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NOVA VERSÃO APÓS A DERRUBADA DE

VETOS PELO CONGRESSO NACIONAL


Nova Lei de abuso de autoridade
Lei 13.869/19
Prof. Paulo Igor

1. INTRODUÇÃO

No dia 05 de setembro de 2019 foi publicada a nova Lei de Abuso


de Autoridade, que define os crimes de abuso de autoridade cometidos
por agente público, que, no exercício de suas funções ou a pretexto de
exercê-las, abuse do poder que lhe tenha sido atribuído.

Ainda no mês de setembro, mais precisamente no dia 27 de


setembro de 2019, houve a promulgação de alguns dispositivos que
tinham sido vetados pelo poder executivo por ocasião da publicação da
norma em 05/09/2019.

Dessa forma, a antiga Lei 4.898/65, que versava sobre o mesmo


tema, foi revogada. O diploma legal revogado sempre teve forte
presença nas provas de carreiras policiais, fato que certamente será
mantido em relação à nova legislação.

Importante observar ainda que a Lei 13.869/19 está em seu


período de vacatio legis, ou seja, embora já tenha sido publicada,
somente entrará em vigor 120 dias após sua publicação.

Portanto, fique ligado nas alterações.

Pela experiência que temos na caminhada dos concursos


públicos, saltam aos olhos os pontos da nova Lei que serão cobrados
de agora em diante na sua prova. E nosso intuito nessa apostila é
trazer para você de forma esquematizada os detalhes que seu
examinador passará a explorar a partir de então.

Nossa análise será realizada em 5 blocos distintos:

 Disposições gerais;
 Sujeito ativo do crime;
 Efeitos da condenação;
 Penas restritivas de direitos;
 Crimes em espécie;

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Lei 13.869/19
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2. DISPOSIÇÕES GERAIS

Dois pontos são importantes em relação às disposições gerais


dessa nova Lei: (a) a exigência de dolo específico na prática do delito
de abuso de autoridade e (b) a proibição de punição de condutas
oriundas de divergência de interpretação de Lei ou avaliação de fatos
ou provas.

Vamos detalhar cada um deles.

2.1. Necessidade de dolo específico no crime de abuso


de autoridade

Logo em seu art. 1º, § 1º, aduz a Lei 13.869/19:

§ 1º As condutas descritas nesta Lei constituem crime de abuso


de autoridade quando praticadas pelo agente com a finalidade
específica de prejudicar outrem ou beneficiar a si mesmo
ou a terceiro, ou, ainda, por mero capricho ou satisfação
pessoal.

Desse dispositivo podemos extrair uma importante conclusão


para sua prova: somente há crime de abuso de autoridade na
modalidade dolosa (não sendo punível a conduta culposa).
Ademais, somente resta configurado o crime quando o agente público
praticar a conduta buscando:

 Prejudicar outrem

 Beneficiar a si mesmo ou a terceiro

 Mero capricho ou satisfação pessoal

Ausentes quaisquer das finalidades acima descritas, não há que


se falar em crime de abuso de autoridade.

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2.2. Condutas oriundas de divergência de interpretação


de Lei ou avaliação de fatos ou provas e o abuso de
autoridade

Na sequência, em seu art. 1º, § 2º, a Lei 13.869/19, aduz que:

§ 2º A divergência na interpretação de lei ou na avaliação de


fatos e provas não configura abuso de autoridade.

Com essa previsão o legislador buscou refutar as fortes críticas


ao projeto de lei inicial, as quais se fundavam no argumento de que o
Congresso Nacional buscava introduzir no ordenamento jurídico o
famigerado “crime de hermenêutica”, ou seja a criminalização da
interpretação jurídica que o magistrado dá ao fato que lhe é trazido,
por meio do processo.

Neste ponto, muita atenção na sua prova, pois como foi alvo de
muita polêmica durante todo o processo legislativo, este dispositivo
será repetidamente cobrado em provas de concursos públicos.

2.3. Da ação penal nos crimes de abuso de autoridade

De acordo com o art. 3º da Lei 13.869/19 (promulgado após a


derrubada do veto presidencial):

Art. 3º Os crimes previstos nesta Lei são de ação penal pública


incondicionada.

