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Universidade Estadual da Paraíba

Curso de Relações Internacionais


Introdução à Ciência Política – Seminário sobre Fascismo
Grupo: André Luiz Viana Cruz de Carvalho
Lisandra Caroline de Araújo Lime Teixeira

Introdução
O presente trabalho visa apresentar de forma clara e objetiva as concepções ideológicas
dos regimes totalitários fascistas, mostrando como o background histórico influenciou
na formação desses regimes, como se deu sua ascensão e seus reflexos na sociedade da
época. Outrossim, faz-se também uma análise das influências exercidas por intelectuais
da filosofia na formação das concepções fascistas e como essas ideologias estão
ressurgindo no cenário político atual.
Palavras-chave: ideologia, fascismo, totalitarismo.
 Antecedentes históricos do fascismo e formação dos Estados totalitários

O fascismo foi uma política italiana pós-primeira guerra mundial, surgiu em 1922, quando
Benito Mussolini foi eleito democraticamente como primeiro ministro da Itália e
estabeleceu o fascismo como filosofia.
• A Itália vinha de um contexto histórico propício para ascensão de políticas extremistas:
arrasada depois da primeira guerra mundial, imersa em meio a uma crise socio-
econômica.
• Embora terminado a guerra vitoriosa, não recebeu as recompensas territoriais que lhes
foram prometidas. O aumento da inflação, do desemprego e da fome abalavam a
economia italiana. O governo da época tolerava as crescentes manifestações dos setores
populares, sendo incapaz de atender suas reivindicações Mussolini fez da nação italiana
um mito, atribuindo-lhe uma unidade fictícia, idealizada. (P. 36. Konder)
"As pessoas da classe média escolhiam sua política de acordo com seus temores" (P. 126
Hobsbawm). "
O Fascismo existia mobilizando massas de baixo para cima, rejubilava-se na mobilização
das massas, e mantinha-a simbolicamente na forma de teatro público"
- volta ao passado tradicional (inventado, fabricado);
- Valores tradicionais eram enfatizados;
- Denunciavam a emancipação liberal – as mulheres deveriam ficar em casa e ter muitos
filhos;
- Apelo para juventude;
- Alemanha e Itália vinham de uma unificação política recente;
O Fantasma do Comunismo: "o medo da revolução social, e do papel dos comunistas nela
era bastante real, como provou a 2ª onda de revoluções durante e após a Segunda Guerra
Mundial (P. 116 Hobsbawm).
Entre 1924 e 1928, a Alemanha conheceu uma época de estabilidade e de crescimento
econômico. Na verdade, graças aos empréstimos e investimentos ingleses e americanos,
a produção alemã recupera os seus mercados externos e a cidade de Berlim tornou-se um
dos grandes centros financeiros da Europa. Em 1929, com o "Crash" da Bolsa de Nova
Iorque, a Alemanha viu-se privada dos créditos estrangeiros e foi duramente atingida as
falências e o desemprego avolumaram-se, provocando ondas de desordem e violência por
todo o país. Face à situação catastrófica da economia e à agitação social, a instabilidade
do governo republicano agravou-se. Assim, a República de Weimar correu sérios riscos
de cair nas mãos dos comunistas ou dos nazis. É nesse ambiente de absoluta desordem
nacional que o Partido Nazi se impôs. Com efeito, entre 1929 e 1932, os nazis
denunciaram os judeus e os comunistas como os responsáveis pelos males nacionais e
declararam-se contrários às imposições do Tratado de Versalhes.
Assim, a pouco e pouco, os nazis ganharam o apoio de vários sectores sociais: da grande
burguesia (temerosa do comunismo), das classes médias (desejosas de recuperar o seu
poder de compra) e dos desempregados. Graças ao apoio desses sectores, o Partido Nazi
ganhou as eleições de fins de 1932 e tornou-se o maior partido político alemão. Por isso,
o seu chefe, Adolf Hitler, foi nomeado chanceler da Alemanha pelo presidente da
República, Hindenburg. Deste modo, é com toda a legalidade que, em 1933, o Partido
Nazi assumiu o poder.

