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ELOGIO DA PROFANAÇÃO

Antes de alinhar este conceito de Giorgio Agamben quero demonstrar a contradição do


mundo em si como resposta as indagações filosóficas da pós-modernidade. A primeira
parte da interpelação é uma citação de John Locke de que sempre haverá consenso entre
os homens, isso porque ele é justo e bom e carrega consigo o instinto de preservação
(Ensaio sobre o entendimento humano). Do outro lado da tábula cito Thomas Hobbes e
a premissa de que o homem é sempre inimigo do outro homem, em escala crescente de
violência conforme se relacionam no meio natural,- o homem naturalmente violento
(Leviatã). Mas apimentando mais ainda a questão cito Hannah Arendt, onde expressa
que o sentido da política é a liberdade e fazer novos "milagres", novas formas de vida
(Origens do totalitarismo: -antissemitismo, imperialismo, totalitarismo). Sendo assim,
três pontos de vista que divergem entre si, são aceitos como mediação para o
entendimento da profanação do sagrado, este estado, esse capital que em distintos
contextos, organiza a nossa vida e deprecia a nossa existência com subtilezas e nos
impõe contradições inexplicáveis. Sim essa eliminação do sujeito das decisões mais
básicas e a exclusão da organização devem ser profanados sim, e logicamente por quem
é parte integrante do processo de sacralização. Diz Agamben: "(...) não só não há
religião sem separação, como toda separação contém ou conserva em si um núcleo
genuinamente religioso", sobre isso as três possibilidades se desenham na existência do
religioso como controle de uma humanidade sem poder de decisão.

Para Agamben a única forma de mudança é por meio da profanação, indo um passo
além da secularização em seu sentido clássico, onde o processo era de
‘desencantamento’ e ‘desteleogização’ do mundo moderno, tentando devolver ao sujeito
o conceito de soberania e de vida plena. Para Agamben secularização e profanação são
tarefas distintas, embora sendo operações políticas, entende ele que secularização tem a
ver com o exercício do poder, que sempre será assegurado remetendo a um modelo
religioso. Para o filósofo italiano a profanação é a destituição do sagrado como política.
É a possibilidade de novas formas de dispositivos de poder que não sejam os
tradicionais, pois - a profanação é a neutralização daquilo que profana, e depois de
profanado, o que estava indisponível e separado no bojo do estado perde a sua aura de
sagrado e fica restituído ao seu uso: - a secularização é então política com conceitos
teológicos (observando sempre que o uso da transcendência de Deus é uma marca
paradigmática). Assim a questão para Agamben, de maneira definitiva, diz respeito ao
capitalismo acima de todas as coisas, tal como Trindade, no conceito cristão, onde a
regulação se dá em todas as dimensões da vida, uma política de existência
monopolizada.

Profanação então é abolir esta fronteira entre sagrado e vida comum e depois que isso
acontece, o profanado passa a ter um novo uso na vida comum, sendo colocado em uma
nova relação de uma forma livre, - a destituição: - onde o Estado soberano e o Deus
capital, sendo profanado, sobra somente o nada, e ao mesmo tempo tudo que estava
separado em nós por ser sagrado, agora ao não haver mais esta mediação pela força,
dizendo Agamben que o comum passa a dar novas formas de vida com utilidade em
dimensões de vida. Assim a tarefa da profanação é tornar o poder improdutivo,
inoperante, uma potência destituinte, - é então um contato que é definido por uma
ausência de representação, onde a relação é a nulidade de símbolo, ou seja, vida simples
e nua, com sentido de si, em potência livre. Para Agamben, tudo o que volta ao âmbito
comum, volta como potência, isso no evangelho fica bem claro quando o jovem rico
interpela Jesus e é instado a fazer um sacrifício de suas riquezas, ou seja, uma
profanação ou em outras palavras um desprezo do que era sagrado para ele. Finalizando
o pensamento do elogio da profanação podemos dizer que essa abertura para novas
formas de vida, não é destruir o que existe, mas sim destituir por meio da profanação do
Estado Soberano e do Deus capital, evidenciando este destituir como sendo o
rompimento que cria sem planejar um futuro, é deixar livre o existir, onde o sagrado e o
muito comum devem ser um só.

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