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hassídico ou hassidismo (do hebraico חסידים, Chasidut para ossefardim; Chasidus para
os asquenazes: "piedosos" ou "devotos") é um movimento surgido no interior do judaísmo
ortodoxo que promove a espiritualidade, através da popularização e internalização
do misticismo judaico, como um aspecto fundamental da fé judaica. Essa vertente não
deixou de existir ao longo de praticamente toda a história judaica. Hoje, no entanto, o uso
do termo "chassidismo" ou "hassidismo" que é aplicado se restringe à tendência
desenvolvida na primeira metade do século XVIII, na Europa Oriental - com o rabino Israel
Ben Eliezer, mais conhecido como Baal ShemTov - em reação ao judaísmo legalista ou
talmúdico, mais intelectualizado.
O elemento central do hassidismo é a devekut, isto é, a união mística com Deus - uma
metodologia espiritual que tem como meta libertar o ser humano dos reveses da vida
terrena. Seus discípulos pregam que o Homem tem o poder de se desligar dos bens
materiais e de tudo o que está relacionado ao mundo, por meio da prece meditativa,
o daven, o qual pode conectar o indivíduo a Deus. O Baal ShemTov admite a Shekhiná, ou
seja, a presença divina em cada vida, como uma prova da compaixão divina pelo ser
humano e por todas as suas criaturas.
Por outro lado, uma das lideranças mais significativas do hassidismo no século XIX,
Menahem Mendel de Kotzk, representa a polaridade oposta, pois destaca a revolta diante
das imperfeições do Homem e de seus sofrimentos. Sua ira o conduz ao conceito
do tikunolam, a redenção do Cosmos.
As ideias opostas destes dois ícones do movimento hassídico imprimem nesta corrente a
piedade alegre e compadecida, de um lado, e a busca implacável da justiça austera, do
outro. O hassid, seguidor dessa esfera mística, está constantemente imbuído da presença
do Criador, pois se encontra quase sempre em estado de meditação, a qual não traz em si
apenas os típicos lamentos judeus, mas igualmente as melodias que se repetem por um
longo tempo e a coreografia hassídica.
Desta forma, todos podem ser recuperados e alteados, aprimorados de tal forma que
podem, assim, voltar ao seio divino. Cada indivíduo tem como papel principal na existência
promover esse resgate do outro. Eis porque o hassid não acredita no mal e o vê apenas
como uma máscara deturpada do que ainda não foi salvo.