Sei sulla pagina 1di 11

DIÁRIO DA REPÚBLICA

Sexta-feira, 29 de Julho de 2005 I Série — N.º 90

ÓRGÃO OFICIAL DA REPÚBLICA DE ANGOLA


Preço deste número — Kz: 120,00
Toda a correspondência, quer oficial, quer ASSINATURAS O preço de cada linha publicada nos Diários
Ano da República 1.ª e 2.ª séries é de Kz: 75,00 e para a
relativa a anúncio e assinaturas do ‹‹Diário da
As três séries. … ……… … Kz: 365 750,00 3.ª série Kz: 95,00, acrescido do respectivo
República››, deve ser dirigida à Imprensa
A 1.ª série … … … … … … Kz: 214 750,00 imposto do selo, dependendo a publicação da
Nacional — E.P., em Luanda, Caixa Postal 1306 A 2.ª série … … … … … … Kz: 112 250,00 3.ª série de depósito prévio a efectuar na
— End. Teleg.: ‹‹Imprensa›› A 3.ª série … … … … … … Kz: 87 000,00 Tesouraria da Imprensa Nacional — E. P.

SUMÁRIO A disponibilização de serviços e instrumentos de paga-


mentos adequados aos diversos sectores da economia; a
Assembleia Nacional diminuição do prazo entre a contratação de pagamento e a
Lei n.º 5/05: respectiva liquidação; a implementação de sistemas de
Do Sistema de Pagamentos de Angola. liquidação apropriados ao tipo de operação a finalizar e
Resolução n.º 14/05: protegidos por correctos mecanismos de controle de riscos;
Concede ao Governo autorização para legislar em matéria do Regime o estabelecimento de preço justo para o serviço de paga-
Jurídico das Concessões de Obras Públicas e Serviços Públicos. mentos e a adopção de mecanismos, procedimentos e prá-
ticas testados e recomendados internacionalmente para
Presidência da República sistemas de pagamentos são factores de eficácia, segurança
Despacho n.º 10/05: e eficiência desses sistemas.
Cria uma comissão encarregue de organizar as cerimónias fúnebres
pelo passamento físico de Mendonça Canguende, Deputado à
Assembleia Nacional. Uma base legal sólida é imprescindível para a adminis-
tração do risco em sistema de pagamentos.
Conselho de Ministros
Resolução n.º 30/05: Nestes termos, ao abrigo da alínea b) do artigo 88.º da
Aprova o Programa de Assistência Alimentar, Educação e Saúde, a ser Lei Constitucional, a Assembleia Nacional aprova a
implementado pelo PAM, de Janeiro de 2006 a Dezembro de 2008,
denominado ‹‹ANGOLA PRRO 10433.0››.
seguinte:

—————
Resolução n.º 31/05:
Aprova o Protocolo da SADC Sobre Assuntos Jurídicos.

LEI DO SISTEMA DE PAGAMENTOS


ASSEMBLEIA NACIONAL DE ANGOLA
——
Lei n.º 5/05 CAPÍTULO I
de 29 de Julho Disposições Gerais
O aumento das transacções nos mercados financeiros
nacionais e internacionais, a sofisticação dos produtos ARTIGO 1.º
financeiros e a globalização dos mercados propiciada pelos (Objecto)
avanços tecnológicos exigem o desenvolvimento de siste-
mas de pagamentos eficazes, seguros e eficientes, de forma a A presente lei tem por objecto regular a gestão, o
preservar o funcionamento estável dos sistemas financeiros e funcionamento e o controlo e acompanhamento do sistema
dar um suporte mais adequado às actividades produtivas, de pagamentos para o cumprimento dos objectivos de
comerciais, financeiras e de serviço das economias. interesse público, referidos no artigo 3.º desta lei.
1642 DIÁRIO DA REPÚBLICA

