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2019 - APOSTILA FILOSOFIA/SOCIOLOGIA – 1ª SÉRIE – 2º TRIMESTRE

SOCIOLOGIA

Prof. Robson

CAPÍTULO 5

A IMPORTÂNCIA DA SOCIALIZAÇÃO

Estudo de caso - O menino Selvagem de Aveyron


Em 1797, um menino quase inteiramente nu foi visto pela primeira vez perambulando pela floresta de
Lacaune, na França. Em 9 de janeiro de 1800, foi registrado seu aparecimento num moinho em Saint-Sernein,
distrito de Aveyron. Tinha a cabeça, os braços e os pés nus; farrapos de uma velha camisa (sinal de algum
contato anterior com seres humanos) cobriam o resto do corpo. Sempre que alguém se aproximava, ele fugia
como um animal assustado. Era um menino de cerca de 12 anos, tinha a pele branca e fina, rosto redondo, olhos
negros e fundos, cabelos castanhos e nariz comprido e aquilino. Sua fisionomia foi descrita como graciosa; sorria
involuntariamente e seu corpo estava coberto de cicatrizes. Provavelmente abandonado na floresta aos 4 ou 5
anos, foi objeto de curiosidade e provocou discussões acaloradas principalmente na França. Após sua captura,
verificou-se que Victor (assim passou a ser chamado) não pronunciava nenhuma palavra e parecia não entender
nada do que lhe falavam.
Apesar do rigoroso inverno europeu, rejeitava roupas e também o uso de cama, dormia no chão sem colchão.
Locomovia-se apoiado nas mãos e nos pés, correndo como os animais quadrúpedes. Num olhar sociológico, Victor de
Aveyron tornou-se um dos casos mais conhecidos de seres humanos criados livres em ambiente selvagem. Médicos
franceses, como Jean Étienne Esquirol (1772-1840) e Philippe Pinel (1745-1826), afirmavam que o menino selvagem
sofria de idiotia, uma deficiência mental grave. Segundo eles, teria sido essa a razão pela qual os pais o haviam
abandonado. O psiquiatra Jean-Marie Gaspard Itard, diretor de um instituto de surdos-mudos, não compartilhava da
opinião dos colegas. Quais as consequências, perguntava ele, da privação do convívio social e da ausência absoluta de
educação para a inteligência de um adolescente que viveu assim, separado de indivíduos de sua espécie? Itard
acreditava que a situação de abandono e afastamento da civilização explicava o comportamento diferente do menino.
Discordava, assim, do diagnóstico de deficiência mental para o caso.
No livro A educação de um homem selvagem, publicado em 1801, Itard apresenta seu trabalho com o
menino selvagem de Aveyron, descrevendo as etapas de sua educação: ele já é capaz de sentar-se
convenientemente à mesa, tirar a água necessária para beber, levar ao seu terapeuta as coisas de que necessita;
diverte-se ao empurrar um pequeno carrinho e começa também a ler. Cinco anos mais tarde, Victor já fabricava
pequenos objetos e podava as plantas da casa. Com base nesses resultados, Itard reforçou sua tese de que os
hábitos selvagens iniciais do menino e sua aparente deficiência mental eram apenas e tão somente resultado de
uma vida afastada de seus semelhantes e da civilização. A partir de sua experiência com o menino, Itard formulou
a hipótese de que a maior parte das deficiências intelectuais e sociais não é inata, mas tem sua origem na falta de
socialização do indivíduo considerado deficiente, na falta de comunicação com seus semelhantes, especialmente
de comunicação verbal. Aproximando-se de uma visão sociológica, o pesquisador concluiu que o isolamento
social prejudica a sociabilidade do indivíduo. Ora, a sociabilidade é o que torna possível a vida em sociedade.

“Crianças Selvagens” e o papel da Socialização


O caso do menino selvagem de Aveyron mostra que o ser humano é um animal social por excelência, como
afirmava o filósofo grego Aristóteles (384-322 a.C.). Sua vida só adquire sentido na relação com outros seres humanos.
Os indivíduos só adquirem características realmente humanas quando convivem em sociedade com outros seres
humanos, estabelecendo com eles relações sociais.
Na verdade, crianças que crescem entre animais são incapazes de desenvolver atitudes e sentimentos
humanos antes de qualquer contato com outros indivíduos de sua espécie que já vivam em sociedade. Para a
pensador Lucien Malson, a conclusão é clara: "Será preciso admitir que os homens não são homens fora do
ambiente social, visto que aquilo que consideramos ser próprio deles, como o riso ou o sorriso, jamais ilumina a
rosto das crianças isoladas".
A história das crianças selvagens, que sobreviveram quase milagrosamente entre as animais e penaram
para alcançar algumas das características básicas de uma existência "civilizada", deixa uma lição que não pode
ser ignorada: sem o denso tecido das relações sociais, do qual participa toda criança, simplesmente não há
humanidade. As relações entre os seres humanos, isto é, as relações sociais, constituem a base da sociedade. A
forma pela qual essas relações ocorrem são fatos sociais e são eles que determinam o comportamento e a vida
em sociedade. Victor aprendeu a andar, a comer, a vestir-se e a fazer objetos por intermédio do contato com
outras pessoas. Mas não assimilou apenas as coisas práticas da vida. Ao estabelecer relações com outros seres
humanos, aprendeu também a comportar-se, a expressar sentimentos e a agir da mesma forma que as pessoas
com as quais passou a conviver. Em uma palavra, ele socializou-se. O estudo de como os seres humanos se
relacionam na vida prática e afetiva, das formas pelas quais interagem uns com os outros, estabelecendo regras e
valores, constitui tarefa de um grupo de disciplinas reunidas sob o nome de Ciências Sociais. A Sociologia é uma
das disciplinas das Ciências Sociais.

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A CONVIVÊNCIA HUMANA

Os indivíduos criados fora da convivência humana, em prolongado isolamento social, dificilmente adotam
hábitos humanos. Há absoluta necessidade da convivência com o grupo para que o comportamento humano se
manifeste e se desenvolva. A partir dela é que os seres humanos se articulam e estabelecem formas de
comunicação e cooperação, ou seja, se socializam e se sociabilizam.

Sociabilidade e socialização

De fato, os seres humanos necessitam de seus semelhantes para sobreviver, comunicar-se, criar símbolos e
formas de expressão cultural, perpetuar a espécie e se realizar plenamente como indivíduos. É na vida em grupo
que os indivíduos da espécie humana se tornam realmente humanos. A sociabilidade, capacidade natural da
espécie humana para viver em sociedade, desenvolver-se pelo processo de socialização. Por meio da
socialização, o indivíduo se integra ao grupo em que nasceu, assimilando o conjunto de hábitos, regras e
costumes característicos do seu grupo. O indivíduo se socializa quando participa da vida em sociedade, assimila
suas normas, valores e costumes e passa a se comportar segundo estes. Assim, quanto mais adequada for sua
socialização, mais sociável ele tenderá a se tornar.

O Isolamento social

O isolamento social ocorre quando um grupo ou um indivíduo, seja de forma involuntária ou voluntária, afasta-se,
evita o contato ou a interação, ou é privado pelos demais de ter contato ou de manter relações com esse grupo, sendo
excluído do ambiente comum. As motivações para esse fenômeno são diversas e devem ser vistas caso a caso, mas
existem fatores que podem ser determinantes e que, geralmente, são plenamente visíveis.
Alguns sociólogos definem o isolamento social como um corte total ou parcial dos contatos e da comunicação
com os outros. Ele pode envolver um indivíduo, um grupo, ou uma sociedade inteira em relação a outras
sociedades. Em qualquer caso, existem mecanismos que reforçam esse isolamento. Entre eles, estão atitudes de
ordem social e atitudes de ordem individual.
As atitudes de ordem social podem envolver diferenças culturais, como as de costumes e hábitos de vida,
entre dois grupos, ou a impossibilidade de comunicação em razão das diferenças de língua. Outra causa de
isolamento podem ser vários tipos de preconceito (racial, religioso, de sexo etc.). Um exemplo extremo de
preconceito é o antissemitismo, ou seja, contra os judeus. Tal atitude foi especialmente violenta durante a Idade
Média e assumiu proporções de genocídio entre 1933 e 1945 na Alemanha nazista, onde cerca de 6 milhões de
judeus foram exterminados em campos de concentração.

Interação social

O aspecto mais importante da interação social é que ela modifica o comportamento dos indivíduos
envolvidos, como resultado do contato e da comunicação que se estabelecem entre eles. Desse modo, o simples
contato físico não é suficiente para que haja interação social. Por exemplo, se alguém se senta ao lado de outra
pessoa num ônibus, mas não conversa com ela, não há interação social. Os contatos sociais e a interação
constituem condições indispensáveis à associação humana. Os indivíduos se socializam por meio dos contatos e
da interação social.
A interação social pode ocorrer entre uma pessoa e outra, entre uma pessoa e um grupo ou entre um grupo e
outro. A interação social supõe, assim, a existência de reciprocidade nas ações entre indivíduos. Entretanto, com
o desenvolvimento dos meios de comunicação, novos tipos de contato social vêm se afirmando. Para explicá-Ios
teoricamente, foi criado o conceito de interatividade. Entende-se por interatividade a possibilidade de trocas
simultâneas de informações e o acesso imediato a qualquer parte do mundo; ela traduz, particularmente, uma
qualidade técnica das chamadas "máquinas inteligentes". Em seu livro Cibercultura (1997), Pierre Levy se refere a
diferentes tipos de interatividade, que vão da mensagem linear à mensagem participativa. A mensagem linear se
dá por intermédio de meios de comunicação como a imprensa, rádio, a TV, o cinema e até as conferências
eletrônicas. A mensagem participativa, por sua vez, é aquela que utiliza dispositivos como os videogames com um
só participante, ou que envolve a comunicação em mundos virtuais, onde ocorre a troca de informações
contínuas. O que caracteriza a interatividade e a possibilidade de transformar, ao mesmo tempo, os envolvidos na
comunicação em emissores e receptores, produtores e consumidores de mensagens.

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Relação social

Em Ciências Sociais, relação social refere-se ao relacionamento entre indivíduos ou no interior de um grupo
social. As relações sociais formam a base da estrutura social. Nesse sentido, as relações sociais são o objeto
básico da análise das Ciências Sociais. Investigações fundamentais sobre a natureza das relações sociais são
encontradas nos trabalhos da sociologia clássica, tais como a teoria da ação social de Max Weber.
Segundo Weber, a relação social diz respeito à conduta de múltiplos agentes que se orientam reciprocamente
em conformidade com um conteúdo específico do próprio sentido das suas ações. Na ação social, a conduta do
agente está orientada significativamente pela conduta de outro ou outros, ao passo que na relação social a
conduta de cada qual entre múltiplos agentes envolvidos (que tanto podem ser apenas dois e em presença direta
quanto um grande número e sem contato direto entre si no momento da ação) orienta-se por um conteúdo de
sentido reciprocamente compartilhado.
Assim, em Weber, relação social seria uma conduta de vários indivíduos, reciprocamente orientada e dotada
de sentido partilhado pelos diversos agentes de determinada sociedade.

