Sei sulla pagina 1di 33

Produção de Matéria Prima de Origem Animal

Avestruzes

Ano lectivo de 2006/2207

1
Introdução

Os cientistas consideraram durante muito tempo que as semelhanças entre as


Ratites, grupo ao qual pertencem as avestruzes, eram devidas a um fenómeno de
convergência, presumindo-se que estas tenham sido um antepassado comum há mais de
100 milhões de anos.
Sabe-se que as avestruzes foram progressivamente perdendo o uso das asas e
adquirindo notáveis capacidades como corredoras para poderem fugir aos predadores
percorrerem grandes distâncias à procura de alimento. Os estudos dos fosseis
encontrados, indica que a avestruz descende de aves corredoras de tamanho médio, que
já Eocénio percorriam as estepes da Ásia, há 40-55 milhões de anos.
A lenta evolução destas formas primitivas, deu origem ao Pliocénio, há cerca de
11 milhões de anos, ao aparecimento de aves gigantes. Essas espécies enormes,
chegando a atingir 4 metros de altura, estenderam a sua área de distribuição para Norte
até há Mongólia, para ocidente a toda a Europa e para Sul até às fronteiras com a África,
onde quer que existissem extensos habitats herbáceos. Para ganharem velocidade as
suas dimensões diminuíram, e assim há 2 milhões de anos já se assemelhavam muito às
avestruzes de hoje.

2
Descrição

A Avestruz é uma ave não voadora originária da África que leva o nome
científico Struthio camelus. É a única espécie viva da família Struthionidae, e do
género, Struthio. Pertence à ordem das Struthioniformes – aves não voadoras. Desta
ordem também fazem parte a ema, originária da América do Sul e o emu e casuar,
nativos da Austrália. Avestruzes são consideradas a maior espécie viva das Aves e o seu
nome científico vem do grego para "camelo pardo".

Classificação científica

Reino: Animalia

Filo: Chordata

Classe: Aves

Ordem: Struthioniformes

Família: Struthionidae

Género: Struthio

Espécie: S. camelus

Nomenclatura binominal

Struthio camelus
Linnaeus, 1758

Avestruzes normalmente pesam de 90 a 130 kg, embora algumas avestruzes


machos tenham sido registradas com pesos de até 155 kg. Na maturidade sexual (entre 2
e 4 anos de idade), avestruzes machos podem possuir de 1,8 m a 2,7 m de altura,
enquanto as fêmeas alcançam de 1,7 m a 2 m. Durante o primeiro ano de vida crescem
cerca de 25 cm por mês. Em um ano uma avestruz pesa cerca de 45 kg.

3
Possui dimorfismo sexual: nos adultos, o macho tem plumagem preta e as pontas
das asas são brancas, enquanto que a fêmea é cinza. O dimorfismo só se apresenta com
um ano e meio de idade. As pequenas asas vestigiais são usadas por machos como
exibição para fins de acasalamento.

Fonte: www.avestruzes.com.br
Avestruzes macho e fêmea na Nova Zelândia

As penas são macias e servem como isolante térmico e são bastante diferentes
das penas rígidas de pássaros voadores. Possui duas garras em dois dos dedos das asas.
As pernas fortes da avestruz não possuem penas. As suas patas têm dois dedos, sendo
que apenas um tem unha enquanto o maior lembra um casco. O seu aparelho digestivo é
semelhante ao dos ruminantes e seus olhos, com suas grossas sobrancelhas negras, são
os maiores olhos das aves terrestres.

4
Características

 Altura média: 2 a 2,5 m.


 Peso: de 100 a 150 kg.
 Velocidade: até 60 km/h.
 Expectativa de vida: 50 a 70 anos, sendo 20 a 30 anos de vida reprodutiva.

São aves polígonas e não migratórias. Adapta-se com facilidade e vive em áreas
montanhosas, savanas ou planícies arenosas desérticas. Os seus hábitos alimentares são
omnívoros, a avestruz come ervas, folhagem de árvores, arbustos e todo o pequeno
vertebrado e invertebrado que consiga capturar.

