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Sempre que temos um novo documento, precisamos parar, estudar e,
provavelmente, reformular nossa prática. A Base Nacional Comum Curricular
(BNCC) indica que todos os segmentos, da Educação Infantil ao Ensino Médio,
devem desenvolver aprendizagens essenciais para que cada aluno possa construir
dez competências consideradas gerais e necessárias às pessoas.
Conviver
Participar
PARTICIPAR ATIVAMENTE, COM ADULTOS E OUTRAS CRIANÇAS, TANTO
DO PLANEJAMENTO DA GESTÃO DA ESCOLA E DAS ATIVIDADES PROPOSTAS PELO EDUCADOR QUANTO DA REALIZAÇÃO DAS ATIVIDADES DA
VIDA COTIDIANA, TAIS COMO A ESCOLHA DAS BRINCADEIRAS, DOS MATERIAIS E DOS AMBIENTES, DESENVOLVENDO
Participar é uma necessidade de todos nós. Quando não nos envolvemos nas
escolhas, nas decisões, é mais difícil entendermos os motivos de uma
decisão, mais difícil vermos significado e mais difícil nos comprometermos com a
situação. Além disso, se desejamos na escola básica que o aluno desenvolva as
competências gerais da base — que incluem questões como defender ideias,
pontos de vista e decisões comuns e exercitar a cooperação, fazendo-se respeitar
e promovendo o respeito ao outro, entre inúmeras outras que poderíamos citar aqui
—, é preciso que possibilitemos que esses meninos e meninas a fazerem escolhas
e a opinarem sobre o que gostam e o que pensam desde cedo. Por que não deixá-
los escolher a brincadeira? Deixá-los pensar sobre qual atividade preferem
começar o dia? Deixá-los escolher qual animal querem estudar? Há inúmeras
decisões sobre o planejamento e a escola que essas crianças podem ser
envolvidas.
Explorar
Expressar
2017, P.36).
Haverá quem critique o fato de a escola trabalhar o conhecimento pessoal. Essas
críticas decorrem de visões que entendem a escola como espaço de trabalhar
apenas conteúdo. A escola é mais que isso, é um espaço de desenvolvimento
integral. Essa é uma defesa da base. E, por isso, precisamos, como disse Freire
(1996), aprender a ler o mundo. Para conhecer o outro, precisamos conhecer a nós
mesmos. E, também, é a partir do outro que nos constituímos. Entender o que faz
parte de nós, o que faz parte do outro e o que faz parte desta interrelação é
essencial para começarmos a ler o mundo, para termos uma visão mais
ampla. Como propiciar, por exemplo, o conviver, se a criança não se
percebe? Perceber-se vai além de saber nome e origem, mas parar para pensar, o
que eu gosto, o que eu penso, quem eu sou... Ainda que na Educação Infantil as
atividades não propiciarão perguntas amplas como “quem sou eu?”, mas podem,
aos poucos, possibilitar que eles percebam diferentes aspectos físicos e psíquicos
de si mesmo.
A importância de se conhecer, assim como aos outros, se revela novamente nos
Campos de Experiências. Considerando os direitos de aprendizagem e
desenvolvimento, a Base Nacional Comum Curricular estabelece cinco campos de
experiências pelos quais as crianças podem aprender e se desenvolver. Esses
Campos de Experiências e seus respectivos definidos objetivos de aprendizagem e
desenvolvimento serão vistos em outro texto deste curso.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ENSINAR. A RIGOR É ESTE O OBJETIVO DA ESCOLA. NÃO IMPORTA A CONCEPÇÃO QUE A INFORME: ESPONTANEÍSTA, AUTORITÁRIA
OU DEMOCRÁTICA, É ESTE O SEU ALVO. AS CONCEPÇÕES, ESTAS SE TRADUZEM NOS FUNDAMENTOS CONCEITUAIS, ANTES DE TUDO
FILOSÓFICOS E POLÍTICOS, QUE NORTEIAM AS ESCOLHAS, OS PRINCÍPIOS E VALORES, O CORPO E ALMA DA PRÁTICA PEDAGÓGICA
MADALENA FREIRE
Como diz Madalena Freire (1997), ensinar é papel da escola, independente da
concepção vigente. Porém, a concepção vigente importa, pois é a partir dela que
propiciaremos este ou aquele caminho para nossos alunos. Por isso, como
educadores, é importante que saibamos o caminho pelo qual pretendemos trilhar.
