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O plenário do Tribunal do Júri é um dos grandes desafios enfrentados no início

de carreira do advogado criminalista, pois é o momento chave em que irá


utilizar de sua oratória e de seus argumentos para convencer os jurados da
tese defendida.

Inicialmente, relembramos que, após o pregão (chamada dos presentes),


ocorre a seleção de jurados, compondo o Conselho de Sentença. Após, inicia-se
a instrução em plenário, com as oitivas das testemunhas. Pela ordem legal:
testemunhas de acusação, testemunhas de defesa e, ao final, o interrogatório
do réu.

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Revisão à inquirição de testemunhas em plenário do Tribunal do Júri

Feito isso, inicia-se os debates orais, onde a palavra é concedida, por uma hora
e trinta minutos, primeiro para a Acusação e posteriormente para a Defesa,
pelo mesmo tempo.

É nesse momento que a Defesa deverá está preparada para realizar


sua peroração, sustentando as teses defensivas eleitas durante o julgamento.
Para que o advogado possa realizar uma excelente defesa oral, deve assistir a
vários julgamentos e conhecer bem as prova dos autos.

Na defesa oral recomendamos:

1) Deve o advogado montar um roteiro pontuando a ordem de seus


argumentos e a construção do discurso, lembrando que os debates apresentam
certa solenidade, com um protocolo comumente utilizado pelos procuradores
(homenagens, na forma de cumprimentos iniciais), em regra
assim: “Excelentíssimo senhor Juiz presidente, Ilustre promotor, diletos colegas
de defesa, primorosos servidores da Justiça, gloriosa polícia militar, familiares
da vítima, familiares do réu, cumprimento ao réu e por último os jurados
sorteados”. Estudos apontam que é sempre bom o cumprimento dos jurados
na forma nominal, pois demonstra proximidade e valorização da pessoa.

2) Após os cumprimentos iniciais, deve o advogado apresentar a versão dos


fatos à luz da verdade da defesa. Expor, de forma simples, o dia, hora, local, as
circunstancias em que os fatos ocorreram. A partir dos fatos, deve o advogado
iniciar as argumentações defensivas para provar, por intermédio das provas
dos autos ou pela precariedade da acusação, a tese defensiva.

3) Durante a defesa oral no júri, o tribuno deve analisar atentamente a reação


dos jurados, verificando se o tom da voz está incomodando, se deve se
aproximar ou não, se estão sonolentos, desatentos.

Recomendo sempre que se olhe diretamente nos olhos dos jurados, mostrando
convicção da tese defendida. Recomendo, ainda, que se utilize sempre todo o
espaço físico do plenário, para andar, simular a dinâmica do crime, utilizar a
cadeira do réu. (Certa vez rasguei os antecedentes do réu; outra vez simulei
conversar com espírito da testemunha já falecida em uma cadeira).

O advogado deve, portanto, utilizar todos os recursos possíveis. (Sempre levo


livros de doutrinas especializadas para explicar conceitos ou trago relato de
casos para exemplificar). Medicina legal, balística e psiquiatria forense são as
armas do bom tribuno.

4) A linguagem do advogado deve ser polida, mas com o emprego de palavras


simples, considerando as várias faixas etárias e nível cultural dos jurados.
Deve-se evitar assuntos polêmicos e ter cuidado em abordar temas de
conceitos já formados pela sociedade.

5) Sempre recomendo que o tribuno utilize de fatos, inquietações de sua vida


pessoal, injustiças que presenciou, pois dessa forma o discurso terá mais
emoção e veracidade no relato.

Lembramos que no Júri vigora o princípio constitucional da plenitude de defesa,


ou seja, o advogado pode utilizar de todos os argumentos jurídicos e
extrajurídicos na defesa de sua tese, pois o julgamento é formado pela íntima
convicção dos jurados.

O eminente decano do Júri Paulo José da Silva Ramos, afirma que no Júri a
defesa é sempre rica, milionária, ao passo que a acusação é paupérrima,
pobre, limitada nos termos da pronúncia.

6) Durante a defesa oral, o advogado pode utilizar de depoimentos produzidos


na primeira fase ou durante a própria instrução em plenário, tendo em vista
que atualmente a maioria dos julgamentos são gravados em mídia eletrônica,
podendo reproduzir o depoimento ou parte dele, caso entenda necessário.
A defesa deve refutar os principais argumentos ventilados pela acusação e, por
tal razão, é importante realizar anotações durante a fala do promotor para
rebatê-las ou provar a sua inconsistência.

7) É sempre bom apresentar aos jurados claramente qual é a tese defensiva,


fazendo um breve resumo dos argumentos já expostos, a fim de que os jurados
tenham conhecimento de forma bem objetiva a tese da defesa na hora da
votação.

8) Recomendo que o tribuno, sempre que possível, apresente uma tese


subsidiária, explicando de forma bem simples aos jurados. Cerca de 80% dos
casos de homicídio chegam ao júri na modalidade qualificada, razão pela qual
recomendamos que após apresentar as principais teses defensivas, a defesa
sempre peça, em caso de remoto entendimento divergente, o afastamento das
qualificadoras, justificando o motivo.

9) No final da defesa oral, deve o advogado ler e explicar aos jurados como
funciona a votação dos quesitos, com as consequências do voto após as
perguntas formuladas, dando preferência ao quesito da tese defensiva
sustentada.

10) Sempre gosto de finalizar minhas defesas com algum pensamento ou


histórias para reflexão. Uma bastante conhecida que já contei algumas vezes
no Júri é a história do sábio e o passarinho, em breve resumo:

Um jovem, tentando enganar um sábio velho que morava na montanha, monta


uma armadilha. Com um passarinho na mão, vai pronto para perguntar ao
sábio se o passarinho está vivo ou morto. Se o sábio disser vivo, ele apertaria e
mataria o passarinho; se responder morto, ele abriria a mão e o deixaria voar.
Em ambos os casos, o sábio erraria. E assim fez, foi a montanha e formulou
sua pergunta. O sábio abaixou a cabeça, levantou devagar, olhou para o jovem
e, com um tom sereno, disse: ‘a resposta para esta pergunta está em suas
mãos’. A vida do réu hoje está na mão de cada um dos senhores, a resposta
está nos seus corações. Façam justiça, absolvam!

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