Embora não voe, por ter asas atrofiadas, as longas, fortes e ágeis pernas,
permitem que esta atinja até a velocidade de 120 km/h com vento favorável (média de
65 km/h), pois em uma só passada cobre 4 a 5 metros. Tem o pescoço longo, a cabeça
pequena, e tem dois dedos muito grandes (em cada pata) que se assemelham a cascos.

Têm o aparelho digestivo apto a digestão de fibras (sem papo, 2 estômagos, 2


cecos funcionantes e intestino grosso longo, digestão bacteriana);

5
Características gerais das aves

Têm o corpo coberto por penas, que protegem o corpo da perda de calor e
auxiliam o voo.

A boca é um bico, sem dentes que pode variar de forma e de tamanho conforme
a espécie, sendo estas adaptações ao tipo de alimentação.

Têm dois pares de membros: anteriores, as asas, e posteriores, as pernas ou


patas. As patas também são adaptadas ao tipo de ambiente em que vive a ave. Cada pé
geralmente com quatro dedos, canela e dedos envolvidos por pele cornificada.

O seu esqueleto é delicado e forte, totalmente ossificado, têm ossos muito leves
e às vezes são cheios de ar, ossos pneumáticos, que facilitam o voo. O esterno é
modificado em quilha, facilitando o corte do ar e fixando a musculatura peitoral.

Respiração por pulmões compactos muito eficientes, presos às costelas e ligados


aos sacos aéreos de paredes finas que se estendem entre os órgãos internos, apresentam
um órgão especial a siringe, na base da traqueia, adaptada ao canto.

O sistema circulatório é composto de coração e vasos sanguíneos. O coração tem


quatro cavidades no coração, o sangue venoso não se mistura ao sangue arterial. Persiste
apenas o arco aórtico direito, glóbulos vermelhos, ovais e biconvexos.

O seu tubo digestivo é completo, composto: boca, faringe, esófago, papo,


estômago químico (proventrículo), estômago mecânico (moela), intestino, cloaca e
órgãos anexos como o fígado e o pâncreas. Existe ainda a adição de sucos digestivos no
proventrículo.

As aves não têm bexiga urinária, mas seu sistema urinário é composto pelos rins
e ureteres, por este motivo elas não conseguem acumular a urina, que se mistura com as
fezes e é eliminada pela cloaca, como uma secreção semi-sólida.

6
Apresentam dimorfismo sexual, isto é, o macho e a fêmea são muito diferentes.
Têm sexos separados e são ovíparas. A sua fecundação é interna e ocorre no oviduto,
antes da formação da casca calcária, são então eliminados pela cloaca.

Seus ovos apresentam âmnio, cório, saco vitelino e alantóide e ao eclodir os


filhotes são alimentados e vigiados pelos pais.

As aves têm a audição e a visão muito desenvolvidas. A visão é muito aguçada e


conseguem visualizar objectos a longa distância, seus ouvidos são melhores que os dos
répteis. Algumas ainda apresentam um bom olfacto.

São homeotermas, isto é, têm sangue quente, que se mantém com a queima dos
alimentos e com auxílio das penas, que servem como isolante térmico. São chamadas de
endotérmicas, pois a temperatura do corpo essencialmente é constante.

A sua pele é recoberta por penas e com glândulas, as aves aquáticas apresentam
na cauda a glândula uropigiana para impermeabilizar as penas.

O seu cerebelo é bastante desenvolvido, pois este órgão está relacionado ao


equilíbrio durante o voo. São capazes de voar longas distâncias e retornar ao ponto de
partida. Apresentam doze pares de nervos cranianos.

O movimento das asas durante o voo é devido principalmente aos grandes


músculos peitorais. Em cada lado do grande peitoral origina-se da parte externa da
quilha do osso esterno e insere-se na cabeça do úmero.