Ou seja, a regra de que a ação penal nos crimes de abuso de


autoridade deve ser pública incondicionada, que já existia na Lei antiga
de abuso de autoridade, foi mantida na nova legislação.

Ainda no mesmo art. 3º (§§ 1º e 2º), a nova lei de abuso de


autoridade prevê desnecessariamente a possibilidade de o ofendido
intentar ação penal privada subsidiária da pública diante da inércia do
membro do Ministério Público. Isso porque essa possibilidade já é

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prevista no art. 5º, LIX, da CF/88 e também no 29 do código de


processo penal.

Lembrando ainda que o código de processo penal, em seu art.


38, estabelece também que o prazo máximo para que a vítima ingresse
com queixa-crime subsidiária diante da inércia do Ministério Público é
de 6 meses contados da data em que se esgotar o prazo para
oferecimento da denúncia.

Ainda assim, aduzem os §§ 1 e 2º do art. 3º, da Lei 13.869/19:

§ 1º Será admitida ação privada se a ação penal pública


não for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público
aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em
todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor
recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar
a ação como parte principal.

§ 2º A ação privada subsidiária será exercida no prazo de


6 (seis) meses, contado da data em que se esgotar o prazo
para oferecimento da denúncia.

Ou seja, o art. 3º da Lei 13.869/19 apenas repete as disposições


gerais já previstas no ordenamento jurídico brasileiro em relação a
natureza da ação penal.

3. SUJEITOS DO CRIME

No art. 2º, definiu o legislador quem será o sujeito ativo do delito


de abuso de autoridade:

Art. 2º É sujeito ativo do crime de abuso de autoridade qualquer


agente público, servidor ou não, da administração direta,
indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de Território,
compreendendo, mas não se limitando a:

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I - servidores públicos e militares ou pessoas a eles


equiparadas;

II - membros do Poder Legislativo;

III - membros do Poder Executivo;

IV - membros do Poder Judiciário;

V - membros do Ministério Público;

VI - membros dos tribunais ou conselhos de contas.

Parágrafo único. Reputa-se agente público, para os efeitos desta


Lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem
remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação
ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato,
cargo, emprego ou função em órgão ou entidade abrangidos
pelo caput deste artigo.

Segundo o dispositivo supramencionado, o sujeito ativo do delito


de abuso de autoridade será qualquer agente público, servidor ou
não.

Nesse ponto, o mais importante para a sua prova, é a


conceituação de agente público feita pela Lei 13.869/19, segundo a
qual considera-se agente público todo aquele que exerce:

 Ainda que transitoriamente ou sem remuneração;

 Por eleição, nomeação, designação, contratação ou


qualquer forma de investidura ou vínculo;

 Mandato, cargo, emprego ou função;

 Em órgão ou entidade;

o Da administração direta e indireta;

o De qualquer ente federativo;

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Lembrando da conceituação de agentes públicos trazida pela


clássica doutrina administrativista, serão autores do delito de abuso de
autoridade os agentes políticos, agentes administrativos, agentes
honoríficos, agentes Delegados e os agentes Credenciados.

Os agentes políticos são os ocupantes dos altos cargos da


Administração Pública, descritos dos incisos II a VI, do art. 2º, da Lei
13.869/19.

Os Agentes Administrativos são os servidores e empregados


públicos.

Os Agentes Honoríficos não são profissionais contratados pela


Administração Pública. Eles apenas colaboram transitoriamente com o
Estado, para exercer determinadas funções, por exemplo, jurados no
tribunal do júri e mesário eleitoral.

Os Agentes Delegados são particulares que têm a


responsabilidade de exercer uma atividade específica por delegação do
Estado, que deve fiscalizar sua atuação, por exemplo, os leiloeiros de
bens públicos.

Por fim, os agentes credenciados, são que pessoas que


representam o Estado em alguma circunstância, por exemplo, um
pesquisador que participa de um seminário internacional
representando o Brasil.

4. EFEITOS DA CONDENAÇÃO

Em seu art. 4º, a Lei 13.869/19 elenca os efeitos da condenação


pelo crime de abuso de autoridade:

Art. 4º São efeitos da condenação:

I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo


crime, devendo o juiz, a requerimento do ofendido, fixar na

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sentença o valor mínimo para reparação dos danos causados pela


infração, considerando os prejuízos por ele sofridos;

II - a inabilitação para o exercício de cargo, mandato ou função


pública, pelo período de 1 (um) a 5 (cinco) anos;

III - a perda do cargo, do mandato ou da função pública.

