excecao do esqueleto).

Es;in:"£deb'#£:re::ae)e(i=Ar&iA)iaAlma rcf};XOM;:a:o:"b/rca';3:'Baud#E.aMfn¥¥;£
;§a£°tgeenr:!fruednatdeespodresau:ba°sSs'ocTa%S5od:g:i
os elementos do Kama.

:::;cei¥;e:ordd:eha:.:a°:i#::i:P:o::a:uE
oos,;."c#,a"h:;`c`t:do|Snt:iiggnuc?aasckastripc:-,
denominada o "Grande Princfpio" 0.

:erfi:1:gs?g°:r:a:°¥r¥:£p:A::n;;£m€:s°oupfs:i:£!i:si::a::mKbi:a:.5fia::s,d°n££oa:i:Cgtaos;
0 Ovo Aurico, por causa de sua nat'ureza e da multiplicidade de suas

g::6Asjrg:,v:osnetr€mbeBTrafsmtra:aodos.in4bsos[¥c::emtiovo¥::ng:tgearE:ra;asauMn:tre¥sa:su,
tamb6m o Ovo Aurico cont€m a urn tempo o homem divino e o homem fisi-

::;e:deast:g::taEuer::::o:te:o:o:fee:a€::fdcoo.n:t::t:sj:o::eL:js6Sees,::fas:sa.
formac6es, durante o progresso das reencarnac6es do Ego na Terra, 6 como
uma mfquina de movimento perp6tuo. `:
Conforme expusemos no terceiro volume desta obra, os Egos ou Kuma-
ras que tomaram carne humana ao fin da Terceira Raga-Raiz, nfo Cram
Egos hurnanos da Terra ou deste piano, e somente vieram a se-lo a partir do
momento em que animaram o Homem-Animal, conferindo-1he assim a Mente
Superior. Cada urn desses Egos 6 urn "Sopro", ou Princfpio, chamado a
Alma Humana, ou Manas, a Mente. Eis o que dizem os ensinamentos:
"Coda t4rn deles 6 uno caluna de luz. Tendo escalbido o sets veiculo,
dilatot4-se, para rodear a bomem-animal 4g .uno fura frkdshi.ca, erlqtt.fnto a
Priuc'ipio-driu6po (Mandsico) se instalddi denlro dessa forma bt4mana."
Por outra parte, ensina a Sabedoria Antiga que, desde essa primeira
encamacao, os Pitris Lunares, que haviam formado o homem com os seus

emxop:rf;:':to::c!%3iBPA:leot#::.p:i.av::eorr:a::i:fo:aasB¥ii:dnfr:Abd:aoE?t'ai::p:rgc%:::::;::t,:
Prina flao € a Vida absoluta, ou Jiva, mas a seu aspecto no mundo da ilusao. Em Tbc
rbcofop6j~ (maio de 1888, pag. 478) se diz que Prana pettence a "urn estado mais
sdtil.que o da mat€ria densa dr Ter[a".

134
€ohhrae¥isca°r:a::s:,b::iasa:maabsF°;Vida°SA¥:alaq£:::n::S;nar¥£;Cado:aca±£rs:8::
lidade da serie de reencama€6es.
Assim, a Ovo Aurico, que reflete todos os pensamento§, palavras e
atos do homem, €:
1.a o conservador dos anais kdrmicos;
2.a 0 reposit6rio dos poderes boas e maus do homem, que, pot sua
vontade, ou antes, com o seu pensamento, admite ou recha€a essas potencia-
1idades, que, uma vez acolhidas, `1ogo se convertem em poderes ativos, A Aura
€ o espelho em que os sensitivos e os darividentes §entem e percebem o
homem real, vendo-o f¢Z g#¢J c'`, e nao coma parece ser;
3.a Prove o homem com a Forma Astral, sabre a quad se medela a
corpo ££sico, primeiro como feto e depois como menino e hQmem; de modo
que a Forma Astral vat crescendo paralelamente com a forma fisica. Do
mesmo modo prove o Adepto com o sou Mayavi-Rtipa, ou Coj'po de Jj#-5Zo,
que n5o € o seu Corpo Astral-Vjj4;. Pepois da mortej con±.ere ao homem a
seu Kina-R&pa, ou Corpo de Desejos (a Fantasma) 7, e tamb€m a Entidede
Devachinica,
No` caso da Entidade Devacharica, dove o Ego revestir-se ( metaforica-
mente falando ) dos elementos espirituals das ideias, aspira€6es e pensanentos
de sua personalidade imediatamente anterior, para que possa entrar em urn
estado de bern-aventuran€a; de outro modo, que € que gozaria de fdicidade
e recompensa? Certanente que nao o Ego impessoal, a lndividuafidade Di®
vina. Deve ser, portanto, o born Karma do falecido, inpresso na substancia
furica, que proporciona a Alma Humana os suficientes elementos €spiri-
tuais da ex-personalidade, que`fazem com que ela se.§inta ainda no coapo d®
qual acabou de separar-se, e experimente aquele gozo durante urn pei`fodo
mais ou menos prolongado .de "gestac5o espiritual", Porque ® Devachafl €
uma "gestaEao espiritual" em uma ideal matriz, urn ideal e subjetivo nascip
mento do Ego no mundo dos efeitos, nascimento que precede sua pr6xima
encamacao terrena, determinada por seu man Karma, no mundo das causa,s 8.
No caso dos Fantasmas, o Kama-R&pa §e forma com as esc6rias anima-
lescas do Envolt6rio Aurico, com suas impress6es difrias da vida carfial, tao
ineada de baixos desejos e aspiracaes egoista§ 0.

(7) E urn erro chanar o quarto prinofpio hunano de "Kama-Rfipa": Nao €, abso-
1utamente, urn Rfipa ou forma depois da morte, senao que represerita os elementos
kdrmicos do homem, seus desejos e paix6es animals, como a c61era, a lurriria, a inveja,
fi vingansa, erc., que sac a progenie do egofsmo e da matetialidade
(8) Aqui o mundo dos efeitos signific8 o estado devachanico, e o mundo dos
causas 5 i-` vida ierrena.
(9) £ s6 este Kama-Rfipa que se pode 27z¢JGj.£¢/}z&7. nas sess6es espiritasj o que
ocasionalmente acontece, quando nao € a Duplo Astral ou I.inga Sharira do pr6prio
medium o que entao aparece. Assim, como € possfvel considerar como "ario" ou
espfrito desencarnado esse vil feixe de paix6es e concupiscencias terrena3, galvanizado
e feito consciente tao s6 pelo organismo do medium? Valeria dizer que s5o. anjos bons
os mict6bios da peste que invadem a corpo humano,

135
0 Linga Sharira fica junto ao corpo fisico, e com ele se desintegra.
E preciso entao que se forme uma entidade astral, urn novo e apropriado
Linga Sharira, que seja o portador de todos os Tanhas passados e do Karma
futuro. Como se realiza isso? 0 Fantasma medirfuico, a "anjo que partiu",
tamb€m se desvitaliza e se desintegra por sua vez ]° como imagem completa
da personalidade que existiu, deixando no mundo Kama-Loka dos efeitos
s6 a lembranga de suas mss ac6es e de seus pensamentos e id€ias pecaminosas,
que a terminologia ooultista designa por Elementais humanos ou Tanhicos.
Estes Elementais constituem a forma astral do novo corpo em que, por
decreto karmico, deve entrar o Ego ao sair do estado devachanico; e a nova
entidade astral se forma no Envolt6rio Aurico. A ela se refere o enunciado
que diz:
"0 Karma espera no limiar do Devachan com o seu ex€rcito de Skandhas." 11

Porque mal termina o estado devachanico de recompensa e ja o Ego se


ve indissoluvelmente unido, ou melhor, impelido a nova forma astral. E am-
bos sao karmicamente dirigidos para a mulher de cujo seio hf de nascer a
c7z.¢Z#r4 ¢7¢¢.77z¢Z escolhida como o veiculo do Ego que acaba de salr do estado
Devachanico. Entao 6 precipitada na mulher a #oc/G Forma Astral, composta
em parte da pura Essencia Akf shica do Ovo furico, e em parte dos elementos
terrenos dos pecados e mss a€5es puniveis da ultima personalidade. Uma vez
ali, a Natureza modela o feto de carne de acordo coin a Forma Astral valen-
do-se dos materiais em desenvolvimento da semente masculina no terreno
feminino. Assim, da essencia de uma semente que se decomp6e brota o fruto
ou cz.Jo/o„ 12 da semente morta; e o fruto fisico, pot sua vez, produz dentro
de si outras sementes, que se destinam a futuros rebentos.
Podemos agora retomar os Tattvas, para vcr o que significam na Natu-
reza e no homem, e mostrar o grave perigo a que se exp5e quem pratica a
Yoga como amador e sem conhecimento de causa.

AS CORRELAC}OES E 0 SIGNIFICADO DOS TATTVAS

Vemos, portanto, que h£ Sete Forcas ou Sete Centros de For€a na


Natureza, e tudo, em nosso sistema, parece responder ao ndmero sete, como,
por exemplo, a escala musical ou dos sons e o espectro das cores. Nos volu-
mes anteriores nao esgotamos a nomenclatura e as provas dos setenfrios; mas

(10) Esta desintegracao ocorre em tempo mais ou menos demorado, segundo a


grau espiritual ou material da personalidade (cujos residuos formam o fantasma).
Se predomina a espiritualidade, o fantasma (ou larva) se desvanece rapidamente; mas,
se a personalidade foi muito apegada as coisas materiais, o Kama-Rfipa pode subsistir
durante s€oulos, e casos ha, embora raros, em que sobrevive com a ajuda de seus

i5i§;€:;!e#jri:ass'Totb::d:eJS;§gb¥f:n£:a°g:Saeslcg°±:::Ee;§sT£:oo¥aerEnfe::d:e:a:Sea;:¥i8i-;;:fcfov;]b4£:SC€:
(11) Key to Tbcosopb}, pag.141, ed. inglesa.
(12) Eg.do/o#, palavra grega que significa imagem, £igura, sombra. -N. do T.

136
dissemos o suficiente para mostrar a todo pensador que os fatos aduzidos
nao sao coincidencias, senao que representam valiosos testemunhos de
muito peso.
Vfrias sao as raz6es por que se mencionam apenas cinco Tattvas nos
sistemas hindus. Jf declinamos uma delas, e eis aqui out:ra.
Como s6 agora chegamos a Quinta Ra€a2 e nao possuimos mais que
cinco sentidos ( tanto quanto pode a Ciencia afirmar), a existencia de outros
dois sentidos, ainda latentes no homem, s6 € acusada por testemunhos de
ordem fenomenal, que os materialistas absolutamente nao aceitam como
provas. Declara-se entao que os cinco sentidos fisicos correspondem aos cinco
Tattvas inferiores; e os outros dois, alnda nao desenvolvidos no homem,
com as duas forcas respectivas, ou os Tattvas omitidos pelos bramanes, e
que a Ciencia nao reconhece, sao t5o subjetivos e sagrados que nao podem
ser verificados senao por meio dos mais altos conhecimentos ocultos,
Facilmente se compreende que esses dois sentidos e o sexto e o s€timo

:a±tnvva;itc6°r::esAP:rnfg:T£:::eg:£asd:sa:So:Leav::°Sd:r#ter:Pai:Shumanos:Buddhie
A nao ser que o exerofcio oculto nos abra os sentidos sexto e s€timo,
jamais perceberemos os seus tipos correspondentes.
Assim, do ponto de vista esot6rico nao esta correta a alirma€ao contida
em Forf4f Jz/fz.f d¢ N¢J#rcz4 de que o Tattva superior € o Akasha 13 (se-

a:£endoo.::t:ra]::T:s5o]%utqr::,::a::o,cocnasdfae:amcgfsoqEta::gefix\ara,a::£s::£apq:
quase homogeneo e sem ddvida universal, fica ele diminur'do e liinitado ao
nosso Universo visivel, uma vez que decerto nao se trata do Eter do espa€o.
0 Eter, diga o que disser a Ciencia moderna, 6 substancia diferenciada. 0
Akasha, que carece de atributos, com excec5o de urn - o SOM, ¢o g%4J € a
f%4fjr¢jo, nao € substincia, nem me§mo exotericamente, nem tampouco na
opini5o de alguns orientalistas 14; e deve antes considerar-se como o Grande
Vazio Espacial 15. Esotericamente, Akasha € o Espa€o DZ„¢.#o, e s6 no ultimo

au:asi::.at;xvoer?eoseil¥%;.o#e::ia,caes:,n.osvs€ouTo¥ivs:sr,seoevisivd2e:uq:ea.Tesr:::
"atributo" do Akasha, quando em realidade n5o o €, mas apenas sua corre-
la€ao primfria, sua manifestacao primordial do LOGOS, ou a Idea€ao Divina
feita VERBO, e este "VERBO" feito "Came". Nao se pode considerar o
Som como urn atributo do Akasha sem antropomorfizar este ultimo. Nao 6
uma caracteristica do Akasha, embora certamente seja tao inato a ele quanto
a id€ia de "Eu sou Eu" € inata aos nossos pensamentos.

(13) Acompanhando o Sbjedg4„&, o autor da citada obra enumera os Tattvas e


suas correspondencias na seguinte ordem: Akasha - €ter; Vayugas; Tejas - calor;
Apas - liquido; e Prithivi - s6lido.
(14) Vejam-se as Notas de Fitzedward Hall sobre o V;Jb## P#/4#4.
( 15) 0 par de opostos, a que nos referimos ao falar da Vida Una (a Raiz de tudo)

a£:ifek%iEn¥hi;udaus:aseehdaee£:r€:d;i::e:tifaceas°riacorrer]:;£:ng:ea:n%:a¥SajanberuatAeea:
Mulaprakriti dos vedantinos.

137
Ensina o Ocultismo que o Akasha inclui e compreende os sete Centros
de Forea, e portanto os seis Tattvas, sendo ele pr6prio o s6timo, ou melhor,
a sintese deles. Mas, se adotado o conceito exot€rico, como parece que o faz
o autor da obra aludida, entao estarf certo; porque, vendo que o Akasha €
universalmente onipresente, e seguindo a limitac5o puranica, p¢/¢ eeeJ4or
compreensdo de no;s.o intel.:cto findito, FLF cohoca o c9^rr\€?o dp Aha:sP? som"=ate
depois dos quatro planos de nossa cadeia terrestre 16, £icando os dois Tattvas
superiores tao ocultos ao homem comum quanto o sexto e o s6timo sentidos
o estao para a mente materialista.
Pop conseguinte, enquanto a fflosofia sanscrita e a indiana geralmente
s6 aludem a cinco Tattvas, os ocultistas enumeram sete, em correspondencia
com os demais setenarios da Natureza. Os Tattvas se apresentam na mesma
ordem que as sete Forcas macroc6smicas e microc6smicas. Eis a ordem:
1 . ADI TATTVA, a For€a primaria universal, que surge, no inicio da
manifesta€ao (ou perfodo "criador"), do eterno e imutavel SAT, o subs-
trato de TUDO. Corresponds ao Envolt6rio Aurico ou Ovo de Brahma, que
circunda cada globo, assim como cada homem, animal, vegetal ou mineral.
E o veiculo que potencialmente contem todas as coisas: Espirito e Subs-
tancia, Forca e Materia. Adi Tattva €, na Cosmogonia esot6rica, a Forca
dimanante do Primeiro LOGOS, ou LOGOS Nao-Manifestado.
2. ANUPADAKA TATTVA t7, a primeira diferenciaeao no plano do

::rpe(npo°r£.Spaar:I;::£iait:stfads:a:i;a°Fuor:aqgreoc:asecedop°sre#g:£°Lr88e6°s.deal8°
3 . AKASHA TATTVA, que 6 o ponto de partida de todas as filosofias
e religi6es c#o¢€rz.c¢f. Elas o definem como For€a Et€rica, o Eter. Por isso
6 que Jtipiter, o "supremo" Deus, era chamado Pater AEther. Na India, o
deus India, que era antigamente a suprema Divindade, representa a expansao
et€rica ou celeste. E o mesmo se diz de Urano, etc. Tamb€m se menciona
o Deus bfolico dos cristaos como o Espirito Santo, Pneuma, o vento ou o
ar rarefeito. A este Tattva os ocultistas chalnam a Fonga do Terceiro LOGOS,
a Forea Criadora no Universo jf manifestado.
4 . VAYU TATTVA, o plano a€reo, onde a substancia € gasosa.
5 . TAIJAS TATTVA, o plano de nossa atmosfera. De fcj¢f, luminoso.
6. APAS TATTVA, substancia aquosa ou lfquida, e sua forca.
7. PRITHIVI TATTVA, substancia terrestre s6hida, a for€a ou espi-
rito terrestre. E a for€a infima.
Todos esses Tattvas estao em correspondencia com os nossos principios
e com os sete sentidos e forcas do homem. Segundo c Tattva ou For€a gerada
ou indrraida em n6s, assim atuar6 o nosso corpo.

(16) Veja-se o Vol.I, Diagrama Ill.


(]7) Anupadaka (em pali: Opapatika) significa "o sem pais", o nascido de

#n?veeJr¥o°),P::ntdr:n::::mb::at:aoExdeom£°;i:oDdeeusv%rhafuTaAa:i:fyuirs8iud°re¥£e¥:n{:i:bE}:as:
etemo e ilimitado: e Brahma o Universo e o Logos. 0 Buddha mftico nasce tamb€m
de urn L6tus.

138
Pois ben: o que agora vamos dizer se destina especialmente aqueles
que estao ansiosos por desenvolver poderes mediante "a prftica da Yoga".
Ve-se, pelo que jf foi exposto, que nenhuma das obras ao alcance
do ptiblico, referentes a Raja-Yoga, sao geralmente titeis; tais livros, quando
muito, contem no€6s de Hatha-Yoga, algo que, na melhor hip6tese, poderf
desenvolver a mediunidade, e, na pior, levar a consuma€5o. Se os que praticam
a "meditacao" e buscam aprender a "ciencia da respira€ao" lerem atenta-

:deqnutieri5:,%:a::,:Jeda¢u|#:::;:,:::a:inqcu.eiaa:,-:::,igfs.arqc::ng::flo::fi:S::
Yoga exot€rica, e na prftica da Hatha-Yoga, situa-se o Akasha Tattva na
cabeea (ou c€rebro fisico) do homem; o Tejas Tattva mos ombros; o Vayu

:adt:Vfonm°e#{g°A(psaesdiadt:vta°::Ss?:efae:sS;esefgfi::in`£`#da::::''n8:F€::Vfur::
omitem-se e ignoram-se os dois Tattvas superiores e suas correspondencias;
e, como sao estes os fatores principais da Raja-Yoga, nao pode haver fens-
meno espiritual ou intelectual de natureza elevada. Os melhores resultados
que se podem obter s5o de ordem puramente ffsica, e nada mais. Sendo os
"Cinco Sopros'', ou melhor, os estados da respiraeao humana, corresponden-
tes, na Hatha-Yoga, aos planos e cores jc/rcJj7cf acima indicados, quais os
beneffcios espirituais que se podem alcangar? Pelo contrario, os resultados
s5o a verdadeira antitese do plano do Espirito, ou plano macroc6smico supe-
rior, refletido as avessas na Lus Astral. Assim o prova o pr6prio livro tantrico
Sbivdganea. Corr[panenlos.
Primeiro que tudo, insta recordar que, para os ocultistas, o setenfrio da
Natureza, assim visivel como invisivel, consiste em jr€f ( mais quatro ) Fogos,
que se desdobram nos quarenta e nove Fogos. Donde se infere que, assim
como o Macrocosmo se divide em sete grandes planos de vdrias diferencia-
€6es - desde a espiritual ou subjetiva ate a material ou inteiramente objetiva,
desde o Akasha ate a atmosfera viciada de nossa Terra -, assim tamb6m

:2pdi:s?mc.dnef:treieseitae£1|Pcoasm:3:efen:auittroesnaast:::iosq,utasaes:i:sseeTa,q;:::oq::in:
pr6pria Ciencia moderna ten os seus tres estados de mat6ria e mais os
chamados estados "criticos" ou intermediarios entre o s6lidoj o lfquido e o
gasoso.
Ora, a Luz Astral n5o € uma substincia universalmente difundida, mas
pertence tao somente a nossa Terra e aos demais corpos do sistema que se
acham no mesmo plano de mat€ria que ela. Nossa Luz Astral 6, por assim
dizer, o corpo et€reo ou Linga Sharira da Terra; com a diferen€a de que, em
vez de lhe ser o prot6tipo, como no caso do Chhaya ou duplo humano, 6
precisamente o reverso. Os corpos do homem e do animal crescem e se
desenvolvem de acordo com o modelo de seus duplos antitipicos; ao passo
que a Luz Astral prov€m das emana€6es terrenas, cresce e se desenvolve
segundo o seu progenitor prototfpico, e suas traisoeiras ondas refletem
j#zJcrj¢.d¢f todas as coisas, nao s6 dos planos superiores como do plano s6lido
inferior, a Terra. Daf a confusao de cores e de sons para os sensitivos videntes

139
e auditivos. quer se trace de mediuns, quer de Hatha-Yogis, quando se fiam
nas impress6es da Luz Astral.
A esse respeito, pedimos a aten€ao do leitor para o quadro que vein
logo adiante, e onde apresentamos urn paralelo entre a Tfbua Esot€rica
e a Tfbua Tantrica dos Tattvas em relac5o aos Sons e as Cores.
Tal €, portanto, a ciencia oculta em que os modemos ascetas e Yogis
da India baseiam o desenvolvimento de seus poderes psfquicos. Sao eles co-
nhecidos pelo none de Hatha-Yogis. Ora, a ciencia da Hatha-Yoga tern como
ponto de partida a "supressfro da respiracao", ou Pranayama, exerofcio que
os nossos Mestres sao unanimes em contra-indicar. Que € Pranayama? Em
sua tradu€5o literal a palavra significa ``morte do sopro (vital) ". E, coofor-
me jf dissemos, Prana n5o € Jiva, a eterna fonte da vida imortal; nem ten
relacao alguma com Pranava, como ha quem suponha, porque Pranava e
sin6nimo de AUM em sentido mfstico. Em For£¢f S¢fz.J d¢ N¢¢%rcz¢ se en-
contra tudo o que jf se ensinou ptiblica e claramente sobre este assunto.
Mas tais prfticas s6 podem condurir a magia negra e a mediunidade. Vfrios
chelas, que conhecemos pessoalmente na India, se dedicaram a Hatha-Yoga,
apesar de nossas advertencias. Dois deles ficaram tuberoulosos, e urn morreu;
alguns quase chegaram a ficar idiotas; outro suicidou-se; e outro, ainda, se
tornou urn tantrista, ou mago negro; mas este, felizmente, teve sua carreira
logo interrompida pela morte.
A ciencia dos Cinco Sopros - o dmido, o ardente, o a6reo, etc. - ten
urn duplo significado e duas aplica€6es. Consideram-na os tantristas literal-
mente, como o processo de regular o sopro vital pulmonar; enquanto que
os antigos Raja-Yogis a entendem como relacionada com o sopro mental ou
da " vontade", o rfuico que conduz as superiores faculdades de clarividencia, ao
funcionamento do "terceiro olho" e a aquisigao dos poderes ooultos da ver-
dadeira Raja-Yoga. Enorme 6 a diferenga entre os dois m€todos. 0 primeiro
emprega os cinco Tattvas inferiores, como jf dissemos; o segundo principia
usando apenas os tres superiores, para o desenvolvimento da mente e da
vontade, reservando os demais para quando forem dominados esses ties.
Assim, o Raja-Yogi emprega s6 urn dos cinco Tattvas tantricos (o Akasha
Tattva).
Como muito ben disse a obra citada, "os Tattvas sao modificac6es de
Svara". Mas Svara € a raiz de todos os sons, o substrato da mdsica das esfe-
ras pitag6ricas, o que esta 4Jc'ee do Espirito, na modema acep€ao da palavra,
o Espfrito #o Espirito, ou, segundo uma tradue5o muito sugestiva, a "cor-
rente da onda da vida", a emanacao da Vida Una.
0 Grande Sopro, a que nos referimos no primeiro volume desta obra,
€ ATMA, palavra que etimologicamente significa: "a c;c/#o eeoz;¢.eeG#fo"a
Ora, enquanto o chela asceta de nossa escola segue o m€todo pr6prio da evo-
lueao do Universo, ou seja, do universal ao particular, ,o Hatha-Yogi inverte
os _termos, esforcando-se inicialmente por obter a supressao do seu sopro
(vital). E se, conforme ensina a filosofia hinduista, "Svara assume a forma
de Akasha" no come€o da evolucao c6smica, e depois vai sucessivamente

140
tomando as formas de Vayu (ar), Agni (fogo), Apas (£gua) e Prithivi
(mat6ria s6lida) 18, entao a 16gica e a razao indicaln que devemos principiar
pelos Tattvas superiores j%Pr¢-Jc'7¢fz#cg.f, para o nosso desenvolvimento mental.
`0 Raja-Yogi nao desce, nos planos da substincia, aqu€m de Sfikshma ( a
mat€ria sutil), enquanto que o Hatha-Yogi desenvolve e usa os seus poderes
s6 no plano material. Alguns tantristas localizam os tres Nadis - Sushumna,
Ida e Pingala - na medula alongada, designando sua linha central pelo
none de Sushumna, e as divis5es direita e esquerda pelos de Pingala e Ida,
respectivamente, Tamb6m situam os trds Nadis no coracao, a cujas divis6es

i£±gs:iti£S:::vLtArfesocofLf#i:¥£ei%san+¥s¥jfaY#sco¥#o!
Sushumna, sede principal dos tres Nadis, no conduto central da medula espi-
nhal, e Ida e Pingala dos lados esquerdo e direito. Sushumna 6 o Brahma-
ddanda, o canal (do cordao espinhal), ouja fung5o a Fisiologia desconhece,
como desconhece a do baap e a da glandula pineal, Sao Ida e Pingala sin
plesmente os sustenidos e bem6is daquele Ft5 da natureza humana, a t6hica
e a nota rp€dia da escala harmonica seten6ria dos Principios, que, vfofando
adequadamente, despertam as sentinelas de ambos os lados, o Manas espi~
ritual e o Kfma ffsico, e subjugam o inferior por meio do superior. Mas
este efeito hf que resultar do exercfcio do poder da vontade, e nao da
supressao da fung5o respirat6ria, por qualquer m€todo que seja, cientifico
ou nao. Examinando-se uma seg5o transversal da espinha dorsal, vcr-se-a que
existem tres colunas, uma das quais transmite as ordens vofitivas, e outra
uma corrente vital de Jiva - nao do Prina que anima o corpo fisico do ho-
mem - durante o estado de Samadhi e outros analogos.
Quem quer que estude os dois sistemas, Hatha e Raja-Yoga, observarf
que existe uma grande diferenqu entre eles: o primeiro € puramente psicofi-
siol6gico, o segundo € puranente psicoespiritual. Parece que os tantristas
nao vao al€m dos seis plexos conhecidos e visfveis, a cada urn dos quads asso-
ciam os Tattvas; e a grande importancia que atribuem ao plexo principal, o
Mfiladhara Chakra ( o plexo sagrado) denuncia a tendencia material e egoista
de seus esforgos pela aquisie5o de poderes. Os cinco Sopros e os cinco Tattvas

fin?£TL#frg£:S:rife°coT#d#|efncod::Sb#exo°sAi:,sfai:fan¥h=jgivT
eles inteiramente o plexo sintetizante farfugico, Mas com os disofpulos da
velha escola o caso 6 diferente. Comecam por dominar o 6rgao que os ana-
tomistas ocidentais chamam corpo pituitfrio, situado na base do Ofrebro,
sobre a faringe. Na s€rie dos 6rgaos objetivos cranianos, correspondentes aos
principios subjetivos tantricos, esse 6rgao est6 para o terceiro olho ( a glan-
dula pineal) assim como o Manas estf para Buddhi. 0 despertar e o de-
senvolvimento do terceiro olho dfr-se-fo por meio do pequeno e insignifi-
cante 6rg5o vascular, que € o corpo pituitdrio, acerca do qual, voltamos a
repetir, nada sabe a fisiologia. Urn € o ativador energ€tico da vontade; a
outro, o da percepcao clarividente.

(18) Veja-se Tbc Tbcofopbri/ de fevereird de 1888, pfg. 276.

141
TABUAS ESOTERICA E TANTRICA DOS TATTVAS
Principios esot€ricos, Tattvas ou Forcas, e sGas correspondencias com acorpohumano,estadosdemat€riaecores Tattvas Tantricos e suas correspondeflcias
com o corpo humano, estados de
mat6ria e cores

Partes do corpo Cores Tattvas • Estadosdemat6ria PartesdoCorpo Cores


Tattvas Principios Estados de mat€ria

4. Adi Civo Substancia Espiritual Envolve e penetra Sintese de 4. Igno- Ignorado Ignoradas Ignorada
Aurico Primordial; Akasha; todo a corpo. todas as rado
Substrato do Espfrito emanacao reciproca Cores.
do Eter endosm6tica eexosm6tica Azul

b. Anupa- Buddhi Essencia Espiritual ou Terceiro Olho, ou Amarelo b. Igno- Ignorado Ignoradas Ignorade
daka Glandula Pineal rado
pr]:::£riL:i°s;d€¥b¥smo
c. Alaya ou Manas, Eter do Espaco, ou Cabeca Anil c. Aka. Eter Cabeca Preto ou
Akasha EGO terceira diferenciacaodoAkasha.Estadocrfticodovapor sha sem col

d. Vayu Kama Estado critico da Da garganta ao Verde d.V`ay" Gas Umbigo Azul
Manas mat6ria umbigo

c. Tejas Kama Essencia da mat€ria Ombros e bracos, Vermelho c. Tejas Calor Ombros Vermelho
(Rdpa) densa; correspondeaogelo ate as coxas (?)

LingaSharira Eter denso ou arliquido Das coxas aos joemos Violeta /. Apas Liquido Joelhos Branco
/. Apas

Corpo vivo Estado s6lido e Dos joelhos aos p€s Vermelho- g. Pri- S6lido P€s Amarelo
9. Prithivi 20
em Prana ouvidaanimal critico laranja 19 thivi

(19) E de vet como as cores dos Tattvas ficam invertidas ao refletirem-se na Luz Astral, pois o anil passa a ser preto; o
verde, azul; o violeta, branco; e o laranja, amarelo.
Os que se.jam medicos, fisiologistas, -anatamistas, etc., compreenderao
melhor que os demais leitores as explicag6es que se seguem.
No que respeita a glindula pineal, ou Conarium, nao encontramos exph-
caofo alguna que tenha a homologagao de autoridades universitdrias. Per-
lustrando as obras dos maiores especialistas, € curioso observar a confusao
e a ignorancia, abertamente confessadas, sobre a economia vital humana, tanto
na ordem fisiol6gica como na psicol6gica. Vejamos o que se pode reapigar das
autoridades cientfficas com rela¢o a esses dois importantes 6rgaos.
1.° A Glandula Pineal ou Conarium € urn corpo oblongo arredondado,
de tr€s a quatro linhas 21 de comprimento, de cor cinzento-avermelhada
escura, 1igado a parte posterior do terceiro ventrfculo do cerebro. Estf preso
em sua base por dois finos cord6es medulares, que se dirigem, em sentido
divergente, para os talamos 6ticos. Convem nao esquecer que os talamos 6ticos
sfo, de acordo com os mais eminentes fisiologistas, os 6rg5os de recepcao

;:+:#£%tfostse¥d:¥£gEstisem:##g£¥sovP:acA#co¥qut
6 o nosso meio de comunicac5o com os planos superiores do Universo). Di-
zen-mos ainda que as duas bandas dos talamos 6ticos, que se infletem para
encontrar-se uma com a outra, se unem sobre a linha mediana, onde se trans-
formam mos dois pedinculos da glandula pineal.
2.° 0 Corpo Pituitfrio, ou hip6fise cerebral, € urn 6rgao pequeno e
duro, com cerca de seis linhas de largura, tres de comprimento e tres de
altura. E formado de urn 16bulo anterior em forma de feijao, e outro pos-
terior mais arredondado - uniformemente unidos. Dizem-nos que suas partes
coustitutivas s5o quase id€nticas ds da glandula pineal; nao se pode observar,
contudo, a mais love relag5o entre os dois, inclusive anat6mica e fisicamente.
Por outro lado, os dissecadores operam sobre cadaveres, e s5o os pr6prios a
reconhecer que, de todos os tecidos e 6rg5os, a substancia cerebral € a que
mais depressa se contrai e muda de forma, efetivamente alguns minutos de-
pois da morte. Assim, quando as pulsag6es da vida, que faziam expandir a
massa do c€rebro, penetravam todas as suas cavidades e comunicavam energia
a todos os seus 6rgaos, cessam de existir, esta massa cerebral se encolhe e
toma urn aspecto pastoso, e todas as passagens, anteriormente abertas, ficam
obstruidas. Mas a contracao, e mesmo a comistura de partes durante este
processo de encolhimento, e a pastosidade do cdebro nao provam que antes
da morte nao haja conexao entre o corpo pituitdrio e a glandula pineal.
Porque, conforme demonstrou o Professor Owen, uma conexao, t5o objetiva
como urn sulco ou urn canal, existe nos eranios dos fetos humanos e mos de
certos peixes. No homem em estado normal urn Adepto pode ver as pulsa-
e6es da aura dourada mos dois centros, semelhantes ds do coracao, que nunca
cessam durante a vida toda. Esse movimento intensifica-se, porfem, sob as
condic6es anormais do es forgo para desenvolver a faculdade da clarivid€ncia,
tomando-se mais forte a a¢o vibrat6ria ou oscilante da aura. 0 arco da
pulsa€ao do corpo pit`ritfrio sobe cada vez mats, ate que a corrente alcanga

t21 \ :Medida linear inglesa equl ente a 1712 de polegada ou 2,12 mm. -N. do T.

143
finalmente a glandula pineal - a ;ememan€a de uina corr'ante eletrica quando
embate em urn corpo s6lido - e o adormecimeneto do 6rg5o desperta e se
inflama com o puro Fogo Akashico.
Tal € a descricao psicofisiol6gica dos dois 6rgaos que, no plano fisico,
sao os sfmbolos concretos dos conceitos metafisicos chamados Manas e Buddhi.
Para que Buddhi seja mais consciente no plano fisico, necessita do fogo mais
difeneLc.lido de Maias., ttma vez, por6m, qtte o sexto sentldo tenba desper-
J¢Jo o f€J;7#o, a luz que se irradia deste s6timo sentido ilumina os campos
do infinito. Por urn breve espa€o de tempo, o homem se torna onisciente;
desaparecem o Passado e o Futuro, o Espaco e o Tempo: tudo se transmuta
no Presente. Se 6 urn Adepto, armazenara em sua mem6ria ffsica o conheci-
mento assim adquirido; e nada, exceto o crime de se entregar a magia negra,
podera apagar essa lembranca. Se € apenas urn chela, somente parcelas da
verdade total ficarao impressas em sua mem6ria, sendo-1he preciso renovar
o processo durante anos, sem jamais permitir que o tisne urn ftimo de impu-
reza, mental ou fisicamente, antes que possa chegar a iniciaeao final e com-
pleta e ser urn Adepto.
Parecera estranho e quase incompreensivel que o exito principal da
Gupta Vidya, ou Conhecimento Oculto, dependa de semelhantes relampagos
de clarividencia, e que estes, por sua vez dependam, no homem, de duas
insignificantes excrescencias da cavidade craniana, "duas „err%g¢f c6meas
cobertas de areia cinzenta ( acervulus cerebri ) ", segundo a expressao de Bi-
chat em sua A#¢;oeez.c Dcfcr¢.pj¢."c. Contudo, assim €. Essa areia, por€m, nao
deve ser desprezada; pois € precisamente o que indica a atividade intema e
independente do Conarium e impede os fisiologistas de classific£-lo entre os
6rg5os atrofiados e indteis, remanescentes de uma anatomia humana anterior
(hoje completamente modificada), durante algum perfodo de ignorada evo-
luc5o do homem. A "areia" 6 sobremodo misteriosa, e ten burlado todas
as investiga€6es dos materialistas. Na cavidade da superficie anterior desta
glandula, nas pessoas jovens, ou em sua substancia, nos vethos, se encontra
uma esp€cie de
"mat€ria semitransparente, brilhante e dura, amarelada, cujo diametro nfro excede
meia licha" 22.