7
Classificação e distribuição

Fonte: www.avestruzes.com.br
A distribuição de avestruzes na África

Avestruzes ocorrem naturalmente nas savanas e no Sahel da África, tanto ao


norte como ao sul da zona de floresta equatorial. A espécie pertence à ordem dos
Struthioniformes (Ratitas). Outros membros deste grupo são a ema, o emu, o casuar e o
maior pássaro de todos os tempos, o extinto Aepyornis. Cinco subespécies são
conhecidas:

8
 S.c. australis na África Austral
 S.c. camelus no Norte de África, também chamada Avestruz do Norte da
África ou avestruz do pescoço vermelho.
 S.c. massaicus na África Oriental, algumas vezes chamada de Avestruz Masai.
Durante a estação de acasalamento, o pescoço e as coxas do macho ficam
laranja-rosado. Ocupa uma faixa entre Etiópia e o Quénia no leste até o Senegal
no oeste, e da Mauritânia oriental no norte até o sul do Marrocos no sul.
 S.c. molybdophanes na Somália, Etiópia, e norte do Quénia, algumas vezes
chamado a Avestruz Somali. Durante a estação do acasalamento, o pescoço e as
coxas do macho ficam azuis. A sua faixa sobrepõe-se com S.c. massaicus no
nordeste do Quénia. Algumas autoridades consideram a Avestruz Somali uma
outra espécie.
 S.c. syriacus no Oriente Médio, também chamada de avestruz-árabe ou
Avestruz do Oriente Médio, era uma subespécie antes muito comum na
Península árabe, Síria, e Iraque. Foi extinta por volta de 1940.

A avestruz é um animal bastante rústico, muito resistente a doenças e tem uma


óptima capacidade de adaptação. Esta é criada com sucesso no Canadá, Estados Unidos,
Europa, e Israel), suportando bem as altas e baixas temperaturas.

9
Comportamento

Fonte: www.avestruzes.com.br

As avestruzes vivem em grupos nómadas de 5 a 50 aves que frequentemente


viajam juntos com outros animais ruminantes, tais como zebras e antílopes, este facto
deve-se principalmente à pobreza de alimentos que caracteriza os ambientes onde a
avestruz vive e à elevada dificuldade em encontrar água.

Comportamento alimentar

Elas alimentam-se principalmente de sementes, frutos e outros produtos


vegetais; ocasionalmente também comem animais como gafanhotos. São fornecidos a
estes animais vários tipos de alimentos como erva, milho, luzerna, feno, aveia e ainda
um granulado apropriado para avestruzes. No entanto, a luzerna é o alimento preferido.
Estes animais ingerem ainda qualquer objecto cuja cor ou forma lhes chame a atenção:
calhaus, conchas, pedaços de madeira, etc.

Como não possuem dentes, engolem pedrinhas que ajudam a esmagar os


alimentos engolidos no papo. Elas podem ficar sem água por muito tempo, vivendo
exclusivamente da humidade das plantas consumidas. Entretanto, gostam de água e
tomam banhos frequentemente.

10
Comportamento anti-predador

Com visão e audição aguçadas, as avestruzes podem detectar predadores tais


como leões a uma grande distância.

A altura e acuidade visual das avestruzes torna-as óptimas vigilantes na defesa


contra os predadores, dos quais ela própria se furta, muitas vezes, graças à sua agilidade
e grande velocidade que consegue manter durante largos quilómetros. O mesmo não
acontece com as crias, que, apesar da atenção activa dos adultos, acabam muitas vezes
por serem presas das hienas, dos chagais e dos leões.

Na mitologia popular, a avestruz é famosa por esconder a sua cabeça na areia ao


primeiro sinal de perigo. O escritor romano Plínio o Velho é notado pelas suas
descrições da avestruz na sua Naturalis Historia, onde ele descreve o suposto hábito das
avestruzes de esconder a cabeça em arbustos.

Nunca houve observações registradas deste comportamento e um contra-


argumento comum a isto é que uma espécie que exibisse tal comportamento não
sobreviveria por muito tempo. O mito pode ter surgido do facto de que, de uma certa
distância, quando avestruzes se alimentam elas parecem estar a enterrar a sua cabeça na
areia pois deliberadamente engolem areia/pedras para ajudar a esmagar a comida.
Quando deitadas ou escondendo-se de predadores, estas são conhecidas por deitar a sua
cabeça e o pescoço rente ao chão. Quando ameaçadas, as avestruzes fogem, mas podem
também ferir seriamente os seus inimigos através de coices por meio das suas poderosas
pernas.