ARTIGO 2.º j) instrumento de pagamento — documento físico


(Definições) ou registo electrónico, padronizado para o utili-
zador transferir fundos ou pagar a um benefi-
Para os efeitos da presente lei, entende-se por: ciário;
k) liquidação de valores mobiliários — é a transfe-
a) acesso — o direito de participar de subsistema de rência final dos valores mobiliários negociados,
pagamento ou de câmara de compensação; registada em posições contáveis dos respec-
tivos vendedores e compradores mantidas em
b) Banco Central — o Banco Nacional de Angola;
sistema electrónico apropriado para o registo
c) câmara de compensação — local de centralização
dessas posições;
ou mecanismo central de processamento atra-
l) liquidação definitiva — é a liquidação definitiva,
vés do qual os participantes acordam em trocar
irrevogável e incondicional do pagamento de
instrumentos/instruções de pagamento ou
transferências de fundos efectuada através de
outras obrigações financeiras (por exemplo,
registos contabilísticos de débitos e créditos
valores mobiliários). A liquidação dos docu- nas contas de depósito dos participantes manti-
mentos trocados é feita, em contas de liquida- das em livros do Banco Central;
ção mantidas no Banco Central, no horário m) obrigação de liquidação — dívida de um partici-
estabelecido de acordo com as regras e procedi- pante do subsistema ou câmara a outro partici-
mentos da câmara de compensação. Em alguns pante do mesmo subsistema ou câmara, como
casos, a câmara de compensação assume resultado de uma ou mais instruções de liqui-
responsabilidade de contraparte no contexto da dação;
administração de medidas de controlo de risco n) operação de pagamento — procedimento no qual
de liquidez e de crédito no sistema de paga- o utilizador entrega instrumento de pagamento
mento, na forma regulamentada no subsistema ou numerário ao prestador de serviço de paga-
de pagamento; mento, para que este efectue, em nome do utili-
d) conta de liquidação — conta de depósito do zador, a finalização do pagamento ao beneficiá-
participante mantida no Banco Central; rio final, ou ao seu representante legal, através
e) controlo e acompanhamento — tradução adop- de numerário ou de moeda escritural, em conta
tada para a palavra ‹‹oversight››, utilizada na de depósito aberta nos livros do próprio presta-
dor do serviço de pagamento ou de instituição
literatura de sistemas de pagamentos para a
congénere;
actividade de supervisão desses sistemas;
o) operador — entidade que executa as actividades
f) finalização do pagamento — é a disponibilidade
de gestão de infra-estrutura e/ou dos procedi-
do pagamento ao beneficiário final ou ao seu mentos centrais de subsistemas ou de câmaras;
representante legal, através de depósito de p) participante — instituição autorizada a participar
fundos na respectiva conta bancária ou de em subsistemas ou câmaras;
pagamento em dinheiro; q) prestador de serviço de pagamento — institui-
g) interveniente — participantes e outras entidades ções financeiras ou entidades não financeiras
que podem exercer actividades no sistema de autorizadas, na forma regulamentada, a prestar
pagamentos de Angola, na forma das disposi- serviço de pagamento;
ções da presente lei e regulamentação do Banco r) serviço de pagamento — actividade profissional
Central; exercida, nos termos regulamentados, por pes-
h) instrução de liquidação — solicitação de liqui- soa colectiva denominada prestador de serviço
de pagamento para permitir a finalização de
dação de instrução de pagamento, depois de
pagamento;
validada funcionalmente no subsistema de
s) sistema de pagamentos — conjunto estruturado
liquidação operado pelo Banco Central, para a
de intervenientes, serviços, subsistemas, instru-
efectivação da liquidação financeira de obriga- mentos de pagamento, tecnologia e procedi-
ções; mentos que facilita a transferência de fundos ou
i) instrução de pagamento — ordem ou mensagem de dinheiro para a finalização de pagamento e a
para transferir fundos de saldos mantidos em circulação do dinheiro na economia;
contas de depósitos no Banco Central ou em t) subsistema de pagamento — cada conjunto de
instituições financeiras para beneficiário, de regras e procedimentos que se aplica ao proces-
acordo com o regulamento do subsistema ou da samento e liquidação de instrumentos de paga-
câmara; mentos/instruções de pagamento;
I SÉRIE — N.º 90 — DE 29 DE JULHO DE 2005 1643

u) subsistema e câmara — subsistema de paga- ARTIGO 4.º


mento e câmara de compensação tradicional ou (Cumprimento dos objectivos de interesse público)
electrónica;
1. Os subsistemas ou câmaras devem, para o cumpri-
v) utilizadores — pessoas colectivas ou singulares
mento do objectivo de segurança, de acordo com a sua
que utilizam os prestadores de serviços de
especificidade, ser dotados de infra-estrutura reconhecida
pagamento para efectuar ou receber paga-
no mercado internacional como apropriada para os siste-
mentos;
mas que suportam operações afins e funcionar com regras
w) valores mobiliários, títulos — acções, contratos
adequadas e transparentes de:
ou quaisquer outros papéis negociados no
mercado financeiro.
a) controlo de riscos de crédito, de liquidez, jurí-
dico, operacional e sistémico, através de proce-
ARTIGO 3.º dimentos recomendados internacionalmente;
(Objectivos de interesse público) b) contenção de riscos para o Banco Central, decor-
rente da sua responsabilidade de agente de
1. Para os efeitos da presente lei, consideram-se objec- liquidação dos participantes;
tivos de interesse público em sistema de pagamentos os c) execução automática e directa de valores mobiliá-
seguintes: rios oferecidos pelo participante em garantia ao
subsistema ou câmara.
a) segurança: sistema de pagamento construído com
soluções adequadas para lidar com riscos típi- 2. O cumprimento do objectivo de segurança implica
cos de sistemas de pagamentos, garantir direi- ainda que o subsistema ou câmara seja operado por pessoal
competente e bem treinado, com observância rigorosa dos
tos e assegurar a liquidação de obrigações e
procedimentos do respectivo regulamento.
operar com infra-estrutura técnica e tecnológica
apropriada;
3. Os subsistemas ou câmaras devem, para o cumpri-
b) fiabilidade operacional: sistema de pagamento
mento do objectivo de fiabilidade operacional, cumprir o
estruturado com capacidade de auto-preservação
objectivo de segurança e de acordo com a especificidade de
para manter a confiança do utilizador e permi-
operações, observar os seguintes requisitos:
tir a definição aos agentes económicos do
momento da disponibilidade das transferências
a) ser operados de acordo com os procedimentos
de fundos, o que possibilita melhor planea-
previstos;
mento e mais eficiente troca de bens e serviços
b) estar disponíveis para utilização nos horários
na economia;
definidos;
c) eficiência: sistema de pagamento com disponi-
c) ter controlo e acompanhamento e pessoal técnico
bilização de serviço de pagamento, com preço
competente e bem treinado para intervir, no
justo, para atender as necessidades dos diversos
mínimo, durante a ocorrência de problemas
sectores da economia angolana;
para a sua solução;
d) transparência: sistema de pagamento estruturado
d) assegurar a continuidade operacional através de
com regras de funcionamento objectivas e
sistemas redundantes, de procedimentos ade-
claras divulgadas entre todos os agentes econó-
quados de guarda de informação e de procedi-
micos, de forma que os participantes e os
mentos de contingência para activação em
utentes tenham a certeza de seus direitos e
situações de não funcionamento do sistema
obrigações.
principal.