 Fascismo Italiano

 Num contexto de depressão pós-guerra, com a falha do liberalismo econômico, a


ascensão de uma esquerda militante e a sedução pelo marxismo entre o
proletariado urbano, entre outros fatores, a classe média italiana do entre guerras
era pairada por um sentimento geral de ansiedade e desconforto e a Itália como
um todo passava por crises econômicas, politicas e sociais.

 Sendo esse o enredo, Benito Mussolini e seus ideais surgem como que para
preencher uma lacuna política. O fascismo surge então como uma alternativa ao
iminente colapso de um fraco liberalismo italiano e a uma possível revolução
comunista.

 Em 23 de março de 1919, foi fundada uma associação nacionalista de veteranos


da Primeira Guerra, e em 1921 essa associação torna-se o Partido Nacional
Fascista e com a Marcha sobre Roma em 22 de outubro de 1922, Mussolini
conquista a liderança do governo.

 Suas medidas são radicais. Os órgãos de imprensa são fechados, a oposição se


torna ilegal e os camisas negras passaram a incorporar as forças de repressão
policial.
 Das características principais do regime podem-se destacar o totalitarismo, o
nacionalismo, o militarismo, o culto á força física, a censura, a propagação de
ideias por meio da propaganda e seu programa anti-socialismo.

 Em 1939 eclode a II Guerra mundial e em 10 de junho de 1940 a Itália invade a


França, declarando guerra contra o governo francês e ao Reino Unido. Em
setembro de 1940, o Pato Triparte foi assinado, unindo a Itália Fascista, o Império
do Japão, e a Alemanha Nazista. Esse pacto estipulava que qualquer nação (com
exceção da União Soviética) que atacasse algum desses países, estaria declarando
guerra contra todos eles.

 Com o fim da Guerra em meados de abril de 1945, Mussolini, que já não estava
mais no seu cargo pois foi demitido pelo Rei Emanuel III, foi capturado e fuzilado
por guerrilheiros e os poucos alemães que ainda restavam na Itália, renderam-se.
Com a vitória dos Aliados, foi instituído um sistema politico de democracia
representativa e pluralista na Itália. Foi o fim do regime fascista.

 Nacional-socialismo (Nazismo)

O nazismo – nacional socialismo na Alemanha- foi a ideologia política vertente do


fascismo praticada pelo Partido Nazista, formulada por Adolf Hitler entre 1933 a 1945,
período que ficou conhecido como o Terceiro Reich Alemão.

- Antecedentes Históricos e Influências

O nazismo tem suas raízes mais significativas fincadas no pensamento nacionalista de


Fichte, cujas obras inspiraram Hitler e outros nazistas. Muitos dos ideais nazistas se
baseiam na principal obra de Fichte, “Discursos à nação alemã”, dentre eles as ideias de
uma “Guerra do Povo” (Volkskrieg), a purificação da nação alemã e a purgação da língua
alemã das palavras francesas, políticas essas, todas empreendidas pelos nazistas ao
chegarem ao poder. Outra ideia adquirida do pensamento de Fichte foi o que viria a ser
denominado posteriormente de antissemitismo, pois para Fichte, os judeus, católicos,
maçons e minorias em geral eram considerados como traidores da nação alemã.
Outrossim, o fim da monarquia prussiana na Alemanha causou um sentimento de
nacionalismo revolucionário levando os nazistas a se influenciarem pelas ideias de Otto
von Bismarck, declarando que eles continuariam se dedicando ao processo de criação de
um sistema unificado alemão.