Portanto, três serão os efeitos extrapenais de uma condenação


por crime de abuso de autoridade:

 Obrigação de reparar o dano;

 Inabilitação para o exercício de cargo, mandato ou função,


pelo prazo de 1 a 5 anos;

 Perda do cargo, mandato ou função pública;

Muita atenção na sua prova para os incisos II e III do art. 4º


supracitado, isso porque a perda do cargo e a inabilitação para
ocupação de outro cargo público eram hipóteses de sanção na esfera
penal segundo a antiga Lei 4.898/65. E mais! No tocante à inabilitação
para o exercício de outras funções, o prazo anterior variava de 1 a 3
anos.

Ou seja, certamente o seu examinador irá explorar essas


mudanças promovidas pela Lei 13.869/19, portanto, lembre-se: perda
do cargo/mandato ou função pública e inabilitação para o exercício de
outro cargo/função ou mandato atualmente são efeitos extrapenais
da condenação. E a inabilitação tem duração de 1 a 5 anos.

# Os efeitos extrapenais previstos na nova Lei de Abuso de


Autoridade são automáticos?
ATENÇÃO com isso em sua prova, este é mais um ponto
extremamente importante. Segundo o parágrafo único do art. 4º, da
Lei 13.869/19:

Parágrafo único. Os efeitos previstos nos incisos II e III


do caput deste artigo são condicionados à ocorrência de
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reincidência em crime de abuso de autoridade e não são


automáticos, devendo ser declarados motivadamente na
sentença.

Ou seja, os efeitos extrapenais da perda do cargo e


inabilitação para o exercício de outro cargo pelo prazo de 1 a 5
anos não são automáticos e apenas poderão recair sobre os réus
reincidentes em crimes de abuso de autoridade.

Ao não condicionar o efeito da obrigação de reparar o dano à


reincidência do réu e nem exigir a declaração motivada do mesmo em
sentença, o legislador deixou claro que, a exemplo do que já ocorre no
código penal, a obrigação de reparar o dano é efeito automático da
condenação e atinge tanto os réus primários quanto os reincidentes.

Esquematizando:

EFEITOS DA CONDENAÇÃO

INABILITAÇÃO
OBRIGAÇÃO
PERDA DO PARA O
DE REPARAR
CARGO EXERCÍCIO DE
O DANO
OUTRO CARGO

EFEITO
NÃO NÃO SIM
AUTOMÁTICO

RÉU
NÃO NÃO SIM
PRIMÁRIO

RÉU
SIM SIM SIM
REINCIDENTE

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EM CRIME DE
ABUSO DE
AUTORIDADE

5. PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS

Sobre as penas restritivas de direitos, aduz o art. 5ª do novo


diploma:

Art. 5º As penas restritivas de direitos substitutivas das


privativas de liberdade previstas nesta Lei são:

I - prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas;

II - suspensão do exercício do cargo, da função ou do mandato,


pelo prazo de 1 (um) a 6 (seis) meses, com a perda dos
vencimentos e das vantagens;

III - (VETADO).

Parágrafo único. As penas restritivas de direitos podem ser


aplicadas autônoma ou cumulativamente.

De maneira bem simples, duas são as penas restritivas de


direitos cabíveis aos condenados por crime de abuso de
autoridade:

 Prestação de serviços à comunidade;

 Suspensão do exercício das funções pelo prazo de 1 a 6


meses, com perda dos vencimentos e vantagens;

Em relação à suspensão do exercício das funções, muita atenção,


pois seu examinador vai explorar muito esse ponto em prova. Isso
porque a referida suspensão era hipótese de sanção na esfera
administrativa segundo a antiga Lei 4.898/65. E mais! O prazo anterior
variava de 5 a 180 dias.

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Portanto, lembre-se: atualmente a suspensão do exercício das


funções é uma pena restritiva de direitos cabível em substituição à
pena privativa de liberdade, e com prazo que varia de 1 a 6 meses.