2. As câmaras de compensação e operadores de siste-


mas de compensação e liquidação, classificados pelo 4. Os subsistemas ou câmaras devem operar com custos
Banco Nacional de Angola de risco sistémico - aquele justos e competitivos para cumprir o objectivo de eficiência.
capaz de oferecer risco à solidez e ao normal funciona- 5. O cumprimento do objectivo de transparência por
mento do sistema financeiro, devem cumprir os objectivos subsistemas ou câmaras pressupõe que:
de interesse público, podendo o regulamento de outros
sistemas de compensação, não classificados de risco a) o respectivo regulamento tenha sido divulgado,
sistémico, estabelecer o cumprimento desses objectivos. por escrito, em tempo oportuno, com regras
1644 DIÁRIO DA REPÚBLICA

claras e objectivas sobre o seu funcionamento e a) exercer o controlo e o acompanhamento do


os direitos e deveres do operador e dos partici- sistema de pagamentos, visando zelar pelo
pantes; cumprimento dos objectivos de interesse
b) os utilizadores tenham sido esclarecidos sobre os público;
preços dos serviços de transferências de fundos b) garantir, em relação aos subsistemas de paga-
e o prazo da disponibilidade das mesmas para o mento ou parte dos mesmos por si operados, o
beneficiário final, em função do instrumento de cumprimento dos objectivos de interesse
pagamento e do subsistema utilizados; público;
c) os operadores promovam, anualmente, uma audi- c) manter pessoal capacitado e infra-estrutura tecno-
toria externa realizada por empresa de reconhe- lógica necessários para a execução das tarefas
referidas nas alíneas anteriores;
cida competência em auditorias de sistemas de
d) cooperar com outros bancos centrais e com outras
transferências de fundos e, se for caso disso, de
entidades nacionais ou estrangeiras, que exer-
valores mobiliários.
çam actividades relacionadas com o controlo e
CAPÍTULO II o acompanhamento de sistemas de pagamentos,
Do Banco Central e dos Intervenientes quando essa cooperação for relevante para os
objectivos de interesse público do sistema de
SECÇÃO I pagamentos, interno ou outros;
Dos Intervenientes e) determinar a cessação de prestação de serviço de
pagamento por qualquer prestador desses servi-
ARTIGO 5.º ços, com notificação e fundamentação do facto
(Intervenientes do sistema de pagamentos)
por escrito ao respectivo prestador e com
conhecimento aos intervenientes e utilizadores
1. Os intervenientes do sistema de pagamentos são:
do sistema de pagamentos, podendo divulgar a
a) o Banco Central; estes a fundamentação do facto.
b) os bancos e cooperativas de crédito, conforme
caracterização dada pela Lei n.º 1/99, de 23 de 2. Em cumprimento dos objectivos de interesse público
Abril — Lei das Instituições Financeiras; do sistema de pagamentos, compete ainda ao Banco
c) o Tesouro Nacional; Central:
d) os operadores de câmaras de compensação, inclu-
sive os que processam operações com valores a) providenciar, em relação aos subsistemas ou
mobiliários;
câmaras por si operados, auditoria externa
e) os operadores de subsistemas de pagamento,
anual por empresa de reconhecida competência
inclusive os que processam operações com
valores mobiliários; em auditorias de sistemas de transferências de
f) os órgãos associativos representativos dos bancos fundos, e, se for o caso, de valores mobiliários;
e de sociedades financeiras; b) determinar a introdução nos subsistemas e
g) o Conselho Técnico, Sistema de Pagamentos de câmaras auditados de padrões, correcções ou
Angola, criado por despacho conjunto dos novas tecnologias recomendadas no relatório
Ministérios das Finanças, dos Correios e Tele- da auditoria;
comunicações e do Banco Nacional de Angola; c) sempre que entender e às suas expensas submeter
h) os prestadores de serviços de pagamento. qualquer subsistema ou câmara à auditoria
externa por empresa de reconhecida compe-
2. Os intervenientes do sistema de pagamentos, nas tência em auditoria de sistemas de transferên-
matérias relacionadas com o sistema de pagamentos,
cias de fundos e, se for o caso, de valores
sujeitam-se às disposições da presente lei.
mobiliários, e a empresa auditora enviar ao
Banco Central e à auditada cópia dos relatórios
SECÇÃO II elaborados.
Do Banco Central

ARTIGO 7.º
ARTIGO 6.º (Deveres do Banco Central)
(Competências)
O Banco Central nas seguintes matérias de sua compe-
1. Compete ao Banco Central: tência deve:
I SÉRIE — N.º 90 — DE 29 DE JULHO DE 2005 1645