Processos Sociais
A palavra processo designa a contínua mudança de alguma coisa numa direção definida. Processo social
indica interação social, movimento, mudança. Os processos sociais são as diversas maneiras pelas quais os
indivíduos e os grupos atuam uns com os outros, a forma pela qual os indivíduos se relacionam e estabelecem
relações sociais. Qualquer mudança proveniente dos contatos sociais e da interação social entre os membros de
uma sociedade constitui, portanto, um processo social.

Tipos de processos Sociais


Podemos citar alguns tipos de relações possíveis nos processos sociais:
 Cooperação: é a forma de interação social na qual diferentes pessoas, grupos ou comunidades trabalham
juntos para um mesmo fim. Nela, os indivíduos se aproximam para dividir tarefas ou para agir de forma
conjunta, visando o mesmo objetivo. O sucesso na realização desses objetivos depende da coordenação
das ações, da participação ativa dos elementos e da elaboração de regras comuns.
 Cooperação direta - Compreende as atividades que as pessoas realizam juntas, como é a caso dos mutirões.
 Cooperação indireta - É aquela em que as pessoas, mesmo realizando trabalhos diferentes,
necessitam indiretamente umas das outras, por não serem autossuficientes.
 Competição: rivalidade entre concorrentes podendo ocorrer de forma individual ou coletiva, com objetivo
de receber um ganho. Esse ganho pode se estabelecer na forma de poder, prestígio social ou ganho
material. Normalmente, são estabelecidas normas ou regras comuns para os concorrentes.
 Assimilação: solução para o conflito. Processo de ajuste no qual os indivíduos ou grupos diferentes se
tornam semelhantes. Um exemplo é dos imigrantes quando são acolhidos na sociedade em que se
instalam. Raramente ocorre a assimilação completa, pois de alguma forma os indivíduos e grupos
procuram manter seus costumes e tradições. Concluindo, o aspecto importante da assimilação é que ela
implica uma transformação da personalidade. O processo de assimilação atinge áreas profundas e
extensas da personalidade, determinando novas formas de pensar, sentir e agir.
 Interação social - é o resultado do estímulo recíproco entre indivíduos. Forma-se, assim, uma cadeia de
impulsos que transforma as relações. O contato social é o pré-requisito para a interação social, por meio
do qual as pessoas se relacionam umas com as outras. O conteúdo de interação é constituído de
sensações e de sentimentos, como cortesia, amor, solidariedade, inveja etc.

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
1. Explique a importância da convivência humana.
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2. Defina sociabilidade e socialização.


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3. Quais são as consequências do isolamento social?


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4. Cite dois exemplos de ambientes ou de grupos que contribuem ativamente para a socialização do indivíduo.
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5. Qual é a principal diferença entre cooperação e competição?


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6. Defina e dê um exemplo de assimilação e interação social.


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7. Quais são os elementos centrais da proposta de interatividade discutida por Pierre Levy? Caracterize-os.
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ARRASE NO ENEM
1. Para a Sociologia, ser um indivíduo humanizado significa
a) ser humano basicamente.
b) fazer o bem a todas as pessoas.
c) aprender a se comportar como um ser humano, por meio do processo de socialização.
d) viver de acordo com os mandamentos de Deus.

2. Diz respeito ou faz parte da sociabilidade


a) a capacidade de comunicação e de aprender com outros seres humanos.
b) os ensinamentos que recebemos da família.
c) aquilo que aprendemos na escola.
d) o que é ensinado na Igreja.

3. Por socialização, entendemos o processo


a) por meio do qual o indivíduo aprende a ser um membro da sociedade.
b) de divisão da riqueza social produzido pelos homens.
c) de construção de laços de afetividade.
d) de constituição de grupos sociais.
e) de transformação da comunidade em sociedade.

4. Levando em conta os estudos sociológicos, assinale a alternativa que responda à forma com que nos
tornamos humanos.
a) Não nos tornamos humanos. Somos desde sempre, é algo da espécie.
b) É algo natural e não precisa aprender a ser.
c) Tornamo-nos humanos por meio do processo de aprendizagem, chamado de sociabilidade, que se dá no
convívio com nossos semelhantes.
d) Tornamo-nos humanos por meio da socialização, isto é, pelo processo pelo qual passamos e aprendemos a
nos comunicar, a conviver a nos comportar como seres humanos.

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5. Sobre o que foi abordado a respeito do conceito de socialização e da sua importância para a espécie humana,
assinale a alternativa incorreta:
a) O ser humano necessita de seus semelhantes para sobreviver, comunicar-se, criar culturas e se realizar
plenamente como indivíduo.
b) A socialização é o processo pelo qual o indivíduo aprende a ser membro da sociedade.
c) É por meio da socialização que o ser humano, desde criança, se integra pouco a pouco ao grupo em que
nasceu, assimilando o conjunto de hábitos, regras e costumes de seu grupo.
d) A socialização é a capacidade natural da espécie humana para viver em sociedade.

6. Nesse capítulo, nós estudamos o caso do garoto selvagem francês que passou anos vivendo isolado da
sociedade. Qual é a visão sociológica sobre o isolamento social?
a) O isolamento social favorece a vida em sociedade.
b) A vida isolada da sociedade não atrapalha em nada a socialização do indivíduo.
c) O isolamento social prejudica a sociabilidade do indivíduo.
d) O isolamento social ajuda a sociabilidade do indivíduo.
e) Não existe diferença entre o isolamento social e a vida em sociedade.

7. O filme intitulado “Cão de Briga” relata a situação de um homem que foi criado como um cão de briga, e que,
devido a esse fato, agia como tal. No decorrer do filme, esse homem/cão conhece uma nova família e passa a
aprender novos comportamentos. Leia as afirmativas abaixo e julgue-as:

I) Trata-se de um fenômeno impossível de ocorrer na vida real.


II) O filme evidencia que o ser humano está em constante processo de socialização.
III) O caso de ser criado como um animal não é só na ficção. Já houve diversos casos de crianças que foram
criadas sem contato humano, as quais se comportavam como animais irracionais.
IV) Esse caso não se aplica ao estudo da Sociologia, por se tratar se um objeto da Biologia.

a) Estão corretas as afirmativas I e II apenas.


b) Estão incorretas as afirmativas I e II apenas.
c) Estão corretas as afirmativas II e III apenas.
d) Estão corretas as afirmativas I e IV apenas.

CAPÍTULO 6

ESTRUTURA SOCIAL

Na sociologia, a Estrutura Social corresponde a um sistema de organização da sociedade, verificada por


meio da inter-relação e posição (status social) entre seus membros, sendo determinada por diversos fatores:
econômico, político, social, cultural, histórico, religioso, dentre outros. De tal maneira, a Estrutura Social
estabelece uma série de direitos e deveres praticados pelos diversos grupos que constituem uma sociedade.
Ao pensarmos no conceito de sociedade, é fundamental compreendermos algo intrínseco a ela: sua
estrutura. Segundo Raymond Firth, em artigo publicado no livro Homem e Sociedade, organizado por Fernando
Henrique Cardoso e Octavio Ianni, considera-se uma estrutura social a ligação das partes que compõem o todo, “o
arranjo no qual os elementos da vida social estão ligados” (IANNI, 1973, p. 35).
Dessa forma, são relações que se sobrepõem e se interligam, e possuem certo grau de complexidade, não
sendo momentâneas, mas sim possuindo certa constância e continuidade. De maneira mais direta, podemos
afirmar que a estrutura social diz respeito à forma como a sociedade se organiza – assim como certas funções são
necessárias para aquele grupo –, e à forma como estão dispostos os status (posições sociais) e papéis sociais,
conforme privilégios e deveres.
Além disso, é possível afirmar que estrutura social tem a ver com a expectativa do comportamento entre os
indivíduos, os quais assumem papéis sociais e possuem status sociais, fatos que nos permitiriam organizar
nossas vidas enquanto atores sociais. Isso significa que há uma expectativa para o papel social exercido pelo pai,
pela mãe, pelo filho, pelo professor, pelo policial, enfim, por todos aqueles que estão na sociedade e interagem o
tempo todo através das relações sociais. Mais do que isso, se pensarmos apenas no papel do professor, ao
mesmo tempo em que há uma expectativa de seus alunos em relação a seu papel, ele também espera um
comportamento de seus alunos, assim como de seus superiores, entre outros.
Mais especificamente, “o conceito de estrutura social é um recurso analítico que serve para compreender
como os homens se comportam socialmente”. Precisamos considerar que se as expectativas das normas sociais
são importantes, por outro lado, essas mesmas normas podem ser alteradas pelos atores sociais em seu
cotidiano. Isso significa que os papéis sociais podem mudar. Se aqueles tipos de relações sociais que
caracterizam uma sociedade não existissem, consequentemente aquela sociedade não seria a mesma. Uma
sociedade rural, como aquela que predominava no feudalismo, tinha relações peculiares. Com as transformações
econômicas e políticas ocorridas com o despontar da sociedade industrial, o campo também mudou.

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Outro ponto importante é pensar que vários aspectos fazem parte da estrutura social, dentre eles as relações
de parentesco, uma vez que dizem respeito às relações sociais propriamente ditas. Grosso modo, as relações de
parentesco são marcadas por um modelo de relação familiar, modelo esse que marca um padrão de
funcionamento da família, importante instituição social que exerce sua função na vida social.
Dessa forma, para se pensar em estrutura social, também devemos considerar a ideia de função social, a
qual diz respeito à relação entre uma ação social e o sistema no qual essa ação está inserida. Em outras palavras,
a função social é dada pelo resultado (consequência ou expectativa) da ação de um indivíduo (comportamento)
em relação às outras pessoas que fazem parte de uma sociedade. Assim, as ações possuem funções sociais
dentro de uma estrutura social. As funções sociais servem para atender às necessidades do homem que vive em
sociedade (para além das biológicas). A função social do casamento seria formar uma família e, dessa forma,
reproduzir os homens. Outro exemplo importante seria pensarmos na função social da proibição do incesto.
Não podemos pensar apenas nas funções sociais das ações dos homens, mas também na função social que
determinados costumes ou práticas possuem dentro da sociedade. Há um sistema de interações que garante a
estrutura social, no qual cada ação social, cada prática, cada costume, assume uma função. Por exemplo, as
festas possuem uma função social, pois não se trata de apenas reunir pessoas, mas que essa reunião celebre ou
tenha certa finalidade e sentido. A estrutura social seria marcada não apenas pelas ações dos homens, mas
também pelas chamadas instituições – como o exemplo citado da família – considerando-se que “a instituição é o
conjunto de valores e princípios estabelecidos tradicionalmente”.
Em linhas gerais, uma análise da sociedade não deve prescindir desses conceitos tão importantes à
compreensão da realidade social – estrutura, função e instituições sociais, tentando-se apreender as
características e as peculiaridades de cada época, de cada contexto. Assim, ao estudarmos as estruturas sociais,
é preciso examinar como ocorrem as variações das formas básicas de relações sociais. Dessa maneira, temos de
estudar tanto a adaptação social em transformações, como a continuidade social.

