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CAPÍTULO 1
Introdução
1 A Física - sua importância e seus métodos
A palavra física tem origem na palavra grega que signi…ca natureza. A Física trata do estudo dos fenó-
menos e das estruturas mais fundamentais da natureza, que se estendem desde as escalas in…nitamente
pequenas, como por exemplo as partículas subatómicas (raio do protão: 1 10 15 m), até às escalas
in…nitamente grandes, como por exemplo o Universo (distância até às galáxias mais antigas: 2 1026 m).
A Física contempla vários ramos de estudo, os quais são de…nidos em função da natureza dos
fenómenos estudados e se agrupam em duas grandes áreas da Física - a Física Clássica e a Física
Moderna. Dentro da Física Clássica podemos referir, por exemplo, os seguintes ramos: Óptica (estudo
da luz), Acústica (estudo do som), Mecânica (estudos das forças), Termodinâmica (estudo do calor),
Electromagnetismo (estudo do campo electromagnético). Dentro da Física Moderna podemos referir,
por exemplo, os seguintes ramos: Mecânica quântica (estudo das partículas, átomos e moléculas),
Relatividade (estudo do espaço-tempo), Física da matéria condensada (estudo das propriedades da
matéria), Física nuclear (estudo dos núcleos atómicos), Cosmologia (estudo do universo).
A actividade dos físicos tem sido decisiva para a compreensão dos aspectos mais fundamentais e
complexos da natureza, e para o progresso cientí…co e tecnológico. Por exemplo, a compreensão do
núcleo atómico permitiu a obtenção de energia eléctrica a partir da cisão de núcleos de urânio.
Os físicos usam teorias físicas para descrever os fenómenos naturais. Estas teorias são expressas
em linguagem matemática e baseiam-se em dois métodos: o método experimental e o método teórico.
O método experimental consiste na preparação de experiências e observações de forma organizada e
controlada com vista ao conhecimento dos fenómenos físicos. No método teórico há duas abordagens,
uma mais ligada à descrição do fenómeno e outra mais ligada à compreensão do fenómeno. A primeira
abordagem (dita fenomenológica) estabelece leis com base em factos observados, visando a descrição
dos fenómenos. A termodinâmica é um exemplo importante de uma teoria fenomenológica; sabe-se,
por exemplo, que se o volume de um gás for mantido constante, um aumento da sua temperatura
provoca um aumento da sua pressão. A segunda abordagem procura estabelecer os mecanismos causais
dos fenómenos, a partir de proposições referentes a entidades e processos que não são acessíveis à
observação directa, visando a explicação dos fenómenos. Exemplos deste tipo de abordagem são a
mecânica quântica, a mecânica estatística e o electromagnetismo.
3 Escalares e vectores
Existem dois tipos de grandezas físicas: grandezas escalares e grandezas vectorias. As grandezas es-
calares são aquelas que …cam completamente determinadas quando conhecemos o seu valor numérico
expresso em função de uma unidade de medida usada na sua medição. O comprimento, a massa, o
tempo, a pressão, a energia e a temperatura são exemplos de grandezas escalares. Os valores destas
grandezas são tratados pelas regras da álgebra ordinária. Para certas grandezas, como é o caso da
temperatura, temos de tomar em atenção o sinal algébrico do número que expressa a sua medida. As
grandezas vectoriais são aquelas que para …carem completamente determinadas se torna necessário es-
tabelecer uma direção e um sentido. Por exemplo, quando se diz que a velocidade de um carro num
dado instante é 50 km h 1 , isso não é su…ciente, muitas vezes, para caracterizar completamente o movi-
mento do carro nesse instante. É necessário associar ao valor 50 km h 1 uma direção e um sentido que
nos indiquem a orientação do carro. Este procedimento pode ser efectuado usando um vector. Vamos
seguidamente de…nir o conceito de vector.
Mário D. Cunha Notas de Aula - Mecânica e Ondas, Capítulo 1, UMa 2016 4
A v B
r
Figura 1.1
Um vector é um segmento de recta orientado, sendo representado gra…camente por uma seta e designado
por uma letra encimada por uma pequena seta, por exemplo, ~v (ver …gura 1.1). O vector ~v , representado
na …gura 1.1, é de…nido pelo segmento AB e tem quatro elementos: ponto de aplicação (o ponto A),
módulo (comprimento do segmento AB numa escala arbitrariamente escolhida, que se representa por
j~v j ou, simplesmente, v), direção (dada pela linha de ação, a recta r que suporta o vector) e sentido
(sentido que deve ser percorrido sobre a recta r para passarmos de A a B, indicado pela seta que
representa o vector).