Outro ponto que deve chamar a atenção de seu examinador e


que, portanto, você deve ter em mente é: quais os crimes de abuso de
autoridade admitem a substituição da pena privativa de liberdade pelas
restritivas de direitos?

Para responder a essa pergunta, precisaremos conhecer, ainda


que superficialmente, os requisitos para que essa substituição seja
realizada. Tais requisitos são previstos no art. 44 do código penal:

Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e


substituem as privativas de liberdade, quando:

I – aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro


anos e o crime não for cometido com violência ou grave ameaça
à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for
culposo;

II – o réu não for reincidente em crime doloso;

III – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a


personalidade do condenado, bem como os motivos e as
circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente.

Tomando por base os requisitos acima, podemos afirmar que


apenas 3 figuras delituosas da Lei 13.869/19 não admitem a
substituição da pena privativa de liberdade por penas restritivas de
direitos nem mesmo aos réus primários: art. 13, art. 22, § 1º, I e art.
24.

Essa conclusão decorre do fato de que, embora nenhum dos


crimes de abuso de autoridade previstos na Lei 13.869/19 possuam
pena máxima superior a 4 anos, três deles são praticados mediante
violência ou grave ameaça, fato que impede a concessão do benefício.

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Os crimes que não admitem a referida substituição são:

Art. 13. Constranger o preso ou o detento, mediante violência,


grave ameaça ou redução de sua capacidade de resistência, a:

I - exibir-se ou ter seu corpo ou parte dele exibido à curiosidade


pública;

II - submeter-se a situação vexatória ou a constrangimento não


autorizado em lei;

III - (VETADO).

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, sem


prejuízo da pena cominada à violência.

Art. 22. (...)

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

§ 1º Incorre na mesma pena, na forma prevista no caput deste


artigo, quem:

I - coage alguém, mediante violência ou grave ameaça, a


franquear-lhe o acesso a imóvel ou suas dependências;

Art. 24. Constranger, sob violência ou grave ameaça,


funcionário ou empregado de instituição hospitalar pública ou
privada a admitir para tratamento pessoa cujo óbito já tenha
ocorrido, com o fim de alterar local ou momento de crime,
prejudicando sua apuração:

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, além da


pena correspondente à violência.

6. CRIMES EM ESPÉCIE

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Em relação aos crimes em espécie, a maior parte do trabalho


será com você mesmo. Será necessário ler e reler inúmeras vezes os
tipos penais, que – em regra – são cobrados em sua literalidade. Por
essa razão, transcrevo logo abaixo todos eles.

Mas antes de partir para leitura dos dispositivos, há algo


interessante e que pode ser explorado pelo seu examinador: dentre
os vários tipos penais de abuso de autoridade previstos na Lei
13.869/19, diversos deles são infrações penais de menor
potencial ofensivo e que, portanto, necessariamente devem
seguir todo o procedimento estabelecido pela Lei 9.099/95.

São eles:

 Art. 12
 Art. 16
 Art. 18
 Art. 20
 Art. 27
 Art. 29
 Art. 31
 Art. 32
 Art. 33
 Art. 37
 Art. 38

Todos esses dispositivos possuem pena máxima não superior a


2 anos e, nos termos do art. 39, da Lei 13.869/19, devem seguir o
procedimento estabelecido na Lei dos juizados especiais – 9.099/95,
sendo-lhe cabíveis todos os benefícios lá previstos.

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Art. 9º Decretar medida de privação da liberdade em manifesta


desconformidade com as hipóteses legais:

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena a autoridade judiciária que,


dentro de prazo razoável, deixar de:

I - relaxar a prisão manifestamente ilegal;

II - substituir a prisão preventiva por medida cautelar diversa ou de


conceder liberdade provisória, quando manifestamente cabível;

III - deferir liminar ou ordem de habeas corpus, quando


manifestamente cabível.

Art. 10. Decretar a condução coercitiva de testemunha ou


investigado manifestamente descabida ou sem prévia intimação de
comparecimento ao juízo:

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Art. 11. (VETADO).