Tal € o "acervulus cerebri".


A "areia" brilhante € uma concre€5o da pr6pria glandula, no dizer dos

££sS£:[c°ugi:::::;::i]:::ai:a:h:ms:£'E:Svpa°k:£:::S«%6fioAD!t#:aEP?e6ar]g:o°p:£un:
cipal da espiritualidade no edrebro humano, a sede do genio, o mfgico S€-
samo pronunciado pela vontade purificada do mfstico, que abre as avenidas
da verdade a todos os que sabem como utiliza-la.
Ensina a Ciencia Esot€rica que Manas, o Ego Mental, n5o realiza sua
completa uniao com a crianca antes da idade de seis ou sete anos; ate ent5o,

(22) Scemmerring, De AccrcJ%Jo Ccr€4r2., vol. 11, pfg. 3-22,

144
inclusive segundo o canone da Igreja e de acordo com as leis, a crian€a nao €
considerada responsfvel 23. S6 nessa idade € que o corpo aprisiona o Manas.
0 famoso anatomista alem5o Wengel observou em milhares de casos uma
estranha particularidade: com rarfssimas excec6es, aquela "areia", ou con-
cre€ao de cor dourada, esta presente s6 em criancas de mais de sete anos.
Nos loucos, esses cflculos sao em nrimero muito diminuto e nos idiotas estao
de todo ausentes. Morgagni 24, Grading 25 e Grum 26 foram sfbios em seu
tempo, e ainda o s5o, pois foram os rfucos fisi6logos que apontaram a exis-
tencia de relacao entre a "areia" e a mente. E esta relacao parece fora de
divida, uma vez que as criangas de pouca idade, os velhos decr€pitos e os
idiotas nao possuem esses caloulos.
Ora, se todos os atomos, de mat6ria organica ou inorganica, sao con-
crec5es do Espirito cristalizado, ou Akasha, a Alma Universal, por que - per-
gunta o Ocultismo - hf de hover objec5o a que as concrec6es da glandula
pineal resultem de acao da eletricidade mental sobre a substancia circunja-
cente, s6 por serem tais concrec6es, segundo a an£1ise, compostas de materia
animal, fosfato e carbonato de cflcio?
Os nossos sete Chakras se acham todos situados na cabe€a; e sao estes
Chakras-mestres que governam e dirigem os sete (porque ha sete) principais
plexos do corpo, sem falar nos quarenta e dois plexos menores aos quais
recusa a Fisiologia este none. Nao importa que tais centros sejam inacess{-
veis no plano objetivo ao microsc6pio. Tamb€m este nao descobriu, e jamais
descobrira, a diferenca entre os nervos motores e os sensoriais, que transmi-
ten todas as nossas sensa€5es corporais e psfquicas, quando a 16gica, por
si s6, basta para demonstrar que tal diferenca existe. I se, no caso presente,
a palavra plexo nao comunica as mentes ocidentais a -id€ia convencional do
termo anat6mico, chamemos entfo esses centros de Chakras, Padmas, Rodas,
Coraeao e P€talas de L6tus. Consideremos que a Fisiologia, apesar de sua
imperfei€ao, admite existirem grupos setenfrios tanto no exterior como no
interior do corpo: os sete oriffcios da cabeca, os sete "6rgaos' da base do
c€rebro, os sete plexos - faringico, laringeo, cavernoso, cardi'aco, epigfstrico,
prostftico e sacro; etc.
Em tempo oportuno serao ensinados aos estudantes vfrios pormenores
a respeito dos Chakras-mestres e os seus respectivos usos. Antes, por€m,
devem aprender coisas menos diffceis. Se me perguntarem se os sete plexos
ou centros tfttvicos de ac5o representam os centros de vibracao dos sete
Raios do Logos, responderei afirmativamente, observando apenas que os
Raios do Logos vibram em cada ftomo de mat€ria.
Nestes volumes temos quase revelado que os ``Filhos de Fohat" perso-
nificam as forcas geralmente conhecidas sob os nomes de Movimento, Son,

(23) Na lgreja grega ortodoxa nao € permitida a confissao da crian€a antes dos
sete anos, porque s6 depois dessa idade 6 que se acredita que alcan€ou o uso da razao.
(24) Dc C4#J. Ep., vol. XII.
((%56)) ADdeveE:i{#sed€iaTn]dttDlete.p%e2diis in Qt4inqi4e Ment. Alien., T]53.

145
Calor, Luz, Coes5o, Eletricidade ou Fluido E16trico, e For€a Nervosa ou
Magnetismo. Esta verdade n5o pode, contudo, ensinar o estudante a ajustar
e moderar o Kundalini do plano c6smico segundo o Kundalini c#'j¢J, o F]uido
Eletrico segundo a Forca Nervosa; e, se n5o souber harmoniza-los, provo-
cara certamente a pr6pria morte, porque uma dessas forcas ten a velocidade
de 90 p€s e a outra a de 115.000 l€guas por segundo.
Os sete Shaktis, chamados Para-Shakti, Jnana-Shakti, etc., sao equiva-
1entes aos "Filhos de Fohat" e os seus aspectos femininos. Como, por€m,
os seus nomes s6 poderiam trazer, neste momento, confus5o a mente do
estudante ocidental, € preferivel dar os nomes usuais que lhes correspondem,
jf mencionados acima. Sendo setenaria cada uma das Forcas, o seu ndmero €,
por conseguinte, quarenta e nove.
Ha s€culos que o Ocultismo resolveu a questao, atualmente suscitada
pela Ci€ncia, sobre se o son € capaz de acrescentar sensa€5es de luz e cor
a suas naturais sensa€5es sonoras. Todo impulso ou percussao de urn objeto
fisico comunica no ar uma vibracao determinada, produzindo a colisao de
particulas fisicas; e o son que assim impressiona o ouvido ocasiona ao mes-
mo tempo urn traco luminoso, que assume uma cor particular. Porque no
dominio das forcas ooultas urn son a"J€e/eJ nao 6 senao uma cor subjetiva,

::smmaacs°urbgte£C:±Pat£;::e:::al?a£:aedoes¥£T££°smco'.:t"#d;::'in#ab::rp£°t::d:mhoi:
designam por vdrios nomes; mas que para n6s e o ESPACO plfstico, em-
bora invisivel.
Parecera uma hip6tese paradoxal; e no entanto os fatos ai estfo pare
o comprovar. A surdez absoluta, por exemplo, nao exclui a possibhidade

geere:Stoig:;rns°Sre::g[Saosaec£::aci:mpt:ddi;Csapree]g£S::ntvear::S6Cr%Sa°oS£::alprs°ovba:
forma de impress6es cromfticas. A pr6pria cirounstancia de que antiga-
mente foram escritos em cores os tons intermedifrios da escala musical
mostra uma inconsciente reminiscencia do antigo ensinamento oculto, se-
gundo o qual a cor e o son, c" #offo p/¢#o, sao dois dos sete aspectos
correlativos de uma s6 e mesma coisa, a primeira Substancia diferenciada
da Natureza.
Eis aqui urn exemplo, que ben merece a atengao dos ocultistas, da
rela€ao entre a cor e a vibracao. Nao s6 os Adeptos e os chelas adiantados,
como tamb6m os ps{quicos de inferior categoria, entre os quais os videntes
e os psic6metros, podem perceber em torno de cada indivfduo uma aura

Esfquo£::radsepcaloar::a;,a:£sad£:;t::£rorse:gor:g:s:::ss:oot£Te:£eorraE:naovgefs:ri::ssnoaa;
estao reservados unicamente a percep€ao de Adeptos evolucionados, mas,
as vezes, tamb€m a de psfquicos naturais. Todas as paix6es, pensamentos e
qualidades humanas se encontram assinalados na aura por suas correspon-
dentes cores e matizes, que as vezes se deixam mais sentir que perceber.

9esr::i:::::spFo¥:z:::S£¥:£[sa,scvo£#r::gees:ed=;tor:s:reonutog:tuos:;a¥dceaEaa£:::
sugerindo uma cor diferente. Assim` cone a§ cordas vibram e emitem notas

146
audiveis, assim tamb6m os nervos do corpo humano vibram e tremulam em
correspondencia com as diversas emo€6es, sob o impulso geral da circulante
vitalidade de Prana, determinando ondulac6es com efeitos cromaticos na
aura do individuo.
Podemos, portanto, considerar o sistema nervoso do homem como uma
harpa e6lia, que responde ao impulso da for€a vital, nfo sendo esta uma
abstracao, mas uma realidade dinamica, que manifesta em colora€6es os
mais sutis matizes do carfter individual. Se tais vibra€6es nervosas se inten-
sificam o suficiente e se p6em em rela€5o com urn elemento astral, o resul-
tado 6 - urn son. Como duvidar, ent5o, da rela€ao entre as forcas micro-
c6smicas e as macroc6smicas?
E agora, depois de ter mostrado que as operac6es tantricas (tais como
se descrevem no tratado de Rama Prasad e em outros do mesmo carfter,
publicados de vez em quando na imprensa teos6fica)27 tendem para a magia
negra, sendo ainda mais perigosas quando usadas como processo de autode-
senvolvimento, espero que os estudantes tomem as suas precauc6es.
Advirta-se que ate o presente nao hf duas autoridades que estejam de
acordo quanto a localizacao real dos Chakras e Padmas no coapo humano,
e que as cores dos Tattvas, tais como sao apresentadas, aparecem inverti-
das, a saber:
(¢)Akasha: d£-se-lhe a cor negra, ou o deixam sem cor ~ quando,
em correspondencia com Manas, 6 anil.
(a) Vayu: figura como azul, quando, por corresponder ao Manas infe-
rior, 6 de cor verde.
(c) Apas: da-se-1he a cor branca; mas, correspondendo ao corpo astral,
sua cor € o violeta, com urn substrato prateado semelhante ao branco lunar.
Somente a Tejas atribuem a cor certa: vermelho.
E ffcil ver, por tudo isso, como sao v€us perigosos essas discrepancias.
Ademais, a prftica dos Cinco Sopros, conforme salientamos, € capaz
de provocar desordens fisiol6gicas e psiquicas, e ate mesmo a morte. E
realmente o Pranayama, ou a supressao do sopro, que acarreta a morte de
quem o pratica - a morte moral sempre, e com muita freqtiencia a morte
ffsica.

SOBRE OS "VEUS" EXOTERICOS E A "MORTE DA ALMA"

Como corolario do que ficou exposto, e antes de passar a explica€6es


de indole ainda mais abstrata, devemos cumprir nossa promessa, esclare-
cendo, a luz de ensinamentos que jf conheceis, a terrivel doutrina da ani-
quila€ao pessoal.

(27) Note-se que jamais foram publicadas as prfticas da verdadeira Raja-Yoga.

147
Afastai de vossa mente tudo o que ate agora lestes em livros coma o
B#d¢.faeo Efo/c'rzco, e tudo quanto julgastes compreender de hip6teses tais
como a da oitava esfera e a da Lua, e mais a de que o homem e o sinio
ten urn antepassado comum. Ate o que escrevi em Tbe Thcosopb¢.ff e em
L#cz./cr nao deveis aceitar como verdade completa, senao como iddias amplas
e gerais, em que apenas se esbo€am os pormenores. Certas passagens, no
entanto, e especialmente as notas a margem dos artigos traduzidos das
C4rj4f Job/c a M4gg.4, de Eliphas L6vi 28, oferecem alguns vislumbres.
Apesar de tudo, € condicional a imortalidade pessoal, pois ha o que
se chama "homens sem alma", segundo certos ensinamentos raramente men-
cionados, mas a que tambem mos referimos em ff¢.s se„ V€„ 29. Existe ainda
urn Avitchi, que em rigor pode ser chamado Inferno, embora nao tenha
relaefro alguma, nem semelhanga, com o born Inferno dos cristaos, tanto
geogrffica como psiquicamente. A verdade, conhecida pelos Ocultistas e
Adeptos de todos os tempos, nao podia ser comunicada ao pdblico indiscri-

:sit:;adfm£:::: teo£:rse£:S[::n::b:let:s ::e f%Sf :c]£t6;i;£ ed:o:£i°uS:tfj: p?=]et£:


ros volumes de A Do%j#.#¢ Sccrej4, nao me assistia o direito de ampliar ou
corrigir as mindcias de outros. Pode o leitor agora comparar o que se con-
t€m nesses seis volumes e no 8%Jg.feeo EJoj€r;.co com os diagramas e as
explicac6es dos presentes Apontamentos, e julgar por si mesmo.
Paramatma, o Sol Espiritual, pode ser considerado como fora do Ovo
Aurico humano, do mesmo modo como estf fora do Ovo Macroc6smico ou
Ovo de Brahma. Por qua? Porque, embora todos os ftomos e particulas
estejam, por assim dizer, cimentado§ por aquela ess€ncia Paramftmicaj e
dela impregnados, € impr6prio chamar o Paramatma de "Prinofpio huma-
no", ou ainda de "Prinofpio Universal", porque tais express6es poderiam
sugerir uma falsa ideia do conceito filos6fico e puramente metaffsico. Nfro
€ urn principio, senao a causa de todos os prinofpios; e este termo s6 €
empregado pelos ocultistas para designar a sombra de Paramatma: o Espfrito
Universal que anima o ilimitado Cosmos, dentro ou al€m do Espa€o e do
Tempo.
Buddhi serve de veiculo a essa sombra de Paramatma. Buddhi € urn-
versal, como o € tamb€m o Atma humano. No Ovo Aurico estf a pent£-
culo macroc6smico da VIDA, Prana, que encerra em si o pentagrama repreo

;e.I::iavopadr::ommaemLigspi=:a¥oM¥,yaer:Fan::?eNS.erp:rnat€£aio.C:=m:n3o:;:
as pernas que se voltam para cima, formando o que os cabalistas crist5os
chamam os "Comos de Sata"; € o sinbolo da materia, do homem pessoal,
o emblema do mago negro. Porque este pentaculo invertido nao € somente
a representac5o de Kama, o quarto Principio na ordem exot€rica, mas tan-

(28) Veja-se: "Stray Thoughts ou Death and Satan" ("Pensamentos Esparsos a


respeito da Morte e de Sata"), em Tbe Tfacoropbz.fj de outubro de 1881; e tamb6m:
"Fragments of Occult Tmth" ("Fragmentos de uma Verdade Oculta"), vols. Ill e IV.

(29) Op. c;f„ 11, pfgs. 388 e seg§.

148
b€m a do homem fisico, o animal de carne, com todos os §eus desejos e
paix6es.
Para a boa compreensao do que se segue, conv€m atentar em que se
pode representar o Manas por urn triangulo superior ligado ao Manas infe-
rior por uma linha tenue. Esta linha 6 o Antahkarana, a via ou ponto de
comunicacao que serve de elo entre a personalidade, cujo c€rebro fisico est£
sob o dominio da mente animal, e a individualidade que se reencarna, o
Ego espiritual, Manas, Manu, o "Homem Divino". As duas mentes (a
espiritual e a ffsica ou animal) sao, em rigor, uma coisa s6, que se biparte
durante a reencarnacao. Porque, enquanto aquela parcela do Divino, que
vai animar a personalidade, separando-se conscientemente' do Ego Divino 30,
como urn sombra densa, mas pura, e se infiltra no c€rebro e nos sentidos
do feto 31 quando este completa seu s€timo mss, o Manas Superior nao se
une a criatura senao ao fin dos sete primeiros anos de vida. E esta essencia,
ou melhor, este ref-lexo ou sombra do Manas Superior, vira a ser, a medida
que se desenvolve a crianca, urn Princfpio pensante distinto no homem e
cujo instrumento primordial € o c€rebro fisico. Nao € de admirar que os
materialistas, que s6 tomam conhecimento Jcf/¢ "alma racional" ou mente,
se recusem a separa-la do c€rebro e da mat€ria.
Mas a Filosofia Oculta ha s€culos que solucionou o problema da
mente, e descobriu a dualidade de Manas. 0 Ego Divino ten o seu vertice
voltado para cima, isto €, propende para Buddhi; e o Ego humano gravita
para baixo, imergindo na mat€ria, ligado a sua metade superior e subjetiva
pelo Antakharana, rfuico laco de uniao durante a vida entre a consciencia
superior do Ego e a inteligencia humana da mente inferior.
Para que o estudante possa compreender cabal e corretamente esta
abstrusa doutrina metafisica, € preciso que esteja de todo convencido de
uma id€ia que em v5o me tenho esforcado por incutir aos teosofistas em
geral: a grande verdade axiomftica de que a rfuca Realidade eterna e vivente

(30) A essencia do Ego Divino € uma "chama pura", entidade a qual nada ;e
pode acrescentar, e da qual nada se pode tirar. Portanto, nao sofre diminuicao ainda
que dela se destaque urn ntimero incalculfvel de mentes inferiores, como chispas que
se desprendem de uma chama. Tal € a resposta a obje€ao de urn esoterista, que perguntou
de onde vein aquela inexaurfvel essencia da mesma e rfuica Individualidade, capaz de
prover com intelecto humano cada uma das novas personalidades em que se encarna.
(31) 0 c€rebro, ou m6quina de pensar, nao se limita a cabeca; mas, como pode
explicar qualquer fisi6logo que n5o sej.a materialista, todos os 6rgaos do corpo humano,
o cora€ao, o figado, os pulm5es, etc., assim como os nervos e os mrisculos, tern, por
assim dizer, seu pr6prio c€rebro ou aparelho pensante. Como o nosso c€rebro nao
interv€m nas operac6es coletivas e individuais de cada urn dos 6rgaos, cabe perguntar:
Que 6 que os guia com tanta seguranqu em suas incessantes func6es? Que € que os faz
trabalhar, e lutar, inclusive, contra as enfermidades - nao como pe€as de urn rel6gio
(segundo pretendem alguns materialistas), que param ao menor desarranjo, mas como
entidades dotadas de instinto pr6prio? Dizer que € a Natureza equivale a nada dizer;
ou € enunciar u.rna falacia. Porque a Natureza, no fin de contas, nao € nem mais nem
menos que urn none dado ao conjunto dessas mesmas fung6es; a soma das qualidades
e atributos fi§icos, mentais, etc., no Universo e no homem - a totalidade de agentes
e forcas guiadas per leis inteligentes`

149
€ o que os hindus chamam Paramatma e Parabrahman. Esta € a dnica Essen-
cia-Raiz, que existe pot todo o sempre,, imutavel e inacessivel aos nossos
sentido§ £isicos, mas clara e manifestamente perceptivel aos nossos sentidos
espirituais. Uma vez capacitados dessa ideia b6sica, e c6nscios de que a
Essencia-Raiz € universal, eterna e onipresente, como o pr6prio Espaco
abstrato, entao necessariamente havemos de concluir que somQs emana€6es
dessa mesma Essencia, e que algum dia a ela retomaremos. E, admitido
isso, tudo o mais sera facil.
Se assim €, temos que a vida e a morte, o bern e o mal, o passado e o
futuro sao palavras sem sentido ou, quando muito, £iguras de ret6rica. Se
o Universo objetivo €, em si mesmo, uma ilusao transit6ria, porque teve
principio e ha de ter fim, tamb€m a vida e a morte devem ser meros
aspectos e ilus5es. Nao passam, em verdade, de mudancas de estado, e
nada mais.
A verdadeira vida reside na consciencia espiritual, ou seja, cow #ov4
exist6kc;; ;onsciente no Espirito, e n~ao na. apa.i6{ia; .e a rpotte fe?i +est.a
na percep€ao limitada da vida, na impossibilidade de sentir a existencia
consciente, ou mesmo individual, fora da forma, ou pelo menos de uma
forma de mat€ria. Os que negam sinceramente a possibilidade de uma vida
consciente separada da mat€ria e da substancia cerebral sao "7#.J4Jcj eeor-
J4j. Agora se compreendem as palavras do iniciado Paulo: "Porque estais
mortos, e a vossa o;.d4 esta oculta com Cristo em Deus." 32 Significam:
V6s, pessoalmente, sois mat€ria morta, inconsciente de sua pr6pria essencia
espiritual; e a vossa vida real esta oculta com o vosso Ego divino (Christos)
em Deus (Atma) ou n'Ele imersa; se ela de v6s se apartou, sois homens
sem alma. Falando em termos esot€ricos: Todo materialista irredutivel € #z#
4oeecae eeorJo, urn aut6mato vivo, ainda que seja dotado de grande poder
cerebral. Oucamos o que diz Aryasangha ao tratar deste assunto:
``Aquilo que nao € espirito nem mat€ria, nem luz nem trevas, mas em verdade c
continente e a raiz de tudo isso, eis o que tu €s. Em cada aurora a raiz projcta su?
sombra em SI MESMA - e a esta sombra tu chamas Luz e Vida, 6 pobre forma morta.
(Esta) Vida-Luz flui para baixo atrav€s da escada dos sete mundos, na qual cada degra-I
se apresenta sucessivamente mais denso e mais escuro. E desta escada graduada de sets
par sete tu mesmo €s o escalador e o espelho, 6 homem pequenino! Tu €s isso, mas
nao o sabes."

Esta € a primeira licao que se tern de aprender. A segunda consiste


no estudo dos Princfpios, tanto os do Co'smos como os do homem, classi-
ficando-os em permanentes e transit6rios, em superiores ou imortais e infe-
riores ou mortais; pois s6 assim poderemos dominar e dirigir, primeiro, os
principios c6smicos inferiores e pessoais, e, depois, os c6smicos superiores
e impessoais.
Quando o conseguirmos, teremos assegurada a nossa imortalidade. Mas
algu€m pode observar: "Quao poucos s5o capazes de faze-lo! S6 os grandes

(32) Eplstola ao§ Colo§senses, Tll, 3.

150
S:reapac::;emansfnhgaue:mmap:]dt:r£;cug:::r«,soeff:Pj:i:ses:I:msao];asoeceunrtt5aovojdfL,.,
milde planeta", diz o L!.oJro dof P/ecej.jos dc O#ro. E se is§o ainda estiver

;3r;a:I:dn:a:ns:e:s:Ear:tcfa:n::t:e£:a°c%ui:pg:q;uaea:a=su:¥d:azm;a:it:e:I:I:n::Si:sns:a::ca?de%pa::s[a°ts€edf
essa divina radiac5o mos arriscamos a perder mais do que supomos.
Com relacao aos "homens sem alma" e a "segunda morte" da "alma",
a que se referiu o volume segundo de J5js fc# V€#, observar-se-a que aH
me ocupei dessas pessoas desalmadas e tamb€m do Avitchi, embora nao
houvesse decJinado este none 33.
A triade superior, Atma-Buddhi-Manas, pode set identificada. togo as
primeiras linhas de uma citacao do papiro egipcio. No Rjj#4J^ chamad6 agora
a Lj„ro dos Mar;o£, a alma purificada, o Manas dual, aparece como "a viti-
rna da tenebrosa influencia do dragao Apophis", isto €, a personalidade
fisica do homem Kama-rdpico, com suas paix6es. "Se alcancou o conheci-
mento final dos Mist€rios celestes e infemais, a Gnose" (os Mist€rios divi:

!a£S§teesi::I:fee::°rsr:%,¥::£riag:::1:a::={%:rt:er):.;'cfa::Pgefrass:en:a::d<:sgc::Ida:€aefq::nit,a°„£:i`:![#
a unir-se com o seu Ego. Mas se € Apophis o vencedor, entao a alma "n5o
pode escapar a uma Jcg##d4 morte".

nios,Ecsot::€£°::asa%#aasredveei:c¥o,Paqpu{:°'nacquj:ie%ntt[:#oasdes6reoms°n#erao£:!t[ee:
e os Iniciados conheciam. A colheita na "seara da vida" consiste nos mais
elevados pensamentos espirituais da per§onalidade, na lembranca de suas
mais nobles a altruistas ac6es e na constante presenca, durante o seu periodo
de ben-aventuranca depois da morte, de todos aqueles a quem amou com
divina e espiritual devapao 34.
Recordemos que, segundo os ensinamentos, a alma humana, o M'anas
inferior, € o #'#g.co e direto mediador entre a personalidade e o Ego divino.
0 que na terra constitui a PcrJo#4Jj.d4Je, que a maioria confunde com G.#d!.-
"G.d#4J!.d4de, € a soma de todas as caracteristicas mentais, £isicas e espirituais
que, impressas na alma humana, produzem o 6o#c%. Ora, de todas estas
caracteristicas s6 os pen§amentos purificados podem ficar impressos no Ego

::P::i:rf:nit:°orrtfag[£'n::a::n::e:t:;££c::.rssea°€od£#:ohuDTvafnnaoedmur:::eesase:£Cj::
para se reunificarem depois da morte do homcm fisico. Pot isso, a menos
que Kama-Manas transmita a Buddhi-Manas semelhantes ideap6es pessoals
e a consciencia de seu aeu" ou personalidade, de modo que as possa assi-
milar o Ego Divino, desse "eu" nada sobreviver6 no etefno. Somente po-
dera sobreviver o que for digno do nosso imortal deus intemo, identico por

dap8?)37ot:Cia;Soem:easrdeese°oti[aju=°e:taarggi3::effosp:8k3:7qaut:e°stfafmes:I:t:ra¥ej:?Paragra£°
(34.) Veja-se Key /a Tbcoropby, pags. 147, 148 e seguintes.

151
sua natureza a quintessencia divina, porque, neste caso, as mesmas "sombras"
ou emana€5es do Ego Divino sao as que sobem ate Ele, que asereintegra em
sua Essencia. Nenhum pensamento nobre, nenhuma aspiracao elevada, ne-
nhum desejo puro, nenhum amor imortal e divino pode aninhar-se no c€re-
bro do homem carnal, a nao ser como emana€ao direta do Eu superior,
mediante o inferior. Tudo o mais, ainda que pare€a intelectual, procede da
``sombra", da 7#c#jc Z#/c/Zor, associada e mesclada com Kama, acabando por
fenecer e aniquilar-se para sempre. Ao inv€s, as ideac6es mentais e espiri-
tuais do "eu" pessoal retornam a ele, como partes da essencia do Ego, e
nunca murcham. Assim 6 que da personalidade sobrevivem e se imortalizam
t5o s6 suas experiencias espirituais, a lembranca de tudo que de nobre e
born houve com a consciencia do seu ``eu" mesclada com a dos outros ``eus"
pessoais que a precederarp. Nao ha imortalidade para o homem terreno, fora
do Ego que o caracteriza, e € o seu dnico representante no estado mental
chamado Devachan. Entretanto, como a personalidade encarnada por tiltimo
ten direito a seu peculiar estado de felicidade, livre da lembran€a das per-
sondjidaides aLrtted:ores, s6 se desfrtttun, plena, e realmente, os res_ultados
/cJz.zcf d4 OfJfG.eec cxz.ff€#c;4. 0 Devachan amidde € comparado ao dia mais
ditoso entre os milhares de ``dias" de uma vida. A intensidade de sua feli-
cidade faz o homem esquecer-se de todos os demais dias, a ponto de apaga-
rein-se as recorda€6es do passado.
Isso € o que chamamos estado Devachanico, o premio da pers`onalidade.
Neste vetusto ensinamento € que se baseia a id€ia confusa do c€u crist5o,
haurida alias, como outras muitas, dos mist€rios egfpcios. Tal € o significado
da passagem transcrita em fJc.f jcee Vc'#. A alma triunfa de Apophis, o
dragao da carne. Dai em diante, a personalidade vivera eternamente, com
seus mais nobres e superiores elementos, com a lembranea de suas ac6es
passadas, ao passo que as ``caracteristicas" do "dragao" se extinguem em
Kama-Loka. Cabe aqui perguntar como vai poder viver eternamente, se o
perfodo Devachanico nao dura mais do que nil ou dois mil anos. Nossa
resposta € que ela viverf eternamente, da mesma maneira que o conjunto de
recordac6es cotidianas vive na mem6ria de cada urn de n6s. Sirvam de exem-
plo os dias de qualquer vida pessoal, e compare-se tal vida com a do Ego
Divino.
Para se encontrar `a chave de muitos mist€rios psicol6gicos, sera sufi-
ciente compreender e recordar o que estamos explicando. Alguns espfritas
indignaram-se contra a id€ia de que a imortalidade seja co#dz.cz.o#¢J, mas esta
€ a verdade 16gica e filos6fica. Muito se falou jf sobre este assunto, por€m
parece que ningu€m ate hoje compreendeu convenientemente tal ensinarpento.
Admais, nao sera suficiente expor ou apresentar urn fato; o ocultista, ou
quem tenciona se-lo, deve tainb€m conhecer o porq%€, pois dessa forma es-
tars apto a refutar as especulac6es err6neas que possam surgir de outros, e
- o que mais importa - oferecer-se-ao oportunidades de salvar muita gente
de uma calamidade que, acabrunha-nos dize-1o, 6 muito freqtiente em nossos
dias, e da qu_al_==grios tratar detidamente.

152
Quase total seria o desconhecimento da fraseologia oriental para nao
advertir na passagem citada do Lz.„ro dos Mo//of e nas paginas de
ffc.f fcae Vc'¢£: ( a) uma alegoria do nosso ensinamento esot€rico, com vistas
aos nao-iniciados; e (b) "v€us" no sentido das palavras "alma" e "se-
gunda morte". "Alma" refere-se indiferentemente a Buddhi-Manas e a Ka-
rna-Manas. E na expressao ``segunda morte" o 'numeral "segunda" denota
que os "Princfpios" devem passar por vfrias mortes em sua encarnagao; s6
os ocultistas compreendem o verdadeiro sentido de tal afirma€ao. Porque
temos: 1.0 a morte do corpo ffsico; 2.° a morte da alma-animal no Kama-
-Loka; 3.° a morte do Linga Sharira astral, que segue a do corpo fisico;
4.° a morte metafisica do c.77zo7/¢/ Ego Superior quando "cai na mat€ria"
ou se encarna em nova personalidade.
A alma animal, ou Manas inferior, esta sombra do Ego Divino, que
deste se separa para animar a personalidade, nao pode de modo algum
cfc4P4r a 7#orfc no Kama-Loka, pelo menos aquela parte que, ficando como
residuo terrestre, € inassimilfvel ao Ego. Assim, o segredo principal, o
segredo mais importante, quanto a "segunda morte", no ensinamento eso-
t€rico, foi e ainda € a possibilidade da z#orzc da alma, isto €, sua terrivel
separa€ao do Ego durante a vida terrena. Trata-se de morte rc4/ (embora
com probabilidades de ressurreicao), que nao deixa nenhum vestfgio na
pessoa, mas que a converte moralmente em urn cadaver vivo.
Dificil explicar por que tal ensinamento se manteve ate agora em tao
rigoroso sigilo, quando, se divulgado entre o ptiblico, pelo menos entre os
que acreditam na reencarnacao, tanto ben teria causado. Contudo, assim
foi, e nao me assiste o direito de discutir a sabedoria da proibicao: limitei-me
a expor a mat€ria tal como me fora recomendado, Job o coovp/o777z.fjo de a
n5o revelar ao ptiblico em geral. Hoje, por6m, estou autorizada a transmi-
ti-la integralmente, revelando o ensinamento em primeiro lugar aos esote-
ristas; correndo a estes, uma vez tenham assimilado o seu contexto integral,
o clever de comunicar a outros esta doutrina da ``segunda morte" e advertir
os te6sofos de seus perigos.
Para melhor esclarecimento do assunto, terei que seguir aparentemente
por caminhos ja trilhados. Mas na realidade o estarei expondo sob uma nova
lur e com outros pormenores. Em Tbc T4coJopb;Jf e em ffz.f fiz algumas
insinuac6es, que nao foram entendidas. Vou agora explicar melhor cada urn
dos pontos.

EXAME RACIONAL E FILOSOFIC0 DA DOUTRINA

:uonna!.;e„;em:i:£nnFeas:ilii2a:n::[£;i:;:a:ru:::u:p:e::1:o::c£;:;:i;:;!anh£§o:°§j:e:ai££:;3`]auffr
desce o seu correlativo reflexo, ela se diferencia e se transforma, primeiro
em mat€ria subjetiva e por ultimo em mat€ria objetiva. Chamemos Luz
Absoluta ao seu P6lo Norte, e Vida tinica e Universal ao seu P6lo Sul, que
para n6s seria o quarto.degrau ou plano medio, comecando a contar tanto

153
de cima como de baixo. Assinalemos agora a diferenca: em cima, a LUZ;

::Pnauirm°:rfv¥:Da?p.ec4ogr:mdei££reare€ncsfea;£rs:£meu::::i;oacosig:n[de:::u#tfoes::
::a£::e:Cofapnd£:::osr:X:St::leas::Squu%erj°rd{Sf:I:mac::gout::d:mm:esfciea¥?ssedc£:e:en;
homogeneo.

nasv:::s°purtorcaei:::tseao€:£:nmdeor°ojupdi:n:u3:td°£f:i::c:a;::?£±aBeu:edT}°esrfefnsaesr,

::r3¥£a:aaodoas£:;3:cE:¥::a:ar:ste€:afhid:naasuon£:::£[uod€t££a::{tcuo]:,]¥:::a¥
:ivi::q8:i[aai:ie`,mnaeintceo]¥:n::sgnncj£:e:Seal::gou:ofs°csfe::i:.P#:::X:!enrs:ir:;ie.
dade f{sica, com o seu Linga Sharira, c a alma animal, com o seu Kama 36,
podem ser aniquilados. Nascem ambas no reino da ilusao, e ten a vida
evanescente dos brancos flocos de nuvens no azul do eterno firmamento.
Quem tenha lido estes volumes com alguma dose de ateng5o deve co.
nhecer a origem dos Egos humanos, chamados genericamente M6nadas, e
saber o que Cram antes de serem forcados a encarnar-se no homem animal.
Os seres divinos, a quem o Karma obrigQu a desempenhar urn papel no
drama da vida manvantari€a, sao entidades `procedentes de mundos e plane-
tas superiores e mais antigos; seu Karma ainda nao se havia esgotado quando
entrou em "pralaya» o seu mundo. Tal € o en§inamento; mas, fosse ou nao
assim, os Egos Superiores, em comparacao com as transit6rias formas de

3:rrraontteer:eskr:hg:eavna6n§t::aToosLPpoes:£uoed:3:tu3r::a.od;*oa6os:8oE:g8eosf:o:tna:i
que form a Idade de Brahma.

dau£::i:ucsoeTore::sEgfsdoDsfvn£:oA,up#:aa:::mpopsusf£Ec::.£snete£:a:.os:on3oEss:jrn;:
mento e da experiencia individual, assim tamb€m os Egos terrestres, as per-
sonalidades, devem fazer outrotanto, se querem partilhar da imortalidade dos
Egos Superiores. Set-lhes-a possivel alcancar este objetivo mediante a repres-
sao, de tudo o que unicamente hsonjeie a natureza inferior do "eu" pessoal, e

Re6[:(afns::°€:eastr£:§::sn£!:rs°onpari::£dp::)Knao:i::r£=Soasntfem::ta€s°cEo8m°:uapdeerr;:::
cia de nossa natureza moral pensante em nossa trinitaria M6nada Divina,

£atdma:-B::#s-t¥daanansai;I::e;eel:Eug:'qeu::n::mt::S€(aafrevc;::)aap#eE:e¥ng,
que §6 pode se.I alcangada pot quem come o fruto do conhecimento, o Co-
nhecimento do Ben e do Mal, ou GNOSE, a Sabedoria Divina.
Nos ensinamentos esot6ricos, este Ego € o quinto Princfpio do homem.
Mas o estudante que haja lido os dois primeiros Apontamentos sabe algo
mais. Sabe que o s€timo n5o € urn Principio humano, mas urn Principio

(35) Malls-Buddhi, nos P#rd#4j.

cinco(3:lti£:Zisi:ifoq:ee¥£mt%-gofisp:'s::igo[s°s:n°so¥a¥aao`::Crrj:rhur:Si::.noC€rebro,nco

154
Es¥:voesr:au[,s::i::;evoos,h:smfeoTh:sardt;Sis:;::,sj:dcoo:oq:ear;;;£ep::::¢s:::soaetsopna[€o:;
tenha ou nao consciencia disso. Sabe ainda que, se o homem estf mais inti-
mamente associado com es§e Princfpio e o assimila com urn poder cem vezes
maior, € tao somente por ser a criatura de mars elevado grau de consciencia
na terra; ein suma, porque o homem pode chegar a ser urn Espirito, urn
Deva ou urn Deus em sua pr6xima transformacao; ao passo que os minerais,
vegetais e animais nao o poder5o, sem que primeiro transitem pelo estagio
humano.
2.° Quais sao as func6es de Buddhi? Aqui no plano fisico, nenhuma,
a menos q`pe esteja unido a Manas, o Ego consciente. A relacao entre Buddhi
e a Divina Essencia-Raiz 6 a mesma que ha entre Mtilaprakriti e Parabrah-

Esapn£,r£::#n€oeaE:es::::qvueedat:::sac;enodue:n::;£r#:.ya£:vAe{Fu3ouh¥:earns:1,eeuf
transunto do Absoluto, pois este nao pode ter nenhuma relacao com o que
6 finito e condicionado.
3.a E que e Manas, e quals as suas func6es? Em seu aspecto metafisico,
Manas esta a urn escalao de Buddhi no plano descendente; mas ainda € t5o
incomensuravelmente superior ao homem }fisico que nao pode entrar em
relacao`direta com a personalidade, necessit;ndo da mediacao de seu reflexo,
a mente inferior. Manas, em si mesmo, € a Co#s`cj.€#cj4 EJP¢.r€./"4/, e, quando
unido a Buddhi, a Consciencia Divina; sendo Buddhi o verdadeiro "fator"
desta "producao" (vikara, ou Consci€ncia Pr6pria) por interm€dio de Mahat.
Buddhi-Manas, portanto, s6 se pode manifestar durante suas encamac6es
peri6dicas por meio da mente humam, o Manas inferior. Ambos estao entre-
laeados e sao insepar6veis; e entre eles e os Tanmatras inferiores 37 a rela€5o
€ tao tenue como a do homogeneo com o heterogeneo. Assim, a funcao do
Manas inferior, ou personalidade pensahte, a fin de poder unir-se com o

ace:Pae¥;r°muaEmg:tep££av[:nE,p€orp::gs€:eeMdi:;:a:p::e:eanc:£t:aa,u:I::rE%rofe:a:
mente do homem. 0 Kama-Manas, ou Eu inferior, deixando-se iludir pela
falsa no€ao de existencia independente, e crendo-se o "produtor" e o sobe-
rano dos cinco Tanmatras, descal para o Ego-jsfflo (o Eu egoista), caso em
que se ha de considers-lo como Mahabhdtico e finito, por estar associado a
faculdade pessoal " egocentrica" ( Ahankara ).