→
a
→ → → →
a a a , a
(a) (b) (c)
Figura 1.2
~s = ~a + ~b:
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Os vectores considerados para de…nir a operação adição de vectores, e também as outras operações que vão ser
estudadas, são vectores livres.
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~a + ~b + ~c = ~a + ~b + ~c :
Existem duas regras que permitem realizar geometricamente a soma dos vectores ~a e ~b: regra do triângulo
e regra do paralelogramo. A regra do triângulo consiste em colocar a origem de um dos vectores
coincidente com a extremidade do outro vector, e o vetor soma completa o triângulo. O vector soma tem
a origem coincidente com a origem livre e a extremidade coincidente com a extremidade livre (…gura
1.3b). A regra do paralelogramo consiste em colocar as origens dos dois vectores coincidentes e construir
um paralelogramo através dos delocamentos paralelos dos dois vectores, e o vetor soma tem a direção da
diagonal do paralelogramo. O vector soma tem a origem coincide com a dos dois vetores (…gura 1.3c).
No caso dos vectores ~a e ~b terem a mesma direção, o vector soma tem também esta direção (…gura
1.3d).
a b
b a s
(a) (b)
a s a b
b s
(c) (d)
Figura 1.3
O vector ~b é um vector com o mesmo módulo e direção do vector ~b mas sentido contrário. A adição
destes dois vectores dá
~b + ~b = 0:
Portanto, adicionar ~b a um vector é o mesmo que subtrair ~b a esse vector. Esta propriedade é usada
para de…nir a subtração entre vectores. Dados os vectores ~a (aditivo) e ~b (subtractivo), conforme está
ilustrado na …gura 1.4a, chama-se vector diferença ao vector de…nido pela expressão
d~ = ~a ~b;
ou seja,
d~ = ~a ~b = ~a + ~b :
o triângulo. O vector soma tem a origem coincidente com a extremidade do vector subtractivo e a
extremidade coincidente com a extremidade do vector aditivo (…gura 1.4b). A segunda maneira consiste
em colocar a origem do vector simétrico do vector subtractivo coincidente com a extremidade do vector
aditivo, e o vetor soma completa o triângulo. O vector soma tem a origem coincidente com a origem
livre e a extremidade coincidente com a extremidade livre (…gura 1.4c). No caso dos vectores ~a e ~b
terem a mesma direção, o vector diferença tem também esta direção (…gura 1.4d).
a d
a
b b
(a) (b)
b
b
a
d a
d
(c) (d)
Figura 1.4
Numa equação com vectores (equação vectorial), podemos mudar um termo de membro desde que
se lhe atere o sinal. Por exemplo, a equação
~a + ~b ~c = 0
a
ay a ay a
O ax x O ax x O x
(a) (b) (c)
Figura 1.5
A adição geométrica de vectores não é recomendada quando pretendemos obter o vector soma com
grande precisão. Nesta secção, vamos descrever um método de adição de vectores que se baseia nas
componentes de um vector. Um vector tem dois tipos de componentes: componentes vectoriais (ou
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ax = a cos
ay = a sin ;
sendo o ângulo formado entre o vector ~a e o semi-eixo positivo x. Note-se que o sinal algébrico das
componentes de um vector é determinado pelo valor do ângulo formado entre ele e o semi-eixo positivo
x.
Se conhecermos as componentes ax e ay do vector ~a (pertencente ao plano xy), podemos obter o seu
módulo a e o ângulo formado entre ele e o semi-eixo positivo x. Tomando em atenção o teorema de
Pitágoras e a de…nição da função trigonométrica tangente, podemos obter as seguintes fórmulas para a
e (ver …gura 1.5a):
q
a = a2x + a2y
ay
tan =
ax
No caso mais geral, para determinar completamente um vector ~a é necessário conhecer o seu módulo
a e dois ângulos e . é o ângulo que ~a forma com o eixo dos z’s e o ângulo que ~a forma com o eixo
dos x’s, conforme está esquematizado na …gura 1.6. Tendo em atenção a …gura 1.6, podemos escrever
as segunites fórmulas para a componentes escalares de ~a:
ax = a sin cos
ay = a sin sin
az = a cos :
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az
a
a y
O
ax y
Figura 1.6
ez
ex
O
ey x
Figura 1.7
Os vectores unitários permitem escrever qualquer vector em termos das suas componentes. Por
exemplo, o vetor ~a, representados na …gura 1.8, pode ser escrito na forma
y
a
ay
ey ax
O ex x
Figura 1.8
~ax = ax~ex e ~ay = ay~ey são as componentes vectoriais de ~a. ~ax é a componente vectorial de ~a segundo
o eixo dos x’s e ~ay a componente vectorial segundo o eixo dos y’s. ax e ay são, como já foi referido
anteriormente, as componentes escalares de ~a.