1. Regulamentar os direitos e obrigações dos interve- a) consultar livros, ficheiros e registos, físicos ou
nientes do sistema de pagamentos. electrónicos;
b) exigir comprovativo de operações, registos conta-
2. Elaborar e aprovar as normas que permitam o per- bilísticos, contratos, acordos e demais
feito cumprimento dos objectivos de interesse público, documentos;
regulando, entre outras, as matérias relacionadas com: c) solicitar aos participantes, aos operadores de
subsistemas e de câmaras e aos prestadores de
a) subsistemas e câmaras; serviços de pagamento quaisquer informações
b) instrumentos de pagamento; relacionadas com os volumes ou valores de
c) actividade de prestação de serviços de paga- pagamentos, instrumentos de pagamento ou
mento, critérios e condições para habilitação de obrigações de pagamentos e de liquidação.
prestadores desses serviços;
d) critérios de acesso aos subsistemas e câmaras, ARTIGO 9.º

avaliados em função do incentivo à competiti- (Confidencialidade das informações)

vidade nos serviços de pagamentos;


e) procedimentos e critérios para a saída de qualquer As informações obtidas ao abrigo do disposto no artigo
participante, a pedido do próprio, ou por pro- anterior da presente lei são consideradas de natureza
confidencial e a coberto do dever de segredo, estando a sua
posta do operador de subsistemas ou de câma-
divulgação sujeita às disposições do artigo 94.º da Lei
ras ou por decisão do Banco Central.
n.º 6/97, de 11 de Julho — Lei do Banco Nacional de
Angola.
3. Adoptar medidas que promovam:

ARTIGO 10.º
a) o esclarecimento dos participantes dos subsiste-
(Dever de divulgação)
mas e câmaras a respeito dos riscos que incor-
rem com a sua participação nos mesmos;
O Banco Central deve divulgar, através de comuni-
b) o esclarecimento dos utilizadores dos subsistemas
cação, qualquer informação desde que necessária ao
e das câmaras sobre os serviços e instrumentos
cumprimento dos objectivos de interesse público do
de pagamento;
sistema de pagamentos.
c) a abrangência de todo o território nacional pelo
sistema de pagamentos.
CAPÍTULO III
Princípios da Liquidação de Operações
4. Autorizar o funcionamento de subsistemas e
câmaras, inclusive as que processam operações com
valores mobiliá-rios, condicionando essa autorização à SECÇÃO I

capacidade técnica e tecnológica e competência dos Liquidação Definitiva de Transferências de Fundos

mesmos para o cumpri-mento dos objectivos de interesse


público, bem como o cumprimento das disposições da ARTIGO 11.º

presente lei. (Procedimento)

5. Extinguir subsistemas e câmaras, desde que se des- 1. A liquidação de pagamentos de transferência de


tine ao cumprimento dos objectivos de interesse público. fundos é processada através de subsistemas ou de câmaras
e é efectuada por transferências escriturais de fundos nas
§ Único: — O Banco Central deve ouvir, obrigatoria- contas de depósitos dos participantes mantidas em livros
mente, o Conselho Técnico do Sistema de Pagamentos de do Banco Central, denominadas na presente lei, contas de
Angola referido na alínea g) do artigo 5.º liquidação.

ARTIGO 8.º 2. A partir do início de funcionamento do subsistema


(Exercício do controlo e acompanhamento) de liquidação por bruto em tempo real no Sistema de Paga-
mentos de Angola, as contas de liquidação dos partici-
Para o exercício do controlo e acompanhamento do pantes são mantidas nesse subsistema e cada conta de liqui-
sistema de pagamentos, o Banco Central, relativamente aos dação torna-se o livro legal da conta do respectivo partici-
subsistemas e câmaras e à prestação de serviços de paga- pante titular, sendo os registos contabilísticos nessas contas
mento, pode: os válidos para todos efeitos legais.
1646 DIÁRIO DA REPÚBLICA

ARTIGO 12.º 4. Os bens e direitos integrantes do património especial,


(Características da liquidação) referido no número anterior, bem como seus rendimentos,
não podem ser utilizados para liquidar qualquer tipo de
A liquidação de pagamento de transferências de fundos obrigação assumida pelo prestador de serviço de compen-
efectuada de acordo com o disposto no artigo anterior é sação ou pela câmara em sistema diferente daquele ao qual
definitiva, irrevogável e incondicional. estejam vinculados.

ARTIGO 13.º ARTIGO 16.º


(Intermediários da liquidação) (Contraparte em transacções financeiras)

Somente podem ser intermediários de liquidação de 1. O regulamento do subsistema ou da câmara pode,


pagamento de transferências de fundos, para efeito do desde que para o atendimento ao interesse público, autori-
disposto no artigo 11.º da presente lei, as entidades deten- zar os respectivos operadores, sem prejuízo das obrigações
toras de conta de depósitos no Banco Central. decorrentes da lei, regulamento ou contrato, a assumirem,
em relação a cada participante, a posição da parte contra-
SECÇÃO II
tante, para efeitos da liquidação das obrigações contratadas
Liquidação de Operações com Valores Mobiliários
através do mesmo subsistema ou câmara de compensação.

