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Introdução
O presente trabalho visa apresentar de forma clara e objetiva as concepções ideológicas
dos regimes totalitários fascistas, mostrando como o background histórico influenciou
na formação desses regimes, como se deu sua ascensão e seus reflexos na sociedade da
época. Outrossim, faz-se também uma análise das influências exercidas por intelectuais
da filosofia na formação das concepções fascistas e como essas ideologias estão
ressurgindo no cenário político atual.
Palavras-chave: ideologia, fascismo, totalitarismo.
Antecedentes históricos do fascismo e formação dos Estados totalitários
O fascismo foi uma política italiana pós-primeira guerra mundial, surgiu em 1922, quando
Benito Mussolini foi eleito democraticamente como primeiro ministro da Itália e
estabeleceu o fascismo como filosofia.
• A Itália vinha de um contexto histórico propício para ascensão de políticas extremistas:
arrasada depois da primeira guerra mundial, imersa em meio a uma crise socio-
econômica.
• Embora terminado a guerra vitoriosa, não recebeu as recompensas territoriais que lhes
foram prometidas. O aumento da inflação, do desemprego e da fome abalavam a
economia italiana. O governo da época tolerava as crescentes manifestações dos setores
populares, sendo incapaz de atender suas reivindicações Mussolini fez da nação italiana
um mito, atribuindo-lhe uma unidade fictícia, idealizada. (P. 36. Konder)
"As pessoas da classe média escolhiam sua política de acordo com seus temores" (P. 126
Hobsbawm). "
O Fascismo existia mobilizando massas de baixo para cima, rejubilava-se na mobilização
das massas, e mantinha-a simbolicamente na forma de teatro público"
- volta ao passado tradicional (inventado, fabricado);
- Valores tradicionais eram enfatizados;
- Denunciavam a emancipação liberal – as mulheres deveriam ficar em casa e ter muitos
filhos;
- Apelo para juventude;
- Alemanha e Itália vinham de uma unificação política recente;
O Fantasma do Comunismo: "o medo da revolução social, e do papel dos comunistas nela
era bastante real, como provou a 2ª onda de revoluções durante e após a Segunda Guerra
Mundial (P. 116 Hobsbawm).
Entre 1924 e 1928, a Alemanha conheceu uma época de estabilidade e de crescimento
econômico. Na verdade, graças aos empréstimos e investimentos ingleses e americanos,
a produção alemã recupera os seus mercados externos e a cidade de Berlim tornou-se um
dos grandes centros financeiros da Europa. Em 1929, com o "Crash" da Bolsa de Nova
Iorque, a Alemanha viu-se privada dos créditos estrangeiros e foi duramente atingida as
falências e o desemprego avolumaram-se, provocando ondas de desordem e violência por
todo o país. Face à situação catastrófica da economia e à agitação social, a instabilidade
do governo republicano agravou-se. Assim, a República de Weimar correu sérios riscos
de cair nas mãos dos comunistas ou dos nazis. É nesse ambiente de absoluta desordem
nacional que o Partido Nazi se impôs. Com efeito, entre 1929 e 1932, os nazis
denunciaram os judeus e os comunistas como os responsáveis pelos males nacionais e
declararam-se contrários às imposições do Tratado de Versalhes.
Assim, a pouco e pouco, os nazis ganharam o apoio de vários sectores sociais: da grande
burguesia (temerosa do comunismo), das classes médias (desejosas de recuperar o seu
poder de compra) e dos desempregados. Graças ao apoio desses sectores, o Partido Nazi
ganhou as eleições de fins de 1932 e tornou-se o maior partido político alemão. Por isso,
o seu chefe, Adolf Hitler, foi nomeado chanceler da Alemanha pelo presidente da
República, Hindenburg. Deste modo, é com toda a legalidade que, em 1933, o Partido
Nazi assumiu o poder.
Fascismo Italiano
Sendo esse o enredo, Benito Mussolini e seus ideais surgem como que para
preencher uma lacuna política. O fascismo surge então como uma alternativa ao
iminente colapso de um fraco liberalismo italiano e a uma possível revolução
comunista.
Com o fim da Guerra em meados de abril de 1945, Mussolini, que já não estava
mais no seu cargo pois foi demitido pelo Rei Emanuel III, foi capturado e fuzilado
por guerrilheiros e os poucos alemães que ainda restavam na Itália, renderam-se.
Com a vitória dos Aliados, foi instituído um sistema politico de democracia
representativa e pluralista na Itália. Foi o fim do regime fascista.
Nacional-socialismo (Nazismo)
“O nazismo, como Hitler, foi o produto da primeira guerra mundial”, segundo o cientista
político alemão Karl Dietrich Bracher, mas também não se nega que tomou força nos
problemas históricos que a Alemanha vinha passando. Em suma os alemães vinham
passando por um tipo de processo de insatisfação quanta à guerra, pois já durara bastante
tempo e vinha ceifando muitas vidas, é quando se dá início a uma série de revoluções de
trabalhadores e soldados que pretendiam solapar o governo e acabar com a guerra. Dentre
os movimentos, os mais fortes foram os de caráter socialista organizados pela Liga
Espartaquista (Spartakusbund). Essas revoluções tiveram seu fim depois de a elite assinar
um acordo de paz para evitar uma revolução comunista na Alemanha. Após o fim da
primeira guerra os nazistas começariam um processo de ascensão político-ideológica
apesar de todas as dificuldades em explicar a derrota de um povo supostamente superior
na primeira guerra, que seria sanada posteriormente na obra “Minha Luta”, onde Hitler
em uma só teoria consegue atribuir a culpa da derrota dos alemães aos judeus.
- O “N.S.D.A.P.”