11
Anatomia geral das aves

Na boca das aves não há dentes, mas um bico que é adaptado ao tipo de
alimentação mais comum de cada espécie. À boca, segue-se a faringe e no esófago é
encontrada uma bolsa chamada papo. Nele o alimento vai sendo amolecido para depois
avançar até o estômago químico, que solta enzimas digestivas para que se inicie o
processo de digestão. Depois, o alimento passa para o estômago mecânico, chamado
moela, que tem uma forte musculatura para amassar o alimento. Seu tubo digestivo
termina então na cloaca, que além de ser órgão digestivo, é também órgão reprodutivo
das aves.

Todas as aves têm em comum características que tornam possível o voo, mesmo
as aves que já perderam a capacidade de voar (os únicos pássaros que não voam são os
pinguins, avestruzes, emas, casuares e quivis).
Algumas espécies como o caso da Avestruz, correm com muita velocidade.

O esqueleto de uma ave

A evolução no sentido de um voo poderoso deu às aves esqueletos muito


diferentes dos outros animais. O aspecto mais evidente numa ave voadora como o corvo
é a grande quilha, projecção do esterno onde se inserem os músculos das asas. As aves
não têm dentes nem têm verdadeiras caudas; as penas da cauda prendem-se no extremo
da coluna vertebral - o pigóstilo. Os membros anteriores estão totalmente adaptados ao
voo, enquanto as mandíbulas sem dentes se transformaram num leve mas forte bico que
a ave pode usar para se alimentar e executar tarefas delicadas, como por exemplo
«pentear» as penas.

12
As penas

As penas são estruturas epidérmicas peculiares, constituídas por um


revestimento do corpo leve e flexível, mas resistente com inúmeros espaços aéreos úteis
como isolante. Protegem a pele contra o desgaste e as penas finas, achatadas e
sobrepostas das asas e da cauda formam superfícies para sustentar a ave durante o voo.
O crescimento de uma pena começa, com uma papila dérmica local, forçando para cima
a epiderme sobreposta. A base deste primórdio de pena aprofunda-se em uma depressão
circular, o futuro folículo, que manterá a pena na pele. As células epidérmicas mais
externas do primórdio formam uma bainha lisa cornificada, chamada periderme, dentro
da qual outras câmaras epidérmicas dispõem-se em costelas paralelas, uma maior
mediana formando a futura ráquis e as outras produzindo as barbas. O pigmento para a
coloração é depositado nas células epidérmicas durante o crescimento no folículo,
porém não depois. Quando o crescimento termina, rompe-se a bainha e é retida por
alisamento com o bico, aí a pena distende-se em sua forma completa. A coloração
variada das penas resulta principalmente de pigmentos depositados durante o
crescimento e características estruturais que causam reflexão e refracção de certos
comprimentos de onda, cores estruturais. O conjunto de todas as penas de uma ave é
chamado de plumagem e o processo de substituição das penas é conhecido como muda.
As penas das aves que vivem na água são impermeabilizadas através de um óleo
lubrificante que elas próprias produzem e espalham com o bico, em uma glândula
especial chamada uropigiana, próxima da região da cauda.

13
Anatomia das Avestruzes

14
15
Esqueleto da avestruz

16
Reprodução

Avestruzes tornam-se sexualmente maduras entre 2 e 4 anos de idade; fêmeas


amadurecem cerca de seis meses antes dos machos. A espécie é iterópara, com a estação
de acasalamento começando em Março ou Abril e terminando um pouco antes de
Setembro. O processo de acasalamento difere nas diferentes regiões geográficas.
Machos territoriais tipicamente usarão assobios e outros sons para lutar por um harém
de 2 a 5 fêmeas. O vencedor destas lutas cruzará com todas as fêmeas numa área mas só
formará uma ligação com uma, a fêmea dominante. A fêmea abaixa-se no chão e é
montada por trás pelo macho.