Classificação
Conforme o campo de atuação, a estrutura social é classificada em diversas esferas institucionais, a saber:
 Estrutura Familiar
 Estrutura Política
 Estrutura Econômica
 Estrutura Cultural
 Estrutura Religiosa
 Estrutura Educacional
 Estrutura Militar

Estrutura Social Brasileira


A desigualdade social é um problema gerado, sobretudo, pela diferença entre os estratos sociais, fato muito
notório no Brasil, posto que a diferença entre as classes sociais no país é algo gritante. No entanto, esse
panorama vem adquirindo outro aspecto com o passar dos anos, sendo o Brasil um dos países do mundo que
apresentou as mais altas taxas de mudança social nas últimas décadas.
Decorrente da implementação de políticas públicas de inclusão, bem como de transformações econômicas e
sociais no país, a estrutura social brasileira tem se modificado nos últimos 50 anos, marcada pela
heterogeneidade da sociedade, o que ainda gera diversos tipos de desigualdades.

QUESTÕES PARA REFLEXÃO E REVISÃO


1. Explique sucintamente o que é estrutura social.
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2. Apresente as principais características das estruturas sociais.


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3. Como recurso, qual é a importância da estrutura social para a Sociologia?
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4. Pesquise as características principais das estruturas sociais apresentadas neste capítulo.


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ARRASE NO ENEM

1. Os fatores da estrutura social que devem ser levados em consideração para analisar uma sociedade são
a) somente o fator cultural, pois este elemento é que definirá a estrutura de uma sociedade.
b) econômico, político, histórico, social, religioso e cultural.
c) esportivo, político, alimentar e econômico.
d) cultural, filosófico, religioso e esportivo.
e) a felicidade e a união da população.

2. Podemos entender que estratificação social é


a) a economia dividida entre os operários.
b) a igualdade entre todos os indivíduos na sociedade.
c) a divisão da sociedade em camada social.
d) a riqueza que cada um possui.

3. Existem sociedades em que os indivíduos nascem numa camada social mais baixa e podem alcançar, com o
decorrer do tempo, uma posição social mais elevada. Esse fenômeno é conhecido como
a) estamentação c) estratificação social
b) mobilidade social d) castação

4. No capitalismo moderno, a sociedade é dividida em


a) classe social c) estratificação social
b) mobilidade social d) estamento social

5. Em 2009, uma emissora de TV brasileira exibiu, no horário nobre, uma novela chamada Caminho das Índias,
que mostrava um pouco dos costumes e hábitos dos indianos. A sociedade indiana está estratificada em
a) classe social c) estamentos sociais
b) castas sociais d) estados sociais

CAPITULO 7

MOVIMENTOS SOCIAIS
De uma forma geral, a ideia de movimentos sociais começou com o conceito de antropocentrismo, concepção
que tinha o homem como o centro das coisas, não mais a religião. Essa ideia é difundida pelos iluministas, e
torna-se a principal base da Revolução Francesa, que foi o marco decisivo para o começo de uma difusão mundial
de ideias. Assim o jeito iluminista de pensar ganhou o mundo, se espalhando e servindo de base e inspiração para
outras revoluções e movimentos acontecerem. Movimentos sociais são ações coletivas que visam adequar
situações atuais, que são vividas por uma parte de uma determinada população, ao sistema político vigente.
O sociólogo francês Alain Touraine considera que a semente dos movimentos sociais está no conflito entre
classes e vontades políticas. Para ele, os conflitos sociais estão enraizados em nossa forma de governo e em
nosso Estado moderno, permeado por vontades individuais e pelas desigualdades sociais. Essa desigualdade,
que fere os princípios de igualdade de um Estado democrático, torna-se um agente de segregação social, cultural
e econômica, fatalmente interferindo nas formas de atuação civil daqueles afligidos por tal mal.
Diante disso, os movimentos sociais tornam-se entidades de mediação, isto é, a ferramenta de maior
efetividade que os grupos minoritários e desfavorecidos dispõem para buscar a garantia de seus direitos. Sua
existência deve ser garantida dentro de um Estado democrático, que depende da legitimação dos cidadãos que o
integram para que possa exercer sua função de governar em nome do bem-estar comum.

MOVIMENTOS SOCIAIS EM AÇÃO


São agrupamentos de indivíduos envolvidos num empenho organizado para gerar ou combater alterações na
sociedade ou no grupo do qual fazem parte. Possuem três características:
a) representam alguém, falam em nome de alguém, defendem os interesses de alguém;
b) sempre lutam contra alguma coisa, buscam vencer uma oposição ou indiferença;
c) mesmo representando um grupo específico fazem isso invocando os interesses de toda a coletividade.

São exemplos:
 Movimento dos trabalhadores sem Terra (MST) - Luta por terra;
 Movimento Feminista - Luta por vários direitos, entre eles a descriminalização do aborto;
 Movimento Negro - Luta contra o racismo e o preconceito;
 Movimento estudantil - Luta por qualidades de ensino;
 Movimento antimanicomial - Luta contra más qualidades de tratamento com os doentes mentais (contra
o manicômio).

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OS MOVIMENTOS SOCIAIS PODEM SER CONSERVADORES, REFORMISTAS E REVOLUCIONÁRIOS:

a) Conservadores: quando os movimentos lutam de forma organizada para manter a sociedade como está, ou
ainda desejam que ela volte a ser de alguma maneira que consideram que tenha sido melhor no passado.
Exemplos: UDR (União Democrática Ruralista) que luta contra a reforma agrária.
b) Reformistas: quando os movimentos organizadamente querem modificar pontos específicos da sociedade.
Ainda que desejem reformas e não uma revolução, muitos deles podem usar de recursos pacíficos como um
abaixo assinado, ou ainda pegar em armas, mas o que importa é o objetivo do movimento. Eles não deixarão
de serem classificados como reformistas por causa do meio que utilizarem para reivindicar. Exemplos: MST
(Movimentos Sem Terra), que luta a favor da reforma agrária.
c) Revolucionários: quando desejam modificar radicalmente as estruturas da sociedade substituindo por
outras. Exemplo: os bolcheviques, que derrubaram o czarismo na Rússia e implantaram o que se
convencionou chamar de mundo socialista.

OS MOVIMENTOS SOCIAIS – CONTEXTOS GERAIS

Os movimentos sociais, na prática, são a representação da sociedade como


organização, que os utiliza como instrumentos de ação num contexto histórico
específico. O conflito de classe e os acordos políticos são, consequentemente, canais
dos movimentos para atingir seus fins.
O movimento deixa de ser apenas a expressão de uma contradição
socioeconômica, e acaba sendo responsável pela detonação e pelo desenvolvimento
dos embates de grandes proporções.

Teoricamente, podemos classificar os movimentos sociais em três categorias:

1) movimentos reivindicatórios: são movimentos presos a reivindicações imediatas, esforçam-se em


pressionar instituições para alterar dispositivos que teoricamente lhes favoreciam. Têm um horizonte sem
dúvida limitado, considerando que seus fins são relativamente simples e não vão além de demandas
pontuais especificas. Ex.: movimento de greve dos professores de escolas públicas por melhorias
salariais.
2) Movimentos políticos: tenta influenciar nos meio utilizados para se atingir os caminhos condutores a
participação política direta. Também se esforçam, no decorrer do processo para mudar a correlação de
forças, influindo nos grandes debates travados com outros grupos adversários. Ex. Movimento das
Diretas Já! 1984.
3) Movimentos de classe: seu intuito seria o de subverter a ordem social de um período determinado e,
consequentemente, transformar as relações entre os diferentes atores do contexto nacional, assim como
os meios de produção, fazendo avançar as exigências da classe em ascensão, em superação histórica e
na sua pressão para se posicionar como elemento hegemônico no processo econômico e político do
país. Ex. MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra).

ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DOS MOVIMENTOS SOCIAIS


Para conhecermos como é um movimento social, vamos nos apoiar no livro de Ilse Scherer-Warren, Movimentos
sociais, uma interpretação sociológica, destacando os elementos que compõem o campo de análise: o projeto, a
ideologia e a organização.
O projeto:

O projeto significa a proposta de um movimento, que pode ser, como vimos, de mudança ou de conservação
das relações sociais, assim, todo movimento social contém um projeto, e quando nos perguntamos qual o projeto
de um movimento, estamos pensando em seus objetivos, em suas metas, enfim, no que o movimento pretende.
Para um movimento social atingir os objetivos a que se propõe, é necessária uma certa estratégia,
procedimentos adequados que possibilitem o sucesso da ação coletiva. Ao mesmo tempo em que o projeto revela
o desejo, a intenção de um movimento, ele nos mostra como os seus participantes se veem – o que demonstra a
consciência de sua força, bem como a força de seu adversário, contra quem o movimento se dirige.
A complementação dessas ideias sobre o projeto, ou da apreensão de seu conteúdo, deve ser feita levando-
se em consideração a análise dos outros elementos.

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2019 - APOSTILA FILOSOFIA/SOCIOLOGIA – 1ª SÉRIE – 2º TRIMESTRE

A ideologia:

A ideologia corresponde às ideias que os homens fazem da sociedade em que vivem. Quando elas
expressam “corretamente” as relações existentes, mostrando os interesses que animam as relações, podemos
dizer que a ideologia se constitui num instrumento de luta dos grupos sociais. Se, ao contrário disso, as ideias não
correspondem à realidade das relações de opressão existentes, poderemos dizer que se trata de uma “falsa
consciência”. Nesse sentido, a ideologia atuaria como uma forma de massacramento das reais condições de
opressão, atendendo, por conseguinte, aos interesses dos grupos dominantes.
É a ideologia que fundamenta os projetos e as práticas dos movimentos e define o sentido de suas lutas. A
própria forma de organização e direção de um movimento revela seu caráter ideológico.

A organização:

Os movimentos sociais possuem uma organização hierárquica que pode ser descentralizada ou com uma
estrutura definida com líderes e demais participantes do movimento.
A forma de organização de um movimento social tem consequências importantes com relação à sua dinâmica
interna e externa. Internamente, observa-se que uma organização sem a devida hierarquia entre liderança e base
pode favorecer um certo espontaneismo das ações, o que levaria à falta de controle do movimento, resultando em
seu próprio prejuízo. Por outro lado, uma organização fundada num corpo de líderes afastados da base pode ser
conduzida a práticas autoritárias e elitistas, com os demais participantes desempenhando o papel de
“massa de manobra”.

QUESTÕES PARA REFLEXÃO E REVISÃO


1. Estabeleça uma relação entre o antropocentrismo, o iluminismo e os movimentos sociais.
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2. Sucintamente, explique o que são os movimentos sociais.


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3. Explique a perspectiva de Alain Touraine quanto aos movimentos sociais.


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4. Quais são as características dos movimentos sociais?


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5. Mencione exemplos de movimentos sociais.


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6. Descreva as características dos movimentos sociais conservadores, reformistas e revolucionários.