%;4;:q¥a±S3S:,;tc¥£?:;i(£[£dfa;oze#i:a:;£S:i,fci£:m°gcs:£!:i#¥a±:a:i:a:1:(e!:a,€?;:4:):;:0:.in:I:erv%£
humana cgojjjz.c4), urn produto inferior [em suma]." 88

(37) Tanmatra quer dizer: 6tomos elcmentare§, forma sdtil e rudimentalT, o tipo

8:as£:flo;dda:§ese]grea::::fsT£:£assrifajmmd:t§€rj?S:jnd9roadno¥a:rsasdsfern¥o:e8r::g::a:;:?a:e=
urn de seus aspeetos, ao olfato, gosto, tato, vista e ouvido. 0 verdadeiro espirito da
palavra € "algo", ou "simplcsmente transcendental", no sentido de propriedades ou
quatidades.
(38) Veja-se Tbc "cofopbf.f/, agosto de 1883, pfg. 268, "The Real and the
Unreal,,.

155
Deste modo, enquanto o Ego individual, por sua essencia e naturcza, €
imortal na eternidade, com uma forma (r¢p4) que persiste durante os ciclos
de vida da.Quarta Ronda, o seu Jo'JZ¢, reflexo ou imagem, o Ego pessoal,
terf de conquistar, por si mesmo, a imortalidade.
4.0 Antahkarana € o none daquela ponte ideal, daquela c#.a de comu-
nicac5o entre o Ego Divino e o Ego humano - Jog.f Egos durante a vida
terrena, mas que se fundem em %ee Ego no Devachan ou no Nirvana. Pode
parecer dificil de compreeflder; tomar-se-a facil, por6m, se recorrermos a
urn exemplo familiar, embora criado pela imaginacao. Figuremos uma lam-
pada brilhante colocada no centro de urn quarto e que projeta sua luz sobre
as paredes. Suponhamos que a linpada seja o Ego Divino, e a luz projetada
o Manas inferior; a parede em que se reflete, o corpo ffsico. A parte da
atmosfera que transmite os raios da lampada a parede sera o Antahkarana.
Suponhamos alnda que a luz assim refletida seja dotada de razao e inteli-
gencia, possuindo mais a faculdade de dissipar todas as sombras mss que se
cruzem na parede, e atrair a si, como impress6es indeleveis, todos os resplen-
dores. Pois ben. 0 Ego humano ten o poder de expulsar as sombras ou
pecados, e o de multiplicar os resplendores, ou as boas ae6es, que ocasionam
tais impress6es, assegurando assim, por meio do Antahkarana, sua perma-
nente rela€fo e sua reuniao final com o Ego Divino. Recordemos que isto
nao pods ocorrer enquanto subsistir o mais tenue vestigio terreno ou de
mat€ria que possa emba€ar a pureza dessa luz. For outra parte, o nexo nao
poderf sofrer ruptura definitiva, nem ser impedida a adjuneao, enquanto
houver urn s6 ato ou potencialidade espiritual capaz de servir como traco
de uniao. Mas, ao extinguir-se a ultima centelha, ao desvanecer-se a derra-
deira esperan€a de espiritualizacao, entao `sobrevira a separa€ao. Em uma
parabola oriental, o Ego Divino € comparado ao proprietfrio da terra que
a manda oultivar por seus colonos, recolhendo estes os frutos da lavoura, e
que se contenta em conservar a posse do campo enquanto lhe proporciona
alguma retribuicao, por minima que seja. Mas, quando a terra fica de todo
est€ril, n5o somente € abandonada, como ainda o pr6prio dono (Manas infe-
rior ) perece.
Voltando, pofem, ao nosso simil: quando a luz projetada sobre a pa-
rede, ou o Ego humano racional, chega ao ponto de esgotar seu contetido
espiritual, desaparece o Antahkarana, deixa de ser transmitida a luz, e a
lampada jf nao emite raios. A luz absorvida some-se gradualmente, e sobre-
v€m o "eclipse da alma"; o ser vive na terra e passa depois ao Kama-Loka
como urn nero conglomerado de qualidades materiais que sobreviveram. Nao
pode entrar no Devachan, mas renasce imediatamente como urn animal em
forma humana - uma verdadeira maldieao.
0 simil, por fantastico que pare€a, nos facilitara a exata compreensao
da ideia. A nao ser pela fusao da natureza moral com o Ego Divino, nao hf

igp°£::g£:a:ap:i:a°hEu8:aE:SSp°e¥;osal°.br]e:£Vue£¥audm::::teentaeva£Sd:inn:ni€8jeasem:i:
sentimento do "Eu sou eu" da personalidade, a alma humana, portadora da
essenci`a das ac6es karmicas do homem ffsico, passa a ser, ap6s a morte deste

156
getjs::'i:::rapcaarot£::)aMg:a€#=:eD€]:£n«aAr:oFe8°d.aFv¥£eE¥:#.emvirtude
Digamos agora algo sobre a doutrina da "segunda morte''. Que sucede
a Alma Humana Kamica, que e sempre a do homem corrompido e mau ou a
de uma pessoa "desalmada"? Vamos explicar este mist€rio.
Quando urn homem nunca teve urn pensamento que nao fosse associado
ao "eu" animal, nada tendo para transmitir a Alma Superior ou acrescentar a
soma das experiencias recolhidas em encarnac6es pret€ritas, e cuja mem6ria
o devesse acompanhar na eternidade, a Alma pessoal separa-se do Ego. Nao
pode dar nenhuma contribuicao sua aquele tronco imarcessivel cuja seiva
circula atrav€s de milh6es de personalidades - semelhantes as folhas que
amarelecem nos ramos de uma arvore e caem mortas no fin da estacao.

Es;::r::raoe::[££sdaddeestrtrno§:::affr[eo:csacep:6eprTaorvrfed:;nuomtarso:::faet¥ra:oyeAt:gr;or;:
meiras, as almas que nao deixam sinal de sua existencia, s5o votadas a ani-
quilacao, ou ao Avitchi (estado que € tao mal compreendido, e descrito de
forma ainda pior, pot alguns escritores teos6ficos ), que nao somente esta na
Terra, senao que € a pr6pria Terra.
Desse modo, vemos que o Antahkarana se desfaz antes que o "eu"
inferior pudesse identificar-se com o superior, unindo-se a ele; e que, por-
tanto, a "alma" kamica se torna uma entidade separada, para viver dai em
diante, por urn perfodo mais ou menos longo (de acordo com o seu Karma ),
como criatura "sem alma".
Mas, antes de examinar a fundo este assunto, devo explicar com maior
clareza o signifi€ado e as fung6es do Antahkarana, que, conforme j6 dissemos,

fn¥eer£Soe:Cs°ems:a::::uit:rm:8Si:::i:i:°£evHogzand:°s:,%c%:Spsa:S:ri3rea°8g¥avnear:
-se-a que € uma projecao do Manas Inferior, ou melhor, o liame entre ele
e o Ego Superior, ou entre a Alma Humana e a Alma Espiritual ou Divina 89.
"Com a morte [o Antahkarana] desaparece como via ou meio de comunicacao, e
seus restos sobrevivem como Kama-Rtipa."

Este Kama-Rdpa e o "cascao" ou concha astral que os espiritas veem


algumas vezes aparecer em suas sess6es como "formas" materializadas, que
ingenuamente tomam por "espiritos dos mortos" 40. Tao longe esta de

:earhda:ifem££€:€'apne°nsass°:t:oS'daepsepsearrta?e'eAdnatfahokaigzear.::taqru:rex::::'kaaraE:rs::

(39) 0 autor do B#dj.joro Ejo/c'rj.co e do M##do Oc#Jfo deu o none de Alma


Humam a Manas, c o de Alma .Espiritual a Buddhi; resolvi entao nao alterar e§sas
denominacdes na Voz do S!./chc/.a, considerando ser urn livro destimdo ao pdblico.
(40) No§ cnsinamentos exot€ricos da RIja-Yoga se diz que Antahkarana € o 6rgao
jntemo da percepeao, dividindo-se em quatro partes: Manas (inferior), Buddhi (razao),
Ahankata (personalidade) e Chitta (facu]dade pensante); e que tamb€m faz parte, com
vfrios outros 6ngaos, dc Jiva, a Alms, chamada aindr Lingadeha. Que os esoteristas,
porem, nao se deixem indu2ir em erro em face dessa versao popular.

157
acha €4r;.a ou /o#co durante o sono normal. Se tal sucede nesta morte pe-
ri6dica, ou sono, da pessoa viva, pode-se iinaginar o que sera a consciencia
do Antahkarana quando estiver transformado em Kama-Rtipa depois do
"sono eterno". .

Retornemos ao nosso assunto.


A fim de nao perturbar a mente do estudante ocidental com as abstru-
sas dificuldades da metafisica hindu, deixemo-lo considerar o Manas inferior,
ou mente, como o Ego pessoal durante o estado de vigilia; e como Antah-
karana t5o somente nos momentos de `aspiracfo para o Ego Superior, quando
se converte na via de comunicacao entre os dois Egos. Por esse motivo,
da-se tamb€m a Antahkarana o none de "Caminho". Do mesmo modo que
urn 6rgao fisico se debilita e acaba por atrofiar-se a falta de uso, assim tam-
b€m sucede com as faculdades mentais; e dai a atrofi.a da fun€5o mental
inferior, chamada Antahkarana, naquelas pessoas completamente materiali-
zadas ou corrompidas.
Contudo, € o seguinte o ensinamento .da Filosofia Esot€rica.
A funcao do Antahkarana € urn meio de comunicacao tao necessfrio

:::?o:toout:idmoenpt:raer::Jiicra:oooosT:tfaer!tove;;Ashs::iaer::uoauntsoe;:,od:oFeeu=
pessoal ou egoismo, e a mente inferior n5o estiver identificada ou una com
Buddhi-Manas, € 16gico que destruir Antahkarana sera como destruir uma
ponte sobre urn abismo de outro modo intransponivel: #~#c¢ podcr4 a e;j¢-
/.4#jc 4/c4#f4r 4 ov4rgcffl opofJ4. E aqui esta a diferenca entre o ensinamento
exot€rico e o esot€rico. No primeiro, diz a filosofia Vedanta que, enquanto
a mente (inferior) buscar o Espirito (Buddhi-Manas) atrav€s de Antahka-
rana, lhe sera impossivel adquirir a vefdadeira Sabedoria Espiritual, ]nyana,

fxet£:T.eEteq::d:a:e:ea]::acea€£eg:rdiaan£:j:.q¢o;:,4s:Gn°5oC°£:zean£:mcaas¥m;Vmefrsss:
da Mente Superior,
N6s dizemos que nao € assim. N5o 6 possfvel saltar urn s6 que seja dos

8:5rearzsjadmaa£:S:radaaoautemac::a:Ztraa:ec:n::i::1:::;oNceonfuomatfears:nna:I;das€:
por interm€dio de Buddhi-Manas. Pretender chegar a Jivanmukta ou Mahat-
ma antes de ser urn Adepto, ou ainda urn Narjol (homem sem pecado) €
como querer ir da India para Ceilao sem atravessar o mar. Dai o afirmar-se
que, se de§trufmos o Antahkarana antes de estar o Ego pessoal sob o inteiro
domirio do .Ego impessoal, nos expomos a perder este ultimo, dele nos sepa-
rando para sempre, a menos que nos. apressemos em restabelecer a comuni-
cac5o por urn supremo e decisivo esfgrco.
S6 devemos destruir o Antahkarana quando nos acharmos indissoluvel-
mente
' unidos a essencia da Mente Divina.
"Assim como urn guerreiro i§olado, perseguido por urn ex€rcito, busca reffigio em
uma fortaleza, cLiidando primeiro em destruir a ponte levadica, a tim de se proteger
contra a investida inimiga, papa s6 depois comeca[ a combater os perseguidores, assin
tamb€m deve proceder o Strotapatti antes de destruir o Antahkarana".

158
• Ou como reza urn axioma oculto:

Aunidade se cottverte Can TrGs, e o Tr6s gera o Qttatro. Pelo Qttatro


[o Q}tatern6rio] retornanos ao Tres, e pelo divino Tres nos expandiunos no
Uun Absalttto.
As M6nadas, que passam a Diadas no plano diferenciado, para depois
desdobrar-se em Triades durante o ciclo das encamac6es, nao conhecem o
espa€o nem o tempo, mesmo quando estao encarnadas; mas se difundem
por todos os Principios inferiores do Quatemario, e sao pot natureza onis-
cientes e onipresentes. Mas esta onisciencia e inata, e unicamente pode rna-
nifestar sua luz reflexa, atrav€s de algo que seja pelo menos semimaterial e
semiterrestre, como o c€rebro fisico, que por sua vez € o vofculo do Manas
inferior, entronizado no Kama-Rfipa. E € este que se vai aniquilando gra-
dualmente mos casos de "segunda morte".
Entretanto, esse aniquilamento 41 n5o significa a simples descontinui-
dade da vida humana na Terra, pois a Terra ja € o Avitchi, e o pior de todos
os Avitchis possiveis. S6 expulso para sempre da consciencia da Individua-
lidade o Ego reencarnante, os atomos fisicos e as vibra€6es psfquicas da
personalidade entao separada se encamari imediatamente na pr6pria Terra,
em uma criatura inferior e alnda mais abjeta, que s6 ten de humana a
forma, e que € condenada a tormentos kdrmicos durante toda a sua nova
vida. E se persistir em seu comportamento criminoso e dissoluto tera de
sofrer uma longa s6rie de reencama€6es imediatas.
Aqui duas quest6es se apresentam: 1.a Em tal caso, que sucede com o
Ego Superior? 2.° Que esp€cie de animal € uma criatura humana nascida
sem alma?
Antes de dar resposta a essas perguntas, ambas perfeitamente naturais,
quero advertir os leitores nascidos em paises cristaos de que a hist6ria da
miss5o redentora de Jesus, tal como hoje corre mundo, foi elaborada por
alguns iniciados excessivamente liberals com base na misteriosa e estranha
doutrina da experiencia terrena do Ego reencamante. Em verdade, este € a
vitima propiciat6ria do seu pr6prio Karma gerado em Manvantaras prece-
dentes; e contrai voluntariamente o clever de salvar o que sem ele seria
urn homem ou personalidade sem alma. A verdade oriental €, portanto,
mais filos6fica e mais 16gica do que a ficcao ocidental.
0 Christos ou Buddhi-Manas de cada homem nao € urn Deus inteira-
mente inocente e sem pecado, alnda que em certo sentido seja o "Pai",
essencialmente identico ao Espirito Universal, e ao mesmo tempo o "Filho",
por estar Manas no escalao que se segue ao "Pai". Pela encarnac5o, o FiTho
Divino toma sobre si os pecados de todas as personalidades que vai animal;
e nao o pode fazer sen5o por intermedio do seu delegado ou reflexo, o
Manas inferior. 0 caso rfuico em que o Ego Divino pode subtrair-se a respon-
sabilidade individual e a punicao, como Principio-guia, € quando se separa
da personalidade; porque ent5o a mat€ria, com suas vibrac5es psiquicas e

(41) Aniquilapao € aqui a ausencia na MEMC)RIA eterna de todo e qualquer


vestigio da alma condenada; e, portanto, significa aniquilac5o na eternidade.

159
astrais, e pela pr6pria intensidade de suas combinac6es, se emancipa do
dominio do Ego. 0 dragao Apophis € o vencedor, e o Manas reencarnante
se separa pouco a pouco do seu tabemaculo, ate desprender-se definitiva-
mente da alma psicoanimal.
Respondo, assim, a primeira pergunta:

1.° 0 Ego Divino ou reinicia imediatamente, sob o impulso do pr6prio


Karma, uma nova s€rie de encarnac6es, ou busca e encontra refugio no seio
de sua Mac. Alaya ou Alma Universal, cujo asp`ecto manvantarico € Mahat.
Livre das impress6es da personalidade, submerge em uma esp€cie de inter-
lddio nirvanico, onde nao ha senao urn eterno presente, que absorve o passado
e o futt.iro. Por falta do "lavrador", perdem-se o campo e a colheita; e o
dono, na infinidade de seu pensamento, nao guarda nenhuma lembranca da-
quela ilusao fugaz e finita que foi a sua tiltima personalidade. E entao que
esta verdadeiramente se aniquila.
2.° 0 futuro do Manas inferior € `mais terrivel, e ainda muito mais
terrivel para a humanidade que para o agora homem animal. Sucede algumas
vezes que, depois da separacao, a Alma, esvaziada, tendo atingido o maximo
de animalidade, se extingue no Kama-Loka, como todas as outras almas
animais. Mas, quanto mais material a mente humana, maior a sua duracao;
e por este motivo, mesmo no perfodo intermedio, ocorre amitide que, de-
pois de terminada a vida do homem sem alma, torna ele a reencamar vfrias
vezes em novas personalidades, qual a qual mais abjetas. 0 impulso da c#.J#
4#;%4J € demasiado forte., e n5o pode esgotar-se apenas em uma ou duas
existencias. Em casos muito raros, todavia, quando o Manas inferior est£
con-denado a perecer por g.#¢#Zfzo, quando ja nao ha a mais leve esperanca
de que sequer uma tenue r€stia de lu'z, sob favoraveis condic6es ( como, por
exemplo, urn breve perfodo de aspiracao espiritual e de sincero arrependi-
mento), consiga atrair a ele o Ego paterno, e o Karma conduza o Ego Su-
perior a novas encamac6es, entao algo infinitamente mais terrivel pode acon-
tecer. 0 fantasma kama-manfsico pode transformar-se no que o Ocultismo
chama o "Morador do Umbral".
Esse Morador em nada se parece com aquele tao pitorescamente descrito
em Z4#o#;; € urn fato real da Natureza, n5o uma ficc5o romantica, em que
pese ao seu possivel encanto. Bulwer, contudo, deve ter-se inspirado na id6ia
de algum iniciado oriental.
0 "Morador do Umbral", conduzido pela afinidade e a atraeao, forca
a entrada na corrente astral, atrav€s do novo tabernaculo habitado pelo Ego
paterno, e declara guerra a luz inferior que o substituiu. E claro que isto
somente pode ocorrer em caso de debilidade moral da personalidade assim
obsidiada. 0 homem de conduta reta e virtuosa nao corre esse risco, e nada
ten a temer; mas tao s6 aqueles de coracao envilecido. Roberto Luis Steven-
son visionou algo nesse sentido, quando escreveu 0 EJfr4#bo C¢Jo Jo I)r.
Jeky// c Mr. Hydc, romance que € uma verdadeira alegoria. Todo chela re-
conhecerf nele urn fundo de verdade, e em Mr. Hyde urn Morad6r do
Umbral, urn obsessor da personalidade, do. tabernfculo do Espfrito-Pai.

160
"E urn conto de pavor!", disse-me certa vez uma pessoa que jf se nao
encontra em nossas fileiras e que sofria a obsessao de urn iniludivel "Mo-
rador", urn "Mr. Hyde" que o acompanhava quase sempre. "Como pode
algu€m set vitima de semelhante coi§a, sem o saber?" Sin, pode se-lo, e
assim acontece; e ja five ocasiao de dizer algo sobre este assunto em Tbe
Tbeosopbist..
"A alma, a mente inferior, se converte em urn principio semi-aninal, quase para-
1isado em virtude dos vicios quotidianos, e gradualmente perde a consciencia de sua
metade subjetiva, o Senhor que faz parte da poderosa Legi5o; [e] em proporcao com
a rfpido deserivolvimento sensorial do c€rebro e dos nervos ela [a alma pessoal] acaba,
mais cedo ou mais tarde, por perder definitivamente de vista sua missao divim na Terra."

Em verdade:
"Como o vampire, o cdrebro alimenta-se e vive e cresce as expensas de seu pai
espiritual. . . e a alma pessoal, semi-inconsciente, toma-se irracional, sem esperan€a de
redinir-se, porque impotente para discernir a voz do seu Deus. Sua aspiracao linita-se
a compreender com mais amplitude a vida natural e terrena; e assim pode apenas desco-
brir os mist€rios da natureza fisica ..., comeca por morrer virtualmente durante a vida
do corpo; e acaba morrendo completanente - isto €, sendo 4#!.g#g.J4d4 coeeo 4/ae4 ;#;cg.-
r4eec#Jc z.#orJ¢J. Semelhante catastrofe riao raro ocorre muitos anos antes da morte
ffsica: `Na vida n6s esbarramos a cada passo com homens e mulheres sem alma.'
E quando chega a morte... jf nao ha uma alma (o Eu Espiritual reencarnante) a
libertar. . . porque 4#of 4#/cf cJ4 fc ap4r/O#."

Eow f#ee4: Privada de seus Prinofpios-guias, mas fortalecida pelos ele-


mentos materiais, Kama-Manas deixa de ser uma "luz derivada", converten-
do-se em Entidade aut6noma. Depois de afundar-se cada vez mais no plano
animal, e havendo soado a hora da morte do corpo terrestre, sucede uma
destas duas coisas: Kama-Manas ou renasce imediatamente em Myalba, que
€ o estado de Avitchi na Terra 42, ou, se desenvolveu a extremos o poder de
sua maldade (fazendo-se "imortal em Sata'', conforme a expressao oculta),
pode as vezes ficar, para fins karmicos, em urn ativo estado de Avitchi na
aura terrestre. Entao, perdida toda a esperanca, assume ele urn carater seme-
lhante ao do "diabo" mftico com sua ilimitada maldade; e persiste em seus
elementos, que sao cada vez mais impregnados com a essencia da Mat€ria,
porque o Mal € inerente a mat€ria separada do Espirito. E quando o seu
Ego Superior se reencamar novamente, para evolucionar outro reflexo, ou
Kama-Manas, o Ego inferior condenado, qual monstro de Frankenstein, se
sentira atraido para o Pai que o repudiara, e se transformara em urn verda-
deiro "Morador do Umbral" da vida terrena.
As linhas gerais dessa`doutrina ja foram por mim expostas hf algum
tempo 43, mas sem descer a pormenores, que entao nao me era possivel dar;

(42) A vida terrestre 6 o tinico Avitchi (inferno) que existe para os seres humanos
que habitam este planeta. Avitchi nao € urn lugar, senao urn estado, que € o oposto
do Devachan. Esse estado acompanha a alma aonde quer que v£, seja como espectro

:e¥vc£::i::enditr%o :¥f:rna;L:gg, nsoej:ecqounahnedc: :ennaosscsea :ffos:#a. corpo humano para softer


(43) Veja-se Tbc rbcoJop4;.ff, outubro de 1881 e novembro de 1882.

I(,I
e por isso fiquei em certa dificuldade quando me solicitaram explicac6es.

cng,aasb::::e¥:£;ufic:::rt:zaa:ei%::tc°emd°:o:`Z:nffh6::s£::::£ns;:qouec£:[eon:ga#d:
manvantfrico; daqueles que, como no caso de que ora nos ooupamos, pre-
ferem continuar sofrendo no Avitchi sob o imp€rio da lei karmica a renunciar
ao "mal", e finalmente dos que s6 colaboram com a Natureza quando se
trata de destruir. Sao homens profundamente malvados e corrompidos; mas
t5o altamente intelectuais e cJPz.7;f%4¢.f no sentido do mal como os que o sao
no sentido do ben.
``Os Egos (inferiores) desses homens podem escapar a destruicao ou aniquilamento
final durante ainda muitas idades."

Assim, temos na Terra duas esp€cies de seres sem alma: os que perde-
ram o Ego Superior na presente encarnac5o, e os que ja nasceram sem alma,
por se terem separado da Alma Espiritual na vida precedente. Sao candi-

g:t::rap°oAh:i:Cahi;o°So:I;om,:]rd°es];e,0:u°usterj::::::¥c:.mHa¥g::':r:ui:vaits¥;eTs,d::%:
poderosos fantasmas. Tais criaturas chegam a desenvolver urn grau incrivel
de asricia; e ningu6m, salvo os que estejam familiarizados com o ensinamento
oculto, suspeitaria de que sao seres sem alma, pois nem a religi5o nem a
ciencia ten a menor id6ia de que fatos semelhantes podem realmente existir
na Natureza.
Entretanto, para a personalidade a quem os seus vfcios fizeram perder
a Alma Superior, resta ainda uma esperanga, enquanto estiver ocupando o
corpo fisico. Poderf redimir-se mediante a convers5o de sua natureza material.
Porque urn intenso sentimento de contricao, urn. sincero arrependimento, ou
urn apelo ardente ao Ego que se separou, e, at:ima de tudo, urn esforco deli-
berado e ativo para corrigir-se, bastam para trazer de volta o Ego Superior.
0 elo ainda nao se rompeu de todo, mas o Ego jf n5o € ffcil de alcangar,
porque "o Antahkarana estf destmido" e a Entidade pessoal ten urn p6 em
Myalba 44; sem embargo, urn veemente e sincero apelo espiritual pode ser
ouvido.
Em J'f¢.f fcee V€# 45 fizemos outra afirmacao sobre este assunto. Disse-
mos que tao terrivel morte pode ser algumas vezes evitada pelo conhecimento
do NOME misterioso, da "PALAVRA'' 46. 0 que € esta "PALAVRA", que
nao € ira "Palavra", mas urn SOM, todos v6s o sabeis. Sua forca esta no
ritmo ou entonacao. Quer isto dizer simplesmente que ate uma pessoa rna
pode, com o estudo \da Ciencia Sagrada, conseguir sua redencao e deter-se
no cininho da perdicao. Mas, se n5o estiver em unissono com o Ego Superior.

{44) Vei|a-se Voice of the Silence, paB. 9].


(45} Loc. cit.
(46) Leia-se a tiltima nota da pag. 368 do vol.11 'de Jfjf fcov V6#, e vcr-§e-a que
ate egipt6logos profanos e homens que, como Bunsen,. ign_bravam a Iniciag5o ficaram
surpreendidos com o pr6prioi. descobrimento ao dare-in com a, `"Palavra" mencionada
em velhos papiros

162
de{ nada lhe valera a "Palavra", ainda que venha a repeti-la dez mil vezes
por dia, como urn papagaio. Ao contrario, os efeitos nesse caso serao intei-
ramente o inverso, porque os ``Irmaos da Sombra" a empregam freqtiente-
mente com prop6sitos malignos, sendo ent5o despertados e postos em ativi-
dade somente os elementos materiais e nocivos da Natureza. Se, porem, tiver
uma natureza voltada para o ben, e invocar com sinceridade o EU SUPE-
RIOR, que outro nao € senao o AUM, por media€5o do Ego Divino que
corresponde a terceira letra, assim como Buddhi a segunda, recha€arf todos
os ataques do dragao Apophis. Muito se espera daqueles a quem muito se
deu. Ao que bate a porta do Santuario, com pleno conhecimento do seu
carater sagrado, e que, depois de admitido, se retira do limiar e retrocede
sobre os seus passos, dizendo: ``Oh! nao hf nada all", e assim perdendo a
oportunidade de aprender toda a verdade - a esse nao cabe senao aguardar
o seu Karma.
Tais sao as explicac6es esot€ricas acerca de urn tema que causou per-
plexidade a tanta gente, que acreditou vcr contradic6es em vfrios escritos
teos6ficos, inclusive no artigo "Fragmentos de uma Verdade Oculta", publi-
cado nos vols. Ill e IV de rbc T4cofopbg+f.
Contudo, antes de dar por encerrado o assunto devo acrescentar urn
conseHio de precaueao, que vos peco jamais esquecer.
I de todo natural, para aqueles de v6s que sao esoteristas, esperar que
nenhum esteja inclufdo naquela frac5o da humanidade que n5o possui alma,
achando-se todos, assim, inteirameflte tranqiiilos com respeito ao Avitchi,
tal como o born cidadao que nada ten a recear do c6digo penal. Ainda que
vos encontreis precisamente na Senda, ja vos aproximais de suas lindes, e
muitos de v6s seguem a direcao certa. Entre os pecados veniais, inevitfveis
em nosso meio social, e a espantosa maldade descrita em uma nota do editor
da obra S¢/a de Eliphas L€vi 47, medeia urn abismo. Se nao estamos "imorta-
lizados no ben por identificacao' com (o nosso) Deus" ou AUM (Atma-
-Buddhi-Manas), certamente que nao nos temos feito "imortais no mal'' pela
uniao com Sata (o Eu inferior).

na[aE:fr:eceesfcs6r::;:3;qduae:;nut:nhc:m€e€oo£:::c::::t;eq::c:SSZ:::earaoqpuaesa:
no despenhadeiro e nos bracos da morte. Longe de mim a suspeita de que
algum estudante de esoterismo tenha chegado a ponto de tal modo infimo
em seu plano espiritual descendente. Em todo o caso, a todos aconselho que
evitem dar o primeiro passo. Talvez n5o chegfsseis ao fundo do abismo
nesta existencia ou na pr6xima; poderieis, no entanto, engendrar agora as
causas de vossa segura ruina espiritual em subseqfientes encamac6es - a
terceira, a quarta, a quinta ou outras. Na grande epop€ia hindu se le que
uma m5e, cujos filhos haviam todos perecido na guerra, .se queixava asKrishna
de que, apesar de ter suficiente vis5o espiritual para esquadrinhar,; ate cin-
qiienta de seus anteriores nascimentos, nao via em seu passado neflhum pe-

(47) Veja-se: T¢ci r¢cofapbf.f;, de outubro de 1881, pfgs. 14 e seguintes.

163
cado capaz de gerar t5o terrivel Karma. Respondeu-lhe Krishna: "Se tu
pudesses retroceder a tua qtiinqtiag€sima primeira vida, como eu o posso,
vcr-te-ias matando com inaudita crueldade, por mero divertimento, taritas
formigas quantos foram os filhos que acabas de perder." Naturalmente que
e urn exagero po€tico; mas a imagem mostra, com inusitado vigor, como
causas aparentemente insignificantes podem ter enormes conseqtiencias.
0 ben e o mal s5o relativos; e se agravam ou se atenuam conforme as
condic6es ambiehtes. Aquele que pertence a chamada "massa an6nima da
humanidade", isto €, a maioria ignara, € irresponsivel em grande ndmero
de casos. Os crimes cometidos por ignorancia (Avidya) acarretam responsa-
bilidades (Karma) fisicas, mas nao morais. Temos os exemplos dos idiotas,
das criangas, dos selvagens e das pessoas rudes que nao sabem discernir as
coisas. Mas caso muito diferente € o dos que contrairam urn compromisso
corn o EH S:UPEBLI0R. N~ao se pode ittvocar impttnemente essa Diuina Tes-
fc%##b4; pois, uma vez que nos colocamos sob a sua tutela, pedimos a Ra-
diante Luz que iluminasse os sombrios recantos do nosso ser. Com isso
invocamos conscientemente a Justi€a Divina do Karma, para que anotasse
os nossos motivos, espreitasse as nossas a€6es e inscrevesse tudo em nossa
conta. 0 passo que entao demos € t5o irreversivel como o da crian€a que
nasce. Nunca mais podemos devolver-nos a matriz de Avidya e da irrespon-
sabilidade. Ainda que fugissemos para as mais longinquas regi6es da Terra,
a fin de ocultar-nos da vista dos homens, ou buscassemos o esquecimento
no tumulto do torvelinho mundano, ali nos descobriria a Luz do Ego Divino
e deixaria em plena claridade os nossos pensamentos, palavras e ac6es.
Tudo o que H. P. 8. pode fazer € enviar a todos os leitores a expressao
de sua mais sincera e fraternal simpatia, com os votos para que seus esfongos
sejam coroados de exito.
Que a coragem jamais vos abandone; perseverai no vosso intento 48,
pois vinte malogros n5o sao irremedi6veis, se os fizerdes seguir de outros
tantos esforcos decididos para escalar as alturas. N5o € assim que se chega
aos cumes das montanhas? E, por outra parte, deveis ter presente que, se o
Karma registra inflexivelmente na conta de urn esoterista oulpas que deixaria
passar por alto na de urn ignorante, tamb€m € verdade que cada boa acao do
esoterista € cem vezes mais intensa e poderosa no sentido do ben, devido
a sua associacao com o Eu Superior.
Finalmente, lembrai-vos de que, apesar de nao verdes o Mestre a vossa
cabeceira, nem ouvirdes o mais leve rumor no silencio da noite tranqtiila,
ao vosso lado est6 a Santa Potestade, a Sagrada Luz que resplandece nas
horas de vossas necessidades e aspira€6es espirituais; e nao sera por culpa
dos MESTRES, nem de sua humilde serva e porta-voz, que algum de v6s,
por maldade ou fraqueza moral, ira divorciar-se dessas potencias superiores
e deixar-se arrastar no declive que conduz ao Avitchi.

(48) Leia-se: Vo/.c.c a/ /bc S;/c'#c€, pfgs. 40 e 63.