ARTIGO 14.º
2. Os operadores que assumirem a posição da parte
(Definição)
contratante, autorizada no número anterior, não respondem
pela obrigação de pagamento de responsabilidade do
Nas operações com valores mobiliários, a liquidação
emissor de resgatar o principal e os acessórios de seus
definitiva é o processo pelo qual dois ou mais participantes
títulos e valores mobiliários objecto de compensação e
se desobrigam mutuamente na realização da transferência
liquidação.
dos fundos e dos valores mobiliários transaccionados.
3. Os bens integrantes do património especial, referidos
ARTIGO 15.º
nos n.os 3 e 4 do artigo 15.º da presente lei, bem como os
(Procedimento)
oferecidos em garantia pelos participantes nos sistemas de
compensação ou câmaras são impenhoráveis e não podem
1. A liquidação definitiva da transferência de fundos
ser objecto de arresto, sequestro, busca e apreensão ou
que se relaciona com operações de valores mobiliários é
qualquer outro acto judicial, excepto para o cumprimento
efectuada de acordo com o artigo 11.º da presente lei e a
das obrigações assumidas pela própria câmara ou prestador
liquidação da transferência dos valores mobiliários transac-
de serviço de compensação e de liquidação na qualidade de
cionados processa-se conforme vier a ser regulamentado no
parte contratante.
subsistema específico dessas operações.

SECÇÃO III
2. Na liquidação referida no ponto anterior quando não Garantia da Liquidação Definitiva
for observada a simultaneidade entre a liquidação da
transferência de fundos e a liquidação da transferência do ARTIGO 17.º
valor mobiliário, por bruto em tempo real, devem ser (Condições)
adoptadas medidas de controlo de riscos de crédito e de
liquidez apropriadas para a compensação e a liquidação das 1. Os regulamentos dos subsistemas e das câmaras, por
operações realizadas nos mercados de valores mobiliários. força do valor das transferências e da natureza das obri-
gações, podem, para o cumprimento do interesse público,
3. Sem prejuízo do disposto no número anterior, as prever mecanismos que permitam assegurar a liquidação
câmaras e os prestadores de serviços de compensação e de definitiva das obrigações registadas e aceites nos subsis-
liquidação enquadrados, a critério do Banco Nacional de temas ou nas câmaras.
Angola, em sistema de pagamento de importância sisté-
mica, devem constituir património especial formado por 2. Os mecanismos referidos no número anterior, sem
bens e direitos necessários para garantir exclusivamente o prejuízo de outros que venham a ser recomendados no
cumprimento das suas obrigações existentes em cada um âmbito da segurança do sistema de pagamentos, são os
dos sistemas que estiverem operando. previstos no n.º 1 do artigo 4.º da presente lei.
I SÉRIE — N.º 90 — DE 29 DE JULHO DE 2005 1647

3. Para os efeitos do n.º 1 deste artigo, os critérios que subsistemas ou câmaras na liquidação das suas obrigações,
determinam a aceitação pelos subsistemas ou câmaras de de acordo com o regulamento específico aplicável, deve ser
uma obrigação registada devem ser estabelecidos nos observado o seguinte:
respectivos regulamentos.
a) realização das transferências dos valores mobiliá-
SECÇÃO IV rios a favor do comprador e dos fundos ao
Compensação Multilateral vendedor dos mesmos;
b) realização das transferências de fundos prove-
ARTIGO 18.º nientes da execução das garantias e de outras
(Definição) constituídas de acordo com o n.º 1 do artigo 4.º
da presente lei, quando inexistentes ou insufi-
1. A compensação multilateral, para os efeitos do siste-
cientes os valores mobiliários negociados ou os
ma de pagamentos, é o procedimento para apurar o saldo
fundos a transferir.
de cada participante, através da soma dos saldos bilaterais
devedores e credores de cada um em relação aos demais.
2. Após adoptadas as providências referidas nas alí-
2. A compensação multilateral de obrigações, no âmbi-
neas a) e b) do número anterior, havendo saldo positivo, o
to de um mesmo subsistema ou câmara, é admitida para o
mesmo deve ser transferido ao participante, nos termos da
efeito da liquidação da obrigação.
lei. Havendo saldo negativo, o mesmo constitui crédito do
administrador das garantias constituídas em relação ao
ARTIGO 19.º
participante.
(Mecanismo para a liquidação de compensação multilateral)

1. O regulamento da câmara de compensação pode CAPÍTULO IV


prever a abertura de conta, em nome do operador desta, no Finalização do Pagamento
Banco Central, como mecanismo de liquidação das opera-
ções contratadas e/ou liquidadas através da mesma. SECÇÃO I

2. A conta em nome da câmara não pode apresentar Finalização do Pagamento Liquidado através de Subsistema

saldo diferente de zero após o fecho diário da liquidação ou de Câmara

definitiva das operações nela processadas.