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7. Caracterize os movimentos reivindicatórios, políticos e de classe.
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8. Mencione e caracterize os elementos que constituem os movimentos sociais.


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ARRASE NO ENEM
1. Os novos movimentos sociais são diferentes das ações coletivas de antes por eles politizarem a esfera
privada e tornarem públicas as problemáticas das minorias sociais. Assim, dentre esses movimentos,
destacam-se aqueles que
a) envolvem negros, indígenas, sem-terra e sem-teto.
b) determinam a opinião pública sobre as questões ecológicas.
c) produzem discussões locais e regionais, não abarcando questões globais.
d) desenvolvem-se a partir do controle do Estado e dos partidos políticos.
e) realizam pressão política, apoiando contestação da política econômica, e lutam por melhores salários.

2. Entre os problemas sociais que afetam um grupo minoritário, o que pode ser entendido como de maior
gravidade, ao nos voltarmos para o foco institucional, é
a) a precária representação política, o que ocasiona negligência de direitos básicos que deveriam ser
assegurados para todos os indivíduos em um Estado democrático.
b) a falta de leis rigorosas e explicitamente voltadas para atender às necessidades específicas de uma minoria.
c) a resistência em reconhecer a existência dos grupos minoritários por parte de nosso governo.
d) a falta de ONGs que se voltem para a resolução dos problemas que os grupos minoritários possuem.

3. Ao tratarmos dos problemas que afligem as minorias, a desigualdade social acaba sendo o ponto chave de
grande parte das reivindicações dos grupos minoritários. No entanto, não é correto afirmarmos que todo
grupo minoritário se encontra em posição fragilizada no meio social. Por quê?
a) Porque o Estado se encarrega de suprir todas as necessidades das minorias.
b) Porque a ideia de minorias prejudicadas é uma mentira. Todas elas possuem grandes vantagens cedidas
pelo governo.
c) Porque existem minorias elitizadas, que possuem grande poder econômico e grande influência no meio político.
d) Porque, em um governo democrático, como no caso do Brasil, a representação política é garantida de forma
igual para todos os grupos sociais.

4. “Apesar do esforço governamental, ainda existem sérios problemas referentes ao atendimento das
necessidades básicas dos grupos minoritários”. Essa afirmação faz referência aos programas do governo
brasileiro que tentam remediar os problemas de grupos minoritários. Entre esses grupos, podemos destacar
como minorias em situação precária:
a) Os deficientes físicos, indígenas e políticos.
b) O Movimento dos Sem-Teto, os empresários e os deficientes físicos.
c) Os estudantes, indígenas e os quilombolas.
d) Os deficientes físicos, os indígenas e os quilombolas.

5. (UFU- 2008) Considere a seguinte citação:


Movimentos e ONGs cidadãs têm se revelado estruturas capazes de desempenhar papéis que as estruturas
formais, substantivas, não têm conseguido exercer enquanto estruturas estatais, oficiais, criadas com o
objetivo e o fim de atender à área social.
GOHN, Maria da Glória. Teorias dos movimentos sociais: paradigmas clássicos e contemporâneos. São Paulo: Loyola, 1997. p. 303.

A respeito do papel político dos novos movimentos sociais e das organizações não-governamentais no contexto
brasileiro, marque a alternativa correta.
a) Os novos movimentos sociais surgiram no Brasil em um contexto marcado pelo autoritarismo e pela
exiguidade de espaços democráticos de participação política.
b) Em seus primórdios, na década de 1970, os novos movimentos sociais constituíram-se como uma extensão
do aparato estatal na sociedade civil.
c) As bandeiras de luta defendidas pelos novos movimentos sociais, desde os anos 1970, limitam-se à
problemática trabalhista e sindical.
d) Coube aos novos movimentos sociais, desde seu florescimento nos anos 1970, reforçar as práticas e
estruturas de poder centralizadas em torno do Estado.

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6. (UNIOESTE) No período de 1960 a 1980, identifica-se um movimento cultural que foi chamado de
Contracultura. A esse respeito, podemos dizer que
a) foi um movimento cultural contrário às novas normas vigentes na sociedade, inserido dentro das
transformações sociais acontecidas no período que se segue ao Pós-Guerra, contrárias à segregação, ao
armamentismo e ao estilo de vida consumista.
b) tinha como valores a elaboração de alternativas ao poder, novas formas de segregação, uma nova musicalidade.
c) buscava a retomada e disseminação dos valores permanentes da sociedade americana,
anteriormente abandonados.
d) vivências de grupos urbanos e movimentos como hippies, punks, carismáticos, pagodeiros, skins, sertanejos,
sociedades alternativas etc. são exemplos de experiências vividas em adesão à contracultura e repúdio aos
padrões sociais vigentes.
e) não podemos falar de um movimento contracultural, pois na realidade ele nunca existiu.

CAPÍTULO 8

RAÇA E ETNIA

Mesma espécie, raças diferentes?

O conceito de raça é altamente complexo e objeto de grandes estudos sociológicos. O uso por parte do
senso comum dessa forma de categorização perpetuou a ideia de que os grupos humanos são divididos de
acordo com características biológicas.
As teorias sobre as diferentes raças humanas surgiram inicialmente no final do século XVIII e início do século
XIX, tendo como autor principal Joseph Arthur de Gobineau (1816-1882) – o “pai do racismo moderno” –, filósofo
francês e principal defensor da ideia de superioridade da raça branca. Desde então, vários trabalhos derivados da
ideia de raças diferentes entre a espécie humana foram concebidos, de modo que, enquanto alguns autores
distinguiram quatro ou cinco raças, outros chegaram a especificar mais de 20.
As teorias raciais surgiram como forma de tentar justificar a ordem social que surgia à medida que países
europeus tornavam-se nações imperialistas, submetendo outros territórios e suas populações ao seu domínio. O
conceito foi amplamente adotado em todo o mundo até o período da Segunda Guerra Mundial, quando o
surgimento da ameaça nazista elevou a proporções astronômicas o preconceito e o ódio em relação a grupos
humanos específicos.
Os trabalhos científicos que abordaram as diferenciações entre grupos humanos mostraram que, apesar das
diferenças fenotípicas (cor dos olhos, da pele, cabelos etc.), as diferenças genéticas que existiam entre grupos de
características físicas semelhantes eram praticamente as mesmas quando comparadas com as diferenças
genéticas entre grupos de características físicas diferentes. Portanto, em termos biológicos, não existem “raças”
com contorno definido, apenas um grande número de variações físicas entre os seres humanos.
Um dos exemplos de trabalhos sobre a contestação acerca do uso do termo “raça” para diferenciar grupos de
indivíduos com base em características biológicas é o dos autores Sergio Danilo Junho Penha, professor do
departamento de Bioquímica e Imunologia da Universidade Federal de Minas Gerais, e Telma de Souza Birchal,
professora do Departamento de Filosofia da Universidade Federal de Minas Gerais. O trabalho que eles
desenvolveram foi intitulado “A inexistência biológica versus a existência social de raças humanas: pode a ciência
instruir o etos social?” (Revista USP -2006).
Diante dos fatos, a comunidade científica praticamente abandonou o uso do termo “raça”. Da mesma
maneira, muitos autores da Sociologia concordam que o conceito de raça é apenas uma noção socialmente
construída e perpetuada pelo preconceito ou pelo valor conceitual que alguns teóricos acreditam existir nos
trabalhos que tratam de problemas sociológicos ligados à diferença. Nesse sentido, o conceito de raça é utilizado
para tratar de problemas ligados ao valor socialmente atribuído a certas características físicas, como casos de
discriminação ou segregação racial que ainda hoje observamos.
Dentre desse contexto, Anthony Giddens descreve o conceito de raça como sendo um “conjunto de relações
sociais que permite situar os indivíduos e os grupos e determinar vários atributos ou competências com base em
aspectos biologicamente fundamentados”. Isso quer dizer que a ideia de distinção racial vai além de tentar
categorizar indivíduos por suas características biológicas, pois está também relacionada com certas formas de
desigualdade social e outros fenômenos sociais.

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Etnicidade
Enquanto o conceito de raça está ligado à ideia errônea ligada a traços biológicos definitivos, o conceito de
etnicidade é puramente social. Ao tratarmos de etnicidade, estamos fazendo referência a construções culturais de
determinada comunidade de pessoas. Os membros dos grupos étnicos enxergam-se como culturalmente
diferentes de outros grupos sociais e vice-versa. Portanto, características como religião, língua, história e
símbolos, por exemplo, são pontos de diferenciação entre etnias.
A manutenção da identidade de um grupo está relacionada com o cultivo de aspectos culturais. As tradições
culturais são o mais claro exemplo disso. Comemorações que evocam memórias passadas ou realimentam mitos
que constituem o conjunto de ferramentas interpretativas do mundo de cada grupo permitem que a constituição
étnica atravesse gerações e perpetue-se no mundo social. Isso, porém, não significa que a etnicidade esteja em
estado inalterável, isto é, não significa que a etnicidade seja uma estrutura imutável. Apesar de ser mantida por
meio da tradição, a etnicidade ainda está sujeita às circunstâncias imprevisíveis do mundo social que habita.
Grupos étnicos que migram para regiões completamente diferentes das de origem geralmente passam por uma
restruturação de sua organização ao longo do tempo. Temos como exemplo mais próximo os imigrantes que
chegaram a nosso país principalmente entre as décadas de 1920 e 1940. Eles passaram pelo processo de
mudança de certos traços culturais que compunham sua etnicidade, como a adoção de uma língua estranha.

A produção das diferenças

REFLEXÃO
Estamos habituados a ouvir relatos sobre a forma como, por exemplo, os europeus, quando chegaram às
Américas, estranharam o modo de vida dos índios, suas feições, hábitos e vestimentas. De tanto ouvirmos e
lermos as narrativas dos colonizadores, naturalizamos a ideia de que somente eles tiveram a sensação de
estranhamento. Você já parou para pensar em como os índios, por exemplo, quando viram pela primeira vez os
homens brancos, ficaram impactados com suas formas de se vestir, suas feições e comportamentos?

Ao longo da história da humanidade, sempre existiram homens que observaram, interpretaram e produziram
conhecimento sobre outros homens, estabelecendo semelhanças e diferenças, e construindo relações
hierárquicas entre eles. Mas por que os indivíduos agem dessa forma?
Todas as culturas produzem realidades distintas, mas em todas elas existe um conjunto de práticas
regulares, que se repetem ao longo do tempo. Na medida em que estas práticas se reproduzem, acabam criando
o que chamamos de padrões culturais. Conforme esses padrões vão sendo passados de geração em geração,
tendemos a naturalizar os tipos de comportamento, de vestimentas, de linguagem etc, que estão associados a
eles. Sendo assim, quando nos deparamos com outros costumes, a tendência é pensar no que é diferente não a
partir daquilo que o torna distinto, mas sim pelo que o distancia daquilo que nosso grupo social considera como
normal, puro, certo etc.