Fonte: www.avestruzes.com.br
Um ninho de avestruz

Avestruzes são ovíparos. As fêmeas põem os seus ovos fertilizados num único
ninho comunitário, um buraco escavado no chão e com 30 a 60 cm de profundidade. Os
ovos de avestruz podem pesar 1.4 kg e são os maiores ovos de uma espécie viva (e as
maiores células únicas), embora sejam na verdade os menores em relação ao tamanho
da ave. O ninho pode conter entre 15 a 60 ovos, com um ovo médio tendo 15 cm de
comprimento, 12 cm de largura, e peso de 1.4 kg. Eles são brilhantes e embranquecidos.
Os ovos são chocados pelas fêmeas de dia e pelo macho à noite, aproveitando as cores
diferentes dos dois sexos para melhor camuflagem. O período de gestação é de 35 a 45
dias.

A expectativa de vida é de 50 anos em média, podendo variar de 30 a 70 anos.

17
O ovo de avestruz possui forma ovalada, espessura aproximadamente de 2mm,
com milhares de poros na sua superfície, de cor branca, creme ou bege. É capaz de
suportar mais de 150 kg de peso, sendo que a sua massa corresponde de 15 a 20 % do
peso total do ovo. O tamanho, peso, porosidade, aspecto, brilho, etc. variam de acordo
com a origem genética, subespécie, idade da fêmea, diferenças fisiológicas entre uma
fêmea e outra, etc.

Fonte: www.avestruzes.com.br
Um ovo de avestruz

O peso total do ovo pode oscilar entre 1000 a 2100 g, porém o mais
convencional é estar situado entre 1350 a 1700 g.

Uma pergunta muito frequente entre as pessoas é: Quantos ovos de galinha são?
Pois bem, façamos contas, um ovo de galinha pesa em média 63 g, e o de avestruz
1510g, o que nos dá: 1510/63=24.

Um ovo de avestruz equivale ponderadamente em média a 24 ovos de galinha.

18
Se numa primeira análise, possa parecer muito grande, se compararmos o peso
do ovo em relação ao peso da ave adulta, a questão muda bastante, pois representa 1,3 a
1,5% do peso de um adulto, frente a 20% que representa para o kiwi (parente distante da
avestruz), sendo assim, fazendo uma correspondência proporcional, os ovos de avestruz
deveriam ser de 20 kg, se realizarmos a mesma comparação com a galinha, os
resultados não são tão discrepantes, uma vez que os ovos de avestruz teriam de 3 a 4 kg.

Onde pretendemos chegar com estas comparações? Comentar que os ovos de


avestruz são biologicamente pequenos, e este facto deve-se entre outros factores à
disposição dos ovos. Esta característica de ovos pequenos, em relação ao peso corporal,
permite ao animal incubar ninhadas de 15 a 20 ovos, o que para outro tipo de ave seria
uma tarefa muito difícil.

A casca

A casca é formada por duas membranas, uma interna situada junto ao albúmen e
outra externa junto à casca. A casca apresenta diferentes funções, entre as quais se
destaca a relativa protecção frente aos predadores e insectos, servindo ainda como
pulmão e fonte de cálcio para o embrião. Em geral a concentração dos poros é maior
num dos seus extremos, razão pela qual se formará a câmara-de-ar nesse pólo.

Além da casca desempenhar importante papel na regulação das perdas de água e


no processo de conservação e posterior incubação, é também uma barreira a penetração
de infecções bacterianas. As membranas, cuja composição e extremamente proteica,
também possui papel protector frente à defesa de possíveis infecções bacterianas.

19
Câmara-de-ar

Esta câmara forma-se devido ao ar que entra pelos poros da casca, situando-se
num dos pólos do ovo, no espaço entre a membrana externa e interna. Isto ocorre na
maioria dos casos; porém se na casca houver algum pequeno orifício ou fissura, a
câmara formar-se-á neste sítio devido a maior entrada de ar. A câmara-de-ar começa
apenas depois do ovo posto, e será vista com nitidez geralmente no prazo de 2 a 3 h
depois da postura, chegando em casos excepcionais a formar-se em 12 ou mesmo 24 h
depois da postura.