 Influências da derrota na I Guerra Mundial

“O nazismo, como Hitler, foi o produto da primeira guerra mundial”, segundo o cientista
político alemão Karl Dietrich Bracher, mas também não se nega que tomou força nos
problemas históricos que a Alemanha vinha passando. Em suma os alemães vinham
passando por um tipo de processo de insatisfação quanta à guerra, pois já durara bastante
tempo e vinha ceifando muitas vidas, é quando se dá início a uma série de revoluções de
trabalhadores e soldados que pretendiam solapar o governo e acabar com a guerra. Dentre
os movimentos, os mais fortes foram os de caráter socialista organizados pela Liga
Espartaquista (Spartakusbund). Essas revoluções tiveram seu fim depois de a elite assinar
um acordo de paz para evitar uma revolução comunista na Alemanha. Após o fim da
primeira guerra os nazistas começariam um processo de ascensão político-ideológica
apesar de todas as dificuldades em explicar a derrota de um povo supostamente superior
na primeira guerra, que seria sanada posteriormente na obra “Minha Luta”, onde Hitler
em uma só teoria consegue atribuir a culpa da derrota dos alemães aos judeus.

- O “N.S.D.A.P.”

O “National Sozialistsche Deustche Arbeiterpartei” ou Partido Nacional Socialista dos


Trabalhadores Alemães, mais conhecido como Partido Nazista foi um partido político
alemão de caráter totalitário – fascista – ativo entre 1920 e 1945. Teve como líderes Anton
Drexler, Adolf Hitler e Martin Bormann consecutivamente. O partido tem influências do
nacionalismo alemão, cultura paramilitar racista e populista dos Freikorps e de Arthur
Moeller van den Bruck, historiador alemão que promoveu o Terceiro Reich no seu livro
controverso “Das Dritte Reich”, onde defende uma ideologia que combina o nacionalismo
de direita e o socialismo.

 O “Programa de 25 pontos”

O “Das 25-Punkte-Programm der Nationalsozialistischen Deutschen Arbeiterpartei” ou


Programa de 25 pontos do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães foi o
programa político do D.A.P. (Partido dos Trabalhadores Alemães), que foi proclamado
por Hitler em Munique no ano de 1920. No mesmo ano o D.A.P. mudou para N.S.D.A.P.
e mantiveram o mesmo programa político.
- A Ascensão do Nazismo

Os principais pontos que provavelmente levaram à ascensão do nacional-socialismo são:

 A devastação econômica na Europa no pós-primeira guerra;


 A queda da monarquia;
 A crise de 29;
 A fama do envolvimento judaico na derrota da Alemanha;
 A rejeição ao comunismo.

- Efeitos da ascensão nazista

 O antissemitismo que levou ao holocausto;


 O nacionalismo étnico (Herrenvolk e Übermensch)
 A crença de que se fazia necessária a purificação da raça alemã através da eugenia.

- Adolf Hitler (Füher)

O movimento nacional-socialista teve em Hitler o seu líder mais emblemático e


significativo. Hitler governou a Alemanha de 30 de janeiro de 1933 a 30 de abril de 1945,
data do seu suicídio. Foi Hitler quem levou o Reich alemão a atuar nos campos de batalha
da II Guerra Mundial e foi através de suas práticas que as ideias de nacionalismo étnico,
racismo e antissemitismo se juntaram numa ideologia militarista.

- Alfred Rosenberg

Foi um político e escritor alemão, principal teórico do nacional-socialismo com sua obra
“Der Mythus des Zwanzigsten Jahrhunderts” ou O Mito do Século XX. Foi conselheiro
de Hitler e ministro encarregado dos territórios do leste europeu, onde deportou e
exterminou centenas de milhares de pessoas, principalmente judeus.

- O Totalitarismo Nazista

Toda a essência nazista está presente no totalitarismo, principalmente na ideia de que o


Estado e, em último caso, o Chefe de Estado, deve controlar tudo e todos, por isso é
fundamental a homogeneização da sociedade. No geral o modus operandi de um regime
totalitário envolve o uso exacerbado do medo a um grau extremo, e foi nessa forma de
controle que o nazismo se apoiou para instigar e exacerbar ao extremo o nacionalismo,
comumente associado às rivalidades com países supostamente ameaçadores. Entretanto,
além do medo de um inimigo externo comum, se fazia necessário algo mais para se atingir
esse regime totalitário. Era de suma importância a criação de inimigos internos,
geralmente conspiratórios. No nazismo, esse rol de inimigos compõe-se dos comunistas,
capitalistas, judeus, ciganos, povos eslavos, homossexuais etc. A partir daí é que surge a
ideia da raça superior ariana.