Preconceito, discriminação e segregação


Conviver em uma determinada cultura, pertencer a uma classe social, fazer parte de certos grupos, ter uma
visão de mundo específica, pertencer a uma etnia, ser homem ou mulher, fazer parte de uma determinada
configuração familiar são algumas das condições que nos levam a refletir sobre a produção das diferenças entre
os seres humanos. Como vimos em capítulos anteriores, os indivíduos tendem a observar aquilo que é diverso
colocando a sua forma de ver o mundo no centro da análise, de modo etnocêntrico. Você já parou para pensar
nas consequências e nos desdobramentos desse tipo de olhar?

EXEMPLO
Você já deve ter ouvido diversas vezes comentários do tipo: tinha que ser mulher; ele tem a maior cara de
pobre; esse povo é muito atrasado; olha lá, ele anda que nem um viadinho; Não sou racista, tenho até amigo
preto, e outros que seguem a mesma linha de pensamento. Esses tipos de comentários são típicos de
demonstrações de preconceitos, como, por exemplo, de gênero, de classe, de cultura, de orientação sexual, de
etnia e fornecem bases para distintas formas de discriminação e segregação.

Vale ressaltar, portanto, que preconceito, discriminação e segregação são conceitos distintos, que atuam
também como uma forma de manutenção das desigualdades sociais. Vamos conhecer os conceitos, para
compreender melhor o que significa esse processo?

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Preconceito: É um julgamento prévio negativo sobre uma pessoa, um grupo, uma cultura etc. Quem age
com preconceito costuma estar fundamentado em estereótipos negativos, indicando desconhecimento ou
ausência de informações suficientes a respeito de quem está sendo julgado. O preconceito pode levar à
discriminação.

Discriminação: A palavra vem do latim discriminis, que significa separar. É o nome que se dá ao ato de
restringir a certos indivíduos oportunidades ou privilégios que estão disponíveis para outros indivíduos. Discriminar
é, portanto, atuar de forma a fazer uma distinção de certas pessoas, podendo levá-las à exclusão ou à
marginalização.

Segregação: É uma ação política, pautada em leis ou normas, que tem como objetivo manter à distância, em
espaços próprios que lhes são reservados, determinados indivíduos ou grupos considerados indesejados ou
inferiores. Para isso, são estabelecidas fronteiras espaciais ou sociais que aumentam as desvantagens entre
grupos discriminados. Essa prática é baseada na ideia de superioridade étnica, de gênero, de nacionalidade etc.
Podemos citar como exemplos de práticas segregacionistas o regime do Apartheid, na África do Sul; o regime de
segregação racial nos Estados Unidos; e o Nazismo, na Alemanha.

Agora que já firmamos a base conceitual, fica mais evidente como o preconceito pode ser bastante perigoso
para os indivíduos e para a sociedade, não é mesmo? Ele é transmitido muitas vezes sem que percebamos e
tende a misturar-se ao contexto cultural, de modo que fica mais difícil de superá-lo. Desse modo, o preconceito
pode levar à discriminação e à segregação de outros indivíduos.
Ainda percebemos a persistência de preconceitos relacionados a diversos aspectos, como aqueles ligados à
orientação sexual, à etnia, à classe, ao gênero etc. Vamos refletir um pouco mais sobre algumas formas
de preconceito?

TIPOS DE PRECONCEITOS:

RACIAL, OU RACISMO:
O racismo é a tendência do pensamento, ou do modo de pensar em que se dá grande importância à noção
da existência de raças humanas distintas e superiores umas às outras. Onde existe a convicção de que alguns
indivíduos e sua relação entre características físicas hereditárias e determinados traços de caráter e inteligência
ou manifestações culturais são superiores a outros. O racismo não é uma teoria científica, mas um conjunto de
opiniões pré-concebidas onde a principal função é valorizar as diferenças biológicas entre os seres humanos, em
que alguns acreditam ser superiores aos outros de acordo com sua matriz racial. A crença da existência de raças
superiores e inferiores foi utilizada muitas vezes para justificar a escravidão, o domínio de determinados povos por
outros, e os genocídios que ocorreram durante toda a história da humanidade.

ETNOCENTRISMO:
É uma atitude na qual a visão ou avaliação de um grupo sempre seria baseada nos valores adotados pelo
seu grupo, como referência, como padrão de valor. Trata-se de uma atitude discriminatória e preconceituosa.
Basicamente, encontramos em tal posicionamento um grupo étnico sendo considerado como superior a outro. Não
existem grupos superiores ou inferiores, mas grupos diferentes. Um grupo pode ter menor desenvolvimento
tecnológico (como, por exemplo, os habitantes anteriores aos europeus que residiam nas Américas, na África e na
Oceania) se comparado a outro, mas, possivelmente, é mais adaptado a determinado ambiente, além de não
possuir diversos problemas que esse grupo “superior” possui. A tendência do homem nas sociedades é de
repudiar ou negar tudo que lhe é estranho ou não está de acordo com suas tendências, costume e hábitos. Na
civilização grega, o bárbaro, era o que “transgredia” toda a lei e costumes da época, é etimologicamente
semelhante ao homem selvagem na sociedade ocidental.

SEXISMO:
É a discriminação ou tratamento indigno a um determinado gênero, ou ainda a determinada identidade
sexual. Existem duas assunções diferentes sobre as quais se assenta o sexismo: Um sexo é superior ao outro.
Mulher e homem são profundamente diferentes (mesmo além de diferenças biológicas), e essas diferenças devem
se refletir em aspectos sociais como o direito e a linguagem. Em relação ao preconceito contra mulheres,
diferencia-se do machismo por ser mais consciente e pretensamente racionalizado, ao passo que o machismo é
um muitas vezes um comportamento de imitação social. Nesse caso o sexismo muitas vezes está ligado à
misoginia (ódio às mulheres).

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MACHISMO OU CHAUVINISMO MASCULINO:


É a crença de que os homens são superiores às mulheres. A palavra “chauvinista” foi originalmente usada
para descrever alguém fanaticamente leal ao seu país, mas, a partir do movimento de libertação da mulher, nos
anos 60, passou a ser usada para descrever os homens que mantém a crença na inferioridade da mulher,
especialmente nos países de língua inglesa. No espaço lusófono, a expressão “chauvinista masculino” (ou,
simplesmente, “chauvinista”) também é utilizada, mas “machista” é muito mais comum.

PRECONCEITO LINGUÍSTICO:
É uma forma de preconceito a determinadas variedades linguísticas. Para a linguística, os chamados erros
gramaticais não existem nas línguas naturais, salvo por patologias de ordem cognitiva. Ainda segundo
esses linguistas, a noção de correto imposta pelo ensino tradicional da gramática normativa origina um
preconceito contra as variedades não-padrão.

HOMOFOBIA:
É um termo criado para expressar o ódio, aversão ou a discriminação de uma pessoa contra homossexuais
ou homossexualidade.

TRANSFOBIA:
É a aversão a pessoas trans (transexuais, transgêneros, travestis) ou discriminação a estes. A transfobia
manifesta-se normalmente de forma mais reconhecida socialmente contra as pessoas trans adultas, quer sob a
forma de opiniões negativas, quer sobre agressões físicas ou verbais. Manifesta-se também muitas vezes de
forma indireta com a preocupação excessiva em garantir que as pessoas sigam os papéis sociais associados ao
seu sexo biológico. Por exemplo, frases como “menino não usa saia” são, em sentido lato, uma forma de
transfobia. A transfobia é também muitas vezes combinada com homofobia quando é feita a associação entre
homens femininos e homossexualidade, partindo do princípio – equivocado – de que todos os homossexuais são
necessariamente femininos, e que ser homem efeminado é algo de negativo.

HETEROSSEXISMO:
É um termo relativamente recente e que designa um pensamento segundo o qual todas as pessoas são
heterossexuais até prova em contrário. Um indivíduo ou grupo classificado por heterossexista não reconhece a
possibilidade de existência da homossexualidade (ou mesmo da bissexualidade). Tais comportamentos são
ignorados ou por se acreditar que são um “desvio” de algum padrão, ou pelo receio de gerar polêmicas ao abordar
determinados assuntos em relação à sexualidade. Apesar de poder ser considerada como uma forma de
preconceito, se diferencia da homofobia por ter como característica o ato de ignorar manifestações sexuais
geralmente minoritárias (as situações homofóbicas não só não ignoram como apresentam aversão).

XENOFOBIA:
É o medo natural (fobia, aversão) que o ser humano normalmente tem ao que é diferente (para este
indivíduo). Xenofobia é também um distúrbio psiquiátrico ao medo excessivo e descontrolado ao desconhecido ou
diferente. Xenofobia é ainda usado em um sentido amplo (amplamente usado mas muito debatido) referindo-se a
qualquer forma de preconceito, racial, grupal (de grupos minoritários) ou cultural. Apesar de amplamente aceito,
este significado gera confusões, associando xenofobia a preconceitos, levando a crer que qualquer preconceito é
uma fobia. Chama-se comumente chauvinismo à crença narcisista próxima à mitomania de que as propriedades
do país ao qual se pertence são as melhores sob qualquer aspecto. O termo provém da comédia francesa La
Cocarde Tricolore (”O Tope Tricolor”), dos irmãos Cogniard, na qual um ator chamado Chauvin personifica um
patriotismo exagerado.

CHAUVINISMO:
O chauvismo resulta de uma argumentação falsa ou paralógica, uma falácia de tipo etnocêntrico ou de
idolaforia. Em retórica, constitui alguns dos argumentos falsos chamados ad hominem que servem para persuadir
com sentimentos em vez de razão quem se convence mais com aqueles que com estes. A prática nasceu
fundamentalmente com a crença do romantismo nos “caráteres nacionais” (ou volkgeist em alemão). Milênios
antes, no entanto, os antigos gregos já burlavam de quem se convencia de que a lua de Atenas era melhor que a
de Éfeso.

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PRECONCEITO SOCIAL:
É uma forma de preconceito a determinadas classes sociais. É uma atitude ou ideia formada
antecipadamente e sem qualquer fundamento razoável; o preconceito é um juízo desfavorável em relação a vários
objetos sociais, que podem ser pessoas, culturas. O preconceito social também existe quando julgamos as
pessoas por atitudes e logo enfatizamos que a mesma só a teve a atitude por ser de certa classe social, ou seja
se a pessoa tem uma boa condição financeira ela não vai sofrer nenhum tipo de preconceito social, seria mais fácil
ela ter preconceito para com as outras pessoas.

ESTEREÓTIPO:
É a imagem preconcebida de determinada pessoa, coisa ou situação. Estereótipos são fonte de inspiração de
muitas piadas, algumas de conteúdo racista, como as piadas de judeu, que é retratado como ávaro, português (no
Brasil), como pouco inteligente, etc. O estereótipo pode estar relacionado ao preconceito.

ESTIGMA:
É a predisposição para o preconceito, não está presente em todos os tipos de manifestações preconceituosas
e é fortemente relacionado ao ambiente em que o grupo estigmatizado está inserido. “O negro tem a marca da
negritude na pele, é frequentemente estigmatizado; o homossexual, não necessariamente - muitos deles ninguém
sabe se são”. Além disso, existem mulatos que são tidos como negros em São Paulo, mas como brancos na
Bahia; o estigma não obedece a convenções sociais amplas.