Art. 12. Deixar injustificadamente de comunicar prisão em flagrante


à autoridade judiciária no prazo legal:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem:

I - deixa de comunicar, imediatamente, a execução de prisão


temporária ou preventiva à autoridade judiciária que a decretou;

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II - deixa de comunicar, imediatamente, a prisão de qualquer pessoa


e o local onde se encontra à sua família ou à pessoa por ela indicada;

III - deixa de entregar ao preso, no prazo de 24 (vinte e quatro)


horas, a nota de culpa, assinada pela autoridade, com o motivo da
prisão e os nomes do condutor e das testemunhas;

IV - prolonga a execução de pena privativa de liberdade, de prisão


temporária, de prisão preventiva, de medida de segurança ou de
internação, deixando, sem motivo justo e excepcionalíssimo, de
executar o alvará de soltura imediatamente após recebido ou de
promover a soltura do preso quando esgotado o prazo judicial ou
legal.

Art. 13. Constranger o preso ou o detento, mediante violência, grave


ameaça ou redução de sua capacidade de resistência, a:

I - exibir-se ou ter seu corpo ou parte dele exibido à curiosidade


pública;

II - submeter-se a situação vexatória ou a constrangimento não


autorizado em lei;

III - produzir prova contra si mesmo ou contra terceiro.

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, sem prejuízo


da pena cominada à violência.

Art. 14. (VETADO).

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Art. 15. Constranger a depor, sob ameaça de prisão, pessoa que,


em razão de função, ministério, ofício ou profissão, deva guardar
segredo ou resguardar sigilo:

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem prossegue com o


interrogatório:

I - de pessoa que tenha decidido exercer o direito ao silêncio; ou

II - de pessoa que tenha optado por ser assistida por advogado ou


defensor público, sem a presença de seu patrono.

Art. 16. Deixar de identificar-se ou identificar-se falsamente ao preso


por ocasião de sua captura ou quando deva fazê-lo durante sua
detenção ou prisão:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, como responsável


por interrogatório em sede de procedimento investigatório de
infração penal, deixa de identificar-se ao preso ou atribui a si mesmo
falsa identidade, cargo ou função.

Art. 17. (VETADO).

Art. 18. Submeter o preso a interrogatório policial durante o período


de repouso noturno, salvo se capturado em flagrante delito ou se ele,
devidamente assistido, consentir em prestar declarações:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

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Art. 19. Impedir ou retardar, injustificadamente, o envio de pleito


de preso à autoridade judiciária competente para a apreciação da
legalidade de sua prisão ou das circunstâncias de sua custódia:

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena o magistrado que, ciente


do impedimento ou da demora, deixa de tomar as providências
tendentes a saná-lo ou, não sendo competente para decidir sobre a
prisão, deixa de enviar o pedido à autoridade judiciária que o seja.

Art. 20. Impedir, sem justa causa, a entrevista pessoal e reservada


do preso com seu advogado:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem impede o preso, o


réu solto ou o investigado de entrevistar-se pessoal e
reservadamente com seu advogado ou defensor, por prazo razoável,
antes de audiência judicial, e de sentar-se ao seu lado e com ele
comunicar-se durante a audiência, salvo no curso de interrogatório
ou no caso de audiência realizada por videoconferência.

Art. 21. Manter presos de ambos os sexos na mesma cela ou espaço


de confinamento:

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem mantém, na mesma


cela, criança ou adolescente na companhia de maior de idade ou em

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ambiente inadequado, observado o disposto na Lei nº 8.069, de 13


de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente).

Art. 22. Invadir ou adentrar, clandestina ou astuciosamente, ou à


revelia da vontade do ocupante, imóvel alheio ou suas dependências,
ou nele permanecer nas mesmas condições, sem determinação
judicial ou fora das condições estabelecidas em lei:

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

§ 1º Incorre na mesma pena, na forma prevista no caput deste


artigo, quem:

I - coage alguém, mediante violência ou grave ameaça, a franquear-


lhe o acesso a imóvel ou suas dependências;

II - (VETADO);

III - cumpre mandado de busca e apreensão domiciliar após as 21h


(vinte e uma horas) ou antes das 5h (cinco horas).

§ 2º Não haverá crime se o ingresso for para prestar socorro, ou


quando houver fundados indícios que indiquem a necessidade do
ingresso em razão de situação de flagrante delito ou de desastre.