Claro que o caminho importa, ele será facilitador ou dificultador desta trajetória. E o
que queremos para nossos meninos e meninas senão uma bela trajetória?
3.elaborando um planejamento
norteadores, os direitos de
aprendizagem e campos de experiências, que são
cinco. “Os campos de experiências constituem um
arranjo curricular que acolhe as situações e as
experiências concretas da vida cotidiana das crianças
e seus saberes, entrelaçando-os aos conhecimentos
que fazem parte do patrimônio cultural”. (BNCC,
2017, p. 38).
Os Campos de Experiências foram delineados e
nomeados se pautando naquilo que as Diretrizes
Curriculares Nacionais da Educação Infantil propõem
que sejam conhecimentos fundamentais a serem
oferecidos às crianças para, a partir de suas
experiências, construam novos saberes. Ressaltando
habilidades, noções, atitudes, valores e afetos que as
crianças devem desenvolver, a divisão por Campos
de Experiências enfatiza que as aprendizagens
decorrem das experiências das crianças no ambiente
escolar, ou seja, elas devem vivenciar situações que
as permitam aprender e se desenvolver.
Larrosa Bondía (2002, p. 21) discute o que significa a
palavra experiência que, em português, significa “o
que nos acontece”. Assim o autor afirma que
experiência é o que nos passa, o que nos acontece,
o que nos toca. Não o que se passa, não o que
acontece, ou o que toca. A cada dia se passam
muitas coisas, porém, ao mesmo tempo, quase nada
nos acontece. Dir-se-ia que tudo o que se passa está
organizado.
O EU, O OUTRO E O
NÓS – É na interação com os pares e com adultos
que as crianças vão constituindo um modo próprio de
agir, sentir e pensar e vão descobrindo que existem
outros modos de vida, pessoas diferentes, com
outros pontos de vista. (...) Nessas experiências, elas
podem ampliar o modo de perceber a si mesmas e
ao outro, valorizar sua identidade, respeitar os outros
e reconhecer as diferenças que nos constituem como
seres humanos. (BNCC, 2017).
Este Campo de Experiência se relaciona muito com a
construção da identidade pessoal e com as relações
entre pares que permeiam esta construção e, ao
mesmo tempo, vão além dela. Também aborda a
relação das crianças com os adultos e a percepção
da cultura e das diferenças.
Corpo, gestos e
movimentos – Com o corpo (por meio dos sentidos,
gestos, movimentos impulsivos ou intencionais,
coordenados ou espontâneos), as crianças, desde
cedo, exploram o mundo, o espaço e os objetos do
seu entorno, estabelecem relações, expressam-se,
brincam e produzem conhecimentos sobre si, sobre o
outro, sobre o universo social e cultural, tornando-se,
progressivamente, conscientes dessa corporeidade.
Por meio das diferentes linguagens, como a música,
a dança, o teatro, as brincadeiras de faz de conta,
elas se comunicam e se expressam no
entrelaçamento entre corpo, emoção e linguagem. As
crianças conhecem e reconhecem as sensações e
funções de seu corpo e, com seus gestos e
movimentos, identificam suas potencialidades e seus
limites, desenvolvendo, ao mesmo tempo, a
consciência sobre o que é seguro e o que pode ser
um risco à sua integridade física.
Este campo fala da centralidade do corpo e das ricas
oportunidades que podem ser oferecidas às crianças
por meio do lúdico. Ressalta, como no Campo de
Experiência anterior, a relação entre pares e a
possibilidade de explorar um vasto repertório de
movimentos. A cultura também é novamente
mencionada assim como as necessidades de haver
condições de as crianças serem espontâneas.