16+
APENDICE
NOTAS SOBRE OS APONTAMENTOS I, 11 E Ill

Pfgina 77

Os estudantes ocidentais ten uma id€ia vaga, ou nao fazem a menor


id€ia, das forcas que existem latentes no Som - as vibrac6es akashicas que
podem ser postas em a€ao por quem saiba como se pronunciam certas palao
vras. 0 "077z" e o "Oee ov¢#z.P4Jeec 4"772" estao em afinidade espiritual com
as for€as c6smicas; mas sem o conhecimento da ordenacao natural ou do
modo como sao dispostas as silabas nao € possivel obter senao urn efeito
incompleto. "Om" equivale sem dtivida a "Aum", que se pode pronunciar
como duas, tres ou sete s{1abas, provocando vibra€6es diferentes.
Ora, as letras, como signos fon€ticos, nao deixam de corresponder a
notas musicais, e portanto a nrimeros, cores, Forcas e Tattvas. Quem se
lembrar de que o Universo e formado de Tattvas compreendera algo do
poder inerente aos signos forfeticos. Cada letra do alfabeto, quer se divida
este em tr6s, quatro ou sete setenarios, tern sua pr6pria cor ou matiz espe-
cial. Quem conhecer as cores das letras do alfabeto, e os ntimeros que
correspondem as sete cores e aos quarenta e move matizes da escala de planos
e for€as, e conhecer ao mesmo tempo sua respectiva ordem nos sete planos,
facilmente dominarf a arte de p6-los em afinidade ou interacao. Mas aqui
surge uma dificuldade. Os alfabetos senzar e sanscrito, assim como os de
outras litlguas ocultas, tern (al€m de outras propriedades) ntimero, cor e
silaba distintos para cada letra; e o mesmo sucedia com o antigo hebraico
de Mois€s. Mas - quantos estudantes conhecem algum desses idiomas?
Quando chegar a oportunidade, bastarf ensinar-1hes os ndmeros e as cores
correspondentes ao alfabeto latino ( tal como sao as letras pronunciadas em
latim, e nao nas linguas anglo-sax6nicas, escocesa ou irlandesa), o que, por
enquanto, € prematuro.
E necessfrio saber a cor e o ntimero, nao s6 dos planetas, senao tamb€m
das constelac6es zodiacais, que correspondem a cada letra do alfabeto, para
tornar opcr4/z.4i4 1 uma silaba especial, e ate mesmo uma ]etra. Se, pop exem-

(1) vci:|sci: voj.f'f. r;/ /fit. \``;./fi#rr. p:i8, vrTT,

167
plo, quiser urn estudante que Buddhi se tome operativo, terf que ajustar
as primeiras palavras do mantra ao tom da nota „g.. Al€m disso, acentuar
ben o „¢., e produzir mentalmente a cor amarela desta nota, em todos os
c"cf de "0" „¢#j p¢d„c A"„". Nao porque a nota "j. tenha igual none
em sanscrito ou em senzar (o que nao acontece), mas porque o M segue a
primeira letra e € ainda, nesta f6rmula sagrada, a s€tima e a quarta letra.
Como Buddhi` e a segunda: como Buddhi-Manas, € a segunda combinada
com a terceira.
H. P. 8.

Pagina 84 2

0 Quatro pitag6rico, ou Tetraktys, era o s'Lmbolo do Cosmos, por conter


dentro de si o ponto, a linha, a superficie e o volume; em outras palavras,
o essencial de todas as formas. Sua representa€5o mistica € o ponto dentro
do triangulo. A Decada, ou ndmero perfeito, estf contido no Quatro; assim:
1 + 2 + 3 + 4 - 10.

Pagina 97

Do- 2.,- 3.a- 4.a- 5... 6..- s£-


mingo feira feira feira feira feira bado

1.aQuarto
0 ® 4 i 2J 9 P

2.aQuarto
6 rf 2f 9 b 0 ®

3.aQuarto 2J 9 b 0 ® 6 ¥

4.aQurto
b 0 ® 6 9 2{ 9

Pagina 88

A passagem obsoura: "Conv€m nao perder de vista . . . como em baixo,


sempre o mist€rio!" far-se-a mats clara ao estudante se for urn pouco
ampliada.
0 "Triangulo Primordial" € o Segundo Logos, que se re`flete como
Triangulo no Terceiro Logos, ou Homem Celeste, e depois desaparece. 0
Terceiro I.ogos, que cont€m a "potencia da criacao formativa", desenvolve
o Triangulo em Tetraktys, e deste modo se converte no Sete, a Forca Criado-
ra, perfazendo uma D€cada com o Triangulo Primordial de que se originou.

(2) As notas a seguir foram preparadas pelos estudantes e aprovadas por H. P. 8.


(3) Pfg. 88.

168
Quando este Triingulo celeste e o Tetraktys se refletem no Universo da
Mat€ria como o homem astral-paradigma, ficam invertidos; e o Triingulo,
ou potencia formativa, se transfere para baixo do Quaternfrio, com o seu
v€rtice voltado para baixo: a M6nada deste homem astral-paradigma 6 igual-
mente urn Triangulo, que ten com aquele outro a mesma relacao que existe
entre o Triangulo Primordial e o Homem Celeste. Dai a frase: "o Triangulo
Superior . . . se transfere para o homem de barro abaixo dof fc/c". E ainda:
o Ponto, ampliando-se em Triangulo, e a M6pada, convertendo-se em Ter-
nfrio, vao formar, com o Quatemario e o triangulo inferior criador, a
D€cada, o ntimero perfeito. "Como e em cima, assim € em baixo."
Deve agora o estudante relacionar estas explicac6es com o exposto na
pfg. 119 deste volume. Ali o Triangulo superior apresenta as cores violeta,

::£oe#,a,:sseoci:nda:Ls|eco.mv;olat::apa£:fail?C:.af:t6:::ef:a::or,in:s,aioa.:i:
como substancia, € associado ao amarelo-alaranjado, a Vida, e ao vermelho-
alaranjado, a potencia criadora. 0 verde € o plano intermedifrio.
A fase imediata nao esta explicada. 0 verde passa a violeta, anil, azul,
abrindo-se o Triangulo para recebe-lo e formando-se assim o Quadrado
violeta.anil-azul-verde. Separa-se o verde do vermelho-alaranjado, amarelo-
alaranjado e amarelo, e deste modo perdem estes tres o seu quarto compa-
nheiro, passando a formar urn triangulo. 0 triangulo gira de modo que o
seu v€rtice fica apontado para baixo, a fin de descer na mat€ria, e, "refle-
tindo-se no plano da natureza densa, aparece ihvertido", como no diagrama
seguinte:

M6nada A segun-do Logos.

A Terceiro Logos ou Homem Celeste


Dez
I 0 Triingulo; converte-se em Quatern6rio, e depois
em Setenario, 4

A Homem Astral-Paradigma

I
V Triangulo Criador colocado embaixo dos Sete

No Homem Perfeito, o vermelho fica absorvido pelo verde; o amarelo


identifica-se com o anil; o amarelo-alaranjado € absorvido pelo azul; e o
violeta permanece fora do Homem Verdadeiro, embora com ele relacionado.
Ou, interpretando as cores: Kama € absorvido pelo Manas Inferior; Buddhi

{4) Veja-se o Vol. I.

i/1fty
e M'anas se unificam; Prana € absorvido no Ovo Aurico; ficando o corpo
fisico fora da vida real, ainda que a ela associado.
A.B.

Pagina 123
Aos cinco sentidos que o homem atualmente possui, mais dois ser5o
acrescentados neste planeta. 0 sexto sentido € o da percepcao psfquica da
cor, e o s€timo o da percepc5o espiritual do som. Do Apontamento 11
constam as ordens de vibrac6es das sete cores primarias e suas modulac6es.
Observando-as, ve-se que cada cor se distingue da precedente por uma dife-
renca de 42, ou 6 x 7.

462 Vermelho + 42 = 504


504 Laranja + 42 = 546
546 Amarelo + 42 = 588
588 Verde + 42 = 630 Terceira oitava da percep€ao
630 Azul + 42 = 672 psfquica das cores
672 Anil + 42 = 714
714 Violeta + 42 = 756
756 Vermelho

Procedendo agora de maneira inversa, subtraindo 42, vemos que a


primeira cor, ou a cor-base, para o nosso globo, € o verde,

-Verde,
42 Azul
Primeira semi-oitava
84 Anil
126 Violeta

168 Vermelho
210 Laranja
252 Amarelo
294 Verde
Segunda oitava
336 Azul
378 Anfl
420 Violeta
462 Vermelho

A segunda e a quarta oitavas seriam os raios calorfficos e actfnicos,


invisiveis para os nossos atuais m6ios de percepcao.
0 s6timo` sentido 6 o da percepcao espiritual do son. Assim como as
vibrac6es do sexto crescem a raz5o de 6 x 7, as do setimo 4umentam a razao
de 7 x 7, de acordo com a seguinte tabela:

170
-F£ Som verde
49 Sol " Azul
Primeira semi-ojtava
98L£ " Anil
147 Si " Violeta

196 D6 " Vermelho


245 R€ " Laranja
294 Mi " Amarelo
343 Fa " Verde
392 Sol " Azul Segunda oitava
441 L£ " Anil
490 Si " Violeta
539 D6 " Vermelho
Etc., etc.

0 quinto sentido, jf o possuimos; possivelmente € o da forma geom6-


trica, e a razao de sua progressao seria de 5 x 7, ou 35.
0 quarto sentido 6 o da audicao fisica (mdsica), sendo de 4 x 7 a
razao, ou 28. Este fato se acha confirmado pelas teorias cientificas referentes
as vibrac6es das notas musicais. Nossa escala € a seguinte:

-, 28, 56, 84, 112, 140, 168, 196, 224, 252, 280, 308, 336, 364, 392, 420, 448,
476, 504, 532, 560, 588, 616, 644, 672, 700.

Segundo a ciencia musical, as notas C, E, G5 sao proporcionais, em


suas vibrac6es, aos nineros 4, 5, 6. A mesma proporcionandade se observa
entre as notas das tresquiflteras G, 8, D, e F, A, C. Isto da a escala; e,
reduzindo as vibrac6es a C=1, as raz6es das sete notas em relacao a C
ficam sendo:

1 9|8 5|4 4|3 3|2 5|3 L5|8 2


C D E F G A 8 C'

Convertendo em ntimeros inteiros, obtemos para uma oitava:

24 27 30 32 36 40 45 48
C' D E F G A 8 .C"

Analogamente, podemos colocar uma oitava debaixo de C' e outra acima


de C". Alinhando estas tres oitavas, e operando a multiplica€ao por sete,
teremos uma correspondencia quase exata com a nossa tabua de vibrac6es
do quarto sentido.

(5) [0 texto passa a empregar a notac5o musical inglesa. Para facilitar a compreen-
sao do leito[, eis aqui o seu equivalente: A = L£; 8 = Si; C = D6; D = R€: F. = Mi;
F -- F4; G ~ Sol.I

171
TABUA MUSICAL
Escala de
relap6cs Produto
28E
6F

36 X 7 = 252
40 X 7 - 280
45 X 7 = 315

72 X 7 = 504 G

......... 80 X 7 = 560 A

................ 90 X 7 = 630 8

... 96 x 7 = 6ri2 C

H.C

172
NOTAS SOBRE ALGUNS ENSINAMENTOS ORAIS

0S TRES ARES VITAIS

0 Akasha puro circula por Sushumna: seus dois aspectos fluem por Ida
e Pingala. Sao os tres ares vitais, .simbolizados pelo cordao bramanico. A
Vontade e o Desejo s5o, respectivamente, o aspecto superior e o inferior
de uma coisa s6. Dai a importancia de se manterem puros os canais; porque,
se houver contaminacao dos ares vitais, avigorados pela Vontade, o resul-
tado sera magia negra. Esta a razao por que se proil]e todo com€rcio sexual
na pratica do Ooultismo.
De Sushumna, Ida e Pingala parte uma corrente que, desde o canal
central, circula por todo o corpo. (0 Homem € uma arvore; em si cont€m
o macrocosmo e o microcosmo. Explica-se, portanto, o emprego da arvore
como simbolo; a corporacao dos Dhyan-Chohans e assim representada.)

0 OVO AURICO
0 Ovo Aurico € constituido por curvas, semelhantes as que se formam

:a£::e::::gduompoos::sfi:::c::mtodij:coceenTrov££borrafaao.ocsoe:.oEossceor6:;t#£::
provido dos materiais adequados, e uma defesa. Nenhum animal selvagem,
por mals feroz que seja, se aproximarf do Yogi assim protegido; pois o seu
ovo furico repulsa todas as influencias malignas. Nenhum poder da vontade
se manifesta atrav€s do Ovo Aurico.
P. -Que rela€~ao bd entre _a circulap~ao dos ares vitais e o poder que
tern o Yogi de fazer do sett Ouo Aurico un aneio de defesa contra a agress~ao?
R. - I impos'sivel responder a esta pergunta. 0 conhecimento e a
ultima palavra da Magia. Esta relacionado com Kundalini, que tao facilmente
pode destruir como preservar. 0 novico ignorante poderia matar-se.
P. - E o Ovo Aurico da crianca uno diferenciac~ao do Ahdsba em
qt4e o Adepto Pode enxertar os materzais de que necessita Para ttm determi-
nedo obietivo, como I)or exemplo a forma€~ao do Maydvi REpa? 1

(1) [A pergunta foi formulada em termos urn tanto obscuros. i evidente que o
seu au.tor desejava saber se o Ovo Aurico € uma diferenciacao akashica na qual a crianca,
ao tomar-se adulto, e se fosse urn Adepto, poderia entretecer os materiais necessfrios a
consecucao de algum objetivo especial.]

173
R. - Se a pergunta se refere a hip6tese de poder urn Adepib introduzir
algo no Ovo Aurico de uma crianca, ou sobre ele atuar, r.espondo que n5o:
tal coisa € impossivel, porque o Ovo Aurico estf associado` ao Karma, e nem

guea:s:eoai,e::rep.to6v:oieuTic;nieervuiLanofs::gisctor:sakle£:mdi:o:Les:st:mna:dfeo:::
responsavel, ou -que n5o proviesse do Eu Superior da mesma personalidade,
como poderia oumprir-se a justica kdrmica?
0 Adepto, conforme o seu grau, pode utilizar em seu pr6prio Ovo
Aurico elementos da Aura do seu planeta ou do Universo. Esse envolt6rio
€ o receptfculo de todas as causas kfrmicas, e nele ficam fotografadas todas
as coisas, como numa placa sensivel.

deufb:ra£::jaj=:cmu[:dmo.%vuoan£:I:::n:s:I:t,oop6%:ez:,r£::i:o::£rst:eefpAok¥smh:
quase puro, com adicao dos Tanhas, que permanecem latentes ou em estado
potencial ate o s€timo ano de vida.
0 0vo Aurico de urn idiota pode-se dizer que nao € humano, por lhe
faltar o colorido de Manas. Trata-se mais de vibrac6es akashicas do que pro-
priamente de urn Ovo Aurico. I uma envoltura material, semelhante a da
planta, do mineral ou de urn objeto qualquer.
0 0vo Aurico 6 o agente que transmite as vidas peri6dicas a Vida
eterna, ou seja, de Prana a Jiva. Desaparece, mas nao se desvanece.
A confissao auricular da `Igreja Cat6lica romana e da lgrega grega €
nociva e perigosa, porque o confessor influi no Ovo Aurico do confitente
com o poder de sua vontade, nele enxertando artificialmente emanac6es de
seu pr6prio Ovo Aurico, como sementes que depois irao ali germinar ---- tal_
como sucede com a sugestao hipn6tica.
As observac6es acima se aplicam igualmente ao hipnotismo, embora
seja este uma forca psicofisica - e 6 nisto que reside urn de seus mais graves
perigos. Por outra parte, "uma coisa boa pode servir-se de urn canal impuro
como veiculo", sendo este o caso da sugestao hipn6tica empregada para
curar os alco6latras e viciados em entorpecentes. 0 ooultista pode recorrer
ao mesmerismo para extirpar os maus habitos, se a intencao for perfeita-
mente pura; porque no plano superior a intencao € tudo, e uma boa inteneao
hf de contribuir para o bern.
P. -E o Ovo Aurico a expansao da "Coluna_ de Lttz" oat ?rin?i|).io_
Mandsico, e, Portanto, n~ao eni)olJe a crianca antes dos sete anos de idade?
R. - Assim €. No momento em que a crianca nasce, o 0vo Aurico €
puro, mas a questao estf em saber se € o Manas Superior ou o Manas Infe-
rior que lhe vai dar o colorido quando chegar a idade de sete anos. A ex-
pans5o manfsica € Akasha puro. 0 raio de Manas desce no v6rtice dos
Prinofpios inferiores, e, assim desmaiado e limitado pelos Tanhas kfrmicos
e pelas deficiencias do organismo corporal, forma a personalidade. 0 Karma
hereditario pode alcancar a crianga antes dos sete anos; mas o Karma indi-
vidual s6 comeca a atuar ap6s a ctescida de Manas.

174
0 Ovo Aurico estf para`o Homem:
- assim como a Luz Astral estf para a Terra;
- o Eter para a Luz Astral;
- e o Akasha para o Eter.
Omitem-se aqui os estados criticos. Sao os Centros "Layas", ou os elos
que faltam em nossa consciencia e que separam aqueles quatro planos urn
do outro.

0 MORADOR

0 "Morador do Umbral" existe em dois casos: 1.a Quando o Trian-


gulo se separa do Quaterndrio; 2.° Quando os desejos e paix6es kamicas sao
de tal modo intensos que o Kama-Rfipa persiste no Kama-Loka ate depois do
perfodo devachanico do Ego, sobrevivendo assim a reencarnacao da Entidade
Devachanica (por exemplo, se esta se reencarna dentro de dois ou tres
s€culos). 0 "Morador" € atraldo, por afinidade, ao Ego reencarnado ao qual
pertenceu; mas, sendo incapaz de alcanc£-lo, adere ao Kama da nova perso-
nalidade, e fica sendo o "Morador do Umbral'', que fortalece o elemento
kamico, emprestandoThe deste modo uma forea perigosa. Algumas pessoa§
enlouquecem por esse motivo.

0 INTELECTO

Nem sempre o Adepto branco disp5e inicialmente de poderoso inte-


lecto. H. P. 8. conheceu Adeptos cujas faculdades intelectuais Cram origi-
nariamente abaixo da media. 0 que confere ao Adepto os seus poderes € a
sua pureza, o seu amor a todos os seres, a sua colaborac5o com a Natureza,
com o Karma e com o seu "Deus Interno". 0 intelecto, s6 por si, conduzirf
a magia negra, porque o acompanham o orgulho e o egoismo. 0 que eleva o
homem € a intelectualidade zf#z.d¢ a espiritualidade; porque esta tiltima exclui
o orgulho e a vaidade.
A metafisica pertence ao dominio do Manas Superior, e a fisica ao do
Kama-Manas, que preside ao trabamo mental nas ciencias fisicas e nas ativi-
dades materiais. Como os demais prinofpios, Kama-Manas ten sete graus.
0 matemftico sem espiritualidade, por mais sfbio que seja, nao compreen-
derf a metafisica; mas o metafisico dominara os mais elevados conceitos da
matematica, e sabers como aplica-los, ainda que n5o tenha estudado esta
ultima ci€ncia. Para urn metafisico nato, carece de muita importancia o plano
psfquico, cujos erros percebera logo que entre em contato com ele - pois
nao estf ali o objeto de suas indagae6es. Quanto a Mrisica e as outras Artes,
s5o filhas do Principio Manasico ou do Prinofpio Kama-Manasico, conforme
nelas predomine a alma ou simplesmente o aspecto t6cnico.

175
I KARMA

Depois de,, cada encama€ao, quando o Raio Manasico retorna ao Pai


( o Ego ) , alguns de seus ftomos subsistem dispersos. Estes atomos manasicos,
"causas" "tarihicas" otl de outra natureza, sao da mesma essencia do Manas,
sendo atraidos estes, infalivelmente, por ocasi5o da nova encama€ao do Ego,
a fin de constituirem `o seu Karma. Enquanto n5o voltarem a reunir-se
e§ses atomos dispersos, a individualidade nao estarf livre do renascimento.
0 Manas Superior € responsfvel pelo raio que emite. Se o raio n5o estiver
maculado, nenhum mau Karma se produzira.

0 ESTADO TURIYA

esgot:°a::imo[e:::a:oq::'oparboamdefa¥mda:,teerq¥earo:air:d£::*°g::aed:sh:a::rna
aquisieao de born Karma prendem o homem tanto quanto os que s5o oca-
sionados por urn motivo oposto. Sao Karma em ambos os casos.
Os Yogis n5o podem alcancar o estado de Turiya a n5o ser quando o
Triangulo se separe do Quaternfrio.

MAHAT
Mahat e a Mente Parabrahmica universal (durante urn Manvantara)
no Tefceiro Plano [do Cosmos]. I a Lei que faz a Luz cair de plano em
plano e diferenciar-se. Sao suas emanac6es os Manasaputras.
Somente o Homem € capaz de conceber o Universo neste plano de
existencia.
A existencia €; mas, quando a entidade nao a sente, a existencia deixa
de ser para essa entidade. A dor de uma opera€5o cirdrgica existe, embora o
paciente n5o a sinta; para ele, portanto, € como se a dor nao existisse.

COMO PROGREDIR
P. -Qttal a prondncia correta de AIM?
R. -Primeiro € preciso praticar oralmente, sempre com a mesma en-
torm€ao, que deve ser descoberta do mesmo modo como o estudante des-
co.bre sua cor particular - pois cada urn de n6s possui urn tom que lhe €
peculi ar.
AUM comp6e-se de duas vogais e uma semivogal, devendo esta ser pro-
longada. Assim como a Natureza ten o seu tom, que € o Fa, assim tamb€m
cada homem ten o seu; porque o homem € uma diferenciacao da Natureza.
0 corpo dove ser comparado a urn instr.unento; quem o toca e o Ego. Co-

:£=coo,sapo£.p:*¥ci:oe::it::.=isne6sosmpe=:sp,ioes.dff:snfieonsd:=o;,rl¥eu.::
{2) ENidanas, as doze causas da existencia, ou uma cadein de causacao.I

176
lugar as notas,.depois os acordes, e por ultimo as melodias. Quando o estu-
dante domina todos os acordes, pode comecar a colaborar com a Natureza
em beneficio dos outros. Pode entao, com a experiencia adquirida de sua
pr6pria natureza, e pelo conhecimento dos acordes, produzir vibrac6es be-
rfeficas ao pr6ximo; e servira assim de t6nica para a obtencao de bons
resultados.
Devemos esfor€ar-nos para ter uma representacao ben clara do trian-
gulo geom€trico, de sorte que o conceito se tome cada vez mais abstrato e
metafisico, ate chegar ao Triangulo subjetivo: Atma-Buddhi-Manas. S6 pelo
conhecimento deste Triingulo em todas as suas formas € que podemos, por
exemplo, abranger no presente o futuro e o passado. Lembremo-nos de que
€ necessdrio fundir o Quatemfrio no Triangulo. 0 Manas Inferior hf de ser
impelido para cima, juntamente com o Kama, o Prana e o Linga, de modo
que o inferior reforce o superior; nao deixando atrfs senao o corpo ffsico.
Pode-se alcancar progresso em Ocultismo, inclusive no Devachan, se a
mente e a alma sao orientadas nesse sentido. Mas no estado devachahico
sera como em urn sonho, e o conhecimento se desvanecerf como se desva-
nece a lembranga de urn sonho, a menos que seja conservado vivo por meio
do estudo consciente.
®

0 TEMOR E 0 ODIO
0 tenor e o 6dio s5o, em essencia, a mesma coisa. Quem nada teme
nunca odeia; e quem nao odeia nunca teme.

0 TRIANGULO
P ...- 9tte s4gnifica .a fro_s.!..:`Deuemos ter rna repre§entac~ao bern clara
4o. ^Trib.ngulo e.in iada p!.air.o?" Por exernplo.. couno -te;;ir-;;-r-;p;;;;nt-;;' -o
trian8ulo no plano astral? 8
R. -Somente no estado de Turiya, o quarto dos sete graus da Raja-

:?t:a:',€a3:ifdaYd:gfpepr°c€;tl::::em:deap:eosnefitcai:an°adda?:b::roat:;dfb:[¥a°ncdaerss:
que € ¢r¢p4; o objeto da contemplacao hf de ter, portanto, alguma forma.
No estado Tuftya, o Triangulo estf em n6s mesmos, e € percebido.
Mas abaixo do estado Turtya 6 necessario urn sinbolo para representar
Atma-Buddhi-Manas. Nao € urn simples triangulo geom€trico, mas a Trfude,
que se traduz por uma imagem para tornar possivel o pensamento. E do
Manas, integrante desta Triade, podemos ter alguma representac5o, alnda
que indistinta; mas do Atma nao 6 possivel formar nenhuma imagem.
Devemos tentar a representacao do Triangulo em planos cada vez mais
elevados. Devemos figurar Manas como acostado a sombra de Buddhi, e

am£3eLa[d¥.op.reBp.re%£stasrat:rbr:eaa.pt:hgu3:a]£„:ef6rj:u::rs[£g¥£a££oeThian*o£=
esta dltirm a interpreta¢o, e H. P. 8. entao deu a resposta que se ve no texto.]

177
imerso em Atma. Unicamente Manas, o Ego Superior, € suscetivel de repre-
sentacao; e podemos imagin£-lo como o A#gocz.dcf, a radiante figura a que
se alude em Z4%0%j.. Urn born sensitivo consegue ve-lo.

A VISAO PsfQUICA
N5o e aconselhivel, todavia, desejar a visao psiquica: Psyche e terrena
e malign`a. A medida que a Ciencia progredir, far-se-ao conhecer e compreen-
der os aspectos psiqdicos. 0 psiquismo em si nada ten de espiritual. Em sua
pr6ptia esfera, e do ponto de vista em que se situa, ten razao a Ciencia.
Consoante a lei de conservacfo da` energia, o fen6meno psiquico € gerado
pelo movimento. E como o movimento psiquico s6 € movimento no plano
psiquico, que € urn plano material, est5o certos os psic6logos que nao veem
ali outra coisa sen5o mat€ria. Os animais carecem de espirito; mas tern visao
psiquica, e sao sensiveis as condic5es psiquicas, que influem na sua sadde
e em seu estado fisico, como se pode observar.
0 Movimento e a Divindade abstrata; no plano sur;erior € ¢7¢p¢, abso-
luto; mas no plano inferior, o nosso, € puramente mecanico. A acao psfquica
se inclui na esfera do movimento fisico. Antes que se possa desenvolver no
c€rebro e nos nervos, € preciso haver nestes 6rgaos uma atividade consen-
tanea que a fapa gerar no plano fisico. 0 animal paralitico, que € incapaz de
determinar uma acao no corpo fisico, nao pode pensar. Os psiquicos veem
sinplesmente em urn plano de densidade material diferente; e, se as vezes
ten alguma percepcao espiritual, esta lhes chega de planos superiores. A
visao Jr--I__-_
psiquica__---_I_
€ comparavel
_____ _ a do homem que, ao entrar em uma sala ilumi-
.,..,., _ ,_

nada' ve tudo o que ali existe, gracas a es-sa -1uz artificial; mas que ja nada
vera quando apagada a luz. Na visao espiritual, o homem ve com a luz1 _ _tJ__ ___J.

i.n't-e-m2:-;iLz Loc5lta debaixo do alqueire- do corpo 4, que lhe permite vcr


claramente e sem depender das coisas externas. Como o ps{quico v€ por
meio de uma luz externa, sua visao e colorida pela natureza desta luz.
A uma senhora que lhe declarou ter a impressao de vcr em tres planos,
H. P. 8. respondeu que todo plano e s6tuplo, o plano astr?I como os demais.
E deu como exemplo no plano fisico o fato de que uma mesa, que se ve
com o sentido visual, continua a ser vista com os olhos fechados, devido a
1;mrperpers:3:z?r38¥efdsaern:i:teat£:a:ss:#ageeTa£::dmur:o:Ooc:rfb::io:e::dmo6ra:
atomos, ou, ainda, desintegrando-se. E tudo isso se passa no plano fisico.
Podem-se recomecar a§ coisas no plano astral e obter outro setenario. Gum-
pre aproveitar a sugestao e ampli£-1a.

0 TRIANGUL0 E 0 QUATERNARIO
P . - Por qi4e o uioleta, a .cor d'? Lingo Sfoarira, 6 c.olocado no, dpice_
do i: qua;d-o o`Nlacrocosmi 6 fiqu!a.do.c?ire? A=passando a unarelo, que
6 a car-de Buddbi, pare o Qttatemdrio inferior r]?
IV, 21, e no de
sao L4u)cas,[¥¥:a;3: |ara£:]aodaT::3P]eia no Evangetho de Sao Marcos,

178
R. -N5o € correto falar de "-Quatemdrio inferior" no. Macrocosmo.
E o Tetraktys, o mais excelso e sagrado de..todos os sinb6los. Chega d -
momento em que, na mais prefunda meditacao, 'o tManas inferior € absor-
vido pela Triade, deste modo convertida no Quatemario ou Tetraktys pi-
tag6rico; e o que era o Quaternario se reduz a Triade inferior, ja entao
invertida. A Triade se reflete no Manas inferior. 0 Manas Superior n5o pode
refletir-se; mas o verde, ao trasladar-se para cima, fica sendo o seu espelho,
e entao se transmuta, deixando de ser o verde, por haver transcendido suas
associa€6es. A Psyche espiritualiza-se, o Ternario reflete-se no Quarto, e o
Tetraktys entao se forma. Durante a vida e preciso haver algo para refletir
a Triade Superior; porque deve existir algo que transmita a consciencia em
vigilia as experiencias adquiridas no plano superior. 0 Manas inferior €
como uma placa que ret€m as impress6es recebidas durante o extase.
E na Quarta Senda que se entra no estado de Turfya; vcr-se-6 este
representado no diagrama da pagina 119 do Apontamento 11.
P. -Qtte significa un triangulo forapado de liubas de luz e qtte se
destaca r¢o rineio de urn orul de itctensas vibra€6es?

daTE;de-no°ETnrv£:Ft8:i:V£:tr:cod°L=X;erro£::a:°qe:enaodajfdaepnet:ases?apt:::leg:
Triangulo. E de maneira completamente diversa que se hf de ve-lo. Devemos
tentar a nossa fusao com ele, identificar-nos com ele. Estamos simplesmente
vendo as coisas no plano astral. Mas "quando em n6s estiver aberto o ter-
ceiro olho, teremos algo muito diferente para contar".

ante:;r,Tocg%ietf6%%ndc;`€°#unasudpeer%#'e%oer%6s°p%anddaeea:fi:ret8u8%
Ndo Se Deve Transpor?
[Esta pergunta ficou `sem resposta, porque ia demasiado longe. 0 ``Anel
Que N5o Se Deve Transpor" e a circunfereneia do Universo manifestado.]

NIDANAS
P . - A raiz dos Nidanas 6 Avidyd. Qttal 6 a diferen€a em relap~ao a
Mdyd? Qttatttos s~ao, esotericamente, os Nidanas?
R. -Tamb€m aqui € perguntar demasiado. Os Nidanas, encadeamen-
tos de causas e efeitos (nao no sentido que lhes atribuem os orientalistas),
nao provem da ignorancia, mas dos Dhyan-Chohans e dos Devas, de quem
nao se pode dizer que atuam por ignorancia. N6s produzimos Nidanas por
ignorincia. Toda causa gerada no plano ffsico repercute eternamente em
todos os planos. Sao os efeitos permanentes, que se refletem de plano em
plano na "tela da etemidade".

MANAS

P. -Qttal 6 a classificacdo seten6!ia df Manas? Hd sete`gratt§ 2o


Manas Iyifer{Jr, e 6 de presunirr qtte tanb6m baja sete g:rans no Manas Stt-

179
Pue#°trodF,d:ep3{%:a;mquq%:::t%raeu:odvee#g%S.M°auna%S;Consideradocomo

R. - Certamente que ha quatorze graus. Mas estais querendo correr


antes de saber andar. I preciso conhecer os tres, e depois os quarenta e
nove. Hf tres Filhos de Agni, que se desdobram em sete, e estes pow sua
vez em quarenta e nove. Mas ainda ignorais como se originam os tres.
Aprendei primeiro a produzir o "Fogo Sagrado", de que mos falam os
P%r4#¢f . Todos os quarenta e nove fogos sao estados de Kundalini, que
devem set produzidos em n6s mesmos pelo atrito da Triads. Aprendei pri-

Foer£::,°d::teei:a:;°nhde:e:°:P:a:efeapi£:fa°dede(ocsedt:espra¥egp;:ta£S.tesdefudo.
A COLUNA ESPINHAL
P® - Qi4e 6 o sistema neruoso simpdtice,` e. qttd! a stta fun€~ao epe
°%d#t:ma°p?refe!uetas6tnad%rt::edeeme:%t!a%,dpaarvatdaaf¢onr%%±aoe;%%ac%#%a

caluna espinbal.
R. - No fin da pr6xima Ronda, a humanidade voltarf a condicao de
macho-femea, ou andr6gina. Cada individuo tera entao duas colunas espi-
nhais, que na s6tima raga se fundirao em uma. A evolucao esta em corres-
pondencia com as ragas; e com a evolngao das raeas o simpatico se transfor-
marf em uma verdadeira coluna espinhal. Retomaremos pelo arco ascen-
dente, tendo por acrescimo somente a consciencia do Eu.
0 homem da sexta raga sera como "urn saco de textura compacta" 5,
mas unira a perfeic5o da forma a mars elevada inteligencia e espiritualidade
Comecam os anatomistas a descobrir novas ramificac6es e diversifica-

:i::::cr:#eoaohua:¥aoe.oFrqr;em,d£::€ms,ere:c:::::sdpeoE:o±a:::odogo:L6ebx:1::
brancos do sangue, quando 6 realmente o veieulo do Linga Sharira. Os ocul-
tistas conhecem cada uma das mfnimas partes do coracao, as quais dao nomes
relacionados coin os Deuses, como: vestll)ulo de Brahma, vestil]ulo de
Vishnu, etc. Est5o em correspondencia com determinadas partes do c€re-
bro. Os pr6prios ftomos do corpo sao os trinta e tres "crores" 6 de Deuscs.
0 sistema simpatico 6 posto em ac5o pelos tantristas, que o chamam a
Vina 7 de Shiva.

PRANA
P. -Que relap~ao b6 entre o bomem e Pr&ne, a uida peri6dica?
R. - Jiva somente se converte em Prana quando a crianca nasce e
comeca a respirar. Prana € o sopro da vida, o Nephesh. No plano astral nao
h£ Prana.

(5) I"Pudding bags" no texto ingles. -Nota do tradutor.]


((€)) [[6';%' epsg€acv£:a dqeueiir¥u::gg¥aqfunediadeeetnodefib"e':'e?a:i.|ja invencao se atribui
a Shiva, a Narade ou a outros.]

180
ANTAIRARANA
P. -_0 Amlabfearana _6 _o la€o entre o Ego Sttperior e o Ego Inferior.
Corresporide ao cord~ao unbdical ene perspectiva?
R. i±+ N5o. 0 cordao umbilical que une o corpo astral ao corpo fisico
€ uma ¢oisa real. 0 Antahkarana € imaginfrio: uma figura de ret6rica e
apenas o elo entre o Manas Superior e o Manas Inferior. 0 antahkarana s6
aparece quando comecamos a "dirigir os nossos pensamentos para cima e
para baixo". 0 Mayavi-Rtipa, ou corpo Manasico, nao ten conexao alguma
de ordem material com o corpo ffsico, nem tampouco possui cordao umbihi-
cal. E espiritual e et€reo, e passa por toda a parte sem dificuldade ou impe-
dimento. Difere inteiramente do corpo astral, que reproduz no fisico, por
repercussao, o dano porventura recebido. A entidade Devachanica, mesmo
antes do seu renascimento, pode ser influenciada pelos Skandhas; mas estes
nada ten com o Antalikarana. Impressiona-a, por exemplo, o desejo de
reencamac5o.
P: -. Diz a "Voz do Sil6neio" qtte nos d_e_vemos converter no "pr6prio
cpmiribo" ; f , em outra_ passggem, que o Aretchkarana_6 esse caninb;. S[gri-
fic.a isso algo undis al6m de qtte a.n6s_ neesmos cabe estender uno p-onte
sobre o vorio qtte separa a consciencia do Ego Sttperior da do Ego infirior?
R. - Isso € tudo.
P.. -Dizean-nos _qtte b4 _sete porldes no Caminbo. Existe, portanto,
una divis~ao setendria do Antabkarana? E 6 Antabkarana o campo d; batalba?
R. - I o campo de batalha. H sete divis6es no Antahkarana. A me-
dida que passamos de cada uma delas para a imediata, estamo-nos aproxi-
mando do Manas Superior. Quando tivermos transposto a quarta divisao,
poderemos considerar-nos felizes.

