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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

FACULDADE DE HISTÓRIA

Discentes:

Filipe Franco de Mattos

Letícia Martins Lima

Luciana Duarte de Oliveira

Sellem Mimiamy da Paixão

Análise documental referente a obra de Santo Tomás de Aquino:

De magistro: ​Sobre o mestre

(Questões Discutidas sobre a verdade XI)

GOIÂNIA-GO

2019
1. Crítica externa:

Tomás de Aquino nasceu na Itália no ano de 1225 e faleceu em 1274 aos 49


anos de idade. Ele foi um frei católico, filósofo e teólogo da Ordem Dominicana.
Consagrado santo, ou seja, canonizado pelo Papa XXII no ano de 1323. Sendo
reconhecido por ter participado da escolástica – linha filosófica da Idade Média com
fundamentos cristãos – e também por acolher os pensamentos de Aristóteles de
forma que harmonizasse a filosofia aristotélica com as ordens cristãs.

O tomismo, isto é, a doutrina de Tomás de Aquino, apresenta relações entre


razão e fé, ciência e teologia e isso formulou o pensamento filosófico cristão,
beneficiando a razão e a vontade humana. Suas principais obras são: Suma
Teológica; O Ente e a Essência; Verdade e Conhecimento; Suma Contra os Gentios;
entre outras.

O documento estudado para esta análise é o ​“De magistro ​– Sobre o mestre


(Questões Discutidas sobre a Verdade, XI)”, um tratado escrito em latim, entre 1256
e 1259, no período da Baixa Idade Média.

2. Problematizações

​As questões aqui levantadas são as de como relacionar a filosofia cristã


desenvolvido por Tomás de Aquino e o ensino. Analizaremos essa essa relação a
partir de 4 questão-problemas:

1-Como e por quê a fé cristã está ligada ao ensino para Tomás de Aquino?

2-Qual a relação da Razão e Alma para Sócrates e Aristóteles e para Tomás de


Aquino?

3-A filosofia e o pensamento sobre o ensino para Tomás de Aquino tornou a filosofia
da Escolástica algo fundamental de todo o medievo, isto é, algo característico desse
período e que influenciou toda a Europa e subitamente todo o Ocidente. Assim, qual
a relação do De Magistro e a filosofia de Tomás de Aquino ​com as mudanças
estruturais e culturais características desse momento da Idade Média?

4-Como a filosofia sobre o ensino de Tomás de Aquino pode e é projetada no ensino


e no desenvolvimento do conhecimento atualmente?

3. Crítica Interna / Sintetização da pesquisa

Em sua obra ​De Magistro​, São Tomás de Aquino analisa a problemática do


ensino e de quem pode ensinar sob a ótica da Escolástica, escola filosófica da qual
é o principal representante ao lado de Santo Agostinho, que o antecedeu. A
Escolástica trouxe uma nova dimensão a teologia Cristã durante a Idade Média,
trazendo uma dimensão mais filosófica e racional junto a fé cristã, questão sobre a
qual discorreremos com maior profundidade depois.
Desta maneira, analisamos a partir do próprio texto de São Tomás de Aquino
e com suporte de historiografia sobre ​De Magistro a dimensão cristã das conclusões
feitas pelo filósofo medieval. Segundo Sávio Laet de Barros Campos em seu artigo ​A
educação segundo Tomás de Aquino​, o religioso, ao discorrer sobre o papel do
magistério caber ou não ao homem além do próprio Deus, conclui que o homem
pode sim ensinar, afinal ele possui a luz da razão, luz da razão esta que nos seria
conatural, um dom concedido por Deus. Assim, o ser humano teria condições de
exercer o magistério:

De fato, além de reconhecer que a luz natural da razão foi colocada no


homem por Deus, assevera também que tal luz nos fora concedida no ato
da criação. Desta feita, trata-se de uma luz conatural ao homem. Portanto,
não precisamos de uma nova iluminação divina para conhecermos as
verdades naturais. (CAMPOS, 2006, p.2)

É preciso ter em mente o contexto histórico no qual São Tomás de Aquino


está inserido. No período em que virara grande intelectual medieval, a Europa
entrava na Baixa Idade Média e os avanços do conhecimento se faziam notáveis
com o surgimento de Universidades e outras instituições que perduraram no mundo
moderno e contemporâneo, isto sem contar com o próprio começo da valorização
dos filósofos antigos no Ocidente a partir daquele momento. Contudo, esta produção
intelectual era feita, quase que exclusivamente, por membros da Igreja Católica.
Sendo assim, há grande influência da teologia católica romana cristã na filosofia
produzida à época. Como bem dirão Roberta Parpinelli e Terezinha Oliveira no artigo
Razão e subjetividade no pensamento de Tomás de Aquino: alguns desdobramentos
da contemporaneidade​:

Podemos perceber, dessa maneira, que a Igreja, com sua filosofia cristã,
desempenhou importante papel para a construção de uma sociedade mais
organizada e contribuiu, também, para a formação de um modo de ser
sociável, cujas bases se constituem em valores que prezam virtudes morais
e sociais que influenciam os indivíduos e a comunidade cristã como um
todo. (PARPINELLI/OLIVEIRA, 2008, p.68-69)

Indo mais a fundo na questão filosófica de São Tomás de Aquino, pudemos


analisar um dos principais pontos da filosofia aquinate no tratado do escolástico
sobre o magistério: a relação razão e subjetividade. O filósofo medieval promove a
conciliação entre Teologia e Filosofia, promovendo, assim, um meio-termo entre fé e
razão. Assim dirá Gustavo Araújo Batista no resumo de seu artigo ​O pensamento
educacional de Santo Tomás de Aquino como consequência de sua teologia e de
sua filosofia​:

Refletindo sobre as convergências e as divergências entre a razão e a fé,


ele considera que a Filosofia e a Teologia têm, portanto, semelhanças e
diferenças, uma vez que tomam, respectivamente, tais objetos como
matérias fundamentais de estudo. Ao estabelecer os campos comuns e
particulares da Filosofia e da Teologia, promove não só a conciliação entre
elas, mas, também, uma simbiose, já que tanto a razão quanto a fé
procedem da mesma fonte (Deus) e não podem contradizer-se. (BATISTA,
2010, p.82)

Diferente de seu antecessor na Escolástica Santo Agostinho que se inspirava


em Platão, São Tomás de Aquino bebe da fonte aristotélica em procurar um
meio-termo entre subjetividade e o mundo tangível, diferente de Santo Agostinho
que considera o corpo, a matéria uma prisão e a alma como o verdadeiro bem,
assim como Platão valorizava o mundo das ideias como o verdadeiro e superior ao
mundo tangível.
Como dissemos anteriormente Tomás de Aquino é um dos maiores
representantes da Escolástica que, citando a definição de Gustavo Araújo Batista
contida em seu texto “​O pensamento educacional de Santo Tomás de Aquino como
consequência de sua teologia e de sua filosofia” ​foi:

Movimento intelectual filosófico e teológico iniciado no seio da


cristandade e que perdurou hegemonicamente desde o fim da Alta Idade
Média até o fim da Baixa Idade Média. Sua denominação é devida ao fato
de ter sido engendrada no interior da primeiras Universidades (Escolas).
Sua essência é o esforço no sentido de debater sobre as possibilidades ou
impossibilidades de conciliação entre Fé (objeto de estudo da Teologia) e
Razão (objeto de estudo da Filosofia). (BATISTA,2010,p,86)

Como dito no excerto de Batista na Escolástica “debate-se entre a


possibilidade e a impossibilidade de conciliação” entre Fé e Razão e podemos dizer
que Santo Tomás de Aquino consegui provar que pode e há um equilíbrio entre a
Razão e a Fé. Desse modo, não só em ​De magistro,​ objeto de análise aqui, mas em
suas obras em geral, suas obras são fruto de seu tempo, um tempo onde os
parâmetros que existiam na Alta Idade Média começam a perder suas forças, onde
novos pensamento surgem, as Universidades e corporações de Ofício, a religião
começa a estabelecer laços com as ciências. De magistro e a filosofia do Aquinate
não somente se relacionam com a época como são fruto dela, reafirma nesta obra a
ponte entre Deus, Fé e a Razão, a ciência, tenta-se ensinar que Homem e Deus são
interligados. Tomás de Aquino reflete em sua vida e obra o retrato de seu período,
porém o faz de forma inovadora e única.
Sendo assim, citando mais uma vez Batista “ tanto a sua vida quanto a sua
obra estão intimamente ligadas a sua devoção pessoal em favor do ensino e,
sobretudo, em favor da cristandade”
Em De magistro logo de cara o autor nos apresenta o caráter pedagógico de
sua obra que vai tratar de responder-nos três questões a) Se o homem pode ensinar
e ser dito mestre, ou se somente Deus, b) Se alguém pode ser dito mestre de si
mesmo, c) se o homem pode ser ensinado por um anjo e d) Se ensinar é ato da vida
ativa ou contemplativa. Sendo as resposta respectivamente, que sim o homem pode
ensinar e ser dito mestre, podendo ensinar somente de forma externa, sensível e
mantendo a hierarquia de que Deus e seu ensino é superior, lembrando sempre que
cabe a Deus ensinar internamente; segundo Santo Tomás acredita que seria difícil
um homem ensinar a si mesmo; em terceiro lugar o homem pode sim ser ensinado
por uma figura angélico, pois ele é superior ao homem, mas não ensina como Deus
pois é inferior a ele; por último, ensinar é um ato da vida ativa e também da vida
contemplativa, porém pertence mais a ativa do que a segunda.
Citando mais uma vez Gustavo Araújo Batista “De acordo com o que atesta o
seu De magistro, verifica-se que há uma preocupação de ordem educacional no
âmbito geral do sistema filosófico e teológico tomista,[...]”
Já observamos o caráter educacional presente no texto de Santo Tomás de
Aquino, passaremos agora a observar a dimensão subjetiva de seu trabalho, a
subjetividade como Parpinelli e Oliveira nos mostram em “​Razão e subjetividade no
pensamento de Tomás de Aquino: alguns desdobramentos na contemporaneidade”
é um “ termo subjetivo remete àquilo que está unicamente no sujeito”, “ entendida
como estudo dos aspectos relacionados ao Eu”. Ao analisar essa concepção
semântica, podemos rapidamente remetermos ao Aquinate, que a todo o momento
busca no interior do indivíduo as suas capacidades e possibilidades de
desenvolvimento de seu intelecto, na busca da verdade através da fé e também
razão, busca na individualidade do ser sua inteligência, o ser único, com a finalidade
do bem comum, da comunidade, por meio de cada ser e sua individualidade achar
algo em comum, que no caso de Tomás de Aquino, o algo em comum seria Deus.
Dentro disso podemos observar ao nosso redor, na atualidade o um problema
no uso desse subjetivismo na educação, da desvalorização do sujeito como único e
necessário, mais uma vez citando Parpinelli e Oliveira:

Constatamos o fato de que, no atual estágio do desenvolvimento do


meio social capitalista, a competitividade, o individualismo exacerbado, a
lógica da mercadoria, a alienação política e a produção do conhecimento
com finalidade utilitária interferem na dimensão formativa dos indivíduos e
na constituição da sensibilidade humana. (PARPINELLI e
OLIVEIRA,2008,p,72)

Ou seja, há hoje no mundo capitalista uma subjetificação forçada, produzida


que é utilizada pelo sistema capitalista para produzir e reproduzir padrões, um
mundo de massas que são desde cedo incentivadas a não explorar seu intelecto, e
sim reproduz sistematicamente informações ou padrões pré fabricados. Perde-se o
homem como sujeito ativo de sua história, perde-se o caráter transformador,
revolucionário e independente. De acordo com Roberta Parpinelli e Terezinha
Oliveira:

Esse processo de massificação promovido pela cultura


industrializada vai à contramão das contribuições de Tomás de Aquino, no
que se refere à construção de uma sociedade na qual se dá em um
movimento concorde ao desenvolvimento intelectual.(PARPINELLI e
OLIVEIRA,2008,p75)

Portanto, acreditamos que Santo Tomás de Aquino seja um fruto de seu


tempo, um dos representantes da Escolástica com tanta propriedade, aquele que
conseguiu melhor que ninguém conciliar fé e razão, Teologia e Filosofia, e entender
que há tantas possibilidades no intelecto do indivíduo quanto o mestre o possa
ajudar a explorar. Acreditamos ser necessário tomarmos como exemplo os
ensinamentos desse Aquinate, recuperarmos como disseram as duas autoras
citadas anteriormente:

[...]alguns dos ensinamentos de Tomás de Aquino, no sentido de


incentivar o desenvolvimento da potência intelectiva dos sujeitos e reavivar
o caráter transformador do homem como agente ativo no processo de
construção do conhecimento, da sociedade na qual se insere e da própria

subjetividade em sua totalidade​.(​PARPINELLI e OLIVEIRA,2008,p76)


4. Bibliografia

Fonte: ​TOMÁS DE AQUINO, Santo. ​Sobre o Ensino (De Magistro)/Os Sete Pecados
Capitais. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

BATISTA, G. A. O pensamento educacional de Santo Tomás de Aquino como


consequência de sua teologia e de sua filosofia. Revista Unisinos. v. 14, n. 2, 2010.
Disponível em:
<​http://revistas.unisinos.br/index.php/educacao/article/viewFile/490/84​> . Acesso em
28 de out. 2019.

CAMPOS, Sávio Laet de Barros. ​A educação segundo Tomás de Aquino.​


Filosofando, Campo Grande. 2005. Disponível em:
<​http://filosofante.org/filosofante/not_arquivos/pdf/Educacao_Tomas_de_Aquino.pdf​>
. Acesso em: 28 de out. 2019.

STUBS, Roberta; OLIVEIRA, Terezinha . ​Razão e subjetividade no pensamento de


Tomás de Aquino​: alguns desdobramentos na contemporaneidade. Acta Scientiarum
(UEM), v. 30, p. 67-76, 2008.

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