ATENÇÃO 1:

Com a introdução deste dispositivo, prevendo como abuso de


autoridade a violação de domicílio praticada por agente público,
revogou-se o § 2º, do art. 150 do código penal que previa
aumento de pena ao delito de violação de domicílio praticado
por agente público.

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ATENÇÃO 2:

Ao § 1º, III, do art. 22, tendo em vista que o legislador agora


estabelece exatamente o período no qual pode ser cumprido o
mandado de busca e apreensão domiciliar: entre 5h e 21h.

Art. 23. Inovar artificiosamente, no curso de diligência, de


investigação ou de processo, o estado de lugar, de coisa ou de
pessoa, com o fim de eximir-se de responsabilidade ou de
responsabilizar criminalmente alguém ou agravar-lhe a
responsabilidade:

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem pratica a conduta


com o intuito de:

I - eximir-se de responsabilidade civil ou administrativa por excesso


praticado no curso de diligência;

II - omitir dados ou informações ou divulgar dados ou informações


incompletos para desviar o curso da investigação, da diligência ou do
processo.

Art. 24. Constranger, sob violência ou grave ameaça, funcionário ou


empregado de instituição hospitalar pública ou privada a admitir para
tratamento pessoa cujo óbito já tenha ocorrido, com o fim de alterar
local ou momento de crime, prejudicando sua apuração:

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, além da pena


correspondente à violência.

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Art. 25. Proceder à obtenção de prova, em procedimento de


investigação ou fiscalização, por meio manifestamente ilícito:

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem faz uso de prova, em


desfavor do investigado ou fiscalizado, com prévio conhecimento de
sua ilicitude.

Art. 26. (VETADO).

Art. 27. Requisitar instauração ou instaurar procedimento


investigatório de infração penal ou administrativa, em desfavor de
alguém, à falta de qualquer indício da prática de crime, de ilícito
funcional ou de infração administrativa:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Parágrafo único. Não há crime quando se tratar de sindicância ou


investigação preliminar sumária, devidamente justificada.

Art. 28. Divulgar gravação ou trecho de gravação sem relação com


a prova que se pretenda produzir, expondo a intimidade ou a vida
privada ou ferindo a honra ou a imagem do investigado ou acusado:

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Art. 29. Prestar informação falsa sobre procedimento judicial,


policial, fiscal ou administrativo com o fim de prejudicar interesse de
investigado:

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Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Parágrafo único. (VETADO).

Art. 30. Dar início ou proceder à persecução penal, civil ou


administrativa sem justa causa fundamentada ou contra quem sabe
inocente:

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Art. 31. Estender injustificadamente a investigação, procrastinando-


a em prejuízo do investigado ou fiscalizado:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, inexistindo prazo


para execução ou conclusão de procedimento, o estende de forma
imotivada, procrastinando-o em prejuízo do investigado ou do
fiscalizado.

Art. 32. Negar ao interessado, seu defensor ou advogado acesso aos


autos de investigação preliminar, ao termo circunstanciado, ao
inquérito ou a qualquer outro procedimento investigatório de infração
penal, civil ou administrativa, assim como impedir a obtenção de
cópias, ressalvado o acesso a peças relativas a diligências em curso,
ou que indiquem a realização de diligências futuras, cujo sigilo seja
imprescindível:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

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Nova Lei de abuso de autoridade
Lei 13.869/19
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Art. 33. Exigir informação ou cumprimento de obrigação, inclusive o


dever de fazer ou de não fazer, sem expresso amparo legal:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se utiliza de cargo


ou função pública ou invoca a condição de agente público para se
eximir de obrigação legal ou para obter vantagem ou privilégio
indevido.

Art. 34. (VETADO).

Art. 35. (VETADO).

Art. 36. Decretar, em processo judicial, a indisponibilidade de ativos


financeiros em quantia que extrapole exacerbadamente o valor
estimado para a satisfação da dívida da parte e, ante a
demonstração, pela parte, da excessividade da medida, deixar de
corrigi-la:

Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Art. 37. Demorar demasiada e injustificadamente no exame de


processo de que tenha requerido vista em órgão colegiado, com o
intuito de procrastinar seu andamento ou retardar o julgamento:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

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Nova Lei de abuso de autoridade
Lei 13.869/19
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Art. 38. Antecipar o responsável pelas investigações, por meio de


comunicação, inclusive rede social, atribuição de culpa, antes de
concluídas as apurações e formalizada a acusação:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

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Nova Lei de abuso de autoridade
Lei 13.869/19
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ESTUDO DIRIGIDO

1) Os crimes de abuso de autoridade da nova Lei 13.869/19 podem


ser praticados de forma culposa?