- A ideia da superioridade racial

O nazismo defende a ideia de que uma nação é a máxima criação de uma raça, sendo
assim, grandes nações seriam a criação de grandes raças. Essa teoria defende que se
alcança esse nível de superioridade através do poderio militar e intelectual, que se
originam de culturas racionais e civilizadas, que por sua vez, foram criadas por raças de
boa saúde, coragem e intelectualidade, sendo as nações fracas aquelas criadas por raças
impuras. Eram consideradas nações fracas aquelas que não conseguiam defender suas
fronteiras e se uma raça mestra precisasse de um espaço vital para viver, teria toda a
liberdade de tomar os territórios das raças fracas. Existiam também as chamadas raças
parasíticas, que eram as raças sem pátria: quanto mais ricos fossem os parasitas, mais
virulento era o parasitismo, então no intuito de endireitar sua nação, a raça mestra poderia
eliminar a raça parasítica de sua pátria, justificativa usada para explicar a morte dos judeus,
ciganos, homossexuais etc.

 Ideias e práticas fascistas no mundo (Integralismo, Franquismo,


Salazarismo, Fascismo Japonês)

 As idéias nazi-fascistas não se restringiram a Itália e a Alemanha, eles se


difundiram e alcançaram diversos lugares no mundo, nem sempre o que se
encontrava nesses Estados inspirados era a forma pura dos pensamentos de
Mussolini ou Hitler, mas sua influência foi marcante e fácil de ser identificada.
A disseminação dessas idéias vão do Japão, país parceiro da Itália e Alemanha
na Segunda Guerra Mundial formando os países do eixo à países até então sem
grandes importâncias na conjuntura mundial, como é o caso dos países latino-
americanos.
 O fascismo japonês é um termo utilizado por alguns historiadores do Japão
para definir o regime político do imperador Hirohito na primeira parte do período
Showa, que governou o império do Japão desde o início da década de 1930 até o
final da Segunda Guerra Mundial, em analogia com as ditaduras italiana e alemã
no mesmo período. No entanto, o termo fascismo é muito discutido quanto à sua
aplicação no governo japonês, os termos mais apropriados seriam
ultranacionalismo e militarismo. As diferenças mais óbvias entre o regime de pré-
guerra japonês sobre os seus homólogos italianos e alemães são os seguintes:
 - A ausência de um ditador carismático, que encarna a relação direta entre a
população e o poder.
 - A ausência de um partido único como um indispensável instrumento de
dominação de ditadores.
 - A ausência de uma tomada violenta do poder, que marca com clareza a
transição da democracia para a ditadura, como acontece na Itália com a Marcha
sobre Roma ou na Alemanha com o incêndio do Reichstag.
 - A ausência de política econômica do revisionismo socialista.
 Por outro lado há historiadores que acreditam que pode se falar de fascismo
no Japão devido a figura sagrada do imperador que substituiria a figura do ditador,
também a tomada violenta de poder não se fez necessária, uma vez que, cessou a
forte oposição política e sindical que foi combatida e suprimida, como era antes
na Itália e na Alemanha. Outro fator que fazia os historiadores acreditarem que
se é possível falar de fascismo no Japão é a economia e as estruturas políticas
autoritárias baseadas nos interesses dos grandes monopólios industriais,
especialmente as forças armadas, seria quase que igualmente entre a Itália, Japão
e Alemanha.
 Na década de 1930, a Espanha passou por uma guerra civil muito intensa.
Estima-se que aproximadamente um milhão de pessoas tenham morrido durante
os conflitos da ocasião. Os combates no território espanhol chegaram ao fim no
ano de 1939, marcando a vitória de um grupo nacionalista que colocou no poder
o general Francisco Franco. Logo em seguida ao término da Guerra Civil
Espanhola, teve início o maior conflito internacional do século XX , a Segunda
Guerra Mundial. Francisco Franco, que recebeu apoio de Itália e da Alemanha
durante a Guerra Civil Espanhola, tratou de retribuir a ajuda apoiando esses
regimes fascistas que integravam um dos grupos durante a guerra.
 O Franquismo se manteve vivo e forte na Espanha mesmo com a derrota de