QUESTÕES PARA REFLEXÃO E REVISÃO


1. Quais conjunturas colaboram para o surgimento das teorias raciais?
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2. Quais são os argumentos contra o questionamento do conceito da existência (ou a inexistência) de raças
entre os seres humanos?
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3. Explique a diferença entre raça e etnicidade.


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4. Caracterize os conceitos: preconceito, discriminação e segregação.


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5. Aponte e caracterize pelo menos três tipos de preconceitos.


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6. Pesquise a diferença entre racismo e injúria racial.


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ARRASE NO ENEM
1. O conceito de “raça” envolve
a) características físicas e genéticas.
b) afinidades linguísticas e culturais.
c) cor da pele, tipo de cabelo e gênero.
d) a classificação de grupos sociais em superior e inferior.
e) o desejo de um povo dominar outro povo.

2. O conceito de etnia
a) é discriminatório. d) classifica pessoas segundo traços genéticos.
b) define diferenças culturais. e) iguala os povos.
c) envolve afinidades culturais e linguísticas.

3. Classifique as afirmativas de acordo com o conceito.


(E) para etnia. ( ) Envolve características físicas e genéticas.
( ) É discriminatório.
(R) para raça. ( ) Envolve afinidades culturais e linguísticas.
( ) Define unicamente diferenças culturais.
(N) para nenhum dos dois. ( ) Relaciona-se à cor da pele e ao tipo de cabelo.
( ) Classifica grupos em superiores e inferiores.
( ) Envolve desejo de dominação sobre o outro.
( ) Classifica povos segundo traços genéticos.
( ) Iguala socialmente os povos.
( ) Envolve o conceito de gênero

4. Sobre os conceitos de raça e etnia, pode-se concluir que


a) serviram para justificar a dominação de uns povos por outros.
b) defendem a harmonia entre os povos de diferentes culturas.
c) o primeiro valoriza a cultura e o segundo discrimina.
d) são diferentes e opostos em seus objetivos.
e) são iguais.

5. A segregação racial
a) foi exemplificada pelo apartheid na África do Sul. d) diminui as diferenças.
b) contribuiu para a democracia entre os povos. e) é de caráter pacífico.
c) valoriza as diferenças étnicas.

6. O racismo (preconceito de cor) no Brasil


a) tem relação direta com o preconceito contras os homossexuais.
b) termina com a promulgação da constituição de 1988.
c) tem origem com a escravidão do negro africano.
d) surge no século XIX, com o apartheid.
e) está crescendo cada dia mais.

7. O etnocentrismo está relacionado, mais especificamente, ao preconceito


a) cultural. c) regional. e) de cor.
b) sexual. d) físico.

8. UEM (2011) - Leia o texto a seguir e assinale o que for correto sobre o tema da diversidade étnica.
[...] Na verdade, raça, no Brasil jamais foi um termo neutro; ao contrário, associou-se com frequência a uma
imagem particular do país. Muitas vezes, na vertente mais negativa de finais do século XIX, a mestiçagem
existente no país parecia atestar a falência da nação [...]”
(SCHWARCZ, Lilia Moritz. Nem preto nem branco, muito pelo contrário: cor e raça na intimidade. In: NOVAIS, Fernando & SCHWARCZ, Lilia
Moritz (orgs.) História da Vida Privada no Brasil. Contrastes da intimidade contemporânea,. São Paulo: Companhia das Letras, 1998, p. 177).

a) Vigorou, no Brasil do século XIX, uma visão elitista que privilegiava a cor branca e via na mistura de raças a
causa de seu atraso.
b) Os termos raça e etnia se equivalem. Ambos fazem referência à composição de grupos de pessoas com
características fisiológicas e biológicas comuns.
c) Os estudos centrados na noção de raça classificam a humanidade por meio da seleção natural e da
organização genética.
d) Por ser o Brasil o país com o maior número de negros e afrodescendentes depois do continente africano, não
é pertinente discutir no Brasil o racismo.

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CAPÍTULO 9

SEXO E GÊNERO NA SOCIOLOGIA


Normalmente, existe uma grande confusão no entendimento do que seja sexo e gênero. O senso comum acredita
se tratarem do mesmo significado, mas os dois conceitos são usados para estabelecer visões de mundo diferentes.
O conceito de sexo é utilizado desde as sociedades mais primitivas e estabelece que homens e mulheres são
diferentes, baseados na expressão anatômica de seus órgãos genitais. Estes conduzem hormônios e características
que refletem a diferenciação entre masculino e feminino. Já o conceito de gênero, apesar de estar presente no
discurso feminista do século XIX, é uma construção acadêmica dos anos 1990 - que foi tomada a partir de uma
resolução do conselho da Organização das 'Nações Unidas (ONU) - e compreende que as diferenças biológicas entre
homens e mulheres não definem a expressão sexual, mas é o próprio indivíduo que as define, utilizando-se do livre-
arbítrio. Em outras palavras, para o conceito de sexo, nascemos meninos ou meninas do ponto de vista sexual, com
diferenças genéticas, hormonais e anatômicas. Já para o conceito de gênero é construída a noção de feminino e
masculino pela cultura.
Destaca-se que a ideologia de gênero não é uma unanimidade. Desse modo, é importante que tenhamos
consciência dessas duas vertentes: enquanto alguns afirmam que há diferenças inatas entre os homens e as mulheres
pela sua constituição biológica, outros defendem que elas não existem e foram determinadas pela cultura da sociedade,
portanto, essas podem ser moldadas conforme a vontade de cada pessoa.
Os estudos das relações sociais de gênero foram bastante marcados pelo trabalho de investigação levado a cabo
pela socióloga feminista norte-americana Jessie Bernard, que, em meados dos anos 40 do século XX, iniciou a
abordagem da importância do "gênero" na organização da vida em sociedade. A obra mais conhecida dessa
autora, The Future of Marriage (1982), procura mostrar como é que o casamento constitui um contexto institucional de
cristalização de normas, valores, papéis e padrões de interação entre o homem e a mulher, que são ideologicamente
dominantes e que subjugam e oprimem a mulher. Esse estudo tornou-se já um clássico, num dos domínios de
investigação sobre as relações sociais de gênero que mais se tem desenvolvido: a divisão tradicional dos papéis
sexuais e as suas repercussões ao nível da família e do trabalho, ou em relação ao domínio privado e
ao domínio público.

A investigação sociológica no domínio das relações sociais de gênero centra-se em dois pressupostos de
análise principais:
1) a posição ocupada na sociedade pelos homens e pelas mulheres não são apenas diferentes, mas
também desiguais;
2) a desigualdade social entre homens e mulheres resulta, principalmente, da organização da sociedade e não
de diferenças biológicas ou psicológicas significativas entre os mesmos.

Em relação ao princípio analítico de que não há apenas uma diferenciação socialmente construída entre
homens e mulheres, mas também, e sobretudo, uma desigualdade social, isso significa que os estudos em função
do gênero supõem que as mulheres têm menos recursos materiais, estatuto social, poder e oportunidades de
autorrealização do que os homens com quem partilham a mesma posição social.
O gênero é, assim, considerado um elemento que condiciona a posição social dos indivíduos, tais como a
classe, os rendimentos econômicos, a profissão, o nível de escolaridade, a idade, a raça, a etnia, a religião e a
nacionalidade. Nesse âmbito, têm-se desenvolvido estudos sociológicos centrados na discriminação e na
diferenciação social, em função do gênero, em diversas áreas da vida em sociedade, tais como, por exemplo, as
desigualdades no acesso ao poder e ao emprego e na atribuição de rendimentos salariais. No que respeita ao
princípio de que as diferenças entre os dois sexos são, sobretudo, socialmente instituídas e não predeterminadas,
o conceito explicativo principal é o de "socialização".
Por outras palavras, uma parte significativa dos estudos no domínio das relações sociais de gênero supõe
que a diferenciação de comportamentos e de traços de personalidade consoante o gênero resulta de expectativas
socialmente incutidas nos indivíduos desde a infância, pelas quais as crianças são socializadas no sentido de
desempenharem diferentes papéis, "masculinos" ou "femininos". Basicamente, trata-se de investigar como é que,
ao nível das interações entre os indivíduos, são construídas e recriadas de um modo permanente as dicotomias
entre o homem e a mulher. Nesse domínio, são de salientar os trabalhos da socióloga feminista britânica Dorothy
Smith (1987) e da teórica feminista francesa Luce Irgaray (1985), sobre o modo como as linguagens atuais estão
dominantemente ancoradas em experiências e conceitos masculinos.
A sociologia contemporânea refere-se aos papéis de gênero masculino e feminino como masculinidades e
feminilidades, respectivamente no plural ao invés do singular, enfatizando a diversidade tanto dentro das culturas
como entre as mesmas.
A filósofa e feminista Simone de Beauvoir aplicou o existencialismo para a experiência de vida da mulher:
“Ninguém nasce mulher: torna-se mulher”. No contexto é um testamento filosófico, entretanto é verdade
biologicamente – uma garota precisa passar pela puberdade para se tornar uma mulher – verdade sociológica – a
maturidade em relação ao contexto social é aprendida, não instintiva – e verdade nos estudos de gênero – a
feminilidade como uma aprendizagem social e cultural.
Portanto, nos estudos de gênero, o termo gênero é usado para se referir às construções sociais e culturais de
masculinidades e feminilidades. Neste contexto, gênero explicitamente exclui referências para as diferenças
biológicas e foca nas diferenças culturais. Isto emergiu de diferentes áreas: da sociologia nos anos 50; das teorias
do psicoanalista Jacques Lacan; e no trabalho de feministas como Judith Butler.

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2019 – APOSTILA DE FILOSOFIA/SOCIOLOGIA – 1ª SÉRIE – 2º TRIMESTRE

As diferenças entre homens e mulheres


Para o senso comum, homens e mulheres são diferentes devido aos sexos. Há uma diferença biológica,
orgânica, entre esses dois grupos. No dia a dia, esperamos desses dois sexos comportamentos também
diferentes, geralmente complementares. Ao homem, geralmente atribuímos a força física e a frieza. Por outro lado,
à mulher, a fragilidade e o afeto. Não é raro, portanto, que, em uma família, os homens sejam mais distantes dos
filhos e que se responsabilizem pela maior parte do orçamento doméstico. As mulheres, por sua vez, são mais
próximas das crianças e, embora trabalhem fora, recebem salários menores e se responsabilizem pela maior parte
dos afazeres de casa.