DIV,ERSOS
P. -Ensina-se qtte AV.pr " deve _set exercitado fisicunente". Sigrifica
isto qape, p`3r set a cpr mgis diferenEia_da que o sqm, 6 t~ao somente palla -cot
qpr_e__c_fregareruo.s a des_cobrir o verda¢eirp son de cada ttun de n6s? E que
ap.pr_` ri~qo pode re^velar_o _s.e.u _sigriificqdo e_spiritual e oculio seri~ao qudrndo
6 dirigido para o Atm&-Buddbi-Manas de cadJ pessoa?
R. - AUM quer dizer reto procedimento, e nao urn mero son que os
lfbios pronunciam. Devemos traduzi-lo em atos.
P. : Coax refer.6ricia ao AL, n~ao 6 a Atmd-Bttddbi-Manas difererite em
coda eritidade, segundo o plano em que se erlcontre?
R. - Cada Prinofpio estf em rim plano diferente. 0 discipulo deve
elevar-se ate ele, urn ap6s outro, assimilando-os sucessivamente, de modo
que os trfes sejam urn s6. Este o verdadeiro fundamento da Trindade.
P. - D6z A DOPTRINA SECRETA qtte Akdsba 6 a 0uo Aurico da
T.err=,.T6uazizrednauMua#aLt.RItt.6E-e%a:%qcuoeneAx::Sneantere°Muavre°asA:noc°oaoao
Aurico?

181
R . -Mfilaprakriti 6 o `mesmo que Akasha` ( em seus sete graus ) . Mahat
€ o aspecto positivo de Akasha, e € o Manas do Corpo C6smico. Mahat 6
para o Akasha o que Manas € para Buddhi; e Pradhana € apenas outro
none de Mtlaprakriti.
0 0vo Aurico € Akasha, e ten sets graus. E substancia pura e abstrata,
e reflete id6ias abstratas; mas tamb€m reflete coisas concretas e inferiores.
0 Terceiro Logos € o mesmo que Mahat, assim como Alaya, a Mente
Universal.
0 Tetraktys 6 o Chatur Vidya, ou o qufdruplo conhecimento unifi-
cado, o Brahma de quatro faces.

NADIS

P . -T6m os Nddis alqunea relac~ao definida `com as u6r!ebras? Podem


set localizados defronte dos v6rtebras oat enlre elas? E pode con5iderar_-se
cada ttne deles como octtpando determi_nado ponto da caluna espinbal? Cot-
respondene ds divis6es desta caluna adm!6tidas pelos anatomistas?
R. -H. P. 8. acreditava que os Nadis correspondiam a regi6es da
coluna vertebral conhecidas dos anatomistas. Haveria, assim, seis ou sete
Nadis ou plexos ao longo da coluna. Nao €, contudo, urn termo t€cnico, mas
urn termo geral que se aplica a todos os n6s, centros, ganglios, etc. Os Nadis
sagrados sao os que se estendem ao longo ou por cima de Sushumna. A Cien-
cia conhece seis, mas ignora o outro, que fica perto do atlas. Os pr6prios
Yogis da escola Taraka-Raja falam apenas de seis, e nunca mencionam o
s€timo.
Ida e Pingala funcionam em toda a extensao da parede curva da coluna
em que se acha Shushumna. Sfo semimateriais, positivo e negativo, sol e
lua, e p6em em aeao a corrente fivre e e§piritual de Sushumna. Seguem ca-

#::hopsorditsoti%t°oSJc:rupeo.mEesp:ia°c%enccT£::::gop:£€:a°:t5ain:°alrapausees:a#;Ca;
"fogo sagrado".

Ao sistema simpftico se di, al€m do none de Vina de Shiva, o de


Vina de Kan.

sagra8oS,Ca°crfi6aesdsafmmp£=[°as'eassps££ac[°:I:n[g€ia::i:ia:£'oSuTrrg£::nfeEumu£°a::
centros sagrados, outro dos quais € Brahmarandra, ou, se preferem, a mat€ria
cinzenta do c6rebro. I tamb6m a fontanela anterior na crianga rec€m-nascida.
A coluna vertebral 6 denominada .Brahmadanda, ou bast5o de Brahma,
e tern como sfmbolo a vareta de bambu usada pelos ascetas. Os Yogis de
al6m-Himalaia, que se rednem periodicamente junto ao lago Mansarovara,
carregam uma bengala de bambu com tres n6s, e sao chamados Tridantinos.
0 simbolismo € identico ao do cordao bramanico, que ten muitos outros
significados, afora o dos trfes ares vitais: simboliza, por exemplo, as tres
€r.:riQf6ee dr` hramane` que ocorrem: (a) no ato do nascimento, quando o

182
astr6logo da fanilia lhe df o none secreto, que se sup5e ditado pelos Devas
(dizendo-se por isso que ele foi iniciado pelos Devas); o hindu prefere
morrer a revelar esse none; (b) ao completar sete anos, quando recebe o
cordao; e (c) aos onze ou doze anos, quando se inicia em sua casta.
P. -Se 6 conueri6ente estttdar o corpo a seats 6rgiajos, com sttas corres-
pottdGricias, podeis dar-nos os principals perfis destas corres|iond6ricias em
rela£~ao com os Nadis e com o diag;rana dos or6ficios?
R. Correspondem:

0 Ba€o ao Linga Sharira


0 Figado a Kina
0 Coraeao a Prana
0§ Tubfrculos Quadrigemcos a Kama-Manas
0 Corpo Pituitdrio a Manas-Amtahkarana
A Glanula Pineal a haas
Esta ultima, a Glandula Pineal, depois de impressionada pela vibrante
luz de Kundalini, procedente de Buddhi, passa a corresponder a Buddhi-
-Manas.
A Glindula Pineal estf em correlaeao com o Pensamento Divino. 0
Corpo Pituitdrio € o 6rgao do plano psfquico. A visao psiquica € causada
pelo movimento molecular do corpo pituitfrio, que estf diretamente rela-
cionado com o nervo 6tico, influindo assim no 6rgao visual e dando origem
as alucinae6es. Seu movimento pode facilmente provocar manifesta€6es lu-
minosas, analogas as que resultan de uma press5o sobre o globo ocular. A
embriaguez e a febre ocasionam ilus6es 6ticas e auditivas pela acao do Coapo
Pituitdrio. Este chega as vezes a ficar paralisado por efeito da embriaguez.
Se ha uma influencia desta esp€cie no nervo 6tico, a corrente se inverte, e
vcr-se-i provavelmente a cor complementar.

SETE
P. -Se o corpo fisico n~ao faz parte do verdadeiro setendrio bunano,
6 a neundo f'tsico material eem dos sete planos do Setendrio C6sneico?
R. - Sin. 0 coxpo fisico nao € urn Prina'pio, esotericamente falando,
porque pertence ao mesmo plano que o Linga. 0 0vo Aurico 6, portanto,
o s6timo. 0 corpo.fisico € antes urn Upadhi, ou veiculo., que urn Prinofpio.
A Terra € o Upadhi da Luz Astral, e se acham tfo estreitamente relaciona-
dos entre si como o coapo ffsico e o seu Linga. A divisao inferior do nosso
plano € a Terra; a divisao superior o Astral. Conv€m, todavia., nao confun-
dir a luz astra+terrestre com a Luz Astral universal.
P. -Dizean-nos qtte podeneos tonear conbecinee7¢to de ttne obieto f'¢sico
|ior sete maneiras distintas: 1. Em coritato direto cone ele. 2. Pot seed re-
Prodtt€~ao na retina. 3. Pot stta reterl€~ao t8a mene6ria. 4. Pelo sonbo. `5. Con-
siderando-o alomicamente. 6. Considerando-a eon de§integra€~ao` - Qual €

183
a; s6tuna? H6 sete meios de vG-lo; se 6 assin, §~ao todas ¢s co6sas objetiva-
merite seteacdrias?
R. - As sete pontes cruzam de urn a outro plano. 0 extremo 6 a
ideia, a privacao de mat6ria, e mos leva ao plano imediato. A parte mais
alta de urn piano toca a parte mais baixa do plano seguinte. 0 sete € urn
fator na Natureza, como o € nas cores e nos sons. Em urn pedago de ma-
deira hf sete graus, e cada sentido percebe urn grau. Na madeira, o odor
€ o grau mais material, enquanto que em outras substancias pode ser o
sexto grau. As Substancias s5o setenfrias independentemente da consci€ncia
do observador.
Urn psic6metra, por exemplo, ao vcr urn fragmento de madeira, pode
dizer a que mesa pertenceu nil anos atrfs, porque cada ftomo reflete o
corpo inteiro de que fez paste, exatanente como as m6nadas de Leibnitz.
As sete subdivis5es do plano ffsico, sucedem as sete do plano astral,
seu segundo principio. A materia desintegrada, a mats elevada subdivisfo
fisica, corresponde a privacfo da ideia de materia - o quarto.
0 ndmero quatorze € o primeiro degrau entre sete e quarenta e move.
Cada setendrio € na reahdade urn quatorzeno, pois cada urn dos sete ten
seus dois aspectos. Assim, o quatorzeno significa pot sua vez a inter-relacao
de dois planos. 0 setenfrio aparece com toda a clareza nos meses lunares,
nas febres, na gestaeao, etc. Nele se baseiam a semana dos judeus e as
IIierarquias do Senhor das Legi6es.

SONS

P. -0 Son 6 ttm atribt4to do Akdsba. Mos, se n~co podemos perceber


coisa alguna no piano Akasbico, em qtte plano _identificaren_9s o son? Em
qtte phano se prodttz o soon pelo contato fisico dos corpos? Hd son em sete
pianos, e 6 ttm deles o phano fisico?
R. - Sin, o plano fisico e urn deles. Nao podemos vcr o Akasha,
mac o sentimos a partir da Quarta Senda. Pod.emos n5o ter plena conscien-
cia dele, e contudo senti-lo. 0 Akasha € a rain da manifestacao de todos os
sons. 0 Son € a expressao ou manifesta€ao de algo que se acha por tras

f:]f;aLe8°regsuoenicaia?ri8ue:edtheor?¥taskacs°hr:e:aea6:Salfd¥a:::::a:°er¢aafuNma:
tureza. E a Divindade, a Vida Una, a Existencia Una. (0 ouvido depende
da vibra€ao das particulas moleculares; 'a ordem perceptiva esta indicada
nesta frase: "0 disctpulo sente, ouve e ve".)
0 som pode nao ter fin. Ifizia H. P. 8. que urn golpe dado com urn
lfpis sobre a mesa "repercute em todo o Universo; que a particula dani-
ficada destr6i algo, que logo se transmuta em outro algo; mas que o
efeito € eterno nos Nidanas que produz". Nao poderia existir nenhum son
se primeiro nao fosse produzido no plano astral, e anteriormente no plano
akashico. Akasha € a ponte entre as c€lulas nervosas e as faouldades mentals.

184
P.:r::::rf::M% A:A,P^S^'2q`^ul.C:a:: ? T')in c; .€]Splrltuql"., e Su.Pondo que sejam¢
V:f:ua:~:e^S^.C^2:i::S_P`onde.a;es.avtstaeac,ouv;;oE,..jif;6,;;rtrydrev#usuucqe:%ac,u#:s
cjz4tros sentidos?

R. ~ Essa ±rase nao deve ssr isolada do seu contexto, para evitar
co.n±-us6es Os semidos estao em todos os pianos. Na Primeira Raga predo-
.minou c` .sen[ido do tatc., como caixa de ressonancia. 0 tato se diferenciou
nos demais sen[idos, que se forfm desenvolvendo com as raga:` 0 ``sentido"
da Primeira Ra€a era o tato, ou seja, a faculdade que os ftomos do corpo
tin.ham de vibrar em ur^£ssono.com .os ftomos do exterior. 0 "tats" signi-
ficava quase o m€`smo que a simpatia.
Os sentidos ocupavam piano dilerente em cada Raga A Quarta Raga,
por exemplo, possuia sentidos muito ffiais desenvolvidoc; que `is nossos, mas
em outro piano, e foi uma raGa muito materializacla. a sex[o e o s€timo
sentidos se fundirao no son akashico. "0 none que damos ao sentido do
taco estd em fun€ao do grau de mat€ria ao qual esteja relacionado<''

PRANA
P+:^ E^.^P1:6^?La_ a_ _P:.a_dufo dos inune`rdv.ets "vtdas" do corpo bunano,
e port_auto. a_t6 certo ponto, do coniur]to de dtomos e c6lul;i -i;;o;;i
R._ - Nao. Prana € o i-ator destas "vidas". Se, por exemplo, imergir-
mos ulna esponja no oceano, a fgua que a esponja absorve pode ser com-
parada a Prina, e a fgua do oceano € Jiva. Prana e o principio motor da
_ ,_._. _ ---- u . `, r,LL^|`i±+iu iii`jiL.ui LIB
`..=J__,' , . r\ ^ ,+ ,
vida. As ``vidas" deixa-in Prana; Prana nao deixa as "vidas". Se retirarmos
a esponja do oceano e a espremermos, Cia ficara seca ou sem agua, isto €,
sem Prana, sem `Jida ~ o simbolo da mor[e. Todos os Principios sao dife-
rencia€6es de Jiva; ..has o movimento vital em cada Princfpio 6 Prana, o
"sopro da vida". Kama depende de Prana; sem este nao haveria Kama.
Prana `tivifica todos os desejos, e cheama a vida os germes kamicos.

A SEGUNDA COLUNA VERTEBR.'``I.


P^.:__C,:in refer§ncia .a respostd :obre a_ sequnda coluna vertebral, com(j
s^e^^P~r~o^c]e_I:f r4 a seu aparecimenlo na Sext2 Rag;? Ida e Pi;g;ii ';;r.;;'i;;';;s
sepapedos?
R. i Jun[ar-se-ao os cord6es simpfticos e, desenvolvendo-se, forma-
_ _ ------ ` ,-.- `-_\, \,\,, +\,++\`CL
•.=.`
I.ao __-i._
outra_ 1
coluna vertebral. Ida e Pinga`1a estarao unidos e incorporados a
Sushumna Ida fica a esquerda e Pingala a direi[a da coluna.

INICIADOS
Pitagoras i.oi urn miciado e urn dos maiores homens de ciencia. Seu
discipulo Afquitas era dc?ado de excepcional capacidade para a ciencia apli-
cada. P}atao e Euchdes tamb€m Cram inicjados; mas S6crates nao o foi.
Euc]ides aprendeu sua Geometria nos Mist€rios. Os cientistas modernos
apenas rede<cobrem verdades antigas

1&5
A CONSCI.ENC,lA COSMICA
H. P. 8. passou a referir-se a Consc.iencia C6smica, e disse que, como
todas as demais consciencias, atua em sete planos, dos quais tres sao incon-
cebiveis e quatro estao ao alcance dos Adeptos superiores. E tracejou es§es
planos no seguinte diagrama:

convecnoa%£euradchoafgaddaemepn|t=,.OPTE:c:I)an::odi#ees:a(s::eeg:£o;:,s:
cada urn destes ainda em sete, o que perfaz o total de quarenta e nove.

0 PLANO TERRESTRE
Em seguida H. P. a. apresentou as divis6es do plano de Prckriti, o
inferior ou o verdadeiro plano terrestre, a saber:

Para-Ego ou Atmico

Ego Intemo ou Btiddhico

Planos terrestres Ego Manfsico

verdrdeiros, ou Kina-Manas ou Manas Inferior


S€timo Plano
Prana-Manas ou Psiquico
(o Prdritico)
Astral

Objetivo

tfdos?£sfc]o¥ °bjetiv° °u Sensorial 6 o que 6 perceptivel pelos cinco sen.


No segundo plano aso coisas aparecem invertidas.

186
pore3e:e;s:i,rofmp;:d:eufsfg:t£:o;e£€:s.:east:3:odceor:::::rndneaoa;:;t,£n::*n,jse€,
afogaria.
Eis a escala da consciencia obj€tiva e terrestre, conforme a expos
H. P. 8.:
1. Sensorial
2. Instintiva
3. Fisiol6gico-emocional
4.. Passional "
5, Mental "
6. Espiritual emocional
7.x

0 PLANO ASTRAL
As tres divis6es inferiores do Plano Prakritico est5o em correla€5o
com as tres divis6es inferiores do Plano Astral, que lhe € imediato.

Buddhi Astral

Manas Astral

Kfroa-Manas _ Astral

Astral Pranico ou psiquico

Astral Astral

Astral Objetivo

Quanto a primeira divisao do segundo plano, recordou H. P. 8. que

gddo:°osqu:ti:hersoes,VS'ora°e±::£fo°,rt:£-osevfsatroas°asp*e°ssfa£:ico6dpe]::ose:bgr£:r;
astral corresponde em tudo ao objetivo terrestre.
A segunda divis5o corresponde a segunda do plano fisico, mas os obje-
tos sao de extrema tenuidade, como que de urn astral astralizado. Este
plano, para os m6diuns comuns, € o linte que eles rnao podem ultrapassar.
Para uma pessoa que nao seja medium chegar a este plano, sera preciso
que se encontre adormecida, em transe ou sob a influencia do gas hila-
riante 8. 0 dehiio opera identica transferencia.
A terceira divisao, a Pranica, € de natureza vivida e intensa. 0 delfrio
agudo transporta o enfermo para este plano, e o Jc/z./¢.#ee j7c%c#J faz com
que ele chegue ate o plano imediato (Kama-Manas astral). Aos` lunaticos,
amidde conscientes neste terceiro plano, se deparam terriveis vis6es.

(8) [0 gas hilqriante € o prot6xido de nitrog6nio, tamb€m chamado 6¥ido ni-


troso. - No.ta do Trad.]

187
Segue-se a quarta divisao, a pior, a mais horrfvel do plano astral - a
Kamica. Dai' procedem as imagens tentadoras; sombras de ebrios que va-
gueiam pelo Kama-Loha e que incitam a bebida os seres encarnados; ima-
gens de todos os vicios, que inoculam desejos criminosos mos homens. Os
fracos caem sob sua influencia, e as imitam grotescamente, como se fossem
monos. Ai se acham tamb€m as causas dos atos degradantes, e dos desas-
tres e acidentes em s€rie que afligem o homem. 0 dc/z.rz."" frc„c#f em seu
paroxismo corresponde a este plano.
A quinta divisao € a dos sonhos premonit6rios, dos reflexos da men-
talidade inferior, dos vislumbres do passado e do futuro; € o plano das
coisas mentais mas nao espirituais. 0 clarividente hipnotizado pode alcangar
este plano, e ate o seguinte, se € urn homem born e reto.
0 sexto € o plano de onde promanam todas as belas inspirac6es da
arte, a poesia e a mdsica; os sonhos de natureza elevada, os relampagos do
genio. A este plano correspondem os vislumbres de passadas encarnac6es,
embora n5o seja possivel localiza-las ou analis£-las.
Ao s€timo plano mos elevamos no momento da morte, ou durante
vis6es excepcionais. Nele esta o homem que, ao afogar-se, repassa na me-
m6ria todos os epis6dios de sua vida. A lembranca dos acontecimentos deste
plano esta centralizada no coracao, "a sede de Buddha". E ai devem perma-
necer tais reminiscencias; mas as impress6es deste plano nao se gravan no
c€rebro fisico.

4.o Plano Q5smico Kama-Manes C6smico

3.° Plano c6smico Vida c6smica


Jiva-Fohat Kama pfanico
2.a plano c6smico Astral c6smico

Corpo G5smico

188
[Neste diagrana todos os Planos C6smicos deverian figurar com urn s6 tananho -
o do Plano C6smico inferior, ou Prakritico. Assim tamb€m quanto aos Planos Prakriticos
dentro do choulo, que deveriam ser todos `iguais ao primeiro plano - o inferior. Mas
para tal seria preeiso urn diagrama muito grande, que o espaco pao comporta. - N. do
Editor (ed. de 1897.]

NOTAS GERAIS
0s dois planos acima referidos sao os dnicos em que opera a Hatha-
Yoga.
Pfana e o Envolt6rio Aurico s5o essencialmente a mesma coisa; e como
/iva se identificam com a Divindade Universal, oujo Quinto Principio 6
Mahat e o sexto Alaya. (A Vida Universal ten sete Prinofpios tambem.)
Mahat € a E#J;J4dc suprema do Cosmos. Nao ha entidade mais divina
que Mahat; a mat€ria mais sutil, Sukshumna, e a de sua constituicao. Em
n6s € Manas, e os pr6prios Logos sao memos elevados, porquc nao adqui-
riram experiencia. A Entidade Manfsica nao pereceri, nem mesmo ao fin
do Mahamanvantara, quando todos os Deuses serfo reabsorvidos: ressurgirf
da potencialidade Parabrahmanica.
A Consciencia € a semente C6smica da onisciencia superc6smica, e
encerra latente o poder de germinar na Consciencia Divina.
A sadde ffsica debil € uma desvantagem para a clarividencia. Foi o
caso de Swedenborg.
Fohat estf em toda a parte. Estende-se como urn fio atrav€s de todas
as coisas, e ten suas sete divis6es pr6prias.

^to§ Afh_.

Os Seis Planos C6smicos, com o Ovo Aurico como s€timo.

No Envolt6rio Aurico do Cosmos estf contido todo o Karma do Uni-


verso em manifestac5o. Este Envolt6rio € o Hiranyagarbha. Jiva estf em
toda a parte, e assim tamb€m os demais princfpios.

189
0 diagrama supra corresponde ao tipo de todos os sistemas solares.
Mahat, que 6 simples antes de informar o Universo, se diferencia
qhando passa a anima-1o, como sucede a Manas no homem.

Mahat como Ideac5o Divina

Substancia C6smica
NIas
Antahkarana

Manar Inferior

Considerando esta figura como representativa dos Prinofpios hurrianos


e dos planos de consciencia, entao 7, 6 e 5 correspondem a Shiva, Vishnu e
Brahrfe, respectivamente, sendo Brahma o inferior.
Shiva € o Brahma de quatro faces: Criador, Conservador, Destruidor e
Regenerador.
Entre 5 e 4 vein o Antahkarana. 0 A representa o Christos, a Vftima
Sacrifical, crucificada entre os ladr5es. Essa € a entidade de face dupla. Os
vedantinos lhe dao veladamente a forma quatemaria: Antahkarana, Chit,
Buddhi e 'Manas.
A vida perceptiva come€a com o Astral: nao sao os nossos ftomos
ffsicos que veem, etc.
A consciencia propriamente dita come€a entre Kina e Manas. Atma-
-Buddhi atua mais sobre os atomos do corpo, os bacilos, ricr6bios, etc.,
do que sobre o homem mesmo.

(9) 0 Quarto Globo de cada Cadeia Planetaria`

190
CONSCIENCIA OB]ETIVA
A consciencia objetiva sensorial abrange tudo o que se relaciona com
os cinco sentidos fisicos do homem, e predomina mos quadripedes,'.nas
aves, nos peixes e em alguns insetos. Ali estao as "Vidas"; sua consciencia
estf em Atma-Buddhi, pois lhe falta inteiramente o Manas.

ASPECTO MANVANTARICO DE PARABRAHMAN


E DE MOLAPRAKRITI

MAHA1

Atributos, Mftyavi-Rtipas, etc.


NOTA - 0 ndmero de raios € arbitrfrio, e carece de significacao.

CONSCIENCIA ASTRAL
Possuem-na algumas plantas (a sensitiva, por exemplo), e as formi-
gas, aranhas e certas moscas notumas da India; mas nao as abelhas.
Aos animais vertebrados em geral falta esta consciencia; contudo, os
mamfferos placentfrios ten todas as potencialidades da consciencia hunana,
ainda adormecidas.
Os idiotas situam-se neste plano. A expressao muito usada: ``ele perdeu
a razao" encerra uma verdade oculta; pois, quando a mente fica paralisada
pelo terror ou por outro motivo, estf a consciencia no plano Astral. 0
esfudo da lououra projetara muita luz sobre estes pontos. Poderia chamar-se
ao plano Astral "plano dos nervos'', porque o seu conhecimento nos vein
atrav€s dos "centros nervosos", Hue os fisiologistas ignoram completamente.

191
Ao clarividente, por exemplo, € possivel ler com os olhos vendados, com a
ponta dos dedos, com a boca do est6mago, etc. 0 sentido astral se apre-
senta muito desenvolvido mos surdos-mudos.

CONSCIENCIA KAMA-PRANICA
E a consciencia geral da vida que pertence a todo o mundo objetivo,
inclusive as pedras; porque, se as pedras nao possuissem vida, nao pode-
rian desgastar-se, emitir centelhas, etc. A afinidade entre elementos qui-
picos 6 uma manifestacao desta consciencia Kamica.

cONscmNclA KAMA-MANAslcA
E a consciencia instintiva dos animais e dos idiotas no ultimo grau;
corresponde aos planos da sensa€ao. No homem, estes planos estao raciona-
lizado.s. Por exemplo, urn cao encerrado em urn quarto tern o instinto de
escapar; mas nao o pods fazer, porque o seu instinto nao se encontra sufi-
cientemente racionalizado para recorrer aos meios necessarios; ao passo
que urn homem, analisando a situa€5o, sabe como resolve-la. 0 grau psiquico
€ o mais elevado da consciencia Kama-Manasica. Ha sete graus, desde o
instintivo animal ate o instintivo racional e psiquico.

CONSCIENCIA MANASICA
Deste plano Manas se estende ate Mahat.

cONscmNclA BUDDHlcA
E o plano de Buddhi .e do Envolt6rio Aurico. Vat ate o Pai celestial,
Atma, e reflete tudo o que esta no Envolt6rio Aurico. 5 e 6 abrangem,
portanto, os planos desde o psiquico ao divino.

ASSUNTOS DIVERSOS
A razao oscila entre o certo e o errado. Mas a lnteligencia (a Intui-
€ao) lhe € superior. I a clara perfeebeao.
Para que nos libertemos de Kama, cumpre-nos destruir todos os nossos
instintos materiais - ``destruir a mat€ria". A carne guia-se pelo hfbito, e
tende a reproduzir mecanicamente assim os bons como os maus impulsos..
Nem sempre prov€m da carne a tentacao; nove vezes em dez, € o Manas
inferior, com suas imagens, que induz a came em tenta€ao.
0 Adepto superior principia o seu Samadhi no Quarto Plano Solar;
mas nao pode ir al€m do sistema planetfrio. Quando comeca o Samadhi
ele estf no mesmo nivel dos Dhyan-Chohans; transcende-os, por6m, ao ele-
var-se ate o s€timo plano (Nirvana).
0 Vigilante Silencioso estf no Quarto Plano C6smico.

192
A Mente Superior dirige a Vontade para o caminho reto; a Mente
inferior a desvia para o Desejo egoista.
A cabeca nao deve ser coberta durante a meditapao. Deve-se cobri-la
no Sanadhi.
Os Dhyan-Chohans nao ten paix6es; sao puros e sem mente. Nao ten
die lutar, nao ha paix6es que devam destruir.
Os Dhyan-Chohans foram formados para passar pela Escola da Vida.
``Deus vai a escola."

Os melhores dentre n6s serao Manasaputras em tempos futuros. Os


inferiores ser5o Pitris, Somos aqui sete Hierarquias intelectuais. A nossa
Terra sera a Lua da futura Terra.
Os ``Pitris", sombreados por Atma-Buddhi, caem na materia. Os que
semelham ``sacos de textura compacta" t° tinham vida e Atma-Buddhi, mas
sem o Manas. Faltava-lhes, portanto, a mente. 0 motivo de toda evolu€5o
€ a aquisicao de experiencia.
Na Quinta Ronda todos n6s representaremos o papel de Pitris. Tere-
mos que projetar os nossos Chhayas em outra humanidade, e aguardar ate
que essa humanidade esteja aperfeicoada. Os Pitris conclufram sua mis-
sao nesta Ronda, e entraram no Nirvana; mas voltarao para cumprir id6n-
tica tarefa no ponto m€dio da Quinta Ronda. A Quarta Hierarquia de
Pitris, ou Hierarquia Kamica, se converte no "homem de carne".
0 corpo astral e o que estf em primeiro lugar na matriz. Depois vein
o germe que o frutifica, e entao se reveste de mat€ria, como fizeram os
Pitris.
0 Chhftya € realmente o Mailas inferior, a sombra do Manas Superior.
0 Chhaya forma o Mayavi P.-f`~pd. E. po subplano mais elevado do plano
Astral que se d6 o revestii.1.ento do Ra:o. 0 `Mayavi Rtipa se comp6e do

:°ipo: :::i£:'tocs°:°q:a?;ad*d:;sd3ofnEt:#8i%Cr££% E+:fc°o:a Procedente do coracao,


0 Envolt6rio fi`]rico recebe a lur de Atma, e forma a aureola que
circunda a cabeca.
0 Fluido Aurico € uma combinacao dos Principios da Vida e da Von-
tade, sendo vida e vontade uma e a mesma coisa no Cosmos. 0 Fluido
Aurico emana dos olhos e das maos, quando o dirige a vontade do operador.

sejamAaE=zatfu:I:cgaetra?sde::t:,4noesrar?ss.:orapo|s:zEqu:`s`:u;:"a.qureedg:led.:?nana::
por exemplo.
Atma-Buddhi-Manas corresponde, no homem, aos tres Logos do Cos-
mos. Nao somente correspondem, mas cada urn deles € uma irradiacao do
Cosmos para o Microcosmo. 0 terceiro Logos, Mahat, vein a ser Manas

"saco(10) No texto ingles: "pudding bag'', que a Enciclop€dia briianit`a assim define.
de textura compacta, em que se cozinha urn pudim".

193
no homem, ,pois Manas nao € senao Mahat individualizado, a semelhanga
dos raios do Sol, que se individualizam nos corpos que os absorvem. Os
raios solares dao ;at. vida, fertilizam o que jf existe, e assim o individuo
se forma. Mahat fecunda, por assim dizer; e Manas € o resultado.
Buddhi-Manas 6 o Kshetrajna.
Ha sete planos de Mahat, como de tudo o mais.

OS ` PRINcfpIOS HUMANOS
Aqui H.P.B. tracou dois diagramas, para ilustrar as diversas maneiras
de representar os principios humanos.
No primeiro,

OLTORIO A

nao sao considerados os dois planos inferiores, que ficam de fora, se de-
sintegram, n5o se levam em conta. Restam cinco, sob a radiac5o de Atma.
No segundo,

Manas

Quaternfrio

194
o Quatemdrio Inferior € considerado como simples materia, ilusao objetiva,
e permanecem Manas e o Ovo Aurico, com os Prinofpios superiore.s refle-
tidos neste ultimo. Em todos estes sistemas devemos ter presente o concejto
dominante, que € o do descenso e reascens5o do Espfrito, no homem como
no Cosmos. 0 Espfrito € atral'do para baixo, como que por uma forca de
gravitafao espiritual.
Como os estudantes indagassem a causa disso, H. P. 8. os deteve, limi-
tando-se a n5o mais que uma sugest5o a respeito dos tres Logos:
1. Potencialidade da Mente ( Pensamento Absoluto).
2. Pensamento em Germe.
3. Ideapao em Atividade.

NOTAS

H, P. 8. explicou que o fen6meno da adaptap5o protetora, que faz com


que certos insetos, pof exemplo, tomem a cor daquilo de que se alimentam,
e obra dos elementais ou espfritos da Natureza.
A forma existe em planos diferentes, e as formas de urn piano podem
n5o aparecer como tais aos habitantes de outro plano. Os Cosmocratas cons-
tr6em em planos da Mente Divina, que sao visiveis para eles, embora o
nao sejin para n6s. 0 Princfpio da limita€ao - pr¢.#cz.pz.zf„ z.#dz.2;z.Jz£4;;o#¢.f
-6 a Forma: este principio 6 a Lei Divina manifestada na Mat6ria C6smica,
que € ilimitada em sua essencia. 0 0vo Aurico € o limite do homem, assim
como Hiranyagarbha € o limite do Cosmos.
0 primeiro passo para a realizacao de Kriyashakti 6 o exercicio da
imaginapao. Imaginar uma coisa 6 criar firmemente urn modelo do que se
deseja, perfeito em todos os seus pormenores. A Vontade entao se converte
em ato, e transfere a forma para o mundo objetivo. I o que se chama
criar per Kriyashakti.

Sols E PLANETAS

0 cometa se condensa gradualmente ate fixar-se como uin Sol. Entao


vai atraindo planetas que nao se acham ainda vinculados a nenhum centro,
e deste modo se forma urn Sistema Solar, ao cabo de milh6es de anos.
Os planetas que jf se desgastaram passam a ser luas de planetas de outro
sistema.
0 Sol que vemos 6 urn reflexo do verdadeiro Sol, do qual constitui o
concreto e extemo Kama-R&pa. 0 conjunto dos s6is forma o Kama-Rtiba do

g.o|s::rsiaEeTr.s,e:.:r:pAi,omis::?i:iv:I?:ls,::|u£#iT=a:e:;F;:rceasv:i.cuh`£:icda:
( a eletricidade, etc. ) pertencem a esse reflexo.

195
ALUA
No inicio da evolueao do nosso globo, a Lua estava muito mais perto
ria Terr_a, e era maior em tamanho. (A Lua transmitiu todos os seus Prin-
jpios a Terra, enquanto que os Pitris deram somente os seus Chhayas ao
homem.)
As influencias da Lua sao inteiramente psicofisiol6gicas. Esta morta,
e desprende emanae6es nocivas, como urn cadiver. Vampiriza a Terra e os
habitantes deste planeta, a tal ponto que, se algu€m dorme sob a luz de
seus raios, perde algo da for€a vital. Urn pano branco pode servir de prote-
c5o, pois que os raios nao o atrav€ssam; e a cabeca, principalmente, deve
ser assim preservada. A influencia maxima da Lua ocorre no pleniliinio.
As particulas que emite sao por n6s absorvidas. A Lua vai-se desintegrando
lentamente. Nas regi5es cobertas de neve, toma o aspecto de urn cadaver,
porque n5o pode exercer a sua a€5o de vampiro atrav€s da.canada branca
de neve. As montanhas nevadas estao, assim, livres de suas influencias
noclvas.
A Lua € fosforescente.
Diz-se que os Rakshakas de Lanka e os atlantes subjugaram a Lua.
Com eles os habitantes da Tessflia aprenderam sua Magia.
Esotericamente, a Lua € o sinbolo do Manas Inferior. Tamb€m € o
do Astral.
Ha plantas que, ben€ficas sob a ac5o dos ralos do Sol, se fazem mal€-
ficas sob a dos raios da Lua. As ervas venenosas s5o muito mais ativas
quando colhidas em noite de lua cheia.
Durante a S€tima Ronda aparecerf uma nova Lua; e a Lua atual
chegarf ao fin do seu processo de desintegracao, deixando de existir. Atual-
mente ha, por tras da Lua, urn ``planeta misterioso'', que esta morrendo
gradualmente.
Hf de chegar o dia em que, £inalmente, ele transmitirf os seus Brin-
cipios a urn novo Centro Laya, formando-se ali mais urn planeta, que per-
tencera a outro Sistema Solar, passando o atual "planeta misterioso" a ser
a lua do novo globo. Esta lua nada tera a ver com a nossa Terra, apesar de
situar-se dentro do nosso campo visual.

0 SISTEMA SOLAR
Todos os planetas visiveis que os astr6nomos incluem em nosso Sis-
tema Solar pertencem realmente a ele, com excec5o de Netuno. Hf outros
mais, que a Ciencia desconhece, e que tamb€m fazem parte do mesmo
Sistema; assim como "todas as luas que nao sao visiveis para as coisas
pr6ximas".
Os planetas somente se movem em nossa consciencia. Os Regentes
dos Sete Planetas .Secretos nao ten influencia sobre a Terra, mas a Terra
a exerce sobre outros planetas. 0 Sol e a Lua produzem n5o s6 urn efeito

1_56-.
mental, senao tamb€m urn efeito fisico. 0 efeito do Sol sobre a humanidade
estf relacionado com Kama-Prana, isto e, com os elementos kamicos mais
ffsicos que se achan em n6s; 6 o prinofpio vital que coopera no desenvol-
vimento. 0 efeito da Lua € sobretudo Kama-Manasico, ou psicofisiol6gico;
ela atua no Ofrebro fisiol6gico, na inteligencia cerebral.

PEDRAS PRECIOSAS
Em resposta a uma pergunta, disse H. P. 8. 'que o diamante e\ o fubi
estao sob a influtncia do Sol, e a safra sob a da Lua. E acrescentou: "Mas
em que isso vos interessa?"

o TEuno
Quando nos desprendemos do corpo e n5o estamos sujeitos aos habitos
de consci€ncia formados por outros, nao existe o tempo.
Os ciclos e as €pocas dependem da consciencia. N6s nao estamos aqui
pela primeira vez. Os cidos se repetem porque retomanos a existencia
consciente. Os ciclos sao medidos pela consciencia da humanidade, e nao
pela Natureza. I porque somos as mesmas pessoas de epocas passadas que
para n6s existem os acontecimento.