ARTIGO 22.º
(Momento da finalização do pagamento)
SECÇÃO V
Participantes sob Regimes Jurídicos Especiais
A finalização do pagamento, processado através de sub-
ARTIGO 20.º sistemas ou de câmaras e liquidado em conta no Banco
(Falência ou regimes excepcionais de funcionamento) Central, ocorre quando o beneficiário final ou o seu repre-
sentante legal tem a disponibilidade dos fundos relativos ao
1. O regime de falência ou de funcionamento dentro de pagamento na respectiva conta bancária ou recebe o
condições de excepcionalidade ou de insolvência, a que se pagamento em dinheiro.
sujeita um participante, não produz qualquer efeito em
relação às obrigações de liquidação e direitos de recebi- ARTIGO 23.º
mento dos participantes, cujas operações tenham tido liqui- (Prazo e responsabilidades)
dação definitiva ou tenham sido aceites pelos subsistemas
ou câmaras antes da decretação de tal regime. O prazo e as responsabilidades para a finalização do
2. Em relação ao participante sujeito às situações refe- pagamento devem ser estabelecidos no regulamento do
ridas no número anterior, o produto da execução das subsistema e da câmara e divulgados ao público.
garantias prestadas por este aos subsistemas ou câmaras,
bem como os valores mobiliários objecto de negociação na SECÇÃO II
execução das garantias são destinados à liquidação das Finalização do Pagamento não Liquidado através de Subsistema
obrigações por ele assumidas nos referidos subsistemas ou ou de Câmara
câmaras.
ARTIGO 21.º ARTIGO 24.º
(Execução das garantias) (Momento da finalização do pagamento)

1. Nas situações referidas no artigo anterior ou quando 1. A finalização do pagamento que não seja processado
se verifiquem incumprimentos de qualquer participante nos através de subsistema ou de câmara, ocorre quando o
1648 DIÁRIO DA REPÚBLICA

prestador do serviço efectuar ao beneficiário final ou ao b) carácter ocasional ou reiterado da infracção;


seu representante legal, em numerário, o pagamento ou o c) actos de ocultação, quando dificultem a desco-
depósito na respectiva conta bancária. berta da infracção ou a eficácia da sanção
aplicável;
2. O prazo da finalização do pagamento deve estar esta- d) actos do arguido destinados, por sua iniciativa, a
belecido nos procedimentos da prestação do serviço, reparar os danos ou a obviar os perigos causa-
devendo ser dado conhecimento do mesmo ao utilizador do dos pela infracção.
serviço de pagamento.
3. Para os agentes individuais, além das circunstâncias
CAPÍTULO V correspondentes às enumeradas no número anterior, são
Infracções e Sanções atendidas ainda as seguintes:

SECÇÃO I
a) nível de responsabilidade e categoria ocupada na
Disposições Gerais
pessoa colectiva em causa;
b) benefício ou intenção de o obter para si mesmo,
ARTIGO 25.º
para o cônjuge, para o parente até ao 3.º grau
(Responsáveis)
ou afim até ao 2.º grau;
c) especial dever de não cometer a infracção.
Pela prática das infracções a que se refere o presente
capítulo podem ser responsabilizadas, conjuntamente, ou
não, pessoas singulares e colectivas, ainda que irregular- 4. Na determinação da sanção aplicável, além da
mente constituídas. gravidade da infracção, tem-se em conta:

ARTIGO 26.º a) a situação económica do arguido;


(Tentativa e negligência) b) a conduta anterior do arguido.

1. A tentativa e a negligência são sempre punidas. 5. A atenuante da reparação do dano ou da redução do


perigo, quando praticada por pessoa colectiva, é comuni-
2. A sanção para a tentativa é a do ilícito consumado, cada a todos os seus agentes, ainda que não tenham
reduzida a 1/3 dos limites mínimos e máximos. pessoalmente contribuído para elas.

3. Em caso de negligência, os limites mínimos e máxi- 6. A multa deve, sempre que possível, exceder o bene-
mos da multa são reduzidos à metade. fício económico que o arguido ou a pessoa que fosse
seu propósito beneficiar tenham retirado da prática da
4. Quando a responsabilidade do agente individual for infracção.
atenuada nos termos dos números anteriores, procede-se à ARTIGO 28.º
graduação correspondente da sanção aplicável à pessoa (Cumprimento do dever omitido)
colectiva.
ARTIGO 27.º Sempre que a infracção resulte da omissão de um
(Graduação da sanção) dever, a aplicação da sanção e o pagamento da multa não
dispensam o infractor do seu cumprimento, se este ainda
1. A determinação da medida de multa e das sanções for possível.
acessórias faz-se em função da gravidade objectiva e sub- SECÇÃO II
jectiva da infracção, tendo em conta a natureza individual Dispositivo Penal
ou colectiva do agente considerado.
ARTIGO 29.º
2. A gravidade da infracção cometida por pessoas (Actividade ilícita no sistema de pagamentos)
colectivas é avaliada designadamente pelas seguintes
circunstâncias: 1. Aquele que exercer a actividade de prestador de
serviço de pagamento, sem que para tal esteja devidamente
a) perigo ou dano causado ao sistema de paga- habilitado, nos termos da presente lei ou utilizar de forma
mentos, doméstico, transfronteiriço ou qual- dolosa qualquer instrumento de pagamento, físico ou
quer outro a que sistema de pagamento domés- electrónico, ou destruir ou praticar quaisquer actos de
tico se ligue ou à economia; vandalismo contra equipamentos do sistema de pagamentos
I SÉRIE — N.º 90 — DE 29 DE JULHO DE 2005 1649

ou violar ou tentar violar electronicamente sistemas f) a destruição ou quaisquer actos de vandalismo