outros países fascistas na Segunda Guerra Mundial, caso de Itália e Alemanha. O
governo personalista do Franquismo era apoiado pela Igreja Católica e pelo
Exército, era baseado na ditadura do líder que dava nome ao regime e tinha como
característica uma forte repressão aos opositores do sistema. As bases do regime
eram definidas pelo catolicismo e anticomunismo. O Franquismo só chegou ao
fim, como regime político, com a morte do ditador Francisco Franco em 1975, o
que abriu espaço para a transição para uma democracia parlamentar.
 O Estado Novo (1933-1974) ou Salazarismo, em referência a Antônio de
Oliveira Salazar, seu fundador e líder, foi um regime autoritário, conservador,
nacionalista, corporativista de Estado de inspiração fascista, parcialmente
católica e tradicionalista, de caráter antiliberal, antiparlamentarista,
anticomunista, e colonialista que vigorou em Portugal sob a Segunda República.
O regime criou a sua própria estrutura de Estado e um aparelho repressivo
característico dos chamados Estados policiais, apoiando-se na censura, na
propaganda, nas organizações paramilitares (Legião Portuguesa), nas
organizações juvenis, (Mocidade Portuguesa), no culto ao líder e na Igreja
Católica.
 As influências fascistas não se limitaram a esses países, na Europa países
como a Romênia de Ion Antanescu, a Grécia de Ioannis Metaxas, e a Hungria de
Miklós Horthy são exemplos claros de pensamentos italianos e alemães. Na
América Latina é que a influência fascista europeia foi aberta e reconhecida, tanto
em políticos individuais, como Jorge Eliezer Gaitán da Colômbia e Juan
Domingo Perón da Argentina, quanto em regimes, como o Estado Novo de
Getúlio Vargas, de 1937 a 1945, no Brasil. Na verdade, apesar de infundados
temores americanos de um cerco nazista a partir do Sul, o principal efeito da
influência fascista na América Latina foi interno a seus países. Tirando a
Argentina, que favoreceu abertamente o Eixo – mas o fez tanto antes de Perón
tomar o poder em 1934 quanto depois - , os governos do hemisfério ocidental
entraram na guerra do lado dos EUA, pelo menos nominalmente. É, no entanto,
verdade que em alguns países sul-americanos seus militares foram moldados no
sistema alemão ou treinados pelos alemães ou mesmo por quadros nazistas.
 O Brasil, que estava no comando de Getúlio Vargas, logo após a Grande
Depressão (Crise de 1929) atingiu sua economia, adotou uma postura
nacionalista de restaurar a economia do país, desse modo se instalou o Estado
Novo no Brasil, que se baseava em um regime político centralizado autoritário,
muito próximo ao fascismo. O que distancia o Estado Novo, de Vargas, do
Fascismo Italiano ou Nazismo Alemão, foi a inexistência de um partido para
intermediar a relação entre o povo e o Estado e falta de um discurso
ultranacionalista. E uma das principais medidas desse novo regime político foi
adotado o chamado "Estado de Compromisso”, onde se foi criado um mecanismo
de controle e vias de negociação política responsável pelo surgimento de uma
grande frente política de apoio a Vargas. Um dos novos órgãos criados pelo
governo foi o DIP, Departamento de Imprensa e Propaganda, que projetava
Vargas como o “Pai dos Pobres” e o “Salvador da Pátria”, além de assegurar que
nada que pudesse prejudicar Vargas fosse compartilhado pela imprensa. Desse
modo os partidos como AIB (Ação Integralista Brasileira), que tinha um pouco
de suas ações influenciadas pelo Fascismo Italiano, foram extintos. Outro ponto
importante desse novo regime foi a relação entre o governo e as classes
trabalhadoras, pois por terem uma orientação populista, o governo se preocupava
em obter favores dos trabalhadores por meio de leis de amparo a este. Nessa
época os sindicatos viraram centros de divulgação da propaganda
governamentista e seus líderes, que eram representantes da ideologia de Vargas.
 Em meio a Segunda Guerra Mundial, Vargas se apoiava hora nos países do
eixo, hora nos da aliança, porém se juntou definitivamente ao EUA, em troca de
benefícios econômicos, lutando contra os regimes totalitários de Hitler e
Mussolini, gerando uma tensão política e desestabilizando a legitimidade da
ditadura varguista.