A MORTE
0s hindus ten a morte como impura, por causa da desintegracao do
corpo e da passagem de urn plano para outro. "Eu creio na transformaeao,
e nao na morte."

ATOMOS

am.?i:m€o.€ca.raim.aodaa:.o::c?a:Refr=e3:af:ss:;ssp.rbtec,fi:i:,s,vloes£:i:
estf no s€timo plano do Prakriti inferior. `

TERMOS
Disse H. P. 8. que os estudantes deviam conhecer b. verdadeiro sig-
nificado dos termos sanscritos empregados em Ocultismo, bern como apren-
der a Sinbologia Oculta. Para prindpiar, conv€m aprender a genur'na classi-
ficacao esot€rica e os nomes dos quatorze (7 x 2) e dos sete (Sapta)
lokas mencionados mos textos esot€ricos, S5o eles af expostos de maneira
muito corfusa e com numerosos "v6us". Como ilustracao, vejamos as tres
clas§ificac6es que se seguem.

LOKAS
1. Classificac5o geral exot€rica, ortodoxa e tantrica:

197
Bhfir-loka
Bhuvar-Ioka
Svar-loka
Mahar-loka Os segundos 7 estao refletidos
Janar-loka
Tapar-loha
Satya-loka
2. Classificacao Sinkhya e de alguns vedantinos:
Brina-loka
Pitri.Ioha
Soma-loka
India-loka
Gandharva-loka
Rakshasa-loka
Yaksha-loka
E mats urn oitavo loka.
3. Classificacao vedantina, a que mais se aproxima da esoterica:
Atala
. Vitala
Sutala
Talatala (ou Karatala)
Rasatala
Mahatala
Patala
Todos esses lokas estao, esotericamente, em correspondencia com as
Hierarquias C6smicas ou Dhyin-Chohanicas, e com os Estados de Conscien-
cia humanos e suas quarenta e nove subdivis6es. Para entende-lo € preciso
aprender primeiramente os significados dos termos da classifica€ao vedantina.
quer dizer /eeg¢r.
ausencia de lugar.
mudanga para melhor; isto 6: melhor para a mat€ria por
haver urn acr€scimo de materia, ou, em outras palavras,
porque se torna mais diferenciada. Vitala € urn antigo ter-
mo de ocultismo.
Sutala Iugar born, exc`elente.
Karatala significa algo que se pode segurar ou tocar ( de Kara, m5o ) ;
isto €: o estado em que a mat6ria se faz tangivel.
Rasatala significa lugar do gosto; isto €: , iim lugar no qual se pode`
sentir com ``um.dos 6rg5os da sensacao.;

198
Mahatala axotericamente, "gfande lugar"; inas esotericamente, o lu-
gar que inclui de modo subjetivo todos os outros, e de
modo potencial tudo quanto o precede. `
Patala quer dizer algo sob os p€s (de p4J4, p€); o upadhi ou
base de seja. o que for; os antipodas, o continente da
America, etc.

Cada loka, lugar, mundo, estado ou que outro none se de, transfor-
rna-se em cinco (exotericamente) ou sete (esotericamente) Tattvas corres-
pondentes, para os quais n5o hf nomes definidos. Formam eles, nas princi-
pais divis6es abaixo, os quarenta e move Fogos:
5 e 7 T&#x"4/raf, ou sentidos externos e inteinos.
5 e 7 84¢f4f, ou elementos.
5` e 7 Jnyanendryas, ou 6rgaaalos de sensaofao.
5 e 7 Kdruneudryas, ou 6£g5aios de als~ao.

qulasEdsd:esDgyrfe.S€£3£::s',ea:sgf:#;aas?SetEc:tag:ST€:twca:n§:et::[££::mHierir;
conjunto do Universo. Os quatorze Lokas sao constituidos por sete, com
sete reflexos: em cima, em baixo; dentro, fora; subjetivo, objetivo; puro,
impuro; positivo, negativo; etc.

EXPLICACAO DOS ESTADOS DE CONSCIENCIA QUE


CORRESPONDEM A CLASSIFICACAO VEDANTINA DOS LOKAS .

7. 4/a/4. Estado ou lugar Atmico ou Aurico. Emana diretamente do


ABSOLUTO, e € o primeiro ``algo" no Universo. Estf em correspondencia
com a Hierarquia de Seres Primordiais N5o-Substanciais, em urn lugar que
(para n6s) flao € lugar, urn estado que nao € estado. Esta Hierarquia con-
®t€m o plano primordial, tudo o que foi, € e sera, desde o princfpio ao fin
do Mahamanvantara; tudo all esta. Mas nao se deve supor que tal asserto
imphica a ideia de fataHsmo, ou Kismet, que € contraria aos ensinamentos
de Ocultismo.
A este loka pertencem as Hierarquias de Dhyani-Buddhas, cujo estado
6 o de Parasamadhi ou Dharmakaya, em que jf nao se pode cogitar de
nenhum progresso. Admite-se que neste estado as entidades se cristalizaram
em pureza, em homogeneidade.
6. Vz.f4J4. Est5o neste loka as Hierarquias dos Buddhas celestes ou
Bodhisattvas, que se diz emanados dos sete Dhyani-Buddhas. Corresponde
na Terra ao Samadhi, a consciencia bridhica no homem. N5o h£ Adepto
(salvo urn) que possa elevar-se acima desse estado e continuar a viver: se
ele transcende a consciencia btiddhica e passa ao estado Atmico ou de Dhar-
makaya (Alaya), n5o mais pode retornar a Terra. Os dois estados sao
hipermetafr'sicos.

199
5. S%f4j¢. E;tadb diferencial,' que corresponds na Terra ao Manas Su-
perior, e, portanto, a Shabda ( Son), o Logos, nosso Ego Superior. Tamb€m
e o estado de Manushi Buddha, como o de Gautama em nosso mundo. E a
terceira fase do Samadhi (que € setenario). Aqui se incluem as Hierarquias
dos Kumaras - os Agnishvattas, etc.
4 . K&r4£4J4. Corresponde a Spars.ha ( tato) e as Hierarquias dos etereos
e semi-objetivos Dhyan-Chohans da mat€ria astral do Manasa-Manas, ou o .
puro raio de Map,as, que. € o Manas Inferior antes de combinar-se com o
Kama (como na crianga de pouca idade). S5o os chamados Devas Sparsha,
ou Devas providos de tato. Estas IIierarquias de Devas sao progressivas: a
Primeira ten urn sentido; a segunda, dois; e assim pot diante, ate a s€tima;
mas cada qual ten potencialmente, ainda n5o desenvolvidos, todos os outros
sentidos que lhe faltam, Poder-se-ia melhor traduzir Sparsha por afinidade,
contato.
3 . R454/¢J¢, ou Rfipatala. Corresponde as Hierarquias dos Rfipa-Devas
ou Devas da Vista, dotados de tres sentidos: vista, ouvido e tato. Com-
preendem as entidades Kama-Manasicas e os Elementais superiores. Os Ro-
sa-cruzes deram-1hes os nomes de Sflfides e Ondinas. I urn estado de cons-.
ciencia que corresponde, na Terra, ao produzido artificialmente pelo hipno-
tismQ e por algumas drogas (morfina, etc.).

doG2o.st#4?##.uAmqu:s::d:chd¥caosns¥ee::raqui:Seda°bsar¥:Sajpec:::o°use¥::S
inferiores e as emanac5es da vida e da existencia. Corresponde a Kama e a
Prana no homem, e aos Gnomos e Salamandras na Natureza.
1 . P4f4J4. Corresponde as Hierarquias dos Gandha-Devas ou Devas do
O1£ato, e tamb€m a Myalba, o mundo dos ant{podas. E a esfera dos animais

::rnatc££d°onsal;£'s,Scuoj:.¥:9ni:ntafmdeo:t:e€e:£aLfu:°oCs°:Sueervsae€a:areacdt:I:£:[ifa£:::°:
profundo egoismo, seja em estado de vigflia ou quando dormem. Dai o
dizer-se que Narada feve de ir ao Patala quando foi condenado a renascer.
Narada relatou que a vida ah era muito agradavel para "os que nunca
haviam saido do seu lugar de nascimento"; Cram estes sumamente feliz€s.
I o estado terreno, e ten correspondencia com o sentido do olfato. Per-
tencem a Patala os Dugpas animais, os Elementais de animais e os Espi-
ritos da Natureza.

OUTROS ESCLARECIMENTOS SOBRE A


MESMA CLASSIFICACAO
7. Atmico, Aurico, Aldyco: o sentido ou estado de plena potenciali-
dade, mas nao de atividade.
6. Btiddhico: estado de consciencia em que se sente a unidade com
o Universo, sendo impossivel qualquer sentimento de separatividade.
(Perguntou-se por que o qualificativo Alayco era aplicado ao estado
Atmico e n5o ao Btiddhico. Resposta: Porque tais classifica€des nao sao

200
divis6es fechadas -e rigidas. Urn termo pode mudar de lugar, conforme seja
a classificacao exot€rica, esot€rica ou de ordem pratica. Aos estudantes
cunpre esforearem-se para redusir todas as coisas a estados de consciencia.
Buddhi € realmente uno e indivisivel. E urn sentimento intimo que € abso-
lutamente impossivel traduzir em palavras. Toda cataloga€ao € indtil pars
expliof-lo.)
5. Shabdico: sentido do ouvido.
4. Spdrshico: sentido do tato.
3. Rtipico: estado de consciencia em que o ser se identifica com o
pr6prio corpo (Rfipa quer dizer forma).
2. Rdsico: sentido do gosto.
1. Gandhico: sentido do olfato.
Todos os estados e sentidos c6smicos e antr6picos ten correspondchcia

:::n°ossnp°esrs±9te°:8:S:eed:desrenosa::°rieJ=?netnodrypoa:=e±o6rg:°:on|aiome#::::
da vista, etc. Sao as faculdades de Sharira, tendo por instrumentos Netra
(os olhos), o nariz, a palavra, etc., como tamb€m os 6rgaos de acao, Kar-
mendryas, as maos, os p6s, etc.
Os estados de consciencia compreendem, exotericamente, cinco grupos
de cinco, o que perfaz vinte e cinco. Destes, vinte dizem respeito as facul-
dades, sendo btiddhicos os cinco restantes. A doutrina exot€rica atribui a
Buddhi a percepeao; mas, segundo o ensinamento esot€rico, Buddhi s6
percebe por interm€dio do Manas Superior. Cada uma destas vinte facul-
dades 6 ao mesmo tempo positiva e negativa, de modo que se desdobram
em quareflta. Hf dois estados subjetivos correspondentes a cada urn dos
quatro grupos de cinco, ou seja, oito estados ao todo. Como tais estados
sfo subjetivos, nao podem ser duplicados. E assim temos 40 + 8 = 48
"cognic6es de Buddhi", as quais, inchiindo Mftya (que a todos abrange),
se elevam a 49. (Aquele que alcanqu a cognicao de Maya torna-se. urn
Adepto.)

20 +208
20 + 20 + 8 + Maya = 49

OS LOKAS
Em seus velados textos esot€ricos, contan os` brinanes quatorze Lo-
kas, inclusive a Terra, sete dos quais sao objetivos, embora nfo 'aparentes,

a:e::t:i!ektl;:o3ivTna:si:tesiert=::tkeasd:£:fnsaisavoeistgrarreas:esTomemlnterno.

201
LOKAS DIVINOS I.OKAS INRERNAIS
(TERRESTRES)
1. Bhdrloka (a Terra) 1. Patala (a Terra)
2. Bhuvarloha (entre a Terra e o Sol 2. rmtala
[Munis])
3. Svarloha (entre o Sol e a Estrela Po- 3. Rasatala
lar [Yogis])
4. Maharloha (entre a Terra e o limite 4. Talatala (ou Karatala)
extremo do Sistema Solar)11
5. Janarloka (alin do Sistena Solar; a 5. Sutala
moradr dos Kumaras que nfo perten-
Gem a este plano)
6. Saparloka (ainde al€m da regi5o J\ha- 6. Vitala
hatmica; a morada dos deuses Vairajas)
7. Satyalcka (a morada dos Nirvanis) 7, Atala

Os bfamanes inician a leitura pelo fim.


Pois ben: todos os quatorze Lokas acima sao planos de fora para
dentro, e os sete Estados de Consciencia Divinos pelos quais o homem
pode e Jcc;c passar, uma vez que se decida a percorrer os sete caminho.s e
cruzar os portais de Dhyini. Para isso, nao 6 de mister que esteja desen-
camado: tudo pode ser alcancado na Terra, em uma ou muitas encarnac6es.
Observe-se a ordem: os quatro Lokas inferiores ( 1, 2, 3, 4) s5o r¢p¢;
i§to €, sao alcangados pelo Homem Intemo com -a plena cooperapao dos
elepentos mais divinos do Manas Inferior, e de modo consciente pelo ho-
men pessoal. Este thtimo nao pode chegar aos tres estados superiores, a

:::°Sdgufufj£]:fa,Apd;:::?c:m¥+:1;;d:Cd°omT]ita°t.al¥i]u¥:fa-uYp°[§]onuun::jr):
fisico-mentalmente. Para ser REja-Yogi, e preciso subir ate o s€timo portal,
ou Satyalcka. Porque, dizem os Mestres Yogis, esse € o fruto do sacrificio
(Yajna). Quando os estados de Bher, Bhuvar e Svarga forem transpostos,
.e a consciencia do Yogi estiver concentrada no Maharloka, ele se encon-
trara no ultimo plano e estado, entre a completa identificacao do Manas
Pessoal com o Manas Superior.
Conv€m atentar para o seguinte. Se os estados infemais (ou terrestres)
s5o tanb€m as sete divis5es da Terra, quanto a planos e estados, assim
como s5o divis6es c6smicas, os Saptalokas divinos sao puramente subjeti-
vos e principiam no plano da Luz Astral psfquica para terminar no estado
Satya ou de Jivanmukta. Os quatorze Lokas ou esferas formam a extensao
de todo o Brahmanda (mundo). Os quatro inferiores sao transit6rios, assim
como os seus habitantes, e os tres superiores sao eternos; isto 6, aqueles
duram apenas urn Dia de Brahma, mudando em cada Kalpa, e estes duram
uma Idade de Brahma.

(11) Todos estes "espaeos" denotam as correntes magn€ticas especiais, os phnos


de substancia e os graus de aproxima€ao que a consciencia do Yogi ou do Chela pode'
alcangar para a assinilapfo com o§ habitantes dos Lokas.

202
Ma:a¥°|nT::£gra,mfra¥ass6suappearri:Cr:mBu°dfir%°o£££C£'a°A:::cPo°.Ast[v¥aaK€¥:
Principio C6smico Universal, e, do mesmo modo que Atma, nao se limita
ao indivfduo.
Em resposta a penguntas sobre o diagrama, H. P. 8. declarou que o
fato e a gosto nao seguen uma ordem. Os Elementos observam uma ordem
regular; mas o Fogo permeia todos eles. Os sentidos se intexpenetram uns
aos outros.I N5o ha uma ordem universal: o primeiro € a que se acha mais
desenv61vido' em c`ada urn.
Primeiro devem Qs estudantes aprender as corre§pondencias, e depois
concentrar-se nos 6rg.dos a fim de atingir os respectivos estados de cons-
ci€ncia. Necess6rie. €. t'ome¢ar pelo inferior, e prosseguir com firmeza, pela
ordem. Podera urn -medium ter vislumbres irregulares de e§tados §uperiores,
mos nao conseguirf assim urn desenvolvimento met6dico e ordenado.
Com 6 toque do dedo minimo e Concentrando-se a a€en€ao, podem ser
produzidos os .rrmiores feriSmenos.
Os Lokas e os` Tales s5o refiexos uns dos outros. Assim tambem a§
Hierarquias, €m cada urn deles, ten seus pares de opostos, nos dois p6los
da esfera. Estes opostos se encontram em tode a paste: o ben e o mal,
a luz e as trevas, o macho e a femca.
H. P. 8. nao pod.e dizer pot que o azul € a col da Terra. 0 azul €
uma cor primdria. Tamb€m o anil € uma cor; nao urn matiz do azul, como
€ o violeta.
Os Vairajas §ao Egos de outros Manvantaras e ja purificados no togo
das paix6es. Foram eles que se recusaram a criar. Alcan€aram o S€timo
Portal, e renunciaram ao Nirvana para atuar mos sucessivos Manvantaras.
Os sete graus. de Antahkaram est5o em correspondencia com os Lokas.
Samadhi 6 o mais alto estado de consci€ncia a que se pode chegar. sobr€

:mTerd:i:;0;±;a;£: ffsico. 0 Adepto, se transcende o Samadhi, passa a ser


~ A pureza da mente 6 de malo'r importancia que a pureza do corpo. Se
o upadhi nao esta completamente puro, n5o pode conservar reminisc€ncia
de. urn estado superior. Quando uma a€5o e praticada com pouca ou ne-
nhuma atenc5o, o resultado € relativamente de pouca inportancia. Mas,
se a mente se. concentra na a€ao, o efeito € nil vezes maiQr. Devemos
manter puros os pensamentos.
Conv€m lembfar que o Kama, c6nquanto encerre paix6es m£S, nao
d,eixa de contribuir para a nossa evolucao, participando tamb€m do impulso
necessirio ap aperfeigoamento ,
0 coxpo, a carne, a parte material do ser humano, eis a coisa mais
diffcil de subjugar neste piano fisico. 0 mais graduado Adepto, quando en.
carna em urn novo corpo, ten que lutar contra ele, e dominalo; e ve qi]e
nao e' facil a vit6ria.

203
Orgaos espiri

I-
Sentidos Consciencia Orgaos de Org5os de
sensacao a§ao correspondentes tk
centros sehsorial

Tanmatras uwlHHmREREHidng rREEitiEEpnapq

1. Raiz do N4riz,
1 . Por meio das 1. N8riz 1. Upastha.
1. Gandha 1. Azul Orgao da geracao. ?#rdcgi:sLalMritso
(Olfato) ¥vT¥&orobj® como o cao e outru

2. Baco e Figedo.. A
cao do primeiro 6
2. Rasa 2. Violeta 2. Por meio das 2. Lingua 2. Pan piritual; o segunde
Maos mris no plano rna
(Gosto)
¥inrt¥v¥:SGost€fr Baap esta em
dencia com o dedo
da mao esquerda; e
do com o da mao

3. Rdpa 3. Vemelho 3. Por meio des 3. 0lhos 3. Pada 3. Est6mago.. co


perceprfe mng- Pds a espinha dorsal c
(Vista)
n€ticas: Vista minimo em ambos

-
4. Sparsha 4. Verde
4. Per meio das 4. Corpo 4. Payu 4. R.egi-ao do
(Toto)
(Epideme) Orgao de eva- bilical.. co££esponde
?f:sr£Coe]#::PstT¥ cuacao, excre- para a expulsao de
to' Contato cao. tismo estranho.

5. Vak 5. Coracao
Orgao da fala
5. Shabda 5. Anil 5. Por meio das 5. Ouvidos Garganl4 (£isise
percepc6es men-
tals puras. Kdrmendriyas

6. Compreensao 6. Amarelo 6. Por meio das 6. Corpo 6. Alma 6. Glandula Pine=


espiritual perceprfe de Astral e
(Jnyina) alma. Coracao

7. Todo o 7 . Espiritual, por 7. A Luz de 7. Espirito ] . o Akasha, cpe


7. 0 sentido setenfrio do meio das percep. Kundalini cranio, e para o
superior e sint€- prisma: quan- c6es furicas sin- o conteddo deste
tico que chrange do aurico, t€ticas bro, glindulas, eE=
todos. Azul nacrexistente.
unHrtyENE=dpr¥J
- Sentidos

Tanmatras

1. Gandha
(Olfato)

2. Rasa
1. Aal

2. Violeta
r-
Consciencia

Jnyinendriyas

1. Poe meio das


percqrfe obj®
tivas: Odor

2. Por meio des


Org5os de
sensaca~o

1. Nariz

2. Lingua
Org5os de
acao

LREgivEiriEr=Hrdma

1. Upastha.
Orgao da geracao.

2. Pani
6rgaos espiritunil
correspondentes e
centros sensoriais

1. Riaiz do Nariz, e"


supercflios. Muito d
volvido em alguns ani
como a cao e Outr05.

2. Baco e F'tgedo.. A
cao do primeiro € in
piritual; o segundo
(Gosto) M5os mais no plano mat
#v¥¥sGos::Ir Baap esti em co
dencia com o dedo
da mao esquerde; o
do com o da mao

3. Rfipr 3. Vermelho 3. Por meio das 3. 0lhos 3. Pada 3. Est6mago.. cotl


(Vista) percepc6es tnng- P6s a espinha dorsal e ao
n€ticas: Vista minimo em ambos oe

-
4. Spch 4. Verde
(Tato) 4. Por meio das 4. Corpo 4. Payu 4. R.egi~ao do Cordto
(Epiderme) Org5o de eva- bilical'. corresponde a
Pf:r£Coe]#cass:PS£T¥ ouacao, excre- para a expulsao do
to, Contato cao. tismo estranho.

5. Vcr 5. Cor¢fzo (espiri


6rg5o da fala
5. Shabda 5. Anil 5. Pot meio das 5. Ouvidos G4/g4#f4 (fisico).
percep€6es men-
tals puras. Karmendriyas

6. Compreensao 6. Amarelo 6. Por meio drs . 6. Corpo 6. Alma 6. Glandula Pineal.


espiritual percepc6es da Astral e
(Jnyina) alma. Coracao

7. Todo o 7 . Espiritual, por 7. A Luz de 7. Espirito 7 . 0 Akasha, que


7. 0 sentido setenario do meio das percep~ Kundalini cranio, e para o q
superior e sint€- prisma: quan- c6es auricas sin- o conteddo deste -
tico que abrange do 6urico, t6ticas bro, glindulas, etc.
todos. hal nacrexistente.
RERTenE=ELidH+
Tales ou Estados Planos de Hierarquias Prinofpios
Esta¥o¥SD?i?#os Infemals ( Terrestres ) correspondentes

1. B"r/o44. 0 habi- 1. Pat&lG. Motada 1. Morada de homens e


tat dos homers pensa- animais, estado de infan-
dores e bons. Estado 8:i:rmp°emd:ia#so cia. Em urn p6lo,. inceen-
Psiquico. nalidade. cia; no outro, egofsmo 1. Corpo
instintivo.

2 . Bbuvarloka. Estado 2. Mala6talo. 2. Regiao da Luz Astral


Mlo\ar
em que o homem pen- da do Astral do ho-e do Kima I.oka. Morada
sa mais em sua condi- mem, sombra do cope dos elementais, espiritos
cao intema que em sina denso, que toma as da natureza e elementates. 2. Imagem
personalidade. Seu As- caracterfsticas desta es- No p6lo oposto os Rtipa- Astral
tral passa para e§ta fera. -Devas, ou gurdiaes do
esfera, e tanb€m sua mundo animal. Plano do
substancia. Estado Psi- instinto.
quico superior.

3. Svarloha. Em que 3. Rasdtala. Onde 3. Estado Devachanico.


o Yogi transcenden to- Kina aspira ao gozo Morada ou plano de inef a-
dos os scus desejos, e (Rasa) de todas as vel felicidade e beatitude, 3. Kama
caminha para a Reu- coisas. de puras aspirap6es e rea-
niao. Estado de santifi- 1izarfes; de Kama-Manas e
cacao. dos elementals superiores.

4. Maharloka. Onde 4. Talatala. Onde o 4. Plano em que Maya


0 Manas Iflferior per- Manas Inferior adere a se vat enfraquecendo e dis-
deu toda afinidade Ka- vida senciente e obje- sipando, Morada dos dais 4. Manes
nrica. Estado de super- tiva. Estado Kamico. santos. Rtipa-Devas. Esfera Inferior
santificacao. de compaix5o em urn dos
p6Ios, e de egofsmo inten-
so no outro.

5. Janarloka. Mass 5. S#/¢J¢. Aqui Ma- 5. Morade dos Kuma-


estf completanente li- nas se escravizou intei- ras, Filhos de Mahat, ou
vre de Kina, identifi- ramente a Kama, unin- de Brahma. Onisciencia em
cando-se com o Ego. do-se tom o homem tudo quanto pertence ao
Estado de Kunara. animal. reino de Maya e esta sob
a sua influencia.

6. T4iDarloka. Ainde 6. Vf.f¢/4. Estado em 6. Plano da substancia


que renasca, 6 agora que o Ego Superior se etcrna, inextinguivel, do 6. Buddhi
invulnerfvel, inconsumi- Fogo dos Vairajas, os Pi-
vel. Estodo inato de ieggrfnf]en::Err.anReon:eped£ tris-Devas do Sol.
Christos. o cordao.

I. Satyaloho. Onde 7. A/ale. 0 homem 7. Plano do co#f"w4-


morre s6 para remscer £#% c'f; no Universo ma-
:a#gL=al::cmand:alst% nifestado: a Num€nico. 7. Aura
grau. Estf no limiar de =dose8ur#:'Eg:ach¥ Atmica
grande opcao. Morte espiritual, ani-
quilacao.
No organisffio `ffs.leo, o figado 6 como urn general, e o baco seu aju-
dante de campo. Tudo o que o figado deixa de fazer € retomado e con-
duido pelo baco,.
Pergu.titaram a H. P. 8. se todos n6s temos que passar pelos quatorze
estados. Respondeu que os Talas e os Lokas sao planos por alguns dos quais
a humanidade em geral deve passar; cumprindo aos discfpulos transitar por
todos eles em seu caminho para o Adeptado. Todos os homens hao de per-
correr os Lokas inferiores; mas nao necessariamente os Talas correspondentes.
Todas as coisas ten dois p6los; e em cada estado hf sete estados.
Vitala corresponde tanto a urn estado sublime como a urn estado in-
fernal. 0 estado que para urn mortal € a completa separa€ao entre a per-
sonalidade e o Ego nao significa, para urn Buddha, sen5o uma separacao
temporfria. Para o Buddha, € o Vitala urn estado c6smico.
Os bramanes e os budistas consideram os Talas como infernos; mas
na realidade esta designa€5o € simb6lica. Onde haja infortrfuio e mis€ria,
ali estarf o inferno.

FORMAS NA LUZ ASTRAL


0s Elementais sfo reflexos na Luz Astral. Todas as coisas da Terra
ali se refletem. Sao de Elementais as fotografias que se obtem algumas vezes
por interm€dio das sess6es espiritas. Os m€diuns produzem tais formas in-
couscientemente. Os Adeptos produzem-nas de modo consciente, pelo poder
de Kriyashakti, mediante urn procedimento comparfvel a concentra¢5o dos
faios solares atrav€s de uma lente convexa.

ESTADOS DE CONSCIENCIA
Bhdrloka € o estado de vigilia em que transcorre a nossa vida normal;
e e tamb€m o estado pr6prio da vida instintiva dos animais, quando sen-
tem fame, tenor, etc.

:::dpo::;fi::i:::i:i:f.t:€::;far:.tl:n:eoi,::ge:;:e:io:s:q;#n:a,o:!f;:.-;i:si::i'al.?.e:
alguns Yogis, que se cristalizam em Svarloka ao ponto de ser necessfrio
que maos alheias lhe deem o alimento. Perto de Allahabad havia urn Yogi
que esteve sentado em uma pedra durante cinqtienta e tres anos. Seus dis-
cipulos o mergulhavam todas as noites no rio, e depois o recolocavam na
pedra. De dia sua consciencia retornava ao Bharloka, e ele entao proferia
suas lic6es. Em uma ilha pr6xima de Calcuta, houve outro Yogi que per-
maneceu de tal modo im6vel que ao redor de suas pernas cresceram as
raizes das frvores. Quando as cortaram para libert£-lo, e tentaram desper-
ta-lo, ele nao p6de resistir ao abalo, e morreu.
P. -E possivel perananecer ene anats de un estedo. de consci4ncia
simultaneamerete?

204
R. - A consciencia nfo pode funcionar plenamente em dois planos
ao mesmo tempo. Nao 6 que sejam incompativeis os estados superior e
inferior; mas a consciencia no superior estar6 distr.alda pelo inferior. Para
que haja reminiscencia do estado superior quando se regressa ao inferior, €
necessfrio elevar a mem6ria ate ali. 0 Adepto pode ter uma consciencia
aparentemente dual, por ser capaz de abstrair-se quando nao deseja vcr;
pode atuar em urn plano superior e, nfo obstante, responder a perguntas
que lhe dirijam. Mas, neste caso, ele momentaneamente retorna ao plano
material, para de novo elevar-se ao plano Superior. Vale-se d.esta faculdade
nas condic6es adversas, como tinico recurso.
Quanto mais descermos mos Talas, tanto mats nos faremos intelectuals
e tanto memos espirituals. A moralidade nao acompanha necessariamente a

isppirois¥f#aadeim°£:::e:t°e£:fee:°n:=uiro£:tr:i;a£:i::rtet:dinoroasd°T:haft::
pendendo sua situacao do Loka a qbe pertence. Assim, urn homem de
Bh&rloka ao passar para os Talas nao pode sen5o perverter-se. 0 que mora
em Bhurvaloka nao pode degenerar-se dessa forma. Mas, se alcancou o
estado Satya, pode ir sem perigo a qualquer Tala: sua.pr6pria Pureza o
proteger£, impedindo que socobre. Os Talas sao estados intelectuals do
Ofrebro, ao passo que os Lokas (ou mais exatamente, os tres Lokas supe-
riores ) sao espirituais.

abso#e¥a6ua±S3orv:aE::tg:aB:odd¥;i#asdeBUBduTins,"I:£8:";:enAd±g,°£:
que Buddhi € o vofoulo, e assin os tres se fundem em urn. Com esta

#i:'.A6udae£°pi:°#'Cf'o°±peer:I:idggaedi:e:S|±ri:T8;ceomxppo°sradotse#:str=
sao, em si mesmos, ilus6rios, e por isso nao envemecem nan se desgastan.

c.nsctgncei:tuqduaan£.#eemna:msei3anp.si3=;ceo.i.dr:enaEi#.?a,d.Fs|::#=£
urn feixe com os quatro estados inferiores e fincalo no plano superior. Dove
concentrar-se neste estado superior, esforcando-se por evitar que o coapo
e o intelecto the atraian a consciencia e a empuxem para baixo. Sem pre-
juizo de exercitar todas as fung6es organicas necessfrias a nutri€Zo e subsis-
tchcia do coxpo fisico, poderf viver constantemente no mundo dos ideais.

0 AMOR MATERNO
0 amor materno e urn instinto, assin no ser humano como no animal,
e n5o raro mais acentuado neste ultimo.
A persistencia do amor matemo nos seres humanos ten por causas o
espirito de associaeao, o magnetismo do sangue e a afinidade psiquica. As
famflias sao as vezes constituidas por seres que conviveram em existen-
cias anteriores, embora nem sempre ocorra esta circunstancia. Os fatores de
influencia sao muito comple¥os, e devem equilibrar-se. Algumas vezes, quan-
do ten que nascer uma crfuh€a portadora de urn Kama ruin, sao escolhi-
dos pais de sentimentos enibotados, ou podem os pais morrer antes que se

2L\5 I
manifestem os efeitos' harmrcos. Ou o sofrimento pot meio da crianca pode
ser o Karma dos pr6prios pais. 0 amor mater_no como iiistinto estf entre
Rasatala e Talatala.
Os Lipikas ten a seu cargo os registros karmicos do homem, e os im-
primem na Lur Astral.
As pessoas vacilantes e versfteis passam de urn a outro estado de
consciencia.

ifeb9b::n£;£n,t::::::d:e°degs::';:.o°dep£T::mNeanot°€aotu:sti:u;jr:±::;n:
q8a`'8!viventa a 6rgFo. Para extinguir o desejo, 6 preciso, portanto, suprimir
? xpamento.
0 estudante dove vigiar os pr6prios pensamentos. Em cinco minutos
pode urn pensamento destruir uma obra de cinco anos; e, ainda, que para
refazer esta obra meno.s de cinco anos sejam necessarios, houve sempre uma
perda de tempo.

A CONSCIENCIA
H. P. 8. declarou nao concordar com as ideias ocidentais a respeito
da consciencia, e criticou as definie6es incompletas por parte das principais
fflosofias, onde nao se faz distingao alguma entte consciencia e autocons-
ciencia, que e precisamente o que separa o homem do animal. 0 aniinal
€ apenas consciente; n5o e autoconsciente, nao conhece o Ego como sujeito,
ao contrario do que se passa com o homem. H£, deste modo, enorme dife-
reng-a entre a consciencia do passaro, do inseto, do quadrdpede, e a do
homem.
Mas a plena consciencia do homem € a autoconsciencia - e o que
nos faz dizer: "E« faap isto." Se existe o prazer, ha de haver algu€m que
o sinta. Ora, a diferenga entre a consciencia do homem e a do animal, esta
em que, embora exista urn Eu no animal, nao ten ele consciencia do Eu.
Spencer disserta racionalmente sobre a consciencia; mas, quando se
me depara uma difiouldade, ele simplesmente passa sobre ela. E com Hume
acontece a mesma coisa; ao dizer que na introspeceao ve apenas sentimen-
tos, e nunca urn Eu, esquece que sem urn "Eu" nfro lhe seria possivel
observar os sentimefltos. Que € o que analisa os sentimentos? 0 animal
carece do sentimento do "Eu sou eu". Possui o instinto; mas o instinto
nao € autoconsciencia. A autoconsciencia e urn atributo da mente, e nao
da alma, a ¢#z.ova (donde deriva o pr6prio none ¢„¢.ee¢J).
A humanidade nao possuia autoconsciencia ate o advento dos Manasa-
putras, na Terceira Raga. A consciencia, a consciencia cerebral, e o canpo
iluminado pela luz do Ego, do Ovo Aurico, do Manas Superior. As c€1ulas
da pema, por exemplo, sao conscientes, mas escravas da id€ia; nao sao
autocon§cientes, nao podem dar nascimento a uma ideia, embora possam,
quando estao cansadas, sugerir ao c6rebro uma sensac5o de mal-estar, des-
pertando assim a id€ia- de fadiga. 0 instinto € o grau inferior da conscien-

206
cia. A constientia do homem passa pelas quatro chaves de sua consciericia
setenaria; hf sete graus de consciencia em sua consciencia, que, entretanto,
nao deixa de ser essencialmente una, isto 6, uma unidade. Hf milh6es e
milh6es de estados de consciencia, como hf miTh6es e mim6es de.folhas nas
drvores; mas, assim como nao se podem encontrar duas folhas identicas,
tanb€m nao existem dois estados de consciencia iguais. Urn estado de
consciencia nunca se repete exatamente.
I a mem6ria algo que, existente em n6s, possa dar nascimento ao Ego?
Conhecimento, sentimento e volicao n5o s5o faculdades da mente, mas seus
ac6mpanhantes. A mem6ria € uma coisa artificial, uma adjungao de relativi-
dades; pode ser agucada ou embotada, e depende do estado das c6lulas ce-
rebrais que armazenam todas as impress6es. 0 conhecimento, o sentimento
e a volicao n5o podem ser postos em correlacao, por mais que se queira.
Nao se derivam uns dos outros, nem sao produtos da mente: sao principios,
co-associados. N5o 6 possivel adquirir o conhecimento sem a mem6ria, por-
que a mem6ria armazena, disp6e e prove todas as coisas. Se a crianca nada
for ensinado, ela nada saber£. A consciencia cerebral depende da intensidade
da ha refletida pelo Manas Superior no Inferior, e do grau de afinidade
entre o c€rebro e essa luz. A mente cerebral esta condicionada a receptivi-
dade do c€rebro em relacfo a mesma lur; € o campo de consciencia do Ma-
nas. A M6nada e o Manas existem latentes no animal; mas o c€rebro deste
nao € receptivo. Todas as potencialidades ai estao, adormecidas. No Oci-
dente hf certos erros aceitos que lhe viciam todas as teorias.
Quantas impress6es pode o homem receber e registrar, simultanea-
mente, em sua consciencia e em sua mem6ria? Os ocidentais dizem que
uma; os ocultistas afirmam que normalmente sete, e anormalmente quatorze,
dezessete, dezenove, vinte e uma, e ate mesmo quarenta e move impress5es
podem ser recebidas ao mesmo tempo. Ensina o Ocultismo que a consciencia
capta sempre impress6es s6tuplas, retendo-as na mem6ria. A prova disso
temos em que, fazendo soar ao mesmo tempo as sete notas musicais, os
sete sons chegam simultaneamente a consciencia, alnda que o ouvido n5o
educado s6 os perceba urn depois de outro; e, se quisermos, poderemos
medir os intervalos. 0 ouvido exercitado percebe as sete notas de uma vez,
simultaneamente. E a experiencia demonstrou que urn homem pode exer-
citar=se em duas ou tres semanas para receber dezessete ou dezoito impres-
s6es cromfticas, cujos intervalos irao crescendo com a prftica.
A mem6ria € adquirida para esta vida, e pode desenvolver-se. 0 genio
consiste na maior receptibilidade do Ofrebro ffsico e da mem6ria cerebral ao
Manas Superior. As impress6es recebidas por qualquer urn dos sentidos s5o
armazenadas na mem6ria.
Antes de aparecer e definir-se urn sentido fisico, ha urn sentimento
mental que lhe € precursor. Os peixes cegos que vivem nas profundezas
do mar, ou em 6guas subterraneas, criam olhos ao cabo de algumas gera-
c6es, se colocados em urn tanque. Mas em seu estado anterior de cegueira

207
sao dotados de urn fc#/;aec#/a visual, embora nao possuam o jc#/jJo da
vista. De outra forma, como poderiam mover-se nas trevas, evitar os pe-
rigos' etc.?
A mente recolhe e armazena de maneira inconsciente e mecanica toda
esp€cie de coisas, e depois as projeta na mem6ria como percepg6es incons-
cientes. Se a atenc5o estf demasiado absorvida em algum objeto, nao nota-
mos imediatamente as sensac6es dolorosas; mas depois de algum tempo a
dor se faz sentir em nossa consciencia.
Assim, e rdtomando ao nosso exemplo das sete notas que soam ao
mesmo tempo, temos uma s6 impressao, mas o ouvido capta as notas, uma
ap6s outra, de modo que se imprimem sucessivamente na mente cerebral,
pois a consciencia n5o exercitada € impossivel registr£-las em ato simul-
taneo. Tudo depende do exercfcio e da atencao. Nestas condic5es, a trans-
ferencia de sensa€ao de urn 6rgao para a consciencia € quase instantanea,
se a nossa ateng5o estf concentrada no caso; mas, se qualquer ruido nos
distrai, ent5o se passara uma fracao de segundo antes que a sensac5o alcance
a consciencia. Deve o ocultista exercitar-se em receber e transmitir, simul-
taneamente, todas as impress6es nas sete escalas de sua consci€ncia. Sera
tanto maior o progresso quanto menores forem os intervalos de tempo fisico.