informáticos de suporte aos subsistemas e câmaras, é praticados contra equipamentos físicos ou
punido com prisão de dois até oito anos. sistemas electrónicos do sistema de pagamen-
tos.
2. Os crimes previstos no número anterior seguem o
regime do Código Penal e legislação complementar, inde- ARTIGO 32.º
pendentemente da penalização pecuniária prevista nas (Sanções acessórias)
alíneas a) do artigo 30.º e alíneas e) e f) do artigo 31.º da
presente lei. 1. Conjuntamente com as multas nos termos do dispos-
to nos artigos anteriores, podem ser aplicadas ao infractor
ARTIGO 30.º as seguintes sanções acessórias:
(Contravenções)
a) advertência;
São puníveis com multa de 0,025% a 20% ou de b) apreensão e perda do objecto da infracção,
0,025% a 10% do capital social mínimo do interveniente incluindo o produto económico desta;
no sistema de pagamentos, consoante seja aplicada a c) determinação da cessação de prestação de serviço
pessoa colectiva ou singular, as contravenções adiante de pagamento;
referidas: d) quando o arguido seja pessoa singular, inibição
do exercício de cargos sociais e de funções de
a) o exercício da actividade de prestador de serviço gestão em interveniente do sistema de paga-
de pagamento com inobservância das respec- mentos, por período de um a três anos, em
tivas normas reguladoras; casos previstos no artigo 30.º e por período de
b) a omissão de informações devidas ou recusa de três a cinco anos, em casos previstos nos
prestação das mesmas ao Banco Central e a artigos 29.º e 31.º da presente lei.
prestação de informações incompletas;
c) a negligência, a recusa ou a falha no cumprimento 2. As sanções a que se refere o número anterior são
dos preceitos imperativos da presente lei e dos publicadas num dos jornais mais lidos na localidade da
regulamentos emitidos pelo Banco Central, em sede ou do estabelecimento permanente do arguido ou, se
cumprimento ou execução dos referidos precei- for uma pessoa singular, na da sua residência.
tos.
ARTIGO 31.º 3. A aplicação das sanções previstas na presente lei não
(Contravenções especialmente graves) prejudica as responsabilidades tanto penal como civil
previstas noutros preceitos legais ou regulamentares.
São puníveis com multa de 5% a 50% ou de 2,5% a
25% do capital social do contraventor, consoante seja SECÇÃO III

aplicada a pessoa colectiva ou singular, as contravenções Processo

adiante referidas:
ARTIGO 33.º

a) o exercício da actividade de prestador de serviço (Competência e forma)

de pagamento sem estar devidamente habili-


1. A competência para o processo das contravenções
tado, nos termos da presente lei;
previstas na presente lei e para a aplicação das sanções
b) a revelação ou a utilização de informações a
correspondentes pertence ao Banco Central.
respeito dos intervenientes do sistema de paga-
mentos, cujo conhecimento lhe advenha pela
2. Sem prejuízo do disposto na presente lei, a forma do
sua intervenção no mesmo;
processo é a prevista na Secção III do Capítulo IX da Lei
c) acto doloso do interveniente do sistema de paga-
n.º 1/99, de 23 de Abril — Lei das Instituições Financeiras.
mentos, em detrimento dos depositantes ou dos
demais intervenientes;
ARTIGO 34.º
d) a recusa ou a obstrução ao exercício da actividade
(Conflito)
de controlo e acompanhamento do Banco
Central; 1. Qualquer situação de conflito surgida entre o partici-
e) a utilização dolosa de qualquer instrumento de pante ou operador e o Banco Central deve ser resolvida em
pagamento físico ou electrónico; conformidade com as disposições deste capítulo.
1650 DIÁRIO DA REPÚBLICA

2. A situação de conflito, para efeitos da presente lei, é a) as partes acordam na indicação de um árbitro, em
definida como a não aceitação pelo participante ou opera- função dos seus elevados conhecimentos a
dor da decisão do Banco Central tomada ao abrigo da respeito de sistemas de pagamentos;
presente lei, por iniciativa do mesmo ou em consequência b) o prazo máximo para a decisão da arbitragem é
da solicitação do participante ou do operador para estabele- de 10 dias úteis consecutivos contados a partir
cer os seus direitos e obrigações a respeito de questão do dia útil seguinte ao término do prazo refe-
específica no âmbito do sistema de pagamentos. rido no artigo anterior.

ARTIGO 35.º 2. A decisão do árbitro é definitiva e vincula as partes.


(Consenso)
3. Os custos relativos à prestação do serviço de arbitra-
Deve ser observado o seguinte processo para a solução gem são pagos pela parte vencida no conflito.
do conflito por consenso entre a parte litigante e o Banco
Central: CAPÍTULO VI
Disposições Finais e Transitórias
a) a parte litigante deve encaminhar por escrito ao
Banco Central os fundamentos da sua discor- ARTIGO 38.º
dância; (Forma e publicidade dos actos do Banco Central)
b) o Banco Central, no dia seguinte ao recebimento
Os poderes conferidos ao Banco Central, nos termos da
da manifestação da parte litigante, deve promo-
presente lei, são exercidos mediante aviso a publicar no
ver reuniões com a mesma e, no prazo de
Diário da República.
cinco dias úteis consecutivos, tentar a solução
por consenso;
ARTIGO 39.º
c) não havendo acordo, a solução deve ser encon-
(Confidencialidade das operações)
trada através de mediação.