O “Programa de 25 pontos”
- Alfred Rosenberg
Foi um político e escritor alemão, principal teórico do nacional-socialismo com sua obra
“Der Mythus des Zwanzigsten Jahrhunderts” ou O Mito do Século XX. Foi conselheiro
de Hitler e ministro encarregado dos territórios do leste europeu, onde deportou e
exterminou centenas de milhares de pessoas, principalmente judeus.
- O Totalitarismo Nazista
O nazismo defende a ideia de que uma nação é a máxima criação de uma raça, sendo
assim, grandes nações seriam a criação de grandes raças. Essa teoria defende que se
alcança esse nível de superioridade através do poderio militar e intelectual, que se
originam de culturas racionais e civilizadas, que por sua vez, foram criadas por raças de
boa saúde, coragem e intelectualidade, sendo as nações fracas aquelas criadas por raças
impuras. Eram consideradas nações fracas aquelas que não conseguiam defender suas
fronteiras e se uma raça mestra precisasse de um espaço vital para viver, teria toda a
liberdade de tomar os territórios das raças fracas. Existiam também as chamadas raças
parasíticas, que eram as raças sem pátria: quanto mais ricos fossem os parasitas, mais
virulento era o parasitismo, então no intuito de endireitar sua nação, a raça mestra poderia
eliminar a raça parasítica de sua pátria, justificativa usada para explicar a morte dos judeus,
ciganos, homossexuais etc.
“O que a Europa deve aos judeus? Muitas coisas, boas e más, e antes de mais nada a coisa
que tem do melhor e pior para dar: o estilo grandioso da moral, o terrível e a majestade
de postulados imensos, de infinitos significados, todo o romantismo e o sublime dos
problemas morais — e consequentemente a parte, mais interessante, embaraçosa e
procurada pelo caleidoscópio de seduções da vida, que ilumina com seus últimos clarões
a céu, o pôr do sol, talvez, de nossa civilização europeia. Nós artistas entre os espectadores
e os filósofos nos sentimos reconhecidos por isso — aos judeus.”. (Para Além do Bem
e do Mal, aforismo 250.).
No lado italiano há o filósofo Enrico Corradini que fez parte do partido fascista e
afirmava a visão de uma Itália sendo explorada por outras nações. Outro filosofo foi
Giovanni Gentile se tornou ministro da educação no governo de Mussolini, promoveu
uma reforma na educação italiana que seria base para o Estado e para a Igreja Católica.
Martin Heidegger, filósofo alemão, diferente de Nietzsche, participa diretamente do
movimento. Em 1933 é eleito reitor da Universidade de Freiburg e entra para o Partido
Nazista, em 1934 é afastado do cargo por não querer exonerar alguns professores que
não aceitavam o regime. Heidegger via em Hitler a esperança para o erguimento de uma
“nova" Alemanha, ele que era conservador. Depois de seu afastamento propõe que o
nazismo contribui, segundo sua filosofia, para o “esquecimento do ser” e a
inautenticidade, por conta do caráter coletivo que se sobrepôs ao indivíduo, não existiria
a individualidade. Alguns defensores do filósofo chamaram sua relação com o nazismo
de um mero “erro filosófico”. Richard Wagner, grande compositor alemão, segundo
pesquisas é acusado de ser um dos principais disseminadores do anti-semitismo na
Alemanha, tanto em suas composições tanto em escritos. Era uma das fixações de
Hitler, o que mostrava sua grande influência no ideário nazista. Wagner defendia a
supremacia e grandiosidade do povo germânico, em suas obras sempre havia uma raça
inferior sendo destruídos por heróis loiros, típicos alemães. Ele defendia abertamente a
degeneração e doença tanto na arte dos judeus, quanto na “raça”. Propunha a formação
de uma nação superior, excluindo (até exterminando) os indesejáveis e tendo como base
a arte. Para Hitler “só entende o nazismo quem conhece Wagner” e “enquanto se escuta
música de Wagner, eu estarei presente”. Para finalizar Alfred Rosenberg ideólogo do
partido, origina a “filosofia nazista” em O Mito do Século XX, foi também ministro do
Reich para regiões ocupadas do leste.
Com o fim desses tais regimes decorrentes da derrota na II Guerra Mundial, ocorreram
desastrosas consequências tanto para o eixo tanto para o lado aliado. Os regimes
totalitários foram os “grandes” culpados pelo inicio da guerra e a morte de milhões de
inocentes, como acontecido no Holocausto, além dos mortos no cenário interno de cada
um desses governos. Com o fim desses tais regimes decorrentes da derrota na II Guerra
Mundial, ocorreram desastrosas consequências tanto para o eixo tanto para o lado aliado.
Os regimes totalitários foram os “grandes” culpados pelo inicio da guerra e a morte de
milhões de inocentes, como acontecido no Holocausto, além dos mortos no cenário
interno de cada um desses governos. Com o horror causado por esses houve uma tentativa
de compreensão do que foi o fenômeno fascista como esse obteve apoio da massa; seus
ideais de eugenia; a escolha de um tipo ideal de “homem” e a “seleção”, até extermínio
dos indesejáveis. Para Leandro Konder, em Introdução ao Fascismo, esse movimento
teria como base o pragmatismo, a agilidade, que segundo Heidegger completa, a base de
todo totalitarismo é a técnica, nesses regimes há uma busca do moderno “mascarado” de
antigo. Ainda em Konder ele coloca uma questão sobre a força da ação individual de
Hitler e Mussolini ou como propõe Elias em seu livro Os Alemães, que valores
militaristas e o uso de violência na política refletiriam nesses regimes autoritários.
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Disponível na internet via http://oglobo.globo.com/mundo/extrema-direita-vence-na-
franca-ganha-terreno-em-toda-ue-12601419/. Arquivo capturado em 10 jul. 2014.