OS SETE GRAUS DA CONSCIENCIA


Hf sete graus ou matizes da consciencia como unidade; quatro infe-
riores e tres superiores. Manifestam-se, por exemplo, em qualquer momento
de prazer ou de dor.
1. Percepcao sens6ria ffsica: Percep€ao da c6lula (se paralisada,
ainda assim existe na c€lula a sen-
sa€ao, embora o nao sintamos).
2. Autopercepeao ou apercepc5o: Ou seja: autopercep€ao da c€lula.
3. Apercep€ao psfquica: Do duplo astral, Doppc/-g4"gcr, que
conduz a
4. Percepcao vital: Sensibilidade ffsica, sensac6es de pra-
zer e doc, de qualidade.
Tais sao os quatro graus inferiores, que dizem respeito ab homem
psicofisiol6gico.
5. Autopercep€ao Manasica: Discernipento do Manas Inferior.
6. Percepcao da vomade: Percepcao volitiva, a aceita€ao volun-
tfria de uma ideia; tenha-se ou
nao em conta a dor ffsica.
7. Apercepcao espiritual, inteira- Porque alcanca o Mams Superior, au-
mente consciente : toconsciente.

[Apercepcao quer dizer autopercepcao, acfo consciente, nao segundo o


conceito de Leibnitz, mas quando a atengao se fixa na percepcao.]

208
Estes graus podem manifestar-se em qualquer plano; por exemplo, uma
noticia mf passa pelos quatro graus inferiores antes de chegar ao coracao.
Consideremos o son:
1. Percussao no ouvido.
2. Autopercepe5o do ouvido.
3. Percepeao psiquica ou mental, que o conduz ate a
4. Percepc5o vital (son fspero, suave; forte, d6bil; etc.).

0EGO
Uma das melhores provas de que existe o Ego, o verdadeiro campo de
consciencia, 6 que jamais se reproduz exatamente o mesmo estado, conforme
dissemos; ainda que vivessemos cem anos e experimentfssemos milhares e
milhares de estados. Em urn dia de atividade, s5o tantos os estados e subes-
tados, que nao seria possfvel haver Oflulas bastantes para todos eles. Isso
ajudarf a compreender por que alguns estados mentais e algumas coisas
abstratas acompanham o Ego no Devachan, enquanto outros simplesmente
se dissipan no espaco. Tudo o que vibra em consonancia com o Ego, como
por exemplo uma boa acao, guarda afinidade com ele e o segue ao Ilevachan,
fazendo paste integrante da biografia da personalidade que se est6 desinte-
grando. Os sentimentos elevados percorrem os sete graus e alcancam o Ego,
e a mente p6e em vibracfo as celulas mentais.
Podemos analisar e descrever a operaefo da consciencia; mas nao pode-
mos defihir a consciencia sem supor urn sujeito conscien.te.

BHORLOKA
0 Bhfirloka comega com o Manas Inferior. Os animals nao sentem
como o homem. 0 cao se preocupa mai§ com a c6lera do seu dono que com
a dor causada pelo chicote. 0 animal nao sofre na mem6ria e na imagina-
cao, e sente a dor passada e a futura tanto quanto a dor presente.

GLANDULA PINEAL
0 Ofrebro € o 6rgao pr6prio da per€epcao fisica, e a percepeao estf
localizada na aura da glandula. pineal. Esta aura vibra em resposta. a quais-
quer impress6es, mas no homem vivo isto pode ser apenas sentido, e nao
Percebido. Durante o processo do pensamento que se opera na con§cichcia,
esta em constante vibracao a luz i'`.es[a aura; e o darividente que examinasse
o c€rebro de urn homem vivo poderia -quase contar, e vein com o oho espiri-
tual, os sete graus, os sete matizes de luz, que vao do mais esouro ao mais
brilhante.. Quando vamos tocar em nossa mao, a aura da glandula pineal
entra desde logo em vibra€ao, com o seu matiz correspondente. A aura 6 o
que determina o desgaste e a destruicao do 6rgao, pelas vibrac6es que

209
produz. 0 c€reblo, ao vibrar, transmite as vibrac6es ao cordao espinhal, e
assim ao resto do corpo. Tanto a felicidade como a desgraca ocasionam fortes
vibrac6es, que desgastam o corpo. E vibrac6es violentas de alegria ou de
tristeza podem matar.

0 CORACAO
A vibracao setenaria da lur que circunda a glandula pineal reflete-se
no coracao, ou antes, na aura do coracao, a qual ilumina e faz vibrar os sete
centros cardfacos, de maneira analoga a atuacao da aura ao redor daquela
91indula. Tal € o Saptaparna, o 16tus, exotericamente de quatro folhas, mas
esotericamente sete, ou a caverna de Buddha com suas sete camaras.

0 ASTRAL E 0 EGO
0 Corpo Astral e o Ego diferem em natureza e essencia. 0 Corpo
Astral € molecular, por et€reo que possa ser. 0 Ego € at6mico, espiritual.
Os atomos sao espirituais, e nunca visfveis neste. plano; as mol€culas se
formam ao redor dos ftomos, que permanecem invisiveis como principios
superiores das moleculas.
Os olhos sao os 6rg5os §ens6rios de car4ter mais oculto. Ao fecha-1os,
passamos ao plano mental.
Se detivermos o funcionamento de todos os sentidos, estaremos em
outro plano.

A INDIVIDUALIDADE
Se doze pessoas estao fumando juntas ao mesmo tempo, as fuma€as dos
cigarros se misturam; mas as mol6oulas de cada uma ten afinidade entre
si, e permanecem distintas, apesar da mistura. Do mesmo modo, uma gota
d'£gua, caindo no oceano, conserva sua individuahidade; porque, como gota
que foi, ten vida pr6pria, como o homem, e nao pode aniquilar-se. Uma
simples reuni5o de pessoas aparecer£, na Luz Astral, como urn grupo sem
carfter permanente; mas urn grupo de homens, formado para estudar em
comum o Ocultismo, apresentarf uma coesao duradoura. Quanto mais ele-
vada e espiritual a afinidade, tanto mais permanente sera a coes5o.

0 MANAS INFERIOR
0 Manas Inferior € uma emanacao do Manas Superior e da mesma
natureza que este. A natureza manfsica pode nao receber nem causar ne-
nhuma impress5o neste plano: urn Arcanjo, carecendo de experiencia, seria
insensivel no plano fisico, sem poder dar nem receber impress6es. 0 Manas
Inferior reveste-se, assim, com a essencia da Lur Astral, e este envolt6rio
o aparta de seu Pal, com o qual unicamente se comunica por meio do Antah-
karana. Se tal. comunicacao desaparece, fica o homem convertido em animal.

210
KAMA
Kama € a vida e a essencia do sangue. Quando Kama o abandona, o
sangue se coagula. Prana € universal neste plano. Em n6s, melhor diremos
Principio Vital, Prinofpio Pranico.

0 CARATER INDIVIDUAL
As qualidades determinan a indole do "carfter individual'' 12. Por
exemplo, dois lobos colocados no mesmo ambiente n5o se comportariam de.
maneira diferente, segundo todas as probabilidades.
0 campo de consciencia do Ego Superior nunca se reflete na Luz
Astral. 0 Envolt6rio Aurico recebe tanto as impress6es do Manas Superior
como as do Inferior; mas s6 as impress5es do ultimo se refletem na Luz
Astral. Ao passo que a essencia de todas as coisas espirituais, de tudo o que
alcanca o Ego Superior, ou que nao € por este rejeitado, deixa de espe-
lhar-s-e na Luz Astral, porque esta pertence a urn plano demasiado balxo.
Mas durante a vida humana a essencia estf impressa no Envolt6rio Aurico,
para fins kdrmicos; e depois da morte e da separacfo dos princlpios se one
a Mente Universal (isto €, aquelas "impress6es" que s5o superiores ao
pr6prio plano Devachanico), para ali esperar karmicamente, ate o dia em
que deva o Ego reencarnar-se. [Temos, portanto, tres ordens de impress5es,
que podemos denominar Kamicas, Devachanicas e Manfsicas.] Porque toda
entidade, por elevada que seja, deve ter na Terra seus premios e castigos
kfrmicos. As impress6es espirituals ficam mais ou menos gravadas no
Ofrebro, pois de outro modo o Ego nao .seria responsavel. H£, contudo,
algunas impress6es recebidas pelo c€rebro que nao provem de experiencias
anteriores. No Adepto, o c6rebro estf preparado para receber e reter estas
impress6es.
Para melhor compreensao, podemos dividir o Raio Reencarnante em
dois aspectos: o Ego Kamico Inferior, que se desintegra no Kama-Loka; a

ge¥ieda¥ea%as±::'squupeer:::2:ee:ofsreeuac;Ce[:a.eErsetta°r€n:€:rdEag:£rsaug:rfr£.xaEo3:
Christos - o mats abstniso mist€rio do Ocultismo e, sem embargo, o mais
importante: dele depende todo o cido de nossas vidas. Em verdade € o Ego
Superior que sofre; pois a conscieflcia abstrat® -da consciencia pessoal supe-
rior fica impressa no Ego, como parte integrante de' sua eternidade. Todas
as nossas impress6es mais elevadas se gravam.no Ego Superior, por serem
de natureza identica a sua.
0 patriotismo e os grandes feitos a servico da nac5o, se considerados
de un ponto de vista mais elevado, n5o s5o intrinsecamente bons. Beneficiar
uma parte da humanidade € uma boa coisa; mas faze-lo em prejuizo da hu-
manidade restante € mau. No patriotismo, o ben e o mal se entremeiam; e,
conquanto seja impoluivel a essencia fntima do Ego Superior, a vestimenta

(12) I"Self-hood" no texto ingles.]

211
externa pode ser manchada. A parte boa e a mf dos pensamentos e dos
atos ficam estereotipadas no Envolt6rio Aurico, e o Ego toma sobre si o
Karma da parte m£, ainda que de todo inocente. Ambas as ordens de im-
press6es se dispersam depois da morte na Mente Universal; e o Ego, quando

::::ecacr::,:srtoaj.etsaof::eEafsojaqauueto€o:]secfe::£sam::sun[:annt:vaage;:3::::ja€:be:
ri€ncias acumuladas.

temsce::aHFiFegr°ar:qeuTasp°dretiagsos:ea:i::sKda::auda:s,Mc%nmv:n:gsastriB::ag:[Sjage¥::
pode-se dizer que apenas iniciam o seu ciclo atual. 0 Ego surge dotado de
consciencia divina; sem passado, nem futuro, nem separa€ao; e muito tempo
se escoa antes de poder advertir que ele € ele, e s6 ao cabo de muitas vidas
disceme, pela experiencia coletiva, que € urn individuo. Terminado o ciclo
de suas reenearna€6es, continua sendo a mesma Consciencia Divina, mas
entao ja se tornou uma Autoconsci€ncia individualizada.
0 sentimento de responsabilidade dimana da presenca da Luz do Ego
Superior. A medida que se vai individualizando, Qm seu ciclo de renasci-
mentos, aprende o Ego, pelo sofrinento, a recoahecer cada vez mais sua
pr6pria responsabilidade, para finalmente alcanGar a Autoconsciencia, a cons-
ciencia de todos os Egos do Universo. 0 Ser Absoluto, para ter'a ideia ou
a seflsac5o de tudo isso, deve passar por todas as experiencias, individual e
nao universalmente, a fin de que, reintegrando-se, volte com a mesma onis-
ciencia da Mente Universal, „¢z.f a mem6ria de tudo aquilo por que passou.
No dia de "Se conosco", ha de recordar o Ego todos os ciclos de suas
passadas encamac6es nos Manvantaras. Entao, entrando em contato com a
Terra, os sete principios nao serfo mais do que urn; e o Ego ver6 tudo
quanto fez aqui. Verf a humanidade em conjunto; mas conservard sempre
aquele sentimento do "Eu".
Devemos, portanto, nunca deixar de acentuar a nossa responsabiHdade.
0 Ego Superior e, por assim dizer, urn globo de luz pura e divina; uma
unidade pertencente a tim plano superior, onde nao existe a diferencia€ao.
Ao descer para urn plano de diferencia€ao, emite [m Raio, que somente se
manifesta por meio da personalidade jf diferenciada. Uma parte desse Raio,
0 Manas Inferior, pode cristalizar-se a tal ponto, durante a vida, que venha
a identificar-se com o Kama e ficar assimilado a materia, Mas a parte que
se conserva pura forma o Antahkarana. Todo o destino de uma encarnacao
depende de ser o Antahkarana capaz ou n5o de dominar o Kama-Manas.
Depois da morte, a luz superior (Antahkarana), que cont€m as impress6es
e a mem6ria de todas as boas e nobres aspirac6es, reintegra-se no Ego Su-
. perior; ao passo que os maus desejos se dispersam no espaco, para voltarem
como o mau Karma que espera a per§onalidade.
0 sentimerito de responsabilidade e o prinofpio da sabedoria; a prova
de ai.ie o Ahamkara jf comeca a desvanecer-se, o irfcio da perda do senti-
mentc. de separatividade.

212
0 KAMA-ROPA
As vezes o Kama-Rdpa se separa e se transfere para os animais.
Todos os animais de sangue vermelho procedem do homem. Os de
sangue frio provem da mat€ria do passado. Q sangue € o Kama-Rtipa.
Os g16bulos brancos do sangue sao os varredores ou "devoradores";
promanam do Astral atrav€s do ba€o, e sao de natureza astral. Correspon-
den aos "nascidos do suor" dos Chayas. Kama permeia todo o corpo. Os
g16bulos vermelhos s5o gotas de fluido el€trico, que exsudam de cada c€1ula
em todos os 6rg5os. S5o a progenie do Principio Fohftico.

0 CORACAO
" sete c€rebros no cora€ao, que s5o os Upadhis e os simbolos das
sete Hierarquias®

OS FOGOS
Os Fogos est5o sempre atuando em torno da glandula pineal; e, quan-
do Kundalini os ilumina por urn breve instante, todo o Universo se faz
visfvel. Ate no sono profundo se abre o Terceiro Olho. 0 resultado € ben€-
fico para Manas, embora nao guardemos lembran€a disso. .

A PERCEPCAO
Em resposta a uma pergunta sobre os sete estados da percep€ao, disse
H. P. 8. que, se concentrfssemos o pensamento flo mais elevado deles, o
s€timo, e entao nos esfor€£ssemos por transcends-lo, verfamos que neste
plano 6 impossivel ir al6m. 0 c6rebro € incapaz de conduzir o pensador
para mais longe; para que o pensamento se alcandorasse em tais alturas,
seria preciso pensar sem o c€rebro. Mas, se o estudante cerrar os olhos, e a
sua vontade n5o permitir a atua€ao do c€rebro, ent5o 1he sera possivel trans-
portar-se ao plano imediato. Os sete estados de percep€ao precedem o An-
tahkarana. Se conseguirmos transcende-los, estaremos no Plano Marfesico.
Imaginai algo que ultrapasse a vossa capacidade mental; por exemplo, a
natureza dos Dhyan-Chohans. Deixai entao passivo o c€rebro, e passai al€m;
vereis uma luz radiante e branca como a prata, mas opalescente como o
nacar, luz onde se cruzarao ondas coloridas e cambiantes, desde o violeta
pflido ao anil de brilho metalico, com matizes intermedios de verde-bronze.
Essa vis5o sera a prova de que vos encontrais em outro plano, ao qua]
tereis chegado depois de transpor os sete estados.
Quando se apresentar uma cor, observai-a; e, se n5o for boa, n5o a
aceiteis. Deve a vossa ateneao fixar-se t5o Somente no verde, no anil e no
amarelo. S5o cores boas. Como os olhos est5o relacionados com o c€rebro,
a cor que vereis com mais facilidade sera a da personalidade. Se aparecer
o verr`.?:ho, nao lhe deis atenc5o: 6 uma cor puramente fisiol6gica. 0 verde-
brom' : corresponde ao Manas Inferior; o amarelo-bronze ao Antahkrana; o

213
anil-bronze ao Manas. Sao cores que merecem a vossa aten€ao; e quando
virdes que o amarelo-bronze se funde com o anil, € porque ja chegastes ao
Plano Manfsico.
Nesse Plano Manasico vereis os N¢'77zcrof, a essencia dos fen6menos.
Ali n5o avistareis pessoas, nem outras consciencias; mas tereis bastante o
que fazer com a vossa. 0 vidente educado pode sempre perceber os nti-
meros. 0 Adepto ve os ntimeros neste plano, ve a realidade das coisas, e
assim nao pode ser enganado.
0 principiante em meditacao pode oscilar entre dois pianos, para trfs
e para diante. Neste plano fisico ouvis o tique-taque de urn rel6gio, e no
plano astral percebeis a alma do tique-taque. Quando o rel6gio pfra, as
vibrac6es perduram no plano astral e no 6ter, ate que se tenha destruido
o ultimo fragmento do rel6gio. A mesma coisa ocorre em urn cadaver, que
desprende emana¢6es ate a desintegrae5o da tiltima mol€cula.
Na meditac5o nao existe o tempo, porque nao ha sucessao de estados
de consciencia nesse plano.
A cor do Astral € o violeta. Por ela come€ais; € preciso, por€m, nao
vos deterdes af; deveis transcende-la. Se aparecer uma faixa violeta, €
porque estais formando inconscientemente urn corpo ilus6rio ou Mayavi-

Fofinps:;e:::ffnaoatceonr:Zoo;Meaysaevi:::anfaa:ta5g::;smpaenrt:a.foefd£:in:]gtea:te€aprve::::
insistir com a maior tenacidade.

A CONSCIENCIA
A consciencia simplesmente animal € constituida pela consciencia de
todas as celulas do corpo, menos as do coracao. Este 6rg5o € o mais im-
portante e o rei de todos os demais 6rg5os do corpo. Ate quando a cabeca
se acha separada do corpo, continua o cora€5o a bater durante trinta minu-
tos; e continuara a palpitar ainda por algumas horas se for envolvido em
algodao e colocado sob temperatura elevada.
Hf no corac5o urn ponto, urn centro da vida, chamado Sede de Brahma.,
que € o ultimo a cessar de bater. E o primeiro centro vital que funciona no
feto, e o tiltim.o que morre no organismo. Se urn Yogi € enterrado em es.tado
de transe, subsiste a vida nesse ponto, ainda que o resto do corpo esteja
morto; e, enquanto subsistir, podera o Yogi ser ressuscitado. Esse centro
do cora€ao cont€m, em estado potencial, a vida, a energia, a mente e a
vontade. Durante a vida irradia cores irisadas de matiz luminoso e opales-
cente. 0 coracao € o centro da consciencia espiritual, como o c€rebro o €
da consciencia intelectual. Todavia, nao pode o homem guiar essa cons-
ciencia, nem dirigir sua energia, enquanto n5o estiver sintonizado com
Buddhi-Manas. Ate ent5o a consciencia guia o homem (se ele se deixa
guiar). Dai as angristias do remorso, as aguilhoadas da consciencia, que
vein do cora€ao e nao da cabeca. 0 Deus rinico manifestado estf no coracao;
e com os outros dots, que s5o invisiveis, forma-se a triade Atma-Buddhi-
Manas.

214
Em fesposta a pergunta sobre se a consciencia podia concentrar:se no
cora€5o, e assim captar os impulsos do Espirito, disse H. P. 8. que quem
desse modo pudesse concentrar-se estaria identificado com Manas, teria
uhido Kama-Manas ao Manas Superior. Nao pode este tiltimo guiar direta-
mente o homem: ten que atuar por interm€dio do Manas Inferior.
No homem hf tres centros principals: o coracao, a cabeca e o umbigo.
Considerados dois a dois, urn pode ser positivo ou negativo em rela€ao ao
outro, conforme a sua predominancia.
0 corae5o cofresponde a Trfade Superior; o ffgado e o bago ao Qua-
ternario. 0 plexo solar € o centro cerebral do est6mago.
Indagou-se de H. 8. P. se os tres centros acima mencionados podiam
representar o Christos crucificado entre dois ladr6es. Respondeu que era
admissfvel a analogia, mas convinha nao abusar destas imagens. Devemos
sempre ter presente que o Manas Inferior, em sua essencia, 6 identico ao
Manas Superior, com o qual podera unificar-se repelindo os impulsos Kami-
cos. A crucifixao do Christos simboliza o auto-sacriffcio do Manas Superior,
do Pai que envia o Filho unigenito para assumir os nossos pecados no
mundo. 0 mito de Cristo nos veio dos Mist€rios. A vida de Apol6nio de
Tiana ten as mesmas raizes; omitiram-na os Padres da Igreja por causa de
sua extraordinaria semelhan€a com a de Cristo.
0 homem psicointelectual se acha todo na cabe€a, com suas sete portas
extemas; o homem espiritual estf no cora€ao. As circunvolu€6es cerebrais
sao formadas pelo pensamento.
Durante a vida o terceiro ventriculo do c€rebro estf cheio de luz, e n5o
de urn liquido como acontece depois da morte.`
Hf no c€rebro sete camaras, que estao inteiramente vazias durante a
vida, e onde se refletem as imagens que hao de perdurar na mem6ria. Estes
centros s5o chamados em Ocultismo as sete harmonias, a escala das harmo-
nias divinas; e estao ocupados pelo Akasha, cada qual com a sua cor peculiar,
conforme o estado de consciencia do individuo. A sexta camara € a glandula
pineal, que € oca e vazia durante a vida; a s€tima € o conjunto cerebral;
a quinta o terceiro ventriculo; e a quarta o corpo pituitfrio. Quando Manas
estf unido a Atma-Buddhi, ou quando Atma-Buddhi esta enfocado em Ma-
nas, atua ele nas tres camaras superiores, emite e irradia urn halo de luz,
que se faz visfvel .no caso de uma pessoa verdadeiramente santa.
0 cerebelo € o centro, o armaze'm de todas as for€as.; € o Kina da
cabe€a. A glandula pineal esta em correspondencia com o titero, e seus pe-
drfuculos com as trompas de Fal6pio. 0 corpo pituitario € apenas o seu
servo, o seu porta-luz, como aqueles e§cravos que conduziam os archotes a
frente da carruagem de uma princesa. Temos, portanto, que o homem € an-
dr6gino no que concerne a sua cabeca.
0 homem encerra em si todos os elementos do Universo. Nada ha no
Macrocosmo que tamb€m n5o esteja no Microcosmo.

215
A glandula pineal, jf o dissemos, estf vazia durante a vida. 0 corpo
pituitfrio cont€m varias essencias. Depois da morte se precipitam na cavidade
as granulac6es da glandula pineal.
0 cerebelo supre os materiais necessarios a idea€ao. Os lobos frontais
de c€rebro dao o acabamento e o polimento aos materiais, mas por si mes-
mos nao podem criar.
A percepcao clarividente € a consciencia do tato: assim, podem-se lei`
cartas, discemir objetos, etc.,` com a boca do estomago. Cada sentido possui
consciencia pi.6pria; por meio dos sentidos podemos ter consciencia das coi-
sas. E possivel haver consciencia no plano da visao, ainda que esteja parali-
sado o c€rebro. Os olhos de urn paralitico expressarao o terror. Ocorre o
mesmo com o sentido da audicao. Os que sao fisicamente cegos, surdos ou
mudos continuam de posse dos complementos psiquicos da vista, do ouvido
e da fala.

VONTADE E DESE]O
No homem, Eros 6 a vontade do genio criador de obras de arte - a
mtisica, a pintura, etc. Sao coisas que se perpetuam e beneficiam a raga hu-
mare. A cria€ao artfstica nada tern de comum com o desejo animal de en-
gendrar. Nela, a vontade € atributo do Manas Superior, sua universal e har-
monica atua€5o. 0 desejo € produto da separatividade, a ansia da satisfaefro
do Eu pessoal na mat€ria. 0 caminh`o aberto entre o Ego Superior e o Infe-
rior permite que o primeiro atue sobre a personalidade.

SOBRE A CONVERSAO
Nao € exato que urn homem de grande poder mal€fico possa conver-
ter-se subitamente, tornando-se igualmente poderoso no sentido do ben. Seu
veiculo esta por demais contaminado, e no maximo ele podera neutralizar o
mar e contrabalancar, em sua presente epcamaeao, as mas causas karmicas
que p6s em acao. Nao € possivel usaf urn barril de peixes para guardar
essencia de rosas; a madeira ficou toda impregnada de salmoura. Os maus
impulsos e tendencias, depois de impressos na natureza humana, nao podem
transmutar-se de repente. As moleculas do corpo ja se acham orientadas em
urn sentido Kamico; e, ainda que tenham suficiente inteligencia para dis-
cemir as coisas em seu pr6prio plano, isto €, para evitar o que lhes € nocivo,
n5o sao capazes de compreender uma mudan€a de direcao, em que o impulso
vein de outro piano. Se foram inconsideradamente vio]entadas, poderf sobre-
vir a enfermidade, e loucura ou a morte.

AS ORIGENS
De Parabrahman, o movimento absoluto, eterno e inconcebivelmente
rapido, que nao € nada e 6 tudo, emana uma pelioula: € a Energia, ou Eros,
que se transforma em Mtilaprakriti, a Substancia Primordial, que 6 ainda
Energia. Esta Energia, por seu incessante e inconcebivel movimento, se con-
verte no Atomo, ou mais propriamente, no germe do Atomo, que esta no
Terceiro Plano do Universo.

216
Nosso Manas € urn Raio da Alma do Mundo, que se recolhe durante o
Pfalaya. "E talvez o Manas Inferior de Parabrahman", isto €, do Parabrah-
man do Universo manifestado. A primeira pelicula € a Energia, ou o movi-
mento no plano manifestado. Alaya € o Terceiro Logos, Maha-Buddhi, Mahat.
Come€amos sempre no Terceiro Plano; al€m dele tudo € inconcebivel. Atma
€ concentrado em Buddhi, mas s6 toma corpo em Manas; e os tres sao o
Espfrito, a Alma e o Corpo do Universo.

OS SONHOS
Nos sonhos. podemos ter experi€ncias boas e mss. Devemos, por isso,
exercitar-nos e educar-nos para despertar imediatamente sem que obser-
vemos alguma tendencia nociva.
Nos` sonhos sensoriais o Manas Inferior estf adormecido; e ent5o a
consciencia animal, guiada por Kama, se dirige para a Luz Astral. Em tais
sonhos a tendencia € sempre de fndole animal.
Se f6ssemos capazes de recordar o que sonhamos enquanto dormimos
profundamente, tamb€m seriamos capazes de recordar todas as nossas exis-
tencias passadas.
NIDANAS
Hf doze Nidanas, exot€rica e esotericamente, segundo a doutrina fun-
damental do Budismo.
Tamb€m h£, no Budismo, doze Suttas ex`ot€ricos chamados Nidanas,
cada urn dos quais da urn Nidana.
Os Nidanas ten urn duplo significado, a saber:
1 . As doze causas da existencia senciente, por meio dos doze elos da
Natureza subjetiva com & Natureza objetiva, ou entre as Naturezas subjeti-
vas e as objetivas.
2. Urn encadeamento de causas e efeitos.
Toda causa produz urn efeito, e este efeito, por sua vez, passa a ser
uma causa. E cada uma destas causas ten como base ou Upadhi uma sub-
divisao de urn dos Nidanas, como tamb€m urn efeito ou conseqtiencia.
Tanto as causas como os efeitos pertencem a urn ou outro dos Nidanas,
e cada uma destas causas tern como base, ou Upadhi, suas subdivis6es.
S5o estes os nomes dos doze Nidanas:
J aramarana 7 Sparsha
J ati 8 Chadayatana
Bhava 9. Namardpa
Upadana 10. Vijnana
Trishna 11. Samskara
Vedana 12. Avidyai3

(13) [Se lermos os Nidanas em `sentiQo irivei o, isto €, de 12 a 1, dao eles a


ordem da evolueao. N.. do Ed. na edi€5o de 1887.] [Pafa o significado destas palavrasj
vctia-se Theosophlcal Glossary.I

21?
amo:t+e,J:'4n%:"a":i£[a£,te:calu::n:e:p:£mme:::e[%:rardeecnrterEft:ge*id%:::.rv£-S:§:i:
meiro d{]s principios fundamentais do Budismo: todo atomo, em todo mo-
mento, desde que nasce, principia a morrer.
Nesse prinofpio estao baseados os cinco Skandhas, que s5o os seus efei-
tos ou resultados. E o princfpio, por. sua vez, se baseia nos cinco Skandhas.
Ha reciprocidade em ambas as coisas: uma produz a outra.
2. J4Jj (lit., o nascimento). Ou seja: nascimento segundo urn dos
quatro modos do Chaturyoni (as quatro matrizes), a seber:
(4) Por placenta, como os mamiferos.
(b) Por ovos, como as aves.
(c) Por germes, et6reos ou 1£quidos - a desova dos peixes e dos
insetos, o p6len, etc.
(J) Por Anupadaka -Nirmanakayas, Deuses, etc.
Efetua-se o nascimento por urn destes quatro processos. N6s devemos
nascer em urn dos seis modos objetivos da existencia, ou no s€timo, que €
subjetiJo. Os quatro processos estao compreendidos nos seis modos de
existencia, a saber:
Exotericamente:
I. Devas; 11. Homens; 11. Asuras; IV. Homens no Inferno; V. Pre-
tas, dem6nios devoradores na Terra; VI. Animais.
Esotericamente:
I. Deuses superiores; 11. Devas ou Pitris (de todas as classes); Ill.
Nirmanakayas; IV. Bodhisattvas; V. Homens em Myalba; VI. Existencias
Kama-Rtipicas, de homens ou de animais no Kama-Loka ou na Luz Astral;
VII. Elementais ( Existencias subjetivas ).
3 . Bb¢e/a. Existencia kfrmica; nao existencia vital, mas como urn agente
moral que determina o Loka o#Jc devemos nascer: Bhfir, Bhuvar ou Svar
(s5o na realidade sete Lokas).
A causa ou o Nidana de Bhava € Upadana, isto €, o apego a existencia,
aquilo que nos faz desejar a vida de qualquer maneira. Seu efeito € Jati,
ou o nascimento em urn dos tres Lokas e sob quaisquer condis6es.
Os Nidanas sao a expressao pormenorizada da lei do Karma sob doze
aspectos nidanicos.

SKANDHAS

const:i:nmdhaastostaa°Hd°asdeged:ehso£:mvffuabjee:v:°g°:bj9est£;::ecpa]daan°vsfb::casoerdu:
produzimos € urn Skandha. Estao os Skandhas estreitamente associados aos
aspectos da Luz Astral, pois € nesta que se gravam as impress6es. Os Skan-
dhas, ou vibrac6es, relacionados com o homem subjetivo ou objetivo, sao
os liames que atraem o Ego Reencamante, os germes que ele deixou atrfs

218
c+uando passou ao Devachan, e que~ devera recolher para que sejam extintos
homem interno e subjetivo.
em nova personalidade. Os Skandhas exot€ricos tern conexao com os ftomos
e as vibrap6es fisicas, ou o homem objetivo; os Skandhas esot€ricos com o
Uma transformacao mental ou urn vislumbre de espiritualidade podem
subitamente conduzir o homem a luz da verdade, inclusive no instance da
morte, formando-se deste modo bons Skandhas para a existencia subse-
qfiente. Os ultimos pensamentos e a€6es do homem tern grande influencia
em sua vida futura; e € nisto que se baseia a id€ia do arrependimento na
hora da morte. Mas n5o o eximirao de sofrer pelas mfs ae6es cometidas;
e os efeitos k6rmicos de sua vida passada terao de acompanha-lo, cumprin-
do-lhe recolher, na pr6xima existencia, os Skandhas, ou impress6es vibrat6-
rias, que deixou na Luz Astral. Porque em Ocultismo nada se cria do nada,
e deve haver urn elo entre as existencias. Dos velhos Skandhas nascem
outros Skandhas novos.
Nao € correto falar de Tanha no plural, pois s6 hf urn Tanha: o Jcfc/o
dc c#.ocr, que se multiplica em uma porcao de desejos, podemos dizer uma
cong€rie de desejos. Os Skandas s5o kfrmicos e nao-karmicos. Podem ori-
ginar elementais, por efeito de Krikashakti inconsciente. Todo elemental
criado pelo homem deve retomar a ele, mais cedo ou mais tarde, porque 6
vibraeao sua. Os elementais s5o, portanto, o seu Frankenstein. Sao nada
mais que pensamentos, bons ou maus, desencarnados; efeitos que produzem
efeitos. Cristalizam-se na Luz Astral e se deixam atrair por afinidade, por
assim dizer galvanizados por seus autores quando estes regressam a vida
terrestre. Podemos, contudo, paralisa-los pela a€ao de efeitos contrfrios. Os
elementais nos invadem como uma doenfa, e por isso sao perigosos, tanto
para n6s como para os outros. Hf sempre o perigo de exercerem influencia
sobre os demais. Os elementais que sobrevivem a nossa morte s5o os que
se inoculam, digamos assim, nas outras pessoas. 0 resto permanece latente
ate a reencarna€ao seguinte, quando renascem em n6s.
"Assim", diz H. P. 8., "se eu vos mihistrasse maus ensinamentos ou
vos incitasse a praticar a€6es delituosas, e continufsseis a pratic6-las mesmo
depois da minha morte, sobre mim teria que recair o Karma, porque minha
seria a culpa. Calvino, por exemplo, atraiu sobre si as conseqiiencias de
seus ensinamentos err6neos, embora os desse com boas intenc6es. 0 pior
que **** faz € deter a marcha da verdade. Ate mesmo Buddha cometeu
erros, quando ensinou certas doutrinas a pessoas que nao estavam prepara-
das para compreende-las; e isto gerou Nidanas."