Os intervenientes do sistema de pagamentos, bem como


ARTIGO 36.º
as pessoas representantes dos membros integrantes do
(Mediação)
Conselho Técnico do Sistema de Pagamentos de Angola
referido na alínea g) do artigo 5.º estão obrigados ao dever
1. Para a resolução do conflito por consenso através de
de segredo de que trata a Lei n.º 1/99, de 23 de Abril —
mediação, num prazo máximo de 10 dias úteis conse-
Lei das Instituições Financeiras e sujeitos às sanções
cutivos contados a partir do dia útil seguinte ao término do
aplicáveis em caso de infracção.
prazo referido no artigo anterior da presente lei, deve ser
observado o seguinte processo:
ARTIGO 40.º
(Dever de arquivo)
a) as partes acordam na indicação de um único
mediador;
1. Os intervenientes do sistema de pagamentos devem
b) o mediador ouve, separadamente, as partes;
guardar por processo electrónico ou microfilmagem por um
c) o mediador, na qualidade de coordenador, con-
período de cinco anos, a partir da data da emissão, se físi-
voca as partes para uma ou duas reuniões;
cos ou da data do registo no próprio sistema informático,
d) não havendo acordo, o conflito deve ser resolvido
se electrónicos, os instrumentos de pagamento ou registos
por arbitragem.
das instruções electrónicas de pagamento.

2. Os custos relativos à prestação do serviço de media- 2. Os registos electrónicos de operações e os instru-


ção são pagos em igual proporção pelas partes. mentos de pagamento arquivados têm valor para fins de
provas legais.
ARTIGO 37.º ARTIGO 41.º
(Arbitragem) (Regulamentação da lei)

1. Na resolução de conflitos pelo processo de arbitra- A presente lei deve ser regulamentada pelo Banco
gem deve observar-se o seguinte procedimento: Central no prazo de três meses após sua publicação.
I SÉRIE — N.º 90 — DE 29 DE JULHO DE 2005 1651

ARTIGO 42.º por este facto pode a mesma conceder ao Governo a


(Disposição transitória) autorização solicitada, devendo definir-se o âmbito, o
sentido, a extensão e a duração da autorização;
Os prestadores de serviço que não sejam instituições
financeiras e operadores de subsistemas e de câmaras já Havendo necessidade de dotar o Governo de compe-
autorizados à data da publicação da presente lei têm o tência legislativa para o efeito;
prazo de um ano para se conformarem com as disposições
nela contidas. Nestes termos, ao abrigo das disposições combinadas da
ARTIGO 43.º alínea c) do artigo 88.º e do n.º 6 do artigo 92.º ambos da
(Norma revogatória) Lei Constitucional, a Assembleia Nacional emite a seguinte
resolução:
É revogada toda a legislação que contrarie o disposto
na presente lei, nomeadamente as alíneas c) e d) do arti- 1.º — É concedida ao Governo autorização para legislar
go 4.º da Lei n.º 1/99, de 23 de Abril — Lei das Institui- em matéria do Regime Jurídico das Concessões de Obras
ções Financeiras. Públicas e Serviços Públicos.
ARTIGO 44.º
(Dúvidas e omissões) 2.º — O regime referido no número anterior pode ser
aplicado à construção, administração e exploração de infra-
As dúvidas e omissões suscitadas pela interpretação e -estruturas públicas nacionais.
aplicação da presente lei são resolvidas pela Assembleia
Nacional. 3.º — A presente autorização legislativa é concedida ao
ARTIGO 45.º Governo por um período de 90 dias.
(Entrada em vigor)

4.º — A presente resolução entra em vigor à data da sua


A presente lei entra em vigor no prazo de 90 dias após à
publicação.
data de sua publicação.

Vista e aprovada pela Assembleia Nacional, em Luanda,


Vista e aprovada pela Assembleia Nacional, em
aos 16 de Junho de 2005.
Luanda, aos 31 de Maio de 2005.

Publique-se.
O Presidente da Assembleia Nacional, Roberto António
Víctor Francisco de Almeida. O Presidente da Assembleia Nacional, Roberto António
Víctor Francisco de Almeida.
Promulgada em 27 de Junho de 2005.

Publique-se.
PRESIDÊ NCIA DA REPÚBLICA
——
O Presidente da República, JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS.
Despacho n.º 10/05
de 29 de Julho
————

Havendo necessidade de se proceder à condigna


Resolução n.º 14/05
organização da cerimónia fúnebre pelo passammento físico
de 29 de Julho
de Mendonça Canguende, Deputado da Assembleia
Nacional, em obediência ao disposto na alínea g) do
Considerando que o Governo solicitou à Assembleia
artigo 4.º e do artigo 5.º da Lei n.º 9/01, de 24 de Maio e
Nacional autorização para legislar em matéria do Regime
pelo artigo 74.º da Lei Constitucional, determino:
Jurídico das Concessões de Obras Públicas e Serviços
Públicos; 1.º — É criada a comissão encarregue de organizar a
cerimónia fúnebre com a seguinte composição:
Consisderando que a referida matéria é de competência
legislativa de reserva relativa da Assembleia Nacional, ao a) Ministro da Administração do Território —
abrigo da alínea b) do artigo 90.º da Lei Constitucional e coordenador;

Potrebbero piacerti anche