Podemos resumir assim os diferentes papéis que atribuímos aos dois sexos:

Homem Mulher
Força física Fragilidade
Frieza/Racionalidade Afeto/Carinho
Trabalho (Rua) Lar (Casa)

Atualmente, essas associações são questionadas. Sem receio de errarmos, podemos dizer que esses papéis
são muito mais “maleáveis”, admitindo combinações e rearranjos, do que há cinquenta anos. No entanto, eles
ainda não foram descartados do nosso imaginário e há limites dentro dos quais os indivíduos podem transitar.
Como é vista uma mulher que desconsidera a maternidade, abrindo mão do casamento e cuidando
integralmente de sua carreira profissional? E o homem que decide tomar conta do lar e dos filhos, sendo
sustentado pelo trabalho de sua esposa?
Para a nossa visão mundo – o nosso senso comum -, esses papéis são naturais e os indivíduos não podem
simplesmente negá-los, sob pena de serem estigmatizados e afastados do convívio social. Mas será mesmo que
tais papéis são naturais?

Vejamos o que dizem as ciências sociais:

A antropóloga estadunidense Margareth Mead (1901-1978) procurou investigar as relações entre


cultura e personalidade.
Mead investigou como os indivíduos recebiam os elementos de sua cultura e a maneira como isso formava
sua personalidade. Suas pesquisas tinham como objeto as condições de socialização da personalidade feminina e
da masculina. Ao analisar os Arapesh, os Mundugumor e os Chumbuli, três povos da Nova Guiné, na Oceania,
Mead percebeu diferenças significativas. Entre os Arapesh não havia diferenciação entre homens e mulheres, pois
ambos eram educados para ser dóceis e sensíveis e para servir aos outros. Também entre os Mundugumor não
havia diferenciação: indivíduos de ambos os sexos eram treinados para a agressividade, caracterizando-se por
relações de rivalidade, e não de afeição. Entre os Chambuli, finalmente havia diferença entre homens e mulheres,
mas de modo distinto do padrão que conhecemos: a mulher era educada para ser extrovertida, empreendedora,
dinâmica e solidária com os membros de seu sexo. Já os homens eram educados para ser sensíveis,
preocupados com a aparência e invejosos, o que os tornava inseguros. Isso resultava em uma sociedade em que
as mulheres detinham o poder econômico e garantiam o necessário para a sustentação do grupo, ao passo que
os homens se dedicavam às atividades cerimoniais e estéticas.
Baseada em seus achados, Mead afirmou que a diferença das personalidades não está vinculada a
características biológicas, como o sexo, mas à maneira como em cada sociedade a cultura define a
educação das crianças.
TOMAZI, N. Sociologia para o ensino médio. 2ª ed. São Paulo: Ed. Saraiva, 2010, pp. 172-173.

Por que a antropóloga não reafirmou a visão de mundo do senso comum? Porque as suas constatações
foram extraídas de longos estudos, metódicos, os quais não permitiram generalizar aquilo que o senso comum
afirma. O método utilizado por Mead foi a etnografia, a qual, ao fim do estudo, permitiu comparar as diferentes
realidades e concluir que os comportamentos aceitáveis são definidos pela cultura em que vivemos, e não pela
natureza dos nossos corpos.

QUESTÕES PARA REFLEXÃO E REVISÃO

1. De acordo com a Sociologia, diferencie os conceitos de sexo e gênero.


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2. Por que não há unanimidade diante do conceito de ideologia de gênero?


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3. Na sociologia, gênero é um elemento que condiciona a posição social dos indivíduos. Justifique essa afirmativa.
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4. Em qual contexto Simone de Beauvoir fez a seguinte afirmação: "Ninguém nasce mulher: torna-se mulher"?
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5. Na perspectiva das Ciências Sociais, sobretudo na visão de Margareth Mead, a cultura interfere na
diferenciação entre homens e mulheres? Justifique sua resposta.
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ARRASE NO ENEM
1. Desde o ano de 1991, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística vem se utilizando das seguintes opções
de classificação racial para identificar seus entrevistados: branco, pardo, preto, amarelo e indígena. Dentre as
classificações a seguir, assinale aquela que indica quais tipos de características estão incluídas
nessa classificação.
a) Raciais e de cor.
b) Raciais, de cor e de nacionalidade.
c) Raciais, de cor e étnicas.
d) De cor, étnicas e de gênero.
e) De cor, étnicas e de nacionalidade.

2. (PITÁGORAS) Assinale a alternativa que caracteriza uma situação de diferenciais de renda entre homens e
mulheres em uma dada sociedade.
a) Desigualdade de gênero.
b) Diferença de gênero.
c) Preconceito masculino.
d) Diferenciais de desigualdade.
e) Sexismo desigual.

3. (PITÁGORAS) Assinale a alternativa que melhor completa o texto que segue.

Um dos temas mais ricos da reflexão atual acerca das relações de gênero é a insuficiência do __________
homem/mulher. Segundo alguns autores e autoras, assistimos a um processo de______________ das
identidades no mundo contemporâneo. Representativo disso é o fato de que___________ passaram a se
preocupar mais com sua estética, assim como ___________ assumiram posições de poder e deixaram de se
colocar como a parte frágil da sociedade. Além disso, alguns movimentos sociais têm recolocado demais
identificações de gênero em um lugar de destaque nas reflexões contemporâneas. Os grupos GLBT (gays,
lésbicas, bissexuais e transexuais), apesar das grandes barreiras ideológicas que enfrentam, têm
conquistado um lugar de relevo na afirmação de suas identidades.

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2019 – APOSTILA DE FILOSOFIA/SOCIOLOGIA – 1ª SÉRIE – 2º TRIMESTRE

O tema citado que REFLETE a desconstrução das identidades na contemporaneidade é


a) conceito – desconstrução – as mulheres – os homens
b) ideal – reafirmação – os homens – as mulheres
c) binarismo – desconstrução – os homens – as mulheres
d) conceito – reafirmação – muitos v as pessoas
e) binarismo – reforço – os homens – não.

4. (Unicentro 2012) Considerando-se as teorias sociológicas a respeito das questões sobre gênero, assinale V
nas afirmativas verdadeiras e F nas falsas.
( ) O termo gênero faz referência a uma construção cultural, enfatizando o caráter social e histórico das
diferenças sexuais.
( ) Vários elementos estão envolvidos na constituição das relações de gênero, tais como a organização
política, econômica e social.
( ) A referência a gênero leva a pensar nas maneiras como as sociedades entendem o que é “ser homem” e
“ser mulher”, o que consideram “masculino” e “feminino”.
( ) O termo gênero se refere às diferenças biológicas e naturais dos seres humanos.

A alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo, é a


a) F F V F c) V F F V e) VVVV
b) V V V F d) F V V F

5. (Interbits 2012) A construção do masculino e do feminino em uma sociedade, no entanto, varia de acordo
não somente com seu conjunto de normas instituídas, mas principalmente por tradições, valores e
subjetividades, materializadas pela existência de indicadores que traduzem as desigualdades vivenciadas
pela população, apesar dos pactos, tratados e resoluções construídas na direção da promoção de igualdade.
(BICALHO, P. P. G. et al. Os direitos sexuais e o enfrentamento da violência sexual. Psic. Clin., Rio de Janeiro, vol. 24, n.1, 2012, p. 36.)

A respeito das desigualdades de gênero, assinale a alternativa correta.


a) As desigualdades de gênero, no Brasil, são maiores que nos outros países mais desenvolvidos.
b) A igualdade entre homens e mulheres existe, uma vez que está presente na Constituição.
c) Há diversas instituições, normas e condutas das pessoas que expressam as desigualdades de gênero.
d) A população deve ser vista como uma totalidade não fragmentada para que as desigualdades deixem
de existir.
e) Somente uma ética da tolerância é capaz de estimular condutas da desigualdade.

CAPÍTULO 10

TRABALHO E SOCIEDADE
O trabalho é a atividade por meio da qual o ser humano produz sua própria existência. Essa afirmação
condiz com a definição dada por Karl Marx quanto ao que seria o trabalho. A ideia não é que o ser humano exista
em função do trabalho, mas é por meio dele que produz os meios para manter-se vivo. Dito isso, o impacto do
trabalho e do seu contexto exercem grande influência na construção do sujeito. Assim, existem áreas do
conhecimento dedicadas apenas a estudar as diferentes formas em que se constituem as relações de trabalho e
seus desdobramentos na vida de cada um de nós.
Não seria difícil, então, de se imaginar que, quando as relações de trabalho alteram-se no fluxo de nossa
história, as nossas estruturas sociais também são alteradas, principalmente a forma como se estruturavam nossas
relações, posições na hierarquia social, formas de segregação e, em grande parte, aspectos culturais erguidos em
torno das relações de trabalho.

O TRABALHO NAS DIFERENTES SOCIEDADES


Sociedade greco-romana: A escravidão era fundamental para manter os cidadãos comuns longe do
trabalho braçal, discutindo os assuntos que proporcionariam o bem-estar de seus semelhantes;
Sociedade feudal: Quem de fato trabalhava eram os servos, os aldeões e os camponeses livres. Os
senhores feudais e o clero exploravam e viviam do trabalho desses primeiros.
Sociedades tribais: Nas sociedades tribais, o trabalho é uma atividade vinculada às outras, bem diferente
das outras sociedades. A produção (trabalho) está vinculada a mitos e ritos, ligada ao parentesco, às festas, às
artes, enfim, a toda vida do grupo.
Sociedade capitalista: O capitalismo se constituiu a partir da decadência do Feudalismo na Europa
Ocidental. Com ele, o trabalho se transforma em uma mercadoria que pode ser comprada e vendida – a
força do trabalho.

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2019 - APOSTILA FILOSOFIA/SOCIOLOGIA – 1ª SÉRIE – 2º TRIMESTRE

O TRABALHO NO DECORRER DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

Tomemos como exemplo o rápido processo de mudança que atingiu os países europeus no início do século
XVIII, o qual hoje chamamos de Primeira Revolução Industrial. As relações de trabalho, anteriormente, eram
fortemente agrárias, constituídas dentro do âmbito familiar. O ofício dos pais era geralmente passado aos filhos, o
que garantia a construção de uma forte identidade ligada ao labor a que o sujeito se dedicava. O indivíduo estava
ligado à terra, de onde tirava seu sustento e o de sua família. A economia baseava-se na troca de serviços ou de
produtos concretos, e não no valor fictício agregado a uma moeda. Da mesma forma, o trabalho também estava
agregado à obtenção direta de bens de consumo, e não a um valor variável de um salário pago com uma moeda
de valor igualmente variável. A estrutura social era rígida, com pouca ou nenhuma mobilidade para os sujeitos, ou
seja, um camponês nascia e morria camponês da mesma forma que um nobre nascia e morria nobre.
As mudanças trazidas pelo surgimento da indústria alteraram profundamente o sentido estabelecido para o
trabalho e para a relação do sujeito com ele. A impessoalidade nas linhas de montagem que a adoção
do Fordismo trouxe, em que milhares de pessoas amontoavam-se diante de uma atividade repetitiva em uma linha
de montagem, sem muitas vezes nem ver o resultado final de seu esforço, passou a ser a principal característica
do trabalho industrial.