 Influências, participações e apropriações nazistas


Na falta de uma base teórica própria do fascismo, como Marx para o socialismo, ele
sofrerá influências de vários pensadores, alguns que participam e outros sem nenhuma
ligação e que suas ideias foram apropriadas, como o caso do filosofo alemão Friedrich
Nietzsche, que teve sua imagem e “fama” usadas pelo nazismo para “glorificar” a nação
alemã sob influência de sua irmã Elizabeth Nietzsche, que era anti-semita e chegou até a
editar escritos do irmão. A própria filosofia "nietzscheniana" entra em choque com os
ideais nazistas, o filósofo ia contra qualquer forma de nacionalismo e participação política,
defendendo um afastamento dessa para um visão mais abrangente. Em seu livro Além do
Bem e do Mal irá abordar o pensamento alemão anti-semita:

“O que a Europa deve aos judeus? Muitas coisas, boas e más, e antes de mais nada a coisa
que tem do melhor e pior para dar: o estilo grandioso da moral, o terrível e a majestade
de postulados imensos, de infinitos significados, todo o romantismo e o sublime dos
problemas morais — e consequentemente a parte, mais interessante, embaraçosa e
procurada pelo caleidoscópio de seduções da vida, que ilumina com seus últimos clarões
a céu, o pôr do sol, talvez, de nossa civilização europeia. Nós artistas entre os espectadores
e os filósofos nos sentimos reconhecidos por isso — aos judeus.”. (Para Além do Bem
e do Mal, aforismo 250.).

“(...) se tem, em resumo, qualquer acesso de imbecilidade; assim, por exemplo, os


alemães da atualidade cultivaram a demência anti-francesa, outras, a anti-semita, a anti-
polaca, a romântico-cristã, a wagneriana, a teutônica, a prussiana (..)Mas os judeus são
incontestavelmente a raça mais vigorosa, mais tenaz e mais genuína que vive na Europa,
sabem caminhar nas piores condições (e talvez muito melhor que em condições
favoráveis) e isto quanto a tais virtudes (..)vseria adequado afastar, de todos os países, os
agitadores anti-semitas (..)" (Idem, aforismo 251)