Gema

A gema é basicamente constituída por água, proteína, lípidos e minerais,


proporcionando energia para o desenvolvimento embrionário. Encontra-se situada na
metade do ovo devido à acção de uma espécie de ligamentos denominados por cazalas,
cuja função é mantê-la no centro e desta forma evitar o contacto com a membrana
interna, permitindo assim o correcto desenvolvimento do embrião.

Albúmen

O albúmen do ovo de avestruz contém inúmeras proteínas e um pH inicialmente


alcalino, o que proporciona um ambiente anti bacteriano. No princípio a sua
consistência é viscosa e espessa, perdendo-a rapidamente, facilitando ao embrião
(blastodermo) a desenvolver-se junto à câmara-de-ar. Primeiramente, é através do
albúmen que se realiza o intercâmbio de gases entre o embrião e a casca.

20
A evolução embrionária

Os animais que abandonaram o meio aquático, convertendo-se por completo em


animais terrestres, encontram-se numa situação inteiramente nova, alguns deles ainda
estabelecem relação de compromisso, voltando à água para pôr os ovos. No caso das
aves já não existe a possibilidade de absorção de água do exterior. As membranas do
ovo são impermeáveis aos líquidos, e desta forma a perda de água por evaporação acaba
sendo mínima.

A única substância que é absorvida do exterior é o gás oxigénio, necessário para


os processos oxidativos do ovo, por outro lado, converteu-se num sistema fechado,
desenvolvendo-se às custas das substâncias armazenadas no seu interior, tornando-se
praticamente auto-suficiente, não fosse a absorção de oxigénio e expulsão do monóxido
de carbono, sendo denominado cientificamente de ovo cleidoico.

É importante salientar, que apesar das membranas serem impermeáveis, o ovo


pode sofrer alguma contaminação resultando muitas vezes em final fatal ao embrião,
caso não se tomem medidas adequadas na colecta e conservação dos ovos, etapas
prévias à incubação e de importância máxima.

A saída espontânea do ovo é o estado mais avançado e desejado no


desenvolvimento e crescimento do pintainho, o que confere ao mesmo, vantagens
bastante óbvias na sua sobrevida. Esta situação é conseguida por fornecimento
progressivo das reservas de materiais alimentícios contidos no ovo, sendo que o
aumento dos mesmos, está correlacionado com a eliminação da fase larvária. Os ovos
das aves constituem um exemplo de reservas extremamente abundante de produtos
proteicos destinado à alimentação do embrião.

Finalizando, para um criador o ovo é um objecto a incubar, e sua casca um


invólucro que serve para protege-lo das intempéries e evitar a entrada da sujidade e/ou
microorganismos; para a fêmea, o ovo é um filho em potencial, e a casca o seu pulmão,
que além de cobertura protectora é a fonte de cálcio do embrião.

21
Histórico da criação comercial de avestruzes

No passado, avestruzes foram muito caçadas pelas suas penas, que costumavam
ser muito populares como ornamentos em chapéus de mulheres e noutros acessórios. As
suas peles eram também valorizadas para fazer couros finos. No século XVIII, eles
foram quase caçados até à extinção; a criação para o comércio de penas começou no
século XIX. A avestruz começou a ser criada na África do Sul, na metade do século
XIX, para produção de plumas. Era uma criação extensiva, os animais não eram
abatidos, as plumas eram cortadas duas vezes por ano e exportadas para a Europa e para
os Estados Unidos. O animal também foi introduzido na Austrália no século XIX para
exploração comercial. A criação foi abandonada no século XX, os animais ficaram
soltos e se tornaram selvagens. No início do século XX (com a I e II Guerras Mundiais
e a quebra da Bolsa dos EUA) houve um colapso do mercado de plumas; por alguns
anos a criação de avestruzes ficou desprovida de interesse económico. Na década de 60
começou a desenvolver-se novamente graças à valorização de outros produtos do
animal: a carne e o couro.