Pensamento clássico sobre o trabalho:

Weber - Relacionou o Capitalismo ao Protestantismo. A Reforma Protestante deu ao trabalho a condição de


se obter êxito material como expressão de bênção divina, ao contrário da igreja cristã do sistema feudal.
Marx - Quando os trabalhadores percebem que estão trabalhando demais e recebendo de menos, os
conflitos começam a ocorrer. Procurou demonstrar os conflitos entre trabalhadores e capitalistas, cujo lucro se
dava através da “mais-valia”, diferença entre o valor produzido pelo trabalho e o salário pago ao trabalhador. Seria
a base da exploração no sistema capitalista.
Durkheim - A divisão do trabalho seria uma forma de solidariedade e não um fator de conflito. A
solidariedade orgânica une os indivíduos em funções sociais, nas quais cada pessoa depende da outra. Assim, a
ebulição pela qual passava a sociedade era uma questão moral, pois faltavam normas e instituições para
integrar a sociedade.

QUESTÕES PARA REFLEXÃO E REVISÃO

1. De acordo com a perspectiva marxista, explique o significado da frase a seguir: "O trabalho é a atividade por
meio do qual o ser humano produz sua própria existência.".
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2. Caracterize as relações de trabalho na sociedade ao longo da história.


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3. Como estavam estabelecidas as relações de trabalho antes da Revolução Industrial?
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4. Como passaram a serem estabelecidas as relações de trabalho com o surgimento das indústrias?
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5. Como o pensamento clássico sobre o trabalho foi definido por Weber, Marx e Durkheim?
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ARRASE NO ENEM

1. (Unioeste 2012) Émile Durkheim é considerado um dos fundadores das Ciências Sociais, e entre as suas
diversas obras se destacam “As Regras do Método Sociológico”, “O Suicídio” e “Da Divisão do Trabalho
Social”. Sobre esse último estudo, é correto afirmar que
a) a divisão do trabalho possui um importante papel social. Muito além do aumento da produtividade econômica,
a divisão garante a coesão social ao possibilitar o surgimento de um tipo específico de solidariedade.
b) a solidariedade mecânica é o resultado do desenvolvimento da industrialização, que garantiu uma
robotização dos comportamentos humanos.
c) a solidariedade orgânica refere-se às relações sociais estabelecidas nas sociedades mais tradicionais. O
nome remete ao entendimento da harmonia existente nas comunidades de menor taxa demográfica.
d) indiferente dos tipos de solidariedade predominantes, o crime necessita ser punido por representar uma
ofensa às liberdades e à consciência individual existente em cada ser humano.
e) a consciência coletiva está vinculada exclusivamente às ações sociais filantrópicas estabelecidas pelos
indivíduos na contemporaneidade, não tendo nenhuma relação com tradições e valores morais comuns.

2. (UEM – Inverno 2008) Sobre as relações produtivas desenvolvidas por diferentes grupos sociais ao longo da
história, assinale o que for correto.
a) Nas sociedades tribais, o trabalho humano está relacionado apenas à satisfação das necessidades básicas
do homem, como, por exemplo, garantir a alimentação e o abrigo. Por isso, nesses casos, os processos de
trabalho não geram relações propriamente sociais.
b) Segundo muitos autores, para alcançar a sua subsistência, nem todos os grupos humanos viveram de atividades
produtivas, como ocorreu historicamente nas sociedades de pescadores, de coletores e de caçadores.
c) Alguns antropólogos afirmam que grupos indígenas, como os ianomâmis, podem ser considerados
“sociedades de abundância”, pois dedicam poucas horas diárias às atividades produtivas, mas, apesar disso,
têm suas necessidades materiais satisfeitas. Tais necessidades não são crescentes, como ocorre nas
sociedades capitalistas.
d) Na sociedade feudal, a terra era o principal meio de produção, porém os direitos sobre ela pertenciam aos
senhores. Os camponeses e os servos nunca podiam decidir o que produzir, para quem e quando trocar o
fruto do seu trabalho.
e) O modo de produção escravista colonial que ocorreu no Brasil tinha as seguintes características principais:
economia voltada para o mercado externo baseada no latifúndio, troca de matérias-primas por produtos
manufaturados da metrópole e fraco controle da colônia sobre a comercialização.

3. (Ufpa 2012) Atualmente experimentamos profundas transformações, em todas as dimensões da sociedade,


que levaram a uma reestruturação radical do setor produtivo. É uma das consequências desse processo:
a) Promove-se a organização da classe trabalhadora e fortalecem-se os sindicatos, uma vez que agora estes
possuem um poder de pressão maior sobre os empresários.
b) As empresas que passaram por um processo de reestruturação produtiva conseguiram obter vantagens
comerciais porque, ao fazerem um intenso investimento em tecnologia, reduziram consideravelmente o
desemprego tecnológico, ao mesmo tempo em que criaram mais postos de trabalho.
c) A fragmentação do mundo do trabalho e a prática empresarial da terceirização tendem a criar uma rede
complexa e diversificada na qual surgem novos estatutos precários de emprego e salário.
d) Conquistam-se novos benefícios sociais e garantem-se benefícios já conquistados, na medida em que as
empresas contratantes, ao livrarem-se dos encargos sociais e legais impostos pelo Estado, acrescentam os
valores correspondentes nos salários dos trabalhadores, a título de incentivo.
e) Existe uma espécie de degradação do trabalho na maioria dos setores da economia, que é determinada, em
grande medida, pelo pouco interesse que os jovens possuem em relação à sua própria qualificação; o que
nada tem a ver com os processos decorrentes da lógica do capitalismo.

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4. (Unicentro 2011) Um dos livros muito conhecidos do sociólogo Emile Durkheim é o “Da divisão do trabalho
social”, obra publicada em 1893. Nesse livro, o autor identifica o surgimento de um novo método de trabalho
que conduzia a uma nova fonte de interação social. Sobre a função da divisão do trabalho em Durkheim,
assinale V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.
( ) A especialização das profissões e a divisão do trabalho baseiam-se em uma ética asceta, que leva os
indivíduos a buscarem acumulação e eficiência e a evitarem o desperdício e a preguiça.
( ) Os resultados econômicos da divisão do trabalho são de menos importância, pois o efeito moral, o
sentimento de solidariedade que essa produz são a sua verdadeira função.
( ) Um arranjo social com classes dominantes e classes dominadas em constante conflito entre si é uma das
principais implicações da divisão social do trabalho.
( ) A divisão do trabalho possibilita a coesão social, garantindo o funcionamento harmônico do organismo social.

A alternativa que contém a sequência correta, de cima para baixo, é a


a) V V V F d) F V F V
b) F V V V e) V F F F
c) F V F F

5. (Unicentro 2012) De acordo com as análises de Karl Marx, a divisão social do trabalho revela duas classes
que se contrapõem. Na produção capitalista, as duas classes antagônicas são as indicadas em:
a) senhor e escravo.
b) clero e burguesia.
c) servos e senhores.
d) nobreza e burguesia.
e) burguesia e proletariado.

6. (Uema 2011) Uma das condições imprescindíveis, em Karl Marx, para que a mercadoria como força de
trabalho possa ser vendida e comprada no mercado é
a) a separação entre os meios de produção e o produtor direto.
b) a unidade entre o meio de produção e o produtor direto.
c) a relação entre produção, consumo e distribuição.
d) o intercâmbio entre homem e natureza.
e) a separação entre campo e cidade.

7. (Unimontes 2010) Para Karl Marx, com a mecanização e o surgimento da fábrica, concretiza-se o processo
de trabalho propriamente capitalista, designado por maquinofatura. É aqui que aparece o fenômeno da
passagem da destreza manual para a máquina. Aquilo que se fazia com as mãos e as ferramentas passa a
ser feito gradativamente por máquinas.
Considerando essa reflexão, é incorreto afirmar que
a) o desenvolvimento da maquinofatura chegou, na atualidade, à fase da automação, em que as máquinas têm
grande autonomia, pois incorporam, na sua programação, mão de obra altamente especializada.
b) no processo produtivo capitalista, o trabalho transforma-se em mercadoria, em que o trabalhador tem apenas
a sua força de trabalho para vender, submetendo-se a um processo de relações sociais que gera
profundas desigualdades.
c) a independência do trabalhador, nas relações capitalistas de trabalho, torna-se evidente quando se verifica
como acontece a divisão do trabalho em trabalho manual e intelectual, em quem executa e quem pensa, em
quem é dominado e quem domina.
d) nesse momento, o trabalhador não necessita mais saber fazer um produto, ele precisa saber operar uma
máquina que tem um motor e um conjunto de mecanismos, que impõe o ritmo de trabalho.

8. Acerca da dinâmica do processo de produção, trabalho e consumo, asseguramos que


a) não se tem por meta a produção de bens e serviços.
b) se baseia na negação da vida em sociedade.
c) o trabalho é fundamental para que haja produção, os quais dependem das necessidades e da demanda
pelo consumo.
d) os instrumentos de produção e a matéria-prima não são importantes nesse processo.
e) existe a necessidade exclusiva de trabalho qualificado e técnico.

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9. Os meios de se produzir algum bem são formados por três componentes principais associados. Quais são
esses três componentes?
a) Trabalho, matéria-prima e exploração do patrão.
b) Instrumentos de produção, matéria prima e recursos naturais.
c) Matéria-prima, trabalho e máquinas.
d) Trabalho, recursos naturais e matéria-prima.
e) Máquinas, ferramentas e matéria-prima.

10. Os componentes iniciais do produto, que no processo de produção são transformados até adquirirem a forma
de produto final, são chamados de
a) máquinas e ferramentas.
b) forças de produção.
c) matéria-prima.
d) recursos naturais
e) bens de produção.

11. O trabalho pode ser dividido em trabalho qualificado e trabalho não qualificado. Qual é a diferença
fundamental entre eles?
a) O trabalho qualificado é exercido por qualquer pessoa, já o não qualificado exige uma especialização.
b) Não existe diferença entre o trabalho qualificado e o trabalho não qualificado.
c) O trabalho qualificado exige uma especialização e conhecimento técnico, e o não qualificado não exige tal
formação.
d) Entre o trabalho qualificado e o trabalho não qualificado só existe a diferença salarial.
e) O trabalho qualificado é sempre um trabalho intelectual, e o não qualificado é sempre manual.

12. As análises históricas de Karl Marx exerceram e exercem grande influência nas ciências humanas e sociais.
Sobre a concepção marxista de sociedade e trabalho, assinale a alternativa correta:
a) A concepção da luta de classes como motor da História foi atribuída indevidamente ao marxismo, para o qual
as transformações históricas decorrem apenas das ações dos indivíduos.
b) O marxismo defende, teoricamente, uma postura neutra do historiador diante da sociedade e do
conhecimento produzido sobre a mesma e, assim, nega validade prática à sua própria concepção.
c) As sociedades, para Marx, não podem ser compreendidas sem um estudo pormenorizado de sua base
econômica, e esse entendimento significa a análise da sua organização material para a produção da
sobrevivência humana.
d) Os marxistas são ardorosos defensores do fim da história, pois essa tese representa a culminância do
desenvolvimento humano, com a glorificação da sociedade de mercado e da democracia liberal.

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