2) Segundo a nova Lei 13.869/19, quais são as três finalidades


específicas com que deve atuar um agente público para que pratique
um crime de abuso de autoridade?

3) Um agente público pode ser punido por crime de abuso de


autoridade em razão da interpretação que deu a determinada Lei ou
da avaliação que fez de fatos e provas submetidos a sua análise?

4) Quem pode ser o sujeito ativo do crime de abuso de autoridade?

5) Aquele que exerce função transitória e sem remuneração pode ser


sujeito ativo do delito de abuso de autoridade?

6) Quais são os possíveis efeitos extrapenais de uma condenação


pela prática de crimes de abuso de autoridade? Eles são automáticos?
Podem recair sobre réus primários?

7) Quais são as penas restritivas de direitos que podem substituir as


penas privativas de liberdade aplicadas ao agente condenado por crime
de abuso de autoridade?

8) Qual é o novo prazo de suspensão do exercício das funções


estabelecido pela nova lei como pena restritiva de direitos?

9) Todos os delitos de abuso de autoridade admitem a substituição


da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos?

10) A Lei 9.099/95 é aplicável aos delitos de abuso de autoridade que


sejam infrações penais de menor potencial ofensivo?

11) Segundo a nova Lei 13.869/19, qual o horário em que é possível


ao agente público cumprir mandados de busca e apreensão domiciliar?

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Nova Lei de abuso de autoridade
Lei 13.869/19
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PROVÁVEIS QUESTÕES DE PROVAS

1) São efeitos automáticos da condenação por crime de abuso de


autoridade, dentre outros: tornar certa a obrigação de indenizar o dano
causado pelo crime e a inabilitação para o exercício de cargo, mandato
ou função pública, pelo período de 1 (um) a 5 (cinco) anos.

2) Dentre as penas restritivas de direitos previstas pela condenação


por crime de abuso de autoridade, está a suspensão do exercício do
cargo, da função ou do mandato, pelo prazo de 5 a 180 dias, com a
perda dos vencimentos e das vantagens.

3) Constitui crime de abuso de autoridade cumprir mandado de busca


e apreensão domiciliar após as 22h (vinte e duas horas) ou antes das
5h (cinco horas).

4) O crime de abuso de autoridade pode ser praticado na modalidade


culposa ou dolosa.

5) Somente se configura o delito de abuso de autoridade nos casos


em que o agente público pratique o comportamento delituoso com a
finalidade de prejudicar outrem ou beneficiar a si mesmo ou a terceiro,
ou, ainda, por mero capricho ou satisfação pessoal.

6) A divergência na interpretação de lei ou na avaliação de fatos e


provas pode configurar abuso de autoridade em casos excepcionais.

7) Agente público para os efeitos da nova Lei de abuso de autoridade


é todo aquele que exerce cargo, função ou emprego público, desde que
de forma efetiva e com remuneração.

8) Os efeitos extrapenais da condenação previstos na nova Lei de


abuso de autoridade somente podem recair sobre os agentes
reincidentes em crimes dessa natureza.

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Nova Lei de abuso de autoridade
Lei 13.869/19
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9) São efeitos extrapenais automáticos da condenação por crime de


abuso de autoridade a obrigação de reparar o dano causado pelo ato
abusivo e a perda do cargo público.

10) Constitui crime de abuso de autoridade prolongar a execução de


pena privativa de liberdade, deixando, independentemente do motivo,
de executar o alvará de soltura imediatamente após recebido ou de
promover a soltura do preso quando esgotado o prazo judicial ou legal.

11) Constitui crime de abuso de autoridade submeter o preso a


interrogatório policial durante o período de repouso noturno em
quaisquer circunstâncias.

12) Comete crime de abuso de autoridade o agente público que


prossegue com o interrogatório de pessoa que tenha optado por ser
assistida por advogado ou defensor público, sem a presença de seu
patrono.

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