No lado italiano há o filósofo Enrico Corradini que fez parte do partido fascista e
afirmava a visão de uma Itália sendo explorada por outras nações. Outro filosofo foi
Giovanni Gentile se tornou ministro da educação no governo de Mussolini, promoveu
uma reforma na educação italiana que seria base para o Estado e para a Igreja Católica.
Martin Heidegger, filósofo alemão, diferente de Nietzsche, participa diretamente do
movimento. Em 1933 é eleito reitor da Universidade de Freiburg e entra para o Partido
Nazista, em 1934 é afastado do cargo por não querer exonerar alguns professores que
não aceitavam o regime. Heidegger via em Hitler a esperança para o erguimento de uma
“nova" Alemanha, ele que era conservador. Depois de seu afastamento propõe que o
nazismo contribui, segundo sua filosofia, para o “esquecimento do ser” e a
inautenticidade, por conta do caráter coletivo que se sobrepôs ao indivíduo, não existiria
a individualidade. Alguns defensores do filósofo chamaram sua relação com o nazismo
de um mero “erro filosófico”. Richard Wagner, grande compositor alemão, segundo
pesquisas é acusado de ser um dos principais disseminadores do anti-semitismo na
Alemanha, tanto em suas composições tanto em escritos. Era uma das fixações de
Hitler, o que mostrava sua grande influência no ideário nazista. Wagner defendia a
supremacia e grandiosidade do povo germânico, em suas obras sempre havia uma raça
inferior sendo destruídos por heróis loiros, típicos alemães. Ele defendia abertamente a
degeneração e doença tanto na arte dos judeus, quanto na “raça”. Propunha a formação
de uma nação superior, excluindo (até exterminando) os indesejáveis e tendo como base
a arte. Para Hitler “só entende o nazismo quem conhece Wagner” e “enquanto se escuta
música de Wagner, eu estarei presente”. Para finalizar Alfred Rosenberg ideólogo do
partido, origina a “filosofia nazista” em O Mito do Século XX, foi também ministro do
Reich para regiões ocupadas do leste.

 “Ressurgimentos” neofascistas na atualidade

Há, principalmente na Europa, “ondas” conservadores e de cunho fascista em todo o


mundo. A palavra “onda” reflete aos ideais que nunca se extinguiram podendo assim
voltar, ideais como ódio ao estrangeiro, anti direitos LGBT, resquícios ainda de um
“pensamento colonial”, o racismo é um dos mais presentes. Esses movimentos atingem
principalmente os jovens e são também difundidos na internet. Na Grécia, país que passa
por conturbações econômicas, vemos o fortalecimento do partido Aurora Dourada, que
se autodenominam neonazistas; consideram Hitler um grande homem, homossexuais
como doentes e imigrantes são chamados de “jihadistas” por sua maioria muçulmana. Na
região da Escandinávia vê-se também o “erguimento” de uma extrema direita em países
como Noruega, Suécia e Dinamarca, no segundo há um forte movimento contra a
chamada “islamização”. Esse novo fenômeno pode “pôr em cheque” as políticas de bem-
estar social conquistadas naquela região. Na França a extrema direita liderada pela Frente
Nacional, representada por Marine Le Pen, vence as eleições conseguindo mais espaço
no Parlamento Europeu e consequentemente na União Europeia.
Conclusão:

Com o fim desses tais regimes decorrentes da derrota na II Guerra Mundial, ocorreram
desastrosas consequências tanto para o eixo tanto para o lado aliado. Os regimes
totalitários foram os “grandes” culpados pelo inicio da guerra e a morte de milhões de
inocentes, como acontecido no Holocausto, além dos mortos no cenário interno de cada
um desses governos. Com o fim desses tais regimes decorrentes da derrota na II Guerra
Mundial, ocorreram desastrosas consequências tanto para o eixo tanto para o lado aliado.
Os regimes totalitários foram os “grandes” culpados pelo inicio da guerra e a morte de
milhões de inocentes, como acontecido no Holocausto, além dos mortos no cenário
interno de cada um desses governos. Com o horror causado por esses houve uma tentativa
de compreensão do que foi o fenômeno fascista como esse obteve apoio da massa; seus
ideais de eugenia; a escolha de um tipo ideal de “homem” e a “seleção”, até extermínio
dos indesejáveis. Para Leandro Konder, em Introdução ao Fascismo, esse movimento
teria como base o pragmatismo, a agilidade, que segundo Heidegger completa, a base de
todo totalitarismo é a técnica, nesses regimes há uma busca do moderno “mascarado” de
antigo. Ainda em Konder ele coloca uma questão sobre a força da ação individual de
Hitler e Mussolini ou como propõe Elias em seu livro Os Alemães, que valores
militaristas e o uso de violência na política refletiriam nesses regimes autoritários.
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internet via http://www.cartacapital.com.br/politica/a-onda-conservadora-europeia/.
Arquivo capturado em 10 jul. 2014.

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