OS CORPOS SUTIS

Quando urn homem visita outro em seu corpo astral, € o Linga Sharira
que se transporta; mas tal coisa n5o pode ocorrer se a distancia € muito
grande.
Quando urn homem Pc#f4 muito intensamente em outro que se encon-
tra em lugar distante, pode a6 vezes aparecer a este. Neste caso € o Mayavi-

219
Rdpa que aparece, formado de modo inconsciente por Kriyashakti. E o
primeiro ignora que apareceu; porque s6 os Adeptos 14 podem projetar com
plena consciencia o seu Mayavi-Rtipa. Duas pessoas nao podem simultanea-
mente perceber sua reciproca presen€a, a menos que uma delas seja Adepto.
Os D`ugpas e os feiticeiros costumam valer-se do Mayavi-REpa. Os Dugpas
atuam sobre o Linga Sharira de outras pessoas.
0 Linga Sharira no baco € a perfeita representacao do homem, sendo
born ou man conforme a natureza deste. 0 corpo astral € a imagem subje-
tiva do homem tal como ele devera ser; o primeiro germe na matriz, o
modelo do corpo fisico em que a crian€a se forma e se desenvolve.
0 Linga Sharira pode ser ferido por urn instrumento cortante, e
recuaria diante de uma espada ou uma baioneta, apesar de facilmente passar
atrav€s de uma mesa ou qualquer outro m6vel.
Entretanto, ao Mayavi-Rtipa ou forma-pensamento nada hf que possa
vulnerar, porque 6 .puramente subjetivo. Quando se esgrime uma espada
contra urn espectro, o que fere € mesmo a espada, e nao o seu Linga Sharira
ou duplo astral. Unicamente os instrumentos agudos podem penetrar na
mat€ria astral, a semelhan€a do que acontece com a 6gua, dentro da qual
seremos molestados por urn corte, mas nao por uma pancada.
Nao € conveniente tentarmos a proje€5o do corpo astral; mas podemos
exercitar a do Mayavi-Rfipa por Kriyashakti.

0 FOGO
0 Fogo n5o € urn elemento: 6 uma coisa divina. A chama fisica € o
veiculo objetivo do Espirito mais elevado. Os Elementais do Fogo sao os
de maior categoria. Tudo neste mundo tern sua aura e seu espirito. A chama
que acendemos em uma vela nada tern a vcr com a vela em si mesma.
A aura de urn objeto entra em contato com a parte inferior do outro.
0 granito n5o se queima porque sua aura € de fogo. Os Elementais do
Fogo carecem de consciencia neste plano, porque sao demais elevados e
refletem a divindade de sua pr6pria origem, e os outros Elementais tern
consciencia ffsica porque refletem a natureza humana. Ha muita diferen€a
entre o reino mineral e o reino vegetal. A torcida de uma candeia, por
exemplo, € negativa, mas o fogo, com o azeite por agente, a transmuta em

€::£j;;a6oFOE:ere::roegs:L€£spuabr,I:tit;nafej;orD[qv:nE:::;oajL:v::soq.ufs::.t¥:::
universal se manifesta, sob outras condic6es, como fgua, ar e terra. Em
nosso Universo visivel € o Fogo o rfuico elemento que corresponde ao
Kriyashakti de todas as formas de vida. Ele da a luz, o calor, a vida e a
morte, etc. I o pr6prio sangue. Em todas as suas diversas manifestac6es, €
o Fogo essencialmente uno.

(14) [H. P. 8. quer dizer Iniciados; empregava geralmente a palavra Adeptos


para significar todos os graus de Iniciaeao. E tamb€m, como se ve acima, usava a ex-
press5o Mayavi R&pa em mais de urn sentido. -Nota.do Editor na ed. de 1887.]

220
0 Fogo € a sintese dos "sete Cosmocratas".
Evidencia-se no A#/Zgo Tcfj4ovc";a a importancia atribuida ao Fogo. A
Coluna de Fogo, a Sarca Ardente, a Face Resplandecente de Mois€s -
sempre o Fogo. 0 Fogo € de natureza semelhante ao espelho, e reflete os
raios da primeira ordem de manifestae6es subjetivas, raios que se sup6e
projetados sobre a tela dos primeiros lineamentos do universo criado; em
seu aspecto inferior, s5o estes criac6es do Fogo.
0 Fogo, no mais grosseiro aspecto de sua esseLcia, € a primeira forma,
e reflete as formas inferiores dos primeiros seres subjetivos do universo.
Os Elementais do Fogo s5o os primeiros pensamentos divinos ca6ticos. Na
terra, tomam estes a forma de salamandras (ou elementais inferiores do
Fogo), que revoluteiam nas chamas. No ar existem .milh6es de seres vivos
e conscientes, que se apoderam dos pensamentos que emitimos.
Os Elementais do Fogo estao relacionados com o sentido da vista, e
absorvem os Elementais de todos os demais sentidos. Podemos, assim, por
meio da vista, ter a consciencia do tato, do ouvido, do gosto, etc., pois que
todos est5o compreendidos e sintetizados no da vista.

INDICACOES SOBRE 0 FUTURO


Com o tempo haver6 cada vez mais €ter no ar; e quando o €ter encher
o ar, entao as criaturas nascerao sem necessidade de pais. Hf na Virginia
uma variedade especial que, sem dar flores, produz frutos desprovidos de
sementes. Semelhante forma de geracao no futuro se estender£, gradual-
mnte, primeiro aos animais e depois a esp€cie humana. As mulheres terao
fimos sem pr€via fecunda€ao, e na S€tima Ronda aparecerao homens capazes
de reproduzir-se por si s6s. Na S€tima Raga da Quarta Ronda, os seres
humanos mudarao de pele todos os anos, e renovarao as unhas das maos
e dos p€s. As pessoas se tornarao mais psfquicas, e mais tarde espirituais.
Por ultimo, na S€tima Ronda nascerao Buddhas sem pecado. A Quarta
Ronda € a mais longa do Kali Yuga, vindo depois a Quinta e a Sexta; a
Setima sera muito ourta.

OS EcOS
Para ilustrar as relac5es entre o Ego Superior e o Ego Inferior, e
explicar o Dev'achan e a "Morte da Alma", foi tracada a seguinte figura:

Buddhi
Manas Inferior A Manas Superior

Quando se separam os Principios depois da morte, o Ego Superior


pode-se dizer que entra no Devachan em virtude das experiencias do Ego
Inferior. Em seu pr6prio plano o Ego Superior € o Kumara.

221
0 Quatemario Inferior se dissolve; o corpo fisico entra em decompo-
sicao; o Linga Sharira se desvanece.
Ao reencarnar, o Egg Superior emite urn Raio, que € o Ego Inferior.
Suas energias se distribuem para ci'ma e para baixo. As tendencias
ascensionals se convert?in em experiencias Devachanicas, e as descensionais
sao Kamicas. 0 Manas Superior estf para Buddhi assim como o Manas
Inferior estf para o Superior.
A questao da responsabilidade pode ser esclarecida por meio de urn
exemplo. Se tomfssemos a forma de Jack, o Estripador, terfamos que expiar
os crimes por ele cometidos, uma vez que seriamos alcancados pela lei que
manda punir o assassino. Seriamos entao a vitima expiat6ria. Na mesma
ordem de id€ias, o Ego Superior € o Christos, a vitima sacrifical do Manas
Inferior. Assume o Ego a responsabilidade de todos os corpos em que en-
carna. Se pedirmos dinheiro a algu€m para emprestar a outro, e este tiltimo
depois fugir, cumprir-nos-a arcar com o Onus do pagamento.
A Missao do Ego Superior € projetar urn Raio que ira ser a alma da
crianca.
Assim, o Ego encarna em milhares de corpos, e toma a si os pecados
e as responsabilidades de cada corpo. Cada vez que reencarna emite urn
novo Raio, que, no entanto, € sempre e essencialmente o mesmo em todos
os homens. Os resfduos da encarnac5o se desintegram, e a parte boa vai
para o Devachan.
A Chama € eterna. A Chama do Ego Superior ilumina o Inferior, e
este os demais veiculos em ordem sucessiva e descendente.
E, nao obstante, o Manas Inferior sera aquilo que de si mesmo fizer.
Poderf proceder de modo diferente sob condic6es identicas, porque 6 dotado
de raz5o e autoconsciencia, ou seja, possui a faculdade de discemir entre o
bern e o mal, entre o justo e o injusto. Pertencem-lhe todos os atributos
da Alma Divina, na, qual o Raio € o Manas Superior, o sinal da responsa-
bilidade sobre a Terra.
Uma parcela da essencia € tamb€m essencia; mas, enquanto estiver,
por,assim dizer, separada de si mesma, pode macular-se e contaminar-se. 0
Raio pode manifestar-se na Terra pela projecao de seu Mayavi-Rfipa; mas
nao assim o Manas Superior, que deve, por isso, emitir urn Raio. Podemos
comparar o Ego Superior ao Sol, e os Manas pessoais aos seus Raios. Se
abstrairmos da luz e do ar que nos circunda, poderemos dizer que o Raio
retorna ao Sol. Assim acontece com o Manas Inferior e o Quatemfrio
Inferior.
0 Ego Superior somente pode manifestar-se par seus atributos.
Nos casos de morte repentina, hf como que uma interrupc5o do Raio,
e nao se desvanece o Manas Inferior nem o Kama-Rtipa; mas a €ntidade
n5o +pode permanecer no Kama-Loka nem ir para o Devachan. Seu destino
e reencarnar imediatamente, passando entao a ser uma alma animal ov¢z.f

222
a inteligencia do Raio separado. A manifesta€ao desta inteligencia no pr6-
ximo nascimento dependerf inteiramente da conforma€ao ffsica do c€rebro
e da educac5o.
Semelhante alma pode voltar a unir-se ao seu Ego Superior na encar-
nac5o seguinte, se o ambiente em que viver lhe proporcionar possibilidade
de aspirar a essa uniao (o que corresponde a "gra€a" dos cristaos). Se tal
nao acontecer, passarf por mais duas ou tres encarna€6es, durante as quais o
Raio ira progressivamente enfraquecendo, e a personalidade nascerf como urn
idiota congenito, para depois, e finalmente, dissipar-se em formas inferiores.
Ha grandes e profundos mist€rios relacionados com o Manas Inferior.
Alguns homens de alto nivel intelectual estao, de certo modo, em
situac5o identica a dos homens comuns, porque ten o Ego Superior para-
lisado, o que significa haver-se atrofiado sua natureza espiritual.
0 Manas pode transfundir sua essencia em varios vefculos, como, por
exemplo, no Mayavi-Rtipa, e ate em Elementais que possa animal, confor-
me ensinavam os Rosa-cruzes.
As pessoas que demonstram muita afeicao para com os animais do-
m€sticos estimulam e apressam a evolucao destes; mas, em compensa€ao,
absorvem a vitalidade e o magnetismo dos animais. I, pois, contra a Na-
tureza, e ate mesmo nocivo, acelerar assim a evoluc5o animal.

A EVOLUCAO MONADICA

0s Kumaras n5o dirigem a evolucao dos Pitris Lunares. Para com-


preende-la recorreremos a analogia com o sangue.
Podemos comparar o sangue ao principio universal da Vida, e os g16-
bulos as m6nadas. Assim como ha diferentes esp€cies de g16bulos, tamb6m
ha diversas classes de m6nadas e vfrios reinos naturais; nao porque a
essencia monfdica seja diferente, mas por causa do meio ambiente de cada
grupo e de cada reino. 0 Chhaya € a semente que permanece, e Weissmann
muito se aproxima da verdade com sua teoria do germe hereditfrio.
Perguntaram .a H. P. 8. se havia urn Ego para animar cada semente
Chhaya permanente durante toda uma s€rie de encarnac6es. "Nao; sao o
C€u e a Terra que se beijam" - foi a resposta.
As almas animais estao em formas e conchas temporirias, nas quais
adquirem experiencia e preparam inateriais para uma evolucao superior.
Ate os sete anos de vida, o germe astral atavico forma e modela o
corpo; depois dessa idade € o corpo fisico que influi no astral.
Os corpos astral e mental reagem mutuamente urn sobre o outro.
Dizem os UP¢#z.fb4Jf que os Deuses se alimentam dos homens. Signi-
fica que o Ego Superior adquire suas experiencias terrenas por interm€dio
do Ego Inferior.

223
0 CORPO ASTRAL

0 corpo astral pode sair do corpo fisico e ficar vagando ao seu fedor,
sem que a pessoa disso tenha consciencia.
0 Chhaya € da mesma natureza do corpo astral. Seu germe cu essen-
cia vital estf no ba€o.
``0 Chhaya estf enrodilhado no baco." Dele se forma o corpo astral,

que no `princfpio € uma ondulante n€voa giratdria, como o fumo, que vai
tomando forma pouco a pouco, a medida que cresce. Mas n5o se projeta
do corpo fisico, atomo por ftomo, pois sua forma intermolecular € o Kama-
-Rdpa. Ap6s a morte, todas as c€lulas e mol€culas desprendem a sua essen-
cia, com a qual se forma o astral do Kama-Rtipa (o que nunca pode acon-
tecer durante a vida).
Para se fazer visivel, o Chhaya atrai e toma da atmosfera ambiente os
atomos, pois o Linga Sharira n5o se poderia formar #o c/¢c#o. As manifes-
tag6es do corpo astral explicam os contos frabes e orientais a respeito de
djins, genios encerrados em frascos, etc.
Nos fen6menos espiritas, a semelhanca com pessoas falecidas € qua.se
sempre efeito da imagina€5o. As vestes dos fantasmas sao formadas pelos
ftomos vivos do medium: nao s5o vestes reais, e nada ten de comum com a
roupa do medium. "Toda a roupa de qualquer materializacao € emprestada''.
0 corpo astral entret€m a vida; funciona como a esponja ou o reci-
piente da vida tomada do ambiente natural, e serve de intermediario entre
as vidas Pranica e ffsica.
A vida nao pode passar abruptamente do subjetivo para o objetivo: a
Natureza nunca procede por saltos. Por isso, € o Linga Sharira o interme-
diario entre Prana e o corpo ffsico, para a absorc5o da vida.
Desse modo, € o baco urn 6rgao sumamente delicado; mas o ba€o ffsico
€ apenas o envolt6rio do verdadeiro baco.
A Vida € realmente a Divindade, Parabrahman. Para manifestar-se,
por6m, no plano fisico, deve ser assimilada; e, como o coxpo fisico € dema-
siado grosseiro para isso, hf necessidade de urn agente intermedio - o
corpo astral.
A mat€ria astral nao € molecular, nem homogena; e a luz Astral nao
€ sen5o a sombra da verdadeira Luz Divina.
A inteligencia daquelas entidades (Kama-Rtipicas ) que se acham aqu€m
do plano Devachanico, no Kama-Loka, € semelhante a dos simios. Nao h£,
mos quatro reinos inferiores, entidades inteligentes que possam comunicar-se
com os homens; mas os Elementais sao dotados de instinto, como os ani-
mals. Todavia, com os silfos (que sao as criaturas mais travessas do mundo)
€ possivel a comunicacao, em circunstancias propfcias, se se souber atraf-los.
Os fantas`mas ( entidades Kama-Rtipicas ) s6 sao
:£Pda::Sp::soda:: ::::ar;
mafao do que estf diante deles. Chegam a vcr, na aura
de cuja presen€a estao elas muito longe de suspeita

224
t5o::fez:i:&Sza:::,f£::rdd°asra:amTuei::aesfa°dei::£oq:€:.Ssef°TeKmamaa;I:#sauq:e'vfs:
lumbre de consciencia, e muito sofrem por isso; contudo, hf alguns que
est5o adormecidos e sao inconscientes, nao sabendo por que ficaram retidos.
No caso daqueles que ten urn periodo Devachanico muito curto, a
maior parte da consciencia permanece no Kama-Loka ate muito depois do
tempo normal, que € de cento e cinqfienta anos, a espera da pr6xima reen-
carnacao do espirito. Convertem-se em ``Moradores do Umbral", e lutam
contra o novo astral.
0 ponto culminante de Kama € o instinto sexual. Os idiotas, por
exemplo, possuem desejos dessa esp6cie, e tamb€m apetites excessivos para
comer, etc.; e nada mais.
0 Devachan representa urn estado num piano de consciencia espiri-
tual. Kama-Loka € urn lugar de consciencia fisica, a sombra do mundo
animal e dos sentimentos instintivos. Quando a conscienc.ia se ocupa de
coisas espirituais, transporta-se a urn plano espiritual.
Se os nossos pensamentos estao circunscritos a natureza fisica, a cons-
ciencia ent5o permanece no plano material.
Mas se os pensamentos convergem para coisas passionais e apetites
materiais, comer, beber, etc., ai a consciencia atua no plano do Kama-Loka,
que € o dos instintos de natureza puramente animal.

NAO HA RELIGIA0 SUPERIOR A VERDADE

225
NOTAS ADICIONAIS

A Dr. Annie Besant tinha somente os dltimos manuscritos de H.


que foram muito alterados pela pr6pria autora, conforme se pode ve
comparacao com os de 1886.
Como ficou assinalado em ``Como foi escrita A DOUTRINA SEC
TA" (vol, I), estes manuscritos de 1886 foram "descobertos" pelo
Jinarasadasa em 1921. Neles a ``lacuna" estf assim preenchida:
"Na obra secreta acerca dos Mist€fios e do ritual da Iniciacao,
se exp6em muitos pontos fridos, mas corretos, no tocante as posturas
mentais e provas a que era submetido o candidato, ha ilustrac6es que r
tram os seguintes pormenores: (¢) 0 Ne6fito, representando o Sol
Sahasha-Kirana, ``o de nil raios", aparece ajoelhado diante do Hierofa
Este tiltimo corta jcfc /r¢#f4f do longo cabelo do Ne6fito I. Na gra`
seguinte, (b) a resplendente coroa de-raios dourados € retirada
tuida por uma coroa de agudos espinhos, que simboliza aquel
Tudo isso era encenado na India, e tamb€m nas regi6es trans-him
"Para chegar a ser urn `Perfeito', tinha o Sakrigamin (litera
que deseja
`mundo nascer depois,
infernal'; de novo') que,ent5o,
e s6 entre podia
outras aspirar
provas, adescer ao
ser urn
(`o que jf nao precisa renascer'). Ao Ihiciado completo cabia a
entrar neste (segundo) Caminho, aparecendo volufitariamente no mu
terreno .sob forma humana, ou ir primeiro repousar no M##Jo Jof Dc¢
( o Devachan dos Iniciados), para somente depois renascer na Terra. Ass
o pr6ximo estfgio ( c) apresenta o candidato preparando-se para essa jornz
"Toda a esp€cie de tentac5es (nao mos assiste o direito de enu
r£-las nem de nos estendermos sobre este ponto) era anteposta ao

(1) Veja-se em J&;ZCJ, XVI, 7 e 17, em que Sansao personificagao igualm


simb6lica do Sol (como H€rcules), fala de "sete -cordas de vine verdes-" e ao
que, sendo cortado, o privaria de toda a sun force, etc.
(2) Desnecess6rio exphcar que Sanjna, co#fcg.€#cG.a espiritual pure, € a perce|
interna do ne6fito (ou chala) e do Iniciado; o seu crestamento pelos raios abrasad
do Sol simboliza as paix6es terrenas. Dai as sete trancas simb6licas dos sete Pec€
cardeais. Quanto as sete viftudes cardeais, que o Sakridaganin (o que se candidal
"novo nascimento") deve adquirir, s6 as pode ele obter depois de passar pelas I
duras provas c sofrimentos.

226
desfgnio. Se safsse vitorioso, mais uma Inicia€5o lhe era proporcionada;
mas, se ele falhasse, era entao 4dz.¢J¢, e a.t€ muitas vezes definitivamente
cancelada. Os ritos duravam fc/e dias. Nos tres primeiros, conforme`jf
dissemos, era o candidato posto a prova e examinada sua proficiencia no
aprendizado oculto. No quarto dia, (d) era amarrado e estendido a todo
o comprimento, e com os bracos estirados, sobre uma prancha de ov¢Jcz.74,
sinbolo da purificapao; cumpria expungir-lhe as impurezas, como se faz
com uma tabua que se aplaina debastando-lhe as asperezas` Depois, era
deixado sozinho em uma cripta, na mais profunda escuridao, durante dois
dias e duas noites. . ."

0 Sagrado C&none dos Tibetanos ..., pig. 50.

0 Sagrado Canone estf enfeixado em duas obras: o K¢#j¢/ e o r4#/z#.


0 K4#/#r, o grande c6digo ("0 Mandamento Traduzido'', do sanscrito),
€ o canon do qual o Prajna-Paramita forma a parte principal da terceira
divis5o. 0 T¢#/.#r € o comentario sobre o K¢#j#r, que se comp6e de 108
volumes de cerca de 1.000 paginas cada urn, compreendendo 1.083 pala-
vras distintas. Muitas ortografias s5o atribur'das a esses dois nomes: a
K4#/»r, Bhah-hgyur, Kah-gyur, Kah-gyur, Kang-gyur; a T¢#j¢r, Bstan-gyur,
Tan-gyur, etc.

Al>bijnas (as cinco faculdades anormais e sobrenaturais), pti8. 61.

S5o: 1. Tomar qualquer forma, a vontade; 2. Ouvir de qualquer dis-


tancia; 3. Vcr a qualquer distancia; 4. Penetrar nos pensamentos dos
homens; 5. Conhecer-lhes o estado e os antecedentes.

Prajnd Pdrdmitd, pig. 62.

0 Pr4j»G P4r4aec.j4 consiste em discursos que Nagarjuna 'atribuiu ao


Buddha Shakyamuni, embora outra versao os atribua a Maha-Kashyapa,
disofpulo de Buddha.
" seis Paramitas, ou virtudes ilimitadas: 1.. Prajna, a doutrina que
nao faz disting5o entre Sangsara e Nirvana - porque o Absoluto € a fonte
e a base dos fen6menos; 2. Dana, Caridade Ilimitada; 3. Shila, Morali-
dade Ilimitada; 4. Kshfroti, Paciencia Ilimitada; 5. Virya, Atividade Ili-
mitada; 6. Dhyina, Meditacao Ilimitada. Veja-se tamb€m A Voz do S¢.J€#cZo.

0 pail fabuloso, Sambbala [Sbamballah, Sbamballa], p&8. 66.


``Este pats fica no deserto de Gobi. S.eus lindes foram parcialmente
descobertos por uma expedicao americana. Mas nao creio que seja encon-
trada a Ilha Brai`ica, com seu grande _templo de mfrmore branco, onde
residem `Os Quatro'. E ai que se realiza em cada sete anos a grande
assembl6ia, de que fala H. P. 8. em fs;I jeee V6%, e a qual eu tive opor-

227
tunidade de assistir." E o que escreve a Dra. Annie Besant em T4c T4co-
fopbc.J;, novembro de 1929, pfg. 151.
Tbc EJ;ov4z#gb Rcz;z.caD, outubro de 1890, cita uma obra tibetana titu-
lada 4 G#z.Jc /or fbc Jo#r#c/ /o Jb4ov4¢//4, onde se descreve Shamballa
como "uma cidade perfeita que se sup6e existir nas fronteiras da Mon-
96lia", e se diz que "todos os peregrinos mong6is, quando visitam Lha-Sa,
oram as grandes Divindades e aos santos vivos do lugar para que lhes
permitam, na pr6xima encarnacao, nascerem mos bosques sagrados de
Shamballa".
Escreve Schlaginweit em B#JJbz.Jew z.# Tz.4cZ (pfg. 32): "Csoma [de
Koros], depois de cuidadosas pesquisas, situa esta regiao de Shamballa
(Tib. Dejoung) al€m do Sir Dariaw (rio Yaxartes), entre 45° e 50° N.
F. L. Woodward, em T4c Tbcofopb;f; de junho de 1923, pag. 328, observa
a esse respeito que o centr6 exato do deserto de Gobi ou Shamo, ainda
em branco em nossos mapas, fica a 110° E e 450 N. Acrescenta que, de
acordo com os P#r¢#¢J, urn mar de vinho cerca a ilha de Shamballa, all
onde, no c€u dos 33 deuses, existe o bosque de Shalmali (sansc.) ou Sin-

::i(oP:[j±i]±¥°dace:targ°£a:efstuom€,[adg:phgdeurmdep€ircfjg°£;gaaskass6a,S:ep:doentfarf]g
`passaro dourado'."

V.eja:se. tarnp€ap _Tpe National Geograpbical Magazine (Am€r.ica) do


mss de junho de 1933, em que Roy Chapman Andrews descreve suas
"Explorations in the Gobi Desert", uma planfcie de cascalho, e nao de
areia (salvo em alguns lugares). 0 autor confirma a antiguidade de gigan-
tescas formas de vida, ha uns 95 milh6es de anos ali existentes, e descobriu
rufnas que indicam vetustas civilizac6es de 20.000 anos atrfs, quando mi-
lh6es de "pessoas misteriosas" percorriam o deserto, aonde hoje vao ape-
nas alguns milhares de mong6is n6mades.

Lamas, Iidmaismo, Bbns, pag. 74.


Houve duas correntes de contribuic5o para o Lamal'smo tibetano pr€-
primitivo: 1. 0 86n tibetano, geralmente descrito como animista, religiao
de danca diab6lica ou xamanismo; 2. o Mahayana indiano e Budismo-Tan-
tra. Admite-se que o fundador do Lamaismo propriamente dito foi Pad-
rna-Sambhava, membro da escola popular Yogacharya TantricJ no grande
col6gio budista `de Nalanda, e famoso por seus conhecimentos de Ciencia
Oculta. Convidado para o Tibete em 747, inaugurou ele a seita Kah-dam-pa
-"os que seguem as ordens (mandamentos)". Explicou o B¢rdo T4odo/,
sendo assim o Grande Guru para todos os fi€is do B¢rJo, a doutrina magna
da liberta€ao pela vista e pela audicao. Surgiu depois, dentro da mesma
linha religiosa, outro grande reformador, Atisha, pertencente a familia real
de Gaur, Bengala, e professor do Mosteiro Vlcramasila, em Magadha. Atisha
visitou o Tibete em 1038, e deu infcio ao Lamai'smo Reformado, na seita
Kah-dam-pa. Em 1407 Tsong-kha-pa introduziu uma tendencia menos asc€-
tica e muito mats ritualista, sob o none de Ge-lug-pa, ``0 Virtuoso Estilo".

228
Este ramo misto € conhecido como a Escola Reformada, e predomina na
hierarquia religiosa do Tibete desde 1640; e a Igreja Oficial do Lamafsmo,
embora hoje sg apresente algo desvirtuada.
A outra grande corrente se desenvolveu, na segunda metade do sedo
XI, a margem dos ensinamentos de Atisha, com as modificac6es acrescen-
tadas por Marpa e seu discipulo Milarespa (Milarepa), o santo mais vene-
rado do Tibete. E conhecida como a seita de Kar-gyut-pa ("o seguidor das
ordens sucessivas"), e figura entre as Igrejas semi-reformadas; as outras,
que adotaram linha aut6noma, sao: Kar-rna-pa, Dipunka, Talunpa, Dukpa
(Dugpa) Superior, Dugkpa do Centro e do Sudeste, e Dukpa Inferior (com
o significado de "voz alta", sendo considerado o trovao como o rugido do
drag5o). Ainda outra seita semi-reformada era a Sa-kya-pa, que floresceu 1£
pelo ano de 1427, fora da grande corrente do primitivo Lamaismo, tendo-se
ramificado na Nor-pa e em urn grupo que se ampliou sob a influencia de
Taranatha (nascido em 1573 ), e que € geralmente conhecido como a seita
Jonan-pa.
A outra linha do Lamafsmo primitivo passou a chamar-se, em 1062,
Ninmapa, "a velha Escola",. a secao que nao foi .reformada, mas fortemente
colorida com o 86n, ou praticas pr€-budistas. Esta € que € a verdadeira
seita lamaica dos ``Gorros Vermelhos", e naQ a dos Dug-pas. Paralelamente
a ela surgiram, a partir de 1450, mais seis grupos, sendo todos eles classi-
ficados como da Velha Escola, Nao-Reformada, Nin-rna-pa.
Os 86n-pas sao chamados "Gorros-negros"; os seguidores de Tson-kha-
•pa, ``Gorros-amarelos"; e os mais antigos partidfrios de Atisha usam "Cha-
p€us-vermelhos". (Veja-se L¢ee4z.Jew, de L. A. Waddell, e as obras de W. Y.
Evans Wentz; etc.).

T6bttas da Lttz, p5gs. ;22, 172.


Conv€m deixar claro que n5o hf urn comprimento de onda (ou uma
freqtiencia) simples e definido para determinada cor, mas h5 uma s€rie de
ondas que formam unia faix; de cores. 0 que apresentamos em seguida s5o
os ndmeros aproximados dos comprimentos de ondas e freqti€ncias das cores
(luz visivel). Foram extraidos de Pbyfz.c¢J ¢#J C4c%z.c¢/ Co#f;4#Jf, de G.
W. C. Kaye e T. H. Laby.
Admite-se geralmente que a luz 47!.i;4Jc/ se estende desde cerca de
375 X 10t2 vibrac6es por segundo ate 750 X 10t2 vibra€6es por segundo.
E o que constitui #or¢ oitava. Os intervalos variam com os individuos, e hf
quem nfo faca distinc5o entre o azul e o anil, sendo poucos os que podem
discernir a faixa de uma "sombra" diferente entre o azul e o violeta.
Os algarismos abaixo combinam mais ou menos com a tabua da pig,
143; mas a tfoua ``corrigida" da pfg. 192 parece arbitrdria. A E#c;.c/op€Jz.4
Br;;4#z.c¢ da somente valores aproximados. Falamos, em termos cientificos,
de uma Jc.#b¢ definida, como, por exemplo, a linha D no espectro do s6diD``

229
FREQUENCIAS MODERNAS
(Velocidede / comprimento de onda)

Vibrac6es per segundo


Ultravioleta 833,3 X 1012 759 (trilh6es) 714
Aflil ' 682 X 1012668? " 672
Fin do violeta 659,3 X 1012 654? "
" " azul 609,8 X 1012631 "
" " verde 545,4 X 1012 586 "
" " inarelo 510,2 X 1012 544 "
" " laranja 463,7 X 1012 514 "

Infravermelho 389,6 X 1012 465 "

Para a vista de algumas pessoas o infravermelho pode ir urn pouco


al€m. Urn trilhao e igua|`a 1012.
Ac;%¢ da luz visivel temos algumas vintenas de oitavas de ondas me-
nores que' as do violeta. Estas se dividem em raios ultravioletas, raios-X
e raios c6smicos.
4G¢¢.#o do vermelho visfvel h£ 30 oitavas: .primeiro, o calor; depois, as
ondas hertzianas que sao usadas no tel€grafo sem fio. (Veja-se a tabua em
Lg.gbf,. de Saunder.)
Todas as indica€6es das paginas 192 a 194 sao incorretas do ponto
de vista cientifico. 0 autor, por exemplo, nao admite mais que uma oitava
e meia abaixo do vermelho, o que em termos gerais pafece arbitrario.
0 Qttarto Sentido -a Mdsica, p68. L93.
Aqui o autor (H. C.) passa a outra s€rie, nao advertindo em que a
luz e uma vibracao eletromagrfetica no espaco, ao passo que o som € urn
movimento da materia, do ar, etc. Sz.r James Jeans, em Sc¢.c#cc 4#J M%J;.c,
df uma tfoua das notas da escala musical, tais como se usam hoje. 0 ntimero
de vibrac5es de determinada nota depende do tom escolhido e adotado com(i

::i:::.eEmst:uvearjacc,ofoourmoecosacpfa:saesd:8s£:aT:sdoAp::g:a,te:::reasdft:d::
512 vibrac6es por segundo. Neste caso a escala vein a ser:
C' D E F G A 8 C
256 287 323 342 384,431483. 512
Razao - aproximadamente:
24 27 ` 30 32 36 40 45 48

De sorte que esta cera a ra2ao de H. C.; mas ele multiplica esta s'erie
por 2, obtendo:
C' D E F G A 8 C"
48 54 60 64 72 80 90 96
E depois multiplicada por 7:
336 378 420 448 504 560 630 672

230
0 tom real desta oitava seria o que comeeasse entre E e F em nosso
piano, isto 6, o D6, que € igual a 1/4 do tom entre E e F. Mas semelhante
escala nao coincide com nenhuma escala de notas usada neste pals. Parece
n5o haver qualquer razao valida para - em vez de outra - ser adotada cff¢
escala como a iinica que corresponda especialmente a mtisica ou ao ouvido
ffsico.
As presentes observac6es pertencem a Miss Elizabeth Preston, M. S.,
que € de opiniao seja omitida toda a nota de H. C. Parece-lhe ainda que a
tabua da pag. 162 carece de significa€ao especial, e n5o indica de modo claro
os limites em que e aplicavel, contendo, quando muito, ntimeros aproximados.
H. P. 8., no Diagrama Ill deste volume, associa a D6 ou Sa ao ver-
melho e aos instintos e paix6es animais, declarando que € a "t6nii`a do ho-
mem fisico''. Se com isso €la quer significar associa€ao a tonalidade definida
``C", € discutivel; pois o Do' e o S¢ sao variaveis em uma extensa area. I
digno de nota o admiravel grau de aproximacao com que A DOUTRINA
SECRETA apresenta a correla¢ao matematica dos tons. A ligeira diferenca
(apenas 1 1/4 de tom) ou €,1.°, porque H. P. 8. possivelmente nao pre.
tendia atribuir ``C" ao Do' ou J4, como dito acima, ou, 2.°, porque talvez
o espectro esteja mesmo em evolucao, devendo ainda as cores e os tons
atingir os seus lugares exatos, uns em rela€5o aos outros. (Nota de Mrs.
Adeltha Peterson. )

231
TONS DAS CORES
(Trilh5es de vibrac6es por centimetro e por segundo)

Fo.;pdaerLa,;silt:i::¥RSscocO5Ztuba£See]£eeoTtzfit:edy: A DoUTRINA SECRETA :a%roes[;i;:osoTt:a:vea:,:tt;;:p:C:°:riai:asdu%]'£;

Vermelho ( quase invisfvel )passandopeloEscarlate (Vermelho qua§e invisfvel)B#=E399=422(Carmesim)


Sa ou D6 = Vermeiho(C?)411aprox.
399
E = 447 (Escarlatc )

Juncao Vermelho-Laranja 483 3Ri ou Re = Laranja(brilhante) F = 472 (Laranja brilhante\

(D?) 460 aprox.


Laranja 483-506 F# G' = 503 (Amarelo-laranja)

Amarelo 506-520 Ga ou Mi = Amarelo(E?)518aprox.

Verde-ouro, passando pelo Verde 520-584 G = 532 (Verde-ouro)


Ma ou Fd = Verde(F?)549aprox.
C;# A! = 5®6 rve:ndi)

Verde-azul 584-600
A q= 600 (Azul claro)
Azul claro a Azul 600-647 Pa ou Sol = Azul claro(G?)618aprox.
AI# Tfb = €b6 (ArdurH)
Anil ultramarino 647-680
Dha ou Li = Anil 8 = 674 (Anil)
Juncao Azul-Violeta 680 (A?) 660-694 aprox.

Violeta 680a C = 357 (Infravermelho) (tambem 714


ou Anil-violeta)
- Fin da visibilidade 760?
8 Ni ou Si = Violeta C# D4 = 378 (Infra-vermelho) `756
(8? ) ( 731 aprox. a 770 ) Violeta-cereja (pr6ximo de Ul-
travioleta)

denta(i3\Dh?ra:i::graab£:raA":°Rua:aR):NDAad::Ca:ESTifba:feerf£{.aF¥:nptreespu°:Set.::]'qcu°emes6t:SeR::8roauz6£Sscgieast:St£°T:dfcaadE:C3`eaoMb:I:°£a¥a£;
raz6es exatas, o Laranja sera de matiz escarlate ou brilhante, e o Violeta terf uma tonalidade r6sea, com tendencia para o UltravicL
leta invisivel. A escala temperada muda ligeiramente a maioria dos tons, fazendo passar o Anil para o Violeta e voltar o Violeta
vl,lI,lll`lI,`l.I
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