1.3. Traços, sons, cores e formas
Espaços, tempos,
quantidades, relações e transformações – As
crianças vivem inseridas em espaços e tempos de
diferentes dimensões, em um mundo constituído de
fenômenos naturais e socioculturais. Desde muito
pequenas, elas procuram se situar em diversos
espaços (rua, bairro, cidade etc.) e tempos (dia e
noite; hoje, ontem e amanhã etc.). Demonstram
também curiosidade sobre o mundo físico (seu
próprio corpo, os fenômenos atmosféricos, os
animais, as plantas, as transformações da natureza,
os diferentes tipos de materiais e as possibilidades
de sua manipulação etc.) e o mundo sociocultural (as
relações de parentesco e sociais entre as pessoas
que conhece; como vivem e em que trabalham essas
pessoas; quais suas tradições e seus costumes; a
diversidade entre elas etc.).
Este campo se relaciona com conhecimentos
matemáticos como contagem, ordenação, relações
entre quantidades, dimensões, medidas, comparação
de pesos e de comprimentos, avaliação de
distâncias, reconhecimento de formas geométricas,
conhecimento e reconhecimento de numerais
cardinais e ordinais, entre outros. Inclui experiências
investigativas que visam observar, explorar,
investigar, de forma a possibilitar que a criança
busque respostas às próprias indagações de forma
ativa, aprendendo a buscar informações em fontes
que favoreçam a ampliação de seus conhecimentos.
Pode-se perceber que os Campos de Experiências
se relacionam a componentes curriculares, mas não
são componentes curriculares com outros nomes.
São, antes de tudo, possibilidades de as crianças
vivenciarem práticas ligadas ao cotidiano e de acordo
com seu interesse que lhes sejam significativas e
possibilitem a ampliação de seu conhecimento de
forma ativa. Não é o caso de sobrecarregar a criança
com informações desconexas.
Em seu texto “Notas sobre a experiência” (2002),
Larrosa Bondía cita também o célebre Walter
Benjamin que discutiu a pobreza de experiências que
caracteriza o nosso mundo, afirmando que muitas
coisas se passam, mas a experiência de fato é cada
vez mais rara. Experiência não é informação e o
excesso desta pode até obstruir a experiência.
Vale então refletirmos se estamos de fato propiciando
às crianças oportunidades para que tenham
experiências ou se as estamos bombardeando com
informações que sejam pouco significativas a elas.
Referências:
LARROSA BONDIA, Jorge. Notas sobre a
experiência e o saber de experiência. Rev. Bras.
Educ., Rio de Janeiro , n. 19, p. 20-28, Apr. 2002 .
Available from
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pi
d=S1413-24782002000100003&lng=en&nrm=iso>.
access on 02 Nov.
2018. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-
24782002000100003.
BRASIL. Conselho Nacional de Educação; Câmara
de Educação Básica. Resolução nº 5, de 17 de
dezembro de 2009. Fixa as Diretrizes Curriculares
Nacionais para a Educação Infantil. Diário Oficial da
União, Brasília, 18 de dezembro de 2009, Seção 1, p.
18. Disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_doc
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BRASIL. Base Nacional Comum Curricular: a
etapa da Educação Infantil. Brasília: MEC, 2017.
Disponível em:
<http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/pdf/3
_BNCC-Final_Infantil.pdf>. Acesso em 07 jan. 2018.
FAZENDO COLEÇÃO
A professora de uma sala percebeu que seus alunos do G4 (grupo quatro, ou seja, de
crianças de quatro anos) estavam muito interessados em sementes que achavam no
parque.
A seguir eles foram incentivados a trazerem para a sala de aula sementes que
encontrassem no chão da escola e de suas casas. Esse foi o pretexto para que
começassem a fazer uma coleção de sementes e pudessem fazer,
constantemente, contagem.
As crianças tiveram a oportunidade de vivenciar situações reais de contagem cada vez
que traziam novas sementes para acrescentarem ao que já possuíam. Assim podiam
acompanhar e controlar o crescimento da coleção, assim como fazer registros sobre as
quantidades...
Campos de Experiência
Trabalhando com Campos de Experiência