Mais recentemente, a África do Sul tem o maior plantel no mundo, por ser o
avestruz originário desta região e por ser este o país que primeiro iniciou a criação
comercial há cerca de 100-150 anos. O segundo maior plantel está nos Estados Unidos,
mas também Austrália, Israel, Canadá e outros países tem um número considerável de
animais. A China é um dos países em que mais cresce a estrutiocultura.

Fonte: www.avestruzes.com.br

22
Hoje, as avestruzes são criadas por todo o mundo, incluindo climas tão frios
como o da Suécia. Considerando que elas podem se desenvolver em climas entre 30° e
-10° não é surpresa que existam fazendas em mais de 50 países ao redor do mundo, mas
a maioria é ainda encontrada na África Austral. Desde que elas também têm o melhor
ganho de peso por alimento de qualquer animal terrestre (3.5:1 enquanto o boi é de 6:1),
tornam-se bastante atractivos para pecuárias.

Embora estas sejam criadas primeiro pelo couro e depois pela carne, outros
produtos úteis são os ovos e as plumas. É afirmado que as avestruzes produzem o couro
mais forte comercialmente disponível.

Fonte: www.avestruzes.com.br

23
A carne de avestruz tem um gosto similar ao do bife magro e compara-se
favoravelmente, tendo pouca gordura e colesterol. A criação de avestruzes é chamada de
Estrutiocultura.

Qualidade da Carne (em 100g de carne)

Carne Colesterol Carboidratos Calorias Proteínas Cálcio Gordura


Avestruz 58 2,1 96,6 22 5,2 1,2
Boi 77 0 240 21 9 15
Frango 73 0 140 27 13 3
Porco 84 0 275 24 3 19
Peru 59 0 135 25 16 3

Comparativo

Animal Produção Abate em Carne por Carne Total Couro


por Ano 3 Anos Animal
Avestruz 20 60 35 Kg 2.100 Kg 72 m2
Boi 1 1 250 Kg 250 Kg 5 m2

Fonte : Nutritive Value of Foods USDA – 1995

24
Fonte: www.avestruzes.com.br
Fazenda de avestruzes entre Phoenix e Tucson (EUA)

Avestruzes são grandes o bastante para que um humano pequeno possa cavalgá-
las; normalmente o humano segurará nas asas enquanto cavalga. Elas foram treinadas
em algumas áreas do norte da África e na Arábia como montarias de corrida. Corridas
de avestruz nos Estados Unidos foram criticadas por organizações dos direitos dos
animais, entretanto há pouca possibilidade de isto se tornar uma prática comum devido
ao fato de que os animais são difíceis de montar.

As avestruzes são classificadas como animais perigosos na Austrália, nos EUA e


no Reino Unido. Existem vários incidentes registrados de pessoas tendo sido atacadas e
mortas. Machos grandes podem ser muito territoriais e agressivos e podem atacar e
escoicear com muita força usando as suas pernas. Uma avestruz pode facilmente
alcançar qualquer atleta na corrida.

25
O Mercado

Os principais produtos para comércio são:

 Carne: uma avestruz produz entre 30 a 45 quilogramas de carne, que ao


contrário de outras aves é vermelha. A avestruz alcança o peso de abate por
volta dos 12 meses. A carne de avestruz além de vermelha é muito saborosa
como a de vitela. Porém muito mais saudável!

Fonte: www.avestruzes.com.br

Fonte: www.avestruzes.com.br

26
 Couro: utilizado na confecção de bolsas, carteiras, roupas, etc.

Cada vez mais pessoas usam e vestem produtos da avestruz.

Fonte: www.avestruzes.com.br

Fonte: www.avestruzes.com.br

Fonte: www.avestruzes.com.br

27
 Plumas: Uma ave adulta produz 2 kg de plumas por ano. As plumas da avestruz
ainda representam objecto de comércio, e é um dos motivos pelos quais o
homem caça essa ave. Tem dimorfismo sexual marcado: nos adultos, o macho é
preto com as pontas das asas brancas e a fêmea é cinza, porém tal diferença só
aparece a partir de 1 ano e meio de idade. As fêmeas são em geral presa fácil e
as suas plumas podem sem arrancadas sem feri-las.

O Brasil, por exemplo, é o maior importador de plumas de avestruz, para utilização


no Carnaval.

Fonte: www.avestruzes.com.br

Fonte: www.avestruzes.com.br

28
 Ovos: O ovo de avestruz pesa entre 1,2 kg e 1,8 kg. Ovos não fecundados são
utilizados para o artesanato. Cada fêmea põe de 40 a 100 ovos por ano, e os ovos
pesam de 1.200 a 1.800 g e são incubados por 42 dias.

Fonte: www.avestruzes.com.br

Fonte: www.avestruzes.com.br

29
Produtividade

Fonte: www.avestruzes.com.br
Fazenda de avestruz em Avaré

São muito resistentes a doenças, e têm uma óptima capacidade de adaptação


(criados com sucesso no Canadá, Estados Unidos, Europa e Israel), suportando altas e
baixas temperaturas. Alimenta-se de ração (1,5 kg/dia) e pasto verde (2 a 5 kg/dia).
Vida longa (média de 50 anos de vida), contando de 20 a 30 anos de vida reprodutiva. O
início da vida reprodutiva é com 2 a 3 anos; no Brasil há avestruzes em zoológicos que
iniciaram a postura com 18 meses.

30
Existem os quatro factores mais importantes que nunca devem ser
menosprezados numa criação: sanidade, nutrição, manejo e genética. Exemplificando:

Sanidade – se as aves estiverem doentes, portadoras de doenças subclínicas,


certamente sua maturidade será atrasada, e se ocorrer, a produção é inexistente ou
mesmo muito pequena (para isto, exames periódicos);

Nutrição – aves tratadas com rações de baixa qualidade e em quantidade


insuficientes também não terão desempenho reprodutivo adequado;

Manejo – se são criadas mas não têm orientação técnica de pessoal capacitado,
ou se é mal feita, certamente deve cometer erros básicos na criação, que por fim
interferem também no desempenho das aves;

Genética – há aves ruins, que não põem um ovo nunca. Há aves boas, com
índices de 40 ovos. Há aves excelentes, com índices superiores a este, em apenas uma
safra. Assim como há mulheres estéreis, e mulheres que têm 10 filhos.

Quando se trata de animais, não há “garantias” de postura, de quantos ovos vão


pôr, quantos filhotes vão ter e etc. Só Deus sabe. A ave carrega com ela uma carga
genética. E dependendo de como se realiza o seu manejo, nutrição e sanidade, etc.
demonstrará o potencial que têm. Isso sem falar na questão clima, localização
geográfica, instalações, etc.

31
Índice bibliográfico

FERNANDES, C.C., Produção de Avestruzes

VANDERVOODT- JARVIS, C, 1994. Manual del avestruz, Ediciones del Brau

PEREIRA, A.S., 1990. Avestruzes, Serviço de informação e divulgação do


departamento avícola da Provimi, nº23:10-24.

www.avestruzes.com.br

www.avestruzes.tripod.com

32
Índice

Capa ……………………………………………………………… Pág. 1


Introdução ………………………………………………………... Pág. 2
Descrição …………………………………………………………. Pág. 3;4
Características ……………………………………………………. Pág. 5
Características gerais das aves …………………………………… Pág. 6;7
Classificação e distribuição ………………………………………. Pág. 8;9
Comportamento …………………………………………………... Pág. 10;11
Anatomia geral das aves ………………………………………….. Pág. 12;13
Anatomia das avestruzes ………………………………………….. Pág. 14;15
Esqueleto da avestruz …………………………………………….. Pág. 16
Reprodução ……………………………………………………….. Pág. 17;18;19;20;21
Histórico da criação comercial de avestruzes …………………….. Pág. 22;23;24;25
O mercado ………………………………………………………… Pág. 26;27;28;29
Produtividade ……………………………………………………... Pág. 30;31
Índice bibliográfico ………………………………………………... Pág. 32

33

Potrebbero piacerti anche